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Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social Ano II - Número 04 FORMULÁRIO DIRBEN-XXX INFORMAÇÕES do MÉDICO-ASSISTENTE ao MÉDICO PERITO DO INSS O fornecimento destas informações, sigilosas e de utilização exclusiva para subsidiar a análise do benefício pleiteado, deve contar com autorização do segurado interessado ou seu responsável legal (Lei no 3.268/57, Lei no 7.713/88, Lei no 8.213/91, Lei no 9.250/99, Decreto no 44.045/58, RPS aprovado pelo Decreto no 3.048/99 e Resoluções do Conselho Federal de Medicina nos 1.246/88 e 1.484/97). Requerente: Nome: MARIA JOANA DA SILVA CIC: 426.233.134-90 Número deste formulário: 000000001MG – Data: 25-12-2007 Instruções de preenchimento: O perito médico do INSS detém a exclusividade legal (Lei 10.876/04) e ética de estabelecer prazos para afastamento do trabalho a partir do 16º dia. Para tal, é útil a informação do médico assistente. O INSS, para efeito de benefícios por incapacidade, só aceitará informações médicas descritas neste formulário. Todos os campos precisam ser preenchidos. Informações Médicas: (Não presumir direitos previdenciários ou trabalhistas; Se necessário, use também o verso) Diagnóstico(s): Início e habitualidade de tratamento: Exames complementares: Plano terapêutico ou propedêutico: Outras considerações: Informações do Médico Assistente: Nome: CRM: Especialidade: Endereço: Telefone: Assinaturas: Requerente Médico – Carimbo - Data ANMP APRESENTA FORMULÁRIO PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE

Revista ANMP 04

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Page 1: Revista ANMP 04

Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência SocialAno II - Número 04

FORMULÁRIO DIRBEN-XXX

INFORMAÇÕES do MÉDICO-ASSISTENTE ao MÉDICO PERITO DO INSS

O fornecimento destas informações, sigilosas e de utilização exclusiva para subsidiar a análise do benefício

pleiteado, deve contar com autorização do segurado interessado ou seu responsável legal (Lei no 3.268/57, Lei

no 7.713/88, Lei no 8.213/91, Lei no 9.250/99, Decreto no 44.045/58, RPS aprovado pelo Decreto no 3.048/99 e

Resoluções do Conselho Federal de Medicina nos 1.246/88 e 1.484/97).

Requerente: Nome: MARIA JOANA DA SILVA CIC: 426.233.134-90 Número deste formulário: 000000001MG – Data: 25-12-2007

Instruções de preenchimento: O perito médico do INSS detém a exclusividade legal (Lei 10.876/04) e ética de estabelecer prazos para

afastamento do trabalho a partir do 16º dia. Para tal, é útil a informação do médico assistente.

O INSS, para efeito de benefícios por incapacidade, só aceitará informações médicas descritas neste formulário.

Todos os campos precisam ser preenchidos. Informações Médicas: (Não presumir direitos previdenciários ou trabalhistas; Se necessário, use também o verso)

Diagnóstico(s): Início e habitualidade de tratamento: Exames complementares:

Plano terapêutico ou propedêutico:

Outras considerações:

Informações do Médico Assistente: Nome: CRM: Especialidade: Endereço: Telefone:

Assinaturas:

Requerente Médico – Carimbo - Data

ANMP APRESENTA FORMULÁRIO PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE

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Encerramos mais um ano. Tivemos momentos felizes, como o nosso Congresso. Tivemos momentos

terríveis, sendo o ponto o assassinato do nosso colega José Rodrigues, em Patrocínio, Minas

Gerais. Mostramos nossa eficácia com o dinheiro público, invertemos uma curva de

crescimento e estamos poupando por uma ação ética e justa, cinco bilhões de reais.

Vivemos duas éticas, a própria da medicina, intrínseca, a do nosso relacionamento com

o dinheiro público. E o que buscamos? Buscamos com segurança uma atuação

correta, uma perícia feita com isenção e boa técnica, de sermos justos com

o nosso cliente, o requerente de algum benefício proporcionado pela

Previdência Social.

Buscamos sermos unidos, sabendo que, apesar de diferenças eventuais,

nós, peritos, estamos num barco muito maior que qualquer uma dessas

diferenças eventuais possa sinalizar.

Temos que ter a sabedoria e a humildade desse discernimento.

E esta união tem corpo organizado, a ANMP.

Então desejamos que em 2008 os passos continuem a ser dados.

As lutas bem disputadas, o verdadeiro bom combate.

Nossa tarefa diária é árdua, vamos fazer desses momentos

algo com que se possa conviver. Que nossa integridade

(moral /física) seja sempre o nosso maior valor.

Que Deus nos abençoe, nos proteja e que nossa união

seja, sempre, cada vez maior. A todos os colegas, desejamos

Feliz Ano Novo com muita paz, saúde e harmonia.

São os votos da ANMP

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados”.Mateus, capítulo 5, SERMÃO DA MONTANHA

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tão dos atestados médicos que chegam à perícia. Nossa meta é acabar com os atestados falsos e os graciosos. A medida visa a proteção não só do perito, mas principalmente do mé-dico assistente.

Nesta edição trazemos também os últimos resumos científicos dos projetos apresentados durante o I Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária. Há também uma matéria sobre o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado, que a partir de dezembro ganha caráter de uma grande cen-tral sindical.

Abordamos ainda nossa luta pela reestruturação salarial. Este tema, de grande relevância para a categoria, começou a ser discutido na ANMP em foco em sua edição de número três. Isto demonstra como não é fácil a luta da categoria.

Fica aqui um convite para que vocês tenham uma boa leitura e aproveitem nossa primeira edição de 2008. Que neste ano a perícia médica previdenciária garanta a valorização e o reco-nhecimento que merece. Boa leitura!

EM FOCOConsulta diretrizes04

ARTIGO -Dr. Luiz Fernando Hupsen

06CARREIRA- O papel da perícia dentro das procuradorias e juizados federais- ANMP: campanha nacional de valorização da carreira

RESUMOS CIENTÍFICOS

13REESTRUTURAÇÃO SALARIALANMP e governo negociam reestruturação da carreira

BALANÇO 2007

36

DELEGADOS ANMPANMP busca uniformização

38

CASOS PITORESCOSNo dia-a-dia da Perícia Previdenciária34

30

NES

TA E

DIÇ

ÃO

ano de 2007 chega ao final marcado por vitórias e perdas para a perícia médica do INSS. Como sempre, nossa luta não é fácil. O dia a dia da perícia, muitas vezes grati-ficante, muitas vezes ingrato, veio á públi-co de forma mais explícita neste ano.

Ganhamos espaço na mídia e estamos começando a ser reconhecidos na so-ciedade não só pela qualidade do nosso trabalho, que gerou uma economia de R$ 5 bilhões aos cofres públicos, mas tam-bém pela fragilidade e precariedade das nossas condições de trabalho. Perdemos mais uma vida e mais de 100 peritos foram agredidos somente neste ano.

Em sua última edição de 2007, a ANMP em foco faz um balanço do ano da perícia médica previdenciária e principalmente apresenta as metas da Associação para 2008. Em especial vamos tratar da ques-

editorial

O Diretora da ANMP

08 CAPAAtestados: uniformizaao e moralização

11 COMUNICADOS

16

26LULA INAUGURA APSLula reconhece e valoriza períi-cia médica previdenciária

32

ENTREGA DOS NOTEBOOKS

Page 4: Revista ANMP 04

04 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

EM F

OCO

ema de profundo debate den-tro do Fórum da ANMP (área restrita aos associados no site www.perito.med.br), a possibili-dade de o governo fazer uma consulta pública sobre material técnico produzido por grupo de trabalho do INSS suscitou crí-ticas e exigiu uma análise mais atenta por parte da direção da Associação. Fomos ao nosso Departamento Jurídico e bus-camos também no CFM (Con-selho Federal de Medicina) a visão tanto legal, como institu-cional e ética da utilização de material técnico produzido por médicos peritos para a formula-ção das Diretrizes Médico-Peri-ciais em Transtornos Mentais.

Tomamos a decisão de discor-rer sobre esta questão em nos-so editorial porque temos hoje cinco mil peritos. É preciso que os temas urgentes e relevantes sejam do conhecimento de todos. O Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, afirma em seu artigo VI que “A função pú-blica deve ser tida como exer-cício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na con-duta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional”.

consulta

Desta forma, o trabalho produ-zido por servidores públicos no exercício de sua função tam-bém se integra à sua vida par-ticular. Quando um servidor é convidado a participar de um grupo de trabalho para a ela-boração de material técnico, a sensação equivocada é ele tem a propriedade intelectual da obra. O trabalho feito para o serviço público não tem ca-ráter privado. O governo pode sim, fazer uma consulta pública sobre tema técnico. Se esta consulta é relevante ou se atin-girá as pessoas de direito, aí é outra questão.

Em relação à consulta sobre psiquiatria, a direção da ANMP em oito de novembro de 2007, em resposta ao oficio 102 do diretor de Beneficio sobre o do-cumento Diretrizes de Conduta Médico Pericial em Transtornos Mentais, após consultar a Dra. Tereza Chedid, recomendou a sua implantação como norma técnica a ser cumprida pela Perícia Médica do INSS. Para a ANMP, o nosso aval já estava dado. Não haveria necessida-de de uma consulta pública. Este não foi o entendimento do INSS.

De acordo com o presidente do Instituto, Marco Antonio Oli-veira, o documento identifica os transtornos mentais e define as condutas a serem implemen-tadas pelos médicos peritos do INSS durante a avaliação dos pedidos de auxílio-doença. O objetivo assegura Oliveira, foi dar ampla divulgação e abrir o debate diante da relevância do tema e de sua subjetivida-de, visando seu aperfeiçoa-mento. A previsão é a de que até o início de fevereiro a revi-são do documento esteja con-cluída.

“Esse rol de procedimentos é

DIRETRIZES

T

inédito no INSS e pretende dar apoio às decisões dos médi-cos-peritos. O transtorno men-tal é a terceira causa mais in-cidente nos requerimentos de auxílio-doença, de uma lista de 17 agrupamentos significa-tivos”. A humildade aqui se faz necessária. O tema “transtor-nos mentais” foi alvo de web-conference feita pela ANMP, ainda em 2006, bem como objeto de análise em nosso Congresso, em Salvador, em 2007.

Para o Conselho Federal de Medicina uma consulta públi-ca deste porte só vem a co-laborar. O presidente do Con-selho, Edson Andrade, afirma que sugestões de médicos fora do INSS, mas ligados à área de psiquiatria podem ser muito úteis na versão final des-te documento. “As sugestões que não tiverem consistência deverão ser descartadas, eu não tenho dúvida”, assegurou Andrade.

A nós, servidores públicos, que participamos da elaboração destes documentos abertos à consulta pública, só cabe ter a humildade de aceitá-las e acreditar que novas e boas sugestões poderão vir e que aquelas que não se sustentam não serão incorporadas. Até o momento de sua abertura à consulta pública, as “diretrizes em psiquiatria” já era um do-cumento robusto de mais de 70 páginas. Não podemos re-

O governo pode sim, fazer uma consulta pública sobre tema técnico. Se esta con-sulta é relevante ou se atingirá as pesso-as de direito, aí é ou-tra questão.

Page 5: Revista ANMP 04

Diretoria da ANMP

laxar por não gostar da posição do governo. A perícia médica elaborou estas diretrizes e agora, após a consulta, deve mais ainda zelar pelo trabalho bem feito e garantir sua qualidade. Aqui vale a lembrança de mais um artigo do Código de Ética do Servidor Públi-co: “Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária a seus próprios interesses ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do há-bito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação”.

cartaDO LEITOR

A última revista da ANMP está ma-ravilhosa , com assuntos variados e

de real interesse da categoria. Achei extremamente feliz e oportuna a

entrevista com o presidente do CRPS ( Salvador ) na qual foi detalhado

a função das JRPS ligadas ao CRPS onde eu , trabalho atualmente e na qual temos atribuições que muitos peritos não compreendem bem.

Cláudia LavinasMédica Perita doRio de Janeiro

Parabéns pela revista, ela está melhor a cada edição. Importantes as maté-rias sobre reestruturação salarial e as

atualizações das ações judiciais.

Regina Rodrigues Alves

Médica Perita do Rio de Janeiro – Diretora da ANMP

ERRAMOS Vários leitores perceberam e comunicaram o erro de repetição de uma página no artigo “Perícia Médica

Previdenciária no Con-texto Atual”, do terceiro número da ANMP em

foco. O que houve foi um erro de desconfiguração

do material da revista que foi à impressão e só foi

percebido após rodada a revista. Lamentamos o ocorrido e estaremos

sempre atentos para evi-tar que novos fatos como este venham a acontecer.

Rose Ane SilveiraAssessora de Imprensa

ANMP

Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da

Previdência Social Ano II - Número 04

Presidente: Luiz Carlos de Teive e Argolo

Vice-presidente: Eduardo Henrique R. de Almeida

Diretoria: Antônio Carlos Di Benedetto; Ma-ria Lúcia Campos Mello Tavares;

Regina Célia Rodrigues Alves;

Conselho Fiscal: Alejandro Luquetti; Edilson Pagio-

la; Samuel Abranques;

Suplentes do Conselho Fiscal:Marco Aurélio Moreira; Maurício Gonçalves Zanon; Alaor Ernest

Schein

Sede: SAUS (Setor de Autarquias Sul),

Quadra 3, Bloco C, nº 22, sala 711/712, Edifício Business Point,

CEP: 70070-030. Brasília, Distrito Federal.

Tiragem: 5.200 exemplares

Telefone: (61) 3321 1200 Fax: (61) 3321 1206

Site: www.perito.med.br www.anmp.org.br

E-mails: [email protected]; [email protected]

Assessoria de Imprensa: [email protected]

Editora responsável: Rose Ane Silveira (DRT 1965/DF)

Capa, projeto gráfico e diagramação:

Ludmila Girardi [email protected]

Revisão:Carolina Girardi Alves

Imagens:Diretoria ANMP

Publicidade: Secretaria ANMP

Tel: (61) 3321 1200

A reprodução de artigos desta revista poderá ser feita mediante autoriza-

ção do editor. ANMP em foco não se responsabiliza por opiniões emitidas

em artigos assinados, sendo estes de responsabilidade de seus autores.

1

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3

FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998):

“Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei: I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos,projetos ou conceitos matemáti-cos como tais; II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais,jogos ou negócios; III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos,regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais; V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas,cadastros ou legendas; VI - os nomes e títulos isolados; VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.”

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06 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

riados pela Lei nº10. 259 de 2001 com o objetivo de proporcionar ao cidadão julgamentos mais rápidos e simplificados, os Juizados Espe-ciais Federais atuam nas causas de competência da Justiça Federal, em matéria cível de valor até 60 salários mínimos ou em matéria criminal nos crimes cuja pena não ultraspasse 2 anos de reclusão. Cada estado da Federação tem pelo menos um Juizado Especial Federal cível e um criminal.

As ações de concessão ou revi-são de benefícios previdenciários (aposentadorias, pensões, auxílios-doença; benefício assistencial etc) estão entre as ações mais comuns propostas nos Juizados Especiais Federais cíveis. Estima-se que existam atualmente cinco milhões de ações contra o INSS das quais cerca de 70% em tramitação nos Juizados Especiais. Neste contexto vem ganhando relevância a atua-ção do Perito Médico da Previdên-cia Social como Assistente Técnico da Procuradoria.

Embora o trabalho do assistente técnico seja em princípio igual ao do perito, cabendo-lhe examinar e analisar a matéria submetida à perícia, no processo judicial, suas funções são diferenciadas. Apenas o profissional de confiança do juiz e por este nomeado tem o status de perito. Ao perito cabe realizar as diligências que entenda neces-

O PAPEL DA PERÍCIA DENTRO DAS PROCURADORIAS E JUIZADOS FEDERAIS

sárias para a elucidação da matéria que lhe foi submetida e apresentar seu laudo no prazo fixado pelo juízo. Sobre ele recai também a direção e condução das diligências periciais e as decisões sobre as mesmas. Ao assistente técnico, auxiliar da parte, tem por obrigação emitir parecer, concordando, contestando ou complementando o laudo do perito oficial. Cabe ao Juiz, pelo princípio do livre convencimento, analisar seus argumentos, podendo funda-mentar sua decisão neste parecer. Podemos considerar o papel do Assistente Técnico do INSS sob os aspectos preventivo, educativo e econômico.

Preventivo: O acesso a laudos de exames periciais realizados por dife-rentes profissionais nas mais diversas unidades de atendimento do INSS, possibilita ao Assistente Técnico identificar as falhas e divergências de entendimento mais comuns en-tre os Peritos. O material coletado poderá subsidiar a elaboração de programas de capacitação e con-seqüentemente correção de even-tuais distorções. Com adequada capacitação e decisões coerentes e uniformes os Peritos Médicos da Previdência Social estarão contri-buindo para a redução do número de ações indevidas.

Educativo: Parcela significativa de médicos nomeados pelo juízo para atuar como peritos são inexperientes

C na função ou desconhecem a le-gislação previdenciária. O contato do Assistente Técnico com o Perito do juízo possibilita a divulgação das normas previdenciárias e socializa-ção dos conceitos de incapaci-dade e invalidez. Por outro lado, o debate com especialistas amplia o conhecimento e fornece material para enriquecer o treinamento dos peritos do INSS.

Econômica: Se considerarmos que dos cinco milhões de ações em tramitação nos Juizados Especiais Federais pelo menos dois milhões referem-se a processos envolvendo matéria médica e ainda que o valor médio do benefício está em torno de R$ 500, 00, estaremos falando de somas da ordem de um bilhão de reais mensais.

Somem-se ainda os gastos com pagamento de custas processuais, correção monetária, etc. cujos dados não estão disponíveis para consulta. A apresentação de uma contestação baseada em argu-mentação consistente e bem fun-damentada poderá determinar o curso favorável do processo judicial seja pelo indeferimento do bene-ficio, manutenção do parecer de cessação ou ainda pelo estabeleci-mento de prazos para reavaliação da parte autora.

Tereza MaltezMédica Perita

CARR

EIRA

Page 7: Revista ANMP 04

om o objetivo de conscientizar a so-ciedade do papel da perícia médica previdenciária e tentar buscar o reco-nhecimento da categoria, dentro e fora do governo, a ANMP deu início neste ano a uma Campanha Nacional de Valorização do Perito Médico do INSS. Após constatar que mais uma vez o governo não cumpriu sua parte no que foi acertado em relação às cam-panhas públicas de esclarecimento ao cidadão sobre os seus direitos como segurado e qual é realmente o traba-lho do perito médico, a ANMP tomou a iniciativa e de outubro até dezembro colocou no ar campanha de rádio e TV, além de três outdoors no Distrito Federal, com enfoque no resultado po-sitivo das ações saneadoras da perícia dentro do sistema do INSS.

De acordo com a diretoria da ANMP, a campanha se fez necessária por que o governo não cumpriu sua promessa, e dos 45 dias de inserções previstas para rádio e TV da campa-nha de esclarecimento à sociedade feita pelo Ministério da Previdência, somente houve a veiculação dos co-merciais em 10 dias. Os demais 35 dias foram esquecidos. Não há previsão de quando a campanha governamental voltará ao ar. Para a ANMP, somente com uma campanha nacional de esclarecimento à população dos resul-tados que a perícia médica alcançou será possível valorizar a categoria, diminuir a violência contra os peritos e até mesmo alcançar uma condição salarial justa.

“O bem jurídico segurado pela Previdência é tão somente a capaci-dade de trabalho; não a capacidade de arrumar trabalho nem a de garantir estabilidade no trabalho ou de com-plementar salário. Muitos se julgam no

ANMP: CAMPANHA NACIONAL DE VALORIZAÇÃO DA CARREIRA

direito a benefícios previdenciários sem sequer terem contribuído, ou iniciando a fazê-lo já idosos e doentes. Os resultados são estatísticas falseadas pelo uso indevi-do dos recursos e forte pressão moral sobre os agentes públicos”.

A campanha teve início com um outdoor que mos-tra que a perícia médica do INSS garantiu, em apenas dois anos, uma economia de R$ 5 bilhões aos cofres públicos. Em 2007 constata-se redução de 35% nas apo-sentadorias por invalidez. Apesar disto, os números ainda são preocupantes, de acordo com a ANMP.

O Brasil tem 32 milhões de trabalhadores formais, contribuintes do INSS, mas 4,5 milhões, ou 14% deles estão afastados do trabalho por doença ou invalidez. Se fosse verdade, este número nos tornaria campeões mundiais de incapacidade física ou mental para o trabalho, pois reflete uma distorção de, no mínimo, 50% e demonstra a dimensão com que o auxílo-doença e a aposentadoria por invalidez permitiram-se ser infiltrados por outras de-mandas sociais e trabalhistas.

Essa distorção é recente, acentuou-se a partir de 2001 como consequência imediata da política de tercei-rização da perícia médica do INSS. Para se ter uma idéia, o custo financeiro anual do Auxílio-doença era pouco maior que 2 bilhões de reais por ano. Em 2004 já eram 9 bi, chegando a 15 bi no ano passado. Em 2003/2004 os médicos do INSS se rebelaram contra o caos em que seu trabalho havia se transformado, fizeram greve de 89 dias (a primeira da classe em mais de 30 anos) e conquistaram o fim da terceirização, concurso público, reestruturação da carreira.

C

JANEIRO/2008 REVISTA ANMP em foco . 07

Page 8: Revista ANMP 04

CAPA

ma das principais metas da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) para 2008 é criação de documen-to padronizado a ser usado como único instrumento de informação médica dirigida ao perito. Este documento nada mais é que um formu-lário para o atestado médico a ser dado preenchido pelo médico assistente, com o fim único e exclusivo de ser apresentado à perícia do INSS. É uma nova ferramen-ta que vai trabalhar a favor do médico assistencial e da perícia.

Desde o ano passado a ANMP vem defendendo a adoção de um novo atesta-do, que funcione a exemplo de uma receita de medica-mento controlado. Haverá a identificação do médico assistente e a retenção do atestado junto ao INSS. Isto dará maior segurança ao médico que forneceu o do-cumento, evitando fraudes, montagens envolvendo seu nome e má utilização do mesmo.

Pela proposta apresentada pela ANMP, o documento poderá ser impresso pelo pró-prio requerente via internet ou mediante comparecimento a qualquer unidade do INSS (ou dos Correios, em convê-nio, por exemplo); os dados do requerente são impressos no documento, assim como numeração seqüencial na-cional. No ato da geração do documento o SABI regis-trará o nome, CIC e número para que o perito verifique a correspondência no ato da perícia. Caberá ao segurado levar o documento impresso para ser preenchido por seu assistente, caso queira.

ATESTADOS: UNIFORMIZAÇÃO E MORALIZAÇÃO

U

Ainda de acordo com a pro-posta, ao digitar os dados do atestado os peritos alimenta-rão um banco de dados de médicos e CIDs. A cada ates-tado recebido, o perito infor-mará ao sistema SABI, o CRM e o CID usado. O sistema poderá ainda bater o nome e o CRM usando o banco de dados pú-blico do CFM; Pode-se assim saber em quais APS aparecem atestados de quais médicos e os CID que eles usam, permi-tindo identificar as indústrias de atestados.

A ANMP tomou a decisão de apresentar esta proposta ao

presidente do INSS, Marco An-tônio Oliveira ainda no final de 2007, após levar em con-ta que é prerrogativa ética e legal (10.876/04) da perícia médica previdenciária. Os afastamentos do trabalho su-periores a 15 dias e que é prer-rogativa do INSS normatizar os documentos necessários à administração. Foi levado em consideração ainda, o eleva-do número de atestados falsos e atestados que desconside-ram as exigências legais para benefícios ensejando expec-tativas de direito infundadas que causam conflitos e risco à integridade dos servidores.

08 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

FORMULÁRIO DIRBEN-XXX

INFORMAÇÕES do MÉDICO-ASSISTENTE ao MÉDICO PERITO DO INSS

O fornecimento destas informações, sigilosas e de utilização exclusiva para subsidiar a análise do benefício

pleiteado, deve contar com autorização do segurado interessado ou seu responsável legal (Lei no 3.268/57, Lei

no 7.713/88, Lei no 8.213/91, Lei no 9.250/99, Decreto no 44.045/58, RPS aprovado pelo Decreto no 3.048/99 e

Resoluções do Conselho Federal de Medicina nos 1.246/88 e 1.484/97).

Requerente: Nome: MARIA JOANA DA SILVA

CIC: 426.233.134-90 Número deste formulário: 000000001MG – Data: 25-12-2007

Instruções de preenchimento: O perito médico do INSS detém a exclusividade legal (Lei 10.876/04) e ética de estabelecer prazos para

afastamento do trabalho a partir do 16º dia. Para tal, é útil a informação do médico assistente.

O INSS, para efeito de benefícios por incapacidade, só aceitará informações médicas descritas neste formulário.

Todos os campos precisam ser preenchidos. Informações Médicas: (Não presumir direitos previdenciários ou trabalhistas; Se necessário, use também o verso)

Diagnóstico(s): Início e habitualidade de tratamento:

Exames complementares:

Plano terapêutico ou propedêutico:

Outras considerações:

Informações do Médico Assistente: Nome: CRM: Especialidade:

Endereço: Telefone:

Assinaturas:

Requerente Médico – Carimbo - Data

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Em seu parecer técnico enviado à Presidência do INSS, a ANMP lem-bra que Código de Ética Médica afirma em seu artigo 18 que: “As re-lações do médico com os demais profissionais em exercício na área de saúde devem basear-se no respeito mútuo, na liberdade e in-dependência profissional de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente”.

De acordo com a ANMP, deve-se destacar a relação existente entre o médico assistente e o médico perito, que muitas vezes é abala-da em razão da divergência de opiniões acerca do procedimento a ser tomado em relação a deter-minado segurado. O segurado, principal interessado na questão, queixa-se com frequência de que o médico perito não acata o que o seu médico, especialista, deter-mina. No entanto, conforme dis-posto no art. 3º da Resolução Cre-mesp nº 126, de 17 de outubro de 2005, o médico perito tem autono-mia de atuação e é responsável por esta autonomia, não estando submetido às determinações do médico assistente.

Vasta jurisprudên-cia ética corrobora o que prescreve o CEM:

Art. 3º - “Na forma-ção de sua opinião técnica, o médico investido na função de perito não fica restrito aos relatórios elaborados pelo mé-dico assistente do periciando. Deverá,

todavia, abster-se de emitir juízo de valor acerca de conduta médica do colega, incluindo diagnósti-cos e procedimentos terapêuticos reali-zados ou indicados, na presença do pe-riciando, devendo registrá-la no laudo ou relatório. Parágra-

fo Único - O médico, na função de perito, deve respeitar a liber-dade e independência de atua-ção dos

profissionais de saúde sem, toda-via, permitir a invasão de compe-tência da sua atividade, não se obrigando a acatar sugestões ou recomendações sobre a matéria em discussão no processo judicial ou procedimento administrati-vo”.

Dessa forma, pode-se concluir que o médico perito tem pleno direito de discordar da conduta médica de outros profissionais da saúde, desde que não interfira no tratamento conduzido por outro médico. Da mesma forma, o mé-dico assistente não deve interferir no trabalho do perito médico, de-terminando condutas previdenci-árias, que são da competência e da responsabilidade do perito.

A discussão, porém, vai além da questão da autonomia do médi-co perito, pois envolve, sobretudo, elementos de responsabilidade. O médico perito, após examinar o periciando e se convencer da

desnecessidade de emitir atesta-do médico, não pode conceder o benefício previdenciário como forma de apaziguar a tensão com o periciando ou mesmo com o médico assistente.

Assim prescreve o artigo 111, do

O médico perito tem

pleno direito de dis-

cordar da conduta

médica de outros

profissionais da saú-

de, desde que não

interfira no tratamen-

to conduzido por ou-

tro médico.

JANEIRO/2008 REVISTA ANMP em foco . 09

Carro agencia benefícios por incapacidade na porta de uma APS

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CAPA Código de Ética Médica: “É ve-

dado ao médico:

Art. 111 - Utilizar-se do ato de ates-tar como forma de angariar clien-tela.” Como forma de se evitar essa situação constrangedora, o art. 8º da Resolução 126/2005 determina a restrição do rol de informações que deve conter o atestado ou relatório médico. Dessa maneira, o médico peri-to pode contar com uma maior autonomia para decidir sobre o procedimento adequado a ser adotado acerca dos benefícios previdenciários.

O médico perito, no desempe-nho de suas atividades, deve ter, então, total autonomia na formulação de suas convicções, não podendo ser compelido de forma alguma decidir contra o seu senso de correção. Apenas ele pode aquilatar a intersec-ção da molética com a norma previdenciária. Toda e qualquer ingerência do médico assistente,

10 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

determinando providências pre-videnciárias, constitui inaceitável pressão sobre o médico perito.

A Resolução 126/2005, em seu art. 5º, veda expressamente tais condutas constrangedoras: “Art. 5º - O médico na função de perito não deve aceitar qual-quer tipo de constrangimento, coação, pressão, imposição ou restrição que possam influir no desempenho de sua atividade, que deve ser realizada com ab-soluta isenção, imparcialidade e autonomia, podendo recusar-se a prosseguir no exame e fazendo constar no laudo o motivo de sua decisão.” No mesmo sentido dis-põe o Código de Ética Médica:

“Art. 8º - O médico não pode, em qualquer circunstância ou sob qualquer pretexto, renun-ciar à sua liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.”

Toda e qualquer

ingerência do

médico assisten-

te, determinan-

do providências

previdenciárias,

constitui inaceitá-

vel pressão sobre

o médico perito.

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Nova Legislação para a saúde

O Senado Federal analisa se deve votar

ainda em 2008 a primeira consolidação de

leis da área de saúde. O projeto do senador

Tião Viana (PT-AC) visa consolidar a legis-

lação sanitária federal. O autor do projeto

diz que pretende ordenar, de forma lógica

e sistemática os dispositivos legais sobre a

matéria. Em 643 artigos, distribuídos em

nove livros, o projeto reune toda a legislação

federal em vigor em matéria de saúde.

Indenização para família de José Rodrigues

A direção da ANMP, por meio de seu departamen-

to jurídico, impetrou em dezembro uma ação de

indenização por danos materiais e morais contra

o INSS, na Justiça Federal de Patos de Minas

(MG), para garantir total assistência á família

do médico perito José Rodrigues, assassinado no

exercício de suas funções, em maio deste ano.

A iniciativa de ingressar com a ação partiu da

ANMP e a entidade arcará com todos os

custos da ação em favor da esposa e dos filhos de

José Rodrigues. A iniciativa apenas fez cumprir o

compromisso já assumido pela direção da Asso-

ciação quando da tragédia.

Nova ação GDAMPTambém em dezembro ANMP ajuizou

ação objetivando garantir o pagamento

integral da parcela institucional da

GDAMP aos médicos peritos até que

sejam sanadas as irregularidades na

realização da avaliação institucional

pelo INSS. O processo tramita na

Justiça Federal do Distrito Federal,

sob o nº 2007.34.00.043308-7.

Mandado de segurança

Diante da inércia do INSS em cum-prir Orientação Interna nº 7, da SRH/MPOG, de 20 de novembro de 2007, que estabelece de maneira efetiva os pro-cedimentos para o reconhecimento do “tempo especial” (insalubre) trabalhado até dezembro de 1990, a ANMP, por meio de seu departamento jurídico ingressou no dia 19 de dezembro de 2007 com um mandado de segurança contra o Insti-tuto. O objetivo é o imediato reconheci-mento do tempo especial.

Page 12: Revista ANMP 04

12 . REVISTA ANMP em foco OUTUBRO/2007

ste é o principal objetivo da direção da ANMP ao negociar com o gover-no a reestruturação da categoria. Ao retirar a proposta anteriormente apre-sentada ao governo, na qual propôs um reajuste médio de 26% para a ca-tegoria, a ANMP ampliou as reivindi-cações e ao mesmo tempo, fez com que as negociações alcançassem uma segunda e importante etapa que teve início ainda em dezembro, com a primeira das seis reuniões para definir a nova estrutura da categoria.

Para a diretoria da ANMP o resultado das negociações de junho até de-zembro foi positivo, porque finalmente a carreira atingiu o mesmo patamar de negociação que várias outras categorias dentro do serviço público federal. Na primeira reunião, da cha-mada segunda etapa, ocorrida no dia 19 de dezembro ficou acertado que os dois próximos encontros vão ocorrer nos dias 17 e 25 de janeiro de 2008. No dia 17 será debatida a forma de avaliação de desempenho, bem como a jornada de trabalho. Ficou claro no primeiro encontro que o go-verno se compromete em rever a car-reira como um todo.

ANMP E GOVERNO NEGOCIAM REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA

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Para a direção da ANMP o governo fez, na primei-ra reunião, uma clara tentativa de desqualificar a perícia, depreciando a importância da sua atua-ção. Os argumentos do governo foram rechaçados pela Associação, que rebateu de forma inflexível a cada um deles. Da parte do governo foi afirmado que a perícia médica não guarda relação com as carreiras jurídicas e por este motivo não cabe qual-quer remuneração na forma de subsídio. O gover-no reconhece como “equivocado” o atual modelo da GDAMP e tem como idéia inicial o vencimento básico “robustecido” e uma única gratificação de desempenho.

Em sua argumentação a diretoria da ANMP ressal-tou que “o acerto da opção pela exclusividade do Estado neste setor da vida civil vincula-se ao fato de a perícia médica previdenciária, ao envolver julga-mentos, se tornou ato médico executor dependen-te de difícil auditagem, sem reexame do requeren-te, ou, em muitas vezes, apesar do reexame”, sendo

“Para a diretoria da ANMP o resulta-do das negociações de junho até dezembro é positivo, porque final-mente a carreira atingiu o mesmo patamar de negociação que várias outras categorias dentro do serviço público federal.

Garantir o reconhecimento da perícia médica previdenciária como uma carreira típica de Estado e sua valorização, principalmente financeira, nesta condição.

Page 13: Revista ANMP 04

ANMP E GOVERNO NEGOCIAM REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA

este um dos aspectos que suscita o entendimento da ANMP de que a carreira pode ser remunerada sob a forma de subsídio.

Para ressaltar a importância da car-reira e a dificuldade de se conse-guir bons profissionais, a direção da ANMP apresentou ao grupo de trabalho os dados mais recentes sobre a categoria. Do atual qua-dro de peritos, 70% é formado pelos aprovados nos concursos de 2005 e 2006. Em 2005 foi exigida compro-vação de realização de residência médica, o que significa que todos são especializados em alguma área médica. No ano de 2006 houve prova de títulos e grande número de peritos têm especializações, pós graduação, mestrados e doutora-dos. Há entre os atuais peritos 70% de profissionais formados em medi-cina do trabalho.

No documento protocolado pela ANMP, que baseia as negociações da perícia pela sua reestruturação, outro ponto destacado é o fato de que somente para as carreiras de perícia médica da Previdência, autoria fiscal da Receita Federal do

Brasil e de auditoria fiscal do Trabalho o princípio constitu-cional da paridade remunera-tória entre ativos, aposentados e pensionistas não é seguido.

Integram o grupo de traba-lho interministerial, além de representantes dos ministérios do Planejamento e da Previ-dência, os cinco diretores da ANMP, Luiz Carlos Argolo, Edu-ardo Henrique Almeida, Maria

Lúcia Tavares, Regina Rodri-gues Alves e Antonio Carlos Di Benedetto. Na avaliação da diretoria da ANMP, e que foi amplamente debatida junto ao governo, a remune-ração da carreira da perícia médica, na forma que está composta atualmente de vencimento básico mais gra-tificações, torna esta carreira não apenas pouco atraente, como deixa de refletir sua real importância.

Garantir o reconhecimento da perícia médica previdenciária como uma carreira típica de Estado e sua valorização, principalmente financeira, nesta condição.

Page 14: Revista ANMP 04

Com a sua atuação correta e segura a perícia médica previdenciária se transformou em um instrumento que impede o desperdício dos gastos dentro do INSS, revertendo a tendên-cia do pagamento do auxílio doença e gerando uma economia de R$ 5 bilhões para os cofres públicos.

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ntendem-se as lesões por es-forços repetitivos / doenças osteomusculares associadas ao trabalho (LER/DORT) como uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, pares-tesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, mas po-dendo acometer membros inferiores. São resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua re-cuperação. O fenômeno de Raynaud é uma condição que cursa com dor, decor-rente de uma diminuição do fluxo sangüíneo para alguns tecidos ou órgãos do corpo humano. Acomete preferen-cialmente as mãos e os pés, mas pode também afetar as orelhas, a língua e o nariz. Am-bas as patologias são causas comuns de afastamento das funções laborativas e care-cem de exames comple-mentares que confirmem o diagnóstico, sendo a queixa de dor sintoma subjetivo e de difícil comprovação clínica. Objetivo: Descrever um mé-todo complementar de diag-nóstico com capacidade de detecção das síndromes álgi-cas acima descritas. Método: A Teletermografia Computa-dorizada de Infravermelho (TCI) é a captação em tem-

RELATO DE CASO: DORT X DOENÇA DE RAYNAUD - DIAG-NÓSTICO DIFERENCIAL USANDO TELETERMOGRAFIA COM-PUTADORIZADA DE INFRAVERMELHO (TCI)

po real da temperatura da superfície corpórea total ou em partes através de um ter-mógrafo digital, a qual possi-bilita a visualização pela difer-ença de temperatura dos pontos álgicos, estabelecer um diagnóstico e intensidade do quadro, além de orientar na terapêutica e na alta do paciente. Relato do Caso: Pa-ciente de 22 anos, 1,60m, 46 kg, auxiliar admnistrativa, ex-ercendo cargo de digitado-ra, afastada de suas funções por dores nos terços distais dos antebraços, com hipó-tese diagnóstica de tendinite nos punhos, em uso de anti-inflamatório não esteroidal e sem melhora do quadro após 32 sessões de fisioterapia com o uso de gelo e calor alter-nados. A TCI palmar da mão direita mostrou uma diferença de temperatura de 5ºC (27.2-32.2ºC) entre a polpa digital do indicador e a região tenar. A TCI da mão esquerda foi se-melhante à direita. Esta difer-ença de temperatura nas ex-tremidades distais confirmou a presença da Doença de Raynaud, o que modificou a abordagem terapêutica e as orientações em relação ao ambiente de trabalho (con-trole térmico), possibilitando a alta e retorno da paciente a sua atividade laborativa. Con-clusão: As LER/ DORT são um grupo de patologias carentes de métodos que as avaliem e orientem o tratamento e ofereçam um critério de alta.

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Autor: Geílson Gomes de Oliveira

Portanto, os pacientes porta-dores de LER/DORT podem ter melhor orientação quanto ao diagnóstico, prognóstico de retorno às suas funções e critério de alta se a TCI for in-cluída no protocolo de aval-iação, diminuindo-se inclusive a concessão de benefícios indevidos por incapacidade laborativa.

Os pacientes portado-res de LER/DORT podem ter melhor orientação quanto ao diagnósti-co, prognóstico de re-torno às suas funções e critério de alta se a TCI for incluída no proto-colo de avaliação, di-minuindo-se inclusive a concessão de benefí-cios indevidos por inca-pacidade laborativa.

Page 17: Revista ANMP 04

Autor: Geílson Gomes de Oliveira Autores: Everson Alberge Buchi e Raul de Freitas Buchi

Aperícia médica constitui um importante tema, em decor-rência de sua grande res-ponsabilidade aliada `as suas conseqüências e enfoques diversos. Encontra-se atual-mente em constante debate. Ainda não ocupa um lugar de destaque no cenário do egré-gio Conselho Federal de Medi-cina como área de atuação ou especialidade. Objetivo: O objetivo deste trabalho é rea-lizar uma pesquisa de opinião entre os membros dos Con-selhos Regionais de Medicina (CRMs) do Brasil a respeito da visão dos conselheiros sobre a real situação da Perícia Médi-ca. Método: Foi utilizado um protocolo nominal a cada membro conselheiro, cujo questionário era de perguntas objetivas relacionadas à pe-rícia. Todos os CRMs do Brasil foram convidados a partici-par desta pesquisa. Contamos com a colaboração de 16 es-tados e a participação de 175 conselheiros. Resultados: A res-peito da opinião de como a perícia deve ser considerada, foi observado que 74 (42,3%)

SITUAÇÃO ATUAL DA PERÍCIA MÉDICA NO BRASIL SOB A VISÃO DOS CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA

conselheiros acham que a perí-cia deve ser considerada como área de atuação, 54 (30,9%) como especialidade médica, 48 (27,4%) como parecer quan-do solicitado e 4 (2,3%) como outros. Sobre como deveria ser feita a formação profissional do perito, a maioria, 57 (32,6%) respondeu que deve ser feito curso de especialização em perícia, seguido de residência médica em 15 (10,3%). Não há câmara técnica de perícia na maioria (68,0%) dos estados participantes. E a maior parte dos mesmos acham que não há a necessidade da criação da mesma, em decorrência de não ser considerada uma especialidade médica (29,4%) e por haver pouca demanda (20,0%). Com relação ao crité-

rio de escolha do perito para realizar uma perícia, a maioria optou por delegar a respon-sabilidade para as respectivas sociedades (38,5%), seguida da indicação dos próprios CRMs e dos peritos especialistas em sua área (28,5%). Conclusão: Os au-tores concluem que, segundo a maioria dos participantes da pesquisa de opinião entre os conselheiros do Brasil, a perícia médica deve ser reconhecida como área de atuação entre as respectivas especialidades médicas. Sugerem a criação de câmara técnica em perícia, como exemplo a ser seguido do próprio Conselho Federal de Medicina. E que haja um empe-nho na valorização e reconhe-cimento profissional da perícia médica.

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Todos os CRMs do Brasil foram convi-dados a participar desta pesquisa. Con-tamos com a cola-boração de 16 esta-dos e a participação de 175 conselheiros

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propositura do Programa de Cobertura Previdenciária Esti-mada (COPES) no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2005 trouxe a possibilidade de estimativa de data futura para cessa-ção do benefício por inca-pacidade para a maioria dos segurados, salvaguardando-se a possibilidade de requerer a reconsideração da conclu-são pericial uma única vez em caso de não recuperação da capacidade laborativa no prazo previsto. A criação do Pedido de Prorrogação (PP), em 2006, procurou garantir ao usuário a reavaliação sempre que a decisão do perito con-tivesse um componente de prognóstico. Objetivo: Estimar proporções de conclusões médico-periciais por tipo de perícia médica na vigência do COPES com PP. Método: Foi realizado levantamento no programa SABI Gestão de conclusões periciais nas pe-rícias iniciais (Ax-1), de PP e Pedido de Reconsideração (PR) de 06/2006 a 03/2007,

A IMPORTÂNCIA DO EXAME INICIAL NO PROGRAMA DE COBERTURA PREVIDENCIÁRIA ESTIMADA COM PEDIDO DE PRORROGAÇÃO

comparando-se os percentu-ais encontrados. Resultados: As conclusões das perícias iniciais foram 62,8% Data de Cessação do Benefício (DCB), 35,2% contrárias, 1,2% Data de Confirmação da Incapacida-de (DCI), e 0,8% Limite Indefi-nido (LI). As perícias de ordem 2 ou mais tiveram 93,8% de DCB, 3,8% DCI, 1,8% LI e 0,6% de conclusão denegatória. Entre os PRs pós-PP, 71% foram concluídas como DCB e 20,6% como contrária. Conclusões: No modelo COPES com PP, a maioria das negativas de in-capacidade por parte da Pe-rícia Médica ocorre no exa-me inicial, chegando a mais de um terço dos casos. Con-cedido o benefício, é despro-porcionalmente elevada a proporção de prorrogações, sendo que a quase totalidade dos auxílios-doença são man-tidos a cada reavaliação, concorrendo para o acúmulo de usuários no sistema e o au-mento do passivo de perícias a realizar, com filas e morosi-dade no INSS. Ainda quando

Instituições: INSS/ GexFortaleza

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Autor: Geílson Gomes de Oliveira

o PP é negado e o segurado recorre ao PR, somente um quinto das decisões periciais são mantidas como denega-tórias. Faz-se necessário me-lhorar a qualidade da estima-tiva de prognóstico da Perícia Médica Previdenciária, com fixação mais eficiente das Datas de Cessação de Bene-fício.

A criação do Pe-dido de Prorro-gação (PP), em 2006, procurou garantir ao usuá-rio a reavaliação sempre que a decisão do peri-to contivesse um componente de prognóstico.

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18 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008 JANEIRO/2008 REVISTA ANMP em foco . 19

Autor: Geílson Gomes de Oliveira

Os quadros de dor aguda ou crônica das lesões do sistema osteomuscular, incluindo os casos de lesões por esforços repetitivos / doenças osteo-musculares relacionadas ao trabalho (LER/DORT), rep-resentam um desafio para os médicos especialistas na confirmação dos diagnósti-cos, tanto pela subjetividade do principal sintoma, a dor, como pela difícil comprova-ção por exames complemen-tares das lesões anatômicas apresentadas. Para o médico perito este é um desafio ainda maior, por confrontar-se nas análises periciais diárias com inúmeros casos de dores simu-ladas, os quais podem levar a benefícios indevidos com dé-ficits incalculáveis aos cofres da previdência. A injustiça da não concessão de um benefí-cio devido pode também trazer prejuízos irreparáveis aos segurados, de natureza física, moral e social. Por a queixa de dor, independente da sua etiologia, ser uma das principais causas de inca-pacidade laborativa entre as modalidades de segurados da previdência, um método seguro que confirmasse a sua presença evitaria injustiças e diminuiria a responsabilidade dos médicos peritos na aval-iação pessoal de muitos ca-sos sem exames complemen-tares conclusivos de lesões físicas. Objetivo: Descrever um método complementar de di-agnóstico com capacidade de detecção das síndromes álgicas, independente da

Autores: Everson Alberge Buchi e Raul de Freitas Buchi

LESÕES OSTEOMULARES – DESMASCARANDO A FALSA DOR Instituição: INSS/ Comunidade Vida Nova

etiologia. Relatar o método e ilustrar imagens de casos diagnosticados e tratados no serviço. Método: A Teleter-mografia Computadorizada de Infravermelho (TCI) é a captação em tempo real da temperatura da superfície corpórea total ou em partes através de um termógrafo digital, a qual possibilita a visualização pela diferença de temperatura dos pontos álgicos, estabelecer um di-agnóstico e intensidade do quadro, além de orientar na terapêutica e na alta do paciente. É um método não invasivo, sem emissão de ra-diação, reprodutível e que possibilita o armazenamento e transmissão das imagens digitalizadas. Conclusão: Em decorrência da dor das lesões osteomusculares, há em princípio um quadro de tendinose, com vasocon-stricção reflexa em torno do(s) ponto(s) doloroso(s) e,

após um determinado perío-do, se não tratada ou afasta-da a natureza do trauma, a evolução para uma tendinite, com vasodilatação no foco da lesão. A TCI, através da análise térmica, possibilita a vi-sualização dos pontos álgicos, inclusive determinando a fase evolutiva da lesão e a melhor abordagem terapêutica, per-mitindo definir o momento da alta. Estudos clínicos mostram uma elevada acurácia do método, com séries de casos com sensibilidade, especifici-dade, valor preditivivo posi-tivo e valor preditivo negativo de 100, 88, 95 e 100 %, respec-tivamente.

Para o médico pe-rito este é um desa-fio ainda maior, por confrontar-se nas análises periciais di-árias com inúmeros casos de dores simu-ladas, os quais po-dem levar a benefí-cios indevidos com déficits incalculáveis aos cofres da previ-dência.

Page 20: Revista ANMP 04

Servidor Público Federal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), quando apre-senta doença e/ou incapa-cidade laborativa, é ampa-rado pela portaria MPOG n° 1.675, de 10/10/2006, que estabelece: “orientação para os procedimentos ope-racionais a serem implemen-tados na concessão de be-nefícios de que trata as leis 8.112/90 e 8.527/97, abran-ge processos de saúde, re-gulamenta a atuação da equipe multiprofissional na promoção da saúde e inclui o Sistema Integrado de Saú-de Ocupacional do Servidor da Administração Pública Federal (SISOSP), entre ou-tras providências”. Objetivo: Traduzir estatisticamente o

NÚCLEO DE ATENDIMENTO AO SERVIDOR: OTIMIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA E IMPLANTAÇÃO DO SISOSP

processo de otimização das avaliações médico-periciais e enquadramento na nova legislação do servidor. Mé-todo: Estudo retrospectivo de 331 avaliações médico-periciais no período de maio a dezembro de 2006, reali-zadas no Núcleo de Atendi-mento ao Servidor da Seção de Recursos Humanos da Gerência Executiva Duque de Caxias (GEXDUC-RJ). Re-sultados: Estatisticamente, as avaliações apresentaram-se da seguinte forma: junho, 49 avaliações, 32 (65%) DCB, 17 (32%) DCI; julho, 54 avalia-ções, 31 (57%) DCB, 23 (43%) DCI; agosto, 51 avaliações, 35 (69%) DCB, 16 (31%) DCI; setembro, 43 avaliações, 33 (77%) DCB, 10 (23%) DCI;

Instituição: INSS

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Autor: Roberto dos Santos MitraudCo-autores: Fernando José Gomes Carneiro, Almar Lopes, Maria Cristina Rosenburg, Lídia Carvalho dos Santos

outubro, 33 avaliações, 27 (82%) DCB, 6 (18%) DCI; no-vembro, 36 avaliações, 29 (81%) DCB, 7 (19%) DCI; dezembro, 42 avaliações, 38 (90%) DCB, 4 (10%) DCI. Conclusão: A conjugação de ações administrativas e da equipe multiprofissional de saúde foi decisiva para alcançar a mudança na cultura institucional em rela-ção à perícia médica. Todo este empenho necessita de ações que atendam às ne-cessidades do servidor antes do afastamento do traba-lho. As instituições públicas podem ter na Medicina Pre-ventiva um forte aliado para atingir o cumprimento das metas e objetivos que têm por finalidade.

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O Código de Ética Médica é a Bíblia do perito médi-co e, parafraseando Ruy Barbosa, fora dele não há salvação. Tanto o perito médico quanto o médico assistente devem pautar o exercício de sua função e o seu relacionamento baseados nesse código e nas suas complementa-ções. Verificando a atual situação de agressões a peritos, observou-se que o atestado médico re-digido da forma que se gere uma falsa expecta-tiva é fator estimulante destes litígios. Ainda que, originalmente, o médico assistente apenas queira ajudar o seu paciente, este deve limitar sua atu-ação a um patamar que não interfira na função do colega perito. Por outro lado, não há justificativa para que o perito despre-ze ou teça comentário desairoso sobre o conte-údo do atestado médico exarado pelo assistente ou sobre suas condutas. A interferência na seara que pertence ao outro colega e outros aspectos da interface perito-assis-tencialista são alvos de apreciação ética. Obje-tivo: O presente trabalho visou revisar e delimitar os limites éticos desta inter-face, baseado apenas na normatização existen-te. Além do Código de Ética Médica, revisaram-se uma resolução, a CFM 1.658/02, que regula a emissão de atestados,

Autor: Geílson Gomes de OliveiraCo-autor: Valterdes Fábio Pessoa Soares

O ATESTADO MÉDICO, A FUNÇÃO PERICIAL E SEUS LIMI-TES ÉTICOS

Instituição(ões): INSS GexFortaleza

e a resolução CREMESP 126/05, que regula a fun-ção pericial, o Código de Ética do Servidor Público e o Código Penal Brasileiro, que foram as bases para esta pesquisa. Resultado: Fez-se um apurado destas normas, na forma de um consolidado de normas que guie a prática ética do perito médico. Conclu-são: Concluiu-se, portanto, que, embora existam na atual normatização balizas que regulem o relaciona-mento ético entre o perito e o assistente, faz-se ne-cessário que essas normas possam ser agrupadas em uma nova resolução, mais abrangente, e que se faça uma divulgação de forma que se possa melhorar o re-lacionamento em questão.

Embora existam na atual normatização balizas que regulem o relacionamento ético entre o perito e o assistente, faz-se necessário que essas normas possam ser agrupadas em uma nova resolução, mais abrangente,

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Page 22: Revista ANMP 04

valiar as relações entre dor e semiologia, dor e ultra-so-nografia, semiologia e ultra-sonografia, além de verificar a prevalência de alterações ultra-sonográficas em ombros assintomáticos. Métodos: Estudo de corte transversal no qual o responsável pelo estudo realizou a avaliação clínica em 93 trabalhado-res ativos de uma linha de produção de uma indústria farmacêutica. Foram 11 ho-mens e 82 mulheres, destes, 4 homens e 38 mulheres com queixa de dor. A idade média foi de 36,4 anos. A avaliação constou de anamnese geral e específica para enfermi-dades de ombro, anamnese ocupacional e a aplicação de testes semiológicos. Foram coletados dados demográfi-cos, de qualidade de vida e sobre a saúde em geral. As manobras realizadas foram as de Neer, Hawkins, Jobe, Apley, Yocum, Speed (ou palm up), Yergason, teste de Lippman, teste do aperto do botão subacromial, Daw-barn, Patte, lift-off Test (Teste de Gerber), External Rotation Lag Sign (ERLS), Drop sign e In-ternal Rotation Lag Sign (IRLS). Concomitantemente, um ultra-sonografista experiente, cego em relação ao exame clínico, realizou exames ultra-sonográficos com transdutor de alta resolução (7,5 MHz) em todos os 186 ombros. A técnica utilizada seguiu a es-tabelecida na literatura. Os achados foram submetidos à avaliação estatística. Resulta-dos: 42 trabalhadores tinham queixa de dor no ombro e 51

O OMBRO EM UMA LINHA DE PRODUÇÃO: ESTUDO CLÍNICO E ULTRA-SONOGRÁFICO

foram assintomáticos, sendo 57 ombros sintomáticos e 129 assintomáticos. Houve asso-ciação entre dor e semiologia em 9 dos 15 testes aplicados. Também houve associação entre dor e ultra-sonografia al-terada para o tendão supra-espinhoso e para o tendão da cabeça longa do bíceps. Na comparação entre ultra-sonografia e semiologia so-mente 4 testes para o tendão supra-espinhoso demonstra-ram diferença significativa. Entre as 24 ultra-sonografias

Instituição(ões): UNIFESP Escola Paulista de Medicina

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Autor: Ernesto Youiti MaedaCo-autores: Milton Helfenstein Jr, Daniel Feldman, João Eduardo Barile Ascêncio

alteradas, encontramos 10 (41,7%) em ombros assinto-máticos, o que representou 7,8% do total de 129 ombros assintomáticos. Conclusões: O processo diagnóstico é complexo e exige uma ana-mnese detalhada, exame fí-sico cuidadoso e avaliação ultra-sonográfica feita por examinador experiente. Indi-víduos assintomáticos podem apresentar alterações ultra-sonográficas, o que pode gerar conflitos diagnósticos, trabalhistas e judiciais.

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22 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

Page 23: Revista ANMP 04

C om base em mudanças ocor-ridas no Setor de Perícias Mé-dicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir de agosto/2005, incluindo a contratação de novos Peri-tos Médicos de seu Quadro de Pessoal, justifica-se o de-senvolvimento deste trabalho buscando evidenciar possí-veis alterações quantitativas ocorridas no período por ele englobado. Objetivos: Avaliar a freqüência de perícias am-bulatoriais em exames iniciais (Ax1) concluídas nas Agências da Previdência Social (APS) da Gerência Executiva do INSS de Juiz de Fora (GEx/JF) entre julho/2004 e dezembro/2006, caracterizando o perfil diag-nóstico dos segurados e o per-fil dos peritos médicos quanto ao vínculo institucional. Méto-do: Estudo retrospectivo com levantamento e análise des-critiva de dados contidos no SABI-Gestão sobre perícias em Ax1 concluídas na GEx/JF entre julho/2004 e dezembro/2006. Resultados: Já em janeiro/2006 o número de perícias em Ax1 concluídas na GEx/JF foi o dobro daquele encontrado em julho/2004. 73% das perí-cias foram concluídas após a contratação dos novos peri-tos e 56% concluídas nas APS São Dimas e Riachuelo, em Juiz de Fora. 71% dos segura-

Autores: Adriana Kelmer Siano – INSS, UFJF

Mário Sérgio Ribeiro –UFJF

Luiz Cláudio Ribeiro – UFJF

Aline Evangelista Santiago – UFJF

Marco Antônio Aguirre – INSS

EXAMES INICIAIS CONCLUÍDOS EM PERÍCIAS AMBULA-TORIAIS NA GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS DE JUIZ DE FORA – MG ENTRE JULHO DE 2004 E DEZEMBRO DE 2006: DADOS QUANTITATIVOS RELACIONADOS ÀS AGÊNCIAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, AOS DIAGNÓSTICOS DOS SE-GURADOS E AO VÍNCULO DOS PERITOS MÉDICOS COM O INSS

dos apresentaram uma das três categorias diagnósticas prin-cipais: osteomusculares (33%), cardiovasculares (21%) ou psi-quiátricas (17%); a freqüência de quadros osteomusculares e psiquiátricos aumentou a partir de agosto/2005 (de 30% nos 12 primeiros meses avaliados para 35% nos últimos 12 meses e de 15 para 18%, respectivamente). De todas as perícias realizadas pelos credenciados, 39% foram realizadas nas APS São Dimas e Riachuelo; os peritos do quadro realizaram 59% de suas perícias nestas APS. Antes da contra-tação dos novos peritos, 42% das perícias foram concluídas por credenciados e 58% pelos peritos do quadro; depois, en-tre agosto e novembro/2005,

os credenciados realizaram apenas 18% das perícias desses meses. Conclusão: Os dados indicam que a contratação dos novos peritos aumentou a capacidade de conclusão de perícias médicas em Ax1 na GEx/JF e que houve mudança no perfil de diagnósticos regis-trados, aumentando a freqüên-cia daqueles onde prevalecem queixas subjetivas. Tais dados apontam para a necessidade de estudos que possam apro-fundar esta avaliação inicial através de análises estatísticas, caracterizando as diferenças apontadas e possibilitando o desenvolvimento e a apresen-tação de propostas de treina-mento e melhoria da qualidade do trabalho dos peritos.

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A contratação dos novos peritos aumentou a capacidade de con-clusão de perícias médicas em Ax1 na GEx/JF e que houve mudança no perfil de diagnósticos registra-dos, aumentando a freqüência daqueles onde prevalecem quei-xas subjetivas.

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a 04/2006 e das perícias de PP e PR de 06/2006 a 03/2007, comparando-se os percentu-ais encontrados. Resultados: Na vigência do COPES puro, as conclusões das perícias de PR foram 77,8% Data de Ces-sação do Benefício (DCB), 10,1% Data de Confirmação da Incapacidade (DCI), 7% conclusão contrária e 5,1% li-mite indefinido (LI). Depois do PP, as perícias de ordem 2 ou mais tiveram 93,8% de DCB e 0,6% de conclusão dene-gatória. Entre os PRs pós-PP, 71% foram concluídas como DCB e 20,6% como contrá-ria. Conclusões: No modelo COPES puro original, havia a possibilidade de prejuízo ao segurado, uma vez que mais de três quartos das decisões periciais dos exames iniciais eram reconsideradas no PR, demonstrando alto grau de reforma motivada por erro de prognóstico. Como 89% das reconsiderações fixavam nova data futura de cessa-ção, também vulnerável ao mesmo problema, era pos-sível que segurados ainda incapazes tivessem que re-tornar ao trabalho. Instituído o PP, manteve-se tendência a prorrogar mais de 90% dos benefícios em perícias não iniciais, o que demonstra a necessidade de manuten-ção desse mecanismo de proteção do segurado, ainda que prejudicando a vocação primordial do COPES de com-bate às filas na Perícia Médi-ca Previdenciária.

s procedimentos médico-periciais previdenciários pas-saram por remodelações recentes que foram alvos de críticas por parte dos segu-rados e dos profissionais da área da Perícia Médica Pre-videnciária. A instituição do Programa de Cobertura Pre-videnciária Estimada (COPES) trouxe a possibilidade de es-timativa de data futura para cessação do benefício para a maioria dos casos pericia-dos, provocando queixas por parte dos segurados, que se diziam constrangidos a retor-nar ao trabalho sem terem recuperado sua capacidade laborativa, não sendo possível um novo exame pericial além daquele proporcionado por um único Pedido de Recon-

O PROGRAMA DE COBERTURA PREVIDENCIÁRIA ESTI-MADA E O PEDIDO DE PRORROGAÇÃO – NECESSIDADE OU SUBVERSÃO?

sideração (PR). O programa proporcionou a diminuição do acúmulo de perícias a re-alizar. A criação do Pedido de Prorrogação (PP), por outro lado, motivou o descontenta-mento dos peritos, pelo pro-gressivo acúmulo de um pas-sivo de exames pendentes, a despeito dos esforços da ca-tegoria para manter uma pro-dução adequada, com me-nos tempo de espera entre o requerimento e a perícia. Ob-jetivo: Estimar proporções de conclusões médico-periciais por tipo de perícia médica em períodos de COPES puro e com PP. Método: Foi reali-zado levantamento no pro-grama SABI Gestão de con-clusões periciais nas perícias de PR no período de 11/2005

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Autor: Bruno Gil de Carvalho Lima

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Instituições: INSS/SGBENIN / GExSal

A criação do Pedido de Prorroga-ção (PP), por outro lado, motivou o descontentamento dos peritos, pelo progressivo acúmulo de um passivo de exames pendentes, a despeito dos esforços da catego-ria para manter uma produção adequada, com menos tempo de espera entre o requerimento e a perícia.

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Instituições: INSS/ GexFortaleza

V ários problemas afligem a ati-vidade pericial e dominam a atenção das discussões do fó-rum da Associação Nacional dos Peritos Médicos da Previ-dência Social (ANMP), onde opiniões de todas as espécies apontam tendências mais ou menos bem delimitadas. Todavia, a opinião corrente do fórum pode não refletir a opinião da maioria, que não se manifesta por este meio. Objetivo: Com o objetivo de se verificar como pensam e quais são as opiniões dos pe-ritos médicos da Gerência Executiva de Fortaleza (GEx-Fortaleza) acerca dos proble-mas atuais que nos cercam, é que foi distribuído questioná-rio padrão para verificar qual o pensamento médio dos co-legas de gerência acerca da

PESQUISA DE OPINIÃO SOBRE A CONJECTURA PERICIAL EM NÍVEL DE GEX-FORTALEZA

nossa atual conjectura. Méto-dos: O questionário constava de 10 perguntas abordando os seguintes temas: a atual si-tuação da perícia médica e da reabilitação profissional, a estrutura física do Instituto Na-cional do Seguro Social (INSS), as causas da violência, assun-tos recentes como o Nexo Téc-nico-Epidemiológico (NTEP), a GDAMP (Gratificação por Desempenho de Atividade Médico-Pericial) institucional e a uniformização das condutas periciais, além do grau de oti-mismo dos colegas para com a nossa carreira. Os questio-nários foram aplicados na reu-nião técnica do dia 30.03.2007 aos presentes, sendo que de 63 questionários, 48 foram devolvidos preenchidos. Re-sultados: Após a apuração,

observou-se que, em nível de GEx-Fortaleza, apesar dos pro-blemas, a perícia médica em sua maioria concorda com a uniformização de condutas, discorda dos critérios para a apuração da GDAMP, não tem opinião formada sobre o NTEP e avalia negativamente a atual situação da reabilitação profissional. As outras indaga-ções mostraram opiniões me-nos predominantes. Conclu-sões: Embora se veja em nível de Fórum do sítio eletrônico da ANMP muito inconformismo e opiniões freqüentemente exal-tadas, conclui-se, pelo menos em nível de GEX-Fortaleza, que o perfil do perito médico médio é mais otimista e mais confor-mista, mesmo enxergando os mesmos problemas que aque-les.

Autor: Geílson Gomes de Oliveira

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Opiniões de todas as espécies apontam ten-dências mais ou menos bem delimitadas. Todavia, a opinião corrente do fórum pode não refletir a opinião da maioria, que não se manifesta por este meio.

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trabalho da perícia médica previdenciária para a moralização e excelência do aten-dimento aos segurados do INSS foi reconhe-cido publicamente em dezembro de 2007 pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro da Previdência, Luiz Marinho e pelo presidente do INSS, Mar-co Antonio Oliveira, durante a inauguração da APS-BI (Agências da Previdência Social para Benefícios por Incapacidade) em São Paulo (SP).

Além de elogiar o trabalho dos médicos pe-ritos e criticar o comportamento de segura-dos que tentam manter o benefício apesar de não mais fazerem jus a ele, o presidente assegurou a contratação de novos quadros para a perícia do INSS. “Bem, e depois nós começamos a ver nos jornais, quando nós resolvemos contratar perito – e vamos con-tratar mais, pode ficar certo de que vai ter mais concurso para funcionário, mais para perito”

O presidente destacou a importância de agilizar “ao máximo” o bom atendimento ao segurado da Previdência Social, e refor-çou que o governo pretende aumentar a contratação de peritos médicos. “Em 2007, 250 novos peritos médicos aprovados em concurso no ano passado foram contra-tados. Alem disso, foi autorizado concurso para mais duas mil contratações e o INSS prevê efetuar outras seis mil até 2011.”

Lula disse ainda que “a idéia nossa é, até chegar ao fim do nosso mandato, nós ter-mos essa coisa da Previdência bem regu-larizada, as agências funcionando correta-mente, o número de peritos funcionando corretamente, os funcionários funcionando corretamente”. Segundo o presidente, o Brasil precisa mudar a forma de pensar o funcionalismo público. Para a direção da ANMP, este reconhecimento da necessi-dade de ampliar e valorizar a perícia é re-sultado da campanha promovida pela As-

O sociação, para sensibilizar o governo e a sociedade sobre o papel e a importân-cia da perícia médica pre-videnciária.

Ao defender a contrata-ção de mais peritos, Lula afirmou que “nós sabemos que é preciso acabar com essa mania que se vende todo santo dia, que os fun-cionários públicos federais ganham bem, e que não sei das quantas. Na verda-de, quase todos ganham mal. O que eu lamento é que às vezes eu apanho da imprensa todo dia, porque: “Lula está contratando mais gente, o Lula está inchando a máquina”. E vocês não fazem uma passeata dizen-do: contrata mais, contrata mais”.

DEFESA DO SERVIDOR PÚBLICO

Ao fazer uma veemente defesa da melhoria dos salários e de novas con-tratações para o serviço público, o presidente da República deu apoio para as reivindicações salariais do funcionalismo, o que in-clui a perícia médica que negocia neste momento com o Ministério do Plane-jamento a reestruturação da carreira. “Aqui me des-culpem os companheiros sindicalistas. Se um compa-nheiro fizer acordo, agora, por menos que a inflação, é porque também os pele-gos não acabaram ainda,

26 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

LULA RECONHECE E VALORIZA PERÍCIA MÉDICA PREVIDENCIÁRIA

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não é, gente? Ainda tem. Desculpem-me, mas à me-dida que a economia está crescendo, é importante que a classe trabalhadora retire a sua parcela”.

“Eu vou dizer para vocês: no setor público também. Ou seja, a verdade é essa: na casa que não tem pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Mas na hora que a economia começa a se ajus-tar, a arrecadação começa a melhorar, ora, nós também temos que fazer a nossa par-te: remunerar melhor os nos-sos servidores para que a gente possa exigir o trabalho deles. Porque a gente paga mal, a gente finge que paga, o funcionário finge que tra-balha. Ninguém cobra nin-guém? Não, é melhor pagar corretamente para a gente poder cobrar e as pessoas executarem”.

CONTRATAÇÕES E SEGURANÇA

Sobre a necessidade de me-lhores condições de traba-lho para a perícia médica previdenciária o presidente Lula afirmou que “depois que colocamos detectores de metais, já pegamos cin-co pessoas que vieram ar-madas para fazer perícia. E o perito ou a perita está den-tro de uma sala, de um am-bulatório médico, com um cidadão, sozinho, se estiver armado e violento, ele pode agredir o médico ou a médi-ca, pode matar, pode fazer qualquer coisa”.

Segundo Lula, “se a gente quiser melhorar as agências e dar condições de trabalho como esta, tem que contra-tar mais gente. Se a gente quiser melhorar o atendi-mento médico para os do-entes, tem que ter mais gen-

Se a gente quiser melhorar as agên-cias e dar condi-ções de trabalho como esta, tem que contratar mais gen-te(...) Ora, como é que é possível você melhorar as coisas, se você não con-trata mais?

”JANEIRO/2008 REVISTA ANMP em foco . 27

te. Se a gente quiser dar um bom atendimento no balcão, tem que ter mais gente. Ora, como é que é possível você melhorar as coisas, se você não contrata mais?”

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Em 2008 a ANMP quer muita saúde para seus associados. Para isto a Associação está trabalhando muito. Vamos ter o mais breve possível, já à disposição de todos os associados, o nosso plano de assistência médica. Esta é mais uma das novidades deste ano que se inicia para você, perito do INSS.

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SAIBA QUEM SÃO OS DELEGADOS DA ANMP EM TODO PAÍSUnidade representada: AnápolisDelegado: Paulo Roberto Taveira

Suplente: vago

Unidade representada: AraçatubaDelegado: Alfredo Querino da Silva

Suplente: José Roberto Braga Arruda

Unidade representada: AracajúDelegado: Ivana de Barros Lima

Suplente: Marcos Antônio Moura Oliveira

Unidade representada: AraraquaraDelegado: Luis Henrique B. Falcão

Suplente: Sidney Antonio Mazzi

Unidade representada: BarbacenaDelegado: José Mario de Oliveira

Suplente: Anderson Pimentel Novaes

Unidade representada: BarreirasDelegado: Sebastião B. de Araújo

Suplente: Luiz Augusto C. de Andrade

Unidade representada: BauruDelegado: Fábio Rodrigues de FreitasSuplente: André Fernandes T. Coelho

Unidade representada: BelémDelegado: Wildeia das Graças PereiraSuplente: Alcides R. do Espírito Santo Jr.

Unidade representada: Belo HorizonteDelegado: Marcelo Ferraz O. Souto

Suplente: Ilse S. Colho Vieira

Unidade representada: BlumenauDelegado: Conrado Balsini Neto

Suplente: Leonardo Guedes

Unidade representada: Campina GrandeDelegado: Eleumar Meneses Sarmento

Suplente: Flawber Antônio Cruz

Unidade representada: CampinasDelegado: Bruno Immediato Batista Suplente: Claudio Cavalcante Neto

Unidade representada: Campo GrandeDelegado: Eliane Araújo e Silva Felix

Suplente: Denise Aparecida A. Tamazato

Unidade representada: CamposDelegada: Sônia Ribeiro Rigueti

Suplente: Jorge Luiz Bessa Cabral

Unidade representada: CanoasDelegado: Jorge Utaliz Guimarães Silveira

Suplente: Clarissa Coelho Bassin

Unidade representada: Caruaru Delegado: Karllus Andhre Leite SantosSuplente: Maria Helena Albuquerque

Unidade representada: CascavelDelegado: Fernando Luiz Borges

Suplente: Sylvio Roberto Gomes Soares

Unidade representada: Caxias do SulDelegado: Claudia Calegari de Mello

Suplente: Flávio Mugnoi Carneiro

Unidade representada: ChapecóDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: ContagemDelegado: José Milton Cardoso Jr.

Suplente: Leandro Antônio Mendonça

Unidade representada: CriciúmaDelegado: vagoSuplente: Vago

Unidade representada: CuiabáDelegado: Salvina Teodoro Rbeiro

Suplente: Maxuel Alves Vasconcelos

Unidade representada: CuritibaDelegado: Chil Korper ZunszternSuplente: Octávio Silveira Pareja

Unidade representada: DiamantinaDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Distrito FederalDelegado: Raimundo Parente

Suplente: Marília Gavas

Unidade representada: DivinópolisDelegado: Antônio Carlos Vilela

Suplente: Paulo Cesar Laje Guerra

Unidade representada: DouradosDelegado: Antônio Jajah Nogueira

Suplente: Ricardo Andrade Hespanhol

Unidade representada: Duque de CaxiasDelegado: vagoSuplente: Vago

Unidade representada: Feira de SantanaDelegado: Luciana de Souza Q. Sarmento

Suplente: Jurandir Lopes Carneiro

Unidade representada: FlorianópolisDelegado: Jany Rogério Vieira Wolff

Suplente: Priscilla Pires

Unidade representada: FortalezaDelegado: Judite Maria VasconcelosSuplente: Francisco Xavier de Araújo

Unidade representada: GaranhunsDelegado: Ricardo Ventura dos Santos

Suplente: Robson de Arruda Rito

Unidade representada: GoiâniaDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Governador ValadaresDelegado: Alcides Melo Gomes

Suplente: Yasmin Maria Batista P. Gomes

Unidade representada: Guarulhos Delegado: Marcos Henrique de Carvalho

Suplente: Newton Pinto Araújo Neto

Unidade representada: Ijuí Delegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: ImperatrizDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: ItabunaDelegado: Norberto Ferreira Campos

Suplente: Osvaldo Nascimento Cavalheiro

Unidade representada: João PessoaDelegado: Almir Nobrega da Silva Filho

Suplente: Fracisco de Assis Alves Campos

Unidade representada: JoinvilleDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Juazeiro Delegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Juazeiro do NorteDelegado: Maria do Socorro PinheiroSuplente: Sionara Melo de Carvalho

Unidade representada: Juiz de ForaDelegado: Carlos Roberto Gasparete

Suplente: Agenor Barbosa Lawall

Unidade representada: JundiaíDelegado: Regina Treymann

Suplente: Flávio Roberto Escareli

Unidade representada: LondrinaDelegado: Luiz Fernando Ninho Gimenez

Suplente: Juarez Villar Pitz

Unidade representada: MacapáDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: MaceióDelegado: José Edvilson Castro Brasil Jr.

Suplente: Angela Cristina Hernandez

Unidade representada: ManausDelegado: Evandro Carlos Miola

Suplente: Osvaldo Afonso Nogueira Neto

Unidade representada: Marília Delegado: Leandro Presumido Jr. Suplente: Ricardo Gomes Beretta

Unidade representada: Montes ClarosDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: MossoróDelegado: Lana Lacerda de Lima

Suplente: Francisco Damaceno Rocha

Unidade representada: NatalDelegado: Patrícia Araújo Freire

Suplente: João Eduardo Almeida Melo

Unidade representada: NiteróiDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Novo HamburgoDelegado: Marcus Vinicius Netto

Suplente: Aldo Pricladnitzki

Unidade representada: OsascoDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Ouro PretoDelegado: Andre Luiz FazolatoSuplente: Carlos Alberto Silveira

Unidade representada: PalmasDelegado: Jorge Manuel Mendes

Suplente: Orestes Sanches Jr.

Unidade representada: Passo FundoDelegado: Helio Renan Dias

Suplente: Leonardo Salti

Unidade representada: PelotasDelegado: Cláudio Engelke

Suplente: Vicente Mariano da Silva Pias

Unidade representada: PetrópolisDelegado: Julio Luiz Pires KoelerSuplente: Mauro Muniz Peralda

Unidade representada: PiracicabaDelegado:Silmara Silva Sergio

Suplente: Fabio Armando Souza Frias

Unidade representada: Poços de CaldasDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Ponta GrossaDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Porto AlegreDelegada: Luciana Coiro

Suplente: Francisco Carlos Luciani

Unidade representada: Porto VelhoDelegado: Francisco Miguel Iastrenske

Suplente: William Chagas Sergio

Unidade representada: Presidente PrudenteDelegado: Carlos André Bissoli MonteiroSuplente: José Rafael Assad Cavalcante

Unidade representada: RecifeDelegado: Flávia de Melo Alves

Suplente: Gilson José Allain Teixeira Jr.

Unidade representada: Ribeirão PretoDelegado: vagioSuplente: vago

Unidade representada: Rio BrancoDelegado: Jacqueline F. Sydrião dos Santos

Suplente: Renato Moreira Fonseca

Unidade representada: Rio de Janeiro Centro

Delegado: Emanuel Alexandre MenezesSuplente: Francisco de Assis Guimarães

Unidade representada: Rio de Janeiro - Norte

Delegado: Carlos Alberto de Souza LopesSuplente: Vera Antoun

Unidade representada: Rio de Janeiro - SulDelegado: Ricardo Lacerda Baptista

Suplente: Silvia Regina Matheus

Unidade representada: SalvadorDelegado: Luiz Fernando D. de Oliveira

Suplente: Celso Morais Macedo

Unidade representada: Santa MariaDelegado: Jaime Lasevitz

Suplente: Jorge Nelson Rigui de Oliveira

Unidade representada: Santo AndréDelegado: Paulo Roberto BolognesiSuplente: Liane Yole Silva de Marais

Unidade representada: Santo Antônio de JesusDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: SantosDelegado: Marcos Ferreira de Carvalho

Suplente: Sara Gil Pie

Unidade representada: São João da Boa Vista

Delegado: Arcelio HermosoSuplente: Sandra Fernandes Maciel

Unidade representada: São José do Rio Preto Delegado: Raquel Esperafico

Suplente: Claudio Kaoru

Unidade representada: São José dos CamposDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: São LuizDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: São Paulo - Centro

Delegado: Ricardo AbdouSuplente: Carlos Alberto Saleme

Unidade representada: São Paulo - OesteDelegado: Marisa Corrêa da SilvaSuplente: Daniele Cheke de Rosa

Unidade representada: São Paulo - LesteDelegado: Rafael Cavalheiro MarafonSuplente: Fernando de Barros Cordeiro

Unidade representada: São Paulo - SulDelegado: Roberto Camargo Narciso

Suplente: Helyzabeth B. Ribeiro

Unidade representada: SorocabaDelegado: Antøonio Carlos RibeiroSuplente: Walter Rodrigues Garcia

Unidade representada: TaubatéDelegado: Augusto José Cavalcanti Filho

Suplente: Alexandre Coimbra

Unidade representada: Teófilo OtoniDelegado: Eustáquio Diniz França

Suplente: Cristiane Delmondes Lopes

Unidade representada: TeresinaDelegado: Franck Janes Paula Lira

Suplente: Fernando de Oliveira Carvalho

Unidade representada: UberabaDelegado: Paulo Roberto Pinheiro Borges

Suplente: Milton Narita

Unidade representada: UberlândiaDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: UruguaianaDelegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: VarginhaDelegado: Luiz Humberto de Magalhães

Suplente: Maria Lúcia Á. de Azevedo Bahr

Unidade representada: VitóriaDelegado: Julius Caesa Ramalho

Suplente: Leice Mere Ortega Aguilar

Unidade representada: Vitória da Conquista

Delegado: vagoSuplente: vago

Unidade representada: Volta RedondaDelegado: vago

Suplente: Jamilson Inácio Rodrigues

Page 30: Revista ANMP 04

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sentado na última reunião, em Belo Horizonte. Os delegados informaram que realizam reu-niões mensais de todos os mé-dicos e que criaram um cen-tro de estudos previdenciários com apoio do gerente execu-tivo que fez uma portaria para ratificar a iniciativa.

A agenda está em dia e o número de perícias mais fle-xibilizado em razão disto. Há alguns meses Belo Horizonte estava em situação crítica, o que comprova o bom resulta-do que parcerias construtivas podem alcançar. O Protoco-lo de Porto Alegre Frente às Agressões, apresentado já no primeiro encontro também é um exemplo destacado pela diretoria da ANMP sobre as inovações positivas adotadas pela perícia em âmbito regio-nal. Este protocolo representa uma série de medidas de se-gurança que foram adotadas pela perícia, em conjunto com os demais funcionários do se-tor administrativos das APSs (Agências de Previdência So-cial).

Mais uma vez a direção da ANMP pode constatar que os gerentes têm usado a descul-pa de falta de recursos para não promover as reuniões téc-

A

ANMP FECHA CICLO DE EN-CONTROS REGIONAIS 2007

diretoria da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) encerrou em novembro, com o encontro entre delegados da Região II (Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais e Espírito Santo) em Belo Horizonte, o ciclo de reu-niões regionais iniciados neste ano e que deve ser mantido em 2008. Os encontros, que reuniu os delegados de cada região do país com a direto-ria nacional da ANMP, tiveram como objetivo fortalecer os delegados, trazer a troca de experiências entre os repre-sentantes da Associação, pro-mover a exposição de erros e acertos de cada gerência e a discussão de medidas para sa-nar os erros existentes e aper-feiçoar as medidas acertadas já em vigor.

Os encontros foram mantidos de julho a novembro de 2007. A ANMP ainda vai determinar quando um novo ciclo de reu-niões terá início já em 2008. A falta de reuniões técnicas, a má distribuição de médicos por agências, a falta de segu-rança, a falta de integração entre os delegados e GBENIN são alguns pontos que a pe-rícia como um todo precisa melhorar. Do lado das experi-ências positivas a direção da ANMP destaca o relato apre-

nicas da perícia médica. Em to-das as reuniões das cinco regio-nais houve o relato de gerências que alegam falta de dinheiro para o evento, que na realida-de tem recursos orçamentários próprios. A reunião é prevista no memorando circular DIRBEN/CGBENIN nº. 27, de 27 de setem-bro de 2006, do INSS. Ao lutar para que as reuniões ocorram, é importante que os delegados tenham ciência da existência deste memorando e se possível, tenha-o em mãos, para garantir sua argumentação frente a uma gerência relutante.

Outro fator destacado pela di-retoria da ANMP é a necessida-de de co-gestão entre GBENIN e o delegado da Associação. Vale lembrar que o delegado é o único digno representante da ANMP em nível local e deve ter sua função valorizada e reco-nhecida pelo GBENIN. A Asso-ciação defende que haja maior interação entre a ação do dele-gado, no uso de suas atribuições e GBENIN e que este seja uma escolha dos médicos peritos, sugerida ao gerente, como já acontece em várias gerências do país. Nestas gerências, onde o GBENIN é médico e trabalha em sintonia com a perícia, os problemas estão sendo gradual-mente solucionados.

30 . REVISTA ANMP em foco JANEIRO/2008

Page 31: Revista ANMP 04

ntegrado por 24 entidades re-presentativas de servidores pú-blicos, o Fórum Nacional Per-manente de Carreiras Típicas de Estado se transformou em uma grande central sindical, que permanece com o mes-mo nome, mas aumenta sua força de negociação junto ao governo federal. Com a apro-vação e registro do Estatuto, ocorridas em dezembro de 2007, o Fórum terá personali-dade jurídica e organicidade, o que facilitará o encaminha-mento de todas as reivindica-ções das categorias represen-tadas.

Segundo o presidente da en-tidade, desembargador Ay-moré Roque Pottes de Mello, o novo fórum vai funcionar à semelhança de uma central sindical, mas sem este nome devido a questões jurídicas, já que o Fórum é composto não só por sindicatos, mas também por associações classistas, como a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos).

“O objetivo do Fórum é fortale-cer o máximo possível as carrei-

CENTRAL SINDICAL: CARREIRAS TÍPICAS DO ESTADO TERÃO PLENA REPRESENTATIVIDADE

I ras típicas de Estado. Reforçar a tutela dos interesses institu-cionais e coorporativos destas carreiras. Evitar que ocorra a supressão ou a flexibilização de direitos adquiridos ou a tercei-rização de funções”, explicou Aymoré Pottes. “Queremos ser reconhecidos formalmente como representantes dos inte-resses das carreiras típicas de Estado e abrir um canal de in-terlocução permanente com o governo”.

Ao analisar o PL 1.990/2007, que trata do reconhecimento de Centrais sindicais, o Fórum ela-borou uma emenda, subscrita pelo Deputado Arnaldo Farias de Sá (PTB-SP), que prevê a representatividade das carrei-tas exclusivas do Estado neste projeto. Esta emenda, porém, foi rejeitada nas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público - CTASP e de Finanças e Tributação - CFT. O Fórum continuará trabalhando pela aprovação dessa emen-da, na Câmara e no Senado, como DVS (destaque para vo-tação em separado).

JANEIRO/2008 REVISTA ANMP em foco . 31

A principal luta do Fórum para 2008 é fazer com que a proposta do go-verno de instituir uma previdência complementar privada para os servidores seja modificada. Outra emenda do “Fórum”, subscrita e apresentada pelo Deputado Wal-ter Pinheiro (PT - BA) ao Projeto de Lei 1.992/2007 (Previdência Com-plementar da União). O “Fórum” tem uma deliberação contrária à inclusão das Carreiras Típicas do Estado neste regime de previdên-cia, tendo em vista as suas espe-cificidades.

“Esses projetos legislativos formam um novo eixo estrutural dentro do Estado brasileiro, do qual resultará, certamente, uma nova espécie de Reforma Administrativa, a exemplo do que sucedeu com as Emendas Constitucionais 19/98 e 20/98”, dis-se o presidente do Fórum.

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BALA

NÇO

200

7

oi um ano de vitórias e de uma perda incomen-surável. É desta forma que a direção da ANMP avalia 2007, que chegou ao final em meio a um processo de negociação salarial da categoria junto aos Ministérios da Previdência e do Pla-nejamento, mas também com o cumprimento de grande parte do acordo fechado no meio do ano para aumentar a segurança da perícia médica previdenciária. A primeira vitória do ano foi a realização, sem qualquer ajuda externa, do I Congresso Brasilei-ro de Perícia Médica Previdenciária, em maio, em Salvador (BA). O Congresso juntou pela pri-meira vez quase mil médicos peritos de todo o Brasil. Durante três dias temas de alta relevância para a perícia foram tratados e no final foi tira-da a chamada Carta de Salvador, documento pelo qual a Associação baseia suas diretrizes desde maio do ano passado. A perda a qual a diretoria da Associação se re-fere foi a morte, ainda em maio, do perito José Rodrigues, em Patrocínio (MG), assassinado por um ex-funcionário da prefeitura municipal que não tinha direito a benefício por incapacidade. No total, os peritos sofreram mais de 120 agres-sões em 2007, entre ameaças, agressões verbais e físicas. Este saldo pode ser considerado crítico levando-se em conta a falta de estrutura para o trabalho da perícia em boa parte do ano. Em atendimento às nossas solicitações o gover-no fez em 2007, pela primeira vez, uma campa-nha publicitária em rede nacional nos principais veículos de comunicação (rádio e TV) sobre o papel da perícia médica do INSS. Esta campa-nha teve como objetivo diminuir as agressões aos peritos por parte dos segurados que se sen-tem prejudicados ao ter os seus benefícios re-cusados.

SALDO DE 2007 É POSITIVO PARA A PERÍCIA MÉDICA DO INSS

F Houve um pronuncia-mento em cadeia nacio-nal do ministro da Previ-dência, Luiz Marinho, no qual o ele fala dos direitos e deveres dos segurados da Previdência e ressalta o valor da perícia. 89 APSs (Agências de Previdência Social) foram reformadas. Sete APS-BI, agências para atendimento exclu-sivo de benefícios por in-capacidade foram inau-guradas. DETECTORES DE METAIS No saldo deste ano temos também a instalação de detectores de metais em todas as APSs do país, e não somente nas consi-deradas de situação de segurança crítica, como queria inicialmente o governo. Atualmente a Previdência conta com 1.163 APSs. 247 agências já foram dotadas com a nova aparelhagem, isto representava, até o me-ado de dezembro, dada do último levantamento do INSS, 19% das agên-cias.

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SALDO DE 2007 É POSITIVO PARA A PERÍCIA MÉDICA DO INSS

Os equipamentos de segurança que não foram instalados até o final de 2007, devido a proble-mas operacionais, já estão or-çados e garantidos para 2008, com um investimento total de R$ 2.8 milhões. A expectativa é de que até o final de janeiro to-das as APSs tenham suas portas detectoras de metais. A contra-tação de novos vigilantes para as agências também estão em dia. Após anos de luta foram pro-postas as criações da Diretoria de Gestão e Monitoramento da Incapacidade. Dentro da es-trutura organizacional do INSS. Também conseguimos a tão es-perada carteira funcional. GRAVAÇÕES Outra grande vitória da ANMP em 2007 foi a determinação do governo de atender a reivindi-cação dos médicos para que as perícias sejam gravadas. Um grupo de trabalho foi instituí-do em dezembro para estudar de que forma pode ser feita a gravação em áudio e vídeo de cada perícia do INSS. Esta

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gravação servirá como forma de registro anexo ao Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade – SABI. Além do registro do trabalho, a gravação representa uma segu-rança para o perito. Ela poderá provar a qualidade do serviço prestado e registrar a qualquer ameaça ou agressão que mé-dico venha a sofrer no exercício

Em atendimento às nossas solicitações o gover-no fez em 2007, pela primeira vez, uma campa-nha publicitária em rede nacional nos principais veículos de comunicação (rádio e TV) sobre o papel da perícia médica do INSS.

“”de sua função de servidor pú-

blico e subsidiará as investiga-ções sobre o caso. ESTUDOS 2007 também foi um ano de investimento da ANMP em material científico e de estu-dos para os peritos. Além de promover o Congresso, foi fei-to um registro digital de todas as palestras, que foram colo-cadas à disposição gratuita-mente no site da ANMP. Além disto, o Congresso foi total-mente gravado e foi lançado um DVD Colection, com todo o material técnico científico do evento. Para 2008 a ANMP pretende retomar as web conferences iniciadas em 2006 e interrom-pidas em 2007 devido a pro-blemas técnicos. Serão de-batidos temas de interesse da categoria e que poderão, no futuro, vir a ser objeto de am-pliação do debate por parte da Associação.

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CAS

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PITO

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ova em idade, com apenas quatro anos de vida, a perícia médica do INSS é uma carreira rica em histórias. Nem sempre alegres, muitas vezes violentas, algumas vezes tocantes. Estas histórias estão sendo retratadas nesta coluna. A ANMP em foco escolheu alguns dos relatos publicados no fórum da categoria sobre tema. Fica aqui um convite para que os senhores associados participem do debate. Enviem suas histórias e compartilhem com todos os bons e nem sempre tão bons assim, momentos da perícia.

N

Fraternal

O juiz da JEF que aposen-ta e concede benefício para todo mundo independente da presença do perito, ia aposen-tar um chagásico controlado, quando o perito virou para o mesmo e disse: “Excelência, este segurado tem doença de chagas, porém sem nenhuma repercussão sistêmica, como há muitos casos da doença que não se manifestam, e pode realizar seus afazeres normalmente. Eu inclusive tenho um irmão chagásico, que vive muito bem, está até mais forte que eu, e que o senhor”.

E o juiz disparou: “En-tão pede agora para o seu irmão vir até aqui que EU irei APOSENTÁ-LO juntamente com o segurado”!

André Fernandes T. Coelho

Acidente de trabalho

O perito José Luiz Machado Oliveira, já falecido, pediu para a segurada deitar-se na maca para medir a pressão. A segurada e a acompanhante se opuseram com alguma alegação qualquer. “Não tem problema”, falou o Zé Luiz, “eu examino a senhora de pé”. Enquanto o Zé Luiz media a paciente, a acompanhante per-manecia de pé atrás dela. Eu sen-tado, olhando a cena. De repente a segurada desfalece, caindo nos braços da acompanhante que, entretanto, se distraíra por um instante. Lá se vai a matrona de-sabando de costas e segura o que tem mais próximo: o estetoscópio do Zé que, puxado pelas orelhas, cai por cima da madame. Acidente de trabalho típico.

Eduardo Henrique Almeida

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no dia-a-dia daPERÍCIA PREVIDENCIÁRIA

Simulação

Estava na minha sala, quando escutei um barulho na sala ao lado: Uma senhora de uns 40 anos, caída ao chão, se estrebuchando num caso clássico de simulação. E a minha colega, calmamente se esticou da cadeira, olhou para o chão e perguntou - Qual é mesmo a profissão da senhora?

Márcia Pinto Coelho Portugal

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PERÍCIA PREVIDENCIÁRIA

Dura vida fácil

Certa vez entrou no consultório para perícia uma senhora, mais de 60 anos, tendo feito 12 ª contribuição no último mês.Como primeiro ato entregou a mim uma sacolinha da loja O Boticário como presente, que gentilmente devolvi dizendo que não poderia aceitar.Profissão: dona de casa. Quando perguntado qual o seu problema de saúde, a senhora disse que na verdade trabalhava há muito tempo como prostituta e que estava muito cansada e velha para continuar nessa vida, queria ser aposentada. Confesso que tive dó daquela senhora.

Darlene de Souza Flor

Enxerga longe

Segurado alega déficit visual grave. Sem a documentação probatória necessária, explico pra ele que, para a avaliação, se fazia necessário o exame de acuidade visual feito pelo espe-cialista. Ele responde: “ah, en-tão deixa eu buscar em casa”. Aceitei. Notei que estava sozi-nho. Duas horas depois chega o sujeito, esbaforido, com um “relatório médico”. Não conven-cido, pedi que andasse uns 15 metros de mim para que eu o avaliasse melhor, fora da sala, no hall. Quando achei a distân-cia suficiente, fiz um gesto com o polegar em riste de “ok, legal”, isto a mais de 15 metros de dis-tância e nem levantei o braço...qual não foi minha surpresa...! O segurado repetiu o sinal de volta e depois que percebeu a mancada. Resultado: T1 , visão superior à normalidade.

André Luiz Rocha

Humildade Sempre chamo nominalmente e recebo os segurados junto à porta da sala de exames. Sala de espera lotada. Gente em pé, sentada, circulando. Ao chamar cada se-gurado olho pelo ambiente no geral, para me aperceber da manifestação e aproximação do segurado chamado. Nada. Chamo outra vez. Ninguém. Chamo uma terceira. Sinto então, alguma coisa puxando o cano da minha cal-ça, quase que querendo se pendurar em mim. Olho para baixo. Era um segurado anão, quase desesperado de que fosse chamar o seguinte, achando que ele não tivesse comparecido. Necessário se faz termos humildade pois há segurados de todo o tipo e de todas as condições.

Alexander Kutassy

A fundo

Passo por um funcionário administrativo em conversa com uma segurada, em in-vestigação de tempo de atividade rural,no exato momento que ele pergunta: “o que a senhora fazia com a mandioca”? Isso é que é investigação profunda!

Eugênio Bezerra

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o comemorar o dia do médico, afinal o seu dia também, a ANMP realizou em outubro o sorteio de cinco notebook entre seus associados. Esta foi mais uma iniciativa para valorizar o médico perito, que enfrenta um árduo dia-a-dia nas fileiras do Ministério da Previdência.

A entrega dos prêmios aos sorteados foi cercada de festa e alegria. Os contemplados foram Manuel Castro Lahoz, de São José do Rio Preto, Osni Domingos Giordani, de Londrina; Maria Diva Carneiro da Costa, de João Pessoa, Paulo Eduardo Piloto, do Distrito Federal e Rodolfo Eduardo Espinoza Tarazona, de Niterói.

ANMP ENTREGA PRÊMIOS PELO DIA DO MÉDICO

A

Londrina: Dr. Osni Domingos Giordani (esq.)

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João Pessoa: Maria Diva Carneiro da Costa

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ANMP ENTREGA PRÊMIOS PELO DIA DO MÉDICO

Niterói: Rodolfo Eduardo Espinoza Tarazona

São José do Rio Preto: Manuel Lahoz

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Luiz Fernando HupsenMédico Perito Delegado da GEXSalvador - BA

Sabemos que para o segurado ainda não somos médicos, pe-ritos, somos, simples-mente e tão somente, o sujeito que vai liberar o dinheiro ou não. É uma zona intermediá-ria entre a Medicina e o Direito, mesmo sen-do a nossa uma perí-cia administrativa.

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uito tem se dito e escrito sobre as mudanças ocorridas na Perí-cia Médica do INSS, a partir da criação da ANMP. Para os mais antigos, elas são evidentes, a desejada profissionalização, as regras mais claras, a presença visível e palpável dentro da insti-tuição (ainda que não seja esse o desejo real de alguns gestores), o salário digno (embora ainda não ideal para uma atividade de estado), o maior e crescente reconhecimento entre os pares nas áreas médicas que intera-gem com nosso trabalho. Isso tudo existe graças à criação da carreira específica dos peritos médicos da Previdência Social, por força de diploma legal.

Muitos dos antigos entra-ram por concursos não para perícia médica. Hoje, a situa-ção se inverte, os concurso são específicos para a carreira, não se entra mais na Perícia Médica do INSS como médico do serviço público federal, um balaio que nunca teve reconhecimento de nenhum governo, não importan-do qual a tendência ideológica de plantão. Com esse reconhe-cimento, vieram os contrapon-tos. Os incomodados. Os que defendiam falsos direitos, os que queriam se perpetuar no bene-fício por incapacidade laborati-va. Os sindicatos, alguns, muito mais preocupados com o ganho secundário que determinadas doenças podiam trazer, do que em acionar o Ministério do Tra-balho para efetuar mudanças na organização de trabalho de determinados setores. O poder judiciário, com avaliações equi-vocadas. Os fraudadores, às vezes pertecentes a verdadei-ras quadrilhas, alguns apenas querendo um bico a mais. Os desempregados, às vezes genui-namente desesperados, buscan-do o sustento da família.

M Setores da sociedade co-meçaram a estranhar a con-duta pericial, a observância restrita das exigências de uma legislação a que estávamos (e estamos) sujeitos. As agressões, não que se iniciassem agora, mas

interesses opostos. Ainda mais no INSS, em que o número de periciados é imenso, transitando diariamente junto a nós.

Sabemos que para o segu-rado ainda não somos médicos, peritos, somos, simplesmente e tão somente, o sujeito que vai liberar o dinheiro ou não. É uma zona intermediária entre a Medi-cina e o Direito, mesmo sendo a nossa uma perícia administrativa. Quanto mais atuarmos dentro desses preceitos, mais teremos a chance de acertarmos. Muito ainda há de mudar na Perícia, quando nós mesmos, através de uma diretoria nossa, pudermos estabelecer metas, condutas, técnicas e horários periciais, que a fixação de um nexo técnico permita a dúvida, e outros ges-tões, enfim, quando nós formos responsáveis por nós mesmos.

Como estamos na mesma caminhada, as diversas catego-rias de médicos peritos, temos que ter a consciência clara que nossa união, dentro da ANMP (e isso não quer dizer amém a tudo, quer dizer maturidade na discus-são, eliminação de fogo amigo, focar no essencial), é fundamen-tal. E temos que ter também a consciência que somos médicos e estamos peritos. Que nosso ju-ramento é um só, mas que nada nos diminui perante à assistência médica. Que ordenamos somas imensas do estado, ou, em ou-tras palavras, somas imensas de toda a população. Que médico e perito, aqui, são substantivos, não adjetivos. E, mais importan-te que o respeito dos outros é nos olharmos com respeito. É o nosso respeito próprio, à nossa atividade, que vai fazer com que cresçamos sempre mais. E que as delícias sejam, assim, e apesar de todas as dificuldades, maiores que todas essas dores.

Cada um sabeA dor e a delíciaDe ser o que éCaetano Veloso, “Dom de Iludir”

“”

agora tomam outro vulto, che-gando ao assassinato – extremo absolutamente inaceitável – de dois colegas, as queixas aos conselhos regionais (são tantos os peritos que receberam uma carta – denúncia).

Mas a continuação e a perseverança na forma de atuar mais ética, profissional, isenta, começa a trazer o reconheci-mento de categorias que antes nos viam com desconfiança. O trabalho assim feito permite que possamos discutir e sermos ouvidos em qualquer forum .O respeito da sociedade pensante, mídia, classe política, categorias médicas, população segurada, população em geral e grande parcela do governo. Haverá sempre conflito, perícia médica, como qualquer perícia, é uma atividade que permite o con-traditório, que atua entre dois

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Assim foi I Congresso Brasileiro de Perícias Médicas Previdenciárias,que ocorreu em maio deste ano em Salvador.

A procura foi grande e não houve vaga para todos.

Agora, para aqueles que não puderam comparecer, ou para aquelesque estiveram lá, e ainda querem guardar todos os momentos como documento histórico, a ANMP disponibiliza uma coleção com 21 DVDsque traz na íntegra o Congresso.