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Dezembro/2012 - Janeiro/2013 ABC mapeia todo sistema de saúde Dilma teve mais voz que Alckmin Marcio de Moraes,reitor da Universidade Metodista, fala dos 40 anos da Faculdade de Comunicação A comunicação pede licença Novidades em Decoração & Imóveis

Revista Ideias _ dezembro 2012

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Dezembro/2012 - Janeiro/2013

ABC mapeiatodo sistema

de saúde

Dilma tevemais voz

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Marcio de Moraes,reitor da Universidade Metodista, fala dos 40 anos da Faculdade de Comunicação

A comunicaçãopede licença

Novidadesem Decoração

& Imóveis

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Jornalistas e editores responsáveis:

Airton Resende - Mtb [email protected]

Maria do Socorro Diogo - Mtb [email protected]

Reportagem: Camila [email protected]íntia [email protected] Melo [email protected]ália [email protected]

Colaboração:Malu Marccocia

Diagramação:Flória Napoli

Projeto gráfico:Rubens Justo

Fotos: Banco de Dados RD, Forlan Magalhães, Fundação do ABC, Houzz, J.Vilhora, Nathalia Blanco, prefeituras de Diadema, São Bernardo e São Caetano, SESI, Rodrigo Lima e Divulgação.

Capa: Márcio de Moraes, reitor da Universidade Metodista de S.Paulo

Departamento Comercial: Claudia [email protected]

Tecnologia:André [email protected]

Suporte:Pedro Diogo e Mirella Teixeira. [email protected]

Endereço:Rua Álvares de Azevedo, 210 Conjuntos 41/42 - CentroSanto André - SP - CEP 09020-140Tels.: 11 4436-3965 - 4427-7800

Internet:www.reporterdiario.com.br www.twitter .com/reporterdiario -

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EDITORIAL Ano Novo vem com desafios e boas oportunidades para a região.

POLÍTICAReflexo de Lula, Dilma fala mais alto na região, que ressente oposição a Geraldo Alckmin.

RADAR POLÍTICO Vereador Ailton Lima (PTB) diz que a oposição à bancada petista não será odiosa.

ARTIGO MÁRIO REALIPara Mário Reali, ex-presidente do Consórcio, a regionalidade entra na fase decisiva.

ANIVERSÁRIO MAUA Em dezembro, Mauá completou 58 anos com fome de desenvolvimento.

ANIVERSÁRIO DIADEMAApós 3o anos administrada pelo PT, Diadema comemora 53 anos com virada política.

MOBILIDADE URBANAPlano Diretor de Mobilidade do ABC identifica 210 demandas no sistema viário.

SAÚDEMapeamento para o Coap traça radiografia do sistema regional de saúde e define metas.

ARTIGO ARTHUR CHIOROCoordenador do GT de Saúde do Consórcio diz que as perspectivas são animadoras.

SEGURANÇANovos prefeitos traçam planos e orçamentos em Segurança

EDUCAÇÃO Márcio de Moraes, reitor da Metodista, fala dos 42 anos da universidade e de 40 da FAC.

SOCIALNovembro e dezembro foram de inaugurações, premiações e muita festa.

CEIAS DE NATALApesar das tentações, a recomendação é preparar a mesa de Natal condizente com o verão.

MÚSICA Malu Marccocia entrevista Victor & Leo, que celebra 20 anos de carreira em shows na região.

HISTÓRIALivro de Ademir Medici ajuda São Bernardo a reconstruir 200 anos de história.

CINEMA & LIVROSFilme Django Livre é a grande novidade em 2013. Veja também lançamentos em livros.

DECORAÇÃO & IMÓVEISSeção traz novidades sobre portas, janelas, Feng Shui, pet home e escritórios femininos.

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RD Ideias promoveu Ciclo de Palestras sobre saúde na Faculdade de Medicina da Fundação do ABC

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Este final de 2012 e começo de Ano Novo é especial para o ABC, quinto maior mercado

consumidor do Brasil. O nosso eleitor foi às urnas e determinou mudanças aonde não tem gostado do jeito de administrarem e continuidade para gestões que, na sua visão, têm cumprido o ofício. Foi um exercício animador e quem venceu foi a população. É certo, porém, que o nosso eleitor ainda tem muito ainda a se exercitar enquanto cidadão de deveres e direitos, como acompanhar o passo a passo dos camaradas que ajudou a eleger, comparar as suas promessas feitas em campanha nas sessões das câmaras e nas ações das prefeituras e, principalmente, questionar aqueles que têm memória curta quanto às obrigações no mandato.

As eleições municipais quebraram sim paradigmas e a região só tem a avançar, seja também na saúde, educação, mobilidade e outras importantes áreas. Diadema, que acaba de comemorar 53 anos, é um dos que enfrentará uma desafiante virada. Sob gestão petista durante 30 anos, o município terá de continuar a crescer. Agora em mãos verdes, a cidade

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Airton ResendeDiretor do JornalRepórter Diário

Bons desafios em 2013é também de boas oportunidades para despontar mais.

Mauá não fica atrás. Ao completar 58 anos também dia 8 de dezembro, o município que continua administrada pelo PT, está cheia de problemas estruturais para resolver, a começar pela dívida de R$ 1,4 bilhão, mas as promessas de investimentos, provenientes principalmente de parcerias com o governo federal, remetem para uma Mauá interessante para morar e fazer negócios.

Os outros cinco municípios também começam 2013 com belos desafios, lições e administrações pautadas em diferentes realidades, a começar pela política, todos em busca de soluções, de preferência, metropolitanas em razão da complexidade e da geografia. Isso porque o eleitor vai cobrar mais segurança, melhor atendimento nos postos de saúde, qualidade dentro das escolas, transporte público decente e muito outros direitos durante pagos em impostos.

Com esta nova RD Ideias, o Repórter Diário abraça o desafio de oferecer notícias com mais frequência no formato revista, para aprofundar o debate e ampliar o espaço no noticiário regional. Boa leitura!

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Berço dos movimentos sindicais no País, o ABC de-monstrou nas últimas eleições que o PT e a figura

do ex-presidente Lula continuam a ser exaltados nas sete cidades. Segundo especialistas, a nova composição do ce-nário político da região também reforça o sentimento de oposição ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no Esta-do de São Paulo, já que dos sete municípios, cinco serão governados por partidos que possuem proximidade junto ao governo federal: três pelo PT e outros dois pelo PMDB.

Em São Caetano, a histórica continuidade do PTB frente à administração municipal e a indicação do bem avaliado prefeito José Auricchio Júnior não foram sufi-cientes para que Regina Maura fosse eleita. A ex-prefei-turável foi preterida pela candidatura do vereador Paulo Pinheiro (PMDB), que deixara a legenda petebista justa-mente por não ter sido indicado por Auricchio como seu respectivo sucessor.

Mesmo sem atrelar sua imagem ao PT, que nunca obteve bons resultados na cidade e que não contou com chapa na disputa por denúncias de corrupção contra seu respectivo indicado, Edgar Nóbrega (PT ), Pinheiro rapidamente foi apontado como o nome que poderia fazer a interlocução com o governo federal, por integrar o mesmo partido que o vice-presidente Michel Temer, que, por diversas vezes, prometeu inter-

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No ABC, Dilma fala mais alto que Alckmin ceder em iniciativas direcionadas ao município.

Derrota semelhante ocorreu em Santo André, onde o criticado prefeito Aidan Ravin (PTB) perdeu no segundo turno para o deputado estadual Carlos Grana (PT), políti-co ligado ao sindicalismo, mas que nunca havia exercido cargo público na cidade. Neste caso, mesmo sem Ravin representar uma liderança tucana, Alckmin fez questão de vir ao município pedir votos para a sua reeleição, o que claramente demonstrou sua preocupação em ocupar es-paço no ABC.

“Sem dúvidas, o PTB foi o partido que mais perdeu espaço nas eleições deste ano, já que não estará mais à frente das administrações de duas cidades. Mas, de modo geral, saíram prefeitos que integravam partidos com maior proximidade junto ao governo do Estado, para darem lu-gar a outros alinhados com o governo federal, o que de-monstra a força do PT”, analisa Nilton Tristão, cientista político e diretor do Instituto Opinião.

Tristão também avalia o desempenho do PSDB de Al-ckmin nas urnas. Diz que o partido, que já não ocupa-va grande espaço na região, ficou ainda menor, ao levar apenas a Prefeitura de Rio Grande da Serra e não eleger muitos vereadores. “Não houve renovação nas lideranças do partido e a comparação com o trabalho feito pelo PT em âmbito federal pesou bastante”, completa.

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Para Nilton Tristão, o PTB ficou menor na região e foi o partido que mais perdeu espaço nas eleições

Vácuo de Lula foi decisivoDurante todo o período eleitoral, oficialmente realizado

entre 6 de julho e 28 de outubro, um dos termos mais utiliza-dos por especialistas em marketing político e pela imprensa na cobertura dos pleitos municipais foi o chamado “efeito Lula”, denominação responsável por classificar a interferência do ex-presidente nos resultados verificados periodicamente pelas pesquisas eleitorais.

Na região, Lula esteve presente em comícios realizados em praticamente todas as cidades, em momentos cruciais para a definição dos candidatos petistas, nos dois turnos. As visitas do ex-presidente eram anunciadas como armas fatais para brecar as perspectivas de avanços dos concorrentes apontadas pelas pesquisas.

Se em Diadema o otimismo virou sufoco em razão da der-rota do prefeito Mário Reali (PT), e a consequente perda do comando da Prefeitura, governada há 30 anos pelo partido, é inegável que a maior liderança da história da legenda, teve sim influência na vitória alcançada em outros municípios, como Mauá, onde Donisete Braga (PT) foi eleito, e Santo André, com Carlos Grana (PT).

“Depois de analisarmos os resultados, podemos dizer que os eleitores realmente apontaram que preferem o trabalho fei-to pelo governo federal. As pessoas que se sentiram bem com o Lula atrelam sua imagem aos novos petistas e isto impacta muito”, avalia o especialista em marketing político e professor da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Marcelo Al-ves Cruz.“Lula realmente tem uma imagem muito forte, e, por isso, conseguiu passar sem problemas por uma grande crise causada pelo escândalo do mensalão e pelo julgamento deste processo, realizado junto com as eleições”, define.

‘PSDB precisa inovar’Marcelo Alves Cruz também relaciona o êxito do PT, que além de

mais prefeituras elegeu mais vereadores que os maiores rivais, como um alerta para o PSDB, já que os tucanos, historicamente, sempre po-larizaram o cenário político nacional com o Partido dos Trabalhadores.

“Se eu integrasse a cúpula tucana, estaria bem preocupado. A legenda tem grande necessidade em apresentar novos nomes, mas as brigas internas não permitem isto de maneira tão prática quanto ocorre no PT, que possui em Lula uma figura centralizadora, indica novos nomes quase imediatamente aceitos pelo eleitor”, pontua. Cruz refere ao próximo prefeito da cidade de São Paulo, Fernan-do Haddad (PT), que, antes de disputar as eleições deste ano, era um desconhecido do grande público. “A candidatura de José Serra (PSDB) na Capital demonstra que, mesmo com fortes indicativos de que não obteria sucesso, a escolha se pautou em sua respectiva força política dentro do partido”, ressalta.

Ainda de acordo com o professor da Metodista, o futuro dos embates entre petistas e tucanos não deverá mudar de imediato, pois não enxerga mudanças reais no planejamento estratégico do partido, que governa o Estado há mais de 20 anos. “É muito difícil que isto ocorra já nas eleições de 2014 ou nas de 2016. Apenas uma tragédia no governo Dilma pode colaborar para uma virada do PSDB”, finaliza.

Marcelo Alves Cruz diz que, desta vez, o eleitor preferiu votar no trabalho feito pelo governo federal

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Pedro Tobias diz que a legenda cometeu erros ao deixar as brigas internas atrapalharem

Líder tucano admiteerros e falta de renovação

Não é apenas na fala de especialistas da políti-ca que o PSDB é apontado como legenda que não soube renovar as lideranças e que, por isso, pode enfrentar problemas nos próximos pleitos eleito-rais, principalmente pela força demonstrada pelo maior rival, o PT, e por outros partidos, como o recém-criado PSD, que em sua primeira eleição conseguiu ótimo e inesperado resultado.

Presidente estadual tucano, Pedro Tobias tam-bém considera que a legenda cometeu erros, os quais atrapalharam o desempenho nas urnas e que o resultado no ABC ficou aquém do esperado. Para o político, em 2012 ficou claro que houve falta de planejamento do partido.

“O governador Geraldo Alckmin sempre ga -nha estourado em Santo André, por exemplo, portanto, há uma grande s impat ia pelo part i -do na região. Fa lhamos como um todo e não nos sa ímos bem nesta e le ição. Temos que pre -parar nossos próximos candidatos com maior antecedência” , ava l ia .

Pedro Tobias também fez suas considerações sobre a tão comentada renovação dos políticos do partido na região, já que o PSDB elegeu ape-nas o prefeito Gabriel Maranhão, em Rio Grande da Serra, o menor dos sete municípios do ABC. “Esta transição está ficando difícil para nós. Criamos a coordenação regional e as prévias, mas não fomos bem. Creio que o partido está vivendo um pouco do passado, ainda da geração de Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas, temos de mudar isto”, avalia.

EncerramentoO presidente estadual do PSDB cita as próprias

perspectivas políticas como exemplo para os co-legas. “Estou no meu quarto mandato como de-putado e, após terminá-lo, não me candidatarei a mais nada, justamente para abrir espaço para os mais jovens”, promete.

Ainda de acordo com Pedro Tobias, em determi-nados casos as brigas internas também acabaram prejudicando o lançamento de novos nomes com grande potencial eleitoral. “É o caso de Diadema, onde faltou humildade para que as lideranças da cidade abrissem caminho para os mais jovens, como o Lauro”, avalia.

Tobias faz referência ao prefeito eleito da cidade, Lauro Michels (PV ), que saiu do partido após não ser escolhido como o candidato da legenda no mu-nicípio, sendo preterido por Maridite Oliveira, es-posa de José Augusto, também integrante o PSDB e considerado o grande cacique tucano em Diadema.

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Ailton Lima adianta que oposição não será odiosa em Santo André

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Reeleito como vereador de Santo André nas últimas eleições e apontado como um dos principais líderes

do partido que fará oposição ao prefeito eleito, Carlos Grana (PT), em 2013, Ailton Lima (PTB), promete bom senso no relacionamento com a bancada petista, a quem classifica como “odiosa”.

“Vou cumprir o papel que devo que é o de me posicio-nar a favor da cidade, mas não como faz o PT, que adota uma oposição raivosa, que não contribui em nada. Não esperem isto de mim, pois não vou atrapalhar o desenvol-vimento da cidade”, afirma. Segundo Lima, a atuação dos vereadores do PT na gestão do prefeito Aidan Ravin (PTB) foi responsável por inúmeros embates que prejudicaram a governabilidade nos quatro anos. “Claro que comete-mos erros, mas houve exagero”, avalia

O vereador diz que o atraso no pagamento dos servidores neste final de ano não foi responsabilidade do prefeito e sim na redução dos repasses do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). “Tivemos de tirar dinheiro do Te-souro para pagar os profissionais de Educação. Em 12 anos o PT criou uma defasagem de 67% nos salários, em quatro, o PTB concedeu 36% de aumento”, conclui.

Um dos vereadores mais combativos da gestão de Ai-dan Ravin e escalado por Carlos Grana para fazer as re-lações institucionais com a Câmara, o também reeleito Tiago Nogueira (PT) é outro que faz projeções para o pró-ximo mandato. Para Nogueira é melhor ser situação, pois é possível por em prática parte dos projetos, o que muitas vezes não acontece quando se faz parte da oposição. “A expectativa é de otimismo e muito trabalho, sem colocar problemas para debaixo do tapete. Discordo do Ailton, pois não vetamos nenhum projeto de impacto, quem se comprometeu foi o próprio governo”, afirma.

Eleições OABOs 7,7 mil advogados do ABC que compareceram às

urnas na última eleição da Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB) ficaram divididos. Três das seis seccionais - São Bernardo, Diadema e Mauá – escolheram novos dirigen-tes. Em Mauá, Luiz Carlos Spíndola venceu o pleito com 191 votos, apenas dois a mais que a segunda colocada. São Bernardo preferiu o atual vice-presidente Luiz Ricar-do Vasques Davanzo, enquanto Diadema votou em Maril-za Nagasawa, única mulher da Ordem em toda a região.

Reeleito com ampla vantagem, Fábio Picarelli re-assume a OAB de Santo André. Já o presidente Adílson Paulo Dias, de São Caetano, diz que sua reeleição foi justa por conta das realizações do primeiro mandato, e que continuará brigando por sede própria. Indica-do pelo atual presidente Patrik Pavan, José Valdemar Romaldini Júnior disputou sozinho a seccional de Ri-beirão Pires, que atende também Rio Grande da Ser-ra. Os seis presidentes tomam posse dia 1° de janeiro.

Escolha técnicaResponsável por quebrar a hegemonia do PTB em São

Caetano, o novo prefeito, Paulo Pinheiro (PMDB), não fu-giu do discurso em toda a campanha, que garantia prefe-rência a indicações técnicas para ocupar as secretarias de sua gestão, em janeiro. Para áreas consideradas primor-diais, como Educação e Saúde, Pinheiro escalou Daniel Belluci e Sallum Kalil Neto, que não possuem forte histó-rico partidário, mas que participaram de trabalhos perti-nentes às áreas. Enquanto Belluci foi diretor de Educação no primeiro mandato de Luiz Tortorello (1989-1992), Kalil presidiu o Fundo Municipal de Saúde (Fumusa).

Outras escolhas também foram técnicas. A Segurança será chefiada pelo coronel da PM, José Quesada Filho, ex-comandante da corporação no ABC entre 2006 e 2007, e a Cultura por Jander Cavalcanti de Lira, jornalista e profes-sor da Prefeitura, executivo da Secretaria de Planejamento e Economia Regional do Estado. O jornalista e assessor de imprensa de Paulo Pinheiro, Fernando Scarmelloti, co-manda a pasta de Comunicação

Fim do sufoco Após longa batalha judicial, o prefeito eleito de Ribei-

rão Pires, Saulo Benevides (PMDB), não corre mais o risco de não ser diplomado para o cargo. É certo agora que o peemedebista será o novo chefe do Executivo do mu-nicípio em 2013. O vice-prefeito da cidade, Edinaldo de Menezes, o Dedé da Folha (PPS), decidiu retirar a ação que acusava Benevides de abuso de poder econômico no hipotético uso de um jornal da cidade em sua campanha, ao alegar que não desejava atrapalhar o futuro do muni-cípio. Alvo de processo movido pelo peemedebista e que lhe causou a impugnação nas eleições, Dedé teria seguido orientação de seu partido para não levar a rixa adiante.

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Ailton Lima diz que vai apenas se posicionar a favor da cidade

Tiago Nogueira afirma que o PT não vetou projeto de impacto

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Nos últimos 20 anos e graças ao espírito visionário de Celso Daniel, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC acumulou uma trajetó-

ria de vitórias e de referência como política regional. Neste último pe-ríodo, marcado pela transição para uma entidade de direito público, criou-se um novo patamar de desafios e uma nova perspectiva de en-frentamento dos problemas regionais e das questões metropolitanas.

Os novos prefeitos eleitos para os anos 2013/2016 têm como missão consolidar essa estratégia, com boas possibilidades de êxito. Porém, será necessário enfrentar cenários construídos a partir de um passado pautado em diferentes realidades políticas.

Entre 2009 e 2012 foram realizados esforços no sentido de buscar uma concertação entre os poderes públicos, nas esferas municipais, estadual e federal, retomando também os canais de diálogo com a sociedade civil.

Essa estruturação trouxe importantes conquistas como a viabilização de recursos para as áreas de defesa civil e combate às enchentes, proteção às mulheres vítimas de violência, saúde regional, segurança pública,defesa do consumidor, mobilidade urbana através da extensão da Linha Bronze para o ABC por meio da implantação de um sistema de monotrilho.

Ao mesmo tempo colocou o Consórcio Intermunicipal Grande ABC como interlocutor reconhecido também junto ao novo arranjo de governança metropolitana estabelecido no Conselho de Desenvol-vimento da Região Metropolitana de São Paulo, dialogando em nome das sete prefeituras que compõem a sub-região do ABCD.

Porém, políticas públicas envolvendo temas estruturantes, como a mobilidade metropolitana, infraestrutura urbana e ha-bitação, que demandam expressivo aporte de recursos e amplo entendimento entre os entes federados, não foram ainda plena-mente concretizados pelo caráter inédito de institucionalidade dos consórcios públicos, ou pela falta de consenso e divergência de interesses entre as partes envolvidas.

Os avanços da integração na Grande São Paulo demandam tam-bém a definição em torno do papel protagonista da capital paulista como centro catalisador das grandes questões metropolitanas, arti-culando-se de modo inovador e propositivo junto aos 38 municípios

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que integram uma das maiores metrópoles globais de nosso tempo. Também de suma importância é a adesão efetiva e prática do go-

verno estadual, por meio da secretaria de Desenvolvimento Metropo-litano, que ainda atua como mediadora entre órgãos estaduais e as demandas municipais, muitas vezes sujeitas a situações políticas locais.

Ou seja, o comprometimento com a implementação das políticas públicas e aplicação dos recursos em escala regional e metropolitana necessitam de entendimentos entre o governo es-tadual, a capital e os 38 municípios através de um planejamento de ações que vise um pacto entre os entes.

Essa pactuação pode ser definida como a busca de consensos para a execução das políticas pública. Porém, para que isso ocorra será fundamental que cada uma das partes envolvidas abra mão de parcela de poder inerente as suas funções específicas. Outra ação necessária é a consolidação de um corpo técnico efetivo e perma-nente para a gestão metropolitana que sobreponha os mandatos eletivos e mantenha em curso o que foi acordado.

As cidades que fazem parte dos grandes aglomerados urbanos não podem mais prescindir de ações integradas que vão muito além dos limites locais. As políticas públicas de alcance metropo-litano não serão viáveis ou passíveis de serem implantadas, se não contarem uma ação que vislumbre o conjunto dos municípios que integram a Grande São Paulo com base na gestão pública integrada e no diálogo permanente com a sociedade civil.

A participação social é um desafio que ainda não foi enfrentado, mesmo nas experiências mais inovadoras como a do Consórcio Inter-municipal Grande ABC, que ao longo de sua trajetória não consolidou de maneira permanente o papel da sociedade civil. Essa situação po-derá levar à perda de credibilidade e de adesão da opinião pública aos programas implantados pelos órgãos de caráter público.

Mais do que nunca, o cenário que nos levará às soluções me-tropolitanas para os próximos anos está colocado para a urgente formulação e execução de políticas públicas sustentáveis em nos-sas regiões mais populosas. Os esforços nesse sentido deverão ser cada vez maiores e mais desafiadores; é preciso enfrentá-los com espíritos desarmados e confiança nos benefícios que virão.

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Mário Reali é prefeito de Diadema e foi presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC no biênio 2011/12.

Regionalidade, a fase decisiva

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Mauá58 anos com fome de desenvolvimento

Com sua localização privilegiada, Mauá é uma das cidades mais promissoras do ABC, pois está en-

tre a Capital – o maior polo produtor do País - e o Porto de Santos – principal ponto de entrada e saída de mercadorias do Brasil. Por isso, o município que celebrou dia 8 de dezembro 58 anos tem ainda mais motivos para comemo-rar. A previsão do orçamento para 2013 está estimada em R$ 794 milhões, R$ 100 milhões a mais que o orçado para 2012 (R$ 686 milhões). Mauá foi uma das cidades que mais obteve aumento na previsão do orçamento e a instalação de novas empresas é a principal justifi-cativa para o aumento da arrecadação.

Graças ao Rodoanel, grande aliado na logística de escoamento da produção industrial, Mauá ficou ainda mais atrati-va do ponto de vista empresarial. Para a indústria, o novo complexo facilitou o fluxo de carga pesada com destino ao Porto de Santos. “A via facilitou ainda o acesso a regiões como Zona Leste e as demais alças do Rodoanel que se ligam às estradas estaduais e federais do País, por exemplo: Raposo Tavares, Airton Senna, Fernão Dias, entre outras”, enumera Antonio Corrêa, presidente da Aciam (Asso-ciação Comercial e Empresarial de Mauá).

Feliz com o potencial econômico do município, o prefeito eleito Donisete Braga (PT ) dará continuida-de à política de atração de novas empresas, já que, além da intenção de tornar Mauá “a melhor esqui-

na do ABC”, garante que se trata do local com maior número de áreas disponíveis. “Ainda estamos fazendo levantamento, mas os bairros Sertãozinho e Capuava são dois polos industriais que podem ofertar alter-nativas para as indústrias que quiserem se instalar no município”, garante o futuro prefeito. “Qualquer política que pudermos fazer para atrair novas empresas, nós fare-mos. Vamos brigar para trazer novas em-presas e fortalecer o comércio”, continua.

EmpregoA torcida é grande para que o próximo

governo continue a incentivar, de manei-ra ordenada, a vinda de empresas para a cidade e, assim, gere mais empregos para a população. Para o comércio, a esperança é de maior incentivo para a regularização de micros e pequenos empresários para que saiam da informalidade e passem a figurar no cenário normal, com pagamento de impostos e geração de postos de trabalho. “Sabemos que estas empresas menores são as que geram maior número

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Donisete Braga avisa que o município tem áreas disponíveis

Estimativa do orçamento para

2013 é de R$ 794 milhões,

15% superior ao previsto para 2012

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de empregos”, diz o presidente da Aciam.Alinhado com o panorama de desenvolvimento

econômico, Donisete Braga projeta também ações para formar mão de obra qualificada e, assim, aten-der à demanda da indústria e mudar o perfil de Mauá: de cidade dormitório a geradora de empregos. Para isso, Donisete afirma que já conta com a Fatec (Facul-dade de Tecnologia), ETEC (Escola Técnica Estadual) e Fama (Faculdade de Mauá), mas que, ainda, irá tra-balhar para concretizar a instalação de um campus de universidade federal e, assim, concretizar o sonho de oferecer curso de engenharia ao munícipe.

Saúde e transportessão prioridades

Mas apesar da boa perspectiva de desenvolvimen-to econômico de Mauá, o próximo gestor terá gran-des desafios. Um deles será administrar os recursos da cidade junto com o pagamento da dívida, que hoje soma aproximadamente R$ 1,4 bilhão, além de me-lhorar o serviço médico prestado à população, que reclama constantemente da falta de profissionais e remédios nos postos.

Donisete, que define como prioridades a saúde e transporte na gestão, almeja a construção de duas UBS (Unidade Básica de Saúde) e também do Poupa-tempo da Saúde. A criação de um centro de formação em medicina é outro projeto visto como solução para a falta médicos nos postos da rede pública da cidade. “Também vamos investir na informatização do aten-dimento, para otimizar recursos e fiscalizar a saída de medicamentos, além de buscar parcerias com o governo estadual para trazer recursos com o governo federal para melhorar o Hospital Nardini”, diz. Cerca de 10% dos pacientes atendidos no hospital são de outras cidades.

No Transporte, Braga promete duas melhorias já para 2013: a instalação de internet wi-fi nos ônibus e a implantação do bilhete único, com integração entre ônibus municipais e CPTM. Ainda em 2013 devem ser iniciadas as obras do novo terminal rodoviário.

Desafios são inúmerosChafic, Jardim Rosina e Jardim Oratório são três

dos bairros localizados em áreas críticas de Mauá. Ao todo, a cidade possui 30 áreas de risco espalhadas pelo município e, do total, 65% são consideradas crí-ticas pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Diante do índice, medidas como a construção de mo-radias populares também demandam grande atenção da Prefeitura. No plano de governo, Donisete Braga anuncia a construção de 1.886 unidades habitacionais pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, o término da

Município ganhou investimentos no sistema viário, mas possui vários desafios, comoampliar e melhorar a saúde e lazer para a população

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regularização fundiária de 8,6 mil lotes e outros projetos. Na questão de meio ambiente, destacam-se os projetos de

ampliação da coleta e tratamento de esgoto. Donisete estuda elevar em 85% o índice de tratamento do esgoto, que atual-mente é de apenas 4%. A coleta de esgoto hoje é de 85%.

Outro desafio será a ampliação do alcance dos programas sociais. Na gestão, Donisete Braga quer fortalecer a política de tratamento para os moradores de rua.

População pedemelhores serviços

Os mais de 417 mil munícipes de Mauá, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), têm muitas reivindicações no tocante à melhoria da quali-dade de vida. Ao questionar os pedestres no Centro sobre o que precisa melhorar no município, a primeira resposta dos entrevistados é “tudo”. Mas ao identificarem os pro-blemas que mais enfrentam no dia a dia, a baixa qualidade do atendimento na rede pública de saúde e a dificuldade com transporte público são os mais citados.

A população reclama até mesmo da qualidade de en-sino nas escolas municipais. “Gostaria de ver melhorias na Educação, como o término desse programa de avalia-ção continuada”, pede o metalúrgico Luiz França, de 47

Sistema Jacu Pêssego, quando pronto, permitirá a integração de Mauá com o Rodoanel Sul

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Fernanda Santos: tempo de espera por atendimento na saúde é inaceitável

Flávia Reis:o abastecimento de água é interrompido sem qualquer aviso

William Bolonha:em horário de pico eles colocam micro-ônibus na linha

Luiz França: na escola tem dia que eles combinam de não dar aula

anos. “Minha filha estuda em escola municipal e tem dia que eles combinam que não vai ter aula”, conta. O meta-lúrgico se incomoda ainda com a limpeza e manutenção das vias. “Com o novo prefeito, também espero melho-rias nas ruas, que estão muito sujas e esburacadas”, diz.

A Saúde foi um dos temas que mais pautou a campanha eleitoral. Todos os oito postulantes ao Paço reconheciam que a pasta era a mais problemática, em razão das cons-tantes reclamações sobre falta de médicos e remédios nos postos, além da demora da fila de espera por atendimento especializado. A consultora de vendas Fernanda da Silva Santos alega ser inaceitável o tempo de espera por aten-dimento. “Mesmo com as UPAs (unidades de pronto aten-dimento) demorei mais de uma hora para ser avaliada e medicada por causa de uma febre”, reclama.

Para o auxiliar de produção William de Souza Bolo-nha, o transporte é uma das áreas que mais precisa de atenção. “É pouco ônibus para muita gente. No horário de pico eles põem micro-ônibus e nos finais de semana colocam ônibus grandes na linha”, reclama o morador do jardim Zaíra 2. Bolonha conta que a espera passa de 30 minutos para conseguir embarcar num ônibus em horá-rio de pico em Mauá.

A falta de água é outra queixa. “O abastecimento é interrompido sem aviso, eles interrompem de manhã e o serviço só é reestabelecido à noite”, reclama a artesã Flávia Carneiro Reis.

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Diadema 53 anos com virada histórica na política

Diadema comemora o 53º aniversário num ano marcado por virada de página na história polí-

tica local. A cidade, que celebrou sua emancipação dia 8 de dezembro, esteve sob o domínio do Partido dos Trabalhadores nas últimas três décadas. A partir de 2013, entretanto, o município que mais investe em saúde no ABC estará sob o comando do prefeito eleito Lauro Michels, do Partido Verde.

Diadema também passará por mudanças na Câma-ra em 2013. O número de vereadores responsáveis por representar os 385 mil habitantes aumentará de 17 para 21. Os parlamentares aproveitaram os últi-mos dias da atual legislatura para aprovar o Orça-mento 2013, que estima o montante de R$ 932 mi-lhões, 12% inferior em relação à peça orçamentária de 2012.

A Secretaria de Saúde deve receber o maior re-passe: mais de R$ 280 milhões, equivalente a 30% do orçamento, o dobro da taxa mínima estipulada pela Constituição Federal. Um dos últimos grandes investimentos assistido pela população foi a criação do Quarteirão da Saúde, centro que conta com 28 especialidades médicas inaugurado em 2008, no fi-nal da gestão do ex-prefeito José de Filippi Jr. (PT).

Os governos federal e municipal investiram cerca

de R$ 70 milhões na unidade. A obra, entretanto, não resolveu o gargalo na saúde municipal. Zilda Carva-lho, 52, moradora do bairro Canhema, diz que o sis-tema ainda apresenta lentidão no atendimento. “O tempo de espera é grande e muitas vezes faltam mé-dicos e outros profissionais, além das UBS [Unidade Básica de Saúde] não funcionarem 24 horas”, relata.

O salário baixo da categoria está entre os desafios que precisam ser enfrentados para melhorar a quali-dade dos serviços, aponta o novo chefe do Executivo da cidade, Lauro Michels. “Na reforma administrativa, eu vou criar o plano de cargos e salários para os pro-fissionais da área da saúde. Vamos fazer uma reade-quação financeira dos médicos, que são a principal mão de obra em falta hoje”, afirma.

Michels ainda prevê reformulação do Quarteirão da Saúde. “A ideia é redefinir a saúde pública de Dia-dema, por meio de parcerias com o governo do Esta-do, fundações, Hospital das Clínicas e o Hospital São Paulo para trazer mais especialidades para o Quartei-rão da Saúde”, explica. Considerado durante anos um dos municípios mais violentos do Estado, Diadema assistiu ao declí-nio vertiginoso dos índices de criminalidade a partir da implantação de políticas públicas como o Pronasci

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Lauro Michels (PV) prevê reformulações em diversas áreas

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(Programa Nacional de Segurança Pública Com Cidada-nia), em 2007. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais, como a valorização os profissionais do setor. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, em 2011 a queda nas taxas de homicídio foi de 57%.

A criação da Lei Seca, em 2002, que proibiu o funcio-namento de bares após as 23h, também colaborou com a queda da violência. De acordo com Lauro Michels, a partir de 2013 o município vai estudar a criação de um centro de entretenimento na cidade. “Nós vamos manter a Lei seca, mas vamos tentar criar um centro de entretenimento noturno, com várias lanchonetes, espaço para as pessoas poderem ter a sua vida de lazer”, afirma o prefeito eleito.

Educação tem a segunda maior verba do município

De acordo com o Orçamento 2013, a Educação terá o segundo maior repasse, com R$ 219 milhões, algo em tor-no de 26% da peça orçamentária. Com mais de 290 esco-las nas redes pública e particular, e ensino a caminho da municipalização, Diadema espera pela ampliação de vagas em creches e a criação de um curso pré-vestibular voltado para jovens carentes.

Atualmente, a cidade conta com três instituições de en-sino superior: a Universidade Federal de São Paulo (Uni-fesp), a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) e Faculdade Diadema (FAD). Uma das metas de Michels é a criação de mais cursinhos preparatórios para os vestibulares.

Para Renato Moreni, fundador do GEB (Grupo Estu-dantil de Base), organização não-governamental que há 10 anos promove atividades culturais e cursos pré-vestibula-res gratuitos para cerca de 350 alunos por ano, é preciso mais investimentos na Educação.

“O primeiro passo é investir nas escolas de ensino fun-damental, ensino básico e nas creches. Os cursinhos pre-paratórios existem justamente porque as escolas públicas não estão dando conta de preparar os alunos para ingres-sar na universidade”, disse.

ComércioEmbora integre a região tradicionalmente industrial do Es-

tado de São Paulo, a principal fonte de renda de Diadema é o setor de prestação de serviços, tendo o comércio como impor-tante atividade econômica.

Um das importantes iniciativas, nos últimos anos, foi a reti-rada de comerciantes populares de vias públicas, com a criação do Shopping Popular de Diadema, no Centro, em 2002. Hoje, o espaço conta com 241 empreendedores.

Pedro Valcelho de Souza, comerciante e membro da Asso-ciação dos Empreendedores Populares de Diadema, afirma que a categoria espera por novos incentivos e investimentos do poder público. “A gente espera muito do prefeito que vai atuar a partir de 2013 a preocupação com a classe, que necessita de mais investimentos no nosso espaço e divulgação”, aponta.

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Com a Lei Seca, desde 2002,

Diadema atacou a violência e investiu

em qualidade de vida e cultura

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Renato Moreni é fundador do Grupo Estudantil de Base, que oferece atividades culturais e curso

Mostra das Oficinas Culturais reuniu, em novembro, mais de 1,5 mil alunos para apresentação de resultados

Cultura é referência regionalCom importante tradição cultural, que vai desde o tu-

rismo até o esporte, passando pela produção artística no âmbito audiovisual, teatral e musical, Diadema sem dúvi-da é capital da cultura na região. Sede de diversos espetá-culos de grande expressão, realizados todo ano, a cidade possui alguns pontos turísticos que acompanham a voca-ção, como o Borboletário, o Jardim Botânico, o Museu de Arte Popular e o Observatório Astronômico.

Diadema desponta entre os municípios do ABC com seis centros culturais (Serraria, Diadema, Nogueira, He-leny Guariba, Vladimir Herzog e Taboão), além de duas bibliotecas (Promissão e Paineiras), Casa da Musica, Vide-oteca Municipal, Casa do Hip Hop, Companhia de Danças, Banda Jazz Sinfônica e Centro de Memória.

A movimentação cultural é forte e não para. Em abril de 2012, Diadema lançou o Plano Municipal de Cultura, docu-mento que consolida o trabalho de produção cultural local e que atende às exigências do Sistema Nacional de Cultura. Os objetivos do plano serão implementados nos próximos 10 anos pela Secretaria Municipal de Cultura, com supervisão do Conselho Municipal de Cultural.

Diadema também é referência em oficinas e cursos cultu-rais. Em novembro, a segunda edição da Mostra das Oficinas Culturais reuniu mais de 1,5 mil alunos, numa grande apresen-tação de resultados. A mostra ao público trouxe a dimensão dos projetos e processos de experimentação e formação, que

acontecem durante o ano nas oficinas culturais gratuitas nos centros culturais, casa da música, centro de memória, museu de arte popular, circo escola e bibliotecas da cidade.

As oficinas abrangem públicos das mais diversas faixas etárias, a partir de seis anos até a terceira idade. O programa de formação da Secretaria de Cultura atende média de 3,2 mil alunos a cada mês na rede de equipamentos. Entre os cursos a população pode fazer artes visuais, música, incluin-do hip hop e oficinas de instrumentos musicais, dança, circo discotecagem e teatro.

DivulgaçãoMas a cidade que respira cultura popular precisa contar

mais o que faz ao munícipe. O estudante Rafael Rodrigues, 25 anos, morador do bairro Eldorado, afirma que usufrui dos espaços culturais da cidade desde que tinha 10 anos de idade, mas os eventos precisam ser mais divulgados. “Poderiam expandir inclusive para as redes sociais, criando vínculos entre o público e os produtores culturais. Assim, se cria o hábito de acompanhar a agenda cultural da cidade, criando um público assíduo e participativo”, sugere.

No esporte, os atletas de Diadema também pleiteam mais investimentos em todas as modalidades de esportes. “O fu-tebol tem muita visibilidade, enquanto o vôlei, handebol, basquete, são esquecidos. Nós temos de correr atrás de pa-trocínio por conta própria”, diz Jaqueline Pinheiro Montei-ro, 16 anos, que integra o time de vôlei de Diadema desde o começo de 2012.

Pedro de Souza, comerciante, pede ajuda ao novo prefeito para o comércio popular

Rafael Rodrigues sugere Diadema divulgar mais a produção cultural da população

Jaqueline Monteiro, jogadora, pleiteia atenção aos diversos esportes na cidade

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Mobilidade

Plano identifica demandas regionais

A primeira fase do Plano Diretor de Mobilidade da Região do Grande ABC, realizado pelo Consórcio

Intermunicipal Grande ABC em conjunto com a Ofici-na Consultores Associados, identificou 210 demandas de obras na região. Do total, 43 foram executadas e 4 descartadas (todas em Ribeirão Pires), e 163 ainda estão em anda-mento, a maioria em São Bernardo (37) e Santo André (36). O diagnóstico apresenta-do pelo Consórcio traz dados e análises pre-liminares das condições de mobilidade nos sete municípios

Entre as demandas, 20 são de obras para melhorias, 39 de ampliação da capacidade do sistema, 93 de viário novo e 11 relativas a intervenções modestas que priorizam o transporte coletivo. As obras do eixo Anchie-ta, como a construção de uma ponte estaiada no km 14 (extensão da av. Lauro Gomes até av. Taboão) e de um trevo de acesso da via Anchieta para a av. Guido Aliberti, em São Caetano, são algumas das demandas.

Orçado em R$ 1 milhão, sendo R$ 800 mil provenien-tes do governo do Estado e R$ 200 mil do Consórcio In-termunicipal, o plano propõe ações regionais de mobili-dade urbana que subsidiem políticas e projetos comuns

ou integrados entre os municípios do ABC.A próxima fase do projeto classificará as demandas em

obras de interesse local, municipal e regional. “A implan-tação dessas diretrizes exige uma etapa mais detalhada, que inclui a participação das prefeituras na elaboração dos proje-tos”, adianta Marcos Bicalho, arquiteto da Oficina Consultores Associados.

O arquiteto ressalta que as demandas identificadas vão contribuir para resolver alguns gargalos na região hoje e no futuro. Exemplo é a ligação de Santo André com Sertãozinho, não tão evidente hoje, mas com o Rodoanel atrairá empreendimentos de logística e de transporte de carga. “Nos próximos anos, o crescimento da demanda por transporte no local será muito grande lá”, explica.

Para Andrea Brisida, coordenadora do GT de Mobili-dade do Consórcio, o principal ganho com o estudo é a classificação e priorização das demandas de obras. “A identificação de obras como de interesse regional nos dá respaldo para pleitearmos recursos”, diz. A conclusão do plano foi prorrogada para o início de 2013 para que os novos prefeitos possam se inteirar e adicionar propostas.

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Para ter acesso às

bicicletas em São Caetano é preciso se

cadastrar no site www.brasilemovi-

mento.com.br

Conclusão do estudo, apresentado pelo

Consórcio Intermu-nicipal Grande ABC, sairá no começo de 2013 já com as even-tuais propostas dos

novos prefeitos

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Integração tarifária é desafioA integração entre as redes de transporte com diminuição

da tarifa é uma das metas a serem perseguidas na região, na opinião de Marcos Bicalho. “Há um entendimento de que o sistema viário extrapola o interesse local. A ideia é que as redes de transporte sejam integradas, inclusive no quesito tarifário, e não sobrepostas e competitivas entre si, como vemos hoje”, diz.

O especialista explica que a integração tarifária é complicada na prática porque provoca redução do dinheiro do caixa do siste-ma, o que seria resolvida com planejamento. “Quando você faz a integração, você planeja melhor a rede e ganha redução no custo operacional. Na teoria, os ganhos eficientes seriam repassados aos usuários, que pagariam tarifa mais barata”, acrescenta.

Uso do automóvel no ABCé maior que em São Paulo

De acordo com o diagnóstico, pouco mais de 6 milhões, das 38 milhões de viagens realizadas na região metropolitana de São Paulo, têm origem ou destino na região. Cerca de 4,8 milhões são internas, 1,1 milhão têm origem ou destino na Capital e 80 mil nos demais municípios. São Bernardo e Santo André puxam a participação, com 29% e 27%, respectivamente. Das viagens, 43% são a trabalho, 34% para educação e 11% assuntos pessoais.

Em relação à região metropolitana, o ABC sai na frente em utilização do transporte individual (34,3% ante 29,5%) e atrás na utilização do transporte coletivo (31,3% ante 36,5%) e se aproxima no uso dos meios de transporte não motorizados (34,5% ante 33,9%).

São Caetano tem a maior utilização relativa do transpor-te individual (50,6%) e a menor utilização do transporte co-letivo (17,2%). Mauá apresenta maior utilização dos trans-portes não motorizados (47,0%), seguida por Rio Grande da Serra (41,9%) e Diadema (41,8%).

De acordo com Marcos Bicalho, a presença da indústria au-tomobilística no ABC causa impacto significativo no aumento na frota de veículos, com média regional 15% superior em relação à região metropolitana. Em números relativos, São Caetano possui a maior taxa de distribuição de frota, com 0,3, seguido de Santo André (0,24), Ribeirão Pires (0,23) e São Bernardo (0,22).

São Caetano larga com bikesA cidade, que já disponibiliza 60 bicicletas, distribuídas em

nove estações, é pioneira mundial no empréstimo de bicicle-tas públicas adaptadas às pessoas idosas e com deficiência. Ao todo são 30 triciclos (bicicletas com três rodas) e handbikes, pedaladas com as mãos, em posição sentada (passeio) ou dei-tada (esportiva). A iniciativa faz parte do projeto experimental SancaBike, em parceria com a Brasil e Movimento, que dispo-nibiliza bicicletas grátis para uso da população por um período de 45 minutos. A previsão é de 30 estações até março de 2013.

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GE

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ÃO

SaúdeMapa traça radiografia do sistema regional

Em breve o ABC terá uma radiografia completa sobre a situação da rede de saúde pública. O mapeamento

é feito pelo governo federal, como parte da primeira etapa do Coap (Contrato Organizativo de Ação Públi-ca), que surgiu com o decreto 7.508/11 e regulamenta a Lei Orgânica da Saúde (nº 8.080/1990). A proposta inicial foi apresentada em maio de 2012, durante o Ciclo de Palestras RD Ideias – Saúde no ABC, promovido pelo Repórter Diário.

O mapa está em fase final de conso-lidação. “O documento é rico e comple-xo, ao trazer os indicadores de saúde da região, indicadores de produção e como está a distribuição dos equipamentos de saúde no município, a qualidade dos ser-viços de especialidades, como está a rede de saúde pública, a vigilância sanitária, entre outros”, afirma Jorge Harada, dire-tor de apoio e gestão do SUS (Sistema Único de Saúde) da Secretaria de Saúde de São Bernardo.

Para Harada, uma das grandes evoluções na área é a abertura do Hospital das Clínicas, em São Bernardo, previsto para funcionar no primeiro semestre de 2013. Projetado para tratar casos de alta complexidade, com 293 leitos e capacidade para realizar 10 mil consultas,

1,5 mil internações e 1,5 mil cirurgias por mês, o equi-pamento só estará em pleno funcionamento no final do ano. “Mas com certeza a abertura do HC vai permitir-conseguir reorganizar a atenção hospitalar da região. O

hospital está voltado para os munícipes de São Bernardo, mas o acesso é de nível regio-nal”, garante Harada.

Segundo o diretor de apoio e gestão do SUS, o ABC ganhará, com o Hospital das Clí-nicas, maior capacidade para atender casos de média complexidade. Porém, a região ain-da não terá a tão sonhada autossuficiência, porque muitos tratamentos ainda dependem da articulação com a Capital para o tratamen-to de casos de alta complexidade, como cirur-gias cardíacas infantis. A região também não conseguirá atender a toda a demanda, pois ainda será necessário construir um hospital regional próximo a Ribeirão Pires e Mauá.

Arthur Chioro, secretário de Saúde de São Bernardo e coordenador do Grupo de Trabalho Saúde do Con-sórcio Intermunicipal Grande ABC, afirma que existe importante demanda para que o governo do Estado im-plante um hospital de longa permanência, destinado a idosos sem cuidadores e pacientes sem a possibilidade de fazer terapia em casa. “Também precisamos alterar o

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Mapeamento faz parte do Coap,

contrato que define conjunto de metas e compromissos entre

as três esferas de governo para boa gestão na saúde

Case em gestão, a Fundação do ABC mantém de 12 hospitais, três AMES (Ambulatório Médico de Especialidades), três pronto-socorros, da Faculdade de Medicina do ABC e de uma Central de Convênios

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perfil dos hospitais estaduais Mário Covas e Serraria para modificar o perfil assistencial das instituições para que haja mais integração e participação com os municípios”, diz. Chioro conta que se encontra em articulação a ins-talação no ABC de unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, referência nacional em tratamentos fisioterápi-cos de alta complexidade.

Ciclo do RD apresentou CoapO Coap foi apresentado no ABC, em maio, pelo secre-

tário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro de Andrade. O objetivo é definir metas e compromissos com o objetivo de esta-belecer uma governança tripartite entre as três esferas – municipal, estadual e nacional – de acordo com regiões geográficas.

O ABC foi pioneiro no contrato de saúde regional, pois apresenta a estrutura formalizada do Consórcio In-termunicipal. Ao todo, o governo federal estima que se-jam firmados 415 contratos em todo o País, similares ao do ABC. Além de mapear demandas e metas integradas, o objetivo, segundo a União, é melhorar o acesso aos serviços oferecidos nas redes de cada cidade.

O contrato foi apresentado durante o 3º Ciclo de Pa-

Com entrega parcial no primeiro semestre de 2013, o HC vai reorganizar a rede hospitalar da região

lestras RD Ideias – Saúde no ABC – Desafios e Oportu-nidades. Aberto com uma reunião de todos os prefeitos da região, o encontro realizado pelo Repórter Diário debateu, na Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, temas como o SUS e a Saúde Pública, o Papel da Fundação do ABC no Sistema de Saúde e o Cenário e Desafios da Saúde Suplementar.

Além de Luiz Odorico Monteiro de Andrade, o ciclo contou com a participação de Arthur Chioro; Paulo Eu-genio, secretário de Saúde e vice-prefeito de Mauá; Mau-

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rício Mindrisz, presidente da Fundação do ABC; Marco Akerman, vice-diretor da Faculdade de Medicina do ABC; Antonio De Giovanni Neto, secretário de Saúde de Santo André; Luiz Antonio Della Negra, diretor técnico da Rede D´Or São Luiz, Hospital Brasil e Hospital Assunção; Ali-ce Lang Simões Santos, presidente da Associação Paulista de Medicina Regional Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra; Luciano Lourenço da Costa, pre-sidente do Conselho Municipal de Saúde de São Bernar-do, e Geraldo Reple Sobrinho, ex-superintendente do Hospital Estadual Mário Covas.

Parceria é case nacionalArthur Chioro, secretário de Saúde de São Bernardo

e coordenador do Grupo de Trabalho Saúde do Consór-cio Intermunicipal Grande ABC, ressalta a importância da parceria técnico-administrativa da FUABC (Fundação ABC) na qualidade dos serviços prestados pela rede pú-

blica. “É uma grande parceira na gestão da saúde na re-gião, um case na área, pois traz benefícios à população na questão da agilidade na administração, seja na gestão de pessoas e na compra de equipamentos”, define.

A FUABC é mantenedora de 12 hospitais, três AMES (Ambulatório Médico de Especialidades), três pronto-socorros, da Faculdade de Medicina do ABC e de uma Central de Convênios. O orçamento previsto para 2013 é de R$ 1,1 bilhão, o mesmo de 2012. Só na região a FUABC é responsável pela gestão administrativa e clíni-ca dos hospitais Estadual Mário Covas de Santo André, Hospital da Mulher de Santo André, Hospital Nardini de Mauá, Complexo Hospitalar de São Bernardo (Hospital de Ensino Anchieta, Hospital Municipal Universitário e Pronto-Socorro Central), Complexo Hospitalar de São Caetano (Hospital Márcia Braido, Hospital Maria Brai-do e Hospital de Emergências Albert Sabin), Hospital de Olhos de São Caetano e Hospital São Caetano. A Funda-ção também marca presença na Praia Grande e Bertioga, ambas cidades do litoral paulista.

Intercâmbio busca modelosEntre os dias 3 e 5 de dezembro, Arthur Chioro, secre-

tário de Saúde de São Bernardo e coordenador do Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, integrou a delegação brasileira que participou do Congresso Internacional de Saúde Pública – Cuba Salud 2012, junto com o ministro de Saúde, Alexandre Padilha, e outros 29 ministros de Saúde de diversos países.

A experiência deve resultar em novos projetos para a saúde pública de São Bernardo e também da região. “Co-nheci não só a área da família, mas o Instituto Nacional do Câncer, já pensando em mudanças para o Hospital Anchieta, que será transformado em centro oncológico. Além disso, tivemos muitas discussões sobre o trabalho médico e também sobre a área médica”, conta Chioro.

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Ministério da Saúde apresentou Coap para os prefeitos da região

Coap abriu o Ciclo de RDIdeias – Saúde no ABC, em maio

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A saúde nos sete municípios do ABCD ainda en-frenta muitas dificuldades, notadamente no aces-

so às vagas hospitalares e aos serviços especializados de média e alta complexidade. Esse panorama, po-rém, vem mudando gradativamente, graças à capaci-dade de organização e à relação harmônica entre as cidades da região. A expectativa é que, nos próximos quatro anos, essa sintonia se consolide ainda mais, de maneira a garantir a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população.

O Sistema Único de Saúde (SUS) teve uma expan-são significativa nos últimos anos. Com o apoio do governo federal, os municípios têm melhorado e am-pliado a rede de Atenção Básica, não só em instala-ções, mas no reforço e capacitação dos profissionais de saúde, especialmente os agentes comunitários, apoiadores e equipes da Estratégia de Saúde da Família, possibilitando o es-treitamento dos serviços com as comu-nidades dos territórios.

Também houve investimentos expres-sivos na rede de urgência e emergên-cia, na política de saúde mental e na assistência farmacêutica, entre outras áreas, o que vem permitindo minimizar gargalos assistenciais nessas áreas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entende que a integralidade e a equida-de no atendimento da população pelo SUS só será possível por meio de forte parceria com os gestores municipais para que sejam aplicados in-vestimentos de monta na melhoria e ampliação das unidades e na qualificação dos trabalhadores.

O ABCD, a exemplo de outras regiões metropolita-nas, ainda necessita aperfeiçoar seu processo de re-gulação com a finalidade de consolidar a integração entre os serviços municipais e as referências regio-nais, assegurando um planejamento adequado para a otimização dos recursos disponíveis. A demanda re-primida para o acesso às internações hospitalares e às especialidades médicas de maior complexidade ainda é um problema muito grave, mas as perspectivas de solução são auspiciosas, graças à abertura de diálo-go com os municípios promovida pelo secretário de Saúde do Estado, Giovani Guido Cerri. Essa postura tem resultado em avanços na pactuação entre os ges-tores e esperamos que as negociações entre as cidades da região e o governo estadual prosperem ainda mais no próximo quadriênio para que tenhamos um siste-ma realmente participativo, calcado em critérios bem definidos, evitando que o acesso aos serviços do SUS aconteça à margem da regulação pactuada.

Na organização regional da saúde, é importante destacar o papel da Fundação do ABC, cuja estrutura

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Perspectivas animadoras na Saúdetem sido colocada a serviço dos municípios, especial-mente por intermédio da Faculdade de Medicina. O atual presidente da Fundação, Maurício Mindrisz, tem se mostrado empenhado em estreitar as relações com o Grupo de Trabalho de Saúde do Consórcio de Muni-cípios e é fundamental que a instituição seja fortaleci-da no apoio ao processo de regionalização da saúde e na gestão dos serviços públicos no ABC.

Nos próximos quatro anos, a saúde na região deverá ter um incremento notável na ampliação dos serviços, com destaque para as redes de atenção básica e de ur-gência e emergência e na retaguarda hospitalar. Além da criação de UPAs, do aprimoramento do SAMU, da ampliação do Programa de Internação Domiciliar (PID) e da expansão da rede básica e dos programas de saúde mental, a região ganhará uma nova confor-

mação hospitalar já a partir de 2013, com o término da construção do Hospi-tal de Clínicas, em São Bernardo, e do Hospital Municipal de Ribeirão Pires, bem como da entrada em funcionamen-to do Hospital da Mulher, de São Caeta-no, que no momento está fechado, mas será reaberto muito em breve.

Espera-se, também, que os hospitais Mário Covas, de Santo André, e o Serraria, de Diadema, que já são estabelecimentos de reconhecida qualidade, ampliem o acesso à população do Grande ABC por meio das tratativas com o Grupo de Tra-

balho de Saúde para melhorar a oferta de vagas nesses estabelecimentos. Ainda no âmbito estadual, estão adian-tados os esforços para que o governo estadual implan-te uma unidade regional da Rede Lucy Montoro para a reabilitação física e fornecimento de órteses e próteses.

Por fim, vejo com muito otimismo a implan-tação, já em 2013, do Contrato Organizativo de Ação Pública, o COAP, que vai dar um salto na organiza-ção da pactuação regional em saúde, possibilitando a definição das responsabilidades de cada uma das esferas de governo. Com isso, será possível raciona-lizar a oferta de serviços e a ampliação dos equipa-mentos de saúde, por exemplo, beneficiando toda a população da região, que saberá a quem cobrar pela prestação dos serviços do SUS.

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Arthur Chioro é coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e secretário de Saúde de São Bernardo

“Será possível racionalizar a oferta de serviços e a ampliação dos equipamentos, com benefícios à população,

que saberá a quem cobrar”

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Segurança

Nos últimos meses, a explosão de casos de violência e de assassinatos no Estado amedrontaram a popu-

lação, principalmente pelo forte envolvimento de policiais militares. O cenário remeteu à onda de ataques realizada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006, com ameaças de toque de recolher na periferia.

A “guerra silenciosa” entre polícia e bandidos resultou, apenas no feriado de Finados, em 16 vítimas, oito delas fatais, em São Bernardo, Santo André e Mauá. Como o quadro não permite que a Segurança Pública seja tratada como dever somente do Estado, os novos prefeitos se preparam para entrar na empreitada.

Considerado por muito tempo como um dos municípios mais violentos do Estado, Diadema abriu guerra à criminali-dade ao proibir, em 2002, o funcionamento de bares após as 23h. Entretanto, a onda de violência reacendeu a insegu-rança na população. Como resposta, o prefeito eleito Lau-ro Michels (PV ) anunciou a busca de interlocução entre as diferentes forças policiais para combater possíveis ataques. “Quero integrar o trabalho da PM com o da Polícia Civil e a Guarda Civil Municipal (GCM), e trabalhar com a inteligên-cia na prevenção, ampliar o efetivo e as operações de rua, e trazer o programa Atividade Delegada”, diz ao acrescentar que reforçará as rondas e as bases policiais.

Melhorar as condições de trabalho da GCM e investir em equipamentos estão na lista de Saulo Benevides (PMDB), ao

assumir o Paço de Ribeirão Pires em 2013. Benevides diz que vai enxugar os gastos para investir na Pasta, além de bus-car, junto ao governo federal, recursos para novos projetos, como videomonitoramento 24h, orçado em R$ 1 milhão.

“Pretendemos equiparar o salário dos GCMs (atual-mente entre R$ 904,96 e R$ 1.499,54) aos valores pagos na região e investir em equipamentos com a redução dos gastos, que espero diminuir até 20%”, aponta. Para 2013, o Orçamento de Ribeirão Pires, é de R$ 241,1 milhões, sendo R$ 4,7 milhões em Segurança.

Com inúmeros gargalos estruturais, Mauá nunca dei-xou de conviver com problemas relacionados à violên-cia. Exemplo é que em março de 2011 entrou em vigor a lei 3.508, que obriga bares a fecharem a partir das 23h, e que também atingiu relativo sucesso. Com a onda de crimes, o prefeito eleito, Donisete Braga (PT), pretende aliar tecnologia e efetivo policial “Temos uma defasagem de 110 guardas e iremos contemplar esta demanda as-sim que possível, assim como investir mais no videomo-nitoramento”, projeta.

Donisete Braga diz já ter conversado com lideranças das polícias Militar e Civil e da própria GCM para identificar ações de segurança. O petista também defende a interlocu-ção com o governo estadual e federal como estratégia para manter sob controle a segurança na cidade.

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Novos prefeitos traçam planos

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Em 2012, policiais marcaram forte presença nas ruas por causa da onda de violência

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Rio Grande busca ajudae Santo André cria pasta

Menor município do ABC, com 37 km² e apenas 40 mil ha-bitantes, Rio Grande da Serra não possui Pasta de Segurança e, consequentemente, não tem orçamento voltado à área. Baseada em lei orgânica municipal, a cidade conta apenas com destaca-mento da PM subordinado a Ribeirão Pires e, também, não há atuação da GCM.

De acordo com o prefeito eleito, Gabriel Maranhão (PSDB), os projetos para a segurança estão baseados na criação de políti-cas de prevenção. O tucano diz que a maior parte dos problemas advém do tráfico. “Por isso, queremos atuar com ações preventi-vas e educacionais, que são mais baratas”, aponta.

Maranhão pretende criar uma Escola Técnica Estadual (ETEC) na cidade, para preparar os jovens para o mercado de trabalho e diminuir o envolvimento deles com a criminalidade. “O crime é um lugar rentável, quando o jovem não tem opção, ele parte por essa via”, acredita.

Em 2013, o tucano quer transformar o destacamento da PM local num batalhão e avisa que vai buscar ajuda do governo es-tadual para fazer a mudança. Para Maranhão, a criação da GCM é uma demanda do município, mas não está nas prioridades do mandato. “Temos o desejo de criar a GCM, mas isso pede uma verba para investimentos que ainda não temos”, explica.

Em Santo André, Carlos Grana (PT) cogita a possibilidade de apresentar ao novo Legislativo um projeto de reforma admi-nistrativa, que criaria uma pasta específica para segurança, que desde 2008 é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Se-gurança e Trânsito. De acordo com o novo chefe do Executivo, o orçamento para segurança em 2013 está estimado em R$ 83 milhões, sendo 80% direcionado ao trânsito. “A segurança não é responsabilidade apenas do Estado”, sentencia Grana.

Entre outras propostas do petista estão o fortalecimento da GCM e a implantação do programa Banho de Luz, que revitaliza-ria a criticada falta de iluminação da cidade com a instalação de 30 mil lâmpadas. Grana quer, ainda, debater junto ao Consórcio Intermunicipal a adesão do município à Atividade Delegada, o chamado “bico oficial” da PM. O vereador Paulinho Serra (PSD) conta que há linha de crédito disponibilizada pelo governo fe-deral exclusiva para políticas integradas, voltadas para trânsito e segurança pública, caso do sistema de monitoramento.

São Bernardo reforça estrutura e São Caetano amplia efetivo

São Bernardo se tornou nos últimos quatro anos também o grande captador de recursos federais da região, fato que propiciou realizar inúmeras obras estruturais e de habitação. O grande apor-te, conquistado pelo prefeito Luiz Marinho (PT), também refletiu na Pasta da Segurança, criada em 2009.

“Tivemos do governo federal um direcionamento de R$ 8 mi-lhões, que contribuiu para a compra de viaturas, bicicletas, coletes para a GCM, que hoje possibilitam 100% dos guardas trabalharem com colete à prova de bala”, diz o secretário de Segurança da cida-de, Benedito Mariano, ao revelar a intenção de recorrer ao video-monitoramento para fortalecer a atuação policial.

“Recebemos R$ 1 milhão do governo federal para iniciar o projeto de videomonitoramento e já monitoramos 10 escolas do bairro Alvarenga. O nosso projeto mais estratégico é o programa Cidade Segura que prevê a instalação de 400 câmeras na cidade e a integração por meio de software, junto ao Samu, Defesa Civil e Departamento de Trânsito”, completa.

O secretário também revela que São Bernardo doará para o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, seu atual prédio do Cen-tro Regional de Formação de Guardas Civis. “Temos contribuição do governo federal para compras de equipamentos novos e dois micro-ônibus. Doaremos o prédio e as sete cidades vão ter uma contribuição para o custeio. A ideia é que o Grupo de Trabalho de Segurança formate um plano gestor deste centro que possa bene-ficiar a região”, diz Mariano, coordenador do GT.

Em São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB) afirma que começará seu mandato com a pasta de Segurança planejada, sob comando do coronel José Quesada Farina (PMDB), e o aumento do contin-gente da PM estará entre as prioridades no mandato. “Vamos fazer circular mais viaturas, para reforçar o policiamento ostensivo”, diz.

O próximo passo será aumentar o salário dos policiais militares, que recebem cerca de R$ 200 menos do que os oficiais de outras ci-dades do ABC. Segundo Pinheiro, a Prefeitura subsidiará a diferença. Embora leve mais tempo para execução, por conta de investimentos e processos de licitação, a instalação de um sistema integrado de mo-nitoramento, triplicando o número de câmeras existente na cidade (cerca de 60, atualmente) também está entre os planos de Pinheiro. O orçamento na Segurança é de R$ 15 milhões, que representa cerca de 1% do total.

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A história da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) vem sendo traçada há mais de 70 anos, des-

de a implantação da Faculdade de Teologia em São Ber-nardo, no final da década de 1930. Mas foi na década de 1970, entretanto, que o Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS) surgiu, inicialmente com três faculdades dissociadas, para atender demandas de Comunicação, principalmente. Em 1997, a entidade conquistou o status de universidade, ao ampliar o número de cursos.

Com três campi em São Bernardo (Rudge Ramos, Vergueiro, Planalto), espalhados em 117 mil m² de área total, a Metodista oferece hoje 38 cursos presenciais de graduação, 25 especializações e cinco programas de mes-trado e doutorado. Na modalidade à distância, 17 são graduações e quatro de pós-graduações. À disposição da enorme grade, 26 mil alunos estão matriculados.

Com participação ativa na produção de pesquisas e discussões sobre os rumos da educação e da formação acadêmica no ABC, a Metodista tem se destacado a nível nacional com o recebimento de diversos prêmios. Este ano, a universidade venceu, pela quarta vez consecutiva, o Prêmio Guia do Estudante, como Melhor Faculdade de Comunicação e Informação Privada do País.

Para o reitor Marcio de Moraes, esse reconhecimento

se deve à qualidade do corpo docente, ao desempenho dos alunos e aos investimentos em infraestrutura. “A área da Comunicação tem importância desde a origem da ins-tituição. A Metodista completa 42 anos, e a Faculdade de Comunicação, 40. Elas nasceram juntas e, hoje, a Comu-nicação se destaca. A dedicação de alunos, professores e funcionários são um diferencial. Em termos de infraestru-tura, procuramos nos manter atualizados”, explica.

Marcio de Moraes lembrou que, nos idos de 1980, o campus central da universidade, em Rudge Ramos, foi palco de diversas manifestações político-ideológicas. A história do movimento sindical no ABC e o próprio nas-cimento do Partido dos Trabalhadores passam pelas sa-las de aula da instituição, aponta o reitor, que ressalta o nascimento do Rudge Ramos Jornal, informativo que completou 30 anos de existência em 2012, como um dos veículos que garantiram a liberdade de expressão.

Hoje, a Metodista atua nas questões regionais par-ticipando, junto a outras instituições de ensino, de fó-runs organizados pelo Consórcio Intermunicipal Gran-de ABC, além de subsidiar pesquisas realizadas pelos cursos de pós-graduação. “Nós participamos do Uni-fórum, núcleo de debate sobre Educação do Consór-cio, além de estarmos presentes nas discussões sobre

Com a palavra, o reitor

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Marcio de Moraes afirma que a Umesp, com 42 anos de história, intensifica a atuação regional e investe em EAD e na internacionalização dos cursos

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a criação do Polo Tecnológico de São Bernardo”, diz.Ainda de acordo com o reitor, um dos desafios da

Metodista será internacionalizar o ensino superior, por meio de cursos em inglês. Para os próximos anos, a instituição também quer expandir do EAD, oferecido desde 2006. Na modalidade, as aulas são geradas num estúdio, transmitidas via satélite para 13 Estados. Os alunos frequentam os 30 polos de apoio presencial uma vez por semana, quando assistem às aulas e tiram dúvidas com professores. A carga horária é a mesma de uma graduação presencial e as avaliações são locais. Treze mil estudantes estão matriculados no programa.

No EAD, Pedagogia, Gestão Ambiental e Gestão Pú-blica são os cursos mais procurados. “Inclusive, o maior número de alunos se concentra no Gestão Ambiental, em Altamira [Pará], onde acontecem debates sobre o impacto ambiental da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”, afirma o reitor. O objetivo da Metodis-ta é expandir esse tipo de serviço nos próximos anos.

Comunicação completa 40 anosA Faculdade de Comunicação (FAC) celebrou, em

dezembro, 40 anos de existência com o saldo de mais de 15 mil profissionais formados. Hoje, são oferecidos os cursos de Comunicação Mercadológica, Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Design de Interiores, Rádio, TV e Internet, Produção Multi-mídia e Cinema Digital, que acaba de formar a última turma. Para 2013, a novidade é o curso à distância de Jogos Digitais.

Paulo Rogério Tarsitano, diretor da FAC, explica que a busca da instituição é sempre por se adequar às mudanças do mercado – daí o diferencial da Meto-dista no tocante ao corpo docente e projeto pedagó-gico. Segundo o educador, os cursos são permeados de desafios aos alunos, assim como é a vida. “Tem prazos, clientes, coisas que pedem criatividade. Tudo isso vem de dentro da sala de aula, com produ-ção muito próxima do que o aluno vai encontrar no mercado de trabalho”, diz.

Fundado em 1973, o curso de Jornalismo é um dos mais antigos da casa. Nos últimos anos, a instituição apostou no perfil multidisciplinar do profissional, com a criação da Redação Multimídia, que consolida o pro-jeto de convergência entre as mídias televisiva, impres-sa e radiofônica com a Internet.

Rodolfo Carlos Martino, coordenador do curso, conta que as fronteiras entre o homem de rádio, de TV e de im-presso estão caindo. “Com a Internet e as novas tecnolo-gias, o jornalista tem de estar preparado para tudo”, avalia.

De acordo com Tarsitano, os alunos, que são os res-ponsáveis pelo reconhecimento da universidade, po-dem esperar por novidades nos próximos anos. “Nos-sos objetivos são criar a web TV e a TV universitária, além de garantir a evolução da nossa rádio”, revela.

Laboratórios da Faculdade de Comunicação, que já formou 15 mil profissionais e lança o curso de EAD em Jogos Digitais

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Nassau recepcionacom café da manhãA Nassau Empreendimentos inaugurou o estande de vendas do Atrium Shopping Santo André, com um café da manhã para convidados. A apresentação foi feita pelo presidente Marcos Romiti, que entrega o empreendimento em outubro de 2013. Marcaram presença a diretoria e superintendência do shopping, parte de um grande complexo de natureza mista: comercial e residencial.

Marcos Romiti, presidente da Nassau

Osvana Famelli, vice presidente da Acisa

Ferrazópolis ganha São Bernardo Plaza ShoppingEm clima de Natal, empresários, autoridades, lojistas e equipes de vendas comemoraram a inauguração do São Bernardo Plaza Shopping, da BRMALLS. O empreendimento, segundo da rede no ABC, chegou com mais de 200 lojas. O Shopping ABC também pertence ao grupo.

Aline, Carlos Medeiros, CEO da BRMALLS, Frank Aguiar, vice-prefeito, e Mauro Silvestre, CEO da Construtora São José

Alex Trajano, gerente de

Marketing, e Leila Dada,

superintendente do shopping

Aline, esposa do Frank Aguiar, e Alessandra Scatena

Fábio Oliveira, superintendente do Atrium; Zildo Borgonovi, diretor de Gestão da Nassau; e Domingo Aimola, diretor de Engenharia da Nassau

Braskem, 10 anos e confraternização

Nelson Letaif, diretor de Comunicação, Claudia Bocciardi, gerente de Marketing Institucional, e Flávio Chantre, gerente de Relações Institucionais do eixo SP-RJ

Em 2012 a Braskem, maior fabricante de resinas plásticas da América Latina, fez 10 anos. Para comemorar a data, a empresa organizou almoço de confraternização, em Santo André, exclusivo para a imprensa e diretoria de comunicação e marketing. A Braskem conquistou a liderança em resinas com a produção, em escala industrial, do plástico verde, à base de etanol.

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Pesquisadores expõem potencial do ABC

Reitores e pesquisadores de sete universidades do ABC abriram o 2º Simpósio de Pesquisa do Grande ABC, no Cenforpe (Centro de Formação dos Profissionais de Educação), em São Bernardo. O encontro reuniu 400 trabalhos, aproximou a academia e fomentou mais pesquisa na região.

Fábio do Prado, reitor da FEI, Adilson Casemiro Pires, diretor da UFABC, Oduvaldo Cacalano, reitor da FSA, Charles Camargo, coordenador do Inctec, Helio Waldman, reitor da UFABC, e Jefferson da Conceição, secretário de de São Bernardo

Alan Mazzonetto, diretor de Marketing, Damazio Silva, diretor administrativo, João Mazza, presidente, Roberto Babler, vice-presidente, e Claudio Lorca, diretor financeiro

Diretoria do Hospital Brasil: Luiz Sérgio Santana, Márcia Pimenta, Márcio Gimenes, Della Negra, Ruy Bevilacqua e José Roberto Guersola

Della Negra, Neife Hanze e George Maeda gerente de Marketing da Rede D'or

Hospital Brasil amplia maternidade

Em Santo André, o Hospital Brasil, que há anos atende na especialidade, inaugurou ala exclusiva de maternidade, com 24 leitos e berçário central. Luiz Della Negra, diretor da Rede D'Or São Luiz, recebeu os convidados na cerimônia de inauguração. Em 2013, a ala terá mais 26 leitos e UTI Neonatal.

Mexa-se repete sucessoA 6ª edição do Mexa-se – Encontro Coop de Corrida e Caminhada agitou 20 mil adeptos do esporte, em Santo André. A personal trainner Solange Frazão novamente marcou presença e foi recepcionada por Antonio José Monte, presidente da Coop.

Solange Frazão e Antonio José Monte

Polo Design premia arquitetos em jantar

A arquiteta Teresa Simões foi a estrela na noite de premiação do 2° Semestre do Plano de Incentivo, do Polo Design Center. Como prêmio, Teresa levou um automóvel Audi A1. Renata Bertoni e Gisele Pacheco foram a segunda e terceira colocadas e ganharam um passeio completo para a Feira de Milão. O concurso movimentou 90 profissionais. Na festa, a diretoria do Polo recepcionou cerca de 700 convidados.

Renata Bertoni, Teresa Simões e Gisele Pacheco comemoram a premiação em noite de festa no Samyr Buffet, em São Caetano

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Natal

A imagem da família inteira reunida em volta da mesa com pratos fartos e grande variedade de frutas e do-

ces logo remete ao Natal, data mais tradicional do ano. É a hora de comer sem culpa. Mas o hábito de se cultivar fatura na ceia brasileira, por influência do jantar natalino norte-americano, ganhou nova recomendação: a adoção de pratos mais balanceados, com acompanhamentos le-ves e frutas típicas do País, em razão do clima quente.

Derileusa Scott, docente do curso de Gastronomia do Senac, é partidária da ceia tropical. “Hoje a tendência é ter saladas e sobremesas mais leves, já que as carnes são gor-durosas”, explica a professora. Como sobremesa, Derileusa recomenda tortas de frutas da época, como maçã, morango ou abacaxi. Diz também que é possível caprichar na salada verde sem deixá-la pesada e de quebra utilizar frutas secas, tradicionais no Natal. É o caso da Salada de Maçã Verde, Peito de Peru e Damasco, receita exclusiva de Derileusa.

Outra recomendação é trocar alguns alimentos pe-sados por outros leves. “Costumamos usar muita maio-nese, que tem muita gema e óleo. Neste caso é possível trocar por iogurte ou creme de leite light”, recomen-da a professora. Bete Carneiro, chef e professora de gastronomia do IGA (Instituto Gastronômico), com unidade em Santo André, diz que os verdes também chegam com força. “Vegetais, como couve-de-bruxelas, e legumes assados com azeite e sal grosso estão muito presentes na mesa do brasileiro”, afirma.

Embora saladas e frutas sejam boa pedida, é impossí-vel abrir mão das carnes na ceia de Natal. Peru, frango,

pernil, lombo, tender, chester ou bacalhau não podem faltar. Os peixes de carne branca, no entanto, ganham a preferência dos brasileiros. Para Bete, o peixe fresco é in-dicado para o jantar de Natal. “Geralmente, na noite de 24 de dezembro, jantamos muito tarde, e o peixe é uma boa opção, pelo sabor e leveza”, recomenda.

As espécies principais são truta, salmão, atum e tainha, mas qualquer tipo de peixe, de água doce ou salgada, é indicado. “O principal é saber harmonizar os molhos. Alcaparras, champignon e vinho branco são importantes nesta hora”, explica Bete.

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Tendência é oferecer ceia leve

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Ingredientes2 maçãs verdes grandes (cubos )50 g damasco (picados)1 talo de salsão (fatiados)200 g peito de peru (cubos)

Molho2 colheres (sopa) de suco de limão1 colher (chá) de açúcar50 ml de maionese100 ml creme de leiteSal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparoEm uma travessa misture todos os ingredientes.MolhoMisture todos os ingredientes e tempere a gostoRegue a salada com o molho e misture bem.Sirva com folhas verdes.

Salada de maçã verde, peito de peru e damasco

Lombo ao molho cítricoIngredientes1 peça de lombo de porco (aproximadamente 2kg), 2 limões (suco), 2 laranja (suco), 10 ml vinagre de maçã2 cebolas médias, 3 dentes de alho, 15 gr açúcar mascavo15 ml molho inglês, 200 gr de bacon em cubos, Q.B hortelã, Q.B tomilhoQ.B, sal e pimenta do reino, 100 gr manteiga gelada, 80 ml vinho branco secoModo de preparoBata no liquidificador o alho, a cebola, o açúcar, o molho inglês, os temperos, os sucos, as ervas até obter um molho homogêneo. Faça pequenos furos no lombo e deixe na mari-nada cítrica por 40 minutos, Retire da marinada e preencha os furos com os pedaços de bacon. Transfira o lombo e um pouco da marinada para uma assadeira untada com manteiga e cubra com papel alumínio. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por uma hora e 30 minutos. Retire o papel e deixe por mais 30 minutos ou até dourar. Retire o lombo da assadeira e reserve. Para aproveitar o sabor do fundo da assadeira, adicione o vinho e mexa bem, passe o líquido por uma peneira, coloque numa panela com restante da marinada reservada, deixe reduzir pela metade, verifique o sal e adicione aos poucos pedacinhos de manteiga, e mex-endo bem. Fatie o lombo e regue com o molho. Sirva com abacaxi grelhado e farofa.

Dica é adiantar preparoCom tantas pessoas para servir e pratos para elaborar,

as chances de atrasar o preparo da ceia são grandes. A dica é congelar as carnes pré-preparadas, inclusive tem-peradas e assadas. “É interessante deixar a carne pronta, só colocar o molho na hora. Isso só não vale para peixe fresco, que tem o cozimento rápido, em torno de 20 mi-nutos”, explica a professora.

O alerta é quanto ao descongelamento. “Carnes não podem ser descongeladas na temperatura ambiente. É na geladeira, micro-ondas ou banho-maria”, ensina De-rileusa. Segundo Bete, algumas sobremesas podem ser congeladas até uma semana antes. Já folhas e peixe fresco devem ser comprados no dia anterior.

A professora de Gastronomia do Senac, Derileusa Scott, disponibilizou duas receitas exclusivas para a ceia de Natal.

Uso de frutas na ceia é saudável e enriquece a decoração

Torta é bem-vinda na mesa de Natal, pois é leve e sacia a fome

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Victor & Leocelebra 20 anos de carreira em shows no ABC

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Em S.Bernardo, a dupla apresentou

o novo CD “Ao Vivo em Floripa”

gravado em março em Santa

Catarina

Victor & Leo desembarcaram pelo menos cinco vezes este ano no ABC em shows abertos, repetindo o fenômeno de bilhe-

terias esgotadas antecipadamente. Além de clássicos da música sertaneja que jogaram para cima a carreira de uma das duplas mais festejadas na atualidade, trouxeram na bagagem o novo CD “Ao Vivo em Floripa” gravado em março em Santa Catarina.

Em entrevistas ao Repórter Diário, eles se disseram mais maduros após o deslumbramento com a fama que veio em ape-nas cinco anos e definem o novo trabalho como celebração à boa música. O mais recente álbum foi ao extremo do mix de gêneros, de espécies como os sertanejos Chitãozinho & Xororó, os roqueiros Nando Reis e Haroldo Ferretti (do Skank), além de Thiaguinho.

Reunir essa constelação não é coisa de prin-cipiantes. É efeito do que V&L definem como misto de mérito e responsabilidade, alcançados numa carreira que parece não caber nos 20 anos que celebraram juntos em 2012. Já são 10 CDs e três DVDs ao vivo, além de dois DVDs documen-tários. Calculam ter arrastado mais de 13 milhões de espectadores entre 2007 e 2011 em busca do “sertanejo renovado” que rotula as canções des-ses irmãos mineiros, que cantaram na noite de Belo Horizonte e de São Paulo por quase 15 anos antes de despontarem.

Prova de que o público gostou da nova turnê é que o novo CD de 17 faixas conquistou Disco de Ouro ainda na pré-venda e atingiu em agosto, em menos de um mês de lançamento, 40 mil unidades. O DVD de 25 faixas vendeu 20 mil edições antes de ir às lojas, além de levar Disco de Platina. Do Festival do Chocolate

em Ribeirão Pires, em julho, às apresentações ao longo do ano no Restaurante São Judas Tadeu e no Estância Alto da Serra, em São Bernardo, o ABC também aplaudiu o novo trabalho.

RD - Após mais de 3 milhões de cópias vendidas até 2011, como é a chegada de um novo CD/DVD? O meio artístico pres-siona para se bater marcas a cada lançamento ou vocês mesmos se fazem essa exigência?

LEO -- Temos noção de que o mercado é competitivo, uma guerra mesmo, mas procuramos não entrar nisso. Mas fazer um trabalho 70% coração e 30% olhando o mercado.

VICTOR -- Não, os outros 30% também são coração (risos...).

LEO -- Buscamos trabalhar com aquilo que emociona, que desperte sorriso, reflexão, que acrescente valores. Queremos que nossa arte seja útil. Não se trata de vender por vender, de fazer sucesso a qualquer custo.

RD - Vocês se recriaram ao longo desses 20 anos ou o segredo é justamente ficar constante num estilo de música?

VICTOR -- Maturidade é a melhor coisa na vida. Na música dá para manter e renovar.

RD - Como assim?VICTOR -- Chamo isso de essência renovada. Mantemos

nossa verdade artística, continuamos a falar do sertão, mas na linguagem contemporânea. Continuamos tendo como referên-cia a roça cantada por Sérgio Reis, Renato Teixeira, mas também nos influenciam gerações como Dire Straits, James Taylor, Eric Clapton. É um sertanejo revisitado e que todos gostam.

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Real Fantasia (ivete sangalo): Ivete Sangalo, uma das cantoras mais poderosas do Brasil, lança novo álbum com faixas inéditas. Após o lançamento do CD e DVD Multishow Ao Vivo – Ivete Sangalo no Madison Square Garden, a cantora prepara para este trabalho um repertório de 12 músicas com axé, baladas, samba reggae e pop. Incluindo canções como Me Levem Embora, tema da novela Gabriela, da TV Globo e Eu nunca Amei Alguém Como Te Amei da novela Fina Estampa, como faixa bônus, o CD tem projeto gráfico feito por Giovanni Bianco, mesmo designer da Madonna.

o Quintal do Pagodinho (Zeca Pagodinho): Zeca faz um disco para seus com-positores e dá de presente a eles. Este é o concei-to do novo CD lançado este ano pelo cantor. O samba gosta de palco, mas se sente bem mesmo é ao ar livre, no espaço de um quintal, queiman-do uma carne e molhando a palavra. É nesse ambiente que Zeca se mostra como realmente é: fraterno, solidário, generoso, amigo. Também em DVD, o 24° trabalho de Zeca traz 16 faixas e é lançado pela Universal Music.

live at the Royal albeRt hall (adele): No Brasil, o primeiro álbum de Adele, 19, é disco de Ouro com mais de 20 mil cópias e 21, o último lançamento da cantora, é Platina Duplo com mais de 80 mil discos ven-didos. Agora Adele lança um kit que traz o primeiro DVD com todos os sucessos da artis-ta, gravado no The Royal Albert Hall. O traba-lho, também em CD, conta com 90 minutos do show, além dos bastidores e inclui gravações de Rolling In The Deep, que foi tema da nove-la Morde & Assopra e Someone Like You, parte da trilha sonora de Fina Estampa.

dvd Multishow ao vivo - Jota Quest: Folia & caos - Doze álbuns, cinco milhões de cópias vendidas e 15 anos de carreira são algumas conquistas da banda Jota Quest, que produz este pro-jeto intitulado de Multishow ao Vivo - Jota Quest: Folia & Caos. O trabalho traz a banda com os shows da turnê Jota 15 pelo Brasil e mostra novas versões de canções que já fizeram grande sucesso com o público. Faixas Tempo Perdido, de Renato Russo e Pro Dia Nascer Feliz do Cazuza e Frejat, recebem nova roupagem ao som da banda. Há também participações espe-ciais, como: Maria Gadú, Seu Jorge, Erasmo Carlos, Pitty, entre outros que participaram dos shows da turnê.

artista: Zeca Pagodinhodistribuidora: Universal Musicano: 2012

Rd -- Com o reconhecimento que explodiu nos últimos cinco anos e shows quase diários, sobra tempo para curtir o sucesso?

victoR -- Não é fácil, é difícil, diria que é trabalhoso. Às vezes encontro alguém de relações mais antigas dizendo: “Cara, que saudade do tempo em que vocês ralavam”. Mas é hoje que a gente rala muito. São 14, 15 horas diárias. Temos noção da res-ponsabilidade da fama e queremos fazer diferente na vida de alguém. Não é só focar numa conta bancária.

Rd -- Vocês chegam com repertório pronto ou cada show tem energia especial?

leo -- Temos um repertório básico. Mas improvisamos, sim. Dependendo da plateia, da receptividade para um estilo mais de raiz ou mais romântico, mudamos algumas apresentações.

Rd -- Vocês saíram de apresentações em bares direto para o sucesso. Há ainda sonhos a realizar?

leo -- Ter uma carreira duradora. A cada lançamento, a gente acrescenta um tijolinho para ter essa base bem estruturada.

Rd -- Vocês sempre se manifestam em favor de valores como respeito humano, família, enaltecem muito a fraternidade como irmãos. Um ídolo deve mesmo emprestar a visibilidade para mostrar esse lado cidadão?

victoR -- Se as pessoas absorverem um pouco do que can-tamos, das mensagens que procuramos transmitir, fico satisfeito. Sinto um pouco de falta de conduta social, de respeito ao próxi-mo tão esquecido. Me preocupa o futuro de crianças e jovens sem um referência educacional sólida, e não é só educação esco-lar, porque essa vai mal também.

Rd – Como tem sido a receptividade ao novo trabalho? O público gostou da mistura do pagode de Thiaguinho até pop reggae de Nando Reis e a baianidade de Pepeu Gomes?

v&l – É mais uma celebração à música brasileira. Pegamos pontos importantes dos 20 anos de carreira e fizemos uma home-nagem a alguns dos personagens que marcaram nossa trajetória. Talvez aí esteja um dos segredos do sucesso. Beber de diversas fontes e transformar o palco em celebração à boa música. O CD retrata bem a essência das nossas referências, que trafegam do sertanejo de raiz ao folk, ao rock e blues.

Rd – Em que fase vocês estão na vida profissional? Consideram-se mais maduros e em busca de algo mais raro no meio artístico, como prestígio e respeito?

v&l - Cremos que sim. A curiosidade é um fator que leva muitas pessoas ao seu show. Depois será visto se gostaram do que viram, quando voltam outras vezes por pura identificação. Isso representa um misto de mérito com responsabilidade, já que em nossos shows há pessoas de todas as idades e gostos.

Rd - Pela quarta vez vocês foram indicados a Grammy Latino. Isso leva a pensar mais numa carreira internacional?

v&l - Não necessariamente. Mas é um estímulo à nossa arte.Rd – Enquanto vivem a essência artística de compor e can-

tar, vocês também se aventuram em outra frente que é produzir e empresariar a carreira. A múltipla condição não tira o foco?

v&l - Isso está diretamente ligado ao fato de querermos sempre melhorar, evoluir a cada disco, e para isso tem que ter o dedo da gente em tudo. Não só gostamos como achamos impor-tante imprimir nossa essência nos trabalhos. Faz parte da caracte-rística da dupla, que é ser original. Mas hoje temos cada vez menos tempo de fazer tudo.

artista: Adeledistribuidora:Sonyano: 2012

artista: Jota Questdistribuidora: Sonyano: 2012

artista: Ivete Sangalodistribuidora: Universal Músicano: 2012

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São Bernardo reconstrói 200 anos de história

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Resgatar o passado para compreender o presente e projetar o futuro. Este foi o objetivo de São Bernardo ao decidir ano passado

juntar os fragmentos de sua história. O resultado está no livro São Bernardo do Campo, 200 anos depois - A história da cidade contada pelos seus protagonistas, escrito pelo jornalista e historiador Ademir Medici. A publicação, em 320 páginas, apresenta a história do município contada pelos moradores, alguns dos personagens que con-tribuíram para a construção de São Bernardo ao longo dos anos, como a ex-primeira dama Marisa Letícia. Para Medici, o relato dos próprios morado-res foi essencial para a elaboração do livro, já que estes são os verdadeiros historiadores locais e teste-munhas vivas do processo de urbanização do município. “São pessoas que nasceram em São Bernardo ou que vieram do Exterior ou interna-mente numa tentativa de sobrevivência para traba-lhar na indústria da cidade e que constituíram seu pedaço. Que criaram a família, se fixaram, lutaram para que os bairros pudessem ganhar melhoramentos mínimos de sobrevivência, criaram igrejas, sindicatos e clubes e hoje têm boas histórias para contar”, justifica.

A ideia de produzir um livro que resgatasse a história da cidade partiu do prefeito Luiz Marinho, que há um ano tomou conheci-mento da primeira obra de Medici, o livro São Bernardo, Seus Bairros, Sua Gente, escrito em 1981. Marinho então quis republicar o trabalho, mas o jornalista sugeriu escrever uma nova obra. “Quando eu fiz o meu primeiro livro, há 30 anos, não havia nem o

bairro vila São Pedro, hoje é um dos locais mais populosos da cidade, nem o Swiss Park, bairro de classe média alta. Então, eu percorri todos esses locais, tomei café com os velhinhos, subi mor-ros e fotografamos de tal maneira que deu material para 20 livros”,

conta. A realização na cidade das plenárias do Orçamento Participativo também contribuiu para resgatar os fragmentos da história de todas as regiões do município.

Olhar futuroAdemir Medici afirma que a obra não se trata

apenas de uma memória saudosista, mas que pode ajudar São Bernardo a estabelecer planos para o futuro, como o cuidado com o meio ambiente, em especial com a represa Billings, além das demandas da região pós-balsa. “Para quem mora do outro lado é um pesadelo enfrentar aquelas filas [da balsa] dia-

riamente. Se o Rodoanel agrediu a natureza e passou por aquela região para servir e tirar o trânsito de São Paulo, por que não fazer mais um via-duto dentro do processo de cuidar do meio ambiente e cuidar da fauna e da flora para servir a essa população?”, questiona o jornalista.

Rico em ilustrações e fotos, muitas de acervos particulares, o livro São Bernardo do Campo, 200 anos depois. A história da cidade contada pelos seus protagonistas não está à venda, ape-nas disponibilizado em escolas, bibliotecas e nos centros de memória. No entanto, todo o material está à disposição no site da Prefeitura www.saobernardo.sp.gov.br

memóriamemória

Ademir Medici, jornalista e historiador, é o autor da obra

Rua Marechal Deodoro, 1967

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Algemas de Seda: sensualidade e suspenseOs livros eróticos nunca esti-veram tão em alta depois da trilogia de sucesso de E. L.

James, com Cinquenta Tons de Cinza, Cin-quenta Tons de Liberdade e Cinquenta Tons Mais Escuros. Frank Baldwin segue a mesma linha de romance e suspense erotizados. Em Algemas de Seda, obra da coleção Muito Pra-zer, Mimi Lessing mantém relacionamento há seis anos e tem uma vida sexual satisfató-ria. Com a proximidade do casamento, Mimi começa a se perguntar sobre seu futuro, se realmente quer viver ao lado de seu amor ou se apenas está acomodada com a situação. Erótico e absorvente, o thriller tem um cli-ma de sensualidade e suspense eletrizantes até o final.Autor: Frank BaldwinEditora: Geração EditorialPáginas: 320Preço sugerido: R$ 30

Filme de Tarantino traz Jamie Foxx, Leonardo Di Caprio e Johnny Depp em grande produção

MensalãoA obra de Marco Antonio Villa mostra como se de-senrolou o escândalo e o julgamento dos envol-vidos num dos maiores casos de corrupção da

história política brasileira. No dia 15 de maio de 2005, em pleno governo Lula, o povo brasileiro foi apresenta-do a um novo jargão, chamado “men-salão”. Tudo começou com um vídeo gravado de forma amadora que mostra-va um alto funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo propina em troca de favorecimento político. Depois de muitos discursos, desabafos e cassações, toda a novela chega ao fim, com a condenação dos principais envolvidos nos atos criminosos de co-mercialização de poder.Autor: Marco Antonio VillaEditora: Leya BrasilPáginas: 392Preço sugerido: R$ 40

Van Gogh – A VidaVicent Willem van Gogh (1853-1890) nasceu no sul da Holanda e era o filho mais velho de um pastor protestante. Impulsivo e solitário desde criança, o

pintor nunca conseguiu ter carreira pro-fissional respeitável. Encontrou tranqui-lidade depois que começou a produzir desenhos e pinturas, enquanto mergu-lhava na própria loucura. Steven Naifeh e Gregory White tentam representar nessa biografia a problemática relação de van Gogh com os pais, a amizade com o irmão Theodorus, a forte ligação com a religiosi-dade, a vida sexual e o grande fracasso no reconhecimento de suas obras, despreza-das pela crítica da época, e ainda sugere uma explicação para o suicídio do artista holandês.Autor: Steven Naifeh e Gregory WhiteEditora: Companhia das LetrasPáginas: 1144Preço sugerido: R$ 70

O ano de 2013 promete agitar o merca-do cinematográfico com mega produções e grandes nomes que voltam a estrelar nas te-lonas. Atores premiados, como Jamie Foxx, Leonardo Di Caprio e Johnny Depp retor-nam à cena e trazem grandes expectativa para quem aprecia a sétima arte. O mesmo pode se dizer de quem fica atrás das câme-ras, pois diretores, produtores e roteiristas notáveis, como Quentin Tarantino, Zack Snyder e Christopher Nolan são as figuras que comandam os bastidores das produções no Ano Novo.

Uma das maiores expectativas fica com a nova produção de Tarantino, Django Livre, em que ele é roteirista e diretor. O filme é um faroeste ambientado no sul dos Estados Unidos, dois anos antes da Guerra Civil, onde Django ( Jamie Foxx) é um escravo cujo passado violento com seus antigos se-nhores o coloca lado-a-lado com o caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está à procura dos sanguiná-rios irmãos Brittle e conta com a ajuda de Django para sua missão, com a promessa de libertá-lo depois. Após o plano ser um suces-

so, o ex-escravo decide resgatar Broomhilda (Kerry Washington), sua esposa, que ele não tem contato desde que ela foi vítima do tráfico de escravos. A busca de Django o leva a Calvin Candie (Leonardo Di Caprio), dono de Candyland, uma fazenda onde os escravos são obrigados a lutar entre si. Com falsos pretextos, Django e Schultz começam a explorar o local, mas logo são descobertos e, para conseguirem fugir com Broomhilda, terão de escolher entre a solidariedade e a sobrevivência. Django Livre estreia no pró-ximo dia 18 de janeiro.

Duro de Matar 5 Duro de Matar 5 - Um Bom Dia para Morrer

é outra novidade em 2013 para quem gosta de cinema, principalmente para os fãs de bastan-te ação. John McClane (Bruce Willis) retoma a série agora ao lado de seu filho Jack (Jai Cour-tney). Os dois mantêm um relacionamento complicado, mas são parceiros e têm de traba-lhar juntos numa missão internacional. Ambos são enviados à Moscou, na Rússia, para impe-dir que Komorov (Sebastian Koch) um podero-so líder russo, controle armas nucleares e co-loque em jogo a paz mundial. Duro de Matar 5 - Um Bom Dia para Morrer tem direção de John Moore e roteiro de Roderick Thorp e Skip Woods. O filme estreia no dia 22 de fevereiro.

Django Livre é a novidade em janeirosétima arte

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Novas Portastêm estilo e são clássicas

A entrada do lar ou a passagem para outro cômodo pode contar com um toque de requinte ou até mesmo praticidade. A porta,

item muitas vezes batido aos olhos, é essencial em qualquer ambiente e hoje esbanja funcionalidade. A versão mais procurada e recomendada atualmente, segundo especialistas em arquitetura e decoração, é a pivotante.

A versão está em alta no setor. Não possui sustentação por dobradiças e é altamente recomendada em ambientes de entrada e saída. “É o tipo de porta mais usado para locais de acesso, por apresentarem maior impacto porque são maiores que as portas comuns”, afirma Melissa Martins, designer de interiores, em São Caetano. Devido a tais características, as portas pivotantes necessitam de maior espaço. “São um tipo de abertura alta, com três, quatro ou até cinco metros e outros dois de largura. Tem de ter pé direito bem alto também”, diz a arquiteta Elisabete Schadt.

Por outro lado, as portas camarão dão o tom em locais de espaço restrito. Esse tipo de acesso é predominantemente usado em residências menores ou apartamentos. “São portas com duas ‘folhas’ e uma dobradiça no meio. Não é muito usada, só em casos de extrema necessidade, onde o ambiente chega a ser minúsculo”, garante Melissa.

Veneziana - Para o leitor que busca ambiente mais arejado, a dica fica por conta das portas ao estilo da veneziana. Este tipo de equipamento é recomendado para

locais que necessitem de maior ventilação, como áreas de serviço ou até mesmo divisória entre um ambiente e a cozinha. “A veneziana não é muito indicada para ambientes externos. Somente em lugares onde haja necessidade de circulação de ar”, conta Melissa.

A porta balcão é um estilo de divisória pouco usada em ambientes internos. Entretanto, leva praticidade e pode ser utilizada na integração entre a cozinha e sala. “É um estilo mais utilizado em casas de campo, por não ter tanto propósito de integrar um lugar interno e externo da casa”, garante Schadt.

Se o propósito é ‘ligar’ vários cômodos de uma residência, o recomendado é utilizar uma porta deslizante. Este tipo de divisória pode delimitar espaços de uma sala, cozinha e até mesmo outro ambiente. “Elas não ocupam muito espaço e têm essa facilidade de integração de vários locais”, diz Elisabete.

De uso similar às portas deslizantes, as articuladas são indicadas para salas de reunião. A facilidade que esse tipo de divisória traz fica por conta da possibilidade de anexar outro ambiente. “É algo versátil, para ampliar ou diminuir um determinado espaço”, cita Elisabete.

Portas pivotantes estão em alta e são as mais procuradas pelafuncionalidade

COnTaTOS:elisabete Schadt - Tel: 9702-7475 - www.beteschadt.com.br Melissa Martins - Tel: 9.9666-4485 - [email protected] Loja da Madeira -Tels: 4366-3737 / 4177-5889 www.colognesi.com.br

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Com terrenos cada vez mais apertados, é preciso buscar soluções que unam sustentabilidade e design contem-

porâneo para aproveitar ao máximo a iluminação e venti-lação naturais. A legislação brasileira determina que uma janela deve estar, pelo menos, distante 1,5 metro do limite da casa vizinha. Geralmente este espaço acaba sendo perdi-do e tomando áreas que poderiam ser utilizadas no interior. Neste sentido, a ventilação e a iluminação podem ser feitas pelo lado interno da casa. É o caso da janela domus, que retoma um conceito muito utilizado na Roma Antiga e em claraboias. Insta-ladas no teto, algumas proporcionam ventilação e iluminação permanente. “São mais utilizadas em banheiros, lavabos, sótãos

e lavanderias, até porque a estética não é apro-priada para salas de estar”, explica a arquiteta Maria Alice de Melo Aguiar.

Nas áreas centrais da casa, o artifício é o átrio, que deve ter no mínimo 6 m². Espécie de vão no centro da casa, cercado por janelas ou portas, o átrio proporciona ventilação natural, vinda do centro do imóvel. “Geralmente estes espaços são transformados em jardins de inverno”, diz. Para Maria Alice, a iluminação e ventilação zenitais (que vêm do céu) são as melhores em termos ecológicos, econômicos e estéticos.

Nas janelas convencionais, o que muda são as esquadrias. Maria Alice explica que a madeira ventila naturalmente e troca calor com mais facilidade. “É o material mais nobre para janelas, além de deixar o ambiente charmoso e aconchegante, principalmente para residências”, diz. Por outro lado, a peça exige manutenção anual.

O estilo de janela que combina bem com a madeira é a bay window, que remete ao estilo vitoriano. O estilo de janela forma espécie de anexo ao cômodo, que pode ser preenchido por um espaço para leitura com sofá. “Clientes que utilizam janela em madeira estão em busca de aconchego”, diz Júlia Colognesi.

Para grandes empreendimentos, as esquadrias de alumínio têm o melhor custo benefício, porque exigem pouca manutenção e, se compradas em larga escala, tendem a ter preço menor. Já para locais frios ou com muito barulho, a dica são as esquadrias de PVC, que são acústicas e oferecem boa vedação. São ideais para janelas acústicas, com vidro duplo ou até triplo. No entanto, o material é mais caro.Já para substituir o insulfilm, que desgasta com rapidez, a sugestão são os vidros acidados. “É uma opção decorativa que segura um pouco a temperatura, mas a luz do sol passa”, diz.

Janela domus retoma claraboia

CONTATOS Maria Alice de Melo Aguiar - Telefone: 4432-1316 www.escalaarquitetura.com.br/site/Julia Colognesi - www.lojasdepisos.com.br

Praticidade

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Iluminação e ventilação centrais são soluções para pequenos espaços

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Janela domus retoma claraboia

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Feng Shui ajuda a equilibrar energiasFeng Shui, técnica milenar chinesa, é utilizado por muitos

designers e arquitetos em projetos de ambientes comerciais, residenciais e até em edificações como forma de equilibrar as energias do ambiente. Os principais elementos que o Feng Shui utiliza para harmonizar os fluidos são terra, água, fogo, metal e madeira, organizados em áreas da vida ou os chamados guás, que representam o trabalho, amigos, criatividade, relacionamento, sucesso, prosperidade, família e espiritualidade.

Assim, para garantir harmonia, o ambiente precisa receber objetos e cores que representem os principais elementos do Feng Shui. É o baguá (imagem acima) que determina qual elemento e guá devem ser aplicados em cada cômodo.

“Muitas vezes alguns móveis ou elementos estão em posições incorretas dentro da casa ou do escritório, o que pode provocar mal estar ou até mesmo doença nos moradores. É aí onde entra o Feng Shui, que indica o que deve ser feito no ambiente para equilibrar as energias do local”, explica a arquiteta Mirna Tanaka. “Vale lembrar que esta é uma técnica milenar, ainda sem nenhuma comprovação científica sobre sua eficácia”, alerta.

Apesar de complexo e cheio de detalhes, é possível aplicar alguns elementos básicos do Feng Shui em casa sem precisar contratar um profissional especializado. Mirna explica que o primeiro passo é ter em mãos a planta do ambiente onde o Feng Shui será aplicado e uma cópia do baguá, de preferência do mesmo tamanho que a planta, conforme modelo nesta página acima.

A arquiteta ensina que o baguá deve ser posicionado em cima da planta do imóvel, de forma que o guá trabalho fique posicionado na mesma parede que a porta da entrada principal. O centro do baguá deve ficar no centro da planta.

CONTATOS Mirna Mitiko Tanaka - [email protected] Julio Augusto - www.animaterapia.com.br

Técnica milenar relaciona o homem com a natureza

Depois é necessário dividir a planta de forma que cada guá esteja num cômodo do imóvel. A partir daí basta aplicar objetos e cores nos cômodos de acordo com o guá correspondente.

O guá trabalho, por exemplo, está associado às cores azul e preto e ao elemento água. Se o cômodo do trabalho é a lavanderia, ela pode ter paredes num tom azulado ou objetos que simbolizem a água, como quadros com pintura de água ou fontes. Se o guá for sucesso, a dica é utilizar objetos verticais ou elementos virados para cima, além do vermelho, como a foto da página.

Pode acontecer de um elemento ficar dividido entre dois cômodos ou um ambiente conter dois guás diferentes. “Nestes casos a recomendação é que sejam colocados objetos ou cores daquele elemento que ocupa a maior parte do cômodo. No caso de um elemento ficar dividido entre dois ambientes, estes devem conter o mesmo elemento”, destaca.

O Feng Shui trabalha a relação do homem e a natureza. Feng significa vento e Shui água. “No passado, os chineses observaram detalhes, como onde batia o sol na casa, onde tinha água próxima, o lugar onde havia mais umidade ou de onde vinha o vento, e passaram a analisar como influenciavam na saúde e no bem-estar dos moradores”, explica Cibele Julio Augusto, consultora em Feng Shui na Anima Espaço Terapêutico, em Santo André.

Como o Feng Shui é uma técnica que valoriza os elementos da natureza e da casa, a influência de energias está inserida neste contexto. A partir disso, Mirna Tanaka ensina que o elemento vento afasta os maus fluidos e, por isso, a ventilação é importante dentro de um imóvel.

Já para acolher bons fluidos, ela utiliza o elemento água em forma de fonte, por exemplo. Os cristais são utilizados para neutralizar as energias, ou seja, manter o equilíbrio no ambiente.

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aproxima dono do animal de estimaçãoe até mesmo dos móveis, a recomendação é que todos possam ser lavados e higienizados. “O espaço que projetei recebeu pintura com tinta acrílica, piso em porcelanato e armários de madeira laqueada”, revela Elaine.

Para compor a decoração, a administradora de empre-sas Nilza Reple, da Focinho Dourado, distribuidora de produtos pets, dá opções de objetos caninos e felinos, como camas, arranhadores e coleiras. Entre as novidades do mercado estão almofadas de veludo de vários taman-hos e diferentes estam-pas, que além de servi-rem de cama ajudam na decoração. “Esses almo-fadões são muito bonitos e fáceis de lavar, e pos-suem o tamanho GG, versão esquecida pelo mercado”, diz.

Nilza também indica arranhadores para felinos, que vão dos mais simples, de sisal e carpete, e até os com aplicações de plush (material parecido com camurça). “O arranhador é brinquedo e também local de descanso para os gatos”, explica Nilza.

Cachorros e gatos ganham cada vez mais espaço na vida do ser humano. Por isso, a dica é ter um

ambiente dedicado: moderno, prático, eficiente e aconchegante. Feito para o dono cuidar, conviver e guardar os pertences do bicho de estimação.

Responsável pela criação e decoração do espaço Pet Home, na Mostra de Design de Interiores - Polo Design Show, em 2010, a arquiteta Elaine Benedetti desenvolveu projeto inspirado na falta de espaços para bichos nas exposições. “Só existem projetos para salas, quartos de casal e crianças, senti que faltava planejar um ambiente específico para animais”, declara.

A proposta é concentrar tudo o que é preciso para atender as necessidades do animal, sem abrir mão da praticidade e elegância. Espaço para as necessidades fisiológicas, banho, armazenamento de comida, roupas, coleiras e todos os pertences dos pets; itens que não podem faltar na hora de montar um ‘quarto’ para os bichos domésticos.

A ideia é organizar tudo. Separar um lugar para cada objeto. “Isso também ajuda no adestramento do cão, pois o animal aprenderá onde está cada coisa e, consequentemente, fará menos bagunça”, explica.

Elaine conta que o pet home pode ser montado em casa ou apartamento. “Criar um espaço assim é igual a criar qualquer outro projeto arquitetônico. Independentemente do tamanho, é preciso olhar, criar e planejar”, diz. Na hora de escolher os materiais a serem usados no piso, na parede

CONTATOS: Elaine Benedetti Telefone: [email protected] DouradoTelefone: 2311-0495www.focinhodourado.com.br

Pet Home

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EscritórioPeculiaridades femininas chegam ao

o avanço da mulher no mercado de trabalho tem ins-pirado os profissionais de arquitetura e decoração

a desenvolverem projetos exclusivos para este público. Cores fortes, estampas, papel de parede e até local es-pecífico para colocar a bolsa e o casaco são estrategi-camente pensados, assim como espelhos e nichos para colocar desde maquiagem até bijuterias também não podem faltar.

A arquiteta Natalia Pini, que assinou o projeto da Sala da Diretora na edição 2012 da Mostra de Design de Interiores do Polo Design Center, lembra que a mu-lher passa hoje muito tempo no ambiente de traba-lho. “Por isso, o escritório feminino acaba sendo uma extensão da residência e, por isso, o projeto é muito mais complexo”, analisa a arquiteta.

Assim, os escritórios atuais não são mais planejados com móveis específicos para qualquer público. “Aque-las cadeiras coorporativas não fazem mais sucesso. Hoje quase todos os escritórios femininos são mon-tados com poltronas estilizadas, estampadas e colori-das”, revela Carolina Gonçalves, gerente de Marketing da Florense, especializada em móveis de alto padrão.

No projeto de Natalia, o intuito é mostrar uma mu-lher de personalidade forte por meio das formas dos móveis com muitos bicos e linhas retas e a delicadeza, por meio das cores. “Uso bastante cor em estampas, papéis de parede ou na laca dos próprios móveis”, exemplifica. Natalia lembra que mulher não vive sem espelho, por isso abusa do objeto na sala toda.

Juliana Corradi, arquiteta do projeto do Escritório das Jovens Advogadas, feito em conjunto com Andrea Ceconello – também exposto na Mostra de Design des-te ano - chama atenção para outra peculiaridade femi-nina. A especialista afirma que não pode faltar um lugar específico para colocar a bolsa. “Precisa ser um local de fácil acesso, porém escondido do cliente. É bom ter um cabideiro para colocar o casaco também”, explica a arquiteta Juliana.

Aconchego é fundamentalPor passar muito tempo no local de trabalho, a mu-

lher acaba levando um pedaço de intimidade para a sala de trabalho. Afinal, quem nunca quebrou a unha ou lascou o esmalte no meio de um dia corrido de tra-balho? Ou precisou retocar a maquiagem e o perfume no expediente? É por estes e outros motivos que as ar-quitetas também pensaram em nichos específicos para colocar maquiagens e outros objetos de ordem pessoal, para facilitar a vida de quem quer estar sempre linda, mesmo que com a rotina apressada.

Ter uma micro sala de estar no ambiente coorporati-vo também remete ao conforto e a forte influencia resi-dencial no ambiente de trabalho. A tendência também chegou aos escritórios femininos, que ganharam mais um local para mulheres pintarem e bordarem da deco-ração. Na sala de estar do projeto, Natalia Pini utilizou poltronas de pelúcia.

“A sala estar é um local para relaxar, conversar sobre

Escritório da Estilis-ta, de Rosana Pintor, exposto na 3° Mostra de Design de Interio-

res do Polo Design Center

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Escritório das Jovens Advogadas é assinado por Andrea Ceconello e Juliana Corradi

assuntos variados e receber o cliente para tomar um café. É importante sair da mesa de trabalho para um local mais intimista no mesmo escritório”, explica a ar-quiteta Natalia Pini.

A tecnologia também marca presença na automação que permite o controle da iluminação, computação, som ambiente e o ar condicionado. “As profissionais precisam fazer muita apresentação de projetos ou até mesmo teleconferência”, aponta Juliana.

CONTATOS: Natália Pini - telefone: 4902-4334Juliana Corradi e Andrea Ceconello - telefone: 4432-1191arquiteturamais.com.brCarolina Gonçalves – telefone: 4438-2298 - florense.com.br

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Espaçosa Sala da Diretora, criação da arquiteta Natália Pini

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Spa une natural ao tecnológico

Para os consumidores que não abrem mão de relaxamento e cui-dados com o corpo ter spa dentro de casa pode ser um bom in-

vestimento. O espaço para revigorar as energias, que reúne banheira, espreguiçadeiras e produtos, como óleos, sais e muitos cremes, está em alta. A novidade é que o spa ganha conceito cada vez mais amplo dentro de casa, principalmente com a introdução de tecnologias.

A arquiteta e design Silvia Dias, que assinou o Spa-Fitness na Mostra de Design de Interiores deste ano, abusou da automação e iluminação no ambiente. “Coloquei um sistema de áudio e vídeo para possibilitar um momento de relaxamento ao ouvir música, ou de lazer ao assistir um filme”, explica. No projeto, Silvia co-locou a televisão atrás de uma parede de vidro para camuflar o aparelho quando não estiver em uso.

A iluminação também ganha mais importância nos projetos. “É um item fundamental, pois traz efeitos de aconchego”, analisa Silvia, que iluminou as águas da spa de borda infinita (geralmente utilizada em piscinas) com luzes coloridas que acendem uma de cada vez. “A função da luz com cor é a cromoterapia e o ritmo com o qual as cores mudam torna o ambiente agradável”, explica.

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Silva não gosta de trabalhar com cores fortes. A preferência é por tonalidades claras e materiais naturais, como água, madeira, metal, fogo, palha e revestimentos cimentícios. A presença de paisagismo e da aromatização também é considerada nos projetos. Para a arquiteta, as velas aromáticas e plantas são indispensáveis no tipo de ambiente.

Uma forma de valorizar o spa é instalar um deck de madeira, que além da função estética, é apropriado para ambientes molha-dos. “Geralmente os decks de madeira são utilizados em ambien-tes externos e molhados, por ser ideal para a questão da umida-de”, explica Elton Silva Pinto, gerente da Dupará, especializada em pisos de madeira, ao dizer que o deck também se adapta bem a ambientes internos com banheiras.

Para quem quiser investir ainda mais no spa, a opção é instalar sau-na, cadeira de massagem e até seguir o exemplo de Silvia, que criou o spa-fitness, com aparelhos e equipamentos para exercícios físicos.

Se a opção é pelo spa econômico, a dica de Silvia é saber com-por materiais, iluminação e vegetação. “Você consegue um resul-tado legal com materiais prontos. Banheira de fibra ou ofurô são mais baratos”, recomenda.

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Assim como a construção, a reforma do imóvel, tarefa comum no início do ano, também exige

planejamento. Além de problemas estruturais que podem ser evitados com projetos feitos aleatoriamente, fazer o projeto das intervenções que serão realizadas também colabora para a otimização dos recursos disponíveis à obra e contratação de profissionais qualificados.

“O planejamento evita gastos desnecessários, pois há tempo útil para elaborar uma planilha de custos que caiba dentro do orçamento, para comparar preços dos materiais que serão utilizados e pesquisar o histórico dos pedreiros”, afirma a arquiteta Natalia Pin. A profissional diz que a maior parte dos problemas acontece durante os trabalhos, não há como prever que um cano esteja danificado, por exemplo. “Mas, cuidados podem ser tomados para que isso não aconteça, com a análise do espaço disponível e dos materiais mais adequados”, completa.

De acordo com Natalia, a contratação de profissionais que possam organizar e coordenar a reforma, como engenheiros e arquitetos, também é importante para o andamento das intervenções.

Além de um projeto feito por um especialista, o contratante também evita problemas com a equipe, normalmente indicada pelo arquiteto.

Custo-benefíCio - Para a arquiteta Renata Giannelli Bertoni, a contratação de equipes chefiadas

por profissionais cresceu em razão do custo-benefício oferecido pela aposta. “A contratação de um arquiteto não sai tão cara quanto muitos imaginam e previne problemas que encarecer a obra”, diz. Desde 2007, a procura para Renata cresceu cerca de 70% e na sua avaliação um profissional sai em torno de R$ 30 a R$ 70 por metro quadrado. “Além de todo o projeto ser feito por um perito, o contratante também evita problemas com a mão de obra”, diz.

Renata também atribui a busca pela ampliação do espaço como um dos fatores que mais incentivam o consumidor a planejar a reforma. “A maior parte dos apartamentos de hoje não possui uma área muito grande e isso faz com que busquem aproveitar melhor o espaço. O trabalho de um arquiteto envolve diretamente esta questão”, define.

planejamento evita desperdícios

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Reforma

Contratação de profissional

para coordenartudo minimiza eventual dor de

cabeça

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