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PREÇO PARA ESTUDANTE R$ 2,00 BRUNO MACHADO (E), ABRAÃO XIMENES E KÉRCIA AMORIM. VEJA COMO FOI PASSAR NO VESTIBULAR E O QUE É A MEDICINA PARA ELES ANO 02 Nº 8 – OUT/NOV 2010 E MÉDICOS JOVENS AFINAL, O QUE PODE LEVAR VOCÊ A VIRAR UM CONCURSEIRO? CONCURSOS OS DIFERENTES ESTILOS E CÍRCULOS DE AMIZADE DOS JOVENS COMO AGIR NA RETA FINAL PARA DRIBLAR O NERVOSISMO TRIBOS ENEM leia mais no portalfera.com.br

Revista Fera! 08

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Edition 08 of Revista Fera!

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preço para estudante

R$ 2,00

bruno machado (e), abraão ximenes e kércia amorim. veja como foi passar no vestibular e o que é a medicina para eles

ano 02 nº 8 – out/nov 2010

e médicosjovens

afinal, o que pode levar você a virar um concurseiro?

concursos

os diferentes estilos e círculos de amizade dos jovens

como agir na reta final para driblar o nervosismo

tribos

enem

leia mais noportalfera.com.br

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Revista Fera! quentinha para você. Nesta edição, não faltam dicas de diversão e as novidades que chamam a atenção dos estudantes.

A matéria de capa analisará a área que, já há algum tempo, lidera o ranking das graduações mais concorridas nos vestibulares de todo o Brasil: Medicina. Devido a vários pedidos enviados pelos leitores do Portal Fera!, vamos abordar, pela primeira vez, um campo ligado à saúde em nosso espaço principal. Jovens que não têm medo de desafios e escolheram ser médicos – profissão nada fácil, vale ressaltar - serão os destaques da Revista Fera! número oito.

Outra matéria, com certeza, vai interessar a muita gente. Nos últimos anos, os concursos públicos se tornaram mania entre pessoas de todas as idades, em especial os jovens. A quantidade de cursinhos preparatórios aumenta a cada dia. Ajustando-se à rotina e ao tempo de cada estudante, os cursinhos oferecem aos candidatos novos modelos de aprendizagem. Quem ganha com isso? Os próprios candidatos, que se consideram mais confiantes e preparados para as provas.

A pergunta que não quer calar na redação da Revista Fera!: quais motivos levam os estudantes a quererem tanto um emprego público? A busca pela estabilidade financeira? A segurança do emprego fixo ou a possibilidade de aliar ao cargo público uma atividade paralela? Para descobrir as nossas respostas, basta ler a matéria.

Mudando de assunto, se engana quem pensa que tribo é só coisa de índio. Não entendeu? Bem, todo mundo tem a necessidade de se encaixar em um grupo de amizades, seja ele pequeno ou grande. Mas esse dado parece mais visível entre os adolescentes. Para os jovens, o colégio é o lugar onde as primeiras amizades surgem. Diferentes estilos, modos de se expressar e de agir são vistos durante os intervalos entre as aulas. Todos estes detalhes podem identificar um grupo, mas, na verdade, eles mostram traços da personalidade.

Você já parou para pensar qual é a sua tribo? Nós vamos te ajudar a descobrir.

Boa leitura!Mateus Lima.

revista Fera!diretoria executiva – Ira Oliveira e Sandra Paivaeditor de artes – Ira Oliveira / [email protected] Comercial – Sandra Paiva / [email protected]órteres – Mateus Lima / [email protected] Lima – [email protected]ção – Ira Oliveirarevisão – Dolores Orange e Martha [email protected] e [email protected]. administrativo – Fernanda Estertratamento de Imagem – Jair Teixeira eClaudio CoutinhoColaboradores – Fotos: Fabíola Melo. Textos: Amanda Arruda.Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia, Marina Motta e Silvana Marpoara.Artigos: Wilson Barreto e Luiz Schettini.para anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva - 81 9291.4325e-mail: [email protected] – ExemplaresPublicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 52050-160Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião.

25 – jovens de sucesso

Capa: Fotos de Fabíola Melo com design de Ira Oliveira

índice

preço para estudante

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marcel calbusch (e), 21, e jorge falcão (D), 24, já entraram no mercaDo De jogos Digitais

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Diversão

confira o que a nova colunista Da fera!, marina motta, tem a Dizer

intercâmbio

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bruno machado (e), abraão ximenes e kércia amorim. veja como foi passar no vestibular e o que é a medicina para eles

ano 02 nº 8 – out/nov 2010

e médicosjovens

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como agir na reta final para driblar o nervosismo

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enem

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jovens e empreendedores

Mateus Dfdff,

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6º período de Jornalism

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Mateus Dfdff, 21 anos, cursa o6º período de Jornalismo na Unicap

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Mateus D

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6º período de

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Unicap

um novo começo para voltar a estudar

o futuro para o crescimento

do país

projovem

empresa jr.

enem - confira as dicas para se preparar para o novo exame

Desbancando os tabús impostos pela sociedade, um grupo de jovens talentosos vem mostrando que o sucesso não precisa de tempo para acontecer, basta apenas acreditar

expediente

17 – mimo

21 – medicina

30 – concursos

34 – inclusão social

07 – tribos

12 – enem

37 – diversão

artigos

viva a felicidade com você– 11

bem-estar ou estar bem? – 16

colunasintercâmbio – 18marketing – 29sétima arte – 36rodapé – 38

editorial

EXEM

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BONSVENTOSSOPRAM A FAVOR

JOVENS TIVERAM QUE ALTERAR ROTINA DE ESTUDOS

DANILO CABRAL, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

ENEM

ENTREVISTA

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE O SUCESSO COMEÇA DESDE CEDO

Diante dos investimentos,

Pernambuco parte para um novo cenário

econômico. Então, é hora de se preparar para o

mercado e aproveitar o bom momento

A FAVOR

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE

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ANO 02 Nº 6 – JUN/JUL 2010 PORTALFERA.COM.BR

O PERIGO QUE RONDA O CAMINHO DOS JOVENS

DROGAS

O QUE FAZER NESSE PERÍODO:

ESTUDAR OU RELAXAR?

FÉRIAS

PREÇO PARA ESTUDANTE

R$ 2,00

FISGADO PELO PALADARLUCAS, 18 ANOS, FOI ATRAÍDO PELOS PRAZERES DA CULINÁRIA. ESTUDANTE DO CURSO DE GASTRONOMIA DO SENAC, ELE JÁ É SUCESSO NO RESTAURANTE “É”

Page 4: Revista Fera! 08

o conde e o passarinho“O livro é do grande mestre da crônica brasileira: Rubem Braga. O texto é poético, claro, mas sem malabarismos. Aborda de forma simples e profunda, sob um olhar diferente, a realidade nossa do dia a dia. Basta de leituras que repetem o que nós já sabemos! Rubem trata sobre coisas que conhecemos de um jeito como a gente quase nunca costuma pensar. Com ele, ler é um prazer e não uma obri-gação. Indicado para quem quer iniciar na literatura e também para quem já é macaco velho e não perdeu o gosto pela coisa.” Homero Fonseca é jornalista, escritor e ex-editor da Revista Continente Multicultural.

hunger“O filme é bastante interessante porque consegue mostrar o corpo humano e suas especificidades como uma forte maneira de se expressar politicamente. O britânico Steve McQueen é o autor do longa. Renomado artista plástico que é, fez de sua obra cinematográfica um verdadeiro show no que diz respeito à parte estética. Por retratar o que aconteceu no início dos anos 80, na prisão de Maze, situada na Irlanda do Norte, é possível presenciar neste trabalho cenas marcantes e intensas.” Marcelo pedroso é jornalista e cineasta.

noiva da revolução / elegia para uma re(li)gião“Esse livro faz um estudo revolucionário sobre os grandes acontecimentos históricos e políticos do Recife e do Nordeste no séc. XX. É muito interessante o quanto esse ensaio compreende a relação entre a sociedade brasileira e a sociedade nordestina. Texto indispensável para co-nhecer melhor a nossa própria cidade e região.” délio Mendes é professor de Sociologia na UFRPE.

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revisTa Fera! A Revista Fera!, pela excelência das suas reportagens, já se consolidou como uma grande atração para os jovens que buscam as mais atualizadas informações nas esferas social e educacional. Ceres Campêlo, coordenadora do ensino médio do Colégio Damas.

A Revista Fera! apresenta em sua pauta informações e notícias atualiza-das para aqueles que irão participar dos principais vestibulares do país, assim como do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Trazendo matérias de contexto informativo e mostrando elementos essenciais para o desenvolvimento acadêmico dos alunos, a Revista ainda consegue nos apresentar as principais inovações do campo da Educação. Kátia Mara-nhão, coordenadora pedagógica do Colégio BJ.

Gostaria de parabenizar a todos da Re-vista Fera!. Ela leva a educadores edu-cadores e alunos conteúdos consisten-tes sobre temas atuais que envolvem o nosso cotidiano nas instituições de ensino. Depoimentos de estudantes e entrevistas com profissionais da área da educação, abrangendo aspectos diversos do mundo educacional, con-tribuem para um crescimento cultural através das informações repassadas. Faz -se oportuno lembrar uma frase sábia de Confúcio, grande filósofo chinês: “A essência do conhecimento é, ao tê-lo, aplicá-lo”.Parabéns, Revista Fera!. Susana Farias, assessora pedagógica do Colégio Santa Emília.

coluna (marKeTing) Quero enfatizar a última coluna escrita por Lu-ciano Gouveia “Marketing Promocio-nal”. O espaço reservado ao setor de marketing sempre me ajuda e fornece

A sua opinião é muito importante para a Revista Fera!. Mande o seu recado para: [email protected]

cartas

instruções importantes. Sou aluna do curso de Marketing e agradeço à Revista Fera! não só pelas colunas de Luciano, mas também pelo fato de abordar temas de maneira clara e objetiva, chamando a atenção dos jovens de maneira geral. Aryelle Karla, 20, aluna da Faculdade Facottur/Bairro Novo.

gravideZ na adolescÊnciaNão é fácil tratar sobre um assunto delicado como este de forma tão leve, como aconteceu na última edição. Gostei muito da matéria “E Agora?”. Acompanho este veículo desde o seu surgimento e fico feliz em saber que, a cada publica-ção, é possível notar evoluções, tanto nos conteúdos como na parte gráfica da Revista. Sou estudante de Jornalismo e pretendo continuar por dentro de tudo que acontece no mundo da educação através da Revista Fera! e do Portal Fera!. Natália Menezes, 21, aluna da Unicap.

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você já se imaginou vivendo sem amigos? Provavelmente, não. Desde o momento do nascimento, laços de carinho já são cria-dos e assim se inicia a existência de um ser humano em meio à

sociedade. O homem sente a necessidade de ser parte de uma unida-de mais extensa, não se resumindo apenas a ele próprio.

As primeiras convivências ocorrem com os familiares. Os pais são os companheiros que ganhamos no decorrer de nosso amadu-recimento. Em princípio, somos dependentes deles para tudo, mas os pais não consideram isso um fardo. Pelo contrário. O prazer deles se baseia apenas em poder nos dar auxílio e nos guiar rumo aos caminhos certos.

À medida que se vai crescendo, gerando opiniões e criando ideias próprias, é comum que indivíduos se agrupem com outras pessoas que compartilhem a mesma forma de pensar e de agir. Porém, divergências e desentendimentos também são respostas normais ao processo de socialização.

A adolescência é o período mais marcante do processo de inte-gração entre pessoas que possuem maneiras similares de se comportar e de ver o mundo. Nesta fase, surgem as contradições, descobrem-se as habilidades e aparecem as influências, tanto as boas como as ruins.

Nos ambientes educacionais, isso fica ainda mais visível, pois o tempo passado com os colegas de turma é, muitas vezes, maior que o tempo dado aos pais, aos irmãos ou aos parentes.

A procura incessante por novas experimentações, a identificação com o semelhante, o simples fato de não se sentir isolado. Diversas são as motivações que levam adolescentes e pré-adolescentes a aderirem a formatos comunitários específicos.

Os fatores conciliadores podem ser banais. O tipo de música fa-vorito, o modo de se vestir, os locais prediletos e a maneira de se ex-pressar, por exemplo. Mas há ocasiões nas quais os ideais políticos ou religiosos, as características físicas, os aspectos sexuais e afetivos tomam

Os amboientes

educacionais são os mais

propícios à formação de

diferentes tribos - grupos

de jovens que se unem e

se identificam pelo jei

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de pensar e se comportar

diante à sociedade

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Os alunos do Salesiano Felipe

Medeiros e Taciana Limeira com a sua turma no intervalo

das aulas

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à frente, tornando a identificação a um grupo uma questão mais complexa.

No caso de Taciana Limeira, 16, aluna do Colégio Salesia-no, o importante é sentir afinidade por alguém. Ela afirma que tem amigos dentro e fora da escola. Sua rede de relacionamen-to é ampla. “Sou eclética e tenho facilidade para me comunicar. Assim, fica mais fácil estabelecer contato com os demais”.

O colega de Taciana, Fábio Medeiros, 17, também é do Colégio Salesiano. O jovem está no 3º ano do ensino médio e chama a atenção para a rivalidade entre as tribos. “É comum se determinadas classes não se dão bem com outras. Porém, a maioria dos estudantes daqui se dá bem, proporcionando um clima leve e agradável na instituição”, conclui.

Taciana e Fábio dizem não pertencer a nenhuma turma em especial. Possuem gostos variados e não se prendem a um único estilo. Ao ser questionada se mentiria sobre pontos de vista ou opiniões para se encaixar em um grupo, a garota res-ponde com firmeza: “não vale a pena enganar para se colocar em círculos de amizade. As falsidades logo são descobertas”.

Felipe Brito, 17, do Colégio BJ, tem o perfil semelhante ao de Taciana e Fábio. O aluno tira boas notas, mas revela o lado bagunceiro, sem extrapolar, é claro. Ele confessa: “pelo fato de eu me destacar em algumas matérias, muitos me incluem na galera dos CDFs. Pessoalmente, não levo a sério. Eu saio de casa, me divirto. Certamente, estas não são características dos CDFs”, ironiza Felipe, aos risos.

Para a psicóloga do Colégio BJ, Lélis Marino, a população atual não abre espaços para as subjetividades de cada um, ou seja, as peculiaridades podem ser discriminadas porque não há um interesse prévio em entender uma pessoa. Segundo ela, o rótulo de CDFs, por exemplo, ou os círculos de amizade distintos são o jeito encontrado pelos indivíduos de tentar se defender do diferente ou dos hábitos que não lhes são con-venientes. Lélis completa: “hoje em dia, quem não segue os padrões sociais estabelecidos, tem de encarar o preconceito, principalmente em meio a comunidades jovens”.

Stephanie Borges, 17, e Wagner Palácio, 16, por exem-plo, são daqueles que aderiram ao estilo próprio e não se im-portam com o que os outros pensam. Adeptos, de acordo com eles, do estilo alternativo, os dois se preocupam em usar roupas que caracterizam a tribo da qual participam. “Curto o rock internacional, e a música simboliza o meu grupo. O nosso segmento é chamado de Indie Rock. Provém do modelo un-derground e, geralmente, não está ligado a gravadoras famosas e nem à mídia popular”, explica Wagner.

Saindo do contexto rock’n roll e entrando na área da robótica e do cenário tecnológico, temos, no Colégio Santa

Emília, uma galera interessante. São os ganhadores da etapa estadual das Olimpíadas Brasileiras de Robótica (OBR).

O campeonato foi um grande passo da equipe que não perdeu tempo e entrou de cabeça no âmbito

das ciências inovadoras. Maria Carolina, 16, e Helamã Alves, 17, são dois dos integrantes

desse time.

Felipe Brito, estudante do BJ, é responsável mas sabe como se divertir

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Wagner Palácio e Stephanie Borges (C), ambos do BJ, têm atitude e curtem o mesmo estilo de músicafo

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Helamã Alves (de jaqueta) e Maria Carolina, estudantes do Santa

Emília: “Focados sim. Nerds não”

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Para quem acha que eles se autointitulam nerds, Maria Ca-rolina dá o recado: “nerd não! A vida da gente é normal. Somos focados nos nossos projetos, mas não deixamos de realizar as atividades do dia a dia, assim como os demais”. Helamã ressalta: “além de jovem cientista, sou do time de vôlei da escola e me comunico bem com todos”. A dupla ainda fala que o sucesso nas Olimpíadas de Robótica não é lá grande coisa, pois qualquer um poderia ter chegado ao resultado vitorioso. Será?

A diretora pedagógica do Colégio Santa Emília, Cristina Tavares, diz: “a presença das turmas é comum, e os rótulos lançados de fato são rotineiros. O fundamental é que o ato de rotular não se torne agressivo nem ofenda o próximo, deixan-do de ser natural e se transformado em um problema”.

Apesar da importância de se encaixar em círculos de ami-gos, alguns preferem não se prender a grupos. Jéssica Cibelly, 19, é do Colégio BJ e cultiva o contato com todos, mesmo ten-do mais intimidade e entrosamento com certos colegas. “Sou desinibida e, através do meu perfil, é simples conquistar as pes-soas.” A estudante assume que há pontos positivos e negativos para quem adota este jeito de ser: “o lado ruim é ter amizades, às vezes, não duradouras. O bom é estar sempre lidando com gente nova e aprendendo com elas. Jamais me vejo sozinha”.

Então, tudo bem. Fazendo ou não parte de uma tribo, o importante é ter sempre alguém por perto – de preferência, uma boa companhia. “É impossível ser feliz sozinho”. Quem nunca ouviu este refrão?

serviçoColégio salesiano – R. Dom Bosco, 551, Boa Vista, Recife-PE. Fone: (81) 2129-5900. www.salesianorecife.com.brBJ Colégio e Curso – R. Benfica, 197, Madalena, Recife-PE. Fone: (81) 3225-6800. www.colegiobj.com.brColégio santa emília (unidade II) – R. Marfim, 375,

Jardim Atlântico, Olinda-PE. Fone: (81) 3491-3416. www.colegiosantaemilia.com.br

Jéssica Cibelly (E), do Colégio BJ, fala com todo mundo e está sempre acompanhada dos colegas

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A felicidade não depende de terceiros. Depende, an-tes e primordialmente, do nível intelectual do cidadão e de seu poder cognitivo. O conhecimento se constitui como uma série de informações que servirão de base para com-parações que elucidarão qualquer dúvida na hora de julgar-se feliz ou não. O raciocínio levará a pessoa a uma análise mais apurada da sua vivência.

Para encontrar a felicidade faz-se necessário inicial-mente conceituá-la. Uma vida feliz acontece quando a maioria de seus momentos é de felicidade. Estar feliz é con-tinuar lutando pelas mudanças possíveis e desejadas sem jamais perder o estímulo. É amanhecer com seus objetivos bem definidos para cada dia, dia após dia.

Por outro lado, aceitar o que não se pode mudar é uma diretriz para usufruir da felicidade. Remoer o desgosto com a certeza de que não é possível transgredir o acontecido é buscar ser infe-liz. Não há solução para a dor da morte de um ente querido, então temos de acolher esse fato como pertencente a nossa existência e, consequentemente, absorver essa demanda com a naturalidade do saber que a antecede.

A consciência permanente, buscando, em resumo, mudar o que se pode e aceitar o que não se pode mudar, constitui-se o princípio da felicidade. O homem simples vive feliz porque entende que pouco pode mudar e assim aceita os desígnios de Deus. Com sua fé, completa suas necessidades de conhecimento e cognição. Sem dúvida, ele é um afortunado.

O cidadão rico e poderoso vive a descobrir o que pode mudar para tornar o mundo como ele o deseja. Jamais concorda em aceitar o que não pode mudar e, a cada dia, trava uma luta insana, querendo mudar o que não pode. Avassalado, vive lutando para ser o que não será ca-paz de ser. Isso quando o saber e a cognição lhe faltam.

Quando citamos o saber e a cognição, falamos do po-der da introspecção que alude à meditação e ao julgamen-to, sem paixão, do porquê dos comportamentos humanos e da natureza. É a convicção de existir e de reproduzir a espécie, sua obra principal, junto com os outros seres vi-vos. Tão orgulhosos como nós mesmos.

É muito fácil ter a felicidade. Ela não é um cartão de vantagens através do qual, somando-se pontos, o prêmio final pode ser usufruído de forma plena. Já está dentro de nós - veja o homem simples - mas a nossa sede do sempre mais quer expulsar, de forma bestial, essa dádiva gêmea co-nosco. Você é feliz, você é a felicidade, desfrute-a.

Não devemos questionar a felicidade, mas sim utilizá-la. Olhe ao seu redor e saiba que você tem algo superior a todos e que todos têm algo superior a você. Descubra a felicidade que está em seu interior. Não é o meio, não é a sociedade, não são os costumes nem mesmo as pessoas que fazem você feliz.

O ambiente renova-se a cada momento, são os caprichos da natureza seguindo seu destino. Os costumes sociais renovam-se

toda hora com novas tecnologias, e seus pares estão sem-pre pensando em si mesmos, relegando você ao segundo plano. Essas são as verdades gritantes.

Felicidade é viver com tudo que lhe sobra sem buscar de forma absoluta o que sobra em outros e o que lhe falta. Falta porque se quer ter também o que não se precisa, mas que é natural para os outros. A vaidade de ser completo invade, de quando em vez, a mente das pessoas que não se impõem aos outros nem a si mesmas.

Lutar para se ver o melhor é a mais salutar maneira de expressar a felicidade, ela vem de dentro de cada um de nós. A felicidade não se compra nem se faz, ela é sim a autossatisfação, simplesmente está presente na mente de todos, é só deixar que ela conviva com você.

artigo

F!

viva a felicidade com você!

Engenheiro, professor de Acústica Arquitetônica da Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA. Blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

Wilson José Macedo BaRReto

leia mais noportalfera.com.br

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amanda arruda – especial

Seis e sete de novembro se aproximam. Com a che-gada desses dias, a maioria dos pré-vestibulandos se vê refém de sintomas que conhecem melhor do

que a fórmula de Báskara: ansiedade, nervosismo, insô-nia. O medo de falhar depois de um ano inteiro de pre-paração pode, por si mesmo, induzir à falha. Mas se de-pender da galera da Revista Fera!, isso não vai acontecer. Fomos procurar as melhores dicas para ajudar você, fera, a evitar os obstáculos e a alcançar o tão sonhado lugar na faculdade. Acompanhe as nossas indicações e faça o seu check-up para garantir aproveitamento máximo nas provas e arrasar!

Conhecimento? ok!A prova do ENEM é longa, com muitas questões e

pouco tempo para solucioná-las. Quatro horas e meia para resolver 90 questões no primeiro dia, e cinco horas e meia, no segundo dia de prova, para resolver 90 questões e re-digir uma redação. Para tal maratona do conhecimento, é necessário treinar o uso do tempo. As alunas do Colégio Grande Passo, Amanda Alves Moreira de Castro, Andreza de Arruda Henriques e Stephanie Soares Ebner, todas com 15 anos, reclamam de terem problemas com o tempo em suas provas. “Eu me prendo muito a uma questão. Aí eu faço e refaço. Isso me prejudica”, reclama Andreza. Stepha-nie também tem problemas para terminar toda a prova no

Nos dias que antecedem

o Enem, é importante

que o corpo e a mente

estejam em perfeita

harmonia. Para tanto, é

preciso estar concentrado

e sentir-se preparado

para as provas

check-up para o enem

reta final

As alunas do Colégio Grande Passo Stephanie Soares (E), Amanda Alves (C) e Andreza de Arruda

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tempo estipulado: “Já houve muitas provas em que eu me prejudiquei porque não deu tempo de fazer a prova toda”. Já Amanda consegue fazer toda a prova no seu tempo li-mite, porém não consegue em menos tempo do que isso: “Eu acho que a questão do tempo me prejudica um pouco”, diz.

Adimes Gonçalves é professor de matemática há 12 anos e ensina no Colégio Decisão e no Colégio Único, en-tre outros. Segundo ele, resolver provas antigas do ENEM ajuda a dar tranquilidade ao aluno para a resolução da prova deste ano e, principalmente, para a administração do tem-po. “O tempo é primordial”, diz.

O aluno tem, em média, 3 minutos para resolver cada questão. Logo, é pouco provável que ele consiga resolver todas as questões. Treinar a busca pelos quesitos cujos as-suntos o estudante domine é uma forma de garantir o bom uso do tempo. “O aluno deve procurar resolver primeiro as questões dos assuntos que ele domina. Se ele deixar para o final, pode terminar não conseguindo resolver por estar cansado”, aconselha Adimes.

Além disso, a resolução de provas antigas deve ser feita também em casa. É um equívoco comum pensar que se aprende mais na sala de aula do que estudando em casa. A sala de aula é o espaço onde apenas se assimila o assunto. A aprendizagem se constrói no exercício intelectual contínuo, com a resolução de questões e com a geração de dúvidas na cabeça do aluno, processo natural da aprendizagem. “O aluno só aprende fazendo”, explica Saulo Araujo, professor de matemática do Colégio Grande Passo.

Jéssica Alcântara, aluna do Decisão, concorda com isso. Ela vai prestar vestibular esse ano e se sente nervosa em relação às provas: “Me arrependo de não ter feito no ano passado por experiência”, conta. Ela vai tentar Enfer-magem e está se preparando com os simulados e revisões preparados pelo Colégio.

Valéria Moraes (E), coordenadora do ensino médio, o professor de matemática Saulo Araújo e Sheila Scavuzzi, psicóloga do Colégio Grande Passo

O professor de matemática Adimes Gonçalves, do Colégio Decisão

Jéssica Alcântara,

aluna do Colégio Decisão

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Page 14: Revista Fera! 08

Nessas últimas semanas que antecedem o ENEM, os alunos devem redobrar a carga de revisões relacionadas à prova. Os colégios Decisão, Elo e Grande Passo realizam revisões periódicas com seus alunos, de forma a familiari-zá-los com a prova para manter o conteúdo programático “fresco” em suas mentes. “Damos conteúdo novo e revisa-mos os conteúdos anteriores”, explica Saulo Araujo.

Apesar disso, o estudo deve ser feito com calma, com um horário organizado que respeite o tempo do fera. “É interessante que cada aluno faça um programa de estudos de acordo com suas necessidades e possibilidades”, expli-ca Sheila Scavuzzi, psicóloga do ensino médio do Colégio Grande Passo.

Mente? ok!É de conhecimento geral que o fator psicológico é pri-

mordial em tudo, inclusive numa prova importante como a do vestibular. Porém, geralmente, esse quesito é o mais deixado de lado durante a preparação para as provas. Injus-tamente, claro! O estudante precisa de estrutura psicológica para aguentar a maratona de estudos do vestibular. Há sem-pre muita pressão em volta do fera, e às vezes a cobrança parte dele mesmo. Nesse momento, é muito importante o apoio da escola e da família.

A coordenadora do ensino médio do Colégio Grande Passo, Valéria Moraes, explica que o colégio vem investindo numa posição diferenciada. “Os alunos vêm para o Revifera aos sábados (programa de revisão de conteúdo programá-tico do vestibular feito pelo Grande Passo) e fazemos todo um trabalho de acolhimento a eles. Após o Revifera, opor-tunizamos o encontro deles e liberamos o acesso à piscina, para proporcionar um relaxamento aos feras”, comenta. O colégio Elo também investiu nessa abordagem diferenciada. Segundo Aurélia Calado, coordenadora do ensino médio do Elo, o colégio tem organizado atividades recreativas com os alunos, com o intuito de tranquilizar os feras, que se en-contram muito nervosos com a aproximação da prova do ENEM. Os aulões também são uma arma contra o nervo-sismo e são constantemente utilizados pelo Colégio Deci-são. “Nos aulões, tentamos fazer o aluno relaxar e damos algumas dicas de última hora (os chamados bizus)”, explica Ademis.

O psicólogo Luiz Schettini diz que o adolescente, em geral, tem uma predisposição à comparação e a achar que o outro sempre está/é melhor do que ele próprio. Isso mexe muito com a autoestima do aluno, que passa a acreditar que não vai alcançar a meta a que se propôs. Para evitar esse tipo de problema, o psicólogo aconselha os feras a evitar a com-paração com outros: “As pessoas são incomparáveis”, expli-ca. Também não é legal ficar exigindo muito de si mesmo. A auto-cobrança é um problema comum entre vestibulandos.

Aurélia Calado, coordenadora do ensino médio do Colégio Elo

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AF ANÚNCIO 105 mm x 150 mm - REVISTA DO FERA - Matrículas 2011 - Colégio Decisão.indd 1 20/10/2010 13:35:43

Arthur Vinícius, que tem 19 anos e é aluno de jornalismo da Universidade Federal de Pernambuco, passou por esse tipo de problema quando era vestibulando: “Tinha muita ansie-dade. Difícil de controlar até. Eu ia comer ou estudar mais do que deveria toda vez que sentia que ia fracassar”, relem-bra. Porém, para resolver o problema – ou amenizá-lo –, Arthur investiu em atividades que lhe passavam calma ou lhe proporcionavam prazer. “Escutava música e, principalmen-te no segundo semestre, pratiquei muita meditação”, diz.

De toda forma, o fera precisa ter em mente que o ves-tibular não é o fim do mundo – nem tampouco o começo. Só porque o jovem vai prestar vestibular, não significa que o estudante o transformará na sua vida. É importante ter ou-tras atividades que lhe proporcionem prazer, como praticar uma atividade física e assistir a um filme com os amigos. De outra forma, a pressão pode levar a melhor. “Eu já tive exce-lentes alunos que não conseguiram aprovação no primeiro ano devido ao estado psicológico deles”, conta Saulo.

Corpo? ok!Juvenal, um poeta romano, já dizia na Sátira X, “Mens

sana in corpore sano”. A expressão pode ser traduzida livre-mente como “Mente sã em corpo são”, e continua atual. Manter a saúde do seu corpo também é importante. Na verdade, a saúde do corpo influencia na saúde mental. E no caso dos feras, não é diferente.

É necessário praticar alguma atividade física, pois, além de produzir endorfinas (substâncias que passam a sensação de bem estar), a prática regular de exercícios proporciona boas noites de sono – fator imprescindível para quem deseja verdadeiramente aprender. Durante o sono, todo o con-teúdo assimilado se fixa na nossa memória. Dormir bem evitaria o famoso e temido “branco”. Segundo Schettini, “o cansaço interfere negativamente na nossa memória de evocação”, parte da memória que utilizamos para lembrar o que aprendemos. Logo, de nada adianta virar a noite es-tudando e não ter uma boa noite de sono. Uma excelente dica: organizar um horário de estudos razoável, que leve em conta a capacidade de cada aluno, e não todos os assun-tos estipulados pelo edital da prova. “O fera precisa ter em mente que, quando a gente faz tudo o que pode, a gente fez tudo!”, diz Schettini.

serviçoColégio Grande passo – Rua Professor Aurélio de Castro Cavalcante, nº 97 - Boa Viagem. Telefone: 3341.5362. Site:www.grandepasso.com.brColégio decisão – Rua Dom Bosco, 779, Boa Vista. Telefone: 3221.4275. Site: www.colegiodecisao.netColégio elo – Rua José Paraíso, 189, Boa Viagem. Telefone: 3461.1035. Site: www.colegioelo.com.brluiz schettini Fillho – http://www.luizschettini.psc.br

dicas

procure saber com antecedência o seu local de prova para evitar atrasos e estresse de última hora.

saia cedo de casa para evitar engarrafamentos.

leve com você, para a prova, água e algum lanche pequeno, como uma barra de cereais. evite lanches barulhentos, como salgadinhos, pois tira tanto a sua concentração quanto a dos outros vestibulandos.

use roupas confortáveis, mas leve um casaco com você. caso sinta frio, você poderá colocá-lo para evitar desconforto.

na hora da prova o candidato poderá levar consigo apenas caneta esferográfica preta.

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Se quiséssemos reduzir à expressão mais simples a constante busca da pessoa humana poderíamos dizer que andamos insistentemente em procura do bem-estar. Nada de mal nisso. A questão é que, ao concentrar nossos esforços nessa busca, tendemos a desconsiderar a estrutura responsável por esse esta-do tão desejado. Esquecemos que o bem-estar resul-ta de outra condição: o estar bem.

Dito de outra maneira: as satisfações a que te-mos direito são a consequência de uma organização interna, que podemos descrevê-la como “harmonia interior”. Trata-se do estabelecimento de uma relação coerente da pessoa com ela mesma, que implica a aceitação de si, o reconhecimento de seu valor indivi-dual e o direito ao espaço para seu desenvolvimento conforme suas potencialidades e competências.

Diante de uma tarefa a executar, a atitude carac-terizada pelo “não posso” ou “não vou conseguir” in-dicará a probabilidade do fracasso. Sempre podemos o que decorre do nosso desejo, ajudado pela deter-minação, segundo nosso potencial pessoal.

Isso nos ajuda a entender situações em que pre-cisamos enfrentar processos de avaliação. As provas escolares são um claro exemplo dessa realidade. Para obter bons resultados em uma avaliação da aprendi-zagem, não basta o esforço de estudar. Será preciso estarmos seguros de que o que fizemos em nossa preparação foi o que soubemos e o que pudemos. Aí

teremos feito tudo. Não importa que esse “tudo” seja menor do que a conquista de outros.

Essa atitude nos permitirá que a memória funcio-ne sem muitos obstáculos e que o raciocínio se pro-cesse de maneira mais clara. Aí, o que aprendemos aparece quando necessitamos.

É interessante lembrar, por exemplo, que todos nós nascemos com a capacidade de falar qualquer idioma, mas falaremos primeiro o idioma das pesso-as com quem convivemos. Isso significa que, ao nos cercarmos de pessoas que acreditam em nós, tere-mos uma possibilidade maior de reconhecer nossa capacidade. E nunca devemos esquecer que a pessoa mais próxima de nós somos nós próprios. Por essa razão, estarmos a todo o momento nos comparando com os demais nos traz prejuízos e entraves tanto para a aprendizagem como para a expressão do que já aprendemos.

Muitas vezes nos saímos mal nas provas escolares porque estabelecemos metas baseadas no que pen-samos ver em nossos colegas, achando que eles são melhores ou mais capazes do que nós. Não importa o quanto os outros aprenderam. Mais importante é o que conseguimos aprender.

O bem-estar depende do estar bem: no corpo e na mente, nas emoções e no ânimo. Enfim, na es-perança. Muitos dos nossos problemas são fantasmas que desaparecem com o exercício da esperança.

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bem-estar ou estar bem?

Psicólogo, professor e formado em Teologia Site: www.luizschettini.psc.br

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Com o objetivo de trabalhar

a parte prática da

graduação de Turismo

com mais intensidade, a

Faculdade Facottur/Bairro

Novo criou o Observatur,

observatório turístico feito

para os universitários

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pernambuco é um dos destinos mais procu-rados pelos visitantes de outros estados e de diferentes países. Por isso, o setor designado

à recepção destes visitantes necessita, a cada dia, aprimorar-se, visando o conforto dos estrangeiros e aumentando o leque de atrações da região.

Não basta, porém, o trade turístico se preocu-par apenas com a quantidade de eventos de entre-tenimento realizados. A qualidade de festivais, feiras, encontros ou comemorações em geral também deve ser analisada com cuidado. Assim, todos ga-nham: organizadores e público-alvo.

Seguindo este raciocínio, os cursos de Turismo sempre tiveram o objetivo de preparar os univer-sitários para o mercado de trabalho, exercitando a prática de forma intensa e tentando se aproximar, ao máximo possível, da realidade profissional.

A Faculdade Facottur/Bairro Novo, resolveu ir além, dando aos seus alunos a chance de vivenciar as funções do turismólogo de perto, por meio do projeto Observatur.

O Observatur é, na verdade, um observatório voltado ao contexto turístico. Através de parcerias com a Prefeitura do Recife, o Governo do Estado, a Secretaria de Turismo de Itamaracá, a Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur) e a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), estudam-se os aspectos ligados aos grandes eventos promovidos na região, como a origem dos indivíduos presentes,

as faixas etárias predominantes, as classes sociais dos espectadores, o que chamou a atenção no aconteci-mento, quais são as expectativas do público, o que não agradou e o que houve de mais positivo na orga-nização, entre outras coisas.

As informações recolhidas pelos estudantes são levadas ao conhecimento dos órgãos responsáveis por aquele evento para que, nas próximas edições, as falhas sejam corrigidas e os pontos satisfatórios se-jam aperfeiçoados.

Na Mostra Internacional de Música de Olinda desse ano — Mimo 2010 (2 a 7 de setembro), o Ob-servatur fez a sua estreia. A Facottur/Bairro Novo sele-cionou 14 alunos e os dividiu em três grupos para que eles elaborassem as pesquisas em relação à Mostra e colocassem as ideias do projeto em funcionamento.

Segundo Renato Santos, coordenador da gradu-ação de Turismo da faculdade, o trabalho foi bastante proveitoso e já existem planos para o futuro. “Percebi que os universitários envolvidos se interessaram mui-to e deram valor à oportunidade de colaborar com a Mimo, festival de caráter internacional. Agora já pen-samos na Festa Literária Internacional de Pernambuco — Fliporto (12 a 15 de novembro), e na 10ª edição do Olinda Arte em Toda Parte (25 de novembro a 5 de dezembro)”, conclui o coordenador.

serviço Faculdade Facottur/Bairro novo - Av. Getúlio Vargas, 1360. Bairro Novo - Olinda-PE. Telefone: 3429.0772www.faculdadebairronovo.com.br

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Fazer um intercâmbio no exterior e, antes de tudo, ter interesse pelo NOVO, pelo DIFERENTE, é definitivamente estar disposto a AMADURECER.

Para quem quer aperfeiçoar o inglês, fazer um período de High School (colegial no exterior) pode ser uma ótima oportunidade para se tornar mais in-dependente, autônomo e preparado para a vida e para o mercado de trabalho. Neste programa, além de escolher o país e a cultura que deseja conhecer mais a fundo, o estudante pode optar por fazer um ou dois semestres acadêmicos no exterior (seis me-ses ou um ano).

As opções mais procuradas são: EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra e Irlanda.

O programa de High School possibilita ao es-tudante vivenciar a cultura e os costumes de outro país. Além disso, é ideal para quem quer conhecer as peculiaridades de pequenas ou médias cidades e conviver ativamente com uma família estrangeira, com a escola e com a vida comunitária. E as opções de acomodação ajudam na interação! O estudante tanto pode se hospedar em casas de família quanto em residências estudantis dentro das escolas.

Para participar de um programa de High School você precisa:

Ter idade entre 15 a 18 anos;Estar cursando o ensino médio;Apresentar notas acima da média;Não ter repetido nos três últimos anos;Inglês intermediário;Quem tem interesse em fazer um programa de

High School deve, antes de tudo, conversar com os pais ou responsáveis e agendar um teste de inglês na agência de intercâmbio (Recomendo o STB – www.

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Internacionalista, Administradora de Empresas

e Gerente de Intercâmbio do STB (Student Travel Bureau) em Recife. Com a bagagem

de 11 Intercâmbios realizados na Inglaterra, EUA, Austrália, França, Canadá e Alemanha,

Marina é autora do livro: Intercâmbio de A a Z (www.

intercambioaz.com.br).

o segredo para ter sucesso no seu high school!

intercâmbio

MaRina Motta

stb.com.br). Posteriormente, o estudante deve pre-encher toda a documentação necessária e programar a forma de pagamento, que pode ser à vista ou par-celada.

Vale lembrar: tolerância às diferenças culturais, capacidade de adaptação a novos ambientes, maturi-dade e real interesse em participar de um programa de intercâmbio são requisitos essenciais para o suces-so do seu intercâmbio.

Na realidade, quando a gente aceita o desafio e encara um tempo fora do país, algumas situações iniciais parecem pouco interessantes, porque a rea-lidade da cidade, às vezes, não corresponde inteira-mente às nossas expectativas. Mas lembre-se: através dessas novas experiências, aprendemos a “olhar” o que nos é apresentado da forma real, ou seja, sem a interferência das nossas idealizações.

Nunca esqueça que olhar vai muito mais além de ver, quem vê uma situação é um mero observa-dor. Quem olha, por sua vez, vê de forma intensa e profunda, ciente do que viu e de que o verdadeiro olhar tem a magia e o poder de mudar o rumo das coisas para o bem ou para o mal - só depende de nós, ou melhor, do nosso olhar.

O primeiro e único grande passo para o suces-so de um Intercâmbio é a adaptação e, para que ela aconteça, tudo começa e termina “no nosso olhar”. Através do intercâmbio, nós nos alfabetizaremos no quesito “dar o devido olhar a cada situação”.

É a partir desse olhar correto que utilizaremos os recursos certos para enfrentar e resolver situa-ções da forma correta cada vez que elas se apresen-tarem. Depois, a vida se encarregará do restante do nosso aprendizado. Sem esse “olhar” verdadeiro e

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real nada é possível: tudo fica difícil e nada tem solu-ção.

É alcançando este “olhar” que passamos a dar o real peso a cada problema. E percebemos, então, que existem coisas pequenas como a casa da família estrangeira não ser tão limpa quanto a nossa. Tão ba-nais como a comida oferecida não ter uma aparência legal e ser sem gosto. Tão obvias como os hábitos di-ferentes e a maneira de ser de cada pessoa e de cada nacionalidade. Cientes das coisas pequenas, pode-mos então desfrutar de detalhes bem simples como o gosto de viver o diferente; tão indizível como pro-var o sabor do mundo e voltar com excesso de boas lembranças na bagagem; e tão reconfortante como a certeza de que a saudade passa e os amores ver-dadeiros esperam. Sim, nós somos fortes e capazes de suportar tantas mudanças e, somos, na verdade, muito mais fortes do que pensamos.

Beijos e até a próxima viagem!

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Seis anos de duração, maiores

notas no vestibular, muito trabalho e responsabilidade. Por que o curso de Medicina é tão procurado pelos jovens e o que mudou desde a sua

implementação ?

“Mais do que todas as profissões, a do médico é a mais humanitária, a mais altruísta, a mais sacrificada. Por isso é a mais nobre. Ela combate a dor, a doença, a morte — traz a cura, o conforto, a esperança, a vida. Tudo isso sem ser um deus — mas é quase. E é isso que a população espera desse super-homem: que ele esteja à altura da expectativa ética da comunidade — de agir não como um profissional comum, humano, mortal, com defeitos e erros, mas como um semideus”(Jornal do Conselho Federal de Medicina, Ano X, n° 56, Janeiro, 1995)

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alana lima

as profissões lidam com aspectos da vida humana. Nem todos trabalham diretamente em contato com pessoas, mas suas atividades ou contribuem

para a melhora das condições de vida ou prezam pelo equilíbrio ecológico, sem o qual a espécie humana esta-ria ameaçada. De todos os aspectos ligados ao homem, a medicina lida, de perto, com dois contrários, mas com-plementares e complexos: a vida e a morte. Por isso espera-se tanto dos médicos.

As enfermidades sempre existiram, os médicos não. No Brasil, a primeira faculdade de medicina foi cria-da na Bahia, no ano de 1808 – quando a Coroa portu-guesa se transferiu para nosso país. O imponente prédio cor de rosa existe até hoje e encontra-se no Pelourinho, famoso conjunto arquitetônico de Salvador, mais especi-ficamente, no Largo do Terreiro de Jesus. Antes do de-creto permitindo a criação de faculdades na colônia, os poucos brasileiros aspirantes a médicos precisavam viajar para o exterior em busca de formação. Nessa época, a grande maioria dos problemas de saúde era tratada, no Brasil, por curandeiros e através de simpatias e plantas medicinais.

Em Pernambuco, o primeiro vestibular para me-dicina ocorreu no ano de 1920. Vinte e nove se ins-creveram e quinze foram aprovados – concorrência de menos de duas pessoas por vaga. Inicialmente ligada à Faculdade de Farmácia, a Faculdade de Medicina do Recife funcionava na Rua do Sebo, hoje Barão de São Borja, e depois foi transferida para o Derby, se estabele-cendo ao lado da atual sede da Comissão de Vestibula-res (Covest). Hoje faz parte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A concorrência de cerca de duas pessoas por vaga é coisa do passado. De 1996 para cá, a relação oscilou entre 17,8 e 27,5. As 15 vagas aumentaram para 140, e a marca de 10.000 alunos formados já foi alcançada. Medicina costuma estar entre os cursos mais concorri-dos do Brasil. Na Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE), não é diferente. Apesar de ter perdido a lideran-ça para cursos como Direito e Publicidade desde 2007, para ser médico, ainda é preciso tirar as maiores notas do vestibular.

LONGO CAMINHO DO VESTIBULAR À RESIDêNCIAJá está cristalizado na cultura brasileira: o estudante

que quer passar em um vestibular de medicina precisa se dedicar muito e estar disposto a tentar, possivelmen-te, por vários anos a aprovação no concurso. Depois do primeiro sucesso, vem o curso, que, ao contrário da maioria das graduações, que duram quatro anos, dura seis (4 anos de aulas teóricas e práticas mais 2 anos de práticas supervisionadas em hospitais, período chama-do de internato) e em período integral (manhã e tarde). Depois dos doze semestres, o estudante sai da faculda-de com um diploma de clínico geral e deve se inscrever no Conselho Regional de Medicina para receber uma autorização para clinicar. Muitos dos médicos já tentam, em seguida, uma vaga na Residência Médica para, assim, depois do estudo de em média mais dois a quatro anos, dependendo da área escolhida, obter um diploma de especialista em alguma área (pediatria, cardiologia, der-matologia, etc). Ou seja, considerando que o estudante passe de primeira no vestibular, ele levará, pelo menos, oito anos para obter o título de especialista.

Mesmo com a dificuldade de ingresso no curso, o extenso período de formação e o trabalho árduo de-pois de formado, Medicina continua sendo uma das áre-as mais procuradas em todo o Brasil. De acordo com Oscar Coutinho Andrade, coordenador do curso da UFPE, ser médico continua sendo uma profissão de sta-tus social. Estudos da sociologia das profissões apontam que este é o curso com menores índices de retenção e evasão. Além disso, o médico, depois de formado, é o profissional que não costuma mudar de área. O profes-sor afirma que a declaração de que há poucos médicos no Brasil não é verdadeira, o que ocorre é que a procura por áreas de especialização não é equilibrada. Enquanto que, para áreas como a dermatologia, a concorrência

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é enorme, para a pediatria e a medicina comunitária, por exemplo, costumam sobrar vagas nas residências. Os médicos não têm dificuldade de se empregar, o que pode existir são baixos salários e condições de trabalho ruins, por isso, outra característica dos profissionais da área é que possuem empregos em vários hospitais.

REFORMULAçõES NO CURRíCULO

É natural que a educação esteja sempre se refor-mulando. Novos estudos são feitos e inovações nos métodos de ensino-aprendizagem vão sendo colocadas em prática. O curso da UFPE modificou-se a partir das diretrizes curriculares de 2001. Deixou de ser composto por disciplinas isoladas e agora funciona de maneira mo-dular ou interdisciplinar. Do primeiro ao oitavo período, o curso é montado em áreas de conhecimento que se juntam para formar módulos. Enquanto antes o estu-dante estudava a anatomia de todo o corpo humano, a histologia de tudo, etc, e depois tinha que organizar as informações, hoje ele estuda conjuntamente todos os aspectos do sistema nervoso, depois o sistema cardio-lógico, a saúde da mulher, a saúde da criança e assim por diante.

O professor Coutinho afirma que a nova metodo-logia permite que os alunos tenham uma visão mais inte-grada da medicina. Saem da faculdade com uma discus-são crítica sobre o ato de ser médico, entendem como é o sistema de saúde e a profissão. O que não significa, no entanto, que incorporam todos os valores necessários ao bom profissional na visão do professor. A humaniza-ção da prática médica é um ponto ainda deficitário.

Apesar das já visíveis melhoras, o coordenador do curso acredita que o sistema deve ser aprimorado.

Como os docentes foram formados pelo modelo anti-go, o processo de adaptação é lento. Uma das questões cruciais, de acordo com o professor, diz respeito às pro-vas: “Não adianta um projeto pedagógico interdisciplinar com avaliações separadas. O que é mais proposto na avaliação dos cursos é que se avaliem competências e não só capacidade cognitiva” - ou o conhecido “deco-reba”. Para Oscar Coutinho, um bom médico deve ter uma boa capacidade cognitiva, habilidade de comunica-ção, habilidades clínicas, habilidade no tratamento hu-manístico e uma crítica em relação ao sistema de saúde.

MODELO COMUNITáRIONa década de 60, surgiu, nos Estados Unidos e na

Europa, um novo modelo de ensino para os cursos de Medicina. Com um currículo baseado em problemas, o método de aprendizagem ativa é centrado no aluno. Em Pernambuco, a Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), desde sua criação em 2005, adota essa metodolo-gia. De acordo com Gilliatt Falbo, coordenador do curso de medicina, esse é um modo de ensino que se adap-ta melhor aos adultos. A turma de sessenta é dividida em grupos de doze. Cada grupo possui um tutor que apresenta problemas, indica caminhos e bibliografias. Em uma segunda reunião, os alunos apresentam e discutem as soluções encontradas. Desde o primeiro semestre, os estudantes estão em contato com pacientes. Nos dois primeiros anos, dirigem-se a postos da saúde da família (PSF); no terceiro e no quarto ano, continuam no pro-grama de saúde da família, mas também no ambulatório do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). Nos dois últimos anos, permanecem nos postos de saúde da família e no IMIP, revezando-se entre as áre-

Aurélio Molina é secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior de Pernambuco

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Oscar Coutinho, coordenador do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco

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as de pediatria, ginecologia e obstetrícia, cirurgia médica e clínica geral.

O curso é dividido em quatro eixos temáticos. Ética da vida e da liberdade é abordada durante todos os se-mestres e prioriza a ideia de que o homem nasce para ser livre. Em evolução humana, discute-se o ciclo da vida, da pré-concepção e do planejamento familiar ao envelhe-cimento e a morte. Atitudes e relações humanas aborda aspectos da saúde mental do indivíduo e desequilíbrios do processo saúde/ambiente, que diz respeito a patologias ligadas ao desequilíbrio do homem com o meio ambien-te. Tem-se uma visão ecológica da saúde e se estudam doenças ligadas ao ar, à água e aos alimentos.

Para Gilliatt Falbo, não basta apenas querer para ser médico: “Para desempenhar bem a profissão, são ne-cessários outros atributos além do desejo e do estudo. É preciso ter uma postura diante da vida, da morte e das pessoas que sofrem”. Já o fato de trabalhar muito e em si-tuações de estresse é natural para o verdadeiro médico.

DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção

e recuperação. (Artigo nº 196 da Constituição de 1988)

Não se pode dizer que o sistema público de saúde do Brasil não precisa de melhoras. Muito pelo contrário. No entanto, a situação do passado era bem pior. O pro-fessor da UFPE, Oscar Coutinho, conta o que mudou nos hospitais depois de ser implementado, pela constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) e lembra a época quando ainda era estudante de medicina: “Antes, os pacientes eram os indigentes que eram atendidos no hospital Pedro II. Com o SUS, temos a relação Ministério da Educação + Ministério da Saúde formando o Sistema Único de Saúde-Escola. O paciente agora é cidadão, não indigente. O SUS tem como princípio que todos os bra-sileiros são clientes”. Segundo o professor, na década de 70, o sistema de saúde era corrupto e privado, de modo que a população era segregada de acordo com a renda, e os mais pobres precisavam recorrer às Santas Casas de Misericórdia, que eram dirigidas por religiosos.

Outra mudança implementada com a criação do SUS diz respeito à atenção dada à medicina preventiva e à promoção da saúde. Isso muda o papel social do médi-co, que deixa de ser prioritariamente o que ajuda a curar e passa a ser o que dá condições para que cada um evite enfermidades. A saúde deixou de ser, então, a ausência da doença e passou a ser considerada como sinônimo de uma vida saudável. A criação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e do Programa de Saúde da Família (PSF) foi fundamental para essa nova concepção da Medicina. Esses programas governamentais permitem aos profissionais de saúde o contato direto com a vida dos pacientes, aproximando-os da dura realidade da população carente e tornando-os mais eficientes no trabalho de prevenção de doenças.

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serviçouniversidade Federal de pernam-buco (uFpe) – Av. Prof. Moraes Rego, 1235 - Cidade Universitária. Telefone da coordenação de medicina: 2126.8524. www.ufpe.br/medicinaFaculdade pernambucana de saúde (Fps) – Av. Jeam Emile Favre, 422 - Imbiribeira. Telefone: 3035.7777. www.fps.edu.br

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Dentre as 12 universidades que mais formam médicos no País, a pesquisa de 2003 do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou que a metade são do Sudeste (UFMG, USP, UFRJ, UNIFESP, UFJF e Universidade Severino Sombra - RJ), cinco do Nordeste (UFC, UFPB, UFBA, UPE e UFPE) e uma do Sul (UFPR).

O aluno do curso de Medicina passa por dois momentos distintos durante a graduação: nos primeiros quatro anos, cursa disciplinas obrigatórias e eletivas; no quinto e no sexto ano, é avaliado apenas de acordo com a prática supervisionada da profissão em hospitais, período conhecido como internato.

Para algumas aulas de Medicina, como anatomia, é necessário o uso de cadáveres. Esses corpos podem ser adquiridos por três maneiras: através do preenchimento de formulário pelo indivíduo autorizando a utilização de seu cadáver; através da permissão da família - já depois da morte do indivíduo; e no caso de corpos não identificados, as universidades brasileiras têm permissão para utilizá-los de acordo com a lei 8.501, de 30 de novembro de 1992.

Para o pesquisador Rodríguez-Marín, existem quatro tipos diferentes de relação médico-paciente: paternalista, o médico domina a tomada de decisões; clientelista, quando a consulta médica é apenas uma transação de mercado; mutualista, em que cada um dos participantes contribui com as forças e recursos de que dispõe e a relação torna-se um encontro entre iguais; e ausente, caracterizada por uma total ausência de controle tanto por parte do paciente quanto do médico.

A regulamentação da residência médica existe no Brasil desde 1977 e constitui uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos que recebem uma bolsa-auxílio de atualmente R$ 1.916,45. Os médicos, nesse período, devem trabalhar em regime de dedicação exclusiva à residência.

Quantidade de vagas de Medicina no estadoUFPE 140 vagas no RecifeUPE 40 vagas em Garanhuns 150 vagas no RecifeUnivasf 80 vagas em Petrolina

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Agora você vai conhecer um pouco da história de quatro jovens que já comparti-lharam de um mesmo desejo: ser estudante de medicina.

Depois de dois anos de estudo intensivo para passar no vestibular de medicina e de seis anos no curso de graduação, Bruno Augusto Machado descreve assim o atual período que cursa na faculdade: “12° período, há menos de 60 dias da formatura”. A declaração mostra como o jovem de vinte e três anos está ansioso por seu diploma, não só pelos oito anos já dedicados, de certa forma, à medicina, mas por tudo o que está por vir. Desde pequeno, o futuro médico já gritava a sua esperada profissão para quem quisesse ouvir: “Desde que eu me lembro, todo mundo na minha casa diz que eu vou ser médico. Meu avô me mandava falar a todos que passavam na rua meu nome com-pleto (que é enorme) e minha futura profissão quando eu tinha uns 3 ou 4 anos”. Ser médico parece realmente ser uma profissão que está no imaginário das crianças – e não estamos aqui falando das crianças grandinhas que resolvem brincar de médico com os amiguinhos(as). Com Abraão Wagner Ximenes, 20 anos, atual estudante do sexto se-mestre de medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também foi assim: “Quando criança, eu pensava em ser pediatra porque desde muito jovem tenho doença alérgica, então sempre era acompanhado pelo pediatra e dizia que queria ser igual a ele quando crescesse”.

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Passada a ilusão da infância, chega a adolescência e a hora de escolher a profissão que se pretende seguir para o resto da vida. Abraão deu voltas e retornou ao sonho de criança: “Durante o ensino fundamental, sempre me in-teressei mais pela área de exatas e tinha quase certeza de que prestaria vestibular para alguma engenharia. Só duran-te o ensino médio que decidi fazer medicina. Sempre me perguntam o porquê, mas nunca sei responder com cer-teza. Sempre tive vontade de ajudar e ser útil ao próximo, esse talvez tenha sido o maior motivo para que eu fizesse vestibular pra medicina. Outro motivo é o reconhecimento que a profissão médica tem dentro da sociedade”. O reco-

nhecimento social foi um dos principais motivos que levou Pablo Alencar, 25, a tentar o vestibular para esse curso. De família do interior do estado, Pablo conta que sempre foi incentivado pelos pais a ser médico por conta de todo o imaginário social por detrás da profissão. Como nunca en-controu uma área com a qual realmente se identificasse, aca-

bou absorvendo a ideia dos familiares e começou o estudo para o curso de maior média no vestibular de Pernambuco.

No caso de Kércia Amorim, 26 anos. que cursa o dé-cimo primeiro período, assim como para Pablo, a opinião dos familiares foi decisiva. Na verdade, uma declaração ne-gativa a fez mudar de ideia: desejosa de ser dentista e diante da reprovação no primeiro vestibular, Kércia foi aconselhada a não investir nessa carreira por conta dos excessivos gastos com equipamentos. Foi quando prestou vestibular para nu-trição na UFPE e enfermagem na UPE. Aprovada nos dois cursos, mas desejosa de ser nutricionista, começou a estu-dar na estadual devido à greve da federal só para não ficar sem estudar por muito tempo. “Com mais ou menos um mês e meio de aula, estava acontecendo uma cirurgia cardí-aca em uma sala específica com paredes de vidro por onde os alunos podem assistir a intervenção. Vendo aquilo, decidi que precisava ser médica e realizar cirurgias torácicas”. Tran-cou os dois cursos e começou a maratona de estudos.

da realização de um sonho: noites de sono substituídas

por noites de estudoQuem decide fazer vestibular para medicina sabe

que precisará se dedicar ao máximo aos estudos e possi-velmente por mais de um ano, por isso, se você costuma desistir fácil, saiba que medicina pode não ser uma boa opção. Bruno Augusto Machado teve que estudar por dois anos: “Fiz os três anos do ensino médio no Colé-gio Especial. Não tinha muita estrutura tanto no colégio quanto fora dele, pois não tinha muito dinheiro para com-prar livros e pagar cursinhos ou isoladas. Estudei demais no terceiro ano, mas a aprovação estava distante da mi-nha realidade. Tirei 6,3 no meu primeiro vestibular em 2003. No ano seguinte, tentei bolsa de estudos em vários cursinhos e consegui em todos. Fiquei fazendo todas as matérias no ALVO, exceto biologia, que fiz em Fernan-dinho. Estudei até menos neste ano, já que só precisava me aprofundar no que eu já sabia. Tirei 8,9 e passei em 2° lugar”. Kércia, que teve sua epifania em meio à cirurgia cardíaca no mês de maio, começou os estudos no decor-rer do ano, mas por causa de problemas de saúde em sua família, não pôde se dedicar o quanto precisava para conseguir a aprovação. Em 2004 continuava matriculada no cursinho, mas o primeiro semestre ainda era contur-bado. Em junho, sua tia faleceu e depois de um período de adaptação resolveu investir todo o seu tempo nos es-tudos e o resultado chegou: foi aprovada na UFPE.

Abraão, na prática, teve um período de estudos fo-cado para o vestibular mais curto, mas ele conta que a preparação, na verdade, veio desde criança quando seus pais o incentivavam a estudar. “Em relação aos cursinhos, já no segundo ano do ensino médio me matriculei em

Bruno Machado, 23, estudante do 12º período de medicina

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isoladas de biologia, química e física. Durante o terceiro ano fiz as mesmas isoladas e por volta do mês de outubro ganhei bolsa nas demais matérias do curso de Fernandi-nho (geografia, história e matemática) e no curso de por-tuguês Vicente e Flávia”. Abraão, que estudou em escola pública durante todo o ensino fundamental e médio, foi aprovado em seu primeiro vestibular sendo o primeiro colocado no curso de medicina e o segundo lugar geral.

Com Pablo, o caminho foi mais longo. Pela dificuldade da concorrência e da nota, de acordo com ele, a aprovação no terceiro ano já não era esperada. Na segunda vez, re-correu às matérias isoladas e conta que o ritmo era outro: “Aprendi bem mais, mas ainda não foi daquela vez”. Na ter-ceira tentativa sentia-se realmente preparado, mas faltaram 0.05 pontos na UPE. No quarto ano recorreu a um cursinho preparatório para medicina no colégio GGE e confessa que estudou um pouco menos, focava apenas no que não sabia, no entanto, o seu grande vilão era o tempo para a realização da prova. A aprovação não veio e chegou a decepção. Em 2005, o quinto ano tentando o vestibular, a estratégia de estudo foi algumas matérias isoladas e um intensivo no meio do ano para ajudar na revisão, estudou o ano todo para me-dicina, mas diante da pressão de tantos anos de dedicação e do insucesso, Pablo tomou uma decisão: se inscreveu para o vestibular de fisioterapia na UFPE. Passou.

a visão da medicina antes e durante a faculdade

Bruno entrou na faculdade pensando em ser cirur-gião traumatologista e achava que a medicina de verdade

está nas emergências. “Quando entrei no curso, vi que a realidade é totalmente diferente. A emergência é apenas o local onde será corrigido aquilo que não deu certo lá atrás. Mais de 80% das ocorrências do pronto-socorro são por causas evitáveis”. Hoje, o formando acredita muito mais na medicina preventiva, no diagnóstico precoce. Kércia, que se apaixonou pela profissão por causa de uma cirurgia cardíaca, já encontrou novos prováveis pacientes: os recém-nascidos. A ideia da especialização surgiu na cadeira de pediatria, no quinto período da faculdade, e foi potencializada nos plan-tões médicos. Quando estudou cirurgia torácica, também se sentiu motivada, mas as crianças já a haviam conquistado. Além disso, o ritmo de vida dos cirurgiões a desmotiva: os profissionais costumam dar muitos plantões e as cirurgias costumam ser longas e exigem muito tempo em pé.

Para Abraão, o que mudou não diz respeito a ca-minhos na profissão, mas à própria visão da medicina: “Per-cebi que ser médico não é as mil maravilhas que via antes. Hoje percebo que, dependendo da especialidade, ser médico traz grande estresse, já que no seu dia a dia você estará lidando com vidas, e cada uma delas é muito importante”.

O curso de seis anos de duração e em regime integral – manhã e tarde – exige bastante dos alunos: “O curso é extre-mamente puxado. Não pela

Abraão Ximenes, 20, estudante do 6º período de medicinaFo

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dificuldade das cadeiras, e sim pela quantidade de assunto. A medicina é interminável e na faculdade se estuda muito mais do que no vestibular”, declara Bruno. Apesar das muitas au-las, para Kércia, seis anos ainda é pouco: “Quando você cola grau, a sociedade já vê em você um médico, mas nós sa-bemos que ainda temos muito o que aprender”. Segundo a estudante, uma das queixas dos alunos em relação ao curso diz respeito à remuneração. Enquanto em diversos outros cursos de graduação desde cedo os universitários podem ter suas próprias rendas através de estágios, na medicina o estágio é curricular - no período de internato - mas não há remuneração, o que faz com que muitos estudantes reali-zem plantões ilegais, respondendo, na prática, por hospitais, que, em tese, estão sob a responsabilidade de médicos for-mados. Uma prática perigosíssima.

Bruno tem outra maneira de conseguir seu próprio dinheiro enquanto estuda: depois de quatro anos como professor de química do curso PORTAL, um pré-vestibu-lar gratuito e voluntário para alunos da escola pública, foi convidado para assumir o curso de Química do ALVO e descobriu uma nova paixão a qual pretende alimentar em doses homeopáticas para o resto da vida. Não pensa em abandonar as salas de aula desde que sejam poucas turmas. Assim, ele poderá conciliar a prática da sala de aula com o exercício da medicina.

Já Pablo não pôde alterar sua visão da medicina porque não entrou no curso, mas mudou de opinião quanto à fisio-terapia, na qual as coisas não foram muito bem e os assun-tos decorados pareciam entediantes para ele. Foi quando, percebendo que as coisas não iam dar certo, começou a

pesquisar sobre os demais cursos da UFPE. Depois de duas semanas de aula no sexto período, abandonou fisioterapia e começou os seus estudos para jornalismo. A visão que teve, antes e durante o curso, é que não tinha nascido para a área de saúde.

e agora? e o futuro?Bruno deve estar aguardando ansiosamente os ses-

senta dias. Depois disso, pretende ficar livre no ano que vem para trabalhar e ajudar a família. “Afinal de contas, foram 6 anos sem ganhar um centavo com a medicina e tendo que dar aulas particulares para conseguir me sustentar. Ago-ra quero ter uma estabilidade financeira”. Em 2012 quer entrar na residência de clinica médica, fazer os três anos e continuar dando aulas no ALVO. “Em dez ou quinze anos, quero ter um consultório de clínica médica em que eu pos-sa atender poucos pacientes por dia para que eu possa ter mais tempo com cada um e quero ter um nome consoli-dado no campo das matérias isoladas como uma referência em curso de Química para vestibular. Bom, é um sonho difícil, mas gosto do desafio”.

Logo que se formar, Kércia também pretende trabalhar um pouco antes da especialização. A ideia é dar plantões e assumir algum Posto de Saúde da Família (PSF).

Abraão pensa em fazer residência de neurocirurgia assim que acabar a graduação. Porém não descarta a possi-bilidade de trabalhar no Programa Saúde da Família por seis meses ou servir como médico do exército brasileiro. De qualquer forma, ainda está na metade do curso, e há muito tempo para pensar e mudar de ideia.

e você? e o seu futuro?Não é de se estranhar que a elevada concorrência e

a altíssima nota assustem qualquer candidato. No entanto, Bruno Machado aconselha: “Eu acho que, quando se esco-lhe fazer medicina, não se pode ter medo da nota. É preciso pensar nela todos os dias, e se no último ano a menor que entrou foi oito, pense em nove. Desta forma não há como não passar. Eu sempre digo aos meus alunos que não se deve escolher medicina na UPE e Nutrição na Federal, por exemplo. Quando o aluno faz isso ele não vai se concen-trar em uma meta, em uma nota. No primeiro momento em que ele estiver cansado a nota mais baixa vai vir à sua cabeça. Quando se pensa em um único objetivo não tem negociação com sua consciência. Só há uma possibilidade, ou você dá o máximo ou não passa”.

O mais imprevisível dos nossos aspirantes a médi-cos, Pablo, também dá lições com sua experiência contur-bada. Primeiro colocado no curso de jornalismo da UFPE no vestibular de 2008/2009, o estudante conta que hoje não se vê fazendo outra coisa. É preciso ter coragem para tomar decisões e discernimento para justificar nossas esco-lhas. Escolher uma profissão é das tarefas mais difíceis pela qual um jovem tem que passar e sua decisão deve estar bem sedimentada dentro de si próprio. “Prazer é a palavra certa para se ligar a um curso”, aprendeu Pablo.

Kércia Amorim, 26, estudante do 11º

período de medicina na UFPE

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Gerente Comercial da Facottur/Bairro Novo e-mail: [email protected]

luciano gouveia

Com técnicas de neuromarketing, especialistas deci-fram a mente dos consumidores e indicam novos caminhos para as empresas alcançarem a tão sonhada satisfação do cliente.

Entender o comportamento do consumidor é a gran-de meta de qualquer plano de Marketing de uma empresa. Não faltam seminários, livros, reportagens, artigos e docu-mentários que tentem decifrar essa imprevisível e complexa troca de informações que acontece entre quem compra e quem vende um produto.

A novidade dos últimos anos é que até mesmo a ciên-cia está estudando isso. O Neuromarketing ainda está dando seus primeiros passos, mas diversas corporações preferem não perder tempo e já começam a realizar estudos nesta área.

A aplicação do neuromarketing para entender o con-sumidor é algo que será um dos métodos mais utilizados neste século. Desenvolver produtos que sejam adequados à satisfação do consumidor é muito importante em um mundo de milhares de produtos, marcas e experiências. A possibilidade de entender o consumidor profundamente, conseguindo extrair informações que vão além do que ele simplesmente diz, é a maior diferença do neuromarketing. Não é uma metodologia que substituirá os outros métodos, acredito que seja um método complementar às necessida-des do mercado.

Neuromarketing é a ciência que estuda o comporta-mento do consumidor a partir da neurociência, antecipando as necessidades de cada consumidor no intuito de valorizar seus desejos e afinidades por produtos e marcas. Embora ainda seja pouco explorado no Brasil, o Neuromarketing já começa a se destacar.

Os seres humanos processam estímulos emocionais constantemente, e cada estímulo é capaz de gerar uma res-posta fisiológica coerente. Muitas vezes essa resposta é tão sutil que só podemos medi-la com ajuda da Neurociência e ela nos mostra claramente como as ações de Marketing agem no corpo humano. Uma das respostas mais interes-sante são as alterações que podem ser observadas ao longo do processo da venda. O Neuromarketing nos ajuda a en-

trar definitivamente na mente do consumidor (cliente). Um exemplo dessa influência é a pesquisa realizada por

uma empresa de neuromarketing para avaliar as propagan-das exibidas no Superbowl, a final do campeonato de futebol americano (USA), em 2009. O intervalo do Superbowl é conhecido como uma das cotas publicitárias mais caras no mundo — cada 30 segundos valem cerca de US$ 3 mi-lhões. O parâmetro para avaliar a melhor propaganda foi o nível de atividade cerebral relacionado ao grau de atenção do espectador ao que se passava diante de seus olhos. Um dos comerciais mostrava insetos bonitinhos roubando uma Coca-Cola, o que causou espantosa atividade cerebral nos participantes da pesquisa. Meses depois, a propaganda ga-nhou um dos maiores prêmios de publicidade dos USA.

As Eleições também geram um gigantesco investimen-to em publicidade. A empresa de marketing durante as elei-ções de 2008 nos Estados Unidos é um bom exemplo. A pesquisa mostrou como o sorriso da pré-candidata Hillary Clinton atraía os eleitores e como a atividade cerebral das pessoas que se diziam indecisa apontava preferências para determinados candidatos.

Essas pesquisas são um sinal de que, no futuro, dare-mos adeus a propagandas políticas maçantes e comerciais chatos. Assim teremos acesso a formas mais inteligentes de comunicação devido às pesquisas do neuromarketing, a fer-ramenta mais nova do mundo do marketing.

O neuromarketing leva à motivação da compra e pode, segundo especialistas, trazer mensurações efetivas, avaliando se determinada ferramenta de comunicação está atingindo seus objetivos. “Qualquer estratégia de marketing deve ser feita de forma a gerar uma boa comunicação com o consu-midor. Essa comunicação deve ser pautada em alguns aspec-tos que podem ser estudados pela neurociência, como, por exemplo, a percepção do consumidor, o grau de atenção que a ação promove, que tipo de motivação e quanto dessa motivação é provocada diante de um estímulo, o grau de empatia que é gerado e o quanto essa ação provoca de me-morização. Podemos, através do neuromarketing, mensurar se as ferramentas de marketing estão atingindo seus objeti-vos, comunicando, motivando, causando memorização”.

marketing

neuromarketing, a ferramenta do momento

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leia mais noportalfera.com.br

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os concursos públicos viraram febre entre os jovens de todo o país. Um número enorme de pessoas tem procurado ingressar em cargos do governo

a fim de usufruir dos benefícios oferecidos pelos principais órgãos ligados ao Estado.

Porém, se engana quem pensa que essa modalidade de seleção de profissionais é recente. Na verdade, ela surgiu há muitos anos e foi, ao longo do tempo, se modificando até chegar ao formato atual. Esse formato se baseia na ela-boração de provas que permitam avaliar profissionalmente os cidadãos brasileiros de forma igual e justa, sem fazer di-ferenciações entre os indivíduos dispostos a concorrer às vagas abertas.

Assim, desde que foi instituído, o concurso público teve o intuito de acabar com o nepotismo, prática de mode-los políticos do passado vulgarmente chamada de “apadri-nhamento”, que impedia o fornecimento de oportunidades semelhantes a todos.

Mas o que tanto chama a atenção da população quan-do o assunto é concurso? Os motivos são variados e, diga-

se de passagem, sedutores. Para começar, o fator mais rele-vante: a estabilidade no cargo exercido.

Nos dias de hoje, nos quais a busca por emprego é acirrada e o medo de ter o nome incluído em cortes de empresas privadas é frequente entre os empregados, a se-gurança transmitida pela impossibilidade de uma eventual demissão – a não ser, é claro, em casos extremos, tendo o funcionário cometido erro gravíssimo – é muito confor-tante.

Em segundo lugar, vem a remuneração, que quase sempre é muito boa ou, ao menos, razoável, atraindo os que almejam subir na vida financeiramente ou juntar econo-mias para realizar planos traçados no decorrer do exercício da profissão. O concursado que atua como auditor fiscal da Receita Federal, por exemplo, chega a ganhar, em média, R$ 7.600, sendo exigida do candidato apenas a conclusão do ensino médio. Obviamente, não é um cargo fácil de ob-ter, mas, de certo, o esforço para consegui-lo vale a pena.

Outro ponto importante é o fato do servidor público não precisar ter experiência na área em que irá atuar. Não é comum ver editais (conteúdos que explicam as fases da seleção e quais são as regras a serem cumpridas) solicitan-

a febre dos As vantagens de quem

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vez mais concurseiros.

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do candidatos experientes em determinada atividade. Por isso, tudo depende apenas do próprio esforço e da maneira como o candidato irá encarar os testes.

Agora, não se pode negar a enorme quantidade de indivíduos querendo o seu lugar ao sol. Na grande maioria das vezes, sujeitos de diferentes raças, sexos, idades, cren-ças, classes sociais e religiões estão lutando pela mesma coi-sa. E todos possuem as mesmas chances.

Há algumas justas diferenças, entretanto. Diante de um mercado de trabalho preconceituoso, as seleções pú-blicas são valiosas oportunidades para os portadores de deficiência. É estabelecido pela Constituição Federal que um percentual de vagas para deficientes seja colocado nos editais, partindo do princípio de que aquela pessoa estará apta a desenvolver funções que não vão de encontro às suas limitações.

Explicados alguns dos pretextos que impulsionam os brasileiros a correr atrás do sonho de se tornar agente públi-co, fica fácil entender o porquê dos concursos terem virado mania.

preparação para concursosSe o número de concurseiros aumenta, amplia-se em

proporções parecidas a quantidade de cursinhos com o ob-jetivo de preparar bem os alunos para as provas dos concur-sos públicos a fim de transformar cada concorrente em um forte candidato à conquista das vagas oferecidas.

Estes preparatórios auxiliam os que desejam ser apro-vados e aprimoram a carga de aprendizagem, além de se comprometerem a ensinar e revisar, antes dos testes, todos os assuntos divulgados nos editais.

Existem distintos modelos de preparação. Aqueles que estão começando a ingressar neste mundo e não possuem experiência na disputa por cargos públicos podem optar pe-los cursos básicos para concursos, ou CBC, forma como foram denominados. Neles, as matérias são apresentadas

de maneira mais geral. Normalmente, as pessoas que es-colhem o CBC não têm nenhuma seleção específica em mente ou simplesmente querem se habituar ao ritmo e à linguagem de um concurseiro antes de se especializar em algum setor em particular.

Por outro lado, há os cursos que focam determinada seleção em especial, como o concurso do Ministério Públi-co da União ou do Tribunal Regional Eleitoral, por exemplo. Nesses tipos de preparatórios, os professores se prendem exclusivamente a um edital e abordam, num prazo estipu-lado com antecedência, o que vai ser exigido na prova da-quele órgão.

O professor Alberto de Souza leciona Direito Civil no Núcleo de Concursos Especial – NUCE, e diz que o tempo passado em sala é essencial para os estudantes, mas lembra: “não basta apenas comparecer às aulas sem que uma rotina de leitura seja estabelecida em casa”. Para ele, estudar em casa é necessário porque muitas vezes os conteúdos são muito extensos e o tempo para assimilar tudo é pequeno. Sendo assim, quanto mais o aluno conhecer a apostila, me-lhor será o seu desempenho.

Alberto também diz: “quem não tem o hábito de re-solver questões de provas antigas acaba se prejudicando. Se basear pelo que já foi feito em outras ocasiões é a dica que eu dou. Através desse método, fica mais fácil se tornar íntimo da linguagem de cada banca examinadora – entida-des responsáveis pela divulgação, organização e elaboração dos testes – e assim o estudante vai se familiarizando com o estilo de seleção no qual está inscrito”.

A jovem Franciele Albuquerque, de 18 anos, já fez con-cursos para trabalhar no Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) e na Prefeitura do Recife. Se-gundo ela, o que mais a motivou a se tornar candidata foi a busca pela estabilidade financeira.

Agora Franciele já pensa em realizar outras seleções e garantir um cargo público o mais rápido possível. Com pla-

O professor Alberto de Souza dá aulas sobre Direito Civil

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Franciele de Souza tem só 18 anos e

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nos de iniciar a graduação de Serviço Social, ela irá conciliar o preparatório à vida acadêmica. A adolescente completa: “se eu me concentrasse apenas no preparatório teria mais foco e, consequentemente, minhas chances de ser apro-vada cresceriam. Porém, darei o máximo de mim para ser boa universitária e garantir o meu lugar ao sol em meio ao serviço público também”.

novas formas de aprenderComo e onde a tecnologia pode ser útil na hora

de se preparar para um concurso público? Hoje em dia, não é tão difícil responder a esta pergunta. Basta aces-sar a internet para perceber o quanto a informática e as ferramentas disponibilizadas por ela tornaram-se grandes aliadas da educação.

O site euvoupassar.com.br (EVP) é um dos maiores exemplos disso. Em funcionamento há três anos, ele atua de modo pioneiro e agrega cada vez mais concurseiros que preferem aprender através de vídeos que custam apenas R$ 1,00. Funciona mais ou menos assim: ao se cadastrar na página virtual, recebe-se, automaticamente, R$ 50,00 de crédito lhe dando o direito de assistir a 50 vi-deoaulas. Os conteúdos das aulas são variados e chegam a abranger 30 matérias voltadas aos concursos.

Quando o estudante assiste à quantidade permiti-da de 50 vídeos, pode, após fazer pagamento via boleto bancário, solicitar o download de outros vídeos e voltar a usufruir dos serviços fornecidos pelo EVP.

Os que pretendem ter uma carga diária mais pesada de estudos ou simplesmente querem ter total acesso ao conteúdo do site a qualquer hora, se transformam em mensalistas ou clientes VIP. Como? É simples. Ao pagar a taxa de R$ 30,00 mensais, o aluno VIP poderá não só

acompanhar as videoaulas como ainda terá como visua-lizar questões das principais bancas do país comentadas pelo corpo docente do site, abrir a livraria online no pró-prio computador e resolver simulados. Os mensalistas também concorrem a prêmios em sorteios e promoções organizados pelo EVP.

Uma das principais vantagens da página virtual é o fato de os internautas terem a chance não só de baixar os arquivos lançados, mas também de copiá-los e de guardá-los em espaços pessoais como em aparelhos de MP4 ou iPod. Depois de três meses como cliente VIP, é possível requisitar o material em formato de DVD, em domicílio, pagando somente a taxa de entrega cobrada pelos cor-reios.

Estes benefícios fizeram com que o site virasse um sucesso, em especial entre os jovens. De acordo com um dos fundadores do projeto, o professor de informática para concursos João Antonio, estima-se que o EVP receba cerca de 1 milhão de visitantes por dia e possua 200 mil pessoas cadastradas em todo o Brasil. João Antonio enfati-za: “está no ranking das páginas da internet mais vistas em território brasileiro. Tratando-se de seleções públicas, é, com certeza, o site mais acessado em todo o país”.

A relação entre educação e inovação não para por aí. Você já deve ter ouvido falar em aulas não presenciais. São aquelas em que os candidatos não precisam marcar presença fisicamente para ter em mãos as disciplinas que lhes interessam. Isso acontece no EVP, por exemplo.

Porém, você já ouviu algo sobre aulas telepresen-ciais? Pois este é o estilo adotado pela rede de ensino Luiz Flávio Gomes – LFG. Nela, os alunos precisam estar na sala de aula, mas os orientadores lecionam por meio de

O professor João Antonio é um dos criadores do EVP

Éryka Patrícia, gerente da unidade LFG de Olinda

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sistemas modernos via satélite. Não entendeu? É me-nos complicado do que parece. Cada ambiente de aula apresenta uma televisão transmitindo, em tempo real, os professores passando os assuntos.

Para tirar dúvidas, há, nas carteiras dos candidatos, avançados laptops conectados que mantém contato com os professores por e-mail, sendo os questiona-mentos feitos, inclusive, durante o decorrer das teleau-las. Os docentes respondem na hora, e a interatividade marca o novo modelo de ensino.

Na instituição, os estudantes também têm, ao seu dispor, biblioteca, salas de estudo, laboratórios de in-formática e materiais complementares. Éryka Patrícia é gerente da unidade LFG de Olinda e afirma: “o método telepresencial propicia às pessoas o contato direto com orientadores reconhecidos nacionalmente. A distância deixa de ser problema e se transforma em um fator irrelevante”.

Então, aos concurseiros de plantão, mão na massa e, seja qual for a maneira de aprendizado escolhida, o importante é ter paciência e nunca deixar os sonhos de lado. Como diz o escritor e juiz brasileiro Willian Douglas, “concurso não se faz para passar, e sim até passar”.

serviço núcleo de Concursos especial (nuce) – R. Joaquim Felipe, 60, Boa Vista (ao lado da Celpe), Recife-PEFone: (81) 3198-1414 – www.nuceconcursos.com.brevp – Euvoupassar.com.brrede de ensino luiz Flávio Gomes (lFG) – Unidade de Olinda – R. Aloísio de Azevedo, 450, Jardim Atlântico, Olinda-PEFone: (81) 3011-4011 – www.lfg.com.br

1 concursos mais tradicionais e concorridos do Brasil (divididos por áreas de atuação)segurançapolícia Civil / polícia Federal / polícia rodoviária FederalBancáriosBanco do Brasil / Banco Central / Banco do nordeste / Caixa econômica FederalTribunaistribunal regional eleitoral (tre) / tribunal regional do trabalho (trt) / tribunal de Contas da união (tCu) / tribunal regional Federal (trF) / tribunal de Justiça (tJ) / tribunal de Contas do estado (tCe)outrosMinistério público da união (Mpu) / receita Federal / petrobrás / Companhia Hidroelétrica de são Francisco (Chesf)

Fonte: núcleo de Concursos especial – nuce

2 principais concursos nacionais previstos para o período 2010/2011Conselho Federal de economia / Instituto nacional do seguro social (Inss) / polícia Federal / receita Federal / empresa Brasileira de Correios e telégrafos (Correios) / Ministério de Ciência e tecnologia (MCt) / polícia rodoviária Federal – área administrativa

Fonte: www.concursosolucao.com.br

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em terra de cego, quem tem um olho é Rei. Nos dias atuais, esse provérbio é lido de outra forma: no mun-do da pressa, quem tem tempo é Rei. Por que alguns

jovens, então, encontram vantagem em dedicar parte do precioso tempo a um trabalho voluntário sem remuneração alguma? Simples: a juventude acredita muito no seu papel de ator social. Comprometidos com uma causa ou movidos por um impulso de amor ao próximo, os jovens são exemplos de responsabilidade e dedicação nas atividades solidárias que empreendem.

O NACC, Núcleo de apoio à Criança com Câncer, é um espaço que conta com a ajuda de muitos jovens. A ins-tituição, fundada em 1985, atende as necessidades de toda e qualquer criança diagnosticada com câncer que não pos-sui condições financeiras para custear os gastos provenientes do tratamento, como transporte, hospedagem em Recife, assistência odontológica, fisioterapeutas, nutricionistas e fo-noaudiólogas. A maior parte das crianças e dos adolescen-tes beneficiados pela organização vem do interior - cerca de 78% dos casos - e cabe à capital e a outros estados as vagas restantes da instituição. Ao todo, o NACC atende, em média, 100 crianças e sobrevive apenas de doações e de trabalho voluntário.

Paula Vasconcelos, 18 anos, estudante de direito na UNICAP, é voluntária desde agosto. A universitária diz que o trabalho do NACC superou as expectativas. Sobre a experi-ência de voluntariado, Paula revela uma verdade: “A correria do dia a dia impede que as pessoas vejam a importância da solidariedade”. A estudante aceitou o desafio e encontrou um espaço para por em prática seu desejo de se doar mais em prol do próximo. Camilla Maciel, 22 anos, estudante de ci-ências biológicas na UFRPE e voluntária desde agosto, divide o espaço da sala de aula do NAAC com Paula Vasconcelos. A universitária comfessa: “Fazia tempo que tinha o desejo de me voluntariar, mas o estágio, a faculdade e o inglês não me davam tempo. Como fiquei mais livre este período, não he-sitei e me inscrevi pelo site. Fiquei muito feliz quando recebi um email me convocando para o treinamento”.

Falta de tempo parece ser o grande problema. Matheus Pinho, 18 anos, estudante de fisioterapia da UFPE, também se viu refém da quantidade de atividades: “Sempre tive von-tade de ser voluntário, mas não tinha tempo por causa do vestibular”. O voluntariado, entretanto, o ensinou uma lição: “Aprendi que há tempo além da rotina e para os outros, só é preciso ser menos egoísta. Ganhar experiência de vida faz parte das grandes lições”. Sua colega de trabalho na brinque-doteca do NACC, Mariana Pontes, 21 anos, estudante de direito na UNICAP, completa o amigo: “Percebemos que,

construindoO Nacc depende das

ações de voluntários

para atender a todas as

crianças e adolescentes

que lá estão. Quem sabe

você não vira mais uma

peça importante na busca

pela integração social?

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acima de tudo, precisamos um do outro, não somos seres independentes e a mudança se faz em conjunto”. Mariana, que acabou de convencer a avó a se voluntariar, procurou o NACC movida por uma energia solidária e por alguns pro-blemas pessoais: “Precisava de um foco na vida, precisava me sentir útil e fazer o bem à sociedade. O NACC me ajudou. Você entra para ajudar, mas percebe que você próprio é grande beneficiado”.

Hélio monteiro, vice-presidente da organização, tam-bém acredita que a verdadeira motivação do voluntário é uma inquietação interior: “Muitas vezes, quem procura uma atividade voluntária está em busca de respostas para o mun-do e, principalmente, para si próprio”. Hélio faz questão de frisar o comprometimento dos jovens: “Eles são muito res-ponsáveis, encaram o trabalho voluntário com profissionalis-mo e tomam a missão da instituição como valor próprio. O problema eventualmente aparece quando o jovem arranja um emprego”. Thiago Viana, 28 anos, advogado, é exem-plo claro de comprometimento social aliado a um trabalho remunerado. Thiago mora e trabalha em Goiana, cidade do interior do Estado. Mesmo com a agenda cheia, o advogado arranja tempo para ser voluntário: “Agora mesmo tive que pedir para mudar meu horário de trabalho no NACC porque não quero abandonar a instituição por conta do meu empre-go. Estou me esforçando ao máximo para continuar aqui”.

Conceição Pedrosa, diretora do setor de voluntários, conta que os voluntários jovens fazem parte de um grupo mais amadurecido da sociedade. Para Conceição, o NACC ganha muito com os jovens: “As crianças se identificam com eles e se sentem mais à vontade. Além disso, a energia que

passam uns para os outros é muito bonita. Os voluntários e as crianças não se encaram como diferentes, um saudável e o outro doente, pelo contrário, se veem com naturalidade. E isso é muito importante para as crianças”. A diretora com-pleta: “Um mundo melhor, mais solidário e fraterno, começa nos jovens. Com certeza, o jovem voluntário será um cida-dão mais engajado para promover as conquistas e transfor-mações da humanidade”.

Sem dúvida, dedicar horas semanais para um trabalho voluntário é, antes de tudo, percorrer um caminho de re-núncia e sacrifício a fim de encontrar, no mundo, significado. Na verdade, por trás de toda ação voluntária, há uma gran-de busca por si mesmo e a maior transformação acontece dentro do indivíduo. Para tanto, quem tem interesse nesse tipo de trabalho deve aprender que existe tempo dentro e fora da rotina. Como diz o voluntário Thiago: “Se quiser ter tempo, você acha”. A chave mágica é organizar os horários e estabelecer um plano de vida. Existem muitas coisas que o sucesso profissional proporciona, mas há inúmeros pequenos detalhes, incríveis e importantes, que passam despercebidos quando as preocupações do dia a dia abafam o sentimento de solidariedade e de cuidado com o próximo. Carinho começa em casa, trafega pelos amigos que escolhemos e se constrói entre os desconhecidos, que compartilham tanto o mesmo espaço social quanto o mesmo desejo de amar na vida e pela vida. Somos todos amantes do mundo, nos dediquemos en-tão a transformá-lo pelo amor. Seja um voluntário!

1- Thiago Viana,28, Paula Vasconcelos (C), 18, e

Camilla Maciel, 22, na sala de aula

2 - Matheus Pinho, 18, na brinquedoteca

3 - Mariana Pontes, 21, na brinquedoteca

4 - Conceição Pedrosa, diretora do setor de

voluntários

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sétima arte

Já falamos aqui sobre cinema nas mais variadas vertentes: o Oscar, o mercado latino-americano, pesquisas, estudos e ainda os dispositivos do audiovisual. Dessa vez, abordarei um importante segmento que tem uma ligação mais do que dire-ta com o cinema: a publicidade. Antes de aprofundar o tema, entretanto, preciso contar que essa observação se aguçou no decorrer das aulas que estou ministrando – exatamente – para as turmas de publicidade da Faculdade Mauricio de Nassau. Um desafio e tanto que o cinema está me ajudando a vencer! Afinal, sempre que tenho a oportunidade de aliar cinema ao conheci-mento, me sinto bem mais motivada.

Desde o início do cinema, uma longínqua ideia de pu-blicidade vem sendo praticada. Os irmãos Lumiere queriam, além da promoção da arte, propagar suas ideias. E foi através da projeção de imagens que conseguiram notoriedade enquanto criadores do cinema. Mesmo tantos anos depois, o cinema é um dos mais importantes propagadores de filoso-fias, padrões de comportamento e de cultura de um povo, o que não deixa de ser uma estraté-gia de marketing. Como não se lembrar da Coca-Cola, do Mc Donald´s e de tan-tas outras empresas que – em troca da veiculação da sua marca – toparam pagar uma cota da produção?

Eis que partimos para a produção audiovisual. Hoje, a fusão entre publicida-de e cinema está cada vez mais evidente, pois as campanhas de TV ganham uma linguagem mais próxima do cinema (por conta dos ângulos, da estética, dos textos), e o próprio cinema ganha aspectos publicitários (com roteiros mais objetivos, volta-dos para o público e repleto de referências). Mesmo que essa aproximação gere grandes discussões, não há uma definição concreta quanto ao papel e ao exercício das funções de cineas-tas e publicitários. Nomes como Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus) saíram das produtoras para encarar o cinema. E sempre surge a pergunta: é o cinema na publicidade ou a publicidade no cinema? O que sabemos é que o mercado cine-matográfico se abre, cada vez mais, tanto para cineastas quanto para publicitários.

Outro aspecto que podemos analisar diz respeito à for-

mação das imagens (tanto do cinema quanto da publicidade), visto que os recursos de som e imagem utilizados pelo cine-ma foram adaptados à publicidade de TV. Sendo assim, essas imagens construídas por cineastas e/ou publicitários têm como objetivo provocar emoção e reflexão (intencional ou não) em quem mais interessa em todo esse processo: o público. Inde-pendentemente do gênero atribuído a essas imagens: comédia, drama, terror... Tanto o cinema quanto a publicidade podem criar uma realidade ou uma ficção através dessas imagens. E essas imagens são previamente idealizadas por equipes de pro-dução, por roteiristas e por diretores, que atuam no mercado cinematográfico ou publicitário.

Podemos ainda citar a importância da publicidade quando se trata dos lançamentos de filmes. Afinal, de que adianta escre-

ver um roteiro, juntar uma equipe, produzir, buscar financiamento, captar imagens, negociar com os

exibidores se não há um planejamento para o lançamento e a exibição do filme? Algumas es-

tratégias comerciais são idealizadas para o lançamento de um filme, como a produção de materiais específicos

do meio cinematográfico: banners, cartazes, displays e toda a identidade visual que ajuda a atrair o público e a vender um filme no mercado. En-quanto isso, a publicidade continua a

investir em novas imagens, novos formatos e referências como se cada campanha fosse um filme de cinema.

Impossível terminar sem mencionar outra semelhança entre as duas áreas: o importante festival de Cannes, que pre-mia produções do cinema e da publicidade. O Brasil é um dos grandes vencedores desse evento, tanto em cinema quanto em publicidade, o que demonstra a qualidade dos profissionais brazucas à frente da produção de imagens. Assim, podemos concluir que o cinema só tem a ganhar com a aproximação do mercado publicitário e vice-versa. Ambos geram excelen-tes negócios no crescente mercado de entretenimento e têm como objetivo satisfazer o consumidor-público, que é o que somos todos nós, em algum momento da vida, e para quem, verdadeiramente, todos nós trabalhamos!

cinema & publicidadeuma relação muito íntima

Silvana Marpoara – é jornalista, produtora cultural, professora universitária, mestra e aluna do doutorado em educação da UFPE. [email protected]

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diversão

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rock’n’ roll nightsContinua, durante todas as sextas-feiras até dezembro, o Rock’n’Roll Nights, que acontece no Bar Caravela’s, na Rua do Bom Jesus. Os roqueiros de plantão podem mar-car presença, pois com certeza não irão se arrepender. As bandas que se apresentam por lá são a Midnight Man, misturando blues e rock, e a Má Companhia. O som rola a partir das 21h. serviço: Bar Caravela´s – Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife Antigo, 183, Recife-PE. Fone: (81) 3424.1952. Entrada – R$ 5,00

liTeraTura

FliportoSerá realizada, de 12 a 15 de novembro, a VI Festa Literária Internacional de Pernambuco - Fliporto. O evento, que este ano será sediado, pela primeira vez, em Olinda, terá cerca de 40 escritores convidados e 23 mesas temáticas. A ho-menageada desta edição será a escritora Clarice Lispector. Abordando o tema “Literatura e Presença Judaica no Mundo Ibero-americano”, a Festa também terá como participantes os autores brasileiros Arnaldo Niskier e Moacyr Scliar. servi-ço: Local – Praça do Carmo (R. Manoel Borba, 235, Carmo, Olinda-PE). Ingresso – Meia: R$ 40,00. Inteira: R$ 80,00. In-formações: www.fliporto.net

TeaTro

o menino sonhadorNeste musical infanto-juvenil, o tema da ecologia é vivencia-do por um garoto que tem um barquinho de papel como grande amigo e confidente. Pretendendo colocá-lo para ve-lejar, mas diante da falta d’água no lugar em que mora, ele parte numa aventura e encontra personagens fantásticos que permeiam o imaginário popular, como a Rainha Natura, a Comadre Fulozinha, a Nuvem Cúmulus e a Mãe D’água. No elenco: Márcio Monte, Carmelita Pereira, Amanda Pegado, Fabiana Coelho e Patrícia Breda. Marcus Siqueira Produções Artísticas. Texto e direção Didha Pereira. serviço: Sábados e domingos, às 16h30, Teatro Marco Camarotti (Sesc de Santo Amaro. Tel. 3216 1713), até 28 de novembro. Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (crianças, estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos).

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cinema

senna – Estreia – 12 de novembroA obra retrata toda a trajetória de um dos pilotos de Fórmula 1 mais geniais que o mundo já viu correndo nas pistas: Ayrton Senna. A história do brasileiro é mostrada desde o momento em que ele faz a sua estreia na mais importante modalidade de corrida de automóveis até os seus últimos momentos de vida. O documentário dirigido pelo inglês Asif Kapadia traz entrevistas com pessoas que fizeram parte da vida do espor-tista. Documentário – Livre – 90 min.

enterrado vivo (Buried) – Estreia – 12 de novembro Paul Conroy (vivido por Ryan Reynolds) é um contratan-te que presta serviços ao Iraque. Após ataque de um grupo de rebeldes locais, o protagonista é enterrado vivo em um caixão. Portando apenas um isqueiro e um aparelho celular, ele terá que correr contra o tempo e tentar escapar com vida desta terrível experiência. O filme, do diretor Rodrigo Cortés, promete tirar o fôlego dos espectadores e causar ins-tantes de tensão. Terror – 16 anos – 95min.

harry potter e as relíquias da morte – Estreia – 19 de novembro A tão esperada continuação da história do jovem bruxo será dividida em duas partes. Nesta primeira, Harry, Hermione e Rony deixam a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e vão atrás das Horcruxes (pequenos objetos que possuem fragmentos de almas). A missão não será nada fácil, já que o vilão Voldemort está com o controle do Ministério da Ma-gia e Dumbledore não pode mais ajudar os adolescentes. O lançamento da segunda parte da trama está previsto para o primeiro semestre de 2011. Aventura – 10 anos – 150 min.

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doloRes oRangeRevisora de textos da Revista Fera!e-mail: [email protected]

Você acha que tem boas ideias, mas não sabe orga-nizá-las no papel? É difícil subir o morro da introdução? Na hora do vamos começar, você trava? Primeiro, não deixe que essas ideias o convençam! Segundo, não esquenta, res-pira fundo e manda a insegurança para o chuveiro. água fria no medo de redação!

Uma boa dica para começar a redação é fazer um Brainstorming. Palavrinha estranha? Não, nem tanto. O Brainstorming é uma técnica do mundo publicitário que ten-ta liberar os pensamentos criativos de uma pessoa ou grupo sobre um assunto específico. O método também vale para a escrita. Quando você encontrar a proposta de redação, tente escrever, na folha de rascunho, todas e quaisquer ideias que surjam na sua mente relacionadas ao tema. Nada de classificar, nada de avaliar se é a melhor ideia, nada de já tentar com-por uma frase. Esse momento deve ser livre, por isso permita que a cria-tividade e todas as informações úteis apareçam sem julgamentos prévios. Se você parar para pensar demais, censura as suas opiniões e estanca o processo criativo.

Com as ideias em mão, você já começou a redação e nem per-cebeu! Uma das etapas fundamentais já foi elaborada por-que os argumentos estão na sua cabeça e no papel. Só falta organizá-los em sequência. Então avance para o segundo estágio: a filtragem e a seleção das informações colhidas. Coloque o espírito crítico para funcionar e escolha os argu-mentos mais relevantes e as ideias sobre as quais você mais sabe discorrer. Depois, os distribua em introdução, desen-volvimento e conclusão. Pronto! O planejamento do texto está concluído. Com um roteiro dos argumentos, é mais difícil perder o foco e o precioso tempo.

Vamos aperfeiçoar a redação? Então, mãos à obra e olho no leitor: é hora de transformar as ideias em um conjunto único. Nada de “colar” argumentos que não se relacionam. Um bom texto não parece um quebra-cabeça

desmontado. Ele dá a noção de unidade, e por isso os pa-rágrafos não têm vida própria: só funcionam quando em conjunto. Redação é como ciranda. Você já viu alguém dançar ciranda sozinho? Não! De mãos dadas, as ideias se ligam, formando uma rede de relações inquebrantável que garante o sucesso do seu texto. E lembre-se: seu objetivo final é persuadir o leitor de que você domina o assunto da redação, e ideias soltas não convencem ninguém.

Durante a produção da sua redação, tenha em men-te que texto bom é texto enxuto! Palavras simples e frases curtas. A redação nota 10 não precisa ser um pavão cheio de pompa. O velho feijão com arroz já sacia a fome do avaliador. Portanto, nada de erudição afetada, queridos! O bom texto é objetivo, diz a que veio em 5 minutos e não

gagueja. Por isso, não se estenda de-mais, ou seja, não use o velho (e im-produtivo) artifício de reapresentar, com palavras diferentes, uma ideia já trabalhada no texto. Você ganha pontos quando defende argumen-tos novos, e o Brainstorming pode ajudá-lo a criar um leque variado de opiniões sobre o tema. Outro de-talhe: não qualifique a sua redação pelo número de linhas. Lembra o

ditado “tamanho não é documento”? Pois bem, o provérbio vale para a vida e vale para a redação.

Por fim, termine o texto com uma síntese - um laço de presente para o avaliador. Preste atenção: quando você embrulha um presente, as fitas que se unem em laço abra-çam todo o pacote? Sim! E assim o candidato deve fazer com a conclusão: abraçar tudo o que foi dito no texto, sintetizando-o em uma frase organizada, para, logo depois, arrematar a redação com a exposição clara da sua opinião. Redação pronta! Em seguida, releia o texto com paciência (artigo de luxo depois de escrever por tanto tempo – eu sei!), e se você sentiu que algo soou estranho, está na hora então de reorganizar o trecho ingrato. Cuidado, paciência e boa sorte, queridos! F!

o brainstorming na escrita

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