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1 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012 Wilson Brumer Diretor-presidente da Usiminas. Ano 8 | nº 40 | Dezembro/Janeiro de 2012 revista Usiminas, responsabilidade corporativa Uso e gestão de energia por José Goldemberg Pós-graduação ainda é um diferencial na carreira Arcelor qualifica seus jovens talentos Confira a programação de cursos do IETEC

Revista IETEC - Dezembro a janeiro de 2012- Edição 40

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A Revista IETEC chega à sua 40ª edição com uma entrevista exclusiva do diretor-presidente da Usiminas, Wilson Brumer na qual ele detalha os investimentos da companhia na melhoria de seus produtos e no desenvolvimento de seus profissionais. Também publica matéria sobre a importância da pós-graduação para o crescimento profissional. Artigos com personalidades de destaque do mundo acadêmico e corporativo, como José Goldemberg e Malu Nunes, e um perfil com o diretor de operações da GE Energy - Converteam, Alex Alvarenga.

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1Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Wilson BrumerDiretor-presidente da Usiminas.

Ano 8 | nº 40 | Dezembro/Janeiro de 2012

revi

sta

Usiminas,responsabilidade corporativa

Uso e gestão de energiapor José Goldemberg

Pós-graduação ainda é um diferencial na carreira

Arcelor qualifica seus jovens talentos

Confira a programação de cursos do IeteC

2 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

dos alunos que concluíram o curso no IETEC obtiveram ascensão em seu nível hierárquico.

dos alunos avaliam que o curso do IETEC ampliou o relacionamento profi ssional.

Os números comprovam.

dos alunos afi rmam que o conhecimento obtido no curso do IETEC contribui tanto para a ascensão profi ssional quanto para o aumento de salário.

dos alunos que concluíram o curso no IETEC receberam aumento real de salário.

96% 86% 49%

Pesquisa de Evolução da Carreira dos ex-alunos de MBA do IETEC realizada em 10/11/2011.

58%

Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

dos alunos que concluíram o curso no IETEC obtiveram ascensão em seu nível hierárquico.

dos alunos avaliam que o curso do IETEC ampliou o relacionamento profi ssional.

Os números comprovam.

dos alunos afi rmam que o conhecimento obtido no curso do IETEC contribui tanto para a ascensão profi ssional quanto para o aumento de salário.

dos alunos que concluíram o curso no IETEC receberam aumento real de salário.

96% 86% 49%

Pesquisa de Evolução da Carreira dos ex-alunos de MBA do IETEC realizada em 10/11/2011.

58%

4 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Gestão IndustrialSua empresa preparada para os desafi os

de um mercado cada vez mais exigente e instável

Te l : ( 31 ) 3223 .6251 / 3116 .1000 | R . Tomé de Souza , 1065 – Sa vass i – Be l o Ho r i z on t e

i e t e c . c o m . b r | c u r s o s @ i e t e c . c o m . b r | t w i t t e r . c o m / i e t e c

Os cursos do IETEC qualificam a sua empresa para atender a

demanda de seus clientes e acionistas em termos de fl exibilidade,

velocidade, qualidade, custos e eliminação de desperdícios

Cursos de Curta Duração | Cursos in company

Cursos on-line | Cursos Gratuitos

Pós-Graduação Aperfeiçoamento | MBA Executivo/EspecializaçãoCursos de Curta Duração | Cursos in company

Cursos on-line | Cursos Gratuitos

Pós-Graduação Aperfeiçoamento | MBA Executivo/Especialização

Capacite seus profi ssionais e obtenha os melhores resultados

5Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

PRESIDENTE | Ronaldo GusmãoDIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes / Diretor de Marketing: Paulo emílio Vaz / Diretor de Operações e Produto: José Ignácio Villela Jr. / Diretora de Ensino: Wanyr Romero FerreiraCOORDENAÇÕES | Financeiro: Sérgio Ferreira / Administrativo: Marcelo Pereira / Comunicação e Marketing: Raquel Souza / Ensino: Fernanda Braga / Gestão Integrada: Gislene Perona / Treinamento: Vivian Prado / Sistemas de Informação: Michele Dias / Vendas: Sheyla Matos / EAD: Juliana MendonçaCOORDENAÇÕES TÉCNICAS | Meio Ambiente: Luiz Ignácio Fernandez de Andrade / Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Mineração: Jorge Valente / Manutenção: José Henrique egídio / Tecnologia da Informação: Antônio de Pádua / Telecomunicações: Hudson Ribeiro / Gestão de Projetos: Clênio Senra, Ivo Michalick e João Carlos Boyadjian / Gestão de Energia: Wanyr Romero Ferreira / Gestão de Negócios: Wilson Leal / Responsabilidade Social: Helena Queiroz / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz e terezinha Araújo / Sustentabilidade: Antônio Claret OliveiraREVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKt e COM / Diagramação: tatiane Coeli / Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli / Foto capa: Leo Drumond/Agência Nitro

tiragem:20.000 exemplares | Periodicidade bimestral | Distribuição gratuita

Comentários, sugestões e anúncios:[email protected]

todas as matérias e artigos estão disponíveis no site:www.techoje.com.br

Vídeos e entrevistas do Seminário de Gestão de Projetos estão disponíveis em: www.youtube.com/IETECtv

Expediente

www.gestaodeprojetosbrasil.com.br

www.twitter.com/ietecwww.twitter.com/ietecprojetoswww.twitter.com/ecolatina

Redes Sociais:

Opinião Capa Curtas

• O Ano das Florestaspor Malu Nunes

• Usiminas dá exemplo do investimento correto em inovação e sustentabilidade

• Como analisar a viabilidade de um negóciopor Alexandra Hütner

• Gerir a inovaçãopor José Henrique Diniz

Conhecimento aplicado• Alex Alvarenga - Converteam

Aconteceu no IETEC:• Inovação no Inhotim• GP na Arcelor Mittal • Desenvolvimento na Usiminas Mecânica

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Cenário

• Importância da pós-graduação para o sucesso profissional

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Agenda

Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos• Gestão e tecnologia da informação• Responsabilidade social• Gestão e tecnologia industrial• Gestão da inovação• Meio ambiente• Manutenção • Mineração

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• Investimento em Capital Intelectualpor Paulo Emílio Vaz

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• Uso e gestão de energiapor José Goldemberg

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6 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

7Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

O capital intelectual deveria ser percebido como principal ingrediente para o sucesso das organizações. No entanto, este conceito, de maneira muito comum, ainda parece estar somente no plano teórico, pois em muitas empresas vemos a importância de seus colaboradores ser dimensionada somente com base no princípio de que as pessoas ainda são apenas recursos. Este tipo de pensamento infelizmente empobrece o conceito de capital intelectual e dificulta ainda mais o processo de mensuração dos ativos intangíveis que não deveriam ser encarados simplesmente como recursos.

Vivemos atualmente a falta de profissionais com conhecimento, capacitados e competentes em diversos setores, principalmente nas esferas relacionadas às engenharias, em diversos campos da tecnologia, e nos setores que dependem de formação qualificada como a área de gestão de projetos. Esta situação poderia ser diferente, mas isto se originou como conseqüência de uma visão histórica e limitada das organizações, que durante muitos anos colocou os melhores profissionais sob a perspectiva de uma visão econômica onde quanto mais escasso o recurso tanto mais valorizado; uma premissa básica da relação entre oferta e demanda, onde a mobilidade das pessoas entre as empresas se dá por meio de transações e negociações salariais, o que representa para os dias atuais uma distância enorme do verdadeiro conceito de formação do capital intelectual do qual dependemos hoje para estabelecer a competitividade de nossas empresas.

Em momentos de crescimento econômico, como os vividos nos últimos anos, e para cenários futuros também favoráveis como nas previsões para o mercado brasileiro, as empresas deveriam aproveitar a relativa abundância de investimentos para oferecer mais serviços, conquistar mercados, promover a inovação de seus processos e produtos... enfim, melhorar os resultados empresariais para seus acionistas e para a sociedade por meio de exploração de processos que potencializem as capacidades e competências de seus profissionais. A grande concentração de investimentos nas organizações ainda pesa de maneira totalmente desproporcional na balança, onde o lado dos recursos tangíveis que são fáceis de mensurar é mais beneficiado, enquanto o que vemos gerar valor para as organizações mais

avançadas do mundo é o seu conjunto de recursos intangíveis, capacidades e competências de seus colaboradores.

O conhecimento, as idéias, a confiança na capacidade de gestão e o nível de inovação são ativos intangíveis, que devem ser geridos para resultar em vantagem competitiva e lucratividade para as empresas. Exemplo de vantagem em relação ao capital intelectual: Steve Jobs enquanto esteve à frente de seu negócio manteve o crescimento da Apple e agora depois de sua morte a tendência é que as ações da empresa sofram com desvalorização em consequência da desconfiança do mercado em relação a capacidade atual dos executivos da empresa em gerar o mesmo nível de inovação que Jobs.

Se o capital intelectual tem tanta importância, por qual razão ainda vemos algumas empresas negligenciar os processos relacionados a capacidade e competência de seus profissionais? As pesquisas que envolvem o RH demonstram usualmente que há desalinhamento entre o nível estratégico e as necessidades de capacitação, e desta maneira não existe sustentação para a criação de valor no capital intelectual. No ambiente empresarial encontramos grandes empresas procurando cumprir apenas o previsto em seus orçamentos ou criando meios para reduzir custos com treinamento e desenvolvimento de seus profissionais, o que em alguns casos se traduz em empresas até mesmo deslocando seus gestores para realizar treinamentos internos ou contratando soluções que não são entendidas pelos usuários como sendo realmente importantes, pois a urgência das atividades rotineiras para o resultado é o foco naquele momento.

Segundo dizia Alvin Toffler, os piores analfabetos do nosso século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender. Portanto se faz necessário modificar o contexto organizacional, para estabelecer definitivamente a ruptura com a utilização de recursos de forma transacional como se faz hoje. Que nossas lideranças passem a dar a devida importância, em nível estratégico, para o seu capital intelectual, pois somente assim veremos nossas empresas conseguirem melhores resultados do que os atuais e de maneira sustentável por um longo período!

O desafio de transformar pessoas em capital intelectual

Vivemos atualmente a falta de profissionais com conhecimento, capacitados e competentes em diversos setores

Paulo Emílio Vazé diretor de marketing do IETEC, pós-graduado em Aperfeiçoamento em Gestão de Projetos (IETEC); pós-graduado “lato sensu” em Gestão Estratégica de Negócios (UFMG) e mestre em Administração (FPL-MG).

Opin

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8 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Em entrevista para a revista IETEC, Wilson Brumer, presidente da empresa, detalha os investimentos feitos pela companhia na melhoria de seu portfólio, processo que ocorre de forma simultânea ao desenvolvimento profissional de seus colaboradores.

No depoimento, Brumer analisa, ainda, o futuro do aço, num mundo cada vez mais competitivo, além de dar importantes conselhos aos engenheiros que estão entrando no mercado.

Como são decididos os investimentos no que se refere à sustentabilidade dos processos da empresa?Uma perspectiva para o entendimento do desenvolvimento como fator sustentável é o equilíbrio entre o ganho econômico, a transformação social e o impacto ambiental que os empreendimentos podem gerar. Com o tema ambiental em pauta, a transformação do modelo de negócios, baseada na premissa da sustentabilidade, é inevitável para a permanência e a competitividade de uma companhia, independente do setor em que atua.

Na Usiminas – segunda siderúrgica do mundo a ser certificada com o ISO 14001 por seu sistema de gestão ambiental – fazemos assim.

As usinas investem em modernização tecnológica para produzir com eficiência e gerar menor impacto ambiental. Investem na reciclagem e aproveitamento econômico de resíduos ou coprodutos gerados nos processos produtivos e no reaproveitamento de gases de aciaria e alto-forno como fonte de energia.

Usiminas, focada no desenvolvimento sustentável

Qual a contribuição socioambiental da Usiminas para a sociedade?O conceito de sustentabilidade é ampliado para o entorno da usina por meio do maior e mais antigo (quase 30 anos) projeto de educação ambiental de Minas Gerais – o Xerimbabo -, além de programas de reutilização da água, proteção das matas ciliares, conservação de cinturões verdes, com pesquisas da fauna e flora conduzidas pelo Centro de Biodiversidade Usiminas. A linha de produtos é certificada pelas diretivas europeias Restriction of Hazardous Substances e a End of Life Vehicle Act, que visam proteger o solo, a água e o ar contra a poluição.

Uma empresa sustentável deve ampliar tal conceito ao longo de sua cadeia de valor, de forma sistêmica. Por isso, a Usiminas valoriza também a economia do entorno das usinas, por meio da priorização de fornecedores regionais. Soma-se ao trabalho de cidadania corporativa a manutenção de negócios sociais autossustentáveis e de caráter perene, como o Hospital Márcio Cunha e o Centro Cultural Usiminas, ambos no Vale do Aço-MG, além de inúmeros patrocínios culturais e esportivos. Paralelamente, a Usiminas tem procurado fortalecer o empreendedorismo na região, por meio de Política de Priorização dos Fornecedores, contribuindo para o fomento dos negócios locais. E é esta visão de estimular, de valorizar e de contribuir que marca a nossa visão empresarial.

Apenas no ano passado, investimos quase R$ 30 milhões em ações socioambientais nos 30 municípios aos quais direta ou indiretamente estamos ligados. Sinal de que, sim, estamos fazendo a nossa parte, não só no Vale do Aço, como no Brasil. Mas não podemos caminhar sozinhos. Para nós, toda e

Foto: Leo Drumond

9Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Capa

qualquer iniciativa em torno do desenvolvimento das regiões onde estamos presentes deve ter suas responsabilidades compartilhadas sempre com a sociedade e com os seus poderes constituídos, valorizando sobretudo o equilíbrio e a sensatez em prol de objetivos comuns. Nosso lucro deve merecer a chancela da sociedade, porque a sociedade é, de certa forma, parte da empresa. Esse conjunto de ações expressa um valor social agregado ao aço Usiminas. Aço como causa e efeito de desenvolvimento, propulsor do ciclo da sustentabilidade. Ou ainda nas palavras de Lao Tse, no século quarto antes de Cristo: “produção sem apropriação, ação sem imposição própria, evolução sem prepotência”. Um compromisso da Usiminas.

Até que ponto a inovação tecnológica é relevante no negócio da companhia?Não há sociedade economicamente industrializada que não utilize o aço como matéria-prima para fabricação de bens duráveis ou de consumo. O crescimento da economia mundial acompanha o mesmo passo da demanda por aço, descortinando inúmeras possibilidades de negócio. Aproveitá-las é um desafio constante em um mercado cada vez mais competitivo. O consumo per capita de aço no Brasil estabilizou-se em cerca de 135 kg por habitante, enquanto que em países como a Coréia do Sul chega a 1000 kg por habitante. Mas a Coréia não consome todo este aço. Certamente, é o desenvolvimento da indústria automobilística, naval e de eletrodomésticos que alavanca este crescimento. O Brasil precisa fortalecer as suas cadeias produtivas, tornando-as economicamente competitivas. Nesse contexto, investimentos em PD&I são fundamentais.

De um lado, temos uma economia aquecida com oportunidades de crescimento no setor automotivo, de infraestrutura, óleo e gás, construção civil, entre outros. De outro, um mercado siderúrgico que está diante de uma mudança de paradigma, com novos patamares de preços de matérias-primas, câmbio valorizado e competição com o excedente da produção mundial. A Usiminas se posiciona nesse contexto com uma agenda de projetos em agregação de valor e conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial brasileiro.

Dois exemplos marcantes são a tecnologia de resfriamento acelerado aplicada à laminação de chapas grossas, que dotará a usina de diferenciais técnicos para o atendimento à cadeia do pré-sal; e a duplicação da capacidade produtiva da joint venture Unigal, vocacionada para o atendimento ao setor automotivo, de construção civil, linha branca e distribuição. Permanecemos atentos à melhoria de nossa eficiência operacional e à qualidade de produtos e serviços.

Como a inovação contribui para a adoção de práticas sustentáveis?Sempre que me perguntam qual será no futuro o material substituto do aço, eu digo: o próprio aço. Ao investirmos em

pesquisa e desenvolvimento, torna-se possível produzir aços com maior conteúdo tecnológico, ampliar seus usos, contribuindo para que nossos clientes também adquiram valor sustentável. Chapas cada vez mais finas e resistentes, por exemplo, diminuem o peso de veículos e conseqüentemente diminuem o consumo de combustíveis e emissões. Já o uso freqüente do aço na construção civil permite otimizar os canteiros das obras, pois são mais limpos e organizados, reduzindo a poluição sonora e atmosférica, o desperdício de água, areia e outros materiais, além de custos de administração e de manutenção. Material 100% reciclável, o aço reduz definitivamente os impactos ambientais, desde a sua fabricação até a etapa de construção e pós-obra.

No que se refere aos seus colaboradores, como se dá seu desenvolvimento?Acredito que o investimento no aperfeiçoamento acadêmico é essencial, mas é igualmente importante que o profissional invista seu tempo em dialogar com os mais experientes, e também com os menos experientes. O conhecimento está em toda a parte, em todo lugar e ao mesmo tempo. Dessa forma, a Usiminas valoriza e reconhece o desenvolvimento dos seus profissionais de carreiras técnicas e gerenciais. As pessoas são fundamentais para sustentar os resultados e o crescimento da organização. A empresa foca nesta formação, com base nas necessidades e desafios do negócio, perfil dos colaboradores e demanda da região onde atua.

A companhia possui práticas e políticas que geram oportunidades. Podemos citar, por exemplo, o lançamento da Educação Corporativa Usiminas (Educar), em maio deste ano. Trata-se de iniciativa alinhada à estratégia de negócio. São cursos customizados, treinamentos internos, participações em congressos, seminários e palestras em instituições renomadas.

Outras ações de destaque é o programa “Jovens Engenheiros”, com o objetivo de preparar engenheiros recém-formados de diversas áreas e o programa “Formação de Aprendiz”, em parceria com o SENAI, que desenvolve jovens em áreas técnicas da operação. Para se ter ideia da importância conferida na organização, o investimento em treinamento cresceu cerca de 38% em relação a 2010 e somou R$ 36 milhões.

Diretor presidente da Usiminas, tendo sido presidente do Conselho de Administração da empresa de 2008 a 2010. De 2003 a 2007, foi Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais. Durante esse período, presidiu também o Conselho de Administração da Cemig, da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais e do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais. Entre 2006 e 2008, presidiu o Conselho de Administração da Light. Brumer foi presidente da Companhia Siderúrgica de Tubarão (1996-1999), da Acesita (1992-1998) e da Vale (1990-1992). Entre 1997 e 1999, foi presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), atual Instituto Aço Brasil (IABr).

Quem é Wilson Nélio Brumer?

10 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

As Nações Unidas anunciaram o período de 2011 a 2020 como a Década da Biodiversidade. Para iniciá-la, 2011 foi proclamado o Ano Internacional das Florestas. O que se discute é o manejo sustentável de todos os tipos de florestas para conter a taxa alarmante de desmatamento e degradação. Restam no mundo pouco mais de 20% da cobertura florestal original e 130 milhões de hectares desses remanescentes foram convertidos para outros usos nos últimos dez anos. No Brasil, um dos cinco países que mais detêm florestas, a perda chegou a 26 milhões. Os números são da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Como conservacionista, é necessário que eu diga: é preciso frear essa destruição porque o que está em jogo é a nossa sobrevivência e qualidade de vida. A degradação prejudica o fornecimento de serviços ecossistêmicos essenciais para a vida humana, como a produção de água doce, regulação do clima e a manutenção da qualidade do ar e do solo. Sem eles, reduzir os efeitos das mudanças climáticas e garantir a vida no planeta como concebemos hoje são tarefas impossíveis. Nesse sentido, para manter uma parcela indispensável da biodiversidade, viabilizar sua evolução e os serviços ecossistêmicos providos por ela, bem como manter os estoques de carbono, é necessário preservar em perpetuidade grandes áreas nas suas condições naturais, por meio de unidades de conservação, onde possa sobreviver por tempo indefinido o maior número possível de espécies.

A boa notícia é que, em 2010, o Brasil e outros membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) aprovaram elevar para 17% a proteção de habitats terrestre até 2020. Hoje, 12% dos remanescentes florestais são destinados à conservação da biodiversidade. Outro compromisso assumido pelo país, na Convenção sobre Mudança do Clima, foi o de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, principalmente as derivadas do desmatamento.

Porém, enquanto externamente o país defende a permanência das florestas e outras áreas naturais, internamente pode retroceder de forma desastrosa. Como garantir o cumprimento dos compromissos assumidos caso as propostas de alteração do Código Florestal, que reduzem consideravelmente nossas áreas de floresta, sejam aprovadas neste ano?

Em vez de adaptar a lei a favor de quem não a cumpriu, uma forma de garantir esses compromissos seria beneficiar aqueles que sempre mantiveram suas áreas naturais protegidas, contribuindo para a manutenção da qualidade do ambiente e das atividades produtivas. O Brasil dispõe, por exemplo, de mecanismos inovadores de pagamentos de serviços ecossistêmicos, como o Projeto Oásis, que premia financeiramente proprietários de terra em regiões de manancial de São Paulo e Apucarana (PR) por conservarem suas áreas naturais.

A Certificação Life, idealizada por um grupo de instituições não-governamentais e empresas do Paraná, é outro exemplo. Ela atende, inclusive, uma demanda da própria CDB, além de ser uma ferramenta que viabiliza a inserção concreta das empresas na conservação da natureza.

O Brasil possui maneiras de contornar suas dificuldades, cumprir seus compromissos e legitimar seu papel de protagonista no cenário mundial. Só precisa encarar o desafio de implementá-las de forma rápida, abrangente e competente, pois as cobranças virão de dentro e fora.

Internacionalmente, o país ficará cada vez mais em evidência, já que detém grande parte das riquezas naturais globais, incluindo a maior floresta tropical, a Amazônia. Nacionalmente, a sociedade já não aceita mais tão facilmente o discurso de que o meio ambiente é entrave para o desenvolvimento e exige que soluções efetivas sejam postas em práticas. Aqui dentro e lá fora, o governo precisa desempenhar um papel decisivo para que não venha a se arrepender depois.

Malu Nunesé engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Na década da biodiversidade, o Ano das Florestas

Em 2010, o Brasil e outros membros da Convenção sobre Diversidade Biológica aprovaram elevar para 17% a proteção de habitats terrestre até 2020. Hoje são 12%.

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Opin

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11Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Programação de cursos:Uma equipe bem capacitadafaz uma empresa de sucesso

Dezembro a Março de 2012

12 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Curso Início Término HorárioNegociação para Gerentes de Projetos 1/Dez/11 2/Dez/11 Diurno

Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos6/Dez/117/Fev/12

7/Dez/118/Fev/12

Diurno

Gerenciamento de Projetos12/Dez/112/Fev12

13/Dez/113/Fev12

Diurno

Administração de Contratos13/Dez/1119/Dez/1128/Mar/12

14/Dez/1120/Dez/1129/Mar/12

Diurno

Inteligência Emocional em Projetos 14/Dez/11 15/Dez/11 DiurnoGerenciamento de Projetos com a Utilização do MS Project 2007 16/Jan/12 25/Jan/12 NoturnoPreparatório para Exame PMP/PMI 29/Fev/12 2/Mai/12 NoturnoGerenciamento Integrado de Projetos na Construção Civil 1/Mar/12 2/Mar/12 DiurnoGerenciamento de Riscos em Projetos 1/Mar/12 2/Mar/12 DiurnoAuditoria em Projetos 14/Mar/12 16/Mar/12 Diurno

Gestão de Projetos

Gestão e Tecnologia da Informação

Curso Início Término HorárioPlanejamento Estratégico de Tecnologia da Informação 6/Dez/11 7/Dez/11 DiurnoGovernança de TI na Prática - Uma Abordagem com Base na ITIL 12/Dez/11 14/Dez/11 DiurnoAnálise de Negócios: Uma Visão através do Guia BABOK 2.0 17/Jan/12 18/Jan/12 DiurnoSegurança da Informação nas Organizações 14/Fev/12 17/Fev/12 NoturnoLiderança em Equipe de Tecnologia 1/Mar/12 2/Mar/12 Diurno

Responsabilidade Social

Curso Início Término HorárioGestão de Projetos Sociais 24/Jan/12 27/Jan/12 Noturno

13Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Gestão e Tecnologia Industrial

Meio Ambiente

Gestão da Inovação

Curso Início Término Horário

Inovação Profissional e Criatividade – Ativadores e Ferramentas5/Dez/117/Mar/12

7/Dez/119/Mar/12

Diurno

Curso Início Término HorárioControle, Manuseio e Transporte de Produtos Perigosos 1/Dez/11 2/Dez/11 DiurnoTratamento de Esgotos e Efluentes Industriais 1/Dez/11 2/Dez/11 DiurnoLegislação Ambiental 19/Mar/12 21/Mar/12 DiurnoAdministração de Resíduos Sólidos Industriais 22/Mar/12 23/Mar/12 DiurnoInventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa e a Nova ISO 14064

22/Mar/12 23/Mar/12 Diurno

Gerenciamento de Riscos e Acidentes Ambientais 8/Mar/12 9/Mar/12 Diurno

Curso Início Término HorárioSistemas e Técnicas de Troca Rápida de Ferramentas 1/Dez/11 1/Dez/11 Diurno

Produtividade Industrial-Medição e Gerenciamento Através da OEE (Eficiência Global dos Equipamentos)

5/Dez/11 5/Dez/11 Diurno

Gerenciamento de Almoxarifados13/Dez/118/Fev/12

14/Dez/119/Fev/12

Diurno

Custos e Formação de Preços Industrais 19/Jan/12 20/Jan/12 Diurno

Negociação em Compras 24/Jan/12 27/Jan/12 Noturno

Planejamento, Programação e Controle da Produção24/Jan/1222/Mar/12

27/Jan/1223/Mar/12

NoturnoDiurno

Análises Tributárias 16/Fev/12 17/Fev/12 Diurno

Administração de Materiais 1/Mar/12 2/Mar/12 Diurno

Elaboração de Proposta Técnica e Comercial 14/Mar/12 16/Mar/12 Noturno

Custos como Instrumento de Gestão 15/Mar/12 16/Mar/12 Diurno

Gerenciamento de Compras 27/Mar/12 28/Mar/12 Diurno

14 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Rua Tomé de Souza, 1065 | Savassi | CEP 30.140-131 | Belo Horizonte / MG ietec.com.br | [email protected] | (31) 3116.1000 | (31) 3223.6251

Curso Início Término HorárioManutenção Preditiva e Inspeção Sensitiva 5/Dez/11 6/Dez/11 DiurnoPlanejamento, Programação e Controle da Manutenção-Avançado 30/Jan/12 31/Jan/12 DiurnoGestão de Projetos de Paradas 5/Mar/12 6/Mar/12 DiurnoGerenciamento da Manutenção 22/Mar/12 23/Mar/12 Diurno

Manutenção

Curso Início Término HorárioGeoestatística Aplicada 5/Dez/11 7/Dez/11 DiurnoBombeamento de Polpas 12/Dez/11 14/Dez/11 DiurnoAvaliação da Segurança de Barragem de Rejeitos 7/Fev/12 10/Fev/12 DiurnoDesmonte de Rochas com Explosivos 9/Fev/12 10/Fev/12 DiurnoAvaliação Econômica de Projetos de Mineração 12/Mar/12 14/Mar/12 DiurnoIntrodução ao Tratamento de Minérios 14/Mar/12 16/Mar/12 DiurnoAmostragem e Controle de Qualidade em Mineração 21/Mar/12 23/Mar/12 Diurno

Mineração

Cursos corporativos IETEC: o mercado reconhece. Grandes empresas já aprovaram os Cursos Corporativos IETEC para capacitar seus colaboradores. Isso mostra a confiança e credibilidade que o IETEC possui no mercado. Com aulas voltadas para a realidade do seu negócio, os Cursos Corporativos podem ser customizados de acordo com a

necessidade da sua empresa.

15Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Aconteceu no IETEC

Curta

s

Pelo terceiro ano consecutivo, a coordenação do curso de Gestão da Inovação levou os alunos da pós-graduação para uma visita ao Instituto Inhotim, um dos maiores museus a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

O IETEC, oferecendo ao mercado um curso inovador, também inova na metodologia, quebrando o paradigma de que é preciso uma sala de aula formal para um curso sério.

O Inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico de rara beleza. “Levar os alunos a uma visita como essa permitir-lhes

Inovação a céu aberto no Inhotim

exercitar o olhar, estimulando sua imaginação por meio do uso de elementos

fundamentais para a prática da Criatividade e Inovação”, afirma a professora Teresinha de Araújo.

A visita é uma aula prática, onde os alunos são divididos em grupos com atividades distintas, mas com um objetivo em comum: criar um produto ou serviço viável para o Inhotim. “Os alunos têm que por em prática os conhecimentos adquiridos em aula, principalmente as ferramentas que vão instigar o pensamento criativo”, analisa Araújo.

16 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

O IETEC acaba de ministrar dois cursos in company na Usiminas Mecânica, ambos focados no desenvolvimento de seus colaboradores.

Um dos cursos foi o de Planejamento, Programação e Controle da Produção. Pablo Henrique Santos Carvalho foi um dos alunos-colaboradores. Para ele, “a realização do curso foi vital. Abriu nossa visão. Mostrou o quanto podemos evoluir em relação ao planejamento”. Segundo ele, que é supervisor da Gerência de Pontes e Estruturas, já foi possível implementar, imediatamente, melhorias no se setor de trabalho. O outro curso foi de Elaboração de Proposta Técnica e Comercial.

Desenvolvimento na Usiminas Mecânica

Um grupo de nove profissionais, selecionados após um longo e exaustivo processo seletivo. Foi para este público que o IETEC organizou um curso de aperfeiçoamento em Gestão de Projetos (GP). “Atendemos a uma demanda da Arcelor Mittal por um curso, teórico e prático. Durante uma semana, estes alunos-profissionais ficaram imersos no universo do GP. E, durante outros onze meses, iremos monitorar suas atividades. A proposta é que, ao final desse processo, cada um deles crie um projeto aplicativo”, explica Ivo Michalick, coordenador da área de Gerenciamento de Projetos do Instituto.

Esta iniciativa faz parte de um projeto macro da siderúrgica. Quem explica o processo é a analista sênior de Recursos Humanos Giane Araújo. “Traçamos um plano de desenvolvimento para estes talentos, que inclui cursos e treinamentos variados. Ao final do processo, eles serão enviados para plantas da empresa ao redor do mundo. Entre suas carências, identificamos uma necessidade grande de capacitação em GP, com o uso de suas estratégias e ferramentas no dia a dia corporativo. E, entre as instituições que oferecem cursos na área, optamos pelo IETEC pela sua expertise e know how. Além disso, o fato de o professor ser um profissional com experiência em mineração pesou a favor do Instituto”, afirma.

Uma dessas alunas é a engenheira geológica Helen Fonseca Moreira. Segundo ela, “o contato com o gerenciamento de projetos foi muito relevante, pois serviu como uma forma de me preparar para oportunidades futuras no setor. Além disso, o conteúdo repassado foi de extrema importância no que se refere à liderança de equipes, com a profundidade que precisamos para desempenhar corretamente nossas atividades”, enfatiza.

Arcelor capacita

17Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Inovação é um tema que vem sendo muito explorado atualmente e é certo que os esforços para inovar vêm crescendo, como demonstram pesquisas e análises. No Brasil, ainda que de forma discreta, os números apontam para crescimento, o que é um bom sinal, mas quando se analisam, com mais atenção, essas informações, verifica-se que o tema inovação ainda não é totalmente compreendido e praticado. Diagnósticos empresariais realizados pelo IETEC no âmbito de seu Programa Empresarial de Criatividade Aplicada à Inovação, também corroboram essa tendência.

Há um certo consenso em torno da importância da inovação, mas um elevado grau de desconhecimento sobre sua gestão. Em sua grande maioria, as organizações não incorporam práticas de gestão da inovação ou vêm inovação apenas como aquisição de máquinas e equipamentos para seus processos produtivos, com pouca ou quase nenhuma ênfase à inovação de produtos e serviços, dentre outras.Muito tem sido feito em prol da inovação no Brasil, do arcabouço legal aos programas de incentivo e fomento, tanto no âmbito federal, quanto estadual. Nunca se falou tanto em inovação nesse país como nos últimos tempos e há vários exemplos de empresas inovadoras. E isso é uma tendência irreversível. Mas ainda há muito por se fazer, e esse esforço começa pela conscientização da importância da inovação e seu real significado e da capacitação para sua gestão de forma adequada.

Inovação é um processo, que deve ser fruto da estratégia empresarial, focado em resultados. Por ser um processo, é passível de gestão e aí reside parte do problema, pois grande parte das organizações, além de não compreender na totalidade o significado da inovação, não dispõe de uma estratégia adequada e muito menos de um sistema de gestão da inovação.

Inovação, para o IETEC, é representada pela soma de três palavras: criatividade, atitude e resultado. Criatividade, representada pela ideias, pelo novo. Atitude, pela ação, empreendedorismo. Resultado, tangível ou intangível, nas esferas econômico-financeiras e sócio-ambientais. Dessa forma, inovação é instrumento de sustentabilidade empresarial, que nasce com boas ideias, se solidifica pelo fazer e se consolida pelos resultados. Sem resultados, não há inovação. Assim, podemos afirmar que: “uma inovação, já foi no passado apenas uma idéia criativa, que trabalhada de forma adequada, agora gera resultados”.

Das ideias nascem as inovações, que diferenciam os negócios,

José Henrique Dinizprofessor e coodenador da área de inovação do IETEC.

Gestão da inovação e da criatividade

produzem resultados e aumentam a competitividade empresarial. O processo de inovação deve ser algo deliberado, decorrente da estratégia empresarial, realizada de forma coletiva e como fruto de um esforço bem administrado de pessoas. Mas para isso, é imprescindível que a cultura empresarial incentive e valorize a produção de idéias inovadoras voltadas para resultado, que inovação seja praticada como processo voltado para competitividade e sustentabilidade e que gestores sejam capacitados para liderar pessoas rumo ao sucesso empresarial.

Segundo alguns autores, os sistemas e processos de uma empresa compõem uma rede de interações sociais que caracteriza a cultura organizacional. Essa cultura, compreendida em regras não escritas, crenças compartilhadas e modelos mentais, direciona o processo de inovação, impulsionando-o ou impondo-lhe sérias restrições. A cultura organizacional não deve ser estática, mas estar em permanente evolução. Há, então, uma grande esperança, já que as organizações onde inovação não faz parte de sua cultura, podem e devem evoluir no sentido de incorporá-la, em maior ou menor grau, dependendo de seu estágio de desenvolvimento.

A estratégia empresarial, influenciada pela sua cultura, deve direcionar a estratégia de inovação, enquanto os resultados da inovação certamente redirecionarão a estratégia empresarial, num processo contínuo e virtuoso. E as lideranças têm um papel preponderante nesse processo, assim como a ambiência do trabalho, uma vez que ambas podem ser agentes promotores da criatividade e da inovação, como podem sufocá-las.

Assim sendo, pode-se afirmar que Inovação é uma questão de cultura e estratégia, focadas no novo, no agir e em resultados. É produzida por pessoas motivadas e capacitadas, com interesse e desejo de criar, inovar, conhecer, contribuir e operacionalizar essas estratégias. Deve ser gerenciada de forma adequada para criar novas possibilidades por meio da combinação de diferentes conjuntos de conhecimentos tácitos e explícitos, ideias e incertezas e recursos disponíveis dentro ou fora da empresa.

Acreditando firmemente em tudo isso, o IETEC tem buscado inovar e promover a inovação, proporcionando cursos de aperfeiçoamento, em sala de aula, à distância e in company, para profissionais e gestores de diferentes organizações e formações, de forma pioneira e inovadora em gestão da inovação e da criatividade, com conteúdo e dinâmicas inéditos e de grande efetividade.

Nunca se falou tanto em inovação nesse país como nos últimos tempos e há vários exemplos de empresas inovadoras

Opin

ião

18 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

O mercado brasileiro vive um aquecimento como há muito não se via. Obras de infraestrutura, necessárias para a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016; parques tecnológicos; investimentos em mineração; pré-sal... a lista de áreas que tem demandado maior número de profissionais especializados é extensa, assim como as oportunidades.

O número de vagas disponíveis é diretamente proporcional ao aumento dos investimentos. Mas isso não significa que qualquer profissional será contratado. Mais do que isso. Poucos serão os que terão ascensão na carreira.

“Os megaprojetos que o Brasil tem atraído, demandam profissionais com alta qualificação. As empresas tornaram-se muito rigorosas na seleção de pessoas, buscando profissionais completos, que já entrem dando resultado, que dominem inglês, espanhol e outras competências necessárias ao novo contexto corporativo. Sabemos que possuir uma graduação ou mesmo uma especialização não é mais um diferencial de mercado”, analisa Marli de Paula, professora do IETEC e especialista em Talentos Humanos, com mais de 20 anos de experiência na área.

Pesquisas promovidas tanto pelo MEC quanto pela iniciativa privada revelam falta de profissionais qualificados e a alta empregabilidade

PÓS-GRADUAÇÃO; mais que um diferencial, uma

necessidade de mercado

Cená

rio

Novas modalidades de ensino e facilidade de realizar o curso na própria empresa permitem maior agilidade na ascensão profissional

de pessoas com formação profissional especializada. Pesquisa da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) diagnosticou que o número de empresas brasileiras que investem em educação corporativa cresceu 40 vezes entre 2000 e 2009.

Em média, os gastos de companhias brasileiras e multinacionais no setor são de R$11 milhões anuais. “Esse aumento no volume de investimento é reflexo da preocupação empresarial em melhorar a educação dos seus funcionários, ampliando também sua própria valorização no mercado”, afirma José Ignácio Villela Jr., diretor do IETEC.

O próprio Instituto realiza, anualmente, levantamento com o objetivo de avaliar a evolução profissional de seus alunos e ex-alunos, tanto do aperfeiçoamento quanto do MBA. De acordo com a pesquisa, 58% dos entrevistados obtiveram acréscimo no salário. Desse total, 21%

Aumento salarial42

13

21

10 12

2

05

1015202530354045

Não obtive nenhum aumento

Sim, obtive aumento de cerca de 10%

Sim, obtive aumento de cerca de 20%

Sim, obtive aumento de cerca de 30%

Sim, obtive aumento de cerca de 40%

Outro valor

Aumento Salarial

2011

19Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Curso 2011dos alunos que concluíram o curso no IETEC obtiveram ascensão em seu nível hierárquico 49%dos alunos que concluíram o curso no IETEC receberam aumento real de salário 58%dos alunos que afirmam que o conhecimento obtido no IETEC contribui tanto para a ascensão profissional quanto para aumento de salário 86%dos alunos avaliaram que o curso do IETEC ampliou o relacionamento profissional 96%

49%58%

86%96%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

dos alunos que concluíram o curso no IETEC obtiveram

ascensão em seu nível hierárquico

dos alunos que concluíram o curso no IETEC receberam

aumento real de salário

dos alunos que afirmam que o conhecimento obtido no IETEC contribui tanto para a ascensão

profissional quanto para aumento de salário

dos alunos avaliaram que o curso do IETEC ampliou o

relacionamento profissional

35

1820

28

47

20 1914

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%45%50%

Contribuiu bastante

Pouco contribuiu Foi fundamental Em nada contribuiu

O conhecimento contribuiu para a ascensão

2010

2011

declarou ter dito aumento de cerca de 20% dos vencimentos.

Um dos dados mais relevantes da pesquisa foi que 97% dos ex-alunos disseram que sentem falta de continuar estudando. “Esse dado demonstra a preocupação desses profissionais com sua carreira, com o cuidado ininterrupto com o processo de aprendizado”, analisa Marli de Paula.

Um bom exemplo dessa preocupação com a qualificação de seus colaboradores é a empresa Comau do Brasil. Somente nos últimos 24 meses, mais de 20 de seus colaboradores cursaram pós-graduações com subsídio da empresa, “Nós encaramos essa ação como um investimento no futuro da organização. Estes profissionais trarão maior conhecimento e melhor gestão dos processos para todos os níveis, dando um retorno infinitamente maior do que o valor investido”, diz Veronica Bistene Salas, Gerente de Desenvolvimento de RH da empresa.

A retenção e promoção de talentos é outro efeito desse maior investimento em educação empresarial. Um bom exemplo é o gestor de negócios Renison Canesso Moreira. Quando iniciou a pós-graduação, ele era gerente pleno na Mecan, ‘braço industrial’ do Grupo Orguel. Durante o curso, recebeu duas promoções, e hoje exerce o cargo de gerente nacional Brasil. “Esse crescimento na hierarquia da empresa se deve a um somatório de fatores. Entre eles, claro, listaria essa melhor qualificação profissional. Esse tipo de iniciativa faz com que o profissional passe a possuir uma maior visão de mercado. Hoje, gerencio mais pessoas, e participo de decisões estratégias do Grupo, alem de interagir com clientes nacionais e internacionais da empresa”, analisa.

Moreira avalia que o desenvolvimento profissional é um dos principais pontos que o diferenciam no mercado. “de nada adianta possuir experiência ou ter um excelente networking. Se a pessoa não possui condições técnicas para desempenhar a função, sua carreira corre sérios riscos de se estagnar ou mesmo de ser superado por outros profissionais”, analisa.

O conhecimento contribuiu para a ascenção (%)

Pesquisa de evolução de carreira dos ex-alunos de MBA do IETEC realizada em nov/2011

In companyCursos realizados dentro da empresa têm uma série de vantagens. “Eles permitem a aplicação direta do conteúdo estudado nas atividades do dia a dia da empresa, contribuindo, assim, com o desenvolvimento da organização e das pessoas. Não por acaso, esta é a modalidade de estudo empresarial que mais cresce no país”, afirma Villela.

Segundo ele, as empresas que optam por essa modalidade de curso levam em consideração, três fatores: menor investimento, datas e horários mais adequados à empresa e ao colaborador e, principalmente, adaptação do conteúdo às necessidades da companhia.

As vantagens deste tipo de curso, de acordo com especialistas, também são estratégicas. Por levar em conta as demandas da empresa, os cursos possibilitam a aplicação direta do conteúdo apreendido no trabalho – o que o torna alinhado com os objetivos da empresa, representando um significativo aumento da massa crítica de um número maior de colaboradores, possibilitando a construção do conhecimento coletivo. O curso, portanto, está focado no desenvolvimento da organização e das pessoas de forma a transformar e alcançar resultados corporativos superiores.

A íntegra da pesquisa está disponível no site www.techoje.com.br

20 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Conhecimento Aplicado

As empresas com visão de futuro preocupam-se com a valorização de seus profissionais. Estrutura adequada e equipamentos dotados de tecnologia moderna são componentes de suma importância para o crescimento de qualquer empreendimento empresarial. Entretanto, em uma economia globalizada e cada vez mais competitiva é o fator humano que faz a diferença.

Uma pesquisa da consultoria de recrutamento Michael Page revelou que os executivos brasileiros estão entre os mais criativos da América Latina. De acordo com o levantamento, nos destacamos, principalmente, no quesito liderança, mobilidade e capacitação.

A tese é defendida pelo diretor de Operações da GE Energy – Converteam, Alex Alvarenga. “Os conhecimentos que adquiri, nos diversos cursos que fiz ao longo da minha carreira, e sua respectiva aplicação de forma prática e contínua nas empresas em que trabalhei, contribuíram em muito para o meu desenvolvimento profissional”, afirma o profissional, palestrante em cursos e seminários promovidos pelo IETEC.

A Converteam foi adquirida, recentemente, pela GE e passou a ser um negócio da divisão GE Energy. Alvarenga manteve, nesse movimento, sua posição de diretor de operações para este negócio no Brasil. A política adotada pela empresa estimula que o aperfeiçoamento dos profissionais seja constante. Cada pessoa que recebe o treinamento passa a ser um multiplicador de conhecimento. “A qualificação profissional é um dos principais pilares para o desenvolvimento das pessoas. Por isso, é amplamente valorizada e patrocinada pela empresa, com foco na melhoria contínua da nossa performance e nos resultados alcançados na realização dos projetos” , diz Alvarenga, aluno da turma de Gestão de Projetos do IETEC em 1999.

Segundo ele, o gerenciamento de projetos é adotado na empresa há aproximadamente 15 anos. Os conceitos da metodologia de Gerenciamento de Projetos disseminados através da formação

Aprendizadoque agrega valor

Curta

s

dos profissionais têm dado uma contribuição significativa para o alcance dos objetivos traçados. “Esta metodologia de trabalho tem sido fundamental para o crescimento dos nossos negócios, baseado na alta performance de entrega dos projetos atendendo aos requisitos contratuais e expectativas dos nossos clientes, principalmente em relação à Qualidade, Custos, Escopo e Prazos”, assegura.

Busca pelo melhor profissional

A concorrência entre empresas pela busca do profissional mais qualificado no mercado é real, assim como entre os profissionais que buscam as melhores empresas para trabalhar. Segundo o diretor de Operações da GE Energy – Converteam, a maior parte dos profissionais em posições de gerentes funcionais e de projetos, além de outras posições estratégicas, possuem pós-graduação em Gestão de Projetos, além de participarem de diversos cursos de formação, patrocinados pela empresa.

Para a empresa, as vantagens de possuir colaboradores melhor preparados são diversas. A começar pelo domínio de novas frentes de trabalho. “O conhecimento e domínio dos processos operacionais e produtivos da companhia são fundamentais para alcançarmos melhores resultados em nossos negócios, independentemente dos mercados de atuação, que atualmente são muito diversificados”, enfatiza Alvarenga.

Na visão do gestor, a alta performance dos processos operacionais e produtivos de qualquer empresa, que proporciona bons resultados do ponto de vista técnico e financeiro, está diretamente relacionada com a capacidade de produção de cada área ou células de produção. “Porém, é extremamente importante que haja a visão integrada destes processos que permita estabelecer uma estratégia e rotinas de trabalho que maximizem as forças dos diversos profissionais e setores envolvidos, criando uma boa sinergia e interfaces entre todas as etapas e equipes envolvidas na realização dos nossos projetos”, analisa.

Qualificação é tida como um dos principais diferenciais dos profissionais brasileiros

Alex Alvarengaé diretor de Operações da GE Energy – Converteam, é responsável pelas áreas operacionais da empresa, incluindo o setor de Gestão de Projetos, coordenando os gerentes funcionais e de projetos, que juntos com suas respectivas equipes, são responsáveis pelo desenvolvimento dos projetos que contemplam o fornecimento de sistemas elétricos e de automação para processos industriais e outros mercados de conversão de energia.

21Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Opin

ião

Ao traduzirmos o termo “Information Technology” para o português cometemos um grave erro: colocamos a Tecnologia à frente da Informação. Afinal sabemos que a Tecnologia é um meio para termos a informação certa no lugar certo, mas isso não é mais suficiente. É preciso conhecer também o negócio - o cenário interno e externo - para levar a informação certa para a pessoa certa, de forma correta, no momento e local certos; para uma tomada de decisão assertiva! Esse é o desafio.

Durante muito tempo a prioridade empresarial foi guardar seus dados. Naquele momento a tecnologia foi levada a um status de glória, em termos financeiros e funcionais, pois através dos seus potenciais era possível manter aquela inimaginável riqueza de dados. Com o tempo percebemos que muito daquilo guardado já não fazia mais sentido e nos voltamos para a questão: o que é realmente essencial?

Com posterior barateamento da tecnologia, acabamos negligenciando a modelagem dos dados e optamos em apenas guardar e, depois pensar o que fazer com aquilo tudo. Foi então que o negócio iniciou um assédio incansável à necessidade de transparência e aí surgiram os problemas! Como entregar ao negócio informação de qualidade para tomada de decisão estratégica se até o momento não era bem esse o propósito. Enfim, chegou-se ao momento de repensar tudo que até então houvera sido construído: informática = informação + automática?

A prática de planejamento sempre foi objeto de luxo para as organizações, e quase nunca foi possível pedir a um analista ou mesmo desenvolvedor para pensar a melhor forma de guardar

Alexandra Hütnerconsultora, palestrante e conferencista, mestre em engenharia, gestão e tecnologia pela UFMG. Certificada internacionalmente em negócios e Gestão de Serviços. Professora e Coordenadora do IETEC na Gestão de Serviços de TI e Análise de Negócios e da Informação.

Afinal, quem é capaz de analisar o negócio?

O negócio espera vivenciar práticas, ferramentas e técnicas que tragam informações confiáveis para a tomada de decisão e, tudo isso, permeie e permaneça na empresa

os dados, para que um dia, pudessem ser utilizados estratégica e organicamente (integração completa!). Aqui se tem o grande divisor de águas e, a chave para resolver o impasse: para se ter a informação certa era necessário saber para que ela serviria, ou seja, conhecer ostensivamente o negócio, sua linguagem e estratégia.

O negócio vem buscando alguém que possa compreender suas reais demandas, problemas, desejos, requisitos e stakeholders para então, a partir de uma análise estruturada, recomendar soluções que permitam o alcance dos objetivos estratégicos empresariais. O negócio espera vivenciar práticas, ferramentas e técnicas que tragam informações confiáveis para a tomada de decisão e, tudo

isso, permeie e permaneça na empresa. É a busca pelo conhecimento

capaz de gerar sabedoria, para ações estratégicas e resultados tangíveis.

Essa não é uma missão impossível, e pode ser

alavancada por profissionais que exerçam um papel de integradores

através de suas competências, habilidades e atitudes. Determinados por um olhar - verdadeiramente orgânico - que some visões: da estratégica do negócio, dos processos constituintes e do valor gerado pela inclusão da tecnologia.

Profissional que adote uma postura proativa em relação ao entendimento das necessidades do negócio, contribuindo para evidenciar a sua participação na geração de valor. Profissional que, efetivamente, seja capaz de analisar o negócio por meio de práticas de observação, entrevistas, ações consultivas, tutoria e, sempre, liderança. Alguém que entenda suficientemente de tecnologia a ponto de viabilizar a gestão em tempo real.

É a busca pelo conhecimento capaz de

gerar sabedoria, para ações estratégicas e resultados tangíveis.

22 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

Os desafios que as empresas enfrentarão na década que se inicia dizem respeito à garantia de suprimento de eletricidade. O de petróleo e derivados não apresenta maiores problema: o Brasil já é hoje autossuficiente nessa área e o aumento necessário da produção nos campos petrolíferos da plataforma continental (incluindo o pré-sal) parece assegurado. O problema reside na eletricidade.

Os maiores desafios, na minha avaliação, estão, sobretudo, na falta de eletricidade para atender às necessidades de um País em crescimento, como ocorreu em 2001/2002; no fato de que a geração de eletricidade poluente criaria problemas para a saúde e o conforto da população; e nos problemas na rede de transmissão, origem de blackouts frequentes.

O planejamento energético que os órgãos do Ministério de Minas e Energia faz é muito simplista e parte da hipótese de que o consumo de energia crescerá tanto quanto o produto bruto nacional (cerca de 5% ao ano, na próxima década). Aceitando essa hipótese, haverá uma demanda de mais de 50% de energia, seja de petróleo ou eletricidade.

Em 2010, foram produzidos cerca de 112.000 megawatts, dos quais 74% em grandes hidrelétricas. O restante veio do gás natural, energia de biomassa (principalmente bagaço de cana-de-açúcar), pequenas centrais hidrelétricas, energia nuclear e energia eólica. O crescimento previsto sinaliza que, em 2019, serão necessários cerca de 167.000 megawatts, um aumento de 49%. O mais razoável seria a expansão da geração hidrelétrica, já que apenas um terço desse potencial brasileiro foi explorado. Sucede que a maioria das expansões previstas deve ocorrer na Amazônia, onde problemas ambientais podem atrasar os projetos ou até inviabilizá-los. Daí o perigo de desabastecimento de eletricidade, como ocorreu em 2001, quando o regime de chuvas nos anos anteriores foi desfavorável.

Por essa razão, o governo planeja ampliar a produção de energia térmica (gás e óleo combustível) e nuclear. Com isso, a participação térmica deve aumentar substancialmente, criando problemas de natureza ambiental tanto em nível local (emissões de óxidos de enxofre e material particulado) como global (emissões de gases de efeito estufa, principalmente CO

2 – dióxido de carbono). Energia nuclear não emite esses gases, mas suscita outros problemas, ilustrados pelo que aconteceu nos reatores nucleares no Japão.

Contempla-se também, nas projeções da Empresa de Planejamento Energético, a expansão do uso de energia eólica e biomassa (principalmente usando bagaço de cana), apesar desse planejamento subestimar a contribuição da geração de

eletricidade usando bagaço, que poderia ser muito maior. Contudo, todas as

projeções são feitas do ponto de vista do suprimento e não do consumo.

As previsões existentes não consideram praticamente o

fato de que as tecnologias de utilização da energia estão evoluindo

muito e a eficiência com que se faz uso dela tem aumentado significativamente. Uma lâmpada fluorescente moderna ilumina tanto (ou mais) quanto uma lâmpada antiga com filamento de tungstênio, mas consome apenas um terço da eletricidade. Algo semelhante ocorre com outros equipamentos, desde geladeiras até automóveis.

Se essa dimensão for incorporada ao planejamento energético, o consumo de energia não precisará crescer 5% ao ano (se o aumento do Produto Interno Bruto for de 5% ao ano). Com isso, a solução dos problemas ambientais e do suprimento de energia ficará muito mais fácil de se resolver, como já ocorreu em todos os países industrializados.

Uso e gestão de energia: uma visão realista

Opin

ião

José Goldembergprofessor, físico e membro da Academia Brasileira de Ciências. Foi reitor da USP, presidente da Sociedade Brasileira de Física, secretário da Ciência e Tecnologia, ministro da Educação e secretário do Meio Ambiente. Em 2000 recebeu o Prêmio Ambiental Volvo e em 2008 o Prêmio Planeta Azul, concedido pela Asahi Glass Foundation, considerado um dos maiores da área do meio ambiente.

Os maiores desafios estão na falta de eletricidade para atender às necessidades de um País em crescimento

O mais razoável seria a expansão da

geração hidrelétrica, já que apenas um terço desse potencial brasileiro foi explorado.

Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de 2012

24 Revista IETEC | Ano 8 | Dezembro/Janeiro de [email protected] | (31)3116-1000