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“ Limites - uma postura dos pais frente aos filhos” Qual é a melhor escola? Ano II Número 07 NOVEMBRO 2012 A importância da matemáca desde os 3 anos Capa Editorial Entrevista - Paulo Ronca

Revista Eduque em Ação - Edição Novembro 2012

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Atividades da escola Eduque.

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Page 1: Revista Eduque em Ação - Edição Novembro 2012

“ Limites - uma postura dos pais frente aos filhos”

Qual é a melhor escola?

Ano II Número 07 NOVEMBRO 2012

A importância da matemática desde os 3 anos

Capa

Editorial

Entrevista - Paulo Ronca

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Qual é a melhor escola?

E d i t o R i A l

m outubro, recebe-mos na Eduque, para proferir uma pales-

tra, o doutor em educação Paulo Ronca (veja seção Momento Pedagógico). Ele conversou conosco sobre o papel da escola na atu-alidade e, respondendo à célebre questão de qual é a melhor escola, ele disse: “é aquela que a criança ama e por ela é amada; onde há interação e a criança sente--se feliz e acolhida”.Este pensamento nos faz refletir sobre uma grande responsabilidade: a infância é única e muito importante, por isso precisa ser bem cui-dada. “Escola que ama res-peita a criança e desenvolve valores para a vida”, indica Paulo Ronca e nisso concor-damos inteiramente com o educador. Vivemos hoje numa socie-dade cujas referências de sucesso e status são ques-

tionáveis e a violência atin-ge todas as classes sociais. Neste contexto, a Eduque atua na formação do aluno para ter comportamento ético e de cidadania, res-

ponsabilidade socioam-biental e olhar crítico em re-lação ao consumismo, por exemplo, que são requisitos de uma formação completa tanto quanto aprender no-vos idiomas. E o tamanho da escola, im-porta? O debate teve início nos Estados Unidos, déca-da de 90, pois acreditavam

que as escolas maiores reduziriam custos. Com o surgimento da crise de le-gitimação social e queda de desempenho nos testes internacionais, iniciou-se o “Small School Moviment” – movimento da pequena es-cola, indicando que o suces-so acadêmico seria maior nas escolas de menor porte, pois os pais tendem a ser mais envolvidos, os alunos são acompanhados como indivíduos e o desenvolvi-mento pessoal é melhor trabalhado. Nem muito pe-quena, nem muito grande, afirmam alguns especialis-tas, o importante é ter en-sino eficiente e diversidade de espaços, sem perda do controle do aprendizado in-dividual.Para nós da Eduque, a dis-cussão é ampla, mas enten-demos que o que realmente faz a diferença é a formação e comprometimento dos

Lucia DuarteDiretora Geral

professores, um projeto pe-dagógico consistente, ino-vações tecnológicas e pro-jetos culturais e artísticos, que darão uma base sólida de conhecimentos. E o grande compromisso é conhecer as características e necessidades da infância, tendo como eixo a forma-ção da autonomia e identi-dade do aluno, em paralelo ao desenvolvimento acadê-mico, aspectos que muito valorizamos. Tudo isso certamente re-presenta amor e respeito ao aluno.

E

E x p E d i E n t E

Dia 12 de outubro de 1988 nascia uma escola...

Eduque comple-tou, no dia das crianças, 24 anos,

uma história dedicada à A educação com um traba-

lho de amor e carinho às crianças.Comemoramos esta data recebendo mui-

Escola Eduque

Diretora Geral e Mantenedora: lucia duarteDiretora Pedagógica: Patrícia Cintra

Revista Eduque em Ação

Coordenação Geral: Juliana duarteProdução Editorial: Equipe Eduque Revisão: Paula StranoFotografias: Arquivo Eduque Diagramação e Design:PontoZap Comunicação (11) 2264-8524

Coordenação pedagógica• Lucelena Lee• Tatiana Duarte• Guadalupe Boedo

A infância é única e muito importante e por isso precisa ser muito bem cuidada

Silvia Marie T. C.Mãe do Gabriel T. C.

E S P A ç o d o S P A i S

As crianças estão de para-béns, uma grande noite em que cantaram, dançaram, mostraram como estão in-dependentes ao ler os poe-mas dos autores e principal-mente, criaram, escreveram e leram seus próprios versos.Parabéns aos professores e à Eduque pela dedicação e emprenho com os alunos.

Noite Literária 1º ano

E S P A ç o d o S A l U N o S

tas mensagens de pais por e-mail, Facebook, muitos desenhos e declarações dos alunos. Alguns grupos fizeram até uma festa sur-presa de aniversário com formulação de convites especiais para a direção e

coordenação. É muito gra-tificante acompanhar as manifestações de carinho pela Eduque e saber que os alunos são bem felizes aqui, o gosto pela escola é fator essencial para o su-cesso acadêmico!

O grande compromisso é conhecer as

necessidades da criança, tendo

como eixo a formação da sua

autonomia

Page 3: Revista Eduque em Ação - Edição Novembro 2012

C U l t U R A

N Ó S d A E d U Q U E

O conhecimento em movimento

m professor que estuda traz para dentro da aula

aquilo que faz a escola ca-minhar: o conhecimento em movimento. Saber unir a prática com o que se lê nos livros não é tarefa fácil, requer esforço e dedica-ção. Por esse motivo cada vez mais os professores são incentivados a desenvolver projetos que requeiram estudo, pesquisa e criati-vidade, pois o diferencial das futuras gerações é jus-tamente saber lidar com o conhecimento adequando--o à realidade. Também por esse motivo, sabemos o quanto é importante di-

U vulgar o trabalho à comu-nidade acadêmica, para que o conhecimento pro-duzido possa inspirar ou-tras pessoas.Na edição de agosto da revista Avisá Lá, uma das mais conceituadas publi-cações para educadores, há um artigo escrito pela Patrícia Cintra, diretora pedagógica da Eduque, so-bre o projeto desenvolvido na escola: Comer com os olhos: proposta de alfabe-tização estético-visual em museus. Na próxima edi-ção (em novembro) haverá uma segunda parte, finali-zando o artigo. Na mesma edição da revis-ta, há outro artigo escrito

pela professora Paula Stra-no, no qual ela conta sobre uma pesquisa que fez a respeito da formação das crianças como leitoras.Em dezembro, a Revista do Professor trará o Projeto Espaço Imaterial, que rela-ta a construção de Patrimô-nio Cultural com a vivência dos alunos do Jardim II do “Ritual de passagem da educação infantil ao ensi-no fundamental”, também escrito por Patrícia Cintra.Ainda este ano, a profes-sora Gabriela Romera ga-nhou um prêmio de honra ao mérito do Professor Ino-vador da Microsoft com o projeto Carvernas Urbanas e seu subproduto Grafitti

M o M E n t o p E d A g ó g i C o

Entrevista

duque: Qual o melhor momento para os pais estabelecerem

limites às crianças?Ronca: Tudo na vida se transforma em processo. “Limites” é uma postura dos pais frente aos filhos, ações que vão dando silhueta ao relacionamento, sentimen-tos que emolduram sua au-toridade. Por exemplo, des-de cedo, o filho deve dormir em seu próprio quarto. Eduque: o que representa a falta de limites para o fu-turo da criança?Ronca: Falo claro: criança sem limites é uma criança chata, que não respeita e não se sensibiliza com nada ou com ninguém; mimada, faz o que quer, sem medir as consequências; egocên-trica, só pensa em si e não sabe dividir; infantilizada, vive movimentos regressi-vos.

Eduque: diante dos apelos comerciais, como orientar os filhos quanto ao consu-mo necessário e o pautado pelo desejo?Ronca: O consumismo será – ou já não é? – o grande

mal deste século. Crianças necessitam saber esperar, saber quanto e quando po-derão ganhar. Devem dar valor às coisas. Presentes? Só três por ano: um no ani-versário, outro na festa reli-giosa e no dia das crianças.

Eduque: Cada vez mais cedo, as crianças exibem tênis e roupas de marcas famosas, modelos arroja-dos, sapatos de salto, cos-méticos, transformando-se em “miniadultos”. Quais os prejuízos dessa anteci-pação? Ronca: Hoje, vejo com cla-reza um fenômeno social tão forte quanto perigoso: encurta-se a infância, an-tecipa-se a adolescência e a maturidade chega tardia-mente. Perdemos os crité-rios que devem marcar cada uma das fases da vida.

Eduque: o que a criança perde com o encurtamento da infância e antecipação da adolescência?Ronca: Perde as melhores fases da vida, fases estas que, se forem bem vividas, à sua maneira e tempo, serão momentos marcantes para

a formação da personalida-de e do caráter.

Eduque: Como podemos prevenir a “vaidade” preco-ce das crianças?Ronca: A vaidade não é ina-ta; aprende-se a tê-la ou a desenvolvê-la. Se há uma

Paulo Afonso Ronca Doutor em Psicologia Educacional pela UNICAMP. Foi professor universitário, é escritor. Assessora escolas no Brasil e na América Latina. Em São Paulo, é diretor clínico do Instituto Esplan.Contato site: www.esplan.com.br

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Mr. Fog, um lord inglês, resolve atravessar o mundo com seu fiel cria-do. A grande sacada do espetáculo é pôr uma câ-mera no teto para captar os movimentos dos ato-res e projetá-los num te-lão ao fundo do palco. Os aventureiros percorrem a Itália, o Egito, a Índia, a China, o Japão e os Esta-

As cores de laurinhaAutor: Pedro BandeiraIlustrador: Osnei

Eu indico esse livro por-que aprendi a fazer várias cores com quatro lápis. A história é sobre uma menina que quer dar um presente para sua mãe e incentiva as crianças a desenhar e a pintar.

Editora Moderna

teatro - A volta ao Mundo em 80 dias indicação de livro da aluna Aline B.Q, 3º ano B

dos Unidos. Recomenda-do a partir de 5 anos. Até 16 de dezembro. Sábados e domingos, às 16h. Sho-pping Pátio Higienópolis. Av. Higienópolis, 618. Tel. 3823-2323. Teatro Folha.

PARA PASSEAR PARA lER

Digital, desenvolvido em parceria com a professora Ana Carolina Ferraz, acom-panhado pela assessora de arte Juliana Carnascialli e pelo Encarregado de Tec-nologia Ricardo Maia.Os professores Heder Mi-randa e Luciane Comenale inscreveram seus traba-lhos no Prêmio Professor Nota Dez, da Fundação Victor Civita, relatando o trabalho “Educação Física para Bebês” e o Projeto de Arte “Olhadores”, respecti-vamente.É com muita satisfação que dividimos nossos conheci-mentos, assim como esta-mos sempre em busca de novos aprendizados.

A Eduque entrevistou o especialista na relação família/escola Professor Doutor Paulo Afonso Caruso Ronca, que explicou o que representa a falta de limites, o encurtamento da infância e o consumis-

mo para as nossas crianças.

criança vaidosa, é porque houve um adulto que assim a educou ou a incentivou. Conta-se que os antigos gre-gos, quando queriam des-truir um humano, pediam aos deuses do Olimpo que laçassem naquele coração a vaidade e o orgulho.

Vejo com clareza um fenômeno social tão fortequanto perigoso: encurta-sea infância, antecipa-se aadolescência”

Professores da Eduque publicam artigosem importantes revistas

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Por que ensinar matemática desdeo maternal?

educação assume, entre suas funções, a transmissão de

conhecimentos que serão retomados, ampliados e aprofundados no percurso da vida escolar, bem como introduz as crianças no co-nhecimento elaborado pela cultura. Nesse contexto, o ensino da Matemática supõe que as crianças resolvam proble-mas matemáticos, adian-tem possíveis soluções,

C A p A C A p A

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provem, equivoquem-se, corrijam tentativas frustra-das, comuniquem a seus

pares modos de resolver, considerem as resoluções ou afirmações de outros, discutam, defendam po-sições, tentem mostrar a incorreção de um proce-dimento ou afirmação, es-tabeleçam alguns acordos entre outras habilidades do pensamento.No currículo da Eduque, nomeamos esse trabalho como Matemática desde o maternal (3 anos), pois criamos condições em que os diferentes aspectos do funcionamento matemáti-co são trabalhados.Abrimos as portas das sa-las de aula da Eduque aos conhecimentos matemá-ticos com atividades que aos olhos das crianças são brincadeiras, jogos e desa-fios. Aqui brincar é bastante sério!No maternal, o “jogo do boliche” é uma forma de trabalhar a contagem e a correspondência um a um, cada pino derrubado é con-tado. No começo usamos poucos pinos, mas confor-me o jogo avança outros são incluídos, tornando a atividade de contar mais desafiadora. Além de der-rubar e contar, as professo-ras solicitam que as crian-ças registrem. As escritas numéricas não-convencio-nais produzidas pelas crian-ças são feitas, então todos

são convidados a refletirem sobre as quantidades e re-gistros.Com o intuito de tornar observáveis as evoluções no trabalho com essa área, com alunos do jardim I (4 anos) usamos o “ jogo do bingo” é usado para que as crianças possam discutir como representar os núme-ros. Cada dupla recebe uma cartela com os números e juntos devem decidir qual é

o número que a professora falou. Nessa atividade eles discutem como se escreve o 12 ou o 21, por exemplo, levantando critérios como: quem manda é o primeiro número ou ainda olhando o calendário da sala, estra-tégias simples e muito efi-cazes.No jardim II (5 anos) esses conceitos vão novamente evoluindo. Um jogo dessa turma é “batalha de car-

Aliamos conhecimentos

matemáticos com atividades que, aos olhos das crianças,

são brincadeiras, jogos e desafios

tas”, no qual as crianças recebem cartas de baralho com números de 1 a 9. Elas são distribuídas entre os jogadores, que jogam duas cartas ao mesmo tempo e veem que número formou, por exemplo: 37 e 82. Am-bos comparam os números, o jogador que tiver o núme-ro maior fica com as cartas. Nesse jogo, as crianças com-param grandezas, discutem sobre o valor posicional dos números, utilizam a se-quência numérica conhe-cida ou o quadro numérico presente na sala para com-parar grandezas.Em todas as turmas e sé-ries, os jogos são praticados muitas vezes, mas não são eles que garantem a cons-trução do conhecimento e sim a forma como a profes-sora faz as intervenções, os materiais escolhidos para a atividade e principalmente as condições das reflexões.Ainda como modelo de progressão, no Ensino Fun-damental as crianças de-senvolvem habilidades de

cálculo mental, estimativa, sempre por meio da reso-lução de problemas, antes de chegar aos algoritmos, conhecidos por nós como as contas ‘armadas’.Sabemos que atualmente as boas escolas são medi-das pelos resultados que atingem em sistemas de avaliação como Enem, Sa-resp, Prova Brasil ou mes-mo no Pisa, e a Eduque, conhecendo os conteúdos

exigidos, prepara o aluno construindo e desenvol-vendo neles as necessá-rias competências. Temos a certeza de que um aluno que tem a possibilidade de pensar, argumentar e com-parar estratégias diferentes de resolução de problemas tem uma visão ampla e ar-ticulada dos conteúdos, portanto, tem melhores re-sultados.

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ntre os meses de agosto a outubro, as turmas de Jardim I

tiveram como tema de es-tudo na área de Natureza e Sociedade o fascinante uni-verso dos peixes. A escolha do tema levou em conside-ração o grande interesse por animais, algo bem caracte-rístico desta faixa etária, e possibilitou a exploração de conteúdos como as diferen-tes espécies, suas caracterís-ticas e necessidades vitais e os cuidados básicos com os peixes por meio da sua cria-ção.Iniciamos o estudo com o levantamento dos conhe-cimentos prévios apresen-tados pelas crianças, que foram surpreendentes: “Pei-xes vivem no oceano, no rio, na lagoa e também no aquá-rio!”, “Não pode jogar lixo na água, senão os peixinhos vão morrer sem respirar!”.Depois, foram proporcio-nadas diversas situações didáticas: pesquisas em diferentes portadores de

E S C o l A E M A ç ã o

E

Jardim I mergulha no universodos peixes

informações como jornais, livros, revistas e enciclopé-dias; a apreciação e mani-pulação de imagens de dife-rentes espécies desse grupo de animais por meio de um jogo da memória. Também contribuíram o estudo do meio realizado no Aquário de São Paulo e a visita ao

Laboratório de Ciências da Eduque, em que pudemos tocar, cheirar, manipular e, o principal, conhecemos um peixe de verdade por fora e por dentro.

Após as descobertas, as tur-mas estavam prontas para a etapa final: a montagem e a manutenção de um aquário de verdade em cada sala.

E S C o l A E M A ç ã o

Viviane Fernandes R. NunesProfessora Jardim I A e C

“ Não pode jogar lixo na água,

senão os peixinhos vão morrer sem

respirar”, conclui um aluno

ças, que prepararam uma horta, interagindo ainda mais com a natureza e a vida presentes de manei-ra cada vez mais curiosa e respeitosa.Sabemos o quanto é im-portante para as crianças explorar o meio ambien-te, estabelecendo conta-to com pequenos animais e plantas, manifestando curiosidade e interesse. Construir uma horta com garrafas pet trouxe essa possibilidade para as tur-mas do Maternal. Com as mãozinhas na terra, semeamos não só semen-tes, mas também a espe-rança de um futuro mais sustentável a todos.

o segundo semes-tre, as crianças do Maternal desen-

volveram o projeto “Crian-ças fazem uma horta”, que despertou o olhar para o meio ambiente, valorizan-do e cuidando ainda mais da vida presente em nosso entorno. Através da obser-vação, reflexão e pesquisa, as crianças tiveram a opor-tunidade de conhecer e ter contato com as neces-sidades e cuidados que te-mos com outro tipo de ser vivo: as plantas. Tornar esse saber sig-nificativo por meio de experiências concretas e vivências com a família revigorou o conhecimen-to dos pequenos. Ao le-vantar hipóteses sobre a origem das frutas e vege-

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Maternal e o Projeto Horta

tais presentes em nossa mesa, as crianças perce-beram que esses alimen-tos não são produzidos nos supermercados, mas cultivados na terra ou água (hidropônicos) atra-vés de hortas.Cada turma escolheu o que plantar e, mes-

mo depois de plantadas as diferentes sementes ou mudas, outras ideias surgiram com esses pe-quenos curiosos, desde plantar sementes de fru-tas trazidas de casa até feijão. O resultado de tanta experimentação foi acompanhado pelas crian-

Adriana AndreassaProfessora Maternal D

Para isso, as crianças reali-zaram uma pesquisa com o auxílio dos pais sobre como fazê-los e então montaram seus aquários e partiram para o trabalho de cuidados com esse ser vivo, além de confeccionarem um cader-no de registro, por meio de desenhos, da observação diária do desenvolvimento dos peixes. Abordar o tema de ma-neira significativa e desafia-dora possibilitou um grande avanço no senso investigati-vo, questionador e observa-dor das crianças do Jardim I.

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brincar é uma das linguagens mais significativas para

a criança. A inter-relação entre os ambientes e ob-jetos, suas explorações e transformações através das brincadeiras possibilita sis-tematizar as vivências e prá-ticas cotidianas, perceber o outro, imaginar, realizar des-cobertas, comparar e atuar mais autonomamente com os elementos ao redor.(Plano de ensino anual da Eduque– Berçário 2012) No Berçário, considera-mos a brincadeira como um

ivemos numa so-ciedade do imedia-tismo, que pouco

privilegia o desenvolvimen-to do cidadão. Olhar para o lado, fazer junto, comparti-lhar são ações que precisam ser apresentadas às crianças, discutidas, exercitadas com frequência e, desse modo, construídas.A preocupação com a forma-ção de cidadãos ativos não é só nossa. Em meados dos anos 90, tal problema inquie-tava educadores e a socieda-de em geral nos EUA, todos discordavam da postura dos jovens à espera do salto para a cidadania ativa.Detectou-se que a falta des-sas vivências, durante os anos de formação inicial, não favorecia esse desenvolvi-mento.Diante desta constatação, chegaram ao consenso de que a “educação deveria, portanto, ser responsável pelo exercício dos alunos para que seus papéis como cidadãos ativos, no futuro, se manifestassem. Não apenas

E S C o l A E M A ç ã o

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V

Ambientização no BerçárioEnsino Fundamental em Ação Comunitária

elemento essencial para o desenvolvimento infantil, isso não implica apenas em contemplá-la na nossa roti-na, mas também pensá-la como uma situação praze-rosa para as crianças. Por isso, montar ambientes que propiciem e enriqueçam as brincadeiras é tarefa diária de nossa equipe. Quando preparamos os ambientes, como o solário interno ou externo, a sala de estimulação motora e a sala de estimulação de lin-guagem, disponibilizamos os objetos de maneira que

com uma educação sobre ci-dadania, mas através de uma educação de e para a cidada-nia.” (Gearon, 1999)Aqui na Eduque, sempre ti-vemos essa preocupação e o cuidado em assistir a comu-nidade através de Campa-nhas de arrecadação. Com a implantação do curso do En-sino Fundamental, sistemati-zamos a proposta através de um projeto de Ação Comuni-tária, que batizamos de EDU-QUE FAZ. Acreditamos que as instituições educacionais são as grandes aliadas na formação de uma sociedade capaz e participante.Sabemos que desenvolver, nos nossos alunos, o senso de responsabilidade social através do contato com re-alidades adversas é uma

os bebês sejam convidados a desvendar aquele espaço, causando curiosidade. Os objetos e brinquedos oferecidos são selecionados com muito cuidado e ex-postos levando-se em conta aspectos estéticos: beleza e harmonia. Eles são pen-durados nos tetos, barras e paredes, colados no chão, colocados de maneira a criar obstáculos, entre muitas ou-tras possibilidades. Os materiais são coloca-dos de variadas maneiras, com a intenção de atender a todas as crianças do grupo,

das maneiras pelas quais poderemos levá-los a uma tomada de consciência de seu papel de agentes trans-formadores na sociedade em que vivemos. Este ano a Campanha teve

início em Setembro com a proposta de atendimento a asilos e contou com a par-ceria dos avós dos alunos do Fundamental. Cada turma recebeu seus avós para um momento de integração, tomaram chá, comeram bo-linho, ouviram história e tra-balharam juntos, decorando

pois cada uma delas viven-cia diferentes etapas do de-senvolvimento. Portanto, a disposição e organização do ambiente possibilitam que experimentem habilidades já adquiridas e sejam moti-vadas para adquirir outras. A equipe do Berçário tem o papel de fazer a mediação entre a criança e o ambien-te, possibilitando situações atraentes e potencializando a aprendizagem social, afeti-va e cognitiva.

retalhos que se transforma-ram em colchas que foram doadas aos asilos.Numa segunda etapa, alguns avós nos auxiliaram na sele-ção das entidades a serem beneficiadas. Com a Cam-panha organizada, nossos alunos fizeram a divulgação, escreveram cartas e prepa-raram cartazes convidando toda a Comunidade Eduque a participar através de dona-tivos.Num ambiente seguro mas desafiador, pudemos propor aos nosso alunos a vivência de um dos princípios da De-claração Universal dos Direi-tos da Criança.

Lucelena Martins de Souza LeeCoordenadora do Ensino

Fundamental

Shirlei SilvaEncarregada do Berçário

“Princípio 7A criança tem direito a receber educação. Ela deverá ser educada de forma a promover sua cultura geral e capacitada, com base na igualdade de oportuni-dades, desenvolvimento de habilidades, julgamento individual e senso de responsabilidade moral e social, tornando-se um membro útil à sociedade.”

Compartilhar é uma ação que precisa

ser apresentada às crianças

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E S C o l A E M A ç ã o E S C o l A E M A ç ã o

o Minimaternal, uma das sequên-cias de atividades

feitas ao longo deste ano que teve grande importân-cia no eixo Linguagem Oral e Comunicação foi a “Caixa Surpresa”. Cientes da im-portância do lúdico, propor-cionamos às crianças diver-sos momentos de diversão e interação, associados à curiosidade e à elaboração de hipóteses, que vêm con-tribuindo de maneira satis-fatória para a construção do vocabulário de nossos alunos.A proposta está sempre atrelada aos objetos pre-sentes em nosso cotidiano, dentro da Caixa Surpresa pode haver um material escolar, um brinquedo, ele-mentos da natureza ou ali-mentos. Para a atividade acontecer, costumamos formar uma

urante as férias de julho, os alunos do 2º ano realizaram

a leitura do livro “Mitos – O folclore do Mestre André”, de Marcelo Xavier, dando início ao nosso projeto. Assim que voltaram às aulas, retomamos cada mito, lendo e discutindo sobre as principais características e ações das personagens, as-sim como a estrutura e or-ganização dos textos: uso da letra maiúscula, pontuação e assunto abordado em cada parágrafo. Após a leitura comparti-lhada, os alunos foram con-vidados a escutar o CD que acompanha o livro, reconta-do na voz do autor. Na próxima etapa, cada turma escolheu um dos mitos

d

n

Minimaternal e a Caixa SurpresaLivro de Mitos do 2º ano

para reescrever coletivamen-te. Mais uma vez retomamos a estrutura do texto e en-quanto os alunos ditavam, a professora era responsável pelo registro e intervenções necessárias. Com a reescrita coletiva finalizada, cada aluno teve a oportunidade de expor a sua criatividade na construção,

Gabriela Yue e Katia S. CainzosProfessoras 2º Ano A e B

Monica Araujo e Luciane ComenaleProfessoras Minimaternal A, B, C e D

também coletiva, da perso-nagem e cenário do mito, uti-lizando massinha de modelar. A última etapa do projeto contou com a escolha de um dos mitos e reescrita dos alu-nos em duplas de trabalho. Cada dupla, com a mediação da professora, produziu e re-visou seu texto. A confecção do cenário e das personagens

também foi elaborada pelas duplas, com a utilização de massinha. As produções textuais dos alunos foram digitadas e todo o processo, fotografado. Sur-giu, então, o livro de mitos de cada turma do 2º ano! Assunto envolvente, crian-ças motivadas, curiosas e dis-postas a aprender, assim é o nosso grupo de alunos!

O Boto é um mito encantador. Durante o dia ele é um peixe. Nas primeiras horas da noite, sai da água e se transforma em um ra-paz forte e bonito, vestido de branco e usando um chapéu para não mostrar o orifício por onde respira, no alto da cabeça.Em seguida, o Boto sai para conquistar os corações. Não é difícil: ele é simpático e brincalhão. Depois de dançar, ele vai para a bei-ra do rio namorar.Tem muitos filhos com suas namoradas, mas nem liga para eles.Para quem quer ganhar o coração de alguém, nada melhor do que um amuleto da sorte, de olho de boto.

grande roda, a caixa então é oferecida às crianças para que segurem, sintam o peso e ouçam o som que o obje-to faz ao ser balançado. A partir disso, fazemos per-guntas e damos dicas com o objetivo de instigar e aguçar a curiosidade. As crianças criam hipóteses, dão palpi-

tes e muitas vezes acertam qual é o item escondido! O desenvolvimento dessa sequência tem a intenção de proporcionar progres-sões a cada etapa: no início do ano a professora esco-lhia o objeto que seria es-condido na caixa; conforme as crianças foram se apro-

priando da atividade, cada um podia escolher junto com a professora um obje-to que desejasse esconder para os colegas descobri-

rem e agora, na reta final, as famílias foram convidadas a participar, confeccionando uma caixa surpresa e esco-lhendo em casa um objeto para ser descoberto na es-cola.Todos estão aproveitando bastante, afinal, aprender brincando é muito mais sig-nificativo!

Proporcionamos interação associada

à curiosidade

O Boto

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E S P E C i A l

Eduque acredita na importância do apren-dizado de inglês desde cedo. Para isso, conta com a parceria da Seven Idiomas

desenvolvendo um trabalho de qualidade visan-do a obtenção de resultados. A Seven Idiomas é centro autorizado por Cambridge na formação e certificação de professores e centro preparador e aplicador oficial dos Exames de Cambridge ESOL.As aulas ministradas por professores qualificados são acompanhadas pelas coordenações da Eduque e da Seven e têm por objetivo estimular nos alu-nos o prazer pela língua e desenvolver a compre-ensão e a fala de forma lúdica, vivencial e significa-tiva para a realidade deles.

As primeiras experiências de aprendizagem da se-gunda língua são funda-mentais. Elas precisam ser interessantes e prazerosas. A proposta da Seven para a Educação Infantil é apren-der em inglês através de brincadeiras, músicas e his-tórias. No Ensino Fundamental I o aluno participa de brinca-

vida é repleta de rituais que mar-cam passagens

importantes na nossa tra-jetória. Um dos primeiros rituais que as crianças vivem é a passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Pen-sando em tornar esse mo-mento significativo para elas, foi criado na Eduque, em 2010, o Projeto Espa-ço Imaterial. Tendo em vista a ideia de ciclos e transformação, a arte foi a linguagem escolhida para o desenvolvimento das temáticas trabalha-das em sala de aula. As atividades desenvol-vidas envolveram cria-ções coletivas, que nas-ceram de percursos e descobertas individuais, mas que se transforma-ram numa composição artística coletiva.Em cada ano, um tema é escolhido e em 2012 trabalhamos com a Se-mente. A temática foi desenvolvida em sete

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Inglês Diferenciado na Eduque Projeto Semente - Jardim II

E S P E C i A l

deiras, atividades em gru-po e projetos como facili-tadores de aprendizagem. A curiosidade do aluno é estimulada e sua autoesti-ma fortalecida. A leitura de livros em inglês contribui para o desenvolvimento da compreensão escrita e proporciona oportunidade para que as crianças desen-volvam o gosto pela leitura.

A partir do 3º ano do Ensi-no Fundamental os alunos passam a fazer simulados dos exames YLE da Cam-bridge ESOL. O objetivo é incentivar o estudo de in-glês e contribuir para que desenvolvam mais estraté-gias de comunicação.No 5º ano, os alunos pres-tam o exame YLE, Young Learners Extension. O obje-

encontros, sendo que no último aconteceu uma cerimônia, em que o es-paço escolar foi transfor-mado com os trabalhos artísticos feitos pelas crianças.Tudo começou com a per-gunta: “se vocês fossem

sementes, como e onde brotariam?”, depois, elas estudaram, a partir da lei-tura do livro A vida secre-ta das árvores, de Bhajju Shyam, Durga Bai e Ram Singh Urveti, de onde vêm as árvores. Então pensa-ram na importância da na-tureza e na harmonia do meio ambiente em que as árvores estão inseridas.As crianças também pude-ram conhecer as artes afro brasileira, indígena e gon-de indiana, para depois entrar em contato com as sementes: tocaram vários tipos delas, compararam, registraram e, por fim, fi-

zeram a semeadura. Nesse encontro, elas cola-ram as pedras/sementes formando mandalas, que foram afixadas no muro. Foi realizada, então, a “se-meadura” no muro, o que representou o início de um novo ciclo.O Projeto Espaço Imaterial teve como principal obje-tivo vivenciar de forma ar-tística os ciclos e as trans-formações que ocorrem em nossa vida. Com isso, pudemos registrar memó-rias de momentos felizes e ricos, de pertencimento a um grupo, crescimento e transformação.

Espaço Imaterial: ritual de passagem da educação infantilao ensino fundamental

Acompanhe a carga horária semanaldas aulas de inglês

tivo é que ao final do Fun-damental I todos os alunos tenham um certificado internacional da Cambrid-ge ESOL comprovando os objetivos atingidos, incen-tivando o estudo do inglês e proporcionando aos pais a segurança de saber que seus filhos estão sendo ava-liados segundo padrões in-ternacionais.

MATERNAL E JARDIM I 1 aulaJARDIM II 2 aulas1° AO 5° ANO 3 aulas

Page 9: Revista Eduque em Ação - Edição Novembro 2012

Mostra de violão – 06.dez

Para apresentar as ha-bilidades aprendidas, os grupos do curso extra de Violão farão uma pe-quena audição aos pais, tocando e cantando as músicas aprendidas. Será uma apresentação muito bonita, de demonstração

Vernissage – 30.Nov

Como fechamento do ano do projeto atelier, A Eduque e o Museu La-sar Segall apresentarão a Mostra de pinturas re-alizadas pelos alunos ao longo do processo no Curso Extra de Atelier.

Mostra de Balé e Festa Cultural - 24.Nov

A XIII Mostra apresenta o Balé de Repertório Nápo-li, de August Bournonville, com estratégia de renovar e manter as tradições e os encantos do balé clás-

Big draw – 20.out

O Big Draw é uma campa-nha que une pessoas com o mesmo propósito: usar o desenho como uma ferramenta que estimula a criatividade, o convívio social e amplia o univer-so cultural. Começou em Londres e hoje acontece em diversos países. Toda a comunidade Edu-

dia esportivo - 25.AgoFestival de natação – 15.Set

O Festival de Natação apre-sentou as habilidades desen-volvidas por nossos alunos juntamente com algumas

Acontece na Eduque

N o V i d A d E S

Escola EduqueAv. Bosque da Saúde, 1404 - Bosque da Saúde, São Paulo - SP - 11 5581 0123 | 11 5594 1999www.eduquenovaescola.com.brnovaescola@novaescola-eduque.com.brwww.facebook.com.br/escolaeduque

que foi convidada a de-senhar com linhas, fitas e barbantes na praça Brás Gonçalves. Foi uma manhã deliciosa!

sico. A mostra ocorre jun-to com a Festa cultural de Encerramento da Educa-ção Infantil, as coreografias propostas às turmas con-sideraram uma adaptação à histórica original, com personagens significativos para os alunos.

curiosidades e característi-cas a respeito da Natação nas Olimpíadas. O dia Esportivo apresentou aos pais o desenvolvimen-to dos alunos nos aspectos cognitivo, socioafetivo e

motor, nos cursos extras Iniciação Esportiva (IES) e Judô.Foram dias de homena-gem aos nossos alunos pelo desempenho e pra-zer em praticar o esporte!

de empenho de nossos pequenos violonistas ao longo de todo o ano.