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Ano I . n° 3 www.creadf.org.br Quebra 2D: soſtware brasileiro é referência mundial Medicamentos: saiba como descartar NBR 16.280 estabelece critérios para reformas em edificações REFORMA RESPONSÁVEL 53 anos de Crea-DF

Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

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O conceito da norma dentro do Sistema Confea/Crea e Mútua não é algo novo, mas vem reforçar e estruturar critérios já estabelecidos por legislações e normativos que deliberam sobre reformas.

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Page 1: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

Ano I . n° 3www.creadf.org.br

Quebra 2D: software brasileiro é referência mundial

Medicamentos: saiba como descartar

NBR 16.280 estabelece critérios para reformas em edificações

REFORMA RESPONSÁVEL

53 anos de Crea-DF

Page 2: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

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Page 4: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

4 sumário e expediente

Editor Executivo e Jornalista Responsável:José Bosco dalla Pietà Carvalho - JP 2898/GO

Redação: Rhaianny MarquesRevisão: Andréa Ghetti COLABORAÇÃO:Giselle Guedes (Crea-DF)Letícia Almeida (Crea-DF) Cristiane de Matos Liberato Costa (Gestora Ambiental)

Diretor de Criação: Juliano Pimenta Fagundes Impressão: Athalaia Gráfica e Editora - (61) 3343-4100 - www.athalaia.com.br Tiragem: 20 mil exemplaresPublicidade: QI-Empresarial - (62) 3087-9418 - [email protected]

681012141620222426

Expediente Crea-DFDiretoria 2014PresidenteEng. Civil e de Seg. do Trab. Flavio Correia de Sousa

Vice-PresidenteEng. Civil Reinaldo Teixeira Vieira

Diretor AdministrativoEng. Civil Emílio Façanha Mamede Neto

Diretor FinanceiroEng. Eletricista Luiz Henrique Lobo

Diretor de FiscalizaçãoEng. Mecânico Ivanoé Pedro Tonussi Lobo

Diretora de Valorização ProfissionalEngª. Ambiental Jhessica Ribeiro Cardoso

Diretor de Relações InstitucionaisEng. Eletricista Adriano Silva Arantes

Diretor de PlanejamentoEng. Agrônomo Álvaro José de Aguiar Oliveira

Coordenação das Câmaras Especializadas 2014:

Câmara Especializada de Engenharia Industrial e de Segurança do Trabalho (CEEIST)

Eng. Mecânico Liberalino Jacinto Souza - CoordenadorEng. Civil e de Seg. do Trabalho Jaime Corá - Coordenador Adjunto

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Geologia, Minas e Agrimensura (CEECGMA)

Eng. Civil Maxwell Simes de Souza Paiva - CoordenadorEng. Civil Lelia Barbosa de Souza Sá - Coordenadora Adjunta

Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE)

Eng. Eletricista Afonso Siqueira de Moura - CoordenadorEng. Eletricista Marcus Vinícius Fusaro Mourão - Coordenador Adjunto

Comissão de Comunicação Social Eng. Eletricista Afonso Siqueira de MouraEng. Ambiental Cléia Nunes de OliveiraEng. Civil Francisco Alves Farias NetoEng. Ambiental Marcus Vinícius B. de SouzaEng. Civil Reinaldo Teixeira VieiraEng. Eletricista Marcus Vinicius Fursa MourãoJornalista Giselle Guedes - AssessoraNormaeli Braga - Secretária

Câmara Especializada de Agronomia (CEAgro)

Eng. Agrônomo Kleber Souza dos Santos - Coordenador Eng. Florestal Eleazar Volpato- Coordenador Adjunto

Assessoria de Comunicação Social do Crea-DF

Giselle Guedes - CoordenadoraLetícia Almeida - Assessora de Imprensa

ColaboradoresAndré Taboquini e Jailson Veloso

Sua opinião é muito importante. Envie seus comentários para: [email protected] é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal executada pela QI-Empresarial. Artigos assinados podem divergir da linha editorial da revista. Autorizamos a publicação do conteúdo, com a citação das fontes, de acordo com o CC BY 3.0 BR. Todos os envolvidos na edição da revista são profissionais autônomos, sem vínculo empregatício com a QI-Empresarial.

QI-Empresarial Soluções Autossustentáveis Ltda-MERua M3A, 327, Q. 27, L. 22 - Parque das Laranjeiras74855-560 Goiânia - GOTelefones: (62) 3087-9418 / 9132-5474 / 8483-9449www.qiempresarial.com

Registro diário das obras e serviços é importante

Reforma em Licitações gera controvérsia

Como descartar medicamentos?

Crea-DF em foco

Em busca da excelência

ABNT estabelece critérios

A UnB e o relacionamento com o Crea-DF

Tecnologia, do Brasil para o mundo

Mútua: Em benefício dos profissionais

Abacates: Cultura benéfica e lucrativa

Page 5: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

Em abril deste ano, entrou em vigor

a norma NBR 16.280/2014 da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

que prevê que toda reforma que afetar a

estrutura de um imóvel deve ser assinada

por um engenheiro ou arquiteto.

O conceito da norma dentro do Siste-

ma Confea/Crea e Mútua não é algo novo,

mas vem reforçar e estruturar critérios já

estabelecidos por legislações e normativos

que deliberam sobre reformas.

Focado em prestar mais um serviço

para a população, o Crea-DF apresenta

nesta edição, quais são as obrigações

dos proprietários numa obra, fala sobre

as responsabilidades que os profissionais

devem observar numa contratação e

aponta quais os critérios que devem ser

observados pelos síndicos do Distrito Fe-

deral e de todo o Brasil.

Esta edição trata, também, da ne-

cessidade de implementação dos diários

de obras, da proposta da nova Lei de Li-

citações nº 8.666/93 e do Projeto de Lei

do Senado (PLS) nº 559/13, além de

mostrar uma série de benefícios ofereci-

dos pela Caixa de Assistência dos Profis-

sionais (Mútua), que compõe o Sistema.

É muito importante destacar que

o Crea-DF participa ativamente das dis-

cussões do PLS 559/13, na coordenação

do Grupo de Trabalho (GT) criado pelo

Conselho Federal de Engenharia e Agro-

nomia (Confea). O GT é composto pelos

melhores especialistas do Sistema para

tratar do tema licitações, que é de extre-

ma importância para todos os profissio-

nais e empresas.

Ainda no campo legislativo, o PL

6160/2013 é o assunto da editoria Meio

Ambiente, um projeto que poderá trazer a

regularização do descarte de medicamen-

tos, solução que o Crea-DF apoia. É alar-

mante saber que no País mais da metade

dos remédios é descartada de forma inade-

quada, conforme informações da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Inspirados no tema Inovação Tec-

nológica – assunto central da 71ª Sema-

na Oficial da Engenharia e Agronomia

(71ª SOEA) – apresentamos em parceria

com a Universidade de Brasília (UnB)

o software Quebra 2D, que identifica

rachaduras nas construções. O reitor

da UnB, o engenheiro eletricista Ivan

Camargo é o entrevistado desta edição

e fala da relação do Crea-DF com a insti-

tuição de ensino.

Neste terceiro trimestre de 2014, o

Crea-DF completou 53 anos com significa-

tivos avanços em prol da engenharia e da

defesa da sociedade. Temos o compromisso

de continuar a manter a autarquia com o

apoio dos conselheiros, de nossos colabora-

dores e de você, profissional, para sempre

privilegiarmos os interesses da coletividade.

Flavio Correia

Presidente do Crea-DF

5editorial

Palavra do presidente

O conceito da norma dentro do Sistema

Confea/Crea e Mútua não é algo novo,

mas vem reforçar e estruturar critérios

já estabelecidos por legislações e normativos

que deliberam sobre reformas.

Quer sugerir uma pauta para a próxima revista?

Envie sua sugestão no e-mail [email protected]

Page 6: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

6 fiscalização

Registro diário das obras e serviços é importanteSISTEMA CONFEA/CREA ADOTA LIVRO DE ORDEM COMO DOCUMENTO LEGAL

O Livro de Ordem é uma descrição das atividades dos responsáveis técnicos relacionadas à obra ou serviço e foi nor-matizado pela Resolução nº 1.024/2009 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção do diário. Como uma memória escrita das ativida-des desempenhadas por técnicos, o Li-vro de Ordem, registra o andamento das obras ou serviço ao longo de sua reali-

zação, com anotações de etapas concluí-das e da participação dos profissionais. O preenchimento deve ser feito por enge-nheiros, agrônomos, geógrafos, geólogos e meteorologistas, que tenham concluí-do o nível médio ou superior.

O Livro de Ordem não possui um modelo específico, mas o Confea apro-vou uma proposta que servirá como refe-rência para cada profissional ou empresa elaborarem o próprio registro. Empresas

privadas, órgãos públicos ou autônomos, já fazem uso de documentos similares como: Boletim Diário, Livro de Ocorrên-cias Diárias, Diário de Obras e Cader-netas de Obras. Esses modelos não são oficiais, mas se atenderem às exigências da Resolução 1.024/2009 do Confea po-derão ser utilizados.

Diariamente o Livro precisa ser preenchido durante o período de execução dos trabalhos, com as informações do que

Page 7: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

7fiscalização

Registro diário das obras e serviços é importante

aconteceu na construção: serviços feitos, os equipamentos utilizados, problemas na execução, condições do clima. “As ocorrên-cias ficam a cargo do responsável técnico e demais profissionais intervenientes na obra ou serviço”, afirma o chefe de depar-tamento de fiscalização do Crea-DF, eng. agrônomo João Lustosa.

O valor do documento é funda-mental, por mostrar a efetividade do tra-balho desempenhado pelo profissional, apresentando-o às partes envolvidas: contratante, contratado, profissional e

Crea-DF. Segundo, João Lustosa, a socie-dade pode ter controle dos acontecimen-tos através da publicação “Em situações de acidentes, o Livro de Ordem será de grande valia para buscar indícios e meios de esclarecimento de suas causas”.

Já o coordenador da CEEIST, eng. mecânico Liberalino de Souza, acredita que o documento pode auxiliar na trans-parência das ações. “Pelas anotações podemos identificar causas de falhas, responsabilidades individuais e ainda se o profissional é habilitado para execução da atividade”, explica o coordenador em segurança no trabalho.

Função Legal

O Confea, por meio da Resolução, dispôs que o Livro é um documento fide-digno obrigatório e previsto pelo Sistema Confea/Crea. O que antes era apenas um diário de obras passou a ter valor normativo e obrigatório em obras e ser-viços de Engenharia e Agronomia.

A obrigatoriedade do documento ocorreu devido à complexidade dos em-preendimentos e à necessidade do acom-panhamento e controle dos profissionais diante dos serviços desempenhados. A chefe da assessoria jurídica do Crea-DF, Fernanda Nogueira, conta que o Livro de

Ordem também serve para comprovar a

autoria de trabalhos, garantir o cumpri-

mento de instruções técnicas e administra-

tivas, avaliar os motivos de eventuais falhas

e gastos imprevistos, além de ser eventual

fonte de dados para trabalhos estatísticos.

Na esfera jurídica o documento serve

como conteúdo probatório em litígios judi-

ciais, delimitando responsabilidades e ates-

tando fatos. A importância desempenhada

pelo Livro de Ordem é um dos destaques

que o coordenador da Câmara Especia-

lizada de Engenharia Elétrica (CEEE),

eng. eletricista Afonso Moura, ressalta. “É

a principal ferramenta com valor a ser uti-

lizada em caso de embates técnicos e ju-

rídicos, por isso deve ser preenchido com

atenção”, frisa Moura.

O preenchimento adequado do Li-

vro serve como prova judicial, contudo

se for comprovada qualquer irregula-

ridade o documento perde a validade e

pode ser questionado. “A finalidade do

Livro de Ordem é servir como meio pro-

bante em qualquer discussão que venha

a ser levantada acerca da obra”, explica

a assessora jurídica, Fernanda Nogueira.

Page 8: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

8 legislação

Reforma em Licitações gera controvérsiaMUDANÇAS NAS MODALIDADES LICITATÓRIAS AFETAM PROFISSIONAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A necessidade de atualizar a Lei 8.666/93, conhecida como Lei das Licita-ções, vigente há 20 anos, ocorreu devido a muitas regras se tornarem obsoletas e não atenderem às demandas de crescimento e desenvolvimento, deixando brechas na segurança jurídica, principalmente nos processos de contratações.

Na busca de dar mais agilida-de e transparência foi criada a Co-missão Temporária (CT) de Mo-dernização da Lei de Licitações e

Contratos, em maio de 2013. A CT é pre-sidida pelo senador Vital do Rêgo (PM-DB-PB), tendo como relatora a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) e rela-tor revisor o senador Waldemir Moka (PMDB-MS).

A Comissão é responsável pela renovação da legislação que recebeu críticas do governo por atrasar empreen-dimentos, por favorecer em algumas ocasiões companhias menos prepara-das; e pelo fato do Tribunal de Contas

da União (TCU) exigir o cumprimento de normas virtualmente inaplicáveis. Atualmente, a Lei possui mais de 80 al-terações, além de ter recebido quase 700 propostas de mudanças apresentadas por diversos parlamentares.

O processo para a redação do tex-to reformulado demorou seis meses. Durante sua elaboração foram ouvidos representantes de diferentes setores re-lacionados ao processo de contratação. Entre eles, as entidades profissionais

Page 9: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

Reforma em Licitações gera controvérsia

legislação 9

da área da indústria da construção e o TCU. A relatora, senadora Kátia Abreu, declarou que durante o processo de re-dação não foi deixado de ouvir ninguém e que emendas foram adicionadas até a chegada ao Plenário.

O texto de reformulação que cons-ta no Projeto de Lei do Senado (PLS) 559/2013, que substituirá a Lei 8.666/93, simplifica as modalidades de licitação, extinguindo duas delas: a carta convite e a tomada de preços, além de modifi-car as regras para o pregão eletrônico e o Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Também foi incorporada grande parte da legislação atual, oferecendo no-vas opções ao gestor público.

Participação

O Confea, o Crea-DF e diversas entidades nacionais ligadas ao setor tecnológico participaram efetivamen-te no processo de formulação do PLS 559/2013. Durante o período de refor-mulação as autarquias promoveram re-uniões com a Comissão, apresentando propostas relacionadas à área da cons-trução civil. Inclusive o Confea criou Grupo de Trabalho (GT) para discutir a questão no âmbito do Sistema, coor-denado pelo presidente do Crea-DF, eng. civil Flavio Correia.

Para Flavio Correia, o processo de modernização da Lei das Licitações é de amplo interesse da sociedade. “É nosso dever colaborar e buscar a me-lhor e a mais adequada configuração da legislação para as classes profissionais regidas pelo Sistema, sempre prezando pela ampla concorrência, efetividade, eficiência e economicidade das contra-tações públicas, mas nunca deixando de prezar pela qualidade, especificidade e tecnicidade”, frisa Flavio.

Desvalorização

O embasamento da Lei 8.666/93 para o setor da construção civil possui muitos pontos sensíveis, que acabam sen-do motivo de polêmica e discordâncias.

O presidente do Crea-DF ques-tiona a existência de alguns serviços de engenharia que são classificados como comuns dentro do PL. “A Lei 8.666/93 deverá contemplar, de maneira precisa, que serviços de engenharia não são co-muns e muito menos podem ser objeto de pregões”, critica Flavio.

Os serviços e obras desempenhados pela engenharia possuem habilitação le-gal para sua elaboração ou execução, com a obrigatoriedade de emissão da devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) perante o Crea. Devido ao caráter

intelectual, científico e técnico, projetos, consultoria, fiscalização, supervisão e pe-rícias, segundo decisão do Confea, não podem ser classificados como comuns.

Assim, a falta do projeto básico e o emprego da modalidade pregão eletrô-nico estão em desacordo com a legisla-ção do Sistema Confea/Crea e Mútua. O assessor parlamentar do Crea-DF, Dácio Santos, afirma que a ânsia da adminis-tração pública em acelerar o processo torna o PLS 559/2013 incipiente.

“A ausência de projeto é o verda-deiro problema e a nova alteração da Lei das Licitações não faz muito para resol-ver, pelo contrário”, aponta Santos. O as-sessor acredita que se não houver inves-timento na base, que é o projeto, o objeto licitado não atinge o objetivo almejado.

A simplificação empregada para a modalidade do pregão eletrônico é outro problema na Lei. O processo mais flexível desde o procedimento até a obtenção do menor preço fez com a modalidade deixas-se a questão técnica em segundo plano.

Para Dácio Santos, a característica exposta na Lei pode fomentar o exercí-cio ilegal da profissão. “Quando se licita serviço de engenharia por meio de pre-gão eletrônico, o órgão pode abrir mão de documentos importantes que podem gerar a contratação errônea de profissio-nais não habilitados para a atividade”.

Pregão eletrônico

Page 10: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

10 meio ambiente

Como descartar medicamentos?MAIS DA METADE DA POPULAÇÃO NÃO SABE COMO DESCARTAR MEDICAMENTOS

O PL 6160/13 regula a responsabi-lidade das instituições diante do descarte incorreto. A data de validade aponta o período de eficácia de um medicamen-to. Sobrou uma quantidade de remédios, o que fazer? Que precisa ser descartado todos sabem, mas a forma de proceder é que gera a dúvida. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa), entre 10 e 28 mil toneladas de medicamentos são jogadas fora pelos consumidores a cada ano, sendo que mais da metade desse número é elimina-do de forma inadequada.

A legislação ainda não possui uma regulamentação que trate do descarte de medicamentos no âmbito doméstico. Contudo o PL 6160/13 está tramitando, apensado ao PL 2121/11, para alterar as regras do descarte de remédios de uso humano ou animal. Modificando a Polí-tica Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), ela obrigará todo o setor pro-dutivo de medicamentos a aderir à cha-mada logística reversa.

A logística reversa é a obrigação do setor empresarial em coletar e reaprovei-tar ou reciclar os resíduos sólidos, de ma-neira que a destinação final seja ambien-talmente adequada. Para o presidente da Associação Nacional dos Engenheiros Ambientais (Aneam) e conselheiro do Crea-DF, eng. ambiental Marcus Vinícius Batista, a ampliação da proposta será positiva. “O setor se responsabiliza pelo descarte final dos medicamentos ven-cidos e não utilizados pela população, a fim de minimizar os impactos ambientais gerados por estes produtos”.

Com a aprovação do Projeto será obri-gatório a criação de postos de coleta para os medicamentos vencidos e inservíveis, as-sim como suas respectivas embalagens. O Ministério do Meio Ambiente acredita que até o quinto ano de implementação da lei, mais de 5.000 pontos de coleta tenham sido instalados em todo o País.

Page 11: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

11meio ambiente

A criação dos postos ajudará a di-minuir os riscos de contaminação do meio ambiente, além de aumentar a conscientização da população em relação aos malefícios provenientes do descarte inadequado de remédios. Marcus Viní-cius acredita que assim a população op-tará por levar os produtos inservíveis aos estabelecimentos dispensadores.

De acordo com o engenheiro am-biental, o descarte indiscriminado de medicamentos no meio ambiente através do lixo doméstico ou rede de esgoto afeta diversos ecossistemas, causando grandes danos ambientais à sociedade. “As bacté-rias podem sofrer mutações com as mis-turas. Antibióticos descartados de forma inadequada podem agir no ambiente como selecionadores de microrganis-mos”, enfatiza Marcus Vinícius.

Colocando em prática

Já existem farmácias atuantes na gestão do descarte de medicamentos an-tes mesmo da elaboração do PL. Pioneira em Goiás, a Farmácia Artesanal iniciou em agosto de 2011, o Programa Res-ponsabilidade Social Descarte Correto de Medicamentos. A iniciativa surgiu da preocupação com o descarte inadequado dos medicamentos vencidos e inutiliza-dos pelo consumidor.

Prestes a completar três anos, o Programa tem registrado mais de quatro toneladas de medicamentos recolhidos. A ideia é evitar o descarte no lixo comum, vaso sanitário ou esgoto o que acarreta riscos tanto à saúde da população quanto para o meio ambiente.

A Farmácia Artesanal disponibili-za em suas unidades urnas seletivas de depósito de bulas, caixas, embalagens e medicamentos inutilizados. O presi-dente da instituição, Evandro Tokarski, explicou que mensalmente é feito o re-colhimento das urnas de todas as lojas da rede. “Depois do recolhimento todo o material é encaminhado para empresas de incineração e reciclagem, que reali-zam o processo de descarte adequado e seguro, sem degradar o meio ambiente”, informou Tokarski.

A ação de descarte é desenvolvida para qualquer pessoa que se identifique com a causa, independente de ser cliente da Artesanal. “O processo de divulgação é feito com distribuições de panfletos expli-cativos, orientação dos farmacêuticos, além das urnas seletivas distribuídas em todas as lojas da rede”, conta o presidente Evandro.

Farmácia Artesnal: pioneira no descarte correto

Page 12: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

12 Crea-DF em foco

SIPAT

Preenchimento da ART de adequação e acessibilidade

O Crea-DF promoveu no mês de julho a I Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (I SIPAT). A SIPAT é um evento de caráter preventivo e educativo direcionado para os funcio-nários do Conselho. No evento são pro-feridas palestras que tratam de assuntos relacionados aos temas: saúde laboral, segurança do trabalho, prevenção de aci-dentes, doenças sexualmente transmissí-veis, dentre outros. A I Semana recebeu representantes de diversos órgãos do Distrito Federal, como do Departamento de Trânsito (Detran-DF), do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), da Secre-taria de Estado de Saúde (SES-DF) e da Associação Brasileira de Segurança do Trabalho (Abraest), que trouxeram infor-mações de sensibilização e conscientiza-ção sobre a necessidade da prevenção e dos cuidados essenciais; dentro e fora do ambiente de trabalho.

O Confea divulgou aos Creas no iní-cio de julho orientações aos profissionais quanto à adequação de acessibilidade, quando do registro de Anotação de Res-ponsabilidade Técnica (ART). As orien-tações foram estabelecidas na Decisão PL-0696/2014 de 26 de maio, aprovada em Sessão Plenária Ordinária do Con-fea. Esses preceitos foram criados para atendimento dos critérios dispostos na Resolução nº 4.050, de 26 de janeiro de 2012 do Banco Central do Brasil, para a obtenção de financiamento para serviços de adaptação de imóvel residencial visan-do à adequação de acessibilidade.

Page 13: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

13Crea-DF em foco

VI Simpósio Latino-Americano sobre tensoestruturas

Ar-condicionado e galeria de presidentes

A vice-presidente do Comitê Orga-nizador Local do VI Simpósio Latino-A-mericano sobre Tensoestruturas (IAS-S-SLTE 2014), engenheira Maruska Holanda, visitou no mês de junho o Crea-DF para solicitar apoio institucio-nal na divulgação do evento que acon-tece em Brasília no mês de setembro. O

IASS-SLTE 2014 é uma oportunidade

para mostrar estruturas construídas no

Brasil para receber eventos grandiosos,

como a Copa do Mundo de 2014, algu-

mas estruturas previstas para os Jogos

Olímpicos de 2016 e revitalizações urba-

nas destinadas a melhorar a qualidade

de vida dos brasileiros. Mais de 330 trabalhos técnicos de

todo o mundo foram pré-selecionados para apresentação oral entre 15 e 19 de setembro. O evento contará, também, com visitas técnicas guiadas em Brasília, por ser reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Durante cerimônia de comemora-ção dos 53 anos do Crea-DF, o presidente eng. Civil Flavio Correia, também cele-brou o descortinamento da placa inaugu-ral do ar-condicionado, instalado no blo-co B da sede do Conselho. Esse sistema de ar-condicionado trará mais conforto aos participantes dos eventos realizados no auditório e no plenário do Conselho. Após o descerramento, os presentes tam-bém seguiram para a reinauguração da galeria de presidentes. O eng. Flavio, o presidente do Confea, eng. civil José Tadeu, os ex-presidentes e os familiares daqueles que já faleceram, inauguraram uma a uma, as fotos dos homenageados.

Page 14: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

14 comemoração

Em busca da excelênciaCREA-DF COMPLETA 53 ANOS DE AVANÇOS EM PROL DA ENGENHARIA BRASILIENSE

Há 53 anos, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia no Distrito Federal (Crea-DF), participa da vida de Brasília, fiscalizando e garantindo que obras e serviços sejam desempenhados por profissionais e empresas habilitadas. A autarquia criou um vínculo forte com a sociedade brasiliense.

Desde que foi fundado, o Crea-DF se manteve fiel aos propósitos de sua criação, obtendo muitos benefícios legais e institucionais para o setor tecnológico da Capital Federal, na defesa do segmento e para obter melhores condições de trabalho e desenvolvimento da engenharia e agronomia.

O Crea-DF sempre defende os interesses e anseios de seus representados, e um dos objetivos da instituição é mostrar a importância de um Conselho para a classe, mas principalmente para a população. Entre outras atribuições busca também orientar a sociedade quanto aos riscos de contratar pessoas não habilitadas para exercer atividades técnicas.

Page 15: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

15comemoração

O Crea-DF trabalha para propiciar segurança às pessoas e ao patrimônio, no que concerne aos empreendimentos da engenharia. “O Conselho tem se es-forçado em aprimorar diuturnamente seus processos, equipamentos e pessoal, de forma que a execução de sua missão institucional seja a mais eficiente e eficaz possível”, frisa o superintendente da ins-tituição, Valmir Severiano.

Responsabilidade

O desenvolvimento do Conselho mostrou que a autarquia é forte e que a imagem do Crea-DF está mais consoli-dada a cada ano em meio a população e entre os registrados. Os grandes investi-mentos efetuados na estrutura operacio-nal da autarquia geraram melhorias sig-nificativas no atendimento à sociedade e agilizou os atendimentos que podem ser feitos em sua maioria virtualmente.

O superintendente Valmir Severiano, acredita que pelo fato do Crea-DF estar na Capital Federal demanda uma responsabi-lidade maior. “Brasília é reconhecida inter-nacionalmente pelo magnífico complexo arquitetônico, tanto que é reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanida-de”, justifica. Severiano ainda frisa que é preciso “preservar esse conjunto, tanto do ponto de vista físico, quanto do ponto de vista do acervo. Essa deve ser uma preocu-pação de todo brasileiro em geral.”

Para suprir esse dever com o DF, a autarquia não mede esforços para exer-citar seu poder de fiscalização das obras. O Conselho atua para inibir que constru-ções irregulares, clandestinas ou discor-dantes da legislação sejam executadas.

Autarquia de excelência

O Crea-DF caminha em 2014 para obter a certificação e entrar no rol das melhores autarquias do País. A busca pela certificação da ISO 9001 foi um dos passos tomados no início do ano para conquistar a excelência. O trabalho é contínuo, tendo no planejamento toda uma programação de manutenção do conhecimento, além de prever auditorias periódicas.

A certificação fará com que os processos e procedimentos do Crea-DF sejam padronizados, escritos e uniformi-zados com os requeridos na ISO 9001. Com isso, a meta é otimizar a qualidade dos serviços e produtos que o Conselho oferece à sociedade, o que pode gerar consequentemente, a melhoria da ima-gem da autarquia.

O engenheiro eletricista e coorde-nador do Comitê Gestor da Qualidade do Crea-DF, Wilson Xavier Dias, acredita que a certificação ISO 9001 garantirá re-conhecimento ao Conselho. “Com a cer-tificação mostraremos aos profissionais do Sistema Confea/Crea e à sociedade em geral, a nossa preocupação e esforço na busca pela melhoria da prestação dos serviços”, justifica.

Wilson afirma que a certificação sozinha não gera a excelência, mas é um grande e importante passo nessa direção. Como órgão público, o Crea-DF, precisa atender às necessidades da sociedade, melhorar o serviço e atender às expecta-tiva dos usuários. Obter a ISO é a com-provação de ter alcançado esse objetivo.

Servindo à sociedade

A Assessoria Jurídica e a Divisão de

Cobranças do Crea-DF, inspirados pelo

Conselho Nacional de Justiça que im-

plementou a conciliação nos tribunais do

país, idealizaram o projeto de Concilia-

ção para o Conselho, em 2011.

Durante dois anos, a autarquia se-

parava uma semana para o projeto que

buscava facilitar o saneamento de dívidas

de pessoas físicas e jurídicas, oferecendo

descontos nos honorários advocatícios e

parcelamentos sem juros. Em 2012, a re-

ceptividade da comunidade foi tão gran-

de que o projeto precisou ser ampliado.

Tanto que em 2013, a Semana de Conci-

liação passou a se chamar “Mês da Con-

ciliação”, de acordo com o novo período.

Uma das idealizadoras do projeto, a

assessora jurídica do Crea-DF, Lara San-

chez, afirma que durante o Mês existe

uma comoção do Conselho pelo projeto.

Todo o Crea-DF se envolve, participan-

do efetivamente, divulgando e torcendo

pelo sucesso nas negociações e recebi-

mentos dos créditos tributários durante o

evento.” Pelo êxito, Lara Sanchez, conta

que a iniciativa ganhou proporções maio-

res, pois “o projeto foi tão positivo que

vários Creas do País seguiram nosso mo-

delo e estão realizando em suas unidades

as semanas de conciliação”.

Page 16: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

16 capa

ABNT estabelece critériosFIQUE ATENTO À NBR 16.280 ANTES DE COMEÇAR A CONSTRUIR E EVITE TRANSTORNOS

Até pouco tempo atrás, a realização de reformas em edificações estava sujeita apenas a elaboração do projeto e a anota-ção no Crea, por profissional habilitado. Agora, ampliações e alterações em edi-ficações terão que ser executadas com base em critérios técnicos normatizados. A mudança é proveniente das normas estipuladas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Entrou em vigor dia 18 de abril a NBR 16.280/14 que consiste no sistema de gestão de reformas em edificações, es-tabelecendo requisitos para os sistemas de gestão de controle de processos, pro-jetos, execução e segurança. A novidade vale para todos os tipos de imóveis, tanto os residenciais como os comerciais.

A mudança não vale para peque-nos reparos como pinturas e revisões de instalações elétricas e hidráulicas, mas é preciso ficar atento quando houver previ-são de alteração da estrutura do imóvel. Para o engenheiro civil, Iberê Oliveira, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perí-cias de Engenharia do DF (Ibape-DF), o problema nas reformas é achar que tudo é simples. Para ele, uma tomada de deci-são errada pode afetar a estabilidade do imóvel. “O leigo vê somente o acabamen-to e em alguns casos a simples realocação de uma porta pode interferir na estrutura do imóvel”, afirma.

Existem peculiaridades nas estru-turas que somente profissionais habilita-dos podem salientar. A Norma visa aten-der esse requisito de qualificação e prevê que toda intervenção deverá ser avaliada e planejada por um engenheiro. O profis-sional precisa seguir a legislação vigente, baseado em um plano de obra e registrar a situação da edificação antes e depois da reforma, além de supervisionar as técni-cas dos processos e das obras.

A reforma é tão complexa quanto a própria construção

Page 17: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

O objetivo é diminuir os riscos e aumentar a segurança do proprie-tário e dos imóveis que rodeiam a obra. Visando disciplinar e orientar, a NBR traz tranquilidade para todas as partes envolvidas criando víncu-los de obrigações dentro da reforma. Reforça ainda os critérios já esta-belecidos na legislação vigente. Es-tipula-se que todos os responsáveis pela obra tenham conhecimento do que será feito. O responsável técnico da obra deve informar em detalhes ao usuário ou ao síndico o plano de obra e prestar informações relacio-nadas à manutenção do imóvel.

Mudanças de hábitos

Antes mesmo de começar a idealizar um projeto é preciso traba-lhar com a assistência de um profissio-nal habilitado para avaliar a viabilidade da obra. Pensar em uma reforma sem critérios pode ocasionar problemas fu-turos e muita dor de cabeça. Contratar o profissional que não é especialista no que a reforma exige pode até ser mais barato no início, mas pode gerar pro-blemas irreparáveis.

A NBR veio para minimizar um dos problemas mais comuns na área da construção. A contratação do famoso “faz-tudo”, que recebe esse

nome por desempenhar a função que o contratante busca, desde serviços de alvenaria até os de eletricidade. Mui-tas vezes aparentemente mais baratos que profissionais capacitados, esses “quebra galhos” não estão tecnica-mente aptos para desempenhar fun-ções dentro de uma obra.

Nem sempre esses profissionais mudam a estrutura física, mas uma única verificação errada pode ocasionar problemas estruturais futuros que pode-riam ser indicados com precisão por um especialista. Para Iberê Oliveira, esses profissionais sempre “garantem” o servi-ço, o que gera o problema: “A questão é o desempenho e eficiência desse funcio-namento”, questiona o engenheiro que acredita que o resultado está no processo desempenhado entre multiprofissionais para descobrir qual o melhor procedi-mento para cada reforma.

Segundo o conselheiro do Crea-DF, engenheiro civil Mawxell Paiva, o outro problema enfrenta-do pelos profissionais habilitados é que existe uma grande barreira ali-mentando a contratação do famoso “faz-de-tudo” que é a cultura das pessoas. “É preciso que se promova uma conscientização da sociedade acerca da relevância do exercício profissional por pessoal qualificado”, justifica.

O Sistema Confea/Crea e Mútua possui um convênio com desconto exclusivo aos profissionais. Acesse o site da ABNT no endereço: http://www.abntcatalogo.com.br/confea/ e veja como adquirir as normas por um preço especial.

17capa

ObrigaçõesA NBr 16.280 prevê obrigações diferen-tes paras os envolvidos na reforma das edificações. Veja tabela:

Obrigação do proprietário

• Contratar profissional responsável: ar-quiteto ou engenheiro;

• Garantir que a obra atenda aos regu-lamentos da legislação e do prédio/condomínio;

• Atualizar o manual de uso do edifício.

Obrigação do profissional

• Fazer um plano de reforma;

• Detalhar os impactos nos sistemas e equipamentos;

• Entrada e saída de materiais;

• Horários de trabalho;

• Projetos e desenhos descritivos;

• Identificação de atividades que geram ruídos;

• Identificação dos profissionais;

• Planejamento de descarte de resíduos.

Obrigação do síndico

• Dever de receber as propostas de re-formas;

• Encaminhá-las para análise técnica e legal;

• Responder à solicitação de obra;

• Autorizar a entrada de insumos e pes-soas contratadas.

Page 18: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

18 capa

Inspiração

Em 25 de janeiro de 2012, o Edi-fício Liberdade, um prédio de vinte an-dares no Centro do Rio de Janeiro, de-sabou e levou abaixo duas construções vizinhas: o Edifício Colombo, de dez andares, e um sobrado de quatro anda-res. O acidente foi provocado por obras irregulares, quando um dos proprietários reformava algumas salas e as paredes es-truturais do prédio foram removidas.

O desabamento provocou a morte de 17 pessoas, além de mais cinco desa-parecidos até hoje. Buscando evitar aci-dentes como o da Liberdade o presidente do Sinduscon-SP, Sergio Watanabe, propôs a NBR 16.280 publicada em 18 de março, pouco mais de dois anos após o acidente.

Norma com prestígio de Lei

As Normas Técnicas não são nor-mas jurídicas ou legais e por seu turno não possuem poder vinculante. São do-cumentos estabelecidos por consenso e aprovados pela ABNT, órgão responsável pela normalização técnica no País. Mes-mo a NBR 16.280 não sendo lei, ela é baseada em legislações que determinam sua validade, assim como os Códigos: Ci-vil, de Ética e de Defesa do Consumidor.

Inicialmente a norma entra em vi-gor com característica de recomendação (ver box das obrigações). Contudo, se algum problema ocorrer em uma refor-ma devido à não observância de um ri-gor técnico, a NBR 16.280 poderá servir como parâmetro. Principalmente junto ao Poder Judiciário, devido ao prestígio e reconhecimento que as normas estabele-cidas pela ABNT têm junto à sociedade.

A depender dos danos eventual-mente causados, os responsáveis legais poderão ser responsabilizados civil, ad-ministrativa, e até mesmo criminalmen-te. Para o advogado e vice-presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urba-nístico da OAB/GO, Arthur Rios, é preci-so estar atento às regras, principalmente se envolver outras pessoas. “A não ob-servância da NBR que resulte em algum dano a terceiro gera o dever daquele que tinha a obrigação de respeitar a norma téc-nica de indenizar o prejudicado”, frisa Rios.

O advogado destaca também os procedimentos a serem feitos em casos de obras irregulares, que não seguem a NBR 16.280. “Tratando-se de condomí-nio, o síndico deve ser imediatamente comunicado”, explica. Associada à de-

Ed. Liberdade: marco na tragédia civil brasileira

Page 19: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

núncia interna, a pessoa que se sentir le-sada com a reforma inadequada também pode procurar o órgão de fiscalização distrital ou do município. Mas em hipó-teses mais graves, Rios recomenda “um advogado para análise da viabilidade de propositura de medida judicial visando a paralisação da reforma”.

Distribuindo informação

Os critérios estabelecidos pela NBR 16.280 estão sempre na pauta das discussões técnicas do Crea-DF. O presi-dente da autarquia, Flavio Correia, afir-

ma que as reformas e modificações em estruturas prediais são fonte de grande preocupação para o Conselho.

Atento a tantas alterações das edifi-cações, o Regional apoia o Projeto de Lei 4012/2012 anexado ao PL 3370/2012, que visa estabelecer uma Política de Ma-nutenção Predial, tendo em vista a segu-rança da população. “Este projeto contri-buirá para uma fiscalização mais eficaz nas obras e também no reconhecimento do trabalho executado pelos profissio-nais”, afirma Flavio Correia.

A “Cartilha do Síndico: Obras de Engenharia o que é preciso saber”, de-

senvolvida pelo Crea-DF, tem a finalida-de de ser fonte de consulta para os síndi-cos, condôminos e sociedade. O material já está em atualização pela comissão rea-lizadora, para acrescentar as previsões estabelecidas na NBR 16.280.

Em parceria com outras institui-ções, como com o Conselho de Arqui-tetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF) e o Sindicondomínio, o Crea-DF também realizou no mês de julho um seminário, onde os envolvidos apresenta-ram e discutiram os critérios presentes na NBR 16.280/14.

CARTILHA DO SÍNDICO

OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

E DE AGRONOMIA: O QUE É PRECISO SABER

19capa

Page 20: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

A UnB e relacionamento com o Crea-DFUMA DAS MELHORES UNIVERSIDADES DO BRASIL E DA AMÉRICA LATINA É BRASILIENSE. A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) É ATUALMENTE A ÚNICA INSTITUIÇÃO DE ENSINO REGISTRADA NO CREA-DF QUE PODE INDICAR CONSELHEIRO PARA COMPOR O PLENÁRIO DO CONSELHO. A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA UNB OBEDECE AO MODELO TRIDIMENSIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, O QUE FAVORECE A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE QUALIDADE

O senhor é o primeiro reitor formado pela UnB. A experiência de ter sido aluno in-fluencia sua gestão?Influencia muito. A época que passei como estudante na UnB foi a melhor da minha vida. O curso de engenharia não é um curso fácil, mas sempre tive tempo para participar da vida cultural da Universidade.

O nome UnB por si só já atrai um corpo docente qualificado. Como é a escolha no curso de Engenharia?O nome UnB é o nosso maior patri-mônio. Temos um corpo docente de excelente qualidade, o que atrai ótimos candidatos. Temos também um corpo

discente qualificado, graças ao bom ní-vel do ensino médio em Brasília.

Como está o processo de avaliação dos cur-sos pelo MEC, em especial o de Engenharia?Temos dado uma atenção especial aos processos de avaliação. Nossos cursos são bons e a gente deve ser capaz de repassar aos colegas avaliadores todas as informações necessárias para que a avaliação seja confiável. A nossa Co-missão Permanente de Avaliação tem feito um bom trabalho interno. Esta-mos nos empenhando em traçar o per-fil do nosso egresso. Esta informação é muito importante para redefinirmos os nossos cursos. Historicamente, a ava-

liação do MEC dos cursos de engenha-ria da UnB é muito boa. Tivemos uma pequena queda na avaliação de 2011 que esperamos recuperar na avaliação que ocorrerá neste ano de 2014.

Existe um diferencial na preparação dos es-tudantes de engenharia para o mercado de trabalho? Principalmente no Distrito Federal.O estudante de engenharia sai muito bem preparado para o mercado. Falo de experiência própria. Meus colegas, formados há mais de trinta anos, tem tido muito sucesso na vida profissional. Mesmo aqueles que atuam em áreas diferentes conseguem, devido ao rigo-roso processo de formação e ao racio-

20 entrevista

Page 21: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

A UnB e relacionamento com o Crea-DF21entrevista

cínio lógico que adquirem ao longo do curso, serem bem-sucedidos.

A UnB subiu quatro colocações no ranking de melhores universidades da América Latina. A área de engenharia é um dos cursos mais procurados pelos vestibulan-dos. Depois de receber esta qualificação a procura aumentou?Sim, temos potencial para estar entre as dez melhores. O que precisamos é de uma gestão eficiente e um foco na sólida formação do nosso estudante.

Como é escolhida a grade dos cursos de engenharia? Existe alguma matéria que faça referência direta ao Sistema Confea/ Crea e Mútua?As alterações dos currículos são proces-sos de difícil conclusão. Estamos cons-tantemente repensando as matérias que devemos incluir ou retirar da nos-sa grade. Não temos, na engenharia, nenhuma matéria que faça referência

ao Sistema Confea, mas nas Semanas de Engenharia sempre temos palestras de representantes do Sistema. A área de ciências humanas na UnB é muito forte, o nosso estudante de engenharia tem que saber aproveitar esta vanta-gem na sua formação.

A Universidade propõe incentivo para os acadêmicos de engenharia se registrarem nas organizações responsáveis?Em toda formatura da engenharia um representante do Crea-DF está presen-te e entrega o registro profissional para cada formando. Considero que seja um bom incentivo.

Qual a diferença do sistema educacional da universidade de hoje com o da época em que o senhor estudava?Temos hoje muito mais acesso à infor-mação. Os livros são muito melhores e a disponibilidade de recursos com-putacionais para fazer simulações e

entender processos complicados é in-comparavelmente superior. O que não mudou, no meu entender, é a neces-sidade do bom professor, aquele que consegue seduzir o estudante e mos-trar que o assunto tratado na aula é importante, interessante e pode até se tornar divertido.

Como o senhor qualifica o sistema de en-sino adotado pela UnB?Sou suspeito para responder esta per-gunta. Devo minha formação e minha atuação profissional à UnB. Tenho visto, nesses últimos trinta anos, os engenheiros formados pela UnB em posições de destaque não apenas em Brasília mas também no Brasil e no mundo. Minha qualificação é que o sis-tema adotado é excelente. Precisamos continuar trabalhando para manter os nossos cursos em alto nível.

UnB

...nas Semanas de Engenharia sempre temos palestras de representantes do Sistema. A área de

ciências humanas na UnB é muito forte, o nosso estudante

de engenharia tem que saber aproveitar

esta vantagem na sua formação.

Page 22: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

22 software

Tecnologia, do Brasil para o mundoSOFTWARE “QUEBRA 2D” DESENVOLVIDO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL É REFERÊNCIA MUNDIAL

Rapidez, eficiência, facilidade são algumas das promessas do Que-bra 2D, desenvolvido pelo engenheiro civil e professor da Universidade de Brasília, Antônio Miranda. A tecno-logia possui códigos internos diferen-ciados dos existentes no mercado tor-

nando-o completo, pouco susceptível a erros e principalmente inovador.

As facilidades proporcionadas pela tecnologia ultrapassou as bar-reiras do País e começou a ganhar proporções internacionais. Publica-ções em revistas da área tecnológica

em diferentes países e exposições em congressos pelos idealizadores mos-traram o potencial do software para o mundo. Ter no país um software com tecnologia diferenciada proporciona liberdade, além de redução de custos aos usuários.

Page 23: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

23software

Quebra 2D

O simulador computacional de crescimento de trincas, fissuras ou ra-chaduras é desenvolvido em uma lingua-gem de programação específica e inte-grado a ferramentas de interface com o usuário. Ele se divide em dois módulos, um ‘kernel’, que é o motor do programa, e uma interface gráfica que facilita a in-teração do usuário com o aplicativo.

Segundo o professor Antônio Miran-da, a escolha da tecnologia do software foi desenvolvida para ser usada em diferentes sistemas operacionais. Pode ser implemen-tada a qualquer momento em outros siste-mas operacionais. “Posso adaptar o código à vontade para incluir novas formas de analisar um problema de crescimento de trinca”, exemplifica o engenheiro.

O software pode analisar qualquer estrutura, dentro dos parâmetros esta-belecidos no programa, através de uma simulação bidimensional de processos de fraturamento e fadiga, crescimento

de trincas, baseado em uma estratégia de malhas adaptativas de elementos fi-nitos. Além disso, o Quebra 2D consegue responder a alguns parâmetros mecânicos desde o tamanho tolerável até a velocidade do crescimento que a trinca pode obter.

Ao longo do processo de pesquisa o engenheiro professor já empregou a tecnologia em peças reais. “Já analisei em ponte metálica ferroviária, descarre-gador de minério, vaso de pressão, que ofereciam risco de colapso”, afirma. O software também pode ser utilizado em estruturas e peças que estão submetidas a cargas que variam com o tempo como pontes, aviões, navios, carros e outros.

Parceria

A Agência de Comercialização de Tecnologia (ACT) do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) é a responsável pelo processo de comer-cialização do Quebra 2D. O registro do

aplicativo, foi realizado em 2011, pelo Núcleo de Propriedade Intelectual (NU-PITEC) do CDT responsável pela identi-ficação, proteção e gestão dos direitos da propriedade intelectual da UnB e junto ao Instituto Nacional de Propriedade Indus-trial (INPI), cuja titularidade é exclusiva da Fundação da Universidade de Brasília.

Hoje Atualmente, a ACT também acompanha e articula o licenciamento da tecnologia voltada para a construção civil. Segundo o agente de parceria, Oscar Gal-dino, o software já pode ser licenciado. O produto ainda não foi lançado no mercado porque o CDT busca parcerias. “O Quebra 2D já está pronto para o mercado, estamos em busca apenas de parceiros de produção do produto”, conclui.

Serviço

Para melhores informações sobre a tecnologia, entre em contato com a ACT/UnB – Telefone (61) 3107-4116 ou pelo e-mail [email protected].

Análise de rachaduras evita prejuízos e pode salvar vidas

Page 24: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

24 perfil

Mútua: Em benefício dos profissionais

O papel da Caixa de Assistência dos Profissionais dos Creas (Mútua) no Sistema é oferecer planos de benefícios sociais, previdenciários e assistenciais. Criada pelo Conselho Federal de Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia (Con-fea) há mais de 36 anos a entidade é uma sociedade civil sem fins lucrativos.

Ao longo dos anos, a Mútua já ofe-receu diferentes soluções para os asso-ciados que ultrapassam o âmbito profis-sional e que se estendem à qualidade de vida dos mutualistas. Diferente de mui-tas entidades que apenas buscam o lucro e direcionam crédito para a área profis-sional, a instituição tem a preocupação com o caráter social dos associados.

O presidente da entidade, enge-nheiro agrônomo Cláudio Pereira Calhei-ros, afirma que os mutualistas possuem condições especiais para desenvolver seus negócios, desde o aperfeiçoamento profissional até empréstimos. No entanto, a organização também tem um lado social “Ajudamos os mutualistas a alcançarem seus objetivos, além dos benefícios so-ciais, oferecemos amparo necessário nas horas mais difíceis”, ressalta Calheiros.

No ano de 2013, para inovar e me-lhorar os serviços, a Mútua reformulou alguns regulamentos de concessão dos seus benefícios. Disponibilizou emprésti-mos com melhores condições, maior prazo para pagamento e menores taxas de juros ao mês. Passou também a permitir que os benefícios reembolsáveis pudessem ser uti-lizados pelos dependentes dos associados.

A Mútua oferece onze benefícios reembolsáveis: Ajuda Mútua, Garante Saúde, Equipa Bem, Férias Mais, Apoio Flex, Construa Já, Família Maior, Edu-cação, Veículos, Empreendedorismo e Agropecuário. O mutualista também pode aderir a planos de previdência, pela TecnoPrev, ou de saúde pela Qualicorp, além dos benefícios sociais como: Auxílio Pecuniário, Pecúlio e Auxílio-Funeral.

Mútua: mais qualidade de vida

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25perfil

A Mútua existe em diversos estados, sendo que a Mútua do Distrito Federal tem como dire-tor geral o eng. civil Ailton Almeida.

Por atender aos Creas de todo o país a entidade possui convênios em todos os estados brasileiros. As empresas parceiras oferecem des-contos especiais para os associados em diferen-tes segmentos: convênios nacionais e regionais com hotéis, farmácias, instituições de ensino, prestadores de serviços e comércio em geral.

O engenheiro de Segurança do Trabalho Flávio Hegidio é associado da Mútua e afirma que a entidade facilita o acesso ao crédito de forma simples e com baixas taxas de juros, anu-idade, além de favorecer o bom relacionamento com os mutualistas. “Todos os benefícios ofere-cidos são mais vantajosos que a maioria dos en-contrados no mercado financeiro geral, por isso, atualmente faço meus planejamentos financei-ros com parceria da Mútua”, conta Flávio.

Ações Conjuntas ao Sistema Confea/Crea

A Caixa de Assistência desde quando foi criada mantém uma relação de parceria com as instituições no Sistema Confea/Crea. Ofere-ce apoio institucional, técnico e financeiro nas ações de desenvolvimento, aperfeiçoamento e valorização dos profissionais.

Uma dos apoios significativos entre as autarquias é a viabilização dos Creas nas Se-manas Oficiais da Engenharia e da Agronomia (SOEA). “A parceria é de extrema relevância, tanto para a Mútua, que amplia sua divulga-ção junto aos profissionais e estudantes par-ticipantes da Semana, quanto para os Creas que ganham auxílio e têm mais condições de custear a ida à SOEA”, conta Cláudio Ca-lheiros. A Caixa existe em diversos estados, sendo que a Regional do Distrito Federal tem como diretor geral o eng. civil Ailton Almeida.

Empréstimos para empreendedores

Programa Família Maior

Planos de previdência pela TecnoPrev

Page 26: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

26 agricultura

Abacates: Cultura benéfica e lucrativaABACATE FAZ BEM À SAÚDE E PARA A BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA

Com uma variedade considerável, com cerca de 150 tipos diferentes, o aba-cate tem conquistado espaço nas vendas internas. O que tem maior aceitação no mercado brasileiro é o chamado abacate comum ou manteiga, que possui casca verde, fina, mole e de formato piriforme (pêra). É utilizado na culinária nacional preferencialmente em doces, sobreme-sas, vitaminas ou consumido com açúcar.

Na demanda do comércio exte-rior, a preferência é pela variedade de-nominada “avocado” de pequeno tama-nho, também conhecida como fuerte (ou strong), que mantém a casca verde mesmo depois de maduro e o “hass”, que também possui casca rugosa como o fuerte, porém se torna escura quando amadurece e tem um formato mais ar-redondado. O abacate do tipo avocado é

relativamente caro se comparado com o manteiga, e 90% da produção é destina-da à exportação. Tanto o avocado quan-to o hass possuem alto teor de óleo que varia de 20 a 30%, o que é elevado, em comparação aos 5 a 8% existentes em outros tipos de abacates.

Sua utilização se dá em saladas e pratos salgados, como por exemplo o guacamole que possui menos água em

Page 27: Revista Fator Crea-DF - 3ª edição

Abacates: Cultura benéfica e lucrativa

27agricultura

sua polpa tornando-o mais consistente, o que agrada ao paladar do consumidor es-trangeiro. Segundo Tiago Carvalho, dire-tor comercial da Jaguacy Avocado Brasil, a maior empresa brasileira especializada em abacates da variedade hass, “tanto o consumo interno, quanto a exportação tem crescido ano a ano, embora tenha-mos aumentado a área plantada, o cres-cimento em outros países como o Peru, por exemplo, tem superado o Brasil.”

Estatísticas mostram que o Brasil ocupa o 7° lugar na produção mundial do abacate. A produção de mais de 150 mil toneladas em uma área de cultivo aproximada de 11 mil hectares em todo o território, está dividida entre as regiões Nordeste, Sudeste e Sul do País.

De acordo com o conselheiro da Câmara Especializada de Agronomia (CEAGRO) eng. agrônomo Elmano Santos, “as mudanças climáticas re-pentinas, tais como a seca prolongada e as geadas, podem comprometer a pro-dução em escala. A irrigação pode ser uma solução no período de estiagem. O abacateiro se desenvolve melhor em solos mais profundos, com boa aeração e drenagem”, destacou.

Pragas

Em relação ao combate à praga, Elmano orienta que “é necessário que as árvores estejam a uma altura de 4 metros do solo, o que também favorece a colheita”. A praga mais recorrente é a lagarta (stenoma catenifer) que pene-tra nos frutos e provoca podridão, o que deixa o abacate inútil para o comércio e consumo. Já a doença chamada gomose,

que ocorre em solos encharcados, ataca o sistema radicular e mata a planta. “Os cultivados em regiões mais frias, com al-titudes acima de 1.800 metros, apresen-tam maior teor de óleo, de acordo com a variedade plantada.”, completa.

Em Brasília, o desenvolvimento de uma nova variedade com o mesmo sabor do avocado, mais apropriada ao gosto do brasileiro, chega a pesar 700 g. “A estima-tiva de produção do primeiro lote é para daqui a um ano”, afirma Elmano, que também é produtor de abacates.

Enxerto

“No processo de obtenção de mu-das mais viáveis, a técnica adequada de enxerto é a clonagem, que mantém as características da variedade reproduzida. Esta técnica consiste em cortar o cavalo ou porta-enxerto, com diâmetro aproxi-mado de um lápis e inserir na fenda um galho previamente cortado em forma de cunha. O enxerto deve ser amarra-do com fita plástica e protegido com um saco plástico para evitar a desidratação. Após 45 dias, ocorre a brotação e a muda estará apta para o plantio no campo após mais quatro a cinco meses”, acrescenta o conselheiro.

Benefícios

Eleito o fruto mais nutritivo do mundo pelo Guinnes Book - o Livro dos Recordes, o abacate ganha cada dia mais espaço na culinária brasileira e no exterior. Considerado uma baga, o fruto é rico em ômega 3, vitaminas A, C e E, ácido fólico e potássio, com ação antioxi-

dante e gordura monoinsaturada. É ca-paz de diminuir o LDL (colesterol ruim) e aumentar o HDL (colesterol bom) no organismo, sendo excelente fonte de fi-bras e energia.

A extração do óleo do abacate é uma novidade que tem mudado o com-portamento do consumidor brasileiro. Seus benefícios nutricionais fazem com que o óleo de abacate seja capaz de con-ferir efeito de proteção contra os radicais livres – como mostra a pesquisa apresen-tada no Encontro Anual da Sociedade Americana para Bioquímica e Biologia Molecular, em San Diego (EUA).

O óleo de abacate tem sabor se-melhante ao do azeite de oliva e pode ser usado em saladas, sopas, pães, para cozinhar ou fritar alimentos, entre tan-tas outras opções de uso. Utilizado com preferência em dietas, tem a capacidade de modular o hormônio da compulsão, minimizando assim a vontade de comer. Ajuda também na redução dos triglicéri-des, prevenindo a cardiopatia. O óleo não tem contraindicação de uso, tanto que é comercializado em forma de cosméticos, através dos fármacos, na indústria graxa, nos óleos capilares, para tratamento de feridas e manchas na pele, dentre ou-tros. Por ser natural, sem conservantes, com baixa acidez, de acordo com os mé-dicos especialistas, ele pode diminuir as chances de desenvolver diabetes, artrite, catarata e até o câncer, como também retardando o envelhecimento. Na medi-cina popular, são utilizados no aprovei-tamento, as cascas do tronco, as cascas do fruto, caroços e folhas. Por isso ele é considerado um alimento funcional.

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