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BAHIANEST MAIO 2012 | 1

Revista Bahianest Maio 2012

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Revista Bahianest Maio 2012

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BAHIANEST é uma publicação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA- Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia.

Presidente Dr. Jedson dos Santos NascimentoCRM/Ba 11.927 Vice-Presidente Dr. Carlos Eduardo Aragão de AraujoCRM/Ba 3.811 Secretário Geral Dr. José Admirço Lima Filho CRM/Ba 15.231 1º Secretário Dr. Diogo Medeiros BahiaCRM/Ba 16.575 1ª Tesoureiro Dr. Hugo Eckener Dantas de Pereira Cardoso CRM/Ba 15.709 2º Tesoureira Dra. Ana Cláudia Morant BraidCRM/Ba 9.365 Diretora Científica Drª. Vera Lúcia Fernandes de AzevedoCRM/Ba 8.363 Diretor de Defesa Profissional Dr. Gilvan da Silva Figueiredo CRM/Ba 12.617 Presidente da COOPANEST-BADr. Carlos Eduardo Aragão AraujoCRM/Ba 3.811 Responsável pela revista:Dr. Jedson dos Santos NascimentoCRM/Ba 11.927 Textos e EdiçãoCinthya Brandão - Jornalista DRT 2397www.cinthyabrandao.com.br Designer GráficoCarlos Vilmarwww.carlosvilmar.com.br FotografiasSr. Hitanez Freitas71 9961-8121 Tiragem 800 exemplares ImpressãoCartograf

Editorial

Caros Amigos,

Estamos iniciando 2012 com uma nova edição da Bahia-nest. Este veículo de divulgação é muito valioso, pois tra-duz informações e noticias produzidas localmente, que são de suma importância para validar nossas atividades. O conteúdo foi cuidadosamente escolhido e espero que es-teja a contento.

Desejo a todos uma boa leitura e o espaço está aberto a to-dos que queiram se manifestar nas próximas edições.

Dr. Jedson Nascimento Presidente da SAEB

A 36a Jornada Norte Nordeste de Anestesiologia foi bri-lhantemente organizada por Dr. Carlos Eduardo Araujo e Dr. Jedson Nascimento e por vários colaboradores. Man-ter o interesse e agregar pessoas em um evento científico nos dias atuais é um trabalho hercúleo.

O tempo é escasso, a carga de trabalho é enorme, as infor-mações científicas são facilmente disponíveis na internet e despertar os colegas para a importância da vida associati-va e a participação nesses eventos passou a ser uma ver-dadeira missão.

A Sociedade Brasileira de Anestesiologia e suas regionais sempre tiveram um importante papel na formação, atua-lização técnico- científica e a implementação de ações de defesa do anestesiologista, além de valorizar a especiali-dade junto à comunidade médica e à sociedade. Todos es-tão convocados a serem os nossos parceiros nessa gestão

Dra. Vera Lúcia Fernandes de Azevedo Diretora Científica da SAEB

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4 | Bahianest maio 2012Dra. Ticiana e Dr. Hugo Dantas, Dr. Macius Pontes e Dr. Ricardo Azevedo.

O evento, que nasceu na Bahia em 1977, como lembrou o presidente do Cremeb, José Abelardo Garcia de Menezes, retornou ao Estado após 35 anos com o propósito de não apenas contribuir para o aprimoramento das técnicas e par-tilhamento de experiências, mas definir rumos para a ca-tegoria. Na mesma cerimônia, uma homenagem ao anes-tesiologista Renato Valadares de Carvalho, decano da anestesiologia baiana, emocionou a todos.

Após a abertura oficial dos trabalhos, pelo presidente da Socie-dade Brasileira de Anestesiologia (SBA), José Mariano Soares de Moraes, o presidente da JONNA, Carlos Eduardo Aragão de Araújo abriu sua fala homenageando as mulheres no dia dedi-cado a elas e elegeu como tema da jornada o entusiasmo.

A palavra, de origem grega, significa “ter Deus dentro de si”, como explicou o presidente, que fez questão de diferen-ciar entusiasmo de otimismo. “Otimismo significa acreditar que uma coisa vai dar certo. Entusiasmada é a pessoa que acredita na capacidade de transformar as coisas, de fazer dar certo”, comparou Carlos Eduardo, que também convo-cou os colegas para a luta em defesa dos honorários médi-cos. “para corrigir a perda que nos é imposta pelos nossos compradores de serviços”.

Pronunciamentos inspirados, unidos pela idéia comum de valorização e defesa do exercício da anestesiologia saudaram os participantes da 36ª Jornada Norte/Nordeste de Anestesiologia (JONNA), realizada no Hotel Othon, em Ondina.

Emoção e defesa profissional marcam a abertura da 36ª JONNA

Solenidade de Abertura da 36ª JONNA

Dr. Jedson Nascimento, Dr. Carlos Eduardo Araujo, Dr. José Abelardo Meneses, Dr. Francisco Magalhães e Dr. Antonio Carlos V. Lopes.

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O presidente da Sociedade de Anes-tesiologia do Estado da Bahia (Saeb), Jedson dos Santos Nascimento, em breve pronunciamento, saudou a to-dos com o desejo de uma jornada pro-fícua. Na seqüência, José Abelardo lembrou do surgimento da JONNA na Bahia em 1977 e destacou que a pre-carização do trabalho médico conti-nua na existir, conclamando a classe a se mobilizar.

O presidente da SBA, José Mariano, fez um breve balanço dos seus dois meses de gestão e destacou, entre outras coisas, a disponibilização da biblioteca virtual para os associados e a portaria da Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa), em vias de

publicação, que visa a assegurar con-dições mínimas para o exercício da anestesiologia.

Antes do encerramento da cerimônia, José Abelardo retomou a palavra para conceder ao anestesiologista Rena-to Valadares o título de membro ho-norário da Saeb. Abelardo lembrou a trajetória de Valadares, natural de Iti-úba e graduado em 1951 na Faculda-de de Medicina da Bahia, no Terreiro de Jesus. Emocionado, Renato Va-ladares lembrou que apesar do bom treinamento em cirurgia pelo mes-tre Fernando Filgueiras, foi convida-do a ingressar na anestesiologia por Menandro de Farias e Eduardo Ara-gão e se apaixonou pela especialida-

de. “É um tanto romântico lembrar os métodos da época e ver hoje como os aparelhos garantem segurança ao pa-ciente com a competência de quem os opera”, disse o homenageado.

Com lágrimas nos olhos e a voz em-bargada, Renato Valadares emocio-nou todo o auditório quando fez um resumo de tudo que realizou. ”No ocaso da existência, as emoções são inevitáveis e às vezes machucam. Os idosos lamentam menos pelo que fi-zeram do que pelo que deixaram de fazer”, disse. E, antes de ser inter-rompido pela emoção, citou John Lennon: “o dia tem 24 horas para to-dos. A diferença está no que cada um faz do seu tempo”.

Dra. Nádia Duarte, Dr. José Mariano de Moraes e Dra. Lúcia Arbex

CIENTÍFICO

Emoção no discurso de agradecimento de Dr. Renato CarvalhoDr. Jedson Nascimento, Dr. Renato Carvalho e Dr. José Abelardo Meneses

A jornada aconteceu de 8 a 10 de março e o tema de maior abordagem foi a prática da anestesia segura, com o intuito de reforçar conceitos da segurança e do cuidado anesté-

sico, além de estimular os profissio-nais às melhores práticas de consen-so internacional.

Os participantes contaram com três

cursos como atividades pré-jornada: SAVA, Via Aérea Difícil do Núcleo SBA Vida e Ultrassonografia em Anestesia coordenado pelo Dr. Diogo Conceição de Santa Catarina (SC).

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Senhoras e senhores, boa noite.

No ensejo da realização da 36ª Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia, evento do calendário científico da So-ciedade Brasileira de Anestesiologia, nada mais justo e honroso do que prestar homenagem a personalidades que contribuíram para o engrandecimento da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia e por conseqüên-cia da própria Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Há quinze anos a SAEB não presta uma homenagem com esta relevância. A última em 1998 foi ao Dr. Paulo Cézar Medauar Reis, presidente da SAEB 1990-1991 e da SBA gestão 1995. Naquela oportunidade foram outorgados também títulos de membros beneméritos a uma plêiade de anestesiologistas brasileiros que com suas atitudes benevolentes contribuíram decisivamente para a consecução do 5º Congresso Luso-Brasileiro e 42º Congres-so Brasileiro de Anestesiologia.

Apesar deste hiato certamente que existem profissionais com história de vida dedicada à anestesiologia baiana e brasileira, com relevantes serviços prestados à SAEB que podem e devem ser honrados com o Título de Mem-bro Honorário da nossa sociedade.

E sem dúvida alguma entre estes nomes destaca-se o do DR.

RENATO VALADARES DE CARVALHO, membro ativo remido, Presidente da SAEB em dois períodos, 1957/58 - 1959/60, que passa a compor a galeria dos MEMBROS HONORÁRIOS da nossa sociedade ao lado de Dr. Alfredo Rosa Bureau, Dr. Altamirando Lima de Santana, Dr.

Oliveiros Guanais de Aguiar, Dr. Paulo Cézar Medauar Reis, Dr. Roberto Rochael da Rocha Alcântara, Dr. Valdir Cavalcanti Medrado e Dr. Walter Vianna que por longos anos contribuíram para o engrandecimento da aneste-siologia brasileira.

DR. RENATO CARVALHO, o homenageado nesta noite, é graduado em 1951 pela veneranda bicentenária Faculda-de de Medicina do Terreiro de Jesus, escola mater do ensino superior na América Latina. Natural de Itiúba-Ba o DR. RENATO é filho de Lourival de Freitas Carvalho e Arlinda Simões Valadares.

Se o nome do DR. RENATO CARVALHO, imerecidamente não alcançou expressão a nível nacional, justificada pelo trabalho de retaguarda que sempre norteou a sua atuação, além das características de sua personalidade mais introspectiva, é no mesmo espeque induvidosa a admiração e respeito de que é detentor, pela lhaneza no trato, a cordialidade com os colegas e a capacidade técnica que demonstrou em mais de 50 anos de exercício profis-sional período no qual cumpriu fielmente o Juramento de Hipócrates, “Enquanto conservar sem violação este ju-ramento, que me seja concedido gozar a vida e a prática da arte, respeitado por todos os homens, em todos os tempos.” Frise-se ainda que ao DR. RENATO CARVALHO foi outorgado, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, o Diploma do Mérito Ético-Profissional por ter exercido a medicina com honra e dignidade, por mais este predicado se justifica esta homenagem.

Companheiro inseparável ouso dizer, amigo-irmão do saudoso e inesquecível Professor Valdir Medrado, colegas da turma de 1951, foi-lhe fiel escudeiro até os últimos momentos. Jamais se afastaram, um professor reconhe-cido nacional e internacionalmente, o outro o homenageado da noite, trabalhando nos bastidores, sem receber as honras de que é merecedor.

O DR. RENATO CARVALHO é um cidadão de grande valor, de vida profissional exemplar para muitas gerações de médicas e médicos. O célebre Albert Einstein cunhou uma frase que se encaixa perfeitamente na história de vida profissional do DR. RENATO CARVALHO, “Esforce-se não para tornar-se uma pessoa de sucesso, mas uma pes-soa de valor!”.

Agradeço a oportunidade que tenho nesta noite de representar o pensamento que muitos dos presentes gosta-riam de expor. Creio senhoras e senhores ser a Solenidade de Abertura da 36ª JONNA o momento oportuno para o reconhecimento público dos inestimáveis serviços prestados à SAEB, à anestesiologia e à medicina pelo DR.

RENATO VALADARES DE CARVALHO. José Abelardo Garcia de Meneses MÉDICO ANESTESIOLOGISTA MEMBRO ATIVO DA SAEB/SBA

HOMENAGEM AO DR. RENATO VALADARES DE CARVALHO COM A OUTORGA DO TÍTULO DE MEMBRO HONORÁRIO DA SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DA BAHIA

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O polêmico, sofrido e intrigante tema da “maternidade tardia”. Parcebemos que a cada dia aumenta esse dilema nas mulheres, já que a opção da maternida-de é muito postergada em favor de uma estabilidade profissional. Aí vem o mes-trado, doutorado, pós-doutorado, inde-pendência finaceira, escolha de parcei-ro, etc.

Quando se faz tardiamente a opção pela gravidez, a natureza grita, falha e de-cepciona muitas vezes. Então dói e mui-to. Dar-se conta que não se é tão oni-potente para determinar tudo: hora, tempo, lugar e jeito para determinadas coisas da vida. É preciso pedir licença ao divino, à natureza.

Acredito que a responsabilidade de uma gravidez programada traz o filho da consciência, o filho desejado, o que, sem dívida alguma, é melhor. Porém, existe um prazo de validade para a fisio-logia feminina e algumas mulheres não se dão conta disso ou não foram pre-miadas com a possibilidade de escolha em um momento fisiológico ótimo em suas vidas.

A ciência, sem dúvida alguma, está aí para ajudar e ajuda muito. Mas as du-vidas, os medos, os custos de uma re-produção assistida trazem um nível de ansiedade muito grande, perturbando o momento que deveria ser tão natural, calmo e tranquilo. Segundo a literatu-ra, para uma mulher o melhor momen-to de gestar, ou seja, o seu momento ouro, é dos 22 aos 26 anos.

Atualmente, quando a mulher esca-pa da gestação na adolescência, que já é desafiante, ela só faz despertar esse desejo da maternidade após os 33 a 35 anos, quando teoricamente já fez a sua

trilha profissional. As que têm a sor-te de alcançar essa meta satisfatoria-mente canalizam essa energia mater-nal para um trabalho prazeroso que trazem compensações. Outras, infelis-mente, nem sempre atingem suas me-tas e ficam na dupla frustração.

Percebo como profissional da área que em nível prático toda gravidez traz em si uma dualidade: quero X não quero. Por mais desejada que seja uma gesta-ção - às vezes, até através de tratamen-to para que isso ocorra -, quando o fato acontece muitas vezes vem carregado de medos, dúvidas e inseguranças.

Nessa entressafra, as que engravidam e fizeram a opção da interrupção da gra-videz em função das escolhas de priori-dades ou inseguranças, carregam as do-res e emoções negativas de um aborto. Então, quando posteriormente não con-seguem engravidar caso desejem, a si-tuação é crítica. Vem a dor da culpa, do pecado, do castigo semeado às vezes pe-las religiões e famílias ortodoxas em seus valores e princípios. Algumas têm a inter-corrência das patologias inerentes dos órgãos reprodutores (útero/ovários), às vezes com castrações físicas e emocio-nais difíceis de serem superadas.

Comprovadas as impossibilidades físi-cas, às vezes, quando o desejo é inten-so surge outro item que dá pano para manga: a adoção, uma difícil decisão. Seja qual for o caso, é indispensável contar com a ajuda de um profissional que, acima de tudo, não faça juízo de valor em relação a cada atitude pesso-al. O amparo necessário para acolher e ajudar a sair do impasse negativo, con-tribuindo com otimismo e sensibilidade para fortalecer a autoestima e superar as dificuldades.

E a amamentação? Aos meus olhos, não existe momento de maior intera-ção entre mãe e filho. É o grande mo-mento, a grande troca enérgica que vai consolidar esta relação, com do-ação e afeto de ambos os lados. É o colo provedor que defende, acolhe, protege e que faz o elo para o socor-ro nos momentos difíceis. Mesmo nos momentos de decepção com o filho, diante desta ligação não há medo nem vergonha de pedir ajuda, pela certe-za do acolhimento a partir da relação visceral estabelecida nos primórdios da vida. “Mãe é mãe”. O elo é eterno.

Na minha condição de mulher, con-fesso que a maternidade foi e é o meu melhor papel. O que me deu e ainda dá maior prazer. O que me fez melhor como pessoa e me ensinou a amar in-condicionalmente e estender esse sen-timento ao meu próximo, respeitando o limite de cada um. A maternidade aju-da a compreender melhor o real senti-do da vida.

Se me fosse permitido bradar para to-das as mulheres, diria: não se furtem desse privilégio de ser mãe. Como diz o ditado, “ser mãe é padecer no parai-so”. O resto é consequência – o sucesso profissional vem junto. Filho não atra-palha, pelo contrário, ajuda a buscar conquistas, a sonhar alto e alçar voos até inimaginários.

“Segura na mão de Deus e vai...” Deixa o filho nascer – e não é assim o princí-pio da vida?

Texto extraído do Jornal da Sogiba, edi-ção nº 93, 2011, autorizado pelo autora.

Dra. Maria José Andrade Carvalho

Maternidade tardia

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AxTIVA

O AxTIVA é um aplicativo para auxiliar o médico anestesiologista durante a Anestesia Venosa Total (AVT) ou TIVA (Total Intravenous Anesthesia).

O AxTIVA permite que toda a anestesia venosa total em qualquer sistema de infusão se comporte como uma anestesia venosa total alvo-controlada (Total Intravenous Anesthesia Target Controlled Infusion / TIVA-TCI), avisando o anestesiologista no tempo certo qual a velocidade de administração da solução que este deve programar no dispositivo infusão. Para isso o aplicativo emula o modelo farmacocinético da droga, calculando e recalculando continuamente a quantidade de solução necessária a ser infundida para se obterem os efeitos desejados; promovendo assim uma adequação da dose em cada contexto, fornecendo somente a quantidade necessária do fármaco, entregando ao paciente cirúrgico os benefícios de uma técnica anestésica moderna, segura, precisa de rápido despertar e baixo custo.

A SAEB mantém o convênio com o Colégio Anchieta com desconto de 15% nas mensalidades dos filhos e/ou dependentes legais dos sócios. Informações na secretaria da SAEB: 71 3247-4333 ou através do site da escola www.colegioanchietaba.com.br.

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A abertura da programação científica da SAEB realizada no dia 2 de março, em sua sede, contou com a participa-ção de diversos sócios. O tema MEDI-CINA, ÉTICA E HUMANISMO escolhido pelo diretor de Defesa Profissional da SAEB, Dr. Márcio Henrique Barbosa, foi brilhantemente tratado pela advo-gada e professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Fa-culdade de Medicina da Bahia da Uni-versidade Federal da Bahia, Dra. Ca-mila Vasconcelos.

Dra. Camila abordou, de forma leve e didática citando alguns teóricos, de-finições como valor e verdade, sen-so moral, o saber teórico e o prático,

ética e o agente moral. Termos que entrelaçados construíram uma linha de raciocínio pautada na prática mé-dica e suas nuances. Através de uma abordagem histórica da medicina, a advogada mencionou os obstáculos, principalmente, religiosos que o ad-vento da anestesia enfrentou, pois a dor era considerada necessária, já que sua essência era pautada num castigo divino.

Outro aspecto da atuação do médico abordado por Dra. Camila diz respeito ao retorno financeiro da profissão que deve ser tratada pelo termo honorário que significa honra de receber por um serviço prestado a um paciente, o que

difere essencialmente da atuação de qualquer outro profissional que pres-ta um serviço que não tem como ins-trumento de atuação a vida.

A palestra envolveu desde os re-cém-chegados à anestesiologia até àqueles que exercem o ofício há dé-cadas. Dr. Jedson Nascimento, o presidente da SAEB, fez uma sauda-ção aos novos médicos em especia-lização e Dr. Carlos Eduardo Araujo, presidente da COOPANEST/BA e vice presidente da SAEB, aproveitou para convidar todos a participarem da 36ª JONNA, ao término, o momento foi de confraternização num coquetel servido no terraço.

Ética e Humanismo marcam abertura da programação científica 2012 da SAEB

Dr. Mácio Henrique Barbosa e a palestrante da noite, Dra. Camila Vasconcelos

Dra. Camila Vasconcelos

Coquetel de confraternização

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Sócios da SAEB e dependentes tem 10% de desconto nas mensalidades.

TeseA SAEB parabeniza Dr. Bruno Gar-délio pela defesa do Doutorado em Anestesiologia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mes-quita Filho” (UNESP), em dezem-bro de 2011.

A Bahia possui um dos mais admi-ráveis cenários de beleza intocada e selvagem, a Chapada Diamantina. Para amantes das trilhas e da ex-ploração do intocado é uma das op-ções mais lindas de nosso estado. Você convive com a natureza pura e pouca poluição. Os animais raros, árvores e plantas incomuns, fazem desse cenário um local que todo brasileiro deveria conhecer.

Dr. Jedson dos Santos Nascimento Presidente da SAEB

Dica de Viagem

Conheça o Vale do Paty

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Sócios da SAEB e dependentes tem 10% de desconto nas mensalidades.

Como parte das atividades da 36ª JONNA – Jornada Norte Nordeste de Anestesiologia realizada em Sal-vador aconteceu, no sábado, dia 10, o curso Salve uma Vida, realizado pela primeira vez na capital baiana. O curso é um projeto educacional do Departamento Científico da Socie-dade Brasileira de Anestesiologia (SBA) que visa a capacitação de não médicos em Suporte Básico à Vida. Essa edição contou com o apoio da Sociedade de Anestesiologia do Es-tado da Bahia (SAEB).

O local escolhido foi o bairro Campinas de Pirajá, na periferia da cidade. O presi-dente da SAEB, Dr. Jedson Nascimento, colaborou para a escolha. “São pesso-as muito simples que vivem desprovi-das de assistência básica seja de saúde, seja de segurança. O acesso a essas in-formações será muito valioso na rotina de cada um desses cidadãos”, salienta.

A iniciativa foi comemorada pelos mo-radores, pessoas que vivem sob o risco iminente da violência, típica dos gran-des centros, além da falta de estrutu-ra de saúde e assistência de serviços básicos de moradia e educação. A pa-róquia Nossa Senhora das Candeias

agrega valor à vida dos moradores e, com o apoio de pessoas que buscam fa-zer a diferença, possibilita o contato com a informática através de aulas de capa-citação. O padre Márcio Traquilli que de-dica sua vida em prol dessa comunida-de comemora e garante que esse curso será um divisor de águas. “Hoje é um dia muito especial para todos nós. Esta-mos felizes demais. Tenho certeza que tudo que será passado pelos médicos será multiplicado”. Padre Márcio reve-lou um acontecimento que marcou a pa-róquia. “Vivemos um momento difícil, no ano passado, durante um evento aqui na paróquia, onde uma irmã engasgou com pão e acabou falecendo antes do socorro chegar porque não havia ninguém com conhecimento básico que pudesse sal-vá-la. Tenho certeza que depois do cur-so e, com a graça de Deus, isso não mais acontecerá aqui ou onde um dos nossos moradores estiver.”

O envolvimento e o entusiasmo eram evidentes em cada um dos partici-pantes que acompanhava atentamen-te às orientações do anestesiologista Dr. Márcio Pinho, coordenador, instru-tor e um dos idealizadores do curso. A aula teórica despertou muito interes-

se em iniciar o contato com os mane-quins para aprender de perto das téc-nicas de reanimação apresentadas. Em duplas, eles se revezavam entre a massagem cardíaca e a ventilação. Empolgação que contagiou também Dr. Márcio Pinho. “Estou acostumado a capacitar médicos anestesiologistas em diversas partes do país, mas levar conhecimento de técnicas básicas de suporte à vida que, com certeza, serão muito bem utilizadas, a essas pesso-as humildes é muito gratificante. Eles serão multiplicadores de tudo que es-tão aprendendo aqui e a comunidade só tem a ganhar”, ressaltou.

Ao final, o clima de satisfação tomou conta de quem passou e quem teve acesso a esses novos conhecimentos como revela a vendedora ambulante Marizete Viana dos Santos. “Para mim foi muito importante porque eu traba-lho com o povão. Eu já vi muita gente passando mal e ficava em pânico sem saber o que fazer. Agora, eu já sei gra-ças a esse curso que veio como um presente para a nossa comunidade tão carente”, comemora.

Curso Salve uma Vida chega à capital baiana

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Neste momento de comparti-lhamento do saber, em que um grupo interessado de pessoas se reúne para discussão e reflexão a respeito da temática proposta2, é importante que façamos, an-tes, juntos, uma contextualiza-ção, que se une a uma provoca-ção sobre a tirania e o ridículo no poder médico posto em sobre-posição aos sujeitos pacientes – tendo eles paciência ou não, em um bom trocadilho. Para isto, trazemos o início de um texto de André Comte-Sponville3, fi-lósofo contemporâneo, em que trata das relações entre saber e poder médicos, da tirania e do ridículo. Diz o autor, comentan-do textos dos Pensamentos de Pascal, e as características dos médicos de Molière que fingiam ter poder: “O chanceler é gra-ve e coberto de atavios: são os atributos imaginários do poder, seus simulacros, tanto mais ne-cessários aqui por faltar o poder real (a força). O chanceler fin-

ge ter poder. O rei, ao contrá-rio, porque tem o poder efetivo, pode prescindir dos signos ou das máscaras deste: somente os fracos fingem ser fortes; somen-te os fortes não têm por que pa-recer fortes. Por conseguinte, se os médicos de Pascal, ´só têm a imaginação´, podemos concluir que deviam se parecer mais com o chanceler do que com o rei, em outras palavras, que eles tam-bém deviam fingir. (...) A verdade é que os atavios faz tempo ce-deram lugar aos instrumentos. Um estetoscópio não é um pen-duricalho (vejo na sala alguns presentes com ar cético... diga-mos então que não é apenas um penduricalho). Um tomógrafo não serve (ou não serve primeira e principalmente) para impres-sionar a imaginação. Aqui não é mais necessário fingir. Não é mais necessário usar os atribu-tos ornamentais de um poder imaginário. Alguma coisa deve ter mudado desde Pascal e Mo-

lière. O poder de vocês sem dúvi-da não é mais falso, pois parece que, como o rei de Pascal, vocês não têm por que se importar com a imaginação. Porque vocês têm a força? Não, justamente, e é isso que nos leva ao essencial. Se vocês não necessitam mais dos atavios de um poder ima-ginário, não é que vocês têm o poder real, o da força, como diz Pascal, é que vocês têm o poder do saber: a medicina, e desde há bem pouco tempo, como vocês sabem, tornou-se científica. Mas o saber é um poder? E, se for, que relações ele mantém com os demais poderes? Eis, no fun-do, o problema sobre o qual eu gostaria de refletir brevemente diante de vocês, com vocês.”E é neste sentido que iniciamos nossa reflexão, discutindo a des-necessidade de imposição de po-der, recheado ou não de atavios. Ou melhor: a desnecessidade do poder. Ou será impossível torná-mo-lo desnecessário? De todo

Medicina, ética e humanismo

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modo têm, os médicos, o maior dos poderes próprios ao exercí-cio da ciência médica: a própria medicina, em seu saber. Entre-tanto, poder este que, de sua simples ou complexa existência – já que a pretensão por ora não é a de subestimá-lo ou inferiori-zar a percepção de sua presen-ça – em nada pressupõe uma consequência lógica de porte de demais saberes, inclusive o po-pular, extremamente rico, e de total competência do paciente. Seria tirana, ou ridícula, a impo-sição de força de um saber po-deroso, e que não é único. A propósito: será o conhecimen-to científico irrefutável? Ao me-nos, segundo Michel Foucault, é ele parte de um discurso in-telectual inicialmente inques-tionável e aparentemente intan-gível4, o que o eleva à condição de uma “verdade” posta, quase única, em detrimento das de-mais. Em detrimento, inclusive, de sua própria natureza, embo-ra seja importante a certeza de sua definitividade momentânea, segundo Hans Georg Gadamer nos ensina: “A ciência é essen-cialmente inacabada; a prática exige decisões no instante. E esta condição de toda a ciência experimental não significa ape-nas uma exigência legítima de universalidade, mas também que essa exigência nunca se po-derá alcançar. A prática exige conhecimentos, mas isto signi-fica que se vê obrigada a tratar o conhecimento disponível em dado momento como algo de concluído e certo. Mas o saber da ciência não é um saber dessa natureza.”5 Não pode ser, ainda, a única verdade, mesmo quando considerado “verdadeiro”, neste instante. De todo modo, uma ver-dade por ora nos é posta nesta re-flexão: a de que há hegemonia no discurso médico sobre o discurso do paciente na prática do diálogo--saber-poder-verdade-médica.

Dividimos a nossa exposição em três momentos bastante bre-ves, embora seus temas sejam merecedores de um sincero e demorado aprofundamento, o que, certamente, não alcançare-mos: refletiremos sobre a ética na medicina, a medicina em seu poder e o humanismo no estudo médico – tomando este huma-nismo como campo de reflexão em que importa o humano e a sua dignidade. Para Aristóteles6, o conhecimen-to é dividido em saber teorético, em que se conhece sobre o que existe no mundo independente das ações humanas, e em sa-ber prático, em que se conhece sobre o que existe em decorrên-cia das ações humanas, como a ética e a política. Este saber é dividido, por sua vez, em práxis e técnica, a primeira em que o agente, a ação e a finalidade da ação são o mesmo; e a segunda em que o agente, a ação e a fi-nalidade da ação são diferentes. Em um, não se separa a minha ação de mim mesmo e, em ou-tro, é possível separar o meu eu do meu ato7. Deste modo, se tomamos a medicina como téc-nica, e a ética está presente na práxis, distante da técnica, como unir as ações em uma ética na prática médica? O fato é que é possível refletirmos que a medi-cina é práxis e técnica, na me-dida em que é também arte, tal como uma ação virtuosa que se dirige a um único sujeito, e que cada vez em que é exercida é di-ferente, especial, única. A ética médica, em seu efetivo exercício, pressupõe o respeito pela consciência moral dos su-jeitos, agentes morais que são, reflexão esta que nos reporta à Sócrates. Isto é, ela deve con-siderar os sujeitos enquanto agentes de suas consciências e percepções éticas de suas con-dutas. Estarão atuando, nesta reflexão, o agente moral médi-

co, e o agente moral paciente. E o que caracteriza este agente? A presença de um senso moral, que se perfaz no exercício de sua consciência livre. Entretanto, o fato é que, se de um lado há um agente, é bem possível que de outro haja um paciente, um ser passivo que, em situação oposta, não pratica um agir moral, ou a consciência de si. Desloca-se a sua vontade, a sua liberdade, e a sua responsabilidade, e passa a contar com a passividade como um governado perante a ativi-dade de um governante: o rei, o médico que, mesmo não fazendo uso de atavios, é capaz de expor o seu poder através da força no diálogo. Isto porque, analisan-do uma relação intersubjetiva extremamente comunicativa como é a relação entre médi-cos e pacientes– ou deve ser - é através do diálogo que se pode assistir à tirania da medicina que ainda considera o paciente passivo, não autônomo, não po-deroso de si. Sendo assim, para o exercício da autonomia em um campo em que o poder é o saber, é preciso conhecer para ser livre da igno-rância, para se tornar também um poderoso de si perante o ou-tro. E a liberdade, deste modo, se produz através da busca pelo conhecimento. Portanto, se pode consentir livremente a partir do momento em que se conhece sobre o quê se está a analisar. Porque sei, consinto ou não. Se não conheço, o que porventura concedo não é “consentimento”, é um erro viciado pelo não sa-ber, pelo não exercício de minha liberdade e autonomia. O grande Cartola diria “Ai! se eu tivesse autonomia, Se eu pudesse grita-ria, Não vou, não quero, Escravi-zaram assim um pobre coração, É necessário a nova abolição, Pra trazer de volta a minha li-berdade”. Seria a necessidade da abolição ou supressão do po-

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der-saber quando não partilha-do, penso. Para tanto, é preciso que o paciente, em seu papel de agente, seja capaz de discernir - na medida em que conseguir al-cançar este papel - e tomando o discernimento como possibilida-de de distinção entre o que são fins e meios, pessoas e coisas, dignidade e preço. A medicina tem o seu papel nesta realização da autonomia. E um bom mé-dico, que conhece a técnica e a ética, conhece bem a distinção entre ética e etiqueta, e observa que não basta ser educado em boas relações sociais, é preciso realizar com profundidade o cui-dado perante o agir moralmente correto com o outro, sobretudo tendo em vista o poder que sabe que detém. A propósito, o advento da aneste-sia representou um momento na história da medicina de signifi-cativo aumento do poder médico, visto que os médicos passaram a estar frente aos pacientes incons-cientes. Havia, a partir de então, a possibilidade de indução a opera-ções longas ou desnecessárias, bem como poderia, a anestesia, estimular a ocorrência de cirur-gias ou atos sem o consentimento do enfermo8. Fato curioso é que, a princípio, a anestesia na medicina enfrentou resistência religiosa na medida em que a dor era compre-endida enquanto provação neces-sária. E o poder religioso travava, assim, uma luta pelo espaço com outra poderosa, a medicina. De

todo modo, resolvida esta ques-tão, a medicina, que passava à condição de ciência, representou o avanço da capacidade humano--interventiva, o domínio da dor – “instrumento” da vulnerabili-dade - e também um risco, caso estabelecesse uma prática des-provida de reflexão ética, quando teríamos quatro elementos em diálogo conjunto: poder-saber--dor-intervenção.O médico é duplamente respon-sável: ética e legalmente. E im-porta a este estudar e conhecer as representações de seu poder tanto quanto os elementos biolo-gicistas do saber acadêmico. Ter o estudo de humanidades em seu currículo, então, é necessá-rio, sobretudo para que não in-corra no equívoco de privilegiar o estudo das partes em detri-mento do todo, ou no equívoco de se pensar portando atavios de um saber imaginário. Graduar--se em medicina pressupõe a consciência moral de seu papel social de médico. Pressupõe o conhecimento acerca das repre-sentações individuais e coletivas de seu diálogo em uma relação com forte presença da vulnera-bilidade pela dor, pela condição de ser sensível que padece. O sofrimento do doente está pre-sente no cotidiano médico, tanto quanto as expectativas por um cuidado solidário à dor. Apro-veitando o ensejo, devo sinalizar que não temos “clientes” em um hospital, numa perspectiva de

cuidado e dedicação por bons profissionais. Não temos pesso-as consumindo atos de dedica-ção inconsumíveis. Não temos atos consumíveis sendo consu-midos por quem almeja fidúcia, cuidado e respeito. É bem possível parecer ridículo apontar esta questão. Entretan-to, quiçá caricata seja a ignorân-cia da coisificação das relações humanas. Penso, ainda, que tal-vez seja utópica a possibilidade de completa orientação ética das ações humanas, em medicina ou não. Ou utópico seja pensar na possibilidade de se construir e solidificar reflexões éticas em consciências adultas, sobretudo quando se manifestam indispos-tas a refletir. Contudo, recordo--me de Eduardo Galeano, jor-nalista e escritor uruguaio, que ao contar uma passagem de sua vida disse que, certa feita, foi sur-preendido tanto com a pergunta de um aluno a um grande amigo seu, quanto com a resposta que pôde, deste, ouvir. O estudante, incrédulo, então perguntou: para quê serve a utopia? E o amigo, inteligentemente, respondeu: a utopia encontra-se no horizonte. Quanto mais caminhamos, mais ela se distancia. Caminhamos, caminhamos, caminhamos, e ela continua a se distanciar. É porque é para isto que ela serve: para nos fazer caminhar!

Camila Vasconcelos1

1 Advogada com Especialização em Bioética e Biodireito, Mestre em Bioética pela Universidade dos Açores e Universidade Católica Portuguesa, Doutoranda em Bioética pelo Programa de Pós-graduação em Bioética, Cátedra Unesco de Bioética da UNB, Professora do Eixo Ético-Humanístico da Faculdade de Medicina da Bahia –DMPS/UFBA, Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Bioética – SBB2 Texto adaptado de palestra realizada na Abertura da Programação Científica da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia - SAEB3 Comte-Sponville A. Valor e verdade: estudos cínicos.São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008. 4 Foucault M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal; 1979.5 Gadamer, HG. O mistério da saúde: o cuidado da saúde e a arte da medicina. Lisboa: Edições 70; 2009.6 Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret; 2001.7 Chauí M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática; 2010.8 Mello RC. A aniquilação da dor. In: Especial História nº 5. O nascimento da medicina moderna: Scientific Amerian Brasil.

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XXXVII JAERJ Jornada de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro31 de maio a 2 de junho de 2012Rio de Janeiro - RJInformações: www.saerj.org.br

Euroanaesthesia09 a 12 de junho de 2012Paris - FrançaInformações: www.euroanesthesia.org/sitecore/Content/Congresses/

46ª JASB Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro07 a 09 de junho de 2012Vitória - ESInformações: www.46jasb.com.br/

10ª JALAGIPE Jornada de Anestesiologia de Alagoas e Sergipe27 e 28 de julho de 2012Maceió / ALInformações: [email protected]

43ª JABC Jornada de Anestesiologia do Brasil-Central02 a 05 de agosto de 2012Brasília - DFInformações: www.sadif.com.br

XX JAEPE Jornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco06 a 08 de setembro de 2012Summerville Beach Resort - Porto de Galinhas - PEInformações: www.saepe.org.br/

Asa Annual Meeting - 201213 a 17 de outubro de 2012Washington, DC - USAInformações: www.asahq.org

59º CBA Congresso Brasileiro de Anestesiologia23 a 27 de outubro de 2012-05-21 Belo Horizonte – MGInformações: www.cba2012.com.br/

Calendário Científico 2012

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Com um grande número de partici-pantes brasileiros, o congresso mun-dial de anestesiologia teve como foco principal questões relacionadas à se-gurança e qualidade do ato anestési-co nas mais diversas situações mé-dicas.

Realizado a cada quatro anos em pa-íses membros da World Federation of Societes of Anaesthesiologists, o en-contro reúne especialistas em dife-rentes áreas da anestesiologia com o intuito de atualizar seus conheci-mentos, revisar os conceitos básicos da especialidade e promover a inte-ração entre profissionais de todo o mundo.

Promovido este ano em Buenos Aires, entre os dias 25 e 30 de março, o even-to foi considerado o maior congresso mundial já realizado pela especialida-de com 620 aulas ministradas e quase

dez mil congressistas, incluindo 590 palestrantes, de 125 países.

A comissão organizadora acertada-mente optou por um planejamen-to de facilitadade para o público latino-americano com traduções si-multâneas do inglês e sessões es-peciais em português e espanhol, o que certamente foi um grande atra-tivo para anestesiologistas da Amé-rica do Sul.

Esperamos que o próximo encon-tro, em 2016, a ser realizado em Hong Kong, mantenha a tradição de ex-cepcionalidade do evento e continue atraindo cada vez mais participantes de todo o mundo, inclusive do Brasil.

Dr. Rodrigo Leal Alves Anestesiologista e palestrante do WCA

CRM 14.068

Anestesiologistas baianos participam do WCA

À esquerda, Dra. Rafaela Olímpio, Dr. Antônio Christian Gonçalves, Dra. Roberta Brandão, Dr. Carlos Eduardo Araujo, Dra. Isadora Batista, Dra. Graziele Garcia, Dra. Alana Vital e Dr. Jeferson Melo

Dr. Hugo Eckner, Dr. José Admirço Lima Filho e Dr. Carlos Eduardo Araujo

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Médicos baianos protestam contra os planos de saúdeA paralisação pelo Dia Nacional de Ad-vertência aos Planos de Saúde, 25 de abril, mobilizou dezenas de médicos na Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. O movimento aconteceu em todo o país com o intuito de chamar atenção das operadoras, gestores e sociedade para o desrespeito a autonomia do pro-fissional médico, desvalorização do tra-balho, defesa do exercício legal da me-dicina e garantia de melhor assistência à população.

Durante 24 horas, consultas e proce-dimentos eletivos através de planos de saúde foram suspensos. 90% dos 17.525 médicos do estado aderiram ao protes-to, de acordo com a presidente da Co-missão Estadual de Honorários Médi-cos (CEHM), Dra. Débora Angeli.

O encotro foi marcado por um amplo debate envolvendo representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadu-al, Procon, CEHM, da Faculdade de Me-dicina da Bahia, das entidades médicas e de sociedades de especialidades. So-mente o representante da Agência Na-cional de Saúde Suplementar (ANS) não compareceu. O tema Realidades e Ví-cios da Saúde Suplementar gerou uma calorosa discussão.

Dra. Débora iniciou os trabalhos fazen-do um levantamento sobre a saúde su-plementar no país e apresentou uma

pesquisa do Datafolha revelando que 14% dos usuários de planos de saúde acabam recorrendo ao Sistema Único (SUS) por terem negativa de procedi-mentos, falta de cobertura ou escassez de leitos pela operadora. Tal prática, segundo a presidente da CEHM onera o estado e reduz ainda mais as possi-bilidades de atendimento da população carente. Dra. Débora afirma também que a relação médico/planos de saúde vem num processo de desgaste há dé-cadas. “Existe um desequilíbrio na rela-ção entre médicos e operadoras. São 20 anos de defasagem no valor dos hono-rários, além de não trabalharmos com um contrato de prestação de serviço com requisitos jurídicos que preveem reajustes.”

Dentre os pleitos dos profissionais es-tão: remuneração digna referenciada na CBHPM, contratualização, respeito à autonomia do médico para o livre exer-cício da medicina, além da desburocra-tização e respeito ao paciente.

O procurador da República, Dr. Samir Cabus, do Ofício de Saúde e Consumi-dor, os promotores Dr. Roberto Gomes, do Centro de Apoio Operacional às Pro-motorias de Justiça do Consumidor, e Dr. Rogério Queiroz, do Grupo de Atu-ação Especial em Defesa da Saúde, e a diretora de fiscalização do Procon, Dra.

Isabella Barreto reconheceram a legiti-midade do movimento e manifestaram apoio à luta médica.

Dr. Hilton Pina, médico e professor da Faculdade de Medicina, defende o des-credenciamento universal. O presiden-te do Conselho Regional de Odontologia (Croba), Francisco Simões, revelou que os cirurgiões dentistas enfrentam situ-ação parecida na relação com os planos de saúde e pretende unir forças com os médicos. O presidente do Cremeb, Dr. José Abelardo de Meneses apresen-tou dados que comprovam a insatisfa-ção de usuários com os planos. O presi-dente da ABM, Dr. Antonio Carlos Vieira Lopes, falou da indignação da situação enfrentada pelos médicos e se mostrou também a favor do descredenciamento.

Estiveram presentes também conse-lheiros do Cremeb, o 1º secretário Dr. Jorge Cerqueira, o conselheiro fede-ral Dr. Jecé Brandão, o presidente do Sindimed, Dr. Francisco Magalhães, além de representantes das socieda-des de ginecologia e obstetrícia, en-docrinologia, geriatria e gerontologia, patologia cervical, endoscopia digesti-va e urologia.

O momento final foi de descontração e conversa com apresentação musical e exposição de cartuns.

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RESUMO Justificativa e Objetivo: A lesão renal aguda pode ter seu curso minimiza-do quando reconhecida e tratada ade-quadamente. NGAL surge como um novo biomarcador precoce desta lesão e poderá ser um marcador semelhan-te à troponina para o infarto agudo do miocárdio. O objetivo deste estudo foi quantificar a NGAL plasmática em ra-tos submetidos à isquemia renal sob anestesia venosa total (AVT) com repo-sição volêmica com cristalóide (RL) ou colóide (HES) e correlacionar com al-terações histológicas renais.

Método: Trinta ratos, Wistar machos, foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos: G1 (AVT + RL + isquemia ar-téria renal esquerda), G2 (AVT + HES + isquemia artéria renal esquerda) e G3 (AVT + RL). A anestesia foi mantida com propofol na dose de 1 mg.kg-1.min-1 e remifentanil na dose de 0,05 a 0,1 μg.kg-1.min-1. Os valores plasmáticos da NGAL foram determinados a par-tir de coleta sanguínea estabelecidas em quatro momentos: M1, após a mo-nitorização do animal; M2, após 30 mi-nutos de isquemia; M3, após 30 minu-tos de reperfusão e M4, 12 horas após o início do experimento. Os atributos es-tudados foram pressão arterial média (PAM), temperatura retal (T), dosagem plasmática de NGAL e avaliação histo-lógica. Todos os animais foram sub-metidos à laparotomia mediana para nefrectomia à direita e ao final do ex-

Isquemia Renal sob Anestesia Venosa Total

Santos PSS. NGAL como marcador precoce de lesão

renal em ratos submetidos à isquemia renal sob anestesia

venosa total. Botucatu, 2011. 73p. Tese (Doutorado em

Anestesiologia). Faculdade de Medicina de Botucatu.

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho”

perimento procedeu-se nefrectomia à esquerda. A avaliação histológica foi realizada por meio de escala para ava-liação de necrose tubular nos rins re-tirados dos grupos de estudo. As vari-áveis PAM, T, NGAL e escore de lesão histológica após análise, foram consi-deradas estatisticamente significativas quando p<0,05.

Resultados: Os valores da NGAL plas-mática nos grupo G1 e G2 foram eleva-dos alcançando 400 ng.mL-1 especifi-camente no M4, sendo esta diferença estatisticamente significativa quando comparado com G3; quando se com-parou os diversos momentos dentro de um mesmo grupo a diferença foi es-tatisticamente significativa apenas no M4 em relação aos outros momentos. Quanto aos escores de lesão histoló-gicas houve diferença estatisticamen-te significativa entre os grupos G1 e G2 em relação a G3. Quando se comparou rim direito e esquerdo em cada grupo, houve diferença estatisticamente sig-nificativa nos grupos G1 e G2.

Conclusão: Neste estudo a NGAL en-controu-se expressivamente aumen-tada 12 horas após, em todos os ani-mais submetidos à isquemia renal sob AVT, independente do tipo da reposi-ção volêmica. As alterações histológi-cas mais evidentes foram observadas nos grupos G1 (RL) e G2 (HES) correla-cionando-se com os valores de NGAL plasmática.

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HistóricoA notificação judicial referente à resci-são do termo de acordo foi expedida no dia 02/09/2011. O encaminhamento ao Ministé-rio Publico da Bahia (MP) e a Notificação de Rescisão do Termo de Acordo Protocolada na UNIDAS aconteceram em 13/09/2011. No mesmo mês, o MP foi convidado a partici-par da reunião referente à rescisão do Ter-mo de Acordo na sede da cooperativa para a apresentação de uma proposta, bem como, a prorrogação da rescisão dos contratos dos convênios: CASSI, GEAP, BANCO CENTRAL, CAMED e CAPE SAÚDE.

Em 06/10/2011, aconteceu uma reunião no Ministério Publica da Bahia onde foram dis-cutidos alguns pontos das negociações em curso sendo, por fim, solicitado prorroga-ção do prazo pela PJC – PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO CONSUMIDOR, da rescisão dos contratos dos convênios CASSI, GEAP, BAN-CO CENTRAL, CAMED e CAPESAÚDE, cons-tando o pedido em ATA do MPB. Sendo deli-berados pelos diretores da COOPANEST-BA presentes à reunião a prorrogação para o dia 01/12/2011, conforme solicitado pela pro-motoria. Ficando também designada audi-ência para o mesmo dia.

No dia 08/10/2011, foi encaminhado para UNIDAS o oficio COOPANEST-BA – Of. 508 – 2011, informando que o Conselho de Ad-ministração da COOPANEST-BA constatou que a proposta apresentada não atende às reivindicações dos cooperados, sendo en-tão estabelecida uma contraproposta. Uma nova audiência foi agendada para 02/12/2011, porém houve uma solicitação de uma reu-nião por parte da UNIDAS para 21/11/2011 e confirmada pela diretoria da COOPANEST--BA, porém a UNIDAS remarcou para 28/11/2011.

No dia 30/11/2011, a cooperativa recebeu o Ofício 007/2011 da UNIDAS solicitando pror-rogação do prazo rescisão dos contratos dos convênios, CASSI, GEAP, BANCO CENTRAL, CAMED e CAPESAÚDE, para o dia 15/01/2012, devido às festas de fim de ano. A COOPERA-TIVA, por sua vez, acatou a solicitação de prorrogação do prazo de rescisão dos refe-ridos convênios. Informado também ao Mi-nistério Publico da Bahia por meio do ofício COOPANEST-BA Of.527/2011, sobre a solici-tação de prorrogação de prazo por parte da UNIDAS, bem como da deliberação da CO-OPANEST-BA em aceitar o referido pedido.

COOPANEST-BA renova contratos com planos de saúdeApós diversas tentativas de negociação com os planos de saúde que compõem a UNIDAS para o cumprimento do Termo

de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecido em 2008 pelo Ministério Público da Bahia, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (COOPANEST-BA) passou por um processo de reestruturação em alguns contratos.

Uma nova reunião aconteceu em 14/12/2011, na sede da COOPANEST-BA onde foi apre-sentado ofício da UNIDAS – 009/2011 com al-gumas ponderações e uma nova proposta de valores. Sendo na mesma reunião apresen-tada contraproposta pela COOPANEST-BA.

Em 26/01/2012, foi enviado à COOPANEST--BA o Ofício da UNIDAS – 004/2012, fazendo um resumo de toda negociação e solicitan-do, mais uma vez, a prorrogação do prazo de rescisão para o dia 01/03/2012.

No dia 03/02/2012, a COOPANEST-BA infor-mou da impossibilidade de prorrogação do prazo solicitado no referido ofício e fazendo um breve relato de toda negociação. O MP en-viou a notificação nº. 57 /2012 em 08/02/2012, dando um prazo de quinze dias para COOPA-NEST-BA se manifestar-se acerca do pro-nunciamento da UNIDAS. Uma nova audiên-cia no MP foi agendada para 27/02/2012.

Em 25/02/2012, os cooperados receberam o comunicado que a rescisão do contra-to dos convênios (CASSI, GEAP, BANCO CENTRAL, CAMED e CAPESAÚDE) esta-va prevista para o dia 15/01/2012 e só foi executado após o prazo de 15 dias estabe-lecidos na notificação nº 57, ou seja, em 01/02/2012.

Em 01/03/2012, foi encaminhada a UNI-DAS e ao Ministério Publico da Bahia uma nova proposta de valores decidida em as-sembleia dos cooperados realizada em 29/02/2012.

Após a rescisão dos contratos, a UNIDAS apresentou nova proposta e após os de-vidos ajustes, um novo Termo de Ajusta-mento de Conduta (TAC) foi estabeleci-do pelo Ministério Público da Bahia, em 03/05/2012, que prevê além de novos valo-res, correções anuais baseadas no IGPM.

NOTREDAME NORCLÍNICAS PLAN ASSISTE OMINT MASTERMED AGEMED ALLIANZ PROMÉDICA PLAMED CAPESAÚDE BANCO CENTRAL GEAP CASSI

CAMED LIFE EMPRESARIAL HAPVIDA MINERAÇÃO CARAÍBA FUSEX GOLDEN CROSS UNIMED ITABUNA APUB ASFEB ASSEFAZ CAIXA CASSEB CODEVASF

CONAB CORREIOS EMBRAPA FACHESF FIOSAÚDE PROASA SESEF UNAFISCO VALE TEMPO SAÚDE VIDA PREMIER UNIMED ILHÉUS

CONVÊNIOS RENOVADOS

SITUAÇÃO CONTRATUAL

CONVÊNIO STATUSUnimed SSA SUSPENSO EM 22/03/2012Unimed Seguros SUSPENSO EM 22/03/2012Unimed Jequié SUSPENSO EM 22/03/2012Unimed Sudoeste SUSPENSO EM 22/03/2012Unimed Nacional SUSPENSO EM 22/03/2012Unimed Feira SUSPENSO EM 22/03/2012Amil AGUARDANDO RETORNO DA MINUTAMedial Saúde AGUARDANDO RETORNO DA MINUTAMediservice Próximas negociaçõesSaúde Bradesco Próximas negociaçõesSul América Próximas negociaçõesPetrobrás Próximas negociaçõesPorto Seguro ENVIADO OFÍCIO P/ RENOVAÇÃO CONTRATUALNordeste Saúde ENVIADO OFÍCIO P/ RENOVAÇÃO CONTRATUALPetrobrás Distrib ENVIADO OFÍCIO P/ RENOVAÇÃO CONTRATUAL

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