32

Revista Bem Estar "Gestos Apaixonados" 31-07-2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Entrevista: Alexandre Caprio

Citation preview

Editorial

Se o corpo não fosse esse instrumento de comunicaçãopoderoso (tão eficaz e às vezes até mais do que a boca),como explicar o sentimento sublime diante de umespetáculo de dança contemporânea ou de butô - atradicional e silenciosa dança japonesa em que nada sefala mas tanto se diz? É claro que nosso corpo tem “voz”, equando nos referimos à linguagem corporal dosapaixonados, tema da reportagem de capa desta edição darevista Bem-Estar, esses sinais aparecem - mais ou menosevidentes de acordo com a argúcia do observador. Entreduas pessoas que se amam, o olhar é diferente, o abraço édiferente, até o posicionamento dos pés é outro. E todosesses gestos ocorrem de maneira praticamenteinvoluntária. Por isso, observe. É no “corpo a corpo” queestá muito da verdade de um relacionamento.

24O Vale do Loire, na França, tem mais coisas para seapreciar além dos seus históricos castelos. E na regiãode Champagne, a colheita da uva vai ser antecipada

18No ar com o personagem Petrus, de “Cordel Encantado”,ator Felipe Camargo fala sobre seus 25 anos de carreira

15

Sensitiva evidente estreiano time decolunistasescrevendosobre oscaminhospara se atingirbem-estar efelicidade

Pensamentos

Poesia

“A ausência diminui aspaixõespequenase aumentaasgrandes, porqueo ventoapaga velas e ventila um incêndio.” (François deLaRochefoucauld)

“Aspaixõessão como as ventaniasque inchamasvelas donavio. Algumas vezeso afundam,massemelas não sepodenavegar.” (Voltaire)

“Consciência é a voz daalma; aspaixõessão a voz docorpo.”(Jean-JacquesRousseau)

Poeta sonhadorTu, poeta sonhadorA ti que importaa mágicabelezaDos verdes pradosSe a razãosóbrotaDe um amor não correspondidoSe o fogo o coraçãoafligeCom teusbradosÀs vezes paira acima do realAsasasseabremnohorizonteSilêncio totalExplodeeletrizantenopeito dosonhadorUmgrito noarTués visionário, estetaSem eco, semnada, a docepalavraNa gargantaengasgadaIsoladonessa mudezNão te iludas, porém, talvez chegueachorarNo teatro dos sonhos, a luz da ribaltaTudose ilumina

Apenasum suspiro bailandonoarPoeta, tu chegasteà loucuraFeriste teu coraçãoPor sobre sonhosnavegasNo planalto da imaginaçãoTeu coraçãopedindo tréguaDossonhosnaamplidãoTuestás equivocado, vaticinadorprofetaPor um amor indevidoDentre jurase promessasNão foste correspondidoDesabafa, conta comigoPoeta sonhadorQue importam jurase promessasTumurmurassuspirandoTeussonhospor lágrimascobertosPor um amor não correspondidoTu vivessonhando ilusõessem fimAinda teouçopelasnoites minhasE tunem te lembrasdemim

MargaridaGôngoraMantovani

Agência O Globo

Turismo

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

Televisão

Divulgação

Verdadesdo corpo

Marina Gold

2 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

2º Congresso de AnáliseTransacional - “O Poder

da Consciência nasConexões Humanas”

Em Curitiba

No campus da PUC

Promovido pela União Nacional

dos Analistas Transacionais

Informações e inscrições:

www.unat.org.br/conbrat

2ª Health Ingredients SouthAmerica (HiSA)Em São Paulo

No Novotel Center Norte

Conferência: das 9 às 18 horas

Exposição: das 11 às 19 horas

Informações: www.hi-events.com.br

Inscrições:

http://www.hi-events.com.br/hi/

conferencias/grade-de-palestras

AgendaCurso “Síndrome do Pânico”

Em Rio Preto

Das 9 às 13 horas

No Salão Nobre da Acirp (rua

Silva Jardim, 3099, Centro)

Investimento: R$ 50

Informações

e inscrições:

[email protected]

e (17) 3016-6340 e 3216-5992

9 e 10 deagosto

As notas para aagenda podem ser

enviadas para GiseleBortoleto no e-mailgisele.bortoleto@

diarioweb.com.br

ou pelo fone(17) 2139-2084

BOM DE PAPOCarreira

18 a 20de agosto

27 deagosto

Jéssica [email protected]

Falar bem não é para qual-

quer um. A boa comunicação

exige conhecimento e técnicas

que podem ser adquiridas com

treino ou cursos.

No mundo dos negócios, es-

sa “arte” é tão importante co-

mo para quem trabalha com as

palavras. Isso porque o profis-

sional tem a necessidade de se

comunicar com os colaborado-

res e demais pessoas que fazem

parte do seu meio de trabalho.

E para estar sempre a frente é

preciso saber se expressar.

Ana Carolina Verdi Braga,

especialista em educação corpo-

rativa do Cegente, explica que

a comunicação é um dos cami-

nhos para ter sucesso profissio-

nal. “A comunicação é impor-

tante para todos, porque esta-

mos o tempo todo vendendo

ideias por meio da comunica-

ção”, afirma.

A especialista ressalta que o

profissional deve estar atento

com o público que está lidando

e saber diferenciar o tipo de lin-

guagem que deve ser usada.

“Falar bem não é usar palavras

rebuscadas, é falar corretamen-

te para que todos entendam”,

complementa.

A boa comunicação deve

ser clara e sem ruídos que pos-

sam interferir na interpretação

de quem está ouvindo.

Segundo Ana Carolina,

uma pequisa norte-americana

revelou que hoje um dos maio-

res medos das pessoas é de falar

em público, pois quando há es-

sa necessidade elas não sabem

como devem se comportar.

Para que a comunicação se-

ja eficiente e atinja o objetivo

de “vender” uma ideia, Ana Ca-

rolina diz que o principal é que

o profissional conheça o seu pú-

blico e entenda sobre o assunto

que vai falar, para poder se ex-

pressar da maneira correta. “É

necessário ter planejamento”,

afirma. Se for uma apresenta-

ção, por exemplo, é preciso tam-

bém conhecer os recursos que

serão usados como auxílio.

Curso

Sobre este assunto, Vivien

Chivalski, consultora organiza-

cional e jornalista especializa-

da em Marketing e Comunica-

ção Organizacional pela USP,

estará em Rio Preto para minis-

trar um curso no qual irá apre-

sentar técnicas e dicas de comu-

nicação e tipos de linguagem

que devem ser usadas de acor-

do com o público. �

ServiçoCurso “Comunicação Oral Eficaz”. Dia

6 de agosto, das 8 às 17 horas, na

empresa Um Investimentos, Rio Preto.

Informações www.cegente.com.br ou

(17) 3227-8549/3227-3188

Curso em Rio Preto ensina técnicas para se comunicar melhor. Saber se

expressar é fundamental para a obtenção do sucesso na vida profissional

DIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefe

Fabrício [email protected]

Editora-executiva

Rita Magalhã[email protected]

Coordenação

Ligia [email protected]

Editor de Bem-Estar e TV

Igor [email protected]

Editora de Turismo

Cecília [email protected]

Editor de Arte

César A. Belisá[email protected]

Diretora Superintendente

Rosana [email protected]

Pesquisa de fotos

Mara Lúcia de Sousa

Diagramação

Cristiane Magalhães

Foto capa

Hamilton Pavan

Agradecimento

Clube Monte LibanoCarol AlvesGuilherme Purini Nardi

Tratamento de Imagens

Silvio Coleti e Yan Desidério

Matérias:Agência EstadoAgência O GloboTV Press

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 3

Do abraço mais forte ao olhar mais

profundo, especialistas a pontam

quais são os sinais que indicam se um

casal está mais ou menos apaixonado

Jéssica [email protected]

Viver com os pensamentos

nas nuvens, sentir o coração

acelerado e uma vontade

imensa de estar com o ou-

tro são algumas caracterís-

ticas dos apaixonados.

Mas a maneira como se

comportam por meio de

gestos também mostra o

que estão sentindo - é a

linguagem corporal dos

apaixonados.

Assim como na pa-

quera, em que o menino e

a menina apresentam ges-

tos específicos para de-

monstrar que um está inte-

ressado no outro - por exem-

plo, a mulher quando mexe

nos cabelos e os homens quan-

do estufam o peito -, entre um

casal apaixonado isso não é dife-

rente. É possível perceber quan-

do duas pessoas estão realmen-

te “caídas de amor” pela outra

pelo simples gesto do abraço ou

pelos olhares.

Isso porque, segundo Paulo

Sérgio de Camargo, especialis-

ta em linguagem corporal e

grafólogo, de São Paulo, a lin-

guagem corporal dos apaixona-

dos é a mesma em qualquer lu-

gar do mundo. “O apaixonado

quer o objeto da paixão único e

exclusivamente para ele. En-

tão, vão aparecer o que chama-

mos de sinais de possessão.

Quando o apaixonado vai abra-

çar, o abraço dele é em forma

de entrega, ele abraça, fecha os

olhos e esquece o mundo ao seu

redor”, define.

O especialista diz que um

homem apaixonado só tem

olhos para a parceira, e vice e

versa. Camargo afirma que os

apaixonados têm a necessida-

de de mostrar o que estão sen-

tindo - é por isso que o abra-

ço do apaixonado é mais forte

e mais

evidente.

Camargo

explica que o

abraço é diferente

para os homens e

mulheres. O homem

apaixonado, por exemplo,

não tem medo de agarrar, de

trazer a amada para perto dele.

Ele quer abraçar, beijar e mos-

trar que gosta dessa pessoa.

“Na mulher, o abraço é mais

afetuoso, existe muito mais en-

trega de encolhimento, ela é

abraçada e se encolhe. A mu-

lher tende a ficar mais afetuo-

sa, a se encolher e aceitar o

abraço do rapaz com mais for-

ça”, explica.

Outro sinal apontado pelo

especialista é chamado de

“comportamento espelho”,

que começa, por exemplo,

quando um casal está junto.

S e

eles real-

mente estão

apaixonados, é

possível perceber

que a postura dos dois é

a mesma. Por exemplo, eles

podem cruzar os braços ao

mesmo tempo. Esse comporta-

mento é chamado de “sintoni-

zação”.

Guilherme Purini Nardi,

22, e Carol Alves, 18 (que ilus-

tram a capa desta edição), na-

moram há dois anos e são um

belo exemplo do que é um casal

apaixonado.

Eles se conheceram por

meio de amigos e depois de um

ano começaram a namorar. Des-

de então, não se separam.

“Quando estamos juntos, sem-

pre estamos abraçados ou de

mãos dadas”, revelam.

Enquanto os apaixonados

só têm olhos para o parceiro, os

casais que não estão apaixona-

dos ficam mais alertas e se preo-

cupam com o que acontece ao

redor, além de expressarem me-

nos afetividade um pelo outro.

Estar apaixonado, para Ca-

margo, só traz benefícios.

“Quando a pessoa está apaixo-

nada, ela se sente melhor, me-

lhora a pele, melhora a postura,

melhora a saúde”, afirma.

Para Marcelle Vecchi, psico-

terapeuta comportamental neu-

rolinguística, nosso corpo fala

constantemente. “Quando há

um interesse, nossa mente in-

O corpo fala

A LINGUAGEM

4 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

ternamente fica focada nos sen-

tidos visuais, auditivos e sensi-

tivos do nosso parceiro, deixan-

do para segundo plano quais-

quer acontecimentos exter-

nos”, explica.

Segundo a psicoterapeuta, a

linguagem corporal é a mais

verdadeira e pode demonstrar

os diversos estados emocionais

pelo qual uma pessoa passa, co-

mo raiva, medo, amor, paixão,

depressão, ansiedade, dor, en-

tre outros.

Em entrevista à revista Bem-

Estar, Marcelle Vecchi fala

mais sobre a linguagem corpo-

ral dos apaixonados.

Revista Bem-Estar - Comoé a linguagem corporal dosapaixonados?

Marcelle Vechi - Nosso cor-

po fala constantemente, basta

estar atento para perceber os si-

nais. Geralmente, quando duas

pessoas estão em pé, se houver

interesse entre as partes seus

corpos estarão levemente volta-

dos para o outro, seus olhares

são mais constantes, os pés esta-

rão na direção do outro. Se o

homem estiver com a mão no

bolso e ele tiver interesse se-

xual pela parceira, os dedos es-

tarão apontados para os órgãos

sexuais dele.

Bem-Estar - O abraço dosapaixonados é diferente, émais caloroso?

Marcelle - Esse é um abraço

daqueles que não dá vontade de

largar, diferente de um abraço

social, em que a duração é bem

menor. No abraço apaixonado,

há também mais contato peito-

ral e abdominal; num abraço so-

cial, às vezes, só se encostam os

ombros.

Bem-Estar – E como é oolhar dos apaixonados?

Marcelle - O olhar é o espe-

lho da alma, podemos transmi-

tir várias mensagens através

dos olhares. Em caso de paixão

ou amor, os olhos ficam tran-

quilos quando estão olhando o

outro, não há muita agitação

ocular. Também percebe-se a

paixão pela profundidade do

olhar, é quando parece que o ou-

tro está atravessando nossa

mente com os olhos.

Bem-Estar - Quais as princi-pais diferenças que podemosobservar em um casal apaixo-nado e um casal que não estáapaixonado?

Marcelle - Num casal apai-

xonado, a atenção de um está

voltada para o outro, e não para

acontecimentos externos, por

exemplo. Quando há um interes-

se, nossa mente internamente fi-

ca focada nos sentidos visuais, au-

ditivos e sensitivos do nosso par-

ceiro, deixando para segundo pla-

no quaisquer acontecimentos ex-

ternos. Há também uma necessi-

dade interna de agradar e ser acei-

to, o que conduz às gentilezas es-

peciais. Nosso interesse numa

conversa é mais no sentido de en-

tender o outro do que de falar a

nosso respeito o tempo todo. A

voz se torna mais aveludada, há

um brilho na face diferente, o ma-

xilar fica relaxado, nossa tempera-

tura corporal aumenta na presen-

ça do outro.

Bem-Estar - Como é o com-portamento do casal que nãoestá apaixonado? É possívelperceber por meio também desinais?

Marcelle - A paixão já foi estu-

dada por ciências que estudam

processos cerebrais e foi constata-

do que uma paixão dura em torno

de 3 meses, após esse período, ou

o casal avança para um sentimen-

to mais nobre, que é o amor, ou se

separa, pois após esse tempo o cé-

rebro começa a perceber as dife-

renças e os “defeitos” do outro

com mais facilidade, enquanto na

paixão há uma névoa que não

deixa o cérebro processar esses

pontos.

Bem-Estar - Os gestos deum apaixonado são os mes-mos da paquera?

Marcelle - Não, na paquera

há uma necessidade urgente de

se mostrar atraente e conquistar.

Nessa etapa, a pessoa tende a falar

mais sobre si mesma e mostrar

seus atrativos físicos, intelectuais,

amorosos, familiares, etc. A con-

versa, nessa etapa, é uma represen-

tação dos pontos positivos e dimi-

nuição dos negativos. A paixão é

a etapa seguinte. Os gestos de um

apaixonado são mais sutis que os

da paquera: na paquera, os gestos

são mais ostensivos, pois são reali-

zados com o intuito de impressio-

nar. Na paixão, ocorre uma neces-

sidade maior de cativar - os gestos

são mais ponderados e sua aten-

ção está no outro e não somente

em si.

Bem-Estar - A maneira co-mo as pessoas se comportam(por gestos, olhares...) poderealmente dizer se estão ounão apaixonadas?

Marcelle - A linguagem cor-

poral das pessoas evidencia inú-

meros estados emocionais, como

a raiva, o medo, o amor, a paixão,

a depressão, a ansiedade, a dor, en-

fim, essa é a linguagem mais ver-

dadeira que há, pois é automática,

não passa por nenhum processo

inibidor ou racional. Os gestos fa-

lam por si só, o que se passa em

nosso interior, sem máscaras ou

falsas representações. As mensa-

gens corporais são as mais verda-

deiras e confiáveis.

DA PAIXÃO

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 5

O olhar dos apaixonados émais profundo, demonstratranquilidade, pois não háagitação ocular. Segundoespecialistas, os apaixonados sótêm olhos para o companheiro enão prestam atenção ao que

acontece ao redor

Os apaixonados têm anecessidade de agradar e, porisso, demonstram gentilezasespeciais. A voz fica maisaveludada, há brilho no olhar eno rosto, o maxilar ficarelaxado e a temperaturacorporal aumenta na presençado amado ou amada

O abraço de um casalapaixonado é mais afetuoso emais forte. O abraçodemonstra a entrega de um aooutro, além de ser um abraçocom mais contato peitoral. Ohomem abraça a mulher commais força, enquanto ela sesente acolhida e se encolhenos braços do companheiro

Quando há interesseentre um homem e umamulher, seus corpos estarãolevemente voltados para ooutro, os olhares maisconstantes e os pés na

direção do outro �

SINAIS QUE DEMONSTRAM QUEO CASAL ESTÁ APAIXONADO:

SAIBA MAIS

6 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Especialistas mostram como evitar lesões decorrentes de posições incorretas no ambiente de trabalho

Jéssica [email protected]

Trabalhar o dia todo sentado em

frente a um computador requer muitos

cuidados, principalmente com a manei-

ra como se posiciona na cadeira. A má

postura no ambiente de trabalho é mui-

to comum, por isso é de extrema im-

portância que a pessoa, ao perceber

que está sentada de maneira inade-

quada, corrija imediatamente a postu-

ra para não ter problemas futuros

com a coluna.

O fisioterapeuta Paulo Haddad,

de Rio Preto, diz que a má postura no

trabalho pode causar várias dores e

diagnósticos diferentes nas pessoas.

“Um profissional fisioterapeuta que

trabalha com ergonomia tem um

grande embasamento postural para

deixar tudo em ordem, nas diversas

posturas e funções em todos os tipos

de postos de trabalhos”, recomenda.

Christina May Moran de Brito,

médica fisiatra, coordenadora do ser-

viço de reabilitação do Hospital Sírio-

Libanês, em São Paulo, orienta as pessoas

que estão em uma atividade contínua a fa-

zer uma ou mais pausas após um determi-

nado período de trabalho. “Não é somente

parar de fazer o trabalho do momento, pre-

cisa parar, relaxar e alongar aqueles múscu-

los que estão em atividade.” A especialista

diz que a má postura pode levar a casos do-

lorosos crônicos, mais pela sobrecarga, não

só da coluna, mas sobretudo dos músculos

e tendão.

Pernas cruzadas

Vocêestá sentado e cruza as pernas, a po-

sição parece ser muito confortável, mas tam-

bém pode trazer danos a sua coluna. Segun-

do Paulo Haddad, essa postura estimula o

aparecimento de dores nas regiões dos qua-

dris e da coluna lombar. “O ideal é não cru-

zar as pernas, mantendo-as com apoio total

nochãoouemumapoiopersonalizadodaal-

tura que os quadris fiquem em 90º em rela-

ção aos joelhos”, explica Haddad. Christina

May também lembra que a posição pode

comprometer a circulação.

Telefone no ombro

O telefone toca, você atende e preci-

sa anotar ou digitar uma informação

que está sendo passada. O ombro é a al-

ternativa para apoiar o telefone e fazer

as duas atividades ao mesmo tempo. Pa-

ra os especialista, essa postura é inade-

quada. Christina lembra que no caso do

trabalho exigir o uso constante do tele-

fone é necessário usar fone de ouvido.

Os ombros precisam estar relaxados,

não podem estar muito deprimidos e

nem muito elevados. Haddad explica

que essa posição provoca um desvio na

região do pescoço, mais especificamen-

te na coluna cervical.

Sentar-se na ponta

Já é quase fim do dia, bate aquele

cansaço e de repente você se vê quase

deitado na cadeira, em uma postura

confortável por um determinado tem-

po, mas que também traz danos ao cor-

po. Essa posição também é incorreta.

Segundo Haddad, esta postura causa

um grande estresse na coluna vertebral

lombar. Christina diz que ao sentar-se

na ponta da cadeira a pessoa perde a re-

ferência do encosto para a posição da co-

luna. “Se você fica sentado mais para

frente, apoiado adequadamente com a

coluna ereta, não é problema, mas é difí-

cil a pessoa ter essa disciplina”, lembra

a especialista.

Sentar-se sobre a perna

“Além de correr o risco de compri-

mir algum nervo da região, provocando

sensações de formigamentos, as articula-

ções não suportam muito tempo uma

mesma posição contrária à habitual.

Nesse caso, a perna que estiver por bai-

xo sofre uma rotação externa da articula-

ção do quadril, favorecendo o apareci-

mento de processos inflamatórios inde-

sejáveis, o que melhora muito quando

esse vício imperceptível passa a ser

abandonado pelas pessoas”, explica o fi-

sioterapeuta Haddad.

Em pé e apoiado

Jogar o peso do corpo para uma das

pernas é confortável, mas contraindica-

do por especialistas. Haddad explica

que a postura pode causar dores na lom-

bar e nos quadris pela descarga de peso,

sendo jogada totalmente para um local.

“O ideal, quando em pé, é revesar a des-

carga de peso, apoiando um pé de cada

vez em um banco pequeno da altura de

um degrau de escada, assim você conse-

gue descansar os membros inferiores

em forma de revesamento”, afirma o fi-

sioterapeuta. Christina lembra que essa

dica é importante para um cirurgião,

por exemplo, ou uma pessoa que fica

muito tempo em pé passando roupa ou

lavando louça. �

Fisioterapia

Corrija a posturaMuitas pessoas podem pensar que para manter a postura

correta é necessário ter móveis adequados. A médica fisiatra doHospital Sírio-Libanês Christina May Moran de Brito garante que oideal é ter uma cadeira que você consiga ajustar a altura paraadequar com a mesa e manter os pés apoiados. Para apoiar ospés, caso não consiga pela altura, a alternativa é usar um apoioergonômico. “Os pés devem estar apoiados, os joelhos a 90graus, não cruzados, a lombar também deve estar bem apoiada eencaixada na cadeira”, recomenda Christina

O fisioterapeuta Paulo Haddad, de Rio Preto, orienta comodeve ser a postura diante do computador para que o trabalho nãose torne doloroso no fim do dia. Segundo o especialista, a cabeçadeve estar em posição natural, que não obrigue a pessoa aabaixar, levantar ou rodar a cabeça para nenhum dos lados. Omonitor deve ser posicionado de forma que a visão estejadirecionada para o horizonte

“Os membros superiores, desde ombro, cotovelo, punho emão, devem estar em posições de descanso e não com sensaçõesde pesos. Deve-se deixar o ombro fechado com o cotoveloencostado no corpo e apoiado, como também o punho, e estarsobre um apoio confortável para a digitação”, explica ofisioterapeuta

Saiba maisDivulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 7

Bem-Estar entrevista o conferencista Adjiedj Bakas,

autor de previsões polêmicas sobre como serão os

relacionamentos amorosos nos próximos anos

Cecília [email protected]

Prepare-se para uma nova vi-

são do amor. É o que prenuncia

o conferencista Adjiedj Bakas,

que se especializou em projetar

cenários para o futuro. É autor

de cinco livros sobre o assunto e

um deles, em especial, trata do

amor para os próximos anos.

Algumas posições de Bakas

sobre o tema são controversas e

difíceis até de aceitar.

Em “O futuro do Amor”

(Ed. A Girafa), cuja capa mos-

tra uma mulher abraçada a um

robô (como forma de mostrar

que hoje a tecnologia invadiu a

vida das pessoas não apenas

nos planos mais subjetivos,

mas nos principais campos de

suas vidas), Bakas afirma, por

exemplo, que em 10 anos as pes-

soas vão poder usar lentes de

contato especiais para mudar a

forma de enxergar o outro.

“Se você olhar para o mes-

mo marido durante 20 anos,

com as lentes, você mudará a

maneira de vê-lo. De repente,

ele se transformará em um ho-

mem atraente e você poderá re-

novar sua vida amorosa com

ele novamente. Não é formidá-

vel? Isso evitará muitos divór-

cios”, diz, em entrevista exclu-

siva à revista Bem-Estar.

Revista Bem-Estar - O queo levou a escrever sobre oamor no futuro?

Adjiedj Bakas - Eu dou cer-

ca de 200 palestras para cerca

de 200 mil pessoas por ano. Du-

rante as palestras, e através de con-

versas com a plateia após essas pa-

lestras, notei que muitas pessoas

se sentiam afastadas demais

umas das outras, mas estavam à

procura de intimidade, calor hu-

mano, amor e, principalmente,

de pessoas em quem pudessem

confiar. Quando o meu fisiotera-

peuta me disse que 50% dos seus

clientes o procuravam para fazer

uma massagem porque, do con-

trário, ninguém lhes tocaria -

pois desejavam ser tocados por

outro ser humano - fiquei surpre-

so. Mais tarde, descobri que esta

era uma realidade por toda a

Europa: 50% dos clientes dos fi-

sioterapeutas só os procuram

porque ninguém lhes tocava.

Nessa ocasião, conversei

com um policial que fiscalizava

portais de atividades sexuais e

portais de namoro na internet,

que me disse existirem muitos

jovens que já não conseguem

mais ter um orgasmo ou mes-

mo uma ereção durante uma re-

lação sexual normal com uma

outra pessoa, pois preferem

conversar e se masturbar em

um mundo pornográfico vir-

tual. Foi então que decidi fazer

pesquisas neste campo e consta-

tei que o policial estava certo:

muitos jovens, hoje em dia, fin-

gem o orgasmo numa relação

sexual com outro ser humano

porque acham o sexo virtual

muito mais excitante. Em algu-

mas cidades, conheci muitos

migrantes vindos da zona rural

que se mudaram para elas dei-

xando para trás familiares e

amigos. Eles também me disse-

ram que se sentiam solitários.

Toda essa informação chegou a

mim em um período muito cur-

to, então foi aí que decidi incor-

porá-las num livro. Imediata-

mente, minha obra se tornou

um best-seller na Europa.

Bem-Estar – Que tipo de re-lação as pessoas querem ter,ainda que não envolva os re-cursos tecnológicos?

Bakas - As pessoas procu-

ram, principalmente, por inti-

midade. Por alguém em quem

possam confiar, dividir segre-

dos e fazer carinho. O sexo po-

de vir junto com a intimidade,

mas este não é, estritamente,

necessário. Porém, a sexualida-

de sim e o ato de acariciar um

ao outro é muito importantes.

Ambas ações geram energia e

nos fazem felizes.

Bem-Estar - O que, em suaopinião, afetou a forma deamar nos dias de hoje, de for-ma irrevogável, graças às no-vas formações familiares?

Bakas - Nos velhos tempos,

você não casaria, necessaria-

mente, com quem você amava,

em especial as mulheres, que ti-

nham menos oportunidades e

menos poder econômico. Na ju-

ventude da minha avó, você

não estaria livre para casar com

a pessoa amada. Até 1850, as

pessoas morriam por volta dos

40 anos de idade. Se você en-

contrasse o seu grande amor,

vocês ficariam juntos por uns

15 anos, o que era normal. Na-

queles tempos, as pessoas viaja-

vam cerca de 8 quilômetros por

ano em média apenas. Conhe-

ciam muito menos pessoas. E

elas tinham muito menos infor-

mação e menos coisas novas

em suas vida para lidar. Atual-

mente, experimentamos mui-

tas coisas em nossas vidas, que

nos fazem mudar muito mais

rápido. Alguém por quem você

se apaixonou aos 20 anos se tor-

na uma pessoa totalmente dife-

rente quando chega aos 35, e o

mesmo também ocorre com vo-

cê. Por isso, hoje em dia, está

mais difícil amar um ao outro

por toda uma vida. Acontecem

muitas mudanças em sua perso-

Visão

O FUTURODO AMOR

8 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

nalidade e em seu

caráter, há muito

mais opções de possí-

veis amantes e, consequen-

temente, vemos as forma-

ções de novas famílias aconte-

cerem. Por volta dos 40, você já

pode ter de um a três ex-parcei-

ros com quem você provavel-

mente possa ter filhos. Você

ainda tem amizade com eles e,

possivelmente, você tem um no-

vo amante, com quem convive

em harmonia. Você pode amar

alguém do outro ou do mesmo

sexo ao mesmo tempo, a

bisexualização do amor é mais

aceita do que era antes. As crian-

ças estão acostumadas a convi-

ver com mais padrastos e cofa-

miliares. E isso é bom.

Bem-Estar - Existe algumachance de um dia voltarmosao amor mais conhecido co-mo amor-romântico, como notempo dos gregos?

Bakas - Não. E não se esque-

ça que nos

tempos dos gre-

gos não era es- se pa-

raíso todo n ã o !

Na época, as mulhe-

res eram consi- d e r a d a s

inferiores aos h o m e n s .

A bissexualidade era mais tole-

rada, ou era mais comum. Mas

as pessoas morriam por volta

dos 22 anos de idade, muitas

pessoas morreram bem jovens

e não chegaram a experimentar

a maturidade que experimenta-

mos hoje. Sem dizer que a socie-

dade grega era muito violenta,

havia muitas guerras e lutas.

Felizmente, nós preferimos a

paz nos dias de hoje.

Bem-Estar - Quais as chan-ces de se encontrar um amorsem ter de recorrer à tecnolo-gia nos dias de hoje, ou issojá não é mais possível?

Bakas - Sim, claro que é.

Você pode conhecer alguém

em seu local de trabalho, nas

ruas ou em uma festa e se apai-

xonar. Não se esqueça de que a

forma como as pessoas exalam

seu cheiro é um fator decisivo.

No cheiro de uma pessoa, você

sente o cheiro dos hormônios

e, ao se juntar aos seus

feromônios (substâncias quí-

micas naturais afrodisíacas), e

se combinarem, pronto, você

se apaixona. Mas em uns 10

anos vamos ter lentes de conta-

to especiais que ao serem colo-

cadas nos olhos vão mudar a

forma como enxergamos al-

guém. Por exemplo, se você vê

alguém que acha ser bom parti-

do, só que ele é muito gordo, as

lentes irão mudar a maneira de

vê-lo e ele lhe parecerá esporti-

vo e magro. Se você olhar para

o mesmo marido durante uns

20 anos, com as lentes, você

mudará a maneira de vê-lo. De

repente, ele se transformará

em um homem atraente e você

poderá renovar sua vida amoro-

sa com ele novamente. Não é

formidável? Isso evitará mui-

tos divórcios!

Bem-Estar – Existem al-guns ganhos para as novas ge-rações com estas novas con-dutas diante da tecnologia?

Bakas - Algumas coisas nun-

ca mudam. Pessoas de todas as

gerações procuram o amor, a

amizade, o carinho e a intimida-

de. Os jovens são iguais aos da ve-

lha geração. Mas, para muitos jo-

vens, as drogas (sintéticas ile-

gais) e a internet trazem um

mundo superficial para o mun-

do físico real e isso pode mudar ojeito com que eles buscam oamor. Mas eu tenho certeza queeles vão aprender a lidar com is-so e encontrar a felicidade deuma forma que se encaixa aosseus estilos de vida.

Bem-Estar - Como são re-cebidas pelas pessoas suasobservações sobre o futurodo amor?

Bakas - As pessoas ficam fas-cinadas com o livro e as apresen-tações sobre o assunto. Dei pales-tras em Porto Alegre e Recife e aplateia ficou algumas vezes cho-cada, mas acabou por identificaro que eu disse e escrevi. Tereimuito prazer em dar palestras no-vamente sobre meu livro no Bra-sil. O livro está sendo publicadona Suécia e na Noruega, e lá tam-bém as reações estão sendo mui-to positivas. As pessoas gostamdo fato de que este tema está, fi-nalmente, sendo abordado, umavez que elas acham que esse as-sunto é muito ignorado. �

Tradução de Sandra Bernacer

Escolhassensatas

Nascido no Suriname em 1963,

Adjiedj Bakas, que hoje vive na Ho-

landa, é uma figura conhecida

mundialmente graças a sua astúcia

em orientar empresários e pessoas

a fim de que adotem atitudes basea-

das em suas previsões sobre o futu-

ro em todas as suas instâncias.

Bakas alerta que a solidão é o

que mais tem afetado a vida na Ter-

ra. Ele afirma que um em cada qua-

tro holandeses se dizem solitários,

e que 30% dos norte-americanos

têm menos amigos do que há 20

anos - e o mais triste é que 20% dos

norte-americanos já não têm qual-

quer amigo considerado íntimo.

Ao mesmo tempo otimista,

Bakas aponta que a felicidade pode

ser construída e, para tanto, basta

que façamos escolhas sensatas. Em

seus livros, elese coloca como um

pesquisador das populações e traz

para a realidade de cada população

um pouco da história e de como a

evolução tem influenciado suas vi-

das, seja em relação ao amor, a

Deus, às finanças e a todas as ou-

tras formas de se viver. (CD)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 9

Escolher é um privilégio. O problema está no fato de

que toda decisão implica em renúncia. Para saber que

caminho seguir, considere o benefício da troca

Gisele [email protected]

Escolher talvez seja uma das coisas a que

o homem mais se dedique na vida. Todas as

nossas ações diárias sempre são pautadas por

escolhas. Escolhemos levantar ou ficar na ca-

ma, tomar ou não um café, comer ou não uma

barra de chocolate, sair ou não sair com os

amigos.

“Nossas escolhas sempre são fundamenta-

das por um ganho, uma motivação”, diz Ale-

xandre Caprio, psicólogo cognitivo-compor-

tamental. Escolhemos levantar da cama por-

que precisamos trabalhar e ganhar dinheiro;

escolhemos não comer uma barra de chocola-

te para manter a boa forma física, ou escolhe-

mos sair com os amigos para trocar ideias e

nos descontrair. Todas as vezes que abrimos

mão de algo, entendemos que fazemos isso

em prol de um ganho maior.

Na maioria das vezes, fazemos escolhas

simples, como decidir se comemos ou não

um chocolate. Mas, e na hora de decidir, por

exemplo, que vestibular fazer - decisão que

pode influenciar o restante das nossas vidas?

Caprio explica que, diante de escolhas

mais complexas, devemos considerar o que

queremos de melhor para nós e não o que os

outros querem que façamos. Muitas vezes,

nossa insegurança nos faz pensar que as ou-

tras pessoas sabem o que é melhor para nossa

vida. Se tomarmos nossas decisões com o ob-

jetivo de agradar aos outros para conseguir

aprovação, poderemos ser infelizes na profis-

são, no amor ou em qualquer outra atividade.

“Muitas pessoas seguem carreiras que os

pais querem. Formam-se e exercem uma pro-

fissão que não gostam. Isso faz com que o dia

a dia se torne sofrível e que tudo seja mais

complicado do que realmente poderia ser”,

garante o psicólogo.

Como passamos a vida toda tomando deci-

sões, muita gente não percebe que o momen-

to da escolha é muitas vezes também de ansie-

dade. Para reduzi-la, deve haver preparo, e é

algo que também requer um real empenho

do indivíduo. “Por isso, nossas escolhas de-

vem ser pautadas em nossa motivação. O

comprometimento e a dedicação verdadeira

nos direcionam com tranquilidade dentro do

caminho escolhido, sem que fiquemos nos co-

brando e nos censurando por não haver empe-

nho na nossa meta”, diz Caprio.

A escolha é sempre um privilégio. O gran-

de problema é ter de abrir mão de outra coi-

sa. Quando a escolha é simples e parece não

haver grandes implicações, tudo bem. Mas,

muitas vezes, podemos lidar com essa situa-

ção de renunciar a algo e saber que essa re-

núncia pode ser definitiva.

Caprio tranquiliza: a renúncia nunca é

completa. Sempre renunciamos em prol de al-

go. A troca sempre deve nos trazer um benefí-

cio maior. O que ocorre é que muitas vezes re-

nunciamos a um ganho imediato para um

bem maior que virá.

Mais uma vez, a arte de fazer escolhas pas-

sa pelo autoconhecimento. “As pessoas preci-

sam se autoconhecer, ou seja, é preciso conhe-

cer suas reais necessidades e escolher o que

vem ao encontro do seu jeito de ser e de

existir, pois as escolhas serão feitas a vida

toda e a qualidade da vida estará em jogo”,

diz a psicóloga clínica e organizacional In-

grid Bergamo.

Por isso, antes de fazer uma escolha que, a

princípio, não nos parece tão simples, deve-

mos fazer estas pergunta: “O que essa escolha

irá interferir em minha vida, e o quanto irá

afetá-la?”

“É preciso aprender a reconhecer em si

aquilo que tem mais a sua cara. Escolher mes-

mo sabendo que enfrentará situações inusita-

das”, diz Ingrid.

“Somos iludidos a pensar que, quanto

mais escolhas, melhor”, diz a psicóloga Ma-

ria Amélia Mussi. É comum as pessoas pensa-

rem que a existência de mais opções leva a

uma escolha melhor e, portanto, a um maior

bem-estar.

“O dogma aceito é o de que mais escolhas

maximizam a nossa liberdade. Mas, por mais

paradoxal que pareça, é a profusão de esco-

lhas que, na verdade, diminui nossa satisfa-

ção”, explica Maria Amélia. Muitas escolhas

causam paralisia em vez de libertação.

Comportamento

Faça sua escolha

10 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

É sua oportunidadeMuito pior do que a ansieda-

de gerada por uma escolha é

não ter a oportunidade de esco-

lher. É muito comum ouvir-

mos pessoas, principalmente

mais velhas, se queixarem de al-

guma coisa justamente porque

não tiveram a possibilidade de

escolha em muitas questões pes-

soais: “Na minha época, tínha-

mos de casar com o primeiro

namorado”, “eu não tive a opor-

tunidade de estudar”, e assim

por diante.

Hoje é diferente, todos te-

mos o direito de escolha. Mas o

que acontece quando nos recu-

samos a exercer esse direito?

Quando não escolhemos, os ou-

tros escolhem por nós. “Quan-

do não definimos o nosso cami-

nho, ele é definido de forma

aleatória, através de outros jul-

gamentos”, diz o psicólogo Ale-

xandre Caprio.

Muitas vezes, acabamos in-

do em uma direção que não

queremos ir. Somos empurra-

dos. “Quando você deixa a vida

te levar, como canta nosso caris-

mático Zeca Pagodinho, pode-

mos acabar em qualquer lugar.

E não poderemos nos queixar

disso depois, nem culpar os ou-

tros por escolhas que deveriam

ser nossas”, diz ainda.

Abrir mão de nossas esco-

lhas é abrir mão de nossos so-

nhos e nossa liberdade. É pre-

ciso lembrar que as escolhas

pressupõem responsabilida-

des. Porém, é muito bom po-

dermos escolher o que fazer da

nossa vida.

“O conflito existe para que

possamos ter a oportunidade

de dar valores semelhantes pa-

ra duas coisas e ponderar que

dor irá doer menos”, diz a psi-

cóloga Ingrid Bergamo. Por

exemplo: casar ou ficar soltei-

ro, mudar de país ou ficar, dei-

xar um emprego ou buscar ou-

tro, etc.

A importância do conflito é

ponderar o que irá ao encontro

das necessidades interiores de

cada pessoa. Por isso, ninguém

deve interferir em escolhas e

nem dar conselhos, pois cada

um tem uma necessidade.

“Existem pessoas que têm

verdadeira resistência a esco-

lhas, entretanto, só mesmo

ela poderá fazer esta viagem

interior e se descobrir”, ex-

plica Ingrid. (GB)

Esteja preparadoEscolher nos dá a sensa-

ção de poder exercer nossa li-

berdade. Mas, para isso, pre-

cisamos nos preparar. “Co-

mo disse Renato Russo, dis-

ciplina é liberdade. Temos

que saber para onde quere-

mos ir para traçar nossos pas-

sos”, diz o psicólogo Alexan-

dre Caprio. Quando traça-

mos uma linha entre nós e o

ponto que queremos chegar,

a escolha torna-se mais fácil.

É preciso definir uma

lista de objetivos e um pra-

zo para o cumprimento de

cada um. Tendo meta e pra-

zo, ressalta Caprio, seu fo-

co é direcionado e sua men-

te passa a criar métodos e

soluções para superar o ob-

jetivo definido.

“Cabe aos pais criarem

os filhos com mais autono-

mia e, desde a infância, per-

mitirem que escolham suas

próprias roupas, cores ou sa-

patos, partindo das escolhas

simples para mais comple-

xas”, diz Ingrid Bergamo.

Porém, se a pessoa já cresceu

e não aprendeu a escolher por-

que alguém sempre fez a parte

que cabia a ela, infelizmente,

não há o que fazer: terá de assu-

mir a responsabilidade e os ris-

cos sozinha. (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 11

Pesquisadores da USP e da Califórnia testam eficácia da meditação

no tratamento de quem sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

Gisele [email protected]

A autora norte-americana

Kathleen diz em seu livro “Co-

mo Meditar: Um Guia Práti-

co” (ed. Pensamento) que do-

mar a mente e trazê-la à com-

preensão da realidade não é um

trabalho fácil. “Requer um pro-

cesso lento e gradual de ouvir e

ler explicações sobre a nature-

za das coisas; pensar e analisar

cuidadosamente esta informa-

ção; e finalmente transformar

a mente através da meditação.”

Transformar a mente usan-

do a meditação para ajudar no

tratamento do transtorno ob-

sessivo compulsivo (TOC) de-

ve ser a ferramenta da pesquisa

que o médico radiologista Ro-

drigo Yacubian Fernandes,

professor de Kundalini Yoga e

Meditação, irá iniciar nos pró-

ximos dias no Instituto de Psi-

quiatria do Hospital das Clíni-

cas de São Paulo (HCFMUSP).

O TOC é um transtorno

mental, algo gerado pela ansie-

dade, que se manifesta no com-

portamento por meio de com-

pulsões ou rituais, repetições e

evitações. No pensamento, é ca-

racterizado por obsessões, co-

mo dúvidas, preocupações em

excesso e, por fim, emoções

que causam desconforto físico

e emocional, medo, aflição, de-

pressão e sentimento de culpa.

Fernandes diz que, a convi-

te do professor Eurípedes Cons-

tantino Miguel Filho, chefe do

Departamento de Psiquiatria

da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo, foi

desenvolvido um projeto em

conjunto com a Universidade

da Califórnia, nos Estados Uni-

dos, através do mestre David

Shannahoff-Khalsa.

O projeto foi aceito pelo Co-

mitê de Ética e Pesquisa e está

na fase de recrutamento dos pa-

cientes. Serão aceitas 50 pes-

soas com diagnóstico estabele-

cido de TOC, com idades entre

18 e 65 anos, de ambos os se-

xos. As práticas serão gratuitas

e conduzidas semanalmente

por médicos que apresentam

experiência com as práticas de

meditação.

Por rigor científico, os no-

mes das técnicas de medita-

ção não podem ser divulgados

para que os grupos sejam dis-

tribuídos de forma aleatória,

sem que um saiba o conteúdo

do outro.

“Há trabalhos publicados

na literatura médica realizados

na Universidade da Califórnia

demonstrando bons resulta-

dos”, diz. O projeto atual pre-

tende ser mais amplo, ter

maior número de pacientes e

maior rigor científico.

O tempo para que os resulta-

dos sejam sentidos, ainda se-

gundo Fernandes, depende

muito da pessoa, da aplicação e

disciplina nas práticas, mas em

algumas semanas costumam

ser sentidos por aquele que pra-

tica regularmente.

Os trabalhos serão inicia-

dos assim que forem escolhi-

dos os 50 participantes que

preencherem os critérios de in-

clusão na pesquisa. A duração

prevista é de 12 a 16 meses.

Com o tratamento, o médi-

co espera que os pacientes pos-

sam ter redução dos sintomas,

melhora nas escalas clínicas de

avaliação e melhora na qualida-

de de vida.

Alternativa

Não é de hoje que a ciência

e a medicina fazem pesquisas

para comprovar a eficácia da

meditação como coadjuvante

no tratamento de algumas

doenças e transtornos mentais.

O cardiologista norte-america-

no Herbert Benson, da Univer-

sidade de Harvard, nos Esta-

dos Unidos, fez uma pesquisa

com grupos de pacientes que

sofriam de problemas cardía-

cos, hipertensão, infertilidade,

depressão e enxaquecas. Ele

conseguiu provar que os pa-

cientes que praticaram medita-

ção por 20 minutos duas vezes

ao dia tiveram taxas de recupe-

ração superiores aos do grupo

que não meditava.

Cientistas de Harvard, em

2000, também usaram equipa-

mentos de última geração para

realizar testes neurológicos

em monges tibetanos. E desco-

briram que o lado esquerdo da

região frontal do cérebro, res-

ponsável pela compaixão, ale-

gria e entusiasmo, entrava em

alta atividade elétrica durante

a meditação.

Um estudo feito pela Uni-

versidade de Cambridge, na In-

glaterra, comprovou que pa-

cientes com depressão crônica

que praticaram meditação regu-

larmente tiveram redução de

até 50% nas recaídas.

Também há evidência de

eficácia da meditação na área

da oncologia. Estudo feito na

Universidade de Brasília pelo

psiquiatra Juarez Iório Cas-

tellar investigou os efeitos do

método em 80 pacientes com

histórico de câncer de mama.

Castellar pediu às participan-

tes que preenchessem questio-

nários para medir a qualidade

de vida. Por meio da coleta de

amostras de sangue e saliva an-

tes e depois dos exercícios me-

ditativos, ele acompanhou as

variações hormonais que indi-

cavam a situação da doença.

Já nos primeiros resultados

foi constatado que a medita-

ção reduziu os efeitos colate-

rais da quimioterapia, como

náuseas, vômitos, insônia e

inapetência.

A meditação também tem

apresentado bons resultados

em pesquisas que avaliam seu

impacto nas doenças mentais.

Na Universidade de Exeter, na

Inglaterra, o pesquisador Wil-

lem Kuyken verificou que

o método é uma opção

concreta para auxiliar

no controle da de-

pressão a longo

prazo. As pesqui-

sas compara-

ram a evolu-

ção de pacien-

tes que medita-

vam e tomavam re-

médios com a apre-

sentada por aqueles que ape-

nas usavam os antidepressivos.

Após 15 meses de testes, os

cientistas constataram que cri-

ses mais sérias ocorreram em

47% dos pacientes que medita-

vam, enquanto entre os outros

o índice foi de 60%.

Estudo

FERRAMENTA NATURALDE TRANSFORMAÇÃO

12 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Você pode sentar-se numa cadeira, no sofá,na cama ou no chão. Em qualquer dos locaisque escolha é importante que mantenha acoluna ereta para que haja um bom fluxo deenergia e da respiração. As pernas podem estarapoiadas no chão (no caso da cadeira) oucruzadas (no caso do sofá, cama ou chão).Tanto a cama como o sofá devem ser duros osuficiente para que você mantenha uma boapostura

Apoie as mãos, voltadas para baixo,delicadamente sobre as coxas. Incline o queixolevemente em direção ao peito. Mantenha aatenção na postura, que deve estar ereta, masrelaxada, ou seja, observe mentalmente face,tronco, pescoço, ombros, braços, pernas paraque estejam relaxados. Você pode encostarsuas costas. No caso de optar sentar no chão,utilize uma pequena almofada comaproximadamente 10 a 15 centímetros de altura

Feche os olhos, apoie a língua levementeno céu da boca (reduz a salivação) econcentre-se na respiração. Antes de iniciar,respire lentamente de três a seis vezes, sempressa, apenas para relaxar. Depois, respire

normalmente. Perceba o ar entrando e saindo

das narinas, o caminho que ele faz de ida e voltaaos pulmões e conte cada expiração. Inspire e,ao expirar, conte mentalmente “Um”, inspire e,ao expirar, conte mentalmente “Dois”, e assimsucessivamente, até “Dez”. Toda vez que seenvolver nos pensamentos, retorne ao número“Um”. A concentração na respiração e acontagem são importantíssimas para que vocênão se deixe envolver pelos pensamentos

A contagem é um grande auxílio para quevocê se mantenha concentrado. Perceba seuspensamentos como um observador, sem seenvolver com eles. Através da prática dameditação, tomamos as rédeas de nossa vida. Énatural que no início a mente reclame e ospensamentos sejam incessantes, bem como ocorpo também reclame da posição, afinalnenhum dos dois está acostumado a ficarquieto, imóvel. Mas, com o tempo, todos essesincômodos vão passando. É importante lembrarque o tempo varia de pessoa para pessoa,portanto, não se cobre ou se imponha metas.Apenas continue praticando diariamente, 20minutos, duas vezes ao dia, pela manhã e ànoite. Aos poucos, a mente irá se aquietando e

os pensamentos silenciando �

Fonte: Livro “O Que é Meditação” (ed. Nova Era)

Medite sempre

NA SAÚDE

Diminuição do estresse

Fortalecimento do sistema imunológico

Redução da pressão arterial

Melhora da qualidade do sono

Alívio da enxaqueca

Auxílio no tratamento da depressão

Coadjuvante no tratamento e sintomasde doenças cardíacas

Redução significativa nos quadros dedores em geral

NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Aumento da criatividade

Estimulação da memória

Maior poder de atenção e concentração

Ampliação do discernimento para lidarcom situações de estresse

Aumento da autoestima

Maior equilíbrio emocional

Melhora nas relações interpessoais

Autoconhecimento

Maior aceitação de si mesmo edo outro

Maior alegria na rotina diária

Paz e tranquilidade

Fonte: Sandra Rosenfeld, terapeuta

e escritora

Compreenda com a almaComo a meditação funciona,

e como é possível que cure uma

doença ou traga benefícios para

nossa vida profissional e pessoal?

“A verdade é que não dá para

compreender tudo com o cére-

bro, há coisas que só se compreen-

de com a alma e em silêncio”, diz

a escritora Sandra Rosenfeld, tera-

peuta em qualidade de vida como

instrutora de meditação, coach

pessoal e palestrante, e autora de

“Durma Bem e Acorde para a Vi-

da” e “O que é Meditação”.

Sandra lembra que a medita-

ção já foi comprovada por pes-

quisas médicas e científicas co-

mo a melhor ferramenta natu-

ral para transformar nossa vi-

da, trazer a paz interior que tan-

to buscamos, mas a maioria

não sabe como chegar lá.

“Através da meditação, ao

mesmo tempo em que relaxa-

mos, desenvolvemos a atenção

e a concentração, e aprende-

mos a viver no momento pre-

sente”, diz a terapeuta.

Na maior parte do tempo, nos-

sa mente está ou no passado ou

no futuro e, com isso, trazemos

para o presente emoções como

saudade, ressentimento, mágoa,

nostalgia, ansiedade ou medo. “E

isso tudo é motivo de muito es-

tresse e desequilíbrio. É como se

tivéssemos um véu na nossa fren-

te e víssemos o mundo e lidásse-

mos com ele através desse véu e

não como realmente as coisas

são”, diz.

Quando entramos nessa for-

ma de desequilíbrio, temos ten-

dência a adoecer com mais facili-

dade. A meditação traz equilí-

brio: os batimentos cardíacos di-

minuem, relaxamos naturalmen-

te e, por meio de técnicas específi-

cas, conseguimos ter um controle

sobre os pensamentos, diminuir

o ritmo deles e nos manter no pre-

sente. E isso promove uma série

de transformações.

Parece milagre? Sandra Ro-

senfeld garante que não. Somos

um tripé: ser, fazer e ter, e no Oci-

dente somos valorizados pelo que

fazemos e pelo que temos, mas

pouco pelo que somos. “Infeliz-

mente, a maioria das pessoas não

sabe fazer essa parada para ter es-

se contato consigo mesmo, para

encontrar as respostas que preci-

sa”, explica.

Pesquisas científicas também

mostram que, quando entramos

em estado meditativo, liberamos

endorfina e serotonina. A endorfi-

na é um poderoso analgésico na-

tural, o que faz com que a medita-

çãosejausadaemhospitais, inclusi-

ve no Brasil, como coadjuvante no

tratamento de câncer ou dores crô-

nicas; e a serotonina dá a sensação

de bem-estar. “Por isso, as pessoas

que praticam meditação são mais

felizes, riem mais e começam a ver

o lado positivo das coisas e das pes-

soas”, explica Sandra.

“A meditação é uma técnica

que faz com que entremos em

contato com nós mesmos e, geral-

mente, quando você está em um

estado de consciência de vigília,

fica com a atenção voltada para as

atividades de fora”, diz Salvador

Hernandes, coach e instrutor de

ioga e meditação.

A meditação, ainda segundo

Hernandes, permite que o prati-

cante tenha um funcionamento

mais adequado do organismo.

“Se você tem um período de me-

ditação que acalma seu corpo e

sua mente, seu corpo passa a fun-

cionar melhor, sem aquela exigên-

cia do estresse muito comum nos

dias de hoje”, afirma. (GB)

Benefícios dameditação

Divu

lgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 13

Aspecto das unhas, como formato, coloração e textura, pode revelar se o corpo todo está saudável

Agência Estado

Unhas saudáveis, corpo in-

teiro protegido. Mudanças na

coloração, formato e textura

das unhas podem indicar al-

guns problemas de saúde, co-

mo anemia, micoses, dermati-

tes e até mesmo doenças renais

ou pulmonares. E tudo isso po-

de ser detectado por meio de

um simples autoexame, garan-

tem os especialistas ouvidos pe-

la reportagem.

“As unhas dão sinais e eles

servem de alerta”, afirma a der-

matologista Fátima Rabay,

membro da Sociedade Brasilei-

ra de Dermatologia - Regional

São Paulo (SBD-SP). “Várias

doenças dermatológicas ou

sistêmicas podem ter repercus-

são nas lâminas ungueais

(unhas). É por esse motivo que

alguns médicos costumam olhá-

las no exame clínico”, ressalta

Joaquim Mesquita Filho, der-

matologista membro da Socie-

dade Brasileira de Cirurgia

Dermatológica (SBCD).

Para detectar problemas

nas unhas, contudo, é preciso

conhecer qual é o padrão de

normalidade delas. “São rosa-

das nas pessoas mais claras e es-

curecidas em morenos e ne-

gros. Têm textura rígida e com-

pacta, sendo arredondadas na

base e curvas nas pontas”, lista

a médica. “Há também caracte-

rísticas que estão ligadas à ida-

de. Nos jovens, ela é lisa. Nos

mais velhos, costuma descamar

e pode até mesmo ficar áspera

depois dos 50 anos - ou da me-

nopausa, nas mulheres, segun-

do os dermatologistas.

Algumas alterações são con-

sideradas normais, como as tí-

picas manchinhas esbranquiça-

das. “Na grande maioria das

pessoas, essas manchas brancas

são traumas e desaparecem em

pouco tempo. Mas também po-

dem indicar anemia, carência

de zinco e proteínas, alergias

ou psoríase”, informa Mesqui-

ta Filho. Daí a necessidade de

observar com cuidado todas as

alterações.

De olho

O diagnóstico de problemas

de saúde por meio das unhas re-

quer sutileza. “Para diferenciar

as doenças, é importante que o

médico não inicie o tratamento

imediatamente. É necessário

descobrir qual é causa real da-

quela alteração nas unhas”, afir-

ma Fátima.

Mesquita Filho lembra que

alterações provocadas pela dia-

bete e por doenças pulmonares,

por exemplo, são bastante pare-

cidas. “Em ambas, as unhas exi-

bem uma coloração ou man-

chas amareladas.”

Para quem deseja experi-

mentar o autoexame, os especia-

listas aconselham um teste fei-

to em três etapas. Primeiro, é

preciso identificar mudanças

na coloração. “Por exemplo, se

o leito (pele que fica abaixo da

lâmina) estiver escuro, é sinal

de que o sangue não está circu-

lando”, afirma Fátima.

Observar a textura é o se-

gundo passo da vistoria casei-

ra. “A unha é uma capa proteto-

ra. Precisa ser rígida e resisten-

te para proteger as extremida-

des ósseas de traumatismos”,

diz o dermatologista. Por últi-

mo, é necessário observar o for-

mato. “Ele sofre variações tam-

bém pelo corte errado das

unhas”, diz Fátima. Mantê-las

quadradas é a dica dos médicos

para evitar o encravamento. “A

lâmina deve crescer sem resis-

tência nas laterais”, completa

Mesquita Filho.

O crescimento médio sema-

nal das unhas das mãos é de 2 a

3 milímetros, diz a dermatolo-

gista da SBD-SP. “Esse cresci-

mento é mais rápido do que

nas unhas dos pés. Nas mulhe-

res, o processo é ainda mais len-

to”, completa Fátima.

Saúde

Comissão de frente

A cutículapode serretirada?Não. Elaserve paraproteger amatriz daunha eimpedir o surgimento deinfecçõesou micoses. Elasdevemserempurradasenuncaremovidas

Usar esmalteconstantementepodeprejudicar as unhas?Sim.Ouso frequente pode ocasionaralergias. É preciso deixar queasunhas“respirem”, dizemosespecialistas

Existemprodutos quefortalecemas unhas?Alguns.Osmédicosafirmamque,quandooproblemanas unhassurgeemdecorrênciado usodemedicamentosou dabaixaresistência, alguns produtospodemajudar. Mas énecessárioobservar apresençade formol ea concentraçãodevitaminaE

É maishigiênico levar opróprio kit demanicure aosalãodebeleza?Com certeza. Amedidaé ideal para ajudar aevitar doenças, comohepatite emicoses

SAIBAMAIS

A unha é formadaporqueratina, amesma proteínapresentenos fios decabelo enapele. A parte visível édenominada lâmina, queécontornadapor uma pele(cutícula). Abaixo da lâmina estáo leito - pele quesustenta a raizdaunha e também a lâmina

Escondida sob acutículaestáamatriz ungueal, local emqueas célulasqueratinosasseproliferameasseguram ocrescimentodasunhas. Jáameia-luabranca na basedodedo, chamada de lúnula, surge

dasproteínas de queratina �

Mitos everdades

Divulgação

14 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Pouco se interessa a espiritualidade por uma Ferrari. Felicidade é questão

qualitativa: amor, amizade, introspecção, convivência, descobertas

Marina GoldSensitiva

Com alguma frequência,

confundimos bem-estar e felici-

dade. Com razão, pois são situa-

ções que se aproximam, divi-

dem certas afinidades, vizi-

nhas, aparentadas, dois lados

da mesma moeda - como se

diz! -, impossível separar. Enga-

no pensar se tratar exatamente

da mesma coisa. Distinções im-

portantes devem ser indicadas,

separações que auxiliam enxer-

gar com maior nitidez os con-

tornos e singularidades de cada

uma dessas realidades desafia-

doras para o ser humano. Colo-

quemos as coisas no lugar:

quando se fala de bem-estar, es-

tamos nos domínios das neces-

sidades de sobrevivência, das

realizações materiais. Os mone-

taristas adoram essa palavra. A

venda de geladeiras ou garrafas

de vinho pode ser quantificada,

mensurada e acaba derivando

para o PIB (Produto Interno Bru-

to), pouco significativo para os

mortais, mas importantíssimo pa-

ra os banqueiros e financistas.

Por sua vez, a felicidade se relacio-

na a outro tipo de satisfação, uma

autorrealização que transcende a

posse de qualquer objeto ou bem

de consumo. Daí a aparentemen-

te contraditória e paradoxal des-

coberta de um imenso time de

economistas: o aumento da ri-

queza não puxa o da felicidade.

A fortuna é cega. Uma bolsa

Bottega Veneta, um relógio

Breguet, um telefone Bang &

Olufsen, cosméticos La Prai-

rie, tudo isso é lindo, indica po-

der e dinheiro, realiza desejos

quantitativos, mas não funcio-

na como fator determinante pa-

ra a felicidade. Afinal, não se

pode calcular quanto ela custa.

Felicidade é questão qualitati-

v a . A m o r , a m i z a d e ,

introspecção, convivência, des-

cobertas... atividades e relacio-

namentos férteis, coisas que

não custam nada, que justifi-

cam, celebram e trazem senti-

do para a vida, fazendo dela um

exercício renovado de esplendo-

res. Pouco se interessa a espiri-

tualidade por uma Ferrari, mas

muito por esses aspectos ante-

riores. Ela enxerga as posses

materiais como continhas colo-

ridas dentro de um caleidoscó-

pio. Refletidas no espaço espe-

lhado da alma, podem criar

uma miríade de possibilidades.

Essa é uma outra conversa. Fi-

ca para uma próxima. �

SOBRE ESTARBEM E SER FELIZ

Divulgação

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 15

A mocinha de Julianne Trevisol em “Vidas Opostas” se distancia da realidade da atriz

TV Press

Julianne Trevisol poderia

passar tranquilamente como

uma estudante de moda ou de-

sign. Ou apenas por uma meni-

na de estilo cosmopolita que

moraria em qualquer grande ca-

pital mundo afora. Sempre

com um corte assimétrico e de-

salinhado e figurino que deno-

ta uma minuciosa preocupação

“fashion”, a atriz começou ce-

do a trabalhar como modelo de

comerciais. Esse estilo impecá-

vel, que se distribui com facili-

dade em sua silhueta mignon

de 47 kg espalhados em 1,66 m

de altura, consegue se sobres-

sair até na batalhadora Rita, de

“Vidas em Jogo”, que dá duro

para ganhar a vida como confei-

teira e dançarina na trama de

Cristianne Fridman. Em sua

primeira protagonista em uma

carreira de apenas seis anos na

tevê, esta carioca de 28 anos faz

questão de destacar seu afinco

na composição da personagem

na Record. “Subi degrau por

degrau na minha carreira e

sempre trabalhei muito. É

bom ver a Record investindo

em novos atores em grandes

papéis. Desde que soube da

Rita, queria essa persona-

gem, mesmo que ela não fos-

se protagonista”, assegura.

A sintonia com a persona-

gem surgiu assim que Julianne

soube que ela seria uma dança-

rina de salão e daria muito du-

ro para se manter após ser ex-

pulsa de casa pelo pai precon-

ceituoso, que achava que a filha

iria se prostituir. “Ela lutou

desde o início da novela. Sem-

pre se virou sozinha, venceu to-

dos os obstáculos”, frisa a atriz,

que ensaiou dança de salão

exaustivamente para a persona-

gem. Formada em balé clássi-

co, Julianne também frequen-

tou aulas de jazz e sapateado.

Chegou até a experimentar dan-

ça de salão para um projeto be-

neficente, mas se apaixonou

mesmo pelo estilo quando co-

meçou a praticá-lo diariamente

para a personagem. “Comecei a

dançar muito pequena. Minha

família sempre teve condições

de me dar cursos muito bons,

bem diferente da Rita, que se

apresenta com dança de salão

na confeitaria e se diverte com

samba rock, em bailes com os

amigos”, compara.

Para a personagem, Julian-

ne ainda aprendeu as artima-

n h a s d a c u l i n á r i a e m

workshops, onde exercitou

principalmente receitas de do-

ces, já que Rita é uma das con-

feiteiras da história. “Estou fa-

zendo um rocambole maravi-

lhoso. Agora todo mundo me

pede para cozinhar”, diverte-se

a atriz, que assume que nunca

teve grandes ambições como

aprendiz de chef.

Com um olhar sempre com-

penetrado na conversa, Julian-

ne vai dissecando a carreira co-

mo quem dedilha um instru-

mento com intimidade. Afinal,

mesmo com poucos anos de ex-

periência na tevê, conseguiu fa-

zer personagens bem diversifi-

cados. Depois de estrear em

“Floribella”, atuou em “Pai-

xões Proibidas” - novela luso-

brasileira co-produzida pela

Band e pela RTP. Na trama, vi-

via a intensa Mariana. Em se-

guida, partiu para a Record, on-

de atuou em toda a trilogia de

“Os Mutantes” como a fria e

calculista vilã Gór, até fazer tes-

te com diversas atrizes e ga-

nhar o papel de mocinha em

“Vidas em Jogo”. “Sempre se-

gui minha carreira pela intui-

ção. Antes mesmo de entrar em

‘Floribella’, tinha feito muitos

testes, cursos. Tive sorte de

sempre fazer papéis bem dife-

rentes. Isso me fez mostrar vá-

rios caminhos de trabalho”,

analisa, cruzando as pernas es-

guias e arrumando a franja pa-

ra a sessão de fotos. “Não super-

valorizo a moda. Gosto muito,

procuro me informar, adoro sa-

ber as novidades. As pessoas di-

zem que tenho um estilo meio

rock’n’roll, mas não acho.

Odeio rótulos”, avisa.

Peso pluma

Para se manter irretocável

em vestidos curtíssimos e saias

justas no figurino de Rita, em

“Vidas em Jogo”, Julianne Tre-

visol afirma que se cuidou bem

antes da estreia da novela. Há

meses ela mantém um ritmo

mais intenso de exercícios para

conservar o visual magérrimo

da personagem, além de satisfa-

zer a própria vaidade. Para is-

so, além de manter uma dieta

equilibrada com alimentos po-

bres em gorduras e açúcares, Ju-

lianne dança e faz exercícios

com personal trainer sempre

que pode. A atriz, que sempre

foi avessa à academia e a levan-

tar peso, começou a praticar

musculação em um estúdio par-

ticular do personal, com apare-

lhos mais leves, com elásticos e

aparelhos diferenciados para

enrijecimento muscular. “Sem-

pre optei pela dança porque

gosto de exercícios que têm

contato entre corpo e mente.

Mas estou malhando com prazer

e levando à sério”, afirma. �

Perfil

BONEQUINHA DE LUXO

Instantâneas

Com silhueta mignon,Julianne Trevisol - 47 kge 1,66 metro - semantém irretocável nosfigurinos justos de suapersonagem, Rita

Julianne Trevisol só atuou em um filme em

sua carreira, uma participação em “O Divã”,

baseado no livro de Martha Medeiros, como

Lilian

Julianne fez grandes campanhas no início

de sua carreira, como do Guaraná Antártica,

Havaianas, Vivo, Fanta, Duloren e Banco do

Brasil, entre outras

A atriz chegou a fazer aulas de tecidocircense como alternativa de exercícios queajudavam em um trabalho corporal para aatuação

O verdadeiro nome de Julianne Trevisol éJulianne Oliveira de Almeida

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Nas linhas do saibroGisele Fróes já começou as aulas de tênis para sua

nova personagem em “A Vida da Gente”, próxima

novela das seis da Globo. Ela vai interpretar Vitória,

a professora de tênis da personagem Ana, vivida por

Fernanda Vasconcellos. “Já tive um contato ante-

rior com o esporte. Agora, as aulas são mais intensas

e tenho gostado do resultado”, gaba-se, em tom de

humor.

Encontro quasemarcadoA Band, em parceria com a rede americana NBC , re-

força o apoio para que Ricky Martin aceite prota-

gonizar um dueto com Cláudia Leitte. Para isso,

os agentes da cantora fluminense e do cantor por-

toriquenho já estão em conversas avançadas. Afi-

nal, eles já têm o “single” “Samba” e não dispen-

sariam a oportunidade de lançá-lo, no dia 12 de

setembro, diante de milhões de telespectadores em

todo mundo.

Em nome do paiA autora Maria Adelaide Amaral decidiu fazer algu-

mas homenagens em “Dercy”, título provisório

da próxima minissérie da Globo. A começar com

Nizo Neto, um dos filhos de Chico Anysio, que

irá interpretar o pai na produção. Assim como

Boninho, que também interpretará o próprio

pai, Boni. A ideia é de que a minissérie vá ao ar a

partir de janeiro de 2012.

Final da linhaGorete Milagre não é mais da Record. A humorista,

que ficou famosa com a personagem Filó, decidiu

não renovar o contrato com a emissora. No canal ela

fez diversos programas, além das novelas “Prova de

Amor”, “Amor e Intrigas” e “Mutantes – Promessas

de Amor”. A intenção da comediante é voltar a car-

reira para o humor.

Saga épicaAs gravações de “Rei Davi”, próxima minissérie da

Record, estão a todo vapor. O elenco tem gravado

desde o mês de junho. Leonardo Brício interpretará

o protagonista Davi e a atriz Maria Ribeiro será Mi-

cal, o par romântico dele. O texto de Vivian de Oli-

veira conta a história de Davi, um pastor de ovelhas

que se torna rei de Israel. A previsão é de ir ao ar em

janeiro de 2012.

Sétima arteTainá Müller tem planos para depois de “Insensato

Coração”. A intérprete da pedante Paula deve rodar

o filme americano “Motor Angels”, do diretor Joe

Tripican. Essa não será a primeira vez da atriz nas

telonas. Ela já atuou em “Cão Sem Dono”, de Be-

to Brant e Renato Ciasca, “Plastic City”, de Nel-

son Yu Lik-wai, “Tropa De Elite 2 - O Inimigo

Agora É Outro”, de José Padilha e “As Mães de

Chico Xavier”, de Glauber Filho e Halder Go-

mes, entre outros longas.

Corrida na lateralNem Maria Fernanda Cândido, Camila Morgado ou

Maria Pinna. Karina Bacchi deve ser a escolhida co-

mo a intérprete da professora Helena no “remake”

“Carrossel”, do SBT. A novela infantil fez sucesso

nos anos 1990 e é tida como uma das grandes apos-

tas da emissora para sua grade. A produção deve es-

trear a partir de outubro.

Só da eleGuilherme Winter estará com a agenda cheia nos

próximos meses. O ator, que viveu o apaixonado Re-

nato, em “Ti-Ti-Ti”, e está no ar no quadro “Dança

dos Famosos” do “Domingão do Faustão”, vai preci-

sar encontrar tempo para conciliar o atual compro-

misso com novos trabalhos. Ele foi convidado para

integrar o elenco de “As Brasileiras”, série que Da-

niel Filho dirige para a Globo. Além disso, o ator

também foi convidado para fazer uma participação

em “Tapas & Beijos”.

Apenas delaMaria Paula está na expectativa de ter um programa

na Globo. A apresentadora, que deixou o “Casseta &

Planeta, Urgente!”, entregou na emissora um proje-

to de produção solo. A ideia dela é de que ele seja

aprovado ainda este ano.

Queda de braçoDomingos Oliveira, o autor do “sitcom” “Os Anjos

do Sexo”, não quer ficar na desvantagem. A Band

irá exibir apenas oito dos 26 episódios da série. No

próximo dia 2 vai ao ar o terceiro deles. Com isso,

Domingos quer que a emissora o autorize a negociar

os 19 episódios restantes com o Canal Brasil.

“Petit comité”Gilberto Braga tem planos para o sábado seguinte à

exibição do último capítulo de “Insensato Coração”,

da Globo. Ele, que divide a autoria do folhetim com

Ricardo Linhares, já avisou aos seus atores, equipe

de colaboradores e diretores que realizará um jantar

para todos em seu apartamento, localizado no Arpoa-

dor, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A previsão é de

que o último capítulo vá ao ar no dia 19 de agosto.

Tenta a sorteAs inscrições para o “game show” “Um Milhão Na

Mesa” já estão abertas no “site” do SBT. O cadastro

só é válido se for realizado por duplas, como: casa-

dos, namorados, amigos de infância, sócios e ir-

mãos, entre outros. A gincana deve ser comandada

por Silvio Santos.

Lá e cáPaloma Bernardi e Thiago Martins irão repetir a par-

ceira de “Insensato Coração”. A dupla, que contrace-

na na novela, está acertando os últimos detalhes pa-

ra protagonizar um espetáculo sob a direção de Pe-

dro Neschling.

No tempo deleWagner Moura não tem pressa em voltar à tevê. Em

breve, o ator estreia o longa “O Homem do Futuro”,

ao lado de Alinne Moraes. Além de atuar, Wagner

também ficou responsável pela trilha sonora do lon-

ga que foi rodado há tempos. A música escolhida

por ele é “Creep” da banda inglesa de rock “Radio-

head”. O filme estreia no dia 2 de setembro.

Do outro ladoRafael Zulu vai deixar para trás o afetado persona-

gem Adriano, de “Ti-Ti-Ti”. Ele está no elenco de

“Fina Estampa”, próxima novela das nove da Glo-

bo. “Serei Edvaldo, um mecânico heterossexual e

nordestino”, adianta. Na trama de Aguinaldo Silva,

o ator vai trabalhar em uma oficina de alto padrão

que atende motos luxuosas e serve “prosecco” aos

seus clientes. A previsão de estreia é para a segunda

quinzena de agosto.

ZappingTV Press

Luiza Dantas/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 17 - TV

Felipe Camargo fala sobre as complexidades de Petrus, seu personagem em “Cordel Encantado”

TVPress

É com despretensão e um sor-

riso no rosto que Felipe Camargo

fala sobre a proximidade de seus

25 anos de carreira na televisão –

iniciada em “Anos Dourados”, de

1986. “Sério? Tem tudo isso mes-

mo?”, espanta-se. Para Felipe,

muito além de novas formas de

interpretação e bons papéis, a

melhor lição em todos esses

anos foi entender como funcio-

na as oscilações da carreira de

ator. “Aprendi a lidar com as

vaidades da profissão e encarar

qualquer papel com paixão.

Uma hora surge um surpreen-

dente, como é o caso do Pe-

trus”, destaca, referindo-se ao

seu personagem em “Cordel En-

cantado”, atual novela das seis, da

Globo.

Na trama de Thelma Guedes e

Duca Rachid, o ator é Petrus, um

duque que foi enganado pela espo-

sa, a ambiciosa Úrsula, de Débora

Bloch, que o prendeu numa mas-

morra com uma máscara de ferro

no rosto. Só depois de 20 anos, o

injustiçado duque consegue se li-

bertar e chegar à cidade de

Brogodó para se vingar da ex-mu-

lher. “Ele não é um cara maldoso.

Só quer fazer justiça”, ressalta.

Em sua chegada ao sertão brasilei-

ro, o personagem é auxiliado pelo

casal Florinda e Zenóbio, de Ema-

nuelle Araújo e Guilherme Fon-

tes, que o ajudam a se livrar da

máscara. No entanto, da convivên-

cia com a mulher do novo amigo

surge uma paixão. “É um conflito

muito rico. Ele é um cara trauma-

tizado, que acaba de voltar à vida.

Mas acaba se envolvendo com a

mulher do cara que lhe devolveu

a liberdade”, explica.

Pergunta – Este ano vocêcompleta 25 anos de televisão.Entre altos e baixos, o que o ins-tiga a aceitar novos trabalhos e

construir novos personagens?Felipe Camargo – Me deixo le-

var pelas oportunidades. Em to-

dos esses anos, os projetos mais

me escolheram do que eu os esco-

lhi. A prova maior disso é que um

dos últimos personagens impor-

tantes que fiz, o Dante de “Som &

Fúria”, chegou através de um con-

vite do Fernando Meirelles. Não

liguei para o diretor pedindo em-

prego ou uma chance, não foi algo

que eu fui atrás. Quando surgiu o

convite, só de ter a oportunidade

de trabalhar com ele, eu já fiquei

a fim. Ainda mais quando ele fa-

lou que era um protagonista. Não

tive nem o que dizer, aceite na ho-

ra e adorei interpretar o Dante.

Pergunta – A série “Som &Fúria” marcou sua volta à condi-ção de protagonista. Função de-sempenhada em sua estreia, naminissérie “Anos Dourados”, de1986. Como você lidou com afalta de convites para papéis demaior destaque?

Camargo - Senti essa dificulda-

de na tevê. Mesmo sem aparecer

muito em nível nacional, conse-

gui fazer coisas das quais tenho

muito orgulho no teatro e no cine-

ma, como o espetáculo “Boca de

Ouro”, do Nelson Rodrigues, e o

filme “Jogo Subterrâneo”. Fui ti-

do como maluco durante um bom

tempo, assim como o Dante era re-

conhecido como louco pelos ami-

gos e colegas de trabalho. Teve

uma metalinguagem aí. Eu nunca

saí da minha profissão, fiz muitas

novelas ao longo da carreira, mas

foi minha volta à Globo encabe-

çando um elenco. Por conta dis-

so, até hoje a série é muito repre-

sentativa para mim. A profissão

de ator tem a possibilidade de

exorcizar alguns sentimentos e

frustrações e foi nesse trabalho

que tive a chance de deixar para

trás momentos pesados da minha

vida pessoal e profissional.

Entrevista

Rosto à mostra

Trajetória televisiva

Felipe Camargo: “As boasoportunidades vêm e vão.Não fico mais angustiadocom isso. Perceber comooscila esse mecanismome fez bem”

“Anos Dourados” (Globo, 1986) - Marcos

“Roda de Fogo” (Globo, 1986) - PedroGarcez

“Mandala” (Globo, 1987) - Édipo Junqueira

“O Sexo dos Anjos” (Globo, 1989) - Adriano

“Despedida de Solteiro” (Globo, 1992) -João Marcos

“Pátria Minha” (Globo, 1994) - InácioFonseca

“A Idade da Loba” (Band, 1995) - Otávio

“Corpo Dourado” (Globo, 1998) - Tadeu

“Andando Nas Nuvens” (Globo, 1999) -Bob Lacerda

“Um Anjo Caiu do Céu” (Globo, 2001) -Josué

“A Padroeira” (Globo, 2001) - Frei Tomé

“Senhora do Destino” (Globo, 2004) -Edmundo Cantareira

“Alma Gêmea” (Globo, 2005) - Dr. Julian

“Filhos do Carnaval” (HBO, 2006) -Anesinho

“Cobras & Lagartos” (Globo, 2006) - Sidney

“Paixões Proibidas” (Band, 2006) - Albertode Miranda

“Som & Fúria” (Globo, 2009) - Dante

“Cordel Encantado” (Globo, 2011) - Petrus

Pedro Paulo Figueiredo /Divulgação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Pergunta – Quais senti-mentos e frustrações vocêconseguiu superar ao longodeste trabalho?

Camargo – Basicamente, eu

vi que as boas oportunidades

vêm e vão. Não fico mais angus-

tiado com isso. Perceber como

oscila esse mecanismo me fez

bem. Algumas vezes eu lutei

tanto para fazer alguma coisa,

principalmente no teatro, onde

a gente é mais dono do traba-

lho e o resultado não alcançou

minhas expectativas. No entan-

to, quando as coisas surgem de

maneira inesperada, elas vêm

muito mais de acordo com o

momento que estou passando,

ou que me livrei. Mas que ain-

da é necessário trabalhar na mi-

nha cabeça, no meu emocional.

Alguns personagem servem pa-

ra digerir muitas situações e

me fazer compreender melhor

a vida.

Pergunta – Depois da sérievocê trabalhou em “TemposModernos”, novela das seteque não teve bons resultadosde audiência. Foi difícil enca-rar um dos personagens prin-cipais em uma trama que nãodava o retorno esperado?

Camargo – Eu acho que a

gente está sempre sujeito a vi-

ver os dois lados da moeda. Pro-

curo fazer o meu trabalho da

melhor maneira possível. Eu

adorava o Portinho, de “Tem-

pos Modernos”, e até recebi al-

guns elogios por ele. Tento fa-

zer meu trabalho da melhor for-

ma onde eu estiver, pois sou eu

quem está ali, é a minha atua-

ção e a minha imagem. Então

quando a novela não está dan-

do audiência, não me interessa

muito. Não é uma responsabi-

lidade minha. A minha fun-

ção é fazer as cenas da me-

lhor forma, tentar resolver

aquela cena e sentir prazer

com o trabalho. E acho que is-

so são circunstâncias, a nove-

la tinha qualidade em vários

aspectos, uma boa direção,

elenco bacana, mas não teve

o apelo popular necessário.

Pergunta – Você saiu deuma trama de tintas futuris-tas, e agora integra o elencode “Cordel Encantado”, umahistória lúdica e de época. Ébom variar os estilos?

Camargo – Sem dúvida.

Mas o que me chama mais aten-

ção em “Cordel Encantado” é

que é um tipo de dramaturgia

pouco recorrente na televisão

brasileira. Muitas novelas de

época já foram produzidas,

mas essa tem tantas referências

interessantes que acaba tendo

ousadia no estilo. E o melhor

disso é que o público está em-

barcando nessa história. Todos

os detalhes técnicos são um es-

cândalo. Essa novela é muito

bem feita, mas ela também tem

uma história boa, que eu acho

que é o grande ponto de parti-

da, principalmente na televi-

são, pois a telenovela vive prin-

cipalmente da qualidade da tra-

ma. Se você não tem uma histó-

ria interessante, você pode ter

a melhor equipe e mesmo as-

sim não vai conseguir pegar o

telespectador.

Pergunta – A história deseu personagem foi inspiradaem “O Homem da Máscara deFerro”, de Alexandre Dumas.Se o principal da atuação sãoas feições do ator. Como foipassar boa parte dos capítu-los com o rosto coberto?

Camargo - No início, nem a

máscara podia aparecer, era só

um homem encapuzado. Uma

coisa que eu percebi usando o

acessório é que o meu equilí-

brio ficava afetado. Pois ela

tampava os meus ouvidos, e o

ouvido é o responsável pelo

equilíbrio. Quando você tem

uma labirintite, a primeira coi-

sa que você perde é a estabilida-

de dos movimentos. Então, es-

se o personagem ficou com o

equilíbrio meio defasado, o

Luiz Fernando Guimarães até

reparou que quando eu estava

de máscara, andava meio de la-

do, meio bambo. Foi algo in-

consciente e que ficou bem le-

gal nas cenas.

Pergunta – O peso da más-cara ajudou na composiçãodo Petrus?

Camargo – Bastante. Mas

ainda bem que não era feita de

ferro, mas sim de latão. Pesava

uns três quilos, acredito que se

fosse ferro deveria pesar de seis

a oito quilos. Durante as grava-

ções com ela, o som que vinha

era algo meio metalizado, as vo-

zes se confundiam, se perdiam,

a minha voz também ficava es-

tranha, ouvia minha respiração

e tinha um raio de visão muito

limitado. Eram apenas duas

frestas para os olhos, não tinha

como coçar nada no meu rosto.

Quando meu nariz coçava eu fi-

cava maluco. Era muito afliti-

vo. A máscara ajudou muito na

construção dos dilemas do per-

sonagem. A questão da fala tam-

bém, ele quase não falava no

início e aos poucos foi soltando

a voz.

Pergunta – Você só apare-ceu como Petrus no primeirocapítulo. Deu para sentir areação do público quando opersonagem tirou a máscara?

Camargo - Com certeza! As

pessoas que não assistiram ao

primeiro capítulo ficaram

meio perdidas e sem saber que

eu ainda estava na novela.

Quando eu tirei a máscara e a

barba, fui abordado por pes-

soas na rua dizendo que não sa-

biam que era eu o ator por trás

do homem encapuzado.

Pergunta – “Cordel Encan-tado” é uma aposta da Globoem tramas mais curtas. No en-tanto, com a audiência ascen-dente, ganhou mais duas se-manas de exibição. Do pontode vista do ator, é melhor tra-balhar em folhetins de menorduração?

Camargo – Criar tramas in-

teressantes é difícil, até o elen-

co se cansa. O legal de novelas

mais curtas é que isso pode evi-

tar a criação de “barrigas”,

aquelas histórias sem nexo,

com cenas em que nada aconte-

ce, algo muito comum nos fo-

lhetins. No caso de “Cordel En-

cantado”, a Thelma e a Duca

conseguem colocar tramas inte-

ressantes uma atrás da outra. É

uma novela que não para de

acontecer coisas, que não en-

rola o telespectador. No caso

do ator, a agilidade das histó-

rias é bem vista. Porém, a

gente está sempre em ritmo

frenético de gravações, e fa-

zer as cenas desta novela não é

algo tão simples.

Pergunta – Quais são as di-ficuldades?

Camargo – Para a coisa fi-

car bem feita, exige muito tra-

balho. A iluminação dessa no-

vela tem todo um cuidado. Não

é uma luz qualquer, como acen-

der 500 refletores, tudo fica cla-

ro e sai gravando. Ela é toda re-

cortada, o mais próximo possí-

vel da realidade. O que cria uma

ligação com o Brasil, com o ser-

tão, e também do reino europeu

de Seráfia. Gravamos na França,

no inverno, aquela coisa toda ne-

bulosa, romântica, diferente.

Além disso, são penteados, figuri-

nos, cenários, tudo é muito elabo-

rado. A equipe está produzindo ci-

nema na televisão.

“Cordel Encantado” - Globo -Segunda a sábado, às 18h

Além do interesse pelas

Artes Cênicas, Felipe Camar-

go sempre gostou muito de

fotografar. “Fotografo desde

antes de ser ator. Comecei

quando tinha uns 16 anos.

Aí tive meu equipamento to-

do roubado e demorei muito

para voltar a praticar”, re-

lembra. Atualmente, focado

nas gravações de “Cordel En-

cantado” e nos planos de vol-

tar aos palcos, o ator ainda

encara seus cliques de pes-

soas e paisagens como “ho-

bby”, mas tem em mente o

desejo de transformar o pas-

satempo em algo mais sério.

“Tenho planos de montar

uma exposição com as me-

lhores imagens. Acho que se-

ria bom desenvolver mais es-

se outro lado, mas sem dei-

xar de atuar”, garante.

Como muitos amantes da

fotografia, Felipe não viu

com bons olhos o surgimen-

to da câmara digital. Passa-

do o estranhamento, o ator

se diverte com as inúmeras

possibilidades que a tecnolo-

gia pode oferecer. “Fiquei

um pouco resistente no iní-

cio, mas o computador forne-

ce uma infinidade de recur-

sos para a fotografia”, anali-

sa Felipe, que antes da expor

seu trabalho em galerias, já

mostra algumas imagens

através do aplicativo Insta-

gram – serviço de comparti-

lhamento de fotos para celu-

lares e smartphones. “Não

sou muito ligado nessas coi-

sas. Quem me apresentou foi

o Jayme Matarazzo e o Car-

mo Dalla Vecchia. Eles são

viciados. É simples e fácil de

usar”, empolga-se o ator, re-

ferindo-se aos seus colegas

de elenco.

Desejosmultimídias

Aos poucos, Felipe Ca-

margo já começa a arquitetar

seus planos para depois de

“Cordel Encantado”. O ani-

versário de carreira é um fa-

tor importante para a cria-

ção de projetos especiais.

Além dos 25 anos de tevê, Fe-

lipe completa 30 anos de tea-

tro em janeiro do próximo

ano. “Conto a partir do pri-

meiro espetáculo profissio-

nal”, destaca. O ator não es-

conde que o melhor jeito de

celebrar a data seria encenan-

do “Hamlet”, o clássico tex-

to do inglês William Shakes-

peare, no teatro. Outro dese-

jo é adaptar a peça “Boca de

Ouro”, de Nelson Rodri-

gues, para o cinema. “‘Ham-

let’ é o sonho de todo ator, e

adorei fazer ‘Boca de Ouro’

no teatro, o texto do Nelson

Rodrigues renderia um óti-

mo filme”, garante. Enquan-

to os planos não se concreti-

zam, Felipe aguarda com an-

siedade o lançamento do lon-

ga “Xingu”, de Cao Hambur-

ger, previsto para o primeiro

semestre de 2011. “O filme

mostra a luta dos irmãos

Villas-Bôas pela criação do

Parque Nacional do Xingu.

É uma grande produção que

aborda um tema importante e

quase desconhecido da histó-

ria do Brasil”, avisa. �

Com MaluMader em“AnosDourados”,de 1985,primeirotrabalho deFelipe natevê

Divulgação

Fotografiamoderna

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 19 - TV

Aguinaldo Silva adianta detalhes da história deAguinaldo Silva adianta detalhes da história de

“Fina Estampa”, próxima novela das nove“Fina Estampa”, próxima novela das nove

TV Press

Fluente e cheio de opinião, Aguinal-

do Silva enfrenta qualquer assunto com

tranquilidade, sem perder a fina ironia

e o bom humor. “Não abro mão de ex-

pressar minhas ideias. Não sou de

meias palavras. Mas quem fala o que

quer...”, dispara. A pouco menos de um

mês da estreia de “Fina Estampa”, sua

14ª novela na Globo, o autor conversou

com jornalistas e amigos no evento “Ce-

nas de Um Autor”, realizado pelo Insti-

tuto Montenegro & Raman, no Rio de

Janeiro. Além de falar sobre o novo tra-

balho, Aguinaldo contou detalhes de

bastidores de suas tramas. E os truques

para a hora de criar a sinopse de uma no-

vela. “Tenho muita disciplina. Com no-

vela no ar ou não, escrevo todos os dias.

E, é claro, presto muita atenção no mo-

vimento ao meu redor. Resquícios da

época em que trabalhava em redações

de jornal”, destaca.

A observação e o contato com o pú-

blico são as grandes fontes de inspira-

ção do autor, jornalista por formação e

escritor de folhetins por acaso. “Vários

personagens das minhas novelas foram

criados depois de conversar com as pes-

soas na rua. Inclusive, uma protagonis-

ta, a Maria de ‘Duas Caras’”, relembra

Aguinaldo, referindo-se à caixa de su-

permercado interpretada por Marjorie

Estiano na novela de 2007. Em “Fina

Estampa”, o povo continua a fazer parte

das referências do autor na figura de

Griselda, de Lilia Cabral. Na trama,

com previsão de estreia para o dia 22 de

agosto, Griselda é uma obstinada viúva,

mãe de três filhos, que trabalha como

“faz-tudo” em várias residências. “A

personagem troca telhas, pinta paredes,

faz serviços e manutenções gerais. O

que a torna masculinizada”, adianta. In-

clusive, o primeiro título cogitado para

a novela foi “Marido de Aluguel”, nome

que fazia alusão aos serviços prestados

pela personagem.

Com muito custo, a protagonista

consegue sustentar a família. No entan-

to, ela é duramente discriminada por

seus trejeitos brutos, principalmente

por seu filho José Antenor, de Caio Cas-

tro. A grande virada da personagem

acontece quando ela ganha na loteria e

tem a chance de uma nova vida. “É um

novelão extremamente tradicional, que

fala sobre caráter e aparências com mui-

ta paixão e realismo”, define Aguinal-

do, que trabalha em ritmo acelerado pa-

ra não ter atrasos na entrega dos capítu-

los depois da estreia. As gravações nos

estúdios da Globo e nas ruas do Jardim

Oceânico – sub-bairro da Barra da Tiju-

ca, localizado na Zona Oeste do Rio de

Janeiro –, onde a trama é ambientada,

estão dentro do prazo e sob o comando

de Wolf Maya. “O autor nunca fica total-

mente satisfeito com o resultado na te-

la, mas não é culpa do diretor. As condi-

ções de gravação são diferentes da escri-

ta. Se ao menos 50 % do texto for respei-

tado, eu já fico feliz”, ressalta.

Em sua terceira novela consecutiva

com Wolf, Aguinaldo acredita que o se-

gredo da parceria é o bom entendimen-

to entre autor e diretor, da concepção

técnica à escolha do elenco. “Quando

não gosto de algum nome que ele sugere

eu digo que não sei escrever para aquele

ator”, brinca. Com elenco praticamente

fechado, Aguinaldo não esconde os pro-

blemas que teve na escalação para a no-

vela, com a desistência de alguns nomes

e o sistema de reserva de atores utiliza-

dos por outros autores da casa. “Sou

completamente contra a reserva. Acho

que a novela que está prestes a ser produ-

zida deveria ter total direito de usar os ato-

res contratados”, reclama Aguinaldo, que

em “Fina Estampa” volta a trabalhar com

artistas como Eva Wilma, Renata Sorrah,

José Mayer e Dalton Vigh. �

“Fina Estampa” – Globo – Estreia prevista para o

dia 22 de agosto, às 21h.

Por dentro

INSPIRAÇÃOINSPIRAÇÃOPOPULARPOPULAR

“É um novelãoextremamentetradicional, que falasobre caráter eaparências com muitapaixão e realismo”,define o autor

Pedro

Paulo

Fig

ueire

do/D

ivulg

ação

TV - 20 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

MMA ganhaabriga

contrao boxee

sepopulariza

pormeiode

programascomoo

“UFCSem Limites”,

daRede TV!

TV Press

O “UFC Sem Limites” que

a Rede TV! exibe na madruga-

da de sábado já tem uma razoá-

vel audiência para o horário e

encosta nos 3 pontos de ibope.

E só tende a crescer. Primeiro

pela crise internacional do bo-

xe, que foi por décadas a luta

mais difundida nos meios de

comunicação. E, principalmen-

te, pela realização no Rio de Ja-

neiro do UFC – Ultimate Fi-

ghting Championship, organi-

zação que congrega lutadores

dos mais variados estilos – no

próximo dia 27 de agosto, com

a presença de vários ídolos in-

ternacionais, entre eles, o bra-

sileiro Anderson Silva, o Ara-

nha, campeão mundial peso

médio. E, claro, com trans-

missão ao vivo pela mesma

emissora.

A força de peso pesado da te-

levisão que o boxe manteve por

décadas entrou em nocaute téc-

nico desde a Era Tyson, nos

anos 80 e 90. De lá para cá, o es-

porte está na lona. Não tem um

grande ídolo há vários anos.

Nem Tyson, nem Frasier, nem

Hollyfield, sequer um Sugar

Ray Leonard ou “Mano de Pie-

dra” Durán. Tanto que os em-

presários volta e meia “ressusci-

tam” algum lutador do passa-

do, em uma vexatória tentativa

de renovar o fôlego do esporte.

E campeões como o ucraniano

Nikolai Valuev ou o russo Vla-

dimir Klichko – o atual cam-

peão peso pesado da WBA –

não atraem o público norte-

americano que, no final das

contas, é quem paga a maior

parte das transmissões. Como

dizia o compositor Irving Ber-

lin, “there’s no business like

show business”. Mas, para ter

show, é preciso ter “business”.

Depois de tantos anos de fil-

mes de artes marciais e acade-

mias de lutas em toda a parte

do mundo, o gosto da rapazia-

da está mais para um muay

thai, um krav maga ou um jiu-

jítsu do que para as saltitantes

artes do Marquês de Queens-

bery, inventor das regras do bo-

xe. Uma pena, pois este esporte

tem uma história milenar de es-

murrar corpos e crânios, mui-

tas vezes até morte. Sem iro-

nias, houve um momento

que o maior boxeador dos

anos 60 transformou-se em

herói pacifista e lutador dos

direitos civis, com uma ver-

ve capaz de silenciar até lo-

cutores esportivos. Seu no-

me: Muhammed Ali.

Ainda não existe nada pare-

cido dentro do octágono. Mas

Anderson Silva, por exemplo, é

um campeão de enorme caris-

ma e querido de um público

muito grande dentro e fora do

Brasil. Com lutadores como

ele, as lutas do UFC tornam-se

cada vez mais populares e,

quem sabe, podem se transfor-

mar em esporte de massa. Com

a série de lutas a serem realiza-

das em agosto, no Rio de Janei-

ro, a terra vai tremer. �

“UFC Sem Limites” -Rede TV! - Sábado, à 0h.

Ponto de vista

Golpes na audiência

Anderson Silva vence Vitor Belfort no UFC 126: combate histórico rendeu uma das maiores audiências em transmissão pay-per-view

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 21 - TV

MALHAÇÃO - 17H15

Segunda-feira - Wilson atrapalha

o plano de Elaine/Élcio de roubar

sua foto da delegacia. Xavier che-

ga à delegacia de cuecas e conta

que foi enganado por Elaine/Él-

cio. Aquiles alerta Isaías que ele e

a mulher serão investigados e po-

dem perder o mandato. Aquiles

descobre que Naomi vai doar a ca-

sa para Salomé e avisa Ícaro.

Terça-feira - Júlia e Ícaro con-

cluem que Salomé está chanta-

geando Naomi e decidem investi-

gar. Salomé diz a Celeste que as

joias de Naomi são herança de

uma tia e pede segredo. Naomi

percebe que Ícaro está diferente

com ela e fica intrigada. Xavier vi-

sita a casa de Marli e, ao voltar pa-

ra a cidade, cruza com Elaine/Él-

cio na estrada.

Quarta-feira - Virgínia vira uma es-

tátua de cera e Isaías comemo-

ra. Naomi tenta convencer Ícaro

a mudar de cidade. Isaías avisa

Minerva sobre a inauguração do

Museu de Cera e ela se anima.

Salomé assina a escritura da ca-

sa e Naomi pede que ela espere

um tempo para tomar posse. Ce-

leste flagra Cleonice abrindo o ar-

mário de Salomé.

Quinta-feira - Salomé mostra o do-

cumento de posse da casa e

Ícaro afirma que não vale nada.

Virgínia reaparece, acusa Isaías

e exige que ele se case com elapara não denunciá-lo. Isaías pe-de divórcio a Minerva. Júlia lê odossiê de Naomi. Ícaro se revoltacom as mentiras de Naomi eAmanda usa Rafael para se apro-ximar do cientista.Sexta-feira - Júlia paralisa dianteda revelação de Ícaro e ele des-confia. Ícaro acha que Salomédescobriu que Rafael não era seufilho e, por isso, chantageou Nao-mi. Ícaro retoma a casa que Nao-

mi havia doado para Salomé. Nao-mi tenta resgatar seu dinheiro dobanco e descobre que não temmais nada.Sábado - Naomi foge de Wilson. Odelegado entra no laboratório pa-ra procurar Naomi e dá de caracom Naomi robô deitada. Naomiconta para Leandro que estásendo acusada de ter matadoPimentel e o jardineiro diz quesabe que não foi ela quem co-meteu o crime.

INSENSATO CORAÇÃO - 21H00

CORDEL ENCANTADO - 18H00

Segunda-feira - Bibi conta a Vitó-

ria e Marina que vai se casar.

Daisy se declara para Beto e os

dois se beijam. Léo vai à casa

de Pedro durante a noite e des-

cobre que Marina viajará no dia

seguinte. Cortez foge da casa

de detenção de helicóptero. Nor-

ma dá um cartão de crédito pa-

ra Léo.

Terça-feira - Cortez pega as

jóias de Natalie e vai embora.

Norma pergunta a Léo sobre

seu relacionamento com o pai.

Daisy pede para voltar a traba-

lhar com Beto e eles decidem

esconder a relação. Léo invade

o apartamento do irmão e sabo-

ta a mangueira de gás.

Quarta-feira - Léo se irrita aodescobrir que Pedro saiu ilesodo acidente. Norma fala paraLéo providenciar as passagenspara fora do país. Léo avisa aWanda que viajará com Norma.Pedro descobre com Wandaque Norma e Léo vão viajar parafora do país.Quinta-feira - Pedro conseguefazer com que Léo não embar-que. Léo é preso e mente du-rante seu depoimento. Normademonstra a Jandira sua revol-ta com Pedro e Marina. Léo élevado para a casa de deten-ção. Daisy e Beto disfarçam oenvolvimento quando ela voltaao trabalho.Sexta-feira - Vinícius diz a Euni-

ce que Oscar apoia sua deci-são de se casar com Cecília.Raul avisa a Wanda sobre a pri-são de Léo. Norma aceita se ca-sar com Léo. Ismael mente pa-ra conseguir dinheiro de Euni-ce. Cecília aceita se casar comVinícius. André encontra Leilaem seu apart e acaba ficandocom ela.Sábado - André implora pelo per-dão de Carol. Eunice combinacom Gilda o casamento de Cecí-lia e Vinícius. Eunice mente pa-ra Lourdes e consegue dinheiropara Ismael. Gilda flagra Daisye Beto juntos. André sai da ca-sa de Carol. Paula descobreque Natalie quer vender a casade seu pai.

Segunda-feira - Jesuíno explica atodos no cinema seu plano paralibertar Augusto e Petrus. Filóconsegue avisar a Penélope queTimóteo pretende invadir o cine-ma. Jesuíno avisa que precisamde dinheiro para executar o pla-no. Antônia tenta convencer Ba-toré a soltar Quiquiqui e Setem-brino, mas é impedida por Timó-teo. Miguézim entrega uma caixacom dinheiro para a compra dosdisfarces.

Terça-feira - Miguézim entrega a

Herculano uma doação e deixa

Jesuíno desconfiado. Batoré de-

cide libertar Quiquiqui e Setem-

brino. Jesuíno descobre que o

tesouro de Augusto foi rouba-

do. Inácio confessa a Miguézim

que está impressionado com a

coragem de Antônia. Jesuíno co-

menta com Dora que acredita

que o tesouro de Seráfia está

com Miguézim.

Quarta-feira - Miguézim despista

Jesuíno e Dora. Assim que os

dois deixam sua casa, o profeta

enterra o tesouro de Seráfia. Ti-

móteo manda Batoré prender Pe-

nélope para atrair Bel. Timóteo

manda Lilica ser sua espiã em Vi-

la da Cruz.

Quinta-feira - Timóteo obriga Ma-

ria Cesária a cozinhar para ele no

palácio. Dora conta para Hercula-

no que ajudou Bel a salvar Pené-

lope. Felipe diz a Açucena que o

único lugar onde ela estará segu-

ra é no acampamento dos canga-

ceiros. Lilica ouve Severina e Rai-

mundo conversando sobre o te-

souro que Miguézim escondeu.

Sexta-feira - Úrsula confabula

com Baldini e Nicolau uma forma

de pegar o tesouro de Seráfia an-

tes de Timóteo. Timóteo decide ir

à Vila da Cruz e Baldini insiste

em ir com ele. Timóteo encontra

o alçapão na igreja, mas Mi-

guézim o impede de abri-lo.

Sábado - Jesuíno explica o plano

para invadir a fazenda de Timó-

teo. Timóteo exonera Batoré e

manda prendê-lo com Neusa. Ti-

móteo manda Quiquiqui e Setem-

brino esculpirem uma estátua

sua e escreverem um cordel so-

bre seus feitos. Filó conta para

Antônia que Batoré enfrentou Ti-

móteo e Inácio fica com ciúme.

Segunda-feira - Pedro e Catarinase encaminham para o encontrocom Raquel e Lúcio os observa àdistância. Lorelai avisa a Maiconque Babi foi para a casa de suatia. Raquel avista Pedro, mas vaiembora. Maicon decide ir atrásde Babi e a encontra em trabalhode parto. O carro quebra e Pedroe Catarina saem a pé pela estra-

da para tentar encontrar Babi.Terça-feira - Babi sente fortes do-res e Maicon não sabe o que fa-zer. Pedro e Catarina chegam aum galpão e Lúcio fica do lado defora, com seu comparsa. Pedro eCatarina se beijam. Guilherme co-meça a fazer o parto de Babi. Iarachega com Dora e dois enfermei-ros à casa da tia de Babi.

Quarta-feira - Babi sofre, temen-do que Iara fique com seu filho.Raquel surpreende Lúcio na ruae ameaça contar tudo que sabe aseu respeito se ele não ajudá-laa retomar sua vida. Iara tentaconvencer Babi de que ela nãotem condições para cuidar deseu filho. Catarina conta para Lo-relai que ela e Pedro se beijaram.

Quinta-feira - Guilherme acusaCatarina de tê-lo enganado. Ia-ra libera a entrada de Maicon eDona Zica na clínica por insis-tência de Babi. Raquel obser-va Pedro chegando em casa,mas não se revela para ele.Guilherme diz a Maicon que Ca-tarina e Pedro vão pagar peloque fizeram.

Sexta-feira - Milton diz a Babi quepediu à Justiça a guarda de seubebê e que ela deve passar umtempo na Europa. Fausto liga pa-ra Catarina e Pedro, que não seconforma em saber que Raquelnão foi sequestrada. Babi pres-siona Maicon para ir visitar amãe, que passou mal, e decidefugir do hospital.

Resumo das novelas

MORDE & ASSOPRA - 19H15

GLOBO

Glória Pirese GabrielBragaNunes vivemNorma e Léono folhetimglobal

TV - 22 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Segunda-feira - Marília diz a padre

Inácio que quer dizer a todos que

o filho que espera é dele. Marina

pede um tempo a Thiago. Vadão

segue Ana e a observa. Ao chegar

em casa, José percebe que a mãe

está sendo assaltada e troca ti-

ros com Vadão, que o acerta no

braço. Filinto conta a Violeta que

Olivia estava a caminho de uma

clínica psiquiátrica, foi assaltada,

levou tiros e ficou em coma.

Terça-feira - Maria revela a Lúcia

que está pensando em deixar a lu-

ta armada para fugir com José e

vai ao encontro que marcou com

ele. Dr. Ruy não permite que José

saia do hospital. Miriam vai ao en-

contro no lugar de José e acusa

Maria de estar destruindo uma fa-

mília. José deixa o hospital às es-

condidas para ir ao encontro de

Maria. Ao chegar no parque, José

vê Maria indo embora de táxi.

Quarta-feira - Marina chama Mar-

cela até sua sala. Ela conta à ami-

ga que Thiago rompeu com ela.

Marcela trata Marina com indife-

rença. Aranha confessa a Fritz

que está com problemas com a

esposa e apaixonado por Vilmi-

nha. Maria faz as malas. Lúcia

tenta acalmar a filha e diz que ela

está se precipitando. Dr. Ruy pe-

de aos enfermeiros para sedarem

sua própria filha.

Quinta-feira - Os guerrilheiros che-

gam à Serra do Caparaó. Miriam

diz que pensou em adiar o casa-

mento por conta do tiro que José

levou, mas que já entregou os con-

vites. Maria e Diego se reencon-

tram na Serra do Caparaó. Diego

diz que viajou à Serra do Caparaó

somente para revê-la. Telmo pla-

neja deixar um bilhete na delega-

cia para informar os militares a

respeito da guerrilha.

Sexta-feira - Delegado Aranha con-

ta a Fritz que foi Romualdo. Lobo

questiona Coronel Santos sobre o

paradeiro de Telmo. Maria revela

a Diego que José vai se casar

com outra mulher, que está grávi-

da. Ela diz que nunca mais conse-

guirá se apaixonar. Marta pergun-

ta a Marcela se ela ama Marina e

diz que não pretende começar um

relacionamento com alguém que

está envolvida com outra pessoa.

Segunda-feira - Débora e Beckydiscutem com Vicente sobre Car-la. Artur se irrita e diz que todostêm de se preocupar com a ado-

lescente. Pedro e Diego decidemque não deixarão a banda aca-bar. Carla come compulsivamen-

te e, depois, resolve vomitar. Pi-lar vê, incentiva e promete quenão irá contar a ninguém. Débora

decide contar a Leila sobre suas

mentiras.Terça-feira - Jonas convence Ra-quel a dar a palestra. Pedro e Die-go impedem Tomás de ajudar Car-

la a não ir à palestra. Roberta diza Alice e Pedro que Binho é umafarsa. Raquel aconselha Jonas a

ser mais flexível em relação às re-gras do colégio. Diego e Téo pe-dem a Jonas para dar uma festa à

fantasia surpresa para Márcia. O

diretor autoriza. Roberta diz a Bi-nho que ele não conseguirá enga-nar todo mundo por muito tempo.Quarta-feira - Jonas fica desespe-

rado com a confusão e os rebel-des tentam acalmá-lo. O diretorescuta sua filha gritando por so-

corro e decide ir atrás. Pedro e Bi-nho arrombam a porta salvam Pi-lar. Pedro, Diego e Tomás descon-

fiam. Carla, após ver a palestra,

diz às amigas que irá se tratar. Bi-nho e Pilar combinam de se en-contrar, saem escondidos do co-légio e acabam sendo expulsos

de um bar.Quinta-feira - Roberta diz a Jonasque eles foram passear porque

estão cansados das regras do co-légio. Binho esvazia os pneus docarro de Jonas para que o diretor

não consiga vê-lo entrar no colé-

gio ao lado de Pilar. Tomás, Die-go, Carla e Alice reclamam comRoberta por ela ter contado a ver-dade a Jonas.

Sexta-feira - Becky diz a Vicenteque ele será pai. Jonas fica irrita-do e Leila defende Roberta, dizen-

do que a rebelde não mente. Jo-nas exige explicações de Rober-ta, que decide falar só quando a

mãe estiver no colégio.

Segunda-feira - Maurício culpa Cle-

ber pela explosão do veleiro e afir-

ma que usou a amnésia como uma

forma de proteção. O advogado uti-

liza todos os argumentos que pos-

sui e Regina lhe dá um voto de con-

fiança. Francisco recebe uma liga-

ção do detetive que havia contrata-

do e fica sabendo que seus irmãos

foram vendidos. Paulinho e sua

mãe são expulsos de casa pelo no-

vo chefe do tráfico.

Terça-feira - Maurício diz para Patrí-

cia que se uniu com Francisco para

acabar com Cleber. Francisco reve-

la que Maurício explodiu o veleiro,

mas com o objetivo de incriminar

Cleber. Regina pergunta para Lucia

se, depois da explosão, o endere-

ço da pensão em que Maurício es-

tava hospedado foi dado para al-

guém. A secretária fica tensa ao

lembrar da ameaça feita por Cleber

e afirma que não se recorda.

Quarta-feira - Patrícia se irrita e co-

meça a discutir com Francisco. A

moça pede que Fransisco chame

Regina na clínica e conta que exis-

te a possibilidade de o bebê ser

portador da síndrome de down. Ela

diz fará um aborto, mas a empresá-

ria afirma que não permitirá. A mo-

ça é dura ao dizer que não terá o be-

bê nem por vinte milhões de reais.

Regina dá um tapa em seu rosto.

Quinta-feira - Regina tenta conven-

cer Patrícia de que seu bebê é um

presente, mas a moça insiste que

não terá esse filho. Ivan pede a

mão de Mariana em casamento.

Lucia conta para Regina que deu o

endereço da pensão para Cleber,

mas teve sua vida ameaçada pelo

ex-policial. A empresária garante

sua segurança. Cleber volta de via-

gem e vai até a sala de Regina.

Sexta-feira - Cleber assume que

realmente tentou matar Maurício.

Ele conta que viu Maurício conver-

sando com Francisco e acabou

agindo sem pensar. A empresária

pede um tempo para refletir. Cle-

ber sai da sala e ameaça Lucia, di-

zendo que jamais esquecerá a trai-

ção. Angustiado, Francisco conta

para Rita que seu filho pode ser

portador da síndrome de down e

que Patrícia deseja abortá-lo. Regi-

na suborna um ex-morador do pré-

dio invadido.

Terça-feira - Márcio tenta conven-cer o pai de que Lili não sabia do

parentesco entre eles. Salomãoexige que Olavo demita Lili. Alberi-

co avisa a Clô que ela tem dois

meses para deixar a casa. Lili ter-mina com Márcio ao saber que o

namorado dormiu com Jôse. Her-culano exige de Neco outro con-

sultório, em troca de não entregá-

lo à polícia pelo incêndio provoca-do por ele.

Quarta-feira - Márcio procura Lili e

os dois se declaram apaixonadosum pelo outro. Salomão comuni-

ca aos irmãos que ficará à frentedo contrato com a Shangai Buil-

ding e destitui Samir do cargo dediretor. Jamile fica indignada ao

saber por Amin que Salomão fa-

lou mal deles.Quinta-feira - Márcio briga com

Clô e vai embora com Lili. Felipediz a Clô que as provas que Salo-

mão tem contra ele precisam ser

destruídas. Silvia confessa a Bea-triz que não está grávida. Samir

avisa a Assunção que vai apresen-

tar as promissórias. Herculanotem um mau pressentimento na

festa e liga para Márcio. Salomãoé golpeado na cabeça e, em segui-

da, jogado pela janela.Sexta-feira - Samir tenta acalmar

Márcio. Clô confessa ao inspetor

que tinha motivos para matar o ex-marido. Herculano aconselha Már-

cio a assumir o lugar de Salomão.Samir, Amin e Youssef planejam

fraudar o testamento de Salo-

mão, para Márcio não assumir apresidência. Jôse revela as fotos

da festa de Salomão e estranha

ao ver Henri no segundo andar dacasa.

Resumo das novelas

AMOR E REVOLUÇÃO - 22H15

REBELDE - 20H30

VIDAS EM JOGO - 22H15

ASTRO - 23H00

RECORD

GLOBO

MarcoRiccaeGuilherminaGuinleprotagonizamcenascalientesem“OAstro”

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 23 - TV

Turismo

LOIRE COMLOIRE COMCHAMPAGNECHAMPAGNE

Duasescapadas clássicas deParis têmnovidades: um

diano vale sem visitaacastelose colheita emagosto

Agência O Globo

Praticamente não

existe roteiro pelo Vale

do Loire que não inclua

visitas a castelos, como

se a região só tivesse isso

a oferecer. Claro que as

construções medievais fa-

zem parte indissociável

da paisagem do vale.

Mas há muito mais.

O Loire é uma escapa-

da clássica a partir de Pa-

ris, e há quem vá e volte

no mesmo dia. Assim co-

mo Champagne, que neste

ano, por causa do calor,

vai antecipar a colheita de

uvas e, pela primeira vez

na História, os cachos co-

meçarão a ser retirados

dos vinhedos ainda no

mês de agosto.

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Luxo, ainda que sejapor uma noite só: oChâteau D’Étoges,

do século 17, eraponto de parada dos

reis durante asviagens da corte

Agência

OG

lobo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 25 - TURISMO

Defronte ao Château Royal d’Amboise, sai um passeio de barco a vela, inesquecível entre castelos

Agência O Globo

Os castelos vão sempre estar

ali, enfeitando o cenário e domi-

nando a paisagem das vilas às

margens do rio Loire, lindinhas.

E foi praticamente em frente ao

Château Royal d’Amboise, um

dos mais famosos, na cidade de

mesmo nome, que você pode co-

meçar um inesquecível passeio

de barco a vela, numa típica em-

barcação de madeira.

Caminhando entre flores,

chega-se à escadaria de pedra

que leva ao gramado à beira-

rio, para navegar pelo maior

rio da França. Ao chegar bem

perto da ponte arqueada, outro

marco da paisagem de Amboi-

se, a água fica mais forte, afuni-

lada pela estrutura de pedra

que atravessa o Loire.

O barco vai descendo len-

tamente o lindo Loire ao sa-

bor das águas. Há revoadas

de pássaros e o sol vai caindo,

dourando toda a paisagem. É

um belo efeito, principalmen-

te nas antigas casas de pedra,

de cor clara. Uma cena rara

que nada tem que ver com a

imagem habitual do Vale do

Loire: a simplicidade da na-

tureza em lugar da excentrici-

dade da realeza.

Esse é o passeio mais curto,

de duas horas, mas há viagens

personalizadas, que podem

durar três dias, indo até a

foz do Loire.

Nos meses mais quentes do

ano, os visitantes podem esco-

lher programas mais atléticos,

percorrendo o rio de águas gela-

das em caiaques ou canoas, se-

guindo Loire abaixo.

Agências especializadas

organizam esses roteiros

aquáticos.

França

CAMINHANDO ENTREFLORES ATÉ O RIO

Brochet-Hervieux: cave teve garrafa dechampanhe desenhada pelo belga Hergé

em uma das histórias de Tintim

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Gerânios enfeitam as janelas da construção em pedra na região de Champagne: estética em todo lugar

Outra opção para passear pela

região é sair pedalando, aprovei-

tando as estradinhas vicinais com

pouco movimento e piso impecá-

vel. As bicicletas são daquelas

com cestinha na frente e um por-

ta-garrafas junto ao quadro.

Você até pode colocar ali um

recipiente com água, mas se for se-

guir a orientação das fotos dos fo-

lhetos das agências que vendem

esse tipo de passeio, o lugar foi fei-

to para carregar uma garrafa de vi-

nho. A cestinha, naturalmente, é

para levar os outros ingredientes

do piquenique.

Há roteiros curtos, apenas uma

voltinha, saindo das cidades e pas-

sando pelas áreas rurais, vendo os

vinhedos, os campos de aspargos

brancos, as cabras a pastar.

Para os mais dispostos, tam-

bém são organizadas viagens de

até 800 quilômetros, chegando ao

Oceano Atlântico. Haja vinho.

E existem, ainda, programas

que combinam remadas e pedala-

das (você desce o rio de canoa e

depois volta pela estrada, de bici-

cleta). Entre os programas dife-

rentes da região, também pare-

cem fazer sucesso os passeios de

balão, que revelam novos ângulos

da paisagem: as curvas do rio, a si-

metria dos jardins majestosos, as

vilas, os campos, os vinhedos...

E como em qualquer lugar da

França, ir à feira é um programa

imperdível. No Loire, um dos

mercados de rua mais famosos

acontece aos sábados, em Blois,

na Place Louis 12.

São 120 barracas vendendo al-

cachofras vistosas, legumes pe-

quenos e coloridos, folhas, cogu-

melos, peixes, crustáceos e ostras,

muitas ostras, de vários tama-

nhos e procedências. Elas são par

perfeito para um dos mais emble-

máticos vinhos brancos da re-

gião, o Muscadet. Por que não

comprar algumas ostras frescas, li-

mões, queijos de cabra, pães e

uma garrafa de vinho para fazer

um piquenique?

A feira fica bem perto do caste-

lo de Blois, cidade que está em po-

sição estratégica para se explorar

a região: fica no caminho entre

Orléans e Tours, o trecho mais vi-

sitado pelos turistas.

Cidadezinha pequena e com

um centro antigo gracioso, Blois

tem lojinhas charmosas, cafés e al-

guns bons hotéis. É um ótimo

ponto de partida para visitar ou-

tras vilas às margens do Loire, co-

mo Saumur, a mais distante, Am-

boise e Beaugency, e também Chi-

non, famosa pelos seus tintos le-

ves e frescos.

Especialmente para quem via-

ja com crianças, a Maison de la

Magie (www.maisonde lamagie.

fr) reserva um espetáculo curioso.

Nesse antigo casarão de Blois

transformado em espaço cultural

em homenagem a Robert Hou-

din, famoso mágico francês, a fa-

chada é “palco” de um espetácu-

lo: por alguns minutos as janelas

se abrem e saem dragões de me-

tal, fazendo rugidos e soltando fu-

maça pelo nariz. (AG)

As vinhas datradicional epremiada caveLacourte-Godbillon

No casarão em homenagem ao mágico Robert Houdin,

por alguns minutos as janelas se abrem e saem dragões

de metal, rugindo e soltando fogo pela boca

De bicicleta e vinho na cesta

Fotos: Agência O Globo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 27 - TURISMO

A região tem 300 vinícolas, excelentes queijos e uma receita diferente de pé de porco

Agência O Globo

Para os turistas, o Vale do

Loire significa um rio com cas-

telos nas duas margens. Mas,

para quem gosta de vinho, faz

lembrar brancos frescos e tin-

tos leves. Bebidas perfeitas pa-

ra acompanhar os peixes, crus-

táceos e mariscos da região e,

principalmente, os queijos de

cabra grandiosos que são produ-

zidos em denominações como

Sainte-Maure.

E que, por sua vez, se casam

perfeitamente com os vinhos lo-

cais feitos com a sauvignon

blanc, como os Sancerre.

São cerca de 300 vinícolas

abertas aos visitantes, reunidos

numa associação chamada Ca-

ves Touristiques Vignobles de

Loire (www.vinsdeloire.fr).

Muitas estão nos arredores de

Tours, em denominações de

origem controlada como Vou-

vray, Montlouis-sur-Loire e

Vernou-sur-Brenne.

Nas proximidades de Sau-

mur também há dezenas de-

las, espalhadas por regiões co-

mo Saint Nicolas de Bour-

gueil e Varrains.

Há muitas lojas de vinho,

como em qualquer região viní-

cola. Mas nada se compara,

em termos de originalidade e

acolhimento às Caves Duhard

(www.caves-duhard.com), em

Amboise.

Trata-se de uma caverna

com condições naturais perfei-

tas para o armazenamento dos

vinhos, utilizada desde o sécu-

lo 16 com esse propósito (uma

das chamadas “caves troglodi-

tas”). Desde 1874 a família Ga-

tay está ali vendendo vinhos. O

segredo principal é ter uma boa

acidez, dizem os donos.

É possível encontrar verda-

deiras preciosidades, como um

Vouvray 1952 demi-sec (por 66

euros, preço raro de se ver para

uma garrafa com meio século).

Mesmo quem não pretende

comprar bebida tem uma opor-

tunidade de experimentar vá-

rios vinhos com certa idade

(garrafas da década de 1970,

com preços entre 31 euros e 35

euros, fazem parte das degusta-

ções correntes).

E, além dos vinhos, são ven-

didas iguarias da região, como

os ótimos queijos de cabra, que

podem ser provados ali mes-

mo, na mais que perfeita com-

panhia desses vinhos brancos

da casa (escolha os secos).

França

CABRAS, COGUMELOSE CAVES TROGLODITAS

O salão dorestauranteL’Auberge de laBoulaye, emAthée-sur-Cher:ambientecampestre eótima comida

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Não há apenas caves de vinho

trogloditas no Vale do Loire,

mas também de cogumelos.

Em Bourrée, a um curto desvio

de rota no caminho entre

Tours e Orléans, fica a Cave

des Roches da Champignons

Delalande.

São 120 quilômetros de gale-

rias, divididas em sete andares,

a 50 metros de profundidade,

que produzem mais de cem to-

neladas de vários tipos de cogu-

melos a cada ano.

A visita dura uma hora e po-

de se estender até a cidade subter-

rânea, numa antiga mina. Cogu-

melo é mesmo coisa séria no Loi-

re. Afinal, em que outro lugar po-

deria existir um Museu do

Champignon? Pois em Saumur

há. São mais alguns quilômetros

de galerias, onde são cultivadas

os mais variados tipos.

Para provar as iguarias lo-

cais, um endereço imperdível

para um almoço longo é o res-

taurante L’Auberge de la Bou-

laye, em Athée-sur-Cher, que

funciona numa linda casa em

em meio aos campos (escolha

uma mesa na varanda).

No couvert, há pastinhas va-

riadas (beterraba, cenoura...) e

pão rústico com nozes. Depois,

para os mais corajosos, vale

apostar numa iguaria da típica

da região de Touraine: o pé de

porco. A carne, depois de cozi-

da, é desfiada e montada como

um tornedor, presa com uma

generosa fatia de bacon. Para

acompanhar, telha de parme-

são, feijões-brancos, tomates ce-

reja assados e uma saladinha. É

uma delícia, acredita?

O cardápio da casa privile-

gia os ingredientes locais, que

são tratados com alguma criati-

vidade, como a “tarte tatin” de

peito de pato com queijo de ca-

bra: sobre a massa folheada de-

licada são dispostas fatias de

magret e Sainte-Maure, além

de maçã caramelada: deliciosa.

Já a Brasserie Embarcadère,

em Blois, serve peixes e frutos

do mar frescos com vista para o

Loire O prato mais pedido com-

bina camarões com lagostins,

gomos de pomelo, salada de to-

mate, folhas verdes, ovos de co-

dorna, torradas e um molho

que lembra iogurte com ervas.

Para uma refeição mais for-

mal uma boa pedida é o restau-

rante Le 36, no hotel Le Choi-

seul, um dos melhores de Amboi-

se. O cardápio muda regularmen-

te, sempre explorando ingredien-

tes locais, como o risoto de aça-

frão de Touraine com lagostins

ou a paleta de cordeiro assada

por sete horas e servida com la-

ranjinha kumquat confitada, fa-

vas e rillons, que são cubinhos

de barriga de porco. (AG)

O Clos Lucé foi incluí-

d o n o G u i d e V e r t

Châteaux de La Loire

(sim, existe um guia Mi-

chelin só sobre os castelos

da região). Mas a casa em

que Leonardo da Vinci

morou, em Amboise, não

passa de uma mansão com

um grande e belo jardim -

como, aliás, muitos dos

chamados châteaux. Visi-

tar o casarão é um dos pro-

gramas mais interessan-

tes que se pode fazer no

Vale do Loire.

No chamado Parc

Leonardo da Vinci, um

lindo bosque com paisa-

gismo impecável, estão

espalhadas várias inven-

ções do artista italiano,

como a hélice, projeto

que mais tarde deu ori-

gem ao helicóptero.

Dentro da casa, a visi-

ta passa por diversos cô-

modos, onde, além do mo-

biliário antigo, é possível

ver maquetes e vídeos so-

bre as mais importantes

criações de Da Vinci.

Do lado de fora há um

café e creperia, que vende a

cerveja Leonardo, fabricada

na cidade, além de loja, com

lembranças relativas a Da

Vinci, como um livro com

as suas citações. (AG)

Pédeporcodesfiadocombacon: receitadeTourainevaleoalmoço

Réplica da Monalisa queestá em Clos Lucé, antigaresidência de Leonardo daVinci em Amboise

No casarãode Da Vinci

A cidade de Blois fica emposição estratégica paraexplorar a região: dá parafazer um bate-volta para amaioria dos lugaresinteressantes

Pé de porco é uma iguaria refinada

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 29 - TURISMO

Pela primeira vez

na História, as

previsões

indicam que a

colheita será nesta

época, a partir

de 25 de agosto

Agência O Globo

Este ano, as férias dos produ-

tores de Champagne serão anteci-

padas e breves. As videiras não

vão poder esperar pela tradicio-

nal pausa de agosto - quando as

ruas ficam desertas e as cidades,

abandonadas. Neste período em

que os agricultores costumam

descansar, depois de um ano in-

teiro de trabalho, e aproveitar o

tão aguardado verão europeu, ca-

be às uvas apenas crescer e pro-

duzir belas safras.

Mas pela primeira vez na His-

tória, as previsões dos especialis-

tas indicam que a colheita aconte-

cerá justamente nesta época.

As estimativas são para o

dia 25 de agosto. Nem mesmo

em 2003, ano da famosa canícu-

la que antecipou as colheitas de

uvas em boa parte da Europa, a

data foi tão prematura. Naquele

ano, chegou-se a imaginar que os

trabalhos começariam nos últi-

mos dias de agosto, mas as fortes

chuvas que sucederam o calorão

acabaram adiando a colheita para

o dia 3 de setembro. Este ainda é

o recorde da região.

O movimento incessante das

máquinas agrícolas que atraves-

sam as cidades e vilarejos e engar-

rafam o trânsito nas estradas que

cortam as longas fileiras de videi-

ras a perder de vista mostram que

é hora de trabalhar.

Boa notícia para quem pas-

seia por Champagne, mapa sobre

o console do carro, em busca dos

melhores endereços da região e

daquelas marcas especiais, mui-

tas vezes desconhecidas além das

fronteiras francesas. Basta tocar a

a campainha em uma das dezenas

de casas de produtores indicadas

nas placas distribuídas pelas cida-

des e aproveitar.

Este deve ser o melhor ano do

setor desde a crise financeira glo-

bal de 2008, que derrubou as ex-

portações das grandes marcas em

até 60%. Para compensar a redu-

ção das vendas lá fora, produtores

foram obrigados a inundar o mer-

cado interno, o que, naturalmen-

te, fez os preços despencarem. A

expectativa é que este ano, final-

mente, os resultados das vendas

voltem ao que eram antes da crise.

O problema foi menos sério

entreospequenos produtores, me-

nos dependentes dosmercados ex-

ternos e mais dedicados a um pú-

blico menor, que compra em me-

nor quantidade, porém cativo.

São estrangeiros em passeio

pela região atrás dos melhores

champanhes, ou os próprios

franceses. De Paris, a viagem

até a região de Champagne dura

pouco mais de uma hora.

Quem já foi a Champagne às

vésperas da vindima sabe que o te-

lefone das casas dos proprietários

das vinhas não para de tocar. Os

voluntários, em sua maioria estu-

dantes, atrás de um posto de tra-

balho no período mais movimen-

tado do ano, ligam se oferecendo

e acabam em uma fila de espera.

O problema é que, como des-

ta vez todos os esforços terão de

ser feitos durante as férias, nin-

guém tem se habilitado.

Anos como este costumam

prometer boas safras. Foi assim

em 2003. A recuperação das

vendas pode culminar com a sa-

fra de um novo millésime - co-

mo são chamados os anos ex-

cepcionais que ganham regis-

tro nos rótulos. Mas os produto-

res preferem não comemorar

antes da hora.

Da última fez que fizeram

isso, uma chuvarada nos dias

decisivos para o desenvolvi-

mento final das vinhas acabou

levando embora todas as suas

esperanças.

A safra de 2011 só chegará

ao público 15 meses após a co-

lheita, prazo de maturação do

champanhe. Na sala de visita

da Brochet-Hervieux, uma ca-

sa triplamente estrelada neste

ano, uma surpresa. A garrafa

com o rótulo já desgastado pelo

tempo tem um desenho com

uma tirinha de Tintim, o intré-

pido repórter investigativo,

criado pelo belga Hergé, em ho-

menagem ao autor que já dese-

nhou nas suas tiras uma garrafa

do champanhe Brochet-Her-

vieux, em uma comemoração

no livro “Objetivo Lua”.

França

EmChampagne, colheitaantecipadano verão

Vinhas estão quase prontaspara a colheita mais rápida

da História, previstapara o auge do verão europeu

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Noite no casteloNem mesmo debaixo do

sol de mais de 36 graus Cel-

sius, os cômodos do belo

Château D’Étoges (foto de

abertura de Turismo, pági-

nas 24 e 25) deixam de ser

frescos. A estrutura antiga

com paredes largas mantém

a temperatura agradável do

lado de dentro, enquanto o

cisne e os patos se refrescam

no fosso.

O castelo só não se mos-

trou totalmente imune à tem-

pestade que desabou sobre

Champagne no final do dia.

Os ventos fortes escancara-

ram portas trancadas de

quartos e destruíram um dos

vidros de uma das janelas, co-

mo num filme. Nem assim o

lugar perdeu o charme.

Mais tarde, no restauran-

te montado em uma das

construções anexas, a tem-

pestade quase deixou os con-

vivas à luz de velas.

Em Étoges, o château ho-

mônimo é uma atração espe-

cial para quem quer garantir

uma hospedagem especial.

Este castelo do século 17,

que já foi a parada dos reis

da França nas viagens que fa-

ziam pela rota do leste do

país, encantou o rei Luis 14.

E depois da Revolução Fran-

cesa, recebeu a corte de

Napoleão.

A decoração e o mobiliá-

rio ainda respeitam o estilo

em voga na época da constru-

ção. Ao lado, fica a cave Bo-

rel-Lucas, que recebeu duas

estrelas com seu champanhe

brut este ano pelo renomado

Guia Hachette. É aberta à

visitação e tem bons preços.

Ao charme do passeio pe-

la Rota Turística do Cham-

panhe, pode-se adicionar o

requinte da hospedagem em

outros tradicionais châteaux

da região, sem falar na incur-

são aos restaurantes.

Castelos e mansões dos

séculos 17 ao 19 funcionam

como hotéis ou até mesmo

chambres d’hôtes, como

são conhecidos os bed&

breakfast entre os france-

ses. Os preços são propor-

cionais às categorias, e os

chambres d’hôtes oferecem

tarifas razoáveis.

Os outros apresentam tabe-

las mais salgadas, mas vez ou

outra têm pacotes promocio-

nais nos seus sites na internet,

que incluem jantares nababes-

cos acompanhados de champa-

nhe. As diárias podem variar

de 80 euros a 200 euros.

Em Fère-en-Tardenois,

o cenário romântico inclui

as ruínas do antigo Château

de Fères, construído em

1206 por Robert de Dreux,

neto de Luís 6º, e o castelo

mais recente, do século 16,

onde funciona o hotel do

mesmo nome. Em Sainte-

Preuve, o Château de Barive

data do fim do século 18 e le-

va o nome do primeiro do-

no, o Cavaleiro da Legião de

Honra Jean Baptiste Lam-

bert de Barive. Em 1928, foi

adquirido pelo presidente

da Veuve-Clicquot, o prínci-

pe Henri de Riquet de Cara-

man Chiman.

Em 1988, um industrial

alemão comprou a proprieda-

de e deu início a um longo

processo de reformas para

transformá-la no hotel

Château de Barive.

No vilarejo de Villers-

Agron, pode-se unir o útil ao

agradável (ou razoável). O

antigo château do século 15

tornou-se um chambre

d’hôte irretocável.

No Manoir de La Se-

moigne, o visitante pode se

deixar levar pelas paisagens

champenoises sem precisar

gastar muito. Os quartos cus-

tam menos de 100 euros com

café da manhã.

O estrelado Les Parc Les

Crayères, em Reims, um

dos melhores da região, é

outra ótima opção. Os pre-

ços costumam ser propor-

cionais à complexidade e a

arrumação impecável de ca-

da prato, mas o menu de al-

moço é mais palatável fi-

nanceiramente.

Para os bolsos mais mo-

destos, o tradicional restau-

rante Le Lys du Roi é um

achado. Excelente comida re-

gional, bom champanhe e

uma conta nada salgada. Na

estrada para Damery, tem lo-

calização central e fácil de

encontrar. � (AG)

Tradicional, o restaurante Le

Lys du Roi fica em um imóvel

tombado e tem preços razoáveis

Nesta época do ano, omovimento de veículosagrícolas pelas cidades eestradas de Champagne

está intenso

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 31 - TURISMO

Paulo Coelho

Aceitando asi mesmo

Escritor

Devemoscomemorar

hojeas pequenas

vitóriasdeontem; a

lembrançade um êxito

nos faz mais fortes

paraa próximabatalha

Quando você ganhar, comemore: celebrar uma con-

quista é um importante rito de passagem. Esta vitória

custou momentos difíceis, noites de dúvidas, interminá-

veis dias de espera. Desde os tempos antigos, alegrar-se

com um triunfo faz parte do próprio ritual da vida.

A comemoração marca o final de uma etapa, embora

- por incrível que pareça - muita gente recusa-se a isso,

por medo de decepção, de atrair “mau-olhado”, etc.

Quem age assim não se beneficia do melhor presente

que a vitória nos dá: confiança.

Devemos, sempre que possível, comemorar hoje as

pequenas vitórias de ontem, por mais insignificantes

que pareçam. Amanhã, uma nova luta se aproxima, e irá

exigir nossa atenção e esforço: a lembrança de um êxito

nos faz mais fortes para a próxima batalha.

A seguir, algumas pequenas histórias a respeito.

Aceitando quemerece o melhor

O famoso pianista Arthur Rubinstein (1887-1982)

atrasou-se para um almoço num importante restaurante

de Nova York. Seus amigos começaram a ficar preocupa-

dos - mas Rubinstein finalmente apareceu, ao lado de

uma loura espetacular, com um terço de sua idade.

Conhecido por seu pão-durismo, nesta tarde ele pe-

diu os pratos mais caros, os vinhos mais raros e sofistica-

dos. No final, pagou a conta com um sorriso nos lábios.

- Sei que vocês devem estar estranhando - disse Ru-

binstein. - Mas hoje fui ao advogado fazer meu testamen-

to. Dei uma boa quantia para minha filha, para meus pa-

rentes, fiz generosas doações para obras de caridade. De

repente, me dei conta de que eu não estava incluído no

meu testamento: era tudo dos outros!

“A partir daí, resolvi me tratar com mais gene-

rosidade”.

Aceitando quemerece o presente

A jornalista Belisa Ribeiro estava colocando a maquilagem pa-

ra ir a uma festa, quando parou o que estava fazendo e se olhou no

espelho.

- Eis como me vi - conta ela. - Tentava equilibrar nas mãos o

batom, o delineador, o blush, o rímel. Fiquei pensando: por que

estou agindo assim? Por que seguro tantas coisas, se só posso usar

uma delas de cada vez?

“Coloquei tudo na penteadeira, e recomecei de novo. Procurei

me lembrar de tantas vezes na minha vida em que agi deste modo

- vivendo um momento e pensando em outro, ficando estressada

com coisas que tinham dia e hora certos para ser vividas. A

partir daquele momento, eu prometi que cada minuto de mi-

nha vida teria sua própria bênção, e eu estaria completamen-

te concentrada nela.”

Aceitando quemerece os dons

Durante uma palestra na Austrália, uma jovem se aproxima.

“Quero lhe contar algo”, me diz.

“Sempre acreditei que tinha o dom da cura, mas nunca tive co-

ragem de utilizá-lo com ninguém. Um dia, meu marido estava

com muita dor na perna esquerda; não havia ninguém por perto

para ajudar, e resolvi - morrendo de vergonha – colocar minhas

mãos sobre sua perna e pedir que a dor fosse embora.”

“Agi sem acreditar que seria capaz de ajudá-lo. De repente, es-

cutei-o rezando: permite, Senhor, que minha mulher seja mensa-

geira da Tua luz, de Tua força, dizia ele. Minha mão começou a

esquentar, e as dores logo passaram.

“Depois perguntei por que havia rezado daquela maneira. Ele

respondeu que não lembrava de ter dito nada. Mas hoje sou capaz

de curar, porque ele acreditou que era possível.” �

32 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO