82
EDUCAÇÃO FÍSICA REVISTA DE Nº 132 NOVEMBRO DE 2005 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 EDITORIAL A Revista de Educação Física, em seu terceiro número do ano de 2005, chega às mãos dos nossos leitores após uma luta intensa para a consolidação do objetivo de publicá-la por três vezes ao ano, apresentando assuntos ligados ao meio militar e ao meio científico-tecnológico, direcionados aos profissionais de Educação Física. Vivendo em um mundo globalizado, onde as referências éticas e morais se perdem em meio a tantas informações disponibilizadas, é necessário buscar nossa afirmação na essência da existência das instituições, em particular, do Exército Brasileiro, que tem, na atividade física, um dos fatores que contribuem para o aumento da operacionalidade de sua tropa. Essa necessidade faz com que, constantemente, haja uma interação com o meio científico- acadêmico, na busca incessante de novos métodos e processos para o desenvolvimento integral do ser humano. Para isso, é preciso enxergar o mundo como águias que sobrevoam o espaço e pairam nas alturas, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima, verificando que, no horizonte, há um gigante campo de pesquisa para melhorar a qualidade de vida do homem. É sempre bom lembrar que a semente da Educação Física no Brasil foi lançada sobre o Forte São João, há 75 anos, com a criação do Centro Militar de Educação Física. Neste Centro, estudaram os primeiros professores de Educação Física, dando origem, em 1939, à Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD), dentro da Universidade do Brasil. Precisamos, também, recordar que a semente do estudo metódico e racional da atividade física, no Brasil, foi plantada neste solo verde-oliva da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o leitor desse número possa aproveitar os conhecimentos apresentados, relatando à nossa secretaria ([email protected]) suas impressões e sugestões para o aprimoramento do nosso trabalho. Ten Cel ÂNGELO KAWAKAMI OKAMURA Comandante da EsEFEx

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

  • Upload
    hathuan

  • View
    221

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3

EDITORIAL

A Revista de Educação Física, em seu terceiro número do ano de 2005, chega às mãos dosnossos leitores após uma luta intensa para a consolidação do objetivo de publicá-la por três vezes aoano, apresentando assuntos ligados ao meio militar e ao meio científico-tecnológico, direcionados aosprofissionais de Educação Física.

Vivendo em um mundo globalizado, onde as referências éticas e morais se perdem em meio atantas informações disponibilizadas, é necessário buscar nossa afirmação na essência da existênciadas instituições, em particular, do Exército Brasileiro, que tem, na atividade física, um dos fatores quecontribuem para o aumento da operacionalidade de sua tropa.

Essa necessidade faz com que, constantemente, haja uma interação com o meio científico-acadêmico, na busca incessante de novos métodos e processos para o desenvolvimento integral doser humano.

Para isso, é preciso enxergar o mundo como águias que sobrevoam o espaço e pairam nasalturas, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima, verificando que, nohorizonte, há um gigante campo de pesquisa para melhorar a qualidade de vida do homem.

É sempre bom lembrar que a semente da Educação Física no Brasil foi lançada sobre o ForteSão João, há 75 anos, com a criação do Centro Militar de Educação Física. Neste Centro, estudaramos primeiros professores de Educação Física, dando origem, em 1939, à Escola Nacional de EducaçãoFísica e Desportos (ENEFD), dentro da Universidade do Brasil. Precisamos, também, recordar que asemente do estudo metódico e racional da atividade física, no Brasil, foi plantada neste solo verde-olivada nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx).

Espera-se que o leitor desse número possa aproveitar os conhecimentos apresentados, relatandoà nossa secretaria ([email protected]) suas impressões e sugestões para oaprimoramento do nosso trabalho.

Ten Cel ÂNGELO KAWAKAMI OKAMURAComandante da EsEFEx

Page 2: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEMREALIZADO NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO

(EsEFEx)

Marco Antonio Muniz Lippert - 1º Ten ExCarlos Alberto Duque da Silva - Maj Ex

Escola de Educação Física do Exército ( EsEFEx) - Rio de Janeiro - Brasil

Resumo

A avaliação da aprendizagem, em seu sentidomais amplo, direciona-se para a identificação, aanálise e a compreensão das etapas ultrapassadasou não pelos discentes em sua aprendizagem,resultando na elaboração de juízos de valor sobreo discente. Além disso, é possibilitada pelaaplicação de variados instrumentos/procedimentos/técnicas de avaliação e pela análise pedagógicado rendimento escolar evidenciado pelo discentedurante a realização dos mesmos (NEIAE, 2000).Neste sentido, a Escola de Educação Física doExército (EsEFEx) utiliza uma sistemática, comrelação ao processo de avaliação, lançando mãode vários instrumentos, coerentemente com amodernização do processo ensino-aprendizagem.Para isso, a EsEFEx possui um documento,intitulado Normas Internas para Avaliação daAprendizagem (NIAA), que sintetiza toda alegislação vigente, oriunda da Lei do Ensino no

__________Recebido em 21/06/2005. Aceito em 05/10/2005.

Exército e das existentes no meio civil. Dessaforma, o objetivo deste trabalho é apresentar asistemática do processo de avaliação daaprendizagem, utilizada na Escola de EducaçãoFísica do Exército, dando ênfase à avaliaçãosomativa ou de resultados f inais. Comometodologia, foi real izada uma pesquisabibliográfica na legislação que trata sobre o assunto,bem como o aproveitamento de um ano deexperiência prática dos autores, no processo deavaliação da Escola. Diante disso, pôde-se concluirque a EsEFEx vem desenvolvendo um trabalhomuito bom no processo de avaliação, dando ênfasea questões relacionadas à prática diária que o alunoencontrará após sua formação, bem como aosparâmetros que regem a modernização do ensinono país e, principalmente, no Exército.

Palavras-chave: Processo de Avaliação, Ensino-Aprendizagem, Ensino no Exército.

THE PROCESS OF EVALUATION OF LEARNINGREALIZED AT THE PHYSICAL EDUCATION

SCHOOL OF THE ARMY (EsEFEx)

Abstract

The evaluation of learning, in its widest sense, isdirected to the identification, the analysis and thecomprehension of the steps passed through, or not,

by the students in their learning, resulting in theelaboration of value judgements regarding the student.As well as this, the application of varied instruments/procedures/techniques of evaluation is made possibleand a pedagogic analysis of student performanceduring carrying them out (NEIAE, 2000). In this sense,the School of Physical Education of the Army (EsEFEx)uses systematics in relation to the process of evaluation,making use of various instruments, coherent with themodernization of the process of teaching-learning.

For this the EsEFEx has a document entitledInternal Norms for Evaluation of Learning (INEL), which

4-9IIIII

Page 3: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5

synthesizes all current legislation, derived from theLaw of Teaching in the Army and those existing in thecivil area. So, the aim of this study is to present thesystematics of the process of evaluation of learning,used by the Physical Education School of the Army,giving emphasis to somative evaluation or to finalresults. As methodology, a bibliographic research wascarried out of the legislation that deals with the subject,as well as approval of a year's practical experienceby the authors in the evaluation process of the School.

Considering this, it can be concluded that the EsEFExhas developed very good work in the process ofevaluation, giving emphasis to questions related to thedaily practice that the student experiences afterformation, as well as the parameters which governthe modernization of teaching in the country and,principally, in the Army.

Key words: Process of Evaluation, Teaching-Learning, Teaching in the Army.

INTRODUÇÃO

Já em 1973, no Manual Programado para oTreinamento do Professor Universitário, doLaboratório de Ensino Superior da Faculdade deEducação da UFRGS, dizia-se que a avaliação é umtema de fundamental importância no contexto doensino. E, ainda, que não é somente um recurso decontrole das mudanças de comportamentoevidenciadas pelo aluno durante o processo deaprendizagem, mas, também, destaca-se como umrecurso de medidas de objetivos de ensino, demétodos, de conteúdos, de currículos, de programase das próprias habilidades do professor.

Segundo Bloom et al. (1973), existem três tiposbem característicos de domínios ou áreasfundamentais: o primeiro, chamado de cognitivo,inclui aqueles objetivos vinculados à memória ourecognição e ao desenvolvimento de capacidades ehabilidades intelectuais, ou seja, o domínio que estetrabalho visa explorar de maneira mais detalhada.Um segundo tipo, denominado afetivo, onde severificam as mudanças de interesse, atitudes evalores e o desenvolvimento de apreciações eajustamento, é um domínio que não tem umaformulação precisa. O terceiro, e não menosimportante, é chamado de psicomotor, ou seja,referente à área das habilidades manipulativas oumotoras.

Mais atualmente, Oliveira (2003) disse que osmétodos de avaliação ocupam, sem dúvida, espaçorelevante no conjunto das práticas pedagógicasaplicadas aos processos de ensino e aprendizagem.Tal relevância ocupa, nas universidades, proporçõesainda mais críticas, pois as expectativas em torno do

graduado (dele e da sociedade) são elevadas emúltiplas, ou seja, espera-se um homem culto, umprofissional competente e um indivíduo capaz deresolver problemas pertinentes a uma ou mais áreasde conhecimento. Diante disto, avaliar não pode seresumir à mecânica do conceito formal e estatístico.Não é somente atribuir notas, já que as avaliaçõesdevem ser instrumentos imprescindíveis à verificaçãodo aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, aomesmo tempo em que forneçam subsídios aotrabalho docente, direcionando o esforçoempreendido no processo de ensino e aprendizagem,de forma a contemplar a melhor abordagempedagógica e o mais pertinente método didáticoadequados à disciplina. As avaliações devemconsiderar, igualmente, o contexto no qual o grupoestá inserido e as condições individuais do aluno,sempre que possível.

Quando se fala em objetivos da avaliação, maisespecificamente, Miras e Solé (1996: 375)encontraram tais objetivos traçados em torno de duaspossibilidades: “emissão de um juízo sobre umapessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto,em função de distintos critérios” e “obtenção deinformações úteis para tomar uma decisão”. DeKetele (apud Miras e Solé, 1996:375) também exploraesse duplo aspecto, afirmando que avaliar significaexaminar o grau de adequação entre um conjunto deinformações e um conjunto de critérios adequadosao objetivo fixado, com o fim de tomar uma decisão.Por outro lado, Nérici (1977) afirmou que a avaliaçãoé encarada como uma etapa de um procedimentomaior, que incluiria uma verificação prévia. Para ele,a avaliação é um processo de ajuizamento,apreciação, julgamento ou valorização do que o4-9IIIII

Page 4: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

educando revelou ter aprendido durante um períodode estudo ou de desenvolvimento do processoensino-aprendizagem. E, por fim, Bloom et al. (1975)afirmam que avaliar significa adquirir e processarevidências a fim de melhorar o ensino e aaprendizagem, evidências que vão além do exameusual de papel e lápis.

Diante disso, este trabalho tem por finalidadeapresentar a sistemática do processo de avaliaçãoda aprendizagem utilizada na Escola de EducaçãoFísica do Exército, dando ênfase à avaliação somativaou de resultados finais.

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nosmanuais que regem os processos de avaliaçãoutilizados pela Escola de Educação Física do Exército(EsEFEx), bem como foi apreciada a experiênciaprática dos autores, que trabalharam neste processodurante o período de um ano efetivamente.

Descrição geral do processo de avaliação daEsEFEx

O processo de avaliação da EsEFEx busca,dentre outras coisas, ser contínuo (acontecer ao longode todo o processo ensino-aprendizagem),sistemático (ato intencional, consciente e planejadoe nunca improvisado, claro quanto às suas finalidadese aos instrumentos utilizados), integral (domínioscognitivo, afetivo e psicomotor), estar ao alcance dosobjetivos (de acordo com o perfil profissionaldelineado), inclusivo (permitir que o professor faciliteao aluno nova chance de aprendizagem: arecuperação), ser abrangente e cooperativo (atuaçãoativa de todos os elementos do processo ensino-aprendizagem, proporcionando feedback mútuo eauto-avaliação).

Quanto à operacionalização do processo, éimportante ressaltar a importância para a EsEFEx dosalunos saberem, desde o início do curso, aspectosquanto aos pressupostos das avaliações, tais comodatas, instrumentos e formas, objetivos educacionaispropostos (chamamos de PLADIS – Plano de Disci-plinas), e, não menos importante, como será feito oacompanhamento dele (o aluno) durante todo o pro-cesso.

Para isso, além de contar com a Subseção deAvaliação, a Seção Técnica de Ensino conta, também,com a Seção Psicopedagógica e com o apoio,fundamental e decisivo, de um psicólogo com largaexperiência, bem como com o auxílio de um oficialgraduado em Estatística, responsável por fazer oacompanhamento, na prática, das pesquisas deopinião dos discentes, docentes e disciplinas. Issopermite que o feedback possa ser dado a todos osque participam do processo ensino-aprendizagem.

A EsEFEx segue as Normas Internas paraAvaliação da Aprendizagem, documento oriundo ebaseado na Lei do Ensino no Exército, noRegulamento da Lei do Ensino no Exército, noRegulamento de Preceitos Comuns aosEstabelecimentos de Ensino do Exército, nos Critériospara Avaliação da Aprendizagem, no Manual doInstrutor, no Regulamento da Escola de EducaçãoFísica do Exército, nas Normas para AvaliaçãoEducacional, nas Normas para Elaboração e Revisãode Currículos e nas Normas para Elaboração dosInstrumentos da Avaliação Educacional.

A EsEFEx adota três tipos de avaliação paratodas as disciplinas: Avaliação Diagnóstica, AvaliaçãoFormativa e Avaliação Somativa, bem como arealização da retificação da aprendizagem e arecuperação, em caso de não se obter a médiaconsiderada mínima de aprovação.

Avaliação Diagnóstica (AD)

Também chamada de “sondagem”, tem porobjetivo determinar o nível em que um discente (tur-ma, curso ou série) domina os objetivos previstos aoiniciar um curso, disciplina, unidade didática (UD) ouassunto. Deve ser, logicamente, realizada antes doinício da disciplina, UD ou assunto, com o objetivo,dentre outros, de conhecer a situação sócio-afetivado discente, verificar seus conhecimentos em rela-ção aos objetivos de ensino fixados para os cursos,identificar os pré-requisitos e habilidades necessáriasàs novas aprendizagens, dependendo do objetivo eárea focalizados.

As principais modalidades de AD, realizadaspela EsEFEx, são os Questionários, os ExamesMédicos e os Testes Físicos. No primeiro, os alunosrespondem a uma série de perguntas sobredeterminado tema, para que sejam coletados dados

4-9IIIII

Page 5: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7

relativos a habilidades e conhecimentos adquiridospreviamente. Esta responsabilidade de execuçãopode ser da Seção Técnica de Ensino ou do própriodocente interessado. Com relação aos examesmédicos, nada mais são do que exames clínicos,laboratoriais e odontológicos, visando avaliar,diagnosticamente, a saúde física dos discentes. Éde extrema importância a apresentação destesexames no início do curso, bem como durante arealização dele, pois a quantidade de avaliaçõesfísicas exigidas, depende muito de, no mínimo, boasaúde dos discentes.

E, por último e não menos relevante, os TestesFísicos, que são provas que visam avaliar,diagnosticamente, o preparo físico do discente,dentro de índices pré-estabelecidos. Estes índicessão conhecidos pelos candidatos com muito tempode antecedência, pois estão publicados emregulamentos ostensivos e amplamente divulgadosdentro do Exército. Tais testes são realizadosaproximadamente quatro a cinco meses antes doinício do curso e, por fim, novamente realizados naprimeira semana deste.

Não se pode esquecer que este tipo deavaliação deve ser realizada, sempre que possível,durante o curso, antes, durante e depois de umadisciplina qualquer, de um teste físico, ou,simplesmente, de uma unidade didática ou assuntoda disciplina considerada, sendo fundamental paraverificar como os alunos estão e os acompanhar damelhor forma durante todo o processo.

Avaliação Formativa (AF)

Também chamada de “acompanhamento”, poissegue todo o processo de ensino-aprendizagem. Estaavaliação é diária e contínua, permitindo o rápidoretorno de como se está processando aaprendizagem (interação docente/discente),propiciando mudança imediata de rumos quando oresultado esperado não é atingido.

Além de ser feita diariamente, a EsEFEx, maisespecificamente o psicólogo que gerencia oprocesso, registra esta avaliação num programachamado “SISFRAD”, que é um sistema de registrode fichas de avaliação do discente, onde o docente,de seu computador, em sua sala, inclui as avaliaçõesrealizadas num determinado dia, sejam elas

aval iações de aulas prát icas, teór icas ou,simplesmente, avaliações de qualquer situaçãoem que o discente esteja envolvido no processoensino-aprendizagem. Isso permite, eficientemente,o acompanhamento imediato dos discentes por partedo Diretor de Ensino, Subdiretor, Chefe da SeçãoTécnica de Ensino, enfim, de todos que participamdo processo, proporcionando, dentre outras coisas,informações detalhadas sobre o rendimento daaprendizagem, levando o discente a se prepararmais adequadamente. Dessa forma, o aluno éestimulado a se esforçar nos estudos mais amiúde,bem como a refletir sobre sua própria aprendizagem,mantendo-se motivado a continuar investindoesforços para atingir níveis de aprendizagem maiscomplexos, tornando-se cada vez mais capaz dechegar ao final do curso com êxito, dominando osconteúdos essenciais.

Ao realizar a SISFRAD, o docente é orientadoa ser o mais imparcial possível, registrar emmomento oportuno as informações e utilizar critériospara que a observação seja mais fidedigna.

Outras formas de se avaliar, neste sentido,adotadas pela EsEFEx, são exercícios do tiporedação, perguntas, problemas e técnicas de ensino,como estudo dirigido e trabalhos em grupo. Tambémsão essenciais as reuniões do Conselho de Ensino,composto pelo Subdiretor de Ensino, pelo Chefe daDivisão de Ensino, pelo Chefe da Seção Técnica deEnsino, pelo Chefe da Seção Psicopedagógica, peloInstrutor Chefe dos Cursos e pelos Chefes de Seçãode Ensino, bem como pelos docentes relacionadoscom os assuntos em pauta.

Avaliação Somativa (AS) - síntese

A partir de agora, chamaremos “D” ao dia previstopara a realização da avaliação propriamente dita. Comisso, segundo a NIAA (Normas Internas para Avaliaçãoda Aprendizagem), o processo de avaliação se iniciaquarenta e cinco dias antes do dia “D”, quando aSeção Técnica de Ensino disponibiliza uma pasta,contendo um modelo de barema, onde o instrutor-professor atribui um nível de dificuldade para cadaquestão, bem como um tempo aproximado para arealização destas, perfazendo um tempo estimadototal de prova, que, normalmente, não deve ultrapassarnoventa minutos de duração. Além disso, recebe um

4-9IIIII

Page 6: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

modelo de Ficha de Orientação de Estudos, quedeverá ser preenchida com as Unidades Didáticas(UD), assuntos e peso de cada questão, assim comocom orientações diversas quanto a fontes de consultasque o aluno poderá levar para o dia da realização daavaliação. E, por fim, o instrutor-professor tem à suadisposição um modelo de avaliação realizada em anosanteriores, não com o objetivo de serem repetidasas questões, visto que a avaliação deve ser inéditaquanto às perguntas elaboradas, mas somente parase ter uma idéia global de como elaborar umaquestão clara, concisa e, principalmente,contextualizada.

Ainda, segundo as NIAA, quinze dias antes dodia “D”, o instrutor-professor deve entregar à SeçãoTécnica de Ensino uma proposta de prova e aconfecção daqueles documentos, acima citados,constantes da pasta.

Uma interessante observação dentro desteprocesso é a forma como as questões são pontuadas,ou seja, para cada “idéia”, dentro de uma questão, éatribuído um “escore”. A quantidade total de escorescorresponde a cem por cento da prova.Exemplificando: questão número um de uma provaqualquer tem cinco idéias; questão dois, sete idéias;e questão três, oito idéias; perfazendo, assim, umtotal de vinte “escores”, que correspondem a cempor cento. Utilizando-se uma regra de três simplescom a quantidade de acertos obtidos, chega-se à notafinal da avaliação.

Entre quinze e dez dias antes do dia “D”, aavaliação deve ser analisada tanto pela Seção Técnicade Ensino (STE), quanto pela Chefia da Divisão deEnsino, com relação aos aspectos técnicos deelaboração e de conteúdo das disciplinas. Para isso,a comunicação Instrutor – STE – Diretor de Ensinose torna facilitada, sendo prioridade neste período.

A partir da aprovação pelo Diretor de Ensino, aavaliação deve ser impressa e guardada em cofre,sendo, paralelamente, distribuída aos discentes aFicha de Orientação de Estudos, já mencionada.

O gabarito da prova deve ser, também,elaborado e apresentado à STE e ao Diretor deEnsino, normalmente antes deste período.

Não se pode esquecer que a maioria dasdisciplinas cursadas na EsEFEx necessitam e estãoprevistas no PLADIS, possuindo performances quepodem ser técnicas ou com obtenção de índices.

Paralelo a todos estes acontecimentos, duranteo ano de instrução, os discentes realizam o ProjetoInterdisciplinar, chamado popularmente de “trabalhode fim de curso”, que consiste em uma situação-problema que simule uma atuação do discente comoprofissional, buscando a aproximação com arealidade, tomando por base o que preconiza o perfilprofissiográfico dos concludentes dos cursos daEsEFEx. Participam do processo uma equipe docente,assessorada pela Seção Técnica de Ensino, daí seucaráter interdisciplinar. Tudo isso com o objetivo deexecutar um projeto relacionado ao que se aprendedurante o curso, direcionar para resolução deproblemas práticos da área esportiva, intensificandoa atividade reflexiva e a iniciativa. Além disso, permiteinserir o aluno na pesquisa científica, proporcionandosua atualização a novos temas, a interdisciplinaridadee a oportunidade de escrever um artigo original,baseado em pesquisa de campo, que com as devidascorreções dos orientadores, supervisor e banca,constituída de três professores (no mínimo de graumestre), externos à Escola, será enviado a umperiódico científico, a fim de ser publicado.

Retificação da aprendizagem

Este importante processo é realizado,aproximadamente, duas a três semanas após arealização da avaliação somativa, onde o instrutor-professor utiliza dois tempos de aula para realmenteretificar os principais aspectos observados nacorreção da avaliação, com ênfase naqueles em queos discentes não obtiveram um resultado esperado,proporcionando, da mesma maneira que o tempo deprova, nova oportunidade de aprendizado ao aluno.

Recuperação da aprendizagem

Consiste na realização de atividades de ensinopara o discente que não alcançar a nota mínima deaprovação nas disciplinas dos cursos.

É realizada sob a forma de estudo dirigido, emsala de aula, seguindo um plano de estudos elaboradopelo instrutor-professor, durante período determinadopela Divisão de Ensino, sob a orientação da Seçãode Ensino, responsável pela disciplina, sem prejuízodas atividades normais dos cursos.

4-9IIIII

Page 7: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 9

CONCLUSÃO

Pode-se concluir, diante da apresentação desteprocesso de avaliação, que a Escola de EducaçãoFísica do Exército consegue fazer suas avaliações deuma forma coerente, detalhista, segura e ciente de todoo processo de ensino-aprendizagem, assunto tão emvoga atualmente, pois utiliza vários profissionais da áreade ensino, trabalhando juntos e/ou em consonância,de acordo com cada fase do processo.

Além disso, apresenta um cuidado todo especialem relação à cada item de avaliação, de forma que oentendimento, pelo aluno, seja o mais claro possível,sugerindo que as questões sejam as mais práticas epróximas da realidade, a fim de que o discente possacompreender e adquirir experiências ao realizar aavaliação.

Outro item, não menos importante, é a idéia deque o aluno aproveite todos os momentos para a

aprendizagem, inclusive o momento da avaliação, fatoeste que não era dado o devido valor antigamente.

Diante disso, a EsEFEx pode ser consideradauma Escola de Educação Física que proporciona,tanto aos discentes, quanto aos docentes, umaoportunidade de crescimento profissional ímpar,moderna e flexível, deixando o profissional formado,não só com níveis básicos de conhecimento, mas,também, crítico e disposto a buscar cada vez mais oaperfeiçoamento.

Endereço para correspondência:Marco Antonio Muniz Lippert

Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - UrcaRio de Janeiro - RJ - Brasil

CEP 22291-090 Tel 55 21 25433323

e-mail: [email protected]

BLOOM BS, ENGELHART MD, FURTS EJ, HILL WH,KRATHWOHL DR. Taxionomia de objetivoseducacionais. Ed Globo: Porto Alegre, 1973.

BLOOM BS, HASTINGS JT, MADAUS GF. Evaluacióndel aprendizaje. Buenos Aires: Troquel, 1975.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM –Portaria nº 46/DEP, de 06 Ago 99.

LABORATÓRIO DE ENSINO SUPERIOR DA FACULDADEDE EDUCAÇÃO DA UFRGS. Planejamento e organizaçãodo ensino. Ed Globo: Porto Alegre, 1981

LEI DO ENSINO NO EXÉRCITO – Lei nº 9.876, de 08 Fev 99.

MANUAL DO INSTRUTOR (T21-250) – Portaria nº 092– EME, de 26 Set 97.

MIRAS M, SOLÉ I. A evolução da aprendizagem e aevolução do processo de ensino e aprendizagem. In:COLL C, PALACIOS J, MARCHESI A. Desenvolvimentopsicológico e educação: psicologia da educação. PortoAlegre: Artes Médicas, 1996.

NÉRICI IG. Metodologia do ensino: uma introdução. SãoPaulo: Atlas, 1977.

NORMAS PARA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL (NAE) –Portaria nº 101 – DEP, de 28 Dez 00.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO E REVISÃO DECURRÍCULOS (NERC) – Portaria nº 103 – DEP, de 28Dez 00.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOSDA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL (NEIAE) – Portarianº 104 – DEP, de 28 Dez 00.

OLIVEIRA GP. Avaliação formativa nos cursossuperiores: verificações qualitativas no processo deensino-aprendizagem e a autonomia doseducandos. Revista Iberoamericana de Educación(ISSN: 1681 – 5653), 2003.

REGULAMENTO DA LEI DO ENSINO NO EXÉRCITO –Decreto nº 3.182, de 23 Set 99.

REGULAMENTO DE PRECEITOS COMUNS AOSESTABELECIMENTOS DE ENSINO DO EXÉRCITO(R-126) – Portaria nº 549, de 06 Out 00, do CmtExército.

REGULAMENTO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICADO EXÉRCITO (R-168).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4-9IIIII

Page 8: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

1 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

__________Recebido em 09/08/2005. Aceito em 21/09/2005..

COMO IMPLANTAR UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICANA EMPRESA: SUGESTÃO SEM IMPOSIÇÃO

José Maurício Capinussú

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Resumo

O trabalho em causa aborda a práticaesportiva na empresa, expediente existente hámuito tempo em países da Europa e da Ásia,posteriormente adotado pelos Estados Unidos,chegando ao Brasil na segunda metade doséculo passado, part icularmente na regiãoSudeste e Sul – São Paulo, Paraná e Rio Grandedo Sul. O modelo foi adotado, mais tarde, no Riode Janeiro, como uma forma de proporcionarlazer e atividade física ao corpo funcional daempresa, desde o executivo até o simples

cont ínuo, mui tas vezes es tendendo es tebenef íc io aos fami l ia res . Neste t raba lho,procedemos a uma sugestão, em forma deproposta, cujo aproveitamento pode variar deacordo com as características da instituição,sem que estejamos oferecendo um projeto, cujaelaboração necessitaria, obviamente, de maiordeta lhamento, o que não é o caso destaproposta. Digamos que seja uma intenção deprojeto.

Palavras-chave: Prática Esportiva, Atividade Física,Lazer, Empresa.

HOW TO IMPLANT A PHYSICAL ACTIVITYPROGRAM IN A COMPANY: SUGGESTION

WITHOUT IMPOSITION

Abstract

This work deals with the practice of sport in thecompany, an expedient that has existed for a longtime in European and Asian countries, lateradopted in the United States, and arriving inBrazil in the second half of the past century,particularly in the South West and Southernregions – São Paulo, Paraná and Rio Grande do

10-13I

Sul. The model was adopted, later, in Rio deJaneiro, as a way to proportion leisure andphysical activity to the functional body of thecompany, from the executive to the simplestemployee, often extending the benefits to familymembers. In this study, we proceed with asuggestion, whose approval may vary with thecharacteristics of the institution, without offeringa project, whose elaboration would, obviously,need greater detail, which is not the case withthis proposal. We could say that this is thesuggestion for a project.

Key words: Sport Practice, Physical Activity, Leisure,Company.

Page 9: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 1 1

INTRODUÇÃO

Ao produzir sua obra “Homo Ludens”, Huizinga(1968) já afirmava que depois do “Homo Faber” e,talvez no mesmo nível, do “Homo Sapiens”, aexpressão “Homo Ludens” merece uma atençãoespecial, pois o jogo constitui-se no fato mais antigoda cultura.

O esporte, segundo Lüschen e Weiss (1979),não é diretamente necessário para a vida do indivíduo,nem para a sociedade, embora possua muitascaracterísticas do jogo. Entretanto, pela dimensão queassumiu na sociedade contemporânea, o esportepassou a ser concebido como uma ação socialrevestida de muitos significados simbólicos. Suaimportância chegou a tal nível que o renomado esaudoso pensador espanhol José Maria Cagigal(1972) produziu um substancial trabalho - “Deporte,Pulso de Nuestro Tiempo”. Ainda Cagigal, responsávelpor uma parte do livro “Los estudios de un joven dehoy”, dedicado ao Príncipe de Astúrias, Don Felipede Bourbon y Grecia, afirma que o esporte é umaconduta intensamente motivante, praticada muitomais por convicção racional, onde o gosto, o prazere até a necessidade psicológica estão presentes.Neste importante depoimento, Cagigal mostra que oesporte facilita a relação humana espontânea, apesardos estereótipos sociais, o que não deixa de ser umavariável de resistência contra a crise de relações dasociedade contemporânea.

Por outro lado, o próprio avanço dos meios decomunicação de massa trataram de difundir oesporte, aumentando o interesse da populaçãomundial pela prática esportiva e pelos resultados dascompetições internacionais. Nacionalmente, osdesdobramentos naturais dessa difusão foramjustamente novos segmentos de atividadesesportivas. Entre esses novos segmentos está aprática esportiva em empresas. No mundo atual, cadavez mais crescem as estatísticas das empresas que seutilizam do esporte como uma de suas atividades-meio.Os propósitos variam (propaganda, demanda dosfuncionários, competição com outras empresas, etc.),mas o fato é que, embora com cartas de intençõesdiferentes, a cada dia aumenta o apelo para que oesporte se torne uma opção das mais usuais nasempresas, de um modo geral. E, no caso brasileiro,talvez pelo sucesso de algumas empresas pioneiras,

esta investida não é diferente, principalmente peloapoio de uma legislação séria e viável, a ser criadajustamente para incentivar essa chegada empresarialao esporte.

JUSTIFICATIVA

Foi possível observar nas últimas linhasintrodutórias que o esporte passou a ser, ao mesmotempo, meio e fim nas empresas brasileiras. Semdúvida, a modalidade dos recursos nas empresasnacionais permitiu que a criatividade gerencialconseguisse propiciar possibilidade de investimentono campo esportivo, sem desequilibrar osorçamentos. Hoje, é possível constatar a iniciativavitoriosa de várias empresas que conseguemprojeção marcante no contexto esportivo,contribuindo efetivamente para fixar uma imagemnotável na comunidade brasileira. Na verdade, asempresas deixaram aquela imagem anterior decrescente produção e lucro, para outra, de maioralcance em termos de aceitação: a imagem daprestação de serviços a um determinado setor dasociedade, no caso, do esporte.

A empresa, contando com um quadronumeroso de funcionários, ao ser estimulada aseguir o caminho de outras empresas, não poderásimplesmente copiar a iniciativa dos outros.Imaginemos, então, uma instituição financeiramentefirme, bem consolidada, que mantenha contato coma população de vários estados e que, através dosseus serviços, necessita dinamizar a práticaesportiva de seus funcionários, o que pode seviabilizar com boas instalações e um trabalhopedagogicamente honesto e bem orientado, indo deencontro à necessidade do seu corpo funcionalquanto à prática da atividade física. Sob esteaspecto, as possibilidades se ampliam pelaviabilidade de competições internas, escolinhasdesportivas para os dependentes dos funcionáriose colônias de férias, além de esquemas específicosde avaliação funcional e programas de aptidão físicapara os funcionários dos chamados escalõessuperiores.

Assim, a proposta justifica-se plenamente peloalto teor social que a envolve, o que, sem dúvida,poderá provocar uma nova imagem da própriaempresa.

10-13I

Page 10: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

1 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

OBJETIVOS

A presente proposta tem como objetivos:

Aumentar a prática esportiva pelos funcionários

Oferecer possibilidades de atividades físicaspara os funcionários e seus dependentes, de formaorganizada.Para que esse objetivo possa seralcançado, deverão ser enfatizados os seguintesobjetivos específicos:

_ Organizar uma Olimpíada Interna Anual para osfuncionários da empresa, com o maior número deesportes possível;

Observação: Essa competição deverá ser regidadentro dos códigos oficiais esport ivos(regulamentos), através do cumprimento dehorários, de uma disciplina desejável e, ainda,utilizando-se equipes de arbitragens requisitadasnas respectivas federações;

_ Criar escolinhas esportivas para os filhos defuncionários nas instalações das empresas, casoestas possuam dependências destinadas aoesporte, ou firmando convênios com outrasinstituições ;

Observação: A gratuidade ou não nessasescolinhas deverá ser decidida posteriormente.

_ Organizar equipes esportivas, objetivandoreforçar a imagem externa da empresa;

_ Planejar e organizar colônias de férias para osfuncionários e seus dependentes;

_ Desenvolver programas de aptidão física para osexecutivos, com devido controle técnico e médico;

_ Incentivar e organizar programas de atividadefísica permanente para os funcionários e seusdependentes; e

_ Planejar a viabilização do ensino de lutasmarciais: judô, jiu-jitsu, karatê, com objetivoseducacionais.

RECURSOS

Recursos Materiais

_ Instalações

Deverão ser utilizadas as próprias instalaçõesesportivas das empresas, que poderão seracrescidas de algumas adaptações julgadasnecessárias para o alcance dos objetivos;

_ Material Diverso

Para a prática de esportes como o futebol,futsal, basquetebol e voleibol, torna-se necessária acompra de material capaz de atender à demanda(bolas, redes). Também é indispensável a aquisiçãode material para as salas de musculação e deginástica (pesos, barras, modulados, bancos,esteiras-rolantes, bicicletas ergométricas,colchonetes, espelhos, aparelhagem de som,etc).

Recursos Humanos

_Técnicos e Professores

Será necessária a contratação de técnicos(professores) para o desenvolvimento e alcance dosobjetivos propostos, a saber:

a) Um Coordenador-geral: responsável pelacoordenação de todas as atividadesesportivas da empresa;

b) Técnicos (professores) : responsáveispelas futuras equipes representativas daempresa, além de coordenarem todas asatividades referentes às modalidades pelasquais respondem;

c) Estagiários: recrutados junto às escolassuperiores de Educação Física, os quaisauxiliarão diversos sub-programas previstosneste plano;

d) Funcionários diversos: exercerão atividadesem serviços burocráticos (secretaria,tesouraria,etc.).

10-13

Page 11: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 1 3

IMPLANTAÇÃO

Viabilização

A viabilidade do plano poderá ser efetuadaatravés da alocação de recursos financeiros daprópria empresa e do aproveitamento de suasprópr ias instalações esport ivas. Esseaproveitamento poderá ser operacionalizadoatravés da contratação de uma f i rmaespecializada, que, por prescrições estabelecidasem contrato, dest inar ia um percentual daarrecadação mensal (das escolinhas, colônias deférias, etc.) para a empresa.

Filosofia de seleção de Técnicos, Professorese Estagiários.

Os técnicos e professores a seremenvolvidos no desenvolvimento do plano serãosempre prof issionais de Educação Física,formados em escolas superiores. Os estagiáriosserão regularmente selecionados em escolas deEducação Física.

Essa premissa deverá ser mantida, apesardas possíveis pressões para utilização de ex-at letas e opções paternal istas, masdesqualificadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme explicitado anteriormente, estetrabalho trata-se de uma sugestão, que poderásofrer as devidas modificações de acordo com asdisponibilidades da empresa. Deve ser observadoque não propomos nenhuma forma definanciamento ao projeto, a não ser a alocação derecursos da empresa, assunto que deverá sertratado a partir do instante em que a proposta foraceita. Pode-se sugerir a inserção de percentuaisem favor do projeto, oriundos das receitas dasatividades sociais (festas, bingos ou eventosmusicais) e até um desconto na folha (pequeno,é bem verdade) do corpo funcional, expediente quedeverá ser antecedido por uma consulta muito bemjust i f icada pela direção da empresa, comargumentos sól idos e procedentes. Esteargumento deve enfatizar a necessidade docondicionamento físico, seus benefícios e a práticaesportiva como elemento de higiene mental paraaquele que se dedica integralmente ao trabalho.

Endereço para correspondência:Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - Urca

Rio de Janeiro - RJ - BrasilCEP 22291-090

Tel 55 21 25433323e-mail: [email protected]

CAGIGAL JM. Deporte, Pulso de Nuestro Tiempo.Barcelona: Saviat, 1972.

HUIZINGA J. Homo Ludens. Barcelona: EditoresEmecé, 1968.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LÜSCHEN S, WEISS K. Sociologia del Deporte.Valladolid: Ed Minnõn, 1979.

10-13I

Page 12: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

1 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

PERFIL DERMATOGLÍFICO E SOMATOTÍPICO DE CICLISTASDE ALTO RENDIMENTO DO BRASIL

Walter Tuche1, Edesio Fazolo1, Marcio Assis1, Paulo M. Silva Dantas2, José Fernandes Filho3

1 PROCIMH - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana daUniversidade Castelo Branco - RJ - Brasil

2 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Saúde daUFRN - RN - Brasil; Unigranrio - RJ - Brasil

3 EEFD/UFRJ; PROCIMH - RJ - Brasil

Resumo

As primeiras competições de ciclismo surgiramem 1868, tendo o ciclismo participado dos primeirosjogos olímpicos da Era Moderna, em 1896, na Grécia.Desde então, este esporte não parou de evoluir, sendoa União Ciclística Internacional o órgão normativo dascompetições de ciclismo no mundo. Dentre asdiversas modalidades do ciclismo, destacamos ociclismo de estrada como sendo o nosso foco doestudo, através de seus praticantes. A presentepesquisa teve como objetivo identificar o perfildermatoglífico e somatotípico de atletas de ciclismode estrada, do sexo masculino, categoria elite de altorendimento, do Brasil. Para tanto, compuseram aamostra 18 ciclistas de duas das melhores equipesdo ranking nacional e dois ciclistas profissionais,participantes do circuito europeu. Os protocolos

utilizados para esta investigação foram: Somatotipo(Heath & Carter, 1990) e Dermatoglifia (Cummins &Midlo, 1942). Foram observados: quanto à idade 26,8± 3,9 anos, peso corporal 70,1 ± 6,2 Kg e estatura176,6 ± 5,8 cm; quanto às característicasdermatoglíficas: arco (A) = 10%, presilha (L) = 62%,verticilo (W) = 28%, somatório da quantidade totalde linhas (SQTL) = 114,8 ± 38,21 e o índice delta(D10) = 11,8 ± 3,43; e, quanto aos componentes dosomatotipo, os valores encontrados foram:endomorfia 2,2 ± 0,8, mesomorfia 4,7 ± 1,0 eectomorfia 2,6 ± 0,9, caracterizando o grupo comomesomorfo balanceado. A aplicabilidade prática dadermatoglifia e da somatotipia poderá auxiliar aevolução do esporte à excelência.

Palavras-chave: Ciclismo, Dermatoglifia,Somatotipo.

DERMATOGLYPHIC AND SOMATOTYPICPROFILE OF HIGH PERFORMANCE

CYCLISTS OF BRAZIL

Abstract

The first cycling competitions arose in 1868, withcycling participating in the first Olympic Games of theModern Era, in 1896, in Greece. Since then, this sport

has not ceased to develop, following the InternationalCycling Union, the normative organ of cyclingcompetitions throughout the world. Among the variouscycling modalities, we emphasize road cycling as thefocus of our study, through its practitioners. Thecurrent study aims to identify the dermatoglyphic andsomatotypic profile of road cycling athletes, of themale sex, in the elite category, of high performancein BrazilFor this purpose a sample of 18 cyclists, whocompose the two best teams in national ranking and

__________Recebido em 20/09/2005. Aceito em 04/10/2005.

14-19I

Page 13: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 1 5

INTRODUÇÃO

As primeiras competições de ciclismo surgiramem 1868, tendo o ciclismo participado dos primeirosjogos olímpicos da Era Moderna, em 1896, na Grécia.Desde então, este esporte não parou de evoluir, tendoa União Ciclística Internacional como órgão normativodas competições de ciclismo no mundo.

Dentre as diversas modalidades do ciclismo,destacamos o ciclismo de estrada como sendo onosso foco do estudo através de seus praticantes.

A somatotipia vem sendo amplamenteestudada em diferentes setores da pesquisa, naobservação e suas relações com a performance(Fernandes Filho, 2003: 389).

No campo da dermatoglifia, que consiste eminterpretar desenhos ou padrões dermatoglíficos ve-rificados nos dez dedos das mãos, diversos estudostêm sido desenvolvidos no Brasil, dentre os quaispodemos destacar Silva Dantas (2001), Medina(2002), Anjos (2003), Pinheiro da Cunha (2005), as-sociados à orientação, seleção esportiva e prescri-ção do treinamento.

Na literatura nacional, pouco se encontra a res-peito de estudos científicos no campo do ciclismo,demonstrando uma carência nesta área do saber.

Assim, o presente estudo demonstra as carac-terísticas dermatoglíficas e somatotípicas do ciclistade estrada de alto rendimento do Brasil, característi-cas relevantes que possibilitam identificar a qualifi-cação dos atletas e auxiliar na orientação e seleçãoesportiva.

Segundo Medina (2002), o conhecimento dascaracterísticas de um esporte parece propiciar aaplicação adequada das estratégias queinfluenciariam em seu melhor rendimento.

Desta forma, vemos que as característicasdermatoglíficas, como marcas genéticas, bem comoo somatotipo, são considerados indicativos a seremutilizados, tanto no que se refere à performanceatlética, quanto na compreensão morfofuncional doatleta.

METODOLOGIA

O universo do presente estudo foi formado porciclistas profissionais das duas primeiras equipesclassificadas no ranking brasileiro em 2004 (18indivíduos) e ciclistas profissionais brasileiros (doisindivíduos) participantes do circuito mundial, assimcaracterizados: idade: 26,8 ± 3,9 anos; peso corporal:70,1 ± 6,2 kg; e estatura 176,6 ± 5,8 cm.

Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Éticada Universidade Castelo Branco, com o intuito decumprir as determinações prescritas na Resoluçãono 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, queaprovou as diretrizes e normas regulamentadoras depesquisas envolvendo seres humanos.

A avaliação dermatoglífica proposta emCummins & Midlo (1943), e descrita em Silva Dantas(2004), foi utilizada nesta pesquisa, incluindo aobtenção das impressões digitais e posteriorprocessamento. Para tanto, utilizou-se papel próprioe almofada especial para impressões digitais ColetorImpress® (2003).

O método de coleta das impressões digitais éassim descrito:

_ Procede-se à obtenção das impressõesdigitais utilizando-se a almofada para sujar toda a áreadas falanges distais de cada dedo. As falanges têmque ser cobertas com a tinta de lado a lado (valar eulnar) até as unhas. Em seguida, apóia-se a falange

two professional cyclists taking part in the EuropeanCircuit, was formed. The protocols used for thisenquiry were: Somatotype (Heath & Carter, 1990) andDermatogliphy (Cummins & Midlo, 1942). The samplewas: 26,8 ± 3,9 years of age, body weight 70,1 ± 6,2Kg and stature 176,6 ± 5,8 cm; regarding thedermatoglyphic characteristics: arch (A) = 10%, loop(L) = 62%, verticil (W) = 28%, sum total of totalnumber of lines (SQTL) = 114,8 ± 38,21 and the delta

indice (D10) = 11,8 ± 3,43; and regarding thecomponents of the somatotype, the values foundwere: endomorphy 2,2 ± 0,8, mesomorphy 4,7 ± 1,0and ectomorphy 2,6 ± 0,9, characterizing the groupas balanced mesomorphic. The practical applicabilityof dermatoglyphy and of somatotypy could help theevolution of the sport to excellence.

Key words: Cycling, Dermatoglyphy, Somatotype.

14-19I

Page 14: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

1 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

imediatamente (lado da ulna) no papel e rota-se, emseu eixo longitudinal, até o lado lateral (rádio), tendo ocuidado de não borrar a impressão.

_ Este processo é repetido, com cada um dosdedos, começando com o dedo mínimo (cinco) eterminando com o dedo polegar (um).

Após a obtenção das impressões digitais, há oprocessamento preliminar de sua leitura, cujo métodopadrão é o que se segue:

_ Arco “A” - desenho sem deltas - ausênciade trirrádios ou deltas, se compõe de cristas queatravessam, transversalmente, a almofada digital.

_ Presilha “L” - desenho de um delta - possui umdelta. Desenhos meio fechados, em que as cristas dapele começam de um extremo do dedo, encurvam-sedistalmente em relação ao outro, e não se aproximamdaquele.

_ Verticilo “W” - desenhos de dois deltas -contêm dois deltas. Figura fechada. As linhas centraisconcentram-se em torno do núcleo do desenho.

_ Quantidade de linhas (QL) - a quantidade delinhas das cristas de pele, dentro do desenho, écontada segundo a linha que liga o delta ao centro dodesenho, sem levar-se em consideração a primeirae a última linha da crista.

Devemos observar, após a coleta de dados,a quantidade dos desenhos de tipos diferentes paraos 10 (dez) dedos das mãos; a somatória daquantidade total de linhas (SQTL), que é a somada quantidade de linhas nos 10 (dez) dedos dasmãos; o índice delta (D10) que é obtido seguindo asoma de deltas de todos os desenhos, onde no arcoA é sempre (0), na presilha L é (1) (um delta) e noverticilo W e S desenho é (2) (dois deltas), sendoassim, D10 = ∑ L + 2 ∑ W, e os tipos de fórmulasdigitais que indicam a representação nos indivíduosde diferentes tipos de desenhos, sendo ao todonove tipos de fórmulas digitais: 10A – presença de10 arcos; 10L - presença de 10 presilhas; 10W -presença de 10 verticilos; ALW- presença de arco,presilha e verticilo, em qualquer combinação; AL -presença e arcos e presi lhas em qualquercombinação; AW - presença de arcos e verticilosem qualquer combinação; L=W - presença depresilha e verticilo, na mesma proporção; L>W -presença de presilha e verticilo, com a condiçãode que o número de presilhas seja maior que cinco;W>L - presença de presilha e verticilo, com a

condição de que o número de verticilos seja maiorque cinco.

Os índices de somatotipo foram obtidos pelométodo somatotipológico de Heath & Carter (1990:352), permitindo um estudo apurado sobre o tipofísico de cada modalidade esportiva. Ainda,segundo Heath & Carter (1990: 371), o métodopossui r acima de 0,90, constituindo-se umexcelente e seguro método de avaliação,classif icando os indivíduos em relação àendomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

Para a obtenção destes índices, foram utilizadosos protocolos de medidas de peso corporal, estatura,perímetro de braço direito contraído corrigido, perímetrode perna direita corrigida, dobras cutâneassubescapular, triciptal, supraespinhal e panturrilhamedial, diâmetros ósseos biepicondiliano umeral ebicondiliano femural, descritos em Fernandes Filho(2003: 31). O instrumental utilizado foi: balançamecânica, marca Filizola (2001); compasso de dobrascutâneas, marca Lange, Beta Technology IncorporatedCambridge, Maryland (2002); estadiômetro, marcaSanny (2002); fita antropométrica de metal flexível,marca Sanny (2003) e paquímetro, marca Mitutoyo(1990).

RESULTADOS

Para os tipos de desenho arco “A”, presilha “L”e verticilo “W” (TABELA 1), o somatório da quantidadetotal de linhas (SQTL) e o índice delta (D10) (TABELA2), encontramos os seguintes valores: arco (A) = 10%,presilha (L) = 62% , verticilo (W) = 28%, somatórioda quantidade total de linhas (SQTL) = 114,8 ± 38, 2,e o índice delta (D10) = 11,8 ± 3,4.

TABELA 1VALORES MÉDIOS E SEUS DERIVADOS PARA

OS TIPOS DE

N - população; *X – média

14-19I

Page 15: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 1 7

TABELA 2VALORES MÉDIOS E SEUS DERIVADOS PARA D10 E SQTL

N - população; S - desvio padrão; *X - médiaD10 - índice delta; SQTL - somatório da quantidade total de linhas

A distribuição das fórmulas digitais do grupopode ser observada na FIGURA 1.

FIGURA 1DISTRIBUIÇÃO DAS FÓRMULAS DIGITAIS

O somatotipo médio encontrado foi: endomorfia 2,2± 0,8, mesomorfia 4,7 ± 1,0 e ectomorfia 2,6 ± 0,9,caracterizando o grupo como mesomorfo balanceado,tendo seus valores plotados na somatocarta ( FIGURA 2).

FIGURA 2SOMATOCARTA

DISCUSSÃO

A idade média e o peso corporal médio dogrupo encontram-se l igeiramente acima dopreconizado, quando comparado aos dadosdescritos por Heath & Carter (1990: 218), porém aestatura apresenta-se dentro dos parâmetrosdescritos.

Os índices dermatoglíficos e índices somato-funcionais de remadores e jogadores de futsal foramclassificados, segundo Abramova et al. (1995),(TABELA 3) e Silva Dantas (2004) (TABELA 4) emcinco clãs. Ao confrontarmos os valores de SQTLe D10 do grupo de ciclistas deste estudo, com osvalores constantes nas tabelas citadas acima,observamos que o grupo encontra-se no 3º clã,indicando características de alta força absoluta. Oalto número de presilhas (L) = 62%, a redução deverticilos (W) = 28%, quando associados aosvalores de SQTL e D10, demonstramcaracterísticas de força explosiva e moderadacoordenação. Porém, quando são observados osvalores máximos encontrados de D10 e SQTL,temos, neste grupo, indivíduos com característicasde coordenação e resistência, corroborando SilvaDantas (2004).

TABELA 3CLASSIFICAÇÃO DO CONJUNTO DOS ÍNDICESDERMATOGLÍFICOS E DOS ÍNDICES SOMATO-

FUNCIONAIS ENTRE REMADORES ACADÊMICOSALTAMENTE QUALIFICADOS (N=101).

Fonte: Abramova & cols., (1995).D10 - índice delta; SQTL- somatório da quantidade totalde linhas

14-19I

Page 16: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

1 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

TABELA 4CLASSIFICAÇÃO DO CONJUNTO DOS ÍNDICES

DERMATOGLÍFICOS E DOS ÍNDICESSOMATOFUNCIONAIS DE JOGADORES DE

FUTSAL (N=51)

Fonte:Silva Dantas (2004).D10 - índice delta; SQTL - somatório da quantidade total de linhas

Os resultados apontam para o aumento nacomplexidade dos desenhos, exposto por Abramova etal. (1996), onde, no alto rendimento, existe a tendênciaao desaparecimento do arco e ao aumento dosdesenhos mais complexos.

A grande quantidade de presilhas, observadas nossujeitos deste estudo, está de acordo com ascaracterísticas do esporte, onde é necessária umaelevada capacidade de velocidade associada àresistência. Características semelhantes foramencontradas em triatletas (Anjos, 2003).

Pequena diferença entre ciclistas de estrada eciclismo de velódromo foi relatada por Heath & Carter(1990: 216), com leve tendência a uma maiormesomorfia em ciclistas de velódromo. Entretanto, emambas as modalidades, há a predominância damesomorfia ante a ectomorfia e a endomorfia. AindaHeath & Carter (1990: 218) demonstraram o somatotipomédio obtido em Montreal, 1976, como sendo 1,7 – 4,8–3,1. Consideram, ainda, em seus achados, que há umatendência à diminuição da endormorfia, dependendo dafase do treinamento dos ciclistas.

O ciclista de estrada, descrito por Norton e Olds(1996: 276), foi meso – ectomórfico, com valores médiosaproximados em 2 – 5 – 3.

Estudo semelhante foi realizado por Tuche (2004),em oito ciclistas da categoria elite do Rio de Janeiro,quando se constatou os valores de somatotipo médiode 1,5 – 3,8 – 1,9 , caracterizado como mesomorfobalanceado, classificação similar à deste grupo.

Os resultados expostos podem ser agrupadosem valores normalizados em uma única figura

(FIGURA 3), onde temos a caracterização do ciclistade alto rendimento do Brasil.

FIGURA 3RADAR FERNANDES FILHO

CONCLUSÃO

Os dados apresentados nesse estudo permitemaos técnicos identificar as característicasmorfofuncionais de cada atleta, pois as característicasdermatoglíficas possibilitam a identificação das carênciase qualidades individuais de cada indivíduo, auxiliando nosprocessos de treinamento esportivo, na tática dascompetições, nas orientações nutricionais e nosprogramas de detecção e orientação de talentosesportivos.

Estes resultados podem ser aplicados naorientação e desenvolvimento do ciclismo, servindocomo referência para outras pesquisas nesta área,contribuindo para o crescimento do esporte e para queeste evolua até a excelência. Assim sendo, sugerimosque sejam associados, a estes achados, novosestudos com as características relativas às qualidadesfísicas básicas, bem como vislumbrar estudosreferentes às capacidades psicológicas e/ou cognitivas.

Ressaltamos que esta pesquisa também poderáser realizada em categorias diferentes das que foraminvestigadas neste estudo.

Endereço para correspondência:Walter Tuche

Avenida Vitor Konder, nº 385 apto102,Barra da Tijuca

Rio de Janeiro – RJ – BrasilCEP 22611-250

e-mail: [email protected]

14-19I

Page 17: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 1 9

ABRAMOVA TF, NIKITINA TM, OZOLIN NN.Impressões dermatoglíficas: marcas genéticas nopotencial energético do homem. Moscou. AnaisCientíficos do ano de 1995. Moscou, 1996; 3-13.

ABRAMOVA TF, NIKITINA TM, OZOLIN NN.Possibilidades de utilização das ImpressõesDermatoglíficas na seleção desportiva. Teoria eprática da cultura física 1995;3: 10-5.

ANJOS MAB, FERNANDES FILHO J, NOVAES JS.Características somatotípicas, dermatoglíficas efisiológicas do atleta de triatlo. Revista Fitness ePerformance Journal 2003;2(1):49-57.

CUMMINS H, MIDLO C. Palmar and plantardermatoglyphics in primates. Philadelphia: 1943.

FERNANDES FILHO J. A prática da avaliaçãofísica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

FERNANDES FILHO J. Detecção e orientação dotalento desportivo. In: DANTAS, E. H. M. A práticada preparação física. 5ª ed. Rio de Janeiro: Shape,2003; 387 – 418.

FERNANDES FILHO J. Impressões dermato-glíficas: marcas genéticas na seleção dos tiposde esporte e lutas (a exemplo de desportista doBrasi l ) . Moscou. URSS, 1997. [Tese deDoutorado].

HEATH BH, CARTER JEL. Somatotyping:development and appl icat ions . New York:Cambridge University Press, 1990.

ISAK. International standards for anthropometricassessment. Australia: The University of SouthAustralia, 2001.

MED IN A MF, FER N AN D ES F ILHO J .I den t i f i cação dos pe r f i s gené t i co esomatot íp ico que caracter izam at le tas devoleibol masculino adultos de alto rendimentono Brasi l . Revis ta F i tness e Per formanceJournal 2002;1(4):12 – 20.

NORTON K, OLDS T. Anthopometrica. Australia:Univertsity of New Wales Press, 2000.

PINHEIRO-Da CUNHA RS, FERNANDES FILHOJ. Ident i f icação do per f i l dermatogl í f ico,somatotípico e qualidades físicas básicas daequipe brasileira feminina de esgrima. RevistaFitness e Performance Journal 2005;1(4):34 -44.

SILVA DANTAS PM. Identificação dos perfisgenético, de aptidão física e somatotípico quecaracter izam at le tas mascul inos, de a l torendimento,participantes do futsal adulto, noBrasi l . Rio de Janeiro, 2001. [DissertaçãoMestrado Universidade Castelo Branco].

SILVA DANTAS PM. Relação entre estado epredisposição genética no futsal brasileiro. Natal,2004. [Tese Doutorado em Ciências da Saúde.Universidade Federal do Rio Grande do Norte].

TUCHE WS, FAZOLO E, NEGRI M, VOIGT L,ASSIS M, GANIME F et a l . Somatot ip ia ,dermatoglifia e composição corporal de ciclistasde elite na modalidade ciclismo olímpico doEstado do Rio de Janei ro. Journal of theInternational Federation of Physical Education2004; 74: 160

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

14-19I

Page 18: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

2 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

EFEITOS DO TREINAMENTO E DESTREINAMENTO SOBRE OSPERFIS ANTROPOMÉTRICO E FÍSICO DE MILITARES

BRASILEIROS DE FORÇA DE PAZ

Alessandro Leonardo Seixas de Castro Neves - Cap ExAntônio Fernando Araújo Duarte - Maj Ex

Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx) - Rio de Janeiro - Brasil

__________Recebido em 20/09/2005. Aceito em 04/10/2005.

Resumo

Este estudo objetivou levantar e analisar os perfisantropométricos e físicos de militares de Força de Paz,antes (Avl-01) e após 12 semanas de preparação(Avl-02) e após 24 semanas de missão (Avl-03), bemcomo verificar os efeitos do treinamento,pós-preparação, e do destreinamento, pós-missão.Para isso, 313 militares, integrantes de contingentesde Forças de Paz (26,9±5,3 anos, 176,0±6,1 cm,75,8±10,2 Kg), foram submetidos a avaliaçõesantropométricas e físicas em três momentos distintos(Avl-01, Avl-02 e Avl-03) para caracterizar as variáveis:percentual de gordura (%G), IMC, RCQ, VO2max,testes de flexão de braços (FLEX), abdominal-supra(ABDOM) e flexão na barra (BARRA). Para acomparação dos resultados foram realizadasANOVAs One-way com medidas repetidas. À exceçãodo IMC, na Avl-03, que foi de 25,1 (pré-obesidade),todos as outras variáveis se encontraram com médias

dentro da normalidade em todos os momentos. Otreinamento proporcionou redução significativa(p<0,001) no %G e o destreinamento fez com que o%G, IMC e RCQ aumentassem acima dos valoresda Avl-01 (p<0,01). O desempenho em todos ostestes físicos foi maior na Avl-02 em comparação coma Avl-01e Avl-03 (p<0,001). BARRA e FLEX tiveramAvl-03 maior que Avl-01 (p<0,001), mas ABDOM, não(p=0,90). O VO2max teve Avl-03 ainda menor queAvl-01 (p<0,001). Assim, concluiu-se que: (1) 12semanas de treino podem melhorar o %G eindicadores físicos, mas não IMC e RCQ; (2) 24semanas de destreino podem influenciarnegativamente os indicadores antropométricos efísicos; (3) ABDOM e VO2max tendem a sofrer maioresefeitos de destreinamento que exercícios de membrossuperiores.

Palavras-chave: Treinamento, Destreinamento,Performance, Saúde, Força de Paz

TRAINING AND DETRAINING EFFECTS ONANTHROPOMETRIC PROFILE OF BRAZILIANARMY MILITARIES FROM PEACE-KEEPING

FORCES

Abstract

The purposes of this study were to assess andanalyze the anthropometric and physical profiles ofBrazilian Army Peace-keeping militaries, before

(Eval-01) and after 12 weeks of a preparation period(Eval-02) and after 24 weeks of mission (Eval-03),and to verify the post-preparation training effects aswell as the post-mission detraining effects. For that,313 militaries from Brazilian Army peace-keeping for-ces (26.9±5.3yr, 176.0±6.1cm, 75.8±10.2Kg)underwent anthropometric and physical assessmentsin three different moments (Eval-01, Eval-02 e Eval-03), to estimate % Body Fat (%BF), BMI, WHR, andVO2max, push-up (PUSH), curl-up (CURL) and pull-up(PULL) performances. To perform statistical analyses,One-way ANOVAs, with repeated measures, werecarried out. Except for BMI on Eval-03, in which

20-30I

Page 19: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 2 1

subjects showed a mean of 25.1 (pre-obesity), allother variables means were within normal values ran-ge on all three assessment moments. Traininginduced significant decrease in %BF (p<0.001) anddetraining made %BF, BMI, and WHR to increase theirvalues above Eval-01 (p<0.01). The physical testsperformance were significantly higher on Eval-02 thanEval-01 and Eval-03 (p<0.001). PULL and PUSHshowed Eval-03 means higher than Eval-01(p<0.001), but ABDOM did not (p=0.90). VO2maxEval-03 values were still lower than Eval-01 values

(p<0.001). It was concluded that: (1) 12 weeks oftraining can improve %BF and physical indexesperformances, but not BMI and WHR; (2) 24 weeksof detraining may negatively influence anthropometricand physical indexes; (3) VO2max and ABDOM showeda trend to suffer higher detraining effects than upperlimbs performances.

Key words: Training, Detraining, Performance,Health, Peace-keeping Forces.

INTRODUÇÃO

O Exército, desde 1947, quando pela primeiravez enviou observadores militares aos Balcãs, vemcontribuindo com o esforço de organismosinternacionais de paz, quer pelo envio deobservadores militares, quer pela inserção de tropasarmadas nas áreas conflagradas. Os objetivos dasoperações de paz têm sido monitorar o cessar-fogoentre as partes envolvidas e desenvolver as melhorescondições para o pleno restabelecimento da pazregional, aplicando o mínimo de força necessária,através da negociação com as partes envolvidas eda intermediação na busca de soluções, evitando-sea discussão de problemas e responsabilidades.

Atualmente, com o envio de tropas paramissões de Força de Paz designadas pelaOrganização das Nações Unidas (ONU), o ExércitoBrasileiro tem tomado um cuidado especial com opreparo físico dos integrantes dos contingentesdesignados para tais missões, que têm duraçãomédia de seis meses. Fruto disso, os militares sãosubmetidos a treinamentos aeróbicos, anaeróbicose neuromusculares por um período deaproximadamente três meses de treinamentopré-missão. Nesse período que antecede aoembarque, período de preparação, o treinamentofísico recomendado é composto de quatro a cincosessões semanais, de aproximadamente 90(noventa) minutos por dia, orientadas pelo Institutode Pesquisa da Capacitação Física do Exército(IPCFEx).

Tal cuidado com a preparação física dos

militares objetiva, não só proporcionar-lhes melhorescondições de cumprir suas atribuições funcionais,como também garantir um melhor padrão de saúde,tanto antes da partida, quanto no regresso. Nessesentido, diversos estudos relatam os efeitos benéficosda atividade física sobre os indicadores de saúde(Blair et al., 2001; Janssen et al., 2004; Myers et al.,2002; Paffenbarger,1988; Slentz et al., 2004). Apesarde tais evidências, a variabilidade de métodos detreinamento empregados, as diferentescaracterísticas das amostras estudadas, assim comodiferentes períodos de treino, justificam a realizaçãode novos estudos, buscando atender a situaçõescada vez mais específicas. Nesse sentido, o IPCFExplaneja e acompanha o treinamento físico doscontingentes, antes e depois das missões,procurando encontrar níveis de condicionamentofísico e antropométrico ótimos para um melhorcumprimento das missões, assegurando apreservação da saúde de seus militares.

Por outro lado, levantamentos realizados comos diversos contingentes de Força de Paz que járetornaram de suas missões demosntram que, devidoà rotina de emprego continuado dos militares durantea missão, a realização do treinamento físico nesseperíodo sofre uma redução expressiva, se comparadoao período de preparação. Essa falta de continuidadeno treinamento pode, em alguns casos, caracterizarum quadro de destreinamento (Fleck e Kraemer,1999; Mujika e Padilla, 2001).

Desta feita, o presente estudo teve comopropostas: 1) levantar os perfis antropométricos efísicos de militares de Força de Paz, caracterizados

20-30I

Page 20: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

2 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

pelo percentual de gordura, índice de massa corporal(IMC), relação cintura-quadril (RCQ) e pelo Teste deAptidão Física do Exército (TAF) que compreende:corrida de 12 minutos (para estimar o VO2max, flexãode braços, flexão na barra e abdominal supra,respectivamente, no início e ao final do período depreparação e no retorno da missão; 2) verificar osefeitos do programa de treinamento padronizado peloExército Brasileiro para o período de preparação damissão, assim como os efeitos do período deemprego em missão sobre os indicadoresantropométricos e de condicionamento físico preditospelo TAF; e 3) discutir a classificação dos índicesfísicos e antropométricos apresentados pelosmilitares, nos diferentes momentos de avaliação, emrelação a padrões relacionados à saúde.

MÉTODO

Sujeitos

Participaram do estudo 313 militares do sexomasculino, de 26,9 ± 5,3 (Md ± DP) anos de idade,176,0 ± 6,1 cm de estatura, 75,8 ± 10,2 Kg de massacorporal, integrantes do contingente de Força de Paz,residentes nas cidades de São Paulo, Recife e PortoAlegre, todos fisicamente ativos e consideradosaptos, em suas Unidades, no exame médico para arealização do Teste de Avaliação Física (TAF) doExército.

Procedimentos

Inicialmente, dentro de suas respectivasUnidades, os sujeitos que estavam relacionados paraintegrar a Força de Paz tomaram conhecimento dosobjetivos do estudo e assinaram o termo deconsentimento para participação voluntária napesquisa.

Imediatamente após, foram feitasrecomendações referentes aos procedimentosregulares durante a coleta. Nesta ocasião, os sujeitosforam orientados quanto ao uniforme, aos locais,horários e padrões de execução dos exercícios, bemcomo das avaliações antropométricas.

Foram estimados e medidos: 1) o percentual

de gordura (%G), segundo o protocolo de Jackson &Pollock (1978), utilizando-se três dobras cutâneas(peitoral, abdominal e coxa); 2) o índice de massacorporal (IMC); 3) a relação cintura-quadril (RCQ),seguindo as recomendações do AnthropometricStandardization Reference Manual (Callaway et al.,1988); 4) o VO2max, por meio do teste de corrida de 12minutos (Cooper,1968); 5) os resultados das provasde flexão de braços; 6) os resultados das provasabdominal supra e 7) os resultados das provas flexãona barra: antes do período de treinamento específicopara a missão (Avl 01: pré-preparação), no final doperíodo de treinamento para a missão (Avl 02:pós-preparação) e no retorno da missão (Avl 03:pós-missão).

Em cada oportunidade de avaliação, as coletasforam realizadas em dois dias consecutivos. Noprimeiro dia, uma equipe de avaliadores treinadosfazia as medições de altura, massa corporal total,dobras cutâneas e circunferências de cintura equadril, nessa ordem. No dia seguinte, às 08:00h damanhã, era realizado o teste de corrida de 12 minutos,seguidos pelos testes de flexão de braço, abdominalsupra e flexão na barra, sempre nessa ordem.

Após a avaliação inicial (Avl 01), os sujeitosforam orientados a cumprir um programa detreinamento físico de 12 semanas. Esse é umprograma de treinamento físico padronizado noExército Brasileiro, estruturado em sessõesdiárias de treinamento de aproximadamente 90minutos, sendo realizadas de quatro a cincosessões semanais. No presente estudo, emtermos médios, as 12 semanas de treinocomportaram 36 sessões de treinamentocardiopulmonar, sendo o método empregado o decorrida contínua, e 36 sessões de treinamentoneuromuscular, englobando os métodos deGinástica Básica e Pista de Treinamento emCircuito (Brasil,2002). Em algumas sessõesdiárias, eram feitas combinações dos métodosneuromusculares e cardiopulmonar.

O período de emprego em missão foicomposto, em média, por 24 semanas. Durante esseintervalo de tempo, não foi controlado o TreinamentoFísico Militar realizado, sendo as atividades físicaspraticadas sujeitas às preferências individuais elimitadas ao tempo disponível que os militareseventualmente dispunham para realizá-las.

20-30I

Page 21: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 2 3

Protocolos de testes físicos

Flexão de braços

Para a avaliação, os sujeitos se deitaram emdecúbito ventral, ficando as mãos ao lado do tronco,com um afastamento igual à largura do ombro e comos dedos apontados para frente. Após isso, erguiamo tronco até que os braços ficassem estendidos,mantendo os pés unidos e apoiados sobre o solo.Para a execução, os sujeitos flexionavam os braçosparalelamente ao corpo até que o cotoveloultrapassasse a linha das costas, estendendo, então,novamente os braços, de maneira completa, quandoera computada uma repetição. Não foi permitidainterrupção do movimento. O ritmo das flexões eraopção do avaliado e não havia limite de tempo(Brasil, 2005).

Teste de abdominal supra

Os sujeitos se deitaram em decúbito dorsal,joelhos flexionados, pés apoiados no solo, calcanharespróximos aos glúteos, braços cruzados sobre o peitode forma que as mãos segurassem o ombro oposto(mão esquerda no ombro direito e vice-versa). Para aexecução, os avaliados realizaram flexões abdominaisaté que as escápulas perdessem o contato com o soloe retornassem à posição inicial, quando era computadauma repetição. Cada sujeito executou o númeromáximo de flexões abdominais sucessivas, seminterrupção do movimento, em um tempo máximo de5 minutos. O ritmo das flexões abdominais, semparadas, era opção do avaliado (Brasil, 2005).

Teste de flexão na barra

Para a posição inicial, o sujeito, sob a barra, aempunhava com a pegada em pronação e com opolegar a envolvendo. As mãos permaneciam com umafastamento entre si correspondente à largura dosombros e o corpo se mantinha estático. Após a ordemde iniciar, era executado o máximo de repetições, comos sujeitos elevando o corpo até que ultrapassassema barra com o queixo e, no retorno à posição inicial,estendendo completamente os cotovelos. Não forampermitidos movimentos abdominais para impulsionaro tronco (Brasil, 2005).

Corrida de 12 minutos

Foi realizado um teste máximo de corrida emum percurso plano, com marcação de 50 em 50metros. Os sujeitos estavam trajando short, camisetae tênis apropriados para a atividade. Todos os sujeitoseram experientes na realização do teste, pois já otinham executado, anteriormente, por no mínimoquatro vezes.

Análise Eetatística

Foi realizada a estatística descritiva dos dadosdentro dos diversos momentos de avaliação (Avl 01:pré-preparação; Avl 02: pós-preparação e Avl 03:pós-missão), contendo a média, o desvio padrão, ovalor mínimo, o valor máximo e o erro padrão da médiadas seguintes variáveis: percentual de gordura (%G),índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ), teste de flexão na barra (Barra), testede abdominal supra (Abdom), teste de flexão dosbraços (Flex B) e teste de consumo máximo deoxigênio (VO2max).

Para verificação dos efeitos do treinamento edestreinamento, foram realizadas ANOVAs One-waycom medidas repetidas entre os resultados dos trêsmomentos das avaliações (Avl 01, Avl 02, Avl 03). Oteste Post-hoc utilizado para comparação entre asmédias foi o de Tukey.

Para todas as análises, o nível de significânciaconsiderado foi α< 0,05. O software utilizado para asanálises foi o "Statistica 6.0" (StatSoft,Inc, Tulsa,OK, EUA).

RESULTADOS

No que diz respeito aos perfis antropométricose físicos dos militares de Força de Paz, as TABELAS1, 2 e 3 mostram, respectivamente, os resultadosreferentes aos três momentos de avaliação:pré-preparação (Avl 01), compreendendo o estadofísico e antropométrico da tropa antes do início dotreinamento para a missão; pós-preparação (Avl 02),que representa os resultados físicos eantropométricos após o período de treinamento e, porfim, pós-missão (Avl 03), que mostra os resultadosda tropa no retorno da missão, aproximadamente seismeses após final do período de preparação.

20-30I

Page 22: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

2 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

TABELA 1CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO

E FÍSICO DA TROPA NA AVL 01

* p25=Percentil 25, p75=Percentil 75, DP= Desvio padrão,EPM= Erro Padrão da Média

TABELA 2CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO

E FÍSICO DA TROPA NA AVL 02

* p25=Percentil 25, p75=Percentil 75, DP= Desvio padrão,EPM= Erro Padrão da Média

TABELA 3CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO

E FÍSICO DA TROPA NA AVL 03

* p25=Percentil 25, p75=Percentil 75, DP= Desvio padrão,EPM= Erro Padrão da Média

Quanto ao %G, a ANOVA revelou uma diferençasignificativa entre as três avaliações realizadas (F= 41,0;p < 0,001). De acordo com o apresentado na FIGURA1, o resultado da Avl 02 foi significativamente menor doque as Avl 01 e Avl 03 (p< 0,001). Foi observado,também, que os valores médios de %G dos sujeitosapós a missão (Avl 03) foram maiores, inclusive, queaqueles apresentados antes do início do treinamento(Avl 01; p < 0,01).

Com relação ao IMC, a análise de variânciamostrou também uma diferença significativa entre as trêsavaliações (F = 53,7; p < 0,001), conforme apresentadona FIGURA 2. Nessa comparação, por sua vez, os valoresmédios de IMC dos sujeitos após a missão (Avl 03) forammaiores que os apresentados antes e após o período depreparação (Avl 01 e Avl 02, respectivamente, p< 0,01),mas não houve diferença entre os períodos pré e pós-preparação (Avl 01 e Avl 02, respectivamente, p= 0,28).

FIGURA 1RESULTADOS OBSERVADOS DO

PERCENTUAL DE GORDURA (Md ± EPM) NASTRÊS OPORTUNIDADES DE AVALIAÇÃO

Avl 02 < Avl 01 e Avl 03 (*p< 0,001) e Avl 01 < Avl 03 († p< 0,01)

FIGURA 2RESULTADO DAS AVALIAÇÕES DO IMC (Md ± EPM)

NAS TRÊS OPORTUNIDADES

Avl 03 > Avl 01 e Avl 02 (* p< 0,001)

Foi encontrada, também, diferença significativaentre os momentos de avaliação da RCQ (F = 15,6;p< 0,001), como representado na FIGURA 3. Osresultados indicam que os valores médios da RCQda amostra na Avl 01 foram significativamentemenores que na Avl 03 (p< 0,001), não havendodiferença estatística entre as Avl 01 e 02 (p=0,10).

20-30I

Page 23: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 2 5

Com base na observação da FIGURA 4(resultado do teste de flexões na barra), a análiseestatística mostrou diferença significativa entre as trêsavaliações (F = 56,1; p < 0,001). A média dos sujeitosna Avl 02 foi significativamente maior que na Avl 01(p < 0,001) e Avl 03 (p< 0,001), e a média da Avl 03(período de destreinamento) se mantevesignificativamente maior que a observada antes doinício do período de preparação (Avl 01; p < 0,001).

FIGURA 3RESULTADO DAS AVALIAÇÕES DA RCQ(Md± EPM) NAS TRÊS OPORTUNIDADES

Avl 03 > Avl 01 (*p < 0,01).

FIGURA 4RESULTADO DO TESTE DE FLEXÃO NA BARRA

(Md ± EPM) NAS TRÊS OPORTUNIDADES

Avl 02 > Avl 01 e Avl 03 (*p< 0,001) e Avl 03 > Avl 01(†p< 0,001)

As FIGURAS 5 e 6 mostram os resultados dostestes abdominal e flexão de braços, respectivamente.Em ambas as análises, ficaram constatadas diferençassignificativas entre os momentos de avaliação (abdominal:

F = 54,8; p < 0,001; e flexão de braços: F = 57,9;p < 0,001). Comportamento semelhante foi observadono período de preparação com relação a essas duasvariáveis, o que fez com que as médias dos sujeitosna Avl 02 (final do período de preparação) fossemsignificativamente maiores que as apresentadas nasAvl 01 (início da preparação) e Avl 03 (final da missão),com p< 0,001 em todas as situações de comparação.

Todavia, no teste de flexão de braços, a médiaamostral na Avl 03 permaneceu significativamentemaior do que aquela apresentada na Avl 01 (p< 0,001),o que não ocorreu com o desempenho no teste deabdominal, onde a média dos sujeitos na Avl 03não foi significativamente diferente da média naAvl 01(p= 0,894).

FIGURA 5RESULTADO DO TESTE DE ABDOMINAL(Md ± EPM) NAS TRÊS OPORTUNIDADES

Avl 02 > Avl 01 e Avl 03 (* p< 0,001)

FIGURA 6RESULTADO DAS AVALIAÇÕES DE FLEXÃO DE

BRAÇOS (Md ± EPM)

Avl 02 > Avl 01 e Avl 03 (*p< 0,001) e Avl 03> Avl 01(†p< 0,001).

20-30I

Page 24: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

2 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

Finalmente, no que diz respeito ao consumomáximo de oxigênio estimado, os resultados indicarama existência de diferença significativa entre asoportunidades de avaliação (F= 54,8; p< 0,001), mas ocomportamento evidenciado quanto a essa variável foiparticularmente diferente dos observados nas variáveisneuromusculares. Pela FIGURA 7, pode-se notar que amédia na Avl 02 foi significativamente maior do que nasAvl 01 e Avl 03 (p< 0,001). No entanto, a queda derendimento, após o período da missão, foi muitoacentuada, fazendo com que os resultados na Avl 03fossem menores, inclusive, que os da Avl 01 (p < 0,001).

FIGURA 7RESULTADO OBSERVADO DO VO2MAX

(Md ± EPM) NAS TRÊS OPORTUNIDADES

Avl 02 > Avl 01 e Avl 03 (*p< 0,001); e Avl 01 > Avl 03 (†p<0,001)

DISCUSSÃO

O presente estudo objetivou levantar e analisaros perfis antropométricos e físicos de militaresbrasileiros de Forças de Paz em três momentosdistintos, antes e após um período de preparação eapós a missão de paz, buscando, ainda, verificar ospossíveis efeitos do treinamento e do destreinamento,este supostamente ocorrido durante o emprego namissão.

Um aspecto relevante que deve ser destacadoneste ponto é que, em se tratando de militares, a amostrafoi constituída por indivíduos com elevada aptidão físicainicial, diferentemente de grande parte dos estudos quebuscam avaliar efeitos fisiológicos de programas detreinamento, que se valem de amostras de indivíduossedentários ou de um menor nível de aptidão física, nointuito de se maximizarem as respostas.

Quanto às variáveis antropométricas, no primeiromomento de avaliação, antes do início do treinamento,os sujeitos já apresentavam valores médios depercentual de gordura (%G -14,2%), IMC (24,5) e RCQ(0,85) dentro dos limites da normalidade (Guedes, 1994;WHO, 2000; ACSM, 2001).

Considerando que o componente de gorduracorporal pode variar de pessoa para pessoa, por serdiretamente influenciado pela interação de fatoresgenéticos e principalmente ambientais (Heyward, 2004),estudos desenvolvidos entre adultos brasileiros e jovenssugerem que é desejável que os níveis de gordura dehomens fisicamente ativos sejam mantidos em tornode 12 a 15% do peso corporal (Guedes, 1994).

Em linhas gerais, ficou evidente que, mesmonesse quadro de normalidade, o período de 12 semanasde treinamento proporcionou ainda uma redução no %G,não influenciando nos resultados do IMC e RCQ, e queo período de emprego em missão fez com que todosesses indicadores subissem a patamares superioresaos apresentados antes do início do treinamento.

A redução do %G, observada após o período detreino, não se refletiu no IMC e na RCQ como se poderiaesperar, mas tal achado se encontra em consonânciacom pesquisas recentes que buscaram analisarpossíveis interações entre condicionamentocardiorrespiratório, gordura abdominal e IMC (Janssenet al., 2004; Ross et al., 2003; Wong et al., 2004). Nelas,os autores sugerem que, independentemente do IMC,o padrão de gordura corporal diminui com a melhoriado condicionamento cardiorrespiratório. Além desseaspecto, deve ser ressaltado ainda que, no presenteestudo, embora a redução no %G após o treinamentotenha sido significativa em termos estatísticos, emtermos práticos essa diferença foi, na média, de 1,1%.

Já após o período da missão (Avl 03), todos osindicadores apresentaram uma elevação significativa,comparativamente com a Avl 01. Apesar disso, o %Ge a RCQ tiveram seus valores médios ainda dentrodos padrões aceitáveis: 14,9% de gordura (nível Bom;ACSM, 2000) e 0,86 de RCQ (risco Moderado parahomens; ACSM 2001). Por outro lado, embora aalteração do IMC observada tenha sido relativamentepequena, essa variável saiu da faixa da normalidade,apresentando valor médio de 25,1 (Pré-obesidade;WHO, 2000). É importante ressaltar que, dentro destafaixa de sobrepeso, os riscos de desenvolvimento dediabete não insulino-dependente, hipertensão arterial

20-30I

Page 25: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 2 7

e doenças cardiovasculares são aumentados (ACSM,2001; WHO, 2000).

Além do fato do IMC médio ter subido na Avl 03a um patamar superior inclusive àquele apresentadona Avl 01, destaca-se o estado geral dos militaresquanto a essa variável em todos os três momentosde avaliação. Como pôde ser observado, o percentil75 do IMC se manteve na faixa de 26,2 a 26,6,revelando que uma quantidade significativa dosmilitares se encontra classificada no estadonutricional de pré-obesidade. Para os sujeitosenquadrados nessa situação, é importante citar queo sobrepeso também está relacionado a doençascrônico-degenerativas como a hipercolesterolemia,além das já anteriormente citadas (Grundy et al.,1999).

Com relação às variáveis antropométricas,pode-se supor que as alterações observadas após operíodo de missão estejam associadas a umaredução nos níveis de treinamento físico, assim comoa uma alteração nos padrões de alimentação, emboraesta não tenha sido controlada no presente estudo.

Assim como o estado antropométrico inicial, oestado do condicionamento neuromuscular ecardiopulmonar médio dos sujeitos, já antes do iníciodo treinamento, era avaliado como Superior e/ouExcelente, de acordo com padrões internacionais declassificação (Pollock,1993; ACSM, 2000). Da mesmaforma, considerando as normas para conceituaçãodo desempenho físico utilizadas pelo ExércitoBrasileiro (Brasil, 2005), o rendimento dos exercíciosde flexão de braços e abdominal supra também jáera conceituado como Excelente, no momento da Avl01; o exercício de flexão na barra, como Suficiente,uma vez que sua apreciação é feita somente quantoa um padrão mínimo que indica a suficiência ou nãonesse teste; e o condicionamento cardiopulmonar,como Muito Bom.

Era de se esperar, então, considerando o nívelrelativamente elevado de condicionamento físico inicialdos sujeitos, que o ganho a ser proporcionado pelotreinamento seria mínimo, o que de fato não aconteceu,tanto em termos estatísticos, quanto em percentuais.Por outro lado, o mesmo padrão de variação foiobservado após o período de missão, quando osresultados evidenciaram uma queda significativa daperformance em todas as variáveis, mais notadamenteno teste de abdominal e no VO2max.

No que diz respeito aos exercícios queenvolveram os membros superiores, flexão debraços e flexão na barra, o comportamento foisemelhante, com ganhos médios de 14 e 15%,respectivamente, após o período de treinamento euma redução aproximada de 6 e 6,5%, após amissão. Esses resultados, em conseqüência dodestreinamento, parecem estar em consonânciacom alguns estudos já publicados, como o conduzidopor Hakkinen et al. (2000), no qual indivíduos quepermaneceram sem realizar treinamento de forçamuscular por um período de 24 semanas exibiramuma redução média de performance também nacasa de 6%.

Mesmo assim, a despeito das reduçõesobservadas, os valores de ambas as variáveis naúltima avaliação (Avl 03) foram ainda superiores aosapresentados na Avl 01, demonstrando que, em quepese a falta de um treinamento estruturado econtinuado durante a missão, a adaptação conseguidaantes do embarque e o volume de treinamentopossível de ser mantido naquele período foramsuficientes para sustentar níveis ainda elevados dedesempenho.

Em se tratando do exercício de abdominalsupra, o período de treinamento proporcionou umamelhora substancial do resultado, com os militaresapresentando, em média, 39% de ganho deperformance. Quando do retorno da missão, ficouevidenciada uma queda de rendimento deaproximadamente 27%, comparativamente com ofinal do período de preparação, retornando a umpatamar próximo ao da avaliação de pré-preparação.

Vale ressaltar que a flexão de braços e aflexão na barra obtiveram menores quedas nosvalores médios no pós-missão que o abdominal.Pode-se especular que, entre as causas prováveispara essa diferenciação, estejam a comodidade dese treinar os exercícios de braço em detrimento doabdominal; o uso mais pronunciado da musculaturade membros superiores em relação à musculaturaabdominal em atividades do cotidiano da missão;e, até mesmo, a diferença de tamanho dosgrupamentos musculares envolvidos, já quegrupamentos maiores tendem a necessitar de ummaior volume de treinamento para manutenção daforça e resistência musculares.

Ainda sobre esse aspecto, de acordo com

20-30I

Page 26: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

2 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

Fleck e Kraemer (1999), após cinco meses dedestreino, praticamente todos os ganhos em forçae massa muscular resultantes de um programa detreinamento de força de oito semanas são perdidos,se não é realizado nenhum treinamento. Essesautores ainda citam que o treinamento de força emvolume reduzido durante cinco meses, no entanto,pode manter ou até aumentar os ganhos em força eem massa muscular, após um programa detreinamento de força de oito semanas. Nessesentido, é de se supor que, durante a missão, osmilitares realizaram um treinamento, ainda quemínimo, de membros superiores, masnegligenciaram o trabalho abdominal.

Com relação ao condicionamento aeróbico,seu comportamento não seguiu o mesmo padrãoapresentado pelas variáveis neuromusculares,particularmente com referência ao efeito dodestreinamento.

Após a preparação, foi evidenciado umaumento médio do VO2max da ordem de 4%. Tendoem vista o elevado nível de performance nessavariável, já apresentado antes da Avl 01, esseincremento, em termos médios, pareceu serbastante significativo. Aumentos no consumomáximo de oxigênio em indivíduos submetidos aperíodos de 12 semanas de treinamento aeróbiotambém podem ser verificados em estudos comoos de Catai et al. (2002) e Warburton et al. (2004).

Considerando os efeitos do destreinamentoocorridos durante a missão, houve uma redução noVO2max na ordem de 7%. Essa redução fez com queo nível de performance na Avl 03 fosse, inclusive,menor que o da Avl 01, fato este não notado, atéentão, nas variáveis neuromusculares. De acordocom Madsen et al. (1993), apenas quatro semanasde destreino podem reduzir em até 21% acapacidade de resistência aeróbia de homensjovens. Já para Mujika e Padilla (2001), ganhosrecentes em VO2max são completamente perdidosapós uma interrupção no treinamento de igualmentequatro semanas, mas, ainda assim, os autoressugerem que seus níveis permanecem acima devalores controle. No presente estudo, no entanto, oque pôde ser observado foi uma queda significativado VO2max, além dos valores apresentados no iníciodo treino.

Por fim, vale lembrar que, apesar das médias

da Avl 03 terem sido menores que as da Avl 01, oVO2max estimado (53,97 ml.kg-1.min-1) se mantevedentro da faixa excelente segundo padrões do ACSM(2000).

CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos no presenteestudo, conclui-se que, independente do momentode avaliação, os militares de Forças de Paz tendema apresentar um elevado padrão de condicionamentofísico, assim como bons níveis de indicadoresantropométricos relacionados à saúde, excetuando-seo IMC, que entrou na faixa de pré-obesidade, após amissão. Quanto ao programa de treinamento, suaaplicação por 12 semanas foi efetiva para reduzir opercentual de gordura dos militares e fazer com quemelhorassem o condicionamento cardiopulmonar eneuromuscular, não influenciando o IMC e a RCQ. Operíodo de emprego em missão, por sua vez, tendea provocar um efeito de destreinamento, induzindo auma modificação das valências antropométricasanalisadas no sentido indesejado, assim como a umaqueda no rendimento físico em comparação com oestágio atingido ao término da preparação. No casoda potência aeróbia, essa diminuição tende a serainda maior, reduzindo sua média a valores inferioresaos apresentados antes do início do treinamento.

Novos estudos são recomendados, buscandoo acompanhamento de outros indicadoresrelacionados à saúde, como variáveis de análisebioquímica do sangue, assim como uma avaliaçãodo padrão de ingestão calórica dos militares antes edurante as Missões de Paz.

Endereço para correspondência:Alessandro Leonardo Seixas de Castro Neves

Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - UrcaRio de Janeiro - RJ - Brasil

CEP 22291-090Tel: 55 212295-5340

e-mail: [email protected]@centroin.com.br

20-30I

Page 27: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 2 9

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE.ACSM's resource manual for guidelines for exercisetesting and prescription. 4th ed. Baltimore: Williams &Wilkins, 2001.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE.Manual do ACSM para teste de esforço e prescriçãode exercício. 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.

BLAIR SN , CHENG Y, HOLDER JS. Is physical activityor physical fitness more important in defining healthbenefits? Med Sci Sports Exerc 2001; 33(6): S379-99.

BRASIL, ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. Manual deCampanha C 20-20 Treinamento Físico Militar. 3ª ed.EGGCF: Brasília, 2002.

BRASIL,PORTARIA EME N º 111, de 23 de agosto de2005. Diretriz para o treinamento físico militar e suaavaliação. Brasília, DF, 2005.

CALLAWAY CW,CHUMLEA WC, BOUCHARD C,HIMES JH, LOHMAN TG, MARTIN AD, et al.Circunferences. In LOHMAN T.G., ROCHE A.F.Anthropometric standardization reference manual.Champaign: Human Kinetics 1988; 39-54.

CATAI AM, CHACON-MIKAHIL MPT, MARTINELLI FS,FORTI VAM, SILVA E, GOLFETTI R, et al. Effects ofaerobic exercise training on heart rate variability duringwakefulness and sleep and cardiorespiratory responsesof young and middle-aged healthy men. Braz J MedBiol Res 2002; 35(6): 741-52.

COOPER KH. A means of assessing maximal oxygenintake. Correlation between field and treadmill testing.JAMA 1968; 203(3): 201-04.

FLECK SJ, KRAEMER WJ. Fundamentos dotreinamento de força muscular. 2ª ed. Porto Alegre:ArtMed,1999.

GUEDES DP. Composição corporal, princípios,técnicas e Aplicações. Londrina: APEF, 1994.

GRUNDY S, BLACKBURN G, HIGGINS M, LAUER R,PERRI M, RYAN D. Round-table consensus statement:Physical activity in the prevention and treatment of obesityand its comorbidities: Evidence report of independent panelto assess the role of physical activity in the treament of obesityand its comorbidities. Med Sci Sports Exerc 1999; 502-8.

HAKKINEN K, ALEN M, KALLINEN M, NEWTON RU,KRAEMER WJ. Neuromuscular adaptation duringprolonged strength training, detraining and re-strength-training in middle-aged and elderly people. Eur J ApplPhysiol 2000; 83(1): 51-62.

HEYWARD VH. Avaliação física e prescrição deexercício: técnicas avançadas. 4ª ed. Porto Alegre:Artmed, 2004.

JACKSON AS, POLLOCK ML. Generalized equationsfor predicting body density of men. Br J Nutr 1978; 40:497-504.

JANSSEN I, KATZMARZYK PT, ROSS R, LEON AS.Fitness alters the associations of BMI and waistcircunference with total and abdominal obesity.Research 2004; 12: 3.

JANSSEN I, HEYMSFIELD SB, ALISSON DB,KOTLER DP, ROSS R. Body mass index and waistcircumference independently contribute to the predictionof nonabdominal, abdominal subcutaneous, andvisceral fat. Am J Clin Nutr 2002; 75(4): 683-8.

MADSEN K, PEDERSEN PK, DJURHUUS MS,KLITGAARD NA. Effects of detraining on endurancecapacity and metabolic changes during prolongedexhaustive exercise. J Appl Physiol 1993; 75(4): 1444-51.

LOHMAN TG, ROCHE AF, MATORELL R.Anthropometric standardization reference manual.Champaign: Human Kinetics, 1988.

MUJIKA I,PADILHA S. Cardiorespiratory and metaboliccharacteristics of detraining in humans. Med Sci SportsExerc 2001; 33(3): 413-21.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

20-30I

Page 28: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

3 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

MYERS J, MANISH P, VICTOR F, SARA P, EDWINA. Exercise capacity and mortality among menreferred for testing. N Engl J Med 2002;346: 793-801.

PAFFENBARGER RS Jr. Contribuitions ofepidemiology to exercise science and cardiovascularhealth. Med Sci Sports Exerc1988; 20(5): 426-38.

POLLOCK ML, WILMORE JH. Exercícios na saúde ena doença, 2ª ed. Rio de Janeiro: Medsi,1993.

ROSS R, KATZMARZYK PT. Cardiorespiratory fitnessis associated with diminished total and abdominalobesity independent of body mass index. Int J ObesRelat Metab Disord 2003; 27(2): 204-10.

SIRI WE. The gross composition of the body. In:Advances in biological and medical physics. New York:Academic Press Inc, 1956.

SLENTZ CA, BRIAN D, DUSHA, JOHANA L, JOHNSONK, LORI BGPS, et al. Effects of the amount of exerciseon body weight, body composition, and measures ofcentral obesity. Arch Intern Med 2004; 164(1): 31-9.

WARBURTON DER, HAYKOWSKY MJ, QUINNEY AH,BLACKMORE D, TEO KK, TAYLOR DA, et al. Bloodvolume expansion and cardiorespiratory function:effects of training modality. Med Sci Sports Exerc 2004;36(6): 991-1000.

WONG SL, KATZMARZYK PT, NICHAMAN MZ,CHURCH ST, BLAIR SN,ROSS R. Cardiorespiratoryfitness is associated with lower abdominal fatindependent of body mass index. Med Sci Sports Exerc2004; 36(2): 286-91.

WHO (WORLD HEALTH ORGANIZATION). Obesity:preventing and managing the global epidemic. Geneve:Thecnical Report Series, 2000.

20-30I

Page 29: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 1

EXERCÍCIOS FÍSICOS, APTIDÃO CARDIOPULMONAR EESTADO NUTRICIONAL EM MILITARES DO SEGMENTO

FEMININO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Geyson Rodrigo Rosa - Sgt Ex Jair Peres - Sgt Ex Jairo Linck - Sgt Ex

Jéferson A. de Moraes - Sgt ExLauro Aristides Dias Carneiro - Sgt Ex

Marcelo Ferreira - Sgt ExRafael A. de Souza - Sgt Ex

Ricardo da Luz - Sgt ExEduardo de Almeida Magalhães Oliveira - Maj Ex

Escola de Educação Física do Exército(EsEFEx) - Rio de Janeiro - RJ

__________Recebido em 09/09/2005. Aceito em 03/10/2005.

Resumo

Tendo em vista o crescente número demulheres que ingressam no Exército Brasileiro,esta pesquisa procurou encontrar o perfil dotreinamento físico realizado pelo segmentofeminino, bem como suas inter-relações com oestado nutricional, expresso pelo Índice de MassaCorporal (IMC) e o condicionamento físico,expresso pela corrida de 12 minutos.

O trabalho teve como amostra o banco dedados gerados pelo “Projeto TAF 2001”, atravésda anamnese de 1201 militares do segmentofeminino, nas 36 maiores Guarnições Militares doExército Brasileiro. Foi medida a massa corporal,juntamente com a estatura da avaliada. Alémdisso, foi mensurado indiretamente o consumomáximo de oxigênio (VO2max) com base no testede Cooper (12 minutos).

Levando-se em consideração a duração,

a freqüência e a intensidade, somente 43,7%das militares do segmento feminino executavamas sessões preconizadas pelo manual C 20-20.Com base no IMC, 27,2% apresentaram excessode peso. A maior ia das mi l i tares (54,0%)apresentou VO2max classificado como razoávelou mediano, e 24,1% foram classificadas comodetentoras de potência aeróbia fraca ou muitofraca.

A h ipoat iv idade fo i um fa torcomportamental importante no desenvolvimentodo sobrepeso e obesidade, mostrando-se aatividade física um componente considerávelpara melhorar o VO2max. As recomendaçõesquanto à freqüência, duração e intensidade doexercício (30 a 60 min, 3 a 5 dias por semana eintensidade moderada) parecem atender àsnecessidades das militares, no que se refere àpromoção da saúde.

Palavras-chave: Treinamento Físico, Mulheres,Militares, Atividade Física.

31-44I

Page 30: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

3 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

PHYSICAL EXERCISE, CARDIOPULMONARYAPTITUDE AND NUTRITIONAL STATE IN

SOLDIERS OF THE FEMININE SEGMENT OFTHE BRAZILIAN ARMY

Abstract

In view of the increasing number of womenwho enter the Brazilian Army, this study seeks to findthe profile of physical training carried out by thefeminine segment, as well as the inter-relation withthe nutritional state, expressed by the Index of BodyMass (IBM) and physical conditioning, expressed bythe 12 minute run.

The work has, as a sample, the data bankgenerated by “Project TAF 2001”, through therecords of 1201 soldiers of the feminine segment, inthe 36 largest Military Garrisons of the Brazilian Army.The body mass was measured, together with thestature of the evaluated. As well as this, themaximum consumption of oxygen (VO2max) was

INTRODUÇÃO

O aumento do número de mulheres que ingressamno Exército Brasileiro e sua participação em atividadesfísicas vêm impondo novos desafios à pesquisa dosefeitos dessa atividade no organismo feminino. Essaspesquisas devem nortear os profissionais da área emrelação à prescrição de atividades físicas para asmulheres, assim como prevenir complicações epromover treinamentos mais adequados.

As equipes de avaliação médica e física devemtrabalhar de forma multidisciplinar, oferecendo à mulheruma atividade física mais indicada, levando-se emconta sua faixa etária, sua condição física e patológica,bem como situações especiais como a osteoporosee o período de gestação.

Encontrar a dosagem ideal de exercícios paracada pessoa é uma tarefa muito difícil. Isso porque,se a intensidade é muito baixa, as praticantes não sebeneficiarão completamente do programa. Entretanto,se esta intensidade for exagerada, entram em umafaixa com risco de lesões e de overtraining. O segredoé encontrar este ponto de equilíbrio.

A indicação dos exercícios aeróbios deveráestar relacionada, diretamente, à resposta obtidaatravés do teste cardiovascular. Isso implica em umaobservação detalhada sobre o nível de intensidadepelo qual a avaliada será exposta. A maior deficiênciaencontrada é a falta de relação entre a intensidadecardiovascular proposta e a obtenção real dosresultados previamente desejados.

Sendo assim, esta pesquisa procurou traçar operfil do treinamento físico realizado pelo segmentofeminino do Exército Brasileiro, bem como suasinter-relações com o estado nutricional, expresso peloÍndice de Massa Corporal (IMC) e o condicionamentofísico, expresso pela corrida de 12 minutos.

Atividade física

Segundo a Organização Mundial de Saúde(World Health Organization, 2005), a prática deatividade física regular reduz o risco de mortesprematuras, doenças do coração, acidente vascularcerebral, câncer de cólon e de mama, assim comode diabetes tipo II. Atua na prevenção ou redução da

31-44I

measured indirectly, on the basis of the Cooper test(12 minutes).

Taking into consideration the duration, thefrequency and the intensity, only 43.7% of the soldiersof the feminine segment carried out the sessionspreconized by the C 20-20 Manual. Based on theIBM, 27.2 % presented excess weight. The majorityof soldiers (54%) presented VO2max classified asreasonable or average, and 24.1% were classifiedas having weak or very weak aerobic potency.

Hyperactivity was an important behavior factorin the development of overweight and obesity, showingphysical activity as a considerable component inimproving VO2max. The recommendations regardingthe frequency, duration and intensity of exercise (30 to60 minutes, 3 to 5 days a week with moderate intensity)appeared to meet the needs of the soldiers, as far aspromotion of health is concerned.

Key words: Physical Training, Women, Soldiers,Physical Activity.

Page 31: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 3

PROPAGANDA

Page 32: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

3 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

hipertensão arterial, previne o ganho de peso(diminuindo o risco de obesidade), auxilia naprevenção ou redução da osteoporose, promovebem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e adepressão.

O rápido crescimento das doenças crônicasassociadas à inatividade física vem sendo registradotanto nos países desenvolvidos, como nos países emdesenvolvimento. A maioria dos adultos nos paísesdesenvolvidos é inativa (WHO, 2005). Nos EstadosUnidos, o sedentarismo, associado a uma dietainadequada, é responsável por aproximadamente 300mil mortes por ano (Centers for Disease Control andPrevention, 2005).

A inatividade física é mais prevalente emmulheres, em idosos, em indivíduos de baixo nívelsócio-econômico e em pessoas com necessidadesespeciais. A partir da adolescência, as pessoastendem a diminuir, de forma progressiva, o nível deatividade física (Brasil, 2001).

É recomendado que os indivíduos se envolvamem níveis adequados de atividade física e que essecomportamento seja mantido para a vida toda.Diferentes tipos, freqüência e duração de atividadefísica são requeridos para diferentes resultados desaúde, por pelo menos 30 minutos de atividade físicaregular, de intensidade moderada, na maioria dos diasda semana (WHO, 2005).

Sobrepeso e obesidade

A prevalência de sobrepeso e obesidade vemaumentando rapidamente no mundo, sendoconsiderada um importante problema de saúdepública, tanto para países desenvolvidos, como paraos em desenvolvimento (Popkin, 1998; InternationalAssociation for the Study of Obesity, 2005).

Em 2002, estimativas da Organização Mundialda Saúde (OMS) apontavam para a existência demais de um bilhão de adultos com excesso de peso,sendo 300 milhões considerados obesos tipo III.Atualmente, estima-se que mais de 115 milhões depessoas sofram de problemas relacionados àobesidade nos países em desenvolvimento (WHO,2005).

A obesidade é uma doença crônica, que envolvefatores sociais, comportamentais, ambientais,culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos.

Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal,resultante do desequilíbrio energético prolongado, quepode ser causado pelo excesso de consumo de caloriase/ou inatividade física (Department of Health e HumanServices, 2001; WHO, 2000). O sobrepeso e aobesidade contribuem de forma importante para a cargade doenças crônicas e incapacitantes (WHO, 2005).As conseqüências para a saúde, associadas a estesfatores, vão desde condições debilitantes que afetam aqualidade de vida, tais como a osteoartrite, dificuldadesrespiratórias, problemas músculo-esqueléticos,problemas de pele e infertilidade, até condiçõesgraves como doenças coronarianas, diabetes tipo IIe certos tipos de câncer (WHO, 2005; DHHS, 2001;Pi-Sunyer, 1991).

Seguindo a tendência mundial, a prevalência desobrepeso e obesidade no Brasil está aumentando.Uma análise comparativa de três pesquisas brasileiraspara as regiões Nordeste e Sudeste – ENDEF(Estudo Nacional de Despesa Familiar), PNSN(Pesquisa Nacional Sobre Nutrição) e PPV (Pesquisasobre Padrões de Vida), realizadas em 1975, 1989 e1999, respectivamente, demonstram que, nesteperíodo, o sobrepeso e a obesidade aumentaram namaior parte dos grupos populacionais (Monteiro eConde, 2000). A prevalência de obesidade em adultoscom 20 anos ou mais, no período de 1975 a 1989,quase dobrou, passando de 4,4% para 8,2%,chegando a 9,7%, em 1999. Quanto ao excesso depeso, a prevalência passou de 21% para 32% noprimeiro período de comparação. Os resultados daPPV, apresentados separadamente para as regiõesNordeste e Sudeste, mostraram prevalências deexcesso de peso de 34,2% e 40,9%, respectivamente(Monteiro, Conde e Popkin, 2001).

Componentes básicos do programa de exercícios

Ainda não foi identificada uma quantidade limiarpor sessão de trabalho capaz de induzir a umaprimoramento cardiovascular ideal. Se existe umlimiar, depende provavelmente da interação de muitosfatores, incluindo trabalho total realizado (duração ouvolume de treinamento), intensidade do exercício,freqüência do treinamento e nível inicial de aptidãofísica. Contudo, algumas recomendações têm semostrado efetivas na prescrição do treinamento físico,visando a promoção e a manutenção da saúde.

31-44I

Page 33: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 5

PROPAGANDA

Page 34: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

3 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

PROPAGANDA

Page 35: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 7

Freqüência

Uma pessoa inativa deveria exercitar-se de umaa três vezes por semana, durante as primeirassemanas de exercício, permitindo tempo suficiente àadaptação. O exercício não deve ser feito em diasconsecutivos, pois, nas primeiras semanas desobrecarga, são maiores as chances de lesões efadiga. Se não houver qualquer problema, afreqüência poderá ser gradualmente aumentada paratrês ou quatro vezes por semana nos mesesseguintes. O objetivo final seria três a cinco vezespor semana, pois tal freqüência está associada aosganhos significativos do desempenho e às perdas degordura corporal. (American College of SportsMedicine, 1998).

A freqüência seria diminuída após ter sidoatingido o nível desejado de aptidão física. Aintensidade da redução depende, basicamente, dograu de aptidão física que a pessoa deseja manter.Um atleta que esteja treinando diariamente seriacapaz de manter um nível bastante elevado comquatro a cinco vezes por semana, enquanto um nívelde aptidão abaixo da média seria mantido comexercícios uma a duas vezes por semana. Para apopulação geral, parece ser ideal a prática deexercícios três vezes por semana. Duas vezes porsemana é o mínimo para manter um bom nível deaptidão física, mas apenas por períodos breves (porexemplo, duas a quatro semanas) ou o nível deaptidão cai (ACSM, 1998).

Duração

Para a resistência cardiorrespiratória, assessões de exercício deveriam durar de 20 a 30minutos, crescendo gradualmente para 40 a 60minutos. Um programa ideal tem três fases:aquecimento (5 a 10 minutos), sobrecarga (15 a 40minutos) e volta à calma (5 a 10 minutos), num totalde 25 a 60 minutos.

A fase de aquecimento inclui andar, trotar,exercícios de alongamento e exercícios moderadosde força e de resistência muscular localizada. Estafase permite ao organismo aumentar, gradualmente,o seu metabolismo, preparando-o para os exercíciosque se seguem. Quanto mais idoso e menoscondicionado for o indivíduo, mais importante será

esta fase, devendo ser prolongada. (Wenger e Bell,1986).

As atividades durante a fase de sobrecargadevem ser de suficiente intensidade, realizadas comsegurança e eficiência, ou seja, elevadas a um nívelque provoquem sobrecarga, mas não tão altas quecausem insegurança e não possam ser executadasdurante 15 a 20 minutos; esta quantidade éespecialmente importante em programas destinadosa aumentar a capacidade aeróbia máxima.

Na fase de volta à calma, devem ser incluídosmovimentos semelhantes ao aquecimento. Aspessoas menos condicionadas e com mais idadelevam mais tempo para a recuperação do exercício.Esta fase, também, deve ser mais longa, se oexercício foi intenso na fase de sobrecarga ourealizado em ambiente quente.

Intensidade

A intensidade do exercício é fator crítico naprescrição de exercício e o de mais difícil ajuste. Aduração e a freqüência são valores absolutos quepodem ser os mesmos em pessoas com grandesdiferenças de condicionamento, pois a intensidade éum fator relativo. A intensidade de uma atividade é arelação entre a energia requerida para desempenhardeterminada atividade e a quantidade máxima deenergia que pode ser fornecida aerobiamente; talquantidade é expressa como um percentual doVO2max. Assim, uma prescrição de exercício requer adeterminação ou a estima do VO2max, isto é, que sejarealizado um teste preliminar de esforço, embora sejapossível, mesmo sem teste, traçar as linhas geraisdesta prescrição.

Durante os 5 a 15 minutos das fases deaquecimento e volta à calma, a intensidade deve serde 30 a 50% do VO2max. Tal nível de esforço, quepode ser realizado durante oito horas diárias, podeser executado facilmente durante estes brevesperíodos. Para sobrecarregar os sistemascardiorrespiratórios, no entanto, a intensidademínima deve ser maior.

Para pessoas sedentárias, com baixo nível deaptidão física, as melhoras têm sido obtidas comintensidades de 50 a 60% do VO2max. Parece que 50%é o limiar e um bom nível de intensidade para asprimeiras semanas de atividade crescente.

31-44I

Page 36: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

3 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

Se não houver maiores problemas, a médiade intensidade durante a fase de sobrecargapoderá ser gradualmente acrescida, chegando a60 a 70% e até a 70 a 80%. Por outro lado, emintensidades acima de 85 a 90%, o sistemaanaeróbio passa a fornecer quant idadessignificativas de energia. A fadiga e o acúmulo deácido lático resultantes reduzem a duração doesforço a menos de 15 a 20 minutos. Para apopulação em geral, a intensidade ótima detreinamento é de cerca de 60 a 80% (ACSM, 1998;Wenger e Bell, 1986).

METODOLOGIA

Seleção da amostra

A amostra foi retirada do banco de dadosgerados pelo “Projeto TAF 2001”, conduzido peloInstituto de Pesquisa da Capacitação Física doExército. Foi realizada anamnese com 1201militares do segmento feminino, nas 36 maioresGuarnições Militares do Exército Brasileiro.

Procedimentos

A massa corporal foi medida em balançamecânica Fi l izola (constante da cadeia desuprimentos do Exército), com precisão de 100gramas. A militar subiu, descalça, na balança, nocentro da mesma, de costas para o avaliador epara a régua de resultado, trajando, apenas, ouniforme previsto para o treinamento físico.

A estatura foi mensurada na própria balançaFilizola, utilizando a toeza com precisão de 0,5centímetros. A medida foi tomada da plataformada balança até o vértex da cabeça. A militar deveriaestar completamente ereta e com a cabeça emum plano horizontal paralelo ao chão (Frankfurt).

Teste de 12 minutos

Foi realizado, pelas militares, em pistaconfeccionada em terreno plano, marcada de 50 em

50 metros. Este teste é realizado periodicamenteno Exército (três vezes ao ano) e, levando-se emconsideração que as coletas foram realizadas emnovembro, cada militar, por mais nova que fosse, játeria realizado o mesmo por pelo menos duas vezes.O teste, que consiste em deslocar-se a maiordistância possível no intervalo de tempo de 12minutos, foi realizado, ainda, com o uniforme detreinamento físico militar (camiseta sem mangas,calção de nylon, meias e tênis de qualquer modelo).

CLASSIFICAÇÕES

Exercícios físicos

O Instituto Nacional de Saúde Americano(NIH, 1998) recomenda que o treinamento físicotenha uma duração mínima de 30 minutos, tenhauma intensidade de moderada para alta (40-60%do consumo máximo de oxigênio ou 50-70% dafreqüência cardíaca máxima) e seja realizado comuma freqüência de 3 a 5 dias na semana. Estarecomendação é reforçada por diversas outrasorganizações de saúde, incluindo o ColégioAmericano de Medicina e Esportes, a AssociaçãoAmericana de Diabetes, a Associação Americanado Coração, entre outros (CDC, 1996; NIH, 1996;Pate et al., 1995; Thompson et al., 2003; Zinmanet al., 2003).

Para o presente estudo, a prát ica doTreinamento Físico Militar (TFM), dentro destasrecomendações, foi considerada como regular. Arealização de exercícios físicos com duração,freqüência ou intensidade inferior às preconizadaspelos estudos acima foi classif icada comoirregular. A não-realização do TFM foi chamadade ausência de exercícios físicos.

Condicionamento

A classificação do consumo máximo deoxigênio (VO2max) foi feita com base nos escorese nas categorias estipuladas por Shvartz &Reibold (1990) e descritas na TABELA 1.

31-44I

Page 37: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 3 9

TABELA 1CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DE

OXIGÊNIO POR FAIXAS ETÁRIAS. VALORES EMML X KG -1 X MIN –1.

Adaptada de Shvartz e Reibold (1990).

Índice de Massa Corporal (IMC)

O excesso de peso corporal pode ser estimadopor diferentes métodos ou técnicas, como pregascutâneas, relação cintura-quadril, ultra-som,ressonância magnética, entre outras (WHO, 2005).Entretanto, devido à sua simplicidade de obtenção,baixo custo e correlação com a gordura corporal, oÍndice de Massa Corporal (IMC) tem sido amplamenteutilizado e aceito para estudos epidemiológicos(International Physical Activity Questionnaire, 2005;Matsudo et al., 2002; Monteiro et al., 2003). Esse índiceé obtido a partir da divisão do peso, em quilogramas,pelo quadrado da altura em metros, (kg/m2) (WHO,2005; Costa, Werneck, Lopes e Faerstein, 2003).Essas definições são baseadas em evidências quesugerem que estes valores de IMC estão associadosao risco de doenças e morte prematura (Hallal,Victora, Wells e Lima, 2003).

Apesar de não representar a composiçãocorporal, o IMC vem sendo utilizado como umamedida aproximada de gordura total, visto que éaltamente correlacionado com a gordura corporal(IPAQ, 2005). Entre as limitações do uso do IMC estáo fato de que este indicador pode superestimar agordura em pessoas muito musculosas esubestimar gordura corporal de pessoas queperderam massa muscular, como no caso de idosos(WHO, 2005).

No presente estudo, o Índice de MassaCorporal (IMC) foi calculado a partir de informaçõesreferidas de peso e altura do indivíduo, sendoutilizados os pontos de corte de 25 kg/m2 paraclassificação de sobrepeso e 30 kg/m2 paraobesidade.

TABELA 2VALORES DE REFERÊNCIA PARA

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL, EMFUNÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL(IMC), DE ACORDO COM A ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DE SAÚDE (WHO, 2000).

Limitações

Por questões de padronização, utilizou-se paraas medidas de estatura e massa corporal, o materialfornecido pela cadeia de suprimento do Exército.Dessa forma, a estatura foi medida na própria balançacom precisão de 0,5 cm, quando o mais adequadoseria a medição com precisão de 0,1 cm, emestadiômetro separado.

Os dados relativos à freqüência, duração eintensidade do treinamento foram fornecidos pelaprópria militar avaliada.

O valor do consumo máximo de oxigênio não foiobtido de forma direta e, sim, indireta, utilizando-se oteste de Cooper de 12 minutos.

Por fim, não se controlou a umidade relativa doar (URA), nem a temperatura de execução do testede 12 minutos.

Análise estatística

Durante a coleta, os dados foram digitados noprograma EPI INFO 5, gerados no formato Lotus eexportados para o programa Excel for Windows. Paraas análises estatísticas, foi utilizado o programa SAS10.0 para Windows.

31-44I

Page 38: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

RESULTADOS

Gerais

Os dados das características físicas efisiológicas da amostra estudada estão apresentadosna TABELA 3

TABELA 3VALORES DE IDADE, MASSA CORPORAL,

ESTATURA, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)E CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO, PREDITO

PELO TESTE DE COOPER (1968) DE 12MINUTOS (VO2MAX) EM MILITARES DO SEGMENTO

FEMININO DO EXÉRCITO BRASILEIRO.

Avaliação nutricional

A média do Índice de Massa Corporal (IMC)apresentada pela amostra ficou em 23,6 ± 2,9 kg.m-2,abaixo do limite de 25,0 kg.m-2, considerado comonormal pela Organização Mundial de Saúde (WHO,2000).

A grande maioria (81,3%) das militares seencontrava dentro da normalidade (IMC entre 18,5 e25 kg.m-2), enquanto 17,3% apresentaram algumgrau de sobrepeso e, 1,4%, estavam dentro da faixade baixo peso estipulada pela OMS (WHO, 2000).

Exercícios físicos

A realização de exercícios regularmente épraticada por 70,3% das militares estudadas, 48,5%das militares gastava de 30 a 60 minutos por sessãode Treinamento Físico e 11,0% se exercitava por maisde 60 minutos, o que totalizou 59,5% de militaresativas que gastavam mais de 30 minutos nas sessõesde treinamento.

Com relação à freqüência das atividades,15,1% praticavam o treinamento físico menos que

três vezes por semana, o que, sabendo-se que29,7% não realizavam treinamento algum, mostrouque apenas 55,2% das militares realizavam oprevisto pelo Estado-Maior do Exército no que dizrespeito à quantidade mínima de sessõessemanais.

Das avaliadas, 31,1% se exercitava comintensidade moderada e 17,7%, de forma leve.

Levando-se em consideração a duração,a freqüência e a intensidade, somente 43,7%das militares do segmento feminino executavamsuas sessões dentro do preconizado pelosestudos anteriormente mencionados e pelomanual C 20-20.

TABELA 4CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE FÍSICAPRATICADA POR MILITARES DA ATIVA DO

EXÉRCITO BRASILEIRO.

Condicionamento

A maioria das militares (54,0%) apresentouVO2max classificado como razoável ou mediano, 21,9%obtiveram valores considerados bons, muito bons ouexcelentes, e 24,1% foram classificadas comodetentoras de potência aeróbia fraca ou muito fraca(TABELA 5).

31-44I

Page 39: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 4 1

TABELA 5DISTRIBUIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO

CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO, PREDITOPELA CORRIDA DE 12 MINUTOS, EM MILITARES

DA ATIVA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

De acordo com Shvartz e Reibold(1990)

Análise por treinamento

As TABELAS 6 e 7 mostram que, mesmo aquelasmilitares que treinaram com duração, freqüência eintensidade abaixo do recomendado, de uma forma geral,obtiveram índices mais desejáveis para IMC e VO2max emenores prevalências para a baixa aptidão física e para osobrepeso, do que as que não realizavam exercícios. Noentanto, as militares que realizavam o TFM preconizadocomo ideal, obtiveram valores ainda melhores.

TABELA 6VALORES DE IDADE, ÍNDICE DE MASSA

CORPORAL (IMC) E CONSUMO MÁXIMO DEOXIGÊNIO PREDITO PELO TESTE DE COOPER(1968) DE 12 MINUTOS VO2max EM MILITARES DOSEXO FEMININO DO EXÉRCITO BRASILEIRO, DE

ACORDO COM A FREQÜÊNCIA, DURAÇÃO EINTENSIDADE DO TREINAMENTO REALIZADO.

TABELA 7PREVALÊNCIA (%) DE SOBREPESO E APTIDÃO

FÍSICA DEFICIENTE, EM MILITARES DO SEGMENTOFEMININO DO EXÉRCITO BRASILEIRO, POR

FREQÜÊNCIA, DURAÇÃO E INTENSIDADE DOTREINAMENTO FÍSICO REALIZADO

DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES

DISCUSSÃO

Estado nutricional

Pesquisas têm comparado o estado nutricionaldos militares com populações civis, chegando àconclusão de que, devido ao estilo de vida maisregimentado, submetido a padrões de peso e a altasexigências físicas, os militares apresentam valoresde IMC mais desejáveis que os civis (Ballweg, 1989).Dahl & Kristensen (1997). No entanto, relataramfreqüências de IMC elevado em militaresdinamarqueses, superiores às achadas entre apopulação civil.

Comparando os dados obtidos no presenteestudo com os encontrados no inquérito domiciliarsobre comportamentos de risco e morbidade referidade doenças e agravos não transmissíveis no Brasil(Brasil, 2004), temos um quadro mais favorávelapresentado pelas militares, no que se refere àobesidade, conforme a TABELA 8.

31-44I

Page 40: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

TABELA 8PREVALÊNCIA DE SOBREPESO, OBESIDADE E

EXCESSO DE PESO EM MILITARES DOSEGMENTO FEMININO DO EXÉRCITOBRASILEIRO(EB) E CIVIS BRASILEIRAS

Exercícios físicos e aptidão física

A distribuição das militares do ExércitoBrasileiro, dentro das diversas categorias de aptidão,apresenta-se com uma concentração maior deindivíduos nas categorias mais baixas do que oestimado para a população mundial (Shvartz &Reibold, 1990). A TABELA 9 mostra a estimativamundial para a distribuição da população dentro desete classes de aptidão física e o percentual dasmilitares do Exército Brasileiro enquadradas em cadauma delas.

TABELA 9DISTRIBUIÇÃO DE MILITARES DO EXÉRCITO

BRASILEIRO(EB) PELAS CLASSES DE APTIDÃOFÍSICA E SUA COMPARAÇÃO COM A ESTIMATIVA

DE DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL

De acordo com Shvartz e Reibold (1990).

A ausência de estudos em larga escala e dosque utilizam os padrões e instrumentos adotados,nesta pesquisa, para mensuração da inatividadefísica, dificulta a comparação destes achados e umaapreciação sobre tendências.

Segundo inquérito domiciliar, realizado porGomes et al. (2001), no município do Rio de Janeiro,78% das mulheres não realizavam nenhum tipo deatividade física no tempo de lazer.

No Inquérito Nacional Canadense, observou-seque 59% das mulheres eram inativas (Cameron etal.,2001). No estudo realizado por Matsudo et al.

(2002), no estado de São Paulo, os resultadosapresentaram 47,3% das mulheresinsuficientemente ativas.

A maioria das militares praticava atividade físicaregularmente (70,3%), o que representouprevalência maior do que os valores encontradospor Lindquist & Bray (2001) em militares americanas.O mesmo ocorreu quando se comparou com civisbrasileiras (Brasil, 2004).

No entanto, grande parte do efetivo envolvido naprática de exercícios não o realizava de maneiraadequada, dentro do que prescreve o manual C 20-20.

A estimativa global de inatividade física entreadultos é de 17%, variando de 11 a 24% de acordocom a região (11 a 12% na África, 17 a 24% naEuropa, 20 a 23% nas Américas), enquanto que aprevalência para insuficiência mostra razão de 31 a51% (WHO, 2002). Para as militares do Exército aprevalência de inatividade foi de 29,7%, e deinsuficiência foi de 56,3%, bem acima da médiamundial.

As militares que realizaram pelo menos umadas variáveis do treinamento (freqüência, duraçãoe intensidade) dentro das recomendações,apresentaram valores melhores do que as querealizavam todas as variáveis de forma consideradainsatisfatória.

Tais achados reforçam a literatura pesquisada,que afirma que, tanto freqüência, intensidade eduração do treinamento, estão diretamenterelacionadas a melhorias no estado de saúde dospraticantes, principalmente no que se refere aoaumento da potência aeróbia e à redução da gorduracorporal.

Recomendações

A hipoatividade foi um fator comportamentalimportante no desenvolvimento do sobrepeso eobesidade. Sendo assim, é recomendado o aumentode atividades físicas para as militares com IMCacima de 25. A atividade física também se mostrouimportante componente para melhorar o VO2max.

Das militares analisadas, 29,7% não realizavamexercícios físicos e 26,6% o faziam em quantidadeinsuficiente, indicando que 56,3% do efetivo nãodedicavam tempo suficiente para a realização demaneira conveniente do TFM. Sendo assim, torna-

31-44I

Page 41: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 4 3

se necessário investigar as razões da falta ao TFM,a fim de que a legislação seja revista, estratégiascomportamentais sejam traçadas e técnicas paraaumentar o nível de atividade física no segmentofeminino sejam implementadas.

As recomendações quanto à freqüência,duração e intensidade do exercício (30 a 60 min,3 a 5 dias por semana e intensidade moderada)parecem atender às necessidades das militares,

no que se refere à promoção da saúde.

Endereço para correspondência:Eduardo de Almeida Magalhães

Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - UrcaRio de Janeiro - RJ - Brasil

CEP 22291-090 Tel 55 21 25433323

e-mail: [email protected]

BALLWEG JA. Comparison of health habits of militarypersonnel with civilian populations. Public Health Rep1989 Sep-Oct;104(5):498-509.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agita Brasil: guiapara agentes multiplicadores. [S.l:s.n.], 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria deVigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Instituto Nacional de Câncer. Coordenação dePrevenção e Vigilância. Inquérito domiciliar sobrecomportamentos de risco e morbidade referida dedoenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15capitais e Distrito Federal, 2002-2003. Rio de Janeiro:INCA, 2004

CAMERON C, CRAIG CL, STEPHENS T, READYTA. Increasing physical activity: supporting an activeworkforce. Canadian Fitness and Lifestyle ResearchInstitute 2001.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL ANDPREVENTION. Improving nutrition and increasingphysical activity. Disponível em: www.cdc.gov/nccdphp/bb_nutrition/>. Acesso em: 09 jun. 2005.

COSTA R, WERNECK G, LOPES C, FAERSTEIN,E. Associação entre fatores sócio-demográficos eprática de atividade física de lazer no Estudo Pró-Saúde. Cad Saúde Pública 2003;19(4):1095-105.

DAHL S, KRISTENSEN S. Health profile of Danisharmy personnel. Mil Med 1997;62(6):435-40.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES.The surgeon general’s call to action to prevent anddecrease overweight and obesity. [Rockville, MD]:Department of Health and Human Services, PublicHealth Service, Office of the Surgeon General, 2001.

GOMES VB, SIQUEIRA KS, SICHIERI R. Atividadefísica em uma amostra probabilística da populaçãodo município do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública2001;17(4):969-76.

HALLAL PC, VICTORA CG, WELLS JC, LIMA RC.Physical inactivity: prevalence and associatedvariables in Brazilian adults. Med Sci Sports Exerc2003;35(11):1894-1900.

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDYOF OBESITY. About obesity. <http:// www.ioft.org/>.Acesso em: 06 jun. 2005.

INTERNATIONAL PHYSICAL ACTIVITYQUESTIONNAIRE. Disponível em: <http://www.ipaq.ki.se/dloads/IPAQ_SHORT_LAST_7_SELF_ADM-revised_8-23-02.pdf>. Acesso em: 07 jun 2005.

LINDQUIST CH, BRAY RM. Trends in overweight andphysical activity among U.S. military personnel, 1995-1998. Prev Med 2001;32(1):57-65.

MATSUDO SM et al. Nível de atividade física dapopulação do Estado de São Paulo: análise de acordocom o gênero, idade e nível sócio-econômico,distribuição geográfica e de conhecimento. RevistaBrasileira de Ciência e Movimento 2002;10(4):41-50.

31-44I

Page 42: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

MEDICINE & SCIENCE IN SPORTS & EXERCISEJOURNAL OF THE AMERICAN COLLEGE OF SPORTMEDICINE, The Recommended Quantity and Quality ofExercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratoryand Muscular Fitness, and Flexibility in Healthy Adults.1998;30(6).

MONTEIRO CA, CONDE WL. Evolução da obesidade nosanos 90: a trajetória da enfermidade segundo estratossociais no Nordeste e Sudeste do Brasil. In: MONTEIRO,C. A. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evoluçãodo país e de suas doenças. Editora HUCITEC NUPENS/USP 2000;1: 421-30.

MONTEIRO CA, CONDE WL, POPKIN BM. Independenteffects of income and education on the risk of obesity in theBrazilian adult population. Journal of Nutrition2001;131(3):881S-886S.

MONTEIRO CA et al. A descriptive epidemiology of leisure-time physical activity in Brazil, 1996-1997. Rev Panam SaludPublica 2003;14(4):246-54.

NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH. Clinical guidelineson the identification, evaluation, and treatment of overweightand obesity in adults. Bethesda, MD: Department of Healthand Human Services, National Institutes of Health, NationalHeart, Lung and Blood Institute, 1998.

NIH (National Institutes of Health). Consensus DevelopmentPanel on Physical Activity, and Cardiovascular Health.Physical activity and cardiovascular health. JAMA1996;276:241-6.

PATE RR, PRATT M, BLAIR SN, HASKELL WL, MACERACA, BOUCHARD C, BUCHNER D, ETTINGER W,HEATH GW, KING AC. Physical activity and public health:a recommendation from the Centers for Disease Controland Prevention and the American College of SportsMedicine. JAMA 1995;273:402-7.

PI-SUNYER FX. Health implications of obesity. Am JClin Nutr 1991;53(6):1595- 1603.

POPKIN BM, DOAK C. The obesity epidemic is a worldwidephenomenon Nutr Rev 1998;56:106-14.

SHVARTZ E, REIBOLD RC. Aerobic Fitness Norms ForMales And Females Aged 6-75: A review. Aviation, Spaceand Environmental Medicine 1990;61:3-11.

THOMPSON PD, BUCHNER D, PINA IL,ET AL. Exerciseand physical activity in the prevention and treatment ofatherosclerotic cardiovascular disease: a statement fromthe Council on Clinical Cardiology (Subcommittee onExercise, Rehabilitation, and Prevention) and the Councilon Nutrition, Physical Activity, and Metabolism(Subcommittee on Physical Activity). Circulation2003;107:3109–16.

US DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES,CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Physical activityand health: a report of the Surgeon General. Washington,DC: US Government Printing Office, 1996.

WENGER HA, BELL GI. The interactions of intensity,frequency, and duration of exercise training in alteringcardiorespiratory fitness. Sports Medicine1986;3:346-56.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet,physical activity and health. Disponível em: www.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA57/A57_R17-en.pdf>. Acesso em:10 jun. 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Nutrition: controllingthe global obesity epidemic. Disponível em: <http://www.who.int/nut/obs.htm>. Acesso em: 10 jun. 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity andoverweight . Disponível em: <http:// www.who.int/dietphysicalactivity/publications/facts/obesity/en/>. Acessoem: 10 jun. 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventingand managing the global epidemic. Report of a WHOConsultation on Obesity. Geneva: WHO, 2000. (TechnicalReport Series, 894).

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical activity.Disponível em: <www.who.int/ dietphysicalactivity/media/en/gsfs_pa.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical activity:direct and indirect health benefits. Disponível em:www.who.int/hpr/physactic/health.benefits.shtml>. Acessoem: 10 jun. 2005.

ZINMAN B, RUDERMAN N, CAMPAIGNE BN, DEVLINJT, SCHNEIDER SH. Physical activity/exercise anddiabetes mellitus. Diabetes Care 2003;26:(suppl)S737.

31-44I

Page 43: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 4 5

ALTERAÇÕES NA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E NO LACTATOSANGÜÍNEO NO TREINAMENTO INTERVALADO AERÓBICO

Roberto Machado de Souza - Sgt Ex Marcelo Antônio Tavares - Sgt Ex

Jorge Orlando Benites Alves - Sgt ExMarcio Juliano Pires Nunes - Sgt Ex

Anderson Alex Caracioli Machado - Sgt Ex Herivelto Batista de Sant’Ana - Sgt ExWellington Guilherme Pereira - Sgt Ex

Francisco Carlos da Silva - Sgt ExAlexandre Tempesta Lincoln - Maj Ex

Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) - Rio de Janeiro - RJ

__________Recebido em 30/08/2005. Aceito em 05/10/2005.

Resumo

O C 20-20, Manual de Treinamento FísicoMilitar do Exército Brasileiro (Brasil, 2002),preconiza, em seu conteúdo, como um dosmétodos de treinamento cardiopulmonar, oTreinamento Intervalado Aeróbico (TIA). O objetivodesse trabalho é verificar se o repouso de 90segundos, recomendado pelo C 20-20, é suficientepara a recuperação desejada (70% da freqüênciacardíaca máxima - FCMAX), bem como comparar aconcentração de lactato sangüíneo após umasessão de TIA, em grupos de militares comdiferentes níveis de condicionamento físico.Participaram do estudo 35 militares voluntários, dosexo masculino, do 2° ano do Instituto Militar deEngenharia (IME), divididos em grupos, a partir dosresultados na corrida de 12 minutos do teste deavaliação física. O protocolo de FCMAX utilizado foio de Tanaka et al. (2001). A amostra foi submetidaa uma sessão de TIA com a intensidade da1ª semana, dentro da sua faixa de esforço, com

repouso correspondente ao índice obtido. Foramregistradas as freqüências de chegada (FCESFORÇO)e de saída (FCRECUPERAÇÃO). Foram coletadasamostras sangüíneas para mensurar os níveis delactato. Observou-se, como resultado, a FCESFORÇO

de 193,8 bpm - 95% FCMAX, e FCRECUPERAÇÃO de 135,7bpm - 70% FCMAX. Os indivíduos mais bemcondicionados apresentaram maior concentraçãode lactato do que os menos condicionados, após otreinamento. A FCESFORÇO situou-se acima daprevista no C 20-20 (90% da FCMAX paratreinamento cardiopulmonar). Entretanto, arecuperação mostrou-se suficiente para acontinuidade do treinamento. Os militares maiscondicionados conseguem remover maiorquantidade de lactato do que os menoscondicionados. A remoção dos mais treinadosdemonstrou ser mais eficiente do que a dos menostreinados.

Palavras-chave: Treinamento IntervaladoAeróbico, Freqüência Cardíaca Máxima, FreqüênciaCardíaca de Esforço, Freqüência Cardíaca deRecuperação e Lactato Sangüíneo.

45-53I

Page 44: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

INTRODUÇÃO

O que tem em comum um jogador de voleibolnuma partida, um tenista numa disputa de um set,um corredor de 800 metros que executa nostreinamentos dez tiros de 400 metros em uma pistade atletismo, ou um pelotão de fuzileiros que precisaatacar uma elevação em posse do inimigo? Todosestão utilizando um intervalo de esforço acima daintensidade que lhe é confortável. Esse aumento deesforço é seguido de um intervalo de recuperação,no qual a atividade retorna aos níveis sustentáveis deesforço.

Atletas de destaque mundial, como o corredorfinlandês Paavo Nurmi (década de 30) e o tcheco EmilZatopeck (décadas de 40 e 50), apelidado de “alocomotiva humana”, utilizavam, em seustreinamentos, intervalos de recuperação entre cargasintensas e intermediárias (trote), contribuindo, assim,para uma recuperação parcial do organismo(Hollmann e Hettinger, 1989).

Nos últimos anos, tem-se verificado que o treinointervalado passou a ser um dos métodos de

treinamento utilizado por vários esportes (Brooks,2004). Dentre eles, podemos citar as corridas, ociclismo, a natação, o remo e o futebol, ou seja,esportes cíclicos e esportes acíclicos.

O Exército Brasileiro passou a empregareste tipo de treinamento de forma sistematizadae metódica, a partir de 1990, com a atualizaçãodo C 20-20, Manual de Treinamento Físico Militar(Brasil, 2002). O manual em questão abrange, dentreoutros métodos cardiorrespiratórios para odesenvolvimento da resistência aeróbica eanaeróbica, o Treinamento Intervalado Aeróbico (TIA),com a finalidade de proporcionar ao militar condiçõesfavoráveis para atender ao enfoque operacional dasmissões de combate, assim como visa promover ointeresse da tropa em relação à saúde.

Segundo Brasil (2002), o TreinamentoIntervalado pode ser definido como treinamentocardiopulmonar individual, onde há a alternância deestímulos de médios para fortes, com intervalo derecuperação parcial, de modo que não se instale umquadro de fadiga no organismo. Já Foss e Keteyian(2002) colocam que o treinamento intervalado é um

45-53I

ALTERATIONS IN CARDIAC FREQUENCY ANDIN BLOOD LACTATE IN INTERVALLED

AEROBIC TRAINING

Abstract

The C 20-20, Manual of Military Physical Trainingof the Brazilian Army (Brazil, 2002), preconizesIntervalled Aerobic Training (IAT) in its content as onemethod of cardiopulmonary training. The aim of thisstudy is to verify whether the pause of 90 seconds,recommended by C 20-20, is sufficient for the desiredrecovery (70% of maximum cardiac frequency –CFMAX,as well as to compare the concentration of bloodlactate after an IAT session, in groups of soldiers withdiffering levels of physical conditioning. Taking part inthis study, were 35 soldier volunteers, of male sex, inthe 2nd year of the Military Engineering Institute (IME),divided in groups according to the results of the 12minute run of the physical evaluation test The protocolof CFMAX used was of Tanaka et al. (2001). The samplewas submitted to a session of IAT with

the intensity of the 1st week, within their range offorce,with rest corresponding to the indice obtained.The frequencies of arrival (CFFORCE) and of exit(CFRECUPERATION) were registered. Blood samples werecollected to measure the lactate levels. As a result,the CFFORCE of 193.8 bpm - 95% CFMAX, andCFRECUPERATION of 135.7 bpm - 70% CFMAX, wereobserved. The individuals best conditioned presentedgreater concentration of lactate than the lessconditioned, after the training. The CFFORCE wassituated above that previsted in the C 20-20 (90% ofCFMAX for cardiopulmonary training). However,recuperation showed itself to be sufficient for thecontinuity of training. The best conditioned soldiersmanaged to remove a greater quantity of lactate thanthose less conditioned. The removal in the mosttrained was shown to be more efficient than in theless trained.

Key words: Intervalled Aerobic Training, MaximumCardiac Frequency, Cardiac Frequency of Force, CardiacFrequency of Recuperation and Blood Lactate.

Page 45: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 4 7

sistema de condicionamento físico no qual o corpo ésubmetido a períodos curtos, porém repetidosregularmente, de trabalho intenso, que sãointermediados por períodos suficientes derecuperação.

No Exército, os Testes de Avaliação Física(TAF), realizados três vezes ao ano, demonstram seruma forma simples de mensurar a habilidade domilitar mover seu corpo com eficiência, trabalhandomaiores grupos musculares e utilizando o sistemacardiorrespiratório. Essa eficiência tem fortecorrelação com as atividades operacionais (Brasil,2002). O TIA, como método cardiopulmonar, visadesenvolver a aptidão cardiorrespiratória para arealização do teste de 12 minutos.

Vale a pena ressaltar que o treinamentointervalado causa benefícios, tanto em indivíduostreinados, como em não-treinados (Volkov, 2002).Esses benefícios são: aumento da aptidãocardiorrespiratória e resistência aeróbia; aumento daresistência das fibras musculares; maior utilizaçãototal de calorias por sessão e aumento da utilizaçãototal de gordura; aumento da complacência aoexercício; e aumento no esforço de trabalho em dosesmanejáveis (Brooks, 2004).

Influência do exercício e do repouso sobre otreino intervalado

As mudanças metabólicas no organismo,durante o trabalho intervalado, serão conseqüênciasdo regime escolhido entre trabalho e repouso, já queaumentando-se as pausas de repouso, diminui-se avelocidade do acúmulo do ácido lático no sangue(Volkov, 2002).

Nos exercícios com um nível de intensidadecrítica, o aumento da duração das pausas entre osexercícios não influi sobre o nível da necessidade deO2 atingido ao final do exercício, mas diminui, de modosignificativo, no decorrer das pausas de repouso,antes do início de cada novo estímulo. Pode-se verificarque o aumento nos intervalos de repouso conduz aum decréscimo no nível de consumo de O2, tantodurante o trabalho, quanto no repouso do exercício(Foss e Keteyian, 2000).

De acordo com Weineck (1991), os processosde troca aeróbica nos tecidos também sãoinfluenciados pelo repouso, pois conduz à queda de

velocidade de desagregação do ATP miofibrilar dosmúsculos e à queda da atividade oxidante genéricano decorrer da execução do exercício.

Para McArdle, Katch e Katch (1998), o intervalode recuperação do Treinamento Intervalado guardauma relação direta com a duração do trabalhorealizado e o sistema energético utilizado. Sendoassim, seria de 1:3 para treinar o sistema energéticoimediato (ATP-PC). Para o sistema glicolítico de curtoprazo, o intervalo de recuperação seria o dobro dointervalo (1:2). Com o trabalho de 1:1,5, o sistemaenfatizado é o aeróbico.

Do exposto, podemos perceber que a variaçãodo tempo de repouso atua sobre os parâmetros dapotência metabólica, enquanto que as variações naduração da execução do exercício nos darão osparâmetros do conteúdo metabólico aeróbico ouanaeróbico. A TABELA 1 demonstra as zonas detreinamento, a intensidade do exercício, a duraçãoda atividade, o sistema energético atuante e o ritmode trabalho.

TABELA 1ZONAS DE TREINAMENTO. NÍVEIS DE

INTENSIDADE. MECANISMOS DE TRANSPORTEMETABÓLICO E RESPIRATÓRIO NO ORGANISMO

FONTE: ACSM, modificado por Fernandes Filho, 1999.

Freqüência cardíaca

A freqüência cardíaca demonstra ser umimportante preditor da intensidade da atividade física,facilitando, assim, a prescrição e controle do exercício(Trisclher, 2003).

Baseado em estudo comparativo de estimativada Freqüência Cardíaca Máxima (FCMAX), realizado porBarbosa , Oliveira , Fernandes e Fernandes Filho(2004), foi escolhido o protocolo elaborado por Tanaka,Monahan e Seals (2001), que prevê [208 – (0,7 x idade)],

45-53I

Page 46: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

4 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

pelo fato de apresentar menores resultados para osescores residuais, em comparação com as equações“220 – idade” e Jones (1975) [210 – (0,65 x idade)].

O repouso entre os estímulos varia de 90 a 45segundos, conforme o condicionamento doparticipante. Se, ao final do intervalo, os executantesnão tiverem recuperado (FCRECUPERAÇÃO acima de 70%da FCMAX ) é recomendado que o intervalo sejaaumentado. Caso o intervalo já estiver em 90segundos, deve-se diminuir a intensidade. Durante ointervalo, deve ser realizado um trote lento ou umacaminhada (Brasil, 2002).

Lactato sangüíneo

O lactato é produzido pelo organismo apósa queima da glicose (glicólise) para o fornecimentode energia sem a presença de oxigênio(metabolismo anaeróbico láctico). O acúmulodesta substância nos músculos pode gerar umahiperacidez, causando dor e desconforto logoapós o exercício (McArdle, Katch e Katch ,1998).

O limiar do lactato é mensurado através dosníveis sangüíneos de ácido lático, sendo que a suamédia está entre três e cinco mmol/l, de acordocom a pesquisa realizada por Foss e Keteyian(2000).

Quando um exercício torna-se mais intensoe mais longo, ocorre um aumento dos níveis delactato, um aumento da concentração dehidrogênio e uma diminuição do pH. Issodeteriora o processo de excitação-junção, porreduzir a quantidade de cálcio liberada peloret ícu lo sarcoplasmát ico, in ter fer indo nacapacidade de fixação cálcio-troponina. A maiorconcentração de hidrogênio inibe a ação daenzima fosfofrutocinase, tornando a glicólisemais lenta e reduzindo a produção de ATP (Fosse Keteyian, 2000; Weineck, 1991)

Diante do exposto, o presente trabalho temcomo objetivo verificar se o intervalo de 90segundos, previsto para a primeira sessão dotreinamento intervalado aeróbico, descrito porBrasil (2002), é adequado, observando-se comovariáveis: intensidade, freqüência cardíacamáxima, freqüência cardíaca de esforço efreqüência cardíaca de recuperação. É, também,objetivo dessa pesquisa comparar a concentração

de lactato sangüíneo após uma sessão detreinamento intervalado aeróbico em militares comníveis de condicionamento diferentes.

METODOLOGIA

Amostra

Participaram da pesquisa 35 militaresvoluntários, do sexo masculino, do 2º ano do InstitutoMilitar de Engenharia (IME), idade 20,2 ± 1,7 anos,estatura 1,8 ± 0,1 metros , e massa corporal 73,6 ± 10quilogramas. Todos os participantes eram fisicamenteativos (ACSM, 1999). Suas atividades físicas tinhamuma freqüência semanal de três sessões, comduração de 45 minutos cada. Foi critério de inclusão odiagnóstico médico favorável para realização deesforço físico, bem como a realização do 1º Teste deAvaliação Física (TAF) do ano de 2005. Foramconsiderados critérios de exclusão a impossibilidadedos indivíduos realizarem os testes, decorrentes deenfermidades ou lesões, assim com a não-realizaçãodo 1° TAF de 2005, por qualquer motivo.

Segundo a resolução específica do ConselhoNacional de Saúde (nº 196/96), toda a amostra foiinformada detalhadamente sobre os procedimentosutil izados, concordando em participarvoluntariamente do estudo, assinando um Termo deConsentimento Informado e Garantido da Proteçãode Privacidade.

Instrumentos

A massa corpórea e a estatura foram medidasutilizando-se uma balança de marca Filizola, modeloPersonal, com precisão de 100g e com estadiômetrocom precisão de 5 mm. Na corrida intervalada, foramutilizados freqüencímetros da marca Polar, modeloS-210, e cronômetro da marca Seiko, modelo S 120.

No teste do lactato, foi mensurada a suaconcentração utilizando-se o lactímetro Roche,modelo Accusport, com fitas de coleta de sangueBoehringer Mannheim Roche.

Procedimentos

Através dos resultados obtidos no TAF, aamostra foi dividida em grupos de cinco indivíduos,

45-53I

Page 47: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 4 9

segundo o desempenho no teste de 12 minutos,tendo como faixas os índices de 2200, 2300, 2400,2600, 2700, 2800 e 3100 metros.

Posteriormente, a amostra foi submetida aoTreinamento Intervalado Aeróbico do C 20-20 (Brasil,2002), dentro das faixas de esforço e repousorespectivas ao índice conseguido no teste de 12minutos. A intensidade utilizada no estudo foi a doinício do treinamento, ou seja, da 1ª semana doprograma de treinamento, conforme a TABELA 2.

A intensidade foi calculada acrescentando-se200 metros ao resultado obtido no teste de 12 minu-tos, para estímulos de 400 metros. Portanto, se umindivíduo alcançou o índice de 2800 metros na corri-da, o cálculo será feito da seguinte forma:

Os indivíduos passaram por um treinamento deadaptação ao ritmo de cada estímulo de 400m a serexecutado, onde cumpriram criteriosamente ostempos estipulados por Brasil (2002), dois dias antesdo teste, realizando três tiros na intensidade da1ª semana do TIA. A TABELA 2 nos mostra osnúmeros de repetições por sessão de treinamento, otempo da volta (estímulo/esforço) e o intervalo derepouso, de acordo com o resultado obtido no últimoTAF.

Foram controladas a temperatura e a umidaderelativa do ar no momento da realização do TIA.Antes da execução do teste propriamente dito, foifeito um alongamento e um aquecimento dinâmicode acordo com Brasil (2002), preparando-os para aatividade.

TABELA 2SOBRECARGA DO TREINAMENTO

INTERVALADO AERÓBICO

FONTE: Brasil, 2002, adaptado pelos autores.

Os indivíduos iniciaram a primeira série com afreqüência de aquecimento entre 120-140 bpm, freqüênciaque se encontra a 70% da FCMAX, com média de 135bpm. Após cada volta, era registrada a freqüência cardíacade chegada (FCESFORÇO) e, ao término do repouso, afreqüência cardíaca de saída (FCRECUPERAÇÃO).

Os parâmetros de aplicação utilizados foram adistância, o tempo por estímulo (repetição), o númerode repetições, o tempo de intervalo (repouso) e a açãono intervalo. Como exemplo, o indivíduo que alcança oíndice de 2800 metros na corrida de 12 minutos iráproceder da seguinte forma: distância - 400m; tempo -01 minuto e 36 segundos; repetições - 07; intervalo - 01minuto e 30 segundos; e ação no intervalo - caminhadaou trote lento.

O estudo contou, também, com o teste delactato sangüíneo, onde foi realizada a coleta com osindivíduos dos grupos extremos da amostra (índice2200 e 3100 metros), em repouso e após o últimoestímulo. Após o exercício, a coleta foi feita noprimeiro, terceiro e quinto minuto. A coleta foi invasiva,retirando-se uma gota de sangue da falange distal dodedo mínimo, mensurando-se a concentração delactato na corrente sangüínea.

Estatística

Foram calculados a média e o desvio padrão daFCMAX, 70% da FCMAX, FCRECUPERAÇÃO, FCESFORÇO,apresentados na TABELA 3, assim como idade, massacorporal e estatura, expostos na metodologia (amostra),visando verificar, descritivamente, como se comportavatoda a amostra. De dois grupos, que correram 2200 e3100 metros, também foi feita a análise descritiva dolactato em repouso e após o último estímulo de 400metros da 1ª sessão do TIA. A estatística inferencial,feita por meio do programa SPSS 10.0, utilizou osseguintes testes: qui-quadrado, T de Student e ANOVAone way, e two way/post hoc Tukey, todos com grau designificância de 5%, para verificar se existia diferençaentre os grupos e, também, entre a amostra e os valoresda 70% da FCMAX.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No dia da realização da coleta de dados, atemperatura encontrava-se em 25º C e a umidade relativado ar era de 77%.

45-53I

Page 48: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

5 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

As médias e os respectivos desvios padrõesalcançados por ocasião da mensuração dasFCRECUPERAÇÃO e de FCESFORÇO encontram-se naTABELA 3.

TABELA 3FREQÜÊNCIA CARDÍACA

Onde: FCESFORÇO = freqüência cardíaca ao final do estímulo (chegada);FCRECUPERAÇÃO = freqüência cardíaca no término do repouso (de saída);FC de referência = freqüência cardíaca (90% da FCMAX); n = númeroda amostra;e DP = desvio padrão.

A FCRECUPERAÇÃO após o repouso ficou muitopróxima da prevista (70 % da FCMAX), ou seja, otempo de intervalo foi suficiente para a execuçãode um novo estímulo (Brasil, 2002).

No que tange a FCESFORÇO, correlacionadacom FCMAX, aquela atingiu 95% desta. Com acoleta de dados do TIA, verificou-se que a médiade 95% da FCMAX é classificada como zona deesforço máximo (90 a 100% da FCMAX),situando-se numa faixa de esforço acima dapreconizada por Brasil (2002), que estipula umasobrecarga com alternância de estímulos demédios para fortes, de 70 a 90% da FCMAX (ACSM,adaptado por Fernandes Filho, 1999).Verificou-seque houve diferença significativa entre a freqüênciacardíaca de referência (90% da FC MAX) eFCESFORÇO, com r = 0,001, caracterizando, assim,uma intensidade acima da prevista segundo Brasil(2002). Também ficou evidenciado que não houvediferença signi f icante na FC RECUPERAÇÃO eFCESFORÇO entre os grupos.

As FIGURAS 1 e 2, a seguir, nos explicitamo comportamento da amostra referente àsmédias da FCRECUPERAÇÃO e da FCESFORÇO, emdecorrência da execução do t re inamentointervalado. De maneira geral, as médias dasduas freqüências tiveram um aumento durantetodo o treinamento.

O teste de ANOVA post/hoc de Tukey, aplicadonos grupos em relação à FCRECUPERAÇÃO, mostrou quenão houve diferença significativa entre estes, já quetodos os valores de “r” situaram-se acima de 0,005.Com o teste T, aplicado nos grupos em relação a 70%da FCMAX, verificou-se que todos os gruposapresentaram um “t” menor que os valores de “p”,evidenciando-se, assim, que não houve diferençasignificativa. Entretanto, o grupo 2400 apresentout = 3,341 e valor de p = 0,0149.

Os resultados apresentados na FIGURA 3demonstram que, durante a recuperação da primeiraaté a terceira volta, houve um aumento na FC emtodos os grupos. A partir do quarto estímulo, ocorreua manutenção das freqüências.

Na FIGURA 3, evidencia-se que a freqüênciaaumenta gradativamente durante os estímulos,decorrente da necessidade do organismo em absorveruma maior quantidade de oxigênio, tendo relaçãodireta com o aumento da freqüência.

FIGURAS 1 E 2FREQÜÊNCIA DE CHEGADA (FCESFORÇO) E

FREQÜÊNCIA DE SAÍDA (FCRECUPERAÇÃO)

45-53I

Page 49: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5 1

FIGURA 3FCRECUPERAÇÃO (FREQÜÊNCIA DE SAÍDA) DE CADA GRUPO

45-53I

Page 50: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

5 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

Por meio do teste de lactato sangüíneo,administrados nos grupos de 2200 e 3100 metros,os resultados podem ser melhor analisados atravésda TABELA 4 abaixo.

TABELA 4CONCENTRAÇÃO DE LACTATO ANTES E APÓS

O EXERCÍCIO

Onde: DP = desvio padrão.

FIGURA 4LACTATO

As curvas de concentração de lactato dosgrupos 2200 e 3100 metros podem ser observadasna FIGURA 4. Foi verificado que a diferença entre osgrupos foi de 2,7mmol/l no primeiro minuto, e0,34mmol/lde lactato no quinto minuto, apesar do grupo3100 ter executado duas voltas a mais. Isto constataque os mais condicionados acumulam uma maiorquantidade de lactato durante o exercício. A velocidadede remoção, porém, não apresentou diferençasignificativa (Grupo 2200 velocidade = 0,5 mmol/l/min;e grupo 3100 velocidade = 0,6mmol/l/min).

O intervalo de repouso mostrou-se suficientepara a realização da seqüência de estímulos do TIA.Apesar de, durante as voltas, a freqüência teraumentado, esta se comportou nos níveis desejáveis.

O intervalo de recuperação mostrou-sesuficiente para a execução do treinamento, ocorrendouma recuperação parcial para a execução de novoestímulo.

De acordo com o C20-20, a faixa da freqüênciacardíaca de esforço (FCESFORÇO) que se busca atingir,durante o treinamento aeróbico, deve estar entre 70%a 90% da FCMAX, sendo que aquela ultrapassou esta,caracterizando intensidade acima da prevista nomanual.

Evidenciou-se que os mais t re inadosconseguem acumular mais lactato que os menostre inados, ta lvez pelo fa to dos maiscondicionados possuírem maior reserva deglicogênio muscular.

O limiar anaeróbico foi ultrapassado (5mmol/l),apesar de o trabalho anaeróbico ser realizado,indicando que o organismo, ao adentrar nessesistema, está utilizando toda a sua capacidade deabsorção de O2.

RECOMENDAÇÕES

As recomendações decorrentes dos resulta-dos do presente estudo são as seguintes:

· Fazer pesquisas com um número maior deamostra;

· Realizar estudo longitudinal para verificar se a FCMAXdiminui com adaptação ao treinamento;

· Desenvolver estudos com militares de unidadesoperacionais, melhor condicionados fisicamente,bem como com o segmento feminino.

· Realizar pesquisas onde o intervalo de coleta delactato seja maior e entre os estímulos.

Endereço para correspondência:Alexandre Tempesta Lincoln

Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - UrcaRio de Janeiro - RJ - Brasil

CEP 22291-090 Tel 55 21 25433323

e-mail: [email protected]

45-53I

Page 51: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5 3

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE.Programa de condicionamento físico da ACSM. 2ªed. São Paulo: Manole, 1999.

BARBOSA FC, OLIVEIRA HB, FERNANDES PR,FERNANDES FILHO J. Freqüência cardíacamáxima: estudo comparativo de equações deestimativa de freqüência cardíaca máxima. Fitnesse Performance Journal 2004; 3(2):15-16.

BROOKS DS . Treinamento personalizado:elaboração e montagem de programas. São Paulo:Phorte, 2004.

COSTA ARF, et al. Orientações metodológicas paraprodução de trabalhos acadêmicos. 5ª ed. Alagoas:Edufal, 2002.

DANTAS EHM. A prática da preparação física. 3ªed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.

FOSS ML, KETEYIAN SJ, FOX . Bases Fisiológicasdo exercício e do esporte. 6ª ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2000.

HOLLMANN W, HETTINGER T. Medicina doEsporte. São Paulo: Manole, 1989.

CUNHA RSP, NASCIMENTO SS. Efei to dafreqüência semanal de treinamento intervaladoaeróbico sobre a potência aeróbica de militaresdo Exérc i to Bras i le i ro : uma proposta detreinamento para o teste de avaliação física.Revis ta de Educação Fís ica do Exérc i to2004;129: 26-32.

MCARDLE WD, KATCH FI, KATCH VL. Fisiologiado exercício: energia, nutrição e desempenhohumano. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1998.

BRASIL. Estado Maior do Exército. C 20-20 –Manual de treinamento físico militar. 3ª ed. Brasília:EGGCF, 2002.

BRASIL. Estado Maior do Exército. C 20-20 –Manual de treinamento físico militar. 2ª ed. Brasília:EGGCF, 1990.

BRASIL. Estado Maior do Exército. C 20-20 –Manual de treinamento físico militar. Brasília:EGGCF, 1981.

MOREIRA SB. Equacionando o treinamento:matemática das provas longas. Rio de Janeiro:Shape, 1999.

TRISCLHER K. Medida e avaliação física e esportede Barrow e McGee. 5ª ed. São Paulo: Manole,2003.

VOLKOV NI. Teoria e prática do treinamentointervalado no esporte. São Paulo: Multiesportes,2002.

WEINECK J. Biologia do esporte. São Paulo:Manole, 1991.

WILMORE JH, COSTILL, DL. Physiology of sportand exercise. USA: Human Kinetics, 1994.

Internet: http://www.cdof.com.br/fisio acessado em30 mar 2005.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

45-53I

Page 52: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

5 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

CRIAÇÃO DO ESPAÇO CULTURALMUSEU DO DESPORTO DO EXÉRCITO

Thadeu Marques de Macedo - Cel R1 Ex

Espaço Cultural Museu do Desporto do Exército - Rio de Janeiro - Brasil

A Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoale Fortaleza de São João, antigo Centro deCapacitação Física do Exército, acaba de dar um saltode qualidade no cenário desportivo-cultural.

No terceiro andar do prédio, que outrorafuncionava como solário da Formação Sanitária, daEscola de Educação Física do Exército e, maisrecentemente, como alojamento dos atletas daComissão de Desportos do Exército (CDE), foi criadoo Museu do Desporto do Exército.

Ato instituído em 20 de abril de 2004, porintermédio da Portaria Nr 162, do Comandante doExército, a criação deste importante espaçocultural tem o propósito de divulgar os gloriososfeitos da Força Terrestre, além das seguintesfinalidades:

• Ser um instrumen-to repassador deconhecimento;

• Servir como fieldepositário des i g n i f i c a t i v oacervo;

• Propagar os me-moráveis feitos deatletas militares ede personalidadesque fizeram partedessa trajetória; e

• Incentivar a prá-tica do esporte,um dos fenô-menos sociaismais importantesna influência davida cotidiana do homem contemporâneo.

Este é um empreendimento sui generis naInstituição, pretendendo perpetuar os feitos histórico-desportivos de várias gerações de militares, em tornode um inesquecível e primoroso acervo, ao mesmotempo em que amplia o intercâmbio sócio-culturalcom entidades congêneres e Nações Amigas.

As antigas instalações foram completamenteremodeladas para abrigar o Museu do Desporto, segundoprojeto arquitetônico elaborado por Ana Lúcia Mota, arquitetaresponsável. Assim, foram criados espaços especialmenteconcebidos: um Salão de Exposições (FIGURA 1), umAnfiteatro e dependências administrativas, concedendoao Museu um estilo moderno e arrojado.

FIGURA 1SALÃO DE EXPOSIÇÕES

A Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) aprovouo Projeto Museográfico, onde os temas sãoamplamente retratados, a par de significativo acervoexistente. As modalidades desportivas,acompanhadas de seus principais atletas e suasglórias, preenchem o espaço com merecida distinção.

54-56I

Page 53: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5 5

Um moderno equipamento multimídia (FIGURA 2)permite navegar por toda a História da EducaçãoFísica e dos Jogos Olímpicos, ao mesmo tempo emque uma magnífica maquete (FIGURA 3) doexpressivo local onde se encontra instalado o Museu,a Fortaleza de São João, berço da fundação da cidadede São Sebastião do Rio de Janeiro e da criação doensino metódico e racional da educação físicabrasileira, deixa qualquer visitante deslumbrado.

FIGURA 2RECURSO MULTIMÍDIA

FIGURA 3MAQUETE DA FORTALEZA DE SÃO JOÃO,

LOCAL DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃOSEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO E DE

CRIAÇÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICADO EXÉRCITO

O Museu do Desporto do Exército conta, também,com a Biblioteca do Instituto de Pesquisa da CapacitaçãoFísica do Exército (IPCFEx), no 2º andar, uma das mais

completas em acervo desportivo do Brasil, para que ointeressado aprofunde suas pesquisas.

Nessa primeira exposição, algumascelebridades do Desporto Militar foram lembradas:

• Capitão Cláudio Coutinho (FIGURA 4), suasparticipações no mundo futebolístico, propagadorda mentalidade aeróbica no País;

FIGURA 4ESPAÇO CAPITÃO CLÁUDIO COUTINHO

• Tenente Guilherme Paraense (FIGURA 5),primeira medalha olímpica de ouro para o Brasil(Antuérpia, 1920);

FIGURA 5ESPAÇO TENENTE GUILHERME PARAENSE

54-56I

Page 54: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

5 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

• Sargento João Carlos de Oliveira (FIGURA 6),

nosso querido “João do Pulo”, recordista do Salto

Triplo;

FIGURA 6

ESPAÇO SARGENTO JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA

• Sub-Tenente Bandeira (FIGURA 7), pentatleta mais

laureado do Exército Brasileiro;

FIGURA 7

ESPAÇO SUB-TENENTE BANDEIRA

• Edson Arantes do Nascimento (FIGURA 8),carinhosamente chamado de “Pelé”, ídolo mundial,que envergando as cores de nosso Exército,quando soldado do 6º Grupo de Artilharia de CostaMotorizado (Praia Grande-SP), fez parte da equipede futebol de sua Unidade Militar e das ForçasArmadas, durante os campeonatos.

FIGURA 8ESPAÇO EDSON ARANTES DO NASCIMENTO

Pretende-se, com essa iniciativa, que o Museudesponte como Centro Cultural Histórico-Desportivoda Força Terrestre, resgatando a memória dos feitosde seus atletas e de personalidades que participaramdessa trajetória, como justo e merecidoreconhecimento aos esforços despendidos para oengrandecimento do Exército Brasileiro e do esportenacional na busca pelo pódio.

Endereço para correspondência:Museu do Desporto do Exército

Av João Luís Alves, s/n (Forte São João) - UrcaRio de Janeiro - RJ - Brasil

CEP 22291-090Tel: 55 21 25433323 Ramal: 2135e-mail:[email protected]

54-56I

Page 55: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5 7

RESULTADOS DE COMPETIÇÕES DAS FORÇAS ARMADAS/2005

A Comissão Desportiva Militar do Brasil(CDMB), subordinada ao Ministério da Defesa,tendo como missão precípua implementar aEducação Fís ica e o Desporto no cenár iob ras i l e i r o , é responsáve l po r o rgan i za r,anualmente, campeonatos, nas mais diversasmodalidades, entre as três Forças Armadas(FFAA): Marinha, Exército e Aeronáutica. ACDMB coordena os trabalhos da Comissão deDesportos da Marinha (CDM), da Comissão de

Desportos do Exército (CDE) e da Comissãode Despo r t os da Ae ronáu t i ca (CDA) ,organizações responsáveis por fomentar aprática da Educação Física e do Desporto,f o rma r p ro f i s s i ona i s , como i ns t r u t o res ,monitores e técnicos desport ivos, além dedesenvo l ve r pesqu i sas na á rea docondicionamento físico e saúde.

Em 2005, fo ram rea l izadas d iversascompetições, cujos resultados ora apresentamos:

57-58I

Page 56: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

5 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.57-58I

Page 57: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 5 9

RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO 9º SIMPÓSIOINTERNACIONAL DE ATIVIDADES FÍSICAS

DO RIO DE JANEIRO

01A UTILIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO MUSCULARANTES E APÓS EXERCÍCIOS FÍSICOS EM ALUNOS DE IDADE ESCO-LARBittencourt, V.1; Cordeiro, E. M.2; Quintanilha, V. S.3; Alves, V. J.4; Pio, A.M. V.5 - 1Universidade Salgado de Oliveira - Pós-Graduação; 2,4Universidade Salgado de Oliveira - Graduação deEducação Física; 3Universidade Salgado de Oliveira - Pró-Reitoria dePós-Graduação; 5Universidade Salgado de Oliveira - Pró-ReitoriaAcademica de GraduaçãoIntrodução: Nos últimos tempos, os questionamentos relacionados àimportância dos exercícios de alongamento muscular antes e após asatividades físicas têm sido muito freqüentes na comunidade científica.Foi feito um teste de resistência muscular localizada de membrossuperiores, inferiores e abdome executando exercícios de alongamentomuscular antes e após o teste. Foi utilizado o mesmo grupo de estudantespara avaliar após 30 horas se houve ou não diminuição da percepçãode dor relatado pelos próprios indivíduos. Objetivo: Este estudo teve afunção de avaliar se a execução de exercícios de alongamento muscularantes a após os exercícios físicos podem amenizar a dor musculartardia percebida por alunos em idade escolar. Método: A amostra foiformada por alunos do ensino fundamental e médio, com idade entre 12e 17, massa entre 40 e 70kg e estatura entre140 a 170cm . Foi utilizadaa escala de percepção de dor de Borg. O mesmo grupo realizou exercíciosde RML para membros inferiores (agachamento livre), Membrossuperiores (flexão e extensão de braços) e exercícios de flexõesabdominais (Dantas, 2005). Primeiro o grupo realizou os exercícios sema execução de alongamento muscular. Foi usado um intervalo de 30horas. Após o período, os indivíduos relataram a percepção da dorquantificada pele tabela de BORG e depois de uma semana realizaramos mesmos testes sendo que com exercícios de alongamento antes eapós os mesmos. Resultados: A tabela a seguir demonstra os seguintesresultados: Tabela: Resultado da percepção de dor relatado pelos indivíduos

Observações: A tabela demonstra o total de indivíduos, total de pontossomados relativos a percepção de dor sem alongamento e comalongamento e o percentual de reação aos exercícios de alongamentomuscular. Conclusão: pode-se concluir que do total de indivíduos 15observaram melhorias, 9 não sentiram diferença e 3 reagiramnegativamente aos exercícios de alongamento muscular.

02COMPORTAMENTO PSICOMOTOR DE MENINAS PARTICIPANTES DEATIVIDADES ESPORTIVAS NO SESC – UNIDADE NITERÓI / RJ: ESTU-DO DESCRITIVOZogaib, F. G.1; Costa Amorim, L. A.2; Seixas da Silva, I. A.3; Carreira, F.F.4; Nogueira, I. C. O.5; Silva Dantas, P. M.6; Fernandes Filho, J.7 -1,7Universidade Castelo Branco - UCB / RJ - Programa strictu-sensu emCiência da Motricidade Humana; 2UNIGRANRIO / RJ - ECM ; 3,6UNIGRANRIO/ RJ - ECM; 4,5UFRJ - EEFDIntrodução: O conhecimento do desenvolvimento psicomotor é degrande importância para a elaboração de planos de ação visandomelhorias no desenvolvimento dos alunos, respeitando suas limitaçõese seus estágios de maturação (JEFFERSON, 2005). Objetivo: Descrevero comportamento motor de meninas participantes das atividadesesportivas do SESC-Niterói, submetidas a testes psicomotores.Metodologia: Estudo descritivo com tipologia comparativa (N=20):Grupo 1 (n=8), idade = 8,8±0,99 e Grupo 2 (n=12), idade = 11,9±0,79.Protocolo: Forma abreviada da bateria psicomotora de Vitor da Fonseca(1975): Tonicidade (TON), Equilibração (EQUI), Lateralidade (LAT), Noçãode Corpo (NC), Estruturação Espaço-Temporal (ETP), Praxia Global (PG)e Praxia Fina (PF). Estatística descritiva, com valores de tendênciacentral e seus derivados, com posterior utilização da ANOVA one-way.Resultados:

Conclusões: Os resultados positivos e estatisticamente significativos(sig=0,001**) do Grupo 2 (G2) sobre o Grupo 1 (G1), têm respaldoexplicativo no desenvolvimento funcional do córtex frontal e pré-frontal,ambos associados a um sistema estratégico e dimensionador dasfunções motrizes e outras mais precisas. Provavelmente, os sujeitosde G2 possuem essas funções mais evoluídas, em decorrência dasvivências motoras anteriores e também em virtude de uma maiormaturidade neural. Palavras-chave: Bateria Psicomotora, Praxia Fina eMaturidade Neural.

59-84I

Page 58: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

03CARACTERISTICAS DERMATOGLÍFICAS DE FORÇA, RESISTÊNCIAE COORDENAÇÃO DE ATLETAS BRASILEIROS PRATICANTES DOJIU-JITSUSeixas da Silva, I. A.1; Medeiros, H. B. O.2; Zogaib, F. G.3; Silva Dantas, P.M.4 - 1Universidade Estácio de Sá - Campus Niterói - RJ - BRASIL -Ciências da Saúde; 2Universidade Estácio de Sá– Campus Niterói – RJ –BRASIL - Ciências da Saúde; 3Universidade Castelo Branco - UCB / RJ- Laboratório de Biociências em Motricidade Humana(LABIMH); 4UNIGRANRIO / RJ - ECMIntrodução: A Dermatoglifia, segundo Seixas da Silva et al. (2005),caracteriza-se por ser um marcador genético de amplo espectro, parautilização em associação com as qualidades físicas básicas e a tipologiadas fibras. Objetivo: Caracterizar o perfil dermatoglífico e das qualida-des físicas básicas de atletas de Jiu-Jitsu. Metodologia: Estudo des-critivo, onde a população é constituída por atletas de Jiu-Jitsu (n=18).Foi analisado a presença dos Arcos (A), Presilhas (L), Verticilos (W),Deltas (D10) e Somatório Quantitativo Total de Linhas (SQTL), atravésdo protocolo de Cummins e Midlo (1942); Flexão de Braços (FB), refe-rente a força de explosão; Abdominal (ABD), referente a resistênciamuscular e Burpee, referente a coordenação motora, citados porFernandes Filho (2003). Resultados:

Fonte: Os AutoresConclusões e Recomendações: Conclui-se que, de acordo com osresultados, os atletas apresentam um quadro de L>W, caracterizandoo grupo como indivíduos que têm pré-disposição genética paradesenvolver velocidade resistente e potência muscular, que pode serratificado pelo bom desempenho nos testes de Flexão de Braços eAbdominal. Quanto ao SQTL e D10, apresentam indicativos interessantescom relação a pré-disposição a coordenação, conforme observado noresultado do teste de Burpee, corroborando com a literatura.Recomenda-se que novas pesquisas sejam feitas com uma populaçãomaior, afim de ratificar esse estudo.

04COMPARAÇÃO ENTRE DUAS EQUAÇÕES DE ESTIMATIVA DOPERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL DE JOVENS PÚBERESPereira, R. P. B.1; Santos, M. R.2; Monteiro, D. G.3; Fernandes Filho, J.4 -1UNIGRANRIO - Duque De Caxias - Escola de Ciências daMotricidade; 2,3Universidade Castelo Branco - PROCIMH; 4UniversidadeCastelo Branco - UCB / RJ - Programa strictu-sensu em Ciência daMotricidade HumanaAs equações antropométricas são modelos matemáticos desenvolvidospara estimar o percentual de gordura corporal (% GC), verifica-se naliteratura uma carência relativa de protocolos nacionais para a estimativado % GC de jovens púberes.O objetivo do presente estudo foi comparar o valor do % GC da equação proposta por Pereira & Fernandes Filho(2004) – equação 1 e Slaughter et al. (1988) – equação 2 em jovenspúberes do gênero masculino.O estudo trata-se de uma pesquisa do tipodescritiva e comparativa, foram utilizadas as recomendações deFernandes Filho (2002) para realizar as mensurações das seguintesdobras cutâneas: coxa medial e perna medial para a equação 1: %GC=0,654252 ( cx+pr ) – 0,002009 ( cx+pr )2 e triciptal e subescapular nocaso da equação: 2 % GC = 1,21 ( tr+sb) – 0,008 ( tr+sb )2 – 3,4. A

59-84I

amostra (N=161) foi selecionada de forma intencional através da auto-avaliação de acordo com o estágio maturacional pubescente na idade(11 a 15 anos). A fim de verificar a normalidade da distribuição dos dadosutilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov em seguida a estatísticainferencial através do teste t pareado para identificar a existência dediferenças significativas entre as duas equações, foi considerado ovalor (p < 0,05) todos os dados foram analisados no programa SPSSv.10.0. A tabela 1 demonstra os resultados desta pesquisa.

Tabela 1

A interpretação dos resultados identifica que a distribuição foi normale o teste t pareado aponta que não existem diferenças estatisticamen-te significativas para (p < 0,05) valor p = 0,169 entre os dois protoco-los analisados.Sendo possível então a utilização da equação 1 para aelaboração de valores referenciais de %GC de jovens púberes.

05ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL DECORRENTE DA ATIVIDADEFÍSICA EM IDOSASDias, O. M.1; Dias, P. V. M. V.2; Santos, F. E. B.3; Da Silva, S. S.4; Bruno, F. Z.5; Paula,L. S. de6; Aragao, J. C. B.7; Correa, C. A.8; Firmino, M. M.9 - 1,2,3,4,6,7,8,9Estácio de Sá- Educação Física; 5Universidade Estácio de Sá - Educação FísicaINTRODUÇÃO: “O envelhecimento traz, como uma de suasconseqüências, a diminuição do desempenho motor na realização dasatividades da vida diária”. (ANDREOTTI & OKUMA 1999, apud DANTAS2003). A atividade física ajuda neste aspecto, pois “é uma nova etapada vida, em que os idosos têm de acostumar-se a viverem sós, e quenecessitam de um tempo de aceitação e de adaptação. Considera-seque a atividade física pode ajudar a superar, em parte, esse déficit, jáque pelo seu caráter coletivo, social, relacional e de movimento é umaatividade que pode colaborar positivamente nesse processo deadaptação” GEIS, (2003). OBJETIVO: do estudo visou analisar ainfluência da atividade física no tocante à capacidade funcional emidosas, após 6 (seis) meses de exercícios físicos programados,comparando os resultados de pré e pós-teste. AMOSTRA: A amostraconstou de N = 12, Idosas com faixa etária de 69,17 ± 4,53, do grupo 3ªidade em ação de Vila Canaã, Duque de Caxias /RJ.OS RESULTADOS SE ENCONTRAM NA TABELA ABAIXO:

CONCLUSÃO: Após a análise dos resultados do pré-teste, observou-se que nas idosas avaliadas as variáveis: “Caminhar 10 metros”; “Le-vantar da posição sentado”; “Levantar da posição Decúbito Ventral” e“Levantar-se da cadeira e Locomover-se pela casa”; classificaram-sepelo protocolo de GDLAM (2004), em seu índice geral (IG), como FRA-CO. Após 6 (seis) meses de intervenção de exercício físico, foi aplica-do o pós-teste, sendo o resultado do IG como MUITO BOM. Alcançan-do assim conforme dados acima, uma diminuição significativa do tempona aplicação do testes, ressaltando que essas idosas, na primeiraavaliação, já praticavam exercícios há 2 (dois) anos sem orientaçãoprofissional, e que após ingressarem no projeto, com exercícios pro-gramados e orientados otimizaram a capacidade funcional. Por obte-rem no segundo teste resultados satisfatórios, conclui-se que se devesempre priorizar o acompanhamento do profissional de educação físicana prescrição e supervisão de exercício físico para todos, principal-mente nesta faixa etária. Sugere-se outros testes para corroborar comos aplicados, e com as outras variáveis pra verificação da diminuiçãodos níveis da capacidade funcional. PALAVRAS CHAVE: idoso, capa-cidade funcional e Atividade física

Page 59: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 6 1

06AVALIAÇÃO DA FORÇA ABSOLUTA E RELATIVA DE HOMENS EMULHERES PRATICANTES DE MUSCULAÇÃOFontoura, A.1; Toniolo, R.2; Steffen, D.3; Truccolo, A.4; Antoniazzi, R.5 -1Universidade Luterana do Brasil - ULBRA - Educação Física; 2,3,4,5ULBRA- Educação FísicaOs valores absolutos de força, normalmente apresentam-se maiores emhomens do que em mulheres; e os valores relativos, normalmente, mos-tram pouca ou nenhuma diferença entre os sexos. Tal fato é observadoprincipalmente em indivíduos não treinados; sendo assim, o objetivo dopresente estudo foi avaliar a força absoluta e relativa de homens emulheres praticantes de musculação em nível avançado. A amostra exa-minada foi de 10 indivíduos, 5 do sexo masculino e 5 do sexo feminino,ambos na faixa etária média de 28,4±5,0 anos (23 a 35 anos); com pesomédio de 83,8±5,3 Kg (79 a 92Kg) para os homens e 56,4±5 Kg (49 a62Kg) para as mulheres. Todos os participantes já praticavam treinamen-to de força objetivando a hipertrofia no mínimo há um ano, sem interrom-per o treino há no mínimo seis meses. Para verificar o nível de força foiaplicado o teste de uma repetição máxima (1-RM) nos movimentos deflexão de cotovelos (rosca “scott”) e extensão de joelho (Sculpter eCybex). Os testes foram aplicados seguindo o protocolo Kiss (2003).Para análise estatística foi utilizado teste T (p<0,05). Para determinar aforça relativa, dividiu-se o valor encontrado nos testes de 1-RM pelopeso corporal do praticante. Os resultados evidenciaram que os homensapresentaram valores absolutos maiores do que os das mulheres (p<0,05).Já na força relativa às diferenças não foram significativas (p>0,05). No1-RM absoluto de flexão de cotovelos os resultados foram 47,4±2,5 kgpara os homens e 19,4±3,5 kg para as mulheres, ou seja, os homensapresentaram um percentual de 145,6% a mais de força do que as mu-lheres. Nos valores relativos os resultados foram 0,58±0,0 para os ho-mens e 0,34±0,1 para as mulheres, com percentual de 76,0 a mais deforça para os homens. Nos testes de extensão de joelho os resultadosabsolutos também foram maiores para os homens (168,0±36,3 kg) doque para as mulheres (86,0±11,4 kg) (p<0,05). O percentual de diferençafoi de 96,0% a mais de força para os homens, sendo que o percentual deaumento foi menor comparado ao de flexão de cotovelos. Os resultadosrelativos foram de 2,0±0,4 para os homens e 1,5±0,1 para as mulheres,não apresentando diferença significativa (p>0,05) (36,0% a mais para oshomens). Conclui-se que existe diferença significativa entre a força ab-soluta de homens e mulheres praticantes de musculação, principalmentenos membros superiores, mas quando convertidas para valores relati-vos, essa diferença não foi significativa. Apoio Financeiro: ULBRA

59-84I

07ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE UM DOS INDICATIVOS DE PRÉ-DISPOSIÇÃO GENÉTICA À COORDENAÇÃO E O TESTE DE BURPEEEM ATLETAS BRASILEIROS PRATICANTES DE JIU-JITSUMedeiros, H. B. O.1; Seixas da Silva, I. A.2; Costa Amorim, L. A.3; SilvaDantas, P. M.4 - 1Universidade Estácio de Sá– Campus Niterói – RJ –BRASIL - Ciências da Saúde; 2Universidade Estácio de Sá - Departa-mento de Ciências da Saúde; 3UNIGRANRIO / RJ - ECM ; 4UNIGRANRIO /RJ - ECMIntrodução: A Dermatoglifia, segundo Silva Dantas et al. (2005), ca-racteriza-se por ser um marcador genético de amplo espectro, parautilização em associação com as qualidades físicas básicas e a tipologiadas fibras. De acordo com Seixas da Silva et al (2005), o SomatórioQuantitativo Total de Linhas (SQTL) e o Índice de Deltas (D10) sãoindicativos de pré-disposição genética à coordenação. Objetivo: Estetrabalho visa a analisar o resultado da correlação entre o SQTL, o Índicede Deltas (D10) e o resultado do teste de Burpee. Metodologia: Aamostra é composta de atletas de Jiu-Jitsu (n=18). Para o tratamentoestatístico foi utilizado a Correlação de Pearson. Para avaliação dostestes foram utilizados o Protocolo de Cummins & Midlo (1942) para aDermatoglifia, e para avaliar o nível coordenativo foi utilizado o Teste deBurpee citado por Fernandes Filho (2003). Resultados:

Conclusões: Conclui-se que existe correlação significante entre oSomatório Quantitativo Total de Linhas – SQTL (média de 128,72 e ±42,159); D10 (12,67 e ± 3,757) e o teste de Burpee (6 e ± 1,029), o quevem a corroborar com a literatura. De acordo com a amostra da pesqui-sa, esse grupo de atletas do Jiu-Jitsu apresentou um quadro, em médiade L>W, caracterizando o grupo como indivíduos que tem pré-disposi-ção genética para desenvolver velocidade resistente e potência mus-cular, além de serem classificados como indivíduos anaeróbios.

08RELAÇÃO DO TESTE DE 1-RM DE SUPINO COM O TESTE DEPREENSÃO MANUALSteffen, D.1; Fontoura, A.2 - 1ULBRA - Educação Física; 2UniversidadeLuterana do Brasil - ULBRA - Educação FísicaA avaliação da força é um componente importante para uma prescriçãoadequada. Normalmente em academias, os testes mais procurados sãoaqueles que apresentam uma metodologia rápida, segura e adequada avárias populações. O teste de 1-RM é recomendado para atletas oupessoas bem condicionadas, já a preensão manual não apresenta res-trições da sua aplicação em pessoas sedentárias. O objetivo desseestudo foi verificar qual a relação existente entre os resultados doTeste de 1-RM de Supino e o Teste de Preensão Manual em homenspraticantes de musculação, quando comparados com as tabelas cate-góricas de classificação. A população caracterizou-se por vinte indiví-duos do sexo masculino, na faixa etária de 21 a 56 anos, praticantes demusculação com ênfase no treinamento de força. Os mesmos foramagrupados segundo a faixa etária em três grupos: Grupo 1: Faixa etáriade 21 a 29 anos (25,75±2,87 anos n=8); Grupo 2: Faixa etária de 30 a 39anos (32,43±1,62 anos n=7); Grupo 3: Faixa etária acima de 40 anos(48,8±5,26 anos n=5). Para o Teste de 1-RM de Supino aplicou-se oProtocolo de Kiss (2003) e para o Teste de Preensão Manual utilizou-seo protocolo de Matsudo (1984). Na força de 1-RM de Supino o Grupo 1apresentou valores de 112,9±22,8 kg, significativamente maior que oGrupo 3 com 105,3±24,1 kg (p<0,05) ou seja, os indivíduos mais jovensapresentaram-se mais fortes que o grupo dos mais velhos. O Grupo 2apresentou um resultado de 134,9±26,7 kg, esse resultado foi maiorque os grupos 1 e 3; 112,9±22,8 kg e 105,3±24,1 respectivamente,(p<0,05), sugerindo que indivíduos com 32,4 anos de idade em médiaapresentam um desempenho de força maior. Na análise da Força Rela-tiva, o Grupo 2 também obteve melhores resultados, embora não tenhaexpressado diferença estatisticamente significativa. Quando classifi-cados nas tabelas categóricas, os resultados médios dos grupos noTeste de 1-RM de Supino obtiveram a classificação Excelente. No Testede Preensão Manual, o Grupo 2 apresentou um valor de 57,9±6,4 kg,sendo estatisticamente (p<0,05) maior do que os Grupos 1 e 3 (52,9±6,2e 53,8±13,2 respectivamente). Na classificação categórica, a médiados resultados dos grupos no Teste de preensão manual foi considera-da Regular. Os resultados comparativos permitem concluir que: Não hárelação entre o Teste de 1-RM de Supino e o Teste de Preensão Manual,no que se referem à classificação nas tabelas normativas, já que aamostra exibiu resultados Excelentes no Teste 1-RM de Supino, en-quanto apresentou resultados Regulares no Teste de Preensão Manual;e que indivíduos entre 30-39 anos parecem apresentar um desempe-nho de força melhor. Palavras-chave: Treinamento de força –musculação – homens – 1-RM – preensão manual.

Page 60: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

09RELAÇÂO ENTRE SOBREPESO/OBESIDADE E HIPERTENSÂO ARTE-RIAL EM IDOSAS ATIVASTruccolo, A.1; Fontoura, A.2; Antoniazzi, R.3 - 1ULBRA - EducaçãoFísica; 2,3UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - EDUCAÇÃO FÍSICAINTRODUÇÃO: Dados do Ministério da Saúde indicam que o incrementoda idade e a obesidade apresentam associação significativa com aprevalência de hipertensão arterial sistêmica. OBJETIVO: Identificar,através do Índice de Massa Corporal (IMC) e medida da circunferênciada cintura, presença de sobrepeso/obesidade em idosas com hiperten-são arterial sistêmica. MÉTODOS: Foram selecionadas, intencionalmen-te, 26 idosas hipertensas (PAS=140mmHg e PAD=90mmHg) que partici-pam de atividades de jogos adaptados, uma vez por semana durante1h30min no ginásio da ULBRA. Para a obtenção das medidas foramutilizados: balança portátil digital, estadiômetro, e fita métrica. O estudofoi do tipo descritivo observacional de delineamento tranversal. RESUL-TADOS: A tabela abaixo mostra as médias e desvio-padrão da amostra,com idade variando entre 60 e 86 anos, para idade, peso, estatura, IMCe medida da circunferência da cintura:

Somente 19% das idosas apresentaram IMC na faixa recomendávelabaixo de 27 Kg/m2 enquanto que 100% das idosas apresentaram amedida da circunferência da cintura acima de 88cm. DISCUSSÃO ECONCLUSÃO: A importância do IMC como indicador do excesso depeso já foi demonstrada em estudos de coorte que avaliaram a relaçãoentre mortalidade e obesidade. A medida da cintura é um índiceantropométrico de fácil e rápida aferição sendo capaz de identificarcom alta acurácia indivíduos obesos, já tendo sido verificada diretaassociação entre a medida da cintura e a prevalência de hipertensão,tanto em homens quanto em mulheres. Os resultados obtidos nestainvestigação mostram forte relação positiva entre a presença desobrepeso/obesidade em idosas com hipertensão arterial sistêmica.Conclui-se que ações direcionadas à redução do excesso de peso setornam importantes para o controle da hipertensão. Tais ações incluemexercício físico três ou mais vezes semanais, dieta e medicação.

10INFLUÊNCIA DO CICLO ALONGAMENTO ENCURTAMENTO NA PO-TÊNCIA DE MEMBROS INFERIORES EM PRATICANTES DE KUNG FUOLÍMPICOCordeiro, E. M.1; Bittencourt, V.2; Alves, V. J.3; Quintanilha, V. S.4; Pio, A.M. V.5 - 1,3Universidade Salgado de Oliveira - Graduação de EducaçãoFísica; 2Universidade Salgado de Oliveira - Pós-Graduação; 4Universidade Salgado de Oliveira - Pró-Reitoria de Pós-Graduação; 5Universidade Salgado de Oliveira - Pró-Reitoria Academicade GraduaçãoIntrodução: O Kung fu tem seu registro mais antigo em 2.674 a.C esofreu modificações ao longo dos tempos, se tornado uma modalidadeOlímpica (Wushu). É dividido em luta (Sanshou) e rotinas (Tao lu), estaúltima exige de seus praticantes grande velocidade e potência demembros em especial de membros inferiores (MMII). Objetivo: Este estudoavaliou a utilização do ciclo alongamento encurtamento (CAE) empraticantes de Tao Lu, em comparação ao treinamento tradicional.Método: Foi mensurada a potência de MMII com teste de impulsãohorizontal em 60 praticantes de Wushu Olímpico de Rio das Ostras-RJ,do gênero masculino, entre 15 e 22 anos de idade, que praticam a maisde um ano. Após os testes foram organizados de forma aleatória doisgrupos, grupo A (teste) e grupo B (controle), o grupo A foi submetido aoito semanas de treinamento com CAE, enquanto o grupo B continuoucom o treinamento tradicional. Ao término das oito semanas estes foramreavaliados. Os dados foram analisados pelo teste T. Resultados:Tanto o Grupo A, quanto o grupo B sofreram melhora em suasperformances, conforme tabela abaixo:

Observou-se que houve um aumento na potência de MMII nos doisgrupos, sendo observado um aumento discretamente maior no grupo A.O teste demonstrou o valor t calculado (1,078062), menor que o valor tcrítico (2,001716). Logo, p= 0,285469, maior que o nível de significância(á = 0,05) estabelecido no planejamento da pesquisa. Conclui-se quenão houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos,apesar do grupo A demonstrar uma pequena superioridade sobre ogrupo B. Recomenda-se novos testes utilizando técnicas maisespecíficas como a eletromiografia e controle de outras variáveisintervenientes como descanso pós-treino.

59-84I

Page 61: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 6 3

11INFLUÊNCIA DA VARIABILIDADE DO CONDICIONAMENTO AERÓBIOSOBRE AS HABILIDADES OFENSIVAS DE JOGADORES DE FUTEBOLDE CAMPOOliveira, M. J.1; Pessoa Filho, D. M.2 - 1Escola Superior de EducaçãoFísica e Desporto de Catanduva (ESEFIC) - Laboratório de Fisiologia da(ESEFIC); 2Escola Superior de Educação Fisica e Desporto de Catanduva- Laboratório de Fisiologia do Exercicio/ESEFICObjetivo: Analisar a influência da magnitude do VO2máx sobre ashabilidades ofensivas dos jogadores de futebol. Material e Método:Seis jogadores (15,83+-0,41 anos; 64,9+-11,06Kg) foram avaliadosquanto à capacidade cardiorrespiratória pelo teste de Cooper de 2400m.O VO2máx foi estimado pela equação VO2máx (ml/kg/min) = (D´60´0,2)+3,5ml/kg/min¸T(s), onde “D” é à distância e “T” é o tempo. Dez partidas infanto-juvenis de futebol foram observadas para análise dos acertos e errosnas habilidades ofensivas: chute ao gol e passes de bola. Os dadosforam tratados pela média, desvio-padrão e coeficiente de variação(CV) para apresentação. O r Pearson analisou a relação entre asvariáveis. Resultados: O VO2máx (45,62+-2,29ml/Kg/min) e suahomogeneidade (CV=5,03%) mostraram correlação não significativa(r>0,05) com os fundamentos ofensivos, porém há tendência positivapara o total (34,3+-8,6) de passes (0,64) e os acertos (39,6+-12,8%)nestes passes (0,43), bem como para o total (15,7+-4,9) de chutes(0,54) e acertos (17,6+-4,32%) nestes chutes (0,58). Estes dados e acorrelação negativa, também não significativa (r>0,05), entre VO2máx eos passes (60,4+-12,8%) errados (-0,43) e os chutes (82,4+-4,3%)errados (-0,56), demonstram que um maior VO2máx proporcionaria maiorofensividade ao jogador. Conclusão: A ofensividade no futebol tendea ser maior, quanto melhor for a capacidade para esforços mistos dosjogadores e, assim, a variabilidade da aptidão aeróbia prejudicaria orendimento.

12PREVALÊNCIA DE DOENÇAS METABÓLICAS E ENDÓCRINAS ENTREINDIVÍDUOS DE MEIA E TERCEIRA IDADE INGRESSANTES EM UMPROGRAMA DE MUSCULAÇÃOCastinheiras Neto, A. G.1 - 1CENTRO DE EXERCÍCIO ORIENTADO SAÚDEMASTER - DPTº DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIAIntrodução: Considerando o fenômeno de adesão à prática deatividades físicas, aqui, referindo-se especificamente na orientação dotreinamento em academia, direcionado a sujeitos com faixa etáriacorrespondente a meia e a terceira idade, surgiram curiosidades paradeferir as seguintes questões: Quais foram os distúrbios Endócrino-metabólico encontrados na investigação realizada e qual a incidênciade acometimento? Objetivo: Investigar e descrever a prevalência dedoença metabólica e endócrina de sujeitos ingressantes em umtreinamento neuromuscular em uma academia específica do bairro daBarra da Tijuca localizada na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeirocom atividades direcionadas para indivíduos acima de 40 anos de idade.Método: Foram interpretadas anamneses, o resultado da avaliaçãofísica e exames complementares realizados no ingresso dosparticipantes. A casuística foi de 99 indivíduos, de ambos os gêneros ecom idade entre 45-74 anos. Participando 29 homens e 44 mulherescom idade entre 45-59 anos e 15 homens e 11 mulheres com idade entre60-74 anos. Resultados: Os distúrbios detectados, e portanto, inseridosem nosso estudo foram: o diabetes mellitus tipo I e II, dislipidemias, hipoe hipertireoidismo e perfil antropométrico-nutricional aferido pelo IMC.No gênero masculino de meia idade (45-59 anos) destacamos altaincidência de sobrepeso, correspondendo a 51,72%, obesidade grau 2representada por 24,13%. Quanto aos idosos participantes (60-74 anos)80% apresentavam sobre peso e 46,6% eram hipercolesterolistêmicos.No gênero feminino encontramos maiores prevalências entre: o pesonormal em 40,9% do público de meia idade e o sobre peso em 34,1%. Em

mulheres idosas a incidência de sobre peso foi mais significanterepresentando 54,54% e 36,4% apresentavam altas concentrações decolesterol e triglicerídeos sanguíneo, entre outras alterações metabólicas/endócrinas de menor significância em ambos os gêneros.

Tabela 1 e 2prevalência de distúrbios Endócrinos e Metabólicos

Conclusão: Concluí-se e destacam-se alta incidência de sobre peso edislipidemia entre os sujeitos investigados em especial aos idosos dogênero masculino. Com o objetivo a prevenção de doençascardiovasculares, faz-se necessário uma intervenção profissional ade-quada e, para isso, os profissionais de Educação Física devem estaratentos às modificações mercadológicas e ao perfil do público investi-gado. Sugere-se uma maior amostra de sujeitos em pesquisas posteri-ores.

13COMPORTAMENTO ELETROMIOGRÁFICO DO VASTO LATERAL ERETO ANTERIOR DURANTE A EXTENSÃO DE JOELHOS EM TRABA-LHO ISOINERCIALBara Filho, M. G.1; Manso, J. G.2; Sarmiento, S.3; Medina, G.4 -1Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF; 2,3,4Universidad de LasPalmas de Gran Canaria - ULPGCIntrodução: o trabalho de força mediante o uso de máquinas isoinerciaisconstitui-se em um dos métodos mais recentes deste tipo de treinamento,sendo desenvolvido com base no princípio da inércia (resistência de umobjeto às mudanças de movimento). Objetivo: verificar o comportamentoeletromiográfico (EMG) dos músculos agonistas (vasto lateral e retoanterior) na extensão da articulação dos joelhos durante trabalho deforça isoinercial. Metodologia: dezenove indivíduos (homens =16/mulheres=3, peso corporal médio 74,9 ± 6,72 kg e idade média 26,16 ±4,15 anos) participaram voluntariamente do estudo. O estudo foidesenvolvido em um apraelho isoinercial (YoYoTM flywhell ergômetro –YoYo Technology AB) especifico para extensão da articulação dosjoelhos Os sinais EMG foram obitidos através do uso de eletrodosbipolares (I-330-C2) posicionados 2 cm um do outro no reto femoral(RF) e no vasto lateral (VL) da perna dominante do indivíduo. Após otrabalho de aquecimento, os indivíduos realizaram 4 x 6 séries máximascom 10’de intervalo, ocorrendo na primeira o registro dos músculosmencionados. Resultados:Não se observaram diferençasestatisticamente significativas (p>0,05) na iEMG de ambos músculosagonistas (VL: 77,56 µV e RF: 76,09 µV; variação VL: 42,27µV-118,56µV e RF: 34,54µV-115,61 µV). A musculatura extensora obtémsua ativação máxima aproximadamente a 49,49 ? 20,91% do percursoda extensão da máquina, que corresponde a uma média aproximada de135º da extensão da articulação dos joelhos. Conclusões: Ambos osmúsculos agonistas possuem padrões similares de ativação EMG e demaneira geral, pode-se considerar que o padrão de movimento dosmúsculos extensores sugere uma rápida ativação desde o inicio domovimento, que é mantido durante todo o movimento.

59-84I

Page 62: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

14A ADMINISTRAÇÃO DA VITAMINA E REDUZ A PEROXIDAÇÃOLIPÍDICA PROVOCADA PELO EXERCÍCIO EXCÊNTRICOSilva, L. A.1; Silveira, P. C. L.2; Pinho, C. A.3; Tuon, T.4; Silva, G. A.5; Pinho,R. A.6 - 1UNESC - Programa de Pós Graduação em Ciências daSaúde; 2,4UNESC - Fisioterapia; 3,6UNESC - Educação Física; 5UNESC -EnfermagemA associação entre exercício físico, marcadores de estresse oxidativoe suplementação de vitaminas tem sido alvo de muito estudos. A vitaminaE pode servir como um potente “scanvenger” de radicais livres. O objetivodo estudo foi verificar os efeitos da suplementação da vitamina E sobreos marcadores de dano oxidativo em soro humano em resposta a lesãomuscular aguda induzida pelo exercício físico excêntrico. Metodologia:Foram selecionados 24 jovens universitários, do sexo masculino, nãoatletas, com idades entre 20 e 25 anos, divididos aleatoriamente em 4grupos (placebo+placebo, placebo.+vit.E, vit.E+placebo, vit.E+vit.E; n=6)e suplementados durante um período de 21 dias. Após o 14o dia, ossujeitos foram submetidos ao exercício excêntrico de rosca direta: 3séries de 10-12 repetições, 80% de 1RM. A lipoperoxidação ecarbonilação de proteínas foram determinados pela técnica de TBARS(Draper e Hadley, 1990) e pela determinação de grupos carbonis (Levineet al., 1990) respectivamente. Antes do exercício excêntrico e no quartoe sétimo dias após o exercício foram coletadas amostras sanguíneas.O sangue foi imediatamente processado e o soro foi aliquotado earmazenado –70oC para posteriores analises.Resultados: Em relaçãoaos níveis de lipoperoxidação, somente o grupo suplementado com vit.Eantes da lesão muscular, apresentou resultados significativamentemenores quando comparados ao pré-teste.Observou-se ainda umaredução significativa desses níveis em todos os grupos após no mínimo7 dias de suplementação da vit.E. Os níveis de carbonilação de proteínasnão foram significativamente alterados pelo uso da vitamina E.Conclusão: Diante desses achados sugerimos que o uso de vit.Eprotege a peroxidação de lipídeos após lesão muscular por exercícioexcêntrico. A pesquisa foi desenvolvida no: Laboratório de Fisiologia eBioquímica de Exercício – UNESC. Palavras-Chave: estresse oxidativo, exercício excêntrico , vitamina E. Apoio Financeiro: CNPq, CAPES eUNESC

15IMPACTO DA INTERVENÇÃO PELA ATIVIDADE FÍSICA NAS VARIÁ-VEIS MORFOFUNCIONAIS DE CLIENTES DO CENTRO DE PROMO-ÇÃO DA SAÚDE (CPS) – UFRJ/PetrobrásOliveira, F. P.1; Vigario, P.2; Terra, B.3; Vieira, R.4; Jotta, B.5; Rodrigues,C.6 - 1UFRJ - Biociências da Ativ Física; 2,3,4,5,6CPS-Petrobras - AvaliaçãoIntrodução: A Petrobrás criou o CPS como mais uma de suas açõespara promoção da saúde dos funcionários. Objetivo: Avaliar acapacidade morfofuncional de funcionários da Petrobras, com vista aofornecimento de parâmetros para direcionamento do programa deatividade física do projeto CPS. Métodos: Amostra: 23 mulheres(n=42,2 ±8,3anos) e 240 homens (44,0 ±8,4 anos), destes 115 já haviamfeito avaliação e reavaliação, o que permitiu verificar as alteraçõesmorfuncionais já instaladas. Foram obtidas medidas antropométricas(cintura/quadril; perímetro abdominal; gordura relativa-%G; Somatotipo;

16ÍNDICE DE CONICIDADE PELOS PERÍMETROS DA CINTURAUMBILICAL E ABDOME EM MULHERES ENTRE 51 E 73 ANOS DE IDADEPires Neto, C. S.1; Monteiro, A. B.2; Salem, M.3 - 1Faculdades Dom Bosco,Curitiba, PR - Educação Física; 2Universidade Estácio de Sá, RJ -Educação Física; 3ESEFEx - IPCEFExIntrodução: Valdez (1991), ao propor o índice de conicidade (IC) comoauxiliar na determinação de fatores de risco de saúde associado àadiposidade abdominal utilizou o perímetro da cintura (waist). Em outroestudo, Valdez et al (1993), analisando sujeitos de distintasnacionalidades informaram que utilizaram o perímetro umbilical e doabdome (mensurado no ponto médio entre processo xifóide e cristailíaca anterior superior) que resultam em diferentes valores de IC.Objetivo: Analisar os valores do índice de conicidade obtidos pelo usodos perímetros da cintura (ICCINT), umbilical (ICUMB) e abdome (ICAT)de mulheres entre 51 e 73 anos de idade. Materiais e Métodos:Coletaram-se dados de massa corporal, = 68,4 ± 9,5 kg, estatura, =158,9 ± 6,5 cm, %G = 39,6 ± 5,0; IMC = 27,1 ± 3,7, e dos perímetros CINT= 83,3 ± 6,8 cm, UMB = 96,5 ± 9,0 e AT = 98,8 ± 8,6 cm, de 32 mulheres.O reduzido N é o fator limitante deste estudo. Para a densidade se usoua equação de Tran e Weltman (1989) e a de Siri (1961) adaptada, %G =(501/D) - 457. A estatística constou da descritiva e ANOVA para medidasrepetidas, sendo alfa = 0,05. Resultados: Os três valores médios do ICdas avaliadas foram: ICCINT = 1,16 ± 0,06 (Mín=1,05, Máx=1,30); ICUMB = 1,35 ± 0,08 (Mín=1,16, Máx=1,48) e ICAT = 1,38 ± 0,06 (Mín=1,19,Máx=1,50), sendo estas médias diferenciadas estatisticamente, p =0,001, Fcalc = 127,49 e o post hoc indicou que ICUMB e ICAT ? ICCINT.Conclusão: Conforme a limitação indicada, pode-se inferir que o ICUMBe ICCAT, parecem ser os mais indicados para a determinação de riscosde saúde associados à adiposidade abdominal nestas mulheres.

massa corporal total) e a medida do consumo de oxigênio(ergoespirometria, esteira e VO2000-MEDIGRAF). Resultados eDiscussões: Em todas as faixas etárias mais de 50% dos clienteseram sedentários quando ingressaram no programa, sendo osedentarismo mais expressivo entre as mulheres e na faixa etária de 20a 29 anos. A análise das variações entre a avaliação inicial e a reavaliação(%G, massa corporal total, perímetro abdominal, endomorfia) apontoualterações estatisticamente significativas que refletem adaptaçõesmorfológicas aos estímulos dados. A ergoespirometria permitiu verificarbaixa resposta ventilatória e fadiga instalada em baixos valores de O2.

Segundo a classificação da American Heart Association 57% dasmulheres mais jovens (de 20 a 29 anos) se encontram na classificação“fraca + muito fraca”, o que é preocupante. O grupo masculinoapresentou classificação regular em todas as faixas etárias. Ambosterão seus programas de treino revistos e serão incentivados a manteruma freqüência de no mínimo 3 aulas por semana. Conclusões: Operfil inicial dos clientes do CPS era preocupante pelas condições préviasde sedentarismo e de sobrepeso e obesidade já instalados. A intervençãofeita a partir de programas individualizados de treinamento e de orientaçãonutricional vem promovendo alterações morfológicassignificativas. Apoio Financeiro: Petrobras

59-84I

Page 63: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 6 5

17PREDIÇÃO DA FORÇA ISOMÉTRICA MÁXIMA POR MEIO DAANTROPOMETRIA.Brandao Guimaraes, A.1 - 1Base Aérea de Natal - Seção de EducaçãoFísicaAnualmente apresentam-se cerca de 1.500.000 jovens para a Seleçãodo Serviço Militar Inicial.Os conscritos passam por avaliações médicas,psicotécnicas,de conhecimentos gerais e de esforço físico.Nesteúltimo,mensura-se a força isométrica máxima do tronco,através dedinamometria lombar.Porém,não há tempo útil para os indivíduossubmeterem-se a uma fase de aquecimento e adaptação ao aparelho,oque pode subestimar os resultados obtidos,além da possibilidade deocorrência de uma lesão.Objetivo:Com base no exposto,propomos autilização de medidas antropométricas,para o cálculo da força isométricamáxima lombar(FIML) dos conscritos.Tais medidas apresentam asseguintes vantagens:ausência de qualquer preparação prévia doavaliado,fácil e rápida aplicação,não utilizam-se de materiais onerosose difíceis de calibrar,além de não apresentarem nenhum risco em termosde lesão muscular.Metodologia:Para o desenvolvimento de umaequação preditora,foi utilizada uma amostra de 49 sujeitos do sexomasculino.Foram medidas a circunferência do braço(CB),com contraçãodo bíceps,antebraço(CA),em repouso,ambas em centímetros, além daestatura(E),em metros.Para validação cruzada,foi escolhida uma amostrade 16 sujeitos.Todos os participantes foram selecionados aleatoriamente,possuíam 19 anos, e são alunos do Curso de Formação de Soldados do22° Batalhão de Infantaria da Aeronáutica.Como ferramentas estatísticasutilizamos:o coeficiente de correlação de Pearson,análise de regressãolinear múltipla e o teste t para amostras dependentes.Resultados:Abaixotemos a equação de predição,obtida por meio de regressão linearmúltipla.

FIML(Kg)=15xCA+155,4xE-4,27xCB-400

Após aplicação dos testes na população de validação cruzada,foramcomparados,através do teste t,os valores da FIML medidos e preditos.Sendo,então,constatadas diferenças significativas(p=0,01).Conclusão:A literatura aponta fortes correlações entreantropometria e força muscular.Porém,não conseguimos validar talpremissa.Sugerimos futuros estudos com uma maior população devalidação cruzada.

18RISCO DE DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA EMSERVIDORES DO CEFID/ UDESCDe-Souza, M.1; De-Oliveira, F. R.2; Gevaerd, M. S.3 - 1,2,3Universidade doEstado de Santa Catarina - Ciências BiológicasA Síndrome Metabólica (SM) tem sido discutida nos últimos dez anos emfunção do seu impacto no desenvolvimento de doenças crônicodegenerativas como diabetes e complicações cardiovasculares. Adefinição mais recente foi apresentada no 1° Congresso Internacionalde Pré-Diabetes e SM (2005), da Federação Internacional de Diabetes(IDF). A partir desta, pessoas que possuam obesidade central e maisdois dos seguintes fatores de risco: diabetes ou pré-diabetes, baixonível de HDL, triglicérides (TG) elevados e hipertensão - são portadorasda síndrome. Os fatores de risco a serem considerados para odiagnóstico são: glicemia de jejum = 100 mg/dL, HDL-C < 40 mg/dL emhomens e < 50 mg/dL em mulheres, TG = 150 mg/dL e PA elevada -sistólica = 130 mmHg ou diastólica = 85 mmHg e circunferência abdominal>90cm em homens e >80cm em mulheres. Objetivos: Analisar o riscode desenvolvimento da SM nos servidores do CEFID/UDESC.Metodologia: 22 indivíduos (16 mulheres e 6 homens), inicialmenteresponderam um questionário de história clínica e qualidade de vida. Naseqüência, foram encaminhados para antropometria (peso, estatura ecircunferência abdominal) e aferição da PA, seguindo para realizaçãode exames bioquímicos (glicemia de jejum, dosagem de TG, colesterol

59-84I

total -CT e HDL–C). Resultados: 10 indivíduos (45,4%) apresentaramdiagnóstico de SM e 3 (13,6%) encontravam-se em risco dedesenvolvimento desta síndrome. Os homens representaram 60% doscasos diagnosticados de SM, provavelmente em função dapredominância de obesidade abdominal e alterações nas concentraçõesplasmáticas de TG, CT, HDL-C e LDL-C. Além disso, 3 mulheresapresentaram importantes fatores de risco de desenvolvimento da SM,já que cada uma apresentou pelo menos dois dos critérios paradiagnóstico da SM. Conclusões: A detecção precoce da SM é defundamental importância para estratificar os fatores de risco, auxiliandono controle dos distúrbios presentes e prevenindo complicações futuras.

19ELETROESTIMULAÇÃO E AQUECIMENTO ESPECÍFICO: UMA ANÁ-LISE COMPARATIVA NOS GANHOS DE FORÇAFerreira, R. G. C.1; Souto Maior, A.2 - 1UGF - RJ - Programa de pós-graduação lato sensu em Fisiologia do exercício; 2UNIVAP - SP / LABAD- RJ - Programa de pós-graduação stricto sensu em Bioengenharia /Laboratório Advice Master de PerformanceIntrodução: A utilização da eletroestimulação (EE) é bem fundamentadaem relação a reabilitação. Entretanto, sua utilização para a performancede atletas ainda é pouco estudada. Alguns estudos mostram que aeletroestimulação pode ser usada como método suplementar de força,uma vez que pode aumentar a força máxima estimada, a força voluntária,a velocidade do movimento e a resistência muscular. Objetivo: Investigarcomo reagem os indivíduos submetidos à aplicação prévia ao teste de10 RM (repetição máxima) da EE e do aquecimento específico (AQ) ecomparar os ganhos de força entre ambos. Métodos: 10 homensvoluntários, aparentemente saudáveis, com idade média entre 21± 3 anos, peso 70±9,1 Kg, altura 172±5 cm. Os indivíduos eram familiarizadosa mais de 6 meses com o treinamento de força exercitando-se pelomenos três vezes por semana. Os exercícios selecionados foram o legpress e o supino reto. Foi utilizado o teste 10 RM como método demedida não invasiva da força muscular e a EE ocorreu através de umaparelho de corrente russa (Advice Master – Brasil). A EE foi aplicadaem cada indivíduo por 10 minutos (quadríceps e peitoral) antes do testede 10RM, em uma freqüência de 50 Hz, relação de fase de 50%, comcontrações de 30s e repouso de 20s através de eletrodos de superfície.Para a realização do AQ foi adotado a realização de 2 séries de 15repetições (carga moderado) com o intervalo de recuperação entreelas de 60 segundos. Os indivíduos realizavam primeiramente o testede 10RM após a aplicação da EE e 48h após o 1º teste realizavam o 2ºteste com o AQ. A análise estatística foi realizada através do teste tstudent pareado e foi verificada a correlação de pearson entre asvariáveis. Resultados: mostraram não haver diferença significativaentre a EE e o AQ prévio ao teste de 10RM nos exercícios supino reto(EE - 78,4± 29,6; AQ – 77,6± 30; p= 1,000) e Leg press (EE – 317,8±101; AQ – 317,8± 94; p= 0,53), entretanto a correlação entre a EE e oAQ no Leg press (r = 0,98) e no Supino (r = 0,99) mostrou-seextremamente alta. Conclusão: Em ambas as situações apresentam-se ganhos de força de formas independentes, tais como: 1- Na EE aprodução de força ocorreu pelo maior impulso elétrico, que gera umacontração isométrica involuntária, em relação ao músculo ser contraídovoluntariamente; 2- No AQ o aumento da redistribuição do sangue e oaumento da irrigação dos músculos garantem o suprimento de O2, quefavorece o metabolismo muscular e familiarização com o movimentoespecifico do exercício. Palavras-chave: Eletroestimulação,Aquecimento específico, teste 10RM, Força muscular.

Page 64: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

20A INFLUÊNCIA DA MÚSICA COMO FATOR ERGOGÊNICODornellas, M.1; Santos, R.2; Dornellas, D.3; Perrout, J.4 - 1,2,3,4UniversidadeFederal de Juiz de Fora - Faculdade de Educação Física e DesportosQuestiona-se se há influência da música na performance de exercíciosaeróbicos. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da músicaem testes aeróbicos máximos. Foram estudados 10 indivíduos não-atletas. Para a realização dos testes foram medidos o peso, dobrascutâneas para estimar o percentual de gordura (% G), estatura,frequência cardíaca de repouso (FC rep), frequência cardíaca máxima(FC máx) e duração do teste progressivo de rampa, em esteira. O testefoi realizado com velocidade constante de 8,5 Km/h e aumento dainclinação de 0% no início do teste até 25% ao final de 15 minutos. Acada minuto, era registrada a FC e a avaliação subjetiva de esforço pelaEscala de Borg. Realizaram-se dois testes por indivíduo, sendo um commúsica, escolhida a gosto do participante (COM), e outro sem música(SEM). Metade da amostra fez o primeiro teste com música, enquanto aoutra metade realizou o segundo teste com música, sendo que houveum intervalo entre um e outro de 3 a 5 dias, mantendo-se as mesmascondições entre eles. Realizou-se estatísica descritiva e testes “t” deStudent para dados pareados, com nível de significância de P<0,05.

Não houve diferença significante da FC máx nos testes COM e SEM,bem como da escala subjetiva de esforço (Escala de Borg). Porémhouve diferença significativa em relação à duração dos testes,concluindo que há uma tendência de que a música possivelmente pos-sa influenciar a performance nos testes aeróbicos máximos.

59-84I

21COMPARAÇÃO DO ESTRESSE COMPETITIVO ENTRE ATLETAS DEPISTA E CAMPO NO ATLETISMO MILITARCoimbra, D. R.1; Gomes, S. S.2; Salimena, A.3; Pereira, J. A.4; Bara Filho,M. G.5; Miranda, R.6 - 1,2,3,4,5,6Universidade Federal de Juiz de Fora - Facul-dade de Educação Física e DesportosIntrodução: O Atletismo é um esporte que exige um alto grau de espe-cialização e especificidades como provas de pista (velocidade, meio-fundo e fundo) e de campo (arremessos, lançamentos e saltos). Nacompetição, vários fatores internos externos podem influenciar física epsicologicamente gerando nos atletas estados de tensão e ansiedadeindesejados. Objetivo: Comparar os níveis de estresse em diferentesfatores entre atletas de pista e campo. Metodologia: O presente estu-do foi realizado com 68 atletas (sendo 46 de pista e 22 de campo) dosexo masculino com idades variando entre 14 e 24 anos, todos alunosdo 2º grau das escolas preparatórias militares. A pesquisa foi realizadautilizando um questionário baseado no Teste de Estresse Psíquico Apli-cado (TEPA, Noce 1999) adaptado ao atletismo. Constituiu de 20 itensque representam fatores e condições possíveis de influenciar positivaou negativamente (de –3 a + 3 pontos, respectivamente) no rendimentodos atletas em competições. Utilizou-se o teste “t” de Student paraverificar as diferenças entre as médias dos fatores. O questionário foiaplicado durante uma competição militar, dois dias antes das provas deatletismo. Resultados: Foram identificados três fatores (de um total de

22CORRELAÇÃO ENTRE NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO E AGILIDADE EMESCOLARES DA REDE PÚBLICA E PARTICULAR DO RIO DE JANEIRO- UM ESTUDO PILOTOBarros, V. O.1; Miranda, M. E. K.2; Oliveira, G. L.3; Perini, T. A.4; Oliveira,F. P.5; Ornellas, J. S.6 - 1,2,6UFRJ - Biociências da Atividade Física; 3,5UFRJ- Biociência da Atividade Física; 4Universidade Federal do Rio de Janei-ro - Biociência da Atividade FísicaIntrodução: A motivação para o presente estudo se deu a partir doquestionamento de até que ponto as atividades praticadas por escola-res de diferentes níveis sócio-econômicos é fator influenciador na agi-lidade dos mesmos. Por isso, torna-se importante verificar esses dadosa fim de dar subsídios aos profissionais da área de Educação Física atrabalharem com estes grupos. Objetivo: Relacionar o padrão sócio-econômico à agilidade de escolares da rede pública e privada do muni-cípio do Rio de Janeiro. Materiais e Métodos: Participaram desteestudo 170 escolares de ambos os sexos, 94 escolares do sexo mas-culino, sendo 38 da rede pública de ensino (12,67±1,37 ano) e 56 darede privada de ensino (12,55 ±1,09 ano) e 76 do sexo feminino, sendo38 da rede pública de ensino (13,14±1,57 ano) e 38 da rede privada deensino (12,24 ±1,42 ano). Foram realizadas medidas antropométricaspara a caracterização da amostra e dois tipos de testes de Shutle Runpara a análise da agilidade. A caracterização do nível sócio-econômicofoi dada pela escola em que foram realizados os testes motores: escolamunicipal da zona norte e escola particular da zona sul. A análiseestatística foi realizada pelo Teste t-Student não pareado; p£0,05; Excel(2000). Resultados: A análise comparativa não apontou diferençassignificativas para agilidade quando considerado o nível sócio-econômico nos grupos de escolares de ambos os sexos.

Conclusão: Todos os escolares avaliados apresentaram agilidadesemelhante independente do nível socioeconômico. Apoio Financei-ro: FAPERJ, FUJB, UFRJ

20) com diferenças significativas (p<0,05) entre atletas de campo epista. Competir em más condições (médias - pista = -1,59 pntos, campo= -2,18 pontos), presença de muitos torcedores (pista = 1,47, campo =1,61), má colocação durante a prova (pista = 1,33, campo = 1,22).Conclusão: Os atletas pesquisados apresentam níveis de estressesignificativos provocados por inúmeros fatores e condições que po-dem interferir nos seus desempenhos. Foi observado que não existemgrandes divergências entre os atletas de pista e campo em relação aesses fatores, porém o conhecimento dessas diferenças deve fazerparte da avaliação dos treinadores para que possam estabelecer umplanejamento de treinamento psicológico adequado. Palavras-chave:Atletismo, Competição, Estresse

Page 65: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 6 7

23A INCIDÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ACADÊMICOSDE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁGuimaraes da Silva, A. J.1; Souza, E. A.2 - 1Universidade Federal doCeará - Educação Física; 2UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - EDU-CAÇÃO FÍSICAAs pesquisas envolvendo promoção de atividade física e saúde cres-ceram muito nas últimas décadas e cada vez mais surgem evidênciasda importância da manutenção de um estilo de vida fisicamente ativopara a saúde e paralelamente a isto, novas estratégias de intervençãotêm sido criadas. Portanto, o presente estudo tem como objetivo verifi-car a incidência de prática e freqüência de atividade física pelos acadê-micos de educação física da Universidade Federal do Ceará - UFC.Caracterizou-se como um estudo de delineamento transversal e o ins-trumento utilizado na coleta de dados foi um questionário contendo 5perguntas objetivas.A amostra foi composta por 122 acadêmicos,sendo79 do sexo masculino e 43 do sexo feminino, cursando do 1º ao 8ºsemestre. A analise estatística foi realizada através do software esta-tístico SPSS versão 13,0 (SPSS Inc). Os resultados apresentaram que81,1% dos acadêmicos praticam atividade física e 18,9% nãopraticam.Sendo que dentre os que praticam atividade física 59,0% é dosexo feminino e 22,1% do sexo feminino.Ver tabela 1.

Fonte: Dados da pesquisaQuanto à freqüência da prática de atividade física encontramos que40,4% praticam atividade física todos os dias, 44,4% três vezes nasemana e 16,7% duas vezes por semana. Vera tabela 2.

Fonte: Dados da pesquisaConcluiu-se, portanto, uma grande incidência na prática de atividadefísica em acadêmicos do curso de educação física da UFC. Tambémapresentou-se significativa à freqüência dessa prática.

24DIAGNÓSTICO DE SOBREPESO EM PRATICANTES DE CAMINHADADA AVENIDA BEIRA MAR NA CIDADE DE FORTALEZA-CECabral, C.1; Carneiro da Cunha, Y. G.2; Oliveira, V. L. L.3; Souza, E. A.4 -1Universidade Federal do Ceara - Educação; 2Universidade Federal doCeara - Educação Física; 3Universidade Federal do Ceará - EducaçãoFísica; 4UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO FÍSICADe acordo com Guedes (1998) a caminhada, pode ser praticada porqualquer indivíduo, pois o risco de lesão é menor do que a maioria dasatividades.Para a referente pesquisa os dados serão baseados no IMC(Índice de Massa Corporal) que, de acordo com Halpern (1999), permiteo cálculo do peso ideal do indivíduo sendo utilizado por clínicos e pes-quisadores na avaliação da normalidade do peso corporal, assim comoum indicador de excesso de peso e de estado de desnutrição (FILHO,1999). O presente estudo tem como objetivo diagnosticar o índice desobrepeso e obesidade nos praticantes de caminhada da Avenida Bei-ra Mar. Participaram deste estudo, 74 praticantes de caminhada daavenida Beira Mar, de ambos os sexos e variadas faixas etárias. Apesquisa foi realizada no mês de Agosto de 2005, em turnos diurnos enoturnos, encontrando limitações quanto ao número de avaliações, Nda pesquisa, devido à dificuldade de os praticantes concordarem aparticipar do teste.Utilizou-se balança e antropômetro para verificarpeso e altura, sendo que o IMC foi determinado de acordo com oscritérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS):IMC <18,5Kg/m² (Baixo peso); 18,5 = IMC = 24,9Kg/m² (Eutrófico); 25 =IMC = 29,9Kg/m² (Sobrepeso); e IMC = 30,0Kg/m² (Obeso). Os resulta-dos indicaram que 46% dos praticantes de caminhadas sãoeutróficos,45% estão com sobrepeso e 9% apresentamobesidade.Sendo que, para o sexo masculino o índice de sobrepeso éde 52% e 37% para o sexo feminino.

Fonte: Dados da pesquisa: Então constatamos uma estimativa desobrepeso entre os praticantes de caminhada e sugerimos a realizaçãode pesquisas com enfoques causalísticos para verificar esse o altoíndice de sobrepeso.

59-84I

Page 66: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

6 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

25TESTE DE 400 METROS DE REMADA NA PRANCHA EM SURFISTASRECREACIONAIS E COMPETIDORES DO SEXO MASCULINO E FEMI-NINOReginaldo, T.1; Neto, M. S. C.2; Zaniboni, C. M.3; Oliveira, F. R.4 -1,2,3,4Universidade do Estado de Santa Catarina - Departamento de CiênciasBiológicasNo surf a remada constitui um fator importante, pesquisas realizadaspela Universidade da Prancha (Santos, SP) revelam que um surfistapode chegar a percorrer em um dia propício até vinte quilômetros. Sendoassim, este estudo tem por objetivo analisar as medições de FC duranteum teste máximo de remada de 400m em piscina (TR400), assim como oesforço subjetivo de cada atleta, com o intuito de comparar ocondicionamento dos dois grupos envolvidos na pesquisa, surfistasrecreacionais (SR) e competidores (SC) de ambos os sexos, além dacomparação entre os sexos masculino e feminino. O teste foi aplicadoem dezoito pessoas, nove do sexo masculino e nove do sexo feminino,com idade entre 23,9 ± 1,7 para as mulheres e 25,9 ± 3,0 para oshomens. O teste durou em média 7,6 ± 1,2 (média ± desvio padrão)minutos para as mulheres e 6,7 ± 1,1 para os homens, e teve comopercepção de esforço subjetivo geral (PSEgeral) 4,3 ± 1,6 e local(PSElocal) 4,8 ± 1,5 para mulheres e (PSEgeral) 5,6 ± 1,0 e (PSElocal)7,6 ± 1,2 para homens. Na análise estatística dos dados para aassociação entre as variáveis obtidas no teste foi feita à aplicação doíndice de concordância de kendall, o teste Mann-whitney foi utilizadopara a comparação dos dados entre os grupos com a utilização dep<0,05 para significância dos resultados das análises. Para acomparação do feminino com o masculino foi utilizado o teste t de student.Verificou-se que os surfistas do sexo masculino tiveram melhoresresultados no tempo de execução do teste, todavia a percepção deesforço subjetivo apareceu mais alta. Existiu diferença significativa nodesempenho do grupo de SC que realizaram o teste com mais eficiênciaem comparação ao SR, uma vez que o condicionamentocardiorrespiratório dos SC se mostrou superior em ambos os sexoscom freqüência cardíaca de pico menor. Palavras-chave: surfista;remada; freqüência cardíaca; percepção do esforço subjetivo.

26ANÁLISE DO DÉFICIT AERÓBICO FUNCIONAL (FAI) DE ESTUDANTESKlein, C. M. O.1; Oyadomari, S.2; Sasaki, M. A.3; Amaral, M. P.4 -1Universidade Estácio de Sá - Fisiologia do Exercício; 2,4UniversidadeEstácio de Sá - Fisioterapia; 3UJniversidade Estácio de Sá - FisioterapiaA capacidade cardiorrrespiratória está diretamente associada aos níveisde saúde, sendo avaliada a eficiência do sistema cardiorrespiratóriomedindo-se a capacidade aeróbica máxima (VO2 máx). O VO2 máx podeser estimado através da equação de Bruce e através da análise destesvalores com os valores obtidos em teste encontramos, o déficit aeróbicofuncional (FAI), que atua como indicador do grau de condição física emque se encontra o individuo (FERNANDES FILHO, 2003). O objetivodeste estudo foi verificar a aptidão cardiorrespiratória estimada pelaequação de BRUCE e a atingida no teste proposto. A amostra se constituiude 25 alunos do sexo masculino com idade 13,23 (± 1,24), estudantesda 6ª. série do ensino fundamental de uma escola pública do municípiode Resende – RJ. Para avaliar a capacidade aeróbica dos estudantesfoi realizado o Teste de corrida de 1000m., proposto por Matsudo (1983),de acordo com a faixa etária em questão. O FAI foi determinado pelaequação proposta por Fernandes Filho (2003), que consiste em estimaro VO2 máx. do individuo de acordo com a idade e hábito de vida(sedentário e ativo), através da equação de Bruce e o VO2 máx atingidoem teste. Um FAI negativo indica que o individuo está muito bemcondicionado. Os estudantes apresentaram valores médios de 51,72 (±8,30) ml/kg/min para VO2 máx atingido; 51,91 ml/kg/min para VO2 máx.previsto para nível sedentário e de 61,60 ml/kg/min. para nível ativo. Osvalores foram comparados em termos percentuais do FAI negativo, sãoapresentados na tabela 1.

27EDUCAÇÃO FÍSICA X ENGENHARIA HÍDRICA: COMPARAÇÃO DARESISTÊNCIA MUSCULAR DE UNIVERSITÁRIOSRodrigues, C. A. C.1; Cunha, F. A. P.2; Carvalho, W. R. G.3 - 1,2,3UniversidadeVale do Rio Verde - DEFA resistência muscular é a capacidade que os músculos apresentamde sustentar ações musculares repetidas ou em uma única ação estática(WILMORE, 2001). Após o período escolar, as atividades físicas ficammais escassas no cotidiano do indivíduo. Dessa forma, no meiouniversitário, esse aspecto se confirma devido ao precioso argumento“falta de tempo” para a prática. O objetivo do presente estudo foiquantificar, indiretamente, e comparar a resistência muscular localizadade universitários do curso de educação física (UEF) e do curso deengenharia hídrica (UEH). Participaram desse estudo 24 voluntários dogênero masculino, sendo 12 UEF (25,5 ± 3,8 anos; 77,33 ± 12,40 Kg;177,67 ± 7,69 cm) e 12 UEH (21,1 ± 2,9 anos; 74,17 ± 8,66 Kg; 175,25 ±5,94 cm). Os participantes foram submetidos ao teste físico deresistência muscular abdominal. O teste consistiu em o participanteiniciar o procedimento deitado em decúbito dorsal, pés apoiados nochão, joelhos flexionados, apoiando as mãos cruzadas na altura doombro e cotovelos a altura do peito, e realizar o máximo de flexõesabdominais no tempo de 1 minuto. Para análise dos dados utilizou-se amédia e desvio padrão. Os resultados mostraram que a performancedos UEF (45,83 ± 11,95 repetições - rp) foi superior a dos UEH (38,50 ±6,22 rp). Entretanto, esses valores não foram estatisticamente diferentesp>0,05. O presente estudo nos leva a hipótese de que a melhorperformance dos UEF em relação aos UEH se deve a um condicionamentofísico adquirido nas aulas práticas da universidade. Pollock (1993)classifica de boa resistência os indivíduos com mais de 45 rp nessafaixa etária, e de média resistência com 36 a 38 rp para o mesmo grupo.Fica como sugestão incentivar iniciativas nas universidades para aimplantação de programas de atividades físicas regulares para seusalunos como meio de promoção à saúde e a qualidade de vida.

TABELA 1

De acordo com resultados podemos concluir que a amostra em questãoapresenta valores médios satisfatórios de condicionamento caso sejamsedentários, no entanto se forem ativos apresentam então um nívelpercentual de condicionamento muito baixo, ou seja, seria necessáriauma política de incremento de atividades aeróbicas, visando à melhoriada aptidão cardiorrespiratoria destes indivíduos.

59-84I

Page 67: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 6 9

28PERFIL DO FLUXO RESPIRATÓRIO FORÇADO NO 1º. MINUTO EMJOVENS JOGADORES DE FUTEBOL CATEGORIA JUVENILNascimento, S. R.1; Iazpeck, R.2; Couto Santos, C. H.3; Fujita Oliveira,A.4; Klein, C. M. O.5 - 1,2,3,4Universidade Estácio de Sá -Fisioterapia; 5Universidade Estácio de Sá - Fisiologia do ExercícioOs músculos ventilatórios são responsáveis diretos pelo adequadofuncionamento do sistema ventilorrespiratório, compondo um sistemade bomba tão vital quanto o coração. A função dos músculosrespiratórios também é afetada profundamente em decorrência doaumento do trabalho respiratório e da redução da capacidade dessesmúsculos em suportar a carga ventilatória aumentada. Valores inferioresa 80% do previsto indicam leve obstrução, enquanto inferiores a 65%indicam obstrução moderada e inferior a 50% indicaria obstrução gravedas vias aéreas (AZEREDO, 2002). O objetivo deste estudo foi avaliara média de fluxo expiratório de atletas jogadores de futebol, categoriajuvenil, relacionando o mesmo com os valores de referência ecomparando-os com os valores mínimos, de acordo com a estatura,pois não existe tabela de referência para a faixa etária em questão. Aamostra consistiu de 9 jogadores do sexo masculino na faixa etária de16,11 anos (? 0,93) e estatura 1,70 m. (? 0,073). Para medir o fluxoexpiratório máximo no primeiro minuto (FEF1) foi utilizado o peak flow demarca Assess Peak Flow Meter. Na coleta dos valores dados pelo PeakFlow a amostra realizou 3 procedimentos de expiração forçada, comintervalo de um minuto entre as três coletas, onde o melhor resultado foitomado como referência (AZEREDO, 2002). Os indivíduos testadosapresentaram os seguintes valores (tabela 1). Os dados foram analisadosatravés de estatística descritiva e comparado de acordo com tabelanormativa para os valores mínimos a serem apresentados de acordo coma estatura média de 1,70m., em torno de 619 mmHg (DIAS, 2001).

TABELA 1

Podemos concluir, mediante os resultados apresentados que osindivíduos desta amostragem estão abaixo dos valores esperados,indicando leve obstrução do fluxo expiratório, sendo necessário umtrabalho especializado de fortalecimento e alongamento da musculaturarespiratória envolvida no processo e desobstrução brônquica

29ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE A CONCENTRAÇÃO DELEPTINA CIRCULANTE E A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ADO-LESCENTES DE AMBOS OS SEXOS PRATICANTES DE NATAÇÃOFortes, M. S. R.1; Ceddia, R.2 - 1DPEP - IPCFex; 2 York University,Toronto, Ontario, Canada - Department of Kinesiology and HealthSciencesIntrodução: A leptina é um hormônio secretado pelos adipócitosque funciona, através da sua ação hipotalâmica, como um reguladordo apetite, do balanço energético e da composição corporal emhumanos. Além disso, a leptina também tem sido sugerida como umimportante fator determinante do desenvolvimento puberal e dafunção reprodutiva em animais e em humanos. Objetivo: O objetivodeste trabalho foi de investigar a relação entre a concentração deleptina circulante com a idade e variáveis associadas à composiçãocorporal (percentual de gordura e índice de massa corporal) emnadadores jovens de ambos os sexos. Métodos: A amostra foicomposta por 29 sujeitos do sexo masculino e 21 do sexo femininoda escola de natação do Clube Marina (Rio de Janeiro), com idadesvariando entre 8 e os 17 anos. O treinamento físico dos sujeitos,

que treinavam há pelo menos dois anos, consistia de quatro sessõessemanais de natação com duração média de duas horas por sessãoAs medidas antropométricas (trícpes, bíiceps subescapular,suprailíaca,peitoral, axilar, abdominal, coxa, panturrilha) foramobtidas segundo Lohman et al. 1988. A quantidade de gordura pelasequações de Slaughter (1993). A concentração de leptina foideterminada por radioimunoensaio (RIA) (Human Leptin RIA Kit, LincoResearch, Inc. St Charles, MO, USA). A distribuição normal dasvar iáveis do estudo foi demonstrada através do teste deKolmogorov-Smirnov. Para ver i f icar a associação entre aconcentração de leptina, a idade cronológica e as variáveisantropométricas, utilizamos o coeficiente de correlação paramétricode Pearson. Resultados: Os coeficientes de correlação simplesentre as concentrações séricas de leptina e as variáreis em estudo,em ambos os sexos estão descritos na Tabela 1. Tabela 1. Análisecorrelacional da concentração sérica de leptina com variáveisrelacionadas à composição corporal e a idade cronológica.

IMC = índice de massa corporal; %G = percentual de gordura; åDC =Somatório de dobras cutâneas; gl = graus de liberdade. *p<0,05, n = 50. Discussão: A leptina apresentou comportamentos diferentes entremeninas e meninos. No caso das meninas, a leptina não apresentoucorrelação significativa com a idade cronológica. Em relação asvariáveis representativas da gordura corporal, a leptina apresentoucorrelação altamente significativa com o somatório das dobrascutâneas e com o porcentual de gordura. De acordo com osresultados do presente estudo, o somatório de dobras e o percentualde gordura justificam 67% e 53% da variância da leptina sérica,respectivamente. Esse resultado e bastante coerente com o fato daleptina circulante ser principalmente derivada (>95%) do tecidoadiposo subcutâneo. O baixo índice de correlação do IMC com aleptina sérica nas meninas se justifica pelo fato de que o IMC, emboraamplamente utilizado como um indicador de gordura corporal, nãodiscrimina a contribuição da gordura corporal para a massa corporaltotal. É importante ter em mente que um elevado IMC nem semprerepresenta em excesso de gordura, especialmente em atletas. Essefato fica mais evidente quando analisamos a correlação entre idadee leptina circulante nos meninos. À medida que os meninos avançamna idade, as mudanças na composição corporal ocorrem no sentidodo desenvolvimento da massa corporal magra, especialmentemúsculo esquelético, e isso se reflete claramente na correlaçãonegativa entre leptina circulante e idade cronológica observada nopresente estudo. Quando analisamos a correlação entre o IMC e aleptina circulante nos meninos não encontramos valores significativosentre essas variáveis. Por outro lado, foram observados valores decorrelação significativamente elevados entre o somatório de dobrascutâneas e o percentual de gordura nos meninos, o que tambémfortalece o papel do tecido adiposo na determinação da leptinacirculante no sexo masculino. Conclusão. A gordura corporal é oprincipal fator determinante da leptina circulante. As diferençassexuais na composição corporal que ocorrem ao longo do processode crescimento e desenvolvimento justi f icam, pelo menosparcialmente, as diferenças encontradas entre os índicescorrelacionais obtidos entre idade cronológica, gordura corporal e aconcentração de leptina circulante em meninos e meninas.

59-84I

Page 68: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

7 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

30CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS DE NADADORES MILITA-RES DA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DAS ARMAS(EsSA) DA CIDADE DE TRÊS CORAÇÕES – MGCarvalho, W. R. G.1; Cunha, F. A. P.2; Santos, D. M. A3; Gomes Junior, P.C.4 - 1,2Universidade Vale do Rio Verde - Educação Física; 3Escola deFormação de Sargentos das Armas - Educação Física; 4Escola deFormação de Sargentos das Armas/Universidade Vale do Rio Verde -Educação FísicaA antropometria tem sido empregada para fornecer subsídios quanto àdeterminação da forma, do tamanho, da proporção e da composiçãocorporal na ontogênese humana. O objetivo do estudo foi caracterizaro perfil antropométrico de nadadores militares da Escola de Formaçãode Sargentos das Armas (EsSA) da Cidade de Três Corações – MG.Participaram do estudo nove alunos da EsSA, com média de idade de21,3±1,5 anos; massa corporal 77,65±10,79 kg e estatura 1,77±0,06m,campeã do MARESAER (2005), competição que reuniu as Escolas deFormação de Sargentos da Marinha, do Exército e da Força AéreaBrasileira. As variáveis antropométricas mensuradas foram massacorporal (MC) (kg), estatura (E) (m) e quatro dobras cutâneas (DC),subescapular, tríceps, suprailíaca e panturilha média. As variáveis quecaracterizaram a composição corporal (CC), percentual de gordura(%G), massa de gordura (MG) e massa corporal magra (MCM) foramobservadas através do método de DC. A densidade corporal (DCp) e o%G foram estimados, respectivamente, pelas equações propostas porPetroski (1995) e Siri (1961). As DC foram mensuradas pelo compassoCESCORF, com precisão de 0,1 mm. A análise exploratória dos dadosapontou que as médias e desvios-padrões, respectivamente para o%G, MG, MCM respectivamente, foram 10,77±2,14 (%), 8,51±2,59 (kg)e 69,13±8,53 (kg). Com base nos resultados consideramos que osalunos da EsSA apresentaram valores de %G, MG e MCM como um bomíndice, e que os mesmos contribuíram para o direcionamento daperformance física na competição.

31ESTUDO DA FLEXIBILIDADE ATRAVÉS DO TESTE DE SENTAR E AL-CANÇAR PADRÃO E MODIFICADOSoares, F.1; Moreira, E.2; Oliveira, D. M.3; Varandas, R.4; Cunha, R.5; Klein,C. M. O.6 - 1,2,4,5Universidade Estácio de Sá - Fisioterapia; 3UniversidadeEstáciode sá - Fisioterapia; 6Universidade Estácio de Sá - Fisiologia doExercícioO teste de sentar e alcançar é um dos mais utilizados testes na aferiçãoda flexibilidade, visto que está baseado na importância deste parâmetrona prevenção de distúrbios lombares (AAHPERD, 1980), no entanto damaneira como era administrado não permitia identificar as diferenças nocomprimento de membros ou diferenças e proporção entre pernas ebraços (WILMORE e COSTILL, 1988). O objetivo deste estudo foi verificaro nível de flexibilidade da região lombar e ísquio tibial, levando emconsideração a proposta de Werner et al. (1992) para a execução doteste de sentar e alcançar modificado, em alunos do curso noturno deuma escola pública do município de Resende-RJ. A amostra se constituiude 25 alunos, sendo 9 do sexo masculino (25,6 ± 9,31 anos ) e 16 dosexo feminino, (23,2 ± 6,47).As variáveis mensuradas foram analisadasatravés de estatística descritiva e comparadas de acordo com tabelade referência e suas respectivas classificações, de acordo com afaixa etária. Os resultados apresentados inicialmente, de acordo commodelo proposto por Pollock (1993), foram, para o sexo masculino 29,96(± 6,34) e para o feminino 25,48 (± 6,04), enquanto os resultadosapresentados de acordo com modelo corrigido para tamanho demembros foram de 33,58 (± 6,56) para sexo masculino e de 30,11 (±5,98) para o feminino. Apresentamos os resultados na tabela 1, deacordo com classificação por faixa etária e seus respectivospercentuais.

59-84I

TABELA 1

De acordo com os resultados apresentados podemos concluir que omodelo corrigido, levando em consideração a proporção e tamanho demembros, apresenta melhora no percentual dos resultados para osindivíduos levando em consideração tais parâmetros.

32COMPARAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO MOTOR DE ESCOLARES DENÍVEIS SÓCIOECONÔMICOS DIFERENTESMiranda, M. E. K.1; Barros, V. O.2; Oliveira, G. L.3; Perini, T. A.4; Oliveira,F. P.5; Ornellas, J. S.6 - 1,2,6UFRJ - Biociências da Atividade Física; 3,5UFRJ- Biociência da Atividade Física; 4Universidade Federal do Rio de Janeiro- Biociência da Atividade FísicaIntrodução: O desempenho motor de crianças constitui-se umapermanente preocupação entre especialistas da área da saúde. Esseinteresse se justifica na medida em que a atividade física podedesempenhar importante papel na prevenção e melhoria da capacidadefuncional.Objetivo: Comparar o nível de atividade física de escolaresde ambos os sexos de 10 á 15 anos de idade pertencentes a classeseconômicas distintas.Materiais e Métodos: A caracterização do nívelsócio-econômico foi dada pela escola em que foram realizados os testesmotores: escola municipal da zona norte e escola particular da zona sul(RJ). Participaram do estudo 76 escolares do sexo feminino, sendo 38da rede pública de ensino (13,14±1,57 ano) e 38 da rede privada deensino (12,24 ±1,42 ano) e 94 escolares do sexo masculino, sendo 38da rede pública de ensino (12,67±1,37 ano) e 56 da rede privada deensino (12,55 ±1,09 ano). As características de desempenho motorforam determinadas a partir da administração dos testes de sustentaçãona barra (SB) e sentar e alcançar (SA). Estatística: Teste t-Studentnão pareado; p£0,05; Excel (2000). Resultados: Foram encontradasdiferenças significativas para todos os testes motores aplicados nosgrupos de escolares do sexo feminino SB (p=0,0008) e AS (p=0,0360),com valores médios favoráveis ao grupo da rede pública de ensino. Aanálise comparativa para o sexo masculino não apontou diferençasquando considerado o nível sócio-econômico. Percebe-se, portanto, aresposta motora limitada das escolares de nível socioeconômico maiselevado induzindo um menor nível de atividade física nas realizações deações motoras simples e rotineiras que exigem a flexibilidade e forçamuscular localizada. Conclusão: A análise dos resultados permite aconstatação de que o fator sócio-econômico, hábitos sociais, estímulosambientais podem ser determinantes das diferenças encontradas noestudo. Apoio Financeiro: FAPERJ, FUJB, UFRJ

Page 69: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7 1

33TRANSTORNOS DA AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL NOAMBITO ESPORTIVOFraga, S. S.1; Rodrigues, M. M.2; Perini, T. A.3; Oliveira, G. L.4; Oliveira, F.P.5; Ornellas, J. S.6; Laguna, K. O.7 - 1Escola de Educação Física eDesportos - EEFD/ UFRJ - Biociências; 2,6,7UFRJ - Biociências da AtividadeFísica; 3Universidade Federal do Rio de Janeiro - Biociência da AtividadeFísica; 4,5UFRJ - Biociência da Atividade FísicaIntrodução:Atletas de modalidades dependentes da estética dosmovimentos e de baixa massa corporal estão expostas riscos maiselevados de desenvolverem Transtornos do Comportamento Alimentar(TCA). Cobranças de melhores desempenhos e estética podemdesencadear insatisfação com o peso corporal e com a imagemcorporal.Objetivo:Avaliar a presença de insatisfação com a imagemcorporal em atletas de modalidades de risco para TCA.Métodos:Quatrogrupos de modalidades consideradas de risco para TCA foraminvestigados: Ginástica rítmica (GR) (n=29/15±1,2,8 anos) Corredoras(C) (n=17/15±1,8 anos); Remadoras (n=16/19±2,72 anos) e Nadosincronizado (n=9/16±0,9 anos). Presença de insatisfação com a imagemcorporal - Body Shape Questionnaire – BSQ. Obteve-se a gordurarelativa corporal (%G) pelo método antropométrico. A análise dos dadosfoi feita no Excel 2000, com p=0.05.Resultados-Discussão:Apesardas atletas apresentarem %G com valores dentro dos padrões denormalidade para a modalidade que praticam a prevalência deinsatisfação com a imagem corporal na amostra analisada foi expressiva.Obteve-se 34,1% -Ginástica Rítmica, 11,8% -Corredoras, 37,5% -Remadoras e 50% -Nado Sincronizado. Observa-se que no grupo deNado Sincronizado a prevalência de casos com alteração foi maior.Essa é uma modalidade desportiva em que a estética tem grande impactona avaliação do desempenho. O fato de existir qualquer alteração destanatureza no meio desportivo é preocupante, pois a insatisfação com aimagem corporal pode desencadear comportamentos alimentaresinadequados. As práticas adotadas pelas atletas, normalmente, compõemas síndromes precursoras de TCA, e coloca em risco a saúde e odesempenho destas.Conclusões:Modalidades desportivas em que aestética e o controle do peso são preconizados a prevalência deinsatisfação com a imagem corporal foi expressiva. Apoio Financeiro:FAPERJ, FUJB e UFRJ

59-84I

34PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL DE MULHERES PRATICAN-TES DE ACADEMIA DE VITÓRIA - ESGonçalves, E. C.1; Castro, J. W.2 - 1,2Universidade Castelo Branco -Medidas e AvaliaçãoA tendência das mulheres é acumular maior quantidade de gordura emrelação aos homens especialmente na raiz dos membros e nas regiõesglúteas e suprapubiana. O objetivo deste estudo foi verificar o percentualde gordura de mulheres praticantes de atividade física em academiasde Vitória – ES. A amostra foi composta por um n de 116 indivíduos dosexo feminino, com idade entre 20 e 30 anos, praticantes de academiaa pelo menos três meses, aparentemente saudáveis. Caracteriza-secomo uma pesquisa quantitativa e descritiva com caráter epidemológico.Os materiais utilizados para a realização dos testes foram: uma balançamecânica da marca Welmy de fabricação Brasileira, com capacidadepara 150 kg e precisão de 100 g; um antropômetro metálico (já vem nabalança) com medidas em cm; um plicômetro da marca Cescorf comescala de 0,1 cm e pressão constante de 10 g/mm2. Os dados foramcoletados em academias de Vitória de forma aleatória. O protocolo dacomposição corporal, através das dobras cutâneas empregado, foi oProtocolo de Petroski (1995) para mulheres entre 18 e 51 anos queutiliza o cálculo da densidade através da fórmula desenvolvida e emseguida, analisou-se, através da fórmula de SIRI (1961), a porcentagemde gordura. A referência de percentual de gordura utilizada foi a dePollock (1993). Os resultados obtidos foram %G = 24,15% (±5,57) ondese concluiu que a amostra encontra-se na média no nível de saúdesegundo Pollock e Wilmore (1993), que as mulheres, apesar de estarem

35PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL DE HOMENS PRATICAN-TES DE ACADEMIA DE VITÓRIA – ESCastro, J. W.1; Gonçalves, E. C.2 - 1Universidade Castelo Branco - Medidase Avaliação; 2FAculdade Estácio de Sá - Educação FísicaO homem apresenta maior proporção de sua gordura total, situadasubcutaneamente, do que a mulher. A gordura masculina concentra-sena região abdominal. O objetivo deste estudo foi verificar o percentualde gordura de homens praticantes de atividade física em academias deVitória – ES. A amostra foi composta por um n de 89 indivíduos do sexomasculino, com idade entre 20 e 30 anos, praticantes de academia apelo menos três meses, considerados aparentemente saudáveis. Ametodologia é do tipo quantitativa e descritiva com caráter epidemológico.Os materiais utilizados para a realização dos testes foram: uma balançamecânica da marca Welmy de fabricação Brasileira, com capacidadepara 150 kg e precisão de 100 g; um antropômetro metálico (já vem nabalança) com medidas em cm; um plicômetro da marca Cescorf comescala de 0,1 cm e pressão constante de 10 g/mm2. Os dados foramcoletados aleatoriamente em academias de Vitória. O protocolo de dobrascutâneas para medição da composição corporal foi o de Petroski (1995)com 7 dobras, para homens entre 18 e 66 anos. A fórmula é %G =1,08566598 - 0,0003275 x (subescapular + tríceps + peitoral + axilaroblíqua + supra ilíaca oblíqua + abdominal + coxa) + 0,00000036 x(subescapular + tríceps + peitoral + axilar oblíqua + supra ilíaca oblíqua+ abdominal + coxa)2 - 0,00017521 x idade(anos) + 0,00161816 x(perímetro do antebraço) - 0,00041043 x (perímetro abdominal 2,5 cmacima da cicatriz abdominal). A referência de percentual de gordurautilizada foi a de Pollock e Wilmore (1993). A média e desvio padrão doestudo foi de %G= 18,27% (±6,38). Conclui-se que a população estudadaencontra-se na média perante o padrão de saúde de acordo com Pollocke Wilmore (1993) e que a atividade física apresenta-se como a melhorescolha para a obtenção de saúde, redução da gordura corporal emanutenção do peso corporal. Apoio Financeiro: ATRIP Consultoriaem Atividade Física

envolvidas de forma voraz no mercado de trabalho, não deixaram delado seus valores estéticos e se descuidaram de sua saúde e que aatividade física tem por finalidade a obtenção de saúde e uma composiçãocorporal adequada. Apoio Financeiro: ATRIP Consultoria em AtividadeFísica

Page 70: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

7 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

37CORRELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE NO LIMIAR DE LACTATO E NOPONTO DE DEFLEXÃO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA EM PROTOCO-LO PROGRESSIVO INTERMITENTE COM PAUSA.Piasecki, F.1; Cambri, L.2; De-Oliveira, F. R.3; Carminatti, L. J.4; Gevaerd, M.S.5 - 1,2,3,4,5Universidade do Estado de Santa Catarina - LAPEMA freqüência cardíaca (FC) pode ser utilizada na determinação do limiarde transição fisiológica (LFC) em atletas, a qual é normalmente identificadaem teste progressivo “contínuo”. Recentemente, Carminatti et al. (2004)apresentaram a possibilidade de identificação do ponto de deflexão daFC em testes progressivo intermitente com pausa (TPI), utilizando o métodoDmáx. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi verificar aassociação entre a velocidade no limiar de lactato (VLL) e a velocidadeno ponto de deflexão da freqüência cardíaca (VPDFC) em TPI com pausa,empregando o método Dmáx. A amostra foi composta por 12 atletasprofissionais de futebol do sexo masculino, com idade média de 19,5anos e que realizavam treinamentos diários. Os sujeitos foram submetidosa um TPI com pausa, realizado em campo (Carminatti, 2004), com velocidadeinicial de 9 km/h e incrementos de 1,2 km/h a cada estágio de três minutos.Os estágios foram compostos por 10 corridas de ida e volta, iniciandocom 15m e aumentando 2m a cada estágio. Cada ida e volta tem umintervalo de 6 segundos e ao final de cada estágio de 45 segundos paraa realização da coleta de sangue arterializado do lóbulo da orelha. Aconcentração de lactato sangüíneo foi analisada no lactímetro portátilYellow Springs® e a FC foi monitorada através do frequêncímetro marcaPolar®. Tanto a VLL quanto a VPDFC foram identificados através do métodoDmáx. A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva,teste t de Student para amostras dependentes e correlação de Pearson(p<0,05). Os resultados demonstraram diferenças estatisticamentesignificativas entre a VLL (13,7 + 0,7 km/h) e VPDFC (14,7 + 0,9 km/h) eausência de correlação significativa entre as mesmas (r = 0,46). Portanto,estes resultados sugerem cautela na determinação do LFC pelo métododo DMAX, como método de estimativa para o LL.

36IMAGINÁRIO, CORPOREIDADE E ATIVIDADE FÍSICASouza, M. M.1 - 1Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP/ULBRA-TO - Educação FísicaEste estudo relata os resultados de dissertação que teve como objetivolevantar o imaginário lido na corporeidade de um grupo constituído poralunos, professores, direção e funcionários de uma escola pública deGurupi–TO, oferecendo pistas para uma “organizacionalidade antropolítica”.A Teoria da Complexidade (Morin), Culturanálise de Grupos (P. Carvalho) ea Teoria do Imaginário (G. Durand) são subsídios teóricos desta pesquisa.O A.T.-9 (Arquétipo Teste dos Nove Elementos), protocolo proposto porYves Durand foi o instrumento utilizado para a coleta dos dados de 14(quatorze) participantes, além da observação direta da corporeidade destesno cotidiano educacional. As estruturas do imaginário aglutinam imagensque se classificam como heróica, mística e sintética e o AT-9 possibilitaidentificar os subgrupos destas estruturas. Registra-se que nenhum dosparticipantes contemplou o microuniverso mítico heróico; 2 deles explicitarammicrouniverso mítico místico (1 lúdico e 1 integrado); 07 com estruturaçãosintética, sendo 3 Duplo Universo Existencial Diacrônicos, 3 Sincrônicos e1 da Evolução Progressiva; 5 Pseudodesestruturados. A corporeidadedos participantes é condizente com o universo mítico em que estruturasuas imagens. A heróica tende ao enfrentamento direto das ameaças dasatividades a serem desempenhadas; a mística permite ao indivíduo buscara quietude, em movimentos aparentemente calmos; a sintética funde aritmicidade heróica e a mística. Os protocolos Pseudodesestruturados nãoagregam as imagens, mas encontram nexo nas significações destas. Épossível dizer que as representações simbólicas permeiam os movimentosou atividades físicas porque o corpo humano aglutina sentimentos,pensamentos, significações e ações ao movimento, pois ao passo que semove, o ser humano também percebe o mundo em que vive, num só golpe,em sua corporeidade. Apoio Financeiro: CEULP/ULBRA-TO; DC&T doEstado do Tocantins

38RESPOSTA PRESSÓRICA DE PACIENTES COM HIPERTIRÓIDISMOSUBCLÍNICO AO ESTRESSE FÍSICOOrnellas, J. S.1; Perini, T. A.2; Oliveira, G. L.3; Oliveira, F. P.4 - 1UFRJ - Biociênciasda Atividade Física; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro - Biociência daAtividade Física; 3,4UFRJ - Biociência da Atividade FísicaIntrodução: Durante o exercício, a pressão sistólica aumenta em proporçãoao consumo de O2, enquanto a pressão diastólica se mantém relativamenteinalterada ou aumenta apenas ligeiramente. No entanto, alguns indivíduossob exercício exaustivo apresentam risco cardiovascular, como no caso depacientes com hipertiroidismo subclínico que são definidos pelasconcentrações normais de T4 e T3 livres séricos associadas a valores deTSH suprimido. Objetivo: o estudo investiga a ocorrência de alteraçõespressóricas ao estresse físico em pacientes com hipertiroidismo subclínico.Foram avaliadas 16 pacientes do sexo feminino e 08 voluntárias saudáveis. As pacientes apresentavam TSH abaixo do limite inferior da normalidade e T3e T4 normais. Materiais e Métodos: Para a obtenção da resposta pressóricano exercício as pacientes foram submetidas a um teste ergoespirométricoem esteira com o protocolo de Balke. O ECG e os valores da pressão arterialforam processados em computador, em tempo real no repouso, no exercícioa cada três minutos e recuperação no primeiro e no terceiro minuto após oexercício. Os cálculos dos parâmetros, a estatística descritiva dos dados ea comparação (t-Student não pareado) das variáveis entre os grupos foramrealizados empregando o programa Excel 2000, com p < 0,05. Resultados:Para um tempo médio de exercício de 14 min não foram registrados valoresde pressão arterial estatisticamente diferente quando comparados ao grupode voluntárias saudáveis, talvez em função de algumas características clínicase laboratoriais. Porém, foram registrados valores mais elevados parafreqüência cardíaca de repouso reafirmando os sinais característicos dohipertiroidismo subclínico. Conclusão: Esses resultados são de particularimportância, pois demonstraram que as pacientes com hipertiroidismo subclínicoavaliadas, até o momento, não apresentaram picos hipertensivos durante umteste de esforço máximo, sugerindo que o grupo poderia realizar exercíciosmoderados sem apresentarem fatores de riscos cardiovasculares. ApoioFinanceiro: FAPERJ, FUJB e UFRJ.

59-84I

Page 71: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7 3

39ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR EM INDÍVIDUOS TREINADOS NAPLATAFORMA DE INSTABILIDADESouto Maior, A.1 - 1Universidade do Vale do Paraíba - Pós graduaçãostricto sensu em Bioengenharia - LABAD - Laboratório Advice Masterde PerformanceO objetivo do estudo foi comparar a variabilidade do grau de forçamuscular pelo teste 10 repetições máximas (RM) antes e depois dotreinamento de força na execução do exercício agachamento no SmithMachine em indivíduos treinando com e sem a plataforma de instabilidade(PI). A amostra foi composta de 30 homens jovens, com idades entre 20e 25 anos, peso entre 75 e 80 Kg e altura entre 175 e 180 cm. Osindivíduos foram separados aleatoriamente em 3 grupos: 1) grupoplataforma de instabilidade (GPI); 2) grupo padrão (GP); 3) grupo controle(GC). Todos os indivíduos realizaram o teste de 10RM 48 H antes do 1ºdia de treinamento e 48 H depois do último dia de treinamento. Osindivíduos do GPI e do GP realizaram o treinamento de força 3 vezes porsemana durante 4 semanas (3 séries de 10RM e recuperação de 2minutos) com a carga constante (carga do teste 10RM) e ao final decada treinamento respondiam a escala de percepção subjetiva deesforço (PSE). Os resultados mostraram através ANOVA de duasentradas, seguida, pelo teste post hoc de Tuckey aumentossignificativos entre o teste e o reteste 10RM no GP (12%) e no GPI(26%) (p<0,0001, ambos os grupos), sem mudanças no GC (P>0,05). Onível de correlação entre o teste e o reteste em todos os grupos mostrou-se alto (GPI= 0,97; GP=0,98; GC=0,99). As médias do reteste comparadasentre os grupos mostraram redução significativa no GP (P<0,02) e GC(P<0,0001) em relação ao GPI. As médias do GP apresentaram aumentosignificativo em relação ao GC (P<0,01). Em relação à PSE relataram-sevalores próximos ao absoluto através do teste t-students pareado emambos os grupos (GPI e GP) após a 4º semana de treinamento e asmédias intergrupos relataram diferença significativa (10,6+ 0,6 – GP;11,8+ 0,2 – GPI, P<0,0001). A conclusão mostra que o treinamento cominstabilidade gera através da adaptação neural, habilidade de maiorcoordenação inter e intramuscular, conseqüentemente, melhora daatividade dos agonistas, sinergistas, estabilizadores e a redução daco-ativação dos antagonistas, assim, aumento da produção de força,quando comparado com ações de estabilidade. Isto esclarece quemedidas agudas do movimento de instabilidade causam resultadoserrôneos que possibilitam efeitos diretos no treinamento. Palavras-chave: Treinamento de força com Instabilidade; Adaptação Neural;Aumento da Força.

40MÉTODO NÃO INVASIVO PARA DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADEDE NADO DA EQUIPE DE NATAÇÃO DA ESCOLA DE SARGENTOSDAS ARMAS DE TRÊS CORAÇÕES – MGCunha, F. A. P.1; Santos, D. M. A2; Gomes Junior, P. C.3; Carvalho, W. R.G.4 - 1Universidade Vale do Rio Verde - DEF; 2Escola de Formação deSargentos das Armas - Educação Física; 3Escola de Formação deSargentos das Armas/Universidade Vale do Rio Verde - EducaçãoFísica; 4Universidade Vale do Rio Verde - Educação FísicaEstudos têm se preocupado com a compreensão do processo defornecimento de energia durante a natação para uma melhorprogramação nos treinamentos que visam performance. Apesar dosdiversos métodos para mensuração das variáveis aeróbias, análisesdas qualidades anaeróbias são pouco desenvolvidas nesse desporto.Uma triste realidade é que nem todos os nadadores que competempossuem equipe especializada e suporte financeiro adequado paragarantir avaliações constantes necessárias para o progresso dotreinamento. Entretanto, o método não invasivo da velocidade crítica(Vcrit) tem possibilitado indicadores das capacidades aeróbia eanaeróbia. Kokubun (1996) mostrou alta correlação da Vcrit com avelocidade de limiar anaeróbia determinada por lactacidemia. Wakayoshiet al (1992) também mostraram correlação da Vcrit com a velocidade de400m. Porém, a variável anaeróbia ainda necessita de pesquisas mais

41MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS AUTO-REFERIDAS VERSUSAFERIDASPires, E. A. G.1; Silveira, L. D2; Pires, M. C.3; Waltrick, A. C.4; Lopes, A. S.5

- 1,2CEFET-SC - Educação Física; 3,4UFSC - Colégio de Aplicação; 5UFSC- Centro de DesportosEste estudo teve como objetivo verificar a fidedignidade das informaçõesauto-referidas de massa corporal (MC) e estatura (ES) em escolares de11 a 17 anos de Florianópolis-SC. A amostra foi de 2.384 escolares,sendo 1.201 moças (50,4%) e 1.183 rapazes (49,6%), selecionadaaleatoriamente por unidade escolar. A média de idade dos escolares foide 14,45±1,99. Foram coletadas medidas de MC e ES de acordo com osexo e a idade. A estatística adotada foi a descritiva, o teste “t” deStudent para amostras pareadas, as variações absolutas (?) e relativa(?%), além do coeficiente de correlação intraclasse “r” com nível designificância p<0,05. Os resultados demonstraram na comparação dasmedidas auto-referidas e aferidas que: (a) na variável MC diferençasestatisticamente significativas foram observadas nos rapazes aos 13,16 e 17 anos, enquanto que nas moças em todas as idades, exceto aos14 anos, (b) com relação à ES verificou-se diferenças estatisticamentesignificativas nos rapazes aos 11, 12 e 13 anos e, nas moças aos 11,12, 13 e 15 anos de idade, (c) independentemente do sexo, na maioriadas idades, os escolares apresentaram pelo cálculo do coeficiente decorrelação intraclasse níveis de fidedignidade de moderada a forte,evidenciando-se mais nas moças principalmente no MC: (d) a diferençaabsoluta das médias variou para a MC de -2,39 a 0,23 kg para as moçase de -1,26 a 1,47 kg para os rapazes. Na ES as variações foram de -3,27 a 0,86 cm para as moças e de -2,52 a 0,12 cm para os rapazes, (e)com o avançar da idade as moças tendem a superestimar a MC e a ES,enquanto que os rapazes tendem a superestimar apenas a ES. Conclui-se que medidas auto-referidas parecem ser úteis para estudosenvolvendo grandes populações em função da logística e da estreitadiferença entre as medidas auto-referidas e aferidas. No entanto, devemser evitadas em estudos de crescimento físico.

conclusivas. O objetivo do presente estudo foi mensurar a Vcrit ecapacidade de trabalho anaeróbio (CTA) da equipe de natação da EsSAutilizando a metodologia proposta para piscinas. Participaram desseestudo nove atletas (21,3 ± 1,5 anos; massa corporal 77,65 ± 10,79 kge estatura 177 ± 6 cm). Os atletas realizaram tiros máximos em ordemaleatória nas distâncias de 50, 100, 200 e 400m, com intervalo de 24horas entre os mesmos. Os valores de distância e tempo foramsubmetidos ao procedimento de regressão linear para estimativa daCTA e Vcrit. Os dados foram registrados em média e desvio padrão. Osvalores da CTA 23,82 ± 4,15 m e Vcrit 1,14 ± 0,1 m/s nos levam ahipótese de que a equipe de natação apresenta característicashomogêneas. Contudo, a literatura relata que essas variáveis sãosensíveis ao treino e servem de referência para o controle no programade alto nível.

59-84I

Page 72: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

7 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

42NÍVEIS DE DEPRESSÃO, FORMA DE TRATAMENTO E HÁBITOS DEATIVIDADE FÍSICA DE PESSOAS DIAGNOSTICADAS COM TRANS-TORNO DEPRESSIVOSilveira, L. D1; Pires, E. A. G.2; Pires, M. C.3 - 1,2CEFETSC - EducaçãoFísica; 3UFSC - Colégio de AplicaçãoEste estudo teve como objetivo analisar as características do tratamento,níveis da doença e hábitos de atividade física de pessoas diagnosticadascom depressão e que realizavam tratamento médico. Foram analisadas254 mulheres com média de idade de 53,5 ± 7,3 anos. Para a coleta dedados utilizou-se: a) questões fechadas com escala ordinal paraaveriguação do tempo e duração do tratamento e escala nominal para otipo e local de tratamento; b) Inventário de depressão de Beck e c)Questionário Internacional de Atividade Física. Os resultados mostraramque: a) a maioria das pessoas (88,2%) realizava tratamento a mais de37 meses. 46,6% das pessoas relatou realizar o tratamento eminstituições públicas e 53,4% em clínicas particulares. 100% das pessoasavaliadas relatou fazer uso de antidepressivos e 0,6 % disseram realizartambém o tratamento psicoterápico. Ao analisar-se o nível de depressão,verificou-se que 83,3 % das pessoas avaliadas apresentaram níveisgraves, 11,5% níveis moderados e apenas 2,2% apresentaram níveisleves da doença. Quanto ao nível de atividade física, os dadosevidenciaram que: a) 9 em cada 10 mulheres (90%), nunca participaramde programas de atividade física como parte do tratamento paradepressão; b) as pessoas tenderam a ficar sentadas ou deitadas numdia de semana habitual e num dia de final de semana, em média 8 e 9,5horas respectivamente; c) a média de tempo gasto em atividadesmoderadas foi significativamente mais prevalente (P<0.05) nas mulherescom idade mais baixa; d) Observou-se correlação do nível de atividadefísica com o nível sociodemográfico, grau de instrução e nível dedepressão das pessoas avaliadas. Os resultados apresentados nesteestudo apontam para uma necessidade de uma política deconscientização e ação, sobre a importância da atividade física para aspessoas acometidas pela depressão.

43VOLUME TOTAL REALIZADO EM EXERCÍCIOS RESISTIDOS ECINÉTICA DA CURVA DE RECUPERAÇÃO DA FREQÜÊNCIA CARDÍA-CAVieira, G.1 - 1Universidade do Estado de Santa Catarina - LAPEM/CEFIDA sobrecarga cardiovascular imposta pelos exercícios resistidos aindanão esta bem documentada na literatura. Uma alternativa de interpretaçãodo estresse cardiovascular em resposta ao exercício, é a medida dafreqüência cardíaca de recuperação. O propósito desta pesquisa foiverificar se existem diferenças no volume total (VT) entre intensidades(80% e 60% de 1RM), tipos de exercício (supino reto e leg press 45º) egênero, além de possíveis associações do VT com a cinética da curvade recuperação da freqüência cardíaca (FC). Seis homens e seismulheres (22,7 ± 2,1 anos; 171,9 ± 10,9 cm; 66,3 ± 11,8 kg e 14,5 ± 5,3% de gordura) realizaram dois testes para determinar 1RM, um no supinoe outro no leg press. Após 24horas, os indivíduos realizaram uma sérieaté a exaustão a 80 e 60% de 1RM, com intervalo de 5 minutos entre asduas. A escolha do exercício inicial foi aleatória. A FC de recuperação(Polar S610 – registro a cada 5s) foi ajustada com uma equaçãomonoexponencial para determinação da constante de tempo (indicadorda velocidade de queda da FC). O VT foi calculado multiplicando a carga(kg) pelo número de repetições em cada exercício. As comparações

59-84I

44AUTOPERCEPÇÃO DA SOBRECARGA DE 1 RM NO EXERCÍCIOSUPINO RETO POR HOMENS COM EXPERIÊNCIA EM TREINAMENTODE FORÇASantos Junior, M. A. O.1; Miranda, T.2; Bastos, A.3; Barbosa, R.4; Cunha,M. V.5; Barbosa, V.6; Mello, M.7; Rubini, E.8; Cabral, L.9 - 1,2,3,4,5,6,7,9UNESA -EDUCAÇÃO FÍSICA; 8UNESA - Educação Física e FisioterapiaIntrodução: A realização de algumas repetições com sobrecargarelativa ao máximo percebido pelo avaliado tem sido recomendada comoforma de aquecimento específico antes do início do teste paradeterminação da carga de uma repetição máxima (1RM). Entretanto,pouco se sabe sobre a diferença entre a sobrecarga autopercebida eo valor real medido através do teste de 1RM. Objetivo: Verificar seindivíduos com experiência em treinamento de força (TF) são capazesde autoperceber corretamente a sobrecarga referente a 1 RM noexercício supino reto. Métodos: Participaram deste estudo 39 homens(média ± DP, idade = 26,0 ± 5,8 anos; estatura = 177,1 ± 9,8 cm; massacorporal = 80,4 ± 10,9 kg; gordura corporal = 16,3 ± 4,0%), comexperiência mínima de 2 anos em TF. Todos se exercitavam pelo menos4 vezes por semana e estavam utilizando o exercício supino reto emseus programas de treinamento. Antes da realização do teste de 1RMos voluntários foram questionados quanto à sobrecarga referente a1RM autopercebida. Resultados: O teste t dependente demonstrouque os valores no teste de 1RM foram estatisticamente diferentes dosvalores autopercebidos pelos voluntários (Tabela 1). Os limites deconcordância entre 1RM autopercebida e a medida ficaram em -15,1 ±22,8 kg.

Tabela 1Comparação dos valores estimados e medidos no teste de 1RM

*p < 0,001

Conclusão: Mesmo indivíduos com mais de 2 anos de experiência emtreinamento de força acabam subestimando de forma significativa asobrecarga de 1RM autopercebida.

foram realizadas utilizando ANOVA a três fatores (intensidade, exercícioe gênero) e as associações através da correlação linear de Pearson. OVT realizado a 60% de 1RM foi significativamente maior do que a 80%de 1RM (p=0,005). Em todas as intensidades e tipos de exercícios oshomens realizaram um VT maior que as mulheres (p=0,05). O VT tambémfoi maior no leg press do que no supino (p=0,001). Os fatores nãoapresentaram interação significativa entre si. A associação entre o VTe a constante de tempo foi significativa apenas no supino a 80% de 1RM(r = 0,78; p=0,01) e a 60% de 1RM (r = 0,86; p=0,01). Tais evidênciassugerem que o VT apresenta dependência de vários fatores e interferena velocidade de queda da FC, aumentando o tempo para a FC atingirseus valores de base. Esse comportamento parece ser influenciadoprincipalmente pela massa muscular solicitada.

Page 73: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7 5

45UTILIZAÇÃO DA LACTACIDEMIA NA PREDIÇÃO DO DESEMPENHOEM ALUNOS DE ESCOLINHA DE NATAÇÃOBernardes, A. C.1 - 1PMPS - PesquisaO imbricamento da velocidade de nado e da concentração do lactatosangüíneo é comumente utilizado para predição, prescrição emonitoramento do treinamento. O presente estudo tem por objetivoverificar a concentração do lactato em três situações do nado Crawl. Aamostra foi composta por quatro praticantes da modalidade com idademédia +19,7 anos, tempo médio de prática +2 anos e tempo médio deexecução, distância de 25m, sendo desconsiderada saída, de +12segundos. Os testes foram realizados em cinco dias distintos separadospor um período de 48 horas. A coleta do lactato sangüíneo foi feita nolóbulo da orelha um minuto após o término do esforço, aparelhoAccutrend Lactate (Roche). A testagem foi fragmentada em: execuçãodo nado crawl, distância 25m, com intensidade a 90-95% da máxima,sem respiração; execução nado crawl, distância 25m, com intensidadeentre 70-75% da máxima e nado crawl 15m com extensor da marca ProSwim a 70% da intensidade máxima e manutenção do esforço por 2minutos. Os testes foram realizados sem saída. Para o teste comextensor, o cronômetro teve seu disparo após o estiramento da faixaelástica, devendo o nadador manter a distância mínima, a qual foimarcada dentro e fora da água para a sua orientação. O tempo derecuperação entre cada esforço foi de 3 minutos, sendo encontradosos seguintes resultados, determinados abaixo pela média e desvio padrão:

Com base na análise dos resultados, não foram encontradas diferençassignificativas, nos valores dos testes dois e três. Já no teste um houveuma menor lactacidemia. O estudo permite inferir, que o número deincursões respiratórias influencia diretamente no nado na distância de25m, embasado na coleta do lactato sangüíneo, podendo, por intermédioda lactacidemia, melhor orientar o treinamento dos praticantes da amostraem questão na busca da melhoria da performance.

59-84I

46ESTADO DE EQUILÍBRIO NA INTENSIDADE DO LIMIAR DE CONCONIMEDIDO EM TESTE PROGRESSIVO INTERMITENTE COM PAUSACarminatti, L. J.1; Lima-Silva, A. E.2; De-Oliveira, F. R.3 - 1,2Universidadedo Estado de Santa Catarina - UDESC - Laboratório de Pesquisa Morfo-funcional - LAPEM; 3Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC- Ciências BiológicasIntrodução: Teoricamente, na realização de atividades na intensidadedo ponto de deflexão da FC (PDFC) deve ser encontrado estado deequilíbrio fisiológico (EE). Em geral, o estudo do PDFC é restrito àsatividades progressivas “contínuas”, sendo escasso o número deestudos com análises realizadas em teste progressivo intermitente compausa (TPIP). Objetivos: Verificar a possibilidade de manutenção deEE em carga “constante” correspondente ao PDFC medido em TPIP.Metodologia: 32 atletas masculinos, 21 jogadores juniores de futebolde nível nacional (em campo de grama) e 11 de handebol (em quadra) denível regional, 19,7 ± 2,1 anos, 72,5 ± 8,0 kg, 178,3 ± 6,0 cm, foramsubmetidos: a) teste progressivo intermitente e máximo (TCar), queconsiste em multi-estágios de 90s de duração (5 x 12s de corrida de idae volta, intercalados por pausas de 6s caminhando). A velocidade inicialé 9,0 km.h-1 e incrementa 0,6 km.h-1 a cada 90s, com o ritmo controlado

através de sinais sonoros. Variáveis determinadas: Pico de velocidadecorrigido (PV) e FC em cada velocidade (Polar®-modelo S610iTM), composterior determinação do PDFC através de inspeção visual (Conconiet. al., 1982); b) carga “constante” na velocidade do PDFC (VPDFC),com 3 séries de 7 min (mesma dinâmica do TCar), com pausa de 1 minpara mensuração da FC, percepção subjetiva de esforço (PSE10) ecoleta de sangue, para posterior determinação das [La] (YSI®1500),assumindo como desequilíbrio um aumento na [La] = 0,7 mmol.l-1 (0,05mmol.l-1.min-1) entre o 7o e 21o minuto. Resultados: PV = 16,0 ± 1,1 km.h-

1; VPDFC = 12,8 ± 1,3 km.h-1 (177 ± 8 bpm). Na carga “constante”, a FCmédia das 3 séries foi de 179 ± 10 bpm, com [La] média de 3,3 ± 1,4mmol.l-1 e PSE10 = 4,3 ± 1,5 pontos. Apesar de não haver diferençasentre os valores de FC no PDFC e FCmédia no teste com carga“constante”, foi encontrado desequilíbrio em 8 atletas (25%).Conclusão: Apesar de ser uma variável fisiológica generalizável e serencontrado EE na maioria dos indivíduos (75%), recomenda-se cautelaem assumir o pressuposto de que na intensidade do PDFC identificadoem TPIP é possível encontrar estado de equilíbrio fisiológico.

47O MÉTODO DMÁX NA IDENTIFICAÇÃO DE LIMIARES DE TRANSI-ÇÃO METABÓLICA EM TESTES DE PISTARoza, T. H.1; Lima-Silva, A. E.3; Carminatti, L. J.4; Dario, A. B.5; DellaGiustina, R.6; Kiss, M. A. D. M.7; Gonzalez-de-Suso, J. M.8; De-Oliveira,F. R.9 - 1,3Universidade do Estado de Santa Catarina - Laboratório dePesquisa Morfo-funcional - LAPEM ; 4Universidade do Estado de SantaCatarina - LAPEM; 5,9Universidade do Estado de Santa Catarina -Laboratório de Pesquisa Morfo-funcional - LAPEM ; 6Universidade deSão Paulo - Escola de Educação Física e Esporte; 7Universidade de SãoPaulo - Departamento de Esporte; 8Real Sociedad del Futbol S.A.D. -Departamento MédicoO método Dmáx é utilizado para a aproximação de limiar de transiçãofisiológica através da FC (LFC), sendo empregado para diminuir asubjetividade da determinação visual do Ponto de Deflexão (PDFC) efornecer um limiar de lactato (LLa) individual. Objetivo: Comparar osvalores de intensidades correspondentes ao Dmáx a partir de FC e [La]obtidas em testes de pista. Metodologia: 10 corredores de alto nível,8 espanhóis, 1 marroquino e 1 queniano (21,5 ± 4,8 anos) foramsubmetidos: a) teste progressivo de Léger-Boucher (TLB), com medidada FC em cada estágio através de monitores Polar®; b) teste de 5 x1600 m (73, 78, 83, 88, 93% do PV no TLB – Gonzalez de Suso & de-Oliveira, 2002), com medida das [La] no final de cada estágio. Para adeterminação da Dmáx através da FC, os pontos da FC foram ajustadosa uma função polinomial de terceira ordem, posteriormente, foi empregadoum ajuste linear, utilizando-se os dois extremos da curva, derivando-secom uma reta. O Dmáx foi definido como o ponto mais distante entre asduas linhas (Kara e col., 1996). O LLa foi identificado empregando omesmo método, a partir da curva plotada entre velocidade e [La](modificado de CHENG e col., 1992). Foi realizada a comparação entreos valores de LFC e LLa utilizando-se o Teste t de Student para variáveisemparelhadas. O nível de associação entre as variáveis foi feito a partirda correlação simples de Pearson (*p<0,05). Resultados: PV (km.h-1)= 20,7 ± 1,0 km.h e FCmáx (bpm) de 192 ± 7.

Os valores de correlação entre as velocidades (r=0,51) e FC (r=0,45)nos limiares não foram significantes. Conclusão: Tratando-se de atle-tas de alto nível aeróbio, o LFC identificado pelo Dmáx parece subesti-mar a intensidade do LLa.

Page 74: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

7 6 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

48INFLUÊNCIA DA CAPACIDADE AERÓBICA E ANAERÓBICA NAPERFORMANCE DA PISTA DE PENTATLO MILITAR (PPM).Freitas, O.1; Geraldo, M. A. L.1; Morinel, L.1; Rocha, L. A.1; Santos,D.1; Maurer, V.1; Santos, R. L.1; Matias, S. J. D.1; Pinto, F. G. F. 2 – 1

Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx); 2 Instituto dePesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx).Introdução: O Pentatlo Militar é uma modalidade desportiva com o pro-pósito de imitar situações encontradas em combate, sendo compostopelas provas de tiro com rifle standard, pista de pentatlo militar (PPM),natação utilitária, lançamento de granada e corrida através campo.Objetivo: Verificar os componentes das potências anaeróbica eaeróbica na performance na PPM. Metodologia: Participaram do estu-do 42 militares do curso de monitores do ano de 2005, com idade (X±DP) 26,55 ± 1,82 anos, estatura 175,31 ± 6,23 cm e massa corporal total(MCT) 71,96 ± 7,19 kg. A potência anaeróbica foi estimada pela provados 800 metros rasos do atletismo e a potência aeróbica pelo teste de12 minutos. Resultados: As correlações PPM – 12 minutos (r=-0,575 –p=0,00) e PPM – 800 metros (r=0,704 – p=0,00), sugerem que a PPMrequer um maior nível de potência anaeróbica. Confrontando as corre-lações e a regressão linear múltipla 800m e 12min x PPM, observa-seque o R da regressão é praticamente o mesmo da correlação PPM –800m (0,707 para 0,704). Isso nos leva a crer, como esperado, que apotência anaeróbica teve uma maior participação na determinação daperformance da PPM. Outras análises foram realizadas com base nadivisão da amostra em quartis estratificados pelo resultado na PPM,onde pudemos constatar um comportamento diferenciado das correla-ções PPM – 12 minutos e PPM – 800. Conclusão: Da análise dosresultados, conclui-se que o resultado da PPM está mais associado àcondição física anaeróbica.

49EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO NA FREQÜÊNCIA CARDÍACA EPRESSÃO ARTERIALViveiros,L, Veloso U, Duarte AFA,Farinatti, PTV.Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde (LABSAU), UERJ.Rio de Janeiro – Brasil. – Email: [email protected]ção: Apesar de não serem encontrados na literatura estudossobre respostas cardiovasculares agudas aos exercícios de alonga-mento, variáveis como tempo de tensão, massa muscular envolvida etipo de respiração podem influenciar tais respostas. Objetivo: Verificara influência dos exercícios de alongamento, com e sem manobra deValsalva, envolvendo grandes e pequenos grupamentos musculares,sobre a freqüência cardíaca (FC), a pressão arterial sistólica (PAS) e oduplo-produto (DP). Metodologia: Doze voluntários assintomáticos(média: 24 anos; 76 kg; 175 cm) realizaram 4 repetições de 30s de doisexercícios de alongamento estático, dorsi-flexão (m. gastrocnêmio -Gast) e flexão de quadril (m. ísquios-tibiais – I Tib), com (CV) e sem (SV)manobra de Valsalva, em quatro visitas ao laboratório. Primeiramente,realizou-se o movimento de dorsi-flexão sem a manobra de Valsalva(Gast SV). Na segunda visita, a flexão de quadril foi executada com amanobra de Valsalva (I Tib CV). Na terceira e quarta visitas, foramrealizados os movimentos de Gast CV e I Tib SV, respectivamente. APAS foi medida pelo método auscultatório e a FC por monitor Polar® S610. Foram registrados valores em repouso, ao final de cada repetiçãoe por 3 vezes até 20 minutos de recuperação. Resultados: As ANOVAsfatoriais 4x8 com medidas repetidas para cada variável, seguidas dopost-hoc de Fisher, revelaram uma tendência geral à elevação dosvalores de FC, PAS e DP (p<0,01) quando da execução da 1ª repetição(1ª Rep), seguida de redução a níveis próximos do repouso (p<0,01)após a 4ª Rep, em todos os movimentos. Exceções foram observadasno comportamento da PAS no movimento Gast CV e I Tib CV, no períodode recuperação, conforme indicado abaixo:

Tabela 1Valores médios aferidos de Freqüência Cardíaca (FC)

†Diferença entre grupos (p<0,05)

Tabela 2Valores médios aferidos de Pressão Arterial Sistólica (PAS)

*Diferença dentro dos grupos (p<0,05)

Tabela 3Valores aferidos de Duplo Produto (DP)

*Diferença dentro dos grupos (p<0,05)

Conclusão: Diferentes modelos de exercícios de alongamento podeminfluenciar o comportamento agudo da FC, PAS e DP, principalmente seacompanhado da manobra de Valsalva, à medida que ocorre o aumentono número de repetições, sendo a PAS mais suscetível às variações doque a FC.

50A INFLUÊNCIA DA MARCHA DE 20 KM SOBRE INDICADORES DOESTADO DE HIDRATAÇÃO EM CANDIDATOS AO CURSO DE AÇÕESDE COMANDOS (CAC)Pinheiro LRL1; Barbosa ES1, Abreu RSL1; Kroeff MB1; Santos Junior DM1,Gomes FC1, Martins MDC1, Meurer NJ1; Pitaluga Filho MV2.1 – Escola de Educação Física do Exército – RJ – Brasil2 – Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército – RJ – BrasilFUNDAMENTAÇÃO: A marcha de 20 km do CAC deve ser realizada nomenor tempo possível, demandando grande quantidade de energia eliberação de calor. A evaporação do suor é, normalmente, a principalforma de perda de calor, tornando-se fundamental a manutenção dahidratação para que não haja prejuízo para a performance ou para asaúde dos militares. OBJETlVO: Verificar o comportamento das variáveisindicadoras do estado de hidratação dos candidatos ao CAC quandosubmetidos a um teste de marcha de 20 Km. METODOLOGIA:Participaram do estudo 59 militares do Exército Brasileiro, candidatos aoCAC, do sexo masculino, com 26 ± 3 anos, 174,6 ± 6,7 cm e 72 ± 9,64kg. O café da manhã foi padronizado e uma hora antes da marcha ossujeitos ingeriram 500ml de água. Antes e após a marcha foram medidasa massa corporal, a gravidade especifica da urina e foram coletados10ml de sangue para a análise da concentração das proteínas totais eda hemoglobina e para a leitura do hematócrito. Durante o deslocamentoa ingestão de líquidos e alimentos foi “Ad Libitum” e controlada. Atemperatura e a umidade relativa do ar foram de 28,2 graus e 54,8 %,respectivamente. RESULTADOS: Foram encontradas diferençassignificativas (p<0,05) entre os testes realizados antes e após a marchapara todos as variáveis analisadas: Densidade da urina: 1019, 85 ±6,04 (média ± desvio padrão) e 1022, 30 ± 5,64; Hematócrito: 39,55 ±2,08 e 42,24 ± 2,94; Hemoglobina: 13,18 ± 0,70 e 14,05 ± 1,03; Proteínastotais: 6,22 ± 0,39 e 6,80 ± 0,40 e Peso: 75,43 ± 7,80 e 73,11 ± 7,85.CONCLUSÃO: A quantidade de líquidos ingerida durante marcha nãofoi suficiente para a manutenção dos níveis de hidratação e para evitara perda no desempenho.

59-84I

Page 75: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7 7

51EFEITOS DO TREINAMENTO E DESTREINAMENTO SOBRE OS PERFISANTROPOMÉTRICO E FÍSICO DE MILITARES BRASILEIROS DEFORÇA DE PAZAlessandro L S Castro Neves, Antônio F A DuarteInstituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército – IPCFExRio de Janeiro, RJ - Brasil - Email: [email protected]ÇÃO: Atualmente, com o envio de tropas para missões deForça de Paz (F Paz) designadas pela ONU, o Exército Brasileiro temtomado um cuidado especial com o preparo físico dos integrantes doscontingentes designados para tais missões, que tem duração média deseis meses. Fruto disso, a preparação física dos militares objetiva nãosó proporcionar-lhes melhores condições de cumprir suas atribuiçõesfuncionais, como também garantir um melhor padrão de saúde, tantoantes da partida quanto no regresso. OBJETIVO: levantar e analisar osperfis antropométrico e físico de militares de Força de Paz, antes (Avl-01) e após (Avl-02) 12 semanas de preparação e após 24 semanas demissão (Avl-03), e verificar os efeitos do treinamento, pós-preparação,e do destreinamento, pós-missão. METODOLOGIA: Para isso, 313 mi-litares integrantes de contingentes de Forças de Paz (26,9±5,3anos,176,0±6,1cm, 75,8±10,2Kg) foram submetidos a avaliaçõesantropométricas e físicas em três momentos distintos (Avl-01, Avl-02 eAvl-03), para caracterizar as variáveis: percentual de gordura (%G),IMC, RCQ, VO2max, testes de flexão de braços (FLEX), abdominal-supra(ABDOM) e flexão na barra (BARRA). Para a comparação dos resulta-dos foram realizadas ANOVAs One-way com medidas repetidas e posthoc de Tukey, com ?< 0,05. RESULTADOS: À exceção do IMC na Avl-03, que foi de 25,1 (pré-obesidade), todas as outras variáveis se en-contraram com médias dentro da normalidade em todos os momentos.Como mostra a Tabela 1, o treinamento proporcionou redução significa-tiva (p<0,001) no %G (Avl-02) e o destreinamento (Avl-03) fez com queo %G, IMC e RCQ aumentassem acima dos valores da Avl-01 (p<0,01).O desempenho em todos os testes físicos foi maior na Avl-02 em com-paração com a Avl-01e Avl-03 (p<0,001). BARRA e FLEX tiveram Avl-03 maior que Avl-01 (p<0,001), mas ABDOM não (p=0,90). O VO2maxteve Avl-03 ainda menor que Avl-01 (p<0,001).

Tabela 1Resultados das Avl 01, 02 e 03 dos militares de FPaz (Média ±EPM)

CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que: 1) 12 semanas de treinopodem melhorar o %G e indicadores físicos, mas não IMC e RCQ; 2) 24semanas de destreino podem influenciar negativamente os indicadoresantropométricos e físicos; 3) ABDOM e VO2max tendem a sofrer maioresefeitos de destreinamento que exercícios de membros superiores.

52DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE EQUAÇÕES DE REGRESSÃONACIONAIS PARA A ESTIMATIVA DA PORCENTAGEM DE GORDURAEM MILITARES FISICAMENTE ATIVOSRenato Gil Amaral, Eduardo Augusto Montella de Carvalho1, MarceloWalz, Gustavo Tiyodi Nakashima, Paulo Henrique Puehringer, CarlosAugusto Reis, Claudinei de Almeida Junior, Christopher da CruzConceição, Marcelo Salem1 e 2 1-Escola de Educação Física do Exército2 - Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do ExércitoA Composição Corporal pode diferenciar os seres humanos em relaçãoa sua saúde e seu desempenho físico, pois a distribuição de gorduracorporal é um importante preditor de morbidade e mortalidade (Gustat,2000). OBJETIVO: Desenvolver e Validar Equações de RegressãoNacionais para Estimar a Porcentagem de Gordura em Militares da EscolaDe Educação Física do Exército. METODOLOGIA: participaram desteestudo 20 militares do curso de instrutor da Escola de Educação Físicado Exército/2005 , com idade (ID) de 27,44 ± 3,00 anos, massa corporaltotal (MCT) de 74,88 ± 9,23Kg, estatura (EST) de 179,28 ± 7,63cm eporcentagem de gordura (% G) de 11,38 ± 4,81 e Densidade(DENS) de1,072985552 ± 0,0111. Foram realizadas as medidas antropométricasde dobras e perímetros, além da idade(ID), estatura(EST) e massacorporal total(MCT). A DENS foi medida por meio da PesagemHidrostática(PH), a % G calculada pela equação de Siri (1961) e todasas medidas foram realizadas de acordo com a padronização daSociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria(ISAK,2001). Os testes estatísticos foram realizados utilizando-se opacote estatístico SPSS 10.0 compatível com o Microsoft Windows. Atentativa de validação foi realizada, neste estudo, com as equações deGUEDES(1985), com uma dobra e PETROSKI(1995), com duas dobras ecom duas dobras e duas circunferências. A escolha destas trêsequações baseou-se no critério de simplicidade. Para a validação dasequações, a DENS medida (PH) e a estimada (Equações) foramanalisadas utilizando-se a Correlação de Pearson ( r ) (p≤0.05), teste

“t” de Student pareado (P≤0.05), pelo Erro Padrão da Estimativa(EPE),Erro Constante(EC) e Erro Técnico(ET), atendendo as recomendaçõesde Lohman (1992). A validação das equações propostas neste estudo,foi realizada por meio da Análise Diagnóstica dos Resíduos, Zar (1999)(Homocedasticidade, independencia, normalidade e colinearidade).Osresultados da validação e as equações propostas para esse estudosão apresentadas na tabela abaixo:

Obs: DTRI (dobra cutânea triciptal); DAM(dobra axilar média);DABD(dobra abdominal); PAT(perímetro de ante braço); PABD(perímetroabdominal)CONCLUSÃO: Da análise dos resultados, dos testes estatísticos, pode-se concluir que, nenhuma das equações propostas foi validada, paramilitares da EsEFEx/2005. Em contrapartida, as equações desenvolvidas,apresentaram excelentes resultados quanto à análise diagnóstica, alémde baixos EPE e altos valores de R.

59-84I

Page 76: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

7 8 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

53CORRELAÇÃO ENTRE O TESTE DE 12 MINUTOS E O DESEMPENHONAS PROVAS DE ORIENTAÇÃOPaulo H. L. Oliveira2, Rodrigo Antunes2, Einstein S. de Jesus2, GleristonE. de Souza2, Eumário M. Angelim2, Cristiano L. F. Oliveira2, Anderson S.Scholz2, Luciano O. Amin2, Osmar S. Barros Júnior1 e Alessandro L.S.de Castro Neves1.1- Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército –IPCFEx - 2-Escola de Educação Física do Exército – EsEFExRio de Janeiro, RJ - Brasil - Email: [email protected]ÇÃO: a Orientação é um esporte que caracteriza-se porintercalar a capacidade de raciocínio do atleta, a um bom rendimentofísico a fim de suportar as distâncias a serem percorridas. Como emqualquer outro esporte que envolva um aspecto relacionado com otempo, na Orientação vence aquele que obtém o menor tempo passandopor todos os pontos de controle no decorrer do percurso e dois fatoresinterferem no tempo de realização no percurso: o componente físico eo componente cognitivo. OBJETIVO: este estudo objetivou levantar ecorrelacionar o resultado obtido no teste de 12 minutos (capacidadeaeróbica máxima) com dois percursos de orientação. METODOLOGIA:Para isso, 43 militares alunos do curso de monitores de 2005 da Escolade Educação Física do Exército, com idade média de 26,6 ± 1,8 anos;

estatura média igual a 175 ± 6,0 cm; e com peso médio entre 71,2 ± 7,1kg, foram submetidos a avaliações antropométricas e físicas: o índicede massa corporal (IMC), um teste de Cooper (12 minutos) e realizaramdois percursos de orientação, respectivamente, 2,5 Km (Urca) e 6,0 Km(Resende) de extensão, aproximadamente. Para a comparação dosresultados, a amostra foi dividida em dois grupos tomando comoreferência a mediana (3200m) obtida no teste de 12 minutos,respectivamente Potência Aeróbia Superior (PA Sup) e Potência AeróbiaInferior (PA Inf). Assim, foram feitas as correlações entre o teste de 12minutos com o 1° percurso e após isso com o 2° percurso, sendoutilizado o teste t para amostras independentes e a correlação de Pearsonpara a verificação de correlação entre os grupos. RESULTADOS: Osdados sugerem que há diferença significativa (p<0,001) entre os gruposanalisados com relação à potência aeróbica, medida pelo teste de 12minutos. O grupo PA Sup apresentou melhor rendimento médio nos doispercursos, porém não houve diferença significativa entre os dois gruposno 1º Percurso (p=0,07) e no 2º Percurso (p=0,33). CONCLUSÃO: Apartir da análise dos índices de correlação os dados sugerem que, naOrientação, um melhor desempenho na sua realização não está pautadoapenas no condicionamento aeróbico dos praticantes; e sim, em grandeparte, de uma componente cognitiva, quer seja raciocínio lógico ou natomada de decisões rápidas nas escolhas de rotas.

54ANÁLISE DESCRITIVA DA FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS NA FAIXAETÁRIA DE 7 A 9 ANOSAutores: Késsia dos Santos Meira, Fernanda de Macedo Xavier, VivianeFreire Souza, Claudia Angélica Corrêa, Jani Cleria Bezerra de AragãoLaboratório de Fisiologia do Exercício – LAFIEX – Universidade Estáciode Sá – Campus BanguE-mail: [email protected] padrão de variação associada ao sexo e à idade está relacionado aocrescimento dos membros inferiores e do tronco durante a adolescência(Malina & Bouchard, 2002). A mensuração da flexibilidade no teste desentar e alcançar permanece estável dos 5 aos 8 anos de idade nosmeninos e dos 5 aos 11 anos de idade nas meninas, depois estasmedidas diminuem aos 12 anos nos meninos, enquanto nas meninasaumentam até os 14 anos, quando parecem atingir um platô. O presenteestudo teve por objetivo avaliar os níveis de flexibilidade de escolaresdo Município do Rio de Janeiro. A amostra (N=140) constou de criançasna faixa etária de 7 9 anos de idade do ensino fundamental de escolaparticular e pública do Município do Rio de Janeiro, sendo 69 meninas e71 meninos. Para mensurar a flexibilidade, utilizou-se o teste de sentar-e-alcançar (seat and reach test) com o apoio de um banco. Para análisedos resultados utilizou-se a estatística descritiva. Como padrões dereferência foi utilizada a tabela de normas de percentil para o teste desentar e alcançar do National Children and Youth Fitness Study (NCYFS)(Ross et al.,1987). Os resultados apresentam-se dispostos na tabela egráfico abaixo.

Os resultados encontrados vêm a corroborar com a literatura, mostrandoque crianças nesta faixa etária não possuem diferenças nos níveis deflexibilidade. Ainda pode-se concluir que é necessário uma maiorquantidade de testes para a criação de uma tabela de referênciautilizando-se a população brasileira visto não existir tabelas dereferências para esta faixa etária.

59-84I

Page 77: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 7 9

55ANÁLISE DESCRITIVA DA MORFOLOGIA DO ARCO PLANTAR EMINDIVÍDUOS PARTICIPANTES DO PROJETO ESTÁCIO-HANDEBOLATRAVÉS DE PLANTIGRAMACORRÊA, Claudia Angélica; FERREIRA, Camila Cristina; ALMEIDA, HellenCristina Meneses; FERREIRA, Cliff Bruce Moreno, Rosineli Paz Cabral,Jani Cleria Bezerra de AragãoLaboratório de Fisiologia do Exercio – LAFIEX – Universidade Estácio deSá / Bangu – RJ/Brasil - E-mail: [email protected]ção: A abordagem de questões sobre a influência dotreinamento sobre a morfologia dos pés e possíveis tendências delesões em conseqüência das habilidades específicas relacionadasàquela atividade, pode proporcionar dados importantes e enriquecedoresdo universo esportivo. A responsabilidade dos profissionais da medicinado esporte é dar ao atleta a melhor informação disponível, baseada naciência e no julgamento profissional, permitindo, dessa maneira, queotimizem seu desenvolvimento físico, auxiliando-os no alcance de todoo seu potencial (KRAEMER e HÄKKINEN, 2004, p.22). A verificação deuma problemática que envolve determinado segmento corporal,principalmente, quando aponta possíveis características pertinentes aotreinamento de alto rendimento, sejam elas morfofisiológicas ouanatomopatológicas, requerem investigações mais aprofundadas parao discernimento de fatores preventivos e preponderantes à performancee resultando num ambiente desportivo mais seguro. Objetivo: Constacomo a primeira etapa de um estudo longitudinal verificar a morfologiado arco plantar em indivíduos participantes do Projeto Estácio-Handebol.A amostra foi composta por n=16, sendo 11 do sexo masculino e 05 dosexo feminino, com média de idade de 15,6+0,87 anos. Metodologia:Para a avaliação foram utilizados balança, estadiômetro, plantigrama(Lelièvre, 1976) e a Técnica de Clarke (Matheus, 1986) para análise daangulação do arco plantar. Os resultados seguem na tabela abaixo.

Conclusão: segundo o parâmetro determinado pela Técnica de Clarke,arcos plantares com ângulos entre 420 e 480 são considerados normais,com ângulos acima são cavos e abaixo, são planos; observou-se queambos os pés dos avaliados têm média de 520, significando umapredominância de pés cavos. Sugere-se outros estudos para adeterminação de valores e comparação com outras técnicas paradeterminação da morfologia dos arcos plantares. Por se tratar de umestudo longitudinal, o re-teste será aplicado após 3 meses de treinamento.

56PERFIL ANTROPOMÉTRICO E RISCO DE DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS DE JOVENS RECÉM-INGRESSOS AO INSTITUTOMILITAR DE ENGENHARIAEdson Aita¹, Rafael Soares Pinheiro da Cunha¹ & Karen Cledce Aita²1- Escola de Educação Física do Exército – EsEFEx, Rio de Janeiro – RJ– Brasil.2- Universidade Estácio de Sá – AKXE, Rio de Janeiro – RJ – [email protected]ção: o excesso de gordura corporal está associado a váriosproblemas de saúde, incluindo a hipertensão, doenças do coração ediabetes (OMS, 2004). O Instituto Militar de Engenharia (IME) é oestabelecimento de ensino responsável, no âmbito do Exército Brasileiro(EB), pelo ensino superior de Engenharia, voltado para o emprego militar,e pela pesquisa básica (BRASIL, 2005). Tão logo tenha ocorrido aadmissão dos novos alunos, são realizados exames médicos eavaliações físicas. Os resultados obtidos são utilizados para o adequadodesenvolvimento do treinamento físico militar e, ainda, para a detecçãoprecoce de possíveis riscos de doenças crônico-degenerativas,evitando, assim, complicações futuras. Objetivo: esta pesquisa avaliouo perfil antropométrico e o risco de doenças crônico-degenerativas emjovens recém-ingressos no 1º ano do IME, no ano de 2005. Método:participaram do estudo 65 alunos, do sexo masculino, com idade de19,66 ± 1,35 anos, massa corporal de 71,3 ± 10,62 Kg e estatura de

176 ± 6 cm . Foram utilizados, para avaliar o perfil antropométrico, oíndice de massa corporal (IMC), o índice cintura/quadril (ICQ), o índicede conicidade (IC) e o percentual de gordura (%G). A densidade corporalfoi avaliada pelo protocolo de três dobras cutâneas (JACKSON &POLLOCK, 1978) e o %G calculado por Siri (1961). Resultados: deacordo com o exposto na TABELA 1, os indivíduos desta amostraclassificam-se em relação ao grau de obesidade, avaliado pelo IMC,como normais e não-obesos (FERNANDES FILHO, 2003). Em relação aoICQ, o grupo não apresenta risco de desenvolvimento de doenças. Noque se refere ao IC não há risco de doenças coronarianas (PITANGA,2004). O %G foi considerado na média para a idade estudada.

TABELA 1Resultado da avaliação antropométrica

Fonte: os autores

Conclusão: da análise do perfil antropométrico dos alunos ingressosno IME, observa-se que este se mostra adequado, tanto à faixa etária,quanto às atividades profissionais. A amostra não apresenta riscoaparente de doenças coronarianas. Sugere-se a realização de novaspesquisas nas demais turmas desse Instituto, bem como em outrosestabelecimentos de ensino a fim de avaliar as possíveis diferençasentre os estudantes civil e militar.

59-84I

Page 78: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

8 0 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

57PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO ALIMEN-TAR NO ÂMBITO ESPORTIVOPerini, T. A.1; Oliveira, G. L.2; Oliveira, F. P.3; Ornellas, J. S.4 - 1UniversidadeFederal do Rio de Janeiro - Biociência da Atividade Física; 2,3UFRJ -Biociência da Atividade Física; 4UFRJ - Biociências da Atividade FísicaIntrodução: Mulheres atletas de modalidades que requerem a magre-za têm adotado medidas extremas para a perda de peso, desenvolven-do padrões de alimentação inadequada. Objetivo: Avaliar a presençade práticas alimentares inadequadas (Transtorno do ComportamentoAlimentar-TCA) em atletas do sexo feminino.Métodos: Quatro gruposforam investigados: GI: Ginástica rítmica = 29/15±1,28 anos; GII: Corre-doras com n= 17/15±1,8 ano; GIII: Remadoras com n= 16/19±2,72 anose GIV: Nado sincronizado com n= 9/16±0,9 ano. A identificação dapresença atitudes alimentares anormais, comportamentos bulímicos einsatisfação com a imagem corporal foi feita pelo Eating Attitudes Test(EAT-26), Bulimic Investigatory Test Edinburgh — BITE e Body ShapeQuestionnaire – BSQ respectivamente. Obteve-se a gordura relativacorporal (%G) pelo método antropométrico. A análise dos dados foifeita no Excel 2000,com p =0.05. Resultados e Discussão: Dosgrupos analisados o que obteve pontuações mais expressivas nostrês questionários foi o GIV. A análise fracionada destes instrumentospermitiu a observação de uma alta freqüência de insatisfação com aimagem corporal no BSQ, sobretudo para o grupo de nado sincroniza-do, retratando excessiva preocupação com a aparência física nestamodalidade desportiva. Esta insatisfação, associada a comportamen-tos alimentares não adequados também detectados no estudo, podemser prejudiciais à saúde destas atletas. Ressalta-se que todos os gru-pos apresentaram %G com valores dentro dos padrões de normalida-de, não justificando a insatisfação com a imagem corporal apontadapelo BSQ. A baixa incidência de positividade no EAT- 26 não deixa depreocupar assim como os resultados alterados do BITE, sobretudo doGIII e GIV. Conclusões: Os resultados deste estudo apontam para apresença de comportamentos alterados na amostra, podendo desen-cadear síndromes precursoras de TCA no âmbito esportivo. FAPERJ,FUJB e UFRJ.

59BENEFÍCIOS DA PRATICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDA-DE: UM ESTUDO DE CASO NO PROJETO SÁUDE DO CORPO DE BOM-BEIROS DA CIDADE DE FORTALEZA-CESouza, E. A.1 - 1UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO FÍSICADesde o ano de 2003, o corpo de bombeiros do estado do Ceará estáatuando por todo estado com o projeto Saúde Bombeiros e Sociedade.Oferecer atendimento às pessoas da terceira idade na forma deatividade físico-ocupacionais; promover atividades sócio-culturais e deesclarecimento quanto à saúde e bem estar e integrar as pessoasatravés da prática de educação física, são os objetivos do projeto. Ametodologia utilizada vem sendo atividades físicas, oficinas de artesplásticas e dança. Sendo que a principal ferramenta do projeto são asaulas de ginásticas coletivas e gratuitas nas próprias comunidades.Portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência dosbenefícios da atividade física para terceira idade no projeto Saúde docorpo de bombeiros.Durante o mês de agosto do ano de 2005, foi-seaplicado um questionário com 6 questões relacionadas aos benefíciospercebidos com a pratica da atividade física a 160 indivíduos participantesdo projeto saúde, indivíduos esses que foram escolhidos de formaaleatória. Os resultados revelaram que 50% das pessoas estão a menosde um ano no projeto, 37,5% estão de um a dois anos e 6% a mais detrês anos participando do projeto. A maioria dos entrevistados, com38,8% são de pessoas com 50 a 60 anos de idade, 28,8% tem entre 61a 70 anos e 16,3% tem mais de 71 anos. Desses participantes, 46,3%tem hipertensão, 18,8% diabetes, 21,3% artrose. 19,4 artrite, e 22,5%têm osteoporose e 26,6% apresentam outras doenças sendo as maiscitadas a bursite,dores na coluna e cansaço muscular.Dos participantesque apresentavam alguma dessas doenças 77,0% dizem já ter algumtipo de melhora nessas doenças.Também foi relatado em 68,0% dediminuição do cansaço, 78,8% de diminuição das dores musculares,86,3% mostra um maior disposição em seus afazeres domésticos e91,9% sente-se muito mais feliz após participar do projeto.Concluiu-seque um programa contínuo e sistematizado de atividade física é percebidocomo um grande fator de influências positivas em vários aspectos dequalidade de vida nos âmbitos físicos, psicológico e social, contribuindoassim para uma vida mais autônoma na terceira idade.

58ANÁLISE COMPARATIVA DOS PROTOCOLOS DE POLLOCK 7DC EGUEDES 3DC EM MULHERESSilva, F. B. M.1 - 1UNIPLI - Laboratório de Fisiologia e CineantopometriaA composição corporal é um marcador para estimar o peso ideal,prescrever exercícios físicos, monitorar alterações no metabolismoenergético levando a mudanças na massa livre de gordura e massagorda. Quando estamos diante de indivíduos no período adaptativo doexercício físico, devemos considerar medidas de maior validação paraprogramar o treinamento contra resistido. Estudos demonstram quealguns protocolos de medida indireta da densidade corporal para predizero percentual de gordura são desenvolvidos a partir de amostrageminternacional, como o Pollock 7DC. O Guedes 3DC segue característicasbrasileiras, porém, desenvolvido no sul do país. O objetivo é analisar osvalores desses dois protocolos, e identificar a confiança e objetividadedos resultados na população estudada. A amostra constituiu-se por 50indivíduos do sexo feminino iniciantes no exercício contra resistência,idade média de 22,96 +/- 3,01 anos. As medidas de dobras cutâneasforam verificadas através de um compasso de dobra cutânea Cescorfcientífico com precisão de (0,1mm), com os protocolos de Pollock 7DC ea utilização da formula de Siri para o cálculo do percentual de gordura,e o Guedes 3DC obtendo os resultados através da tabela. O tratamentoestatístico foi descritivo com nível de confiança de p<0,05. Os resultadosdemonstram haver diferenças significativas entre os protocolos. O dePollock apresenta 0,5% abaixo da média, 24% média, 75,5% acima; o deGuedes: 10,5% média e 89,5% acima. Concluímos que nesta populaçãoo protocolo de Guedes superestima o percentual total, o mais fidedignoseria desenvolvermos um método de medida da composição corporalpara cada região do Brasil. Universidade Plínio Leite

60CORRELAÇÃO DOS ÍNDICES RELAÇÃO CINTURA QUADRIL,CONICIDADE E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA COM A DENSIDADECORPORAL VIA PESO HIDROSTÁTICO.Ribeiro, J. C.1; Taparica, J. N.2; Tinoco, M. R.3; Machado, A. O.4; Monteiro,A. B.5; Pires Neto, C. S.6 - 1,2,3,4,5Universidade Estácio de Sá, RJ - EducaçãoFísica; 6Universidade Tuiuiti do Paraná - Educação FísicaIntrodução: O aumento na prevalência da obesidade tem gerado grandespreocupações nos profissionais da saúde em avaliar o acúmulo degordura central (visceral e/ou subcutânea) devido a maior relação comsintomas e o estabelecimento de doenças. Os índices da relação cinturaquadril (IRCQ), conicidade (IC) e da circunferência da cintura (CC) sãobons preditores de gordura central. Objetivo: Correlacionar o IRCQ, IC ePC com a densidade corporal (D) via pesagem hidrostática (PH). Materiaise Métodos: A amostra constou de 30 mulheres com idade 32,80 ± 5,7anos; massa corporal 57,43 ± 6,19 kg, estatura 164,84 ± 5,83 cm e DPH 1,044429 ± 0,00946 g/cm3. Para estimativa da D PH usou-se Wilmoree Behnke (1974) e para o volume residual (VR) Goldman & Becklake(1959). Calculou-se o IC conforme Valdez (1991) e o IRCQ pelo menorperímetro da cintura pelo maior perímetro glúteo. O reduzido N de Ss e oVR são limitações deste estudo. No tratamento dos dados usou-se aestatística descritiva e correlação de Pearson (p ? 0,05). Resultados:Valores médios para IRCQ = 0,77 ± 0,27; IC = 1,09 ± 0,05 e CC = 69,83± 5,45, foram determinados. Houve correlação significante, p = 0,01,para CC r=-0,78 e IC r=-0,63, e não-significantes, p > 0,05, para IRCQr=-0,21 que é justificada através da correlação da circunferência doquadril, r=-0,11. Conclusão: A CC e o IC parecem ser melhores preditoresde gordura visceral do que o IRCQ.

59-84I

Page 79: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o
Page 80: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

8 2 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

64FREQÜÊNCIA DE LESÕES NOS SALTOS DE ADESTRAMENTO DABRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA.BAPTISTA, M. A. S.1; BAPTISTA, M. T.1; SILVA, E. B. 1 – 1 PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ); 2 Escola de EducaçãoFísica do Exército (EsEFEx); 3 Universidade Gama Filho (UGF).RESUMOAs atividades de adestramento praticadas pelos pára-quedistas pre-dispõem-nos à ocorrência de inúmeros agravos. A busca por informa-ções sobre as lesões decorrentes dessa atividade militar permitiu cons-tatar, escassez de informações e investigações sobre o assunto. A fimde entender as lesões ocorridas na atividade de salto de pára-quedasé necessário quantificá-las e associá-las aos motivos que as provoca-ram, quando a situação assim o permitir. Nesse sentido, o objetivo destapesquisa foi apontar as principais lesões no salto com pára-queda,visando descrever sua distribuição e características a partir de nossarealidade. Os dados foram obtidos da análise de 78 prontuários cominformações sobre os agravos ocorridos no período de janeiro a junhode 2004. As freqüências dos tipos das lesões encontradas (TABELA 1)e as distribuições entre o lado direito e esquerdo do corpo encontram-se apresentadas abaixo.

Encontrou-se, por meio deste mecanismo de coleta de dados, prevalênciade lesões nos membros inferiores (45%). Dentre as lesões, as maisfreqüentes foram os traumas (33,3%). Em relação ao ponto anatômicoacometido, o local mais afetado foi o tornozelo (24,4%). Quanto àprevalência de lesões considerando o lado do corpo, ocorreu um equi-líbrio entre os lados esquerdo (42,3%) e direito (38,5%). Desta forma,por ser um tipo de adestramento de extremo impacto com o solo, com-binado com uma seqüência de procedimentos técnicos indispensáveis,as lesões traumáticas, principalmente os entorses de tornozelos, sãoaltamente representativas na população aqui estudada.

65INFLUÊNCIA DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA DE PICO OBTIDA EMTESTES MÁXIMOS DE CAMPO E LABORATÓRIO NA PRESCRIÇÃODO EXERCÍCIO AERÓBIOWalace Monteiro, Alexandre dos Santos, Sidney Cavalcante, PauloFarinatti. Instituto de Ciências da Atividade Física da Aeronáutica (ICAF).Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde (LABSAU-UERJ).Rio de Janeiro – RJ – Brasil. [email protected]ção: a freqüência cardíaca de pico (FCpico) obtida em testesmáximos de laboratório tem sido utilizada para a prescrição da intensidadedo exercício aeróbio em situações de campo. Contudo, valores de FCpicopodem diferir em testes máximos de campo e laboratório, influenciandona determinação da intensidade relativa do esforço. Objetivo: o presenteestudo tem por objetivo verificar as respostas de FCpico em testesmáximos de campo e laboratório, analisando suas influências naprescrição do exercício aeróbio. Métodos: foram avaliados 25 homensfisicamente ativos, com idades entre 20 e 51 anos (28,9 ± 8,5 anos). Osindivíduos realizaram testes de 2400 metros em pista oficial de atletismoe protocolos máximos de rampa em laboratório. Todos os testes foramfeitos em um intervalo de duas semanas, com ordem alternada paracada indivíduo. Antes de cada teste eram aferidas a umidade relativa doar e a temperatura ambiente. Nas 48 horas precedentes, os indivíduosforam instruídos a não realizarem atividades físicas. Possíveis diferençasnas respostas de FCpico, e condições ambientais (temperatura e umidaderelativa do ar) em campo e laboratório, foram testadas pelo teste t deStudent emparelhado e simples, respectivamente (p<0,05). Resultados:os valores de FCpico foram significativamente maiores no teste de campo.Em alguns indivíduos, as diferenças de FCpico nas situações de campo elaboratório chegaram a 10 batimentos por minuto (bpm), o que podeinfluenciar na determinação da intensidade adequada do esforço. Essasdiferenças podem ser parcialmente explicadas pelo fato de a temperaturae umidade do ar terem sido maiores no campo. A seguir, são ilustradosos dados de FCpico e condições ambientais verificados nas situações decampo e laboratório (Tabelas 1 e 2).

Tabela 1Valores de FCpico verificados nos testes de campo e laboratório

* diferença significativa em relação ao valor obtido em laboratório(p<0,05)

Tabela 2Condições ambientais apresentadas nos testes de campo e

laboratório

* diferença significativa em relação ao valor obtido em laboratório(p<0,05).

Conclusão: testes máximos de campo tendem a provocar maior FCpicoque testes máximos de laboratório, parecendo ser mais indicados paradeterminar a intensidade relativa do esforço aeróbio no treinamentofísico. Tal fato assume maior importância quando o treinamento forconduzido em campo.

59-84I

Page 81: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG. 8 3

66COMPARAÇÕES DAS PRIMEIRAS AVALIAÇÕESCINEANTROPOMÉTRICAS NA ACADEMIA DE GINÁSTICA EM ADO-LESCENTES DE AMBOS OS SEXOS E A RELAÇÃO ENTRE POTÊNCIAAERÓBIA E MASSA DE GORDURASilva, C. L.1 - 1Polycarpo, T. R. - Ferreira, A.INTRODUÇÃO: A cada ano vem aumentando a obesidade em diversospaíses, principalmente nos Estados Unidos, onde a população deadolescentes obesos fica em torno de 30%,e se tem um gasto anual de 100milhões de dólares. No Brasil o problema está caminhando na mesma direção,com um grande número de adolescentes obesos. A obesidade é uma doençacrônica e multifatorial. Esse aumento na adolescência está relacionado como moderno estilo de vida das pessoas. A academia de ginástica comtribuipositivamente para o combate dessa doença, tanto no lado social quanto naparte física.A violência urbana obriga cada vez mais as pessoas viverem emum maior tempo em ambientes internos, com isso a academia torna-se umespaço excelente para o exercício físico, proporcionando aos adolescentesas qualidades físicas necessárias para a saúde como o aumento da potênciaaeróbia e diminuição da massa de gordura. OBJETIVO: Comparar as primeirasavaliações cineantropométricas na Master Sport Center Academia, emadolescentes de ambos os sexos com idade de 13 a 17 anos e tambémrelatar a importância da relação entre potência aeróbia e massa de gordura,com a finalidade de verificar as necessidades desses adolescentes eproporcioná-los uma vida mais saudável. MÉTODOS: A amostra foi compostade 603 adolescentes sendo avaliados no período de Setembro de 2000 àsetembro de 2001 e comparado ao mesmo período de 2001 a 2002. Foramrealizadas as mensurações das dobras cutâneas com o espessímetroCESCORF, calculou-se o percentual de gordural pela equação de Siri a partirda densidade calculada por Pollock & Wilmore (1993); utilizou-se a balança FILIZOLA para coletar a massa corporal (Kg) e mensuração da potênciaaeróbia foram através do POLAR S210. RESULTADOS: Os resultados obtidosnas comparações do primeiro com o segundo período estão expressas noquadro e a relação da potência aeróbia com a massa de gordura apresentouuma linha de correlação com r =0,56.

COLCLUSÃO: Os resultados indicaram que não houve diferençassignificativas nos períodos comparados para massa muscular e de gordura,porém a potência aeróbia apresentou um aumento considerável deaproximadamente 11 %. O gráfico acima relata que quanto maior a potênciaaeróbia, inversamente proporcional se comporta a massa de gordura, comojá é de conhecimento no meio científico.

67INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE: EFETIVIDADE OU UTO-PIA? Sousa, C. P.1; Bruno, R. G.2; Souza, B. M. G.3; Oliveira, H. S.4; Bispo,K. S.5; Vieira, V.6 - 1,2,3,4,5,6UERJ - EDUCAÇÃO FÍSICAIntrodução: a prática da atividade física é um meio eficaz para se atingir osObjetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, que pretende atingir até2015 uma série de metas sociais e econômicas entre os 191 Estados-Membros. Neste processo a atividade física tem uma grande importância,pois são reconhecidos os valores advindos de sua prática, como asolidariedade, a cooperação, a superação de limites e a possibilidade de uniras pessoas, independentemente de suas origens, histórias, crenças ouclasse social. Estes podem transformar atitudes e comportamentos, podendoassim, contribuir com efetividade para a consecução dos intentos da ONU.Objetivo: identificar e analisar os programas sociais desenvolvidos pelopoder público. Metodologia: utilizou-se como fonte de informação os Portais

da Internet do poder público. A amostra utilizada foi a estratificada nãoproporcional, dividida em 3 estratos: governo municipal, estadual e federal.

Tabela 1Portais analisados

*incluiu-se o Distrito Federal Resultados: identificou-se em todas as esferas do poder público projetossociais na área esportiva, com relatos dos locais de sua implementação, dasatividades esportivas oferecidas e dos requisitos para a participação. Encontrou-se também a descrição dos fins dos projetos, sendo essencialmente voltadospara o bem estar, a melhoria da qualidade de vida da população e para ainclusão social. Conclusão: são muitas as possibilidades de inclusão socialutilizando-se a prática esportiva, seja ela educacional, de lazer ou deperformance. Porém, os diversos projetos sociais implementados pelas esferasgovernamentais parecem desarticulados entre si. A aproximação e parceriaentre as instituições públicas parecem ser fundamentais para ampliar a atuação,potencializando assim os resultados. Embora a inclusão social global seja umautopia, ela é possível e pode ocorrer em uma proporção muito maior a partir domomento em que haja a consolidação dessas parcerias.

68ANÁLISE DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA DOS ALUNOSDA APAE DO MUNICÍPIO DE ALEGRE (ES)Rocha, L. P.1 - 1APAE - Educação FísicaIntrodução: A aptidão cardiorrespiratoria é geralmente reconhecidacomo um componente principal de aptidão física. Medição direta doconsumo de oxigênio, é a melhor medida de aptidão cardiorrespiratoriaou capacidade aeróbica. A preocupação com qualidade de vida dosjovens da Apae de Alegre(ES), nos trouxe a elaboração deste estudo,de caráter descritivo, com o intuito de investigar mais esta população.Objetivo: Avaliar a capacidade cardiorrespiratoria ( Vo2 maximo ),dos alunos do sexo masculinos da Apae de Alegre(ES). Foramavaliados um total de 20 alunos (n=20). Método: Foi utilizado, balançadigital da marca Filizola, frequencimetro cardíaco da marca Polar,modelo Accurex plus, bicicleta ergométrica, eletromagnética da marcaMoviment, obedecendo todos os padrões do protocolo de Astrand.Os indivíduos avaliados, foram escolhidos, por não terem nenhumadeficiência física, apresentando somente o retardamento mentalmédio, segundo o diagnóstico feito anulmente pela equipe técnicada Apae.Resultados: Os resultados desta pesquisa foram encontrados,estatisticamente a partir da média dos valores alcançados.

Conclusão: Concluímos que os jovens desta instituição, estão como Vo2 Max ml(Kg.min) com uma classificação Boa, segundo a tabelade referência da American Heart Association. Subseqüentemente,outros estudos continuarão sendo feitos, com a mesma populaçãopara outras investigações e analises mais detalhadas.

59-84I

Page 82: REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ipcfex.eb.mil.br · da nação brasileira, na década de 60, por instrutores da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx). Espera-se que o

EDUCAÇÃO FÍSICAREVISTA DE

Nº 132 NOVEMBRO DE 2005

8 4 REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 132 - NOVEMBRO DE 2005 - PÁG.

69COMPARAÇÃO DAS CARACTERISTICAS SOMATOTÍPICAS DOSJOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL PARTICIPANTES DE PRO-GRAMA DE TREINAMENTO DE CONTRA RESISTÊNCIAGomes, A. L. M.1 - 1Universidade Estácio de Sá - Educação FísicaINTRODUÇÃO: Um programa de tarefas na sala de musculação,exercícios contra resistência é um excelente método para manter aforma física a integridade dos atletas com alta exigência deperformance. É sabido que os controles de treinamento através dacomposição indicam se as sobrecargas de trabalho foram coerentespara as necessidades dos indivíduos. OBJETIVO: Comparar osganhos do trabalho contra resistência através das alteraçõessomatotipicas em atletas de futebol durante o período de competitivode treinamento. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo caracteriza-sepor ser descritivo com tipologia quase experimental. A amostra de22 indivíduos, com idade 23,6 ± 5,65, composta de atletas do gêneromasculino praticantes de futebol da categoria profissional, a pelomenos 3 anos nesta categoria. O estudo ocorreu no período 12meses de competição, onde todos os atletas participaram semdiferenciar os trabalhos específicos, dos 22 atletas se dividirãorandomicamente em 2 grupos iguais de 11 cada um, grupo A (GA)sem prática de treinamento contra resistência e grupo B (GB) comprática de treinamento contra resistência de 2 vezes por semana auma intensidade de 70% da repetição máxima. O protocolo utilizadopara avaliação do somatotipo foi o de HEAT e CARTER citado emFERNANDES FILHO (2003). A estatística utilizada foi descritivautilizando a média e desvio padrão e a estatística inferencial utilizadafoi o teste T de studant. RESULTADOS: O estudo observou que acaracterística predominante dos 22 atletas antes do períodocompetitivo foi de Mesomorfo balanceado, com a seguinte divisãodas classes morfológicas: endo: 3,12 ± 0,62; meso: 4,94 ± 0,63ecto: 1,90 ± 0,54 que representa o aspectomuscular equilibrado, segundo Dantas (2002)o atleta de alto rendimento precisa ter comocaracterística principal e isolada a Mesomorfia.Após o período competitivo foi demonstradouma di ferença para p < 0,05 entre asclassi f icações morfológicas para GA foiencontrado endo: 3,65 ± 0,92; meso: 3,82 ±1,02; ecto: 2,12 ± 0,89 e para o GB foi endo:3,45 ± 0,72; meso: 4,44 ± 0,88; ecto: 2,01 ±0,89. Com os resultados encontrados o grupoque participou do treinamento complementarde força teve menos perda nas característicasde mesomorfica. CONCLUSÃO: Os exercícioscontra resistência é um treinamentocomplementar auxiliar para manter os níveisde força necessários para que os atletaspossam manter que segundo Bompa, 1999,os atletas de alta performance necessitam deforça para manter os níveis de coordenaçãoespecíficos e manter a musculatura equilibradaevitando possíveis lesões.

70DETERMINAÇÃO DO DUPLO PRODUTO EM EXERCÍCIOS RESISTIDOSCora, E. C.1; Esteves, A.2; Pires, C. M. R.3 - 1Escola Superior de EducaçãoFisica e Desporto de Catanduva - Laboratorio de Fisiologia do Exercicio/ESEFIC; 2,3Escola Superior de Educação Fisica e Desporto de Catanduva- Laboratório de Fisiologia do Exercicio/ESEFICO objetivo do presente estudo foi realizar um mapeamento das respostasdo duplo-produto nos diversos exercícios de musculação, viabilizandoo conhecimento da sobrecarga cardíaca e os eventuais riscos doexercício resistido para indivíduos que apresentem limitações quantoàs respostas cardiovasculares ao exercício. A amostra foi constituídapor 10 voluntários do sexo masculino, praticantes de treinamentoresistido, os quais foram submetidos a 2 séries de10RM para: Costas -Puxador Horizontal Frente e Remeda Simultânea; Peito - Supino Reto ePeck-Deck; Ombro - Desenvolvimento Atrás e Elevação Lateral; Bíceps- Rosca direta e Rosca Alteres Simultânea; Tríceps – Pulley e RoscaTesta; Perna – Leg-Press e Agachamento. Após a determinação dopeso de 10RM para cada exercício, os voluntários realizaram as sessõespara cada grupo muscular individualmente, totalizando 6 sessões detreino. Foram realizadas duas séries de cada exercício, com intervalode descanso de 10 minutos, monitorando-se a freqüência cardíaca e apressão arterial em repouso e no momento da fase excêntrica da décimarepetição. Cada repetição foi realizada numa velocidade de 4 segundos/ciclo, com 2 segundos na fase excêntrica e 2 segundos na faseconcêntrica. Conforme os resultados obtidos por média de grupo, temosos seguintes duplo-produto e analise do desvio padrão: RemadaSimultânea é de 23.770,6(±2563,8858), o Puxador Frente20.818,4(±2925,1380), o Supino Reto 22.356,2(±3218,7131), o Peck-Deck 19.399,3(±2047,9009), a Abdução Ombros 21.290,1(±2437,5059),o Desenvolvimento Ombros 18.698,7(±2642,0133), a Rosca Direta23.434,2(±3201,861), a Rosca Simultânea 22.935,9(±3293,1181), oTríceps Pulley 20.658,7(±3257,393), o Tríceps Testa18.771,5(±2243,7259), o Agachamento 20.968,5(±2647,2120) e o Leg-Press 20.679,9(±1938,7225). Nossos resultados nos permitem concluirque as repostas cardiovasculares agudas ao exercício resistido sãodependentes da massa muscular envolvida, do padrão de movimentoexecutado e da posição corporal adotada.

59-84