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1 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019) 19-21 NOVEMBRO 2019 RIOCENTRO (PAVILHÃO 5) RIO DE JANEIRO - RJ A N A I S A N A I S A Revista do Médico-Veterinário SUPLEMENTO I - VOL. 132

Revista Anclivepa Parte 1 - Riovet Trade Show 2020riovet.rio.br/wp-content/uploads/2019/11/Revista-Anclivepa-2019-Final-1.pdf · ao Grupo LK garantem o sucesso do evento, pensado

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1VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

19-21 NOVEMBRO 2019RIOCENTRO (PAVILHÃO 5)

RIO DE JANEIRO - RJ

A N A I SA N A I S

A Revista do Médico-Veterinário

SUPLEMENTO I - VOL. 132

2 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

3VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

APRESENTAÇÃO

Paulo Daniel Sant Anna Leal, MV, MSc, DScVPresidente do VIII Congresso ANCLIVEPA RIO 2019

A Associação Nacional de Clínicos Veterinários do Rio de Janeiro - ANCLIVEPA/RJ, tendocomo Presidente o médico veterinário Rogério Mello de Souza Lobo, dá continuidade aocompromisso de grandes eventos no Rio de Janeiro, o VIII Congresso Estadual da ANCLIVEPARJ, em parceria com a RioVet Trade Show, feira nacional de negócios e entretenimento doMercado Pet, de 19 a 21 de novembro de 2019, no Centro de convenções RIOCENTRO, Riode Janeiro, é a confirmação da volta dos eventos de qualidade para os médicos veterináriose estudantes ao Rio de Janeiro. O sucesso observado, com a presença de grande público,que se fez presente na feira e no VII Congresso ANCLIVEPA RIO-2018, nos fez ter a certeza deuma grande evento em 2019, com treze palestrantes internacionais, de grande destaque namedicina veterinária mundial e referência nas suas áreas de atuação, além dos palestrantesnacionais, com a oferta de Simpósios e os Cursos Pré-Congresso, são oportunidades a maisde conhecimento e atualização. Esse projeto é fruto de muito trabalho e empenho de todosos envolvidos e um compromisso da entidade de classe que representa os médicosveterinários de animais de companhia, através da sua atual diretoria.

O Centro de Convenções Rio Centro e a Feira RioVet Trade Show proporciona umainfraestrutura diferenciada, recebendo a todos os participantes. A Comissão Executiva, aliadaao Grupo LK garantem o sucesso do evento, pensado cuidadosamente em todos os detalhespara que o evento tenha a qualidade esperada dos participantes.

O compromisso de estimular a evolução e o compartilhamento de experiênciascientíficas foi mantido, dessa vez, a parceria com a Revista NOSSO CLÍNICO, propiciou aoportunidade de apresentação de estudos de casos e trabalhos científicos, dos participantes,tendo o Professor Doutor Carlos Wilson Gomes Lopes, MV, PhD, LD. DPA/IV/UFRRJ – bolsistaCNPq, como Presidente da Comissão Científica. Com um número recorde de trabalhos noformato RESUMO (90) e na versão SHORT COMMUNICATION (43), totalizando 133 trabalhosaprovados, confirmando o sucesso do VIII Congresso ANCLIVEPA RIO 2019.

O VIII Congresso ANCLIVEPA RIO 2019 é sem dúvida o maior evento médico veterináriode 2019!

4 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

Trabalhos aprovados pela Comissão Científica paraserem apresentados na versão POSTER nas datas ehorários específicos, conforme orientação futura.Todas as informações contidas nos trabalhos são deresponsabilidade exclusiva dos respectivos autores.

A Revista NOSSO CLÍNICO e oVIII Congresso ANCLIVEPA RIO 2019 não possuemqualquer responsabilidade nas informações contidasnos trabalhos aprovados.

Atenciosamente,

PAULO LEALPresidente do VIII CongressoANCLIVEPA RIO 2019

COMUNICADO

A Revista do Médico-Veterinário

5VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

ÍNDICE

1. DIAGNÓSTICO DE COLITE POR INFECÇÃO DO CYNICLOMYCES GUTTULATUS (ROBIN, 1853) EM CADELA COMDIARREIA CRÔNICA: RELATO DE CASO

2. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO NATURAL POR HEPATOZOON CANIS (APICOMPLEXA: HEPATOZOIDAE) EM INFECÇÕESCONCOMITANTES EM CÃO ADULTO SEM RAÇA DEFINIDA NA BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO, RJ: RELATO DE CASO

3. DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO POR CANDIDA ALBICANS E ESCHERICHIA COLI EM CÃO PORTADORDE HIPERADRENOCORTICISMO E DIABETES MELLITUS EM SERVIÇO DE SAÚDE ANIMAL, RIO DE JANEIRO, BRASIL

4. CASUÍSTICA DE PROBLEMAS ODONTOLÓGICOS EM COELHOS E PORQUINHOS-DA-ÍNDIA

5. O USO DE DIFERENTES MODALIDADES DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM PARA DETECÇÃO DE TIMOMA EM COELHO(Oryctolagus cuniculus)

6. REMOÇÃO DE CISTO DE PENA ADERIDO A CARÓTIDA EM PAPAGAIO Amazona aestiva

7. BOTULISMO EM CADELA GESTANTE: RELATO DE CASO

8. ESTERNOTOMIA PARA REMOÇÃO DE TIMOMA EM Oryctolagus cuniculus: RELATO DE CASO

9. ABLAÇÃO TOTAL DE CONDUTO AUDITIVO EM CACHORRO-DO-MATO (Cerdocyon thous): RELATO DE CASO

10. A RELAÇÃO DA OTITE EXTERNA E AS DERMATOPATIAS EM CÃES: ESTUDO RETROSPECTIVO DOS CASOSAPRESENTADOS À POLICLÍNICA DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

11. ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ANTIBIÓTICOS MAIS PRESCRITOS NO ATENDIMENTO CLÍNICO DE CÃES E GATOSNO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ NO PERÍODO DE 2017 A 2019

12. CORPO ESTRANHO LINEAR OBSTRUTIVO INTESTINAL EM CÃO: RELATO DE CASO

13. OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA POR CORPO ESTRANHO EM CÃO: RELATO DE CASO

14. HEMODILUIÇÃO NORMOVOLÊMICA AGUDA EM CÃO: RELATO DE CASO

15. TRONCO ARTERIAL COMUM TIPO II EM CÃO: RELATO DE CASO

16. MANDIBULECTOMIA PARCIAL EM UMA CACHORRA DA RAÇA SCHNAUZE COM NEOPLASIA MALIGNA FUSOCELULARFASCICULADA COMPATÍVEL COM MELANOMA SARCOMATOIDE: RELATO DE CASO

17. UM PSEUDOPARASITO ADELÍDEO ENCONTRADO EM AMOSTRAS FECAIS DE GATO DE SEROPÉDICA, RJ - BRASIL:RELATO DE CASO

18. OCORRÊNCIA DE PIOMETRA E ADENOCARCINOMA UTERINO ASSOCIADO AO USO DE ANTICONCEPCIONAL E CADELA: RELATO DE CASO

19. LEVANTAMENTO DOS ACHADOS EM MONITORAMENTO CONTÍNUO POR HOLTER 24 HORAS EM CLÍNICACARDIOLÓGICA NO RIO DE JANEIRO

20. COR TRIATRIATUM SINISTRUM, COMUNICAÇÃO INTERATRIAL E COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR EM GATOPERSA: RELATO DE CASO

21. DESCRIPTION OF A TRANSVERSUS ABDOMINIS PLANE BLOCK APPROACH AND DYE SPREAD AT TWO DIFFERENTINJECTION VOLUMES IN GUINEA PIGS

22. USO DE ECODOPPLERCARDIOGRAMA NA DETECÇÃO DE QUEMODECTOMA EM AMERICAN STAFFORDSHIRETERRIER: RELATO DE CASO

23. TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL EM REGIÃO OCULAR: UM RELATO DE CASO

24. URETER ECTÓPICO EM CADELA: UM RELATO DE CASO

25. AUXÍLIO AO DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA FELINA

26. CARCINOMA RENAL PAPILAR EM CÃO JOVEM: RELATO DE CASO

27. DIAGNÓSTICO DE ESPOROTRICOSE CUTÂNEA POR IMPRINT EM FELINO: RELATO DE CASO

28. PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA NA POPULAÇÃO DE CÃES E GATOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO:ESTUDO RETROSPECTIVO

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ÍNDICE

29. ESPOROTRICOSE CANINA EM PACIENTE ATENDIDO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADODO RIO DE JANEIRO: RELATO DE CASO

30. ESTUDO RETROSPECTIVO DAS PRINCIPAIS DERMATOPATIAS EM FELINOS ATENDIDOS NA POLICLÍNICADA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ / RJ

31. INTUSSUSCEPÇÃO JEJUNOILEAL DUPLA EM CÃO DA RAÇA SHAR-PEI COM ENTERITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO

32. HIPERCORTISOLEMIA E HIPERINSULINEMIA EM CÃO COM NEOPLASIA PANCREÁTICA: RELATO DE CASO

33. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS AGRESSÕES DE CÃES AOS HUMANOS NOS MUNICÍPIOS DE BARRA DO PIRAÍ,PARAÍBA DO SUL E PARACAMBI / RJ

34. INJÚRIA RENAL AGUDA EM CADELA POR INGESTÃO DE IBUPROFENO: RELATO DE CASO

35. DIAGNÓSTICO DE BRONCOMALÁCIA ASSOCIADA À INFECÇÃO POR Proteus mirabilis: RELATO DE CASO

36. OSTEOSSARCOMA FELINO EM PACIENTE ATENDIDO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADODO RIO DE JANEIRO: RELATO DE CASO

37. LEVANTAMENTO DAS CONDUTAS TERAPÊUTICAS E EPIDEMIOLOGIA DOS AGRAVOS VETERINÁRIOS INDUZIDOS PORANIMAIS PEÇONHENTOS

38. DILATAÇÃO DO SISTEMA BILIAR RESULTANTE DE RUPTURA DIAGRAGMÁTICA EM UM FELINO DOMÉSTCO

39. O USO DOS EXAMES LABORATORIAIS NO RECONHECIMENTO DA ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA EM CANINO:RELATO DE CASO

40. A RELEVÂNCIA DA PALPAÇÃO INTRAVAGINAL E DO CITOPATOLÓGICO VAGINAL EM CADELAS COM SANGRAMENTOVULVAR: RELATO DE CASO

41. PNEUMOTÓRAX ASSOCIADO À DIROFILARIOSE CANINA: RELATO DE CASO

42. NANISMO EM UM CÃO DA RAÇA JACK RUSSEL

43. ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR NO DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA EM Myrmecophaga tridactyla

44. ULTRASSONOGRAFIA INTERVENCIONISTA NO DIAGNÓSTICO DE TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO EMVESÍCULA URINÁRIA

45. USO DA FIBROTOSCOPIA PARA DIAGNÓSTICO DE OTITE PARASITÁRIA EM CACHORRO DO MATO (Cerdocyon thous):RELATO DE CASO

46. AVALIAÇÃO DO TEMPO DE PROTROMBINA (TP) E TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA) EM CÃESPELO COAGULÔMETRO

47. NEOPLASIA MESENQUIMAL ASSOCIADA A ADENOMA DE GLÂNDULAS ANAIS EM COELHO - RELATO DE CASO

48. CARCINOMA MAMÁRIO COM DIFERENCIAÇÃO SEBÁCEA EM CÃO: RELATO DE CASO

49. PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES DIGESTÓRIAS ANTES E APÓS A RINOPLASTIA DE CÃES BRAQUICEFÁLICOSATENDIDOS NO PROJETO NARIZINHO - UFF

50. ARTÉRIA RENAL DUPLA EM CÃES: RELATO DE CASOS

51. ASTENIA CUTÂNEA EM UM CÃO DA RAÇA YORKSHIRE: RELATO DE CASO

52. INGESTÃO DE RESÍDUO ANTRÓPICO EM CHELONIA MYDAS (LINNAEUS, 1758): RELATO DE CASO

53. OCORRÊNCIA DE PARASITOS GASTROINTESTINAIS ENCONTRADOS EM FEZES DE ANIMAIS ERRANTES DA ILHAGRANDE, RJ

54. USO DO AZUL PATENTE PARA IDENTIFICAÇÃO DO LINFONODO SENTINELA EM CADELA COM NEOPLASIA MAMÁRIA:RELATO DE CASO

55. PRESENÇA DE AGREGADOS PLAQUETÁRIOS NA INTERPERTAÇÃO DE TROMCITOPENIAS EM CÃES E GATOS:ESTUDO RETROSPECTIVO

56. ESTUDO PRELIMINAR DAS ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMA PELA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE EDTA EMAMOSTRAS DE FELINOS NEFROPATAS

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ÍNDICE

57. EMPLEO DE DEXMEDETOMIDINA COMO ADYUVANTE EN BLOQUEOS LOCO-REGIONALES DEL MIEMBRO POSTERIORDEL CANINO, INFORME PRELIMINAR

58. ALTERAÇÕES NOS ÍNDICES PLAQUETÁRIOS E PLAQUETOMETRIA EM CADELAS COM GLOMERULONEFRITE

59. A IMPORTÂNCIA DA HEMATOSCOPIA DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO PARA O DIAGNÓSTICO DE MICOPLAMOSEFELINA

60. MIELOGRAMA: ESTUDO RETROSPECTIVO

61. INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO NA MENSURAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CÃES UTILIZANDO O MÉTODONÃO INVASIVO: DOPPLER VASCULAR

62. ESTUDO PRELIMINAR DA INFLUÊNCIA DO TEMPO DE PROCESSAMENTO NOS RESULTADOS DO HEMOGRAMADE FELINOS NEFROPATAS

63. GRANULOMA LEPROIDE CANINO: RELATO DE CASO

64. PRINCIPAIS MÉTODOS DE COLETA DE URINA NA CLÍNICA DE CÃES E GATOS E SUAS PRINCIPAIS LIMITAÇÕES

65. ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS ASSOCIADAS À CARDIOMIOPATIA DILATADA: RELATO DE CASO

66. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM CÃES COM AUMENTO DA LIPASE PANCREÁTICA ESPECÍFICA

67. VARIAÇÕES DIURNAS NOS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS CANINOS APÓS ALIMENTAÇÃO COM RAÇÃOCOMERCIAL

68. HIPERADRENOCORTICISMO EM PACIENTE FELINO: RELATO DE CASO

69. HIPOPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO EM CADELA SEM RAÇA DEFINIDA: RELATO DE CASO

70. DIABETES MELLITUS JUVENIL ASSOCIADO A INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA EM CADELA SEM RAÇADEFINIDA: RELATO DE CASO

71. MIASTENIA GRAVIS EM PACIENTE ATENDIDO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADO DO RIO DEJANEIRO: RELATO DE CASO

72. PARASITISMO POR Dermacentor sp. EM GATO DOMÉSTICO: RELATO DE CASO

73. PROPTOSE OCULAR EM FELINO DEVIDO A CONDROSSARCOMA RETROBULBAR: RELATO DE CASO

74. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO POR Toxoplasma gondii EM FELINOS CONTACTANTES: RELATO DE CASO

75. DIAGNÓSTICO DE HIPOPLASIA TRAQUEAL ATRAVÉS DE EXAME RADIOGRÁFICO EM CANINO DA RAÇA BULLDOGFRANCÊS: RELATO DE CASO

76. CARCINOMA ESPINOCELULAR PRIMÁRIO EM GLÂNDULA SALIVAR COM METÁSTASE LINFONODAL E ÓSSEA EM CÃO:RELATO DE CASO

77. MASTOCITOMA FELINO: RELATO DE TRÊS CASOSAGENESIA UNILATERAL DE CORNO UTERINO EM CADELA(ÚTERO UNICORNIO): RELATO DE CASO

78. AGENESIA UNILATERAL DE CORNO UTERINO EM CADELA (ÚTERO UNICORNIO): RELATO DE CASO

79. ESTUDO RETROSPECTIVO E AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA DA CINOMOSE CANINA DIAGNOSTICADA NOLABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFRRJ

80. VIABILIDADE DE AMOSTRAS SÉRICAS DE CÃES PARA DOSAGEM DE GLICOSE EM DIFERENTES TEMPOS DECENTRIFUGAÇÃO APÓS COLETA

81. PERFIL DOS TUTORES E DOS CUIDADOS COM A SAÚDE DE CÃES E GATOS EM NITERÓI, RJ

82. AMOSTRAGEM DE CILINDRÚRIA E SUA IMPORTÂNCIA NO DIAGNÓSTICO DE AFECÇÕES RENAIS

83. CARCINOMA DE CÉLULAS DE TRANSIÇÃO EM CÃO MACHO COM PERDA DE DEFINIÇÃO DO OSSO PENIANO:RELATO DE CASO

84. PIONEFROSE UNILATERAL EM GATA CONSEQUENTE A LIGADURA ACIDENTAL DO URETER COM ÊNFASENO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: RELATO DE CASO

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ÍNDICE

85. PROJETO MELHOR AMIGO: PESQUISA DE HEMOPARASITAS E Leishmania spp. EM CÃES DE MORADORES EMSITUAÇÃO DE RUA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI: RESULTADOS PRELIMINARES

86. ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL DO ESMALTE DENTÁRIO DE CÃO COM ALTERAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO

87. ALTERAÇÃO DE TEMPO DE PROTROMBINA EM CÃO COM HEPATOPATIA: RELATO DE CASO

88. ASSOCIAÇÃO DE VALORES DE RPC COM PRESENÇA DE CELULARIDADE EM AMOSTRAS DE URINA DE CÃESE GATOS: ESTUDO RETROSPECTIVO

89. SARCOMA PANCREÁTICO EM FELINO: RELATO DE CASO

90. ESTUDO PRELIMINAR DO COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES PLAQUETÁRIOS EM CÃES COM ENDOCARDIOSE

91. Leishmania spp. EM CITOLOGIA TESTICULAR DE UM CÃO: RELATO DE CASO

92. AVALIAÇÃO DO HEMATÓCRITO E CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS SUBMETIDOSÀ CORREÇÃO DA ESTENOSE DAS NARINAS

93. DIAGNÓSTICO COPROPARASITOLÓGICO DE PSEUDOPARASITA EM CÃO NO MUNICIPIO DE SEROPÉDICA:RELATO DE CASO

94. ABSCESSOS MULTIFOCAIS EM ORELHAS DE COELHO OCASIONADA POR INFESTAÇÃO DE Amblyomma ovale:RELATO DE CASO

95. FARMACODERMIA EM UM CÃO: RELATO DE CASO

96. USO DA PRÓPOLIS E DE ALOE VERA NO TRATAMENTO DE FASCEÍTE NECROSANTE EM CADELA:RELATO DE CASO

97. IMUNOFENOTIPAGEM POR IMUNOFLUORESCÊNCIA EM LINFOMA ORAL CANINO: RELATO DE CASO

98. PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR INTESTINAL EM CÃO DA RAÇA POODLE: RELATO DE CASO

99. TRATAMENTO DE FERIDA UTILIZANDO TERAPIA COMBINADA COM FATOR DE CRESCIMENTO E PEPTÍDEOBIOIDÊNTICO NANO ENCAPSULADOS

100. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM AMOSTRAS DE CÃES MICROFILARÊMICOS

101. CORRELACIONANDO A RELAÇÃO PROTEÍNA CRETININA URINÁRIA E DENSIDADE URINÁRIA EM CÃES E GATOS

102. INFECÇÃO MISTA EM AMOSTRA FECAL DE Didelphis aurita ATENDIDO NO HOSPITAL VETERINARIO, ORIUNDO DOMUNICÍPIO DE SEROPÉDICA

103. DETECÇÃO MOLECULAR DE Mycoplasma gallisepticum EM PAVÃO INDIANO COM SINUSITE CRÔNICA: RELATODE CASO

104. FAMILÍA ANAPLASMATACEAE: INDICE DE ANISOCITOSE EM CÃES PARASITADOS

105. EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE EDTA SOBRE OS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOSE CÉLULAS SANGUÍNEAS DE GATOS

106. CISTO PARAPROSTÁTICO EM CÃO: RELATO DE CASO

107. DIAGNÓSTICO DE SHUNT ESPLENOAZIGOS POR ULTRASSONOGRAFIA EM CÃO: RELATO DE CASO

108. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO CORAÇÃO DIREITO DE CÃES BRAQUICEFÁLICOS, ATENDIDOS NO PROJETONARIZINHO DA UFF

109. PRESENÇA DE CRISTALÚRIA EM CÃES EM GATOS: ESTUDO RESTROPECTIVO

110. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS ERITROCITÁRIOS DE FELINOS TESTADOS PARA FIV E FeLV NO HOSPITAL DECLÍNICAS VETERINÁRIAS DA UFRGS

111. URETERAL CARCINOMA IN A DOMESTIC CAT

112. PROGRESSÃO DE TUMOR MAMÁRIO PRIMÁRIO EM CÃO: RELATO DE CASO

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SHORTCOMMUNICATION

10 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

Laissa Monchelato Iglesias,MV., CTI Veterinário([email protected])

Paulo Daniel Sant’Anna LealMV., DSc. PPGCV, IV, UFRRJ -programa de Pós-Doutorado

Debora Porretti CamposMV., Bióloga, CTI Veterinário

Tássia Torres FurtadoBióloga, PPGCV, IV, UFRRJ,Campus Seropédica, RJ

Douglas McintoshMicrobiologista, PhD. Depto.de Parasitologia Animal (DPA), IV,UFRRJ, Campus Seropédica, RJ

Carlos Wilson Gomes LopesMV., PhD, LD. DPA, IV, UFRRJ -Bolsista CNPq, UFRRJ, CampusSeropédica, RJ

RESUMO: As doenças gastrintestinais, que se manifestam com diversidade quanto à patogenicidade, compõemgrande parte da casuística da clínica médica de pequenos animais. Foi atendida em serviço de saúde veterinário,cadela de 2 anos de idade, da raça American Pit Bull Terrier, gonadectomizada, 23 kg, com histórico de diarreiaintermitente há dois meses, com dor abdominal e flatulência. O exame ultrassonográfico revelou cólons com paredesespessadas (0,2 cm) compatível com colite. No diagnóstico parasitológico, uma fração das fezes foi diluída emcinco gotas de solução salina a 0,9% coradas com uma gota de lugol e observados em microscópio Nikon E 200,outra fração foi submetida a técnica de centrifugo-flutuação com solução saturada de sacarose-CFSSS. Nas fezesforam observadas células leveduriformes cilíndricas, isoladas ou em pequenas cadeias com morfologia semelhanteà do gênero Cyniclomyces e confirmadas no exame molecular através da análise por reação em cadeia de Polimerase(PCR) e sequenciamento do DNA, como Cyniclomyces guttulatus. O tratamento instituído foi de Fluconazol 5 mg/kg SID por via oral, durante 7 dias consecutivos, com a ausência dos sinais clínicos e normalização das fezes. Apóso tratamento nova amostra de fezes foi coletada para a pesquisa do Cyniclomyces guttulatus, obedecendo asmesmas técnicas diagnósticas. A ausência do referido agente etiológico, mostrou a cura clínica e laboratorialconfirmando a eficiência do manejo terapêutico utilizado. A presença dos sinais clínicos associados aos examesde imagem ultrassonográfica e o diagnóstico laboratorial/molecular apresenta uma nova patologia, a colite, emcães pelo Cyniclomyces. guttulatus e a eficácia do fluconazol no tratamento.Palavras-chave: diarreia, ciniclomicose, cães, exame de fezes

ABSTRACT: Gastrointestinal diseases, which manifest themselves with diversity in pathogenicity, make up a largepart of the case series of the small animal medical clinic. She was treated at a veterinary health service, a 2-year-oldAmerican Pit Bull Terrier dog, gonadectomized, 23 kg, with a history of intermittent diarrhea for two months, withabdominal pain and flatulence. Ultrasound examination revealed thick-walled colon (0.2 cm) compatible with colitis.In the parasitological diagnosis, a fraction of the feces was diluted in five drops of 0.9% saline stained with a drop oflugol and observed under a Nikon E 200 microscope. Another fraction was subjected to the sucrose-saturatedcentrifugation technique. -CFSSS. In the feces were observed cylindrical yeast cells, isolated or in small chains withmorphology similar to the genus of Cyniclomyces and confirmed by molecular analysis by polymerase chain reaction(PCR) analysis and DNA sequencing, such as Cyniclomyces guttulatus. Fluconazole 5 mg / kg SID was administeredorally for 7 consecutive days, with no clinical signs and stool normalization. After treatment a new stool sample wascollected for the research of Cyniclomyces guttulatus, following the same diagnostic techniques. The absence ofthis etiological agent showed clinical and laboratory cure confirming the efficiency of the therapeutic managementused. The presence of clinical signs associated with ultrasound imaging and laboratory / molecular diagnosispresents a new pathology, colitis, in dogs by Cyniclomyces. guttulatus and the efficacy of fluconazole in the treatment.Keywords: diarrhea, ciniclomycosis, dogs, stool examination

RESUMEN: Las enfermedades gastrointestinales, que se manifiestan con diversidad en la patogenicidad, constituyenuna gran parte de la serie de casos de la clínica médica de pequeños animales. Fue tratada en un servicio de saludveterinaria, un perro American Pit Bull Terrier de 2 años, gonadectomizado, 23 kg, con antecedentes de diarreaintermitente durante dos meses, con dolor abdominal y flatulencia. El examen de ultrasonido reveló colon de paredgruesa (0.2 cm) compatible con colitis. En el diagnóstico parasitológico, una fracción de las heces se diluyó encinco gotas de solución salina al 0,9% teñida con una gota de lugol y se observó bajo un microscopio Nikon E 200.Otra fracción se sometió a la técnica de centrifugación saturada con sacarosa. -CFSSS. En las heces se observaroncélulas de levadura cilíndricas, aisladas o en pequeñas cadenas con una morfología similar al género deCyniclomyces y confirmadas por análisis molecular mediante análisis de reacción en cadena de la polimerasa(PCR) y secuenciación de ADN, como Cyniclomyces guttulatus. Se administró fluconazol 5 mg / kg SID por vía oraldurante 7 días consecutivos, sin signos clínicos y normalización de las heces. Después del tratamiento, se recogióuna nueva muestra de heces para la investigación de Cyniclomyces guttulatus, siguiendo las mismas técnicas dediagnóstico. La ausencia de este agente etiológico mostró una cura clínica y de laboratorio que confirma la eficaciadel tratamiento terapéutico utilizado. La presencia de signos clínicos asociados con la ecografía y el diagnóstico delaboratorio / molecular presenta una nueva patología, colitis, en perros por Cyniclomyces. guttulatus y la eficacia defluconazol en el tratamiento.Palabras clave: diarrea, ciniclomicosis, perros, examen de heces

1. DIAGNÓSTICO DE COLITE POR INFECÇÃO DOCyniclomyces guttulatus (ROBIN, 1853) EM CADELA COM DIARREIA

CRÔNICA: RELATO DE CASO

“Colitis diagnosis infection due to Cyniclomyces guttulatus (Robin, 1853) in a dog with chronicdiarrhea: case report”

“Diagnóstico de colitis por infección del Cyniclomyces guttulatus (Robin, 1853) en perra con diarreacrónica: reporte de caso

11VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

IntroduçãoAs doenças gastrointestinais, que se manifestam com

diversidade na patogenicidade, compõem grande parte da rotinaclínica de pequenos animais, os sinais clínicos característicos sãoevidentes por vômitos e diarreia, onde a diarreia é a principalmanifestação clínica do intestino delgado, grosso1,2,3.

A diarreia em cães é comum e possui muitos agentes etiológicosque podem variar em gravidade e duração, desde uma manifestaçãodiscreta que evolui para sepse e sepse grave, que pode levar à morte.Eles podem ser classificados como agudos ou crônicos. No agudo,a consistência é aquosa ou mucoide aquosa e pode ser hemorrágicasem casos graves. A manifestação pode ser aguda, variando de umúnico episódio com recuperação imediata ou com duração de algunsdias. Em condições crônicas, a duração pode ser prolongada porsemanas ou meses ou até apresentar um padrão de recorrênciaperiódica com difícil manejo terapêutico1,2,5. Cães com diarreiacrônica podem passar por períodos alternados de melhora eagravamento da doença. A diarreia pode ter etiologia tóxica,medicamentosa, parasitária, neoplásica, viral, bacteriana e fúngica1,5.Nas doenças infecciosas, onde os agentes etiológicos envolvidossão bactérias, fungos, coccídios e vírus, as alterações outransgressões da dieta que causam o desequilíbrio da microbiotaintestinal podem ser os gatilhos do processo2, incluindo infecçõesoportunistas6.

Uma das causas de diarreia em cães é a colite, definida comouma alta frequência de fezes com pouco volume fecal com tenesmopresente ou não, prolongada após a defecação e fezes molesgeralmente contendo muco e/ou sangue, pode ser multifatorialenvolvendo parasitas gastrointestinais, infecções, mudanças na dieta,ansiedade e estresse1,7. Os achados ultrassonográficos observadossão alterações do cólon, que podem ser sutis, com leve espessamentoda parede com a presença de pequenos nódulos hipoecoicos nasubmucosa, mostrando folículos linfoides reativos intraparietais,resultando em espessamento da parede associado a edema. Na coliteulcerosa, a mucosa da borda luminal é irregular devido a inúmeraspequenas úlceras superficiais8.

Entre as infecções fúngicas, a presença do gênero ascomicetoCyniclomyces foi diagnosticada como agente etiológico dagastroenterite e da colangiohepatite, com o diagnóstico a partir daobservação em lavado gástrico, nas fezes e no conteúdo da vesículabiliar5,6,9,10,11,12,13, sendo alguns desses casos associados a diarreiaem coelhos e colecistite supurativa e colangiohepatite em cães10,12.Em cães com diarreia crônica, Cyniclomyces guttulatus já foiencontrado nas fezes, e seu diagnóstico foi baseado na identificaçãomicroscópica, no isolamento através do cultivo e no sequenciamentodessa espécie9.

Na prática clínica, o diagnóstico baseia-se na atenção àevolução e nos achados laboratoriais em que as infecções sãofrequentemente observadas. Este artigo aponta o diagnóstico dediarréia e colite crônica por C. guttulatus, através do exame defezes e testes moleculares e a eficácia do fluconazol como drogaescolhida para o tratamento.

HistóricoFoi atendida na clínica veterinária CTI Veterinário, localizada

na Barra da Tijuca / Rio de Janeiro, uma cadela adulta, deaproximadamente 2 anos de idade, da raça American Pit Bull Terrier,gonadectomizada, 23 kg, com histórico de diarreia intermitente hádois meses, com aspecto pastoso e mucoide. Apresentava tambémdesconforto abdominal e flatulência. Foram solicitados hemograma,exame de fezes e ultrassonografia abdominal.

O exame ultrassonográfico revelou esplenomegalia acentuadacom contorno regular e parênquima homogêneo; cólons com paredesespessadas (0,2 cm) compatível com colite (Figura 1); estômago eintestino delgado com espessura de paredes normais e preservaçãodas camadas; acúmulo gasoso intestinal, sem processo obstrutivoou sinal de presença de corpo estranho. O hemograma nãoapresentou alterações significativas. Para o diagnósticoparasitológico, uma fração das fezes foi diluída em cinco gotas desolução salina a 0,9% coradas com uma gota de lugol e observadosem microscópio Nikon E 200, outra fração foi submetida a técnicade centrifugo-flutuação com solução saturada de sacarose-CFSSS14.

Figura 1: Colite em cadela com diarreia crônica. Imagemultrassonográfica do cólon medindo 0.2 cm, mostrando paredesespessadas (seta)

...............................................................................................

Nas fezes foram observadas células leveduriformes cilíndricas,isoladas ou em pequenas cadeias com morfologia semelhante à dogênero Cyniclomyces (Figuras 2 A, B) e confirmadas no examemolecular através da análise por reação em cadeia de Polimerase(PCR) e sequenciamento do DNA, que confirmou a presença deCyniclomyces guttulatus previamente descrita no Brasil9.

O tratamento instituído foi de Fluconazol 5 mg/kg SID por viaoral, durante 7 dias consecutivos10,13, com a ausência dos sinaisclínicos e normalização das fezes. Após o tratamento nova amostra

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guttulatus como um agravante da colite, concordando com outrosrelatos que descrevem este ascomiceto como responsável porgastrite, enterite e colangiohepatite9,10, ou conforme experimento.As observações de C. guttulatus obtidas no presente estudo foramsemelhantes as já descritas no Brasil5,9,10,11,12, concordando que suapresença pode ser lesivo a mucosa gástrica, ao sistema hepatobiliare como agente etiológico de colite, levando a uma maior morbidadee mortalidade9,10. A análise por PCR confirmou o diagnóstico, o seusequenciamento foi idêntico aos já isolados em cães no Brasil eNoruega9,10,15.

ConclusãoA presença das manifestações clínicas associadas à

ultrassonografia, diagnóstico laboratorial apresentou uma novaassociação da presença de C. guttulatus e colite em cão, o tratamentocom Fluconazol 5 mg/kg SID por via oral, durante 7 diasconsecutivos cessou o efeito da colite crônica no pacienteexaminado.

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de fezes foi coletada para a pesquisa de Cyniclomyces guttulatus,pelas técnicas de exame direto e centrífugo-flutuação com soluçãosaturada de sacarose. Com a ausência do referido agente etiológico,mostrando a cura clínica e laboratorial confirmando a eficiência domanejo terapêutico utilizado.

DiscussãoSinais clínicos intestinais como diarreia pastosa/mucoide são

compatíveis com a colite, o que concorda com o presente relato1,7.O prognóstico é favorável em cães jovens e adultos jovens,concordando com o presente relato, com a cura clínica e laboratorialapós adequado manejo terapêutico1. A ocorrência da ciniclomicosepode ser exacerbada pelos efeitos imunossupressores de infecçõesconcomitantes, inclusive com agentes zoonóticos15 fato nãoobservado no presente relato. Em contrapartida, é importanteressaltar que C. guttulatus não depende diretamente de outro agenteetiológico para o desenvolvimento da doença, apenas pode ter seudesenvolvimento favorecido pela oportunidade5,6,9,10,11,12,13. Assim,os sinais clínicos poderiam ser explicados pela presença de C.

Figura 2: Colite em cadela com diarreia crônica. (A): Cyniclomycesguttulatus (seta), células em brotamento. Afresco. Obj. 40X; (B):Panóptic rápido. (Obj. 100X)...................................................................................................................

A

B

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RESUMO: Na rotina clínica de cães, para se efetuar um tratamento eficaz da condição mórbida o diagnóstico éfundamental e este objetivo é alcançado com a observação da evolução e em achados laboratoriais onde asinfecções intercorrentes têm sido observadas com frequência. Relata-se cadela sem raça definida, com febre eepistaxe. Diagnóstico molecular mostrou resultado positivo para Babesia spp e pesquisa de anticorpo paraErhlichia canis e Anaplasma platys através do teste rápido (SNAP® 4Dx®, IDEXX Laboratories Inc., Westbrook,ME, EUA) negativo. A contagem específica dos leucócitos e observações pertinentes foi após coloração doestiraço sanguíneo utilizando coloração hematológica do Panótico Rápido LB e Azul Cresil Brilhante com avisualização de gamontes de Hepatozoon canis em citoplasma de neutrófilos.Palavras-chave: Hemoparasitoses, carrapato, infecções concomitantes, cães, coccídio

ABSTRACT: In the clinical routine of dogs, to perform an effective treatment of the morbid condition the diagnosisis fundamental and this objective is reached with the observation of the evolution and in laboratory findingswhere the intercurrent infections have been observed frequently. Bitch is described with undefined breeding,with fever and epistaxe. Molecular diagnosis showed a positive result for Babesia spp. and antibody screeningfor Erhlichia canis and Anaplasma platys were negative by using SNAP® 4Dx®, IDEXX Laboratories Inc., Westbrook,ME. The specific leukocyte count and pertinent observations were done after blood smears staining with PanóticoFast LB and Brilliant Blue Cresil with the visualization of Hepazoon canis gammonts in neutrophil cytoplasms,indicating a chronic infection.Keywords: Hemoparasites, ticks, concomitant infections, dogs

RESUMEN: En la rutina clínica de los perros, para realizar un tratamiento efectivo de la condición mórbida, eldiagnóstico es fundamental y este objetivo se alcanza con la observación de la evolución y en los hallazgos delaboratorio donde las infecciones intercurrentes se han observado con frecuencia. La perra se describe conreproducción indefinida, con fiebre y epistaxe. El diagnóstico molecular mostró un resultado positivo para Babesiaspp. y la detección de anticuerpos para Erhlichia canis y Anaplasma platys fueron negativos al usar SNAP® 4Dx®,IDEXX Laboratories Inc., Westbrook, ME. El recuento de leucocitos específico y las observaciones pertinentesse realizaron en los frotis sanguíneos con Panótico Fast LB y Briliant Blue Cresil con la visualización de gamontesde Hepatozoon canis en citoplasmas de neutrófilos indicando una infección crónica.Palabras clave: Hemoparasitos, garrapatas, infecciones concomitantes, perros

Paulo Daniel Sant’Anna LealMV, DSc. Programa de Pós-Graduação em CiênciasVeterinárias, Anexo 1, Instituto deVeterinária (IV), UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ). Campus Seropédica, RJ- programa de pós-doutorado([email protected])

Debora Porretti CamposMV, Bióloga([email protected])

Carlos Wilson Gomes LopesMV, PhD, LD. Departamento deParasitologia Animal, Anexo 1, IV,UFRRJ. Campus Seropédica, RJ -bolsista CNPq([email protected])

2. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO NATURAL POR Hepatozoon Canis(APICOMPLEXA: HEPATOZOIDAE) EM INFECÇÕES CONCOMITANTES EM

CÃO ADULTO SEM RAÇA DEFINIDA NA BARRA DA TIJUCA,RIO DE JANEIRO, RJ: RELATO DE CASO

“Diagnosis of natural infection by Hepatozoon Canis (Apicomplexa: Hepatozoidae) in concomitantinfections in an adult mongrel dog in the Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ: case report”

“Diagnóstico de Infección natural por Hepatozoon Canis (Apicomplexa: Hepatozoidae) eninfecciones concomitantes en un perro adulto mestizo en la Barra de Tijuca, Río de Janeiro, RJ:

Informe de Caso”

IntroducãoAs doenças por infecção de hemoparasitos são importantes e

frequentes na clínica médica veterinária de animais de companhia,constituem-se de enfermidades cosmopolitas causadas por parasitosintracelulares obrigatórios de células sanguíneas, transmitidasbiologicamente pela picada de artrópodes hematófagos, tendo comoprincipal vetor os carrapatos ou ainda transplacentária1-15. Em meiourbano o carrapato Rhipicephalus sanguineus, é o mais importantevetor, sua competência de transmitir múltiplos agentes etiológicostornam as infecções concomitantes frequentes em cães e gatos, ondeuma variedade de parasitos que podem ser transmitidos pelos

mesmos vetores. Eficiente transmissor da babesiose, que tem comoagentes etiológicos protozoários intracelulares do gênero Babesiae Hepatozoon canis, valendo aqui lembrar que o mais importantevetor, Rhipicephalus turanicus já foi assinalado em sua transmissãobiológica. Ambas as doenças são transmitidas pelo R. sanguineus,através da picada ou ingestão, respectivamente1,3,5,6,10,11,16-19, o qualpode transmitir esses organismos por mais de cinco meses após oingurgitamento com sangue infectado3. Possuem característicasclínicas variáveis e inespecíficas, podendo o hospedeiro apresentarinfecções subclínicas, leves, severas e óbito1,9,10,18,20, geralmente secaracteriza por redução dos elementos figurados do sangue5,9,10,20-24.

14 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

Achados de gamontes em leucócitos confirmam o diagnósticode hepatozoonose canina por H. canis, através da visualização destasestruturas citoplasmáticas, sendo uma técnica importante dediagnóstico, assim como a visualização de B. canis emhemácias5,9,10,20-24, porém nas infecções crônicas ou de baixaparasitemia o diagnóstico citológico de sangue periférico não ésensível, sendo indicado para esses casos aspirados de medula óssea.Nos casos da não visualização dos parasitos em estiraços de sangue,o diagnóstico sorológico não deve ser descartado20, assim comonas fases subclínica e crônica da doença, utilizando-se como apoiono diagnóstico o nPCR para o diagnóstico na fase aguda e,especialmente, para a identificação da espécie envolvida, pois,algumas espécies do gênero Babesia são mais resistentes à terapiatradicional e geralmente requerem tratamento com combinaçõesde outras drogas como atovaquona, azitromicina, e clindamicina. Adetecção precisa e o reconhecimento de espécies são importantesna seleção da terapia correta e o prognóstico da doença11,13,15,25. Ainfecção por Babesia causa manifestações clínicas que podem variarconsideravelmente com as diferentes espécies e cepas envolvidas ecom fatores que determinam a resposta do hospedeiro à infecçãocomo idade, estado imunológico individual e presença de infecçõesconcomitantes9,11,13.

Hepatozoonose é uma doença causada por protozoários dogênero Hepatozoon. Mais de 300 espécies de Hepatozoon têm sidodescritas em anfíbios, répteis, pássaros, marsupiais e mamíferos.Destas, aproximadamente 39 espécies foram reportadas emmamíferos26. As espécies que infectam anfíbios, répteis e avesparasitam principalmente eritrócitos, enquanto os gamontes dasespécies de Hepatozoon que infectam mamíferos são observadosem leucócitos13. As espécies do gênero Hepatozoon têm um ciclode vida que inclui desenvolvimento assexuado com merogoniaseguida de gametogonia em um hospedeiro intermediáriovertebrado, como o cão, com os merontes podem ser observadosem cortes histológicos de fígado, baço, medula óssea e rim18 edesenvolvimento sexual até esporogonia em um hospedeirodefinitivo invertebrado e hematófago. Uma variedade de artrópodes,como carrapatos, ácaros, mosquitos, piolhos, entre outros, podematuar como hospedeiro definitivo para as diferentes espécies deHepatozoon16.

Até o momento, duas espécies de Hepatozoon foramidentificadas em cães: H. canis e Hepatozoon americanum. Estaclassificação foi baseada principalmente nas manifestações clínicas,tropismo tecidual, achados patológicos e morfológicos, bem comoem características genéticas. Hepatozoon americanum foi descritono sul dos EUA; enquanto que H. canis é encontrado na Europa,África, Ásia e na América do Sul16,27.

Na rotina clínica o diagnóstico é fundamentado, com atençãopara a evolução e em achados laboratoriais onde as infecções porparasitos têm sido observadas com frequência onde o presentetrabalho assinala a importância da visualização destes agentesetiológicos em leucócitos, a associação de múltiplas técnicaslaboratoriais apresentando um diagnóstico confiável e rápido.

HistóricoUma cadela sem raça definida, ovário-histerectomizada, com

quatro anos e seis meses de idade, com 23,7 kg de peso vivo, comatendimento médico veterinário de rotina, foi atendida na clínicaveterinária Centro de Terapia Intensiva e Emergência Veterinária,Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

O animal se apresentava ativo, apresentando epistaxe bilateral,mucosas normocoradas, linfonodos não reativos, ausência de sonsanormais à ausculta cardiopulmonar. Não apresenta doençaperiodontal. Sem dor a palpação abdominal, temperatura retal de40,10C, indicando hipertermia (febre) e não apresentavaectoparasitos. Foram coletadas amostra de sangue da veia jugulardireita, com uma seringa de 5 mL, com agulha 25 x 7 mm, onde 3mL foi acondicionado em tubo de ensaio pediátrico comanticoagulante1 (EDTA), e 7 mL em tubo de ensaio pediátrico semanticoagulante. Com o material da própria seringa foi feito doisestiraços sanguíneos em lâminas de vidro28. As amostras foramprocessadas no próprio local, com a utilização de aparelhoautomático (Ms4-Vet-Melet Schloesing Laboratoires coulter),Refratômetro Portátil e Microcentrifuga (E3500108 MICROSPINCDR), para hemograma completo (leucograma, eritrograma,plaquetometria, proteína total) e concentrado de leucócitos eplaquetas (capa leucocitária) em dois esfregaços em lâminas devidro. As amostras sem anticoagulante foram centrifugadas emcentrífuga (Mod. 208N, Excelsa Baby, marca Fanem Ltda.) a 350G por 10 minutos, para separação do soro, e utilizando pipetaautomática de 32ìl, para alaninaminotranferase (ALT), fosfatasealcalina (FAL), ureia (UR), creatinina (CR) em aparelho defotometria de reflectância in vitro Reflotron® Plus (RocheDiagnostics GmbH, Mannheim-Baden-Württemberg). Os resultadosencontrados nos exames hematológicos foram normovolemia(VG=38%), trombocitopenia, com 124.000 plaquetas por mm3

(200.000 a 500.000/), hiperproteinemia plasmática de 8,0 mg/dL(5,5-7,7/ mg/dL) e linfopenia (Tabela 1).

Tabela 1: Resultados laboratoriais de uma cadelaSRD com infecção natural por Hepatozoon canis

Parâmetros Valores em mg/dL

Resultados Referência*

ALT (TGP) 132 C<89

Fosfatase alcalina 217 C<164

Ureia 66,20 C<54

Creatinina sérica 0,60 C<1.8

* Roche Diagnostics GmbH, Mannheim-Baden-Württemberg, RFA

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As amostras foram encaminhadas para a pesquisa de DNA dogênero Babesia, a utilização da reação em cadeia da polimerase(PCR) indicou resultado positivo para Babesia canis vogeli epesquisa de anticorpo para E. canis e A. platys através do testerápido (SNAP® 4Dx®, IDEXX Laboratories Inc., Westbrook, ME,EUA), com resultado negativo, visto que a região em questão éendêmica10. A contagem específica dos leucócitos e observaçõespertinentes foi após coloração do estiraço sanguíneo utilizandocoloração hematológica estabelecida por Romanowsky (PanóticoRápido LB) e Azul Cresil Brilhante (Laborclin Produtos paraLaboratórios Ltda Pinhais, PR).

Na citoscopia do estiraço sanguíneo, foi visualizado gamontesde H. canis parasitando neutrófilos (Figura 1) e apoiado nainformação de seu tutor que mencionou que o paciente em questãonasceu em uma propriedade rural localizada no interior do estadodo Rio de Janeiro, apesar de seu domicílio na Barra da Tijuca, Riode Janeiro, RJ onde pode ter sido infectado como base nasinformações de Forlano et al29 que indicaram ser o carrapato docão em áreas rurais, Amblyomma ovale, o principal vetor destaparasitose para cães no Brasil.

A infecção por H. canis varia de ser assintomáticos em cãesaparentemente saudáveis, a uma doença potencialmente fatal quecausa letargia extrema, caquexia e frequentemente anemia. A doençaleve é a mais comum apresentação da infecção e é geralmenteassociado com um baixo nível de parasitemia por H. canis (1–5%dos neutrófilos estão infectados), conforme o presente relato,diferente da doença grave observadas em cães com elevadaparasitemia, frequentemente se aproximando de 100% dosneutrófilos do sangue periférico11,13,24,33,34. A epistaxe observada temcomo principal fator a trombocitopenia e reações imunomediadas,explicada pelo aumento da probabilidade de ocorrência dehemorragias nas co-infecções com a babesiose, conforme observadano presente estudo, porém, uma diminuição significativa de quadroshemorrágicos e outros sinais clínicos em casos de hemoparasitosesvêm sendo notada no estado do Rio de Janeiro, possivelmente emdecorrência da adaptação parasito-hospedeiro ou da cepainfectante8,10,13,35. As alterações hematológicas encontradas nãomostraram leucograma inflamatório, definido como neutrofilia comou sem leucocitose, com ou sem desvio para a esquerda, com ousem neutrofilia, principais anormalidades hematológicas observadasna hepatozoonose24.

Anormalidades observadas foram caracterizadas comotrombocitopenia, hiperproteinemia e linfopenia e os aspectosbioquímicos da infecção causada por H. canis e B. canis inclueminicialmente hiperproteinemia, conforme os resultados encontradosneste caso. As elevação das atividades de fosfatase alcalina (FAL),alaninaminotranferase (ALT) e ureia (UR) (Almosny 1998), sãocomuns entre os achados em animais parasitados, este aumento nosvalores das enzimas ALT, FAL provavelmente ocorreram poresplenomegalia e hepatomegalia causada em decorrência dahepatozoonose e babesiose, devido à lesões hepáticas8,9,13,23,33,35,37,por ação patogênica de um ou mais agentes envolvidos neste relato23,principalmente H. canis, que apresenta merogonia em órgãosviscerais, e está associado com hepatite, pneumonia eglomerulonefrite33. A atividade de FAL também pode ter seu valoraumentado devido a estresse sistêmico causado por outrasenfermidades36. Portanto os achados laboratoriais, assim como ohistórico e o exame clínico apenas indicam o diagnóstico, porém avisualização dos parasitos, ou o uso dá análise molecular confirmamo diagnóstico11,15,16.

ConclusõesOs resultados observados apresentam a importância da

observação microscópica através da citologia hematológica com anecessidade da associação de múltiplas técnicas laboratoriais parao correto diagnóstico e tratamento das hemoparasitoses em cães.Sem esquecer, de uma anamnese bem feita do animal a serexaminado, pois dela pode se ter ideia da cadeia de transmissão deH. canis para o paciente em questão.

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Figura 1: Gametócito de Hepatozoon canis (Círculo) no citoplasma deneutrófilo em uma cadela SRD adulta. Panótico Rápido LB e Azul CresilBrilhante. Obj. 100X...........................................................................................................................

DiscussãoO paciente, no ato do exame físico, não estava parasitado por

carrapatos, onde R. sanguineus é o mais comum na área urbana dacidade do Rio de Janeiro30 e reconhecidos como competentes vetoresdos agentes etiológicos da babesiose e hepatozoonose11,12,31,apresentava febre, com temperatura corporal de 40,1oC compatívelcom a hepatozoonose e babesiose9,11,39, não havia outrasmanifestações clinicas de repercussão multissistêmicas32,principalmente quando as coinfecções estão presentes, agravandoas condições clínicas, devido a ação patogênica dos parasitos8,13,23,32.

16 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

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17VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

3. Diagnóstico de infecção de trato urinário por Candida albicans eEscherichia coli em cão portador de Hiperadrenocorticismo e Diabetes

Mellitus em serviço de saúde animal, Rio de Janeiro, Brasil

“Diagnosis of Candida albicans and Escherichia coli urinary tract infection in a dog withHyperadrenocorticism and Diabetes Mellitus in an animal health service, Rio de Janeiro, Brazil”

“Diagnóstico de infección del tracto urinario por Candida albicans y Escherichia coli en un perro conhiperadrenocorticismo y diabetes mellitus en un servicio de sanidad animal, Río de Janeiro, Brasil”

Paulo Daniel Sant'Anna LealMV, DSc, Programa de Pós-Graduação de CiênciasVeterinárias. Anexo 1, Instituto deVeterinária (IV), UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ) - Campus Seropé[email protected]

Tássia Torres FurtadoBióloga, MSc. PPGCV, IV, UFRRJ,Campus Seropédica, RJ

Laíssa Monchelato IglesiasMV, CTI Veterinário(CRMV 14281) - [email protected]

Douglas McintoshMicrobiologista, PhD.Departamento de ParasitologiaAnimal (DPA), Anexo 1, IV, UFRRJ,Campus Seropédica, RJ

Solange FonsecaBiomédica, Microbiologista,Laboratório CAD Centro de Apoioao Diagnóstico Veterinário(CRBM: 7228/SP)

Debora Porretti CamposMV, Bióloga, CTI Veterinário(CRMV/RJ 7291)

Carlos Wilson Gomes LopesMV, PhD, LD. DPA, Anexo 1, IV,UFRRJ. (CRMV/RJ 1033) CampusSeropédica, RJ (bolsista CNPq)

RESUMO: Cão da raça Maltês, portador de diabetes mellitus/DM e hiperadrenocorticismo/HAC, foi atendido emserviço de saúde veterinário, com dor abdominal. Foram coletadas amostra de urina e sangue, os resultadosobservados foram anemia, leucocitose com neutrofilia, linfopenia, monocitopenia, desvio a esquerda regenerativo,neutrófilos com granulações tóxicas, gigantes, com vacúolos, em alvo, trombocitose, hiperproteinemia ehiperglicemia. A amostra de urina foi avaliada pelo método colorimétrico, avaliações físico-químicas, com a detecçãode proteinúria, glicosúria, cetonúria, bilirrubinúria. Nas observações microscópicas do sedimento urinário, foiobservado hemácias, incontáveis leucócitos e piócitos, elevado número de cóccos. Após 24 horas de tratamentofoi coletado nova amostra de urina. Na análise do sedimento foi observado grande número de estruturasleveduriformes e pseudo hifas, o que permitiu adequação do protocolo terapêutico. Testes microbiológicos deculturas por isolamentos e confirmações moleculares, foram executados com o objetivo da identificação dosagentes etiológicos. Foi diagnosticado Escherichia coli e Candida spp. O teste molecular para a especificação daCandida spp. identificou C. albicans. Cães portadores de DM concomitante ao HAC devem ter exames seriadosde urina e hemograma como uma opção para o monitoramento da eficiência terapêutica e diagnóstica; o estudodo sedimento urinário sem e após coloração associado a urocultura torna eficiente o diagnóstico.Palavras-chave: candidíase, infecção urinária, pielonefrite, cistite

ABSTRACT: Maltese dog with diabetes mellitus / DM and hyperadrenocorticism / HAC was treated at a veterinaryhealth service with abdominal pain. Urine and blood samples were collected, the results observed were anemia,leukocytosis with neutrophilia, lymphopenia, monocytopenia, regenerative left shift, neutrophils with toxicgranulations, giant, with vacuoles, target, thrombocytosis, hyperproteinemia and hyperglycemia. The urine samplewas evaluated by colorimetric method, physical-chemical evaluations, with the detection of proteinuria, glycosuria,ketonuria, bilirubinuria. Microscopic observations of urinary sediment showed red blood cells, countless leukocytesand piocytes, and a high number of cocci. After 24 hours of treatment a new urine sample was collected. In thesediment analysis, a large number of yeast and pseudohyphae structures were observed, which allowed theadequacy of the therapeutic protocol. Microbiological tests of cultures by isolation and molecular confirmationwere performed with the objective of identifying the etiological agents. Escherichia coli and Candida spp. Themolecular test for the specification of Candida spp. identified C. albicans. Dogs with HAC-concomitant DM shouldhave serial urine and blood count tests as an option for monitoring therapeutic and diagnostic efficiency; Thestudy of urinary sediment without and after staining associated with urine culture makes the diagnosis efficient.Keywords: candidiasis, urinary tract infection, pyelonephritis, cystitis

RESUMEN: El perro maltés con diabetes mellitus / DM e hiperadrenocorticismo / HAC fue tratado en un serviciode salud veterinario con dolor abdominal. Se recogieron muestras de orina y sangre, los resultados observadosfueron anemia, leucocitosis con neutrofilia, linfopenia, monocitopenia, desplazamiento regenerativo a la izquierda,neutrófilos con granulaciones tóxicas, gigante, con vacuolas, diana, trombocitosis, hiperproteinemia ehiperglucemia. La muestra de orina se evaluó por método colorimétrico, evaluaciones fisicoquímicas, con detecciónde proteinuria, glucosuria, cetonuria, bilirrubinuria. Las observaciones microscópicas de sedimento urinariomostraron glóbulos rojos, innumerables leucocitos y piocitos, y una gran cantidad de cocos. Después de 24horas de tratamiento, se recogió una nueva muestra de orina. En el análisis de sedimentos, se observó una grancantidad de estructuras de levadura y seudohifas, lo que permitió la adecuación del protocolo terapéutico. Serealizaron pruebas microbiológicas de cultivos por aislamiento y confirmación molecular con el objetivo de identificarlos agentes etiológicos. Escherichia coli y Candida spp. La prueba molecular para la especificación de Candidaspp. C. albicans identificados. Los perros con DM concomitante con HAC deben someterse a análisis seriados deorina y hemograma como opción para controlar la eficacia terapéutica y diagnóstica; El estudio del sedimentourinario sin y después de la tinción asociada con el urocultivo hace que el diagnóstico sea eficiente.Palabras clave: candidiasis, infección del tracto urinario, pielonefritis, cistitis

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IntroduçãoNa rotina clínica de cães, as doenças degenerativas,

inflamatórias e neoplásicas, e suas consequências são frequentes,apresentando grande prevalência em animais de companhia, ondea idade é fator de risco, como doenças neoplásicas e endócrinas . Arespeito destes grupos, o hiperadrenocorticismo (HAC) e o diabetesmelittus (DM) são os principais distúrbios endócrinos observadosnos cães1,2,3,4,5,6,7,8,9. O HAC ou Síndrome de Cushing (SC) é umadoença endócrina diagnosticada em cães e está associada ao excessode glicocorticoides endógenos por neoplasia hipofisária ouadrenocortical, causa iatrogênica, induzida pela administraçãoexcessiva de glicocorticóides8,9,10,11. O diagnóstico deve serconfirmado pelo uso de testes de função pituitária-adrenal com baseem valores de corticosteróides anormalmente elevados em respostaa uma aplicação de hormônio adrenocorticotrófico. Outros testesincluem o teste de supressão de dexametasona em baixa dose e arelação cortisol urinário/creatinina12,13,14,15,16. A combinação dehistórico, sinais clínicos e achados laboratoriais são importantesno diagnóstico do HAC3,6,13. A Diabetes Mellitus (DM) canina écomumente diagnosticada na rotina clínica8,17. O fator de risco parao DM mais comumente identificado é o HAC, tendo como aprincipal consequência a infecção do trato urinário (ITU)7,17,18.Pacientes com HAC e DM são pacientes imunossuprimidos einflamados que necessitam do manejo das infecções urináriasredicivantes, que podem determinar a sepse em cães18,19,20. Portanto,é útil o estudo seriado do sedimento urinário e da urocultura atravésda cistocentese. Diante da importância desta enfermidade na clínicade cães e das repercussões sistêmicas produzidas, este trabalho temcomo objetivo relatar o diagnóstico de infecção concomitante dotrato urinário por Candida albicans e Escherichia coli, através doexame seriado de urina, com atenção ao estudo do sedimentourinário associado ao isolamento microbiológico e molecular, emcão portador de HAC e DM em serviço de saúde animal, Rio deJaneiro, Brasil.

HistóricoCanino do sexo macho, gonadectomizado, com 10 anos de

idade, peso de 5 kg, portador de DM e HAC. Foi atendido no Centrode Terapia Intensiva e Emergência Veterinária, com dificuldade paraurinar, bexiga distendida e dor abdominal. Ao exame clínico, animalalerta, escore corpora bom, temperatura corporal de 390C, cataratabilateral e 220 mmHg de pressão arterial. Foram coletadas amostrade urina através de cistocentese21 e sangue da veia jugular direita,com o material da própria seringa foi feito dois estiraços sanguíneoscorados com Panótico Rápido LB para contagem específica dosleucócitos e observações pertinentes22. Os resultados encontradosnos exames hematológicos foram: volume globular de 30%(37-55%), hemoglobina 10,1 (12-18 g/dL), eritrócitos 4,6 (5,5-8,5milhões/mmm3), mostrando anemia, leucometria de 22.500/mm3(8-16.000/mm3), apresentava linfopenia de 900 (1.040 - 6.400),monocitopenia, com ausência de monócitos (80-960), desvio aesquerda regenerativo, com 450 neutrófilos bastonetes (0-160)23.

No estudo dos fenótipos de neutrófilos, foi observado 100%de neutrófilos com granulações tóxicas, gigantes 3%, com vacúolos4%, em alvo 10%, alterações que confirmam infecção/inflamaçãograve22,23. A contagem de plaquetas mostrou trombocitose de716.000 (150 - 500.000 cels/?l), proteína plasmática de 9,2 (5,5 -8,0 g/dL) e 318g/dL de glicose no sangue23. A mostra de urina foiutilizada pelo método colorimétrico, na fita da Combur-Test® RocheDiagnóstica Brasil Ltda (Figura 1), para as avaliações físico-químicas, com a coloração de amarelo ouro, de aspecto turvo, pH6,0 (5,0-5,5), a densidade urinária de 1.028 (média de 1.025) foiatravés da utilização de refratômetro clínico manual modelo Q667(Quimis Aparelhos Científicos). Ocorreu a detecção de proteinúria(+++), correspondente a marcação de 500mg/dL, glicose de ++++,correspondente a marcação de 1000 mg/dL, corpos cetônicos de+++, bilirrubina ++.

Nas observações microscópicas do sedimento, apóscentrifugação (Figura 2) de 10 mL de urina (1.500 RPM por 10minutos), em centrífuga (Mod. 208N, Excelsa Baby, marca FanemLtda.), onde foi observado 10 a 14 hemácias por campo (até cincopor campo), foram observados incontáveis leucócitos (até seis porcampo), incontáveis piócitos (ausentes) (Figura 3), elevado númerode estruturas similares a coccos23. O sedimento urinário foi coradopelo Panótico Rápido LB, confirmando-se as observações descritasanteriormente (Figura 4). Testes microbiológicos com o isolamentoatravés da cultura foram executados com o objetivo de identificaros agentes etiológicos. A cepa bacteriana foi identificada pormetodologia de cultura qualitativa. A amostra foi semeada portécnica de esgotamento em placa de Petri, contendo ágarMacConkey (Kasvi®), e base de ágar Sangue Carneiro 5% (Kasvi®),também inoculado material em caldo Tioglicolato (Micro Med®),para controle e recuperação do microrganismo encubado em estufamicrobiológica, a temperatura de 35±1°C por 48 horas. Após 24horas de tratamento com ceftriaxona na dose de 50 mg/kgendovenosa a cada 12 horas, associado a enrofloxacina 20 mg/kgendovenosa a cada 24 horas, foi coletado nova amostra de urinautilizando a mesma metodologia descrita anteriormente.Confirmando diminuição da infecção/inflamação grave pela açãodo manejo terapêutico, com a observação da redução drástica dasestruturas coccóides, porém, com a observação de grande númerode estruturas leveduriformes e hifas (pseudo hifas) (Figura 5), oque permitiu adequação do protocolo terapêutico, com a introduçãodo itraconazol na dose de 10 mg/kg a cada 24 horas24. Paraidentificação da cepa fúngica, esta foi semeada em meio Chromoagar (Probac) e incubada a 35ºC por 24/48 horas. A confirmaçãoda identificação foi realizada com o teste do micro-cultivo em agarbatata (Probac), onde foram observadas as micromorfologiascaracterísticas leveduriformes em gemulações, clamidósporos epseudofilamentos.

Os resultados das culturas microbiológicas identificaramCandida spp. e Echerichia coli, como os agentes observados namicroscopia. O teste molecular para a especificação da Candidaspp. identificou C. albicans.

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Resultados e DiscussãoOs diagnósticos do presente relato de caso apresenta paciente

da raça Maltês, com as morbidades comuns a cães comhiperadrenocorticismo, principalmente os fatores de risco em ordemde frequência: diabetes mellitus, infecção do trato urinário,urolitíase, catarata e hipertensão arterial, concordando que são maisfrequentes a partir dos 10 anos de idade, conforme o presenterelato8,9,18,19,25, com dificuldade para urinar, bexiga distendida e dorabdominal. Os resultados encontrados nos exames hematológicosforam: volume globular de 30%, hemoglobina 10,1 g/dL, eritrócitos4,6 milhões/mm3, leucometria de 22.500/mm3, trombocitose éobservado na maioria dos cães com DM e HAC7,9,18, ahiperproteinemia plasmática não é uma alteração frequente, mas éobservada em outros relatos de HAC6, como observado no presenterelato, normalmente são observados valores de normalidade ou ahipoproteinemia, principalmente, consequência da proteinúria7,9,18.Apresentava linfopenia de 900, ausência de monócitos, desvio aesquerda regenerativo, com 450 neutrófilos bastonetes. No estudodos fenótipos de neutrófilos, foi observado 100% de neutrófiloscom granulações tóxicas, gigantes 3%, com vacúolos 4%, em alvo10%, alterações que confirmam infecção/inflamação grave22,23,aliado a leucocitose presente, condição comum em pacientesportadores de HAC6. Os resultados observados na amostra de urina

com o pH 6,0, que apresenta concordância com a literatura, pois amaioria dos cães com DM tem pH urinário entre 5 e 7,518,23, adensidade urinária de 1.028, essa condição de normalidade não écomum em pacientes com as morbidades descritas, porém aproteinúria, glicosúria, cetonúria e bilirrubinúria são observadascom frequência em pacientes portadores de DM18,8, principalmentea proteinúria, quando associada a hipertensão arterial, comoobservado no presente relato7,8,9,18, porém, deve-se ter atenção, poisos resultados observados podem não ser significantes,principalmente quando infecções ocultas estão presentes, sem oisolamento bacteriano19,20,28. Nas observações microscópicas dosedimento da urina adequadamente corado, uma ferramenta detriagem valiosa para o manejo da ITU em pacientes sintomáticos28,foi observado hematúria e a leucocitúria, concordando com outrosestudos1,18 além da bacteriúria, indicativo de sucesso no isolamentoe identificação do agente19,20,28. A cultura identificou a Escherichiacoli, sensível a ciprofloxacino, concordando que é o organismo maiscomumente isolado em cães, pacientes com DM, apesar doisolamento não ser frequente1,17,18,19,21,28. A infecção bacteriana dotrato urinário, é uma complicação do DM-HAC devido a condiçãoimunossupressora, e são fatores de riscos para ITU, confirmadapela correlação positiva entre a presença de alterações tóxicas dosneutrófilos observadas no presente estudo e resultados de culturas

Figura 1): Mensuração dos parâmetros físico-químicos, pelo método colorimétrico de comparação na fita Combur-Test® Roche DiagnósticaBrasil Ltda. 2) Sedimento após centrifugação e descarte do sobrenadante . 3) Leucócitos, piócitos e estruturas similares a cóccos. Objetiva de40x. 4) Elevado número de estruturas similares a cóccos, piócitos, leucócitos, corados pelo Panótico Rápido. Obj. 40x. 5) Pseudo-hifas, célulasleveduriformes, leucócitos e piócitos, em sedimento urinário após centrifugação, a fresco, Obj. 40x. 6) Após coloração com Panótico Rápido,Obj. 100x............................................................................................................................................................................................................................................................

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positivas7,9,18,29. Após 24 horas, nova amostra de urina foi coletada,com drástica redução das estruturas coccoides, esta diminuição éexplicada pela administração de enrofloxacina na dose de 20 mg/kg, para o tratamento de infecções sensíveis a ciprofloxacina,metabólico ativo da enrofloxacina17,20,28. Na mesma amostra foipossível a observação de grande número de estruturasleveduriformes e pseudo hifas (Figura 5), o que permitiu adequaçãodo protocolo de antibioticoterapia, com a introdução do itraconazolna dose de 10 mg/kg a cada 24 horas. Os resultados das culturasmicrobiológicas identificaram Candida spp., organismo já descritocomo agente etiológico comum de ITU de cães imunossuprimidos,que provavelmente predispõem às infecções ou que fazem uso deantibioticoterapia de longo prazo24, o que não concorda com opresente relato.

ConclusãoCães portadores de DM concomitante ao HAC devem ter

exames seriados de urina e hemograma como uma opção para omonitoramento da eficiência terapêutica e diagnóstica; o estudo dosedimento urinário sem e após coloração associado a uroculturatorna eficiente o diagnóstico. Candida Albicans e E. coli são agentesetiológicos diagnosticados em cão portador de ITUconcomitantemente.

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4. CASUÍSTICA DE PROBLEMAS ODONTOLÓGICOSEM COELHOS E PORQUINHOS-DA-ÍNDIA

“Casuistry of dental problems in rabbit and guinea pig”

“Serie de casos de problemas dentales en conejos y cuyes”

Bernardo Nogueira RepsoldDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

Júlio Almeida Alencar Matosde ArrudaMV, Clínica Prosilvestres, UNESA.Rio de Janeiro, [email protected]

Stéphanie Ramalho FurtadoDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

Pedro Victor David AlfazemaDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UNESA.Rio de Janeiro, [email protected]

Bianca Martoni Mansur ReisMV, Clínica Prosilvestres, UFF.Niterói, [email protected]

Thais Loraenzi BlattDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UNESA.Rio de Janeiro, [email protected]

Loide de Melo MachadoMV, Clínica Prosilvestres, UCB.Penha, Rio de Janeiro, [email protected]

Nathalia Andrade GuimarãesDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

RESUMO: Casuística de problemas odontológicos destes roedores e lagomorfos de diferentes raças, idades,pesos, sexo e recebendo diferentes dietas foram relatados na Clínica Veterinária Prosilvestres. Entre os animaistratados, dezesseis porquinhos da índia e oito coelhos foram diagnosticados com hipercrescimento dentáriodevido à má oclusão dentária, apresentando perda de peso, seletividade alimentar (como preferência por alimentosmoles), anorexia, sialorreia, halitose, entre outros. Dentre as etiologias mais comuns que causaram a síndromedentária em coelhos e porquinhos-da-índia, foram diagnosticados fatores relacionados à dieta, traumáticos econgênitos. Na pesquisa, observou-se que entre todas as etiologias, fatores relacionados ao manejo alimentarpredominaram em relação aos demais.Palavras-chave: Oryctolagus cuniculus, Cavia porcellus, odontologia

ABSTRACT: Case series of dental problems of these rodents and lagomorphs of different races, ages, weights,sex and receiving different diets were reported in the Prosilvestres Veterinary Clinic. Among the treated animals,16 guinea pigs and 8 rabbits were diagnosed with dental overgrowth due to dental malocclusion, presentingweight loss, food selectivity (such as preference for soft foods), anorexia, sialorrhea, halitosis, among others.Among the most common etiologies that caused dental syndrome in rabbits and guinea pigs, congenital traumaticdiet-related factors were diagnosed. In the research, it was observed that among all etiologies, factors related tofood management predominated in relation to the others.Keywords: Oryctolagus cuniculus, Cavia porcellus, dentistry

RESUMEN: En la Clínica Veterinaria Prosilvestres se informaron casos de problemas dentales de estos roedoresy lagomorfos de diferentes razas, edades, pesos, sexo y diferentes dietas. Entre los animales tratados, 16 conejillosde indias y 8 conejos fueron diagnosticados con crecimiento dental debido a maloclusión dental, presentandopérdida de peso, selectividad alimentaria (como preferencia por alimentos blandos), anorexia, sialorrea, halitosis,entre otros. Entre las etiologías más comunes que causaron el síndrome dental en conejos y cobayas, sediagnosticaron factores traumáticos congénitos relacionados con la dieta. En la investigación, se observó queentre todas las etiologías predominaban los factores relacionados con el manejo de los alimentos en relacióncon los demás.Palabras clave: Oryctolagus cuniculus, Cavia porcellus, odontología

IntroduçãoCoelhos e porquinhos-da-índia são muito

populares como animais de companhia e cada vezmais têm sido recebidos na rotina de muitasclínicas veterinárias, com queixa de problemasodontológicos, comprometendo o bem-estardesses animais. Destes, incisivo adquirido edoença dentária nos dentes da bochecha associadacom distúrbios metabólicos ou nutricionais sãoas patologias mais comumentes descritas emanimais que vão a hospitais veterinários emcondições que afetam a cavidade oral1,2. A doençadentária é uma síndrome, na maioria dos casosadquirida e progressiva, que pode produzir umaampla gama de sinais e sintomas clínicos, comopor exemplo: redução da ingestão de alimentos,disfagia, anorexia, alterações na quantidade etamanho fecal, perda de peso, limpeza excessiva,salivação excessiva, abscessos faciais, epífora,

exoftalmia, corrimento nasal e dispneia3. Oobjetivo principal deste trabalho foi relatar acasuística de problemas odontológicos em coelhose porquinhos-da-índia, recebidos para atendimentoambulatorial na Clínica Veterinária Prosilvestres.

Material e MétodosDurante o período de julho de 2018 a julho

de 2019, foram examinados 63 coelhos e 46porquinhos-da-índia. Os animais eram dediferentes raças, idades, pesos, sexo e recebiamdiferentes tipos de dietas, já tendo passado porprocedimentos odontológicos anteriores ou não.Para todos os animais foi feito uma avaliaçãoclínica geral, incluindo exames radiográficos nasposições laterais, dorso ventrais, oblíquas e rostrocaudais e realizados os procedimentos detratamentos específicos como por exemplo,procedimentos cirúrgicos para o correto

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alinhamento dos dentes incisivos, desgaste dos dentes posteriorespara que fiquem com o mesmo tamanho e angulação do ideal (cercade 30º) e método conservador pela mudança na alimentação parauma dieta adequada com a adição de fibra bruta, como verduras efeno, em maior proporção, seguida de ração, legumes e frutas emmenores proporções.

Resultados e DiscussãoDentre as etiologias mais comuns, que geraram a síndrome

dentária em coelhos e porquinhos-da-índia, foram diagnosticadosfatores traumáticos, congênitos ou relacionados com suasrespectivas dietas. Dentre os 109 animais atendidos, 20 porquinhos-da-índia e 8 coelhos foram diagnosticados com hipercrescimentodentário por má oclusão (síndrome dentária) dos dentes. Apesardos sinais clínicos serem inespecíficos, geralmente iniciavam comdificuldade para preensão, mastigação laboriosa e disfagia1.Posteriormente, observou-se perda de peso; seletividade alimentar,preferência por alimentos macios, anorexia, sialorreia, halitose,ranger dos dentes, dermatites orais e periorais, incapacidade defechar totalmente a boca, presença de alimento não digerido nasfezes, diminuição na quantidade e volume de fezes, distúrbiosdigestivos; aumento de volume facial e alterações comportamentais4.Nos 20 porquinhos-da-índia, um apresentou etiologia traumática,sete congênitas e 12 possuíam dietas nutricionalmente inadequadas,em que não possuíam a presença de fibra bruta como principalcomponente presente na dieta e em contrapartida possuíam em suamaioria alimentos de pouco teor abrasivo como frutas, legumes eração e por isso não realizavam o correto desgaste dos dentes. Nos8 coelhos que apresentaram a síndrome dentária, um foi por etiologiatraumática, seis por dietas inadequadas e um por causa congênita(Figura 1). As fraturas mandibulares são mais comuns que as damandíbula maxilar e podem afetam um ou mais dos seguintes: parteincisiva, corpo, fossa massetérica, ramo e côndilos5. No presenterelato foi notificado um caso de etiologia traumática em que houvedescuido do tutor e a fratura dos incisivos do seu pet. Nos casosem que os animais apresentavam alterações odontológicas foipossível observar desvios do plano oclusal dos dentes pré-molarese molares, dentes soltos, pontas dentárias, espaços alargados

interdentários e alterações dos tecidos moles. Em casos mais severosfoi identificado exoftalmia do paciente. O tratamento odontológicovisou reduzir o tamanho dos dentes, restabelecendo a oclusão corretae realizando procedimentos de melhoria do manejo nutricional dosanimais. A dieta foi modificada com o objetivo de aumentar o teorde fibras e de eliminar os alimentos macios e ricos em carboidratos6.A presença de fibras brutas na dieta, tem um grande impacto a saúdebucal e na motilidade intestinal, com grande importância para aabrasão adequada dos dentes7. Como pode ser observado na Figura1A diagnosticado durante um exame físico de rotina, de etiologiapossivelmente congênita, enquanto na Figura 1B pode ser vistouma oclusão correta dos incisivos em um paciente sem alterações.Além disso, porquinhos-da-índia requerem uma fonte alimentar devitamina C, para manter a saúde bucal, porque a alimentaçãoinadequada levará a fraqueza no tecido conjuntivo e à ancorageminadequada dos dentes, que também levam ao desgaste irregulardos dentes e alongamento da coroa7. Pode ser observado nacasuística que muitos dos pacientes não apresentavam asuplementação de vitamina C em suas dietas gerando ou agravandoproblemas odontológicos já existentes.

ConclusãoO presente artigo foi de grande importância para

compreender a casuística de problemas odontológicos em roedorese lagomorfos, sendo eles porquinhos-da-índia e coelhos, queaparecem diariamente em clínicas de animais silvestres. Osproblemas mais comuns observados foram principalmente pelomanejo inadequado na alimentação além de causas traumáticas econgênitas. O uso de fibras como verduras escuras na dieta foinotado como um importante procedimento profilático, como porexemplo: Alcachofra, agrião, cebolinha, cheiro verde, coentro,couve, hortelã, rúcula, salsa, feno e, em menor quantidade, legumese frutas como cenoura, beterraba, abóbora, abobrinha, pepino, maçã(dando preferência à raízes e frutas desidratadas). Também, emmenor quantidade, a ração deve ser apropriada para cada espécie eidade do animal. Desse modo, após determinar o melhor tratamento,conservador com o correto manejo alimentar ou cirúrgico, foipossível instruir o tutor a manter uma dieta equilibrada e evitar oretorno dos animais com a mesma queixa a clínica.

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Figura 1: Coelho apresentando má oclusão entre os dentes incisivos(a) e um outro coelho com a oclusão correta dos incisivos (b).

ba

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IntroduçãoO timo é encontrado no mediastino, cranioventralmente ao

coração, e em coelhos não apresenta tendência à involução, maspersiste por toda a vida1. Timoma é uma neoplasia no mediastinocraniano, composto por epitélio tímico e normalmente incluemvários graus de infiltrações linfocitárias benignas, geralmente nãosão invasiva, mas pode ser aderida ao pericárdio2,3. Em animaisdomésticos, as massas tumorais são em grande parte restritas aomediastino craniano, mas podem se estender do pescoço até omediastino caudal. Geralmente são nodulares e encapsuladas,causando compressão de tecidos adjacentes. Embora a doença seja

5. O USO DE DIFERENTES MODALIDADES DODIAGNÓSTICO POR IMAGEM PARA DETECÇÃO DE TIMOMA

EM COELHO (Oryctolagus cuniculus)

“The use of different image diagnosis modes for detection of thymoma in rabbit(Oryctolagus cuniculus) thymoma detection”

“El uso de diferentes modos de diagnóstico de imágenes para la detección de timomaem conejo (Oryctolagus cuniculus)”

Bernardo Nogueira RepsoldDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

Luciano Antunes BarrosMV, MSc., DSc. Professor. MSV,UFF. Niterói, [email protected]

Júlio Almeida Alencar Matos deArrudaMV. Clínica Prosilvestres/[email protected]

Stéphanie Ramalho FurtadoDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

Rafael NudelmanMV. Clínica Prosilvestres, UNESA.Rio de Janeiro, [email protected]

Fabio de Oliveira e SousaDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UFF. Niterói, [email protected]

Mauro Caldas MartinsMV. CRV Imagem, UFF. Niterói, [email protected]

RESUMO: Relata-se caso de um coelho (Oryctolagus cuniculus), macho, castrado, com 7 anos e 6 mesesrecebido na Clínica Prosilvestres (Rio de Janeiro, RJ) em 2019 diagnosticado com timoma. Esta é umaneoplasia que ocorre no mediastino cranial, podendo se estender para o pescoço, sendo geralmente deaspecto nodular. O animal apresentava histórico de discreta secreção nasal, permanecendo estável comeventual recidiva. Na semana seguinte ao atendimento, apresentou piora do quadro clínico, nãorespondendo ao tratamento implementado. Após a avaliação clínica foram solicitados exameshematológicos (hemograma e bioquímica sérica) e exames por imagem (radiografia e tomografia), alémde citologia guiada por ultrassonografia. O exame histopatológico foi sugestivo de timoma e posteriormentefoi realizada a remoção cirúrgica da massa tumoral, no entanto o animal veio a óbito, devido a uma paradacardiorrespiratória.Palavras-chave: lagomorfo, diagnóstico, neoplasia

ABSTRACT: A case report of a 7 years and 6 months old male castrated rabbit (Oryctolagus cuniculus),received at Prosilvestres Clinic (Rio de Janeiro, RJ) in 2019, diagnosed with thymoma. This is neoplasiaoccurs in cranial mediastinum and may extend to the neck and is usually nodular in appearance. Theanimal presented a slight secretion in the nasal cavity, remaining stable with eventually resurgence. In thefollowing week after clinical care, it presented worsening, not responding to usual treatment. After clinicalevaluation, hemogram and biochemistry, radiography, tomography, cytology and ultrasound-guidedhistopathology were requested. The histopathological exam was suggestive of thymoma and posteriorlysurgical removal of the mass was performed. However, the animal died due to cardiopulmonary arrest.Keywords: lagomorph, diagnostic, neoplasia

RESUMEN: Se informa un caso de un conejo (Oryctolagus cuniculus) macho castrado, de 7 años y 6meses, recibido en Prosilvestres Clinic (Rio de Janeiro, RJ) en 2019 con un diagnóstico de timoma. Elpaciente presentó una ligera secreción en la cavidad nasal, la condición se mantuvo estable, pero finalmenteresurgió. La semana siguiente empeoró significativamente al no responder al tratamiento habitual. Despuésde la evaluación clínica, se solicitó hemograma y bioquímica, radiografía, tomografía, citología ehistopatología guiada por ultrasonido. El resultado del examen histopatológico fue sugerente de timomay logo se realizo la extracción quirúrgica de la massa. Sin embargo el animal murió debido a un parocardiopulmonar.Unitermos: lagomorfo, diagnóstico, neoplasia

raramente documentada e relatada em cães e gatos, bem como embovinos, caprinos, ovinos, suínos, cavalos, furões, ratos e humanos,até a data, a informação sobre coelhos com timomas principalmenteresulta de relatos clínicos. Além de timomas, linfomas tímicos eabscessos no mediastino também devem ser considerados comopossíveis causas de massas mediastínicas em coelhos2. Sinaisclínicos associados ao timoma em coelhos incluem dispneia,taquipneia e são diretamente atribuíveis à presença de uma massatumoral torácica. Sintomas de exoftalmia bilateral também foirelatada como alteração relacionada secundariamente ao timoma,devido ao ¨pooling” de sangue no plexo venoso retrobulbar, em

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consequência da compressão da veia cava craniana. Essacompressão vascular também pode levar ao edema da cabeça,pescoço e membros anteriores4. O uso do diagnóstico por imagemé de grande importância para o diagnóstico diferencial de neoplasiastorácicas. Métodos para diagnóstico por imagem de massasmediastínicas em coelhos incluem radiografias, ultrassonografia etomografia computadorizada2. O presente trabalho tem por objetivorelatar um caso clínico onde diferentes modalidades no diagnósticoforam realizadas para detecção do timoma em coelho.

HistóricoO coelho, da espécie Oryctolagus cuniculus, macho,

castrado, com 7 anos e 6 meses, pesando 1,9 kg foi atendido naClínica Prosilvestres, Rio de Janeiro, RJ, em Junho de 2019. Emseu histórico, o animal vivia na Europa até 2015 e na época jáapresentava uma secreção discreta na cavidade nasal. A queixaclínica era de corrimento nasal. O animal apresentava desconfortorespiratório, com estertor em trato respiratório superior. Naavaliação clínica as mucosas não apresentavam alteração depigmentação, no entanto mucosa da terceira pálpebra se apresentavamuito hiperêmica e prolapsada. Não havia sinal de desidratação,nem alterações de frequências respiratória e cardíaca. À palpaçãotambém não foi detectada nenhuma anormalidade. Ao examehematológico foram detectadas monocitopenia, trombocitopeniae presença de agregados plaquetários. Ao exame bioquímico, todosos parâmetros estavam dentro da normalidade. O exameradiográfico (Figuras 1 e 2) das regiões do Crânio (LL esq e dir /DV / RoCa) e Tórax (LL esq e dir / VD / DV) revelou a presençade uma massa no mediastino cranial, causando estenose e desviode traqueia cervico-torácica, sugestivo de linfoma ou timoma. Foirealizada uma avaliação por exame avançado de imagem,tomografia computadorizada (Figuras 3 e 4), para melhorcaracterização da lesão. Foi detectada imagem sugestiva detraqueobronquite e massa tumoral compatível com neoplasia nãoinvasiva e sem metástases pulmonares evidentes. Foi feita citologiada massa tumoral guiada por ultrassonografia, porém o linfomanão pode ser confirmado devido à baixa celularidade. No entantoo timoma é considerando a neoplasia mediastínica mais comumem coelhos. Sugeriu-se a esternotomia para remoção cirúrgica damassa no tórax. Após a realização do procedimento cirúrgico, foiretirada a coleta de material da massa tumoral e realizado oencaminhamento para exame histopatológico, sendo confirmadoo diagnóstico de timoma. No período pós-operatório,aproximadamente 12 horas após o procedimento o animal veio aóbito, devido a uma parada cardio-respiratória.

Figura 1 e 2: Apresentam massa em mediastino cranial indicada pelasposições radiográficas ventro dorsal e lateral, causando estenose edesvio de traqueia cérvico-torácica indicativo de timoma

Figura 3 e 4: Cortes axiais pós-contraste em plano axial, janelamentopara tecidos moles, mostrando massa em mediastino cranial ereconstrução sagital pós-constraste, mostrando massa em mediastinocranial..........................................................................................................................

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DiscussãoSegundo a literatura, os timomas são os tumores mais

comuns em coelhos, sendo relatado em animais com idadesvariando de 3 a 10 anos1,5. O animal estava dentro da faixa etáriaem que são vistas as massas nesses lagomorfos. O timo em coelhosnão involui, persistindo por toda a vida1. Os sinais clínicos emcoelhos com timomas podem variar, mas geralmente constituemum achado incidental de massa mediastínicas no exameradiográfico, com sinais de dispneia progressiva e intolerância aoexercício. Além disso, exoftalmia bilateral, prolapso das terceiraspálpebras, edema de cabeça, pescoço e derrame pleural, associadosà síndrome da veia cava, podem ser vistos6.

Foi observado durante o exame clínico muitos dessessintomas e dentre eles grande angústia respiratória com estertorem trato respiratório superior e prolapso das terceiras pálpebras.No exame radiográfico é possível detectar uma grande massa notórax, que tendem a apresentar recidiva após a remoção incompleta,mas geralmente não são invasivos, embora possam apresentaraderência ao pericárdio2,3. Ao exame radiográfico do caso descrito,foi constatado uma massa em mediastino cranial, causando estenosee desvio de traqueia cervico-torácica, sugestivo de timoma oulinfoma, sendo necessária a realização de um exame de tomografiacomputadorizada para maior elucidação sobre a dimensão do tumorprimário e se havia ou não a presença de metástase. A tomografiacomputadorizada após a administração do meio de contrasterevelou uma massa cística de tecidos moles com uma fina emembrana vascularizada que foi cercada por tecido adiposo7. Oexame de tomografia computadorizada nesse estudo confirmou asuspeita de neoplasia mediastínica, sugerindo ser pouco ou nãoinvasiva. Não foram detectadas metástases pulmonares evidentes,apenas imagem sugestiva de um quadro de traqueobronquite, nemmesmo sinais de aderência ao pericárdio. A análise cito/histopatológica foi realizada e o diagnóstico de timoma não foiconfirmado devido à baixa celularidade do material coletado. Noentanto a possibilidade de timoma não deve ser descartada e setorna mais provável, devido à localização e aos achados deocorrência deste tipo de neoplasia em coelhos. Radioterapia comintenção curativa para timomas em coelhos pode ser um desafioterapêutico devido ao seu pequeno tamanho e a estreita associaçãodo tumor com estruturas normais críticas circundantes8.

Desse modo, optou-se pela esternotomia para remoçãocirúrgica da massa no tórax, que após ser realizada e o materialcoletado, foi enviado para análise microscópica. A taxa demortalidade perioperatória em coelhos, após a remoção cirúrgicade timomas, tem sido relatada como alta2. No presente relato, apesar

da cirurgia ter sido um sucesso o coelho veio a óbito 12 horas apósa cirurgia devido a uma parada cárdio-respiratória.

ConclusãoPela pouca frequência do caso clínico, esse relato se torna

de grande importância para compreender o uso do diagnóstico porimagem como ferramenta para auxiliar no direcionamento edetecção de timoma entre outras neoplasias torácicas em coelhos.Com os exames radiográficos foi possível concluir a presença deuma massa no mediastino cranial, causando estenose e desvio detraqueia descartando a possibilidade de rinite. A tomografiacomputadorizada foi de grande importância para avaliar a extensãodo tumor primário e afastar a possibilidade de metástases, gerandomaior elucidação sobre o tumor. O exame ultrassonográfico tambémteve importante papel auxiliando na coleta de material para realizara citologia. Os exames de diagnóstico por imagem foram valiosospara que houvesse a caracterização da massa, que posteriormentepode ser removida pelo uso da técnica cirúrgica de timectomiapara remoção do tumor.

REFERÊNCIAS

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3. HARCOURT-BROWN, F.; CHITTY, J. BSAVA manual of rabbit surgery, dentistryand imaging. Quedgeley: British Small Animal Veterinary Association, 2013,440p.

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8. DOLERA, M.; MALFASSI, L.; MAZZA, G.; URSO, G.; SALA, M.;MARCARINI, S.; CARRARA, N.; PAVESI, S.; FINESSO, S.; KENT, M.S.Feasibility for using hypofractionated stereotactic volumetric modulated arcradiotherapy (vmat) with adaptive planning for treatment of thymoma in rabbits:15 cases. Veterinary Radiology & Ultrasound, v.57, n.3, p.313-320, 2016.

26 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

IntroduçãoCistos foliculares de penas são geralmente

resultado de quando uma nova pluma não sai e, emvez disso, enrola-se sob a pele, dentro do folículopiloso, mas no caso de canários ocorre devido penasanormalmente desenvolvidas. Em outras avesassociadas a trauma, desnutrição, infecçõesbacterianas, virais, ou parasitárias¹. Embora essaslesões possam aparecer em qualquer lugar do corpo,eles são mais comumente encontrados nas asas. Acirurgia é frequentemente indicada para tratar essescasos². No caso de cistos de pena superficiais, umaincisão é feita no centro do cisto, paralela à direçãonormal da pena em crescimento. Os detritos depenas são removidos e o tecido redundante éretirado³.

O presente artigo relata um caso incomumde tumor folicular compatível com cisto folicular(cisto da pena) associada à acentuada hemorragia einflamação granulomatosa em Amazona aestiva. Nocaso relatado, o cisto de pena foi encontrado aderidoà carótida.

HistóricoExemplar de A. aestiva, vulgarmente

conhecido como papagaio-verdadeiro, macho, de

6. REMOÇÃO DE CISTO DE PENA ADERIDO A CARÓTIDAEM PAPAGAIO Amazona aestiva

“Feather cyst removal attached to the carotid artery in Amazona aestiva parrot”

“Extracción de quistes de plumas unidos a la arteria carótida en el loro Amazona aestiva”

Bernardo Nogueira RepsoldDiscente, Curso de MedicinaVeterinária, UFF - Niterói, [email protected]

Luciano Antunes BarrosMV, MSc., DSc. Professor,MSV, UFF - Niterói, [email protected]

Júlio Almeida Alencar Matosde ArrudaMV. Clínica Prosilvestres,UNESA - Rio de Janeiro, [email protected]

Stéphanie Ramalho FurtadoDiscente, Curso de MedicinaVeterinária, UFF - Niterói, [email protected]

Rafael NudelmanMV, Clínica Prosilvestres,UNESA - Rio de Janeiro, [email protected]

Fabio de Oliveira e SousaDiscente, Curso de MedicinaVeterinária, UFF - Niterói, [email protected]

Juliane Leite Costa da SilvaDiscente, Curso de MedicinaVeterinária, UFF - Niterói, [email protected]

RESUMO: Relato de um caso de um psitacídeo Amazona aestiva (Papagaio-verdadeiro), macho, de 49 anos e 2meses recebido na Clínica Prosilvestres em 2019 com o papo apresentando dilatação anormal. Após análise clínica,exames de sangue, radiográficos e ultrassonográficos, constatou-se que o animal apresentava um cisto folicular, que,durante o procedimento cirúrgico para a remoção, foi visto que encontrava-se aderido à artéria carótida do animal.Após o procedimento, o animal respondeu bem ao tratamento pós-cirúrgico e foi liberado após 4 dias de internação.Palavras-chave: papagaio; neoplasia folicular; cirurgia

ABSTRACT: Report of a case of a 49-year-old 2-month-old male Amazona aestiva parrot (Parrot), received at Prosilvestresclinic in 2019, with an abnormal dilatation. After clinical analysis, blood tests, radiographic and ultrasonographic findings,it was found that the animal had a follicular cyst, which, during the surgical procedure for removal, it was seen that itwas attached to the carotid artery. After the procedure, the animal responded well to the postoperative treatment andwas released after 4 days of hospitalization.Keywords: parrot; follicular neoplasm; surgery

RESUMEN: Informe de un caso de un loro Amazona aestiva (Parrot) macho de 49 años y 2 meses de edad, recibido enla clínica Prosilvestres en 2019, con una dilatación anormal. Después del análisis clínico, análisis de sangre, hallazgosradiográficos y ecográficos, se descubrió que el animal tenía un quiste folicular que, durante el procedimiento quirúrgicopara la extracción, se vio que estaba unida a la arteria carótida. Después del procedimiento, el animal respondió bienal tratamiento postoperatorio y fue dado de alta después de 4 días de hospitalización.Palabras clave: loro; neoplasia folicular; cirugía;......................................................................................................................................................................................................

49 anos e 2 meses e com 370g foi levado a ClínicaProsilvestres em Copacabana, Rio de Janeiro, RJem julho de 2019 para avaliação clínica comhistórico de papo extremamente dilatado. O animalera alimentado com banana, nozes, batata doce egema de ovo cozida. O paciente era mantido sozinhoem viveiro grande não tendo acesso para fora sem asupervisão do proprietário. No exame físico, oanimal apresentou papo extremamente dilatado, bomescore corporal e ausculta ruidosa em todos ospontos. Paciente ativo e reativo, mantendo grandevolume de consistência firme em papo, semelhantea uma massa. Foi feito lavado de papo com sorofisiológico morno. Apesar de realizar massagem naregião e lavar com soro algumas vezes não veioconteúdo alimentar na sonda, apenas soro (conteúdonão parecia dissolver). Excreta com coloraçãoamarelo-esverdeada e praticamente ausência defezes. Foi realizados hemograma e bioquímica daamostra sanguínea coletada. Na bioquímica nãoapresentou alteração significativa e no hemogramafoi observada leucocitose, discreto desvio nuclearde heterofilos à esquerda (DNHE) regenerativo,heterofilia, monocitose. No mesmo dia foiencaminhado para realização de radiografia de corpointeiro nas posições latero-lateral esquerda e direita

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e ventrodorsal. Foi observada grande formação com lobulação oumassa associada em luz de inglúvio, de natureza a ser esclarecidapor outros exames complementares, esvaziamento de segmentosintestinais; marcação de limites de sacos aéreos que pode indicarprocesso inflamatório/infeccioso. Foi realizada ultrassonografia paramaior elucidação da massa. Foi observado fígado normoecogênicocom ecotextura “grosseira”, apresentando vasculatura preservada.Não houve imagem para líquido livre. Ventrículo repleto comconteúdo ecogênico formador de forte sombreamento acústico.Proventrículo apresentando conteúdo ecogênico, sem evidênciasde alteração. Aumento de volume em região ventral apresentandoconteúdo fluido de alta densidade, com aglomerado centralhiperecogênico. Conclusivo de aumento de volume sugestivo deabscesso, provável conteúdo caseoso com grande quantidade delíquido. Imagens hepáticas podem estar associadas à hepatopatiacrônica/ processo degenerativo. Demais estruturas preservadas. Foidrenado líquido de aspecto bastante sanguinolento (20 mlaproximadamente). O animal passou por procedimento cirúrgico.

Sendo evidenciada a necessidade da intervenção cirúrgica,foi estabelecido o protocolo anestésico do paciente. Após avaliaçãodo paciente e conscientização do quadro clínico, o protocoloescolhido foi utilizar na medicação pré-anestésica (MPA)Midazolam (1mg/kg) e Butorfanol (1mg/kg), objetivando uma levesedação com analgesia leve a moderada, permitindo assim colocaro paciente na máscara de oxigênio (pré-oxigenação), recomendadopara aves de 3 a 5 minutos para saturação do pulmão e sacos aéreos.Foi realizado 5 minutos de pré-oxigenação, seguido da induçãoanestésica, realizada com isoflurano com vaporizador calibrado,na concentração de 3,5%. Após a indução, foi feito acesso venosona veia tarsal do membro direito com cateter n°24. Posteriormente,o paciente foi intubado com traqueotubo 3,0 mm sem cuff emonitorado utilizando o doppler e monitor multiparamétrico,evidenciando os parâmetros como ECG (eletrocardiograma), EtCo2(capnografia) e temperatura. O paciente foi então posicionado emdecúbito dorsal, foram removidas as penas da região cervical eefetuada antissepsia com clorexidina 2% e álcool 70%. Foi realizadoum bloqueio incisional com lidocaína 2% na dose de 6 mg/kg naregião da incisão cirúrgica. Incisão de pele realizada com lâminade bisturi nº15, em forma elíptica, removendo-se assim o tecidocutâneo onde havia sido realizada a diérese e síntese doprocedimento cirúrgico anterior. Em seguida foi feita a divulsãoromba do tecido subcutâneo. Identificada estrutura sacular,evidenciando-se a presença de sutura remanescente da primeiraintervenção. A mesma foi removida permitindo acesso ao interiorda massa. O conteúdo encontrado tratava-se de um tecido de aspectonecrótico e grande quantidade de líquido sanguinolento. Esteconteúdo foi completamente removido, permitindo a visualizaçãode uma pequena massa de aspecto verrucoso, porém extremamentefriável e hiperêmica. A nodulação foi removida com a utilização deeletrocautério monopolar. A remoção causou um defeito na parededo interior da cavidade que foi reparada através de uma suturacontínua evaginante utilizando-se como fio de sutura umpoliglecaprone 4-0. Após a primeira etapa do procedimento, foisolicitada a sondagem oral do paciente para verificação se de fato aestrutura sacular se tratava ou não do inglúvio, como suspeitou-seinicialmente. Entretanto a sondagem revelou que a estrutura não setratava do inglúvio, este encontrava-se intacto e posicionado naface direita da região cervical. A massa cavitária, já sem conteúdofoi então tracionada e através de uma divulsão romba delicadaidentificou que massa tinha uma origem e inserção aderidas a artériacarótida esquerda. A formação foi separada do vaso com sucesso,ocorrendo apenas uma pequena laceração no vaso, que gerou umaprocesso hemorrágico controlado sem maiores dificuldades,realizada síntese com sutura em único ponto simples, utilizando-seum fio poliglecaprone 5-0. A aproximação do subcutâneo foiefetuada com pontos simples descontínuos com fio de suturapoliglecaprone 4-0. E a síntese de pele também foi feita com suturasimples descontínua com nylon 4-0. Ao término da cirurgia ovaporizador calibrado foi fechado, mantendo o fluxo de oxigêniopara ventilação do paciente e em torno de 5 minutos, foi aplicado o

Figuras 1 e 2: Imagem radiográfica de Amazona aestiva, vista ventral,demosntrando grande aumento de volume e de opacidade homogêneade partes moles/líquido em topografia de inglúvio, assumindo formatoovalado e limites definidos (1). Imagem ultrassonográfica de Amazonaaestiva, demonstrando aumento de volume em região ventralapresentando conteúdo fluido de alta densidade, com aglomeradocentral hiperecogênico, podendo ser sugestivo de abscesso (2).

D DV

1

2

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reversor do midazolam, flumazenil para completo despertar dopaciente. Os parâmetros monitorados - frequência cardíaca,frequência respiratória, capnografia e temperatura, respectivamente- foram de 190 a 230 bpm, 30 movimentos respiratórios por minutos,32 - 58 mm/hg e a temperatura ao início da cirurgia estava em 39,4o

e ao término estava com 38,1°C. Imediatamente o paciente seposicionou em pé, acordado apesar de ainda incoordenado e comsinais de sedação. O mesmo foi alojado em uma UTA - Unidade detratamento animal, com temperatura e umidade adequados paraespécie. Após a cirurgia foi feita a biópsia do material e confirmadotumor folicular compatível com cisto folicular (cisto da pena)associada à acentuada hemorragia e inflamação granulomatosa.Depois de 4 dias internado o paciente se mostrava alerta eresponsivo, se alimentando de frutas e mistura de sementes, tornandopossível a liberação para continuidade do acompanhamento pós-cirúrgico em residência. Retornou 10 dias após a intervenção paraa remoção dos pontos de pele, sem quaisquer complicações noprocesso cicatricial e em plena recuperação clínica.

DiscussãoEm algumas espécies de aves há uma predisposição genética

para a má formação da plumagem e o aparecimento de cistosplumários sendo muito frequente em canários e periquitos-australianos e mais raramente em papagaios. Podem ser decorrentestambém de traumas, bem como da má nutrição, processos virais,bacterianos ou infecções parasitárias e, comumente, confundidoscom neoplasias4,5. Pacientes geriátricos, como do caso descrito,devem receber avaliações de rotina para o acompanhamento da suasaúde e utilização de exames de imagem como radiografia eultrassonografia como métodos seguros de diagnóstico de algumaalteração estrutural, sendo importante a tentativa de tratamentoscom os menores riscos para o paciente caso seja encontrado algofora da normalidade, como no caso descrito que houve a tentativa

de lavado de papo, entretanto, uma intervenção cirúrgica maisinvasiva se faz necessária quando tratamentos alternativos nãofuncionam e se torna imprescindível um diagnóstico mais preciso ea busca pela melhora clínica do animal. A utilização do anti-inflamatório não esteroide cloridrato de benzidamina mostrou-seeficaz como terapia alternativa no tratamento dos cistos de retençãode penas, acelerando o processo de maturação dos nódulos ereduzindo de forma significativa a reação inflamatória local6,entretanto, no relato descrito, o cisto plumário só foi confirmadoapós sua retirada e biópsia devido sua localização no corpo doanimal, dificultando a identificação da estrutura. O cisto de penapossui baixos riscos para o animal, sendo necessário a sua retiradapara o controle do processo inflamatório localizado e impedir quesua evolução gere desconforto aos pacientes. No caso apresentado,foi necessário um tratamento mais invasivo pois, inicialmente, foiencontrada uma massa, através da radiografia, em região associadaà luz do inglúvio podendo causar obstrução, ou se tratar de umamassa neoplásica, sendo de grande importância a realização dabiópsia para se obter o resultado histopatológico da estruturaidentificada e optar pelo tratamento adequado. A cirurgia tornoupossível avaliar que a massa estava associada a artéria carótida ecom a retirada completa do material para o exame histopatológicopôde-se definir que se tratava de um cisto de pena, podendo optarpelo melhor pós operatório e tratamento do paciente que teve umprognóstico favorável, devido ao procedimento cirúrgico realizadocom sucesso, permitindo a ele uma rápida melhora clínica.

ConclusãoPela rara frequência do caso clínico, esse relato torna-se de

grande importância para compreender o uso da intervenção cirúrgicapara remoção de uma massa com estrutura sacular similar ao papocom conteúdo compatível com cisto folicular (cisto da pena)associada à acentuada hemorragia e inflamação granulomatosa. Como esvaziamento desse conteúdo o paciente foi sondado paraavaliação do trajeto do inglúvio. Foi então que concluiu-se que aestrutura não tinha relação com o inglúvio e que na realidade setratava de uma massa que se formou na cavidade, mas tinha suaorigem aderida a carótida. O procedimento cirúrgico foi complexoe demorado, mas o resultado foi excelente e o paciente se encontraem ótimo estado.

REFERÊNCIAS

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Figuras 3 e 4: Imagem da massa associada ao inglúvio momentos antesde remoção cirúrgica do tumor (3). Visualização da estrutura comorigem aderida a artéria carótida. Na avaliação do trajeto do inglúviofoi possível observar que o tumor não tinha relação com o mesmo, ena verdade se tratava de uma massa que se formou na cavidade (4)...........................................................................................................................

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7. BOTULISMO EM CADELA GESTANTE: RELATO DE CASO

“Botulism in pregnant dog: case report”

“Botulismo en perra embarazado: informe de caso”

Mariana Beatriz Rocha SobrinhoDiscente, Curso de MedicinaVeterinária, Universidade Estadualdo Norte Fluminense (UENF) - Camposdos Goytacazes, Rio de [email protected]

Lorrana Abud LicassaliMV, Residente em Clínica Médicade Animais de Companhia - [email protected]

Larissa Pim CalabrezMV, Programa de Pós-Graduaçãoem Ciência Animal, [email protected]

Guilherme Lessa SanchesMV, Residente em AnestesiologiaVeterinária, [email protected]

Jaqueline da Silva MenecucciMV, Residente de Clínica Médica deAnimais de Companhia - UniversidadeEstadual do Norte Fluminense (UENF)[email protected]

Marcelo Carvalho dos SantosMV, MSc, Residente em Reproduçãoe Obstetrícia Veterinária - [email protected]

Brenda Saick PetronetoMV, Residente de Diagnóstico porImagem - [email protected]

Thays de Carvalho Amorim BolzanMV, Residente de Clínica Cirúrgicade Animais de Companhia - [email protected]

IntroduçãoO botulismo é desencadeado pela ingestão de alimentos

contaminados por toxinas botulínicas pré-formadas liberadas porClostridium botulinum, caracterizado por ser uma bactériapatogênica anaeróbica¹. Quando ocorre durante a gestação, podecausar aborto ou malformação do feto². Tal patogenia apresenta-seclinicamente por paralisia flácida progressiva dos membros, devidoà capacidade das toxinas eliminadas pelo micro-organismo debloquear a liberação da acetilcolina nas junções neuromusculares.A toxina produzida não atinge o sistema nervoso central devido àbarreira hematoencefálica, portanto, os animais que adquirem a

RESUMO: O botulismo é uma doença que, geralmente, causa má formação no feto, durante períodogestacional. São raros os casos em que os filhotes não são afetados. É uma intoxicação grave adquiridaa partir da ingestão da toxina botulínica pré-formada presente em reservatórios como o solo e sedimentosaquáticos. O produto da Clostridium botulinum é absorvido pelas mucosas do estômago e intestinodelgado e age sobre o sistema nervoso periférico. Os sinais clínicos variam e os mais comuns sãohipotonia muscular, fraqueza simétrica progressiva, disfagia e afonia. Deseja-se com a presenteinformação, relatar um caso de botulismo em cadela prenha atendida no Hospital Universitário daUENF em Campos dos Goytacazes, RJ. O animal apresentava fraqueza nos membros pélvicos e reflexoscranianos e espinhais diminuídos e vivia em local com acesso à carcaças. De acordo com os resultadosdos exames clínicos e hematológicos, iniciou-se o tratamento com penicilina e em 12 dias a paciente jáapresentava deambulação normal. A paciente pariu seus filhotes sem complicações adicionais devidoo botulismo.Palavras-chave: cães, neurotoxina, Clostridium botulinum

ABSTRACT: Botulism is a disease that usually causes fetal malformations during gestation. Rarely,puppies are not affected. It is a serious intoxication acquired after ingestion of the preformed botulinumtoxin present in reservoir such as soil and aquatic sediment. The product of Clostridium botulinum isabsorbed by the stomach and intestine mucosa they act over the periphera nervous system. The mostcommon clinical signs are muscle hypotonia, progressive symmetrical weakness, dysphasia and aphonia.This work relates a botulism case in pregnant dog attended in the UENF Veterinary Hospital in Camposdos Goytacazes, RJ. The animal presented weakness in the pelvic limbs and diminished cranial andespinal reflexes, lived in an area with acess to carcasses. According to the results, a treatment withpenicillin was started and whitin 12 days the patient was walking normally. The patient gave birth withoutfurther complications due to botulism.Keywords: dogs, neurotoxina, Clostridium botulinum

Resumen El botulismo es una enfermedad que generalmente causa malformaciones en el feto duranteel período gestacional. En raras ocasiones, los cachorros no se ven afectados. La intoxicación severaadquirida por la ingestión de toxina botulínica estuvo presente en reservas como el suelo y los sedimentosacuáticos. El producto de Clostridium botulinum es absorbido por las membranas mucosas del estómagoy el intestino delgado y actúa sobre el sistema nervioso periférico. Los signos clínicos varían y los máscomunes son hipotonía muscular, debilidad simétrica progresiva, disfagia y afonía. Este artículo tienecomo objetivo informar un caso de botulismo en perra embarazada atendida en el Hospital Universitariode la UENF, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. El animal tenía debilidad en las extremidadespélvicas y reflejos craneales y espinales disminuidos y vivía en un lugar cercano a los cadáveres. Enbase a los resultados de los exámenes clínicos y hematológicos, comience el tratamiento de penicilinay 12 días con el paciente en deambulación normal. La paciente dio a luz a sus cachorros sin mayorescomplicaciones debido al botulismo.Palabras clave: perros, neurotoxina, Clostridium botulinum

doença, mantêm o seu estado de consciência preservado. Uma vezabsorvida, liga-se irreversivelmente à membrana pré-sináptica³. Sãodescritos sete tipos de neurotoxina (A a G) sendo o tipo C maiscomumente encontrada em cães4. Os maiores reservatórios dabactéria estão no solo e ambientes aquáticos, detritos domiciliaresem deterioração também pode ser fonte de contaminação. Os sinaisclínicos variam de acordo com o período de incubação. Em cães,ocorre fraqueza simétrica progressiva, iniciando pelos membrospélvicos e afetando, posteriormente, os membros torácicos, comhiporreflexia ou arreflexia. Outros sinais que podem serapresentados pelo paciente são diminuição do reflexo palpebral,

30 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

paralisia facial, acometimento da musculatura respiratória edificuldade de deglutição5. Os parâmetros hematológicos ebioquímicos normalmente não são afetados, portanto, a identificaçãoda doença pode ser feita, nesse caso, pela análise dos exameslaboratoriais, clínicos, histórico do paciente e resposta terapêutica.

O diagnóstico definitivo é dificultado pelos baixos níveisda neurotoxina circulante6. Além disso, é necessário atentar-se paraoutras doenças que podem apresentar sinais clínicos semelhantesao botulismo. Desta forma, o diagnóstico definitivo só é possívelatravés do minucioso exame clínico, exames complementares einterpretação de todo o histórico do animal. Objetiva-se com opresente trabalho, relatar um caso de botulismo em um canino,fêmea, SRD, com 5 anos de idade, atendido e diagnosticado nosetor de clínica médica de pequenos animais do Hospital Veterinárioda Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(UENF), Campos dos Goytacazes, RJ.

HistóricoUm paciente canino, fêmea, SRD, de 5 anos de idade com

13,8 Kg foi encaminhado ao setor de clínica médica de pequenosanimais do Hospital Veterinário da UENF em Campos dosGoytacazes, RJ. O tutor relatou que o animal não conseguia selevantar e demonstrava fraqueza nos membros pélvicos, observadono dia anterior. No dia do atendimento, o quadro clínico progrediupara os membros torácicos, gerando uma tetraparesia flácida. Acadela permaneceu com normofagia, normodipsia e sem perda deconsciência. Durante anamnese o tutor relatou que o animal viviaem sítio e tinha contato com carcaças e lixo em um terreno aberto.Durante a realização dos exames físicos foram testados os reflexosdos nervos espinhais, que se mostraram diminuídos e cranianos,que se mostraram normais, com exceção do reflexo palpebral quese apresentou diminuído. Adicionalmente, o tônus da cauda seapresentava presente e o nível de consciência alerta. Foram enviadasao laboratório da UENF amostras de sangue para realização dehemograma e pesquisa de hemoparasitos, avaliação da função renal,hepática e dosagem de eletrólitos.

O resultado dos exames indicou leve leucocitose sem desvio,anemia normocítica normocrômica e a função renal, hepática, edosagem de eletrólitos com parâmetros normais para espécie. Alémdisso, foi realizado exame ultrassonográfico, sendo diagnosticadagestação de 38 dias. Com base nos resultados de exames clínicos elaboratoriais somados à história clínica da paciente, obteve-se comoprincipal diagnóstico diferencial o botulismo. Sendo assim, foiinstaurada a terapia com penicilina e dipirona. As aplicações depenicilina, dosagem de 260.000 UI, foram feitas com intervalos de72 horas, resultando em quatro aplicações. Após sete dias detratamento, a paciente não apresentava mais paresia, conseguindodeambular com ataxia leve. Por fim, 12 dias depois do início daterapia instituída, o animal já deambulava normalmente. Além disso,seus filhotes não tiveram complicações devido ao botulismo,nascendo sem patologias.

DiscussãoO diagnóstico do botulismo baseia-se na avaliação dos

exames clínicos e no histórico com possibilidade de ingestão dematerial contaminado. O animal do presente relato apresentou umquadro de tetraparesia flácida, o que corrobora com os relatos deoutros autores ao descreverem sobre o caso. Uma cadela de doisanos de idade foi relatada, também, gestante e apresentou um quadroagudo de tetraparesia flácida e desconforto respiratório7. Observa-se frequentemente paralisia facial, disfonia, disfagia e megaesôfagodecorrente do acometimento de nervos cranianos, constipação eretenção urinária4, o que não foi apresentado pelo animal deste estudodevido ao fato de ser um quadro agudo e com rápida intervençãoclínica. Foram relatados casos de duas cadelas que se apresentavamem decúbito esternal, membros pélvicos paralisados eincoordenação motora, tinham acesso ao campo e recolhiamcarcaças em putrefação8. Outro relato em um canino machodemonstra paresia dos membros anteriores e posteriores, além dedificuldade de levantar o pescoço, foram encontrados fragmentosósseos de uma costela em decomposição com marcas de dentes noambiente frequentado pelo animal. Após 48 horas foi observadotaquipneia e flacidez abdominal9. A cadela deste estudo não haviadisfunção de nervos cranianos ou problemas relacionados aossistemas urinário/digestório, continuando com normofagia enormodipsia e não apresentando dificuldade respiratória. Alémdisso, os relatos têm em comum o acesso à carcaças de animais.Por fim, foi relatado um caso de cadela fêmea com êmese descritacom ração e penas de aves, o animal tinha o hábito de comer fezesbovinas. O exame clínico indicou desidratação leve, reflexoproprioceptivo diminuído em todos os membros, diminuição dosreflexos patelar e cutâneo do tronco, estando sempre em decúbitolateral durante a realização dos exames10.

No presente caso, os testes reflexivos se mostrarampreservados, mesmo que diminuídos, juntamente com o tônus dacauda. Um relato de terapia cita que o animal recebeu tratamentosuporte após o isolamento da neurotoxina no soro do animal e arecuperação foi completa em um mês11. O tratamento é de suporte eo prognóstico, geralmente é favorável³. Neste trabalho, o tratamentoteve efeito positivo com a utilização de aplicações de penicilina,estando a paciente recuperada em 12 dias.

ConclusãoO diagnóstico definitivo do botulismo é dificultado, os

métodos disponíveis de sorologia não apresentam boa sensibilidadee, o material fonte de infecção dificilmente estará disponível.Portanto, é necessário avaliar e listar as possíveis causas ediagnósticos diferenciais, eliminando-as de acordo com amanifestação clínica e resultado dos exames requisitados. Otratamento realizado para essa doença é de suporte, necessitandoavaliação da resposta do animal à medicação. Apesar dasdificuldades, o prognóstico torna-se favorável, quando o tratamentoé realizado de forma correta.

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REFERÊNCIAS

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IntroduçãoUm timoma é uma neoplasia no mediastino craniano.

Timomas são compostos por epitélio tímico e normalmente incluemvários graus de infiltrações linfocitárias benignas. Em animaisdomésticos, as massas são em grande parte restritas ao mediastinocraniano, mas eles podem se estender do pescoço até o mediastinocaudal. Timomas geralmente são nodulares e encapsulados,causando compressão de tecidos adjacentes. Embora a doençararamente seja documentada, sido relatado em cães e gatos, bemcomo em bovinos, caprinos, ovinos, suínos, cavalos, furões, ratos ehumanos. Até a data, a informação sobre coelhos com timomasprincipalmente resulta de relatos clínicos. Além de timomas,linfomas tímicos e abscessos no mediastino também devem serconsiderados como possíveis causas de massas mediastinais emcoelhos¹. Sinais clínicos associados a um timoma em coelhosincluem dispneia e taquipneia e são diretamente atribuíveis à

8. ESTERNOTOMIA PARA REMOÇÃO DE TIMOMA EMOryctolagus cuniculus: RELATO DE CASO

“Sternotomy for a Thymoma removal in Oryctolagus cuniculus: Case report”

“Esternotomía de extirpación de timoma en Oryctolagus cuniculus: Reporte de caso”

Bernardo Nogueira RepsoldDiscente, Curso de MedicinaVeterinária - [email protected]

Luciano Antunes BarrosMV, MSCs, DSCs. MSV - UFFProfessor [email protected]

Paulo JulianiMV, MSCs, DSCs - InCor - [email protected]

Júlio Almeida Alencar Matosde ArrudaMV., Clínica Prosilvestres - [email protected]

Stephanie Ramalho FurtadoGraduanda em MedicinaVeterinária - [email protected]

Rafael NudelmanMV., Clínica Prosilvestres - [email protected]

Fabio de Oliveira e SousaGraduando em MedicinaVeterinária - [email protected]

RESUMO: Relata-se caso de coelho Oryctolagus cuniculus, macho, castrado, com 7 anos e 6 meses recebidona Clínica Prosilvestres em 2019 diagnosticado com timoma. O paciente apresentava secreção discreta nacavidade nasal sugestivo de rinite, o quadro permanecia estável porém, eventualmente ressurgia. Na semanaseguinte piorou significativamente não respondendo ao tratamento habitual. Após a avaliação clínica foramsolicitados hemograma e bioquímica, radiografia, tomografia, citologia e histopatologia guiada porultrassonografia. Foi notada uma massa presente no mediastino do animal confirmada como timoma e foisugerida a remoção cirúrgica da massa. Infelizmente o animal veio a óbito devido a um descompensamentono pós-cirúrgico levando o mesmo a uma parada cardiorrespiratória.Palavras-chave: timectomia; diagnóstico; coelho

ABSTRACT: A case report of a male castrated male Oryctolagus cuniculus, 7 years and 6 months old,received at Prosilvestres Clinic in 2019, diagnosed with thymoma, is reported. The patient presented a slightsecretion in the nasal cavity suggestive of rhinitis, the condition remained stable, but eventually resurgence.The following week significantly worsened not responding to usual treatment. After clinical evaluation,hemogram and biochemistry, radiography, tomography, cytology and ultrasound-guided histopathology wererequested. A mass present in the animal’s mediastinum confirmed as thymoma was noted and surgicalremoval of the mass was suggested. Unfortunately, the animal died due to postoperative decompensationleading to cardiopulmonary arrest.Keywords: thymectomy; diagnostic; rabbit

RESUMEN: Se informa un informe de caso de un Oryctolagus cuniculus macho castrado, de 7 años y 6meses, recibido en Prosilvestres Clinic en 2019 con un diagnóstico de timoma. El paciente presentó unaligera secreción en la cavidad nasal sugestiva de rinitis, la condición se mantuvo estable, pero finalmenteresurgió. La semana siguiente empeoró significativamente al no responder al tratamiento habitual. Despuésde la evaluación clínica, se solicitó hemograma y bioquímica, radiografía, tomografía, citología e histopatologíaguiada por ultrasonido. Una masa presente en el mediastino del animal se confirmó como timoma y sesugirió la extirpación quirúrgica de la masa. Desafortunadamente, el animal murió debido a ladescompensación postoperatoria, lo que condujo a un paro cardiopulmonar.Palabras clave: timectomía; diagnóstico; conejo

presença de uma massa torácica ocupante ou pleural secundáriaefusão. Exoftalmia bilateral foi relatada secundário ao timoma e épor causa do pooling de sangue no plexo venoso retrobulbar comoum consequência da compressão da veia cava craniana. Essacompressão vascular também pode levar ao edema da cabeça,pescoço e membros anteriores². O uso do diagnóstico por imagemé de grande importância para que haja o diagnóstico diferencial deneoplasias torácicas, como a massa de tecido mole no mediastinocranial em conjunto com a elevação característica da traqueia parao reconhecimento do timoma com as radiografias torácicas. Métodospara diagnóstico por imagem de massas mediastinais em coelhosincluem radiografias, ultrassonografia e tomografiacomputadorizada (TC)¹.

O presente trabalho tem por objetivo relatar o uso da técnicacirúrgica torácica, timectomia, para retirada da massa em coelho(Oryctolagus cuniculus).

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HistóricoO coelho da espécie O. cuniculus, macho, castrado com 7

anos e 6 meses, pesando 1,909 kg foi atendido na ClínicaProsilvestres em junho de 2019. Ao ser recebido na ClínicaProsilvestres foi relatada a queixa de rinite. O paciente apresentavaangústia respiratória com estertor em trato respiratório superior comprognóstico reservado a ruim. Na avaliação clínica foram observadasas mucosas, as quais não apresentavam alteração na pigmentação.O animal não apresentava sinais de desidratação, frequênciarespiratória e cardíaca se encontrava normais e na palpação tambémnão foi observado nada anormal, exceto a mucosa da terceira, quese apresentava muito hiperêmica, ela por sua vez, apresentavaprolapso quando o animal era manipulado devido ao estresse. Apóso exame físico, realizou-se o hemograma completo constatandomonocitopenia e trombocitopenia e a presença de agregadosplaquetários, e na bioquímica com todos os parâmetros dentro danormalidade. Foi feito o exame radiográfico constatando massa emmediastino cranial. Recomendou-se avaliação por exame avançadode imagem, tomografia computadorizada, para melhorcaracterização da lesão, a critério do clínico exame de tomografiacomputadorizada foi compatível com quadro de neoplasiamediastinal. Sugeriu-se correlacionar à análise citológica ehistopatológica. Foi feita citologia de massa mediastinal guiada porultrassonografia. Porém o linfoma não pode ser confirmado devidoà baixa celularidade da população neoplásico. Por isso, um timomanão pode ser totalmente descartado, ainda mais considerando queesta é a neoplasia mediastinal mais comum em coelhos. Sugeriu-sea esternotomia para remoção cirúrgica da massa no tórax. O timomase apresenta como uma massa única no centro da cavidade torácica.Dessa forma técnica de esternotomia é mais eficaz do que o acessointercostal à cavidade torácica, permitindo o acesso aos dois ladosdo tórax e uma melhor visualização e manipulação da massa eestruturas adjacentes. O animal foi previamente sedado commidazolam na dose de 1mg/kg associado a 4mg/kg de morfina, 2mg/kg de dexmedetomidina e 1mg/kg de ketamina, o paciente teve osseus pelos raspados desde a região cervical até o abdômen. Realizadaantissepsia com clorexidina degermante a 2% e álcool 70%. Já como paciente em plano anestésico após uma indução com propofol 2mg/kg, a intubação orotraqueal foi realizada utilizando a máscaralaríngea V-gel modelo R2, e manutenção anestésica através dainfusão contínua utilizando bomba de infusão peristáltica (deseringa) de propofol (0,8 mg/kg/min) e remifentanil (0,25 mg/kg/min) sendo instituído a ventilação mecânica por pressão positiva,utilizando a frequência respiratória de 40 rmp, Peep de 5cmh20,relação inspiração: expiração 1:2, volume de 10 ml por kg pacientepermaneceu estável durante o procedimento, mantendo umafrequência cardíaca média em 160 bpm, pressão arterial (PAS 120mmhg, 45 mmhg e 70 mmhg), a capnografia manteve-se em 30mmhg, oximetria ficou em 100%, sendo monitorado utilizandomonitor multiparamétrico e doppler. Uma incisão de pele foi feitacerca de 1 cm cranial ao manúbrio e estendida até cerca de 1 cmcaudal ao xifoide. Realizou-se uma dissecção romba do tecido

subcutâneo e da musculatura até a exposição do osso esterno. Emfunção do pequeno porte do paciente, da delicadeza e fragilidadedo tecido ósseo, optou-se por não realizar o corte do esterno com aserra oscilatória, mas sim com uma tesoura de mayo robusta, nãohavendo quaisquer dificuldades ou intercorrências nessa variaçãoda técnica. Com a cavidade torácica aberta, foi posicionado umafastador autoestático de finochietto para a visualização eidentificação da massa e demais estruturas torácicas. A massa foientão gentilmente manipulada com dissecada e separada dos demaistecidos com a utilização de pinças específicas para cirurgiascardiovasculares e hastes plásticas revestidas com algodão em suasextremidades. Pouco vascularizada a massa foi removida semmaiores dificuldades, necessitando apenas de uma ligadura vascularem uma neovascularização oriunda da artéria subclávia esquerda(Figuras 1 e 2).

Figuras 1 e 2: Ligadura vascular para neovascularização oriunda daartéria subclávia esquerda

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Após a remoção da massa (Figuras 3 e 4), uma toracostomiano 8º espaço intercostal foi feita para a fixação de uma sonda (uretralnº8) utilizada para remoção de ar da cavidade torácica erestabelecimento da pressão negativa do tórax. O esterno foialinhado, estabilizado e fixado com a utilização de fios de cerclagemde 0,6 mm retorcidos. Uma segunda sonda uretral foi fixada entre oesterno e a pele para administração de anestésicos locais, comoparte do protocolo de analgesia. As camadas muscular e subcutâneaforam suturadas em padrão contínuo Lambert com fios de suturapoliglecaprone 25 2-0. A síntese da pele foi realizada em padrãosimples, descontínuo com nylon 4-0. Ao fim da cirurgia com opaciente estável, as bombas de infusão foram desligadas parando aanestesia. Após 10 minutos o paciente já apresentava algum retornoporém ainda com sinais de sedação. Dessa forma, foi feito o reversorde benzodiazepínico, flumazenil na dose de 0,05 mg/kg, permitindo

uma recuperação melhor do paciente, em que o mesmo foi colocadoem decúbito esternal e responsivo a estímulos, como a retirada deum membro após o estímulo. Após a realização do procedimentocirúrgico, foi retirada a massa e enviada para biópsia, sendo possívelconfirmar o timoma. No período pós-operatório, aproximadamente12 horas após o procedimento o animal teve uma parada car-diorrespiratória e foi a óbito.

DiscussãoSegundo a literatura, massas mediastinais em coelhos são

compostas por linfomas e timomas tímicos8. Os timomas nomediastino são os mais comuns tumores em coelhos sendo relatadoem coelhos com idades variando de 3 a 10 anos (mediana, 6,1anos)6,5. Conforme visto no relato de caso o paciente que foidiagnosticado com o tumor estava dentro da faixa etária em quesão vistas as massas nesses lagomorfos. Os timomas tendem a tercrescimento lento, mas podem, raramente, invadir tecidos e fazermetástases para a pleura e outros (torácica e abdominais)7. Ostimomas tendem a ser de crescimento lento, mas podem localmenteinvadir os tecidos e metastizar localmente para a pleura e outros(torácica e abdominais), embora a probabilidade de isso ocorrerpareça baixa7. O timo é encontrado no mediastino, cranioventral aocoração, e em coelhos não involui, mas persiste por toda a vida. Ostimomas no mediastino são os mais comuns de tumores em coelhos6.

Os sinais clínicos em coelhos com timomas podem variardesde um achado incidental de massa mediastinal no exameradiográfico aos sinais de dispneia progressiva, intolerância aoexercício, devido à presença de uma massa ocupante do espaço notórax. Além disso, exoftalmia bilateral, prolapso das terceiraspálpebras, cabeça, pescoço e edema anterior, e derrame pleuralassociado à síndrome da veia cava craniana pode ser visto³. Foiobservado durante o exame clínico muitos desses sintomas dentreeles grande angústia respiratória com estertor em trato respiratóriosuperior e prolapso das terceiras pálpebras bem evidente. Nasradiografias, elas aparecem como uma grande massa de tecido moleno tórax craniano. Eles são geralmente histologicamente benignose raramente metastatizam, mas eles tendem a se repetir após aremoção incompleta. Timomas geralmente não são invasivos maspode ser aderida ao pericárdio1,9. Carcinomas tímicos commetastático a tendência em coelhos é rara10. A esternotomia da linhamédia é recomendada para remoção do timoma para permitir oacesso à ambos os lados da cavidade torácica11. A taxa demortalidade perioperatória em coelhos após a remoção cirúrgicade timomas tem foi relatado como alto. Em um série de casos, 5dos 9 coelhos morreram dentro de 3 dias da cirurgia; o tempo desobrevida foi de 0 a 955 dias (média de 3 dias)1. No presente relato,apesar da cirurgia ter sido um sucesso o coelho veio a óbito 12horas após a cirurgia devido a uma parada cárdiorrespiratória.

ConclusãoPela pouca frequência do caso clínico, esse relato torna-se

de grande importância para compreender o uso da técnica da

Figuras 3 e 4: Timectomia realizada para retirada da massa na cavidadetorácica..........................................................................................................................

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esternotomia com o protocolo anestésico apropriado para retiradade timoma e outras neoplasias torácica em coelhos e lagomorfos.

Apesar da técnica cirúrgica ter sido um sucesso o animaldescompensou algumas horas após o pós-cirúrgico e foi a óbito.Foi discutida a possibilidade de um manejo pós-cirúrgico maisapropriado com treinamento da equipe para ventilar e estabilizar opaciente quando ocorreu a parada cárdio-respiratória para o animalpara que ele tivesse uma sobrevida de mais algumas horas ou dias.Junto a isso, foi questionado o manejo do paciente no pós-cirúrgico,se caso a equipe tivesse manejado menos ou até mesmo nãomanejado no mesmo dia o animal para limpeza do exsudato poderiater evitado o estresse que pode ter levado a parada cárdio-respiratória.

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36 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

IntroduçãoOs cachorros-do-mato, Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766),

possuem ampla distribuição geográfica, sendo encontrado em todosos biomas brasileiros em grande diversidade de habitats. Existemcinco subespécies, sendo que dessas, três ocorrem no país1. A espécieestá classificada como “menos preocupante” na lista de animaisameaçados de extinção2. Apesar disso, são muitos os relatos deatropelamento em rodovias no Brasil3-5. Assim como os demaiscanídeos, o cachorro-do-mato está suscetível a diversas patologiasem comum. A otite é uma reação inflamatória do canal auditivovertical e/ou horizontal6. O espessamento e calcificação do canalauditivo indicam que a inflamação é irreversível. Os principais sinaisincluem dor aguda à palpação e inclinação da cabeça, o que podeindicar otite média ou interna. Nesse caso, o animal pode, ainda,apresentar marcha em círculos, nistagmo e disfunção vestibular6.

9. ABLAÇÃO TOTAL DE CONDUTO AUDITIVO EM CACHORRO-DO-MATO(Cerdocyon thous): RELATO DE CASO

“Total ear canal ablation in a crab-eating fox (Cerdocyon thous): case report”“Ablación total del canal auditivo en zorro patas negras (Cerdocyon thous): relato de caso”

Karen Matos CavalheiroGraduanda em medicina veterinária,Bióloga, Universidade Estácio de Sá[email protected]

Margareth BalbiMV, MSc, Universidade Estácio de Sá,Vargem Pequena, RJ - 4075 CRMV/RJ

Fernando Elísio Amaral TorresMV, MSc, Universidade Estácio de Sá

Jeferson Rocha PiresMV, MSc, Biólogo, Universidade Estáciode Sá, Vargem Pequena, RJ

Cristiane Bazaga BotelhoMV, MSc, RADIOVET - 7542 CRMV/RJ

Gustavo Monteiro de Castro NevesMV, RADIOVET - 8081 CRMV/RJ

Luís Gustavo Picorelli de OliveiraMV, MSc, Universidade Estácio de Sá10561 CRMV-RJ

RESUMO: O cachorro-do-mato é vítima recorrente de atropelamentos em grandes estradas rodoviárias. Aotite é uma reação inflamatória do canal auditivo, com sinais como dor à palpação, inclinação de cabeça,marcha em círculos e disfunção vestibular. Otoscopia e tomografia computadorizada são exames sensíveispara determinar a extensão das lesões. O presente estudo relata o caso de um cachorro-do-mato atropeladono município de Niterói-RJ, que apresentou inclinação de cabeça sangramento da orelha direita e úlcera decórnea. Na otoscopia, constatou-se estenose completa do conduto auditivo direito e, na tomografia, presençade conteúdo na bula timpânica direita, sugerindo otite média. Realizou-se a ablação total do conduto auditivodireito, observando-se conteúdo hemorrágico no canal horizontal. A histopatologia evidenciou presença decélulas de infiltrado inflamatório, comprovando-se que o quadro apresentado foi devido ao trauma.Palavras-chave: canídeos silvestres, otite, disfunção vestibular

ABSTRACT: The crab-eating fox is a recurring victim of run overs on major roads. Otitis is an inflammatoryreaction of the ear canal, with signs such as pain on palpation, head tilt, gait in circles and vestibular dysfunction.Otoscopy and computed tomography are sensitive tests to determine the extent of the lesions. The presentstudy reports the case of a ran over crab-eating fox in Niterói-RJ, who presented with a head tilt bleeding fromthe right ear and corneal ulcer. At otoscopy, it was found complete stenosis of the right ear canal and, attomography, presence of content in the right tympanic bulla, suggesting otitis media. Total ear canal ablationof the right ear canal was performed, observing hemorrhagic content in the horizontal canal. Histopathologyshowed the presence of inflammatory infiltrate cells, proving that the case presented was due to trauma.Keywords: crab-eating fox, ablation, tomography

RESUMEN: El zorro patas negras es una víctima recurrente de ser atropellado en las carreteras principales.La otitis es una reacción inflamatoria del canal auditivo, con signos como dolor a la palpación, cabezainclinada, marcha en círculos y disfunción vestibular. La otoscopia y la tomografía computarizada son pruebassensibles para determinar la extensión de las lesiones. El presente estudio reporta el caso de un zorro patasnegras atropellado en Niterói-RJ, que presentaba rigidez en el cuello, sangrado del oído derecho y úlceracorneal. En la otoscopia, se encontró estenosis completa del canal auditivo derecho y, en la tomografía,presencia de contenido en el prospecto timpánico derecho, lo que sugiere otitis media. Se realizó ablacióntotal del canal auditivo derecho, observando contenido hemorrágico en el canal horizontal. La histopatologíamostró la presencia de células infiltradas inflamatorias, lo que demuestra que la imagen presentada se debióa un trauma.Palabras clave: zorro patas negras, ablación, tomografía

A tomografia computadorizada é um exame mais sensível eespecífico para o diagnóstico da otite média quando comparadacom a radiografia, uma vez que através dela é possível obter imagenssuperiores da estrutura óssea e dos tecidos ao redor7-9. A otoscopiaé um exame recomendado para avaliar a integridade da membranatimpânica e definir a gravidade das alterações no canal auditivo,podendo ser realizada através de um otoscópio clínico ou umfibrotoscópio6. A ablação total do conduto auditivo é indicada emcasos de otite externa crônica resistente ao tratamento convencional,ou quando há intensa ossificação da cartilagem auricular, hiperplasiaepitelial grave envolvendo estruturas além do pavilhão auricularou canal auditivo vertical, para casos de grave estenose e tambémneoplasias do canal horizontal6,10,11. O procedimento pode incluir aosteotomia da bula timpânica e pode ser realizada uni oubilateralmente. Algumas complicações pós-cirúrgicas dessa

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abordagem têm sido relatadas, incluindo déficits no nervo facial ouocular, síndrome de Horner e síndrome vestibular, todas, geralmente,ocorrendo de forma transitória11.

HistóricoNo dia 05 de dezembro de 2018, um indivíduo da espécie

Cerdocyon thous foi encontrado atropelado em uma autoestradaem Charitas, Niterói. Foi, então, levado para atendimento no Centrode Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS-UNESA), onde seconstatou sangramento na orelha direita, cabeça inclinada para omesmo lado e úlcera de córnea durante exame físico. Na tentativade realizar fibrotoscopia, observou-se estenose total da entrada daorelha direita, optando-se por outros exames de imagem parafechamento do diagnóstico. Com animal sob sedação, foi feitatomografia computadorizada no centro de diagnóstico veterinárioRADIOVET, que evidenciou a presença de conteúdo na bulatimpânica direita devido à opacidade apresentada nessa região(Figura 1), sugerindo otite média. A abordagem terapêuticaescolhida foi cirúrgica, sendo o animal submetido à ablação totaldo conduto auditivo direito por apresentar estenose total da orelhaexterna e otite média. O protocolo anestésico instituído utilizouketamina 5 mg/kg associada ao midazolam 0,5 mg/kg paramedicação pré-anestésica, indução com propofol e bloqueio localdo nervo aurículo palpebral com lidocaína 2 mg/kg. A manutençãofoi realizada com isoflurano. O paciente foi posicionado em decúbitolateral esquerdo, foi feita tricotomia e antissepsia de toda região dopavilhão auricular e área circundante com clorexidine degermante2% e clorexidine alcóolico 0,5%. Foi feita uma incisão de pele emT paralelamente ao canal horizontal e abaixo da borda superior dotrago, estendendo-a ao redor da abertura do canal auditivo vertical.Todo o canal foi dissecado cuidadosamente, o mais próximo possível

da cartilagem até atingir a bula timpânica. No transcirúrgico foiobservada a presença de conteúdo hemorrágico na porção horizontalda orelha externa. Todo o conduto foi retirado com bisturi na baseda bula timpânica e enviado para exame histopatológico. Foi feitacuretagem da bula sem realizar osteotomia. A rafia foi feitaaproximando o tecido subcutâneo com fio absorvível poliglactina3-0 com pontos em padrão simples descontínuo e pele com fio nylon3-0 em mesmo padrão, sendo colocado um dreno logo abaixo daincisão principal (Figura 2). A medicação pós-cirúrgica incluiu

Figura 1: Imagem de tomografia computadorizada em crânio decachorro-do-mato, evidenciando contorno anormal e presença deconteúdo na bula timpânica. (Fonte: RADIOVET)

Figura 2: Técnica de ablação total de conduto auditivo, realizandoincisão de pele em T e ao redor da abertura do canal auditivo (A),dissecando todo o conduto cartilaginoso (B) e, por fim, fazendo a rafiade pele com fio nylon 3-0 (C), posicionando um dreno ventralmente àincisão (seta). (Fonte: Fernando Elísio)

A

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amoxicilina com clavulanato 20 mg/kg a cada 12 horas, meloxicam0,2 mg/kg a cada 24 horas e tramadol 2 mg/kg a cada 12 horas,todos por via oral através da alimentação. O dreno foi retirado apóso 3º dia de recuperação e os pontos após 15 dias. Durante oacompanhamento do pós-operatório, notou-se que animal aindaapresentava inclinação da cabeça e andar em círculos discreto(Figura 3). A histopatologia da peça revelou hiperqueratosesuperficial leve associada à atrofia epidérmica e intensa fibroplasiada derme superficial com proliferação de tecido de granulação,condizente com reação inflamatória.

histopatológicos, concluiu-se que o quadro otológico no cachorro-do-mato em questão foi em decorrência de uma reação inflamatóriagerada pelo trauma.

REFERÊNCIAS

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Figura 3: Cachorro-do-mato apresentando inclinação da cabeça póscirurgia de ablação total do conduto auditivo direito (A) e cicatrizaçãoda ferida após 15 dias de cirurgia (B). (Fonte: Fernando Elísio)

........................................................................................Discussão

Acidentes rodoviários em diversas localidades do paísenvolvendo indivíduos de C. thous são comumente relatados naliteratura, sendo responsáveis por diversos tipos de trauma e atéóbito12-15. Ao exame físico, o paciente apresentou sinais condizentescom afecção otológica, como inclinação da cabeça6 e estenose totaldo conduto direito, além de alterações na tomografia, como presençade conteúdo fluido de média densidade, lise focal da bula timpânicae adelgaçamento da parede da bula timpânica direita, compatívelcom os achados na literatura em quadro de otite média8,9,16. Damesma forma, o tratamento cirúrgico segue as indicações daliteratura devido à presença de estenose total do conduto6 e por seruma espécie de vida livre, tornando o manejo mais difícil para umaabordagem tópica. A ablação de conduto auditivo tem sidoempregada em animais silvestres como tratamento de patologiasde difícil resolução, incluindo otite média17,18. A técnica aplicadanão difere para outras descritas anteriormente6,19, porém, optou-sepor preservar a bula timpânica sem realizar osteotomia, uma vezque o conteúdo encontrado foi sanguinolento e não exsudativo. Ofato de o animal apresentar cabeça pendular e andar em círculos nopós cirúrgico é compatível com algumas complicações relatadas,como a síndrome vestibular11, esperando-se que seja transitório.

ConclusãoBaseado no histórico de atropelamento e na ausência de

exsudato purulento observado no transcirúrgico e nos achados

A

39VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

10. A relação da otite externa e as dermatopatias em cães:Estudo retrospectivo dos casos apresentados à policlínica

da Universidade Estácio de Sá

“The relationship of otitis externa and skin diseases in dogs - a retrospective study of casespresented to the polyclinic of Universidade Estácio de Sá”

“La relación de la otitis externa y las enfermedades de la piel en perros - un estudio retrospectivo delos casos presentados a la policlínica de la Universidade Estácio de Sá”

Letícia Saide Diniz MartinsDiscente do Curso de MedicinaVeterinária, [email protected]

Margareth BalbiMV, MSc, Professora. Clínica dePequenos Animais, UNESA - Riode Janeiro, RJ - CRMV-RJ 4075

Tahiana Siqueira QuaresmaDiscente do Curso de MedicinaVeterinária, UNESA - Rio deJaneiro, RJ

RESUMO: A otite externa em cães é uma enfermidade multifatorial envolvendo causas primárias, secundárias,predisponentes e perpetuantes da inflamação. Devido à semelhança histológica entre a orelha e a pele dos cães,sabe-se que a inflamação desencadeadora da otite pode ser oriunda de uma dermatopatia. Com o intuito de identificaressa relação, foi realizado um levantamento de 133 fichas de cães na Policlínica da UNESA que vieram com queixaprincipal de otite e/ou dermatopatia. Destes 39 cães apresentavam somente otite, 77 só dermatopatia e 17 ambos.Os sinais de dermatopatia estavam presentes em 53% dos cães cuja queixa principal era exclusivamente otite,assim como os sinais de otite estavam presentes em 59% dos animais que apresentavam queixa de dermatopatiasomente. Observou-se nesse levantamento que as dermatopatias estão frequentemente envolvidas com a doençaotológica, mesmo quando não referidas na queixa principal pelo tutor.Palavras-chave: inflamação, dermatoses, otopatias

ABSTRACT: External otitis in dogs is a multifactorial disease involving primary, secondary, predisposing andperpetuating causes of inflammation. Due to the histological similarity between the ear and the skin of the dogs, it isknown that the inflammation triggering the otitis can originate from a dermatomyopathy. In order to identify thisrelationship, a survey of 133 dogs was conducted in the UNESA Clinic, which came with otitis and/or dermatomyopathy.Of these, 39 dogs had only otitis, 77 only dermatomyopathy and 17 both. The signs of dermatomyopathy werepresent in 53% of the dogs whose main complaint was only otitis, as well as the signs of otitis were present in 59% ofthe animals that complained of dermatomyopathy only. It was found in this survey that the dermatopathies arefrequently involved with the otologic disease, even when not mentioned in the main complaint by the owner.Keywords: Inflammation, dermatosis, otopathies

RESUMEN: La otitis externa en perros es una enfermedad multifactorial que afecta a causas primarias, secundarias,predisponentes y perpetuas de inflamación. Debido a la similitud histológica entre el oído y la piel de los perros, sesabe que la inflamación que desencadena la otitis puede originarse a partir de una dermatomiopatía. Para identificaresta relación, se realizó una encuesta de 133 registros caninos en la Policlínica UNESA, que vino con la principalqueja de otitis y/o dermatomiopatía. De estos 39 perros sólo tenían otitis, 77 sólo Dermatomiopatía y 17 ambos. Losseñales de Dermatomiopatía estaban presentes en el 53% de los perros cuya principal denuncia era exclusivamenteotitis, así como los señales de otitis estaban presentes en el 59% de los animales que se quejaban únicamente dedermatomiopatía. En esta encuesta se observó que las dermatopopatías están frecuentemente involucradas con laenfermedad otológica, incluso cuando no se menciona en la queja principal por el tutor.Palabras chave: Inflamación, dermatoses, otopopatía

IntroduçãoPor muito tempo a otite foi interpretada como uma doença

isolada, contudo, estudos mais recentes comprovam que se trata deuma enfermidade multifatorial, que abrange fatores primários,secundários, predisponentes e perpetuantes envolvidos nainflamação no conduto auditivo1. A otite é classificada em externa,média e interna, de acordo com a extensão da lesão2,3,4. O tecido derevestimento da orelha externa é histológicamente semelhante aoda pele do cão, sendo assim, a inflamação desencadeadora da otitepode frequentemente ser oriunda de uma dermatopatia, que agecomo fator primário5,6. Diante disso, foi realizado um estudoretrospectivo das fichas clínicas de cães que se apresentaram àPoliclínica da Universidade Estácio de Sá - RJ.

Material e MétodosForam pertinentes ao estudo 133 fichas clínicas de cães que

se apresentaram a Policlínica da Universidade, no período de 2017a 2019, com queixa principal de otopatia e/ou dermatopatia. Asfichas foram levantadas e avaliadas de acordo com o histórico dedermatopatia e sua comorbidade com a otite. Os dados foramrelacionados a fim de obter resultados que ratificassem a associaçãode ambas as afecções.

Resultados e DiscussãoNas 133 fichas levantadas foram observados que 29,5% (39/

133 cães) tinham queixa principal de otopatias; 58% (77/133 cães)apresentaram queixa principal de dermatopatias e 12,5% (17/133

40 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

cães) vieram com queixa de ambos (Figura 1). Sabendo dasemelhança histológica entre a orelha externa e a pele e que asdermatopatias são englobadas nos fatores primários que levam aotite1,2,3,7, os resultados apontam que dos 39 cães que tinham queixaprincipal de otite, 53% (21) tinham histórico de dermatopatiapregressa, deste grupo, 35% (7) também apresentavam sinais dedermatopatia durante o exame físico (Figura 2). Dos 77 cães queapresentavam queixa exclusivamente de dermatopatia, 59% (46)tinham histórico de otites pregressa, destes, 34% (16) tambémapresentaram sinais de otite durante o exame físico (Figura 3).

associados, a lambedura excessiva das patas esteve presente, issose explica pelo fato da doença alérgica ser o principal fator primárioenvolvido nas otopatias e o prurido podal um dos sinais maismarcantes2,8. Embora a literatura cite que as raças mais comumenteacometidas pela otite sejam Poodle, Cocker Spaniel e PastorAlemão7, o estudo constatou que os cães SRD (23%), Shih Tzu(11%), Bulldog Francês (10%), Golden Retriever (8%), Yorkshire(6%) e Labrador (5%) foram acometidos com mais frequência(Figura 4). Os resultados obtidos justificam-se devido à semelhançahistológica da pele e orelha externa e encontram-se de acordo coma literatura, que afirma que na maioria dos casos as dermatopatiasagem como desencadeadores da inflamação que acomete aotite1,2,3,9,10.

ConclusãoOs resultados apresentados demonstram que as

dermatopatias desempenham papel importante agindo comoprincipal fator primário envolvido na inflamação causadora da otite.

Nos 17 cães que relatavam na queixa principal otite edermatopatia, o acometimento dos dois sistemas foi confirmado noexame físico. De acordo com as fichas, os sinais otológicos quemais chamaram a atenção dos tutores foram: odor e prurido, sinaisestes que de acordo com a literatura, são causados pela inflamaçãoe infecção dos agentes oportunistas¹. Ademais, nos 12% (17 cães)que apresentavam na queixa principal ambos os problemas

Figura 1: Divisão percentual das queixas relatadas a consultana Policlínica da Universidade

Figura 2: Percentual dos cães com queixa de otite quetinham histórico de dermatopatia pregressa

Figura 3: Percentual dos cães com queixa de dermatopatiaque tinham histórico de otite pregressa

REFERÊNCIAS

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Figura 4: Distribuição dos cães com otopatia e/ou dermatopatiade acordo com a raça

RAÇAS N. ANIMAIS % RAÇAS N. ANIMAIS %

SRD 31 23

Shih Tzu 15 11Buldog Francês 12 10Golden Retriever 11 8Yorkshire 8 6Labrador 7 5Poodle 7 5Pitbull 6 5Dachshund 6 5Rottweiler 4 4Welsh Corgi 4 4

Maltês 4 3A. Staffordshire 4 3Lhasa Apso 3 2Bull Terrier 2 2Pug 2 1Boxer 1 1Cocker 1 1Salmoieda 1 1Chow Chow 1 1Shar Pei 1 1Dogo Argentino 1 1

77 / 133

17 / 133

39 / 133OTITE 29,5%

DERMATOPATIA58%

AMBAS 12,5%

ANIMAISCOM

QUEIXADE OTITE

HISTÓRICODE

DERMA-TOPATIA

53%DOSCÃES

ANIMAISCOM

QUEIXADE DERMA-

TOPATIA

HISTÓRICODE

OTITE

59%DOSCÃES

41VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

11. ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ANTIBIÓTICOSMAIS PRESCRITOS NO ATENDIMENTO CLÍNICO DE CÃES E GATOS

NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁNO PERÍODO DE 2017 A 2019

“Retrospective study of antibiotics prescribed in the clinical care of dogs and catsat the Veterinary Hospital Universidade Estácio de Sá from 2017 to 2019”

“Estudio retrospectivo de antibióticos recetados en la atención clínica de perros y gatosen el Hospital Veterinario Universidade Estácio de Sá de 2017 a 2019”

Tahiana Siqueira QuaresmaDiscente do Curso de MedicinaVeterinária, UniversidadeEstácio de Sá (UNESA)Rio de Janeiro, [email protected]

Margareth BalbiMV, MSc. Professora, Clínicade Pequenos Animais, UNESACRMV-RJ [email protected]

Letícia Saide Diniz MartinsDiscente do Curso deMedicina Veterinária - UNESARio de Janeiro, RJ

RESUMO: A escolha dos antimicrobianos pode ser feita de forma empírica ou específica, sendo a específica a idealpara reduzir o risco de resistência bacteriana. Realizou-se um estudo dos antibióticos mais prescritos na rotina clínicade pequenos animais, bem como se foram prescritos de maneira tópica ou sistema, empírica ou específica, e emquais situações clínicas houve mais prescrição, tendo caráter retrospectivo e quantitativo, sendo conduzido atravésde levantamentos e análises das fichas de atendimento clínico de cães e gatos, na Policlínica da UNESA, no períodode outubro de 2017 a janeiro de 2019. De um total de 1.872 fichas analisadas, 439 (23%) haviam prescrição antibiótica.O antibiótico sistêmico mais prescrito nesse período foi amoxicilina com clavulanato de potássio 119 (27%). A maioriadas prescrições foram para situações de doenças dermatológicas 109 (25%). Comprovou-se então a baixa utilizaçãoda prescrição racional na clínica de pequenos animais, sendo necessário inserir práticas para salientar a classemédica veterinária, a importância da prescrição de antibióticos de maneira responsável, a fim de diminuir a resistênciamicrobiana a esses fármacos.Unitermos: antibioticoterapia, prescrição, resistência, empírico, específico

ABSTRACT: Antimicrobials can be chosen either empirically or specifically, and the specific one is ideal for reducingthe risk of bacterial resistance. A study of the most commonly prescribed antibiotics in the clinical routine of smallanimals was performed, as well as whether they were prescribed topically or systemically, empirically or specifically,and in which clinical situations there was more prescription, being retrospective and quantitative, being conductedthrough surveys and analysis of clinical records of dogs and cats, at the UNESA Polyclinic, from October 2017 toJanuary 2019. Of a total of 1,872 records analyzed, 439 (23%) had antibiotic prescription. The most prescribed systemicantibiotic during this period was amoxicillin with potassium clavulanate 119 (27%). Most prescriptions were fordermatological disease situations 109 (25%). Thus, the low use of rational prescribing in the small animal clinic wasproven, and it is necessary to insert practices to emphasize the veterinary medical class, the importance of responsibleantibiotic prescribing, in order to reduce the microbial resistance to these drugs.Keywords: antibiotic therapy, prescription, resistance, empirical, specific

RESUMEN: Los antimicrobianos se pueden elegir empíricamente o específicamente, y el específico es ideal parareducir el riesgo de resistencia bacteriana. Se realizó un estudio de los antibióticos prescritos con mayor frecuenciaen la rutina clínica de los animales pequeños, así como si se prescribieron por vía tópica o sistémica, empírica oespecífica, y en qué situaciones clínicas hubo más prescripción, siendo retrospectivo y cuantitativo, a través deencuestas y análisis de registros clínicos de perros y gatos, en el Policlínico UNESA, desde octubre de 2017 hastaenero de 2019. De un total de 1,872 registros analizados, 439 (23%) tenían prescripción de antibióticos. El antibióticosistémico más prescrito durante este período fue la amoxicilina con clavulanato de potasio 119 (27%). La mayoría delas recetas fueron para situaciones de enfermedades dermatológicas 109 (25%). Por lo tanto, se demostró el bajo usode la prescripción racional en la clínica de animales pequeños, y es necesario insertar prácticas para enfatizar la clasede medicina veterinaria, la importancia de la prescripción responsable de antibióticos, para reducir la resistenciamicrobiana a estos medicamentos.Palabras clave: terapia antibiotica, prescripción, resistencia, empírica, específica

IntroduçãoOs antibióticos são substâncias naturais ou sintéticas,

utilizadas para inibir o crescimento ou causar a destruição demicrorganismos, são classificados com bactericidas quando agemeliminando o agente patológico de maneira irreversível e sãobacteriostáticos, quando inibem o crescimento bacteriano. O

antibiótico deve ser o mais tóxico possível ao patógeno e o maisseguro possível para o hospedeiro. Podemos dividir os antibióticosem oito classes principais: Beta-lactâmicos, Aminoglicosídeos,Macrolídeos, Peptídicos Cíclicos, Tetraciclinas, Sulfonamidas,Quinolonas e Fluoroquinolonas, tendo seu mecanismo de açãovariado entre: inibidores da parede celular, inibidores da síntese

42 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

proteica, inibidores do PABA e inibidores da síntese de DNA1,2,3. Aseleção dos antimicrobianos pode ser feita de forma empírica ouespecífica2,4,5,6. A escolha específica baseia-se no teste desensibilidade, sendo coletado para a cultura bacteriana materiaisbiológicos de acordo com o possível foco e diagnóstico clínico deinfecção, tais como: secreções, sangue, urina, fezes, líquido ascítico/pleural, líquor, ponta de cateter, líquidos colhidos de bolhas íntegrasou cápsula articular e material colhido durante o ato cirúrgico4.Sendo assim, a escolha do antimicrobiano deverá ser baseada nacultura e antibiograma, consequentemente, cada protocolo detratamento deverá ser único, pois pode ser modificado dependendodo tipo de bactéria que se encontra em cada caso5. A empírica éfeita pela suposição do provável agente microbiano e seu padrãode susceptibilidade com bases em dados epidemiológicos de acordocom o sítio de infecção e também na capacidade do antibiótico deatingir concentrações terapêuticas no local de infecção6-2. Asbactérias responsáveis pela maioria das infecções em cães e gatosvem de uma lista com entorno de 10 gêneros, mas sua prevalênciarelativa em diferentes órgãos varia. Uma vez identificadas asbactérias, a seleção de antibióticos é simplificada porque o padrãode suscetibilidade de muitos organismos é previsível2. As bactériaspodem ser divididas em gram negativas aeróbias, gram positivasaeróbias, anaeróbias, e estafilococos produtores de penicilase. Deacordo com essas classificações, podemos escolher osantimicrobianos de acordo com a sensibilidade de bactérias aeróbiasgram positivas e aeróbias Gram negativas, ao mesmo tempo quediferenças entre as bactérias anaeróbias são pequenas1. O não usoda terapia racional agrava o surgimento de resistência microbiana,pois muitas vezes o clínico pode cometer um equívoco e prescreverantibióticos sem que haja infecção bacteriana, usar uma dosageminadequada, fazer uso de uma terapia com duração insuficiente eutilizar combinações de drogas erroneamente7-8. O objetivo desteestudo foi um inventário dos antibióticos sistêmicos mais prescritosna rotina clínica de pequenos animais, e se a prescrição foi de formaempírica ou específica, e em quais situações clínicas houve maisprescrição de antibióticos.

Material e MétodosO estudo teve um caráter retrospectivo e quantitativo, sendo

conduzido através de levantamentos e análises das fichas deatendimento clínico de cães e gatos, sem restrição de raça, sexo ouidade que foram atendidos na Policlínica da Universidade Estáciode Sá localizada no bairro de Vargem Pequena, cidade do Rio deJaneiro no período de outubro 2017 a janeiro 2019.

Resultados e DiscussãoNo período de outubro de 2017 a janeiro de 2019 foram

analisadas 1.872 fichas, onde a prescrição antibiótica estava presenteem 439 (23%) dessas fichas. A seleção do antibiótico foi realizadade forma empírica em 437 (99%) casos e de forma específica em 2(1%) casos, indo em oposição a literatura consultada, que indicaque a prescrição de antibióticos deve ser feita de maneira racional

e responsável para evitar falhas no tratamento e resistênciabacteriana8. As idades dos animais em que foram prescritosantibióticos distribuiu-se da seguinte forma: 41 (9%) casos de 0 -11 meses, 179 (41%) casos de 1 a 5 anos, 109 (25%) casos de 6 a10 anos, 82 (18%) casos de 11 a 15 anos, 12 (3%) casos de 16 a 19anos, em 16 (4%) casos não foram informados, tais dados então deacordo com trabalhos que indicam que o atendimento de animaisjovens na clínica é superior ao atendimento de animais adultos eidosos10.

Observou-se que os antibióticos sistêmicos mais prescritosnesse período foram: amoxicilina com clavulanato de potássio 119(27%), cefalexina 56 (13%), enrofloxacina 54 (12%), doxiciclina35 (8%) e outros 175 (40%) (Tabela 1).

As situações clínicas em que mais houve prescrição deantimicrobianos foram: doenças dermatológicas 109 (25%), pósoperatório 65 (15%), doenças gastrointestinais 33 (7%), doençasdos trato respiratório 27 (6%) e outros 205 (47%) (Tabela 2),corroborando a literatura que alega que os casos em que mais ocorre

Tabela 1: Antibióticos sistêmicos mais prescritosno período de outubro de 2017 a janeiro de 2019, na Policlínica

Faculdade de Veterinária da UNESA

Antibióticos SistêmicosNúmero Porcentagem

de prescrições das prescrições

Amoxicilina com 119 27%Clavulanato de Potássio

Cefalexina 56 13%

Enrofloxacina 54 12%

Doxiciclina 35 8%

Outros 175 40%

Total 439 100%

Tabela 2: Situações clínicas em que mais houve prescrição deantibióticos no período de outubro de 2017 a janeiro de 2019, na

Policlínica da Faculdade de Veterinária UNESA

Númerode situações

Clínicas

Porcentagemdas situações

ClínicasSituações Clínicas

Doenças dermatológicas 109 25%

Pós-operatório 65 15%

Doenças gastrointestinais 33 7%

Doenças do trato respiratório 27 6%

Outros 205 47%

Total 439 100%

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prescrição antibiótica na clínica de pequenos animais são: póscirúrgico (principalmente em cirurgias gastrointestinais),dermatológico, respiratório e trato urogenital1.

ConclusãoComprovou-se com esse levantamento a baixa aplicação da

prescrição racional na clínica médica de pequenos animais. Sendonecessário inserir práticas para salientar a classe médica veterináriaa importância da prescrição de antibióticos de maneira responsável,a fim de diminuir falhas no tratamento e resistência microbiana aesses fármacos.

REFERÊNCIAS

1. CASTELA, H.A.G.B. Contribuição para o estudo da utilização terapêutica deantibióticos na clínica de animais de companhia. Universidade Técnica de LisboaFaculdade de Medicina Veterinária, p.1-64, 2013.

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4. MOTA, L.M.; VILAR, F.C.; DIAS, L.B.A.; NUNES, T.F.; MORIGUTI, J.C. Usoracional de antimicrobianos. Revista Medicina (Ribeirão Preto), v.43, n.2, p.164-172, 2010

5. GHELLER, B.G.; MEIRELLES, A.C.F.; FIGUEIRA, P.T.; HOLSBACH, V.Patógenos bacterianos em cães com otite externa e seus perfis de suscetibilidade adiversos antimicrobianos. PubVet Medicina Veterinária e Zootecnia, v.11, n.2,p.159-167, 2017.

6. HOEFLER, R.; VIDOTTI, C.C.F.; MENEZES, E.S.; PINHEIRO, S. Ações queestimulam o uso racional de antimicrobianos. Boletim Farmacoterapêutica, v.11,n.4, p.1-4, 2006.

7. MOTA, R.A.; SILVA, K.P.C.; FREITAS, M.F.L.; PORTO, W.J.N.; SILVA, L.B.G.;Utilização indiscriminada de antimicrobianos e sua contribuição a multirresistênciabacteriana. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.42,n.6, p.465-470, 2005.

8. RIBEIRO, R.C.N.; CORTEZI, A.M.; GOMES, D.E. Utilização racional deantimicrobianos na clínica veterinária. Revista Científica Unilago, v.1, n.1, 2018.

9. MARGARIDO, R.S.; ALMEIRA, F.; SOUZA, A.O.; BAZAN, C.T.; CARVALHO,T.D.; LUPPI, T.; PEREIRA, D.M. Associação de antibióticos nos animaisdomésticos. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v.7, n.12,2009.

10. FARIA, A.C.M. Estudo retrospectivo da rotina clínica. Programa de IniciaçãoCientífica - PIC/UniCEUB, 2018.

44 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

IntroduçãoA obstrução intestinal consiste num bloqueio, impedimento

parcial ou total do livre trânsito, impedindo que o conteúdo sejaeliminado pelo organismo1. A obstrução por corpos estranhos,geralmente consiste na principal causa de obstrução intralumi-nal2-4. Os corpos estranhos (CE) consistem em qualquer objeto quenão será digerido ou digerido muito lentamente5. Eles tambémpodem ser alocados e/ou inseridos em uma cavidade corporal pormeio de lesão traumática ou iatrogênica6. A ingestão CE ocorredevido ao apetite depravado ou pervertido, acometendo comumenteos animais jovens3,4,6. Frequentemente observa-se que cães ingeremagulhas, brinquedos, pedras, plásticos, gravetos, moedas, caroçode frutas, enquanto que os felinos costumam ingerir substâncias/objetos lineares, como barbantes, fios, linhas de costura, panos oufio dental7. As obstruções intestinais ocorrem devido a abertura daorofaringe ser maior do que qualquer outro orifício no trato

12. CORPO ESTRANHO LINEAR OBSTRUTIVO INTESTINAL EM CÃO: RELATO DE CASO

“Obstructive Linear Intestinal Foreign Body in Dog - Case Report”

“Cuerpo extraño obstructivo lineal intestinal en perro - Reporte de un caso”

Alexandre Toebe GadelhaMV, Esp., Hospital Veterinário Levet,Curitiba, [email protected]

Leíse Priscila Gomes de Oliveira2 MV, Esp., Unidade de SaúdeAnimal. UNISA, Curitiba, PR

RESUMO: Os corpos estranhos no trato gastrointestinal são situações recorrentes na rotina clínica de pequenosanimais. Acomete comumente animais jovens e de pequeno porte. Eles podem ocasionar obstruções, tendomanifestações clínicas variáveis. Quando não realizado o tratamento imediato pode ocorre complicações eprognóstico reservado. O diagnóstico é realizado por meio dos exames de imagem. A remoção dos corposestranhos intestinais consiste no tratamento cirúrgico por meio da enterotomia. O presente trabalho descreveum caso de obstrução intestinal por corpo estranho linear em cão, atendido em um hospital veterinário nomunicípio de Curitiba - PR. O paciente apresentava apatia, anorexia e êmese. Ao exame físico constatadoabdominalgia e detectado na palpação estrutura alongada e consistência firme. Após a terapia cirúrgica, pacienteficou internado para cuidados do pós-operatório demonstrando melhora clínica progressivaPalavras-chave: trato gastrointestinal; enteretomia; alotriofagia; Canis lupus familiaris

ABSTRACT: Foreign bodies in the gastrointestinal tract are recurrent situations in the clinical routine of smallanimals. Commonly affects young and small animals. They can cause obstructions, with variable clinicalmanifestations. When not performed immediately treatment can occur complications and poor prognosis. Thediagnosis is made through imaging exams. The removal of intestinal foreign bodies consists of surgical treatmentthrough enterotomy. The present work describes a case of intestinal obstruction by linear foreign body in a dog,treated at a veterinary hospital in Curitiba - PR. The patient had apathy, anorexia and emesis. Upon physicalexamination found abdominalgia and detected on palpation elongated structure and firm consistency. After surgicaltherapy, the patient was hospitalized for postoperative care showing progressive clinical improvement.Keywords: gastrointestinal tract; enteretomy; allotriophagy; Canis lupus familiaris

RESUMEN: Los cuerpos extraños en el tracto gastrointestinal son situaciones recurrentes en la rutina clínica deanimales pequeños. Afecta comúnmente a animales jóvenes y pequeños. Pueden causar obstrucciones, conmanifestaciones clínicas variables. Cuando no se realiza inmediatamente el tratamiento puede ocurrircomplicaciones y mal pronóstico. El diagnóstico se realiza mediante exámenes de imagen. La extracción decuerpos extraños intestinales consiste en un tratamiento quirúrgico mediante enterotomía. El presente trabajodescribe un caso de obstrucción intestinal por cuerpo extraño lineal en un perro, tratado en un hospital veterinarioen Curitiba - PR. El paciente tenía apatía, anorexia y emesis. Al examen físico encontró abdominalgia y detectó ala palpación estructura alargada y consistencia firme. Después de la terapia quirúrgica, el paciente fue hospitalizadopara recibir atención postoperatoria mostrando mejoría clínica progresiva.Palabras clave: tracto gastrointestinal, enteretomía alotriophagia, Canis lupus familiaris.

gastrointestinal³. Assim permite a entrada desses objetos que quandonão se prendem no esôfago e estômago, acabam-se alojando nointestino em virtude do seu menor diâmetro. A gravidade da ingestãodo CE varia conforme o seu tipo (linear, perfuro cortante),composição do material, localização e o grau da obstruçãoocasionado2-4. A depender do CE e local de obstrução, pode nãoocorrer manifestações clínicas2,3. O diagnóstico consiste narealização de exames de imagens (radiografia, ultrassonografia,endoscopia), sendo muitas vezes facilitado quando os tutoressuspeitam ou observam a ingestão de objetos e/ou brinquedos2,3,6.Nas obstruções completas o tratamento cirúrgico deve ser imediato,devido à possibilidade de ruptura intestinal, seguida pelaperitonite2,3.

Objetiva-se com esse trabalho relatar a ocorrência de umaobstrução intestinal por um corpo estranho linear em um cão,atendido em um hospital veterinário no município de Curitiba-PR.

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Relato de CasoFoi atendido no Hospital Veterinário LEVET, um paciente

canino, macho, castrado, 2 anos, Shih Tzu, pesando 5,2 kg, tendohistórico de há 1 dia, apresentar hiporexia, apatia, êmese de grandevolume e conteúdo alimentar digerido. Tutores relatam alotriofagia,sendo que há 5 dias havia vomitado uma meia. A alimentaçãofornecida consiste em ração comercial a granel. Ao exame físicopode ser constatada apatia, abdominalgia moderada e identificadodurante a palpação das alças intestinais uma estrutura alongada ede consistência firme. O paciente foi submetido ao exameultrassonográfico, sendo observado um segmento intestinalcontendo hipermotilidade, presença de fluído e estruturahiperecoica, formadora de sombreamento acústico, sendo asalterações compatíveis com presença de CE e processo obstrutivointestinal. Foram realizados exames laboratoriais, não sendoencontradas alterações significantes.

Diante do histórico, exame clínico e resultadoultrassonográfico, estabeleceu-se o diagnóstico de obstruçãointestinal por CE e procedeu-se o tratamento cirúrgico deenterotomia. Após proceder a celiotomia, foi visto distensão eintensa congestão de grande parte do intestino delgado. O segmentofoi isolado (Figura 1), procedido a enterotomia, possibilitando aremoção do CE linear (Figura 2). Devido não haver motilidade nosegmento intestinal, mesmo após ser realizado umedecimento eestimulação do mesmo, optou-se pela enterectomia e anastomose,sendo resseccionado 30 cm da alça intestinal (Figura 3).

O paciente ficou internado nos primeiros dias para oscuidados do pós-operatório, sendo medicado com metadona 0,3mg/kg a cada 8 horas, SC; carprofeno 2,2 mg/kg a cada 24 horas,SC; metronidazol 15 mg/kg a cada 12 horas, IV; sulfadoxinaassociada com trimetoprim 15 mg/kg a cada 12 horas, SC; omeprazol1 mg/kg a cada 12 horas, IV e fluidoterapia de manutenção (ringer

com lactato 2 ml/kg/h) nas primeiras 48 horas. Manteve-se o pacienteem jejum durante 12 horas. Após esse tempo, foi introduzida aalimentação microenteral por 12 horas; seguida pela suplementaçãoalimentara que permaneceu por 48 horas; em sequência inserido aalimentação pastosab por 7 dias. Durante período da internação opaciente demonstrou melhora clínica progressiva. No quarto diado pós-operatório o paciente recebeu alta médica, mantendo-se aprescrição do protetor gástrico (omeprazol 1 mg/kg a cada 24 horas,7 dias), antibiótico (metronidazol 25 mg/kg a cada 12 horas, 5 dias),

Figura 1: Alça intestinal distendida, edemaciada, hiperemica e semmotilidade

Figura 3: Segmento intestinal resseccionado, medindo 30 cm..........................................................................................................................

Figura 2. Corpo estranho linear (meia) removido.

46 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

analgésico (dipirona 25 mg/kg a cada 12 horas, 2 dias), curativotópico (digluconato de clorexidina 0,7%, 3 vezes ao dia durante 7dias) e alimentação pastosab (47g, quatro vezes ao dia). No décimodia do pós-cirúrgico, o paciente foi reavaliado, permanecendo semalterações clínicas e sendo removidos os pontos cirúrgicos.Orientado sobre a introdução gradual de alimentação seca superpremium; alteração na rotina e manejo comportamental, objetivandoreduzir o estresse e consequentemente a ingestão de substânciasnão alimentares.

DiscussãoA maior ocorrência de CE gastrointestinal acomete os

pacientes jovens, não havendo distinção entre sexo e raça3, enquantoque a obstrução comumente é relatada em animais de pequeno porte,devido ao menor diâmetro dos órgãos tubulares2,3. A ingestão deCE pode estar relacionada à alimentação inadequada, nutriçãodesbalanceada e alterações comportamentais, como a ansiedade etranstornos obsessivos compulsivos8. Esses relatos condizem coma raça, idade e a nutrição do paciente relatado neste trabalho.

A queixa de apatia, êmese e anorexia são sinais clínicosinespecíficos, sendo diagnóstico diferencial para váriasenfermidades, incluindo a obstrução por CE2-4. A abdominalgiamoderada e a identificação de uma estrutura alongada durante apalpação abdominal são achados sugestivos de neoplasia, abscessoe ou CE. A literatura descreve que a apresentação clínica é variávelde acordo com o tipo e material do CE, bem como o tempo deobstrução2,6. Porém, os sinais clínicos comumente apresentados,são a anorexia, êmese, diarreia, depressão, dor abdominal, melena,hematoquezia ou aquesia2,3. Neste caso clínico a suspeita de CEocorreu após os achados do exame físico, somado ao relato dostutores sobre episódio recente de êmese contendo uma meia e porapresentar apetite pervertido.

O primeiro método de diagnóstico a ser empregado deveser a radiografia simples, visto que grande parte dos CE sãoradiopacos, sendo mais facilmente identificados neste método9. Aultrassonografia também pode ser utilizada como método dediagnóstico, podendo ser observado imagens hiperecoicas, sombrasacústicas, acúmulo de líquido intraluminal e hipermotilidade6,9,10,alterações essas compatíveis com os achados no exame da paciente.Os exames laboratoriais realizados não demonstram alterações,sugerindo não haver complicações como a perfuração e peritonite2,3.

Alguns CE podem percorrer o intestino sem necessitar detratamento2. Mas devido ao risco de obstrução e perfuraçãointestinal, quando observado obstrução parcial devido a presençaCE e o paciente apresente prostração, letargia, êmese, abdominalgiaou hipertermia, deve ser instituído o tratamento cirúrgico2,3. Porémquando não houver sinais clínicos de êmese grave, debilitação dopaciente, hipertermia e abdominalgia admite-se realizar omonitoramento do avanço do CE por meio da radiografia3.Frequentemente os CE são removidos por enterotomia, podendo

ser necessário a enterectomia e anastomose quando há necrose e/ou perfuração da alça3, tal descrição corrobora com a opçãoterapêutica empregada no presente caso.

O prognóstico tende a ser bom, quando ocorre o tratamentocirúrgico e não há complicações como a peritonite e ressecçõesintestinais extensas2,3. Nesse relato, embora tenha sido removidoum grande segmento intestinal, considera-se um valor significativoquando seccionado de 70-80% do intestino delgado, podendoocorrer à síndrome do intestino curto3.

ConclusõesDiante ser uma enfermidade recorrente em filhotes, tutores

devem evitar o acesso desses pacientes a objetos e brinquedospassíveis de serem destruídos e ingeridos, além de estarem sempreatentos a qualquer alteração no comportamento do seu animal. Oatendimento precoce após a ingestão ou suspeita de ingestão deCE, pode evitar complicações, como a obstrução, peritonite eresultar num melhor prognóstico.

REFERÊNCIAS

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World Small Animal Veterinary Association Congress; 2015, maio 15-18;Bangkok, Thailand: WSAVA; 2015.

7. XAVIER, M.R.B.; LOPES, R.V.; SILVA, C.R.; MELO FILHO, E.V.; TEIXEIRA,M.W.; VILELA, L.M. Corpo Estranho Linear em Cão Relato de Caso. In: XIIIJornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal dePernambuco; 2013 dez 9-13; Recife, Pernambuco: UFRPE, 2013.

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47VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

13. OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA POR CORPO ESTRANHO EM CÃO:RELATO DE CASO

“Esophageal foreign body obstruction in dog: case report”

“Obstrucción de cuerpo extraño esofágico en perro: relato de caso”

Carla Mariana BorsattoDiscente do Curso de MedicinaVeterinária, Centro UniversitárioSudoeste Paulista (UniFSP) -Avaré, [email protected]

Flávia Quaresma MoutinhoDocente do curso de MedicinaVeterinária, UniFSP - Avaré, SP

José Fernando Augusto deCamposDocente do curso de MedicinaVeterinária, UniFSP - Avaré, SP

Luciene Patrici PapaDocente do curso de MedicinaVeterinária, UniFSP - Avaré, SP

Glenda Maris de BarrosTartagliaDocente do curso de MedicinaVeterinária, UniFSP - Avaré, SP

Maikon César Celestino deSouzaMédico Veterinário do HospitalUniversitário Veterinário,Uni-FSP - Avaré, SP

RESUMO: Corpos estranho esofágicos (CEE) são objetos ingeridos por um animal que ficam alojados no esôfago enão progridem para o estômago, podendo causar alterações secundárias, como, perfuração esofágica, obstrução,úlceras. Os cães ingerem corpos estranhos (CE) indiscriminadamente e frequentemente são pedras, brinquedos,ossos. Animais jovens são mais propícios a engolir corpos estranhos do que animais mais velhos. Os sinais clínicosgeralmente são regurgitação, êmese, disfagia, sialorreia, anorexia, tosse, dispneia, letargia e outros, as alteraçõessecundárias influenciam nos sinais clínicos. O diagnóstico é obtido através de exame radiográfico e endoscópico. Otratamento se baseia na retirada do corpo estranho e reparação das possíveis lesões. Relata-se um caso de obstruçãoesofágica por corpo estranho e ulceração esofágica secundária em um cão atendido no Hospital Veterinário daUniFSP em Avaré-SP. Exame endoscópico mostrou no esôfago, trajeto, calibre e peristaltismo preservados, coloraçãoe aspecto da mucosa esofágica normais até o terço distal do esôfago, onde foi observado a presença de corpoestranho ósseo lesionando a membrana esofágica e no estômago, distensibilidade e motilidade gástrica preservada,presença de corpo estranho ósseo já em digestão. Durante a passagem do aparelho pelo esôfago, alguns fragmentosósseos foram empurrados para o estômago, dois fragmentos menores estavam presos à mucosa esofágica e foramretirados com o auxílio de um pinça. Após a retirada, observou-se dois pontos ulcerados na mucosa esofágica. Amucosa gástrica não havia alterações. Em seguida da retirada do fragmento ósseo, foi administrado 1 grama desucralfato a cada 12 horas durante 7 dias, o animal se recuperou sem sequelas.Palavras-chave: endoscopia, bloqueio, esôfago

ABSTRACT: Esophageal foreign bodies (EFB) are objects ingested by an animal that are in the esophagus and do notprogress to the stomach. This fact can cause secondary changes such as esophageal perforation and obstruction,ulcers. Dogs ingest foreign bodies indiscriminately and are often stones, toys, bones. Young animals are more commonlyto swallow foreign bodies than older ones. Clinical signs are usually regurgitation, emesis, dysphagia, sialorrhea,anorexia, cough, dyspnea, lethargy and others, secondary changes influence clinical signs. The diagnosis is obtainedby radiographic and endoscopic examination. Treatment is based on the foreign body removal and possible injuriesrepair. We report a case of foreign body esophageal obstruction and secondary esophageal ulceration in a dog treatedat the UniFSP Veterinary Hospital at Avaré, Brazil. Endoscopic examination showed in the esophagus preserved path,caliber and peristalsis, normal coloration and appearance of the esophageal mucosa up to the distal third of theesophagus, where it was observed the presence of bony foreign body injuring the esophageal membrane. In stomach,distensibility and preserved gastric motility, but the bone foreign body was already in digestion process. During thepassage of the device through the esophagus, some bone fragments were pushed into the stomach, two smallerfragments were attached to the esophageal mucosa and were removed with forceps. After removal, two ulceratedpoints were observed in the esophageal mucosa. The gastric mucosa had no changes. Following removal the bonefragment, one gram of sucralfate was administered every 12 hours for 7 days, the animal recovered without sequelae.Keywords: endoscopy, block, esophagus

RESUMEN: Los cuerpos extraños esofágicos (CEE) son objetos ingeridos por un animal que se encuentran en elesófago y no progresan hacia el estómago y pueden causar cambios secundarios como perforación esofágica,obstrucción y úlceras. Los perros ingieren cuerpos extraños indiscriminadamente y con frecuencia son piedras, juguetes,huesos. Los animales jóvenes tienen más probabilidades de tragar cuerpos extraños que los animales más viejos. Lossignos clínicos suelen ser regurgitación, emesis, disfagia, sialorrea, anorexia, tos, disnea, letargo y otros, los cambiossecundarios influyen en los signos clínicos. El diagnóstico se obtiene mediante examen radiográfico y endoscópico.El tratamiento se basa en la extracción del cuerpo extraño y la reparación de posibles lesiones. Presentamos un casode obstrucción esofágica de cuerpo extraño y ulceración esofágica secundaria en un perro tratado en el HospitalVeterinario UniFSP en Avaré, Brasil. El examen endoscópico mostró en el camino preservado del esófago, calibre yperistaltismo, coloración y apariencia normales de la mucosa esofágica hasta el tercio distal del esófago, donde seobservó la presencia de cuerpo extraño óseo que lesiona la membrana esofágica y en el estómago, la distensibilidady la motilidad gástrica preservada, presencia de cuerpo extraño óseo ya en digestión. Durante el paso del dispositivoa través del esófago, se introdujeron algunos fragmentos óseos en el estómago, se unieron dos fragmentos máspequeños a la mucosa esofágica y se extrajeron con pinzas. Después de la extracción, se observaron dos puntosulcerados en la mucosa esofágica. La mucosa gástrica no tuvo câmbios. Después de la extracción del fragmentoóseo, se administró 1 gramo de sucralfato cada 12 horas durante 7 días, el animal se recuperó sin secuelas.Palabras clave: endoscopia, cerradura, esófago

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ÍNDICE

IntroduçãoOs corpos estranhos (CE) são qualquer tipo de material

ingerido pelo animal que não pode ser digerido, como o plástico epedras, ou que é digerido de forma muito lenta, como os ossos1. Osossos ou fragmentos ósseos são os CE esofágicos reportados commaior frequência, embora objetos metálicos pontiagudos,brinquedos, fios, linhas e outros objetos já tenham sidoreportados2,3,4. A maioria das obstruções esofágicas ocorre naabertura torácica, na base do coração ou cranialmente aodiafragma1,5,6. CE alojados no esôfago devem ser consideradosemergências e devem ser removidos o mais rapidamente possívelassim que o paciente estiver estabilizado7. Os sinais clínicos incluemsalivação, engasgos, vômito, disfagia, regurgitação e dificuldadede deglutição. Sinais como tosse, letargia, pirexia e desidrataçãopodem indicar ocorrência de pneumonia aspirativa ou perfuraçãoesofágica8. O diagnóstico é baseado no histórico do paciente e emexames complementares9

. As radiografias são comumenteempregadas na avaliação diagnóstica inicial em pacientes comsuspeita de corpos estranhos10. A esofagoscopia é um técnicadiagnóstica e terapêutica6. As vantagens da utilização da endoscopiacomo método terapêutico incluem evitar uma toracotomia oulaparotomia invasiva, uma redução significativa de custos e umtempo de recuperação mais curto3. Ao evitar submeter o animal auma intervenção cirúrgica, removendo o CE por via endoscópicaestamos também a diminuir os níveis de dor, bem como a taxa demortalidade associada às possíveis complicações pós-cirúrgicas4,3.A remoção cirúrgica está indicada quando a endoscopia se revelaineficaz4, quando os CE estão firmemente alojados, impossibilitandoque sejam retirados6, ou quando a sua extração representa um riscoelevado de causar ou aumentar uma perfuração esofágica4. Relata-se um caso de obstrução esofágica em um cão, em que o métodoterapêutico de retirada do corpo estranho foi através da endoscopia,o animal se recuperou sem sequelas, o que comprova sua eficiênciae segurança nesses casos.

HistóricoUm cão, sem raça definida, de 3 anos de idade, com 6 quilos

e 600 gramas, deu entrada no Hospital Universitário da UniFSP emAvaré/SP, apresentando refluxo e hiporexia após ter recebido ossosuíno. No exame físico o animal apresentava comportamentoagressivo, grau de dor leve, mucosa normocorada, a auscultaçãocardiorrespiratória apresentou-se sem alteração, temperatura retaldentro da normalidade, linfonodos normais à palpação. Foiencaminhado para radiografia torácica onde foi detectada umaestrutura radiopaca no esôfago. Foi indicado para exameendoscópico como emergência, onde os resultados encontradosforam presença de corpo estranho ósseo lesionando a membranaesofágica no terço distal do esôfago (Figura 1A). Durante apassagem do aparelho alguns fragmentos ósseos foram empurradospara o estomago, dois fragmentos menores estavam presos à mucosaesofágica e foram retirados com o auxílio de um pinça de apreensão.Após a retirada observou-se dois pontos ulcerados na mucosa

Figura 1A: Fragmentos ósseos lesionando terço distal de esôfago(Fonte: Fotografia da autora

Figura 1B: Mucosa esofágica ulcerada após a retirada do corpoestranho (Fonte: Fotografia da autora)

Figura 1C: Visão retrovertida do estômago, com cardia competenteabraçando firmemente o endoscópio. Presença de fragmento ósseoempurrado ao estômago (Fonte: Fotografia da autora)

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esofágica (Figura 1B). Lago mucoso hialino com estrias de sanguedevido ao sangramento esofágico. No estômago foi observadopresença de corpo estranho ósseo já em digestão. À retroversão ocárdia envolvia o aparelho de modo satisfatório (Figura 1C), nestecampo visual não foram observadas mais lesões (Figura 1D). Oduodeno não foi observado. Após a retirada do corpo estranho foiadministrado 1g de sucralfato a cada 12 horas por 7 dias, e o animalse recuperou sem sequelas.

DiscussãoA alteração esofágica mais frequentemente observada em

cães é secundária à presença de corpos estranhos1, normalmenteobservam-se objetos pontiagudos implicados como a causa daobstrução, como ossos e anzóis6 e acomete mais comumente oscães jovens, assim como demonstra o presente relato, em que opaciente era um canino jovem, com um fragmento ósseo obstruindoo esôfago9. As radiografias torácicas são diagnósticas ou altamentesugestivas de CE5. A endoscopia é o melhor método de diagnósticoa se utilizar, permitindo a visualização direta do CE e a avaliaçãodos danos causados pelo mesmo, tendo assim maior valordiagnóstico do que os estudos radiográficos contrastados, pois, ésimultaneamente um método de diagnóstico e de abordagemterapêutica, dado que o CE pode ser potencialmente removidodurante o procedimento de endoscopia, conforme procedimentorealizado no presente relato3. A aplicação da remoção endoscópica,dos corpos estranhos esofágicos, resulta em uma taxa de sucessode aproximadamente 85%, com um percentual de recuperação acimade 92% dos casos, portanto, devido a baixa morbidade e praticidade,foi indicado a remoção do fragmento ósseo através do procedimentoendoscópio, a técnica foi executada com sucesso, semintercorrências11, 12,13. O prognóstico de cães com CE esofágicos éfavorável na maioria dos casos1, 6. As complicações relatadas apósa remoção endoscópica ou cirúrgica de CE esofágicos incluem

Figura 1D: Mucosa gástrica sem alterações (Fonte: Fotografia da autora)...............................................................................................................................

esofagite, estenose esofágica e pneumonia por aspiração, o que nãoocorreu com o paciente do presente relato4.

ConclusãoConclui-se que os corpos estranhos esofágicos devem ser

considerados emergenciais e devem ser retirados rapidamente paraevitar sequelas. A endoscopia é um método diagnóstico e também éuma técnica de abordagem terapêutica muito segura e de menorcusto para remoção de corpo estranho esofágico do que a abordagemcirúrgica, além de ser fundamental na avaliação do estado eintegridade das mucosas. O prognóstico é favorável na maioria dasvezes.

REFERÊNCIAS

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50 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

IntroduçãoA hemodiluição normovolêmica aguda (HNA) é uma técnica

na qual o sangue total é removido de um paciente, de acordo com amesma técnica de colheita comum de bolsa sanguínea, enquanto ovolume circulante é mantido com solução fisiológica ou coloides.O procedimento é realizado pouco antes ou logo após a induçãoanestésica, antes da fase de grande perda sanguínea notranscirúrgico, onde a bolsa é armazenada ao lado do paciente,minimizando os custos administrativos associados à colheita eestocagem6,7. O sangue é reinfundido no paciente logo após a fasede instabilidade hemodinâmica ou no pós-cirúrgico6. A HNA é umatécnica que pode ser considerada em pacientes submetidos a cirurgiacardíacas, esplênicas, ortopédicas e hepáticas, ou seja, com grandes

14. HEMODILUIÇÃO NORMOVOLÊMICA AGUDA EM CÃO:RELATO DE CASO

“Acute normovolemic hemodilution: case report”

“Hemodilución normovolémica aguda en perro: reporte de caso”

Stephanie Luyse Dias dos SantosMV, Programa de Residência ÁreaProfissional de Saúde (PRAPS).Universidade Federal da Bahia(UFBA)[email protected]

Ludmila Rodrigues MorozMV, DSc., Técnica administrativaem ensino, UFBA

Isabel Luci Guimarães KersulMV, PRAPS - UFBA

Jessica Sande IwassaMV, PRAPS - UFBA

Aline de Cássia CasarottiMV, PRAPS - UFBA

Julia Menezes RezendeDicente do Curso de MedicinaVeterinária - UFBA

Nicole HlavacMV, DSc, Professor. Departamentode Anatomia, Patologia e ClínicasVeterinárias - UFBA

RESUMO: A hemodiluição normovolêmica aguda (HNA) é uma técnica de autodoação que consiste na retiradade um volume de sangue de um paciente, com imediata diluição sanguínea com cristaloides, a fim de manter avolemia estável com redução do volume globular imediatamente antes ou logo após a indução anestésica.Dentre as vantagens deste método está a diminuição dos riscos da transfusão de sangue homólogo, comoreações transfusionais hemolíticas, infecções por agentes externos e alterações metabólicas. Relato de caso:Relata-se um procedimento de HNA realizada em um Labrador submetido a esplenectomia total secundária aum hematoma. Não houve intercorrência durante hemodiluição normovolêmica aguda, esplenectomia ou pós-cirúrgico. O paciente permanece sem alterações clínicas após cinco meses do procedimento. Este relato visadifundir mais informações e experiências de HNA bem-sucedida em paciente cão, uma vez que há poucosartigos que abordam o assunto.Palavras-chave: transfusão autóloga, medicina transfusional, esplenectomia

ABSTRACT: Acute normovolemic hemodilution (ANH) is an autodonation technique, which consists in withdrawinga patient’s blood volume with immediate blood dilution with crystalloids. It’s used to maintain volemia withreduction in packed cell volume immediately before or shortly after anesthetic induction. A benefit of the methodincludes reduction of risks of homologous blood transfusion, such as hemolytic transfusion reactions, externalagent infections, and metabolic changes. Case report: A Labrador Retriever underwent total splenectomy due toa hematoma, ANH was performed on the patient. There wasn’t complications during ANH procedure trans orpost splenectomy surgery. Patient remains without clinical changes after 5 months of procedure. This reportaims to spread information and experience of a successful ANH in veterinary patient once there is few publishedpapers concerning this subject.Keywords: autologous blood, transfusion medicine, splenectomy

RESUMEN: La hemodilución normovolémica aguda (ANH) es una técnica de auto donación que consiste en laextracción del volumen sanguíneo de un paciente, con dilución sanguínea inmediata con cristaloides, paramantener el volumen sanguíneo estable con reducción en el volumen globular inmediatamente antes o pocodespués. inducción anestésica Entre las ventajas de este método está la disminución del riesgo de transfusiónsanguínea homóloga, como las reacciones a la transfusión hemolítica, las infecciones por agentes externos ylos cambios metabólicos. Informe de caso: Reportamos un procedimiento de ANH realizado en un Labradorsometido a esplenectomía total secundaria a un hematoma. No hubo complicaciones durante la hemodiluciónnormovolémica aguda, esplenectomía o después de la cirugía. El paciente permanece sin cambios clínicosdespués de 5 meses del procedimiento. Este informe tiene como objetivo difundir más información y experienciasde HNA exitosas en pacientes con perros, ya que hay pocos artículos que aborden el tema.Palabras clave: sangre autóloga, medicina transfusional, esplenectomía

perdas sanguíneas. Como vantagens, a HNA elimina ou diminuisubstancialmente a necessidade de transfusões homólogas, alémde preservar componentes sanguíneos importantes, como plaquetas,visto que a bolsa colhida é mantida em temperatura ambiente eutilizada poucas horas após a colheita, além de proporcionar reduçãoda perda de massa eritrocitária, visto que os componentes sanguíneosestão diluídos em solução fisiológica3,6,7. Como contraindicação, aHNA não deve ser realizada em pacientes com função renalcomprometida, quando o aumento do débito cardíaco é indesejável,nos distúrbios de coagulação, bacteremia, doença pulmonarsignificativa e o uso em pacientes oncológicos ainda é controverso3.

O objetivo deste relato é divulgar uma experiência exitosade HNA em um paciente cão.

51VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

HistóricoCão da raça Labrador Retriever, macho, 9 anos, deu entrada

no hospital veterinário escola com histórico de letargia eemagrecimento progressivo. Ao exame ultrassonográfico foiconstatado a presença de uma massa esplênica com 30 centímetros,além de hiperplasia prostática benigna. Ao exame físico, o animalapresentava normotermia, mucosas normocoradas e vocalização aotoque abdominal. Diante do quadro clínico e evidências no examede imagem, optou-se por intervenção cirúrgica e realização deesplenectomia total e orquiectomia terapêutica.

O teste de compatibilidade (reação cruzada) com oconcentrado de eritrócitos (CE) homólogo revelouincompatibilidade na reação maior (prova principal) ecompatibilidade na reação menor (prova secundária), diante desteresultado, optou-se por não utilizar o CE homólogo neste paciente.Com o intuito de prevenir complicações em decorrência dehemorragia no transoperatório, foi acordado entre as equipescirúrgica, anestésica e banco de sangue, a utilização da técnica deautodoação programada (hemodiluição normovolêmica aguda oudoação prévia). Neste ínterim, o banco de sangue permaneceu abusca por CE compatível.

Foi coletado sangue em tubo de EDTAK3 e tubo com ativadorde coágulo, para realização dos exames pré-cirúrgicos (hemograma,ALT, FA, ureia, creatinina, proteínas totais e frações, todos comvalores dentro da normalidade para a espécie canina). O volumeglobular (VG) no pré-cirúrgico encontrava-se 37,4%.

Seguindo o cronograma pré-operatório, o animal foiencaminhado ao centro cirúrgico e à anestesia foi induzido utilizandopropofol com manutenção de isoflurano. Logo após estabilizaçãoem plano anestésico, foi coletada uma bolsa de sangue total de 450mL do paciente, da veia jugular, utilizando o modelo de bolsa comCPDA-1 com auxílio de balança homogeneizadora própria parabanco de sangue.

O transcirúrgico ocorreu sem intercorrências e ao final daretirada esplênica iniciou-se a transfusão do sangue autólogo semalterações de padrões clínicos e laboratoriais. O baço mediu 30centímetros e 3Kg. O paciente se recuperou sem maioresintercorrências. O VG final, pós HNA, foi de 31%. O resultado doexame histopatológico constou como hematoma.

DiscussãoA esplenectomia é um procedimento cirúrgico indicado em

casos de neorformações, torções esplênicas e ruptura do baço. Orisco da necessidade de transfusões sanguíneas é alto, sendo assimhá a necessidade de planejar a reserva de hemocomponentes eorganizar a técnica mais adequada. A esplenectomia é contraindicadaem casos de hipoplasia medular, pelo fato do baço ser um dos sítiosde hematopoiese extramedular8.

Cães adultos e geriátricos podem apresentar alterações emtamanho e formato de baço que são frequentemente identificadosvia ultrassonografia. A esplenectomia total é tida como a medidamais comumente utilizada. Em um estudo retrospectivo, um total

de 53 cães submetidos à biópsia e que não apresentavam doençaneoplásica, foram submetidos à esplenectomia total, apresentandoneoformação em baço e na análise histopatológica 5 cães foramdiagnosticados com hematoma, como no caso em questão9.

Uma vez que cirurgias de esplenectomia e hepatectomia têmalto risco de necessidade de transfusão, a manutenção de um estoqueprévio à cirurgia é fundamental a fim de trabalhar de forma nãoemergencial, e seguindo os preceitos de boas práticas em medicinatransfusional1,2.

O caso apresentado se encaixava na possibilidade de HNApor se tratar de um procedimento cirúrgico com risco de grandesperdas sanguíneas. Além disso, o paciente apresentava um VGaceitável e não apresentava comorbidades capazes de alterar ahemodinâmica. Dentro das possibilidades transfusionais, existemas que trabalham com sangue de doadores (sangue homólogo) ou opaciente doando para ele mesmo (doação autóloga). A doaçãohomóloga também foi planejada, sendo uma bolsa de CE reservada,porém à realização do teste de compatibilidade, constatou-seincompatibilidade, impossibilitando a reserva da bolsa.

A utilização de sangue homólogo em transfusões sanguíneastraz consigo riscos de reações transfusionais, transmissão depatógenos do doador para o receptor, e imunossupressão. Paraminimizar a possibilidade de reações transfusionais, existe apossibilidade de administração de hemocomponentes em lugar dosangue total fresco ou refrigerado. Dessa forma, só é fornecido aopaciente o componente que ele necessita no momento, seja por meiode CE, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas oucrioprecipitado3,4,5.

A doação autóloga elimina os riscos de reaçõestransfusionais, além de reduzir a necessidade de sangue homólogono transcirúrgico. Quando aplicada em hemodiluiçãonormovolêmica aguda, a perda de células vermelhas notranscirúrgico é reduzida, já que o sangue circulante está diluídoem solução cristaloide. Essa prática também é benéfica ao bancode sangue, tendo em vista que não há necessidade de triageminfecciosa da bolsa ou estoque, reduzindo seu custo de operação eotimizando a disponibilidade do estoque, que na maioria das vezesé escasso Entretanto, é necessário destacar que essa técnica écontraindicada para pacientes que sejam anêmicos, com funçãorenal e cardíaca prejudicadas, gestantes, bacteremia ou possuamdistúrbios da coagulação. E o uso em pacientes oncológicos aindaé discutido4,5.

Apesar de ser uma técnica muito relatada em humanos, hápoucos relatos atuais do uso de HNA em medicina veterinária, eeste relato visa difundir essa alternativa ao uso de hemocomponenteshomólogos. Durante a pesquisa para escolha das referênciasbibliográfica na plataforma do Pubmed (www.pubmed.gov), foramapresentados 543 artigos utilizando os unitermos “acutenormovolemic hemodilution”. Ao inserir veterinary (“acutenormovolemic hemodilution veterinary”) a pesquisa resultou emum único artigo. Vale ressaltar que a falta de dados científicos podeestar associada à falta de divulgação e uso da técnica, assim como

52 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

ausência de orientações específicas que norteiem o uso conscientee racional da HNA. A técnica de HNA é nova na linha histórica damedicina transfusional, sendo o artigo mais antigo encontradodatado de 197210.

ConclusãoA necessidade de HNA em animais dentro dos padrões

aceitos para a técnica, tem como objetivo minimizar e evitar asreações adversas e transfusionais. Destaca-se a vantagem em casosem que bolsas homólogas são incompatíveis ou não hádisponibilidade de CE no banco de sangue. Entretanto, o métodosó deve ser aplicado nos casos em que o paciente tem perfil clínicoe laboratorial adequado, e a patologia de base seja concordantecom as indicações da técnica. O caso apresentado mostra umexemplo em que o uso da HNA, apresentou-se seguro e eficaz, efoi realizado de acordo com as indicações descritas na literatura.Apesar de ser uma técnica muito difundida em humanos, há poucosrelatos atuais do uso de HNA em medicina veterinária, e este trabalhovisa propagar esta alternativa ao uso de hemocomponenteshomólogos.

REFERÊNCIAS

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53VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

15. TRONCO ARTERIAL COMUM TIPO II EM CÃO: RELATO DE CASO

“Common type II arterial trunk in dog: Case Report”

“Tronco arterial común tipo II en perro: Reporte de caso”

Leticia Leven de VasconcelosMédica Veterinária, CLINCARDIOVeterinária, [email protected]

Alessandra Ribeiro LucenaMédica Veterinária, MSc,CLINCARDIO Veterinária, RJ

Raquel Barcellos BrasilGraduanda de MedicinaVeterinária, UFRRJ - RJ

Maria Luisa LamosaGraduanda de MedicinaVeterinária, UNESA - RJ

RESUMO: O tronco arterial comum (TAC) ou truncus arteriosus é uma doença cardíaca congênita rara, definidacomo uma única grande artéria que se origina da base do coração e tem sido descrita em animais domésticos,incluindo cães, gatos, vacas e cavalos1. Ocorre em 1,5% dos casos de cardiopatias congênitas em neonatoshumanos2. As manifestações clínicas incluem mucosas cianóticas, taquicardia, taquipneia, síncope e relutância aoesforço físico. Geralmente, tais manifestações são observadas nos primeiros meses de vida3. Policitemia podeocorrer, devido ao aumento da produção de eritropoietina em resposta à hipoxemia sistêmica crônica4. O TACresulta da falha do desenvolvimento do septo em espiral durante o crescimento fetal. A ecocardiografia é o padrãoouro para o diagnóstico. Os achados incluem, em geral, defeito no septo ventricular (comunicação interventricular),associado a um único grande vaso arterial deixando o coração. Aumento do ventrículo direito, hipertrofia do músculopapilar e dilatação do átrio direito estão usualmente presentes, sem evidência de tronco pulmonar conectado aoventrículo direito 5,4,6. Relata-se um caso de tronco arterial comum em cão, da raça West Terrier de 11 meses deidade, atendido na CLINCARDIO, no Rio de Janeiro com uma sobrevida de 11 anos, apenas com o tratamentomedicamentoso, sendo mais do que esperado pela literatura atual.Palavras-chave: aorta, cardiologia, artéria pulmonar

ABSTRACT: The common arterial trunk (TAC) or arterial trunk is a congenital heart disease, defined as a single largeartery that originates from the base of the heart and has been used in domestic animals including dogs, cats, cowsand horses1. Occurs in 1, 5% of cases of congenital heart disease in human neonates2. As clinical manifestationsused cyanotic mucosa, tachycardia, tachypnea, syncope and reluctance to exercise. These policies are observed inthe first months of life3. Polycythemia may occur due to increased erythropoietin production in response to chronicsystemic hypoxemia4. CAT results in failure of spiral septum development during fetal growth. Echocardiography isthe gold standard for diagnosis. The findings used are generally not allowed (interventricular communication)associated with a single large arterial vessel or heart. Right ventricular enlargement, papillary muscle hypertrophy,and right atrial dilatation are present, with no evidence of pulmonary trunk connected to the right ventricle 5,4,6.Related to a case of common arterial trunk in 11-month-old West Terrier dogs, activated in CLINCARDIO, Rio deJaneiro, with an 11-year survival only with drug treatment, being more expected in the current literature.Keywords: aorta, cardiology, pulmonary artery

RESUMEN: El tronco arterial común (TAC) o tronco arterial es una enfermedad cardíaca congénita, definida comouna arteria grande única que se origina en la base del corazón y se ha utilizado en animales domésticos comoperros, gatos, vacas y caballos1. Ocurre en 1,5% de los casos de cardiopatía congénita en neonatos humanos2.Como manifestaciones clínicas se utilizó mucosa cianótica, taquicardia, taquipnea, síncope y reticencia al ejercicio.Estas políticas se observan en los primeros meses de vida3. La policitemia puede ocurrir debido al aumento de laproducción de eritropoyetina en respuesta a la hipoxemia sistémica crónica4. El resultado de la TAC es la falla deldesarrollo del tabique espiral durante el crecimiento fetal. La ecocardiografía es el estándar de oro para el diagnóstico.Los hallazgos utilizados generalmente no están permitidos (comunicación interventricular) asociados con un solovaso arterial o corazón grande. El agrandamiento ventricular derecho, la hipertrofia del músculo papilar y la dilataciónauricular derecha están presentes, sin evidencia de tronco pulmonar conectado al ventrículo derecho 5,4,6. Relacionadocon un caso de tronco arterial común en perros de West Terrier de 11 meses, activado en CLINCARDIO, Río deJaneiro, con una supervivencia de 11 años solo con tratamiento farmacológico, siendo el más esperado en laliteratura actual.Palabras clave: aorta, cardiología, arteria pulmonar

IntroduçãoA TAC é caracterizada por uma única grande artéria surgindo

do coração e fornecendo sangue para a circulação sistêmica,pulmonar e coronária7. Durante o desenvolvimento fetal, o septoespiral é responsável por dividir uma grande artéria comum,denominado tronco arterioso, em artéria pulmonar e aortaascendente proximal. A falha no desenvolvimento do septo espiral

resulta na persistência do tronco arterioso. O TAC comumente estáconectado a ambos os ventrículos, embora eventualmente possaocorrer em apenas um, sendo mais frequente no ventrículoesquerdo5,4. Associado à persistência do TAC, sempre há um defeitono septo interventricular1 que permite que o sangue flua entre osdois ventrículos e o tronco arterial, dando a chance de vida. A TACé descrita em quatro classificações baseadas na origem morfológica

54 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

da artéria pulmonar, sendo: Tipo 1) Um único tronco pulmonar euma única aorta ascendente surgem a partir do TAC; Tipo 2) Otronco pulmonar está ausente e duas artérias pulmonares surgemjuntas próximas à parede dorsal do TAC; Tipo 3) O tronco pulmonarestá ausente e duas artérias pulmonares surgem uma de cada ladodo TAC; Tipo 4) Não há artéria pulmonar e a circulação pulmonaré provida pelas artérias bronquiais8. O tratamento consiste nacorreção cirúrgica do tronco arterioso com o fechamento do septointerventricular, com conexão do tronco ao ventrículo esquerdo edas artérias pulmonares ao ventrículo direito, embora talprocedimento ainda não seja utilizado na medicina veterinária, jáfoi realizado em seres humanos6 e no tratamento medicamentosoprolongando a sobrevida dos pacientes, amenizando os sintomas emelhorando a qualidade de vida, com o uso de vasodilatadorpulmonar (sildenafil), vasodilatador inibidor da enzima conversorada angiotensina (benazepril ou enalapril), diurético (furosemida), efármacos que diminuem a formação de trombos (clopidogrel,aspirina, ou heparina)5. Em humanos o prognóstico pós-cirúrgico ébom9,10 mas na veterinária ainda não é realizado esse procedimento.Relata-se um caso de uma doença cardíaca congênita complexa emcão sintomático, como a TAC, podendo ser um achado incidental etambém pode estar associado à sobrevivência a longo prazo docão, como já descrito em seres humanos e comprova-se a eficiênciados exames de imagens como métodos diagnósticos e a necessidadede exames cardiológicos na rotina clínica dos animais desde onascimento.

HistóricoUma cadela, da raça West Terrier de 11 meses de idade, deu

entrada na clínica CLINCARDIO no ano de 2005 com a queixa detosse, dispneia, cianose e cansaço progressivo. O paciente foiestabilizado e encaminhado para a realização dos exames deradiografia, eletrocardiografia e ecodopplercardiografia comopadrão ouro do diagnóstico, que revelaram cardiomegaliageneralizada, hipertrofia concêntrica dos ventrículos, dilatação doátrio direito e defeito no septo interventricular causando umturbilhonamento na via de saída do ventrículo direito e do esquerdo,misturando o que sangue arterial com o venoso da aorta com aartéria pulmonar, indicando tronco arterial comum.

O tratamento medicamentoso foi realizado com Furosemida40 mg BID, Propanolol 10 mg BID e Aminofilina 100 mg BID eindicação de ração cardíaca. O animal se manteve estável com osacompanhamentos de 3 em 3 meses com o cardiólogo. Em 2012 opaciente voltou com a queixa de episódios de cianose e cansaço.No exame ecocardiográfico houve uma piora das hipertrofias dosventrículos e a presença de evidente hipertensão pulmonar. Dandocontinuidade da receita foi adicionado o Citrato de Sildenafila 16mgBID, Clopidogrel 4 mg SID em dias alternados e Espirolactona25mg BID. Animal permaneceu estável durante os anos, dandocontinuidade aos acompanhamentos de rotina e acabou sendoeutanasiado em 2015 por reducao da qualidade de vida. Foi realizadaa necropsia que demostrava o coração volumoso com ventrículo

esquerdo apresentando hipertrofia concentrica importante com aparede medindo 1,4 cm e parede do direito 0,9 cm de espessura,câmaras cardíacas direita e esquerda com aproximadamente 1.0cm e 1.5 cm respectivamente, presença de CIV (comunicaçãointerventricular) com aproximadamente 1cm de circunferencia queé um defeito de septo ventricular que permite a passagem do sanguedos dois ventriculos para o tronco unico comum. A artéria únicacom aproximadamente 3 cm de circunferencia onde se originava oorifico da carotida e os dois orifícios das artérias pulmonares ladoa lado, confirmando o diagnóstico de TAC tipo II.

Figura 1: Imagem ecocardiográfica bidimensional do corte longitudinalrevelando as estruturas anatômicas, com o septo interventricularincompleto (CIV) entre os ventrículos.

Figura 2: Imagem ecocardiográfica bidimensional do corte longitudinalrevelando as estruturas anatômicas, com o septo interventricularincompleto (CIV) entre os ventrículos. Sendo ilustrado pelo fluxo quevai do ventrículo direito, direto para o tronco único (TAC)..........................................................................................................................

55VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

DiscussãoO tronco arterial comum é uma doença congênita rara, vista

em apenas 1,5% dos casos de congênitas em recém-nascidos2 comoo nosso estudo, onde foi descoberto antes do 1 ano de idade. Járelatado que os sintomas clínicos incluem mucosas cianóticas,taquicardia, taquipneia, síncope e intolerância ao esforço físico,demonstrando coerência aos sintomas do paciente no caso descrito.Geralmente, tais manifestações são observadas nos primeiros mesesde vida, no relato o paciente tinha 11 meses quando começou aapresentar os primeiros sintomas. A policitemia não ocorreu nosexames laboratoriais do paciente discordando da literatura4. Odiagnóstico foi feito com o exame de imagem padrão ouroecodopplercardiografia5,4,6. Os achados consistiram em hipertrofiaconcêntrica dos ventrículos, dilatação do átrio direito, defeito nosepto interventricular1 e turbilhonamento dos fluxos, o mesmo jádescrito por outros autores5,4,6. O tratamento cirúrgico é o maisindicado, tem um bom prognóstico e prolonga a sobrevida dopaciente como já é descrita em algumas literaturas na medicina. Noentanto, apesar das grandes melhorias na cirurgia cardíaca, um terçodos pacientes humanos permanecem sintomáticos após a cirurgia esão necessárias reoperações em quase metade dele9,10 porém aindanão é uma opção na medicina veterinária. O protocolo terapêuticopara o paciente foi de acordo com o tratamento medicamentosoindicado pela literatura com: vasodilatador pulmonar, vasodilatadorinibidor da enzima conversora da angiotensina, diurético, e fármacosque diminuem a formação de trombos5. A sobrevida depende daidade na descoberta do diagnóstico e da presença de anormalidadescardíacas associadas, o que pode reduzir a sobrevida de 91 para

71%9,10 no presente estudo a paciente foi diagnosticada por um aos11 meses da idade, quando já apresentava sintomatologia clínica ecom o tratamento adequado descrito pela literatura, prolongou suasobrevida por 11 anos.

ConclusãoConclui-se um caso de uma doença cardíaca congênita rara,

complexa e cianogênica, como a TAC, que obteve uma excelentesobrevida de 11 anos apenas com o tratamento medicamentoso emanejo adequado, apesar dos relatos em seres humanos não teremmuito sucesso com esse método sem a associação da intervençãocirúrgica. Comprova-se a eficiência da realização dos examescardiológicos como método de diagnóstico e a importância de seremimplementados na rotina clínica dos animais desde o nascimento,proporcionando o acompanhamento clínico cardiológico eficaz eprecoce.

REFERÊNCIAS

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Figura 3: 1) imagem que demonstra a hipertrofia concêntrica doventrículo esquerdo, a parede medindo cerca de 1,4 cm. 2) Orifícioseptal da CIV medindo cerca de 1 cm de circunferência. 3) Folhetosabertos da valva do TAC. 4) Lúmen do TAC (artéria única).Figura 4: 1) Imagem que demonstra a hipertrofia concêntrica doventrículo esquerdo, a parede medindo cerca de 1,4 cm. 2) Lúmen doTAC (artéria única). 3) Os orifícios das artérias pulmonares lado a ladocaracterizando um TAC de tipo II...........................................................................................................................

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16. MANDIBULECTOMIA PARCIAL EM UMA CACHORRA DA RAÇASCHNAUZE COM NEOPLASIA MALIGNA FUSOCELULAR FASCICULADA

COMPATÍVEL COM MELANOMA SARCOMATOIDE: RELATO DE CASO

“Partial mandibulectomy in a schnauze dog with sarcomatoid compatible fasciculated fosucellularmalignant neoplasia: case report”

“Mandibulectomia parcial en un perro schnauze con neoplasia maligna fosucelular fasciculadacompatible con melanoma sarcomatoide: reporte de caso”

Carolina Figueiredo [email protected]

Fernanda Fiuza BittencourtCardosoMV, Clínica [email protected]

Giovanna Pacheco Carelli [email protected]

Rubem Bittencourt Cardoso JuniorMV, DSc. Clínica [email protected]

RESUMO: A cavidade oral é o quarto local mais acometido por neoplasias em cães e gatos. Aproximadamente60% desses tumores são malignos, destacando-se o melanoma com maior prevalência em cães sendoconsiderado de difícil tratamento16. Relata-se um caso de mandibulectomia parcial com neoplasia malignafusocelular fasciculada compatível com melanoma sarcomatoide em uma cadela, da raça Schnauzer Miniatura,de 8 anos, pesando 8kg, atendida na clínica veterinária Intergávea, localizada no Rio de Janeiro. Exame clínicoa cadela apresentava uma massa na cavidade oral. Radiografia não foi identificado comprometimento ósseo ousinais de metástase pulmonar. Indicado biópsia e o exame histopatológico concluiu como sendo neoplasiamaligna fusocelular fasciculada compatível com melanoma sarcomatoide. Devido à agressividade recomendou-se a mandibulectomia parcial removendo o segmento acometido e a utilização de uma placa de titânio pararealizar a osteossintese. Concluíu-se que a cirurgia reconstrutiva favorece boa estabilização das estruturasósseas e um rápido retorno anatômico e funcional, melhorando a qualidade de vida dos animais. Comprova-seque a percepção do proprietário com os sintomas clínicos, exame na cavidade oral, importância da indicaçãoda biópsia, diagnóstico eficiente pode determinar o melhor tratamento possível.Palavras-chave: mandibulectomia, neoplasia, cadela

ABSTRACT: The oral cavity is the fourth most affected site by neoplasms in dogs and cats. Approximately 60%of these tumors are malignant, highlighting the most prevalent melanoma in dogs, which is considered difficultto treat. We report a case of partial mandibulectomy with fasciculated fusocellular malignant neoplasia compatiblewith sarcomatoid melanoma in an 8-year-old Schnauzer Miniatura bitch, weighing 8kg, seen at the Intergáveaveterinary clinic, located in Rio de Janeiro. Clinical examination the dog had a mass in the oral cavity. Radiographydid not identify bone involvement or signs of pulmonary metastasis. Biopsy indicated and histopathologicalexamination concluded to be fasciculated fusocellular malignant neoplasia compatible with sarcomatoidmelanoma. Due to aggressiveness, partial mandibulectomy was recommended, removing the affected segmentand the use of a titanium plate to perform osteosynthesis. We conclude that reconstructive surgery favors goodstabilization of bone structure and a fast anatomical and functional return, improving the animals’ quality of life.It is proven that the owner’s perception of clinical symptoms, oral cavity examination, importance of biopsyindication, efficient diagnosis can determine the best possible treatment.Keywords: mandibulectomy, neoplasia, bitch

RESUMEN La cavidad oral es el cuarto sitio más afectado por neoplasias en perros y gatos. Aproximadamenteel 60% de estos tumores son malignos, destacando el melanoma más frecuente en los perros, que se consideradifícil de tratar16. Presentamos un caso de mandibulectomía parcial con neoplasia maligna fusocelular fasciculadacompatible con melanoma sarcomatoide en una perra Schnauzer Miniatura hembra de 8 años, con un peso de8 kg, vista en la clínica veterinaria Intergávea, ubicada en Río de Janeiro. Examen clínico el perro tenía una masaen la cavidad oral. La radiografía no identificó afectación ósea o signos de metástasis pulmonar. La biopsiaindicada y el examen histopatológico concluyeron como neoplasia maligna fusocelular fasciculada compatiblecon melanoma sarcomatoide. Debido a la agresividad, se recomendó la mandibulectomía parcial, la eliminacióndel segmento afectado y el uso de una placa de titanio para realizar la osteosíntesis. Concluimos que la cirugíareconstructiva favorece una buena estabilización de la estructura ósea y un rápido retorno anatómico y funcional,mejorando la calidad de vida de los animales. Está comprobado que la percepción del propietario de los síntomasclínicos, el examen de la cavidad oral, la importancia de la indicación de la biopsia y el diagnóstico eficientepueden determinar el mejor tratamiento posible.Palabras clave: mandibulectomía, neoplasia, perra

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IntroduçãoA reconstrução mandibular é uma técnica cirúrgica utilizada

como tratamento para neoplasias mandibulares, tal técnica cirúrgicatem grande importância na medicina de pequenos animais devido àalta incidência de neoplasias na cavidade oral de cães e gatos, dentreos tumores orais mais frequentes destaca-se o melanoma.

O melanoma possui um crescimento rápido podendoapresentar lesões com superfície ulcerada, protuberante e odorfétido, tais lesões são frequentemente encontradas em lábios,gengivas, palato e mucosa bucal. Os sinais clínicos podem ocorrerde forma aguda e podem progredir rapidamente, os mais comunssão: halitose, disfagia e sangramento.

O melanoma afeta principalmente cães idosos. A doença édiagnosticada com base nos sinais clínicos e através de uma biopsiaincisional para avaliação histopatológica, além de obtenção daradiografia mandibular para averiguar envolvimento ósseo sendoindispensável a realização da radiografia torácica para pesquisa demetástase.

O tratamento cirúrgico é mais indicado, podendo ser feitoatravés da mandibulectomia ou reconstrução mandibular.

Na Medicina Veterinária são encontrados poucos relatos,justificando a necessidade de mais estudos para que tal técnica possafazer parte da rotina da Medicina Veterinária, além da justificativapessoal pela busca do conhecimento em cirurgias reconstrutivas.Este relato tem por objetivo demostrar, através de um relato decaso e revisão de literatura, a eficácia do tratamento cirúrgico dereconstrução mandibular para um cão da raça Schnauzer Miniaturaque apresentava um melanoma mandibular.

HistóricoUm cão, fêmea, da raça Schnauzer Miniatura, de 8 anos,

pesando 8 kg, foi encaminhado a clínica veterinária Intergávea,localizada no Rio de Janeiro, para realizar uma avaliação de lesãoda cavidade oral.

O proprietário relatou que o animal apresentava um aumentode volume na região mandibular esquerda. Além disso, ele tambéminformou que animal possuía halitose, sialorreia, disfagia edeformidade facial. No momento da consulta foi realizado aavaliação dos parâmetros fisiológicos do paciente, auscultapulmonar e cardíaca, palpação abdominal, temperatura corporal,avaliação dos linfonodos e tempo de preenchimento capilar, foramtodos considerados dentro dos padrões de normalidade.

Ao examinar a cavidade oral foi possível visualizar a massaque possuía uma pigmentação enegrecida, de consistência firme,não ulcerada, deformante e invadindo a porção medial da mandíbulaesquerda, caudal ao elemento dentário de número 304 e cranial aoelemento dentário de número 309. Os achados clínicos eramcompatíveis com neoplasia oral.

Foi feito coleta de sangue para avaliação do hemograma,plaquetometria, função renal, função hepática e glicemia que semostraram dentro dos valores de normalidade.

O exame histopatológico concluiu como sendo neoplasia

maligna fusocelular fasciculada compatível com melanomasarcomatoide. Devido à agressividade recomendou-se amandibulectomia parcial removendo o segmento acometido e autilização de uma placa de titânio para realizar a osteossintese. Aincisão foi feita na mucosa oral desde o ângulo mandibular até acomissura labial, foi feita uma retirada em bloco do tecido molejuntamente com o fragmento mandibular que foi seccionado caudalao incisivo inferior esquerdo até cranial ao primeiro molar utilizandouma serra oscilatória pneumática.

Após a ressecção (Figura 1) a osteotomia foi estabilizadapela aplicação de uma placa de titânio de bloqueio com 2 mm deespessura e 4 cm de comprimento com 2 parafusos craniais e 2parafusos caudais bicorticais sem a utilização de nenhum enxertopara preencher a falha óssea (Figura 2). A rafia foi realizada comfio PDS (ethicon) monofilamentoso e absorvível com pontos simplese separados desta forma não sendo necessário a retirada de pontos.

Figura 1: Imagem radiográfica em decúbito lateral obliqua e semevidencias de comprometimento ósseo

Figura 2: Imagem radiográfica em decúbito lateral obliqua no pós-operatório imediato

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DiscussãoA paciente descrita no presente relato, Janis Joplin,

apresentava características comuns de animais com melanomamandibular, conforme citado na literatura. Ettinger e Feldman4

relatam que esse tumor como localmente agressivo e com alto índicemetastático para locais regionais e distantes3, onde os linfonodosregionais e os pulmões como locais de predileção para metástase17.

As radiografias não podem ser utilizadas como método dediagnóstico definitivo, mas a realização das radiografias (Figuras1) se mostra indispensável para que ocorra a abordagem terapêuticacorreta, uma vez que tais alterações como a metástase pulmonarpossam interferir na escolha da abordagem terapêutica ou até mesmonos cuidados pós-operatórios15. Neste relato, o diagnóstico definitivofoi obtido através do exame histopatológico, onde é possível definiro comprometimento biológico do tumor e o prognostico dopaciente11. A principal técnica utiliza e descrita é a mandibulectomia,essa técnica permite um bom controle local do tumor12, contudo éuma técnica que pode apresentar uma serie de complicações queresultaria numa má qualidade de vida ao paciente e uma aparênciaestética desfavorável.

O relato evidenciou a utilização de uma placa de titâniobloqueada de 2.0 mm que foi fixada com dois parafusos tambémde titânio e de bloqueio, na região cranial e caudal da mandíbulaesquerda, não havendo a necessidade de nenhum enxerto parapreencher a falha óssea5.

Duas semanas após a cirurgia a paciente apresentava umaboa recuperação pós-operatória visto que não apresentavasangramento, dificuldade na apreensão de alimentos e na ingestãohídrica e apresentando uma aparência estética aceitável, semqualquer deformidade facial. Após cinco meses não foi observadoqualquer sinal de falha no implante nem recidiva tumoral, taisachados também foram observados em um relato anterior7. No relatodescrito, foi observado a remissão completa do tumor através daabordagem cirúrgica de reconstrução mandibular comprovadoatravés das radiografias da região mandibular com 5 meses de pós-operatório.

ConclusãoPelo caso relatado, conclui-se que a reconstrução mandibular

em cães, apesar de pouco descrita, é uma técnica viável para amedicina veterinária e quando bem aplicada, especialmente quandose utiliza placas de titânio, garante ao paciente uma estabilidademandibular promovendo um rápido retorno as funções anatômicase permite manter uma aparência estética próxima ao normalmelhorando assim a qualidade de sobrevida do animal.

REFERÊNCIAS

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59VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

So Yin NakMV, Programa de Residência emMedicina Veterinária (PRMV).Instituto de Veterinária (IV), UFRRJ.Campus Seropédica, RJ -14605 CRMV/[email protected] Pereira Salça de AlmeidaMV, PRMV. IV, UFRRJ - CampusSeropédica, RJ. 14628 CRMV/RJGabriel Alcides Capucho de LimaMV, PRMV, IV, UFRRJ - CampusSeropédica, RJ. 15247 CRMV/RJBrena Gava GuimarãesMV, PRMV. 15108 CRMV/RJ, UFRRJ- Campus Seropédica, RJDiefrey CamposMV, DSc. PPGCV, Anexo 1, IV,UFRRJ, Campus Seropédica, RJ(bolsista Pós-Doutorado FAPUR)Débora Borges AzevedoMV, DSc. PPGCV, Anexo 1, IV,UFRRJ. Campus Seropédica, RJ(bolsista de Pós-Doutorado CNPq.)Thais Correia AzevedoMV, DSc. Professora. DPA, Anexo 1,IV, UFRRJ, Campus Seropédica, RJ

RESUMO: Os carnívoros possuem hábitos alimentares diversos e, em alguns momentos, os invertebrados tambémpodem fazer parte da sua dieta. Quando ingeridos, os diferentes parasitas do invertebrado, como os coccídios,acabam sendo eliminados por meio das fezes no ambiente sem causar nenhuma manifestação clínica aohospedeiro vertebrado, sendo considerado como pseudoparasito. No exame coproparasitológico de amostrade fezes da espécie felina (Felis catus), foram encontrados oocistos polisporocísticos, semelhantes aos oocistosesporulados da família Adeleidae. Oocistos de forma elipsoide com parede dupla, sem micrópila, resíduo egrânulo polar, com 43,65 x 34,56 µm de diâmetro maior e menor respectivamente. Dez esporocistos estavampresentes em um único oocisto esporulado de formato variando de subesféricos a elipsoides com 15,51 × 13,03µm de diâmetro maior e menor respectivamente. Corpo de Stieda e substieda estavam ausentes. Sendo assim,com base nas características morfológicas apresentadas, os oocistos esporulados observados nas fezes degato foram caracterizados como do gênero Adelina comumente observado na cavidade celomática de artrópodes.Palavras-chave: coccidia, sporulated oocysts, pseudoparasitismo

ABSTRACT: Carnivores have different eating habits and, at times, invertebrates can also be part of their diet.When ingested, the different invertebrate parasites, such as coccidia, end up being eliminated through the fecesin the environment without causing any clinical manifestation to the vertebrate host, being considered aspseudoparasite. Parasitological examination of a feline (Felis catus) stool sample showed polysporic oocysts,similar to sporulated oocysts of the Adeleidae family. Double-walled ellipsoid-shaped oocysts, without micropila,residuum and polar granules, with 43.65 x 34.56 µm of length and width respectively. Ten sporocysts werepresent in a single sporulated oocyst of shape ranging from subspherical to ellipsoid with length and width of15.51 × 13.03 µm respectively. Stieda’s body and substieda were absent. Thus, based on the morphologicalcharacteristics presented, the sporulated oocysts observed in cat feces were characterized as Adelina genuscommonly observed in the arthropod cellomatic cavity.Keywords: coccidia, sporulated oocysts, pseudoparasitism

RESUMEN: Los carnívoros tienen diferentes hábitos alimenticios y, a veces, los invertebrados también puedenser parte de su dieta. Cuando se ingieren, los diferentes parásitos invertebrados, como los coccidios, terminansiendo eliminados a través de las heces en el medio ambiente sin causar ninguna manifestación clínica en elhuésped vertebrado, y se consideran pseudoparásitos. El examen coproparasitológico de una muestra de hecesfelinas (Felis catus) mostró oocistos polisporoquísticos, similares a los oocistos esporulados de la familia Adeleidae.Ovocitos con forma de elipsoide de doble pared, sin microfilm, residuo y gránulo polar, con 43,65 x 34,56 µm dediámetro mayor y menor, respectivamente. Diez esporoquistes estaban presentes en un solo ooquiste esporuladode forma que variaba de subesférico a elipsoide con un diámetro mayor y menor de 15.51 × 13.03 µmrespectivamente. El cuerpo y el subestia de Stieda estaban ausentes. Por lo tanto, con base en las característicasmorfológicas presentadas, los oocistos esporulados observados en las heces de los gatos se caracterizaroncomo género Adelina comúnmente observado en la cavidad celomática de los artrópodos.Palabras clave: coccidios, ooquistes esporulados, pseudoparasitismo

17. UM PSEUDOPARASITO ADELÍDEO ENCONTRADO EM AMOSTRASFECAIS DE GATO DE SEROPÉDICA, RJ - BRASIL: RELATO DE CASO

“An adeleid pseudoparasite in cat feces sample, from the Seropédica,RJ - Brazil: case report”

“Un pseudoparásito adelido encontrado en muestras fecales de gatos de Seropédica RJ - Brasil: informe de caso”

IntroduçãoO Filo Protozoa é considerado um grupo de micro-

organismos de alta diversidade heterogênea1. Dentro do grupoApicomplexa, existem alguns gêneros de coccídeos parasitas deinvertebrados e há relatos sendo encontrados em fezes devertebrados, demonstrando assim, a importância do vertebrado,como um fator importante na dispersão do coccídeo a novosambientes, como gêneros de Adelea, Adelina, e Barrousia2. Estescoccídios possuem paredes do oocisto bastante resistentes, quepermitem que passem pelo trato digestório de canídeos e onívoros,

de forma que não altere sua estrutura, e esteja viável quandoliberados no ambiente, por meio das fezes2,3.

A presença de alguns coccídios, em amostras fecais decarnívoros, como o gênero Adelina, são consideradospseudoparasitas, pois estes parasitam apenas invertebrados, eutilizam o vertebrado como meio de transporte, sem apresentaçãode sinais clínicos evidentes que possam relacionar ao parasitaencontrado3,4,5.

O objetivo deste estudo foi relatar a ocorrência e descreverum oocisto polisporocístico do gênero Adelina sp., encontrado em

60 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

amostras de fezes de um animal da espécie felina no Estado do Riode Janeiro, Brasil.

Relato de CasoDurante a rotina dos exames parasitológicos, foi recebida

uma amostra de fezes da espécie felina, com suspeita clínica decriptosporidiose e giardíase. As fezes foram recebidas diarreicas,entretanto proprietário relata presença de fezes ora diarreica, oraconsistente. Para a análise, foram selecionados três métodos, comoa técnica Zielh Neelsen modificada, Centrífugo flutuação simplescom solução saturada de açúcar (CFS) e Faust. Na técnica de Faustnão foram encontrados achados significativos; na técnica de ZielhNeelsen foram encontrados estruturas similares a Cryptosporidiumsp.; e na técnica de CFS, foi encontrado um oocisto esporuladoapresentando inúmeros esporocistos (Figura 1).

esporocistos estavam presentes, subesféricos a elipsoides. Os corposde Stieda e substieda estavam ausentes. De uma maneira geral osoocistos esporulados eram polimórficos com tamanho e número deesporocistos variáveis (Figura 1).

DiscussãoOs invertebrados são parasitados por dois grupos do Filo

Apicomplexa, sendo estes, os coccídeos pertencente ao gêneroGregarina e Adelina. São gêneros que acometem exclusivamente ainvertebrados, e quando presente, são comumente responsáveis pelainfecção nestes hospedeiros invertebrados6. A família Adeleidaepodem estar presentes parasitando ou atuando de forma simbióticaem invertebrados, como parasitando artrópode coleóptero, anelídeooligoqueta Slavinia appendiculata7 e devido ao fato, o hábitoinsetívoro e o hábito de caça de alguns carnívoros permitem ainclusão de alguns invertebrados em sua dieta e no qual, quandopresente o coccídio Adelina neste invertebrado, passa pelo tratodigestivo do animal sem se deformar ou alterar sua estrutura, sendoentão, eliminados pelas fezes, e permitindo assim a proliferaçãode espécies do gênero Adelina, e contribuindo para sua dispersãoem diferentes ambientes2,8. A resistência da parede do oocisto,mesmo que, esporulado, é responsável para que este passe pelotrato digestório do vertebrado e sendo encontrado nos exames fecaissem alterações morfológicas3. O achado destes oocistospoliesporocisticos nas fezes dos carnívoros, podem levar ao errode descreverem novas espécies de coccídios, entretanto, nosvertebrados apesar de existirem raros relatos de achados emamostras fecais, não se relatam parasitismo de coccídiospoliesporocisticos. Em canídeos e felídeos, os oocistos esporuladospossuem dois esporocistos, e a presença de mais esporocistos,indicam pseudoparasitismo para canídeos e felídeos, variando paraoutros vertebrados.

Poucos são os relatos que descrevem os achados destesoocistos nas fezes de carnívoros. Alguns relatos descreveram apresença de oocisto da família Adeleidae em amostras fecais deCerdocyon thous5. Outros achados em trabalhos foram à recuperaçãode oocistos em fezes de lagartixa Hemidactilus mabouia,possivelmente justificado pela ingestão de um invertebradoparasitado pelo coccídio, com mensurações de 36,3 x 30,9 µm,com parede dupla, sem micróplia, grânulo polar ou resíduo2. Foramencontrado também em amostras fecais de Didelphis aurita, oocistoAdelina sp., com mensurações de 34,6 x 31,6 µm, contendo de seisa 10 esporocistos, com micrópila e resíduo ausente3. Um seguinterelado, encontraram analisando amostras fecais de graxaim docampo, observaram a presença de oocisto esporulado, comaproximadamente cinco esporocistos, identificado como pertencentea família Adeleidae, medindo 31 x 29 µm4.

Não existem relatos de patogenia decorrente a presença dococcídio poliesporocisticos em amostras fecais de carnívors, outrosrelatos indicam apenas a presença destes coccídios como umpseudoparasitismo, onde estes coccídeos utilizam como forma deproliferação, sobrevivência e estabelecimento da sua espécie para

Figura 1: Fotomicrografia de oocistos esporulados do gênero Adelinaencontrados nas fezes de gato. Oocistos de dupla membrana, semmicrópila e com vários esporocistos no seu interior com acentuadopolimorfismo. Esporocistos sem corpo de Stieda. a e b - Obj. 40X.Solução saturada de Sacarose

.........................................................................................

Para mensuração do oocisto esporulado, foi utilizado omicroscópio binocular Primo Star com lente objetiva de 40x e lenteobjetiva de 100X com auxílio do óleo de imersão. Imagens foramcapturadas com a câmera Carl Zeiss AxioCam Erc5s, e com uso doprograma AxioVision Microscope Software, permitiram asobservações morfológicas e a mensuração com o uso de desenhosde linha para medição dos oocistos, sendo avaliados com base nodiâmetro maior (DM) e no menor (dm).

O oocisto mensurado possui formato 43,65 µm x 36,56 µm[diâmetro maior (DM) - diâmetro menor (Dm)]. Índice morfométrico1,1, o que revela um formato ovalado. Um dos esporocistos foitambém mensurado e encontrado valores de 15,51 µm x 13,03 µmDm e dm respectivamente. A parede do oocisto constituído porduplamembrana sem micrópila, resíduo e grânulo polar. Dez

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outros ambientes. É sabido que estes, são parasitas de invertebrados,entretanto se estes coccídeos podem ocasionalmente causar algumapatologia em carnívoros, não há relato até o seguinte momento,necessitando então, maiores estudo para confirmação. A amostrafecal recebida apresentava-se amolecida, entretanto, pode serdecorrente ao fato do animal apresentar concomitantemente,infecção por Cryptosporidium sp., no qual o animal apresentavaquadros de diarreia, ou fezes amolecidas.

ConclusãoAlguns coccídios encontrados nas fezes dos animais, quando

não esporulado, dificultam o diagnóstico e mesmo quando colocadospara esporular podem ser confundidos espécies patogênicascomumente encontradas nos hospedeiros vertebrados, para tanto,deve-se ter cautela no momento do diagnóstico e entender os hábitosalimentares do animal em questão é que possíveis pseudoparasitaspodem ser observados nas fezes de vertebrados. Com base nosresultados obtidos no presente relato, pode-se concluir que, osoocistos poliesporocístico observados nas fezes do gato ecaracterizado como do gênero Adelina comum na cavidadecelomática de alguns artrópodes.

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IntroduçãoO adenocarcinoma uterino é uma neoplasia maligna de

células epiteliais formadoras das glândulas endometriais rara emcadelas¹. A piometra é um processo inflamatório uterino comumem cadelas idosas, caracterizado pelo acúmulo de secreção purulentana luz uterina devido à estimulação progesterônica crônica associadaà infecção bacteriana, raro em cadelas jovens². O uso deanticoncepcionais já foi relacionado tanto a piometra como àsneoplasias uterinas3,4. O diagnóstico das duas doenças baseia-se nohistórico reprodutivo do animal, nos sinais clínicos comoinapetência, febre, dor abdominal e no exame ultrassonográficocomo triagem, antecedendo a panhisterectomia com a análise

18. OCORRÊNCIA DE PIOMETRA E ADENOCARCINOMAUTERINO ASSOCIADO AO USO DE ANTICONCEPCIONAL EM CADELA:

RELATO DE CASO

“Occurrence of pyometra and uterine adenocarcinoma associated with contraceptiveuse in bitch: case report”

“Ocurrencia de piometra y adenocarcinoma uterino asociados con el uso de anticonceptivosen perras: reporte de caso”

Ana Carina Heil da Silva MatosMV, MSc. Consultório Dra. Mônica G. Silva,RG: 12098 CRMV/[email protected]

Mônica Giavarina da SilvaMV, Consultório Dra. Monica G. Silva,RG: 4694 CRMV/RJ

Ana Beatriz CarneiroMV, Consultório Dra. Monica G. Silva,RG: 11790 CRMV/RJ

João Marcos da Silva BarbosaMV, MSc. RG: 13096 CRMV/RJ

RESUMO: O uso de anticoncepcionais em cadelas já foi relacionado tanto à piometra como àsneoplasias uterinas. O diagnóstico das duas doenças baseia-se no exame ultrassonográfico comotriagem, antecedendo a panhisterectomia com a análise histopatológica do útero para obtenção dodiagnóstico definitivo. Relata-se um caso de adenocarcinoma e piometra em útero de cadela jovemsubmetida a uma única administração de anticoncepcional injetável. Apesar de haver relatos de piometraem cadelas jovens e em associação ao carcinoma ovariano, ainda não havia sido relata a ocorrênciaconjunta com adenocarcinoma uterino. Esse relato demonstrou a possibilidade de ocorrência deneoplasia maligna além de piometra associada ao uso de anticoncepcionais em cadelas.Palavras-chave: tumor, cães, útero

ABSTRACT: The use of contraceptives in female dogs has been related to both pyometra and uterineneoplasms. The diagnosis of both diseases is based on ultrasound examination as screening, precedingpanhisterectomy with histopathological analysis of the uterus to obtain the definitive diagnosis. Wereport a case of adenocarcinoma and pyometra in a young female uterus submitted to a single injectablecontraceptive administration. Although there are reports of pyometra in young bitches and in associationwith ovarian carcinoma, the joint occurrence with uterine adenocarcinoma had not been reported. Thisreport demonstrated the possibility of malignant neoplasia in addition to pyometra associated withcontraceptive use in female dogs.Keywords: tumor, dogs, uterus

RESUMEN: El uso de anticonceptivos en perras se ha relacionado tanto con las neoplasias uterinascomo con la piometra. El diagnóstico de ambas enfermedades se basa en el examen de ultrasonidocomo detección, que precede a la panhisterectomía con análisis histopatológico del útero para obtenerel diagnóstico definitivo. Presentamos un caso de adenocarcinoma y piometra en un útero femeninojoven sometido a una única administración de anticonceptivos inyectables. Aunque hay informes depiometra en perras jóvenes y en asociación con carcinoma de ovario, no se informó la apariciónconjunta de adenocarcinoma uterino. Este informe demostró la posibilidad de neoplasia maligna ademásde la piometra asociada con el uso de anticonceptivos en perras.Palabras clave: tumor, perros, útero

histopatológica do útero para obtenção do diagnóstico definitivo1,3,5.Este relato de caso tem como objetivo alertar ao clínico de pequenosanimais para a ocorrência de um adenocarcinoma uterino associadoà piometra em uma cadela submetida a tratamento infertilizante abase de progestágenos injetável.

HistóricoUma cadela, sem raça definida, de um ano e oito meses de

idade, peso corporal de 8,400 kg, foi atendida em uma clínicaveterinária na zona norte do Rio de Janeiro, com queixa do tutor desecreção vulvar purulenta. Durante o exame clínico, constatou-semucosas pálidas, aumento abdominal, temperatura normal. Segundo

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relato da tutora, a mesma já havia administrado anticoncepcionalinjetável a base de Acetato de medroxiprogesterona (Anestron®)durante o primeiro cio do animal aos oito meses de idade, e nãosabia precisar quando e se teria ocorrido o segundo cio. Animal foiencaminhado para realização de ultrassonografia e coleta de sanguepara exames de hemograma e bioquímicas (ALT, AST, ureia ecreatinina). As únicas alterações do hemograma foram anemia (3,31x 106µl) e leucocitose acentuada (54.400 x 10³µl), não houvealteração nos valores das bioquímicas avaliadas. O exameultrassonográfico evidenciou aumento de cornos uterinos comespessamento de parede e conteúdo hipoecogênico. Foi realizadapanhisterectomia com acondicionamento de útero e ovário emsolução de formalina a 10% e envio para análise histopatológica.No exame macroscópico, o útero media aproximadamente 17,0 x6,0 cm e 17,5 x 5,0 cm cada corno em seus maiores eixos. Aconsistência aos cortes era macia, com superfície de corte oracompacta de tonalidade creme, ora cística deixando fluir líquidoróseo. Quanto a avaliação macroscópica dos ovários, o esquerdomedida 1,5 x 0,6 cm e o direito 1,8 x 0,6 cm. No examemicroscópico, o corte histológico apresentou proliferação neoplásicade células epiteliais endometriais em arranjo cístico-papilar (Figura1A). As células apresentavam moderado pleomorfismo, citoplasmamoderado, núcleos arredondados com diferentes tamanhos,cromatina vesicular, nucléolos evidentes e figuras de mitose (Figura1B; Figura 1C). Havia ainda intenso infiltrado inflamatóriocomposto por neutrófilos, plasmócitos, linfócitos e macrófagos eminterstício e acúmulo de exsudato purulento no interior de cistos eluz uterina (Figura 1D). Ambos os ovários apresentaram diversoscorpos lúteos bem desenvolvidos, sem atipias.

Após receber o diagnóstico de Adenocarcinoma uterino /piometra, o animal foi encaminhado para oncologista veterinário eo tutor não retornou com o animal à clínica.

DiscussãoTumores uterinos são raros em animais domésticos,

principalmente em animais jovens¹. Já a piometra, que é uma doençarelativamente comum em cadelas idosas, tem sido associada ao usode estrógenos e progestágenos exógenos em animais jovens4. Apesarde hiperplasia cística e piometra já terem sido associada a doençasovarianas6,7, neste caso, os ovários não apresentavam lesões. OAdenocarcinoma uterinos são tumores mais comuns em coelhas evacas1,3, há poucos relatos de adenocarcinomas uterinos em cadelas8,9

e neles, a idade foi bem maior que a relatada nesse caso. Apenasum caso havia descrito adenocarcinoma em cadela jovem (10meses)10. O aumento abdominal, redução do apetite e secreçãovaginal purulenta são os principais sinais que levam as cadelas apassarem por exame clínico e normalmente estão associados àpiometra11,12. O padrão histopatológico papilar, com altopleomorfismo já havia sido relatado em caso de adenocarcinomauterino9. Um dos diagnósticos diferenciais ao adenocarcinomauterino pode ser adenomiose e esta já foi relatada associada compiometra13. A piometra nesse caso foi classificada como fechada. Apiometra fechada já havia sido associada a um maior número dereceptores de progesterona4, podendo então ter relação direta coma administração do anticoncepcional. A piometra também já foiassociada a um aumento da proliferação celular e angiogênese noendométrio14, o que pode sugerir que ela aja como estimulo a umalesão pré-neoplásica. O uso de anticoncepcionais já foi associado adiversos efeitos adversos como piometra, neoplasias mamárias emortalidade fetal quando utilizado durante a gestação4, nesse caso,o animal não sofreu o efeito acumulativo de múltiplas administraçõesda droga, bastando apenas uma administração durante o primeirocio para o animal apresentar sinais logo ao segundo cio. Apesar dehaver relatos de piometra em cadelas jovens e em associação aocarcinoma ovariano15, ainda não havia sido relatada a ocorrênciaconjunta com adenocarcinoma uterino.

ConclusãoEsse relato demonstrou a possibilidade de ocorrência de

neoplasia maligna além de piometra associada ao uso deanticoncepcionais em cadelas. Destaca-se ainda que apanhisterectomia continue sendo a maneira mais eficaz de controlede natalidade, salientando o alto índice de efeitos adversosrelacionados ao uso de progestágenos injetáveis.

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Figura 1: Fotomicrografia de adenocarcinoma em útero de cadela. A)Células epiteliais endometriais em arranjo cístico-papilar. Obj.: 4X; B)Células epiteliais neoplásicas apresentando citoplasma moderado,cromatina vesicular e nucléolos evidentes. C) Células neoplásicasapresentando núcleos arredondados com diferentes tamanhos e figurasde mitose. D) Exsudato purulento na luz uterina. Obj.: 40X. Hematoxilinae eosina.

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19. LEVANTAMENTO DOS ACHADOS EM MONITORAMENTOCONTÍNUO POR HOLTER 24 HORAS EM CLÍNICA CARDIOLÓGICA

NO RIO DE JANEIRO

“Survey of findings in continuous 24-hour Holter monitoring at a cardiologic clinic in Rio de Janeiro”

“Encuesta de los hallazgos en el monitoreo continuo de Holter de 24 horas en una clínica decardiológica en Río de Janeiro”

Simone Souza da SilvaAluna de graduação, Escola de saúde,Faculdade de Medicina Veterinária,Universidade Castelo [email protected]

Alessandra Ribeiro LucenaMédica Veterinária MSc. eCoordenadora Técnica daCLINCARDIO Cardiologia Veteriná[email protected]

Maria Luisa Mérola LamosaAluna de graduação, Escola de saúde,Faculdade de Medicina Veterinária,Universidade Estácio de Sá

Leticia Leven de VasconcelosMédica Veterinária da CLINCARDIOCardiologia Veterinária

RESUMO: O eletrocardiograma é um exame complementar utilizado para avaliar a atividade elétrica cardíaca.Esse exame tem importância na detecção e caracterização das anomalias de ritmo e condução do estímuloelétrico. No entanto, o curto período ao qual o animal é submetido ao eletrocardiograma ambulatorial podenão ser o suficiente para avaliação de distúrbios de ritmo e outras avaliações. O Holter 24 horas é ummonitoramento eletrocardiográfico contínuo que permite a captação das alterações e respostas elétricasfrente a estímulos do cotidiano. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento dasprincipais alterações eletrocardiográficas no monitoramento por Holter 24 horas dos exames da rotina declínica cardiológica no Rio de Janeiro. Foram avaliados cinco pacientes caninos, sem restrição de sexo,idade ou raça, que apresentavam idade aproximada entre 8 a 13 anos (com média de 11±1,8 anos) e pesoentre 14 a 42 kg (com média de 16,3± 2,3 Kg). Entre as manifestações clínicas apenas 40% (2) apresentaramalguma queixa com manifestação sintomatológica como: cansaço, cianose ou síncope, foram encaminhados20% (1) para acompanhamento de cardiopatia congênita estável e medicada, 20% (1) para investigação deritmo bigeminado ocorrido em eletrocardiografia de rotina, e 20% (1) para acompanhamento de cardiopatiacom tamponamento e efusão pericárdica. Em todos os pacientes foram observados ritmos sinusaispredominantes. Dentre os distúrbios de condução: 40% (2) apresentaram pausas maiores que 3 segundos,80% (4) apresentou extra-sístoles atrial isoladas, 20% (1) taquicardia atrial não sustentada, 80% (4) extra-sístoles ventriculares isoladas, 40% (2) revelaram taquicardia ventricular não sustentada, 20% (1) demonstrouextra-sístoles ventriculares bigeminadas, e 20% (1) apresentou dissociação atrioventricular não sustentada.Foi demonstrado neste trabalho dados da rotina de atendimento, evidenciando a importância de se indicarsempre que necessário o Holter 24 horas como complementação da avaliação do paciente. Além dasindicações mais enfatizadas na literatura, também solicitar diante dos sinais clínicos de: fadiga, prostraçãointensa, síncope, além de acompanhamento e avaliação do protocolo terapêutico de arritmias e doençascardíacas.Palavras-chave: eletrocardiograma contínuo, VFC, arritmia

ABSTRACT: Electrocardiogram is a complementary exam used to evaluate cardiac electrical activity. Thistest is important in detecting and characterizing rhythm anomalies and conduction of electrical stimulation.However, the short period to which the animal is submitted to ambulatory electrocardiogram may not beenough for rhythm disturbance and other evaluations. Holter 24 hours is a continuous electrocardiographicmonitoring that allows the capture of changes and electrical responses to daily stimuli. In this context, the aimof this study was to conduct a survey of the main electrocardiographic alterations in the 24-hour Holtermonitoring of the last routine clinical exams in Rio de Janeiro. We evaluated the last five canine patientswithout any gender, age or race, who were approximately 8 to 13 years old (mean 11 ± 1.8 years) andweighed 14 to 42 kg (average 16.3 ± 2.3 kg). Among the clinical manifestations, only 40% (2) had anycomplaints with symptoms such as tiredness, cyanosis or syncope, 20% (1) were referred for stable andmedicated congenital heart disease, 20% (1) for investigation of a bigeminated rhythm. occurred on routineelectrocardiography, and 20% (1) for follow-up of cardiopathy with tamponade and pericardial effusion. In allpatients (5) the predominant sinus rhythm was observed. Among conduction disorders: 40% (2) had pauseslonger than 3 seconds, 80% (4) had isolated atrial extrasystoles, 20% (1) non-sustained atrial tachycardia,80% (4) isolated ventricular extrasystoles, 40% (2) showed non-sustained ventricular tachycardia, 20% (1)showed bigeminated ventricular extrasystoles, and 20% (1) showed non-sustained atrioventricular dissociation.Data from routine care were demonstrated in this study, highlighting the importance of always indicating 24-hour Holter as a complement to patient assessment. In addition to the most emphasized indications in theliterature, we should also ask for clinical signs of fatigue, severe prostration, syncope, and follow-up andevaluation of the therapeutic protocol for arrhythmias and heart disease.Keywords: continuous electrocardiogram, HRV, arrhythmia

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RESUMEN: El electrocardiograma es un examen complementario utilizado para evaluar la actividad eléctricacardíaca. Esta prueba es importante para detectar y caracterizar las anomalías del ritmo y la conducción de laestimulación eléctrica. Sin embargo, el corto período al que se somete al animal al electrocardiograma ambulatoriopuede no ser suficiente para alteraciones del ritmo y otras evaluaciones. Holter 24 horas es un monitoreoelectrocardiográfico continuo que permite la captura de cambios y respuestas eléctricas a estímulos diarios. Eneste contexto, el objetivo de este estudio fue realizar una encuesta de las principales alteracioneselectrocardiográficas en el monitoreo Holter de 24 horas de los últimos exámenes clínicos de rutina en Río deJaneiro. Evaluamos a los últimos cinco pacientes caninos sin género, edad o raza, que tenían aproximadamente8 a 13 años (promedio 11 ± 1.8 años) y pesaban de 14 a 42 kg (promedio 16,3 ± 2,3 kg). Entre las manifestacionesclínicas, solo el 40% (2) tenía alguna queja con síntomas como cansancio, cianosis o síncope, el 20% (1) fueronremitidos por cardiopatía congénita estable y medicada, el 20% (1) para la investigación de un ritmo bigeminado.ocurrió en la electrocardiografía de rutina, y 20% (1) para el seguimiento de la cardiopatía con taponamiento yderrame pericárdico. En todos los pacientes (5) se observó el ritmo sinusal predominante. Entre los trastornos dela conducción: 40% (2) tuvieron pausas de más de 3 segundos, 80% (4) tuvieron extrasístoles auriculares aisladas,20% (1) taquicardia auricular no sostenida, 80% (4) extrasístoles ventriculares aisladas, 40% (2) mostró taquicardiaventricular no sostenida, 20% (1) mostró extrasístoles ventriculares bigeminadas y 20% (1) mostró disociaciónauriculoventricular no sostenida. Los datos de la atención de rutina se demostraron en este estudio, destacandola importancia de indicar siempre Holter de 24 horas como complemento a la evaluación del paciente. Ademásde las indicaciones más destacadas en la literatura, también debemos solicitar signos clínicos de fatiga, postraciónsevera, síncope y seguimiento y evaluación del protocolo terapéutico para arritmias y enfermedades del corazón.Palabras clave: electrocardiograma continuo, VFC, arritmia

IntroduçãoO eletrocardiograma (ECG) é um exame complementar

utilizado para avaliar a atividade elétrica cardíaca, gerado peloscampos elétricos na superfície corpórea, medindo a diferença depotencial entre dois pontos através dos eletrodos dispostos pelocorpo do animal. Esses eletrodos levam à captação do potencialelétrico gerado pelos cardiomiócitos, servindo o traçadoeletrocardiográfico, na detecção e caracterização das anomalias deritmo e condução do estímulo elétrico1. No entanto, o curto períodoao qual o animal é submetido ao eletrocardiograma ambulatorialpode não ser o suficiente para se registrar desordens elétricas. OHolter 24 horas é um monitoramento eletrocardiográfico contínuo(EC) que permite a captação das alterações e respostas elétricasfrente a estímulos do cotidiano que o animal sofre durante seu dia.O EC tem sua indicação de ser realizado em casos de manifestaçõesclínicas como: fraqueza, síncope, arritmias pouco frequentes (raras)no ECG ambulatorial, para pesquisa e controle de distúrbio de ritmoe condução do estímulo, controle e terapia antiarrítmica, além deavaliar a gravidade e o prognóstico das cardiopatias2. Neste contexto,o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento das principaisalterações eletrocardiográficas no monitoramento por Holter 24horas dos últimos cinco exames caninos da rotina da CLINCARDIOCardiologia Veterinária, localizada no Rio de Janeiro.

Materiais e MétodosForam avaliados cinco pacientes caninos do atendimento

de rotina na CLINCARDIO, sem restrição de sexo, idade ou raça,dos quais eram 3 machos e 2 fêmeas, em que eram 2 LabradoresRetriviers, um Buldogue Inglês, um Bull Terrrier e uma Boxer, queapresentavam idade aproximada entre 8 a 13 anos (com média de11±1,8 anos) e peso entre 14 a 42 kg (com média de 16,3± 2,3 Kg).A EC foi realizada com monitor e software Holter (da marcaCardios® Sistemas Comi. Indl.) de três canais por 24 horas, os

eletrodos foram fixados na pele da região torácica do animal2 esobreposto com colete adaptado e de uso específico, e as atividadesdo cotidiano do animal foram anotadas pelo tutor, como um diário,com horário do acontecimento em formulário fornecido. A partirda monitorização Holter, foi determinado o ritmo de base, o valorreferente às frequências cardíacas (FC) mínima, média e máxima,também foi determinado as arritmias tanto supraventriculares quantode origem ventricular (podendo ser isoladas ou pareadas, embigeminismo ventricular, e taquicardia sustentada, quando acimade 30 segundos ou não sustentada)3. Foi realizado a análise estatísticade cada variável quantitativa, com média e desvio-padrão da média(DPM) utilizando o programa Microsoft Excel® 20164.

Resultados e DiscussãoDentre os resultados encontrados a média das frequências

cardíacas (FC) mínima foi de 50±9,4 bpm, FC média de 97±11,6bpm, e FC máxima de 215±20,8 bpm, entre as manifestações clínicasapenas 40% (2) apresentaram alguma queixa com manifestaçãosintomatológica: como cansaço, cianose ou síncope, foramencaminhados 20% (1) para acompanhamento de cardiopatiacongênita estável e medicada, 20% (1) para investigação de ritmobigeminado ocorrido em eletrocardiografia de rotina, e 20% (1)para acompanhamento de cardiopatia com tamponamento e efusãopericárdica. Em todos os pacientes (5) foi observado o ritmo sinusalpredominante. Dentre os distúrbios de condução: 40% (2)apresentaram pausas maiores que 3 segundos, 80% (4) apresentouextra-sístoles (ES) atrial isoladas, 20% (1) taquicardia atrial nãosustentada, 80% (4) ES ventriculares isoladas, 40% (2) revelaramtaquicardia ventricular não sustentada, 20% (1) demonstrou ESventriculares bigeminadas, e 20% (1) apresentou dissociaçãoatrioventricular não sustentada. Sabe-se que a partir do EC é possívelavaliar sintomas potencialmente relacionados as arritmias como asíncope e fraqueza3, por exemplo, neste estudo ilustramos o caso

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do canino da raça Buldogue Inglês de 8 anos, que nos exames pré-operatórios para cirurgia ortopédica, apresentou diversas ESventriculares prematuros, além de bigeminismo no ECGambulatorial, sendo este, considerado critério de malignidade comalto risco de evolução a morte súbita5,6, e ainda sim esse pacientenão apresentava sintomatologia clínica alguma. Noutro caso, umacadela da raça Boxer, que por características raciais já possuempredisposição descrita em literatura a distúrbios de ritmos6,7, de 13anos que ainda apresentava episódios de síncope, no entanto emEC não evidenciou nenhum distúrbio grave que sugerisseintervenção imediata. Ainda em outro caso podemos relatar a cadelada raça Bull Terrrier de 3 anos que faz acompanhamento decardiopatia congênita (composta por estenose sub-aórtica, displasiade mitral e ventrículo direito duplo) em fase clínica compensada,mas apesar disso apresentou mais de 500 batimentos de escapejuncional, escape ventricular, ES atriais e ES ventriculares, somadoainda a dissociação atrioventricular não sustentada, esse resultadoserviu como dados para orientar a necessidade de ajuste terapêuticodesse paciente. É sabido que Labradores, assim como cães de grandeporte, apresentam fatores predisponentes a doenças comocardiopatia arritmogênica do ventrículo direito e cardiomiopatiadilatada, ambas as doenças podem gerar distúrbio de conduçãodevido a lesão causada no miocárdio (OYAMA, 2008).

Noutro caso um cão da raça Labrador, macho de 12 anos,que havia sido encaminhado por histórico de síncope, cianose,bradiarritmia apresentada em ECG ambulatorial e intensaprostração. Já no EC indicou a presença de uma curta taquicardiaventricular e 130 extra-sístoles ventriculares, evento esse, que nãojustifica o quadro de prostração, mas que torna imperativo oacompanhamento do quadro. Em um dos Labradores atendidos,macho de 12 anos que foi encaminhado ao EC paraacompanhamento cardiológico, que apresentava histórico de efusãopericárdica hemorrágica com tamponamento, onde foi realizado otratamento de suporte e que recentemente apresentou piora noquadro geral com hipocinesia ventricular, aumento de diâmetroventricular e sinais clínicos como cansaço e dispneia. No Holter 24horas foi observado pouca atividade arrítmica supraventricular,porém mais de 700 ES ventriculares polimórficas isoladas e umepisódio de taquicardia ventricular não sustentado, o que evidenciouque não era necessário reajuste na conduta terapêutica. Os distúrbioselétricos não devem ter sua importância diminuída, é necessárioutilizar os meios diagnósticos disponíveis na medicina veterináriae o EC é uma importante ferramenta diagnóstica, deacompanhamento e prognóstica.

Os animais indicados ao EC não tiveram um desfecho óbvio,onde se esperava alterações elétricas significativas nada deimportante foi confirmado. Mas em casos sem grandes expectativas,foi evidenciado distúrbios significativos de ritmo e condução,ressaltando a importância de se indicar sempre que necessário oHolter 24 horas como complementação da avaliação do paciente.Além das indicações mais enfatizadas na literatura, também indicardiante dos sinais clínicos de fadiga, prostração intensa, síncope,

acompanhamento e avaliação do protocolo terapêutico de arritmiase doenças cardíacas.

ConclusãoO presente trabalho demonstrou e ilustrou com a

apresentação de casos a importância da realização doeletrocardiograma contínuo, para não só a confirmação dos achadosdo ECG ambulatorial e/ou suspeitas, mas também para o registrodas alterações inesperadas, além de acompanhar e avaliar asarritmias e as doenças cardíacas. Com o Holter 24 horas, concluímosque é um grande aliado para estabelecer protocolo terapêutico,determinar prognóstico, avaliar sintomas e novas condutas,oferecendo assim melhores condições e eficácia noacompanhamento do paciente.

REFERÊNCIAS

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4. SAMPAIO, I. Estatística aplicada a experimentação animal, 2.ed., BeloHorizonte: Fundação de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinária eZootecnia, 2002, 265p.

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20. Cor triatriatum sinistrum,COMUNICAÇÃO INTERATRIAL E COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR

EM GATO PERSA: RELATO DE CASO

“Cor triatriatum sinistrum, interatrial communication and interventricularcommunication in persian cat: case report”

“Cor triatriatum sinistrum, comunicación interauricular y comunicacióninterventricular en gato persa: reporte de caso”

Raquel Barcellos BrasilDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, IV, UFRRJ.Campus Seropédica, [email protected]

Alessandra Ribeiro LucenaMV, MSc, Sócia Proprietária eCoordenadora Técnica daClincardio CardiologiaVeterinária - Rio de Janeiro, RJ

Letícia Leven VasconcelosMV, Clincardio CardiologiaVeterinária - Rio de Janeiro, RJ

Maria Luisa MérolaDiscente. Curso de MedicinaVeterinária, UNESARio de Janeiro, RJ

RESUMO: Alterações cardíacas congênitas normalmente são vistas em animais jovens e podem representar traçoshereditários ou defeitos embriogênicos durante a gestação. Como consequência das cardiopatias, podem surgiralterações em outros sistemas orgânicos, sendo um dos mais associados o sistema urinário. Relata-se um caso deum gato, macho, persa, de dois anos de idade, acometido por três anomalias congênitas (cor triatriatum sinistrum,comunicação interatrial e comunicação interventricular) e atendido na Clincardio Cardiologia Veterinária, Rio deJaneiro. O paciente apresentava um longo histórico de edema pulmonar e consequente dispneia, tendodiagnosticado o cor triatriatum sinistrum (CTS) aos cinco meses de idade. Na ausculta pulmonar foi possível perceberestertor bolhoso característico de edema. Já na ausculta cardíaca havia uma confluência de turbilhonamentosoriginados por sopros sistólico e diastólico grau VI. Foi feito uma ecocardiografia em que foi possível confirmar oCTS e diagnosticar uma comunicação interventricular (CIV), além de um fluxo turbulento confuso horizontal partindodo átrio esquerdo em direção a artéria aorta. O tratamento clínico demonstrou grande sucesso garantindo umasobrevida estável ao paciente por aproximadamente quatro anos, até ser eutanasiado aos quase seis anos deidade consequente a uma síndrome cardiorrenal. Na necropsia foi possível diagnosticar a comunicação interatrial(CIA).Palavras-chave: felinos, cardiopatia, congênita

ABSTRACT: Congenital heart changes are usually seen in young animals and may represent hereditary traits orembryogenic defects during pregnancy¹. As a consequence of heart disease, changes may occur in other organsystems, one of the most associated being the urinary system. We report a case of a two-year-old male Persian catwith three congenital anomalies (cor triatriatum sinistrum, atrial septal defect and interventricular septal defect) andtreated at Clincardio Cardiologia Veterinary, Rio de Janeiro. The patient had a long history of pulmonary edema andconsequent dyspnea and diagnosed cor triatriatum sinistrum (CTS) at five months of age. On pulmonary auscultation,it was possible to notice a bullous rales characteristic of edema. In cardiac auscultation, however, there was aconfluence of swirls caused by grade VI systolic and diastolic murmurs. An echocardiography was performed inwhich it was possible to confirm CTS and diagnose interventricular communication (IVC), as well as a confusedhorizontal turbulent flow from the left atrium towards the aorta. Clinical treatment has been highly successful inensuring stable patient survival for approximately four years, until he is euthanized at almost six years of age as aconsequence of a cardiorenal syndrome. At necropsy it was possible to diagnose atrial septal defect (ASD).Keywords: felines, heart disease, congenital

RESUMEN: Los cambios cardíacos congénitos generalmente se observan en animales jóvenes y pueden representarrasgos hereditarios o defectos embriogénicos durante el embarazo¹. Como consecuencia de la enfermedad cardíaca,pueden ocurrir cambios en otros sistemas de órganos, uno de los más asociados es el sistema urinario. Presentamosun caso de un gato persa macho de dos años con tres anomalías congénitas (cor triatriatum sinistrum, comunicacióninterauricular y comunicación interventricular) y tratadas en Clincardio Cardiologia Veterinary, Río de Janeiro. Elpaciente tenía una larga historia de edema pulmonar y disnea consecuente y diagnosticado de cor sinistro triatriatum(CTS) a los cinco meses de edad. En la auscultación pulmonar, fue posible notar un esterto bulloso característicodel edema. En la auscultación cardíaca, sin embargo, hubo una confluencia de remolinos causados por soplossistólicos y diastólicos de grado VI. Se realizó una ecocardiografía en la que fue posible confirmar el STC ydiagnosticar la comunicación interventricular (VCI), así como un flujo turbulento horizontal confuso desde la aurículaizquierda hacia la aorta. El tratamiento clínico ha tenido un gran éxito al garantizar una supervivencia estable delpaciente durante aproximadamente cuatro años, hasta que se le sacrifica a casi seis años debido a un síndromecardiorrenal. En la necropsia fue posible diagnosticar la comunicación interauricular (TEA).Palabras clave: felinos, enfermedad cardíaca, congénita

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IntroduçãoAlterações cardíacas congênitas normalmente são vistas em

animais jovens e podem representar traços hereditários ou defeitosembriogênicos durante a gestação. Mutações genéticas primáriasou influências ambientais podem estar presentes, resultando emsignificativa variação da severidade da doença¹. As cardiopatiascongênitas frequentemente envolvem uma válvula (ou região daválvula) ou uma comunicação anormal entre as circulações sistêmicae pulmonar. Outras malformações podem existir, assim comomúltiplas anomalias ocorrendo concomitantemente em algunspacientes. É possível identificar sopros durante o exame físico, sendonecessário que seja feito de forma criteriosa já que sopros causadospor cardiopatias congênitas normalmente são persistentes e, tornam-se mais audíveis com o passar do tempo. Exames iniciais nãoinvasivos incluem radiografias torácicas, eletrocardiografia (ECG)e estudos de ecocardiografia (modo M, bidimensional [2-D], eDoppler)².

Cor triatriatum sinistrum (CTS) é uma anomalia cardíacacongênita em que o átrio esquerdo é dividido uma membranafibromuscular em duas câmaras (uma câmara proximal recebendoo fluxo das veias pulmonares e uma câmara distal, também chamadade “verdadeiro átrio esquerdo”, que contêm o apêndice atrial e aválvula mitral). Descrito a primeira vez por Church em 1868, oCTS é raramente reportado em pequenos animais na literatura. Asbases embriológicas da doença ainda são debatidas; a membranaintra-atrial pode ser resultado de um crescimento anormal do septoprimário, porém normalmente, acredita-se que esta membrana ésecundária a má incorporação da veia pulmonar comum ao átrioesquerdo durante a fase embrionária. Na maioria dos casos de CTS,ambas câmaras se comunicam através de uma ou mais aberturas namembrana intra-atrial. A severidade da doença depende do tamanhoe número destas fenestras, sendo grandes determinantes do fluxotransmembrana. A anomalia leva a um distinto aumento de pressãona câmara atrial proximal, que secundariamente gera um gradientede pressão nas veias pulmonares e consequente desenvolvimentode insuficiência cardíaca congestiva (ICC) esquerda e,posteriormente, direita³. A comunicação interventricular (CIV) oudefeito de septo ventricular é uma cardiopatia congênita que consistena falha da formação do septo interventricular resultante dodesenvolvimento incompleto ou desalinhamento do septo duranteo período embrionário, originando uma comunicação entre osventrículos direito e esquerdo e tornando possível o desvio de sangueentre as circulações sistêmica e pulmonar4. A comunicação interatrial(CIA) ou defeito de septo atrial é uma cardiopatia congênita queremete a uma comunicação anômala entre os átrios. Na maioriados casos, o sangue é desviado do átrio esquerdo para o direito,resultando em uma sobrecarga de volume sobre o lado direito.Existem quatro tipos de CIA, de acordo com a localização do defeitono septo interatrial: CIA primum está localizado na porção maisbaixa do septo atrial; CIA secundum envolve a região da fossa oval;CIA do seio venoso é localizado na porção mais alta do septo,próximo à junção com a veia cava cranial; e CIA do seio coronário

se origina em uma anomalia na formação da parede entre o seiocoronário e o átrio esquerdo5. Como consequência às cardiopatias,podem surgir alterações em outros sistemas orgânicos, sendo umdos mais associados o sistema urinário; a afecção envolvida nesteprocesso se chama síndrome cardiorrenal ou Cardiovascular-RenalDisorders (CvRD)6. Este trabalho visa relatar o caso extremamenteraro de um felino acometido por três anomalias congênitas, assimcomo a evolução de uma síndrome cardiorrenal, a fim de servircomo base e consulta a toda comunidade acadêmica e da área deMedicina Veterinária, principalmente quanto a terapêutica e condutaempregadas.

HistóricoFoi atendido na clínica CLINCARDIO Cardiologia

Veterinária em julho de 2015 um gato, macho, da raça Persa, comdois anos de idade e histórico de cardiopatia congênita (cortriatriatum sinistrum) diagnosticada aos 5 meses de idade; relatavaepisódios constantes de edema pulmonar.

Na consulta o animal se encontrava dispneico, estressado ebastante descompensado clinicamente; na ausculta pulmonar foipossível perceber estertor bolhoso característico de edema. Já naausculta cardíaca havia uma confluência de turbilhonamentosoriginados por sopros sistólico e diastólico grau VI. Foi realizadoum rápido ecocardiograma devido as condições clínicas do gato,confirmando o cor triatriatum sinistrum (CTS) caracterizado pelapresença de uma membrana intra-atrial que dividia o átrio esquerdohorizontalmente. Foi prescrito Clopidogrel 20 mg manipulado empasta sabor frango a cada 24 horas nos primeiros dois dias, trêsvezes por semana durante duas semanas seguintes e duas vezes porsemana até revisão, sendo este medicamento receitado para terapiaantitrombótica; Mulungu manipulado composto por Passiflora eValeriana a cada 12 horas como homeopatia antiestresse; pasta defígado manipulada a cada 12 horas até revisão contendo 1mg deAtenolol para redução da frequência cardíaca, 1mg de Citrato deSildenafila para terapia vasodilatadora, 3 mg de Espironolactonapara controle de insuficiência congestiva (ICC) e 0,5 mg dePimobendam para terapia inotrópica; Cloridato de Benazepril 5mg, meio comprimido a cada 24 horas para ação conjunta com aEspironolactona no controle a ICC e também para reduzir ahipertensão e lesão glomerular renal; Furosemida 40 mg, meiocomprimido a cada 12 horas durante três dias e ¼ do comprimido acada 12 horas até revisão para terapia diurética e controle dedistúrbios edematosos. Foi instruído alimentação com raçãocardíaca, aumento da ingestão de água, retorno para revisão apósuma semana e contato com a CLINCARDIO caso houvesse qualquerpiora clínica. Relatou grande melhora após a primeira semana detratamento.

Após 15 dias (julho de 2015) o paciente voltou aCLINCARDIO para revisão e, encontrava-se clinicamenteestabilizado. Foi feita sedação com Acepromazina na dose de 0,06mg/kg por via intramuscular para realização de ecocardiogramamais prolongado e detalhado, sendo diagnosticado uma

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comunicação interventricular (CIV), além de fluxo turbulentoconfuso e horizontal partindo do átrio esquerdo em direção a artériaaorta, não sendo possível uma completa elucidação diagnóstica(Figura 1 e 2).

Foi aconselhada uma revisão periódica completa a cada 4meses para reavaliação e acompanhamento do paciente,

modificando a prescrição quanto a medicação e dosagem quandonecessário. A cada 30 dias em média foi preciso aumentartemporariamente a dose de Furosemida devido a discreta formaçãode linhas B no T Fast.

O paciente se mostrou clinicamente compensado até então,sem nenhum relato de episódios de dispneia. Em junho de 2017 oexame bioquímico acusou ureia e creatinina em valores“borderlines” (limite superior), tendo prescrito ômega 3, 500 mg acada 24 horas em uso contínuo, maior ingestão de água e alimentaçãocom ração renal. Em fevereiro de 2018 foi feito uma ultrassonografiaque acusou nefropatia e hepatopatia congestiva, detectando umquadro de síndrome cardiorrenal, corroborado pela azotemia. Emjulho de 2018 foi solicitada a internação do paciente devido a umquadro de doença renal crônica (DRC) agudizada, apresentandointensa hipotensão (74 mmHg de PA média pelo Doppler vascular).Foi indicada fluidoterapia intensa nas primeiras três a quatro horase posterior redução da taxa fluidoterápica para evitar a formaçãode edema pulmonar, além de dopamina por via intravenosa e bolusde coloide (efeito expansor do volume plasmático) caso o quadrohipotensor não fosse revertido. Também foi indicado Ondansentronae Citrato de Maropitant para terapia antiemética. O paciente seapresentou não responsivo ao tratamento e a azotemia se mostroupersistente. Considerando a totalidade do quadro, o tutor optou pelaeutanásia do animal aos quase seis anos de idade. No examenecroscópico foi possível confirmar, além das anomalias congênitasjá diagnosticadas em vida, uma comunicação interatrial (CIA)(Figura 3 e 4).

Figura 2: Imagem ecocardiográfica 2D longitudinal demonstrando:1) Átrio esquerdo subdividido pelo septo. 2) Aorta. 3) Septointerventricular descontinuado (Defeito). 4) Ventrículo esquerdo

Figura 1: Imagem ecocardiográfica 2D longitudinal demonstrando:1) Átrio esquerdo subdividido pelo septo. 2) Aorta. 3) Valva mitral. 4)Ventrículo esquerdo. 5) Shunt do CIA em direção ao átrio direito.

Figura 3: Imagem de necropsia com as cavidades esquerdas expostas:1) Septo intra-atrial do átrio esquerdo. 2) Orifício do Cor TriatriatumSinistrum. 3) Orifício do CIA. 4) Grande defeito do septo interventricular

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Figura 4: Imagem de necropsia com o átrio direito exposto: 1) Átriodireito. 2) Orifício do CIA, visto pelo átrio direito. 3) Grande defeito dosepto interventricular..........................................................................................................................

DiscussãoAnomalias congênitas são mais raras em gatos comparado a

cães, sendo reportado um índice de 0,2 a 1,0 para cada 1.000admissões hospitalares¹. Além disso, são mais prevalentes em gatosmachos². Apesar de não haver muitos dados na literatura em relaçãoà prevalência de comunicação interatrial em felinos, um estudoobservou a ocorrência deste defeito em gatos das raças Pelo CurtoDoméstico (69,8%), Persa (13,9%) e Chartreux (4,7%), entre outrasraças5. Nos gatos, a comunicação interventricular está entre asanomalias cardíacas congênitas mais comuns, com uma prevalênciaem torno de 15%4; é observada como alteração isolada ou comocomponente de anomalias mais complexas, como no presente relato.A interação entre o coração e os rins é natural, complexa ebidirecional, trabalhando em conjunto e formando um ciclo. Opaciente em questão desenvolveu a síndrome cardiorrenal ou CvRDcomo consequência às cardiopatias concomitantes. Na CvRDH, ocoração é o órgão primário e, a partir da redução do débito cardíaco,pode induzir ao declínio da taxa de filtração glomerular, azotemiae diminuição do débito urinário. Com as cardiopatias instaladas,ocorre a produção de renina, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e este irá realizar uma vasoconstrição por umgrande período, tentando conservar a pressão sanguínea através doaumento da resistência vascular. Consequentemente causaráhipertensão, diminuição da taxa de filtração e lesão glomerular nosrins. Simultaneamente, o sistema nervoso autônomo permanece ativocronicamente, agravando a hipertensão e as lesões no parênquimarenal. O uso de Atenolol se mostrou bastante significativo quanto a

comunicação interventricular, já que possibilitava uma ejeção aórticamenos turbulenta através da redução da frequência cardíaca. AFurosemida também teve papel primordial quanto ao controle dadispneia, principal sinal clínico observado no paciente; reforçandoa importância de um correto acompanhamento do caso, modificandoa dosagem medicamentosa sempre que necessário6.

ConclusãoEste relato se torna relevante a partir da presença de cor

triatriatum sinistrum em combinação com outras duas anomaliascongênitas concomitantes num mesmo coração felino, nunca antesrelatado na literatura. Mesmo com o acometimento de uma síndromecardiorrenal, a partir da terapêutica e conduta adotadas, foi possívelgarantir uma considerável sobrevida estável a este paciente, quefaleceu aos quase seis anos de idade.

REFERÊNCIAS

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RESUMOS

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21. DESCRIPTION OF A TRANSVERSUS ABDOMINIS PLANE BLOCKAPPROACH AND DYE SPREAD AT TWO DIFFERENT INJECTION VOLUMES

IN GUINEA PIGS

SANTIAGO FUENSALIDA1, FERNANDA SÁNCHEZ2, NICOLÁS GIANSANTI3, INDIANA ZÁRATE4, DANIELA DIGIGLIO5,PABLO REGNER6, JAVIER BRYNKIER7, SAMANTA WAXMAN8

1. Veterinary, Universidad de Buenos Aires (UBA) Facultad de Ciencias Veterinarias(FCV), Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina. Av. Chorroarín280 (1427) CABA, Argentina. E-mail: [email protected]. Veterinary, UBA, FCV, Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina3. Veterinary, UBA, FCV, Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina4. UBA, FCV. CABA, Argentina5. Universidad de Buenos Aires (UBA, FCV. CABA, Argentina6. Veterinary, UBA, FCV, Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina7. Veterinary, UBA, FCV, Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina8. Veterinary, PhD, UBA FCV, Cátedra de Anestesiología. CABA, Argentina. Supported by CONICET

Transversus abdominis plane (TAP) block is a regional anesthetic technique that is becoming widely used toprovide local anesthesia to the abdominal wall, by injecting the anesthetic into the interfascial plane where theventral branches of the spinal nerves are located. Mastectomy is a common procedure in companion guinea pigs,which could benefit from this regional anesthetic technique. The objective of this study was to describe an approachto perform an ultrasound-guided TAP block and to determine the spread of two volumes of a solution containingbupivacaine and methylene blue in guinea pigs. Six adult guinea pig cadavers, weighing 1061 ± 229g (mean ± SD)were used. A lineal 13 MHz 20 mm ultrasound probe was placed in the mid abdominal region, with an obliqueorientation aiming the iliac crest. An in-plane ultrasound-guided injection was performed bilaterally, fromcranioventral to dorsocaudal. Either 0.6 or 1 mL kg-1 bupivacaine 0.5%: methylene blue 10% solution (1:1, v/v)was randomly assigned to the right or left side of each guinea pig, resulting in a total of 12 injections. Afteranatomical dissections, the extent of dye spread was measured along its longest axis and data obtained for eachinjection volume were compared by means of the Wilcox on signed-rank test. Also, the number of ventral branchesof spinal nerves stained was registered. A significantly more extensive spread was observed after 1 mL kg-1

bupivacaine-dye injections compared to the administration of 0.6 mL kg-1 (p = 0.026). The modal values of stainedventral branches were found to be 3 with a frequency of 66,7% (minimum: 2, maximum: 3) and 4 with a frequencyof 50% (minimum: 3, maximum: 5) for 0.6 and 1 mL kg-1 bupivacaine-dye injections, respectively. The anatomicalstudy suggests that this approach could provide adequate anesthesia of the caudal abdomen in guinea pigs, whatcould make it potentially useful for mastectomy procedures in this species. The injection of 1 mL kg-1 bupivacaine-dye solution resulted in significantly more extensive staining along the interfascial plane compared to theadministration of 0.6 mL kg-1, as well as staining of a higher number of ventral branches of spinal nerves in allanimals. Clinical studies should be performed in order to determine its efficacy in providing perioperative analgesiafor patients undergoing mastectomy procedures. The study was performed as part of the UBACyT project20720170100015BA, U.B.A., Argentina.

Keywords: regional anesthesia, TAP block, guinea pig

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22. USO DE ECODOPPLERCARDIOGRAMA NA DETECÇÃODE QUEMODECTOMA EM AMERICAN STAFFORDSHIRE TERRIER:

RELATO DE CASO

THAÍS CORDOVIL DA SILVA1, BRUNO RICARDO SOARES ALBERIGI DA SILVA2,ALEXANDRE JOSÉ RODRIGUES BENDAS3

1. Estudante de Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá - UNESA - Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected]. Prof. de Clínica Médica de Pequenos Animais, Universidade Castelo Branco - Rio de Janeiro, RJ3. Professor substituto de Clínica Médica de Animais de Companhia II, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Seropédica, RJ

As neoplasias primárias de base cardíaca são de rara ocorrência, surgem na base do coração e saco pericárdico,frequentemente encontradas em região de aorta, carótida e artéria pulmonar de animais domésticos. Osquemodectomas são exemplos de tais tumores, podendo ser benignos, malignos, infiltrativos ou não. Foiencaminhado ao serviço de cardiologia do Instituto de Especialidades em Medicina Veterinária (IEMEV) umacadela da raça American Staffordshire, 11 anos, com queixa de cansaço e perda progressiva de peso. Ao exameclínico foi percebido sopro sistólico em focos mitral e tricúspide, ausculta se apresentava abafada. Foi realizadoecodopplercardiograma que evidenciou espessamento de folhetos compatível com discreta insuficiência de mitrale tricúspide, discreta efusão pericárdica e presença de neoformação em base cardíaca. Demais exames não foramautorizados pelo tutor. Foi prescrito cloridrato de benazepril, furosemida, espironolactona e pedido de retorno em30 dias. Animal foi levado à clínica três meses após a primeira consulta com total prostração, inapetência e nãoresponsivo a estímulos externos. Apresentando edema nos quatro membros, cabeça, pescoço e distensão abdominal.Foi percebido no ecodopplercardiograma, efusão pericárdica com importante tamponamento e crescimento datumoração. O animal foi eutanasiado e ao exame necroscópico pôde-se observar efusão pleural, ascite e tumoraçãoenvolvendo aorta e infiltrando átrio esquerdo. Por fim foi realizado exame histopatológico, obtendo-se a confirmaçãode quemodectoma. O objetivo do presente relato é descrever um caso de quemodectoma em cadela e analisar aimportância do diagnóstico precoce devido a dificuldade do diagnóstico ante mortem, uma vez que os sinaisclínicos podem se apresentar tardios e inespecíficos se confundindo com outras alterações cardíacas. Uma boaanamnese aliada a exames complementares podem auxiliar na suspeita clínica, na localização da massa tumoral emensuração das funções cardíacas. O diagnóstico precoce pode aumentar as chances de sobrevida do animal,possibilitando a implementação de tratamentos apropriados e assertivos.

Palavras-chave: neoplasia primária, aorta, ecodopplercardiograma

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O tumor venéreo transmissível (TVT), também denominado de Linfossarcoma de Sticker, é uma neoplasiade células redondas de origem mesenquimatosa, contagiosa, localizada na membrana mucosa externa de cães deambos os sexos. O tumor é transmitido naturalmente apenas através da mucosa onde houve perda da continuidadedo epitélio, o que pode ocorrer através do coito. Além da transmissão sexual, pode ocorrer inoculação por lambedura,mordedura, arranhadura pela interação entre animais portadores e suscetíveis. Essa patologia tem o formatosemelhante a couve-flor, pedunculado, nodular, papilar ou multilobulado. Pode ser único ou múltiplo, estandofrequentemente localizado na genitália externa, embora também possa ocorrer no epitélio adjacente ou mucosaoral, nasal ou conjuntiva. Quando em localização extra genital, o diagnóstico clínico pode ser dificultado, uma vezque os sinais clínicos variam muito de acordo com a localização anatômica. O diagnóstico é realizado através daanamnese, sinais clínicos, citologia, histologia, citogenética e técnicas moleculares. O tratamento pode ser feitopor cirurgia excisional, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou uma combinação de todas as alternativas. Opresente estudo visa relatar o caso de TVT em região orbital. Um canino macho, com cerca de 3 anos, provenientede abrigo, sem raça definida, foi atendido em clínica particular apresentando tumoração em órbita direita e regiãopeniana. Anteriormente ao atendimento, foi realizada citologia cujo resultado foi inconclusivo. Também foi aplicadavincristina endovenosa com dosagem desconhecida. Outros sinais incluíam secreção ocular, desidratação, caquexia,mucosa oral hipocorada, linfadenomegalia em região inguinal e submandibular. Hemograma apresentoupolicromasia e hiperproteinemia. Optou-se pela exérese total do globo ocular, enviando amostra para histopatologia,além de coleta citológica por imprint, cujo resultado foi sugestivo de TVT. Com a confirmação da suspeita pelahistopatologia, o paciente foi encaminhado para oncologista, iniciando tratamento com vincristina 0,05 mg/kgsemanalmente. Foi observada regressão total da massa presente no pênis após a quinta semana de tratamento ecicatrização satisfatória da região ocular, sendo realizadas mais duas sessões de quimioterapia. Após trinta dias daúltima aplicação quimioterápica, o exame clínico confirmou a exclusão da patologia na genitália e região ocular,considerando-se eficaz o tratamento cirúrgico associado à quimioterapia.

Palavras-chave: TVT, canino, globo ocular

23. TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL EM REGIÃO OCULAR:UM RELATO DE CASO

KAREN MATOS CAVALHEIRO1, ELENA M. D’ANDREA BASTOS VIVAS2, DIEGO GONZALEZ VIVAS3

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Bióloga, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Consultório Pet Jardim - Rio de Janeiro, RJ3. Médico Veterinário, MSc, Departamento de Medicina e Cirurgia Veterinária, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro, RJ

76 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

24. URETER ECTÓPICO EM CADELA: UM RELATO DE CASO

KAREN MATOS CAVALHEIRO1, NATHIELE E. SOUZA NORONHA2, YASMIN RILLOS KACZELNIK3,FREDERICO PIETSH RIBEIRO4, DIEGO GONZALEZ VIVAS5

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Bióloga, Univ. Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária, UNESA, Rio de Janeiro, RJ3. Médica Veterinária, Clínica Veterinária A Casa do Bicho, Rio de Janeiro, RJ4. Médico Veterinário, Universidade Univeritas, Rio de Janeiro, RJ5. Médico Veterinário, MSc, Departamento de Medicina e Cirurgia Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ

Ureter ectópico é uma anomalia de origem embrionária em que os ureteres desembocam interiormente ouexteriormente à vesícula urinária, ligando-se geralmente à uretra, sendo classificados em extramurais ou intramuraisconforme o curso do ureter até seu orifício terminal, podendo ser bilateral ou unilateral. A incontinência urináriacontínua ou intermitente é o sinal clínico mais evidente desta anomalia desde o nascimento do animal. Os examesde imagens utilizados para diagnóstico incluem urografia excretora, pneumocistografia, vaginografia retrógrada,uretrografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A correção é cirúrgica,realizando-se o reimplante do ureter ectópico na região do trígono vesical. O objetivo deste trabalho é relatar ocaso de uma cadela da raça Bulldog Francês com ureter ectópico bilateral. A paciente de três meses, com 2,4 kg foiatendida numa clínica veterinária particular com queixa principal de incontinência urinária. Foram solicitadosexames laboratoriais e ultrassonografia, ao quais não apresentaram nenhuma alteração, sendo solicitada tomografiacomputadorizada. Foi diagnosticada a presença de ureter ectópico extraluminal bilateral. Optou-se pela correçãounilateral direita primeiramente, através de ureteroneocistostomia. Foi feita a celiotomia com incisão medianaretroumbilical e, ao localizar a bexiga, foram feitas suturas de sustentação. Em seguida, foi feita cistostomiaventral, criando um túnel sob a mucosa, curto e oblíquo. O ureter direito foi excisado em sua porção final esuturado à mucosa da bexiga com fio de sutura de ácido poliglicóico 4-0 em padrão descontínuo simples. Acistorrafia foi realizada em padrão duplo com fio de ácido poliglicólico 3-0, sendo o primeiro plano na seromuscularcom padrão Cushing e o segundo plano em padrão Lambert. A paciente foi encaminhada para internação pós-operatória, onde o animal permaneceu sondado para avaliação de débito urinário, recebendo alta médica dois diasdepois. Após três meses, foi realizada a correção do ureter ectópico esquerdo, utilizando o mesmo procedimentocirúrgico feito anteriormente. A recuperação ocorreu de forma satisfatória e foi sugerida ultrassonografia abdominalpara acompanhamento. Foi realizada tomografia computadorizada para acompanhamento do pós-operatório, querevelou ureteres inseridos cranialmente em relação ao trígono vesical, ou seja, em topografia anatômica normal,sendo que a porção terminal do ureter esquerdo apresentou-se discretamente dilatada, com até 0,6 cm de largura,e paredes levemente espessadas. O resultado de ambas as cirurgias foi satisfatório e o responsável foi orientado arealizar exame de ultrassonografia semestral para acompanhamento.

Palavras-chave: ureter ectópico, ureteroneocistostomia, tomografia computadorizada

77VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

25. AUXÍLIO AO DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA DOENÇA ARTICULARDEGENERATIVA FELINA

JULIA TELLES NABUCO DE ARAUJO1, FLAVYA MENDES DE ALMEIDA2

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, DSc. Docente, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária,Universidade Federal Fluminense - Niterói, RJ

A doença articular degenerativa felina (DADF) é definida como um processo não inflamatório, doloroso eprogressivo que acomete as articulações sinoviais. As manifestações clínicas são sutis, caracterizadas essencialmentepor alterações comportamentais. O diagnóstico clínico da DADF é um desafio, principalmente porque na maioriadas vezes, os sinais radiográficos não condizem com os sinais clínicos. Assim, a fim de se avaliar as alteraçõescomportamentais ou de manejo ambiental que pudessem estar associadas à presença de DADF; tutores de gatosdomésticos, clinicamente saudáveis, com idade igual ou superior a 11 anos responderam a um questionário. Foramincluídos 53 animais, independente de raça, sexo e condição reprodutiva, sendo 39,6% (21/53) machos, 60,4%(32/53) fêmeas, 69,8% (37/53) idosos e 30,2% (16/53), geriatras. Segundo o relato dos tutores, 77,4% (41/53) dosgatos estavam menos ativos ou passavam mais tempo descansando; apenas 15,1% (8/53) apresentavam dificuldadede cobrir as fezes. Em relação aos cuidados com a pelagem, 34% (18/53) haviam reduzido o hábito de auto-higiene, alterando o aspecto dos pelos. O hábito de arranhar superfícies ou arranhadores havia diminuído em41,5% (22/53) dos animais e 64,2% (34/53) dos gatos haviam diminuído o comportamento lúdico, sendo que41,5% (22/53) apresentavam também dificuldades ao tentar brincar. Em relação à postura corporal, 30,3% (16/53)apresentavam um andar mais rígido; 49,1% (26/53) saltavam com menos elegância e apenas 13,2% (7/53)apresentavam claudicação. A maioria 50,9% (27/53) dos gatos apresentava dificuldade para saltar de um lugarpara o outro; para subir ou descer de árvores (35,8%; 19/53) e 35,8% (19/53) demonstravam desconforto ao seremsegurados no colo ou quando manuseados. Observou-se ainda que em 30,2% (16/53) dos gatos, as unhas estavammais compridas, indicando que os mesmos não estavam utilizando as garras frequentemente, em função da provávelmobilidade reduzida. Estes sinais sugerem a presença de dor não observada pelos tutores, uma vez que o sinalclínico frequentemente reconhecido (claudicação) e associado à doença articular não esteve presente de formasignificativa na população estudada. Sendo assim, os resultados sugerem que estas alterações comportamentaisdevam ser consideradas na avaliação clínica de gatos idosos e geriatras como forma auxiliar no diagnóstico precocedesta afecção, possibilitando a introdução de medidas terapêuticas que controlem o desconforto e promovam obem-estar e qualidade de vida dos animais.

Palavras-chave: osteoartrite, sinais clínicos, felinos

78 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

26. CARCINOMA RENAL PAPILAR EM CÃO JOVEM: RELATO DE CASO

JULIA ELIA DA SILVA PARANHOS1, NATHALIA ALECRIM VILLELA1, DEBORA CARNEIRO DA CRUZ1,TÁBATA MAUÉS2, VIVIANE ALEXANDRE NUNES DEGANI3, MARIA DE LOURDES GONÇALVES FERREIRA4

1. Médica Veterinária, Residente do Hospital Veterinário Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, serviço de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ.3. Médica Veterinária, Professora do departamento de Morfologia da UFF - Niterói, RJ.4. Médica Veterinária, Professora, chefe do setor de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ

As neoplasias primárias renais são pouco frequentes em pequenos animais, compreendendo cerca de 1% detodos os tumores de cães. Predominam os tumores malignos de origem epitelial, sendo o carcinoma renal o tipohistológico mais comum. Os tumores renais variam de tamanho e são geralmente descritos como grandes, firmese irregulares. As neoplasias metastáticas geralmente ocorrem em um número duas vezes maior do que as primáriasdo rim de cães. Foi atendido no HUVET-UFF um canino macho, da raça Cocker Spaniel Inglês, de 2 anos de idadecom histórico de emese, diarreia e pirexia com evolução de dois meses. Dois exames ultrassonográficos recentesrevelavam formação abdominal de grandes dimensões, sem origem definida. À palpação, durante o exame clínico,foi constatado aumento de volume intra-abdominal. Foram solicitados exames complementares para estadiamentooncológico e planejamento cirúrgico, tais como radiográfico de tórax, hematológico, nova ultrassonografiaabdominal e, posteriormente, tomografia computadorizada. O exame hematológico revelou policitemia. A tomografiacontrastada do abdômen evidenciou formação expansiva, de densidade de tecidos moles em periferia e áreashipoatenuantes predominantemente em região mais central, com focos de mineralização em permeio, com levecaptação heterogênea de contraste, de contornos regulares, contígua ao rim direito, medindo cerca de 14,0 x 12,0x 14,0 cm, tangenciando as artérias aorta e renal direita, veias cava caudal, porta e renal direita, glândula adrenaldireita, lobos hepático lateral direto e caudado e pâncreas, além de deslocar caudal e lateralmente alças intestinais.O exame sugeria neoplasia renal primária, sem focos metastáticos evidentes. Para confirmação do diagnóstico ena tentativa de prolongar a sobrevida do paciente, foi realizada cirurgia de nefrectomia unilateral direita. Duranteo período transoperatório notou-se extensa massa vascularizada e friável em topografia de rim direito, assim comotrombo de considerável volume em veia cava. Procedeu-se nefrectomia. Após detalhada inspeção da cavidadequanto a presença de sangramentos, foi realizada a rafia abdominal e o paciente continuou sob monitoramentopós-operatório imediato. Cerca de 30 minutos após o fim do procedimento cirúrgico, o paciente apresentou paradacardíaca e foi realizada tentativa de reanimação, sem sucesso. Após análise histopatológica da massa, foidiagnosticado carcinoma renal papilar com pleomorfismo moderado, índice mitótico de 30 figuras de mitosetípicas e atípicas em 10 campos. Tendo em vista que as neoplasias renais acometem principalmente cães idosos ouadultos e que neoplasias renais primárias são incomuns, o caso pretendeu descrever a ocorrência de carcinomarenal em um canino jovem.

Palavras-chave: rim, neoplasia, canino

79VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

27. DIAGNÓSTICO DE ESPOROTRICOSE CUTÂNEA POR IMPRINTEM FELINO: RELATO DE CASO

NAYARA RIBEIRO DE SOUZA SANTOS1, MARISTELA OLIVEIRA MELO MARTINS2,ACACIO WELLINGTON MARTINS3, MARIANA MONROE ROCHA4

1. Médica veterinária, Supervisora do setor de Clínica Médica, Pro Vet's Hospital Animal, Pouso Alegre, MGE-mail: [email protected]. Médica veterinária, Diretora dos setores de Clínica Médica e Anestesiologia, Pro Vet's Hospital Animal - Pouso Alegre, MG.3. Médico Veterinário, Diretor dos setores de Cirurgia Geral e Imaginologia, e membro da AOVet, Pro Vet's Hospital Animal - Pouso Alegre, MG4. Médica veterinária, Supervisora do setor de Cirurgia Geral e Anestesiologia, Pro Vet's Hospital Animal - Pouso Alegre, MG

Os felinos estão expostos a vários agravos, incluindo as doenças fúngicas. Dentre elas, destaca-se aesporotricose, uma zoonose de distribuição mundial que apresenta como sintomatologia presença de nóduloscutâneos exsudativos, principalmente em região de cabeça, membros e cauda, que podem ser localizados ousistêmicos, além de linfadenomegalia, apatia, anorexia, febre e dificuldade respiratória na forma generalizada dadoença. A afecção é causada pelo Sporothrix schenkii, um fungo dimórfico que apresenta como habitat naturalmaterial orgânico em decomposição. Os felinos de vida livre são os mais acometidos, uma vez que é necessária ainoculação do agente para a transmissão da doença. Sendo assim, através de brigas e mordidas a doença pode sertransmitida de um animal ao outro. O diagnóstico é realizado por meio de citologia e cultura fúngica das lesões,além de considerar o histórico clínico do animal. O tratamento consiste na administração de medicações antifúngicase deve se estender por 30 dias após o desaparecimento das lesões. Por ser uma zoonose, o tutor deve ser orientadosobre os riscos e cuidados ao manipular o animal. Relata-se o caso de um felino adulto de vida livre com diagnósticode esporotricose, peso corporal de 3,4 kg, atendida no Pro Vet's Hospital Animal, localizado na cidade de PousoAlegre, MG, apresentando lesões ulceradas pela cabeça, membros e cauda e dificuldade respiratória. Ao examefísico, linfadenopatia, lesões ulceradas e exsudativas sendo algumas recobertas por crostas, secreção nasal eparâmetros dentro da normalidade para espécie. Foram coletadas amostras de sangue para realização de hemogramae citologia por imprint das lesões. No hemograma foi observado a presença de leucocitose por neutrofilia, e àcitologia, presença de estruturas arredondadas a ovais de coloração arroxeada, circundadas por um halo clarohialino, além de muitos neutrófilos e bactérias. As estruturas eram semelhantes à cachos de uvas, mesma apresentaçãoque diversos autores citam. Como tratamento foi prescrito itraconazol, por via oral, e banhos com clorexidine euso de pomada à base de terbinafina para uso tópico. O diagnóstico citológico nos casos de suspeitas de infecçõesfúngicas profundas é de extrema importância, pois se caracteriza pela agilidade, facilidade e baixo custo, além depoder revelar outras estruturas que podem fazer parte do diagnóstico diferencial. Este trabalho se faz importante,pois é o primeiro relato publicado de um caso de esporotricose em felinos na cidade e por se tratar de uma zoonose,o diagnóstico destas afecções é necessário a fim de evitar futuras epidemias e problemas de saúde pública naregião.

Palavras-chave: zoonose, gatos, fúngica

80 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

28. PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA NA POPULAÇÃO DECÃES E GATOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO:

ESTUDO RETROSPECTIVO

MARIA ELIZABETH CORRÊA JANKOVITZ1, MARIA CRISTINA NOBRE E CASTRO2

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade de Veterinária (FV), Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, DSc. Docente de Clínica Médica de Cães e Gatos, FV, UFF - Niterói, RJ

A epilepsia é definida como uma doença do prosencéfalo caracterizada por uma predisposição constante emgerar crises epilépticas, as quais consistem em manifestações da atividade excessiva e sincrônica de neurônioscerebrais. Dentre os distúrbios neurológicos, a epilepsia é um dos mais comuns em cães e gatos. A prevalênciadessa doença tem sido estimada em 0.6-0.75% na população canina. Nos felinos, embora menos relatada do queem cães, as crises epilépticas afetam 1-3% da população. Devido a importância dessa afecção para a clínica depequenos animais, o objetivo do presente estudo foi identificar a frequência da epilepsia em cães e gatos atendidosno Hospital Universitário HUVET-UFF no ano de 2018. Foi realizado um estudo retrospectivo a partir do Livro deRegistro do hospital e das fichas propedêuticas de pacientes com suspeita clínica de epilepsia. Os pacientes foramcategorizados de acordo com o sexo, idade e raça. Os dados foram registrados no programa computacional Microsoft®

Excel para análise exploratória. No ano de 2018, foram atendidos 7663 animais no Serviço de Clínica Médica doHUVET-UFF, sendo 5652 cães (73,75%) e 2011 gatos (26,24%). Dentre esses, foram atendidos 141 animais comsintomatologia neurológica (1,8%), sendo 35 casos (25%) suspeitos ou confirmados de epilepsia. Dentre os casosde epilepsia, 91,4% (32/35) eram cães e 8,6% (3/35) eram gatos. Considerando o número total de animais atendidos,0,57% (32/5652) dos cães e 0,15% (3/2011) dos gatos apresentaram suspeita ou diagnóstico de epilepsia. Doscães, um pouco mais da metade (59,3%) eram machos e dentre os gatos 66% eram machos, corroborando comdados da literatura que indicam maior prevalência de epilepsia primária em machos. Dos cães epilépticos, 50%(16/32) tinham idade entre 6 meses e 6 anos e dentre os gatos 66% (2/3) tinham essa faixa etária, a qual é estabelecidapelo consenso atual como o intervalo em que surgem as primeiras crises em animais epilépticos. Em relação àraça, 40% (13/32) dos cães epilépticos não tinham raça definida, porém, dentre os cães com raça definida os daraça Poodle (12,5%) e Beagle (12,5%) foram mais acometidos. Dentre os felinos epilépticos, 100% não tinhamraça definida, o que reflete o perfil dos gatos atendidos no hospital. Os dados obtidos permitem concluir que afrequência de epilepsia em cães atendidos no Hospital Universitário (0,57%) está bem próxima ao que é citadopelo consenso atual (0,6-0,75%) na população geral. Em gatos, o número mostra-se pouco significativo, tendo emvista a pequena casuística no Hospital (0,15%), confrontando com os dados da literatura (1-3%). Por fim, a epilepsiarepresentou 25% dos atendimentos neurológicos em cães e gatos, reforçando a importância dessa doença na clínicamédica de pequenos animais.

Palavars-chave: epilepsia, neurologia, estudo de casos

81VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

29. ESPOROTRICOSE CANINA EM PACIENTEATENDIDO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO: RELATO DE CASO

NATHALIA FARIA REIS1, BRUNO FIORE DE CASTRO FIGUEIREDO², MARIANGELA BRUNA BUENO PORTO3,FLAVIA LUSTOSA MARQUES PEREIRA3, ANA MARIA DIECKMANN4

1. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Residência Veterinária (PPGRM), Faculdade de Veterinária (FV),Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, PPGRM, FV, UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, PPGRM, FV, UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, DSc. Clínica Médica de Cães e Gatos, FV, UFF - Niterói, RJ

A esporotricose é uma micose subcutânea de distribuição mundial, que afeta tanto humanos quanto animais.Várias espécies do fungo dimórfico Sporothrix podem atuar como agente etiológico. No Brasil, os felinos geralmenteestão envolvidos na transmissão zoonótica. A doença em cães é considerada incomum, e a maior ocorrência érelatada em raças de caça, por meio da inoculação do microrganismo presente em lascas de madeira ou espinhosou a transmissão por contato direto com gatos. O diagnóstico de esporotricose é feito usualmente pelo isolamentodo agente em aspirados, swabs ou biopsia de lesões ativas. Nos cães, o exame citopatológico de lesões de pele éprejudicado pelo baixo número de estruturas fúngicas obtidas na amostra desses animais, o que diminui asensibilidade ao teste. No Rio de Janeiro, o agente etiológico mais prevalente é Sporothrix brasiliensis, cujatransmissão se dá por meio de inoculação traumática na pele. Relata-se um caso de um canino, SRD, nove anos deidade com lesões ulceradas e crostosas em face, hiperqueratose de plano nasal com edema na mucosa ecomprometimento de vias aéreas superiores. O sinal clínico havia se iniciado há cerca de seis meses, com evoluçãoprincipalmente do quadro respiratório, levando o animal a episódios intensos de dispneia. Para confirmação dodiagnóstico, foram realizados os seguintes exames: citológico, micológico, radiológico e hematológico. A radiografiade face descartou acometimento ósseo e revelou apenas aumento de tecido mole na região das narinas, assim comoo exame hematológico, não constatou alteração significativa. Entretanto, o exame citológico da secreção nasalrevelou estruturas leveduriformes, sugestivas de infecção por Sporothrix, confirmado posteriormente pelo isolamentodo fungo em cultura. O tratamento estabelecido foi Itraconazol 5 mg/kg, BID e após 20 dias o animal já apresentavamelhora significativa do quadro respiratório, diminuição do edema das mucosas e regressão das lesões cutâneas eda hiperqueratose do plano nasal. O paciente permanece realizando o tratamento, com revisões periódicas eacompanhamento dos parâmetros hematológicos, que tem se mantido dentro dos padrões fisiológicos normais.Confirma-se então a importância dos exames de citologia e cultura fúngica nas afecções de sistema respiratório decães de modo a obter diagnóstico preciso uma vez que a esporotricose pode ocorrer apesar de ser incomum e queo fármaco preconizado pela literatura, itraconazol, é efetivo para o tratamento desta afecção na espécie canina.

Palavras-chave: esporotricose, cão, hospital veterinário

82 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

30. ESTUDO RETROSPECTIVO DAS PRINCIPAISDERMATOPATIAS EM FELINOS ATENDIDOS NA POLICLÍNICA

DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ / RJ

JULIANA LOPES DE CASTRO¹, THIAGO VIEIRA DA ROCHA², MARGARETH BALBI³

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Médico Veterinário autônomo, UNESA - Rio de Janeiro, RJ3. Professora Adjunta de Clínica Médica de Pequenos Animais, Policlínica Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ

Nos gatos, as dermatopatias são menos frequentes que nos cães. O aumento do interesse nessa espécie pelostutores, pode refletir em crescimento dos atendimentos dermatológico. O desafio no diagnóstico dermatológiconos felinos, encontra-se no fato da espécie apresentar um limitado padrão de resposta cutânea (dermatite miliar,complexo granuloma eosinofílico, alopecia auto induzida e lesões erodo-ulcerativas) a diversas etiologias. A doençadermatológica predominante nos gatos é a dermatite alérgica a picada de pulga (DAPP). Entretanto, quando olevantamento é no estado do Rio de Janeiro, as dermatopatias fúngicas, mais precisamente a esporotricose, destaca-se e representa a maior fonte de preocupação de dermatólogos veterinários e humanos, pelo caráter zoonótico. Oobjetivo do estudo foi levantar as dermatopatias predominantes nos gatos atendidos na Policlínica Veterinária daUniversidade Estácio de Sá - RJ. Conduziu-se uma pesquisa descritiva quantitativa retrospectiva consultando-seas fichas clínicas de junho de 2019 a janeiro de 2018. Neste período, levantou-se quais as doenças de pele forammais diagnosticadas nos pacientes felinos. Através do estudo foram analisados 2576 prontuários, destes 468 (18,1%)relatavam atendimento de felinos e 98 (20,9%) possuíam diagnóstico de dermatopatias. Destaca-se que osatendimentos dermatológicos constituíram a principal demanda nesta espécie neste intervalo de tempo. Adermatopatia mais diagnosticada foi a esporotricose com 21 (21,43%) casos, seguida pela DAPP com 16 (16,33%)casos, as feridas traumáticas com 13 (13,37%) casos e as otite parasitárias (Otodectis cynotis) com 10 (10,20%)diagnósticos. As demais dermatopatias distribuíram-se em ordem decrescente da seguinte forma: dermatofitose,doenças alérgicas (outras) e neoplasias com 8 (8,16%) casos, 6 (6,12%) abscessos cutâneos, miiase 6 (6,12%)casos, pediculose, escabiose e acne felina apresentando 1 (1,02%) caso de cada. O atendimento de gatos comdermatopatias vem crescendo e o conhecimento da sua distribuição se fez importante pois, embora a DAPP e adermatofitose prevaleçam na espécie, segundo a literatura, o estudo apresentou uma predominância da esporotricose,que continua sendo a doença dermatológica que mais acomete gatos na cidade do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: gatos, pele, esporotricose

83VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

31. INTUSSUSCEPÇÃO JEJUNOILEAL DUPLA EM CÃO DA RAÇASHAR-PEI COM ENTERITE EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO

JULIANA LOPES DE CASTRO¹, LUIZA CAMARA GIBSON2,, STEPHANY CHICARINO LOUREIRO3,

DANIELA ARANTES PERUT3, JULIANA RODRIGUES BRITO DA COSTA3, FERNANDO ELISIO AMARAL TORRES4,ALEXANDRE JOSE R. BENDAS5

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected]. Médica veterinária autônoma, Rio de Janeiro, RJ3. Graduandas em Medicina Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ4. Médico Veterinário, Professor, Curso de Medicina Veterinária, UNESA, RJ5. Médico Veterinário, Professor, DMCV, IV, UFRRJ. Campus Seropédica, RJ

A intussuscepção intestinal é uma doença caracterizada por alteração no peristaltismo intestinal, causandoinvaginação de uma alça intestinal em outra adjacente, podendo causar diarreia, vômito, dor abdominal e massaabdominal palpável. O aumento do peristaltismo tem como causa parasitismo intestinal, ingestão de corpo estranho,neoplasias, mudanças na dieta, secundária às enterites, cirurgias abdominais prévias, e forma idiopática que é maiscomumente observada em cães. Porém é comumente observada como secundária à enterite eosinofílica, caracterizadapelo infiltrado de eosinófilos na mucosa, devido a causas genéticas e imunomediadas. Cães da raça Shar Pei tempropensão em desenvolver uma enteropatia grave devido a anormalidades imunológicas. O presente trabalho tevecomo objetivo relatar a ocorrência de um caso de intussuscepção jejunoileal dupla em um cão da raça Shar Pei,macho de 4 anos. Na anamnese, a proprietária relatou que o cão estava vomitando, com diarreia e emagrecimentoprogressivo. Ao exame físico, apresentou abdômen tenso, dor abdominal e posição antálgica. O paciente foiencaminhado para o exame ultrassonográfico, onde observou imagem sugestiva de intussuscepção dupla das alçasintestinais, no segmento jejunoileal. Deste modo, o tratamento cirúrgico foi indicado utilizando a técnica deenteroanastomose término-terminal e os segmentos resseccionados foram enviados para análise histopatológica.Após o procedimento, o animal mostrou melhora significativa do quadro e sem recidivas. O laudo histopatológicoteve como resultado enterite eosinofílica de moderada a grave. Concluindo-se que a cirurgia auxiliou no tratamentoda intussuscepção jejunoileal dupla e no diagnóstico de enterite eosinofílica visto que a predisposição racial tevegrande relevância no caso clínico.

Palavras-chave: cirurgia, intestino, abdômen agudo

84 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

32. HIPERCORTISOLEMIA E HIPERINSULINEMIA EM CÃOCOM NEOPLASIA PANCREÁTICA: RELATO DE CASO

JULIANA LOPES DE CASTRO1, RODRIGO BRUM LOPES2, MARIA CLARA MACEDO DE ALMEIDA3

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro, RJ. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, Clínica Veterinária WEST CARE - Rio de Janeiro, RJ.3. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro, RJ.

A Síndrome de Cushing é uma das mais comuns endocrinopatias em cães, caracterizada pelo aumento dosníveis de cortisol promovendo alterações físicas e bioquímicas no paciente. Uma de suas complicações é a diabetesmellitus uma vez que a hipercortisolemia favorece quadro de resistência insulínica e consequentementehiperglicemia. Cortisol e insulina são hormônios de ação antagônicas quanto ao metabolismo da glicose. Relata-se o caso de uma cadela, SRD, 6 anos de idade com queixa de quadros convulsivos e durante a anamnese foirelatado episódios de poliúria e polidipsia. Ao exame físico percebeu-se sobrepeso, mucosas levemente hipocoradas,hepatomegalia e prostração. Para a conclusão diagnóstica procedeu-se com a coleta de amostra sanguínea everificação imediata de glicemia em glicosímetro obtendo-se por resultado o valor de 25 mg/dL, incluindo-se adosagem de insulina como diagnóstico diferencial para insulinoma, uma neoplasia de células beta pancreáticasprodutoras de insulina. Animal então foi internado para controle do quadro hipoglicêmico e para análiseultrassonográfica abdominal. No laudo ultrassonográfico observou-se hepatomegalia, perda de formato da adrenalesquerda com dimensões aumentadas, sugerindo presença de nódulo. Nos exames hematológicos se destacaramALT de 136 UI/L, fosfatase alcalina em 340 UI/L. Sendo realizado assim, o Teste de Supressão por baixa dose dedexametasona confirmando a Síndrome de Cushing. Após algumas semanas a paciente retornou a clínica comhistórico de nova crise hipoglicêmica sendo realizada dosagem de insulina sendo obtido o valor de 142,85 mcU/mL. Foi realizado Tomografia Computadorizada que sugeriu neoplasia em pâncreas. Em virtudes dos resultadosoptou-se pela realização de pancreatectomia. Após algumas semanas da realização da cirurgia a paciente veio aóbito, apresentando novos episódios hipoglicêmicos. Apesar da hipercortisolemia na Síndrome de Cushing predispora quadros hiperglicêmicos em decorrência da resistência insulínica promovida pelo cortisol, o que percebemoscom o presente relato de caso foi a diminuição dos níveis glicêmicos por conta de neoplasia pancreática produtorade insulina, não sendo comum o acometimento simultâneo dessas duas endocrinopatias que têm comportamentoantagônico em relação a ação sobre a glicose sanguínea.

Palavras-chave: insulinoma, hiperadrenocorticismo, hipoglicemia

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33. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS AGRESSÕES DE CÃESAOS HUMANOS NOS MUNICÍPIOS DE BARRA DO PIRAÍ, PARAÍBA DO SUL

E PARACAMBI /RJ

DAMARIS ALVES DOS SANTOS1, NIVEA VALÉRIA DA SILVA BRAGA CAROTTA2,MARIA EDUARDA BARBOSA DA FONSECA2, ISABELLE DE ALMEIDA ALONSO2, GUILHERME MARQUES SOARES3

1. Discente em Medicina Veterinária, Universidade de Vassouras, RJ. E-mail: [email protected] (Autor para correspondência)2. Discentes em Medicina Veterinária, Universidade de Vassouras, RJ3. Dr. Professor da Universidade de Vassouras, RJ

Os ataques de cães ocorrem com frequência a humanos, visto que o instinto natural da espécie não foiperdido mesmo com a ocorrência da domesticação. Considera-se importante este assunto, pois os ataques impactamo vínculo afetivo com a família e podem gerar problemas de saúde pública. O presente estudo visou através dequestionários, levantar dados em relação a ataques de cães a humanos, sendo feito a aplicação de questionáriodurante os anos de 2018 e 2019 através de estudantes de Medicina Veterinária da Universidade de Vassouras, paraidentificar os casos de ataques com mordeduras de cães nos municípios de Paraíba do Sul, Vassouras e Paracambi.A fim de qualificar as consequências de tais problemas para o bem-estar e o vínculo homem e animal. Foramaplicados questionários durante 242 dias, em locais de afluxo de transeuntes durante o período de maio de 2018 ajunho de 2019. E foram obtidos 87 questionários, tendo como resultados: 15% das pessoas entrevistadas relataramterem sido atacadas na rua, 19% informaram se tratar de cães machos e 42% dos entrevistados não procuraramajuda médica após o ataque. Além dos cães serem usados como animais de guarda e caça estes ainda fazem parteda família. Segundo a pesquisa realizada a maioria dos ataques ocorreram nas ruas, mostrando que precisa serfeito o controle populacional dos mesmos, evitando os ataques. Notou-se o maior número de ataques por cães dosexo masculino, pois os machos apresentam maior predisposição à agressividade do que as fêmeas. O estudoindicou que a maioria das pessoas entrevistadas que foram atacadas não buscaram atendimento clínico. Sendouma medida importante, visto que os cães são veiculadores de zoonoses, tendo relevância na saúde pública. Portanto,conclui-se que não houve mudanças no perfil epidemiológico das agressões, pois ficou evidente que ocorreramcasos de agressões caninas voltadas a seres humanos nos municípios de Barra do Piraí, Paraíba do Sul e Paracambi.É importante ser feito um estudo aprofundado com o objetivo de entender o comportamento humano e canino, quemotiva a agressão apresentada pelo animal.

Palavras-chave: agressividade canina, comportamento canino, bem-estar animal

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34. INJÚRIA RENAL AGUDA EM CADELA POR INGESTÃO DEIBUPROFENO: RELATO DE CASO

NAYARA LUIZA TAVARES MORAES1, GABRIEL N. BRUGGER TEIXEIRA2, LILIAN T. PATITUCCI3,MARIA CRISTINA NOBRE E CASTRO4

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ E-mail:[email protected]. Médico Veterinário Residente Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho(HUVET-UFF) - Niterói, RJ3. Médica Veterinária MSc, HUVET-UFF, Faculdade de Veterinária, Niterói, RJ

4. Professora Titular Disciplina Clínica Médica de Cães e Gatos, Faculdade de Veterinária, UFF

A injúria renal aguda (IRA) é uma síndrome clínica polissistêmica, emergencial que apresenta alta frequênciade mortalidade. Os anti-inflamatórios não esteroidais são medicações com potencial nefrotóxico conhecido, ealguns são contraindicados para uso em cães. Pacientes que sobrevivem a IRA podem desenvolver Doença RenalCrônica (DRC). Relata-se caso de cadela, SRD, 9 meses de idade, castrada, 13,3 kg, atendida no HospitalUniversitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho (HUVET-UFF). O motivo da consulta foia recomendação para acompanhamento da função renal após IRA. Histórico de internação por 5 dias em clínicaparticular por ingestão de 3 comprimidos de ibuprofeno com subsequente quadro de uremia (creatinina de 5,6 mg/dL e ureia 201 mg/dL, no primeiro dia, chegando a 2,4 mg/dL para creatinina e 103 mg/dL para ureia, no últimodia), com imagem ultrassonográfica de discreto aumento da ecogenicidade cortical em rim direito. Após 3 semanasda recuperação, o tutor foi atendido no HUVET-UFF e ao exame físico a paciente apresentava-se normal, T 39,5°C,ECC 5/9, pressão arterial sistólica 140 mmHg. Urinálise: densidade urinária diminuída (1008) e RPC 0,05, creatininasérica 2,8 mg/dL e ureia 138 mg/dL. Foi instituída fluidoterapia em dias alternados por sete dias e com a pacientealerta, com apetite e normohidratada, a fluidoterapia foi suspensa e a creatinina estabilizou em 2,1 mg/dL, aindacom incapacidade de concentração urinária (densidade urinária 1010) e RPC 0,02. Um ano após, a paciente foireavaliada em consulta de rotina. Paciente ativa, apetite normal e com poliúria e polidipsia, hidratação normal,ECC 5/9, pressão arterial sistólica 160 mmHg. Hemograma sem alterações, e aumento sérico de creatinina (1,9mg/dL) e ureia (101 mg/dL). A urinálise revelou permanente incapacidade de concentração urinária (densidadeurinária 1016), com RPC 0,20 podendo indicar proteinúria leve. O exame ultrassonográfico revelou contornosdiscretamente irregulares podendo sugerir cronicidade da doença. A comparação dos resultados dos exameslaboratoriais e de imagem ao longo de um ano, indica que a paciente desenvolveu DRC, estando no estágio 2, PAlimítrofe e assintomática. Foi recomendado a suplementação contínua com ômega 3 e o tutor foi orientado sobreo caráter progressivo da DRC e da necessidade de acompanhamento periódico para aferição da PA, e exameslaboratoriais para que a terapêutica adequada seja instituída sempre que necessário. Ressalta-se a necessidade dealerta sobre a nefrotoxicidade do anti-inflamatório ibuprofeno para cães.

Palavras-chave: nefropatia, ibuprofeno, cães

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35. DIAGNÓSTICO DE BRONCOMALÁCIA ASSOCIADA À INFECÇÃOPOR Proteus mirabilis: RELATO DE CASO

TATIANE SAMPAIO CARDOSO SANTOS1,, CAROLINA QUEIROZ DA SILVA2, FLAVIA TOLEDO3,

DENISE SOARES4, BRUNO ALBERIGI5

1. Aluna de graduação, Curso de Medicina Veterinária Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Aluno de graduação, Curso de Medicina Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ3. Médica veterinária, MSc - Intergávea, Rio de Janeiro, RJ4. Médica veterinária, Centro veterinário Vet Vargem, Rio de Janeiro, RJ5. Médico Veterinário, MSc, DSc, Curso de Medicina Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ

A broncomalácia é um acometimento estrutural da parede dos brônquios, devido ao comprometimento dasustentação de suas cartilagens e consequentemente perda de tônus muscular. É frequentemente observado emcães associado à uma condição congênita, ou secundariamente adquirido devido à uma enfermidade do sistemacardiorrespiratório, bem como doença degenerativa crônica de mitral (DVDCM) e disfunção de vias aéreas comocolapso traqueal. No presente trabalho, relata-se um caso de broncomalácia associada à endocardiose de mitral emum cão, da raça Yorkshire, de 15 anos de idade, atendido em uma clínica particular no Rio de Janeiro, com queixaprincipal de tosse crônica pouco responsiva à corticoterapia. Ao exame físico, paciente apresentava soproholosistólico grau II/VI em foco mitral e ausculta pulmonar com aumento de ruído expiratório. Demonstrouimportante reflexo de tosse positivo de apresentação produtiva e sibilosa. Exame radiográfico sugeriu redução daluz traqueal, deslocamento dorsal da traqueia e aumento atrial esquerdo. Ecocardiograma apresentava DVDCM,com discreto aumento atrial esquerdo. Devido a cronicidade do caso, e na ausência de quadro congestivo quejustificasse a tosse, foi indicada a broncoscopia que constatou acentuado estreitamento na entrada dos brônquiosprincipais direito e esquerdo, sendo os mais acometidos os brônquios secundários esquerdos, com colapso, perdade forma e contornos. Foi também realizado lavado broncoalveolar e escovado bronquial para avaliaçãomicrobiológica, obtendo na cultura de aeróbicos, crescimento de Proteus mirabilis (sensível a: amoxicilina comclavulanato, amicacina, meropenem, marbofloxacino, meropenen e resistente: a enrofloxacino, ampicilina ecefalexina). Na cultura de fungos não houve crescimento. Diante dos resultados obtidos, foi possível a confirmaçãodo diagnóstico de broncomalácia, devido idade do paciente, provavelmente adquirido. Foi iniciado então,predinisolona (0,5 mg/kg/BID), antibioticoterapia (amoxicilina com clavulanato, 20 mg/kg/BID) associada àacetilcisteína (10 mg/kg/BID). Foi solicitado revisão em 15 dias após começo do tratamento. Passados os 15 dias,tutor retorna à clínica com paciente relatando uma melhora importante no quadro clínico, ressaltando apenastosses esporádicas. Com o presente relato é possível concluir que o correto diagnóstico da broncomalácia permiteorientar o tutor sobre o prognóstico de cronicidade da doença por se tratar de uma afecção crônica e que o lavadobronco alveolar é muito importante pois permitiu diagnosticar a infecção por P. mirabilis, que após aantibioticoterapia adequada o paciente apresentou melhora significativa da tosse.

Palavras-chave: broncoscopia, lavado broncoalveolar, infecção bacteriana

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36. OSTEOSSARCOMA FELINO EM PACIENTE ATENDIDOEM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO: RELATO DE CASO

MARIANGELA BRUNA BUENO PORTO1, AMANDA KÖRBES WOLMEISTER¹, MYLENA ASSIS DOS SANTOS¹,NATHALIA FARIA REIS1, JULIA ELIA DA SILVA PARANHOS¹, FLAVIA LUSTOSA MARQUES PEREIRA1,

DÂMARIS MARÇAL PORDEUS¹, MARIA DE LOURDES GONÇALVES FERREIRA2

1. Médica veterinária, Residente do Hospital Veterinário Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Professora, chefe do setor de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ

Os tumores ósseos felinos são incomuns e geralmente acometem gatos entre 8 a 10 anos. Em felinos, ososteossarcomas geralmente acometem o membro posterior, sendo o fêmur distal e a tíbia proximal os locais maisafetados. Os osteossarcomas felinos são pouco estudados, tendo em vista sua baixa incidência - aproximadamente0,003% a 0,005% dos casos - e por ser um modelo inadequado para estudo comparativo com osteossarcomashumanos, quando equiparado aos osteossarcomas caninos. Um felino macho de um ano, SRD, negativo para FIVe FeLV, sem histórico de trauma ou fratura, foi atendido no Hospital Universitário da Universidade FederalFluminense com histórico de aumento de volume em membro posterior esquerdo e evolução de 2 meses. Avaliaçãoradiográfica realizada 2 meses anteriores à consulta revelou lesão óssea em fêmur de característica mista, lítica eproliferativa, predominantemente em terço médio distal do fêmur esquerdo. Uma nova avaliação radiográfica domembro, pelve e tórax foi solicitada e notou-se significativa progressão da lesão em membro sem sinais de metástasepulmonar visíveis. Devido à rápida progressão e prognóstico desfavorável, foi realizada a amputação total domembro afetado. A análise histopatológica macroscópica evidenciou aumento de volume em terço distal do fêmurmedindo 4 cm no maior eixo, esbranquiçado, firme, por vezes calcificado, irregular e a microscopia revelouneoplasia maligna invadindo tecidos moles adjacentes, com proliferação de células alongadas e ovaladas, moderadopleomorfismo nuclear, núcleo amplo, nucléolo central evidente e citoplasma pálido com presença de esparsasfiguras de mitose e numerosos focos de produção osteoide imatura com margens livres, com diagnóstico deosteossarcoma fibroblástico. Os osteossarcomas são relatados mais comumente em cães de raças grandes ou gigantes,tendo maior probabilidade de desenvolvimento em animais com mais de 36 kg e 7,5 anos, apesar da idade servariável. Em gatos, a frequência também é maior em animais adultos ou idosos, porém, apresentam um melhorprognóstico de sobrevivência do que cães ou humanos devido a menor probabilidade de metástase. No entanto,tumores malignos em animais jovens tendem a ter maior índice metastático quando comparado a animais maisidosos.

Palavras-chave: osteossarcoma, neoplasia óssea, neoplasia felina

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37. LEVANTAMENTO DAS CONDUTAS TERAPÊUTICASE EPIDEMIOLOGIA DOS AGRAVOS VETERINÁRIOS INDUZIDOS

POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

KARINA SERRÃO DA CUNHA1, LAILA PEREIRA COUTINHO2, CATHIA MARIA BARRIENTOS SERRA3,LUIS EDUARDO RIBEIRO DA CUNHA4, CLAUDIO MAURÍCIO VIEIRA DE SOUZA5

1. Graduanda em Medicina Veterinária na Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, MSc, Instituto Vital Brazil (IVB) - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, MSc, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ4. Médico Veterinário, MSc, Doutorando em Medicina Tropical na IOC/FIOCRUZ - Rio de Janeiro, RJ5. Biólogo, MSc, PhD, Instituto Vital Brazil (IVB) - Niterói, RJ

Acidentes com animais peçonhentos são emergências clínicas nas rotinas médicas humanas e veterinárias.O perfil epidemiológico dos casos humanos, por serem de notificação obrigatória, são mais confiáveis; porém, hápouca informação segura sobre os veterinários pela falta de um sistema de notificação próprio. A limitadadisponibilidade de soros hiperimunes para uso veterinário e escassa literatura sobre o tema também podemcomprometer o sucesso dos tratamentos, que passam a depender, exclusivamente, da experiência do profissionalenvolvido. O foco do trabalho é levantar dados e compilar o perfil epidemiológico desses agravos no Brasil,incluindo os tratamentos conduzidos pelos veterinários responsáveis pelos casos e seus respectivos desfechos. Foifeito através do levantamento dos dados junto ao SINITOX e a ABRACIT, e coleta de dados pela plataformaGoogle Forms, via link no site do CFMV e por grupos de profissionais em redes sociais eletrônicas. 176 profissionaisresponderam ao formulário. 53,3% dos casos envolviam serpentes, 11,5% aranhas, 11,5% escorpiões e 10,6%abelhas. 33,5% dos veterinários optaram por tratamentos sintomáticos, 29,0% hidrataram, 16,2% internaram ospacientes, 9,2% fizeram debridamento, 5,1% realizaram suporte respiratório, 7% realizaram outros métodos. Comoterapêutica, 22% utilizaram antibióticos, 17,1% analgésicos, 14,6% anti-inflamatórios, 14,6% antihistamínicos,9,8% opioides, e o restante distribuídos entre diuréticos, vitaminas, antipiréticos, antieméticos e antitóxicos. Em72,1% dos casos ofídicos houve aplicação do soro. Quanto ao desfecho, 64,1% obtiveram sucesso no tratamento.Entre os demais, 14,5% resultaram em sequelas e 21,4% em óbito. 64,2% das respostas foram de profissionais daregião Sudeste. De acordo com o SINITOX, 66,4% dos dados envolvem serpentes, 23,5% aranhas, 10,2% escorpiõese 37,9% outros animais peçonhentos. Segundo a ABRACIT, 69,6% são relativos a serpentes, 28,4% aranhas, 0,2%escorpiões e o restante a outros animais ou falta de identificação. Neste estudo o animal mais acometido foi o cão,com 82% dos agravos informados, seguido por gato (10%), equino (2,3%), bovino (1,4%), animal silvestre (1%),caprino/ovino (0,4%) e 2,9% foram outros animais ou não identificados. Nossos resultados indicam grandeincidência, alta morbidade e importante letalidade nos agravos veterinários com animais peçonhentos. Emboracom um elevado número de casos de sucesso, o achado que em 35,9% dos eventos houve resposta insatisfatóriasustenta a necessidade de discussão e reavaliação das rotinas de atendimento e a necessidade do aprimoramentodos sistemas de informação disponíveis sobre o assunto.

Palavras-chave: animais domésticos, envenenamento, tratamento

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38. DILATAÇÃO DO SISTEMA BILIAR RESULTANTE DE RUPTURADIAGRAGMÁTICA EM UM FELINO DOMÉSTCO

GABRIELLA CAROLINA SOUSA MENDES1, ARIELE LOFORTE DINIS2, RAFAELA DA SILVEIRA PRESTES3,IZABELA PATRÍCIO DE SOUZA3, THAIS DE PAULA3, ANA CLAUDIA CAMPOS DA FONSECA3,

RENATO CESAR SACCHETTO TORRES4, ANELISE CARVALHO NEPOMUCENO4

1. Médica veterinária residente, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MGE-mail: [email protected]. Médicos veterinários, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG3. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG4. Docentes do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG -. Belo Horizonte, MG

As causas de dilatação do sistema biliar são diversas, dentre elas o processo obstrutivo por colelitíase, afibrose ductal, processos neoplásicos ou inflamatórios dos esfíncteres. A icterícia é o principal sinal clínicoidentificado, devendo-se incluir exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem. Relato de caso: Felina, SRD,2 anos, com histórico de paralisia dos membros posteriores, tratado previamente em outra instituição e queixa deinapetência e emagrecimento progressivo. Devido ao acesso irrestrito à rua, suspeitou-se de traumatismo. Aoexame físico detectou-se icterícia intensa. Na avaliação laboratorial os achados dos exames bioquímicosdemonstraram enzimas hepáticas ALT, AST, fosfatase alcalina e gama GT aumentadas. O paciente foi submetidoao exame radiográfico da coluna torocolombar, devido ao histórico de paralisia. Não foram identificadas alteraçõesna coluna. Entretanto, foram visibilizadas alças intestinais com conteúdo gasoso na cavidade torácica, com perdaparcial de definição dos limites diafragmáticos e da silhueta cardíaca, sinais compatíveis com ruptura diafragmática.Ao exame ultrassonográfico visibilizou-se fígado com dimensões aumentadas e hiperecogenicidade difusa, vesículabiliar significativamente distendida com parede espessada e presença de lama biliar associada a ducto císticodilatado. O ducto colédoco apresentava parede espessada, trajeto tortuoso e lúmen dilatado. As vias biliares intra-hepáticas estavam intensamente distendidas. A paciente foi encaminhada para a cirurgia para redução da rupturadiafragmática e verificou-se a patência dos ductos biliares extra-hepáticos e drenagens, descartando a presença decolelitíase, processo fibrótico, neoplásico ou inflamatório causando obstrução. Posteriormente à cirurgia a pacienteapresentou remissão dos sinais clínicos. Foram realizados exames ultrassonográficos para controle, os quaisdemostraram redução significativa do volume das vias biliares. A ocorrência da ruptura diafragmática associadaao deslocamento de alças intestinais para a cavidade torácica, promoveu distensão exacerbada do duodeno resultandoem estiramento e colabamento do esfíncter de Oddi, levando a estase das vias biliares extra e intra-hepáticas,colangiohepatite e ao quadro clínico da paciente. O presente relato apresenta uma causa incomum de dilatação dosistema biliar na espécie felina, secundária a ruptura diafragmática.

Palavras-chave: distensão dos ductos biliares, hérnia diafragmática, gato

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39. O USO DOS EXAMES LABORATORIAIS NO RECONHECIMENTO DAANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA EM CANINO: RELATO DE CASO

BRUNO FIORE DE CASTRO FIGUEIREDO¹, LUANA DE SOUSA RIBEIRO¹, FLAVIA LUSTOSA M. PEREIRA¹,JULIET CUNHA BAX², ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA², LUCIANA BOFFONI GENTILE³, ALINE MOREIRA DE SOUZA4

1. Médico Veterinário, Programa de Residência em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Univ. Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária - Área Clínica e Reprodução Animal, Faculdade de Veterinária, UFF3. Médica Veterinária, Técnico de nível superior, Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Marsico Filho, Faculdade deVeterinaria, UFF4. Professora do Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF

A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) está associada a alta mortalidade, o que demanda umdiagnóstico rápido para a instituição de o tratamento eficaz. Desse modo, o objetivo do presente resumo foi relatarum caso de AHIM em cão, enfatizando a importância dos exames laboratoriais para o diagnóstico dessa afecção.Um canino, sem raça definida, macho, com seis anos, foi atendido no Hospital Universitário de Medicina VeterináriaProfessor Firmino Mársico Filho (HUVET-UFF) por apresentar apatia e disúria há quatro dias, com evolução hádois dias para icterícia, hiporexia, hipodipsia, e urina de cor avermelhada. Na anamnese, foi relatada a presença deectoparasitas e possibilidade de contato com roedores. A vacinação do animal estava atrasada, não fazia medicaçãopreventiva para dirofilariose e nem outros medicamentos contínuos. No exame físico, foi constatado desidrataçãoe icterícia. As suspeitas clínicas foram leptospirose e hemoparasitose. Foram solicitados exames laboratoriais esorologia para leptospirose. No hemograma, foi detectado anemia com aumento de Concentração de HemoglobinaCorpuscular Média (CHCM), leucocitose, neutrofilia, monocitose, eosinopenia e trombocitopenia. Tais achadosassociados ao histórico seriam indicativos de processo infeccioso. Contudo, a hematoscopia possibilitou aidentificação do processo imunomediado associado, com a visualização de esferócitos e de monócitos com conteúdofagocitado. Permitiu também correlacionar o plasma ictérico e a falsa elevação do CHCM à hemólise e a realizaçãodo teste de aglutinação em salina, os quais corroboraram com a AHIM. A urinálise confirmou com a pigmentúriapersistente à centrifugação decorrente da hemoglobinúria. Por outro lado, as bioquímicas séricas foram cruciaispara avaliar as consequências sistêmicas. Uma vez que o paciente se encontrava com injúria renal aguda (aumentode ureia, fósforo e valores de creatinina fora da linearidade) e lesão hepática (alteração dos valores de fosfatasealcalina, alanina amino transferase e gama glutamil transferase). Essa análise permitiu também a confirmação daresposta imunomediada, pela presença de hiperproteinemia por hiperglobulinemia. A pesquisa de hemoparasitasem esfregaço de sangue capilar e concentrado leucocitário e a sorologia para leptospirose foram negativas. Opaciente foi encaminhado para internação para tratamento de AHIM e apresentou melhora significativa do quadroapós três dias. Pode-se inferir que os exames laboratoriais realizados por um patologista clínico veterinário foramessenciais para a instituição rápida da terapia eficaz. Concluindo, mesmo com o avançar da tecnologia dos contadoreshematológicos, a hematoscopia na rotina clínica veterinária continuará imprescindível para o diagnóstico desta ede outras patologias.

Palavras-chave: doença imunomediada, hemólise, hemoglobinúria

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40. A RELEVÂNCIA DA PALPAÇÃO INTRAVAGINAL E DOCITOPATOLÓGICO VAGINAL EM CADELAS COM SANGRAMENTO

VULVAR: RELATO DE CASO

BRUNO FIORE C. FIGUEIREDO¹, LUANA DE SOUSA RIBEIRO¹, JÉSSICA MARTINS DE UGALDE1,YASMIN ABI CHAHIN MENDES1; MARIÂNGELA BRUNA B. PORTO1; ÍTALO HENRIQUE N. IARA2, TÁBATA MAUÉS3

1. Médico Veterinário, Programa de Residência em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia - UFG3. Médica Veterinária, Técnica de nível superior, Hospital Universitário de Medicina Veterinária Prof. Firmino Mársico Filho, Fac. de Veterinária - UFF

A palpação intravaginal de cadelas fornece informações sobre a anatomia do órgão e permite a identificaçãode lesões. Logo, deve ser incluída no exame físico. Como exame complementar, o citopalógico vaginal podediferenciar sangramentos patológicos daqueles referentes ao ciclo estral. Desse modo, o presente relato tem porobjetivo demonstrar a necessidade de um olhar clínico mais criterioso para as doenças do sistema reprodutor naclínica de pequenos animais. Foi atendido no Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor FirminoMársico Filho (HUVET-UFF) um canino, fêmea, sem raça definida, com um ano de idade, por apresentar granulomaem ferida cirúrgica de ovariohisterectomia, realizada há aproximadamente três meses. O animal foi retirado dolocal onde permanecia de forma provisória há três dias e os responsáveis não sabiam informar o histórico. Aoexame físico percebeu-se dor à palpação da ferida e sangramento vulvar, com genitália externa normal. Suspeitou-se inicialmente de hemometra ou piometra de coto e ovário remanescente. Foram requisitados examescomplementares (hemograma, bioquímica sérica e ultrassonografia abdominal). No hemograma detectou-seleucocitose de 29.800/µL (VR: 6.000 a 17.000) por neutrofilia de 22.946/µL (VR: 3.000 a 11.500), compatívelcom o diagnóstico presuntivo. Na ultrassonografia abdominal não foi visualizado útero ou ovários. Mediante novaavaliação, na qual incluiu-se a palpação intravaginal, foi identificada uma massa irregular no vestíbulo. A partirdos achados, realizou-se a colheita do material para exame citopatológico por meio de swab. Na avaliaçãomicroscópica identificou-se uma amostra de alta celularidade composta por células redondas com relação núcleo-citoplasma aumentada, citoplasma vacuolizado, núcleo excêntrico e com cromatina frouxa, nucléolos evidentes efiguras de mitose, compatível com tumor venéreo transmissível (TVT). Assim, infere-se a necessidade de umaavaliação mais completa do sistema reprodutivo em cadelas com sangramento vulvar, com a inclusão da palpaçãointravaginal e a realização do citopatológico vaginal na rotina clínica em pequenos animais. Visto que o TVT seinsere geralmente na porção de transição entre vestíbulo e vagina, nem sempre se observa alterações externas. Valeressaltar, ainda, que o hemograma associado a ausência de histórico pode induzir a um diagnóstico errôneo, porevidenciar a infecção secundária, comumente relacionada ao TVT, o que pode mascarar a afecção primária. Portanto,o citopatológico vaginal, por ser um exame de baixo custo e padrão ouro para o diagnóstico de TVT, somado apalpação intravaginal, devem ser incluídos na triagem de cadelas com alteração no sistema reprodutor.

Palavras-chave: diagnóstico diferencial, neoplasia transmissível, reprodução

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41. PNEUMOTÓRAX ASSOCIADO À DIROFILARIOSE CANINA:RELATO DE CASO

NATHIELE E. SOUZA NORONHA1, KAREN MATOS CAVALHEIRO2, INDIRA ORMOND M.G. DOS SANTOS3

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJ3. Médica Veterinária, MSc, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Rio de Janeiro, RJ

A Dirofilariose é uma zoonose de evolução crônica. Ocorre quando microfilárias penetram no tecidosubcutâneo através da picada do mosquito (culex, aedes aegypti, anapheles) e migram para tecido muscular evasos sanguíneos, artérias pulmonares, ventrículo direito, átrio direito e ocasionalmente veias cava, hepática ecoronárias. Manifestações clínicas são tosse, dispneia, taquipneia, síncope, intolerância a exercício, mucosas pálidase ictéricas, anorexia, sinais de insuficiência cardíaca, e lesões cardiovasculares, pulmonares, hepáticas e renais. Odiagnóstico pode ser direto (gota espessa ou de concentração knott modificada), indireto (testes sorológicos comoElisa e PCR). A prevenção utilizando medicações microfilaricidas (lactonasmacrocíclicas) é a melhor forma decontrole da doença. O tratamento consiste na associação de lactonas a antibióticos (doxiciclina e tetraciclina) etratamento de suporte para lesões cardíacas e respiratórias. O relato em questão descreve o caso de um canino,Dogue Alemão, macho, 9 anos, 54 kg. A queixa principal era desconforto respiratório. Ao exame físico foi detectadadispneia com padrão paradoxal, apatia, sialorreia, taquicardia, cianose, temperatura corpórea de 40ºC e andarcambaleante. Durante o atendimento sofreu parada respiratória e choque, sendo realizadas manobras parareestabelecimento de funções vitais, tais como acesso venoso periférico, sedação e oxigenoterapia. A auscultaçãodos campos pulmonares revelou hipofonese dos ruídos respiratóriose suspeitou-se da presença de efusão pleural.Optou-se por fazer toracocentese bilateral e o conteúdo drenado era ar, confirmando quadro de pneumotórax. Foirealizada toracostomia direita devido ao grande volume observado na toracocentese inicial. O Hemogramaapresentou presença de microfilárias. A radiografia torácica revelou imagem sugestiva de neoplasia pulmonar naaltura do 6º espaço intercostal direito, silhueta cardíaca de dimensões normais porém elevada, não havendo contatocom esterno, compatível com quadro de pneumotórax, e o ecocardiograma não evidenciou alterações. A tomografiacomputadorizada de tórax apresentou pneumotórax bilateral mais grave no lado direito, enfisema intermuscular esubcutâneo, predominantemente no lado direito, epneumomediastino acentuado de origem indefinida. Como opaciente não apresentou melhora no pneumotórax e em virtude da gravidade do quadro clínico, optou-se pelarealização da esternotomia mediana, onde se observou presença de filárias no lobo pulmonar direito. Devido aoseu comprometimento, foi realizada lobectomia pulmonar parcial direita para remoção das filárias ereestabelecimento da função do órgão. Após a cirurgia o paciente recuperou-se de forma satisfatória.

Palavras-chave: pneumotórax, dirofilariose, cães

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42. NANISMO EM UM CÃO DA RAÇA JACK RUSSEL

GIOVANNA MARCHESE MITRE¹, GABRIELLA CAROLINA SOUSA MENDES², ACACIA COUTINHO REBELLO2,CINTHIA ITABORAHY FERREIRA SILVA2, JAILTON DOS SANTOS JÚNIOR3, CLEUZA MARIA DE FARIA REZENDE4,

RENATO CESAR SACCHETTO TORRES4, ANELISE CARVALHO NEPOMUCENO4

1. Médica Veterinária residente, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG. Email: [email protected]. Médicos Veterinários, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG3. Graduando em Medicina Veterinária. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Cruz das Almas, BA4. Docentes da Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG

O nanismo é considerado uma doença rara em cães, caracterizada pela baixa estatura. Pode ser hereditáriode caráter recessivo ou consequente a processos patológicos ocorridos na vida intrauterina e pós-natal, os quaisimpedem o completo desenvolvimento do potencial de crescimento geneticamente determinado. Foi descrita pelaprimeira vez em 1945 na raça Pastor Alemão, e há relatos em Spitz e Pinscher. Geralmente os animais comnanismo apresentam tamanho normal nos primeiros dois meses de vida, após os quais apresentam um ritmo decrescimento mais lento que os irmãos da ninhada. Aos três ou quatro meses após o nascimento, esses animais jásão visivelmente menores que o restante da ninhada e certamente não atingirão o tamanho de um adulto. Podemapresentar alterações dermatológicas como retenção da pelagem secundária com a concorrente perda da pelagemprimária e alopecia bilateral simétrica. Os achados radiográficos esperados são membros curtos podendo estarcurvados, com encerramento tardio das placas de crescimento em alguns casos. As epífises podem apresentarcalcificação desordenada e incompleta. Exames laboratoriais como a dosagem de hormônios do crescimento (GH)poderá ser realizada, no entanto, os achados clínicos e a evolução do processo fornecem evidências suficientespara o diagnóstico, podendo as provas laboratoriais serem utilizadas apenas para se avaliar o prognóstico doprocesso. Foi atendida no Hospital Veterinário uma paciente canina, fêmea, da raça Jack Russel, de 1 ano e 8meses e 4,5 kg de peso corporal, que apresentava membros curtos, sendo os posteriores mais curtos que os anteriores,e rádios e tíbias aparentemente curvados ao exame físico, sem sinais de dor. Foram realizados exames radiográficosde pelve (projeção ventrodorsal), de rádios e ulnas (projeções craniocaudal e mediolateral) e tíbias, tarsos e metatarsos(projeções craniocaudal e mediolateral). Foram constatadas ambas as articulações radioulnares incongruentes,rádios e tíbias curtos e menos desenvolvidos quando comparados às ulnas e fíbulas. As dosagens hormonais nãopuderam ser realizadas uma vez que o paciente já se apresentava na fase adulta, acima da faixa etária de crescimento.Este relato destaca um caso incomum de nanismo na raça Jack Russel, cujo diagnóstico foi por meio da avaliaçãoclínica e radiográfica.

Palavras-chave: desordem do crescimento, radiografia, canina

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43. ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR NO DIAGNÓSTICODE PNEUMONIA EM Myrmecophaga tridactyla

GIOVANNA MARCHESE MITRE1, MARIA LUIZA GUIMARÃES PINTO2, ÉRIKA PROCÓPIO TOSTES TEIXEIRA3,LAERCIANA SILVA DE SOUZA MATOS4, CINTHIA ITABORAHY FERREIRA SILVA5, EUTÁLIO LUIZ MARIANI PIMENTA6,

MARCELO PIRES NOGUEIRA DE CARVALHO6, ANELISE CARVALHO NEPOMUCENO6

1. Médica veterinária residente, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MGE-mail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG3. Médica veterinária, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Belo Horizonte, MG4. Médica veterinária, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovávies - Belo Horizonte, MG5. Médica veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG6. Docentes da Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) se distribui amplamente na região Neotropical,considerado extinto na maior parte de sua extensão original, ou seja, América Central e nos limites austrais de suadistribuição. Pertence à ordem Pilosa, família Myrmecophagidae, é o maior dentre as espécies de tamanduás. Emuma pesquisa realizada com 103 animais de cativeiro da família Myrmecophagidae observou-se que 10% dasalterações clínicas relatadas estavam relacionadas ao sistema respiratório. Um filhote de tamanduá-bandeira(Myrmecophaga tridactyla) foi recebido pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-MG), onde foialimentado com mamadeira contendo leite de cabra, gema de ovo e creme de leite. Foram observados algunsepisódios de aspiração do conteúdo alimentar. Foi instituído tratamento com enrofloxacina, meloxicam e dipironapela presença de abscesso umbilical e ceftriaxona devido a suspeita de sepse. O paciente iniciou um quadro dequeda no consumo de alimentos, abdômen dilatado e dificuldade respiratória, e foi encaminhado ao HospitalVeterinário. Ao exame clínico observou-se angústia respiratória, com movimentos curtos e rápidos e sem ruídos àauscultação. O abdômen apresentou-se discretamente distendido e com sinais de dor a palpação. Foi solicitadoexame ultrassonográfico abdominal (sem alterações) e pulmonar. A ultrassonografia dos pulmões foi realizada emdecúbito esternal, sem sedação, nas janelas pulmonares cranial, médio, caudal e acessório, bilaterais onde foiobservada a presença de inúmeras linhas ecogênicas perpendiculares à linha pleural (linhas B) em todos os campos,relacionadas a fluido intrapulmonar. Baseado no histórico e no exame ultrassonográfico o principal diagnósticofoi de broncopneumonia. O exame radiográfico do tórax foi solicitado na sequência como complementação econfirmação do diagnóstico e para uma abordagem geral dos pulmões, no qual verificou aumento difuso deradiopacidade pulmonar. O animal veio a óbito 12 dias após o diagnóstico e na necropsia foi confirmada aconsolidação pulmonar secundária à pneumonia por Klebsiella sp., identificada por análise microbiológica. Aultrassonografia pulmonar mostrou-se uma técnica não invasiva, sensível e eficiente para o diagnóstico depneumonia, sendo este o primeiro relato na espécie Myrmecophaga tridactyla.

Palavras-chave: tamanduá, ultrassom, sistema respiratório

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44. ULTRASSONOGRAFIA INTERVENCIONISTA NO DIAGNÓSTICO DETUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO EM VESÍCULA URINÁRIA

GIOVANNA MARCHESE MITRE1, RAFAELA DA SILVEIRA PRESTES2, IZABELA PATRÍCIO DE SOUZA2,ELIANA MATIAS DE SOUZA2, GLEIDICE EUNICE LAVALLE2, TÚLIO GOMES CAMPOS2, CRISTINA MALM3,

ANELISE CARVALHO NEPOMUCENO3

1. Médica veterinária residente, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MGE-mail: [email protected]. Médicos veterinários, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG3. Docentes da Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo Horizonte, MG

O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é transmitido através da implantação de células tumorais duranteo contato sexual ou outros comportamentos sociais como arranhaduras e mordeduras. No Brasil, a frequência doTVT é bastante elevada, no entanto, existem poucos trabalhos mostrando sua incidência. Os exames de imagemraramente são requeridos para a realização do diagnóstico do TVT, com exceção de casos invasivos na cavidadenasal, órbita ou outros locais incomuns. A biopsia por cistoscopia e a biopsia aspirativa não percutânea guiada porultrassom são os métodos seguros para confirmar a presença de neoplasia vesicais e uretrais. Foi atendida noHospital Veterinário uma paciente canina, fêmea, SRD, castrada com 6 anos de idade, com histórico de hematúriapersistente. No exame ultrassonográfico visualizou-se a presença de estruturas arredondadas hipoecogênicas detamanhos variados medindo entre 0,4 cm a 0,8 cm, aderidas a toda parede vesical e protruindo para o lúmenobliterando o mesmo, sem a evidencia de vascularização ao Doppler colorido. Dentre os diagnósticos diferenciaissugeriu-se processo neoplásico e pólipos. A ultrassonografia intervencionista foi realizada por meio de sondagemvesical e posteriormente foi realizada a análise citológica do material contido na própria sonda uretral. Notou-sepresença de células arredondas em sua maioria degeneradas apresentando padrão de cromatina grosseiro, núcleosproeminentes e citoplasma discretamente basofílico, compatível com TVT. Com o tratamento e controleultrassonográfico seriado, pode-se observar a total remissão do TVT vesical. As metástases de TVT são raras,sendo a maior ocorrência em animais nos quais o tumor persiste por um período maior que dois meses. Podem serencontradas, com menor frequência em vísceras abdominais, raras em fígado e baço. No trato urinário de cãesforam descritas provocando a obliteração do meato urinário externo gerando retenção urinária e bacteriúria. Aultrassonografia é um método não invasivo, de fácil acesso e baixo custo capaz de identificar alterações em bexiga.A biopsia percutânea aspirativa com agulha fina, na suspeita de carcinoma de transição, não é recomendada poisesta técnica pode levar a disseminação nos casos de suspeita de carcinoma de células de transição no trato urinário.O caso atípico de TVT comprometendo unicamente a vesícula urinária relatada demonstra a importância darealização da ultrassonografia intervencionista associada ao procedimento de citologia para o diagnóstico definitivode massas localizadas na vesícula urinária.

Palavras-chave: cão, citologia guiada, bexiga

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45. USO DA FIBROTOSCOPIA PARA DIAGNÓSTICO DEOTITE PARASITÁRIA EM CACHORRO DO MATO (Cerdocyon thous):

RELATO DE CASO

TAHIANA SIQUEIRA QUARESMA¹, LETÍCIA SAIDE DINIZ MARTINS², MARGARETH BALBI³,CRISTIANE DE CASTRO BAZAGA BOTELHO4, JEFERSON ROCHA PIRES5

1. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ2. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ3. Médica Veterinária, Msc, Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária, Profa. Adjunta na Clínica de Pequenos Animais, UNESA - Rio de Janeiro, RJ4. Médica Veterinária, Msc, Pós-Graduação em Dermatologia Veterinária, RADIOVET - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ5. Médico Veterinário, Msc, Pós-Graduação em Clínica e Cirurgia de Animais Selvagens, Prof. de Patologia em Aves e Clínica e Cirurgia de AnimaisSelvagens, UNESA - Rio de Janeiro, RJ

A sarna otodécica é uma patologia que acomete os canais auditivos sendo causada por um ácaro da espécieOtodectes cynotis que é bastante comum em animais domésticos ou selvagens. Os ácaros de ouvido não apresentampredileção por espécie, podendo estar susceptível à infestação qualquer animal que entre em contato com osmesmos. A otocaríase pode ser diagnosticada de diversas maneiras de acordo com o protocolo estabelecido pelomédico veterinário. A fibrotoscopia permite a visualização mais detalhada das estruturas da orelha externa emembrana timpânica proporcionando um diagnóstico mais preciso, além de permitir intervenções terapêuticascomo a lavagem otológica, reduzindo-se desta forma a necessidade de novas contenções químicas no paciente.Relata-se um caso de parasitismo por ácaro da espécie Otodectes cynotis em um cachorro do mato (Cerdocyonthous) que foi apresentado ao CRAS - Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da Universidade Estácio de Sáno Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um jovem adulto que foi encontrado debilitado, no dia 18 de março de2019 pela patrulha ambiental em Charitas, Niterói. Durante a abordagem inicial, constatou-se baixo escore corporale possível alteração otológica. Para realização do exame físico dermatológico e fibrotoscopia foi executada sedaçãopelo seguinte protocolo anestésico: ketamina, midazolan e morfina (por cálculo alométrico) e manutenção compropofol. Na avaliação dermatológica foi observada pelagem sem brilho, descamação furfurácea principal emlinha de dorso e presença de piolho (Trichodectes canis). No exame otológico realizado por fibroscópio na orelhadireita foi observado presença de cerúmen amarelado e ácaros da espécie Otodectes cynotis. Na orelha esquerda,acúmulo de exsudato purulento em toda extensão do canal vertical e horizontal. Após procedimento de lavagemotológica com soro fisiológico foi visualizado a membrana timpânica íntegra. Em seguida, foi coletado materialpara citologia cujo resultado revelou infiltrado inflamatório neutrofílico com muitas bactérias por campo epredominância de coccus. Foi prescrito para o tratamento da otite externa dexametasona (0,2 mg/kg) sistêmica emdose única e pomada otológica a base de daxametasona, gentamicina e clotrasol, com aplicação à cada 48 horas,antitóxico via subcutânea em dose única e uma cápsula de suplemento vitamínico à cada 24 horas. A alimentaçãofoi baseada em frutas, ração de cachorro, ratos e coração de bovino. O animal permanece em recuperação noCentro de Reabilitação da Universidade (CRAS) e assim que totalmente reestabelecido será enviado para a solturaem vida livre. A utilização do fibrotoscópio veterinário foi de extrema relevância para o diagnóstico da patologia.

Palavra-chave: cachorro do mato, otoscopia, otodectes

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46. AVALIAÇÃO DO TEMPO DE PROTROMBINA (TP)E TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA)

EM CÃES PELO COAGULÔMETRO

ANA CATARINA DE VRIES MOURA1, NEWTON MELLO DE ANDRADE FILHO1, AMANDA DE OLIVEIRA ALCANTARA1,ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, ETIENE QUEIROZ DE ABREU3, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER4

1. Discente de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, Programa de Residência em Medicina Veterinária, UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, DSc. Professora.Deparatamento de Patologia e Clínica Veterinári - Niterói, RJ

Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) são testes que avaliam ahemostasia secundária. A interpretação dos resultados é um processo de análise comparativa, onde dados sãocomparados com um intervalo de referência que varia de acordo com a metodologia empregada e da populaçãoavaliada. O objetivo deste trabalho foi obter valores de referência preliminares de TP e TTPA canino e verificar ouso do coagulômetro na rotina laboratorial. Inicialmente os valores de TP e TTPA foram obtidos em triplicata, apartir de plasma controle humanos normais, utilizando kits comerciais específicos e o coagulômetro semi-automático.Em seguida, esses valores foram obtidos em triplicata, usando plasma citratado de quatro cães adultos, raçasdistintas, sem sinais clínicos de doenças e sem alterações em exames laboratoriais. Também foi usado um 'pool'das amostras (100 µL cada) para determinação desses testes. Os resultados de TP e TTPA do plasma controleestavam dentro do valor de referência estipulado pelo fabricante (TP 11-16s e TTPA 24-39s). O resultado da médiade TP dos cães foi de 9,9s (8,8 - 11,0s) e de TTPA 12,8s (10,6 -13,9s). Os resultados das médias dos valores de TPe TTPA do 'pool' foram de 9,6s e 11,6s respectivamente. Diante dos dados obtidos do plasma controle e do plasmados cães, constatou-se repetibilidade e reprodutibilidade dos resultados do coagulômetro. E conclui-se que essesdados poderão ser utilizados como valores preliminares para o estabelecimento de um intervalo de referência paracomparação aos obtidos com plasmas de cães com doenças distintas.

Palavras-chave: coagulação, cães, tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada

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47. NEOPLASIA MESENQUIMAL ASSOCIADA A ADENOMA DEGLÂNDULAS ANAIS EM COELHO - RELATO DE CASO.

JÉSSICA KAROLINE DE OLIVEIRA CHAVES1, CIRO EUGENIO DA SILVA DE OLIVEIRA1,RAYANE CHRISTINE P. ASSIS2, THALITA XAVIER A. SILVA3, MARISA BEATRIZ DA SILVA ROCHA3,

GABRIELA OLIVEIRA PEREIRA4, DEBORA AZEVEDO BORGES5

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária. Instituto de Veterinária (IV), Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJE-mail: [email protected] - bolsista IC (PIBIC/UFRRJ)2. Bolsista de Apoio Técnico, Departamento em Parasitologia Animal (DPA), Anexo 1, IV, UFRRJ - Seropédica, RJ3. Médico Veterinário, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ4. Médica veterinária. Residente em Anatomia Patológica Animal, Setor de Anatomia Patológica, Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ5. Médica Veterinária. MSc. PPGCV, Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ

Os coelhos aumentaram em popularidade como animais de companhia nos últimos anos e, devido à melhorescuidados, sua expectativa de vida aumentou, abrindo margem para problemas associados à idade avançada, comoo surgimento de neoplasias. Apesar da baixa frequência de processos neoplásicos, a maioria dos relatos foramdescritos de animais em condições de laboratório. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um coelho da raçaNova Zelândia, com 4 meses de vida, proveniente do plantel do Laboratório de Quimioterapia Experimental emParasitologia Veterinária (LQEPV) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), aprovado peloComitê de Ética de Utilização de Animais sob protocolo 7699190418, diagnosticada com neoplasia maligna deorigem mesenquimal sugestiva de rabdomiossarcoma, associada a adenoma de glândulas anais. Ao exame físico,todos os sistemas orgânicos se apresentaram dentro da normalidade, com exceção da presença de uma massamultinodular, elevada, crostosa e de coloração vermelho-esbranquiçado localizado na região perineal, causandouma deformidade na área. Devido a impossibilidade de manutenção e tratamento de animais com suspeita deneoplasias, o animal foi submetido a eutanásia e enviado ao Setor de Anatomia Patológica da UFRRJ para necropsiae avaliação histopatológica. Durante a necropsia, fragmentos da massa perineal foram coletados e enviados paraanálise histopatológica, revelando a presença de áreas de proliferação de células neoplásicas de origem mesenquimaloriundas da musculatura estriada esquelética em permeio à fibras estriadas esqueléticas com arquitetura histológicainalterada. Um fino estroma fibroso foi observado sustentando tais células neoplásicas que, por sua vez,apresentaram-se com acentuado pleomorfismo, anisocariose e anisocitose. Um foco de necrose tumoral e êmbolode células tumorais entremeados a fibrina no interior de vasos sanguíneos foram registrados, além da presença deuma figura de mitose atípica. Também foi descrito um acúmulo citoplasmático de material mixoide em área focale áreas com núcleos picnóticos e perda nuclear (necrose tecidual). Além disso, a glândula anal apresentou proliferaçãode células epiteliais em arranjo tubular, circunscritas por fibras estriadas esqueléticas e colágeno maduro. A epidermese apresentou com áreas de ulceração e supuração. Baseado nos achados descritos, confirmou-se o diagnóstico deneoplasia mesenquimal e adenoma de glândulas anais. Em suma, a associação dessas neoplasias é uma ocorrênciaincomum em coelhos, principalmente jovem e, devido ao comportamento agressivo, apresentam um prognósticodesfavorável.

Palavras-chave: tumor, lagomorfo, histopatologia

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48. CARCINOMA MAMÁRIO COM DIFERENCIAÇÃO SEBÁCEA EM CÃO:RELATO DE CASO

LETÍCIA VILELA SILVA DAS CHAGAS1, GUILHERME REIS BLUME2, ANDRÉ SANTOS LEONARDO3,RÔMULO SANTOS ADJUTO ELOI3, LETÍCIA BATELLI OLIVEIRA3, ROBESPIERRE SOARES RIBEIRO4,

FABIANO JOSÉ FERREIRA DE SANT'ANA2

1. Discente em Medicina Veterinária. Laboratório de Diagnóstico Patológico Veterinário (LDPV), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, BrasilE-mail: [email protected]. Laboratório de Diagnóstico Patológico Veterinário (LDPV), UnB, Brasília, DF, Brasil3. Laboratório Histopato-Análise Anatomopatológica Veterinária, Brasília, DF, Brasil4. Médico Veterinário, Clínica Veterinária Amigo Meu, Brasília, DF, Brasil

Tumores de mama são as neoplasias mais frequentes relatadas em cadelas, com comportamento, prognósticoe origem histológica diferentes. Morfologicamente, manifestam-se como nódulos circunscritos de tamanho,consistência e mobilidade variáveis, podendo estar associados com ulcerações na pele e reações inflamatóriassecundárias. O carcinoma com diferenciação sebácea é uma neoplasia epitelial mamária maligna incomum,caracterizada pela diferenciação sebácea de algumas células típicas do próprio carcinoma. Nesse contexto, aclassificação histopatológica do câncer de mama avalia a arquitetura da neoplasia e as variações morfológicas donúcleo, que se relacionam diretamente com o poder de agressividade do tumor. Esses fatores determinam ocomportamento biológico da doença e a conduta terapêutica a ser seguida. Uma cadela Shih Tzu, de 5 anos deidade, apresentou nódulos em glândula mamária abdominal cranial, sendo realizada mastectomia parcial composterior análise histopatológica. Na macroscopia, foi encontrado o fragmento parcial de cadeia mamária, quemedia 4,1 x 2,7 x 0,8 cm, com nódulo de 0,5 cm de diâmetro, não ulcerado, firme, regular e com superfície de corteesbranquiçada. Após coloração com Hematoxilina-Eosina, verificou-se que o fragmento estava comprometido porlesão neoplásica, hipercelular, homogênea, demarcada, não encapsulada e infiltrativa. O arranjo do tumor era, emsua maioria, sólido, apresentando células com diferenciação sebácea sustentadas por moderado estroma fibrovascular.As células epiteliais eram cúbicas e globosas, com bordo citoplasmático moderado, eosinofílico e com núcleoarredondado, por vezes duplo; cromatina pontilhada, com núcleo único, médio e evidente. O pleomorfismo eramoderado, com duas mitoses em dez campos/400x. Notou-se menos de 10% de formações tubulares. Os vasos emargens estavam livres de células neoplásicas. Diante disso, foi possível concluir que se trata de um carcinomamamário com diferenciação sebácea de grau 2. Carcinomas mamários com diferenciação sebácea são neoplasiasprimárias mamárias incomuns, apresentando sebócitos maduros e bem diferenciados entre células acinaresneoplásicas. Dessa maneira e considerando esse tipo de carcinoma um tipo especial de neoplasia mamária comatividade metastática, recomenda-se acompanhamento oncológico, exames laboratoriais e de imagem periódicospara avaliação do caso.

Palavras-chave: neoplasia mamária, oncologia, sebócito

101VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

49. PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES DIGESTÓRIAS ANTESE APÓS A RINOPLASTIA DE CÃES BRAQUICEFÁLICOS ATENDIDOS

NO PROJETO NARIZINHO - UFF

GABRIELLA SOUZA L. BEZERRA DOS SANTOS1, AGUINALDO FRANCISCO M. JÚNIOR2,PÂMELA CRISTINA S. DUARTE3, MARINA RIBEIRO HOTZ4, KARINA FERREIRA VAZ5, ANA MARIA B. SOARES6

1. Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Doutorando em Medicina Veterinária - Clínica e Reprodução, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJ3. Graduando em Medicina Veterinária, Univ. Federal Fluminense (UFF) - Fac. de Veterinária - Niterói, RJ4. Graduando em Medicina Veterinária, Univ. Fed. Fluminense (UFF) - Fac. de Veterinária - Niterói, RJ5. Graduando em Medicina Veterinária, Univ. Fed. Fluminense (UFF) - Fac. de Veterinária - Niterói, RJ6. Profa. associada depto. de Patologia e Clínica Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Fac. de Veterinária - Niterói, RJ

A seleção através de cruzamentos em cães braquicefálicos, resultou no surgimento de alterações anatômicasobstrutivas em vias aéreas anteriores que os predispõe ao desenvolvimento da Síndrome do Braquicéfalo, levandoà importantes disfunções no trato respiratório e gastrointestinal. A sintomatologia típica dos animais portadoresdesta síndrome são intolerância ao exercício e ao calor, dispneia, síncope, sendo também comum a ocorrência desinais gastrointestinais como vômitos, regurgitação, engasgos e sialorreia. O presente estudo teve como objetivocomparar a prevalência dos principais sinais clínicos gastrintestinais apresentados por cães portadores da síndromedo braquicéfalo antes e depois da realização da rinoplastia. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e UsoAnimal (CEUA) sob o protocolo 686/2015. Foram avaliados 35 cães braquicefálicos, machos e fêmeas com idadeentre 3 meses e 7 anos, atendidos pelo Projeto Narizinho, no Hospital Universitário de Medicina VeterináriaFirmino Mársico Filho, da Universidade Federal Fluminense. Para participação dos animais no estudo, os tutoresassinaram um termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os sinais clínicos avaliados foram: engasgos,regurgitação, vômito e disfagia. Para a comparação da frequência de prevalência foi utilizada a seguinte escala:sendo 0 = ausente, 1 = ocasional, 2 = frequente e 3 = muito frequente. Foi realizada análise estatística descritiva efoi constatado que, em relação ao engasgo pré e pós-cirúrgico, obteve-se que 22,8% dos cães reduziram a 0(ausente) o número de engasgos. Houve um aumento de 2,9% na variável ocasional (1), uma melhora de 22,9% e2,8% nas variáveis frequente (2) e muito frequente (3), respectivamente. Quanto à regurgitação pré e pós-cirúrgica,houve uma melhora significativa em todas as variáveis. Foi observado que 48,6% dos animais reduziu à 0 (ausente),20,1% para 1; 20% para 2 e não houve relatos de sinais muito frequentes (3). No caso dos vômitos pré e pós-cirúrgicos, nota-se alterações em todas as variáveis, sendo uma melhora de 40% quanto à ausência (0) de vômitosno pós-cirúrgico, diminuição de 25,7% para ocasional (1); 2,8% para 2 (frequente); e 11,4% para 3 (muito frequente).Por fim, foi relatada a disfagia pré e pós-cirúrgica, obtendo uma melhora de 14,3% para 0 e 8,6% para 2. Navariável 1 o valor se manteve o mesmo e quanto a variável 3 não houve relatos de sinais muito frequentes. Concluímosque houve uma melhora significativa nas alterações digestórias ao compararmos suas prevalências pré e pós arinoplastia, o que indica que o tratamento cirúrgico nesses animais pode promover um abrandamento dos sinaisclínicos assim como uma melhora na qualidade de vida.

Palavras-chave: Síndrome braquicefálica, bem-estar animal, trato digestório

102 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

50. ARTÉRIA RENAL DUPLA EM CÃES: RELATO DE CASOS

DANIEL MARQUES LEOPOLDINO GUERRA1, ERICK CANDIOTA SOUZA2, VITORIA DE OLIVEIRA RODRIGUES3,AMARÍLIS DÍAZ DE CARVALHO4, PAULO DE SOUZA JUNIOR5

1. Discente de graduação em Medicina Veterinária, Laboratório de Anatomia Animal, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) - CampusUruguaiana - Uruguaiana, RS. E-mail: [email protected] (Bolsista do Programa de Desenvolvimento Acadêmico da UNIPAMPA)2. Discente de graduação em Medicina Veterinária, UNIPAMPA - Uruguaiana, RS - (bolsista IC)3. Discente de graduação em Medicina Veterinária, UNIPAMPA - Uruguaiana, RS4. Médica Veterinária, PhD, MSc, Laboratório de Anatomia Animal, UNIPAMPA - Uruguaiana, RS5. Médico Veterinário, PhD, MSc, Laboratório de Anatomia Animal, UNIPAMPA - Uruguaiana, RS

O rim canino é um órgão que possui alta vascularização provida por uma artéria e uma veia para cada rim.Ocasionalmente, variações numéricas são encontradas nos vasos renais de espécies domésticas e silvestres. Taisvariações são de especial interesse em cirurgia, principalmente para as nefrectomias, as quais demandam ligadurados vasos renais. O objetivo deste trabalho é relatar dois casos de variação numérica nas artérias renais de cães.Durante as atividades de dissecação da disciplina de Anatomia Topográfica dos Animais Domésticos, foramreconhecidos dois casos de artéria renal dupla esquerda em cães, um macho e uma fêmea. Os cadáveres foramdoados após morte por doença oncológica em hospital veterinário (autorização CEUA 047/2017) e fixados econservados com solução de formaldeído a 10% para uso em aulas práticas de anatomia. Os rins e vasos renaisforam dissecados e, posteriormente, mensurados com paquímetro digital (precisão ± 0,01 mm). O espécime fêmeaera adulto, mestiço, com massa corporal de 26 kg e apresentou duas artérias renais esquerdas com distância de11,94 mm entre si. A artéria mais cranial tinha 45,01 mm de comprimento desde a parte abdominal da artéria aortaaté o hilo renal e a artéria caudal 43,60 mm. A artéria caudal possuía uma bifurcação antes de adentrar no hilo, aapenas 13,71 mm a partir de sua origem, o que resultava em três artérias penetrando no hilo. O rim esquerdo mediu62,42 x 36,70 x 34,64 mm. O espécime macho também era adulto, mestiço, com massa corporal de 14 kg, apresentavadistância de 10,38 mm entre as duas artérias renais esquerdas. A artéria mais cranial tinha 25,73 mm de comprimentoe a caudal 23,21 mm. Seu rim esquerdo media 51,81 x 33,46 x 23,66 mm. Em ambos os cadáveres, a artéria renaldireita e as veias renais, esquerda e direita, eram únicas. A ocorrência de artéria renal dupla no cão doméstico foirelatada em até 15% dos animais, surgindo mais comumente no antímero esquerdo, conforme os dois casos relatadosno presente trabalho. Relatos de variações numéricas e de ramificações dos vasos renais são importantes, poisalertam o cirurgião veterinário sobre a possibilidade de precisar realizar ligaduras adicionais inesperadas de vasosrelativamente calibrosos durante a nefrectomia.

Palavra-chave: carnívoros, urologia, variação anatômica

Órgãos de Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS)

103VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

51. ASTENIA CUTÂNEA EM UM CÃO DA RAÇA YORKSHIRE:RELATO DE CASO

MARIANA CARNEIRO CADENA1, JULIANA MOURA MARQUES2, BIANCA DA SILVA SALMON POMPEU 3

1. Discente, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Campus Barra III - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, UpaPet - Rio de Janeiro, RJ3. Médica Veterinária, MSc. UNESA - Campus Barra III - Rio de Janeiro, RJ

Astenia Cutânea é uma colagenopatia mais conhecida como hiperelastose cutânea ou síndrome de EhlersDanlos em humanos, e caracteriza-se como um distúrbio congênito do colágeno, proteína fundamental do organismo,sendo o principal componente da matriz extracelular. O colágeno desempenha funções estruturais e de manutençãoda integridade tecidual, proporcionando aos tecidos força de tensão, flexibilidade e extensibilidade. A força tênsilda pele dos cães com astenia fica reduzida em até 40 vezes, resultando em uma pele que mostra hiperextensibilidade,frágil, que se rompe facilmente por traumas mínimos, além de reter umidade e oleosidade ocasionando dermatitescutâneas. O diagnóstico da patologia baseia-se no histórico, achados clínicos e histopatológicos, e índice deextensibilidade cutânea, sendo considerado patológico um índice maior que 14,5% em cães. O trabalho descreveuma doença congênita rara, sem tratamento efetivo, sendo de grande importância para a atualização dos profissionaismédicos veterinários da clínica de pequenos animais, contribuindo para o conhecimento científico. Assim, o objetivodeste trabalho é relatar o caso de um canino portador de astenia cutânea, descrevendo o tratamento cirúrgicopaliativo para reduzir o excesso de pele. Aos seis anos de idade, uma cadela da raça Yorkshire, foi atendida emuma clínica veterinária particular na zona oeste do Rio de Janeiro, trazida pelo seu tutor, com a queixa clínica deodor fétido e excesso de pele em diversas áreas do corpo desde filhote. Ao exame clínico os parâmetros vitaisencontravam-se normais e suspeitou-se tratar de astenia cutânea, tendo em vista sinais de pele hiperextensível edados relatados na anamnese; quadro persistente desde a primeira idade. Realizado a medição do grau dehiperextensibilidade, o canino apresentava na região do pescoço 39% (20 cm verticalmente) e na região dorsolombar 33% (garupa - 17 cm), nos membros anteriores e posteriores observava-se também bastante flacidez,sendo identificadas diversas dobras cutâneas difusamente e ptose palpebral nos dois olhos. O procedimento cirúrgicoreconstrutivo foi a terapia de eleição, iniciando pela resseção da região lombar e posteriormente da região dopescoço. Por questões financeiras o órgão não foi enviado para análise histopatológica. A recuperação pós-operatóriafoi satisfatória e a resolução foi imediata. Conclui-se então, sendo pouco descrita em literatura, sem experimentoscom fármacos como tratamento alternativos, tratar-se de uma doença que necessita de procedimento cirúrgicocorretivo, garantindo uma melhoria na qualidade de vida e longevidade dos animais.

Palavra-chave: dermatosparaxia, colagenopatia, cirurgia reconstrutiva

104 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

52. INGESTÃO DE RESÍDUO ANTRÓPICO EM Chelonia mydas(LINNAEUS, 1758) - RELATO DE CASO

MARIANA CARNEIRO CADENA1, BIANCA DA SILVA SALMON POMPEU2, JEFERSON ROCHA PIRES3

1. Discente, Medicina Veterinária, Universidade Estácio de Sá (UNESA) - Campus Barra III - Rio de Janeiro, RJ.E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, MSc, UNESA - Campus Barra III - Rio de Janeiro, RJ3. Médico Veterinário, Biólogo, MSc, UNESA - Campus Barra III - Rio de Janeiro, RJ

A Tartaruga-Verde, Chelonia mydas, é uma das cinco espécies de tartarugas marinhas que habitam o litoralbrasileiro, sendo encontrada em águas costeiras com muita vegetação, principalmente em ilhas ou baías, apresentandona fase adulta uma dieta alimentar estritamente herbívora. Levando em consideração o crescimento populacionaldas cidades costeiras e da ação de pescadores, há também o crescimento na quantidade de resíduos despejados nosoceanos, representando uma grande ameaça à fauna marinha. Assim, a cada dia mais o ambiente natural da C.mydas, e de outras espécies marinhas, é invadido por resíduos antrópicos. Essa influência da ação humana acabapor gerar grandes problemas na fauna marinha como, principalmente, a ingestão desse lixo pelos animais. Aingestão pode acontecer de forma acidental, quando o lixo é ingerido junto à outros alimentos ou, intencional,quando o lixo é confundido com alimentos verdadeiros. Estes resíduos podem causar obstrução e impactação dotrato gastrointestinal, distensão gástrica, rompimento de vísceras, produção e acúmulo de gás, necrose, úlcera naparede do trato e intoxicação, além de caquexia, apatia e anorexia, podendo levar a tartaruga marinha à morte porinanição. O conhecimento dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos corretos, se faz de grande importânciapara a atualização dos médicos veterinários e demais profissionais que trabalham com a conservação e reabilitaçãode espécies marinhas, contribuindo para retratar o cenário atual dos oceanos. Portanto, o objetivo desse trabalhofoi relatar o caso de uma C. mydas com corpo estranho linear, pesando 10,400 quilos e medindo 46 centímetros decomprimento curvilíneo de carapaça, descrevendo o tratamento cirúrgico para a retirada do resíduo ingerido. Oanimal chegou ao CRAS - Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (UNESA/RJ) trazido pela PatrulhaAmbiental, e ao exame clínico apresentava-se prostrado, parâmetros vitais dentro da normalidade para a espécie,além de apresentar fibropapilomas na inserção das nadadeiras e em parte do pescoço. Foi realizado exameradiográfico da cavidade celomática, observando-se áreas com acúmulo de gás. Além disso, foi realizado examede celioscopia, sendo identificado pregueamento de porção intestinal. A celiotomia foi o procedimento de eleiçãopara a retirada do corpo estranho, iniciado com o acesso inguinal e então o acesso axilar, o qual é pouco descritoem literatura e experimentos. O transoperatório foi satisfatório, com a retirada completa do corpo estranho linear.Conclui-se então, que o procedimento cirúrgico de celiotomia é a técnica de eleição nestas situações, sendoimportante o diagnóstico correto e precoce objetivando a sobrevida do animal e conservação da espécie.

Palavras-chave: ecologia marinha, tartaruga-verde, celiotomia

105VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

53. OCORRÊNCIA DE PARASITOS GASTROINTESTINAIS ENCONTRADOSEM FEZES DE ANIMAIS ERRANTES DA ILHA GRANDE, RJ

BRENA GAVA GUIMARÃES1, GABRIELA PEREIRA S. ALMEIDA1, DEBORA AZEVEDO BORGES2,ROXANNE MARINA S. ROQUE3, JULIANA PEREIRA DE FREITAS2, JOÃO PEDRO COUMENDOUROS SCOTT4,

BÁRBARA RAUTA DE AVELAR2, FABIO BARBOUR SCOTT5.

1. Médica Veterinária, Programa de Residência Veterinária, Instituto de Veterinária (IV), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ3. Discente, Curso de Medicina Veterinária, IV, UFRR -. Campus Seropédica, RJ4. Discente, Curso de Engenharia Agronomia, IA, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ5. Médico Veterinário, PhD. Professor DPA, Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ

Tem crescido o número de cães e gatos com acesso a locais frequentados pela população, e consequentementeo número de fezes depositadas nesses locais, o que aumenta a expectativa de contaminação do solo com possíveisagentes zoonóticos, visto que estes animais exercem um papel significativo como hospedeiros definitivos paraalgumas espécies de helmintos e protozoários, que podem causar enfermidades importantes para o ser humano. Oobjetivo do trabalho foi avaliar a ocorrência desses parasitos gastrointestinais na comunidade da enseada do Sacodo Céu, Ilha Grande - RJ. Um total de 26 amostras fecais oriundas de animais errantes foi coletado de pontosdistintos do local de estudo, identificadas e acondicionadas em caixa isotérmica, e enviadas ao Laboratório deQuimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ondeforam submetidas a análise por dois tipos de técnicas coproparasitológicas: Centrífugo-flutuação simples comsolução saturada de açúcar (CFS) utilizada para diagnóstico de ovos, e Ueno (modificada) para diagnóstico delarvas. Das 26 amostras, 15 (57,69%) foram positivas na técnica de CFS para os seguintes parasitos: ovos deAncylostoma spp. (30,77%), Trichuris sp. (23,08%), Capillaria sp. (7,69%), Taenidae (3,85%), Toxocara spp.(3,85%) e oocistos de coccídios (11,54%). Foram observadas infecções associadas de Ancylostoma spp. e Trichurissp. em quatro amostras (15,38%). Na técnica de Ueno, somente 24 amostras foram suficientes para processamento,das quais 10 (41,67%) foram positivas para larvas de nematoides: quatro (16,67%) com larvas de primeiro estágio,quatro (16,67%) com larvas degeneradas, uma (4,17%) com larvas de terceiro estágio e uma (4,17%) com nematoidesadultos de vida livre. Aproximadamente 23% das amostras foram positivas em ambas as técnicas. O parasito demaior ocorrência na região estudada foi Ancylostoma spp., parasito do trato intestinal de cães e gatos, e responsávelpor causar larva migrans cutânea em humanos, com o ciclo errático do helminto através da penetração da larvainfectante na pele; das oito amostras que continham ovos morulados ou larvados de Ancylostoma spp. na técnicade CFS, seis (75%) apresentaram larvas na técnica de Ueno, sendo possível concluir que o ambiente analisadopossui condições adequadas para o desenvolvimento e sobrevivência das larvas, o que favorece uma possívelinfecção de cães, gatos e humanos; ressaltando que também foram observados ovos e oocistos de outros parasitos,dentre eles ovos de Toxocara spp., que parasita o intestino delgado de cães e gatos, e é responsável pela larvamigrans visceral, cuja infecção ocorre pela ingestão de ovos larvados.

Palavra-chave: exame coproparasitológico, contaminação, epidemiologia

106 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

54. USO DO AZUL PATENTE PARA IDENTIFICAÇÃO DOLINFONODO SENTINELA EM CADELA COM NEOPLASIA MAMÁRIA:

RELATO DE CASO

PATRÍCIA GITAHY ZENI1, GABRIEL MONTORO NICÁCIO2, ROBERTTA GITAHY FREIRE3

1. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais. Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE)Presidente Prudente, SP. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, MSc, Docente no curso de Medicina Veterinária, Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) - Presidente Prudente, SP3. Discente em Medicina Veterinária, Centro Universitário Serra dos Órgãos - Teresópolis, RJ

Os tumores de mama estão cada vez mais recorrentes em cadelas idosas, à medida que novos tratamentossurgem e prolongam ainda mais a vida dos animais domésticos. Como estão surgindo várias técnicas que auxiliamno tratamento, bem como na realização de exérese para análise de células provenientes de metástase do tumormamário, o presente relato objetivou demonstrar a utilização do azul patente a 2,5% para identificação do linfonodosentinela e drenagem linfática de tumor mamário em uma cadela. O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo dacadeia linfática que recebe drenagem de determinada região, normalmente corresponde ao primeiro local deimplantação tumoral, com impacto no estadiamento de diversos tumores. No presente relato, um canino fêmeaapresentando tumores em M5 e M4 bilaterais, M3 e M2 esquerda que tinham de 1,5cm a 5cm de tamanho foisubmetido à aplicação intradérmica do azul patente a 2,5%, na região peritumoral em M2 e periaureolar em M1,buscando-se demarcação dos vasos linfáticos e linfonodo axilar. O linfonodo axilar está localizado junto ao plexoaxilar, envolto em uma massa de gordura ventral à artéria toracodorsal, na região entre a primeira e a segundacostela. Para chegar até este linfonodo, foi feita a divulsão do tecido cautelosamente até visualização do mesmocorado pelo azul patente. A excisão do linfonodo corado ocorreu posteriormente a ovariosalpingohisterectomia emastectomia unilateral esquerda. A administração intradérmica do azul patente a 2,5%, na dose de 2 mg/kg, mostrou-se eficaz para identificação do linfonodo sentinela neste caso, auxiliando sua ressecção, que é de grande importânciapara o estadiamento do tumor e estabelecimento do prognóstico, sem oferecer efeitos colaterais. Esta técnica ébarata e segura, tem como objetivo identificar linfonodo axilar que é de difícil acesso e visualização, quando nãoestá reativo.

Palavras-chave: azul patente, linfonodo sentinela, neoplasia mamária

107VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

55. PRESENÇA DE AGREGADOS PLAQUETÁRIOSNA INTERPERTAÇÃO DE TROMCITOPENIAS EM CÃES E GATOS:

ESTUDO RETROSPECTIVO

MARIA BEATRIZ A.A. RIBEIRO1, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, JULIET CUNHA BAX3,ETIENE QUEIROZ DE ABREU4, BRUNO WEBBER KLASER5, BRUNA BATISTA DO CARMO6,

NEWTON MELLO A. FILHO7, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER8

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária (FV), Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV) (Clínica e Reprodução), FV, UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, PPGMV (Clínica e Reprodução), FV, UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, Programa de Residência em Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ5. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo, RS6. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ7. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ8. Médica Veterinária, DSc. Professora, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

A trombocitopenia é caracterizada pela diminuição do número de plaquetas circulantes devido a distúrbiosde produção ou por redução da sobrevida plaquetária (perda, consumo, destruição). A trombocitopenia pode estarrelacionada a valores falsamente reduzidos (pseutrombocitopenia) na contagem de plaquetas, em contadoresautomatizados ou manualmente devido a formação de agregados plaquetários. O objetivo desse trabalho foi avaliara ocorrência de trombocitopenia relacionada à presença de agregados plaquetários. Para realização deste trabalhoforam revisadas 141 fichas de hemogramas de cães e gatos hígidos, atendidos no Hospital Universitário Veterinário,de janeiro a agosto de 2019. As amostras de sangue foram obtidas por punção venosa, coletadas em tubo comEDTA e processadas no Contador Hematológico Automatizado Veterinário BC-2800 Mindray® e a hematoscopiafoi realizada por microscopia óptica nos aumentos de 100 a 1000x. Das 141 amostras analisadas, 34,8% (49)apresentaram trombocitopenia (60.000 a 190.000 µL). Dentre as amostras com trombocitopenia, 65% (32) possuíamagregação plaquetária na avaliação do esfregaço sanguíneo, sendo que, 47% (23) apresentaram frequentes agregados,12% (6) alguns e 6% (3) raros. Os contadores hematológicos automáticos são de extrema importância para a rotinalaboratorial, mas é um método muito susceptível a erros, pois não conseguem identificar todas as característicasglobulares sanguíneas significativas, identificadas pelo patologista. Mesmo diante de diversas doenças que levama trombocitopenia na clínica veterinária, é importante avaliar a qualidade da amostra enviada e os achadoshematológicos, como a presença de agregados (tamanhos e frequência) que pode resultar numa diminuição acentuadano número de plaquetas. Diante dos dados obtidos, conclui-se que a hematoscopia é fundamental na diferenciaçãode trombocitopenias causadas por doenças daquelas que são pseudotrombocitopenias, causadas por fatores pré-analíticos que interferem na avalição laboratorial, principalmente automatizada, evitando assim, interpretaçõesque podem levar a diagnósticos e condutas terapêuticas inadequadas para o paciente.

Palavras-chave: plaquetas, automação, agregação

108 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

56. ESTUDO PRELIMINAR DAS ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMAPELA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE EDTA EM AMOSTRAS DE

FELINOS NEFROPATAS

VICTÓRIA DE MELLO SILVA1, MARTHIELLEN ROOSEVELT L. FELIX1,GABRIELLY FERREIRA SANTOS1, RENATA BARBOSA FARIA1, HANNA LAVAGNOLE NASCIMENTO1,

JULIET CUNHA BAX2, ALINE SILVA M. QUEIROZ3, ALINE MOREIRA DE SOUZA4

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária (FV), Univ. Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ.E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução) FV, UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, Técnica de nível superior, FV, UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, DSc. Professora, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

O hemograma é um dos exames laboratoriais mais utilizados na rotina clínica veterinária como apoio aodiagnóstico, fornecendo informações sobre todas as células sanguíneas. O anticoagulante mais utilizado é o EDTA,que altera a morfologia ou pode deteriorar as células. Somado a isso, a demora para o processamento e o excessode anticoagulante em cada tubo dificultam ainda mais um laudo fidedigno. Em felinos nefropatas, essas alteraçõespodem ser ainda mais significativas, pela maior fragilidade das células sanguíneas. O objetivo desse trabalho foiavaliar, sob concentrações variadas de anticoagulante, as intercorrências nos parâmetros hematológicos de felinosnefropatas. O estudo foi feito com 17 animais atendidos no Hospital Universitário de Medicina Veterinária ProfessorFirmino Mársico Filho (HUVET) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense. As coletasforam realizadas por venopunção cefálica ou jugular e o sangue foi dividido em três tubos nos volumes de A -0,500 ml (1,8 mg de EDTA/mL de sangue), B - 0,250 ml (3,6 mg de EDTA/mL de sangue) e C - 0,125 ml (7,2 mgde EDTA/mL de sangue) e processados de forma automatizada em até 2 horas após coleta. Esfregaços sanguíneosde todas as amostras foram corados em corante instantâneo. Os valores médios de hematócrito foram para o grupoA: 35%, para o grupo B: 35,44% e pra o grupo C: 35,41%. Os valores médios da leucometria global para os gruposA, B e C foi de 11.717,65/µL, 11.300,00/µL e 11.294,12/µL, respectivamente. Já as plaquetas tiveram médias nocontador hematológico de: 132.588,24/µL, 126.294,12/µL e 134.823,53/µL e no esfregaço sanguíneo de: 211.312,50/µL, 221.233,33/µL e 200.883,33/µL para cada grupo. Os resultados sugerem discreto aumento do hematócrito ediminuição da leucometria que podem estar relacionados ao intumescimento de hemácias e ao aumento da destruiçãode leucócitos, proporcional ao aumento da concentração de EDTA nas amostras. A plaquetometria teve variaçãoinconstante entre os volumes. Sabe-se que a avaliação da plaquetometria em felinos é complexa, pelo volume dasplaquetas se compararem ao dos eritrócitos e pelos frequentes agregados plaquetários comumente observadosdevido as dificuldades de coleta nessa espécie. Porém, evidenciaram-se todas as médias da estimativa no esfregaçomaiores do que no contador, demonstrando a importância da hematoscopia. Este trabalho preliminar mostroupequena variação quantitativa das células em amostras sanguíneas com volume inadequado (1/2 e 1/4 do volumeindicado no tubo de coleta). Importante ressaltar que esse estudo está sendo ampliado para aumentar o número deamostras, observar a morfologia celular e avaliar se esse comportamento se mantém em tempos maiores deprocessamento, fato corriqueiro na rotina clínica veterinária.

Palavras-chave: parâmetros hematológicos, felinos, doença renal

109VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

57. EMPLEO DE DEXMEDETOMIDINA COMO ADYUVANTEEN BLOQUEOS LOCO-REGIONALES DEL MIEMBRO POSTERIOR

DEL CANINO, INFORME PRELIMINAR

ANDREA ZACCAGNINI1,2, JULIETA MALLEA2, LUCIANA OLIVETO2, FLORENCIA MICELLI2, PABLO COMPANYS2,SILVINA ROMERO2, GERMÁN CHÁVES2, EDUARDO ESJAITA1,2

1. Veterinario(a). Cátedra de Anestesiología y Algiología. Facultad de Ciencias Veterinarias (FCV), Universidad de Buenos Aires (UBA)Buenos Aires, Argentina2. Veterinario(a). Servicio de Anestesiología, Hospital Escuela de la FCV, UBA - Buenos Aires. Argentina. E-mail: [email protected]

El empleo de adyuvantes con el objetivo de prolongar la duración de la analgesia en la anestesia loco-regional, se viene estudiando desde hace tiempo en medicina humana. Sin embargo, en medicina veterinaria noexisten estudios clínicos que aporten datos concluyentes. El objetivo del presente estudio fue evaluar el tiempo deduración de los bloqueos loco-regionales al adicionar dexmedetomidina (1ug/ml) a una solución de lidocaína al2% sin epinefrina(s/e). Se emplearon 27 caninos provenientes del Hospital Escuela de la Facultad de CienciasVeterinarias de la UBA, que fueron sometidos a distintos procedimientos quirúrgicos del miembro posterior. Elestudio se encuentra aprobado por el comité de ética (CICUAL). La población se distribuyó de la siguiente manera:edad de 4 meses a 12 años, peso de 1,25 a 28 kg (media =13,47), ASA 2 (n = 25), ASA 3 (n = 2). Los procedimientosrealizados fueron: ruptura de ligamentos cruzados (7), luxación rotuliana (7), exéresis de cabeza y cuello femoral(7), artrodesis de tarso (4) y osteosíntesis (2). Los animales se asignaron aleatoriamente a 2 grupos: GL ( n = 13,lidocaína 2% s/e) y GLD (n = 14, lidocaína 2% s/e con dexmedetomidina). Se utilizó un protocolo anestésicohabitual: premedicación con acepromacina y fentanilo, inducción con propofol y mantenimiento con isoflurano.Se realizó el bloqueo del nervio femoral (abordaje pre-ilíaco) y del nervio ciático (abordaje parasacral o lateral),con un neuroestimulador 2 Hz, 1mA y 0,1 ms, a razón 0,15 ml kg-1 por punto de bloqueo. El rescate analgésicointraoperatorio se planificó con fentanilo 2 ug kg-1 IV. Al final de la cirugía los pacientes recibieron meloxicam(0,2 mg kg-1 SC). La evaluación de la duración del bloqueo se realizó utilizando la escala de dolor de Glasgow(CMPS), comenzando a los 20 minutos (min) post-entubación y cada 15 hasta que el valor fuera ? 5/20 o 6/24,dando por finalizada la duración del bloqueo y aplicando tramadol (3 mg kg-1 IV) como rescate. La duración delas cirugías fue de 35 a 148 min (media = 67,15); el tiempo entre la inyección hasta el inicio de cirugía fue de 25a 60 min (media = 37,8). Se rescataron en el intraoperatorio 9 de 27 casos, en relación al estímulo quirúrgico. Laduración del bloqueo en el grupo GL fue de 130 a 257 min (media = 167,33) y grupo GLD de 161 a 307 min(media = 227). En este estudio clínico el bloqueo fue eficaz en el 70% de los casos. El agregado de dexmedetomidina(1ug/ml) a la solución de lidocaína al 2% s/e, resultó en un aumento del tiempo de duración del bloqueo de un 34%(diferencia de media GL- GLD = 59,74 minutos). Se necesita un número mayor de animales para confirmar queestos hallazgos sean estadísticamente significativos.

Palavras-chave: bloqueos, dexmedetomidina, caninos

El presente estudio se realizó en el marco del proyecto UBACyT 20720170200021BA

110 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

58. ALTERAÇÕES NOS ÍNDICES PLAQUETÁRIOS E PLAQUETOMETRIAEM CADELAS COM GLOMERULONEFRITE

CARLA GABRIELA B. PALERMO1, VIVIAN GOMES F. ALMEIDA2, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2,JULIET CUNHA BAX2, JANAINA OLIVEIRA DE MELLO3, NEWTON MELLO A. FILHO4, GIULIA LAURA F. PAZ4,

MÁRCIA DE SOUZA XAVIER5

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária (FV), Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação Latu Sensu, Patologia Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ4. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ5. Médica Veterinária, DSc, Professora. Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

Glomerulonefrite é uma lesão renal diagnosticada pela proteinúria persistente em animais com sedimentourinário inativo. O tipo mais comum na clínica são as glomerulonefrites por deposição de imunocomplexos, quesão consequências de infecções persistentes. O índice de anisocitose plaquetária (PDW) e o volume plaquetáriomédio (MPV) têm sido correlacionados como marcadores inflamatórios em humanos. O objetivo deste trabalhofoi avaliar o comportamento dos índices PDW e MPV em cadelas com glomerulonefrite. Foram analisados osresultados dos hemogramas de 37 cadelas com glomerulonefrite atendidas no Hospital Universitário de MedicinaVeterinária Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) no ano de 2018. Essas cadelas tinham média de idade de 8,8 (±3.3) anos. Os exames foram processados no contador automático, e a hematoscopia realizada em esfregaço coradocom corante instantâneo no LABHUVET. Os valores de PDW estavam aumentados em 87% (32/37) das cadelas.Os valores de MPV apresentaram-se abaixo da referência em 62% (23/37) dos animais. Trombocitopenia foievidenciada em 16% (6/37) dos animais, excluídos os animais com agregados plaquetários (2/37). Macroplaquetas,anisocitose plaquetária e plaquetas ativadas foram observadas em 11% (4/37), 5% (2/37) e 5% (2/37) das cadelas,respectivamente. A trombocitopenia evidenciada em 16% (6/37) das cadelas pode ser explicada pela inflamaçãoaguda que ocorre na glomerulonefrite. O consumo plaquetário durante a inflamação se torna maior do que acapacidade da medula de repor e, por conta disso, plaquetas são liberadas na circulação sanguínea. A redução deciclos mitóticos, a síntese de fatores procoagulantes e de citocinas resultam na produção de macroplaquetas pelamedula. Posteriormente, as reservas de nutrientes da medula cessam, e plaquetas menores são produzidas. Essadinâmica pode ser observada na hematoscopia e pelos índices PDW e MPV, que evidenciam a anisocitose plaquetária.O resultado do MPV diminuído na maioria dos animais ocorre devido à grande quantidade de plaquetas pequenase, consequentemente, um baixo volume plaquetário. O aumento do PDW foi maior do que a diminuição do MPV,o que indica que esse índice é mais sensível para evidenciar anisocitose plaquetária. Os dois índices, porém, sãodados quantitativos que podem ser mais explorados e auxiliar no prognóstico das inflamações como aglomerulonefrite.

Palavras-chave: plaquetometria, glomerulonefrite, cadelas

111VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

59. A IMPORTÂNCIA DA HEMATOSCOPIA DO ESFREGAÇOSANGUÍNEO PARA O DIAGNÓSTICO DE MICOPLAMOSE FELINA

JULIET CUNHA BAX¹, BRUNO WEBBER KLASER², VICTÓRIA DE MELLO SILVA³,ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA¹, LARISSA HELENA P.A. SOBRINHO³, PATRICIA MOTTA VIEIRA4,

ETIENE QUEIROZ DE ABREU5, ALINE MOREIRA DE SOUZA6

1. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução Animal), Faculdade de Veterinária (FV),Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UPF - Passo Fundo, RS3. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ4. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Fundação Educacional Dom André Arcoverde - Valença, RJ5. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Residência em Patologia Clínica), FV, UFF - Niterói, RJ6. Médica Veterinária, DSc. Professora, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

A micoplasmose é uma doença infectocontagiosa causada por bactérias que parasitam hemácias de diversasespécies animais, gerando anemia hemolítica. Os felinos são acometidos por três espécies, Mycoplasma haemofelis,Candidatus Mycoplasma haemominutum e Candidatus Mycoplasma turicensis, tendo como vetor pulgas ecarrapatos, porém pode ser transmitido através de brigas ou de forma iatrogênica no caso de transfusão sanguínea.O objetivo deste trabalho é relatar a importância da hematoscopia no esfregaço sanguíneo feito imediatamenteapós a coleta de sangue para o diagnóstico da micoplasmose em felinos. Foi atendido num Hospital Veterinário,um felino, macho, de aproximadamente 1 ano de idade, com queixa de apatia e fezes pastosas. No exame clínicoo animal tinha febre (40,1°C) e presença de pulgas. A tutora também relatou que o animal possuía acesso à rua. Foicoletada amostra sanguínea por venopunção cefálica para hemograma e pesquisa de hemoparasitos. A amostra foiprocessada imediatamente em contador hematológico automatizado e o esfregaço sanguíneo corado em coloraçãoinstantânea. Os resultados do eritrograma foram dentro da normalidade, porém estavam no limite mínimo para areferência da espécie. O leucograma indicou leve leucocitose, neutrofilia e monocitose, que poderia ser explicadapela grande carga parasitária do animal. Na hematoscopia foi evidenciada trombocitopenia com frequentes agregadosplaquetários. O esfregaço sanguíneo evidenciou grande quantidade de estruturas em eritrócitos compatíveis comMycoplasma spp. Foi realizado um segundo esfregaço, 7 horas após o primeiro, corado em coloração instantânea,no qual foram observados pequena quantidade de microorganismos visíveis nos eritrócitos, e a presença de estruturasfora das células. Mycoplasma spp. tende a parasitar hemácias adentrando-as apenas em sua superfície, ficandoabaixo de sua membrana, fragilizando-as. Quando em contato com o EDTA, as hemácias fragilizam-se e o agenteacaba se soltando da célula, atingindo o plasma e dificultando sua identificação no esfregaço sanguíneo, podendoser confundido com precipitado de corante, por exemplo. Um quadro agudo inicial pode cursar sem anemia, o quetorna ainda mais importante a observação do esfregaço sanguíneo feito logo após a coleta de sangue. A preparaçãodo esfregaço de sangue capilar (ponta de orelha) favorece a observação de hemoparasitos, além de evitar a fragilizaçãodos eritrócitos na presença de EDTA, auxiliando na identificação destes agentes etiológicos. Importante lembrarque técnicas moleculares devem ser realizadas para classificação da espécie de Mycoplasma, mas o tratamento dopaciente independe dessa informação. Ressalta-se a importância da hematoscopia para o diagnóstico damicoplasmose, mesmo em animais sem anemia.

Palavras-chave: micoplasmose, felino, hematoscopia

112 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

60. MIELOGRAMA: ESTUDO RETROSPECTIVO

ETIENE QUEIROZ DE ABREU1, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, AMANDA DE OLIVEIRA ALCANTARA3,JULIET CUNHA BAX4, BRUNO WEBBER KLASER5, LARISSA HELENA P.A. SOBRINHO6, GIULIA LAURA F. PAZ7,

NAYRO XAVIER DE ALENCAR8

1. Médica Veterinária, Programa de Residência em Medicina Veterinária, Hospital Universitário Veterinário, Faculdade de Veterinária (FV),Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV) (Clínica e Reprodução), FV, UFF - Niterói, RJ3. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, PPGMV (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ5. Discente do Curso de Medicina Veterinária, UPF - Passo Fundo, RS6. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ7. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ8. Médico Veterinário, DSc. Professor, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

O mielograma tem a finalidade de identificar doenças no sistema hematopoiético que causem alteraçõespersistentes no hemograma, como pancitopenias, elevação das células sanguíneas, presença de células atípicas, ede realizar investigação de parasitos, como Leishmania spp. O objetivo deste estudo foi descrever os principaismotivos para a sua realização bem como suas principais alterações. Foram revisados laudos de mielograma ehemograma de 15 animais, cujas amostras foram coletadas no mesmo dia, no período entre janeiro de 2016 e julhode 2019. Após a coleta do material as lâminas foram coradas pelo método de Romanowsky (Giemsa), por 30minutos. Os hemogramas foram realizados em contador hematológico automático e suas lâminas coradas comcorante hematológico rápido. O resultado da análise dos hemogramas revelou o predomínio de 38,10% (8)trombocitopenias, seguido de leucopenia por neutropenia em 23,81% (5), anemia arregenerativa em 19,05% (4),pancitopenia em 9,52% (2), presença de células atípicas circulantes 4,76% (1). O mielograma apresentou diagnósticode hiperplasia medular em 44,12% (15), sendo 20,59% (7) da série megacariocítica, 5,88 (2) monocítica, 5,88%(2) eritroide, 5,88% (2) plasmocítica, 2,94% (1) macrofágica leve e 2,94% (1) linfoide reativa. Houve hipoplasiamedular em 29,41% (10) dos diagnósticos, sendo 14,71% (5) granulocítica, 11,76% (4) megacariocítica, 2,94%(1) mieloide, aumento de ferro medular em 8,82% (3), dismegacariocitopoiese 5,88% (2), diseritropoiese 2,94%(1) e disgranulopoiese 2,94% (1). Dois dos animais realizaram pesquisa de Leishmania spp. e obtiveram resultadosnegativos. O hemograma mostrou trombocitopenia e neutropenia em mais de 50% dos pacientes, enquanto nomielograma a maioria foi de hiperplasias, principalmente do tipo megacariocítica, que está associado à necessidadede mais plaquetas na corrente sanguínea, ocorrendo assim muito estímulo para a sua produção. A hipoplasiagranulocítica indica uma medula não responsiva a neutropenia, o que pode estar associado a drogas, agentesinfecciosos como Ehrlichia canis ou neutropenias imunomediadas. A hipoplasia megacariocítica indica uma respostamedular inadequada e pode ser causada pelos mesmos motivos da anterior. O aumento do ferro medular é evidenciadoem anemias hemolíticas ou pós-transfusão, e as alterações displásicas são achadas quando há uma hematopoieseineficiente, podendo ocorrer células com alterações de maturação anormal. O hemograma é um exame que apontaimportantes direcionamentos para doenças hematopoiéticas, porém a avaliação citológica da medula é essencialna busca do diagnóstico para a determinação da conduta clínica e terapêutica que mais se adequa às necessidadesdos nossos pacientes.

Palavras-chave: citologia, medula óssea, hemograma

113VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

61. INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO NA MENSURAÇÃO DAPRESSÃO ARTERIAL EM CÃES UTILIZANDO O MÉTODO NÃO INVASIVO:

DOPPLER VASCULAR

WILLIAM CAMPOS RODRIGUES1, FABRÍCIA SOUZA A. SILVA2, LILIANE MARIA V.W. MONTEIRO3

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Universidade Unigranrio - Campus Duque de Caxias, RJ. E-mail: [email protected]. Médica veterinária autônoma3. Médica veterinária, Professora, Universidade Unigranrio, Campus Duque de Caxias, RJ

A ansiedade provocada pela visita ao veterinário (caracterizada pela "Síndrome do jaleco branco"), presençade estranhos no ambiente, tricotomia, colocação e insuflação do manguito, além de outros estímulos de estresse,podem causar a liberação de catecolaminas, levando a uma falsa elevação da pressão sanguínea arterial. Comosolução as dificuldades na execução dos métodos invasivos para avaliar a pressão. Atualmente, fazem-se o uso dosnão invasivos, como doppler, que são mais simples e de fácil realização. Este trabalho teve como objetivo avaliara relação entre o comportamento dos animais e fatores extrínsecos, como ambiente, presença de outros animais emanipulação durante aferição da pressão arterial. Foram aferidas as pressões arteriais com o aparelho DopplerVascular Portátil Microem DV10 de cães atendidos no Hospital Escola de Medicina Veterinária da Unigranrio noperíodo entre fevereiro/2019 a agosto/2019, cujos critérios de exclusão foram animal idoso, comportamentoagressivo, enfermidades correlacionadas e utilização de medicamentos. Para a aferição os cães foram acondicionadosem decúbito lateral direito para a mensuração dos dados. Foi preconizado aferir sempre no membro torácico doanimal, utilizando um manguito no terço médio do rádio ulna, com largura correspondente a 40% da circunferênciado membro e o transdutor posicionado entre os coxins do carpo e metacarpo sobre a região da artéria medial.Foram avaliados 5 (33%) machos e 10 (67%) fêmeas. A média de idade dos machos foi de 8,67 ± 4,04 anos, a dasfêmeas 6,36 ± 3,59 anos e a do grupo foi 7,05 ± 3,67 anos. Foram estabelecidas duas condições para a aferição daspressões arteriais: condição A (com jaleco, sem repouso) e condição B (sem o jaleco e após alguns minutos derepouso para adaptação ao ambiente). A pressão arterial média do grupo quando sob a condição A foi de 153,33 ±20,24 mmHg, enquanto quando sob as condições B foi 136,67 ± 17,59 mmHg. As pressões arteriais sistólicas doscães do sexo masculino na condição A foi 158,00 ± 13,04 mmHg e 140 ± 12,25 mmHg na B. O resultado encontradonas fêmeas em A foi 151,00 ± 23,31 mmHg, enquanto em B foi 135,00 ± 20,14 mmHg. De acordo com os resultadosobtidos foi verificado que o grupo estudado de 15 animais, teve alteração significativa quando sujeitos a condiçãoA quando comparado a condição B, ou seja, uma influência comportamental nos valores da pressão arterial sistêmica.Além disso, também foi possível concluir que os machos tiveram a pressão arterial sistólica mais elevada que asfêmeas. Os valores da pressão arterial sistólica não são constantes, podendo ter variações, mesmo quando se tratada mesma espécie, devendo-se então adotar medidas que tendam a reduzir o estresse, de forma a influenciarminimamente no procedimento.

Palavras-chave: pressão arterial, comportamento animal, doppler

114 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

62. ESTUDO PRELIMINAR DA INFLUÊNCIA DOTEMPO DE PROCESSAMENTO NOS RESULTADOS DO HEMOGRAMA

DE FELINOS NEFROPATAS

MARTHIELLEN ROOSEVELT L. FELIX1, VICTÓRIA DE MELLO SILVA1,GABRIELLY FERREIRA SANTOS1, RENATA BARBOSA FARIA1, HANNA LAVAGNOLE NASCIMENTO1,

JULIET CUNHA BAX2, NILCEIA DA VEIGA RAMOS2, ALINE MOREIRA DE SOUZA3

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária (FV), Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ2. Programa de Pós graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), FV, UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, DSc. Professora. Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

O exame laboratorial mais utilizado na rotina clínica como apoio ao diagnóstico é o hemograma, que gerainformações importantes sobre a condição clínica do paciente. No exame hematológico analisamos a sérieeritrocitária, série leucocitária e série plaquetária. São considerados como fatores interferentes na análisehematológica: local de punção, concentração de ácido etilenodiaminotetracetico (EDTA), transporte, tempo etemperatura de armazenamento entre outros que podem promover alteração na amostra e imprecisão na contagemcelular tanto pelo analisador automático quanto pelo patologista. O presente trabalho teve como objetivo analisara ocorrência de alterações nos parâmetros hematológicos e na morfologia das células de felinos nefropatas emdiferentes tempos de processamento das amostras. A metodologia utilizada no trabalho envolveu 20 felinosnefropatas atendidos no Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho (HUVET)da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense. Os animais participaram do projeto uma únicavez. As coletas foram feitas após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelo tutor, sendorealizadas por venopunção cefálica e contenção mecânica e armazenadas em tubo pediátrico com EDTA comcapacidade para 500 microlitros de sangue, respeitando-se a quantidade recomendada. As amostras foramprocessadas logo após a coleta (máximo de trinta minutos), quatro horas e vinte e quatro horas depois, de formaautomatizada. Foram confeccionados esfregaços de todas as amostras em todos os momentos e realizada a contagemdiferencial das células sanguíneas com observação morfológica. Os parâmetros hematológicos quantitativos obtidosa partir das amostras de quatro horas e vinte e quatro horas não indicaram variações significativas para o diagnósticoclínico dos felinos atendidos. Hematócrito de 36,76% no tempo de zero hora; 36,92% após 4 horas e de 39,22%após 24 horas. Os valores de leucometria global foram de 10.272,22; 9.915,38 e 8.764,29 células/µL para 0, 4 e 24horas respectivamente. Plaquetometria 167.250,00 células/µL em zero horas, 181.000,00 células/µL em 4 horas e125.000,00 células/µL em 24 horas. No entanto, foi observada alterações morfológicas, como agregação plaquetáriae degeneração celular após o período de vinte e quatro horas, dificultando a leucometria específica e a contagemde plaquetas.

Palavras-chave: parâmetros hematológicos, felinos, doença renal

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63. GRANULOMA LEPROIDE CANINO - RELATO DE CASO

CAROLINE MARINS BORGES¹, AMANDA PERINI LEITE², PAULA RESENDE CORDEIRO³,MAIRA SOUZA OLIVEIRA BARRETO4

1. Médica Veterinária residente em Clínica Médica de animais de companhia pela Universidade Federal de Lavras - Lavras, MGE-mail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Lavras, MG3. Médica Veterinária residente em Cirurgia e Anestesiologia de animais de companhia pela Universidade Federal de Lavras, MG4. Médica Veterinária Responsável pela Clínica Médica de Animais de Companhia do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras, MG

O Granuloma Leproide Canino (GLC) é uma doença dermatológica nodular e incomum, decorrente deinfecção por uma espécie de micobactéria. Acomete, com maior frequência, animais de pelo curto, médio a grandeporte, que vivem em ambientes externos. A idade é variável e não há predileção sexual. Quanto à transmissão,pensa-se que ocorra com inoculação do agente etiológico mediante picada de artrópodes. Clinicamente o GLC seapresenta como nódulos alopécicos, únicos ou múltiplos, de diferentes diâmetros e, muitas vezes, ulcerados. Osnódulos envolvem a derme e o tecido subcutâneo, e aparecem principalmente nos pavilhões auriculares, mas aface, o tronco e os membros também podem ser acometidos. O diagnóstico se baseia em sinais clínicos e examescomplementares, como citologia e histopatologia, bem como identificação de Mycobacterium spp. por PCR eimuno-histoquímica. A infecção pode regredir espontaneamente dentro de semanas a meses, ou pode evoluir paraa forma crônica, de duração indeterminada. O prognóstico é favorável, principalmente em casos iniciais, e o usode antibióticos é recomendado já que evita infecções secundárias, cronicidade e generalização das lesões. Os maisutilizados são a rifampicina e a claritromicina, mas em geral, os macrolídeos, sulfonamidas, tetraciclinas,aminoglicosídeos e fluoroquinolonas são eficazes. Nos casos em que há poucos nódulos, a exérese é recomendada.Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras uma fêmea, espécie canina, SRD, deaproximadamente 5 anos com dois nódulos na região auricular, sendo um ulcerado, com aparecimento há cerca de4 semanas. O exame físico, hemograma, função renal e hepática estavam dentro da normalidade. Foram realizadassorologia para leishmaniose, com resultado negativo, e citologia aspirativa por agulha fina dos nódulos. O examecitopatológico, pela coloração de Ziehl Nielsen, foi positivo para organismos do gênero Mycobacyerium, comdiagnóstico de dermatite piogranulomatosa acentuada, compatível com granuloma leproide. O tratamento instituídofoi cirúrgico, mediante realização de conchectomia unilateral, pela extensão das lesões e por estarem ulceradas.Foi feita a antibioticoterapia com rifampicina 10 mg/kg/SID, e claritromicina 20 mg/kg/SID, durante 6 semanas,rifamicina tópica no local da excisão cirúrgica, além de pantoprazol 1 mg/kg/BID. O animal está respondendosatisfatoriamente ao tratamento, iniciado há 3 semanas, e funções renal e hepática são monitoradas semanalmente,sem alterações até o presente momento. A doença é rara na clínica de pequenos animais, mas seu diagnóstico etratamento são bem elucidados e os animais respondem bem à terapia, principalmente nos casos de lesões focaisem que a ressecção cirúrgica é possível e na ausência de doenças concomitantes.

Palavras-chave: lepra, nódulo, cães

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64. PRINCIPAIS MÉTODOS DE COLETA DE URINA NA CLÍNICADE CÃES E GATOS E SUAS PRINCIPAIS LIMITAÇÕES

GIULIA LAURA F. PAZ1, VIVIAN GOMES F. ALMEIDA2, JULIET CUNHA BAX2, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2,PATRICIA MOTTA VIEIRA3, BRUNO WEBBER KLASER4, MARIA BEATRIZ A.A. RIBEIRO5, ALINE MOREIRA DE SOUZA6

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária(FV), Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ3. Discente do Curso de Medicina Veterinária, UNIFAA - Valença, RJ4. Discente do Curso de Medicina Veterinária, UPF - Passo Fundo, RS5. Discente do Curso de Medicina Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ6. Médica Veterinária, DSc, Professora. Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, FV, UFF - Niterói, RJ

A urinálise é um exame laboratorial de grande valia para a clínica médica, e o método de coleta da urina éum fator pré-analítico que pode influenciar nos resultados. Enquanto na medicina humana o método de micçãonatural é o padrão, na medicina veterinária, por conta da cooperatividade dos pacientes, outros métodos devem serconsiderados na rotina clínica. Esse trabalho objetiva analisar os principais métodos de coleta de urina utilizadosna clínica de cães e gatos, bem como suas limitações por espécie e sexo. Foram analisadas 550 requisições eurinálises de cães e gatos processadas no Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Universitário de MedicinaVeterinária Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) no ano de 2018. Dentre os métodos de coleta de urina, amaioria 350/500 (63,6%) foi por cistocentese, seguida de cateterismo 56/550 (10%) e micção natural 26/550(4,7%). 21,5% (118/550) das requisições não informava o método de coleta, o que compromete a interpretação dosresultados. Em relação à cistocentese, a espécie canina foi a mais submetida ao procedimento 246/350 (70,3%)sendo as fêmeas a maioria 154/246 (63%). Nenhum felino foi submetido à cateterização, sendo apenas a espéciecanina representada. Os machos foram maioria 47/56 (84%), as fêmeas representaram 12% (7/56), e dois animaisnão tiveram seu sexo discriminado na ficha de requisição. A micção natural foi realizada em 10/26 (38,4%) dosfelinos, sendo a maioria fêmeas 7/10 (70%); e em 16/26 (62%) dos cães, sendo igual o número de machos e fêmeas8/16 (50%). O método de coleta de micção natural é o menos invasivo, representa menor risco ao animal, e nãorequer habilidades técnicas específicas, podendo ser realizado pelos tutores. Suas limitações incluem a contaminaçãoda amostra na passagem pelo trato urinário inferior, e a dependência da vontade de urinar do animal e decaracterísticas anatômicas e comportamentais de cada sexo e espécie. A cateterização é relativamente segura aoanimal, porém requer habilidade técnica e pode ser necessário utilizar sedação e anestesia local para sua realização,sobretudo em fêmeas e felinos, por suas características anatômicas. Além disso, há o risco de infecção ascendentedo trato urinário, especialmente em fêmeas. Já a cistocentese é considerada simples e segura, sobretudo em felinos,pela facilidade de imobilizar a bexiga. É o melhor método para obter amostra para cultura bacteriana, mas requertécnica e há riscos como ruptura de bexiga, hematúria iatrogênica e punção acidental de cólon. O conhecimentodos diversos métodos de coleta auxilia o médico veterinário na escolha do mais adequado a seu paciente, e evitaque empecilhos técnicos o levem a optar por não realizar essa análise laboratorial que tanto pode contribuir paraum diagnóstico preciso.

Palavras-chave: urinálise, cistocentece, cateterismo

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65. ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS ASSOCIADASÀ CARDIOMIOPATIA DILATADA: RELATO DE CASO

CAROLINE MARINS BORGES¹, THAÍS GOMES BARBOSA², MAIRA SOUZA OLIVEIRA BARRETO³

1. Médica Veterinária residente em Clínica Médica de animais de companhia pela Universidade Federal de Lavras - Lavras, MGE-mail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Lavras - Lavras, MG3. Médica Veterinária Responsável pela Clínica Médica de Animais de Companhia do Hospital Veterinário da Univ. Federal de Lavras, MG

A Cardiomiopatia Dilatada (CMD) caracteriza-se por disfunção contrátil, dilatação do ventrículo esquerdoou de ambos os ventrículos e adelgaçamento do miocárdio ventricular, sendo mais prevalente em cães de grandeporte. A doença pode, ou não, evoluir para insuficiência cardíaca e cursar com arritmias de origem atrial e/ouventricular e resultar em óbito em qualquer estágio. Na fase oculta da doença podem ser observadas arritmiasventriculares intermitentes, complexos ventriculares prematuros (CVP) os quais precedem a ocorrência desintomatologia clínica e mesmo às alterações ecocardiográficas, em meses ou anos. Com isso, adequadamonitorização eletrocardiográfica (ECG) por período de 24 horas (Holter) torna-se imperativo para o diagnósticoprecoce da doença nesta fase. A progressão da doença e o agravamento da dilatação atrial resultam no aparecimentode fibrilação atrial que leva à taquicardia, degeneração miocárdica e morte. O ecocardiograma avalia o grau dedisfunção ventricular, ajudando a definir o prognóstico. Foi atendido no Hospital Veterinário da UniversidadeFederal de Lavras um macho, espécie canina, raça Dobermann, com seis anos de idade, queixa de dispneia grave,tosse, cansaço fácil, hiporexia e apatia. Ao exame físico o animal apresentou crepitação pulmonar moderada,frequência cardíaca (FC) 240 bpm, auscultação arrítmica (ritmo de galope), pulso femoral forte e não coincidentecom a FC, pressão arterial sistólica (PAS) de 220 mmHg. Foi administrada furosemida (bolus via EV de 4 mg/kg)e realizado o ECG do animal que apresentou taquicardia, fibrilação atrial e 6 CVP em 3 min de gravação. Aoexame ecocardiográfico foi confirmada a CMD e função sistólica muito comprometida (frações de ejeção eencurtamento de 23% e 11%, respectivamente). O tratamento instituído foi amiodarona 5 mg/kg 2 aplicações comintervalo de 6 horas, digoxina 0,005 mg/kg BID, pimobendan 0,25 mg/kg BID, benazepril 0,25 mg/kg BID, Ômega3 1000 mg BID. Após 6 horas das medicações o animal já havia estabilizado a FC e PAS, sendo 170 bpm e 100mmHg, respectivamente, mesmo mantendo-se em fibrilação atrial. Apresentou, ainda, melhora do quadro congestivo.No retorno ainda apresentava a fibrilação atrial não sendo possível reverter essa arritmia, mas a FC e PAS semantinham dentro dos valores de referência e não apresentava mais edema pulmonar. A CMD é muito comum emcães jovens de raças grandes e o prognóstico melhora quando diagnosticada na fase oculta por ECG e Holter, aocontrário do presente relato no qual o paciente já se encontrava sintomático, congesto, arrítmico e com gravedisfunção sistólica. Assim, ressalta-se a importância da avaliação cardiológica em cães com predisposição racial,como o Dobermann do presente relato, mesmo que sejam jovens e assintomáticos.

Palavras-chave: eletrocardiografia, cão, cardiopatia dilatada

118 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

66. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM CÃES COM AUMENTODA LIPASE PANCREÁTICA ESPECÍFICA

LARISSA ALVES DO NASCIMENTO1, WILLIAN TELES A. LEITE¹, BEATRIZ CLAVES¹,LETÍCIA RAMOS COSTA2, PAULA DE OLIVEIRA BORGES3, MARIA ANGELA R. MACIEL4,

BRENO FERNANDO M. ALMEIDA5, MONALLY CONCEIÇÃO COSTA DE AQUINO6

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Univ. Estácio de Sá (UNESA) - Campus Vargem Pequena - Barra III, RJ2. Aprimoranda em Diagnóstico Laboratorial Veterinário, Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (Unifio) - Ourinhos, SP3. Médica Veterinária, Especialista em Patologia Clínica Veterinária e Hematologia, Clínica Veterinária Vida de Cão - Rio de Janeiro, RJ4. Médica Veterinária Especialista em Clínica Médica de Pequenos Animais e Intensivismo, Clínica Veterinária Vida de Cão - Rio de Janeiro, RJ5. Medico Veterinário, DSc. Professor, Patologia Clínica Veterinária, Unifio - Ourinhos, SP6. Médica Veterinária, DSc. Professora, Patologia Clínica Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ

Por se tratar de uma doença inflamatória de caráter agudo ou crônico, a ocorrência de pancreatite em cãese gatos é encarada como um difícil diagnóstico na rotina da clínica veterinária. A causa geradora da inflamação éconsiderada multifatorial, e a condição predisponente está ligada a uma falha em mecanismos de proteção queasseguram que as enzimas pancreáticas permaneçam inativas até chegarem ao duodeno. A liberação intraperitonealde enzimas pancreáticas causa lesões teciduais nas áreas adjacentes ao pâncreas, aumentando, assim, tanto agravidade quanto a extensão da lesão. O aumento subsequente de mediadores inflamatórios pode resultar em umaresposta inflamatória sistêmica. As manifestações clínicas são inespecíficas, porém são relatados na maior partedos casos agudos êmese, prostração, dor abdominal e graus variados de desidratação. Para o diagnóstico é necessáriolevar em consideração os sinais clínicos, juntamente com análises de imagem e exames laboratoriais, e dentre elesestá o teste de lipase pancreática específica. Trata-se de um teste rápido, semiquantitativo, de leitura visual paraestimativa da imunorreatividade da lipase pancreática canina no soro, apresentando alta sensibilidade e especificidadeno diagnóstico da pancreatite aguda. O presente estudo objetivou relatar as alterações hematológicas de cães comaumento da lipase pancreática específica. Para tal, cães com suspeita clínica de pancreatite, os quais apresentavamdor abdominal, êmese e diarreia, foram submetidos ao teste rápido de lipase pancreática específica, sendo que osque tiveram aumento desse parâmetro foram submetidos à avaliação hematológica. Os valores de hemácias,leucócitos totais, plaquetas e hemoglobina foram realizados em contador automatizado. Já, o volume globular(VG) foi estabelecido pelo método do microcapilar de Strumia e a contagem diferencial de leucócitos foi realizadaem esfregaço sanguíneo. Do total de 82 exames solicitados, 30 cães tiveram aumento da lipase pancreática específica.Dentre as alterações de eritrograma nesses cães, 90% (27/30) tiveram eritrograma normal, 4% (1/30) anemia e em6% (2/30) observou-se policitemia. Quanto ao leucograma, 74% (22/30) dos cães apresentou contagem total deleucócitos normal, 23% (7/30) leucocitose e 3% (1/30) leucopenia; o desvio à esquerda leve foi observado em16% (5/30) dos cães; neutrofilia em 40% (12/30), sendo que nenhum deles apresentou neutropenia; linfopenia em30% (9/30), estando normais nos demais cães; eosinopenia em 56% (17/30), estando normais nos demais cães. Noplaquetograma, a alteração mais frequente foi a trombocitose, presente em 33% (10/30) dos cães, sendo os demaisnormais. A proteína plasmática total foi elevada em 23% (7/30) dos cães, estando normal nos demais. Conclui-seque neutrofilia, linfopenia, eosinopenia e trombocitose foram às alterações hematológicas mais frequentes emcães com aumento da lipase pancreática específica.Palavras-chave: inflamação pancreática, teste rápido, canino

119VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

67. VARIAÇÕES DIURNAS NOS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOSCANINOS APÓS ALIMENTAÇÃO COM RAÇÃO COMERCIAL

LETÍCIA RAMOS COSTA¹, PAULA LIMA DE OLIVEIRA¹, LARISSA ALVES DO NASCIMENTO2,NATHALIA LOPES T. SILVA3, NATÁLIA CAMILA M. BONATTO4, MARIA RACHEL M. BOSCULO5,

MONALLY CONCEIÇÃO C. AQUINO6, BRENO FERNANDO M. ALMEIDA7

1. Médica Veterinária, Aprimoranda em Diagnóstico Laboratorial Veterinário, Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (Unifio)Ourinhos, SP. E-mail: [email protected]. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Univ. Estácio de Sá (UNESA) - Campus Vargem Pequena - Barra III, RJ3. Residente em Patologia Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária FMVA - UNESP/Araçatuba, SP4. Discente do Curso de Medicina Veterinária, Unifio - Ourinhos, SP5. Farmacêutica, Unifio - Ourinhos, SP6. Médica Veterinária, DSc. Professora, Patologia Clínica Veterinária, UNESA - Rio de Janeiro, RJ7. Médico Veterinário, DSc. Professor, Patologia Clínica Veterinária, Unifio - Ourinhos, SP

O hemograma é a avaliação das células do sangue e fornece grande diversidade de informações. O tempoinadequado de jejum é o erro mais comum no diagnóstico laboratorial levando à lipemia nas amostras sanguíneas.Esse trabalho teve como objetivo analisar as alterações pós-prandiais no hemograma de cães saudáveis, já queestudos com esse âmbito são escassos. Foram selecionados 18 cães clinicamente saudáveis, com faixa etária entre2 e 6 anos, pesando mais de 6 kg. Os cães recebiam como alimentação ração comercial tipo Premium a cada 12horas. O sangue dos animais foi coletado após jejum de 12 horas às 6 da manhã, amostra basal. Em seguida foifornecida ração comercial e novas amostras foram coletadas nas 11 horas consecutivas. Para coleta do sangue, osanimais tiveram a veia jugular cateterizada e o cateter foi mantido com solução fisiológica heparinizada (5 UI/ml).A cada coleta, a solução fisiológica heparinizada do cateter era desprezada e 2 mL de sangue coletados eramacondicionados em tubos com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), sendo todas as amostras processadasimediatamente após a coleta. Para realização do hemograma, as contagens de hemácias, leucócitos, plaquetas edeterminação de hemoglobina foram realizadas em contador automatizado de células veterinário. O volume globularfoi determinado pelo método do microcapilar de Strumia (11.400 rpm por 5 minutos) e a contagem diferencial deleucócitos foi realizada em esfregaço sanguíneo corado com corante hematológico comercial. Em relação aoeritrograma, houve redução estatisticamente significativa a partir de 2 horas para hemácias e hemoglobina, a partirde 3 horas para o VG e a partir de 4 horas para o VCM, persistindo até o final das 11 horas. Não houve alteraçãodo CHCM e do RDW. Em relação ao leucograma, foi observado aumento significativo de leucócitos totais de 2 a7 horas decorrente do aumento de neutrófilos segmentados, o que foi constatado 2 a 8 horas após a alimentação. Ovalor de linfócitos reduziu significativamente nos momentos 2 e 6 horas após a alimentação. Não foi observadaalteração nas contagens de eosinófilos, basófilos, monócitos e plaquetas, bem como no volume plaquetário médio.Já os níveis de PPT reduziram significativamente a partir de 5 horas até 11 horas após a alimentação. Conclui-seque a alimentação com ração comercial causa alterações estatisticamente significativas no eritrograma, leucogramae teor de proteína plasmática em cães. Para animais saudáveis, tais alterações não excederam os valores de referênciapara espécie, porém para animais enfermos com valores limítrofes, tais alterações podem ser clinicamenteimportantes.

Palavras-chave: lipemia, hemograma, cães

Órgãos de Financiamento: FAPESP Proc. 2017/02641-4

120 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

68. HIPERADRENOCORTICISMO EM PACIENTE FELINO:RELATO DE CASO

FLAVIA LUSTOSA M. PEREIRA1, AMANDA DELA A. BARBOSA¹, MARIANGELA BRUNA B. PORTO¹;NATHALIA FARIA REIS1; ALINE SILVA M. QUEIROZ2; LUISA FAUSTINO GUIMARÃES2

1. Médica Veterinária, Residência em Medicina Veterinária, Hospital Universitário de Medicina Veterinária Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFFNiterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Hospital Universitário de Medicina Veterinária Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJ

O hiperadrenocortismo (HAC) é uma doença endócrina incomum em felinos, extremamente debilitante,que costuma acometer gatos com idade entre 5 e 16 anos e apresenta uma taxa de mortalidade elevada. Os sinaisclínicos mais frequentes são poliúria, polidipsia e polifagia. Entretanto, outras alterações também podem serobservadas, como: perda de peso, letargia e alterações dermatológicas (fragilidade, alopecia ou atrofia cutâneas,seborreia e hiperpigmentação). O diagnóstico é realizado pela associação dos sinais clínicos, parâmetroshematológicos, urinálise, exames bioquímicos, exames de imagem e testes endócrinos que são confirmatórios. Oteste de estimulação pelo ACTH, apesar de apresentar menor sensibilidade em felinos, pode ser utilizado para aconfirmação do diagnóstico. O tratamento pode ser cirúrgico, porém na maioria das vezes, utiliza-se o tratamentoclínico com o emprego de drogas como mitotano ou trilostano. Um felino, de 16 anos de idade, PCB, fêmea,castrada, não testada para retroviroses (FIVou FeLV) foi atendida no HUVET/UFF com histórico de dermatopatiacônica. O animal já havia realizado tratamento anterior com itraconazol, meloxicam e colagenase durante um mês,porém sem sucesso. Na anamnese, constatou-se polifagia, poliúria e polidipsia. Ao exame físico, apresentavaferidas crostosas e hiperpigmentadas em região cervical, membros e com intensa presença de bactérias em examecitológico de pele. Apresentava ainda pele fina em região abdominal, 7% de desidratação e presença de cerúmenescuro em condutos auditivos, além de secreção em cavidade nasal. Foi realizada coleta de sangue para realizaçãode hemograma e perfil renal, hepático e de eletrólitos, além da glicemia que na primeira consulta estava 161mg/dL. Foram solicitados ultrassonografia abdominal, teste de estimulação por ACTH e T4 total por radioimunoensaio.Os resultados obtidos excluíram hipertireoidismo, pois T4 total apresentou valor dentro da referência (28,5 ng/mL) e confirmou a suspeita de HAC, com o valor do cortisol basal de 44,30 ng/mL e pós ACTH de 230,70 ng/mL.Demais exames não demonstraram alterações dignas de nota. O tratamento escolhido foi o trilostano (15mg/BID)e após dez dias do início da medicação foi realizado novo teste de estimulação com ACTH, obtendo-se os valoresde cortisol basal de 14,50 ng/mL e pós ACTH de 172,0 ng/mL. Um mês após o início do tratamento, a pacienteapresentou um episódio convulsivo e foi a óbito, não sendo possível a realização de demais exames complementares.Assim, apesar de ser uma endocrinopatia incomum em felinos, é de fundamental importância que o diagnóstico deHAC seja sempre incluído no diagnóstico diferencial de gatos que apresentem dermatopatia crônica.

Palavras-chave: endocrinopatia felina, síndrome de cushing, dermatopatia felina

121VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

69. HIPOPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO EM CADELASEM RAÇA DEFINIDA: RELATO DE CASO

PAULA DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA1, ELIZA NUNES LA PAZ2, JOSYANNE CHRISTINE OSHIKA3,VINÍCIUS VASQUES DE OLIVEIRA4, DANIEL YOSHIMY HATO5

1. Médica Veterinária, MSc, Especializada em Endocrinologia e Metabologia de Cães e Gatos - Vet Endocrino Paula - São Caetano do Sul, SPE-mail: [email protected]. Médica Veterinária do Hospital Veterinário Dr. Hato, Unidade São Bernardo com Campo, SP3. Médica Veterinária do Hospital Veterinário Dr. Hato, Unidade São Bernardo com Campo, SP4. Médico Veterinário, aluno do Programa de Mestrado da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Univ. de São Paulo - São Paulo, SP5. Médico Veterinário e Sócio-Proprietário do Hospital Veterinário Dr. Hato, Unidade São Bernardo com Campo, SP

O hipoparatireoidismo é uma endocrinopatia decorrente da deficiência do paratormônio e causa hipocalcemiae hiperfosfatemia. Relata-se um caso de hipoparatieoidismo primário em uma cadela sem raça definida, de 7 anos,ovariohisterectomizada, com histórico de convulsões focais que foi atendido no Hospital Veterinário Dr. Hato -Unidade de Santo André. No exame físico foi observado temperatura retal de 39,2ºC, taquicardia, taquipneia erelaxamento do esfíncter anal. Foi medicado com diazepam na dose de 0,5 mg/kg por via endovenosa para controleda convulsão e foram coletadas amostras de sangue para hemograma e perfil bioquímico (Fosfatase Alcalina, ALT,Ureia, Creatinina, Glicose, Cálcio Total, Fósforo, Potássio, Albumina, Colesterol total, Triglicérides). Optou-sepela internação do animal para observação e tratamento de possíveis crises convulsivas. No resultado dos examesforam encontradas alterações apenas em AST 311 U/L, ALT 310 U/L, Fósforo 8,77 (VR= 2,6 a 6,2 mg/dL), CálcioTotal 3,05 mg/dL (VR=7,7 a 11 md/dL). Assim que verificada redução nas concentrações de Cálcio total e fósforoe com base nas manifestações clínicas apresentadas pelo animal suspeitou-se de Hipoparatireoidismo e foi coletadoamostra de sangue para dosagem do Paratormônio e após a coleta foi iniciado reposição de cálcio, por meio doGluconato de Cálcio na dose de 0,5-1,5 mL/kg por via endovenosa lenta e por via oral o animal foi medicado comhidróxido de alumínio na dose de 10 mg/kg e após 24 horas nesse tratamento o animal teve alta hospitalar emediante o resultado do exame do Paratormônio que foi menor do 1,2 pg/mL (VR= 19 a 123,8 pg/mL) conclui-seque se tratava de um caso de Hipoparatireoidismo Primário e foi iniciado protocolo terapêutico do animal comCarbonato de Cálcio na dose de 2500 mg/animal/dia e Calcitriol na dose de 0,25 mcg/kg, a cada 12 horas emantido hidróxido de Alumínio na mesma dose. Após 30 dias do tratamento foram realizados novos exames desangue para avaliação de Cálcio total 10,41 mg/dL e Fósforo 6,03 mg/dL e com base nesses exames foi interrompidoo tratamento com hidróxido de alumínio devido à normalidade dos níveis de fósforo. Após 3 meses o animalretornou para avaliação e foram realizados novos exames de Cálcio iônico 1,655 mmol/L (VR=1,22 a 1,48 mmol/L), Fósforo 4,19 mg/dL, Cálcio Total 13,48 mg/dL e foi realizada uma redução na dose de Carbonato de Cálcio ede Calcitriol. Dessa forma, apesar de ser uma patologia rara, deve-se suspeitar de hipoparatireoidismo primáriosempre que a dosagem de Cálcio, seja o ionizável ou total, se encontrarem reduzidas e, após diagnóstico e tratamentoos animais apresentam bom prognóstico e boa qualidade de vida.

Palavras-chave: cão, cálcio, paratormônio

122 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

70. DIABETES MELLITUS JUVENIL ASSOCIADO A INSUFICIÊNCIAPANCREÁTICA EXÓCRINA EM CADELA SEM RAÇA DEFINIDA:

RELATO DE CASO

PAULA DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA1, ELIZA NUNES LA PAZ2, LEIDIANE DE JESUS SILVA2, PRISCILA CALACHE2,GUILHERME DE OLIVEIRA FURTADO3, DANIEL YOSHIMY HATO4

1. Médica Veterinária, MSc, Especializada em Endocrinologia e Metabologia de Cães e Gatos - Vet Endocrino Paula - São Caetano do Sul, SPE-mail: [email protected]. Médica Veterinária do Hospital Veterinário Dr. Hato, Unidade São Bernardo do Campo, SP3. Médico Veterinário da Clínica Veterinária Arca de Noé - Ribeirão Preto, SP4. Médico Veterinário do Hospital Veterinário Dr. Hato - Unidade São Bernardo do Campo, SP

O pâncreas é um órgão que tem função exócrina e endócrina, sendo a parte exócrina responsável pelasecreção de enzimas digestivas e outras substâncias que auxiliam na digestão e na absorção de nutrientes. Já aparte endócrina é responsável pela produção de diferentes hormônios, dentre eles a insulina. Caso ocorra algumproblema nessas funções, podem surgir enfermidades como Diabetes melitus (DM) e Insuficiência pancreáticaExócrina (IPE). Relata-se um caso de Insuficiência Pancreática Exócrina em associação com Diabetes mellitus emuma cadela, Sem Raça Definida, de 2 meses de idade, inteira. O motivo do atendimento do animal foi por apresentarapatia, poliúria e polidipsia, fezes pastosas e o animal não ganhava peso apesar de se alimentar muito bem comração para filhotes. Ao exame físico percebeu-se caquexia severa, desidratação, mucosas normocoradas, temperaturaretal 37,8ºC. Foi realizado um teste rápido de Glicose cujo valor foi de 347 mg/dl e também de Corpos cetônicosde 0,3 mmol/L. Mediante esses valores e as condições apresentadas pelo animal, foi internada e foram solicitadosexames de hemograma que não apresentou alteração e no perfil bioquímico os resultados encontrados foramFosfatase Alcalina 357 U/L, ALT 300 U/L, Amilase 278 U/L, Colesterol total 91 mg/dL, Proteínas totais 5,2 g/DLe Albumina 2,95g/dL. O ultrassom abdominal demonstrou apenas presença de aumento de peristaltismo desde oestômago até as alças intestinais, sem outras alterações dignas de nota. O exame coprológico funcional sugeriuIPE e dessa forma foi solicitado o exame de TLI (serum trypsin-like immunorreactivity) e o resultado obtido foi0,78 ng/mL (resultados abaixo de 2,5 ng/mL, confirmam IPE). Na internação, animal foi submetido a tratamentocom insulina de ação intermediária para o tratamento de cães e gatos na dose de 0,5 ui/kg e Pancreatina em pó nadose de 1 colher de chá por refeição e alimentação foi trocada para uma coadjuvante para o tratamento de enteropatiase recebeu alta hospitalar por apresentar boas condições após início do tratamento. Com a evolução do tratamentoo animal apresentou ganho de peso e melhor controle da glicemia, recebeu todas as vacinas e foi, então, indicadaa ovariohisterectomia do animal. Dessa forma, apesar de ser raro a ocorrência concomitante da insuficiênciapancreática exócrina e do diabetes mellitus, tais doenças podem ocorrer em animais filhotes, contudo devido aossintomas poderem indicar qualquer outra doença os exames específicos devem ser realizados o mais breve possívelcom o intuito de iniciar rapidamente o tratamento adequado e permitir que o animal tenha uma melhor qualidadede vida.

Palavras-chave: hiperglicemia, pâncreas, cão

123VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

71. MIASTENIA GRAVIS EM PACIENTE ATENDIDO EM HOSPITALUNIVERSITÁRIO VETERINÁRIO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

RELATO DE CASO

NATHÁLIA FARIA REIS1; YASMIN ABI-CHAHIN MENDES1, AMANDA KORBES WOLMEISTER1,ANDRÉ FERNANDES DE AZEVEDO2, ANA MARIA DIECKMANN3

1. Médica Veterinária, Residente do Hospital Veterinário Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médico Veterinário Voluntário, HUVET-UFF, Universidade Federal Fluminense - Niterói, RJ3. Profa. Dra. Clínica Médica de Cães e Gatos - MCV-CMV-UFF - Niterói, RJ

A miastenia gravis é um distúrbio neuromuscular caracterizado pela diminuição da quantidade de receptoresde acetilcolina nicotínicos pós-sinápticos na junção neuromuscular dos músculos estriados esqueléticos, provocandouma falha da transmissão do impulso elétrico e aparecimento de fraqueza muscular. Pode ter origem congênita ouadquirida, tendo a forma adquirida caráter autoimune e afetando cães, principalmente adultos e de grande porte. Odiagnóstico definitivo da doença é realizado pela identificação de anticorpos antirreceptores de acetilcolina, porémna rotina clínica pode-se realizar o diagnóstico terapêutico através da remissão dos sinais clínicos após tratamentocom fármacos anticolinesterásicos. Foi atendida no hospital universitário veterinário uma cadela, de cinco anos,da raça Sptiz Alemão com histórico de dificuldade de locomoção, fraqueza muscular de membros posteriores edificuldade de latir. Ao exame físico, notou-se paraparesia não-deambulatória grau III/V, hipotonia muscular, bemcomo reflexos flexores reduzidos nos membros pélvicos, panículo cutâneo presente, reflexo perineal normal,hipotonia de cauda, disfonia e ausência de algia à palpação epaxial. Foi coletado material para examescomplementares (hemograma, bioquímica e eletrólitos como sódio, potássio, fósforo, cálcio e magnésio, além decreatinofosfoquinase - CPk) para descartar outras afecções sistêmicas, como polimiosite. Todos os parâmetrosfisiológicos estavam dentro da normalidade, com exceção da CPk, discretamente aumentada, o que foi correlacionadocom atrofia e desuso. Após cinco dias de tratamento de suporte com analgésico e anti-inflamatório, o pacienteapresentou piora significativa, com ascensão dos sinais clínicos de hipotonia e reflexos flexores reduzidos para osmembros torácicos, evoluindo para tetraparesia. Esses achados levaram à suspeita da miastenia gravis e foi propostoao tutor a tentativa de diagnóstico terapêutico com a droga anticolinesterásica Brometo de Piridostigmina na dose2 mg/kg, a cada 12 horas durante 15 dias. Com a terapia estabelecida, o animal apresentou melhora significativa,recuperação dos movimentos, restabelecimento do tônus muscular e reflexos nos quatro membros. Foram realizadosexames de imagem (ultrassonografia abdominal e radiografia de tórax) visto que a miastenia pode cursar comalterações sistêmicas, como megaesôfago e pneumonia por broncoaspiração, porém os exames se mostraram dentroda normalidade. A cadela permanece em tratamento e vem realizando revisões periódicas, sempre com expressivamelhora e resposta satisfatória. Confirma-se assim a importância do exame clínico e neurológico precoce nasalterações neuromusculares e locomotoras, visto que exerce influência crucial na definição do prognóstico etratamento do paciente.

Palavras-chave: neuropatia, tetraparesia, cão

124 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

72. PARASITISMO POR Dermacentor sp. EM GATO DOMÉSTICO:RELATO DE CASO

BRUNO FIORE C. FIGUEIREDO¹; LUANA DE SOUSA RIBEIRO¹,CLÁUDIO ALESSANDRO M. SAKAMOTO2, LUCIANO ANTUNES BARROS3

1. Médico Veterinário, Programa de Residência em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Univ. Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Professor Adjunto do Departamento de Saúde Coletiva e Saúde Pública Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF3. Professor Titular do Departamento de Saúde Coletiva e Saúde Pública Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF

Os carrapatos são ectoparasitos da classe Arachnida e geralmente estão envolvidos com a transmissão dehematozoários, podendo apresentar especificidade variada. A identificação taxonômica é uma etapa importantepara o diagnóstico e fornece dados epidemiológicos importantes sobre as infestações parasitárias causadas porcarrapatos e as hemoparasitoses correlatas. O presente relato tem por objetivo descrever o caso de um felino,macho, castrado, sem raça definida, de quatro anos de idade, com acesso à rua, que foi atendido no HospitalUniversitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho (HUVET-UFF) com histórico de infestaçãopor carrapatos no interior do conduto auditivo direito. Durante a anamnese e exame físico notou-se o linfonodopoplíteo direito reativo e palpação abdominal sugestiva de esplenomegalia, sem demais alterações clínicas. Comauxílio de uma pinça, foram coletados alguns espécimes de carrapatos, que foram enviados ao Laboratório deApoio Diagnóstico em Doenças Parasitárias (MSV/UFF) para a identificação taxonômica. Os espécimes foramidentificados como Dermacentor sp., que é comum em equídeos. Após o resultado, houve contato por telefonecom a tutora e essa relatou que a moradia é rodeada por mata e há presença de cavalos. Nos equídeos normalmentea infestação ocorre no pavilhão auricular, crina, base da cauda e no divertículo nasal, sendo transmissor dehematozoários, principalmente o agente etiológico da piroplasmose equina ou nutaliose. Além disso, podem causarirritação mecânica e lesões de pele que predispõe o estabelecimento de miiases. A piroplasmose pode serassintomática ou apresentar manifestações clínicas como febre intermitente, anemia, icterícia, hepatomegalia,esplenomegalia, hemoglobinúria e bilirrubinúria. Nos felinos, não há relato dessas enfermidades, contudo o pacienteem questão apresentava esplenomegalia e prurido causado pela infestação parasitária. Uma melhor investigaçãosobre a possibilidade de ocorrência de hematozoários neste hospedeiro ainda se faz necessário, assim como umamaior investigação sobre as possíveis etiologias da organomegalia. O parasitismo por Dermacentor sp. em gatosdeve ser motivo de atenção por parte de profissionais clínicos veterinários, tendo em vista a grande importânciadas doenças transmitidas por carrapatos e a não identificação adequada destes ectoparasitos. Este é um procedimentonecessário, de baixo custo e que pode fornecer dados epidemiológicos muito importantes para uma maiorcompreensão da relação parasito-hospedeiro e da distribuição geográfica destes parasitos.

Palavras-chave: dermacentor, felis, ectoparasito

125VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

73. PROPTOSE OCULAR EM FELINO DEVIDO ACONDROSSARCOMA RETROBULBAR: RELATO DE CASO

CAMILA GONÇALVES DE ARAÚJO¹, TATIANA DIDONET LEMOS², BETHÂNIA FERREIRA BASTOS²,CAROLINA SILVEIRA HAMATY³, JULIANA ABIB BASTOS³

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJEmail: [email protected]. Médicas Veterinárias, DSc. Docentes do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ3. Discentes do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ

Condrossarcoma é uma neoplasia mesenquimal maligna com predomínio na matriz cartilaginosa, em queas células produzem condroides e quantidade variável de matriz fibrilar. Em gatos é considerada rara e classificadacomo terceiro tumor ósseo primário, seguido de osteossarcoma e fibrossarcoma. A maioria dos condrossarcomasafetam o esqueleto, se desenvolvendo em ossos planos e longos acometendo, principalmente, a escápula, vértebrase costelas. Possui predileção por machos com idade média de 9 anos. O condrossarcoma é considerado de crescimentolento, podendo ser progressivo no decorrer da doença, invasivo localmente, principalmente, em costelas ou ossosnasais. A ocorrência de metástase é rara e, quando ocorre, o principal órgão atingido é o pulmão. O diagnóstico ébaseado na avaliação histopatológica do tumor e a radiografia pode determinar o local e extensão dedesenvolvimento. Os sinais clínicos variam de acordo com a região acometida, incluindo inchaço local e dor apalpação devido ao alongamento periosteal. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de condrossarcoma emcavidade orbitária e mandibular em um gato com proptose ocular unilateral. Foi atendido um felino, macho, semraça definida, castrado de, aproximadamente, 4 anos de idade, pesando 4,335 kg. O felino deu entrada ao atendimentoclínico com histórico de abandono, e lesão ocular direita. Ao exame clínico, foi constatado proptose do globoocular direito com edema e inflamação da conjuntiva. Havia aumento da mandíbula direita, de consistência firme.Foi realizada limpeza do olho com soro fisiológico e aplicação de cetoprofeno (1mg/kg, via subcutânea) e penicilinacom estreptomicina (10.000U/kg, via intramuscular). Foi realizado raio-X da região cranial, posição ventrodorsal.O raio-X revelou presença de grande massa radiopaca junto ao osso orbital, deslocando osso zigomático comaumento de tecidos de partes moles adjacentes e desvio cranial de globo ocular. As alterações observadas noexame radiográfico sugeriram neoplasia óssea. Diante do exame radiográfico, do prognóstico desfavorável e daslimitações terapêuticas optou-se pela eutanásia do animal. Após eutanásia, o animal foi submetido a coleta dematerial da cavidade orbitária e mandibular para análise histopatológica. A avaliação histopatológica reveloufragmentos de neoplasia mesenquimal constituída por proliferação de condrócitos atípicos, permeados por matrizmineralizada, configurando trabéculas desprovidas de colarete ósseo. Os achados histopatológicos foram compatíveiscom condrossarcoma. Conclui-se que, no presente relato, os achados radiográficos associados a histopatologiaforam de suma importância para o diagnóstico definitivo de condossarcoma retrobulbar.

Palavras-chave: neoplasias, gato, ósseo

126 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

74. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO POR Toxoplasma gondiiEM FELINOS CONTACTANTES: RELATO DE CASO

CAMILA GONÇALVES DE ARAÚJO¹, BETHÂNIA FERREIRA BASTOS2,TATIANA DIDONET LEMOS², CAROLINA SILVEIRA HAMATY³

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJEmail: [email protected]. Médicas Veterinárias, DSc. Docentes do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ3. Discentes do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ

A toxoplasmose é uma doença causada pelo Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular obrigatório,que possui predileção por animais homeotérmicos, incluindo o homem. É uma zoonose de distribuição mundial eos felinos possuem papel fundamental no ciclo biológico do parasito, visto que este é considerado o único hospedeirodefinitivo, eliminando oocistos não esporulados nas fezes, contaminando o ambiente. A soroprevalência varia deacordo com a região geográfica, fatores climáticos e socioculturais e métodos diagnósticos empregados. Asmanifestações clínicas em felinos geralmente são incomuns e quando presentes demonstram sintomas inespecíficoscomo febre, apatia, diarreia, icterícia, perda de peso, dispneia, tosse além de hiperestesia muscular, pancreatite,hepatite, alterações neurológicas e oculares. O diagnóstico é realizado através de exames sorológicos de pesquisade imunoglobulinas no sangue e exames coproparasitológicos para pesquisa de oocistos nas fezes. O tratamento ébaseado na antibioticoterapia com clindamicina e sulfadiazina, sendo preconizado em casos sintomáticos. O objetivodeste trabalho é relatar o caso de dois felinos, residentes da mesma casa, que apresentaram alta titulação parainfecção por Toxoplasma gondii. Foram atendidos na Clínica-Escola de Medicina Veterinária do UNIFESO -Teresópolis, RJ, dois felinos, fêmeas, de 9 e 10 anos de idade, castradas, contactantes sem manifestações clínicas,vermifugadas e vacinadas. Os animais em questão foram testados para detecção de anticorpos contra T. gondii pormeio da técnica de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) e apresentaram titulação alta de 1:256. Seusexames coproparasitológicos foram negativos. Segundo sua tutora, as gatas tinham estilo de vida semi-domiciliado,além do hábito de caça de aves e roedores. Acredita-se que uma possível fonte de infecção desses animais possa tersido por meio da predação. Corroborando com a literatura, os animais eram assintomáticos, porém há a preocupaçãode que estes possam ter uma reativação da infecção e agudização dos sintomas em casos de queda de imunidade oudoenças concomitantes. Em algum momento de suas vidas, no início da infecção pelo protozoário, estes felinospodem ter sido fonte de contaminação ambiental, eliminando oocistos no ambiente. Isso se justifica uma vez quenão utilizam caixas de areias, defecando livremente em ruas, parques e jardins da cidade. Optou-se por não realizaro tratamento destes animais visto que não apresentavam doença clínica. O presente trabalho demonstra a relevânciada epidemiologia para a toxoplasmose ressaltando que a prevenção é importante, sob o ponto de vista de saúde dofelino e também de outras espécies, incluindo o homem.

Palavras-chave: endoparasitoses, toxoplasmose, gatos

127VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

75. DIAGNÓSTICO DE HIPOPLASIA TRAQUEAL ATRAVÉS DEEXAME RADIOGRÁFICO EM CANINO DA RAÇA BULLDOG FRANCÊS:

RELATO DE CASO

CAROLINA SILVEIRA HAMATY¹, MARCELLINE SANTOS LUZ², CAMILA GONÇALVES DE ARAÚJO³, LAÍS HELENAPINHO MUNIZ4, MARINA MATTOS FILGUEIRAS4

¹Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ. Email: [email protected]²Médica Veterinária, MSc, Centro de Diagnóstico Veterinário, Diagnosis, Teresópolis, RJ.³Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) - Teresópolis, RJ.4Médicas Veterinárias, Centro de Diagnóstico Veterinário, Diagnosis, Teresópolis, RJ.

A hipoplasia traqueal é uma alteração congênita presente principalmente em cães braquicefálicos. Os animaisafetados são caracterizados por possuírem pequenos anéis de cartilagem traqueal com extremidades sobrepostas euma membrana traqueal dorsal estreita ou em alguns casos ausente. A hipoplasia envolve toda a traqueia fazendocom que seu lúmen fique uniformemente estreito desde a laringe até a carina. Os cães com hipoplasia de traquéiaapresentam tosse, estertores e estridores inspiratórios, intolerância ao exercício e ao calor, cianose, dispnéia edesconforto respiratório. Devido a essas manifestações clínicas, pode ser confundida com o colapso traqueal,porém, esta última é uma doença progressiva e degenerativa, não acometendo toda extensão da traqueia, ao contrárioda hipoplasia. O diagnóstico é realizado através de exames radiográficos, fluoroscópicos ou traqueoscópicos,sendo mais frequente diagnosticada em média aos cinco meses de idade. Entre as raças mais comumente afetadas,destacam-se os Bulldogs Ingleses. Em casos assintomáticos, a traqueia hipoplásica também pode ser um achadoacidental de radiografias torácicas realizadas tardiamente. A entrada torácica foi selecionada como referênciaanatômica por estar no mesmo plano da traqueia, evitando erros de magnificação que se torna um fator importanteem cães com conformação torácica em forma de barril. O método radiográfico de diagnóstico mais comumenteutilizado é a medida do diâmetro traqueal interno (DT) e do diâmetro da via torácica (DE) em uma radiografiatorácica laterolateral, que são expressos como uma relação (DT:DE). Os benefícios deste método são que ele podeser utilizado independente do tamanho e da fase da respiração do paciente. Entretanto, é de suma importância ocorreto posicionamento do animal em incidência laterolateral para a radiografia e avaliação precisa. Este trabalhotem como objetivo relatar um caso de hipoplasia traqueal em um canino da raça Bulldog Francês. Foi atendido emuma clínica particular, um canino, fêmea, de um ano de idade e peso corporal 10 kg com o histórico de dispnéia etosse frequentes que pioravam após exercícios. Foi solicitado um exame radiográfico da região torácica emincidências laterolateral e ventrodorsal em decúbitos direito e esquerdo em radiografia simples, pois a suspeita erade colapso traqueal. O exame radiográfico demonstrou traqueia apresentando diminuição do lúmen em toda a suaextensão sendo compatível com hipoplasia traqueal. Conclui-se que, no presente trabalho, o exame radiográficopossui relevância quanto ao diagnóstico preciso do paciente obtendo uma conduta e um tratamento adequados.

Palavras-chave: braquicefálicos, doença congênita, cães

128 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

76. CARCINOMA ESPINOCELULAR PRIMÁRIO EMGLÂNDULA SALIVAR COM METÁSTASE LINFONODAL E ÓSSEA EM CÃO:

RELATO DE CASO

JULIA ELIA S. PARANHOS¹, DÂMARIS MARÇAL PORDEUS¹,PRISCILA SOARES C. DUARTE¹, NATHALIA ALECRIM VILLELA¹, MYLENA ASSIS DOS SANTOS¹,

TÁBATA MAUÉS², VIVIANE ALEXANDRE N. DEGANI³, MARIA DE LOURDES G. FERREIRA4

1. Médica Veterinária, Residente do Hospital Veterinário Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, serviço de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, Professora do departamento de Morfologia da UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, Professora, chefe do setor de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ

O carcinoma espinocelular (CEC) primário de glândula salivar origina-se nas células epiteliais da glândula.O tumor geralmente apresenta comportamento agressivo, bordos mal delimitados e, diferentemente do CEC cutâneotípico, faz infiltração profunda em estruturas epiteliais internas de tecidos adjacentes. Deste modo, apresenta altacapacidade metastática local, principalmente em linfonodo submandibular, e à distância em pulmões. Os sinaisclínicos geralmente não são visíveis até que o tumor seja grande o suficiente ou ocorra metástase à distância. Osfatores de risco para o aparecimento deste carcinoma podem ser genéticos, bem como exposição a carcinógenosquímicos ou radiação. A análise citopatológica é o exame de triagem e o histopatológico, o padrão ouro paradiagnóstico definitivo. As opções terapêuticas incluem cirurgia para exérese tumoral, radioterapia oueletroquimioterapia, apesar de a recidiva local ser comum. O tratamento escolhido depende da complexidade decada caso, no entanto, ressalta-se que o CEC não costuma apresentar resposta satisfatória ao tratamentoquimioterápico. Um cão macho, castrado, de 8 anos de idade, sem raça definida, foi atendido no HUVET-UFFapresentando tosse, engasgos, sialorreia, aumento de volume em região cervical com evolução de dois meses eacometimento de traqueia, tireoide e linfonodos submandibulares. O exame citopatológico da lesão sugeriucarcinoma de células escamosas em glândula salivar. Solicitou-se exame radiográfico de tórax e ultrassonografiaabdominal que não evidenciaram metástases à distância. Em seguida, foi realizada tomografia computadorizadapara planejamento cirúrgico que revelou extensa massa, desde o aparelho hioide rostralmente até a região médio-cervical caudalmente, medindo 10,2 cm x 8,2 cm x 7,4 cm, com deslocamento de laringe, esôfago e traqueia,englobando artéria carótida e veia jugular, com aumento dos linfonodos retrofaríngeos e envolvimento do ossoepi-hioide, sem pontos de clivagem. O quadro do animal evoluiu para prostração intensa, dificuldade para deglutire grande esforço inspiratório, resultando em óbito antes de qualquer possibilidade de intervenção cirúrgica outerapêutica. Durante necrópsia, coletou-se material da região cervical e a análise histopatológica confirmou tratar-se de CEC primário em glândula salivar submandibular. Este relato descreve uma ocorrência primária rara, sendomais comum o acometimento metastático glandular e de linfonodos intraparotídeos por CECs em cavidade oral,trato digestivo ou pele.

Palavras-chave: neoplasia, glandular, tumor primário

129VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

77. MASTOCITOMA FELINO: RELATO DE TRÊS CASOS

JULIA ELIA S. PARANHOS¹, MYLENA ASSIS DOS SANTOS¹,DÂMARIS MARÇAL PORDEUS¹, PRISCILA SOARES C. DUARTE¹, NATHALIA ALECRIM VILLELA¹,

TÁBATA MAUÉS², VIVIANE ALEXANDRE N. DEGANI³, MARIA DE LOURDES G. FERREIRA4

1. Médica Veterinária, Residente do Hospital Veterinário Prof. Firmino Mársico Filho (HUVET) - UFF - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, serviço de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária, Professora do departamento de Morfologia da UFF - Niterói, RJ4. Médica Veterinária, Professora, chefe do setor de Cirurgia e Oncologia do HUVET-UFF - Niterói, RJ

O mastocitoma em felinos é considerado a segunda neoplasia cutânea mais comum. Geralmente, afetagatos a partir de oito anos de idade se apresentando como nódulos que podem aumentar e diminuir de tamanho emregião de cabeça e pescoço principalmente. A forma cutânea tende a apresentar comportamento benigno em gatos.Os sinais clínicos ocorrem devido à degranulação de mastócitos e são variáveis como prurido, vômitos,emagrecimento. A classificação atual define os tipos de mastocitoma cutâneo como mastocítico - mais comum,que pode ser bem diferenciado ou pouco diferenciado - e histiocítico - pouco granulado e pode ser chamado demastocitoma atípico. A citologia é um bom método para triagem diagnóstica, mas a confirmação deve ser feita porexame histopatológico. A imunoistoquímica (IQ) pode ser usada para diferenciação específica e prognóstico domastocitoma, sendo relatados padrões de marcação para c-kit (CD117) e Ki-67. O tratamento é feito através dacirurgia e eventualmente quimioterapia (QT) com prednisolona e vimblastina ou lomustina e suporte com ranitidinae prometazina. Objetivou-se relatar a ocorrência de três casos de mastocitoma em felinos atendidos no setor deCirurgia e Oncologia do HUVET-UFF. Todos os animais foram submetidos à exérese das massas com amplamargem e apresentaram diagnóstico histopatológico de mastocitoma. Um dos gatos era macho, SRD, 6 anos deidade com lesão em orelha esquerda, prurido ocasional e regurgitação recorrente. Após procedimento cirúrgico deexérese da massa, foi iniciada QT com vimblastina, porém houve recidiva da neoplasia em região escapular eilíaca, com quadro de leucopenia intensa e hiporexia recorrentes. O segundo gato, macho, SRD, 2 anos de idadecom lesão em região abdominal e neoplasia intratorácica. Após exérese do tumor cutâneo procedeu-se examehistopatológico e IQ que revelou um Ki- 67 de 32%, sem expressão de C-kit. Iniciou-se então a QT com vimblastinaassociada à ciclofosfamida. Durante o acompanhamento o animal apresentou quadros de efusão pleural com presençade mastócitos em função da massa intratorácica e mastocitose durante o tratamento. O terceiro gato, fêmea, SRD,de 2 anos de idade, apresentava nódulo em pálpebra superior direita de crescimento rápido, sem metástases distantesou em linfonodo regional. Após a intervenção cirúrgica o tutor optou por não realizar a QT e o animal apresentauma sobrevida sem reincidência há 3 meses. Considerando que dentre os 3 casos atendidos, 2 apresentaramcomportamento biológico atípico, com caráter mais agressivo, ressalta-se a necessidade de dedicar uma atençãomaior aos mastocitomas cutâneos felinos com intuito de não subestimá-los.

Palavras-chave: neoplasia, mastócito, gato

130 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

78. AGENESIA UNILATERAL DE CORNO UTERINO EM CADELA(ÚTERO UNICORNIO) - RELATO DE CASO

ANNE GABRIELLY FRANÇA VIANA1, FÁBIO RANYERI NUNES RODRIGUES², JÚLIA DA SILVA SAVARIS²,CÍNTIA REGINA RÊGO QUEIROZ², ISABELLA LUANNI DE OLIVEIRA CUNHA², MAIRA DOS SANTOS CARNEIRO

LACERDA², MARCIO BOTELHO CASTRO³

1. Graduanda em Medicina Veterinária. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Universiadade de Brasilia-UnB - Campus Darcy RibeiroLaboratório de Patologia Veterinária da Universidade de Brasilia (LPV-UnB) - Hospital Veterinário da Universidade de Brasilia - Hvet. Brasilia - DFE-mail: [email protected]. Médico Veterinário. Residente em Anatomia Patológica Veterinária. Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade de Brasilia (LPV-UnB)Hospital Veterinário da Universidade de Brasilia - Hvet. Brasilia - DF3. Médico Veterinário. Msc. PhD em Anatomia Patológica Veterinária. Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade de Brasilia (LPV-UnB)Hospital Veterinário da Universidade de Brasilia - Hvet. Brasilia - DF

Anormalidades congênitas uterinas são incomuns em cães gatos. A agenesia parcial do corno uterino é amais frequente, sendo a maioria dos casos diagnosticados durante ovário-histerectomias ou em achados de necropsia,com a incidência que varia entre 1:5.000 até 1:10.000. Agenesias completas de cornos uterinos são bastante rarasem cães. A agenesia do corno uterino consiste no não desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto dos ductosparamesonéfricos durante o crescimento fetal. É classificada em total, conhecida como útero unicórnio, ou parcial,quando há ausência de um segmento do corno uterino. O útero unicórnio pode ser acompanhado de agenesia renalunilateral ipsilateral considerando que os ductos paramesonéfricos dão origem às estruturas tubulares uterinas.Dessa forma, o objetivo do presente resumo foi relatar um caso de agenesia unilateral de corno uterino em cadelada raça Shih Tzu, de 6 anos de idade, peso corporal de 6,0 kg. Foram enviadas amostras de útero, ovário e nóduloem mama abdominal caudal para o Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade de Brasília (LPV-UnB)com o histórico de lesão nodular na mama há duas semanas, sendo indicada nodulectomia na mama e castraçãoeletiva. Útero e ovários foram retirados por ovariosalpingohisterectomia (OSH), com útero medindo 17,0 x 3,0 x1,0 cm. O corno uterino esquerdo apresentava-se ausente, substituído por uma fina camada de tecido firme epardacento com ausência de lúmen, e o contralateral se apresentava de coloração vermelho-escuro. O examemicroscópico confirmou que o útero possuía apenas o corno direito contendo endométrio em fase proliferativa eacentuadamente congesto. O corno uterino contralateral (esquerdo) estava ausente, sendo substituído apenas porfeixe fibromuscular, revelado pela coloração de Tricrômico de Masson. No útero, foi firmado o diagnóstico deagenesia unilateral de corno uterino (útero unicórnio). Foram analisados também as amostras de ovário e nódulomamário, sendo diagnosticados ovário policístico bilateral e adenoma complexo de mama. A patogênese da agenesiaunilateral de corno uterino tem muitas variáveis que podem estar envolvidas e não podem ser geralmenteidentificadas. Esta agenesia não possui sinais clínicos além do possível declínio na fertilidade, e gestações nocorno uterino contralateral são possíveis. O diagnóstico desta anomalia, geralmente, é acidental durante aovariohisterectomia eletiva. A agenesia total de corno uterino é uma alteração muito rara, apesar da aplasia segmentarser uma das alterações mais frequentes no órgão. A avaliação pré-cirúrgica por exames de imagem pode permitiro diagnóstico precoce, facilitando a exploração e o procedimento cirúrgico.

Palavras-chave: útero unicorno, malformação, anomalia

131VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

79. ESTUDO RETROSPECTIVO E AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICADA CINOMOSE CANINA DIAGNOSTICADA NO LABORATÓRIO DE

PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFRRJ

ANDRESSA APARECIDA L. REIS1, JULIANA PEREIRA DE FREITAS1, ANA BEATRIZ BARROZO DE FARIA REZENDE2,CAROLINA DA FROTA GUERRA3, DAIANE FIGUEIRÊDO DE FREITAS3, BRENA GAVA GUIMARÃES4, DIEFREY RIBEIRO

CAMPOS5, CRISTIANE DIVAN BALDANI6

1. Médica Veterinária, Discente do Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, Instituto de Veterinária (IV), UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected] Bolsista do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) da UFRRJ3 Graduanda em Medicina Veterinária, UFRRJ4 Médica Veterinária, Programa de Residência Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro5 Médico Veterinário, DSc, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) da UFRR.6Médica Veterinária, DSc, Professora Associada do Departamento de Medicina e Cirurgia Veterinária, UFRRJ

Caracterizada como uma enfermidade infecto contagiosa grave e multissistêmica, a cinomose canina écausada por um RNA vírus do gênero Morbillivirus, possui distribuição mundial e é transmitida por contato diretoe aerossóis. Animais infectados podem apresentar diversos sinais clínicos envolvendo o sistema nervoso central,trato gastrointestinal e respiratório, além de manifestações cutâneas e oculares. O diagnóstico da cinomose ébaseado na anamnese, sinais clínicos e exames complementares, como por exemplo achados hematológicos. Ohemograma é indispensável em casos de suspeita da doença, onde se pode confirmá-la através da visualização deinclusões virais (corpúsculo de Sinegaglia-Lentz), e para o acompanhamento do paciente, a fim de obter informaçõesvaliosas sobre o estado imunológico do animal. O objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo retrospectivodo perfil hematológico de cães diagnosticados para cinomose por sorologia, através de imunoensaio cromatográficopara a detecção qualitativa do antígeno do vírus da cinomose, no período de março de 2017 a março de 2018 noLaboratório de Patologia Clínica Veterinária (LABVET) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A partirde uma análise dos laudos hematológicos e imunológicos emitidos pelo LABVET foram selecionados diagnósticosimunológicos de cinomose, e quando presentes, os hemogramas realizados no mesmo dia referentes a cada paciente.Foi verificado o número de exames realizados, o diagnóstico sorológico e a avaliação hematológica dos cãesportadores do vírus. O resultado revelou 50 laudos imunológicos emitidos no período do presente estudo, onde 15animais apresentaram resultado reagente para o vírus da cinomose canina (30%) e 35 animais, resultado nãoreagente para antígeno do vírus da cinomose canina (70%). Para a avaliação hematológica dos pacientes reagentespara cinomose canina foram analisados os laudos de hemograma de todos os animais que solicitaram o examehematológico juntamente com o teste imunológico 60% (n = 9). Os achados hematológicos encontrados nosanimais foram: anemia 100% (n = 9); leucopenia 33,33% (n = 3); e leucocitose 11,11% (n = 1). Na contagemdiferencial de leucócitos a linfopenia e neutrofilia ocorreram em 100% (n = 9) dos casos; monocitopenia em33,33% (n = 3); monocitose em 33,33% (n = 3) e eosinopenia em 77,78% (n = 7). Trombocitopenia foi observadaem 55,56% (n = 5) dos exames; 33,33% (n = 3) de hiperproteinemia e 11,11% (n = 1) de hipoproteinemia. Asinclusões virais em hemácias e/ou leucócitos foram observadas em 22,22% (n = 2) dos casos. Pode-se concluir quecães com cinomose podem apresentar alterações variadas no hemograma, entretanto, os achados mais frequentesneste estudo foram: anemia, leucopenia, neutrofilia, linfopenia e trombocitopenia.

Palavras-chave: Morbillivirus, hemograma, cães.

132 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

80. VIABILIDADE DE AMOSTRAS SÉRICAS DE CÃESPARA DOSAGEM DE GLICOSE EM DIFERENTES TEMPOS DE

CENTRIFUGAÇÃO APÓS COLETA

ANDRESSA APARECIDA L. REIS1, THALITA XAVIER A. SILVA1, CECÍLIA LOPES DA CONCEIÇÃO1,MARIANA SILVA R. ALVES2, GABRIEL ALCIDES C. LIMA3, CAROLINA DA FROTA GUERRA4,

DIEFREY RIBEIRO CAMPOS5, FABIO BARBOUR SCOTT6

1. Médica Veterinária, Discente do Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, Instituto de Veterinária (IV), UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica - Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, MSc.3. Médico Veterinário, Programa de Residência Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro4. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRRJ5. Médico Veterinário, DSc, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) da UFRRJ6. Médico Veterinário, PhD. Professor do Departamento de Parasitologia Animal (DPA), Anexo 1 do Instituto de Veterinária (IV), UFRRJ

A glicose é o principal substrato para a produção de energia dos tecidos do organismo o que torna suahomeostase sanguínea de suma importância. O monitoramento glicêmico é utilizado na medicina veterinária paradetecção aumento ou diminuição da glicemia, associado ou não a doenças. A confiabilidade dos resultados daavaliação de amostras depende da correta coleta, armazenamento e processamento das mesmas. O método padrãoouro para aferição da glicemia consiste em acondicionar a amostra de sangue em tubo contendo anticoagulanteEDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) e fluoreto de sódio (tubo de tampa cinza), porém frequentemente sãoenviadas aos laboratórios amostras em tubo sem anticoagulantes e com ativador de coágulo para dosagem daglicose sérica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tempo de armazenamento na determinação daconcentração de glicose sérica em amostras não centrifugadas coletadas em tubos com ativador de coagulo. Foramutilizados 10 cães adultos da raça Beagle, aprovado na Comissão de Ética na Utilização de Animais sob a númerode protocolo 9757140918. Foram coletadas, através de conjunto a vácuo via jugular seis amostras de cada animalcom volume de 2 mL de sangue cada. As amostras foram acondicionadas em tubo para bioquímica sem anticoagulantee com ativador de coágulo e dosadas em seis tempos com intervalos de 30 minutos, onde a primeira dosagem (T0)foi realizada 30 minutos após a coleta. As demais dosagens foram realizadas 1 hora após a coleta (T1), 1 hora e 30minutos após a coleta (T2), 2 horas após a coleta (T3), 2 horas e 30 minutos após a coleta (T4) e 3 horas após acoleta (T5). As centrifugações das amostras foram realizadas em centrífuga para uso laboratorial geral, a 3500rotações por minuto por 10 minutos com força centrífuga relativa de 2197,2 giros, no momento antes de cadadosagem. A dosagem foi realizada através do analisador bioquímico automatizado A-15 (Biosystems®) com kitsde mesma marca pelo método enzimático-colorimétrico. Após a análise os dados foram tabulados, testados paranormalidade pelo teste de Shapiro-Wilkis e submetidos ao Dunnett, com intervalo de confiança de 95% (p < 0,05).Todas as amostras apresentaram queda nas concentrações de glicose ao longo do tempo com média dos resultadosde 100,3 mg/dL, 92,1 mg/dL, 86,3 mg/dL, 80,2 mg/dL, 78,3 mg/dL e 73,9 mg/dL nos tempos T0, T1, T2, T3, T4e T5 respectivamente. Foi verificado redução significativa (p<0,05) nas concentrações de glicose sérica a partir de2 horas após a coleta (T3). Pode-se concluir que, amostras sanguíneas coletadas em tubos sem a presença deanticoagulante para dosagem de glicose sérica por método enzimático colorimétrico devem ser centrifugadas ematé 1 hora e 30 minutos após a coleta para se obter resultados fidedignos.

Palavras-chave: glicemia, soro, canino

133VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

81. PERFIL DOS TUTORES E DOS CUIDADOS COM A SAÚDEDE CÃES E GATOS EM NITERÓI, RJ

RENATA MOURÃO DE MORAES¹, NATHALIA DA SILVA CARLOS², LUIZA CARNEIRO M. VALENTE³

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense - Niterói, RJEmail: [email protected]. Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense, RJ3. Professora de Administração Rural e Economia Rural, Departamento de Zootecnia e DesenvolvimentoAgrossocioambiental Sustentável (MZO), Universidade Federal Fluminense, RJ

A relação entre homens e animais já remonta milhares de anos. Primeiro se estabeleceu uma relação decooperação, onde havia troca de alimento e abrigo pela produção de carne e couro, que evoluiu do contato deobservação e aprendizagem para domesticação, com fins de companhia, lazer e afeto. Em 2013, o Brasil era oquarto país com maior população de animais de estimação no mundo, sendo contabilizados 52,2 milhões cães e22,1 milhões de gatos. Com a crescente população de cães e gatos e sua inserção em papéis variados na sociedade,ocorre também maior preocupação com a saúde e bem-estar desses animais. Tendo em vista a ampliação da buscapelo mercado pet e pelo profissional de Medicina Veterinária, o presente trabalho visou analisar o perfilsocioeconômico de proprietários de cães e gatos e os gastos com cuidados veterinários, através da aplicação de umquestionário à população de Niterói, RJ. Foi selecionada uma amostra populacional estratificada das cinco regiõesadministrativas do município de Niterói - Norte, Pendotiba, Leste, Praias da Baía e Oceânica -, com 10% deprecisão e 95% de nível de confiança, totalizando 481 questionários, no período de setembro de 2014 a novembrode 2015. Para essa pesquisa foi elaborado um questionário estruturado em cinco partes: Perfil do Proprietário;Sobre o Animal; Consumo de Produtos e Serviços PET e Saúde Animal. Os critérios de inclusão foram: residir nacidade de Niterói, ser maior de 18 anos e proprietário de cães e/ou gatos. Sobre o perfil do proprietário verificou-se que a maior parte dos entrevistados moravam em casa (n = 366/481), possuíam o ensino médio completo (n =207/481), renda salarial de dois a três salários mínimos (n = 127/481) e homens como chefe de família (n = 301/481). Além disso, a maioria das famílias era composta de uma a três pessoas com um único cão ou gato,independentemente do tipo de moradia. Sobre o perfil e a saúde animal, a maior parte dos entrevistados adquiriuseus animais por meio de adoção e com propósito de companhia. Quando avaliado o aspecto dos gastos veterinários,verificou-se que a maior parte dos entrevistados levava seu animal à consulta apenas em situações de emergência(n = 205/481), vacinavam apenas para raiva em campanhas públicas (n = 198/481), não administravam vermífugosaos animais (n = 129/481) e utilizavam medicamentos contra pulgas e carrapatos apenas quando julgavam necessário(n = 222/481). Os resultados no que concerne à parte de gastos veterinários se mostraram alarmantes, refletindofalta de conscientização sobre medicina preventiva e carência no controle e prevenção de doenças parasitárias decães e gatos. Com isso, levanta-se o questionamento da necessidade de políticas públicas e difusão de informaçõessobre esses temas à população de Niterói.

Palavras-chave: mercado pet, medicamentos, proprietários

134 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

82. AMOSTRAGEM DE CILINDRÚRIA E SUA IMPORTÂNCIANO DIAGNÓSTICO DE AFECÇÕES RENAIS

MARIA BEATRIZ A.A. RIBEIRO1, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2,VIVIAN GOMES F. ALMEIDA2, JULIET CUNHA BAX2, BRUNO WEBBER KLASER3, BRUNA BATISTA DO CARMO4,

LARISSA HELENA P.A. SOBRINHO4, ALINE MOREIRA DE SOUZA5

1. Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Clínica e Reprodução Animal (PPGMEDVET)/UFF, Niterói, RJ3. Graduando em Medicina Veterinária, UPF - Passo Fundo, RS4. Graduanda em Medicina Veterinária, UFF - Niterói, RJ5. Médica Veterinária, DSc, Professora. Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A urinálise fornece informações importantes sobre o funcionamento do sistema urinário, sendo essencialsua realização no diagnóstico de diversas enfermidades. A análise de sedimento, etapa qualitativa da urinálise,identifica as células, cilindros, microrganismos, cristais, dentre outros componentes que podem aparecer na urina.Os cilindros são formados nos túbulos renais, sendo primariamente compostos por mucoproteína, a qual é secretadapelas células epiteliais tubulares, podendo conter diferentes quantidades de células, lipídios e debris. Asmucoproteínas se condensam formando os cilindros hialinos. Estes podem adquirir debris celulares, leucocitáriose hemáticos, e tornarem-se cilindros granulares. Quando os cilindros se deterioram e se solidificam nos túbulos,são formados os cilindros céreos. Uma urina normal pode conter poucos cilindros hialinos e granulosos, mas umaquantidade maior destas estruturas pode indicar patologia renal. Na presença de inflamação ou hemorragia renal,pode haver a formação de cilindros leucocitários ou eritrocitários. Para realização deste trabalho foram revisados551 exames de urinálise de cães e gatos, atendidos no Hospital Universitário Veterinário Professor Firmino MársicoFilho da Universidade Federal Fluminense (HUVET-UFF), de janeiro a dezembro de 2018. As amostras de urinaforam obtidas através de cateterismo, cistocentese ou micção natural, e a sedimentoscopia foi realizada pormicroscopia óptica nos aumentos de 100 a 1000x. Dos exames analisados, 8,7% (48/551) apresentaram cilindroshialinos, 25,6% (141/551) cilindros granulosos e 0,18% (1/551) apresentou cilindro céreo. Os cilindros hialinossão os mais difíceis de observar, são compostos quase inteiramente de mucoproteína e albumina, sem células ougranulosidade. Em número elevado são anormais e podem indicar doenças glomerulares, ou, menos frequentemente,proteinúria pré-glomerular. Os cilindros granulosos originam-se de células epiteliais que descamaram recentemente.Indicam a possibilidade de necrose, pielonefrite ou isquemia. Quanto mais distante são formados nos túbulos,maiores serão os grânulos. Já os cilindros céreos indicam cronicidade e particularmente se encontrados em grandequantidade, evidenciam doença em progresso. Com isso, observa-se que a urinálise e especificamente a análise decilindros na sedimentoscopia é um exame importante para auxiliar na detecção de qual parte do sistema urinárioestá mais afetada sendo de grande valia para o diagnóstico clínico de doenças renais e para o prognóstico também.

Palavras-chave: urinálise, cilindros, granulosos, céreos, hialinos

135VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

83. CARCINOMA DE CÉLULAS DE TRANSIÇÃO EM CÃO MACHOCOM PERDA DE DEFINIÇÃO DO OSSO PENIANO: RELATO DE CASO

ISABELLE SOARES S. ASSIS1, PRISCILA DANTAS DA SILVA2

1. Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, bacharel em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ

O carcinoma de células de transição é a neoplasia vesical mais comum em cães, com maior ocorrência emfêmeas. Relata-se um caso de carcinoma de células de transição, no qual um cão macho, de 12 anos de idade, daraça Lhasa Apso, castrado, foi atendido no PROVET, centro de Medicina Veterinária diagnóstica, na unidade deMoema - São Paulo. O animal foi encaminhado para realização de exame de imagem de ultrassonografia com aqueixa principal de cistite recorrente. O animal estava sendo tratado com antibioticoterapia por um longo períodosem apresentar melhora clínica, por esse motivo o clínico responsável solicitou a realização de exames de imagemcomplementares. Realizada a USG abdominal, constatou-se como impressão diagnóstica, uma possível cistitecrônica ou neoplasia de origem vesical ou prostática. Foi verificado durante o exame alterações em uroepitéliouretral, se apresentando de forma irregular e espessado, além da percepção da perda de ecogenicidade do ossopeniano, em topografia de uretra peniana. Para melhores esclarecimentos, foi solicitado pela própria MVultrassonografista, um exame radiográfico. A radiografia foi realizada em projeções laterolaterais e em posiçãofletida, da região abdominal. O exame radiográfico verificou justamente a perda da radiopacidade habitual emtopografia do osso peniano, evidenciando possível reabsorção óssea e hiperostose do osso peniano, além da presençade urólitos em topografia de vesícula urinária. O animal foi submetido a exame histopatológico na própria unidade,constatando o diagnóstico de carcinoma de células de transição. A literatura relata que, majoritariamente, neoplasiasvesicais são comumente neoplasias primárias e as secundárias são raras, no entanto podem decorrer da expansãode tumores uretrais ou prostáticos. Também é sabido que neoplasias uretrais são geralmente extensões de neoplasiasoriginadas na bexiga ou próstata, sendo comum a extensão da massa para a uretra proximal, uma vez que neoplasiasuretrais primárias também são raras. O animal relatado apresentava cistite, uretrite e urólitos, que são sinais clínicoscompatíveis com o carcinoma de células de transição. Uma possível causa discutida para a reabsorção óssea doosso peniano seria a ocorrência de osteomielite, supostamente decorrente da cistite crônica relatada.

Palavras-chave: neoplasia vesical, diagnóstico por imagem, carcinoma de células de transição

136 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

84. PIONEFROSE UNILATERAL EM GATA CONSEQUENTE ALIGADURA ACIDENTAL DO URETER COM ÊNFASE NO DIAGNÓSTICO

POR IMAGEM: RELATO DE CASO

LARISSA VAHIA MALLIAGROS1, GABRIEL NOGUEIRA BRUGGER TEIXEIRA2,, AMANDA KÖRBES WOLMEISTER2,

TÁBATA MAUÉS3, ALINE MOREIRA DE SOUZA4, ALINE EMERIM PINNA4, MÁRCIA CAROLINA SALOMÃO SANTOS4

1. Graduanda em Medicina Veterinária. Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Residentes em Medicina Veterinária HUVET-UFF - Niterói, RJ3. Médica Veterinária do Setor de Cirurgia – HUVET-UFF - Niterói- RJ4. Professoras, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária-UFF - Niterói, RJ

A pionefrose pode se desenvolver como consequência da pielonefrite obstrutiva ou obstrução do fluxo desaída, ambos frequentemente relacionados a litíases renais, seguida de contaminação secundária por agentesinfecciosos. Relata-se o caso de uma gata, de 3 anos de idade, castrada há 2 anos que foi atendida no HospitalUniversitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Marsico Filho da Universidade Federal Fluminense(HUVET-UFF). A queixa principal foi mudança no aspecto da urina que se apresentou viscosa e esbranquiçada.Ao exame clínico, constatou-se abdômen rígido com formação palpável em região epi/mesogástrica esquerda. Osexames laboratoriais detectaram intensa leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, além de neutrófilostóxicos na hematoscopia, piúria e hematúria com densidade urinária normal e bioquímica renal sem alteração. Aultrassonografia observou rim esquerdo com dimensões acentuadamente aumentadas (8,9 x 6,6 cm), perda daarquitetura, contendo acentuada quantidade de fluido rico em pontos ecogênicos que representavam celularidade,e trabéculas próximas a cápsula renal, compatível com pionefrose. Adicionalmente, foi visibilizada dilatação dosegmento proximal do ureter esquerdo, sem sinais de litíases. O rim direito apresentava dimensões habituais (4,1x 2,1 cm), arquitetura preservada e cortical com ecogenicidade habitual. O exame radiográfico foi realizado parainvestigar se a dilatação ureteral poderia estar relacionada a presença de litíases renais e/ou ureterais que nãoforam identificadas ao exame ultrassonográfico. O animal foi submetido a nefrectomia unilateral durante a qualpercebeu-se que a pionefrose foi ocasionada pela ligadura acidental do ureter esquerdo naovariosalpingohisterectomia, o que representou uma causa pouco relatada no desenvolvimento de pionefrose emgatos. Assim sendo, o exame ultrassonográfico permitiu a exclusão de diagnósticos diferenciais da pionefrose taiscomo hidronefrose, hematoma, linfoma, doença policística renal e pseudocistoperinéfrico. A aderência não foiidentificada possivelmente por ter aspecto semelhante a reação inflamatória perinéfrica, por não ser uma causacomumente relacionada a pionefrose e pela ausência da suspeita clínica visto o tempo decorrido daovariossalpingohisterectomia. Já o exame radiográfico simples confirmou a ausência de litíases radiopacas nomomento do exame. Por sua vez, os exames laboratoriais confirmaram a presença de inflamação e a compensaçãorealizada pelo rim contralateral. Desse modo, concluiu-se que os exames de imagem contribuíram para a decisãoda conduta clínica e cirúrgica, no diagnóstico diferencial, na avaliação do rim contralateral e, por fim, que aligadura acidental do ureter deve ser incluída entre as causas de pionefrose em gatos.

Palavras-chave: felino, ultrassonografia, radiografia

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85. PROJETO MELHOR AMIGO: PESQUISA DE HEMOPARASITAS ELeishmania spp. EM CÃES DE MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA NO

MUNICÍPIO DE NITERÓI: RESULTADOS PRELIMINARES

ANA CATARINA V. MOURA1, ADRIELLE SPINELLI DA CRUZ1, JULIET CUNHA BAX2,ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, MARIA CRISTINA N. CASTRO3, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER3,

ALINE MOREIRA DE SOUZA3, FLÁVIO FERNANDO B. MOUTINHO4

1. Aluno de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução) - UFF - Niterói, RJ3. Professor, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária - UFF - Niterói, RJ4. Professor, DsC, Departamento de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública - UFF - Niterói, RJ

Hemoparasitos são transmitidos por vetores e podem acometer diversas espécies animais. Desses, Ehrlichiaspp., Anaplasma spp., Babesia spp., Hepatozoon spp. e Dirofilaria spp. são comumente diagnosticados em cães epodem acometer o homem, gerando doenças debilitantes e, inclusive, levá-los ao óbito. Leishmania spp., emboranão seja hemoparasito, também é transmitida por vetores, sendo agente causal de uma zoonose de maior impactona saúde pública. Estudos mostram mudança na interação entre o homem e os animais de companhia, que passarama ser membros da família. Entre moradores em situação de rua e seus cães, não é diferente, pois muitas vezes essaspessoas estão socialmente deslocadas e encontram uma relação de amizade nos animais. Cães de moradores emsituação de rua podem ter menos acesso aos meios de controle de vetores, podendo contrair essas doenças. Oobjetivo desse trabalho foi fazer uma avaliação preliminar dos resultados da pesquisa de hemoparasitos e Leishmaniaspp. em amostras sanguíneas de cães de moradores de rua do município de Niterói. Foram coletadas amostras desangue por venopunção cefálica e contenção mecânica de 10 cães entre junho e julho de 2019. Os exames foramrealizados no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária do HUVET/UFF. A pesquisa de hemoparasitos foirealizada em esfregaço de sangue capilar e concentrado leucocitário, corados com corante instantâneo e observadosem microscopia de imersão. A pesquisa de microfilárias foi realizada pela técnica de Woo e de Knott modificadoe o teste rápido para Leishmania spp. pelo método Elisa. O único hemoparasito encontrado foi Dirofilaria immitisem um animal e nenhum foi positivo para Leishmania spp. no teste rápido. Os animais deste estudo tinham umperfil urbano, com baixa presença de ectoparasitos e vulnerabilidade a outros vetores no momento da coleta, o quepoderia justificar a baixa ocorrência de hemoparasitos e a ausência de Leishmaniose. Os exames realizados nesseestudo são os mais solicitados para o diagnóstico dessas doenças na rotina clínica veterinária, embora o resultadonegativo não exclua a possibilidade da infecção. A amostragem ainda está reduzida, uma vez que o projeto está emdesenvolvimento para traçar um perfil sanitário dessa população, incluindo exames sorológicos e molecularespara aumentar a precisão diagnóstica.

Palavras-chave: Ehrlichia spp., Leishmania spp., saúde pública

138 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

86. ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL DO ESMALTE DENTÁRIODE CÃO COM ALTERAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO

IASMIN FLOR L. GONÇALVES1, BEATRIZ FRANÇA LOPES², GUSTAVO SILVA DE SOUZA3,AFONSO RANGEL RIBEIRO4, RENATA MORAIS SILVA5, LEONARDO ZEEMANN6, ANNELISE ZEEMANN7,

ANA BÁRBARA F. RODRIGUES8

1. Graduanda de Medicina Veterinária, Laboratório de Morfologia e Patologia Animal (LMPA), Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro -UENF, Campos dos Goytacazes, RJ. E-mail: [email protected]. Graduanda de Medicina Veterinária, UENF - Campos dos Goytacazes, RJ3. Graduando de Medicina Veterinária, UENF - Campos dos Goytacazes, RJ4. Graduando de Medicina Veterinária, UENF - Campos dos Goytacazes, RJ5. Graduanda de Medicina Veterinária, UENF - Campos dos Goytacazes, RJ6. Médico Veterinário, LZ Odontoveterinária - Rio de Janeiro, RJ7. Microscopista, UFRJ - Rio de janeiro, RJ8. Professora de Anatomia Animal, DSc, UEN -, Campos dos Goytacazes, RJ

As anomalias dentárias de desenvolvimento (ADD) são caracterizadas por anormalidades no número,tamanho e forma ou estrutura clínica dos dentes. A anomalia de hipoplasia do esmalte se qualifica pela sua formaçãoincompleta da matriz orgânica. Enquanto que a Dens Invaginatus se define pela invaginação de tecidos coronáriosantes da calcificação. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar as características ultraestruturais dosdentes de cães diagnosticados com ADD. Os dentes foram selecionados mediante a avaliação clínica e após aextração foram encaminhados para análise ultraestrutural por meio da Microscopia eletrônica de varredura (MEV).Amostras de dentes de cão com Hipoplasia de esmalte e Dens Ivaginatus foram preparadas para MEV, no qual oterço médio da coroa dos dentes foram seccionado transversalmente e longitudinalmente com disco de carborundummontando em peça de mão reta e sob irrigação, formando blocos com dimensões de 5mm x 5mm. As amostrasforam lixadas sob irrigação e polidas com disco de feltro montado em peça de mão reta e pasta para polimento.Após todo o processamento de preparo as amostras foram montadas, metalizadas e observadas em MEV. Asmicrografias foram feitas em várias regiões do esmalte e em diferentes magnificações. Amostra de esmalte dentáriode cão hígido também foi avaliada e configurou como padrão de normalidade para o comparativo das amostras. Oesmalte dental clinicamente sadio apresentou um aspecto vítreo resultante da estreita aproximação dos cristais dehidroxiapatita e cristal hidratado de fosfato de cálcio, conferindo a essa superfície a consistência dura e o aspectoreluzente. Os espaços inter cristalinos se alargarão caso haja uma diminuição dos cristais de hidroxiapatita decorrenteda perda mineral dessa estrutura. Desse modo, é apresentada uma maior porosidade do tecido que, por maisdiscreta, altera as propriedades óticas do esmalte. No caso da hipoplasia do esmalte dentário, foi observado intensapresença de poros e rugosidade na porção coronária. Já na anomalia Dens Invaginatus, foi possível observar adentina e esmalte no interior da câmara pulpar. Em ambos os casos se evidenciou claramente a morfologia diferentede um esmalte hígido. O estudo das ADDs se faz necessário, pois, o conhecimento delas auxilia o profissional asaber diagnosticar, e traçar o plano de tratamento mais adequado a cada caso, já que essas alterações podemocasionar repercussões funcionais no arco dentário.

Palavras-chave: anomalias, dens invaginatus, hipoplasia de esmalte

139VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

87. ALTERAÇÃO DE TEMPO DE PROTROMBINA EM CÃOCOM HEPATOPATIA: RELATO DE CASO

LARISSA HELENA P.A. SOBRINHO1, NEWTON MELLO A. FILHO2, CARLA GABRIELA B. PALERMO3,ANA CATARINA V. MOURA4, MYLENA ASSIS DOS SANTOS5, GABRIEL NOGUEIRA B. TEIXEIRA6,

MÁRCIA CAROLINA S. SANTOS7, ALINE MOREIRA DE SOUZA8

1. Graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ3. Graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ4. Graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ5. Médica Veterinária, Programa de Residência em Medicina Veterinária - UFF, Niterói, RJ6. Médico Veterinário, Programa de Residência em Medicina Veterinária - UFF, Niterói, RJ7. Professor, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária - UFF - Niterói, RJ8. Professor, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária - UFF - Niterói, RJ

Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) são testes que avaliam ahemostasia secundária. TP avalia a via extrínseca (fatores III e VII) e a via comum (fatores X, V, II e o fibrinogênio).TTPA avalia a via intrínseca (XII, XI, IX, VIII) e comum. Um cão, fêmea, da raça Pinscher, com 9 anos de idade,foi levado para fazer exames clínicos, pois apresentava histórico de emagrecimento, inchaço e manchas pretas naregião abdominal. No exame de palpação, verificou-se abaulamento abdominal, levando à suspeita clínica dehepatite ou neoplasia no fígado. Para confirmação foram solicitados exames complementares. Os resultados dohemograma indicaram anemia normocítica e normocrômica, trombocitopenia e leucograma sem alterações. Oteste rápido foi positivo para Ehrlichia spp. A bioquímica sérica revelou aumento de atividade das enzimas ALT,AST, FA e GGT, além de hiperglobulinemia, que pode estar associada a processo inflamatório infeccioso ouneoplásico, hipoalbuminemia compensatória ou por falha na produção hepática. Os resultados do coagulogramaforam determinados utilizando-se kits comerciais e metodologia semi-automática, indicando TP aumentado (21,8"- Valor de Referência do Laboratório: 6 a 12") e TTPA normal (20,8" - Valor de Referência do Laboratório: 10 a24"). Esse resultado sugere deficiência no fator VII, produzido no fígado, uma vez que o fator III é tecidual e suadeficiência não é compatível com a vida. Como o TTPA apresentou-se normal, foi excluída a possibilidade dealteração nas vias intrínseca e comum. A diminuição do fator VII em um animal adulto exclui a possibilidade dedeficiência genética do fator, indicando alteração hepática grave, pois este é o mais lábil entre os produzidos nofígado, sendo o primeiro a diminuir em uma deficiência na produção. Os resultados dos exames de imagemapresentaram áreas hiperecoicas pobremente delimitadas compatíveis com hepatopatia, sugerindo neoplasia. Aradiografia indicou diafragma discretamente deslocado pela silhueta hepática, bordas hepáticas arredondadas ehepatomegalia. A ultrassonografia indicou hepatomegalia, com deslocamento para a região umbilical, apresentandolesões difusas por toda a sua extensão, além de esplenomegalia e presença de lesões no baço, ambos compatíveiscom processo neoplásico nesses órgãos. Não foi possível a confirmação citológica/histopatológica pelo riscohemostático inerente a coleta das amostras, por punção aspirativa ou biópsia. A positividade no teste rápido paraEhrlichia spp. pode ou não estar relacionado ao desenvolvimento dessas alterações. O relato mostra a importânciade exames complementares realizados por veterinários no diagnóstico e prognóstico de doenças em animais,permitindo uma atuação mais segura na abordagem terapêutica.

Palavras-chave: coagulograma, hemostasia secundária, neoplasia

140 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

88. ASSOCIAÇÃO DE VALORES DE RPC COM PRESENÇA DECELULARIDADE EM AMOSTRAS DE URINA DE CÃES E GATOS:

ESTUDO RETROSPECTIVO

BRUNA BATISTA DO CARMO1, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, JULIET CUNHA BAX2,MARIA BEATRIZ A.A. RIBEIRO3, GIULIA LAURA F. PAZ3, LARISSA HELENA P.A. SOBRINHO3,

BRUNO WEBBER KLASER4, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER5

1. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, R Email: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ3. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ4. Aluno de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UPF - Passo Fundo, RS5. Professora, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A relação proteína-creatinina (RPC) tem sido muito usada no diagnóstico precoce e confirmação de doençarenal, e tem valor na avaliação da eficácia terapêutica e da progressão da doença renal em cães e gatos. Alteraçõesnos valores de RPC podem se dá tanto devido à proteinúria renal quanto pós-renal, e a diferença dependendo deoutras análises, como o exame de Elementos Anormais do Sedimentoscopia (EAS). Com o objetivo de relacionaro aumento da RPC urinária com a presença de elementos observados no exame de EAS, foram analisadas 550amostras de urina de animais atendidos em hospital veterinário. A partir da urina coletada de cada animal, 5mL dematerial foi centrifugado a 2.000 rpm, por cinco minutos. O sedimento obtido foi colocado em lâmina para análiseem microscopia óptica. Já o sobrenadante obtido foi congelado a -20°C em microtubos para as dosagens bioquímicasde proteína e creatinina, utilizando kits comerciais fundamentados no princípio do vermelho de pirogalol e deJaffé picrato alcalino, para proteína e creatinina respectivamente, seguindo as instruções do fabricante. A RPC foiobtida a partir dos valores de proteína e de creatinina expressos na mesma unidade (mg/dL). Das 550 amostrasexaminadas, 32,36% (178/500) apresentaram RPC elevado (acima de 0,5 cães e 0,4 gatos), sendo 143 cães (79fêmeas e 64 machos) e 35 felinos (15 fêmeas e 20 machos). Dentre as amostras com relação proteína-creatininaacima do normal, a maioria apresentou celularidade acima de 5 células por campo (hemácias, leucócitos e célulasepiteliais descamativas) que é o máximo esperado para animais normais, e presença de outros elementos quandoo esperado é ausência. Foi observado aumento de células do trato urinário (renais, pélvicas, vesicais, uretrais) em74,71% (133/178), piócitos em 74,71% (133/178), eritrócitos em 65,17% (116/178), bactérias em 72,47% (129/178) e presença de outras estruturas (espermatozoides, gotículas de gorduras, aglomerados de células descamativas,de leucócitos e bactérias) em 24,16% (43/178) das amostras. É visto assim que a grande maioria das amostras comRPC acima do limite normal demonstraram sedimento urinário ativo (com aumento de células), provavelmentedevido a inflamações e/ou infecções em trato urinário inferior, que geralmente tratam-se de quadros de cistite.Dessa forma, é fundamental que seja feita análise do sedimento, antes de qualquer suspeita de doença renal emanimal apresentando proteinúria, para que assim o tratamento seja direcionado de imediato para a afecção principal,ocasionadora das alterações laboratoriais e do quadro clínico.

Palavras-chave: proteinúria, urinálise, RPC

141VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

89. SARCOMA PANCREÁTICO EM FELINO - RELATO DE CASO

AMANDA KÖRBES WOLMEISTER¹, GABRIEL NOGUEIRA BRÜGGER¹,MARIANGELA BRUNA BUENO PORTO1, TABATA MAUES², ROBERTA FRAZÃO SANTOS SILVA³,

ALINE MOREIRA DE SOUZA4, NAYRO XAVIER DE ALENCAR4

1. Médica Veterinária, Programa de Residência em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária. Serviço de Cirurgia e Oncologia, Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho, UFF, Niterói, RJ.3. Médica Veterinária Autônoma, Niterói, RJ.4. Professor, DsC, Deparatamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

Sarcomas são neoplasias de tecido mesenquimal, sendo os originários do tecido pancreático pouco descritosem gatos. Comparado aos humanos, os sarcomas tem distribuição semelhante em animais, sendo 34% intraperitoneal,desses, 19% tem origem visceral. Os sinais clínicos normalmente são inespecíficos e a ultrassonografia podeauxiliar na localização do tumor. A punção aspirativa por agulha fina para exame citopatológico é utilizada paradiferenciar de abcessos, cistos ou outro tipo de câncer. Uma felina fêmea de 2,5 anos de idade, SRD, negativo paraFIV e FeLV, foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal Fluminense (HUVET-UFF) com históricode êmese e anorexia há aproximadamente três dias. Ao exame físico foi observada icterícia leve, desidratação de8% e na palpação abdominal notou-se massa em região epigástrica de consistência firme e superfície irregular. Foirealizada ultrassonografia (USG) em clínica externa anteriormente a consulta, a qual evidenciou em topografia depâncreas em região epigástrica esquerda e direita, formação de dimensões aumentadas, não delimitada ao examede USG, com ecogenicidade mista e ecotextura heterogênea, pouco vascularizada ao doppler, sugerindo correlacionarcom processo neoplásico. De acordo com a suspeita, foi realizado exame citopatológico da massa através depunção por agulha fina guiada pela USG. Na citologia observou-se grande quantidade de material amorfo decoloração basofílica e presença de células fusiformes com moderado grau de anaplasia, com citoplasma poucodelimitado e moderadamente basofílico, núcleo variando de arredondado a alongado, exibindo moderada anisocitosee anisocariose e cromatina grosseira, nucléolos evidentes variando de tamanho, número e forma com presençafrequente de matriz extracelular; os achados citológicos são sugestivos de sarcoma, porém não sendo possíveldescartar carcinoma indiferenciado devido ao elevado grau de anaplasia das células. Foi agendada realização debiopsia e histopatológico, contudo, o animal veio a óbito antes do procedimento. Dentre as neoplasias pancreáticas,os tumores de pâncreas exócrino correspondem a menos de 0,5% dos casos, sendo as neoplasias de célulasmesenquimais as menos frequentes. Normalmente acometem gatos idosos, contudo pode ser observado em gatoscom menos de três anos de idade portadores do vírus do sarcoma felino, idade semelhante ao relatado nesseestudo. A ultrassonografia, em cães, possui sensibilidade de 75% para tumores pancreáticos, referências extrapoladaspara a espécie felina. Apesar da histopatologia ser recomendada para diagnóstico definitivo, as característicascitopatológicas encontradas foram similares às relatadas na literatura para sarcomas, tendo auxiliado a conclusãodiagnóstica neste caso

Palavras-chave: neoplasia pancreática, pâncreas, gato

142 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

90. ESTUDO PRELIMINAR DO COMPORTAMENTO DOS ÍNDICESPLAQUETÁRIOS EM CÃES COM ENDOCARDIOSE

PRISCILA SOARES M. ALVES¹, NATHALIA CARNEIRO MAIA², ANDRÉ LUIS S. TEIXEIRA³, CARLA G.B. PALERMO4,ROSEMERI S. TEIXEIRA5, LUCIANA BOFFONI GENTILE6, ALINE MOREIRA DE SOUZA7

1. Aluna de Graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Aluno de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ3. Médico Veterinário, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ4. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ5. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ6. Médica Veterinária, Lab. de Patologia Clínica Veterinária, Hospital Univ. de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho, UFF - Niterói, RJ7. Professora, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) na espécie canina tem como principais causas a doença valvarcrônica (DVC) ou endocardiose, que acomete as valvas mitral e tricúspide, e a cardiomiopatia dilatada (CMD).Em humanos, alterações no volume plaquetário podem prever doenças cardiovasculares, visto que plaquetasaumentadas e hiperativadas secretam mediadores da coagulação e inflamação que aceleram a formação de trombosintracoronários, indicando maior risco para desenvolvimento de aterotrombose. O objetivo deste estudo, portanto,foi avaliar alterações nos índices plaquetários nos diferentes estágios de progressão da DVC e CMD em cães everificar a aplicabilidade dos índices como auxiliares no diagnóstico e acompanhamento desses pacientes. Pararealização deste estudo foi realizado ecocardiograma e coleta de amostra de sangue por venopunção cefálica de 21cães com cardiopatia. Os hemogramas foram processados em contador hematológico automatizado para a avaliaçãoda plaquetometria, volume plaquetário médio (VPM), índice de anisocitose plaquetária (PWD) e percentual demacroplaquetas (P-LCR). Foi realizada hematoscopia do esfregaço sanguíneo corado em corante instantâneo paraa confirmação dos resultados. Os cães foram classificados de acordo com os estágios de progressão da DVC (A,B1, B2, C, D) e CMD (leve, moderado, grave). Dos 21 animais, 47,6% (10/21) foram classificados como B1,42,8% (9/21) como B2, 4,8% (1/21) como C e 4,8% (1/21) com CMD de grau moderado a grave. Os valoresmédios de plaquetometria foram de 403.476 (±149.840) plaquetas/µL, não havendo animais com trombocitopeniae trombocitose. Verificou-se que dos cães em estágio B1 (10/21), apenas 20% (2/10) apresentaram PDW e P-LCRelevados, cães em estágio B2 (9/21) 33,3% (3/9) apresentaram P-LCR aumentado e o cão em estágio C (1/21) nãoapresentou aumento de PDW ou P-LCR, mas tinha presença de macroplaquetas na hematoscopia. A presença demacroplaquetas na hematoscopia não necessariamente afeta o valor do índice, uma vez que existe uma variação denormalidade para o aparecimento destas. Nenhum animal demonstrou valor de MPV alterado, apresentando médiade 11,5 (±1,2) fL (Referência 7,52 a 16,36, com média de 11,94)). Com relação ao paciente com CMD de graumoderado a grave, o mesmo apresentou PDW e P-LCR elevados com presença de macroplaquetas na hematoscopia.Os resultados preliminares mostram ausência de variação do índice MPV, variação do PDW em apenas 19% (4/21) e do P-LCR em 33,4% (7/21) dos cães cardiopatas. Importante ressaltar que o estudo está sendo ampliado paraobservarmos se essa variação no PDW e no P-LCR se mantém e para que seja possível maior clareza quanto àimportância destes índices plaquetários na endocardiose canina.

Palavras-chave: PDW, VPM, cardiopatia, cães

143VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

91. Leishmania spp. EM CITOLOGIA TESTICULAR DE UM CÃO:RELATO DE CASO

ALINE DE CÁSSIA CASAROTTI1, IRIS DANIELA S. MENESES2, STEPHANIE LUYSE D. SANTOS3,BÁRBARA LEONETTI COSTA4, JULIA MENEZES REZENDE5, BIANCA DE BASTOS GENÚ6,

NICOLE REGINA C. HLAVAC7.

A leishmaniose é uma doença infecciosa, causada por parasitos intracelulares do gênero Leishmania, decaráter zoonótico e endêmica em varios países, incluindo o Brasil. Em cães, a leishmaniose visceral é causada porLeishmania chagasi e apresenta manifestações clínicas diversas. A transmissão ocorre principalmente através devetores biológicos, porém há relatos de transmissão vertical, venérea ou transfusão sanguínea. Exames molecularese imunológicos são frequentemente usados para o diagnóstico da infecção, contudo, o parasitológico direto pormeio de exame citológico é bastante utilizado por apresentar baixo custo, fácil realização e elevada especificidade.O objetivo deste trabalho foi relatar o diagnóstico de infecção por Leishmania spp. por meio de exame citológicode aspirado testicular em um canino. O paciente era um animal errante, macho, não castrado, cerca de 2 anos deidade, com aumento de volume unilateral em bolsa escrotal (referente ao testículo direito). Exames laboratoriaisde rotina foram solicitados e alterações como anemia discreta, leucograma inflamatório, hipoalbuminemia ehiperglobulinemia foram observadas. Devido à assimetria testicular, foi solicitada citologia. As amostras eramhipocelulares com presença de frequentes macrófagos, plasmócitos e linfócitos maduros, raras células de Sertoli,assim como amastigotas de Leishmania spp. extra e intracitoplasmáticas nas amostras de ambos os testículos,ausência de células germinativas e espermatozoides. Amostras citológicas de linfonodos e medula óssea tambémforam coletadas para a pesquisa do protozoário, porém não foi encontrado o parasito nas amostras analisadas. Opresente relato mostrou um cão jovem, em fase potencialmente reprodutiva, pertencente à uma região não endêmicade Salvador-BA, apresentando formas amastigotas intratesticulares de Leishmania spp. Em animais infectados, acarga parasitária presente no aparelho reprodutor, especialmente no epidídimo é maior do que a encontrada sangueperiférico, sendo assim suficiente para que ocorra a transmissão pela via venérea. A presença de macrófagos elinfócitos e ausência de células germinativas são observadas em pacientes com lesões testiculares degenerativas,que ocorrem secundariamente ao processo inflamatório mediado pela resposta imune inadequada do hospedeirofrente ao agente infeccioso. A avaliação citológica de testículos é indicada para pacientes com aumento de volumeuni ou bilateral, descrita como importante método conservador e seguro para diferenciação das lesões inflamatóriase neoplásicas neste órgão. Estes achados são importantes para auxiliar no diagnóstico de lesões testiculares, assimcomo elucidar causas de infertilidade em cães de áreas endêmicas para leishmaniose.

Palavras-chave: citologia aspirativa, infertilidade, leishmaniose

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92. AVALIAÇÃO DO HEMATÓCRITO E CONCENTRAÇÃO DEHEMOGLOBINA EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS SUBMETIDOS À

CORREÇÃO DA ESTENOSE DAS NARINAS

RAFAELA MENEZES MACHADO1; GISELLA STEPHANIE O.D. SILVA2;AGUINALDO FRANCISCO M. JUNIOR3; ANA MARIA B. SOARES4; NÁDIA REGINA P. ALMONSNY5;

JULIANA LETICIA R. MARQUES6; GABRIELLA SOUZA L.B. SANTOS2

1. Aluno de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Santa Úrsula (USU) - Rio de Janeiro, RJE-mail: [email protected]. Aluno de Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ3. Doutorando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ4. Professor Associado, Disciplina de Clínica Médica de Pequenos Animais, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ5. Professor Titular, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ6. Aluno de Mestrado em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ

A síndrome dos cães braquicefálicos é caracterizada por alterações anatômicas que causam intensa obstruçãodas vias aéreas anteriores assim o fluxo do ar até o pulmão ocasionando importantes quadros de hipóxia,secundariamente a baixa oxigenação sanguínea o organismo busca soluções compensatórias em busca de umahomeostase ventilatória. O objetivo do presente estudo foi analisar comparativamente o hematócrito e a concentraçãode hemoglobina antes e após correção da estenose das narinas em cães braquicefálicos portadores de estenose denarina. Foram realizadas coletas de sangue da artéria femoral para avaliação hemogasométrica em analisadorportátil de gases sanguíneos, antes e 30 dias após a rinoplastia. Os resultados obtidos mostraram uma diminuiçãodo hematócrito e da concentração de hemoglobina com 30 dias de pós-cirúrgico sugerindo melhora na oxigenaçãosanguínea desses animais após tratamento cirúrgico.

Palavras-chave: hemogasometria, volume globular, síndrome do cão braquicefálico

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93. DIAGNÓSTICO COPROPARASITOLÓGICO DE PSEUDOPARASITAEM CÃO NO MUNICIPIO DE SEROPÉDICA: RELATO DE CASO

SO YIN NAK1; GABRIELA PEREIRA SALÇA DE ALMEIDA2; GABRIEL ALCIDES CAPUCHO DE LIMA2;BRENA GAVA GUIMARÃES2, THAIS RIBEIRO CORREIA3

1. Médica Veterinária, Profissional residente, Programa de Residência em Medicina Veterinária. RG 14605 CRMV/RJ - Universidade Federal Rural doRio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ. Email: [email protected]. Médico Veterinário, Profissional residente, MV, Programa de Residência em Medicina Veterinária. UFRRJ - Rio de Janeiro, RJ3. MV, DSc, Departamento em Parasitologia Animal, Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ

Pseudoparasitos são microrganismos incapazes de gerar patogenicidade ou estabelecer seu ciclo de vida nohospedeiro acidental, podendo ser contraído através da ingestão da microbiota de outros animais. Os cães possuemhábitos alimentares oportunistas e são considerados onívoros e uma dieta variada pode aumentar a susceptibilidadea infecções parasitárias. Alguns coccídeos possuem transmissão feco-oral, mas podem se disseminar através daingestão de presas, ou carcaças contaminadas. O gênero Eimeria possui grande importância na clínica de ruminantese aves devido sua alta patogenicidade, entretanto nos cães, a ingestão desses oocistos passa pelo trato gastrointestinalsem causar danos. O exame coproparasitológico contribui para a identificação de endoparasitas, porém algunsachados podem confundir o diagnóstico, e por este motivo estabelecer a relação parasito-hospedeiro pode evitarequívocos. O objetivo deste trabalho foi relatar o achado de um pseudoparasito em amostra fecal de um cão. Acadela, filhote, SRD, foi resgatada e após primeiro atendimento no Hospital Veterinário da Universidade FederalRural do Rio de Janeiro foram encaminhadas amostras fecais para o Setor de Diagnóstico em Parasitologia Animal.As amostras foram submetidas as técnicas de Centrifugo flutuação simples (CFS) e Centrifugo flutuação comsolução de sulfato de zinco (FAUST). A técnica de CFS demonstrou maior sensibilidade e foram observadosoocistos em vários estágios de esporulação, um não esporulado, outros dois possuindo dois ou quatro esporocistosem seu interior, respectivamente, e um ácaro do gênero Demodex. Os oocistos esporulados foram avaliados deacordo com suas características morfológicas, ambos de formato ovoide, associados a mensuração de seus tamanhosem comprimento e largura, e de seus respectivos esporocistos. O oocisto com quatro esporocistos foi consideradosugestivo para o gênero Eimeria, enquanto o oocisto com apenas dois foi considerado sugestivo de Neospora like,necessitando a associação com outros métodos diagnósticos para confirmação. O Gênero Eimeria pode acometerinúmeras espécies animais, entretanto não são comuns em cães e não existe relação direta com alterações clínicasgastrointestinais ligados a este agente. Já a neosporose canina pode determinar manifestações neurológicas emotoras em cães. Ambas estão relacionadas a coprofagia, predação de hospedeiros intermediários ou definitivo e/ou consumo de carne e vísceras de animais positivos. A compreensão dos hábitos alimentares dos animais avaliadoscontribui para o diagnóstico de pseudoparasitos. Desta forma, podemos concluir que o parasitologista deve estardevidamente capacitado para diferenciar pseudoparasitos de parasitos conhecidamente patogênicos.

Palavras-chaves: coccideo, hospedeiro acidental, Eimeria spp.

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94. ABSCESSOS MULTIFOCAIS EM ORELHAS DE COELHO OCASIONADAPOR INFESTAÇÃO DE Amblyomma ovale: RELATO DE CASO

MARISA B. DA SILVA ROCHA1, ANDRESSA A. DE LIMA REIS1, TASSIA TORRES FURTADO2,RAYANE C. PEREIRA DE ASSIS3, ANA B.B. DE FARIA REZENDE4, CIRO E. DA SILVA DE OLIVEIRA5,

DEBORA AZEVEDO BORGES1, FABIO BARBOUR SCOTT6

1. Médica Veterinária, Discente do Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, Instituto de Veterinária (IV), UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária do Programa de Residência em Área Profissional da Saúde - Medicina Veterinária e Saúde, Área de Concentração: Saúde AnimalIntegrada a Saúde Pública, FCAV/Unesp Campus Jaboticabal3. Médico Veterinário Bolsista de apoio técnico FAPUR - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ4. Bolsista, FAPUR do Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, Instituto de Veterinária (IV), Universidade FederalRural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ5. Discente em Medicina Veterinária, bolsista FAPUR da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ6. Médico Veterinário, PhD, LD. Professor associado do Departamento em Parasitologia Animal, Anexo 1, IV, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ

O coelho doméstico (Oryctolagus cuniculus) se tornou um exemplar de valor para a pesquisa, visto quepossui diversas doenças que também acometem o homem, como osteoporose e cardiomiopatia hipertrófica. Alémdisso, possui caraterísticas desejáveis em animais de laboratório, inclusive em colônias laboratoriais. Taiscaracterísticas foram conquistadas com domesticação e seleção genética, como seu temperamento dócil. O objetivodo presente trabalho é relatar abscessos cutâneos causados pela fixação de larvas do carrapato Amblyomma ovaleem um coelho utilizado na manutenção de colônia laboratorial de carrapatos. Para a manutenção da colôniapertencente ao Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da Universidade FederalRural do Rio de Janeiro, os coelhos são infestados com aproximadamente 9.434 larvas não alimentadas de A.ovale (CEUA N 8627121118). Um saco de pano foi fixado à região da cabeça do animal, com cola atóxica eesparadrapo. Dentro do saco de pano, os espécimes foram depositados. No 4º, 5º e 6º dia pós-infestação (tempomédio necessário para cessar o repasto sanguíneo e as larvas desprenderem) os carrapatos foram recolhidos eincubados, ao fim do procedimento laboratorial, notaram-se nódulos multifocais em toda a extensão de ambasorelhas do hospedeiro. Após a recuperação dos espécimes, os animais foram eutanasiados. Seguido a eutanásia,foram coletadas duas amostras de sangue (1mL cada, coletado da veia jugular) e uma amostra de punção dosabscessos com auxílio de agulha 27x0,7 e seringa de 3mL. O conteúdo da punção e uma das amostras de sanguefoi enviado ao laboratório de diagnóstico microbiológico veterinário da UFRRJ para hemocultura e antibiograma.A segunda amostra de sangue foi enviada para o Laboratório de sanidade avícola da UFRRJ para diagnóstico debiologia molecular-proteína C reativas-(PCR). Além disso, os pavilhões auditivos foram coletados e fixados emformal a 10%, enviados ao setor de anatomia patológica - UFRRJ. O agente encontrado na amostra microbiológicafoi Staphylococcus spp. e os achados macro e microscópicos da histopatologia caracterizavam uma epidermiteeosinofílica e dermatite granulomatosa difusas e acentuadas. Isso demonstra a capacidade dos coelhos emdesenvolver reações de hipersensibilidade imediata a picada dos carrapatos, possibilitando uma infecção bacterianasecundária.

Palavras-chave: Oryctolagus cuniculus, hipersensibilidade, carrapato

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95. FARMACODERMIA EM UM CÃO: RELATO DE CASO

ANA CARINA H. SILVA MATOS1, JOÃO MARCOS S. BARBOSA2,RAPHAEL F.D. BARBOSA DA ROCHA3, BETHÂNIA FERREIRA BASTOS4

1. Médica Veterinária Autônoma, MSc. Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), Universidade Federal Fluminense (UFF), Faculdade de Veterinária,Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médico veterinário autônomo, MSc. Medicina Veterinária - Clínica e Reprodução, Universidade Federal Fluminense (UFF)3. Médico veterinário autônomo, DSc, Ciências Veterinárias, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)4. Médica veterinária, DSc. Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), Universidade Federal Fluminense (UFF), Docente do Curso de MedicinaVeterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO)

A farmacodermia pode se apresentar como uma lesão esfoliativa e necrótica secundária a reações adversasdevido ao uso de alguns medicamentos, dentre eles os antibióticos β-lactâmicos. Poucos são os relatos sobrefarmacodermia, sendo caracterizado por reações de hipersensibilidade que causam erupções bolhosas, eritemamultiforme e necrólise epidermal tóxica. Relata-se um caso de necrólise epidermal tóxica associada a farmacodermiaem um cão macho, sem raça definida, de 13 anos de idade. O canino foi atendido em uma clínica veterináriaparticular com quadro de lesões extensas, supuradas e crostosas no dorso. O animal tinha histórico de umprocedimento cirúrgico prévio para correção de hérnia perineal, realizado por colega veterinário. Sob anestesia,foi realizado debridamento cirúrgico, com remoção das crostas e coleta de fragmentos dos bordos das lesões. Omaterial foi fixado em formalina tamponada a 10%, ao qual passou por processamento histológico de rotina ecoloração histológica em Hematoxilina e Eosina (HE). A avaliação histopatológica revelou epiderme apresentandomoderada degeneração balonosa, moderada espongiose e queratinócitos apoptóticos. As amostras apresentavamextensa ulceração com exsudato purulento e necrose de coagulação multifocal. Em derme havia acentuada quantidadede fibroblastos reacionais e leve hemorragia multifocal. Os anexos cutâneos eram infiltrados por células inflamatóriasmononucleares e polimorfonucleares, com presença de queratinócitos foliculares apoptóticos. Os achadoshistopatológicos sugeriram o diagnóstico de necrólise epidermal tóxica, corroborando com a suspeita clínica defarmacodermia. O canino foi submetido a protocolo terapêutico com Cefalexina (22 mg/kg, BID, 21 dias), Prednisona(1 mg/kg, BID, 14 dias, em esquema de desmame gradual), Dipirona (25 mg/kg, BID, 14 dias), Cloridrato detramadol (3 mg/kg, BID, 7 dias). Na lesão, foi aplicada pomada cicatrizante (EGF 2% + IGF 2% + TGF 2% + aloevera 200:1 + gentamicina 0,3%). A cicatrização da lesão evoluiu satisfatoriamente, com completa resolução emcerca de 5 semanas. A suspeita clínica, junto ao diagnóstico histopatológico, permitiu um prognóstico favorável aotratamento e uma boa evolução do paciente.

Palavras-chave: necrólise epidermal tóxica, toxidermia, cães

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96. USO DA PRÓPOLIS E DE ALOE VERA NO TRATAMENTODE FASCEÍTE NECROSANTE EM CADELA: RELATO DE CASO

DEBORA AZEVEDO BORGES1, EMILY A. SANTOS LIMA2, GABRIELA PEREIRA S. DE ALMEIDA3,SO YIN NAK4, RAYANE MONTEIRO5, ROXANNE M. DA SILVA ROQUE6, DAIANE FIGUEIRÊDO DE FREITAS7,

FÁBIO BARBOUR SCOTT8.

1. Médica Veterinária, MSc. Discente de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV/UFRRJ), Seropédica, RJ.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Bolsista FAPUR/UFRRJ3. Médico Veterinário, Residente no Programa de Medicina Veterinária em Diagnóstico em Parasitologia Animal, UFRRJ - Seropédica, RJ4. Médico Veterinário, Residente no Programa de Medicina Veterinária em Diagnóstico em Parasitologia Animal, UFRRJ - Seropédica, RJ5. Técnica em Agroecologia CTUR - Seropédica, RJ6. Bolsista PIBIC, Discente do Curso de Medicina Veterinária IV/UFRRJ - Seropédica, RJ7. Bolsista FAPUR, Discente do Curso de Medicina Veterinária IV/UFRRJ - Seropédica, RJ8. Professor Adjunto do DPA/IV/UFRRJ - Seropédica, RJ

A fasceíte necrosante é uma infecção bacteriana e quando não diagnosticada corretamente e de formaprecoce, pode elevar o índice de mortalidade dos pacientes acometidos, devido a progressão rápida e expansiva dalesão, comprometendo fáscia superficial, tecido subcutâneo e pele, causando extensa necrose, múltiplos danos aórgãos e morte. O objetivo é relatar a influência do uso da própolis e do Aloe vera como agentes cicatrizantes eindutores da regeneração tecidual em lesões de fasceíte necrosante. Uma cadela, sem raça definida (SRD), 7 anos,castrada, 13,2 kg, foi atendida em Seropédica, RJ, apresentando lesões por mordedura de cães por toda cadeiamamária direita, região dorsal, desde o flanco até a escápula. As lesões, apresentavam-se edemaciadas,sanguinolentas, com perfurações e lacerações em musculatura. Foi realizada a limpeza das feridas com soluçãofisiológica a 0,9% e curativo com aplicação de sulfadiazina de prata, e para o controle da dor utilizou-se dipironasódica (25 mg/kg, SC, BID) e tramadol (2 mg/kg, SC, BID). Após 48 horas houve piora do quadro, com surgimentode feridas ulceradas, eritematosas, com acúmulo de secreção purulenta e pontos de necrose ao longo dos planos dapele e fáscia muscular, sendo preconizado o debridamento cirúrgico. Durante o procedimento foram coletadosfragmentos do tecido necrosado para cultura, antibiograma e histopatologia. O resultado do exame histopatológicoresultou na presença acentuada de infiltrado inflamatório neutrofílico e linfocítico na derme superficial e profunda,tecido adiposo e muscular com acentuada necrose vascular e derrame de fibrina associado. Iniciou-seantibioticoterapia com ceftriaxona (25 mg/kg, SC, BID) e metronidazol (15 mg/kg, VO, BID) e na limpeza dasferidas o uso de solução fisiológica diluído com iodopovidona 1% na proporção de 1:20. Nas regiões com foco denecrose foi utilizado o extrato alcoólico da própolis a 2%, e uma mistura homogênea de sulfadiazina de prata comgel in natura de Aloe vera e açúcar, na proporção de 1:1:1 aplicado nas lesões, seguida de curativo com gaze,ataduras e esparadrapo, uma vez ao dia. A própolis foi utilizada por duas semanas como auxiliar no debridamentoquímico da ferida, removendo o tecido necrosado e proporcionando efeito antimicrobiano e anti-inflamatório.Após a resolução completa das regiões de necrose, seu uso foi suspenso. O uso tópico do Aloe vera associado asulfadiazina de prata e o açúcar, promoveu maior disponibilidade de colágeno, ação umectante e cobertura consistentepara a lesão, auxiliando na diminuição do edema e formação de tecido de granulação. O tratamento perdurou por3 meses. Conclui-se que a própolis e Aloe vera podem ser utilizados como tratamentos alternativos por promoveraceleração do processo de regeneração tissular e recuperação dos tecidos lesionados.

Palavras-chave: manejo de feridas, tratamento alternativo, cicatrização

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97. IMUNOFENOTIPAGEM POR IMUNOFLUORESCÊNCIAEM LINFOMA ORAL CANINO: RELATO DE CASO

MATEUS AGUIAR CEDRO1, JAMILLY N. RAMOS COSTA2, LAIS PEREIRA SILVA3, ISABEL L. GUIMARÃES KERSUL4, LUÍS FERNANDO PITA GONDIM5

1. Médico Veterinário, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT). Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMEVZ),Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Residente, Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Medicina Veterinária Prof. Dr. Renato Rodemburg de Medeiros Neto/UFBA - Salvador, BA3. Médica Veterinária, Msc, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT). Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia(EMEVZ), Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA4. Médica Veterinária, Residente, Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Medicina Veterinária Prof. Dr. Renato Rodemburg de Medeiros Neto,Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA5. Médico Veterinário, Dsc, Coordernador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT). Escola de Medicina Veterináriae Zootecnia (EMEVZ), Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA

Linfomas são neoplasias do sistema hemolinfático que surgem a partir da proliferação de linfócitos. Existemdiferentes classes e subclasses de linfócitos, porém neoplasias tendem a ser expansões clonais de um determinadotipo e é possível estabelecê-las por meio de testes imunológicos, sobretudo, técnicas de imunocoloração que sebaseiam em coloração imunológica de tecidos sejam eles provenientes de amostras histológicas ou citológicas.Portanto, determinar a expressão de proteínas de tipos celulares fornece o fenótipo celular, que sendo avaliado pormeio de técnicas de imunocoloração é chamado de imunofenotipagem. Estas técnicas são consideradas um dospassos cruciais para a tomada de decisão quanto a terapêutica adotada nos casos de neoplasias linfoides. O objetivodeste trabalho é demonstrar como a imunofenotipagem, a partir de material obtido para avaliação citológica,consegue aliar a presteza e facilidade da citologia às técnicas imunológicas para fornecer informações mais precisastanto do ponto de vista diagnóstico quanto prognóstico. Um paciente da espécie canina, fêmea, de 16 anos foiatendida no Hospital de Medicina Veterinária da UFBA pelo setor de clínica cirúrgica em razão de neoformaçãoem região mandibular esquerda. À avaliação macroscópica a principal suspeita seria melanoma oral. Foi requisitadacitologia e esta revelou neoplasia de características ambíguas; em que figurava a dúvida entre melanoma e linfoma.Ainda dentro do prazo de 48 horas para a liberação do laudo citopatológico foi realizado procedimento deimunocitoquímica por imunofluorescência, sendo a neoplasia marcada para CD45, CD3 e CD21 e controle negativo(PBS). Esta foi intensamente reativa à CD3 e fraca a moderadamente reativa para CD45, sendo, portanto, classificadacomo linfoma oral de células T. Depois, a paciente realizou procedimento cirúrgico em que foi retirado linfonodosubmandibular esquerdo e fragmento para biópsia e análise histopatológica que obteve como conclusão linfomade grandes células, corroborando e confirmando o que havia sido observado na imunofenotipagem. Dessa formafica evidente o papel das técnicas de imunocoloração na rotina citológica, auxiliam no diagnóstico definitivo, deforma rápida e precisa, e podem fornecer informações prognósticas a depender do tipo de neoplasia que buscamavaliar. No caso de linfomas, a primeira divisão classificatória feita pela OMS diz respeito ao imunofenótipo, poisa tendência é que linfomas de células T sejam mais agressivos, embora atualmente se saiba que existem outrosfatores que influenciam o comportamento do tumor. No entanto também é notório o papel que a imunocoloraçãotem de sanar dúvidas diagnósticas quando se observam características ambíguas que não delimitam um diagnósticodefinitivo.Palavras-chave: imunofenótipo, neoplasia linfoide, neoplasia oral

150 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

98. PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR INTESTINAL EM CÃODA RAÇA POODLE: RELATO DE CASO

MATEUS AGUIAR CEDRO1, IRIS D. SANTOS DE MENESES2,ALINE DE CÁSSIA CASAROTTI3, JÚLIA M. MIRANDA LEÃO TORÍBIO4

1. Médico Veterinário, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT), Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMEVZ),Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, DSc, Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Medicina Veterinária Prof. Dr. Renato Rodemburg de Medeiros Neto,Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA3. Médica Veterinária, Residente, Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Medicina Veterinária Prof. Dr. Renato Rodemburg de Medeiros Neto,Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Salvador, BA4. Médica Veterinária, Msc, Diretora clínica e clínica geral, emergencista e anestesiologista no Hospital Veterinário SEMEVE - Salvador, BA

Plasmocitomas são neoplasias originadas da proliferação neoplásica e monoclonal de plasmócitos. Podemocorrer em duas formas principais: medular, chamado de mieloma múltiplo, e extramedular, ocorrendo em diversostecidos, sendo um dos mais comuns na espécie canina o plasmocitoma cutâneo. O objetivo deste trabalho é relatarum caso raro de plasmocitoma em trato gastrointestinal e evidenciar o valor diagnóstico da citologia. Um canino,macho, de 16 anos, da raça poodle foi atendido em hospital veterinário particular, com sinais clínicos de prostração,disquezia e hematoquezia. Foram solicitados exames de imagem (ultrassonografia abdominal e tomografiacomputadorizada) e hemograma e bioquímica sérica. Ao exame ultrassonográfico, verificou-se imagem arredondada(com cerca de 2,10 cm) em região epi/mesogástrica esquerda, outra formação arredondada (com cerca de 2,30 cm)em segmento caudal de duodeno descendente e linfadenomegalia mesentérica. O exame tomográfico sugeriudiagnóstico presuntivo de neoplasia em duodeno e pâncreas. Mediante isso, prosseguiu-se a investigação diagnósticacom citologia aspirativa guiada por ultrassom do nódulo em duodeno e em linfonodos mesentéricos. Esta revelouamostra composta por células plasmocíticas tanto da neoformação intestinal, quanto em linfonodos em quecaracterísticas típicas do órgão haviam sido substituídas por população monomórfica de plasmócitos. O hemogramarevelou anemia, formação de rouleaux e linfopenia. Em bioquímica sérica constava hiperproteinemia porhiperglobulinemia acentuada e hipoalbuminemia discreta, azotemia e discreto aumento de fosfatase alcalina. Comesses achados, a conclusão diagnóstica é de que se tratava de um plasmocitoma extramedular intestinal ou de tratogastrointestinal. A localização exposta aqui deste tipo de neoplasia é rara, com poucos casos relatados. Plasmocitomassecretam imunoglobulinas que eventualmente contribuirão para manifestações clínico-laboratoriais do pacienteafetado, seja por hiperviscosidade sanguínea por hiperglobulinemia ou por deposição de imunoglobulinas ouimunocomplexos, mas também por secreção de substância amiloide pelos plasmócitos. Este caso ilustra como acitologia pode auxiliar no diagnóstico de neoformações intracavitárias e de orgãos, fornecendo informações valiosasainda que seja um método minimamente invasivo.

Palavras-chave: plasmócitos, neoplasia linfoide, neoplasia de trato gastrointestinal

151VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

99. TRATAMENTO DE FERIDA UTILIZANDO TERAPIA COMBINADA COM FATOR DE CRESCIMENTO E PEPTÍDEO

BIOIDÊNTICO NANO ENCAPSULADOS

DANIELLE BARCELOS SANTOS1, CAROLINE RAMALHO SANTOS2, ATTILA KINDLOVITS3

1. Farmacêutica, Farmácia Veterinária Grupo Tudodvet - São Gonçalo, RJE-mail: [email protected]. Farmacêutica, Farmácia Veterinária Grupo Tudodvet, São Gonçalo, RJ3. Médico Veterinário, Clínica Veterinária Dr. Attila Kindlovits, Niterói, RJ

Ao longo do tempo, as necessidades das populações se modificaram e evoluíram de acordo com as diferentesépocas da História. Através de estudos exaustivos na área da ciência e tecnologia, surgiu recentemente aNanotecnologia. A nanotecnologia aplicada à cosmética, refere-se à utilização de pequenas partículas contendoprincípios ativos que são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, potencializando os efeitos doproduto. O papel do fator de crescimento epidérmico (EGF) tem sido amplamente investigado em pacientes normaise patológicos no processo de cicatrização de feridas. Está implicado na migração dos queratinócitos, na função dosfibroblastos e na formação de tecido de granulação. Relata-se um caso de utilização de uma formulação contendofatores de crescimento nanoencapsulados em um bugio, uma espécie de primata do Novo Mundo que habita oleste e sudeste do Brasil (nome científico: Alouatta guariba). O animal foi encontrado com ferimento aberto,infeccionado e cheio de larvas de miiases. A causa dos ferimentos é desconhecida, provavelmente choque elétricoou ataque de predador. No membro anterior esquerdo o animal apresentava ferida lacerante com as margensirregulares, ferida grau IV com grande destruição de tecido, lesão óssea (fratura completa) e muscular, com necrosetissular, infectada e com presença de miíase. No membro posterior esquerdo apresentava uma ferida lacerante commargens irregulares, ferida grau III, com necrose da pele e tecido subcutâneo, infectada e com presença de miíase.A primeira providencia tomada foi a retirada total das larvas de miíase em ambos os membros. O membro anterioresquerdo precisou ser amputado além da retirada do tecido necrosado, o que não permitiu a sutura da ferida porfalta de tecido, sendo necessária a realização de uma cicatrização de terceira intenção, ou seja, a ferida permaneceuaberta sendo feita a curetagem e medicação, para que ocorra a contração e epitelização. No membro posterioresquerdo pela necrose e perda tecidual foi também realizada uma cicatrização de terceira intenção. Foi utilizadaprimeiramente uma formulação em forma de talco contendo uma terapia combinada com peptídeo bioidênticonanoencapsulado, denominado IDP2 - PEPTÍDEO e fator de crescimento denominado NANOFACTOR EGF,ambos na concentração de 2,0%. A formulação em forma de pó permitiu uma ótima aderência na ferida úmida.Após duas semanas de uso, já com as feridas praticamente cicatrizadas, foi utilizada a mesma formulação emforma de pomada e após duas semanas de tratamento, as feridas encontravam-se totalmente cicatrizadas. Ao finaldo tratamento, pode-se observar que o bugio voltou a se locomover e se alimentar perfeitamente.

Palavras-chave: nanotecnologia, cicatrização, bugio

152 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

100. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM AMOSTRASDE CÃES MICROFILARÊMICOS

CECÍLIA LOPES DA CONCEIÇÃO1, WILSON C.S. MELO JÚNIOR2,JÉSSICA K. OLIVEIRA CHAVES3, NATHALIA GOMES SALGADO4; FERNANDO ROCHA MIRANDA5;

BARBARA RAUTA DE AVELAR6; DIEFREY RIBEIRO CAMPOS7

1. Médica Veterinária, MSc, Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, Instituto de Veterinária (IV),Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, Clínica Veterinária Westare, Rio de Janeiro, RJ3. Aluna de graduação de Medicina Veterinária, Instituto de Veterinária (IV), Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ4. Aluna de graduação de Medicina Veterinária, Instituto de Veterinária (IV), Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Campus Seropédica, RJ5. Médico Veterinário, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - Seropédica, RJ6. Médica Veterinária, DSc, Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ7. Médico Veterinário, DSc, Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinárias (PPGCV). Anexo 1, UFRRJ - Campus Seropédica, RJ

A dirofilariose é uma enfermidade parasitária causada pelo nematoide Dirofilaria immitis (Spirurida:Onchocercidae) popularmente conhecido como doença do verme do coração. A doença é considerada endêmica noBrasil, com elevada prevalência de cães microfilarêmicos. As manifestações clínicas são variadas podendo seremassintomáticos ou cursarem com insuficiência cardíaca congestiva direita em casos mais graves. O diagnóstico érealizado a partir do histórico clínico associado a exames laboratoriais e de imagem. Conhecer as principais alteraçõeslaboratoriais é de suma importância, uma vez que, auxiliam o clínico veterinário quanto à gravidade da doença,possibilitando escolher a melhor conduta terapêutica para o animal. O objetivo deste trabalho foi descrever asprincipais alterações hematológicas de cães microfilarêmicos atendidos na clínica Veterinária WestCare, localizadaem Campo Grande - RJ. Foi realizado um estudo retrospectivo, no período de janeiro a dezembro de 2018, de 103amostras encaminhadas ao setor de análises clínicas da Clínica Veterinária WestCare, que independente da suspeita,apresentaram microfilária no esfregaço sanguíneo. O hemograma foi processado através do analisador hematológicoveterinário automatizado. As lâminas de esfregaço sanguíneo foram confeccionadas, coradas pelo corantehematológico instantâneo e avaliadas através da microscopia óptica. A concentração de proteína plasmática totalfoi determinada pelo método de refratometria. Os resultados do hemograma foram avaliados de acordo com osvalores de referência descritos de Schalm's (2000). Foram observados, no eritrograma, 44,3% (43/103) de anemianormocítica normocrômica. Em relação às plaquetas, 30,9% (30/103) de trombocitopenia e 21,6% (21/103) detrombocitose. A hiperproteinemia foi observada em 45,2% (44/103) dos exames analisados. No leucograma,observaram-se 48,4% (47/103) de leucocitose, 58,7% (57/103) de neutrofilia, 46,3% (45/103) de linfopenia, 12,3%(12/103) de monocitose, 22,6% (22/103) de eosinopenia e 17,5% (17/103) de eosinofilia. Após a análise dos dadosdeste trabalho é possível concluir que cães microfilarêmicos apresentam alterações variadas no hemograma, sendo,portanto, um exame fundamental para o prognóstico e acompanhamento desta parasitose.

Palavras-chave: dirofilariose, hematologia, canina

153VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

101. CORRELACIONANDO A RELAÇÃO PROTEÍNACRETININA URINÁRIA E DENSIDADE URINÁRIA EM CÃES E GATOS

JULIET CUNHA BAX¹, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA¹, ETIENE QUEIROZ DE ABREU²,JANAINA OLIVEIRA DE MELLO², BRUNO WEBBER KLASER³, PATRÍCIA MOTTA VIEIRA4,

MARIA BEATRIZ ALVES ABRUNHOSA5, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER6

1. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução Animal), Faculdade de Veterinária, UniversidadeFederal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Residência em Patologia Clínica), Hospital Universitário VeterinárioProfessor Firmino Mársico Filho, UFF - Niterói, RJ3. Aluno de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UPF - Passo Fundo, RS4. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Fundação Educacional Dom André Arcoverde, UNIFAA - Valença, RJ5. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ6. Professora, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A doença renal crônica (DRC) é rotineiramente diagnosticada em cães e gatos, podendo levar a morte. Seudiagnóstico pode ser realizado se associando exames complementares de imagem, bioquímica e urinálise. Adensidade urinária determina a quantidade de soluto que está dissolvida na urina, sendo um exame sensível paradetectar a DRC, pois demonstra a capacidade de concentração renal, sendo a formação de urina afetada antes doanimal apresentar azotemia. A proteiínúria deve ser analisada conjuntamente com a densidade para se ter certezada quantidade de proteína. A concentração de creatinina urinária, por ser proporcional à concentração de solutosna urina, pode ser usada comparada a proteinúria através da relação proteína-creatinina urinária (RPC), eliminandoa interferência do volume de urina. Foi realizado levantamento dos resultados das urinálises feitas de janeiro adezembro de 2018 dos pacientes atendidos em Hospital Veterinário. Nesse período 550 amostras processadas e,em 446 foram analisadas a RPC. Os valores normais de densidade para cães é de 1,020 a 1,045 e 1,020 a 1,050para gatos. Para RPC nos cães, menor que 0,2 são considerados não proteinúricos, 0,2 a 0,5 com proteinúrialimítrofe e maior que 0,5 proteinúricos. Para gatos, menor que 0,2 são não proteinúricos, 0,2 a 0,4 com proteinúrialimítrofe e maior que 0,4 proteinúricos. Os caninos com RPC < 0,2 (n=115), 23 animais (A) 15 fêmeas (F) e 8machos (M), com densidade (D) < 1,020, 48 (27F e 21M) com D entre 1,020 a 1,045 e 44 (27F e 17M) com D >1,045. Dos caninos com RPC entre 0,2 e 0,5 (n=80), 30 (21F e 9M) com D < 1,020, 43 (23F e 20M) com D entre1,020 a 1,045 e 7 (2F e 5M) com D > 1,045. Os caninos com RPC > 0,5 (n=139), 72 (45F e 27M) com D < 1,020,57 (31F e 26M) com D entre 1,020 a 1,045 e 10 (4F e 6M) com D > 1,045. Os felinos com RPC < 0,2 (n=61), 8 (5Fe 3M) com D < 1,020, 12 (7F e 5M) com D entre 1,020 a 1,050 e 41 (15F e 26M) com D > 1,050. Os felinos comRPC entre 0,2 e 0,4 (n=10), 2 (2F) com D < 1,020, 3 (3F) com D entre 1,020 a 1,050 e 5 (1F e 4M) com D > 1,050.Os felinos com RPC > 0,4 (n=16), 9 (9F) com D < 1,020, 2 (2F) com D entre 1,020 a 1,050 e 5 (4F e 1M) com D> 1,050. Animais com D abaixo do normal e proteinúria podem ser considerados doentes renais (102 cães e 11gatos) e serem submetidos a mais exames que ajudem esclarecer o grau e reversibilidade das funções renais,porém os demais devem ser monitorados a fim de diferenciar a evolução ou não para doença renal. Conclui-se querelacionando os resultados de RPC e densidade pode-se detectar precocemente disfunção renal.

Palavras-chave: doença renal, urinálise, proteinúria

154 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

102. INFECÇÃO MISTA EM AMOSTRA FECAL DEDidelphis aurita ATENDIDO NO HOSPITAL VETERINARIO,

ORIUNDO DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA

GABRIELA PEREIRA S. DE ALMEIDA1, SO YIN NAK1, BRUNA E. PEREIRA BARBOSA1,GABRIEL ALCIDES CAPUCHO1, BRENA GAVA GUIMARÃES1, DÉBORA AZEVEDO BORGES2,

DIEFREY RIBEIRO CAMPOS3, THAÍS RIBEIRO CORREIA4

1. Médica Veterinária, Residente do Programa de Residência em Medicina Veterinária, MEC, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Msc, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, CNPQ, UFRRJ - Seropédica, RJ3. Médico Veterinário, Dsc, Pós-Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, CNPQ, UFRRJ - Seropédica, RJ4. Médica Veterinária, Professora adjunto. Departamento de Parasitologia Animal, Anexo 1, IV, UFRRJ - Seropédica, RJ

Gambás são marsupiais do Novo Mundo, pertencentes ao gênero Didelphis, que devido a sua proximidadecom os seres humanos e facilidade de serem encontrados em áreas peridomiciliares, hoje são considerados mamíferossinantrópicos. Esses marsupiais habitam as Américas desde o Sudeste do Canadá até o Sul da Patagônia. Possuemhábitos noturnos e crepusculares, e são onívoros. O hábito alimentar generalista desses marsupiais os predispõema infecções por endoparasitas, o que os tornam potenciais hospedeiros e disseminadores de protozoários e helmintos.O objetivo deste trabalho foi relatar os achados coproparasitológicos de uma amostra fecal de um Gambá daespécie Didelphis aurita, conhecido popularmente como Gambá-de-orelha-preta, que foi atendido no HospitalVeterinário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) após ser atacado por um cachorro. Oanimal, oriundo do município de Seropédica, foi levado ao Hospital Veterinário e encaminhado para o Setor deMedicina de Animais Selvagens (SMAS). Após o primeiro atendimento foram coletadas amostras fecais eencaminhadas para o Setor de Diagnóstico em Parasitologia Animal. A amostra foi processada e submetida a trêstécnicas coproparasitológicas: Esfregaço de fezes corado pela técnica de Ziehl Neelsen modificado, centrifugo-flutuação-simples (CFS) e centrifugo flutuação em sulfato de zinco (Faust). A técnica de coloração de Ziehl Neelsenmodificado é utilizada para o diagnóstico de estruturas álcool-ácido resistentes, compatível com componentesestruturais presentes em alguns oocistos como os de Cryptosporidium spp. sendo essa técnica a de escolha paraesse protozoário. A técnica de CFS e de Faust, são técnicas eleitas para diagnóstico de ovos, cistos e oocistos debaixa densidade, que quando levados as condições de densidade das soluções saturadas utilizadas nas técnicas,essas estruturas tendem a emergir. Foram observados ovos morulados pertencentes a ordem Strongylida, commorfologia compatível a ovos de Ancylostoma spp., e cistos de Giardia sp. observados na técnica de CFS e Faust,respectivamente. De acordo com os achados encontrados neste relato, e considerando que os gambás podem estarem contato direto com animais domésticos e o homem devido aos hábitos peridomiciliar e sinantrópico, essesmarsupiais possivelmente são reservatórios e disseminadores destes enteroparasitos, com potencial zoonótico, epodem atuar também como carreadores de parasitos entre os ambientes urbano e silvestre, tornando relevante omonitoramento desses animais.

Palavras-chave: marsupiais, enteroparasitos, protozoários

155VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

103. DETECÇÃO MOLECULAR DE Mycoplasma gallisepticumEM PAVÃO INDIANO COM SINUSITE CRÔNICA: RELATO DE CASO

GABRIELA PEREIRA S. DE ALMEIDA1, SO YIN NAK1, BRUNA EMELY PEREIRA1,GABRIEL ALCIDES CAPUCHO1, MIGUEL ANGELO LEITE MOTA JÚNIOR2, DANIEL DE ALMEIDA BALTHAZAR3,

HUARRISSON AZEVEDO SANTOS4, THAÍS RIBEIRO CORREIA5

1. Médica Veterinária, Residente do Programa de Residência em Medicina Veterinária, MEC, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, CNPQ, UFRRJ - Seropédica, RJ3. Médico Veterinário, Professor adjunto. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Instituto de Veterinária, UFRRJ - Seropédica, RJ4. Médico Veterinário, Professor adjunto. Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública, Instituto de Veterinária, UFRRJ, Seropédica, RJ5. Médica veterinária, Professora adjunto. Departamento de Parasitologia Veterinária, Anexo I do Instituto de Veterinária, UFRRJ - Seropédica, RJ

A Micoplasmose aviária é uma infecção causada por bactérias da família Mycoplasmataceae, acometendopredominantemente galinhas, perus e outras aves. Uma de suas principais espécies é Mycoplasma gallisepticumdevido à sua alta capacidade de transmissão e potencial patogênico nas aves, que frequentemente desenvolvem umquadro primário ou secundário de conjuntivite unilateral ou bilateral podendo ser acompanhada de aumento dosseios nasais, principalmente dos infraorbitários. As doenças causadas por Mycoplasma spp. nas aves, geralmentesão crônicas, comprometem vias aéreas superiores e determinam inflamações catarrais nas cavidades nasais, seiosnasais, traqueia e brônquios, impactando economicamente o setor aviário. Diante dos principais métodos dediagnóstico utilizados para patologias aviárias, os testes moleculares, por sua vez, têm ganhado espaço recentemente.Este teve por objetivo relatar a identificação, pela técnica da reação em cadeia da polimerase PCR, do agentebacteriano M. gallisepticum em pavão-indiano (Pavo cristatus) com sinusite crônica atendido no Setor de Selvagensdo Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Um pavão-indiano macho foi atendidono Hospital Veterinário de Pequenos Animais (HVPA), no Setor de Medicina de Animais Selvagens (SMAS),apresentando uma massa em topografia de seio infraorbitário esquerdo. O animal é contactante com outras aves,como galinhas, patos, galinha-d'angola e gansos em recinto coletivo. Ao exame clínico não foram observadasoutras alterações significativas, com exceção de uma grande infestação de piolhos mastigadores pertencentes asubordem Amblycera da família Menoponidae, presentes nas penas e corpo do animal. Para análise molecular foicoletada amostra em swab único de traqueia, coana e cloaca, e o material enviado para o Laboratório de SanidadeAvícola (LASAVE). A extração do DNA total foi realizada a partir do método de "Salting out". Os primers utilizadospara a detecção do agente M. gallisepticum foram: MG FOWARD (5'TTGGGTTTAGGGATTGGGATT3') e MGREVERSE (5'CCAAGGGATTCAACCATCTT3'). As reações ocorreram no termociclador de tempo real. O produtoamplificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose 2%. Os géis foram corados em brometo de etídio a umaconcentração de 0,5 µg/ml e visualizado sob luz ultravioleta. O resultado do PCR indicou que o animal estavapositivo para o agente etiológico M. gallisepticum. De acordo com a observação dos sinais clínicos associado comos exames complementares foi possível detectar Mycoplasma gallisepticum no paciente através de análise molecularde amostra de swab único de traqueia, coana e cloaca.

Palavras-chave: micoplasmose, biologia molecular, diagnóstico

156 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

104. FAMILÍA ANAPLASMATACEAE:INDICE DE ANISOCITOSE EM CÃES PARASITADOS

GABRIELLY FERREIRA SANTOS¹, ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA2, JULIET CUNHA BAX2,MÁRCIA DE SOUZA XAVIER3, ALINE MOREIRA DE SOUZA3, NÁDIA REGINA PEREIRA ALMOSNY³

1. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJEmail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução), UFF - Niterói, RJ3. Professora, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A família Anaplasmataceae é composta por diversos parasitos intracelulares que infectam a espécie caninacomo Ehrlichia canis, E. ewingii, E. chaffeensis, Anaplasma platys e A. phagocytophilum. Uma das alteraçõeshematológicas encontrada nos animais parasitados é a anemia, como resultado da resposta inflamatória. Os índiceshematimétricos: Volume globular médio (VGM) e Concentração de hemoglobina globular média (CHGM) sãoessenciais para classificação morfológica da anemia, a fim de associar suas possíveis causas. O índice de anisocitoseou RDW avalia o grau de heterogeneidade dos eritrócitos, sendo considerado mais sensível do que o VGM, pois émensurado pelos contadores hematológicos quando contam o total de eritrócitos de uma amostra e os classificapelo tamanho, sendo independente do grande percentual de células com tamanho alterado para indicar anormalidade.O objetivo do trabalho foi avaliar valores de RDW de pacientes caninos com diagnóstico citológico de infecçãopor microorganismos da família Anaplasmataceae, atendidos entre janeiro de 2016 a abril de 2017. As amostrasem tubo com EDTA foram processadas em Contador Hematológico Veterinário e os achados hematológicos, dosanimais com infecção, foram confirmados em esfregaços sanguíneos corados em corante instantâneo e avaliadosem microscopia ótica. Neste período inclusões intraleucocitárias e/ou intraplaquetárias sugestivas demicroorganismos da família Anaplasmataceae foram observadas nos esfregaços sanguíneos de 56 cães. Desses,50% (28/58) apresentavam anemia e 50% (28/56) não. Nos anêmicos, em relação à classificação morfológica,92,85% (26/28) dos cães tinham anemia normocítica e desses, 80,76% (21/26) normocrômica. Os índices RDWestavam aumentados em 75% (21/28) dos anêmicos, ainda que com normocitose, indicando a variação no tamanhoeritrócitário. Dos animais não anêmicos, 25,0% (7/28) tinham RDW aumentado sem alteração no VGM e somente7,14% (2/28) tinham anisocitose e policromasia na hematoscopia. Essa variação pode ocorrer na resposta regenerativaà anemia, com presença de hemácias macrocíticas, ou em casos de indisponibilização de ferro, seja por deficiência,seja por processos que diminuam sua mobilização, como a inflamação crônica, com hemácias microcíticas. Nainfecção pela família Anaplasmataceae, os valores de VGM podem ser normais, caracterizando uma anemianormocítica, porém com aumento de anisocitose. O RDW pode ser utilizado mostrando a precocidade da anisocitose,associada a possível regeneração ou a evolução para um quadro arregenerativo mais grave, sendo importante aavaliação citológica do esfregaço e associação com a clínica para avaliar o prognóstico do animal.

Palavras-chave: RDW, Ehrlichia spp., Anaplasma spp.

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105. EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DEEDTA SOBRE OS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E CÉLULAS

SANGUÍNEAS DE GATOS

GABRIELLY FERREIRA SANTOS, MARTHIELLEN ROOSEVELT DE LIMA FELIX,JULIET CUNHA BAX, RENATA BARBOSA FARIA, HANNA LAVAGNOLE NASCIMENTO, NILCEIA DE VEIGA RAMOS,

ALINE MOREIRA DE SOUZA, MÁRCIA DE SOUZA XAVIER, NÁDIA REGINA PEREIRA ALMOSNY.

O hemograma é um dos mais requisitados exames na veterinária. O ácido etilenodiaminotetracetico (EDTA)é o anticoagulante de eleição para exames hematológicos, embora acarrete alterações na morfologia e fragilidadecelular, agravados pelo tempo e armazenamento inadequado. Apesar da literatura afirmar a necessidade do rápidoprocessamento e do preenchimento do tubo sanguíneo ser exatamente o especificado no rótulo, a maior parte dasamostras recebidas em laboratórios clínicos veterinários não atendem estas condições, seja por demora no envioou por volume inadequado, gerando erros pré-analíticos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as alteraçõesobservadas nos parâmetros hematológicos e na morfologia das células em amostras de gatos sadios acondicionadasem diferentes concentrações de EDTA nos tubos de coleta. Foram analisadas 15 amostras sanguíneas de gatossadios, armazenadas em três microtubos de EDTA.K3 com capacidade de 0,5 mL de sangue, conforme ordem aseguir: A - 0,5 mL (1,8 mg de EDTA/mL), B - 0,25 mL (3,6 mg de EDTA/mL); C - 0,125 mL (7,2 mg de EDTA/mL), de acordo com marcações na etiqueta dos tubos. Os tubos de coleta utilizados foram da mesma marca e lote.Amostras seguiram em até 30 minutos após a coleta para o Laboratório de Patologia Clínica Veterinária do HospitalUniversitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho da Faculdade de Veterinária da UFF, ondeforam processadas. Os hemogramas foram realizados por método automatizado para obtenção dos parâmetroshematológicos (hematimetria, hemoglobinometria, volume globular, volume globular médio, concentração dahemoglobina globular média, índice de anisocitose, leucometria global e plaquetometria e os índices plaquetários).Observou-se discreta variação entre os resultados médios de volume globular nos grupos A (39,0%), B (39,6%) eC (38,1%). A leucometria global estava dentro dos valores de normalidade, apresentando no A 12.096/µL, 11.542/µL no B e 11.370/µL no C; a plaquetometria no A foi de 167.263 plaquetas/µL, 162.800 plaquetas/µL no B e159.652 plaquetas/µL no C, quanto aos outros parâmetros não se observaram alterações dignas de nota. Na análisedos esfregaços sanguíneos após coloração com corante instantâneo em microscopia de imersão (1000x), observou-se intensa presença de agregados plaquetários e aumento da fragilidade de leucócitos, evidenciado por célulasrompidas e manchas de Gümprecht, nas amostras B e C. Portanto, o estudo evidenciou a diminuição na leucometriaglobal e da plaquetometria conforme se aumentou a concentração de EDTA, ratificando as alterações provocadaspor este sal nas células. Isso pode trazer prejuízos na interpretação do exame hematológico de felinos, caso opreenchimento sanguíneo seja inferior ao recomendado nos tubos de EDTA.

Palavras-chave: erro pré-analítico, hemograma, felino

Apoio Financeiro: FAPERJ

158 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

106. CISTO PARAPROSTÁTICO EM CÃO: RELATO DE CASO

MARCIA REZENDE FAES1, JACYMARA DUTRA SANTOS2, NARA CLARA LAZARONI MERCHID3,MARCELO CARVALHO DOS SANTOS4, LAURA PEREIRA MARTINS5, ISABEL CANDIA NUNES DA CUNHA6

1. Médica Veterinária, DSc., Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal (LRMGA), Hospital Veterinário, Centro de Ciências eTecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) - Campos dos Goytacazes, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, MSc., Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(UENF) - Campos dos Goytacazes, RJ3. Médica Veterinária, MSc., Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(UENF) - Campos dos Goytacazes, RJ4. Médico Veterinário, DSc.,Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(UENF) - Campos dos Goytacazes, RJ5. Médica Veterinária, Clínica Veterinária - Campos dos Goytacazes, RJ6. Médica Veterinaria, DSc., Professora do Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal (LRMGA), Hospital Veterinário, Centro deCiências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) - Campos dos Goytacazes, RJ

As doenças prostáticas são de ocorrência comum em cães idosos. A doença de ocorrência mais comum é ahiperplasia prostática benigna (HPB) e a ocorrência de abscessos prostáticos. Os cistos paraprostáticos são deocorrência menos comum; normalmente se localizam adjacentes à próstata e são estruturas preenchidas por líquido.O presente trabalho relata o caso de um cisto paraprostático em um cão, não castrado, sem raça definida, de 8 anosde idade, pesando aproximadamente 25 kg. O animal foi atendido no Setor de Clínica Reprodutiva e UltrassonografiaVeterinária do Hospital Veterinário da UENF apresentando disúria, disquesia, anorexia e aumento de volumeabdominal próximo a região inguinal direita, lateral ao prepúcio, demonstrando dor à palpação. Ao exame físico,notou-se que os parâmetros de frequência cardíaca, respiratória e temperatura retal encontravam-se dentro dosparâmetros de normalidade estabelecidos para a espécie em questão, com mucosas normocoradas, tempo de perfusãocapilar menor que dois segundos e linfonodos sem alterações à palpação. O animal foi submetido à coleta deamostras sanguíneas para análises hematológicas e bioquímicas e realizou-se ultrassonografia abdominal. O exameultrassonográfico mostrou próstata com dimensões aumentadas, caracterizando hiperplasia prostática e presençade uma formação anecoica com reforço acústico posterior, cranial à vesícula urinária, medindo aproximadamente12x6cm, compatível com presença de um cisto paraprostático. O animal foi sedado e realizou-se a drenagempercutânea guiada por ultrassonografia com auxílio de uma agulha 25x0,7mm e seringa de 10mL. O volumedrenado foi de 80mL e o líquido apresentava característica serosanguinolenta. Prescreveu-se finasterida na dosede 0,5 mg/kg a cada 24 horas por 30 dias e o animal foi encaminhado para orquiectomia. Vinte dias após adrenagem, o animal apresentou recidiva, sendo encaminhado para cirugia de ressecção do cisto paraprostático.Após a cirurgia, o animal não apresentou recidivas. Conclui-se que a ultrassonografia abdominal é um métodoeficiente de diagnóstico de afecções protáticas em cães.

Palavras-chave: cães, drenagem, próstata

159VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

107. DIAGNÓSTICO DE SHUNT ESPLENOAZIGOSPOR ULTRASSONOGRAFIA EM CÃO: RELATO DE CASO

MARCIA REZENDE FAES1, SCARLATH OHANA P. SANTOS2, JACYMARA DUTRA SANTOS3,NARA CLARA LAZARONI MERCHID4, MARCELO CARVALHO DOS SANTOS5,

LAURA PEREIRA MARTINS6, ISABEL CANDIA NUNES DA CUNHA7

1. Médica Veterinária, DSc., Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal (LRMGA), Hospital Veterinário, Centro de Ciências eTecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) - Campos dos Goytacazes, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA),Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)3. Médica Veterinária, MSc., Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Univ. Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)4. Médica Veterinária, MSc., Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Univ. Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)5. Médico Veterinário, DSc., Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal(LRMGA). Hospital Veterinário, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Univ. Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)6. Médica Veterinária, Clínica Veterinária, Campos dos Goytacazes, RJ7. Médica Veterinária, DSc., Professora do Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal (LRMGA), Hospital Veterinário, Centro deCiências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

O Shunt portossistêmico é uma das anomalias vasculares mais comuns que ocorrem em cães e gatos, quecomunica o sistema portal ou alguma de suas tributárias à circulação sistêmica, através da veia cava ou à veiaázigos. O objetivo deste estudo foi realizar o relato de um caso de shunt esplenoázigos, considerado incomum,quando comparado a outros desvios portossistêmicos. Uma cadela da raça Yorkshire de 3 meses de idade, foiencaminhada para realização de ultrassonografia no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro. O animal apresentava histórico de retardo no crescimento e fome insaciável, comepisódios de convulsão, apatia, edema dos membros posteriores e dificuldade para enxergar. Os exames laboratoriaismostraram linfocitose, eosinopenia, aumento discreto da fosfatase alcalina e hipoalbuminemia. Na ultrassonografiafoi verificado microhepatia, rins com dimensões aumentadas, pequena quantidade de líquido livre, e poucos cristaisna vesícula urinária. Ao Doppler colorido e pulsado, notou-se um vaso anômalo tortuoso com fluxo turbulento, deaproximadamente 0,5 cm de diâmetro, localizado caudal ao fígado, em direção a veia ázigos, ao longo da aorta, naregião crânio dorsal ao abdômen. Durante a cirurgia foi confirmado um shunt esplenoázigos, sendo este corrigidopor meio de um anel ameroide. A ultrassonografia foi eficiente na detecção do shunt esplenoázigos.

Palavras-chave: canino, diagnóstico por imagem, doença hepática

160 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

108. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO CORAÇÃODIREITO DE CÃES BRAQUICEFÁLICOS, ATENDIDOS

NO PROJETO NARIZINHO DA UFF

PÂMELA CRISTINA DE SOUZA DUARTE1, AGUINALDO FRANCISCO MENDES JÚNIOR2,GABRIELLA SOUZA LEÃO BEZERRA DOS SANTOS3, MARINA RIBEIRO HOTZ4, KARINA FERREIRA VAZ5,

ANA MARIA BARROS SOARES6

1. Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJE-mail: [email protected]. Doutorando em Medicina Veterinária - Clínica e Reprodução, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJ3. Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJ4. Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJ5. Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói, RJ6. Professora Associada departamento de Patologia e Clínica Veterinária, Univ. Federal Fluminense (UFF) - Faculdade de Veterinária - Niterói,RJ

A síndrome respiratória do cão braquicefálico é caracterizada por alterações anatômicas das vias aéreasanteriores, que levam a um importante quadro obstrutivo acometendo principalmente raças como Bulldogue Inglês,Bulldogue Francês, Shi Tzu e Pug. Dentre as alterações primárias mais comuns, estão a estenose de narinas,prolongamento de palato mole e hipoplasia de traqueia, podendo gerar alterações secundárias cardiovasculares,dentre outras. Os sinais clínicos incluem dispneia, intolerância ao exercício, cianose, síncope, estertores respiratóriose tosse. Braquicéfalos, em função da obstrução das vias aéreas anteriores, podem apresentar um aumento dapressão pulmonar, que gera sobrecarga principalmente de átrio direito, devido ao aumento do retorno venoso paraeste lado, causando edema pulmonar agudo não cardiogênico e posteriormente uma cardiomegalia dessa região,conforme a cronificação da síndrome e do aumento da força de trabalho do órgão. Embora o exame radiográficonão seja o método de eleição para avaliação da função cardiovascular, este é importante no diagnóstico inicial dealterações deste sistema. O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência do aumento da silhueta cardíaca atravésdo exame radiográfico, de animais braquicéfalos, atendidos no Projeto Narizinho, no Hospital Universitário deMedicina Veterinária Firmino Mársico Filho, da Universidade Federal Fluminense. Foram avaliados 22 cãesbraquicefálicos, de ambos os sexos com idade variando de 1 à 6 anos e idade média de 2,52 anos. Na consultainicial, foram analisados para diagnóstico de estenose de narinas e indicação cirúrgica da rinoplastia. Apenas ummédico veterinário foi responsável pela avaliação de todos os animais, e esta foi realizada sem contenção química.Foi realizado o exame radiográfico de regiões torácica e cervical, com duas projeções ortogonais e então verificadaa presença de remodelamento de átrio direito em 100% dos pacientes avaliados, acompanhada de congestão deveia cava caudal, em 54,5 % dos animais estudados. Notou-se alteração de padrão vascular em 31,8 % dos pacientes.Dessas, 42,85% foi aumento de calibre de artéria pulmonar caudal direita; 28,57% aumento de densidade emtopografia de tronco pulmonar; 14,28 % aumento de densidade e volume de artéria caudal lobar direita e 14,28 %aumento de densidade e volume. Conclui-se que a prevalência de alterações cardíacas nesses cães é alta e odiagnóstico é importante para conferir qualidade de vida aos animais, evitando a progressão da síndrome.

Palavras-chave: síndrome braquicefálica; cardiomegalia; exames radiográficos

161VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

109. PRESENÇA DE CRISTALÚRIA EM CÃES EM GATOS:ESTUDO RESTROPECTIVO

ROSEMERI DA SILVA TEIXEIRA1, JULIET CUNHA BAX1, JANAINA OLIVEIRA DE MELLO2,LUANA DE SOUSA RIBEIRO2, MARIA BEATRIZ ALVES ABRUNHOSA3, LUCIANA BOFFONI GENTILI4,

MÁRCIA DE SOUZA XAVIER5, NAYRO XAVIER DE ALENCAR5

1. Médico Veterinário, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (clínica e reprodução).Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense (UFF) - Niterói, RJ. E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Residência em Patologia Clínica),Hospital Universitário Veterinário Professor Firmino Mársico Filho, UFF - Niterói, RJ3. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFF - Niterói, RJ4. Técnico do Laboratório de Patologia Clínica (HUVET), UFF - Niterói, RJ5. Professora, DsC, Departamento de Patologia e Clínica Veterinária, UFF - Niterói, RJ

A urolitíase é uma enfermidade causada pela deposição de urólitos no sistema urinário. Estes cálculos sãoformados a partir de cristais que se agregam em forma sólida, podendo alterar a fisiologia do trato urinário,variando conforme a sua composição mineral. Ocorre mais no trato urinário inferior, secundário a doençassubjacentes, principalmente, de natureza metabólica. Altas concentrações de sais, o pH urinário e baixa concentraçãode inibidores de cristalização, são fatores que proporcionam um ambiente favorável para a formação desses urólitos.O objetivo desse trabalho foi averiguar a prevalência de cristalúria em cães e gatos, relacionando o pH e a densidadeurinária. Foram realizadas 550 urinálises no período de janeiro a dezembro de 2018, sendo 414 de caninos e 136de felinos. O resultado da análise demonstrou que 24% (132/550) dos animais apresentaram cristalúria, sendo35,56% (43/132) apresentaram cristais de fosfato amorfo, 28,03% (37/132) urato amorfo, 15,9% (21/132) bilirrubina,27,27% (36/132) fosfato triplo (estruvita), 15,15% (20/132) oxalato de cálcio dihidratado, 2,27% (3/132) oxalatode cálcio monohidratado, 0,75% (1/132) biurato de amônio e 0,75% (1/132) leucina. Os valores de pH noscaninos com cristalúria variou de 5,0 a 7,0 em 62,61% (72/115) e de 7,0 a 9, 0 em 37,39% (43/115). Já os felinoscom cristalúria, 88,24% (15/17) apresentaram pH entre 5,0 e 7,0 e 11,76% (2/17) entre 7,0 a 9,0. Quanto a densidade,23,48% (27/115) dos caninos apresentaram valores inferior a 1,020, 48,69% (56/115) entre 1,020 e 1,045 e 27,83%(32/115) acima de 1,045. Os felinos 5,88% (1/17) apresentaram valores inferior a 1,020, 82,35% (14/17) entre1,020 a 1,050 e 11,76% (2/17) acima de 1,030. A presença dos cristais é consequência dos valores de pH, como nocaso dos cristais de urato amorfo e oxalato de cálcio, que são comuns em urinas com pH ácido, e, os cristais defosfato amorfo e estruvita, que são comuns em urinas de pH alcalino. A cristalúria em cães e gatos, em sua maioria,é decorrente da formação de cristais de fosfato amorfo e urato amorfo, seguido dos cristais de estruvita e oxalatode cálcio. Essas formações se relacionam com o metabolismo e a quantidade de água na formação da urina e, comisso, a densidade também sofre interferência desses cristais, aumentando seus valores conforme esses cristais sesolubilizam. Assim, a urinálise é um exame importante, não devendo ser somente realizado para a detecção dessescristais, mas também para acompanhamento do tratamento.

Palavras-chave: cristais, urinálise, pH

162 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

110. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS ERITROCITÁRIOS DEFELINOS TESTADOS PARA FIV E FeLV NO HOSPITAL DE CLÍNICAS

VETERINÁRIAS DA UFRGS

LAURA VICTORIA QUISHPE CONTRERAS1, STÉPHANIE SILVA NUNES DE ALMEIDA2,VANESSA DALLA PORTA EDER3, BRUNO ALBUQUERQUE DE ALMEIDA4, STELLA DE FARIA VALLE5

1. Médica Veterinária, Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias (LACVet), Programa de Pós-Graduação em CiênciasVeterinárias (PPGCV), Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS) - Porto Alegre, RSEmail: [email protected]. Médica Veterinária, LACVet, PPGCV UFRGS - Porto Alegre, RS3. Programa de Graduação em Veterinária, UFRGS - Porto Alegre, RS4. Médico Veterinário, MSc, LACVet, PPGCV UFRGS - Porto Alegre, RS5. Médica Veterinária, PhD, LACVet, UFRGS - Porto Alegre, RS

No presente estudo foram avaliados, retrospectivamente, 296 hemogramas de pacientes felinos que foramtestados para o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e o Vírus da Leucemia Felina (FeLV) no Hospital deClínicas Veterinárias da Universidade Federal de Rio Grande do Sul entre setembro de 2018 e agosto de 2019.Foram incluídos hemogramas realizados concomitantemente ao teste FIV/FeLV ou com no máximo duas semanasantes, incluindo apenas um hemograma por cada paciente. Os parâmetros automatizados avaliados foram:hematócrito (Hto), contagem total de eritrócitos (RBC), concentração de hemoglobina (Hb), volume corpuscularmédio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM),distribuição dos eritrócitos (RDW), porcentagem de reticulócitos, contagem absoluta de reticulócitos e, quandodisponível, concentração de hemoglobina reticulocitária. Além disso, foi avaliada a presença de alterações observadasno esfregaço sanguíneo, tais como anisocitose, macrocitose, hipocromasia e policromasia. No estudo foram incluídos296 felinos, sendo 121 fêmeas e 175 machos. De acordo ao grupo etário, foram classificados como filhotes (45/296) aqueles que tinham menos de um ano, adultos (185/296) de 1 até 10 anos e idosos (36/296) acima de 10 anos.Não foi possível classificar um grupo de pacientes nos quais a idade não foi registrada na ficha de solicitação deexames (30/296). Os animais foram divididos em quatro grupos: negativo/controle, FeLV positivo, FIV positivo eFIV/FeLV positivos (0, 1, 2 e 3, respectivamente). Ao total, 219/296 foram negativos, 51/296 positivos para FELV,18/296 para FIV e 8/296 para ambos. Observaram-se diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) quantoaos seguintes parâmetros hematológicos: RBC (grupos 0-1), RDW (0-1, 0-3, 1-2 e 2-3), contagem absoluta dereticulócitos (0-1), Hto (0-1, 0-3, 2-3), Hb (0-1, 0-3, 1-2 e 2-3), VCM (0-1 e 1-2) e CHCM (0-1). Conclui-se queos parâmetros hematológicos são de suma importância para caracterização e diferenciação da manifestação destasduas retroviroses de extrema relevância na medicina felina. Por sua vez, a adequada identificação de alteraçõesnestes parâmetros pode ser uma valiosa ferramenta para alertar ao clínico e o patologista clínico sobre pacientespotencialmente infectados.Palavras-chave: hematologia, retrovírus, gatos

163VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

111. URETERAL CARCINOMA IN A DOMESTIC CAT:CASE REPORT

LÍVIA SCHRODER MEMÓRIA PAIVA¹, FABIANO JOSÉ FERREIRA DE SANT'ANA2,GUILHERME REIS BLUME2, ANDRÉ SANTOS LEONARDO3, RÔMULO SANTOS ADJUTO ELOI3,

LETÍCIA BATELLI OLIVEIRA3, JOSÉ VANDERLEI ARAUJO4

1. Graduanda em Medicina Veterinária. Laboratório de Diagnóstico Patológico Veterinário (LDPV),Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF - Brasil. E-mail: [email protected]. LDPV, UnB - Brasília, DF - Brasil3. Laboratório Histopato-Análise Anatomopatológica Veterinária - Brasília, DF - Brasil4. Centro de Especialidades Veterinárias (CEV) - Brasília, DF - Brasil

Transitional cell carcinoma (TCC) is a neoplasm rarely diagnosed in domestic animals. This neoplasm ismostly diagnosed in dogs, usually on the urinary bladder. TCC is a tumor of older domestic animals and presentsclinical signs attributable to lower-urinary-tract disease, including hematuria, dysuria, stranguria, and urinaryobstruction. Metastases to regional lymph nodes and/or lungs have been observed in 25-50% of the publishedcases. A male, adult, short hair cat, without clinical history, presented a mass attached to the peritoneum andadjacent to the left kidney. This mass caused compression of the left ureter and marked unilateral hydroureter andhydronephrosis. Because of the poor prognosis, the cat was euthanized after authorization of the owner. A 5 cm indiameter, firm, whitish, lobulated mass was observed affecting the ureter. Samples of the kidneys and ureters werecollected and fixed in 10% formalin. Histologically, nearly 90% of the ureteral fragment was affected by infiltrative,well-demarcated, moderately cellular, epithelial neoplastic proliferation. The neoplastic cells were disposed inacins or solidly cellular areas¸ supported by fine fibrovascular stroma. The epithelial cells were polygonal tocylindrical, with indistinct borders, and broad and slightly eosinophilic cytoplasm. The nuclei were round to ovoidand central to paracentral, with finely stippled chromatin and 1-2 evident nucleoli. There was moderate pleomorphismand seven mitosis in ten fields (400x). The kidney presented a moderate multifocal interstitial mononuclear nephritiswith sharp and fuzzy atrophy and fibrosis, besides hydronephrosis. There were no significant lesions in thecontralateral kidney and ureter. Based on anatomopathological findings, a diagnosis of ureteral carcinoma withsecondary hydronephrosis was made.

Keywords: feline, oncology, tumor

164 VIII CONGRESSO ESTADUAL ANCLIVEPA-RJ (NOVEMBRO 2019)

As neoplasias são as afecções mais comuns em cães e gatos, atribuindo considerável importância na clínicamédica. Dentre as ocorrências mais comuns, encontram-se os tumores de mama, geralmente associados em fêmeasque não foram submetidas ao procedimento de castração precoce. Relata-se evolução de comedocarcinoma mamárioprimário em uma cadela, de raça Beagle, oito anos de idade, atendida na clínica médica. Tumor de mama deaproximadamente 13 cm, indicativo para mastectomia unilateral esquerda. Animal foi submetido ao procedimento,revelando, na histopatologia, proliferação neoplásica compatível com comedocarcinoma mamário. O tutor optoupor não realizar protocolo quimioterápico. Decorridos três meses o animal retornou à clinica médica com quadrode inapetência, mucosas hipocoradas e evidente aumento de volume abdominal, confirmando múltiplos nódulosem fígado e baço com exame ultrassonográfico. Animal apresentou severa queda de hematócrito, linfopenia ealterações no exame bioquímico. Duas semanas após o início do tratamento de suporte, a cadela apresentou pioragradativa de seu estado clínico, sendo eutanasiada. Ao exame necroscópico havia acometimento de múltiplosórgãos, com diagnóstico sugestivo de adenocarcinoma metastático. A não castração precoce pode ter tido influênciapara o quadro clínico apresentado devido aos hormônios ovarianos e sua influência no desenvolvimento de tumoresmamários. A impossibilidade da continuidade do tratamento com quimioterapia foi, possivelmente, um agentecomplicador na evolução da doença, pois a cirurgia, associada ao protocolo quimioterápico, são fundamentais nadeterminação do prognóstico em casos de carcinomas mamários. É necessário obedecer aos protocolos de tratamento,os quais podem envolver terapia quimioterápica e exames de acompanhamento a fim de proporcionar corretomanejo quanto à evolução e prognóstico da doença.

Palavras-chave: oncologia, neoplasia, metástase, diagnóstico

112. PROGRESSÃO DE TUMOR MAMÁRIO PRIMÁRIO EM CÃO:RELATO DE CASO

ISABELLE VILELA BONFIM1; FABIO BARBOUR SCOTT2; DEBORA AZEVEDO BORGES3;FERNANDO ROCHA MIRANDA4; JULIANA PEREIRA DE FREITAS5; TAÍS MEDEIROS SIQUEIRA CARVALHO6;

GABRIELE BERNARDO DO AMARAL7; EMILY ANDRESSA SANTOS LIMA8

1. Discente do Curso de Medicina Veterinária, IV, UFRRJ. Campus Seropédica, RJ. E-mail: [email protected]. Médico Veterinário, MSc., PhD. Professor. Departamento de Parasitologia Animal (DPA), IV, UFRRJ. Campus Seropédica, RJE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, MSc. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, IV, UFRRJ. Campus Seropédica, RJ - bolsista CNPqE-mail: [email protected]. Médico Veterinário, Bolsista de apoio técnico FAPUR/LQEPV, UFRRJ. E-mail: [email protected]. Engenheira Agrônoma, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, IV, UFRRJ. Campus Seropédica, RJ - bolsista CAPESE-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Residente do programa multiprofissional em área da saúde, diagnóstico em patologia animal, MEC, UFRRJ.E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, Residente do programa multiprofissional em área da saúde, diagnóstico por imagem, MEC, UFRRJ.E-mail: [email protected]. Médica Veterinária, DPA, UFRRJ. Campus Seropédica, RJ. - bolsista de apoio técnico (FAPUR/LQEPV). E-mail: [email protected]