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GRAU DE COMENDADOR DA CAVALARIA

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GRAU DE COMENDADOR DA CAVALARIA

GRAU DE COMENDADOR DA CAVALARIA

ILUSTRE RITO DA CAVALARIA DO BRASIL

Ritual do Grau de

COMENDADOR DA CAVALARIA

Editado pelo

SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL

Esta tradução, elaborada pelo Irmão Hugo Roberto Lima Ramírez, sob os auspícios do

Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, é uma interpretação fiel do original em

inglês adotado pelo IKRO – The Ilustrous Knighthood Rites of Ohio.

O exemplar original desta obra traduzida e adaptada é propriedade exclusiva do

Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, que a disponibiliza para instrução. O

Presidente do Conselho Consultivo é o responsável pela conservação deste material em

particular.

1ᵃ EDIÇÃO BRASILEIRA, 2013

GRAU DE COMENDADOR DA CAVALARIA

PREFÁCIO DA EDIÇÃO BRASILEIRA

É com imenso júbilo que apresentamos o Ilustre Rito da Cavalaria do Brasil (IRCB) à

família DeMolay brasileira, na esperança de aprimorar o nosso caráter por meio das reflexões

que ele pode induzir.

O IRCB foi instituído sobre o modelo do Ilustre Rito da Cavalaria de Ohio (IKRO), do

qual obtivemos os rituais e cerimônias de forma regular e legítima. Após trinta anos de

dormência, com a aquiescência de seus fundadores, este rito foi despertado no seio do

Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil. É justo, portanto, considerá-lo como uma

instituição autêntica dos Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de

Jacques de Molay.

Este ritual não poderá ser modificado, salvo em casos de correção ortográfica ou

mediante a alteração dos princípios gerais do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o

Brasil.

Destaca-se que o trabalho de revisão somente foi possível graças ao apoio dado pela

Comissão de Organizações Filiadas e Paralelas.

Que as lições transmitidas por este grau possam ser cada vez melhor compreendidas

e praticadas pelos Cavaleiros em sua Demanda, iluminados pelas Sete Grandes Luzes.

Fraternalmente,

Comissão de Ritual Liturgia e Joias

Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil

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INSTRUÇÕES GERAIS

Presume-se que esta cerimônia seja apresentada em reunião do Convento ou no decurso de uma

Instalação de Oficiais. Embora seja uma cerimônia pública, não deve ser realizada em Capítulo.

CARGOS REQUERIDOS

Ilustre Conde-Marechal (ICM);

Ilustre Arauto (IA);

Ilustre Preceptor (IPrec);

Ilustre Prior (IPr).

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO

Paramento do Comendador da Cavalaria;

Espada para todos os Oficiais, exceto para o ICM;

Malhete para o Ilustre Conde-Marechal.

NC: A cerimônia será apresentada toda no singular, como se feita a somente

um Cavaleiro. No caso de haver mais condecorados, os Oficiais deverão

flexionar o texto para o plural. Por questão de estética, todos os parênteses de

flexão de número foram omitidos deste ritual.

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CERIMÔNIA

O IA entra e se dirige ao lado ocidental do Altar para fazer o seu anúncio:

IA Ouçam-me! Ouçam-me! O Ilustre Conde-Marechal se aproxima!

O IA permanece onde está.

Imediatamente, conforme Diagrama 2 entra o ICM seguido pelo IPrec e pelo

IPr. O ICM vai direto ao lado ocidental do Altar; o IPrec e o IPr se colocam

lado a lado, logo atrás do ICM; o IA se dirige para trás destes, conforme

Diagrama 3.

ICM Ilustre Comendador Cavaleiro, venho da parte do Conselho de Cavalaria para render

homenagem a quem possa merecê-la.

Em seguida, o IPrec conduz o ICM ao Oriente, onde o ICC lhe passa o malhete

e senta-se à sua esquerda. O IPrec retorna à formação diante o Altar.

ICM

Os Oficiais se dirigem aos seus respectivos lugares. O IA se senta no lugar do

Protocolista. O IPrec e o IPr tomam assento nos lugares de seus

correspondentes em Convento, conforme Diagrama 1.

ICM

Todos se sentam.

ICM Cavaleiros e amigos, determina o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil

que um Cavaleiro receba o Grau de Comendador da Cavalaria graças à sua dedicação à

Ordem da Cavalaria. Trata-se de uma preciosa honraria que não deve ser concedida nem

aceita com leviandade. Desde os primórdios dos tempos, aqueles que se distinguem

sobre os demais companheiros, por qualidade e quantidade de trabalho, merecem

consideração e recompensa. Aqui estamos para cumprir essa tarefa. Ilustre Arauto,

queira ler a relação do Cavaleiro recomendados para essa honraria.

IA Ilustre Conde Marechal, tenho o prazer de lhe apresentar ......................(nome)

recomendado à honraria de Comendador da Cavalaria.

ICM Ilustre Preceptor, queira apresentar o designado.

O IPrec conduz todos o nomeado para o Oriente, frente ao ICM.

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IPre Ilustre Conde-Marechal, tenho a honra de apresentá-lo.

ICM Cavaleiro, felicito-o pela aquisição desta grande honra. Muito se esperará de você

doravante, tanto quanto já demonstrado no passado, pois o que se homenageia neste dia

é a dedicação à Cavalaria e esperamos que sempre mereça tais louvores. Agora devemos

instruí-lo sobre a história que originou este Grau, lida pelo Ilustre Arauto.

IA Cavaleiros, atenção!

O IA faz a leitura da lenda em algum lugar próximo ao nomeado, o texto a

seguir deve estar em um papel do tipo pergaminho ou similar.

IA Celebrava-se o Ano Novo quando um cavaleiro, campeando, chegou em Camelot.

Vestido de verde, verdes a tez, a barba e o cabelo, verde até a crina do cavalo. Em uma

das mãos segurava ramos de azevinho e na outra um terrível machado.

Ele propôs um jogo de degolamento aos Ilustres da Távola Redonda: "Usem a arma em

meu pescoço" disse o Cavaleiro Verde, "mas caso falhem, terei a mesma oportunidade

de decepar vossas cabeças dentro de um ano e um dia. Ao vencedor, o machado da

função".

Parecia impossível o desafio sem morte e nenhum cavaleiro, por bravo que fosse,

abraçou a causa. A covardia de todos foi recriminada. Muito envergonhado, Arthur

levantou-se para assumir o duelo, mas Gawain deu um passo à frente, aceitando antes

os termos da peleja.

Selado o pacto, Gawain vibrou o machado na garganta do Cavaleiro Verde. O corpo,

porém, não caiu: apenas se inclinou para recolher a cabeça que rolara. “No próximo Ano

Novo, na Capela Verde, Gawain terá o seu golpe”.

Passados dez meses, ao lamento de senhoras e donzelas, Gawain foi à Capela como se

andasse de encontro à ruína. A jornada, de fato, cruzava os passos de homens selvagens

e cavaleiros inimigos. Redemoinhavam o vento e a neve enquanto se vencia bosque e

colina. Lobos, ogros e dragões foram enfrentados e tombaram no caminho.

Finalmente, na véspera do Natal, já cansado de viagem, Gawain bateu ao pórtico do

castelo de Bertilak de Hautdesert, que lhe ofereceu hospedagem, uma vez que a Capela

Verde não distava muito dali.

Bertilak lamentou ter de partir em caçada pela manhã, mas incumbiu a esposa de entreter

Gawain na sua ausência. Assim que voltasse com o seu séquito, no final da tarde,

Bertilak daria a presa obtida ao hóspede; por sua vez, Gawain haveria de oferecer tudo

aquilo que ganhasse no castelo durante o mesmo período. Foi o combinado.

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No dia seguinte, enquanto o senhor perseguia cervos na floresta, Gawain se esquivava

gentilmente da linda anfitriã, cujos esforços para seduzi-lo renderam um simples beijo.

Era noite quando Bertilak, entrando no castelo, ofereceu-lhe o prêmio da caçada.

Tendo apenas aquele beijo recebido, sem outro remédio, Gawain devolveu-o à face de

Bertilak, que o estimou como justa troca.

A conjuntura se repetiu no outro dia. Bertilak matou a fio de espada um feroz javali, que

enganara os arqueiros e vencera a matilha. Gawain também encontrou mais dificuldade

em se desvencilhar da mulher, uma das mais belas da terra, que o testou até o último

limite, mas novamente só pôde dar-lhe um beijo. Foi este beijo que Bertilak recebeu de

Gawain ao trazer os despojos do animal no fim da tarde.

A presa do novo dia foi uma raposa artificiosa, besta sutil, que muito trabalho deu a ser

capturada, à medida que, em casa, a esposa pedia as luvas de Gawain como sinal de

amor. A troco de outra recusa, ela lhe ofereceu a sua cinta de seda verde. “É um talismã”,

disse, “que há de protegê-lo contra toda espécie de dano”.

Pensando na sorte, Gawain nutriu esperança de sobreviver à prova. Aceitou este

presente, mas escondeu-o sob a roupa e, de resto, ganhou apenas um beijo.

Retornou Bertilak com a raposa de Gawain. Este lhe deu um beijo sem mencionar a

cinta.

Na véspera do Ano Novo, Gawain dirigiu-se à Capela Verde. Segundo o combinado, ali

estava o Cavaleiro Verde de arma em punho. Gawain ajoelhou-se e ofereceu o pescoço.

O machado brilhou enquanto buscava em vão. Gawain vacilara e o Cavaleiro Verde

errou o corte. Repreendido pela fraqueza, Gawain jurou não recuar novamente.

Mais um golpe de machado, porém deliberadamente refreado antes do tempo, testando

a palavra de Gawain, que se manteve imóvel de fato e, irritado, pediu que se cumprisse

logo a aposta.

Desceu o terceiro golpe sem mais dano que um corte superficial, pois o machado fora

contido outra vez.

Vendo o débil filete de sangue escorrendo no pescoço, Gawain, com um salto, serviu-

se de escudo e espada. O Cavaleiro Verde tivera a sua chance. O jogo acabava aqui.

“E realmente acaba”, disse o Cavaleiro Verde. “Fostes tentado a cometer o mortal

pecado do adultério. Nos dois primeiros dias vos saístes bem, trocando os presentes de

forma justa, e por isso ficastes ileso em minhas tentativas iniciais. Entretanto vos feriu

o terceiro golpe, uma vez que sucumbistes no terceiro dia – não por ceder aos encantos

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da mulher, mas por esconder o que ganhastes. O meu nome é Bertilak de Hautdesert”.

“Covarde, covarde fui eu ao tomar o talismã”, disse Gawain atônito, jogando a cinta aos

pés de Bertilak.

“Gawain, admitistes a vossa falta. Provais assim que, apesar do erro, sois um dos

melhores cavaleiros do mundo”, respondeu Bertilak. “Esta cinta agora vos pertence,

símbolo de nossa amizade e lembrança de nosso encontro”.

Voltando para Camelot, todos se alegraram ao ver que Gawain sobrevivera àquele

calvário. Destruído, expôs longamente a sua desventura, proclamando-se indigno entre

os Cavaleiros da Távola Redonda. Levava a cinta verde que Bertilak lhe dera, mas como

um sinal de covardia e promessas quebradas.

O Rei e os seus companheiros, contudo, ficaram admirados. “Pois de hoje em diante”,

proclamou Artur, “que todo cavaleiro de Camelot use uma cinta como a vossa, Gawain,

honrando a vossa nobreza”.

Termina aqui a lenda de Gawain e o Cavaleiro Verde.

O IA retorna a seu posto e se senta.

ICM Cavaleiro, tenha este conto sempre em mente e procure imitar aquele bravo e digno

cavaleiro. Antes, porém, de revesti-lo com a insígnia de sua honra, você deverá prestar

mais um compromisso de fidelidade e nobreza. Você assim o aceita?

Se o nomeado se recusar a prestar o juramento, deve ser retirado pelos Portais

do Convento. O seu certificado será, então, rasgado ao meio publicamente e o

Supremo Conselho será informado sobre o imprevisto.

O IPre conduz o nomeado ao lado ocidental do Altar.

ICM

O ICM se dirige ao lado oriental do Altar.

ICM Coloque a mão direita sobre o coração e preste atenção ao juramento...

O candidato age segundo as ordens do ICM.

ICM Por minha honra de Cavaleiro, juro resistir à tentação sob toda forma que ela se

apresentar. Juro e prometo ser franco e cumprir os termos de todo acordo que já fiz ou

que farei, sem reserva nem ambiguidade. Juro e prometo agir nobremente com todas as

mulheres e honrá-las em quaisquer circunstâncias. Juro e prometo multiplicar os meus

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esforços para melhor servir meus Irmãos da Ordem DeMolay e meus Companheiros de

Cavalaria. Tudo isso juro e prometo como um Nobre Cavaleiro da Ordem Sagrada dos

Soldados Companheiros de Jacques de Molay.

Pausa.

ICM Cavaleiro, você aceita selar esta promessa com a sua honra?

Nomeado Sim.

ICM Pois então, ajoelhe-se sobre o joelho esquerdo e abaixe a cabeça.

O nomeado se ajoelha da forma determinada. O ICM se coloca diante de cada

um para fazer a consagração individual.

ICM Eu o consagro como Cavaleiro...

O ICM dá um leve golpe na nuca do nomeado com o lado da mão direita, de

forma que sua mão lembre uma espada.

ICM ...Comendador...

O ICM repete o mesmo gesto.

ICM ...da Cavalaria.

O ICM repete o mesmo gesto novamente. São três golpes ao todo.

NC: Se houverem mais candidatos, portadores da honraria ou

autoridades DeMolay podem ajudar o ICM ao executar os três cortes

em outros candidatos, acompanhando o mesmo ritmo.

O ICM retorna a seu posto no Oriente e o nomeado se levanta. O nomeado

pode ser homenageado com aplausos neste momento.

ICM

Todos se sentam.

ICM Ilustre Preceptor conduza o novo Comendador ao Oriente. Eu lhe entrego a

condecoração visível que o seu título concede: uma cruz verde suspensa por uma fita da

mesma cor. Que ela sirva como lembrança das provações sofridas por Gawain em seu

duelo contra o Cavaleiro Verde. Todo aquele que vir este sinal em seu pescoço confiará

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plenamente em sua fidelidade e nobreza.

Feito.

O ICM coloca o colar no nomeado.

ICM Receba também sua patente.

O ICM faz a entrega da patente.

NC: Novamente, o ICM pode solicitar ajuda para entregar os colares

e patentes.

O ICM volta ao seu posto.

ICM Convido todos os Oficiais a se apresentar diante do Altar para selarmos este momento

com as palavras do Ilustre Prior.

Todos se levantam e os Oficiais se direcionam normalmente ao Altar.

ICM Ilustre Prior, queira abençoar este honrado Comendador Cavaleiro. Comendador

Cavaleiro, ajoelhe-se em devoção.

Todos ajoelham-se na forma habitual. O IPr faz a oração em pé, diante de seu

lugar.

IPr Oremos. Deus Todo-Poderoso, derramai as vossas bênçãos sobre este Cavaleiro, que se

consagraram ao trabalho e a elevados ideais. Que a sua vida exemplifique aqueles

princípios glorificados na história de Gawain. Que seja líder em todas as causas. Que

defenda a virtude e a justiça. Que Vossos anjos o vigiem e conduzam em todos os

campos de batalha, conforme persiga as suas demandas através da vida. Possa ele resistir

a todo modo de tentação capaz de desviá-lo da estrada da verdadeira Cavalaria e

permanecer fiel a todos os compromissos. Amém.

Todos se levantam e retornam aos seus lugares. O IPrec conduz os candidatos

aos seus lugares e retorna ao seu posto. Se desejado, o ICM pode fazer um

pequeno discurso e apresentar a sua equipe de Oficiais.

ICM (Devolvendo o malhete ao presidente da sessão) Irmão _________, isto conclui

a investidura. O nosso dever está cumprido. Agora iremos nos retirar.

Os Oficiais se dirigem ao lado ocidental do Altar, executando a mesma formação

da entrada (Diagrama 2), e se retiram imediatamente.

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DIAGRAMA 1

Postos dos Oficiais

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DIAGRAMA 2

Entrada dos Oficiais

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DIAGRAMA 3

Formação do Altar na entrada dos Oficiais