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Revista em evidência ed 38

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Revista de política, economia e negócios

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4 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

SUPERVISÃO GERAL:Lucio Vaz - [email protected]

EDITOR:Antonio Silvio Hendges - [email protected]

SUCURSAL LITORAL NORTE:Carlos Menezes e Denise Coelho

MTHMÍDIA SUCURSAL BOTUCARAÍ: Silvio Hendges - [email protected]

SUCURSAL FRONTEIRA OESTE: Cláudia Razera - [email protected]

DESIGN: Neo WS

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Paulo Batimanza - MTB 15085REPORTAGEM:Sandro Carvalho e Paulo Batimanza

ANUNCIE: 51 3395 1371 / 51 8525 2715 • www.revistaemevidencia.com.br

Os vereadores do Brasil em evidência

REVISÃO:Maria Becchi

FOTO DA CAPA: Fernando Gluszczak

SITE: Bryan Meller - [email protected] Becchi - [email protected]

AGRADECIMENTOS: Fernando Gluszczak, Nilza Maria da Silva e Renan Arais

EDITORIAL

Os vereadores são os agentes políticos mais próximos da população, possibi-litando que os eleitores possam inte-ragir diretamente e isso torna ainda mais importantes suas atividades no cotidiano dos seus municípios, forta-lecendo a democracia, estimulando as soluções locais, o municipalismo e o protagonismo social e comunitário. O Brasil precisa sempre mais democra-cia e sua afirmação passa, certamen-te, pela valorização institucional das câmaras de vereadores, fundamentais ao diálogo e ao aprendizado coletivo do seu exercício pelos munícipes. Além de representativas, as ações dos vereado-res podem ter também aspectos peda-gógicos e educativos para as coletivida-des que representam.

Em nossas edições 25 e 27, já aborda-mos a importância e a representativi-dade dos 56.810 mil vereadores elei-tos nas últimas eleições municipais brasileiras. Somente nos 497 municí-pios do Rio Grande do Sul, eles repre-sentam mais de sete milhões de elei-tores. Nesta edição, entrevistamos o vereador de Irai/RS e Presidente da União dos Vereadores do Brasil, Gil-son Conzatti (PMDB). Gilson falou sobre a missão institucional desta entidade e sua importância para a qualificação das atividades destes parlamentares, possibilitando que tenham ações orientadas para a reso-lução dos problemas sociais, econô-micos e do desenvolvimento em suas comunidades.

Ainda nesta edição, destacamos a en-trevista com o deputado estadual do Rio Grande do Sul, Jorge Pozzobom (PSDB), natural de Santa Maria/RS, que embora jovem, possui uma experiência significativa e uma trajetória de muitos serviços ao Estado e à Região Central do RS, pela qual foi eleito. Jorge Pozzobom é um exemplo de identificação com os gaúchos e de coerência nas ações para o seu desenvolvimento integrado com o Estado e o País. Portanto, não podería-mos deixar de colocá-lo Em Evidência. Boa sorte e boa leitura.

Antonio Silvio [email protected]

Entrevista com

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OPINIÃO - Beto Grill .....................................................................6Um bom lugar para viverFLASH ..........................................................................................8Destaques Em EvidênciaOPINIÃO - Gilmar Sossella .........................................................12Uma Casa que há 179 anos faz a diferença na vida dos gaúchosGESTÃO PÚBLICA .......................................................................14Dada a largada para o 13º Prêmio Gestor PúblicoTCU ............................................................................................16Reunião no TCU discute medidas para lei que agiliza começo do tratamento do câncer seja cumpridaCANOAS .....................................................................................18CICS quer mais aproximação com o Legislativo de CanoasNOVO HAMBURGO ......................................................................20FIMEC confirma resultados positivos em vendas e públicoSAÚDE ........................................................................................22Famurs garante mais prazo para renovação dos planos do IPECULTURA ....................................................................................30Projeto de Ciro Simoni instituiu o ano “ Ano Cultural Lupicínio Rodrigues”AGENDA .....................................................................................34Beto Grill visita a sede da Palfinger na ÁustriaMUNICIPALISMO ........................................................................35Mobilização de prefeitos reúne três mil pessoas em Porto AlegreCPI DA ENERGIA ELÉTRICA .........................................................46Parlamentares e autoridades debatem qualidade dos serviços de energia elétricaMATÉRIA ESPECIAL ....................................................................50Marco Civil da Internet no BrasilOPINIÃO - Antonio Roberto Vigne .............................................53O que muda com o Marco Civil da Internet no Brasil?PERFIL .......................................................................................54A voz do povo evangélico

Ano 4 - Nº 38 - 2014

OPINIÃO - Humberto Schimitt Vieira ........................................57A força do pensamento, e o pensamento da forçaDIREITOS HUMANOS ..................................................................58Oliboni apresenta projeto de lei pioneiro sobre pessoas desaparecidasOPINIÃO - Ivo Lech .....................................................................60Brasil, um país sem acessibilidadePIRATINI.....................................................................................62Grupo português AMAL confirma instalação de unidade no Rio Grande do SulOPINIÃO .....................................................................................63DPVAT – o seguro do trânsitoSOLEDADE..................................................................................64Exposol 2014OPINIÃO - Antonio Silvio Hendges ............................................66Princípios do Código Florestal – Lei 12.651/2012ASSEMBLEIA ..............................................................................72Parlamentares debatem incentivos fiscais para o vinho gaúcho e nota fiscal eletrônicaASSEMBLEIA ..............................................................................74Lindolfo Collor na região MetropolitanaASSEMBLEIA ..............................................................................75Assinado convênio para liberar R$ 771 mil para Hospital de CrissiumalASSEMBLEIA ..............................................................................76Parque Delta do JacuíASSEMBLEIA ..............................................................................77Escola de Tempo IntegralASSEMBLEIA ..............................................................................78Frederico quer congelamento de novas tarifas até depoimento da Aneel à CPI da energiaASSEMBLEIA ..............................................................................80Catarina fala sobre o PL 64/2014ÚLTIMA PALAVRA - Sidnei Eckert ...............................................82No limite do endividamento

PRIMEIRA PESSOA

FONTOURA XAVIER

ASSEMBLEIA

25

68

79

Jorge Pozzobom:o Senhor Oposição

Mais de 35 mil pessoas visitaram a 7ª Festa do Pinhão e 6ª Expofeira

Proposta cria política estadual de atendimento aos autistas39

Presidente da União dos Vereadores do Brasil

Gilson Conzatti

Entrevista com

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6 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

No final de março integrei uma missão governamental à Europa junto a represen-tantes dos governos de Pe-lotas e Rio Grande. Voltar ao velho continente é sempre uma oportunidade de apren-der. Seja com os inúmeros acertos de uma civilização milenar, seja com os eventu-ais equívocos que, conhecen-do, temos a possibilidade de evitar. Desta feita, entre outros exemplos magníficos, me impressionou, sobremaneira, o que presenciei em Bilbao, capital de Bizkaia, um dos três estados que compõem o País Basco, no nor-te da Espanha. Nos anos 80, envolvida em uma profunda depressão - fruto da perda da competitividade da indústria metal mecânica pesada, princi-pal atividade econômica à épo-ca -, o município se encontrava num quadro de pobreza, com o desemprego chegando à casa dos 30%, inúmeros edifícios abandonados e sem nenhuma finalidade produtiva. Era preciso tomar providên-cias. O que ocorreu. Don Ibón Areso, atual prefei-to, idealizador e engenheiro chefe do processo de transformação de Bilbao, afirma que tudo partiu

da constatação de que é de-ver fundamental do Estado promover qualidade de vida de seu povo. Isso se obtém transformando a cidade em um bom lugar para viver com geração emprego e renda. Foi, então, elaborado um pla-no de desenvolvimento para o período de 1985 a 2030. Segundo Areso, ao analisar-mos o processo histórico, observamos que o setor pri-

mário tem 4000 anos de existência. A indústria já se desenvolve há 200 anos. Essas atividades cada vez mais incorporam tecnologia, praticamente ro-

botizadas, em busca de compe-titividade. Nesse contexto, a necessidade de oferecer serviços que pos-sam distribuir a riqueza deve ser motivo de atenção dos po-líticos e governantes. Essa é a mensagem que os movimentos que ocorrem em todo o mun-do, de maneira especial na Eu-ropa, estão apresentando. No Brasil, as manifestações de ju-nho de 2013 deram esse reca-do. Só não viu quem não quis. Don Ibón mostrou como é simples, porém difícil, fa-

zer uma completa transformação na maneira de gerir e se relacionar com uma cidade. Para tanto,

Beto GrillVice-governador do Estado do RS

OPINIÃO

Um bom lugar para viver

“Don Ibón Areso, atual prefeito, idealizador e engenheiro chefe

do processo de transformação de

Bilbao, afirma que tudo partiu da constatação

de que é dever fundamental do Estado promover qualidade de

vida de seu povo”

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7EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

algumas diretrizes foram estabelecidas: Voltar a cidade de frente para o rio;estabelecer um plano diretor convertendo as zo-nas problemas em zonas de oportunidades;investir em mobilidade e acessibilidade: ciclovias, rodovias, metrô, ferrovias, porto, aeroporto; pensar a cidade para as pes-soas, mais bonita e cômo-da: parques, rios, limpeza, beleza;intercalar o histórico com o moderno;erguer novos prédios para atrair o turismo de negócios: edifícios moder-nos, interessantes, como é o caso do Museu Guggenheim, que atrai visitantes do mun-do todo;capacitar das pessoas: motivação, dedicação, conhe-cimento; promover cultura e entretenimento: incentivo às artes, considerar o tempo livre das pessoas, valorizar o ócio. A partir de então, os bascos investiram fortemen-te em educação, priorizaram a formação da rede de parques tecnológicos e a estruturação e forta-lecimento dos clusters indus-triais, com a incorporação de tecnologia e inovação, cen-trados na indústria criativa. O planejamento foi pensado visando não incorrer no risco da monoatividade, com ações para diversificar a economia. Mesmo as áreas industriais so-frem constantes intervenções visando a sustentabilidade, en-tremeando instalações fabris com hotéis, residências, áreas verdes e lazer. Duas decisões foram igualmente importantes para o sucesso da proposta. A parceria público/público, que estipulou responsabilidades municipais, estaduais e nacionais e a parceria público/privada, que executou projetos interessantes para as empresas, com garan-tia jurídica e de lucro para os investidores.

Vendo as fotografias do passado e visitando Bilbao nos dias atuais, podemos constatar que ela pas-

sou de marrom a verde e que pertence as pessoas. Os auto-móveis trocaram os estaciona-mentos na superfície por gara-gens no subsolo, construídas através de PPPs, com conces-sões de 30/40 anos. Portanto, a propriedade do local conti-nua pública. O porto, antes lo-calizado no centro, foi desloca-do em direção ao oceano. Hoje, as áreas mais nobres da cidade são destinadas a amplos espa-ços de convivência. Esse esforço conjunto, que mantém o cumprimento das metas estabelecidas, indepen-dente do partido no comando do governo, transformou uma cidade industrial, originada de

uma vila mercantil, em uma cidade pós-industrial, com grande qualidade de vida. Embora o excelente resultado obtido, o projeto prevê uma nova etapa: a cidade inteligente. Uma proposta

que busca intensificar os inves-timentos em conhecimento, ca-pacitação para gerar aumento da massa crítica e ampla participa-ção da população, com inovação e profissionalismo. Assim, dois objetivos são per-manentemente aperfeiçoados. Fortalecer a identidade e a auto-estima da comunidade, de for-ma que cada cidadão de Bilbao tenha a cidade como sua, desen-volva o sentimento de pertenci-mento e estimular a receptivida-

de, a abertura para os outros, o bem receber. Lá, eu vi, ninguém me contou, que é possível renas-cer das cinzas, fazer diferente, melhor. Executar um conjunto de ações corajosas, fruto de um pacto social e de uma nova política.

“Nesse contexto, a necessidade de

oferecer serviços que possam distribuir a riqueza deve ser

motivo de atenção dos políticos e governantes.

Essa é a mensagem que os movimentos

que ocorrem em todo o mundo, de maneira especial na Europa,

estão apresentando”

“... os bascos investiram fortemente

em educação, priorizaram a

formação da rede de parques tecnológicos

e a estruturação e fortalecimento dos

clusters industriais...”

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8 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 8EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 37 - 2014

FLASH

Destaques Em EvidênciaConfira as imagens que forma destaque do mês

Sandro Carvalho

8 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 37 - 2014

Celso Bernardi e prefeito de Ibirubá, Carlos Jandrey (PP)

Russowsky reassume presidência da Federasul e ACPA

Mano Changes (PP) e Guilherme Pasin (PP)Conexão Rio Branco- Porto Alegre

A nova diretoria da Federasul para a gestão 2014/2016 foi eleita por aclamação pelos Conselhos Superiores da Federação das Associações e Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul e Associação Comercial de Porto Alegre, dia 09 de abril na sede da entidade

O pré-candidato a deputado federal e o amigo e prefeito de Bento Gonçalves, encontra-se durante evento do PP Mulher no Teatro Dante Barone da ALRS

A senadora Ana Amélia Lemos, que participara de evento no estado do Acre na véspera do evento, era a figura mais aguarda no Teatro Dante Barone, durante as comemorações do PP Mulher

O prefeito Carlos Jandrey, fez de questão de prestigiar o evento de seu partido em homenagem às mulheres

Foto: Agência Edison CastêncioFoto: Gustavo Rubert

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9EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 9EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 37 - 2014

Parabéns Lasier !

ALRS Gilmar Sossella

PP Mulher

O diretor a revista Em Evidência, Lucio Vaz prestigia o aniversariante, Lasier Martins, dia 14 de abril, na Churrascaria Galpão Crioulo

Arthur Souto, superintendente-geral da Assembleia Legislativa, prestigia o aniversário do amigo Lasier Martins

O presidente da ALRS e colunista da página 12 da revista Em Evidência ,Gilmar Sossella (PDT), durante o aniversário do amigo Lasier Martins

O pré-candidato e capa da edição 31 da revista Em Evidência, Luiz Antônio Covatti; a deputada estadual mais votada nas últimas eleições, Silvana Covatti (PP) e a empresária Carmen Flores, encontram-se durante o evento

Foto: Paulo Batimanza

Foto: Chico Pinheiro/Revista Em Evidência

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10 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

FLASH

10 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 37 - 2014

ALRS II

Prefeitos Unidos

Superintendente de Comunicação Social da ALRS, Cleber Roberto Pereira Bertoncello e diretor do departamento de Publicidade, Jackson Geisel da Silva

O prefeito de Porto Alegre e capa da edição 25 da revista Em Evidência, prestigia a edição que traz, na capa, o amigo e prefeito e Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho

Marla MartinsA jornalista e filha do aniversariante, Lasier Martins, recebe exemplar da revista Em Evidência com a entrevista exclusiva do pré-candidato ao senado

Mônica LealA vereadora porto-alegrense pelo Partido Progressista também prestigiou o aniversário do amigo Lasier Martins

Foto: Agência Edison CastêncioFoto: Chico Pinheiro/Revista Em

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11EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 11EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 37 - 2014

Onyx Lorenzoni

Claudio Lamachia

Aniversário de Lasier Martins

PDT em Evidência

Aniversário de Lasier Martins

O deputado federal pelo Democratas, também se fez presente no aniversário do comunicador

Vice-presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, durante o aniversário de Lasier Martins

Andreza Macedo Teixeira, assessora na superintendência geral da ALRS e Janice dos Santos, esposa do aniversariante

O vereador mais votado em Caxias do Sul, na última eleição Washington (PDT) e o pré-candidato ao governo do estado, Vieira da Cunha

Andreza Macedo Teixeira, assessora na superintendência geral da ALRS e Janice dos Santos, esposa do aniversariante

Foto: Paulo Batimanza

Foto: Chico Pinheiro/Revista Em Evidência

Foto: Paulo Batimanza

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OPINIÃO

Uma Casa que há 179 anos faz a diferença na vida dos gaúchos

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul está cele-brando 179 anos. Por entre as paredes do casarão rosa-do da então Rua da Igreja e, posteriormente, pelo chão do Palácio Farroupilha, há quase 18 décadas ecoam vozes e ca-minham passos que ajudam a construir e consolidar a de-mocracia gaúcha e brasileira.

Foi o deputado Bento Gon-çalves quem, aos 20 dias do mês de abril de 1835, insta-lou a Assembleia na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Para muitos, este foi o estopim para a eclosão da Revolução Farroupilha, exatamente cinco meses após a primeira sessão da Casa.

Hoje transformado no Memo-rial do Legislativo, o casarão homenageia Bento Gonçalves dando-lhe o nome de seu plená-rio. E a coragem demonstrada pelo deputado em 1835 parece ter sido enraizada nos parla-mentares que o sucederam.

Nem mesmo interrupções mo-tivadas por guerras foram capa-zes de calar a voz parlamentar, que se fortaleceu como a mais representativa dos anseios e ne-cessidades do povo gaúcho.

Até mesmo nos momentos mais desesperançados dos chamados anos de chumbo, após o golpe de

1964, a Assembleia gaúcha constituiu um dos únicos espaços em que era possível denunciar, contestar, clamar por liberdade.

Este riquíssimo legado, feito do suor, do sangue, dos ide-ais, do esforço e do trabalho de centenas de parlamenta-res e milhares de servidores ao longo destes 179 anos imputa a todos os atuais le-gisladores e funcionários a responsabilidade por honrar e preservar a memória e a história do Parlamento e do

trabalho parlamentar.

A Assembleia Legislativa entra na contagem re-gressiva para os seus 180 anos consolidada como um espaço democrático, aberto e onde ocorrem os grandes debates que definem o presente e o fu-turo dos gaúchos, além de, em alguns casos, até mesmo corri-gir rumos traçados no passado.

Celebrando a riqueza de uma história feita de projetos, leis, discussões, diálogos e da cons-trução permanente de cami-nhos para um Estado melhor, fazendo a diferença na vida das pessoas.

Desejamos vida eterna à democracia e à sua casa, o Parlamento gaúcho.

Gilmar SossellaPresidente da Assembleia

Legislativa do RS

“A Assembleia Legislativa entra na

contagem regressiva para os seus 180 anos consolidada como um espaço democrático,

aberto e onde ocorrem os grandes debates que definem o presente e o futuro dos gaúchos...”

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13EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Assistência médica a domicílio 24 horas, a partir de R$ 30,00 e desconto no plano familiar. Conheça algum dos nossos serviços, com exames realizados na clínica e a domicílio

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14 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

GESTÃO PÚBLICA

Dada a largada para o 13º Prêmio

Gestor PúblicoGestores municipais têm a oportunidade de apresentar

projetos em todas as áreas de governoHeverton Lacerda

Celso Malhani destaca história, edição atual e avanços do Prêmio Gestor Público

14 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

lançamento oficial da 13ª edição do Prêmio Gestor Público (PGP) foi realiza-do no dia 25 de março na Assembleia Legislativa do

RS. A solenidade contou com a parti-cipação de parlamentares do Legislati-vo gaúcho, diretorias do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Tributária do RS (Sindifisco-RS) e da Associação dos Fiscais de Tributos Estaduais do RS (Afisvec), entidades realizadoras do PGP, representantes de entidades parceiras, imprensa e convidados.

O presidente da Assembleia, deputa-do Gilmar Sossella, enalteceu a credi-bilidade do Prêmio Gestor Público e das entidades realizadoras e parceiras da iniciativa. “Logicamente, quan-do a gente tem instituições como o Sindifisco-RS e a Afisvec, e todos os parceiros, temos legitimidade. Isto dá reconhecimento, dá fé pública para o vencedor e para o gestor”. Sossella também lembrou que em 2013 o mu-nicípio de Tapejara, sua cidade natal, foi o ganhador do Troféu Prêmio Ges-tor Público Especial. O deputado ain-da se referiu à importância do tema em destaque nesta edição, salientan-do a necessidade de serem encontra-das soluções urgentes para os proble-mas crescentes de mobilidade no RS.

O presidente do Sindifisco-RS , Celso

Malhani, falou da trajetória de suces-so do PGP e destacou o avanço da ini-ciativa por outros estados brasileiros. “Muito nos orgulha estar realizando a 13ª edição do Prêmio Gestor Público, que, desde 2002, já analisou mais de 2.200 projetos, premiou e reconheceu publicamente o mérito de muitos ges-tores públicos do RS e suas equipes de trabalho”, comemorou Malhani.

OFoto: Mel Anaí Quincozes

As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de junho no site www.premiogestorpublico.org.br. Neste ano, o prêmio destaca o tema “Soluções de mobilidade urbana e rural – Caminhos para o desenvolvimento”.

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Presidente da ALRS,Gilmar Sossella(PDT) reafirma parceria da Assembleia Legislativa na realização do Prêmio Gestor Público

Evento alerta para necessidade de mudança cultural na prevenção de acidentes

15EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

A liderança também informou que o PGP já ultrapassou as divisas do Rio Grande do Sul e, atualmente, vem sendo realizado no estado do Paraná, através do Sindicato dos Auditores--Fiscais do Estado do Paraná.

O presidente da Afisvec, Abel Ferreira, salientou aos presentes que, além de projetos relacionados diretamente com

o tema deste ano, podem ser inscritos projetos de qualquer área de governo, como Saúde, Educação, Segurança, en-tre outras. Ferreira ainda destacou que o tema não é importante apenas para as grandes cidades e afirmou que “esse programa é mais importante para aque-les municípios que não têm ainda pro-blemas de mobilidade, pois é o momen-to de se preocuparem com o futuro”.

A auditora-fiscal da Receita Estadu-al e diretora do Sindifisco-RS Vir-ginia Cano, que coordena o Prêmio há sete anos, salientou que o PGP “reconhece e premia boas ações de-senvolvidas por administrações pú-blicas municipais” e destacou que o objetivo principal é “a melhoria das administrações públicas de todo o Brasil”.

Foto: Marcelo Berani

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TCU

Reunião no TCU discute medidas para lei que agiliza começo do tratamento do

câncer seja cumpridaSenadora Ana Amélia e o subprocurador-geral da República, Eitel Santiago,

estiveram reunidos com o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro João Augusto Nardes

Renan Arais

16 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

ara que seja cumprida em todo o Brasil a Lei 12.732/2012, que obriga o SUS a iniciar o tratamento do câncer em, no máximo,

60 dias após o diagnóstico, a senadora Ana Amélia (PP-RS) e o subprocurador--geral da República, Eitel Santiago de Brito Pereira, estiveram reunidos du-rante a última semana de abril, com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro João Augusto Nardes, para pedir o apoio do órgão.

A parlamentar gaúcha foi relatora da lei aprovada em novembro de 2012 pelo Congresso Nacional e que entrou em vigor em maio do ano passado. Po-rém, desde lá, portarias estabelecidas pelo governo federal têm criado buro-cracia para a execução da lei e dificulta-do a garantia de agilidade no começo do tratamento.

“Não adianta ter uma lei boa nessa área se ela não for cumprida de forma que beneficie o paciente”, observou a senadora, destacando que quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maio-res são as chances de cura.

Um das regras criadas a partir da regu-lamentação da lei, no primeiro semes-

P tre de 2013, foi a criação do Sistema de Informação do Câncer (Siscan), para armazenamento das informações so-bre os pacientes e contagem do prazo para início do tratamento dentro do período estipulado pela lei. Porém, auditoria realizada pelo TCU mostrou que o Siscan é realidade em apenas sete estados. Além disso, revelou ele-vado número de casos cujo tempo de espera supera os 60 dias.

A auditoria foi feita a pedido dos sena-dores Ana Amélia e Waldemir Moka (PMDB-MS), presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, e foi um dos temas debatidos no encontro no TCU. Ana Amélia lembrou que a ne-cessidade de cumprir essa importante lei também já havia sido tema de semi-nário promovido no ano passado pelo Ministério Público Federal.

O subprocurador-geral da Repúbli-ca, Eitel Santiago, enfatizou durante a reunião que o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil e que a demora para começar o tratamento é um dos fatores decisivos. Acrescentou que as portarias criadas pelo governo estão “mutilando” a lei e que, dessa forma, o único caminho para resolver o problema poderá ser por meio judi-

cial. Uma reunião no próximo dia 12, no Ministério Público, irá discutir essa possibilidade.

“ Estamos aqui pedindo o apoio do TCU para reforçar a fiscalização e fazer com que a lei seja cumprida. Quem tem câncer não pode espera”, disse Eitel.

O presidente do TCU garantiu atenção ao tema, que deverá ser monitorado com atenção e fazer parte de novo es-tudo que está sendo realizado pelo ór-gão na área da saúde.

MamografiaOutra portaria criada pelo Ministério da Saúde e criticada durante o encon-tro foi a que restringe a mulheres entre 50 e 69 anos o acesso às mamografias bilaterais de rastreamento de câncer de mama. Conforme destacou a se-nadora, o acesso deve ser priorizado também para mulheres a partir dos 40 anos. A parlamentar é autora de proje-to de decreto legislativo (PDS 2/2014) com o objetivo de sustar dispositivo da portaria ministerial.

“ O câncer de mama é uma das princi-pais causas de morte de mulheres no Brasil. Não podemos abdicar de investir

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17EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Thiago Turbay, assessor de Relações Governamentais do FEMAMA;, Eitel Santiago, subprocurador geral da República;presidente do TCU, Augusto Nardes; senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS);procuradora do Ministério Público, Anna Paula e secretária do Ministério Público,Roberta Pontes

17EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Fotos: Renan Arais

em prevenção”, ressaltou a senadora.

Saúde no BrasilO presidente do TCU aproveitou o en-contro para apresentar o resultado de um diagnóstico inédito sobre a saúde no Brasil, concluído nesse ano pelo ór-gão. Entre outros dados, o estudo reve-lou que o número de médicos por mil habitantes nas capitais do país é, em média, de 4,56, enquanto no interior, esse indicador cai para 1,11.

A pesquisa identificou problemas graves, relacionados a insuficiência de leitos, superlotação de emergên-cias hospitalares, carência de pro-fissionais da saúde, falta de medi-camentos e insumos hospitalares,

ausência de equipamentos ou equi-pamentos obsoletos, não instalados ou sem manutenção. O Tribunal também verificou que 64% dos hos-pitais visitados apresentam taxa de ocupação da emergência maior do que a capacidade prevista, e em 19% essa situação ocorre com alguma fre-quência. Em apenas 6% não ocorre essa superlotação.

Falhas na gestãoNa avaliação da senadora Ana Amélia, o TCU desempenha papel relevante para a sociedade ao realizar auditorias como essa. Os estudos, observou a parlamen-tar, mostram a verdadeira realidade da situação vivida no país, diferentemente do que os gestores apresentam.

“Esses relatórios mostram que não há falta de recurso, mas sim de eficiência na gestão” concluiu.

Também participaram do encontro o secretário de Controle Externo do TCU, Marcelo André Barboza da Rocha Chaves, o secretário de Fiscalização e Avaliação de Programas de Governo do TCU, Carlos Alberto Sampaio de Freitas, a procuradora da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão, Anna Paula Coutinho de Barcelos Moreira, a secre-tária executiva adjunta da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão, Roberta Sousa Almeida Pontes, o assessor de Relações Governamentais da Femama, Thiago Turbay, e a assessora parlamen-tar do gabinete da senadora, Barbara Salles.

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18 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 201418 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

CANOAS

CICS quer mais aproximação com o Legislativo de Canoas

Maior Interação da entidade com o legislativo canoense é uma das prioridades para 2014

De Zotti

om o objetivo de buscar uma maior aproximação no relacionamento entre a classe empresarial e o po-der Legislativo canoense, a

CICS convidou os líderes de bancadas da Câmara de Vereadores para a reunião de diretoria ampliada da entidade, realizada na segunda-feira (14/04). Em pauta es-tiveram assuntos gerais da cidade, com destaque para a questão da mobilidade urbana, item que está entre as principais bandeiras da CICS para este ano, e tam-bém do IPTU, já que a lei aprovada no ano passado reajustou o imposto não só em 2014, mas já prevê acréscimos na cobran-

ça do tributo para 2015.

“Sabemos a importância de estarmos próximos tanto do Executivo quanto do Legislativo. E os vereadores repre-sentam a voz da comunidade. Muitas vezes fazemos críticas e entendemos que podemos contribuir com os nossos políticos. E é isto que estamos fazendo. Vamos buscar o bom debate. Estamos à disposição para colaborar”, afirmou a presidente da CICS Simone Leite.

Para o presidente da Câmara, vereador Ivo Lech, esta aproximação de relaciona-mento proposta pela Câmara de Indús-

tria, Comércio e Serviços de Canoas é essencial. “É importante para que o par-lamento possa dialogar mais com a classe produtiva, com os atores econômicos da cidade”, destacou o vereador, que apro-veitou a reunião para propor a realização deum evento que discuta a questão da mobilidade urbana. “Como andaremos em Canoas em 5, 10 ou 20 anos? A cidade já está intransitável e precisamos pensar no futuro”, disse Ivo Lech.

Novos encontros deverão ser agendados entre os vereadores e a diretoria da CICS, sendo que a pauta do IPTU será uma das primeiras pautas a ser detalhada.

C

Fotos: De Zotti

Lideranças municipais, vereadores e membros da diretoria da CICS, reúnem-se para discutir mobilidade urbana, reajuste do IPTU e outras pautas de interesse comum

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19EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 19EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

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20 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

NOVO HAMBURGO

FIMEC confirma

resultados positivos

em vendas e públicoExpositores e entidades

comemoram os negócios encaminhados durante a feira

De Zotti

Entidades destacam resultados positivos da Fimec, corredores movimentados e muitos negócios fechados

20 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

egócios em alta e uma visitação altamente qua-lificada foram as duas principais característi-cas ressaltadas duran-

te o encerramento da Fimec – Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Cur-tumes, que aconteceu de 18 a 21 de março nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo. Durante quatro dias o evento consolidou mais uma vez a posição de segunda mostra mais importante do mundo no setor coureiro-calçadista, recebendo lan-çamentos e novidades expostas por mais de 600 expositores, que repre-sentaram aproximadamente 1.200 marcas. Cerca de 40 mil pessoas de 41 países passaram pela feira, que justificou o seu slogan de “a única que tem tudo”, reunindo desde um pequeno acessório até a demonstra-ção de equipamentos e componentes por meio da Fábrica Conceito e do Estúdio Fimec.

N

“Os cartazes de equipamentos ven-didos e as afirmações de muitos empresários informando suas pro-jeções de vendas durante a feira indicam um crescimento de no mí-

nimo 10% com relação ao ano pas-sado. Fizemos um trabalho muito focado nos principais polos calçadis-tas brasileiros e também em outros países, o que se refletiu em visitan-

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21EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

tes muito qualificados, com poder de decisão. Tudo isto colaborou para que tivéssemos um grande evento. O desafio agora é fazer uma Fimec ainda maior e melhor no próximo

ano”, afirmou o diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam. Ele voltou a conclamar as entidades represen-tativas do setor para que trabalhem em união e estabeleçam metas con-

juntas. Uma delas é alcançar 1 bi-lhão de pares vendidos no mercado interno e no exterior até o final de 2015. No ano que vem a feira acon-tece de 17 a 20 de março.

Foto: Fábio Winter/Lu Freitas

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SAÚDE

Famurs garante mais prazo para renovação dos planos do IPEÓrgão estadual atendeu pedido da Federação e agendou nova reunião para 30 de junho. Até lá, nenhuma prefeitura precisa assinar contrato

Mauricio Tomedi

22 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

O Instituto de Previ-dência do Estado (IPE) acatou as solicitações da Famurs e decidiu, no último dia 28 de abril,

prorrogar o prazo que as prefeituras têm para renovar os contratos dos planos de saúde dos servidores mu-nicipais. A Federação orienta os pre-feitos a não assinar qualquer acordo até 30 de junho, data da próxima au-diência entre a entidade e o Institu-to. O reajuste nos planos do IPE foi tema de reunião entre a comissão de prefeitos que trata do assunto e re-presentantes do órgão estadual, na sede do IPE, em Porto Alegre.

Nesses 60 dias, o presidente do IPE, Valter Morigi, se comprometeu a en-caminhar as informações que justifi-cariam a elevação nas alíquotas dos

C planos às 311 prefeituras que pos-suem convênio. “Não vamos cortar nenhum plano, pois os municípios são importantes para nós. Iremos in-formar os gastos”, disse Morigi.

Entre as informações solicitadas pela Federação, estão as bases dos cálculos atuariais e a quantidade de atendimentos médicos prestados em cada município. Para o coordenador da Comissão da Famurs e prefeito de Herval, Ildo Sallaberry, a exten-são do prazo servirá para avaliar os dados que serão fornecidos pelo IPE. Segundo ele, as prefeituras não têm condições financeiras de bancar o au-mento na contribuição em 2014.”Se houver um aumento imediato, as prefeituras irão quebrar. Estamos com nossos orçamentos esgoelados. Queremos debater uma solução de

longo prazo”, afirmou o também presidente da Associação dos Muni-cípios da Zona Sul (Azonasul). Con-forme o prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Paulo Bier, “deve haver um tempo maior para que essa discussão se estabeleça a fim de viabilizar um entendimento entre os municípios e a instituição”.

Em situação de crise financeira, as prefeituras gaúchas foram surpre-endidas com essa despesa extra não prevista no orçamento. “Embo-ra esteja há seis anos no governo, esse reajuste me pegou totalmente de surpresa”, declarou o prefeito de Ibirubá, Carlos Jandrey. “Não temos condição nenhuma de bancar esse reajuste. Teremos que repassar esse aumento para os servidores”, avisou o prefeito de São Luiz Gonzaga, Ju-naro Figueiredo.

Em março, o IPE enviou ofício às prefeituras conveniadas, através do qual informa reajustes de 13% a 22% no valor da alíquota cobrada sobre planos de saúde dos funcionários municipais, mediante assinatura de renovação. Por outro lado, a alíquota dos servidores estaduais - que pagam apenas 3,6% do salário em plano de saúde - permanece inalterada há mais de dez anos, não sofrendo rea-juste desde 2004.

Os prefeitos ainda alegam que estão bancando despesas provocadas por má gestão do IPE. Conforme o prefei-

Em março, o IPE enviou ofício às prefeituras conveniadas, através do qual informa reajustes de 13% a 22% no valor da alíquota cobrada sobre planos de saúde dos funcionários municipais, mediante assinatura de renovação. Por outro lado, a alíquota dos servidores estaduais - que pagam apenas 3,6% do salário em plano de saúde - permanece inalterada há mais de dez anos, não sofrendo reajuste desde 2004

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23EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Situação insuportável: prefeitos reúnem-se com o presidente de IPE, Valter Morigi, para rever prazo de renovação junto ao instituto, uma vez que os reajustes estão fora da realidade dos orçamentos municipais

23EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Fotos: ASCOM FAM

URS

to de Formigueiro, Gildo Bortolotto, é fundamental ter acesso ao número de atendimentos médicos prestados em cada município. “Está havendo um descontrole nas consultas e exames do IPE”, alertou. Segundo o prefeito Ulis-ses Cecchin, de Ibiaçá, a solução para esse problema pode estar no atendi-mento biométrico. “Desde 2011, pedi-mos para que o IPE exija dos médicos e das clínicas conveniadas a instalação de aparelhos de identificação biométri-ca para ter a garantia dos serviços que estão sendo realizados, mas percebe-mos que não há um interesse em resol-ver esse problema”, lamentou.

Mais informações e/ou imagens:www.famurs.com.br

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25EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

PRIMEIRA PESSOA

25EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Jorge Pozzobom:o Senhor Oposição

Líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Jorge Pozzobom se destacou, ao longo da atual legislatura, como um

dos principais nomes de oposição ao governo do Estado. Sempre quando perguntado sobre a sua atuação, o parlamentar tucano responde que o

principal dever de um deputado de oposição é ajudar o governo a errar menos. Por isto, sempre marcou posição nos principais debates relativos ao Rio

Grande do Sul nos últimos quatro anos.

Advogado por profissão, boa parte dos embates protagonizados por Pozzobom ocorreram na Comissão de Constituição e Justiça, onde representou o PSDB

por dois anos e destacou-se como um dos recordistas em pareceres aos projetos que tramitam na Assembleia Legislativa e também em apresentação de projeto, tais como o que declara a semana e o dia estadual de combate a Síndrome de Alienação Parental; o que autoriza convênios entre os Hospitais da Brigada Militar e planos de saúde, respeitando a prioridade aos policiais

militares; o que dispõe sobre a concessão de incentivo fiscal para projetos que visem o fortalecimento da atenção básica e especializada em saúde; o que

estabelece a utilização de mensagens curtas de texto (SMS) nos telefones de emergência

dos serviços de utilidade pública; que proíbe o exercício da medicina, no RS, por médicos diplomados em universidades estrangeiras que não

tenham obtido aprovação no Revalida; o que proíbe o uso de instrumentos que possam ferir e de máscaras em

manifestações públicas; o que visa a divulgação na divulgação do nome de

pessoas condenadas pelo crime de violência sexual; o que institui

o Fundo Cooperativo de Combate a Incêndios com a participação do

Estado, Municípios e Bombeiros

Foto: Arquivo gabinete

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26 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

PRIMEIRA PESSOA

O deputado não esconde a admiração por Fernando Henrique Cardoso. Na foto, os políticos encontram-se durante evento em Brasília

26 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Em Evidência - O senhor é, reco-nhecidamente, um dos deputa-dos mais contundentes quando se fala em oposição ao governo Tarso Genro. Em sua opinião, quase findo a gestão do PT no Piratini, quais as principais falhas do governo Tar-so?Jorge Pozzobom - Aprendi na mi-nha vida que todo homem público tem que ter posição, e é isto o que eu faço. Não sou contra o governa-

Voluntários; o que institui outubro como mês de proteger a criança, o

adolescente e o idoso; e um projeto que lhe orgulha muito sob o ponto de vista do respeito aos elevados

valores da cultura gaúcha, o PL que inclui no Calendário

Oficial do RS os rodeios crioulos.

Nesta entrevista, o deputado Jorge Pozzobom faz uma análise do atual governo, do seu trabalho enquanto

oposição e também sobre PSDB, única sigla pela qual

militou e que o elegeu para o Parlamento gaúcho

Antonio Silvio Hendges

dor Tarso Genro, sou a favor do povo gaúcho. O governador Tarso Genro aumentou o número dos cargos de confiança, aumentou a gastança em diárias, repassou dinheiro público para as estruturas temporárias da Copa do Mundo, ou seja, fez uma gestão temerosa, com irresponsabili-dade fiscal. Nós temos, por exemplo, com o não pagamento do piso do ma-gistério, um déficit de R$ 10 bilhões, que se transformará em precatórios e que será pago por todos nós.

Tarso errou com os professores ao não pagar o Piso que prometeu; deu um golpe nos servidores públicos ao tentar transformar RPV’s (Requi-sições de Pequeno Valor) em preca-tórios; errou com os estudantes do

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27EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 27EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

interior do estado, ao não dar a eles o mesmo tratamento dado pelo Pas-se Livre para estudantes da Região Metropolitana; com todos os gaú-chos que usam rodovias estaduais, ao prometer que iria acabar com os pedágios para criar uma empresa – a EGR - que não tem capacidade de re-alizar as mínimas obras de manuten-ção da malha rodoviária. Não acabou com os pedágios, reduziu apenas R$ 2,00 da tarifa e não disponibilizou serviços essenciais, como guincho e ambulância. Errou com os micro e pequenos empresários, por continu-ar cobrando a Difa (diferencial de alí-quota), o chamado Imposto de Fron-teira, mesmo com a decisão soberana da Assembleia Legislativa de acabar com a cobrança. O atual governo deu aumentos para os nossos servido-res que só vão ser pagos no governo seguinte, e isso é mais um exemplo

concreto de irresponsabilidade admi-nistrativa.

Portanto, o que nós podemos resu-mir sobre o governo Tarso Genro é a irresponsabilidade fiscal, irrespon-sabilidade com o dinheiro público, e esse é um grande prejuízo para o povo gaúcho. Esta conta vai ter que ser paga.

Em Evidência - Muito se fala em herança da Copa Mundo, por outro lado, a ausência do Estado na saú-de e infraestrutra do pais é notícia diariamente nos meios de comuni-cação. O senhor é a favor da reali-zação da Copa no Brasil?Jorge Pozzobom - Ninguém de nós é contra a Copa do Mundo. Mas go-vernar é elencar prioridades, e a nos-sa prioridade hoje seria pegar todo o dinheiro público que foi gasto com a

Copa do Mundo e fazer investimen-tos na área de Saúde e Segurança Pú-blica, que são duas áreas que estão em situação extrema de vulnerabilidade. Além disto, o nosso compromisso tem que ser com o povo gaúcho, com as pessoas, porque a Copa do Mundo vai embora, a Copa do Mundo termi-na e nós continuaremos aqui com os mesmos problemas de saúde, com os mesmos problemas de segurança pú-blica. Portanto, eu quero dizer que o meu compromisso é com as pessoas.

De maneira muito irresponsável, foi feito um pacto há sete anos com o então presidente Lula. Mas quem deveria estar respondendo por toda essa gastança de dinheiro público é a FIFA, ainda mais quando se fala em infraestrutura temporária. Será que estes R$ 25 milhões não seriam melhor empregados para resolver os

“Ninguém de nós é contra a Copa do Mundo. Mas governar

é elencar prioridades, e a nossa prioridade hoje seria

pegar todo o dinheiro público que foi gasto com a Copa do

Mundo e fazer investimentos na área de Saúde e Segurança

Pública, que são duas áreas que estão em situação extrema

de vulnerabilidade”

Foto: Arquivo gabinete

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PRIMEIRA PESSOA

28 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

problemas da área da Saúde?

Repito: somos a favor da Copa do Mundo, mas governar é elencar prio-ridades. Se eu tivesse que discutir o que é prioridade entre saúde, segu-rança pública e educação ou dar di-nheiro para a realização da Copa do Mundo, eu não pensaria duas vezes em resolver o problema da saúde, da segurança publica e da educação.

Em Evidência - O senhor pertence ao PSDB, partido de Fernando Hen-rique Cardoso, considerado o Pai do Plano Real, um marco na historia político-econômica do Brasil. Fa-zendo um parâmetro, quais as prin-cipais diferenças entre o governo do FHC para as gestões do PT?

Jorge Pozzobom - O PSDB foi o autor do maior programa social do Brasil, que foi o Plano Real, que nes-te ano comemora 20 anos. Foi este plano que acabou com a inflação que arrebentava o bolso do povo traba-lhador. Foi o PSDB que criou o pri-meiro programa de transferência de renda, que foi o Bolsa Escola. É pre-ciso lembrar que o PT votou contra este programa, e depois só mudou o nome para Bolsa Família. Foi o PSDB que criou o programa que viabilizou a venda de medicamentos genéri-cos, e o PT foi contra. O PSDB fez a lei de responsabilidade fiscal, e o PT votou contra. O PSDB foi o partido que ficou ao lado do presidente Ita-mar Franco durante uma grave crise institucional que culminou com o

impeachment do presidente Fernan-do Collor de Mello. E quando o Brasil inteiro precisava dos partidos, o PT ficou contra. Por isto que eu afirmo com convicção: toda a vez que o Bra-sil precisou do PSDB, o PSDB ficou ao lado do Brasil, e toda vez que o Brasil precisou do PT, o PT ficou contra o Brasil. Então, depois de traçarmos o que diferencia o PSDB do PT, pode-mos afirmar que o legado do presi-dente Fernando Henrique Cardoso é um orgulho pra todos nós.

Em Evidência - Depois da saída da governadora Yeda Crusius do Palácio Piratni, muitos analistas afirmam que o PSDB vem enfra-quecendo com disputas internas. Como o senhor analisa tal afirma-ção e o que ser feito para o partido voltar a crescer?

Com Aécio Neves, durante encontro do partido no RS

Foto: Arquivo gabinete

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29EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 29EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Jorge Pozzobom - As disputas in-ternas dentro dos partidos faz parte da democracia interna. Nas últimas eleições municipais, o PSDB cresceu muito. Nós aumentamos de 285 mil para 550 mil votos. Hoje governamos cidades importantes como Pelotas, Viamão, São Leopoldo, Uruguaiana e tantas outras cidades que nós po-deríamos elencar como destaque, mas o que é mais importante dizer que o PSDB aumentou a sua bancada de deputados estatuais, aumentou o número de prefeitos, aumentou o número de vice-prefeitos e aumen-tou o número de vereadores . Portan-to, o PSDB cresceu muito e cresceu onde era mais importante, cresceu na base e a base da sociedade ocorre nos municípios. Foram os municí-pios que deram maior crescimento para o PSDB, que é um partido que

se mantém solidificado, cumprindo seu papel na economia no Estado do Rio Grande do Sul, como já cum-priu fazendo o equilíbrio das contas financeiras. Evidentemente, aquilo que nós construímos com muito tra-balho o governador Tarso Genro des-truiu com seu desgoverno, com sua irresponsabilidade administrativa. Mas nós queremos sim é reafirmar o nosso compromisso de que o PSDB é a favor do RS.

Se nós já demonstramos que o parti-do cresceu muito, não há o que se fa-lar no que fazer para voltar a crescer. O partido cresceu por conta própria e, evidentemente, cabe a todos nós diri-gentes partidários agora buscarmos unidade a favor de um projeto de esta-do e não um projeto de poder. Por isto que nós estaremos convocando todos

os tucanos e tucanas que queiram fa-zer parte deste projeto, um projeto a favor do RS. E aqueles que quiserem buscar mesquinharias dentro do par-tido estão convidados a se retirar

Em Evidência – Em nível federal, de que forma o PSDB vai disputar as eleições deste ano, haverá candi-datura própria, se houver coliga-ção qual a tendência do partido?Jorge Pozzobom - O PSDB tem um candidato natural que é nosso senador Aécio Neves. Nós temos quadros mag-níficos dentro do partido e, veja bem, quadros importantes. Posso citar, por exemplo, Aécio Neves, José Serra, o próprio Fernando Henrique Cardoso e, veja bem nenhum dos três está pre-so no presídio da Papuda. Aquele que era para ser o candidato a presidência do PT, o José Dirceu, está preso na papuda. O que nos diferencia do PT é isto, nós temos nome, nós temos um legado, nós temos uma história bonita que faz parte do passado, faz parte do presente, e nós vamos apresentar um projeto para o futuro. Faremos isto reduzindo o número de ministério de 39 para a metade, reduzindo a carga tributária, são compromissos que nós estamos entabulando com o povo bra-sileiro, fazendo avaliações periódicas, atingindo metas e buscando resulta-dos, contribuindo para que os objeti-vos sejam alcançados. Sempre sendo a favor da população. É desta forma que o PSDB vai se apresentar, como um partido que faz gestão e gestão é buscar resultado, resultado é atender a demanda mais importante da popula-ção, que começa na questão da saúde, que passa pela questão da segurança pública, que passa, sem sombra de dúvidas, por responsabilidade na edu-cação. Estes são os três pilares que o PSDB vai elencar como absoluta prio-ridade, isto é a base da democracia, e democracia é o que faz parte do nome do partido: Partido da Social Demo-cracia Brasileira.

Líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Jorge Pozzobom se destacou, ao longo da atual legislatura, como um dos principais nomes de oposição ao governo do Estado

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CULTURA

Projeto de Ciro Simoni instituiu o ano “Ano Cultural

Lupicínio Rodrigues”Iniciativa reverencia os cem anos de um dos maiores

artistas gaúchos e homenageia a comunidade artística gaúchaJosé Antônio Conti

oi aprovado em Plenário o Projeto de Resolução 07/2014, do deputado es-tadual Ciro Simoni (PDT), que institui 2014 como o

“Ano Cultural Lupicínio Rodrigues” na Assembleia Legislativa. A home-nagem é o reconhecimento dos gaú-chos a um grande artista. Segundo

F Ciro Simoni, a Semana Farroupilha na Assembleia Legislativa vem des-tacando aspectos e segmentos da cultura rio-grandense e homenage-ando personalidades que colabora-ram para, nas diversas áreas, formar a identidade cultural gaúcha. Já fo-ram homenageados Noel Guarani, Érico Veríssimo, Cyro Martins, Gui-

do Mondim e Simões Lopes Neto, dentre tantos outros.

O “Ano Cultural Lupicínio Rodri-gues” homenageia o artista e seus seguidores. É uma demonstração do apreço do Parlamento à rica diversi-dade cultural que caracteriza o Esta-do e uma homenagem ao centenário

Deputado Ciro Simoni (PDT) protocola projeto que institui Ano Cultural Lupicínio Rodrigues na Assembleia Legislativa, ao seu lado, Lupicinio Rodrigues Filho

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do artista gaúcho, poeta e compo-sitor, nascido em Porto Alegre em 1914 e uma das maiores referências culturais do Estado.

Dentre os atos programados estão a Sessão Solene do dia 17 de setem-bro, alusiva à Revolução Farroupilha; uma exposição sobre a vida e a obra do artista; espetáculos musicais com a obra de Lupi, contemplando o re-pertório urbano e regional de suas composições; painel sobre a impor-tância da sua obra para a música bra-sileira, com palestrantes dos cenários gaúcho e nacional; e organizar livro com texto biográfico, depoimentos e imagens de Lupicínio. Ciro explica que, com a iniciativa “mais uma vez o Parlamento gaúcho demonstra o seu apreço pela diversidade cultural que caracteriza o Rio Grande do Sul e tanto contribui com a sociedade bra-sileira, com uma relevante produção

artístico-cultural urbana e regional, seja na música, na dança, na literatu-ra, nas artes plásticas, no teatro e em todas as formas artísticas, bem como na área empresarial”.

O Rio Grande comemora o centenário de LupiLupicínio nasceu em Porto Alegre em 1914, sendo o primeiro filho homem de Dona Abegail e Francisco Rodri-gues, que tiveram outros 20 filhos. Francisco o registrou com um nome singular, pois o registro advém da origem francesa. Lupicínio é nome de Santo, São Romão e São Lupicí-

nio, dois irmãos. O primeiro foi or-denado santo pelo Bispo Santo Hilá-rio que ordenou Romão, falecido em 463; São Romão, o segundo, São Lu-picínio, foi ordenado em 480. Outra versão referente à origem do nome Lupicínio, que advém de um herói da Primeira Guerra Mundial.

Precoce, Lupicínio, com apenas cin-co anos, se manifestava como um ser voltado à música: só queria saber de cantarolar e batucar, em todos os cantos da casa. Foi matriculado cedo na escola e a professora mandou cha-mar seu Francisco no Liceu, pois o

O “Ano Cultural Lupicínio Rodrigues” homenageia o artista e seus seguidores. É uma demonstração do apreço do Parlamento à rica diversidade cultural que caracteriza o Estado e uma homenagem ao centenário do artista gaúcho, poeta e compositor, nascido em Porto Alegre em 1914 e uma das maiores referências culturais do Estado

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Deputado Ciro Simoni (PDT) propôs inúmeras atividades para comemorar o ano de Lupicínio e para o resgate da cultura do RS

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33EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

menino continuava com os mesmos dotes já enunciados: cantarolar e ba-tucar na sala de aula agora aprimo-rando sua paixão e passou a jogar futebol. Era bom de Bola.

Nascido em no bairro pobre da Ilhota, Porto Alegre, tinha ao seu redor vários artistas e não tardou Iupi integrar a banda do bairro. Aos 12 anos ganhou um Festival de Músicas de Por-to Alegre, com a marcha Carna-val. Ainda com os mesmos preceitos da precocidade, e mantendo os há-bitos da boemia, seu Francisco, mais uma vez pre-ocupado com o filho, o alistou no Exército. Logo o soldado Lupicínio virou cabo e foi transferido para Santa Maria.

Com apenas 18 anos, o cabo já começava a sentir a saudade e co-nhecer a dor do amor e compôs “Felicidade”. Diz a estrofe de um dos versos: “A minha casa fica lá no fim do mundo, mas eu vou em um segundo quando começo a pensar, o pensamento parece uma coisa a toa mas como é que a gente voa quanto se começa a cantar”.

SucessosLupicínio é o autor de sucessos da Música Popular Brasileira: Felicidade, Nervos de Aço, Cadeira Vazia, Nunca, Ela Disse-me Assim, Volta, Se acaso você chegasse, Vingança, Volta, Maria Rosa. Esses Moços, Loucura, e tan-

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tas mais. De sua discografia constam mais de 196 músicas gravadas, sen-do ele o autor de mais de 300 delas. Ainda nesta linha da criação, compôs em 1953 o hino do Grêmio Football Porto-Alegrense, seu grande amor pelo futebol, que faz sucesso até hoje.

Lupi era compositor, poeta e filósofo. A intrínseca obra da criação envolve a

volúpia dos auto-res e composito-res aos pedestais do criador. São estrelas, flechas, cometas, raios e trovões no plano da velocidade da luz ou, quem sabe ainda, noutras di-mensões comuni-cativas entre estes com capacidade de elevar o ser criador, homens e mulheres nas complexas rela-ções da criação. Neste universo de bilhões de seres nas diversas for-mas que envolvem a criação, apenas alguns são distin-tos e mais raros ainda são aqueles que entre os dis-

tintos adentram para fazerem parte do tabernáculo do mestre.

“É claro podemos dizer aceitem ou não aceitem esta passagem, se são verda-deiras ou não, não há como provar, são metafísicas, mas elas estão aí. São o crivo da vida,” observa o filho Lupicí-nio Rodrigues. Segundo ele “o pai sabia identificar nas células microssômicas do ser aquelas que estavam dilacera-das, atingidas pelos raios, pelas flechas com danos irreparáveis no amor. As-sim como um cirurgião cósmico, sabia

dissecar o ato do sentimento do ser abatido, sofrido e criou na sua desta angústia do ser um gênero que o con-sagraria na MPB, a dor de cotovelo.

AlmaLupi era um observador inspirado que expunha a alma diante da dor de coto-velo, que lhe valeu o titulo de “Rei da Dor de Cotovelo”, visto sua forma fácil, simples, independente, contendo co-nhecimento da verdade sobre o indiví-duo sofrido, agonizante, amputado de seu amor e com profunda causa filosó-fica. A obra litero-musical compõe esse vergalhão em versos que estão grava-dos na historia, uma obra que em sua totalidade tem luz, dimensão e propo-situra capaz de se recarregar nas ves-tes, no corpo, nas lágrimas, no sorriso na felicidade, na saudade e nas vitórias porque é uma obra, está completa e sai própria para visitar, navegar, voar pelo Mundo. Lupi nunca tocou instrumen-to musical algum. “Seu instrumento era o corpo da dor e o amor, executado ao som da batucada de uma caixa de fósforos. Compôs ao longo de seus 58 anos, marchas de Carnaval, sambas, guarânias, valsas, músicas do gênero gauchesco, sambas-canções, hinos, canções que ficaram gizadas entre as pela sua criação dentre os dez maiores compositores da MPB”, diz Lupi Filho.

O herdeiro ressalta “o especial amor pela família em especial por Dona Cerenita Quevedo Rodrigues, com o qual manteve os laços familiares de casamento por 30 anos. Foi ela a musa, a esposa amiga e companhei-ra, nos seus trintas anos de casados. Também a inspiradora de inúmeras obras lapidadas pelo poder da cria-ção do poeta, que não só poetizou para outros, mas também enfatizou a família como um todo dedicando músicas imortais”. Lupi faleceu em 27 de agosto de 1974 em Porto Ale-gre, a cidade que tanto amou.

Precoce, Lupicínio, com apenas cinco anos, se manifestava como um ser voltado à música: só queria saber de cantarolar e batucar, em todos os cantos da casa. Foi matriculado cedo na escola e a professora mandou chamar seu Francisco no Liceu, pois o menino continuava com os mesmos dotes já enunciados: cantarolar e batucar...

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AGENDA

Beto Grill visita a sede da Palfinger na Áustria

Visita fez parte do roteiro na viagem do vice-governador à EuropaClélia Admar

vice-governador visitou a sede da empresa fa-bricantes de guindastes Palfinger, em Salzburgo, Áustria, durante viagem à

Europa em missão governamental no final de março. Acompanhado do di-retor da FIERGS Marcus Coester, Beto Grill conheceu as linhas de fabricação e montagem da empresa, parceira da gaúcha Koch Metalúrgica em um em-preendimento no Polo Naval do Gua-íba.

Líder mundial no ramo de levanta-mento de cargas, a Palfinger possui cerca de nove mil funcionários e 32 fábricas em operação no mundo. Em 2013, a receita gerada pelo grupo foi de U$ 1,3 bilhão de dólares.

“Antes éramos apenas mais uma fa-bricante de guindastes. Nos últimos anos, adquirimos muitas empresas e passamos a fornecer soluções em levantamento de cargas em diversas áreas”, salientou Herbert Ortner, CEO do grupo, ao apresentar o processo de internacionalização da Palfinger. “É a nossa meta mais importante. Até 2004, focávamos 100% na Europa. Hoje, queremos dividir nossas ativi-dades igualmente entre as Américas, Europa/África e Ásia/Pacífico”.

Beto Grill ressaltou a importância da aproximação entre o setor produtivo gaúcho e empreendedores internacio-nais. “Temos capacidade de auxiliar na realização de parcerias, através do es-

O tímulo às empresas estrangeirasque detém grande capacidade tecno-lógica. Queremos que os investidores venham ao Estado, conheçam a nossa matriz produtiva e avaliem o poten-cial”, disse o vice--governador.

No Estado, a joint venture firmada entre a Palfinger e a Koch Metalúrgi-ca irá fornecer 28 guindastes para a Semcorp, subsidi-ária Brasileira da Jurong Offshore. O contrato inclui fornecimento para sete plataformas da Sete Brasil com entregas entre 2014 e 2017. Com o nome de Palfinger Koch Montagens Industriais, a empresa, sediada em Porto Alegre, será responsável pela montagem, testes e instalação dos guindastes da linha offshore no Brasil.

Serão fornecidos dois equipamentos com capacidade para 85 toneladas e dois com capacidade para 63 toneladas para cada plataforma. As estruturas serão construídas no Espirito Santo e irão ajudar na localização de óleo e gás na Bacia de Santos. Terão capacidade para operar em até 3,5 km de profun-

didade e perfuração de até 12,2 km.

“Somos capazes de produzir e entregar de acordo com a demanda de conteú-do local existente através da parceria com a Koch, mas necessitamos da aju-da das autoridades locais com o pro-cesso de licenciamento”, acrescentou Karl Oberreiter, gerente da Palfinger Marine.

O vice-governador considera o case da Palfinger-Koch estratégico. “Trata-se de um processo que estamos dando toda atenção, na medida em que esse pode ser o exemplo positivo necessá-rio para a atração de mais empreende-dores”, avaliou.

Líder mundial no ramo de levantamento de cargas, a Palfinger possui cerca de nove mil funcionários e 32 fábricas em operação no mundo. Na foto,vice governador do Rs, Beto Grill e Karl Oberreiter, gerente da Palfinger Marine

Foto: Claiton Silva

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MUNICIPALISMO

Mobilização de prefeitos reúne três mil pessoas em Porto Alegre

Campanha por mais recursos às prefeituras também foi realizada em outras capitais do país

Mauricio Tomedi

ais de três mil pes-soas de 412 cidades gaúchas estiveram presentes na mobi-lização de prefeitos,

realizada no último dia 11 de abril, na Praça da Matriz, em Porto Ale-gre. Os manifestantes estiveram reunidos por duas horas e meia em

M frente ao Palácio Piratini, até que a chuva aumentou, obrigando-os a se deslocar para o auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, que ficou completamente lotado. O movimento batizado de “Luta dos Municípios” exigiu a transferência de mais recursos estaduais e fede-rais para as prefeituras, que estão em situação de crise financeira devi-do ao excesso de responsabilidades. O protesto integra a campanha Viva o Seu Município, organizada pela

Confederação Nacional de Municí-pios (CNM) em todos os Estados do país.

“Vamos lutar para salvar os municí-pios do Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Famurs, Valdir An-dres, ao justificar o motivo da cam-panha. Entre as reivindicações da Federação, está a aprovação da PEC dos Municípios, que amplia em 2% o valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). De autoria da senadora Ana Amélia Lemos, a

Unidos em defesa

do município: dirigentes da

Famurs, presidentes de Associações Regionais de

Municípios e outros prefeitos discursaram ao público presente em

cima de um caminhão de som, estacionado em frente à Praça da Matriz

Fotos: Divulgação/ASCOM FAMURS

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MUNICIPALISMO

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Proposta de Emenda Constitucio-nal (PEC) 39/2013 representa um acréscimo anual de R$ 500 milhões aos cofres das prefeituras gaúchas. A entidade também reivindica a redis-tribuição iguali-tária dos royal-ties do petróleo. “Precisamos au-mentar o nosso FPM e temos que destravar do Su-premo a lei dos royalties”, desta-cou.

A mobilização ficou marcada pela participação de milhares de pessoas que trouxeram faixas e cartazes com as principais demandas das suas cidades para agregar força ao movimento. Mui-

tos dos manifestantes passaram a noite viajando para chegar à Capital em tempo do protesto. É o caso da prefeita de Inhacorá, Cledi Savaris, que saiu de casa à uma hora da ma-

nhã. De Campo Bom, partiram três ônibus rumo a Porto Alegre. Desde cedo, as pessoas se con-centraram em frente ao Palácio Piratini, vestidas com camisetas pretas, para re-presentar o esta-

do de luto das prefeituras em relação ao descaso dos governos estadual e federal à situação de crise. Para ex-por esse grave problema, dirigentes da Famurs, presidentes de Asso-

ciações Regionais de Municípios e outros prefeitos discursaram ao pú-blico presente em cima de um cami-nhão de som, estacionado em frente à Praça da Matriz.

Na sua fala, o presidente da CNM, Pau-lo Ziulkoski, analisou o excesso de res-ponsabilidades que têm sido transferi-das às prefeituras. Segundo Ziulkoski, os prefeitos têm vontade, mas não têm dinheiro para pagar o salário mínimo dos professores. “Ninguém é contra o Piso do Magistério, mas quem banca essa conta?”, questionou em alusão à ausência de fontes de financiamento aos projetos aprovados no Congresso Nacional que estabelecem gastos sem previsão de receita. A nível federal, a CNM e a Famurs são favoráveis a re-negociação da dívida pública dos Esta-dos, ao fim das isenções de IPI sobre a

“Precisamos aumentar o nosso FPM e temos que destravar do Supremo a lei dos royalties”Valdir Andres presidente da Famurs

Lideranças pluripartidárias seguiram com o protesto na ALRS. Na foto, deputados e prefeitos no Teatro Dante Barone

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parcela dos municípios, à cobrança do ISS sobre operações de leasing e com cartões de crédito e débito e à restrição às demarcações de terras indígenas sem a indenização dos agricultores fa-miliares.

Junto ao governo do Estado, a Federa-ção reforçou os pleitos que formaram a Pauta Municipalista, entregue ao governador Tarso Genro, durante a 3ª Marcha Gaúcha de Prefeitos, em ou-tubro de 2013. A entidade defende o acréscimo de R$ 100 milhões ao trans-porte escolar, a conclusão das obras de

acesso asfáltico, o pagamento dos valo-res da Consulta Popular, agilidade na concessão de licenças ambientais, apli-cação de 12% do orçamento em saúde, custeio do passe livre estudantil, repas-se de 50% das taxas ambientais, fim da cedência de servidores municipais, pagamento dos recursos da assistência social e assento fixo no conselho esta-dual de cultura, entre outras demandas.

Também estiveram presentes no ato os deputados federais Alceu Moreira, Jerônimo Goergen e Vilson Covatti e os parlamentares estaduais Ernani

Polo, Edson Brum e Pedro Westpha-len. Após o evento, por volta das 12h45, o presidente Valdir Andres participou de uma reunião no Palácio Piratini com o secretário do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas do RS, Jorge Branco. Juntamente com outros prefeitos, ele ouviu a pro-messa de que “algumas reivindicações serão refutadas e outras incorporadas à pauta do governo do Estado”.

Valdir Andres, presidente da Famurs, discursa em frente ao Piratini: protesto contou com a presença de representantes de 94% dos municípios gaúchos

Mais informações e/ou imagens: #lutadosmunicipios

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Gilson Conzatti, presidente da União dos

Vereadores do BrasilNatural de Encantado, no Vale do Taquari, Gilson Conzatti, iniciou ainda na infância a sua trajetória política. Foi aos oito anos de idade em 1976,

quando o pai, Adroaldo Conzatti, concorreu à prefeito de Encantado. Desde então, a política passou a ser sua companheira ao longo da vida, com passagens por movimentos estudantis, campanhas eleitorais pelo Vale do Taquari, presidência da Juventude Municipal do PMDB,

coordenação regional do partido, chefe de gabinete na Assembleia Gaúcha, presidência de entidades, como a

APAE de Encantado e a Associação Comercial e Industrial de Iraí.Formou-se em direito, e em 1992, foi eleito o mais

jovem vereador encantadense. Em 1995, presidiu o legislativo encantadense e no período do seu primeiro

mandato assumiu a secretaria geral da AVAT – Associação dos Vereadores do Vale do Taquari.Com

arrojo e uma nova visão sobre a função do legislador municipal, foi reeleito para um segundo mandato, sendo reconhecido por mudanças significativas na Câmara de Vereadores de Encantado, com efetivação de projetos como a “Semana da Câmara” e a “Plenária do Estudante”.Com a expansão dos negócios familiares, em 2003 transferiu-se para Iraí, no norte do RS, onde

passou a administrar um complexo hoteleiro. No novo município, em 2008, foi eleito vereador, assumindo a presidência do legislativo nos anos de 2009 e 2012. Está no segundo mandato na

Câmara Municipal de Iraí.Em janeiro de 2012 iniciou o mandato como presidente da UVB. Além da advocacia e empresário hoteleiro, compartilha

as atividades com a gestão de escritórios de contabilidade na grande Porto Alegre. É casado com

Andréia Conzatti e tem uma filha, Luiza Antonio Silvio Hendges

ENTREVISTA

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Em Evidência - Como funciona a UVB, quais as metas e o propósito da entidade?Gilson Conzatti - A UVB é uma enti-dade de caráter federativo que fun-ciona para dar suporte aos agentes políticos do Poder Legislativo Muni-

Com a presidente Dilma em dois momentos: entregando convite para a Marcha e juntamente aos colegas: deputado estadual Edson Brum (PMDB) e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha

ENTREVISTA

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cipal Brasileiro. É uma entidade civil, sem fins lucrativos, que tem como propósito orientar e fortalecer as Câ-maras de Vereadores para consolidar a eficiência na gestão pública com democracia e participação popular. Queremos tornar os vereadores, ve-

readoras, assessores e servidores das Câmaras Municipais em especialis-tas em gestão legislativa. Estamos chamando atenção dos vereadores, de que tudo evolui rapidamente e que nossos mandatos não podem pa-rar no tempo e nossas atitudes não

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devem ser baseadas em picuinhas paroquiais.Passou o tempo em que situação votava favorável aos proje-tos do executivo e oposição contra, simplesmente por ser oposição ou situação. Temos que pensar no co-letivo municipal, regional, estadual e nacional, pois fizemos parte des-te processo, e temos que entender o nosso papel neste cenário. Somos os transformadores da sociedade e nossas decisõesmudam a vida das pessoas. Temos funções constitu-cionais que devermos seguir. É por isso que percorro o país para levar a mensagem, de que devemos nos capacitar, qualificar, conhecer as re-gras que ditam as nossas funções, devemos ter o conhecimento da Lei Orgânica Municipal e do Regimento Interno da Câmara,acompanhar os temas em pauta no congresso na-

cional e nas assembleias legislativas, buscar a integração entre as câmaras de vereadores para troca de experi-ências, interação com a sociedade, pois, quanto mais informados for-mos, melhor será o nosso mandato e a sociedade ganha com isso.

Em Evidência - Mesmo o Rio Grande do Sul sendo estado situado no ex-tremo sul do Brasil, o senhor con-seguiu eleger presidente de uma das maiores entidades politicas do país. Conte nos como foi sua eleição e ou escolha a presidência da UVB.Gilson Conzatti - O Rio Grande do Sul tem um legado para com o país de organização e de associativismo. A história mostra esse nosso perfil de que a união faz a força. Foi no Rio Grande que surgiu forte o coopera-

tivismo. Temos hoje a representação das três principais entidades nacio-nais que lutam pelo municipalismo. A Confederação Nacional dos Muni-cípios – CNM têm a frente o gaúcho Paulo Ziulkoski, a Frente Nacional dos Prefeitos, tem José Fortunati, prefeito de Porto Alegre, como presi-dente e eu, que me sinto muito hon-rando de servir aos meus colegas, na presidência da UVB. É uma caracte-rística do nosso estado, trabalhar no coletivo, pelo interesse público. Minha eleição foi um acordo, cons-truído com muita conversa enego-ciações. Fui eleito por aclamação em votação que aconteceu em dezem-bro de 2011 em Brasília - DF, num congresso onde todo o participante tinha o direito de votar e de ser vo-tado. Em Evidência - Quais as principais

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Com o vice-presidente da República, Michel Temer

ENTREVISTA

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dificuldades enfrentadas hoje pela entidade, o que esta sendo feito para saná-las?Gilson Conzatti - A dificuldade ini-cial foi resgatar a confiança junto aos vereadores. A nossa Sede em Brasí-lia estava fechada desde 2003 e não tínhamos câmarasfiliadas, mas isso passou e estamos sanando e colo-cando tudo em ordem. Hoje a maior dificuldade é convencer algunsvere-adores da força política que somos e da importância em construiruma entidade que defenda e represente os interesses do Poder Legislativo Municipal e de seus agentes. Somos a maior força política do país. Se or-ganizados, através da nossa repre-sentação e nossa luta, mudamos o Brasil. Os deputados, os senadores, sabem que quem tem a força políti-ca nos municípios são os vereadores.

Nós elegemos prefeitos, deputados, senadores, governadores, quem vai à luta por eles, somos nós, mas ao mesmo tempo não temos tido o re-conhecimento e o respeito que me-recemos, e na maioria das vezes os culpados somos nós mesmos, mas estamos trabalhando para mudares-ta mentalidade.

Em Evidência - Qual a marca que a gestão de Gilson Conzatti pretende deixar de legado a entidade?Gilson Conzatti - Fortalecer a UVB e coloca-la no lugar de destaque que ela merece. Tornar a UVB a principal entidade representativa do Poder Legislativo Municipal Brasileiro. Fa-zer dela,a porta voz dos interesses dos municípios através das Câmaras Municipais, seruma entidade respei-tada e ouvida pelos governos a par-

lamentos. Fazer com que os vereado-res entendam a importância do seu papel na construção de um país me-lhor. Ser um agente transformador da política do país, mostrando aos membros das Câmaras Municipais que o conhecimento através da capa-citação faz a diferença no mandato e que a transformação na sociedade esta ocorrendo muito rapidamente e nós, como poder constituído, não podemos ficar parados no tempo. Temos que evoluir e avançar.

Em Evidência - Em relação à gestão anterior,quais os principais avan-ços. Existe uma politica de filiaçõesà entidade,como estão estes núme-ros? Gilson Conzatti - A UVB vive um novo tempo. Cada gestão tem o seu

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Com o pai , Adroaldo Conzatti, vereador de Encantado

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perfil e cada presidente tem o seu estilo de trabalho. Hoje trabalha-mos assim: se o vereador não vai até a UVB, a UVB vai até o vereador. Estamos indo ao encontro dos ve-readores, visitando câmaras muni-cipais em todas as regiões do país.

Nos primeiros meses de 2014, já estivemosem nove estados, partici-pamos de uma centena de reuniões de associações regionais, ajudamos a fundar entidades estaduais, partici-pamos ativamente de atividades em Brasília, defendendo os interesses

dos municípios e das câmaras de ve-readores e os resultados estão apare-cendo.Criamos as superintendências nos estados, o fórum nacional da mulher vereadora, estamos discu-tindo a reforma política e temos po-sição contrária ao mandato tampão

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Com presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN)

ENTREVISTA

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2016/2018, debatemos um novo pacto federativo, discutimos o orça-mento impositivo, apoiamos a PEC 39, que visa mais recursos para os municípios.Defendemos os projetos que valorizam a atividade do parla-mento municipal. Temos assessoria técnica que atende aos vereadores de todo o Brasil. Quanto à política de filiações, assumimos sem nenhuma câmara filiada, e não tivemos, num primeiro momento, a preocupação em filiar.Tínhamos que conquistar a confiança junto aos vereadores, aos órgãos governamentais e ao con-gresso nacional, fizemos isto, e ago-ra estamos mostrando que temos que fortalecer a entidade também no financeiro. Pretendemos filiar até o final deste ano, dez por cento das câmaras do país, parece pouco, mas na verdade, nos dará o suporte ne-

cessário para trabalhar, assessorar tecnicamente e andar pelo Brasil defendendo os interesses do munici-palismo e do parlamento municipal. Hoje a UVB se mantem da taxa que cobra nos encontros e cursos que re-aliza.

Em Evidência - O Brasil possui mais de cinco mil municípios, mesmo sabendo que nem todas as câma-ras estão filiadas, trata-se de uma entidade de grande dimensão.Como o senhor encontra tempo, para atuar em sua cidade Irai e ainda atender com equidade seus membros?

Gilson Conzatti - A UVB atua na de-fesa e no fortalecimento do Poder Legislativo Municipal Brasileiro, independente da câmara ser contri-

buinte ou não. Nosso estatuto é cla-ro quando diz que a UVB é o órgão de representação a nível federal, de todas as entidades estaduais, regio-nais, câmaras de vereadores e verea-dores e vereadoras do país, atuamos nos 5.570 municípios brasileiros, atendendo os mais de 57.261 verea-dores. Quando fui eleito para a presi-dência da UVB, falei para o meu pai e para minha esposa da missão que eu estava assumindo. Convenci-os que naquele momento minha missão era lideraruma das mais importan-tes e mais tradicionais entidades re-presentativas do Brasil, dando a ela uma energia positiva e fui entendido e apoiadoe hoje viajo o país. A união do legislativo municipalbrasileiro é um gigante que esta adormecido e eu tenho a missão de sacudir, motivar e mostrar que Brasil precisa de nossa

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atuação firme, forte e organizada, pois a vida acontece nos municípios. Quando não estou em viagens pelo interior do país, me fixo em uma das quatro cidades que formei base (Iraí, Encantado,Porto Alegre e Brasília). Licenciei-me das minhas ativida-des profissionais, que são tocadas por parceiros, e faço UVB 24 horas por dia, 30 dias por mês e 365 dias por ano, porque tenho convicção da importância que o poder legislativo municipal têm para o país e ainda, tento fazer meu mandato de verea-dor, onde as sessões são quinzenais, faço o possível e o impossível para dar resposta ao meu eleitor, ao mes-mo tempo, tenho a consciência de que a minha luta e meu empenho pelo fortalecimento do poder legis-lativo municipal,pode custar o meu mandato no futuro.

Em Evidência - Além da sede em POA existe outra em Brasília, como funciona o sistema da UVB, quais as prioridades para este ano?Gilson Conzatti - A UVB tem sede própria em Brasília, onde funciona a escola central da UVB, um projeto que estamos colocando em prática, e todo o assessoramento para os agen-tes que passam por Brasília. Também é através dos colaboradores da UVB em Brasília que fizemos contatos no congresso, órgãos governamentais e entidades fixadas no Distrito Fe-deral. No escritório de Porto Alegre funciona o setor de eventos, a gestão e o setor financeiro. Também temos um escritório em Iraí, onde funcio-na a secretaria executiva e escola da UVB na região sul, com foco na ges-tão pública municipal e aperfeiçoa-mento do Poder Legislativo. A gran-de prioridade para o ano é colocar um grande número de vereadores na Marcha dos Vereadores, acontece de 03 a 05 de dezembro em Brasília, já que temos como tema: A defesa do

municipalismo e o fortalecimento do poder legislativo municipal.

Em Evidência - Em números, não existe maior classe politica que a dos vereadores, além disso, são eles que recebem as primeiras reivindicações dos eleitores, pois estão mais próximos. Em época de eleição costumam ser decisivos para prefeitos. Mesmo assim, den-tro da classe, costumam ser pouco atendidos em suas reivindicações.Em sua opinião, o que vereador pode fazer para mudar tal cenário?Gilson Conzatti - Vamos aos nú-meros. O Brasil conta com 5.570 prefeitos, com 1.080 deputados estaduais, 513 deputados federais, 81 senadores, 27 governadores, 01 presidente da república e 57.261 vereadores. A época de eleição é a safra dos vereadores, somos lem-brados, prestigiados, procurados por todos, sem exceção, pois somos a linha de frente, aqueles que dão a cara para bater pedindo votos. Passado este período, somos es-quecidos e nossa importância de-saparece. Temos que dar um basta nisso. Os vereadores devem se dar o respeito, saber dizer não e ter a co-ragem de defender os interesses do seu mandato e não os seus. Enten-der o ditado “que uma andorinha só, não faz verão”, acreditar e ajudar no fortalecimento da sua entidade nacional – UVB, que luta por ele e defendeo fortalecimento do poder legislativo municipal. Saber que somente com organização e união é que vamos conquistar o respeito e a importância que merecemos no cenário político e administrativo do país. Somos membros de um poder constitucionalmente constituído e precisamos buscar a qualificação e capacitação pessoal para o exercício do seu mandato, ter postura crítica, masao mesmo tempo respeitosa.

Ter a consciência que dependemos de união e organização, para ocu-parmos o nosso lugar de destaque no cenário atual.

Em Evidência - O seu pai, também foi um nome reconhecido dentro da política, de que forma ele in-fluenciou suas decisões, e como ele o inspira ainda hoje?Gilson Conzatti - Meu pai é um em-preendedor nato. Sempre fez po-lítica, mas, nunca se esqueceu de manter seus negócios, hoje tem a maior rede de escritórios de conta-bilidade do Rio Grande do Sul, são 16 escritórios instalados em 15 ci-dades, contando com mais de 1.500 clientes.Foi por influencia dele me apaixonei pela política. Iniciei fa-zendo campanha aos oito anos de idade, depois aos dez, eu já estava percorrendo osmunicípios do Vale do Taquari na eleição em que ele foi candidato a deputado estadual e o Simon para o Senado, o nosso slo-gan era: Simon no senado, Conzatti no estado. Depois ele foi prefeito e eu sempre junto, até que em 1992, decidi concorrer a vereador e ele prefeito novamente, nos elegemos e o meu sogro foi eleito vereador de oposição. Passou-se o tempo e es-tamosaí, eu no quarto mandato de vereador, meu pai depois de 40 anos voltou a ser vereador em Encanta-do e fazendo um belo mandato e se não o segurarmos, ele vai a prefeito de novo. Tive sorte de ter meu pai, como fonte de inspiração política, ele faz política com convicção, com amor, com visão de futuro, com olhar no social, na melhor qualidade de vida da sua gente.Tenho também na pessoa do meu sogro Irno Pretto, outra referência. No passado fomos adversários e atuamos por oito anos em campos opostos na Câmara de Encantado, mas hoje é o meu gran-de conselheiro e incentivador.

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CPI DA ENERGIA ELÉTRICA

Parlamentares e autoridades debatem qualidade dos serviços de energia elétrica

No encontro, foram ouvidos órgãos governamentais do setor elétrico e Ministérios Público federal e estadual

Luiz Osellame

Manuel de Jesus Botelho, da ONS, responde a questionamentos levantados pelo deputado Catarina Paladini (PSB), relator da CPI

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residida pelo deputado Lu-cas Redecker (PSDB), a Co-missão Parlamentar de In-quérito da Energia Elétrica realizou reunião na tarde

do último dia 05 de maio. No encontro, foram ouvidos órgãos governamentais

P do setor elétrico e Ministérios Público federal e estadual.

O relator da CPI da Energia Elétrica, de-putado Catarina Paladini (PSB), ques-tionou os representantes do Operador Nacional do Sistema (ONS) e do Comitê

de Monitoramento do Setor Elétrico sobre os impactos e consequências da Medida Provisória 579 para o sistema elétrico brasileiro. Ele também questio-nou sobre a necessidade e viabilidade da utilização do carvão mineral como fonte de energia para a estabilização do

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Deputado Lucas Redecker (PSDB), presidente da CPI da Energia Elétrica

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Fotos: Renan Arais

sistema elétrico gaúcho.

O deputado Frederico Antunes (PP) questionou o atraso da Agência Nacio-nal de Energia Elétrica (ANEEL) em apresentar estudos para a renovação da concessão à Companhia Estadual de Energia Elétrica, que encerra-se na metade do próximo ano. O parlamentar cobrou do Ministério Público de Contas

o monitoramento de abertura de conta específica por parte do governo estadu-al para depositar 1,3 milhão da CEEE, conforme a lei 14.490/2014, que trans-fere para o Executivo o pagamento dos proventos dos servidores ex-autárqui-cos, vinculados à Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) e à Companhia Es-tadual de Distribuição de Energia Elé-

trica (CEEE-D)

O representante do Operador Nacional do Sistema (ONS), Manoel de Jesus Botelho, destacou que os problemas de energia elétrica no Rio Grande do Sul se agravaram no último verão pelo ele-vado consumo, que foi muito acima da média nacional. Ele destacou que existe um planejamento com investimentos

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CPI DA ENERGIA ELÉTRICA

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Deputado Catarina Paladini (PSB), relator da CPI

Geraldo Da Camino, do Ministério Público de Contas, participa de reunião da CPI da Energia Elétrica

sendo realizados com novas linhas de transmissão e construção de novas su-bestações que garantirão maior estabili-dade no sistema elétrico gaúcho.

O secretário executivo do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Ildo Wilson Grüdtner, desta-cou que a entidade é formada por diver-sos ministérios, entidades e representa-ções da sociedade civil e é responsável pelo acompanhamento e avaliação do sistema elétrico nacional. Ele sublinhou que o CMSE monitora e emite diretri-zes regulatórias para garantir o abaste-cimento do sistema. Grüdtner ressaltou ainda que o CMSE acompanha perma-nentemente as grandes perturbações no sistema elétrico e encaminha medi-das para solucionar os eventuais proble-mas.

A representante do Mi-nistério Público RS, Ca-roline Vaz destacou que a instituição recebe re-clamações sobre o setor elétrico e encaminha às promotorias especiali-zadas. Ela relatou que está em curso um pro-cedimento instaurado para investigar o even-to climático ocorrido no final de 2012 e que deixou boa parte da Zona Sul de Porto Alegre sem energia elétrica por diversos dias.

O promotor Rossano Biazus esclare-ceu que o MP instaurou o inquérito 580/2012 sobre o vendaval ocorrido em Porto Alegre no ano de 2012 está suspenso justamente para que a CPI da

Energia Elétrica siga seu curso e pos-sa também obter informações sobre o tema. Ele também comunicou que a CEEE apresentou à época na Promoto-ria de Defesa do Consumidor um cro-nograma para resolver os problemas causados pelo evento climático adverso de 2012.

O procurador-geral do Ministério Públi-

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Alexandre Amaral Gravonski, do MPF, durante reunião da CPI da Energia Elétrica

Caroline Vaz, do MPE, participa de reunião da CPI da Energia Elétrica

co de Contas, Geraldo Costa Da Cami-no, sublinhou que parte dos problemas de fornecimento de energia elétrica enfrentados deve-se à precariedade de estrutura da CEEE e adiantou que a instituição instalará procedimento justamente para avaliar a estrutura da companhia. Ele adiantou que a insti-

tuição irá verificar se o governo estadual abriu conta específica para de-positar R$ 1,3 milhão, como aprovado na ALRS neste ano.

O procurador do Minis-tério Público Federal,

Alexandre Amaral Gavronski, sublinhou a complexidade da questão da energia elétrica e salientou que há vários atores envolvidos. Ele frisou que ao MPF cabe zelar pela defesa do consumidor e pela boa qualidade dos serviços públicos fe-derais concedidos e que a instituição instaurou procedimento para verificar as

responsabilidades nos serviços deficien-tes de fornecimento de energia elétrica junto à Aneel para verificar o destino dos recursos arrecadados com a taxa de fis-calização dos serviços de energia elétrica.

Gavronski adiantou que o Ministério Público Federal constituiu um grupo de trabalho para acompanhar a renovação dos contratos de concessões de energia elétrica que devem ocorrer no próximo ano. Ele também sublinhou que a CEEE possui um número de técnicos acima do exigido, mas estranha que a eficiência é menor que a de outras concessionárias de energia elétrica do estado e também do país.

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MATÉRIA ESPECIAL

Marco Civil da Internet no Brasil

Saiba mais, sobre a lei que promete garantir direitos e cobrar deveres na rede virtual

Antonio Silvio Hendges

50 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Lei 12.965/2014, apro-vada na Câmara dos De-putados em 25 de março e no Senado Federal em 22 de abril deste ano e

sancionada pela Presidente Dilma Rousseff, estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres dos usu-ários da internet no Brasil e também as diretrizes para a atuação do Esta-do. Surgido através de um debate co-laborativo em um blog especialmen-te criado para este fim (Marco Civil da Internet: Seus Direitos e Deveres em Discussão - http://culturadigital.br/marcocivil/), em 2011 foi apre-sentado pelo Executivo o Projeto de Lei 2126/2011 na Câmara. Duran-te o evento NetMundial - Encontro Multissetorial Global Sobre o Futu-ro da Governança da Internet, com governos, empresas, especialistas e ativistas de 80 países que discutiram o futuro da internet no mundo, o modelo brasileiro foi apontado como uma possível referência para outros países, inclusive os europeus que de-vem adotar medidas semelhantes.

A

Pioneirismo: Aprovado na Câmara, , o modelo brasileiro foi apontado como uma possível referência para outros países, inclusive os europeus que devem adotar medidas semelhantes

Entre os princípios estão a neutralidade da rede, a liberdade de expressão e a privacidade dos usuários

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51EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 51EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Entre os princípios estão a neutrali-dade da rede, a liberdade de expres-são e a privacidade dos usuários. A neutralidade estabelece que o trá-fego de dadosdeva ser feitocom a mesma qualidade e velocidade, sem discriminação, sejam dados, vídeos, imagens, e-mails, etc. Sem a neu-tralidade, a internet poderia ser co-mercializada pelas operadoras como uma TV a cabo: os usuários pagariam

valores diferenciados para acessarem redes sociais e vídeos, por exemplo. A garantia da liberdade de expres-são impedeque as redes sociais, por exemplo, removam do ar conteúdos como fotos, vídeos ou outros que usem imagens de obras protegidas por direitos autorais ou que contra-riam regras das empresas.

Com o Marco Civil da Internet, essas

A inviolabilidade da intimidade e da vida privada, indenização em caso de violação, não suspensão da conexão à internet salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização e manutenção da qualidade contratada da conexão são alguns dos direitos dos usuários

empresas deixam de ser responsáveis pelos conteúdos gerados por tercei-ros e somente poderão retirá-los do ar através de determinação judicial, afora em casos de nudez ou de atos sexuais de caráter privado. “Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabiliza-do civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âm-bito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinala-do, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressal-vadas as disposições legais em con-trário” (artigo 19).

A privacidade dos usuários estabelece que informações pessoais e registros de acesso não podem ser vendidos sem autorização expressa dos internautas. Atualmente, os dados são usados por grandes empresas para obter receitas publicitárias: elas têm acesso a deta-lhes sobre as preferências e opções dos internautas e vendemestas informa-ções para empresas que oferecem pro-

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Dilma Roussef fala sobre o Marco Civil durante o evento NetMundial - Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, com governos, empresas, especialistas e ativistas de 80 países

dutos direcionados. A cooperação en-tre as empresas de internet e órgãos de informação estrangeiros tambémtor-nou-se ilegal. A inviolabilidade da inti-midade e da vida privada,indenização em caso de violação, não suspensão da conexão à internet salvo por débito di-retamente decorrente de sua utilização e manutenção da qualidade contratada da conexão são alguns dos direitos dos usuários.

Os internautas a partir da aprova-ção e sanção do Marco Civil da In-ternetdevem ter informações claras e completas sobre os contratos de prestação de serviços, coleta, uso, armazenamento, tratamento e pro-teção de dados pessoais, bem como ter garantida a acessibilidade, levan-do em conta as características físico--motoras, perceptivas, sensoriais,

intelectuais e mentais dos usuários.Entre os deveres, está o fornecimen-to de informações verdadeiras, atua-lizadas e comple-tas nos cadastra-mentos e serviços utilizados, sendo que estes podem ser verificados em qualquer tempo e se forem consta-tadas irregulari-dades o usuário será notificado para providenciar as correções. Em caso de não correção, os provedores podem suspender os serviços.

O Marco Civil da Internet é um avanço significativo para a qualifi-

cação e confiabilidade das informa-ções que trafegam diariamente na

rede. Atualmente a internet é fun-damental para a sociedade e devem estar claramente estabelecidas as regras que regu-lam as relações entre os diferentes agentes e interes-ses, inclusive cor-porativos, quanto ao acesso à rede mundial. Neste sentido, o Brasil

torna-se mais uma vez pioneiro ao regulamentar estas questões com foco nas garantias de acesso e uso seguro desta indispensável ferra-menta de desenvolvimento.

MATÉRIA ESPECIAL

52 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

A privacidade dos usuários estabelece que informações pessoais e registros de acesso não podem ser vendidos sem autorização expressa dos internautas

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O que muda com o Marco Civil da Internet no Brasil?

OPINIÃO

A pressa toda para aprovar no Congresso Nacional, afim de que a Presidente Dilma lançasse o Marco Civil da Internet como modelo e exemplo ao mundo na NETMundial, nada mais é que uma demonstração de força da bancada aliada para aprovar algo rapidamente, quando e se houver interesse, pois maioria de votos não falta ao governo neste sentido.

De modo geral, podemos dizer que o Marco Civil é um avanço social retirando o caos da Internet e gerando democracia e transparência na legítima defesa, mas na prática, haverá apenas uma pequena redução na burocracia, pois, até então, vinha sendo utilizado a jurisprudência do Código Penal, do Código Civil, do Código Comercial, do Estatuto da Criança e do Adolescente, do Estatuto do Idoso e até mesmo da Constituição Federal e do Código Eleitoral brasileiro, entre outros Códigos e Leis, para interpretar direitos, deveres e garantias fundamentais do cidadão brasileiro.

Em casos de abuso, se tirava uma Ata Notarial em um Cartório de Registros com um Tabelião e, com fé pública, se documentava um fato ocorrido na web, sem alteração digital reconhecida; posteriormente, com tal documento se abria um Boletim de Ocorrência, solicitando a geração de um processo em um crime qualquer, se fosse o caso. Tanto a Ata Notarial quanto o B.O., ainda podem ser ferramentas de processo e ganham igual destaque no mesmo, em casos de crimes virtuais. Só

o que mudará agora é o tempo do processo, se já houver previsão legal no Marco Civil, só isto!

Não há perda de direitos e garantias civis do cidadão, pois não haverá regulação complementar, pois os textos que apresentavam propostas complementares e que buscaria algum controle posterior extinguindo a neutralidade da rede foram cortados, assegurando, em conformidades com a Constituição do Brasil, direito de livre expressão democrática, sendo vedado o

anonimato, óbvio.

Esta não é uma boa notícia para Fakes (perfis falsos da web) e grupos de anarquistas, como os “Black Blocks” e o “Anonymmus”, mas, para quem mostra o rosto ao comentar algo, é. Neste sentido sim, pode haver uma redução de crimes virtuais cometidos por grupos ou indivíduos que se aproveitavam do anonimato da web. Neste ponto, um fator positivo para os usuários corretos, mas levará tempo até esta situação acontecer de fato!

As pessoas esqueceram como se faz controle social real após a criação da internet, fazem isto agora só pela web, via redes sociais, como o Facebook, quando fazem. O Marco Civil não muda o fato de que poderemos controlar as ações do governo via web ou fora dela,

em Conselhos sociais quaisquer. Somando prós e contras, pouco mudou, mas só o tempo mostrará o verdadeiro valor do Marco Civil.

Antonio Roberto VigneCientista Político

“pode haver uma redução de crimes

virtuais cometidos por grupos ou indivíduos que se aproveitavam

do anonimato da web. Neste ponto, um fator positivo para os

usuários corretos, mas levará tempo até esta situação acontecer de

fato! ”

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54 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 201454

PERFIL

A voz do povo evangélico3, desde o início do Governo Tarso, se tornou

a voz dos evangélicos no Palácio Piratini, e a voz do Governador junto aos evangélicos

Sandro Carvalho

D

Éberson Fernandes

EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

e família muito humilde, o gravataiense por ado-ção Éberson Fernandes soube, desde cedo, o que é trabalhar duro. De aju-

dante do pai em um pequeno comércio familiar a dono de uma ambulância que transportava doentes de Gravataí para a Capital, ele fez de tudo um pouco. Mas jamais pensou em fazer política.

A oportunidade surgiu por insistên-cia de lideranças do PT gravataiense e da então candidataa Prefeita de cidade, Rita Sanco, que impressiona-ram-se com a capacidade de articula-ção política daquele jovem junto aos pastores evangélicos da cidade. Ver-dadeiramente, apesar de congregar na Igreja Adventista, Éberson tem interlocução com todas as denomi-nações evangélicas do Estado, fato este atípico, e que aprendeu a culti-var já na sua experiência municipal.

Hoje com 39 anos, Éberson, em sua curta carreira política de apenas 8 anos, já ocupou cargos importantes. Foi Secretário – Adjunto de Assistên-cia Social do Município de Gravataí e Assessor Parlamentar na Assembleia Legislativa. Hoje é Assessor Especial do Governador Tarso Genro, res-pondendo diretamente ao Chefe do Executivo gaúcho por tudo aquilo que diz respeito ao que ele costuma chamar, com muito ca-rinho, de “povo de Deus”.

Em realidade, o mesmo po-der de articulação visto

por Rita Sanco, foi enxergado por um mestre da política, o então candidato ao Governo do Estado Tarso Genro. Os dois conheceram-se em um encon-tro com ministros evangélicos orga-nizado por Éberson em Gravataí nas eleições de 2010. Ao final do encon-tro, Tarso tascou: “Guri, podes fazer isto no resto do Estado?”. E Éberson tem feito isto desde então.

De lá para cá, os dois trabalham juntos sem parar. Éberson

organizou encontros reunindo até 1.200 pastores de uma vez só, promovendo a candidatura petista ao Piratini, dentro de um segmento tradicionalmente não alcançado pelo Partido dos Trabalha-dores. O sucesso foi tanto, que Tarso o chamou ainda na primeira semana após a eleição e vaticinou: “Guri, tu vais traba-lhar comigo, no meu gabinete, para falar com este segmento da sociedade.”

De fato, Éberson começou a tra-balhar no Gabinete do Go-

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Fotos: Divulgação

vernador desde o início do mandato de Tarso, tendo como uma de suas metas fazer o que nenhum governo tinha antes feito: criar um canal de interlocução para atender os anseios dos cidadãos gaúchos de confissão evangélica. Ao longo do mandato, tal decisão do Governador Tarso se mos-trou amplamente acertada, na medi-da que hoje em dia os protestantes no país somam cerca de 25% da po-pulação, correspondendo a mais de 45 milhões de brasileiros.

Assim, dentro do objetivo de de-mocratizar ao máximo o acesso ao Governador por todas as matizes religiosas, foi criado o Grupo de Tra-

balhodo Povo Evangélico, através do Decreto N° 49.962, de 17 de dezem-bro de 2012. O GT, que é coordenado por Éberson, é composto por Pasto-res evangélicos, sendo ligado direta-mente ao Gabinete do Governador do Estado. Nele estiveram presentes representantes de batistas, lutera-nos, presbiterianos, adventistas, me-

todistas e das igrejas pentecostais e neopentecostais.

Enfim, todos estavam lá representados, com a missão de municiar o Gover-nador com propostas que não apenas permitissem a melhor efetivação da li-berdade de culto constitucionalmente assegurada, como igualmente para co-

Eberson recebe lideranças evangélicas no Piratini

Éberson Fernandes é Assessor Especial do Governador Tarso Genro, respondendo diretamente ao Chefe do Executivo gaúcho por tudo aquilo que diz respeito ao que ele costuma chamar, com muito carinho, de “povo de Deus”

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PERFIL

56 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

locar em debate uma série de medidas visando suprir as necessidades da popu-lação carente que frequenta as Igrejas.

Dos vários encontros ocorridos, sur-giram propostas que já surtem seus efeitos práticos. Além disto, desta-cam-se as grandes consquistas do Governo Tarso para o setor, tais como as isenções de impostos concedidos às Igrejas pelo Governo estadual. Em verdade, não é mais cobrado o IPVA de veículos de propriedade de todas as confissões religiosas, o que igual-mente ocorre com o ICMS incidente na energia elétrica e nos serviços de telefonia consumidos por templos de qualquer culto. Na área da assistên-cia social, revelam-se especialmente relevantes os progressos feitos nas áreas de atendimento a dependentes químicos e aos detentos e egressos do sistema prisional, ambos setorescom

acentuadaação social das Igrejas.

Como resultado deste trabalho inces-sante, feito através de inúmeros en-contros do Governador com líderes evangélicos e com a população que professa esta fé, realizados nos mais diversos rincões do Estado, surgiu uma forte aproximação de Tarso com o setor, que vê nele hoje um gestor público comprometido com a causa evangélica.

E esta verdadeira costura política foi realizada a quatro mãos: de Tarso Genro e Éberson Fernandes.

Nestes quase quatro anos de trabalho surgiu uma grande amizade e admira-ção mútua entre ambos. Segundo Éber-son: “Tarso fez pelos evangélicos o que o que os outros apenas prometeram. No governo dele nós temos voz dentro

do Palácio, o governador nos ouve, e nós em retribuição também ouvimos e continuaremos a ouvir o Governador.” Já Tarso afirma que “O companheiro Éberson Fernandes se constitui em um quadro político de estatura, vocaciona-do para o diálogo, com a grande respon-sabilidade de articular a ações de nosso Governo com um setor bastante repre-sentativo da população gaúcha, que são os evangélicos, setor este a quem nós queremos muito bem e temos uma re-lação de profundo respeito.”

Apesar da vida palaciana, Éberson con-tinua um homem de hábitos simples. Ao lado da esposa Eloísa, e das filhas Evelyn, Ester e Emily,ele comia uma pi-zza enquanto respondia à reportagem: “O futuro? Bem, o futuro a Deus per-tence. Foi Ele quem me colocou no Pi-ratini para ajudar o povo Dele. Se Deus quiser, outras missões virão.”

Marcha para Jesus em São Leopoldo: 20 mil evangélicos tomaram o centro da cidade

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“Tendo chegado o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da família da casa de Saul, cujo nome era Simei; saiu e ia amaldiçoando...: Fora daqui, fora, homem de sangue, homem de Belial... Então, Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que amaldi-çoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me pas-sar e lhe tirarei a cabeça. Res-pondeu o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar” (2 Samuel 16:5, 7,9-10) Esse relato sobre Davi, o maior rei-guerreiro de Is-rael, nos traz uma lição profunda. Para defender sua pátria, Davi era implacável. Porém, quando al-guém do seu próprio povo o amaldiçoou, ele não permitiu que seu general Abisai tolhesse a liber-dade de expressão da oposição, representada pela família do rei Saul, que o antecedera. Considerando que o fato se deu há mais de três mil anos – quando o rei era o Estado - é impressionante tal atitude. A essência do homem é a sua alma, o seu pensa-mento. “Penso, logo existo”. E a palavra é a expres-são do pensamento. Querer tolher a palavra é que-rer tolher o pensamento. E tolher o pensamento é matar a essência de um homem. Ao pensamento – e, por conseguinte à palavra – somente se deve opor outro pensamento, jamais a força. Evidentemente que nem todo o pensamento pode ser transformado em ação, na medida em que essa ação, segundo o conceito vigente, pode causar dano à esfe-ra individual dos demais ou mesmo à toda a socieda-de. Portanto, tolher a ação, sim. Tolher o pensamento

e a expressão, nunca. Por mais abominável que possa parecer um pensamen-to e sua expressão verbal, aquela é a manifestação da-quela alma, é a expressão do ser. Negar a palavra é negar o direito à existência. Porém, ao longo da história, a experiência humana tem anda-do na contramão do rei Davi. A ideia de que o “pensamento certo” pode calar pela força o “pensamento errado” é a mãe

da intolerância e a avó das atrocidades. Há poucos dias, um militar declarou que não se arrependia por ter tor-turado no episódio de 1964. Seria esse homem mau? Intolerante, sim. Mau, não sei. Quem é irremediavel-mente má é a ideia de que para defender o que eu – ou a sociedade em determinado momento – acho que é o bem, possa calar quem pensa diferentemente. Quando alguém acha que ser “bom” é calar o “mau”, transfor-ma-se em um monstro, a serviço do “bem”. Uma sociedade só pode progredir, com solidez e es-tabilidade, mediante a força do pensamento e da palavra. Todo atalho pela força, ainda que leve ao ponto que o argumento iria levar, é traumático, e, além de não se sustentar, abre brecha para que, no futuro, ou-tros atalhos de força sejam tomados para pontos que não serão bons. Como Davi tinha o General Abisai, filho de Zeruia, temos em nosso interior um quê de intolerância, que nos leva a querer calar quem pensa “errado”. Não seria melhor dizermos, como Davi, “que tenho eu contigo, filho de Zeruia?”

Humberto Schimitt VieiraAdvogado, graduado pela UFRGS; Teólogo e pastor-presidente do

Ministério Restauração

OPINIÃO

A força do pensamento, e o pensamento da força

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58 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 201458 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

DIREITOS HUMANOS

Oliboni apresenta projeto de lei pioneiro

sobre pessoas desaparecidas

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul recebeu projeto de lei inédito no Brasil

Ana Julia Tiellet

e autoria do deputado Aldacir Oliboni (PT), a matéria, protocolada na tarde do último dia 29 de abril, na Presidência

da Casa, prevê instituição de uma Política Estadual Sobre Pessoas De-saparecidas.

O PL é resultado do primeiro ano de funcionamento da Frente Parlamen-tar em Defesa das Pessoas Desapare-cidas, coordenada por Oliboni, e tem como foco a organização e interliga-ção de uma rede de ação e informa-ções sobre pessoas desaparecidas no Estado.

Desde março de 2013, quando foi instalada a Frente Parlamentar, fo-ram realizadas inúmeras reuniões, audiências públicas a partir da Co-missão de Cidadania e Direitos Hu-manos, e atividades conjuntas com agentes públicos, vereadores, depu-tados e deputadas, representantes de governos municipais, representan-tes de organizações sociais, ativistas dos direitos humanos e familiares de vítimas de desaparecimento.

“Este é um projeto construído a muitas mãos e que, de certa forma, reflete o panorama estadual sobre o

D tema. É o fruto de uma análise de-talhada dos desaparecimentos, dos processos de investigação, da situa-ção das famílias dos desaparecidos e das ações do Estado e da sociedade civil neste sentido”, sintetiza Olibo-ni.

Estiveram presentes no ato de en-trega do Projeto de Lei ao presi-dente da Assembleia Legislativa, deputado Gilmar Sossella: arcebis-po emérito de Porto Alegre, repre-sentando a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e Campanha da Fraternidade 2014, Dom Dadeus Grings; a coordenadora do Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Trá-fico de Pessoas, Aléxia Meurer; o re-presentante do Ministério Público do RS, promotor Ivori Coelho Neto; o representante da defensoria Pú-blica do RS, Nilton Leonel Arneck Maria; o diretor interino do Depar-tamento Estadual da Criança e Ado-lescente, delegado Cristian Nedel; a representante do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa e titular da 5ª DPHPP, Ana Rita Loss; a representante da orga-nização Grito Pela Vida, Maria Ber-nadete; e a representante da Ordem dos Advogados do Brasil/RS, Maira Marques.

Projeto pioneiro Existem, no Brasil, algumas inicia-tivas parciais de legislação sobre o tema (delegacia especializada em Curitiba, setor especializado na Polícia Militar de Santa Catarina, criação de banco de dados e política para localização, em Minas Gerais, ou o cadastro nacional de crianças e adolescentes desaparecidos). A pro-posta gaúcha prevê, justamente, a integração de uma rede de agentes que tratem o desaparecimento de forma global e articulada – preven-ção, registro, investigação, emissão de alerta, melhoria dos processos de investigação, atenção aos familiares e reinserção das pessoas localizadas.

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59EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 59EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

mento e 1.744 localizações dentre todas as faixas etárias

Em Porto Alegre, de acordo com o Deca/RS, 1.885 desaparecimentos de crianças e adolescentes em 2013. Destes, 584 ainda não foram locali-zados. Dentre as meninas, a maioria dos 970 casos foi ocasionada por relacionamentos afetivos e conse-quente fuga de casa. Nos 915 desa-parecimentos de meninos, a fuga do lar de maneira geral é a principal causa detectada. O Deca/RS também chama atenção para o número acima da média registrado neste mês de março – foram 131 desaparecimen-tos na Capital.

Foto: Vinicius Reis

Desaparecidos no RS O registro de desaparecimento e in-vestigação dos casos no Rio Grande do Sul é feito pela Polícia Civil que utiliza-se do Sistema de Consultas Integrado - o que permite saber de desaparecimentos de outros estados e também localizar estas vítimas no RS, caso estejam aqui.

O cadastro de desaparecidos adul-tos é organizado a partir do Depar-tamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Para menores de 18 anos, as ocorrências são registradas e investigadas pelo Departamento Estadual da Criança e Adolescente (DECA/RS), que man-

tém um setor especializado sobre o tema e é responsável pelos casos de Porto Alegre, podendo prestar auxí-lio à delegacias do Interior do Esta-do.

Dados oficiais, sintetizados pelo se-tor de estatística da Secretaria de Es-tado de Segurança Pública indicam o desaparecimentos de 10.266 gaú-chos em 2013. Destes, 5.371 crian-ças e adolescentes e 4.895 adultos. O total de localizações foi de 8.109 - percentual de 78,99% apresentando uma leve melhora em relação ao ano anterior (76,15). Nos três primeiros meses de 2014, foram registradas 2.369 ocorrências de desapareci-

Oliboni (PT) e demais lideranças entregam projeto ao presidente Gilmar Sossella (PDT)

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A sociedade não está respeitan-do as pessoas que portam al-guma necessidade especial e os governos também, por sua vez, seguem no mesmo diapasão não fazendo a sua parte, não aten-dendo os deficientes físicos, os visuais, os auditivos e os excep-cionais.

Podemos dizer que as conquis-tas até aqui em linhas gerais já encontram-se legalmente cons-truídas, mas o que nos ressen-timos é das condições de aces-sarmos, quer no deslocamento ou até mesmo o ingresso puro e simples!

Estacionamento especial para os portadores de deficiên-cia física continua sendo desrespeitado.

Antes da Assembleia Nacional Constituinte os portado-res de deficiência lutavam pelo direito de ir e vir e, com a constituinte, tiveram de uma maneira geral, todas as nossas postulações contempladas no texto que foi promulgado em 1888 e passou a reger a vida de todos os brasileiros. Desde a edu-cação, a saúde e a assistência social referem a aplicação dos direitos e garantias deste grande seguimen-to de brasileiros.

A legislação infraconstitucional regulamentou muitos aspectos e ainda tem desafios a serem perseguidos. A União, O Governo Federal, os Estados e os Municípios devem buscar satisfazer todas as necessidades desta co-munidade.

Se nós fizermos um exercício de olharmos para as calça-

das das nossas cidades, vamos constatar que até nas áreas cen-trais não temos qualidade no piso e o rebaixamento das calça-das, quando existe a inclinação da rampa, não tem a segurança adequada para que possa subir e descer uma cadeira de rodas.

O acesso a edifícios e Logradou-ros Públicos são ainda em mui-tos casos inexistentes.

Nos deparamos neste momento com muitassituações que nos desafiam sobre maneira o trans-porte coletivo: os ônibus, os táxis, os veículos de transporte

escolar não possuem acessibilidade desejada.

É preciso que todas as questões das minorias sejam tra-tadas não caritativamente ou de forma assistencialista, mas que se procure dar aos desiguais ferramentas e os meios de ficarem num patamar de igualdade com todos os outros cidadãos.

Em Canoas estamos promovendo uma campanha, tentando sensi-bilizar toda a sociedade da neces-sidade de respeitar os estaciona-mentos especiais, principalmente no shopping, supermercados e na área central da cidade.

A campanha visa, em primeiro lugar, conscientizar a to-dos do dever de preservarmos estes espaços que já estão garantidos por lei.

É preciso uma luta constante não só para a valorização das pessoas que portam alguma limitação como também na preservação das conquistas até aqui atingidas.

Ivo Lech*Presidente da Câmara de Vereadores de

Canoas e deputado constituinte

OPINIÃO

Brasil, um país sem acessibilidade

*Presidiu na Assembleia Nacional Constituinte a subcomissão de negros, populações indígenas, pessoas deficientes e outras minorias.

“O acesso a edifícios e Logradouros Públicos são ainda em muitos casos inexistentes”

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PIRATINI

Grupo português AMAL confirma instalação de

unidade no Rio Grande do SulParceria foi oficialmente fechada durante visita de comitiva portuguesa

Clélia Admar

isando a fabricação de componentes para os estaleiros do polo naval de Rio Grande, o gru-po industrial português

AMAL Construções Metálicas vai es-tabelecer parceria com uma empresa gaúcha. A confirmação do empreen-dimento foi feita pelo CEO do grupo, Samuel Mendes Pacheco, em um en-contro com o vice-governador Beto Grill no último dia 03 de junho, em Porto Alegre.

A vinda dos empresários é resultado direto da visita do vice-governador a uma unidade do grupo em Portugal no início de abril, durante a missão governamental à Europa em parceria com os municípios de Pelotas e Rio Grande. “A vinda ao RS e a visita in loco ao polo naval deu a confiança ne-cessária e a exata noção do potencial para investimentos que há no Esta-do. Creio que agora seja apenas uma questão de tempo para que essa par-ceria tenha início”, avaliou Beto Grill.

Nos últimos dias, uma comitiva da empresa esteve em São José do Nor-te e Rio Grande, onde se reuniu com autoridades locais e conheceu de perto a realidade da indústria naval na região. Samuel Pacheco conside-rou positiva a vinda ao Estado. “A visita foi muito proveitosa. Acre-dito que poderemos, em breve, dar início ao processo de instalação de

V

uma unidade de fabricação de spools (trecho de tubulação pré-montado que contêm tubos, curvas, tês e re-duções) aqui no RS”, disse.

Com relação à instalação da fábrica, Pacheco considera um processo que deve ocorre sem grandes problemas. “A demanda existe e os estaleiros já manifestaram o seu interesse em es-tabelecer relações comerciais. Resta apenas conversarmos com o parceiro local para que possamos encontrar a melhor solução para esse investi-mento”, acrescentou.

A AMAL é referência na fabricação de tubulações, tanques e estruturas metálicas especiais. Possui três fá-bricas em Portugal e grande volume de negócios no mercado africano, com atividades em Angola, Argé-lia, Moçambique e outros países do continente. A empresa, cujo fa-turamento em 2013 foi de R$ 150 milhões, direciona suas atividades para o mercado offshore e centra-liza esforços na África e nas Amé-ricas. No Brasil, está presente no complexo industrial de Itajaí, em Santa Catarina.

A comitiva portuguesa foi ciceroneada pelo vice-governador em uma visita ao estádio Beira-Rio, palco da Copa do Mundo em Porto Alegre

Foto: Claiton Silva

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OPINIÃO

DPVAT – o seguro do trânsitoTodas as vítimas de aciden-tesde trânsito causados por veículos automotores de via terrestre, ou por suas cargas, têm direito a receber a inde-nização do DPVAT. As indeni-zações são cobertas individu-almente e não estão sujeitas a apuração dos culpados.

Por se tratar de um seguro de responsabilidade civil obri-gatório, o DPVAT garante o direito de indenização às víti-mas de acidentes de trânsito, por morte e invalidez permanente total ou parcial, além do reembolso das despesas médicas e hospita-lares (DAMS).

Exemplificando, numa colisão entre dois veículos, cada qual com três ocupantes, além dedois pedes-tres atingidos, todas as oito pessoas envolvidas nes-se acidente têm direito à indenização ou reembolso, separadamente.

Como dito, o seguro DPVAT abrange três coberturas distintas.Quando a indenização se referir à Invali-dez , os beneficiários da indenização são as vítimas de acidente de trânsito que posteriormente ao aten-dimento médico tiveram algum membro com perda funcional demonstrada e definitiva. Exemplos: per-da de angulação (flexibilidade) ou força de algum membro(geralmente ocasionado por fraturas); am-putação de membros ou perda de movimentos, per-

da de visão e etc. Aqui, o valor máximo indenizável é de R$ 13.500,00, variando de acor-do com o grau de invalidez.

Na modalidade DAMS (Des-pesas com Assistência Médi-ca e Suplementar) a vítima de acidente de trânsito será reembolsada de qualquer des-pesa relacionada à integrida-de física, ou seja, receberá o reembolso pelos gastos com internação, exames, medica-mentos, fisioterapia, despe-

sas odontológicas, entre outros gastos. Tudo deve ser comprovado através de notas fiscais e recibos originais, e o valor máximo reembolsável é de R$ 2.700,00.

A terceira e última modalidade de indenização do seguro DPVAT refere-se aos casos de Óbito. Os be-neficiários desta indenização são, simultaneamente, o cônjuge e/ou o(a) companheiro(a), e os herdeiros da vítima. Havendo mais de um herdeiro, a cota será dividida entre esses, em partes iguais. A inde-nização por morte será adimplida na quantia de R$ 13.500,00.

Por fim, é de grande importância mencionar que o seguro DPVAT deve ser solicitado pela vítima de for-ma GRATUITA, sem qualquer necessidade de paga-mento a intermediários. Isto porque o DPVAT é um seguro social e um direito do cidadão brasileiro.

Ranghel PortelaAdvogado

Informações sobre DPVAT: http://www.aliancareguladora.com.br/index.htm

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SOLEDADE

Exposol 2014Prefeito Cattaneo definiu a Exposol como uma Feira

multissetorial para toda a comunidadeMariana Teixeira

O Instituto de Previdên-cia do Estado (IPE) acatou as solicitações da Famurs e decidiu, no último dia 28 de abril, prorrogar o C prazo que as prefeituras têm para re-

novar os contratos dos planos de saú-de dos servidores municipais. A Fede-ração orienta os prefeitos a não assinar qualquer acordo até 30 de junho, data da próxima audiência entre a entidade

e o Instituto. O reajuste nos planos do IPE foi tema de reunião entre a

comissão de prefeitos que trata do assunto e representantes do órgão estadual, na sede do IPE, em Porto Alegre.

Nesses 60 dias, o presidente do IPE, Valter Morigi, se comprome-

64 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

teu a encaminhar as informações que justificariam a elevação nas alíquo-tas dos planos às 311 prefeituras que possuem convênio. “Não vamos cortar nenhum plano, pois os municípios são importantes para nós. Iremos infor-mar os gastos”, disse Morigi.

Entre as informações solicitadas pela Federação, estão as bases dos cálculos atuariais e a quantidade de atendimen-tos médicos prestados em cada muni-cípio. Para o coordenador da Comissão da Famurs e prefeito de Herval, Ildo Sallaberry, a extensão do prazo servirá para avaliar os dados que serão forne-

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Deputados estaduais Marcio Biolchi (PMDB);

Gilberto Capoani (PMDB); Alexandre Postal (PMDB); o prefeito de Soledade, Paulo

Ricardo Cattaneo; deputado estadual Altemir Tortelli (PT)

e deputado federal Giovani Cherini (PDT)

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Foto: Mariana Teixeira

cidos pelo IPE. Segundo ele, as prefei-turas não têm condições financeiras de bancar o aumento na contribuição em 2014.”Se houver um aumento ime-diato, as prefeituras irão quebrar. Es-tamos com nossos orçamentos esgoe-lados. Queremos debater uma solução de longo prazo”, afirmou o também presidente da Associação dos Muni-cípios da Zona Sul (Azonasul). Con-forme o prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Paulo Bier, “deve haver um tempo maior para que essa discussão se estabeleça a fim de viabilizar um entendimento entre os municípios e a instituição”.

Em situação de crise financeira, as pre-feituras gaúchas foram surpreendidas com essa despesa extra não prevista no orçamento. “Embora esteja há seis anos no governo, esse reajuste me pe-gou totalmente de surpresa”, declarou

o prefeito de Ibirubá, Carlos Jandrey. “Não temos condição nenhuma de bancar esse reajuste. Teremos que re-passar esse aumento para os servido-res”, avisou o prefeito de São Luiz Gon-zaga, Junaro Figueiredo.

Em março, o IPE enviou ofício às pre-feituras conveniadas, através do qual informa reajustes de 13% a 22% no valor da alíquota cobrada sobre planos de saúde dos funcionários municipais, mediante assinatura de renovação. Por outro lado, a alíquota dos servidores estaduais - que pagam apenas 3,6% do salário em plano de saúde - permanece inalterada há mais de dez anos, não so-frendo reajuste desde 2004.

Os prefeitos ainda alegam que estão bancando despesas provocadas por má gestão do IPE. Conforme o prefei-

to de Formigueiro, Gildo Bortolotto, é fundamental ter acesso ao número de atendimentos médicos prestados em cada município. “Está havendo um descontrole nas consultas e exames do IPE”, alertou. Segundo o prefeito Ulis-ses Cecchin, de Ibiaçá, a solução para esse problema pode estar no atendi-mento biométrico. “Desde 2011, pedi-mos para que o IPE exija dos médicos e das clínicas conveniadas a instalação de aparelhos de identificação biométri-ca para ter a garantia dos serviços que estão sendo realizados, mas percebe-mos que não há um interesse em resol-ver esse problema”, lamentou.

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OPINIÃO

Princípios do Código Florestal – Lei 12.651/2012

A Lei 12.651 de 25 de maio de 2012, alterada pela Medi-da Provisória nº 1.571/2012 que foi convertida na Lei 12.727/2012 – Código Flo-restal estabelece as normas gerais à proteção da vegetação nativa, as áreas de preserva-ção permanentes, as áreas de reservas legais, a exploração, o suprimento e o controle da origem dos produtos flores-tais, a prevenção e controle de incêndios em florestas e áreas relacionadas e a previsão de instrumentos econômicos e financeiros para que estes objetivos sejam alcançáveis. Também altera e revoga al-guns instrumentos legais, sendo os mais importantes as alterações na Lei 6.938/1981 – Política Nacional de Meio Ambiente e a revogação da Lei 4.771/1965 – có-digo florestal anterior.

O objetivo é o desenvolvimento sustentável e são esta-belecidos alguns princípios que orientam sua aplicabi-lidade na proteção aos recursos naturais:- Compromisso do país na preservação das florestas e outras formas de vegetação nativa, da biodiversidade, dos solos, recursos hídricos e integridade dos sistemas climáticos;

- importância da função estratégica da agropecuária, das florestas e áreas nativas na sustentabilidade, cres-cimento econômico, melhor qualidade de vida da po-pulação e da participação do país nos mercados nacio-nais e internacionais de alimentos e bioenergia;

- ações governamentais de proteção e uso sustentável das florestas, compatibilizando o uso produtivo da

terra com a preservação das águas, solos e vegetação;

- responsabilidade comum dos entes federativos – União, Estados e Municípios em cola-boração com a sociedade civil para preservação e restaura-ção da vegetação nativa e suas funções ecológicas e sociais nas áreas rurais e urbanas;

- incentivos às pesquisas cien-tíficas e tecnológicas para ino-vações ao uso sustentável dos

solos e águas, recuperação e preservação das florestas e outras formas de vegetações nativas;

- criação e mobilização de incentivos econômicos para estimularem a preservação e recuperação da vegetação nativa e promoção do desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

As florestas e demais formas de vegetações nativas existentes no território nacional e reconhecidas como úteis às terras que revestem são bens de in-teresse comum a todos os habitantes do país, sen-do os direitos de propriedade exercidos de acordo as limitações da legislação geral e dos dispositivos específicos previstos na Lei 12.651/2012. A explora-ção e utilização da vegetação de forma irregular, as ações ou omissões contrárias à Lei são consideradas como uso irregular das propriedades, com sanções e responsabilização civil, administrativa e penal dos infratores. As obrigações da Lei 12.651/2012 são de natureza real e transmitidas aos sucessores de qual-quer natureza nos casos de transferências de domí-nio ou posse dos imóveis rurais.

Antonio Silvio HendgesProfessor, jornalista e analista em

Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos

Referências: - Lei 12.651 de 25/05/2012, artigos 1º e 2º.- Lei 12.727 de 17/10/2012.

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FONTOURA XAVIER

Mais de 35 mil pessoas visitaram a 7ª Festa do

Pinhão e 6ª ExpofeiraA exposição movimentou Fontoura Xavier durante o

final de semana e atraiu muitos visitantesTexto: Lucas Oliveira Bicudo/clicsoledade.com.br

Encerrou com chave de ouro a 7ª Festa do Pinhão e 6ª Expofeira, que movi-mentou Fontoura Xavier neste final de semana. A

solenidade de encerramento acon-teceu no início da noite de domingo, 27 de abril, e reuniu coordenadores,

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autoridades municipais, e comuni-dade local. O clima era de comemoração por parte da comissão organizadora da exposição. Conforme destacou o pre-sidente Marcelo Finatto, tudo aquilo que foi planejado há algum tempo,

se concretizou. “Superou todas as nossas expectativas, pois consegui-mos atrair para Fontoura Xavier um grande número de visitantes, que segundo informações da Brigada Mi-litar, alcançou mais de 35 mil pesso-as”, assinalou.

Prefeito de Fontoura Xavier Tiago Zanotelli e a primeira dama-dama Ione Godoy

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69EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 69EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Finatto enfatiza que foram distribu-ídos questionários aos expositores e de acordo com o levantamento, o grau de satisfação foi alto. “Eles nos apontaram que conseguiram realizar bons negócios, que a movimentação de pessoas foi constante, principal-mente no domingo. Também foram feitas algumas sugestões que com certeza nos ajudarão para realização da próxima edição”, aduziu. Por fim, o presidente agradeceu a co-laboração de todos os envolvidos na organização, ao poder público, aos expositores, patrocinadores, equipes de apoio e visitantes. “Todos foram peças fundamentais e com certeza contribuíram para que alcançásse-

mos o sucesso. Quebramos todos os paradigmas e conseguimos promo-ver um evento que entrou para his-tória de Fontoura Xavier”, finalizou. O prefeito Tiago Zanotelli afirmou que todos os envolvidos na organi-zação da 7ª Festa do Pinhão e 6ª Ex-pofeira estão de parabéns pelo alto nível do evento realizado. “Tivemos a presença de muitos visitantes que puderam conferir as potencialida-des de nosso município. Da mesma forma, puderam conhecer a hospi-talidade e simplicidade do povo fon-tourense, que com certeza fez toda a diferença”, ponderou. O gestor assi-nalou que a feira está consolidada e que é um orgulho do município.

O vice-prefeito Ilo Finatto, igualmen-te prestou o seu depoimento, dizendo que se sente orgulhoso de ver que a feira que ele ajudou a criar em 2001, atingiu esta grandeza. “O empenho de cada um foi fundamental para que obtivéssemos o sucesso. Todos são responsáveis pelo bom resultado e merecemos comemorar”, afirmou. Ele conclui que Fontoura Xavier esteve em evidência neste final de semana. Durante a solenidade de encerra-mento, o presidente Marcelo Finatto anunciou que a 8ª Festa do Pinhão e 7ª Expofeira já tem data marcada, será realizada entre os dias 21 a 24 de abril de 2016, no Parque Munici-pal de Eventos Atílio Chitolina.

Prefeito de Fontoura Xavier Tiago Zanotelli e a primeira dama-dama Ione Godoy

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ASSEMBLEIA

Parlamentares debatem incentivos

fiscais para o vinho gaúcho e nota fiscal eletrônica

Encontro ocorreu durante reunião ordinária da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo

Luiz Osellame

a reunião ordinária da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativis-mo, na manhã do dia 24 de abril, deputados e re-

presentantes do governo e do setor vitivinícola discutiram incentivos fiscais para vinhos produzidos e en-garrafados no Estado e a obrigato-riedade da nota fiscal eletrônica para produtores rurais que venderem para outros estados. A presidente do órgão técnico, depu-tada Maria Helena Sartori (PMDB), avaliou positivamente o encontro e solicitou aos representantes da Se-cretaria da Fazenda do Estado (Se-faz) que, caso fosse encontrada uma solução para equacionar as dificul-dades enfrentadas pelos produtores rurais com a nota fiscal eletrônica, a Comissão de Agricultura fosse co-municada. “Este é um debate que nos interessa e precisamos desta in-formação para tranquilizar os pro-dutores rurais do interior que nos questionam sobre o tema”, disse a parlamentar. O representante do Instituto Brasi-leiro do Vinho (Ibravin), Darci Dani, apresentou um breve relato sobre a situação da produção, comercializa-

N ção e consumo do de vinho no mun-do, no país e no Rio Grande do Sul. Ele solicitou que a Sefaz conceda 5% de incentivo fiscal para produtores de vinho que engarrafarem o seu produto. Para Dani, a concessão de incenti-vos fiscais ao setor vinícola gaúcho garante a qualidade do produto gaú-cho, melhora a competitividade das empresas gaúchas, gera novos postos de trabalho e propicia o aumento do consumo do vinho nacional. O representante da Sefaz, Joni Adolfo Müller, destacou que o órgão trabalha para calibrar uma medida técnica e jurídica capaz de atender a demanda dos produtores de vinhos do Estado. Ele alertou que entre os fatores que devem ser considerados para a concessão de incentivos fiscais por parte do governo estadual está a guerra fiscal travada entre os estados da federação, mas que a Sefaz está aberta ao diálogo com todos os inte-ressados.

Nota fiscal eletrônica para produtor rural Joni destacou que Decreto nº 51.203, que trata da exigência da

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A Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, presidida pela deputada Maria Helena Sartori, realizou reunião ordinária e recebeu representantes do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e da Secretaria Estadual da Fazenda falam sobre o engarrafamento do vinho na origem

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nota fiscal eletrônica para produto-res rurais que comercializarem seus produtos com outros estados, trará benefícios para todos. Entre as van-tagens, ele citou a maior agilidade, integração do sistema e maior dis-ponibilidade de informação sobre as transações. O representante da Sefaz salientou que o governo está aberto para pos-síveis ajustes que precisem ocorrer no referido decreto. Ele adiantou que nestes dias algumas adequações de-verão ser realizadas, justamente para equalizar determinadas situações.

Saiba mais Pelo Decreto Decreto nº 51.203/2013, todos os produtores rurais que efetuarem vendas para outros estados deverão emitir, obrigatoriamente, a Nota Fiscal Eletrônica. Os prazos para começar a emissão variam conforme o valor das operações. Para as vendas acima de R$ 10.000,00 (dez mil reais) será cobrada a nota a partir de 1º de abril; para as vendas acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a partir de 1º de setembro; e, a partir de 1º de janeiro de 2015. Para as

operações de comércio exterior, a nota será cobrada a partir de 1º de dezembro de 2014. A Nota Fiscal Eletrônica deve ser avulsa e emitida pelo produtor rural, através do seu CPF, será necessário que o produtor tenha um certificado digital ou cartão do Banrisul com chip Ela pode ser emitida através do site da Secretaria Estadual da Fazenda, www.sefaz.rs.gov.br, onde constam também as orientação gerais para essa emissão.

Foto: Gabriele Didone

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ASSEMBLEIA

Lindolfo Collor na região Metropolitana

Projeto propõe incorporar o município é de autoria do deputado João Fischer

Luiz Osellame

deputado João Fischer (PP) é autor do Projeto de Lei Complementar 39 2014, que inclui o muni-cípio de Lindolfo Collor

na Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA. O parlamentar ar-gumenta que a iniciativa obedece às exigências da legislação estadual.

Fischer destaca que o município faz divisa ao leste com Ivoti, ao sul com Estância Velha, a oeste com Portão e São José do Hortêncio, e ao norte com Ivoti, Presidente Lucena e São José do Hortêncio. Destes municí-pios limítrofes, Ivoti, Estância Velha e Portão integram a Região Metropo-litana de Porto Alegre.

O parlamentar progressista salienta que a sua proposta se faz acompanhar de oficio da Fundação Estadual de Pla-nejamento Metropolitano e Regional

(Metroplan), que assim se manifesta: “A sede municipal de Lindolfo Collor está localizada fora dos eixos estruturadores da Região Metropolitana, ligando-se a esta por estradas que eram antigos caminhos entre localidades rurais. Re-laciona-se diretamente por via rodovi-ária aos municípios metropolitanos de Ivoti e Estância Velha. A ligação com Ivoti é feita por três estradas: Avenida Capivari, a principal, Av. Adolfo Behnne e Estrada Quarenta e Oito Baixa. Com Estância Velha se conecta através de um eixo denominado de Rua Treze de

Maio. Embora designados como ruas, tanto esta ligação como a da Av. Adolfo Behnne atravessam áreas com ativida-des rurais ou sem utilização”.

Fischer destaca ainda que alguns in-dicadores socioeconômicos – o Valor Adicionado Bruto (VAB) urbano, que representa quase 100% do VAB mu-nicipal, e a proporção de empregos nos setores secundário e terciário, de 99,72%, sugerem que o município tenha características comuns com a Região Metropolitana.

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Deputado estadual João Fischer (PP)

O parlamentar progressista salienta que a sua proposta se faz acompanhar de oficio da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan)

Foto: Karine Viana

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75EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014 75EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Assinado na Secretaria estadual da Saúde, o convênio com o Hospital de Caridade de Crissiumal (HCC), para liberação de R$ 771.235,00

“Tenho que agradecer ao governador Tarso Genro que ouviu nosso clamor e liberou o convênio”

Assinado convênio para liberar R$ 771 mil para Hospital de Crissiumal

Recurso foi solicitado pelo deputado José Sperotto Nilton Santos

Assinado no último dia 29 de abril, na Secreta-ria estadual da Saúde, o convênio com o Hospi-tal de Caridade de Cris-

siumal (HCC), para liberação de R$ 771.235,00. O recurso havia sido so-licitado pelo deputado estadual José Sperotto (PTB), em 7 de agosto de 2013, ao então secretário Ciro Simo-ni, para a realização de reformas, am-pliação e aquisição de equipamentos para o pronto-atendimento do HCC. Naquela ocasião, acompanharam o deputado o vice-prefeito Ivano Zor-zo, a secretária municipal da Saúde, Cláudia Weier, o vereador Marcos Sossmeyer (PTB), o vice-presidente do HCC, Adeli José Gauer, o diretor Rafael Brackmann e o assessor do parlamentar para a Região Celeiro, Leonardo Rospide.

Para Sperotto, que vinha trabalhan-do desde 2013 para que o recurso fosse liberado, o dia de hoje é uma data histórica para os cidadãos de Crissiumal. “Tenho que agradecer ao governador Tarso Genro que ouviu nosso clamor e liberou o convênio. É mais um passo em prol da saúde dos cidadãos”, comemora o deputado pe-tebista.

O convênio foi assinado pela secretária estadual da Saúde, Sandra Fagundes, e pelo presidente do HCC Carlos Wille Grun. Presentes na cerimônia o vere-

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Foto: Nilton Santos

ador Marcos Sossmeyer (PTB), o dire-tor Rafael Brackmann e o vice-prefeito Ivano Zorzo.

O vereador Soss-meyer aproveitou o momento para agradecer o apoio recebido do de-putado Sperotto, que mesmo não sendo da região, assumiu a causa. “Agora, Sperotto já é o deputado de Crissiumal e da região. Ele não des-

cansou enquanto o recurso não foi liberado”, afirmou o vereador.

Conforme informa-ções o pagamento será realizado nos próximos dias pela Secretaria Estadual da Fazenda. “Acre-dito que em breve o HCC vai poder ini-ciar seus projetos de ampliação para

melhor atendimento da população”, finalizou Sperotto.

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ASSEMBLEIA

Parque Delta do JacuíMiki Breier recebe da Fiergs manifesto elaborado por 28

entidades sobre o Plano de ManejoGisele Ortolan

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Deputado estadual Miki Breier (PSB), coordenador da Comissão Parlamentar de Representação Externa; coordenador do Conselho de Meio Ambiente (Codema), Torvaldo Antônio Marzolla Filho e deputado federal, José Luiz Stédile (PSB)

m encontro na tarde do último dia 05 e maio, na Federação das Indús-trias do Rio Grande do Sul (Fiergs), o deputado

estadual Miki Breier (PSB), coorde-nador da Comissão Parlamentar de Representação Externa para discutir as alterações propostas no Plano de Manejo do Parque Delta do Jacuí, re-cebeu o manifesto elaborado por 28 entidades do setor empresarial, so-ciedade civil e dos poderes públicos municipais das cidades atingidas. A atividade contou com a participação do deputado federal José Luiz Stédi-le (PSB).

O documento foi entregue pelo co-ordenador do Conselho de Meio Am-biente (Codema), Torvaldo Antônio Marzolla Filho. De acordo com re-presentante da Fiergs, em fevereiro de 2013, a entidade tomou conheci-mento da proposta do Plano de Ma-nejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí, elaborada pela Fundação Zoo-botânica, que visava, dentro outros temas, a delimitar a Zona de Amor-tecimento daquela área.

“De imediato, a Fiergs manifestou sua preocupação com os impactos negativos que certamente seriam sentidos, visto ser a área em ques-tão de intensa atividade econômica e grande potencial de emprego. As res-trições que a proposta induzia sinali-zavam pela inviabilização da expan-são do setor produtivo, bem como de obras de infraestrutura. A posição foi expressa ao Governador do Estado, Tarso Genro, através de Nota Técni-

ca”, relatou Torvaldo.

O deputado Miki Breier assegurou que vai entregar o relatório final da Comissão Parlamentar de Represen-tação Externa. Ele também convocou as entidades para que repassem pos-síveis estudos e propostas para a área do Delta do Jacuí. “Apesar do tempo escasso, são apenas trinta dias de funcionamento desta comissão, pre-cisamos deixar registrado na Assem-bleia Legislativa um caminho impor-tante para a resolução deste impasse. Nossa preocupação é garantir, acima

de tudo, a preservação ambiental, mas sem inviabilizar o crescimento e o desenvolvimento econômico. O que estamos apontando é que esse é um caminho que deve ser construído em consonância”, apontou o deputa-do.

A reunião de trabalho contou com a presença do prefeito de Eldorado do Sul, Sérgio Munhoz, e do vice-prefei-to de Charqueadas, Edilon Oliveira Lopes, além de vereadores das cida-des atingidas pelo Parque Delta do Jacuí.

Foto: Gisele Ortolan

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77EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Escola de Tempo IntegralDeputados aprovam relatório da comissão que estudou a

Escola de Tempo Integral no RSFrancis Maia

plenário da Assembleia Legislativa aprovou no úl-timo dia 22 de abril, por unanimidade, o relatório final da Comissão Especial

para tratar das escolas de tempo inte-gral. O documento recomenda 10 pro-cedimentos para o pleno funcionamen-to do modelo no Estado, com destaque para o comprometimento político da gestão governamental com a aplicação de 35% dos recursos públicos na educa-ção, pagamento da Lei do Piso Nacional dos Professores e vigilância da Assem-bleia Legislativa para o cumprimento da emenda constitucional que intro-duziu o tempo integral nas escolas pú-blicas gaúchas. A comissão especial foi presidida pela deputada Juliana Brizola (PDT).

As outras recomendações tratam da implantação gradual das Escolas de Tempo Integral; respeito às finalidades próprias desse modelo; qualificação do magistério e aperfeiçoamento para a funcionalidade da Escola de Tempo Integral; prioridade às escolas que já

visitou o CIEP do município de Canela, considerado modelo de educação, em Palmeira das Missões e em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. A Comissão es-teve em Montevidéo, no Uruguai, onde acompanhou as atividades das Escuelas de Tiempo Completo. Também serviu de subsídio ao relatório o Seminário In-ternacional sobre Escolas de Tempo In-tegral, realizado em março no Auditório Dante Barone, quando painelistas bra-sileiros, um educador português e outra uruguaia debateram o modelo integral.

LeiFoi através da aprovação em 2011de emenda à Constituição Estadual, pro-posta pela deputada Juliana Brizola, que a lei estadual 14.461/2014 passou a vigorar, estabelecendo que o Estado proverá os meios para oferecer a partir dos seis anos (primeiro ano da educação básica) no mínimo 7 horas ou mais de aula aos estudantes; quatro refeições di-árias; currículo integrado entre cultura e esporte e capacitação aos professores e servidores das escolas de tempo inte-gral. A meta é que em 10 anos, 50% das escolas sejam de tempo integral.

Presidida pela deputada Juliana Brizo-la, a comissão teve a participação dos deputados titulares Marisa Formolo (PT), Miriam Marroni (PT), Ana Affon-so (PT), Giovani Feltes (PMDB), Gilber-to Capoani (PMDB ), Dr. Basegio (PDT), Frederico Antunes (PP), Mano Changes (PP), Zilá Breitenbach (PSDB) e Paulo Odone (PPS). A relatoria doi dividida entre os deputados Jurandir Maciel e Luis Augusto Lara (PTB).

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77EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

Presidente da Comissão, Juliana Brizola (PDT) e os deputados, Luis Augusto Lara (PTB) e o deputado Paulo Odone (PPS)

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atendam em jornada ampliada ou que executem o Programa Mais Educação, envolvendo de forma consultiva a co-munidade escolar; ampliação das es-colas de jornada parcial em Escolas de Tempo Integral; construção de novas escolas adaptadas ao modelo; manter a comunidade escolar informada sobre o andamento e avanço do programa “Es-cola de Tempo Integral”.

O documento com 90 páginas foi pro-duzido ao longo dos últimos quatro meses. Desde novembro, a deputada Juliana Brizola procurou ampliar o estudo desta modalidade de ensino, tendo em vista a aprovação da Lei no. 14.461/2014, que torna progressiva a adoção do tempo integral nas escolas públicas gaúchas e a ampliação, pelo governo do Estado, de 29 para 51 as es-colas que, em 2014, passam a funcionar no tempo integral.

A Comissão realizou visitações técnicas em diferentes redes e sistemas de ensi-no, inclusive no Uruguai, onde o mode-lo já está sendo adotado. Juliana Brizola

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78 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 201478 EM EVIDÊNCIA | Ano 4 - Nº 38 - 2014

ASSEMBLEIA

Frederico quer congelamento de novas

tarifas até depoimento da Aneel à CPI da energia

Reivindicação ocorreu durante a, 14ª Fenegócios, em AlegreteCristiano Guerra

A CPI da Energia Elétrica realizou durante a 14ª Fe-negócios, em Alegrete, a primeira das seis audiên-cias públicas previstas da

Comissão no interior gaúcho. Proposta pelo deputado Frederico Antunes (PP), a reunião contou ainda com a presença dos deputados Márcio Biolchi (PMDB), e pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS). O encontro reuniu cer-ca de 250 participantes, entre prefeitos, vereadores, lideranças regionais, autori-dades e representantes do setor no de-bate sobre os impactos econômicos dos aumentos de até 30,29% nas tarifas de energia anunciados pelo Governo Fede-ral já para este ano.

Diante da ausência de representantes da Agência Nacional de Energia Elétri-ca (Aneel) no debate, por alegações de problemas de saúde de um de seus di-retores, o deputado Frederico Antunes anunciou que encaminhará requeri-mento à CPI para a convocação da Ane-el na reunião prevista para acontecer no final do mês de maio. O parlamentar quer que a Aneel explique as razões para o aumento de mais de 30% nas contas de luz dos consumidores gaúchos este ano, e para a previsão de outros 15% no ano que vem, conforme anunciado re-centemente pelo Governo Federal.

Além disso, líder do PP irá propor que

as tarifas de energia não sofram qual-quer variação até que o depoimento da Agência seja prestado à Comissão. “Pre-cisamos saber o porquê de tamanho abuso, o que poderá gerar sérios danos ao setor produtivo da Fronteira Oeste e à economia do Estado como um todo”, disse. A previsão é de que o reajuste dos usuários da AES Sul, já em vigor e, da RGE seja aplicado a partir de julho, e os da CEEE em outubro.

Entre os proposições elencadas durante a audiência, houve a solicitação de que a Agência Estadual de Regulação dos Ser-viços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) fiscalize, junto às conces-sionárias, o trabalho realizado pelas em-presas terceirizadas quanto à eficiência dos serviços realizados. A reclamação é de que, como as empresas receberiam por hora de trabalho e quilômetro roda-do, há denúncias de demora nos serviços para que haja uma remuneração maior.

Os participantes também pediram maior aporte de recursos das concessio-nárias em investimentos nas obras de estrutura, como troca de postes e cabe-amento, para diminuir custos e aumen-tar a eficiência dos serviços na região. Uma das medidas sugeridas ao governo Federal é a isenção da cobrança de PIS e COFINS sobre as obras deste tipo. O aproveitamento das bases de carvão como geradora de energia e a cobrança

de maior agilidade por parte da FEPAM / IPHAN no andamento da análise dos projetos em curso que visam a geração e distribuição de energia no RS foram os demais encaminhamentos propostos pela reunião em Alegrete.

Ainda participaram da audiência o di-retor da Fiergs, Paulo Dias, o promotor João Sidu, do Ministério Público Es-tadual, o diretor de energia da Farsul, Fábio Rodrigues, o Gerente da AES Sul para a Região Sul, Carlos Alberto Vogt, o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, e o presidente da Agergs, Carlos Martins, além de prefeitos, ve-readores e presidentes de entidades de toda a região.

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O deputado Frederico Antunes anunciou que encaminhará requerimento à CPI para a convocação da Aneel na reunião prevista para acontecer no final do mês de maio

Foto: Cristiano Guerra

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Proposta cria política estadual de

atendimento aos autistasO Projeto de Lei nº 64 2014, de autoria do deputado Catarina Paladini (PSB), propõe a criação de uma política estadual de atendimento a

pessoas com diagnóstico de autismo no EstadoAnelise Cáceres

ara Paladini, diante da constatação de que o Es-tado, atualmente, não oferece a devida assistên-cia a essa parcela especial

da população, é de suma importância a criação de leis e outros mecanismos governamentais que ofereçam trata-mento específico para os autistas, pos-sibilitando a eles o acesso à formação educacional e a serviços de saúde quali-ficados. “Para tanto faço minhas as pa-lavras do presidente John Kennedy ao se referir sobre o tema: Admito que o deficiente seja vítima do destino, mas não posso admitir que seja vítima da indiferença.”

Pela proposta, com a criação da Políti-ca Estadual de Atendimento as Pesso-as com Diagnóstico de Autismo, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes: manter, em diversas regiões do terri-tório gaúcho, centros de atendimento integrado de saúde e educação, espe-cializados no tratamento de pessoas portadoras de autismo; realizar testes específicos para diagnóstico precoce de autismo, preferencialmente em crianças até vinte meses de idade; e disponibilizar tratamento especia-lizado nas áreas de fonoaudiologia, pedagogia especializada, psicoterapia comportamental, psicofarmacologia, capacitação motora, diagnóstico físico constante, métodos aplicados ao com-

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O Projeto de Lei nº 64 2014, de autoria do deputado Catarina Paladini (PSB), propõe a criação de uma política estadual de atendimento a pessoas com diagnóstico de autismo no Estado

Foto: Agência ALRS

portamento e musicoterapia.

O projeto prevê ainda a possibilidade de cursos e treinamentos a professo-res e funcionários de escolas regulares que atendam a autistas. Para o parla-mentar, o Estado poderá articular jun-to às Universidades sediadas em seu território formas de incentivá-las em

torno de pesquisas e projetos multi-disciplinares, com foco no autismo e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com este diagnóstico. O Poder Executivo poderá, por meio de suas se-cretarias competentes, regulamentar e gerenciar os recursos disponíveis de forma a viabilizar a fiel execução das obrigações contidas na lei.

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ASSEMBLEIA

Catarina fala sobre o PL 64/2014

O deputado Catarina Paladini (PSB) recebeu, gentilmente a equipe da revista Em Evidência, quando concedeu entrevista

exclusiva sobre o assunto. ConfiraSandro Carvalho

Em Evidência - Qual a sua intenção ao propor este projeto? A iniciativa partiu de solicitações de familiares de autistas ou de entidades?Catarina Paladini - O Projeto de Lei 64/2014 (em anexo) propõe a criação de uma Política Estadual de Atendi-mento as Pessoas com Diagnóstico de Autismo, o qual deriva de uma de-manda local, a partir do trabalho be-líssimo desenvolvido pela Associação de amigos, mães e pais de autistas e relacionados com enfoque holístico (Ampharo) de Pelotas.

Em 2010 estabelecemos um contato mais próximo e percebemos que era preciso avançar no que diz respeito às políticas públicas específicas para o autismo. Em conversas com os in-tegrantes da Ampharo foi possível trazer a proposta para Assembleia Legislativa em 2011. O tema foi dis-cutido a partir de uma série de audi-ências públicas, que envolveu entida-des das regiões Central, Serra, Sul e extremo Norte do Estado, as quais vivem o cotidiano de pessoas porta-doras do espectro do autismo.

Ao apresentamos o Projeto de Lei 276/11, que criava a Política Estadu-al do Autismo, buscávamos assegu-rar os direitos fundamentais garanti-dos pela Constituição, assim como os benefícios previstos na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), e o tra-tamento adequado, com medicamen-tos fornecidos através da farmácia

pública do Estado. Isso desoneraria muito as famílias com pacientes au-tistas.

No entanto, em 2012, o projeto não foi adiante. Aprovamos na Casa a Se-mana Estadual do Autismo – 2 a 9 de abril – quando se estabelece um ciclo de debates e discussões sobre o tema. Mas o projeto que tratava especifica-mente sobre as políticas públicas para autistas foi vetado pelo Executivo. Na ocasião havíamos feito um acordo com a bancada de governo para a rea-lização de uma emenda substitutiva, que, no entanto, descaracterizou o projeto inicial. De certa forma foi bom não ter sido aprovado, pois não per-demos a essência da proposta inicial.

Passado um ano, retomamos os tra-balhos sobre este projeto, pois con-forme o regulamento da Casa quan-do um projeto entra na pauta e é vetado, precisa aguardar o período de um ano para ser reapresentado. Agora em 2014 retomamos esta dis-cussão reafirmando o nosso compro-misso com a pauta do autismo.

Essa iniciativa partiu de uma de-manda dos familiares e entidades que atuam com pessoas diagnosti-cadas com autismo. No Rio Grande do Sul são mais de 100 mil gaúchos diagnosticados, mas sabemos que tem mais, porque muitas famílias de baixa renda não conseguem ter acesso ao atendimento que permita

esse diagnóstico. Acredito que esta-belecendo uma política pública que busca sensibilizar os órgãos de saúde e de educação será possível trabalhar em sintonia, a fim de garantir o diag-nóstico precoce, a qualificação aos profissionais que trabalham com os autistas e também ações de apoio às famílias. É importante ressaltar que esses ciclos de audiências públicas foram fundamentais para alavancar essa discussão.

Em Evidência - O atendimento aos autistas é feito quase que exclu-sivamente por associações civis formadas por pais, familiares e amigos de autistas. De que forma essas entidades serão contempla-das com o projeto?Catarina Paladini - Se não é a socie-dade civil organizada a se mobilizar, a partir da experiência dos pais, fa-miliares e amigos, como é o caso da Ampharo, nada acontece. O projeto vai desonerar financeiramente as famílias, pois o custo para exames e medicamentos é altíssimo, e é pre-ciso que a farmácia pública do Esta-do viabilize o tratamento. Depois é preciso avançar no que diz respeito à educação. De que forma uma crian-ça vai ter o mesmo atendimento em uma sala de aula com 30 alunos? O professor precisa estar qualificado para isso também. A educação inclu-siva é uma realidade, mas os profis-sionais precisam estar preparados e, para isso, precisamos proporcionar

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Hoje não temos como mensurar, mas quantos alunos devem ter abandonado a escola em razão da falta de atendimento e tratamento adequado?

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as condições necessárias a esses pro-fissionais.

Em Evidência - Aprovada a propos-ta, em que consiste a criação da Política Estadual de Atendimento as Pessoas com Diagnóstico de Autismo?Catarina Paladini - Com a propos-ta ficam estabelecidas as seguintes diretrizes: manter, em diversas re-giões do território gaúcho, centros de atendimento integrado de saúde e educação, especializados no trata-mento de pessoas portadoras de au-tismo; realizar testes específicos para diagnóstico precoce de autismo, pre-

ferencialmente em crianças até vinte meses de idade; e disponibilizar tra-tamento especializado nas áreas de fonoaudiologia, pedagogia especiali-zada, psicoterapia comportamental, psicofarmacologia, capacitação mo-tora, diagnóstico físico constante, métodos aplicados ao comportamen-to e musicoterapia.

A iniciativa consiste no respeito e cumprimento dos direitos humanos, em ações conjuntas entre as áreas de saúde e educação para que crianças te-nham acesso ao tratamento adequado e ao ensino regular, a partir da pro-posta inclusiva. Hoje não temos como

mensurar, mas quantos alunos devem ter abandonado a escola em razão da falta de atendimento e tratamento adequado? É dessa forma que preten-do contribuir. Acredito que o estado do Rio Grande do Sul tem condições de protagonizar esse processo. Em nível federal essa matéria foi pautada pelo senador Paulo Paim (PT), está na Câmara dos Deputados para apre-ciação, e seria muito bom saber que o Rio Grande do Sul conseguiu dar o pontapé inicial em um trabalho que pode beneficiar milhares de pessoas. Vamos trabalhar para isso e vou me sentir muito feliz se conseguirmos a aprovação desse projeto.

Foto: Agência ALRS

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Sidnei EckertPrefeito de Arroio do Meio e

presidente da Amvat

Quem já não ouviu a reclamação pela falta de providência para tapar um buraco em uma via na cidade? Na defici-ência de atendimento no posto de saúde, ou ainda, a au-sência de recursos para manter a merenda ou transporte escolar? Sem falar no atraso dos salários do servidor pú-blico? É recorrente a frequência das “imposições”, por as-sim dizer, que enunciam a lista de problemas que assolam a gestão orçamentária das prefeituras. A situação fiscal é difícil ou crítica para quase 65% dos municípios brasileiros. E não é de hoje este drama perma-nente que tira o sono dos prefei-tos, por hora, transferida ao cida-dão. Em um futuro sombrio e não muito distante, os municípios po-derão sucumbir ao endividamento e a pouca capacidade de manuten-ção dos serviços essenciais. É fato! Como se não bastasse, o legado deixado de uma gestão para ou-tra, invariavelmente, estrangula as contas públicas e abre um passivo descomunal para o exercício mínimo de um mandato. Eximimos aqui, o relato sobre os temas das recentes de-sonerações tributárias que reduzem os orçamentos mu-nicipais, queda no Fundo de Participação dos Municípios e falta de repasse de recursos estaduais e federativos. Mas nem tudo está perdido. É necessário atitudes conjuntas através do associativismo municipal. Não será a solução definitiva, mas a resposta

para minimizar os efeitos que assolam as estruturas defici-tárias das gestões públicas. Como exemplo, cito os consór-cios e iniciativas para compras cooperativadas entre prefei-turas, que têm demonstrado resultados satisfatórios. Onde pretendo chegar? Que a desarticulação política e a baixa capacidade técnica operacional dos municípios em-purram a economia local para uma mesma vala. Ou seja,

sem representatividade, sem ação conjunta, reduzem as chances de contornar os permanentes proble-mas. Incorrer em um argumento já desgastado pode tornar-se enfa-donho, mas é necessário repetir a tônica em torno de uma sustenta-ção coletiva: todos são peças fun-damentais! Cada prefeitura repre-senta uma parcela no resultado, pois a união fortalece iniciativas para uma verdadeira reconstrução! Mas por onde começar? Os cami-nhos são variados e inesgotáveis.

E cada problema, uma particularidade. Mas uma sim-ples consulta a sua associação municipal, ou troca de experiência com outros prefeitos já pode elucidar a re-solução de um impasse. Caso contrário, retorno ao que denominei de “imposições” no início deste artigo, o que nada mais é do que a folha não fechar no final do mês, as dívidas acumuladas sufocarem a gestão municipal e a ineficiência ganhar tamanho e forma. A partir daí, quem paga esta conta não será só o prefeito, mas o município.

No limite do endividamento

“Em um futuro sombrio e não muito

distante, os municípios poderão sucumbir

ao endividamento e a pouca capacidade de manutenção dos

serviços essenciais”

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