26
EM Conheça histórias de mulheres que cansadas de sofrer procuraram ajuda em outras pessoas com a mesma identidade MULHERES QUE AMAM DEMAIS Ano XV - Número 21 Julho/Agosto 2012

Revista Em Cena - Edição 21

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Julho/Agosto 2012

Citation preview

Page 1: Revista Em Cena - Edição 21

EM

Conheça histórias de mulheres que cansadas de sofrer procuraram ajuda em outras pessoas com a mesma identidade

MULHERES QUE AMAM DEMAIS

Ano XV - Número 21Julho/Agosto 2012

Page 2: Revista Em Cena - Edição 21
Page 3: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 3

índi

ce

EDITORIAL

CARTA DO LEITOR

ESPECIALMulheres que amam demais

PERSONAGEM DA SAÚDEMona Luísa Sabogin

SAÚDE/BEM-ESTARAlzheimer

CULTURACineclubes

CURIOSIDADESFormação de cristais

MODAOs ‘curingas’ do guarda-roupa

BELEZATransformação

TURISMOSão João da Boa Vista

ECONOMIAReportagem 360º

FATOS E FOTOSJundiaí

CADERNO VIP12 de maioPasseata Paulista da SaúdeDia Internacional da MulherFesta Junina da Saúde

julho/agosto 2012

4

6

12

18

20

5

24

14

22

11

26

27

16

Page 4: Revista Em Cena - Edição 21

Novamente foi finali-zada mais uma edição da revista Em Cena, em que nós, do Sinsaúde, temos a oportunidade de entre-gar para o trabalhador da saúde um produto de qualidade, com matérias

que mesclam assuntos descontraídos com ou-tros que necessitam de seriedade maior.

Com o intuito de informar e trazer uma reflexão mais profunda sobre o assunto, nesta edição, a saúde emocional da mulher entrou em pauta. Isto porque, se relacionar de forma saudável com os outros e consigo mesmo é fundamental para o bom andamento de todas as áreas da vida, seja com o companheiro, com a família, com os amigos e, inclusive, no tra-balho. Para entender melhor isso, entramos no universo das chamadas “mulheres que amam demais”, que acabam pecando por se entregar demasiadamente nas relações afetivas, tornan-do a vida a dois algo doentio. O desgaste emo-cional que a dependência afetiva causa é um assunto muito sério e que atinge milhares de mulheres, sendo que muitas destas não sabem que têm um problema e, portanto, ainda não procuraram ajuda.

Nesta edição também vamos conhecer um pouco mais sobre o Mal de Alzheimer, que afeta 36 milhões de pessoas no mundo e 1 milhão só no Brasil, por meio da história de vida de uma simpática velhinha.

Visando o entretenimento dos leitores, também tratamos de assuntos mais descon-traídos, mas não menos interessantes, como os cineclubles, que ainda atingem um seleto grupo de pessoas interessadas em conhecer outras culturas. Após uma passagem pela bela cidade de São João da Boa Vista, saltamos de

paraquedas na Reportagem 360º, que é uma inovadora ferramenta de informação utilizada pelo Sinsaúde. Ela emprega instrumentos mul-timídia, como áudio, vídeo, texto, fotografia e interatividade para levar ao leitor mais conhe-cimento sobre um tema específico.

A personagem da saúde da vez tem o talento de enxergar as belezas não percebidas aos olhares apressados. A enfermeira, que nas horas vagas também é fotógrafa, deixa tudo registrado com os seus belos cliques.

E por falar em nossa brilhante categoria, que nunca deixa de nos impressionar, temos também o caderno vip, onde o trabalhador é o protagonista. Nos retratos dos principais acontecimentos, vamos relembrar como foram as homenagens do Dia Estadual do Trabalha-dor da Saúde em toda a base territorial, além de ter um panorama de como foi a Passeata Paulista da Saúde, um movimento pioneiro que mobilizou várias cidades do Estado de São Paulo no dia 12 de maio.

Nos eventos, não poderia ficar de fora a participação da categoria nas tradicionais fes-tas juninas da saúde e na Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, quando o Sindicato distribui botões de rosas para estas trabalhado-ras tão especiais.

Portanto, é com muito carinho que o Sinsaúde Campinas e Região entrega para os profissionais da saúde um produto informati-vo, com uma leitura agradável e prazerosa para todas as idades, visando à formação de uma classe trabalhadora mais interada com relação às atualidades.

Boa leitura.

edito

rial

4 - EM CENA - julho/agosto 2012

Edison Laércio de OliveiraPresidente

Saúde emocional da mulher é destaque na revista Em Cena

Page 5: Revista Em Cena - Edição 21

expe

dien

te -

cart

a d

o le

itor

EXPEDIENTE

julho/agosto 2012 - EM CENA - 5

““Muito especial a matéria sobre a valorização do trabalhador da saúde. As pessoas deveriam pensar mais nestes profissionais que não medem esforços para ajudar quando estamos doentes; os governos deveriam dar mais subsídios para melhorar a saúde brasileira, que está pedindo socorro, uma área que deveria ter melhor atendimento, afinal a saúde é o bem mais precioso que temos e quando estamos doente é um médico, um hospital que procuramos e precisamos ser bem cuidados. A saúde pública deveria ser um exemplo, pois o Brasil gasta tanto em outras coisas e esquecem do que é mais importante para a população. Parabéns à equipe pela reportagem. Será que precisamos de gente morrendo a todo instante para ver os governantes acordarem?” Márcia Rodrigues – Araras

Depois que li a revista Em Cena, passei a ver Itapira com outros olhos. Conhecia a cidade pela referência do hospital psiquiátrico Bairral; nunca pensei que Menotti Del Picchia, autor de tantos poemas citados pelo meu avô, fosse da cidade. A partir de agora, vou observar Itapira de outra forma. Adorei saber. Parabéns à equipe que resgatou a história.” Bruna B. Costa – Campinas

“Uma volta à infância foi exatamente o que senti quando li a matéria sobre mambembe. E sempre que passo pelas ruas, fico observando os malabaristas para ver se são os personagens da revista. Fico admirada de pessoas especiais fazendo arte nas ruas. Isto é muito bonito, elas estão tentando buscar algo que não seja o mundo das drogas. Muito legal. Parabéns pelo trabalho de resgatar pessoas e mostrar seus trabalhos.” Carmem Lúcia C.M.V. Nunes – Valinhos

“Sapatos é o sonho de toda mulher sem sombra de dúvidas. Quanto mais a gente tem, mais a gente quer. Nós, mulheres, sabemos que usar salto direto causa problemas, mas não sabia que modificava o centro de gravidade do corpo. Mas que o salto deixa a gente muito mais elegante, isso deixa. Parabéns pela reportagem. Enfim, parabéns pela produção da revista, que a cada edição melhora.” M. Odila C. Marcondes - Conchal

“A arte realmente nos envolve, nos fascina. Gostei da história do origami e até estou tentando aprender, a partir do passo a passo. Assim como gostei da história da trabalhadora da saúde que desenvolveu a arte em mosaico e pintura sobre tela. A revista Em Cena nos possibilita esta leitura gostosa, leve e ilustrativa.” Moisés Paulo L.M. Cortezini

Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114)Redação: Ana Carolina Barros (Mtb 58.939), Daniella Almeida (Mtb 4.352), Mariana Dorigatti (Mtb 60.431), Sirlene Nogueira (Mtb 15.114) e Vera Bison (Mtb 12.391)Projeto gráfico: Javé Editoração: Felipe Teixeira e Ana Julia Troya Capa: Felipe Teixeira e Jones SteccaFotografia: Ari Ferreira (Mtb 28.843) e Gustavo Tilio (Mtb 43790)Tiragem: 22 mil exemplares

Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde)Site: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected]: Edison Laércio de OliveiraDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do NascimentoRedação e criação: DOMMA Comunicação Integrada

Sua opinião ou sugestão é muito importante! Correspondências para esta seção:Por e-mail: [email protected] ou [email protected] carta: Rua Duque de Caxias, 368, Centro CEP 13015-310 – Campinas/SP

Page 6: Revista Em Cena - Edição 21

6 - EM CENA - julho/agosto 2012

espe

cial

- sa

úde

Edelgine GraçaPsicóloga

mulheres que

amam demais

Elas não conseguem manter um relacionamento saudável, são vistas pela sociedade como controladoras, ciumentas,

manipuladoras. Temem ser traídas, sentem que estão prestes a ser abandonadas, acham que nunca vão conseguir viver sem seus parceiros e que toda sua identidade, autoestima e futuro

dependem do afeto e da atenção que recebem deles. Elas são as

É muito difícil encontrar uma mulher que não sinta um pouquinho de ciúmes, seja do parceiro, dos amigos ou dos familiares. O problema é quando este ciúme está atrelado a outras características que levam a pessoa a uma dependên-

cia afetiva, gerando relacionamentos doentios, onde todos sofrem. Esta dependência se caracteriza por uma incapacidade de viver

relacionamentos amorosos saudáveis, com uma tendência cons-tante para se apaixonar por pessoas problemáticas ou a ficarem presas emotivamente a estas mesmas pessoas. Para elas, o vício é o ser amado, considerado único e insubsti-tuível. Sem ele a vida não tem sentido, fica sem graça, sem objetivo e sem

perspectiva. A pessoa é capaz de abdicar de tudo para ficar ao seu lado e não compreende por-que o outro não age da mesma forma. Passa a fazer e a gostar de tudo que o outro gosta. Abre mão de

Page 7: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 7

suas necessidades, de seus sonhos e desejos para orbitar em torno do outro.

É o caso da educadora infantil, C.A., de 35 anos, que sempre teve comporta-

mentos obsessivos em seus relaciona-mentos amorosos, entregando-se in-tensamente, fazendo tudo em prol do companheiro e se esquecendo de si. “Na maioria das vezes, deixava de cuidar de mim para poder cuidar do outro, perdo-ando sempre, até nos erros imperdoáveis aos olhos de qualquer pessoa. Também sempre fui muito ciumenta e insegura, desconfiando de tudo, de todos e de qualquer atitude; por mais normal que podia parecer eu estava sempre desconfiando e vendo traição.”

Mas com o tempo o proble-ma começou a se intensificar. “Nunca fui agressiva, mas me tornei por causa

deste ciúme

doentio, do

sentimento de posse. Percebi que eu ia acabar matando ou morrendo, então me dei conta de que o que sentia não era tão somente um ciúme de um amor normal, mas sim uma doença sem controle”, conta.

A psicóloga Edelgine Graça, palestrante e especialista em relacionamentos e auto-estima, explica que no perfil de compor-tamento das mulheres que amam demais, a palavra principal é controle, isto porque as mulheres que amam demais têm uma personalidade muito forte e estão acostu-madas a cuidar dos outros e a resolver os problemas de todo mundo. Normalmente são filhas mais velhas responsáveis por mui-tos irmãos ou são arrimo de família. São muito fortes e estão acostumadas a “salvar” outras pessoas. “As mulheres que amam demais são vítimas de si mesmas, adquirem

um supercontrole de tudo e de todos. Pensam que o relacionamento amoroso é mais uma área de suas vidas, na qual elas podem estabelecer regras, limites, objetivos e um caminho rigidamente estabelecido. Quando elas encontram alguém pronto a se rebelar e a dizer não a seus planos, elas sofrem muito, pois perderam o controle.”

Em casos mais extremos, a tentativa de suicídio também pode acontecer como uma forma de controlar o parceiro e não como uma intenção real de morrer. “Já atendi casos em que as mulheres tomam

algumas pílulas na tentativa de mos-trar ao parceiro que eles ficariam

perdidos sem elas, tentando fazer os parceiros ‘caírem na real’ e se ‘arrependerem’ por deixá-las, etc.”, conta a especialista.

Uma vida de detetive “Gosto de saber detalhes de

cada passo do meu parceiro, de cada atitude que ele vai ter. Na

“Eu iria acabar

matando ou morrendo.”

C.A, 35 anos, educadora

infantil

Page 8: Revista Em Cena - Edição 21

8 - EM CENA - julho/agosto 2012

minha imaginação, crio situações que são comple-tamente diferentes da realidade e isso faz com que eu passe boa parte do meu tempo angustiada e ansiosa, pensando em coisas que não estão acontecendo”, relata a executiva de vendas, A.F., 30 anos, que, como a maioria das mulheres que é dependente de relacio-namentos, adota uma vida de detetive, buscando o tempo todo provas de uma possível traição.

Essa incessante busca pelo con-trole das ações do parceiro leva a um desgaste emocional para a mulher que só vive a vida do outro, dedicando--se a bisbilhotar carteira, celular, redes sociais, etc., limitando o convívio social e fazendo o possível e o impossível para estar presente na rotina da pessoa o

tempo todo.“Eu queria

controlar a vida do meu parceiro em tudo, com quem falava, com quem andava, e se pudes-se queria entrar em sua mente e saber o que estava pensando”, conta a pedagoga C.K., 32 anos.

Como ninguém gosta de ser vigiado 24 horas por dia, esta

vida tende a ser estressante e, muitas vezes, insupor-tável para muitos homens que convivem com essas mulheres. “Depois de uma briga que tive com meu companheiro, é claro que por motivos fúteis, ele ‘explodiu’ e disse que não aguentava mais viver no inferno que eu fazia a vida dele e terminou comigo”, revela A.F.

Grupo MadaCom a finalidade de ajudar

as mulheres que possuem este mesmo padrão de comporta-mento, teve início em 1994, o primeiro grupo Mada – Mulheres que Amam Demais Anônimas, na cidade de São Paulo.

O grupo foi inspirado no livro “Mulheres que Amam Demais”, de 1985, da autora Robin Norwood. A psicóloga e terapeuta familiar escreveu o livro baseado em sua própria experiência e na de centenas de mulheres envolvi-das com dependentes químicos.

No final do livro, ela sugere como abrir grupos para tratar da doença de amar e sofrer demais.

O método do grupo é baseado em espelhos e não em conselhos, ou seja, as integrantes se reúnem para discutir sobre a bibliografia apresentada e sobre o

espe

cial

- sa

úde

Ilma Cristina Valadão OliveiraHoloterapeuta

“Ele disse que não aguentava mais viver no inferno

que eu fazia da vida dele e

terminou comigo.” A.F., 30 anos,

executiva

- Vem de um lar desajustado onde suas necessidades emocionais não foram satisfeitas.

- Com medo de ser abandonada, faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento.

- Sua autoestima está criticamente baixa e no fundo e não acredita que mereça ser feliz.

- Como experimentou pouca segurança na infância tem uma necessidade de-sesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos.

- Mascara seus esforços para controlar pessoas e situações, mostrando-se “prestativa”.

- Está muito mais em contato com o so-nho de como o relacionamento poderia ser do que com a realidade da situação.

- Tem tendência psicológica e, com frequência, bioquímica, a se tornar dependente de drogas, álcool e/ou certos tipos de alimentos, principalmen-te doces.

- Tende a ter momentos de depressão e tenta preveni-los com a agitação criada por um relacionamento instável.

- Não tem atração por homens gentis, estáveis, seguros e que estão interes-sados nela. Acha que estes homens “agradáveis” são enfadonhos.

Extraído do livro “Mulheres que Amam Demais”, de Robin Norwood.

Características de uma mulher que ama demais

Page 9: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 9

programa, por meio de suas próprias experiências, com-partilhando com as demais os motivos que as levaram até o grupo e o que as ajudou em seu processo de recuperação. Não é permitido fazer críticas ou julgamentos e, principalmente, é preciso preservar o anonimato das integrantes, daí todos os depoimentos dados para esta reporta-gem não revelarem os nomes verdadeiros das entrevistadas.

“No Mada, aprendi que nós somos doentes e estamos sempre em processo de recuperação. A doença não sara, mas alivia de acordo com nossas atitudes provindas deste tratamento, portanto, pensamos assim: ‘só por hoje estou bem’, isso porque o progresso é diário, podendo também haver recaídas; então vivemos só por hoje”, explica C.A.

“Lá, eu posso chorar, posso rir, posso simples-mente comentar e desabafar situações que aos olhos do outros possa parecer uma idiotice. Hoje, não tenho vergonha alguma em dizer que eu tenho uma doença, sou dependente emocional e estou me tratando. O grupo me libertou e me ajudou a encarar as dificuldades de ser dependente emocional, me ajudando a ter coragem para enfrentar as recaídas e recomeçar”, relata a executiva A.F.

Atualmente, o grupo Mada possui mais de 45 reuni-ões semanais no Brasil, distribuídas em 14 Estados e no Distrito Federal, além de Portugal e Venezuela.

A criança interiorAs mulheres “que amam demais” são mais emotivas

e apaixonadas. No entanto, esta intensidade de emoção nem sempre significa amor. Pode ser uma atitude in-fantil. A mesma que sentimos quando éramos crianças e alguém tenta nos tirar o brinquedo predileto. Esper-neamos, fazemos birra, o que evoca um comportamen-to totalmente egocêntrico.

De acordo com a holoterapeuta Ilma Cristina Va-ladão Oliveira, todos nós já nascemos na condição de dependentes, mas em determinado momento da vida de uma criança, ela pode sentir falta de algo que ainda

não compreende, como, por exemplo, falta de carinho, atenção, aceitação, segurança, etc. “Como a criança

não tem discernimento desta falta, ela se culpa e quando chega à fase adulta, ainda carrega toda esta culpa, dor e falta. Então, adultas, as mulheres vão buscar em fatores externos aquilo que não foi dado na infância e acabam procurando suprir essa falta nos homens. O proble-ma é que quando buscam isso, ainda buscam com a ‘criança interior’, ou seja, procuram alguém que tire a sua dor, mas para isso usam a manipulação, o controle e a vitimização, assim como as crianças”, explica a profissional.

“Hoje percebo que a minha mãe ainda é totalmente dependente

do meu pai, que já a traiu e ainda trai. E ela, por sua vez, sempre perdoando. Não culpo nenhum dos dois pelo comportamento que tenho hoje, mas quero que este ciclo acabe. Não quero que a minha filha tam-bém seja dependente de relacionamentos”, conta C.K.

Em busca da recuperaçãoPara mudar este modo de se relacionar, as mulheres

que amam demais seguem um programa de recupe-ração, que as norteiam para uma forma saudável de encarar o relacionamento. Como sempre tiveram este mesmo comportamento, mudar se torna uma tarefa dolorosa, sendo necessário passar por cima de condutas que adotaram e defenderam a vida toda.

“Mais importante ainda é mudar a percepção que possui de si mesma. Se cresceu ouvindo que é isso, é aquilo, acaba se convencendo do mesmo e aceitando. Mas agora que é uma mulher, tem condições de saber o que é e ser responsável por aquilo que colhe”, explica a terapeuta Ilma Cristina.

Com o tempo, as mulheres que amam demais vão

“Queria entrar em sua mente e saber o

que estava pensando.”

C.K.,32, pedagoga

Page 10: Revista Em Cena - Edição 21

10 - EM CENA - julho/agosto 2012

espe

cial

- sa

úde

compreendendo que podem amar muito seus parceiros, sendo felizes e satisfeitas com eles, mas também podem ser igualmente felizes se estiverem sozinhas. Elas vão aprendendo a se amar e aceitando que o amor que recebem delas mesmas lhe basta, não precisando de um homem para suprir esta falta. Mas, para isso, precisam querer mudar.

“Quero me livrar dessa doença, conseguir ter uma relação saudável, principalmente comigo para poder ter com meu filho, com meu compa-nheiro e com minha família e amigos. Quero deixar de ter a imagem de me-nina carente, que chora pra tudo, que é grudenta. Quero ser uma mulher forte, batalhadora e autossuficiente”, diz A.F.

Após dois anos de tratamento, C.K. é uma vitoriosa, que conseguiu deixar para trás um

relacionamento doentio, que envolvia brigas e agressões físicas e verbais. Para tanto, ela aceitou que não po-deria modificar os comportamentos de seu parceiro e resolveu mudar a si mesma. Hoje, aproveita a vida com muito otimismo. “Quero continuar equilibrada, serena, confiante em mim mesma e me respeitando cada vez mais. Quero continuar vivendo minha própria vida, esquecendo os prejuízos, lembrando de viver e deixar viver. Só por hoje.”

Mais informações:www.gupomada.com.br

Homens também amam demais

Engana-se quem pensa que a dependên-cia afetiva é um problema exclusivo das mulheres. Os homens, considerados pela sociedade como “machões” e insensíveis, também sofrem por amar demais. Eles são os chamados Homens Que Amam Demais (Hades), que deu origem ao livro com o mesmo nome, da autora Tatu Ades. Assim como as mulheres, eles são humilha-dos, se culpam e sofrem, mas sempre justifi-cam as atitudes de suas amadas. Na maioria

das vezes, vêm de famílias desestruturadas e colocam suas parceiras no centro de suas vidas, deixando de realizar as atividades que gostam para viver em função da amada. Para ajudar estes homens, existe o grupo Hada (Homens que Amam Demais Anôni-mos), entretanto, eles ainda não são muito conhecidos, pois, no geral, os homens ainda têm dificuldade de admitir que possuem dependência afetiva devido aos padrões sociais, que exigem deles uma postura menos, digamos, sentimental. Um conceito que vale a pena ser revisto.

“Quero deixar de ter esta imagem

de menina carente, que chora pra

tudo...” A.F., 30 anos,

executiva

Page 11: Revista Em Cena - Edição 21

pers

onag

em d

a sa

úde

- mon

a lu

ísa

sab

ogin

O mundo num clic

Escolher a luz correta, o melhor ângulo e foto-grafar são o combustível que alimenta Mona Luísa Sabogin, a enfermeira do Complexo Ouro Verde, em Campinas.

Uma arte que desenvolveu quando trabalhou em uma loja de equipamentos fotográficos. “A fotografia é algo inusitado, excitante, memorável e apaixonante. O ato de fotografar implica selecionar temas, escolher pontos de vista e apertar o disparador num momento exato. Tudo feito muito rapidamente, porém não se pode esquecer que toda a história de vida é requisitada na cena”, pontua a profissional da saúde. Com o conhecimento adquirido, Mona Luísa montou um estúdio fotográfico na loja de molduras que adqui-riu após sair do emprego. “Percebi que poderia colocar minhas fotos nas molduras em exposição e até mesmo vender o quadro já montado e também produzir as fotos

para as agências de publicidade”, diz. Mas com a dificuldade financeira batendo à porta, a fotógrafa abandonou tudo, fechou a loja, o estúdio e parou com a fotografia e aceitou a proposta de uma prima, otorrino-laringologista e cirurgiã plástica, de fazer um curso de instrumentação cirúrgica e auxiliá-la em seus procedimentos. “Como eu sabia fo-tografar, além de ajudar nas cirurgias, também

fazia ‘o antes e depois’ dos pacientes”, lembra.Nesse tempo, identificou-se com a área da saúde, mas queria mais que instrumentação, então resolveu alçar voo e fazer Enfermagem, na Faculdade Anhanguera, em Campinas. Durante a faculdade, ainda continuou como instrumentadora no Instituto Penido Burnier, pois o horário permitia fazer a duas coisas ao mesmo tempo e o salário garantia o pagamento da faculdade. Com a conclusão do curso, conseguiu emprego no Hospital Ouro Verde, em Campinas. E, para aliviar o desgaste da rotina dentro do hospital, voltou a fotografar. “Foi num momento de estresse que abandonei a fotografia e nesta mesma situação (estresse), voltei a fotografar, conciliando as duas profissões”, reflete ela.Esse outro lado profissional da enfermeira acontece normalmente à noite ou nos finais de semana, fora do horário de trabalho no hospital, razão pela qual dá para conciliar as duas. Além do ‘book fotográfico’, são casa-mentos, batizados, aniversários, enfim todos os tipos de eventos sociais. Para dar conta da agenda, que é extensa, ela conta com a ajuda profissional da amiga Cláudia Cristiana Oliveira. “Registrar momentos felizes de um dia especial para as pessoas é um momento de êxtase”, conclui Mona Luísa. Para conhecer o trabalho fotográfico da trabalhadora da saúde, entre no site www.belloretrato.com.br.

A enfermeira Mona Luísa Sabogin alia duas artes em sua vida. A primeira é cuidar dos pa-cientes do Hospital Ouro Verde, em Campinas, e a segunda é a fotografia. Em ambas, faz um trabalho que envolve as mãos, os olhos e os sentimentos. E assim, de um modo que

dispensa o uso de palavras, ela procura transmitir ao mundo sua mensagem.

julho/agosto 2012 - EM CENA - 11

Page 12: Revista Em Cena - Edição 21

Histórias esquecidas no tempo

12 - EM CENA - julho/agosto 2012

Cuidar de uma pessoa com Alzheimer é tarefa muito estressante, uma vez que exige 24 horas de atenção e cuidados exclusivos, porque a enfermidade leva a

alterações progressivas de memória, de julgamento e do raciocínio intelectual. Com a evolução da doença, estes sintomas se agravam; a memória se torna mais comprometida e as histórias esquecidas no tempo. Novas manifestações surgem, como apatia, inquie-tude, agressividade, perambulação, entre outros, tor-

nando a pessoa cada vez mais dependente e transtornando a vida de toda a família.

A doença de Alzheimer, que afeta 36 milhões de pessoas no mundo, 1 milhão só no Brasil, segundo a Organi-zação Mundial de Saúde (OMS), é uma manifestação cerebral crônica, progressiva e irreversível das formas mais comuns de demência, correspondendo entre 50% e 70% dos casos e, normalmente, ocorre em pessoas idosas.

Geralmente, quem cuida de alguém com Alzhei-mer se cansa física e mentalmente por levantar no meio da noite com o paciente acordado, administrar a casa, preparar a refeição, acompanhar o paciente em cada passo. “Passar 24 horas do dia atenta ao parente dependente, ajudá-lo em quase todas as ta-refas rotineiras e, às vezes, suportar atitudes apáticas, ninguém dúvida que não seja estressante. Porém, a gente aprende muito e não vejo apenas os aspectos negativos; pelo contrário, sinto-me útil, recompen-sada e até descubro um novo sentido na vida”, conta Magali Pereira Lopes, que cuida da tia Izabel Netto Reis, 73 anos, portadora da doença. Para aliviar um pouco o estresse do dia a dia, ela conta com o apoio de Solange Aparecida Pereira.

Quando assumiu a tutela da tia, foi à procura de informações sobre a doença e deparou com a Asso-ciação Brasileira de Alzheimer (Abraz). “Foi minha salvação; encontrei pessoas que me orientaram e ainda me orientam. A Abraz é meu porto seguro”, diz Magali.

saúd

e/be

m-e

star

- al

zhei

mer

Elisandra Vilella G. Sé Coordenadora da Sub-regional

Abraz-Campinas

Izabel Netto Reis,

Magali Pereira Lopes e

Solange Aparecida Pereira

Page 13: Revista Em Cena - Edição 21

A Abraz, segundo Elisandra Villela Gasparetto Sé, coor-denadora da sub-regional Campinas, é um grupo formado por profissionais das áreas de saúde, humanas e sociais que esclarecem famílias de portadores de Alzheimer, desper-tando-as para a prevenção de problemas no seio familiar, o manejo com a pessoa afetada pela doença e o cuidado com a saúde do próprio cuidador. “Prestamos apoio a 161 famílias aqui em Campinas e, por meio de palestras com especialistas no assunto, depoimentos de familiares, debates sobre filmes exibidos sobre o assunto, procuramos encontrar meios para melhorar a qualidade de vida do portador de Alzheimer e do familiar/cuidador, capacitando-os, incentivando, apoiando e orientando sob todos os aspectos”, diz Elisandra.

A entidade foi fundada no Brasil em 1991 pelo médico, especialista em geriatria e gerontologia, Dr. Norton Sayeg, depois de conhecer associações em outros países. Empe-nhado em ajudar pessoas que enfrentam o problema, ele transporta as experiências vividas com pacientes e em suas visitas às associações no exterior em livro e lança sua primei-ra obra, em 1991, intitulada ‘Doença de Alzheimer - Guia do Cuidador’.

Com sede em São Paulo, capital, a Abraz, possui sub-re-gionais em todo o Brasil e conta com mais de 6 mil famílias associadas em todo o território nacional; só nas cidades-base do Sinsaúde são 11 sub-regionais.

Em Campinas, o grupo de apoio da Abraz é formado por fonoaudiólogo, psiquiatra, geriatra, educador físico, psicólogo, entre outros. “O grupo se reúne uma vez por mês para assistir aos familiares, esclarecendo dúvidas e mostran-do caminhos para que cuidador e paciente tenham uma qualidade de vida melhor”, afirma Elisandra. “Além das

reuniões, exibimos fil-mes e documentários inerentes ao assunto e debatemos o tema após a apresentação”, completa ela.

A biografia como terapia

Há 31 anos escrevendo histórias de vida de pessoas anônimas, muitas em estágio inicial de Alzheimer, o biógrafo campineiro Oscar Silbiger percebeu que os reflexos de um biografado que tem a doença evoluíram bastante, principalmente no que diz respeito à autoestima, que, segundo ele, acontece em virtude do envolvimento da pessoa no processo de criação da publi-cação. “Ao longo destes anos vi que a biografia para quem tem Alzheimer atua de forma altamente terapêutica em razão da profundidade do trabalho, pois antes da doença avançar, mexo nas gavetas mais profundas de suas memórias que, aparentemente, estão fechadas para o mundo e isto ajuda a doença a não evoluir”, explica.

Ainda que esta conclusão seja totalmente empírica e não tem um estudo científico sobre o assunto, o biógrafo acredita que seu trabalho possa ser desenvolvido em ONGs ou mesmo integrar projetos de secretarias de Saúde que queiram focar suas ações para ajudar as pessoas portadoras deste mal.

julho/agosto 2012 - EM CENA - 13

AmericanaLocal: Núcleo de Integração e Desenv. do Ser (NIDS)Endereço: Rua São Vito, 2.358 - bairro São LuizCoordenadora: Rosemary de Paula E-mail: [email protected] de Apoio: última 5ª feira do mês, às 20 horas

AraraquaraLocal: Centro de Referência do IdosoEndereço: Rua Carlos Gomes, 1610 - 2º andarCoordenadora: Oriomar Sampaio CarmagnaniE-mail: [email protected] de Apoio: última 6ª feira do mês, às 8 horas

ArarasLocal: Paróquia São BeneditoEndereço: Rua Emílio Ferreira, s/n - CentroCoordenadora: Ana Paula Canonici E-mail: [email protected] Grupo de Apoio: primeira 4ª feira do mês, às 19h30

CampinasLocal: Paróquia Divino SalvadorEndereço: Rua Júlio de Mesquita, 126 - Cambuí Coordenadora: Elisandra Villela G. Sé E-mail: [email protected] Grupo de Apoio: primeira 5ª feira do mês, às 20 horas

IndaiatubaLocal: sede da Associação Paulista de Medicina (APM)Endereço: Av. Engº Fábio Roberto Barnabé, 799Coordenadora: Celene Pinheiro E-mail: [email protected] de Apoio: primeira 2ª feira do mês, às 19 horas

ItatibaLocal: Universidade de São Francisco Endereço: Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45 Coordenadora: Sabrina Naldos E-mail: [email protected] Grupo de Apoio: última 3ª feira do mês, às 19 horas

ItuLocal: Ass. de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)Endereço: Rua Euclides da Cunha, 59 - Centro Coordenadora: Eliana Morais Albertini E-mail: [email protected] de Apoio: primeira 5ª feira do mês, às 19 horas

JundiaíLocal: Faculdade de Medicina de JundiaíEndereço: Rua Francisco Telles, 250 - Vila Arens Coordenadora: Juliana Cecatto E-mail: [email protected] de Apoio: terceiro sábado do mês, às 9 horas

LimeiraLocal: Auditório da MedialEndereço: Rua Dr. Trajano Camargo, 1.531Coordenadora: Mirian Martins E-mail: [email protected] de Apoio: segundo sábado do mês, às 16 horas

MaríliaLocal: Centro de Estudos do Envelhecimento/FamemaEndereço: Rua Monte Carmello, 717 - fundos Coordenadora: Maria Lucia Acarine de Campos E-mail: [email protected] de Apoio: toda 3ª feira do mês, às 8 horas

São João da Boa VistaLocal: Colégio Anglo de São João da Boa VistaEndereço: Praça Gov. Armando Sales, 141 - Centro Coordenador: Adriano Teixeira de Oliveira E-mail: [email protected] de Apoio: primeira 5ª feira do mês, às 20 horas

VinhedoLocal: Auditório do Centro Médico de VinhedoEndereço: Rua Manoel Mateus, 1.473Coordenadora: Roseli A.A. Custódio E-mail: [email protected] de Apoio: segundo sábado do mês, às 9 horas

Endereços da Abraz na base do Sinsaúde

Page 14: Revista Em Cena - Edição 21

14 - EM CENA - julho/agosto 2012

Que tal experimentar uma opção de lazer diferente e gastar pouco, ou melhor, nada? E ainda assistir a filmes clássicos, de outros países ou até produções independentes?

Esta é a proposta de um cineclube; um lugar onde um grupo se reúne para a sessão de cinema e depois discute o filme, o que acaba sendo o diferencial do espaço.

Os cineclubes fogem do modelo de exibição co-mercial, do glamour das salas de cinema com os filmes hollywoodianos e seus aparatos tecnológicos e isto não tira o brilho do cineclubismo para os amantes da sétima arte. Eles resistem nos dias de hoje, mantendo a característica alternativa, além da tradição que vem desde os anos 20, que é a de interagir com o público e transmitir cultura e conhecimento.

Ficou curioso? Provavelmente tem um lugar desses na sua cidade. Nada de shopping center, os cineclubes,

geralmente, estão localizados na região central e trazem um pouco dos saudosos cinemas de rua. Gostou da ideia? Este é um programa diferente e que você pode curtir com a família ou amigos. E sem estresse, porque não tem filas para comprar o ingresso ou a pipoca, porque normalmente este tipo de exibição atrai um público menor, em média 15 a 20 pessoas.

Em Atibaia, por exemplo, existe desde 2007 o Difusão Cineclube. Lá são exibidos filmes uma vez por semana, ou seja, todas as quintas--feiras, às 19h30. O cineclube utiliza uma área da sede da Associação de Difusão Cultural de Atibaia e conta com o apoio do Cine Mais Cul-tura, um programa da Secretaria de Audiovisu-al, do Ministério da Cultura, para incentivar e fortalecer o cineclubismo.

Essa é a realidade de muitos cineclubes, que, de modo geral, estão vinculados a alguma instituição (muitas vezes até funcionam no local) e dependem do Governo Federal para sua manutenção e fornecimento de equipamentos

e filmes. Por este motivo e também em virtude do que determina a Agência Nacional de Cinema (Ancine), na Instrução Normativa nº 63, de 2 de outubro de 2007, as exibições têm que ser gratuitas e se for cobra-da a entrada deve ser um valor simbólico, que ajude na manutenção.

“O Difisão dá prioridade aos filmes nacionais e por isso é muito procurado pelas produtoras para exibi-los. É uma forma de divulgar as produções que não têm espaço no circuito comercial, explica Vinícius Souza, coordenador do Difusão Cineclube.

Segundo ele, outra função do cineclube e uma das mais importantes, é a de democratizar o acesso ao cinema, prin-cipalmente o nacional.

Assim tam-bém funciona o cineclube do Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, que utiliza o espaço do museu, mantido pela Secretaria de Cultura da cidade, e que desde a sua fundação, em 1975, vem possibilitando atividades cineclubistas. As exibições são organizadas pelos próprios fre-quentadores, que, como num clube, decidem a programação do local, que acontecem de sexta-feira, às 19 horas, e sábado às 16 horas e 19h30.

cultu

ra -

cin

eclu

bes O cineclube Parque Juca Mulato

é uma boa alternativa

Quer uma opção de lazer e entretenimento e ainda gastar pouco?

Orestes Augusto Toledo Historiador

Vinícius SouzaCoordenador do Difusão

Cineclube

Page 15: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 15

Paulo, que existe há sete anos. Por falta de espaço, hoje são realizadas sessões esporádicas destinadas a apresentar o cineclubismo para o públi-co. O Lunetim já teve parceria com Espaço Cultural Tendal da Lapa e Centro Cineclubista, onde exibiam regularmente os filmes independentes, de baixo ou nenhum orçamento. Este ano ocorreram sessões no Espaço Cultural Latino Americano (Ecla) e em agosto será feita uma exibição na Academia Internacional de Cinema.

“É difícil manter um cineclube, ainda mais sem incentivo. O nosso trabalho é voluntário, por isso é custoso sustentar o sonho. Sem um espaço, temos alguns custos, como deslocamento e divulgação, isso quando não levamos os equipamentos”, pon-tua Jonilson Montalvão, um dos organizadores do Lunetim.

Cineclubismo no BrasilÉ incerto o número de cineclubes existentes no

País. Segundo Orestes Toledo, grupos podem criar espaços com facilidade, o que dificulta a identifi-cação. Além do mais, a atividade não precisa ser legalmente constituída e os locais possuem vida curta, porque não tem fins lucrativos, o que pre-judica a sua manutenção sem o auxílio de algum programa do governo.

De acordo com o diretor de Comunicação do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), João Batista Pimentel Neto, no Brasil existem aproxi-madamente 1.200 espaços em funcionamento, sendo que 450 deles são filiados à associação. Já, no Estado de São Paulo são 100 em atividade, mas 30 filiados ao CNC. Para o coordenador de Rede do Cine Mais Cultura, Rodrigo Bouillet, no País existem 1.042 instituições contempladas pelos editais do programa federal, sendo 58 só no Estado de São Paulo.

E os espaços desse tipo têm aumentado, segundo o diretor do CNC, principalmente nos últimos nove anos. “Para se ter uma ideia, em 2003 não existiam nem 100 cineclubes, hoje eles estão presentes nos 27 estados brasileiros”, explica, argumentando que isto se deve à organi-zação das instituições ligadas ao cineclubismo, que, em parceria com o Ministério da Cultura, tem conseguido ações que ajudam na manuten-ção desses espaços.

A Em Cena reuniu alguns dos cineclubes localizados nas cidades-base do Sinsaúde. Confira:

- Difusão Cineclube, em Atibaia www.difusaoculturalatibaia.org.br/cineclube-programacao.htmlEnderço: Rua Dr. Oswaldo Urioste, 41 - Centro (próximo a Praça da Matriz) - Fone (11) 4402-4296

- Cineclube MIS Campinas www.miscampinas.com.brEndereço: Rua Regente Feijó, 859 - Centro (Palácio dos Azulejos) - Fone (19) 3733-8800

- Cineclube Beloca, em São João da Boa Vista www.cineclubebeloca.com.brEndereço: Praça da Catedral, s/n (Theatro Municipal - 2º andar, Sala Dilo Giannelli)Fone (19) 3631-7653

- Cineclube de Bragança, em Bragança Paulista www.espacoedithcultura.blogspot.com.brEndereço: Rua Cel. Leme, 176 - Centro - (Espaço Edith

Cultura) Fone (11) 7168-1270

Rodrigo Bouillet Coordenador de Rede do

Cine Mais Cultura

“O cine-clubismo é uma atividade restrita a um grupo específico e pouco divul-gada, por isso é necessário criar mais políticas públicas que incentivem a prática”, reforça o historiador que trabalha no

setor de História Oral em Audio-

visual e Pedagogia da Imagem, do MIS,

Orestes Augusto Toledo. Diante dessa necessidade

de mais investimentos, alguns cineclubes têm que adotar uma

característica “errante”, como é o caso do Cineclube Lunetim Mágico, de São

Difusão CIneclubeCIneclube Lunetim

João Batista Pimentel NetoDiretor de Comunicação

do CNC

Jonilson MontalvãoOrganizador do Lunetim

Cineclube MIS Campinas

Page 16: Revista Em Cena - Edição 21

curio

sida

de -

cris

tais

de

água

A emoção da água

16 - EM CENA - julho/agosto 2012

Para o filósofo René Descartes, que viveu na Idade Média, seu princípio de conhecimento era pôr em dúvida tudo. Assim, numa época de puro obscu-rantismo, a única coisa certa era a nossa

existência, tendo como regra básica nunca aceitar como verdadeira coisa alguma que não podemos evidenciar.

Hoje, séculos depois, mais e mais pessoas come-çam a se conhecer como força e matéria, percebendo sua energia própria e força interior que possuem, advinda dos pensamentos, sem que esta esteja ligada a alguma religião.

Nesse sentido, o pesquisador japonês Masaru Emoto, es-pecialista em medicinas naturais e estudioso das energias que cercam o ser humano, decidiu investigar o assunto desde as décadas de 80 e 90.

Para tanto, o estudioso utilizou a água, que é uma substân-cia maleável, com forma física que se adapta facilmente ao que o ambiente contém, assim como a sua estrutura molecular. A energia ou as vibrações do ambiente mudam a forma molecular da água. Neste sentido, a água tem, não somente a habilidade de refletir visualmente o ambiente, mas também reflete

Que mensagens a preciosa substância que cobre 70% do Planeta tem para nos transmitir?

Page 17: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 17

molecularmente este ambiente.Emoto documentou essas mudanças com uma técnica

fotográfica específica para suas pesquisas. Inicialmente, ele e sua equipe distribuíram a amostra de água a ser examinada em placas de Petri (caixas plásticas usadas em bacteriologia) e colocaram o material num congelador durante duas horas. Depois disso, as placas foram retiradas e os cristais resultantes foram levados ao microscópio para serem fotografados, num ambiente a -5° Celsius. Cada foto mostrava os cristais ampliados entre 200 e 500 vezes.

A partir daí, o pesquisador começou a avaliar seu objeto de estudo, recolhendo diferentes amostras de água, como, por exemplo, de um rio poluído, de uma nascente, da chuva, de lagos, etc.

Como resultado, concluiu que as águas mais limpas deram cristais em grande número, de forma hexagonal, regulares. As águas sujas apresentaram dificuldade para se cristalizar e seu descongelamento mostra zonas amorfas, com cristais formados pela metade ou de aspecto tortuoso.

Porém, os resultados foram mais intrigantes quando

as amostras de água foram submetidas a determinadas músicas e palavras. Com o som do rock heavy metal não foi observada a formação de nenhum cristal. No entanto, ao serem submetidas a músicas clássicas, como as pastorais de

Beethoven, as amostras de água apresenta-ram belíssimos cristais hexagonais.

Mais interessante ainda foi quando Emoto colocou rótulos com palavras escritas nos recipientes com água. Com as palavras obrigado, amor, gratidão, entre outras, as fotografias revelaram magníficas formações cristalinas que mais parecem obras de arte.

Em contrapartida, com a verbalização de frases, como, “eu te odeio”, “você me faz mal”, “Adolph Hitler”, as imagens mostram estruturas cristalinas definitivamente distor-cidas e formadas aleatoriamente.

Devido aos impressionantes resultados, tal estudo ainda é motivo de muita contro-versa e desconfiança por parte dos céticos, mas fora isso, vale a pena lembrar que o

corpo humano é formado por 65% de água e refletir sobre o fato de que se a vibração que envolve pensamentos, pala-vras e músicas pode causar tais mudanças nas moléculas de água, o que não pode fazer conosco?

Masaru Emoto

Molécula de água a partir de uma ameaça de morte

Molécula de água ao som da voz de Hitler Molécula de água de um rio poluído

Molécula de água formada a partir da palavra cortesia

Molécula de água formada por pensamentos de gratidão e verbalização da palavra obrigado

Molécula de água saída de uma nascente

Page 18: Revista Em Cena - Edição 21

Vista-se bem

18 - EM CENA - julho/agosto 2012

Que mulher nunca olhou no guarda-roupa e teve dúvida sobre qual peça escolher? Ou então ficou perdida ao tentar combinar roupas, acessórios e afins. Nem todas elas

sabem combinar estampas e cores fortes, por exemplo, por isso é fundamental ter itens básicos e neutros no ar-mário, que permitam formar looks com mais facilidade e ideais para cada ocasião. São estas peças “curingas” que possibilitam usar cores, brilho, laços, detalhes e tudo

mais de forma harmoniosa e, com um detalhe muito importante, sem errar.

Passa ano, sai ano e no mundo da moda surgem no-vas tendências e modelos de roupas dos mais diversos. É uma tentação, principalmente para o público feminino, que não resiste a uma novidade. No entanto, estas peças duram uma estação e saem de cena. E aí, como estar sempre bem-vestida ou bem-vestido? É neste momento que ganham destaque as peças-chave, aqueles

Conheça os “curingas” que não podem faltar no guarda-roupa

mod

a - c

láss

icos

Para elas

Meninas, um bom blazer em tom neutro, em modelagem mais rente ao corpo, que desenhe a cintura, é muito versátil e pode ser usado para compor uma

série de looks (combina com tudo: jeans, alfaiataria, vestidos e shorts). Se o tecido for uma lã fria (fresco no verão e quentinho no inverno) e o tom cinza médio, fica ainda mais fácil coordenar.

Uma calça de alfaia-taria moderninha, num tom como o marinho e o preto pode ser usada para elaborar produções de festa (por exemplo, com uma regata de pa-etês) ou simplesmente para ir ao trabalho. Outra opção é a bermuda de alfaiataria, que pode ser um ótimo look para trabalhar.

Os cardigans são peças fáceis de carregar e de coordenar.

Coletes em tecidos que não sejam especi-ficamente de inverno, funciona o ano todo e

servem como uma peça que irá trazer mais sofisti-cação aos looks de verão. Os modelos em couro, tricô e os em tecido de alfaiataria são ótimos! E ficam lindos sobre ves-tidos e macacões; peças que as pessoas tendem a achar que nunca podem ser usadas de formas diferentes.

Saia longa em linha ‘A’ ou reta também é superversátil para inverno e verão. Deixa à vontade, confortáveis e ao mesmo tempo elegantes.

Camisa de tom neutro e bom cor-te cai bem com diversas combinações: calças, saias, bermudas, entre outras. Composições que podem deixar com um ar elegante ou despojado.

Vestido preto ou ‘pretinho básico’ é um modelo que pode ser usado em diversas ocasiões.

Com o acessório certo você pode usá--lo em um evento ou para trabalhar.

Acessórios, em geral, valorizam e dão acabamento

aos looks e muitas vezes tiram o ar sério de uma produção que poderia estar careta ou sem graça.

Lenços mudam muitos looks e vão bem em produ-ções formais ou descontraídas.

Cintos dão acabamento às produções e servem para deixar o visual mais arruma-do, mesmo que de forma despojada e até criativa.

Os sapatos tam-bém ajudam e muito a compor o look e alguns modelos são essen-ciais, como os fechados (scarpin ou peep toe), sandália de salto fino para festa e sapatilha ou mocassim. O ideal é que os pares sejam de uma cor próxima ao tom da pele; em geral, nude, dourado, rose ou prata. Essas cores combinam com calça ou saia escuras e claras e ajudam a construir diversos visuais.

Page 19: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 19

Casa Menotti Del Picchia

modelos básicos, sem detalhes exage-rados ou cores chamativas. Com elas é possível sair de vários apuros, pois são atemporais, geralmente mode-los clássicos e que combinam com praticamente tudo, por este motivo são consideradas peças “eternas” na moda.

“A versatilidade é o trunfo dessas peças. Tê-las no armário, e baseadas em seu estilo, facilita na composição de looks. Outro benefício é conseguir mixar os modelos sem ficar preso as

mesmas composições”, reforça a consultora de imagem, Katy Garcia.

Para a também consultora de imagem, Ana Vaz, ter essas peças no armário tem como vantagem também a economia. “Essas roupas ajudam a ter a vida mais organizada e não gastar

muito. Você estará

sempre bem-vestido com roupas que podem ser combinadas com várias outras.”

É importante lembrar também que, apesar de ser fundamental, que esses clássicos estejam no guarda--roupa para criar um visual bonito e é preciso combinar estas peças básicas com acessórios e demais itens de acordo com o estilo de cada um e que diga quem você é ou a impres-são quer passar.

“O estilo é uma questão de per-sonalidade e a roupa que você usa passa uma informação. Por isso, antes de escolher a peça que quer vestir, é preciso definir o seu estilo”, explica Ana.

E para ajudar na composição desses looks, a Em Cena reuniu dicas das consultoras de imagem. Eis as peças que não podem faltar no guarda-roupa deles e delas e que nunca saem de moda.

Ana VazConsultora de Imagem

Katy GarciaConsultora de Imagem

Para eles

Assim como as mulheres, os homens também possuem no guarda-roupa, peças essenciais e que os ajudam a se vestir melhor.

Então, as consultoras também preparam algumas dicas para

os rapazes.

Um bom bla-zer mo-derno (com-bina com tudo: jeans, alfaiataria e sarja), principal-mente aquele de lã fria, modelo de três botões, pode ser o primeiro do armá-rio, pois é o curinga entre os blazers.

Uma calça de al-faiataria, mesmo que

o trabalho não exija, é uma peça que pode ser usada num jantar, para ir a um casamento

durante o dia e até em situações profissionais um pouco mais formais.

Jaqueta de couro num tom como o mar-rom fica menos roqueira e rebelde e pode ser usada em muitas pro-duções dentro e fora do trabalho.

Jeans escuro é ultraversátil, deixa o visual mais arrumado e pode ser usada para uma produção mais despojada também. Fica ótima com o blazer marinho, numa

ocasião em que peça certa sofistica-ção ou um visual mais maduro.

Cachecóis: para homens mais ousados, mas também para quem quer um charme extra na produção do dia a dia.

Mocassim marrom com sola de couro vai bem com calças de alfaiataria e ter-nos, mas pode ser usado com jeans

também.

foto

: Mar

iana

Pim

ente

l

Page 20: Revista Em Cena - Edição 21

Cachos, como valorizá-los

20 - EM CENA - julho/agosto 2012

Cabelos volumosos e com cachos definidos causam inveja em muitas mulheres, mas eles requerem muito cuidado. O motivo pelo qual os

cabelos cacheados, crespos ou ondulados necessitam de atenção especial é porque a estrutura do fio é diferente. Enquanto os fios lisos apresentam uma estrutura circular, os fios encaracolados se formam a partir de uma

cadeia retorcida, responsável pelas ondulações do cabelo, por isso eles precisam de produtos específicos. Um bom corte também é funda-mental para estar em dia com os cabelos e dar um realce ainda mais à beleza dos fios ondu-lados.

Quem nunca chegou num salão de beleza e pediu um cabelo cacheado, um corte ou uma cor de cabelo que viu na TV de determina-

bele

za -

tra

nsf

orm

ação

Fonte: Nilse Vilela, do Salão Nilse Vilela Cabelo & CorpoEndereço: Rua Dr. Clemente Ferreira, 93 - Campinas - fone (19) 4141-3083

Site: nilsevilela.com.br / facebook: www.facebook.com/nilsevilela

Izabel Netto Reis, Magali Pereira Lopes e Solange Aparecida Pereira

Page 21: Revista Em Cena - Edição 21

da artista ou de alguém que está em evidência? Ou levou uma revista de moda? É normal isso acontecer, afinal muito se copia nesta vida e, certamen-te, os famosos estão sempre por dentro das últimas tendências da moda.

Para Joice Adriana Pavan, técnica de enfermagem no Hospital Benefi-cência Portuguesa, de Amparo, não é diferente. Com as tarefas no hospital, na administração da casa e na educa-ção dos filhos não sobra tempo para cuidar dos cabelos. “Por eles serem en-caracolados é difícil mantê-los bonitos e bem tratados, por isso me inscrevi para participar da coluna ‘Transforma-ção’ e dar uma repaginada no visual”, diz ela.

E em se tratando de mudar o visual, elevar a autoestima, a profissional Nilse Vilela, do Salão Nilse Vilela Cabelo & Corpo, entende. Há 31 anos faz a cabeça das mulheres, deixando-as mais bonitas. “A mulher quando se sente bonita, fica mais segura de si e fica bem em qualquer situação”, pontua Nilse. E não bastasse todos esses anos de ex-periência, recentemente fez um curso na Academia Toni&Guy, em Paris.

Nos cabelos de Joice, a profissional trabalhou um corte chanel carré, fez ombré hair, isto é, clare-amento nas pontas, e botox, para soltar os cachos e deixá-los mais leves, tornando-os práticos para o dia a dia, sem necessidade de fazer escova. “É um corte

para quem quer estar enturmada na tendência e não dispõe de muito trabalho na hora de se arrumar”, explica Nilse.

A produção foi além, Nilse escovou os cabelos e, para finalizar, Cristiane fez a maquiagem, ressaltan-do os olhos com tonalidades azul e lilás e gloss rosa nos lábios.

A trabalhadora da saúde estava radiante. “Tive um dia de princesa, não pensei que fosse mudar tanto. Com este corte posso estar bem apresentada em pouco tempo”, diz Joice. “O prazer de ver o sor-riso da pessoa quando faço uma produção não tem preço”, completa Nilse.

julho/agosto 2012 - EM CENA - 21

Antes Depois

Page 22: Revista Em Cena - Edição 21

São João da Boa Vista

22 - EM CENA - julho/agosto 2012

Localizada na região cristalina da Serra da Mantiqueira, São João da Boa Vista (SP) é conhecida como a “cidade dos crepúsculos maravilhosos”. Atualmente, com mais de 83

mil habitantes, o município apresenta clima e tipo de solo propícios para a predominância das culturas agrícola e pecuária, destacando-se pela produção de milho, café, feijão e, principalmente, cana-de-açúcar.

A cidade foi fundada em 24 de junho de 1821, por Antônio Machado de Oliveira e os cunhados Inácio Cândido e Francisco Cândido, que chegaram na região às vésperas do dia em que se comemora-va o culto a São João Batista, o que deu origem ao nome da cidade. Contudo, pelo fato da cidade ter sido iniciada nos terrenos da Fazenda Boa Vista, de propriedade do padre João Ramalho, recebeu o

complemento “da Boa Vista”. Nos eventos mais importantes da cidade, pode

ser citada a Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de São João da Boa Vista (Eapic), que é a mais tradicional festa de toda a região de São João da Boa Vista e atrai visitantes de vários Estados do Brasil. O evento é conhecido como “a festa country mais completa do País”, por reunir diversos eventos simultâneos, que vão desde exposições agropecuárias a shows musicais.

Sua exposição agropecuária é reconhecida e muito respeitada em todo o Brasil, reunindo animais de todo o País e também do exterior, com julgamentos ranqueados por associações. As provas de montaria em touros e em cavalos estão inseridas na programa-ção e fazem parte do Circuito Nacional de Rodeio.

Com a presença forte de ecoturismo e ricas tradições, a cidade se destaca na região com a predominância das culturas agrícola e pecuáriatu

rism

o - s

ão jo

ão d

a b

oa v

ista

Parque Juca Mulato

Page 23: Revista Em Cena - Edição 21

julho/agosto 2012 - EM CENA - 23

São João da Boa Vista também possui diversos pontos de ecoturismo, que é uma forma de turismo voltada para a apreciação de ecossistemas em seu estado natural, com sua vida selvagem e sua população nativa intactos. Confira alguns pontos:

Circuito FortalezaSítio localizado na estrada do Córrego das Pedras (Serra

da Paulista) com restaurante rural e passeios ecoturísticos por mata natural, cachoeira, corredeiras, vista da serra e árvores centenárias.

Fazenda do PadreTrata-se da Fazenda Serra da Boa Vista, na estrada do

Córrego das Pedras (Serra da Paulista), com possibilidade de visitação à casa do padre Valeriano, acompanhado de guia; alambique, terreiro de café e fábrica de lixas.

Lareira de PedraRecanto de gastronomia e eventos, localizado na estrada

no Córrego das Pedras (Serra da Paulista), inaugurado em maio de 2009 com a Caminhada da Lua Cheia. Vista da

serra, quedas d’água e mata natural.

Serra do Mirante Tem 1.593 metros de altitude, com uma bela vista de São

João e cidades da região, onde existe a Caverna do Morcego (local bonito e pouco explorado), a 500 metros, ao lado das torres de TV, na Serra Deus-me-livre, de propriedade parti-cular, que é usada também para a prática de voo livre. É uma decolagem natural (construída pela natureza).

Serra do Mirante

Foi na acolhedora cidade São João da Boa Vista que tive uma experiência única. Saltar de paraquedas a 3.300 metros de altura, alcançando uma velocidade de 200 km/hora em 40 segundos de queda livre! Falando assim, parece coisa de louco, de quem não tem medo do perigo, mas posso afirmar que no final tudo valeu a pena. A ideia surgiu da vontade de presentear uma pessoa especial com algo diferente, um presente inesquecível que fugisse de todas as

lembranças comumente dadas em aniversários. Mas para isso, eu também precisaria saltar, afinal seria como colocar a pessoa sozinha em uma

“enrrascada”. O processo de negociação com a empresa responsável já me deixava ansiosa. “Será que vou ter coragem?” “Vai valer a pena o investimento?” “E se o paraquedas não abrir?”Essas e outras perguntas insistiram em ficar durante semanas em minha cabeça, até o momento em que eu finalmente entreguei o vale-salto para meu namorado. A partir daí, a pressão aumentou ainda mais, pois nós dois ficamos especulando sobre tudo o que poderia acontecer. E o grande dia chegou. Um lindo sábado ensolarado, convidando-nos para experimentar a incrível sensação de liberdade. Fomos recebidos por instrutores superatenciosos, que nos deram todas as orientações e treinamentos necessários para nos sentirmos seguros com a experiência que estava por vir. O macacão é quente e o equipamento bem apertadinho ao corpo, mas tudo para evitar que qualquer acidente aconteça.Chegou a hora. Entrar naquele ‘teco-teco’ minúsculo e acompanhar as coisas ficando

pequeninas lá de cima me deixou enjoada. Mesmo com o estômago embrulhado, tentei respirar fundo e aproveitar a viagem. Com a altura suficiente alcançada, a porta do avião abriu e tinha a missão de me posicionar corretamente com o instrutor. 1, 2, 3 e já! Um mortal de frente deu início à queda livre. Aaaaahhhhh! Gritava muito alto, mas não conseguia me ouvir. Não consegui pensar em nada com aquela velocidade e o vento que “deformava” meu rosto. Quando o paraquedas abriu, o coração parecia que ia explodir e a adrenalina deixava um sorriso enorme em meu rosto.Foram mais seis minutos até chegar ao chão, aproveitando a vista maravilhosa da cidade de São João da Boa Vista. Quando acabou, demorei um pouco para “entender” tudo aquilo que tinha experimentado. Fiquei o dia todo fechando os olhos e revivendo aquele momento. E o sorrisão...ah, este não saía do rosto.

Um salto para a liberdade

A repórter Mariana Dorigatti, que conheceu de perto São João da Boa Vista, conta especialmente para a revista Em Cena qual foi a sensação de saltar de paraquedas em uma base recentemente instalada no aeroporto da cidade

Mariana DorigattiAssessora de imprensa do Sindicato

da Saúde Campinas e Região

Page 24: Revista Em Cena - Edição 21

A informação e suas várias faces na web

24 - EM CENA - julho/agosto 2012

Visualizar graficamente as diferentes facetas de um assunto na web. Assim pode ser definido o conceito de Reportagem 360°, uma inovadora forma de publicação

na internet. Este tipo de reportagem se utiliza de formatos digitais inovadores, cuja qualidade estética chama bastante a atenção e se encaixa perfeitamente ao conteúdo.

O trabalho surge como uma nova categoria do webjornalismo, que aproveita todas as ferramentas que existem na rede, como áudios, infografias, vídeos, fotos e vários outros, para formatação da matéria, cujo conteúdo é compreensível, independente da ordem de leitura e por isso a denominação 360º.

Um dos primeiros a consolidar este tipo de trabalho na web foi o jornalista colombiano Felipe Lloreda, diretor de Novos Meios, do jornal El País, da Colômbia. Ele e mais 10 profissionais das áreas de comunicação, web designer e engenharia da compu-tação, inspirados em um web site mexicano, de estilo revista virtual, criaram em 2009 na página do jornal na web os especiais “Cali, la ciudad que no duerme”, “La hoja sagrada” e “Cali, una industria salsera”. A inovação chamou a atenção de internautas de todo o mundo pela qualidade dos recursos de vídeo, texto e a forma criativa da publicação e, assim, o sucesso foi garantido.

No mundo, outros veículos, como o ‘Clarín’, da Argentina; ‘HBO’, ‘Olé’, ‘Me-diastorm’ e ‘New York Times’, também já trabalham com este tipo de reportagem.

Para o gerente de Conteúdo do Portal de Notícias das Organizações Globo Eptv/G1 e professor de pós-graduação e graduação da PUC-Campinas, Duílio Fabbri Júnior, a Reportagem 360° é um material pensado, criado

especificamente para internet e sua linguagem se diferencia bastante de outras mídias. “É um material próprio, diferenciado, com linguagem específica e de qualidade jornalística reconhecida. É uma reporta-gem na qual graficamente consegue mostrar que o webjornalismo não é mais uma competição de quem dá o ‘furo’ de uma informação”, analisa.

Duílio ainda se aprofunda sobre o conceito. “O leitor abre uma tela introdutória em que visualiza diversos links que tratam dos diferentes aspectos

econ

omia

- re

por

tage

m 3

60°

Reportagem 360° surge para impactar internautas que buscam conhecimento com criatividade e dinamismo

Duílio Fabbri JúniorProfessor da Puc e Gerente de Conteúdo do Portal EPTV/G1

Page 25: Revista Em Cena - Edição 21

culturais, sociológicos, humanos e históricos do tema proposto. Diversas digressões são feitas para apresentar o tema e explicá-lo ao leitor, que escolhe até que ponto quer saber, conhecer ou se interar do assunto. É por isso que na Reportagem 360° não existe um lugar certo por onde começar. O leitor é quem decide o que quer ler, ver ou ouvir. Não é como numa proposta de reportagem multimídia, cujo trecho,

gravado em vídeo, dá origem a um texto, por exemplo. Na 360º, o internauta tem informações autônomas em relação ao restante da reportagem”, explica o especialista.

No Brasil, ainda que a ferramenta esteja mais focada no denominado jornalismo multimídia, veículos, empresas e entidades já entendem a importância de inserir a inovação em seus sites.

É o caso do Sindicato da Saúde de Campi-nas e Região (Sinsaúde). Em junho de 2012, a equipe de jornalismo da entidade lançou em seu Portal um especial sobre os salários da área da saúde, utilizando a Reportagem 360º. “Como os trabalhadores estavam em campanha salarial, op-

tamos por fazer um resgate dos salários pagos pelo setor. Abordamos tudo com muito dinamismo para que o internauta pudesse entender mais sobre o assunto a partir de qualquer ângulo da matéria”, explica a

jornalista, diretora executiva da Domma Comunicação e responsável pela Repor-tagem 360°, Sirlene Nogueira.

Com o título Os Salários na Saúde - do voluntariado à profissionalização (www.sinsaude.org.br/especialsalarios), o trabalho mostra de forma interativa, a realidade dos salários praticados na área da saúde, a história do sistema de saúde no Brasil e no mundo, a luta dos trabalhadores em prol dos seus direitos, a forma como a categoria é vista pela sociedade e quais são as principais necessidades do setor.

O presidente do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira, que abraçou a ideia, acredita que a ino-vação é muito válida. “O dinamismo das infor-mações, além de ajudar a fixar mais o conteúdo, que é de grande importância para o trabalhador da saúde, fortalece a luta da categoria”. Já, Sofia Rodrigues do Nascimento, diretora de Comu-nicação da entidade, afirma que “para motivar a categoria e fortalecer as lutas, trabalhamos com várias mídias e a internet é, a cada dia, um dos recursos tecnológicos mais utilizados em função de sua aceitação”, pontua. Para Duílio Fabbri Júnior, a iniciativa do

Sinsaúde Campinas e Região em aderir a ferramenta para se comunicar com seu público na web foi bastante positiva, principalmente porque no Brasil, segundo ele, este trabalho é pioneiro.“Hoje, a referência mais fiel ao estilo 360° que encontro nacionalmente é o do Sinsaúde. Inclusive recomen-dei o link aos meus colegas da área, para que possa ser usado como referência em trabalhos e em sala de aula”, finaliza o professor.

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Campinas e Região

Sirlene NogueiraJornalista e diretora executiva

da Domma Comunicação

julho/agosto 2012 - EM CENA - 25

Os Salários na Saúde é um projeto que, dentro do conceito de Reportagem 360°, é pioneiro no Brasil e mostra a realidade dos salários praticados na área da saúde.

Baixe o leitor QR Code em seu celular e confira a Reportagem 360º. Caso seu aparelho não tenha leitor, acesse o link www.sinsaude.org.br/especialsalarios

Navegue e conheça a Reportagem 360º produzida pelo Sinsaúde Campinas e Região

Sofia RodriguesDiretora de Comunicação do Sinsaúde Campinas e Região

Page 26: Revista Em Cena - Edição 21

saúd

e em

fato

s e

foto

s

26 - EM CENA - julho/agosto 2012

A cada edição da revista Em Cena, o Sinsaúde Campinas e Região homenageia os trabalhadores de sua base de repre-sentação que acreditaram e depositaram sua confiança no

Sindicato, empenhando-se em suas lutas e conquistas para que a entidade ultrapassasse as barreiras do tempo e garantisse uma imagem forte e positiva por mais de sete décadas.

Os homenageados nesta edição são os profissionais dos mais variados setores (Apoio, Administração e Enfermagem), que atu-am nos estabelecimentos de saúde de Jundiaí e integram uma só equipe quando o assunto é dar qualidade de vida aos pacientes. Mesmo com a falta de estrutura, de funcionários e, muitas vezes, a carência de medicamentos de uso diário, eles enfrentam com serenidade e não medem esforços para cuidar da saúde de quem precisa.

Nas edições anteriores tiveram destaque, nesta coluna, os trabalhadores das cidades que compõem a base de Tupã, Arara-quara, Americana, Amparo, Atibaia, Dracena, Araras, Itapira, Espírito Santo do Pinhal e Indaituba que, assim como Jundiaí, são formadas por profissionais que acreditam no Sinsaúde e apoiam seu trabalho.

Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e luta para vencê-los. Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os trabalhadores da saúde da região de Jundiaí se mostram capazes de enfrentar os proble-mas impostos no dia a dia pela profissão e homenageá-los nesta página é uma forma de agradecer pela dedicação e pelo esforço em proporcionar o bem-estar às pessoas que necessitam de seus cuidados.

Jundiaí

Hospital SobamHospital Universitário

Clínica Sayão

Hospital Sobam

Hospital São Vicente

Hospital São Vicente