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CENA EM São 63 mil candidatos que decidem pela população brasileira. Você se sente representado? 1º/1/2013 A POSSE DE NOVOS PREFEITOS E VEREADORES Ano XVI - Número 22 Janeiro/Fevereiro 2013

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CENAEM

São 63 mil candidatos que decidem pela população brasileira. Você se sente representado?

1º/1/2013A POSSE DE NOVOS PREFEITOS E VEREADORES

Ano XVI - Número 22Janeiro/Fevereiro 2013

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EDITORIAL

CARTA DO LEITOR

ESPECIALSaúde precisa de representantes na política

SAÚDE/BEM-ESTAREmagrecer requer determinação

COMPORTAMENTO

ATUALIDADECibercrimes

MODAEstilo sobre duas rodas

BELEZATransformação

TURISMORancho da Saúde

CULTURALeitura

PERSONAGEM DA SAÚDEWilson Santos publica livro

DIREITOTST reconhece jornada 12x36

LEGISLAÇÃOA luta pelo piso nacional continua

EDUCAÇÃOIntercâmbio Sinsaúde e Fatsa

FATOS E FOTOS Limeira

CADERNO VIPOfisaec

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O Google - gigante de buscas na internet - convoca os usuários a postar suas resoluções e seus objetivos para o

novo ano e assim vai construir um mapa na rede que exibirá as promessas feitas ao redor do mundo e que deverão ser cumpridas em 2013.

Até 4 de janeiro, a seção de propósitos, incluída na página da empresa californiana Zeitgeist 2013, tinha registrado meio mi-lhão de acessos, dos quais mais de um terço incluía desejos de encontrar um amor ou de ser amado.

Por outro lado, as promessas relacionadas com melhorar a saúde pessoal foram as mais comuns entre os americanos, enquanto os russos eram os primeiros em reivindicações relacionadas com a educação, segundo dados do Google.

Já, no Brasil, além de encontrar um amor, estudar e ser bem-sucedido nos negócios, os internautas torcem para que as crianças sejam mais bem cuidadas, assim como o meio ambiente. As promessas, postadas nesta página da web (google.com/zeitgeist/2012/resolutions) estão divididas em categorias, que incluem amor, saúde, economia, traba-lho, educação e família.

E é assim que a humanidade começa um novo ano. Com propósitos e sentimentos al-truístas, apostando na melhoria das relações humanas e na evolução do Planeta. Também nós, da diretoria do Sinsaúde Campinas e Região, queremos fazer de 2013 um ano me-lhor. Como representantes dos trabalhadores

da saúde que atuam em 172 cidades paulis-tas, fazemos planos para garantir à catego-ria melhores condições de vida e trabalho. Vamos dar maior ênfase às ações que visam garantir reconhecimento a estes profissionais que, diuturnamente, dedicam-se em garantir qualidade de vida para a população.

A começar pelos salários, que devem ser condizentes com as jornadas desgastantes que eles enfrentam, humanizando o aten-dimento nos estabelecimentos de saúde, que também devem estar preparados com equipamentos e normas de segurança que resguardam a saúde dos que cuidam da saúde do próximo.

A assessoria jurídica, oferecida na sede e nas subsedes do Sindicato, auxilia e defende os trabalhadores em processos trabalhistas, garantindo a eles o que lhes é de direito. É também nas subsedes que a categoria pode tirar suas dúvidas com os diretores sindicais ou até mesmo fazer denúncias sobre irregu-laridades que acontecem em seu ambiente de trabalho.

Mas para fazer valer o reconhecimento e a valorização que os profissionais da saúde merecem é preciso união entre os trabalha-dores e também com o Sindicato que os representa. Esta fórmula simples e poderosa é capaz de tornar possível o que antes se pen-sava ser impossível. Juntos podemos ir mais longe, basta acreditar e se mobilizar para que a mudança aconteça.

Um abraço,

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Edison Laércio de OliveiraPresidente

Por um ano mais justo e representativo

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EXPEDIENTE

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“Histórias esquecidas no tempo“Mais uma vez me surpreendi com as matérias da revista Em Cena. Desta vez foi com a matéria sobre Alzheimer. Saber que existe um lugar aqui em Araras onde eu possa buscar mais informações sobre a doença me ajudou muito, pois tenho um familiar nestas condições e não é fácil, por isso eu parabenizo as pessoas que tomaram para si a missão de cuidar de pessoas tão frágeis e especiais. Parabéns pela equipe de jornalismo que nos brinda com uma revista clara, informativa e de fácil leitura.” - M. Odila Marcondes, Araras

A informação e suas várias faces na web“No Brasil, o conceito de Reportagem 360° é novo e a tecnologia ainda é difícil. Há poucos profissionais com este perfil para oferecer a clientes e público. Os exemplos não chegam a ser de 360º, mas sim de multimídia. Então, a comunicação da Reportagem 360° se destaca apenas em mãos capacitadas, que tenham a oportunidade de oferecer possibilidades ao usuário. A referência mais fiel ao estilo do 360° que encontro hoje nacionalmente é o do Sinsaúde Campinas e Região, o qual recomendei aos meus colegas, professores da área, para que pudesse ser usado como referência em trabalhos e aula. Parabéns pela iniciativa.” - Duílio Fabbri Júnior, prof. da PUC-Campinas e gerente de conteúdo da EPTV.Com.

Mulheres que amam demais “Deveras importante esta matéria da revista Em Cena, pois para nós, mulheres, é tão difícil manter um relacionamento saudável; somos sempre rotuladas de ciumentas, manipuladoras, entre outros títulos, quando o assunto é relacionamento a dois. Realmente quem age desta forma precisa de ajuda para não deixar sua autoestima cair. Parabéns à equipe que nos honra com matérias desta envergadura.” Carmem Lúcia de A. M. J. Paixão, Campinas

O mundo num clicÉ por meio desta missiva que venho transmitir-lhes meus sinceros agradecimentos acerca da matéria na revista Em Cena nº 21, cujo tema foi “O mundo num clic”. Obrigada a todos os envolvidos neste conjunto de ações que faz surgir uma revista rica, de leitura agradável e com conteúdos fidedignos. Obrigada a Sofia que acreditou na minha história e à jornalista Vera Bison que a transmitiu através de sua escrita doce, forte, transparente e cheia de vida.” - Mona Luisa Sabongi, Campinas

A revista“Quero parabenizar àqueles que contribuíram pela belíssima edição da revista Em Cena nº 21. Cada página, cada assunto prende a atenção dos leitores e associados, pois está completa. Os assuntos são de extrema importância a todos; o material, as fotos, os assuntos são de primeira. Tenho certeza de que foi um sucesso. Parabéns a todos.” Anéres Fernandes de Matos, Jundiaí

Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114)Redação: Ana Carolina Barros (Mtb 58.939), Daniella Almeida (Mtb 4.352), Mariana Dorigatti (Mtb 60.431), Sirlene Nogueira (Mtb 15.114) e Vera Bison (Mtb 12.391)Projeto gráfico: Javé Editoração: Felipe Teixeira e Ana Julia Troya Capa: Jones Stecca e Felipe TeixeiraFotografia: Ari Ferreira (Mtb 28.843) e Gustavo Tilio (Mtb 43790)Tiragem: 22 mil exemplares

Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde)Site: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected]: Edison Laércio de OliveiraDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do NascimentoRedação e criação: DOMMA Comunicação Integrada

Sua opinião ou sugestão é muito importante! Correspondências para esta seção:Por e-mail: [email protected] ou [email protected] carta: Rua Duque de Caxias, 368, Centro CEP 13015-310 – Campinas/SP

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No primeiro dia de 2013, oficialmente tomaram posse no Brasil 5.568 prefeitos e seus vices e ainda 57.434 vereadores. Somem-se a estes 27 governadores,

1.059 deputados estaduais, 513 deputados federais e 81 senadores, que assumiram mandato há dois

anos. São 64.682 cidadãos, além do presi-dente da República, que são eleitos a um

intervalo de quatro anos para repre-sentar uma população estimada em

193.946.886.Em tese, todos os brasilei-ros estão representados por

este contingente político, responsável por definir

os rumos da vida da Nação nas áreas legislativa e execu-tiva, além da tarefa de fiscalizar o bom uso da máquina pública para que esta atenda às necessidades e aos anseios da sociedade.

Desde o advento da de-mocracia, que teve início no Brasil após o fim da ditadu-ra militar a 15 de março de 1985, este

é o perfil que se idealiza para o político moderno. Ter uma visão social ampla das necessidades da população, cujo objetivo é o equilíbrio da vida em sociedade e o crescimento equilibrado das cidades, dos Estados e do País. Mas as distorções são evidentes. A formação de grupos com interesses específicos (saúde, rural, agrone-

gócio, educação, etc.) mos-tra que o cidadão comum está pouco representado, principalmente em nível legislativo, onde o Poder Executivo sempre tem atuado como um grande aliciador de parlamentares. Em troca de benesses, a fim de assegurar a suposta governabilidade, acordos são feitos e que, invariavel-mente, levam os parlamen-

tares a votar cegamente e sem qualquer discernimento as propostas do governo.

“São hábitos institucionalizados que, somados ao fato da forte tendência de eleição das classes dominan-tes para cargos eletivos e à formação de grupos com interesses bem específicos, deixam os trabalhadores com pouca ou nenhuma representação nos poderes constituídos”, avalia Leide Mengatti, vice-presidente do Sinsaúde Campinas e Região e diretora executiva do Instituto de Saúde Integrada (ISI), braço educativo da entidade sindical. Candidata pela primeira vez a uma vaga na Câmara Municipal de Campinas, Mengatti não se elegeu. Uma das razões para que isto tenha ocorrido, segundo ela, é a despolitização da população brasileira. “O povo brasileiro está reaprendendo o que é cidadania, o direito à livre expressão e, principal

“As poucas iniciativas educacionais

não atendem às necessidades da

categoria, que se fosse melhor representada politicamente, teria

mais chances.”

Edison Laércio de Oliveira

DEMOCRACIATrês décadas depois e ainda estamos aprendendo

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mente, o quanto vale ter um representante seu como vereador, deputado ou senador depois de 28 anos de governo militar”, raciocina.

Defensor da eleição de candidatos que represen-tem os trabalhadores, o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo e do Sinsaú-de Campinas e Região, Edison Laércio de Oliveira, aponta as políticas de saúde no Brasil como justificativa desta necessidade. Em geral, as decisões são tomadas tendo como principal foco os pacientes e a estrutura de aten-dimento dos estabelecimentos de saúde. E os recursos liberados diretamente pelo Ministério da Saúde ou aprovados por meio de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União (OGU) têm destino engessado para investimento em equipa-mentos e modernização estrutural dos hospitais. “As administrações dos estabelecimentos são proibidas de aplicar estas verbas em treinamento e aperfeiçoamento profissio-nal da equipe, o que demonstra a pouca preocupação existente com a parte mais importante da estrutura de atendimento que são os trabalhadores”, analisa Edison Oliveira.

“As poucas iniciativas educacionais não atendem às necessidades da categoria, que se fosse melhor re-presentada politicamente, teria mais chances”, avalia. O Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps), lançado em dezem-bro de 2009 pelo Governo Federal, foi idealizado com respaldo nos resultados obtidos com o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área da Enfermagem (Profae), desenvolvido a partir de 1999 pelo Ministério da Saúde, cujo foco era a formação em massa na área da enfermagem.

“O Profae serviu de inspiração para criação e implementação do Profaps por ter sido um progra-ma bem-sucedido, que tem servido de modelo até para outros países. O fato de o Profae ter tido um papel relevante na estruturação da RET-SUS, aliado à necessidade de planejamento da formação da força de trabalho para o SUS, ajudou no planejamento do

Profaps”, explica no blog do programa, a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Deges/SGTES/MS), Ana Estela Haddad.

Sem qualquer demérito, é bom lembrar que o Profae foi cria-do com base num programa, o Projeto Educação na Saúde (PES), idealizado e implantado pela Federação paulista dos Trabalha-dores da Saúde, em 1996. Isto, na opinião do presidente da entidade, ilustra o seu argumento em relação à importância de os trabalhadores serem representados nas mais varia-das instâncias políticas.

Dois pontos, em sua opinião, devem ser observados neste con-texto. O primeiro é que esta ação educacional foi pioneira no Brasil e por isso despertou no governo a sua responsabilidade na área. O segundo ponto, observado por

ele, é que se os trabalhadores podem dar sua contri-buição, estando fora dos meios políticos, se elege-rem representantes poderão fazer muito mais. “Até porque fora este programa Profae/Profaps, as demais decisões do Ministério da Saúde só levam em conta os empresários do setor e os pacientes. Os trabalha-dores precisam observar tudo isto e tomar decisões que levem em conta os seus interesses e suas expecta-tivas”, assinala.

A bancada da saúde no CongressoEstudos feitos pelo Departamento Intersindical de

Assessoria Parlamentar (Diap) mostram que a ban-cada da saúde no Congresso Nacional, assim como a de educação, possui pelo menos três grupos em seu interior: o que defende a saúde pública, estatal e gratuita; outro que patrocina os interesses privados, com fins lucrativos, incluindo os planos de saúde; e um terceiro que apoia e defende as santas casas, que fazem filantropia e recebem recursos públicos. As disputas entre os três grupos são acirradas, mas um ponto os une: o aumento das verbas para o setor.

Cada grupo possui um interesse específico. O privado, que reúne donos de hospitais e de planos

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Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

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de saúde, luta para ampliar sua participação nos recursos orçamentários e evitar ressarcimento ao SUS pelo aten-dimento de quem possui plano de saúde. O filantrópico, além do aumento de recursos, também exige atualização dos repasses por atendimento, considerados muito baixos, mesmo se tratando de uma política regular de transferência de recursos.

Nenhum grupo atua em favor dos trabalhadores. Prova disso é a grande dificuldade para aprovar projetos de interesse dos profissionais da saúde como o que cria o piso nacional e a jornada de 30 horas para a enfermagem. Os projetos esbarram em interesses empresariais e do próprio governo sob a alegação de que, se aprovados, os benefícios trariam impactos nas suas finanças; argumento contestado por sindicalistas e também pelo Departamento Intersindi-cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Vamos ter de nos movimentar muito para mobilizar os trabalhadores e cobrar dos deputados a aprovação dos pro-jetos que mais do que nunca interessa ao povo brasileiro, pois é uma melhoria que vai refletir na qualidade da saúde pública”, opina o diretor de Imprensa da Federação paulista da Saúde e vereador por Franca, Luiz Vergara (PSB-SP), lembrando que os parlamentares representam a sociedade como um todo e devem ser cobrados na aprovação dos temas de seu interesse.

É preciso renovação e formação

A representação dos trabalhadores no Congresso Nacional, de modo geral, é numericamente muito inferior. O parlamento tem entre seus deputados, 91 integrantes na bancada sindicalista contra 270 na de empresários, o que mostra ser difícil o trabalhador sair vencedor quando o assunto são melhorias trabalhistas. “As bancadas dos trabalhadores são sempre aguerridas, mas isto é insuficiente para se obter resul-tados positivos. Para ampliar direitos e mantê-los é preciso disputar os processos eleitorais e fazer maiorias”, analisa Vergara.

O jornalista, analista político ligado ao Departamento Intersindical de Assessoria Parla-mentar (Diap), Marcos Verlaine, que atua há 20 anos no Congresso Nacional, avalia que existe um grande déficit

Marcos VerlaineAnalista político

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a político e de cidadania no País. Para ele é neces-sário ampliar a representatividade dos trabalhadores, mas é preciso primeiro buscar caminhos, como a ampliação da participação dos jovens e das mulheres aliada a uma grande renovação, não só de pessoas, mas, sobretudo, de ideias e ações. “É preciso romper com o ‘mesmismo’ e partir para ações mais ousadas. Mas para isto é preciso investimento na formação política para que os dirigentes e ativistas melhorem seus capitais cultural e intelectu-al”, orienta.

Professor alerta para operigo de cooptação Ricardo Antunes, professor

da Unicamp e um dos mais destacados sociólogos marxistas da atualidade, cujos estudos se direcionam para o tema trabalho e suas novas formas de relação dentro do mundo capitalista contemporâneo, concorda com Verlaine, mas alerta para o risco de cooptação dos representantes dos trabalhadores nos diversos níveis de governo.

Para ele, a representação no espaço institucional pode ser positiva para os trabalhadores, mas ela tam-bém pode ser uma armadilha, porque muito frequen-temente estas formas de representação institucional acabam exigindo dos trabalhadores que aceitem a ordem institucional como ela existe e, deste modo, a sua autonomia, a sua inverdade, a sua independência de classe vão sendo profundamente comprometidas.

O parlamento brasileiro possui representantes que são autenticamente expressão dos interesses da classe trabalhadora, “mas absolutamente minoritários”. “Eu não sou contra que os trabalhadores tenham repre-sentantes no parlamento, porque isto significa ter um lugar para denunciar, mas é triste constatar que nós temos muito mais inimigos no parlamento do que representantes dos trabalhadores”, afirma o sociólogo, lembrando que muitos foram eleitos como represen-tantes dos trabalhadores e acabaram defendendo os interesses do capital contra os interesses do trabalho.

Para ele, é uma tragédia constatar que muitos dos líderes sindicais eleitos para o Congresso Nacional se tornaram homens do governo, agentes do capital.

“Palocci, por exemplo, é um caso espetacular, ex--sindicalista da área da saúde, tornou-se o ministro da Economia, totalmente a serviço do grande capital, envolvido em corrupção; ou Delúbio Soares, que vem do movimento dos professores e se tornou um dos implementadores da tragédia da corrupção, o

Mensalão”, lembra.Ele ainda cita a Central Única

dos Trabalhadores (CUT), for-mada em 1983 com o objetivo de ser uma entidade autônoma, independente e classista. A partir da vitória do Lula para a Presidência “se tornou uma central de governo, que depende de verbas do governo (como o FAT - Fundo de Amparo ao Tra-balhador), do imposto sindical - anteriormente as instituições sindicais não dependiam dele para sobreviver - e, não raro, entre uma medida negativa e nefasta do governo Lula, a CUT não sabia se ficava do lado dos trabalhadores ou do lado do governo”, avalia Antunes. E

complementa: “Eu estou falando da CUT, mas po-deria estar falando de várias outras centrais. A Força Sindical, por exemplo, sempre foi uma central que misturou peleguismo com neoliberalismo, então não é novidade para nós que ela seja uma força, digamos, do centro-direita.”

O sociólogo alerta que é importante que os setores que defendem os trabalhadores impeçam a destrui-ção do direito do trabalho. Cita, como exemplo, a proposta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que quer flexibilizar ainda mais a legislação trabalhista no Brasil, aumentando a informalidade - terceirização - acima dos 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão nesta situação no País.

Quando o movimento sindical dos trabalhadores tem uma prática forte, de organização de base, em representação autônoma sindical e política, deve cumprir o papel de defender os interesses do setor que representa, seja em qualquer cargo ou posição que assuma, em ministérios ou no parlamento. “Mas não devem esquecer nunca que são representantes da classe junto à esfera institucional e não o contrário”, finaliza.

Ricardo AntunesProfessor da Unicamp

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Conhecer os colegas de trabalho, representá-los perante empresários, classe política e sociedade era uma rotina conhecida de Leide Mengatti. Sindicalista experiente, é vice-presidente do Sinsaúde Campinas e Região, diretora-exe-cutiva do Instituto de Saúde Integrada (ISI) e diretora da Federação paulista da Saúde. Há quase três décadas na área sindical, decidiu se candidatar à vereadora, por Campinas, pela primeira vez. Obteve mais de 2 mil votos nas eleições de outubro de 2012, número que não foi suficiente para que ocu-passe uma vaga na Câmara Municipal. Longe de se sentir derrotada, Leide tirou importantes lições da experiência. “O trabalhador ainda não tem a noção exata do quanto é importante ter um representante seu nas variadas esferas de poder, mas eu aprendi que posso fazer melhor meu trabalho após conhe-cer onde eles vivem, suas famílias e anseios pessoais. Foi um aprendizado maravilhoso”, resume ela, que concedeu à Em Cena, a seguinte entrevista.

Representação política contribui para garantir melhorias ambicionadas por trabalhadores

Em Cena: Como avalia a sua primeira experiência como candidata à vereadora?LM: Campanhas são trabalhos intensos e que exigem mui-ta energia, disposição e planejamento. Mas tudo começa na crença de que podemos fazer, por meio da política, algo de melhor para a cidade onde moramos. No meu caso, respiro saúde o tempo todo e sempre estive junto dos trabalhadores nas lutas da categoria. Conhecia os compa-nheiros e companheiras nos ambientes de trabalho, mas agora sei onde eles moram, qual é a situação do bairro e da região onde vivem; pude conhecer suas famílias e tudo isto me fortaleceu como liderança sindical, mas principalmente como pessoa, pois fui recebida com muito respeito e cari-nho. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos.

Em Cena: Os trabalhadores sabem da importância de ter seus representantes?LM: Uma parcela pequena dos trabalhadores é liderança em seus bairros, tem participação ativa, sabe o que está acontecendo e quer mudar a realidade social e exige, por exemplo, asfalto, creche, unidade de saúde, segurança, enfim, tudo o que diz respeito à responsabilidade do setor público. A maioria, entretanto, ainda não se anima para a discussão política, faz a crítica e busca alguém que promete ou que traga algum benefício pessoal para ele. Estes acredi-tam que eleição é coisa pessoal, não veem a força do voto, a importância que ele tem na conquista das suas necessi-dades e de sua categoria e comunidade.

Em Cena: As entidades representativas dos trabalha-dores, como os sindicatos, devem atuar nesta área? LM: O Sindicato tem crédito junto dos trabalhadores, sabe

atuar com espírito coletivo, mas precisamos de maior pro-ximidade com a categoria e estarmos abertos para a crítica. Sinto que os trabalhadores não se sentem à vontade para nos criticar ou para fazer sugestões. Somos todos trabalha-dores e temos que nos aproximar mais e mais dos colegas, abrindo espaço para sugestões e mostrando que somente poderemos avançar se estivermos juntos, lutando pelos mesmos interesses, lado a lado.

Em Cena: Que benefícios poderiam advir da represen-tação nas variadas esferas políticas?LM: Em se tratando de uma categoria de trabalhadores essencial à vida dos cidadãos, como é o caso da saúde, é necessário que sejamos tratados com esta importância. Te-nho comigo que os trabalhadores da saúde devem ter suas relações trabalhistas regidas por leis especiais, que envol-vam salários profissionais, jornadas de trabalho reduzidas, equipamentos e normas de segurança próprias e respei-tadas em todos os níveis dentro das empresas públicas, privadas e filantrópicas, independente do tamanho e do número de funcionários. Dentro desta lógica, entendo que temos que continuar trabalhando para elegermos repre-sentantes em todos os níveis políticos, pois somente assim os sindicatos terão mais força, pois terão o amparo da lei para poder exigir o respeito que a categoria merece. Para tanto, a minha proposta é fomentar esta discussão entre os trabalhadores no ano de 2013. Sabemos que muitos profissionais foram candidatos nestas eleições. Alguns se elegeram, outros quase chegaram lá. O importante é que o debate está aberto e devemos dar continuidade a este trabalho para que possamos colocar a nossa categoria no lugar mais alto do pódio.

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emagrecer

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É no começo do ano, com a chegada do verão, que as pessoas retomam as antigas promes-sas de adotar hábitos saudáveis para entrar em forma e perder uns quilinhos. Porém,

na maioria das vezes, elas não passam do carnaval e as pessoas voltam a se alimentar de forma errada e a disposição para começar a fazer exercícios físicos vai para o espaço. Por que isso acontece?

De acordo com o médico psiquiatra e especialista em motivação para emagrecimento José Rui Bianchi, muitas pessoas têm facilidade de procrastinar tudo na vida, inclusive o emagrecimento e, com isso, em-purram tudo para o futuro, ou seja, para o ano novo, após o casamento, nas futuras férias, etc.

“É necessário estabelecer um objetivo com razões sérias, determinar o quanto quer emagrecer, data de início e de término, porque nossa mente não registra objetivos vagos, como, por exemplo, emagrecer uns

quilos em alguns meses. Isto o cérebro não enten-de, tem que ser claro com ele. O que se deve fazer é

uma repro-gramação do cérebro.”

O espe-cialista, que também é autor do livro “Emagrecer também é Marketing”,

explica que as pessoas têm dificuldade de levar a sério

o regime, porque não tratam do emocional antes de recorrer a uma dieta restritiva e um programa de exercícios físicos.

“São as emoções que determinam as nossas atitudes. Se estivermos alegres, poderemos comer em excesso; se estivermos tristes, poderemos compensar com determinados alimentos e, geralmente, os mais calóricos; se tivermos uma perda, um chocolate po-derá nos consolar e assim por diante. As compulsões por alimentos são de origem emocional”, enfatiza.

E o desejo de emagrecer não é somente uma preocupação estética. A obesidade é um dos inimigos mundiais da saúde e se caracteriza por uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a se associar a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade.

Há quanto tempo você está tentando perder peso?

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Esse foi o caso do jovem Vitor Para-nhos, 25 anos, ator, que chegou a pesar 148 kg, o que comprometeu sua saúde.

“Quando me vi sofrendo picos de pressão alta aos 19 anos, percebi que a hora de mudar chegara, pois não queria morrer daquele jeito. E então, ali, sentado na sala de espera de um cardiologista, resolvi que iria mudar de vida. Procurei uma nutricionista e segui a dieta que ela me prescreveu. Pela primeira vez na vida fugi dos remédios no processo de emagre-cimento e deu certo”, relata.

Atualmente, Vitor está com 82 kg e mantém este peso há quase cinco anos. Ele conse-guiu isto encarando o problema de frente e adotan-do um novo estilo de vida, onde a sua relação com a comida mudou radicalmente.

“Para mim, o segredo é preparar a refeição com muito prazer. Se programar para ter tudo sempre à mão e realmente descobrir o sabor do natural, do verde e fresquinho, algo que um gordinho normalmente não se pre-ocupa muito, pois uma rápida ligação pra qualquer delivery mequetrefe e gordurento já satisfaz.”

É por isso que a chave para o emagrecimento saudável é reprogramar a mente, usando estratégias diferentes das anti-gas, como, por exemplo, evitando muitas festas, mudando o cardápio, esquivando-se de certas companhias, alterando a forma de preparar os alimentos, entre outras.

“O que é preciso para alcançar a felicidade de ter um corpo esbelto e saudável é sair do comodismo. Milagre não

existe e a minha dica é: comece o quanto antes”, aconselha o especialista José Rui Bianchi.

Emagrecendo na webA paulistana Gerusa Simões, de 34

anos, insatisfeita com seus 66 kg distri-buídos em apenas 1,54 metro, conseguiu um aliado para recuperar a boa forma de antes. Ela criou o blog “Fofinha Chega” (www.fofinhachega.blogspot.com), onde compartilha com internautas de todos os cantos o seu processo de emagrecimen-to e recebe força e motivação para não

desistir.“Eu conheci blogs com histórias incríveis de

pessoas que tinham emagrecido e vi que não era nenhuma dieta de revista, eram pessoas reais como eu e que conseguiram. Então, com cara e coragem, dei início ao meu blog e logo conheci

muitas mulheres que, assim como eu, tinham o mesmo propósito. Cada comentário que recebia com um incentivo, um elogio, um puxão de orelha me fazia ficar ainda mais forte e não desistir do meu sonho”, explica a blogueira.

Atualmente, Gerusa, mais conhecida como Gê, está com 52 kg e ainda pretende eliminar mais dois para atingir o peso que considera ideal. Só que para chegar tão perto de sua meta, a blogueira precisou de muita determinação.

“Uma vez ou outra eu escorregava. Porém, se isso acon-tecia, sacudia a poeira e voltava na próxima refeição. Eu tinha um objetivo maior que me fazia seguir firme no meu propósito. Nos momentos em que fra-quejava diante das gostosuras, pensava: ‘comer uma pequena porção disso é tão bom quanto comer a travessa toda e não engorda igual’ ou “este alimento tem o mesmo sabor hoje e sempre, então não preciso comer hoje’”, aconselha.

Com todo esse esforço para conquis-tar seu sonho, Gê é inspiração para mui-tas pessoas que estão insatisfeitas com o peso e querem mudar de vida. “Ninguém vai te emagrecer. É você que tem que aprender a dizer não, é você que tem que levantar do sofá agora e fazer alguma coisa. É você que tem que fazer as escolhas certas pra colher os frutos de todo o processo. Pode demorar, você pode cair algumas vezes, mas se for forte pra não desistir, vai conseguir chegar ao seu objetivo. Eu consegui e qualquer um pode conseguir se não desistir.”

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14 - EM CENA - janeiro/fevereiro 2013

Entra ano, sai ano e o que permanece são as promessas para o período que começa. Perder uns quilinhos, encon-trar um novo amor, mudar de emprego,

parar de fumar, fazer a viagem dos sonhos, entre outros.

O problema é que na maioria das vezes as pessoas se esquecem de suas reso-luções já na primeira semana de janeiro. E para entender melhor isso, foi feito um estudo pelo psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, revelando o que as pessoas devem fazer se querem concretizar seus anseios de ano novo. Os resultados foram

divulgados no jornal britânico ‘The Guardian’.De acordo com o estudo, a maioria das pessoas

não consegue cumprir suas promessas de ano novo por usarem estratégias que não funcionam. Mas se

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tam

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Tamára CitrânguloSecretária

É no ano novo que as pessoas se empolgam e prometem mil e uma coisas, mas onde está a disposição para realizar todas as promessas?

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mudar a forma de agir, optando por dividir o objetivo final em uma série de pequenos objetivos e se dar uma recompen-sa a cada passo, aumentam as chances de sucesso.

A secretária Tamára Citrângulo, de 29 anos, conta que faz promessas diariamente e não apenas na virada do ano. Desta maneira, consegue realizar a maioria das metas que coloca para si mesma. “Em 2012, consegui mudar de casa, comprar um carro e ainda comecei em um emprego novo. Agora, já estou planejando como vou conquistar tudo o que quero em 2013.”

Entre as novas propostas de Tamára estão emagrecer, trocar o carro do esposo,

fazer uma grande festa de aniversário, uma viagem para o exterior, engravidar e se estabe-lecer profissionalmen-te. “Vou conseguir tudo isso batalhando muito, me esforçan-do e, principalmente, acreditando em mim”, garante.

Já, a administradora de empresas Ana Ferreira, de 56 anos, vai mais uma vez, tentar parar de fumar pensando em sua saúde. “Fumo desde muito jovem e sei que isso está me prejudicando. Já tentei parar algumas vezes, mas sempre fracas-sei. Agora estou comprometida com isso e sei que vou conseguir e procurei até um médico para me ajudar no trata-mento”, explica.

Segundo o especialista em produtividade e autor do livro “A Tríade do Tempo”, Christian Barbo-sa, a maioria das pessoas não dá atenção suficiente aos seus próprios anseios, pois são poucos os que colocam os desejos em um papel e traçam um planejamen-to para que, de fato, consigam cumprir suas metas.

E para que as promessas de início de ano não sejam esquecidas, o espe-cialista cita sete dicas importantes que vão ajudar as pessoas a cumprirem seus objetivos.

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Ana FerreiraAdministradora de empresas

Christian BarbosaEspecialista em produtividade

1. Prometa poucoNão adianta nada fazer dez, 20 promessas esperando que ao menos uma delas se cumpra. O ideal é

prometer pouco. Assim, você

consegue focar

melhor no seu objetivo e é mais fácil de fazer com que seu desejo se torne realidade.

2. Escreva tudoSe você não anotar os seus desejos, esquecerá tudo no próximo dia. Coloque todas as suas metas em um papel. Só assim poderá analisar com seriedade quais são os passos a serem tomados para chegar lá.

3. Planeje as etapasÉ importante planejar tudo, cada detalhe, cada tarefa. Com isso, você conseguirá se organizar durante o ano para, com calma, atingir cada expectativa do seu check list. Você tem 365 dias para cumprir o que planejou.

4. Agende as tarefasSeus sonhos não irão simplesmente cair no seu colo. Após planejar as tarefas, anote na agenda quando irá cumprir cada uma delas.

5. Seja positivoPara quê você deseja isso? Procure sempre pensar em suas promessas de forma positiva. Evite pensar negativamente, como “não ficar sozinho”. Dê preferência a promessas como “valorizar as companhias” ou “fazer novas amizades”, por exemplo.

6. Compartilhe com alguémSe for uma coisa que você quer muito, não precisa anunciar aos quatro ventos, mas também não precisa fazer segredo. Compartilhe suas promessas com alguém que irá reforçar seu comportamento.

7. Tenha focoNo início pode ser fácil, mas, durante o ano, podem aparecer empecilhos que o desanimarão a continuar com as suas promessas. Nestes momentos, mantenha o foco! Deixe as atividades circunstanciais, que não trazem resultados e não perca de vista as suas promessas de ano novo!

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Fazer compras, transações bancárias, pagar contas. Há pouco tempo tudo isto só era feito em lugares apropriados. Com a chegada da internet, muita coisa

mudou e a população mundial se rendeu ao co-modismo e a agilidade do universo online, sem precisar sair de casa. Porém, para se inserir neste ambiente, muitas pessoas exageram na hora de expor sua vida, principalmente nas chamadas redes sociais, como Facebook, Twitter, MSN e diversas outras.

Esse excesso de exposição na web, em muitos casos, é uma ameaça à segurança dos usuários

e os tornam víti-mas dos chamados cibercrimes. Estes delitos podem ser caracterizados como estelionato, ameaça, calúnia, discriminação, pirataria, pedofilia, entre outros. Os perigos ainda po-dem surgir na inva-são do computador por criminosos e levar, por exemplo, a sequestros, inva-sões residenciais e

assaltos. “As pessoas se sentem seguras apenas por

terem um software de antivírus instalado, até porque, muitos destes programas fazem questão de dizer que o computador do usuário está atu-alizado e seguro. Esta sensação de segurança, no entanto, acaba se tornando um grande risco já que faz com que o usuário fique mais à vontade para navegar na rede sem se preocupar”, alerta Gabriel Coutinho de Lima, especialista em se-gurança na internet e sócio-diretor da Pontosec Segurança da Informação.

Dados de uma pesquisa da Symantec, empre-sa que produz o antivírus Norton, atestam que o prejuízo gerado por crimes cibernéticos no Brasil, em 2011, foi de R$ 15,9 bilhões. O tipo de ataque mais comum no País é o phishing, a tentativa de enganar com mensagens e páginas falsas como se fossem empresas com as quais a vítima provavelmente possui algum vínculo, como instituições financeiras, por exemplo.

A luta contra o cibercrimeDe janeiro até o início de dezembro de 2012,

só na Delegacia de Crimes Eletrônicos (4ª Delegacia da DIG/DEIC) - a única no Estado de São Paulo - foram feitas 206 denúncias deste tipo de crime. Além disso, são gerados mensal-mente cerca de 200 Registros Digitais de Ocor-rência (RDOs), o documento que substituiu

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proteja-se contra os perigos na webCibercrimes

Gabriel Coutinho de LimaEspecialista em segurança na internet

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o Boletim de Ocorrência (BO), recebidos de várias delegacias de São Paulo e até de outros Estados. Atual-mente, perto de 1.200 inquéritos policiais relacionados a cibercri-mes estão em andamento.

Segundo o delegado titular da 4ª Delegacia da DIG/DEIC, Helio Bressan, em casos de crimes financeiros, a vítima pode registrar queixa tanto na delegacia de crimes eletrônicos quanto em qualquer outra. “Para registrar a queixa basta comparecer pessoal-mente a uma unidade da Polícia Civil da sua cidade ou do seu bairro”, explica.

De acordo com a Organização Não Governamental Safernet, que trabalha com denúncias de cibercrimes, que envolvem páginas de pornografia infantil, racismo e preconceitos em geral, entre janeiro de 2006 e outu-bro de 2012 foram feitas 4.161 denúncias sobre crimes do gênero, sendo a maioria (38,65%) relacionada à pedofilia. Em segundo lugar do ranking está o racismo (21,8%), seguido de apolo-gia ao crime (15,7%), homofobia (6,4%), intolerância religiosa (5,8%) e maus-tratos contra animais (3,27%). Finalizando a relação estão xenofobia (3,24%), neona-zismo (1,92%) e tráfico de pessoas (1,58%). Segundo a Safernet, estas denúncias foram analisadas pela equipe da própria ONG e enviadas ao Ministério Público e também à Polícia Federal.

Leis sacionadasNo Brasil, a mentalidade dos governantes parece

estar mudando de forma positiva a respeito dos cri-mes cibernéticos. Em 3 de dezembro de 2012, a presi-dente da República, Dilma Rousseff, sancionou duas leis que trazem punições para quem realizar este tipo de delito. Antes era preciso adaptar ao Código Penal e os criminosos eram indiciados por furto, extorsão e difamação quando divulgavam as informações a que tiveram acesso e a pena para estes crimes poderia chegar a 15 anos de prisão.

Dessa forma, a partir de 2013 começa a valer a Lei nº 12.735 (antigo Projeto de lei nº 84/99). A legis-

lação, conhecida como Lei Azeredo, por causa de seu relator, o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

tramitava há mais de 13 anos no Congresso, o que tornou grande parte de seus artigos obsoletos, por isso restaram apenas quatro deles.

A lei condena condutas realiza-das no uso de sistema eletrônico, digital ou similares, que sejam praticadas contra sistemas infor-matizados. Além disso, ainda de-termina que os órgãos da Polícia Judiciária deverão estruturar os setores especializadas e suas equi-pes no combate a ações delituosas em rede de computadores, dispo-sitivo de comunicação ou sistema informatizado.

A outra lei, de nº 12.737, de autoria do deputado Paulo Teixei-ra (PT-SP), criminaliza a invasão de dispositivos eletrônicos alheios conectados ou não à internet,

como celulares, notebooks, desktops, tablets ou caixas eletrônicos, para obter ou adulterar dados no sistema e conseguir uma vantagem ilícita. A proposta recebeu o nome da atriz Carolina Dieckmann, que no ano passado teve as fotos roubadas do seu computador e divulgadas na internet.

De acordo com a proposta, quem violar senhas ou qualquer outro mecanismo de segurança para obter segredos comerciais ou conteúdos privados poderá ficar preso por até dois anos. E se houver divulgação ou comercialização dos dados, por exemplo, a pena pode aumentar.

Já, aquele que criar um programa de computador, com o objetivo de permitir o crime de invasão de computadores pode pegar até um ano de detenção e a pena pode aumentar caso o crime seja cometido contra autoridades públicas ou resultar em prejuízos econômicos.

Para o delegado Hlio Bressan, as novas leis devem favorecer o trabalho da polícia. “As leis ainda estão muito aquém da minha expectativa pessoal. As penas são brandas. O estrago que se faz na vida das vítimas é muito grande para consequências muito brandas”, enfatiza.

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Helio BressanDelegado titular da Delegacia de Crimes Eletrônicos

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Dicas para protegeros arquivos

Não carregue arquivos sigilosos em celular

ou pen drive.A formatação

não apaga definitivamente os

arquivos.

Mantenha o antivírus atualizado e o firewall ativo para evitar a ação

de crackers.

Não compartilhe nada que não seja público em redes sociais, mesmo que apenas para um grupo de amigos.

Use ferramentas de criptografia para proteger conteúdo.

Não use a mesma senha para o acesso

ao windows.

Ao escolher senhas, evite combinações com menos

de oito caracteres. Misture caracteres maiúsculos, minúsculos e números.

Como se prevenir?De acordo com o especialista em segurança

na internet, Gabriel Coutinho de Lima, além de fotos, os criminosos podem também estar de olho em dados bancários, principalmente logins e senhas. É preciso atenção na hora de receber uma mensagem e até mesmo ao acessar uma página na internet. Algumas empresas têm o endereço eletrônico clonado e isto pode aconte-cer com e-mails, lojas, bancos e instituições das mais variadas.

“A internet é um ambiente incrível para as atividades de nosso dia a dia, mas é preciso ter cuidado. Um cracker (criminoso virtual) pode obter sucesso na invasão ou infecção do compu-tador de alguém de várias formas”, pontua.

Já, o delegado Helio Bressan explica que é importante que não se confunda a termologia cracker com hacker, uma vez que as definições

são bem diferentes. “Os crackes são os crimino-sos da web, já os hackers são pessoas que pro-curam falhas em sistemas para poder alertar os usuários sobre os riscos de segurança”, revela.

O especialista em segurança na internet acon-selha que os internautas instalem antivírus em seus computadores e os mantenham atualiza-dos. “É importante também atualizar o sistema operacional da máquina. Eles não são apenas para aumentar ou melhorar seus recursos, mas também para correções de vulnerabilidades que podem ser exploradas por crackers. Desconfie de mensagens que solicitam informações sigilosas ou que peçam para fazer o download de um arquivo. Sites com promoções “milagrosas” e preços fora do valor de mercado também podem ser armadilhas. Se for comprar na internet, busque referências de outros clientes”, adverte Gabriel Lima.

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O trânsito caótico, a busca por qualidade de vida e para adotar uma atitude sus-tentável, muitas pessoas utilizam motos ou bicicletas como meio de transporte.

Apesar de serem veículos mais despojados é possível sim manter a elegância. Se escolher a roupa é difícil, principalmente para as mulheres, imagina para usar este veículo sem perder o estilo. A Em Cena foi con-ferir com quem entende do assunto, a consultora de estilo Andrea Jordão, e oferece algumas opções.

Para você que usa a bike para traba-lhar, por exemplo, pode usar a roupa habitual de trabalho, não precisa ser um modelo esportivo, mas procure vestir algo confortável. Se tiver roupas que não amassam, melhor ainda e aposte nelas. “Caso contrário, leve sua troca de roupa na mochila, pendurada num cabide ou em um saco próprio para isso”, sugere a consultora. No entanto, se o trajeto for curto, pode

apostar nas roupas usuais mesmo.Ela ainda explica que a transpiração é maior na

bicicleta, pois você está em movimento, fazendo um exercício. Se a empresa em que trabalha não tem chuveiro, o que é normal em muitas delas, evite cor-rer, vá devagar para não suar tanto e leve lenço ume-decido ou uma toalha de rosto para higienização.

A consultora adverte também que com a bike é preciso se prevenir de acidentes e tombos, por isto é necessário proteção, como capacete, cotoveleira, etc.

Já, para os adeptos das motos é possível usar roupa normalmente. No entanto, em dias chuvosos existe a opção de macacões próprios para isso e assim não chegar molhado ao trabalho.

“A única desvantagem, no caso das mulheres, é que não dá para ir de saia, a não ser que ela leve e se troque no trabalho, ou vá com uma legging por bai-xo, depois é só tirar. O mesmo digo para os sapatos, nem sempre os sociais são ideais para pilotar uma moto. Então coloque um par próprio para isso e leve a troca na mochila”, esclarece Andrea Jordão.

A Em Cena separou algumas dicas para você que vai de moto ou de bicicleta estar sempre elegante

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Andréa JordãoConsultora de estilo

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A consultora sugere para quem utiliza esse meio de transporte usar roupas de lã, pois esta é uma opção de tecido com isolante térmico. “O tecido é ótimo para usar em calças”, explica Andrea. “É importante lembrar que as roupas não devem ser empecilho para quem escolha as opções de transpor-te de duas rodas. É possível adaptar sempre e não perder o estilo”, completa a consultora.

Cycle chic, um novo estiloNo mundo da moda, a bicicleta é considerada

mais que um meio de transporte alternativo e uma forma de praticar exercício físico, ela é vista com muito estilo e elegância.

É justamente por esse motivo que diversas marcas vêm usando as bikes em suas campanhas. O objeto é tendência e isto é chamado de “cycle chic”, cultura trazida de várias cidades do mundo, como Amster-dam, Berlim, Berna e Copenhagen, Nova Ioque, Paris, entre outras, que mistura o ciclismo urbano com a moda.

No Brasil, a prática não é tão comum, mas em países da Europa, muitas pessoas pegam as suas bi-cicletas e saem para as ruas, vestindo roupas bonitas, cheias de estilo e confortáveis, deixando de lado aquelas peças esportivas de quem pratica exercício. Neste meio de transporte é possível usar um vesti-do leve e uma sapatilha, short de cintura alta com camisa e até um salto. Estes são os adeptos do cycle chic que andam por aí. Eles apostam numa maneira sustentável de ser elegante.

Além dos modelos comuns, muitas marcas vêm mostrando a bicicleta totalmente repaginada. Algu-mas ganham um estilo retrô, por exemplo, com a fa-mosa cestinha na parte da frente, feitas com material e com detalhes que remetem ao passado.

Assim como a repaginação das bikes, as marcas têm investido em peças adaptadas para este meio de transporte. Um exemplo é a Levi’s que no início de 2012 apostou na linha commuter. A coleção reúne peças criadas para atender às necessidades do ciclista urbano. Estes produtos são tecnologicamente avançados, sem comprometer o estilo. Os jeans são mais altos atrás, possuem um gancho reforçado que protege contra rasgos nesta área que sofre muito atrito, bolsos traseiros reforçados, um sistema para guardar a trava da bicicleta e reforços de tecido em todas as partes.

A coleção ainda inclui uma camisa de chambray, aquela jeans de algodão leve com tecnologia que o ajuda a resfriar, repelir água e poeira e reduzir marcas de transpiração.

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- Invista em bagageiro, cesto ou alforje (tipo de bolsa que se prende à sela) para guardar sua bolsa, mochila ou blazer. Assim, além de ficar mais confortável, você evita o excesso de calor. Caso não haja esta opção, prefira bolsas do tipo tiracolo ou carteiro, que deixam os braços livres e não grudam nas costas.

- Já que a estação é de calor, tomar um banho frio antes de sair de casa ajuda a manter o corpo resfriado por mais tempo.

- As mulheres não precisam abdicar das saias. Peças com tecidos fluidos dão liberdade de movimento e tendo o comprimento na altura dos joelhos, por exemplo, já evitam exposições indesejadas.

- Os tênis são os calçados mais confortáveis para pedalar e alguns modelos mais descolados podem ser usados no escritório. Mas, caso seu ambiente profissional seja mais formal, leve seus sapatos no bagageiro ou deixe-os no trabalho para trocar assim que chegar. Há quem não se incomode e já sai de casa com os sapatos nos pés, mesmo os de salto alto. Neste caso, escolha os que não tenham nenhuma plataforma, para que seja possível sentir bem os pedais e não haja risco de perder o controle.

- Para ficar mais confortável, não correr o risco de sujá-las nas correias e até ganhar um estilo despojado e charmoso, utilize a barra da calça dobrada.

- Evite imprevistos: leve uma capa de chuva na bolsa.

Mais dicas para ir de bike

Se não quer ir de duas rodas, vá a péTambém existem aqueles que vão a pé para

o trabalho. E aí, qual a opção? Você já pode até ir com a sua roupa usual, seja social ou não, só que use um calçado correto, como, por exemplo, um tênis, e quando chegar ao trabalho troque--os.

Caso seja uma pessoa que transpira demais, previna-se: use uma camiseta por baixo da roupa ou leve a sua camisa de trabalho na mochila ou no cabide. O ideal é que você vá com roupa de tecido leve e que não amasse muito.

Transporte tudo em uma mochila e de prefe-

rência vá com ela nas costas para distribuição do peso. Assim você poupa a coluna, afinal a opção da caminhada muitas vezes é para seu bem-estar.

Foto: divulgação

Fotos: divulgação

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Uma ótima opção de lazer para este verão é o Rancho da Saúde, um belo cenário para quem procura relaxar. Localizado na cidade de Panorama, na divisa entre

São Paulo e Mato Grosso do Sul, às margens do Rio Paraná, o espaço, construído numa área de 26.068,

oferece a seus visitantes contato com a natureza e conforto para se divertir com amigos e a família.

A novidade para este ano é que o Sinsaúde abre as portas da área de lazer também para os não associados conhecerem o local e se tornarem sócios contribuintes, ou seja, pai, mãe e filhos de associados

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Aproveite o verãoO Rancho da Saúde

é uma ótima opção para as férias

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do Sindicato, ou alunos matriculados no Instituto de Saúde Integrada (ISI), empregados ou não, desde que indicado pelo associado da categoria que está na ativa.

Infraestrutura do RanchoO Rancho da Saúde teve suas instalações melho-

radas em 2009, quando passou por reformas. Hoje, o local possui seis chalés (com capacidade para cinco pessoas), portaria e recepção, vestiários, quiosques com churrasqueiras e tanques para limpeza de peixes e lavagem de roupas. O espaço também disponibiliza para os visitantes uma casa, que foi dividida em dois apartamentos, com churrasqueira.

Quem vai ao Rancho também pode aproveitar as piscinas adulto e infantil, o solário, o campo de futebol

gramado e o playground. Para os que gostam de pesca-ria, os dois píers às margens do rio são ótimas opções.

A área de lazer oferece também barcos para os visitantes, mas para utilizá-lo, há a necessidade de apresentar a carta de navegação (Arrais), assinar um documento se responsabilizando por quaisquer aciden-tes e levar seu próprio motor, pois as embarcações são desprovidas do equipamento.

Para aproveitar das belas paisagens do Rancho, tantos os sócios quanto os sócios contribuintes devem procurar a sede do Sinsaúde de sua cidade e fazer a reserva.

Confira os endereços das sedes no site ou acesse o link: http://www.sinsaude.org.br/portal/site/enderecos.aspx.

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“Se é praticando que se aprende a na-dar, se é praticando que se aprende a trabalhar. É praticando também que se aprende a ler e escrever. Vamos praticar para aprender e aprender para praticar melhor.” (Paulo Freire)

Conhecer lugares, explorar sentimentos, imaginar personagens. Tudo isso e muito mais é possível ao fazer uma leitura. Um dos mais famosos educadores brasileiros,

Paulo Freire, explica esta sensação, dizendo que, ao ler, a experiência de vida do leitor entra em conso-nância com a história e é esta percepção que, segun-do ele, gera a compreensão da importância do ato de ler, não como algo mecânico, enfadonho, dissociado de sua realidade, mas como um ato de conhecimento de si mesmo e do mundo a sua volta. Infelizmente, essa compreensão da vida, por meio da leitura, não acontece com pelo menos metade da população do Brasil. Enquanto em 2007, 55% dos brasileiros se diziam leitores, hoje este porcentual

caiu para 50%. É o que apontou a terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) em quase 400 municípios, entre junho e julho de 2011 e divulgada em 2012. Com o objetivo de traçar um mapa da leitura no País, dentre os vários quesitos analisados, a pesquisa revelou que os principais motivos da população não ler são a falta de tempo (53%) e o desinteresse (30%). Os dados ainda revelaram que entre o passatempo preferido - ler livros, periódicos e textos na internet - ocupa a sexta posição (28%). Na pesquisa anterior, o índice era de 36%. Na primeira posição está o hábito de assistir televisão (85%). Ainda, segundo o estudo, apenas 12% dos brasileiros optam pela biblioteca para ler um livro. Para resgatar o hábito pela leitura nas bibliotecas e, principalmente, incentivar as crianças a buscar os livros neste espaço, em São Paulo acontece o Projeto Ônibus-biblioteca. Criado pelo escritor modernista Mário de Andrade, há mais de 70 anos, o projeto percorre as regiões da periferia de São Paulo para

Em sua terceira edição, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2012 mostrou uma queda no número de leitores no País: de 95,6 milhões, registrados em 2007, para 88,2 milhões

em 2011. Será que até a próxima pesquisa estes números vão melhorar? Nesta foi possível constatar que, ainda que iniciativas de fomento à leitura existam, a correria do dia a dia e o

desinteresse são os principais responsáveis pela baixa leitura no Brasil. Descobrir uma forma de tornar a leitura um hábito na vida dos brasileiros é o principal desafio.

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nossa de cada diaLeitura

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levar divertimento, cultura e lazer, além de permitir que o público tenha contato direto com autores de várias obras. Atualmente, o projeto conta com 12 ônibus que aten-dem em 72 locais da capital paulista, promovendo diversas oficinas de fomento à leitura. Quem coordena uma destas oficinas é o poeta, escritor e músico Cacá Lopes. O artista, que é autor de diversos livros e folhetos de literatura de cordel, desde 2009 percorre vários bairros carentes de São Paulo, declamando cordéis, cantigas e trava línguas com acompanhamento de gaita e violão. Sua atuação, que é mais focada nas crianças, tem como objetivo incentivá-las ao hábito de ler de forma divertida e descontraída. Para ele, a ação itinerante repercute de forma muito positiva na criançada, principalmente porque, na maioria das vezes, esta é a única oportunidade que os pequenos têm para conhecer um escritor pessoalmente, interagir e também levar um livro para casa. “Frequentar uma biblioteca é muito importante e este projeto visa mostrar às pessoas o quanto é gratificante irmos em busca de novos conhecimentos e saberes. Fico feliz em saber que muitos leitores cresceram frequentando este projeto, tendo começado ainda pequenos e, sem dúvida, ações como esta

devem ser copiadas em outras cidades e Estados brasileiros como forma de fortalecer o hábito da leitura num País em que se lê tão pouco e que assistir televisão e navegar pela internet terminam desestimulando este hábito tão crucial na vida das pessoas”, destaca Cacá Lopes.

Hábito deve ser estimulado desde criança A infância é a fase em que o ser humano absorve a maior quantidade de conhecimento. Por isso, hábitos saudáveis, como a leitura de bons livros, devem ser estimulados desde cedo. É o caso de Amanda, de 8 anos, que é muito incentivada pela mãe, Elande. “Sempre procuro levar minha filha a bibliotecas e eventos lite-rários para que ela perceba o quanto é prazeroso e divertido todo este universo”, diz Elande.

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Leia de forma simples Não se preocupe muito com a entonação ou com grandes interpretações. Leia em voz alta e confie na imaginação das crianças.

Sinta-se bem com a atividade Se você estiver confortável e feliz por estar lendo, a criança vai se sentir bem

em ouvir e recebe a leitura como um gesto de amor da sua parte.

Deixe a criança tocar nos livrosComo se estivesse descobrindo novos brinquedos, às vezes, você está lendo uma história e ela brincando com outro livro. Mas ela está atenta à sua leitura. Crianças têm esta capacidade.

Leia quantas vezes a criança pedir Cada vez que você lê a mesma história, a criança descobre novos detalhes e outros significados. Ou talvez ela só queira ter a certeza de que o final continua sendo o mesmo. Não importa, leia e releia quantas vezes forem necessárias se a criança pedir.

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Elande e a filha Amanda

Ônibus biblioteca e Cacá Lopes

Estimule o hábito da leitura nas crianças

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Paranaense, da cidade de Maringá (PR), o técnico de enfermagem divide seu tempo com as ativida-des do Hospital Galileo, de Valinhos, e a produ-ção de seu primeiro livro “O Amor de Deus”, que

teve o pré-lançado no dia 19 de dezembro último na sede central do Sinsaúde. Uma história que leva as pessoas a refletirem, a partir de experiências vividas pelo autor, e res-gatar valores morais e culturais adormecidos ou esquecidos para ter uma vida melhor, independente de religião, seita ou filosofia.

Depois de passar por diversas situações na vida, deparar com realidades humanas diferentes, mas com necessidades em comum, que é ser feliz, o profissional da saúde resolveu narrar suas experiências em livro para que as pessoas, ao lê-lo, percebam que os conceitos adquiridos ao longo do tempo podem sofrer mudanças, basta querer e se propor a mudar. “Eu acredito que todos têm capacidade de mudar e romper barreiras para conquistar este objetivo”, sinaliza.

Mas para se dedicar ao livro, ele precisava de tempo e dedicação e tinha que abando-nar um dos empregos, que, como a maioria dos profissionais desta área, ele também ti-nha dois. “A decisão foi difícil. Eu precisava dos salários para me sustentar, mas a vonta-de de escrever sobre as experiências vividas e passar para as pessoas que os valores podem sofrer alterações, a partir do momento que se conhece outras realidades, assim como

mudou para mim, foi maior”, explica Wilson.O projeto do livro começou há quatro anos e há dois

espera para ser publicado. Sem condições financeiras para bancar a publicação, o projeto ficou na prateleira aguar-dando o momento oportuno. “A dificuldade de encontrar uma editora que acredita no trabalho da gente é grande e após dois anos de luta em busca de algum financiamento, resolvi assumir a impressão. Foram apenas mil exemplares, mas está sendo bastante procurado. Valeu a pena investir no sonho”, diz. As vendas, segundo ele, são feitas por site (www.wilsonsantosws.com.br), e-mail ([email protected]) e pelos amigos.

Para dar o feedback e ter a certeza de que o livro não fazia alusão a nenhuma religião em especial, o escritor soli-citou a avaliação de especialistas de várias doutrinas e todos foram categóricos de que o tema não tem qualquer fundo religioso e sim uma motivação para as pessoas refletirem. É o que escreve o pastor Jabes Alencar, na apresentação do livro: “As experiências vividas, somadas a dedicação, perseverança, busca por uma vida conforme os princípios cristãos e movido pelo desejo de ver as pessoas vivendo uma vida vitoriosa, levaram-no a escrever este seu primeiro livro, falando sobre um tema que está acima de qualquer conceito religioso - porque o ‘amor de Deus’ está além das religiões.”

Para finalizar, Wilson Santos pontua que “depois de ler o livro, você verá que talvez não consiga mudar o mundo, mas certamente fará a diferença nele”.

Segundo um ditado popular, uma pessoa só é completa após plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Como ‘a ordem dos fatores não altera o produto’, desde que as ações se-jam colocadas em prática, o técnico de enfermagem Wilson Santos começou pelo livro. Uma

das tarefas mais difíceis para pessoas não familiarizadas com as artes literárias, porém isto não foi obstáculo para o profissional da saúde, que sempre soube interagir com as palavras.

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A luta pela implantação da jornada especial 12x36 (12 horas de trabalho por 36 de des-canso) em Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho foi uma iniciativa do Sinsaúde

Campinas e Região, garantida pela primeira vez em 1989 e expandida para os demais trabalhadores do setor, inclusive para os da área pública. Porém, a jornada sempre gerou polêmicas e debates em relação à sua legitimidade, principalmente por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Outra luta constante é pela conquista da 3ª e 6ª folgas, visto que quem trabalha 12x36 deve usufruir de três folgas, o que já é adotado por muitos hospitais em todo o Brasil. Os que trabalham na jornada de 6 horas diárias e usufruem de 6 folgas pos-suem a compensação de todos os feriados trabalhados, com exceção do 12 de maio, o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, que deve ser concedido. Já, os profissionais que possuem apenas 5 folgas por mês, têm direito a todos os feriados do calendário mais o feriado do 12 de maio.

A novidade é que desde novembro de 2012, o Tribu-nal Superior do Trabalho (TST) acolheu a sugestão do juiz do Trabalho Homero Matheus Batista da Silva de

adotar nova súmula para tratar da jornada de trabalho de 12x36. De acordo com a Súmula 444 é válida, em caráter excepcional, o regime de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamen-te mediante Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Ou seja, o que era realidade, por meio da organização sindical, passa a ser regulamentado pelo TST.

Os profissionais que tiverem que exercer seus ofícios num feriado, caso não tenham a 3ª folga institucionalizada, serão com-pensados com o pagamento das horas em dobro, com exceção da 11ª e 12ª horas, já que, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), após jornada de oito horas, só poderiam ser feitas duas horas extras por dia.

“Com o reconhecimento pelo TST, muitas ações trabalhistas movidas pelos sindicatos ganham um reforço importante. A súmula vai facilitar o desdobramento

destes processos e esperamos que o pagamento de horas extras ou a adoção da terceira folga e sexta folgas sejam re-gulamentados e que os trabalhadores tenham seus direitos respeitados”, salienta o presidente do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira.

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Campinas e Região

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A luta pelopiso nacionalcontinua em 2013

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Prestes a completar quatro anos de tramitação no Congresso Nacional, a batalha pelo piso nacional para profissionais de enfermagem con-tinua em 2013. O Projeto de lei (PL) 4.924/09,

de autoria do deputado federal Mauro Nazif (PSB-RO), encontra-se na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e aguarda o parecer do relator, o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR). Se a decisão for favorável, a proposta ainda deve aguardar prazo para recurso e assim definir se irá direto para o Senado ou se passará pelo plenário da Câmara Federal.

O texto, que já passou pelas comissões de Seguridade Social e Família, Trabalho, Administração e Serviço Público e Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) - esta que seria a última a aprovar o PL antes de ser levado a plenário -, sofreu uma reviravolta em outubro de 2012. O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) entrou com re-querimento solicitando o encaminhamento do PL à CFT e foi aceito. Desta forma, foi prorrogada mais uma vez as expectativas de aprovação do piso pelos trabalhadores.

“No início da tramitação do projeto, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados determinou que o mesmo passasse pela avaliação de apenas três comissões. Agora que estávamos próximos do final desta novela, veio este requerimento. É preciso que tanto os dirigentes sindicais quanto a categoria estejam atentos a este tipo de mano-bra e pressionem os deputados a refletirem sobre suas deliberações sem que interesses políticos afetem estas decisões e que também cobrem agilidade dos parla-mentares na aprovação deste projeto tão importante para a categoria”, alerta o presidente do Sinsaúde Campinas e Região, Edison Laércio de Oliveira.

Arnaldo Faria de SáDeputado federal

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Articulação sindical

Em meio à luta para a aprovação

do projeto, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que foi o relator do PL na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), reuniu--se no dia 13 de setembro do ano passado com dirigentes da Federação dos Trabalha-dores da Saúde do Estado de São Paulo, da qual o Sinsaúde é filiado. Faria de Sá alertou para a necessidade de uma ampla mobilização

dos representantes da saúde e dos próprios trabalhadores para conseguir o objetivo de se obter

um piso justo. O projeto fixa o piso salarial de enfermeiros em R$ 4.650,00, do técnico de enferma-

gem em R$ 2.325,00 e do auxiliar em R$1.860,00, que atualizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconô-micos (Dieese), em novembro de 2012 chegou aos seguintes valores: R$ 5.709,74, R$ 2.854,87 e R$ 2.283,89, respectivamente (Confira no quadro acima).

“Temos que vencer etapas e ter boa articulação para conseguirmos aprovar o projeto. Logicamente, encontraremos dificuldades”, prevê o deputado, argumentando que o

PL da jornada 30 horas para a saúde já estava certo para ser votado no Congresso, mas teve uma reviravolta por causa de interesses do governo.

Ele também rebateu argumentos de que as santas casas não teriam como pagar o piso nacional estabe-lecido no projeto. Culpou o governo por não ter uma política de finan-ciamento para o setor hospitalar e os grandes hospitais por utilizarem as santas casas como fachadas em seus protestos.

Para que os dirigentes sindicais da área da saúde ajudem a pressio-nar, Faria de Sá elaborou uma lista dos deputados de todos os Estados para que os representantes da saúde de cada região possam cobrar deles a aprovação do piso nacional. A listagem foi entregue ao presidente do Sinsaúde e da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, Edison Laércio de Oliveira.

No entendimento do relator do projeto que cria o piso nacional, a aprovação de um salário justo e a jornada de 30 horas para a categoria trariam impacto positivo na quali-dade do atendimento da saúde da população. “Sem dúvida melhoraria muito o atendimento. O paciente de hospital vive mais com a enfer-magem do que com o médico. A enfermagem remunerada à altura vai melhorar a vida do paciente”, atesta Faria de Sá.

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o Rivalidade entreBrasil e Argentina

é só no esporte

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A guerra continuou mesmo após a independência dos países, movida a disputas pela hegemonia continental. O Brasil temia que

a Argentina reinstalasse o Vice-reinado do Prata – uma confederação, criada em 1776, entre Uruguai, Paraguai, Peru e a própria Argentina para conter as potências mundiais com interesses na área, como Grã-Bretanha e Portugal. Os argentinos, por sua vez, tinham medo da política expansionista brasileira.

O último momento de confronto diplo-mático foi quanto a instalação da usina hidrelétrica de Itaipu, na década de 1970. Construída em parceria com o Paraguai, a imprensa de Buenos Aires dizia que se suas comportas fossem abertas, a capital argentina ficaria submersa. Depois de um acor-do diplomático, a Argentina construiria no Rio Paraguai a Usina de Corpus, mas até hoje não saiu do papel.

Aos poucos, Brasil e Argentina começa-ram a perceber que suas economias se com-plementavam e não concorriam em nenhum

setor. Com a criação do Mercosul, em 1991, a rivalidade ficou definitivamente atenuada. Restou, então, o esporte como palco de confronto, principalmente o futebol. As relações entre os dois países se tornaram bastante estrei-tas e abrangem todos os campos: economia, comércio, educação, cultura e turismo.

Se no Mercosul Brasil e Argentina são sócios, nos gramados e nas quadras a briga é boa. Mas de onde vem a rivalidade? Ela é anterior à existência dos dois países como nações independentes. A rixa nada mais é que a continuação da antiga disputa de territórios

por Portugal e Espanha, resumida no Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, e nas disputas bélicas pela posse da colônia de Sacramento, território português em frente a

Buenos Aires.

Maria de Lourdes Carvalho Cruz, diretora de Assuntos

Culturais do Sinsaúde

Leide Mengatti, vice-presidente do Sinsaúde e diretora

executiva do ISI

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Sinsaúde e ISI participam de intercâmbio na Argentina

Aproveitando os bons relacionamentos inter-nacionais, o Instituto de Saúde Integrada (ISI), mantido pelo Sinsaúde Campinas e Região, iniciou, em meados de 2010, um programa de intercâmbio com a Fundación Docencia e In-vestigación para La Salud, ligada à Federação da Saúde Argentina (Fede-ración de Asociaciones de Trabajadores de la Sanidad Argentina - Fatsa), com o

objetivo de trocar informações sobre o sistema de saúde de cada país.

Para dar início a essa parceria, uma comitiva de alunos do ISI esteve conhecendo o sistema de saúde argentino. A visita que aconteceu de 25 de setembro a 2 de outubro de 2012 contou com as alunos de Enfermagem,

Janaína da Cruz Gouveia, Mo-nique Cristina Pereira Crevelário e Lindamar Ferreira Endo; de

Radiologia, Maicon Bruno de Carvalho; dois

funcionários de hospitais

conve-niados,

parcei-ros do

ISI, Rubiani Dias de Barros, do Hos-pital Celso Pierro (PUC Campinas)

e Laís Cristina Tura Galvão, da Materni-dade de Campinas; e a coordenadora do cur-so de Hospedagem, Glaucia Calmona Arrojo. O Sinsaúde es-teve representado pela diretora de Assuntos Culturais, Maria de Lourdes Carvalho Cruz.

O grupo conhe-ceu a sede da Fundación, a Escola de Enfermagem vinculada à Asocia-ción de Trabajadores de la Sanidad Argentina (Atsa) e o Instituto Amado Olmos, onde assistiram a uma aula de habilidades técnicas em enfermagem. A delegação também visitou a cidade e hospitais de Bue-nos Aires.

“Essa iniciativa tem previsão para acontecer anualmente entre os alu-nos do ISI e os das instituições ar-gentinas. Afinal, intercâmbio é uma troca de experiência muito positiva para os profissionais da saúde, que têm a possibilidade de agregar mais

conhecimento ao setor do seu país”, diz a diretora do Sinsaúde, Lourdes.

Sinsaúde e ISI recebem estudantes argentinos

Após a visita dos alunos do ISI à Argentina, a delegação da Funda-

ción esteve no Brasil, mais especifica-mente em Campinas, e foi recebida por Edison Laércio de Oliveira, presidente do Sinsaúde; Leide Mengatti, vice--presidente e diretora executiva do ISI; e Maria de Lourdes Carvalho Cruz, diretora de Assuntos Culturais do Sinsaúde.

Durante a estada na cidade, os in-tercambistas conheceram as instalações do Sinsaúde e do ISI, bem como as ações do instituto de ensino na questão de educação profissional no setor da saúde. Também visitaram a Faculdade de Veterinária de Jaguariúna (FAJ) e o Hospital Municipal de Jaguariúna; a Casa de Saúde, os hospitais Ouro Verde e Universitário da Unicamp, em Cam-pinas, e a Colônia de Férias Recanto da Saúde, em Peruíbe.

A delegação argentina marcou presença com os alunos Evelyn Baez, Adriana Caro, Claudia dos Santos e Daniela Fernandez, de enfermagem; Pablo Miguel e Mauro Valdes, de Radiologia; o secretário de Ação Cul-tural e Capacitação da Atsa, Norberto Maschio; e o professor da Escola de Enfermagem, Carlos Barrionuevo.

O presidente do Sinsaúde vê esta parceria entre os dois sindicatos com

bons olhos. “A troca de conhe-cimentos entre sindicatos afins é muito importan-te, pois podemos fortalecer laços cooperativos e difundir ações que contribuem para a obtenção de melhores resul-

tados para o sistema de saúde”, pontua Edison. “Uma rara oportunidade de crescimento para os trabalhadores de nível técnico. Esta troca de experiência vivenciada em países com culturas dife-rentes é que enriquece o intercâmbio”, completa Leide Mengatti.

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Campinas e Região

Diretores e colaboradores do Sinsaúde e delegação argentina na sede central do Sindicato

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32 - EM CENA - janeiro/fevereiro 2013

Desde a 11ª edição da revista Em Cena, o Sinsaúde Cam-pinas e Região vem homenageando os trabalhadores de sua base de representação que acreditaram e deposita-

ram sua confiança no Sindicato, empenhando-se em suas lutas e conquistas para que a entidade ultrapassasse as barreiras do tempo e garantisse uma imagem forte e positiva por mais de sete décadas.

Os homenageados nesta edição são os profissionais dos mais variados setores (Apoio, Administração e Enfermagem), que atu-am nos estabelecimentos de saúde de Limeira e integram uma só equipe quando o assunto é dar qualidade de vida aos pacientes. Mesmo com a falta de estrutura, de funcionários e, muitas vezes, a carência de medicamentos de uso diário, eles enfrentam com serenidade e não medem esforços para cuidar da saúde de quem precisa.

Nas edições anteriores tiveram destaque, nesta coluna, os trabalhadores das cidades que compõem a base de Tupã, Arara-quara, Americana, Amparo, Atibaia, Dracena, Araras, Itapira, Espírito Santo do Pinhal, Indaiatuba e Jundiaí que, assim como Limeira, são formadas por profissionais que acreditam no Sinsaú-de e apoiam seu trabalho.

Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e luta para vencê-los. Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os trabalhadores da saúde da região de Limeira se mostram capazes de enfrentar os problemas impostos no dia a dia pela profissão e homenageá-los nesta página é uma forma de agradecer à dedicação e ao esforço em proporcionar o bem-estar às pessoas que necessitam de seus cuidados.

Limeira

Hospital UnimedSanta Casa de Limeira

Clínica Sayão

Hospital Medical

Hospital Medical

Hospital Unimed