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Revista DeFato edição 235

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Apenas miolo

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FundadoresJosé Almeida SanaMarlete Moura Morais Sana

Diretora de RedaçãoKelly C. Duarte Eleto [email protected]

Editoria de ImpressosCyro Gonç[email protected]

Editoria Digital (site)Sérgio [email protected]

RedaçãoPatrícia EmilianoRodrigo AndradeTatiana [email protected]

Repórter EspecializadoGalvani Silva

Diretor de Arte / ComercialMarcelo [email protected]

Departamento de ArteCleiverton HarlanFilipe de [email protected]

IlustraçõesPablo Rocha

Departamento Comercial Celinha PiresLuisa [email protected](31) 3831-3656

Administrativo / FinanceiroGraziele AlvesJakeline Isabelfi [email protected]

Atendimento ao Leitor(31) 3831-3656

DeFato é uma publicação mensalda Revista Itabira Ltda.

Área de CirculaçãoCentro-Leste, Centro-nordeste, MédioPiracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históri-cas e Turísticas e Grande BH

Redação e AdministraçãoRua Dr. Olinto Andrade, 126 A, Pará35.900-043, Itabira - MGTelefax: (31) 3831-3656

Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG

DeFato Online

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Revista . Portal de Notícias . Editoração

FESTAS E FATOS

Ao Leitor

Em nossa região, o mês de julho costuma ser lem-brado pelas baixas tempe-

raturas e pela expectativa em torno da realização dos festivais de inver-no e grandes eventos culturais. Pois bem, mais uma vez vieram o frio e as festas. Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, Barão de Cocais e Santa Bárbara reuniram atrações de gran-de apelo nacional. Esta edição traz páginas que mostram um pouco do que ocorreu no mês em que se cele-bra a cultura.

Aliás, cultura é também tema de nossa reportagem de capa. Uma viagem a Conceição do Mato Den-tro mostra como a cidade aposta na recuperação do patrimônio históri-co para a� rmar a identidade de seu próprio povo. Como contra-ataque à perda iminente de um vasto e valioso acervo, um movimento de revitaliza-ção das principais obras corre contra o tempo e seus efeitos. A cidade rece-be inúmeras intervenções em prédios públicos, praças, casarões, imagens sacras e esculturas, graças ao apro-veitamento de recursos captados via ICMS Cultural e contrapartidas da exploração mineral.

Na região, uma reportagem es-pecial mostra como as rodovias pró-ximas a Itabira se transformaram no terror dos motoristas. Agora, os buracos e erosões — que conti-nuam sem conserto, mesmo com a proximidade do início de um novo período chuvoso — passaram a um plano secundário na lista dos proble-mas, pois animais de grande porte circulam livremente e vêm causando acidentes e mortes, devido à ine� ci-ência da � scalização e a irresponsabi-lidade dos donos. Nesse contexto, a impunidade é a maior vilã.

E a disputa eleitoral esquentou de vez! As cidades já conhecem seus candidatos a prefeito e vereador. O cenário ainda pode mudar, pois, até o próximo dia 5 de agosto, a Justi-ça Eleitoral poderá julgar ações de impugnação de candidaturas. Nas grandes cidades da região, poucas surpresas na disputa pelas prefeitu-ras — a não ser em João Monlevade, onde a desistências de nomes expres-sivos ao pleito movimentaram ainda mais os bastidores da política.

Cidadania, esporte, entreteni-mento, humor e saúde também fa-zem parte desta edição. Aproveite!

Casarão da Câmara e Cadeia, em Conceição do Mato Dentro

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PAG. 42Animais de grande porte soltos na pista representam risco comum na região

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Sumário

08 | EnTREVISTA Marco Antônio Lage

29 | CULTURA O poeta nas ruas

32 | EDUCAÇÃO Em qualquer lugar

34 | CAPA

Em busca da memória

38 | POLÍTICA É para valer

42 | ESTRADAS Perigo na pista

46 | CIDADAnIA Heróis do dia a dia

50 | ESPORTE Luta pelo autocontrole

54 | MEU nEGÓCIO Auto Elétrica Gilberto

55 | GIOVAnI ACÁCIO Por que e como inovar

COLUNISTAS

60 | DR. AnDRé MIOLO O belo, o feio e o encanto...

72 | DAnIEL DE CASTRO Herança

74 | GLAUSSE ROSA O futuro é agora

CAPA: IGREJA DE SAnT’AnA / DIVULGAÇÃO

PAG. 42Animais de grande porte soltos na pista representam risco comum na região

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Cartas [email protected]

HOMENAGEM NAS ALTURASFoi inesquecível o espetáculo no céu do Vila Tanque, no aniversário de João Monlevade. A região tem que se unir para trazer mais eventos de voo livre. Itabira e João Monlevade podem criar estrutura para serem polos do esporte. Isso vai atrair turistas e gerar empregos.Ludovina Matos | Itabira

CAPA: POLO DE NEGÓCIOS

Parabenizo as pessoas que patrocinaram esse evento. Foi uma oportunidade de promover crescimento e desenvolvimento em Itabira e região.Pedro Eustáquio dos Santos | Itabira

Todas as palestras do WIN foram boas, mas gostei muito da ministrada pelo itabirano Marco Antônio Lage, da Fiat Automóveis. Ele falou com propriedade da grande potência que é a montadora, produzindo três mil carros por dia e gerando mais de 20 mil empregos diretos e, talvez, mais de 80 mil indiretos, além de gerar renda para Betim e toda região. Com certeza, a empresa foi uma grande redenção econômica para toda Grande BH. Ao nosso conterrâneo, parabéns pela brilhante contribuição e pelo seu envolvimento com Itabira, principalmente com relação à área cultural.

Fernando Cunha | Itabira

Amei o Carlinhos de Jesus colocando o povo para dançar. Itabira precisa muito de eventos desse tipo. A programação do Festival de Inverno também está demais. Poderia ser assim sempre, e não somente em ano eleitoral.

Marluce Nogueira | Itabira

ENTREVISTA: RUDÁ RICCI Parabéns à DeFato. Em ano eleitoral é muito oportuno discutir gestão pública. Rudá Ricci deu uma aula sobre o que a gente tem que observar antes de escolher um candidato. Não vejo ninguém trazer propostas concretas, ideias capazes de solucionar os problemas reais e pensando em eliminar as falhas do sistema. É preciso mudar esse pensamento de se fazer política só como uma mera disputa partidária. De deputados interessados em fazer campanha por aqui, a cidade está cheia. Se é assim que funciona, temos que saber aproveitar. Itabira precisa de gente mais qualificada no comando.Celinho Cruz | Itabira

6 Julho . 2012 DeFato

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Mais importante do que debater os meios de acesso aos recursos é preciso rediscutir como eles são distribuídos. O grande problema é a centralização de tudo nas mãos da União. É preciso que os estados lutem para conquistar sua autonomia e isso só será possível se os próprios deputados que levam os “pires” das prefeituras a Brasília mudarem de postura, fizerem algo contundente para mudar a situação. Tudo começa na Câmara dos Deputados. Rudá Ricci é pontual e objetivo nas suas análises. Não é à-toa que alcançou tanto respeito e status no meio político. Professor Inácio José Pena | Belo Horizonte

ESPELHO MEU Linda demais essa matéria, principalmente, o jeitinho de Thainara e Thaimara encararem a vida. Só quem tem sabe o quanto nossos irmãos são importantes. Ser gêmeo é ter um pouco de você mesmo distribuído em outra pessoa.Agda Loureiro | Santa Maria de Itabira

FÉ SEM FRONTEIRASHá muitos anos conheci o Marcinho e há outros tantos não o encontro pessoalmente. Creio em Deus que o Espírito Santo não há de lhe faltar em todos os momentos e que alimentará sua alma na busca da santidade pelo serviço como padre. Jomar Santana | Brasília

Que o amigo e irmão padre Márcio Flávio seja feliz em sua missão de “pescador de homens”. Deus o abençoe.Jose das Mercês de Souza | Itabira

Todo mundo deveria mesmo transformar o rumo de sua alma. Ele ousou e conseguiu. Que sua determinação seja motivação para outros jovens.

Afonso Damasceno | Itabira

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KELLY ELETO

TEMPO DE DEVOLVER

Entrevista Marco Antônio Lage

Jornalista e executivo itabirano empresta sua visão estratégica para falar de sustentabilidade,

da relação entre turismo e desenvolvimento e dos benefícios de saber comunicar e planejar

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Ele tem dois filhos, uma fazenda na qual plantou várias árvores e três livros no prelo. Aos 48 anos e com todo o reconhecimento profissional que

o cerca, Marco Antônio Lage está longe de encerrar sua missão. O diretor de Comunicação Corporativa da Fiat Automóveis para a América Latina foi um dos convida-dos para palestrar durante o 1º Workshop Itabirano de Negócios (WIN), da Acita, realizado no final de maio deste ano. Apesar dos muitos compromissos na terra na-tal, atendeu DeFato prontamente para esta segunda en-trevista – a primeira foi em setembro de 2007.

De lá pra cá, muita coisa mudou. Sua cidadania não pertence mais apenas a Itabira. Ele agora é, por mérito e honra, cidadão também de Belo Horizonte e de Betim. Mais recentemente, outra comenda: a Medalha da In-confidência, concedida pelo governador Antonio Anasta-sia, no último mês de abril.

Marco Antônio também é cidadão do mundo. Por causa do trabalho, vive viajando para conhecer culturas e costumes de outros países. Mas é no distrito de Ipoema que ele reencontra suas origens, revê a família e cuida do Boitempo, propriedade do avô que transformou em hotel-fazenda. “Minha família é muito grande e ensinou valores que ficaram arraigados em mim. Tenho dez ir-mãos e sou muito próximo a eles. Tenho esse vínculo de história, de amigos, de pessoas em Itabira”, comenta o filho de Eunice e do saudoso fazendeiro Harcy Lage.

As lições dos pais foram fundamentais na criação dos filhos. Bernardo, de 20 anos, é atleta profissional e acaba de se mudar para a Europa, para jogar futebol no Estoril, de Portugal. Breno, 14, desponta nos estudos e nas artes.

Jornalista com visão empreendedora, Marco Antônio não esconde a importância da profissão em sua trajetória. A maturidade pessoal e profissional é vista por ele como uma época de acumular conhecimento e, ao mesmo tem-po, devolver. É o que ele faz na entrevista a seguir.

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A Fiat usa a Comunicação como ferramenta estratégica de gestão. É um modelo que daria certo se apli-cado em órgãos públicos?

Absolutamente. Os órgãos públi-cos, embora entes políticos, são presta-dores de serviço para a sociedade. Isso signi�ca que as assessorias de comu-nicação de órgãos públicos deveriam ter também uma posição estratégica, estar mais ligadas aos demais departa-mentos para comunicar melhor com a sociedade que utiliza seus serviços. Uma boa assessoria de comunicação é fundamental para se manter uma relação ampla, aberta, transparente e contínua com a sociedade. A iniciativa privada está muito mais avançada nes-se aspecto. Não só no conceito, como nas ferramentas. O setor público, salvo raras exceções, usa sua equipe de Co-municação muito mais como platafor-ma política do que prestação de serviço ou parte de um plano de comunicação que vai facilitar o entendimento da co-munidade, que vai manter uma gestão transparente do órgão. Tem que traba-lhar os dois na verdade. A plataforma política é inerente à atividade pública, mas precisa ser separada: ter um nú-cleo político, para pensar as estratégias políticas que são permanentes em um governo, e ter um núcleo mais opera-cional, mais prático, para que realmen-te se estabeleça uma comunicação com a sociedade.

O cidadão hoje tem uma atitude mais pró-ativa no sentido de fazer cobranças — tanto das empresas quanto dos governos. Os avanços tecnológicos proporcionaram isso?

A internet facilita esse contato pois traz ferramentas que contribuem para disseminar as ideias e as ações. No se-tor público, mais do que na iniciativa privada, devem-se satisfações, orienta-ções, explicações e informações o tem-po inteiro à sociedade porque são ser-viços prestados com recursos públicos. Se na iniciativa privada é fundamen-tal prestar contas para os acionistas, na pública, o mesmo vale para quem

paga os impostos. O conceito é: en-xergar os seus stakeholders — quais são os públicos que te interessam e que se relacionam diretamente com você. Na Fiat, assim como na Vale, por exemplo, são os fornecedores, a comunidade, os acionistas, os funcionários... Portanto, há a necessidade da iniciativa privada de se relacionar bem com todos, ou seja, de se comunicar bem com todos. Aí entra o papel estratégico da Comu-nicação. Quais são as ferramentas que eu tenho e quais são as diretrizes para esses relacionamentos? Desenvolvemos um plano estratégico de ação para que cada vez mais o relacionamento seja melhor. Com isso, a empresa evolui e todos ganham.

Qual a importância disso?Na Fiat, até o meio ambiente foi

colocado como stakeholder, como ser vivo, como ente de relacionamento. No relacionamento com os fornece-dores a intenção é ter uma cadeia pro-dutiva muito bem alinhada com seus procedimentos e, ao máximo possí-vel, transformar em um corpo único, numa visão de negócio única. Sobre-tudo, é preciso alinhar atitudes sociais. Isso cria sustentabilidade. Não adianta ter atitudes excelentes em relação ao meio ambiente e ter um fornecedor que despeja seu lixo no rio, por exem-

plo, ou que tem trabalho escravo, ou usa trabalho infantil. Se o fornecedor não tem as práticas corretas acaba con-taminando a empresa. Por isso, a Co-municação é tão estratégica: ela entra como um elemento de aculturamento, de transformar procedimentos e dire-trizes em cultura empresarial. Já foi-se o tempo em que o departamento de comunicação era um mero produtor de releases. Tem que ter uma visão ho-lística, transversal, completa do negó-cio — seja privado ou público. E para contribuir, de fato, com o desenvolvi-mento, com a melhoria do relaciona-mento com todos os públicos. Tem que se relacionar pensando na frente, no que está sendo construído.

Como alinhar, por exemplo, as grandes empresas que têm visão sis-têmica e de longo prazo com as pre-feituras, que pensam de quatro em quatro anos?

Aí está o erro. A empresa tem vi-são de longo prazo do seu negócio. A Vale tem visão de longo prazo com seu core business em Itabira, que é a extra-ção do minério de ferro e seus subpro-dutos, o bene�ciamento, transporte e comercialização. Ela sabe muito bem o que vai fazer daqui cinco ou dez anos. Para que ela estenda essa expertise de planejamento de longo prazo no seu relacionamento com a comunidade, por exemplo, ela precisa ter um órgão interlocutor para isso. As grandes em-presas têm que interferir nos processos e ajudar a pensar a cidade, mas para isso precisam ter interlocutores éticos, organizados, planejados e articulados. Isso signi�ca que o setor público da cidade, tanto o Executivo quanto o Legislativo, tem que buscar um rela-cionamento mais pro�ssional com as empresas em busca de um plano de de-senvolvimento comum. Parar de fazer favor e receber favor. Parar de pensar em curto prazo. Parar de fazer apenas obras — exponenciais e importantes muitas vezes —, mas que são pontuais. É muito fácil para uma empresa como a Vale saber como contribuir para Ita-

As grandes empresas têm que interferir

nos processos e ajudar a pensar a cidade, mas para

isso precisam ter interlocutores

éticos, organizados, planejados e articulados

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ratórios e seus projetos de pesquisa e a iniciativa privada vai gastar menos de-senvolvendo planos de conhecimentos com a academia do que com as gran-des empresas de consultoria. Portanto, esse é um casamento fundamental: a iniciativa privada e a cidade poderem contar com a contribuição dos alunos e professores com pesquisa, elaborando mais o pensamento sistêmico, desen-volvendo mais. A universidade ganha muito porque vai estar capacitando o jovem para o mercado.

Em sua entrevista de 2007, você disse que Itabira ganhava nota 0,5 para o Turismo. Essa nota mudou?

Acho que avançou pouco. Não vejo um plano. Posso falar melhor de Ipoema que é onde frequento e invisto. Transformei a fazenda do meu avô em uma pousada e continuo investindo lá. Vejo o distrito como um grande exem-plo de como a comunidade se organi-zou, não tanto sistematicamente e mais por um momento de motivação. Tem o museu do Tropeiro e o Cine Ipoema, além de outras atividades em torno de sua cultura. Está funcionando bem, o turismo está se quali�cando, mas ain-da falta um plano de longo prazo onde a cultura se amarre com as propostas de turismo. A vocação de Itabira para a poesia e para música deveriam estar presentes transversalmente nessas ativi-dades. Os museus precisam ser melhor trabalhados e quali�cados. Transfor-mar as ruínas resultantes do proces-so extrativista em projetos turísticos também é uma ideia. Fazer do limão uma limonada: transformar o buraco do Cauê em uma arena multiuso. Não estou dizendo que é viável tecnicamen-te, mas não deixam de ser ideias. Por que não a construção de teleféricos, co-muns em cidades com o per�l geográ-�co de Itabira? Os turistas teriam uma convivência com a cidade do alto, por meio de um ponto de vista diferente. A mineração gera curiosidade. Ela não é crime, a gente não precisa esconder aquilo que foi feito. Pelo contrário, é melhor encarar e transformar em uma

bira porque para ela é positivo ter uma cidade que evolui, que tem qualidade de vida, que educa melhor, que tem estrutura de saúde, que tem mobili-dade viária. Uma cidade que tenha realmente projeto de desenvolvimen-to. Nas empresas é assim e nas cidades também: é mais barato desenvolver planejadamente.

Sustentabilidade tem a ver com abrir mão de lucratividade?

De jeito nenhum. É polêmico, principalmente entre os ambientalis-tas, que não acreditam em desenvolvi-mento sustentável. Mas na verdade o que se tem que fazer é se desenvolver gastando menos do planeta. O lucro é parte da sustentabilidade. Se abrir mão do lucro em nome da sustentabilidade estamos matando a possibilidade de ser sustentável. O lucro signi�ca conti-nuidade do negócio, investimento em meio ambiente, em qualidade de vida, melhoria da produção, capacitação de pessoas — isso também é sustentabili-dade. A relação com o meio ambiente pode ser melhorada com mais recursos.

Lula dizia que um dos indicado-res de desempenho da economia do país era o aumento da venda de ve-ículos. Entretanto, os investimentos públicos em mobilidade não acom-panham esse crescimento. Como a Fiat pensa o assunto?

Mais uma vez vem o tema parceria público x privado. A mobilidade é um dever do setor público, assim como saúde e educação. O setor automobilís-tico representa 23% do PIB industrial do Brasil e quase 11% do PIB total. É um setor de grande peso para a econo-mia, é uma vocação da indústria brasi-leira, que produz automóveis há mais de 50 anos. Cada vez mais as empresas, mesmo sendo internacionais, inves-tem em centros de desenvolvimento e know-how aqui no Brasil. A mobilida-de é um problema dos grandes centros urbanos onde há grande concentração de pessoas. Com a popularização do automóvel no Brasil e nos países em

desenvolvimento, que não investiram em um transporte público decente, o problema do tráfego aparece. A classe C emerge e tem mais acesso ao con-sumo, compra mais carro e opta pelo transporte individual, que é mais con-fortável. É importante fazer com que a indústria automobilística cresça e se desenvolva no país, pois gera-se mais de 1,5 milhão de empregos e mui-tas empresas que operam em função do setor. O Brasil tem menos de sete habitantes por veículo, um índice de motorização ainda baixo se comparado com Argentina que tem pouco mais de cinco, Estados Unidos que tem 1,5 e Europa que tem dois habitantes por veículo. O Brasil caminha para dimi-nuir esse índice. Mas é fundamental se investir em um transporte público lim-po, pontual, e�ciente e seguro para que as pessoas possam usá-lo na sua rotina — ir para a escola, para o trabalho — e usar o carro de passeio para passeio, como o próprio nome sugere.

Como aproveitar melhor o fato de se ter uma universidade federal em Itabira?

Aproximar cada vez mais a acade-mia da prática. Fazer com que a aca-demia esteja cada vez mais sintonizada com o projeto de desenvolvimento da cidade, mesmo que o estudante seja de fora e não tenha nenhuma intenção de �ncar suas raízes na cidade, o objetivo é que ele se exercite, vivencie já no perío-do dele de academia o mundo externo. Fazer parcerias contínuas para pesqui-sas de busca de soluções inovadoras. A academia precisa de recursos da inicia-tiva privada para alimentar seus labo-

Nem Copa do Mundo, nem

investimentos existirão enquanto

a BR-381 for um entrave

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visão de desenvolvimento. Pode-se uti-lizar os estudantes como guias e fazer explicações técnicas. Ipoema e Senhora do Carmo são verdadeiros santuários da natureza. A zona rural de Itabira está entre os dez melhores lugares do Brasil em termos de turismo ecológi-co e de aventura, com essa tipologia de cachoeiras, montanhas, matas, vales, canyons. Isso precisa ser melhor explorado. A Vale deveria se apropriar melhor desse universo e trabalhar essa reserva ecológica. Transformar a mata do Limoeiro em um parque ecológico e trazer para Itabira cursos de Botâni-ca, de Medicina Natural, de Fitotera-pias para aproveitar toda essa reserva que existe em nosso entorno. Fauna e � ora poderiam ser mais exploradas. É lamentável a Ipocarmo estar fechada, ela poderia ser transformada em um centro de pesquisa na área de zoobotâ-nica, por exemplo.

Você tem boas expectativas em relação à Copa do Mundo para nos-sa região?

Não, porque a BR-381 inviabiliza qualquer expectativa que pudermos ter. A rodovia é um entrave grave para o desenvolvimento das cidades. Há 20 anos, quando comecei a trabalhar na Fiat, ela estava atraindo os fornecedo-res, buscando instalá-los em um raio de até 150km da fábrica de Betim. Eu trabalhei nesse projeto, comuniquei isso para a sociedade, foi um dos meus primeiros trabalhos fazer um plano de

comunicação para o projeto de “mi-neirização” de fornecedores. Naquela época eu, que sempre fui muito ligado e conhecia o projeto do distrito indus-trial de Itabira, estabeleci contatos do poder público itabirano com a mon-tadora para estudar as possibilidades de se fazer um pequeno parque de fornecedores na cidade. Itabira tinha algumas vantagens geográ� cas, pois estava entre a capital e o Vale do Aço, porém, não tinha condições logísticas. Esbarrou-se, já naquela época, na BR-381. Isso há 20 anos, com muito me-nos � uxo de automóveis. Imagina um fornecedor para levar matérias-primas para abastecer a linha de montagem da Fiat, saindo de caminhão de Itabira. Qualquer acidente na estrada pararia a Fiat, pois não haveria alternativa vi-ária. A BR-381 era e ainda é o princi-pal entrave para o desenvolvimento da região. É inconcebível pensar cidades tão importantes economicamente — como Itabira, João Monlevade, Barão de Cocais, São Gonçalo, Santa Bár-bara — não terem uma estrada segu-ra. Se não há condições para ativida-des normais, não há como falar em Copa do Mundo, que é um grande evento. A conexão das cidades com a capital está inviabilizada. Não signi� -ca que não se tem que trabalhar para melhorar isso, mas as coisas seriam vin-te vezes melhor se a estrada fos-se decente. Nem Copa do Mundo, nem investi-mentos acontecerão

enquanto não se resolver esse entrave. As lideranças não deveriam aceitar essa estrada, isso deveria ser uma luta diária.

Você é um ícone itabirano e pode

ser considerado um dos mais bem sucedidos � lhos da terra. Aceita esse título?

Sou muito modesto, confesso que não tenho muita vaidade. Não sei onde estão todos os itabiranos que saem da cidade. Talvez eu seja aquele que tenha um papel importante na atividade em-presarial, que tenha reconhecimento nacional e até internacional, mas que continuo frequentando a terra e dando opinião e palpite. Mantenho vínculos com a cidade, minha família está aqui, faço meus investimentos aqui. Não me preocupo muito com títulos não, o mais importante para mim é qual o legado que posso deixar. O que estou

tão importantes economicamente — como Itabira, João Monlevade, Barão de Cocais, São Gonçalo, Santa Bár-bara — não terem uma estrada segu-ra. Se não há condições para ativida-des normais, não há como falar em Copa do Mundo, que é um grande evento. A conexão das cidades com a capital está inviabilizada. Não signi� -ca que não se tem que trabalhar para melhorar isso, mas as coisas seriam vin-te vezes melhor se a estrada fos-se decente. Nem Copa do Mundo, nem investi-mentos acontecerão

A zona rural de Itabira está entre os dez melhores lugares

do Brasil em termos de turismo ecológico e de aventura, com essa tipologia de cachoeiras,

montanhas, matas, vales e canyons. Isso precisa ser

melhor explorado

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deixando na minha atividade princi-pal, que é Comunicação Empresa-rial? Tenho buscado fazer projetos e ações duradouras que contribuam para o negócio da Fiat. Ao mesmo tempo, pensando em Ipoema, trans-formando a propriedade do meu avô em um hotel-fazenda, quero deixar outro tipo de legado, que é capaci-tar pessoas para se relacionar com o turista. Todos os dez funcionários do Boitempo são locais e aprenderam o ofício lá. Quero construir algo que seja bom para as pessoas, esse é o le-gado que vamos deixando. A minha vaidade é ser útil, fazer coisas relevan-tes para mim e para o outro. Reco-nhecimento nos motiva e indica que estamos no caminho certo, que vale a pena trabalhar e desenvolver ações que geram impacto. Formei-me em Jornalismo com plano de trabalhar em jornal, mas a gente vai sendo levado na carreira de acordo com as oportunidades. Cheguei a trabalhar em jornal e revista em Belo Horizon-te, mas acabei na Comunicação Em-presarial. Confesso que não planejei. Fui sendo levado e fui respondendo. Sempre fui muito dedicado, aplica-do, sempre quis fazer tudo bem feito.

Pretende voltar a morar aqui?Eu nunca saí de Itabira, na verda-

de. Tenho um vínculo muito forte de família e amigos. Já tive oportunida-de de morar fora do Brasil, mas, na época, meu pai estava doente, tinha câncer e eu sabia que ele tinha pouco tempo de vida. Preferi � car. Não me arrependi, porque essa convivência com meu pai até o � nal de sua vida foi muito rica. Ele � cou cinco anos doente e morreu há sete. Ele me en-sinou muito do ponto de vista emo-cional e humano. Então, a vida não é só pro� ssão e só trabalho. Fiz um curso sobre os setênios, muito basea-do em Filoso� a e Sociologia, e come-cei a enxergar as coisas mais de cima. Esse estudo divide sua vida de sete em sete anos, de� nindo estágios. Os primeiros sete anos são de descoberta,

do primeiro impacto com o universo; dos 7 aos 14 é a formação da perso-nalidade, da sua própria descoberta e da sua convivência, coisas que vão � car para a vida toda do ponto de vista emocional; de 14 a 21 é um período de adquirir conhecimento; de 21 a 28 o conhecimento come-ça a acumular e começa-se a pensar em dinheiro e em independência... e a cada sete anos tem um estágio da vida.

Qual é seu estágio atual?Estou num estágio ainda de bus-

car e acumular conhecimento. Há um estágio mais à frente, depois dos 70 anos, que é quando você começa a devolver para a sociedade aquilo que acumulou. Mas acho que é só uma teoria, pois isso pode começar bem antes. Se você acumula muito conhecimento ao logo da vida, tem um momento em que você precisa, faz bem para a alma, para o ego, para o intelecto, para o espírito, devolver isso. Essa é uma oportunidade que engrandece e enriquece ainda mais a pessoa. O que procuro é, desde já, começar a devolver. Tudo que posso emprestar do meu conheci-mento para as pessoas procuro fazer. É uma � loso� a de vida que me faz muito bem. Já tinha essa vocação,

mas quando vi de maneira cienti� ca, aprendi ainda mais.

Como você faz essa devolução?De várias formas. Por exemplo,

estou escrevendo um livro sobre Co-municação: A Comunicação In – “in” de integrada, integral e indutora. A Comunicação que induz as empresas e o setor público às melhores práticas. Vai ser meu primeiro livro. Já escrevi capítulos de livros de Comunicação, com outros autores. Estou fazendo outro livro também, em que vou fa-lar do Projeto Árvore da Vida (que acontece no Jardim Teresópolis, em Betim) e da minha experiência em relacionamento com comunidades. O primeiro está pronto, mas cada vez que leio, vejo algo para mudar. Sou muito exigente. Talvez saia no segundo semestre deste ano. Tenho algumas poesias que escrevo desde criança. Um dia vou criar coragem e escolher alguns poemas menos ridí-culos para publicar.

Já plantou árvores?Sim, muitas. Filhos, livros e árvo-

res... (risos) Ainda tenho muitas árvo-res para plantar.

Sua serenidade não vem da sen-sação de dever cumprido, mas tem a ver com estar no caminho certo?

Acho que é exatamente isso. É um sentimento de ser justo com as pessoas, de que faço o melhor que posso, dou o melhor de mim. É um pouco de dever cumprido também. Que convive co-migo reconhece isso. Tenho excelente convivência com as 35 pessoas que tra-balham diretamente comigo. Elas têm alto nível intelectual e técnico e consi-go liderança sobre elas não pela força ou pelo medo, mas pelo respeito, pela troca de ideias e de experiência. Tenho uma relação de trabalho muito praze-rosa com a equipe. É difícil se relacio-nar com tanta gente e conseguir ter sa-tisfação com todos. A forma como me relaciono com as pessoas é meu termô-metro, meu principal indicador.

A minha vaidade é ser útil, fazer coisas

relevantes para mim e para o outro.

Reconhecimento nos motiva e indica

que estamos no caminho

certo, que vale a pena trabalhar e

desenvolver ações que geram impacto

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ALÍViO PARA PAis E FiLHOs O Hospital Nossa Senhora das

Dores (HNSD), de Itabira, firmou com o Governo de Minas, no último dia 2 de julho, convênio para constru-ção da UTI Neonatal. Mais de R$ 800 mil serão destinados às obras. Já o con-vênio para a aquisição dos equipamen-tos, a ser celebrado após a conclusão

da unidade, concederá cerca de R$ 2 milhões à instituição. A capacidade da UTI será de 10 leitos para atendimento neonatal e pediátrico e mais sete leitos intermediários.

A implantação da UTI Neonatal, que deve ficar pronta em dez meses, vai resolver um sério problema de saúde

em Itabira e região. Hoje, as crianças que necessitam

de terapia intensiva precisam ser enca-minhadas para Belo Horizonte, o que dificulta para os pais acompanhar o tratamento dos filhos, devido à distân-cia, além de gerar mais gastos para as famílias.

Anote

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O tombamento de uma carre-ta que transportava ácido sulfúrico na BR-381, próximo ao trevo de Nova Era, tirou a vida de uma pes-soa e deixou outra ferida no último dia 16 de julho. Além da comoção causada, o acidente fez outras vítimas

inusitadas. O produto derraman-do na pista passou pela rede pluvial e causou a morte de peixes no Rio Piracicaba. O ácido desaguou no lei-to do rio próximo a Ponte dos Arcos.

Amostras da água � caram sob análise de técnicos da Secretaria de

Estado de Meio Ambiente (Semad). A Polícia de Meio Ambiente moni-torou o curso do rio para identi� car a gravidade do problema. A morte de peixes, a princípio, foi constatada so-mente no perímetro do rio que cor-responde ao território de Nova Era.

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A Praça da Estação de Santa Bárbara, entre 17 e 19 de agosto, será palco do 1º Festival Música Nova Instrumental Chorinho. A primeira edição do festival vai homenagear o violonista, poeta e compositor santa-barbarense Mozart Bicalho.

De acordo com os organizado-res, o evento tem como objetivo aprimorar e desenvolver a cultu-ra musical e instrumental, dando oportunidade para novos talentos

da música despontar em Minas Gerais. As três bandas vencedo-ras receberão como premiação vales-compras de equipamentos musicais em lojas especializadas. Serão prêmios nos valores de R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1 mil para o primeiro, segundo e terceiro colo-cados, respectivamente.

O resultado será divulgado em 22 de agosto. Para assistir ao es-petáculo, a entrada será mediante doação de um quilo de alimento

não perecível. Após a competi-ção, a equipe organizadora fará a doação dos alimentos arreca-dados para creches e instituições bene� centes da cidade e região. Informações no site do festival: www.musicanovafestival.com.br.

De acordo com os organizado-res, o evento tem como objetivo aprimorar e desenvolver a cultu-ra musical e instrumental, dando oportunidade para novos talentos

primeiro, segundo e terceiro colo-cados, respectivamente.

O resultado será divulgado em 22 de agosto. Para assistir ao es-petáculo, a entrada será mediante doação de um quilo de alimento

www.musicanovafestival.com.br.

VAI TER CHORINHO

MÚLTIPLA DEVASTAÇÃO

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DRAGÃO VAI JOGAR Depois de � car de fora do ar-

bitral de convocação da Federação Mineira de Futebol para a Terceira Divisão do Campeonato Mineiro, publicado em junho, o Valeriodoce Esporte Clube surpreendeu a to-dos e con� rmou a participação na competição. O presidente do clube, Luzardo Drummond, disse que o time será formado por jogadores de Itabira e região.

A Terceirona será disputada entre 25 de agosto e 25 de novem-bro. Dezesseis clubes vão participar,

distribuídos em quatro chaves. Eles jogarão partidas de ida e volta e se classi� carão os dois melhores. Os classi� cados formarão outras duas chaves com quatro equipes, que jo-garão entre si para de� nir os semi-� nalistas da competição. Ao � nal da fase irão restar os dois times que farão a � nal, ambos já classi� cados para disputar o Módulo II, em 2013. O Valério foi incluído no grupo D, ao lado do Arsenal de Santa Luzia, do Coimbra de Belo Horizonte e do Itaúna, da cidade de mesmo nome.

MAIS HOSPITAIS

Após a aprovação do projeto pela Secretaria de Estado de Saúde, a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo publicou, no último dia 21 de junho, o edital de licitação para a cons-trução do Hospital Municipal (ilustra-ção). A abertura dos envelopes aconte-cerá em 1º de agosto, às 9h30, na sede da Prefeitura.

O hospital terá área construída de quatro mil metros quadrados, no bairro Vale do Sol. Com a obra, a Prefeitura quer reduzir o deslocamento e o tem-po de espera para atendimento de pa-cientes de São Gonçalo, hoje atendidos em outros municípios. O atendimento

imediato às gestantes e recém-nascidos, realização de cirurgias, ampliação do serviço de urgência e emergência e in-ternação de pacientes são outros bene-fícios previstos.

Já em Itabira, a construção do com-plexo hospitalar da Unimed, anunciada há cerca de três meses, deve começar até agosto. De acordo com o presidente da instituição, Dr. Virgilino Quintão Tôrres Cruz, já está em andamento o projeto estrutural complementar. Neste mês, a fase é de pesquisa de preços para contratação das empresas. Os investi-mentos serão de, aproximadamente, R$ 25 milhões.

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FESTIVAL

A 7ª edição do Circuito do Sabor, projeto desenvolvido pela Associação Comercial Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita), simultaneamente ao Festival de Inverno, tem dois ingredientes obrigatórios este ano: mandioca e pimenta biquinho.

O evento gastronômico, inicia-do no último dia 8 deste mês, será promovido até o próximo dia 31 de

julho. O objetivo é dar visibilidade aos 15 estabelecimentos partici-pantes e estimular a melhoria dos produtos e serviços prestados, por meio de treinamentos e divulga-ção dos pratos. Serão premiados os melhores itens por categoria como, por exemplo, o melhor tira-gosto, atendimento e higiene.

A realização da “Paiada” — festa que marca o encerramento

do evento, na qual é feita a diplo-mação dos vencedores —, ainda está em discussão pelos organiza-dores do festival. O Circuito do Sabor tem apoio da Prefeitura de Itabira, Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e do Grupo DeFato.

APIMENTADO

TALENTO DE FAMÍLIA Depois de dezenas de lançamentos de obras literárias,

sustentadas pela Lei de Incentivo à Cultura, chegou a vez de uma nova poetisa e escritora aparecer para o público de São Gonçalo do Rio Abaixo: Odete Rodrigues. Foi no último dia 20 de julho o lançamento do livro “Primeiros Poemas & Crônicas”, volume de 100 páginas, pela editora Tempoética. A noite de autógrafos foi no Centro Cultural da cidade.

A capa é ilustrada pelo artista plástico Luiz Eugênio Quintão Guerra, o Genin. Odete Rodrigues é � lha de Dona Geraldina Antunes Rodrigues, falecida em 27 de abril do ano passado, aos 96 anos de idade. A artista nonagenária lançou dois livros no mesmo espaço: “Palavras do Coração” e “Tesouros de Minh’Alma”. Ambos tiveram a coordenação da � lha Odete, que se manteve praticamente no anonimato.

CASCA GROSSA NA BIKE Bela Vista de Minas sediou, em 22 de julho, a 6ª

etapa do Campeonato LMC de Mountain Bike 2012. Atletas de diversas cidades do Estado participaram da prova, que teve um percurso com duras subidas e single tracks de tirar o fôlego. Os ciclistas de Itabira se destacaram, com vitórias em seis categorias: Alan Limões e Wanderson Oliveira (Duplas), Gabriel Fontes (Estreante), Alexandre Martins (Juvenil), Deilton Fernandes (Sub 35), Joel Leite (Sub 45) e Marcos Procópio (Sub 50). Pedro Melo e Amadeu Andrade (Categoria Duplas) e Alexandre Martins lideram o ranking do campeonato que poderá ter uma etapa em Itabira, no próximo mês de setembro.

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Para ensinar a lidar com a tensão do trânsito itabirano, o Centro de Formação de Condutores Líder, em-presa presente há dois anos no mer-cado, desenvolveu um serviço para ajudar o condutor a vencer desafios e se conscientizar sobre o papel de cada um nas ruas. O Programa Su-peração levou quase um ano para ser desenvolvido e apresenta uma metodologia que inclui técnicas de relaxamento, respiração e postura, preparação psicológica, além de au-las de Legislação e Direção Veicular com didática inovadora.

Para se inscrever, o aluno deve, antes, ser submetido a alguns testes capazes de diagnosticar o tipo de bloqueio ou fobia. Em até três dias, a empresa apresentará medidas espe-cíficas de tratamento. As aulas prá-ticas se iniciam em carro fornecido

pela Líder CFC. Em ambiente urba-no, a equipe da autoescola, municia-da de todas as devidas precauções e segurança, simula situações adversas para recriar momentos de estresse e atenuar o problema. Com a melho-

ra do desempenho, o aluno pode ser treinado em seu próprio veículo, se desejar.

A Líder CFC fica na Rua Acesita, 152, próximo à Av. Mauro Ribeiro. Informações pelo (31) 3831-6963.

SEM MEDO DE DIRIGIRPrograma Superação exigiu reforma

da autescola, conforme mostra a maquete

Page 16: Revista DeFato edição 235

QUARTEL À VISTA

PRECISA MELHORAR

ITABIRA TAMBÉM TEM

Até o � nal deste ano, a expectativa é que seja implantada em Itabira uma unidade do Corpo de Bombeiros Civil e Brigadistas Voluntários. O projeto é coordenado pelo coman-dante do Batalhão de Bombeiros Civis de São Gonçalo do Rio Abaixo, Lucas Paiva, que também comandará o quartel na cidade.

O processo ainda está em fase de captação de parcerias. Quinze pro-� ssionais estão sendo formados para atuar no município, mas o contin-gente pode chegar a 60. A empresa

Fire Control contribui com o treina-mento dos agentes.

Estão avançadas, segundo Lucas, as negociações com empresas da re-gião para angariar recursos para com-pra dos equipamentos. A sede do quartel ainda não foi de� nida, mas o processo também está em negociação com a Prefeitura.

O Corpo de Bombeiros Civil deve ajudar nas ocorrências atendi-das pelo Samu, que será regionali-zado e terá sua central de regulação transferida para Belo Horizonte. A

princípio, os pro� ssionais trabalharão voluntariamente, mas há a intenção de municipalizar o serviço. Para que isso ocorra, um projeto precisa ser aprovado pela Câmara e sancionado pelo prefeito. Assim, os bombeiros civis poderiam se tornar servidores públicos.

Em Minas Gerais, Belo Horizonte, Mariana, Barão de Cocais, São Gonçalo do Rio Abaixo, Caratinga e Itabirito contam com o serviço. No sul do Brasil, 90% das cidades são assistidas.

A Superintendência de Serviços Privados da Agência

Nacional de Telecomunicações (Anatel) espera que em seis meses os usuários de tele-fonia celular já percebam melhorias nos serviços de voz e dados. A agência reguladora diz que não ter prazo para impugnar

a medida cautelar que proibiu, temporariamen-te, as operadoras TIM, Oi e Claro de vender novos

chips e modems em vários

estados, a partir de 23 de julho.As operadoras têm que apresentar

à Anatel um planejamento detalhado informando investimentos, aquisição de equipamentos, instalação de infra-estrutura e melhoria no atendimento ao usuário (call center). O plano deve-rá conter indicadores e metas quanto à melhoria na prestação dos serviços, como, por exemplo, funcionamento da rede, qualidade das transmissões e redução das reclamações dos clien-tes. Os planos das empresas, segundo a Anatel, deverão ter publicidade e transparência para a população.

Itabira inaugurou, o� cialmente, em julho, as primeiras academias ao ar livre da cidade. O núcleo escolhido para se-diar a solenidade foi o da Avenida Mauro Ribeiro Lage, ao lado da Estação Ferroviária. Também receberam equipamen-tos praças dos bairros Campestre, João XXIII e Praia. Cada estação dispõe de equipamentos que trabalham membros inferiores e superiores, simulador de caminhada, esqui duplo, roda de ombro, twist lateral, leg press e simulador de remo.

A prefeitura espera, de acordo com a demanda, dispo-nibilizar um professor de Educação Física em cada núcleo, dando suporte aos usuários. Nos locais ainda serão instalados banners com as orientações e cuidados especí� cos com relação à postura, para que os exercícios sejam feitos de maneira cor-reta, sem risco de lesões.

A Superintendência de Serviços Privados da Agência

Nacional de Telecomunicações (Anatel) espera que em seis meses os usuários de tele-

proibiu, temporariamen-te, as operadoras TIM, Oi e Claro de vender novos

chips e modems em vários

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Atenta às tendências do mer-cado, a Belacor Tintas inaugurou uma nova fase ao modernizar sua identidade visual. A empresa pas-sou por transformações em sua es-trutura prática e conceitual. Além de criar uma nova marca corpora-tiva, investiu em treinamento da equipe, principalmente de vende-dores, para oferecer consultoria

completa aos clientes. Os serviços diferenciados estão alinhados às propostas de mercado da Coral, parceira presente em mais de 80 países.

Quatro vezes ganhadora do Mérito Lojista da CDL-Itabira, a Belacor Tintas tem duas lojas no Centro de Itabira e uma em João

Monlevade. É a única na região que possui o colorímetro, equipa-mento de alta tecnologia que emu-la qualquer cor desejada pelo clien-te. Há nove anos no mercado, a empresa mantém um espírito jovial e competitivo, sempre pautada em entregar soluções para a qualidade de vida e bem estar do cliente.

NOVO CONCEITO

Lojas de João Monlevade e Itabira promoveram mudanças estéticas e treinamentos para qualifi car o atendimento

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NA ONDA DA MINERAÇÃO

A mineradora Manabi, depois de anunciar a exploração de minério de ferro na localidade de Morro Escuro, em Santa Maria de Itabira e Morro do Pilar, apresentou o projeto às au-toridades do primeiro município, no último dia 3 de julho. A vida útil inicial é prevista para, aproximada-mente, 20 anos. A previsão é de que sejam gerados dois mil empregos na fase de implantação do projeto. Para o funcionamento, serão 600 postos de trabalho diretos e 1.500 indire-tos. De início, a produção será de 1 milhão de toneladas de minério por ano, número que será expandido nos

anos seguintes para 6 milhões de to-neladas/ ano.

Atualmente, o projeto encontra--se na etapa de elaboração de estu-dos ambientais. A mineradora se subdivide em Manabi Morro Pilar Minerals, Manabi Morro Escuro Minerals e Manabi Logística. Ao se apresentar ao prefeito e vereadores, a empresa também discutiu os impac-tos socioeconômicos.

A empresa debateu, também, a carência de mão de obra especiali-zada, segurança pública e saúde. A sugestão apresentada foi trazer um curso técnico para que a cidade qua-li� que mão de obra. De acordo com a estrutura apresentada, o projeto Morro Escuro compõe-se de mina,

usina de bene� ciamento, pilha de estéril, barragem, subestação, centro de materiais descartáveis, rejeitodu-to, posto de abastecimento, aterro sanitário, infraestrutura, acesso in-terno, escritório, laboratório, almo-xarifado, refeitório, o� cinas, além de uma Estação de Tratamento de Esgoto e uma Estação de Tratamento de Água.

ATÉ QUE ENFIM

O maior grupo siderúrgico do mundo, a ArcelorMittal, recolocou na pauta de investimentos a expansão da siderúrgica de João Monlevade. O projeto, de US$ 1,2 bilhão, havia sido suspenso no � m do ano passado em razão da crise e da queda na de-manda mundial por aço.

O Chief Executtive O� cer (CEO) da ArcelorMittal para as Américas, Je� erson De Paula, deu declarações à imprensa de que nos próximos dois meses a situação será rediscu-tida e rede� nida, mas praticamente con� rmou a retomada do projeto ao a� rmar que a companhia pretende expandir sua capacidade produtiva de 3,5 milhões de toneladas de aços longos para 5 milhões de toneladas nos próximos três anos. Além disso, informou que 90% dos equipamen-tos necessários para a expansão da

usina já foram adquiridos.A expansão inclui a construção

de um alto-forno com capacidade de produção de 1,5 milhão de to-neladas por ano. Em 2008, quando o projeto foi anunciado, a expecta-tiva era a de geração de 400 novos empregos. Ainda sem previsão de

prazos, se concretizado, o investi-mento será um dos únicos no Brasil em que haverá efetivamente cres-cimento da produção de aço. Dos US$ 16 bilhões de investimentos previstos pelo setor siderúrgico até 2016, a maior parte contempla ape-nas modernização de parques.

FLÁVIA HEnRIQUES

SOBROU DINHEIRO Devido ao grande aumento do

repasse à Câmara Municipal de São Gonçalo em 2012, a Casa Legislativa devolveu ao município cerca de R$1,3

milhão no primeiro semestre deste ano. A quantia será destinada à construção do Hospital Municipal da cidade.

De acordo com o presidente da

Câmara, vereador Ailton de Figueiredo Neves, a instituição conta com um re-passe mensal de R$ 425 mil, R$ 166,4 mil a mais do que no ano passado.

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MATRIZES EM CAMPANHA D

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No ano passado, Minas Gerais arrecadou R$ 181,4 milhões por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), enquanto o Estado do Rio de Janeiro arrecadou cerca de R$ 7 bilhões com royalties e participação especial na exploração petrolífera. O número é 38 vezes mais do que Minas arrecada com sua principal atividade. Com relação aos municípios, os mi-neiros produtores de minério recebe-ram R$ 512 milhões, no ano passado, enquanto os �uminenses produtores

de petróleo receberam R$ 3,77 bi-lhões, o que equivale a sete vezes mais recursos.

Diante dessa disparidade, foi lança-da o�cialmente, em junho, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, uma campanha em prol de mudanças na le-gislação sobre a exploração dos recur-sos minerais. Intitulado “Movimento Justiça Ainda que Tardia”, a iniciativa pretende envolver toda a sociedade civil organizada. O movimento tem participação da seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil

(OAB), do escritório de representação de Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Mineira de Municípios (AMM).

Atualmente, as mineradoras pagam de 0,2% a 3% do faturamento líquido pela exploração dos recursos minerais, incluindo ouro, ferro, pedras precio-sas, carvão e metais nobres, por meio da Cfem. No caso do minério de ferro, principal produto da pauta brasileira, a proposta é que o percentual da Cfem seja em média de 4% sobre o fatura-mento bruto.

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TALENTO PRECOCE A noite de 19 de junho foi especial para o itabirano Pedro Abílio. Aos 16 anos, o jovem estreou como narrador de futebol na partida entre América Mineiro e Bra-gantino (SP), no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Pedro comanda, há três meses, o pro-grama “Esperando a bola com música”, na Rádio Itabira AM, mesclando informações sobre os jo-gos, �ashes, comentários e música. Amante de fute-bol e rádio, Pedro começou com brincadeiras entre amigos, até gravar um piloto e ser contratado pela rádio. Ele sabe que ainda há um longo caminho a percorrer e que o aperfeiçoamento é fundamental.

CAMPEÃO! A seleção de Barão de Cocais, representada pela equipe do Metalusina, �cou com o título da VII Copa Estrada Real de Futebol Amador. Na �nal, disputada no último dia 14 de julho, os cocaienses jogaram em casa e massacraram o time de Inimutaba por 7 a 0. Foi o 26º jogo de invencibilidade do Metalusina, que ain-da teve o artilheiro da competição, Diego Martins, com sete gols, e o goleiro menos vazado, Igor Cota.

VIDA DE MISS Quem pensa que para ser miss basta ser bonita e estar sempre sorrindo sob os holofotes, é porque não co-nhece a paraense Karina Santos Wanzeler, 18 anos. A Miss Itabira desenvolve um projeto social no Lar de Ozanam. Na tarde do úl-timo dia 28 de junho, fez a alegria dos velhinhos ao participar de atividades do “Anjos da Miss”. Os aniversariantes do mês cantaram os parabéns, comeram bolo, confraternizaram e até se arriscaram a des�lar como modelo numa passarela imaginária. Karina sonha em ser geriatra e pretende fechar um contrato de um ano para trabalhar como voluntária no Lar de Ozanam.

É A MELHOR, MAS... O grupo junino Perecolân-dia, de Itabira, venceu pelo segundo ano consecutivo o Fes-tival Estadual de Quadrilhas, promovido durante o Arraial de Belô 2012, em Belo Horizonte. O anúncio foi feito em 1º de julho, na Praça da Estação. A pontuação foi de 49,9 pontos, um décimo acima do segundo colocado, o grupo Chic-Chic, de Contagem. Neste ano, o grupo abordou a

Estrada Real, como forma de elevar a cultura tropeira do distrito de Ipoema. O �gurino usado na competição foi assinado pelo estilista itabirano Ronaldo Silvestre. Mesmo com o histórico de sucesso, convidada a participar do Cam-peonato Nacional de Quadrilhas, promovido em Palmas--To, no �m deste mês de julho, o grupo �cou de fora da competição por falta de patrocínio.

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VÍTÓRIA DE HUDSON O atleta itabirano Hudson Charles (no topo do pódio) venceu a 35ª Corrida de São Pedro, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), terra natal do cantor Roberto Carlos. A compe-tição foi promovida em 1º de julho, reunindo atletas de diversos estados do país. Hudson conseguiu não só sagrar-se bi-campeão como bater o próprio recor-de do ano passado, com um tempo de 30 minutos e 25 segundos na prova de dez quilômetros. Mais dois atletas de Itabira participaram do evento: Sebastião Pio � cou em 2º na categoria de 46 a 50 anos e José da Paz Mendes completou a prova na Veteranos.

CHIQUÉRRIMO! O itabirano Diego Reis (à esquerda), de apenas 16 anos, mira uma carreira de sucesso no mundo da moda. Já agregando clientes � éis, desenha roupas com carac-terísticas próprias e de alta-costura. Diego cursa o 2º ano do Ensino Médio e, apesar da pouca idade, o estilista promove-

rá, provavelmente em outubro, um des� le em Itabira com 17 modelos locais. Há cerca de dois anos, conta com a parceria de

Bruno Duarte, de 17 anos. O parceiro trabalha cores dos modelos criados pelo estilista itabirano.

de apenas 16 anos, mira uma carreira de sucesso no mundo da moda. Já agregando clientes � éis, desenha roupas com carac-

modelos locais. Há cerca de dois anos, conta com a parceria de Bruno Duarte, de 17 anos. O parceiro trabalha cores dos modelos criados pelo estilista itabirano.

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modelos locais. Há cerca de dois anos, conta com a parceria de Bruno Duarte, de 17 anos. O parceiro trabalha cores dos modelos criados pelo estilista itabirano.

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Veja algumas fotos enviadas por quem

acessa DeFato Online

O canal de participação do internauta

A foto mostra a Cachoeira do Funil. A beleza da vida, às

vezes, se revela nas coisas mais simples.

Enviado por Carine de Oliveira Gomes, 22/06/2012

ITAMBÉ DO MATO DENTRO

DESPERDÍCIO TOTAL

INUSITADO

Caminhão � cou pendurado após tentar fazer manobra em Itabira, na Rua das Margaridas, Bairro São Pedro.

Enviado por Carlos Duarte, 19/06/2012

CRISTO REDENTOR

Vista de uma das praças de Taquaraçu de

MinasEnviado por

Reinaldo, 19/07/2012

O hidrante � ca em frente ao Cartório Eleitoral de Itabira. Vazou a manhã inteira, lembrando uma cachoeira. Um absurdo!

Enviado por Ana Cândida, 06/07/2012

Page 23: Revista DeFato edição 235

Para quem curte música sertaneja, o 36º Torneio Leiteiro de Santa Bárbara

foi um prato cheio. A progra-mação deste ano foi recheada de grandes nomes do gênero e arras-tou uma multidão ao Parque de Exposições do município. Foram quatro dias de arena completa-mente lotada e a certeza de que essa é uma das festas mais presti-giadas da região.

A abertura do Torneio Leitei-ro foi com show gratuito da dupla Victor e Léo, no dia 19 de julho, uma quinta-feira. Na sexta-feira, 20, foi a vez de Luan Santana, sucesso, principalmente, entre as adolescentes. No sábado, 21, su-biu ao palco o atual fenômeno do sertanejo universitário, Michel Teló. No domingo, 22, a festa foi encerrada pela mineira Paula Fer-nandes.

Além da arena lotada, a estrutu-ra da festa também apresentou ca-marote Vip e espaço open bar, com visão privilegiada para o palco de shows. DeFato marcou presença com estande fotográ� co e divulga-ção das fotos em tempo real.

Santa bárbara

Atrações de renome confi rmam Torneio Leiteiro de Santa Bárbara como uma das festas mais prestigiadas da região

FOTO

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EFATO

SERTANEJODE PESO

Produtor Adail Paiva, da Central Eventos, nos basti-

dores com Luan Santana

DeFato participou com tenda VIP e espaço

exclusivo para fotos

Atrações de renome confi rmam Torneio Leiteiro de Santa Bárbara Atrações de renome confi rmam Torneio Leiteiro de Santa Bárbara Atrações de renome confi rmam Torneio Leiteiro de Santa Bárbara

25www.defatoonline.com.br

Page 24: Revista DeFato edição 235

Um domingo especial mar-cou a abertura do Festival de Inverno de Itabira, no

último 8 de julho. O evento cultural chegou com vigor à sua 38ª edição e inaugurou uma nova fase ao utilizar um importante elemento: a Concha Acústica. O espaço é parte do Par-que Natural Municipal do Intelec-to, cenário caracterizado como um dos principais conjuntos turístico da cidade. Sob o monumento do Cru-zeiro, o multi-instrumentista Marcus Viana e a cantora Vanessa da Mata subiram ao palco para se apresentar a milhares de itabiranos e turistas. O público, estimado em oito mil pesso-as, manteve-se empolgado, mesmo com a baixa temperatura.

Na Concha Acústica, Marcus Viana e Sagrado Coração da Terra �zeram um show eclético, com re-pertório que variou de composições clássicas ao congado. Um momento marcante da apresentação foi quando o cantor, em parceria com o Coral de

Mil Vozes, regido pelo maestro Lin-domar Gomes, entoou a canção As Sem Razões do Amor, baseada em poema de Carlos Drummond de An-drade.

Na abertura da edição de 2012, Vanessa da Mata também agradou. A cantora mato-grossense trouxe o show “Bicicletas, bolos e outras ale-grias”, título de seu quinto álbum. A superintendente da Fundação Cul-tural Carlos Drummond de Andra-de (FCCDA), Marília Ramos, não escondia a satisfação. “É uma alegria enorme ver o Pico do Amor lotado para desfrutar desses belos shows”, disse.

Ao longo do mês, a mesma Con-cha Acústica reuniu públicos expres-sivos nas apresentações do líder do Barão Vermelho, Roberto Frejat, e dos cantores nordestinos Zé Rama-lho e Raimundo Fagner, além do grupo Teatro Mágico.

Como é de praxe, durante quinze dias, grandes nomes das artes cênicas

Itabira

trouxeram entretenimento de alto nível aos itabiranos, como a humo-rista Gorete Milagres, dona da per-sonagem “Filó”, no dia 10 de julho, e as atrizes Natália Timberg e Rosa-maria Murtinho, que estrelaram peça no dia 11. As o�cinas, concertos de música e o folclore mantiveram seu espaço, sempre com boa presença de público.

TRADIÇÃO

A primeira edição do Festival de Inverno de Itabira foi promovida em 1974, antes mesmo da inauguração do Centro Cultural, em 1982, e da criação da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, em 1985. Desde então, jamais saiu da agenda de eventos itabiranos, tornando-se, de acordo com a FCCDA, referência para o município e um importante polo agregador da cultura em âmbito regional, nacional e internacional.

CELEBRAÇÃODA CULTURAItabiranos deixam frio de lado para assistir a grandes apresentações durante 38º Festival de Inverno da cidade

Concha Acústica se consolida como espaço

ideal para grandes apresentações

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Zé Ramalho tocou seus sucessos na noite de 15 de julho

Fundação Cultural apresentou espetáculo de Natália Timberg e Rosamaria Murtinho

Frejat tocou canções românticas e o bom e velho rock n’ roll

27www.defatoonline.com.br

Page 26: Revista DeFato edição 235

S empre com eventos gra-tuitos e grandes nomes do cenário cultural nacional, o

Festival de Inverno de São Gonçalo do Rio Abaixo se consolida a cada ano como um tradição. Além dos shows musicais, oficinas, eventos de dança e artes cênicas proporcio-nam entretenimento e diversão ao público da cidade e região.

A edição 2012 será promovida entre os dias 27 de julho e 11 de agosto. Na programação, destaque para a abertura, na data em que é comemorado o aniversário do Centro Cultural da cidade (sex-ta, 27 de julho). Além da mostra

“Mãos Encantadas”, exposição et-nográfica das profissões em extin-ção de São Gonçalo do Rio Abai-xo, a cidade será palco para Diogo Nogueira. Ele se apresentará às 22h, na Praça Central. Diogo é

cantor e compositor, filho do sambista João Noguei-

ra, e traz no repertório aquilo

que o pai fazia de melhor: samba.

Para quem per-deu o show da humo-

rista Gorete Milagres no Festival de Inverno

de Itabira, no dia 28, às 20h, terá mais uma chan-

ce de assistir. Ela leva sua personagem Filó ao palco

do Centro Cultural, com o espetáculo Filó dá Emprego.

Outro destaque na progra-

São Gonçalo do Rio Abaixo

Cidade se prepara para receber grande público em mais uma edição do Festival de Inverno

Pato Fu faz show para crianças e adultos na Praça

Central, dia 29 de julho

Filó se apresentará em 28 de julho, no

Centro Cultural

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mação é a banda belo-horizontina Pato Fu, que se apresenta na Praça Central às 20h, no dia 29 (domin-go). O show Música de Brinquedo é voltado para adultos e crianças e tem a participação do Grupo Gi-ramundo, especializado em teatro de bonecos.

Um dos shows mais esperados é o do cantor e compositor minei-ro Milton Nascimento. Ele deve se apresentar na Praça Central às 22h. No dia seguinte, o cantor Jair Rodrigues, também às 22h, na Praça Central, encerrará a progra-mação do festival. A expectativa é de que um grande público compa-reça não só aos eventos musicais, mas às oficinas e demais espetácu-los previstos nesta edição.

A programação completa do Festival de Inverno está no site www.saogoncalo.mg.gov.br. Infor-mações pelo (31) 3833-5115

PELA OITAVA VEZ

Page 27: Revista DeFato edição 235

A10ª edição da Festa Literá-ria Internacional de Paraty (Flip), promovida entre 4 e

8 de julho, homenageou o poeta ita-birano Carlos Drummond de An-drade, no ano em que é celebrado seu 110º aniversário de nascimen-to. Idealizado pela editora inglesa Lyz Calder, o festival se consolidou como importante vitrine para o mercado editorial, promovendo in-tercâmbio entre escritores, editoras e público. Em 2012, foram 14 paí-ses participantes, representados por 40 autores.

Por conta da homenagem ao maior ícone itabirano, coisas e pes-soas da cidade de Drummond es-tiveram presentes em meio às mais diversas manifestações culturais. Sob os olhares de Pedro, neto do poeta, e Carlos Oscar, neto de Nie-meyer — reeditando a amizade dos avós — um cortejo formado por membros de grupos itabiranos di-vulgou a cultura tropeira pelas ruas da cidade histórica, um dos destinos extremos da Estrada Real.

Devidamente caracterizados, es-taladores de chicotes e tocadores de berrantes anunciavam a chegada da

comitiva vinda do distrito de Ipo-ema. As Meninas Trovadoras decla-maram poemas de Drummond que remetem ao tropeirismo. O público também pode conhecer o talento dos Drummonzinhos, o carisma das Lavadeiras de Ipoema e a elegância dos Cavaleiros da Cultura.

O festival foi um marco também para o Museu do Tropeiro, segun-do sua coordenadora, Eleni Cássia Vieira. “Conseguimos levar a Paraty todas as manifestações culturais que desenvolvemos no museu. Isso deu

Cultura

uma visibilidade muito grande para Ipoema, assim como nosso poeta dá para Itabira”, a� rmou a coordena-dora.

DRUMMONDEM BORDADO

Entre as manifestações da cos-tura e artesanato presentes na Flip 2012, o projeto Arte Moda Ecolo-gia chamou a atenção pela sua pro-posta de resgatar atividades gerado-ras de renda e que se encontram em ameaça de extinção, como a prática do design na bordaria.

O saber das matriarcas é o prin-cipal meio de penetração nas ori-gens culturais de artes e ofícios. Em Itabira, as pesquisas constataram seu grande conhecimento de pon-tos, como bainhas, richelieu, crivo e ponto cheio.

Sob a coordenação de Eleni Cássia Vieira, e metodologia da ar-tista plástica e designer Elisa Grossi, o projeto visa a integrar as técnicas do bordado aos temas da literatu-ra do tropeirismo. Mais uma for-ma de Drummond se eternizar.

O POETA NAS RUAS Paraty recebe itabiranos em festa que celebra o legado literário de Drummond

Canto das lavadeiras de Ipoema foi uma das tradições mineiras

apresentadas em Paraty

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Pedro, neto de Drummond, protago-niza com Carlos, neto de Niemeyer,

encontro que expressa a genealidade por meio de sobrenomes

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Os prejuízos provocados pelas chuvas do início do ano ainda são evidentes

nas rodovias da região. Em João Monlevade, o trecho que liga o bairro Jacuí à BR-381 foi comple-tamente destruído. Para tentar en-contrar solução para o problema, a Associação dos Municípios da Mi-crorregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi) reuniu, no último dia 19 de julho, engenheiros, representan-tes de órgãos públicos e empresas interessadas na recuperação do tre-cho para debater o problema.

O secretário executivo da Ame-pi, engenheiro Eduardo Quaresma, mostrou várias fotos dos pontos de extrema gravidade no canal que passa sob o ponto dani�cado e a ex-posição dos tubos da Gasmig. De acordo com o engenheiro, a Amepi já fez o levantamento topográ�co planialtimétrico de toda a área e vem realizando pesquisas sobre as alternativas de obras de recuperação do local.

A Prefeitura de João Monlevade

apresentou uma planilha do custo da obra de reconstrução do canal e da via estimado em R$ 540 mil. O documento já constava em um projeto global sobre todos os es-tragos provocados na cidade pelas chuvas de janeiro. A proposta foi, de acordo a Prefeitura, enviada ao Ministério da Integração Nacional, solicitando a liberação dos recursos, mas não houve retorno.

O presidente da Amepi, José

Região

Maria Repolês Repolês, sugeriu aos prefeitos acionar os políticos de in-�uência nos municípios na busca do montante necessário e disse estar “espantado com o fato de uma ver-ba irrisória não ter sido liberada”.

Dentre outras propostas, foi su-gerida a construção de uma ponte sobre o canal aberto, em conformi-dade com a legislação ambiental, e até a colocação de uma ponte feita pelo Exército, como via provisória. O representante do Crea-MG, en-genheiro Maurício Fernandes, se pronti�cou a ir ao local fazer um levantamento, para depois apresen-tar, também, sua proposta.

A maioria das empresas in-teressadas na recuperação da via decidiu só se posicionar sobre a possibilidade de contribuir com as obras após a apresentação de um projeto executivo, cuja elaboração �cou a cargo da Amepi, Prefei-tura de João Monlevade e Crea--MG. Uma nova reunião deve ser feita até o �nal de agosto.

ACESSO INTERROMPIDOAmepi intercede para tentar recuperar trecho de ligaçao do bairro Jacuí à BR-381

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Membros da Amepi e representantes de empresas se reuniram para debater soluções

Cratera bloqueou via usada também como rota alternativa

às cidades da região

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Comemoração que se preza sempre cria expectativas e atrai público. Assim, a Fes-

ta dos Pés-de-Pomba, conhecida por exaltar o orgulho de se ter nascido em Barão de Cocais — ou mesmo ter escolhido a cidade para se viver —, já completou 38 edições. A de 2012 começou no último dia 16 de julho, mesma data em que em que foi lançado o Circuito Gastronômi-co Musical “Pelos Bares da Cidade”. As ruas �caram lotadas de turistas e cocaienses dispostos a saborear as delícias dos bares e curtir música de boa qualidade.

Outras atrações da programação foram as tradicionais o�cinas e apre-sentações culturais. Nos palcos, des-taque para os espetáculos do Circo Teatro, espaço que reuniu públicos infantis e adultos oferecendo os mais variados temas. O distrito de Cocais também participou, com a apresen-tação da peça infantil “A história da menina que falava demais”, no Po-liesportivo Mata do Povo.

Os eventos nas praças da Lagoa e Nossa Senhora Aparecida reuniram bom público, como o Ponto Volante de Cultura, do Sesi, e a Feiras de Artesanato. Um momento sempre esperado é o des�le dos concorrentes a garoto e garota Pé-de-Pomba. No mesmo dia em que ocorre o des�le de encerramento, 27 de julho, é pre-vista a divulgação do resultado do concurso deste ano. A festa foi pro-

Barão de Cocais

gramada para terminar no domingo, 29 de julho, com apresentação da Bartucada. Grande expectativa cria-da também para o show do Capital Inicial, um dia antes.

A HISTÓRIA

A denominação popular (na prática, um gentílico) que dá nome à festa veio de uma brincadeira, com uma pitada de maldade, feita pelos vizinhos de Santa Bárbara. Na época em que Barão ainda era distrito da cidade de Afonso Penna, ao procurar os recursos e produtos da sede, os moradores do então distrito chegavam à Santa Bárbara com os pés sujos de poeira verme-lha, marca característica das estra-das da região. Por isso, eram cha-mados pelos santa-barbarenses de “pés-de-pomba”.

Hoje, o que era pejorativo se transformou em elemento de iden-ti�cação e valorização do povo co-caiense, orgulhoso de sua própria história de desenvolvimento.

PÉS-DE-POMBA EM FESTACocaienses e visitantes lotam ruas da cidade para exaltar

o orgulho de viver na terra da poeira vermelha

Concurso que elege garoto e garota Pé-de-Pomba faz parte da tradição

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Circo Teatro foi um dos espaços de manifestação da cultura

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Falta de tempo. Falta de opções de cursos nas escolas locais. Di�culda-de de conciliar estudo e trabalho.

Di�culdade de locomoção. Mensalida-des caras. Esses são alguns dos obstáculos que impedem muitas pessoas de realizar o sonho do diploma de nível superior. Há algum tempo, no entanto, um novo sistema de ensino vem ganhando força: a Educação à Distância (EaD).

Superando todas as resistências e preconceitos iniciais, o Brasil está prestes a registrar a marca de um milhão de alu-nos matriculados nessa modalidade. Ta-manha popularidade se deve, é claro, ao maior acesso da população à tecnologia, mas também aos investimentos que as faculdades vêm fazendo. Um dos exem-plos é a Estácio de Sá, instituição fundada há 42 anos no Rio de Janeiro e que, hoje, está presente em 18 estados por meio de uma rede formada por uma universidade, quatro centros universitários, 29 faculda-des e 52 polos de ensino à distância cre-denciados pelo MEC.

O ensino à distância da Estácio ofe-rece aulas teletransmitidas diretamente dos estúdios do Rio de Janeiro. O aluno pode, a qualquer instante, interagir com os professores e tirar suas dúvidas na Sala de Aula Virtual. Todas as aulas �cam dis-poníveis na internet e o aluno pode assis-

tir onde, quando e quantas vezes quiser. A presença é controlada por meio de exer-cícios, participação nos fóruns e outras atividades na internet. As provas são rea-lizadas presencialmente em um dos polos da Estácio pelo Brasil.

De acordo com Raquel Chequer, co-ordenadora do polo EaD da Estácio em Belo Horizonte, a nova forma de ensino é uma revolução na educação e bene�cia os três pilares de uma universidade: pes-quisa, ensino e extensão. “O EaD supera barreiras de espaço e tempo, proporcio-nando maior acesso à educação e permi-tindo ao aluno adaptar as suas demandas rotineiras à construção do seu conheci-

Educação

Ensino à distância atrai cada vez mais alunos em busca de comodidade e horários flexíveis para estudar

A gerente comercial Graziela Utsch já fez pós-graduação à

distância e convive com vários colegas que estudam dessa forma

Para a coordenadora do EaD da Estácio de BH, Raquel Chequer, modalidade será a mais procu-rada em alguns anos

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mento”, a�rma.As aulas do ensino à distância da

Estácio são ministradas por professores mestres e doutores. O material didático é o mesmo do ensino presencial. A coor-denadora explica que há um processo de nacionalização dos currículos, ou seja, as disciplinas dos cursos presenciais e à dis-tância estão se tornando comuns. Além disso, nos diplomas de conclusão de cur-so não há identi�cação da modalidade: os certi�cados são idênticos. “A e�cácia do método está na disciplina e na dedicação do aluno. Como ele é autônomo, preci-sa se concentrar e ter compromisso com seus estudos”, lembra Raquel.

A Estácio possui ainda uma Bibliote-ca Virtual, que disponibiliza incrível acer-vo de livros, 24h por dia na internet. O aluno pode consultar, imprimir ou com-prar com desconto.

Os valores mais acessíveis são apon-tados como um dos maiores diferen-ciais pela gerente comercial da Estácio de Belo Horizonte, Graziela Utsch. O EaD da Estácio ainda oferece descontos para pessoas com mais de 30 anos, ex--alunos de escolas públicas e empresas conveniadas. Além da graduação, estão disponíveis também pós-graduação e MBA à distância. Informações sobre o vestibular no site www.estacio.br.

EM QUALQUER LUGAR

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É comum as pessoas atribuírem como maior riqueza de um povo sua própria identidade.

Ela, estritamente ligada à cultura, se manifesta na arquitetura, nas artes, na composição do ambiente em que se vive e nos hábitos do cotidiano. Pode-se dizer que Conceição do Mato Dentro passa por uma época em que a busca desse valor é cada vez mais intensa.

O município, de pouco mais de 17 mil habitantes, localizado na Mi-crorregião do Médio Espinhaço, às margens da MG-10, é composto por oito distritos e inúmeros povoados que guardam peculiaridades e valio-sos acervos. Mas, diante do quadro de degradação do patrimônio histó-rico e cultural, o poder público, com apoio da iniciativa privada, corre contra o tempo para manter viva a memória do povo conceicionense.

Com cerca de 90% dos bens

tombados em más condições, ini-ciou-se na cidade um intenso pro-cesso de revitalização. Coordenados pela Prefeitura, com apoio de em-presas mineradoras que atuam em empreendimentos na região, os tra-balhos têm como foco restaurações e, até mesmo, reconstrução de igre-jas, praças, imóveis e monumentos históricos.

As mudanças já são perceptíveis quando se circula pelas ruas da ci-dade. Algumas delas estão cercadas por vigas de ferro, que impedem o tráfego de veículos pesados. Tudo para que não se abale ainda mais o que já foi castigado por anos de es-quecimento.

Como município tipicamente mineiro, a história de Conceição está ligada à exploração de rique-zas minerais. Desde o século XVIII é vinculada às comarcas de Sabará e Serro Frio (hoje Serro). Assim, o

Conceição do Mato Dentro

legado arquitetônico remete ao perí-odo colonial.

Bem no centro da cidade, algu-mas edi� cações imponentes se des-tacam. Na Rua Daniel de Carvalho, uma construção datada do � nal do século XVIII abriga a Prefeitura. No casarão se hospedava o governador da capitania, Bernardo José de Lore-na, presente no arraial em 1801. Em 1892, o edifício foi adequado para se tornar sede do Executivo. Tombado pelo Instituto do Patrimônio His-tórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1960, o casarão foi a primeira edi� cação em alvenaria de tijolos na cidade e é um dos prédios que mais conservam as características do casa-rio colonial.

Há anos caindo aos pedaços, � nalmente, recebe as primeiras in-tervenções. Por meio de recursos captados pela pontuação no ICMS Cultural, iniciou-se a recuperação

Recuperação de patrimônio histórico e investimentos em áreas públicas devem alterar cenário urbano até 2013

EM BUSCA DA MEMÓRIA

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Prédio da Prefeitura é um dos mais importantes bens em restauração

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do telhado. A medida era conside-rada a mais urgente, pois goteiras e in� ltrações contribuíam para o apo-drecimento de estruturas e prolifera-ção de fungos que consomem obras de arte seculares e documentos de grande valor histórico.

Outro caso interessante é o do casarão da Praça da Saudade. Pelo iminente risco de desabamento, ao mesmo tempo em que apresenta um importante conjunto histórico tom-bado pelo Patrimônio Municipal, o Ministério Público Estadual deter-minou não só a demolição do pré-dio, mas que o proprietário construa uma réplica do original.

Também por meio de recursos obtidos via ICMS Cultural, desde maio, está em reforma a emblemá-tica imagem de Nossa Senhora da Conceição. Situada na área exter-na da Igreja da Matriz, por � car o tempo todo exposta ao sol e chuva, se encontrava bastante dani� cada. Agora está sob cuidados do artista plástico Paulo Virgílio e do restaura-dor Alexandre da Aleart.

No distrito de Costa Sena, a Igre-ja de São Francisco de Assis tem re-gistros a partir de 1738. O conjunto é tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artísti-co de Minas Gerais (Iepha), desde 1985. A peculiaridade da construção é a ausência de torres e seu isolamen-to em relação aos outros imóveis do povoado.

Em 2010, um escoramento foi feito na igreja, considerando o risco de desabamento. Os custos para sua recuperação total são estimados em R$ 250 mil. No entanto, ainda sem condições de arcar a obra, a Prefeitu-ra encontrou como solução paliativa recuperar a parte mais precária, por meio de um convênio de R$ 30 mil, celebrado com a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.

De acordo com Julia Celly da Cunha, secretária municipal de Tu-rismo, a importância do trabalho de preservação reside na perpetuação

da história de Conceição. “Aqui nós temos uma diversidade de obras im-portantes. O acervo é muito grande, mas, hoje, boa parte da população não tem conhecimento dessa rique-za. O que queremos é colocar todos esses bens em boas condições de vi-sitação, não só para os turistas, mas para o povo da cidade”, explica a gestora.

Tombados pelo Iphan, outros destaques são o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e a igreja da Matriz, de Nossa Senhora da Con-ceição. Na segunda, a torre direita desabou e, depois de muitos anos de espera, está em processo de recupe-ração.

O FUTURO Paralelamente às reformas, deve

sair do papel, em breve, o Projeto

Educar. Trata-se de uma série de ati-vidades a serem desenvolvidas nas escolas municipais. O público alvo é formado por professores e estudan-tes, além de pessoas interessadoas na preservação do Patrimônio Históri-co.

Como a maioria dos alunos ain-da não entende a importância dos bens tombados, inventariados ou registrados em Conceição do Mato Dentro, a proposta é levar a eles in-formações sobre prédios, casarões, praças, igrejas, bens imateriais e ele-mentos culturais, de maneira geral, que demandem cuidados e proteção.

Promovendo aulas especiais, pa-lestras e visitas orientadas, o proje-to permitirá, segundo a Secretaria Municipal do Patrimônio, valorizar e preservar a cultura material e a me-mória da sociedade, num processo

Imagem de Nossa Senhora da Conceição, um dos símbolos da cidade, também passa por revitalização

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inverso ao que ocorreu ao longo do tempo.

CARA NOVAUma maneira que a cidade en-

controu para recuperar espaços pú-blicos foi aproveitar recursos oriun-dos da presença de empresas mine-radoras. Por meio de parcerias, vinte e uma praças de Conceição do Mato Dentro vão ganhar nova identidade visual, por meio do Projeto Adote Uma Praça.

Diversas companhias as adota-ram como compensação, prevista em lei, pela exploração de áreas do município. Além de reformar, a em-presa responsável pela adoção terá que cuidar da manutenção dos es-paços. As intervenções contemplam a recuperação de calçadas e bancos, além de novas propostas paisagísti-cas para os jardins. Algumas praças terão, também, amplas academias ao ar livre e playgrounds.

A secretária de Turismo de Conceição do Mato Dentro, Reja-ne Ottoni, prevê que os trabalhos sejam concluídos até o �nal deste ano. “Esperamos que em 2013 a ci-dade esteja de cara nova. O projeto é, também, uma forma de resgatar o convívio das pessoas nos espaços públicos de Conceição”, a�rma a se-cretária.

RIQUEZA NATURAL

Conceição do Mato Dentro faz parte do Circuito Serra do Cipó e está ao pé da Serra do Espinha-ço. O potencial turístico é notável. Cannyons, cachoeiras, montanhas e exuberantes formações rochosas compõem um cenário único, o que levou entidades ligadas ao turismo a considerar o município a “Capital Mineira do Ecoturismo”.

Na linha de frente, a tercei-ra maior queda d’água do Brasil, a Cachoeira do Tabuleiro. Ela mede 273m, perdendo em altura apenas para as cachoeiras do Araçá-AM

Tabuleiro e Salão de Pedras (abaixo) fazem parte dos principais roteiros

turísticos do estado

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Augusto Galdino, 54. Nascido e criado em Conceição do Mato Den-tro, é um dos mais importantes em-preendedores da cidade. Começou a investir em 1999, com a abertura de um restaurante que se tornou um dos mais procurados pontos gastro-nômicos da região. Cinco anos mais tarde, criou uma pousada, formando um conjunto quali�cado para aten-der a turistas.

De acordo com o empresário, historicamente, a cidade tem proble-mas para oferecer atrativos e prestar serviços à altura dos públicos que a visitam. “Os pontos turísticos ainda não têm infraestrutura adequada para atender bem. Ainda precisamos nos articular para tornar o turismo uma atividade sustentável. Se a mi-neração saísse daqui hoje, 80% dos estabelecimentos do comércio que-brariam”, assegura Allan.

A previsão é relacionada ao fato de que, de segunda a sexta, o mo-vimento das inúmeras pousadas é restrito aos trabalhadores da minera-ção. De acordo com o empresário, eles preferem alugar quartos da pou-sada ao invés de imóveis. Devido à grande demanda e pequena oferta de casas ou apartamentos, o preço do aluguel é exorbitante. Assim, pas-sam a semana trabalhando e voltam

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(365m) e a da Fumaça-BA (340m). Emoldurada por montanhas em for-ma de coração, é bastante visitada por turistas, que não se intimidam com um percurso de pouco mais de uma hora de caminhada em terreno acidentado. Em 2005, foi eleita pelo Guia Quatro Rodas a cachoeira mais bela do país. A área é protegida pe-los parques Estadual do Intendente e Municipal do Tabuleiro.

O município tem, ainda sob a proteção do Parque Estadual do Intendente, a Cachoeira Rabo de Cavalo, outra bela queda d’água. A Cachoeira das Três Barras, situada em área particular, às margens da Rodovia MG-10, é a de acesso mais fácil. Talvez, por isso mesmo mere-ça mais atenção das autoridades de meio ambiente, por estar, frequente-mente, sofrendo com a degradação provocada por turistas predadores.

Outro importante bem turís-tico é o Salão de Pedras. Inúmeros blocos de quartzito, esculpidos pela ação de ventos e chuva, se estendem por quilômetros, formando uma das mais belas paisagens naturais do es-tado. São duas horas de caminhada até o local. Os esportes de escalada são permitidos e bastante praticados no conjunto, embora acampar seja proibido.

Trata-se de um dos pontos mais relaxantes e privilegiados para con-templar a vista da cidade. Situado na parte mais alta da encosta do Campo Grande, o local foi elevado à Parque Natural Municipal em 1999, para proteger 852 hectares. A área corresponde, também, à Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, desde 2005. Há, no entorno, sítios arqueológicos estimados em cinco mil anos.

O QUE AINDA FALTA Embora ostente riqueza histórica

e natural, há quem acredite que a ci-dade precise melhorar para alcançar o tão aclamado progresso, quando o assunto é turismo. É o caso de Allan

para casa na sexta-feira. “Cerca de 80% do movimento

da pousada corresponde à presença de trabalhadores da mineração. No restaurante, 90% das pessoas que aparecem para almoçar fazem parte do mesmo público”, acrescenta Ta-lita de Paula Galdino, 26, �lha de Allan e, também, administradora da hospedagem e do restaurante.

Para se ter ideia, somente no quadro da mineradora Anglo Ame-rican, cerca de três mil pessoas estão empregadas em empreendimentos do projeto Minas-Rio, obra que pre-vê a exploração de mina, construção de usina de bene�ciamento e de um mineroduto que transportará miné-rio de ferro até a costa do Rio de Janeiro.

Apesar dos problemas, a cidade parece mesmo ser uma boa oportu-nidade de investimento. “Na pousa-da, começamos com 16 suítes e hoje temos 24. Dentro de dois meses, o número subirá para 35”, revela Talita.

Como toda cidade que cresce, Conceição do Mato Dentro mostra virtudes e pendências para resolver. Procurando exaltar seu passado, projeta um futuro ainda mais rico, ao ter descoberto que o meio mais fácil de alcançar o progresso é re-conhecer seu próprio valor.

Pousadas da cidade estão ocupadas por trabalhadores da mineração

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M ais uma corrida eleito-ral se iniciou. A disputa já tem nomes, números

e cores. O último dia 30 de junho marcou o � m do prazo das conven-ções partidárias e apontou os candi-datos que vão sair às ruas em busca de votos. Vencidas as articulações (ou a falta delas, em alguns casos), é hora de tentar alcançar o objetivo, seja Câmara Legislativa ou Prefeitu-ra. Quem vai chegar lá? Só depois da apuração dos votos será possível saber.

Em Itabira e região, a dispu-ta � cou heterogênea. Em algumas cidades, o pleito pela Prefeitura se polarizou. Outras apresentam vários candidatos. Esse cenário ainda pode mudar, já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipulou 5 de agos-to como data limite para divulgação das con� rmações ou impugnações dos registros de candidaturas.

Na terra de Drummond, por

exemplo, quatro são os postulan-tes ao cargo máximo do Executivo, bem diferente do que ocorreu em 2008, quando apenas dois candi-datos disputaram a preferência dos itabiranos. A primeira chapa foi formada em 29 de junho, e gerou polêmica. Arquirrivais em outras es-feras, PSDB e PT se uniram em tor-no do vice-prefeito Roberto Chaves (PSDB) e do dentista e ex-vereador Alexandre Faria Martins da Costa, o Banana (PT).

A convenção que indicou o tucano para cabeça de chapa foi tranquila, mas a reunião dos pe-tistas pegou fogo. Tudo por causa da recusa do vice-presidente da le-genda, José Francisco da Silva, em aceitar a união com os peessedebis-tas. Em resposta, ele ouviu críticas contundentes de militantes, como o ex-prefeito Jackson Tavares, e teve que “engolir” a criação da coligação Muda Itabira.

Durante boa parte das conversa-ções, PT e PSDB caminharam jun-

Política

tos do PP e do PTN e indicavam a formação de um grupo denominado por eles mesmos como “terceira via”. No entanto, com o desenrolar das articulações, esse grupo se desfez e as duas últimas legendas se voltaram para Ronaldo Magalhães (PTB). O PP, inclusive, apresentou o nome do ex-vereador Neidson Freitas para compor a chapa como vice do pe-tebista. Eles encabeçam a coligação “Frente Experiência e Juventude”, composta ainda por PTN, PDT, PMN e PRP.

A chapa da oposição apresen-ta a maior coalizão para as eleições municipais deste ano. São 13 parti-dos em torno do nome de Damon Lázaro de Sena (PV). Será a tercei-ra tentativa do médico de se eleger prefeito de Itabira. Desta vez, o vice será o empresário Reginaldo Calixto (PMDB). Os dois encabeçam a coli-gação “Itabira no rumo certo”, com-posta ainda por PRB, PSL, PSC, PPS, PSDC, PRTB, PHS, PTC, PSB, PC do B e PT do B.

Depois de superarem o período de articulações políticas, candidatos da região saem à caça de votos

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Candidatos a prefeito e vice, Roberto (PSDB) e Banana (PT) formam chapa

inusitada em Itabira

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Neidson (PP) é vice do ex-prefeito Ronaldo (PTB) na coligação itabirana

Experiência e Juventude

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O quarto candidato é o empre-sário Cláudio Lage Vieira, o Cigani-nho, que tenta ser prefeito de Itabira pela segunda vez, agora em chapa pura pelo PSOL, ao lado do vice Geraldo Solano da Silva. O partido chegou a ser cortejado pelos outros grupos, mas preferiu se manter sozi-nho na disputa.

Chamou a atenção no processo de negociações de Itabira a decisão do prefeito João Izael (PR) de não apoiar candidato algum nas eleições. Além do partido dele, o DEM e o PSD decidiram pela neutralidade e formaram coligação apenas para dis-putar vagas na Câmara.

Pleiteando as 17 vagas do Legis-lativo, 254 candidatos pediram re-gistro no Cartório Eleitoral de Itabi-ra. No próximo ano, Itabira terá, no mínimo, oito nomes diferentes do atual quadro. Isso porque aumenta-ram seis cadeiras e, também, porque os vereadores Sebastião Ferreira da Silva, o Tião da Antena (PP), e José Celso de Assis (PR), não vão estar na disputa.

DESISTÊNCIAS EM MONLEVADE

As articulações foram marcadas por três importantes desistências em João Monlevade. A primeira foi do principal nome da oposição, o ex--prefeito Carlos Moreira (PSDB). O tucano era tido como o preferido do grupo apoiado pelo ex-deputado es-

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Damon (PV) é candidato a prefeito de novo em Itabira, desta vez com Calixto (PMDB) de vice

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Com Ciganinho (esquerda) para prefeito e Geraldo Solano de vice, Psol forma

chapa Itabira Puro Sangue

tadual Mauri Torres, saiu da dispu-ta, prevendo os efeitos da Lei Com-plementar Nº 135/2010, a “Lei da Ficha Limpa”. Moreira foi condena-do em dois processos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

A segunda desistência relevante foi a do atual prefeito Gustavo Pran-dini (PV). O advogado abriu mão de lutar pela reeleição por questões familiares. Sua esposa, Daniela Ma-chado, enfrenta problemas de saúde.

A última desistência foi do em-presário Lucien Marques (PSDB). Escolhido para disputar as eleições no lugar de Carlos Moreira, Lucien também alegou problemas de saúde. O tucano disse sofrer de transtornos do sono. A renúncia da candidatura ocorreu um dia antes da convenção do PSDB, pegando todos de surpre-sa.

Diante de tantas mudanças, o apoio de Prandini foi para a ex-vice--prefeita Conceição Winter (PPS). Ela propôs uma chapa totalmente feminina com a vereadora Dorinha Machado (PMDB). As duas lideram a coligação “Monlevade em Primei-ro Lugar”, composta, ainda, por PRB, PTB, PTN, PR, PRTB, PV e PC do B.

O grupo da oposição aposta em Teó� lo Torres (PSDB), � lho de Mauri Torres. Tantas desistências atrapalharam o projeto político do tucano, que tinha a intenção de ser candidato a deputado estadual em

2014. Ele terá como vice o médico Railton Franklin (PDT), candidato derrotado por Prandini pela diferen-ça de 1% dos votos, em 2008. Junto dos tucanos e pedetistas formam a coligação “Avança Monlevade” o PP, PSL, PSC, PSDC, PMN, PTC, PSB e PSD.

O terceiro candidato em João Monlevade é o ex-secretário de Es-portes do Governo Prandini, Gentil Bicalho (PT). Sua candidatura é re-sultado do rompimento dos petistas com o atual prefeito. A chapa ‘Por respeito à Monlevade”, majoritária, será pura, com o médico e ex-prefei-to Laércio Ribeiro de vice. Na pro-porcional, o PT tem a companhia do DEM e do PT do B.

Em Monlevade, a Câmara ga-nhou mais uma vaga, subindo de 10 para 11 o número de vereadores. Dois dos atuais legisladores não vão tentar a reeleição: Doró da Saúde (PTN), que não entrou em acordo com o partido, e Dorinha Machado, candidata a vice-prefeita.

TRÊS NA DISPUTANa Cidade do Mel, três candi-

datos a prefeito � zeram pedido de registro de candidatura. Para as 11 vagas da Câmara Municipal de San-ta Bárbara, 124 pessoas se candida-taram. O bloco governista vai apoiar o ex-secretário de Governo, Rodrigo Moreira (PSB), para prefeito, com o ex-secretário de Obras Marcos An

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tônio Ribeiro (PT) de vice. Eles formarão a coligação Unidos por Santa Bárbara, com PDT, PTN, PR, PPS, DEM, PSDB, PSD e PT do B.

Outro grupo é encabeçado por Carlos Antônio Macellani, o Carli-nhos (PMDB), com a advogada He-lenice Cunha (PSC) de vice. A du-pla lidera a coligação Santa Bárbara Mais Feliz, ao lado de PP, PSL e PV.

O terceiro bloco é liderado pelo bancário Leris Braga (PRB). Seu vice é Alcemir José Pereira, do mes-mo partido. A coligação tem, ainda, PSDC, PHS e PTC e foi batizada de “Juntos Por Um Novo Caminho”.

Também com três postulantes à Prefeitura, São Gonçalo do Rio Abaixo apresenta pelo bloco gover-nista 11 partidos em torno do nome do ex-secretário de Administração Antônio Carlos Noronha Bicalho (PDT), com o empresário Eduardo Fonseca (PV), de vice. A coligação “São Gonçalo Somos Todos Nós “é composta, ainda, por PRB, PT, PTB, PSC, PR, PPS, DEM, PSB e PV.

A oposição, de novo, aposta no ex-vereador Luzimar da Fonseca, o Buzica (PSDB). Ele tenta a eleição pela terceira vez. Agora, o vice será o veterinário Duílio Guedes Bicalho (PMDB), na coligação “Juntos por Amor e Respeito a São Gonçalo”. O grupo agrega PTN, PRP e PT do B.

O ex-prefeito Domingos An-tônio Ribeiro, o Dominguinhos (PSL), tentará retornar ao posto. Na chapa puro sangue, o advogado Lincoln Augusto Moreira Ribeiro se apresenta como vice. Na Câmara Municipal, 94 candidatos vão dis-putar as nove cadeiras.

Mesmo com a con� ança demons-trada por todos, até 5 de agosto a Lei da Ficha Limpa deve ser o elemento preponderante para a con� rmação das candidaturas. É aguardar para saber quem entrou para valer.

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Conceição Winter (PPS) e Dorinha (PMDB) compõe chapa feminina em João Monlevade

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Aliança de Téofi lo (PSDB) e Railton (PDT) engrossa oposição monlevadense

Ainda em Monlevade, Gentil (à esquerda) e Laércio formam chapa pura do PT

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40 Julho . 2012 DeFato

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A disputa promete ser acirrada em Ba-rão de Cocais. Dentre as cidades da região, lá foi registrado o maior número de candi-datos ao Executivo: cinco. Para as 11 vagas do Legislativo, 149 candidatos irão concor-rer.

A coligação apoiada pelo atual prefei-to, Geraldo Abade (PTB), a exemplo do que ocorre em Itabira, apresenta a união entre PSDB e PT. O atual vice-prefeito, Armando Verdolin (PSDB), encabeça a chapa, tendo como candidato a vice Antônio Francisco Marques, o Djavan (PT). A coligação “Uma Cidade Melhor Para Todos” ainda reúne PDT, PTB, PHS, PMN e PSB.

O administrador Vinicius Eloi Almeida Torres, o Léo do H Sete (PMDB), é o can-didato a prefeito que agrega a coligação com o maior número de partidos em Barão de Cocais. O vice é Joãozinho de Dona Lu-zia (PT do B). A coligação “Barão Pode Mais” conta, também, com o PP, PSL, PR, DEM, PTC, PV, PRP e PSD.

O terceiro candidato é José Eustáquio da Silva (PRTB), que ao lado de Rogério Souza Reis (PSDC) forma a chapa “Con� a Barão”. Há duas candidaturas puro sangue: a do PPS, com Antônio Aniceto da Silva, o Tonivel, e Rafael Siveira; e a do PC do B, com o vereador da oposição Elsias Nascen-tes Coelho Neto, doutor Cici, como can-didato a prefeito, e Jorge Antônio Pinto, como vice.

Em Conceição do Mato Dentro, o que os eleitores esperam é que a próxima ges-tão da cidade seja mais tranquila. Desde o pleito de 2008, o município passou por seis trocas de prefeito. Em 2012, são qua-tro candidatos a prefeito e 88 para ocupar as 11 vagas do Legislativo. O fato mais marcante é a quebra da tradição de ape-nas dois nomes protagonizarem a disputa.

O atual prefeito, Reinaldo Guimarães (PMDB), assumiu o cargo em janeiro des-te ano e tentará a reeleição. O candidato a vice será Humberto Araripe (PSDB), na coligação “Somos Conceição, de Verdade”, que conta, ainda, com PDT, PT e PSDB.

Outro que tenta se tornar prefeito é Breno Costa Júnior (DEM). Ele foi um dos que ocuparam o cargo desde 2008 e lide-ra a coligação “Con� rmando a Decisão do Povo”, que apresenta Geraldo Pereira San-tos (PSD) como candidato a vice. O grupo é composto também, por PRB, PTC, PSB e PC do B.

A administradora Maria Cecília Apareci-do de Oliveira (PP) lidera a coligação “Mu-dança Certa”, com Carlos Antônio Vicente de Lima (PSC) de vice. O grupo é formado, ainda, por PR, PSL, PRTB, PT do B e PV.

O quarto nome na disputa é o de padre Tarcizio José Mourão (PSDC). O vice é Edi-son Freitas (PPS). O PTB completa a coliga-ção “Um Governo do Povo para o Povo”.

A batalha de Barão Despolarização em Conceição

A disputa pela Prefeitura de Guanhães será polarizada en-tre dois candidatos. O da base governista é o administrador Ananias Ribeiro de Castro, o Ananias do Saae (PDT), com Lúcio Sette, do mesmo parti-do, de vice. Os dois estão na

coligação Pra Frente é que se Anda, composta com o apoio do PMDB, DEM e PSB.

A disputa será contra o agri-cultor Geraldo José Pereira, o Ladinho (PP), que tem como candidata a vice a médica Mary Celeste de Miranda Soares (PR).

A coligação recebeu o nome de Guanhães para Todos. Além de PP e PR, compõem o grupo as siglas PRB, PT, PTB, PSL, PSC, PPS, PRTB, PHS, PV, PSDB e PC do B. Para as 13 vagas da Câma-ra Municipal, foram registrados 125 postulantes.

Para ler notícias sobre outras cidades e Eleições 2012 acessse www.defatoonline.com.br

Polarização em Guanhães

41www.defatoonline.com.br

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Em 11 de julho de 2012, Va-léria Aparecida Félix, 28 anos, e seus familiares sepultavam

Vanísio Aparecido Félix, 32, no Ce-mitério da Paz, em Itabira. Seu irmão morreu em 9 de julho, após a moto que pilotava se chocar com uma vaca na MG-129, trecho entre os bairros Campestre e Pedreira. Doze dias an-tes, o funcionário da Vale Bernardo de Oliveira, 26, também perdeu a vida. Em outro acidente de moto, ele bateu em um cavalo que perambulava na MGC-120, próximo ao Condo-mínio Quintas da Rocinha, sentido Santa Maria de Itabira.

“O que sinto hoje é uma mistu-ra de tristeza, dor e revolta. Inocen-tes estão perdendo a vida e os órgãos competentes precisam demonstrar mais responsabilidade diante disso, senão outros terão o mesmo destino. É preciso punir os proprietários. Meu irmão se foi e deixou esposa e uma � lha de dois anos e sete meses”, diz Valéria, com voz embargada.

Acidentes causados por animais têm sido recorrentes nas rodovias que margeiam Itabira, principalmente nas MGs-129 e 434 e na MGC-120, no trecho que liga a cidade a Santa Maria de Itabira e nas proximidades do bair-ro itabirano Pedreira. A Polícia Mili-tar Rodoviária (PRv-MG) registrou

Estradas

na região, no primeiro semestre deste ano, 17 acidentes causados por ani-mais. No mesmo período do ano pas-sado, o número foi de 11 ocorrências. Somente em junho deste ano, DeFa-to Online divulgou quatro acidentes, sendo um em cada semana do mês. A cada espisódio, o questionamento de sobreviventes e familiares de vítimas é fatais o mesmo: “Até quando?”

QUEIXA ANTIGA Apesar de o problema ter ganhan-

do notoriedade pelo aumento recente de ocorrências, a preocupação com animais na pista não é novidade em Itabira. Em novembro de 2010, a Câmara Municipal cobrou do prefei-

PERIGO NA PISTAAnimais de grande porte provocam acidentes e mortes na região. Fiscalização

inefi ciente nas rodovias assegura impunidade aos donos irresponsáveis

PATRÍCIA EMILIANO

Animais soltos oferecem riscos constantes

aos motoristas

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42 Julho . 2012 DeFato

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to João Izael providências em relação aos riscos apresentados em estradas que dão acesso à cidade. Na ocasião, a justificativa se baseou em diversos acidentes, alguns com vítimas fatais, ocorridos em vias que ligam Itabira aos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo, entre outras da região.

Em 11 de julho deste ano, Polí-cia Rodoviária Estadual e Prefeitura de Itabira iniciaram os debates sobre o problema. Seis dias depois, a Câ-mara voltou a cobrar providências do DER-MG e da Prefeitura. Os verado-res prometeram enviar um documen-to ao Ministério Público Estadual (MPE) solicitando auxílio.

O prefeito de Santa Maria de Ita-bira, Geraldo Coelho do Nascimento, o Geraldo Noé, também demonstrou preocupação. Em 17 de março de 2011, cobrou uma solução por par-te do DER-MG quanto aos animais soltos na MGC-120. No encontro,

deliberaram que o órgão estadual dis-ponibilizaria agentes e transporte para recolhimento dos animais. A Prefei-tura assegurou, na ocasião, a disponi-bilização de um curral e profissionais para cuidar dos apreendidos por até 30 dias. Depois do prazo, o destino dos animais que não fossem resgata-dos pelo dono seria o leilão, sacrifício ou doação para fins de pesquisas.

Segundo Geraldo Noé, a parce-ria só funcionou no início. “O DER alegou que não tinha condições de fazer o recolhimento com frequência. O curral está pronto, mas não temos como assumir todos os trabalhos. Precisamos de parceiros. A situação é preocupante, pois pessoas estão mor-rendo”, alertou o prefeito.

A FISCALIZAÇÃO O tenente Márcio de Carvalho,

comandante da PRv-MG em Itabi-ra, diz que a instituição, para coibir a

ocorrência do problema, faz contato frequente com proprietários de terras que margeiam as rodovias. “As visitas são registradas e o objetivo é orientar essas pessoas a reforçar cercas, manter os animais identificados e em condi-ções seguras. Alertamos sobre a res-ponsabilidade civil e penal que eles têm, não somente em caso de homicí-dio, mas a simples omissão de caute-la”, esclarece o comandante.

Apesar do aumento do número de acidentes, Márcio acredita que as pessoas têm se mostrado conscientes quanto ao problema, principalmente na zona rural. “Ninguém quer perder o animal ou ser responsabilizado por um acidente. Os animais que temos identificado nas ocorrências são, ge-ralmente, de pessoas que os utilizam para trabalhar durante o dia, na cida-de. Sem que tenham locais adequados para guardá-los, soltam os bichos em qualquer lugar, à noite, sem preocu

Familiares e amigos se des-pendem de Vanisio, vítima de acidente com animal de

grande porte na pista

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43www.defatoonline.com.br

Page 42: Revista DeFato edição 235

pação quanto à possibilidade de eles provocarem acidentes”, diz o te-nente.

O militar reconhece que provi-dências efetivas ainda precisam ser tomadas. “O ideal seria disponibilizar uma equipe permanente para recolher os animais. Enfrentamos dificuldade, mas os órgãos têm procurado se ope-racionalizar. A população também pre-cisa contribuir, não deixando cavalos e vacas soltos”, alerta.

Quando os acidentes ocorrem em rodovias estaduais, a responsabi-lidade é do Departamento de Estra-das e Rodagens (DER). É atribuição do órgão remover os animais da pis-ta. Nas vias urbanas, a mesma tarefa cabe à prefeitura.

O secretário municipal de De-senvolvimento Urbano de Itabira, Rodrigo Zeferino, diz que, quando solicitado, o município tem ajudado o DER. “Como não contam com es-trutura alguma para capturar e apre-ender os animais, nos fazem a soli-citação. Recolhemos e levamos para o Curral Municipal. Funciona como uma parceria”, explica Zeferino.

O secretário informou, ainda, que se reuniu, recentemente, com o coordenador regional do DER-MG, Álvaro Goulart, para debater formas

de aproximar o trabalho dos dois órgãos. Já Álvaro Goulart, diante dos últimos acontecimentos, disse que � scais do DER-MG percorrem, dia-riamente, os perímetros que estão sob jurisdição do órgão. Quando é detec-tado algum animal solto na rodovia, segundo o coordenador, a Prefeitura é acionada para fazer o recolhimento e levá-lo ao Curral Municipal, onde permanece até que o dono vá resgatá--lo. Álvaro informou, ainda, que, a partir de agora, nos casos em que o proprietário for identi� cado será feito um Boletim de Ocorrência e este en-viado ao Ministério Público.

PENALIDADES O Código Civil, no Artigo 936,

determina que “o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este cau-sado, se não provar culpa da vítima ou força maior”. Mesmo com a ocorrên-cia de mortes, a impunidade nesse tipo de situação é comum, pois, di-ficilmente, o causador do problema é identificado.

O presidente da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) em Itabira, Edvar Jorge de Oliveira, lembra que é justamente a descoberta do dono do animal que garante o direito da vítima pleitear indenização.

Em caso de morte, no momento do acidente é preciso fazer um Bole-tim de Ocorrência. Caso seja encon-trado, o dono do animal responderá por danos materiais e homicídio. “Ele provocou as circunstâncias e assumiu o risco de alguém sofrer um acidente e morrer”, explica Edvar.

Enquanto o problema persis-te, a PRv-MG recomenda pru-dência aos motoristas e atenção às situações inesperadas. Para de-nunciar animais soltos em rodo-vias ao DER-MG, o telefone é o (31) 3834-1759. No perímetro urbano, a Polícia Militar pode ser acionada pelo 190 ou 181.

Cavalo solto colocou em risco a vida de 16 pessoas que viajavam

pela MG-129 no micro ônibus

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Homem tenta evitar que vaca provoque acidente em rodovia próxima a Itabira

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44 Julho . 2012 DeFato

Page 43: Revista DeFato edição 235

OCORRÊNCIAS RECENTES DICAS PARA LIDAR COM ANIMAIS PRÓXIMOS À PISTA

20 DE MARÇO

6 DE JUNHO

16 DE JUNHO

25 DE JUNHO

27 DE JUNHO

9 DE JULHO

O empresário Otoni de Assis Duarte, 57, seguia de car-ro pela MGC-120, em direção a Santa Maria de Itabira, quando se chocou com um cavalo na altura do km 437, próximo ao bairro Pedreira. O motorista foi encami-nhado ao hospital com estilhaços nos olhos.

• Preste atenção às placas indicativas de animais na pista. Se foram colocadas, é porque já houve aci-dentes ali ou a passagem de animais é frequente.

• A presença de animais é mais observada entre 5h e 8 h e entre 17h e 22h. Redobre a atenção nesses horários.

• É preciso atenção aos descampados ao longo da estrada e também às áreas com arbustos densos, que dificultam a visualização imediata de animais.

• Se notar animais circulando próximos à pista, dimi-nua bastante a velocidade e prepare-se para frear.

• Depois de passar por uma situação de risco, man-tenha-se alerta, pois outras podem surgir, em se-guida. Diminua a velocidade e observe o entorno.

• Não tente desviar adivinhando para que lado ele irá, já que a reação dos animais costuma ser im-previsível.

• Diminua a velocidade para o mínimo possível.

• Baixe os faróis para não ofuscá-lo.

• Use a buzina para tentar afugentá-lo.

• Não se aproxime do animal. Mantenha uma dis-tância que o permita sair do caminho.

• Se for um animal pequeno, tente desviar sem frear nem girar o volante bruscamente. Se não puder desviar, segure com firmeza o volante para manter o carro alinhado.

• Se o animal for grande, tente desviar só pela direi-ta, se o acostamento ou a área lateral apresentar boas condições. Uma vez fora da pista, não tente voltar, porque o carro poderá tombar.

• Procure não bater de frente no animal, já que a força do impacto pode lançá-lo ao para-brisa.

Elvânio Lopes de Freitas, 27, trafegava pela MG -129, sentido Parque de Exposições, quando foi surpreen-dido com a presença de alguns animais na pista. Ele tentou desviar, mas seu carro atingiu um dos cavalos. O motorista sofreu escoriações e foi atendido no local.

Na MGC-120, duas pessoas ficaram feridas depois que a moto em que viajavam se chocou contra uma vaca, em mais uma ocorrência próxima ao bairro Pedreira.

Um micro-ônibus, da Prefeitura de Santa Maria do Suaçuí, atropelou e matou um cavalo na MG-129, a poucos quilômetros do Parque de Exposições Virgilio José Gazire. O carro levava 23 pacientes, além de uma profissional de enfermagem, para tratamento em Belo Horizonte. Ninguém se feriu.

Bernardo José Assis de Oliveira, 26, conduzia sua moto com Mauro Lúcio Damião na garupa. Depois de bater em um cavalo na MGC-120, próximo ao bairro Pedrei-ra, foi levado a um hospital de Belo Horizonte, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.

Vanísio Aparecido Félix, 32 anos, bateu em uma vaca enquanto pilotava uma moto na MG-129, entre os bairros Campestre e Pedreira. Morreu ainda a caminho do hospital.

Fonte: DeFato Online

SE O ANIMAL ESTIVER NA PISTA

SE O CHOQUE FOR INEVITÁVEL

Fonte: Portal Comunidade Bem Simples

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Page 44: Revista DeFato edição 235

O raio de atuação do Grupo de Atendimento Voluntário de Emergên-cia (Gave), com sede em Nova Era, al-cança, também, outras cidades do Mé-dio Piracicaba. Trata-se de uma ONG, respaldada por lei, cujo foco é salvar vidas. Os 34 voluntários frequentam o curso de Atendimento Pré-Hospitalar e são treinados para exercer atendi-mento rápido e eficiente. A capacita-ção é feita por bombeiros voluntários, além dos socorristas mais experientes. Eles contam, também, com o apoio de diversas instituições públicas e privadas da região.

O Gave é, na maioria das vezes, acionado pelo Hospital São José ou Polícia Militar. Os casos mais comuns, de acordo com o socorrista Wilber Moreira Reis, são atendimentos de vítimas de capotamentos e veículos caídos em ribanceiras. As ocorrências que envolvem crianças, segundo os vo-luntários, são as que mais comovem os integrantes do grupo.

Para Wilber, a motivação para ser-vir como voluntário vem da vontade

de fazer algo pelo pró-

Solidariedade e amor ao próxi-mo são valores que movem o trabalho dos grupos voluntários

de resgate. Sempre de prontidão para

ximo. “Lutamos para continuar o tra-balho que exercemos porque fazemos o bem salvando vidas”, afirma.

De janeiro a outubro de 2011, últi-mo balanço feito, foram atendidos 223 casos de trauma e 45 clínicos em Nova Era. Neste ano, já são 22 atendimen-

socorrer vítimas de acidentes, tanto no perímetro urbano quanto em rodovias da região, sem receber nada em troca, prestam assistência a cidades como Ba-rão de Cocais, Nova Era e João Monle-vade. Muitas vezes, suprem a ausência

Cidadania

tos de trauma e 26 clínicos. A sede do Grupo é o Hospital São José. O plan-tão é 24 horas, de domingo a domin-go. Também é feito em alguns pontos estratégicos da BR-381, organizados de acordo com a disponibilidade dos socorristas.

DO DIA A DIADO DIA A DIADO DIA A DIAPATRÍCIA EMILIANO

DO DIA A DIADO DIA A DIADO DIA A DIADO DIA A DIADO DIA A DIADO DIA A DIASuperando difi culdades

fi nanceiras e estruturais, voluntários seguem em frente

na missão de salvar vidas

Voluntários atendem 24h em Nova Era e região, de

domingo a domingo

de fazer algo pelo pró-

de batalhões de Corpo de Bombeiros ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), presentes somente em Itabira. Entre os que se destacam no Médio Piracicaba, a motivação é a mesma: o simples ato de fazer o bem.

GAVE

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Page 45: Revista DeFato edição 235

Sevor faz, pelo menos, três atendimentos por dia em João Monlevade e região

SEVOR Desde 2000, ano de sua funda-

ção, o Serviço Voluntário de Resgate (Sevor) atende vítimas de acidentes nas cidade e rodovias da região. O grupo foi fundado por iniciativa de pessoas que integravam o grupo de escoteiros de João Monlevade. Os voluntários recebem treinamento em empresas especializadas em pro-mover a formação de socorristas e contam com vários parceiros, que contribuem para a manutenção da frota e de equipamentos.

De acordo com o médico e pre-sidente do Sevor, Hamilton Plábio Lopes, as pessoas se interessam em fazer parte do grupo pelos mais di-versos motivos, e com um objetivo em comum: a vontade de servir ao próximo. As maiores dificuldades enfrentadas por quem se dispõe a fazer trabalhos voluntários, segundo Hamilton, estão relacionadas à vai-

dade das pessoas. O grupo faz, em média, três

atendimentos diários, sendo a maio-ria no perímetro urbano, acionado pela Polícia Militar. Quando são re-gistradas ocorrências em rodovias, o chamado é feito pela Polícia Rodovi-ária Federal.

Diante de tantos acontecimen-tos, em 11 anos de voluntariado, Hamilton tem dificuldades em apontar algum caso que seja o mais marcante. Mas se sensibiliza ao lem-brar de uma família que teve o carro esmagado por uma carreta e, como por obra de um milagre, consegui-ram resgatar uma criança das ferra-gens sem um arranhão. “Foi emo-cionante a maneira como o menino, Ezequiel, abraçou o socorrista, com um suspiro de alívio”, relembra.

A importância do trabalho do Sevor é reconhecida também pela

população. Isso ficou visível quan-do, no último mês de maio, houve paralisação dos atendimentos por problemas burocráticos. “Como profissional da saúde, sinto um grande conforto quando vejo que o esforço da equipe resulta no resgate de vidas. Um olhar ou um gesto de agradecimento, muitas vezes, é mais que suficiente para motivar todos a seguir nessa missão”, explica Hamil-ton.

Ironicamente, o grupo responsá-vel por salvar tantas vidas esteve de luto, recentemente, devido ao aci-dente que vitimou, em João Mon-levade, o voluntário Prannas Vilela Narkievicius, de 39 anos. Ele foi atingido por um microônibus des-governado, no dia 26 de junho, no bairro Novo Horizonte. A Prefeitura decretou luto de três dias na ocasião, em reconhecimento à importância do trabalho de Prannas, um entre tantos outros heróis anôni-mos.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Page 46: Revista DeFato edição 235

Voluntários do GRVE ajudam a suprir ausência de Samu e Bombeiros em

Barão de Cocais

GRVEO Grupo de Resgate Voluntário de

Emergência (GRVE), de Barão de Co-cais, nasceu da garra de pessoas que ser-viam como socorristas voluntários em Nova Era. Os pioneiros Jackson Cristo-vam dos Santos, Uelinton Rodrigues da Silva e Marcelo Amaro Minelli, mora-dores de Barão de Cocais, identificaram a necessidade de prestar atendimento de emergência e suprir a ausência de Samu e Corpo de Bombeiros na cidade.

No início, os integrantes do grupo prestavam atendimento pré-hospitalar de emergência utilizando os próprios veículos para chegarem até o local do acidente. Eles realizavam os pro-cedimentos necessários até que uma ambulância chegasse. Segundo o pre-sidente, Uelinton Rodrigues da Silva, trabalharam assim por quatro meses até receberem a própria ambulância e equi-

pamentos, por meio de uma parceria com a Prefeitura de Barão de Cocais.

Dessa forma, começaram com oito socorristas. Em seguida, com o apoio da empresa de treinamentos de pri-meiros socorros e resgate ABVMG, de Belo Horizonte, instituíram um curso de socorristas, pelo qual já formaram 25 membros. Destes, 18 ainda atuam no GRVE, compondo uma equipe de 35 voluntários. Todos os socorristas passam, também, por cursos de trei-namento pré-hospitalar e, a cada ano, frequentam cursos de reciclagem.

O trabalho para salvar vidas con-tinuou enfrentando dificuldades que, aos poucos, foram sanadas, graças a o apoio de parceiros que abraçaram a causa. Com ajuda da comunidade, adquiriram uniformes e hoje têm uma base cedida pela Prefeitura. Contam, ainda, com apoio de alguns comer-ciantes.

Para se ter uma ideia da importân-

cia do trabalho, somente no segundo semestre do ano passado, o GRVE prestou 127 atendimentos, sendo 83 de traumas e 44 clínicos. Neste ano, até março, foram atendidos 30 traumas e 18 clínicos. Os plantões são feitos nos finais de semana e feriados.

Uelinton diz que não há nada mais gratificante do que reencontrar alguém que tenha sido salvo por ele. Aconte-ceu com uma família vítima de desaba-mento em Barão de Cocais. “Quando chegamos à casa havia uma criança debaixo dos escombros, cheia de tijo-los por cima. Eu a retirei de lá e a levei para a ambulância, onde foi reanima-da. Algum tempo depois a família veio nos agradecer e ver aquela criança bem, com saúde, não teve felicidade maior. Essa é a maior recompensa”, assegura o voluntário.

48 Julho . 2012 DeFato

Page 47: Revista DeFato edição 235

Anjos do Asfalto são vistos com frequência na BR-381

Em 2004, por iniciativa de seis profissionais liberais de uma turma do curso de atendimento pré-hospitalar, ministrado pela Cruz Vermelha, surgi-ram os Anjos do Asfalto. Eles já perde-ram a conta de quantas vidas salvaram na BR-381, também conhecida como “rodovia da morte”, no trecho entre Belo Horizonte e João Monlevade. Atualmente são 15 voluntários atuan-do. Gente de Itabira, Belo Horizonte, Betim, Contagem, Caeté e Pará de Minas, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, socorristas e condutores.

Dois veículos caracterizados e equipados com giroflex, sirenes e equipamentos de primeiros socorros atendem a milhares de vítimas de aci-dentes, todos os anos.

Diante das dificuldades para se manter, o trabalho acabou gerando uma rede de solidariedade. A ma-nutenção do serviço ocorre graças à ajuda de instituições como Corpo de Bombeiros e Samu. Outros parceiros colaboram com o fornecimento de materiais, almoço e combustível.

Para o socorrista Tiago Muzzi, en-fermeiro, especialista em Assistência Integral em Cardiologia, fazer parte do grupo é um orgulho. “Saber que posso ajudar aos que necessitam me

faz acreditar a cada dia que escolhi a profissão certa. A instituição é séria, trabalha com protocolos internacio-nais, o que nos resguarda em prestar um atendimento dentro dos padrões de segurança e eficácia. Muitos pen-sam que recebemos para atuar na BR-381, mas fazemos por amor, sem esperar nada em troca”, esclarece o so-corrista.

De acordo com o presidente do Anjos do Asfalto, Marcus Campolina, são atendidos cerca de três acidentes por plantão. O serviço é prestado ape-nas nos finais de semana e feriados, de-vido ao aumento do fluxo de pessoas na rodovia.

As tragédias em que atuam cos-tumam ser provocadas pelos mesmos motivos: abuso de velocidade, impru-dência e uso de drogas e álcool ao vo-lante. De acordo com o grupo, dentro de seu raio de atuação, os locais mais críticos são os trevos próximos a Rave-na, Nova União, Roças Novas (distrito de Caeté), Barão de Cocais e Taquara-çu de Minas.

Também para Marcus, como é de praxe entre os voluntários, acidentes mais marcantes são os que envolvem crianças. Ele se recorda de um, em es-pecial, ocorrido no ano passado: “Em um dia chuvoso, o carro de uma famí-lia que viajava no sentido Belo Hori-zonte, próximo ao rio Una, altura do km 360, se chocou de frente com um caminhão carregado com, aproxima-damente, 40 toneladas. As cinco pes-soas que estavam no carro morreram na hora. Eram mãe, dois filhos, nora e uma amiga da família”, relembra.

Embora haja momentos de tris-teza, a recompensa do trabalho vo-luntário é trabalhar em favor da vida, algo grandioso e gratificante, segundo o presidente do grupo.

ANJOS DO ASFALTO

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O apelo da luta promovida em 7 de julho, em Las Ve-gas (EUA), entre Anderson

Silva, brasileiro conhecido nos Esta-dos Unidos como “Spider” (Aranha), e o norte americano Chael Sonnen, mostrou como o Mixed Martial Arts (MMA) se transformou em evento de grande interesse do público no Brasil. Graças ao jeito falastrão e mal educado do americano, que proferiu publica-mente insultos a Anderson Silva e ao povo brasileiro, a vitória de Spider foi o principal assunto, na semana seguin-te, em noticiários esportivos, redes so-ciais e rodas de conversa.

Esporte

boxe Adílson Maguila Rodrigues, em entrevista recente a uma emissora de TV, causou polêmica ao a�rmar que o evento “não passa de briga, por ser violento e não envolver técnica”.

Na tentativa de derrubar essa tese, os atletas asseguram que as ar-tes marciais são utilizadas, na maioria das vezes, como mecanismo de auto-controle. É o caso do mestre em artes marciais Mauro Celso Santiago, 29, o “He-Man”, belo-horizontino pratican-te de MMA e detentor de uma cole-ção de títulos no jiu-jitsu, modalidade pela qual foi vice-campeão mundial em mais de uma oportunidade. Ele é

Para praticantes de MMA, associação do evento à violência é injusta, pois artistas marciais prezam valores como disciplina e respeito

Em 12 de março deste ano, com o apoio do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já havia sido criada a Confede-ração Brasileira de Mixed Martial Arts (CBMMA), entidade cujo objetivo é regulamentar a modalidade, visan-do, no futuro, sua inclusão nos Jogos Olímpicos. No MMA, o domínio de técnicas de esportes como judô, jiu--jitsu e muay thai são primordiais para quali�car o lutador.

Mesmo com tanta badalação em torno do esporte e dos atletas brasi-leiros, há no país quem acredite que o espírito esportivo não seja a essência do MMA. O ex-campeão mundial de

Vitória de Spider (à esquerda) sobre americano Sonnen repre-sentou o “troco” dos brasileiros

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50 Julho . 2012 DeFato

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especialista, também, em muay thai e wrestling. Atualmente, He-Man inte-gra a lista dos dez mais importantes lu-tadores de MMA do país. Participante do evento desde o ano passado — tar-diamente, de acordo com ele, devido à falta de incentivos —, já se sagrou campeão estadual.

Apesar do status de lutador de pri-meira linha, Mauro diz que o grande benefício obtido por meio das artes marciais foi sua transformação em uma pessoa mais tranquila e segura de si. Também por meio do esporte, ele diz ter alcançado grandes oportunida-des pro�ssionais e credibilidade junto às pessoas. “Atletas que praticam artes marciais não saem por aí batendo nos outros. No quesito status, com certe-za, nos olham diferente por sermos do

MMA. Por um lado é bom o respeito e a admiração, mas ainda tem gente que acha que somos cachorros de briga. Particularmente, não me incomodo com isso”, diz o lutador.

Os valores que aprendeu por meio das artes marciais, como disciplina e autocontrole, ele quer transmitir ao �-lho João Eduardo, de seis anos. Há seis meses o menino treina judô e, a cada dia, melhora o rendimento. O jiu-jitsu deve ser o próximo passo, segundo o pai. Apesar do amor pelo esporte, Mauro diz que fará questão de respei-tar a autonomia do �lho quando che-gar a hora de escolher uma pro�ssão.

A mesma harmonia entre pai e �lho ocorre com Lucas de Almeida, de quatro anos, e o pai Hagner de Al-meida Barbosa, de 39. O empresário

itabirano, com vasta experiência inter-nacional no MMA — passou 11 anos nos EUA se dedicando às modalidades esportivas do evento —, pode ser visto treinando com o �lho em academias de Itabira pelo menos três vezes por semana.

De acordo com Hagner, atribuir o rótulo “violência” às lutas é algo sem sentido, pois os atletas são preparados para receber e aplicar os golpes. O principal fator comportamental, de acordo com o lutador, é a forma como os mestres conduzem os alunos. “Pro-fessores mal preparados podem induzir o atleta, muito autocon�ante, a achar que pode sair para a rua e brigar com as pessoas. Já identi�camos sua inten-ção na forma como ele nos procura. Alguns alunos já entram querendo que eu ensine, de cara, estrangulamento e chave de joelho. Neste caso, a primeira coisa que trabalho é o autocontrole”, explica.

A conduta de Hagner é a ideal para um professor, de acordo com a psicó-loga Paloma Bianca Filgueira Tôrres. A prática de esportes, segundo Paloma, imprime limites, regras, além da dis-ciplina e, no caso das artes marciais, ensina a respeitar os limites do corpo e a exercer a liderança. “O pensamento do professor é parte fundamental para que não se forme lutadores de rua e não faça os alunos pensarem que são super-heróis. A escolha do tipo de ati-vidade física deve ser feita de acordo com o temperamento do atleta”, expli-ca Paloma.

VIDA PARALELA

A psicóloga assegura que praticar esportes é benéfico, também, pelo fato de o corpo precisar se movimentar. O resultado é, normalmente, o alcance de melhores condições na convivência do indivíduo com outras pessoas, ou seja, melhor interação social. Para os especialistas, a liberação de endorfina,

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Na academia, Mauro Celso, o He-Man (ao centro) exercita

noções de limite e disciplina

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substância neurotransmissora pro-duzida pelo cérebro após atividades físicas, promove bem-estar e funciona como um “analgésico natural”.

No caso do empresário e lutador de judô e jiu-jitsu itabirano Leonardo Couto Pinheiro e Neves, 38, a sensação mais nítida descrita por ele é a melhora da condição orgânica como um todo. Leonardo divide a empolgação pelas artes marciais com o trabalho na corre-tora de seguros da qual é proprietário. Com 1,80 de altura e 110 kgs, pode provocar receio de se chegar perto. Mas quem conhece o desportista sabe que ele evita perder o controle a todo cus-to. Por isso, conquistou o respeito de clientes e admiração dos amigos.

A brutalidade comumente asso-ciada às artes marciais é algo que não faz parte da realidade, de acordo com o empresário lutador. “A relação do MMA com intolerância é apenas uma carapaça. Posso assegurar que as seque-las do esporte são menores do que as do boxe, por exemplo”, afirma Leonar-do.

Mesmo depois de ter um tornozelo quebrado, alguns dedos do pé trinca-

dos, luxações nos ombros e dedos, ele prefere relembrar os títulos. Campeão Sul-americano, Mineiro e Municipal de judô, Leonardo acrescentou o jiu--jitsu como modalidade complemen-tar por sentir que ainda podia se aper-feiçoar. “As artes marciais só nos fazem crescer, pois nos imprimem perseve-rança, disciplina e proatividade. Não foi por causa da luta em si que me ma-chuquei. Foi por erros cometidos por mim mesmo. Não foi consequência do esporte”, revela o lutador.

Somando mais de 350 lutas no currículo, Leonardo fez parte das sele-ções Mineira e Brasileira de Judô, entre 1990 e 1996, em diversas competições. Como 4º judoca do ranking nacional, faltou pouco para que participasse dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

Embora tenha acumulado expe-riência, como todo artista marcial, sabe que é na primeira aula que se aprende a lição de equilíbrio que cada um leva como valor para a vida toda: após a queda, é preciso levantar.

Hagner (à esquerda) treina com aluno: “A primeira coisa que traba-lho neles é o autocontrole”

Leonardo, corretor de seguros e lutador: “As artes marciais

nos fazem crescer”

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A Auto Elétrica Gilberto co-memorou, no último dia 5 de julho, 12 anos de atua-

ção no mercado itabirano. Prestan-do serviços no ramo da elétrica au-tomotiva e injeção eletrônica diesel e flex, a empresa atribui o sucesso ao desejo constante de aprimorar a equipe profissional no decorrer dos anos e ao empenho dos colabo-radores, que, ao longo do tempo, vem se transformando em uma cul-tura na oficina.

Por isso, os sócios Gilberto Jú-lio da Silva e Maria Lúcia Cunha Silva demonstram confiança plena na atual equipe que, de forma har-mônica, trabalha em busca da exce-lência no atendimento aos clientes. Os empreendedores fazem questão de elogiar, também, os profissio-nais que contribuíram para o cres-cimento da empresa, além dos for-necedores e clientes, razão da exis-tência da Auto Elétrica Gilberto.

Um dos trunfos da oficina é, de acordo com os empresários, man-ter-se fiel a princípios como trans-parência e compromisso com pra-zos de entrega. Para tanto, há cerca de três meses, foi adquirido um Rasther III, um moderno aparelho rastreador capaz de fazer diagnós-ticos automotivos, proporcionan-

do maior precisão e agilidade aos serviços. Não é a primeira vez que a empresa investe em tecnologia, pois já possuía outros dois rastrea-dores, frequentemente atualizados, de acordo com o que o mercado demanda.

Para que a empresa alcançasse o atual patamar, alguns percalços foram superados, especialmente em 2009, quando a crise do ano anterior ainda assombrava os in-vestidores mais otimistas. “Essa fase marcou muito para todos nós. Chegamos a pensar em demitir

funcionários, mas graças a Deus, não precisamos fazer isso”, conta Maria Lúcia. Na ocasião, ainda de acordo com a gestora, a ação estra-tégica foi contratar um consultor empresarial, o que ampliou a visão de desenvolvimento dela e do ma-rido e, gradativamente, deu estabi-lidade à empresa.

Assim, descobrindo a ousadia como mais um valor, a Auto Elétri-ca Gilberto comemora seus méritos e a solidez conquistada ao longo de seus 12 anos de trabalho e dedica-ção ao consumidor.

OUSADIA E TRADIÇÃOMeu Negócio

Empresa itabirana, referência em mecânica elétrica automotiva, investe em tecnologia para evoluir e atribui sucesso ao empenho dos colaboradores

Com Rasther III, Gilberto espera satisfazer ainda mais quem procurar a ofi cina

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GIOVANNI ACÁCIO

POR QUE E COMO INOVAR

Mestre em Administração Estratégica, Inovação e Competitividade pela Fead Minas, especialista em Gestão de Marketing pela UFMG e professor da Unipac e ETFG Sebrae, em Itabira

Entre os atributos fundamen-tais de um empreendedor está a capacidade de identi� -

cação de oportunidades de mercado, além da capacidade de “agarrá-la” no momento certo, buscando recursos para torná-la real e viável. A oportu-nidade é uma ideia vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao consumidor � nal, seja por meio da inovação ou da diferenciação. Ela representa algo novo, atende a uma demanda de clientes e signi� ca um nicho que faltava ao mercado.

Consequentemente, será uma oportunidade lucrativa, pois vai surgir em momento adequado para suprir necessidades e insatisfações relacionadas ao consumo ou, sim-plesmente, inventar uma maneira diferente de fazer negócios.

O renomado economista tcheco Joseph Schumpeter de� niu a inova-ção como a “quebra de rotinas”. As mudanças revolucionárias é que vão alterar uma situação anterior e, com isso, o desenvolvimento de novos mercados para bens já existentes. Já Louis Jacques Filion, professor da Escola de Negócios de Montreal, diz que o que diferencia o empreende-dor dos outros agentes da organiza-ção é a capacidade de de� nir visões,

criar projetos que compreendam ele-mentos de inovação e que se afastem de tudo que já existe.

A � m de sobreviver, em função das inovações, as empresas precisam adaptar-se continuamente ao meio socioeconômico, para que ocorra evolução � nanceira, incorporação de novas tecnologias e novos métodos de atuação no mercado. O empre-endedor que tem a ambição de ter o próprio negócio precisa � rmar raí-zes na cultura nacional. É necessário promover mudanças que criem con-dições para que empresas inovadoras � oresçam.

A forma de inovar para sobrevi-vência da maioria das pequenas em-presas é limitada à prática de preços competitivos. Mesmo nos dias de hoje, há empreendedores que utili-zam poucas ferramentas estratégicas para dirigir seus negócios. Os em-preendimentos � cam na dependên-cia de seu feeling de administrador e de atendimentos pessoais dedicados aos seus clientes. Mas até quando essas empresas poderão contar ape-nas com suas habilidades? A re� exão acerca dessa questão pode ser fator de in� uência para o sucesso de uma organização.

Empreendedorismo

“...as empresas precisam adaptar-se continuamente ao meio socioeconômico, para que ocorra evolução fi nanceira, incorporação de novas tecnologias e novos métodos de atuação no mercado”

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Culinária

Preaqueça o forno a 180°C. Unte com man-teiga e polvilhe com farinha de trigo uma forma grande de buraco no meio ou uma redonda de 25cm.

Peneire numa tigela grande a farinha, canela, bicarbonato e sal. Misture bem e reserve.

Na tigela da batedeira, coloque o óleo, os ovos e o açúcar. Bata em velocidade alta até ficar amarelo claro.

Com a batedeira em velocidade média, vá acrescentando a mistura de farinha gradualmente e bata somente até ficar homogêneo.

Junte a baunilha e mexa bem. Junte as ma-çãs picadas e as nozes e misture com uma colher grande ou espátula,delicadamente.

Transfira a massa para a forma preparada e asse até que um palito saia seco quando espetado no centro do bolo (de 50 minutos a uma hora).

Retire do forno e deixe amornar. Tire da forma e vire o bolo de cabeça para cima. Deixe esfriar completamente para servir.Dica: para que a macã, passas e frutas cristaliza-das não afundem no bolo, polvilhe antes com fermento.

Modo de fazer

BOLO DE MAÇÃ

1 e 1/3 de xícara de óleo vegetal 3 xícaras de farinha de trigo1 colher de sopa de canela em pó1 colher de chá de bicarbonato de sódio1 colher de chá de sal2 xícaras de açúcar3 ovos3 a 4 maçãs, descascadas, sem sementes e cortadas em cubinhos1 xícara de uva passa ou castanha (opcional)1 colher de chá de essência de baunilha (opcional)

1 e 1/3 de xícara de óleo vegetal Ingredientes

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58 Julho . 2012 DeFato

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FlashSOCIAL

1- O 1º Passeio Deva Fiat reuniu os itabiranos em uma prova surpreendente em 15 de julho. O vencedor foi José Fe-liciano Neto (à esq.), gerente da Caixa Econômica Federal, que, ao lado da família, rece-beu o prêmio – uma viagem para Porto Seguro – do geren-te da concessionária, Adalto Junqueira.

2 - Lidiane Alves e Felipe Antunes, do Studio Postu-ralis, realizaram, em 26 e 27 de junho, o Dia da Saúde em Itabira. O evento contou com diversas atividades voltadas à promoção de uma vida saudá-vel.

3- Branca Mendonça come-morou seu aniversário ao lado de Gioconda Drummond.

4- Karina Gisele Horta foi uma das ganhadoras da pro-moção de DeFato Online que sorteou 15 pratos do Circuito do Sabor 2012.

5- O empresário Felipe Ma-cedo Rodrigues e as colabora-doras Eliane Sena e Gabriela Silva na inauguração da nova loja Itaótica. O estabelecimen-to, antes situado na rua Água Santa, passa a funcionar na Av. João Pinheiro, com mais espa-ço e produtos diferenciados à disposição dos clientes.

6- Jéssica Cristina, Miss Co-merciária CDL-Itabira 2012, fotografada por Paulo Sá.

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1RELEVE E LEVE

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DR. ANDRÉ MIOLO

O BELO, O FEIO E O EnCAnTO... UMA VIAGEM FILOSÓFICA

Cirurgião plástico, membro especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plásticawww.andremiolo.com.br

Passamos pelos dias com a velocidade com que o vento rasga o céu. O corre-corre

do dia a dia, a busca frenética pe-los anseios e desejos faz com que tentemos tornar realidade os nossos sonhos da infância e isso é perfeita-mente compreensível. Porém, quan-do paramos e olhamos no espelho, percebemos o quanto somos ín�mos e completamente vulneráveis fren-te à linha implacável do tempo. O tempo passa muito rápido nas nos-sas não mais pacatas vidas interio-ranas. E nesse inevitável contexto é que a linha do tempo deixa marcas. Marcas em nossas vidas, em nossos medos, em nossos desejos e, logica-mente, em nossas expressões.

Plasticamente falando, o brasi-leiro é um conjunto de miscigena-ção graciosamente encantador. Sua tonalidade e consistência de pele mundialmente única o tornam de uma peculiaridade ímpar. Quando criança, sempre ouvia dizer que o belo era o contrário de feio. Hoje tenho outra percepção. O que é o feio? O que o faz ser tão ”pior” que o belo? Aqui entra um conceito que creio ser o marco divisório entre es-ses dois termos antagônicos no seu sentido literário: a harmonia.

Somos seres assimétricos por na-tureza, porém, harmônicos em seu conjunto �nal. Isso é, ao que me pa-rece, o conceito correto do que vem

a ser o belo. Desde as curvas gracio-sas nas nuances do corpo feminino, até as expressões por vezes ríspidas dos varões tupiniquins, o brasileiro é, sem dúvida, um dos povos mais belos do mundo.

Neste momento, me vem à cabe-ça uma palavra: encanto.

Ah, o encanto... Essa sim, pa-lavra graciosa e, ao mesmo tempo, forte. Palavra que ergueu e arruinou impérios ao redor do mundo ao lon-go dos tempos. Quem não se lembra de Páris? Homem de face descrita como rude, porém, sabidamente “encantador”, roubou Helena, a es-posa de Menelau, o maior dos es-partanos. Sem falar da maior prova de amor que a humanidade já viu, a construção do palácio Taj Mahal. Reza a lenda que o então imperador Shah Jahan construiu este palácio sob o túmulo de sua amada Mun-taz Mahal, mulher de semblante não muito aprazível, porém descrita como sendo a mulher mais encanta-dora que este mundo já viu.

Neste momento, o belo deixa de ter suma importância e o feio passa a ser o belo, simples assim. Para tal,

basta deter a arte do encanta-mento. Parodiando Barão de Montesquieu, digo que os encantos encontram-se mui-

to mais no espírito do que na face de uma pessoa, porque

um belo rosto mostra-se logo, e o espírito apenas se mostra gradualmen-te, quando quer e do modo que quer; pode

esconder-se para surgir de novo e proporcionar essa espécie de surpresa que constitui os encantos.

Fica, então, uma singela men-sagem: procuremos, nesses dias tão corridos, esquecer de conceitos como belo e feio e ser mais encanta-dores, em todas as formas possíveis. Assim, seremos todos mais admira-dos do que simplesmente vistos.

Plástica e Beleza

“Desde as curvas graciosas nas nuances do corpo feminino, até as expressões por vezes ríspidas dos varões tupiniquins, o brasileiro é, sem dúvida, um dos povos mais belos do mundo”

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XXXVI TORNEIO LEITEIRO DE SANTA BÁRBARA

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FOTOS: DEFATO

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XXXVI TORNEIO LEITEIRO DE SANTA BÁRBARA

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FOTOS: DEFATO

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FOTOS: ANDRÉ DANIEL38º FESTIVAL DE INVERNO DE ITABIRA

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FOTOS: PAULO SÁ

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FOTOS: MELISSA ANDRADE38º FESTIVAL DE INVERNO DE ITABIRA

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FOTOS: ANDRÉ DANIEL7ª MARCHA PARA JESUS

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DANIEL DE CASTRO

HERANÇA

Professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filoso�a e Letras [email protected]

As gotinhas brilhavam. Uma a uma, desciam obedientes, responsáveis e leves. Acima delas, tudo que eu via era o teto branco do 9º andar. Aquelas gotinhas brilhantes conduziam para dentro de minhas veias um enorme

Prosa

“...sonhei com um mundo bom e sensato. Este mundo sonhado é o que eu quero para as gerações futuras. É o meu legado.”

sentimento de gratidão. Ali, no hospi-tal, conhecera o lado bom do mundo, feito de carinho e dedicação.

Mas, a TV trouxe-me ao mundo lá de baixo, repleto de crueldade. Aí pensei em minha primeira netinha.

Nela, que está por nascer, e em todas as crianças vindas ou por vir. Então, sonhei. Sonhei com um mundo bom e sensato. Este mundo sonhado é o que eu quero para as gerações futuras. É o meu legado.

Azul, no infinito,Brincando te espera, Um mundo bonito,A mais linda esfera

Teus avós e paisTe aguardam também...Te querem demais.Pequenina, vem!

Sempre o braço amigoQue sustenta a vidaEstará contigoPequena querida

Ah, como eu queriaQue o mundo em que habito,Fosse, todo dia, Tão bom quanto bonito

O melhor abrigoPara te abrigarUm lugar amigoComo fosse um lar

Mas, para ser sinceroComo aqui convém,O bem consideroE os males também

Pois há desafios,Há tiros, pobreza,Há pratos vaziosEm cima da mesa

Mas, há lindos mares,Ipês amarelos, Tanto amor nos lares,Pores de sol tão belos

Que a gente se anima,Luta de mãos dadas,Faz versos, faz rima,Vara as madrugadas

Ora, luta e pensaNum mundo melhorOnde a vida intensaSe teça de amor

Com tal pensamentoTe passo a escrituraQue é o meu testamentoDe um mundo-ternura

Por ser verdadeiraEu hoje a endosso,Te fazendo herdeiraDos bens do Pai Nosso

Na terra maneira,Que ao contrário desta,Transformou-se inteira,Num salão de festa

Nela, os moradores,Todos, dão-se a mãosFazem-se melhores,Se fazendo irmãos

(para Cecília)

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DEVEZENQUANDÁRIO DA CABRITOLÂNDIA

CLASSIFICADOS DO CABRITO

BOM CABRITO

Cabritolândia, julho de 2012

ACOMPANHANTES LUCRÉCIA — Sou uma mulher séria, carente, carinhosa e quero me casar. Procuro homem soltei-ro, rico, com mais de 70 anos e de preferência com sérios problemas de saúde. Tel: 3830-4556. Zuca — Negão sarado, 2,15m. Para acompanhar loiras, morenas e de todas as outras cores, com di-nheiro na carteira ou no banco. Tr. na Curva da Estação do lado esquerdo de quem sobe a Duque de Caxias, onde era a zona.

CELAAlugo cela de penitenciária com pouquíssimo uso. Tr. com juiz Nicolau S. Neto. Tel: (171)-2254-9798 (171)-2254-9798 (171)-2254-9798 (171)-2254-9798 - Ramal 171

IMÓVEIS 2 DORMITÓRIOS - Venha morar num lugar onde todas as mulheres dão em cima de você. Aluga-se o porão do Motel Ping--Pong. Tr. com João Cafetão. Tel: 987-6543.APARTAMENTO — Vendo apartamento grande, com varan-dão, salão, quartão, banheirão e cozinhão.Tr. com Nelson Ned. Tel: 5432- 1098.

DETETIVE Pro�ssional de ótimo gabarito. Sigilo absoluto, qualquer tarefa. Não me procure, eu o encontra-rei.

VEÍCULOS VENDO — Chevetão zero bala, 74 joia, boneca, teteia. Todo ama-relo, com alguns pontinhos cinza (alguns são marcas de bala, mas a maioria é durepox). Só não sobe ladeiras, mas desce que é uma be-leza. Tr. com Zé Mecânico. Tel: 3830-1111BMW 0 KM —Vendo por ape-nas 5 mil reais. Direto del Para-guay. Documentación completa, pero aconsejo trocar la placa. No és preciso nueta �scal, la garantia soi yo.Tel: 6346-3443

DIVERSOS CURICULOS — Dgito curri-culus na ora, mais rapido que to-dos zotros digitadors, pelos presso mais barato. Tel: 3830- 6788.MÁQUINA — Vndo máquina d scrvr faltando uma tcla. Tratar com lisio d souza. Tl: 3830-0101CÃO — Procuro cão e sogra per-didos. Recompensa... só pelo cão. Ligar pra Zemane tel. 3830.2324.

NAMORADA

URGENTE — Precisa-se de namo-rada com automóvel. As interessadas devem mandar fotogra�as... do auto-móvel para [email protected]

OFERTAS/TROCAS

MUDANÇA DE VIDA — Adoles-cente troca caixas de brinquedos por revistas pornográ�cas. Sigilo. Tr. De-vezenquandário da Cabritolândia.CAMISINHA — Troco caixas de preservativos vagabundos por roupas de bebê. Tel: 3830-7878.ÓTIMO NEGÓCIO — Troco so-gra por víbora. Pago a diferença. Tr. Tel: 3830-2123.LÍNGUA — Troco pastor alemão por um que fale português. Tel: 3830-9012.PRÓTESES — Troco lindo Pitbull muito bravo por mão ortopédica e perna mecânica. Tel: 3830-0000.

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GLAUSSE ROSA

O FUTURO É AGORA

Terapeuta Ocupacional, especialista em Autoconhecimento e Espiritualidade e coordenadora da Melhoridade Espaço de Convivência para o Idoso, em Itabira

Em 2000, de acordo com o cen-so realizado pelo Instituto Bra-sileiro de Geogra�a e Estatísti-

ca (IBGE), a população idosa do país era de 9%. Dez anos depois, a mesma pesquisa apontou 13% de idosos na composição da população brasileira, o que representa 21 milhões de pesso-as. Existem estimativas para que, em aproximadamente dez anos, o Brasil tenha 34 milhões de idosos, aumento de mais de 50% em relação ao núme-ro registrado no último censo. Em Ita-bira são 11.780 pessoas fazendo parte da chamada melhor idade, o que re-presenta cerca de 11% da população.

Diante da evolução populacional, é necessário projetar medidas que vi-sem a melhor qualidade do envelheci-mento e o tratamento adequado a esse contingente populacional. O Brasil projeta um futuro de famílias com alto nível de estresse pelas di�culdades em conjugar trabalho, controle �nan-ceiro e cuidados com idosos, além do aumento da violência contra eles e a falta de leitos hospitalares e espaços para cuidados especí�cos. Além disso, os altos gastos com a saúde privada e o descaso com a pública re�etem um desespero e uma depressão social ao reconhecermos a perda da dignidade na última etapa da vida.

Ainda estamos pouco preparados para lidar com o envelhecimento e seus impactos afetivos, sociais e eco-nômicos.

Pode-se pensar nas diferentes for-mas de envelhecimento e em como nos individualizamos a partir da apo-sentadoria, uma vez que as regras so-ciais do mundo do trabalho não mais

regem nossa vida coletiva. Ficamos soltos, mas não livres para fazermos escolhas.

A liberdade não é vivenciada de forma saudável na fase madura, pois, nesse período, o tempo livre apresen-ta-se de forma vazia e “adoecedora”, uma vez que ainda não se desenvolveu uma cultura de valorização de espaços criativos, de rea�rmação da identidade e re�exão para idosos, nos quais eles poderiam descobrir o propósito da vida.

É preciso pensar no equilíbrio en-tre tempo livre e as inúmeras ativida-des para a terceira idade. Se os avanços da ciência e tecnologia proporcionam mais anos de vida, fazendo com que tenham energia para o lazer, qual se-ria a melhor forma de inserção social dessas pessoas? Apenas realizar tais atividades não garante sua inserção. Podem se inserir em seus próprios grupos, mas não se pode dizer que isso seja inserção social. O lazer, de forma isolada, não dá sentido algum à vida.

A grandeza do ser humano consis-te em praticar ações úteis para a cole-tividade, pois é por meio delas que o indivíduo conquista seu espaço social. Este equilíbrio entre “ser e fazer” per-mite uma vida mais saudável. Pode-se pensar nas modi�cações das relações familiares quando pessoas da terceira idade atingem idades ainda mais avan-çadas, podendo, simplesmente por desgaste físico, necessitarem de aten-ção exclusiva dos familiares, muitas vezes gerando uma inversão de papéis, com o �lho assumindo o lugar que era do pai. Os aspectos psicológicos são alterados repentinamente e a qualida-

de de vida, não só do idoso, mas tam-bém dos �lhos, se abala.

Um envelhecimento bem sucedi-do é uma conquista de toda a socie-dade e o dever de cuidar da própria saúde é, em primeiro lugar, do indi-víduo. A garantia para que esses cui-dados se efetivem, no entanto, é papel do governo. Existem boas experiências em alguns países europeus, pois lidam com a questão do envelhecimento há mais tempo. Guardo na memória um projeto inglês, desde a época da facul-dade, no qual um bairro com várias moradias para idosos era monitorado por uma central capaz de lhes oferecer assistência para a saúde e auxílios para o gerenciamento do lar. Iniciativas da população e do governo mantinham residências para idosos com uma qua-lidade de atendimento que preservasse a identidade e a experiência de viver em domicílio, e não em uma institui-ção de acolhimento. Esse é um tipo de atendimento que não discrimina clas-ses sociais, com recursos distribuídos de forma democrática.

O Brasil tem vários bons projetos para melhorar a qualidade de vida dos idosos, mas esbarram na morosidade dos serviços e execução de políticas públicas. A percepção de estarmos adoecendo a cada dia me faz acreditar ser este o momento para re�etir sobre como atingir a maturidade de forma mais saudável e, principalmente, feliz. Um bom começo é preparar as crian-ças, educá-las com um olhar diferente sobre o envelhecimento. Essa fase tem que ser vista por eles de forma natural e aceitável, quanto às condições hu-manas de se existir. Pensando assim, elas envelhecerão com mais segurança, menos medo da vida, o que fará com que seus aspectos psicológicos sejam mais saudáveis, bem como a saúde como um todo. Acredito que, dessa forma, se tornarão adultos mais pro-dutivos e concentrados, sem perder tempo com pensamentos inúteis, pois, falar sobre envelhecimento é, inexora-velmente, falar de valores humanos e morais.

Opinião

“O Brasil tem vários bons projetos para melhorar a qualidade de vida dos idosos, mas esbarram na morosidade dos serviços e execução de políticas públicas”

74 Julho . 2012 DeFato