17
11/3/2014 1 Revisão ordinária das garantias Revisão ordinária das garantias físicas das geradoras de energia físicas das geradoras de energia Claudio Girardi Claudio Girardi www.girardiadvogados.com.br www.girardiadvogados.com.br Histórico da energia assegurada A restruturação do setor elétrico atribuiu à ANEEL a homologação dos montantes de energia e potência a serem contratados e regular as tarifas correspondentes. A Resolução nº 244/98 estabeleceu que: (i) os parâmetros para cálculo dos montantes de energia e potência dos Contratos Iniciais; (ii) a energia assegurada das usinas hidrelétricas com motorização de base completa, com exceção de Itaipu, para os anos de 1999 a 2002, seria igual a 95% da energia garantida, calculada pelo GCOI e Comitê Coordenador de Operações Norte e Nordeste – CCON; e que (iii) a energia vinculada à potência contratada da usina de Itaipu pelas distribuidoras seria igual à energia garantida, calculada pelo GCOI.

Revisão ordinária das garantias físicas das geradoras ...abceonline.com.br/XXsimposiojuridico/palestras/29PalestraABCE... · motorização de base completa, com exceção de Itaipu,

  • Upload
    lekhanh

  • View
    231

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

11/3/2014

1

Revisão ordinária das garantias Revisão ordinária das garantias físicas das geradoras de energiafísicas das geradoras de energia

Claudio GirardiClaudio Girardi

w w w . g i r a r d i a d v o g a d o s . c o m . b rw w w . g i r a r d i a d v o g a d o s . c o m . b r

Histórico da energia assegurada

� A restruturação do setor elétrico atribuiu à ANEEL a homologação dos montantes de energia e potência a serem contratados e regular as tarifas correspondentes.

� A Resolução nº 244/98 estabeleceu que: (i) os parâmetros para cálculo dos montantes de energia e potência dos Contratos Iniciais; (ii) a energia assegurada das usinas hidrelétricas com motorização de base completa, com exceção de Itaipu, para os anos de 1999 a 2002, seria igual a 95% da energia garantida, calculada pelo GCOI e Comitê Coordenador de Operações Norte e Nordeste – CCON; e que (iii) a energia vinculada à potência contratada da usina de Itaipu pelas distribuidoras seria igual à energia garantida, calculada pelo GCOI.

11/3/2014

2

Histórico da energia assegurada

� Resolução ANEEL nº 232/99 homologou os montantes para o período de 1999 a 2002, considerados para elaboração dos Contratos Iniciais (art. 10 da Lei nº 9.648/98).

� Após 2002, os critérios e a execução do cálculo da energia assegurada das usinas despachadas de forma centralizada foi feita em conjunto pelo GCOI e pelo Grupo Coordenador de Planejamento de Sistemas – GCPS, e homologados pela ANEEL conforme Resoluções nos 268/98 (Região Sul) e 453/98 (Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte).

Energia assegurada

� A energia assegurada está associada às condições de longo prazo que cada usina pode fornecer ao sistema, considerando como critério específico o risco de não atendimento do mercado, especialmente a variabilidade hidrológica que afetará a produção de energia.

� O conceito de energia assegurada encontra-se no art. 21 do Decreto nº 2.655/98, cujos dispositivos também disciplinam o Mecanismo de Realocação de Energia – MRE.

� O MRE foi precedido do mecanismo de mitigação do risco hidrológico, instituído concomitantemente à entrada em operação comercial da usina de Itaipu.

11/3/2014

3

Mecanismo de mitigação do risco hidrológico

� Em face da usina de Itaipu (Lei nº 5.899/73), foi criado o mecanismo de mitigação do risco hidrológico para coordenação operacional dos sistemas interligados das Regiões Sudeste e Sul, instituindo-se os Grupos de Coordenadores para Operação Interligada – GCOI-Sudeste e GCOI-Sul (Decreto nº 73.102/73).

� As medidas asseguravam a utilização prioritária da energia e potência de Itaipu, o rateio dos ônus e vantagens decorrente das variações de condições hidrológicas, em relação ao período hidrológico crítico, entre as concessionárias das Regiões Sudeste e Sul, observando o “superávit” ou “déficit” de cada usina geradora.

Mecanismo de Realocação de Energia – MRE

� O MRE visa garantir que todos os seus participantes comercializem a energia assegurada que lhes foi definida, independentemente da energia efetivamente gerada.

� A energia gerada é contabilmente distribuída entre os participantes do MRE, transferindo o excedente de energia para aqueles que geraram abaixo por imposição do despacho centralizado do sistema, na forma de um condomínio.

�As usinas despachadas centralizadamente são aquelas que, por sua importância, capacidade e localização no sistema elétrico, obedecem as instruções e estão sujeitas à supervisão e controle do ONS. (Vide art. 20, § 1º do Decreto nº 2.655/98)

11/3/2014

4

Mecanismo de Realocação de Energia – MRE

� Quando toda a energia gerada pelas usinas do MRE for maior ou igual à soma de suas energias asseguradas, haverá um excedente, denominado Energia Secundária, que será realocado entre os agentes.

� Quando a soma da energia gerada pelas usinas for menor do que a soma de suas energias asseguradas, será calculado, para cada gerador, na proporção de sua energia assegurada, um novo valor de energia disponível, apenas para efeito do MRE.

� No MRE, em cada período de contabilização, cada gerador hidrelétrico tem para si uma energia alocada, a qual é calculada por meio do rateio da geração hidrelétrica total, na proporção de sua garantia física sazonalizada.

Mecanismo de Realocação de Energia – MRE

� CCEE (conceito): “finalidade de operacionalizar o compartilhamento dos riscos hidrológicos associados ao despacho centralizado e à otimização do Sistema Hidrotérmico pelo ONS”.

� Este mecanismo aumenta a eficiência do sistema, pois permite a programação conjunta de produção de energia das usinas participantes do MRE, evitando vertimentos de água de cada usina individualmente e preservando o armazenamento e altura de queda de água do sistema como um todo.

� Associado aos benefícios do SIN, têm-se maior confiabilidade, flexibilidade, economia e segurança nas operações de geração de energia elétrica.

11/3/2014

5

A Resolução ANEEL nº 169/2001

� O Decreto 3.653/2000 revogou a exigência de somente as centrais hidrelétricas despachadas centralizadamente pudessem participar do MRE e deixou à cargo da ANEEL a competência para estabelecer a regulação necessária.

� Estabelece os critérios para utilização do MRE por centrais hidrelétricas conectadas ao SIN e não despachadas centralizadamente.

� Visa garantir isonomia entre os agentes de geração hidrelétrica, no âmbito da comercialização.

� Estabelece a metodologia de cálculo da energia assegurada para as PCH`s.

Energia assegurada

� A energia assegurada trata da quantidade de energia disponível para o agente, compreendendo a parcela de energia que ela pode alocar no sistema elétrico, utilizando uma operação cooperativa dentro do SIN, maximizando a eficiência dos recursos energéticos.

� A energia assegurada é o montante definido em certificado emitido pelo MME, que atesta a quantidade máxima de energia e potência que o agente pode comercializar no âmbito da CCEE.

� A energia assegurada definida não corresponde à geração efetiva da usina (real).

11/3/2014

6

Energia assegurada vs energia gerada

ANEEL. Cadernos Temáticos ANEEL 3 – Energia Assegurada. Brasília-DF. 2005.

Garantia física

� O art. 2º, §§ 1º e 2º, do Decreto 5.163/2004, trouxe o conceito de garantia física para se referir à quantidade máxima de energia e potência (lastro) que a usina de geração pode comercializar no âmbito da CCEE.

� “a garantia física do SIN é definida como aquela correspondente à máxima quantidade de energia que este sistema pode suprir a um dado critério de garantia de suprimento. Esta energia é rateada entre todos os empreendimentos de geração que constituem o sistema, a fim de se obter a garantia física dos empreendimentos, com vistas à comercialização de energia via contratos.” (Portaria MME nº 258/2008).

11/3/2014

7

Energia assegurada vs garantia física

� A energia assegurada é calculada em função da máxima geração obtida de uma usina hidrelétrica, em uma série hidrológica crítica, com base histórica de 70 anos, na bacia hidrográfica onde se localiza a usina avaliada.

� Resolução ANEEL nº 352/2003 (MAE) conceitua que as usinas hidrelétricas participantes do MRE têm sua garantia física definida com base na respectiva energia assegurada sazonalizada. PCH’s e UTE’s, estas não pertencentes ao MRE e não despachadas centralizadamente, têm sua garantia física definida com base na energia efetivamente gerada.

� Logo, garantia física também pode corresponder à energia efetivamente gerada, ao passo que energia assegurada é sempre calculada com base na série hidrológica crítica.

Competências

� O Decreto nº 5.287/2004 revogou o art. 21, § 1º, do Decreto nº 2.655/98, retirando a competência da ANEEL para aprovação da energia assegurada.

� Compete ao CNPE propor os critérios gerais para garantia do suprimento, a serem considerados no cálculo das energias asseguradas (art. 1º, § 7º, Lei nº 10.848/2004).

� Compete ao MME, mediante critérios de suprimento propostos pelo CNPE, disciplinar a forma de cálculo da garantia física dos geradores, e à EPE executar os respectivos cálculos (art. 4º, § 1º, do Decreto nº 5.163/2004).

� A garantia física será definida e publicada pelo MME e constará no contrato de concessão ou ato de autorização (art. 2º § 2º do Decreto nº 5.163/2004).

11/3/2014

8

Aferição da garantia física

� Análise técnica individualizada de cada usina geradora, mediante vistoria in locu;

� Devem ser aferidos na análise os seguintes parâmetros:a) Rendimento das máquinas;b) Exclusão dos períodos de manutenção programa e

paradas de emergência;c) Curva Cota x Volume do reservatório;d) Batimetria do reservatório;e) Série de vazões;f) Impacto dos projetos de irrigação ao longo dos rios;g) Assoreamento;h) Afluências.

Revisão da energia assegurada

� O Decreto nº 2.655/98 (art. 21, § 4º) determina que a energia assegurada das usinas deve ser revista (i) a cada 5 anos (revisão ordinária), ou (ii) na ocorrência de fatos relevantes (revisão extraordinária).

� As revisões não podem reduzir mais do que 5% do valor definido na última revisão, limitadas, em todas as revisões, a 10% do valor da base definido no contrato de concessão ou outorga de autorização (art. 21, § 5º, do Decreto nº 2.655/98).

11/3/2014

9

Cálculo

� Até 2004, o cálculo da energia assegurada das usinas despachadas centralizadamente era realizado pelo Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão dos Sistemas Elétricos – CCPE e ONS, segundo critérios definidos no Submódulo 7.8 – Cálculo da Energia e Potência Asseguradas dos Aproveitamentos Hidrelétricos dos Procedimentos de Rede.

� Para as PCH’s era calculado pela ANEEL (Resolução nº 169/2001)

� A partir da publicação do Decreto nº 5.163/2004, a definição da forma de cálculo ficou à cargo do MME e a execução do cálculo à cargo da EPE.

Evolução do critério geral de suprimento

� Resolução CNPE nº 1/2004 definiu, como critério geral de garantia de suprimento, que o risco de insuficiência da oferta de energia no SIN não poderá exceder a 5%, em cada um dos subsistemas.

� A Resolução CNPE nº 9/2008 alterou o critério de cálculo da garantia física para os novos empreendimentos, estabelecendo para o cálculo e para o planejamento da expansão da oferta a igualdade entre o Custo Marginal de Operação – CMO e o Custo Marginal de Expansão – CME, respeitando o limite para o risco de insuficiência da oferta em 5%.

� Houve alteração do critério para cálculo das garantias físicas, mas os certificados já emitidos não foram alterados.

11/3/2014

10

CME x CMO

Portaria MME nº 303/2004

� O MME definiu, conforme os critérios gerais de garantia de suprimento, os montantes das garantias físicas dos empreendimentos de geração.

� A garantia física das usinas de geração hidrelétrica, exceto Itaipu Binacional, passou a ser o valor vigente na data da publicação da Portaria, estabelecido pela ANEEL, a título de energia assegurada, até 31 de dezembro de 2014.

� A Portaria descumpriu o comando regulamentado no art. 21, § 4º, do Decreto nº 2.655/98, ao não revisar a energia assegurada das usinas a cada 5 anos.

11/3/2014

11

Indenização

� A determinação de se prorrogar a revisão da energia assegurada, de 2004 a 2014, sem efetuar a respectiva revisão ordinária dos montantes, a cada 5 anos, constitui-se ato ilícito. O Decreto nº 5.163/2004 é norma hierarquicamente superior à Portaria MME nº 303/2004.

� Ato do Poder Público (MME) é passível de indenização quando caracterizada (i) a ilegalidade do ato, (ii) o prejuízo ao agente e (iii) o nexo causal entre ambos (liame).

� As usinas que estão com sua energia assegurada subdimensionada estão sendo prejudicadas em relação às demais usinas com energia assegurada superdimensionada. Há enriquecimento sem causa por parte destas em desfavor daquelas, causadas por ato do Poder Público (arts. 964 e ss. do Código Civil).

Indenização

� Ofensa aos princípios constitucionais da livre concorrência e da isonomia que deve haver entre os agentes regulados (arts. 2º e 170, inciso IV, ambos da Constituição Federal de 1988).

� Aplica-se a prescrição quinquenal ao caso concreto (art. 1º do Decreto nº 20.910/32).

� Se a energia assegurada estiver subdimensionada, cabe indenização pelo prejuízo no período de 5 anos.

� Se a energia assegurada estiver superdimensionada, cabe indenização se houver prejuízo, o que inclui a atual exposição contratual das usinas participantes do MRE (GSF menor que 100%), e o período em que houve benefícios.

11/3/2014

12

Indenização

� GSF (Generation Scaling Factor) é o fator de rebaixamento da garantia física, que ocorre quando a geração das usinas é inferior à garantia física das usinas do SIN. Esse déficit é rateado, proporcionalmente, entre as usinas participantes do MRE, cujo resultado pode causar exposição ao Mercado de Curto Prazo ao PLD.

� Estima-se que de janeiro a setembro de 2014, o prejuízo das usinas participantes do MRE tenha alçado a cifra de 16,1 bilhões (Fonte: O Estado do São Paulo, 07/09/2014).

� Todos os benefícios e prejuízos, portanto, devem estrar nesta conta para apurar se há a caracterização do dano para eventual ressarcimento (indenização) em face da União Federal, mediante perícia contábil.

Nota Técnica MME/CCPE - ONS

� Anexo I da Portaria MME nº 303/2004.

� Na metodologia para estabelecer a energia assegurada, utiliza-se a premissa de rateio da energia assegurada do conjunto das usinas hidrelétricas com base nas energias firmes e período crítico (1949 a 1956).

� A finalidade do período crítico é garantir o abastecimento mesmo em situações adversas (segurança energética).

� Nestes anos, a afluência hidráulica decresceu sensivelmente e os reservatórios hidráulicos puderam ser normalizados somente após 4 a 7 anos.

11/3/2014

13

Período crítico na Região Sudeste (1949 a 1956)

Fonte: STEINBERGER, Johann Michael. Integração em larga escala de geração eólica em sistemas hidrotérmicos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2012.

Portaria MME nº 258/2008

� Define a metodologia de cálculo da garantia física de novos empreendimentos de energia conectados no SIN e despachados de forma centralizada.

� São utilizados dois programas para aplicar os parâmetros de simulação definidos na Portaria, a saber:

a) NEWAVE, desenvolvido pelo CEPEL, na versão para cálculo da garantia física, utilizado para simulações energéticas em sistemas equivalentes;

b) MSUI, desenvolvido pela ELETROBRAS, utilizado para usinas individualizadas.

11/3/2014

14

Encargo de Energia de Reserva – EER

� Foi instituído pelo art. 3º e 3º-A da Lei nº 10.848/2004, e regulamentado pelo Decreto nº 6.353/2008.

� Encargo criado com vistas a garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica, mediante a contratação de energia de reserva, através de leilões (LER).

� Seus custos são rateados entre todos os consumidores (livres e cativos) conectados no SIN.

� Segundo o TCU, foi instituído para equalizar o superdimensionamento das garantias físicas, com vistas a manter os contratos existentes e o direito à energia assegurada conferida as usinas.

Resolução ANEEL nº 337/2008

� Estabelece as disposições relativas à contratação de energia de reserva e aprova o modelo de Contrato de Uso da Energia de Reserva – CONUER.

� É instituída uma Conta de Energia de Reserva – CONER, administrada pela CCEE para realização de operações associadas à contratação e uso da energia de reserva.

� A energia de reserva se difere do restante da comercialização livre e regulada, pois essa energia não constitui lastro para revenda da energia.

� Por isso é liquidada no mercado de curto prazo, em que a CCEE cria um agente de mercado virtual para representar a operação, com perfil de geração.

11/3/2014

15

Nota Técnica nº 209/2008-SEM-ANEEL

� Subsidia a Audiência Pública nº 055, que deu origem à Resolução Normativa nº 337/2008.

� A SEM assume a premissa de que todas as unidades consumidoras devem pagar o encargo, em face do benefício decorrente do aumento da segurança no fornecimento de energia elétrica.

� Em sua análise, a SEM afirma que a finalidade da energia de reserva é acrescentar garantia física ao SIN.

�Esta afirmação reforça a conclusão do TCU de que a finalidade da energia de reserva é para cobrir o déficit de garantia física do SIN, decorrente do atual superdimensionamento das garantias físicas das usinas.

Acórdão TCU nº 012.949/2013-2

� Acórdão publicado em 07/05/2014, cujo assunto abordou todos os aspectos relacionados à segurança energética.

� Ao analisar os impactos nas garantias físicas das usinas, decorrentes dos despachos fora da ordem de mérito, o TCU aponta que:a) Existem metodologias diferentes para o cálculo de

garantias físicas; eb) Foram utilizados parâmetros que não refletem a real

operação do sistema para a definição dessas garantias. � Isso resultou em uma superavaliação da carga crítica do

sistema interligado: a soma das garantias físicas das usinas é maior que a atual garantia física total do sistema.

11/3/2014

16

Acórdão TCU nº 012.949/2013-2

� Esse desequilíbrio é inadequado e compromete os objetivos almejados de manter o risco de déficit em níveis aceitáveis.

� A contratação de usinas com lastro comercial superdimensionado, quando comparado ao lastro físico, pode (i) elevar os custos de operação do sistema e (ii) deteriorar a segurança do abastecimento.

� O MME, ao ser questionado sobre a necessidade de efetuar a revisão quinquenal das garantias, restringiu-se a afirmar que a Portaria nº 303/2004 estabeleceu a vigência da energia assegurada até 31/12/2014.

Acórdão TCU nº 012.949/2013-2

� Há um desequilíbrio implícito com a contratação da energia de reserva, que torna o sistema mais caro ao cobrar os custos de todos os consumidores.

� Segundo o TCU, consumidor paga duplamente pela energia:a) a distribuidora compra em leilão uma energia que não é

suprida, pois os lastros comercial e físico da usina geradora estão descasados;

b) a distribuidora vai ao mercado de curto prazo para suprir o déficit e ainda paga o encargo de energia de reserva.

� TCU solicita que o MME inicie os estudos para revisar as garantias físicas o quanto antes.

11/3/2014

17

Conclusão

� No atual cenário de escassez de água (seca prolongada), com o PLD elevadíssimo, é imprescindível a revisão dos montantes de energia assegurada de todas as usinas.

� A revisão das garantias físicas iria aliviar a atual exposição contratual que os agentes de geração participantes do MRE estão suportando.

� A avaliação deve ser realizada in locu, atendendo todos os critérios técnicos necessários, o que demanda tempo e recursos.

� A União Federal pode ser responsabilizado pela não revisão das energias asseguradas a cada 5 anos.

Bibliografia

� ANEEL. Cadernos Temáticos ANEEL n. 3. Energia Assegurada. Brasília, 2005.

� BOURGES, Fernando. Planejamento da operação de pequenas centrais hidrelétricas: enfoque sistêmico. Curitiba: UFPR, 2009.

� GASTALDO, Marcelo Machado e BERGER, Pablo. Bases regulatórias da energia assegurada das usinas hidrelétricas.Revista O Setor Elétrico, São Paulo, n. 43, cap. VIII, ago. 2009.

� GIRARDI, Claudio. Da tarifa de energia de otimização – TEO e de Itaipu Binacional. Parecer jurídico elaborado para a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica – APINE. Brasília, dez. 2009.

� MIDEA, Leonardo Granada, GALVÃO, Luiz Claudio Ribeiro e PRADO JR., Fernando A. Almeida. Análise econômica financeira comparativa da autoprodução direta ou conectada ao SIN - um estudo de caso. Revista Brasileira de Energia, vol. 15, nº 2, 2º sem., 2009, pp. 33-57.

� STEINBERGER, Johann Michael. Integração em larga escala de geração eólica em sistemas hidrotérmicos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2012.