52
NORTE-SUL, O CAMINHO PARA UM NOVO MODELO DE CRESCIMENTO A RECEITA PARA CONTINUAR CRESCENDO EM PLENA CRISE Apesar da crise, Valec assegura que obras da ferrovia entre Palmas e Anápolis serão entregues até dezembro do próximo ano GOIÁS INDUSTRIAL ENTREVISTA PPP atrairá investimento em 2010, diz Isaac Averbush, do Ministério do Planejamento Paralisadas pela crise, as empresas refazem seus planos e se preparam para tempos mais duros, já dando como certo o desaquecimento da economia ANO 56 # 226 março 2009 Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás Walterdan Madalena, da Cristal Alimentos: crescimento entre 15% e 20% em 2009

Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

NORTE-SUL, O CAMINHO PARA UMNOVO MODELO DE CRESCIMENTO

A RECEITA PARACONTINUAR CRESCENDOEM PLENA CRISE

Apesar da crise, Valec assegura que obras da ferrovia entre Palmase Anápolis serão entregues até dezembro do próximo ano

GOIÁSINDUSTRIAL ENTREVISTA

PPP atrairá investimento em 2010, diz IsaacAverbush, do Ministério do Planejamento

Paralisadas pela crise, as empresas refazemseus planos e se preparam para temposmais duros, já dando como certo o desaquecimento da economia

ANO 56

# 226março 2009

Revista do Sistema Federação dasIndústrias do Estado de Goiás

Walterdan Madalena, da Cristal Alimentos:crescimento entre 15% e 20% em 2009

Page 2: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Agende-se com o futuro

Feiras 2009

As missões da Rede CIN são uma grande oportunidade para as empresas brasileiras entrarem em contato com o mercado global, conhecerem melhor os concorrentes e ampliarem as oportunidades de negócios no exterior.

Confira a programação de feiras da Rede CIN e invista no mercado internacional

Luanda (FILDA)

Anuga

Canton

Feira Internacional de Havana (FIHAV)

MultisetorialLuanda, Angola13 a 20 de Julho

AlimentícioColônia, Alemanha8 a 15 de Outubro

MultisetorialGuangzhou, China13 a 20 de Outubro

MultisetorialHavana, Cuba1 a 8 de Novembro

Mais informações:Centro Internacional de Negócios

de Goiás - CIN/FIEG

Av. Araguaia, nº 1.544, 3º Andar, Edifício

Albano Franco, Casa da Indústria, Vila Nova

Goiânia-GO - (62) 3219-1488

[email protected]

www.sistemafieg.org.br

Cosmoprof

Hannover

Alimentaria

Salone Internazionale del Mobile

Bread & Butter

Higiene, perfumaria e cosméticoBologna, Itália1 a 7 de Abril

Tecnologia e automaçãoHannover, Alemanha17 a 25 de Abril

AlimentícioLisboa, Portugal17 a 24 de Abril

MóveisMilão, Itália20 a 26 de Abril

Têxtil e confecçõesBarcelona, Espanha29 de Junho a 4 de Julho

Page 3: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Plataforma Logística de Anápolis para atenderao aumento de cargas previsto para quandoa Norte-Sul entrar em operação.

Somente aquela região, segundo estudoencomendado pela Superintendência doPorto Seco, tem potencial para gerar 980 miltoneladas de cargas/ano, com os estímulosadequados e o suporte da ferrovia. Issosignificaria multiplicar por quatro amovimentação atual pelo porto, que é de240 mil toneladas/ano.

Outra boa perspectiva: para funcionaremcomo polos de operação logística, ao longoda ferrovia, está prevista a instalação de 13plataformas de integração intermodal. Cincoserão em Goiás, com a mais ampla delasconsiderada por antecipação a de maiorporte no País, planejada para se localizar entreGoianira e Inhumas.

3GOIÁS INDUSTRIAL

grãos de Goiás, e estendendo-a a SantaFé do Sul, em São Paulo.

Trata-se de um aval extraordinário àimportância da obra, iniciada há mais de20 anos e em implantação com recursosdo Programa de Aceleração eCrescimento (PAC) do governo Lula.Com tal acréscimo, a ligação do portode Santos, em São Paulo, ao porto deItaqui, passaria de sonho a realidade,viabilizando grandes empreendimentosindustriais e um novo corredor deimportação/exportação para o País. Seriao eixo central do sistema logísticoferroviário nacional, permitindo ummodelo novo de crescimento,contemplando descentralização e novasoportunidades de geração de riquezasfora dos polos mais dinâmicos daeconomia brasileira. Se o original daNorte-Sul incluía 1.574 quilômetros detrilhos, ganhou mais 680 quilômetrosentre Anápolis e Estrela D’Oeste, noNoroeste paulista.

A Goiás Industrial apresenta, nestaedição, um balanço da realidade e dosprojetos a serem executados naNorte-Sul. A palavra é da Valec,responsável pelas obras emterritório goiano, discorrendo sobreseu prosseguimento depois dosefeitos da crise financeira mundialsobre o Brasil.

Desses levantamentos, constamos preparativos do Porto Seco e da

Paulo Afonso [email protected]

Situamo-nos entre aqueles queconsideram a Ferrovia Norte-Sul aindamais importante do que se imagina, paraGoiás, o Centro-Oeste e o Brasil. Navisão do empreendedorismo, elamerece inclusão no rol das prioridadesda gestão pública, na atualidade e nospróximos anos.

Seu efeito desenvolvimentista temtudo para extrapolar as mais otimistasprevisões, daí nosso dever deempenhar-nos pela superação detodos os desafios surgidos, até suacompleta construção.

Constituindo a base de sustentaçãodo projeto Corredor Centro-Norte, aNorte-Sul interessa diretamente aosEstados do Pará, Maranhão, Piauí,Tocantins, de Mato Grosso e Goiás,além do Distrito Federal. Seu término eoperação motivarão o surgimento,nessas unidades federativas, dentreoutros, de megaprojetos de mineração,florestamento, siderurgia, metalurgia,cimento, calcário, fertilizantes e etanol,além de estimular a ampliação daprodução de grãos e de outrosprodutos agropecuários, por constituirgarantia de seu escoamento ao porto deItaqui, no Maranhão.

Some-se a essa alentadoraconstatação a anunciada intenção dogoverno federal de interligar a Norte-Sulà Ferronorte, passando pelo Sudoestegoiano, a maior região produtora de

A realidade da Ferrovia Norte-Sul

palavra do presidente

“Seu efeito desenvolvimentista tem tudo para extrapolar as mais otimistas previsões,daí nosso dever de empenhar-nos pela superação de todos os desafios surgidos”

Page 4: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

CAPA26 A crise adiou os leilões da subconcessão do trechoentre Palmas (TO) e Estrela D’Oeste (SP) para o final doano, mas a União reservou R$ 1,675 bilhão para as obrasda Ferrovia Norte-Sul – o que não é garantia de que osrecursos serão integralmente investidos. Até omomento, só foram concluídos 696 quilômetros detrilhos, perto de 31% da ligação desde Açailândia aointerior paulista. Mas, quando estiver pronta, a via setornará o eixo central do sistema logístico ferroviário doPaís, criando a oportunidade para a adoção de ummodelo novo de crescimento.

índiceA INDÚSTRIA E A CRISE 38 Em doses combinadas de ousadia,planejamento e foco no negócio, empresas esetores da indústria têm conseguido não sóescapar da crise financeira, como anunciam aexpansão de seus negócios, com novosinvestimentos. Como ponto em comum, sãoempresas que atuam em segmentos do mercado,como a indústria de alimentos e da construção,menos afetados pelo desaquecimento.

Page 5: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

ENTORNO DE BRASÍLIA22 A consolidação de arranjosprodutivos locais na região doEntorno do Distrito Federalvem criando oportunidadesde emprego e renda, com acapacitação de 3 mil pessoasaté aqui, entre outras ações.Em Luziânia, num exemplo, aárea destinada ao plantio demaracujá praticamentedobrou. Novos recursosestão a caminho para reforçaros R$ 3,5 milhões jáinvestidos.

FORMAÇÃO GRATUITA14 Atento às reaisnecessidades das indústrias,num cenário que poderá ser dedificuldades econômicas, oSenai Goiás decidiu ampliar aoferta de capacitação,especialmente em cursosgratuitos de aprendizagemindustrial voltados à formaçãopara o primeiro emprego e aoaprimoramento profissionalpara garantir aos trabalhadoresmelhores condições deempregabilidade.

ENTREVISTA8 Isaac Pinto Averbush, diretor da unidadede Parcerias Público Privadas do Ministériodo Planejamento, espera acelerar, nesteano, a formatação de PPPs para que, em2010, já livre da crise, o País possa receberum volume importante de investimentos.Averbush relaciona projetos em gestaçãoou em fase final de formatação, como defruticultura e irrigação, do novo data centerdo Banco do Brasil e da Caixa , implantaçãode metrôs urbanos e até satélites.

PRÊMIO TOPESTAGIÁRIO12 Vencedor nas fases regional enacional do Prêmio IEL TOPEstagiário, Robson FernandesAthanásio de Aguiar, estudantede jornalismo e estagiário doNúcleo de Apoio ao AlunoPortador de NecessidadesEspeciais da Faculdade Alfa, como projeto Tecnologia Assistiva. Osoftware Jaws lê e converte emvoz humana simulada oconteúdo da página webda instituição,tornando-a acessívela deficientes visuais,como o próprioRobson.

EDUCAÇÃO18 Júlia Bezerra deixou osertão nos anos 70, aos 21anos, com os pais e 11 irmãos,para tentar ganhar a vida nacidade. Hoje, 32 anos depois,comemora sua conquista maisrecente: entrar para o 1º anodo ensino médio da UnidadeIntegrada Sesi Senai Aparecidade Goiânia. Como ela, mais de20,3 mil pessoas terão nesteano acesso ao ensino gratuito.

Page 6: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

DDireção

José Eduardo de Andrade Neto

Coordenação de jornalismo

Joelma Pinheiro

Edição

Lauro Veiga Filho

Subeditor

Dehovan Lima

Reportagem

Andelaide Pereira, Célia Oliveira,

Geraldo Neto, Débora Orsida,

Divina Rosa,

Jávier Godinho

Colaboração

Welington da Silva Vieira

Fotografia:

Sílvio Simões

Projeto gráfico

Wesley Cesar

Diagramação e produção

Clarim Comunicação e Marketing

Rua S-6 nº 129, Sala 01,

Setor Bela Vista

(62) 3242-9095

www.clarimcomunica.com.br

[email protected]

Publicidade

SBF Produções

Sebastião Batista Filho

(62) 3293-2159

(62) 3233-1352

Fotolito e impressão

Gráfica Talento

As opiniões contidas em artigos assinados são de

responsabilidade de seus autorese não refletem necessariamente

a opinião da revista

GOIASINDUSTRIALSistema FIEG Conselhos Temáticos

Federação das Indústrias do Estado de Goiás

Presidente:Paulo Afonso Ferreira

Av. Araguaia, nº 1.544, Ed. AlbanoFranco, Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300Fax (62) 3229-2975

Home page:www.sistemafieg.org.br

[email protected]

NÚCLEO REGIONAL DA FIEG EM ANÁPOLIS

Presidente: Waldyr O’Dwyer

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí, CEP 75113-630,Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

E-mail: [email protected]

SESIServiço Social da IndústriaDiretor Regional:Paulo Afonso FerreiraSuperintendente:Paulo Vargas

SENAIServiço Nacional de AprendizagemIndustrialDiretor Regional: Paulo Vargas

IELInstituto Euvaldo LodiDiretor Regional: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

ICQ BRASILInstituto de Certificação Qualidade BrasilDiretor Regional: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

Diretoria da FIEG

PresidentePaulo Afonso Ferreira

1º vice-presidentePedro Alves de Oliveira

2º vice-presidenteWilson de Oliveira

3º vice-presidenteIvan da Glória Teixeira

1º secretárioHélio Naves

2º secretárioLuiz Gonzaga de Almeida

1º tesoureiroDomingos Sávio Gomes de Oliveira

2º tesoureiroAntônio de Sousa Almeida

DiretoresCésar HelouSegundo Braoios Martinez Ubiratan da Silva Lopes Marley Antônio da Rocha Joviano Teixeira Jardim Frederico Martins Evangelista Jorge Luiz Biasuz Meister Aluísio Quintanilha de Barros João Essado Flávio Paiva Ferrari Eduardo Cunha Zuppani Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio Cruvinel Câmara Elton Teles de Campos José Luiz Martin Abuli Eurípedes Felizardo Nunes Aldrovando D. de Castro Júnior José Magno Pato Domingos Vilefort OrzilRoberto Guimarães Mendes Raimundo Viana Dutra Carlos Alberto Diniz Humberto Rodrigues de oliveira Mário Renato G. de Azeredo

Conselho FiscalWaldyr O’DwyerDaniel VianaHeno Jácomo Perillo

Conselho de representantesjunto à CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro MabelConselho de

representantes junto à FiegAbílio Pereira Soares JúniorÁlvaro Otávio Dantas MaiaAurelino Antônio dos SantosCarlos Alberto DinizCarlos Alberto Vieira SoaresCarlos José de Moura JúniorCarlos Queiroz de Paula e SilvaCarlos Roberto VianaCésar HelouCyro Miranda Gifford JúniorDaniel VianaDomingos Sávio G. de OliveiraDomingos Vilefort OrzilEdilson Borges de SousaEduardo Cunha ZuppaniEduardo GonçalvesElton de Teles CamposEmílio Carlos BittarErnani Martins AlmeidaEurípedes Felizardo NunesFábio RassiFlávio Paiva FerrariFrancisco Gonzaga PontesFrancisco de Paula e SilvaHenrique Wilhem Morg de AndradeHélio NavesHeno Jácomo PerilloJaime CanedoJair RizziJairo FrançaJoão EssadoJoaquim Cordeiro de LimaJorcelino José Nunes NetoJosé Alves PereiraJosé Antônio VittiJosé Divino ArrudaJosé Francisco de SouzaJosé Luiz Martin AbuliJosé Magno PatoJosé Romoaldo Maranhão NetoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte SimãoLeonardo Jayme de ArimatéaLeopoldo Moreira NetoLuiz Carlos de MouraLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz RézioManoel Paulino BarbosaMário Drummond DinizMarley Antônio RochaMário Renato Guimarães AzeredoMoacyr Rabello Leite NetoNelson Pereira dos ReisOnofre Andrade PereiraOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Afonso FerreiraPedro Alves de OliveiraPedro de Souza Cunha JúniorRoberto Elias de Lima FernandesRubens Luiz BernardesSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSebastião Elias BarbosaSegundo Braoios MartinezUbiratan da Silva LopesValdenício Rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira

DesenvolvimentoTecnológico e InovaçãoPresidenteIvan da Glória TeixeiraVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático de Meio AmbientePresidenteHenrique W. Morg de AndradeVice-PresidenteDomingos Sávio Gomes de Oliveira

Conselho Temático de InfraestruturaPresidenteRoberto Elias de Lima FernandesVice-PresidenteCélio de Oliveira

Conselho Temático de PolíticaEconômicaPresidenteBeyle de Abreu FreitasVice-PresidenteMarley Antônio da Rocha

Conselho Temático de Relaçõesdo TrabalhoPresidenteOrizomar Araújo de SiqueiraVice-PresidenteRicardo Roriz

Conselho Temático de Micro ePequena EmpresaPresidenteHumberto Rodrigues de OliveiraVice-PresidenteCarlos Alberto Vieira Soares

Conselho Temático deResponsabilidade SocialPresidenteAntônio de Sousa AlmeidaVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático deAgronegóciosPresidenteAndré Luiz Baptista Lins RochaVice-PresidenteRodrigo Penna de Siqueira

Conselho Temático de ComércioExterior e Negócios InternacionaisPresidenteHeribaldo EgídioVice-PresidenteAlberto Borges

Conselho Temático Fieg JovemPresidenteAlexandre CostaVice-PresidenteMarduk Duarte

Rede Metrológica GoiásPresidenteHeribaldo Egídio

expediente

Page 7: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

SIAGOSindicato das Indústrias do Arroz noEstado de GoiásPresidente: Pedro Alves de OliveiraRua T-45, nº 60 - Setor Bueno -CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SIFAÇÚCARSindicato da Indústria de Fabricaçãode Açúcarno Estado de GoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62)3251-1045

SIFAEGSindicato das Indústrias deFabricação de Álcool no Estado deGoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 - [email protected]

SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica,Mecânicae de Material Elétrico do SudoesteGoianoPresidente: Eurípedes FelizardoNunesRua Costa Gomes, nº 143 - JardimMarconal - CEP 75901-550 - RioVerde - GOFone/Fax (64) 3613-4810

SINROUPASSindicato das Indústrias deConfecçõesde Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Edilson Borges deSousaRua 1.137, nº 87 - Setor MaristaCEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SINDUSCON-GOSindicato da Indústria daConstrução no Estado de GoiásPresidente: Roberto Elias de LimaFernandesRua João de Abreu, nº 427 - SetorOeste - CEP 74120-110 - Goiânia-GOFone (62) 3095-5155/Fax 3095-5176/[email protected]

Outros endereços

SIAASindicato das Indústrias daAlimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliáriode AnápolisPresidente: Ubiratan da Silva Lopes

SINDIFARGOSindicato das IndústriasFarmacêuticas no Estado de GoiásPresidente: Eduardo Gonçalves

SIMEASindicato das IndústriasMetalúrgicas, Mecânicase de Material Elétricode AnápolisPresidente: Elton de Teles Campos

SINDICERSindicato das Indústrias deCerâmica no Estado de GoiásPresidente: Laerte Simão

SIVASindicato das Indústrias do Vestuáriode AnápolisPresidente: José Vieira Gomide Júnior

Anápolis

SIAEGSindicato das Indústrias deAlimentação no Estadode GoiásPresidente: Sandro Antônio ScodroMabelFone (62) 3224-4253 / Fax 3224-9226 - [email protected]

SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas doEstado de Goiás e do Distrito FederalPresidente: Nelson Pereira dos ReisFone (62) 3212-6092/Fax [email protected]

SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas noEstado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515/Fax [email protected]

SIMAGRANSindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de GoiásPresidente: Carlos Queiroz de Paula eSilvaFone/Fax (62) 3223-6667

SINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefaçãoe Moagem deCafé no Estado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 3212-7473/Fax [email protected]

SINDAGOSindicato dos Areeiros do Estado deGoiásPresidente: Ernani Martins de AlmeidaFone/Fax (62) 3223-6667

SINDIALFSindicato das Indústrias de Alfaiataria eConfecçãode Roupas para Homens no Estadode GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 3223-2050

SINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativas dePedreirasdo Estado de GO, TO e DFPresidente: Moacyr Rabello LeiteNetoFone/Fax (62) [email protected]

SINDICALCESindicato das Indústrias de Calçadosno Estado deGoiásPresidente: Flávio FerrariFone (62) 3225-6412/Fax [email protected]

SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes eDerivados noEstado de Goiás e Distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e [email protected]

SIMELGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas,Mecânicas ede Material Elétrico do Estado deGoiásPresidente: Orizomar Araújo deSiqueiraFone/Fax (62) [email protected]

SIMPLAGOSindicato das Indústrias de MaterialPlástico no Estadode GoiásPresidente: Aurelino Antônio dosSantosFone (62) [email protected]

SINDICURTUMESindicato das Indústrias de Curtumese Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone (62) 3213-4900/Fax [email protected]

SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso,Decorações, Estuques e Ornatos doEstado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone (62) [email protected]

SINDILEITESindicato das Indústrias de Laticíniosno Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 3212-1135/Fax 3212-8885

[email protected]ÃOSindicato das Indústrias de Panificaçãoe Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaTelefax (62) [email protected]

SINDIREPASindicato da Indústria de Reparaçãode Veículos eAcessórios no Estado de GoiásPresidente: José Francisco de SouzaFone (62) [email protected]

SINDMÓVEISSindicato das Indústrias de Móveis eArtefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Manoel Paulino BarbosaFone/Fax (62) [email protected]

SINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo daRegião Centro-OestePresidente: André Lavor PagelsBarbosaFone (62) [email protected]

SINCALSindicato das Indústrias de Calcário,Cal e Derivados no Estado de GoiásPresidente: José Antônio VittiFone/Fax (62) [email protected]

SINPROCIMENTOSindicato da Indústria de Produtos deCimentodo Estado de GoiásPresidente: Marley Antônio da RochaFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]

SINDQUÍMICASindicato das Indústrias Químicas eFarmacêuticasno Estado de GoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]

SINVESTSindicato das Indústrias do Vestuáriono Estado de GoiásPresidente: José Divino ArrudaFone/Fax (62) [email protected]

Sindicatos com sede na Federação das Indústrias do Estado de Goiás - FIEG

sindicatos

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GOCEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e [email protected]

Page 8: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

8 GOIÁS INDUSTRIAL

Goiás Industrial - A legislação que regula asParcerias Público Privadas (PPP) vigora desde2004. Desde lá, qual o balanço que pode ser feitoda aplicação dessa ferramenta? Quais os desta-ques e quais os desafios que ainda permanecempara consolidação das PPP?

Isaac Pinto Averbush - Embora para alguns obalanço seja ainda modesto, eu o considero positi-vo. Porque as PPPs, como são uma ferramenta no-va de atração de investimentos no Brasil, envolvemum processo de aprendizado e também de mudan-ça de cultura e até de mentalidade em relação aosinvestidores e também em relação àqueles que de-cidem de que forma atrair investimentos. Talvez osque consideram o balanço modesto tivessem umaexpectativa mais ambiciosa em relação à velocidadeda atração desses investimentos. Mas, na verdade, alei é de dezembro de 2004 e, depois disso, veio odecreto que a regulamenta e define alguns procedi-mentos. Outros países passaram também por esseprocesso de aprendizado. Ao longo desse tempo,foram modelados alguns projetos, que o governodecidiu fazer por meio de concessão convencional,como foram os casos da Ferrovia Norte-Sul e daBR-116/324, no trecho da Bahia. Outros projetosestão sendo modelados, como é o caso do data cen-

ter do Banco do Brasil e do Projeto Pontal, na áreade irrigação, em Petrolina. De certa forma, trata-sede um projeto pioneiro no mundo, em função desua modelagem.

Goiás Industrial - Como os Estados têm par-ticipado desse processo?

Averbush - Ao mesmo tempo em que preparaesses projetos, o governo desenvolve uma atividadede apoio aos Estados. Firmamos um convênio como governo da Bahia; estamos em vias de assinar con-vênio com o Piauí, para ajudar na modelagem deprojetos; e estamos com negociações bem adianta-das com o Estado de Sergipe. Paralelamente, deve-mos firmar convênio com a Agência Espacial, temosdiscussões com outros ministérios, como o daDefesa, da Marinha, das Cidades, neste último caso,envolvendo metrôs urbanos. Temos realizado umtrabalho de divulgação e os Estados, de forma geral,têm respondido de forma muito positiva. Alguns játêm seus próprios programas de PPP, alguns comcontratos assinados, como é o caso de Minas Geraise São Paulo. No primeiro caso, o governo mineirotem o projeto da rodovia MG-50, prepara a licitaçãopara um complexo penitenciário. Em São Paulo, háa estação de esgoto da Sabesp e a linha quatro do

À espera de 2009

“Outros projetos estãosendo modelados, comoé o caso do data centerdo Banco do Brasil e doProjeto Pontal, na áreade irrigação. De certaforma, trata-se de umprojeto pioneiro no

mundo, em função desua modelagem”

entrevista com Isaac Pinto Averbushdiretor da unidade de Parcerias Público Privadas do Ministério do Planejamento

� Lauro Veiga Filho

Apesar da crise e por causa da crise, os investimentos em Parcerias Público Privadas (PPP)deverão deslanchar, de forma mais importante, apenas a partir do ano que vem. “Setodos os projetos vingarem, teremos um fluxo de investimentos interessante, talvez nãopara 2009, porque o processo de modelagem demora um pouco, mas possivelmentepara 2010”, prevê Isaac Pinto Averbush, diretor da unidade de Parcerias Público Privadasdo Ministério do Planejamento. Na verdade, essa não chega a ser uma estimativapessimista, porque leva em consideração, aponta Averbush, um conjunto diversificadode projetos, alguns em gestação, outros em fase final de formatação.

Page 9: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

9GOIÁS INDUSTRIAL

metrô. Em Pernambuco, há também um com-plexo penitenciário em licitação e já está licita-da a construção de uma ponte para viabilizarum complexo turístico. A Bahia contratou aconstrução do emissário submarino deSalvador. Dessa forma, aos poucos, essa meto-dologia vai se propagando no País. Algumas ci-dades já têm feito (contratos para PPP), como ocaso de Rio Claro/Rio das Ostras, na área de sa-neamento básico.

Goiás Industrial - Para Goiás já há pro-jetos previstos?

Averbush - Não sei se o governo do Estadotem alguma coisa nesse sentido. Mas, se houverdisposição do governo estadual, podemos ini-ciar uma parceria para ajudar o Estado no quefor preciso. Estamos abertos a isso.

Goiás Industrial - Como se deu esse pro-cesso em países que têm experiências naárea de PPP?

Averbush - As PPP foram um instrumentocriado na Inglaterra durante um período degrande restrição fiscal. Nos primeiros anostambém foi difícil deslanchar o processo.

Depois eles perceberam que a maior vantagemdas PPP não é de caráter fiscal, ou seja, o fatode o governo não ter dinheiro, precisar fazerinvestimentos e precisar atrair o setor privado.A grande vantagem das PPP está na área degestão. Consegue-se prestar melhores serviçosà população ou ao próprio governo, quandoele é o demandante, de forma mais eficiente emais eficaz. Isso significa prestar melhores ser-viços de forma mais barata, um serviço querealmente chega ao destinatário. Os projetosde PPP entram em funcionamento, com muitomais freqüência, dentro do prazo previsto doque os projetos de obras públicas contratadasda maneira convencional e cumprem o orça-mento também com muito mais frequência.Há uma vantagem clara sob o ponto de vista dagestão. Além disso, no caso do Brasil, dificil-mente se faz uma avaliação completa dos pro-jetos quando eles atrasam. Normalmente,quando se calcula o custo de um projeto, veri-fica-se quanto custou a obra física. Quando háatrasos, ninguém calcula os juros sobre o capi-tal empatado, que não estará rendendo nadaporque a rodovia ou o hospital não entrou emoperação no prazo contratado. Há ainda o cus-

to do serviço não prestado, que também nãoentra nesses cálculos. A obra mais cara é aque-la que nunca acaba, porque não entra em fun-cionamento e não produz nenhum resultado.As PPP, então, são uma forma muito interes-sante de garantir a entrada da obra em opera-ção dentro do prazo estabelecido em contratoe dentro do orçamento previsto.

Goiás Industrial - Não há possibilidadede falhas?

Averbush - Voltando à experiência inter-nacional, há uma vantagem para o Brasil nofato de não sermos pioneiros nesse setor, por-que pudemos aprender com os erros alheios eevitar cometer os mesmos equívocos.Conhecemos experiências malsucedidas emum ou outro país e, na legislação brasileira ena modelagem dos contratos, temos procura-do evitar os mesmos erros.

Goiás Industrial - Quais os exemplos deequívocos evitados pelo País, nesta área?

Averbush - Às vezes a questão não é neces-sariamente legal, mas de modelagem do contra-to, de desconhecimento do funcionamento do

“A grande vantagem das PPP está na área de gestão.Consegue-se prestar melhores serviços à população ouao próprio governo, quando ele é o demandante, de

forma mais eficiente e mais eficaz”

Page 10: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

10 GOIÁS INDUSTRIAL

mercado, sobre como os empresários quevão contratar o serviço se comportam.Um exemplo disso ocorreu em Portugal.O governo português contratou PPP paraa construção, ampliação, operação e ma-nutenção de estradas e os estudos de de-manda indicavam que o tráfego seria mo-desto e que o governo precisaria comple-mentar as receitas de pedágio. Os contra-tos fechados previam que, para cada carroque passasse na rodovia, o governo com-plementaria com uma determinada im-portância, num sistema conhecido como“shadow toll” ou “pedágio sombra”. Coma entrada do país na então ComunidadeEconômica Européia, Portugal cresceu deforma acelerada e houve verdadeira ex-plosão de demanda nas rodovias. Então,estradas que poderiam ser auto-sustentá-veis, via concessão, o governo começou apagar contraprestação para o serviço, semnecessidade para isso. Adicionalmente, osgastos com a contraprestação extrapola-ram em muito o orçamento previsto. Sãoerros na modelagem do projeto porque ogoverno assumiu riscos de demanda deforma inadequada, gerando prejuízos pa-ra o Tesouro português. Esse tipo de equí-voco não se comete mais.

Goiás Industrial - Essa questãoda contraprestação gerou polêmicano início, com debate em torno dequal deveria ser o nível de participa-ção do Estado e também em relaçãoàs garantias. Que tipo de solução foiencontrada em outros países e comoessas questões estão encaminhadasno Brasil?

Averbush - Sobre a questão das garan-tias, quando a lei foi aprovada, o País nãotinha recebido ainda o grau de investi-mento pelas agências de classificação derisco e não dispunha, da mesma forma, deuma situação fiscal, digamos assim, tãoconfortável como tem hoje. Isso não querdizer que a situação esteja folgada, mas arealidade há quatro anos era bem mais di-

fícil do que atualmente em termos de equilí-brio fiscal. Então, o Brasil precisava realmenteoferecer garantias para os investidores, casocontrário eles não teriam segurança para in-vestir. O governo criou o fundo garantidor deparcerias público privadas, composto por vá-rias formas de garantias, inclusive imóveis.Mas preferiu integralizar parte de seu capital,dentro do limite previsto em lei, com títulosmais líquidos. Para o empresário, uma garan-tia em imóveis não tem tanta liquidez e nãoseria atrativa. O governo decidiu integralizar ocapital daquele fundo basicamente com títu-los da dívida pública, que são bastante líqui-

dos, e ações de empresas “blue chips” (de pri-meira linha) ainda em poder do governo fede-ral, como papéis da Companhia Vale do RioDoce ou da Eletrobrás, que são cotadas embolsas, inclusive em Nova York. São compa-nhias sujeitas a um nível de governança bas-tante seguro, o que as torna interessantes paraa iniciativa privada. Dessa forma, foi possíveloferecer uma garantia sólida e atrativa para in-vestidores privados.

Goiás Industrial - Qual o capital dofundo atualmente?

Averbush - O fundo pode atingir até R$ 6bilhões, que é o limite que está na lei. Hoje,como o fundo é formado também por ações,que passam por momentos de intensa flutua-ção nas bolsas, torna-se difícil fazer uma esti-mativa. Mas deve estar em torno de R$ 2 bi-lhões, que é um valor bem razoável.

Goiás Industrial - Em relação à contra-prestação, isso será decidido caso a caso?

Averbush - Sim, essa será uma decisão to-mada caso a caso, dependendo não só da mo-delagem do contrato, como também do leilãono momento da licitação. Entre os critériosque a lei estabelece para seleção do parceiroprivado está a exigência de escolha daqueleque cobrar a menor contraprestação. O suces-so da PPP depende efetivamente em maiorgrau de leilões competitivos do que da mode-lagem em si. O fator chave realmente é a com-petição no momento da licitação.

Goiás Industrial - Qual a expectativado governo em relação às PPP, daqui parafrente, numa fase que se espera grandes di-ficuldades econômicas?

Averbush - Temos a expectativa, com cer-teza, de atrair investimentos. Primeiro, vocêtem capital no Brasil, temos dinheiro doBNDES (Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social), do Banco do Nordeste(BNB) e Banco do Brasil, via fundos constitu-cionais, fora capitais dos fundos de pensão,que se encontram em situação bastante sólida,capitalizados para fazer investimentos - e as

“A OBRA MAIS CARA É AQUELA QUENUNCA ACABA, PORQUENÃO

ENTRA EM FUNCIONAMENTO ENÃO PRODUZ NENHUM

RESULTADO. AS PPP SÃO UMAFORMA DE GARANTIR A ENTRADA

DA OBRA EM OPERAÇÃO DENTRO DO PRAZO

ESTABELECIDO E DENTRO DOORÇAMENTO PREVISTO”

Page 11: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

11GOIÁS INDUSTRIAL

PPP são particularmente atrativas para fundosde pensão, porque asseguram fluxo de receitasde longo prazo. O Brasil hoje é um dos favori-tos do mercado internacional para investimen-tos na América Latina, juntamente comColômbia, Chile, México. Isso não quer dizerque não sentiremos os efeitos da crise, mas ou-tros países sentirão mais do que nós. Mas conti-nuará havendo um fluxo interessante de inves-timentos no Brasil.

Goiás Industrial - Há alguma estimativasobre investimentos realizados ou já contra-tados por meio de PPP no País?

Averbush - Seria preciso fazer um levanta-mento nos Estados. No caso do governo fede-ral, os projetos modelados para PPP foramtransformados em processos de concessão con-vencionais. Estamos terminando o projeto doPontal e do data center do BB. Neste ano, deve-mos começar a modelar outros projetos, se aMarinha decidir alguma coisa, se o Ministériodas Cidades for adiante com os entendimentos,idem na Agência Espacial. Se todos os projetosvingarem, teremos um fluxo de investimentosinteressante, talvez não para 2009, porque oprocesso de modelagem demora um pouco,mas possivelmente para 2010.

Goiás Industrial - Qual a ideia em rela-ção ao data center, por exemplo?

Averbush - O Banco do Brasil e a CaixaEconômica Federal, em parceria, vão cons-truir um edifício para funcionar como sede dobackup do sistema de computação das duasinstituições. Estão sendo contratadas, além daconstrução, a operação e manutenção do pré-dio durante 25 anos. O vencedor da licitaçãovai não só construir o edifício, mas providen-ciar toda a parte de manutenção predial, o queinclui jardinagem, segurança, ar condiciona-do, tubulações de água e esgoto, infraestrutu-ra de telefonia etc, etc. O BB vai entrar comseu sistema de computação e a parte de cabea-mento lógico. A experiência internacionalmostra que não é interessante fazer PPP emáreas em que há uma evolução tecnológicamuito rápida, como é o caso da informática,

porque os contratos são de longo prazo.Torna-se complicado fazer especificações quedurem tanto tempo. Isso acontece também emhospitais. Em muitos hospitais públicos, noexterior, o prédio e toda a parte de suporte -ou seja, instalações elétricas e hidráulicas, lim-peza - ficam a cargo do empresário privado. Ogoverno entra com o chamado “pessoal de ba-ta branca”, ou seja, os médicos são do governoe, eventualmente, boa parte dos equipamen-tos são públicos.

Goiás Industrial - No caso do Pontal, oque será proposto?

Averbush - Imaginamos que poderá serum projeto de fruticultura, mas a cultura aser explorada será de livre escolha do em-presário. Se ele quiser plantar algodão oudendê, poderá também. São 7,7 mil hectaresirrigáveis, dentro de uma área total de 33,5mil hectares. A área pertence à Codevasf(Companhia de Desenvolvimento do Valedo São Francisco). Será realizada uma licita-ção para contratar uma empresa concessio-nária, que será responsável pela conclusãodas obras e pela operação e manutenção doscanais durante 25 anos. Não temos interes-se em contratar uma empresa que apenasconclua as obras, porque isso a Codevasfpode fazer. Para o governo interessa que oprojeto seja ocupado plenamente, ou seja,que aquelas terras se tornem produtivas, ge-rando empregos, impostos e melhoria dascondições de vida da população daquela re-gião. Essa é a grande dificuldade nos proje-tos do governo, que é a gestão da parte agrí-cola. O candidato à concessão, no momentoda licitação, terá de apresentar um ou maisparceiros agrícolas, que responderão pelagestão da parte agrícola, escolhendo as cul-turas, selecionando os pequenos produtoresque serão integrados.

Goiás Industrial - Essa é uma exigênciado projeto?

Averbush - Pelo menos 25% da área, deacordo com o projeto, terá de ser ocupadapor pequenos agricultores. Ganhará mais

pontos no processo licitatório, que levará emconta técnica e preço, aquele que se propuserintegrar maior quantidade de área com pe-quenos produtores, gerando mais empregos.Assim serão dois critérios de seleção: menorcontraprestação e maior integração de pe-quenos agricultores.

Goiás Industrial - O empreendedor teráde fornecer tecnologia e alguma outra formade suporte aos agricultores?

Averbush - Possivelmente ele fornecerátecnologia, treinamento, gestão, além de se ob-rigar a comprar pelo menos 75% da produçãodos pequenos, por meio de contratos que pre-verão o tipo de cultura a ser explorada.

Goiás Industrial - Qual a previsãodos recursos necessários para a conclu-são do projeto?

Averbush - Estima-se que a conclusão dasobras civis vá exigir entre R$ 94 milhões a R$ 100 milhões. Os investimentos na terra,equipamentos de irrigação, tubulações, devemvariar entre duas a três vezes esse valor. A áreadeverá estar ocupada em, no máximo, 66 me-ses. Mas o projeto todo pode estar concluídoem dois anos. Observe que a contraprestaçãosomente começará a ser pagar quando a terraestiver plenamente ocupada. O empresário pri-vado terá todo o interesse em antecipar a finali-zação da obra e a ocupação da terra, porque po-derá começar a receber a contraprestação maiscedo, aumentando a taxa interna de retorno deseu investimento.

Goiás Industrial - O que se podeadiantar para o empresário goiano em re-lação à perspectiva de investimentos emPPP no Estado?

Averbush - Isso dependerá de decisãodo governo do Estado de optar por essa fer-ramenta, que é muito flexível em termos deaplicação, o que vai desde estradas, que é oexemplo mais clássico, até penitenciárias,passando por hospitais, estações de trata-mento de água e esgoto, no setor de defesae no de transporte público.

Page 12: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

12 GOIÁS INDUSTRIAL

iel

Voz para quem não vê

�Célia Oliveira

Ele conta que foi desafiado a todo momen-to, mas que nada o impediu de alcançar seusobjetivos, quando participou da quarta ediçãodo Prêmio IEL TOP Estagiário, em Goiás.Portador de Retinose Pigmentar, uma deficiên-cia congênita que se caracteriza pela perda gra-dativa da acuidade visual, Robson FernandesAthanásio de Aguiar revela seu maior contenta-mento, além da premiação de seu projetoTecnologia Assistiva. “Saber que meu projetotem funcionalidade e que está contribuindo pa-ra melhor desempenho profissional, acadêmico

e social de outros portadores de deficiência.”Robson, de 21 anos, estudante de

Jornalismo e estagiário do Núcleo de Apoio aoAluno Portador de Necessidades Especiais daFaculdade Alfa, foi 1º colocado nas fases regio-nal e nacional (categoria Média Empresa) dapromoção, organizada pelos regionais e NúcleoCentral do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Oprojeto Tecnologia Assistiva possibilita acessibi-lidade ao site da instituição de ensino para oemprego do software Jaws, que lê e converteem voz humana simulada o conteúdo da pági-na web, deixando-a acessível aos que, comoRobson, são deficientes visuais.

A vitória, resultado da força de vontade esuperação, começou a ser planejada no iníciodo estágio, em agosto de 2008, quando, nasegunda semana de atividade, Robson deuinício ao curso de acessibilidade digital paraoutros portadores de necessidades especiais.Ele queria possibilitar isso a todos os defi-cientes visuais e conseguiu, conforme enu-mera, atingir os objetivos que tinha com oprojeto de estágio. “Contribuir no processode inclusão social; promover a capacitaçãode pessoas com deficiência visual na área deinformática, com uso de um sintetizador devoz; desenvolver estudos sobre linguagem

Estagiário desenvolve software que possibilita inclusão social de portadores de deficiência visual, em iniciativa premiada pelo IEL Goiás

Renata Sá, Robson Fernandes e Ricardo Prata: vencedores do Prêmio IEL TOP Estagiário em 2008

Page 13: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

13GOIÁS INDUSTRIAL

EDIÇÃO VENCEDORES - EMPRESA/INSTITUIÇÃO DE ENSINO

2005 1º - Ayslan Elias Ribeiro - Ambev/Padrão2º - Fernanda Costa Nunes - Ipasgo/UCG3º - Luciana Maria O. de Moura - Interagi Tecnologia/Universo

2006 1º - Walter Cardoso de Brito - Hospital Samaritano/Cefet2º - Gina Morais Ferreira Oliveira - Ambev/UFG3º - Vinícius Vieira de Sousa - UCG

2007 1º - Beatriz Regina Marques Nunes - Iquego/Cefet2º - Eduardo Lourenço de Sá - Cristal Alimentos/UFG3º - Ludmilla Ferreira da Costa - Marcelo Michel Hanna & Cia Ltda./Estácio de Sá

2008 1º - Robson Fernandes A. de Aguiar - Alfa2º - Renata Sá Oliveira - Vera Cruz Agropecuária Ltda./UFG3º - Ricardo Prata Faria de Andrade - LG Informática/UCG

PRÊMIO IEL TOP ESTAGIÁRIO - GOIÁS

“Faça das oportunidades momentosde preparo pessoal, intelectual e

profissional como chance de adquirirexperiências, habilidades e

competências em seu projeto de vida. Faça a diferença, seja

um empreendedor!”

Robson Fernandes A. de Aguiar, portador de deficiência visual, vencedor da edição

2008 do IEL TOP Estagiário/Goiás e do Prêmio IEL deEstágio/Nacional.

interpretativa de figuras e pesquisar cami-nhos viáveis para a promoção de acessibilida-de e navegabilidade no site da faculdade.”

Para ele, a premiação no IEL TopEstagiário representa avanço significativo nacarreira. “Foi um passo para que eu possa darcontinuidade na elaboração e execução deprojetos que buscam, em parceria, equacionarproblemas, decidir sobre soluções e efetivar aigualdade de oportunidades para todos”, en-fatiza Fernandes.

NOVOS TALENTOSA segunda colocação coube a Renata Sá

Oliveira, estudante de Agronomia naUniversidade Federal de Goiás (UFG) e esta-giária da empresa Vera Cruz Agropecuária.Com o projeto Comparativo Técnico eEconômico do Esterco Bovino com aAdubação Química, ela gerou ganho de

34,22% no custo com fertilizantes. Conquistou o 3º lugar Ricardo Prata de

Faria Andrade. Estudante de Engenharia daComputação na Universidade Católica de

Goiás, seu projeto Sistema LG FormandoTalentos resultou na criação de software para aempresa LG Informática, capaz de controlar agestão de pessoas e treinar estagiários.

União para bons resultadosEstagiários como Robson Fernandes,

Renata Sá e Ricardo Prata e empresas comoAlfa, Vera Cruz e LG Informática trazem expe-riências enriquecedoras para o mercado e, tam-bém, para pessoas, por meio das práticas de es-tágio que inovam, melhoram a gestão e criamnovos produtos. “Acreditamos que a união en-tre Universidade, empresa e aluno pode resultarem estágios ainda melhores”, ressalta o superin-tendente do IEL Goiás, Paulo Galeno Paranhos.

Exemplos neste campo, o IEL Goiás regis-tra desde o ano de 1971, quando iniciou a ge-renciar o programa de estágio no Estado. “Aolongo de todos esses anos desenvolvemosações em parceria com organizações e institui-ções de ensino para possibilitar ao estudante oconhecimento da realidade empresarial”, afir-ma o superintendente.

Quando lançou a primeira edição do IELTOP Estagiário, em 2005, o instituto almejavatornar públicas as melhores práticas de estágioem Goiás, uma vez que já as identificava dentreos estudantes e empresas clientes do Programade Estágio, nos cinco municípios (Anápolis,

Catalão, Luziânia, Itumbiara e Rio Verde) ondemantém unidades instaladas, e na capital.“Nestas quatro edições do prêmio temos, então,realizado nosso intento e estimulado o estudan-te de hoje a tornar-se o grande profissional doamanhã”, comemora Paranhos, ao enfatizar,também, o patrocínio da Caixa EconômicaFederal (CEF) para a edição de 2008.

Page 14: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

�Andelaide Pereira

Em momento de crise financeira, que temmenor impacto na indústria goiana em com-paração a outras regiões do País, como mos-tram as pesquisas Indicadores Industriais,realizada mensalmente pela Fieg, e doIBGE, mas que, mesmo assim, cortaemprego, a qualificação profissional éfator decisivo para garantir lugar nomercado de trabalho.

Atento a esse cenário e às reais neces-sidades das indústrias por mão-de-obra,o Senai Goiás anuncia a ampliação naoferta de capacitação, especialmente emcursos gratuitos de aprendizagem indus-trial voltados à formação para o primeiroemprego e ao aprimoramento profissionalpara garantir aos trabalhadores melhorescondições de empregabilidade.

Durante este ano, a instituição vai oferecer7.897 matrículas em programas gratuitos,dentro da meta global de 63.674, segundo oplano de ação integrado Sesi-Senai2009/2011. A programação mira, sobretudo,segmentos com maior demanda por mão-de-

obra qualificada no Estado, a exemplo da cons-trução civil que, assim como em 2008, devecontinuar abrindo novas oportunidades de tra-balho em Goiás. A expectativa tem como baseo boom vivido pelo segmento. A Associação deEmpresas do Mercado Imobiliário de Goiás(Ademi-GO) contabilizou 63 empreendimen-tos imobiliários lançados até dezembro do anopassado em Goiânia e Aparecida de Goiânia eque devem ser iniciados em 2009. A previsão éde que as obras devam gerar cerca de 20 milpostos de trabalho.

Além da construção civil, também serãocontemplados no plano de ação Sesi-Senai ossegmentos de açúcar e álcool, mineração, ali-mentos, química, eletricidade e eletrônica, me-talmecânica e automação, com ampliação daoferta de vagas em todas as modalidades deensino profissional - da aprendizagem indus-trial à pós-graduação.

14 GOIÁS INDUSTRIAL

senai

Qualificaçãoao alcance de todos

Qualificaçãoao alcance de todos

Senai Goiás decide ampliar oferta de cursos para capacitação de mão-de-obra,assegurando aos trabalhadores melhores condições de empregabilidade

20 MILé o número de vagas abertas em

empreendimentos já lançados em Goiás na construção civil

Page 15: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

15GOIÁS INDUSTRIAL

“Meu maior desafio é mostrar que, apesar das minhas limitações físicas, eu estou preparadapara atuar no mercado. E o mais importante é que agora tenho uma profissão.”

CRISTIANE SIQUEIRA, ao concluir curso de confeitaria

Marco Aurélio Rabelo: preocupaçãoé formar profissionais qualificados

Otimismo: Braz, 19 anos, aprende o ofício de eletricista de corte e ligação

Dentre mais de 7 mil matrículas destinadasàs ações de gratuidade no Senai Goiás, 5.255 é ameta prevista nos cursos de aprendizagem in-dustrial, modalidade de ensino gratuito voltadapara jovens e que motivou a criação da institui-ção no País há mais de seis décadas. Estudantede Engenharia Elétrica na UniversidadeCatólica de Goiás, Marcelo Alves de Oliveira,de 18 anos, é um dos alunos que iniciaram esteano um curso de aprendizagem na Escola SenaiVila Canaã, em Goiânia. “Não sou novato nainstituição, no ano passado conclui a aprendi-zagem em mecânica diesel. Fiz o curso influen-ciado pelo meu pai, mas acabei me interessan-do muito pela área e estou agora na turma deaprendizagem industrial em eletricista veicular.O mercado é promissor e um certificado doSenai é emprego garantido”, aposta. Além daaprendizagem, Marcelo pretende fazer, ainda

este ano, o curso técnico em mecatrônica, naFaculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna,também na capital.

“Estou feliz porque vou ter uma profissão epela oportunidade de poder ingressar em umagrande empresa”. Essa é a expectativa de BrazAndré Linhares, de 19 anos, integrante da pri-meira turma do curso de aprendizagem em ele-tricista de corte e ligação, ministrado pelaEscola Senai Canaã em parceria com a Evoluti -empresa que atua nas áreas de engenharia deserviços e de tecnologia da informação.

Os 34 aprendizes que compõem a turmasão alunos cotistas selecionados pela própriaEvoluti para atender à chamada Lei daAprendizagem, que regulamenta a contrataçãode jovens. “Não estamos preocupados apenasem cumprir com o que determina a legislação,mas, principalmente, em formar profissionaiscapacitados. Por isso investimos na parceriacom o Senai, referência em qualificação demão-de-obra para o mercado de trabalho”, jus-tifica o diretor de Tecnologia da Informação,Marco Aurélio Rabelo.

As estratégias da instituição para alcançaras metas estabelecidas incluem a adequação daoferta de educação profissional ao perfil da de-manda da indústria, intensificação de ações fle-xíveis e ampliação do atendimento a portadoresde necessidades especiais.

Para este último público, a instituição de-senvolve o Programa Senai de Ações Inclusivas(PSAI), para promover a qualificação profissio-nal e o acesso ao mercado de trabalho de pes-soas que, por algum motivo sociocultural, eco-nômico ou por preconceito, são discriminadas.

Em 2008, o Senai Goiás qualificou 644 pessoas,entre presidiários, portadores de necessidadesespeciais e idosos, em diversas atividades deeducação profissional, como auxiliar de marce-naria, informática básica e de mecânica auto-motiva. Neste início de ano, cerca de 40 porta-dores de necessidades especiais já concluíramcursos ministrados pela Faculdade deTecnologia Senai Ítalo Bologna e pela EscolaSenai Vila Canaã.

Deficiente auditiva, Cristiane Siqueira, de32 anos, vive a expectativa de conseguir coloca-ção no mercado de trabalho após a conclusãodo curso de confeitaria. “Meu maior desafio émostrar que, apesar das minhas limitações, es-tou preparada para atuar no mercado. O maisimportante é que agora tenho uma profissão.”

Enfrentando adiscriminação

Certificado na mão,emprego garantido

Page 16: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Em outra frente de trabalho, Sesie Senai mantêm 473 alunos em cur-sos técnicos articulados - experiênciabem-sucedida de integração do ensi-no médio com a educação profissio-nal, implantada ano passado emGoiânia e Anápolis. Nessa modalida-de de ensino gratuito, são ministra-dos cursos técnicos em alimentos, emautomobilística, em artes gráficas, emeletrotécnica, em química industrial eem eletromecânica.

Aluno do ensino médio articula-do, Vinícius Martins Calixto, faz o 2ºano da habilitação técnica em artesgráficas na Escola Senai Vila Canaã eestá empolgado com a prática profis-

sional realizada durante as aulas.“Temos um diferencial competitivoem relação aos alunos do ensino mé-dio convencional: a aplicação da teo-ria na prática nos deixa mais próxi-mos do mercado de trabalho.”

Para Rodolfo Soares, colega deturma de Vinícius, sua principalmotivação para fazer o curso foidescobrir que faltavam técnicos es-pecializados em artes gráficas emGoiás. “É grande a demanda porprofissionais no setor. Com a pro-gramação ampla e diversificada docurso, nossa formação será de acor-do com o perfil exigido pelo merca-do de trabalho”, explica.

16 GOIÁS INDUSTRIAL

senai

Integração na prática

Rodolfo Soares e Vinícius Calixto: diferencial competitivo

Iniciando no Mercado de Ações

A CMA oferece, para todas as pessoas interessadas em investir no mercado de ações, os cursos

Iniciando no Mercado de Ações e Análise Técnica.Os cursos serão realizados em Brasília / DF,

na Elo Consultoria Empresarial, nos dias 25 e 26 de abril .

Ligue agora

(11) 3053-2700 ou acesse o site

www.cmaeducacional.com.bre confira os descontos especiais

na contratação dos cursos.

,,eecerA CMA offeestir nvin

Iniciando no MOs cursos s

iaoronsultlo Cna E

essadas emertessoas indas as poa tpar os cursos,, ado de açõescno mer

ado de Ações cerM e a.Técnicnálise Aealizados emserão r ,asília / DFF,r B

nos diasial,esara Empr 25 e 26 de abr

aLigue agor

(11) 3053 2700

m

.

il .r

.cwwwone cna

(11) 3053-2700eesse o sitou ac

om.bracional.ccmaeduceciaisos esptona os descnfir

.tação dos cursosatrona c

Page 17: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

17GOIÁS INDUSTRIAL

de promover essa regulamentação, essencial paraque inovações propostas no texto sejamefetivamente implementadas. Também é precisoestar atento para que a regulamentação atenda aosreais interesses das microempresas e empresas depequeno porte e do desenvolvimento de Goiás edo Brasil. E, nesse contexto, cabe ao Estadoassumir seu papel proativo, como executor,protetor e fomentador dos interesses produtivos,de maneira que as alterações presentes nessa novalegislação sejam colocadas em prática, ou seja, emprol das MPEs.

Microempreendedor Individual (MEI) e aSociedade de Propósito Específico (SPE).Entrou em vigor no dia 1ª do corrente ano,exceto o MEI, que vai vigorar a partir e 1º dejulho, beneficiando, segundo previsões, cercade 11 milhões de empreendedores.

Poderão se inscrever como MEI, porexemplo, costureiras, sapateiros e artesãoscom receita bruta anual de até R$ 36 mil eque optarem pelo Simples Nacional. A novalei possibilita ainda resolver questões relativasao ICMS, como a cobrança do diferencial dealíquota interna e externa do imposto e comvalor agregado, além dasubstituição tributária que alcançaáreas de larga atuação de micro epequenas empresas, comomaterial de construção,alimentação e vestuário.Permite ainda que indústriasdo Simples Nacionaltransfiram crédito do ICMSpara grandes clientes,facilitando as vendas. E dáautonomia para Estados emunicípios concederemincentivos tributários às micro epequenas empresas semdepender do Confaz.

Finalmente, nota-se que háuma série de artigos queprecisam ser regulamentados.Nessa questão, é fundamental aação empresarial com o intuito

Humberto Rodrigues de OliveiraPresidente do Conselho Temático

de Micro e Pequena Empresa da Fieg

Fruto da mobilização das classesempresariais, em 2006 finalmente foisancionada pelo presidente Luiz Inácio Lulada Silva a Lei Complementar 123, que buscaestimular a competição e o livre mercado;estimular a inovação tecnológica; promovero desenvolvimento social (formalização);reduzir as disparidades regionais; gerarempregos e aumentar as exportações.

O estatuto (Lei Geral) representa ummarco importante para a melhoria doambiente de pequenos negócios no País.Desse modo, o texto avançou em relação àlegislação em vigor na época, porém estáaquém do necessário para promover demaneira considerável a formalização dessespequenos negócios.

Percebe-se um aperfeiçoamento dosistema tributário simplificado anterior(Simples). Surge o Simples Nacional, criadocom o objetivo de unificar a arrecadação dostributos e contribuições devidos pelas microe pequenas empresas brasileiras.

Posteriormente, essa lei foi alterada pelasleis complementares 127/2007 e 128/2008,tendo como objetivos principais oaperfeiçoamento e o ajuste do SimplesNacional. A LC 128/2008 resolve problemasreclamados pelo segmento relativos àcobrança de ICMS, desburocratiza a aberturae o fechamento de empresas, permite aentrada de novos setores econômicos noSimples Nacional e cria duas novaspersonalidades jurídicas, o

Mudanças e avanços da Lei Geral

artigo

“É preciso estar atento para que a regulamentação atenda aosinteresses das microempresas e empresas de pequeno porte”

Page 18: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

18 GOIÁS INDUSTRIAL

sesi

Educação, bem-estar e qualidade de vida

Sesi oferece a partir deste anomais de 20,3 mil vagas gratuitaspara educação básica em todasas unidades do Estado, emparceria com indústrias goianas

“Eu não desisto dos meus sonhos. Não tiveoportunidade de estudar. E foi uma

grande emoção, voltar para a salade aula concluir o ensino

fundamental e, agora, irpara outro nível”

JÚLIA DE SOUSA ALVESBEZERRA, aluna do 1º

ano do ensino médio na Unidade Integrada Sesi

Senai Aparecida de Goiânia

Page 19: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

19GOIÁS INDUSTRIAL

�Débora Orsida

Fim da década de 70. Júlia de Sousa AlvesBezerra, então com 21 anos, saiu do sertão per-nambucano com os pais e 11 irmãos. Perfil tí-pico de imigrantes que deixam o Nordeste pa-ra tentar a sorte em outras regiões do País.Vieram para Aparecida de Goiânia, em buscade uma vida melhor. Hoje, aos 53 anos, Júliasente-se realizada e vencedora. Aqui, casou, te-ve dois filhos, trabalha como funcionária pú-blica em uma escola estadual e em nada lem-bra a vida sofrida que tinha lá no sertão.“Quando penso na minha infância e adoles-cência lembro apenas do sofrimento que pas-samos, das dificuldades que meus pais enfren-taram para nos criar, de quando tive que pararde estudar para poder trabalhar e ajudar nasdespesas de casa”, conta.

Depois de aqui também enfrentar e supe-rar muitos desafios, ela comemora sua mais re-cente conquista: cursar o 1º ano do ensino mé-dio na Unidade Integrada Sesi Senai Aparecidade Goiânia. “Eu não desisto dos meus sonhos.Não tive oportunidade de estudar. E foi umagrande emoção, voltar para a sala de aula con-cluir o ensino fundamental e, agora, ir para ou-tro nível”, afirma

Ela conta que decidiu voltar a estudar de-pois que começou a trabalhar na cantina daEscola Márcio Milton Alves de Oliveira. “Éuma vergonha a pessoa que trabalha na escolae não tem estudo. Por isso resolvi voltar e,mesmo passando por dificuldades, não queromais parar.” Ela acrescenta que estudar é umexercício contra a depressão e a tristeza.“Tenho compromisso com a escola. Estudo demanhã, trabalho à tarde e quando chego emcasa à noite, depois de colocar tudo em ordem,faço minhas tarefas e meus trabalhos. Estudarpreenche meu tempo, exercita a mente e metraz conhecimentos”, diz.

Há um ano e meio Júlia estuda no Sesi e sótem elogios para a equipe da instituição. “Acoordenação e os professores são ótimos, aten-ciosos e nos motivam sempre. As instalaçõessão confortáveis, o material é excelente, enfim,estudar no Sesi é um incentivo’’, afirma.

Investimento com cidadaniaAssim como Júlia, mais de 20,3 mil pessoas

terão este ano acesso a ensino gratuito ofereci-do nas unidades do Sesi em Goiânia e no inte-rior, em todas as atividades referentes àEducação para o Trabalhador, dentro da moda-lidade Educação de Jovens e Adultos (EJA),que abrange alfabetização, ensino fundamentale ensino médio. A meta consta do Plano deAção Sesi-Senai 2009/2011.

O diretor de Educação e Tecnologia do Sesie Senai, Manoel Pereira da Silva, explica que oobjetivo é ampliar o atendimento da instituiçãoe contribuir para erradicar o analfabetismo noPaís. “A meta do Sesi é oferecer 6% dos recursoslíquidos em vagas gratuitas no próximo ano equeremos que esse porcentual alcance 16,67%em 2014”, destaca.

Ele acrescenta que as indústrias tambémpoderão fazer parceria com o Sesi e levar o pro-

grama de Educação para o Trabalhador para oambiente de trabalho, facilitando o acesso doscolaboradores à sala de aula.

Coordenador pedagógico da UnidadeIntegrada Sesi Senai Aparecida de Goiânia,Neuber Oliveira Silva destaca que a instituiçãoinveste em qualidade no ensino, com capacita-ção dos professores, em melhores ambientespara as aulas, equipamentos e material didáticopara que o aluno sinta-se sempre motivado equeira cada vez mais aprender e ampliar seusconhecimentos. “Temos a convicção de que in-vestir em educação é contribuir para a práticado exercício da cidadania. Proporcionamos aosnossos alunos atividades que resultem em me-lhor desenvolvimento e aprendizado, comoviagens pedagógicas, visitas técnicas, festas te-máticas, concursos de redações, feiras de ciên-cias e projetos de empreendedorismo.”

Comemoração: alunos do Telecurso festejam bons resultados alcançados

Na sala de aula: Jean Carlos ensina matemática aos alunos do novo Telecurso

Page 20: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

20 GOIÁS INDUSTRIAL

sesi

VIDA SAUDÁVELAlém da educação básica, o Sesi realiza tambémações nas áreas de saúde, lazer, cultura e esporte,visando à qualidade de vida dos trabalhadoresindustriais, bem como promove a prática daresponsabilidade social. Todas essas áreas estãocontempladas no Plano de Ação 2009/2011que a instituição elaborou em parceria com oServiço Nacional de Aprendizagem Industrial(Senai). “Planejar ações conjuntas em médioprazo evidencia a preocupação do Sesi eSenai Goiás em otimizar instalações físicas,recursos orçamentários e financeiros,garantindo atendimento de qualidade às indústriasem Goiás”, destaca o superintendente do Sesi ediretor regional do Senai, Paulo Vargas. Da mesma formaque o Sesi oferece vagas gratuitas para o ensino básico, asáreas de lazer, saúde e responsabilidade social da instituiçãotambém colocam à disposição do trabalhador da indústria eseus dependentes inúmeras atividades sem custo e quetrazem benefícios para saúde e bem-estar dos participantes.

José Paulo Lacerda

José Paulo Lacerda José Paulo Lacerda

Gils

on A

breu

Fonte: Plano de Ação Sesi Senai 2009/2011

Page 21: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

21GOIÁS INDUSTRIAL

icq brasil

Não bastaguardar

GRÃOSA equipe técnica do ICQ Brasil, instituição

do Sistema Fieg, já está preparada para atenderà demanda de armazéns interessados em cum-prir as exigências para certificação daquelasunidades, conforme determina instrução nor-mativa do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (Mapa). O prazo para enqua-dramento no Sistema Nacional de Certificaçãode Unidades Armazenadoras, que deveria ter seencerrado em 1º de janeiro, foi prorrogado, porrazões técnicas, para dezembro deste ano.

Aqueles armazéns que não se prepararem enão alcançarem a certificação a tempo estarãoproibidos de prestar serviços de estocagem degrãos, segundo alerta Pedro Bescow, assessor daCompanhia Nacional de Abastecimento(Conab) e coordenador do programa de im-plantação do sistema. O ICQ Brasil, devida-mente acreditado pelo Instituto Nacional deMetrologia, Normalização e QualidadeIndustrial (Inmetro), está escalado entre as cer-tificadoras responsáveis por auditar unidadesde armazenagem e conferir a adequação dosdocumentos apresentados por essas empresas.

Num primeiro passo para conseguir acertificação, os armazéns devem estar ca-dastrados na Conab. Em seguida, deverãoproceder à adequação de toda sua estruturae à capacitação de seu pessoal e buscar umorganismo de certificação de produtos(OCP) acreditado pelo Inmetro, que deverá

Armazéns terão atédezembro paraprovidenciar suaadequação às normasdo Sistema Nacionalde Certificação de UnidadesArmazenadoras

verificar se os requisitos técnicos recomen-dados e obrigatórios foram seguidos.

“Não houve exageros, nem exigências des-cabidas. O sistema foi debatido em mais de 40encontros com o setor privado e foi submetidoa audiência pública durante 90 dias. Os requisi-tos foram estabelecidos a partir de discussõescom um comitê de acompanhamento da certi-ficação, formado por representantes da iniciati-va privada e do setor público”, antecipa-seBescow a eventuais críticas do setor.

A consolidação das normas para certifica-ção do setor, que reúne perto de 16 mil unida-des no País, com capacidade estática para 126milhões de toneladas de grãos, em números

aproximados, na verdade foi um “trabalho pre-ventivo a futuras exigências do mercado inter-nacional”, lembra Bescow. Em fase de retração,como agora, esse mercado tem demonstradotendência renovada para práticas protecionis-tas, com adoção de barreiras técnicas e exigên-cias cada vez maiores em relação à presença deresíduos químicos em alimentos e em ração pa-ra animais.

A capacitação de pessoal, a manutenção deum responsável técnico que realmente visite aunidade de armazenagem e a instalação de equi-pamentos de termometria, aeração e exaustão ede sistemas de controle de cargas, entre outros,figuram entre as exigências da instrução.

Silos: exigências do Mapa antecipam eventuais pressões internacionais

Carlos Costa

Page 22: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

22 GOIÁS INDUSTRIAL

apl

O Entornodescobresua forçaCom investimentos de R$ 3,5milhões já realizados e novosrecursos a caminho, arranjosprodutivos capacitam mais de 3 milpessoas e criam oportunidades de emprego e renda

�Divina Rosa

“Praticamente dobramos a área plantada de maracujá, que ainda é ocarro-chefe da produção frutícola da região. Temos ainda uma demandapor aproximadamente mais 3 mil mudas. Estamos ansiosos com o iníciodo funcionamento da plataforma. Esta obra significa a concretização deum projeto e de um sonho. Representa um maior valor aos nossos frutos,amplia as possibilidades de comercialização e, consequentemente, vanta-gens para o consumidor. Estamos acompanhando cada passo, para queseja realmente um exemplo e atenda às nossas necessidades.”

Com esse entusiasmo, Adélio Soares, diretor e ex-presidente daCentral de Associações de Produtores de Luziânia, avalia os resultadosdo programa Arranjo Produtivo Local de Fruticultura desenvolvido peloSenai Goiás no município, no Entorno do Distrito Federal, e a expectati-va de pleno funcionamento da Plataforma de Beneficiamento eComercialização de Frutas.

A obra, pelos benefícios que irá trazer ao setor agroindustrial da re-gião, é apontada como um dos destaques das ações implantadas pormeio do APL, programa do governo federal, executado com recursos daRegião Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, li-gada à Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste, do Ministério da

Integração Nacional, em convênio com a prefeitura de Luziânia.Além de Luziânia, outras nove cidades (veja quadro) receberam re-

cursos para o desenvolvimento de seu potencial econômico por meio doprograma APL. Desde 2004, o Sistema Federação das Indústrias doEstado de Goiás (Fieg), por meio do Senai e Instituto Euvaldo Lodi(IEL), tem trabalhado em parceria com o governo federal no desenvolvi-mento e execução de diversas atividades em cidades do Entorno doDistrito Federal, com foco na respectiva vocação econômica. Os recursosdestinados ao desenvolvimento dos APLs são provenientes do Ministérioda Integração Nacional, por meio da Secretaria de Desenvolvimento do

Maria dos Remédios: 42 cooperadas já ajudam no sustento das famílias

Desempenho: produtividade e respeito ambiental em Pirenópolis

Page 23: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

23GOIÁS INDUSTRIAL

Centro-Oeste (SCO) e da coordenação da Região Integrada deDesenvolvimento do DF e Entorno (Ride), com contrapartida de insti-tuições parceiras, como o Senai e prefeituras municipais. Já foram inves-tidos R$ 3,5 milhões na execução das ações.

Nesse período, foram capacitadas mais de 3 mil pessoas em diversoscursos ligados à área de desenvolvimento de cada APL, prestadas consul-torias e assessorias técnicas e tecnológicas a 238 empresas e empresáriosdos diversos setores atendidos, realizadas 52 visitas técnicas e missõescomerciais. Seis cooperativas foram constituídas e outras duas passarampor trabalho de atualização e capacitação de seus integrantes.

O coordenador da Ride, Carlos Henrique Menezes Sobral, afrimaque o programa APL “bem estruturado movimenta todos os elos da ca-deia produtiva da economia regional e garante a geração de emprego erenda para a população.”

EMPREGOS COM QUALIFICAÇÃO

Em Santo Antônio do Descoberto, onde foi contemplada a área deconfecção, o programa conseguiu promover a organização de 42 pes-soas em uma cooperativa, que hoje atende a demandas de indústriasde Brasília e cidades próximas. Varias cooperadas não tinham profis-são ou trabalho e agora conseguem ajudar no sustento de suas famí-lias, destaca a presidente da Cooperativa de Produção em Confecção eArtesanato (Coonarte), Maria dos Remédios Muniz Amário.

O coordenador da Ride aponta o APL de Pirenópolis como outroexemplo de bons resultados alcançados. Na cidade turística, o progra-ma focou na organização da cadeia produtiva de extração e comercia-lização do quartzito mineral, mais conhecida como Pedra dePirenópolis. Além dos avanços obtidos por meio de capacitações, as-sistências técnicas e outras ações, marcaram o desenvolvimento doprojeto a participação e colaboração efetiva de diversos setores e enti-dades. As ações mobilizaram o governo federal (MI/SCO/RIDE),Senai, Secretaria de Indústria e Comércio do Estado de Goiás, pormeio da Superintendência de Geologia e Mineração/Funmineral,Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado de Goiás(Simagran), Sebrae, empresários e prefeitura. “O desenvolvimentoterritorial passa pela ação conjunta e essa seguramente é uma das maisbem-sucedidas”, afirma Sobral.

O presidente da Cooperativa de Pedras de Pirenópolis (Coopepi),José Ribeiro da Silva, considera que com as ações desenvolvidas foi pos-sível melhorar o desempenho das atividades na pedreira, com relação àprodutividade, segurança e também ao meio ambiente. “Procuramos fa-zer dentro do possível da forma como foi ensinado”, declara.

Produção de maracujá em Luziânia: demanda para mais 3 mil mudas

Fonte: Coordenação de Projetos do Senai Goiás

Page 24: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

24 GOIÁS INDUSTRIAL

marcas e patentes

Depois de anos de trabalho duro e de mi-lhares ou mesmo de milhões de reais investi-dos em pesquisa e desenvolvimento, em equi-pamentos e instalações, a empresa está prontapara colocar no mercado seu mais novo produ-to ou a nova marca, que embute conceitos ou-sados de mercado. Todos os cuidados com acriação, design e embalagem foram tomados. Acampanha publicitária, caríssima, como exigea inovação produzida, também está aprovada epromete sacudir os concorrentes.

A essa altura, o empresário descobreque ele e sua equipe deixaram de lado umcuidado aparentemente ínfimo: a concor-rência já havia registrado algo semelhanteno Instituto Nacional de PropriedadeIntelectual (INPI) e sua empresa não poderáexplorar a marca pretendida e nem o produ-to desenvolvido. Anos perdidos. E prejuízosna certa, por falta de informação e esclareci-mento, afirma Karina Régis dos Santos, di-retora da Vilage Marcas e Patentes.

“Uma simples pesquisa no banco de da-dos do INPI poderia acusar que essa marcaou produto já é de titularidade de uma em-presa concorrente”, diz ela. O registro damarca, prossegue, “é a única maneira de nãosofrer esse tipo de problema e manter seu ne-gócio protegido.”

Há aproximadamente dez anos, a Vilagedesenvolveu um software próprio e exclusi-vo, que acelera a confecção dos relatórios

exigidos pelo INPI e facilita o trabalho deanálise dos produtos pela equipe de enge-nharia. “Isso nos permite depositar marcasem 24 horas e patentes em até 72 horas. Essaagilidade é fundamental no mundo dos ne-gócios, pois qualquer demora no protocolode um pedido poderá acarretar sérios prejuí-zos para o cliente”, afirma.

Como vantagens, o titular adquire o direi-to de uso exclusivo da marca para identificaros produtos ou serviços decorrentes de suaatividade, facilitando o combate à pirataria e areparação por eventuais prejuízos causadospelo uso desautorizado da marca registrada.“Além da exclusividade do uso, o titular deuma marca pode tomar todas as medidas ca-bíveis à defesa de seus direitos e interesses,tanto no Brasil, como em outros países, numdireito assegurado também a licenciados, em-presas coligadas e franqueadas, desde que ob-servadas as normas específicas de cada juris-dição”, acrescenta.

Há 22 anos no mercado, a Vilage mantémescritório em Goiânia e realiza palestras gratui-tas sobre a conscientização da importância doregistro de marcas e patentes. “Nossa preocu-pação é a conscientização do empresário brasi-leiro sobre os riscos que corre ao não requerersuas marcas e patentes”, diz. A Vilage é filiada àInternational Trademark Association, entidadeque congrega agentes da propriedade indus-trial do mundo todo.

Para evitar dores de cabeçaPor mais inovadora que seja a empresa, a falta deregistro de um produto ou de uma marca no INPIpode jogar por terra todo o investimento realizado

“Uma simples pesquisano banco de dados doINPI poderia acusar queessa marca ou produto jáé de titularidade de umaempresa concorrente”

KARINA RÉGIS DOS SANTOS,diretora da Vilage Marcas e Patentes

Page 25: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

25GOIÁS INDUSTRIAL

licenciamento ambiental

Em debate, a descentralizaçãoA tendência de órgãos ambientais municipais assumirem tarefas antesrestritas aos governos estaduais exige maior capacitação nas prefeituras

A Federação das Indústrias do Estado deGoiás (Fieg), sindicatos do setor, e a AgênciaMunicipal do Meio Ambiente (Amma) deba-tem caminhos para a adequação ambiental deindústrias instaladas em Goiânia. Com a des-centralização do serviço de licenciamentoambiental, parcialmente assumido na capitalpela Amma, a ideia é criar formas para que es-se processo de adaptação das empresas ocorrasem turbulências.

A equipe da Amma, comandada porClarismino Luiz Pereira Junior, especialista emDireito Ambiental e presidente também daAssociação Nacional de Órgãos Municipais deMeio Ambiente (Anamma), esteve reunidacom representantes dos conselhos temáticosde Meio Ambiente e Infraestrutura da Fieg nodia 9 de fevereiro, na Casa da Indústria. “Aagência apresentou o trabalho que vem reali-zando, indicando que pretende incrementar oprocesso de licenciamento e fiscalização, refor-çando o pessoal na área de vistorias”, descreveHenrique Morg, presidente do ConselhoTemático de Meio Ambiente.

Ao mesmo tempo, demonstrou aberturapara discutir seus métodos e, dentro de cer-tos parâmetros, facilitar a adequação de em-presas e setores, realizando parcerias paraatingir seus objetivos, acrescenta Morg. Nodesenrolar desse processo, abre-se a possibi-lidade de criação de termos de referência pa-ra alguns segmentos empresariais que aindanão dispõem de um sistema de orientação

em matéria ambiental.A tendência de descentralização, analisada

de forma isolada, é vista como positiva pelo se-tor industrial, mas é preciso que a migração departe do serviço de licenciamento para as pre-feituras seja cercada de certos cuidados, avaliaMorg. As prefeituras deverão estar estruturadase capacitadas para isso, o que significa criaruma secretaria municipal de meio ambiente,contratar e treinar pessoal, construir laborató-rios e investir em equipamentos. Atualmente,afirma, apenas sete prefeituras, entre elas as deLuziânia, Anápolis e Jataí, além de Goiânia, fo-ram qualificadas pela Secretaria Estadual deMeio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).Outras 19 continuam na fila de espera.

Em geral, projetos de maior porte, inclusi-ve na área de mineração, assim como usinas deálcool, continuam submetidos à Semarh. “Aquestão única na tendência de descentraliza-ção do licenciamento diz respeito à competên-cia. O setor de mineração é muito complexo eexige enfoque diferenciado e um perfeito en-tendimento da atividade para que se possa exi-gir e negociar compensações”, declara LuizAntônio Vessani, presidente da CâmaraSetorial de Mineração da Fieg.

De fato, reconhece, a descentralização po-de significar custos menores para as empresas,mas será preciso definir, defende Vessani, algu-ma forma de gradação, de forma a que certostipos de projeto continuem na órbita de orga-nismos ambientais estaduais.

PARA QUE A MUNICIPALIZAÇÃO ACONTEÇA SÃO NECESSÁRIOS ALGUNS PRÉ-REQUISITOS.ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA RESOLUÇÃO 69, DE

DEZEMBRO DE 2006, DO CEMAM ESTÃO:

� Implantar o Fundo Municipal do Meio Ambientee o Conselho Municipal de Meio Ambiente, quejá deve estar em funcionamento

� Possuir nos quadros do órgão municipal demeio ambiente, profissionais habilitados pararealizar o licenciamento ambiental, além deservidores municipais com competência paraexercício da fiscalização ambiental

� Aprovar legislação administrativa para aplicaçãodo licenciamento ambiental e com sançõesadministrativas pelo seu descumprimento

� Realizar levantamento das atividadespotencialmente poluidoras e/ou degradadorasno município

Luiz Vessani: “A questão única nadescentralização é a competência”

Page 26: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

26 GOIÁS INDUSTRIAL

capa

NOVO CAMINHO

PARA OCRESCIMENTO

Ampliada, Ferrovia Norte-Sul deve alterar o eixo de desenvolvimento do País, contribuindo para

descentralizar as oportunidades de geração de riquezas

� Lauro Veiga Filho

Page 27: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

27GOIÁS INDUSTRIAL

Page 28: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

28 GOIÁS INDUSTRIAL

“NOSSO DEVER É O DE EMPENHARMOS PELA SUPERAÇÃO DE TODOS OS DESAFIOS SURGIDOS ATÉ A COMPLETA IMPLANTAÇÃO DA NORTE-SUL”

Paulo Afonso Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)“

Page 29: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

29GOIÁS INDUSTRIAL

capa

Oprojeto original, que incluía 1.574 quilômetros de trilhos,já podia ser considerado ambicioso em um país que rele-gou o transporte ferroviário ao esquecimento, durantemais de três décadas, e simplesmente esmagou sua nas-cente indústria ferroviária. A inclusão de mais 680 quilô-metros entre Anápolis e Estrela D'Oeste, cortando oSudoeste goiano, maior região produtora de grãos doEstado, permitirá a ligação com a Ferronorte, que deveráser ampliada até Rondonópolis, a partir de Alto Araguaia,ambas em Mato Grosso, e ainda com os trilhos daAmérica Latina Logística (ALL), rumo ao porto de Santos- que hoje pode ser alcançado a partir de Anápolis, pormeio da malha da Ferrovia Centro-Atlântica, controladapela Cia. Vale do Rio Doce.

Em sua porção norte, a extensão desde Açailândia(TO) até Barcarena ainda está em fase de projeto. Assimcomo está em estudos a integração entre a Norte-Sul e oextremo oeste do País. Em sua nova formatação, a ferroviaoperada sob regime de concessão por uma revigoradaValec - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. cumpri-

rá o papel de integrar não apenas o Norte menos desen-volvido ao Sul mais rico, mas funcionará ainda como en-troncamento da linha que vai interligar o Oeste, desdeVilhena, no sul de Rondônia, passando por Sorriso, Lucasdo Rio Verde, maior pólo de produção de grãos de MatoGrosso, até Uruaçu, em Goiás.

Um pouco mais acima, partindo de Figueirópolis, emterritório tocantinense, já são realizadas as primeiras açõespreparatórias para implantação da Ferrovia de IntegraçãoOeste-Leste, com destino a Ilhéus, depois de passar porLuis Eduardo Magalhães e Barreiras, no oeste baiano, on-de os campos de soja, milho, algodão e, mais recentemen-te, também de cana têm experimentado crescimento ace-lerado, acima da média brasileira. Para além do congestio-nado porto de Santos, as exportações de todo o Centro-Oeste passarão a contar com as opções dos portos deBelém (PA), Itaqui (MA), Ilhéus e até mesmo Suape (PE),quando for construída a interconexão com a FerroviaTransnordestina, entre Aguiarnópolis (TO) e EliseuMartins (PE), ainda em fase de estudos.

Page 30: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

30 GOIÁS INDUSTRIAL

APENAS A REGIÃO DE ANÁPOLIS TEM POTENCIAL PARAGERAR 980 MIL TONELADAS DE CARGAS POR ANO COM OS ESTÍMULOS ADEQUADOS E O SUPORTE DA FERROVIA”

Edson Tavares, superintendente do Porto Seco Centro-Oeste“

Page 31: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

31GOIÁS INDUSTRIAL

capa

Uma questão de velocidade

O mais recente balanço da execução dos proje-tos incluídos no Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), do governo federal, mostraque os investimentos na ferrovia ainda caminhama um ritmo exasperante diante das expectativas ge-radas. “As obras precisam ser aceleradas fortemen-te para que o Estado e o agronegócio, em especial,possam colher mais rapidamente os ganhos espe-rados, especialmente com a redução dos custos detransporte”, avalia o empresário Roberto Elias deLima Fernandes, presidente do Conselho Temáticode Infraestrutura da Federação das Indústrias doEstado de Goiás (Fieg).

Quando concluída, estima Fernandes, a ferro-via deverá permitir a retirada de 3 mil caminhõesque circulam diariamente pela rodovia Belém-Brasília, encarecendo fretes, exigindo gastos comreparação e manutenção da via e engordando as es-tatísticas de acidentes e mortes no trânsito, comcustos indiretos para todo o sistema público desaúde. Por enquanto, não só a velocidade das obrasmerece críticas. “Infelizmente, as empresas goianastêm visto muito pouco do dinheiro gasto nasobras”, acrescenta Fernandes.

O balanço mostra que o trecho norte da fer-rovia, de Açailândia a Palmas, avançou muitomais. Entre outros motivos, porque 215 quilô-metros de trilhos, até Aguiarnópolis, já haviamsido assentados antes do lançamento do PAC.Mais 134 quilômetros ficaram prontos depois,somando um total de 589 quilômetros ou 82%do tramo norte da FNS. Os trabalhos ganharamfôlego depois do leilão de subconcessão do tre-cho de 358 quilômetros entre Araguaína ePalmas, vencido pela Cia. Vale do Rio Doce, queassumiu os direitos de exploração daquele peda-ço da FNS por R$ 1,478 bilhão, dinheiro quevem sendo investido na própria ferrovia.

O ramo sul não teve a mesma sorte. Até o iní-cio do ano, apenas 107 quilômetros estavam con-cluídos no trecho que liga Palmas a Anápolis, re-presentando meros 12,5% do trajeto, que soma

855 quilômetros. Subindo no mapa, entre Anápolise Uruaçu, 30% dos 280 quilômetros foram entre-gues. Mais adiante, seguindo rumo a Palmas, so-mente 4% dos restantes 575 quilômetros haviamsido assentados.

Considerando-se toda a via, encontram-se emuso ou com obras encerradas 696 quilômetros detrilhos, o que representa 44,3% da distância entreAçailândia, no entroncamento com a Ferrovia deCarajás, e Anápolis (1.574 quilômetros, segundo oPAC). Quando são incluídos os quase 680 quilô-metros até Estrela D'Oeste, o trabalho já terminadocorresponde a 31% da FNS.

A Valec pretendia injetar ânimo e recursos naFNS a partir do leilão para subconcessão do ramalsul da ferrovia, previsto para meados deste ano. Acrise colocou os planos da operadora em banho-maria. Daqui em diante, as obras no trecho sul se-rão executadas pela Valec, mas dependerão de re-cursos fiscais. Para 2009, o orçamento da Uniãodestaca R$ 1,675 bilhão para a FNS. O governo fe-deral promete manter o cronograma, que mantéma previsão de concluir a via entre Palmas eAnápolis até dezembro de 2010.

As demais etapas têm conclusão projetada parajulho de 2011 (Ouro Verde de Goiás a Rio Verde) edezembro do mesmo ano (Rio Verde a EstrelaD'Oeste). Nos dois casos, as obras deverão ser lici-tadas até o final de maio, com início previsto paraagosto, conforme a Valec.

“O leilão de subconcessão será realizadooportunamente, quando o ambiente econômicopropiciar maior número de competidores e maiorvalor de outorga”, anotou o governo federal aodivulgar o balanço do PAC em fevereiro passado.De toda forma, a Valec pretende realizar o leilãoem dezembro.

Entre 2007 e 2010, a FNS deverá receber, sem-pre conforme previsão oficial, R$ 5,67 bilhões eminvestimentos e outros R$ 850 milhões estão pre-vistos para depois daquele período, somando R$6,52 bilhões. Os recursos contemplarão desdeAguiarnópolis a Estrela D'Oeste, com mais de 2 milquilômetros de trilhos. Em média, estima-se de-sembolso de R$ 3,20 milhões por quilômetro.Entre Açailândia e Barcarena seriam mais 550 qui-lômetros, o que elevaria o investimento total, se-gundo algumas estimativas, para R$ 8,28 bilhões.

Page 32: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

32 GOIÁS INDUSTRIAL

Porto Seco Centro-Oeste: Norte-Sulfará a interligaçãocom as vias da Ferrovia Centro-Atlântica

Investimentos em logística

O Porto Seco Centro-Oeste e a PlataformaLogística de Anápolis vêm sendo preparadas paraatender ao aumento de cargas previsto para quando aFNS entrar em operação. Apenas a região tem poten-cial para gerar 980 mil toneladas de cargas por anocom os estímulos adequados e o suporte da ferrovia,afirma o superintendente do Porto Seco, EdsonTavares, com base em estudo encomendado aoInstituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás).

Significaria multiplicar em quatro vezes a movi-mentação registrada atualmente pelo porto, em tornode 20 mil toneladas por mês (ou 240 mil por ano).“Hoje, temos capacidade estática para 60 mil tonela-das”, adianta Tavares. Na área de grãos, o porto temespaço para estocar 45 mil toneladas, além de arma-zéns para receber 8 mil toneladas de minérios e umaárea de 17 mil m² disponível para cargas diversas.

O pátio abriga ainda um desvio ferroviário com

Page 33: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

33GOIÁS INDUSTRIAL

capa

A VALEC COMPARTILHA DA VISÃO DO GOVERNO SEGUNDO A QUAL, COM AS ALTERAÇÕES PROPOSTAS NO PLANO NACIONAL DE VIAÇÃO, O BRASIL ESTARÁ COMPLETANDO O QUADRO NECESSÁRIO À INTEGRAÇÃO DE SUA MALHA FERROVIÁRIA, IMPRESCINDÍVELAO DESENVOLVIMENTO QUE SE PRETENDE PARA O PAÍS”

José Francisco das Neves, presidente da Valec“2,5 quilômetros, em fase de ampliação, neste momento, com a constru-ção de novo ramal com 1,6 quilômetro. “Estamos montando um siste-ma em forma de pêra, em bitola mista, circundando toda a área do por-to. As obras de terraplenagem estão prontas e o investimento total estáestimado em R$ 5 milhões”, acrescenta.

O ramal vem sendo implantando em parceria com a Log-InLogística Intermodal Ltda., empresa de logística controlada pela Valedo Rio Doce, com 31,3% do capital, e participação da Mitsui (3,8%).

O terminal da Norte-Sul em Anápolis abrangerá toda a área doporto, da plataforma logística e do posto avançado da Zona Franca deManaus, além do aeroporto, conectando-se ao ramal da FerroviaCentro-Atlântica. “Será um terminal inteligente, que exigirá 8 a 12quilômetros de trilhos.” O aeroporto deverá receber R$ 100 milhõespara ampliação da pista de pouso de 1.840 para 3 mil metros até 2010,prevê Tavares, com recursos dos governos estadual e federal. Equipadocom docas inteligentes, afirma o superintendente, o posto da ZonaFranca será instalado em um terreno com 100 alqueires, dos quais 32estarão reservados para armazéns. Operadoras de logística de Manausterão à disposição 500 mil m² de área para instalar centros de distribui-ção de cargas originadas na Zona Franca.

FRETE MAIS BARATO, MAIS COMPETITIVIDADE

Ao longo da Norte-Sul, estão previstas 13 plataformas de integra-

ção intermodal, que funcionarão como polos de operação logística,cinco dos quais serão instalados em Goiás. O mais amplo deles, já con-siderado por antecipação como o de maior porte no País, está planeja-do para a região entre Goianira e Inhumas.

Essa nova estrutura logística tende a tornar mais competitiva aprodução de regiões que hoje ainda não exploram todo seu potencialagrícola e industrial. Utilizando bitola de 1,60 metro, a linha permitiráque a velocidade média das composições seja quase triplicada, atingin-do 80 quilômetros por hora frente aos 30 quilômetros por hora anota-dos em geral no restante da malha ferroviária instalada. A opção de es-coamento de cargas por Itaqui, em outro exemplo, deverá reduzir emduas semanas o tempo de entrega das mercadorias aos mercados dedestino nos Estados Unidos e na Europa.

Comparando-se com o longo e custoso trajeto cumprido pelas car-gas que deixam Goiás em busca de outros mercados, lá fora, será possí-vel encurtar as distâncias entre 3,5 mil a 3,8 mil quilômetros, com no-vas linhas de navios partindo de Itaqui, calcula o superintendente doPorto Seco instalado em Anápolis.

Nos primeiros cinco anos de operação da ferrovia, projeta-se umaredução de 35% nos custos logísticos no Estado, podendo atingir umaeconomia de até 50% daí em diante, na medida em que a movimenta-ção de cargas ganhe em escala. A conta é semelhante ao cálculo feitopor Luiz Antônio Vessani, vice-presidente da Câmara Setorial deMineração da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente

Page 34: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

34 GOIÁS INDUSTRIAL

da versão da entidade vinculada à Fieg.Estratégica para a indústria de mineração

de Goiás, lembra Vessani, a ferrovia poderáestimular a redução pela metade dos custosde frete no setor, que paga hoje praticamente3,5 vezes mais do que seus concorrentes nosEstados Unidos, onde o transporte de uma to-nelada de minério num percurso de mil qui-lômetros sai a US$ 28, frente a quase US$ 100por aqui.

FRETES LEVAM 7% DA RENDA NACIONAL

Marcado por deficiências reconhecidas,o sistema brasileiro de logística ainda exigerecursos equivalentes a quase 12% doProduto Interno Bruto (PIB), incluindo des-pesas administrativas, custos de armazena-gem e de estoques e gastos diretos com otransporte de cargas. Nos Estados Unidos,segundo dados mais recentes do Centro deEstudos de Logística do Coppead/UFRJ

(CEL), a rede logística tem custo próximo a8% do PIB.

Entre outros motivos, porque lá as ferro-vias movimentam 38,5% das cargas, en-quanto o modal rodoviário transporta29,6%. No Brasil, embora a fatia do trem te-nha avançado de 20% para 25,4% entre2004 e 2006, os caminhões ainda predomi-nam, com participação de 55,8%, tornandoo sistema mais caro ao exigir investimentosem manutenção, conservação e construçãode estradas, além do elevado custo relacio-nado a acidentes de trânsito, com perdas devida e internações.

O peso da rede logística no País sofreoutro impacto relevante, desta vez porconta da política econômica adotada poraqui, que torna o custo do capital um dosmais elevados em todo o mundo. Por essemotivo, as empresas brasileiras têm gas-tos com estoques praticamente duas vezesmaiores do que seus concorrentes norte-americanos (quase 4% do PIB no Brasil,

diante de 2% por lá).Apenas o transporte, isoladamente,

consome praticamente 7% do PIB, signifi-cando 59% de todo o gasto com logística,levando-se em conta a pesquisa realizadapelo CEL entre abril e agosto de 2005, en-volvendo 41 grandes empresas do setorindustrial. Para comparação, os EUA gas-tam 5% do PIB.

ESFORÇO CONJUNTO

Presidente da Fieg, Paulo AfonsoFerreira defende um esforço concentradodas classes empresarial e política doEstado para que acelerar a conclusão daNorte-Sul. “O impacto desenvolvimentis-ta da ferrovia tem tudo para extrapolar asprevisões mais otimistas”, comenta.

Exatamente por isso, prossegue PauloAfonso, “nosso dever é o de nos empe-nharmos para superar todos os desafiosaté a completa implantação da ferrovia”.

A Norte-Sul terá efeitos muito mais amplos sobre a estruturaeconômica e geopolítica do País, a depender do modelo que ve-nha a ser escolhido para a ocupação da região sob influência daferrovia e de seus ramais. No trecho original de seu traçado emterritório goiano, a área de influência da ferrovia, que percorrerá,a partir de Anápolis, 516 quilômetros até a fronteira com oTocantins, abrange quase 184,55 mil quilômetros quadrados, pa-ra um total estimado de 2,319 milhões de habitantes, conformedados da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento doEstado de Goiás (Seplan-GO). Isso representa densidade popula-cional equivalente a 12,6 habitantes por quilômetro quadrado,diante de uma média, em todo o País, ao redor de 22 habitantespor quilômetro quadrado.

A implantação dos trilhos abrirá a possibilidade de povoa-mento dessa área e de todo o trecho da via ao longo do Tocantinse do Maranhão, levando-se em conta as oportunidades de investi-mento que deverão surgir e a consequente atração de migrantes.Uma estratégia bem desenhada poderia permitir, por exemplo,descongestionar grandes áreas urbanas, contribuindo para evitar

que a situação social naquelas regiões se agrave ainda mais. Serápreciso pensar, no entanto, em projetos planejados de ocupação,que ordenem o fluxo migratório esperado por meio de incentivosà realocação de famílias do Sul-Sudeste e de outros centros.

Apenas como referência, Tocantins abriga pouco mais de qua-tro habitantes a cada 100 hectares em média, enquanto oMaranhão apresenta relação próxima a 18 habitantes por quilô-metro quadrado. Estudos de impacto ambiental, aliados a um pla-nejamento de longo prazo, poderiam orientar os investimentosna região para a produção de alimentos e de energia a partir debiomassa de forma equilibrada, beneficiando pequenos e médiosprodutores, gerando e redistribuindo renda no campo.

Seria um caminho para evitar que o inchaço populacional nosprincipais centros urbanos continue galopando. Campeões nessequesito, as capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo da-dos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esti-mados para 2007, amontoam, pela ordem, entre 7 mil e 5 mil ha-bitantes por quilômetro quadrado. Uma impossibilidade ambien-tal, urbanística e social.

Antídoto para o inchaço urbano

Page 35: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Espaço para grãos. E para a cana

As perspectivas para a produção de grãos e decana, base para a bioenergia, revelam potencial pa-ra atrair um número ainda maior de investidores.No raio de influência da ferrovia em Goiás, em seutrecho original, saindo de Anápolis em direção aoTocantins, cobrindo 138 municípios e um totalaproximado de 20 milhões de hectares, a Valec cal-cula que 9,7 milhões podem ser considerados aptosà exploração agrícola e destes apenas 1,4 milhão dehectares estão de fato ocupados por lavouras, res-tando, portanto, 8,3 milhões.

Quando se leva em conta que o Estado alcançauma produtividade média de 5,4 mil quilos porhectare nas culturas de milho, aquela região pode-ria acrescentar à produção goiana do grão mais 45milhões de toneladas (dez vezes a safra esperadapara 2009, na casa de 4,5 milhões de toneladas).Com a saca de milho ao redor de R$ 18, essa pro-dução traria receita bruta de quase R$ 13,5 bilhões.Se aquelas áreas, em teoria, fossem ocupadas inte-gralmente pela soja, tomando-se a produtividademédia de 2,9 mil quilos por hectare, seria possívelcolher, sempre em tese, algo próximo a 24 milhõesde toneladas (quatro vezes a colheita estimada paraeste ano), que renderiam, aos preços atuais, em tor-no de R$ 40 por saca, aproximadamente R$ 16 bi-lhões. Numa outra hipótese, supondo-se que a ca-na tome conta de todo aquele espaço, o que parecepouco provável, seria possível colher mais de 700milhões de toneladas da gramínea (21 vezes maiorque a produção esperada para 2008/2009 emGoiás). Toda essa montanha de cana permitiria aprodução de quase 45 bilhões de litros de etanol,considerando-se um rendimento equivalente a 64litros por tonelada. Apenas para comparar, na safraa ser iniciada em abril o Estado deverá processar2,12 bilhões de litros.

A região conhecida como Mapito, por reunir anovíssima fronteira agrícola em expansão noMaranhão, Piauí e Tocantins, reforçada pelo nor-deste de Mato Grosso, segundo dados da empreitei-ra CR Almeida, uma das empresas que participam

da implantação do trecho norte da FNS, dispõe deuma área potencial em torno de 16,9 milhões dehectares, dos quais 4,23 milhões deverão ser utili-zados para a produção agrícola, estimando-se umaprodução de 12,2 milhões de toneladas. O dadocompara-se com a previsão de movimentação de8,8 milhões de toneladas de grãos pela ferrovia em2013, diante de 1,7 milhão transportados em 2007.

VOCAÇÃO PARA A BIOENERGIA

Projeções e estudos preliminares contratadospela Valec apontam a possibilidade de implantaçãode 42 usinas de etanol e biocombustíveis ao longoda ferrovia nos trechos entre o sul do Maranhão,norte e centro de Goiás, passando obviamente peloTocantins. Desse total, prevê-se a instalação de 24unidades no Tocantins, 11 novas plantas em terri-tório goiano e sete para o Maranhão, com potencialpara produzir, anualmente, em torno de 180 mi-lhões de litros de álcool, equivalente a 8,5% da pro-dução esperada para Goiás na safra 2008/2009, emtorno de 2,121 bilhões de litros.

A Valec estima, ainda, que cada um daqueles em-preendimentos exigirá investimento médio de R$328 milhões, o que corresponderia a uma injeção derecursos da ordem de R$ 13,80 bilhões em valoresaproximados. Essa parece ser apenas uma parcela dosrecursos que a região poderá atrair, embora sua voca-ção principal pareça estar mais identificada com aspossibilidades da bioenergia em suas várias formas.

35GOIÁS INDUSTRIAL

capa

Ponte ferroviária sobre RioTocantins: traçado já emoperação reduziu custos

de frete para escoamentode carga na região

Page 36: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

36 GOIÁS INDUSTRIAL

tecnologia de produção mais limpa

Limpo, econômico e eficienteFieg, por meio do Senai e do IEL, prepara a instalação do núcleo deprodução mais limpa, estimulando adoção de práticas sustentáveis

Quanto mais limpo o processo de produção, mas eficiente ele setorna, poupando o uso de recursos naturais, gerando menos resí-duos e consumindo menos energia por unidade de produto. Osavanços ambientais vêm acompanhados, nesse processo, de ganhoseconômicos, sustenta Elaine Lopes Noronha Farinelli, assessora doConselho Temático de Meio Ambiente da Fieg.

No ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)decidiu montar em todo o País uma rede de produção mais limpa(P+L), incentivando a instalação, nos Estados, de núcleos direcio-nados para aplicação dessa ferramenta, com suporte nas federa-ções estaduais do setor. Segundo Farinelli, Rio Grande Sul, ondetodo o processo começou, com a criação do Centro Nacional deTecnologias Limpas (CNTL), São Paulo, Minas Gerais e Bahia,entre outros, já dispõem de núcleos de P+L. Goiás se prepara paramontar o seu.

O núcleo goiano será resultado de parceria firmada entre oSistema Fieg, com a intermediação do Senai e IEL Goiás, Serviço deApoio às Pequenas e Médias Empresas de Goiás (Sebrae-GO), daUniversidade Federal de Goiás (UFG) e Secretaria Estadual de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). A formação do pessoal téc-nico que dará suporte ao núcleo será realizada por especialistas doCNTL, que se encarregarão de capacitar multiplicadores no Estado.A primeira reunião entre os parceiros para discutir a formatação donúcleo goiano ocorreu no dia 29 de julho do ano passado, na Fieg.

Entre os dias 2 e 5 de fevereiro deste ano, representantes da fede-ração, do Senai, IEL Goiás e da UFG visitaram o CNTL, instalado noServiço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul(Senai/RS), com o objetivo de conhecer a rotina de trabalho daquelainstituição e os serviços que presta às empresas. Além disso, o grupopercorreu três indústrias na região que já aplicam a metodologia P+L– a indústria de móveis Todeschini S.A., a Jackwal, fabricante de ar-tefatos de metal, e a AGCO, que produz máquinas agrícolas da mar-ca Massey Ferguson, Valtra e AGCO Allis, entre outras. O centrosurgiu com o apoio do Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente (Pnuma) e da Organização das Nações Unidas para oDesenvolvimento Industrial (Unido), por meio de programa lança-do para instalar centros de produção mais limpa em países em de-senvolvimento, detalha Farinelli.

O QUE É P+L

O método de produção mais limpa pressupõe a aplicação contínua deuma estratégia econômica, ambiental e tecnológica preventiva,integrada a produtos e processos, destinada a ampliar a eficiência nouso de matérias-primas, da água, com aplicação de técnicas de reuso, eno consumo de energia.

A proposta é racionalizar o consumo de matérias-primas, evitandodesperdícios e perdas, o que se traduz em custos menores para aindústria, sem afetar a capacidade produtiva, eliminando, reduzindo oureciclando os resíduos gerados no processo. Trata-se e uma poderosaferramenta, explica Elaine Farinelli, para o aumento da competitividade.

Page 37: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

37GOIÁS INDUSTRIAL

inovação tecnológica

Vencedora da etapa nacional do PrêmioFinep de Inovação, versão 2008, na categoriamédia empresa, a goiana Scitech ProdutosMédicos terá a sua disposição uma linha decrédito no valor de R$ 5 milhões para turbi-nar sua divisão de pesquisa e desenvolvi-mento de novos produtos. A empresa, afirmaseu diretor, Melchíades da Cunha Neto, pre-para um “projeto guarda-chuva” para apre-sentar à Financiadora de Estudos e Projetos

(Finep), contemplando os principais traba-lhos em andamento.

Entre outros, deverão ser contemplados osprojetos de desenvolvimento da endoprótesede aorta e de uma partícula em PVA (acetato depolivinila) para tratamento de miomas. No pri-meiro caso, os pesquisadores da empresa, emparceria com um médico de Belo Horizonte,desenvolvem um ventrículo artificial, à base deplástico, metal e polímeros, para pacientes à es-

pera de transplante cardíaco.“A endoprótese amplia a sobrevida do pa-

ciente, embora requeira uma técnica um poucomais invasiva do que os demais produtos denossa linha”, comenta Cunha Neto. As partícu-las de PVA, ao contrário, injetadas por meio decateter, operam de forma a bloquear as artériase vasos que alimentam o mioma, literalmente“sufocando” esse tipo de tumor, alojado no úte-ro das pacientes. Alguns médicos, em casos as-sim, têm optado pela retirada do órgão, numprocedimento mais agressivo e radical.

Pioneira no País no desenvolvimento desoluções inovadoras na área médica, com focoem técnicas cirúrgicas minimamente invasivas,a Scitech já havia vencido a etapa regional doPrêmio Finep em 2006, com seu stent coroná-rio, lançado no mercado no ano seguinte. Omecanismo vai ganhar uma nova versão, comdrogas que inibem o crescimento celular no in-terior do aparelho. O produto está em fase finalde desenvolvimento.

Os investimentos em P&D, de acordo comCunha Neto, têm sido mantidos na faixa entre20% a 25% da receita e a empresa espera am-pliar suas exportações, principalmente para oOriente Médio. Entre 2005 e 2006, a Scitechaplicou um projeto de substituição de importa-ções que elevou o índice de nacionalização deseus produtos de 35% para 80%.Scitech em primeiro

Empresa goiana, com tradição em desenvolvimentode soluções médicas inovadoras, terá R$ 5 milhõespara incrementar sua linha de pesquisas

Melchíades Cunha: stent coronariano vai ganhar nova versão, com drogas antioclusão

ENTRE AS CINCO MELHORES

O Senai Nacional classificou-se em primeiro lugarno Prêmio Finep de Inovação 2008 da regiãoCentro-Oeste, na categoria de instituição de ciênciae tecnologia. A distinção coloca a organizaçãoentre as cinco mais importantes instituições dacategoria no País. Entre outras ações igualmenteinovadoras, o Programa de Inovação Tecnológica,criado em 2004 pelo Senai para estimular parceriasentre empresas e os departamentos regionais doórgão no desenvolvimento de pesquisas aplicadas,contribuiu para a premiação. No âmbito doprograma, que tem como propósito odesenvolvimento de produtos e processosinovadores, foram patrocinados, até o anopassado, 69 projetos, gerando 12 patentes, aindaem processo de registro no Instituto Nacional dePropriedade Intelectual (INPI).

Page 38: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

crise

Remando contra a

maréEm meio à crise, indústrias dos setores de alimentos,vestuário, construção e embalagens plásticasconseguem crescer e continuam a investir

Page 39: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Não basta estar no lugar certo, nahora certa. É preciso ter a estratégiaadequada e foco ajustado, além de boadose de ousadia. A receita vem sendoaplicada por algumas empresas e seto-res da indústria, que têm conseguidonão só preservar o crescimento, o quejá seria um feito em meio à maré pessi-mista que varre o noticiário, mas aindareforçam investimentos, posicionando-se para saltar à frente quando a econo-mia se normalizar.

Em comum, algumas dessas em-presas não dependem do mercado ex-terno, apostam na demanda domésticae têm financiado investimentos, atéaqui, com recursos próprios. Esse é ocaso da Bonini Alimentos Ltda, fabri-cante de maionese, catchup, mostardae molhos de pimenta, de alho, parapizzas, molho inglês e shoyu.

Instalada em Nerópolis desde 2002, aindústria explora a marca Temperatti eatende ao segmento de food serviceem Goiânia e Brasília, nos Estados deMinas Gerais, do Espírito Santo, Pará,Tocantins e em todo o Nordeste, se-gundo Jaques Jamil Silvério, diretorindustrial e comercial da Bonini.

Silvério e seu sócio João BoscoRosa, com quem divide o comando daempresa, não se intimidaram por contada crise. Na semana anterior aoCarnaval, preparavam-se para contratarmais 20 funcionários para a linha deenvase de azeitonas, recém-instalada.“Consumimos seis meses trabalhando

nessa linha, onde investimos R$ 300mil com recursos próprios”, afirmaSilvério. Até então, o total de emprega-dos somava 106.

As máquinas de envasamento vãoproduzir 55 copos por minuto, num to-tal de 60 mil caixas por mês, usandotampas com tecnologia abre-fácil, de-senvolvida pela Metalgráfica Rojek, deCajamar (SP). “A balança incorporatecnologia japonesa”, completa.

Page 40: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

40 GOIÁS INDUSTRIAL

crise

Bonini constróinova planta

Instalada num terreno de 5,5 mil metros quadrados, com 1,8 mil m²de área construída, na saída para Anápolis, o espaço ficou pequeno paraa Bonini, que se prepara para construir uma segunda unidade, num in-vestimento estimado em R$ 3,0 milhões. “Desta vez, 70% a 80% dos re-cursos sairão do FCO (o Fundo Constitucional de Financiamento doCentro-Oeste)”, comenta Silvério. As novas instalações vão abrigar umalinha de enlatados à base de milho, ervilha e seleta de legumes.

O milho será o carro-chefe, prevendo-se o processamento de 120toneladas por dia. “Vamos acompanhar todo o processo, desde a ori-gem do grão até o envasamento”, diz o empresário, que aguarda a libe-ração pela prefeitura de uma nova área no distrito agroindustrial da ci-dade para a instalação da unidade. Saindo ou não a liberação, os sóciosda Bonini estão decididos a comprar um alqueire de terra para abrigar

a expansão ou para futuros investimentos.Silvério antecipa, ainda, a decisão de montar um centro de distri-

buição, com capacidade para expedir 70 toneladas diárias de carga, noterreno parcialmente ocupado pela planta de maionese e molhos.Além disso, a Bonini acertou parceria com uma grande empresa ataca-dista de Uberlândia, cujo nome ele ainda prefere manter sob sigilo.“Concluímos o acordo após um ano de ‘namoro’. Eles têm uma equipecom 850 vendedores e pontos de venda em todo o País, que deverá ala-vancar nossa distribuição e dar maior visibilidade à marca Temperatti.”

No ano passado, vendas e faturamento cresceram mais de 30%,sempre de acordo com Silvério, que mantém o otimismo mesmo dian-te da crise anunciada. “O mar não parece estar para peixe em 2009,mas nossa travessia não será tão árdua”. Em janeiro, prossegue, as ven-das retomaram ritmo normal, recuperando-se dos maus resultados dedezembro e crescendo 10% na comparação com novembro e 40% fren-te ao primeiro mês de 2008, graças à maturação das novas linhas lan-çadas ao longo do ano passado, incluindo a maionese picante e em sa-chês de 200 gramas, do tipo “stand up pouch” – literalmente, sacolaou saco que para em pé.

Cristal Alimentos cresce na criseMais conhecida em função de sua marca líder no segmento de ar-

roz, a Cristal Alimentos intensificou a diversificação de sua linha deprodutos, espera continuar crescendo e programa novos investimen-tos para 2009. Crise? “Este é o momento para empresas sólidas e bempreparadas crescerem”, ensina Walterdan Fernandes Madalena, dire-tor-presidente da Cristal.

Fernandes afirma que a empresa conseguiu ampliar sua participaçãono mercado em todas as crises que enfrentou ao longo de sua história.“Passamos por tabelamentos e congelamentos de preços, enfrentamosmudanças de moeda e avançamos em todos esses momentos.” Para ele,não vai ser diferente neste ano. A empresa vai mais do que dobrar sua fro-ta de caminhões até 2010, adquirindo 50 carretas bitrem neste ano e ou-tro lote idêntico no próximo.

O investimento resultará na contratação de mais 100 pessoas, alémdas quase 500 que já emprega atualmente. Instalada num terreno com131 mil m², dos quais 94 mil já ocupados, incluindo uma área coberta de15 mil m², a Cristal produz 500 mil fardos de 30 quilos de arroz por mêse, desde o início de agosto do ano passado, incorporou a suas linhas oprocessamento mensal de 700 mil fardos de feijão, com aquisição de no-vas máquinas e construção de mais um galpão.

A produção é integralmente distribuída pela própria empresa, quedispõe de frota própria com 85 caminhões, fornecendo, além de arroz efeijão, também açúcar, farinha de trigo, macarrão, óleo de girassol e demilho para os mercados de Goiás, do Distrito Federal, Tocantins,

Maranhão, Piauí, Pará e da Bahia. “Temos a perspectiva de passar a explo-rar também o segmento de óleo de soja e, neste ano, vamos instalar a li-nha de empacotamento de açúcar, numa área construída de 5 mil m²”,adianta Fernandes.

O empresário prefere não falar em valores, mas deixa escapar que estáplanejada a aplicação de R$ 20 milhões em tecnologia, com a compra deequipamentos mais modernos, e na construção de galpões. No ano passa-do, a empresa anotou crescimento de aproximadamente 40%, calcula.“Foi o ano em que mais crescemos.” Muito provavelmente, não será pos-sível repetir o feito neste ano, mas o crescimento, diz ele, será “razoável”,arriscando como palpite taxas entre 15% e 20%.

Walterdan Fernandes: momento para empresas sólidas crescerem

Page 41: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

41GOIÁS INDUSTRIAL

Menos juros. E menos impostos

Enquanto tenta manter o otimismo do empresariado em alta, aFederação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio de seuConselho Temático de Política Econômica, cobra medidas de caráter ma-cro para amortizar os efeitos da crise. “Não podemos nos iludir. A econo-mia brasileira será afetada, mas não podemos nos tornar reféns da crise”,sustenta Marley Antônio da Rocha, vice-presidente do conselho.

Ele acredita que a curva de crescimento será retomada em curto pra-zo, mas defende uma redução mais rápida da taxa de juros básica. “Seriaimportante, até sob o ponto de vista psicológico, que o Banco Central ace-lerasse a redução da Selic. Mas isso tem de ser feito logo, numa demons-tração da confiança do BC na capacidade de superação da economia.”

LATICÍNIOS INVESTEM R$ 100 MILHÕESNeste ano, os laticínios Bela Vista, Marajoara e Ceres (Manacá) deve-

rão realizar investimentos, na soma dos três, em torno de R$ 100 milhõespara instalação de três novas plantas do Estado, elevando a capacidadeinstalada de 13,1 milhões em 2008 para 15,0 milhões de litros por dia –um avanço de 14,5%, conforme dados do Sindicato das Indústrias deLaticínios no Estado de Goiás (Sindileite).

Localizadas em Bela Vista, Hidrolândia e Rianápolis, afirma AnaniasJustino Jaime, vice-presidente do sindicato, as usinas deverão ser inaugu-radas até o final do ano, a depender de alguns “acertos tributários” aindaem negociação com a Secretaria da Fazenda de Goiás (Sefaz-GO).

A indústria de embalagens plásticas sentiu a crise, mas ainda nãoopera com ociosidade, segundo Aurelino Antônio dos Santos, presidentedo Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás(Simplago). Com aproximadamente duas centenas de empresas operan-do nos segmentos de sopro, injeção e filme plástico, a indústria registraem torno de 6 mil empregados e vê 2009 com um “otimismo cauteloso”,na tradução de Santos. “Com prudência, esperamos alguma melhoria apartir de março”, reforça. O que se nota é que empresas de maior porteforam mais prejudicadas do que as menores, diz ele.

LAJES E CONFECÇÕES PRESERVAM EMPREGOSPela primeira vez em 28 anos, as empresas Lajes Santa Inês e Treliça

Centro-Oeste decidiram dar férias coletivas a seus 40 empregados entre oNatal e o ano-novo, retomando o trabalho no dia 5 de janeiro. “Foi umareação ao que víamos na televisão sobre a crise internacional.Antecipamos toda a produção em dezembro para atender nosso merca-do”, lamenta-se Mário Renato Guimarães de Azeredo, sócio das duas em-presas e diretor do setor de lajes no Sindicato da Indústria de Produtos deCimento do Estado de Goiás (Sinprocimento).

O mercado, diz ele, não está pior nem melhor do que em outros anos.“O movimento está normal para esta época do ano. Certamente não estátão ruim quanto a televisão alardeia”, provoca. Para fazer valer seu pontode vista, Azeredo afirma que está investindo na compra de um caminhãopara fazer entregas em Goiânia, serviço que havia sido terceirizado.

A indústria do vestuário, de acordo com José Divino Arruda, presi-dente do Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Goiás(Sinvest), ainda não percebeu qualquer repercussão da crise. A exemploda indústria de lajes, as confecções também não haviam realizado demis-sões até o final de fevereiro. “O setor não depende de crédito de terceirose obteve a redução do ICMS para zero nas operações interestaduais e de17% para 7% nas vendas dentro do Estado, o que deve reforçar o fluxo decaixa, além de atrair novas indústrias para Goiás”, aposta ele.Jaques Silvério: “Nossa travessia não será tão árdua”

Mário Renato Azeredo: “Movimento normal para esta época do ano”

Page 42: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

42 GOIÁS INDUSTRIAL

fórum empresarial

Em “guerra”, pelo crescimento

Três senadores - Demóstenes Torres(DEM), Lúcia Vânia e Marconi Perillo (PSDB)- e 12 deputados federais - Carlos AlbertoLeréia, Leonardo Vilela, Raquel Teixeira(PSDB), Francisco Abreu, Sandro Mabel (PR),Luiz Bittencourt, Leandro Vilela, MarceloMelo, Pedro Chaves (PMDB), Pedro Wilson(PT), Ronaldo Caiado (DEM) e Jovair Arantes(PTB). Todos eles participaram da reunião extraordinária realizada pelo Fórum deEntidades Empresariais no dia 16 de fevereiro,quando foram lançadas as bases para umaagenda comum de propostas com as quais sepretende atenuar os efeitos da crise mundialsobre a economia goiana.

Entrincheirados na Casa da Indústria, sededa Federação das Indústrias do Estado deGoiás (Fieg), as principais lideranças políticase empresariais goianas firmaram uma espécie

de pacto contra a crise, numa “guerra” declara-da em defesa do crescimento, sustentado emmedidas conjunturais de curto prazo e sobrereformas estruturais, de fôlego mais longo,destinadas a aprimorar a capacidade de com-petição das empresas.

A conjuntura econômica, os desdobra-mentos da crise e as negociações para a apli-cação das medidas sugeridas pelo empresa-riado - e apoiadas pela bancada federal deGoiás - passam a ser acompanhados por umcomitê permanente, criado no âmbito doFórum Empresarial, anunciou o presidenteda Fieg, Paulo Afonso Ferreira. O comitê res-ponderá, ainda, pela interlocução com a ban-cada goiana no Congresso. “O País vem nu-ma situação boa e não podemos deixar que acrise internacional atrapalhe”, declarouPaulo Afonso, ao destacar o “momento histó-

rico” vivenciado pela representação políticade Goiás em Brasília.

UNIÃO DE FORÇASNo documento entregue aos senadores e

deputados, o fórum procura evitar alarmis-mos, mas reconhece que as estatísticas mais re-centes sobre a produção industrial e o emprego“nos impõem uma única condição, que é a dereunir forças, de empresários e trabalhadores,às do governo federal, estadual e municipalcom o objetivo maior de fazer com que os im-pactos (da crise) sejam os menores possíveis epara que possamos retomar o ritmo de cresci-mento entre 4% e 5% ao ano”. Paulo Afonsofez questão de destacar, no discurso em queapresentou o documento aos parlamentares, asdiferenças entre as economias brasileira e, es-pecialmente, a goiana frente ao restante do

Senadores, deputados e empresários de Goiás defendem reformasestruturais, menos impostos, mais crédito e investimentos para o Estado

Page 43: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

43GOIÁS INDUSTRIAL

mundo. “(A crise) tem sido mais amena noBrasil e mais amena ainda em Goiás”, disse.

O comentário de Paulo Afonso foi referen-dado por outra observação, feita pelo deputa-do Sandro Mabel, relator da reforma tributáriana Câmara. Entre novembro e janeiro, disseele, a indústria literalmente paralisou a produ-ção e tratou de queimar estoques. “As empre-sas terão de retomar as compras agora e algu-mas têm percebido que o ajuste foi excessivo,pois tem ocorrido alguma reação em fevereiro.Em alguns setores, será necessário readmitirpessoal”, apostou, num tom de otimismo.

Convidados pelo presidente da Fieg, um aum, os dirigentes do Fórum Empresarial en-carregaram-se de resumir as propostas aos par-lamentares. José Evaristo dos Santos, daFecomércio, criticou os juros altos e o spreadexcessivo praticado pelos bancos, assim comoPedro Bittar, da Acieg. Ambos lembraram queo País gastou, apenas no ano passado, R$ 162,34 bilhões apenas para pagar juros so-bre as dívidas interna e externa - 13 vezes maisdo que todo o orçamento do Bolsa Família em2009, que subiu para R$ 12,34 bilhões com ainclusão de mais 1,3 milhão de famílias. Nosúltimos cinco anos, as despesas com juros con-sumiram R$ 767,30 bilhões ou 26% do PIB es-timado pelo Banco Central para 2008.

A REFORMA “ESCONDIDA”Para a agricultura, José Mário Schreiner, da

Faeg, pediu tratamento mais justo e célere paraas dívidas rurais, hoje acumuladas em R$ 140bilhões, e uma nova política agrícola, que sepreocupe em fornecer crédito em volume econdições adequadas, em definir regras paraum seguro rural eficiente, além de estabelecersistemas de sustentação de preços e renda parao campo. “Diante de uma pequena retração daárea plantada, na safra 2008/2009, a produçãosofrerá queda entre 8% e 10%. A luz amarela jáestá acessa no setor”.

Em nome da Adial, o empresário AlbertoBorges de Souza sustentou que a política dedesenvolvimento adotada pelo Estado, lastrea-da em benefícios fiscais, tem funcionado comoum “amortecedor para a crise”. Mas pediu aos

parlamentares atenção à reforma tributária “es-condida” na Medida Provisória 449. “O artigo29 da MP veda a possibilidade de compensa-ção entre créditos tributários e o imposto apu-rado pelas empresas, tornando mais difícil a re-cuperação desses créditos”. Adicionalmente, amedida cria dispositivos que sujeitam empre-sas incentivadas ao pagamento de Imposto deRenda sobre a parcela do benefício utilizadodurante o exercício. Até aqui, os incentivos defato recebidos podem ser lançados numa contade subvenção a investimentos, tornando-seisentos do imposto.

SOBRE O TAPETE VERMELHOO senador Demóstenes Torres atacou os

órgãos ambientais, fazendo coro aos empresá-rios presentes, que relacionam as exigências ea lentidão dos processos de licenciamento co-mo um dos obstáculos ao investimento.“Quem quer investir é tratado como bandi-do”, disse o senador. Momentos antes, PauloAfonso havia comentado: “Temos de estenderum tapete vermelho para quem quer investir.Não podemos permitir que a burocracia im-peça o investimento.”

Assim como seus colegas de bancada,Torres defendeu a política de incentivos fiscaisdo Estado. Marconi Perillo também criticou oexcesso de medidas tributárias baixadas desde1988 e o custo imposto a empresas não só emfunção da cobrança de tributos, mas da neces-sidade de manter caras estruturas para lidarcom a burocracia tributária. Perillo questionouo projeto de reforma tributária, que transfere acobrança do ICMS da origem para o destino eobriga os Estados a abdicar do direito de legis-lar sobre questões tributárias.

A senadora Lúcia Vânia relatou o trabalhoque desenvolveu para a estruturação da novaSudeco e para a criação do Banco deDesenvolvimento do Centro-Oeste, que deve-rá operar como uma agência de fomento nosmoldes da agência criada pelo governo paulis-ta. O deputado Ronaldo Caiado, líder do DEM,entre outros pontos, defendeu que a reduçãode impostos benefice também produtos essen-ciais, como os alimentos.

AGENDA DE PROPOSTAS

REFORMAS INSTITUCIONAIS�Compromisso pela aprovação das reformas política,

tributária, trabalhista, judiciária/segurança pública,administrava e previdenciária;

FINANCEIRAS�Aporte de mais R$ 1,5 bilhão para o Fundo

Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste;�Mais recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social para o Centro-Oeste e paracapitalização das agências regionais de fomento;

� Garantia de recursos e expansão do crédito paracusteio agrícola; maior empenho na solução dasdívidas rurais;

�Crédito para exportações, a taxas normais e semexigências absurdas pelo sistema bancário;

�Criação de linhas especiais de crédito paracapitalização de sociedades garantidoras de crédito ede cooperativas de crédito empresariais;

�Criação de linha de crédito emergencial para o setorsucroalcooleiro;

�Combate sistemático no Congresso ao absurdopatamar do spread bancário;

�Controle dos gastos correntes do governo em favordos investimentos públicos;

INFRAESTRUTURA BÁSICA E SOCIAL�Mais recursos do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC) para Goiás;� Conclusão das obras da Ferrovia Norte-Sul

no prazo anunciado;� Retomada das obras do Aeroporto Santa Genoveva;� Recursos para as obras do terminal de cargas do

Aeroporto de Anápolis;� Recursos públicos ou privados, por meio de

concessão, para recuperação de rodoviasfederais em Goiás;

� Acelerar conclusão das obras da duplicação daBR-153;

� Recuperação urgente da BR-452 (Rio Verde-Itumbiara)e duplicação do trecho Goiânia-Mineiros da BR-060;

�Construção do alcooduto Senador Canedo-Paulínia;� Construção do trevo de acesso ao Distrito

Agroidustrial de Anápolis;�Construção do novo anel rodoviário de Goiânia;� Apoio ao programa federal de hidrovias no

Centro-Oeste, em especial o corredor deexportação Centro-Norte;

� Investimentos em saneamento básico em Goiás;� Inclusão de Goiás no programa de habitação popular

do governo federal;

ADMINISTRATIVAS E POLÍTICAS� Implantação da Sudeco, com recursos suficientes para

influenciar o desenvolvimento do Centro-Oeste;� Implantação de duas Zonas Especiais de

Exportação (ZPEs) em Goiás;� Apoio à negociação entre os governos de Goiás e

federal, Celg e Eletrobrás;�Moção ao Banco do Brasil para que abandone a

fonte cadastral denominada “lista branca”, queimpede pessoas e empresas que venceram na Justiçaações contra o banco de terem acesso a novosrecursos do FCO;

�Guerra à burocracia estatal

Page 44: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

44 GOIÁS INDUSTRIAL

retoma o tema com o reenvio dos projetos àCâmara dos Deputados. E insere umpequeno embrião de reforma quando propõeregras para a transição no poder nas suas trêsesferas para que o sucessor não sofra com omalfeito do antecessor.

Com o exemplo de Lula a onda reformistapode até pegar. Mas é difícil saber se haverátempo para isso, pois é este um ano pré-eleitoral. Por essa característica, 2009 talvez nãose preste para emplacar a reforma. E 2010, anode eleições gerais no País, nem pensar. Masantes que a reforma comece a andar, seria bomrecorrer-se ao conceito e à expectativa daqueleque ela pode beneficiar, que é o eleitor. Afinal,se o eleitor não está ligado, para que entãoreformar?

Para aprovar os projetos, o governo vaiter de entrar numa extensa jornada denegociações. E sob o risco - trivial na políticabrasileira - de ter de ceder, dando algumavantagem para chegar aonde quer. Asversões anteriores da reforma políticapararam no meio do caminho.Coincidentemente relatadas por doisparlamentares goianos, Ronaldo Caiado eRubens Otoni, feriam os tais interesseslocalizados e foram parar na gaveta dealgum gabinete no Congresso Nacional.

Quando estava na presidência daRepública, Fernando Henrique Cardosodizia que a reforma política, pela suacomplexidade, deveria ser decidida pelospartidos e pelos seus representantes noCongresso. Num primeiro momento deseu primeiro governo, Lula seguiu oconceito, mas agora muda de posição e

Reynaldo Rocha Jornalista

O governo Lula reenviou aoCongresso alguns projetos da reformapolítica. A principal proposta é a dofinanciamento público de campanha.Também estão na lista novas tentativas deimplantação da fidelidade partidária e acláusula de barreira para que os partidospossam se manter em atividade.

Quando se diz que a elite políticaresiste às reformas desde que elas tragaminconveniências para certos interesseslocalizados está se dizendo em parte averdade. No caso da reforma política éuma verdade completa. Mesmo com ainterpretação do Supremo Tribunal Federalde que o mandato eleitoral pertence aopartido, muitos parlamentares se opõemem feroz resistência, garantindo o que lhesparece um ganho pessoal e se lixando parao que diz a lei. Não vai ser fácil, portanto.

Reforma política

artigo

Com o exemplo de Lula a onda reformista pode atépegar. Mas é difícil saber se haverá tempo para isso

Page 45: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

45GOIÁS INDUSTRIAL

memória

Você já ouviu falar em armário embutido?A João Rosa Industrialde Móveis, uma dasindústrias pioneiras dosetor em Goiás, foitambém a primeira afabricar no País essapeça já tradicional

João Rosa Filho aprendeu a arte da carpintaria na Escola Técnica Federal de Goiás,atualmente Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, de onde saiu, em1948, para criar a Serraria e Carpintaria Meia Ponte, primeira indústria da então VilaOperária, no quilômetro 6 da antiga estrada para Anápolis.

Trabalhava 20 horas por dia, fornecendo madeira para obras em Goiânia, ainda emseus primórdios. Em 1956, a fábrica passou a produzir armários embutidos, na primei-ra investida de uma empresa neste setor no País. “Tenho orgulho de dizer que fomos osprimeiros a fabricar armários embutidos no Brasil”, repete Rosa Filho, que no ano pas-sado foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, comenda conferida pela Fieg aosempresários de destaque no Estado.

Depois chamou-se Madeireira Meia Ponte e, em 1964, a empresa mudou seu nomepara João Rosa Industrial de Móveis, mantido até hoje, segundo o empresário. E mu-dou também de endereço, instalando-se no Residencial Sonho Dourado, sempre na ca-pital do Estado. A indústria cresceu no embalo da construção de Brasília, da usina deCachoeira Dourada, na década anterior, e da Estrada de Ferro, entre outras obras. Masesses foram outros tempos, relembra Rosa Filho, quando figurava entre os dez maiorescontribuintes do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Com um portfólio que inclui 60 itens ou modelos de móveis, em torno de quatrodezenas de empregados e uma produção mensal equivalente a 25 metros cúbicos, a in-dústria dispõe de uma capacidade instalada bem superior ao que produz. Mas RosaFilho, com generosidade, acha que não precisa de muito mais do que tem.

“TENHO ORGULHO DE DIZER QUEFOMOS OS PRIMEIROS A FABRICARARMÁRIOS EMBUTIDOS NO BRASIL”

João Rosa Filho, portfólio de 60modelos de móveis e 40 empregados:“Não preciso mais do que isso”

Page 46: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

46 GOIÁS INDUSTRIAL

�A partir desta edição,Goiás Industrial abreespaço para esta coluna,assinada pela jornalistaRenata Dos Santos, quetrará assuntos diversos ede bastidores dasentidades da indústria

\\\ A atriz Priscila Fantin trará brilho para evento da AngloGold Ashanti(Serra Grande), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado deGoiás (Fieg) e o governo do Estado, dia 23 de abril. Ela vai desfilar pelafesta, que terá como palco o Palácio das Esmeraldas, com um vestido defolhas de ouro que pesa quase 10 quilos. Os anfitriões da bela são HélcioGuerra, presidente da AngloGold, Paulo Afonso Ferreira, presidente daFieg, e governador Alcides Rodrigues.

\\\ O presidente da Fieg, Paulo Afonso Ferreira, e diretores, durante afesta tailandesa que fechou as atividades de 2008 da diretoria da entidade.Além da animação dos convidados na pista de dança, a decoração e ascomidinhas inspiradas no exotismo do país asiático contagiaram a todos.

CONDOMÍNIO DE TRABALHO

\\\ Manoel Paulino Barbosa,presidente do Sindicato dasIndústrias de Móveis e Artefatosde Madeira no Estado de Goiás(Sindmóveis), começou o anoanimado. Estão a todo vapor ostrabalhos de construção doprimeiro condomínio moveleirodo Estado, em SenadorCanedo. Em fase delevantamento topográfico e deAPL (Arranjo Produtivo Local), jáno segundo semestre a novaárea começará a receber asprimeiras edificações, de umgrupo de 12 indústrias goianas.

MENINADE OURO

CENÁRIO PARA A ECONOMIA

\\\ Numa promoção doSimelgo, o professorAurélio Troncoso, daFaculdade Alfa, realizoupalestra para convidadosno dia 19 de fevereiro,no Palácio da Indústria,analisando o cenárioeconômico atual e asperspectivas para aeconomia neste ano. Na foto,Troncoso entre Suely de Carvalho Siqueirae Orizomar Araújo Siqueira, presidente do Simelgo.

gente da indústriaRenata Dos Santos

Page 47: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

47GOIÁS INDUSTRIAL

HAPPY HOUR

\\\ Eduardo Cunha Zuppani, presidente do Sindicato das Indústrias Químicase Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindquímica), já gera expectativa comseus happy hours que começam este mês. Ele quer unir, num mesmo evento,conhecimento técnico e de órgãos reguladores, além do estreitamento derelações entre empresas filiadas. O happy hour será realizado mensalmente,em restaurantes diferenciados da capital. Som ambiente ou música ao vivotambém estão previstos no encontro, que vai juntar palestrantes técnicos dasáreas química e farmacêutica, representantes de órgãos reguladores, como aAnvisa, e associados de todo o Estado em bons momentos.

\\\ O empresário Antônio de Sousa Almeida, presidente do Sindicato dasIndústrias Gráficas no Estado de Goiás (Sigego) e do Conselho Temático deResponsabilidade Social da Fieg, promoveu encontro de confraternização daclasse no Clube Antônio Ferreira Pacheco, sob animação da banda de JoãoGaroto. O empresário, dono da Kelps, acertou em cheio ao escolher osamba para embalar os convidados, numa festa que inovou emdescontração e contou até com espetáculo de mágica.

\\\ Paulo Afonso Ferreira e a mulherSolange em evento social de fim deano da Fieg. Otimista, ele repassouuma mensagem positiva ao defenderque a crise também pode significarmomento de oportunidades.

\\\ O Diploma e a Medalha do Mérito Industrial, versão 2008, foramentregues aos empresários Antônio Fábio Ribeiro, João Rosa Filho, JoséAlves Fernandes Filho, Luiz Lopes de Lima, Mauro Borges Teixeira, OtonNascimento (in memoriam) e Sultan Falluh, no dia 14 de novembro.

MOBILIÁRIO 2

\\\ Nos próximos meses, outrasações que movimentam a gestão doSindmóveis serão as viagens dogrupo de 35 empresários dosegmento. Muitos já afivelam as malaspara feiras em Bento Gonçalves(Feira Internacional de Máquinas,Matéria-Prima e Acessórios), emmarço, e Milão, em abril.

\\\ O empresário FlávioFerrari, presidente doSindicato das Indústrias deCalçados no Estado deGoiás (Sindicalce), adiantouque o grupo de expositoresda Francal Primavera Verão,evento que movimentará oParque de ExposiçõesAnhembi, em julho, contarácom cerca de dezexpositores goianos. Maisque competitivo, o produtoprecisa ser diferenciado, é adica de Ferrari, que incentivaa busca e a agilidade tantona descoberta de nichos demercado como naqualificação de trabalhadorese processos.

AGENDA PESADA

\\\ Sandro Mabel tem se desdobrado paracumprir agenda política e empresarialextensa. Na Câmara dos Deputados, lidera abancada do Partido da República (PR) ecomanda a relatoria da reforma tributária, umdos temas mais polêmicos hoje no País.Quando está em Goiás, Sandro divide-seentre as empresas do Grupo Mabel e o PRregional, além de dirigir o Sindicato daIndústria de Alimentação de Goiás. Bemhumorado, Sandro não reclama do volumede trabalho. "Só sinto falta da família, mastodos acabam entendendo a correria".

Page 48: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

48 GOIÁS INDUSTRIAL

giro pelos sindicatosguia

Simelgo

CURSO INÉDITO

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado de Goiás(Simelgo) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de MaterialElétrico de Goiânia (Sindmetal) promovem, em parceria, o primeiro curso de qualificaçãoprofissional para cortadores e dobradores de chapas metálicas do Estado. Numa iniciativa inédita, ocurso, gratuito, está previsto em uma das cláusulas da convenção coletiva de trabalho firmada entreas duas partes e será ministrado pela Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna, de Goiânia.

SimplagoSacolas plásticasAs indústrias de materialplástico esperam que aAssembleia Legislativa aprove,em segunda votação, asalterações na lei que determinaa substituição dos sacosplásticos convencionais porsacolas oxiobiodegradáveis.Originalmente, as empresasteriam até junho deste ano paraconcluir a transição. O setorpede mais cinco anos para quea indústria possa se adaptar.“Sem a prorrogação, cerca de20 empresas correm o risco defechar as portas, causandodesemprego para 2,5 milfuncionários”, afirma opresidente do Simplago,Aurelino Antônio dos Santos.

Apoio empresarialA aula inaugural do curso ocorreu no dia 2 de fevereiro, na sede do Sindmetal, no Setor Aeroporto, em Goiânia. Aqualificação tem apoio das empresas Perfinasa, onde ocorreu uma das aulas práticas, Ferrobraz, ambas instaladasna capital, e da Newton, baseada em Limeira (SP), uma das maiores fabricantes de guilhotinas e dobradeiras dechapas metálicas da América Latina. O setor de corte e dobra responde pela fabricação de vergalhões, vigas,chapas metálicas, gôndolas de supermercado e suportes diversos, entre outros produtos.

União de forças“Simelgo e Sindmetal abrem novos caminhos na relação sindical, reforçando seu poder de ação e demobilização”, afirma o presidente do Simelgo, Orizomar Araújo Siqueira. No mesmo tom, RobertoFerreira, presidente do Sindmetal, acha que “os sindicatos estão dando uma lição de entendimento entrecapital e trabalho, ao promoverem um curso que vai concorrer para a geração de emprego e criar novasoportunidades de qualificação profissional”.

SinvestGoiás Mostra ModaO Sindicato das Indústrias doVestuário no Estado de Goiás(Sinvest) realiza, entre 22 e 26 dejunho, a 1ª Goiás Mostra Moda,no Centro de Convenções deGoiânia. A expectativa, segundoo presidente do sindicato, JoséDivino Arruda, é de que oevento possa alavancar aprodução e as vendas do setor,funcionando como uma janelapara apresentar a todo o País amoda produzida no Estado.

Aula inaugural do curso reuniu lideranças empresariais e de trabalhadores, na sede do Sindmetal

Page 49: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

49GOIÁS INDUSTRIAL

RestauraçãoEntre os imóveis cadastrados no Projeto Viva e Reviva Goiânia, seisforam escolhidos para participar do programa, que tem como objetivorestaurar imóveis antigos, de valor arquitetônico e histórico, na área detombamento federal definida pelo Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico (Iphan) no Centro da capital e em Campinas, colaborando coma revitalização das duas regiões. O projeto nasceu da parceria firmadaentre o Sinduscon-GO e o Instituto Casa Brasil de Cultura (ICBC).

Passo a passoNuma primeira etapa, já concluída, os imóveis selecionados foramsubmetidos a um levantamento fotográfico e avaliados pela comissãojulgadora do programa. O passo seguinte será a execução daspropostas de estudos de cores e dos orçamentos, seguindo-se aassinatura dos contratos com os proprietários dos imóveis e o inícioda execução das obras de restauro das fachadas.

HABITAÇÃO E PREFEITOS

Sinduscon

Mais de 300 convidados, entre eles 70 prefeitos, senadores, ex-ministros e lideranças empresariais (foto), participaram do 1ºEncontro Sinduscon/AGM, promovido no dia 5 de fevereiro peloSindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás e pelaAssociação Goiana de Municípios. Segundo o presidente doSinduscon-GO, Roberto Elias Fernandes, o evento debateupolíticas para o setor habitacional e gestão urbana, permitindo atroca de experiência e maior aproximação entre gestores públicos.

Sinprocimento Qualidade de lajesO Sindicato da Indústria deProdutos de Cimento doEstado de Goiás(Sinprocimento), de acordocom seu presidente, MarleyAntônio da Rocha, concluiem abril o Programa Goianode Qualidade de Lajes(PGQL), com a qualificaçãode 21 empresas. Com apoioda Câmara Brasileira daIndústria da Construção(CBIC) e do SebraeNacional, as empresasparticipantes receberamcapacitação em gestão,processo de produção,qualidade de produto aolongo de 18 meses de cursose treinamento, numinvestimento de R$ 480 mil.

Blocos deconcretoAinda neste mês de março, oSinprocimento planeja iniciarum novo programa equalificação, desta vezdirecionado a fabricantes deblocos de concreto. Osindicato ainda negociaparcerias para financiar oprojeto, mas já tem asseguradaa participação do IEL Goiás,como gestor, e da AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland(ABCP). A intenção é que ocurso tenha duração tambémde 18 meses, atendendo a 22empresas já inscritas,envolvendo um custo total emtorno de R$ 300 mil.

Sindirepa Parceria com SenaiGoiásO início dos cursos deaprendizagem industrial e dequalificação profissional nas áreasde funilaria e pintura de veículos,respectivamente em meados defevereiro e no final da primeiraquinzena de março, marcam ocomeço das atividades da oficinamontada na Escola Senai VilaCanaã, em Goiânia, para atenderao setor. A iniciativa é resultadoda parceria entre Senai Goiás eSindicato da Indústria deReparação de Veículos eAcessórios no Estado de Goiás(Sindirepa), com a participaçãodas empresas Moura e GlobalCar, que cederam espaço emsuas oficinas para avaliaçãoprática dos alunos. O sindicato,que participou da etapa demontagem da matriz curricular,vai também colaborar naavaliação do perfil do profissionalna conclusão da formação. Porsolicitação do Sindirepa, asprimeiras turmas serãodirecionadas para atender aempresas multimarcas do setor,por meio do “contrato deaprendizagem industrial” einserção da qualificação industrial.

Novo portalEm sua primeira reunião ordináriado ano, realizada no final dejaneiro, o Sindirepa apresentouaos seus diretores e convidados onovo portal do sindicato,ferramenta que será utilizada paradifusão de informações de formamais dinâmica..

Page 50: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

50 GOIÁS INDUSTRIAL

missão. Externamente, temos de atuar juntoao governo para que haja uma política decombate à concorrência desleal. Outraprovidência é reivindicar uma política industrialque fortaleça o segmento da confecção. Epropor uma fiscalização rígida com relação aosprodutos originados da China e de outrospaíses, pois da forma como está perdemmuito as empresas, mas perde também ogoverno, pelo avanço da informalidade noprocesso de comercialização desses produtos.

As dificuldades são muitas, mas temos de tero desassombro de enfrentá-las. E vamosenfrentá-las com o mesmo dinamismo desempre, pois é esta - a indústria do vestuário -,uma classe trabalhadora, constituída em suamaioria por micro e pequenas empresas, ouempresas familiares, e que gera mais de 100 milempregos. Em muitos casos, crescemos pelanecessidade, nos sentindo às vezes sem pai, semmãe e sem parteira, por nem sempre termos oapoio da representação política em todas asesferas, a municipal, a estadual e a federal.

Mas devemos nos manter otimistas, poralgumas razões. Uma delas é o projeto de leique o governador Alcides Rodriguesencaminhou à Assembleia Legislativabeneficiando as confecções com a isenção deICMS nas vendas externas e redução de 17%para 7% nas vendas dentro do Estado. Eestamos preparando para o mês de junho aGoiás Mostra Moda, feira que vai trazer oBrasil para cá, para mostrar nossa cara e,quem sabe, receber o reconhecimentodefinitivo de nosso valor.

industrial, dando fôlego para quemcontinua produzindo.

Mas não temos de ficar chorandosobre o leite derramado. Antes de maisnada, temos de nos preocupar com aqualidade do produto goiano, com o focona regra do custo-benefício: ainda que oconsumidor pague um pouco mais peloproduto, a qualidade compensa. Numasituação de crise, um dos paliativos é aredução do custo operacional e daprópria margem de lucro. Essa é a nossa

José Divino ArrudaPresidente do Sindicato das Indústrias do

Vestuário no Estado de Goiás (Sinvest)

Acabamos de sair de um ano que nãofoi bom para a indústria do vestuário. Emprimeiro lugar, nos ressentimos, em2008, da falta de uma política deincentivos. Depois, falhamos em nossaestratégia de comunicação. Nãosoubemos divulgar adequadamente nossaprodução que, apesar de já ser bemconhecida e referenciada por estar numcentro reconhecido como grandenesse setor, tem perdidocompetitividade emrelação a outros Estados.Sem falar no avanço dainformalidade nas feiras livresonde proliferam os produtos importados.

Para completar, nos defrontamoscom a crise financeira que virou o anoacuando a atividade produtiva. Temosassim, hoje, um conjunto de desafios:informalidade em alta escala, cargatributária elevada, concorrência deslealcom o produto importado(especialmente o chinês) e, por último, afalta de crédito e os juros altos.Percebemos a preocupação dopresidente Lula com a atual situação,especialmente em relação aos cortes nomercado do emprego. E assimalimentamos a esperança de que decorraum benefício concreto. Essasintervenções pontuais fortalecem asempresas de forma indireta, ou seja, se ogoverno age para preservar e estimular oconsumo, há repercussão no setor

Confecção goiana mostra sua cara

artigo

Temos de atuar junto ao governo para que haja umapolítica de combate à concorrência desleal

Page 51: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio
Page 52: Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de ... · Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio

Sis

tem

a F

ieg

/Asco

m

O número é grande. Nosso orgulho também.

Mais que uma estatística, o número para o Instituto Euvaldo Lodi representa

pessoas. Jovens estudantes que passaram pelo Programa de Estágio e hoje são

profissionais que concretizaram sonhos, projetos de vida e planos de carreira.

www.

sitedoestagio.com.br

100.000estagiáriosnos últimos 10 anos