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Nº 02 > Fevereiro 2011 UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO SOCIOCULTURAL CANTO DA IRACEMA > ANO 12 > Nº 64 > MARÇO 2011 a cultura cearense pertinho de você! a cultura cearense pertinho de você!

REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

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Revista cultural focando a cultura cerense.

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Page 1: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

Nº 02 > Fevereiro 2011

UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO SOCIOCULTURALCANTO DA IRACEMA > ANO 12 > Nº 64 > MARÇO 2011

a cultura cearense pertinho de você!a cultura cearense pertinho de você!

Page 2: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

Há muitos anos moro em Fortale-za, amo esta cidade, mas estão ocor-rendo na “bela” o que eu não pos-so me conformar. Não tenho nadacontra a Prefeita pessoalmente (eunem a conheço!), mas no setor quelhe compete, o executivo munici-pal, ela, quer queira que não, éresponsável direta pela urbefortalezense. Certo que os mal fei-tos andam junto com um proble-ma secular e histórico de nosso país, para falarmos “latu sensu”, e esteproblema crônico se chama “falta de cultura” que afeta quase toda apopulação brasileira e mais especificamente a cearense e, para nãoser injusto, afeta desde os menos favorecidos até os mais graduados. Oproblema citado é estrutural, quer dizer, diz respeito aos vários setoresda cidade (transporte, segurança, educação, saúde, e muito outros), eFortaleza, realmente, não e uma cidade fácil de administrar; a 5ªcapital do país precisa de uma visão macro de seus problemas e deuma supervisão para melhor analisá-los, discuti-los e dar-lhes solu-ções definitivas. Mas, neste pequeno artigo, eu gostaria de me reportarsomente e apenas aos logradouros de Fortaleza, pois a “FortalezaBela” não pode ser resumida às praias da cidade (elas realmente sãobonitas, são atraentes aos turistas, mesmo sabendo nós que a orlaesteja precisando também de uns reparos!). Mas perguntamos: e oslogradouros públicos, o que há com eles? Pensando bem, porque seráque os prefeitos não gostam de praças bem cuidadas? Onde está acultura desses administradores?, ou será que as praças não represen-tam cultura? Não se sabe como? A arborização de uma praça não lhe

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>>>>> as matérias publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores!

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coordenação geral zeno falcão • coordenador adjunto pingo de fortaleza • editora e jornalista resp. joanice sampaio - jp 2492 - ce• produtor executivo arnóbio santiago • assistente de produção tieta pontes • revisão rodrigo de oliveira - tembiu.pro.br • colabora-dores josé maria damasceno / audifax rios / fernando neri / augusto moita / talles lucena / nilze costa e silva / danilo almeida / calé alencar/ geraldo amâncio / kazane • conselho editorial augusto moita / audifax rios / calé alencar / erivaldo casimiro • diagramação artzen •contatos > canto da iracema rua joaquim magalhães 331 / cep 60040-160 / centro / fortaleza / ceará / (85) 3032.0941 /[email protected] > solar av. da universidade 2333 / benfica / fortaleza / ceará (85) 3226.1189 / [email protected]

Felicidade. É esta a palavra que traduz o sentimento da equipe do Canto da Iracema-Solar por seu lançamento. A repercussão midiática e também entre opúblico foi a prova do reconhecimento a este trabalho feito com amor e dedicação à arte e cultura produzidas por aqui. Foram inúmeras manifestações decarinho, felicitações, mensagens, desejo de sucesso, elogios ao conteúdo e aos participantes. Agradecemos a todos e esta é nossa missão mensal, fazer umarevista cada vez melhor. Continuando nossa caminhada, neste número, Audifax Rios e seus comentários de acontecimentos que marcaram fevereiro. NilzeCosta e Silva remete à sua infância para em boa hora homenagear um dos pioneiros da televisão e baluarte das artes cênicas cearense, Ary Sherlock. Emversos e doses de humor, Fernando Neri, tece loas a algumas cidades brasileiras. O olhar urbano de Danilo Amaral em sua primeira participação no Cantoda Iracema -Solar. O “prazer” da primeira Coca-Cola do cantador e poeta Acauã é contado pelo querido Augusto Moita, com a gaiatice que lhe é peculiar.Vendo a cidade por outro ângulo, José Maria Damasceno, logo aqui ao lado, nos dá sua impressão e nos faz refletir sobre o que se tem e temos feito de nossaFortaleza. Na coluna De Ponto a Ponto, conhecemos as ações do Ponto de Cultura Ação Agente e Cultura Viva do Grupo Bailarinos de Cristo Amor e Doações(Becad). A Panela sempre fervente e diversa do rock independente do Ceará tem os lançamentos das bandas Thrunda e o Festival BomJa Rocks. Em ritmode Carnaval e Maracatu, Calé Alencar fala da figura Zé Rainha e em sua Fulô do Lácio, registra mais uma das pérolas grafadas em placas, muros, paredes,cartazes por aí afora. E o mês de março está repleto de coisas boas: nos dias 18, 19 e 20 de março, acontece o I Ceará das Rabecas, no SESC SENAC Iracema,que vai reunir mestres da rabeca de diversas regiões do Ceará e ainda promove palestras, oficinas e workshops em sua programação. Vale conferir. No dia26, Descartes Gadelha lança o livro “Lenda Estrela Brilhante”; e a história de Canudos tem sua versão em cordel e graphic novel por Geraldo Amâncio eKazane no livro “A História de Antônio Conselheiro”. No mais, curtamos as águas de março que certamente banharão nosso estado. Para os que irão cair nafolia, se for dirigir não beba – afinal você quer estar vivo no próximo Carnaval. Use filtro solar. E na hora “h”, lembre-se, camisinha não pode faltar!

CAPA FOTO > ÉLIDA PRICILA BRASIL | WWW.CLUBEFOTOECOMPANHIA.COM.BR

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TO! diz nada? E o meio ambiente, como

está sendo tratado na cidade? E oajuntamento das pessoas (crianças,adultos e idosos, principalmente) queali se encontram para atividades delazer, de reuniões para bate-papos e/ou discussões de assuntos relevantes– os problemas da cidade? Como dis-se anteriormente, a “Fortaleza Bela”não está somente em suas praias, e asenhora Prefeita sabe muito bem dis-

so. Então, porque não recupera e conserva as praça da cidade?Praça como a Clóvis Beviláqua (Faculdade de Direito), a da Igreja doCarmo e a José Bonifácio, só para citar algumas, que estão em comple-to abandono? Prefeita, ande nessas praças, veja com seus própriosolhos e sinta a vergonha que a população sente por não contar compraças bem cuidadas e prazerosas para as suas atividades sociais(praças mal cuidadas, abandonadas e relagadas ao esquecimento,denotam a falta de cultura do de um povo, e principalmente de seusdirigentes). Se a senhora olhar com atenção encontrará os “mal feitos”de que falei; que tal uma praça com um piso de pedras de paralelepí-pedos (Praça José Bonifácio), para os usuários caminharem?; que taloutra praça (Clóvis Beviláqua) com uma quadra de esportes compiso de areia e de um tanque subterrâneo destruidor deinúmeras árvores?, e mais uma (Praça do Carmo) com opiso de mosaico quase todo arrancado? Não!, é demaispara nós, fortalezense, não merecemos isso. Fortalezaprecisa de praças (no centro e nos bairros), mas quesejam bem cuidadas, vigiadas permanentemente e quemostrem à população que a cultura “andou” por ali!

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> JOSÉ MARIA DAMASCENO | APOSENTADO

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HEUREKA! FORTALEZA ENCONTROU SEU CARNAVAL. NADA DE CLUBES ELEGANTES OU SUBURBANOS, ESCO-LAS DE SAMBA, DESFILES DE RUA REMORANDO O VELHO CORSO. A CIDADE ESVAZIA NO PERÍODO MOMINO. ASEDUÇÃO DE FOLIAS MAIORES, DO FREVO AO SAMBA, DE OLINDA AO RIO DE JANEIRO. DA PAZ DAS PRAIASPARADISÍACAS À DISTÂNCIA DOS PAREDÕES INFERNAIS. PRONTO. NASCEU O PRÉ-CARNAVAL. E TOME CHARANGAPOR TUDO QUE É ESQUINA. E ENQUANTO SE REPETEM CONSAGRADAS E ETERNAS MARCHINHAS, BATIZAM-SEBLOCOS COM CRIATIVOS NOMES, ORA VEJAM: “SANATÓRIO GERAL”, “CONCENTRA MAS NÃO SAI”, “CORAÇÃOBENFICA”, “MATOU A PAU...TA”, “NUM ISPÁIA SINÃO IENCHE”, “QUE MERDA É ESSA?”... E POR AÍ.

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Carnaval do PovoCarnaval do Povo

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RAIOS QUE PARTEM DO CÉU – O Brasil guarda outro troféu no pódiodos vencedores: é campeão mundial em raios despencados. Por sua extensãogeográfica situada nos trópicos, na patriamada caem anualmente 60 mi-lhões dessas descargas. São Paulo, pra variar, parte na frente, detém oquinhão maior: lá caíram 463 mil raios apenas em janeiro. O Ceará ficou nacasa dos cinco mil. Em 2009 foi recorde: cem mil. Só na manhã de 10 defevereiro foi registrada, na capital, a ocorrência de 724 raios. No Ceará, oponto mais vulnerável é a Região Norte. Granja, Uruoca, Martinópole. Praprovar que lá não cai apenas chuva de argola. Tudo por conta da onda denebulosidade que vem dos litorais do Piauí e Maranhão. É o cúmulo! Seráque a expressão tem a ver? Essas descargas elétricas só acontecem quandoum tipo específico de nuvem (cumulus nimbus) forma-se, anunciando tem-pestade. Nas cidades, os pracianos são protegidos pelo invento do gringoBenjamim Franklin que, por isso mesmo, foi entronizado numa nota de dólarpra evitar tempestades financeiras. No campo, os matutos têm que entrar emcavernas e locas se quiser se safar do outro corisco, tão terrível quanto ocangaceiro. Aquele prefere carnaubeiras e peladeiros de futebol, porém é debom alvitre manter distância de tratores, motos, postes, árvores isoladas epessoas de considerável estatura. Principalmente se elas já foram alvo dapraga mais rogada: “Raios que parta!”.

DERRUBA-ME OU TE AFANO! – O ex-faraó Tutancâmon sempre este-ve na mídia. Desde os hieróglifos papirescos às contas do “facebook”. Dastumbas piramidais aos vetustos desvãos dos museus arqueológicos. Poisaconteceu outra vez. Quando todos os egípcios estavam na Praça Tahir,tentando destronar Mubarak, eis que cairotas inescrupulosos e sem amorherodotino devassaram o sacrossanto pavilhão faraônico do arquivo estatalguardado pelo exército (ocupado com outro estadista e seus súditos) e de lároubaram peças escolhidas a dedo, se é que ainda não os tinham decepadospela lei. Duas múmias foram danificadas porque não tinham ainda o traquejocinematográfico; uma estátua de pedra do faraó Aquenáton, um herege quetentou impor a adoração única do Sol, dançou; escultura da sedutora Nefretiti,fazendo oferendas simbólicas, perdeu a majestade; e, finalmente, a vítimamais esplendorosa – o rei menino pescador – cuja escultura segurando umarpão foi surrupiada ao som dos “Fora Hosni!”. Pelo menos preservaram aafamada máscara mortuária que tanto serviu de modelo para fantasias decarnaval.

ASCENSÃO E QUEDA – O fenômeno ofuscou após atingir a maiorida-de. Ronaldo, que começou luzindo no Cruzeiro e foi eleito por três vezes pelaFifa o maior jogador do mundo, cedeu ao cansaço. O corpanzil não maisacompanhou a mente célere depois de nove cirurgias ao longo da brilhantecareira de dezoito anos. Foi o maior artilheiro de todas as Copas do Mundo emostrou sua habilidade vestindo camisetas do PSV, Barcelona, Internazionale,Real Madri, Millan e, finalmente, Corinthians, onde havia até renovadocontrato. Fez fincapé, mas não deu. Sai a tempo, antes de sofrer vaias exingamentos, dores igualmente angustiantes. Cede lugar a novos craquesque estão chegando com todo o gás: Patos, Gansos e outros entes voadores. Omais promissor deles, talvez, Neymar, artilheiro (9 gols) do Sul-Americanosub-20 ora conquistado pelo Brasil no Peru. O jovem funqueiro punk santista,que já viu o estrelato subir-lhe à cabeça, parece que amadurece a cada diaque passa. Tomara. É bom pra ele, pra seleção, pros brasileiros, pro futebol

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|de Ponto a Pontode Ponto a Pontode Ponto a Pontode Ponto a Pontode Ponto a Ponto

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Quem chega à recepção da sede do GrupoBailarinos de Cristo, Amor e Doações (Becad),não fica sem desviar o olhar para os inúmerostroféus e fotografias ali expostas, representações

de conquistas ao longo de seus 17 anos de atua-ção em promover a arte e a cidadania na capitalcearense.

Fundado pela coreógrafa Janne Ruth, hoje, pre-

sidente da instituição situada no bairro Bela Vis-ta, a ONG atende anualmente a 450 pessoas en-tre crianças, adolescentes, jovens e adultos resi-

dentes na localidade, e também em outros bair-ros de Fortaleza e cidades próximas, como

Maracanaú.

“O Becad surgiu de um sentimento social. Euachava que a minha arte, a minha dança podiasalvar pessoas e eu sabia que eu podia dar isso

Arte para promover a cidadania!

de graça. E Deus me levava até ali aquele mo-mento e eu sabia que podia dividir isso com aspessoas com condições financeiras ruins e eu sa-bia que podia dar isso de graça”, recorda Janne

como tudo começou.

Nas atividades desenvolvidas pelo projeto, es-tão o ballet clássico, a dança contemporânea, tea-tro, apoio pedagógico, inclusão digital e a práticaesportiva do Karatê também inseridas no Ponto

de Cultura Ação Agente e Cultura Viva. No pro-

jeto, o incentivo à leitura e à escrita com ativida-

des lúdicas, fazem parte do Ponto de Leitura em

parceria com o projeto Baú das Letras da Coelce.

No Ponto de Cultura acontecem ainda, aulasde violão e audiovisual.Todas as atividades en-

volvem também os pais das crianças assistidaspelo Becad e a comunidade em geral, nas quais

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>>>>> CONTATO

PONTO DE CULTURA AÇÃO AGENTE E CULTURA VIVA

GRUPO BAILARINOS DE CRISTO AMOR E DOAÇÕES

RUA PARANÁ, 03 – BAIRRO BELA VISTA – FORTALEZA/CEFONE: 85•3482.0510 E 3482.7100

participam de palestras e oficinas de cidadania edesenvolvimento pessoal. Atualmente, mães dealunos participam de um curso de costura, ondealgumas já conseguiram colocação no mercadode trabalho. Pró-Jovem e Jovem Aprendiz inte-

gram o calendário de atividades.

Os diversos projetos desenvolvidos pelo Gru-po entrecruzam-se com os já existentes, tais como,

o programa Arte e Construção da Cidadania, quejá existe há 16 anos e tem na dança se primeiroatrativo e ponto de partida para o que veio a ser.

As meninas e meninos participantes do Becade também do Ponto de Cultura protagonizaram

experiências que talvez nem imaginavam: forman-do o grupo de dança que dá nome à ong, viajampara se apresentar em palcos dos estados brasi-leiros e até do exterior recebendo premiações ereconhecimento. Um dos exemplos, é RegilaneFabrício, 14 anos, vencedora do Barcelona Dance

Award 2010.

Anualmente, é realizado a Mostra de Artes,

envolvendo todas as linguagens artísticas e todosos alunos compondo um espetáculo. Em 2010, o

espetáculo Somos Marias, baseado no filme deanimação Vida Maria, do cineasta Márcio Ra-mos, encenado no Theatro José de Alencar pôsem cena os 450 participantes do Ponto.

Umas das iniciativas para 2011, está na conti-

nuidade dos projetos e no final deste ano realizaro encerramento das atividades do Ponto de Cul-

tura novamente no TJA, com a VII Mostra de

Arte.

> > > > > Joanice Sampaio E-mail: [email protected]

Blog: papocult3.blogspot.com

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BRASÍLIABRASÍLIABRASÍLIABRASÍLIABRASÍLIACidade ave aeronave

Ilha sobre planaltoFalta o mar revolto

CEILÂNDIACEILÂNDIACEILÂNDIACEILÂNDIACEILÂNDIAP’r ‘aquelas bandas

Não se sustentaSobre a lama

E a fama de ser ruimEm miséria se derrama

num rosário de precisões.Nos confins do distrito

Fede (a) ral(é)Esquecida

Como quem nuncaExistiu.

SÃO PSÃO PSÃO PSÃO PSÃO PAAAAAULULULULULOOOOOEra um dia de fumaça

Como todosDepois descobri

E meu amedrontado coraçãoDiluiu-se no concreto

Da grande mataDesvairado

Declarei o meu ódioMas entreguei o meu amor

À primeira tosse.

ARARAQUARAARARAQUARAARARAQUARAARARAQUARAARARAQUARA Não tem saída

É cana ou cannabisO resto é laranjal.

RIORIORIORIORIODe Janeiro

Fevereiro e março...Todos os meses, acho

Favelas descendoArranha-céus subindo

Bronze nos corposCopos de espuma

Asa delta na Praia do PepinoTraições em Copacabana

Urbanas contradições

SALSALSALSALSALVVVVVADORADORADORADORADORAfricanamente brasileiraBaticum de macumbabáBumbum dendê pelôO rosto da históriaTem cara de acarajé.

RECIFERECIFERECIFERECIFERECIFEMinha sombra magraAugusto em desesperoPasseando sobre as pontesLembra Bandeira:Capibaribe capiberibeCasarões de FreyreSenzalas de GilbertoSuassunas divagações

SÃO LUIZSÃO LUIZSÃO LUIZSÃO LUIZSÃO LUIZUm templo colonialEm cada pedraPercorridaPorões de onde ressoamTambores crioulosBumba-meu-reggaeDa Nação festeira

JUAZEIRO DO NORTEJUAZEIRO DO NORTEJUAZEIRO DO NORTEJUAZEIRO DO NORTEJUAZEIRO DO NORTEA fé acesaNo olhar sertanejoViceja esperançaNa mortiça realidadeCaldeirão de mitosRedivivosNa forçaDa cultura popular Em romariaMinha incredulidadeSe ajoelhaE reza ... e reza ... e reza ...

FFFFFORORORORORTTTTTALEZAALEZAALEZAALEZAALEZAQuando navego nas ondasQuentes do teu corpoTenho certeza:- a vida é triste longe do litoral!

Por: Fernando NeriCompositor

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Por: Augusto Moita | Compositor

O nosso amigo Acauã, que na pia batismal recebeu o su-gestivo e artístico nome de Narcélio Araújo, foi um menino como qual-quer outro nascido nos confins dos sertões cearenses. Sendo assim, veioao mundo um pouco afastado da beleza e da fortuna. Magrinho,pequenino, de grande mesmo só as bolachas dos joelhos, a cabeçonae o bucho. Como qualquer criança naquela situação, passou tambémpelos mesmos problemas, aflições, desejos, sonhos e muitos momentosfelizes. Sonhos esses que o subdesenvolvimento nordestino não permi-tia que fossem realizados tão facilmente.

Seu pai, homem rude, porém muito cônscio na educaçãodos filhos não consentia aos seus rebentos um contacto muito diretocom as modernidades alimentares que por ventura surgissem.

Todo sábado seu amoroso genitor ia à cidade próxima, maisou menos três bem empoeiradas léguas, para fazer a imprescindívelfeira semanal. E foi exatamente em uma vez que fora escolhido paraacompanhá-lo, que o pequeno Narcélio travou, pela primeira vez,conhecimento com uma garrafa de “bosta-cola”.

Que maravilha! Que preciosidade! Aquela garrafinharedondinha cheia de ranhuras, com letras brancas alegres contrastan-do com o líquido amarronzado, um verdadeiro manjar. Pena que asituação fosse apenas visual, jamais seu pai permitiria que ele tivesseo prazer de degustar aquela soberba garapa. Primeiro, pela preserva-ção da saúde familiar e depois pelo custo financeiro que tal empreita-da deveria acarretar.

Nosso futuro poeta e exímio cantador das coisas nordestinaspassou a ter uma verdadeira fixação pelo apreciável líquido, e, quan-do alguns dos colegas do grupo escolar, muito poucos diga-se depassagem, que tiveram a extrema felicidade de  experimentar, disse-ram-lhe quão prazeroso era o sabor, tornou-se para ele o desejo maisprofundo, que faria de tudo para alcançá-lo.

Passou a aporrinhar seu pai de todas as maneiras possíveisa cada ida sua à feira sabatina, o que lhe rendeu como fruto umasboas e vigorosas pisas, com cipó de marmeleiro.

Mas, você sabe bem, caro leitor, que tudo nessa vida acon-tece. Pois não é que num belo dia vinha aquele cabeção barrigudo emcima da cangalha entre dois surrões de farinha, quando o seu amávelpai estacou o roxinho em frente à bodega, mais surtida do pequenopovoado e lhe disse: “Desça, pegue esse dinheiro e vai tomar essa talde bosta-cola”.

Primeiro veio aquele calafrio, depois a tremedeira. Aquelenão acreditar, torcendo que não fosse apenas um sonho. Naqueletempo não existia aniversário, dia da criança, natal, porra nenhuma.

A primeira Bosta-Cola

Seria verdade aquele dizer do seu velho?

- V’ambora, macho, que eu tenho o que fazer!Deu um pulo de cima desse jumento, que só foi repetido

muitas décadas depois por uma menina gaúcha que batizou o saltode “não sei o que carpado”. Ora, naquela época, nesse sertão de meudeus, só quem era carpado era o roxinho.

Colocou a cédula no balcão e pediu ofegante o seu maisvalioso objeto de desejo. O bodegueiro apanha a garrafa não muitogelada (naqueles confins do sertão do Ceará, qual a geladeira quefizesse mais do que quebrar o mormaço?), num gesto mágico, precisoe magnífico, bateu no lado contrário do pauzinho fazendo saltar atampinha a vários metros de altura.

Nosso vitorioso herói agarra com as duas mãos aquela deu-sa espumante, representante do império americano, e duma goladasó joga pra dentro do seu tão solicitante buchão todo aquele líquidoquente e impregnado de gás.

Meus amigos, imaginem o que possa ter acontecido. Aquiloformou uma bola gasosa, que ao bater no estômago do infeliz incauto,voltou, alojando-se mesmo no meio dos peitos do rapazola. Deu-seuma falta de ar, seguida de terrível dor que lhe subia entre as entra-nhas até o couro da testa. Por sorte que a bicha explodiu lançando ofamigerado líquido por todos os orifícios que o ser humano possui naparte superior do corpo.

O trauma marcou tão profundamente sua infância, que,passado quase meio século do ocorrido com nosso poeta, ainda lhe saiágua dos olhos só de lembrar da primeira “bosta-cola”.

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Aos longo dos meus 31 anos de idade, já mantive diversas e singularesrelações com esta que é, certamente, a maior festa brasileira: o carnaval.Já gostei, desgostei, sem nunca participar mais “ativamente” dele.

Sou um mineiro nascido em Belo Horizonte que morou cerca de 10 anosna cidade de Feira de Santana, na Bahia, estado cuja festa é uma dasmais fortes do país. Vale ressaltar que, em Feira, a festa ocorria, naverdade, em abril, sendo chamada de “micareta”; a pioneira festa decarnaval fora de época do Brasil.

Naquela época, ao lado de minha casa, saíam todos os trios-elétricosque minutos depois invadiriam a avenida Getúlio Vargas, principal viada cidade, e tomariam a cidade , arrastando a multidão.

Da minha janela, via passar o Chiclete com banana, em formaçãooriginal, ainda passando o som em cima do trio. De lá, também via osmais antigos trios da Bahia: o Top 69, Tapajós, o primeiro bancado poruma rede de super mercados chamada “Hiper Paes Mendonça” comatrações desconhecidas do grande público, como a franzina e descabeladaDaniela Mercury.

Assim, ao longo de toda a tarde, até escurecer, eu ficava viajando na-queles aparelhos fantásticos que conseguiam amplificar som de umamaneira que eu nunca havia presenciado. Os blocos não existiam, ape-nas em Salvador já se conhecia os “Internacionais”, o Ilê aiê,tradicionalíssimos. E de carnaval em carnaval, micareta a micareta,mais artistas foram surgindo.

Hoje, é impressionante ver que maioria desses mesmos caras continuamae, pelas ruas de Feira ou Salvador, ou então em qualquer lugar doBrasil que possa pagar para vê-los. Os trios são mais imponentes epossuem uma tecnologia muito mais poderosa (mesmo admitindo que,para mim, nada superará a imagem eternizada do fantástico TRIOESPACIAL, do Dodô e Osmar, criadores destes carros, cruzando as ruas deFeira com um trio cujo palco se deslocava enquanto recebia jogos deluzes e raio-laser, isso sem contar com os solos de guitarra bahiana doArmandinho).

A galera do axé music detém a façanha de se perpetuar como uma dasmaiores forças da música popular brasileira , mantendo um mercadoque gera lucros descomunais ao longo de todo o ano, em todo o país. Amicareta se popularizou e todo o Brasil já tem o seu carnaval fora deépoca.Não quero entrar no mérito da qualidade da música, pois isso realmentenão faz diferença alguma. O que realmente me importa é saber como, eem que momento, nós da produção musical independente , nós dacontra-cultura, poderíamos nos apropriar de alguma dica preciosa des-ses senhores do entretenimento. Nunca me esqueço de estar em uma loja

de cds em Paris, e passar a vista em uma prateleira de discos e lá encon-trar a sessão “axé music” ao lado de “música brasileira”. Para aquelaloja, pelo menos, a música feita na Bahia merece um destaque, não secomparando mesmo a nada mais feito aqui no Brasil.

Será que nada das coisas que eu particularmente ouço e gosto e trabalhonão tem alicerçe o bastante para atingir a condição de estilo musicalsustentável e que gera lucros absurdos?

Bem, realmente não sei. Mas nem o samba tem um calendário tão lucra-tivo e extenso quanto o axé music. E particularmente desconheço qualquermigração que o samba, ou qualquer outro estilo, tenha feito para umaregião diferente da sua, que gere tamanhos lucros.Só sei que a qualidade da música continua a despencar (cada ano temosa impressão de que a coisa não pode ficar pior) , os cachês só aumentam,assim como a agenda das bandas.

O mais forte nisso tudo é, na verdade, a vontade do povo: essa é a forçamotriz de toda a engrenagem. Claro, aliado a um senso de organização ecoletividade que eles, os artistas bahianos, têm. Não raro se vê um grandeícone do axé apresentando em seu trio o próximo (a) cantor (a), ou banda,que irá pertubar os ouvidos desavisados ou embalar os relacionamentosda moçada embriagada pelas praias desse país. E isso não apenasdurante o carnaval, mas ao longo do ano.Mas quantas importantes insurreições musicais brasileiras, particular-mente organizadas, já se foram na mesma rapidez com que apareceram?Ou pelo menos, não se tornaram nada parecido com o fenômeno axé?

A máquina existe, e é forte. E com ela, eis que já surgem alguns filhotes,como o forró e o sertanejo universitários. Acabo, melancolicamente, admi-tindo que a proliferação e o aumento desses mercados de música estáinversamente proporcional ao aumento do nível cultural (quiçá intelectu-al) do povo, que parece so decrescer.

Claro que qualquer um pode e, se realmente o quer, DEVE consumir o quebem entender; mas é importante ter a consciência do leque de variedadesque constroem nossa cultura, e isso não parece ser regra.No final das contas, fico feliz de ainda encontrar com um númerosatisfatório de pessoas que, mesmo ainda inconformadas com o statusquo, conseguem passar por cima (ou ao lado) da máquina e construirimportantes bunkers de resistência musical/cultural, seja no rock, blues,música clássica, maracatu, pé de serra ou mpb. O que ouviremos nessecarnaval? O de sempre: músicas que são feitas para durar.

Será que tudo que devemos fazer em música tem de ser, necessaria-mente, descartável e feita única e exclusivamente para suprir asnecessidades da música pra pular brasileira?

Aos longo dos meus 31 anos de idade, já mantive diversas e singularesrelações com esta que é, certamente, a maior festa brasileira: o carnaval.Já gostei, desgostei, sem nunca participar mais “ativamente” dele.

Sou um mineiro nascido em Belo Horizonte que morou cerca de 10 anosna cidade de Feira de Santana, na Bahia, estado cuja festa é uma dasmais fortes do país. Vale ressaltar que, em Feira, a festa ocorria, naverdade, em abril, sendo chamada de “micareta”; a pioneira festa decarnaval fora de época do Brasil.

Naquela época, ao lado de minha casa, saíam todos os trios-elétricosque minutos depois invadiriam a avenida Getúlio Vargas, principal viada cidade, e tomariam a cidade , arrastando a multidão.

Da minha janela, via passar o Chiclete com banana, em formaçãooriginal, ainda passando o som em cima do trio. De lá, também via osmais antigos trios da Bahia: o Top 69, Tapajós, o primeiro bancado poruma rede de super mercados chamada “Hiper Paes Mendonça” comatrações desconhecidas do grande público, como a franzina e descabeladaDaniela Mercury.

Assim, ao longo de toda a tarde, até escurecer, eu ficava viajando na-queles aparelhos fantásticos que conseguiam amplificar som de umamaneira que eu nunca havia presenciado. Os blocos não existiam, ape-nas em Salvador já se conhecia os “Internacionais”, o Ilê aiê,tradicionalíssimos. E de carnaval em carnaval, micareta a micareta,mais artistas foram surgindo.

Hoje, é impressionante ver que maioria desses mesmos caras continuamae, pelas ruas de Feira ou Salvador, ou então em qualquer lugar doBrasil que possa pagar para vê-los. Os trios são mais imponentes epossuem uma tecnologia muito mais poderosa (mesmo admitindo que,para mim, nada superará a imagem eternizada do fantástico TRIOESPACIAL, do Dodô e Osmar, criadores destes carros, cruzando as ruas deFeira com um trio cujo palco se deslocava enquanto recebia jogos deluzes e raio-laser, isso sem contar com os solos de guitarra bahiana doArmandinho).

A galera do axé music detém a façanha de se perpetuar como uma dasmaiores forças da música popular brasileira , mantendo um mercadoque gera lucros descomunais ao longo de todo o ano, em todo o país. Amicareta se popularizou e todo o Brasil já tem o seu carnaval fora deépoca.Não quero entrar no mérito da qualidade da música, pois isso realmentenão faz diferença alguma. O que realmente me importa é saber como, eem que momento, nós da produção musical independente , nós dacontra-cultura, poderíamos nos apropriar de alguma dica preciosa des-ses senhores do entretenimento. Nunca me esqueço de estar em uma loja

de cds em Paris, e passar a vista em uma prateleira de discos e lá encon-trar a sessão “axé music” ao lado de “música brasileira”. Para aquelaloja, pelo menos, a música feita na Bahia merece um destaque, não secomparando mesmo a nada mais feito aqui no Brasil.

Será que nada das coisas que eu particularmente ouço e gosto e trabalhonão tem alicerçe o bastante para atingir a condição de estilo musicalsustentável e que gera lucros absurdos?

Bem, realmente não sei. Mas nem o samba tem um calendário tão lucra-tivo e extenso quanto o axé music. E particularmente desconheço qualquermigração que o samba, ou qualquer outro estilo, tenha feito para umaregião diferente da sua, que gere tamanhos lucros.Só sei que a qualidade da música continua a despencar (cada ano temosa impressão de que a coisa não pode ficar pior) , os cachês só aumentam,assim como a agenda das bandas.

O mais forte nisso tudo é, na verdade, a vontade do povo: essa é a forçamotriz de toda a engrenagem. Claro, aliado a um senso de organização ecoletividade que eles, os artistas bahianos, têm. Não raro se vê um grandeícone do axé apresentando em seu trio o próximo (a) cantor (a), ou banda,que irá pertubar os ouvidos desavisados ou embalar os relacionamentosda moçada embriagada pelas praias desse país. E isso não apenasdurante o carnaval, mas ao longo do ano.Mas quantas importantes insurreições musicais brasileiras, particular-mente organizadas, já se foram na mesma rapidez com que apareceram?Ou pelo menos, não se tornaram nada parecido com o fenômeno axé?

A máquina existe, e é forte. E com ela, eis que já surgem alguns filhotes,como o forró e o sertanejo universitários. Acabo, melancolicamente, admi-tindo que a proliferação e o aumento desses mercados de música estáinversamente proporcional ao aumento do nível cultural (quiçá intelectu-al) do povo, que parece so decrescer.

Claro que qualquer um pode e, se realmente o quer, DEVE consumir o quebem entender; mas é importante ter a consciência do leque de variedadesque constroem nossa cultura, e isso não parece ser regra.No final das contas, fico feliz de ainda encontrar com um númerosatisfatório de pessoas que, mesmo ainda inconformadas com o statusquo, conseguem passar por cima (ou ao lado) da máquina e construirimportantes bunkers de resistência musical/cultural, seja no rock, blues,música clássica, maracatu, pé de serra ou mpb. O que ouviremos nessecarnaval? O de sempre: músicas que são feitas para durar.

Será que tudo que devemos fazer em música tem de ser, necessaria-mente, descartável e feita única e exclusivamente para suprir asnecessidades da música pra pular brasileira?

Por:

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PARA PENSAR

O quê você vai ouvir durante seu carnaval?(E ao longo do ano, também.)

O quê você vai ouvir durante seu carnaval?(E ao longo do ano, também.)

Page 11: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

11

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VULG

AÇÃO

O PANELA DISCOS estreou o projeto BOMJA ROCKS,no Centro Cultural Bom Jardim, no mês de fevereiro,com shows de importantes bandas de Fortaleza, comoo THE GOOD GARDEM, FULL TIME ROCKERS, INERVE,ABW,SÁTIROS, dentre outras. O projeto segue agoraem março com shows da PLASTIQUE NOIR, FLOR AZUL(dia 19) e AMORFO+ ARTIGO 19 (dia 26). Ambas asdatas começando às 18hs.

Porém, o grande momento será mesmo em abril, com aoficialização do FESTIVAL BOMJA ROCKS, evento comformato diferenciado, contando com 4 bandas por sá-bado, divididas em 2 palcos, apresentando bandasde Fortaleza, cidades do interior do CE e também deoutros estados!

Continuem acessando nosso site regularmente, embreve divulgaremos a escalação oficial desse grandeevento na periferia de Fortaleza: parceria do CENTROCULTURAL BOM JARDIM com nós do selo PANELADISCOS.

Nós do PANELA DISCOS e estúdio, orgulhosamente,apresentamos a vocês a banda de punk rockalencarino THRUNDA!

A Banda teve início no ano 2000 pelas mãos de ado-lescentes do bairro Otavio Bonfim, que na época, ou-viam muito Punk/HC dos anos 70, 80 e 90.

Há quase 10 anos na estrada, o grupo fez várias apre-sentações, das quais, todas as edições do Rock PróCultura, a Feira da Música, o Rock Cordel, Calouradasda UFC(inclusive Gerais), algumas Sextas Rock daACCR(da qual a banda faz parte), participação noFestival NOIA 2009 e no Ceará in Rock 2009 são asmais importantes.

Em 2007 lançou sua primeira Demo, intitulada de“Punk Rock na Veia!!!”, e em 2009 gravou e lançou ovídeo clip da música “Nunca confie em um homemde terno e gravata” pelo Curso Rock.Doc, realizadopela produtora Incartaz e pela ACCR.

Após algumas mudanças na formação, a atual é com-posta por: Rodrigo (vocal), Otavio (guitarra), Ivan (gui-tarra), Chuck (baixo) e Hermes (bateria).

O THRUNDA faz parte do nosso cast, e está com lan-çamento do novo single “Subversão”, que pode serconferida junto com entrevista exclusiva e mais 4 mú-sicas gravadas ao vivo em nosso estúdio na ediçãode fevereiro do PODCAST PANELA DISCOS.Acessem nosso site, procurem pelo post corres-pondente ao podcast e apóiem mais uma bandada forte cena de rock de Fortaleza. Para entrar emcontato direto com a banda, favor mandar email:[email protected]

FESTIVAL abril

ROCK AND ROLL E FOMENTAÇÃO CULTURAL EM FORTALEZA! TEM INTERESSE EM NOSSAS ATIVIDADES? ACESSEM:

THRU

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www.paneladiscos.com

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Page 12: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

Por:

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a.

12

Um relógio na parede. O primeiro encontro matinal. O olhar semi-serrado. Pelas pálpebras, o

flerte com a hora. Os raios do sol que passam pelas frestas da janela se alongam, lambendo o piso doquarto, os lençóis da cama e os rostos. O banho. O café. O olhar sobre aquela que ainda dorme. Asaída e o caminhar por entre árvores - tão poucas; entre pessoas – tão distantes; entre automóveis – tãofrios.

Um banco de ônibus. “Olha o troco!” Estranhos dividem o mesmo espaço, o mesmo quadro; o

mesmo olhar sobre a mesma paisagem, diariamente. Rostos familiares, asseados, sonolentos, buscam

um motivo que os impulsione, que os faça perseverar naquela rotina. Trocam-se olhares. Banco duro e

vazio do lado da janela. “Com licença?” Desconforto democratizado. Olhos tombam vencidos ainda

pelo cansaço do dia anterior. Olhar a hora. “Que horas, por favor?” O canto dos pássaros, o som dovento que assanha as árvores. O riso das crianças. Um olhar para o passado. A cidade que cresce. Não,

a cidade que incha; que se derrama e invade. O olhar sobre o presente. Mas não um presentequalquer, o presente do modo subjuntivo: “que eu olhe um mundo melhor”. O canto das buzinas, o

som dos motores, as vozes que reclamam. Olhando o meu mundo. O banco, a janela emoldurando a

paisagem de ontem, de amanhã e, quem sabe, do mês que vem; do ano que vem. Os olhares não secruzam mais. Viraram cativos dos devaneios, das leituras ou simplesmente do sono.

A luz, o sol e o calor participam da leitura. Eu, o sol e entre as mãos, um Fernando Sabino

com folhas soltas, gastas e amareladas. O olhar que passeia pelas estradas literárias, pelos campos deverbos, sujeitos e predicados sempre bem iluminados pela manhã, numa terra de sol, de luz e de mar.A minha terra.

SE ELE NÃO FOSSE ATOR O QUE SERIA? NÃO DÁ PARA IMAGINAR.

Começo da década de 60. Rua Dragão do Mar e a casamisteriosa da D. Santa Porto, enorme, que terminava na Rua JoséAvelino. Um dia ou dois na semana a meninada aguardava os artistasque viriam para o ensaio teatral. Era o pessoal da TV Ceará, Canal2. Na rua, só uma televisão. Era lá onde os vizinhos se acotovelavampara ver as novelas muitas vezes adaptadas de grandes obras daLiteratura, como Oliver Twist (Charles Dickens).

Quando os atores chegavam, a garotada, pré-adolescente, se acotovelava. Eu roía as unhas de tantaansiedade. À frente, meu grande ídolo: Ary Sherlock. Ele chegava barulhento e sorridente, nós batíamospalmas e ele acenava. Junto, Emiliano Queiroz, Cleide Holanda, Karla Peixoto. Mas eu só via o Ary, bonito,longa e negra cabeleira, olhos azuis, gestos amáveis. Eu não tinha coragem de me aproximar, ficava sóadmirando, de longe, aquele maravilhoso ator de quem eu assistia todas as novelas.

Vinte anos depois, encontrei-o num evento, cara a cara, olho no olho. Avancei e lhe falei da minhapaixão. Ele lembrou da rua, dos ensaios e ficou perplexo quando eu cantei a música da órfã, interpretada porCleide Holanda, numa novela da TV Ceará: “Quando o tempo passa/deixa a fumaça/da recordação/quandoo amor termina/deixa uma mágoa no meu coração”. Cantei a música inteira. Eu estava feliz por finalmenteencontrar o meu ídolo. Repeti a pergunta de todos: por que não fora embora? Estaria brilhando nas redesnacionais de TV. Sugeri que escrevesse uma autobiografia, contando sua trajetória artística. Ousada, aindapedi que fizesse a apresentação de um dos meus livros, o que fez com muita gentileza. Ficamos amigos atéhoje, quando soube que este ano o menino talentoso, que não sabe fazer outra coisa senão teatro, completaeste ano de 2011, 81 anos. Parabéns meu grande ator, morador eterno das minhas recordações de infânciae juventude.

PERSONAGENS MARCANTES DA NOSSA CIDADEPo

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ARY SHERLOCK - ETERNO ÍDOLO

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OLHARES URBANOS

OLHARES URBANOS

Page 13: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

13

Por:

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LÉ AL

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R Tantas foram nossas vi-

agens de ônibus parafazer o maracatu bailar

por tudo quanto é cantodesta loura desposadado sol, tempo de abrir acabeça do povo e botar

dentro dela o bem que-rer aos batuques e loasde brancos, índios e pre-

tos.

Foi assim que Zé Rainha usando o cavalo José

atravessou mais de quatro décadas com a incum-bência deser rainha de maracatu, Az de Ouro eRei de Paus os principais.

Zé Rainha é do tempo de Benoit, de Afrânio deCastro Rangel e de Geraldo Rainha.

Um dia juntou-se com o Juca e foi acordar um

maracatu adormecido, o primeiro de todos nodesfile do corso carnavalesco, incluído nesse am-biente por Ponce de Leon, aqui lembrado como

Rei Momo do quilate de Javeh, o primeiro e úni-co.

Zé por querer ser realeza nos bailados ganhou

nome de rainha e fez escola, tamanha a enfieira

de seguidores de seu caminhar e bailado. Para

cada praça do José uma praça do Ferreira e o

desfile caminhando de um lado a outro da cidade

buscando lugar na Heráclito Graça, na

Aguanambi, na Duque de Caxias e na Domin-gos Olímpio. O Zé lá vai com seus cordões de

pérolas e esplendor no alto.

Bate maracatu bate ferro tambor chocalho tanto

baticum tocado pra coroar a rainha.

Bate uma saudade danada do gingado do José do

riso farto e alegria se derramando no brilho deseu olhar. A pedra brilha deixa rastros da coroa

toda pluma vira pena tudo fagueiro pavão sobe-rana realeza Zé Rainha rei princesa baiana ebatuqueiro pajem negra do cordão.

Maracatu baliza balaieiro loa tanto bate até quesoa marcando no passo certo Zé escravo Zé li-berto madeira de dar em doido sustenta o fardo e

o manto sustenta lá na macumba sustenta cá na

pisada sustenta tambor e canto, tambor trovão

batucada.

Deu meia-noite, clarão de lua no céu, senhor reidom Cariongo mandou dizer que contassem len-das de Ana Ginga e mais três três passarás, se Zé

não for o de antes há de ser sempre Rainha.

ZÉRAINHATEMCOMOCAVALOJOSÉFERREIRADEARRUDA

FULÔDODODODODOLÁCIOLÁCIOLÁCIOLÁCIOLÁCIO>

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Page 14: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR
Page 15: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR

15

FEITOarte

>

GERALDO AMÂNCIO

E KAZANE

>

ATUALMENTE A LITERATURA DE

CORDEL GANHOU ‘’STATUS’’ DE

LIVRO DE LUXO OU GRAPHIC

NOVEL. COMO EXEMPLO, O RE-

CENTE LANÇAMENTO DA HISTÓRIA

DE ANTÔNIO CONSELHEIRO, ES-

CRITO PELO POETA GERALDO

AMÂNCIO, ILUSTRADO PELO ARTISTA

PLÁSTICO KAZANE E EDITADO PELA

EDITORA IMEPH.

A PROPOSTA É CONTAR A VERDA-

DEIRA SAGA DOS

‘’CONSELHEIRISTAS’’ EM CANUDOS,

UMA RESISTÊNCIA QUE SERIA A PRI-

MEIRA GUERRA DO BRASIL NO FI-

NAL DO SÉCULO XIX, COM CORES

FORTES E ACABAMENTOS PRIMORO-

SOS.

COLABORADOR DO CANTO DA

IRACEMA, KAZANE ILUSTRA OU-

TROS TÍTULOS DA EDITORA

IMEPH A PARTIR DO TEXTO EM

SEXTILHA,  SEPTILHAS E DÉCIMAS,

COMO A BIOGRAFIA DE JOAQUIM

NABUCO, A LUTA DE ZUMBI DOS

PALMARES, O ABC DO CEARÁ,

SALVADOR EM CORDEL, CAIXINHA

DE MEMÓRIA DO CEARÁ E OU-

TROS.

CANUDOS EM

QUADRINHOS

CANUDOS EM

QUADRINHOS

CONTATOS:KAZANE - [email protected] | Fones: (85) 8831.7158 | 9696.1262IMEPH: Rua Carlos Vasconcelos, 1926 - AldeotaFortaleza-Ce.| Fone: (85) 3261-1002Site:www.imeph.com.br | Email: [email protected]

// DI

VULG

AÇÃO

Page 16: REVISTA CANTO DA IRACEMA-SOLAR