12
os estudantes respondem como vão pra faculdade E agora? O que fazer depois da graduação E o mundo fica rosa, confira por que! Intercâmbio: saiba como é a vida dos universitários lá fora Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Um produto 83 Edição

Revista alternativa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Revista alternativa

os estudantesrespondem como

vão pra faculdade

E agora? O que fazer depois da graduação

E o mundo fica rosa, confira por que!

Intercâmbio:

saiba como é a

vida dos

universitários lá

fora

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Um produto

83Ed

ição

Page 2: Revista alternativa

MenuReitor da UFRBProf. Dr. Paulo Gabriel S. NacifDiretora do CAHLProfa. Dra. Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo Ribeiro Prof. Dr. José Péricles Diniz

Diretor de RedaçãoProf. Dr. J. Péricles Diniz

Edição e diagramaçãoFernanda LemosGabriela NascimentoValério Amós

CapaFernanda LemosValério Amós

Votar é algo extremamente importante para participar da escolha da qualidade da repre-sentação política no país. Em pleno período eleitoral, a ALTERNATIVA não podia ficar de fora dessa. Pensando em ajudar os jovens eleitores em dúvidas frequentes, nós deci-dimos derrubar alguns mitos que correm de boca em boca e nas redes sociais. Você sabe a diferença entre voto nulo e bran-co? O que são votos válidos? O que muda no segundo turno? Vamos esclarecer essas questões para você baseadas nas informações oficiais divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Qual a diferença entre voto nulo e branco?Muita gente alimenta o mito de que o voto branco é transferido para o candidato que está ganhando, enquanto o nulo pode cancelar as eleições. Tudo balela. Na realidade, o voto branco acontece quando o eleitor aperta a te-cla branco na urna e esse voto, ao contrário do

Gabriela Nascimento

Responde? ?

?que se pensa, não vai para ninguém. O sentido do voto branco é o eleitor dizer que não sina-liza preferência por nenhum candidato e que para ele “tanto faz” quem ganhar o pleito. Já o nulo é quando o eleitor digita números inexis-tentes nas eleições, como o 00 ou 99, e assim como o branco ele não é contabilizado para nenhum candidato . A diferença é o que sen-tido desse voto é pra demonstrar que o eleitor não quer escolher um candidato por achar que nenhum deles deve ocupar o cargo, normal-mente são votos de protesto. Os dois tipos de votos são usados como indicadores para fazer análise do cenário eleitoral, mas ambos não são contabilizados como votos válidos.As eleições podem ser anuladas e refeitas devido os votos nulos?Os votos nulos não são contabilizados, por-tanto não fazem diferença para a escolha do candidato. Muita gente acredita que pela constituição, as eleições devem ser refeitas se metade dos votos forem nulos ou se ainda me-tade da população não comparecer as eleições.

Isso também é lenda. O que anula a eleição é a nulidade dos votos que provoca grande confusão na interpretação. As eleições podem sim ser canceladas, mas só se houver nulidade que nada mais é que a constatação de fraude nas eleições que impossibilitem o candidato ganhador de assumir o cargo. Nessa situação, o Código Eleitoral determina novas eleições num período de 20 a 40 dias. Quem não compareceu no primeiro turno pode votar no segundo?O eleitor que não compareceu no primeiro turno precisa justificar a ausência para conse-guir votar no segundo. É necessário preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE) e entregar no dia da votação. O formu-lário é gratuito e está disponível nos cartórios eleitorais, nos postos de atendimento ao elei-tor, no site do TSE, além dos locais de votação e justificação. No dia de votar, é só levar o RJE preenchido e do documento de identificação para os postos de recebimento. O prazo para a justificação é de 60 dias após cada turno.

No dia em que saí de casa

De casa pra faculdade

E o mundo é cor de rosa

De malas prontas

Quando o coração bate mais forte

E agora?

Papo universtário

5

3

4

6

8

10

11

Page 3: Revista alternativa

3

No dia em que saí de casa...Vinicius Teles

Sair da casa dos pais e morar sozinho é um desafio muito grande para umas pessoas, porém é um processo que se torna necessário para alguns universitários. É preciso se adaptar a

outra cidade e rotina , além de assumir res-ponsabilidades que antes eram dos pais. Tem de estudar, fazer as tarefas de casa, lidar com a solidão e com pessoas de mundos diferen-tes. Estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) contaram o que as suas experiências de morar sozinhos lhes proporcionou.

Tempos de mudanças

Esse processo foi difícil para Sylvia Souza, estudante do 1° semestre de Artes Visuais. Ela chegou a Cachoeira em meados de julho deste ano, deixando sua cidade - Santa Tere-sinha, distante 80 Km de Cachoeira - família, amigos, enfim, um mundo que ela conhecia perfeitamente para se aventurar rumo ao desconhecido. “No início a adaptação foi mais complicada, principalmente por não conhecer ninguém, mas depois que a gente faz amizades tanto dentro da universidade quanto fora as coisas ficam mais fáceis”, pontuou. Para Sylvia foi muito tranquilo morar com outras pessoas dividir as tarefas doméstica, mas quanto a saudade de casa ela afirmou que “agora está mais tranquilo, até porque vou para lá a cada quinze ou vinte dias, e estou sempre falando com meus pais, então nem dá para sentir muita falta não, achava que a saudade iria ser maior”, relatou.

Aprendizados

A estudante do 1° semestre de jornalismo Emanuelle Macedo, contou que devido à distância (sua cidade natal, Eunápolis, fica no extremo sul do estado, há “apenas” 520 Km de Cachoeira) não vai com frequência em casa como a maioria dos estudantes que moram perto. Ainda assim ela disse que isto serve como um aprendizado. “Eu acho que é uma mudança necessária para o meu amadu-recimento, tem dificuldades mas é normal, as vezes você não sabe o que fazer, até por não conhecer ninguém, mas é construtivo e indis-pensável ‘sair da barra da saia da mãe’. Você tem de se adequar aos outros e a si mesmo”, concluiu.Ana Caroline Santos, atualmente no 3° se-mestre de Jornalismo, deixou 120 km de sau-dade para trás em Serrinha, no sertão baiano, e colocou a questão do convívio como principal lição adquirida por ela neste primeiro ano de universidade. “Eu tive de me adaptar, pensava que ao chegar aqui poderia continuar com o mesmo comportamento da casa de meus pais, mas não, eu acabei amadurecendo ao conviver com outras pessoas. Foi um processo demorado pois as pessoas nunca são iguais a gente, mas com paciência a gente consegue. Hoje não sou mais a mesma pessoa de quando cheguei” confessou. Ana Caroline também fez um alerta aos ingressantes para as deficiências existentes no campus como também mandou uma dica para os novatos nos cursos “Eu daria a dica de não vir com muita expectativa, pois o campus tem uma série de deficiências, e que é preciso ter responsabilidade, até mesmo maior do que se tinha na época da escola, ter ‘uma outra cabe-ça’, quando se entra na universidade é preciso assumir uma postura diferente” enfatizou.A entrada na Universidade pode ser um dra-ma para alguns, mas também tem sua parte proveitosa. Dentro da Academia o estudante pode desenvolver pesquisas em grupos de estudos, conhecer novas pessoas, ambientes, culturas e experiências. No meio acadêmico é preciso se ‘virar’, ‘andar com suas próprias pernas’, ser independente. Neste momento o estudante cresce não só intelectual mas tam-bém socialmente. Por isso o convívio social no meio universitário é de grande importância para o desenvolvimento estudantil.

No dia em que saí de casa

De casa pra faculdade

E o mundo é cor de rosa

De malas prontas

Quando o coração bate mais forte

E agora?

Papo universtário

5

Foto: Vinicius Teles

Page 4: Revista alternativa

4 | alternativa

PedalandoKarolina Oliveira, Eng. de pesca- Cruz das AlmasEu moro relativamente perto da faculdade, a cerca de 2km, por isso eu opto por ir de bicicleta! Levo em média 11 min para chegar à aula e vou de bicicleta porque é bem melhor do que ir andando. Como não tenho outro meio de trans-porte, a minha terceira opção seria o uso do moto-táxi, que é pago e muito caro, ele me levaria até a porta da faculdade e o ônibus me levaria até o meu pavilhão, já que o ônibus não passa nem perto da minha casa.

Alguns podem até dizer que entrar na faculdade é a parte mais complicada da vida de um estudante, porém o caminho que leva de casa para a faculdade pode ser bem mais complicado do que se imagina. Seja de moto, ônibus, bicicleta ou a pé os universitários procuram as melhores alternativas para chegarem no horário da aula.Apesar da disponibilidade de transportes públicos oferecidos pela faculdade essa não é a primeira opção para alguns alunos. A Alter-

nativa conversou com alguns estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) que contaram como eles vão para a faculdade.

Caminhosalternativos

Vinicius Borges, Biologia- Cruz das AlmasAtualmente eu tenho um automóvel, então hoje eu vou de moto, porém quando eu não tinha eu escolhia um caminho alternativo e ia pela mata. Eu moro praticamente do lado da faculdade, mas se eu fosse pelo caminho real eu demoraria muito mais tempo do que pelo atalho, por isso eu cortava caminho e chegava bem mais rápido na faculdade. Quanto ao ônibus oferecido pela faculdade, não é ruim, mas não bate com os meus horários além de ter uma superlotação, então eu preferia ir andando mesmo. Hoje eu vou de moto e dou carona a algumas pessoas que ficam esperando no ponto.

Vai a pé!Rayanne Silva, Agronomia- Cruz das AlmasEu vou para aula a pé. Às vezes eu pego uma carona com alguém conhe-cido, mas na maioria das vezes eu não acho. No meu campus os prédios são todos distantes um do outro o que torna o caminho cansativo, apesar de ônibus serem disponibilizados pela universidade, raramente consigo usu-frui-lo, pois os horários são um pouco restritos. Então, como não tenho um meio de transporte próprio, só me resta ir a pé.

Vai pra onde?Luan Torres, Jornalismo- Cruz das Almas/ CachoeiraEu moro em Cruz das Almas, mas estudo no campus de Cachoeira e nem a faculdade e nem o governo da minha cidade disponibiliza transporte para situações como a minha, então só tenho duas opções: pegar uma topic fretada, ou pegar topic de linha. Eu opto pela topic de linha porque o custo beneficio é melhor, sem falar da liberdade de horários. Porém é muito ruim ter que se deslocar todos os dias para ou-tra faculdade com esse tipo de transporte, pois você tem que se preocupar com os horários, além da superlotação que deixa a viagem muito desconfortável.

De casa para faculdadeUm longo caminhoFernanda Lemos

Fotos: Fernanda Lemos

Page 5: Revista alternativa

Desde a última década do século XX que no mês de ou-tubro a vida muda de cor e tudo fica com um toque de rosa. Isso não é nenhum poder sobrenatural, ou mágica, é apenas o movimento Outubro Rosa, um movimento que nasceu nos Estados Unidos com objetivo de lem-

brar as pessoas sobre o câncer de mama.O movimento se espalhou pelo mundo inteiro e uniu povos e raças que começaram a levantar a bandeira para essa causa que visa alertar as mulheres dos perigos do câncer de mama e como é importante o diagnostico precoce. Tornou-se comum iluminar prédios e monumen-tos com luz rosa e usar laços e roupas que representassem o apoio ao movimento.Hoje o Outubro Rosa é um movimento internacional e todo o mundo fica cor rosado nesse mês. Aderindo a campanha, a Universidade Fe-

E o mundo é cor de rosa!

deral do Recôncavo da Bahia (UFRB) iluminou seus prédios, colocou laços em árvores e fez todos os alunos lembrarem-se da importância do diagnóstico e tratamento do câncer de mama.“É muito comum vermos pessoas mais velhas estudando na universi-dade, então essa campanha é importante para alertar essas pessoas a se prevenirem e fazer a mamografia periodicamente. Além disso, é bom para os alunos levar essa mensagem para as mães, avós, tias e propa-gar essa ideia”, declarou a estudante de psicologia da UFRB, Tatiane Barbosa.Durante a noite os prédios da UFRB se iluminam e expressam o desejo de luta contra essa doença que está presente na vida de muitas pessoas não só no mês de outubro, mas em todos os meses do ano. A intenção é fazer com que as pessoas se preocupem com esse fato por pelo menos por 30 dias.Os estudantes da UFRB decidiram levar essa campanha para internet e é comum ver nos feeds de várias redes sociais as fotos do cenário iluminado pelo rosa da campanha. Porém, apesar de toda manifestação, alguns alunos reclamam que ainda falta um apoio maior a causa.“Eu gostei muito da iniciativa, porém, acredito que deva haver mais manifestações como essa, palestras, cartazes nos campis e coisas pa-recidas para tirar dúvidas e mostrar solidariedade com esse assunto”, afirmou a estudante de jornalismo Adriele Strada.Seja um movimento grande ou uma pequena ação, o importante é que a vida de alunos, funcionários e visitantes da UFRB foram coloridas de uma forma diferente nesse mês, fazendo lembrar-se da importância do diagnostico precoce e do tratamento do câncer de mama.

Fernanda Lemos

5

Page 6: Revista alternativa

Intercâmbio universitário é uma ótima pedida para quem sempre quis morar fora do país. A oportunidade de conhecer o mercado e profissionais da sua área, atuantes em culturas completamente diferentes, faz os olhos de muitos jovens brasileiros brilharem. No dicionário português, a palavra intercâmbio quer dizer troca.

É exatamente isso que esse universo cria, a troca de culturas, de experi-ências, de idiomas e percepções da vida. Provavelmente o estudante vai levar na bagagem muito do que aprendeu em sua terra e sofrerá grandes influências na sua nova casa. Londres, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Canadá ou até na China, não importa, vivenciar as delícias que cada país desse pode proporcionar é o que impulsiona o intercambista.Mas vontade não é suficiente para se

aventurar a sair do nosso Brasil e embarcar para essa nova vida. É funda-mental que o universitário conheça a língua mãe do seu destino. Por isso vários jovens buscam aprender novos idiomas para conseguir a tão sonha-da bolsa.Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) são ofereci-dos cursos de inglês, espanhol e francês. Esses cursos são de iniciativa da Superintendência de Assuntos Internacionais da instituição é gratuito e auxilia bastante quem tem o interesse de sair do país.O Governo Federal tem o programa de intercâmbio Ciências sem Fron-teiras, que é uma criação do Ministério da Educação (MEC) e do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Segundo dados oficiais, já levou cerca de 53 mil brasileiros para todo o globo.

Gabriela Nascimento

6 | alternativa

Page 7: Revista alternativa

[ ]Tudo é pago

pelo Governo

Alguns requisitos básicos para conse-guir a bolsa são:Ter nacionalidade brasileira

Estar regulamente matriculado em um curso de nível superior nas áreas contempladas pelo programa

Ter cumprido no mínimo 20% e, no máximo 90% do currículo previsto para o curso

Ter um bom desempenho acadêmico

Apesar de o programa ter levado milhares de jovens brasileiros para o mundo inteiro, ele não contempla a área de humanas, motivo inclusive de brigas e processos dos estudantes contra o Governo por se sentirem desprestigiados e lesados.

Conheça 10 cursos e 10 destinos que o Ciências sem Fronteiras ofe-recem*Engenharias e demais áreas tecno-lógicas*Biologia*Petróleo, Gás, e Carvão Mineral*Produção Agrícola e sustentável*Biotecnologia*Tecnologia Mineral*Energias Renováveis*Computação*Nanotecnologia*Tecnologia Aeroespacial

*Alemanha*Austrália*Canadá*China*Coreia do Sul*Estados Unidos*França*Índia*Japão*Rússia

Se re-lacionar com pessoas

de outras culturas é algo muito interessante, poder compartilhar suas ex-

periências,falar sobre seu país e escutar muitas coisas também. Todos querem saber muito sobre o

Brasil e sempre nos recepcionam bem. Estou curtindo bastante viver no Canadá, é um país muito bonito com

vários lugares para visitar e bastante organizado também. Mas tudo se tornar interessante quando começamos a nos adaptar ao estilo de vida numa cultura diferente. Passar os feriados realizando costumes específicos que nunca vivemos antes, como experimentar a famosa “pumpkinpie” no Dia de Ação de Graças ou ver todos fantasiados no Hallowe-

en passando pelas casas e falando “travessuras ou gostosuras?”.

Eto Carvalho, 28 anos, estudante de Agronomia da UFRB.

Intercambista no Canadá.

Aqui aprendi a simples-

mente aceitar as pessoas como elas são e aprendi a respeitar a cultura

dos outros, por mais que pareça extremamen-te estranho aos meus olhos. Além disso, aprendi a

“me virar sozinha”, ou como dizem por aí “dar meus pulos” na hora que a situação apertar. Aliás, intercâm-

bio também é muito isso: amadurecimento.Aqui não tem mãe, pai, família e os velhos amigos pra te dar suporte uma situação difícil. Mas posso afirmar que, por mais que pareça muito difícil, está sendo a melhor experiência da minha vida até hoje.

Raíza Freitas, 23 anos, estudante de odontologia daUFBA. Intercambista no Canadá.

7

Page 8: Revista alternativa

Quando o coração bate mais forte

Quando vemos um casal na rua, raramente nos pergunta-mos como poderia ter iniciado aquele relacionamento. Na universidade podemos notar alguns casais que nos aguçam a curiosidade para esse assunto, já que o am-biente universitário é um lugar propício para a paquera.

Para falar sobre o assunto entrevistamos casais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), vindo de outras cidades baianas, que se conheceram e iniciaram o seu relacionamento no ambiente acadê-mico. Não deixamos de fora os solteiros de plantão. Fábio Reis estuda História e namora com a aluna de Museologia Juliane Silva há dois anos. Eles contaram que quando se conheceram, alguns fatores foram determinantes para se sentirem atraídos um pelo outro. Fábio destacou que, as poucas vezes que teve contato com Ju-liane, o fato de compartilharem os mesmos projetos de vida, foi o que chamou atenção. “Além disso, a simpatia e o sorriso fácil foram funda-mentais”, lembrou. Juliane tem opinião parecida. “Eu fiquei interessada, porque a conversa era agradável, tínhamos afinidades, pretensões de vida parecidas”, considerou.

“a única certeza que tenho é que amor entre nós não falta, e isto fará com que possamos estar sempre juntos, inclusive após esta trajetória acadêmica”

Murilo Santana

Valéria Mercês

8 | alternativa

Page 9: Revista alternativa

9

Para o casal, o namoro ajudou nos estudos. “O companheirismo é o principal elemento para o bom desempenho estudantil. A gente se ajuda tanto nas atividades acadêmicas, quanto nas coisas da vida e para mim que tenho meus familiares morando bem longe, isso é muito importante”, assumiu Juliane.Com o tempo os planos para o futuro começam a aparecer. É o que aconteceu com os estudantes de Jornalismo Lídio Chaves e Valéria

Foto:s Murilo Santana

Mercês. “Depois de mais de um ano juntos, o casal começa a pensar no futuro – não faz sentido está tanto tempo junto e não pensar” , afirmou Lídio. Para Valéria “a única certeza que tenho é que amor entre nós não falta, e isto fará com que possamos estar sempre juntos, inclusive após esta trajetória acadêmica”. Os estudantes solteiros, por sua vez, pensam sobre o namoro entre universitários de forma diferente. Vinicius Zacarias, do curso de Museologia reflete que o namoro entre “pessoas de diferentes regiões, pode se originar a partir de uma questão de carência, saudade dos familiares ou um sentimento de solidão. São coisas bem momentâneas por conta da efervescência universitária”. Vonaldo Mota de 43 anos cursa Cinema e disse que nunca teve nenhum relacionamento afetivo na universidade. “Acho que, por ser mais velho, de uma outra geração, e a maioria ter idade inferior à mi-nha, destoo um pouco da preferência das pessoas”, explicou. Ele disse ainda que está sempre aberto a conhecer novas pessoas. “É só as pes-soas se manifestarem. Não se manifestam não sei porquê. Engraçado, nas redes sociais, por exemplo, eu sou muito assediado”, concluiu.

“Depois de mais de um ano juntos, o casal começa a pensar no futuro – não faz sentido está tanto tempo junto e não pensar”

Lídio Gabriel

Page 10: Revista alternativa

10 | alternativa

Com a proximidade do fim da graduação, estudantes que não têm nenhuma experiência profissional sentem medo do futuro fora da universidade. Surgem preocupações como o mercado de trabalho, dúvidas sobre o preparo acadêmico e as especializa-ções depois de formados. É nesse momento que surge a crise do

“E agora?”.O medo de virar mais um número em estatísticas de desemprego no país faz com que estudantes se perguntem se terão um futuro promissor. Esse questio-namento não foi diferente para Sergio Cayres, que está terminando o curso de Direito na Unifacs em Salvador. Para ele, sua área muito ampla de atuação e a grande quantidade de concorrentes causa um pouco de medo.“Por um lado encontro satisfação de estar concluindo um curso de graduação, mas por ou-tro o medo do futuro se faz muito presente justamente em razão das minhas incertezas”, assumiu. O comportamento do “E agora?” se explica pela realidade do cenário social. Foi o que disse o Professor Doutor em Jornalismo Luiz Nova. “Vivemos na sociedade de competição exacerbada que caminha para uma potencialização do econômico e não para o fortalecimento do humano. Nesse contexto, o jovem que é o humano em ascensão no sentido de intervenção na sociedade está profundamente inseguro e com dificuldade de se localizar” explicou. Uma forma de diminuir a preocupação e aumentar as expectativas positi-vas para a vida pós-faculdade é buscar entrar no mercado de trabalho ainda quando estudante. Foi o caso de Jordane Queila formada em Jornalismo que

estagiou durante o curso. “Se inserir logo no mercado através de estágios ou trabalhos voluntários é muito válido porque o estudante sai literalmente da teoria para a prática que é completamente diferente, além de começar a criar afinidades profissionais. Dá mais segurança para cair no mercado como profissional formado”, contou. Já para Robson Moreira, estudante do oitavo semestre de Cinema e Audio-visual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), “conseguir trabalhar durante a graduação é mais questão de sorte do que de competên-cia. Sorte seja para conseguir criar contatos ou receber ajuda de amigos. O mercado já está saturado. Para quem já está formado é ruim, imagina para quem não está formado ainda?”. Por conta das dúvidas e incertezas, a ALTERNATIVA dá uma dica para quem está na fase da graduação: se qualifique. As mudanças costumam causar medo em todo mundo e com essa transição não é diferente. O impor-tante é buscar ao máximo turbinar o currículo acumulando conhecimentos para fazer disso um diferencial.Para conseguir isso vale de tudo, seja estágio, cursos para se especializar e dominar ferramentas da área, participar ou criar projetos inovadores em relação ao curso, ou até mesmo falar outra língua. É preciso aproveitar toda e qualquer oportunidade para aprender seja de forma remunerada ou não, porque é na universidade que se inicia a carreira profissional.

E AGORA?Gabriela Nascimento

“Conseguir trabalhar durante a graduação é mais questão de sorte”Robson Moreira

Foto

: rep

rodu

ção

Page 11: Revista alternativa

11

O motivo mais belo para seguirSe me perguntassem há um ano e meio atrás o que me motivava na vida, talvez eu respondes-se que fosse a vontade de me realizar profissio-nalmente. Mas como as coisas mudam nossa maneira de pensar, descobrir a partir do mo-mento em que gerava meu filho no ventre, que a minha concepção de enxergar a vida muda-va. Passei a ver que o amor que crescia dentro de mim, me fazia analisar as coisas com mais calma e sensatez, diferente da gangorra do cotidiano.Mas confesso, no inicio tive medo de tudo que estava por vir. Questionei-me o que é ser mãe, e todos me respondiam: Você nunca brincou de boneca? É a mesma coisa menina, nasce-mos com isso! Mas eu percebi que era muito mais do que isso. É o aprendizado de todos os dias, a relação de cuidado, é saber que alguém depende de você e que por isso você precisa ser forte em qualquer circunstancia da vida. É acreditar que uma lagrima pode secar apenas com um sorriso inocente. Comecei a entender o que é ser mãe com o contato de cada dia.Era chegada a hora de voltar para a Univer-sidade, o momento mais difícil dessa cami-nhada. Foram oito meses mais intensos e radiantes da minha vida sem sair de perto dele. No primeiro momento acreditei que não

conseguiria voltar. Pensei em desistir várias vezes só para não ficar longe dele. Comecei a pensar como seria a minha vida de ser mãe e ser estudante de jornalismo. E olha que não são tarefas nada fáceis. Mas quando você pensa que alguém precisa da sua proteção e do seu exemplo de coragem, sua concepção muda. Compreendi que poderia ir além dos meus medos. Disse para mim mesma: “Clécia, caia na real! Sua vida agora tem um motivo a mais para seguir. Um motivo que te alegra todos os dias”. Observei que estes dois pontos em polos diferentes, poderiam ser ligados por uma ponte de coragem, perseverança mas de principalmente, amor materno. Seria tolo dizer que ser estudante é uma tarefa simples, principalmente quando você escuta que você tem que ler o tempo todo, escrever e está “antenada” em tudo. Contudo, analisei que muitas pessoas, principalmente mulheres lidam com seus papeis de ser mãe, mulher, es-posa, estudante, profissional e muitos outros, e porque eu não poderia?No dia em que Benício, meu filho, nasceu percebi que eu nascia junto com ele. Quando seus olhinhos de jabuticaba me olharam pela primeira vez, compreendi que todo o meu lado individualista, ou até mesmo egoísta,

desaparecia. Pude entender a expressão que minha mãe tanto usou: “Quem mexer com minha filha eu viro uma leoa!”. Descobrir que o amor mater-no fortaleceu a von- tade de protegê-lo, e que a sua inocência tão bela, se tornava o motivo mais esplendido para seguir em frente, e que as difi-culdades de ser estudan-te diante de seu sorriso desa-pareciam. A tranquilidade que a materni-dade me trouxe, acalmou meu cora- ção me proporcionando a serenidade para compreen-der a vida e o complexo e adorável universo da universidade. Hoje sim posso dizer que me sinto completa!

Clécia Junqueira

Papo Universitário

Page 12: Revista alternativa