32

Revista do CRF-BA Nº 04

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista do CRF-BA Nº 04

Citation preview

Page 1: Revista do CRF-BA Nº 04
Page 2: Revista do CRF-BA Nº 04

apresentação

DIRETORIA

Dr. Altamiro José dos Santos - Presidente

Dr. Eustáquio Linhares Borges - Vice-presidente

Dr. Jacob Germano Cabús - Tesoureiro

CONSELHEIROS EFETIVOS

Dr. Altamiro José dos SantosDra. Ângela Maria de Carvalho PontesDr. Cleuber Franco FontesDr. Clovis de Santana ReisDra. Cristina Maria Ravazzano FontesDra. Eliana Cristina de Santana FiaisDr. Eustáquio Linhares BorgesDra. Fernanda Washington de Mendonça LimaDr. Jacob Germano CabúsDra. Maria Lúcia Fernandes de CastroDra. Sônia Maria CarvalhoDra. Tânia Fraga Barros

CONSELHEIROS SUPLENTES

Dra. Edenia Socorro Araújo dos SantosDra. Marly Gonçalves AlbuquerqueDra. Mara Zélia de Almeida

CONSELHEIRO FEDERAL EFETIVO

Dr. Jorge Antonio Píton Nascimento

CONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTE

Dr. Edmar Caetité Júnior

JORNALISTA RESPONSÁVELRosemary Silva Freitas - DRT/BA - 1612

REVISÃOCarlos Amorim - DRT/BA - 1616

EDITORAÇÃO ELETRÔNICALucca Duarte (Sílica Multimídia)

IMPRESSÃO GRÁFICAGráfica Santa Bárbara

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO4.500 mil

Horário de Funcionamento do CRF/BADas 9h às 17h

Rua Dom Basílio Mendes Ribeiro, 127 - Ondina - Cep. 40170-120Salvador - BA - Tels.: (71) 3368-8800 / 3368-8849 / Fax: 3368-8811www.crf-ba.org.br / e-mail: [email protected]

Editado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia

ISSN 1981-8378

Nesta edição, destacamos o quanto tem sido importante a participação dos farmacêuticos nos fóruns, cursos

e eventos realizados pelo CRF/BA. Neste ano, a come-moração do Dia do Farmacêutico contou com a presença decerca de 1.100 participantes, num momento de encontrofraternal dos colegas.

As comemorações realizadas nas cidades de Teixeira deFreitas, Juazeiro, Jacobina e Paulo Afonso foram coroadas deêxito e representou uma oportunidade de congrassamentoregional nesta grande Bahia.

Na confraternização, o CRF/BA homenageou persona-lidades que se destacaram na construção da história e nasrealizações profissionais com abrangência nas áreas doensino, pesquisa e empreendedorismo farmacêutico. Foiuma justa homenagem aos destacados líderes da AtençãoFarmacêutica.

Ressaltamos, ainda, o movimento de consolidação das asso-ciações farmacêuticas regionais do Estado da Bahia, funda-mental para o fortalecimento da classe, pelo respeito a profis-são, contra a desprecarização e pela valorização profissional.

No campo da valorização, o CRF/BA, através da diretoria ecomissão de Ensino, vem apoiando vários cursos de capacita-ção na forma de cursos de Especialização Profissional, cursode Extensão, organização de fóruns, debates e palestras, con-

tando com a participação de centenas de profissionais.Os cursos de Especialização Profissional em Citologia Clíni-

ca, Cosmetologia, Farmacologia Clínica e Homeopatia abran-gem áreas de grandes demandas profissionais do estado, e jáse consolidaram como referência.

193 anos de Farmácia

A Reitoria da Universidade Federal da Bahia foi palco paraa comemoração dos 193 anos da criação do Curso de Far-mácia. O evento foi promovido pela Faculdade de Farmácia,no dia 21 de janeiro. Na ocasião, o reitor da UFBa, professorNaomar de Almeida Filho, tornou pública a sua intenção dedisponibilizar a base de dados da CAPES para os farmacêuticos,professores e acadêmicos. O acesso será viabilizado atravésdo site do CFR/BA e irá possibilitar um maior investimentoem pesquisa, em estudos e no aprofundamento do conheci-mento científico.

Conclamamos todos os farmacêuticos a colaborarem coma nossa revista, dando suas contribuições para a divulgaçãode seus trabalhos técnicos, científicos e projetos de desenvol-vimento profissional.

Este é o nosso espaço oportuno para a comunicação daclasse.

A Diretoria.

Page 3: Revista do CRF-BA Nº 04

sumárioAno II - Nº 4 - Fevereiro/2008

4

822

30Programe-se!Agende-se para participar dos os eventos da áreafarmacêutica!Páginas 30 a 31

2º Fórum sobre URMA desinformação e a prática da automedicação têmgerado problemas sobre saúde pública. Esse tema foidebatido no fórum realizado pela Secretaria Municipalde Saúde. Páginas 22 a 23

24

19

12Artigos científicos:Biomonitoramento da Poluição Atmosférica:uma ferramenta para a saúde pública.Páginas 12 a 16

Medicamentos de Alto Custo: demandas judiciaisna Assistência Farmacêutica.Páginas 16 a 17

Benefícios no tratamento da esquizofrenia commedicamentos pertencentes ao Programa de AltoCusto.Página 18

Dia do FarmacêuticoMil e cem pessoas participaram da festacomemorativa do Dia do Farmacêutico,em 19 de janeiro, no Absolut Hall, Cabula.Páginas 4 a 7

Assistência Farmacêuticana Atenção BásicaNo dia 10 de dezembro, foi realizado no plenário doCRF/BA um debate sobre o papel do farmacêutico naAtenção Básica municipal. O tema é destaque naentrevista do professor da UFBa e diretor daAssistência Farmacêutica do Estado da Bahia,Lindemberg Assunção Costa. Páginas 8 a 11

Evento evidencia os 193 anos decriação da Faculdade de FarmáciaMesa-redonda na Reitoria da UFBa enfocou os 193anos da primeira Escola de Farmácia do Brasil.

Ensino Farmacêutico na BahiaA docente Florentina Santos Diez del Corral fala,em entrevista exclusiva sobre a história dos cursossuperiores na Bahia, sobretudo o de Farmácia.Páginas 19 a 21

Page 4: Revista do CRF-BA Nº 04

4

CRF-BA em Revista

O momento mais marcante da noite foi a outorga de placas que enal- teceram os relevantes serviços

prestados por personalidades que atua-ram em prol da profissão farmacêutica.Foram homenageados a farmacêuticaDra. Ady Meirelles e as professoras: Dra.Odúlia Leboreiro Negrão, Dra. FlorentinaDiez Del Corral e Dra. Maria Spínola Mi-randa.

O Dia do Farmacêutico é uma datacomemorada nacionalmente, considera-da importante tanto para os profissio-nais de saúde que atuam em defesa davida humana, quanto para a sociedadeem geral. A data remonta a chegada daFamília Real ao Brasil, em 1807, época

da prática dos boticários em suas antigasboticas, manipulando ervas curativas eproduzindo os mais diversos emplastos,

com o objetivo de aliviar os males queafligiam a população. Este ano, também,é o marco do início do ensino de Farmá-

Dia do Farmacêutico Festa reúne cerca de1.100 convidadosO Conselho Regional de Farmácia doEstado da Bahia e o Sindicato dosFarmacêuticos do Estado da Bahiacomemoraram, em 19 de janeiro, oDia do Farmacêutico. A festa, realizada nosalão da Mansão Absolut Hall, no Cabula,foi um sucesso, reunindo cerca de 1.100participantes.

O clima de alegria envolveu todos os participantes

Page 5: Revista do CRF-BA Nº 04

5

CRF-BA em Revista

cia, na Bahia, importante profissãomilenar.

O sentido de confraternização deu otom da festa comemorativa, realizadaconjuntamente pelo conselho de classee pelo Sindicato dos Farmacêuticos, como intuíto de reafirmar a relevância dosque se dedicam a abrilhantar o traba-

Presidente do CROBA, Dr. Paulo Ribeiro, vereadora Aladilce de Souza,diretores do CRF/BA, e do Sindifarma, entre farmacêuticos

lho voltado para o desenvolvimento dasaúde pública. O encontro conseguiureunir desde os mais antigos profissio-nais até os recém-chegados da acade-

mia. Na ocasião, todos os presentescompartilharam relatos de experiênciassobre os caminhos do dia-a-dia de umaprofissão milenarmente respeitada.

O salão ficou repleto de convidados

O colorido nas mesas foi convidativo para a degustação

Page 6: Revista do CRF-BA Nº 04

6

CRF-BA em Revista

Dra. Odúlia Negrão, muito feliz com a placaentregue pela Dra. Mara Zélia

Dr. Eustáquio Linhares, a homenageada Dra. Flora Corral, Aladilce de Souza,Alice Portugal, presidente e conselheiros do CRF/BA

Brilho soleneO presidente do CRF/BA, Dr. Altamiro

Santos, presidiu a solenidade de entregadas medalhas e aproveitou a oportuni-dade para agradecer a todos os farmacêu-ticos pela participação significativa duran-te a grande festa. A sessão de outorga foiministrada pelos diretores do CRF/BA edo Sindifarma, além dos conselheiros doCRF/BA e do conselheiro federal. A far-macêutica Dra. Edênia Araújo participoucomo mestre-de-cerimônia, anunciandoos farmacêuticos homenageados.

A Dra Ligia Barbosa discursou, res-saltando o trabalho realizado pelo sindi-cato e pelo CRF/BA: “Parabenizo a todosos colegas, sobretudo à farmacêuticaDra. Ady Meireles pela importante atua-ção em prol da profissão. Companheiraimportante, ela destacou-se pela sua bri-lhante participação na Comissão de Assis-tência Farmacêutica. Essa homenagemé justa e merecida. Me sinto muito hon-rada em fazê-la”, declarou.

Dra. Ady agradeceu emocionada.Com a palavra, Dr. Eustáquio Li-

nhares: “Parabéns a todos os farmacêu-ticos. Considero uma honra poder entre-gar esta homenagem à farmacêutica eprofessora Flora Corral. Trata-se de umreconhecimento justo para essa exem-plar educadora, que teve um papel funda-mental na estruturação e organizaçãodo curso de Farmácia da UniversidadeFederal da Bahia. Obrigado, professora,pela sua contribuição na construção doensino farmacêutico na Bahia”.

Dra. Florentina Diez Del Corralrespondeu: “No ano passado, a convitedo diretor da Faculdade de Farmácia daUFBa, eu e a professora Odulia Negrãopassamos a integrar a comissão que or-ganizaria as comemorações dos 193anos do curso de Farmácia, inseridas nocontexto da festa dos 200 anos do cursode Medicina. Em uma das reuniões, opresidente do CRF/BA, Dr. Altamiro San-tos, compareceu, a convite da comissão,e falou que gostaria de homenagear aprofessora Odulia e a mim, no Dia doFarmacêutico. Pensei sobre a motivaçãodesta homenagem e fiquei bastante preo-cupada. Nessa hora, lembrei de uma pe-quena estória, contada por um grandemestre. Vou reproduzí-la aqui: Um oficialda corte foi visitar as obras de restau-ração de uma igreja. Nessa visita, se de-parou com um dos seus operários e per-guntou: o que você está fazendo?

O operário respondeu:- O senhor não vê que estou quebrando

pedra?O oficial encontrou um segundo ope-

rário e fez a mesma pergunta, recebendoa resposta:- O senhor não vê que estou ganhando o

pão de cada dia?A um terceiro operário, foi feita a mes-

ma pergunta.E este respondeu:

- Eu estou construindo uma catedral.Assim, agradeço a homenagem ao con-

selho, ao sindicato e aos conselheiros napessoa do seu presidente, Dr. AltamiroSantos, destacando a sua sensibilidadeao perceber que aquela professora não

Dra. Ady Meireles recebeu a placa daDra. Ligia Barbosa

tinha a intenção de quebrar pedra e nemganhar o pão de cada dia, mas era moti-vada por algo mais, pela construção deuma catedral: a Faculdade de Farmácia.Quero compartilhar com meus filhoseste momento, pois foram complacentesquando precisei me ausentar, envolvidacom a tarefa de educanda. Estou muitoemocionada e agradeço em poder revermeus ex-alunos, que sempre foram arazão de ser da minha vida acadêmica.

Dra. Mara Zélia Almeida: “A emo-ção toma conta da gente quando vamoshomenagear colegas. É uma emoção po-der entregar a placa à Dra. Odúlia. Umapessoa dedicada, mãezona para todos osalunos. Minha amiga pessoal, que sededicou à Faculdade de Farmácia. Muitoquerida. A sua vida profissional foi muitoimportante para aquela faculdade.

Odúlia Leboreiro Negrão: “Queroparabenizar a todos os farmacêuticos.Eu estou orgulhosa e honrada. Chega aser covardia. Passei 30 anos na faculdadee pude ver a transformação dos meus alu-nos em meus amigos. Muito obrigada.”

Page 7: Revista do CRF-BA Nº 04

7

CRF-BA em Revista

Dr. Jacob Cabus: “Boa noite.Gostaria de dizer que foi com muitocarinho que o sindicato e o conselhoorganizaram esta festa. Tenho mui-to prazer em entregar a homena-gem à professora Maria Spínola pelobrilhante trabalho desenvolvido naárea de Bromatologia, com reconhe-

cimento internacional”.Maria Spínola Miranda: “Agra-

deço a todos os farmacêuticos e es-tendo esta homenagem a todos os que,como a gente, gosta do que faz. E éassim que eu me sinto, atuando na Bro-matologia, que é um campo de traba-lho maravilhoso. Obrigada a todos.”

Professora Mara Spínola recebe homenagem de Dr. Jacob Cabùs

Deputado Estadual e farmacêu-tico Àlvaro Gomes: “É sempre umprazer estar na confraternização da mi-nha categoria. Hoje é dia de festa. Queroressaltar que o nosso mandato parla-mentar está à disposição da luta emdefesa dos farmacêuticos. Tivemos ainiciativa de apresentar alguns projetoscomo o da inclusão dos farmacêuticosno PSF, no descarte de medicamentos,entre outros.”

Deputado Estadual Álvaro Gomes

Vereadora Aladilce de Souza: “Ini-cialmente, parabenizo o Conselho deFarmácia e o Sindicato dos Farmacêuticospela brilhante festa que promoverampara marcar, de maneira adequada, oDia dos Farmacêuticos. Mas tambémdestaco que as homenageadas engran-decem este momento, devido à impor-tância que a mulher tem na sociedade.Tenho acompanhado a luta da categoriafarmacêutica, que tem um importantepapel a cumprir por uma Salvador me-lhor com acesso à saúde para todos.”

Professoras Flora Corral, Odulia Negrão, Mara Spínola e a farmacêutica Ady Meireles com as placas

Deputada Federal Alice Portugal

Vereadora Aladilce de Souza

Deputada Federal e farmacêuticaAlice Portugal: “O nosso fazer é umfazer atrativo, mas temos que defendercom galhardia a idéia que a farmácia sejaum estabelecimento de saúde. O farma-cêutico tem a mesma clareza que o profis-sional médico tem. A luta é grande! Nãovamos baixar a cabeça. Vamos levantar abandeira, que é uma bandeira muito im-portante para a saúde pública. O Con-selho de Farmácia do Estado da Bahia eo sindicato têm sido altivos na defesa daprofissão farmacêutica.”

Parlamentares participam da festa

Page 8: Revista do CRF-BA Nº 04

8

CRF-BA em Revista

Farmacêuticona Atenção BásicaO funcionamento da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica

municipal foi amplamente debatido pelo plenário do Conselho

Regional de Farmácia do Estado da Bahia, especialmente

convocado, no dia 10 de dezembro, para dar um diagnóstico da

ação dos profissionais de Farmácia em nosso estado.

Aplenária destacou, dentre os te- mas mais polêmicos, a forma de atuação dos farmacêuticos, ao assu-mirem a responsabilidade pela AssistênciaFarmacêutica. Nesse âmbito de discussão,a questão principal gira em torno do proce-dimento mais indicado quando o profissionaltrabalha em município diferente do dapopulação assistida. Mas os casos em que ofarmacêutico é responsável pela AssistênciaFarmacêutica, pela Vigilância Sanitária e,ainda, por laboratório, sediados no mesmomunicípio da sua clientela também suscitamum debate à parte.

A plenária debateu, prioritariamente,

o questionamento sobre a possibilidadede o profissional ter condições de desen-volver Assistência Farmacêutica, no mo-mento em que é obrigado a cumprir ou-tras jornadas de trabalho. Ficou eviden-ciado que o farmacêutico vem sendo cadavez mais requisitado. E, com isso, amplia-se o mercado de trabalho.

De acordo com Dr. Altamiro Santos,presidente do CRF/BA, a discussão travadana plenária não se esgota nesta reunião.Mas a intenção é encontrar uma saídapara que os farmacêuticos tenham condi-ções salariais e de trabalho dignos, no mo-mento em que estiverem comprometi-

dos com a prestação de uma AssistênciaFarmacêutica qualificada.

Dentre as propostas encaminhadas,como resultante da plenária, está a orga-nização de uma comissão para discutir epropor uma regulamentação sobre aAssistência Farmacêutica nos municípios.A deliberação deve levar em consideraçãoa distância máxima permitida entre a re-sidência do farmacêutico e seu local detrabalho, a quantidade mínima de farmá-cias básicas recomendada para que ofarmacêutico possa assumir seu trabalhoe a necessidade de inscrição desse tipo deestabelecimento no CRF/BA.

Valiosa contribuição dosparticipantes da plenária:

Dra. Ita de Cássia Cunha, Dra.Gisélia Souza, Dr. Altamiro Santos,Dr. Jacob Cabús e Dr. EustáquioLinhares (foto), dos conselheirosregionais e federal do CRF/BA,diretores do Sindifarma e técnicosda Vigilância Sanitária do estado.

Page 9: Revista do CRF-BA Nº 04

9

CRF-BA em Revista

pessoas saudáveis ou doentes, com um

sinal ou sintomas não diagnosticados (o

paciente indiferenciado) ou com um pro-

blema de saúde não limitado pela sua

origem (biológica, comportamental ou

social) pelo sistema orgânico afetado pela

idade ou pelo gênero. Tomando como

base esse conceito, ele ressalta um papel

assistencial na essência da palavra e

acrescenta:

“É fundamental entender que exis-

tem duas dimensões no papel do farma-

cêutico. A primeira diz respeito à gestão,

dicamentos ou a partir de uma atividade

clínica, como a Atenção Farmacêutica.”

O especialista vai além, ao lembrar que,

quando se fala da Assistência Farma-

cêutica Básica, na grande maioria das

vezes a referência se amplia para ações

que dão suporte à Atenção Básica. Espe-

cialmente nas ações de gestão (seleção,

programação, aquisição, armazenamen-

to, distiribuição, etc.), garantindo o aces-

so da população aos medicamentos es-

senciais: “É importante ressaltar ainda

o papel do farmacêutico na Estratégia de

Saúde da Família, onde deve estar devida-

mente preparado para desenvolver a

prática da Atenção Farmacêutica com foco

na promoção e prevenção”.

Implicações legais no SUS

Para o professor Lindemberg, este as-

pecto merece cuidado, especialmente no

que diz respeito à responsabilidade que

deve ser assumida pelos farmacêuticos

diante da necessidade de cumprirem a

legislação vigente. Atualmente, conforme

declara, não está diretamente definida

em lei a imputação de responsabilidade

direta ao farmacêutico, mas ao gestor

municipal. Os diversos órgãos fiscaliza-

dores, como controladorias, tribunais de

conta, vigilância sanitária, etc., fazem audi-

torias sistemáticas em nível federal, esta-

dual e municipal, verificando o cumpri-

mento da legislação na área de Assistência

Farmacêutica, especialmente no cumpri-

mento da aplicação dos recursos finan-

ceiros e na legislação sanitária.

Diante dessa realidade, quando ocorrem

casos em que o farmacêutico está ausente

O professor da UniversidadeFederal da Bahia e diretor daAssistência Farmacêutica doEstado da Bahia, LindembergAssunção Costa, um dosconvidados a participar daplenária, considera que, antesde aprofundar a questão, éimportante destacar qual é opapel da Atenção Básica noSistema Único de Saúde.

Atenção Básica no SUS

A realidade do farmacêutico foi apre-

sentada e analisada pelo professor da

Universidade Federal da Bahia e Diretor

da Assistência Farmacêutica do Estado

da Bahia, Lindemberg Assunção Costa, a

partir de uma perspectiva histórica:

“Desde a famosa conferência de Alma-

Ata, há 30 anos, vêm sendo produzidas

evidências acerca da efetividade e eficiên-

cia da Atenção Básica ou Primária a Saú-

de. Dentro deste panorama, ocupa lugar

de destaque a produção de conhecimento

de Starfield. Principalmente através de

estudos comparativos entre nações, tem

sido demonstrado que um sistema de

saúde com forte referencial em Atenção

Básica ou Primária é mais efetivo e equi-

tativo, além de mais satisfatório para a

população. E isso sem falar que demanda

menores custos – mesmo em contextos

de grande iniqüidade social”.

Para Lindemberg Assunção Costa, a

Atenção Básica pode ser definida como o

cuidado dispensado por profissionais de

saúde, de forma integral e continuada, a

“Antes de aprofundar a questão é importante destacar:qual é o papel da Atenção Básica no Sistema de Saúde?”

“É importante ressaltar

ainda o papel do

farmacêutico na Estratégia

da Saúde da Família, onde

deve estar devidamente

preparado para

desenvolver a prática da

Atenção Farmacêutica

com foco na promoção e

prevenção”

onde o farmacêutico terá responsabili-

dade de gerir a Assistência Farmacêutica

do município. Inclui-se aqui, não só a

atenção básica mas também a especia-

lizada, despendendo do porte do muni-

cípio. A outra dimensão é a assistencial,

a de contato direto com a população, quer

seja através do ato da dispensação de me-

Page 10: Revista do CRF-BA Nº 04

10

CRF-BA em Revista

ou não assume sua responsabilidade,

poderá haver, sim, imputação de respon-

sabilidade por qualquer problema que

ocorra no município. “É fundamental,

para qualquer colega, que assuma a Assis-

tência Farmacêutica Básica municipal,

que verifique as condições que esta área

se encontra e certifique-se que não está

compactuando com uma gestão inade-

quada”, esclarece o professor.

Mudanças podemser a solução

A mudança de uma realidade com-plexa exige ações complexas com foco na

solução dos problemas. Atualmente, naopinião de Lindemberg Assunção Costa,a maioria dos gestores municipais desaúde não sabe qual o potencial pleno daárea de Assistência Farmacêutica. Parti-cularmente, não sabe qual o papel deum farmacêutico no Sistema de Saúde.

Quando sabe, restringe esse papel aobinômio Aquisição/Distribuição de medi-camentos. Desse modo, a Assistência Far-macêutica é vista como uma área mera-mente de apoio às ações finalísticas desaúde e não é considerada uma ação

essencial de grande transversalidade nosistema de saúde.

“Assim ,como na área médica, em es-pecial no programa de saúde da família,existe uma dificuldade de vinculação do

profissional farmacêutico ao municípioou a uma área adstrita ao mesmo”, argu-menta o professor. “As causas desses pro-blemas são multifatoriais, onde a preca-rização do vínculo, os baixos salários, ascondições de trabalho inadequadas e a

falta de uma formação profissional sólidaem Saúde Pública e Assistência Farma-cêutica são destaques. Portanto, não exis-te uma solução única para o enfrenta-

mento e mudança de realidade.”

CRF comprometido comprofissionais

O papel dos órgãos de classe, compro-

metidos com a garantia do cumprimento

da missão do profissional de zelar pela

saúde da população, é considerado pelo

diretor da Assistência Farmacêutica do

Estado da Bahia, Lindemberg Assunção

Costa, como fundamental. “Especifica-

mente, no que diz respeito ao cumpri-

mento ético das funções inerentes à pro-

fissão, essas entidades têm uma atua-

ção imprescindível. Se formos mais

além, sabemos da necessidade de uma

atuação mais ampla que transcende o

âmbito fiscalizador para o conselho e

coorporativo para o sindicato. Trata-se de

um novo papel definido pelos ingleses

como “advocacy”. A partir do qual, as en-

tidades fazem a defesa da profissão e lu-

tam pela melhoria das condições de tra-

balho através da articulação com as diver-

sas instituições (universidades, ministé-

rio público, defensoria pública, órgão de

classe de outras profissões etc.)”.

Lindemberg reafirma sua crença no

fato de que o futuro está no incentivo a

uma formação profissional que não prio-

rize apenas o conteúdo técnico-científico,

mas que contemple também a orienta-

ção política e ética. “Profissão forte é

aquela que tem profissionais capacita-

dos para assumir as oportunidades que

aparecem”, destaca ele. “Acho que o CRF

e o sindicato podem, de forma articu-

lada com outras instituições, identificar

em que proporção encontra-se esse pro-

blema de um profissional ter diversos vín-

culos, estimando quantos profissionais

se encontram nessa situação e quais são

as suas causas. Dessa forma, podemos

ter uma real dimensão dos problemas e

das possíveis estratégias a serem adota-

das para diminuí-lo”, conclui.

Boa qualidade acimade tudo

O farmacêutico precisa cumprir com

a programação de compras e projetos

para assistência farmacêutica e dispen-

sação nesse setor de saúde. Como pode-

mos fortalecer a política de prestação de

um serviço de boa qualidade? Essa ques-

tão é abordada por Lindemberg Costa,

que toma como ponto de partida o fato

de a Assistência Farmacêutica possuir

duas dimensões: a primeira, que é a Ges-

tão e a segunda, que é a Técnico/Assis-

tência.

“Torna-se necessário ter farmacêu-

ticos em nível de administração central

do município e na ponta do sistema”,

defende o especialista. “Ou seja, as fun-

ções de programação e aquisição de medi-

camentos estão em um nível central e

as de dispensação e atenção farmacêu-

tica nas unidades de saúde. Portanto, é

O papel dos órgãos de

classe, comprometidos com

a garantia do

cumprimento da missão do

profissional de zelar pela

saúde da população é

considerado fundamental.

”Especificamente, no que

diz respeito ao

cumprimento ético das

funções inerentes à

profissão (...)”

Page 11: Revista do CRF-BA Nº 04

11

CRF-BA em Revista

necessário ter uma boa equipe traba-

lhando a nível central de forma a modi-

ficar a ponta do sistema nessa área, atra-

vés de implantação de uma política de

assistência farmacêutica estruturante.

Para isso, é necessário influenciar os ges-

tores municipais, especialmente onde se

tenha ambiente político favorável a mu-

danças e formar e capacitar profissionais

farmacêuticos que possam liderar o pro-

cesso de mudança. Vale lembrar que essa

área é nova do ponto de vista legal e que

só recentemente na história deste país

vem se falando no farmacêutico no SUS.

Nesse contexto, vejo a ampliação do am-

biente de oportunidades do farmacêu-

tico de assumir de fato um papel mais

ativo no Sistema de Saúde.”

Os desafios são muitos

O maior desafio, de acordo com a ava-

liação de Lindemberg Costa, é mostrar a

sociedade, de forma inequívoca, qual a

importância dessa área e deste profis-

sional dentro do Sistema de Saúde.

“O respeito vem com trabalho, com

competência em assumir responsabili-

dades e responder aos problemas de saú-

de. E, nesse sentido, temos que formar

profissionais capacitados e preparados,

tanto do ponto de vista técnico quanto do

ponto de vista político, além de desen-

volver lideranças que possam transfor-

mar esta oportunidade em realidade.

Traduzindo as idéias em ações concre-

tas, por exemplo, queremos o farmacêu-

tico na Estratégia de Saúde da Família.

Mas além do desejo, o que podemos fazer

para que isso aconteça? Garantir isso na

legislação é um passo importante, assim

como legitimar o processo, ou seja, pre-

parar os farmacêuticos e criar as condi-

ções políticas para que isso ocorra.”

Sesab estabeleceprioridade

“Com a entrada do novo governo esta-dual, a Saúde na Bahia passou a ser prio-ridade e, sob o comando do secretário deSaúde Dr. Jorge Solla, a área de Assistên-cia Farmacêutica ganhou muito”, esta éa declaração de Lindemberg Costa. Elelembra que, primeiro, foram criadas ascondições políticas da mudança. “O se-cretário entendeu que essa área é priori-tária e estratégica para melhorar a saúdeda população baiana. A Assistência Far-macêutica passou a status de superin-tendência e nossa colega e professoraGisélia Santana foi convidada a comandaresta área. Este fato, por si só, representouum grande avanço e, durante o ano de2007, foram plantadas as bases para odesenvolvimento desta área. A saúde temnove prioridades de governo, sendo cincodelas dentro da área de Assistência Far-macêutica e Tecnologias em Saúde. A rea-bertura da Bahia-Farma, a Rede Baianade Farmácias Populares e o Programa Me-dicamento em Casa são os destaques.”

Dentro dessa perspectiva, a Superin-tendência de Assistência Farmacêutica daSESAB anunciou que está trabalhandocom foco na formação profissional (capa-citação dos farmacêuticos municipais eestaduais) integradas com as universi-dades, na articulação com os diversosatores (gestores municipais, MinistérioPúblico, Defensoria Pública, sindicato,CRF, CRM, etc.); planejamento integradocom outras áreas da Secretária, comoVigilância Sanitária, Atenção Básica , Con-trole e Avaliação e Auditoria.

Conquistas do estado

Lindemberg Assunção Costa encerra asua declaração citando exemplos de con-quistas alcançadas em 2007. Pela pri-meira vez, segundo ele, o Estado da Bahiacumpriu a contrapartida estadual emAssistência Farmacêutica Básica: “Ampli-amos o acesso a medicamentos excep-cionais, melhorando sobremaneira o fa-turamento da Autorização de Procedi-mento de Alta Complexidade (APACs). Ouseja, quase dobramos o faturamento emum ano, significando menos glosas e maisrecursos arrecadados. Zeramos as filasde pacientes em diversas patologias im-portantes, como hepatite C e artrite reu-matóide, onde o tratamento chega a cus-tar R$8 mil reais por paciente/mês.“Nunca se contratou tantos farmacêu-ticos em tão curto período, estamos che-gando a quase 100 em um ano e doismeses”, contabiliza Lindemberg. “Fecha-mos, com UFBA e o Ministério da Saúdeum convênio de capacitação sob a formade especialização em Assistência Farma-cêutica, envolvendo a participação de 44profissionais. Finalmente, vamos realizardiversos eventos de capacitação em Assis-tência Farmacêutica com foco no UsoRacional de Medicamentos.”

“Nunca se contratou tantosfarmacêuticos em tãocurto período, estamoschegando a quase 100 emum ano e dois meses”

Lindemberg Assunção Costa, professorda UFBa, e diretor da AssistênciaFarmacêutica do Estado da Bahia.

Page 12: Revista do CRF-BA Nº 04

12

CRF-BA em Revista

12

CRF-BA em Revista

Introdução

A poluição do ar, a contaminação dosrecursos hídricos e a presença de resíduostóxicos no solo representam um risco sig-nificativo à saúde humana, merecendouma avaliação responsável com proposi-ção de medidas corretivas e preventivas.

A poluição atmosférica tem sido rela-cionada aos níveis de desenvolvimentourbano e industrial de uma região, deforma que, tem sido objeto de estudosem diversos países desenvolvidos, e quetambém estão cada vez mais sendo enco-rajados por agências internacionais aserem realizados em países em desen-volvimento (Han et al 2005). A velocidadedo crescimento econômico induzido pelocrescimento industrial expõe direta-mente as populações de países em de-senvolvimento aos efeitos nocivos da po-luição atmosférica devido à falta de con-trole sobre as fontes emissoras.

Existem diferentes tipos de poluentesatmosféricos, dentre eles o material par-ticulado (PM), que se refere a uma mis-tura de partículas sólidas ou líquidas sus-pensas no ar que variam em forma,composição e origem. De modo geral,pode-se definir a distribuição do PM comotrimodal (Pope, 2002), constituída de

Biomonitoramento da poluiçãoatmosférica: uma ferramenta para asaúde pública

frações grossa, fina e ultrafina. O particu-lado atmosférico de centros urbanos égerado principalmente pela descarga deveículos a gasolina e diesel, e da poeiraoriginada da erosão de rochas e asfalto(Boland et al., 2001).

Nas últimas décadas, tem havido umacrescente preocupação da influência domaterial particulado presente no ar so-bre na saúde humana, pois acredita-seque o mesmo seja responsável por diver-sos problemas de saúde. A exposiçãoprolongada dos seres humanos a partícu-las em suspensão com diâmetros inferi-ores a 10µm (PM 10 e PM2,5) pode iniciare/ou agravar doenças relacionadas aotrato respiratório tais como asma, bron-quite e enfisema pulmonar, e ainda, for-mar coágulos ou trombos pela obstruçãode vasos sanguíneos, acarretar danosirreversíveis ao sistema nervoso central,originar câncer, e ainda induzir mutaçãogênica (Nemmar et al., 2003; Dominiciet al., 2006; Donaldson et al., 2000;Fairley et al., 1999 Gavet et al., 2001;Ishii et al., 2005; Kusaka et al., 2001;Laden et al., 2001; Quay et al., 1998;Rizzato et al., 1986; Salvi et al., 1999;Franklin et al., 2007).

Países em desenvolvimento, como oBrasil, apresentam problemas típicos defalta de planejamento para o desenvol-vimento urbano, industrial e agrícola, edesta forma apresentam situações ondeo risco à saúde humana frente à conta-minação ambiental deve ser avaliado. Osórgãos ambientais de muitos Estados eMunicípios não possuem infra-estruturae quadro de pessoal adequados para de-senvolver ações específicas frente a situa-ções de contaminação que se tornam pro-blemáticas, dada a escassez de recursosou capacidade técnica para a análise (Sal-diva, 2006). As questões metodológicaspara levantamento dos indicadores ambi-entais são específicas e necessitam seremdifundidas para o corpo técnico de órgãosambientais (Castro et al., 2003).

O biomonitoramento é um métodosimples em relação ao método mecânicoque embora não quantifique o materialparticulado (PM) por metro cúbico dear, apresenta argumentos interessantespara seu uso tais como: baixo custo, rela-tiva facilidade na execução, permite a ava-liação em vários pontos simultaneamen-te, além da possibilidade de mapear adispersão dos metais adsorvidos no PM

NELZAIR ARAÚJO VIANNA 1, 2, 3,

1. Mestre em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia.

2. Farmacêutica do Programa para o Controle de Asma e Rinite da Bahia-ProAR.

3. Fiscal de Vigilância em Saúde Ambiental do Município de Salvador-VISAMB.

Endereço para correspondência:

Programa para o Controle de Asma e Rinite da Bahia-ProAR.

R. Carlos Gomes, 270 - 7º andar - Salvador/BA - Tel. (71) 33218467

e-mail: [email protected]

Page 13: Revista do CRF-BA Nº 04

13

CRF-BA em Revista

13

CRF-BA em Revista

presente na atmosfera.A utilização da Bromélia Tillandsia

usneoides como biomonitor atmosféricotem sido utilizado para analisar a compo-sição de metais no PM, através da análisedas concentrações por espectrofotome-tria de absorção atômica e análise dacomposição elementar de PM10 por mi-croanálise de raios-X acoplado a micros-copia eletrônica de varredura (Vianna,2007). Trata-se de um método acessívelpara locais que não possuem uma redede monitoramento mecânico para avalia-ção da qualidade do ar.

Biomonitoramento

O emprego de biomonitores para ava-liar a poluição ambiental de metais pesa-dos adsorvidos a partículas em suspen-são tem sido avaliada por diversos auto-res em alternativa ao método mecânicodevido aos baixos custos do processo, bemcomo a possibilidade de se avaliar várioslocais ao mesmo tempo (Calasans et al.,1997; Malm et al., 1998; Guimarães etal., 2000; Husk et al 2003; Amado Filhoet al., 2002; Arndt et al., 1991; Sumita etal., 2003; Sumita et al., 2004).

A partir da introdução das técnicas de

espectrofotometria de absorção atômicapara a determinação das concentraçõesde elementos traço, as plantas têm sidoutilizadas em um grande número de es-tudos como indicadores da deposiçãoatmosférica de metais. A técnica de utili-zação de musgos como biomonitores dadeposição atmosférica de metais pesadosfoi desenvolvida no final da década de 60e desde então vários autores tem utiliza-do briófitas e outros organismos comobiomonitores (Pakarinem e Tolonem,1976; Rasmussem e Johnsen, 1976; Rin-ne e Barclay-Estrup, 1980).

Nos ambientes terrestres, os liquense os musgos têm sido os biomonitoresmais frequentemente utilizados em am-bientes temperados para avaliar a conta-minação por poluentes metálicos refle-tindo a deposição destes a partir de fonteslocais e também em escala regional (Bur-ton, 1986). Um exemplo foi o mapeamen-to da deposição de metais pesados naDinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia(Steinnes et al., 1987) utilizando duasespécies nativas de musgos. A folhageme a casca de árvores, espécies herbáceasde cultivo também têm sido usadas.

As briófitas e os liquens retêm metais

pesados diretamente da precipitação,assim como da matéria seca particulada,devido à ausência de cutícula e a grandecapacidade de troca catiônica (Pilegaardet al., 1979). Estas características têmlevado a grande utilização destes gruposcomo monitores da deposição atmosfé-rica de metais pesados.

Entretanto, várias espécies de briófitase liquens são sensíveis tanto ao resseca-mento (principalmente as briófitas)quanto à poluição por metais pesados eemissões ácidas (Tyler, 1990), represen-tando como biomonitores quantitativos,quando se pretende estudar áreas tropi-cais e/ou industriais. Comparando-secom musgos e liquens, o acúmulo demercúrio Hg é normalmente menor emfolhas de plantas vasculares terrestres,broto e casca de pinho, sendo que estespodem ser usados com sucesso como in-dicadores da poluição por metais (Lode-nius, 1990; Barghigiani et al., 1991).Considerando os vegetais vasculares, aespécie Tillandsia usneoides foi utilizadapela primeira vez como biomonitor paraa avaliação do flúor na água da chuva , eagora tem sido utilizada para acessar osmetais na atmosfera.

Biologia de Tillandsia usneoides

A espécie de bromélia Tillandsiausneoides tem sido utilizada para o moni-toramento por apresentar característicasmorfológicas e fisiológicas adequadas.Esta planta possui distribuição geográficaem áreas tropicais e sub-tro-picais por estar adaptada àscondições áridas e de tem-peraturas mais elevadas doar. Sua superfície é total-mente recoberta por estru-turas altamente higroscópi-cas, que absorvem vapor deágua e nutrientes direta-mente da atmosfera, cha-madas escamas ou tricomas.As escamas deste gênero sãocompostas de uma cadeiauniseriada de células vivas(pedúnculo) que se insere nomesófilo, sendo o pedúnculocoberto por uma plataforma

de bordas flexíveis formada de uma únicacamada de células vazias dispostas con-truturas epidérmicas são de absorverágua na superfície da planta e em algunscasos, aumentar significativamente a

reflexão da luz visível (Brighigna et al.,1997). Como suas raízes são pouco de-senvolvidas ou ausentes, não existe o con-tato com o solo, o que evita a “contami-nação” na análise.

A T. usneoides, assimcomo várias outras plantasadaptadas a ambientes se-cos, apresenta o metabo-lismo do tipo CAM (“crassu-lacean acid metabolism”)(Benzing e Renfrow, 1980).As plantas CAM abrem seusestômatos para a absorçãode CO2 predominante à noi-te, evitando perdas de águadurante o período de maiorinsolação. Várias espécies dotipo CAM podem manter re-servas de energia por meses,mesmo que o déficit de águaseja grande o bastante para

Figura 1.

Tillandsia usneoides no seu habitat.

Page 14: Revista do CRF-BA Nº 04

14

CRF-BA em Revista

14

CRF-BA em Revista

impedir o movimento dos estômatos(Benzing, 1990). Esta resistência ao es-tresse hídrico faz com que T. usneoidesseja mais apropriada do que musgos eliquens para ser utilizadas como bio-monitor em ambientes tropicais.

A partir da atmosfera a planta podeacumular metais pesados que estejam

Técnica de Transplante

Dependendo dos objetivos, o monito-ramento biológico da poluição atmosfé-rica pode ser estimado utilizando-se avegetação natural do local a ser estudadoou através da técnica de transplante. Estatécnica permite transferir o biomonitorque é coletado em áreas sem influênciade fontes poluidoras para a avaliação dacontaminação ambiental recente ou pon-tual durante um espaço de tempo pré-determinado menor do que o tempo deexposição da vegetação natural. Uma dasvantagens dos experimentos de trans-plante é o período de exposição uniformee definido além da flexibilidade de escolhados locais a serem monitorados, ondeserá observado o acúmulo dos poluentes.Este tempo de exposição pode variar deacordo com o objetivo do estudo, masem média são utilizados 45 dias, podendotambém ser feitas observações em tem-pos progressivos.

As plantas vivas são coletadas do seuhabitat. Inicialmente é feita uma tria-gem para remoção de outros organis-mos, de modo a selecionar apenas a es-pécie em questão. Aproximadamente 25

tações do ano.Após o período de exposição, as cestas

são retiradas dos locais e as plantas pre-paradas para quantificação de metais porespectrofotometria de absorção atômicae para estudo das partículas por micros-copia eletrônica convencional e analítica(Amado Filho et al., 2002).

Considerações Finais

Para o VIGIAR, programa do Ministérioda Saúde que visa avaliar os riscos daqualidade do ar sobre a saúde humana aser implementado pelas vigilâncias emsaúde ambiental dos Municípios, são ne-cessários dados ambientais locais, quepossibilitem por exemplo avaliar o im-pacto dos poluentes sobre doenças respi-ratórias em uma determinada região(Moreno dos Reis et al., 2004).

A área que abrange a região metropo-litana de Salvador não dispõe de rede demonitoramento instrumental para ma-terial particulado presente no ar, apre-

sentando desta forma condições propíciaspara testar o potencial de utilização dobiomonitoramento como instrumentoinicial de conhecimento dos níveis de me-tais nas partículas atmosféricas podendocontribuir como informação para avalia-ção de riscos à saúde humana.

O biomonitoramento em substituiçãoao método instrumental, atende a umarecomendação da Organização Mundialde Saúde, a qual tem incentivado o de-senvolvimento de ferramentas alterna-tivas para detecção de poluentes que são

passíveis de aplicação em diferentesáreas e podem desta forma auxiliar naconstrução de indicadores ambientaisque possibilitem a realização de estudosepidemiológicos locais.

Neste cenário a utilização da Tillandsiausneoides para detecção de contami-nantes atmosféricos constitui um méto-do de grande aplicabilidade como indica-dor ambiental para a realização de estu-dos epidemiológicos e como base para oplanejamento de políticas públicas nocontrole da emissão de poluentes.

presentes no ambiente. Isto, aliado aocrescimento lento da espécie e a falta decontato com o solo tem sido visto pelosautores de modo a utilizá-las, como umexcelente biomonitor da qualidade do ar.

Para os experimentos de monitora-mento do ar geralmente são utilizadasplantas de regiões controle não contami-

nadas e estas são transplantadas pararegiões a serem monitoradas, onde per-manecem por períodos pré-estabeleci-dos. A espécie Tillandsia usneoides temsido selecionada para ser usada comobiomonitor atmosférico devido a suas ca-racterísticas morfológicas e fisiológicas,descritas anteriormente.

gramas da planta viva são separadas elavadas previamente com água destila-da. São então introduzidas em cestasplásticas de polietileno com coberturade acrílico limpas (Figura 2) e distri-buídas pelos pontos estudados. As cam-panhas do bio-monitoramento deverãoser realizadas em no mínimo duas es-

Cesta contendo Tillandsia exposta ao ar

Figura 2

Page 15: Revista do CRF-BA Nº 04

15

CRF-BA em Revista

Referências BibliográficasAmado Filho, G. M., Andrade, L. R., Farina,M., Malm, O., 2001. Hg localization in Tillan-dsia usneoides L. (Bromeliaceae), an atmos-pheric biomonitor. Atmospheric Environment36, 881-887.

Brighigna, L., Palandri, M. R., Giuffrida,M.,Tani, G., 1998. Ultrastructural features ofTillandsia usneoides L. Absorbing trichome du-ring conditions moisture and aridity. Caryologia41: 111-129.

Brighigna, L., Papini, A., Most, S., Cornia, A.,Bocchini, P., Galleti, G., 2002. The use of tro-pical bromeliads (Tillandsia spp) for monitho-ring atmospheric pollution in the town of Flo-rence, Italy. Revista de biologia Tropical 50:574-584.

Cacciola RR, Sarva M., Polossa R., 2002.Adverse Respiratory effects and allergic suscep-tibility in relation to particulate air pollution:flirting with disaster. Allergy; 57: 281-6.

Calasans, C. F., Malm, O., 1997. Elementalmercury contamination survey in a chloralkaliplant by the use of transplanted Spanish moss,Tillandsia usneoides L. Science of the TotalEnvironment 208: 165-177.

Castro, H. A., Gouveia, N., Escamilla-Cejudo,J. A., 2003. Questões metodológicas para inves-tigação dos efeitos da poluição do ar na saúde.Revista Brasileira de Epidemiologia, 6: 135-149.

Dominici F, Peng RD, Bell ML, Pham L,McDermott A, Zeger SL,et al. 2006. Fineparticulate air pollution and hospital admis-sion for cardiovascular and respiratory diseases.JAMA 295:1127–1134.

Donaldson, K., Gilmour, M. lan, MacNee, W.2000. Asthma and PM 10. Respiratory Research,1:12-15.

Fairley D. 1999. Daily mortality and air pollu-tion in Santa Clara County, California: 1989–1996. Environ Health Perspect 107:637–641.

Figueiredo, A. M. G., Nogueira, S. ª, Saiki,M., Milian, F. M., Domingos, M., 2007.Assesment of atmospheric metallic pollution inthe metropolitan region of São Paulo, Brazil,employing Tillandsia usneoides L. as biomo-nitor. Environmental Pollution 145:279-292.

Franklin M, Zeka A, Schwartz J. 2007.Association between PM2.5 and all-cause andspecific-cause mortality in 27 US communities.J Expo Sci Environ Epidemiol 17:279–287.

Gavett, S. H., Koren, H. S., 2001. The role ofparticulate matter in exacerbation of atopic asth-ma. Arch Allergy Immunol 124:109-112.

Guimarães, E.T., Domingos, M., Alves, E.S.,Caldini Jr., N., Lobo, D.J.A., Lichtenfels,A.J.F.C., Saldiva, P.H.N., 2000. Detection ofthe genotoxicit of air pollutants in and aroundthe city of São Paulo (Brazil) with the Trades-cantia-micronucleus (Trad-MCN) assay. Environ.Exp. Bot. 44, 1e 8.

Programa VIGIAR. Ministério da Saúde, Sis-tema Nacional de Saúde em Vigilância Ambi-ental. www.portal.saúde.gov.br , acessado em05.07.2005.

Quay, J. L., Reed, W., Samet, J., Devlin, R. B.,1998. Air pollution particles induce IL-6 geneexpression in human airway epithelial cells viaNF-kB activation. Am. J. Respir. Cell Mol. Biol.19:98-106.

Rizzato, G., M.D., La Cicero S., Barberis, M.,Torre, M., Pietra, R., Sabbioni, E., 1986. Traceof metal exposure in hard metal lung disease.CHEST 90:101-106.

Saldiva, P. H. N., Clarke, R. W., Coull, B. A.,Stearns, J. L., Murthy, K.G.G., Diaz, E.,Koutrakis, P., Suh, H., Tsuda, A., Godleski, J.,2002. Lung inflammation induced by con-centrated ambient air particles is related to par-ticle composition. American Journal RespiratoryCritical Care 165:1610-1617.

Saldiva, P. H. N., 2005. Em busca do ar perdido.Boletim da Agência FAPESP 09/08/2005,(www.agenciafapesp.br/boletim).

Freitas C. U., Pereira, L.A. A., Saldiva P. H. N.2006. Vigilância dos efeitos na saúde decor-rentes da poluição atmosférica: Estudo de facti-bilidade. CETESB, Divisão de Meio Ambiente daVigilância Epidemiológica Secretaria de Saúdedo Estado de São Paulo.

Salvi S, Blomberg A, Rudell B, Kelly F,Sandstrom T, Holgate S, Frew A., 1999. Acuteinflammatory responses in the airways andperipheral blood after short-term exposure todiesel exhaust in healthy human volunteers.Am J Respir Crit Care Med 159:702–708.

Sarma JS, Tillmanns H, Ikeda S, Grenier A,Colby E, Bing RJ., 1975. Lipid metabolism inperfused human and dog coronary arteries. AmJ Cardiol 35:579–87.

Steinnes, E., Rühlin, A., Lippo, H., Mäkinen,A. 1997. Reference materials for large-scalemetal deposition surveys. Acreditation and Qua-lity Segurance 2:243-249.

Sumita, N. M., Saiki, M., Saldiva, P. H. N.,Figueiredo, A. M. G., 2004. Analysis of tra-descantia pallida plant exposed in different sitesfor biomonitoring purposes. J. Radioanal. Nucl.Chem., 259:109-11.

Sumita, N. M., Mendes, M. E., Macchione,M., Guimarães, E. T., Lichtenfels, A. J. F. C.,Lobo, D. A., Saldiva, P. H. N., 2003. Tra-descantia pallida cv. purpurea Boom in theCharacterization of Air Pollution by Accumu-lation of Trace Elements. J. Air & Waste Manage.Assoc. 53:574-579.

Suwa T, Hogg JC, Quinlan KB, Ohgami A,Vincent R, van Eeden SF, 2002. Particulate airpollution induces progression of atheroscle-rosis. J Am Coll Cardiol 39:935–42.

Han X., Naeher. L. P., 2005. A review of traffic-related air pollution exposure assessment stu-dies in the developing world. Environment Inter-national; 37: 1-15

Health Effects Institute. 2002. Understandingthe Health Effects of Components of the Parti-culate Matter Mix: Progress and Next Steps. Cam-bridge, MA:Health Effects Institute.

Husk, G. I., Weishampel, J. F., Schlesinger, W.H., 2003. Mineral dynamics in Spanish moss,Tillandsia usneoides L (Bromeliaceae) fromCentral Flórida, USA. Schience of the total envi-ronment 321:165-172.

Instrução Normativa n° 1 de 07 de março de2005 . Secretaria de Vigilância em Saúdewww.portal.saúde.gov.br acessado em05.07.2005.

Ishii, H., Hayashi, S., Hogg, C. H., Fujii, T.,Goto, Y., Sakamoto, N., Mukae, H., Vincent,R., van Eeden, S. F., 2005. Alveolar macro-phage-epithelial cell interaction following expo-sure to atmospheric particles induces the releaseof mediators involved in monocyte mobilizationand recruitment. Respiratory Research, 6:87-98.

Kusaka, Y., Sato, K., Suganuma, N., Hosoda,Y., 2001. Metal-induced lung disease: lesson’sfrom Japan’s experience. Journal of OccupationalHealth, 43:1-23.

Laden F, Neas LM, Dockery DW, Schwartz J.2000. Association of fine particulate matter fromdifferent sources with daily mortality in six U.S.cities. Environ Health Perspectives108:941–947.

Moreno dos Reis, M., Góes Junior, C. D.,Linhares, A. C. S., Santos da Silva, C. 2004.Estruturação da vigilância da qualidade do arrelacionada à saúde humana no município deVolta Redonda / RJ – incorporando os diversosatores sociais. www.portal.saúde.gov.br , acessadoem 05.07.2005.

Nemmar A, Hoet PHM, Dinsdale D, VermylenJ, Hoylaerts MF, Nemery B., 2003. Dieselexhaust particles in lung acutely enhance expe-rimental peripheral thrombosis. Circulation;107:1202–8.

Pignata, M. L., Gudivo, G. L., Wannaz, E. D.,Plá, R. R., Gonzalez, C. M., Carreras,H. A.,Orellana, L., 2002. Atmospheric quality anddistribution of heavy metals in Argentina em-ploying Tillandsia capillaris as biomonitor.Environmental Pollution 120:59-68.

Pope, C. A., 2000. Epidemiology of fine par-ticulate air pollution and human health: biolo-gic mechanisms and who’s at risk? Review. En-viron Health Perspect. Aug;108 Suppl 4:713-23.

Pope CA 3rd, Burnett RT, Thun MJ, Calle EE,Krewski D,Ito K, et al, 2002. Lung cancer,cardiopulmonary mortality,and long-term expo-sure to fine particulate air pollution. JAMA.;287(9):1132-41. Comment in: JAMA.2002;288(7):830; author reply 830.

15

CRF-BA em Revista

Page 16: Revista do CRF-BA Nº 04

16

CRF-BA em Revista

A judicialização do acesso a medica- mentos tem causado enormes preo- cupações aos gestores. Isso porque é

crescente a motivação e orientação por partede associações/ONGs para que o usuário/paciente utilize a via judicial para a obtençãode medicamentos.

A fundamentação legal das ações judiciaisque tramitam nas Secretarias Estaduais deSaúde (SES) para fornecimento de medica-mentos excepcionais, de difícil acesso se baseiano Art. 196 da Constituição Federal (CF),

“a saúde é direito de todos e dever do estado,garantida mediante políticas sociais eeconômicas, que visem a redução dos riscosde doença e outros agravos e ao acessouniversal e igualitário às ações e serviços para

a sua promoção e recuperação.”

No entanto, a solução adequada ao encami-nhamento desses problemas não é simples e,tampouco, rápida, pois envolve uma infinidadede critérios envolvidos no complexo Programade Medicamentos de Dispensação em CaráterExcepcional (Alto Custo).

Assim é denominado o Programa de Medi-camentos de Alto Custo, responsável por umgrupo de medicamentos destinados ao trata-mento de patologias específicas que atingemum número limitado de pacientes, os quais,na maioria das vezes, utilizam-nos por períodosprolongados. Os usuários desses medicamentos

se encontram entre os transplantados, osportadores de insuficiência renal crônica, deesclerose múltipla, de hepatite viral crônicaB e C, de epilepsia, de esquizofrenia refratáriae de doenças genéticas como fibrose cística edoença de Gaucher, dentre outras.

Com base na Portaria GM/MS 2.577/2006,que regulamente o componente de medica-mentos de dispensação excepcional do blocode financiamento da assistência farmacêutica,são medicamentos geralmente de custoelevado, destinados a patologias específicas,na maioria das vezes utilizados por períodosprolongados.

Os medicamentos excepcionais são dis-pensados mediante adequação do estadoclínico do paciente aos Protocolos Clínicos eDiretrizes Terapêuticas (PCDT) no âmbito doSUS, que são Os PCDT são recomendações,desenvolvidas para apoiar a decisão doprofissional e do paciente sobre o cuidadomédico mais apropriado, em relação às con-dutas preventivas, diagnósticas ou terapêuticasdirigidas para determinado agravo de saúdeou situação clínica. Assim, buscam sistematizaro conhecimento disponível e oferecer umpadrão de manejo clínico mais seguro econsistente do ponto de vista científico paradeterminado problema de saúde.

Esses representam para o gestor uma refe-

rência sobre a pertinência das demandas querecebe para o planejamento e a execução desuas ações e, ainda, para tomada de decisãoacerca de que medicamentos devem integraro rol de seus programas de assistência farma-cêutica.

É importante ressaltar que os estados finan-ciam cerca de 50% do total do programa, apesardeste não ser originariamente de financia-mento estadual, e sim federal, e de não ter ha-vido até o momento nenhuma definição oupactuação de contrapartida. Além destes gastos,as SES têm despesas operacionais e adminis-trativas para desenvolver as ações de progra-mação, armazenamento, distribuição e dis-pensação destes medicamentos aos pacientescadastrados. Portanto, as SES devemse prepararpara os possíveis custos que as demandasjudiciais vierem produzir.

E para reforçar o Art. 196 da CF, as referidasdemandas citam os Art. 6º e 7º da Lei Orgânicada Saúde (8.080/90), sendo que o segundofaz referência inclusive à assistência farma-cêutica, como campo de atuação do SUS:

“(...) a assistência terapêutica integral,

inclusive farmacêutica;”.

No Artigo 7º do Capítulo II, que trata dosPrincípios e das Diretrizes do SUS, são definidosos princípios éticos e doutrinários do SUS, dosquais destacam-se:

opinião

Medicamentos de alto custo: demandasjudiciais na assistência farmacêutica

As ações judiciais para fornecimento de medicamentos eprodutos caem no rol das discussões sobre equidade, naingerência do Poder Judiciário nas Políticas Públicas egarantia do acesso a medicamentos.

Luiz SeneterriFarmacêutico auditor em Saúde/Sesab

Page 17: Revista do CRF-BA Nº 04

17

CRF-BA em Revista

“I – universalidade de acesso aos serviços desaúde em todos os níveis de assistência;

II- integralidade de assistência, entendidacomo conjunto articulado e contínuo deações e serviços preventivos e curativos,individuais e coletivos, exigidos para cadacaso em todos os níveis de complexidade dosistema;(...)

VII – utilização da epidemiologia para o esta-belecimento de prioridades, a alocação derecursos e a orientação programática;”.

A política Nacional de medicamentos (Lei3.916/98) também menciona que:

“no tocante aos agravos e doenças cuja trans-cendência, magnitude e/ou vulnerabilidadetenham repercussão na saúde pública, buscar-se-á a contínua atualização e padronizaçãode protocolos de intervenção terapêutica e dos

respectivos esquemas de tratamento.”

As principais causas de ingresso das açõesjudiciais, conforme levantamento feito peloConselho Nacional de Secretários Estaduais deSaúde (CONASS), em 2005, são: a falta do me-dicamento, a recusa para efetuar o forneci-mento pela indicação estar em desacordo comcritérios nos PDCT, medicamento não padro-nizado, solicitação de medicamento não dispo-nível no mercado nacional (com custo eleva-do), bem como a pressão das indústrias farma-cêuticas para auferir lucros rápidos em virtudeda descoberta de novos medicamentos, muitasvezes sem estudos comprobatórios de sua eficá-cia terapêutica e registro no órgão de vigilância(ANVISA).

No entanto, não levam em conta as restriçõesorçamentárias e financeiras nas três esferasde gestão do SUS.

Houve um expressivo aumento de açõesjudiciais Civis Públicas movidas pelo MinistérioPúblico (MP) com a introdução da terapiacombinada para o tratamento da AIDS, e olançamento de novos medicamentos para otratamento da Hepatite Viral Crônica C,principalmente para pacientes que não seenquadram nos critérios dos PCDT para adoença, visando a garantia do fornecimentode medicamentos para pacientes, além deinúmeras ações judiciais individuais.

Há ainda outros fatores envolvidos com essasações, além da garantia constitucional, sendoentendimento do Ministério Público Federal(MPF) que, em situações de tutela jurisdicionalindividual, sobretudo em mandados de segu-rança, é possível que haja outros interessesnão ligados à prestação dos serviços de saúde,

como o aliciamento de pacientes, em situaçãoaflitiva, para lograrem objetivos que não osprevistos na tutela do Direito à Saúde.

Outro tipo de ação judicial impetrada sebaseia na concessão de liminar pela Justiçapara bloqueio de valores em contas públicasvisando garantir o custeio do tratamento a umpaciente.

Por outro lado, o Supremo Tribunal de Justiça(STJ) considera que é competência da Admi-nistração Pública a decisão do melhor tra-tamento disponível à população, tendo em vistaque a decisão liminar afronta a ordem admi-nistrativa quando interfere na Política Nacionalde Saúde, configurando um potencial lesivo àsaúde pública, na medida que privilegia ne-cessitados em detrimento de outros trata-mentos à população carente. Nesse caso, indocontra o princípio da universalidade da assis-tência.

É mais que um desafio a ser enfrentadopelas SES, pois geram individualização dademanda, em detrimento do coletivo, levandoà desorganização da distribuição das ações edas serviços de saúde.

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) é umparceiro da SES nas demandas judiciais,participando, segundo o Art. 132 da CF, dosprocessos de ação judicial tanto na ConsultoriaJurídica das SES (âmbito administrativo)quanto na representação perante o PoderJudiciário (âmbito judicial), defendendo oestado, inclusive nas ações para fornecimentode medicamentos, quer individuais, quercoletivas.

Por outro lado, compete ao MP, com seuspromotores e procuradores de justiça, a fisca-lização e salvaguarda dos princípios e inte-resses fundamentais da sociedade. Segundo ocapítulo IV da CF (Das Funções Essenciais eJustiça), a missão do MP abrange também aguarda e promoção da democracia, da cida-dania e da justiça, da moralidade, além dosinteresses da sociedade de uma maneira geral,sobretudo nas questões mais vulneráveis, po-dendo agir por iniciativa própria, sempre queconsiderar que os interesses da sociedadeestejam ameaçados ou pode ser acionado porqualquer cidadão e ações coletivas ou indi-viduais.

Depois de impetrada a ação na SES e tendoa mesma parecer favorável ao paciente, cabe àSES o fornecimento conforme a necessidade

terapêutica. Pelo fato de a aquisição ser feitapara atender a uma determinação judicial,não exime a administração de cumprir asdisposições da Lei de Licitações e ContratosAdministrativos (8.666/93), a qual, no art.24, dispensa a licitação “nos casos de emer-gência ou de calamidade pública, quandocaracterizada urgência de atendimento desituação que possa ocasionar prejuízo oucomprometer a segurança de pessoas, obras,(...)”. Nos casos em que é inviável a competição,como de principio ativo de fabricação exclusivade um único laboratório, o artigo 25 dispõesobre a inexigibilidade de licitação.

Nos casos de ações cujo mérito é a falta domedicamento, não há justificativa para amesma, exceto nos casos de parada do pro-cesso licitatório por liminar impetrada poralgum licitante. No caso de medicamentos semindicação para tratar a doença, deve-se constarpois nem o fabricante, nem a autoridade sani-tária reconhecem aquela indicação, cominformações técnicas que levem a dúvidaquanto a eficácia/segurança do medicamento.

Quanto ao não atendimento do paciente aoscritérios estabelecidos pelo PCDT, devem serexpostos os objetos daquele e a não- indicaçãopara o uso do medicamento.

Como estratégias para enfrentar açõesjudiciais na área de medicamentos, é con-veniente que as SES realizem discussõesconstantes com as PGE, TJ e MP no intuito deinformar acerca da estrutura, da forma deorganização e do funcionamento do SUS,pactuações relativas à Assistência Farmacêuticana CIB e CIT, suas políticas e PCDTs para quea PGE possa formular defesas consistentes efundamentadas. E o MP possa não ingressarna justiça questões que podem ser resolvidaspor outras vias.

Outras formas mais ligadas à prevençãopodem ser a adoção de estratégias de manu-tenção dos estoques regulares para não haverindisponibilidade do medicamento; realizarprevisão orçamentária e disponibilizar recur-sos para atendimento às demandas; promoçãodo uso racional de medicamentos, com indica-ção, prescrição e dispensação respaldados emcritérios técnicos; padronização de medica-mentos baseada nos PCDTs; inclusão de me-dicamentos com registro na Anvisa e divulga-ção das decisões judiciais para os gestores.

Page 18: Revista do CRF-BA Nº 04

18

CRF-BA em Revista

18

CRF-BA em Revista

A farmacêutica Dra. Solange de Oliveira Santana Filha, responsável pelo pro-

grama de Medicamento de Alto Cus-to do Hospital Juliano Moreira, apresentouno Congresso da SBRAF, realizado no anopassado na cidade de Goiânia, o trabalhoBenefícios do Tratamento da Esquizofrêniacom Medicamentos de Alto Custos, de suaautoria.

Com 18 anos de atuação profissional noHospital Psiquiátrico Juliano Moreira daSecretaria de Saúde do Estado da Bahia, afarmacêutica trabalha com uma equipe for-mada por três farmacêuticos na área deFarmácia Hospitalar e dois farmacêuticosbioquímicos. A equipe atende uma médiade 250 pacientes/dia atendido no ambu-latório da rede básica. “No ambulatóriotemos 731 pacientes ativos. Essa é umaunidade de emergência que é referênciapara todo o Estado da Bahia, 200 leitos deinternação, dois lares abrigados e umaunidade anexa que é nosso hospital-dia.”

Segundo a Dra. Solange de OliveiraSantana Filha, o programa foi iniciado nohospital, no mês de setembro de 2002.

“Participam do início desse processo trêsfarmacêuticos, realizando acompanhamen-to fármaco-clínico, busca ativa dos pacientesque abandonam o programa, controlando es-toques, fazendo pedido à Secretaria de Saú-de dos medicamentos que estavam em falta,elaborando relatórios e outras atividades.”

Dra. Solange de Oliveira Santana Filhainforma que o trabalho de pesquisa com ospacientes em uso de medicamentos de altocusto x reincidência de internação ou rein-ternação foi realizado durante o ano de 2006(durante 12 meses), com uma amostra de200 pacientes que aderiram ao programa.

Na aferição dos resultados, foi constatado queapenas, dois pacientes voltaram a ser inter-nados. O resultado foi positivo, porque parti-ciparam 200 pacientes em uso regular damedicação.

Segundo a Dra. Solange, as respostas ao

Benefícios do Tratamento da Esquizofrênia comMedicamentos de Alto Custo

Dra. Solange O. de Santana Filha

tratamento nesse programa foram satisfatórias.“Analisamos que o resultado foi positivo. Osdados apresentados permitem concluir queprogramas dessa natureza são capazes deproduzir benefícios em diversos âmbitos dasaúde mental.”

Page 19: Revista do CRF-BA Nº 04

19

CRF-BA em Revista

A professora Florentina Santos Diez del Corral, profissional cuja ex- celência é reconhecida no meio

acadêmico, preside hoje a ComissãoOrganizadora dos eventos comemora-tivos dos 193 anos do Ensino de Farmáciana Bahia. Após um trabalho árduo depesquisa, ela reuniu um grande acervohistórico, a partir do qual podemos ter adimensão da importância do estudo docurso de Farmácia para a sociedade bra-sileira. Parte desse acervo foi apresen-tado na Faculdade de Farmácia da Uni-versidade Federal da Bahia, na aula inau-gural proferida pela própria professoraFlorentina Del Corral, no dia 26 de feve-reiro, às 9 horas, no auditório do Institutode Biologia da UFBa. O convite para pre-sidir a Comissão, integrada por um grupode professores e profissionais de Farmá-cia, partiu do professor Mirabeau LeviAlves de Souza, atual diretor da Faculdadede Farmácia da UFBa. Segundo ele, a pro-fessora Florentina del Corral é a docentemais indicada para demonstrar o pesohistórico do curso Farmacêutico, o segun-do mais antigo da UFBa. “Excelente pro-fessora da Faculdade de Farmácia daUFBa, ela dedicou cerca de quatro dé-cadas da sua vida na construção da nossafaculdade e na formação de vários profis-sionais”, afirma o diretor Mirabeau. “Aprofessora foi também homenageadapelo Conselho Regional de Farmácia daBahia (CRF/BA) pelo papel que desem-penhou em prol do ensino de Farmácia.”Na aula inaugural, a professora Floren-tina enfocou o tema “O Ensino da Farmá-cia no Contexto dos 200 anos do EnsinoSuperior na Bahia”. Ela aproveitou aoportunidade para também demonstraro quanto o fato da Faculdade de Farmáciada Universidade Federal da Bahia consti-

Pesquisa resgata importância histórica do ensinode Farmácia no bicentenário do ensino superior

entrevista

tuir-se hoje em uma unidade de ensinonacionalmente respeitada. É uma rea-lidade resultante dos esforços individuaise coletivos de todos aqueles que se imbuí-ram do desejo de construir uma grandeescola na Bahia. Em entrevista exclusivaconcedida à revista do CRF/BA, ela pontuao que colheu de mais interessante nasua pesquisa.

Diante de um acervo tão rico evolumoso, de onde foi iniciada apesquisa enfocando a história doensino da Farmácia no Brasil?

Ao começar a leitura dos documentos histó-ricos, constatei que seria muito interes-sante a realização de um trabalho sobre asboticas e os boticários. Foram eles que assu-miram a atividade de preparação e comérciode medicamentos, no período colonial.Todavia o nosso trabalho tem outro enfoque.

Qual o objetivo principal do trabalhodesenvolvido à frente da Comissão?

O nosso objetivo é discorrer sobre o Ensinode Farmácia oficialmente instituído na Bahia,desde o seu início até os dias atuais, sendoque nesta aula falarei sobre o curso farma-cêutico até o momento em que ocorreu aautonomia. A literatura mostra que a chega-da da Família Real Portuguesa ao Brasil,especificamente à Bahia, em 22 de janeirode 1808, fugindo das tropas napoleônicas,foi a razão inicial para a criação das primeirasescolas superiores brasileiras.

Exatamente em que data e lugar foicriada a primeira escola superior naBahia?

A primeira foi a Escola de Cirurgia da Bahia,instituída mediante Carta Régia datada de 18de fevereiro de 1808. O documento oficial foiexpedido pelo ministro do reino D. FernandoJosé de Portugal ao capitão-general da Bahia,D. João de Saldanha da Gama de Melo e Torres,Conde da Ponte.

Professores Mirabeau Levi de Souza e Florentina del Corral

19

CRF-BA em Revista

Page 20: Revista do CRF-BA Nº 04

20

CRF-BA em Revista

20

CRF-BA em Revista

Destacamos, durante o processo de criaçãodessa escola, a decisiva atuação do pernam-bucano Dr. José Correa Picanço, médico-cirúrgico da Real Câmara e lente jubilado daFaculdade de Medicina de Coimbra. Foi eleque argumentou com o príncipe regente,D. João, defendendo a necessidade de cria-ção de uma Escola de Cirurgia no HospitalReal Militar da Bahia.Nas palavras do historiador Dr. AntônioCarlos Nogueira Britto, o Ensino Médico noBrasil teve início na extinta enfermaria/boti-ca do Colégio de Jesus e nas dependênciasdo Hospital Real Militar e do sobrado colonialanexo, onde funcionava a sede e a diretoriadaquele hospital. A Escola Cirúrgica foi cria-da com objetivo de formar cirurgiões emcurso ministrado em quatro anos. Os alu-nos freqüentavam duas disciplinas básicas:Anatomia e Cirurgia. Essa estrutura durousete anos.

Quando foi reestrurado o EnsinoSuperior?

No Rio de Janeiro, ele ocorreu em abril de1813 e na Bahia as reformas do Ensino dasCiências da Saúde se deram com a Carta Régiade D. João em 29 de dezembro de 1815, diri-gida ao Conde dos Arcos D. Marcos de No-ronha e Britto, benemérito governador e capi-tão-general da capitania da Bahia. Essa refor-ma ficou conhecida como Reforma do BomSerá. Baseava-se no Plano de Estudo do Dr.Manoel Luiz Alves de Carvalho, baiano, diretordos Estudos de Medicina e Cirurgia da Corte edo Reino do Brasil.Dentre as principais modificações, temos atransformação da Escola Cirúrgica no Colé-gio Médico Cirúrgico que passou a funcionarna Santa Casa da Misericórdia.

E quando iniciou o curso deFarmácia?

Com a citada reforma, o curso médico pas-sou a ter duração de cinco anos e novasdisciplinas foram incorporadas. Dentre elas,no primeiro ano, a disciplina Química Far-macêutica. De acordo com os livros da época,no início, os estudantes aprendiam Ana-tomia Geral e, em seguida com a disciplinaQuímica Farmacêutica, o conhecimento ne-cessário à matéria Médica Cirúrgica. OEnsino de Farmácia, portanto, iniciou-seno Colégio Médico-Cirúrgico e teve como

encarregado o boticário João Gomes da Silva.Uma segunda Carta de 29 de novembro de1819 diz que o Rei manda “ter na Bahia oexercício da cadeira de Farmácia”.

A senhora disse, portanto, que oensino farmacêutico já contava comuma cadeira. Quem ocupava e quandofoi designado?

Em 1819, o médico português, Dr. ManuelJoaquim Henriques de Paiva, diplomado pelaUniversidade de Coimbra e de reconhecidovalor científico, foi designado para ensinara cadeira de Farmácia no curso médico. Em-bora a cadeira fizesse parte das matérias docurso médico, seu proprietário não per-tencia ao corpo docente do colégio, porématendendo a pedido da congregação, em 8de julho de 1824 sua Majestade o Imperadornomeou o Dr. Paiva como lente, sendo por-tanto o primeiro da citada cadeira à qual foiincorporado nessa data o estudo de Maté-ria Médica.

Onde eram lecionadas as disciplinasdo curso?

A cadeira de Farmácia passou a funcionarna espaçosa botica do Convento de SantaTereza, hoje Museu de Arte Sacra. Assim,Dr. Paiva foi transferido para lá, juntamentecom os poucos utensílios de laboratóriosque possuia. Os estudantes eram obrigadosa freqüentar as aulas. Não podendo matri-cular-se no 4º ano sem terem sido apro-vados nessa matéria. Porém, tinham liber-dade de cursa-lá em qualquer dos anosanteriores. Quando Dr. Paiva faleceu, noano de 1829, o Dr. Francisco de Paula Araújo

de Almeida, que também era deputado, foinomeado para reger a cadeira interinamente.Como político, se empenhou na apresen-tação de um projeto à Sociedade de Medicina

do Rio de Janeiro para a elaboração de umplano único para a Medicina na Bahia e noRio de Janeiro. Isso porque, até então, haviaescolas de Medicina nas duas províncias.A partir daí, foi apresentado um amploprojeto denominado Plano de Organizaçãodas Escolas Médicas do Império, aceito pelaCâmara e pelo Senado.

Nesse momento foi criado o CursoSuperior de Farmácia?

Em 3 de outubro de 1832, foi assinada pelaRegência Trina Permanente a Lei do EnsinoMédico que determinou a criação do cursoFarmacêutico. O ato foi referendado pelo Mi-nistro do Império, Nicolau Pereira de Cam-pos Vergueiro. De acordo com a nova lei, oColégio Cirúrgico passou a ser denominadoFaculdade de Medicina da Bahia. Nesta época,foi criada também a Biblioteca na referidafaculdade.

Quem foi o primeiro diretor?

Foi escolhido e nomeado, como primeirodiretor da faculdade, o Dr. José Lino Couti-nho, empossado 23 de julho de 1833.

Como o curso era estruturado?

O curso Farmacêutico criado tinha duraçãode três anos, com disciplinas assim distri-buídas: Física Médica, Botânica Médica,Princípios Elementares da Zoologia e MatériaMédica, especialmente a Brasileira e Far-mácia e Arte de Formular. Os alunos de Far-mácia eram obrigados a fazer exames prepa-

Estudantes recém-ingressos na UFBa

Page 21: Revista do CRF-BA Nº 04

21

CRF-BA em Revista

ratórios de francês ou inglês, Aritmética ouGeometria. Desde o início do Ensino naBahia, todas as cadeiras tinham um com-pêndio aprovado pela Congregação.

Existiam também atividades práticas?

Para obter o título de Farmacêutico, os alu-nos deveriam praticar, pelo período de trêsanos, numa botica de um boticário aprova-do ou em casas idôneas, havendo a necessi-dade de apresentação do competente ates-tado para receber o título.

Como foi a evolução do curso?

No Rio de Janeiro, foram pleiteadas me-lhorias do Ensino Farmacêutico e elaboraçãode um código brasileiro. Na falta de um có-digo farmacêutico nacional oficial, todas asfarmácias tinham que possuir o codexmedicamentárius gallicus, ou, então, a Far-macopéia Geral para o Reino e domínios dePortugal. Ou, ainda, o código farmacêuticolusitano. Os boticários da seção de Farmá-cia da Academia apresentaram à mesma,um plano de reorganização das Faculdadesde Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia epropondo a criação de cursos de Farmácianas capitais de algumas províncias. Só emMinas Gerais foi criada a Escola de Farmáciade Ouro Preto, em 1839. Essa era a únicadesvinculada da Faculdade de Medicina.

Havia um movimento em prol damelhoria do ensino?

Sim. Novas reivindicações foram feitas aogoverno, chamando a atenção para neces-sidade de melhoria e regularização da ins-trução farmacêutica. Como exemplo, pode-mos destacar a proposta de criação de umacadeira de Farmácia Prática dirigida porfarmacêutico. A inclusão da Toxicologia nocurrículo e a concessão do título de bacha-rel em Ciências Naturais aos estudantes deFarmácia que fossem aprovados no CursoTeórico e Prático e em todos os preparató-rios exigidos para o curso Médico tambémforam pleitos importantes. O direito dos far-macêuticos viajarem para a Europa afim deestudar, à custa do estado, foi outra propostapolêmica. Isso já acontecia com os médicosdesde a reforma de 32.

Esses movimentos resultaram emreformas?

Quando D. Luiz Pereira de Couto Ferraz foichamado para o cargo de ministro dompério, a necessidade de reforma da

instrução pública era consenso entre osmembros do governo. O próprio D. Pedroconcordava com a urgência da matéria e aconsiderava como etapa fundamental parao progresso, pois a instrução garantiria oalinhamento do Império com as chamadasnações civilizadas. O Ensino Superior eraresponsabilidade do governo central. Essareforma, que ficou conhecida pelo nomede Reforma Couto Ferraz, foi aprovada em1854. Algumas reivindicações foram incor-poradas ao Ensino Farmacêutico.

Quais reivindicações foram acatadas?

Temos como exemplo a criação oficial doHorto Botânico, do laboratório de Químicae dos gabinetes de Química e de HistóriaNatural. Além disso, foram previstas insta-lações de oficinas farmacêuticas, no prédioda Faculdade de Medicina. Enquanto nãoas houvesse, a Congregação determinava olugar em que se daria a prática, gratificandoo diretor que cedesse o estabelecimentopara tal fim e os alunos eram obrigados apraticar, diariamente, desde o primeiro ano,em farmácias designadas pela Congregação.

No contexto geral das mudançasprocessadas ao longo da história, oque podemos considerar maisinteressante?

Até o final do Império, outras reformasaconteceram. Podemos destacar a últimado período, a Reforma Sabóia, que pre-viapara cada faculdade de Medicina uma escolaanexa de Farmácia. Essa reforma tambémpermitia às mulheres se inscrever nos cur-sos superiores. Podemos ressaltar comocuriosidade o fato de que lhes eram reser-vados lugares especiais e separados doshomens nas salas de aula.No livro de Farmácia, onde estão registradoso nome, a procedência e a data de colação degrau dos farmacêuticos, foi possível verificarque a primeira mulher que se formou emFarmácia, cujo nome era Glacira Corina deAraújo, colou grau em 1892. Já o primeirofarmacêutico que colou grau recebeu odiploma em 16 de novembro de 1836.Outra reforma importante foi a Lei Orgânicado Ensino Superior e Fundamental da Re-pública, conhecida como Reforma Riva-davia Correa, aprovada em 5 de abril de 1911,que introduziu no currículo do curso Far-macêutico a matéria Bromatologia.

E como ficou o curso Farmacêuticoem relação ao de Medicina?

A Reforma Benjamim Constant propôs areorganização das instituições do EnsinoMédico, sendo que a da Bahia passou a de-nominar-se Faculdade de Medicina e Far-mácia da Bahia. Destacamos também, nestaépoca, a criação da disciplina Química Analí-tica e Toxicologia, tanto no curso Médicocomo no Farmacêutico. O objetivo da disci-plina era dar um suporte técnico ao estado,que era muito carente de apoio técnico nosentido do esclarecimento de homicídios esuicídios que ocorriam naquela época, naBahia, por envenenamento. Desde os tem-pos remotos, o veneno se constituiu noeficaz meio de eliminação de desafetos, prin-cipalmente pela inexistência de métodosque permitissem seu isolamento em carac-terização.

Qual foi a reforma que consolidou aatual faculdade?

Falarei inicialmente do Código de 1901, quemodificou a Faculdade de Medicina e Far-mácia para Faculdade de Medicina da Ba-hia.A reforma de 1925, conhecida como Re-forma Rocha, transformou o curso Farma-cêutico em Escola de Farmácia anexa à deMedicina.A Lei nº 1.021, de 28 de dezembro 1949, atransformou em Faculdade de Farmácia daUniversidade da Bahia e, com a federalizaçãodas universidades em 4 de dezembro de1950, passou a Faculdade de Farmácia daUniversidade Federal da Bahia.

Quatrodécadas dededicação àFarmácia

Florentina SantosDiez del Corral gra-duou-se em 1955. Em 1957, ingressouna Faculdade de Farmácia e ficou res-ponsável pela disciplina de Bromatologiae Toxicologia. De 1984 a 1988 foi vice-diretora da faculdade, tendo assumido adireção no período de 1988 a 1992, anoem que se aposentou.

21

CRF-BA em Revista

Page 22: Revista do CRF-BA Nº 04

22

CRF-BA em Revista

Uma grande campanha pública para esclarecer a população de Salvador sobre o uso correto demedicamentos será praticada pela Se-cretaria Municipal de Saúde. Essa é umadas estratégias definidas no 2º Fórumsobre Uso Racional de Medicamentos,realizado nos dias 28 e 29 de novembroúltimo, pela Secretaria Municipal deAssistência Farmacêutica. O evento foipromovido pela Secretaria Municipal daSaúde (SMS) em parceria com o Minis-tério da Saúde, Secretaria Estadual deSaúde, Conselho Regional de Farmáciado Estado da Bahia, Conselho Regionalde Medicina da Bahia, Sociedade Brasi-leira de Vigilância de Medicamentos eMinistério Público do Estado da Bahia.O Dr. Orenzio Soler, representante doBrasil na OPAS, foi convidado para falarsobre o Uso Racional de Medicamentos.

Uso Racional de Medicamentos:a desinformação e a prática da automedicaçãomotivaram a discussão no 2º Fórum Municipal deAssistência Farmacêutica

A Dra. Adriana Dominguez, farma-cêutica e subcoordenadora de AssistênciaFarmacêutica do município, foi a organi-zadora do Fórum Municipal. Ela explicaque a realização do 2º Fórum Municipalcumpre agenda nacional estabelecidapelo Sistema Único de Saúde.

De acordo com a Dra. Adriana Pereira

de Souza Dominguez, as discussões emplenária vão subsidiar a CoordenaçãoMunicipal de Saúde na promoção dacampanhas públicas para à populaçãopelo Uso Racional de Medicamentos.

“A Secretaria Municipal de Saúde estáinvestindo na qualificação dos profis-sionais que trabalham na rede munici-pal, esclarecendo sobre a importânciacorreta e sobre o uso adequado dos medi-camentos.”

O hábito do brasileiro de estocar medi-camentos em casa é outra questão quepreocupa os profissionais da SecretariaMunicipal da Saúde.

“Não é uma questão apenas de baixaescolaridade, pois no Brasil a autome-dicação é uma prática comum nas dife-rentes camadas sociais. É um caso dedesinformação mesmo”, afirma.

Dra. Adriana Dominguez coordenou a atividade

Dr. Orenzio Soler (OPAS), Dra. Lia Lusitana (Sobravime), Dra. Maria Madalena de Santana (Cremeb), Dr. Carlos Alberto Trindade, secretário Municipal de Saúde,Dra. Adriana Dominguez (SMS), Dr. Jacob Cabús (CRF/BA) e Dr. Augusto Amorim Bastos (VISA)

Page 23: Revista do CRF-BA Nº 04

23

CRF-BA em Revista

Atenção Farmacêutica e o UsoRacional de Medicamentos

Tema apresenatado pela Dra Rosa Ma-ria Martinez Cerquiera (SASAB) e deba-tido por Dr. Clovis Reis (GDAF) e Dra.Ana Paula Castro (FTC). O Dr. AltamiroSantos coordenou essa mesa de dis-cussão.

Estudos de utilização demedicamentos

A palestrante foi a Dra. Lia Lusitana(Sobravime) e os debatedores foram oDr. Orenzio Soler (OPAS) e o Dr. GustavoM. Tanajura (HUPES), sob a coordenaçãoda Dra. Ligia M. Barbosa (Sindifarma).

Protocolos Clínicos, Seleção e oUso Racional de Medicamentos

O Dr. Flávio Will (SUVISA/SESAB)foi opalestrante, contando, no debate comas presenças da Dra. Carla J. Sena (CFT/SMS) e do Dr. Márcio Galvão (HUPES).O Dr. Lindemberg Costa (Sesab) coor-denador.

As solicitações Judiciais e o UsoRacional de Medicamentos

A Dra. Adriana Pereira de Souza Do-mingues (SMS) palestrou sobre a temá-tica, amplamente debatida pelo Dr. JecéF. Brandão (Cremeb) e pela Dr. Lindem-berg Assunção Costa(SESAB).

Os riscos à saúde provocados por usoindevido de medicamentos foi o tema dapalesta abordada pelo Dr. Jucelino Nery daConceição Filho (CIAVE). A Dra. GildeteSilva Carvalho e o Dr. Rômulo Luis de CastroMeira foram os debatedores dessa temática,sob a coordenação da Dra. Maria Madalenade Santana (representante do Cremeb).

Segundo Dr. Jucelino Filho, assim comoocorre no Brasil e em todo o mundo, a Ba-hia tem medicamentos como principalagente de intoxicações, com índices emtorno de 20%. “A média anual de ocorrên-cias envolvendo medicamentos no estadoregistradas pelo Centro de InformaçõesAntiveneno (CIAVE), referência estadual emintoxicações, foi de 1300 casos. Ao anali-sarmos as causas dessas ocorrências,excluindo-se as tentativas de suícidio, a qual

predomina com 21%, temos como destaque12% dos casos decorrentes do uso tera-pêutico. O erro de administração levou a11% dessas ocorrências e 5% foram prove-nientes de automedicação.”

De acordo com o Dr. Jucelino Filho, oscasos de uso terapêutico incluem reaçõesadversas, efeitos colaterais e aqueles de-correntes da maior sensibilidade do indi-víduo ao fármaco. Ele informa ainda que oerro de administração (ou de medicação)pode ou não lesar o paciente e o medica-mento pode se encontrar sob o controle deprofissionais de saúde, do paciente e do con-sumidor. “Em um estudo que realizamosno CIAVE, considerando o período de 2002a 2006, obtivemos alguns dados interes-santes: foram registrados 451 casos de errode medicação, tendo sido a maioria (40%)relacionado à dose; a troca de medicamentoocorreu em 23%; o erro da via de adminis-tração em 16% e o erro de prescrição em1%. Em relação ao local de ocorrência, aincidência maior foi no ambiente domésticocom 83,4% e 7,8% em serviços de saúde”.

Uso incorreto de medicamentos eleva custosO professor Francisco Pacheco falou sobre

o Uso Racional de Medicamento, tendo comodebatedores a Dra. Rita de Cássia Lula (SMS),e o Dr. Jacob G. Cabús (CRF/BA), sob a coor-denação do Dr. João B.Cavalcante Filho(COAPS/SMS )(foto).

De acordo com o Dr.Jacob Cabús, os custoshumanos e econômicosda morbimortalidaderelacionados aos fár-macos não devem ser ignorados. “As principaiscausas do uso indevido apontados por estudossão erros na prescrição, utilização e dispen-sação. Dentre esses, aproximadamente 50%dos problemas farmacoterápicos podem serevitados.”

O tesoureiro do CRF/BA declara que “temosobrigação de ofício incentivar projetos e açõesque diminuam os sofrimentos humanos e tam-bém o gasto de recurso associado a esse pro-blema”, concluindo que: ” o grande desafioestá em intervenções acertivas em quatro

Prática traz riscos à saúde

níveis: a gestão, a prescrição, o uso e o moni-toramento terapêuticos, sendo que deve haverintegração entre níveis citados anteriormente.

Se conseguirmos controlar o custo associ-ado ao uso incorreto demedicamentos, tere-mos certamente recur-sos suficientes paradispensar gratuita eregularmente todos osmedicamentos prescri-tos no país. Não é pos-

sível pensar de fato em URM sem levar emconsideração a Assistência Farmacêutica comoum processo integrado à Atenção Básica.”

Dr. Jacob finaliza: “Qualificar e organizar aAtenção Básica é, sem dúvida, o caminho paraque a Saúde Pública obtenha melhores resul-tados e alcance maior qualidade. Quanto maisestruturada e eficiente a atenção primária,menor custos, melhora a utilização de medica-mentos pela população e consequentemente,maior satisfação do usuário do SUS”.

Page 24: Revista do CRF-BA Nº 04

24

CRF-BA em Revista

em destaque

Mesa-redonda aborda importância do curso de FarmáciaSALVADOR

A Faculdade de Farmácia da UFBa pro- moveu uma mesa-redonda, no dia 21

de janeiro, no Palácio da Reitoria, inte-grando as comemorações em homenagemaos 193 anos de criação do Ensino Farma-cêutico na Bahia. Estiveram presentes aoevento, o reitor da UFBa, Naomar de Almei-da Monteiro Filho; o diretor da Faculdadede Farmácia, Mirabeau Levi Alves de Souza;o diretor da Faculdade de Medicina, JoséTavares Neto; o presidente do Conselho Re-gional de Farmácia do Estado da Bahia, Dr.Altamiro Santos; os professores da facul-dade, estudantes e convidados.

Importância histórica e socialO reitor falou da importância histórica e

social do curso superior de Farmácia e daintenção de contribuir para a ampliação emelhoria do curso, além de expressar o de-sejo de disponibilizar a base de dados daCAPES para a comunidade de Farmácia, coma intenção de possibilitar um maior investi-mento em pesquisa, em estudos e no apro-fundamento do conhecimento científico.

Para o professor Mirabeau Levi de Souza,diretor da faculdade e anfitrião do evento, acriação do curso de farmácia na Bahia,àquela época veio preencher uma lacunana assistência à saúde da população eresgatar a atuação histórica dos boticáriospresentes nas boticas e hospitais dos colé-gios da Companhia de Jesus. “Nessas com-panhias, onde os jesuítas desde o séculoXVI até o século XVIII (quando foram ex-pulsos das colônias portuguesas), desem-penharam papel importante nas atividadesrelacionadas à Farmácia, com base nos co-nhecimentos médicos europeus somadosàqueles adquiridos com os indígenas sobreas plantas e sua utilização terapêutica.” Oprofessor também destacou a importânciapara a escola de Farmácia o trabalho reali-zado pelo primeiro diretor, o professor JoséCarlos Ferreira Gomes.

O Dr. Altamiro Santos destacou que aprofissão passou por um período de crisecom o advento da industrialização, nadécada de 50. E ressaltou: “Nós estamos

O professor José Carlos Ferreira Go-mes nasceu em 6 de novembro de1903 em Amargosa, filho de DonaAmanda Vilas Boas Fereira Gomes eDr. Mário Ferreira Gomes, se criouem Cruz das Almas Bahia. Fez o pri-mário em Cruz das Almas, o curso gina-sial e os preparatórios no Ginásio Ipirangaem Salvador. Formou-se em 1922 em Farma-cêutico pela Faculdade de Medicina da Bahia(Curso de Farmácia). Foi assistente da Farmá-cia Química em marco de 1935; livre docentede Farmácia Química em agosto de 1936;regente interino de Farmácia Química porPortaria em agosto de 1936 e por Decreto Fe-deral em abril de 1937; professor catedráticode Farmácia Química em agosto de 1937.Casou-se em 18 de junho de 1938, com donaCélia Koch Ferreira Gomes, com quem teveos seguintes filhos: Roberto, Marialice, MariaÂngela, Ana Maria, falecida com nove meses,José Raimundo, Maria Célia e Maria Estela.

Considerado um homem íntegro, digno,justo e solidário. Farmacêutico competente,estudioso, dedicado, zeloso da sua profissão,que exerceu ininterruptamente assim quese graduou. Interrompeu essa prática tão logofoi aprovado em brilhante concurso para cate-drático de Farmácia Química, para se dedicarexclusivamente à docência. E então, aflorousua autêntica vocação para o ensino.

Defensor intransigente da profissão, nãohouve nos seus últimos anos de vida movi-mento farmacêutico em que a liderança naBahia não lhe tivesse cabido. Nos seus discur-sos, aparecia reiteradamente uma crítica fer-renha à industrialização dos medicamentos.Acusava os prospectos dos laboratórios nacio-

nais e estrangeiros que afirmavamqualidades inexistentes dos seusprodutos, a que ele chamava de “in-verdade flagrante contra a Químicae a Farmacodinâmica”. Ele fazia

questão de demonstrar em aula essasimpropriedades, comprovando as discre-

pâncias dos seus constituintes em flagrantedesrespeito ao que recomendava a Farmaco-péia e, conseqüentemente, a inutilidade dotratamento. Ele defendia a volta à Farmáciagalênica enquanto no exercício pleno da pro-fissão farmacêutica e o retorno dos medica-mentos oficinais.

Em seu discurso de paraninfia em 1938,ele criticava o governo federal que mantinha,naquele momento, três escolas de Farmácia:na Bahia, no Rio de Janeiro e Rio Grande doSul. Chamava a atenção para a seriação defei-tuosa das disciplinas, a insuficiência do ensi-no nos três anos do curso e a ausência delaboratórios bem providos, o que redundavano aproveitamento abaixo do desejado noensino geral do país, apesar do seu corpo do-cente reconhecidamente especializado ecompetente. Denunciava as escolas particu-lares pela adoção do esquema “pagou/ pas-sou” e sugeria o desdobramento de váriascadeiras já existentes ao lado da criação dealgumas novas, como Farmacodinâmica,Fisiologia, Microbiologia Especializada e Far-mácia Comercial. Essas qualidades foram deci-sivas para a justa homenagem prestada pelocorpo discente da Faculdade, dando seu nomeao Diretório Acadêmico, que passou a se cha-mar Diretório Acadêmico Ferreira Gomes.Pesquisa: Professor Mirabeau de Souza

Professor José Carlos Ferreira Gomes:exemplo de integridade e solidariedade

Autoridades acadêmicas e de classe debatem

em processo de recuperação do nossoprestígio a partir do reencontro do farma-cêutico com a sua identidade.”

Programação prevista para este ano: con-ferências, palestras, mesas-redondas, umafeira de saúde, a publicação de um suple-mento da Gazeta Médica da Bahia. A publi-cação do acervo que constitui a memóriada Farmácia, pesquisa que vem sendo reali-zada pelas professoras Florentina Diez delCorral e Odúlia Leboreiro Leitão.

Page 25: Revista do CRF-BA Nº 04

25

CRF-BA em Revista

A Associação dos Farmacêuticos de Paulo Afonso (AFPA) promoveu um

debate sobre as Perspectivas para a Pro-fissão Farmacêutica, reunindo os far-macêuticos daquela cidade.

O evento integrou uma programaçãocomemorativa pelo Dia do Farmacêuticoe contou com as presenças do presi-dente do CRF/BA, Altamiro José dos San-tos, e do farmacêutico e prefeito do muni-cípio de Paulo Afonso, Dr. RaimundoCaíres.

A presidente da associação, a Dra.Vanessa Ramalho da Silva, destacou aimportância do evento e agradeceu aparticipação do presidente do CRF/BA edo Prefeito da cidade naquela ocasião.Segundo a presidente, essa foi a primeiracomemoração, organizada pela Associa-ção de Farmacêuticos de Paulo Afonso.

A direção da Associação dos Farma-cêuticos de Paulo Afonso, além do deba-te, também, promoveu uma exposiçãode vários outdoors espalhados pela ci-dade, parabenizando os profissionaisfarmacêuticos pelo seu dia.

Encerrando as comemorações, foioferecido um jantar para os farmacêu-ticos de Paulo Afonso, familiares e con-vidados.

Parcerias importantes

Os estabelecimentos farmacêuticos queapoiaram a iniciativa foram a FarmáciaPoty, Farmácia de Manipulação NowaFórmula, Farmácia FarmaVida, LABIPA(Laboratório Bioquímico de Paulo Afon-so). Dedeserv (Dedetizadora) e Associa-ção de Farmacistas de Paulo Afonso(ASFARMA).

Perspectivas para a profissãoPAULO AFONSO

Midia informa sobre a importância dos farmacêuticos na sociedade

A Dra. Maristela Morais destacou a contribuiçãovaliosa dos farmacêuticos à sociedade

Farmacêuticos interessados na palestra

Momento de descontração ealegria. O prefeito da cidadee farmacêutico,Dr. Raimundo Caires,presente ao evento (foto 1)

Dr. Altamiro Santos marcoupresença no jantar (foto 2)

Page 26: Revista do CRF-BA Nº 04

26

CRF-BA em Revista

Os farmacêuticos de Feira de Santana e região já contam com uma sede do

CRF/BA. A inauguração da seccional, na-quele município, foi realizada em 28 defevereiro, em cerimônia que contou com apresença do presidente do CRF/BA, Dr.Altamiro Santos, do secretário, Dr. JacobCabús e profissionais que atuam na região.Aprovada durante o plenário de outubro doano passado, a criação de mais uma seccio-nal, em uma cidade como Feira de Santana,é um marco na trajetória do Conselho.

Segundo Dr. Altamiro Santos, as seccio-nais cumprem um papel muito impor-tante na medida em que conferem umamaior celeridade na prestação do atendi-mento aos profissionais no interior da Bahia.

FEIRA DE SANTANA

No dia 26 de fevereiro, foi rea-

lizado, em Feira de Santana,

um treinamento sobre o Novo Sis-

tema Nacional de Gerenciamento

em Produtos Controlados, minis-

trado pelo Dr. Lavoisier Diniz Ci-

priano de Souza e voltado para os

farmacêuticos daquela cidade e do

Município de Amélia Rodrigues.

Seccional é inaugurada

O presidente do CRF/BA inaugurou a nova sede

...são atendidos pela funcionária Michele Luz Considerada um marco importante para os farmacêuticos

Treinamento sobreSNGPC

O espaço é adequado para os farmacêuticos, que...

ao poder utilizar a nova estrutura física eadministrativa montadas pelo CRF/BA. “Aseccional representa um referencial para acomunidade feirense que solicita infor-mações do profissional farmacêutico paratirar dúvidas e também para fazer denún-cias sobre o comércio farmacêutico.”

“Temos clareza de que o objetivo prin-cipal da seccional é facilitar os serviçosprestados pelo CRF/BA.” Com estas pala-vras, a delegada honorária do CRF/BA, emFeira de Santana, Dra. Joana D’Arc Limaaprovou a inovação no atendimento dosfarmacêuticos feirenses e de outras locali-dades. “A nova sede atenderá aos profis-sionais de toda a região, o que inclui osque atuam em Serrinha, Santo Amaro,Conceição do Coité e Riachão de Jacuípe,entre outros”.

Serviços mais ágeis e rápidos

A importância da nova seccional é refor-çada pelo presidente da Associação dosFarmacêuticos de Feira de Santana, Dr. AlanO. Brito. Segundo ele, o município possuium grande número de profissionais que,frequentemente, têm que se deslocar paraSalvador quando necessitam resolver pro-cessos administrativos e demandas buro-cráticas.

“Todas as situações agora já podem serresolvidas mais facilmente, com a sede doseccional”, confirma. “Outro ponto impor-tante a destacar é que os processos judiciaisjá podem ser resolvidos na cidade. Conta-mos com um estagiário de Direito e com oapoio dos procuradores do CRF/BA para agi-lizar as ações em andamento.”

Alan O. de Brito também agradeceu orespaldo que a Associação está recebendo,

Page 27: Revista do CRF-BA Nº 04

27

CRF-BA em Revista

Com a participação de 80 pessoas, foi

realizado, no dia 20 de janeiro, o curso

sobre O Novo Sistema de Gerenciamen-

to de Produtos Controlados em Teixeira

de Freitas. Ministrado pelo Dra. Luciane

Manganelli, o evento integrou as come-

morações em homenagem ao Dia do

Farmacêutico.

TEIXEIRA DE FREITAS

Eleição da AFES

Foi realizada, no dia 20 de janeiro, aeleição para a Diretoria da Associação

dos Farmacêuticos do Extremo-Sul, biê-nio 2008-2009. A sede da AFES está loca-lizada na rua Eleuzibio Cunha, nº 614, 1ºandar, sala 202, em Teixeira de Freitas/Bahia.

Os novos dirigentes: Dra. LucianeManganelli, presidente; Dr. Getulio ValeDutra, vice-presidente; Dr. Heron LopesFreitas, 1º secretário; Dra. RosimeireBacelar, 2ª secretária; Dr. Osmar Matosde Castro, 1º tesoureiro; Dra. Lizzandrada Costa Borges, 2º tesoureira. ConselhoFiscal: Dra. Vera Lucia Rosa de Castro,Dra. Roberta Esteves, Dr. Luciano Mota,Dr. Robson Reisen, Dr. Paulemir Pon-taião e Dra. Disia Silva de Souza.

Curso sobreSNGPC

Diretoria recém-eleita

O Mérito Farmacêutico foi con- cedido pelo plenário do Conse-lho Federal de Farmácia por indica-ção do Dr. Jorge Antônio Píton, conse-lheiro federal e para a Dra. MariaLúcia Fernandes de Castro, conse-lheira regional (foto). A solenidadede entrega da Comenda de MéritoFarmacêutico foi realizada no dia 22de janeiro, em Brasília. O Dr. Eustá-quio Borges Li-nhares, vice-pre-sidente do CRF/BA, prestigiou asolenidade deconcessão demedalhas.

Mérito Farmacêutico

BRASÍLIA

Estudantes e farmacêuticos presentes no curso

A Diretoria recém-eleita da Associação dos Farmacêuticos de Teixeira de

Freitas se reuniu com o presidente doCRF/BA, Dr. Altamiro Santos, para dis-cutir e propor a realização de um semi-nário sobre os caminhos da profissão far-macêutica, além da possibilidade de cria-ção da seccional naquela região. O presi-dente do CRF/BA declarou que irá cola-borar com os eventos de interesse dosfarmacêuticos e discutirá a viabilidade deuma nova sede em Teixeira de Freitas.

Diretoria da AFESpromove reunião

Page 28: Revista do CRF-BA Nº 04

28

CRF-BA em Revista

Palestra enfoca Gestão de Laboratório e Farmácia

EUNAPÓLIS

ITABUNA

Jantar comemorativo

AComissão Pró-Associação dos Far- macêuticos de cidade de Eunapólis,realizou uma palestra sobre Gestão deFarmácia e Laboratório no mês de janei-ro último. O evento, ministrado pela Dra.Simone Souza, contou com a participa-ção de farmacêuticos da região, do presi-dente do CRF/BA, Dr. Altamiro José dosSantos, e do secretário de Saúde do mu-nicípio, Dr Mário Sérgio Alessandro Gon-tijo de Melo.

A atividade integrou as comemoraçõesem homenagem ao Dia do Farmacêuti-co. Um jantar de confraternização foi ofe-recido aos farmacêuticos de Eunapólis.

No mês de janeiro, aconteceu em Eunapólis, uma reunião

promovida pela Comissão Pró-Associação dos Farmacêuticos da-quela cidade, para tratar da regu-larização de farmácias. Os direto-res da associação convidaram opresidente do CRF/BA, Dr. AltamiroJosé dos Santos, o Promotor do Mi-nistério Público, Dra. Karine Cam-pos Espinheira, e a coordenadorada Vigilância Sanitária do muni-cípio, Dra. Maria Cessi de CamposGuimarães.

De acordo com Dr. Altamiro San-tos, existem poucas farmácias irre-gulares que precisam cumprir a leisanitária.

“A intenção da reunião é mantera fiscalização sanitária para evitaro retorno do comércio irregularnaquela cidade.”

Mais uma festa em homenagem ao Dia do Farmacêutico foi realizada

na cidade de Itabuna, no dia 26 de janeiroúltimo, promovida pelas Associações deFarmacêuticos de Ilhéus e Itabuna. Osfarmacêuticos da região puderam par-ticipar da festa comunitária e se confra-ternizarem no jantar dançante, oferecidoaos farmacêuticos na Churrascaria Boina Brasa.

Foi realizado, no dia 1 de março, em Itabuna, no auditório da Facsul, um

seminário sobre os caminhos da farmá-cia comunitária. O evento foi promovidopela Associação dos Farmacêuticos de Ita-buna e contou com a participação dosfarmacêuticos, Dr. Jacob Cabús, vice-presidente do CRF/BA, e Dr. Jucelino Ne-ry da Conceição Filho, membro da co-missão de Farmácia do CRF/BA.

Dr. Mário Sérgio A. G. de Melo, secretário de Saúde

Na mesa de abertuda, Dra. Ilma Gally e Dr. Altamiro Santos

Encontro do MP,Vigilância e CRF

Seminário discutefarmácia comunitária

Jantar marca a data da profissão

Após o evento, foi oferecido um jantar de confraternização

Page 29: Revista do CRF-BA Nº 04

29

CRF-BA em Revista

Foi realizado, no dia 1º de dezembro,o curso sobre avaliação econômica

em Saúde: Farmacoeconomia. Destaquepara a palestrante convidada, Dra.

Curso sobre Farmacoeconomia

Foi fundada no mês de fevereiro, a Associação dos Farmacêuticos da Ci-

dade de Jacobina e Região.A atual diretoria promoveu uma con-

fraternização, integrando também a co-memoração ao Dia do Farmacêutico quecontou com um número expressivo defarmacêuticos da cidade, além de convi-dados. O farmacêutico Dr. Lucas Carnei-ro da Silva é o presidente da associação epromotor do evento.

O objetivo da iniciativa é reuniao emtorno de temas de interesse dos farma-cêuticos, além da defesa dos interessesda categoria. A posse será brevementeanunciada.

Criação da associação

JACOBINA

O presidente do CRF/BA, Dr. Altamiro Santos, participou de reunião com

o representante do Ministério Público,promotor Dr. Antônio Soares Magnavita,e com a coordenação da Vigilância Mu-nicipal de Porto Seguro, para tratar sobrea regularização de estabelecimentos far-macêuticos.

De acordo com presidente do Conse-lho de Farmácia do Estado da Bahia, Dr.

Regularização de farmácias

PORTO SEGUROITAMARAJU

Membros da Associação dos Farmacêuticos de Jacobina e Regiãose reúnem em comemoração ao Dia do Farmacêutico

SALVADOR

Andréia Costa Santos, PhD em Economiada Saúde na Inglaterra. A Comissão deFarmácia Hospitalar do CRF/BA foi a pro-

motora da atividade.

O promotor público, Dr. Paulo Edu- ardo Figueredo, participou de reu-

nião com a Vigilância Sanitária municipale o presidente do Conselho de Farmáciado Estado da Bahia, Dr. Altamiro Santos.O objetivo do encontro foi para avaliar oresultado do Termo de Ajustamento deConduta (TAC), assinado no ano passado,em acordo com o CRF, a Vigilância Sani-tária, os proprietários dos estabeleci-mentos farmacêuticos e o MinistérioPúblico.Segundo o Dr. Altamiro José dos Santos,as avaliações realizadas nesses encontrossão importantes para manter sob con-trole o comércio regular de farmáciasno interior baiano.

Comércio irregularpreocupa autoridades

Altamiro Santos, a situação de irregulari-dade já havia sido resolvida há muitotempo. “No entanto, constatamos, atra-vés de nossa fiscalização, um crescimen-to de farmácias irregulares. Estamos in-tensificando as nossas ações em prol documprimento da lei e consequentemen-te, da regularização do comércio farma-cêutico nos municípios, evitando a proli-feração dessas farmácias.”

Page 30: Revista do CRF-BA Nº 04

programe-se

30

CRF-BA em Revista

Curso de Extensão em Ciência e Tecnologiano Desenvolvimento de Medicamentos

Quando:28 de março, das 18 às 22 horas29 de março, das 8h30 às 17 horas4 de abril, das 18 às 22 horas5 de abril, das 8h30 às 17 horas

Onde: auditório do CRF/BA

Conteúdo programático:P&D de Medicamentos: Panorama Atual Farmacobotânica;Técnicas Acopladas na Procura de Princípios Ativos;Farmacologia de Substâncias Bioativas; EstudosFarmacocinéticos, Bioequivalência, Biodisponibilidade eAvaliação Pós-comercialização; Avaliação da Toxidade eRisco de Medicamentos; Testes de Toxidade noDesenvolvimento de Medicamentos; Desenvolvimento deFarmacotécnico; Estudos Clínicos: Fase I, II, III eFarmacovigilância e Proteção da Propriedade Intelectual.

Docentes:Dra. Cristiane Flora Villarreal (UFBa), Doutorado emFarmacologia (USP);Msc Daniele Brustolim (FIOCRUZ/BA), Mestrado emBiotecnologia (UEFS);Dr. Emerson Ferreira Queiroz (Gerente Científico da ACHÉ),Doutorado em Ciências Farmacêuticas (Universidade de Paris);Dra. Fabiana Nonato (FIOCRUZ/BA), Doutorado em Botânica(USP);Dr. Giuliano Di Pietro (UESC), Doutorado em Toxicologia (USP);Dra. Juceni Pereira David (UFBa), Doutorado em Química deProdutos Naturais (USP);Msc. Mateus Santos de Sá (FIOCRUZ/BA), Mestrado emPatologia (Fundação Oswaldo Cruz);Farmacêutica Renata Nogueira, Mestranda em Biotecnologia -UESC

Inscrições abertas no CRF/BA, rua Dom Basílio MendesRibeiro, nº 127 – Ondina – Tel.: (71) 3368 - 8800

Especialização em Farmacologia Clínica

O curso é coordenado pela professora Dra. Luciane Cruz Lopes,doutora em Farmacologia pela UNICAMP, contando com umaequipe docente experiente, com modelo de ensino baseado naproblematização, mais adequado para o aprendizado na áreaClínica e Terapêutica.O CRF/BA, através da Comissão de Ensino, dar apoio ao curso,considerando a importância do aprofundamento dos conheci-mentos profissionais para Atenção Farmacêutica.As inscrições estão abertas para as duas turmas, sendo uma emSalvador e a outra em Itabuna, com a finalidade de facilitar a par-ticipação dos profissionais das regiões Sul e Sudeste da Bahia.

Denominação do curso: Curso de Especialização emFarmacologia ClínicaCoordenador: Professora Dra. Luciane Cruz LopesDuração do curso: abril/2008 a maio/2010Local que será ministrado: Salvador e ItabunaCarga horária: 490 horasNúmero de vagas: máximo de 27 alunosClientela: farmacêuticos, médicos e profissionais desaúde com habilidades comprovadas em terapêutica.Requisitos para a inscrição: cópia do diploma degraduação, cópia do RG, CIC, uma foto 3x4 e currículovitae em três (3) vias, cópia de carteira profissional(exigência CFF).Critério de seleção dos candidatos: análise curriculare entrevistas, considerando o motivo da justificativapara realização do curso.Valor da inscrição: R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais)Inscrição em Salvador: Maria Cristina Cedraz(71) 3368-8813; [email protected]ção em Itabuna: Vanusa (73) 3212-6085),[email protected]íodo de inscrição: 2 de março a 18 de abril de 2008Valor da mensalidade: R$ 380, 00 reais (trezentosoitenta reais), para módulos de 27 alunos.Horário do curso: as aulas serão de 50 minutos, sendo5 horas na sexta-feira, das 18 às 22h45 e 10 horas, nosábado, das 9 às 19h, incluindo horário de almoço.

Mais informações sobre o programa no site do CRF/BA.

Apoio: CRF/BA

Curso de Cosmetologia

Quando: inscrições abertas - início da nova turmapara abril 2008Onde: auditório do Conselho Regional de FarmáciaInformações: Rua Dom Basílio Mendes Ribeiro, 127 -Ondina - Tel.: (71) 3368-8800

Page 31: Revista do CRF-BA Nº 04

programe-se

Pós-Graduação Lato Sensu em FarmáciaMagistral Oncológica

Quando: inscrições até 30 abril (início em maio)Onde: Hospital Erasto Gaertner - Curitiba - ParanáInformações: (41) 3661-5123 / [email protected]

IV Congresso Brasileiro de Farmacêuticoem Oncologia

Quando: 18 a 20 de abrilOnde: Hotel Fiesta da BahiaInformações: www.sobrafo2008.com.br

Simpósio Nacional de MedicinaPopular e Natural

Quando: 28 a 30 de agostoOnde: Barreira Roxa, Via Costeira - Natal/RNInformações: www.ideiaseventos.com.br/medicinapopularenatural/

1º Congresso Sul Brasileiro de Análises ClínicasQuando: 30 de abril a 3 de maioOnde: Centro de Convenções de Florianópolis - SCInformações: (62) 3214-1005 / www.sbac.org.br

18 ª Expo de FarmáciaQuando: 9 a 12 de julhoOnde: Expo Center - São PauloInformações: (11) 3670-3499 / [email protected]

Curso de Pós-Graduação Lato SensuFormação de Auditores para a CadeiaFarmacêutica

Quando: abrilOnde: São PauloInformações: +55 (11) [email protected]/ www.racine.com.br

Farmacêutico Especialista em OncologiaQuando: 21 de abrilOnde: Hotel Fiesta da BahiaInformações: www.sobrafo2008.com.br

Page 32: Revista do CRF-BA Nº 04