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1 ANMP em foco - Agosto/2009 Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social Ano III - agosto/setembro de 2009 Número 11 Perícia em busca da excelência profissional Mandado de Injunção: vitória da perícia no STF AGE 13.08.09 GT da Perícia INSS cria a DIRSAT

Revista ANMP 11

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Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência SocialAno III - agosto/setembro de 2009 Número 11

Perícia em busca da excelência profi ssional

Mandado de Injunção:

vitória da perícia no STF

AGE 13.08.09

GT da Perícia

Perícia em busca Perícia em busca da excelência profi ssional

INSS cria a DIRSAT

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Revista da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência SocialAno III – Agosto/Setembro 2009 - Número 11

Diretor Presidente:Luiz Carlos de Teive e ArgoloVice-presidente:Emanuel S. de MenezesDiretor Tesouraria:Marcus Vinícius NettoPrimeiro Secretário:Geilson GomesSegundo Secretário:Eduardo BolfariniConselho Fiscal:Alaor Ernest Schein

Samuel Abranques;Celso da SilveiraSuplentes doConselho Fiscal:Eliane Felix;Luiz Humberto;Augusto Cavalcanti

Sede:SAUS (Setor de Autarquias Sul), Quadra 3,Bloco C, n° 22, sala 711/712Edifício Business PointCEP: 70070-030.Brasília, Distrito FederalTiragem: 8.000 exemplares.

Telefone: (61) 3321 1200Fax: (61) 3321 1206Endereço Eletrônico:www.perito.med.brwww.anmp.org.br

E-mails:[email protected]@perito.med.br

Assessoria de Imprensa:[email protected]

Editora Responsável:Rose Ane Silveira(DRT 1965/DF)

Capa, projeto gráfi co e diagramação:Assessoria de Imprensa da ANMPLucas Coleto Oliveira e Marcus Vinícius [email protected]

Revisão:Suiane Bezerra

Imagens:www.istock.comBanco de Imagensda ANMPCláudio AraújoPatrícia Nardon

Publicidade:Secretaria ANMPTel: (61) 3321 1200

Reprodução:A reprodução de artigos desta revista poderá ser feita mediante autorização do editor.ANMP em foco não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados, sendo estes de responsabilidade de seus autores.

Busca pela excelência: A marca da ANMP

A busca pela excelência profi ssional é principal marca da ANMP desde sua criação, há mais de seis anos. Esta é uma luta eterna que teve início com a criação da própria carreira e continuou com todas as melhorias conquistadas nos últimos anos e a mais recente, e talvez mais importante, a criação da Diretoria de Saúde do Trabalhador. Um anseio antigo da categoria: perito médico fazendo a gestão da perícia médica. Os marcos de nossa busca pela excelência são, com certeza, os dois Congressos Brasileiros de Perícia Médica Previdenciária. Mas esta luta pela excelência profi ssional não se encerra aí.

Nesta edição da revista ANMP em foco convidamos a todos os nossos associados a fazer uma refl exão sobre o que é ser perito médico previdenciário. O que representa no Brasil de hoje ser funcionário público e como podemos juntos buscar a excelência profi ssional. Começamos por convidar a todos a participarem ativamente das discussões dos subgrupos criados no âmbito do GT (Grupo de Trabalho) da perícia médica do INSS. Temas como a autonomia do ato médico pericial são fundamentais e a revolução que este GT pode trazer nesta questão representará mais um importante passo para nossa excelência profi ssional.

Se o debate para a excelência profi ssional está aberto e precisa de sua colaboração, o fato é que o debate sobre o crescimento, amadurecimento

e melhoria a cada dia de nossa Associação também o está. Já abrimos canal para debater a reformulação de nosso Estatuto. Já passou da hora de revermos esta peça chave para o nosso crescimento e nossa excelência como entidade representativa de uma das mais fortes categorias médicas do país.

Convido a todos para a leitura deste número de nossa revista que, como sempre, traz artigos interessantes em várias áreas da perícia, os últimos resumos científi cos apresentados no II Congresso que, devido ao elevado número de trabalhos apresentados, foi necessária a divisão de sua publicação em duas edições. Trazemos também o retrato de nossa união e nossa luta. A matéria de capa resume o nosso esforço pela excelência. Nela fazemos um balanço de nossa negociação com o governo, da criação do GT, da AGE de 13 de agosto e da mobilização da categoria. Temos também uma entrevista com o diretor da Diretoria de Saúde do Trabalhador, Dr. Cezar Augusto de Oliveira, um perito médico que fará a partir de agora a gestão da nossa carreira.

O canal para nossa comunicação está aberto. Temos o Site, os fóruns e nossa Revista. Não deixe de fazer parte deste momento crucial para a perícia. Envie suas sugestões por meio do “Fórum Permanente”, ou então pelo e-mail: [email protected]. Participem. Lembrem-se que somente a força de uma categoria unida nacionalmente pode nos dar o futuro que tanto almejamos. Boa leitura!

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Perícia em busca daexcelência profissional

Após enquete realizada tanto por meio eletrônico, como por meio de mala direta, e de uma AGE (Assembléia Geral Extraordinária) que contou a participação de 61 delegados, no dia 13 de agosto, em Brasília, a perícia médica previdenciária decidiu continuar com as negociações com o governo enquanto exige melhorias nas condições de trabalho.

A perícia vai acompanhar o resultado do GT (Grupo de Trabalho) criado pelo INSS para buscar soluções para temas relevantes à categoria, como: segurança, não entrega da CRER (Comunicação do Resultado do Requerimento) e jornada de trabalho. Mobilizada, a perícia médica vai trabalhar unida para fazer com que o GT apresente resultados da forma mais rápida e efi caz possível.

O GT tem como objetivo elaborar estudos com vistas a defi nição de políticas de aperfeiçoamento da carreira de perito médico

previdenciário e propor medidas para melhoria das condições para o exercício das atividades periciais. A partir de uma análise preliminar já foram criados quatro subgrupos específi cos, valorizando, assim, cada um dos temas.

Os subgrupos vão contar com a colaboração de todos os peritos na elaboração de suas propostas. As sugestões de cada perito devem ser enviadas por e-mail para a ANMP ou postadas no Fórum Permanente do site, que já tem criados tópicos específicos para cada tema. Os representantes da Associação, em cada subgrupo, vão compilar as propostas e apresentá-las ao INSS.

Subgrupos de trabalho

Considerado um dos principais problemas da perícia médica, a falta de segurança no trabalho

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será o tema do subgrupo que analisará novas propostas para resolver esta questão. Serão estudadas campanhas educativas permanentes ao público externo e interno sobre o papel da perícia e o que é a análise da capacidade laborativa. Que o perito médico não é um médico assistencial. Explicar quem tem realmente direito e o que é o benefício por incapacidade. O subgrupo tratará ainda de questões como operacionalização de protocolos (violência) e condições do ambiente de trabalho.

A princípio a não entrega da CRER pelos peritos médicos era um dos temas propostos dentro do sub-grupo de segurança. No entanto, devido à importância do tema e sua complexidade, foi decidido pelo INSS e pela ANMP criar um subgrupo específi co sobre CRER. Atualmente, a norma interna da Casa determina o envio pelos Correios do resultado do requerimento de benefícios apenas para segurados desempregados ou autônomos. Várias são as propostas em estudo para fazer com quem nenhum resultado seja entregue nas

Agências. Uma delas é o retorno do resultado para o empregador que fez o agendamento da perícia de seu empregado segurado.

O terceiro subgrupo já criado vai tratar especifi camente do ato médico e da jornada de trabalho da perícia, abordando questões como compatibilidade de horário, registro de frequência e agenda e autonomia do ato pericial. Apesar das questões relativas a segurança serem prioritárias, a questão da jornada de trabalho está na ordem do dia das reivindicações da perícia. Apesar de dividida em várias questões, a perícia se mostra unânime em um ponto: não aceitar a cobrança de jornada de trabalho de oito horas diárias com cobrança de produção, isto é, oito horas com o agendamento de 24 perícias/dia.

O quarto subgrupo criado tratará exclusivamente do edital de convocação do concurso para perito médico previdenciário do INSS. Este edital deverá ser publicado até o fi nal do

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ano. A Casa já pediu ao Ministério do Planejamento a abertura de duas mil vagas. Elas serão para o preenchimento das vagas atualmente abertas e para suprir as necessidades geradas pelo projeto de ampliação da rede de atendimento do INSS, que até o fi nal do ano que vem deverá ter inaugurado mais de 700 novas APSs.

AGE/Enquete

A criação dos GTs e o resultado das negociações com o governo, bem como uma rápida apresentação da situação de cada GEX foram as tônicas da primeira AGE realizada sob o comando da nova diretoria da ANMP. Outro ponto de debate foi o resultado da enquete que ouviu quase dois mil peritos de todo o país sobre os rumos que a categoria quer dar para o aperfeiçoamento profi ssional. 34,42% dos sócios pagantes participaram desta pesquisa de opinião. Foi a maior participação já obtida pela ANMP em uma consulta à categoria.

No total, 1.930 peritos votaram na enquete. Unida, a categoria decidiu, ao fi nal de

mais de seis horas de AGE, cobrar a melhoria das condições de trabalho, investindo nos subgrupos do GT criado pelo INSS. Os peritos estão insatisfeitos com várias ações do governo, como a implantação do ponto eletrônico, a adoção do SCAMP e a cobrança da jornada de trabalho. No entanto, a categoria espera que as negociações resolvam o problema.

Mais uma vez no encontro foi constatada a disparidade de realidade entre as Gerências Executivas. Isto reforça a necessidade da edição imediata do Manual do GBENIN, que segundo o diretor da DIRSAT, assim for publicado o novo regulamento interno do INSS, a Casa vai publicar também o manual, uniformizando os padrões do GBENIN e, principalmente, garantindo ao Chefe de GBENIN o direito e o dever de fazer a gestão da perícia em cada GEX.

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Vitória da perícia no STF

A ANMP conseguiu no fi nal do mês de maio mais uma importante vitória jurídica em favor da perícia médica previdenciária. A Ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, julgou procedente o pedido formulado pela Associação para computar o tempo de serviço, na qualidade de servidores públicos expostos a condições insalubres, como especial, à razão de 1,4 para homens e 1,2 para mulheres. A decisão teve o seguinte dispositivo:

“Ante todo o exposto, com base nos precedentes citados e na autorização especifi camente concedida, pelo Plenário desta Casa, para a apreciação monocrática dos casos idênticos àquele veiculado no Mandado de Injunção 795 (Informativo STF 542), concedo a ordem pleiteada para, declarando a mora legislativa na regulamentação do art. 40, §4º,

da Carta Magna, determinar a aplicação, pela autoridade administrativa competente, dos termos do art. 57 da Lei 8.213/91, para fi ns de averiguação do atendimento de todos os requisitos necessários à concessão de aposentadoria especial em favor dos servidores públicos representados pela associação impetrante.

Comunique-se à autoridade impetrada, bem como ao Ministro de Estado da Previdência Social e ao Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social.”.

A decisão acima transcrita foi encaminhada pelo Supremo ao Presidente da República, ainda em maio, ao Ministro de Estado da Previdência Social, José Pimentel e ao Presidente do INSS, Valdir Simão, que já estão cientes de seus termos desde maio, mas ainda não criaram os dispositivos para a sua aplicação. A demora na efetivação da decisão que beneficia a perícia o que levou a ANMP a apresentar uma nova petição no STF, no dia 24 de junho, informando que sua decisão não está sendo respeitada.

Requisitos

O artigo 57 da Lei nº 8.213 diz respeito ao requisito e condições para a obtenção de aposentadoria especial pelos trabalhadores vinculados ao RGPS. Segue transcrito o artigo, a partir de agora aplicável, também, aos Peritos Médicos Previdenciários fi liados à ANMP:

“Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito as condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.

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(...)§ 3º A concessão da aposentadoria especial

dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fi xado.”

Nesse sentido, poderão se aposentar com 25 anos de serviço – regra geral da aposentadoria especial – os Peritos Médicos Previdenciários filiados à Associação, e não mais com 35 ou 30 anos de contribuição para homens e mulheres, respectivamente.

A decisão já tem efi cácia plena e seus termos poderão ser requisitados junto aos respectivos RHs. A repercussão de tal decisão abrange diversos aspectos, dentre os quais merecem relevo os seguintes: poderão se aposentar os Peritos Médicos Previdenciários que, com a nova contagem, tenham 25 anos de contribuição; aos Peritos Médicos Previdenciários que, com a nova contagem, já poderiam se aposentar, deve ser concedido o abono de permanência com efeitos

retroativos (caso a retroação não seja deferida, os prejudicados poderão pleitear judicialmente essa consequência da decisão do Supremo); os adicionais por tempo de serviço deverão ter as respectivas bases de cálculo alteradas (novamente, em caso de negativa do INSS, a via judicial será necessária para tanto); fi nalmente, àqueles que se sintam prejudicados por terem laborado mais tempo que o necessário em virtude da mora legislativa, é possível se pleitear indenização por danos morais e materiais, pela via judicial.

O Departamento Jurídico da ANMP solicitou a todos os colegas que tentaram a implementação das medidas previstas no Mandado de Injunção 992 e tiveram resposta de indeferimento por parte do setor do RH, que comuniquem à Associação, apresentando a documentação de negativa por parte do INSS. As notifi cações devem ser encaminhadas à secretaria da ANMP. É fundamental que sejam enviadas as provas documentais da negativa dos RHs. O e-mail para envio é o [email protected]. O telefone de fax para envio da cópia da negativa do RH é o (61) 3321.1206.

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gDIRSAT: Mais umaconquista da perícia

D e p o i s de vários anos de espera o Ministério da Previdência fi nalmente criou uma Diretoria que assumirá a gestão da perícia médica previdenciária. É a Diretoria de Saúde do Trabalhador, a ser comandada pelo perito médico Cezar Augusto

de Oliveira, já nomeado como assessor especial do ministro José Pimentel. Em entrevista exclusiva à ANMP em foco, Dr. Cezar Oliveira fala dos objetivos e expectativas da nova Diretoria e sobre como ele vê o atual momento da perícia médica previdenciária.

Em foco: Quais os principais objetivos da nova Diretoria de Saúde do Trabalhador?

Dr. Cezar: Contribuir para o desenvolvimento institucional mediante a disseminação e o apoio ao planejamento, à implementação, à manutenção e à melhoria contínua dos processos de trabalho, aplicando os seguintes métodos:

• Conhecimento atualizadoNecessidade de conhecimento multidisciplinar pelos servidores vinculados à Diretoria.

• ÉticaPadrões morais, de acordo com as crenças básicas da sociedade, leis, regulamentos e expectativas públicas.

• ObjetividadeBuscar o menor caminho para atingir o resultado desejado, sem “achismos”.

• Melhoria contínuaNada é tão bom que não possa ser melhorado e até inovado.

• Foco no usuárioPreocupação constante em prestar serviços com qualidade, que atendam aos segurados.

• Busca de conciliação para a solução de confl itosRelações saudáveis, baseadas na compreensão das necessidades mútuas.

• ComprometimentoResponsabilidade pessoal e funcional que leve a atitudes em prol do interesse coletivo.

• TransparênciaPrestação de contas à sociedade, demonstrando coerência entre o que se faz e o se diz fazer.

Em foco: Quais suas expectativas para a Diretoria?

Dr. Cezar: Espero que consiga trabalhar de forma participativa com os outros diretores do INSS, dando continuidade a todos os projetos encaminhados anteriormente que contemplem os anseios do Perito Médico, sem ruptura, mas também espero não assumir somente uma nova diretoria, mas sim uma direção nova, na maneira de condução dos trabalhos.Tenho a consciência de que o próprio fato de assumi-la é um grande desafi o, por ser uma Instituição de projeção nacional, envolvendo grande número de pessoas dentro e fora dela, portanto, certamente exigirá paciência e tranquilidade para alcançar nossos objetivos.

Em foco: De que forma a criação da nova diretoria vai alterar a vida profi ssional da perícia médica previdenciária?

Dr. Cezar: A Pericia Médica vive um momento muito especial. A formação de uma Diretoria é um anseio dos Peritos Médicos de longa data e a minha nomeação como Assessor Especial do Ministro da Previdência evidencia a credibilidade e o respeito que o Ministério da Previdência Social e o INSS dispensam à classe. Espero, através das alterações nos processos de trabalho, na capacitação dos profi ssionais e na estruturação da Diretoria, melhorar as relações de trabalho entre o Perito, a Direção e o cidadão que necessite da Previdência Social.

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Em foco: A curto prazo, quais as metas da nova Diretoria?

Dr. Cezar: Recebi do Senhor Ministro de Estado, José Pimentel, a incumbência de priorizar:- Estruturar a nova Diretoria;- Estabelecer critérios de relacionamento com as demais Diretorias do INSS;- Implantar nova concepção de BPC/LOAS para defi cientes físicos;- Defi nir modelo gerencial ao GBENIN;- Divulgar as novas diretrizes médicas;- Aperfeiçoar o Laudo Pericial para melhor fundamentação;- Rever modelo de Curso de Especialização para Peritos Médicos Previdenciários;- Regulamentar gratifi cação dos Peritos;- Acompanhar o desenvolvimento do SIBE;- Elaborar proposta para Ministério Público Federal sobre perícia de PP, revisão de aposentadorias por invalidez e reabilitação profi ssional.

Em foco: Como o senhor avalia o atual momento da perícia médica previdenciária?

Dr. Cezar: Muito delicado. Necessitaremos de muita tranquilidade e paciência para resolvermos nossos anseios e nossos objetivos. A falta de defi nição quanto à opção pelo número de horas semanais que cada Perito pudesse optar, trouxe grande insatisfação, mas já está sendo corrigido pela administração. A defi nição da entrega da CRER é outro ponto de atrito que necessita ser resolvido. Considero de grande relevância os processos de trabalho do Perito das APS’s e do GBENIN, descontentes com os sistemas e da forma de trabalhar.

Em foco: O senhor poderia falar um pouco da sua experiência como GBENIN?

Dr. Cezar: Trabalho no setor de Gerenciamento

de Benefícios até mesmo antes de ser criado, desde os anos de 1986, na então Atividade Previdenciária, mas nunca deixei de realizar perícias médicas, quer seja em mutirões na minha Gerência ou em outros lugares. Foi uma experiência formidável que me gerou segurança para entender a problemática do médico perito tanto nas Gerências de porte menor como nas Gerências de maior porte. Foi ainda trabalhando no Gerenciamento de Pericias Médicas que me trouxe a vontade de informatizar as nossas ações, os nossos laudos e hoje a certeza da necessidade de mudanças nos processos de trabalho.

Em foco: Questões fundamentais para a perícia, como jornada de trabalho, segurança e infraestrutura, como podem evoluir na sua opinião?

Dr. Cezar: A alma de qualquer instituição é o seu grupo de funcionários, de pessoas, não são as suas máquinas. Formar um Perito não se faz repentinamente, leva anos para que este servidor amadureça como profi ssional. É dever da instituição preservar a segurança e o bem estar do seu corpo funcional. A infra-estrutura e a segurança no INSS precisam ser revistas e repensadas. A jornada de trabalho já está sendo reanalisada e acredito em breve chegaremos a uma decisão favorável a ambos.

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Ladjane Santos Wolmer de Melo - Chefe do Serviço de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade da Gerência Executiva Recife.

Ena Albuquerque - Supervisor Técnico do SGBENIN e Delegada da ANMP pela Gerência Recife.

Recife, junho de 2009 Ao assumirmos o Serviço de

Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade, observamos que a atuação da Perícia Médica junto à Procuradoria era incipiente. Há muito a Perícia Médica já atuava como Assistente Técnico na Vara de Acidente de Trabalho e realizava perícia em consultório do Perito Judicial. Na época, apenas dez peritos estavam envolvidos nesta ação e se limitavam aos supervisores técnicos do SGBENIN, de forma não sistemática. Porém, não havia dados se esta atuação era efi caz em seu principal objetivo: a defesa da instituição em matéria médica.

Como o número de demandas judiciais,

contestando a não concessão pelo INSS, é muito grande, principalmente a do BPC/LOAS, percebeu-se que seria inviável o acompanhamento presencial, devido ao quantitativo de peritos necessários para acompanhar todas as perícias judiciais realizadas. Para tentar contornar esta situação e subsidiar a atuação dos procuradores na defesa quando envolve matéria médica, o Serviço de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade da Gerência Executiva Recife – SGBENIN - tomou uma série de medidas visando melhorar esta atuação:

Foi marcada uma reunião com a Procuradoria local, especifi camente com o Chefe da Seção de Acompanhamento dos Juizados Especiais Federais. O Juízado Federal Especializado (JEF) possui três varas e concentra o maior quantitativo de ações;

Foi realizado um levantamento por três meses do quantitativo de Perícias realizadas por Peritos Judiciais em consultórios e identifi camos quais aqueles que mais realizavam perícias e quais aqueles

que mais concluíam desfavoravelmente ao INSS;

Foi marcada uma reunião com os Juízes do JEF, mediada pelo Chefe da Seção de Acompanhamento dos Juizados Especiais Federais, em que foi esclarecida a forma de atuação da perícia médica, seus limites e difi culdades;

Nesta reunião com os Juízes do JEF, o responsável pela 19ª Vara propôs uma ação específi ca para os benefícios de auxílio doença da espécie 31, nas audiências de conciliação. Estas seriam marcadas para um dia específi co da semana e a perícia médica estaria presente, orientando o preposto do INSS. Caso a Perícia Médica não concordasse com a conciliação, deveria informar ao juiz o motivo. Assim proposto, distribuimos esta tarefa com a perícia médica, marcamos o dia para a sexta-feira de manhã, num quantitativo de 24 conciliações, distribuídas em duas salas. A experiência foi muito boa, pois na maioria das

Perícia judicial:A experiência em Recife

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Ações Judiciais - GEX Recífe

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vezes em que não houve conciliação, o julgamento final foi favorável ao INSS. Porém, o titular da 19ª Vara foi transferido para outro estado e o seu substituto não manteve tal ação que foi avaliada como positiva tanto pela perícia médica como pela procuradoria.

O SGBENIN Recife, no entanto,

elaborou uma proposta para cada área de atuação da procuradoria: nas ações de acidente de trabalho, com uma vara; nas ações ordinárias do Juizado Federal Especial - JFP, com três varas; e as ações ordinárias que tramitam na justiça comum tanto federal, quanto estadual, com 10 varas.

Para a Vara de Acidente de Trabalho, o

SGBENIN designou dois peritos, que realizam a perícia do segurado na própria vara, em dia e horário pré-determinados, responde aos quesitos formulados pelas partes e entrega à Procuradoria. Atuam nesta vara um perito com mais de 30 anos de atuação na casa, inclusive prestes a se aposentar, e um perito com especialização em Medicina do Trabalho do concurso de 2005. Um outro perito está iniciando o acompanhamento desses profissionais, garantindo o aprendizado quando da Aposentadoria do primeiro.

Para as ações ordinárias da JEF, a Procuradoria do INSS e o SGBENIN elaboraram um projeto específico, principalmente para as ações dos Benefícios Assistenciais que representam cerca de 70% de todas as ações.

Nestes casos, o Perito Médico, com base nas informações contidas no processo digital (laudos médicos anexados, perícia judicial) e nas perícias anteriores realizadas nas Agências da Previdência Social - APS, que se encontram no sistema SABI, emite parecer técnico. Sendo o parecer favorável ao INSS, este é anexado ao sistema CRETA para subsidiar a defesa da procuradoria; sendo desfavorável ao INSS, este é enviado para o Procurador Chefe da Seção de Acompanhamento dos Juizados Especiais Federais para subsidiar a ação dos prepostos do INSS nas audiências de conciliação. Para esta ação, o SGBENIN mobilizava apenas quatro peritos médicos. Porém, muitas ações ficavam sem o parecer de um assistente técnico. Assim, o SGBENIN ampliou esta ação para o auxílio-doença e passou a mobilizar 20 peritos, todos com acesso ao sistema CRETA.

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Ainda para as ações ordinárias do JEF, foram designados outros 15 peritos que acompanham Peritos do Juiz em seus consultórios, considerando-se principalmente aqueles que realizam maior quantidade de perícias e que mais emitem parecer desfavorável ao INSS.

Para as ações ordinárias que tramitam na

justiça comum tanto Federal, quanto Estadual, o Chefe do Serviço de Matéria de Benefício da Procuradoria Regional junto ao INSS Recife encaminha ao SGBENIN o processo, informando o dia e a hora da perícia. O SGBENIN indica um perito como assistente técnico que acompanha a perícia e responde aos quesitos elaborados, devolvendo posteriormente à procuradoria. Para esta ação, todos os peritos são convocados em sistema de rodízio.

Realizamos ainda ações de revisões dos

benefícios concedidos judicialmente, conforme determinado na Orienteção Interna Conjunta INSS/PFE/DIRBEN nº 76 de 18/09/2003, rotineiramente. Porém, nos casos de benefícios mantidos por tutela antecipada, o Chefe do Serviço de Matéria de Benefício encaminha ao SGBENIN para a realização de perícia médica, já que estas ações não estão ocorrendo rotineiramente nas APS.

Está sendo realizado um levantamento sobre os diagnósticos mais frequentes nos processos judiciais, estudando os consensos existentes sobre a matéria, com objetivo de se formular um parecer fundamentado na literatura médica atualizada.

Para mobilizar toda esta mão de obra, foi disponibilizada 25% da jornada de trabalho do perito médico. Assim, em 75% da jornada, os peritos estão nas APS e em 25% no SGEBNIN nas ações externas, principalmente nas judiciais.

Para quantificar o equivalente a 25%

da jornada dos peritos, é utilizada a tabela de equivalência de procedimentos em perícia médica do memorando-circular nº 70 INSS/DIRBEN de 30/10/2008.

O SGBENIN indicou um coordenador

para cada uma das atividades propostas e um coordenador geral que consolida todas as atividades periciais junto às diversas varas.

Atualmente, a maioria da equipe de

peritos médicos da Gerência Recife atuam também como assistentes técnicos do INSS.

Esclarecemos que toda ação que resulte na concessão, manutenção e cessação do benefício são prioritárias sobre as judiciais. Assim, tais ações não tem comprometido a meta institucional da realização de perícias em até cinco dias da marcação.

Antes, apenas um pequeno grupo de

peritos atuava como Assistentes Técnicos, tornando o conhecimento distante para os que de fato fazem a perícia médica nas APS.

Hoje, a maioria dos peritos participam

ativamente na defesa da instituição. Toda a equipe é sensibilizada a participar da atividade judicial, percebendo na prática o valor de um laudo bem feito, consistente e que permita uma defesa facilitada do INSS. Assim, teremos uma ampliação da visão pericial, não só restrita às APS, e uma maturidade da ação médico-pericial, só adquiridas se houver o conhecimento do processo com um todo (do administrativo até o judicial).

O modelo desta ação nunca será concluído,

pois deverá ser constantemente readequado de acordo com a necessidade do serviço.

Diante da diversidade brasileira, as propostas de trabalho não podem ser rígidas a fim de se respeitar as limitações e o que há de melhor em cada região.

Em números - JEF:

Citações: 1034 (média dos últimos quatro meses)• Perícias em consultórios dos Peritos Judiciais: • 840 (média dos últimos quatro meses)Vara de Acidente de Trabalho: 32 exames ao mês• Outras Varas: cinco (média dos últimos quatro meses)•

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Prontuário médico

O prontuário médico é um documento único, constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas geradas a partir de fatos, documentos,

acontecimentos e situações relacionadas à saúde do paciente e à assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científi co, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofi ssional e a continuidade da assistência à pessoa.

Prontuários corretamente preenchidos são preciosos auxiliares para pesquisa e possibilitam a realização de trabalhos científi cos. Informam sobre alguma reação adversa a medicamentos que o paciente possa ter e facilitam o diagnóstico correto, permitindo uma avaliação mais rápida e mais precisa do paciente.

Se não existir o prontuário, numa situação de emergência, fi ca difícil ao plantonista adotar prontamente as medidas adequadas e, em situação ética e/ou legal, torna-se quase impossível comprovar se o médico tomou as medidas pertinentes ao caso.

O Código de Ética Médica, em seu artigo 69, diz que é vedado ao médico deixar de elaborar prontuário médico para cada paciente, e esta é uma situação observada com frequência nas avaliações das denúncias encaminhadas aos Conselhos de Medicina. Constantemente, o prontuário não foi feito, foi mal elaborado ou está ilegível. Então, deve o médico escrever de forma legível no prontuário, descrevendo os procedimentos realizados de forma clara e precisa, para que uma possível prova de sua conduta não fi que comprometida.

A responsabilidade pelo prontuário cabe ao médico assistente e aos demais profi ssionais que compartilham do atendimento e também aos diretores técnicos e clínicos da instituição. Lembrando que a estes cabem a guarda do documento, mas que ele pertence ao paciente e que seus dados ou cópias só poderão ser fornecidos com a autorização expressa desse mesmo paciente.

Deve, portanto, o prontuário médico ser completo, confi dencial, legível e sem rasuras, com descrição de história clínica, exame físico, exames complementares, diagnóstico, evolução clínica e tratamento. É a nossa obrigação e, eventualmente, pode ser a nossa defesa.

Antonio Carlos BiloPresidente do CRM-MS

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Perícia e Segredo Médico

Este texto analisa o sigilo médico em relação a uma das mais fascinantes e difíceis áreas da Medicina: a perícia médica. O foco deste trabalho é, após apresentar um sucinto resumo de dispositivos normativos relacionados, tentar questionar saudavelmente o quanto uma interpretação rígida do segredo médico pode atingir bens jurídicos de maior valor. Por representar uma questão ética, entendemos que devemos partir da tendência de que nenhum princípio deva ser considerado como inviolável,ou seja, mesmo o quase sacrossanto instituto do segredo médico precisa ser refl etido e discutido. Aliás, o momento é propício, tendo em vista o atual processo de revisão do Código de Ética Médica, sendo muito provável a sua aprovação ainda em 2009.

Segredo Médico

O sigilo médico é um dos pilares de nossa profi ssão, secularmente protegido desde os tempos hipocráticos. Esse pilar é um dos que fomenta a

fi gura simbólica médico-sacerdotal, cada vez menos vislumbrada pelos pacientes. Como olvidar o antigo aforismo latino “ Lembra, médico, tu és também um sacerdote”.

Não se pode exigir que os médicos hodiernos continuem jurando por Apolo e por Asclépios, menos ainda por Panacéia ou Higéia. Todavia,em inúmeros aspectos, o segredo médico mostra-se vital ao exercício da Medicina. Porthes afi rmava que “não há medicina sem confi dências, não há confi dências sem confi ança e não há confi ança sem segredo”. Ou seja, o sigilo profi ssional permite que o paciente confi e todas as informações necessárias para que o médico, agora portador de uma valiosa gama de dados, possa construir adequado raciocínio clínico, a fi m de ofertar o melhor a esse paciente que o procura. Nessa linha, pode-se compreender que o sigilo médico protege um direito individual, mas também, engloba um relevante cunho coletivo, ao delinear valiosa questão de saúde pública: a relação médico-paciente.

São fartas as fontes normativas a respeito do segredo médico. A raiz desses dispositivos se situa nos princípios fundamentais do art. 5 da Carta Magna de 1988 (inviolabilidade à intimidade e à vida privada), que muito espelham a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Os artigos153 e 154 do Código Penal, o artigo 66 da Lei de Contravenções Penais, artigo 207 do Código de Processo Penal são alguns desses atos legislativos

Dr. Gustavo de AlmeidaGraduado pela Faculdade de Medicina da USP

Especialista em Anestesiologia,Clínica Médica e Acupuntura

Pós-Graduando da Cátedra UNESCO de Bioética da UNBPerito Médico

Médico do Ministério Público da União

Momento oportuno para refl exões

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pertencentes a enorme lista relacionada ao tema. A Resolução CFM 1605/2000 delimita a visão predominante/oficial do CFM sobre o tema. Além disso, muito profícua é a extensa relação de pareceres/consultas emanados pelo CFM e pelos diversos CRMs. Inobstante, não se pode atestar pacificação nem legal nem jurisprudencial na interpretação dos casos concretos relacionados ao assunto, especialmente quando vinculados à perícia médica e à solicitação de documentação sigilosa pelas autoridades.

Perícia Médica

“Perito médico é a designação genérica de quem atua na área médica legal, realizando exame de natureza médica em procedimentos administrativos, e processos judiciais, securitários ou previdenciários; atribuindo-se esta designação ao médico investido por força de cargo/função pública, ou nomeação judicial ou administrativa, ou ainda por contratação como assistente técnico das partes.” (Resolução CREMESP 126/2005). Esse conceito, já corroborado em outros dispositivos normativos, é abrangente, por não se restringir às perícias judiciais, abraçando também as perícias administrativas, securitárias, previdenciárias,de planos de saúde, etc. Destarte, o auditor médico faz parte do universo pericial, tal como percebido no Código de Ética Médica, o qual equipara as figuras de perito e auditor (capítulo XI- Perícia Médica; artigos 118 a 121).

Como bem assinalado pelo saudoso Prof. Paulo Gonzaga, a perícia médica consiste de uma “difícil área da Medicina que não se aprende nas faculdades tradicionais, mas na faculdade da vida diária, acumulando conhecimentos da Medicina e do Direito.”

É indubitável que a função pericial

não se parece com o conceito milenar do exercício da Medicina. Na medicina assistencial, preventiva ou curativa, o médico deve aprioristicamente acreditar nos relatos de seu examinando, já que é suposto o seu interesse em contar a verdade. Não se pode pensar da mesma forma durante o ato pericial, pois o examinando é litigante judicial ou requerente de benefícios pecuniários, isto é, uma fonte

de informações que tecnicamente não pode ser considerada como imparcial.

A função do perito médico é tão delicada que, apesar de ser reconhecida como ato médico, existem correntes que tentam caracterizá-la como uma atividade sui generis. Como já mencionado publicamente pelo Prof. Daniel Homero Munhoz, do Departamento de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da USP, o perito-médico entra em franco confronto Art. 2º do vigente Código de Ética Médica, um de seus princípios fundamentais:– “O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.” No entanto, a perícia médica não visa à saúde do ser humano, nem o bem-estar do paciente. Por exemplo, a missão do perito médico nomeado pelo juiz é com a Justiça, mesmo que seu laudo favoreça decisão judicial contrária ao interesses do paciente, litigante judicial. Com seu inconfundível tirocínio provocativo, o citado professor questiona se não seria adequada a elaboração de um código ético específico para a atividade médico-pericial.

Quebra de segredo médico e perícia médica.

O nosso código ético-profissional em vigor, a Resolução CFM 1246/88, especialmente em seu art.102, expõe o que podemos chamar

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de 3 (três) excludentes de ilicitude em relação ao segredo médico: dever legal, justa causa e autorização expressa do paciente. Em relação à perícia médica, especialmente a previdenciária, as três situações podem se entrelaçar, chancelando a utilização adequada de dados sigilosos.

Inicialmente, vale lembrar que, em certos casos, a função pericial é exercida com prerrogativas, competências e limitações previstas em lei (ex: perícia do INSS). Agora, classicamente, o dever legal apresenta-se quando os casos estão especificados em lei, como basicamente, a comunicação obrigatória de doenças e a ocorrência de crime de ação penal pública incondicionada ( ou seja, aquele que não necessita de representação; ação privada) cuja comunicação não exponha o paciente a procedimento criminal, além da declaração de óbito, da notificação de certos acidentes de trabalho , da declaração de nascimento e de laudos periciais.

Por sua vez, o conceito de justa causa

não deve ser confundido com dever legal. As controvérsias sobre o assunto são patentes, já que o significado de “justo(a)” implica subjetivismo. Segundo o Prof. Genival França: “A revelação do segredo médico não pode constituir um crime quando feita pela necessidade de proteger-se um interesse contrário mais importante. No confronto de dois bens, o Direito aprova e consente o sacrifício do menos valioso.” No mesmo trilhar,é

o que se depreende facilmente do trecho final do art. 105 do Código de Ética Médica: “salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade”.

Por sua vez, a autorização expressa do paciente representa a razão mais comum da abertura lícita do sigilo médico. Não há qualquer celeuma, porquanto o paciente tem interesse na divulgação da informação sigilosa.

Uma aspecto fundamental na presente questão é a análise do papel da perícia do INSS, talvez a maior seguradora do mundo. Pode parecer radical, mas o INSS é uma seguradora. Costuma-se confundir o significado da sigla INSS: o primeiro “S” não representa “seguridade”, representa “seguro”, embora a Previdência Social (mormente representada pelo INSS) seja um dos 3 (três) braços de um amplo sistema de proteção social amparado pela CF, a Seguridade Social. Não obstante, a própria Carta Magna define que a Previdência Social (PS) se distingue nitidamente dos outros dois pilares da Seguridade: a PS exige contribuição específica, exige contrapartida financeira dos que vão dela se beneficiar. A Saúde Pública e a Assistência Social são direitos intrínsecos à condição de cidadania; são universais. A perícia médica do INSS, portanto, exerce uma função legalmente prevista, relacionando-se fortemente a funções essenciais do Estado.

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Voltando ao item “autorização expressa do paciente”, há exemplos de situações em que a autorização é dada de forma um tanto tácita. É o que se depreende do caso do auditor médico. Aliás, o capítulo XI do atual Código de Ética claramente equipara as funções de perito e auditor (artigos de 118 a 121). Ora, se um médico auditor tem o direito de acessar o prontuário de um paciente, independente de autorização adicional do segurado (Resolução CFM 1614/2001), por que o perito do INSS não pode ir ao hospital e avaliar o prontuário do segurado que vem a sua frente solicitando um benefício previdenciário? O paciente, ao contratar um seguro, sabe que existe o processo de auditagem. O segurado do INSS também possui esta noção. Em suma, qual a razão de a perícia do INSS ser tratada diferentemente da auditoria médica?

Alguns podem alegar que o paciente espontaneamente contrata um seguro privado, não sendo o mesmo caso para o INSS. Entendemos que essa alegação careça de fundamentação. Inicialmente, temos de concordar que, no papel, a maioria dos segurados do INSS são tidos como obrigatórios. A verdade é que aqueles de carteira assinada realmente o são (inclusive com desconte compulsório em folha salarial), mas os autônomos (hoje chamados de contribuintes individuais) vão se filiar ao INSS por sua livre e espontânea vontade, embora tecnicamente sejam categorizados como segurados obrigatórios. São inúmeros os casos de pessoas que trabalharam 20 ou 30 anos como autônomos sem filiação previdenciária e, já na terceira idade, vêm a contribuir 1 ou 2 anos (às vezes até menos), buscando,então, seus direitos previdenciários. Ora, na prática, o Estado os obriga a pagar retroativamente os 30 anos trabalhados sem contribuição? Não. Assim, na realidade, o autônomo muito se assemelha ao segurado facultativo. Em resumo, no caso da seguradora privada, o paciente/segurado autorizou contratualmente. No caso do facultativo e do autônomo no INSS, o segurado procurou se filiar ao Seguro Social. E, no caso do empregado típico (e outros), a autorização se deve à obrigação legal. Não há nada absurdo ou inusitado nesta discricionaridade advinda do Estado. Devemos lembrar que “ ninguém é obrigado a fazer ou não fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. Ademais, esse instrumento compulsório emanado pelo Estado brota de sua própria identidade,

protegendo ocasiões em que o interesse coletivo supere direitos individuais.

Dessarte, o termo “autorização expressa do paciente” merece ser contextualizado. Muitas autorizações tácitas são aceitas no dia-a-dia sem maiores discussões. Raramente vemos menção escrita de que o paciente expressamente autorizou a colocação do diagnóstico codificado (CID) em seu atestado médico para seu afastamento laboral, muito menos a assinatura do paciente documentando essa permissão. O paciente requisita o atestado, o médico o elabora e entrega ao solicitante. Considerando que o paciente saiba ler,este percebe o diagnóstico (codificado ou não) no documento e, ao levá-lo, mais que supostamente consolida a idoneidade da autorização. Há muitos e muitos anos, os fatos ocorrem desta maneira.

O conjunto dos argumentos expostos se inter-relacionam. No caso específico da perícia médica do INSS, as três possibilidades previstas para a quebra ética do sigilo médico se misturam, legitimando a possibilidade de o perito previdenciário, em seu dever funcional legalmente previsto, avaliar todos os fatos pertinentes ao paciente/segurado que solicita benefício pecuniário, inclusive amplo acesso aos seus documentos médicos. Ao requerer esse benefício, o segurado está a autorizar essa análise, “abrindo mão” do seu sigilo em face dos necessários procedimentos periciais. Além disso, a justa causa pode ser enquadrada, já que a observância rígida do sigilo

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médico, não permitindo à perícia médica avaliar os prontuários do segurado, acaba por facilitar a existência de fraudes ao sistema previdenciário, gerando benefícios indevidos e dilapidando o erário público. Assim, ao nosso ver, negar acesso ao prontuário médico do segurado protege um bem de menor relevância: o inverso da justa causa.

Por sua vez, há natural tendência de o médico assistente se pautar em conceitos mais tradicionais de segredo profissional. Isso é fato. Por exemplo, ao tecer declaração/relatório solicitado pelo seu paciente, médico pode encarar um dilema: se ele descrever detalhadamente o quadro do paciente, incluindo dados como data de início da moléstia e a época de agravamento, seu paciente poderá não conseguir o almejado benefício no INSS.O médico poderá atestar genericamente o quadro e abster-se de documentar fatos que não seriam favoráveis aos intentos previdenciários do paciente. Embora não pareça conduta moral das mais elevadas, essa deliberada omissão, em outra situações capaz de configurar delitos previstos no Código Penal, fica tutelada pelo segrego profissional. Agora, o perito não se relaciona ao sigilo médico assistencial, mas, sim, ao seu sigilo pericial. É o caso do perito judicial. Se o paciente não permitir, conquanto existir grande discussão jurídica, o juiz pode ter negado seu acesso ao prontuário médico. Porém,

o juiz nomeia seu perito e este acessa o prontuário, coletando dados relevantes ao processo e se abstendo de informações não relevantes ao processo, tal como mencionado no artigo 4 da Resolução CFM 1605/2000. Ou seja, a quebra do sigilo é limitada ao essencialmente necessário.

Outros sim, o médico auditor possui amparo semelhante. Vejamos o Parecer-Consulta CFM 02/1994: “Entendemos que o acesso ao prontuário pela figura do auditor enquadra-se no princípio do dever legal, já que tem o mesmo atribuições de peritagem sobre a cobrança dos serviços prestados pela entidade, cabendo ao mesmo opinar pela regularidade dos procedimentos efetuados e cobrados. Tem, assim, para bem exercer seu mister, de munir-se de volume suficiente

de dados que permitam correta avaliação da matéria. Tem direito o auditor, inclusive, de examinar o paciente, para confrontar o descrito no prontuário com o real estado do paciente, tudo porém em perfeita sintonia com o que determina o vigente Código de Ética Médica.” Por que o perito do INSS não possui tal prerrogativa?

Dentro desse raciocínio focado no campo pericial, é mister um questionamento geral: até que ponto é positiva a rigidez do sigilo médico em relação ao acesso ao prontuário? A resposta certamente deve envolver um balanceamento entre interesses coletivos e individuais.

Apesar de receberem críticas, as maiores correntes da Bioética atual convergem na importância das consequências geradas por uma conduta . A moralidade de uma ação deve ser julgada pelas consequências por ela geradas. Nessa visão, quais seriam os frutos de um maior acesso ao prontuário médico do paciente que requer benefício previdenciário? Que tipos de indivíduos temeriam essa modificação ? Não seria possível que a grande maioria dos pacientes assim concordasse em prol da minimização de

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fraudes à Previdência Social? Essas perguntas não possuem respostas prontas, mas apontam para uma urgente necessidade de ampla discussão, buscando um pacto/contrato social.

Quando trabalhamos no GBENIN de Santos/SP, diante de inúmeros casos de benefícios com suspeita de irregularidade, o SIMA (Solicitação de Informações ao Médico Assistente) se provou um instrumento consideravelmente limitado, já que, muitas vezes, os relatórios médicos voltavam com informações evasivas ou inconsistentes. Nesses frequentes casos, portanto, o acesso ao prontuário do paciente/segurado se faz necessário, desvendando benefícios. As causas de concessão indevida de benefícios envolvem uma miríade de condições, tais como erros administrativos, omissões involuntárias e voluntárias pelos segurados, inverdades no relato dos segurados e atestados falsos (tanto na forma quanto na ideologia). Diante de dúvidas sobre a eticidade da questão e de ocasionais obstaculizações ao acesso a dados de prontuário médico, enviamos consulta ao CRM de SP (Cremesp) no primeiro semestre de 2008 a fim de recebermos parecer esclarecedor sobre o assunto. Continuamos a aguardar essa resposta até hoje.

Como rotina, ao acessar o prontuário do paciente/segurado, o perito coleta os dados necessários para a sua análise e fixa os parâmetros médicos (DID, DII, eventual isenção de carência...).

A partir dessas referências, o benefício é concedido ou não. E pronto! A não concessão de benefício para um requerente que mentiu ou omitiu informações na perícia não implica denúncia criminal ou algo parecido. Se o requerente se achar injustiçado, para isso existe o Judiciário. Só que lá, o fato de o litigante negar acesso ao seu prontuário médico não causará boa impressão, além da possibilidade de o magistrado louvar perito de confiança para avaliar o prontuário in loco.

Por fim, jamais estaríamos querendo macular o relevantíssimo instituto do segrego médico. A Medicina pereceria sem ele. Somente convocamos à reflexão todos que nele se envolvem : médicos assistenciais, peritos médicos, juízes, advogados, membros do Ministério Público, conselheiros dos CRMs , pacientes e segurados.É indiscutível a existência de caracteres especialíssimos ínsitos à atividade pericial. Nessa linha, uma louvável relativização do segredo médico já foi alcançada pelos médicos auditores e peritos judiciais, mas não foi obtida pelos peritos do INSS. As associações, sociedades e instituições mais relacionadas à perícia médica devem se fazer presentes neste fértil momento atual: o Código de Ética Médica está sendo revisado. Quiçá, a abordagem do sigilo pericial não seja claramente modificada neste código nascituro, porém a nossa participação pode vir a render futuras resoluções a respeito do tema. O sigilo médico deve ser tratado como um princípio essencial, mas não um dogma.

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Conflito emPerícia Médica

Homo Homini Lupus

“O elemento de verdade por trás disso tudo , elemento que as pessoas estão disposas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que , no máximo, podem defender-se quando atacados; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa cota de agressividade.Em resultado disso, o seu próximo é , para eles , não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual , mas alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação , utilizá-lo sexualmente sem consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo , causar lhe sofrimento , torturá-lo e matá-lo. Homo homini lupus [´´O homem é o

lobo do homem``].Quem , em face de toda a sua experiência da vida e da historia , terá a coragem de discutir essa asserção? Via de regra, essa cruel agressividade espera por alguma provocação, ou se coloca a serviço de algum outro intuito, cujo objetivo também poderia ter sido alcançado por medidas mais brandas.Em circunstância a que lhes são favoráveis, quando as forças mentais contrárias que normalmente a inibem se encontram fora de ação , ela também se manifesta espontaneamente e revela o homem como uma besta selvagem , a quem a consideração para com sua própria espécie é algo estranho.Quem quer que relembre as atrocidades cometidas durante as migrações raciais ou as invasões dos hunos, ou pelos povos conhecidos como mongóis sob a chefia de Gengis Khan e Tamerlão, ou na captura de Jerusalém pelos piedosos cruzados, ou mesmo, na verdade , os horrores da recente guerra mundial , quem quer que relembre tais coisas terá de se curvar humildemente ante a verdade dessa opinião”.

Arti

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HENRIQUE CELSO SILVA CRMMG 8440Aluno da Pós-Graduação em Perícia-Médica

Professor WALDEN CARVALHO

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Trecho de O mal-estar da civilização, de Sigmund Freud.

O conflito em perícia médica é a voz corrente na sociedade e na classe médica como um todo. Um dos lados da verdade para este fato é que o médico nesta função deixa de ser o escolhido pelo indivíduo com finalidade de orientá-lo sobre sua saúde, para ser o designado a avaliá-lo, segundo determinadas regras investigativas, com finalidade de esclarecimento de fatos para autoridades, enquadramento legal e capacidade laboral para fins previdenciários ou seguradoras.

A relação entre a perícia e a assistência médica difere por ser a perícia uma ação não beneficente e sem privacidade e assemelha-se à assistência médica porque preserva os princípios bioéticos de autonomia e não maleficência.

O relacionamento humano na perícia é permeado pela ideia de interesses antagônicos, levando o periciando a simular ou dissimular, reação esta não encontrada na assistência médica que tem por finalidade única o retorno ao bem estar psicofísico social. Entretanto, não podemos esquecer que existem as consultas com objetivo de obter um atestado para fins periciais. Nestas o médico assistente por desconhecer normas do CRMMG acaba, na maioria das vezes, por fazer um relatório pericial do seu paciente com base em alterações

dos exames de imagens, sem correlacionar com sinais clínicos e profissão; e o pior é que ainda conclui no final como inapto para o trabalho.

Quando se compara a verdade a um poliedro, entende-se que não é possível ver todas as suas faces e não se percebe, à primeira vista, todos os seus componentes, cada observador em sua posição obterá ângulos diferentes de visão.

Para avaliar o conflito em perícia médica com este espírito, e sem se preocupar em detectar um culpado para todos os seus problemas, é necessário ampliar o nosso campo de observação.

Corroborando esta assertiva, a neurolinguística, ciência que estuda a forma como utilizamos a nossa mente, mostra que existem aqueles que conseguem enxergar a floresta, mas não veem a árvore e existem aqueles que conseguem enxergar a árvore, mas não conseguem ver a floresta.

Seguindo esta linha de raciocínio para abordar o tema, usaremos a Filosofia da forma como Sponville a definiu. ´´A filosofia é uma atividade que, por discursos e raciocínios , nos proporciona uma vida feliz” ( A felicidade , desesperadamente – ed Martins Fontes ).

Nessa definição a felicidade vem do cultivar sabedoria, prazer que vem da alma, exercício de virtude e não o prazer efêmero que vem do meio exterior. Em outras palavras, a felicidade no sentido de eudaimonia e não estado de espírito.

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Para os estoicos a felicidade é uma ética pautada no saber, na compreensão reflexiva que conduzem a um estado de imperturbabilidade, de serenidade e de paciência permitindo o exercício de verdadeiro poder, aquilo que fazemos sobre nós mesmos em nossos aspectos mais primitivos.

O foco da nossa atenção, a partir de agora, estará voltado para a perícia médica previdenciária e as perguntas iniciais para abordar o tema são:

Qual é o público alvo dessa perícia ? Por que aumentam as agressões aos peritos?

Para que cada um possa refletir sobre elas, faremos uma análise da sociedade no decorrer dos tempos.

No passado, as sociedades civilizadas foram estruturadas sobre três pilares: as instituições religiosas, a forma política e o sistema educacional. Dentro delas o homem trabalhou para expandir seus conhecimentos, ampliar os horizontes da mente e estender suas fronteiras para compreender o mundo em que vive.

O homem trabalhou!

A concepção do trabalho, desde os tempos bíblicos, sempre esteve ligada a idéias negativas. Adão ao ser expulso do paraíso foi condenado a trabalhar para que, com o suor do seu rosto, garantisse a sua subsistência. Eva foi condenada ao trabalho de parto, parirás com dor.

Etimologicamente, a palavra trabalho vem do vocábulo latino tripaliare, do substantivo tripalium, aparelho de tortura que servia também para atar animais difíceis de ferrar. Daí a associação de trabalho a pena, labuta, sofrimento e tortura. Por isso, no berço da nossa cultura, do ponto de vista social, o trabalho era desprezado pelos gregos que o consideravam degradante para o homem livre.

Aristóteles retrata bem o pensamento da época:

´´Há na espécie humana indivíduos tão inferiores a outros como o corpo o é em relação a alma , ou a fera ao homem; são os homens nos quais o emprego da força física é o melhor que deles se obtém. Partindo dos nossos princípios tais indivíduos são destinados , por natureza , à escravidão ; porque , para eles, nada é mais fácil que

obedecer. (...) A utilidade dos escravos é mais ou menos a mesma dos animais domésticos: ajudam-nos com sua força física em nossa necessidade cotidiana“. (ARISTÓTELES, s.d.p.24)

A concepção do trabalho como inerente ao homem surge no Renascimento com a reforma protestante. Calvino criou uma ética religiosa favorável ao lucro, fruto do árduo trabalho e que leva ao enriquecimento pessoal. A riqueza material passou a ser vista por seus seguidores como sinal de salvação predestinada, agradando a burguesia e serviu de justificativa para a acumulação capitalista.

Embora o trabalho fosse extenuante, o objeto produzido pelo trabalhador era por ele mesmo controlado e este reconhecia nele o seu esforço.

Surgem as máquinas e a produção em massa. O trabalhador não mais se reconhece nos objetos produzidos, realiza operações isoladas, seu produto é anônimo e seu sentir é de um autômato vazio.

O capitalismo progride e a primeira grande agremiação humana se faz em torno da economia. O trabalho, cada vez mais, é apenas uma ação instrumental com finalidade de dominar a natureza e o próprio homem. Perde-se, dessa forma, a visão antropológica do mesmo, ou seja, o trabalho como elemento de humanização para instituir o ser social.

Em sua visão futurista, Domênico de Masi enxerga, no capitalismo, com o advento das máquinas, uma sociedade do ócio na qual elas se ocupariam do maior tempo de trabalho, porém, a realidade vivida é outra, a de uma sociedade com aumento gradativo de desempregados e uma parcela de homens, que Albino Arese os definiu como apêndices de máquinas, vivendo num processo de degradação e desumanização, reduzidos a número e destituídos de sua singularidade. Executam o trabalho para satisfazer suas necessidades biológicas e econômicas numa atividade mecânica e alienante, bombardeados pela indústria cultural e seu correlato à cultura de massa que a tudo transforma em mercadoria.

Para o sociólogo alemão Robert Kurz, a pergunta que o homem moderno se faz não é ´´onde quero trabalhar?``, mas, “como posso vender a mim mesmo?”

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Para o pensador polonês Zygmunt Bauman, os valores estabelecidos como nobres pela cultura ocidental escorrem como água pelas nossas mãos. “Os sintomas manifestos desta liquefação têm como característica comum a incapacidade de nos relacionarmos de maneira plena com o outro”. Por isso vivemos numa sociedade preconceituosa, fria, egoísta e superficial. Valorizamos o outro não pelo que ele é: singular e único na sua pluralidade de significados e vivências, mas pela forma como ele se apresenta diante de nós. Nossas relações interpessoais ficam, portanto, cada vez mais empobrecidas, por termos reduzidos nossas experiências existenciais apenas ao que julgamos conveniente segundo nossos critérios escusos de avaliação.Dissimulados, demonstramos publicamente adequação irrestrita aos princípios de respeitabilidade social, mas, no íntimo, somos incapazes de conviver com as diferenças, permanecendo racistas e intolerantes. Na nossa visão distorcida do outro o transformamos numa ameaça constante a nossa frágil organização familiar, atividade profissional e sociedade como um todo. A esse outro, culpado por todo nosso infortúnio todos os feitos são válidos para minar sua influência maléfica sem importar se o colocamos em situação degradante ou vexatória e ainda queremos dele respostas positivas.

O outro pilar das civilizações do passado é a educação. Uma reflexão atual, abordada dentro do capitalismo e da sociedade líquido–moderna de Bauman, foi bem descrita por Olgária Matos: a mídia informativa e a de entretenimento

confiscaram o tempo de reflexão, dominam e impregnam a cultura e a educação, passando seus valores que são a ideologia da facilidade e rapidez de captação da mensagem. Ocuparam os espaços livres deixados pelos ideais humanistas de educação, originados do berço da nossa cultura, que procuram o aperfeiçoamento moral e político, aprimoramento dos cinco sentidos pela educação estética, desenvolvimento da imaginação criadora e a fantasia pelo estudo da literatura, das religiões, das artes e Filosofia.

Sobre a influência desta mídia homegeinizadora de opinião e do desejo imposto pelo mercado, somado à educação a qual está reduzida à formação de profissionais para o mercado de trabalho, exclui do nosso meio o indivíduo bem formado. Para Albert Einstein, no processo de formação, o indivíduo deve adquirir um sentimento e senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, que é belo e moralmente correto, pois não basta ensinar ao homem uma especialidade, ele deve aprender também as motivações humanas, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu exato lugar em relação a seus próximos e a comunidade. Tal formação necessita do tempo livre para refletir e criar.

Esperamos ter fornecido ferramentas para que cada um possa pensar nas respostas das questões formuladas lembrando sempre que definimos a verdade como um poliedro.

A seguir veremos outros ângulos de visão do conflito em perícia médica

Lúcio Alceu Sêneca (nascido em Córdoba –Espanha- Séc. 4 a.C ) dizia que existem dois tipos de ´´malignitude`` : aquelas que podemos evitar e corrigir ; e aquelas sobre as quais não podemos fazer nada.

A primeira malignitude nos permite elaborar plano e consideração prévia para lidar com determinada situação.

Neste momento tornam-se pertinente as seguintes perguntas desta segunda parte:

O que pode ser feito para minimizar os conflitos em perícia médica?

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Quais são os fatores que dão origem ao conflito?

A segunda malignitude não deve ocupar espaço na nossa mente, pois nada podemos fazer.

Vamos aos fatos para tentar visualizar os conflitos de gestão da previdência e da estrutura pericial.

Fazendo uma analogia com o mar e o rochedo, o governador da Bahia, Jaques Wagner, durante a abertura do primeiro Congresso de Perícia Médica Previdenciária, em maio de 2007, situou a posição do perito e da perícia para definir a profissão como conflituosa. Para ele, médico perito previdenciário, está entre duas forças contrárias: o mar, os beneficiários, batendo para obter o que supõe ser do seu direito e do outro lado o rochedo, o governo, em posição firme para conter os gastos.

Quanto aos gastos, o ex-presidente do INSS, Valdir Simão mostrou que 14% da população segurada estão afastadas recebendo benefício da Previdência Social e chama a atenção de ser esta uma situação ímpar no mundo. 22,3% são pagos por incapacidade e que há cinco anos atrás representavam apenas 14%.

Com estes dados, defendeu a importância do perito médico para a instituição e defende a reabilitação como caminho para diminuir os gastos, além da prevenção dos mesmos. Competência esta, privativa, que o perito tem de fazê-lo conforme lei 10.876.

Mostrou que para prevenir gastos é necessário especializar a gestão desse negócio chamado incapacidade, fixar tempo para recuperação, reabilitação e re-inserção no mercado de trabalho.

Aqui já identificamos, dentro do gerenciamento da Previdência, situações antagônicas em perícia: há o reconhecimento de que o conceito de incapacidade precisa ser mais bem trabalhado para prevenção dos gastos; que o percentual de segurados em benefício por incapacidade é ímpar no mundo e que os benefícios que requerem perícia são os únicos administráveis. No entanto, contraditoriamente, a perícia era vista como área terceirizada, com perícias realizadas em consultórios privados, sem um critério homogêneo, sem levar em consideração a legislação previdenciária. Somente foi criado a carreira e definido o que é o médico perito ( Lei 10.876/04) em fevereiro de 2004.

A carreira foi criada, mas, os peritos do quadro não tiveram uma educação continuada na atividade pericial. Como agravante, informatizaram laudos, forneceram novos recursos como o cruzamento de dados disponíveis no sistema e mais uma vez não treinaram adequadamente para essa atividade nova. Resultado, o uso do computador para fins de perícias caiu como bomba, pois os peritos mais antigos, mal conseguiam usar tal recurso como máquina de datilografia.

No artigo escrito por Luis Nassif, “O Rombo da Previdência”, ele toma conhecimento, por congressistas, do reconhecimento recente da carreira do médico perito e questiona o porquê de um modelo do século passado só ser organizado para arrecadar, prestar serviço não é prioridade, SUS não é prioridade, a perícia não é prioridade.

Por falar em SUS lembrei-me da reabilitação, da re-inserção no mercado de trabalho e dos inúmeros segurados com menos de 40 anos de idade, trabalhadores com carteira assinada, que não conseguem assistência médica digna ou reabilitação profissional para reintegrar a frente de trabalho.

Nassif critica também o conflito de informações sobre a

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Previdência, mostrando que tanto o Giambiagi, como o IPEA do Rio de Janeiro, apoiados pela mídia, querem provar estatisticamente que os aposentados irão matar a previdência. Ele considera insanidade a afi rmação que um jovem com seus 20 anos de idade não vai querer contribuir com a Previdência porque aos 65 anos fará jus a política social de aposentadoria se tiver renda familiar ́ ´per capta`` inferior a um quarto do salário mínimo. Contrariando as duas outras análises, estudos do IBGE que compara famílias que têm aposentados e pensionistas com as que não os tem, mostram que nas primeiras, o número de fi lhos nas escolas é maior. Nassif vê a Previdência como o maior programa social do planeta, garantidor da estabilidade familiar e questiona se há mesmo um défi cit na Previdência Mostra que 65% dos aposentados são arrimos de família, signifi cando que é aquele dinheiro que garante a criança na escola e fora da marginalidade.

Eduardo Henrique lembra-nos que incapacidade é julgamento (existe para e não per si) e sofre influência de fatores estruturais, culturais, conjunturais e que estudar doenças incapacitantes não levará às conclusões seguras. O foco da atenção deve ser voltado para o estudo de quem adoece, porque adoece, quando adoece. O exemplo são as diferenças entre o tempo de requerimento dos benefícios entre o autônomo e o empregado, o percentual de recuperação entre as duas categorias.

Neste ponto é importante defi nir o que se entende por incapacidade laborativa: é a impossibilidade do desempenho de funções especifi cas de uma profi ssão, em consequência de alterações morfopsicofi siológicas provocadas pela doença ou por acidente, ou ainda, pelo risco de vida para si, ou para terceiros, ou de agravação que a permanência em atividade possa acarretar.

E as infl uências culturais, estruturais e conjunturais para julgar incapacidade?

Estas influenciam somente o perito e periciando ou toda a estrutura é envolvida no ato de julgar?

O que o ministro da previdência, ao tomar conhecimento da contenção dos gastos por atuação da perícia, quis dizer com a seguinte frase: a perícia médica previdenciária precisa ser mais humana.

Devemos ser mais intuitivos ou mais dogmáticos e racionais?

´´Incapacidade é julgamento. Existe para e não per si”

Um fator pouco percebido no ato de julgar, de grande importância e fonte geradora de confl ito é o conhecimento.

Conhecimento, no sentido de saber adquirido e acumulado, é fundamental ao perito, mas, também as formas de conhecer, no sentido de apreender a realidade, devem ser trabalhadas. O conhecer é fruto da intuição, tueri em latim signifi ca ´´ver“, ou seja, visão súbita e da razão ou conhecimento discursivo, passível de treinamento. A razão nos permite discernir as diferenças e semelhanças e defi nir a propriedade das coisas a nossa volta. É histórica e vai sendo construída ao longo da existência, portanto, circunstancial, cultural. A intuição é imediata, inexprimível; a razão é discursiva, precisa realizar abstrações, abstrair signifi ca isolar, separar de. A razão é, por excelência, a faculdade de julgar.

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Duas tendências se destacam dentro da possibilidade do conhecimento e também são fontes geradoras de conflito: o ceticismo , skeptikós, em grego, significa ´´que observa``, ´´que considera`` e o dogmatismo , dogmatikós, em grego, significa ´´que se funda em princípios``ou ´´relativo a uma doutrina``.

Os céticos radicais consideram a certeza impossível, renunciam o conhecimento, no sentido de apreender o que é real, o que resulta da relação entre o conhecedor e o que está para ser conhecido, sua consequência prática é a indiferença absoluta em relação a tudo. Por outro lado o dogmático, e aqui se inclui os seguidores de escolas e tendências, permanecem petrificados no conhecimento dado de uma vez por todas, portanto, refratários a mudanças.

Por isso entendemos que o verdadeiro conhecimento se faz pela ligação entre a intuição e a razão, ou seja, entre o vivido, o concreto e o discursivo abstrato, distante dos extremos do ceticismo e do dogmatismo.

Lembramos ainda que, quanto mais abstrações, ao conceituar determinada coisa, mais distantes ficamos da realidade vivida. Mas, se nos ativermos demasiadamente à realidade nos distanciamos da razão que interpreta e critica.

O outro ponto importante de conflito é na estrutura do laudo quanto à chamada fixação de

DID e DII (data do início da doença e data do início da incapacidade).

Foi introduzida pela ODS.SSS 502.17/73 para requerimento de auxílio-doença (expressão também conflitante ) com menos de 15 contribuições e posteriormente modificada pela circular –reservada 01-005.0 nº47 de 23/01/74 que estendeu a fixação a todos os laudos iniciais com qualquer número de contribuição cuja finalidade é atender o dispositivo da legislação previdenciária , previstos nos art. 73 e 78 da D.L. 83080 DE 24/01/79-RBPS:

ART.73 O Auxílio–doença é devido ao segurado que, após 12 contribuições mensais , fica incapacitado para o seu trabalho por prazo superior a 15 dias .

Art 78 A doença ou lesão de que o segurado já seja portador ao filiar-se à Previdência Social Urbana não dá direito ao Auxílio-doença

Parágrafo único-O disposto neste art não se aplica ao caso em que, após o cumprimento do período de carência, a incapacidade sobrevém por motivo de progressão ou agravamento da doença ou lesão.

O espírito dessa lei é servir de arma contra o mal intencionado e instrumento de justiça para os que não o são.

Os grupos suspeitos são aqueles que requerem o benefício antes da carência ou com menos de 15 contribuições, contribuintes individuais e domésticos pela facilidade de se inscreverem no sistema, empregados de pequenos comércios ou industriais. Esse grupo conta com parentes e amigos de empregadores e empregados de prefeituras.

A ODS .SSS 502.17/73 determina que:

(a) Quando DID é antes da 1ª contribuição e DII antes da 12ª contribuição o benefício será negado administrativamente

(b) Incapacidade posterior a 12ª contribuição, independente da DID faz jus ao benefício.

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A incapacidade advinda de doença que ocorreu posterior à primeira contribuição e antes da 12ª, que for prevista no art 33 inciso II RDPS, fará jus ao benefício. São elas: a tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, epondilite anquilosante, nefropatia grave, ou estado avançado da doença de Paget, bem como a pensão por morte e seus dependentes.

Circular 511/75 de 11005.3Dr Antônio Piancastelli Filho, nos itens

5 e 5.1, mandava fixar DII não como uma data e sim como ÉPOCA ( anterior ou posterior a 12ª contribuição ). Hoje informatizada a atuação pericial, isso já não é possível.

Justificativa dada por este expoente da perícia mineira, para não usar datas, era de que a tentativa de datar além de ser inútil induzia as fixações absurdas e incorretas. Não passa de mera tentativa ou palpite, muitas vezes, infeliz.

Por outro lado nunca houve um estudo que interpretasse, de maneira detalhada, como proceder à fixação da DID/DII a não ser a tentativa, cheia de dúvidas, de Luiz Lages Laurentys, perito especializado de Minas Gerais, datada de maio de 1981.

Laurentys apontou falha no sistema pericial como:

Falta de exame de admissão para os segurados; falta de orientação adequada aos peritos e dificuldades inerentes a fixação, uma vez que a tarefa de informar sobre eventos ocorridos há um ano ou mais sem a colaboração do segurado, intencionado a burlar, é por si só, difícil. Achava que a atuação sobre elas minimizaria os problemas da anti-seleção.

Contraditoriamente, por um longo período, fomos orientados, antes do SIMA, a fixar a DII, na DER (data da entrada do requerimento) quando não tivéssemos dados para a evidencia da DII.

Os frequentes conflitos em relação à fixação da DID e DII não ficam restritos à datação. Está presente também na interpretação, exemplo é o segurado que no exame pericial solicita o benéfico por cirurgia e o perito encontra uma doença antiga e incapacitante não alegada como causa da

incapacidade. A divergência entre os peritos, que gera conflito futuro, está na fixação da DII. Alguns fixam com base na operação e outros com base na doença antiga e incapacitante, por julgarem que a avaliação médico-pericial deve ser global e não por aparelhos ou sistemas do corpo humano.

Outra controvérsia desta fixação é em relação à doença psiquiátrica que vem por surtos. Alguns fixam a DII no primeiro surto, desconsiderando que o segurado possa ter trabalhado após ele; outros fixam em relação ao 2º surto, levando em consideração o período trabalhado após o primeiro.

Ainda dentro da psiquiatria outro ponto de conflito é a capacidade laborativa na depressão. Sobre esta doença é bom lembrar da crítica do sociólogo Allan V. Horwitz à psiquiatria, pois, segundo ele, os psiquiatras transformaram a tristeza comum em desordem depressiva. Em parceria com o psiquiatra Jerome Walkefield, tentam alertar sobre o que consideram um excesso de diagnóstico de depressão.

Outros conflitos quanto à fixação da DID e DII é a sua retroação:

Anterior a 12ª contribuição quando em perícias anteriores já houve benefício (confirmação de incapacidade recebendo Bi). Por vezes, retroação sem fundamentação adequada para retificação, outras vezes, pelo conflito entre a avaliação do segurado como um todo ou por partes.

(b) Anterior a 12ª contribuição quando já houve confirmação anterior de capacidade.

Pelo exposto fica claro que os servidores públicos precisam de aprimoramento técnico e humanístico contínuo, mas o que vemos é uma instituição que não enxerga que é sua responsabilidade fazê-lo ou facilitar que seja feito. Exemplo é o aprimoramento do perito por recursos e iniciativas próprias sem sequer ter liberação do dia de trabalho para aperfeiçoamento.

Outros aspectos conflitantes são: o resultado final do C1, não existe incapacidade laborativa, quando deveria ser, não faz jus ao benefício e torna claro o motivo; o ritmo de trabalho extenuante e a exigência de eficiência; o mobiliário da própria instituição, que paga benefício por doença ocupacional, ser anti-ergonônico e a

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estrutura física do ambiente inadequada para o fim a que se destina.

Pesquisa mostrada durante o primeiro Congresso de Perícia Médica Previdenciária em Salvador, Bruno Gil identifica a ofensa como a maior agressão sofrida pelos peritos: identifica o homem com 68% dos destratos e a mulher com 32%; mostra que 73% deles ingressaram no último concurso e 27% ingressaram entre 2004 e 2006 .

Esta pesquisa me fez lembrar de outro ponto de conflito que merece atenção: a linguagem.

Sabemos que toda linguagem é um sistema de signos (signo é uma coisa que está no lugar de outra, sob algum aspecto), estes substituem a existência física das coisas por um mundo de ideias que são menos mutáveis do que o mundo natural, por isso o grande poder das palavras pronunciadas. Elas tornam presentes à nossa consciência o objeto por elas referido e permitem lembrar o que já foi e fazer a projeção futura. Exemplificando a influencia da linguagem no conflito em perícia abordaremos falas frequentes de segurados com dores crônicas na coluna:

“o meu médico disse que as minhas dores na coluna não têm cura e que é para eu tomar esses remédios e ir levando; ...a sua radiografia é a de um velho de 80 anos; ... é de admirar que você ainda esteja andando, pela radiografia já deveria estar numa cadeira de rodas; ... o bico de papagaio que você tem é tão grande que não tem cura; ... o melhor que você faz é operar sua hérnia

de disco, mas se ficar paralítico, numa cadeira de rodas, não venha reclamar.”

Qual o leigo que tendo ouvido estas palavras vindas do especialista, a respeito da sua doença, duvidaria da sua incapacidade para desempenho de uma atividade laborativa?

O signo é uma coisa que está no lugar de outra que ele representa!

Dependendo do tipo de relação que o signo mantém com o objeto representado podemos ter: relação de semelhança (signo do tipo ícone), a exemplo uma fotografia; relação de causa e efeito (signo do tipo índice), exemplo: a febre é signo de doença, mas, será que febre é sempre doença? ; relação arbitrária (signo do tipo símbolo), regido por convenção, exemplo a cor preta representa o luto nas culturas ocidentais, enquanto a cor branca o representa na China.

Da mesma forma que existem tipos de signos existem regras de combinação e repertório destes, que se modificam em cada um dos tipos de linguagem criada pelo homem (linguagem médica científica, das ciências humanas, arquitônica, matemática, modas...) tornando as mais, ou menos flexíveis. Vimos também, em parágrafo anterior, tipos de pensamentos diferentes: o concreto, que se forma com a representação do objeto real, ou seja, a partir da percepção, portanto imediato, sensível e intuitivo; e o pensamento abstrato (não perceptível), relacional, mediato, racional, que se faz por mediação da linguagem. Se cada linguagem possui uma estrutura própria em nível

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de repertório e de regras de combinação e de uso, isso quer dizer que cada uma organiza a realidade de modo diferente da outra, pois estabelece repertório e regras diferentes. Assim, cada uma delas, pela sua estrutura, é infl uenciada a perceber a realidade, fazer abstrações e generalizar o pensamento, de formas diferentes.

Ao término desta segunda parte, refaço as perguntas que estimularão nossa reflexão sobre o tema:

Qual é o público alvo da perícia previdenciária?

Por que aumentam as agressões aos peritos?

O que pode ser feito para minimizar os confl itos na perícia médica?

Quais são os fa tores que dão or igem ao confl i to?

Como a nossa intenção neste trabalho é estimular a refl exão para promover a discussão, farei mais duas perguntas:

Dentro deste contexto abordado e sabendo que a perícia médica previdenciária é uma perícia técnica, há espaço para pensarmos na existência da segunda malignitude de Sêneca, ou ela já foi superada pelos novos conhecimentos?

Qual dos três pilares de sustentação das sociedades civilizadas do passado foi substituído na sociedade pós-moderna ou hipermodernidade, como dizem outros?

O que é o ser humano?

Variadas foram as tentativas da Filosofia de respondê-la, mas o que o caracteriza como humano é a comparação que pode ser feita com aquilo que ele não é, mas que lhe é próximo: os animais.

Para Rousseau, em analogia com os animais, o que o diferencia é a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de aperfeiçoar-se.

Ao homem dotado da cognição e emoção cabem indagações valorativas e normativas, ele pode escolher entre atos, condutas e posicionamentos.

Bibliografa

Carvalho Walden – Gerenciamento Humano. Apostila do curso Pós Graduação em Perícia Médica, Fundação Unimed, 2008,115p.

Ricardo josé – Introdução e Conceitos em Perícia Médica do curso Pós Graduação em Perícia Médica ,Fundação Unimed, 2008, 85 p.

Bunim Irving M. – A Ética do Sinai Ensinamentos dos Sábios do Talmud. Trad Dagoberto Mensch São Paulo, Sêfer,1998 , 523 p.

Antonio da Silva M. Trabalho Ócio e Capitalismo. Rev Filosofi a, Ciência e Vida, 2008, 26 (II): 42-49.

Dodsworth Magnavita A. - A sólida Felicidade Estóica para uma Moderinidade Liquida. . Rev Filosofi a, Ciência e Vida, 2008, 23 (II): 17-23.

Greggersen G –Chesterton e a Filosofi a do Homem Comum. Rev Filosofi a, Ciência e Vida, 2008, 23 (II): 53-59.

Bittencourt Nunes R – A Liquidez do Homem Pós Moderno. Rev Filosofi a, Ciência e Vida, 2008, 21 (II): 46-51.

Almeida Henrique E. - Sucesso de Público e de Critica. Rev ANMP, 2008, 6 (II), 28-29.

Nassif L. – O´´Rombo “ da Previdência. Rev ANMP, 2008, 2 (I), 30-33.

Aranha M L de A; Martins PM H- Filosofando Introdução à Filosofi a. São Paulo, Ed Moderna Ltda, 395p

Knoplich J – Como se Trata A Lombalgia Idiopática. São Paulo, Ver, 1984.

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32 ANMP em foco - Agosto/2009

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Todos os peritos médicos que utilizam o SABI (Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade) já se confrontaram com a tela “Considerações Médico Periciais” na qual se deve escrever as considerações fi nais em relação à concessão ou não do benefício pleiteado pelo segurado, observando-se a normativa legal do Parágrafo Primeiro do Artigo 50 da Lei 9784 de 22.01.1999: “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato”.

A fim de que haja um melhor entendimento desta normativa algumas considerações devem ser discutidas.

Conceitua-se ato administrativo como toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fi m

imediato adquirir, resguardar, transferir, modifi car, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigação aos administrados ou a si própria, devendo-se observar os princípios basilares da legalidade, fi nalidade, moralidade, publicidade e motivação.

Se por um lado o artigo 50 inciso II da Constituição Federal informa que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, por outro, claro, está que todo ato do Poder Público deve trazer consigo a demonstração de sua base legal e de seu motivo. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é licito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza (Princípio da Legalidade).

Assim sendo, não é a chancela da autoridade que valida o ato e o torna respeitável e obrigatório, mas sim a legalidade que o mesmo deve observar.

Da mesma forma, o Princípio da Motivação dos atos administrativos, após a Constituição de 1988, está inserido no nosso regime político, sendo assim uma exigência do Direito Público e da legalidade governamental.

Nesta vertente, a lição de Rafael Bielsa: “Por princípio, as decisões administrativas devem ser motivadas formalmente, vale dizer que a parte dispositiva deve vir precedida de uma explicação ou exposição dos fundamentos de fato (motivos-pressupostos) e de direito (motivos-determinantes da lei)”.

Motivação do atoadministrativoMAIS DO QUE UM DEVER LEGAL

Dr. Christiano Augusto Sambatti PieralisiPerito Médico Previdenciário

APS Cambé – GEX Londrina – PRBacharel em Direito

Pós-Graduando em Direito Previdenciário.

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Assim também vaticina Gaston Jèze: “O simples fato de não haver o agente público, exposto os motivos de seu ato bastará para torná-lo irregular; o ato não motivado quando devia ser, presume-se não ter sido executado com toda a ponderação desejável, nem ter tido em vista do interesse público da esfera de sua competência funcional”.

O ilustre magistrado Hely Lopes Meirelles assim afirma: “Nos atos administrativos que afetam o interesse individual do administrado, a motivação é obrigatória, para o exame de sua legalidade, finalidade e moralidade administrativa, assegurando a garantia da ampla defesa e do contraditório prevista no artigo 50, LV, da Constituição Federal”.

Assim sendo, a motivação “deve ser explícita, clara e congruente” (§ 10 do artigo 50 da Lei 9784/99), pois se não permitir o seu devido entendimento, a motivação não atenderá aos seus fins, podendo acarretar a nulidade do ato.

Mas além do dever legal supra-explicitado, outro fato tão importante quanto a observação da validade do ato, é, no caso da realização de perícias médicas, informar, ou melhor, demonstrar para um outro perito, quais foram as considerações, quais os embasamentos utilizados para justificar a concessão ou não de um benefício previdenciário, haja vista ser corriqueiro o fato de ser negado ou concedido um benefício sem que haja a motivação para tal. Fato este que enseja a nulidade do ato e difere o perito médico perante seus pares.

Bibliografia

Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro – 30a edição – Malheiros Editores Ltda: 2005 – São PauloAutor: Christiano Augusto Sambatti Pieralisi Perito Médico Previdenciário – Matrícula: 1541514 APS Cambé – Gerência Executiva em Londrina – Paraná

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RM, algumasconsiderações

Juliana Garbayo dos SantosPerita Médica do INSS

Psiquiatra pela universidadeFederal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ)

O Retardo Mental (RM) pode ser entendido como um comprometimento do desenvolvimento mental que se manifesta antes dos dezoito anos de idade e retarda o processo de desenvolvimento cognitivo. O funcionamento intelectivo signifi cativamente abaixo da média é a característica nuclear do retardo e se refl ete na difi culdade de aprendizagem e assimilação de novas informações e no comprometimento da capacidade de abstração. Tais características geram uma inevitável difi culdade de adaptação em todas as esferas da vida (profi ssional, social, familiar e econômica).

A etiologia do RM é multifatorial. Em geral, quanto mais grave o retardo, mais comumente se identifi ca um fator causal.

O RM deve ser classificado em um dos seguintes graus: leve, moderado, grave ou profundo.

O RM leve responde pela grande maioria dos casos de retardo (75-85%). Costuma passar despercebido até a idade escolar (seis a sete anos de idade), momento em que as difi culdades de aprendizagem se evidenciam. Os portadores de

RM leve são pouco criativos e inovadores e têm reduzida capacidade de abstração. Em geral não se identifi ca uma causa orgânica. O QI se situa entre 50 e 69 e a idade mental equivale à de uma criança entre sete e doze anos. São, em geral, perfeitamente capazes de exercer atividades laborativas menos complexas.

O RM moderado responde por cerca de 10% dos casos de retardo. Em geral, é possível identifi car alguma causa biológica. Costuma haver relato de atraso na aquisição dos marcos do desenvolvimento, especialmente na aquisição da fala. A maioria alcança recursos de comunicação que permitem conversas menos complexas com uso de vocábulos simples. É comum a ocorrência de distúrbios neurológicos, como crises convulsivas. A idade mental varia de quatro a sete anos e o QI se situa na faixa de 35-49. A escolaridade em geral não vai além do ensino fundamental. Caso recebam treinamento específi co, podem ser capazes de exercer tarefas simples, especialmente em ambientes protegidos. Raramente alcançam independência fi nanceira.

O Retardo Mental Grave representa 3 a 4 % dos casos. Costuma haver atraso signifi cativo no desenvolvimento da atividade motora ao longo da infância, em especial da coordenação motora fi na. Frequentemente, não alcançam níveis satisfatórios de comunicação verbal. Quando conseguem se alfabetizar (o que é raro) não vão além da escolaridade alcançada por uma criança de sete anos. Na vida adulta, comumente dependem de terceiros para atividades básicas, como se vestir, cuidar da própria higiene e preparar alimentos. Quase sempre há alterações

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neurológicas associadas ou outros comemorativos de organicidade. O QI se situa na faixa de 20 a 34.

O RM profundo corresponde de 1 a 2% dos casos. O QI estimado se situa abaixo de 20 pontos. Há necessidade de supervisão constante e completa dependência para os atos da vida diária. A linguagem, se existente, é rudimentar, não permitindo adequada comunicação verbal.

Com frequência, o perito médico previdenciário avalia portadores de retardo mental, particularmente nas perícias realizadas em requerimentos de benefício de prestação continuada (BPC/LOAS) e pensão por morte (maior inválido). Na avaliação do grau de retardo, o examinador deve investigar a história de complicações no parto e período neonatal, a aquisição dos marcos do desenvolvimento, a escolaridade e a existência de alterações neurológicas associadas. No exame psíquico, merecem especial atenção a avaliação da aparência (que pode incluir fáscies sindrômica), da atitude do periciando (comumente pueril nos casos

de RM), o vocabulário utilizado, a capacidade de realizar comparações, abstrações e cálculos matemáticos e o julgamento e entendimento da realidade.

Os portadores de RM moderado a profundo costumam ser incapazes para os atos da vida civil, aí incluída a vida laborativa. Os portadores de RM leve, como já assinalado, são capazes de realizar atividades laborais que não exijam grande esforço cognitivo e são, via de regra, aptos à vida independente e ao trabalho.

Referências Bibliográficas:

Abdalla-Filho, E. Retardo Mental. In: Taborda, JGV; Chalub, M; Abdalla-Filho, E. Psiquiatria Forense, c.19, p.315-326, Porto Alegre, ArtMed, 2004.

Alcântara, HR. Retardo Mental. In: Alcântara, HR. Perícia Médica Judicial, c.16, p.228-229, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2ed, 2006.

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Balanço das AçõesJudiciais

RELATÓRIO DE AÇÕES

Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social – ANMP

Acompanhamento ProcessualAtualização: 10 de julho de 2009

** As ações principais da ANMP foram destacadas em negrito.

1.EMENTA: Indenização por danos materiais decorrentes da ausência de reajuste dos servidores públicos federais nos anos de 1999, 2000 e 2001NÚMERO: 2004.34.00.018116-5LOCAL: 20ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os peritos-médicos e supervisores-médicos

Proposta em junho de 2004, a ação visa condenar a União a indenizar os filiados à ANMP pela ausência de reajuste salarial com base nos índices INPC/IBGE à partir de 1998.

Foi apresentada contestação, e a ANMP, em atendimento a despacho judicial, apresentou réplica refutando a argumentação sustentada pela União Federal em sua peça contestatória.

Deu-se provimento ao pedido da ANMP para que fosse concedida a indenização pelos danos materiais provocados pela não ocorrência de reajuste salarial.

2.EMENTA: Extensão integral da GDAMP

aos aposentados e pensionistasNÚMERO: 2004.34.00.018315-5LOCAL: 20ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Aposentados e pensionistas

Ação proposta em junho de 2004 tem a finalidade de garantir aos aposentados e pensionistas o direito à percepção da Gratificação de Desempenho de Atividade Médico-Pericial – GDAMP – no patamar máximo.

Em junho de 2006, o juiz responsável pelo processo proferiu sentença favorável à ANMP, mas limitou seus efeitos aos filiados residentes no DF. Por esse motivo, ainda em junho, a ANMP interpôs recurso de Apelação, tendo o INSS se manifestado a respeito em novembro.

O INSS, por sua vez, também interpôs recurso de Apelação e, atualmente, aguarda-se o julgamento dos recursos no TRF da 1ª Região.

3.EMENTA: Correto pagamento do Adicional por Tempo de Serviço e cobrança dos valores atrasadosNÚMERO: 2004.34.00.024682-4LOCAL: 1ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os peritos-médicos

Esta ação foi proposta em agosto de 2004 com a finalidade de condenar o INSS e a União a pagarem o valor integral dos adicionais por tempo de serviço dos filiados à ANMP calculados sobre a totalidade dos vencimentos básicos. Após a apresentação de contestação e réplica, foi proferida sentença julgando procedente o

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pedido da ANMP.O INSS opôs Embargos de

Declaração alegando omissão quanto à prescrição quinquenal. Os Embargos foram aceitos, determinando o juiz que o INSS pague os valores atrasados resultantes do pagamento a menor dos adicionais por tempo de serviço, acrescidos de juros de mora, a partir da data da citação, observada a prescrição quinquenal.

Abriu-se vista ao INSS e atualmente aguarda-se eventual recurso de apelação da autarquia.

4.EMENTA: Retroação dos efeitos fi nanceiros do exercício da opção pela nova Carreira de Perícia Médica ao dia 1º de fevereiro.NÚMERO: 2004.34.00.025516-9LOCAL: 13ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os peritos-médicos

Essa ação foi proposta em agosto de 2004 para que o INSS fosse condenado ao pagamento dos valores atrasados decorrentes da adoção do termo equivocado de início da vigência dos vencimentos da Carreira de Perícia-Médica, o qual foi contabilizado a partir do dia 18 de fevereiro de 2004 e não do dia 1º do referido mês.

Primeiramente, o INSS apresentou contestação, em relação à qual a ANMP se manifestou em fevereiro de 2005.

Atualmente, aguarda-se o parecer do Ministério Público Federal.

5. EMENTA: Adicional de insalubridade. Percepção no seu percentual máximoNÚMERO: 2004.34.00.028464-6LOCAL: 3ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os médicos-peritos

A presente ação foi proposta em setembro de 2004 visando à condenação do INSS e da União ao pagamento do adicional de

insalubridade no percentual de 20% sobre o vencimento do cargo efetivo a todos os fi liados à ANMP, além da diferença entre o valor pago e o valor devido desde setembro de 1999.

Após a apresentação de contestação e de réplica, a União requereu a produção de prova pericial em todos os locais de trabalho dos fi liados à ANMP, o que foi deferido pelo juiz. Entretanto, tal determinação revela-se impossível de ser cumprida, razão pela qual a ANMP apresentou recurso de embargos de declaração.

Em novembro de 2007, o juiz acolheu os embargos da ANMP e revogou a decisão que determinou a realização de prova pericial.

Atualmente, aguarda-se sentença.

6. EMENTA: Percepção do auxílio-alimentação nos termos do numerário auferido pelos servidores do Supremo Tribunal FederalNÚMERO: 2004.34.00.030944-1LOCAL: 2ª Vara Federal – Justiça FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os médicos-peritos e supervisores-médicos

A presente ação foi proposta em outubro de 2004. O seu objetivo precípuo é garantir a equiparação do valor do auxílio-alimentação dos fi liados ao dos funcionários do STF para os residentes em Brasília e dos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais para os residentes de outras unidades federativas.

Após a apresentação de contestação e réplica, o juiz proferiu sentença considerando improcedente o pedido formulado pela ANMP.

A Associação apresentou recurso de Apelação visando à reforma da sentença desfavorável em janeiro de 2006, entretanto o Juiz decidiu pelo seu não recebimento, fazendo com que a ANMP recorresse através de agravo de instrumento, que aguarda julgamento pelo TRF/ 1ª Região.

7.EMENTA: Averbação de tempo de serviço celetista em condições insalubresNÚMERO: 2004.34.00.043582-0LOCAL: 15ª Vara Federal

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– Justiça Federal BENEFICIÁRIOS: Todos os médicos-peritos

A presente ação foi ajuizada buscando a condenação do INSS e da União a averbar o tempo de serviço em atividade especial, devido a condições insalubres ou perigosas, exercido antes da publicação da Lei nº 8.112/90. A averbação deve ser feita na proporção especificada no Decreto 3.048/99, sendo que um ano de serviço em atividade especial corresponde a 1,4 ano de serviço em atividade comum para os homens e a 1,2 ano de serviço em atividade comum para as mulheres.

Em 15 de maio de 2007, a ANMP apresentou petição informando o reconhecimento administrativo do pedido, com fundamento no Memorando-Circular nº 15 do INSS. Por esse motivo, requereu a extinção do processo com julgamento de mérito, o que implica o reconhecimento defi nitivo do direito e de seus refl exos patrimoniais, como: abono de permanência e ATS.

Em junho de 2007 foi proferida sentença, na qual o juiz extinguiu o processo sem julgamento de mérito, diversamente do pedido da ANMP. Por esse motivo, a associação apresentou embargos de declaração objetivando a reforma da sentença.

Os embargos foram rejeitados e, diante disso, a ANMP apelou ao TRF-1ª Região.

8.EMENTA: Lei nº 10.876/04. Isonomia entre médicos peritos e médicos credenciados.NÚMERO: 2005.34.00.012267-2LOCAL: 17ª Vara FederalBENEFICIÁRIOS: Todos os médicos-peritos

Esta ação foi ajuizada em maio de 2005 para que os médicos peritos concursados fossem indenizados pela diferença mensal entre a remuneração percebida por eles e a dos médicos credenciados.

O INSS apresentou contestação e o juiz proferiu sentença decidindo pela improcedência do pedido inicial. Em vista disso, a ANMP interpôs recurso de Apelação, sobre o qual o

INSS já se manifestou. Aguarda-se decisão do TRF da 1ª Região.

9.EMENTA: Enquadramento dos Supervisores Médicos-Periciais em classe incompatível com as atribuições do cargo. Necessidade de reposicionamento na carreira.NÚMERO: 2005.34.00.017531-2LOCAL: 17ª Vara FederalBENEFICIÁRIOS: Supervisores Médicos-Periciais

A ação foi ajuizada em junho de 2005 com vistas a que fossem reposicionados na Classe Especial “S” os Supervisores Médicos Periciais que optaram por integrar a Carreira de Perícia Médica.

O INSS apresentou contestação e recentemente, foi proferida sentença de improcedência da demanda, o que ensejou a interposição de Recurso de Apelação pela ANMP. Atualmente, aguarda-se julgamento pelo TRF 1ª Região.

10.EMENTA: Contribuição Previdenciária de aposentados e pensionistas. Lesão aos princípios da legalidade e da noventena.NÚMERO: 2006.34.00.011147-8LOCAL: 21ª Vara BENEFICIÁRIOS: Aposentados e pensionistas

A ação foi proposta em 2006 para que fosse suspensa a cobrança da contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas fi liados até que sobrevenha Lei ordinária constitucional que defi na a base de cálculo desse tributo.

Atualmente, aguarda-se a prolação da sentença.

11. EMENTA: Contagem de tempo de serviço realizado em período anterior à Lei nº 8.112/90. Averbação. Tempo Concomitante.

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NÚMERO: 2006.34.00.033471-0LOCAL: 5ª Vara

O mandado de segurança foi impetrado em novembro de 2006 contra ato do Diretor de Benefícios do INSS, objetivando a averbação ao Regime Geral de Previdência Social do tempo de serviço prestado pelos beneficiários na qualidade de autônomos no período anterior à publicação da Lei 8.112/90.

Em janeiro de 2007, a liminar requerida pela ANMP foi deferida, e posteriormente, foi proferida sentença que julgou improcedente o pedido da ANMP, revogando a liminar anteriormente concedida.

Tendo em vista essa situação, a ANMP opôs embargos de declaração, os quais foram rejeitados e ensejaram a interposição de Recurso de Apelação. Atualmente, aguarda-se o julgamento deste recurso no TRF da 1ª Região.

12. EMENTA: Incidência de contribuição previdenciária sobre o terço de férias.NÚMERO: 2006.34.00.036645-2LOCAL: 16ª Vara

A ação foi proposta em dezembro de 2006 com os objetivos de impedir o INSS de cobrar contribuição social sobre a parcela do terço constitucional de férias e de condená-lo a devolver os valores descontados das remunerações dos filiados à ANMP nos últimos 5 anos, acrescidos de juros e correção monetária.

Em novembro de 2007, foi publicada sentença, tendo sido julgado improcedente o pedido. Por esse motivo, a ANMP interpôs Apelação, que aguarda julgamento no TRF da 1ª Região.

13. EMENTA: Reparação por danos morais e materiais. Operação “Com Dor”.NÚMERO: 001/1.07.0022873-3LOCAL: 15ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de porto Alegre/RS.

A ação em epígrafe foi ajuizada em 2007 pelo médico Boris Nadvorny contra a ANMP. Por meio dela, o médico pleiteia danos morais e materiais em virtude da publicação no site da associação das ações da Polícia Federal no Rio Grande do Sul.

Houve sentença julgando improcedente o pedido e o Autor apresentou recurso de apelação que aguarda julgamento.

14. EMENTA: GDAMP. Falha no sistema operacional do INSS. Irregular avaliação do desempenho institucional.NÚMERO: 2007.34.00.043308-7LOCAL: 4ª Vara Federal.

A ação foi ajuizada em dezembro de 2007 com o objetivo de condenar o INSS a pagar aos filiados da ANMP a parcela institucional da Gratificação de Desempenho de Atividade Médico-Pericial – GDAMP – de modo integral.

A percepção do pagamento integral dessa gratificação deve ocorrer até que o INSS corrija a falha no sistema operacional que impossibilita a aferição do real tempo médio entre a data de marcação da perícia inicial e a data de realização do exame, parâmetro que serve de base para a avaliação de desempenho institucional.

Busca-se também nesta ação, que o INSS publique as causas que fundamentam os resultados obtidos nas avaliações de desempenho institucional, que orientam o cálculo do valor da gratificação a ser recebida pelos médicos peritos.

Em fevereiro de 2008, foi proferida decisão que deferiu parcialmente a tutela antecipada requerida pela ANMP, apenas para determinar ao INSS que, no prazo de dez dias, publicasse as causas que fundamentaram os resultados obtidos nas avaliações de desempenho institucional, divulgadas através da Portaria nº 22 INSS/DIRBEN, de 24/10/2007, de forma motivada e individualizada em relação à cada Unidade de Avaliação.

O INSS apresentou dados ininteligíveis, e, em virtude disso, a ANMP apresentou petição requerendo a

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apresentação de dados compreensíveis para justificar as avaliações de desempenho institucional.

Atualmente aguarda-se decisão do juiz.

15. EMENTA: Memorando Circular 81 INSS/DIRBEN. Tempo de serviço realizado em período anterior a Lei nº 8112/90. NÚMERO: 2007.34.00.044383-1LOCAL: 16ª Vara Federal.

Esta ação foi ajuizada, com pedido

de tutela antecipada, em dezembro de 2007 para que fosse garantida a emissão de Certidões por Tempo de Serviço dos associados, para efeitos da contagem especial do tempo de serviço, tendo em vista que o Diretor de Benefícios do INSS editou o MEMO CIRCULAR nº 81 que sobrestou a referida emissão.

O juiz declarou extinto o processo, sem resolução do mérito, alegando que houve perda de objeto em virtude da edição do Memorando-Circular nº 05 INSS/DIRBEN que teria determinado a retomada da emissão de certidões referentes ao tempo de serviço.

16.EMENTA: Adicional de Insalubridade para cedidos ao Conselho de Recursos da Previdência SocialNÚMERO: 2008.34.00.007241-1LOCAL: 20ª Vara Federal.

Este mandado de segurança foi impetrado em março de 2008, contra ato do Diretor de Recursos Humanos do INSS, objetivando a garantia do pagamento do adicional por exercício de atividade insalubre aos médicos peritos cedidos ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

Em momento posterior, verificou-se que a autoridade impetrada procedeu o corte do adicional de insalubridade para os membros do Conselho de Recursos da Previdência Social e que ela pretendia a devolução dos valores da gratificação já percebidos pelos beneficiários. Por

isso, a ANMP requereu, em março de 2008, provimento de natureza cautelar no processo. Pretendia-se impedir por meio dele que os beneficiários fossem compelidos a devolver valores já pagos a título de adicional de insalubridade, o que foi garantido em abril de 2008.

Diante disso, o juiz decidiu, no último mês de março, no sentido de obstar os descontos na remuneração dos servidores dos valores já percebidos por estes. Como não se pronunciou acerca da continuidade do recebimento, a ANMP opôs embargos de declaração com vistas a obter maior clareza na sentença.

17.EMENTA: Aposentadoria. Proporcionalização de gratifi cações não vinculadas ao vencimento básico.NÚMERO: 2008.34.00.008011-0LOCAL: 2ª Vara Federal

Em março de 2008, foi impetrado esse mandado de segurança com o objetivo de conseguir determinação judicial que impeça qualquer alteração no pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade Médico -Pericial – GDAMP – e da Gratificação Específica a Perícia Médica – GEPM – dos aposentados e pensionistas associados que percebem proventos proporcionais.

Foi proferida decisão que deferiu a liminar pleiteada e, inconformados, o INSS e a União interpuseram Agravos de Instrumento.

O Tribunal negou provimento a ambos os agravos.

Posteriormente, verifi cou-se que a decisão judicial estava sendo descumprida em algumas agências do INSS. Por isso, a ANMP apresentou petição informando o descumprimento da liminar ao juízo.

Em fevereiro de 2009, o INSS interpôs recurso especial e recurso extraordinário ao STJ e ao STF, respectivamente. Entretanto, em março de 2009, o juízo de 1º grau julgou procedente o pedido da ANMP e concedeu a segurança para que fosse restabelecido o pagamento integral da GDAMP e GEPM para aqueles aposentados que já as percebiam integralmente.

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18. EMENTA: Pedido de explicações sobre as estatísticas divulgadas com relação a denúncias contra Médicos Peritos.NÚMERO: 2008.34.00.027053-6LOCAL: 10ª Vara Federal

Em agosto de 2008, foi apresentada essa interpelação objetivando pedir explicações em juízo acerca de denúncias contra médicos peritos divulgadas em encontro público pelo Ouvidor Geral do Ministério da Previdência Social.

O juiz proferiu decisão ordenando a remessa dos autos a Vara Criminal da Seção Judiciária de São Paulo. Por se tratar de matéria penal, a ANMP não possui mais competência para liderar a ação, que continua em curso para averiguar a responsabilidade penal do Ouvidor-Geral da Previdência Social.

19.EMENTA: Direito de greve dos Médicos Peritos da Previdência Social. NÚMERO: MC 14770 e MS 13860 LOCAL: Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça

No dia 16 de setembro de 2008, o INSS propôs medida cautelar, com pedido de concessão de liminar, objetivando suspender o movimento grevista dos médicos peritos. No dia 17 de setembro, o Ministro Arnaldo Esteves Lima concedeu liminar ao INSS para suspender a greve dos médicos peritos, fi xando multa diária em caso de descumprimento da decisão. A ANMP apresentou contestação à medida cautelar. Aguarda-se decisão do STJ.

Em contrapartida, no dia 18 de setembro, a ANMP impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, para declarar a legalidade da greve e para impedir que sejam aplicadas quaisquer medidas punitivas contra os servidores grevistas. A liminar foi indeferida. Em virtude disso, a ANMP interpôs Agravo Regimental buscando reformar essa decisão. Atualmente, aguarda-se decisão do STJ.

20.EMENTA: Impossibilidade de devolução de parcelas percebidas de boa-fé. Descontos indevidos.NÚMERO: 2008.34.00.033212-0LOCAL: 6ª Vara Federal

Em outubro de 2008, foi impetrado esse mandado de segurança com pedido de liminar, contra ato do Diretor de Recursos Humanos do INSS, para impedir o INSS de realizar o desconto em folha a que alude o Memorando-Circular nº 38/2008, garantindo aos filiados à ANMP que os valores supostamente pagos a maior não sejam descontados de suas remunerações a partir do mês de outubro.

O pedido de liminar foi indeferido, motivo pelo qual a ANMP apresentou recurso de Agravo de Instrumento, que não prosperou.

Em abril de 2009, o juiz de primeiro grau julgou improcedente o pedido da ANMP, que recorreu da decisão. Aguarda-se, agora, a remessa de autos ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

21.EMENTA: Parcelas percebidas de boa-fé a título de ATS. Descontos indevidos. NÚMERO: 2008.34.00.033907-9LOCAL: 15ª Vara Federal

Em outubro de 2008, foi impetrado esse mandado de segurança, contra a to do Diretor de Recursos Humanos do INSS, para impedir que os valores recebidos a t í tulo de ATS, supostamente pagos a mais , sejam descontados da remuneração dos servidores .

A liminar requerida pela ANMP foi deferida para impedir que os descontos fossem realizados a partir do mês de outubro.

Diante dos insistentes descumprimentos por parte do INSS, a ANMP comunicou ao juízo a continuidade dos descontos e atualmente aguarda pronunciamento sobre esta questão.

Em janeiro de 2009, foi editada sentença definitiva ordenando a suspensão das cobranças por parte do INSS. A juíza, entretanto, não se pronunciou sobre as parcelas já descontadas. Diante disso, a ANMP

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opôs Embargos de Declaração requerendo tal posicionamento, os quais foram rejeitados. A ANMP interpôs recurso de apelação e aguarda envio dos autos ao TRF – 1ª Região.

22.EMENTA: Evitar devolução ao Erário de parcelas recebidas de boa-fé e revogação de aposentadorias concedidas. Memorando-Circular nº 75 INSS/DIRBEN.NÚMERO: 2008.01.00.067819-8, referente ao Mandado de Segurança nº 2006.34.00.033471-0LOCAL: TRF1 – 2ª Turma

Em dezembro de 2008, foi proposta essa ação cautelar para obstaculizar as determinações do Memorando-Circular nº 75 INSS/DIRBEN, que busca revisar as aposentadorias concedidas a partir da liminar revogada do MS nº 2006.34.00.033471-0.

A referida liminar foi concedida garantindo a averbação das contribuições realizadas pelos filiados à ANMP, na qualidade de autônomos. Porém, assim que a liminar foi revogada, foi editado o Memorando-Circular nº 75 para revisar as aposentadorias já concedidas e determinar a reposição ao Erário dos valores recebidos.

Por isso, foi proposta a referida ação cautelar para impedir a efetivação das determinações do INSS, enquanto não é julgada a apelação do MS 2006.34.00.033471-0.

O pedido de liminar já foi deferido para impedir a devolução das parcelas recebidas de boa-fé e a revisão dos benefícios dos peritos médicos.

O processo original foi remetido ao TRF da 1ª região e, atualmente, aguarda-se sentença.

23.EMENTA: Sobrestamento da emissão de Certidões de Tempo de Contribuição.NÚMERO: 2009.34.00.001877-0LOCAL: 16ª Vara Federal

A ANMP impetrou tal mandado de segurança em janeiro de 2009, com vistas a garantir aos peritos médicos a emissão de Certidões de Tempo de Contribuição para fins

de aposentadoria. Ainda em janeiro, o pedido de liminar nela constante foi indeferido.

A ANMP apresentou petição de descumprimento, mas o INSS alega que já o realizou reconhecendo administrativamente o direito à contagem especial por meio da Orientação Interna INSS/DRH nº 01/2009.

Atualmente, aguarda-se sentença.

24.EMENTA: Contagem diferenciada do tempo de serviço após a vigência da Lei 8.112/90. Servidores que percebem adicional de insalubridade. NÚMERO: MI 992LOCAL: Supremo Tribunal Federal

No dia 13 de fevereiro de 2009, a ANMP impetrou mandado de injunção em face ao Presidente da República Federativa do Brasil para defi nição de uma norma específi ca a ser temporariamente aplicada ao caso dos Médicos e Peritos da Previdência Social. Pediu, ainda, que seja aplicada contagem diferenciada aos substituídos pela Administração Pública.

Em 25 de maio de 2009, a Ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie julgou procedente o pedido formulado pela Associação para computar o tempo de serviço, na qualidade de servidores públicos expostos a condições insalubres, como especial, à razão de 1,4 para homens e 1,2 para mulheres. A decisão teve o seguinte dispositivo:

“Ante todo o exposto, com base nos precedentes citados e na autorização especificamente concedida, pelo Plenário desta Casa, para a apreciação monocrática dos casos idênticos àquele veiculado no Mandado de Injunção 795 (Informativo STF 542), concedo a ordem pleiteada para, declarando a mora legislativa na regulamentação do art. 40, §4º, da Carta Magna, determinar a aplicação, pela autoridade administrativa competente, dos termos do art. 57 da Lei 8.213/91, para fins de averiguação do atendimento de todos os requisitos necessários à concessão de aposentadoria especial em favor dos servidores públicos representados pela associação impetrante.

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Em junho de 2009, foi apresentada petição solicitando inclusão de novos associados e informando o descumprimento de decisão judicial, uma vez que o INSS não implementou as medidas necessárias para a efetivação do direito dos servidores.

25.EMENTA: Entrega da CRER aos segurados via Correios. Responsabilidade objetiva do INSS.NÚMERO: 2009.34.00.007860-8.LOCAL: 3ª Vara Federal

Em março de 2009, a ANMP propôs ação objetivando a entrega da CRER aos segurados por via remota, com vistas a evitar a continuidade das agressões sofridas pelos peritos médicos nas APS. Buscou-se mostrar a responsabilidade objetiva do INSS decorrente de omissão da entidade autárquica ao forçar a entrega da CRER no interior das agências, algo que acabaria por tornar inviável a adequada conduta durante as perícias.

Atualmente, aguarda-se a apreciação do pedido de antecipação de tutela.

26.EMENTA: Possibilidade de redução da jornada de 8 horas diárias sem intervalo para refeições.NÚMERO: 2009.34.00.009235-9LOCAL: 22ª Vara Federal

No dia 25 de março de 2009, a associação propôs tal ação, com pedido de tutela antecipada, para que seja possibilitado o cumprimento da jornada de trabalho ininterrupta de seis horas diárias e trinta semanais , nas agências abertas das 7:00 às 19:00 horas nos dias úteis.

Foi proferida decisão indeferindo a tutela antecipada e, atualmente, aguarda-se sentença.

27.EMENTA: Eduardo Henrique Rodrigues de Almeida x ANMP. Afastamento

de diretor. Comissão de sindicância. Danos morais e materiais.NÚMERO: 0024.09.548.773-2LOCAL: 9ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte

O Sr. Eduardo Henrique Rodrigues de Almeida, então vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, propôs ação de reparação de danos morais e materiais decorrentes da suspensão de suas prerrogativas enquanto vice-presidente da Associação, após trabalho realizado por Comissão de Sindicância.

O autor pediu antecipação dos efeitos da tutela sem audiência da Ré, mas esta foi indeferida pelo juiz de direito.

Após ser citada, a ANMP opôs exceção de inompetência, uma vez que o foro de Belo Horizonte não é competente para julgar a ação, já que a sede da Ré (no caso, a ANMP) localiza-se em Brasília e todos os fatos alegados ocorreram nesta capital. Atualmente, aguarda-se pronunciamento do autor acerca de tal alegação.

28.EMENTA: Marilia Gava e outros x ANMP. Suspensão do processo eleitoral da ANMP.NÚMERO: 2009.01.1.056634-6LOCAL: 14ª Vara da Circunscrição Especial Judiciária de Brasília.

Os autores propuseram ação cautelar, com pedido de antecipação de tutela, visando à suspensão do processo eleitoral da ANMP, ocorrido em abril último.

A antecipação de tutela foi indeferida pelo juízo de primeiro grau, fato que levou os autores a interporem recurso sob a modalidade de agravo de instrumento ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios que, no exame recursal, confirmou o entendimento assentado pelo juízo de origem, negando provimento ao pedido de suspensão do feito e reafirmando a conformidade das eleições com as disposições estatutárias.

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Método racional para as análises de perfis

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Autor: Moacir Tassinari dos SantosPerito Médico PrevidenciárioGEX: Uruguaiana - RSTítulo: Método Racional Para

As Análises Dos Perfis Profissiográficos Previdenciários

Introdução: Este trabalho destina-se a sugerir uma rotina simples para as revisões dos Perfi s Profi ssiográfi cos Previdenciários pelos peritos médicos previdenciários que fazem as análises técnicas dos PPPs., ressaltando os pontos críticos destes documentos.

Objetivos: Ordenar de forma racional o caminho a ser seguido para as detecções de inconsistências técnicas, bem como subterfúgios administrativos usados para o não cumprimento das obrigações previdenciárias por parte de quem as deva cumprir, como informações não corretas em vários setores, ocorrências de GFIP informadas nos PPPs de forma diversa da constante na Secretaria da Receita Federal do Brasil. Ordenar as formas de detecções de outras inconsistências, tais como código da CNAE desatualizado e outras.

Método: O método a ser aplicado é o do desenvolvimento de uma rotina lógica a ser apresentada, que depois de absorvida pelo perito analisador dos documentos - PPP- tornam as análises dos mesmos rápidas, efi cientes e com muito poucas chances de erros por parte dos peritos.

R e s u l t a d o s : Como resultados das aplicações destas rotinas, as análises dos PPPs são efetuadas com mais celeridade, poupando

perdas desnecessárias de tempo, com mais precisão, mais efi ciência, por chamarem as atenções aos pontos críticos onde possam haver inconsistências e indícios de tentativas de burlas à legislação previdenciária, como sonegação fi scal et cetera, que prejudicam o segurado.

Conclusão: Chegamos à conclusão de que esta rotina de revisão deva ser conhecida por todos os peritos, pelos magnífi cos resultados que dá em benefício dos segurados. Mais do que isto, deve ser criticada, revisada em seus pontos falhos, mas principalmente complementada pelos demais peritos. Nasceu de muitas cabeças, dos pensamentos, das preocupações e dos trabalhos de incontáveis peritos médicos previdenciários. Apenas tentamos ordenar esta rotina, para que em todo o Brasil falemos a mesma língua em relação às análises dos PPPs, pois se assim não o fi zermos, estes documentos serão nada mais nada menos do que “um tiro no pé” dos segurados e do INSS, pela infi nidade de processos na Justiça Federal que serão propiciados se eles – os PPPs – não forem bem analisados.

Palavras-chave: Perfi l Profi ssiográfi co Previdenciário; PPP; análise.

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coComitê Técnico Científico ePrograma de Educação Continuada

Autor: Mônica R. de Araújo SouzaPerita Médica Previdenciária GEX: Título: Comitê Técnico Científico E

Programa De Educação Continuada Da Perícia Médica: Um Modelo Na Gex/Jps

Introdução: Face às constantes modificações na legislação previdenciária, trabalhista e administrativa vigentes, aliadas ao rápido progresso da medicina nas mais diversas especialidades, bem como à necessidade do conhecimento ligado à saúde do trabalhador e à medicina ocupacional, exige-se do perito médico previdenciário uma rotina de treinamentos e aperfeiçoamento, objetivando a capacitação e atualização permanente para atividade médico-pericial.

Objetivo: Profissionalizar a categoria, buscando elevar a perícia médica a um patamar de maior qualificação e excelência no desenvolvimento da atividades médico-periciais, visando também a melhoria da qualidade do atendimento.

Método: Neste contexto, destaca-se a importância da criação do Comitê Técnico Científico (CTC), responsável pelo planejamento, gerenciamento, organização e operacionalização das ações do programa de educação continuada da perícia médica (PECPM). O conjunto de ações que compõe as principais linhas de atuação do

PECPM é realizado, utilizando-se da estrutura física e da mão-de-obra especializada e qualificada já existente, não acarretando sobrecarga ou ônus adicionais para a instituição. Os objetivos traçados pelo CTC são atingidos através de várias frentes de trabalho, ou linhas de atuação: 1) reuniões de serviço; 2) reuniões de grupos técnicos; 3) cursos modulares, treinamentos e ciclos de palestras; 4) projetos de pesquisa técnico-científica; 5) levantamentos e análises de dados epidemiológicos; 6) participação sistemática nas ações e políticas de saúde do trabalhador e controle social.

Conclusões: A criação do CTC e do PECPMP vai ao encontro das inúmeras iniciativas institucionais e federais que vêm sendo implantadas na gestão atual, e anteriores, visando: “o desenvolvimento das competências dos servidores, a pluralidade do corpo funcional, e o compromisso com a melhoria da qualidade de vida e da qualidade do atendimento, observando a disponibilidade orçamentária, a otimização de recursos financeiros e a necessidade de preservação dos talentos existentes na Instituição, estimulando o surgimento de novos, no tocante às competências técnicas, gerenciais e humanas, visando à produção e à divulgação de conhecimento científico no âmbito institucional” (IN INSS/PRES n° 21/2007 e decreto 6.114/2007.

Palavras-chave: programa de educação continuada; comitê técnico-científico; GEX JPS.

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Análise dos acidentes do trabalho na Paraíba

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Autor: Mônica R. de Araújo SouzaPerita Médica Previdenciária GEX: Título: Análise Dos Acidentes Do

Trabalho Na Paraíba: Segmento Populacional Acima De 50 Anos

Introdução: O processo de envelhecimento no Brasil acompanha uma tendência mundial, onde se observa uma transição demográfica, com um aumento no número de idosos. Vários fatores são responsáveis por esse processo, que resulta em um aumento na esperança de vida. O envelhecimento não é um fenômeno apenas cronológico, mas resultado da associação de variáveis que englobam aspectos sociais, políticos, ambientais e culturais, além de hereditários. Exigem-se políticas públicas voltadas para essa área, notadamente no que se refere ao mercado de trabalho. Buscou-se entender essa realidade na Paraíba, já que existe um massivo processo migratório, fato que despertou-nos o interesse no presente estudo.

Objetivos: Traçar um perfil do trabalhador acidentado na faixa etária acima de 50 anos, no período de 2002-2005 no estado da Paraíba.

Método: Realizamos um levantamento das referências pertinentes à literatura que aborda este assunto e, após, a partir de dados secundários

do IBGE e das CATs cadastradas na Previdência Social, alusivas ao Estado no período considerado, chegamos a um total de 8.655 registros de acidentes de trabalho, dos quais 1.100 de pessoas que estão acima de 50 anos de idade. Destacamos ainda dados da população economicamente ativa – PEA, evidenciando que no período do estudo ocorreu um expressivo crescimento da PEA do estado da Paraíba. Registramos a proteção estatal e o trabalho, com uma retrospectiva histórica e legal sobre o tema. O acidente de trabalho e a notificação oficial foram também abordados, sua evolução histórica e quais instituições são obrigadas a encaminhar vias dessa notificação.

Conclusão: Observamos que, das variáveis estudadas, houve uma considerável diferença entre os dois grupos etários, quanto ao número de acidentes no decorrer dos anos estudados, e viu-se que houve um aumento na faixa etária inferior aos 50 anos e uma diminuição na população acima de 50 anos. Outra variável que observou diferenças foi o tempo de recuperação, os acidentados com idade superior a 50 anos apresentaram um número maior de dias para recuperação. O presente trabalho permitiu estimular o debate sobre a questão do envelhecimento no processo de trabalho.

Palavras-chave: envelhecimento; acidente de trabalho; idoso; CAT.

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coPerfil dos seguradosnas Ações Judiciais

Autora: Priscilla PiresPerita Médica PrevidenciáriaTítulo: Perfil Dos Segurados Do

Inss Nas Ações Judiciais Por Incapacidade Introdução: Enquanto os gastos com auxílio-doença reduzem-se no INSS, cresce a demanda judicial pelo re-estabelecimento dos benefícios cessados. Este trabalho surgiu da necessidade de dar um feedback aos peritos da APS acerca da atividade executada na esfera judicial.

Objetivos: Detalhar o perfil do segurado do INSS que busca a Justiça Federal, com o objetivo de ver seu auxílio-doença re-estabelecido. Comparar o perfil dos que obtiveram êxito com o dos demais, a fim de melhorar a acurácia da avaliação pericial na APS.

Método: Analisaram-se 184 processos pelo re-estabelecimento ou concessão de auxílio-doença, nos quais a autora foi assistente técnica do INSS, no Juizado Especial Federal Previdenciário, entre agosto e dezembro de 2008. Dividiram-se os processos em dois grupos: (1) benefícios re-estabelecidos desde sua cessação e (2) beneficios não re-estabelecidos. As variáveis idade, sexo, tempo de benefício, vinculação ao RGPS, atividade declarada, patologia e APS de origem foram trabalhadas no Excel.

Resultados: 69% não tiveram seu benefício re-estabelecido, 16 % o tiveram e 15% ainda não foram sentenciados. A idade média entre os autores foi de 50 anos. Os homens responderam por apenas 34,2% do total, mas foram 52% no grupo que teve re-estabelecimento. A vinculação ao RGPS encontrada foi: 35% autônomo, 30% empregado, 23% desempregado, 8% segurado especial. Principais atividades declaradas: faxineira (14,1%), ASG (9,2%), empregada doméstica (7,6%), rural (7,1%), costureira (6%). Os CID-10 predominantes foram: M54, M75 e sequelas traumáticas. As gonartroses, coxartroses, artrite reumatoide e

síndrome do túnel do carpo foram as principais patologias dentre os reestabelecimentos. Uma APS destacou-se por demanda e re-estabelecimentos 50% maiores que a média.

Conclusão: O perfil do segurado da demanda judicial é feminino (65,8%), tem em torno de 50 anos, e trabalha na atividade de limpeza (30,9%) nas várias formas de vinculação ao RGPS. No grupo dos benefícios re-estabelecidos, 52% foi masculino. Não houve nenhum profissional liberal na amostra, denotando a baixa escolaridade. A necessidade de aperfeiçoamento situa-se entre as gonartroses, coxartroses, artrites e STC. A avaliação do INSS mostrou-se precisa nos CIDs de fibromialgia, tendinite, epicondilite e dor articular inespecífica.

Palavras-chave: INSS; processo judicial; Florianópolis; incapacidade; perfil.

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Análise dos acidentes de trabalho no país em 2007

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Autora: Renata de Oliveira A. MarquesPerita Médica PrevidenciáriaGEX: Título: Análise Dos Acidentes De

Trabalho Registrados Pelo Inss No País Em 2007

Introdução: Enquanto o Brasil sofre profundas mudanças econômicas no cenário mundial, observa-se, por outro lado, um aumento no número de acidentes de trabalho registrados pelo INSS nos últimos anos.

Objetivo: Analisar todos os acidentes de trabalho registrados pelo INSS no país em 2007.

Método: Foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa do tipo série histórica. As variáveis utilizadas foram: as grandes regiões do Brasil, sexo, idade, os 10 códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID) e as 10 atividades da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) mais incidentes. As informações foram coletadas a partir da base de dados do INSS. O quantitativo de acidentes de trabalho registrados em 2007 foi de 653.090, tendo ocorrido 363.953 (55,7%) no

Sudeste, 145.203 (22,2%) no Sul, 71.615 (11,0%) no Nordeste, 44.775 (6,9%) no Centro-Oeste e 27.544 (4,2%) no Norte. Em relação ao sexo, foram registrados 479.008 (73,3%) acidentes de trabalho em homens e 174.074 (26,7%) em mulheres. Quanto à distribuição dos acidentes de trabalho por faixa etária, 22.140 (3,4%) dos casos ocorreram até 19 anos; 336.773 (51,6%) entre 20-34 anos; 161.804 (24,8%), entre 35-44 anos; 101.552 (15,5%), entre 45-54 anos; 28.880 (4,4%), na faixa de 55-64 anos; 1.853 (0,3%), entre 65 anos e mais; e 88 (0,01%) ignoradas. Dentre os três CID mais incidentes, 75.359 (11,5%) ocorreram por traumatismos de punho e mão; 50.706 (7,8%) por dorsalgia e 41.530 (6,4%) por

fratura ao nível do punho e da mão. Dentre as três atividades classificadas pelo CBO, mais incidentes, 39.017 (21,3%) foram ignoradas; 70.540 (10,8%) são trabalhadores dos serviços e 69.063 (10,6%) são trabalhadores de funções transversais.

Conclusão: Concluiu-se que, do total de acidentes de trabalho registrados em todo o território nacional pelo INSS em 2007, a maior parte ocorreu na Região Sudeste, entre homens, na faixa etária de 20-34 anos, por traumatismos de punho e mão e em empregados cuja ocupação foi ignorada. Há, portanto, uma real necessidade de melhor especificação, por parte do INSS, da atividade profissional do segurado acidentado e que sejam realizados maiores investimentos governamentais e empresariais em ações educativas e preventivas trabalhistas, direcionadas principalmente aos jovens, sempre mais susceptíveis a mudanças e, como contrapartida, com maior potencial produtivo a longo prazo.

Palavras-chave: acidente de trabalho; INSS; 2007.

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Roteiro de VistoriaTécnica Previdenciária

Autora: Simone de Oliveira C. EvangelistaPerita Médica PrevidenciáriaTítulo: Roteiro De Vistoria Técnica

Previdenciária (RVTP)

Introdução: É prerrogativa da perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o estabelecimento do nexo técnico, sendo a vistoria técnica um instrumento de grande relevância para caracterização da incapacidade laboral decorrente da atividade ocupacional exercida pelo segurado. A vistoria técnica é um procedimento médico-pericial que consiste na análise do ambiente de trabalho do segurado, considerando o processo e a organização do trabalho como determinantes do surgimento de agravos à saúde do trabalhador. Com o advento do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), que veio se somar aos nexos técnicos previdenciários existentes (individual, profissional e do trabalho), a vistoria técnica do local do trabalho tornou-se cada vez mais necessária para dirimir dúvidas surgidas a partir das contestações e recursos apresentadas pelas partes envolvidas, ou seja, trabalhador e empresas.

Objetivo: Otimizar e uniformizar as atividades da perícia médica no que tange a realização da vistoria técnica no âmbito da Gerência-Executiva do INSS em João Pessoa-PB (GEx JPS).

Método: O presente trabalho surgiu a partir de estudos realizados pelo grupo técnico (GT) de saúde do trabalhador da GEx JPS, através de reuniões semanais na SGBENIN. O roteiro proposto tem como base os critérios estabelecidos na OI DIRBEN n° 89/2004 e foi organizado em etapas e com confecção de formulários específicos para os agentes nocivos envolvidos e de check-list dirigido para avaliação das condições ergonômicas do ambiente de trabalho.

Resultados: O RVTP desenvolvido apresenta três etapas, a primeira etapa de análise processual, a segunda da inspeção do local de trabalho e a terceira da conclusão médico-pericial. Para a realização da inspeção do local de trabalho, foram desenvolvidos formulários específicos e check-list dirigidos aos diversos riscos ocupacionais de acordo com as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

Conclusão: A utilização do RVTP proporcionou maior objetividade e praticidade na realização das vistorias técnicas no âmbito da GEx JPS, no momento em que permitiu a uniformização de condutas e padronização de procedimentos, subsidiando as conclusões médico-periciais para estabelecimento do nexo técnico previdenciário.

Palavras-chave: vistoria técnica; nexo técnico.

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Análise dos acidentes por distúr-bios osteomusculares em 2007

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Autora: Simone de Oliveira C. EvangelistaPerita Médica PrevidenciáriaGEX:Título: Análise Dos Acidentes Do

Trabalho Por Distúrbios Osteomusculares Registrados No Instituto Nacional Do Seguro Social No Ano De 2007

Introdução: O trabalho pode gerar vida e saúde, mas também pode gerar mortes, doenças e incapacidade parcial ou permanente do indivíduo ao exercer suas funções. Cabe à Previdência Social, através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), substituir, com a concessão de benefícios, a renda do trabalhador contribuinte quando este perde a capacidade para o trabalho. Benefícios acidentários são concedidos ao segurado incapacitado para o trabalho em decorrência de acidente de trabalho, de doença profissional ou do trabalho. Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), definidos como doença profissional ou do trabalho, e assim, equiparados a acidente do trabalho, correspondem a um conjunto de afecções relacionadas às atividades laborativas que acometem músculos, fáscias musculares, tendões, ligamentos, articulações, nervos, vasos sanguíneos e tegumento. As várias formas clínicas de manifestação dos DORT têm como aspecto comum a dor e as incapacidades funcionais temporárias ou permanentes.

Objetivo: Analisar o perfil dos acidentes do trabalho registrados em decorrência de DORT no INSS no ano de 2007.

Método: Foi realizado um estudo transversal, do tipo descritivo, com abordagem quantitativa, utilizando registros de benefícios concedidos pelo INSS por agravos relacionados ao trabalho que geraram incapacidade temporária no ano 2007, obtidos do Sistema Único de Benefícios do INSS.

Resultados: Entre os 653.090 acidentes e doenças do trabalho, 38% deles apresentaram diagnósticos de problemas relacionados ao sistema osteomuscular. Das doenças legalmente consideradas como doenças do trabalho relacionadas ao sistema músculo-esquelético, destacam-se as dorsalgias (15%) e as sinovites e tenossinovites (7%), agrupadas como DORT. Por fim, o estudo demonstrou que os benefícios acidentários concedidos por dorsalgia, sinovite e tenossinovite e lesões do ombro apresentaram aumento percentual significativo após a instituição no NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) em abril de 2007.

Conclusão: As doenças relacionadas ao trabalho que predominaram foram as doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo com 37,44% do total, correspondendo, em sua maioria, às DORT. A implantação do NTEP provocou uma mudança radical no perfil da concessão de auxílios-doença de natureza acidentária: houve um incremento da ordem de 148%.

Palavras-chave: DORT; doenças ocupacionais; acidente do trabalho.

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Humaniza-Prev:Práticas inovadoras

Autora: Simone de Oliveira C. EvangelistaPerita Médica PrevidenciáriaGEX:Título: Humaniza-Prev: Práticas

Inovadoras Na Previdência Social

Introdução: Considerando a necessidade de incrementar políticas públicas na busca de melhor atendimento ao cliente, a chefi a e peritos médicos da Agência da Previdência Social (APS) Guarabira da Gerência-Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em João Pessoa-PB (GEx JPS), estabeleceram rotinas para promover o bem-estar dos segurados que buscam os serviços da APS Guarabira.

Objetivos: Humanizar o atendimento dos segurados que adentram a APS de Guarabira.

Método: Promoção de medidas para melhorar a acolhida do segurado que chega à APS para atendimento, além da realização concomitante do trabalho educativo. Foram propostas algumas rotinas: a) organização de serviço do “Posso Ajudar” com função de assessorar os segurados, encaminhando-os aos setores de atendimento específi cos e dirimindo dúvidas quanto ao atendimento; b) distribuição de sinalizações de boas-vindas nas fi chas de atendimento e nos guichês, com objetivo de fazer o segurado se sentir prestigiado ao procurar a APS; c) criação do “cantinho da leitura” com acesso fácil a revistas, cartilhas e textos informativos para estimular a

leitura e um melhor aproveitamento do tempo de espera do atendimento; d) instituição na perícia médica do “bom dia do perito”, que consiste em curto diálogo de acolhida aos segurados pelos peritos da APS; e) fi xação de banners informativos na APS; f) disponibilização de TV e vídeo para sala de espera, com apresentação de clips auto-explicativos sobre o que é Previdência Social, o que é o INSS, sobre a perícia médica, bem como apresentação de palestras com temas como prevenção de doenças, relaxamento e g) criação de um cantinho de lazer, com brinquedos e jogos educativos na busca do entretenimento para as crianças.

Resultados: Na primeira fase de implantação do projeto, foi incrementado o setor de triagem da APS, onde o funcionário responsável pela distribuição das fi chas de atendimento já executa o “Posso Ajudar”, criação do cantinho da leitura e do lazer com disponibilização de revistas e jogos infantis e colocação de TV na sala de espera para perícia médica.

Conclusão: O HUMANIZA-PREV proporcionou uma melhor integração entre segurados e os servidores da APS, diminuiu os erros de triagem e o tempo de espera, evitou a falta de documentos na hora dos atendimentos e proporcionou um grau maior de satisfação em relação ao atendimento.

Palavras-chave: humaniza-prev; humanização do atendimento.

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Unidade representada: AraçatubaDelegada: Adriana Lopes Cavalcanti

Suplente: Angelica Cristina Rei

Unidade representada: AraraquaraDelegado: Luis Henrique B. Falcão

Suplente: Sidney Antonio Mazzi

Unidade representada: BauruDelegado: André Fernando Teixeira Coelho

Suplente: Maria Eugênica Cunha

Unidade representada: CampinasDelegado: Vago Suplente: Vago

Unidade representada: Guarulhos Delegado: André Luiz Franco de Souza

Suplente: Vago

Unidade representada: JundiaíDelegada: Regina Treymann

Suplente: Gisele Kátia Camara

Unidade representada: Marília Delegado: Eliandro José Gutierris Suplente: Ricardo Gomes Beretta

Unidade representada: OsascoDelegado: João Anrimar GarciaSuplente: Hugo Ludovico Martins

Unidade representada: PiracicabaDelegado: Fabio Armando Souza Frias

Suplente: Vorney de Camargo P. Busato

Unidade representada: Presidente PrudenteDelegado: Carlos André Bissoli Monteiro

Suplente: Pedro Aparecido Correia

Unidade representada: Ribeirão PretoDelegado: Renato Pacheco ArenaSuplente: Serginho Mirandola Dias

Unidade representada: Santo AndréDelegada: Graciella Silva da Conceição

Suplente: Auceu Rodrigues

Unidade representada: SantosDelegado: Márcio Aurélio Soares

Suplente: Valério Arini Pereira

Unidade representada: São Bernardo do CampoDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: São João da Boa VistaDelegada: Sandra Fernandes Marciel

Suplente: Nestor Pereira Lima

Unidade representada: São José do Rio Preto Delegada: Maria José MedelliSuplente: Raquel Esperafi co

Unidade representada: São José dos CamposDelegada: Margaret Inácia G. Queiroga

Suplente: Júlio Luiz Monastério Viruez

Unidade representada: São Paulo - CentroDelegado: Ricardo Abdou

Suplente: Miguel Adolfo Tabacow

Unidade representada: São Paulo - NorteDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: São Paulo - OesteDelegada: Marisa Corrêa da Silva

Suplente: Liege Mari Mentz

Unidade representada: São Paulo - LesteDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: São Paulo - SulDelegado: Yuri José Silva NascimentoSuplente: Rene Almoualem de Souza

Unidade representada: SorocabaDelegado: Cássio Roberto Sala

Suplente: André Algusto Costa Vianna

Unidade representada: TaubatéDelegado: Augusto José Cavalcanti Filho

Suplente: Renata Portella Tarcitano

REGIÃO ISÃO PAULO

Unidade representada: BarbacenaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Belo HorizonteDelegado: Leonard Joseph Taves

Suplente: Ilse S. Coelho Vieira

Unidade representada: CamposDelegado: Reginaldo Rizzo

Suplente: Cláudio Rodriguez Teixeira

Unidade representada: ContagemDelegado: José Milton Cardoso Jr.

Suplente: Leandro Antônio Mendonça

Unidade representada: DiamantinaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: DivinópolisDelegado: Anselmo Tavares

Suplente: Ana Flavia de Moura França

Unidade representada: Duque de CaxiasDelegado: Salvador Bernardo Moreno Martin

Suplente: Luciana Cláudia Mota Mendes

Unidade representada: Governador ValadaresDelegado: Altair Paes Rocha

Suplente: Alcides Melo Gomes

REGIÃO IISUDESTE

Unidade representada: Juiz de ForaDelegado: Oswaldino Welerson Sott

Suplente: Antônio Bartolomeu Dias Jr.

Unidade representada: Montes ClarosDelegado: Genival Vieira

Suplente: Júlio Cesar Silveira

Unidade representada: NiteróiDelegado: Giuliano Felipe dos Santos Caruso

Suplente: Paulo Augusto Alves

Unidade representada: Ouro PretoDelegado: Aristobulo Nunes Silveira

Suplente: Meiraci Cássia Malheiros Silva

Unidade representada: PetrópolisDelegado: Julio Luiz Pires Koeler

Suplente: Carlos Alberto Loyolla Resende

Unidade representada: Poços de CaldasDelegado: Fábio Amorelli Vieira

Suplente: Cláudio dos Anjos Bueno

Unidade representada: Rio de Janeiro Centro Delegada: Maria Helena Abreu Teixeira

Suplente: Alexandre da Silva Bellizzi

Unidade representada: Rio de Janeiro - NorteDelegado: Carlos Roberto Lopes

Suplente: Juliana Garbayo dos Santos

SAIBA QUEM SÃO OS DELEGADOS DA ANMP EM TODO PAÍS

Unidade representada: Rio de Janeiro - SulDelegado: Luiz Fernando Soto MorayaSuplente: Daisy Emília dos Santos Quiroz

Unidade representada: Teófi lo OtoniDelegado: Eustáquio Diniz FrançaSuplente: Arnaldo Pereira da Silva

Unidade representada: UberabaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: UberlândiaDelegado: José Flávio Viana GuimarãesSuplente: Maria Cristina Marques Passos

Unidade representada: VarginhaDelegado: Luiz Humberto de Magalhães

Suplente: Maria Lúcia Á. de Azevedo Bahr

Unidade representada: VitóriaDelegada: Maria Virgínia de Medeiros

Suplente: Tarcízio Moreira Neves

Unidade representada: Volta RedondaDelegado: Carlos Daniel MoutinhoSuplente: Bruno de Paula Menezes

Page 53: Revista ANMP 11

53ANMP em foco - Agosto/2009ANMP em foco - Agosto/2009

Unidade representada: AnápolisDelegado: Paulo Roberto Taveira

Suplente: Airton França Diniz Junior

Unidade representada: BelémDelegada: Cláudia Beatriz Albuquerque

Suplente: Simone Guilhon Zoghbi

Unidade representada: Boa VistaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Campo GrandeDelegada: Eliane Araújo e Silva Felix

Suplente: Lúcio Mário da Cruz Bulhões

Unidade representada: ManausDelegado: Cléber Naief Moreira

Suplente: Edson Mauro Silva Oliveira

Unidade representada: PalmasDelegado: Jorge Manuel Mendes

Suplente: Juarez Carlos de Carvalho

Unidade representada: Porto VelhoDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Rio BrancoDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: São LuizDelegada: Olímpia Maria Figueiredo

Suplente: Marta Solange Castro Moraes

Unidade representada: TeresinaDelegada: Mary Glabe Selma Soares

Suplente: Joeline Maria Cleto Serqueira

Unidade representada: BlumenauDelegado: Paulo Manuel Vieira

Suplente: Vago

Unidade representada: CanoasDelegada: Clarissa Coelho Bassin

Suplente: Omar Mamud Sales

Unidade representada: CascavelDelegado: Emerson Malta Vilanova

Suplente: Sylvio Roberto Gomes Soares

Unidade representada: Caxias do SulDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: ChapecóDelegada: Denise Furquim de Paula

Suplente: Henrique Dias Fabrício

Unidade representada: CriciúmaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: CuritibaDelegada: Luciana Tironi Sanson

Suplente: Ricardo Skroch de Andrade

Unidade representada: FlorianópolisDelegada: Priscilla Pires

Suplente: Ana Lúcia Figueiredo Mota

Unidade representada: Ijuí Delegado: Vago Suplente: Vago

Unidade representada: JoinvilleDelegado: Cláudio Luiz Bley

Suplente: Ricardo Vieira Ferreira

Unidade representada: LondrinaDelegado: Luiz Fernando Ninho Gimenez

Suplente: Paulo Vinícius Lopes

Unidade representada: MaringáDelegada: Ângela Patrícia de Araújo

Suplente: Antônio Carlos Lugli

Unidade representada: Novo HamburgoDelegado: Paulo Roberto da Silva

Suplente: José Alexandre Sfaie

Unidade representada: Passo FundoDelegado: Leonardo Salti Garbin

Suplente: Luciana de oliveira Renner

Unidade representada: PelotasDelegado: Cláudio Engelke

Suplente: Edgar Fiss

Unidade representada: Ponta GrossaDelegada: Cláudia Fernando Fernandes

Suplente: Nassib Haddad

Unidade representada: Porto AlegreDelegado: Francisco Carlos Luciani

Suplente: Vago

Unidade representada: Santa MariaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: UruguaianaDelegado: Maurício Garcia dos Santos

Suplente: Gustavo Schuler Dirulegui

REGIÃO IIISUL

Unidade representada: AracajúDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: BarreirasDelegado: Jahilton Augusto Tonha de Lopes

Suplente: Luciano Wagner Freitas

Unidade representada: Campina GrandeDelegado: Flawber Antônio Cruz

Suplente: Jeferson Antônio Lima de Brito

Unidade representada: Caruaru Delegada: Maria Liliana Lins AragãoSuplente: Karllus Andhre Leite Santos

Unidade representada: Feira de SantanaDelegado: Ronel da Silva Francisco

Suplente: Luciana de Sousa Quinteiro

Unidade representada: FortalezaDelegada: Judite Maria VasconcelosSuplente: Francisco Xavier de Araújo

Unidade representada: GaranhunsDelegado: Ricardo Ventura dos Santos

Suplente: Robson de Arruda Rito

Unidade representada: ItabunaDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: João PessoaDelegada: Marta Elizabeth Lopes Rodrigues

Suplente: Almir Nobrega da Silva Filho

Unidade representada: CuiabáDelegado: Salvino Teodoro Ribeiro

Suplente: Maxuel Alves Vasconcelos

Unidade representada: Distrito FederalDelegado: Josierton Cruz Bezerra

Suplente: Alexandre Teixeira Gripp

Unidade representada: DouradosDelegado: Ricardo Andrade Hespanhol

Suplente: Takeshi Matsubara

Unidade representada: GoiâniaDelegado: Celso da Silveira Barros

Suplente: Ricardo Peixoto Claudino da Silva

Unidade representada: ImperatrizDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: MacapáDelegado: VagoSuplente: Vago

REGIÃO VCENTRO-OESTE

NORTE

Unidade representada: Juazeiro Delegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Juazeiro do NorteDelegada: Maria do Socorro PinheiroSuplente: Sionara Melo de Carvalho

Unidade representada: MaceióDelegado: Vago Suplente: Vago

Unidade representada: MossoróDelegado: Pedro Anísio Soares Neto

Suplente: Liliane Martins Negreiros de Miranda

Unidade representada: NatalDelegado: Heltron Israel Saraiva Xavier

Suplente: Patrícia Araújo Freire

Unidade representada: PetrolinaDelegado: Edinaldo de Barros Torres

Suplente: Vago

Unidade representada: RecifeDelegada: Ena Maria Albuquerque da Paz

Suplente: Ruth Eleuterio Serpa

Unidade representada: SalvadorDelegada: Verusa Maria Rodrigues

Suplente: José Eduardo Figueiredo Soares

Unidade representada: Santo Antônio de JesusDelegado: Joaldo dos Santos FerreiraSuplente: Ailton Aparecido da Cunha

Unidade representada: SobralDelegado: VagoSuplente: Vago

Unidade representada: Vitória da ConquistaDelegado: Laerte Marques de Sena

Suplente: Artur Emílio de Carvalho Franca

REGIÃO IVNORDESTE

Unidade representada: BlumenauDelegado: Paulo Manuel Vieira

Suplente: Vago

Unidade representada: CanoasDelegada: Clarissa Coelho Bassin

REGIÃO IIIREGIÃO IIISULSUL

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54 ANMP em foco - Agosto/2009

Incidência de acidentesem Uberlândia em 2007

Autora: Teresa Cristina M. Queiroz MartinsPerita Médica PrevidenciáriaGEX:Título: Incidência De Acidentes De

Trabalho Em Segurados Do Inss Atendidos Em Perícia Médica Na Cidade De Uberlândia-Mg, No Ano De 2007 – Estatísticas E Comentários

Introdução: São considerados acidentes de trabalho aqueles eventos que resultam em perda total ou parcial da capacidade laborativa, temporária ou permanente, devido a lesões físicas, e que ocorrem em empregados registrados em empresas, durante o cumprimento do horário de trabalho, a serviço da empresa, dentro ou fora da mesma. Também são considerados acidentes de trabalho aqueles que ocorrem no trajeto do empregado, entre a empresa e a residência, na ida para o trabalho ou na volta para casa.

Objetivo: Estudar as incidências dos casos mais frequentes de acidentes de trabalho em segurados do INSS atendidos em perícia médica,na cidade de Uberlândia-MG, no ano de 2007.

Método: Os parâmetros usados no estudo para se avaliar os dados estatísticos, foram: sexo, faixa etária, diagnósticos das lesões, área ocupacional.

Resultados: Através deste estudo pôde-se observar que a maior incidência dos acidentes ocorreu entre os homens, na faixa etária dos 20 aos 34 anos e em empregados que exercem trabalhos braçais. Observou-se também que as lesões mais frequentes foram fraturas, ocorridas em: dedos das mãos, punhos, antebraços, pernas e pés.

Conclusão: Através dos resultados estatísticos obtidos, é possível determinar mais facilmente as possíveis causas dos acidentes de trabalho nas empresas, a fim de se orientarem campanhas de prevenção de acidentes nas mesmas.

Palavras-chave: acidentes; trabalho; empregados; segurados; Previdência Social.

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