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2 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC EDITORIAL Os Conselhos de Farmácia de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais aderiram à campanha “Farmácia, es- tabelecimento de saúde”, lançada pelo CRF/SC neste ano. As autarquias, além de promoverem o debate com os far- macêuticos, estão divulgando a cam- panha junto à sociedade, inclusive pela mídia. A Federação Nacional dos Far- macêuticos, entre centenas de entida- des, também aderiu a campanha duran- te seu 5º Congresso, o que reafirma a importância do tema para profissionais e comunidade no que tange a saúde pública. Mais do que fazer das farmácias es- tabelecimentos de saúde, o Conselho de Farmácia de Santa Catarina entende como essencial valorizar e esclarecer sobre a importância dos farmacêuticos enquanto profissionais da saúde. Para tal, mais do que mudanças na legisla- ção – como à aprovação do Projeto de Lei Ivan Valente e à reformulação do âmbito profissional – faz-se imprescin- dível à referência da atuação profissi- onal articulada a equipe de saúde. É preciso que os farmacêuticos que atuam em farmácias participem de todo o processo, desde a seleção dos medi- camentos até sua dispensação e o acom- panhamento do uso. Que os profissio- nais dos laboratórios de análises clíni- cas prestem assistência direta aos usu- ários dos seus serviços. Farmacêuticos na indústria – medicamentos, alimen- tos e cosméticos - devem preocupar-se com o modo de divulgação dos produ- tos para além de seu desenvolvimento e produção. Ou seja, é preciso articu- lar à ação técnico-científica à ação so- cial. É nessa ótica que se insere a partici- pação política dos farmacêuticos. Po- lítica enquanto pensar, executar e con- trolar as políticas públicas e privadas do setor farmacêutico. Luiz Inácio Lula da Silva e Luiz Henrique da Silveira – eleitos presidente do Brasil e governa- dor de Santa Catarina para o período 2007/2010 – comprometeram-se com o setor e devem ser monitorados para que as metas sejam atingidas. “Intensificar a estruturação da As- sistência Farmacêutica Estadual” é proposta de Luiz Henrique que impli- ca, por exemplo, na ampliação do qua- dro de pessoal da Diretoria de Assis- tência Farmacêutica – DIAF, do La- boratório Central de Saúde Pública - LACEN, e das Vigilâncias Sanitárias Regionais e Central. Lula, em relação ao setor farmacêutico, se compromis- sou com “a continuidade da Política Nacional de Assistência Farmacêuti- ca”; com a “ampliação dos laborató- rios farmacêuticos oficiais” e com o fomento da “pesquisa e desenvolvi- mento tecnológico e industrial susten- tável”. O desdobramento de tais metas, seu encaminhamento conseqüente e demo- crático, sua implementação em acordo com as demandas do setor e da socie- dade e o controle público dependem em grande parte do engajamento dos far- macêuticos nas discussões e atividades promovidas pelo CRF/SC, entidades representativas e articulação com o setor da saúde, a exemplo dos conse- lhos municipais de saúde. É no contexto do debate com a soci- edade e principalmente na participa- ção dos farmacêuticos em suas decisões e encaminhamentos que o Conselho de Farmácia Santa Catarina se orienta. Construir as diretrizes e controlar a implementação das políticas do setor farmacêutico é uma obrigação para a valorização profissional, para que os estabelecimentos em que atuam farma- cêuticos sejam de fato e direito estabe- lecimentos de saúde. A diretoria do CRF/SC Farmacêutico: profissional da saúde ‘engajado’ COFA - Veículo de Comunicação do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina. Trav. Olindina Alves Pereira, 35 - Centro - Florianópolis-SC - Cx.Postal 472 - Cep 88020-100 - Fone (48) 3222 4702 DIRETORIA - Presiden- te: José Miguel do Nasci- mento Júnior. Vice-Presi- dente Hortência S. Müller Tierling. Secretário Geral Tércio Egon Paulo Kasten. Tesoureiro Paulo Sérgio Tei- xeira de Araújo. CONSELHEIROS- Luiz Henrique Costa; Eduar- do Comeli Goulart; Melissa Arend das Neves; José Amazonas Gaspar; Anna Paula de Borba Batschau- er; Laércio Batista Júnior; Caio Roberto Salvino; Eliane Souza dos Anjos Tomazoni; Jussara Lopes de Freitas; Arani Schroeder; Carlos Roberto Mer- lin. Conselheiro Federal: Paulo Roberto Boff; Vera Lucia Dal Forno. Textos e Edição Isadora Ataíde Projeto Gráfico Alexandre Salles (48) 9911 9400 Diagramação SALLES Estúdio de Produção & Design Gráfico (48) 3348 7015 Tiragem 6.000 exemplares Fotolitos e Impressão Gráfica Coan ::::::::::::::::expediente:: José Miguel, Paulo, Hortência e Tércio

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2 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

EDITORIAL

Os Conselhos de Farmácia de SãoPaulo, Rio de Janeiro e Minas Geraisaderiram à campanha “Farmácia, es-tabelecimento de saúde”, lançada peloCRF/SC neste ano. As autarquias, alémde promoverem o debate com os far-macêuticos, estão divulgando a cam-panha junto à sociedade, inclusive pelamídia. A Federação Nacional dos Far-macêuticos, entre centenas de entida-des, também aderiu a campanha duran-te seu 5º Congresso, o que reafirma aimportância do tema para profissionaise comunidade no que tange a saúdepública.

Mais do que fazer das farmácias es-tabelecimentos de saúde, o Conselho deFarmácia de Santa Catarina entendecomo essencial valorizar e esclarecersobre a importância dos farmacêuticosenquanto profissionais da saúde. Paratal, mais do que mudanças na legisla-ção – como à aprovação do Projeto deLei Ivan Valente e à reformulação doâmbito profissional – faz-se imprescin-dível à referência da atuação profissi-onal articulada a equipe de saúde.

É preciso que os farmacêuticos queatuam em farmácias participem de todoo processo, desde a seleção dos medi-camentos até sua dispensação e o acom-panhamento do uso. Que os profissio-

nais dos laboratórios de análises clíni-cas prestem assistência direta aos usu-ários dos seus serviços. Farmacêuticosna indústria – medicamentos, alimen-tos e cosméticos - devem preocupar-secom o modo de divulgação dos produ-tos para além de seu desenvolvimentoe produção. Ou seja, é preciso articu-lar à ação técnico-científica à ação so-cial.

É nessa ótica que se insere a partici-pação política dos farmacêuticos. Po-lítica enquanto pensar, executar e con-trolar as políticas públicas e privadasdo setor farmacêutico. Luiz Inácio Lulada Silva e Luiz Henrique da Silveira –eleitos presidente do Brasil e governa-dor de Santa Catarina para o período2007/2010 – comprometeram-se como setor e devem ser monitorados paraque as metas sejam atingidas.

“Intensificar a estruturação da As-sistência Farmacêutica Estadual” éproposta de Luiz Henrique que impli-ca, por exemplo, na ampliação do qua-dro de pessoal da Diretoria de Assis-tência Farmacêutica – DIAF, do La-boratório Central de Saúde Pública -LACEN, e das Vigilâncias SanitáriasRegionais e Central. Lula, em relaçãoao setor farmacêutico, se compromis-sou com “a continuidade da Política

Nacional de Assistência Farmacêuti-ca”; com a “ampliação dos laborató-rios farmacêuticos oficiais” e com ofomento da “pesquisa e desenvolvi-mento tecnológico e industrial susten-tável”.

O desdobramento de tais metas, seuencaminhamento conseqüente e demo-crático, sua implementação em acordocom as demandas do setor e da socie-dade e o controle público dependem emgrande parte do engajamento dos far-macêuticos nas discussões e atividadespromovidas pelo CRF/SC, entidadesrepresentativas e articulação com osetor da saúde, a exemplo dos conse-lhos municipais de saúde.

É no contexto do debate com a soci-edade e principalmente na participa-ção dos farmacêuticos em suas decisõese encaminhamentos que o Conselho deFarmácia Santa Catarina se orienta.Construir as diretrizes e controlar aimplementação das políticas do setorfarmacêutico é uma obrigação para avalorização profissional, para que osestabelecimentos em que atuam farma-cêuticos sejam de fato e direito estabe-lecimentos de saúde.

A diretoria do CRF/SC

Farmacêutico: profissionalda saúde ‘engajado’

COFA - Veículo de Comunicação do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina. Trav. Olindina Alves Pereira,35 - Centro - Florianópolis-SC - Cx.Postal 472 - Cep 88020-100 - Fone (48) 3222 4702

DIRETORIA - Presiden-te: José Miguel do Nasci-mento Júnior. Vice-Presi-dente Hortência S. MüllerTierling. Secretário GeralTércio Egon Paulo Kasten.Tesoureiro Paulo Sérgio Tei-xeira de Araújo.

CONSELHEIROS- Luiz Henrique Costa; Eduar-do Comeli Goulart; Melissa Arend das Neves; JoséAmazonas Gaspar; Anna Paula de Borba Batschau-er; Laércio Batista Júnior; Caio Roberto Salvino;Eliane Souza dos Anjos Tomazoni; Jussara Lopesde Freitas; Arani Schroeder; Carlos Roberto Mer-lin. Conselheiro Federal: Paulo Roberto Boff; VeraLucia Dal Forno.

Textos e Edição Isadora AtaídeProjeto Gráfico Alexandre Salles (48)9911 9400Diagramação SALLES Estúdio deProdução &Design Gráfico (48) 3348 7015Tiragem 6.000 exemplaresFotolitos e Impressão Gráfica Coan:::

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José Miguel, Paulo, Hortência e Tércio

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Novembro / Dezembro de 2006 • 3Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Cofa - Qual o papel do Ministério Pú-blico?

Antenor Chinato Ribeiro - O MinistérioPúblico (MP) recebeu com a ConstituiçãoFederal de 1988 a responsabilidade de de-fesa dos interesses sociais. Quando a Cons-tituição diz que o MP deve defender os in-teresses sociais está dizendo por conseqü-ência que deve defender os direitos de saú-de da população. O Conselho Regional deFarmácia é um ente que cuida de saúdepública quando fiscaliza a responsabilida-de técnica, preventivamente e às vezes tam-bém repressivamente. A vigilância sanitá-ria da mesma forma, quando ela faz o seutrabalho está agindo principalmente de for-ma preventiva, está fazendo saúde públicatambém quando é obrigada a autuar. Essesdois entes são de fiscalização, e interessaao MP a proximidade com eles. Também éresponsabilidade do MP vigiar para quetodos os entes públicos funcionem. E estesestão direta e indiretamente defendendo oconsumidor do serviço de saúde, dentro osquais se encontra a venda de medicamen-tos, o atendimento nas farmácias, que sãoquestões de saúde pública indiscutivelmen-te, embora muita gente pense que é apenasmais um ramo comercial.

C - O Conselho de Farmácia observaque as farmácias extrapolam o horáriode funcionamento autorizado pelas vigi-lâncias e declarado ao CRF/SC. Funcio-nam em horário ilegal e sem a presençado farmacêutico.

ACR - Essa conduta do proprietário defarmácia pode configurar infração penal decerta gravidade. No momento em que al-guém informa ou omite em documento par-ticular ou público uma informação jurídicarelevante - e a questão do funcionamento,do responsável técnico declarado perante oConselho, é uma informação jurídica rele-vante - a falsidade pode levar a caracteri-zar um crime de falsidade ideológica, que éapenada com reclusão. Outro aspecto quese percebe é que não há uma preocupaçãodas administrações municipais com o horá-rio de funcionamento dos estabelecimentos.Nós temos um convênio celebrado com aSecretaria de Estado da Saúde e com a Vi-gilância Sanitária ao qual aderiu o CRF/

“Farmácia é saúde pública”

ENTREVISTA

SC no sentido de ter a informação acercado descumprimento dessas normas legais.Em suma, se não for da alçada do ente fis-calizador, este deve informar a quem tenhaatribuição para resolver. Se o Conselho noseu trabalho perceber alguma infração danorma sanitária ou outra norma legal quepossa caracterizar um crime, alguma ofen-sa ao consumidor, deve comunicar ao MP.Nós recebemos essas informações e enca-minhamos para as comarcas corresponden-tes e os promotores de justiça tomam asmedidas de ordem criminal e de ordem cí-vel competente.

C - As farmácias alegam que a decla-ração do horário é uma previsão de fun-cionamento. Além disso, dizem que oCRF/SC não pode autuar pela ausênciado profissional se não há manipulação oudispensação de controlados.

ACR – Isso não descaracteriza de formaalguma a ocorrência de um crime, é sim-plesmente um argumento. O fato é que existea necessidade de se fazer uma declaraçãode horário de funcionamento, essa declara-ção é feita e não é cumprida. É uma infor-mação mentirosa. Porque existe uma res-ponsabilidade técnica e existe a necessida-de dos profissionais em todo o horário defuncionamento. Essa desculpa de que nãoestá manipulando ou não está dispensandosão desculpas, não tem o condão de desfa-zer o cometimento da infração.

C - A estrutura das vigilâncias sanitá-rias é inferior às demandas do setor dasaúde. Percebe-se ainda a pressão polí-tica para que estabelecimentos irregula-res permaneçam abertos.

ACR - A deficiência da vigilância sanitá-ria em Santa Catarina ainda é muito gran-de em relação aos municípios. Nós temos75 municípios que não têm serviço de vigi-lância sanitária. Temos 130 municípios comum fiscal e alguns destes destinam esse fis-cal para outras atividades. A bem da ver-dade a maciça maioria dos municípios ounão têm ou faz de conta que têm vigilânciasanitária. Pior ainda a situação com a in-terferência política, é o farmacêutico quetrabalhou na campanha, que é parente doprefeito, do vereador, do secretário. O fis-

cal é impedido de atuar ou a sua atuaçãodesaparece em face de influências superio-res decorrentes de vinculações políticas.Outra questão grave é que há uma rotativi-dade muito grande em vigilância sanitária.A maioria dos cargos não são previstos emlei, não são preenchidos através de concur-so. Vigilância sanitária é carreira de Esta-do, deve ser criado o serviço por lei, os car-gos devem concursados e especializados nasatividades que vão desempenhar.

C - A legislação estadual proíbe as dru-gstores, entretanto elas continuam fun-cionando. Quais têm sido as ações do MP?

ACR - Nós fizemos junto com a Diretoriada Vigilância Sanitária de Santa Catarinauma recomendação para todo o segmentopara que não se comercializassem produ-tos diversos daqueles permitidos por lei. Nocaso da farmácia, ela é não um estabeleci-mento comercial, mas de saúde. Ou nós cor-remos o risco dos supermercados voltarema vender medicamento. Agora as farmáci-as estão querendo virar mini-mercados. Hánecessidade de conscientização de quemestá no ramo farmacêutico de que farmá-cia é saúde pública e passar a cuidar detrabalhar corretamente dentro daquilo quelhe é permitido fazer.

C - Qual a responsabilidade das farmá-cias perante a sociedade?

É importante que o proprietário de far-mácia, o farmacêutico e os balconistas tra-vem conhecimento com a série de disfun-ções legais que consideram condutas pra-ticadas diariamente como crime. Existe umprocedimento que vez por outra a gente sedepara que é do medicamento controladosendo desviado e vendido. Isso é comerci-alização de entorpecente, a pena mínimaé de cinco anos. Existem algumas mistu-ras conservadas para manipulação que oemprego delas, ou depósito e posse, podelevar a uma pena mínima superior a oitoanos de reclusão, são considerados crimeshediondos. Então há uma responsabilida-de muito grande para se abrir uma porta ese colocar medicamentos e manipular dro-gas.

Antenor Chinato Ribeiro, Procurador do Ministério Público de Santa Catarina, fala sobre as responsabilidades dos órgãos fiscalizadores eda parceria entre MP, Conselho e Vigilância para denunciar irregularidades. Alerta que as farmácias são estabelecimentos de saúde e nãopodem transformar-se em mini-mercados. Diz que a função do Ministério Público é zelar pela saúde da população. Para o Procurador, asfarmácias que não cumprem o horário declarado ao CRF/SC estão cometendo crime de falsidade ideológica.

ANTENOR CHINATO RIBEIRO

PROCURADOR DO MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA

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4 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Um encontro com os candidatos agovernador de Santa Catarina foi pro-movido pelo Conselho Farmácia no mêsde agosto. César Alvarenga, EsperidiãoAmim, José Fritsch, Manoel Dias e Leo-nel Pavan apresentaram suas propostaspara a saúde e o setor farmacêutico.

Realizado no auditório do Conselhode Contabilidade, mais de cem profis-sionais estiveram presentes. O presiden-te do CRF/SC, José Miguel, destacouque fazer da farmácia um estabeleci-mento de saúde, a reformulação do có-digo sanitário e a questão do ensinofarmacêutico são prioridades do setore merecem atenção do Estado.

Amim apresentou como desafio paraSanta Catarina tornar-se um núcleo de

excelência emprodução def á r m a c o s .Fritsch disseser imprescin-dível a criaçãode fundos esta-duais para pro-dução, pesqui-sa e educaçãoem saúde. Pa-van destacou a descentralização e am-pliação dos serviços em saúde. A imple-mentação de uma lógica empresarial naadministração catarinense foi o enfoquedo candidato Alvarenga. Dias argumen-tou que a solução de todos os problemaspassa pela educação e a prevenção é cen-

Candidatos a governo apresentarampropostas aos farmacêuticos

tral nas políti-cas de saúde dopaís.

Para o conse-lheiro do CRF/SC Luiz Henri-que “o impor-tante foi opor-tunizar aos pro-fissionais co-nhecer as pro-

postas dos candidatos e contribuir noprocesso democrático. Independente doeleito, propostas que contribuam para auniversalidade e integralidade dos ser-viços de saúde devem ser implementa-das e fiscalizadas pelo controle social”.

Farmacêuticos avaliam açõesde comunicação do CRF/SC

ATIVIDADES DO CRF-SC

O Conselho de farmácia promoveuuma avaliação das suas ações de co-municação junto aos farmacêuticos.Qualificar e potencializar o diálogo comprofissionais e empresas foi objetivo doencontro realizado em 23 de outubro,em Florianópolis.

Foram selecionados 30 profissionaisda região da grande Florianópolis pri-vilegiando a mescla de farmacêuticosdas diversas áreas. Na primeira etapatodos receberam uma amostra de ma-teriais impressos e do vídeo institucio-nal do Conselho. O segundo momentofoi um encontro para críticas e suges-tões visando à melhoria dos veículos decomunicação.

Dezoito farmacêuticos participaramefetivamente da discussão, que abordouconteúdos, desenho e distribuição dosmateriais. Foi consenso entre os pre-sentes que o Conselho conseguiu imple-

mentar uma açãoefetiva de comuni-cação nos últimosanos, com a regu-laridade do Cofa ea criação dos jor-nais Farmacopéia eAnálise. Artigos ci-entíficos, reporta-gens e legislaçãoestão entre os temas privilegiados paraabordagem no Cofa segundo os farma-cêuticos, que assinalam em sua maio-ria como ‘muito boa’ a apresentaçãográfica da revista. Quanto aos murais,sugerem a redução do formato para fa-cilitar a afixação no estabelecimento,consideram ‘bons’ os assuntos tratadose ‘muito bom’ o desenho gráfico.

Entre as principais sugestões está aprodução de um material impresso queexplique aos usuários a função e a im-

portância do profis-sional farmacêutico,a exemplo do panfle-to “Farmácia, esta-belecimento de saú-de”.

Os presentes senti-ram-se valorizadoscom o espaço paradiscussão da política

de comunicação do Conselho. Acredi-tam que a ação deve ser repetida emesmo ampliada. “Foi uma experiên-cia piloto, nosso objetivo é entender asdemandas dos profissionais e das em-presas e ajustá-las a ação de comuni-cação. O CRF/SC é um órgão público ede classe, deve responder aos interes-ses do setor farmacêutico e da socie-dade”, diz a assessora de comunicaçãodo Conselho, Isadora Ataíde.

Farmacêuticos da indústria, farmácia e análisesclínicas avaliaram comunicação do CRF/SC

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Novembro / Dezembro de 2006 • 5Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Farmácia Notificadoraexpande-se em 2006

Em 2006 o Programa Farmácia No-tificadora do CRF/SC em parceria coma Anvisa e a Vigilância Sanitária deSanta Catarina capacitou 646 farma-cêuticos. Outros 73 profissionais par-ticiparam dos cursos de reciclagem.Dez cidades catarinenses sediaram arealização dos eventos, entre elas Ca-çador, Tubarão e Itajaí. Somente em2006 cem farmácias aderiram ao Pro-grama.

Santa Catarina é pioneira na imple-mentação da farmacovigilância. A ca-pacitação dos profissionais e a regula-ridade do estabelecimento perante oCRF/SC e a VISA/SC são pré-requisi-tos para a adesão das farmácias aoPrograma. Cerca de 300 estabeleci-mentos no estado estão aptos para anotificação das reações adversas, des-vios de qualidade e inefetividade tera-pêutica. Para divulgar a ação junto à

comunidade o Conselho produziu car-tazes e panfletos com espaço para in-serção do endereço da farmácia.

”A edição 2006 do Programa foi vi-toriosa. Os profissionais participaramdas capacitações e as farmácias aderi-ram, quem ganha é a sociedade e a saú-de pública. Em 2007 os cursos conti-nuam”, informa a vice-presidente doCRF/SC, Hortência Tierling.

Curso de capacitação e reciclagem realizado em Florianópolis

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6 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

A Comissão de Análise Prévia, ins-talada em setembro, tornou possível emno máximo 10 dias a liberação dos cer-tificados de responsabilidade técnica eregularidade perante o Conselho deFarmácia. Em média quarenta estabe-lecimentos solicitam inscrição todos osmeses, além da mudança de RT. “Des-burocratizamos o processo, as empre-sas não precisam aguardar a aprova-ção em plenária, o que diminui até paracinco dias a liberação do certificado,que antes demorava até 45 dias”, ex-plica o secretário geral do Conselho,Tércio Egon Paulo Kasten.

Antes da medida - aprovada por una-nimidade – empresas e profissionaisdavam entrada na documentação eaguardavam o parecer dos conselhei-ros em plenária, realizada mensalmen-te. O procedimento implicava em mé-dia 30 dias. Com a mudança os docu-mentos, protocolados nos escritóriosregionais, são analisados pelo conse-

Comissão de análise prévia avalia processos nas seccionais e acelera procedimentos

SECRETARIA

lheiro da região e se estiverem corre-tos o certificado é liberado. Caso hajadúvidas ou incorreções o próprio con-selheiro pode solicitar as informaçõese/ou adequações.

“O debate para a instalação da co-missão de análise prévia foi polêmico,o que é positivo, pois aperfeiçoamos aadministração do Conselho e facilita-mos os procedimentos. A medida exigea presença semanal dos conselheirosnas seccionais, o que promove a apro-ximação do CRF/SC da realidade dosetor farmacêutico na região”, avaliao conselheiro Luiz Henrique Costa, deBlumenau.

“Como a análise é nas seccionais te-mos o contato com o fiscal e avaliamoso perfil de assistência farmacêutica doestabelecimento quando da substituiçãodo RT, em caso de dúvida baixamos emdiligência. Também priorizamos a fis-calização dos estabelecimentos recémcertificados nos primeiros 60 dias, seja

dos horários de funcionamento ou dapresença do profissional”, relata o con-selheiro Laércio Batista Júnior, de Jo-inville.

O funcionamento da comissão nãoimpede que determinados processos se-jam enviados à plenária. Situações comoo pedido de inscrição de drugstores oumudança de RT de estabelecimentos quenão cumprem o horário de funcionamen-to são situações que exigem a discussãoentre os conselheiros, o mesmo em rela-ção aos técnicos em farmácia.

“A medida tem sido positiva, o cres-cimento do setor farmacêutico em San-ta Catarina exige o aperfeiçoamentotecnológico, humano e funcional”, dizo presidente do Conselho, José Migueldo Nascimento Júnior. Como dita alegislação, em caso de irregularidadesa certidão de regularidade pode ser re-colhida pelo fiscal farmacêutico doCRF/SC.

Conselho de Farmácia agilizacertificados de regularidade

Departamento de Administração e Controle (DAC)

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Novembro / Dezembro de 2006 • 7Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Em janeiro próximo inicia o SI-NAMM – Sistema Nacional de Aper-feiçoamento e Monitoramento Magis-tral. A iniciativa é da Associação Na-cional de Farmacêuticos Magistrais,mas podem aderir ao Sistema todas asfarmácias de manipulação que contem-plarem as exigências do regulamento.“Nosso objetivo é fazer educação con-tinuada, padronização de orientaçõestécnicas e procedimentos, controle dequalidade e auditorias. Estão inclusasexigências da Anvisa em relação àsboas práticas de manipulação”, resu-me o presidente da Associação, HugoGuedes de Souza.

Qualificar fornecedores de matérias-primas e insumos, compartilhar as in-formações sobre formulações magis-trais, discutir acompanhamento farma-coterapêutico e preparar as farmáciaspara a implantação de um sistema degestão de qualidade são outras metasdo SINAMM. A primeira edição doprograma terá 16 meses, nos quais far-mácia e farmacêutico participam deencontros de educação técnica e geren-cial com até 128 horas. Para o contro-le de qualidade devem ser enviados aos

laboratórios conveniados amostrasmensais de matéria-prima e de um pro-duto acabado ou semi-acabado emacordo com uma planilha estipulada.Além dessas, serão controladas análi-ses de uniformidade de conteúdo e mi-crobiológicas. Elaborado em parceriapela Anfarmag e a Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro, o Acompanha-mento Farmacoterapêutico tem comoprincipal objetivo “acompanhar a efi-cácia clínica do medicamento magis-tral”. Este item é optativo, e o estabe-lecimento que aderir acompanhará 10pacientes durante oito meses.

Um dos resultados do programa deveser o desenvolvimento de 120 Procedi-mentos Operacionais Padrões Técnicos,além dos procedimentos operacionaisabordados em cada tema. Ao final doSINAMM cada farmácia deve ter dis-ponibilizado cerca de 100 trabalhoscientíficos para as demais participan-tes. Os resultados finais de avaliaçãode excipientes também serão compar-tilhados. Cabe ressaltar que é obriga-tório para receber o certificado de con-clusão do programa que as farmáciasparticipem do processo de auditoria,

realizado por empresas terceirizadas,que inicia no sétimo mês.

São sócias da Anfarmag 2,5 mil far-mácias magistrais. Estima-se que hajano Brasil cerca de cinco mil e quinhen-tos estabelecimentos no setor. Segun-do levantamento da entidade em 1998,cada farmácia possui a média de 2,6farmacêuticos. Segundo o presidente daregional-SC, Wanderlei Willrich, aimplementação do SINAMM trarámuitas vantagens. “O projeto irá esti-mular o intercâmbio entre as farmáci-as magistrais, aproximação dos farma-cêuticos com a sociedade através doacompanhamento farmacoterapêuticoe compartilhamento de informações dosetor”.

O SINAMM começa no dia 21 dejaneiro próximo, as inscrições paraparticipação vão até o dia 18 de janei-ro. Em Santa Catarina o Sistema seráapresentado ao setor magistral no dia02 de dezembro, no Hotel Baía Norte,em Florianópolis.

O regulamento completo do SI-NAMM está disponível na página:www.anfarmag.com.br

Controle de qualidade para o setor magistralInscrições para adesão ao Sistema Nacional deMonitoramento Magistral vão até o dia 18 de janeiro

MANIPULAÇÃO

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8 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

LEGISLAÇÃO

Oito farmacêuticos foramconvocados às plenárias doCRF/SC neste ano para es-clarecimentos sobre a soci-edade com proprietários lei-gos. O que tem chamado aatenção do Conselho é a pe-quena participação dos pro-fissionais, na maioria doscasos em 1% do capital so-cial. “Nossa preocupação éinformar os farmacêuticossobre a perda dos direitostrabalhistas, a responsabili-dade técnica e os riscos comos prejuízos ou dívidas daempresa”, adverte o presi-dente do CRF/SC, José Mi-guel.

Nas sociedades, quandoum dos proprietários é far-macêutico ele pode ser res-ponsável técnico durantetodo o período de aberturada farmácia. Pois, como oproprietário não é regido pelas leis tra-balhistas, não está limitado às 44 ho-ras semanais, como os empregados con-tratados pela CLT (Consolidação dasLeis Trabalhistas). Assim, uma farmá-cia que fica aberta 16 horas, por exem-plo, não precisaria contratar dois far-macêuticos. Os encargos sociais são re-duzidos, pois o sócio não tem direito aFGTS (Fundo de Garantia por Tempode Serviço), décimo terceiro ou férias,entre outros. A preocupação do CRF/SC é que estas sociedades entre pro-prietários leigos e farmacêuticos sejamfictícias.

Giancarlo Geremias, farmacêutico eproprietário de farmácia em Videira,diz que a sociedade de 1% com um deseus farmacêuticos é resultado de umplanejamento para que os funcionários

mais antigos a partir deste ano tornem-se sócios a título de premiação e dizque a meta é aumentar o percentualgradativamente. “O FGTS será com-pensado por um contrato de aposenta-doria privada pago pela empresa comseguro de vida e invalidez e perspecti-va de aposentadoria aos 65 anos com odobro do ganho atual. As férias segui-rão um cronograma interno, comoacontece com os outros sócios”, escla-rece Geremias.

Já a farmacêutica Vivia Buzi, sóciade uma farmácia em Joinville, decla-rou que a sociedade surgiu para fugirdos encargos sociais, mas que o per-centual de 1% pode sofrer alterações.“Trabalho na empresa há um ano, meuganho continua sendo em acordo como piso salarial além da participação

Sociedade entre farmacêuticose leigos: risco ou oportunidade?Participação de farmacêuticos com 1% do capital em sociedade comercialelimina direitos trabalhistas e implica em divisão dos prejuízos

sobre as vendas, que gera umadicional de cerca de 40%”,declara a profissional. Elacomplementa que para estabe-lecer sociedade é preciso co-nhecer a idoneidade do propri-etário, sua capacidade admi-nistrativa e as vendas da far-mácia.

O objetivo do Conselho é ex-plicar aos profissionais as res-ponsabilidades em caso de fa-lência, na qual os prejuízos sãoiguais para todos os sócios, in-dependente do percentual departicipação. Deste modo, dí-vidas trabalhistas ou com for-necedores serão pagas, se ne-cessário for, até com o patri-mônio pessoal dos proprietá-rios. A prática do Conselhotem sido checar as informa-ções prestadas quando da mu-dança do contrato social coma Junta Comercial. “Queremos

proteger os farmacêuticos que desco-nhecem a legislação das sociedades eacabam tendo perdas econômicas irre-versíveis, seja dos direitos trabalhistasou do patrimônio pessoal. Vários pro-fissionais vieram queixar-se alegandodesconhecimento e omissão do Conse-lho quando tiveram prejuízos”, alertao conselheiro Laércio Batista Júnior.

É importante que os profissionaisque recebam proposta de sociedade in-formem-se sobre a legislação, dos pos-síveis ganhos e perdas com a parce-ria. Caso o farmacêutico sócio não es-teja na farmácia durante todo o perío-do de funcionamento desta, será autu-ado pelos orgãos fiscalizadores. Con-sultar advogados, contadores e dialo-gar com o Conselho é imprescindível.

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Novembro / Dezembro de 2006 • 9Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

CURTAS DO CRF-SC

Anulada habilitação em análises clínicas para biólogosA habilitação em análises clínicas do

curso de Ciências Biológicas da Uni-versidade do Planalto Catarinense(UNIPLAC) foi declarada nula pelaJustiça Federal de Santa Catarina. Aautorização da habilitação havia sidoconcedida pelo Conselho Estadual deEducação.

O juiz federal Carlos Alberto da Cos-ta Dias cancelou a habilitação por ser‘vedado ao Conselho Estadual de edu-cação, em atividade legislativa, ampli-ar o rol taxativo da lei”, referindo-seao fato de apenas biomédicos, médicose farmacêuticos estarem autorizados arealizar análises clínicas. Argumentou

profissionais sem o curso de especiali-zação. Em contrapartida, os que desen-volveram na graduação uma carga su-perior a 60 horas têm mais chances nomercado de trabalho. Daí o debate pro-movido pela entidade para a aprova-ção da nova Resolução. Em razão damudança da norma e do período detransição alguns processos de inscriçãoprecisarão ser analisados individual-mente.

O Ministério Público deu sentença fa-vorável aos farmacêuticos no que se re-fere à legalidade dos profissionais de re-alizar controle de qualidade das águasresiduárias e controle de operação de es-tações de tratamento de água e esgotosdomésticos e industrias, de praias e bal-neários. Foi declarada nula a Resolução114/89 do Conselho de Química que res-tringia tais atribuições aos químicos.

O texto cita o artigo 2º do Decreto85.878 de 1981 que estabelece comoatribuição do farmacêutico o tratamen-to e controle das águas de consumohumano. Alega ainda que atividade nãoé privativa ou exclusiva dos químicos.

A resolução 440/2005 do ConselhoFederal de Farmácia trouxe mudançaspara a habilitação em homeopatia.Desde 22 de setembro deste ano (datada retificação no Diário Oficial daUnião) a habilitação contempla a in-dústria. Contudo, o mais importante éa redefinição da carga horária da dis-ciplina e do estágio.

Tornou-se obrigatório o mínimo de 60horas para a disciplina de homeopatia,que vai além da filosofia e da farmaco-

técnica em acordo com a AssociaçãoBrasileira de Farmacêuticos Homeopa-tas (ABFH). Quanto ao estágio, a par-tir de agora será de no mínimo 240horas e pode ser realizado obrigatóriaou voluntariamente dentro da discipli-na. Ou seja, se a disciplina de estágioda graduação for inferior a 240 horas,o aluno poderá completá-las.

Segundo a ABFH os farmacêuticoshabilitados observam deficiência quan-do da entrevista e/ou contratação de

Estágio em homeopatia

Porém, faz a ressalva, em acordo comlei, que nessas atividades não podemser empregadas reações químicas con-

troladas e operações unitárias. A Pro-curadora da República Anna CarolinaResende de Azevedo Maia destaca tam-bém no parecer que o Superior Tribu-nal de Justiça já possui entendimentopela não exclusividade dos químicos emrelação de águas de consumo humano.

“É uma importante conquista para osfarmacêuticos. Entretanto, polêmicascomo essa confirmam a necessidade dareformulação da legislação sobre o âm-bito profissional farmacêutico e o ne-cessário diálogo com os outros conse-lhos profissionais”, reforça a conselhei-ra Anna Paula Batschauer, de Itajaí.

Farmacêuticos podem controlar qualidade das águas

também que nas diretrizes curricula-res nacionais para os cursos de Ciênci-as Biológicas não está prevista a habi-litação em análises clínicas para bió-logo.

“Ganha a sociedade que vê validadoo seu código legal e a garantia da qua-lidade dos serviços por profissionaisapenas com formação adequada. A de-cisão valoriza o farmacêutico e contri-bui para que outras universidades,quando da abertura dos cursos, respei-tem os âmbitos profissionais”, come-mora o conselheiro do CRF/SC CaioSalvino, de Lages.

Caio Salvino

Anna Paula Batschauer

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10 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Vigilâncias sanitárias precisamde investimentosFaltam profissionais nos municípios para intensificar fiscalizações. Vigilânciassofrem com pressão política dos estabelecimentos irregulares

A Lei 8080, do Sistema Único deSaúde entende a vigilância sanitáriacomo “um conjunto de ações capaz deeliminar, diminuir ou prevenir riscosà saúde e de intervir nos problemassanitários decorrentes do meio ambi-ente, da produção e circulação de bense da prestação de serviços de interes-se da saúde*”. Tal conceito abrange ocontrole de prestação de serviços e debens de consumo em todas as suas eta-pas. É com esta diretriz que se desen-volve a ação de fiscalização, que poderesultar inclusive na interdição dos es-tabelecimentos irregulares. Entretan-to, o tamanho da responsabilidade nãotem eco na infra-estrutura material eno número de fiscais das vigilânciassanitárias municipais de Florianópo-lis, Itajaí e Joinville, entre outras.

Como adversidade o já grande e cres-cente número de estabelecimentos. Areportagem do Cofa conversou com fis-cais e responsáveis pelas Vigilânciasnesses municípios para retratar asações, dificuldades e acertos que per-passam suas ações.

Florianópolis querdescentralizar as ações

“Visitamos as farmácias uma vez porano quando da inspeção sanitária pararenovação do alvará. Demais fiscaliza-ções só quando há denúncia, e elas sãopoucas. Enfrentamos também a pres-são dos estabelecimentos através depolíticos, por exemplo, quando infraci-onamos ou multamos”, relata o Asses-

sor-chefe em Vigilância em Saúde deFlorianópolis, o médico Valdir JoséFerreira. Na capital a ausência do res-ponsável técnico e o armazenamentodos medicamentos com outros produ-tos são as irregularidades mais comuns.Outro problema são as drugstores e avenda de produtos alheios à saúde. Se-gundo Ferreira a ação da vigilância éno sentido de inibir sua abertura e fun-cionamento, mas há aqueles com deci-são judicial autorizando as drugstores.“As solicitações de alvará são para es-tabelecimentos de saúde, mas quandoabrem acabam por fazer o comércio deoutros produtos”, diz o Assessor. A in-tenção da vigilância da capital é des-centralizar um núcleo de trabalho e asações de fiscalização para as regiõesnorte, sul, leste, centro e continente.

CRF-SC convidou a imprensa para mostrar irregularidades nas farmácias

CAPA

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Novembro / Dezembro de 2006 • 11Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Itajaí faz trêsvisitas por ano

A farmacêutica Vera Maria Loguer-cio, de uma farmácia Sesi de Itajaí,diz que ação e o atendimento da vigi-lância são bons e que neste ano já re-cebeu duas visitas. Denis Bilibio, res-ponsável técnico pela Medic Line re-cebeu duas vistorias. Porém, o farma-cêutico chama a atenção para a faltade estrutura, que se reflete quando te-lefona para solicitar informações. EmItajaí nos anos de 2005 e 2006 ape-nas duas farmácias foram interdita-das pela vigilância, uma delas por nãoter farmacêutico. No mesmo períodocinco foram multadas e tiveram seuarmário de controlados lacrado. Deacordo com o estudante de farmácia eestagiário da vigilância, AndersonCristiano da Silva, estão registradascerca de 50 infrações desde o iníciodeste ano. O município realiza emmédia cinco visitas por mês além dasvistorias. “Em geral as farmácias deItajaí possuem o farmacêutico respon-sável, inclusive as poucas que ficamabertas no período noturno. Só libe-ramos o alvará com o certificado deregularidade do Conselho”, observa adiretora de vigilância sanitária de Ita-jaí, Helena Gonçalves. Para a Direto-ra da Vigilância é importante traba-lhar com a orientação, e na cidade sãopromovidas reuniões para atualizar osproprietários e/ou profissionais sobremudança na legislação, por exemplo.“Não é admissível que sejam cometi-das irregularidades por falta de conhe-cimento da legislação, isso é obriga-ção dos proprietários e farmacêuti-cos”, completa Helena.

Joinville realizaações noturnas

A ausência do profissional no perí-odo noturno é a irregularidade maiscomum nos estabelecimentos de Jo-inville. “Estamos realizando açõesnoturnas para que as farmácias se re-gularizem. Em média temos fechadotrês estabelecimentos por mês em ra-

zão de estarem sem o responsável téc-nico há mais de trinta dias. Os pro-prietários alegam que faltam profis-sionais na região”, diz a fiscal far-macêutica Miriam de Fátima Souza.A troca permanente de informaçõesentre a fiscalização da Vigilância edo Conselho têm contribuído segun-do a fiscal. Entretanto, ela ponderaque uma das dificuldades são as pen-dências dos estabelecimentos com oCRF/SC, que impedem a entrega docertificado de regularidade e por con-seqüência do alvará pelo município.A venda de alimentos também é ini-bida com interdição do freezer ou aretirada dos produtos das gôndolas.“Nas farmácias de rede são tantas asatribuições do farmacêutico – cotasde venda, gerência, orientação dosfuncionários – que o profissional dei-xa a desejar nos aspectos de maiorrisco, como a aplicação de injetáveis,controlados ou medicamentos venci-dos”, comenta Miriam. Os estabele-cimentos do setor farmacêutico sãovisitados uma vez por ano. A priori-dade são para aqueles que não estãoregulares, de acordo com a Coorde-nadora de Vigilância Sanitária de Jo-inville, Jeane Regina Vieira. Pergun-tadas sobre a maior dificuldade parao trabalho de fiscalização, Coordena-dora e Fiscal alegam a falta de re-cursos humanos. “Não são apenas asfarmácias e drogarias, mas mais dedois mil estabelecimentos de saúdepara duas fiscais. Temos conseguidofazer um trabalho bom em Joinvilleno setor farmacêutico em razão daparceria com o fiscal do Conselho e

com as ações conjuntas”, avalia Jea-ne.

Dados do Ministério Público de San-ta Catarina indicam que 75 cidades nãopossuem vigilância sanitária, e 130contam com apenas um fiscal para to-das as atividades. “Os municípios re-cebem recursos da Anvisa como se es-tivessem desenvolvendo as ações. Hátambém a interferência política que fazcom que o fiscal seja impedido de atu-ar ou que sua atuação desapareça”,critica o procurador do Ministério Pú-blico, Antenor Chinato Ribeiro. Parao procurador as vigilâncias sanitáriasdevem ser criadas por lei, com concur-so público e cargos especializados.

Em agosto passado foi assinado umconvênio entre CRF/SC, VigilânciaSanitária Estadual e Ministério Públi-co para a troca mútua e permanentede informações relativas às irregulari-dades encontradas quando das açõesfiscalizadoras do Conselho e Vigilânci-as. “A partir das informações repassa-das pelo Conselho ao MP diversas far-mácias foram intimadas a prestar es-clarecimentos. Em Lages uma farmá-cia foi interditada, resultado da açãoconjunta. Vamos permanecer e refor-çar a prática, o que valoriza os profis-sionais e empresas que atuam comoestabelecimentos de saúde”, alerta opresidente do CRF/SC, José Miguel doNascimento Júnior.

Lei 8080/1990* Artigo 6º, parágrafo pri-

meiro da Lei Federal 8080de 1990 do Sistema Únicode Saúde.

Medicamentos não podem ficar nas gôndolas

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REPORTAGEM

É a Resolução de Diretoria Colegia-da 210/2003 da Anvisa que atualizaas Boas Práticas de Fabricação deMedicamentos. Sua elaboração consi-derou os avanços tecnológicos, as re-comendações da Organização Mundialde Saúde e a padronização das açõesda vigilância sanitária. Cumprir os re-quisitos da RDC é essencial para queas indústrias farmacêuticas estejamcertificadas e deste modo autorizadaspara a fabricação. Instituir as BoasPráticas de Fabricação1 e realizar ocontrole de qualidade2 depende e mui-to do farmacêutico. Afinal, o âmbitoda profissão parte do desenvolvimentodos fármacos e até a pós comercializa-ção rotulagem dos produtos.

A farmacêutica Márcia Wypyszynskida Costa formou-se em Santa Maria.

Fez estágio em São Paulo e atuou naprodução e no controle de qualidade deindústrias gaúchas. Hoje mora em Flo-rianópolis, mas trabalha em São José,onde fica a Indústria FarmacêuticaSanta Terezinha, da qual é sócia. “Es-tamos a dois anos no processo de ade-quação à Resolução. A maior dificul-dade são os custos dos equipamentospara realização do controle de quali-dade na própria empresa. Mas sãomuitas etapas, melhorias na produção,treinamento do pessoal padronizaçãodos documentos”, diz Márcia. Ela éresponsável técnica e pela Garantia deQualidade3 , além de atuar na produ-ção. A indústria tem como foco os fito-terápicos e possui 18 funcionários, en-tre eles, quatro farmacêuticos.

As atividades do farmacêutico na in-

dústria são regulamentadas pelo Con-selho Federal de Farmácia, através daResolução 387/2002. Neste regulamen-to está definido o conceito de “PessoalPrincipal”: (...) O pessoal principal in-clui o farmacêutico responsável pelaprodução, o farmacêutico responsávelpela Garantia de Qualidade, o farma-cêutico responsável pelo desenvolvimen-to de produtos, o farmacêutico respon-sável pelo controle de qualidade, o far-macêutico responsável pelas vendas edistribuição e o Farmacêutico Respon-sável Técnico (...). A RDC 210 retomaa definição de ‘pessoal principal’, exigeque os postos principais sejam ocupa-dos por pessoas que trabalhem em tem-po integral na empresa e proíbe a dele-gação de algumas responsabilidades.

“Treinamos todos os funcionários e

Farmacêutico na indústria: garantiade qualidade do início ao fimAgência Nacional de Vigilância Sanitária e Conselho Federal de Farmáciaregulam a responsabilidade do farmacêutico no processo de produçãodos medicamentos, do desenvolvimento à venda do produto

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1 “Boas Práticas de Fabricação é a parte da Garantia de Qualidade que assegura que os produtos são consistentemente produzidos e contro-lados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelo registro”.

2 “O controle de qualidade é a parte das BPF referente à amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização, documentaçãoe procedimentos de liberação que asseguram que os ensaios necessários e relevantes sejam executados e que os materiais não são liberados parauso, nem os produtos liberados para venda ou fornecimento, até que a qualidade dos mesmos seja julgada satisfatória. O controle de qualidadenão deve limitar-se às operações laboratoriais, deve estar envolvido em todas as questões relacionadas à qualidade do produto”.

3 “Garantia de Qualidade” é a totalidade das providências tomadas com o objetivo de garantir que os medicamentos estejam dentro dospadrões de qualidade exigidos, para que possam ser utilizados para os fins propostos. Portanto, a Garantia de Qualidade incorpora as BPF(Boas Práticas de Fabricação) e outros fatores, incluindo o projeto e o desenvolvimento de um produto, que não estão contemplados nafinalidade deste Regulamento”.

O responsável pela produção de-tém geralmente as seguintes respon-sabilidades: (a) assegurar que os produtos sejam

produzidos e armazenados de acor-do com os procedimentos apropria-dos, com a qualidade exigida;

(b) aprovar as instruções relativas àsoperações de produção, inclusive oscontroles em processo, e assegurara estrita implementação das mes-mas;

(c) assegurar que os registros de pro-dução sejam avaliados e assinadospor pessoal designado, antes que se-jam colocados à disposição do con-trole de qualidade;

(d) verificar a manutenção das instala-ções e dos equipamentos;

(e) assegurar que as validações dos pro-cessos, as calibrações e controle dosequipamentos sejam executados eregistrados e que os relatórios es-tejam disponíveis;

(f) assegurar que seja realizado trei-namento inicial e contínuo do pes-soal da área de produção e que omesmo seja adequado às necessida-des.

O responsável pelo Controle dequalidade possui as seguintes respon-sabilidades: (a) aprovar ou rejeitar as matérias-pri-

mas, os materiais de embalagem eos produtos intermediários, a gra-nel e terminados;

(b) avaliar os registros dos lotes; (c) assegurar que sejam realizados to-

dos os ensaios necessários; (d) aprovar as instruções para amos-

tragem, as especificações, os méto-dos de ensaio e os procedimentos decontrole de qualidade;

(e) aprovar e monitorar as análises re-alizadas, previstas em contrato;

(f) verificar a manutenção das instala-ções e dos equipamentos;

(g) assegurar que sejam feitas as vali-dações necessárias, inclusive a va-lidação dos procedimentos analíti-cos e calibração dos equipamentosde controle;

(h) assegurar que sejam realizados trei-namentos iniciais e contínuos dopessoal da área de Controle de qua-lidade, de acordo com as necessi-dades do setor.

Os responsáveis pela produção, Con-trole e Garantia da Qualidade devemexercer em conjunto, determinadasatividades relativas à qualidade, taiscomo: (a) autorização dos procedimentos e

documentos, inclusive suas atuali-zações;

(b) monitoramento e o controle do am-biente de fabricação;

(c) higiene; (d) validação de processo e a calibra-

ção de instrumentos analíticos; (e) treinamento, incluindo a aplicação dos

princípios de garantia da qualidade; (f) aprovação e o monitoramento de

fornecedores de materiais; (g) aprovação e o monitoramento dos

fabricantes contratados; (h) especificações e o monitoramento

das condições de armazenamento demateriais e produtos;

(i) arquivo de documentos/ registros; (j) monitoramento do cumprimento das

BPF; (k) inspeção, investigação e amostra-

gem, de modo a monitorar fatoresque possam afetar a qualidade doproduto.

Conheça as responsabilidade dos farmacêuticos da produção , Controle e Garantia de Qualidade segundo a RDC 210/2003.

executamos reciclagem. Eles precisam conhecer eestar atentos a todas as etapas, desde os registrosaté os procedimentos de higiene”, explica Márcia.O treinamento do pessoal é um dos pré-requisitosdas boas práticas de fabricação. Como devem sertreinados os profissionais envolvidos em todas asatividades que interfiram na qualidade do produto,a atividade muitas vezes fica por conta do farma-cêutico, como na Indústria Santa Terezinha.

Além da inspeção anual da vigilância sanitária, aRDC 210 obriga as indústrias a realizarem a auto-inspeção regularmente. Para Márcia a consistênciado programa de garantia de qualidade evita, por exem-

plo, o cancelamento de lotes, possibilita a prevençãodos problemas e a tomada de atitudes que resultamem melhorias. A experiência mostrou a ela que o far-macêutico é também administrador, gerente e coor-denador de equipes. “Cada vez a indústria requer maisprofissionais farmacêuticos para que caminhe de modouniforme. A responsabilidade do farmacêutico é mui-to grande, é ele que libera os lotes de medicamentos,garante a qualidade para o usuário”, alerta Márcia.

Acompanhe nas próximas edições do Cofa ou-tras reportagens sobre as Boas Práticas de Fabri-cação na indústria e as responsabilidades do far-macêutico.

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14 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

ARTIGO CIENTÍFICO

• SILVANA NAIR LEITE – CURSO DE FARMÁCIA; MESTRADO

EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO; DOUTORA EM SAÚDE

PÚBLICA – UNIVALI. SINDFAR-SC.

• IANE FRANCESCHET – MESTRE EM FARMÁCIA; CURSO DE

FARMÁCIA - UNESC

• PAULO ROBERTO BOFF – UNISUL, CONSELHEIRO

FEDERAL DE FARMÁCIA

• CLEIDSON VALGAS – MESTRE EM BIOTECNOLOGIA;CURSO DE FARMÁCIA – UNISUL

• EDNEIA CASAGRANDE BUENO – DOUTORA EM

BIOQUIMICA; CURSO DE FARMÁCIA, MESTRADO EM

CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS – UNIVALI

• LUCIANO SOARES – MESTRE EM FARMÁCIA, CURSO DE

FARMÁCIA – UNIVILLE

Contextualização

Uma análise histórica da formaçãofarmacêutica em nível de graduaçãoevidencia que a profissão farmacêuti-ca defrontou-se, principalmente a par-tir da década de 30, com uma acelera-da perda de identidade. Nos primeiros170 anos de ensino farmacêutico noBrasil (1832 – 2002), têm sido umaconstante as tentativas de alteração euniformização curriculares, culminan-do com os currículos mínimos de 1962,de efêmera duração, o de 1969, ao quala graduação em farmácia esteve sub-metida até poucos anos atrás (SAN-TOS, 1999) e o atual currículo gene-ralista, de 2002.

Alguns problemas podem ser apon-tados com a formação tradicional doprofissional farmacêutico, como a vi-são tecnicista, exclusivamente centra-

da no “produto” medicamento. Isto fazcom que, por vezes, o farmacêutico seesqueça que as horas empregadas nanova formulação de um medicamentotêm como objetivo final o ser humano,o usuário do medicamento e não a for-ma farmacêutica por si só (CORDEI-RO; LEITE, 2005). Além disso, depre-ciou-se a formação de um profissionalvoltado para a farmácia (ou, mais es-pecificamente, para a dispensação domedicamento), que vinha sendo substi-tuído por um profissional voltado paraoutras áreas do âmbito, como a áreade análises clínicas e de tecnologia dealimentos.

Percebe-se que o perfil de formaçãodo currículo tradicional, em sendo an-terior a Constituição Federal de 1988,não articula-se com o Sistema Únicode Saúde, implementado no final dadécada de 80. Enquanto os acadêmi-cos de Farmácia das universidades pú-blicas e privadas são melhor prepara-dos para trabalhar como pesquisado-res e analistas clínicos a partir da for-mação ofertada pelo currículo tradici-onal, há pouco contato com os serviçosde saúde, com os usuários de medica-mentos, seja em postos de saúde, hos-pitais ou nas farmácias do setor priva-do (FARMAPOLIS, 2004).

Uma das maiores contribuições dasDiretrizes Nacionais Curriculares (Re-solução CNE/CES 02/2002) é o focoda formação do farmacêutico com in-serção no sistema de saúde, em todosos níveis de complexidade, devendo sercapacitado a desenvolver assistênciafarmacêutica, em colaboração comoutros profissionais de saúde, articula-do ao contexto social, participando e

contribuindo para o desenvolvimento dasociedade.

No entanto, as competências defini-das como necessárias à formação ge-neralista do farmacêutico abrangemdiversas áreas de atuação. A amplitu-de dos conhecimentos requeridos aoexercício das competências e habilida-des específicas gera preocupação comrelação à implantação das diretrizescurriculares no desenvolvimento doscurrículos nas instituições de ensinosuperior e à capacitação do farmacêu-tico para atuar numa área mais espe-cifica.

A sociedade brasileira necessita demedidas de proteção para que o far-macêutico egresso da Resolução 02/02realmente esteja preparado para atuarem todo o âmbito profissional definidopelo Decreto 85.878/81, pois as Dire-trizes Curriculares, por si apenas, nãooferecem esta garantia. Deliberar so-bre questões relacionadas às ativida-des profissionais do farmacêutico cons-titui a atribuição central do ConselhoFederal e Regional de Farmácia.(Lei3.820/60). Ao Conselho cabe inscrevernovos profissionais em seus quadros eproteger a sociedade da atuação nãoadequada destes profissionais, ampli-ar o limite de competência do exercí-cio profissional e definir ou modificaratribuições ou competências dos pro-fissionais farmacêuticos e dispor sobreo reconhecimento de especialidades daFarmácia.

Sem considerar o problema na suaamplitude, o Conselho Federal de Far-mácia aprovou recentemente a Resolu-ção nº 430/05, que dispõe sobre o exer-cício profissional do Farmacêutico com

A identidade do farmacêutico em foco:resultados do Fórum de EducaçãoFarmacêutica do CRF/SC

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Novembro / Dezembro de 2006 • 15Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

formação de acordo com a ResoluçãoCNE/CES 02/2002. A Resolução defi-ne no Artigo 2º que os farmacêuticoscom formação generalista estarão ap-tos ao exercício de todas as atividadesprofissionais, observadas as resoluçõesespecíficas do Conselho Federal de Far-mácia, que tratam do âmbito profissi-onal (BRASIL, 2005).

Nesse contexto de ausência de regu-lamentação por parte do Conselho Na-cional de Educação onde não existedefinição e tampouco recomendaçõessobre carga horária e conteúdos míni-mos para a formação do farmacêuticonas suas áreas especializadas e, consi-derando-se que o âmbito profissionalfarmacêutico é extremamente amplo,é necessário construir propostas maisconcretas de direcionamento da forma-ção profissional, tendo como referen-cial ideológico a consolidação do far-macêutico como profissional de saúde,participante e co-responsável pela aten-ção à saúde da população brasileira.

Considerando a situação exposta, aComissão de Ensino do Conselho Regi-onal de Farmácia de Santa Catarinaorganizou o seu I Fórum de EducaçãoFarmacêutica de Santa Catarina, queocorreu no dia 15 de julho de 2006,em Florianópolis.

Metodologia aplicadaà organização eexecução do Fórum

Definida a necessidade da realizaçãodo Fórum nas reuniões da Comissão deEnsino, foi elaborado um Termo deReferência do Fórum pelos membros daComissão. Este termo apontava para otemário central do evento: “O farma-cêutico, para exercer a sua função naamplitude do âmbito profissional, devereceber formação superior adequada esuficiente para atuar de acordo com ograu de complexidade que a função re-querer”.

O Termo de Referência foi encami-nhado para os convidados: Coordena-dores dos Cursos de Farmácia de San-ta Catarina; Representantes das Comis-

sões de Ensino dos Conselhos Regionaisde São Paulo, Minas Gerais, Rio deJaneiro, Bahia e Pernambuco; Comis-são de Ensino do Conselho Federal deFarmácia; Sindicato dos Farmacêuti-cos do Estado de Santa Catarina, deMinas Gerais, de São Paulo e do RioGrande do Sul; Associação Brasileirade Farmacêuticos e FENAFAR.

No evento, os principais tópicos doTermo foram revisitados e foi apresen-tado um estudo realizado pela ProfaIane Franceschet que compara a regu-lamentação do âmbito de atuação dofarmacêutico com as diretrizes curri-culares e a grade curricular de algunsCursos de Farmácia de Santa Catari-na. A partir deste referencial, os parti-cipantes foram divididos em quatro gru-pos para o debate e a construção depropostas seguindo o seguinte roteiro:

Questionamentos para Discussão emGrupos

a) O grupo compreende que toda aárea de abrangência do âmbito profis-sional deve estar contemplado dentrodo Projeto Pedagógico de formação ge-neralista em igual nível de profundida-de? Justifique.

b) É possível separar o âmbito pro-fissional farmacêutico em níveis decomplexidade que permita parte da for-mação em caráter complementar? Jus-tificar.

c) Partindo-se da complexidade e evo-lução da atenção à saúde bem como dodesenvolvimento tecnológico, é possí-vel orientar os conhecimentos que o far-macêutico deve adquirir para exerceros diferentes aspectos do âmbito pro-fissional?

d) Dentro do eixo fármaco/medica-mentos quais competências e habilida-des relacionadas a quais conteúdos/co-nhecimentos, são estratégicos para aformação profissional? (independente-mente da Resol. 02/02)

As produções dos grupos foram pos-teriormente sistematizadas pela Comis-são de Ensino do CRF/SC, resultandono Documento Final do Fórum.

Esta perspectiva construída no eventoe na mobilização da Comissão de Ensi-no do CRF/SC está sendo disseminadaem outros Estados e será apresentada

também no Seminário de Coordenado-res de Cursos de Farmácia que aconte-cerá em novembro, em Brasília.

Principais resultados

A partir das apresentações dos pa-lestrantes e considerações feitas pelosgrupos de trabalho, pode-se chegar aalgumas compreensões comuns, confor-me descrito a seguir.

A Educação farmacêutica deu umsalto qualitativo com a publicação dasDiretrizes Curriculares Nacionais parao Ensino de Graduação em Farmácia,pois insere o farmacêutico no contextoda atenção à saúde.. Essas diretrizesmodificam a estrutura de formação dosfarmacêuticos, possibilitando inseri-losmais adequadamente na realidade dosistema de saúde vigente. No entanto,a formação de concepção generalista,pela sua complexidade, torna-se inexe-qüível pela amplitude de áreas de atu-ação que estas diretrizes pretendemcontemplar.

Este Fórum, sugere o redireciona-mento/reorganização do ensino de gra-duação em Farmácia, centrado na áreaprivativa de atuação do farmacêutico(fármacos e medicamentos). O ensinopode ser organizado a partir da estra-tificação de níveis de formação, con-forme segue abaixo. A figura 1 repre-senta, esquematicamente, a idéia ge-ral para a conformação do ensino far-macêutico segundo as conclusões desteFórum.

1) Núcleo central de formação (ca-ráter obrigatório):

Os cursos de Graduação em Farmá-cia devem possuir em comum uma for-mação que promova a identidade pro-fissional no âmbito de atuação privati-vo de fármacos e medicamentos. Essaformação deve garantir a plena forma-ção para o desenvolvimento, produçãoe controle de insumos e produtos far-macêuticos, gerenciamento de ativida-des farmacêuticas e formação farma-cológica e clínica para a dispensaçãode medicamentos, atenção farmacêu-tica e utilização racional de medica-mentos.

Para fortalecer a identidade profis-

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16 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

sional, entende-se que estas áreas deatuação são centrais na formação doprofissional farmacêutico: farmácia dosetor público, farmácia do setor priva-do, farmácia magistral, farmácia ho-meopática, farmácia hospitalar e indús-tria farmacêutica. Foi consenso desteFórum que o farmacêutico deve tercompetência para atuar em todo o âm-bito privativo, e em todos os níveis decomplexidade.

2) Núcleo estratégico (caráter obri-gatório):

Engloba as características que per-meiam o núcleo de formação central eo(s) núcleo(s) complementar (es), comoo aspecto atitudinal (profissional críti-co, reflexivo, humanista, etc.) e a atu-ação interdisciplinar. Deve garantirtambém o desenvolvimento de compe-tências para a plena atuação do far-

macêutico no Sistema Único de Saúde(SUS) e para a gestão de serviços desaúde e, especialmente, da AssistênciaFarmacêutica.

Este nível deve permear toda a for-mação do farmacêutico, pois constitu-em condições essenciais para atuaçãoprofissional na área da saúde. Envol-vem o caráter atitudinal, sanitário, ci-dadão, crítico, humanista, reflexivo epolítico, conhecedor das necessidadessociais de saúde

Além disso, deve objetivar a atençãoà saúde como premissa, enfatizando osserviços associados e não apenas omedicamento como um produto. Outrascaracterísticas importantes são: toma-da de decisões, comunicação, lideran-ça, administração e gerenciamento eeducação permanente. É também es-tratégico para a profissão, neste mo-

mento, a o desenvolvimento de habili-dades para a atuação de forma inter-disciplinar, colaborando para a conso-lidação das equipes de trabalho nosserviços de saúde e as competênciaspara a gestão da Assistência Farma-cêutica.

3) Núcleo complementar (caráterlivre):

Envolve a formação em outras áreasde atuação, como análises clínicas e to-xicológicas, tecnologia de alimentos,entre outras. Neste núcleo complemen-tar, a Escola escolherá livremente, res-peitando as suas características e po-tencialidades quais áreas de formaçãopretende enfatizar. Deverá garantir ainstrumentalização necessária para queo profissional tenha plenas condiçõesde desenvolver habilidades específicaspara áreas de atuação não privativas

Figura ilustrativa dos núcleos de formação do farmacêutico

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Novembro / Dezembro de 2006 • 17Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

e/ou novas áreas de atuação que a pro-fissão venha a assumir

Envolve outras áreas que podem sertrabalhadas, de forma complementar,em nível de Graduação, como análisesclínicas (ênfase no aspecto analítico eclínico) e toxicológicas, tecnologia dealimentos e cosméticos. Essas e as de-mais áreas contempladas no âmbito deatuação (Resoluções específicas doCFF) podem ser alvos para o núcleo/atuação complementar no ensino deGraduação (com disciplinas específicase/ou estágios), ou após a graduação (re-sidências, especializações, educaçãopermanente etc).

Cabe ao Conselho Profissional o as-pecto regulatório, autorizando a atua-ção do farmacêutico em determinadasáreas apenas com a formação específi-ca. Ou seja, um farmacêutico poderáexercer responsabilidade técnica emindústrias de alimentos ao comprovarformação suficiente nesta área comple-mentar. O grande diferencial é que esteprofissional terá uma visão de atençãoà saúde (núcleo estratégica), mesmoatuando em uma área complementar.

Outro ponto a destacar é que as ins-tituições de ensino devem fornecer aces-so a áreas complementares diferentes,possibilitando ao graduando o contatocom diferentes oportunidades profissi-onais. É também no eixo complemen-tar que as diferentes Universidades eas diferentes regiões do país podemexpressar sua vocação, oferecendo for-mação em maior nível de complexida-de em uma certa área específica de atu-ação. Consideram-se indispensáveis asseguintes competências do núcleo/atu-ação complementar para a formaçãodo farmacêutico:

Considerações eEncaminhamentos

Na avaliação dos membros da Comis-são de Ensino do CRF/SC os resulta-dos do Fórum satisfizeram as expecta-tivas tanto em questões teóricas (comoa construção de uma proposta teóricapara a estruturação da formação do

farmacêutico), mas também na refle-xão e mobilização geradas entre repre-sentantes das Universidades catarinen-ses e instituições representativas daclasse de várias regiões do Brasil. Ou-tros Estados, como São Paulo, MinasGerais e Rio de Janeiro estão promo-vendo o debate com seus pares, colo-cando o tema da educação farmacêuti-ca e da necessidade de direcionar a for-mação do farmacêutico em pauta.

O debate sobre a possível “perda” dedois importantes campos de trabalhodo farmacêutico, análises clínicas e ali-mentos, resultou na conclusão de que éo momento da profissão farmacêuticatomar para si a área de fármacos emedicamentos como identidade da pro-fissão, pois nesta área concentram-sesuas atividades privativas. Atendendoas necessidades do Sistema de Saúdepara a formação de profissionais desaúde, o foco nos medicamentos preci-sa estar alinhado à formação para aatenção à saúde e não para o produtoisoladamente. Para atender ao vastocampo possível de atuação e dar contade preparar o farmacêutico para criare atuar em novas áreas de trabalho, háa necessidade de instrumentalizar ofarmacêutico para desempenhar certasatividades. Em determinadas áreas es-pecíficas, por mais que o ensino na gra-duação não tenha contemplado ativi-dades práticas, o farmacêutico deveestar apto a identificar ferramentas quepossam auxiliá-lo a desempenhar estasatividades com qualidade. O farmacêu-tico deve apresentar a característicaprofissional de gerenciar o seu desen-volvimento profissional, por meio deeducação permanente, tendo como pre-missa a qualificação necessária para odesempenho de qualquer função.

Para tanto, também é necessária umaformação que permita o aprimoramen-to de seus conhecimentos com a cons-tante atualização e apropriação de con-teúdos científicos e tecnológicos, comotambém o desenvolvimento de habili-dades e atitudes.

O Fórum também indicou alguns en-caminhamentos que já começaram a serrealizados, como:

1. Repensar estratégias de capacita-

ção docente para que os professorespossam atuar numa nova visão em re-lação ao processo de ensino-aprendiza-gem.

2. Discutir formas de disponibilizara formação complementar (paralela-mente à graduação ou após esta). Tan-to uma quanto a outra ficará a critérioda IES, inclusive definindo a forma deoferecimento, desde que se mantenhaa aplicação do eixo de formação (co-mum a todos as cursos). A formaçãocomplementar poderá ser oferecida nasformas de: especializações, residênci-as, estágios, disciplinas optativas, etc.

3. Estudar estratégias para capilari-zar aos docentes dos cursos de Farmá-cia esta discussão.

4. Fomentar o debate sobre as possi-bilidades e retrocessos resultantes dasDiretrizes curriculares em vigor emtodo o país.

5. Construir no coletivo das repre-sentações da categoria profissional e asociedade formas adequadas de regu-lamentar e regular a atuação dos far-macêuticos oriundos da formação uni-versitária pela Resolução 02/2002.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Conselho Nacional de Edu-cação. Câmara de Educação Superior.Resolução CNE/CES nº 02, de feverei-ro de 2001. Institui Diretrizes Curricu-lares Nacionais dos Cursos de Gradua-ção na área de Saúde. Disponível em<http://portal.mec.gov.br/cne> Acessoem 23 de junho de 2006.

CORDEIRO, Benedito; LEITE, Sil-vana Nair (Org.). O Farmacêutico naatenção à saúde. 1.ed. Itajaí: Editorada UNIVALI, 2005.

FARMAPOLIS 13º Edição. OficinaTendências no Ensino em Farmácia:Educação em Serviço. Carta de Joinvi-lle sobre o ensino farmacêutico, examede proficiência e residência profissional.Joinville, 2005.

SANTOS, Manoel Roberto da Cruz.Profissão farmacêutica no Brasil: his-tória, ideologia e ensino. Ribeirão Pre-to: Holos, 1999. 155 p.

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18 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

CURSOS

Cursos de especialização e mestradonas universidades catarinensesPublicamos a seguir as principais informações dos cursos de especialização e mestrado na área das ciências farmacêuticas oferecidos pelas universidades catarinenses. Todasas instituições foram consultadas sobre seus programas de pós-graduação, divulgamos aqui os cursos que estão com inscrições abertas para o próximo período.

CoordenaçãoProf. Eduardo Comeli [email protected]

Objetivos• Ampliar e atualizar conhecimen-

tos específicos em Patologias do Eri-trócito, dos Leucócitos e Plaquetas,Hemostasia e Coagulação.

• Habilitar o profissional a exer-cer atividades básicas em hemote-rapia, em especial a coleta, imuno-hematologia e transfusão sangüínea.

• Valorizar dados qualitativos equantitativos no Controle de Quali-dade em Hematologia Laboratoriale na Hemoterapia

• Fornecer técnicas recentes aoprofissional que atua em Hematolo-gia Laboratorial.

• Abordar os aspectos teóricos das

alterações moleculares envolvidas nas principaispatologias hematológica que acometem os sereshumanos.

• Dirigir os profissionais para um entendimen-to das vantagens do uso da tecnologia do DNAno diagnóstico hematológico.

Público-alvoFarmacêuticos Bioquímicos, Biomédicos e Médicos.

Grade Curricular (carga-horária)• Introdução à Hematologia e a Hemoterapia

Laboratorial 45 horas• Anemias 75 horas• Hemoglobinopatias 30 horas• Imunohematologia e Hemoterapia 75 horas• Hemostasia 45 horas• Leucoses e Neoplasias hematológicas 90 ho-

ras• Bioestatística 15 horasTOTAL 375 horas

Vagas25

Investimento1+15 R$ 370,00

InscriçõesEmail: [email protected] ou

[email protected]: 3621-3121 ou 3621-3327 ou

3621-3360 ou 3626-4799

Local, horários e dias de funcionamentoFlorianópolis - HEMOSC

Encontros QuinzenaisSexta-feira das 18:30 h às 22:30 hSábado das 8:00 h às 12:00 h e das

13:30 h às 18:30 h

UNISUL - Tubarão

UNIVILLE - JoinvilleParceria

AJORPEME – Associação de Joinville e Regiãoda pequena, micro e média empresa

CoordenadoresProfa. Lígia Hoepfner e Prof. Patrik Oening Ro-

drigues

ObjetivoCapacitar o farmacêutico para a aplicação práti-

ca da assistência e atenção farmacêutica, que visa àprovisão responsável de terapia, medicamentosa ounão, em busca da melhoria de qualidade de vida dopaciente.

Público-alvoProfissionais farmacêuticos

ModalidadeCurso de especialização com 390h/a e monografia

na modalidade Formação para o Mercado de Traba-lho, conforme Resolução 001/01 do CEE/SC e 1/01do CNE/CES.

InscriçõesAté 28 de fevereiro de 2007 Taxa de inscrição: R$

75,00

Documentação• fotocópia (verso e anverso) do diploma de curso

superior e do histórico escolar do curso superior; doCPF e do RG;

• 1 foto 3x4.

Horário e local2ª a 6ª feira das 8h às 11h30min –

14h às 19h30min na Secretaria Acadê-mica de Pós-Graduação da Univille –sala A-120 – [email protected] – Tel: (47)3461-9126 – Fax: (47) 3461-9077

Informações do curso• Início previsto: março de 2007• Duração: 18 meses• Dias/horários: 6ª feira das 18h30min

às 22h; sábado das 8h às 12h30min edas 13h30min às 17h30min na Far-

mácia-Escola da Univille, localizada na Rua Mi-nistro Calógeras, 437, Centro, Joinville, com en-contros a cada 15 dias. Eventualmente, poderãoser realizados encontros semanais ou mensais.

• Vagas: mínimo 35 / máximo 45

Matriz curricular

Especialização em Assistência e Atenção Farmacêutica

Especialização em Hematologia e Hemoterapia Laboratorial (convênio com o Hemosc)

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Novembro / Dezembro de 2006 • 19Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

O Programa de Mestrado em Ciências Farmacêu-ticas visa formar um profissional de saúde crítico,reflexivo, consciente de seu papel no contexto sociale especializado em análises fitoquímicas, estudos deatividade biológica na pesquisa e desenvolvimento deensaios analíticos, insumos e medicamentos, dirigin-do sua atuação para a transformação da realidade,em benefício da sociedade.

ObjetivoO Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuti-

cas da UNIVALI visa a formação de recursos humanoscom perfil de profissional de saúde crítico, reflexivo,consciente de seu papel no contexto social e especializa-do em análises fitoquímicas, em estudos de atividadebiológica in vivo e in vitro, na pesquisa e desenvolvi-mento de ensaios analíticos, insumos, medicamentos ecosméticos, dirigindo sua atuação para a transforma-ção da realidade, em benefício da sociedade.

Perfil do egressoO Mestre em Ciências Farmacêuticas deve desen-

volver habilidades e competências em:a) Promoção da Saúde, através da pesquisa e de-

senvolvimento na área farmacêutica e prestação deserviços, analisando os problemas da sociedade e pro-curando solução para os mesmos;

b)comunicação, através da interação com diferen-tes docentes pesquisadores (nacionais e internacio-nais), além de alunos de mestrado e de graduação,em seminários, elaboração de publicações e exposi-ção de achados científicos em eventos, além da capa-citação para a docência;

c) liderança e tomada de decisões, através dotrabalho em equipe multiprofissional, do desenvol-vimento das disciplinas e projetos de pesquisa e nacolaboração em orientação de alunos de iniciaçãocientífica;

d) educação permanente para sua constante quali-ficação e capacidade de gerenciar sua formação eatuação profissional.

Durante a sua formação o mestrando deve cumprir24 créditos em disciplinas obrigatórias e optativas, ofer-tadas nas quintas e sextas feiras, e desenvolver o tra-balho de dissertação, durante um período de 24 me-ses, com prorrogação de no máximo seis meses.

A quem se destinaPortadores de diploma de cursos de graduação em

farmácia e áreas afins

Área de concentração e linhas de pesquisaÁrea: Produtos naturais e substâncias bioativas.

Linhas: a) Pesquisa e desenvolvimento de ensaios ana-líticos, insumos e medicamentos e cosméticos; b) Fi-toquímica e atividade biológica.

Processo seleçãoInscrições até 31 de janeiro de 2007. A documen-

tação exigida para a inscrição consiste no Requeri-mento de Inscrição devidamente preenchido confor-me anexo 1 (modelo disponível no endereço:www.univali.br/pmcf no item Processo Seletivo) eacompanhado dos seguintes anexos:a) Cópia do Diploma de Curso Superior de Farmácia

ou área afim, autenticado, ou Declaração de Cola-ção de Grau, autenticado.

b) Cópia do Histórico Escolar do Curso Superior;c) 02 (duas) fotos 3 x 4;d) Curriculum Vitae documentado, em duas vias, for-

matado conforme anexo 2 ou Modelo Lattes(www.cnpq.br)

e) Cópia da Carteira de Identidade;f) Cópia do Cartão CPF (Cadastro de Pessoa Física);g) Cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento;h) Cartas de Apresentação de dois Docentes de Nível

Superior em Farmácia e/ou de dois Profissionaisda Área Farmacêutica, que conheçam o desempe-nho intelectual/profissional do Candidato;

i) Comprovante do pagamento da taxa de inscriçãono valor de R$ 100,00 (cem reais), conforme for-mulário disponível no site www.univali.br/pmcf noitem Processo Seletivo.

Seleção12 e 13 de fevereiro de 2007, sl 305, Bloco 2712 de fevereiro: prova de proeficiência em inglês

(peso 4,0) – 09:00 às 12 HorasNos dias 12 (vespertino) e 13 (matutino): entre-

vistas (peso 2,0) e Análise de Curriculum Vitae (peso4,0).

Horário de Atendimento08:00h às 12:00h 13:30h às 17:30h Rua: Uru-

guai, 458, Centro – Itajaí - 88302-202 Bloco: 27-Sala: 301 Fone: (47) 3341-7932 – fax: (47) 3341-7744

UNIVALI - Itajaí Mestrado em Ciências Farmacêuticas

CoordenadorProf. Dr. Caio Mauricio Mendes de Cordova

[email protected]

Informaçõ[email protected] , tel (47) 3321-7370

ConvênioFURB / Fundação Fritz Muller

Publico alvoFarmacêuticos, bioquímicos, médicos, biomédicos,

enfermeiros e demais profissionais da área da saúde.

Inscrição01 / 11 / 2006 a 22 / 12 / 2006

Requisitos1. comprovante de graduação em Farmácia – ha-

bilitação em Análises Clínicas, ou em Farmácia comcurrículo generalista, ou graduação em Medicina, ouem Biomedicina, ou em Enfermagem, ou em Fisiote-rapia, ou em Educação Física, ou em Psicologia, ouem Odontologia.

2. apresentação do histórico escolar da Graduação.3. apresentação de Currículo Vitae.4. apresentação de carta de intenção.

CritériosCurrículo, carta de apresentação com descrição do

interesse em fazer o Curso.

Matrícula12 / 02 / 2007 a 09 / 03 / 2007

Período de realizaçãoInício: 30/03/2007 Término: 19/04/2008

Carga horária360 hs

Número de vagasmínimo 25, máximo 30.

MatrículaR$ 328,30

Mensalidades16 parcelas de R$ 328,30

Objetivos do CursoA partir da década de 1980, a área do laborató-

rio clínico experimentou uma grande evolução, como desenvolvimento dos imunoensaios para o diag-nóstico laboratorial da infecção pelo HIV, em se-guida aplicados em grande número de situações. Acaracterísticas dos testes laboratoriais para o di-

agnóstico das doenças infecciosas, como sensibili-dade e especificidade, modificaram-se muito nosúltimos anos. Isso fez com que a atualização dosprofissionais que solicitam ou realizam os exameslaboratoriais se tornasse ainda mais imperativa.Mas os desafios não cessaram. Novas metodologi-as, como as análises de DNA e RNA, inovações nosimunoensaios, mecanismos de resistência bacteri-ana, resistência viral, entre outros, tornam esta fas-cinante especialidade cada vez mais ampla e aomesmo tempo complexa. O desenvolvimento de no-vas metodologias possibilitou ainda o diagnosticode infecções para as quais não se dispunha de tes-tes laboratoriais até há pouco tempo. Se não bas-tasse, doenças emergentes e re-emergentes temdesafiado os profissionais da área da saúde cons-tantemente.

O objetivo deste curso é possibilitar o desenvol-vimento de conhecimentos aprofundados sobre osaspectos clínicos e laboratoriais das doenças in-fecto-contagiosas. Serão abordados os aspectos dapatogenia destas doenças, os atuais aspectos e asperspectivas futuras de tratamento e principalmen-te, os mais importantes meios de diagnóstico labo-ratorial, por métodos microbiológicos, imunológi-cos e moleculares.

Este Curso é destinado a farmacêuticos, bioquí-micos, médicos, enfermeiros e demais profissionaisda Área da Saúde, interessados em aprofundar seusconhecimentos em Infectologia, em nível de Pós-graduação latu sensu.

FURB - Blumenau Curso de Especialização em Doenças Infecciosas e Parasitárias - Pós-graduação “latu sensu”

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20 • Novembro / Dezembro de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

VADEMECUM

Carlos Drummond de Andrade, poeta e farmacêutico

O CONSELHO REGIONAL DE

FARMÁCIA DE SANTA CATARINA

DESEJA A TODOS OS

FARMACÊUTICOS E ESTABELECIMENTOS

INSCRITOS, ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS

E AMIGOS UM FELIZ NATAL E

UM PRÓSPERO 2007. NA CERTEZA DO

FLORESCER DE NOVOS PROJETOS E

REALIZAÇÕES! SAÚDE!

Receita de Ano NovoPara você ganhar belíssimo Ano Novocor de arco-íris, ou da cor da sua paz,Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido(mal vivido talvez ou sem sentido)para você ganhar um anonão apenas pintado de novo, remendado às carreiras,mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;novoaté no coração das coisas menos percebidas(a começar pelo seu interior)novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,mas com ele se come, se passeia,se ama, se compreende, se trabalha,você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,não precisa expedir nem receber mensagens(planta recebe mensagens?passa telegramas?).

20 • Junho / Julho de 2006 Conselho Regional de Farmácia - CRF-SC

Não precisa fazer lista de boas intençõespara arquivá-las na gaveta.Não precisa chorar de arrependidopelas besteiras consumadasnem parvamente acreditarque por decreto da esperançaa partir de janeiro as coisas mudeme seja tudo claridade, recompensa,justiça entre os homens e as nações,liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,direitos respeitados, começandopelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novoque mereça este nome,você, meu caro, tem de merecê-lo,tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,mas tente, experimente, consciente.É dentro de você que o Ano Novocochila e espera desde sempre.