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Revista Bem Estar "Viva o Amor" 29-01-2012

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Entrevista: Alexandre Caprio

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Page 1: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012
Page 2: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Editorial

A revista Bem-Estar que chega as suas mãosneste domingo contempla o mais sublime dossentimentos, o amor, assunto que não se esgotaporque essencial à condição humana e indissociávelda felicidade. Nos interessa neste momento o amorromântico, que nasce invariavelmente no turbilhão dapaixão e se estabelece, e se fortalece, na convivênciae confirmação das afinidades. As reportagens se dividementre as incertezas que acometem as pessoas antes dese entregar em uma relação; a coragem necessária paradizer “chega” a um relacionamento falido (porque valea pena apostar em um novo amor); a importância deinterromper a busca de um par idealizado quando háoutros possíveis, viáveis no plano da realidade, e atéo benefício da rotina na vida a dois. Cada uma destasreportagens vem acompanhada de depoimentos comlições de casais bem-sucedidos no amor. Para encerrar,o grande Rubem Alves, educador, filósofo e escritor dosmais renomados do País, a pedido da revista, escrevesobre o valor de ouvir o outro. Tenha uma semanaapaixonante!

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Madri, a deliciosa capitalespanhola, tem um roteiro parao visitante saborear aos poucos

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Um dos atores mais versáteis da TVbrasileira, Dan Stulbach comemora obom momento em “Fina Estampa”

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Educador, filósofo e escritor colaboracom a Revista Bem-Estar com umartigo inédito sobre “a arte de ouvir”

Poesia

Se...

Se eu pudesse deixar algum presente a você,

deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos.

A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...

Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se

repetissem.

A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:

Além do pão, o trabalho.

Além do trabalho, a ação.

E, quando tudo mais faltasse, um segredo:

O de buscar no interior de si mesmo

a resposta e a força para encontrar a saída.

Mahatma Gandhi

“A vida em abundância vem apenas através do amor.”

(Elbert Hubbard)

“Viver sem amar não é realmente viver.”

(Moliere)

“A medida do amor é amar sem medida.”

(Santo Agostinho)

“Tão bom morrer de amor ... e continuar vivendo.”

(Mário Quintana)

Agência O Globo/Divulgação

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

Turismo

Divulgação

TelevisãoVale a pena searriscar no amor

Rubem AlvesDIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefe

Fabrício Carareto

[email protected]

Editora-executiva

Rita Magalhães

[email protected]

Coordenação

Ligia Ottoboni

[email protected]

Editor de Bem-Estar e TV

Igor Galante

[email protected]

Editora de Turismo

Cecília Demian

[email protected]

Editor de Arte

César A. Belisário

[email protected]

Diretora Superintendente

Rosana Polachini

[email protected]

Pesquisa de fotos

Mara Lúcia de Sousa

Diagramação

Cristiane Magalhães

Tratamento de Imagens

Arthur Miglionni, Humberto

Pereira e Yan Desidério

Matérias:

Agência Estado

Agência O Globo

TV Press

2 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Vivemos sem pausas, sem equilíbrio entre os momentos

de ação exterior e os de recolhimento interior

Trigueirinho

Vivemos numa época em que

pouco ou nenhum apoio psicológi-

co e material é encontrado em ins-

tituições, sociedades e estilos de

vida, quaisquer que sejam. Até ho-

je, estruturas externas davam res-

paldo suficiente para os indiví-

duos, a ponto de eles se descuida-

rem do encontro com a verdadei-

ra fonte de segurança no interior

de si mesmos. Principalmente a

partir deste último século, porém,

o apoio que tais estruturas davam

ao homem começou a faltar, e ho-

je nada mais lhe resta do que bus-

car o centro da própria consciên-

cia, ou “a única coisa necessária”,

no dizer dos livros antigos.

Nos últimos milênios, a Terra

atingiu seu mais alto grau de den-

sidade física. Isso aconteceu não

só com o planeta físico, mas tam-

bém com todos os seres que nele

vivem e têm o seu ser nessa di-

mensão. A partir dessa condensa-

ção extrema, chegou-se ao mate-

rialismo quase generalizado, que

se viu e que se vê ainda hoje, in-

tensificado em todos os setores da

vida humana. Tendo, porém, atin-

gido essa densidade máxima, o

planeta tenderá a desmaterializar-

se gradualmente, obra que durará

milhões e milhões de anos. A tal

densidade, correspondem as estru-

turas que mantinham as pessoas

“seguras” no lado material da vi-

da; à desmaterialização que tem

início corresponde a quebra des-

sas mesmas estruturas.

Dizem os livros antigos que,

quando o mundo atinge uma gran-

de decadência aparente, algo mui-

to maior do que o mundo, em cons-

ciência, manifesta-se nele. Seguin-

do essa lei, há dois mil anos uma

grande força cósmica encarnou

num homem e “caminhou sobre a

Terra”. Naquele tempo, Jesus - co-

mo era chamado esse homem - ia

de cidade em cidade e hospedava-

se em casas de conhecidos. Um dia

parou na casa de duas mulheres,

Marta e Maria. Logo que chegou,

ambas demonstram íntima alegria

por recebê-lo, cada urna tomando

a atitude que lhe era mais caracte-

rística: Marta pôs-se a lidar, a lim-

par a casa, a preparar alimentos, ao

passo que Maria sentou-se, recos-

tou a cabeça e ficou em silêncio,

junto ao recém-chegado. Como a li-

da era grande, Marta perguntou a

Jesus se aquilo era justo: ela a tra-

balhar sozinha, enquanto Maria

contemplava. Jesus respondeu que

Marta fazia muitas coisas, mas que

Maria fazia a única coisa realmen-

te necessária.

Essa mensagem nos dá a chave

da compreensão para uma ação

verdadeira, que nenhuma relação

tem com inércia. Sem desmerecer

e tampouco anular a atividade ex-

terna em si, também necessária, a

referida história simboliza uma

atitude real diante dos fatos da vi-

da. A necessidade premente de

quietude, de silêncio e de privaci-

dade, que quase todos sentem pro-

fundamente hoje em dia, provém

do centro interior do homem, ra-

ramente buscado em virtude des-

sa atividade contínua à qual quase

todos se entregaram na época mo-

derna. Vivemos sem pausas, sem

equilíbrio entre os momentos de

ação exterior e os de recolhimen-

to interior.

Extraído do livro “Do Irreal ao Real” (Editora

Pensamento), de Trigueirinho

www.trigueirinho.org.br. “Palestras do autor

poderão ser ouvidas, gratuitamente, no

site: www.irdin.org.br”

Esoterismo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA açãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoação verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraA ação verdadeiranononononononononononononononononononono momentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomento corretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretono momento correto

José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 3

Page 4: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Docesincertezas

Especialistas em relacionamentos

reforçam a importância de arriscar

e vencer os medos que atrasam o

encontro com o amor

Gisele [email protected]

Todos nós queremos ser

felizes, mas antes da felicida-

de costumamos colocar na

frente os estudos, a carreira,

o dinheiro... Por que temos’

tanto medo de apostar e per-

der todas as fichas quando o

assunto é amor? Algumas ati-

tudes camuflam alguns dos

nossos medos. Mas é possível

vencer todos deles. Especia-

listas falam sobre esses temo-

res no amor e ensinam como

mantê-los à distância para

que você possa definitivamen-

te encontrar seu parceiro

ideal e ser feliz em 2012.

Especial amor

Irene Araújo Corrêa, psicóloga cog-

nitivo-comportamental - É importante

saber como chegou a essa conclusão,

qual seu nível de exigência em relação

ao que ele pode lhe oferecer. Verifique

quais fatos motivaram sua decisão e,

se tudo fizer sentido, aceite que há ou-

tras possibilidades. Na vida, há muitos

encontros e desencontros.

Dica

Verifique suas expectativas e seus

conceitos para se certificar do que es-

pera de alguém. Quando a pessoa pas-sa por um relacionamento com frustra-ções, ela acumula muitos medos e in-certezas. Portanto, nas novas rela-ções, é fundamental que ela saiba dis-tinguir o que realmente está errado da-quilo que é apenas o não cumprimentode suas expectativas.

Thiago de Almeida, psicólogo, es-pecialista em relacionamentos amoro-sos, autor do livro “A Arte da Paquera:Inspirações à Realização Afetiva”(ed. Letras do Brasil) - Não acreditoque haja homens ou mulheres certosuns para os outros. Existem uniõesmais ou menos satisfatórias quese traduzem em fatores como du-rabilidade da relação, por exem-plo. Primeiramente, devemosnos amar para tentarmos pen-sar em nos doar, e nunca se en-tregue 100% de cara. Antes devocê entrar no relacionamen-to, observe se é a pessoa que

você quer a seu lado. E nunca

se prive das coisas que você gosta edos seus amigos.

DicaNão tem como evitar e antever es-

se tipo de situação. Simplesmente ca-da mulher, assim como o homem, de-ve estar consciente de que qualquer re-lacionamento pode machucar ou não elidar com as situações/conflitos con-forme os mesmos forem aparecendo.Se o homem não é o “cara certo”, en-tão temos de ver onde o outro se en-contra. E isso vale também para o ho-mem. Ficar com a pessoa errada não ébom para nenhuma das partes

Mariah Bressani, psicóloga, psico-terapeuta e master coach - Para en-contrar o homem certo, o primeiro pas-so é compreender que não existe “o ho-mem certo”. Uma relação é feita porduas pessoas, dois corações e duascabeças, que pensam, sentem e têminteresses e aspirações diferentes etambém em comum. Assim, todo rela-cionamento amoroso acontece comouma espécie de alquimia de afinida-des e diferenças entre duas pessoas;e que, portanto, precisam conhecer-semutuamente, “negociar” e fazer con-cessões para funcionar como casal.Tendo essa base de compreensão, épossível aceitar que cada um reage eprocessa essa alquimia internamentede maneira sui generis.

DicaO segredo é parar de idealizar a pes-

soa e permitir-se conhecê-la, bem co-mo ser conhecida por ela

E se ele não for o homem certo para mim?

4 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Irene Araújo Corrêa - As situações de confli-to em um relacionamento podem se transfor-mar num repertório pessoal de sentimentosaversivos aos desafios triviais da vida a dois. Omedo de um novo relacionamento é um meca-nismo de autopreservação exacerbado, irracio-nal, por desconsiderar as novas possibilidadesde fazer dar certo. Há também os casos de pes-soas que, mesmo sem motivos reais para te-mer uma nova relação, nutrem medo por in-fluência do insucesso de pessoas próximas.

DicaViva sua própria vida, com tudo que ela po-

de lhe oferecer. Existe sempre a possibilidadede haver enganos, frustrações e decepções.Mas pode existir também a possibilidade de en-contrar alguém que a valorize, que tenha admi-ração por você, que se preocupe quando as coi-sas não estão dando certo e que divida com vo-cê a busca por soluções. Uma relação se cons-trói a dois e não há uma pronta, esperando

Thiago de Almeida - O medo existepor conta de relacionamentos fali-dos e tristes experiências.Muitas vezes, por medode errar novamente esermos magoados,acabamos nos sabo-tando e deixamosde compartilhar nos-sa vida com pes-soas muito espe-ciais. Claro que ocuidado é inevitá-vel, mas não é pre-ciso se fechar emcopas. Portanto, omedo é uma espécie deescudo a nos proteger das decep-ções e fracassos.

DicaQuem busca entender o medo deve enfren-

tar o medo. Faça uma retrospectiva dos envolvi-mentos passados, tente assumir as falhas.Avaliar as expectativas e a parcela de respon-sabilidade que nos cabe a cada um pelo insu-cesso anterior é importante

Mariah Bressani - A mulher atual conseguiuindependência pessoal, profissional e financei-ra, porém, parece que não desenvolveu maturi-dade no “quesito” emocional. O medo de en-trar em um relacionamento e se machucar é de-corrente das altas expectativas fantasiosas so-bre o mesmo. Como se ela, semelhante à mu-lher do passado, ainda estivesse “esperandoseu príncipe encantado”, que pudesse salvá-la. É a idealização da pessoa e de como deveser um relacionamento amoroso que faz comque se torne difícil uma relação real.

DicaÉ a falta de autoconhecimento que faz com

que surjam dúvidas sobre si, suas forças e fra-gilidades diante do outro. Quando a pessoa seconhece e tem boa autoestima, é possível atéentrar em um relacionamento, frustrar-se, masnão se machucar

E se eu entrar no relacionamento e me machucar?

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 5

Page 6: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Irene Araújo Corrêa - A in-segurança, o medo da rejei-ção, desconhecer as expectati-vas do outro causam o medode não corresponder. Esse me-do é o responsável por muitosbloqueios e fugas emocionais.É importante lembrar que a in-segurança começa com a auto-crítica, e é assustador que ooutro concorde com o que apessoa pensa sobre si mes-ma. Foque em suas qualida-des, sinta sua força, pensesempre que nenhum dos doisé perfeito sem questionar oseu próprio valor. Se der liga,ótimo. Se não der, siga emfrente e divirta-se até surgir ou-tro sortudo.

DicaDê a oportunidade de co-

nhecer bem a outra pessoa.Para que o medo de investirsua energia no relacionamen-to não atrapalhe, deve-se fa-zer uma reflexão sobre os moti-vos pelos quais quer estarcom essa pessoa e se suas ex-pectativas são realistas

Thiago de Almeida - Nin-guém quer ser rejeitado. Nin-guém gosta de ouvir um não ede se sentir menosprezado.

Mas esse sentimento é impor-tante, porque deixa a gentemenos atirado, inibe nas ho-ras certas.

DicaInfelizmente, temos a ten-

dência de sempre pensar nopior. O pessimismo é a pri-meira coisa que vem a nos-sa cabeça numa circunstân-cia assim. Tente não ser tãopessimista

Mariah Bressani - Esse te-mor de que a pessoa que nosinteressa não quer nada co-nosco é natural em todo serhumano. É o medo primário de“não ser amado”. O problemaé quando este medo paralisaa pessoa e não lhe permite ar-riscar quando surge a possibili-dade de um relacionamento.

DicaPara superar este medo e

investir na possibilidade deum relacionamento, é neces-sário compreender que a vidaem si é um risco constante,que nada é seguro efetivamen-te. É ter a confiança em si mes-ma, em sua capacidade deamar, de ser amada e de su-portar as frustrações da vidaque lhe permitirá investir nes-sa relação

Ireindepe, pade algna. Pser inpesadpara a

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E se ele não quisernada comigo?

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6 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

ene Araújo Corrêa - Nossaendência é muito valiosara somar sua vida com aguém, é preciso valer a pe-erder a independência e

nfeliz é uma carga muitoda, frustrante e um atalhoa solidão a dois.caente para os “sinalizado-á no início. Deixe que a

oa fale sobre o que aceitaue não aceita num relacio-nto. Fale sobre o que vo-eita e o que não aceita.

poucos, você conhecerámites da pessoa e ela sa-os seus

hiago de Almeida - O envol-nto com alguém não pres-e o cerceamento da liber-ou independência. Esta-no século 21, relaciona-os afetivos sexuais sãofatores de satisfação e,

do isso não acontece, a re-provavelmente não pros-

e.caão existe uma saída/ão para este impas-ém de se arriscar.s podem acreditarode ser mais custo-o entanto, se arris-ão é um salto emÉ uma ampliaçãoossas zonas derto emocional. Umdizado. A vitória e ata estão dentro dae não fora. E cabe a nós

mos com as diversas situa-que nos aparecem

ariah Bressani - Todas asções, inclusive os relacio-ntos amorosos, exigemejam feitas escolhas. E to-

da escolha leva a abrir mão de

algo. Por exemplo, não é possí-

vel estar fisicamente em dois

lugares ao mesmo tempo. Es-

tar em um relacionamento sig-

nifica dividir seu tempo com ou-

tra pessoa e fazer concessões

sobre atividades e interesses.

Não estar em um relaciona-

mento significa ter todo o seu

tempo para si e voltar-se exclu-

sivamente para suas ativida-

des e interesses.

Dica

Quando existe a proposta

de um relacionamento amoro-

so estável, subentende-se ter

um compromisso mútuo. É im-

portante, por exemplo, deixar o

outro a par sobre o que está

acontecendo consigo. Isso se

chama comprometimento e

não perda de liberdade

Fim do processo de luto

se eu perder minhadependência?

“Após dois anos contínuos em um relacionamento não bem

sucedido, cheguei à conclusão de que éramos

incompatíveis e terminamos definitivamente. Após passar

por uma relação difícil e dolorida, fiquei receosa de partir

para outra. Entrei em um processo de luto, em que parei

para fazer um balanço dos erros, acertos e do aprendizado

disso tudo. Esse processo durou dois anos. Mas gosto de

ter um parceiro. Como diz a música “Wave”, acho que “é

impossível ser feliz sozinho”. Foi aí que um dia conheci o

Marcus, durante uma reunião de trabalho, uma pessoa que

está muito alinhada com a minha vida atual e que

também já estava separado

e, assim como eu, tinha uma filha. Ele ficou me olhando,

cobiçando. Foram três meses de namoro até assumirmos o

relacionamento de morar juntos, o que completou um

ano em novembro de 2011. Quatro meses depois disso,

colocamos a aliança de casamento e estamos muito

felizes até hoje.”

Apresentadora de televisão Soraya Pericoco,

42 anos, casada com o programador

audiovisual Marcus Paulo Barboza, 35

Edvaldo Santos 14/7/2011

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 7

Page 8: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

O medo da perda torna a decisão difícil, mas junto com a renúncia há sempre um aprendizado.

Reescreva o roteiro da sua vida e seja feliz em uma nova relação amorosa

Gisele [email protected]

“Entre homens e mulheres que

acham que amor é só poesia, tem que

haver discernimento, pé no chão, ra-

cionalidade. Tem que saber que o

amor pode ser bom, pode durar para

sempre, mas, sozinho, não dá conta

do recado. O amor é grande. Mas não

são dois. Tem que saber se aquele

amor faz bem ou não; se não fizer

bem não é amor. É preciso convocar

uma turma de sentimentos para ampa-

rar esse amor que carrega o ônus da

onipotência. O amor até pode nos bas-

tar, mas ele próprio não se basta”, diz

um trecho de um texto do advogado,

jornalista e escritor Artur da Távola

(1936-2008).

A verdade é que quando duas pes-

soas se casam, o rito do casamento

traz junto a ideia de que deve ele du-

rar para sempre e que o amor de am-

bos deve bastar. Acontece que não

mandamos no amor e as desavenças e

diferenças (muitas vezes mascaradas

até então) aparecem e, se não der cer-

to, tão importante quanto vivê-lo é

deixar que o amor siga seu caminho.

Ainda nos dias de hoje uma gran-

de quantidade de parceiros, mesmo

sabendo que o roteiro do filme não

irá garantir um bom final, se conten-

ta em receber migalhas. Por que isso

acontece? Porque muitas pessoas es-

peram que a simples condição de es-

tar junto com a pessoa amada resolva

de modo mágico os problemas que

surgem nos relacionamentos e que o

final será feliz como nos filmes.

Não precisa ser assim. Não tenha

medo de dizer adeus se tudo caminha

para um filme de terror. Você pode es-

crever o roteiro da sua vida. Isso não

significa fracasso, mas sabedoria para

aliviar o peso das costas e encontrar

novamente a sua essência. Não se es-

queça de que seu grande e verdadeiro

amor pode estar na próxima esquina.

“Despedir-se de algo que não faz

sentido e abrir-se para desafios é par-

te natural da vida. Não importa onde

você parou ou em que momento da vi-

da você cansou. Recomeçar é dar uma

nova chance a si mesmo. É renovar as

esperanças”, disse o escritor e poeta

Carlos Drummond de Andrade

(1902-1987).

A verdade é que, em diferentes

graus, todo ser humano tem dificulda-

de em colocar um ponto final. É preci-

so coragem para dizer adeus. O medo

da perda torna ainda mais difícil essa

dec isão , espec ia lmente pe la

constatação de que deixamos para

trás uma parte de nós mesmos. Mas

junto com a renúncia, há sempre um

ganho e um aprendizado que aos pou-

cos se deixam conhecer.

O primeiro passo para isso, é uma

autoavaliação, se afastando da zona

de conforto emocional. Especialistas

comparam o processo e encerramento

de um ciclo a experiência do luto. Pri-

meiro vem o choque inicial, o perío-

do de negação ou dúvida e o momen-

to em que sentimentos e sensações

são misturados. Depois, vem o instan-

te em que o indivíduo se dá conta da

realidade e, por fim, a aceitação.

O psiquiatra e psicanalista Luiz

Alberto Py, autor de livros como “Sa-

ber Amar” e “A Felicidade é Aqui”

(ed. Rocco), explica que o medo do

desconhecido é o que mantém as pes-

soas unidas em relações falidas. Re-

sultado: sofrimento e infelicidade.

“Tenha coragem de correr riscos, já

que eles existem”, diz. Avalie o risco

de forma racional. Problemas do cora-

ção tendem a ser vistos como proble-

mas emocionais e não deve ser assim.

Para o psicólogo cognitivo-com-

portamental Alexandre Caprio, o

amor é resultado de uma conquista

diária. Amor não é uma condição.

Ele é o resultado de uma condição.

“Gosto da ideia de que conquistar

uma pessoa é fácil. Mas conquistar a

mesma pessoa todos os dias é desafia-

dor”, explica. O amor ganha força

com cada momento de respeito e diá-

logo entre duas pessoas. Mas também

pode ser destruído com intolerância

e egoísmo.

Amor é algo que exige cultivo, in-

vestimento e que é capaz de acompa-

nhar as mudanças das pessoas ao lon-

go do tempo. O que é eterno não mu-

da e o amor muda porque as pessoas

mudam, assim como o tempo e os

contextos se transformam. O verda-

deiro amor supõe mudanças. “Curio-

samente, são os casais que não acredi-

tam na eternidade do amor que mais

evoluem em suas relações amorosas,

pois têm a clareza de que tudo pode

terminar, por isso, estão sempre reno-

vando e reafirmando o amor”, diz a

psicóloga Blenda de Oliveira, psica-

nalista e psicoterapeuta.

Mas durar para sempre não é uma

regra nas relações humanas. Alguns

relacionamentos simplesmente não

dão certo e são claros os indicativos

de que está na hora de colocar um

ponto final sem que isso gere trau-

mas ou mágoas. Como saber se o seu

está ameaçado? Basta ser honesto

com você mesmo para assumir que a

presença do parceiro desperta mais

emoções ruins do que boas. “Se o par-

ceiro não se interessa ou não aceita

passar pelo processo de reconquista,

entende-se que a relação está no fim”,

diz Caprio.

“É preciso aprender a se comuni-

car adequadamente para que os con-

flitos normais de todo casal não se

transformem em questões complica-

das, que levam ao término da rela-

ção”, diz a psicóloga Marina Vascon-

cellos, psicodramatista e terapeuta fa-

miliar e de casal.

Coragem paradizer adeus

Especial

8 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

“Casei muito cedo porque estava grávida e começamos a ter problemas de

relacionamento já no primeiro mês de casamento, mas fui sempre tentando fazer

com que desse certo. Durante este tempo todo, nos separamos uma vez, mas

voltamos e engravidei novamente. Tentei ao máximo fazer com que desse certo,

mas o relacionamento começou a afetar também meu filho mais velho. Enquanto

mexia só comigo, tudo bem, mas não com meus filhos. Quando meu filho mais velho

estava com 13 anos e o mais novo com quatro, nos separamos definitivamente. Saí

de casa só com meus filhos. Deixei tudo para trás e voltei para a casa dos meus

pais sem nenhuma culpa. Meses depois, minha irmã ficava pegando no meu pé para

sairmos e fomos a um bar, onde reencontrei o Beto, que é o amor da minha vida. Eu

o conhecia de vista quando era solteira e adolescente. Com nove meses de namoro,

nos casamos. Tive uma doença séria neste período e ele sempre esteve do meu

lado. Isso já faz sete anos e nos completamos.”

Isabella Perinotto, secretária, 37 anos, e Carlos Roberto Almeida dos Santos Filho, 39

O fim pelo recomeço

Tenha em mente que é possívelreabilitar-se e conhecer outras pessoas

Olhe para frente, o passado deve serencarado como um aprendizado. Umarelação fracassada não é um fracasso. Elaagrega experiência, o que ajudará aaumentar as chances de você ser feliz comoutra pessoa

Não se feche dentro de casa evitandoamigos, trabalho e família. Isso fará comque você passe grande tempo remexendo opróprio lixo

Para amar o outro, é preciso aprendera se amar e se aceitar antes de tudo.Somente assim você se permitirá conhecerum grande e verdadeiro amor

Cuide de sua aparência, façaexercícios e alguma atividade física que lhedê prazer. Profissionalmente, invista nosconhecimentos necessários para crescer eter sua independência financeira

Não se preocupe com o que os outrosvão dizer. Sua “cara metade” pode estarem outro lugar e o medo de deixar a zonade conforto pode impedi-lo de enxergarnovas possibilidades

Tenha coragem para tomar a decisãoe mantenha o foco nela

Fonte: Alexandre Caprio, Blenda de Oliveira,Marina Vasconcellos, psicólogos, e LuizAlberto Py, psiquiatra

Desapegue-se

Rubens Cardia 19/1/2012

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 9

Page 10: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Muitas oportunidades de viver um grande amor são negligenciadas pelo medo dos riscos inerentes

aos envolvimentos intensos. Cabe à mulher atual, moderna, independente, vencer esta barreira

Gisele [email protected]

No livro “Mulheres de su-

cesso querem poder... Amar”

(ed. Gente), a jornalista Joyce

Moisés alerta para os prejuízos

pessoais de focar apenas na car-

reira e abandonar todo o resto:

os amigos, a saúde, as necessi-

dades individuais e, principal-

mente, as relações de afeto. “A

mulher conquistou espaço no-

bre no mercado de trabalho e

agora seu maior desafio é reor-

ganizar a vida afetiva”, diz a

autora.

A dica para encontrar al-

guém (e ficar com essa pes-

soa) é encarar o homem

atual com os pés no

chão. Isso certamente

vai provocar a abertu-

ra do leque de possi-

bilidades na pirâmi-

de de relacionamen-

tos. A primeira ati-

tude prática a ser

tomada, segundo

os especialistas, é

desativar men-

talmente o pro-

tótipo de companheiro ideal

construído junto com as ami-

gas e com a mãe. Hoje não dá

mais para se ligar a estereótipos

de gênero.

O grande desafio para o en-

contro do parceiro hoje, na vi-

são de Mara Lúcia Madureira,

psicóloga cognitivo-comporta-

mental, é romper com o ideal e

viver no plano da realidade.

Em termos parabólicos, é como

idealizar uma roupa e perder a

festa por não encontrar o mode-

lo imaginado. “Observe a sua

volta, identifique o que lhe

agrada, se permita provar, esco-

lha o que lhe cai bem, faça ajus-

tes e não perca o evento por exi-

gências mesquinhas”, ensina.

Segundo ela, se a exuberân-

cia do salto inviabiliza a cami-

nhada, considere o conforto do

tênis para conduzir ao destino

e, especialmente, para enfren-

tar os trechos acidentados do

percurso.

Muitas mulheres desejam

um grande amor, porém, que-

rem mais se proteger dos riscos

inerentes aos envolvimentos in-

tensos. A dualidade de senti-

mentos paralisa o comporta-

mento de busca e produz justifi-

cativas para se evitar a entrega

quando o alvo surge à frente.

O primeiro passo é analisar

que tipo de relacionamento se

está buscando, o quanto real-

mente deseja se envolver e o

quanto prefere se preservar.

Considerar a ambivalência e a

intensidade desses sentimen-

tos é imprescindível para ven-

cer o duelo entre razão e emo-

ção, concentrar forças e manter

o foco num único aspecto da

questão.

Grande parte das pessoas es-

tá mais preocupada com as crí-

ticas do que com sua satisfação

pessoal. O apego aos padrões

idealizados de outras épocas

ainda reverberam nas mentali-

dades atuais, tirando-lhes a

atenção de seus verdadeiros ob-

jetivos, aspirações e desejos.

Muitas oportunidades de

viver um grande amor são ne-

gligenciadas pelo medo da re-

provação, pela crença de que

é preciso satisfazer primeira-

mente as expectativas do gru-

po antes de se decidir pelo

amor, tal como ele

se apresenta.

“Em mui-

tos casos,

não é a ex-

pectativa

feminina

que difi-

culta o en-

volvimento, mas a

autocobrança masculina

em relação às mulheres”,

diz Mara. Muitos homens

são bons candidatos, porém,

eles próprios têm expectati-

vas pouco realistas acerca das

mulheres que os consideram

elegíveis, por vezes, superesti-

mam a imagem que fazem de-

las em detrimento de suas pró-

prias potencialidades.

O fortalecimento da mu-

lher nos papéis antes exercidos

predominantemente por ho-

mens e a conquista da indepen-

dência financeira enfraquece-

ram o domínio masculino nas

relações de pares, enrijeceram

a ternura feminina e aguçaram

a sensibilidade dos homens. Os

dois gêneros ainda estão se

adaptando às mudanças sociais

e ao novo status relacional.

As pessoas precisam com-

preender, ressalta Mara, que as

recentes transformações não in-

terferem na necessidade de afe-

to e companheirismo, e se per-

ceber como elementos comple-

mentares da díade amorosa,

não como oponentes numa luta

em que os dois perdem a chan-

ce de uma aliança poderosa de

apoio e prazer recíprocos.

“Cinco milhões de mulhe-

res foram queimadas nas fo-

gueiras da Inquisição somente

por não se renderem às normas

repressivas da Igreja Católica

dos primeiros tempos, que que-

riam nos fazer ter vergonha do

nosso corpo, dos nossos ciclos

naturais, do nosso conhecimen-

to intuitivo sobre os sentimen-

tos humanos”, diz a psicanalis-

ta Débora Damasceno. Talvez

esse pavor histórico tenha se es-

tabelecido nas mulheres atuais

que, da mesma forma que as an-

tigas, são guerreiras. O nosso

grande questionamento é: “co-

mo saber se, ao se entregar a es-

te homem, ele não irá nos trair,

agredir, difamar?” Com essas

dúvidas, é sempre mais seguro

manter-se longe de relaciona-

mentos. A parte triste é que

quem tem medo de sofrer nun-

ca será capaz de amar de verda-

de. E tão pouco ser amado.

APOSTE NO AMOR

Especial

10 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

O grande desafio para a mu-

lher atual é vencer o próprio

medo de amar. Débora Damas-

ceno ressalta que as mulheres

ainda têm arraigada na cons-

ciência a imagem do macho

agressor, que por ser o mante-

nedor da casa se acha no direi-

to de podar toda a individuali-

dade feminina. Muitas se esfor-

çam para alcançar o sucesso fi-

nanceiro, obedecendo o conse-

lho materno de não serem de-

pendentes de homem nenhum.

Hoje em dia, esse homem agres-

sivo pode estar travestido de ho-

mem oportunista, aquele que

quer viver à sombra do sucesso

financeiro ou social. Embora

tais homens existam, eles não

estão nem de longe em maior

número. A maioria é delicada,

prestativa.

Vencer esse medo de se en-

tregar a um homem ruim, per-

ceber que esse homem existe

mais em sua própria mente do

que na realidade é, portanto, o

grande desafio para as mulhe-

res atualmente.

“Os homens são, incons-

cientemente, educados para sa-

tisfazer as expectativas femini-

nas”, explica Débora. Dentro

do relacionamento, acontece o

mesmo: eles vão corresponder

as nossas expectativas incons-

cientes de sofrer ou de ser feliz

conforme nosso desejo.

Apesar de ter alcançado

grande sucesso profissional e fi-

nanceiro, a mulher atual perma-

nece com medo de ser subjuga-

da emocionalmente. Isso faz

com que, num relacionamento

emocional, ela sempre haja na

defensiva, tentando provar pa-

ra o homem e, principalmen-

te, para si mesma, que não vai

se tornar capacho de ninguém.

Com isso, acaba sendo agressi-

va ou autossuficiente, de um

jeito que os únicos homens

que aceitam ficar perto são os

dependentes, pois um homem

ativo quer sentir-se necessário

a sua mulher. “Então, não é

uma questão de expectativa e a

questão de redescobrir-se co-

mo mulher, forte, independen-

te, mas que sabe aceitar os cui-

dados de um homem”, explica

Débora. (GB)

Abandone a capa de super e aja como uma mulher adulta

Decifre o homem de hoje

Ache tempo e energia

Dimensione seus planos e ações para caber amor

Cultive desejo e crie sua assinatura erótica

Tenha vínculo e cumplicidade com ele para ajudar na carreirasua carreira

Fonte: Do livro “Mulheres de Sucesso Querem Poder... Amar” (ed. Gente), da

jornalista Joyce Moisés

As aparências enganam

Atitudes para conciliarcarreira e amor

“Conheci o Luis há pouco mais de quatro anos. Ele trabalhava em um

produtora de TV onde eu gravava meu programa. Ele tinha na época 20

anos, eu 47. Sou mãe de duas meninas, uma de 25 e outra de 21, e avó de

um bebê de nove meses. Minhas filhas já estavam morando fora do País,

na Inglaterra, e eu tinha acabado de sair de um casamento. Fui casada

com um inglês durante 22 anos. A diferença cultural é absurda. Conhecer o

Luis foi como reencontrar a alegria. Começar de novo é uma chance que a

vida dá e você não pode deixar passar. O Luis é o oposto do meu ex-marido

e dos rapazes com quem namorei. Bem de família simples, um trabalhador,

e com pele morena. Eu nunca me imaginei com um homem mais novo,

principalmente tão mais novo. O Luis é 27 anos mais novo que eu. As

brincadeiras durante a gravação viraram uma paixão louca, e esta paixão

se transformou em amor. Vivemos em uma união estável há quatro anos. E

quando olho para trás, eu penso que se não tivesse tido coragem de

assumir esse relacionamento eu não teria tido a oportunidade de viver

momentos de grande alegria. Ele é um moleque, a alegria em pessoa, tudo

que eu precisava na minha vida. É como um gás novo, um recomeço que

você abraça”

Malu Rodrigues, 51 anos, jornalista, e o marido Luis Soares, 24

Para vencer omedo de amar

Hamilton Pavam 24/1/2012

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 11

Page 12: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Manutenção de certos hábitos

ajuda a manter a estabilidade

emocional de uma relação a dois

Gisele [email protected]

Antes de mais nada, é preciso

ter em mente que casamento é

uma relação, não uma instituição,

e uma relação que vale a pena não é

coisa de amadores. Se deu certo, ou

você tem muita sorte ou fez uma

opção pensada, adulta. Antes de

mais nada, o matrimônio depende

da escolha certa da pessoa que vai

viver ao seu lado, misturando a vi-

da dela com a sua. Tenha em men-

te que essa história de que os opos-

tos se atraem vale para a física, não

para a psicologia.

Isso não significa que os dois te-

nham de pensar igual ou concor-

dar em tudo. Só que é fundamental

que tenham escalas de valores com-

patíveis, hábitos que não se cho-

quem e, principalmente, projetos,

e é claro, rotina.

Mas não confunda: rotina e mo-

notonia não são a mesma coisa. Ro-

tina é saber que as coisas essenciais

funcionam porque alguém cuida

para que isso aconteça. Essa conti-

nuidade não é sinônimo de mono-

tonia - que é uma conduta chata e

sem sabor - e sim a base de qual-

quer relação.

De acordo com especialistas

em relacionamentos, a rotina pode

atrapalhar o casal, mas também po-

de ser saudável desde que você sai-

ba lidar com ela.

A psicóloga clínica Danielle

Carminatti, psicoterapeuta de ca-

sais, explica que, primeiramente, é

necessário entender que a rotina é

sim importante para que haja con-

sistência, algo seguro para a rela-

ção e que não cause instabilidade.

“Esta rotina é necessária, por exem-

plo, para manter o hábito de jantar

juntos, falar ao telefone em um de-

terminado horário (pausa do almo-

ço, por exemplo), conversar sobre

o dia de cada um, planejar coisas

juntos... tudo isso faz com que o ca-

sal tenha uma estabilidade emocio-

nal, e qualquer coisa dessas, quan-

do não é feita, gera uma sensação

de insegurança”, explica.

Porém, o que se diz sobre o des-

gaste por conta da rotina é sempre

manter o mesmo ritual para fazer

as coisas, não há surpresas. No iní-

cio, é romântico, mas com o tem-

po, isso se torna tão previsível que

sai do romantismo e vai para o can-

sativo. “Sair da rotina é manter os

hábitos e surpreender vez ou ou-

tra, ligar em outros horários, sair

para jantar em lugares diferentes,

decidir na hora o que fazer ao invés

de planejar semanas antes. A que-

bra de rotina só é ineficiente para

casais que não estão em sintonia”,

diz Danielle.

Pesquisadores da Escola de Me-

dicina de Universidade de Pitts-

burg, nos Estados Unidos, concluí-

ram que a rotina nas relações amo-

rosas diminui as oscilações de hu-

mor. O estudo mostra que se são

preservados os rituais, mesmo

quando o cansaço bate, cria-se espa-

ço para as surpresas. É mais ou me-

nos assim: o casal sai para fazer

uma caminhada no parque e perce-

be que foi inaugurada uma acade-

mia de dança e se matriculam.

Ailton Amélio, professor de psi-

cologia experimental da Universi-

dade de São Paulo (USP) e autor do

livro “Para Viver Um Grande

Amor (ed. Gente), explica que, para

funcionar bem, o casamento preci-

sa de uma dose de estabilidade e ou-

tra de variabilidade. Para ele, a roti-

na é a parte que segue sozinha, im-

Especial

O LADO BOMDA ROTINA

Rotina não é fazer sempre amesma coisa do mesmo jeito,mas sim fazer coisas juntos,com certa periodicidade, mascom espaço para renovação ecriação Ana Cristina Penteado Trazzi, psicóloga

12 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

portante para liberar as pessoas

para a surpresa. Porém, ele alerta

para o perigo de, por comodida-

de, deixarmos as coisas no piloto

automático e não voar mais alto.

Para Cláudia Marra Jacob-

son, psicoterapeuta de casais, de

fato a construção de uma rotina a

dois pode trazer segurança, cum-

plicidade, solidez, intimidade e

momentos de prazer. Pesquisas

apontam que ao estabelecerem re-

lações estáveis, como por exem-

plo casamentos, casais estariam

buscando, entre outros aspectos,

segurança e estabilidade para a

relacão. “Entretanto, muitas ve-

zes a ideia de intimidade, em que

tudo deve ser partilhado, aniqui-

la a individualidade tão impor-

tante na construção de uma boa

autoestima que, por sua vez, é in-

grediente essencial na manuten-

ção do desejo”, diz.

De acordo com a terapeuta de

casais Esther Perel, no livro “Se-

xo no cativeiro” (ed. Objetiva), a

ideia de que a intimidade gera se-

xualidade pode ser uma das arma-

dilhas da vida a dois, na medida

em que esta é vivida de modo a

excluir o espaço individual dos

parceiros.

Sendo assim, ressalta Cláudia

Marra, os hábitos que se repetem

são inerentes à vida e importan-

tíssimos na construção de proje-

tos, de uma família, do amor em

uma relação. A rotina pode tra-

zer o acolhimento e a proximida-

de essenciais às necessidades afe-

tivas do ser humano. Porém, não

podemos perder de vista que o

equilíbrio é a chave de muitas

questões ligadas ao relaciona-

mento humano.

Não existem receitas para o

relacionamento, à medida que

não existe perfeição. Talvez o se-

gredo seja transitar entre o conhe-

cido e o novo. Dividir e preser-

var, aproximar e respeitar o que

precisa de distância. Construir

uma rotina a dois, mas nunca es-

quecer das necessidades indivi-

duais e compreender que elas

não são nocivas à união e sim par-

te integrante dela.

“O que é na verdade a rotina?

São hábitos repetidos com algu-

ma organização e periodicidade.

Dessa forma, a rotina é sim uma

maneira de organização da vida,

seja de uma pessoa ou de um ca-

sal”, diz a psicóloga Ana Cristina

Penteado Trazzi. Mas dentro des-

sa rotina há espaço para a impro-

visação, mudanças, curiosidades

e surpresas.

A rotina passa a ser maléfica

quando se torna uma obrigação

sem definição de um objetivo pra-

zeroso ou criatividade. “Rotina

não é fazer sempre a mesma coisa

do mesmo jeito. Mas sim fazer coi-

sas juntos, com certa periodicidade

e repetição, porém havendo espaço

para renovação e criação”, diz.

O namoro continua

“O Rodrigo, além de ser publicitário, é músico. Acordo e saio

de casa mais cedo do que ele todos os dias, mas não abrimos

mão de almoçarmos juntos, mesmo que não seja no mesmo

horário. Se isso não acontece, fico mal. Gostamos muito de

brincar um com o outro o tempo todo e de estar juntos. À

noite, quando ele chega em casa, todos os dias saímos para

passear com os cachorros pelas ruas do condomínio,

momento que colocamos as conversas em dia e depois

também nós jantamos juntos. Valorizamos essa nossa

“rotina” desde que casamos há três anos e meio e

continuamos a namorar. Gosto muito também de cozinhar

para ele. Namoramos durante seis anos e meio. Éramos

amigos antes e saíamos juntos quando ele me pediu em

namoro. Somos cúmplices um do outro e sinto muita falta

quando não temos essa rotina”

Carla Figueiredo, atendente, 26 anos, está há dez

anos com o publicitário Rodrigo Carriel, 29

Thomaz Vita Neto 3/1/2012

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 13

Page 14: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Quando estamos apaixonados, o cérebro ativa as áreas de prazer e bem-estar e desativa a “área da razão”

Gisele [email protected]

Os sintomas da paixão são

inconfundíveis. Às vezes, é qua-

se impossível esconder os si-

nais do corpo. É só falar ou ver

uma foto da pessoa amada que

o coração bate mais forte, o ros-

to fica ruborizado, os olhos bri-

lham e um sorriso largo se

abre. Para o apaixonado, a úni-

ca coisa que interessa é a pes-

soa amada, é como se o mundo

circulasse ao redor dela. Perde-

se a sensação de si próprio e

não se consegue parar de pen-

sar no outro, como se estivesse

acampado na nossa cabeça.

E quando perguntamos o

que está por trás das sensações

exclusivas quando estávamos

encantados com alguém, apare-

cem eles, os cientistas, nos con-

vencendo de que toda esta áu-

rea sedutora de mistério que en-

volve os assuntos do coração é

resultado de equações bioquí-

micas e algumas manifestações

anatômicas.

O médico e neurocientista

Roberto Lent, professor e dire-

tor do Instituto de Ciências

Biomédicas da Universidade

Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), chefe do laboratório

de neuroplasticidade, explica

no livro “Sobre Neurônios, Cé-

rebros e Pessoas” (ed. Athe-

neu) que as áreas ativadas pelo

cérebro apaixonado contêm

grandes quantidades do neuro-

transmissor dopamina, nor-

malmente liberado em situa-

ções de prazer, e dos hormô-

nios ocitocina e vasopressina,

bem como das proteínas que

os reconhecem.

Mas o cérebro não apenas

ativa as áreas do prazer e bem-

estar durante a paixão. A área

do lobo frontal do córtex cere-

bral, conhecida pelo seu envol-

vimento com o raciocínio lógi-

co e matemático, ou seja, a

“área da razão”, é desativada.

Emoções como o medo e a rai-

va são geralmente excluídas

ou minimizadas. “Os apaixo-

nados ficam quase exclusiva-

mente dedicados a esse senti-

mento”, diz Lent.

Evolucionistas explicam es-

se achado como um mecanis-

mo para aproximar casais re-

produtores e fortalecer seu vín-

culo recíproco. A perda da ra-

zão no cérebro apaixonado é

justificada pela vantagem bioló-

gica de aproximar casais apa-

rentemente improváveis. “A

natureza desenvolveu engenho-

sas estratégias de aproximação

entre machos e fêmeas e de ma-

nutenção de vínculos entre

eles”, explica Lent.

As técnicas de neuroima-

gem funcional permitiram ao

neurocientista Semir Zeki, do

University College London,

na Inglaterra, e seu colabora-

dor Andreas Bartels mapear as

regiões cerebrais ativadas e de-

sativadas durante a paixão, e

até compará-las com outros ti-

pos de amor, como o materno.

Ambos têm em comum a vanta-

gem biológica e evolutiva es-

sencial, que é favorecer a sobre-

vivência.

Os antropólogos descobri-

ram provas de amor em 170 so-

ciedades e nunca descobriram

alguma em que não existisse.

A antropóloga Helen Fi-

sher observa que o amor é uma

das substâncias mais viciantes

da humanidade. No livro “Por

que Amamos - A Natureza e a

Química do Amor Românti-

co” (ed. Record), ela tenta

comprovar que o amor faz par-

te da natureza humana tanto

quanto o medo ou a fome. Ele

seria, na verdade, o instinto

responsável por fazer nossa es-

pécie se perpetuar no planeta.

“O amor está profundamente

implantado no cérebro. Nosso

desafio é entendermos uns aos

outros”, diz.

A pesquisadora Cindy Ha-

zan, da Universidade Cornell,

de Nova York, nos Estados

Unidos, garante que: “seres hu-

manos são biologicamente pro-

gramados para se sentir apaixo-

nados durante 18 a 30 meses.”

Ela entrevistou e testou 5 mil

pessoas de 37 culturas diferen-

tes e descobriu que o amor pos-

sui um “tempo de vida” longo

o suficiente para que o casal se

conheça, copule e produza

uma criança. “Em termos evo-

lucionários”, ela completa,

“não necessitamos de corações

palpitantes e suores frios nas

mãos”, diz.

A pesquisadora também

identificou algumas substân-

cias responsáveis pelo amor-

paixão: dopamina, feniletilami-

na e ocitocina, substâncias rela-

tivamente comuns no corpo hu-

mano, mas encontradas juntas

apenas durante as fases iniciais

do flerte. Com o tempo, o orga-

nismo vai se tornando resisten-

te aos seus efeitos. A partir daí,

são duas opções: ou o casal se

separa ou se habitua a manifes-

tações mais brandas de amor -

companheirismo, afeto e tole-

rância - e permanece junto. “Is-

to é especialmente verdadeiro

quando filhos estão envolvidos

na relação”, diz Cindy Hazan.

Especial

CIÊNCIA DA PAIXÃO

Sereshumanos sãobiologicamenteprogramadospara sesentirapaixonadosdurante 18a30 meses Cindy Hazan, pesquisadoranorte-americana

14 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

As duas velhinhas nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo

Rubem AlvesEscritor e educador

De todos os sentidos, o mais

importante para a aprendizagem

do amor, do viver juntos e da ci-

dadania é a audição. Disse o es-

critor sagrado: “No princípio

era o Verbo”. Eu acrescento:

“Antes do Verbo era o silên-

cio.” É do silêncio que nasce o

ouvir. Só posso ouvir a palavra

se meus ruídos interiores fo-

rem silenciados. Só posso ouvir

a verdade do outro se eu parar

de tagarelar. Quem fala muito

não ouve. Sabem disso os poe-

tas, esses seres de fala mínima.

Eles falam, sim. Para ouvir as

vozes do silêncio. Veja esse poe-

ma de Fernando Pessoa, dirigi-

do a um poeta: “Cessa o teu can-

to! Cessa, que, enquanto o ouvi,

ouvia uma outra voz como que

vindo nos interstícios do bran-

do encanto com que o teu canto

vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a

no mesmo tempo e diferentes,

juntas a cantar. E a melodia

que não havia se agora a lem-

bro, faz-me chorar...” A magia

do poema não está nas palavras

do poeta. Está nos interstícios

silenciosos que há entre as suas

palavras. É nesse silêncio que

se ouve a melodia que não ha-

via. Aí a magia acontece:amelo-

dia me faz chorar.

Não nos sentimos em casa

no silêncio. Quando a conversa

é interrompida por não haver o

que dizer, tratamos logo de fa-

lar qualquer coisa, para por um

fim no silêncio. Vez por outra

tenho vontade de escrever um

ensaio sobre a psicologia dos

elevadores. Ali estamos, nós

dois, fechados naquele cubícu-

lo. Um diante do outro. Olha-

mos nos olhos um do outro?

Ou olhamos para o chão? Nada

temos a falar. Esse silêncio é co-

mo se fosse uma ofensa. Aí fala-

mos sobre o tempo. Mas nós

dois bem sabemos que se trata

de uma farsa para encher o tem-

po até que o elevador pare.

Os orientais entendem me-

lhor do que nós. Esqueci-me do

nomedofilme.Duasvelhinhasse

visitavam.Por horas ficavam jun-

tas, sem dizer uma única palavra.

Nadadiziamporquenoseusilên-

ciomoravaummundo.Faziamsi-

lêncio não por não ter nada a di-

zer,masporqueoquetinhamadi-

zernãocabiaempalavras.Afiloso-

fiaocidentaléobcecadapelaques-

tãodo Ser. Afilosofia oriental,pe-

la questão do Vazio, do Nada. É

no Vazio da jarra que se colocam

flores.

O aprendizado do ouvir não

se encontra em nossos currículos.

A prática educativa tradicional se

inicia com a palavra do professor.

Amenininha,Andréa, voltavado

seu primeiro dia na creche. “Co-

mo é a professora?”, sua mãe lhe

perguntou. Ao que ela respon-

deu: “Ela grita...” Não bastava

que a professora falasse. Ela grita-

va.Nãomelembro deque minha

primeira professora, Dona Clotil-

de,tivesse jamaisgritado.Masme

lembro dos gritos esganiçados

que vinham da sala ao lado. Um

únicogritoencheoespaçodeme-

do. Na escola, a violência começa

comestuprosverbais.

Milan Kundera conta a estó-

ria de Tamina, uma garçonete.

“Todo mundo gosta de Tamina.

Porque ela sabe ouvir o que lhe

contam. Mas será que ela ouve

mesmo? Não sei... O que conta é

queelanãointerrompeafala.Vo-

cês sabem o que acontece quan-

do duas pessoas falam. Uma fala

eoutra lhecortaapalavra: ‘é exa-

tamente como eu, eu...’ e começa

a falar de si até que a primeira

consigaporsuavezcortar: ‘éexa-

tamente como eu, eu...’ Essa fra-

se ‘éexatamentecomoeu...’pare-

ceserumamaneira decontinuar

areflexãodooutro,maséumen-

godo. É uma revolta brutal con-

tra uma violência brutal: um es-

forço para libertar o nosso ouvi-

do da escravidão e ocupar à força

o ouvido do adversário. Pois to-

da a vida do homem entre os

seus semelhantes nada mais é do

que um combate para se apossar

do ouvido do outro...”

Será que era isso que aconte-

cia na escola tradicional? O pro-

fessor se apossando do ouvido

do aluno (pois não é essa a sua

missão?), penetrando-o com sua

fala fálica e estuprando-o com a

força da autoridade e a ameaça

de castigos, sem se dar conta de

que no ouvido silencioso do alu-

no há uma melodia que se toca.

Talvez seja essa a razão porque

há tantos cursos de oratória, pro-

curados por políticos e executi-

vos, mas não haja cursos de

“escutarória”. Todo mundo

quer falar. Ninguém quer ouvir.

Todomundoquerserescuta-

do. (Como não há quem os escu-

te,osadultosprocuramumpsica-

nalista,profissionalpagodoescu-

tar.) Toda criança também quer

serescutada.Encontrei,narevis-

ta pedagógica italiana “Cem

Mondialità”, a sugestão de que,

antes de se iniciarem as ativida-

des de ensino e aprendizagem,

os professores se dedicassem por

semanas, talvezmeses,asimples-

mente ouvir as crianças. No si-

lênciodascriançasháumprogra-

ma de vida: sonhos. É dos so-

nhos que nasce a inteligência. A

inteligência é a ferramenta que o

corpo usa para transformar os

seus sonhos em realidade. É pre-

ciso escutar as crianças para que

a sua inteligência desabroche.

A arte de ouvirDivulgação

Thomaz Vita Neto

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 15

Page 16: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Longe da tevê

há três anos,

Camila Rodrigues dá

vida à liberal Merabe na

minissérie “Rei Davi”

TV Press

Logo que soube do jeito espontâ-

neo, romântico e carismático da

personagem Merabe em

“Rei Davi”, Camila Ro-

drigues aceitou o papel

na nova minissérie da

Record. “Ela é bem pa-

recida comigo. Tem

um estilo apaixonado,

meigo e sonhador. Bus-

ca seguir seus próprios

sonhos e ideais”, expli-

ca. Liberal e à frente de

seu tempo, Merabe é a

filha mais velha do Rei

Saul, interpretado por

Gracindo Jr, e irmã de

Mical, vivida por Ma-

ria Ribeiro, sua maior

rival na história. “Ela é

muito invejosa e sem-

pre busca ter as mes-

mas coisas que a irmã.

Minha personagem é

sensual por ser, diferen-

te da Mical que precisa

fazer tudo para cha-

mar atenção”, analisa.

Belíssima e vaidosa,

Merabe adora fazer

charme e seduzir os sol-

dados do exército de seu

pai. Envolve-se com

Adriel, interpretado por

Rômulo Estrela, mas é

prometida para Davi, Leo-

nardo Brício, em casa-

mento como prêmio por

ele ter derrotado Golias.

O que deixa a irmã com

mais ódio e ciúmes.

Foram quase dois

meses de workshops e

laboratórios para am-

bientar os atores com a

época e os costumes

completamente diferen-

tes dos atuais. Todo o elen-

co passou por aulas de dan-

ça, comportamento, culinária

e tear. “Tivemos de aprender a nos por-

tar à mesa, perder o sotaque, ter postura,

como se relacionar em público com seu

marido, não deixar o tornozelo aparecer

ao sentar ou se movimentar”, lembra. Ca-

mila enfrentou diversas dificuldades pa-

ra coordenar todo o figurino de sua perso-

nagem. “Era roupa demais para se acostu-

mar e eram muito quentes, vestidos mui-

tos longos e com véu. E ainda tinham as

joias. Eram milhões de anéis, colares no

pescoço e na cabeça”, afirma. Mas, o ver-

dadeiro desafio para a atriz durante as

gravações foi a adaptação ao “megahair”.

A enorme quantidade de cabelo dificulta-

va tarefas simples e eliminava qualquer

praticidade durante o dia a dia, como la-

var e secar os fios, pois não podia dormir

com os cabelos molhados e montar um

penteado para pode sair. “Odiei o ‘mega

hair’. Embolava muito. A quantidade de

cabelo que colocaram nas nossas cabeças

poderia colocar em outras três”, brinca.

Com o fim das gravações, Camila não per-

deu tempo e logo retirou os apliques. Po-

rém, mesmo com todos os contratempos

do “megahair”, a atriz afirma que os lon-

gos cabelos eram uma parte essencial na

composição estética da personagem e de

todo o visual que a envolve.

Seu último trabalho na Globo havia si-

do “Malhação” em 2008. Após seis anos

na Globo, Camila encara a mudança de

emissora como uma forma de amadureci-

mento e novas descobertas. “A gente tem

de estar onde está trabalhando. Tive uma

proposta da Record que me pareceu me-

lhor no momento. Vejo cada trabalho se-

paradamente, não é uma questão de emis-

sora”, explica. Afastada da tevê há três

anos, Camila comemora sua volta com um

papel dramático e de forte composição his-

tórica. “A Merabe tem cenas muito sofri-

das, principalmente quando apanha. Sem-

pre tive mais facilidade para fazer drama

do que comédia. Adoro fazer drama. Você

pode brincar muito mais com a carga emo-

cional”, ressalta. Durante esse período em

que esteve afastada da tevê, Camila se dedi-

cou ao teatro, uma de suas maiores pai-

xões. A atriz ficou um ano e meio em car-

taz com a comédia “Decamerão - A Comé-

dia do Sexo” e logo depois emendou na pe-

ça “Após a Chuva”. “É muito bom fazer

comédia, porque é um trabalho mais leve,

mais solto e com uma carga de persona-

gem menor. Mas eu já estava com saudade

de fazer drama”, conta.

Assim como muitas atrizes, Camila co-

meçou a carreira como modelo, aos 14

anos. Ela descobriu seu interesse pela atua-

ção quando começou a fazer cursos de tea-

tro para poder melhorar sua desenvoltura

em comerciais de tevê. A partir daí, Cami-

la, que é formada pela Casa das Artes de

Laranjeiras, começou a fazer teste para a

Globo até passar na novela “América”, de

2005, em que viveu Mari, irmã de Debo-

rah Secco. “Foi um trabalho maravilhoso

e de grande responsabilidade. É muito

bom ter a chance de estrear em uma nove-

la das oito”, explica.

Contratada da Record por três anos, a

atriz ainda não está escalada para as próxi-

mas produções, mas afirma que não quer

parar de trabalhar. “Como fiquei três anos

nos palcos estou com saudades da televi-

são. Quero atuar, não quero férias”, afirma.

Perfil

RETORNOBÍBLICO

Em 2001, Camila ficou entre asfinalistas para viver a protagonistada série “Presença de Anita”, masperdeu o papel para Mel Lisboa

A atriz possui apenas umaexperiência no cinema com filme“O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”,de 2006

Antes de receber o convite paraa minissérie “Rei Davi”, Camilaestava lendo o livro “As 100Melhores Histórias da Bíblia”

O trabalho em “Rei Davi” nãoé o primeiro de época da atriz.Quando estava na Globo, Camilaatuou em “Desejo Proibido” e“Amazônia, de Galvez a ChicoMendes”, ambas de 2007

Instantâneas

Jorg

eR

odrigues

Jorg

e/D

ivulg

ação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Anti-heroínaCarolina Dieckmann é fã confessa dos persona-

gens que se arrependem dos males feitos ao longo de

uma trama. No caso da periguete Teodora, de “Fina

Estampa”, da Globo, não poderia ser diferente. A

atriz não esconde uma certa predileção à possibilida-

de da personagem realmente estar em busca de um

perdão de Quinzé, interpretado por Malvino Salva-

dor. “O vilão costuma terminar morrendo. Mas, se

ela começa má e termina boa, iria adorar porque tem

tudo que eu gosto. Atazano a vida da outra, me arre-

pendo e vou pedir perdão. Mas se terminarei aceita

pelo público? Bom, vamos ver. Ele é soberano”, des-

conversa.

Rebelde sem causaEm “Marias do Lar”, próxima novela das sete da

Globo, Miguel Roncato deixará de lado a postura de

bom menino dos seus papéis anteriores. Na trama

de Filipe Miguez e Isabel de Oliveira, o ator viverá

Samuel, um garoto problema e mentiroso, que

aprontará na escola, nas ruas e em casa. “A trama de-

le será bem dramática e isso tem um tom especial pa-

ra todo ator”, empolga-se. Acostumado a persona-

gens gentis e solidários, esta será a chance de Miguel

mostrar que pode fazer diferente. “É importante o

público ver uma outra faceta artística minha. Sei

que tenho rosto de bonzinho, mas estou me prepa-

rando para ser odiado nas ruas”, diverte-se. “Essa se-

rá a chance de liberar todos os meus males”, comple-

ta. “Marias do Lar” estreia em março.

Na agendaA HBO estreia, no dia 5 de fevereiro, a série dra-

mática “Luck”. A produção é protagonizada por

Dustin Hoffman e conta com participação de Nick

Nolte. A trama conta a história de um chefe da

máfia, Hoffman, viciado em corridas de cavalo. A sé-

rie foi lançada nos Estados Unidos em dezembro de

2011. A criação é de David Milch, mesmo criador de

“Deadwood”, de 2004.

Mulher arretadaHeloísa Périssé será uma cabeleireira nordestina

em “Avenida Brasil”, próxima novela das nove da

Globo. No texto de João Emanuel Carneiro, a atriz

interpretará a ex-namorada do personagem Tufão,

papel de Murilo Benício, um jogador de futebol. Ao

lado dela, Fabiula Nascimento será sua sócia no sa-

lão de beleza. A novela estreia em março.

Noites de terçaA partir de abril, a série “Louco Por Elas” fará

parte da segunda linha de shows das terças na Glo-

bo. De João Falcão, a série mostrará, em 10 episó-

dios, a concorrida vida de um treinador de futebol

feminino, interpretado por Eduardo Moscovis, que

se vê cercado, basicamente, por mulheres. Como sua

ex, sua filha, sua avó e alunas. Deborah Secco e Gló-

ria Menezes estão no elenco.

Início de trabalho”Gabriela”, próxima novela das 11 h, terá 60 ca-

pítulos, como “O Astro”, anterior “remake” da Glo-

bo. As gravações estão agendadas para março. Mas

boa parte do elenco continua indefinida pelo autor

Walcyr Carrasco e o diretor de núcleo Roberto Tal-

ma. Juliana Paes será a protagonista da produção. A

estreia é em junho.

Novo ofícioA Fox Sports do Brasil contratou dois atores da

Globo como apresentadores: Tammy Di Calafiori,

que interpretou a doce Lorena, de “Passione”, e Eri-

ch Pelitz, que viveu o simpático Victor de “Malha-

ção ID”. Eles são algumas das apostas do novo canal

esportivo para fisgar parte do público jovem. O lan-

çamento oficial do canal está previsto para o dia 5 de

fevereiro.

Em pautaA Record estuda a possibilidade de mudar o dia

de apresentação do programa “Câmera em Ação”,

apresentado por Marcos Hummel. A intenção é

transferir o jornalístico, que é exibido às sextas, para

as noites de segunda. A mudança deve acontecer

após o Carnaval.

Ninguém vêRoberto Bomtempo será José Maria em “Másca-

ras”, próxima novela de Lauro César Muniz, na Re-

cord. No texto, José Maria e sua mulher, interpreta-

da por Bárbara Bruno, terão um filho imaginário

com quem conversam normalmente. As gravações

correm normalmente desde o último dia 26 de janei-

ro. A estreia acontece em abril.

Retorno pródigoDepois de várias novelas na Record, Sérgio Ma-

lheiros está de volta à Globo. O ator foi convidado

por Denise Saraceni para integrar o elenco “Marias

do Lar”, onde ela é diretora de núcleo. Em tempo,

foi em “Da Cor Do Pecado”, da mesma diretora, on-

de Sérgio estreou na tevê interpretando o carismáti-

co garoto Raí.

De olho nelesDistante da tevê desde a série “Macho Man”, da

Globo, Ingrid Guimarães acertou com o GNT. Ela

está envolvida com os preparativos do novo projeto

do canal: “Homens Possíveis”. A produção é um des-

dobramento de “Mulheres Possíveis”, que ficou três

temporadas no ar e que contava a rotina de uma fa-

mosa e uma desconhecida.

Realidade paralelaA Band deve estrear, em março, o novo “reality

show” “Perdidos Na Tribo”. A produção terá 10 epi-

sódios com 90 minutos cada. O programa propõe

uma experiência em que uma família viaja até uma

área inóspita e passa a conviver com a tribo local em

meio a todas as dificuldades inerentes a essa nova ro-

tina.

Para poucosO autor Silvio de Abreu pretende trabalhar com

um elenco enxuto em “Guerra dos Sexos”. A trama

deve substituir “Marias do Lar” no segundo semes-

tre de 2012. Reynaldo Gianecchini, Irene Ravache,

Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Raia, Edson Ce-

lulari, Mariana Ximenes, Drica Moraes, Guilhermi-

na Guinle, Daniel Boaventura e Mayana Moura são

alguns dos confirmados.

Data do retornoO “CQC”, da Band, deve voltar a ser exibido, ao

vivo, a partir do dia 12 de março. A expectativa está

em torno do substituto de Rafinha Bastos na banca-

da do programa, ao lado de Marcelo Tas e Marco Lu-

que. Um dos cotados para o posto é o repórter Oscar

Filho.

ReservadosEm breve, Sophie Charlotte e Marco Pigossi de-

vem repetir a dobradinha de “Fina Estampa”, da

Globo. Os atores que vivem a Amália e o Rafa foram

convidados por Maria Adelaide Amaral para prota-

gonizarem sua próxima novela para a faixa das sete.

Ambos trabalharam com a autora no “remake” “Ti-

Ti-Ti”, em 2010 . A produção deve estrear em 2013.

ZappingTV Press

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 17 - TV

Page 18: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

No ar como o Paulo de “Fina Estampa”,

Dan Stulbach mostra-se empolgado em

diversificar a carreira

TV Press

Dan Stulbach tem orgulho

de sua personalidade multi-

mídia. Sempre ocupado com

trabalhos na tevê e nos palcos,

o intérprete do Paulo de “Fina

Estampa” ainda arranja tempo

para debater atualidades no

“Saia Justa”, do GNT, coman-

dar o programa “Fim de Expe-

diente”, na rádio CBN, e fazer

a direção artística do Teatro

Eva Herz, em São Paulo, sua ci-

dade natal. “Minha agenda é

uma loucura. Queria muito fa-

zer essa novela, mas expliquei

para a equipe o quanto os ou-

tros projetos são importantes.

Acho ótimo me dividir e traba-

lhar em lugares diferentes”, ex-

plica o ator de 42 anos.

A ligação de Dan com a atua-

ção começou de forma amado-

ra, ainda nas peças do Colégio

Rio Branco, de São Paulo. Apai-

xonado pelos palcos, onde es-

treou profissionalmente aos 20

anos, ele demorou a se interes-

sar pela televisão. “Não era pre-

conceito, apenas não tinha liga-

ção com o veículo”, garante. De-

pois de pequenas participações

em séries e novelas, o ator ficou

conhecido nacionalmente em

2003, ao dar vida ao violento

Marcos de “Mulheres Apaixona-

das”. A partir daí, desenvolveu

uma íntima e criteriosa relação

com a tevê, onde acumula pa-

péis de destaque em novelas co-

mo “Senhora do Destino”, de

2004, e séries como “Queridos

Amigos”, de 2008, e “Som & Fú-

ria”, de 2009. “A maturidade

me trouxe outra perspectiva so-

bre a atuação. Dizer não para

um convite define mais minha

carreira do que os trabalhos que

aceitei fazer. Ter a rédea sobre o

que quero e me estimula é im-

portante”, acredita.

Pergunta – Sua última no-vela foi “Senhora do Desti-no”, de 2004. Após seteanos, o que o motivou a voltara trabalhar em produções delonga duração?

Dan Stulbach – Ficar sem

fazer novelas não foi algo pensa-

do. Depois de “Senhora do Des-

tino”, recusei convites para fo-

lhetins porque estava sempre

envolvido com outros projetos

dentro da Globo. Tanto que, lo-

go depois da novela, eu engatei

diversas séries, praticamente

uma por ano. O que me motiva

na televisão é a abrangência

que ela proporciona. Quando

surgiu o convite para fazer o

Paulo, vi que o assunto que se-

ria abordado dentro do núcleo

dele poderia render boas dis-

cussões e personagens natura-

listas. Gostei do convite e acei-

tei na hora.

Pergunta – O fato de “FinaEstampa” ser uma novela es-crita pelo Aguinaldo Silva e di-rigida pelo Wolf Maya, mes-ma dupla responsável por “Se-nhora do Destino”, pesou nahora de acertar seu retornoaos folhetins?

OUTROOLHAR

Entrevista Jorge Rodrigues Jorge /Divulgação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Stulbach – Com certeza. Te-

nho boas lembranças de “Se-

nhora do Destino”, pois encaro

essa novela como a consolida-

ção da minha imagem na tevê

depois do “boom” de “Mulhe-

res Apaixonadas”. O texto do

Manoel Carlos não era minha

estreia na tevê, mas é como se

tivesse sido. E a leveza com que

o Aguinaldo conduziu a histó-

ria do Edgard era a melhor saí-

da para que as pessoas ligassem

meu nome a outro persona-

gem. Me dei muito bem com a

equipe do Wolf e fiquei feliz de-

les terem lembrado de mim pa-

ra fazer “Fina Estampa”.

Pergunta – A fixação pela

maternidade acabou separan-

do a Esther, de Julia Lem-

mertz, e o Paulo. A partir daí,

seu personagem começou a

se envolver com outras mulhe-

res da trama. Esse lado galã

estava previsto na sinopse?

Stulbach – Não tinha ideia

de que ele iria se envolver com

outras personagens. Quando

recebi a sinopse, existiria ape-

nas a relação com a Esther e a

questão da gravidez, dele acei-

tar ou não. Gosto dessa coisa

de novela, onde a gente vai des-

vendando o trabalho aos pou-

cos. É uma espécie de dança, a

gente vai atuando e o autor vai

escrevendo.

Pergunta – Geralmente,

seus personagens são cons-

truídos a partir do texto ou vo-

cê embarca em processos de

preparação?Stulbach – Depende muito

do tipo de trabalho. Claro que a

base de tudo é o texto, mas faço

trabalho de composição tam-

bém. Às vezes, para dar conta

daquele papel, é necessário es-

tudar algo que você não conhe-

ce, um sotaque, uma história es-

pecífica. O Paulo tem essa ques-

tão com a moda praia, com os

tecidos, e tive de dar uma pes-

quisada nisso, saber como fun-

ciona essa indústria para falar

com propriedade. Sobre a gravi-

dez da Esther, antes de come-

çar a novela, conversei com es-

pecialistas em fertilização. São

conhecimentos que não fazem

parte da caracterização do per-

sonagem. É só para dar uma

sustentação.

Pergunta – O Paulo alter-

na momentos de simpatia e

egoísmo. Você teve alguma

dificuldade para interpretar

as ambiguidades do papel?

Stulbach – Personagens na-

turalistas são os mais difíceis,

pois é preciso evitar certos exage-

ros na atuação. O Paulo é cheio

de realidade. Um homem com

qualidades e defeitos, dividido

entre o bem e o mal. Assim co-

mo qualquer pessoa, em alguns

momentos ele está supercalmo e

racional, em outros, tem seus ata-

ques. Existe uma sequência lógi-

ca, como se fosse na vida. Essa

alternância dele me preocupou

bastante, pois é o tipo de perso-

nagem que exige uma interpreta-

ção mais madura. Mesmo sendo

autocrítico demais, ando satisfei-

to com minhas cenas.

Pergunta – Depois de 14

trabalhos na tevê, você ainda

sofre ao se assistir?

Stulbach – Não assisto mui-

to o que faço. Só de vez em

quando. Mesmo assim, gravo

os capítulos de “Fina Estam-

pa”. Quando vou ver, é um tor-

mento. Como sou muito obsti-

nado, é um sofrimento objeti-

vo. Tento ser bem prático den-

tro do meu constrangimento

quando não gosto da minha

atuação. Consigo ver onde é

que preciso melhorar para as

próximas cenas.

Pergunta – Além da nove-la, você segue no comandodo “Fim de Expediente”, pro-grama da rádio CBN, e aindaparticipa do “Saia Justa”, doGNT. Como você faz para con-ciliar as gravações da novelae esses os outros projetos?

Stulbach – A produção da

novela tem sido muito legal.

Quando aceitei fazer o Paulo,

pedi a eles que me liberassem

para o rádio, pois não queria fi-

car sem fazer o programa. O

programa é feito às sextas e até

agora não tive problemas com

liberação. Já o “Saia Justa” é

um acordo do GNT com a Glo-

bo. A novela me libera algumas

segundas para gravar o progra-

ma em São Paulo. Minha vida

é uma correria. São dois proje-

tos especiais para mim. Não é

só chegar e gravar. É preciso de-

cidir as pautas, pesquisar, en-

saiar. Mas até agora, estou con-

seguindo dar conta desses com-

promissos.

Pergunta – Já pensou emlargar a atuação para focarem sua porção apresentador?

Stulbach – Já pensei em lar-

gar a carreira de ator. Principal-

mente, quando era mais novo.

Tem muita gente que vive me

dizendo que eu deveria inves-

tir mais no meu lado apresenta-

dor por causa dessa história do

rádio e também do GNT. En-

quanto tiver sentido interpre-

tar, vou encarar. Gosto muito

de ser ator. Sempre fui apaixo-

nado por teatro e os palcos vira-

ram minha vida do avesso. Ao

mesmo tempo, Gosto de estar

fazendo várias coisas ao mesmo

tempo. Ser uma espécie de ca-

leidoscópio. Acabo encontran-

do e trabalhando com pessoas

diferentes. Isso me ajuda a não

ficar acomodado.

Pergunta – Desde “Mulhe-res Apaixonadas”, de 2003,você está cada vez mais pre-sente na tevê. O que o veículorepresenta para você?

Stulbach – Para mim, a tevê

representa a possibilidade de

mexer com o público. Na nove-

la, estou escondido atrás de um

personagem, mas no “Saia Jus-

ta”, sou eu dando a cara a tapa.

O teatro é feito para muitos,

mas ao mesmo tempo é de pou-

co alcance. Muita gente no tea-

tro é um público de mil pes-

soas. Na televisão, a repercus-

são é infinitamente maior, pois

ela representa um país inteiro.

Fazer tevê faz parte da minha

escolha em ser ator, de querer

falar com as pessoas e estabele-

cer uma relação com o público.

Pergunta – Este ano vocêcompleta 23 anos de carrei-ra. Em qual momento você

sentiu que estava na profis-são certa?

Stulbach – Alguns traba-

lhos me confirmaram que esta-

va no caminho certo. Mas acho

que a peça “Novas Diretrizes

em Tempos de Paz” foi funda-

mental para meu crescimento

profissional. Foi onde tive a

sensação de que poderia dizer

coisas do meu jeito, misturar

minha história e minha identi-

dade com o meu trabalho, e

compartilhar isso com as pes-

soas. Foi um sucesso surpreen-

dente na minha vida, virou um

filme onde contracenei com o

Tony Ramos e me levou para a

televisão. Tudo de relevante

que me aconteceu como ator

veio depois desse trabalho.

“Fina Estampa” – Globo – Segunda a

sábado, às 21h10.

“Saia Justa” – GNT – Quartas, às 22h.

“O Amor Está no Ar”(Globo, 1997) – Horácio.

“Os Maias” (Globo,2001) – Craft.

“Esperança” (Globo,2002) – André.

“MulheresApaixonadas” (Globo,2003) – Marcos.

“Papo de Anjo” (Globo,2003) – Anjo Gabriel.

“Senhora do Destino”,(Globo, 2004) – Edgard.

“JK” (Globo, 2006) –Zinque.

“Amazônia, de Galveza Chico Mendes” (Globo,2007) – Leandro.

“Queridos Amigos”(Globo, 2008) – Léo.

“Som & Fúria” (Globo,2009) – Ricardo.

“Norma” (Globo,2009) – Fernando.

“Afinal, o Que Queremas Mulheres?” (Globo,2010) – Jonas.

“Fina Estampa”(Globo, 2011) – Paulo.

Trajetóriatelevisiva

Ao pensar sobre a importân-

cia do teatro para sua formação,

Dan Stulbach logo lembra da

primeira vez que foi aos Estados

Unidos, aos 18 anos. O propósi-

to de estudar Inglês escondia o

real objetivo do ator: conhecer

Nova York e assistir ao maior

número de espetáculos teatrais

possíveis. Para garantir a aven-

tura pelo país, Dan trabalhou

por alguns meses como bilhetei-

ro em um cinema de San Diego,

na Califórnia. Até juntar dinhei-

ro suficiente para garantir a di-

versão pelas ruas da Broadway.

“Fiquei deslumbrado com a vi-

da. Quando consegui chegar em

Nova York, acho que assisti 14

peças em 12 dias. Acabavam os

espetáculos e eu tentava falar

com os atores. Conheci Al Paci-

no, John Malkovich, entre ou-

tros”, conta.

Até hoje, regularmente, Dan

volta à cidade para assistir novas

peças e fazer cursos. Em uma des-

sas idas, muito antes de se tornar

conhecido no Brasil, o ator fez

um curso de televisão e acabou

arranjando um emprego por lá.

No entanto, a carreira que estava

construindo no Brasil falou mais

alto. “Não queria viver essa expe-

riência em outro país. Se eu co-

meçasse, talvez não voltasse para

o Brasil. Eu queria era fazer tevê,

teatro e cinema aqui. Para as pes-

soas que falam minha língua,

que eu conheço, onde tudo faz

mais sentido”, derrama-se.

Na frequência

A experiência de Dan Stul-

bach com o rádio surgiu da von-

tade de fazer algo despretensio-

so ao lado dos amigos José Go-

doy, Rodrigo de Moares e Luiz

Medina.

No ar pela rádio CBN desde

2006, o “Fim de Expediente”

consolidou-se no “dial” e já re-

cebeu convites para ser adapta-

do para a tevê. “Fiquei com o

pé atrás de levar o programa pa-

ra o vídeo. O rádio foge da ilu-

são da tevê. Não preciso me ma-

quiar para apresentar. É onde a

opinião é mais importante que

a imagem”, filosofa.

Mesmo receoso com a ida

do programa para a televisão,

Dan já começa a pensar nesta

possibilidade com outros olhos.

“Ir para a televisão é uma

consequência da repercussão do

programa no rádio. A única exi-

gência seria manter a liberdade

no formato”, avisa. (TP)

‘Reciclagem’ na Broadway

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 19 - TV

Page 20: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Atrizes adolescentes tentam se adaptar às súbitas transformações

entre a infância e a fase adulta em seus personagens

TV Press

Em um papel, uma menini-

nha. Meses depois, em outra no-

vela, um mulherão. Essa mu-

dança drástica por que passam

parte das atrizes tem sido cada

vez mais comum na tevê. De

personagens infantis, uma con-

siderável fatia das atrizes parte,

em pouco espaço de tempo, pa-

ra papéis mais sensuais, nor-

malmente até com figurinos ou-

sados, muita maquiagem e far-

tos cabelões. Neste salto da in-

fância ou pré-adolescência para

uma fase mais adulta, algumas

sentem dificuldades para se en-

caixar e se adaptar a alguns per-

sonagens que pareçam ter me-

nos ou mais idade e que se dis-

tanciam da realidade em que vi-

vem. Bruna Marquezine, por

exemplo, que vive a ex-Miss Be-

lezinha em “Aquele Beijo”, na

Globo, passou por isso em sua

última trama na emissora,

quando interpretava a lúdica

Terezinha em “Araguaia”. Nes-

se trabalho, em que a atriz já

media 1,70 m de altura, a pro-

dução da trama tinha de “escon-

der” Bruna em figurinos de ves-

tidinhos estampados e fecha-

dos até o pescoço para disfarçar

as formas da atriz. Além disso,

ela não podia entrar com ne-

nhum tipo de maquiagem em

cena. “Era muito complicado.

Qualquer maquiagem me trans-

formava em mulher. Diziam

que eu parecia muito adulta pa-

ra a personagem. A produção

surtava no estúdio. Agora a Be-

lezinha já é mais adequada para

minha idade, mas ela vive con-

flitos que nunca passei”, avalia

a atriz de 16 anos.

Um desses conflitos é a gra-

videz na adolescência, coisa

que nem passa pela cabeça de

Bruna. O mesmo aconteceu

com Marina Ruy Barbosa em

“Morde & Assopra”. A atriz,

que antes da trama começar ha-

via sido escalada para uma per-

sonagem mais jovem, teve de

encarar a antipática Alice, uma

personagem bem mais velha

que a atriz de 16 anos, que até

se casava na história de Walcyr

Carrasco. Marina, que em “Es-

crito nas Estrelas” vivia uma

adolescente com crises infan-

tis, na trama seguinte apareceu

como uma mulher sensual,

com figurinos justos, curtos e

saltos altíssimos. “É uma com-

posição diferente quando você

não vive no universo que retra-

ta sua personagem. Com a Ali-

ce foi assim”, avalia Marina.

Já Pérola Faria, que vive a

audaciosa Vitória em “Rebel-

de”, na Record, mudou comple-

tamente de um papel para o ou-

tro. Depois de viver a serelepe

Juliana, em “Bela, A Feia”, Pé-

rola pegou pesado nas aulas de

spinning e musculação, passou

a malhar cinco vezes por sema-

na e, quando estreou em “Re-

belde”, surpreendeu. Apareceu

com o corpo delineado e expos-

to com as saias curtíssimas do

figurino de sua personagem ati-

rada, que dava em cima de to-

dos os personagens masculinos

no início da história. “Foi com-

plicado porque eu sou tímida,

menininha. Sou muito na mi-

nha e a personagem chegou a

se jogar de calcinha e sutiã na

piscina”, ressalta.

Para a psicóloga Maria

Nunes Dias, as novelas só re-

fletem as mudanças súbitas

que muitas meninas passam

nessa idade. “Em um ano,

elas brincam de boneca. No

ano seguinte, colocam um

salto, perdem a virgindade e

vão para a noite. Não existe

mais um processo de adapta-

ção da infância para a ado-

lescência, que muitas vezes

já é encarada como fase adul-

ta”, analisa.

Nessa trajetória comandada

pelos hormônios, a atriz Marce-

la Barrozo acabou fazendo o ca-

minho oposto com sua atual per-

sonagem em “Vidas em Jogo”,

da Record. A atriz de 20 anos as-

sume que levou um susto quan-

do foi chamada para viver uma

menina de 15 anos. Acostuma-

da a aparentar menos idade por

suas feições delicadas, Marcela

teve de se “infantilizar” para a

personagem, como relembrar as

rebeldias da idade e suas inter-

mináveis brigas com a mãe. “To-

do mundo já passou por isso,

né? Mas eu não queria ter rosto

de 15 anos. Preferia aparentar

ser mais velha porque já tenho

20. Vou ter de ficar fazendo pa-

pel de menininha por muito

tempo com essa cara que eu te-

nho”, acredita, aos risos.

Hormônios em ebulição

Os meninos também pas-

sam por drásticas mudanças en-

tre a infância e a fase adulta, o

que também interfere em seus

personagens. Transformações

na voz, pêlos, espinhas, rosto

disforme pelo excesso de hor-

mônios sempre denunciam mu-

danças radicais em seus papéis.

Para David Lucas, que estreou

aos 10 anos de idade como o

Terê de “Alma Gêmea” e logo

ficou conhecido como o diverti-

do Hélio, do seriado “Minha

Nada Mole Vida”, no ano se-

guinte, não foi fácil crescer

adaptando-se aos papéis ofereci-

dos na tevê. Agora, como o ma-

duro René de “Fina Estampa”,

David está se acostumando aos

personagens mais velhos, mas

ainda acredita que as pessoas

lembrem muito dele nos mais

infantis. “Mantenho os pés no

chão nessa carreira porque co-

mecei cedo. As pessoas se sen-

tem íntimas por terem me visto

crescer”, explica.

Com Pedro Malta, a situa-

ção não foi muito diferente.

Desde que se destacou na tevê

como o pequeno e carismático

Lipe, de “Coração de Estudan-

te”, começou a colecionar prê-

mios como ator, mas nunca

conseguiu apagar o semblante

do inteligente e curioso papel

que era filho do personagem de

Fábio Assunção. Tanto que Pe-

dro demorou para se livrar de

seus personagens mais infantis

até chegar ao Marcolino, papel

do jovem simples e nordestino

que interpreta em “Vidas em

Jogo”. “Essa fase adolescente

para o menino é mais estranha,

a gente muda muito e alguns

personagens não acompanham.

Mas sempre consegui conciliar

essas mudanças”, afirma.

Mudanças

FASE CRESCENTEAfonso Carlos/Divulgação

TV - 20 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Polliana Aleixo se sobressai como uma determinada tenista em “A Vida da Gente”

TV Press

Os olhos oblíquos de Polliana

Aleixo chegam a ficar ainda mais

expressivos quando a atriz curiti-

bana fala sobre a tenista Cecília,

que acaba de entrar em “A Vida

da Gente”. Afinal, há pouco mais

de um mês, a atriz de quase 16

anos recebeu um telefonema da

Globo avisando que a autora da

trama das seis, Lícia Manzo, ha-

via escrito uma personagem pen-

sando nela. Foi quando Polliana

conversou com o diretor Jayme

Monjardim, que estimulou a

atriz com a proposta de viver

uma “tenista profissional”. Bas-

tou para que a atriz se entusias-

masse com o chamado e começas-

se a treinar duas horas por dia, de

segunda a segunda, durante mais

de 20 dias antes mesmo de come-

çarem as gravações. O resultado

foram 4 kg a menos e a rotina de

uma atleta, que incluem uma ali-

mentação balanceada, exercícios

aeróbicos diários e musculação.

Tudo para compor a determina-

da tenista que faz tudo para ser a

melhor das quadras e derrotar a

jogadora Sofia, de Alice Weg-

mann. “Passei a levar uma vida

de atleta, e a dormir cedo e trei-

nar muito. Precisava ter muito fô-

lego porque gravamos no sol. É

muito cansativo!”, destaca.

Para a atriz, que se sobressaiu

na tevê também em uma trama

de Lícia Manzo, no seriado “Tu-

do Novo de Novo”, a composição

da personagem também teve pita-

das de vilãs do cinema, como da

arrogante Miranda, de Meryl

Streep, em “O Diabo Veste Pra-

da”. “Claro que a Cecília não che-

ga a ser assim, mas tem o mesmo

ar de superioridade”, pontua

Polliana, que acredita que Cecília

não deve se tornar uma vilãzinha

na história. Apenas é focada no es-

porte como sua treinadora que

tanto admira, a amarga Vitória,

de Gisele Fróes. “Ela admira mui-

to a Vitória, quer ser como ela,

quer 100% daquela determina-

ção. Chega a abrir mão da vida de

adolescente para ir atrás do so-

nho de ser uma grande campeã”,

anima-se.

Em seu papel de maior desta-

que na tevê, Polliana se sente se-

gura ao afirmar que seu caminho

como atriz começa a ter alicerces

sólidos. Há quatro anos morando

no Rio com a mãe Márcia, desde

que veio para atuar na trama “Be-

leza Pura”, em 2008, a atriz nun-

ca esteve muito tempo distante

da teledramaturgia. Por isso, toda

a família decidiu também mudar

aos poucos para o Rio por causa

da profissão de Polliana. Tanto

que Mauro, pai da atriz e faixa

azul no jiu-jítsu, é quem exerce o

papel de preparador físico e perso-

nal trainer da atriz. “Eles me

apoiam muito! Toda a família en-

trou no peixinho e na salada para

me acompanhar na dieta da Cecí-

lia”, orgulha-se a atriz que come-

çou na carreira atuando em diver-

sos comerciais. “Trabalho muito

desde os sete anos de idade”, avi-

sa, aos risos.

A simpatia de Polliana se es-

tende até aos momentos mais ten-

sos, como quando esmiuça a cor-

reria de seu dia a dia, que se divi-

de entre as gravações da trama e o

treino puxado de tênis durante as

férias escolares - ela está no segun-

do ano do ensino médio. “Gravar

um seriado é bem mais tranquilo,

tudo é feito com mais cuidado.

Em novela é uma correria só!”, as-

sume a atriz, que pensa em pres-

tar vestibular para Comunicação

Social no próximo ano. “Quero fa-

zer algo inovador para mim, mas

que também seja útil na minha

profissão”, planeja.

“A Vida da Gente” – Segunda a sábado,

às 18h25.

Close

Intensa suavidadeJorge Rodrigues Jorge/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 21 - TV

Page 22: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

MALHAÇÃO - 17H50

Segunda-feira - Raíssa vê Agenorcom Brigitte e avisa ao irmão que

Belezinhaestápassandomal.Age-nor chama Ricardo para socorrer

Belezinha. Raíssa pede a Brigitte

para levarBelezinhaaohospital. Al-berto diz a Sarita que Regina acei-

tou ajudá-los. Damiana conta que

Belezinha foi internada e Felizardoacredita que sua casa foi amaldi-

çoada. Bob tenta convencer Íntimaa visitar Belezinha. Vera alerta Vi-

centeparaevitar confusões.Belezi-nha perde o bebê.

Terça-feira - Marieta,OlavoeTalu-

da descobrem que Violante estáfingindo ser uma índia. Amália diz

que Vicente precisa escolher entre

sua carreira e Claudia. Maruschka,Henrique, Grace Kelly e Deusa ofi-

cializamavendadaComprare.Age-nor diz ao pai que Belezinha não o

ama. Belezinha diz a Agenor quevai morar com Bob na casa de Eve-

va. Vicente decide viajar com Clau-

dia. Belezinha diz a Agenor quequer anular o casamento.

Quarta-feira - Belezinha pede pa-

ra Agenor manter seu emprego naShunel. Grace Kelly fala para Ma-

ruschka que quer derrubar a limi-nar que proíbe a demolição do Co-

vil do Bagre. Belezinha fala paraBob que pretende voltar para as

passarelas assim que conseguir a

anulação de seu casamento. Vio-lante chantageia Brites para não

publicar seu vídeo com Olavo. Mir-

ta obriga Maruschka a ir com Regi-na tirar Rubinho da casa de Clau-

dia. Claudiae Vicente ficam juntos.Quinta-feira - Até o fechamento

desta edição, a emissora não dis-ponibilizou o capítulo deste dia.

Sexta-feira -Atéo fechamentodes-

ta edição, a emissora não disponi-bilizou o capítulo deste dia.

Sábado - Até o fechamento desta

edição, a emissora não disponibili-zou o capítulo deste dia.

FINA ESTAMPA - 21H00

A VIDA DA GENTE - 18H15

Segunda-feira - Tereza Cristina

convence Crô de que Marcela es-

tá viva. Teodora encontra Quinzé

boiando na piscina. Ferdinand

se esconde ao ver Griselda e

Guaracy chegando. Griselda le-

va o filho para o hospital. Teodo-

ra fica no hospital com Quinzé.

Quinzé sai do hospital e conta o

que aconteceu para a família. Te-

reza Cristina se irrita ao saber

que o filho de Griselda sobrevi-

veu ao atentado. Alice sugere

que Íris chantageie Tereza Cristi-

na. Íris desmaia ao ver Marcela

na pousada.

Terça-feira - Todos se assustam

ao ver Joana, a irmã gêmea de

Marcela. Teodora cuida de Quin-

zé. Joana se surpreende ao ver

que o laptop de Marcela está va-

zio. Esther repreende Beatriz ao

tentar se aproximar de Vitória. Da-

nielle procura Beatriz. Antenor fi-

ca impaciente à espera da repor-

tagem sobre Tereza Cristina. Um

dos homens que estavam no car-

ro de Ferdinand observa o futuro

médico. O repórter liga para Tere-

za Cristina.

Quarta-feira - Tereza Cristina man-

da o repórter ir à sua casa e dis-

pensa seus empregados. Luana

avisa a Joana que ela não encon-

trará o que procura no hospital on-

de Marcela morreu. Patrícia dá

um ultimato em Antenor e ele re-

vela a história de Tereza Cristina.

Alexandre flagra Patrícia e Ante-

nor se beijando. Juan Guilherme

fala para Chiara que a levará ao

médico. Celeste avisa a Griselda

que Tereza Cristina pediu para fi-

car sozinha em casa. O repórter

chega à casa de Tereza Cristina.

Quinta-feira - Griselda sai apres-

sada da loja e Gigante estranha.

Renê Junior entra em casa no mo-

mento em que sua mãe está pres-

tes a empurrar Beto da escada.

Tereza Cristina conta sua história

para Renê Junior e Griselda e Crô

escutam a conversa escondidos.

Enzo conta para Pereirinha que

Tereza Cristina possui um segre-

do ainda maior do que o que foi re-

velado. Patrícia decide voltar a

morar com a mãe. Renê Junior pe-

de que Renê volte para casa.

Sexta-feira - Renê promete que

pensará no pedido do filho. Ante-

nor avalia se ainda quer se ca-

sar com Patrícia, agora que sabe

do segredo. Paulo chega à casa

de Tereza Cristina e os dois con-

versam emocionados. Tereza

Cristina manda Crô avisar aos

jornalistas que fará uma declara-

ção. Antenor pede Patrícia em

casamento. Patrícia marca um

encontro com Alexandre. Tereza

Cristina se faz de vítima para os

jornalistas. Beto deixa a vilã fu-

riosa ao chamá-la pelo sobreno-

me de sua mãe.

Sábado - Tereza Cristina acusa

Beto de perseguição. Paulo afir-

ma que nada mudará a relação

que tem com sua irmã. Para impli-

car com a mãe, Patrícia conta

que está noiva de Antenor. Renê

avisa a Tereza Cristina que dormi-

rá no quarto de hóspedes. Walla-

ce chega para o jantar na casa de

Dagmar. Teodora chega em casa

furiosa com Deborah. Joana mos-

tra a foto de Tereza Cristina disfar-

çada para Álvaro. Patrícia termina

o namoro com Alexandre. Tereza

Cristina procura Griselda.

Segunda-feira - Manuela age com

frieza ao falar com Ana. Renato e Su-

zana trocam elogios sobre Alice.

Laura diz que terá que viajar por mui-

to tempo e termina o relacionamen-

to com Lúcio. Júlia chama Ana de

mãe. Rodrigo fica impressionado

com o profissionalismo de Manuela

durante uma reunião com os funcio-

nários do bufê. Vitória exige que Ce-

cília faça um jogo técnico para ga-

nhar suas partidas. Sofia e Cecília

vencem todas as suas partidas e se-

guem para a final do torneio.

Terça-feira - Ana tenta tranquilizar

Sofia durante o treino, enquanto Vi-

tória é dura com Cecília. Laudelino

aceita ser sócio de Rodrigo em ou-

tro negócio. Ana e Lúcio falam bem

um do outro para Sofia e Celina. Jo-

nas almoça com Ângela no shop-

ping. Cristiane flagra Jonas no res-

taurante com Ângela e, furiosa, aca-

ba esquecendo Tiago. Cris discute

com Jonas ao chegar em casa. Lore-

na avisa que Tiago está no shop-

ping e Lourenço corre para buscá-lo.

Quarta-feira - Rodrigo fica encanta-

do ao ver Manuela arrumada para

sair. Lourenço diz que lutará pela

guarda de Tiago. Moema convence

Iná a conversar com Laudelino. Eva

se irrita com o desempenho de So-

fia. Cecília vence a partida e Vitória

sorri satisfeita. Ana conforta Sofia.

Vitória se preocupa com o estado

emocional de Cecília. Lourenço afir-

ma para seu advogado que preten-

de fazer o que estiver ao seu alcan-

ce para ficar com Tiago.

Quinta-feira - Lourenço confessa a

Rodrigo que está com medo da pa-

ternidade. Lúcio e Ana conversam

ao telefone, enquanto assistem ao

mesmo filme na televisão. Dora re-

clama para Celina das atitudes de

Marcos com a agência. Alice conhe-

ce Bárbara, que fica encantada com

a irmã mais velha. Cícero fica enciu-

mado ao saber que Suzana vai tra-

balhar com Renato. Ana e Lúcio fa-

zem diversos programas juntos.

Após uma passagem de tempo, Ana

e Lúcio se beijam.

Sexta-feira - Até o fechamento des-

ta edição, a emissora não disponibi-

lizou o capítulo deste dia.

Sábado - Até o fechamento desta

edição, a emissora não disponibili-

zou o capítulo deste dia.

Segunda-feira - Gabriel socorreCristal. Débora fica satisfeitacom a demissão de Guido. A mé-dica desconfia que Cristal este-

ja grávida. Gabriel fica com Cris-tal no hospital. Ziggy conta paraTomás que Cristal foi hospitali-

zada. Moisés se desespera poracreditar que Alexia está no hos-pital. Betão teme o que Nelson

fará com Gori la. Tomás eMoisés chegam ao hospitalquestionando Gabriel sobreCristal e Alexia.

Terça-feira - Vinícius despistaLaura sobre a armação de Débo-ra. Gabriel ameaça Moisés, quenão se intimida. Cristal acredita

que Tomás causou ciúmes emGabriel e Babi repreende a ami-ga. Gabriel cobra uma explicação

de Alexia por ter armado seu en-contro com Cristal. Helena apare-ce no bar onde Nelson está e in-

siste em ficar com ele até encon-trarem Gorila. Gabriel perguntase Alexia está escondendo algu-ma coisa sobre Moisés.

Quarta-feira - Alexia implora paraque Gabriel não se desentendacom Moisés. Cristal vê Gabrielmandar uma mensagem para Ale-

xia. Babi fica enciumada ao ver Be-tão cercado por mulheres na facul-dade. Gabriel e Alexia combinam

um final de semana romântico nacasa de Beatriz. Laura deixa Alexiasair com Gabriel. Laura encontra

uma nota de cem reais no bolsoda bermuda de Débora e descon-fia que ela pode ter armado paraGuido ser demitido.

Quinta-feira - Gabriel manda Cristalembora de seu apartamento. Débo-ra inventa uma desculpa para justi-ficar a nota de cem reais para Lau-

ra. Cristal diz a Babi que se unirá aMoisés para separar Alexia e Ga-briel. Vinícius confirma a história

de Débora para Laura. Alexia e Ga-briel passam a noite juntos. Hele-na aconselha Laura a procurar Gui-

do. Moisés vê Tomás destratar Ale-xia. Laura e Guido se beijam.Moisés impede a passagem de To-más no pátio da faculdade.

Sexta-feira - Natália flagra Lau-ra e Guido juntos. Tomás pedeum beijo para Cristal em trocade ele ter arrumado uma entre-vista para ela com um deputa-do. Débora se encanta por Nan-do. Aparecida se emocionacom a TV que seus filhos com-praram. Gorila é preso. Babi fa-la para Cristal que ela pode es-tar grávida. Moisés se preocu-pa ao saber que Gorila foi pre-so. Gabriel afirma a Alexia queninguém irá separá-los. Cristalconfirma sua gravidez.

Resumo das novelas

AQUELE BEIJO - 19H15

GLOBO

TV - 22 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Segunda-feira - Aline diz a Vitor quejá ouviu Amanda falando ao telefo-ne com Rodrigo. Vitor diz ao pai queAmanda não é quem parece ser. Ali-ne se passa por Amanda e pede pa-ra o médico confirmar o aborto queela fez a seu noivo. Michel chega bê-bado à casa de Dante e faz um es-cândalo. Vitor encontra Eduardo erevela que Amanda foi namorada deRodrigo Sotelli e também que já fezum aborto.Terça-feira - Vitor comenta com

Eduardo que confirmou com o pró-prio médico que Amanda fez umaborto. Lucy conta a Vera e Silviaque Hélio a convidou para jantar. Ve-ra teme o relacionamento entre osdois, pois Hélio trabalha no bancoVarela. A recepcionista entrega a fi-cha de Amanda Varela a Eduardo. Vi-tor vai tirar satisfações com Aline,por ela ter mentido sobre o abortode Amanda.Quarta-feira - Amanda fala a Eduar-do que ele foi agressivo com ela.

Aline afirma que tem certeza queAmanda namorou Rodrigo. Aman-da e Eduardo se beijam. Amandaconfessa a Eduardo que teme pe-lo que sente por ele. Vitor pergun-ta a Amanda se ela namorou Ro-drigo. Amanda nega e perguntase foi Aline que inventou tal histó-ria. Amanda vai tirar satisfaçãocom Aline. Eduardo convida Ama-nada para um passeio e a pedeem casamento.Quinta-feira - Amanda fica perple-

xa com o pedido de Eduardo, masaceita. Eduardo coloca o anel nodedo de Amanda. Aline perguntaa Vitor para quem ele vai dar ajoia. Amanda está em dúvida.Eduardo pergunta se ela precisade um tempo para pensar. Aman-da devolve o anel e diz que não sa-be se é o que quer para si. Vitorconta ao pai que Eduardo pediuAmanda em casamento. Amandavai ao encontro de Eduardo e dizque aceita o pedido dele.

Sexta-feira - Eduardo volta a colo-car o anel no dedo de Amanda. Ola-vo pede para Vitor não contar nadaa Vera e Aline, pois ele quer conver-sar com Amanda antes. Vitor diz aYuri que está desanimado e revelaque está apaixonado por Amanda.Após receber o telefonema de umaprodutora de elenco, Amanada des-cobre que foi escolhida para um fil-me. Eduardo demonstra insatisfa-ção e diz que Amanda terá escolherentre o casamento e a carreira.

Terça-feira - Saul se irrita com Eliabe, que está a ponto de contar o segredo do irmão. Derepente, Davi ouve Golias falando bem alto e forte. Ele desafia um homem a duelar comele. Quem sobreviver, vence a guerra. Davi é o único que não demonstra medo. Davi seoferece para duelar com o gigante. Golias pega sua grande lança e atira em Davi com umaforça estupenda. Davi se vê preso pelo seu alforje à lança fincada no chão. Davi, preso,olha para Golias vindo para cima dele. Ele tenta se soltar e não consegue.

Quinta-feira - Davi se esquiva e consegue escapar do golpe mortal. Davi pega uma daspedras que estavam no chão e atira contra o gigante. Ele acerta Golias, que cai morto.Saul agradece Davi e diz que agora ele será como um de seus filhos. Jonatas vibra a con-quista do amigo. Davi vê Merabe passando, sua futura esposa, e a acha linda. Mical pedepara Merabe desistir de Davi para que ela possa se casar com ele. Merabe a chama deinvejosa e diz que não depende dela, e sim de seu pai.

Segunda-feira - Marcolino conse-gue escapar e se esconder emum galpão, mas o seqüestradorvai atrás dele. O ex-policial desis-te de procurar o menino e vê o car-ro de Francisco se aproximando.Nervoso, Marcolino sai do galpãoe reconhece o carro do irmão soba mira da arma de Cleber. Clebermanda Francisco se algemar. Omilionário é agredido e colocadoinconsciente dentro do carro. Cle-ber atira nos pneus dos carros deCarlos e Francisco e se afasta.Nervosa, ao ver que Cleber estáindo embora com Francisco, Patrí-cia sente contrações.

Terça-feira - Cleber conduz Fran-

cisco em uma lancha. O ex-poli-

cial garante ao milionário que ele

e seus amigos terão o que mere-

cem. O milionário aproveita um

momento de distração de Cleber

e o acerta na cabeça. Francisco

faz uma manobra brusca com o

barco e os três são jogados ao

mar. Francisco chega à ilha e se

depara com um capanga de Cle-

ber. Desesperado, Francisco pe-

de que o ex-policial o mate logo.

Cleber diz que se esconderá com

Francisco na mata. Para alívio de

todos, a médica comunica que Mi-

guel está bem. Regina pergunta

pelo estado de Patrícia.

Quarta-feira - A médica diz a Regi-

na que Patrícia sofreu uma

eclampsia e está em coma. Fran-

cisco consegue escapar de Cle-

ber e se embrenha na mata. O ex-

policial o persegue e atira de ras-

pão nele. Francisco diz que não

pode deixar seu filho órfão e se

entrega. Cleber dispensa o dinhei-

ro de Francisco e diz que quer ver

Regina sofrer. A médica tranquili-

za Regina porque Patrícia não so-

freu danos cerebrais.

Quinta-feira - Cleber diz a Francis-

co que tem raiva da turma do bo-

lão por ter faturado o prêmio e ga-

rante que aproveitaria melhor o di-

nheiro. O ex-policial diz que foi um

deles quem matou Ivan e afirma

que haverá mais mortes. Guilher-

me e Zizi temem que Francisco se-

ja morto. Francisco fala para Cle-

ber que ele foi usado por Regina e

que ela é culpada por todo o mal

que assola a turma do bolão. Lu-

cas fala para Juliana que contra-

tou uma lancha para levá-los até a

ilha à procura de Francisco. Patrí-

cia sonha com Francisco e chora.

Sexta-feira - Patrícia desperta do

coma. Francisco pede a Cleberque ligue para Regina para ter no-ticias de Miguel, mas o sequestra-dor nega. Patrícia pergunta por Mi-guel e a médica assegura que seufilho está bem. Após conseguir sedesamarrar, Francisco joga caféquente no capanga de Cleber e de-sarma o ex-policial. O capangaataca Francisco e a arma é dispa-rada. Na ilha, Juliana fica surpre-sa ao ver Lucas armado e o acon-selha a pensar duas vezes antesde matar Cleber. Sem serem vis-tos, Lucas e Juliana encontramCleber e Francisco. Lucas apontaa arma para Cleber.

Segunda-feira - Pedro confessa a

Alice que há um problema envol-

vendo Beth e Franco, mas se recu-

sa a dar mais informações. Becky

fala para Vicente que voltou por

sua causa, mas ele fica sem sa-

ber como reagir. Binho diz a Rober-

ta que ela virou passado e Diego

escuta. Alice tenta fazer Roberta

enxergar que Diego e Pilar estão

próximos demais, mas a rebelde

insiste que é só amizade. Roberta

diz a Pilar que irá ficar fora do ca-

minho dela e Diego.

Terça-feira - Pilar garante a Rober-

ta que não está interessada em

Diego. Vicente revela a Diego que

está preocupado com Pedro. O

professor pergunta se Diego sabe

de alguma coisa, mas o rebelde

prefere manter segredo. Téo diz a

Márcia que ela precisa confiar ne-

le. Becky diz a Jonas que quer tra-

balhar no colégio. Dani presen-

teia Pingo com um prato de raba-

da. Binho tenta seduzir Alice e Pe-

dro vê. Roberta pede a Diego que

diga que não a ama mais.

Quarta-feira - Pedro parte para ci-

ma de Binho e é afastado por Téo,

João, Beto e Guto. Pedro fica irrita-

do com Alice por dar papo para Bi-

nho. Tomás diz a Diego que ele es-

tá fazendo uma besteira se envol-

vendo com Pilar. Binho entra es-

condido no quarto dos meninos e

coloca um pacote de drogas nos

pertences de Pedro. Jonas recebe

uma mensagem anônima dizendo

que há drogas no quarto de al-

guns alunos. Jonas e Leila encon-

tram drogas nas coisas de Pedro.

Quinta-feira - Jonas questiona Pe-

dro sobre o pacote de drogas,

mas o rebelde garante que foi

uma armação. Eles chegam à con-

clusão de que foi Binho quem

plantou as drogas nos pertences

de Pedro. Jonas garante que o alu-

no irá pagar pelo que fez, mas Lei-

la o aconselha a não fazer nada

sem provas. Leila afirma que Bi-

nho precisa de ajuda. Leila nega a

autorização para Tomás viajar

com a banda. Alice desmaia e é

amparada por Binho.

Sexta-feira - Binho tenta entrarcom Alice desmaiada em um dosquartos, mas Vicente o impede.Diego dá aulas de natação paraPilar e os dois se divertem. Die-go fica incomodado ao lembrardele e Roberta na piscina. Aliceassegura Jonas de que irá ao mé-dico com Franco. Binho entra nasala de Jonas e imprime um do-cumento. Jonas surpreende Bi-nho em sua sala. Eva deixa esca-par que há um segredo envolven-do Beth e Franco. A polícia batena casa de Franco.

Resumo das novelas

CORAÇÕES FERIDOS - 20H30

REI DAVI - 23H00

VIDAS EM JOGO - 22H15

REBELDE - 20H30

RECORD

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 23 - TV

Page 24: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Roteiro combina passeios pela cidade e tapas

em gastrobares de grife, que são deliciosos

refúgios para os visitantes nos dias mais frios

Agência O Globo

A deliciosa capital espanhola é para ser saboreada aos poucos. Es-

colha uma região, um quarteirão, um naco da cidade para explorar.

E, se der fome, saboreie-o parando numa tapería, ou melhor,

num gastrobar.

No país das tapas - refeições ligeiras de bocados para ser degusta-

dos com uma taça de vinho, cava ou cerveja - sua capital elevou o

estilo ao estado de arte e agora os gastrobares se proliferam.

Escolha uma região no mapa de Madri, marque um ou outro pon-

to para visitar pela cidade e intercale os passeios - se possível a pé,

ou de metrô, se estiver muito frio - com paradas nas taperías (com

grife, de preferência).

Madri é simples assim.

SA

BO

REIE

MA

DR

ITurismo

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Plaza de Cibeles: cartão-postal com

palácio e chafariz a cinco minutos a

pé dos principais museus

Agência O Globo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 25 - TURISMO

Page 26: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas,Tapas, diversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãodiversãoTapas, diversãoeeeeeeeeeeeeeeeeeeee arteartearteartearteartearteartearteartearteartearteartearteartearteartearteartee arte

Jamón, anchovas e

especiarias, sobre

pão crocante, são

irresistíveis

em Madri

Agência O Globo

O roteiro pelos gastrobares

de Madri não deve dispensar o

Paseo del Prado, onde 99,9%

dos visitantes circulam para visi-

tar museus como o Prado, Caixa

Forum, Reina Sofía ou Thyssen-

Bornemisza. Aos domingos, a

avenida e seus bares lotam.

E, embora esse não seja um

bom dia para procurar os gas-

trobares - muitos deles fecham

- quem estiver por lá não vai

perder o dia, porque pelo Paseo

del Prado alguns ficam abertos.

O Estado Puro funciona, mas

só à tarde. Outro, o La Tapería,

abre à noite. Mas este serve de

exemplo para a diferença entre

uma tapería de grife que honra

o nome do seu chef e as ta-

perías comuns. Um oferece um

cardápio com estilo, enquanto

outro segue a linha petiscos

sem personalidade.

No Estado Puro, as tostadas

crocantes com anchovas do Cantá-

brico sobre lâminas de presunto

ibérico de bellota pontuado por

tomate e manjericão ilustram

também a capa do livro “Tapas

em estado puro”, de Paco Ronce-

ro. O gastrobar é uma das sensa-

ções de Madri para os apreciado-

res da cozinha de tapas.

O presunto e a anchova de sa-

bor suavizado combinam perfei-

tamente. E o leve molho de toma-

te, que é quase uma marca regis-

trada para esse tipo de refeição li-

geira na cidade, deixa saudades.

Na lista de petiscos frios, o pra-

to é um dos carros chefs do gastro-

bar Estado Puro, de Roncero, e fi-

gurava como a opção mais cara do

cardápio da casa: 21 euros.

Os boquerones fritos al

limón (7,25 euros) casam perfei-

tamente com vinho branco de

Rioja. Cubos de batata frita com

pingos de aïoli e ovas de aren-

que também são boa companhia

para o peixinho frito. Tudo é

muito bem arrumadinho em

porções delicadas servidas em

bandejas de pedra tipo ardósia.

As mesas com bancos altos

para ser compartilhadas e os bal-

cões com bancos de frente para

janelões com vista para a rua

contribuem para a informalida-

de do ambiente de uma tapería.

Na decoração, a tradição es-

panhola é representada pelas

presilhas de cabelo, que cobrem

uma das paredes do lugar.

Na outra parede, um painel

à la Norman Rockwell faz hon-

ras às refeições rápidas no me-

lhor estilo fast-food.

Ali há comida ligeira em pe-

quenas porções seguindo a

mais autêntica tradição espa-

nhola: tapas em estado puro. A

relação custo-benefício com-

pensa, com serviço simpático e

comida sem afetações, para lá

de saborosa.

Outro hit de Paco Roncero são

os miniburgueres com batatinhas

palha (3 unidades a 10,5 euros).

Madri Agência O Globo

Estado Puro: o chef Paco Roncero

revolucionoua gastronomia em Madri

Caixa Forum: centro cultural

exibe exposições temporárias;

do lado de fora, sua fachada viva

chama a atenção

Anchovas e presunto ibérico

sobre tostada e molho de

tomates: no Estado Puro

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Nem todo jamónque reluz é ouro

Não se deixe enganar. Nem

todo jamón ibérico que reluz é

ouro. E nem toda tapería, mes-

mo com a assinatura de um

chef - Miguel Xavier Monar,

nesse caso, honra seu nome.

De cara para a entrada do

Museu do Prado, com simpáti-

cas mesinhas na calçada com

vista para o vaivém do Paseo

del Prado, o local é uma esco-

lha fácil para quem cansou de

andar.

O jamón sobre tostadas e to-

mates (5,40 euros) e a porção

de batatas cozidas com “molho

das Ilhas Canárias” são simpáti-

cos à primeira vista. Mas as ba-

tatas, cozidas e servida numa

porção vendida a 8,50 euros

não têm graça.

O cardápio lista ainda sobre-

mesas universais, sem persona-

lidade, do tipo brownie de cho-

colate com sorvete de chocola-

te e calda de chocolate.

Mas quem se importa? As

mesas na calçada ficam sempre

cheias. O ponto não poderia ser

melhor: de frente para o par-

que, com vista para a entrada ar-

borizada do Prado.

O romantismo de Madri se

vê nas ruas. De um lado e de ou-

tro do Paseo de Recoletos, en-

tre a beleza da Plaza de Cibeles,

enfeitada pela fonte e o palácio

que lhe dão nome, e a

imponência e a movimentação

da Plaza de Colón, com o monu-

mento que homenageia o desco-

bridor das Américas.

À noite, o caminho dos pe-

destres é iluminado por postes

graciosos e mais baixos que os

refletores que servem às vias de

rolamento.

Madri convida o visitantes

a longos passeios a pé, mesmo

no inverno.

Em janeiro e fevereiro, as tem-

peraturas médias ficam em torno

de 11 graus e a previsão para os

próximos dias não desanima.

Nessa região, ao menos dois

endereços merecem a atenção

de quem busca os gastrobares.

Mas antes de ir vale conferir os

horários. Tem locais que acom-

panham o comércio e fecham

no meio da tarde. Outros são

ideais para começar a noite,

sempre animada em Madri.

Plaza de Colón: homenagem ao

descobridor das Américas

Salamanca é sinônimo de

elegância em Madri: vitrines de

grife e gastrobar com presunto

de renome

Passeando sob asvistas de Colombo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 27 - TURISMO

Page 28: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

No quesito ‘compras’ El Corte

Inglés é tão indispensável

quanto um museu

Agência O Globo

Caminhando pelas vitrines

elegantes de Recoletos, em Sala-

manca, ou após uma visita ao

Parque do Retiro, onde ficam o

Palácio de Cristal e o Palácio

de Velázquez, vale dar uma esti-

cada até o Sula.

O ambiente é elegante e mini-

malista. Tem mesas do lado de fo-

ra, mas para tapas o melhor mes-

mo são as mesinhas em frente ao

balcão, frequentado por gente

que faz uma pausa no trabalho pa-

ra um almoço com calma, sem

descuidar do sabor, em ambiente

discreto e tranquilo.

O jamón Joselito é o astro

no cardápio do Sula. Na versão

tapas, é servido sobre um cro-

cante e delicioso pedaço de

pão: jamón cru reserva Añada

2007 com pan de cristal, caña

de lomo ibérico (2,50 euros).

A fina lâmina sobre a camada

de pão crocante encharcado com

bom azeite desmancha na boca.

Em seguida, pode-se pedir uma

porção de ceviche de pescado

fresquíssimo, com salsa de ervas

e limão e um toque de gengibre,

servida num copo de vidro, ou-

tra ótima pedida (3 euros).

Também vale a pena se

aventurar pelo menu degusta-

ção em oito etapas, a 29 euros,

principalmente se a refeição

for curtida a dois.

O Sula foi citado por Ferran

Adrià como um dos seus lugares

favoritos em Madri. Ele diz que

os presuntos e as receitas prepara-

das pelo chef Quique Dacosta

(do El Poblet) atraem as pessoas

bonitas da cidade.

Vitrines elegantes,Vitrines elegantes,sabores exclusivossabores exclusivos

Madri

Le Cabrera: ambiente

caprichado e música animada

Menu variado eostra com borbulhas

Bar elegante ótimo para

começar a noite, que em Ma-

dri, sempre promete. Vale

dar uma caprichada no vi-

sual. O ambiente é de festa:

fechado e escuro, com balcão

iluminado.

No cardápio assinado por

Sergi Arola (duas estrelas Mi-

chelin) e pelo barman Diego

Cabrera, escolha pratos mais

glamourosos, como ostras (es-

pecialidade da casa) com bor-

bulhas (cava para honrar os

produtores nacionais).

O menu de drinques é va-

riadíssimo. E a cultura da ar-

te de prepará-los e degustá-

los é levada a sério na casa.

O recadinho no cardápio

convida os clientes a ficar à

vontade.

Nos fundos do salão, no

subsolo, uma estante exibe

interessantíssima coleção de

coqueteleiras e copinhos de

drinques. Das coqueteleiras,

os olhos passam para a cole-

ção de panelas e garrafas de

sifão em prateleiras numa pa-

rede espelhada contornando

o salão.

O ambiente é bem anima-

do, ideal para embalar o iní-

cio da noite. Pode ser o som

d o s a n o s 7 0 , c o m

regravações também da déca-

da de 1960. Algo como “Blo-

wing in the wind”, com ar-

ranjo de guitarra elétrica, nu-

ma sonoridade meio Beach

Boys com uma pegada mais

folk.

A campainha soa três vezes

antes de fechar o bar. Nem dá

vontade de ir embora.

Jamón Joselito: o

presunto ibérico,

um dos melhores

da Espanha, é

astro do cardápio

do Sula

Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

“Comer e viver” é o lema

desta simpática tapería, fre-

quentada, em boa parte, por

gente que faz uma pausa na jor-

nada de trabalho. A ideia dos

donos, os irmãos Nino e Santi

(filhos dos proprietários do

Restaurante La Ancha) e Hussi

(ex-executivo da área de marke-

ting), foi criar um ambiente in-

formal e divertido onde os

clientes também se sentissem

em casa. Conseguiram.

A arquitetura brinca com as

impossibilidades do imóvel,

que tem uma planta verticaliza-

da e faz você descer ou subir es-

cadas para chegar a sua mesa.

Se estiver sozinho, experimen-

te as mesas laterais - que pare-

cem cápsulas embutidas na pa-

rede, ideais para quem almoça

só. Ou os balanços, usados co-

mo bancos.

O balcão do bar é cercado de

ripas de madeira e fica no meio

da entrada do restaurante. Uma

decoração surpreendente.

Mas também há mesas e ca-

deiras ou bancos normais para

quem prefere apenas observar

tanta inovação. A clientela é sim-

pática, jovial e descontraída - tipi-

camente madrilena. Para quem

prefere menos de descontração,

há um ambiente mais reservado

no andar de cima.

Uma boa pedida para o lan-

che da tarde são as bocatas de

calamares com chipirones: san-

duíche recheado com porção

de lula à milanesa. É um clássi-

co madrileno, que veio crocan-

te, ótimo para ser acompanha-

do por um copo de chope. As sa-

ladas têm boa saída também, e

ali, podem ser só de folhas para

combinar com o pedido. Os

sanduíches custam 5,10 euros.

Nas proximidades, fica o

Museu de Ciências Naturais,

mas o local está fora do

circuitão turístico. Ninguém

ao seu redor estará tirando fo-

tos. Ao lado, ruas e prédios resi-

denciais. O edifício onde fica o

restaurante também é residen-

cial, e está de frente para uma

pracinha. As mesas na calçada

costumam lotar primeiro, ao

menos no verão.

O Aris Bar fica numa área

mais afastada, onde há várias

embaixadas, em Chamartín,

mais ao norte, nas proximida-

des de Puerta de Europa. Por

fora, você não dá nada e pode

até perder a entrada.

O bar fica dentro do Ho-

tel Aristos, um discreto três

estrelas, de aspecto bem pa-

drão. O gastrobar divide me-

sas com o restaurante El Cha-

flán e, por isso, tem horários

mais limitados.

O salão tem cara de restau-

rante de hotel sem charme,

com um pequeno átrio cerca-

do de plantas, onde os preços

do cardápio são 15% mais al-

tos.

Na carta, o recado do pre-

miado chef Juan Pablo Feli-

pe revela o lado emotivo de

suas receitas criativas: “A co-

zinha tradicional é patrimô-

nio de cada povo. Preservar

os costumes é um dever de ca-

da um de nós.”

Vai às compras? Neste que-

sito, El Corte Inglés é imbatí-

vel. Tão indispensável como o

Museu do Prado ou o Reina So-

fía num roteiro cultural.

A megaloja de Nuevos Mi-

nisterios fica mais ao norte da

área dos museus. E, quem reser-

va umas horinhas para se per-

der entre os seus muitos anda-

res e aproveitar as ofertas tenta-

doras desses tempos de crise eu-

ropeia, merece um lanche que

compense o esforço.

Ceviche de polvo:

toque de maracujá e

queijo frito com geleia

Surpresasadocicadas

El Corte Inglés:

megaloja fica logo

na saída do metrô

Nuevos Ministerios

Decoração inusitada

Entre comidinhas ecompras tentadoras

Bocata de Calamares: sucesso no

cardápio, fica ótimo com chope

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 29 - TURISMO

Page 30: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Com duas universidades rivais há séculos, as cidades

apresentam suas armas para estudantes

Agência O Globo

Cambridge ou Oxford: à pri-

meira vista, as duas cidades são

parecidas. Giram em torno de

universidades centenárias e seus

imponentes prédios de pedra.

As instituições são o orgu-

lho dos seus moradores e tam-

bém os pivôs da rivalidade que

extrapola seus muros e é assu-

mida pelos habitantes.

Afinal, a Universidade de

Cambridge foi fundada em 1209

por ex-alunos da Universidade

de Oxford que discordavam dos

rumos da antiga casa, então com

pouco mais de 100 anos.

Ao chegar em Cambridge, o

visitante logo tem a certeza de

que está em uma cidade univer-

sitária. Os grupos de jovens an-

dando nas ruas e a mistura de

sotaques e idiomas dão um ar

cosmopolita ao cenário de ruas

estreitas e prédios de pedra que

predominam no centro históri-

co. É lá que se concentra a

maioria dos colleges da univer-

sidade.

Tanto em Cambridge quan-

to em Oxford, as instituições se

organizam em espécies de coo-

perativas de escolas, os chama-

dos colleges. Cada um tem um

perfil diferente.

Há alguns mais liberais, ou-

tros mais conservadores, ou

com foco em determinada área

do conhecimento, como Enge-

nharia ou Artes. Elas são as úni-

cas universidades no mundo or-

ganizadas nesse modelo.

Os prédios são centenários e,

em sua grande maioria, foram

igrejas, abadias e monastérios.

Por isso, são fortalezas de pedra

com grandes portões de madei-

ra. Visitantes são aceitos apenas

por algumas horas na parte da

tarde. Os mais bonitos são o do

King’s College, o maior e mais

importante de todos, e o do

Saint John Trinity College. A

King’s possui ainda uma impo-

nente capela, sede do seu coral,

um dos principais da Europa.

Para os amantes da música

sacra, o concerto é imperdível,

mas é preciso preparar os bol-

sos, pois os ingressos variam en-

tre 25 e 55 libras (de R$ 68 a R$

150). As datas das apresenta-

ções podem ser consultadas no

site kings.cam.ac.uk/choir.

A 200 metros do King’s Col-

lege, é possível avistar as instala-

ções do Fitzwilliam Museum,

que também faz parte da univer-

sidade. Fundado em 1848, o es-

paço recebe exposições temporá-

rias e possui um acervo compara-

do ao do British Museum, em

Londres, devido a sua abrangên-

cia histórica.

A geografia de Cambridge a

torna mais simpática do que

sua rival, Oxford. No rio que

corta o centro, gôndolas pilota-

das por estudantes da universi-

dade ficam à disposição dos tu-

ristas. No entanto, o serviço só

funciona nas épocas mais quen-

tes do ano.

É possível percorrer toda a

cidade a pé ou então de bicicle-

ta, como faz a maioria dos mo-

radores. Há várias lojas que alu-

gam as magrelas por períodos

que variam de um dia até três

meses.

Cambridge encanta pelo

conjunto e é difícil resistir. Ain-

da mais porque, se bater aquela

saudade da cidade grande, bas-

ta pegar um trem e, em 45 mi-

nutos, chega-se em Londres.

Cambridge x Oxford

Inglaterra

Christ Church College, da

Universidade de Oxford:

prédios foram igrejas antes

de ser da instituição

Prédio do King’s College, da

Universidade de Cambridge: sua

igreja abriga um dos mais

famosos corais do mundo

Agência O Globo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

A cidade dos fãs de Harry Potter

Oxford é austera. A culpa pode ser

da luminosidade cinzenta do inverno

britânico, mas a impressão de quem ca-

minha pelas ruas do seu centro históri-

co é de que ela não sorri para os visitan-

tes. Mas, o lugar possui três trunfos pa-

ra atrair jovens: é a principal locação

dos filmes da franquia Harry Potter, a

cidade natal da banda de rock Radio-

head e tem uma legião de apaixonados

por futebol.

O salão onde foram filmados os ban-

quetes de Hogwarts fica no Christ

Church College, uma das escolas da

universidade, bem no coração do cen-

tro histórico. O prédio é enorme e ocu-

pa um quarteirão inteiro.

Assim como em Cambridge, entrar

em qualquer um dos colleges parece

uma viagem no tempo (ou nos filmes).

Os horários de visitação também são

restritos, então é preciso ficar atento e

contar com um pouco de sorte.

O clima da cidade não é dos anima-

dos, e o inverno é bem frio. Logo se

compreende de onde veio o astral

meio deprê dos primeiros discos da

banda comandada por Thom Yorke.

Os fãs podem conhecer a Jericho Ta-

vern, o pub onde o conjunto fez sua

primeira apresentação ainda com o no-

me de On a Friday.

Não à toa que o quinteto inglês é

apaixonado por futebol. O modesto

Oxford United disputa a terceira divi-

são inglesa, mas seu Kassam Stadium,

a dez minutos de carro do centro, deixa-

ria muitos brasileiros com inveja.

Do lado do estádio, há um comple-

xo com boliche, restaurantes e flipera-

mas. A cidade respira mesmo o esporte.

Até motorista de táxi costuma pergun-

tar sobre a Seleção Brasileira. Quem

gosta de uma cerveja e assistir a um jo-

go de futebol, vai se sentir em casa. �

Serviço:

STB: A agência (stb.com.br) oferece cursos de

inglês em Oxford e Cambridge. Para quatro

semanas, os cursos custam a partir de 900 libras

(cerca de R$ 2,5 mil).

Não inclui passagem de avião nem transfer ou

bilhete de trem para ir de Londres até uma das

duas cidades.

EF Englishtown: A EF (ef.com.br) oferece cursos

de idiomas nas duas cidades. Em Oxford, o preço

para quatro semanas é a partir de US$ 2.620 (R$

4,8 mil), incluindo acomodação e transfer. Em

Cambridge, o pacote para o mesmo período custa

a partir de US$ 2.540 (cerca de R$ 4,7 mil), com

acomodação e transfer.

CI: A agência (ci.com.br) tem cursos que

começam toda segunda-feira, em Oxford e em

Cambridge. Os pacotes para cursos de quatro

semanas saem a partir de 1.332 libras (cerca de

R$ 3,6 mil), incluída a acomodação em casa de

família com uma refeição por dia.

Centro de Oxford: cidade não

encanta, mas tem atrativos

do rock ao futebol

Uma das bibliotecas da

Universidade de Oxford

cercada por bicicletas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 31 - TURISMO

Page 32: Revista Bem Estar "Viva o Amor"  29-01-2012

Paulo Coelho

William Blake,o visionário

Escritor

Ainda criança, em um parque perto de Londres, viu anjos nas árvores,

e o profeta Ezequiel surgiu entre as criaturas aladas

“Ver o Universo no grão de areia

e o Paraíso em uma flor;

seguraroInfinito napalma de suamão

e notar a Eternidade em uma hora.”

Estas quatro linhas podem sinteti-

zar o que, hoje em dia, se chama “a no-

va consciência” – a capacidade de en-

tender que tudo está interligado, os

instantes mágicos fazem parte do coti-

diano, e basta um pouco de abertura

interior para perceber que somos capa-

zes de mudar por completo a nossa rea-

lidade, eliminando a maior parte das

coisas que nos deixam insatisfeitos.

Na época em que tais versos foram es-

critos, porém, eles passaram quase des-

percebidos.

Seu autor, o inglês William Blake

(1757-1827), nasceu de uma família po-

bre, e morreu totalmente rejeitado pe-

los círculos intelectuais da época. Ale-

gavam os críticos que misturava muito

misticismo ao seu trabalho, tinha com-

portamentos estranhos (como, por

exemplo, ficar nu com sua mulher no

jardim de uma casa de campo que lhe

tinha sido emprestada), ser demasiada-

mente inocente em seus textos.

Os críticos morreram, e Blake é ho-

je considerado – não apenas por sua lite-

ratura, mas também por suas gravuras,

que tive oportunidade de ver na Tate

Gallery, em Londres – um dos artistas

mais completos do milênio passado.

Blake conta que, ainda criança, es-

tava em um parque perto de Londres

quando viu anjos nas árvores, e o pro-

feta Ezequiel surgiu entre as criatu-

ras aladas. Mais tarde, já com 30

anos, o seu irmão menor morreu – e

Blake garante que seu espírito lhe

apareceu alguns dias depois, coberto

de luz, para ensiná-lo a fazer “livros

não impressos”, ou seja, gravar texto

e ilustrações de modo artesanal, em ti-

ragens limitadíssimas.

Seguindo o conselho, Blake começa

a desenvolver uma tese que chama “os

estados contrários da alma humana”.

Umdestes estadosé a inocência,quan-

do a imaginação nos leva ao crescimento.

O outro estado é a experiência,

quando a nossa imaginação se vê dian-

te de regras, moralidade e repressão.

Blake viveu intensamente sua vi-

da, morreu pobre, mas garantindo

que tinha feito tudo o que desejava.

Em um de seus trabalhos mais polêmi-

cos, “O casamento do céu e do infer-

no”, ele diz ter visitado o reino das tre-

vas e anotado os provérbios que os de-

mônios costumavam dizer entre si. A

seguir, uma seleção destes provérbios.

“Na época de semear, aprende. Na

época da colheita, ensina. No inverno,

aproveita.”

“A estrada dos excessos leva ao pa-

lácio da sabedoria”

“A cisterna contém; mas a fonte

transborda.”

“A Prudência é uma solteirona velha

e rica, cortejada pela Incapacidade.”

“Um tolo não vê a mesma árvore

que vê um sábio.”

“O que deseja, mas não age, se-

meia a peste.”

“Nenhum pássaro voa demasiado

alto apenas com a ajuda de suas pró-

prias asas”.

“As prisões foram construídas

com as pedras da lei, e os bordéis, com

as pedras da religião.”

“O que hoje está provado, ontem

era apenas um sonho.”

“Tudo que pode ser imaginado é

um reflexo da verdade”.

“Os tigres da ira são mais sábios

que os cavalos do conhecimento.”

“De água parada, sempre espere o

veneno.”

“A raposa cuida de si mesma; mas

Deus cuida do leão.”

“O homem que melhor te conhece é

aquele que permitiu ser abusado por ti.”

“As orações não aram; os elogios

não amadurecem.”

“Nunca saberás o que é suficiente

se não te permites saber o que é mais

que suficiente”.

32 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO