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Revista Gêneros

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Jovens e Suas Tribos

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Revista GÊNEROSJovens e suas tribos

Fevereiro 2013

Editor Chefe: Saulo AlvesEditoras: Jhene Assis e Kássia Silva

Diagramação: Saulo AlvesRevisão de Textos: Jhene Assis

Coordenadora de Editorias: Denise CorrêaTextos: Denise Corrêa, Denise Falcão, Deylanne Santos,

Jhene Assis, Julielli Soares, Kássia Silva, Rosiane Feitoza, Saulo Alves e Tuanny Figueiredo

Fotos: Denise Manfredini, Julielli Soares, Daniel Sena (Imperatriz Fotos)

Pesquisa: Deylanne SantosCapa: Ronny Designer

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃOCURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO JORNALISMO

CAMPUS IMPERATRIZORIENTAÇÃO: PROFª MESTRE THAíSA BUENO

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CulturaLocais, Carnaval

EsportesSkate, Badminton

Saúde Entrevista

Perfil e OmbudsmanPersonagem e Crítica

ModaCustomização

Qual a sua tribo?A juventude não é uma época da vida, é um estado de espí-

rito, já dizia Samuel Ullman. Comportamentos, estilos, modos de pensar e de viver. Hoje em dia a sociedade não se organiza apenas em classe sociais, mas também em tribos. E nesta fase alvorada juvenil esses grupos de pessoas se unem por uma mesmo ideal e adotam o mesmo conceito de viver. São hábi-tos, vestimentas, estilos musicais e vocabulários incorporados num estilo de vida. E então surgem as mais diversas tribos. As patricinhas, os góticos, os emos e muitas outras. Adotar uma tribo é tendência!

Mas afinal o que é uma tribo? Na sua primeira definição o mini Aurélio descreve cada uma das subdivisões de certos povos da Antiguidade (como os romanos e os hebreus). Mas vamos combinar que esta definição é um tanto ultrapassada. Passando para o segundo ponto de definição do dicionário tri-bo é um grupo social, com relativa coesão territorial, linguísti-ca e cultural sem autoridade central nem organização política forte, e que pode incluir famílias ou subgrupos em estreita in-teração. Pronto, este é o nosso ponto de interesse.

Tribos das grandes cidades são denominadas tribos urba-nas e carregam consigo as mais diferentes ideologias. E são muitas as curiosidades que cercam este mundo “próprio” de-les. A cultura das tribos urbanas não é nada formal. Aquilo que segue um esquema de perfeição dentro do sistema burguês vigente. Eles se apropriam de ideias comuns e vivem aquilo que julgam ter a sua “cara”.

A “Revista GÊNEROS” em sua edição extraordinária reme-te-se ao público jovem das mais distintas tribos. Pertencer a um grupo torna o jovem visível dentro de determinada causa. Temas relativos a este mundo (cultura, esporte, saúde, moda) evidenciados de maneira descontraída e inteligível. Com uma linguagem jornalística e remetente ao público jovem, o objeti-vo maior da “GÊNEROS” é a divulgação do legado que a juven-tude com as suas mais diversas peculiaridades emprestam a sociedade em busca de uma construção de identidade-social e na construção de uma cultura de paz.

As tribos não se caracterizam apenas pelo que vestem ou como falam, mas sim o modo de pensar. E tenha a certeza de que todos estes pensamentos são em busca de um mundo me-lhor. E aí, “Qual a sua tribo”?

Tenha uma boa leitura,

JHENE ASSISeditora

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04 Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos

jovens e suas tribos / CULTURA

Em Imperatriz, as diferentes tribos de jovens se encontram em pontos de descon-tração de acordo com seus gostos e perso-nalidades.

A cidade oferece, principalmente nas noi-tes, uma variada agenda cultural para todos os tipos de gostos. Isso voltado mais para estilos musicais. Porém, teatro e cinema também fazem parte das opções, já que a grande maioria do público são os jovens.

Estilos musicais como rock, pop, MPB, sertanejo e pagode são os estilos que tem em-balado as noites em Imperatriz, e é o que caracteriza as tribos hoje na cidade. O que acontece é que quase sempre as variações musicais se misturam em um só ambiente.

A estudante Larissa Barbosa, 19 anos, considera que essa mistura proporciona uma socialização maior com ou-tras tribos. “Isso é bom, porque permite que cada um ex-perimente um pouco de cada estilo e não se atenha apenas ao seu gosto”.

Além disso, muitas vezes em uma tribo, por exemplo, os jovens que curtem o rock, têm uma noite de apresentação de bandas somente desse estilo em bares e casas de show.

Normalmente isso acontece em dias da semana. Para o promotor de eventos, Gilberto Sena, cada ambiente com-pacta um público de cada estilo.

Geralmente, os pontos de encontro são as boates, ba-res, restaurantes e casas de show. E ainda o interessante é que muitos bairros da cidade possuem locais assim, de encontro das tribos, pois também têm um leque de opções de gostos musicais. Isso facilita o deslocamento de muitos jovens, já que a distância é menor para quem já mora no bairro.

Tuanny Figueiredo

Daniel Sena/Imperatriz Fotos

Cultura para asdiferentes tribos

Imperatriz recebe no dia 30 de março o “Animasul 2013”. O even-to acontece em um sábado, no To-cantins Shopping, a partir das 10 horas. Tem entrada franca e con-tará com exibição de filmes esco-lhidos pelo público (nas redes so-ciais), campeonato de videogame, venda de produtos do gênero, show musical e concurso de “Cosplay”.

O evento é direcionado para os participantes da tribo “Otaku”, termo em japonês que batizado no português, designa admiradores, fãs e curiosos da cultura de entre-tenimento do país asiático: animes,

mangás (desenhos japoneses) e games. O termo foi incorporado no Brasil, possivelmente pelas colô-nias japonesas, no entanto ficando restrita a elas. No final da década de 1980 o vocábulo foi tomando seu fluxo e se popularizando.

“É destinado para todo público de Imperatriz e região, indepen-dente de idades”, afirma Ismael Souza, responsável pela divulgação do evento.

Ainda segundo Souza, as com-petições terão um Nitendo Ds como prêmio e as inscrições podem ser realizadas no Tocantins Shopping

Center e no Alessandro Games (Rua Amazonas esquina com Av. Santa Teresa – Centro), no valor de R$ 10.

O “Animasul 2013” terá como convidado especial o “Cosplayer” Petterson Linhares, um dos mais renomados “Cosplayers” do Mara-nhão. O encerramento fica por con-ta da banda “Karasu no Hane”.

Os interessados em saber mais sobre o evento podem procurar informações no site www.itznerd.com, e no grupo e página oficial do evento no Facebook.

Rosiane Feitoza

Imperatriz recebe em março o “Animasul 2013”

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Daniel Sena/Imperatriz Fotos

Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos 05

jovens e suas tribos / CULTURA

O carnaval é para todos por Tuanny Figueiredo

O carnaval é a festa mais esperada pelos foliões em todo o Brasil. A festa reúne tribos de diferentes faixa etárias – crianças, jovens, adultos, idosos. Em Imperatriz não é di-ferente, pois a cidade resgata o carnaval da jardineira com as conhecidas marchinhas, e isso proporciona um diver-timento geral das tribos distribuídas por idade. E ainda é chamado de carnaval da paz, onde a segurança dos foliões é prioridade.

Na cidade, a programação geralmente se estende aos quatro dias de folia e começa à tarde, reunindo famílias e amigos que percorrem praças da cidade seguindo a fa-mosa jardineira. Nisso as pessoas exalam a criatividade, usando e abusando das fantasias simples até as mais ex-travagantes. O que incita mais ainda essa criatividade são as premiações para as melhores fantasias. Além disso, os foliões criam seus próprios blocos carnavalescos reunin-do amigos. E, para os blocos mais animados também têm premiações.

A tribo dos adolescentes também anima muito essa fes-ta, eles são maioria no carnaval de Imperatriz, até mesmo na jardineira - que para muitos é um carnaval para os mais

velhos e para as famílias -, o que se vê são os adolescentes cada vez mais animando e curtindo as marchinhas.

Ademais, a programação da festa se estende à Beira Rio. Depois que a festa termina nas praças, os foliões podem ir para a Beira Rio curtir as bandas locais e da Bahia, em que o estilo das músicas agora é mais suingado e no estilo do renomado axé. Nesse outro momento da festa, os jovens curtem mais, pois são horas mais dançantes do carnaval e mais pensado mesmo para essa tribo.

Entretanto, nem todos os jovens curtem o carnaval. Por isso muitos preferem aproveitar o feriado para curtir ou-tras atividades, como viajar para lugares mais sossegados ou até mesmo ficar em casa descansando. E para quem não curte a festa, a cidade oferece ainda seus outros ambientes como de costume para as mais variadas tribos de jovens.

Diante disso, nota-se que a cidade oferece para todos aquilo que se pode esperar de um bom carnaval, desde a jardineira até o axé da Bahia. Esse estilo de carnaval já é consagrado em Imperatriz e acolhe pessoas dos interiores próximos. Assim, todos os anos, uma boa organização deve ser pensada para atrair o grande público que tem atraído. E que para os jovens que curtem essa festa, a diversão está em todos os momentos, pois o importante nesses quatro dias é vestir a fantasia e aproveitar o que tem de melhor.

Há dez anos Imperatriz não possuía escolas de dança profissionalizadas. Com o tempo, o cenário artístico foi se alterando e o surgimento dessas esco-las potencializou a tribo de jovens que encontraram na dança seu estilo de vida.

Cerca de 90% dos jovens dançarinos em Imperatriz são mulheres, mas mesmo em menor número, os ho-mens são figuras constantes. A grande preferência desses jovens, tanto homens quanto mulheres, é o balé clássico.

A procura pelas escolas de dança se deve, além do gosto, principalmente ao fato de ser um lugar onde esses jovens tidos anteriormente como tími-dos, de baixa estima, não comunicativos e inseguros, come-çam, depois das aulas, a ter mais confiança e se sentem fisica-mente e psicologicamente melhores do que eram antes.

Segundo a diretora e professora de dança Márcia Gabriela, os benefícios trazidos pela dança não são somente psicomo-tores, mas também são cognitivos. “Além de trabalhar a socia-lização, tem a questão da autonomia, o aluno tem segurança para falar, para se impor em outros lugares como um trabalho

de faculdade ou uma entrevista de emprego, tudo isso e muito mais é beneficiado com a práti-ca do balé clássico assim como qualquer outra dança”, aponta Márcia.

Disciplina, segurança e autonomia são algumas das qualidades incorporadas aos praticantes de dança. E tais qualidades começam a ser exploradas em escolas de en-sino regular, que passaram a adotar a dança como parte da sua grade disciplinar.

Público A relação que a sociedade

estabeleceu com o cenário artístico mudou consideravelmente ao longo desses dez anos. O públi-co imperatrizense se tornou mais fiel aos espetáculos e aos poucos, aprendeu a admirar os dançarinos da cidade. “Eu sou um frequentador assíduo dos espetáculos de dança, eu a mi-nha esposa e os meus filhos adoramos as apresentações”, diz o arquiteto Fernando Azevedo.

Os jovens dançarinos de Imperatriz se preparam para fazer grandes apresentações ao longo do ano e agradar o público em espetáculos que prometem renovar a cada ano, a relação entre a arte e a sociedade.

Daniel Sena/Imperatriz Fotos

Jovens de Imperatriz encontram espaço em grupos de dançaDenise Corrêa

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jovens e suas tribos / MODA

06 Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos

Hoje a moda é customizar! Confeccionar.Conheça o Tie-Dye

Na intenção de confeccionar uma peça exclusiva e de baixo custo******, muitos jovens têm recorrido à customização. Personalizar e adap-tar algo ao seu gosto. Uma dessas customizações que está em

moda é o “Tie-Dye”, que em português significa “amarrar e tingir”. Ele sur-giu com o movimento hippie na década de 70, de acordo com o “Folha Universal”. Esse modelo atribui à peça o efeito ‘manchadinho’, deixando o look com um visual descontraído. Ele pode ser feito em vários modelos, dependendo do efeito que se quer destacar na peça. Um desses modelos é o “Bullseye” que é o degradê das cores a partir do centro da roupa. Con-fira passo a passo como realizar essa customização.

2. Em um recipiente com água dilua a tinta.No caso foram aproximadamente 70 ml de água

(quanto mais diluída a tinta, mais clara a cor irá ficar)

1. Selecione o material a ser utilizado. Para o Bullseye foram usados:

Tinta* para tecido (vermelho, laranja,amarelo e verde), elásticos**, camisa branca***, pincel**** e água.

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Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos 07

jovens e suas tribos / MODA

3. Torça a camisa em “formato espiral”.Em seguida, amarre-a com elásticos, separando

assim as partes que deverão ser pintadas.(a maneira que se dobra a camisa determina

o efeito expresso na camisa)

4. Com um pincel passe a tinta na área desejada.

Pinte respeitando o limite do elástico.Em cada parte delimitada pelos elásticos,

passe uma cor diferente.

5. Ao final, retire os elásticos e deixe a camisa secar no varal.

E pronto! Uma camisa novinha!

Textos e Fotos Denise FalcãoJulielli Soares

*Tinta: R$ 1,65 cada. (4 potes = R$ 6,60.).**Elásticos: R$ 1,70.***Camisa Branca: R$ 5,00.****Pincel: R$ 3,00.******No total foram gastos R$ 16,30.

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08 Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos

jovens e suas tribos / ESPORTES O que é considerado para muitos apenas uma diversão como outra qual-quer, para outros, é um estilo de vida. Um estilo chamado skate, que surgiu na década de 1960, por surfistas norte- americanos do Estado da Califórnia que, na falta de grandes ondas, resolveram brincar simulando o surfe, no asfalto, por meio de rodinhas de patins presas a uma pequena prancha (shape) de madeira.

A brincadeira deu tão certo que, sem querer, criou-se um novo esporte. Um esporte tão radical quanto o surfe, mas com uma tribo bem diferenciada. Os adeptos do skate até têm suas semelhanças com os surfistas por conta da cone-xão que tiveram há mais de 50 anos, mas sem precisar depender das ondas, os skatistas se espalharam por lugares inimagináveis.

E foi assim que Imperatriz, uma cidade sem nenhum resquício de mares e ondas, foi sendo tomada, aos poucos, pelos “surfistas do asfalto” que, entre ruas e rampas, se aventuram no centro da cidade.

Entre ruas e rampas Denise Corrêa

Logo que os primeiros skatistas começaram a se organi-zar na cidade, em 2000, os moradores e comerciantes

estranharam a novidade. O estilo de se vestir, de se portar e de falar era diferente e fugia dos padrões de Imperatriz. Princi-palmente porque alguns desses praticantes eram de grandes cidades onde o skate já tinha se consolidado como esporte.

Ruben Augusto Montana Ruiz, conhecido como Rubão, é do Estado do Paraná e mora em Imperatriz há sete anos. Ele foi um dos skatistas que ajudou a popularizar o esporte na cida-de. “Eu já andava de skate na minha cidade e quando cheguei em Imperatriz tinham poucas pessoas que praticavam o ska-te, além de não ter nenhum lugar próprio pra gente”, afirma Rubão.

O preconceito de moradores e comerciantes com relação aos skatistas foi diminuindo, apesar deles acharem que eles são os principais responsáveis por quebrar as beiradas das calçadas de suas lojas. Hoje em dia, ainda há quem ache que skate está longe de ser considerado um esporte e que quem o pratica, não tem mais nada para fazer da vida. No entanto, muitas pessoas passaram a admirar os movimentos ousados dos praticantes e pais começaram a levar seus filhos para aprender o esporte.

Hoje, cerca de dez crianças, com a ajuda dos pais e dos próprios skatistas, se divertem fazendo suas primeiras ma-nobras. Assim, pouco a pouco, uma nova geração de skatista começa a surgir.

Das ruas à PraçaEm 2011, os próprios praticantes construíram o complexo

de rampas da Praça Mané Garrincha. Cada um contribuiu com materiais ou dinheiro para que o projeto pudesse ser feito. A partir daí, a popularidade do esporte aumentou cada vez mais.

Apesar de ser um espaço considerado pequeno para as prá-ticas do skate, as rampas trouxeram uma grande mudança para os skatistas. “Nós nos unimos mais depois que a gente construiu as rampas, mais pessoas também começaram a pra-ticar patins aqui e todo mundo se dá muito bem”, diz Rubão.

Como projeto para o futuro, os skatistas já pensam em pro-mover pequenas competições para que, além de entreter os praticantes e o público, haja uma maior mobilização da so-ciedade e da prefeitura para que possa diminuir ainda mais o preconceito que se tem com relação aos jovens que praticam o esporte e também para que recursos sejam destinados á reforma e ampliação do complexo de rampas da Praça Mané Garrincha.

Origem: O jogo surgiu na Índia como “Pooana”. Anos depois, em 1870 foi rebatizado na Inglaterra como “Badminton”. Objetivo: Muito parecido com o tênis, é jogado com raquetes e, ao invés da bolinha amarela, o objeto a ser rebatido é uma peteca. Pode ser jogado individualmente ou em duplas. Curiosidades: Afirma-se que o badminton é o segundo esporte mais praticado no mundo. É mui-to popular em países do Oriente como, por exemplo, Cingapura, Índia, Indonésia, China, Paquistão, Japão e Tailândia. Desde de 1992 é uma modalidade Olímpica.

por Kássia Silva

Badminton. Você conhece?

Esta tribo relativamente nova em Imperatriz, têm alcançado grande espaço na preferência esportiva dos imperetrizenses, em especial dos es-tudantes.

Em agosto de 2008 foram iniciadas as atividades com 86 alunos. O des-porte tomou força e, em pouco tempo, o número de alunos que praticavam chegava a 288.

Com o fim do ano letivo os professores viram a necessidade de levar este esporte à comunidade. Então, em Janeiro de 2009, o esporte começou a ser praticado em área aberta. O lugar escolhido foi a Avenida Beira Rio, onde as pessoas que por ali passavam, aos poucos foram aderindo também ao movimento. O que contribuiu para que outros conhecessem esta modalida-de, que oferece na sua estrutura a inclusão de várias faixas etárias.

Em Março de 2009, esta tribo esportiva aparece pela primeira vez em nossa cidade como modalidade em caráter competitivo. Surpreendendo todas as expectativas, com cerca de 70 pessoas inscritas.

Daniel Sena/Imperatriz Fotos

Den

ise

Falc

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jovens e suas tribos / SAÚDE

Psicóloga fala dos motivos que levam os jovens a participarem de tribos

Deylanne Santos

Muitos adolescentes frente a uma sociedade tradicional e capi-talista vão em busca de uma identidade, espaço ou refúgio e acabam imergindo-se em alguns grupos sociais. Atualmente as

chamadas “tribos urbanas” têm se tornado o reduto de muitos jovens que procuram pessoas que agem e pensam de forma semelhante a eles.

Um movimento que se multiplica assumindo diferentes estilos e nomen-claturas: Metaleiros, Góticos, Emos, Punks, Patricinhas, Skatistas... E um ideal de liberdade de expressão como lema.

Há crescente explosão desse movimento desperta a curiosidade de muitos em buscar entender o que têm levado tantos adolescentes a buscarem uma tribo. Seria um refúgio? Rebeldia? Ou simplesmente uma forma de serem diferentes dos preceitos de uma sociedade tradicionalista?

Em entrevista, a psicóloga Marta Maria Teodósio, 56, que já atua há 30 anos com um trabalho de atenção voltado para a juventude, explica o que os levam a participarem de uma tribo.

É importante para o desenvolvimento do jovem participar de alguma tribo?

Depende, pois existem tribos que são favoráveis ao crescimento e desenvolvimento saudável do jovem. Porém há aquelas envolvidas com atividades que podem os colocar em perigo. Então elas exercem

uma influência muito grande sobre eles.

O que leva o adolescente a participar de uma tribo?

Geralmente, a falta da presença familiar. Os pais devem entender que são amigos de seus filhos. Ás vezes muito mais

amigos que os construídos por eles mesmos. E se a família não inseri este jovem no seu próprio ciclo, ele vai buscar

espaço fora de casa.

Que papel tem a família na formação de uma identidade pessoal?

Tudo. Porque a partir do momento em que o ser é gerado, ele já passa a ter sua personalidade no ventre

da mãe. Os pais até os três anos ajudam a complementar essa personalidade de forma adaptativa e depois dessa fase

são as adequações sociais que vão formar sua identidade até a fase adulta.

São as adequações sociais que vão formar sua identidade

até a fase adulta

Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos 09

Por que a maioria das tribos são compostas por jovens?

Porque eles estão em formação e transformação. Estão em busca do novo, de desafios. E esses desafios podem contribuir para sua formação dependendo da forma como ele é preparado

desde a infância para conseguir ser um bom adulto.

Qual o papel dos líderes dessas tribos?

Como o próprio nome diz seu papel é o de comando, então é aquela pessoa que se destaca pela sua postura e modo de agir.

São pessoas com domínio muito forte. É necessário que possamos conhecer seu perfil para saber até que ponto ele

está sendo positivo ou negativo para o todo o grupo.

Deylanne Santos

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jovens e suas tribos / SAÚDE

Caso o adolescente não consiga se integrar no grupo, isso poderá

afetar seu desenvolvimento?

Se o jovem não tiver uma boa estrutura familiar, provavelmentevai se tornar uma pessoa cada vez mais insegura, já que,

fazer parte desses grupos é uma forma também de se sentirem fortalecidos.

Existem tribos que procuram ideologias diferentes, como atos de vandalismo.

O que os levam a externar tal agressividade?

A forma de se sentirem desvalorizados e desprestigiados de alguma forma. Quando possuem este tipo de comportamento,

não estão satisfeitos com eles mesmos e acabam provocando atos de agressividade para mostrar que existem.

E os pais, devem apoiar a decisão dos filhos em participar de alguma tribo?

Devem apoiar se for uma tribo qualitativa e não quantitativa. Como qualitativa? Quando investem e interagem, quando é humanizada

e respeita a sociedade, o espaço do outro e sua própria família. Com isso, essas tribos que possuem referências positivas podem

ser estímulos para o desenvolvimento do jovem.

Fazer parte desses grupos é uma forma támbem de se sentirem fortalecidos

10 Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos

COLUNA

As tribos como influências na composição da imagem

As tendências da sociedade moder-na e a evolução tecnológica, proporcio-nam mais comodidades e um leque de alternativas para a formulação de uma imagem. Para quem pertence a uma tri-bo, incorporá-la de corpo e alma é uma meta a ser alcançada. E literalmente eles fazem de tudo, para se virem dentro deste mundo ao qual se compactuaram.

Na tentativa de estabelecerem uma relação mais próxima, o sujeito dentro de sua tribo submete-se a uma identi-dade. Tatuagens, piercings, dietas mira-bolantes e tudo que for lhes acrescentar, quanto às particularidades de determi-nado grupo. O adolescente passa por grandes transformações físicas, emo-cionais e sociais, sendo, nessa fase da vida, que diversas peculiaridades como desenvolvimento da identidade sexual, crenças e desejos, manifestam-se mais intensamente.

Além disso, a elaboração da imagem corporal e a satisfação com o corpo, também sofrem influências variadas da família, das tribos, da mídia e da so-ciedade em geral, predispondo as dis-torções da percepção corporal. O que muitas vezes leva o jovem a arriscar sua saúde, sua estabilidade física, em busca de um “corpo perfeito”.

Participar de tribos é positivo para um autoconhecimento. Estabelecer ci-ências de opiniões, ideais e valores amadurecem o ser humano . O que não podemos esquecer é da integridade físi-ca saudável, que nos é permitida ter. A sociedade impõe regras, as tribos esti-pulam um jeito de ser e influenciam na elaboração imagética. É preciso que se esquive o preconceito. Por que afinal de contas, o que importa é a ideologia, não a aparência. E que saúde tem tudo a ver com liberdade de expressão e exposição de pensamentos. Seja qual for sua tribo, seja saudável! Seja Feliz!

por Jhene Assis

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Revista GÊNEROS - Jovens e Suas Tribos 11

jovens e suas tribos / VARIEDADES

Ombudsman“Tribolucionários”

Um dos aspectos de maior impacto na era que vivemos, foi a possibilidade da comuni-cação pessoal entre as massas, ao redor do mundo. Fenômeno esse atribuído ao que podemos chamar de mídias sociais. Se an-tes, com o monopólio da informação, TVs, Jornais e Rádios eram “corpos” impermeá-veis, a internet surgiu como um novo espaço aberto para debates e para que vozes indivi-duais fossem ouvidas. Tudo que for disponí-vel para que qualquer pessoa, em qualquer lugar, possa ler, se envolver, contribuir e re-percutir, está associado a esse movimento.

E defender publicamente suas posições é uma característica bem peculiar do jovem.

Como exemplo, podemos citar o protesto realizado por jovens acerca do serviço de transporte público da cidade de Imperatriz. Um movimento que começou tímido, atre-lado ao poder de redes sociais e que agora ganha proporções maiores.

A cobertura realizada pelos portais de notícias locais, também começou tímida. O portal “DOMINUTO” foi um dos primeiros a trazer o movimento à tona. Foram duas ma-térias acerca: uma citando o movimento de forma breve e outra detalhando um pouco mais.

O site “Imperatriz Notícias” tratou o tema em uma matéria intitulada “Estudantes rea-lizam manifesto contra transporte público”.

A cobertura realizada pelos sites locais é de grande importância, pois além de dar força ao movimento, divulgando e propa-gando ideias, traz a discussão um proble-ma social que atinge não só os jovens, não só quem organiza e participa do manifesto. É um problema que atinge toda população que necessita do transporte público para se locomover.

E se é papel da mídia trazer assuntos de importância para seus leitores/expectado-res, o espaço destinado ao movimento #Fo-raVBL é plausível.

Os jovens estão cada vez mais atentos aos problemas sociais e acima de tudo, mais revolucionários. E a atual configuração co-municacional indica que os assuntos discu-tidos em rede, merecem destaque, merecem atenção.

Saulo Alves FOTOS: DENISE FALCÃO

PERFILSeu estilo, sua tribo!

por Kássia Silva

“Sou meio camaleão. Sou da galera”

Jovem do sul brasileiro, paranaense nata. De família tradicional. Letícia Kuniko Sekita-ni, 21 anos de idade. É imperatrizense de co-ração há quatro anos. Cursou por um tempo medicina veterinária, mas assume: “Não gos-tei. Sempre me interessei por comunicação”. Está no 4° período de Comunicação Social e pretende se especializar em Publicidade.

A origem oriental vem dos seus avós pa-ternos, que vieram de navio para o Brasil por volta de 1908, ambos ainda crianças. Sobre a língua do Japão, ela declara que fez aulas por quatro anos, mas ainda era muito pe-quena e não tinha com quem conversar. Em relação aos jovens e suas tribos, Letícia asse-gura: “Gosto de rock, mas não me chame de roqueira. Na verdade eu já andei por muitas tribos. Sou meio camaleão. Sou da galera”.

Com 16 anos ela colocou seu primeiro alar-gador. Em oito meses Letícia fez cinco tatua-gens. Fez a primeira quando completou 18 anos, os raios, um atrás de cada coxa. “Viajei para São Paulo, ia fazer na Galeria do Rock, mas meu pai estava comigo e ele não podia saber, então deixei e fiz quando cheguei a Imperatriz”. A escolha não foi nada muito especial, mas os raios são atualmente sua ta-tuagem predileta. Quanto aos piercings, têm quatro atualmente, mas já teve quatorze.

Perguntada sobre o preconceito, sorriden-te ela afirma que no Paraná não sofria mui-to, trabalhava. Mas quando aqui chegou, fez uma entrevista numa consultoria e a respon-sável disse-lhe que as tatuagens e piercings iriam prejudicá-la na busca por um trabalho. “Se uma pessoa quiser me empregar, bem. Se não quiser, amém. Porque não tenho essa visão de que uma pessoa tatuada tem menos capacidade que outra”. Conclui Letícia.

Questionada do amor por tatuagens, ela diz que de certa forma foi uma busca por identificação, e acrescenta: “Amigos e um ex-namorado, tatuado desde o pescoço até as pontas dos dedos, me entusiasmaram. O corpo pode ser uma arte, se eu pudesse já era um gibi”.

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