32

REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

  • Upload
    vandung

  • View
    227

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando
Page 2: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

apresentação

DIRETORIA

Dr. Altamiro José dos Santos - Presidente

Dr. Eustáquio Linhares Borges - Vice-presidente

Dr. Jacob Germano Cabús - Tesoureiro

CONSELHEIROS EFETIVOS

Dra. Ademarisa FontesDr. Altamiro José dos SantosDra. Ângela Maria de Carvalho PontesDr.Cleuber Franco FontesDr. Clóvis de Santana ReisDra. Cristina Maria Ravazzano FontesDra. Eliana Cristina de Santana FiaisDr. Eustáquio Linhares BorgesDr. Jacob Germano CabúsDra. Patrícia Sodré AraújoDra. Sônia Maria CarvalhoDra. Tânia Fraga Barros

CONSELHEIRO SUPLENTEDra. Marly Gonçalves Albuquerque

Dra. Mara Zélia de Almeida

CONSELHEIRO FEDERAL EFETIVODr. Jorge Antônio Píton Nascimento

CONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTEDr. Edmar Caetité Júnior

JORNALISTA RESPONSÁVELRosemary Silva Freitas - DRT/BA - 1612

REVISÃOCarlos Amorim - DRT/BA - 1616

EDITORAÇÃO ELETRÔNICALucca Duarte (Sílica Multimídia)

IMPRESSÃO GRÁFICAGráfica Santa Bárbara

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO4.500 mil

Horário de Funcionamento do CRF/BADas 9h às 17h

Fotos: do Seminário Farmácia em Debate - Carlos Félix

Rua Dom Basílio Mendes Ribeiro, 127 - Ondina - Cep. 40170-120Salvador - BA - Tels.: (71) 3368-8800 / 3368-8849 / Fax: 3368-8811www.crf-ba.org.br / e-mail: [email protected]

Editado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia

Prezados colegas:

É com imensa satisfação que chegamos à segunda edição

da nossa revista, registrando um grande número de

elogios. O nosso êxito é resultante de um trabalho de-

sempenhado com dedicação, não apenas pela Diretoria do

CRF/BA, mas também por muitos colegas que nos prestam

valiosa colaboração, participando das diversas etapas da

construção deste periódico trimestral. Estamos também

viabilizando a inscrição da revista no Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

Portanto, fazemos questão de agradecer a todos esses

colegas-colaboradores que tanto engrandecem os nossos

esforços, iniciando com uma menção especial aos autores

dos artigos científicos, Dra. Marly Albuquerque, Dra. Marilia

Pinto Federico e Dr. Wilson Saback Dias dos Santos Junior.

Ressaltamos, ainda, o fato de considerarmos este tipo de in-

teração um privilégio, único e imprescidível.

Colocamos em pauta, como um tema a ser amplamente de-

batido, a campanha em prol da aprovação, no Congresso

Nacional, do Projeto de Lei nº 4.403, que trata, dentre outras

questões, da importância da farmácia enquanto estabe-

lecimento voltado para a promoção da saúde. A relevância

política da tramitação de uma legislação que traz benefícios

para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e

otimismo, motivando a realização do seminário “A Farmácia

em Debate”, evento que mobilizou toda a categoria.

Além disso, destacamos o crescimento das ações de Farma-

covigilância, em todo país, dis-

cutindo a necessidade de inten-

sificação da Assistência Farma-

cêutica e o programa “Farmá-

cias Notificadoras”. Espera-

mos, mais uma vez, atender

às expectativas de todos!

Abraços!

A Direção.

Page 3: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

sumário

4

10

24

1526

30

Ano I - Nº 2 - Abril/Junho/2007

A Farmácia em Debate“A Farmácia em Debate” foi o tema do seminário realizado,em 16 de junho, pelo CRF/BA, reunindo profissionaisfarmacêuticos, além de professores e estudantes de Farmácia.

Uso Racional de MedicamentosA diretora da Sobravime, Dra Lia Lusytana de Castro,assinou um termo de cooperação técnica com o presidentedo CRF/BA, Dr. Altamiro Santos.

Fórum enfoca o ensinofarmacêutico na BahiaNo mês de abril, foi realizado o I Fórum de Discussão sobre oEnsino Farmacêutico do Estado da Bahia. A temática tambémé abordada em artigo, de autoria dos professores MariliaPinto Federico e Wilson Saback Dias dos Santos Junior.

Programe-se!Atualize seus conhecimentos, mantendo-seinformado sobre a agenda de eventos das áreas desaúde e de farmácia.

Delegados Honorários sereuniram em SalvadorApós três anos sem discussão com os representantesdo CRF/BA nos municípios baianos, a Direção doconselho realizou, no mês de junho, a décima segundaedição do encontro de delegados honorários.

CRF/BA intensificafiscalização no interiorO CRF/BA, juntamente com os órgãos de fiscalizaçãosanitária, e o Ministério Público têm intensificado o combateàs farmácias clandestinas, em todo o estado.

21Requisitos Básicos para Terapia Antineoplásica“Os Requisitos Básicos para Terapia Antineoplásica - RDC Anvisa nº 220/04”é o título do artigo de autoria da Dra. Marly Albuquerque, farmacêuticaEspecialista em Direito Sanitário.

Page 4: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

4

CRF-BA em Revista

As primeiras farmácias foram cria-das no século II, constituindo-se em “um espaço de cura dos ma-

les”, mas que também possibilitavareuniões sociais que suscitavam dis-cussões sobre política e cultura. O far-macêutico, desde então, exercia a suaprofissão milenar com orgulho, segu-rança e o conhecimento era comparti-

4.385, em pauta no Congresso Nacional.Considerado um dos pilares de uma

política de defesa da farmácia como umespaço de saúde, o Projeto de Lei nº4.385 avança na definição de novos cri-térios para a abertura de farmácias, indomais além com a autorização da vigi-lância sanitária e da inscrição nos CRFs.De acordo com a nova redação, serão in-troduzidos critérios epidemiológicos, de-mográficos, geográficos e vinculados aointeresse público, conforme determina-ção dos conselhos municipais de saúde.

Campanha visa mudarconcepção de farmácia

No dia 16 de junho, o CRF/BA promo-veu o seminário “A Farmácia em De-bate”. O evento foi considerado um su-

Dos Dos Dos Dos Dos mostmostmostmostmosteireireireireiros medieos medieos medieos medieos medievvvvvaisaisaisaisaispara o Ppara o Ppara o Ppara o Ppara o Pelourinhoelourinhoelourinhoelourinhoelourinho

Compuseram a mesa da abertura (da esquerda para a direita): Dr. Murilo Freitas (Anvisa), Dra. Alice Portugal (Deputada Federal), Dr. Edmar Caetité(Conselheiro Federal Suplente), Dra Eliane Simões (Sindifarma), Dr. Altamiro Santos (CRF/BA), Dr. Eustáquio Borges (CRF/BA), Dra. Célia Chaves (Fenafar),

Aladilce de Souza (Vereadora) e Dra. Edesina Aguiar (Coordenadora do Curso de Farmácia da UNEB)

lhado com uma clientela composta, nasua maioria, por pessoas mais esclare-cidas, comerciantes e membros da no-breza.

Mais de mil anos se passaram e, atéhoje, faz-se necessário que os farmacêu-ticos se esforcem, cada vez mais, parademonstrar para a sociedade a impor-tância da farmácia como um estabele-cimento especialmente direcionado paraa promoção da saúde. A partir desta vi-são, as entidades que representam a ca-tegoria estão promovendo uma campa-nha para fazer da farmácia um estabele-cimento de saúde, voltado para o resga-te desses valores.

Em todo o país, cresce o debate sobretemas relevantes, a exemplo da aprova-ção do substitutivo do Projeto de Lei nº

Foto

: Car

los

Félix

Page 5: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

5

CRF-BA em Revista

cesso, reunindo mais de 300 participan-tes, dentre profissionais farmacêuticos,professores e estudantes do curso de Far-mácia.

Na abertura, representantes da Fede-ração Nacional dos Farmacêuticos, doSindifarma e do Conselho Regional reafir-maram a divulgação da campanha paraque ocorram mudanças efetivas na atuallegislação. A atividade foi coordenada pelopresidente do CRF/BA, Dr. Altamiro San-tos. Segundo ele, o fortalecimento de umacampanha pública é de fundamental im-portância para o processo de reconheci-mento da farmácia como espaço de saúde.

“O nosso objetivo é promover umaampla mobilização da categoria, ao mes-mo tempo em que pretendemos estabe-lecer mecanismos de pressão social so-bre o poder legislativo federal para que oProjeto de Lei nº 4.385 seja aprovado.Trata-se de uma lei que resgata de formaresponsável os estabelecimentos farma-cêuticos, reforçando a necessidade dotrabalho desenvolvido pelo profissionalfarmacêutico. Por isso, precisamos con-

De acordo com o Presidente do CRF/BA,o texto do projeto de Lei nº 4.385 evidenciaa importância da consciência de todossobre a responsabilidade do poder público,que deve assegurar a assistência farma-cêutica, segundo os princípios e diretrizesdo SUS, a saber: de universalidade, deequidade e de integralidade. “Na sua atualforma, a legislação não está condizente comos interesses da sociedade”, analisa Dr.Altamiro Santos. “Precisamos resgatar aimportância da farmácia para a melhoriada qualidade de vida de toda a população”.

Confira o trecho do Art. 3º, na íntegra:

Art. 3º. Farmácia é um estabelecimentode saúde e uma unidade de prestação deserviços de interesse público, articuladacom o Sistema Único de Saúde, destinadaa prestar assistência farmacêutica e ori-entação sanitária individual e coletiva,onde se processe a manipulação e/ou dis-pensação de medicamentos magistrais,oficinais, farmacopêicos ou industriali-zados, cosméticos, insumos farmacêuticos,

produtos farmacêuticos, plantas medicInais,produtos fitoterápicos e correlatos.

Na década de 90, melhora a atuaçãodos farmacêuticos

Centrando a atenção sobre as mudançasocorridas na farmácia e enfatizando transfor-mações por que passam o setor, Dr. AltamiroSantos aponta alguns programas que, a partirda década de 90, têm contribuído para o res-gate do espaço farmacêutico, área importantepara a saúde da população. “Podemos citar aPolítica dos Medicamentos Genéricos, tão ne-cessária para o país com a diminuição dospreços dos medicamentos e a garantia do aces-so racional dos medicamentos, contribuindopara a exigência necessária da presença dofarmacêutico na farmácia. Atitude justificadapela intercambialidade entre produtos. Alémdos genéricos, temos os Programas de “Farmá-cias Notificadoras”, e de “Fracionamento deMedicamentos”que reforçam mais ainda anecessidade de mudança do perfil da farmáciacomo espaço de promoção de saúde. Vale apena ressaltar, que no Brasil, a venda de me-

Projeto de Lei nº 4.385 defende a saúde pública de qualidadedicamentos é, ainda, exposta, pois não temosuma legislação que assegure uma maiorresponsabilidade nesse setor. Mundialmente,a venda de medicamentos é feita de umaforma mais responsável e não banalizada,como a que vivenciamos.”

tar com o apoio dos legisladores, das ins-tituições de farmácia, dos diretórios aca-dêmicos, enfim, de todos os que estãoenvolvidos na busca por melhores con-dições de saúde para a população.”

A proposta da campanha, que tem oCRF/BA e demais entidades represen-tativas dos farmacêuticos, na Bahia, épromover a mudança da atual concep-

ção da farmácia, que deve ser encara-da a partir de sua importância para apromoção de saúde da população e nãocomo um simples estabelecimento co-mercial. Além da campanha e da reali-zação de eventos com o objetivo de de-bater o tema, estão programadas visi-tas a parlamentares da Comissão deSaúde.

Dr. Altamiro Santos

Farmacêuticos e público interessado lotaram o auditório do Centro de Convenções

Page 6: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

6

CRF-BA em Revista

Alice Portugal defende importância de uma mobilização nacional

A Dra. Célia Chaves, uma daspalestrantes convidadas para par-ticipar do seminário promovidopelo CRF/BA ressaltou a impor-tância da campanha no evento,ao mesmo tempo em que traçouum esboço histórico sobre o papeldo farmacêutico na farmácia co-munitária. “A farmácia do séculopassado se perdeu há muitosanos. Inicialmente, a função dofarmacêutico era produzir ummedicamento para aquele paciente queia em busca de orientação e de uma so-lução para o seu problema. A farmáciaera, também, um espaço importante dediscussão política e cultural. Só a partirda saída do farmacêutico, com o fim daobrigatoriedade da sua presença, a far-mácia foi entregue aos leigos e passou ater um caráter empresarial.”

A palestrante destacou que, no séculopassado, após a industrialização, a far-mácia de manipulação foi substituídapelos novos medicamentos industriali-zados. O relacionamento do farmacêuti-co com o paciente foi desfeito. O surgimen-to das drogarias, com a prática de vendasno estilo fast food, foi distanciando o pro-fissional do paciente, que deixou de rece-

Seminário debate importância da farmácia como estabelecimento de saúde

ber o uso adequado nas prescrições.A defesa da aprovação do projeto subs-

titutivo de Ivan Valente, em tramitaçãono Congresso, foi justificada por Dra. Cé-lia Chaves a partir da sua importânciapara a categoria de farmacêuticos. “Sa-bemos que o projeto não é o ideal. Aindaassim, trata-se de uma legislação queresgata a função relevante da presençado profissional e trata o estabelecimentofarmacêutico como espaço de saúde.

Um dos grandes avanços destacados éa exigência da aprovação do CRF, das vigi-lâncias e dos conselhos de saúde para aabertura de um estabelecimento farma-cêutico. Outros pontos ressaltados forama introdução de critérios demográficos,epidemiológicos e geográficos e a obser-

vação sobre a localização da far-mácia, segundo a análise sobrea sua necessidade, a partir dointeresse público. O projetotambém acaba com as figurasda drogarias, de dispensários ede postos de medicamentos,locais onde não existe, hoje, aobrigatoriedade da presença dofarmacêutico.

“Uma verdadeira batalha de-ve ser travada, em todo o país”

– anunciou Dra. Célia Chaves. “Os farma-cêuticos precisam, de uma vez por todas,assumir o seu lugar como profissionaisde saúde, fazendo da farmácia um esta-belecimento de saúde e do medicamen-to um insumo essencial para a promo-ção e a recuperação da sua clientela. Estanão é uma tarefa fácil e não depende sóde nós, mas, certamente, só será possívelse os profissionais estiverem preparadospara as necessárias mudanças”.

Célia Chaves é Farmacêutica, Pro-fessora Adjunta da Faculdade de Far-mácia da UFRGS, nas disciplinas deControle de Qualidade em Farmácia ede Produtos Farmacêuticos e Cosméti-cos, Deontologia, de Legislação Farma-cêutica e de Estágio Curricular emFarmácia.

“A retomada dos farmacêuticos ao seudesempenho profissional”. Essa foi abandeira erguida pelos estudantes deFarmácia que atuaram na modificaçãocurricular, nas universidades públicas.Segundo a farmacêutica bioquímica edeputada federal Alice Portugal (PCdoB),em sua explanação, durante o seminá-rio “A Farmácia em Debate”, a aprovaçãode projetos de interesse da categoriadepende da existência de uma forte pres-são social.

“Os farmacêuticos estão solicitando

a tramitação do substitutivo de autoriado deputado federal Ivan Valente para avotação na Câmara dos Deputados. Énecessária uma grande mobilização da

categoria, em nível nacional. Se não hágrupo de pressão o projeto não é enca-minhado para votação, e, conseqüente-mente para a sua aprovação. A deputadatambém abordou a instituição legal deâmbito profissional, matéria de um pro-jeto de sua autoria, juntamente com asentidades farmacêuticas. “Os farmacêu-ticos devem se posicionar para que asnossas exclusividades não sejam com-partilhadas. Nós precisamos endurecercom relação a necessidade de dermina-ção da natureza da farmácia e do que

Dra. Célia Chaves

Deputada Alice Portugal

Page 7: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

7

CRF-BA em Revista

No século II, osárabes fundaram aprimeira escola defarmácia de que setem notícia, crian-do, inclusive, umalegislação para oexercício da profis-são. A partir do sé-culo X, foram criadas as primeiras boticas– ou apotecas – na Espanha e na França.Eram as precursoras das farmácias atuais.Cabia aos boticários conhecer e curar asdoenças, e, para o exercício da profissão,deviam cumprir uma série de requisitos eter local e equipamentos adequados paraa feitura e guarda dos remédios.

Desde os primórdios da humanidade, aatividade do farmacêutico se mostrou fun-damental. Os chineses, por exemplo, hámais de 2.600 anos já preparavam remédiosextraídos de plantas. Mil anos depois, osegípcios faziam o mesmo, utilizando tam-bém sais de chumbo, cobre e unguentosfeitos com a gordura de vários animais, comohipopótamo, crocodilo e cobra. O mesmoprocedeu na Índia, em Roma e na Grécia,onde Hipócrates, ao sistematizar os gruposde medicamentos – narcóticos, febrífugose purgantes – inaugurou uma nova era paraa cura.

A evolução da área aconteceu em Ale-xandria, Egito, por conta de um períodocaracterizado por guerras, doenças, traiçõese envenenamentos.

No século XVI, o estudo dos remédiosganhou impulso notável, com a pesquisasistemática dos princípios ativos das plantase dos minerais capazes de curar doenças.

Criação da Farmácia no BrasilNo Brasil, a história da farmácia começou

com o governo geral, quando Thomé deSouza trouxe de Portugal cerca de mil pes-soas, entre elas o boticário Diogo de Castro.Os jesuítas foram os primeiros a instituirenfermarias e boticas em seus colégios,tornando-se especialistas em preparo deremédios, principalmente os feitos à basede plantas medicinais. Era nos colégios quea população encontrava os medicamentos,vindos de Portugal ou preparados pelospróprios jesuítas.

Em 1640, as boti-cas foram autori-zadas a funcionarcomo comércio e semultiplicaram emtoda a colônia. Como tempo, foram sur-gindo outros com-ponentes de remé-

dios, como mercúrio, arsênico e ópio.

JesuítasA botica mais importante dos jesuítas foi

a da Bahia. Sua importância a tornou umcentro distribuidor de medicamentos paraas demais boticas dos vários colégios de nortea sul do país. Para isso, como a Bahia manti-vesse maiores contatos com a metrópole, ospadres conservavam a botica bem sortida eaparelhada para o preparo de medicamen-tos. Assim, iniciava-se o aproveitamento dasmatérias-primas indígenas.

Os jesuítas possuíam um receituário par-ticular, onde se encontravam não só as fór-mulas dos medicamentos como seus pro-cessos de preparação. Havia, também, mé-todo de obtenção de certos produtos químicos,como a pedra infernal (nitrato de prata).

Quando o colégio dos jesuítas da Bahiafoi saqueado e seqüestrado, em julho de1760, ordem dada pelo Marquês de Pom-bal, o desembargador incumbido da açãojudicial comunicava a seus superiores, “quetendo ele notícia da existência na Botica doColégio de algumas receitas particulares,entre as quais a do antídoto ou Tríaga Brazí-lica, havia feito as necessárias diligênciaspara dele se apossar”. Masa receita não apareceuna botica, nem em lu-gar algum da Bahia.Somente mais tarde foiela encontrada na coleçãode várias receitas, “e segredosparticulares das principais bo-ticas da nossa companhia dePortugal, da Índia, de Macau e do Brasil,compostas e experimentadas pelos melhoresmédicos, e boticários mais célebres. Aumen-tada com alguns índices, e notícias curiosase necessárias para a boa direção, e acertocontra as enfermidades”.

Quando a Família Real portuguesa ruma

Preservando a históriadeve ser considerado âmbito profis-sional”.

O Projeto de Lei nº 6.435/2005, de au-toria da deputada Alice Portugal, instituiuo Âmbito Farmacêutico após a realiza-ção de um amplo debate que envolveuas entidades nacionais representativasdos profissionais farmacêuticos. A pro-posta é garantir, através de legislação, orespeito aos conceitos, atribuições exclu-sivas e compartilhadas, prerrogativas,responsabilidades e direitos dos profis-sionais de Farmácia.

De acordo com a parlamentar, o pro-jeto visa substituir uma legislação defa-sada, que data da década de 30, sendocompostas por dispositivos legais emen-dados, além de portarias e de resoluções.“Assumimos o objetivo de trazer essa im-portante discussão para o Congresso Na-cional. Assim, certamente, será objetode valiosas contribuições e de novos de-bates realizados em audiências públicas,das quais participarão os representantesde todas as categorias profissionais daárea de saúde”, esclarece a deputada.“Não pretendemos provocar controvér-sias entre categorias profissionais. Busca-mos alcançar um consenso e evitar equí-vocos.”

O projeto foi apresentado no dia 9 demaio de 2006 na Mesa da Câmara dosDeputados, com o Requerimento de nº3.496/2006.

Deputada Alice Portugal, Dr. Altamiro Santos, Dra. Célia Chaves.

Page 8: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

8

CRF-BA em Revista

para a colônia Brasil, o futuro país não tinhaconseguido fazer chegar às suas terras qual-quer dos avanços científicos que a Alemanha,França e Itália desfrutavam.

Foi depois da vinda da Família Real, em1803 que o país, ainda colônia, adquiriu odireito de acompanhar os movimentos cul-turais e científicos que aconteciam no velhocontinente há mais de um século.

Criação do ensino de Farmácia na Bahia

O ensino regular de farmácia só se iniciouapós a vinda da Família Real, em 1808. Em1824, na Bahia, foi iniciado o estudo deFarmácia. Alguns cursos foram inauguradose, em 1831, a profissão teve sua primeiraregulamentação. Em 3 de outubro de 1832,foi criada a Faculdade de Medicina, comisso regulou-se o ensino de Farmácia. Umdecreto imperial sancionado em 8 de maiode 1835, transformou a Sociedade de Medi-cina em Academia Imperial, e nela ficouinstituída a seção de farmácia, o que elevoua classe farmacêutica à hierarquia científica,colocando-a em igualdade aos demais ramosdas ciências médicas.

Em 1931, as profissões de farmacêutico ede farmacêutico-bioquímico foram reconhe-cidas por decreto. E a luta contra a concor-rência de químicos, botânicos, médicos,curandeiros, benzedeiras e comerciantes deremédios foi, aos poucos, sendo vencida.

Antes da industrialização

Os medicamentos prescritos eram fabri-cados pelos farmacêuticos nas próprias far-mácias. A manipulação não era apenas dosmedicamentos prescritos pelos médicos. Osfarmacêuticos desenvolvia medicamentospara combater males comuns na época. Essaatividade era exercida com precisão e habi-

lidade, mas sobretudo com uma posturaética.

A farmácia era espaço um integrante dosistema social e havia uma interação com acomunidade. Grandes acontecimentos so-ciais e políticos tiveram como palco as far-mácias. Um ouvidor, procurador e aconse-lhador: assim o farmacêutico era visto.

Industrialização: surge um novo

modelo de farmácia e o farmacêuticoé “expulso” desse estabelecimento

Com o tempo, foi implantada no mundoa indústria farmacêutica e, com ela, novosmedicamentos são criados e estudos rea-lizados em velocidade espantosa. Essa foiuma grande transformação sofrida pela far-mácia de manipulação. O antigo modeloartesanal de fabricação de medicamentosfoi, aos poucos, substituído pela fabricaçãoem grande escala. Os medicamentos mani-pulados foram substituídos pelos industria-lizados; essa era a justificativa apresentadapara não manter o farmacêutico nessa novafarmácia.

Criação de uma Política deMedicamentos

Projetos criados pelo Ministério da Saúdee Anvisa contribuem para dar visibilidadeao farmacêutico, apesar das limitações nasua implantação e no seu funcionamento.Programas como “Farmácias Notificadoras”,

medicamentos fracionados evenda de medicamentos ge-néricos que reforçam a ne-cessidade da responsabili-dade profissional.

*Fonte de pesquisa reali-zada na web no portal far-maciabahia e Historia dafarmácia do Brasil portalda UFPe.

A Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (Anvisa) está em fase de implan-tação do programa “Farmácias Notifica-doras”, com o objetivo de ampliar as fon-tes de notificações de casos suspeitos dereações adversas a medicamentos e dequeixas técnicas. Segundo o presidenteda Anvisa, Dr. Murilo Freitas, a agênciaincorpora ao projeto a participação doCentro de Vigilância Sanitária e os Con-selhos Regionais de Farmácia. As “Far-mácias Notificadoras” deverão assegurara promoção da saúde da população a par-tir da intensificação da Farmacovigilânciae da monitoração dos produtos farma-cêuticos que estão à venda no mercado.“Os farmacêuticos poderão contribuircom o programa, acompanhando, vigi-ando os produtos no mercado e visandoa prevenção e o consumo. A partir dessamedida, a farmácia se tornará um espaçocapaz de promover o Uso Racional deMedicamentos” – anunciou o Dr. MuriloFreitas.

Problemas com o medicamento?Procure o farmacêutico!

O farmacêutico receberá a informaçãodo paciente sobre o efeito de determinadomedicamento, encarregando-se das noti-ficações clínicas. Assim, passam a inte-grar a rede de agentes que atuam na pre-venção de doenças originadas das reaçõesadversas, provocadas por medicamentos.

Farmacovigilânciaem destaque

Dr. Murilo Freitas

Page 9: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

9

CRF-BA em Revista

A idéia resulta do fato de que a Anvisatem recebido diversas notificações de ca-sos de ocorrências de reações adversas.“O Estado de São Paulo tem um alto nú-mero de notificações” – relata Dr. MuriloFreitas Dias. Um caso individual de notifi-cação pode viabilizar uma conduta cole-tiva. Uma coleta de dados, em âmbitomundial, pode gerar uma medida sani-tária de ampla repercussão”.

O programa “Farmácias Notificadoras”considera o farmacêutico como um ele-mento essencial, desenvolvendo observa-ções clínicas sobre a racionalidade do pro-duto, a sua efetividade, ou a existênciade falsificações. Reforça, dessa maneira,a importância da Assistência Farmacêu-tica, fundamental para o encaminha-mento da rotina na farmácia.

Sobravime defende URMDra. Iara Alves de Camargo, diretora

da Sobravime, entidade fundada em 1990com a função de promover o Uso Racionalde Medicamentos, proferiu palestra du-rante o seminário “A Farmácia em Deba-te”, apresentando a construção de umcadastro que reúne informações relacio-nadas com a questão do medicamento.“Temos um banco de dados sobre a Far-macovigilância, em âmbito mundial, deextrema relevância para o trabalho detodos os farmacêuticos. Partimos do pres-suposto que a dispensação correta e aorientação adequada, atribuições do pro-fissional farmacêutico, tem uma rele-vância significativa para o Uso Racionalde Medicamentos.”

Os farmacêuticos identificam e re-solvem problemas com os medica-mentos, assegurando que o melhorresultado será obtido pelo paciente emseu tratamento, além de diminuir gas-tos de assistência médica. Dr. ClóvisReis, diante desta atuação, consideraque mais de 50% das pessoas atendi-das nas farmácias têm problemas commedicamentos: é a atenção farmacêu-

Atenção farmacêutica foi tema do seminário

O presidente do Sindicato dos Farma-cêuticos de São Paulo, Dr. Marco AurélioPereira, um dos expositores do seminá-rio, falou sobre o tema “A Farmácia e asTransformações do Setor”. Dr. Marco Pe-reira considera que a profissão passou epassa por dificuldades. Porém, ele consi-dera que o movimento de resistência e aorganização da categoria garantiram mui-tas conquistas. As diferenças regionais tam-bém influenciam e dificultam uma ação

A farmácia e as transformações domercado de trabalho

mais coordenada com todos os estados, aexemplo do que ocorre com o piso salari-al. Dr. Marcos Pereira defendeu a necessi-dade de uma grande mobilização nacional.

“Farmacêutico não é coadjuvante, masprotagonista. A campanha em defesa doespaço da farmácia como estabelecimen-to de saúde e a defesa da jornada de 30horas semanais são propostas que irãodar um salto de qualidade em prol damelhoria da condição de trabalho”.

Dra. Iara Alves de Camargo, Dr. Jacob Cabús e Dr. Murilo Freitas

Dr. Eustáquio Borges, Dra. Milene Lima e Dr. Clóvis Reis presidente do Grupo paraDesenvolvimento da Atenção Farmacêutica - GDAF.

Dr. Marco Aurélio Pereira, Dra. Edenia Araújo e Dra. Célia Chaves.

tica que fideliza os clientes à farmácia.Mais do que promoções, descontos ouserviços de conveniência. Além disso,a economia gerada para o governo epara os planos de saúde pode ser rever-tida em pagamento pelo serviço. Esseserviço permite aliar o papel do far-macêutico e da farmácia na atençãoà saúde das pessoas, aos interes-ses dos empresários de farmácias.”

Page 10: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

10

CRF-BA em Revista

1 - Quando surgiram os programas deFarmacovigilância?

R - Em 1968, foi iniciado o programa defarmacovigilância que veio a ser utilizadomundialmente. Começou nos Estados Uni-dos, sob a responsabilidade da OrganizaçãoMundial da Saúde. Esse controle já vinhasendo feito nos hospitais americanos, apartir dos resultados obtidos com a monito-rização do uso de antibióticos, como o Clora-fenicol. No início da década 60, foram detec-tados os primeiros problemas em pacientesque não eram doentes, como as grávidas.

A diretora da Sobravime, Dra. Lia Lusytana de Castro, veio a Salvador para ministrarcurso e firmar Termo de Cooperação Técnica com o CRF/BA. Em entrevista exclusiva,ela fala da importância da Farmacovigilância, do trabalho da Sobravime e dos critériosestabelecidos para o Uso Racional de Medicamentos.

SSSSSobraobraobraobraobravime e o uso racionalvime e o uso racionalvime e o uso racionalvime e o uso racionalvime e o uso racionalde medicde medicde medicde medicde medicamentamentamentamentamentososososos

No dia 1º de junho, o presidente do Conselho Regional de Far- mácia da Bahia, Dr. Altami-ro Santos, e a diretora da Sobravime,Dra. Lia Lusytana de Castro assina-ram o Termo de Cooperação Técnica,documento que formaliza uma re-lação de parceria entre as duas enti-dades.

De acordo com Dr. Altamiro San-tos, essa medida visa a promoçãode uma melhor capacitação e espe-cialização dos farmacêuticos na áreade vigilância e utilização do medica-mento: “Trata-se de um nível de co-nhecimento necessário para o traba-lho dos profissionais de farmácia e

Este fato foi exemplificado dramaticamentepela tragédia gerada pelo uso da talidomidanos primeiros 90 dias da gestação, cau-sando deformações em milhares de bebês...

2 - E quando começou a preocupaçãopelo Uso Racional de Medicamentos?

R - É uma coisa antiga. Em 1980 em face aexpansão das novas especialidades tera-pêuticas, criou-se um impasse. Os paísespobres não podiam comprar medicamentospara atender as necessidades de sua popula-ções, enquanto que os países ricos estavamutilizando execessivamente os fármacos.

“Os países pobres não podiam

comprar medicamentos para

atender as necessidades de

suas populações, enquanto

que os países ricos estavam

utilizando execessivamente

os fármacos.”

Dra. Lia Lusytana de Castro

para a orientação da população”- justifica. “Essa parceria com aSobravime garantirá um investi-mento importante na promoção doUso Racional de Medicamentos,além de ser essencial para a infor-mação científica dos profissionais.Vamos realizar atividades com aintenção de criar um curso de es-pecialização”.

Para a diretora da Sobravime,Dra. Lia Lusytana de Castro, a par-ceria com o Conselho Regional deFarmácia da Bahia abre espaço pa-ra a inserção de mais um ator nacadeia da Farmacovigilância e doURM, no país.

10

CRF-BA em Revista

Page 11: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

11

CRF-BA em Revista

3 - Quando surgiu o programa de vigi-lância do medicamento?

R - Os Estados Unidos foram os primeiros aestabelecer a vigilância do uso de medica-mentos. A partir de antibióticos, como o Clorafenicol,as reações adversas passaram a ser obser-vadas nos Estados Unidos, gerando a aten-ção para os medicamentos.

4 - E no Brasil?

R - A Política de Medicamentos no Brasil foipublicada no ano de 1998. A Anvisa foi cri-ada em 1999, sendo implantada a Unidadede Farmacovigilância em 2001, com adoçãodo modelo de Farmacovigilância preconizadopelo programa da Organização Mundial deSaúde (OMS). A Anvisa tem utilizado duasestratégias para monitoração: os “HospitaisSentinelas” e as “Farmácias Notificadoras”.

5 - O que a senhora considera como umprograma de vigilância eficaz para o UsoRacional de Medicamentos?

R - Devemos envolver todos os profissionaisde saúde. Mas, além desses, o círculo deveser fechado, incluindo a indústria, que pre-cisa produzir bons medicamentos, além dosdemais setores: o governo, que precisa regu-lamentar a produção, distribuição e o comér-cio de medicamentos, além de financiar apesquisa; os profissionais de saúde e queprecisam de um conhecimento adequadopara exercer a profissão com responsabili-dade, especialmente os farmacêuticos, aten-dendo à prescrição e orientando sobre osmedicamentos não-prescritos com respon-sabilidade; as organizações não-governa-mentais, que devem estimular a educaçãodos consumidores e colaborar com o go-verno e proporcionar educação continuadaaos profissionais de saúde; os consumi-dores, que precisam usar os medicamentoscom responsabilidade; a imprensa – quedeve praticar um jornalismo científico eisento de interesses comerciais, e o PoderJudiciário, que deve ser capaz de julgar ade-quadamente o que se refere à saúde, emparticular ao uso dos medicamentos.

6 - Como deve proceder o Poder Judi-ciário, nessa questão específica?

R - Para subsidiar esse poder, no ano de

2006, surgiu a disciplina de Direito Sani-tário. O sistema não estava preparado parajulgar as demandas desse setor. Toda essacadeia deve estar bem informada para agircom responsabilidade. Só se consegue fazerFarmacovigilância quando esses atores estãopreparados para uma ação harmônica, sem-pre visando alcançar o Uso Seguro de Medi-camentos.

7 - E, no Brasil, como está acontecendoa cadeia pelo URM?

R - Ainda temos muito que melhorar. Masestamos caminhando, criamos a Sobravi-me, que é uma entidade não-governamen-tal, dispomos de unidade de Farmocovi-gilância e de uma agência que implementadois programas nesta área.

8 - O que é a Sobravime e qual a suaimportância para a Farmacovigilância?

R - Fundada em 1990, a Sobravime se de-dica a estimular o uso correto e seguro demedicamentos, exercendo sua atividadetanto na farmacovigilância, como nos estu-dos de utilização dos medicamentos. Editaum boletim informativo e, desde 1994, pas-sou a ser reconhecida pela OMS como fontepedagógica na informação sobre medica-mentos. É uma sociedade multiprofissio-nal, com a maioria dos sócios farmacêuticos.É uma sociedade que tem sede no Estadode São Paulo, com atuação em todo o país.

9 - Como dever ser uma prescriçãoracional?

R - A prescrição racional deve ser feita apartir de uma consulta na qual foi reduzida

a um tempo adequado para produzir umdiagnóstico correto e instituir uma terapêu-tica adequada. A prescrição racional ocorrequando são prescritos os medicamentosindispensáveis nas quantidades necessáriase pelo tempo suficente para alcançar osresultados desejados, no tratamento das en-fermidades. Os pacientes devem compreen-der e participar do seu tratamento.

10 - Mas, quando não há prescrição,como podemos obter o URM?

R - Esse é um grande problema, a auto-medicação. Nessa situação os pacientes uti-lizam um medicamento sem que haja a in-termediação. Poderá ocorrer vários pro-blemas, por isso é importante a educaçãopara os consumidores sobre o uso de medi-camentos e a presença do farmacêutico nafarmácia, para orientá-los.

11 - No âmbito mundial, há uma inten-ção de controle e intervenção para apromoção do Uso Racional de Medica-mentos?

R - Em 1985, o Comitê de Especialistas daOMS se reuniu na Conferência em Nairobi,visando estudar problemas relacionados aouso de medicamentos, no âmbito mundial.Nessa época, já havia a preocupação com ouso inadequado. Em 1987, foi publicadoum texto que abordava o Uso Racional deMedicamentos.

12- Quais são os critérios para o UsoRacional de Medicamentos, além daprescrição médica?

R - No mercado farmacêutico se encon-tram substâncias não-essenciais, desne-cessárias e perigosas. Antigas e novas mo-dalidades de promoção comercial ampliam,indiscriminadamente, o consumo que sofreinfluência, na provisão, na aquisição, naprescrição, na dispensação e no uso. Porisso, é importante obedecer aos critérios deindicação adequada ao tratamento, que deveser fundamentado em evidências científicas,incluindo uma avaliação cuidadosa do pa-ciente, observando as contra-indicações ereações adversas, e incorporando uma dis-pensação correta que envolva a informaçãoadequada para os pacientes sobre os me-dicamentos prescritos.

“A parceria com o Conselho

Regional de Farmácia doEstado da Bahia abre um

espaço para a inserção de

mais um ator da cadeia daFarmacovigilância e do Uso

Racional de Medicamentos,

em todo o país”.

11

CRF-BA em Revista

Page 12: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

12

CRF-BA em Revista

Qual é a AssistênciaFarmacêutica que queremos?Como deve ser estruturada?Quais são os aspectosnorteadores para a definição deuma política de AssistênciaFarmacêutica?

Essas são as questões pontuadas por Gi-sélia Santana Souza. Especialmente preo-cupada com a descentralização da Assis-tência Farmacêutica, considera fundamentalo apoio aos gestores municipais no sentidode assegurar a qualidade dos servicos farma-cêuticos que atendam plenamente à popu-lação baiana.

“Devemos levar em consideração a neces-sidade de contarmos com profissionaiscapacitados”, alerta. “O SUS tem uma es-trutura de serviços regionalizada, hierar-quizada e democrática. Do ponto de vista dainserção organizacional, não dá para pensaruma Assistência Farmacêutica para o estadoda Bahia que não seja nestes moldes, sempensar em que estrutura ela está inserida.Se ela é estratégica para a política de saúde.”

Após introduzir tais conceitos, GiséliaSouza questiona os motivos que fazem da

Assistência Farmacêutica uma estratégicaimportante para a política de saúde no esta-do. Baseada em dados que estimam que osmedicamentos consomem 30% dos recur-sos destinados à saúde, ela ressalta que estescustos sejam assumidos com racionalidade,evitando o desperdício, tão comum na gestãode serviços públicos em nosso país.

“A inserção organizacional da AssistênciaFarmacêutica vai demonstrar a importânciaque ela tem para a política de saúde”, com-plementa a superintendente. “É por issoque hoje, no novo governo do estado daBahia, a Assistência Farmacêutica tem sidotratada de forma prioritária. Nós ocupamos,atualmente, o nível de uma superintendên-cia, inserida, do ponto de vista organiza-cional, no âmbito das decisões políticas,ligada diretamente ao Secretário de Saúde.Participamos do colegiado gestor da Secre-tária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).Isso significa que as idéias voltadas para odesenvolvimento da Assistência Farmacêu-tica são colocadas em debate nas reuniõescolegiadas, sendo discutidas por todos osrepresentantes das diversas áreas de atuaçãoda Sesab. Só a partir dessa exposição, sãodefinidas ações a serem realizadas pela Su-perintendência, de acordo com um quadro

de importância. Essa é uma demonstraçãoda nossa força e da nossa capacidade deatuação. Podemos considerar essa estratégiaum avanço para a adoção de uma políticaeficaz no campo da Assistência Farma-cêutica.”

A inclusão de metas de Assistência Far-macêutica no planejamento da Secretariade Saúde é um dos parâmetros para a moder-nização da gestão, o estabelecimento de me-lhorias no sistema de financiamento e oacompanhamento da realização de metas.

A existência de uma “selva terapêutica” édestaca por Gisélia Souza como justificativapara um trabalho criterioso para uma pres-crição racional, ajustada às necessidades doindividuo.

“Devemos programar as nossas ações apartir de uma análise profunda das neces-sidades e demandas da população, tomandocomo base os indicadores de saúde daOrganização Mundial de Saúde (OMS). Taisindicadores nos esclarecem sobre a ocor-rência das doenças regionais e nos pautam,na hora de realizarmos um projeto mais ade-quado à realidade local. A programação deveser racional, levando em consideração a aqui-sição, o armazenamento e a seleção dos medi-camentos. Afinal, sabemos que a Assistência

“““““AAAAAssistência Fssistência Fssistência Fssistência Fssistência Farmacêuticarmacêuticarmacêuticarmacêuticarmacêutica:a:a:a:a:desafios a serdesafios a serdesafios a serdesafios a serdesafios a serem vem vem vem vem vencidos”encidos”encidos”encidos”encidos”

Gisélia Santana Souza (foto), recentementeempossada como Superintendente deAssistência Farmacêutica e Ciência eTecnologias em Saúde no Estado da Bahia,dá um breve diagnóstico do setor,anunciando as prioridades do Governo daBahia e os desafios a serem vencidos.Doutora em Saúde Pública, ela defende umagestão qualificada da AssistênciaFarmacêutica fundamentada em uma baseteórica e conceitual, que nada tem a ver comações “expontaneístas”, traçadas de umamaneira aleatória e desorganizada.

Page 13: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

13

CRF-BA em Revista

isso os problemas com os serviços prestadosem alguns municípios, de forma precária. Écomum recebermos pedidos de medica-mento da farmácia básica incoerentes com arealidade de saúde municipal.”

“A Assistência Farmacêuticaestá entre as grandesprioridades do novo governoda Bahia”.

A superintendente se refere a um total denove projetos colocados pelo governo comoprioridade, na área de saúde, ressaltandoque, dentre estes, três são específicos daárea de Assistência Farmacêutica. São eles:a reativação da Bahiafarma; a ampliação darede de farmácias do Programa FarmáciaPopualar do Brasil, com meta de instalaçãode 200 farmácias populares, e o programaMedicamento em Casa.

“A Bahiafarma é importante para a Política deMedicamentos”.

A Bahiafarma, extinta em 1998, era umimportante laboratório farmacêutico oficialpara o SUS. A sua recriação é uma oportu-nidade de suprir as necessidades de medi-camentos essenciais ou considerados estra-tégicos. É possivel recriá-la como uma em-presa moderna do ponto de vista tecnológi-co. A produção de medicamentos é umaquestão estratégica para o Brasil, na medidaem que existe uma grande dependência ex-terna na produção de fármacos e medica-mentos.

Inicia-se, no âmbito da SESAB, a discus-são sobre o que produzir no laboratório ofi-cial. Dentre as várias opções em pauta, con-sidera-se que a Bahiafarma poderá produziranticoncepcional oral. O governo federal gas-ta US$25 milhões com a compra desse me-dicamento, uma vez que a tecnologia para asua produção, muito avançada, é, hoje, ex-clusivamente desenvolvida por empresasmultinacionais. O problema é ter uma tec-nologia que garanta a controle de qualidadedo produto, a segurança dos trabalhadorese do meio ambiente. Até o momento, ne-nhum laboratório oficial, nem indústrias degenéricos, obtiveram a autorização da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),

Farmacêutica é um conjunto de atividadesque envolvem critérios gerenciais e de natu-reza técnicocientífica.

A superintendente de Assistência Farma-cêutica revela que, desde o mês de outubrode 2006, inúmeros contratos não haviamsido pagos pelo governo anterior, na Sesab.Além disso, as compras necessárias e urgen-tes para o abastecimento do sistema deixa-ram de ser feitas.

“Herdamos “restos a pagar”, “despesasdo exercício anterior” e a cada dia somossurpreendidos por novas dívidas. E isso semcontar as enormes restrições orçamentárias.Como exemplo, temos o Programa de Medi-camentos de Alto Custo, que tem uma ne-cessidade mensal de R$ 6 milhões e 800mil para atender somente aos pacientes jácadastrados. O orçamento deixado pelo go-verno anterior para o programa, no ano intei-ro, foi de R$5 milhões. Segundo a legislaçãovigente, o governo estadual tem que entrarcom a contrapartida para a farmácia básicade R$ 1,00 por habitante-ano, enquanto ogoverno federal entra com R$1,75. Entre-tanto, durante os quatro anos da gestão pas-sada, o governo do estado não entrou comnenhum centavo de contrapartida para acompra de medicamentos da farmáciabásica.”

O resultado do descompromisso do go-verno anterior, segundo Gisélia, foi umadívida acumulada de cerca de R$40 milhõescom os municípios. Ela também denunciaoutros problemas que se avolumaram, aexemplo das péssimas condições de arma-zenamento de medicamentos da central demedicamentos do SESAB/ CEFARBA.

“As péssimas condições de distribuição sealiam à inadequação do local do armazena-mento, com temperatura muito alta. As linhastelefônicas na CEFARBA não permitem umacomunicação eficaz. Não se consegue falarcom esse setor. A comunicação com os mu-nicípios é ineficaz e deficitária. Somamos a

para a fabricação desses produtos. Assim,se a Bahiafarma sai na frente, produzindoeste tipo de medicamento, conquistará umnicho importante em todo o mercado, atu-ando sem concorrentes entre os laboratóriosoficiais, no país. Gisélia Souza anuncia, emprimeira mão, a existência de um processode negociação em andamento, envolvendouma empresa suíça capacitada para trans-ferir tecnologia.

“A Farmácia Popular no Brasilnão irá substituir a farmáciabásica”.

O medicamento na farmácia básica édistribuído gratuitamente para a população.E a Farmácia Popular do Brasil vai atenderparte da população que possui um poderaquisitivo para a compra de medicamentossubsidiados. O preço é mais baixo, mas éum programa para quem pode comprar.

Trata-se de uma política pública de am-pliação do acesso, que envolve parcerias comgovernos estaduais, municipais e institui-ções de ensino. Coordenado pela Fiocruz epelo Ministério da Saúde, o programa tam-bém possibilita a interação com os governosestadual e municipal, através do SistemaPúblico de Saúde. No estado da Bahia, atuamcomo parceiros o Ministério da Saúde, aFioCruz, a Sesab, a Ebal e os municípios.

A parceria com a Ebal proporciona a opor-tunidade de gerar empregos, a partir do apro-veitamento da rede de unidades que estaempresa mantém em todo o estado. O go-verno vai utilizar a estrutura da Ebal, adap-tando um espaço próprio para a implantaçãoda Farmácia do Brasil. A Ebal administra e aSesab entra com o suporte técnico, super-visão e a seleção dos farmacêuticos.

O estado pretende abrir 70 novas farmá-cias, até o final do ano. E, até o início do se-gundo semestre, 27 novas unidades vão serinauguradas. Em Salvador, os bairros inici-almente contemplados serão Alto de Coutos,Barros Reis, Boca do Rio, Ribeira, São Cae-tano, Caixa D’Água, Canabrava, Narandiba,Rio Vermelho e Ogunjá.

Com a parceria firmada, a Sesab contro-lará a seleção de farmacêuticos e fará a super-visão dessas farmácias. No interior, as novasunidades da primeira etapa estarão nosmunicípios de Amargosa, Camaçari, Dias

“Encontramos uma situaçãode grandes dificuldades. Ogoverno do estado recebeu aSecretaria de Saúde comdívidas que chegam a 200milhões de reais”.

Page 14: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

14

CRF-BA em Revista

D’Ávila, Feira de Santana, Ilhéus, Itapetinga,Lauro de Freitas, Jaguaquara, Mutuípe, Si-mões Filho, Vitória da Conquista, Ribeirado Pombal, São Sebastião do Passé, SantoAmaro e Santo Antônio de Jesus.

Uma boa notícia para os farmacêuticos:haverá concurso para a seleção de profissio-nais. Após a chamada dos que foram apro-vados no último concurso, segundo a priori-zação da ocupação da rede hospitalar, do me-dicamento de alto custo e da Atenção Básica,será realizada uma nova seleção, pelo sistemaREDA, especificamente voltada para os far-macêuticos da Farmácia Popular do Brasil,com perspectiva de melhoria do piso salarial.Até o final da implantação do programa, estáprevista a abertura de cerca de 400 vagas.

“O programa “Medicamentoem Casa” é importante eestratégico”.

Apesar de provocar polêmica, a viabiliza-ção do programa “Medicamento em Casa”está sendo amplamente discutida. A propostado governo é fazer a entrega domiciliar demedicamentos para pacientes do SistemaÚnico de Saúde com hipertensão e diabetes,cadastrados como participantes de progra-mas de controle dessas doenças nas unida-des de saúde do município.

O atendimento será feito a partir dasreceitas prescritas por médicos dos postosde saúde, desde que estes atendam aos cri-térios estabelecidos pelo programa. A estra-tégia de ação prevê o acompanhamento e asupervisão de farmacêuticos. Dessa manei-ra, as unidades municipais de saúde serãoas portas de entrada para o programa, quedeverá ser muito valioso para muitos idosos,com idade acima de 60 anos e com dificul-dade de locomoção, que serão atendidos,prioritariamente.

A entrega será feita através de um con-vênio com a Empresa de Correios, após pas-sar pela supervisão de um farmacêutico queirá conferir o medicamento a ser enviado. Aprescrição será feita pelo sistema on line. Ofarmacêutico estará atuando em toda a parte.A inclusão dos pacientes será feita por um

gestor municipal, que deverá assinar umtermo de compromisso com homologaçãode um pacto de gestão em consonância coma Política Estadual de Medicamento comprestação de contas, estabelecida na Portarianº 2084/MS.

A escolha dos municípios será feita combase na cobertura de programas como agentecomunitário de saúde e de saúde da família,além da garantia da presença de um farma-cêutico nas unidades municipais de saúde.Foram estabelecidas algumas ações direcio-nadas para a garantia do rigor técnicocien-tífico. Além da articulação com os labora-tórios, que devem obedecer o protocolo clíni-co, está prevista a disponibilização de mate-riais educativos ao público-alvo e familiares,visando a utilização correta de medica-mentos.

O programa também está direcionado paraa capacitação dos prescritores afim de prestarassistência ao paciente com diabetesmillitius e hipertensão arterial. Será asse-gurada a participação desses profissionaisem reuniões de atualização científica pro-movidas pelo Centro de Referência. Agentescomunitários de saúde vão realizar visitasdomiciliares aos pacientes, mensalmente,sob a supervisão dos farmacêuticos dasunidades básicas de saúde.

“O momento é promissor paraa Assistência Farmacêuticana Bahia.A responsabilidadecom a saúde da população éum dever do Estado”.

Vive-se a expectativa de um novo mo-mento para a construção da saúde no estadoda Bahia. Segundo a análise de Gisélia Souza,ao longo de décadas o estado foi se estrutu-rando como um estado patrimonialista, admi-nistrado como se fosse a própria casa de seusdirigentes. “O bem público não pode ser enca-rado como se tivesse que atender a interessespessoais, voltados para a obtenção de lucrose vantagens”, esclarece a superintendente. “Alógica adotada pelos governantes partia dopressuposto de que tratava-se de um Estado

apropriado e privatizado por eles.Na saúde, essa política pode ser percebida

claramente. E a partir dessa realidade, a atualgestão tem como um dos maiores desafiosdesprivatizar o sistema público de saúde. OSUS, à primeira vista, poderia ser uma solu-ção, um caminho para a realização de talmeta. No entanto, na Bahia, a equação foiinvertida. Todo o sistema acabou se tornan-do refém do sistema privado. A terceirizaçãoe as privatizações dominaram o setor públicode saúde, reduzindo a capacidade de gestãodo sistema.

A atual equipe da Sesab tem como prin-cipal tarefa priorizar as políticas públicas,segundo Gisélia Souza. “Não vai ser fácil adisputa de dois projetos na sociedade, namedida em que são antagônicos: o primeirovisa fortalecer o SUS e o setor público, en-quanto o outro admite o processo de priva-tização do setor público de saúde, firmadoatravés de contratos de terceirização e deformação de falsas cooperativas.”

A atual gestão da SESAB tem o fortale-cimento do Sistema Público de Saúde comoum dos seus fundamentos, visando o aten-dimento pleno e eficaz das necessidades desaúde da população. Os atuais dirigentesestão assumindo a responsabilidade com asaúde da população como um dever do Es-tado Democrático.

O enfoque da gestão da Superintendentede Assistência Farmacêutica segue essa mes-ma linha, definida a partir dos seus aspec-tos técnicos e políticos. “Vamos trabalharaliando informações técnicas e metas polí-ticas, de uma forma integrada. Dessa manei-ra, assumimos uma posição inovadora naestrutura organizacional da Secretaria de Sa-úde do Estado da Bahia. Podemos conside-rar uma grande novidade o fato de estar-mos despenhando um papel decisório noâmbito da política da Sesab. E tal condiçãosó é possível porque estamos iniciando umgoverno democrático que assume um pro-jeto político que visa quebrar o domíniodas oligarquias que estiveram no comandodo estado durante quatro décadas. Afinal,temos a obrigação de atender às expectativasdo povo que votou por mudanças significa-tivas para a Bahia.”

Page 15: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

15

CRF-BA em Revista

As diretrizes nacionais para a for- mação do farmacêutico genera- lista foram debatidas no I Fó-

IIIII Fórum Baiano de Fórum Baiano de Fórum Baiano de Fórum Baiano de Fórum Baiano deEnsino FEnsino FEnsino FEnsino FEnsino Farmacêuticoarmacêuticoarmacêuticoarmacêuticoarmacêutico

rum Baiano de Ensino Farmacêu-tico do Estado da Bahia, realizadoem Salvador, no mês de abril, sob acoordenação do professor e vice-presidente do CRF/BA, Dr. Eustá-quio Linhares Borges. Promovidopela Comissão de Ensino do CRF/BA, o evento contou com a partici-pação da Dra. Teresa Maria Passa-rela, secretária de Gestão e Traba-lho e Educação de Saúde do MS, eda Dra. Maria Rita Garbi Novaes,professora da Escola Superior de

Ciências da Faculdade de Medicina do DF.De acordo com o vice-presidente do

CRF/BA, Dr. Eustáquio Borges, o fórumenfocou temas relevantes, a exemplo das

novas tecnologias facilitadoras do apren-dizado, das práticas interdisciplinares edo ensino para a formação de profissio-nais para o SUS.

As discussões dos grupos de trabalhoformados por coordenadores, docentese estudantes fundamentaram uma pro-posta encaminhada para o Forum Nacio-nal de Ensino, com vistas a alcançar umamaior harmonização do ensino farma-cêutico.

“Comprometidos com a Comissão deEnsino do CRF/BA, a professora MaríliaPinto Frederico, da Universidade Esta-dual de Feira de Santana e o professorWilson Saback Dias dos Santos Júniororganizaram um trabalho analítico preli-minar, abordando os cursos implantadosna Bahia” – anunciou Dr. EustáquioBorges.

O artigo resultante desta análise foiapresentado no Encontro Nacional deEnsino Farmacêutico, em Brasília. O tex-to, na íntegra, está publicado nesta ediçãoda “CRF/BA em Revista”.

A Comissão de Farmácia Hospitalar doCRF/BA definiu algumas ações a seremrealizadas no estado, para este ano, comtemas propostos por farmacêuticos. Noprimeiro semestre, a comissão promoveupalestras e cursos nos municípios de Ire-cê, de Vitória da Conquista e Cachoeira.Os eventos realizados visam oferecer aosfarmacêuticos do interior baiano a atuali-zação, especialização e ampliação do co-nhecimento na área relacionada com aatuação do profissional farmacêutico.

A comissão destaca a participação dosfarmacêuticos nos eventos, sendo essa umademonstração de aceitação do conteúdoprogramático escolhido e também pelaoportunidade da atividade de ensino nointerior. Na capital, foi realizado o cursosobre “Ferramentas para Qualidade daGestão com foco no Planejamento Estraté-gico”, com a participação da Dra. Sônia Ci-priano, diretora do Hospital das Clínicas deSão Paulo, contando um número expres-sivo de farmacêuticos, com atuação nasunidades de farmácias hospitalares.

Um documento contendo uma análiseminuciosa sobre a situação das farmácias

Planejamento, metas e ações da Comissão de Farmácia Hospitalarhospitalares de Salvador e Região Metro-politana, e contendo ainda a situação sobreos serviços que estão sendo oferecidos noestado com comprometimento estrutural ede recursos humanos, foi entregue à Secre-taria de Saúde do estado da Bahia. De acordocom os componentes da comissão, o docu-mento manifesta a preocupação com a situ-ação das unidades hospitalares.

A comissão encaminhou também à Sesab,através da sua Secretaria de Saúde e Assis-tência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia,um diagnóstico sobre os serviços prestadospelas farmácias hospitalares, destacando ospontos chaves de atuação e as soluções ne-

cessárias e urgentes. No segundo semes-tre, o objetivo da Comissão de Farmácia Hos-pitalar é ampliar a programação de cursose palestras a serem oferecidos, com temasatuais, cuja finalidade é possibilitar ao pro-fissional o acesso a novos conhecimentos.

Congresso SBRAFH - No mês de junho,os componentes da Comissão de FarmáciaHospitalar participaram do Congresso Na-cional da SBRAFH, realizado nos dias 7 e 9,na cidade de Goiânia. O secretário do CRF/BA, Dr. Jacob Cabus (foto), foi escolhidopara presidir a Comissão Eleitoral que elegeua nova direção da SBRAFH para o biênio2007/2009. A Dra. Nadja Rehen foi eleitavice-presidente da SBRAFH. “A Bahia estámuito bem representada, além de ocuparum espaço importante para os farmacêuti-cos baianos no cenário nacional”, disseDr. Jacob Cabús.

Fundação da SBRAFH/Regional - A Co-missão de Farmácia Hospitalar vai promo-ver a palestra sobre Qualificação de Forne-cedores, ministrada pela Dra. Sônia Luce-na Cipriano. Na ocasião será fundada aSBRAFH/Regional.

Dr. Eustáquio Linhares Borges

Dr. Jacob Cabús

Page 16: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

16

CRF-BA em Revista

INTRODUÇÃOO crescente número de instituições de ensino

com curso de graduação em Farmácia, em todoo Brasil, está sendo acompanhado, também,por uma grande variação nos componentesconstantes de suas matrizes curriculares.

De acordo com a Resolução CNE/CES n.º 2de 19 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002),em seu artigo terceiro, o perfil dos cursos degraduação em Farmácia devem contemplaruma formação de cunho generalista, huma-nista, crítica e reflexiva para atuar em todos osníveis de atenção à saúde, baseando-se no rigorcientífico e intelectual, bem como, o egressodeve ser capacitado para o exercício de ativi-dades referentes aos fármacos, aos medica-mentos, às análises clínicas e toxicológicas eao controle, produção e análise de alimentos,fundamentado em princípios éticos e na com-preensão da realidade social, cultural e eco-nômica do seu meio, dirigindo sua atuaçãopara a transformação da realidade em bene-fício da sociedade.

As significativas variações dos conteúdos cur-riculares entre as diversas faculdades queoferecem o curso de Farmácia espalhadas portodo o país, podem refletir as profundas dife-renças entre as regiões brasileiras, e muitasvezes, as próprias desigualdades interesta-duais. Ofertas de estágios com cargas horá-rias diversas, existência ou inexistência de far-mácias-escola, situações de natureza obriga-tória ou facultativa de certas disciplinas, atémesmo profissionalizantes, profundas distor-ções em relação a carga horária total dos cursos,são aspectos preocupantes na realidade atual.

A própria carência de profissionais farma-cêuticos em determinadas áreas do seu co-

nhecimento, também contribui de modo signi-ficativo a que algumas instituições projetemseus “focos” de formação para áreas específi-cas. Questões relacionadas à remuneraçãotambém se mostram como fator de influênciana demanda por certas especializações, dentrodas áreas de formação da Farmácia.

Diante deste quadro de intensas distorçõesde natureza acadêmica, que culminam, mui-tas vezes, com a formação de profissionaisaltamente especializados em certas áreas, emdetrimento de outras; o ensino farmacêuticoapresenta um diagnóstico que merece atençãoe cuidados imediatos, uma vez que, a socie-dade carece imensamente dos serviços farma-cêuticos. Portanto, torna-se imperativo um pro-cesso de harmonização curricular em todo opaís, logicamente, considerando-se as dife-renças regionais, de modo que, o farmacêuticoapresente-se à sociedade como um profissionalcapacitado em todas as suas áreas de atuação,com sua identidade reconhecida e voltado paraocupar o seu merecido local de destaque, im-portância e grande valor dentro da área dasaúde.

Em meados de abril de 2007, foi promovidopelo Conselho Regional de Farmácia do Estadoda Bahia, através de sua Comissão de Ensino,o I Fórum Baiano de Ensino Farmacêutico(CRF-BA, 2007) e, neste evento diversos temasforam discutidos, dentre eles, a necessidadede harmonização das matrizes curriculares.Visando contribuir com esta difícil tarefa, osautores deste artigo realizaram um estudo como objetivo de conhecer o perfil dos cursos deFarmácia na Bahia, o que poderá fundamentara apresentação, posterior, de propostas concretas

para harmonizar as matrizes curriculares dosmesmos.

METODOLOGIAFoi realizado um estudo descritivo através

do levantamento de dados, no mês de maio de2007, para traçar o perfil dos cursos de Far-mácia oferecidos por Instituições de EnsinoSuperior (IES), na Bahia.

A população deste estudo constituiu-se doscursos de Farmácia autorizados pelo Ministérioda Educação e, efetivamente, em funciona-mento.

Os dados foram coletados no questionárioenviado aos coordenadores dos cursos de Far-mácia na Bahia; na matriz curricular envi-ada pelo coordenador de cada curso, sendoque na ausência desta, foi utilizada a matrizcurricular obtida no site da IES e; no Cadastrode Instituições de Educação Superior, dispo-nível no Portal do Ministério da Educação(BRASIL, s.d.).

As variáveis estudadas foram: naturezajurídica da IES, localização geográfica do curso,ano de implantação do curso, tempo de inte-gralização do curso, formação acadêmica etitulação dos coordenadores, carga horária totalde curso, carga horária mínima do curso, cargahorária do estágio, estágios seqüenciais, cargahorária das atividades complementares, cargahorária do trabalho de conclusão de curso,carga horária na área de Ciências Humanas,carga horária das disciplinas na sub-área Ali-mentos, carga horária das disciplinas na sub-área Análises Clínicas, carga horária das disci-plinas na sub-área Medicamentos, número ecarga horária das disciplinas obrigatórias,disciplinas obrigatórias de Homeopatia,

Marilia Pinto Federico1 e Wilson Saback Dias dos Santos Junior2

1Profa. MSc. da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)e FacDelta2Prof. MSc. da Universidade do Estado da Bahia(UNEB) e FacDelta1,2Membros da Comissão de Ensino do Conselho Regional de Farmácia da [email protected] [email protected]

PPPPPerererererfil dos cursos de farmáciafil dos cursos de farmáciafil dos cursos de farmáciafil dos cursos de farmáciafil dos cursos de farmáciado Estado da Bahiado Estado da Bahiado Estado da Bahiado Estado da Bahiado Estado da Bahia

16

CRF-BA em Revista

Page 17: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

17

CRF-BA em Revista

Nota: A= sub-área Alimentos; AC= sub-área Análises Clínicas e M= sub-área Medicamentos.

Assistência Farmacêutica e Farmácia Hospitalar,e reconhecimento do curso.

As matrizes curriculares dos cursos estudadosapresentaram diferentes terminologias paraidentificar as disciplinas obrigatórias. Foi

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE:Anatomia I, Anatomia Humana, Análises Toxicológicas, Bioquímica I, Bioquímica II, Bioquímica Básica, Bioquímica Metabólica paraFarmácia, Bioquímica Fundamental para Farmácia, Biologia Celular e Molecular, Biologia e Bioquímica Molecular, Biologia Celular eGenética, Biologia Genética, Biologia Molecular, Botânica VI, Bioética e Biossegurança, Biossegurança em Saúde, Citologia, Citologia eHistologia e Embriologia, Citologia Geral, Citologia e Genética Evolução, Elementos de Anatomia, Epidemiologia, Ensaios Toxicológicos,Farmacoterapia, Farmacocinética, Farmacocinética e Biofarmácia, Farmacologia Integrada, Farmacologia, Farmacologia Clínica, FarmacologiaI, Farmacologia II, Farmacologia Aplica à Terapêutica, Farmacologia dos Sistemas, Farmacodinâmica, Fisiopatologia, Fisiopatologia eSemiologia, Fisiologia, Fisiologia Humana, Fisiologia Geral, Farmácia e Saúde Coletiva, Farmacobotânica, Genética, Genética HumanaAplicada ao Diagnóstico e Terapêutica, Genética Humana e Farmacogenética, Histologia, Hematologia, Histologia e Embriologia, Imunologia,Imunologia Básica, Imunologia e Virologia, Microbiologia Básica, Microbiologia, Microbiologia e Imunologia, Micologia e Virologia,Neuroanatomia, Patologia, Patologia Geral, Patologia e Fisiopatologia I, Primeiros Socorros, Princípios de Farmacologia, Parasitologia,Parasitologia Básica, Semiologia e Fisiopatologia II, Saúde e Comunidade, Saúde e Sociedade, Saúde Pública, Sistema em Vigilância emSaúde, Toxicologia Geral e Analítica, Toxicologia, Toxicologia e Análises Toxicológicas, Toxicologia Geral, Vigilância Sanitária e Vigilânciaà Saúde.

CIÊNCIAS EXATAS:Análise Instrumental, Análises Químicas, Bioestatística, Biofísica, Bioetatística e Bioinformática, Complementos de Matemática I A,Cálculos Farmacêuticos, Complementos de Química I, Complementos de Química II, Complementos de Química Analítica I, Estatística IV,Estatística em Saúde, Físico-química Aplicada a Processos Farmacêuticos, Física Aplicada à Farmácia, Física Geral e Experimental I,Fundamentos de Físico-química, Informática, Matemática Aplicada à Farmácia, Matemática e Bioestatística, Métodos Instrumentais deAnálise, Métodos Físicos, Operações Unitárias, Química Analítica Aplicada às Ciências Farmacêuticas, Química Orgânica Fundamental III,Química Orgânica Fundamental IV, Química Orgânica Básica Experimental, Química Analítica, Química Analítica Qualitativa, QuímicaAnalítica Quantitativa, Química de Produtos Naturais e Tecnologia Experimental.

CIÊNCIAS HUMANAS:Ética nas Relações Profissionais, Fundamentos Socio-antropológicos em Saúde, Introdução aos Estudos Universitários, Introdução àSociologia, Metodologia, Metodologia do Estudo e Pesquisa, Metodologia da Pesquisa I, Metodologia da Pesquisa II, Metodologia Científica,Metodologia e Técnica de Pesquisa, Pesquisa em Saúde, Psicologia Aplica à Saúde, Psicologia das Relações Humanas I, Psicologia Geral,Sociologia e Sociologia da Saúde.

CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/ PROFISSIONALIZANTES:Análises Toxicológicas de Alimentos(A), Assistência e Atenção Farmacêutica(M), Atenção Farmacêutica I, II e II(M), Auxílio ao DiagnósticoLaboratorial(AC), Alimentos Funcionais e Nutracêuticos(A), Análises Bromatológicas(A), Administração e Gerenciamento Farmacêutico(M),Administração do Laboratório de Análises Clínicas e do Sistema de Qualidade(AC), Análises de Alimentos(A) Bromatologia Geral(A),Bromatologia e Nutrição(A), Bromatologia e Nutracêutica(A), Bioquímica e Análises de Alimentos(A), Bioquímica Clínica(AC), BioquímicaClínica e Uroanálise(AC), Biotecnologia Industrial(M), Controle Microbiológico de Alimentos(A), Controle de Qualidade de Medicamentos(M),Controle de Qualidade(M), Controle de Qualidade de Laboratórios(AC), Cosmetologia e Dermofarmácia(M), Controle de QualidadeBiológico(M), Controle de Qualidade de Medicamentos e Cosméticos(M), Controle de Qualidade de Medicamentos e Correlatos(M),Controle de Qualidade de Alimentos(A), Controle de Qualidade de Análises Clínicas(AC), Coleta, conservação, transporte de materialbiológico(AC), Controle de Qualidade Físico-químico(M), Citologia Clínica(AC), Deontologia Legislação e História Farmacêutica(M),Deontologia e Legislação Farmacêutica e Bioética(M), Diagnóstico e Terapêutica em Doenças Infecciosas(AC), Diagnóstico Laboratorial(AC),Dermofarmácia(M), Enzimologia Tecnologia das Fermentações(M), Economia e Administração Empresas Farmacêuticas(M), Economia eGestão Farmacêutica(M), Ética e Legislação Farmacêutica(M), Farmacognosia I e II(M), Farmacotécnica III(M), Farmacotécnica eCosmetologia(M), Farmácia Hospitalar(M), Fitoterapia(M), Farmácia Administrativa(M), Física Industrial Farmacêutica(M), FísicaIndustrial(M), Farmácia Social(M), Farmacoepidemiologia e Farmacoeconomia e Farmacovigilância(M), Farmacovigilância(M), Fundamentosde Farmácia(M), Farmacognosia e Princípios Ativos Fitoterápicos(M), Farmacotécnica Magistral(M), Farmacotécnica Homeopática(M),Farmácia Fitoterápica e Homeopática(M), Farmácia Comunitária(M), Farmácia Clínica(M), Fundamentos de Farmácia(M), Gestão ServiçosFarmacêuticos(M), Gestão de Empresas Farmacêutica(M), Homeopatia(M), Homeopatia e Fitoterapia(M), Hematologia Clínica eHemoterapia(AC), Hematologia e Citologia Clínica(AC), Hematologia Clínica(M), Introdução à Farmácia(M), Introdução ao Estudo deFarmácia(M), Interação de Medicamentos e Incompatibilidades Farmacêuticas(M), Introdução Assistência Farmacêutica(M), Interpretaçãode Exames Laboratoriais(AC), Imunologia Clínica(AC), Imunodiagnóstico e Imunoterapia(AC), Micologia Clínica(AC), MicrobiologiaClínica(AC), Organização Assistência Farmacêutica(M), Práticas em Farmácia Clínica(M), Parasitologia Clínica(AC), Química FarmacêuticaI,II e III(M), Tecnologia Alimentos(A), Tecnologia Farmacêutica(M), Tecnologia Farmacêutica e de Cosméticos(M), Terapêutica Nutricional(M).

adotada, neste estudo, uma classificação porárea de afinidade, com o objetivo de homo-geneizar a análise e minimizar possíveis vieses.Nas disciplinas relativas à área de CiênciasFarmacêuticas/Profissionalizantes foram con-

sideradas, da sub-área Medicamentos (M), asdisciplinas obrigatórias que não se enqua-draram na sub-área Alimentos (A) e na sub-área Análises Clínicas (AC). Segue relação dasdisciplinas obrigatórias por área de afinidade:

17

CRF-BA em Revista

Page 18: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

18

CRF-BA em Revista

Segundo Bermond e Fernandez (2006),membros da Comissão de Ensino do ConselhoFederal de Farmácia, a carga horária mínimarecomendada para os cursos de Farmácia é de4000h acrescida de 20% desta carga horária(800h), para a realização do estágio. Baseando-se nessa recomendação, que está fundamen-tada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do

Curso de Graduação em Farmácia (BRASIL,2002) e, considerando somente a carga horáriamínima, observou-se que 83,0% (10) dos cur-sos de Farmácia, na Bahia, estavam abaixo de4000h. Dos 12 cursos estudados, apenas 8,3%(1) atenderam às recomendações do ConselhoFederal de Farmácia, quanto a carga horáriamínima. E a carga horária para estágio. A menor

carga horária mínima encontrada foi de2748h e a maior foi de 4302h, ou seja, umadiferença entre as mesmas de, aproxima-damente, 60%, o que demonstra uma faltade harmonização, também percebida nascargas horárias dos estágios, onde a mínimafoi de 612h e a máxima de 1224h, conformemostra o Quadro 2.

Gráfico 1 – Distribuição dos Cursos de Farmácia, na Bahia, segundo a localização da IES, maio/2007.

Na análise dos dados utilizou-se o pro-grama estatístico “Social Package for the SocialSciences” – SPSS® versão 9.0 for Windows(SPSS, 1991) e os resultados foram apre-sentados através de tabelas, quadros e gráficos.

RESULTADOS e DISCUSSÕESNo Cadastro de Instituições de Educação

Superior do Ministério da Educação (BRASIL,s.d.), existiam, em maio de 2007, na Bahia,11 (onze) IES autorizadas a implantarem cursode graduação em Farmácia, porém uma dessainstituições oferecia 4 (quatro) cursos commatrizes curriculares distintas, totalizando,portanto, 15 (quinze) cursos de Farmácia.

Considerando que, o foco da análise desseestudo é o curso de Farmácia e não a instituiçãode ensino superior; que 1 (uma) das insti-tuições, apesar de autorizada, não implantouo curso e; que 2 (duas) IES não responderamo questionário e não enviaram as respectivasmatrizes curriculares; a população de estudodesse trabalho foi constituída de 12 (doze)cursos de Farmácia.

Do total de cursos estudados 58,4% (7) eramoferecidos por Instituições Públicas de EnsinoSuperior, porém, as instituições privadas tam-bém apresentaram uma grande participação,de 41,7% (5).

Segundo dados do Ministério da Educação(BRASIL, s.d), até o ano de 2003 havia 6 (seis)cursos de Farmácia na Bahia e, em 2006, foramautorizados mais 6 (seis), sendo 4 (quatro) de

instituições privadas, representando dessaforma, um aumento de 100% da oferta emtrês anos.

Os cursos de Farmácia foram implantados,predominantemente, por Instituições de EnsinoSuperior (IES) localizadas na capital (GRÁFICO1) e apresentaram tempo de integralização de8 semestres, 33,3% (4), ou de 9 semestres,25,0% (3) ou de 10 semestres, 41,7% (5).

Em relação à formação e titulação doscoordenadores de curso de Farmácia, con-siderou-se um total de 9 (nove) profis-sionais, visto que, uma das IES relacio-

nadas neste estudo tinha quatro cursos deFarmácia, com matrizes curriculares dife-rentes, porém, a coordenação era exercidapor uma mesma pessoa. Dentre estes coor-

denadores, observou-se que 66,6% (6)tinham formação na área de AnálisesClínicas e que 55,6% (5) eram doutores.(TABELA 1).

Tabela 1 - Formação e titulação dos coordenadores de cursos de Farmácia na Bahia, maio/2007.

NOTA: * N= número de coordenadores dos cursos de Farmácia

18

CRF-BA em Revista

Page 19: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

19

CRF-BA em Revista

Nota: *CHmin = carga horária mínima do curso (disciplinas obrigatórias + disciplinas optativas + trabalho de conclusão de curso + atividadescomplementares). **CH= carga horária. ***CHT= carga horária total (carga horária mínima + carga horária do estágio).

A grande maioria, 75% (9), dos cursos de Far-mácia, neste estudo, ofereciam estágio curricularsomente nos últimos semestres e, apenas 25,0%(3) introduziram estágios sequenciais, a partirdo segundo ou terceiro semestre. (TABELA 2)

De acordo com as novas Diretrizes Curri-culares (BRASIL, 2002), deve haver uma cargahorária destinada às atividades comple-mentares no currículo do curso de Farmácia,

Quadro 2 – Carga horária mínima, carga horária dos estágios e carga horária total nos cursos de Farmácia, na Bahia, maio/2007.

Tabela 3 – Distribuição da carga horária das atividades complementares e trabalho de conclusão de curso, nos cursos deFarmácia, na Bahia, maio/2007.

bem como, para a elaboração de trabalho deconclusão de curso. Neste estudo, o cenário en-contrado foi que em 33,3% (4) dos cursos deFarmácia não tinham carga horária para estes

componentes curriculares. Houve uma varia-ção da carga horária de 0 a 252h para ativi-dades complementares e de 0 a 90h paratrabalho de conclusão de curso. (TABELA3)

Nota: * CH = carga horária

19

CRF-BA em Revista

Da totalidade (12) dos cursos de Farmácia naBahia, 41,7% (5) não possuíam, nas respectivasmatrizes curriculares, disciplinas que contem-plassem a área de Ciências Humanas e Sociais,contrariando, portanto, as orientações das Di-retrizes Curriculares (BRASIL, 2002). Onde exis-tiam disciplinas desta área, havia carga horáriade 36h, em 8,3% (1) dos cursos, de 72h, em

8,3% (1), de 165h em 8,3% (1), de 200h em8,3% (1) e 25,1% (3) dos cursos apresentaramcarga horária de 180h.

Conforme demonstra o Quadro 3, as dis-ciplinas destinadas para a área de Alimentos(área contemplada em todos os cursos estu-dados) tiveram carga horária variando de 40 a527h, prevalecendo, no entanto, a carga horária

de 51h, oferecida por 33,4% (4) dos cursos. Jáas disciplinas da área de Análises Clínicas esti-veram ausentes em 50% (6) dos cursos e, norestante, apresentaram carga horária variandode 144 a 612h. Quanto a área de Medicamen-tos, a carga horária variou de 459 a 1185h e,também esteve presente na matriz curricularde todos os cursos envolvidos neste estudo.

Page 20: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

20

CRF-BA em Revista

Nota: *CHT= carga horária total ( carga horária mínima + carga horária estágio); **CHmin = carga horária mínima do curso (disciplinasobrigatórias + disciplinas optativas + + trabalho de conclusão de curso + atividades complementares).

Quadro 3 – Carga horária das disciplinas nasáreas de Alimentos, Análises Clínicas e Medica-mentos nos cursos de Farmácia, na Bahia, maio/2007.

Quanto ao número de disciplinas obriga-tórias, foi constatada uma oferta mínima de34, em 25% (3) dos cursos analisados e, má-xima de 57, em 16,7% (2), tendo como média43 disciplinas obrigatórias, o que aponta umagrande variação entre os cursos. Notou-se, noentanto, que o aumento do número de dis-ciplinas não significou necessariamente, umaumento da carga horária das mesmas(TABELA 4).

Observou-se, ainda que, apenas 25,0% (3) dos cursos de Farmácia tinham disciplinas obrigatórias paraHomeopatia, Assistência Farmacêutica e Farmácia Hospitalar; 41,7% (5) não tinham nenhuma disciplinaobrigatória para esta áreas e, o restante, 33,3% (4), contemplavam uma ou duas das três áreas.

Tabela 4 – Número e carga horária das disciplinas obrigatórias dos Cursos deFarmácia, na Bahia, maio/2007.

20

CRF-BA em Revista

CONSIDERAÇÕES FINAISQuase cinco anos após a instituição das Di-

retrizes Curriculares Nacionais para o Cursode Graduação em Farmácia, observou-se queas matrizes curriculares, analisadas neste es-tudo, ainda não atendem, integralmente, àsrecomendações do Ministério da Educação,mesmo os cursos implantados depois de suapublicação. Os cursos mais antigos apresen-taram matrizes curriculares mais discordantesdas orientações da Resolução CNE/CES n.º 2/02 (BRASIL, 2002).

A falta de harmonia entre as matrizes cur-riculares dos cursos estudados é percebidaclaramente, destacando-se as diferentes cargashorárias adotadas para disciplinas específicas(Ciências Farmacêuticas) e estágios. Observou-se ainda que, alguns cursos apresentaram 0%de conteúdo para Ciências Humanas, Homeo-

Apenas 41,7% (5) dos cursos de Farmá-cia, incluídos neste estudo, todos prove-nientes de instituições públicas de ensinosuperior, já foram reconhecidos pelo Mi-nistério da Educação - MEC, ou seja,

podiam conferir diploma aos seus egres-sos. Dentre os cursos não reconhecidos,58,3% (7), dois eram de IES pública e cincode IES privada. Tal ocorrência já era espe-rada, pois o reconhecimento é solicitado

ao MEC após o cumprimento de 50% doprojeto curricular e, dos sete cursos nestasituação, seis foram implantados em 2006e, um encontra-se em fase de reconhe-cimento.

patia, Assistência Farmacêutica, Farmácia Hos-pitalar, ausência de estágios seqüenciais, deatividades complementares e de trabalho deconclusão de curso.

Visto que o processo de reforma curricularainda está acontecendo em várias IES, é espe-rada uma mudança do cenário aqui apresen-tado, motivando, portanto, estudos posteriorespara avaliar essa evolução.

AGRADECIMENTOSOs autores desse trabalho agradecem ao

Conselho Regional de Farmácia do Estado daBahia e membros de sua Comissão de Ensino,bem como, a valorosa contribuição dos coor-denadores de cursos de Farmácia, que gentil-mente nos enviaram as informações solicitadas,permitindo a realização desta pesquisa.

REFERÊNCIAS: ••••• BERMOND, M.D.; FERNANDEZ,Z.C.Diagnóstico do Ensino Farmacêutico. In: IV EncontroNacional dos Coordenadores de Cursos de Farmácia.Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia.Anais... (CD) Brasília, nov. 2006, p17.• BRASIL. Ministério da Educação. Cadastro de Insti-tuições de Educação Superior. Ministério da Educa-ção, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educa-cionais (INEP). Disponível em http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/funcional/lista_cursos.asp Acesso em 24 abr. 2007.• BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n.º 02 de 19 de fevereiro de 2002. InstituiDiretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Gra-duação em Farmácia. Conselho Nacional de Educa-ção. Câmara de Educação Superior. Brasília: DiárioOficial da União, 4 mar 2002. Seção 1, p.9.• CRF-BA – Conselho Regional de Farmácia do Esta-do da Bahia. Grupo de Discussão: Harmonizaçãodo Currículo Farmacêutico Generalista. In: I FórumBaiano de Ensino Farmacêutico. Salvador: ConselhoRegional de Farmácia do Estado da Bahia, abr.2007.• SPSS INC. SPSS Base 9.0 –Applications Guide.Chicago, EUA; 1991

Page 21: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

21

CRF-BA em Revista

Os agentes antineoplásicos devem obe- decer aos requisitos e padrões de qua- lidade especificados quanto à sua pu-reza, segurança, eficácia, identidade e qua-lidade. Dentro do histórico normativo na áreade produtos e serviços em terapia antineo-plásica, em 1998, foi instituída uma portariado Ministério da Saúde que destacou requisitosrelacionados à segurança na manipulação daterapia antineoplásica.

Após essa portaria, foi publicada, em 2002,a RDC Anvisa 50 sobre projetos físicos para osestabelecimentos de saúde e também requi-sitos relacionados à instalações, equipamentose requisitos de biossegurança nos serviços deterapia antineoplásica.

A RDC Anvisa 220/04 veio complementaressas portarias, ampliando a discussão para aimportância não somente das questões rela-cionadas à infra-estrutura física e de processodesses serviços, mas também sobre a exce-lência de suas boas práticas, sejam elas deadministração ou de preparo.

Regulamento TécnicoUm aspecto muito importante da RDC 220

é a formação da equipe multiprofissionaldentro dos serviços de terapia antineoplásica,que representa um ganho significativo naatenção ao paciente com neoplásia. A exi-gência da norma é uma equipe minimamenteformada por oncologista, enfermeiro e far-macêutico, porém ela pode ser ampliada comprofissionais que atendam aos requisitos dequalidade estabelecidos pelo serviço na aten-ção ao paciente e seus familiares. As atribuiçõesdessa equipe multiprofissional são: super-visionar todas as etapas da terapia antineo-plásica; criar mecanismos para farmacovi-

RequisitRequisitRequisitRequisitRequisitos Básicos para os Básicos para os Básicos para os Básicos para os Básicos para TTTTTerapiaerapiaerapiaerapiaerapiaAntineoplásicAntineoplásicAntineoplásicAntineoplásicAntineoplásicaaaaa

gilância, tecnovigilância e biossegurança; es-tabelecer protocolos e capacitar profissionaisenvolvidos. As etapas da terapia antineoplásicapreconizadas pela RDC 220 são: observaçãoclínica, prescrição médica; preparação comavaliação da prescrição, manipulação, controlede qualidade e conservação; transporte mo-nitorado; administração e descarte adequadodos resíduos.

A farmácia é um setor de grande respon-sabilidade dentro dos serviços e, pela norma,cabe a ela desenvolver as boas práticas depreparação da terapia antineoplásica. A normapermite que o serviço de farmácia seja con-tratado e, sendo contratado, é de inteira res-ponsabilidade a avaliação da sua competênciae desempenho do contratado. Os medica-mentos e materiais devem atender à espe-cificação técnica detalhada pela equipemultiprofissional. E todos os fornecedores demedicamentos e materiais devem ser qua-lificados.

A qualificação é uma evidência documen-tada de que o fornecedor atende aos requisitosde qualidade estabelecidos para aquisição deprodutos, sejam eles farmacêuticos ou pro-dutos para a saúde. Para que isso ocorra, énecessário que exista um protocolo de qua-lificação de fornecedores, que permita avaliaro fornecedor dentro dos requisitos de quali-dade que foram estabelecidos pela equipemultiprofissional. O fornecedor qualificadodeve fornecer somente medicamentos e ma-teriais regularizados junto à Anvisa acom-panhados do certificado de análise por lote,quando aplicável. O processo de qualificaçãodeve ser inteiramente documentado e acertificação de boas práticas de fabricação é

um requisito estabelecido em legislação,emitido pela Anvisa, e com prazo de validadede um ano.

Os critérios utilizados para a aquisição são:aquisição de especialidades farmacêuticas,desde que atendam aos requisitos regula-rizados junto à Anvisa e possuam certificadode análise emitido pelo fabricante para cadalote, garantindo a pureza físico-química emicrobiológica; aquisição de água estéril co-mercial para a reconstituição de especiali-dades farmacêuticas; os frascos, equipos etodos os outros componentes devem estar deacordo com à RDC Anvisa 45, que aborda asboas prática de administração de parenteralde pequeno volume. No momento do recebi-mento dos produtos deve ser realizada umainspeção verificando, no mínimo, os seguintesitens: identificação do produto, número doregistro, número do lote, prazo de validade,data de fabricação, nome do farmacêuticoresponsável e conformidade com a solicitação.

Manipulação FarmacêuticaHá uma série de critérios para avaliação de

risco na preparação de produtos estéreis den-tro da unidade de saúde; esse risco começadesde a chegada do produto até quando oproduto é descartado. Os critérios de riscopreconizados pela farmacopéia americanasão classificados como baixo, médio e alto e oque se busca, na pratica , é sempre trabalharcom um índice de baixo risco. No entanto,para que isso ocorra, é importante trabalharcom uma equipe treinada, com validação domanipulador (a farmacopéia traz isso comosugestão, não é uma imposição da norma);sala exclusiva para preparo, com superfícies

MARLY ALBUQUERQUE

Farmacêutica Especialista em Direito Sanitário

RDC Anvisa nº 220/04

21

CRF-BA em Revista

Page 22: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

22

CRF-BA em Revista

laváveis e impermeáveis, que permitam adesinfecção química e limpeza da sala, comausência de pias e ralos, acesso restrito,qualidade do ar Classe 100.000 (que é umarecomendação) e somente materiais e equi-pamentos essenciais ao processo devem estardentro da sala, pois esses materiais podemrepresentar uma fonte de risco de contami-nação; além disso, ante-sala para atividadesde paramentação, limpeza e higienização.

Uma responsabilidade da manipulaçãofarmacêutica é controlar os seus processos, eisso deve ser feito através de manipulaçãoasséptica, com cuidados com a limpeza e hi-giene da sala, controle da cabine de segurançabiológica, especificações dos materiais detrabalho que fazem parte também do controle,qualidade dos produtos farmacêuticos que seutilizam para fazer esse preparo e a metodologiaempregada na manipulação. Todos esses re-quisitos consolidam o controle de processo,que significa verificações feitas durante amanipulação, com o objetivo de monitorar eajustar o processo, de forma a assegurar que oproduto esteja em conformidade com as espe-cificações de qualidade e segurança.

Dessa forma, a RDC 220 visa à garantia daqualidade do serviço. E a garantia da quali-dade está relacionada com todos os aspectosde boas práticas, que trazem no seu espírito adocumentação, que deve ser feita através de:procedimentos escritos para todas as ativida-des; avaliação da prescrição médica; registrode todas as manipulações, indicando o fabri-cante e o lote do produto (e esse registro pres-supõe rastreabilidade dentro dos serviços);rótulos com as informações detalhadas, inclu-sive prazo de validade e condições para con-servação; inspeção visual no produto; garantiade conservação e transporte. A rastreabilidadeé o controle que permite a reconstituição datrajetória do produto, desde a saída de suaorigem até o seu destino final, possibilitandouma avaliação do desempenho do serviço den-tro de um sistema de garantia da qualidade.

Uma documentação simples a ser utilizadadeve conter: a hora do início do preparo; adesignação do lote utilizado; a quantidade dassoluções utilizadas; a quantidade de citos-táticos; e o nome do funcionário responsávelpelo preparo. Como referência, alguns dados

da Associação Americana de 2000 mostramque as maiores fontes de erro em terapiaantineoplásica acontecem na transcrição(12%) (quando ela ocorre), prescrição médica(39%), preparo (11%) e administração (38%).Sendo assim, protocolos devem ser criadospara que a rotina seja executada sempre damesma maneira, minimizando-se, com isso,as possibilidades de erro. Os especialistas atri-buem esses erros a ordens verbais, à ausênciade especialistas em áreas específicas e tambémà sobrecarga de trabalho, nos serviços que éum problema nacional.

BiossegurançaCom relação ao descarte de resíduos, pelos

princípios da norma, deve-se evitar a geraçãode resíduos o máximo possível; reciclar re-síduos gerados é a melhor alternativa e pro-curar descartálos sempre de forma segura. Osobjetivos dessa norma são a proteção pessoal eambiental. Os resíduos perigosos devem sercoletados separadamente de outros resíduos,no lugar onde foram originados e em reci-pientes apropriados e identificados. Também ogerenciamento do transporte é muito impor-tante, porque evita a possibilidade de aciden-tes. Esse transporte deve ter: recipientes inque-bráveis, estanques e lacráveis, que mantenhama integridade do resíduo e protejam o profis-sional e com rotulagem com simbologia NBR.

Em relação ao gerenciamento de acidentes,a norma possui uma série de requisitos pre-conizados para os acidentes, sejam eles pes-soais, ambientais ou relacionados à cabine desegurança biológica, devem ser registrados emformulário específico. Em caso de acidentes,a norma recomenda um kit com vários compo-nentes a serem utilizados: luvas de proce-dimento, avental à prova de líquido, compres-sas absorventes, proteção respiratória, prote-ção ocular, álcool a 70%, formulário de noti-ficação, recipiente para recolhimento dos resí-duos e sinalização de perigo. Um aspecto muitoimportante da norma é que os profissionaisdevem ser treinados para a utilização desse kit.

Dentro dos requisitos de segurança ambi-ental deve haver uma pessoa responsável etreinada nas providências relacionadas a essetipo de acidente e principalmente em todosos eventos que irão desencadear uma ação.

Todos os fragmentos devem ser recolhidos, nocaso de acidente com quebra, identificados edescartados, conforme preconiza a RDC 306/05, de resíduos perigosos e gerenciamento deresíduos em serviços de saúde. Com relação àsaúde ocupacional, no que diz respeito à ava-liação de exames médicos periódicos, não háainda no Brasil uma NR específica para osserviços de quimioterapia com a relação deexames que devem ser realizados pelos profis-sionais que atuam na área; porém, temos aNR 32 que trata da segurança ocupacionalnos serviços de saúde é recomendado a rea-lização de exames laboratoriais periódicos,principalmente com hemograma completo,provas de avaliação de função hepática e renale análise de urina.

ConclusõesÉ extremamente necessária a disseminação

da cultura da qualidade dentro dos serviçosde terapia antineoplásica. As normas sanitáriassão ferramentas importantes de trabalho e elastrazem uma visão compartilhada, a visão daequipe multiprofissional, e o trabalho emequipe é essencial dentro do sistema de saúde.Com relação à qualidade dos produtos e pro-cessos, não basta apenas exigirmos do for-necedor a qualidade do produto, é precisoestabelecer critérios que mantenham e vigiemconstantemente essa qualidade. Também asegurança ocupacional é fundamental nessaárea e deve ser avaliada e desenvolvida, prin-cipalmente no que diz respeito a registros deacidentes. Quanto à análise crítica dos resul-tados, é muito importante que o serviço tenhacontrole do processo, pois isso gera dados einformações para avaliação da qualidade doserviço e, principalmente, prevenção de erros.Documentação, procedimentos escritos e re-gistros fazem a sinergia; isso tudo irá se somare tornará o serviço capaz de desenvolver pro-cessos muito mais controlados, trazendo se-gurança aos pacientes e aos profissionais queatuam na área.

Farmacêuticos, pesquisadores, professorese estudantes:colaborem conosco, enviandoartigos ou trabalhos acadêmicos para esteespaço. A sua contribuição será muitoimportante !

22

CRF-BA em Revista

Page 23: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

23

CRF-BA em Revista

Assinatura do TAC em Paulo Afonso

TTTTTAAAAACs assinadosCs assinadosCs assinadosCs assinadosCs assinadosem vários municípiosem vários municípiosem vários municípiosem vários municípiosem vários municípiosO Conselho Regional de Farmácia, ao cumprir o dever de fiscalizar o exercício profissional dofarmacêutico, combatendo irregularidades, estabeleceu, juntamente com o Ministério Público e aVigilância Sanitária, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Assinado pelos proprietários deestabelecimentos irregulares, o TAC prevê um prazo para a resolução do problema.

Euclides da Cunha

Em Euclides da Cunha, das 21 far- mácias existentes, um total de 19 podem ser consideradas clandes-

tinas. O presidente do CRF/BA, Dr. Alta-miro Santos, esteve, em abril, em audi-ência com o promotor público, Dr. An-tônio Luciano Silva Assis, e ficou previstaa realização de uma Audiência Públicacom os órgãos responsáveis pela fiscali-zação sanitária: CRF/BA, Ministério Pú-blico e Vigilância Sanitária. Essa inicia-tiva tem o objetivo de resolver a situa-ção no município.

“A nossa meta é participar de váriasaudiências públicas e, em um curto prazode tempo, solucionar a situação de irre-gularidade dos estabelecimentos farma-cêuticos em vários municípios baianos.

As ações têm sido provei-tosas.

Ressaltamos que abriruma farmácia não é abrirum comércio qualquer. Asaúde da população nãotem preço”, ressalta Dr.Altamiro Santos.

Paulo AfonsoO presidente do CRF/

BA, Dr. Altamiro Santosesteve na cidade de PauloAfonso, no dia 18 de abril,em reunião no MinistérioPúblico local, com o pro-

motor público, Dr. Hugo Sant’anna, paradebater sobre a regularização das far-mácias clandestinas. De acordo com Dr.Altamiro Santos, há 28 farmácias nessemunicípio. Dessas, 14 são clandestinas,sem alvará sanitário e sem a contrataçãodo profissional habilitado. Foi estabelecidoum Termo de Ajustamento de Conduta(TAC), assinado por proprietários defarmácias, pela Promotoria Pública e peloCRF/BA. Participaram desse encontro, aDra. Maristela Ribeiro de Moraes e demaisdiretores da Associação de Farmacêuticosde Paulo Afonso.

O acordo prevê um prazo de quatro me-ses para a regularização dos 14 estabe-lecimentos farmacêuticos clandestinos.“Para a normalização das farmácias, o pro-prietário deve contratar imediatamente oprofissional farmacêutico e obter, após os

critérios estabelecidos, o alvará sanitário”,ressalta Dr. Altamiro Santos.

Santa Cruz de CabráliaEm maio, foi assinado o TAC na cidade

de Santa Cruz de Cabrália, com a parti-cipação dos órgãos de fiscalização e deproprietários de farmácias. Para garan-tir a regularização no funcionamento deestabelecimentos farmacêuticos, o Mi-nistério Público, a Vigilância Sanitária eo CRF/BA têm atuado em parceria, con-quistando resultados positivos. O presi-dente do CRF/BA, Dr. Altamiro Santos, odelegado honorário do CRF/BA e o chefeda Vigilância Sanitária, Dr. Ismar Ladeira,estiveram presentes na assinatura doTAC.

Camamu

O Termo de Ajustamento de Conduta(TAC) foi assinado na Cidade de Camamucom a participação dos órgãos de fisca-lização e de proprietários de farmácias.O presidente do CRF/BA, Dr. AltamiroSantos, participou da assinatura do TAC.

Reunião com promotoria e proprietários de farmácias

Page 24: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

24

CRF-BA em Revista

Delegados honoráriosDelegados honoráriosDelegados honoráriosDelegados honoráriosDelegados honoráriosse rse rse rse rse reúnem em Seúnem em Seúnem em Seúnem em Seúnem em Salvalvalvalvalvadoradoradoradorador

A pós três anos sem promover a dis-cussão sobre a situação dos municí-

pios baianos, a Direção do CRF/BArealizou, com sucesso, a décima segundaedição do Encontro de Delegados Ho-norários, contando comimportantes depoimen-tos dos representantesdo conselho, em váriascidades do estado. Paraos delegados, o CRF/BAtem encaminhado, comeficiência, a luta da ca-tegoria em parceria, atu-ando com outras enti-dades farmacêuticas.

Na abertura do even-to, o presidente do CRF/BA, Dr. Altamiro Santos,destacou a importânciade encaminhar as necessidades da ca-tegoria farmacêutica, tendo como par-ceiros os delegados honorários, nos mu-nicípios: “Considero muito importantepara o conselho o trabalho desenvolvidopelos delegados honorários, em cadamunicípio. O momento é promissor paraos farmacêuticos. Várias lutas estãosendo encaminhadas pelas entidadesfarmacêuticas, os quais têm contadocom o apoio desta direção”.

Participaram na abertura, o deputadoestadual e farmacêutico, Álvaro Gomes,a representante da Anvisa, Dra. ElianaFiais, a diretora da Sobravime, Dra. Lia

Lusytana, o presidente do GDAF, Dr. Cló-vis Reis e a diretora do Sindifarma, Dra.Edênia Araújo.

Ao falar sobre a conjuntura nacional ea política de saúde no país, o deputado

Álvaro Gomes participou do encontroexpressando a sua discordância, comprojeto de governo que retira direitosadquiridos dos trabalhadores.

“Se a sociedade participa ativamentenão haverá retrocessos. Por isso, é im-portante a luta e a organização dos tra-balhadores em torno de questões rei-vindicatórias.”

Álvaro Gomes falou sobre o projeto desua autoria que trata do descarte de me-dicamentos, visando solucionar essa si-tuação.

Dr. Jacob Cabús destacou o trabalhoque vem sendo encaminhado pela Dire-

toria, atendendo metas da gestão. Etambém comentou sobre as frentes quevêm sendo contempladas pelo conselho,a exemplo da defesa dos laboratórios clí-nicos, a defesa da Assistência Farmacêu-

tica, do empenho por fa-zer da farmácia um esta-belecimento de saúde,da fiscalização para aca-bar com o comércio irre-gular de medicamentos.

Estiveram presentes apresidente do Sindifarma,Dra. Eliane Simões, o con-selheiro federal Dr. JorgePíton, a conselheira Dra.Sônia Carvalho e a con-selheira Dra. Ângela Ma-ria Carvalho Pontes.

As farmacêuticas Dra.Irene Prazeres e Dra. Edênia Araújo des-tacaram a importância da farmáciacomo estabelecimento de saúde e fa-laram sobre o projeto que prevê a jor-nada máxima de 30 horas para a cate-goria.

A superintendente de Assistência Far-macêutica, Ciência e Tecnologias em Saú-de da Secretária da Saúde estadual, Dra.Gisélia Santana Souza, apresentou pro-jetos para Assistência Farmacêutica queestão em fase de elaboração pela Sesab.

A superintendente afirmou que a Assis-tência Farmacêutica, nesse governo, temsido reconhecida do ponto de vista técnicocientífico. “Estamos vivenciando uma nova

O XII Encontro dos representantes dos Farmacêuticos dos MunicípiosBaianos foi realizado, nos dias 25 e 26 de maio, no Hotel Bahia Park.

Dr. Jacob Cabús, Dr. Altamiro Santos e o deputado Álvaro Gomes

Page 25: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

25

CRF-BA em Revista

situação. O respeito que a Assistência Far-macêutica vem tendo, na atual gestão,é algo inovador. Temos desafios a vencer”.

O movimento nacional dos laboratóriosfoi um dos temas debatidos pelos dele-gados. “O sentimento geral é de que oslaboratórios têm sido sucateados, a cadaano, por conta da alta taxa tributária, alémdo repasse ínfimo na tabela de preços doSUS”, disse Dr. Mário Martinelli Júnior.

O presidente do Sindlab, Dr. Jesus No-gueira, e o presidente da SBAC, Dr. Mario

DDDDDiretor da Anvisa iretor da Anvisa iretor da Anvisa iretor da Anvisa iretor da Anvisa esclarece dúvidas sobre esclarece dúvidas sobre esclarece dúvidas sobre esclarece dúvidas sobre esclarece dúvidas sobre o novo sistema deo novo sistema deo novo sistema deo novo sistema deo novo sistema degerenciamentogerenciamentogerenciamentogerenciamentogerenciamento de produtos controladosde produtos controladosde produtos controladosde produtos controladosde produtos controlados

O evento foi muito prestigiado

Dr. Altamiro Santos e Dr. Norberto Rech

Delegados do CRF/BA debatem temas relevantes para a população

P rofissionais farmacêuticos participaram da exposição realizada, no dia 14 de maio, no auditório do OndinaApart Hotel, pelo Dr. Norberto Rech, diretor adjunto daAnvisa, enfocando o Novo Sistema de Gerenciamento paraProdutos Controlados. O presidente do CRF/BA, Dr. Alta-miro Santos, agradeceu a participação do Diretor da Anvisae na oportunidade, apresentou o Manual de Produtos Não-Relacionados com a Saúde, vendidos em farmácias e

drogarias do estado. Muitas dúvidas foram respondidas pelofarmacêutico Dr. Norberto Rech. Explicações sobre o desen-volvimento do programa, o processo, o prazo para a novaadequação, o credenciamento dos estabelecimentos farma-cêuticos foram abordados durante a sua apresentação. Maio-res informações podem ser obtidas no site da Anvisa .

Dr. Jesus Nogueira, Dr. Mario Martinelli Júnior e Dr. Eustáquio Linhares Borges

Martinelli Júnior, consideramque a união dos farmacêuticosbioquímicos em torno da ques-tão poderá mudar a realidadeda crise no setor.

Para Dr. Eustáquio Borges,vice-presidente do CRF/BA ecoordenador dessa mesa dediscussão, as ques-tões levantadas são

importantes e pode solucionar os gravesproblemas por que passam o setor labo-ratorial.

“Esse é um movimento sério, encam-pado diante de uma ameaça séria”, expres-sou o professor Eustáquio Borges, ao sereferir ao movimento em defesa dos labo-ratórios clínicos.

“Se a sociedadeparticipaativamente, nãohaverá retrocessos.Por isso é importantea luta e aorganização dostrabalhadores emtorno de questõesreivindicatórias”

Page 26: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

26

CRF-BA em Revista

ItabelaO presidente do CRF/BA, Dr. Alta-

miro Santos, participou, no dia 16 demaio, na cidade de Itabela de ação rea-lizada conjuntamente com o PromotorPúblico Dr. Bruno Gontijo, com o Chefeda Vigilância Sanitária, Dr. Jener Nevesde Azevedo, e com o fiscal do CRF/BA,Dr. Anderson Almeida, interditandofarmácias irregulares.

Dentre as dez farmácias irregula-res, três foram fechadas por descum-primento de Termo de Ajustamentode Conduta (TAC), seis regularizaram

Um convênio recentemente assi-nado com o Banco Central é a no-va arma apresentada pelo CRF/

BA no combate ao alto índice de clan-destinidade registrado na Bahia. A partirde agora, o conselho pode registrar todosos responsáveis pelas farmácias autua-das e que não pagam as multas no ca-dastro de inadimplentes mantido peloBanco Central, a nível nacional. Com es-ta medida, os números do CNPJ, no casode pessoa jurídica, ou do CPF, no caso depessoa física, ficam registrados e aces-síveis para consultas, que podem ser rea-lizadas de qualquer lugar do país, atravésdo sistema informatizado.

“Todos os que têm seus nomes incluí-dos no CADIN (Cadastro Informativo dosCréditos não quitados de órgãos e entida-des federais) perdem o direito ao crédito,no mercado,”- esclarece o presidente doCRF/BA Dr. Altamiro Santos. “Já incluí-mos todos os inadimplentes das cidadesde Feira de Santana e de Juazeiro, ondenão conseguimos firmar parceria com oMinistério Público. Desta maneira, in-tensificamos a nossa atuação na lutapara diminuir o percentual de 38% defarmácias clandestinas, contabilizadoem nosso estado. Trata-se, sem dúvida,de um percentual alarmante, mesmoquando nos deparamos com a realidadedas regiões norte e nordeste. No eixo sul-sudeste as coisas são diferentes e esseíndice é bem menor”.

Além da novidade resultante da par-ceria com o BACEN, Dr. Altamiro Santostambém ressalta a importância do im-pacto do aumento do valor das multascobradas pelo CRF/BA, no caso de

CRF/BA intCRF/BA intCRF/BA intCRF/BA intCRF/BA intensificensificensificensificensifica o combaa o combaa o combaa o combaa o combattttteeeeeàs farmácias clandestinasàs farmácias clandestinasàs farmácias clandestinasàs farmácias clandestinasàs farmácias clandestinasConvênio firmado com o Banco Central do Brasil éa nova arma apresentada pela Diretoria.

ocorrência de irregularidades. “Muitosconsideravam que valia mais a pena pa-gar a multa do que contratar o profissio-nal e atender à legislação” – argumen-ta. “Com um valor mais elevado, as mul-tas ficaram pesadas e esperamos que osproprietários das farmácias prefiramatender à legislação”.

De acordo com o atual sistema de fis-calização assumido pelo CRF/BA, sãorealizadas viagens ao interior do estado,especialmente voltadas para a identi-ficação de estabelecimentos clandesti-nos. As denúncias são encaminhadasao Ministério Público, que participa doprocesso, agendando encontros para aassinatura de um Termo de Ajustamen-to de Conduta (TAC). A assinatura doTAC implica na definição de um prazopara o seu cumprimento. Assim, as

equipes, integradas por representantesdo CRF/BA, no MP e da VISA de cadamunicípio, acompanhada dos represen-tantes do CRF/BA e do MP, só fecham osestabelecimentos, que não cumprem oTAC, no prazo previamente determinado.

“Estamos cumprindo com a nossapromessa, apresentada em reunião ple-nária do Conselho” – anuncia Dr. Alta-miro Santos. “Nos meses de maio e ju-nho viajamos para quatro municípios,obtendo o saldo de 21 farmácias fe-chadas. Neste processo, podemos discu-tir o quanto a assinatura do TAC torna-se, a cada dia, um avanço relevante,devendo ser visto como um mecanismode controle eficaz, na medida em queestabelece critérios a serem atendidose não deixa margens para dúvidas ouinterpretações equivocadas”.

Em maio e junho, foram fechados21 estabelecimentos

a situação e uma encerrou definitiva-mente as suas atividades.

Page 27: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

27

CRF-BA em Revista

Bom Jesus da LapaBom Jesus da LapaBom Jesus da LapaBom Jesus da LapaBom Jesus da LapaForam realizadas, no mês de junho, interdições em oito far-

mácias clandestinas da cidade de Bom Jesus da Lapa. O Mi-nistério Público participou da ação, conjuntamente com o pre-sidente do CRF/BA, Dr. Altamiro Santos, com o procurador doCRF/BA, Dr. Marcelo de Santana, e com os fiscais do CRF/BA,Dr. Luciano Nascimento e Dr. Renato Marques, além dos téc-nicos da VISA.

SSSSSanta Maria da anta Maria da anta Maria da anta Maria da anta Maria da VitóriaVitóriaVitóriaVitóriaVitóriaAs interdições nos estabelecimentos farmacêuticos em

Santa Maria da Vitória foram realizadas no dia 14 de junho.Seis farmácias foram fechadas. Estiveram presentes às repre-sentações do Ministério Público, do CRF/BA, da VigilânciaSanitária e do executivo municipal.

São Félix do CoribeSão Félix do CoribeSão Félix do CoribeSão Félix do CoribeSão Félix do Coribe

Os proprietários das três farmácias que descumpriram oTAC assinado em São Félix do Coribe com os órgãos de fisca-lização sanitária e Ministério Público, no ano passado, tiveramos seus estabelecimentos fechados em uma ação conjunta,realizada no mês de junho, com o Ministério Público, o CRF/BA

e a VISA local.

Interdições fecham farmácias

Farmácias clandestinas foram fechadas

VISA, CRF/BA e MP atuam no fechamento

Farmácia com lacre dos órgãos fiscalizadores

Page 28: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

28

CRF-BA em Revista

GDAF lança cartilhaGDAF lança cartilhaGDAF lança cartilhaGDAF lança cartilhaGDAF lança cartilhasobre URMsobre URMsobre URMsobre URMsobre URM

Uso Racional deUso Racional deUso Racional deUso Racional deUso Racional deMedicamentos foiMedicamentos foiMedicamentos foiMedicamentos foiMedicamentos foitema de palestrastema de palestrastema de palestrastema de palestrastema de palestras

Em homenagem póstuma, foi lançado, no dia 4 de julho, o livro “Plantas Me-

dicinais”, de autoria do professor da UFBa,Carlos Alberto Fonseca.

Com uma participação expressiva de farmacêuticos bioquímicos, foi realizado,

no dia 28 de maio, o I Encontro de AnalistasClínicos da Região Sul, promovido pela SBAC/Regional. De acordo com o presidente do CRF/BA, Dr. Altamiro Santos, os temas escolhidosmotivaram uma excelente discussão emplenário.

Em agradecimento à parceria e o apoiorecebido pela Direção do CRF/BA, na aber-tura do evento, o presidente da SBAC/

CCCCCurso urso urso urso urso abababababordou oordou oordou oordou oordou oexercício profissionalexercício profissionalexercício profissionalexercício profissionalexercício profissional

FFFFForró dos Forró dos Forró dos Forró dos Forró dos Farmacêuticosarmacêuticosarmacêuticosarmacêuticosarmacêuticos

Livro esclarece sobreLivro esclarece sobreLivro esclarece sobreLivro esclarece sobreLivro esclarece sobreplantas medicinais plantas medicinais plantas medicinais plantas medicinais plantas medicinais

Itabuna Itabuna Itabuna Itabuna Itabuna

Associação realizaAssociação realizaAssociação realizaAssociação realizaAssociação realizafesta juninafesta juninafesta juninafesta juninafesta junina

Capacitação em AtençãoCapacitação em AtençãoCapacitação em AtençãoCapacitação em AtençãoCapacitação em AtençãoFFFFFarmacêuticarmacêuticarmacêuticarmacêuticarmacêuticaaaaa

No dia 19 de maio, a Associação dosFarmacêuticos de Vitória da Conquis-

ta e o Conselho de Farmácia do Estado daBahia realizaram o Curso de Atenção Far-macêutica ao Paciente. Participaram, co-mo palestrantes, os farmacêuticos Dr.Clóvis Reis e Dra. Edênia Araújo. O pro-grama incluiu a filosofia da prática, ana-minese farmacêutica, estudos de caso,entre outros.

Vitória da ConquistaVitória da ConquistaVitória da ConquistaVitória da ConquistaVitória da Conquista

Regional, Dr. Mario Martinelli convidou otambém diretor, Dr. Luiz Roberto, que entre-gou a placa em homenagem ao Dr. AltamiroSantos.

Porto SeguroPorto SeguroPorto SeguroPorto SeguroPorto Seguro

SBAC homenageia o presidente do CRF/BA duranteSBAC homenageia o presidente do CRF/BA duranteSBAC homenageia o presidente do CRF/BA duranteSBAC homenageia o presidente do CRF/BA duranteSBAC homenageia o presidente do CRF/BA duranteo I Encontro de Analistas Clínicos da Região Sulo I Encontro de Analistas Clínicos da Região Sulo I Encontro de Analistas Clínicos da Região Sulo I Encontro de Analistas Clínicos da Região Sulo I Encontro de Analistas Clínicos da Região Sul

Grupo gestor da GDAF, coordenado pelo Dr. Clovis Reis, lançou, em abril,

uma cartilha enfocando o Uso Racionalde Medicamentos.

em destaqueem destaqueem destaqueem destaqueem destaque

O I Ciclo de Palestras sobre o Uso Ra-cional de Medicamentos (foto), pro-

movido pela Sobravime, com o apoio doCRF/BA, aconteceu no mês de junho. Atemática abrangeu como sub-temas:Aspectos históricos do URM; URM naAssistência Farmacêutica; URM em Far-mácia Comunitária e Drogaria; URM emFarmácia Hospitalar. A assinatura do Ter-mo de Compromisso para CooperaçãoTécnica entre a Sobravime e o CRF/BAfoi realizada durante o evento. Está pre-vista a promoção de cursos e palestras,além da criação do Curso de Especializa-ção em Farmacologia Aplicada.

O Sindifarma promoveu, em junho, a sétima edição do Forró dos Farma-cêuticos em Salvador. Estudantes, profis-sionais farmacêuticos, professores deFarmácia e amigos prestigiaram o eventofestivo, que já é parte do calendário anualda categoria.

A Associação dos Farmacêuticos da Região Sul promoveu uma grande

festa junina em Itabuna. O arrasta-péfoi até o amanhecer (foto).

Farmacêuticos participaram do lança-mento do curso “Exercício Profis-

sional: diante dos desafios da farmáciacomunitária”, realizado em 27 de junho,como uma promoção do Conselho Fede-ral de Farmácia, apoiado pelo CRF/BA.

Page 29: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

29

CRF-BA em Revista

Foi realizado, no dia 5 de maio, na ci- dade de Cachoeira, o I Encontro dosFarmacêuticos do Recôncavo Baiano. Oevento contou com uma participação ex-pressiva de estudantes de Far-mácia e de farmacêuticos da re-gião. O presidente do CRF/BA, Dr.Altamiro Santos, coordenou aatividade. Marcaram presença:o delegado honorário de Cacho-eira, Dr. Jorge Eduardo FragaConceição, a representante dosecretário de Saúde de Cacho-eira, Tereza Cristina Suzart, o vi-ce-prefeito da cidade de Marago-jipe, Dr. Romário Costa, o dele-gado honorário da cidade de Ca-mamu, Dr. Tibiriçá Aragão Araú-jo, o ex-conselheiro e membro

I EncontrI EncontrI EncontrI EncontrI Encontro de Fo de Fo de Fo de Fo de Farmacêuticos do Recôncarmacêuticos do Recôncarmacêuticos do Recôncarmacêuticos do Recôncarmacêuticos do Recôncaaaaavvvvvo Baianoo Baianoo Baianoo Baianoo Baiano

do Conselho Municipal de Saúde de Ca-choeira, Dr. Edgard Santana Lima e o de-legado honorário da cidade de Cruz dasAlmas, Dr. Washington Murilo Peixoto,além do prefeito da cidade de São Félix,Humberto Alves Filho.

O presidente do CRF/BA, Dr. AltamiroSantos, atuou como coordenador do en-contro. Ministraram as palestras: Dra.Edênia Araújo, Dr. Clóvis Reis, Dr. MárioMartinelli, professora Dra. Mara Zélia deAlmeida e o professor Dr. Francisco Pa-checo.

CachoeiraCachoeiraCachoeiraCachoeiraCachoeira

Encontro dosEncontro dosEncontro dosEncontro dosEncontro dosFFFFFarmacêuticosarmacêuticosarmacêuticosarmacêuticosarmacêuticos

IrecêIrecêIrecêIrecêIrecê

O Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia e a Associação dosFarmacêuticos da cidade de Irecê e Mi-croregião(AFIM) realizaram, no dia 5 demaio, um curso sobre Farmácia Hospi-talar. De acordo com o tesoureiro e se-cretário do CRF/BA, Dr. Jacob Cabús, essaatividade acadêmica, promovida pela Co-missão de Farmácia Hospitalar, tem comoobjetivo a capacitação dos profissionaisfarmacêuticos, além de proporcionar aosparticipantes da região um maior conhe-cimento sobre a importância do trabalhoqualificado na Farmácia Hospitalar. Osfarmacêuticos Dr. Jacob Cabús e Dr. New-ton Rodrigues foram convidados comopalestrantes. O presidente da AFIM, Dr.Paulo Sérgio Ribeiro, agradeceu ao CRF/BA a realização da atividade. “Os cursosde Gestão em Farmácia Hospitalar eAtenção Farmacêutica são fundamen-tais para o nosso aprendizado e aperfei-çoamento profissional. Espero que o CRF/BA mantenha este laço cada vez maisforte com todas as associações.”

Dr. Jacob Cabús ministra palestra

Dr. Altamiro Santos abre o evento

Análises Clínicas: audiência pública em BrasíliaAnálises Clínicas: audiência pública em BrasíliaAnálises Clínicas: audiência pública em BrasíliaAnálises Clínicas: audiência pública em BrasíliaAnálises Clínicas: audiência pública em Brasília

BrasíliaBrasíliaBrasíliaBrasíliaBrasília

EEEEEm abril, foi realizada uma Audi- ência Pública com a Frente Par-lamentar de Saúde, no Auditório NereuRamos da Câmara dos Deputados, emBrasília. Na ocasião, foram debatidosos assuntos relacionados ao Setor La-boratorial. O evento, resultante deuma ampla mobilização nacional, en-

volveu a participação de parlamentaresfederais de vários partidos e represen-tantes de entidades farmacêuticas dopaís. Na Bahia, o tema foi tratado emReunião Plenária do conselho, ocorridaem janeiro deste ano, a partir da con-vocação da direção do CRF/BA.Frente Parlamentar de Saúde

Farmacêuticos baianos

Auditório lotado

Page 30: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

Curso de EspecializaçãoTópicos Avançados em Diagnóstico Laboratorial

Quando: Inscrições até 13 de julhoOnde: Faculdade de Farmácia UFBaInformações: Fone/Fax: (71) [email protected] - www.cetadil.ufba.br

Curso de Extensão em Práticas Complementares

Fitoterapia/ Farmácia da Terra/ UFBa

Quando: Inscrições de 16 julho a 24 de agostoOnde: Faculdade de Farmácia - Pós-graduaçãoPara quem: Profissionais de nível superior da área desaúde - Carga Horária: 180 horasSeleçaõ: Acontecerá no dia 1º de setembroCusto: O valor é de R$ 250,00Período: 8 meses, de setembro a abril 2008Informações: (71) 3237-2255 / [email protected]

Jantar de confraternização

30 anos dos formados em 1973

Quando: 11 de agostoOnde: local a ser definidoInformações: Lucia Fernandes - (71) 3272-8276 / 8817-3800 / Miriam Athayde - (71) 3272-8244 / 3339-5190

I Simpósio de Fitoterápicos e Farmacognosia

(Pré VI Simpósio Brasileiro de Farmacognosia)

Quando: 18 de agostoOnde: Salvador Praia Hotel - OndinaInformações: (71) 3386-8800 / [email protected]

Inscrições gratuitas até o dia 6 de agosto para estudantese profissionais farmacêuticos.

programe-seprograme-seprograme-seprograme-seprograme-se

VI Simpósio Brasileiro de Farmacognosia -Fitofarmacologia - Desenvolvimento e AtençãoFarmacêutica em Fitoterápicos

Quando: 11 a 14 de setembroOnde: Belém do ParáInformações: www3.ufpa.br/ppgcf

9º Congresso de Farmácias e Bioquímicade Minas Gerais

3º Encontro Nacional de Farmacêuticos do SUS

Quando: 20 a 22 de setembroOnde: Minascentro - Av. Augusto de Lima, nº 785Belo HorizonteInformações: (31) 3218-1012 / [email protected]

XV Congresso Paulista de FarmacêuticosVII Seminário Internacional de FarmacêuticosExpofar 2007

Quando: 20 a 23 de outubroOnde: Palácio de Convenções do AnhembiInformações: (11) 3067-1468 / Telefax: (11) [email protected]

30

CRF-BA em Revista

Page 31: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando

programe-seprograme-seprograme-seprograme-seprograme-se

2ª Jornada Norte e Nordeste de Citologia Clínica

A professora e farmacêutica Dra. Maria Lúcia Fernandes Castroé a coordenadora da 2ª Jornada Norte Nordeste de CitologiaClínica. Este ano, o evento será realizado em Salvador e contarácom palestrantes renomados na área de Citologia Clínica.

Quando: 11, 12 e 13 de outubroOnde: Hotel Sol Bahia - R. Manoel Antônio Galvão, nº 1075- Patamares/Salvador).Informações: (71) 8817-3800 / 3276-8276 / 3240-0550 /3248-9056

P R O G R A M A Ç Ã O :

11/10 - 1º Dia: Prova de Título

8h às 12h e das14h às 18hResponsáveis: Dr. Rita Goreti Amaral e Dr.Carlos Eduardo deQueiroz Lima

12/10 - 2o Dia: Sessões Interativas (SI)9h – Abertura: Dra Maria Lúcia Fernandes de Castro e Dr. CarlosEduardo de Queiroz Lima

09h30 – 10h30 – SI 1: Dra Rita Goreti Amaral

10h30 – 11h20 – SI 2: Dra Rita Bacellar Palhano

11h20 – 12h00 – SI 3: Dr. Carlos Eduardo Queiroz Lima

12h – 14h – Almoço

14h – 14h50 – SI 4: Dra Silvia Helena Rabelo dos Santos

15h – 15h50 – Delicias com voz e violão!

16h – 16h50 – SI 5: Dra Juçara Maria de Castro Sobrinho

17h – 18h: Dra Sophie Derchiain - HPV e vacinas

13/10 - 3o Dia – Conferências e Mesas-redondas9h – 9h50 – Aspectos Colposcópicos das Lesões Precursoras e doCâncer de Colo Uterino - Dra Jamile de Araújo Carneiro

10h –10h50 – Mesa-redonda: Tópicos Avançados em LesõesCervicais Escamosas - Dra Juçara Maria de Castro Sobrinho

10h50 – 11h – Café

11h – 12 – Mesa-redonda: Tópicos Avançados em LesõesGlandulares - Dra Silvia Helena Rabelo dos Santos

12h – 14h – Almoço

14:00 – 15:00 – RDC 302: Dra Rita Bacellar Palhano

15h –15h50 – Dificuldades Diagnósticas – ASCUS - Asc-us / Asc-H:Dra Juçara Maria de Castro Sobrinho

16h – 17h – Condutas e Tratamentos das Lesões:Precursoras do Colo Uterino - Drª Sophie Derchain

17h – Citologia com Dendê e Forró!

Page 32: REVISTA CRF 01 - Conselho Regional de Farmácia do Estado ...crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf · para toda a sociedade alimentou o nosso espírito de luta e otimismo, motivando