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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil” EsEFEx - Escola de Educação Física do Exército Número 01 - Ano 2016 REVISTA

EsEFEx - Escola de Educação Física do Exército · Luiz Fernando Medeiros Nóbrega - Coronel de Cavalaria QEMA Comandante e Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão Escola de Educação

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Av. João Luis Alves, s/nº - Fortaleza de São JoãoUrca - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22.291-090

Telefone: 21 2586-2233

EsEFEx - Escola de Educação Física do Exército - O C

alção Preto - Núm

ero 01 - Ano 2016

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

EsEFEx - Escola de Educação Física do Exército

Número 01 - Ano 2016

REVISTA

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General-de-DivisãoDécio dos Santos BrasilChefe do CCFEx

General-de-ExércitoEduardo Dias da Costa Villas BôasComandante do Exército Brasileiro

Exército Brasileiro

Departamento de Educação e Cultura do Exército

Centro de Capacitação Física do Exército

General-de-ExércitoJoão Camilo Pires de CamposChefe do DECEx

SUBORDINAÇÃO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO

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Luiz Fernando Medeiros Nóbrega - Coronel de Cavalaria QEMAComandante e Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão

Escola de Educação Física do Exército

Estimado Leitor.

A Revista “O Calção Preto”, da Escola de Educação Físi-ca do Exército (EsEFEx) tem por objetivo publicar artigos de qualidade na área das Ciências da Saúde, particular-mente estudos ligados à Educação Física, Ciências do Es-porte, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia e Administração Esportiva, com o rigor científico de periódicos da área e leitura palatável, bem como ser um produto de comunica-ção das atividades de nossa organização militar.

A EsEFEx é o estabelecimento de ensino do Exército Brasileiro, subordinada ao Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) e ao Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), destinada a especializar oficiais e civis em Educação Física e Despor-tos, Esgrima e Medicina Esportiva, bem como capacitar sargentos para o exercício das fun-ções de monitor de Educação Física.

Completando em 2016, noventa e qua-tro anos de história, nossa Escola vem va-lorizando o ensino, o desporto, a pesquisa científica, os programas de extensão e o envolvimento com a comunidade acadêmica desde sua gênese, desempenhando papel de grande relevância na área, por meio de feitos e eventos, como: em 1932, na criação da Revista de Educação Física do Exército, primeiro periódico da área de educação física do Brasil; na realização de sua primeira colônia de férias, a partir de 1936, a qual se repete a cada ano em janeiro; na participação da concepção da atual Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de outras faculdades de educação física no país; na introdução do treinamento desportivo em bases científicas no Brasil, a partir da década de 1960; no apoio ao treinamento do Time Brasil que se preparou para os Jogos Olímpicos Rio 2016; e, portanto, confundin-do sua história com a própria história da Educação Física e do Esporte no Brasil.

Consciente de sua importância, a EsEFEx vem cumprin-do suas missões, oferecendo cursos de graduação, exten-são e pós-graduação, formando os profissionais que se encarregam da saúde e operacionalidade de nossa Força, bem como aqueles que são os responsáveis por planejar o treinamento de delegações esportivas militares e, ain-da, por coordenar, gerenciar e arbitrar competições, como os Jogos Panamericanos e Parapanamericanos Rio 2007, Jogos Mundiais Militares Rio 2011, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

No presente número são apresentados artigos que tra-tam de assuntos como modificações no nível habitual de

atividade física visando o emagrecimento, o treinamento concorrente de exercícios aeró-bicos e de força muscular, o papel da nutri-ção e das dietas associadas ao treinamento, recomendações ao profissional de educação física para abordar temas como imagem cor-poral e como esse profissional pode desen-volver valores por meio da prática esportiva, entre algumas das atividades realizadas no último quadrimestre de 2015 da EsEFEx.

Esse número significativo de artigos de qualidade significa um real crescimento da capacidade da produção de nossos instru-

tores, monitores, professores e alunos e o avanço no ensino e na apresentação de resultados de pesquisa da Área da Saúde, passo importante e necessário, dado após a obtenção da equivalência do Curso de Instrutor da EsEFEx ao Curso Superior de Educação Física do sis-tema federal de ensino, por meio da Portaria nº 1096, de 07 de novembro de 2013.

Ao desejar uma boa leitura deste número, agradecemos a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, seja de forma direta ou indireta, ficando registrado aqui o muito obrigado da Escola de Educação Física do Exército!

PALAVRAS DO COMANDANTE

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EXPEDIENTE SUMÁRIOESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO

COMANDANTE DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITOCoronel de Cavalaria QEMA Luiz Fernando Medeiros Nóbrega

SUBCOMANDANTE DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO Tenente-Coronel de Infantaria Marcos Vieira Junior

CHEFE DA DIVISÃO GINOESPORTIVAMajor de Infantaria Guilherme de Almeida Gerken

CHEFE DA DIVISÃO DE ENSINOMajor de Artilharia Inaldo Pereira dos Santos

CHEFE DA DIVISÃO DE PESQUISA E EXTENSÃOTenente-Coronel de Infantaria Luciano Vieira

CHEFE DA SEÇÃO DE PESQUISAMajor de Intendência Felipe Keese Diogo Campos

CHEFE DA SEÇÃO DE EXTENSÃOTenente de Infantaria Ivo Soares Xavier

PROFESSORES DOUTORESAngela NevesClaudia MeirellesDanielli MelloMíriam MainentiRodrigo Bini

REVISÃO TEXTUALSargento de Infantaria Alfredo Dias de Oliveira Junior

PROJETO GRÁFICOAgência 2A ComunicaçãoTel.: 21 2233 5415 - www.agencia2a.com.br

TIRAGEM500 exemplares

07 Artigo - Modificações no nível habitual de atividade física visando o emagrecimento

11 Artigo - Frequência de Passos na Corrida:desempenho vs. prevenção de lesões

16 Foco na Pesquisa - Confira o que nossos pesquisadores publicaram em 2015 em revistas científicas nacionais e internacionais

18 Artigo - O intolerável peso da feiúra...

21 Foco na Pesquisa - Linhas de Pesquisa da EsEFEx

24 Artigo - Motive-se e diga não ao overtraining!

27 Artigo - Relação custo vs. benefício de dietas com restrição de carboidratos

30 TCC - Trabalho de Conclusão de Curso - Novos pesquisadores, novos talentos!

35 Artigo - Treinamento concorrente de exercícios aeróbicos e de força muscular

38 Artigo - Papel da nutrição como coadjuvante da hipertrofia no treinamento contrarresistência

40 Artigo - A mão amiga a serviço da população da cidade do Rio de Janeiro

43 Artigo - Desenvolvimento de valores através da prática esportiva

46 Ciência para Além dos Muros da EsEFEx

49 Pílulas de conhecimentoEscola de Educação Física do ExércitoDivisão de Pesquisa e ExtensãoRua João Luis Alves s/nº - Urca - Rio de Janeiro - RJ CEP 22.291-090 - Tel.: (21) 2586-2297www.esefex.ensino.eb.br www.facebook.com/esefexoficial

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

MODIFICAÇÕES NO NÍVEL HABITUAL DE ATIVIDADE FÍSICA VISANDO O EMAGRECIMENTOCap Shirado, 1º Ten Uriel e 1º Ten Rômulo (alunos da EsEFEx)

Artigo

Atualmente está cada vez mais difícil mantermos um estilo de vida saudável: a alimentação, menos na-tural e mais hipercalórica; as pessoas, mais sedentá-rias. Diante dessas realidades, a obesidade se tornou uma das mais preocupantes epidemias mundiais. Vi-sando combater o sobrepeso e a obesidade, diversas dietas e tipos de treinamento foram e estão sendo criados. No entanto, pequenas ações, simples e eco-nômicas, referentes à atividade física, podem oferecer resultados significativos para o emagrecimento.

Para obter sucesso nesse procedimento temos que entender que o controle da adiposidade exces-siva é um processo bastante complexo que envolve diversas variáveis, dos quais destacamos os fatores genéticos, hormonais, alimentares e físicos. Obte-

mos a energia, para o trabalho biológico, através de nossa alimentação e a mesma é utilizada no con-sumo diário total de energia que engloba: a taxa metabólica de repouso (60% - 75%); o efeito termo-gênico do alimento consumido (10%); e a energia despendida durante a atividade física e a recupe-ração (15% - 30%). Abordaremos esse último com-ponente. O objetivo do presente texto é sugerir mo-dificações referente à atividades físicas realizadas na rotina das pessoas que possam contribuir para o aumento do gasto energético diário.

Para quantificar o gasto energético, utiliza-se a unidade de medida MET (Equivalente Metabólico da Tarefa). Ele representa o consumo de oxigênio do organismo ao executar determinada tarefa. Seu

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

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valor de referência refere-se ao consumo de oxigê-nio em repouso (pessoa sentada e quieta) e equi-vale a 3,5 ml/kg.min-1. Ou seja, para cada quilo de peso corporal são consumidos 3,5 ml de oxigênio por minuto. Utilizando as técnicas de ergoespiro-metria, em diversas tarefas, pesquisadores calcu-laram o consumo de oxigênio médio utilizado como referência para se calcular o gasto energético de cada indivíduo em cada uma dessas tarefas. Estes resultados foram reunidos no Compêndio de Ativi-dades Físicas, proposto por Ainsworth e seus co-laboradores em 1993 (atualizado em 2000), e teve uma versão adaptada ao português por Farinatti em 2003. Na tabela abaixo podemos observar alguns exemplos de atividades que são bastante usuais. Quantificando o consumo de oxigênio é possível ob-ter o gasto energético em calorias, considerando a seguinte proporção: 1L de oxigênio consumido equivale aproximadamente a 5 kcal.

Geralmente as pessoas que praticam exercícios físicos realizam os mesmos em períodos relativa-mente curtos. Corrida, musculação, ginástica, dan-ças, lutas, futebol dentre outros, duram em média não mais do que 1 hora. Considerando que dormimos em média 8 horas por dia, será que podemos incluir mais algumas horas de atividade física nas outras 15 horas que nos restam? A resposta é: certamente sim. Comece a pensar no seu dia. Quando acorda, quem prepara o café? Em seguida, como vai para o trabalho: de carro, a pé, de bicicleta? Chegando lá, usa escadas ou elevador? E durante o expediente, costuma ficar sentado todo o período? Usa o telefone para falar com o colega da sala do lado ou vai pesso-almente? E quando deseja estacionar o carro na rua, “roda” até encontrar uma vaga próxima (desperdi-çando combustível e prejudicando o meio ambiente) ou estaciona em qualquer vaga e caminha até o seu objetivo? Evidentemente que cada pessoa tem uma rotina diferente, mas as possibilidades de modificar o nível de atividade física são imensas e muitas vezes bem simples e econômicas.

Uma das mudanças mais fáceis de serem aplica-das é a ida ao trabalho. Imagine que seu trabalho está localizado a 8 km de distância da sua residência e você costuma ir de carro para o mesmo, gastando cerca de 15 minutos no trajeto. Considere que seu veículo ne-cessite de 1 litro de gasolina para percorrer esses 8 km, e considere ainda que o preço do litro está por volta de 4 reais. Desta maneira, você irá gastar R$ 8,00 por dia, R$ 240,00 por mês e por ano R$ 2.880,00. Agora propomos que você vá de bicicleta.

Consultando o compêndio de atividades físicas, notamos que: ciclismo numa velocidade menor que 16 km/h equivale a 4 MET. Considere sua massa corporal sendo de 80 kg e o tempo total da ativi-dade igual a 60 minutos (30 min de ida e 30 min de volta). Logo, o consumo total de oxigênio é de: 4 x

TAREFAS MET

Caminhar / correr brincando com criança(s)Esforço moderado (apenas períodos ativos)

4,0

Caminhar 5 km/h, velocidade moderada, carre-gando objetos leves com menos de 11 kg

4,0

Carregar compras escada acima 8,0

Ciclismo < 16 km/h, geral, lazer, para trabalho ou prazer

4,0

Correr 8 km/h 8,0

Cozinhar ou preparar comida – caminhando 2,5

Jogos de criança com movimentação corporal intensa (amarelinha, queimada, brinquedos de playground, taco etc.)

5,0

Subir escadas 7,5

Varrer o chão 3,3

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

10Atividade extremamente vigorosaEstou completamente sem fôlego, não consigo falar

9 Atividade muito vigorosaConsigo falar apenas uma palavra por vez

7-8Atividade vigorosaEstou sem fôlego, consigo falar uma ou duas frases

4-6 Atividade moderadaConsigo conversar

2-3 Atividade leveConsigo respirar com facilidade

1 Nenhuma atividade física

Pirâmide da Atividade FísicaCrianças e adolescentes devem realizar ativida-des físicas variadas, agradáveis e apropriadas à idade durante 60 minutos ou mais todos os dias, incluindo as atividades expostas na Pirâmide da Atividade Física.

Assistir TV,

navegar na internet e jogar

videogameEvite períodos inativos de

2 horas ou mais durante o dia.

FORTALECIMENTO

ATIVIDADES AERÓBICAS

ATIVIDADES FÍSICAS DIÁRIAS

MUSCULARSubir em árvores

Exercícios abdominais Exercícios com halteres e

caneleirasAtividades que trabalham a força

devem ser realizadas 3 dias por semana, no mínimo, como parte dos

60 minutos ou mais de atividade física.

Dançar | Pedalar | Jogar Capoeira Caminhar em ritmo acelerado

Praticar esportes como futebol, nataçãobasquetebol e voleibol

Ir para a escola caminhando ou pedalandoUsar as escadas ao invés do elevador

Participar de jogos ativos como taco, pega-pega e barra ou pique-bandeira

ÓSSEOCorrerPular cordaBrincar de pula-sela e de amarelinhaAtividades que apresentam certo impacto devem ser realizadas 3 dias por semana, no mínimo, como parte dos 60 minutos ou mais de atividade física.

Atividades aeróbicas devem compor a maior parte dos 60 minutos ou mais de atividade física diária, incluindo tanto atividades de intensidade moderada quanto de intensidade vigorosa, mas as atividades aeróbicas de intensidade vigorosa devem ser realizadas 3 dias por semana, no mínimo.

Reduza Atividades Sedentárias

Escala de Esforço Percebido

Font

e: A

dapt

ado

de A

DHS

(200

7)

Fonte: Autoria do conteúdo (Caroline de Oliveira Martins LEPAFS-DEF-CCS-UFPB)

Principalmente em adolescentes, exercícios que trabalham a flexibilidade, como alongamentos sem balanceios, podem ser realizados diariamente, atuando positivamente sobre a postura corporal e prevenindo dores. Mantenha-se ativo do seu jeito, realizando atividades físicas em casa, na escola e no deslocamento movimente-se sempre que tiver oportunidade!

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Para saber mais, leia também:

Ainsworth, B.E. et al. Compendium of physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Medicine and Science in Sports and Exercises, v.32, n.9, p. S498-S516, 2000.

Farinatti, P.T.V. Apresentação de uma Versão em Português do Compêndio de Atividades Físicas: uma contribuição aos pesquisadores e profissionais em Fisiologia do Exercício. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, v.2, p. 177-208, 2003.

Foureaux, G., Pinto, K.M.C., Dâmaso, A. Efeito do consumo excessivo de oxigênio após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.12, n.6, 393-398, 2006.

(3,5 ml x 80 kg x 60 min); => 4 x (16800 ml O2); => 67200 ml O2; => 67,2 litros de oxigênio. O gasto energético será obtido multiplicando 67,2 li-tros por 5 kcal, obtendo desta forma: 336 kcal de gasto energético por dia. Acrescentar essas calorias ao to-tal gasto diariamente trará, a médio/longo prazo, uma redução significativa da massa corporal total, por um custo aproximado de R$ 1.000,00 da bicicleta. Se o percurso entre a sua casa e o seu trabalho apresentar segurança para o deslocamento nesse meio de trans-porte, essa é uma excelente alternativa para a preven-ção e/ou controle da obesidade.

É evidente que para combater o sobrepeso e a obe-sidade é necessário muita disciplina e determinação, além de envolver diversos fatores, conforme descrito no início do texto. Nesse contexto, é essencial entender os princípios fisiológicos que englobam as diversas áreas do corpo humano, criando estratégias nas diversas áre-as que se relacionam com o emagrecimento, para obter resultados com mais eficiência e segurança. Constata-se nesse breve texto, que simples mudanças no nível de atividade física são viáveis, contribuindo de maneira significativa para o emagrecimento.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

A corrida é um esporte que capta anualmente um contingente crescente de adeptos devido ao baixo custo para o praticante e aos inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Esta atividade tem sido historicamente associada às ações mais primitivas do ser humano, como a caça e a fuga de situações perigosas. Isto tem motivado estudos visando iden-tificar como o corpo humano se adapta ao gesto da corrida, visto que a maior parcela dos deslocamentos ocorre utilizando a caminhada.

Entre os fatores mais importantes da corrida, o ritmo é fundamental para o desempenho em diver-sas durações da corrida. Correr com passos exces-sivamente curtos ou demasiadamente longos eleva o gasto energético, induzindo a fadiga prematura dos músculos acionados. Isto tem sido observado devido

à relação ótima utilizada pelos músculos para produ-zir força em uma velocidade de contração específica. Aqui, pode-se fazer uma relação com um motor de combustão, o qual possui uma faixa ótima de rotação que minimiza o gasto de combustível.

Nesta perspectiva, a mudança da frequência de passada (ritmo) e sua relação com o comprimen-to do passo afetam a dinâmica de contração dos músculos e o gasto energético. Diversos estudos apontam que a frequência de passadas preferida de corredores experientes se aproxima da ótima e que variações de 10% ainda podem resultar em ma-nutenção do gasto energético. Qualquer mudança acima desta faixa resultaria em aumento do gasto energético e antecipação da fadiga.

FREQUÊNCIA DE PASSOS NA CORRIDA: DESEMPENHO VS. PREVENÇÃO DE LESÕESProf. Dr. Rodrigo Bini (EsEFEx)

Artigo

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12 • Revista O Calção Preto • 2016

Para saber mais, leia também:

Hafer, J.F., Brown, A.M., deMille, P., Hillstrom, H.J., Garber, C.E. The effect of a cadence retraining protocol on running biomechanics and efficiency: a pilot study. Journal of Sports Sciences, v.33, n.7, p.724-731, 2015.

Hamill, J., Derrick, T., Holt, K. Shock attenuation and stride frequency during running. Human Movement Science, v.14, n.1, p.45-60, 1995.

Lenhart, R.L., Smith, C.R., Vignos, M.F., Kaiser, J., Heiderscheit, B.C., Thelen, D.G.. Influence of step rate and quadriceps load distribution on patella femoral cartilage contact pressures during running. Journal of Biomechanics, v.48, n.11, p.2871-2878, 2015.

Da mesma forma, as articulações dos membros inferiores sofrem com mudanças no ritmo de corrida. Estudos recentes estimaram que a força de compres-são na articulação entre a patela e o fêmur, compo-nentes do joelho, pode chegar a 3-4 toneladas durante a fase de apoio do pé com o solo na corrida. Obvia-mente, as articulações do corpo humano possuem es-trutura capaz de acomodar esta magnitude de forças, mas a repetição de cargas aplicadas acima do limite fisiológico das articulações resulta em lesão por uso repetitivo. Neste cenário, a corrida gera um risco de lesões no joelho de forma bastante objetiva.

Quando o corredor opta por utilizar um ritmo de corrida 10% mais lento e uma passada 10% mais lon-ga do que o habitual, as forças no joelho aumentam na ordem de 15%, o que gera um risco de lesão nas carti-lagens articulares. A razão para este aumento é justifi-cada pelo aumento da força por passo necessária para desacelerar o corpo quando o corredor opta por uma frequência de passada mais lenta para manter uma determinada velocidade na corrida.

Desta forma, é recomendado que corredores de rua novatos controlem seu ritmo de passadas para uma frequência maior possível. Corredores experien-tes devem atentar para sinais de dor e desconforto nas articulações, os quais podem ser indicadores de que o impacto durante a corrida está excessivo. O aumento da frequência de passada é uma estratégia recomendada para reduzir os riscos de lesões.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

A ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO ESTEVE LÁ!

Simpósio Internacional de

Fisiologia do Exercício A Prof.ª Dra. Claudia Meirelles minis-trou a palestra intitulada “Espectros-copia no infravermelho próximo em estudos com treinamento contrarre-sistência na presença de restrição de

fluxo sanguíneo”.

XVI Congresso Brasileiro de Biomecânica

Palestra “Ciclismo: esporte, saúde e reabilitação”, ministra-da pelo Prof. Dr. Rodrigo Bini.

I Simpósio Paradesportivo CariocaA Prof.ª Míriam Mainenti participou de

mesa redonda ministrando palestra volta-da à Avaliação da Capacidade Cardiopul-

monar de paratletas. A seção de pôsteres contou com o trabalho de conclusão de curso (TCC) do Ten Alexssander Mello, aluno da EsEFEx, bem como o trabalho da Professora Dra. Angela Neves que

recebeu um prêmio por estar entre os três melhores trabalhos do evento.

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I Encontro Internacional de Psicologia do Esporte

e da Atividade Física A Prof.ª Dra. Angela Neves ministrou a palestra “Aplicação da análise fatorial

confirmatória e modelagem de equações estruturais em psicologia do esporte”.

No I Congresso Internacional de Psicologia do Esporte, Desenvolvimento Humano e Tecnologia. A Prof.ª Dra. Angela Neves, ministrou a palestra “Resiliência no con-

texto do esporte de rendimento”.

62° Congresso Anual do Colégio Americano de Medicina do Esporte

No 62° Congresso Anual do Colégio Ame-ricano de Medicina do Esporte (American College of Sports Medicine 62nd Annual

Meeting, and 6th World Congress on Exercise is Medicine) em San Diego, CA, EUA, o Major Keese teve a oportunidade

de representar a EsEFEx e o Exército Brasileiro, estabelecendo contato com

profissionais de importantes universida-des internacionais, estreitando laços entre

instituições.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

II Fórum Científico da Escola de Educação Física do Exército

(“Ciência aplicada ao treinamento físico e gestão esportiva”)

Nos dias 12 e 13 de junho reuniram-se na EsEFEx palestrantes de grande importância no meio acadêmi-co, como os Professores Doutores Leonardo Mataruna, Maria Regina Ferreira Brandão, Antonio Carlos

Gomes, Estélio Dantas, Rodrigo Bini, entre outros que ministraram palestras e discutiram temas como “A Gestão Esportiva em grande eventos”, “A Multidisciplinaridade no treinamento e desempenho esporti-

vo”, e “Ciência e Gestão no apoio ao esporte de alto rendimento”. Abrilhantando ainda mais o evento, o medalhista olímpico Giovane Gávio proferiu uma palestra sobre Motivação no esporte.

Jornada Pedagógica de Educação Física

Na semana em que se comemorou a contagem regressiva de 1 ano para as Paralimpíadas 2016, a Escola de Educa-ção Física promoveu a Jornada Pedagógica de Educação Física, com o tema “Gestão aplicada ao Esporte Adapta-do”. O evento contou com a participação do vice-presi-

dente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Prof. Ivaldo Brandão, e o Prof. Dr. Ian Brittain, da Coventry University (Inglaterra). O final da jornada foi marcado por um grande interesse dos nossos alunos e dos participantes externos

que realizaram diversas perguntas sobre o tema.

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16 • Revista O Calção Preto • 2016

O fechamento e ponto alto de todo o processo de pesquisa pelo qual passa o pesquisador é a publicação científica, que contribui para a ciên-cia a sistematização das informações absorvidas.

Essa não é uma tarefa fácil. Envolve leitura, redação clara e atra-ente, processamento de dados, organização e discussão dos resul-

tados, além de todo cuidado para seguir a formatação do periódico escolhido. Depois de todo esse processo, ainda é preciso contar com

um corpo de editores e revisores do periódico, para que se possa avaliar e deferir a publicação ou não do manuscrito.

Os instrutores, professores, monitores e alunos da EsEFEx tiveram 14 manuscritos aprovados por esse criterioso processo de avaliação em 2016, destacando três artigos no extrato “A” dos cri-térios de classificação da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e seis no extrato “B”.

Confira alguns destes trabalhos:

Confira o que nossos pesquisadores publicaram em 2015 em revistas

cientificas nacionais e internacionais

1. Balbinot, G.; Bini, R.R.; Schuch, C.P.; Lanferdini, F.J. ; Zaro, M.A ; Vaz, M.A . Changes in mus-cular activation patterns produced by a to-ning shoe during treadmill walking and quiet standing. Footwear Science, v. 7, p. 43-50, 2015.

2. Bini, R. R.; Hume P.A. Relationship between pedal force asymmetry and performance in cycling time trial. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness (Testostampato), v. 55, p. 892-898, 2015.

3. Bini, R. R.; Jaques, T; Lanferdini, F. J.; Vaz, M.A. A comparison of kinetics, kinematics and EMG during single leg assisted and unassisted cycling. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 29, p. 1534-1541, 2015.

4. Priego Quesada, J.I.; Carpes, F. P.; Bini, R. R.; Salvador, P.R.; Pérez-Soriano, P.; Cibrián Ortiz De Anda, R.Mª. Relationship between skin temperature and muscle activation during incremental cycle exercise. Journal of Thermal Biology, v. 48, p. 28-35, 2015.

5. Quesada, J. I. P.; Bini, R. R.; Diefenthaeler, F.; Carpes, F.P. Spectral properties of muscle activation during incremental cycling test. Journal of Science and Cycling, v. 4, p. 7-13, 2015.

6. Gonçalves, B.L.; Guimarães, F.; Souza, M.L.L.; Ferreira, A. S.; Mainenti, M. R. M. Association among body composition, muscle performance and functional autonomy in older adults. Fisioterapia em Movimento (PUCPR. Impresso), v. 28, p. 49, 2015.

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2016 • Revista O Calção Preto • 17

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

7. Oliveira, L.A.S.; Rodrigues, E.; Sancho, A.; Mainenti, M.R.M.; Vigario, P.S.; Lopes, A.J.; Carvalho, T.L. Functional capacity, cardiorespiratory fitness and quality of life in Spino cerebellar ataxia: implications for rehabilitation. European Journal of Physiotherapy, v. 17, p. , 2015.

8. Neves, A.N.; Hirata, K.M.; Tavares, M.C.G.C.F. Imagem corporal, trauma e resiliên-cia: reflexões sobre o papel do professor de Educação Física. Revista Psicologia Escolar e Educacional, v. 19, p. 97-104, 2015.

9. Neves, A.N.; Morgado, F.F.R.; Tavares, M.C.G.C.F. Avaliação da Imagem Corporal: notas para uma boa prática de pesquisa. Psicolo-gia: Teoria e Pesquisa (Brasília. Online), v. 31, p. 375-380, 2015.

10. Onodera, C.M.K.; Neves, A.N.; Tavares, M.C.G.C.F. Desenvolvimento da sensopercepção em nadadores: modelo de trabalho e resul-tados. Pensar a Prática (Online), v. 18, p. 83-97, 2015.

11. Neves, A.N. Body Experience as the Core of Body Image Development. In: Alexandra M Columbus. (Org.). Advances in Psychology Research. 1ed.Nova Iorque: Nova Science Publishers, v. 109, 2015, p. 21-36.

12. Neves, A.N.; Tavares, M.C.G.C.F. Revised Version of the Body Esteem Scale: Psychometric Evidence from Brazilian Men. In: Alexandra M Columbus. (Org.). Advances in Psychology Research. 1ed.Nova Iorque: Nova Science Publishers, v. 108, 2015, p. 133-146.

13. Neves, A.N.; Lorey, G.A.; Campana, M.B.; Ferreira, L.; Silva, D. Factor structure, validity, and internal consistency of the Body Appreciation Scale for physically active Brazilian men with spinal cord injury. Acta Fisiátrica, v.22, n.2, 77-83, 2015.

14. Alvim, F., Cerqueira, L., D’Affonsêca Netto, A., Leite, G., Muniz, A. Comparison of Five Kinematic-based Identification Methods of Foot Contact Events During Treadmill Walking and Running at Different Speeds. Journal of Applied Biomechanics. 2015 May 7. [Epub ahead of print].

Muitos desses

trabalhos podem ser acessados gratuitamente

na World Wide Web. Busque pelo título no Google

Acadêmico e Boa leitura.

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O INTOLERÁVEL PESO DA FEIÚRA...Profª Drª Angela Neves (EsEFEx)

Artigo

...das rugas, das manchas na pele, da calvície, dos dentes não perfeitamente brancos e alinhados, das orelhas de abano e o especial intolerável o peso de pesar quilos a mais... todos, em maior ou menor grau, contribuem para o sofrimento contemporâneo, tempo no qual o corpo objetificado (algo a ser molda-do e consumido) tem seu palco e seu valor.

O belo tem sido, via de regra, associado a algo bom. Essa associação oferece uma explicação sim-ples, porém plausível, para a busca do corpo perfei-to que se observa entre homens e mulheres – sim, não é uma exclusividade só do público feminino essa preocupação.

Alcançar o ideal seria alcançar a perfeição, a har-monia e a beleza. Seria a realização da essência do homem divino no corpo, o que aproximaria o sujeito da participação do eterno, como diria Humberto Eco.

A preocupação e o investimento em relação à aparência estabelecem-se num continuum, que va-ria desde os cuidados necessários e saudáveis em relação ao corpo ao excesso, no qual a saúde é co-locada em risco e o sujeito vivencia perdas sociais e afetivas, podendo evoluir para quadros clínicos como de dismorfia corporal, dismorfia muscular e transtornos alimentares. Na dismorfia corporal, os defeitos reais ou imaginários do corpo tornam-se o foco da vida do sujeito. Na dismorfia muscular, a preocupação centra-se na quantidade de massa muscular e sua definição, sendo julgada sempre pouca e inadequada. Nos transtornos alimentares (em especial na Anorexia Nervosa e na Bulimia Ner-

vosa) a preocupação e a insatisfação com o peso e a forma do corpo é uma questão central. Nestes três quadros clínicos, a vida social, as relações afetivas e a vida financeira podem ruir frente à busca pelo corpo ideal, através de dietas, exercícios físicos ex-cessivos e cirurgias plásticas.

Não é incomum ao profissional de educação fí-sica receber alunos na academia com o objetivo de alcançar o corpo físico ideal. Veja, não é “errado” querer ficar com o corpo em forma, ter uma aparên-cia melhor. O que preocupa e prolifera nas acade-mias é a fixação em um ideal de corpo no qual leva a pessoa a ignorar seu bem-estar, sua saúde, suas relações pessoais em função de alcançar o corpo perfeito. O profissional de educação física deve ser sensível o suficiente na abordagem ao aluno e co-erente com a prescrição de exercícios. Perpetuar e incentivar a compulsão por exercício físico e sua execução desvinculada à realidade corpo-ral, mas pre-sa num i d e a l

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narcísico são ações pouco colaborativas para o de-senvolvimento humano.

Não se deve perder de vista que o desenvolvimen-to da identidade corporal está diretamente relaciona-do às experiências corporais, e que o movimento é a fonte primordial destas vivências. É através dele que existimos e agimos no mundo. Se bem conduzido, o exercício físico permite vivenciar sensações singula-res capazes de propiciar um melhor reconhecimento do próprio corpo, seus limites e suas possibilidades.

Todo o sistema motor está envolvido em expres-sar aspectos da existência que podem ser lidos por meio do movimento, postura, padrões de extensão e flexão corporais. Pensamentos, sentimentos e ima-gens que emergem quando um músculo é ativado – sendo tocado ou estando em ação contrátil – reve-

lam a experiência relacionada àquela função motora ou por ela representada. Quando o sujeito se movi-menta, a vergonha e a culpa do corpo “não-perfeito” acompanham seu movimento, e o profissional atento a estes aspectos pode promover situações que res-signifiquem estas emoções.

Assim, a prática de atividade física pode ser um momento de evocação do potencial de resiliência e, consequentemente, um meio para retomar o de-senvolvimento da identidade corporal, de abandono de um ideal narcísico para um reconhecimento da própria realidade corporal, pois permite ao sujeito encontrar lugares de afeto e novas experiências cor-porais. O profissional de educação física tem a opor-tunidade de ser um recurso ao seu aluno/cliente na promoção de hábitos saudáveis e no reconhecimento e valorização de si mesmo.

“Alcançar o ideal seria alcançar a perfeição, a harmonia e a beleza. Seria a realização da essência do homem divino no corpo, o que aproximaria o

sujeito da participação do eterno.”

Humberto Eco

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Para saber mais, leia também:

Cyrulnik, B. Os Patinhos Feios. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Sykes,H., McPhail,D. Unbearable lessons: Contesting fat phobia in physical education. Sociology of Sport Journal, v.25, n.1,p. 66-96, 2008.

Tavares, M.C.G.C.F. Imagem Corporal: conceito e desenvolvimento. Barueri: Manole, 2003.

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Gestão Esportiva

Esta linha de pesquisa busca analisar o papel do gestor do esporte, através da atuação e intervenção profissional, e das organizações públicas ou priva-das, com ou sem fins lucrativos, no campo prático da administração esportiva. Essa área compreende tanto produção quanto “marketing” de produtos ofe-recidos por organizações esportivas.

• Projeto “Legado Desportivo do CCFEx pós Rio 2016”Coordenador: Cel Luiz Fernando

Aspectos Fisiológicos e Metabólicos do Exercício e de Estratégias Nutricionais

Esta linha tem como objetivo avaliar e discutir os pa-râmetros cardiovasculares, neuromusculares e me-tabólicos decorrentes do exercício ou treinamento físico, de dietas ou suplementações nutricionais, e ainda de diferentes condições ambientais.

• Projeto “Exercícios com restrição de fluxo san-guíneo”Coordenadora: Prof. Dra. Claudia MeirellesObjetivo Geral: este projeto de pesquisa busca avaliar a hemodinâmica muscular durante exercí-cios com restrição de fluxo em militares de dife-rentes idades.

• Projeto “Avaliação da ingestão alimentar”Coordenadora: Prof. Dra. Claudia MeirellesObjetivo Geral: avaliar a ingestão alimentar de militares de diferentes níveis de aptidão física, incluindo atletas de alto rendimento, recrutas e militares servindo em OM operacionais.

Linhas de Pesquisa da EsEFEx

Aspectos Psicossociais e Pedagógicos da Atividade Física e da Educação Física

Nesta linha de pesquisa são investigados os aspectos históricos, sociais, psicológicos e pedagógicos rela-cionados ao exercício, educação física e esporte, em pesquisas de revisão e experimentais dos tipos transversais e longitudinais.

• Projeto “Perfil Psicológico dos Atletas das Forças Armadas” Coordenadora: Prof. Dra. Angela NevesObjetivo Geral: realizar estudos relacionados ao estado de humor, à percepção subjetiva do es-tresse e recuperação, do perfil de personalidade, da alexitimia e lócus de controle em atletas mili-tares brasileiros.

Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida

Esta linha de pesquisa tem como objetivo investigar a relação entre a atividade física, aptidão física e saú-de, bem como os aspectos ambientais e de estilo de vida que afetam a saúde e qualidade de vida de jovens, adultos e idosos.

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Avaliação e Prescrição do Treinamento Físico e Es-portivo

Esta linha tem como principais objetivos:

1) Estudar protocolos de avaliação das capacidades motoras e fisiológicas, analisando critérios de valida-ção e reprodutibilidade, bem como possibilidades e limitações de aplicação para a prescrição; e2) Investigar as respostas e adaptações fisiológicas decorrentes do treinamento físico, analisando as in-fluências das variáveis da prescrição.

• Projeto “Avaliações de Seleções Militares Brasileira”Coordenadora: Prof. Dra. Míriam MainentiObjetivo Geral: este projeto busca avaliar as vari-áveis fisiológicas, antropométricas, bioquímicas,

nutricionais e psicológicas de militares atletas de Seleções Militares Brasileira ao longo das temporadas de treinamento, buscando identifi-car as características associadas aos melhores desempenhos nas provas.

Biomecânica do Movimento Humano

Esta linha de pesquisa tem dois eixos distintos (Bio-mecânica do Calçado Militar e Biomecânica da Lo-comoção Aplicada ao Esporte). O primeiro eixo está relacionado ao estudo das características do coturno e tênis fornecidos pelo Exército Brasileiro sobre a per-cepção do conforto e absorção de impacto. O segundo eixo busca analisar as possíveis causas biomecânicas da dor anterior do joelho em corredores recreacionais.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

• Projeto “Força de reação do solo em agacha-mentos”Coordenador: Prof. Dr. Rodrigo BiniObjetivo Geral: avaliar as características biome-cânicas de exercícios utilizados em programas de treinamento de força, com foco na determi-nação do trabalho mecânico decorrente da rea-lização de cada exercício e de suas implicações para as forças musculares e articulares.

Treinamento e Desempenho Esportivo

Nesta linha analisa-se o desenvolvimento metodoló-gico de modelos de treinamento esportivo e de ava-liação do desempenho em modalidades individuais e coletivas, desde a iniciação esportiva até o alto rendimento.

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Em alguma oportunidade, você já deve ter ouvido falar em overtraining. O overtraining (excesso de trei-namento) tem haver com sobrecarga. Mas a sobre-carga por si só não faz mal ao atleta ou ao praticante de exercícios: pelo contrário ela é necessária para uma melhora da aptidão física. Sessões de treina-mento devem ter a sobrecarga (distância percorrida, peso levantado, número de sessões, intensidade do exercício...) combinadas com um tempo adequado de descanso para recuperação. Quando esse equi-líbrio entre treino X descanso é violado temos dois resultados possíveis: nenhuma melhora da apti-dão física (muito descanso e pouco estímulo) ou... overtraining!... levando a uma queda do rendimento e a uma perda da aptidão física, pois houve pouco tempo de descanso programado entre um estímulo e outro, como você pode ver ilustrado no gráfico.

Os sintomas do overtraining incluem: ocorrência de lesões, irritabilidade, aumento da frequência car-díaca basal e de treino, apatia, queda de rendimento.

Nível de aptidão

física inicial Recuperação??

Recuperação??

Recuperação??Exercício

Exercício

Exercício

Exercício

Overtraining

Afastamento da atividade para recuperação

TEMPO

MOTIVE-SE E DIGA NÃO AO OVERTRAINING!1º Ten Lermen, 1º Ten Kasai e 1º Ten Moreira Cunha (alunos da EsEFEx)

Artigo

Sgt Yane MarquesPENTATLO MODERNO

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Evitar que haja esse desequilíbrio entre o des-canso e o estímulo do exercício é uma questão cen-tral no equilíbrio do treinamento. Há algumas atitu-des que podem ajudar o técnico a monitorar o risco de seus atletas atingirem o overtraining. Pode-se controlar com avaliações regulares o estresse, o humor, a ansiedade, a percepção do atleta/aluno. Aumento dos níveis de intensidade ou alterações bruscas destas variáveis podem indicar problemas. Uma boa atitude para o técnico nesse momento, ao perceber esses aumentos, é parar, conversar com seu atleta, reavaliar seu treinamento e descobrir o que está acontecendo.

Mas há algo que deve ser destacado: atletas in-trinsecamente motivados (aqueles que tem prazer e por realmente gostar da tarefa) são também menos propensos ao overtraining. Assim, estabelecer obje-tivos em curto prazo, metas “divertidas” (especial-

mente no fim da temporada), mudar o local do treino (nem sempre possível), realizar clínicas de imersão (nas quais atletas visitam e treinam por um período de tempo em outra equipe), mudar a sequência de exercícios são exemplos de ações que ajudam a au-mentar a motivação intrínseca. Para fazer estes ajus-tes e não comprometer o rendimento, é necessário que o treinador tenha uma boa percepção e conheci-mento do atleta para não frustrá-lo, caso não atinja o objetivo. Em uma outra perspectiva, devemos buscar uma variação no programa para que o treinamento não caia na “mesmice”, levando aquele esportista a ficar desmotivado e sem confiança na eficácia da rotina de treinos.

Assim, sabendo que a motivação pode estar re-lacionada ao overtraining, cabe a nós criar soluções criativas e inovadoras como treinador para afastar tal síndrome da nossa preparação.

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Sgt Franck CaldeiraATLETISMO

Para saber mais, leia também:

Deci, E. L., Ryan, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behaviour. Nova Iorque: Plenum, 1985.

Dosíl, J. The sport psychologist’s handbook: a guide for sport-specific performance enhancement. West Sussex: John Willy & Sons, 2006.

Hagger, M.S., Chatzisarantis, N.L. D. Intrinsic motivation and self-determination in exercise and sport. Champaign Human Kinetics, 2007.

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RELAÇÃO CUSTO VS. BENEFÍCIO DE DIETAS COM RESTRIÇÃO DE CARBOIDRATOSCap Pedro Júnior, 1º Ten Hugo Brito e 1º Ten Fabrício (alunos da EsEFEx)

Artigo

Nos dias atuais, a busca pelo “corpo perfeito” e o aumento da preocupação com a qualidade de vida tem levado as pessoas a procurar por meios que fa-cilitem o emagrecimento. Dentre as inúmeras ferra-mentas que auxiliam na perda de peso, uma tem se popularizado bastante, principalmente devido a sua difusão pela mídia e pela promessa de resultados em curto prazo. Estamos falando da dieta com restrição de carboidratos. O principal objetivo desse texto é buscar esclarecer ao leitor o que é de fato uma dieta com restrição de carboidrato e como nosso organis-mo reage quando aderimos a uma.

Pode-se dividir as dietas com restrição de car-boidratos em duas categorias: as cetogênicas, com ingestão diária de carboidratos inferior a 50 gra-mas; e as não cetogênicas, com ingestão diária de

carboidratos entes 50 e 150 gramas. Em ambas é notável uma drástica redução no consumo diário de carboidratos, tendo em vista que, seguindo as reco-mendações da Organização Mundial de Saúde, essa ingestão diária seria superior a 260 gramas1.

Os carboidratos estão muito presentes no dia a dia das pessoas, sendo encontrados em abundância nos principais alimentos do nosso cotidiano, como os pães, massas, arroz e doces. Mas como nosso or-ganismo reage quando, de repente, reduzimos dras-ticamente a quantidade ingerida desses alimentos?

O corpo humano utiliza como principal fonte ener-gética os carboidratos. Com a escassez desse subs-trato energético, o organismo vai à busca de formas

1 Dieta de um indivíduo com consumo diário de 2.000 kcal.

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alternativas para suprir as necessidades diárias de energia de todos os tecidos que compõem o nosso corpo. As principais fontes as quais ele recorre são os depósitos de gordura, o chamado tecido adiposo, que muitas vezes constitui aquela “gordurinha” inde-sejável que queremos tanto reduzir.

Estudos mostram que as dietas com restrição de carboidrato se mostram mais eficientes do que as dietas convencionais quando se trata de redução da massa de gordura e da massa corporal, principal-mente nos primeiros seis meses de utilização, perí-odo no qual geralmente são registrados os maiores índices de perda. De fato, essa ferramenta pode ser útil para pessoas que pretendem perder bastante peso em um curto período de tempo, no entanto, de-ve-se alertar para algumas possíveis consequências

da prática prolongada, e sem orientação de um espe-cialista, que uma dieta com restrição de carboidratos pode causar ao nosso organismo.

1. Um dos riscos seria o aumento do coleste-rol total do indivíduo, tendo em vista que em substituição aos alimentos ricos em carboi-dratos, a pessoa recorre a alimentos ricos em gorduras (principalmente saturada, res-ponsável pelo aumento do colesterol), o que em larga escala pode levar o indivíduo a ter problemas cardiovasculares.

2. Carência de vitaminas e minerais é outro as-pecto importante a ser lembrado, uma vez que as principais fontes desses micronu-trientes também são ricas em carboidratos.

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3. Por fim, a dieta com restrição de carboidra-tos implica também numa ingestão elevada de proteínas, o que pode vir a causar uma so-brecarga dos rins de pessoas que já tenham alguma enfermidade renal latente.

Quando se trata da prática de exercícios, a dieta com restrição de carboidratos não é recomendada para indivíduos fisicamente ativos, especialmente atletas. Nas modalidades associadas a exercícios de elevada intensidade e longa duração, uma vez que nestas, a principal fonte de energia é o glicogê-nio muscular. Com a escassez das fontes de carboi-dratos, ocorrerá também a redução dos depósitos de glicogênio (principal fonte de energia para os músculos), o que causará uma notável queda no de-

sempenho físico, além de aumentar sensivelmente a probabilidade de que o indivíduo sofra uma hipogli-cemia durante o exercício (tonturas; desmaio devido à carência de fontes de energia).

Diante de tudo que foi apresentado, pode-se observar que as dietas com restrições de carboi-dratos possuem os seus prós e contras, que se ge-renciados corretamente podem levar o indivíduo a alcançar os seus objetivos em um mais curto prazo. No entanto, não podemos esquecer que apenas o nutricionista é o profissional habilitado para pres-crever dietas, e que fazer uso de dietas por conta própria, ou prescritas por pessoas não habilitadas, podem colocar em risco a sua saúde.

Cuide-se!

Para saber mais, leia também:

American Dietetic Association. Position stand on weight management. Journal of American Dietetic Association, v.109, p.330-336, 2009.

Bazzano, L.A., Hu, T., Reynolds, K., Yao, L., Bunol, C., Liu, Y., Chen, C.S., Klag, M.J., Whelton, P.K., He, J. Effects of low-carbohydrate and low-fat diets: a randomized trial. Annals of Internal Medicine, v.61, n.5, p.309-318, 2014.

Noakes, T., Volek, J.S., Phinney, S.D. Low-carbohydrate diets for athletes: what evidence? British Journal of Sports Medicine, v.48, p.14, p.1077-1078, 2014.

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NOVOS PESQUISADORES, NOVOS TALENTOS!TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

Os alunos do Curso de Instrutor de Educação Física e do Cur-so de Mestre d’Armas, 2015, apresentaram suas pesquisas re-ferentes aos trabalhos de conclusão de curso. Todos os estudos relacionam-se às linhas de pesquisa da EsEFEx, são de interesse do Exército Brasileiro e foram submetidas à apreciação de uma banca avaliadora, composta pelos seguintes integrantes: Major Keese, Major Gerken e Prof. Ms. Silvestre Cirilo.

Dentre os diversos objetivos alcançados por meio dessa ati-vidade de ensino, destaca-se a integração dos conteúdos apren-didos em sala de aula com situações específicas que poderão encontrar nos corpos de tropa, reunindo ferramentas para que possam incentivar companheiros de profissão para a prática regu-lar de atividades físicas. Por fim, a excelência nas apresentações dos trabalhos pode fornecer ao corpo docente da EsEFEx um fide-digno feedback do processo de ensino e aprendizagem desenvol-vido durante o ano letivo e a certeza de que nossos militares de-sempenharão com competência e vibração as missões inerentes aos cargos previstos nas Organizações Militares do Brasil.

Título: Posicionamento dos comandantes de organizações militares do Exército Brasileiro sobre o programa de atletas de alto rendimento: visão atual e futura.Aluno: 1º Ten CalegárioOrientador: Maj Toledo Leal

Título: Análise semiótica das imagens dos pôsteres dos jogos desportivos do Exército e dos 5º Jogos Mundiais Militares.

Aluno: 1º Ten De LunaOrientador: Maj Toledo Leal

Título: O legado das instalações esportivas dos V Jogos Mundiais Militares: manutenção e emprego.Aluno: 1º Ten RômuloOrientador: Maj Toledo Leal

LINHA DE PESQUISA: GESTÃO ESPORTIVA

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

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Título: O efeito do treinamento de circuito utilitário militar sobre a regulação autonômica cardíaca em militares do Exército Brasileiro.Aluno: 1º Ten Moura Orientador: Maj J. Morgado – IPCFEx

Título: O efeito da pista de treinamento em circuito militar sobre a regulação autonômica cardíaca em militares do Exército Brasileiro.Aluno: 1º Ten Mauro CézarOrientador: Maj J. Morgado – IPCFEx

Título: Efeito agudo do circuito utilitário do Exército Brasilei-ro em marcadores cardiorrespiratórios de militares.Aluno: Cap LeandroOrientador: Maj Melo – IPCFEx

Título: Efeito agudo da pista de treinamento em circuito do Exército Brasileiro em marcadores cardiorrespiratórios.Aluno: 1º Ten LealOrientador: Maj Melo – IPCFEx

Título: Comparação da frequência cardíaca nos testes de esforço realizados em ambientes laboratorial e extralabo-ratorial.Aluno: 1º Ten PazetteOrientador: Maj Berton

Título: Comparação de variáveis ventilatórias aplicadas ao teste de rampa sob estresse térmico e em ambiente labo-ratorial.Aluno: 1º Ten Garcia Orientador: Maj Berton

Título: Efeitos da suplementação de carboidratos sobre a res-posta glicêmica e desempenho durante uma marcha de 4 km.Aluno: Cap FontesOrientador: Maj Laércio

Título: O efeito da ingestão de carboidratos na glicemia de militares durante a realização de uma marcha de 4 km.Aluno: 1º Ten LacerdaOrientador: Maj Laércio

Título: Oxigenação muscular durante o exercício contrarre-sistência com restrição de fluxo sanguíneo no modo isotô-nico.Aluno: Cap EvangelhoOrientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Título: Efeito agudo do exercício contrarresistência com restrição do fluxo sanguíneo sobre o volume sanguíneo no modo isocinético.Aluno: 1º Ten RochaOrientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Título: Efeito agudo do exercício contrarresistência com res-trição de fluxo sanguíneo sobre o volume sanguíneo muscu-lar no modo isotônico.Aluno: 1º Ten Marques SilvaOrientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Título: Oxigenação muscular durante o exercício contrarresis-tência com restrição de fluxo sanguíneo no modo isocinético.Aluno: 1º Ten ShiradoOrientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Título: Avaliação do perfil dietético dos militares do Centro de Capacitação Física do Exército.Aluno: 1º Ten D’Assis Orientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Título: Avaliação do perfil dietético dos militares do Centro de Capacitação Física do Exército.Aluno: 1º Ten D’Assis Orientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

LINHA DE PESQUISA: ASPECTOS FISIOLÓGICOS, METABÓLICOS E NUTRICIONAIS DO EXERCÍCIO FÍSICO

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Título: Métodos para avaliação da motivação do esporte no Brasil – estado da arte. Aluno: 1º Ten MartinsOrientador: Prof.ª Angela Neves

Título: Variabilidade na percepção subjetiva do estresse e recuperação dos jogadores da seleção brasileira de futebol na temporada 2015.Aluno: 1º Ten XavierOrientador: Prof.ª Angela Neves

Título: Perfil da resiliência no contexto esportivo: um estudo com as equipes de alto rendimento do Exército.

Aluno: 1º Ten Marcos PauloOrientador: Prof.ª Angela Neves

Título: Alteração no estado de humor em atletas da seleção brasileira militar de futebol na temporada de 2015.Aluno: 1º Ten Kasai Orientador: Prof.ª Angela Neves

Título: Motivos para a prática desportiva em militares do Curso de Instrutor de Educação Física da EsEFEx.Aluno: 1ºTen Moreira CunhaOrientador: Prof.ª Angela Neves

Título: Análise da concordância entre diferentes índices de composição corporal em alunas do Colégio Militar do Rio de Janeiro.Aluno: 1º Ten FragaOrientador: Prof. Marcos Fortes – IPCEFx

Título: Relação entre o índice de força e força de preensão manual em militares do sexo masculino.Aluno: 1º Ten Paulo CésarOrientador: Prof. Marcos Fortes – IPCEFx

LINHA DE PESQUISA: ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA ATIVIDADE FÍSICA

LINHA DE PESQUISA: ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

LINHA DE PESQUISA: BIOMECÂNICA DO MOVIMENTO HUMANOTítulo: Correlação entre os testes de dinamometria de pre-ensão manual, escapular e lombar com o desempenho no Special Judo Fitness Test.Aluno: 1º Ten CamposoOrientador: Cap Pereira

Título: Estudo da correlação entre o Special Judo Fitness Test e a força isométrica total nos membros superiores em atletas amadores de judô.Aluno: 1º Ten Arlom Orientador: Cap Pereira

Título: Altura de queda ótima em treinamento pliométrico para equipes de pentatlo militar.Aluno: 1º Ten Correia Orientador: Cap Charbel

Título: Análise do desempenho do salto vertical de atletas de pentatlo militar.Aluno: 1º Ten SantosOrientador: Cap Charbel

Título: Incidência de lesões no ombro em alunos da Escola de Educação Física do Exército.Aluno: 1º Ten AlmeidaOrientador: 1º Ten Silvânia – CCFEx

Título: Alongamento ativo excêntrico na prevenção do dese-quilíbrio neuromuscular.Aluno: 1º Ten StiveOrientador: 1º Ten Silvânia – CCFEx

Título: Relação entre alterações posturais e prevalência de lesões nos membros inferiores de militares do Exército Brasileiro.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

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Aluno: 1º Ten FabrícioOrientador: 1º Ten Silvânia – CCFEx

Título: Comparação da transmissão de força entre o calçado militar e o calçado esportivo.Aluno: Cap Pedro JúniorOrientador: Prof. Rodrigo Bini

Título: Efeitos do treinamento de agachamento na redução de assimetrias e distribuição do peso corporal.Aluno: 1º Ten Ferreira Mattos Orientador: Prof. Rodrigo Bini

Título: Influência da modulação da frequência de passada sobre a frequência cardíaca e comprimento de passada du-rante uma corrida de 400 metros.Aluno: 1º Ten WesleyOrientador: Prof. Rodrigo Bini

Título: Comparação biomecânica entre exercícios de aga-chamento com e sem sobrecarga.Aluno: 1º Ten SamuelOrientador: Prof. Rodrigo Bini

Título: Comparação entre o impacto gerado com a utilização do calçado militar e calçado desportivo.Aluno: 1º Ten KilppOrientador: Prof. Rodrigo Bini

Título: Efeito agudo imediato das passagens na pista de trei-namento em circuito sobre a força muscular.Aluno: 1º Ten UrielOrientador: Prof. Runer Marson – IPCFEx

Título: Análise da força máxima isométrica no emprego ope-racional de militares da Polícia do Exército.Aluno: 1º Ten ValenteOrientador: Prof. Runer Marson – IPCFEx

LINHA DE PESQUISA: AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICOTítulo: Velocidade de platô de VO2 e velocidade máxima: variáveis cardiopulmonares potencialmente importantes na seleção e treinamento de atletas de pentatlo militar feminino.Aluno: 1º Ten Hugo BritoOrientador: Prof.ª Míriam Mainenti

Título: Nível de hidratação e reposição hídrica dos atletas da Seleção Brasileira Militar de Futebol: comportamento seme-lhante nas diferentes posições da equipe.Aluno: 1º Ten SantanaOrientador: Prof.ª Míriam Mainenti

Título: A prática do rugby em cadeira de rodas como fator de melhora da capacidade de recuperação cardiopulmonar após esforço em atletas da modalidade.Aluno: 1º Ten AlexssanderOrientador: Prof.ª Míriam Mainenti

Título: Identificando características antropométricas as-sociadas ao melhor desempenho esportivo nas atletas de pentatlo militar feminino do Exército. Aluno: 1º Ten FracalossiOrientador: Prof.ª Míriam Mainenti

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Título: Capacidade cardiopulmonar em esforço similar entre jogadores de diferentes posições da seleção brasileira mili-tar de futebol: perfil da equipe no início da temporada.Aluno: 1º Ten HelouOrientador: Prof.ª Míriam Mainenti

Título: Relação entre local de pista e ações realizadas com o resultado de matches de eliminatórias diretas em competi-ções internacionais de florete masculino.Aluno: Cap Rondon Orientador: Maj Cramer

Título: Relação entre o local de pista e ações realizadas com o resultado de matches de eliminatórias diretas em compe-tições internacionais de espada masculina.Aluno: 1º Ten Paulo JuanOrientador: Maj Cramer

Título: Relação entre local de pista e ação realizada com o resultado em matches de eliminatórias diretas em competi-ções internacionais de sabre feminino.Aluno: 1º Ten DondeoOrientador: Maj Cramer

Título: Relação entre o local de pista e ações realizadas com o resultado de matches de eliminatórias diretas em compe-tições internacionais de sabre masculino.Aluno: 1º Ten SlimOrientador: Maj Cramer

Título: Avaliação do perfil dietético dos atletas da equipe de futebol do Exército Brasileiro.Aluno: 1º Ten LermenOrientador: Prof.ª Cláudia Meirelles

Os resumos de cada um

destes trabalhos foram publicados na Revista de Educação

Física – que é o órgão de divulgação Científica do CCFEx – no volume 82,

número 1.Podem ser vistos no site da revista,

gratuitamente. Acesse:

http://seer.revistaef.ensino.eb.br/index.php/revista/index

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

TREINAMENTO CONCORRENTE DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS E DE FORÇA MUSCULAR Maj Keese (Instrutor da EsEFEx)

Artigo

Existe consenso na literatura de que programas de exercícios voltados à promoção da saúde devem combinar algumas formas de atividades físicas, en-tre as quais podemos destacar os exercícios aeróbi-cos e de força muscular. Atletas de diversas modali-dades esportivas, bem como indivíduos interessados em adquirir maior aptidão física também realizam exercícios aeróbicos e de força em suas rotinas de treinamento. Essa combinação, quando realizada em uma mesma sessão de treino, tem sido denominada exercícios concorrentes.

Por outro lado, é importante ressaltar que as adaptações ao treinamento são específicas ao estí-mulo imposto. Isso gera as seguintes questões: dife-rentes tipos de treinamento resultarão em diferentes

adaptações quando realizados de forma combinada? A primeira

atividade realizada exercerá interferência na execução

da atividade subsequente? Essas dúvidas mereceram atenção por parte dos pesquisadores durante muitos anos e, ainda hoje, não há explicações consensuais para as respostas documentadas.

Atualmente, o dado mais consistente com relação às respostas do treinamento concorrente é que essa estratégia não prejudica o desempenho aeróbico, podendo até potencializar seus resultados. Por outro lado, o treinamento concorrente atenua o desenvol-vimento de força, hipertrofia e potência muscular em comparação com o treinamento de força isolado. Em adição, algumas pesquisas destacam que indivíduos destreinados parecem ser mais suscetíveis aos efei-tos da concorrência do que os treinados.

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Conforme dito anteriormente, os mecanismos fisiológicos que esclareceriam as razões para esses achados ainda permanecem conflitantes. Dentre es-ses mecanismos, destacam-se aqueles relaciona-dos a componentes neurais, fadiga muscular, dispo-nibilidade de substratos energéticos, diferenças em atividades enzimáticas, estimulação de certos tipos de fibra muscular e alterações na síntese proteica.

Muitos aspectos podem ser responsáveis pelas discrepâncias encontradas na literatura. Entre eles, estão incluídas as diferenças nas amostras estuda-

das (indivíduos treinados e destreinados, ou mesmo, sedentários; homens e mu-

lheres; jovens e idosos) e os dis-tintos protocolos de exercícios

prescritos (tipos de atividades, frequências de execu-

ção, e intensidade e duração dos es-

forços aplicados). Essas incompatibili-

dades comprometem comparações entre

os experimentos.

Interessantemente a ordem das sequências da natureza dos exercícios não influencia aqueles re-sultados decorrentes do treinamento concorrente quando comparado ao treinamento de força isolado. Em outras palavras, iniciando tanto com exercícios de força como com atividade aeróbica, o treinamen-to concorrente contribuirá menos para o desenvol-vimento de força, hipertrofia e potência. Contudo, essa ordem parece exercer impacto quando a com-paração passa a ser somente entre as duas possi-bilidades de sequência dos exercícios concorrentes.

De modo geral, a atividade realizada no início das sessões de treinamento concorrente terá melhor ren-dimento de forma aguda, uma vez que o indivíduo se encontrava descansado, e alcançará as adaptações correspondentes de maneira mais expressiva, como consequência dos treinos mais vigorosos realizados ao longo do tempo. Assim, costuma-se defender a realização do exercício aeróbico iniciando as ses-sões de treinamento concorrente quando o objetivo do praticante é priorizar o condicionamento aeróbi-co, bem como os exercícios de força inauguram as sessões de treino quando a prioridade é relacionada à aptidão neuromuscular.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Para saber mais, leia também:

American College of Sports and Medicine’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 9th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2013.

Häkkinen, K., Alen, M., Kraemer, W..J, Gorostiaga, E., Izquierdo, M., Rusko, H., Mikkola, J., Häkkinen, A., Valkeinen, H., Kaarakainen, E. Romu S, Erola V, Athiainen J, Paavolainen L. Neuromuscular adaptations during concurrent strength and endurance training versus strength training. European Journal of Applied Physiology, v.8, n.1, p.42-52, 2003.

Leveritt, M., Abernethy PJ, Barry BK, Logan PA. Concurrent strength and endurance training: a review. Sports Medicine, v.28,n.6, p.413-427, 1999.

Todavia, há outras duas abordagens que podem respaldar a realização da atividade aeróbica encerran-do as sessões, a saber: os metabolismos energéticos e o sistema cardiovascular. A primeira refere-se ao fato de que o exercício aeróbico utiliza tanto os car-boidratos quanto os lipídios como substratos ener-géticos, enquanto que os exercícios de força contam quase somente com os carboidratos, uma vez que o metabolismo durante suas execuções é predominan-temente anaeróbico. Ora, se a sessão começa com exercícios de força e, com isso, os estoques de glico-gênio muscular podem vir a sofrer depleções signifi-cativas, então, neste caso, o organismo poderá ainda recorrer às reservas “ilimitadas” de gordura quando a atividade aeróbica estiver sendo realizada, o que não seria possível se a ordem dos exercícios fosse inversa. A outra abordagem remete na verdade à segurança da atividade, pois estudos têm demonstrado que a sobrecarga cardiovascular é frequentemente inferior durante a realização de exercícios de força do que em exercícios aeróbicos, quando ambas as atividades são pareadas quanto à duração total e à classificação da intensidade (leve, moderada, elevada e máxima). Cabe ressaltar que a sobrecarga cardiovascular pode

ser mensurada de forma prática, não invasiva e ain-da assim confiável através do duplo produto, isto é, a multiplicação dos valores de frequência cardíaca pelos níveis de pressão arterial sistólica. Assim, as sessões de treinamento concorrente deveriam ter início com exercícios de força, pois dessa maneira o esforço car-diovascular seria gradativo.

Em síntese, a prática regular de treinamento con-corrente, combinando exercícios de força e aeróbicos, deve ser fortemente recomendada para pessoas que busquem saúde e qualidade de vida, pois é atual-mente a estratégia mais recomendada para se atingir benefícios advindos de ambas as formas de trabalho. Quando o objetivo é exclusivamente aprimorar o con-dicionamento cardiorrespiratório, deve-se priorizar o treinamento concorrente cujas sessões iniciem pela atividade aeróbica. Em contrapartida, caso o enfoque seja conscientemente direcionado apenas ao desen-volvimento de atributos relacionados à aptidão neu-romuscular, o treinamento de força isolado deve ser indicado. Por fim, em todas as outras situações o trei-namento concorrente iniciado por exercícios de força deve ser o protocolo mais motivado.

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PAPEL DA NUTRIÇÃO COMO COADJUVANTE DA HIPERTROFIA NO TREINAMENTO CONTRARRESISTÊNCIAProf.ª Dr.ª Cláudia Meirelles (EsEFEx)

Artigo

O exercício contrarresistência (ECR) é capaz de afe-tar profundamente o metabolismo proteico muscular. Uma única sessão no estado de jejum pode aumentar em mais de 50% as taxas de degradação e em pelo menos 100% as taxas de síntese proteica muscular. É sabido que magnitude e a duração deste efeito são dependentes das combinações entre a hereditarieda-de, as diversas variáveis do ECR (intensidade, número de séries e repetições, intervalo entre séries etc.) e o nível de treinamento individual (iniciantes ou expe-rientes em ECR). Contudo, a ingestão alimentar vem sendo também reconhecida como uma variável capaz de afetar sobremaneira o balanço proteico muscular, chegando a dobrar as taxas de síntese proteica deter-minadas pelo ECR no estado de jejum. Desta forma, o objetivo desta breve revisão foi apresentar, à luz das evidências atuais, o impacto da ingestão de proteínas sobre o metabolismo proteico muscular.

Três características da proteína afetam o metabo-lismo proteico: a quantidade, a qualidade e os horários de ingestão diária. Assim, para uma adequada hiper-trofia, recomenda-se que a ingestão diária se situe entre 1,6 a 1,8 g de proteína por quilograma de massa corporal, valores 60% a 80% superiores aos recomen-dados a indivíduos sedentários.

Quanto à qualidade, a proteína de origem animal é reconhecida como aquela que contém todos os ami-noácidos essenciais, ou seja, uma proteína de alto va-lor biológico (AVB). Contudo, entre as proteínas AVB,

a proteína do soro de leite (whey protein) e a caseína se destacam como bastante apropriadas para fins de hipertrofia.

Em relação ao horário mais apropriado de ingestão, há consenso na literatura que a ingestão realizada ime-diatamente antes, durante ou após o ECR é mais eficaz do que aquela que ocorre mais uma hora pós-ECR. Hoje se sugere aproximadamente 0,3 g de whey protein por quilograma de massa corporal imediatamente após o término da sessão de ECR. O whey protein é uma pro-teína de rápida absorção e com alto conteúdo de leu-cina. A leucina é um aminoácido essencial, de cadeia ramificada, que é capaz de ativar importantes vias de sinalização da síntese proteica. Assim, esta proteína auxilia o anabolismo desde os primeiros minutos após o ECR. Outra proteína de AVB que se destaca é a case-ína, mas diferentemente do whey protein, sua absor-ção é lenta, tornando-a indicada para utilização como última refeição do dia, a fim de manter elevadas as concentrações de aminoácidos na corrente sanguínea durante o jejum noturno. Ainda não existe consenso sobre as doses ótimas diárias de caseína para prati-cantes de ECR.

Uma questão relevante a ser esclarecida é que a alta ingestão proteica não necessariamente se as-socia a um maior estimulo de hipertrofia, e deve ser desencorajada! Ou seja, não adianta consumir dietas hiperproteicas no intuito de estimular sobremaneira a hipertrofia, pois a nutrição é um coadjuvante neste

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2016 • Revista O Calção Preto • 39

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Para saber mais, leia também:

Naclerio, F., Larumbe-Zabala E.Effects of whey protein alone or as part of a multi-ingredient formulation on strength, fat-free mass, or lean bodymass in resistance-trained individuals: a meta-analysis. Sports Medicine, v.46, n.1, p.125-137, 2016.

Snijders, T. et al.Protein ingestion before sleeping creases muscle mass and strength gains during prolonged resistance-type exercise training in healthy young men.Journalof Nutrition, v.145, n.6, p.1178-1184, 2015.

Stark, M., Lukaszuk, .J, Prawitz, .A, Salacinski, .A. Protein timing and its effects on muscular hypertrophy and strength in individuals engaged in weight-training. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v.9, n.1, p.54-62, 2014.

processo. Existe um valor ótimo de ingestão (confor-me destacado anteriormente) e caso seja superior, é desnecessária e supérflua. É preciso tomar cuidado com o consumo prolongado de dietas muito ricas em proteínas, pois pessoas que apresentam alguma en-fermidade renal podem adoecer de problemas renais graves com estas dietas.

Em conclusão, embora não unânime, as evidências atuais apontam que o horário de consumo de proteína é uma importante variável no processo de hipertrofia

muscular. Considera-se que uma dose de proteína de alto valor biológico consumida imediatamente antes, após ou durante o ECR possa positivar o balanço pro-teico muscular já nas primeiras horas após a atividade. Contudo, deve-se atentar para a qualidade da dieta como um todo, com adequadas quantidades de prote-ína distribuídas ao longo do dia, bem como equilibrada nos demais macronutrientes (carboidrato e lipídio), micronutrientes (vitaminas e minerais), adequada in-gestão hídrica, entre outros fatores nutricionais.

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A MÃO AMIGA A SERVIÇO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIROTen Cel Luciano Vieira (Chefe da Divisão de Pesquisa e Extensão)

Artigo

As atividades de extensão têm por objetivo am-pliar o espaço de diálogo entre discentes, professo-res/pesquisadores e a comunidade, em uma ação que possibilite o compartilhamento e a construção de conhecimentos entre os mesmos. Essas ativida-des visam atender ao artigo 43 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nr 9394/96, que nos incisos VI e VII preconiza:

“VI – Estimular o conhecimento dos problemas do mun-

do presente, em particular os nacionais e regionais,

prestar serviços especializados à comunidade e estabe-

lecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII – Promover atividades de extensão, abertas

à participação da população, visando à difu-

são das conquistas e benefícios resultantes da criação

cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas

na instituição.”

Desta maneira, além dos diversos cursos ofere-cidos pelas confederações esportivas e eventos es-portivos feitos em parceria com a Escola, a EsEFEx proporciona à comunidade uma relação de troca de conhecimentos, oportunizando o desenvolvimento de habilidades e competências profissionais aos discen-tes, como também a integração da comunidade local com o Ensino da mesma. Essa relação da Escola de

Educação Física do Exército com a comunidade local tem sido efetivada pelas ações a seguir:

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Ação Colônia de Férias: Objetiva proporcionar aos alunos da EsEFEx oportunidades para a prática orientada de atividades recreativas, desportivas, culturais, artísticas e filantrópicas.

A Colônia de Férias conta, com a participação anual de aproximadamente 350 crianças e 40 estagiários de Educação Física de diversas universidades convidadas. Essa ação propicia a disseminação e difusão dos conhecimentos gerados durante a graduação do curso de Educação Física com o trabalho multidis-ciplinar, nas mais variadas modalidades de esportes, seja coletivo ou individual, no campo, na quadra ou na areia, proporcionando o contato com a natureza e a prática de uma atividade física.

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Ação Saúde e Qualidade de Vida na Academia de Musculação: Oferece à comunidade a oportunidade de promoção e desenvolvimento do bem-estar físico, bem como aos alu-nos do Curso de Instrutor o aperfeiçoamento da forma-ção técnico-científica. Hoje esta ação favorece cerca de 200 pessoas da comunidade local.

Ação com a Escola Municipal Estácio de Sá: Tem por objetivo desenvolver atividades educativas que contribuam para a redução da prevalência de inadequações nutricionais e seus fatores de risco, e desvios posturais nos alunos desta escola.

Ação Escola de Esportes (Futebol): Visa o desenvolvimento de valores morais nas crianças participantes, tais como o respeito ao próximo, a convivência em sociedade, o trabalho em equipe, dentre outros. Promove também a interação da EsEFEx com outros setores da sociedade. Atualmente, a ação Futebol conta com a participação de 60 crianças.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Nunca foi tão discutida a dificuldade de relaciona-mento entre estudantes e educadores nas diversas escolas do Brasil como nos dias atuais. Professores re-latam que as crianças da geração Y, a chamada juven-tude digital, não apresentam valores ensinados no lar como nas gerações anteriores. A geração Y exibe comporta-mento mais agressivo, não obedece aos limites, desrespeita colegas e professores, entre outros problemas.

Alguns edu-cadores, como o Professor Mário Sérgio Cortella, afir-mam que um dos motivos deste comporta-mento se dá pela ausência dos pais na criação de seus filhos. Isto ocorre devido à falta de tempo dos pais que trabalham grandes jornadas e precisam deixar os filhos nas creches. Assim, estes pais esperavam que as creches e escolas substituíssem o papel de educador e de formador de valor que a família tinha. É certo que a escola traz os conceitos de camara-

dagem, espírito de corpo e disciplina. Entretanto, a escola sozinha não está apta a criar todos os valores necessários ao desenvolvimento da criança. Sendo assim, a ação efetiva da família é fundamental.

Não somente a escola e os pais são capazes de reproduzir prin-

cípios e atuar no desenvol-vimento de crianças e

jovens. Algumas ins-tituições e a prática

de esportes po-dem ser grandes aliadas na for-mação de pes-soas melhores.

Os milita-res, desde o

início da carreira, têm contato com

o Estatuto dos Mi-litares que prevê em

seu Art. 27 as manifes-tações essenciais ao valor

militar. São elas: o patriotismo, o civismo, o culto das tradições históri-

cas, a fé na missão elevada das Forças Armadas, o espírito de corpo, o amor à profissão e o entusiasmo com que esta é exercida e, por fim, o aprimoramento técnico-profissional. Todos estes valores são trabalha-

DESENVOLVIMENTO DE VALORES ATRAVÉS DA PRÁTICA ESPORTIVACap Marques Silva, 1º Ten Martins, 1º Ten De Luna e 1º Ten Xavier (alunos da EsEFEx)

Artigo

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dos e respeitados por toda vida militar, mas é impor-tante ressaltar aqueles que são considerados como pilares das Forças Armadas: a disciplina e a hierarquia. Dessa forma, as Forças Armadas podem colaborar muito com essa lacuna observada na geração Y apre-sentada previamente.

Adicionalmente, os educadores físicos são peças fundamentais para o desenvolvimento de valores, principalmente daqueles ligados ao esporte. Como disse o General do Exército dos Estados Unidos, Dou-glas MacArthur: “Lá nos campos de batalha, fiquei convencido de que os militares que participavam dos desportos tornavam-se os melhores combatentes. Esses homens, quando tomavam parte em batalhas, combatendo outros seres humanos e submetendo-se às regras do combate, eram os que mais pron-tamente estavam preparados para aceitar e fazer cumprir a disciplina”.

Todos os esportes, sejam praticados em alto ren-dimento ou não, são capazes de produzir princí-pios inerentes ao caráter do ser humano. No futebol, por exemplo, que é a paixão nacio-nal, são desenvolvidos diversos valores, como o amor à pátria, percebido no início da partida pelo canto do hino nacional e pela dedicação apre-sentada em busca da vitó-ria. Além disso, em um esporte coletivo ven-ce aquele que de-senvolve maior trabalho em e q u i p e . Outro

ponto a ser observado é a disciplina tática da equi-pe que quando bem coordenada possibilita que equipes “mais fracas” vençam as equipes consideradas favoritas. A disciplina para seguir os comandos é algo fundamen-tal para chegar a vitória. No entanto, não existe somente vitórias. Atle-tas também devem aceitar as quedas como parte do aprendizado no cami-nho para a excelên-cia. O jogador se mostra digno

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Para saber mais, leia também:

Arantes, V. A. Educação e valores: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2007.

Bracht, V. Educação Física e Aprendizagem Social. Porto Alegre, Magister, 1992.

Daólio, J. A cultura da Educação Física escolar. Motriz. Rio Claro, v.9, n.1, supl., p. S33-37, jan/abr 2003.

2016 • Revista O Calção Preto • 45

quando sabe aceitar a sua derrota, quando demonstra fair play, bem como quando ele é um exemplo de vida aos seus fãs.

Cita-se o Pentatlo Militar como outro exem-plo de esporte que auxilia no desenvolvimento de valores no ser humano. É um esporte que possui cinco modalidades: tiro, natação com obstáculos, pista de obstáculos (também chamada de pista de pentatlo militar), lançamento de granada e corrida cross country de 8 km (homens) ou 4 km (mulhe-res). Um dos valores desenvolvido neste esporte é a coragem, necessária para realização das cinco modalidades. Afinal, sem coragem o atleta não con-seguiria transpor todos os obstáculos da pista, não conseguiria realizar a prova de tiro, muito menos nadar na piscina tendo que ultrapassar obstáculos no menor período de tempo.

Cabe ainda destacar a perseverança como um atributo de suma importância aos atletas de todos os esportes, já que sem ela não seria possível suportar as rigorosas planilhas de treinamento e dieta necessárias para se manterem competitivos.

Desta forma, observa-se que desde o nascimen-to devem ser trabalhados os valores no ser huma-no, a fim de torná-los pessoas sensatas, justas e comprometidas. Os pais devem assumir sua função na criação e desenvolvimento dos valores da famí-lia em seus filhos. Na creche e escolas é possível desenvolver outros valores como companheirismo, trabalho em equipe e dedicação. Da mesma forma, outros setores ou mesmo atividades na sociedade também conseguem desenvolver valores fundamen-tais ao ser humano, como é o caso da vida militar e da prática de atividades esportivas.

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

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CIENCIA

PARA

ALEM DOS

MUROS DA

EsEFEx

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No ano de 2015, os ofi-ciais e professores da Es-cola de Educação Física do Exército mantiveram colaboração com algumas instituições de ensino e pesquisa fora do Exército Brasileiro.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Cel Luiz Fernando: Pesquisador associado ao Grupo de Estudo em Eventos e Mega Eventos da Escola de Educa-ção Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Projeto Carnival da Coventry University (Reino Unido).

Maj Keese: Participa de estudos sobre as respostas car-diovasculares aos exercícios, colaborando com o Laboratório de Atividade Física e Pro-moção da Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Professora Danielli Mello: É colaboradora da Universidade Federal do Es-tado do Rio de Janeiro (UNIRIO) na orientação e co-orientação de alunos de doutorado.

Professora Míriam Mainenti: Tem colaborado no projeto de pesquisa in-titulado “Postura, Movimento e Saúde em Escolares” na Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ). E com o Centro Uni-versitário Augusto Motta (UNISUAM), na li-nha de pesquisa “Avaliação e Intervenção no Esporte Adaptado”.

Professora Claudia Meirelles: Tem colaborado no projeto “Efeitos do trei-namento contrarresistência com restrição do fluxo sanguíneo sobre hipertrofia e arquite-tura muscular, função endotelial e ganhos de força”, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Professora Angela Neves: Com foco de atuação voltado para as respos-tas emocionais, cognitivas e comportamen-tais vinculadas à prática do esporte do exercí-cio físico, tem realizado estudos em parceria com pesquisadores da Unicamp, da Faculda-de de Medicina do ABC, da Universidade São Judas Tadeu e da Anglia Ruskin University.

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Professor Rodrigo Bini:Tem colaboração no projeto de pesquisa intitulado “Efeito da laserterapia de baixa potência sobre o desem-penho de ciclistas” da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da UFRGS.

Prof.ª Míriam Mainenti em coletas de dados (parceria EEFD/UFRJ) e com a seleção brasileira de Rugby em

Cadeira de Rodas (parceria UNISUAM)

A colaboração ocorre através da participação em diversas etapas das pesquisas: treinamentos de alunos para coleta de dados, coleta de dados propriamente dita, participação em seminários, participação em bancas, co-orientação de dissertações e teses, correção de manuscritos a serem submetidos para publi-cação, dentre outros. As parcerias até então estabelecidas têm sido de grande importância para manter a EsEFEx conhecida e bem referenciada mesmo em instituições fora do Exército Brasileiro.

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Bastam poucos minutos de atividade física intensa para uma boa melhora na concentração de crianças e adolescentes com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Correr por cinco minutos foi suficiente para deixar o nível de atenção de um grupo de crianças e ado-lescentes com TDAH próximo ao de quem não tem o problema. Pesquisadores da Universidade de Mogi das Cruzes e da Pontifí-cia Universidade Católica de São Paulo quantificaram o impacto da atividade física durante um teste realizado com 56 meninos e me-ninas com idade entre 10 anos e 16 anos. Os participantes com TDAH que haviam se exercitado cumpriram a segunda tarefa 30% mais rápido do que aqueles que só haviam descansado – tempo semelhante ao gasto por garotos sem o problema.

Fonte: PLoS One (março de 2015)

A obesidade impõe um custo alto à saúde das pessoas. Esti-mativas indicam que as pessoas obesas – com índice de massa corporal (IMC) superior a 30 – vivem de 2 a 10 anos a menos do que as pessoas magras. Além disso, em 2011, o sistema público de saúde do Brasil gas-tou US$ 269,6 milhões com con-sultas, cirurgias e outros procedi-mentos para tratar a obesidade.

Fonte: Revista FAPESP (maio de 2015)

A prática de atividades físi-cas pode proporcionar diversos benefícios nos aspectos psicoló-gicos de pessoas com epilepsia. A pesquisa que chegou a essa conclusão relatou uma melhora significativa na autoestima, na diminuição dos sintomas depres-sivos, no aumento da resiliência e na percepção sobre a qualida-de de vida.

Fonte: Jornal UNICAMP (dezembro de

2015)

Estudo realizado na Escola de Educação Física e Esporte da USP demonstrou que o treinamento pliométrico – com diferentes ti-pos de saltos – não altera a es-tratégia de prova utilizada, mas melhora o desempenho de corre-dores em provas de 10 quilôme-tros (km). Oito tipos de saltos fo-ram aplicados nos corredores do último grupo: agachamento com salto, salto com afundo, saltos em progressão, saltos em pro-gressão pernas alternadas, saltos em progressão com uma perna, saltos em profundidade, saltos sobre obstáculo e saltos sobre obstáculo com uma perna. Além disso, antes de cada sessão foi realizado aquecimento geral e es-pecífico para este tipo de treino.

Fonte: Agência USP de notícias, (setem-

bro de 2015)

PÍLULAS DE CONHECIMENTO

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“O esporte tem a força de mudar o mundo.”

(Nelson Mandela)

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“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

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Número 01 - Ano 2016

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