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O MELHOR ESPAÇO DE NEGÓCIOS DO PIAUÍ Fórum de ideias: O Piauí que nós queremos A virada da economia piauiense O segredo de Laurentino Gomes, o autor de 1822

Revista Imóveis e Negócios

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O MELHOR ESPAÇO DE NEGÓCIOS DO PIAUÍ

Fórumde ideias:O Piauí quenós queremos

A virada daeconomiapiauiense

O segredode LaurentinoGomes, o autorde 1822

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Marta Tajra DRT 130/PIEditora e Publisher

Marta TajraDavid TajraDireção executiva

Tupy e Wilker LacerdaProjeto gráfico e diagramação

WJ GRÁFICAImpressão

Tábata MicheleColaboradora

Caio BrunoThiago Amaral(Arquivo Cidade Verde)fotografia

86 - 9994 621686 - 3081 6473comercial

[email protected]

Piauí: o mapa da mina

a riqueza do turismo piauiense

normas de desempenho: o que muda na área de imóveis

25 Fórum de Ideias: o Piauí que nós queremos

34 Perfil industrial: João Claudino Junior

38 A virada da economia piauiense

50 E-Commerce: a nova onda da economia

52 Cacique: eleita uma das melhores, pelo Guia Você S/A – Exame

58 Imóveis: Piauí atrai novos investimentos na construção civil

65 Brasileiros negociam na Project Lebanon,

Cultura: O segredo de Laurentino Gomes, o autor de 182266

A Revista Imóveis&Negócios é um periódicosemestral da Editora Zahle CNPJ02.189.730/0001-08. Os artigos assinados e osconceitos emitidos em entrevistas e artigos destaedição são de inteira responsabilidade de seusautores, assim como qualquer conteúdopublicitário e comercial. Não é proibida areprodução desta obra, desde que cite a fonte.

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a feira da construção de Beirute

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AGRONEGÓCIO

SUZANO

MINERAÇÃO

ZPE

ENERGIA

TRANSNORDESTINA

FRUTICULTURA IRRIGADA

TURISMO

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Primeiro foram os gaúchos que chegaram commalas e cuia, ou melhor, com malas e chimarrão,e fincaram acampamento nos campos abertos da

denominada “última fronteira agrícola do Brasil”.Agora, foi a vez dos chineses. Um grupo de 60 delespassou, recentemente, pelos belos cerrados piauiensesinteressados na compra de terras para plantar soja. OGrupo Santista também disputa o mesmo interesse comos chineses, ao lado de um pool de investidores que seprepara para aterrissar bem no meio daqueles hectaresde soja, considerada o novo petróleo da humanidade.Além da terra que produz em abundância os grãos desoja, algodão, milho, arroz, o Piauí é rico, melhordizendo, riquíssimo em minério de ferro, níquel,mármore, diamante, gás natural e, desconfia-se, até empetróleo. Nessa reportagem, fizemos uma radiografiado estado. E o resultado mostra um verdadeiro mapa dotesouro. Vamos explorar juntos?

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Aprodução de grãos é uma das mais importantes do país:tem soja, milho, arroz e algodão à balde, ou melhor, emtoneladas. Os cerrados piauienses, ou a última fronteira

agrícola do país, contribuem e muito para essa posição dedestaque. É do sudoeste piauiense de onde saiu cerca de 73% daprodução de grãos do Piauí em 2010, segundo o IBGE.

Dados divulgados pela Companhia Nacional deAbastecimento (CONAB) no último levantamento indicam que aprodução de grãos 2010/2011 deve alcançar um total de 2.385milhões de toneladas, um aumento de 72,3% em relação à safrapassada. E o aumento do volume de grãos é uma tendência paraos próximos anos. Para o presidente da Federação de Agriculturae Pecuária do Estado do Piauí (FAEPI), Carlos AugustoCarneiro, dentro de alguns anos o Brasil vai ser o celeiro domundo, e “o nosso estado será a quarta ou quinta potencia nessaestrutura”.

De acordo com Carlos Augusto, a multinacional Bunge, quebeneficia a soja em Uruçuí, é responsável pela maior parte daexportação de grãos do estado. Porém, a produção atende aindao mercado consumidor interno, inclusive o Norte e Nordeste dopaís.

Uma das apostas para desenvolver ainda mais o agronegóciono estado são as câmaras setoriais, fóruns de discussão entrediversos segmentos das cadeias produtivas, numa parceria entreempresários e o setor público. A Federação da Agricultura vaicoordenar a parte temática de grãos para saber quais medidasimplantar para proteger a cadeia de produção. “As câmaras sãoimportantes porque são elas que vão definir as políticas do estadopara defesa do próprio interesse”, disse o presidente.

Ainda em relação às exportações, não se pode deixar dedestacar que, além da soja em grãos, outros dois produtos estãona pauta de exportação do estado: a cera de carnaúba e o mel.Somados, os três produtos representam 90% do total deexportações do Piauí, que tem como maiores parceiroscomerciais a China, seguidos pelos EUA e Japão.

PAULISTAS E GAÚCHOS NOS CERRADOS:PIONEIRISMO

Um dos primeiros produtores a se instalar nos cerradospiauienses foi Sérgio Bortolozzo. Descendente de italianos,Sérgio fez o inverso da maioria dos migrantes brasileiros quedeixam o Nordeste em busca de uma vida melhor. Ele saiu, comtrês irmãos (Amilton José Roberto e Ângela) de São Paulo para oPiauí com a ideia de procurar terra para plantar, motivado por umamigo que já tinha plantação aqui. Isto aconteceu em 1988. E láse vão mais de 30 anos “Quando a exploração dos cerradoscomeçou, já existia no Maranhão e no oeste baiano dois polosmais antigos, e o Piauí apresentava as mesmas características, sóque com menor infraestrutura e, consequentemente, terras maisbaratas. Começamos com 60 hectares de terra”, relatou.

Ao perceber que o plantio dava certo, Sérgio e os irmãosforam comprando mais terras. “Já são 15 mil hectares delavouras de soja, milho, algodão e mais 10 mil hectares dereflorestamento de eucalipto”, citou. Depois de tantos anos,Botolozzo, apesar do estrangeirismo no nome e do sotaquepaulista que ainda conserva, se considera mais piauiense que ospróprios piauienses e mais do que amigo, diz que há uma relaçãode compadrio com Carlos Augusto, da Federação da Agricultura.Sérgio é o vice-presidente dessa entidade, e um dos diretores da

Carlos Augusto Carneiro: “o Brasil será o celeiro do mundoe o nosso estado, a quarta ou quinta potencia nessa estrutura”.

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pela exploração do setor primário da economia. “Toda a cadeiadepende disso. Percebemos que há muito oportunismo, pessoasque usam este tema para aparecer, mas não apresentam soluções.Com os ambientalistas conscientes não temos problema, porqueeles nos ajudam a fazer projetos ambientalmente sustentáveis”,relatou Sérgio.

O vice-presidente da FAEPI explica, ainda, que a meta paraos próximos anos, é aproveitar mais a região, mas semprerespeitando o meio ambiente. “A área total dos cerrados é dequase 8, 5 milhões de hectares, mas, respeitando todos oscritérios ambientais, como manancial, cabeceira de rio, mataciliar, vamos ter uma disponibilidade de 5 milhões de hectares.Atualmente, utilizamos 500 mil hectares, ou seja, 10% dacapacidade de produção dos cerrados. Só com essa capacidadejá conseguimos mudar o perfil econômico do estado, saindo doperfil de estado mais pobre da Federação”, relatou.

Mesmo que a capacidade de utilização dos cerrados paraprodução não seja total, o crescimento já é notado em algumascidades importantes desse polo agroindustrial, como Uruçuí.“Esse município é o segundo em arrecadação de impostos doPiauí, atrás somente de Teresina. Isso mostra o quanto a região éimportante do ponto de vista das mercadorias que circulam”,

frisou o vice-presidente da Federação.Segundo Bortolozzo, a atração de

investimentos pode ser explicada pela lei deincentivos fiscais, que facilita a chegada denovas empresas. A parceria público privadatambém tem tudo para se fortalecer. Umaprova disso é o projeto que está sendodesenvolvido, pelo governo, para apavimentação da rodovia Transcerrados (PI397), a qual será a primeira unidade deParceria Público Privada (PPP). “Quando ogoverno lançar o projeto, as empresassaberão como concorrer no processolicitatório”, disse. A empresa que ganhar alicitação fica responsável pela pavimentaçãoe administração da Transcerrados por umtempo determinado, para depois sercontrolada pelo Estado.

A logística da Transcerrados vai permitira ligação com a Transnordestina,interligando a região produtora e dois dosprincipais polos de consumo do Nordeste,que são Ceará e Pernambuco. “Quando aTransnordestina ficar pronta, vai estar a 80km do terminal da ferrovia. Para se ter umaidéia disso, a soja do Mato Grosso, parachegar numa ferrovia, roda 1500 km”,comentou Bortolozzo.

Canel, Central Agrícola Nova Era Limitada, juntamente com osdois irmãos e o cunhado, Hélio.

Em seu escritório, no décimo primeiro andar de um edifíciode ares modernistas que dá de frente para o Rio Poty na zonalesta de capital, ele observa, no final da tarde, o movimento dospescadores ao jogar a rede e a tarrafa na captura de peixes: “estacena meio bucólica me traz paz e me faz lembrar o quanto sougrato por esta terra ter me acolhido tão bem”, diz eleemocionado.

Numa região conhecida pela presença dos gaúchos, tidoscomo os maiores investidores, Bortolozzo garante que, noscerrados, os piauienses também têm espaço. “O índice dedesemprego é quase zero e isso se deve à demanda. A maioriados empregados é piauiense, e procuramos qualificá-los”,complementou dizendo que o trabalho desqualificado (ouescravo) não tem vez: “Para acabar com trabalho desqualificado,temos que qualificar e gerar trabalho aqui mesmo”.

Se a condição de trabalho é um dos pontos mais abordadosquando se fala em cerrados, o que se dirá da discussão(necessária) com os ambientalistas? Para Sérgio, o aumento dapopulação mundial requer uma demanda maior de alimentos,além de geração de emprego e renda, o que será proporcionado

Sérgio Bortolozzo: pioneiro no agronegócio do cerrado piauiense

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FLORESTAS REPLANTADAS NO NORTE DO ESTADO:NOVA FRONTEIRA AGRÍCOLA

ferro vai ser aproveitada pela siderurgia, em indústrias de foice emachado onde o ferro é usado, e o restante será exportado”,explicou o geólogo, que de uma hora para outra, passou defuncionário público federal para acionista (minoritário) de umadas melhores minas de ferro do Brasil: “vendi a maior parte dasações para o banqueiro Daniel Dantas, o que me proporcionouuma vida completamente diferente do que eu levava antes.”Vivendo folgadamente por causa da venda das ações, JoãoCavalcante ascendeu socialmente e hoje faz parte da classemédia alta de Teresina.

Estima-se que o investimento é da ordem de 35 milhões dedólares. De acordo com ele, há uma demanda muito grande deferro no mundo. A China, por exemplo, é um dos países que maisconsome ferro. Ele garantiu que dentro de alguns anos, o estadopiauiense estará contribuindo para a produção e o fornecimento

de chapas de aço para as indústrias da construçãocivil e automobilística. Mas, como garantir que ominério chegue ao exterior? De acordo com ogeólogo, a vantagem é a localização das minas eas futuras instalações que irão facilitar oescoamento. “De início, há a ferroviaTransnordestina, que vai ligar o sul do Piauí aosportos de Pecém (CE) e Suape (PE), além degarantia de água e energia para instalação degrandes empresas”, relatou João Oliveira.

Porém, o potencial do estado não se esgotanas reservas de ferro. No Piauí, há ocorrências devários minérios que estão sendo exploradas poroutras grandes empresas. Em Capitão GervásioOliveira, por exemplo, há uma jazida comaproximadamente 25 milhões de toneladas de

Ocelo Rocha: uma nova fronteira agrícola está surgindo no norte do Piauí.

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níquel (outro mineral metálico, como o ferro), sendo explorada,em fase experimental, pela Companhia Vale do Rio Doce. “OPiauí é dotado de todos esses metais que dariam para produzirligas de alto valor econômico”, ressalta o diretor de recursosminerais.

Além dos minerais metálicos, o estado tambémtem grande potencial para pedras preciosas, comoturmalina, esmeralda e diamante. “Nossas rochasestão aflorando diamante”, enfatiza João. Prova dissoé o município de Gilbués, onde há uma jazida comaproximadamente dois milhões de quilates dediamante. Além desses já citados, há abundânciatambém em mármore, amianto, crisotila, argila,calcário, ardósia, talco e vermiculita.

GÁS: OUTRA RIQUEZA NATURALEstudos prévios constataram que existe gás

associado (ou seja, gás associado com petróleo) naBacia do Parnaíba, no lado do Piauí. Essa é a mesmabacia onde foi detectada a presença do gás noMaranhão. E, claro, já apareceram grandes empresasinteressadas na área, como a OGX, do bilionário EikeBatista.

Tudo começou quando a Agência Nacional doPetróleo (ANP) fez pesquisas por essas bandas de cáe além do petróleo (sim, é quase certeza que temos petróleotambém!) acabou descobrindo indícios do gás in natura. Agoradescobertos, os blocos prospectados serão colocados em leilãomarcado para agosto. “Os poços estão à disposição do leilão. Aempresa que arrematar vai realmente explorar o que tem. Sendoexplorado, vamos utilizar todo o potencial que for necessário pradesenvolver nosso mercado”, explicou Gustavo Xavier,presidente da Companhia de Gás do Piauí (GASPISA).

Segundo Xavier, o gasoduto do Nordeste acaba em Fortaleza.O Piauí e Maranhão, que ainda não estão no mesmo ritmo dedesenvolvimento dos outros estados, podem se beneficiar com aexploração. “Isso é forte indício que o gás natural é fator dedesenvolvimento, pois pode ser usado na indústria, como aautomotiva (gás natural veicular, o GNV), no comércio, nasresidências, com tubulação de gás para você não ter que trocarbotijão de gás”, explicou didaticamente Xavier.

Quais as vantagens de utilizar o gás natural? A maisconhecida é que ele é um produto que não gera resíduos tóxicospara o meio ambiente e, com ele, as indústrias podem fazer ocrédito de carbono. Gustavo cita ainda que “o preço é maisbarato, o poder calorífico é mais alto e o acabamento final dosprodutos fabricados nas indústrias é melhor, pois ele dá umachama contínua, diferente do que acontece num forno a lenha”.

Confirmando-se o investimento, e existindo uma quantidaderazoável de poços, o passo seguinte será lançar uma rede dedistribuição, na qual, a partir de um tronco principal, haverádutos interligando os municípios que tiverem necessidade do gás.“Quem trabalha com gás natural puxa linha para dentro daempresa, não precisa ficar reabastecendo”, disse o presidente daGASPISA. Como exemplo de setor que pode ser beneficiadocom a distribuição de gás natural está o parque industrial decerâmica, já que “a cerâmica esmaltada só poder ser fabricadacom queima a gás, ou GLP, ou gás natural. Como gás natural émais barato, seria uma vantagem muito grande para as indústriasde cerâmica daqui”, finalizou Gustavo Xavier.

TRANSNORDESTINA: A ESPINHA DORSAL DOESCOAMENTO DAS RIQUEZAS

Uma das principais obras para facilitar o escoamento daprodução mineral e dos Cerrados é a ferrovia Transnordestina.Como muita gente sabe, essa é uma obra privada (que temconstrução sob responsabilidade da empresa Odebrecht), comações financiadas pelo Governo Federal, e que liga a cidade deEliseu Martins, nos confins do sertão piauiense, aos portos dePecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. No Piauí, a ferroviatem aproximadamente 400 km de extensão e corta nada mais,nada menos que 19 municípios.

Muito se temcomentado sobrea paralisaçãodesta gigantescaobra que, quandoestiver pronta,será uma espéciede espinha dorsaldo escoamento detoda a riquezapiauiense para omundo. Sem ela,tudo o que sedisse aqui nestareportagem ficaráapenas como uma doce lembrança do que o estado poderia tersido um dia, em matéria de desenvolvimento. No entanto,Mirócles Veras, coordenador estadual do Programa deAceleração do Crescimento (PAC), afirma categoricamente quenada está parado. “Alguns canteiros de obras estão desativadospor conta da espera da liberação do alvará para que a empresacontinue a construir na área”, disse. Nesse caso, como a obra é

João Cavalcante de Oliveira: geólogo ficou rico com descoberta de minas de ferro.

Gustavo Xavier, da GASPISA

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muito grande, será necessário desapropriar algumas terras e, porisso, tem-se que esperar a decisão judicial. Esta parte, a dedesapropriações, ficou a cargo do Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes (DNIT), que tem convênio comSecretaria de Transportes (SETRANS).

Quando o impasse for resolvido, Mirócles espera que asobras continuem a todo vapor: “O Governo do Estado já tem emseu planejamento, de imediato, uma estrada de ferro ligando aTransnordestina a Teresina, e de Teresina a Parnaíba, cortando oPiauí ao meio, para que essa riqueza saia também pelo porto doPiauí. Sem a Transnordestina, essa ligação seria inviável. Então,o mercado é que vai regular por qual porto será melhor escoar aprodução dos grãos”, disse o coordenador estadual do PAC.

Mirócles Veras adiantou ainda que é esperada a contrataçãode cerca de 4500 pessoas para a frente de serviço da obra noPiauí. “Ela já está mudando as características das cidades.Naturalmente, quando o empresário perceber que a produção teráfacilidade de escoamento de produção de grãos, os investimentosserão mais intensos e com uma rapidez maior”, relatou.

ZPE: 'MADE IN PIAUÍ'Você sabe o que significa uma Zona de Processamento de

Exportação (ZPE)? Não, ela não é algo novo. A ZPE foi

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imaginada ainda no final da década de 80, no Governo dopresidente José Sarney, uma experiência trazida de outrospaíses, como a China, para estimular o desenvolvimento dascidades facilitando a exportação de produtos. Naquela época,17 ZPE´s foram criadas no país, inclusive em Parnaíba, noPiauí. Só que a ideia não vingou e, só recentemente, com o ex-presidente Lula, foi regulamentada a lei para implantação dasZPE´s.

Imagine que, desde essa época, já existia uma área, emParnaíba, para a instalação da ZPE. Mesmo assim o negócioempacou e foi necessário procurar uma nova área para que onegócio alavancasse de vez. Resolvido o problema, Parnaíbapode-se dar ao luxo de dizer que conta agora com uma área de306 hectares para receber indústrias de exportação. Como nosvelhos tempos.

Segundo o diretor técnico da ZPE Parnaíba, Dinarte Porto,“de todas as ZPE´s, a nossa é uma das que está em estágiomais avançado no Brasil, pois já apresentou ao ConselhoNacional das ZPE´s um projeto para que uma empresa seinstale na área. A empresa Vegeflora terá dois projetos ládentro, um na linha que já atua hoje, na produção defarmoquímicos, e outra que está ligada à produção de acerolanos Tabuleiros Litorâneos, para preparação de acerola em pópara exportação”, declarou Porto.

A ZPE do Piauí é diferente da maioria das outras. Enquantoa do Ceará, por exemplo, é específica para indústriassiderúrgicas, a de Parnaíba é multifacetada, pode receberqualquer investimento, desde que permitido pela LegislaçãoBrasileira e não agrida o meio ambiente: “Dentro dalegalidade, tudo que for possível produzir dentro da ZPE, as

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ZPE de Parnaíba é destaque em Agência de Notícias Brasil Árabe-ANBAA Zona de Processamento de Exportação de Parnaíba foi destaque no site da Agência de NotíciasBrasil Árabe. O site trata de temas nacionais de interesse do mercado árabe como economia,turismo, política e sociedade.A matéria abordou os principais produtos exportados pelo Estado e como a instalação da ZPE deParnaíba modificará e impulsionará as exportações. A Agência de Notícias também frisou oandamento do empreendimento.Na publicação é possível conhecer o perfil exportador do Piauí voltado para o mercado árabe. Deacordo com o site “no ranking de estados exportadores para o mercado árabe, o Piauí aparece na22ª colocação, com US$ 4,8 milhões no ano passado. Os piauienses venderam soja e cera vegetalpara os árabes. A receita com exportação de ceras, porém, foi de US$ 39 mil”.Para o presidente da Companhia Administradora da ZPE de Parnaíba, Mirocles Veras, a divulgaçãoem um site de grande visibilidade é benéfica. “A proposta do site é ser uma ponte entre o Brasil eos árabes. Essa matéria pode ser uma oportunidade para os primeiros contatos com empresasárabes interessadas em se instalar na ZPE”, explicou.

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empresas vão poder instalar. Naturalmente, temos foco. Comotemos os Tabuleiros Litorâneos, a ideia é ir gerando umaprodução muito grande para aproveitar esse potencial. Outrapeculiaridade é a flora muito rica em plantas que podem teraproveitamento na produção de farmoquímicos, na produção decera de carnaúba”, disse o diretor técnico.

A Zona de Processamento é uma zona primária deexportação, como se fosse um porto. Tudo que for produzidodentro da ZPE está exonerado de qualquer imposto, assim comoinsumos que ela importa, que entram exonerados. “Uma dascaracterísticas é que os produtos terão isenção do Imposto deExportação para, com isso, eles se tornarem competitivos nomundo inteiro”, considerou Mirócles Veras, que também épresidente da ZPE de Parnaíba.

Para Mirócles, um dos fatores positivos nessa história toda éque essa será uma atividade econômica que vai desenvolver aregião de Parnaíba, inclusive com uma tradição na áreaindustrial. “A implantação está atrelada de imediato às culturasde produção local. Isso vai impactar na cultura de toda região,possibilitando voltar àquela cultura de exportação”, contou.

A ZPE de Parnaíba é uma empresa de economia mista emque governo do Estado detém 90% das ações e a Federação dasIndústrias do Estado do Piauí (FIEPI), 10%. “A empresa podevender ações para a iniciativa privada, apresentando grupos querealmente tenham interesse em investir na própria empresa paraatrair empregos, mas sabemos que o momento é de incentivar odesenvolvimento na região para que ela seja instalada e venha oretorno, que é geração de emprego e de renda”, explicouMirócles Veras, complementando que a previsão para o início defuncionamento da ZPE de Parnaíba será daqui a 15 meses.

ENERGIA PARA GARANTIR UM DESENVOLVIMENTOSAUDÁVEL. SEM ELA, NÃO HÁ COMO!

Para garantir a instalação de novas indústrias, é fundamentalque haja infraestrutura, isso é óbvio. Mas, na hora de trazerinvestimentos econômicos, a distribuição de energia é umcritério essencial levado em conta pelas grandes empresas. No

Piauí, a Usina Hidrelétrica de BoaEsperança, gerenciada pela CompanhiaHidroelétrica do São Francisco (CHESF),responde pela maior parte da geração deenergia.

O superintendente regional da CHESF,Airton Feitosa, explicou que ofuncionamento da Usina de Boa Esperança(localizada no município Guadalupe), nocomeço da década de 1970, propiciou avinda de grandes indústrias ao Piauí, emespecial ao Polo Industrial de Teresina.

A CHESF já investiu em transmissão,entre os anos de 2003 e 2010,aproximadamente 288, 6 milhões de reaisno Piauí. Só no nosso estado, existem 2002

km de linhas de transmissão em alta tensão e oito subestaçõesinstaladas. Uma das áreas beneficiadas durante essa fase deinvestimentos foi a subestação de Eliseu Martins, em 2007, paraatender principalmente a produção dos cerrados. “A subestaçãopermitiu o atendimento desse mercado, que tinha uma demandareprimida e melhorou substancialmente o atendimento dosconsumidores industriais, em particular a Bunge, que já estava

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instalada naquela região”, comentou Airton Feitosa. A previsãode investimentos da CHESF, em 2011, é de aproximadamente 54,9 milhões de reais.

Para possibilitar ainda o atendimento às grandes indústrias,além da instalação de subestações e ampliação das linhas detransmissão, o superintendente da CHESF garante que a usinaserá totalmente modernizada em dois anos. “Depois de 41 anosde funcionamento, estamos modernizando Boa Esperança,passando de uma operação analógica para digital”, disse.

O orgão está ainda com projetos de estudos de viabilidadecom o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (IBAMA) para a instalação de maisempreendimentos no Piauí, além da Usina de Boa Esperança.“Estamos esperando a licença prévia para leilão de mais cinconovos empreendimentos. Nossa prioridade é assegurar umdesenvolvido sustentável, com respeito ao meio ambiente,permitindo que novas indústrias se instalem no estado” comentouAirton Feitosa. Os empreendimentos são as Usinas de RibeiroGonçalves (113 MW), Uruçuí (134 MW), Cachoeira (63 MW),Estreito (56 MW) e Castelhano (64 MW).

Além da Boa Esperança, o sistema de geração de energiaelétrica do Piauí é composto ainda por quatro usinas térmicas,pertencentes à iniciativa privada, instaladas em Altos, CampoMaior, Marambaia e Nazária. Já uma das principais apostas paraa produção de energia limpa e renovável é a fonte eólica. Poressa razão há, em Parnaíba, o Parque Eólico Pedra do Sal,aproveitando os ventos favoráveis do litoral. Mas osinvestimentos em energia eólica não param por aí. Outra usinaesperada é o Parque Eólico Porto do Delta, também em Parnaíba,

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Mirócles Veras: a implantação da ZPE vai impactar no desenvolvimento econômico da região de Parnaíba.

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sob responsabilidade da empresa Tractebel Energia S.A. e que,de acordo com o Governo do Piauí, terá capacidade instalada de30 MW.

UVAS E MAÇÃS NO SEMIÁRIDO DO PIAUÍ? QUEHISTÓRIA É ESSA?

Não só uva e maçã, mas também melancia e banana. Quemdiria, há alguns anos, que seria possível produzir esses tipos defrutos em pleno semiárido piauiense? Aproveitando osinvestimentos em estruturação feitospelo Departamento Nacional de ObrasContras as Secas (DNOC) no Piauí, aCODEVASF achou importanteinvestir em agricultura irrigada,seguindo exemplo do trabalho emirrigação feito em Petrolina (PE) eJuazeiro (BA), na região do Vale doSão Francisco, e que mudou o perfileconômico dos municípios.

O pilar para o desenvolvimento naárea se deu com atração deinvestidores, formação de produtorese comercialização do produto.Contudo, esse pilar só foi estabelecidopor conta das características das terraspiauienses: solos férteis, profundos,grandes reservatórios de águasubterrânea e baixa pluviosidade.“Irrigação não se conecta muito bemcom chuva. Se chove o ano todo,prejudica o processo. Pode-seexemplificar a região de São João do Piauí, com parte do solocom muita boa qualidade e com pouca chuva”, relatou OceloRocha.

A produção das uvas começou com a implantação do projetoComunitário de Irrigação de Marrecas pela CODEVASF, emparceria com o governo do Estado e a Associação dos ProdutoresIrrigantes de Marrecas (APIM), em 2004. O projeto mudou avida de várias famílias de produtores, que passaram a explorar 22hectares de fruticultura irrigada com variedades como caju,manga, goiaba, contando, ações facilitadas com as pesquisasrealizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(EMBRAPA).

As características positivas resultam na qualidade do fruto.As uvas de São João do Piauí já renderam até nome de evento nacidade (um dos melhores do estado), o Festival da Uva. “Há 30anos não se falava em uva no Nordeste. Fizemos estudo inicialcom uva de São João do Piauí e ela deu excelente qualidade,podendo ser comparada com as de Petrolina e Juazeiro”,comentou o superintendente Ocelo Rocha. A fruta produzida emSão João tem um sabor mais doce e é chamada “uva de mesa”.

Essa iniciativa elaborada pela CODEVASF culminou com oProjeto Marrecas/Jenipapo, orçado na faixa de 40 milhões dereais, que prevê a irrigação de mil hectares de terras para afruticultura, beneficiando 200 famílias. O projeto começa com acapacitação de produtores, transporte de água, construção decanais, estações elevatórias, e outras obras estruturantes.

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Ufa! Mas, o que será produzido ali? “O projeto e o perfildos produtores selecionados é quem define isso, não adiantachegar e implantar mil hectares de uva, ou implantar 500hectares de banana se o perfil não é conhecido. Espera-se, com oprojeto, atrair investidores para a região porque foi detectado quehá solo, água e possibilidade de irrigação”, ressaltou Ocelo. Oassentamento fica praticamente a 300km do maior polo defruticultura do Brasil, em Petrolina/Juazeiro, o que poderá atrairinvestidores àquela região.

CAPITAL BRASILEIRA DO MELNão só a uva produzida no Piauí é considerada uma das mais

saborosas do Nordeste. Um dos arranjos produtivos apoiadospela Codevasf é a produção de mel na região sul. As condiçõesclimáticas, vegetação nativa e o trabalho dos produtores fazemda cidade de Picos a “capital brasileira do mel”.

“Quem conhece a microrregião de Picos sabe o que eraapicultura há dez anos e o que é hoje. Para se ter uma ideia, aCentral de Cooperativas, apoiada pela CODEVASF, foi a quemais exportou no ano passado. A Cooperativa tem certificado decomércio justo, certificação orgânica e é referência nessaatividade no exterior. Ela vende mel para os Estados Unidos,Alemanha, Itália, que é um mercado extremamente exigente”,relatou Ocelo Rocha. A região norte, nos municípios dePiracuruca e Piripiri, também vem se destacando na produção.

A opinião sobre a qualidade do trabalho que vem sendodesenvolvido em Picos é dividida com Cláudio Galeno, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e atual presidente daCâmara dos Dirigentes Lojistas de Picos. “A Central deCooperativas Apícolas do Semiárido (Casa Apis) congrega umaséria de cooperativas na fronteira com Pernambuco e Ceará, enela são realizados o processamento e envasamento do mel.

Em Picos é agregado o valor para que possa ser exportado,principalmente aos Estados Unidos”, frisou.

De acordo com a SEDET, as exportações de mel tiveramincremento de 15% no primeiro semestre de 2011 em relação aomesmo período de 2011. O desafio, segundo o superintendenteregional da CODEVASF é, além de trazer mais investimentos,atingir o consumo mercado local. “Temos que passar a consumirmais mel. Isso tem que ser transformado para baratear os custos,e para que pessoas tenham acesso a essa alimentação dequalidade”, disse ele.

Mel, uva, maçã, melancia, arroz, algodão, soja, milho,diamantes, ferro, níquel, gás natural, opalas, mármore, turmalina,esmeralda, argila, calcário ...o que mais podemos esperar de umaterra como essa? O desenvolvimento, claro! A geração deempregos, óbvio! O completo e absoluto envolvimento dasautoridades em conjunto com os empresários do setor para quenada disso fique apenas no papel e na burocracia que emperra avida. Somos privilegiados, os anfitriões do homem pré históricoque por aqui chegou a, pelo menos, cem mil anos. Somos a portade entrada do único delta a céu aberto das três Américas. A sorteestá lançada... Quem viver, verá!

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O mundo se transformou numa aldeia globalcom o e-commerce. De bicicletas a fogões(sim, até fogões), de geladeiras a

condicionadores de ar, passando por celulares,perfumes, produtos esportivos, comida e até animais, ochamado e-commerce, ou comércio eletrônico, viainternet, começa a balançar as compras e o consumo dospiauienses. Não chega a ser uma revolução, mas onegócio tem tudo para engrenar e preocupar dirigenteslojistas, que já chegaram a questionar sobre o impostodesses produtos que é descontado em sua origem, comprejuízo do estado destinatário. E você, (vamos,confesse!) o que anda comprando pela internet?

E-commerceE-commercea nova onda da economiaa nova onda da economia

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Quem já não comprou ou conhece alguémque já tenha feito compras pela internet,sejam elas de bens de consumo ou

serviço? A variedade de produtos vendidos nochamado comércio eletrônico é inúmera. Hoje, asredes sociais e os sites de compras coletivas, porexemplo, ajudam a impulsionar esse comércio,divulgando marcas ou oferecendo descontos emprodutos. No Piauí, as lojas virtuais ainda não sãomuitas, já que exigem uma estrutura para semanter, como fornecedores e distribuidores. Mas,o que podemos realmente esperar desse mercado?

A característica do comércio eletrônico noPiauí é de consumir mais objetos que vendê-los,quem garante isso é uma autoridade no assunto.“A maioria, quase 99%, da carga que é entreguevem de fora do Piauí, mas existem empresas,como uma do interior, na cidade de Picos, queexporta peças de moto para outras localidades”,revelou Benedito Martins, gerente de vendas dosCorreios no Piauí. Nesse caso, a empresa utiliza o serviço E-sedex, disponibilizado, em contrato com os Correios, paraatender o comércio pela internet.

Por mês, o E-sedex já compromete aproximadamente 26% dototal de encomendas expressas enviadas pelos Correios aoestado. E esse número pode crescer muito mais, afirma BeneditoMartins, principalmente com o acesso de mais pessoas aoscartões de crédito. “As classes C e D, hoje, têm acesso ao cartão,existem bandeiras específicas para atender esse público. Porconta disso, cada compra que uma pessoa faz é um extratogerado, e os Correios fazem a entrega do produto”, disse ogerente.

No entanto, nada impede que uma empresa de menor porte váaté uma agência dos Correios para fazer postagem para outrosestados. É exatamente isso que faz Roselandi Sousa, proprietáriade uma loja de lingerie e produtos sex-shop, em Teresina. Aempresária, que assume o “vício” de comprar todos os tipos deprodutos pela internet, teve a idéia de expandir o negócio daAbsoluta Lingerie para o mundo virtual em fevereiro de 2010.

“Alguns fatores específicos me influenciaram na decisão. Umdeles foi agregar valores à loja física e o segundo foi que nãohavia uma loja virtual no Piauí para vender esse segmento.Aliado a isso, muitas pessoas pediam para que eu fosse deixar oproduto nas casas delas e pagar com cartão de crédito, o que épossível através do site”, falou a empresária.

Roselandi Sousa garante que com a loja virtual há maisoportunidades de vendas. “As vendas são maiores para fora doPiauí, com Brasília, Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ). A gente jáfechou também parceria com uma fabricante de lingeries deMinas Gerais”, contou. Como interagir com esses clientes, já quenão há contato direto? Para fazer o atendimento, principalmenteos que não moram no estado, a empresária utiliza, além dotelefone, as redes sociais, ferramentas que permitem aindadivulgar a loja e seus produtos.

Ela acredita que muitas empresas não aderiram à loja virtualainda por conta das despesas para mantê-la, mas com organiza-ção, isso é possível. Já para o gerente de vendas dos Correios,Benedito Martins, lojas que comercializam produtos pela internetno Piauí, apesar de ainda serem poucas, em breve serão uma

tendência. “Acredito que seja um movimento que vaicomeçar a crescer porque as pequenas empresas vãoseguir as lojas de grande porte, que tem tanto lojafísica como virtual, além do fato de mais consumido-res estarem se inserido nesse mercado”, comentou.

Em Teresina, as encomendas são separadas porregião. Os Correios proíbem a comercialização deanimais silvestres, drogas e outros itens, mas o pessoalque trabalha na área garante que até ossada humana jápassou por ali, embora este tipo de “mercadoria” estejana lista dos proibidos. Assim como a variedade deprodutos, os remetentes também são os mais eqüidis-tantes possíveis. China, Hong Kong, Taiwan e,acredite, até o velho e bom Paraguai, tornaram-senossos vizinhos próximos, depois do e-commerce.

Benedito Martins: Gerente de vendas dos Correios do Piauí.

Roselandi Sousa: lingerie e produtos sex-shop pela net.

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Piauí possui osexto metroquadrado maisbarato do paísSegundo o IBGE e a CEF o custo

da construção por metro quadrado

no Estado é de R$ 735,80

OPiauí possui o sexto metro quadrado mais baratoda construção civil em todo o país. De acordocom levantamento realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convêniocom a Caixa Econômica Federal (CEF), o custo da constru-ção por metro quadrado no Estado é de R$ 735,80, maiorapenas do que o observado em Sergipe, Pernambuco, RioGrande do Norte, Amapá e Espírito Santo.

Segundo o Índice Nacional da Construção Civil,divulgado ontem, o preço do metro quadrado da construçãocivil no Piauí registrou um aumento de 0,14% em junho,em relação a maio. A variação só foi maior do que averificada em Roraima, Pará, Amapá, Ceará, Rio Grandedo Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

O preço do metro quadrado na construção civil no Piauíé menor do que a média praticada no Nordeste (R$ 754,27)e no país (R$ 795,64). A variação do preço em relação amaior observada no Estado também foi inferior a nordesti-na (0,48%) e a nacional (0,60%). Estes resultados sãocalculados mensalmente pelo IBGE por meio de convêniocom a Caixa Econômica Federal, a partir do SistemaNacional de Pesquisa de Custos e Índices da ConstruçãoCivil (Sinapi).

O Sinapi, criado em 1969, tem como objetivo a produ-ção de informações de custos e índices de forma sistemati-zada e com abrangência nacional, visando à elaboração eavaliação de orçamentos, como também acompanhamentode custos. Em 2002, o Congresso Nacional aprovou atravésda Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a adoção doSinapi como referência para delimitação dos custos deexecução de obras públicas.A construção civil no Piauí teve um crescimento elevadonos últimos anos. Obras públicas e iniciativa privadafizeram com que muitas obras fossem postas em prática noEstado. Isso faz com que aumente o número de empregosnesta área em específico, porém, a mão de obra no Piauítem migrado para outros Estados, principalmente aquelesque irão sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Fonte: IBGE

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Quem trafega por algumas das principais vias deTeresina, atualmente, observa um cenáriodiferente na arqueologia urbana da capital de

alguns anos atrás. Num abrir e fechar de olhos surgemnovos prédios residenciais e comerciais, além dehotéis e outros empreendimentos imobiliários,surpreendendo o próprio teresinense e transformandoa paisagem da ex-bucólica e pacata Teresina de poucasdécadas atrás. Grandes lojas e supermercadosaterrissam por aqui, disputando, metro a metro, nossoespaço urbano.

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COMÉRCIO: ELES CONTINUAM CHEGANDO(ALGUNS JÁ ESTÃO CONFORTAVELMENTE

INSTALADOS)É claro que esta mudança não está acontecendo aleatoriamen-

te. Tudo isso faz parte da dinâmica do mercado e da economia dopaís, que deu também uma reviravolta surpreendente nos últimostempos, passando ao largo da chamada e alardeada criseeconômica mundial. Além disso, esforços por parte do governomunicipal, estadual e até federal, são vistos como fatorespositivos no sentido de captar investidores e facilitar a chegadadesses novos visitantes ao nosso estado.

Em nível estadual, este projeto faz parte de um novo conceitoou uma nova mentalidade em superar uma velha e antigaconcepção que sempre via o estado como uma espécie de“salvador da pátria”. JorgeLopes, coordenador deProjetos Estratégicos doEstado, resume bem estaquestão: “atrair a iniciativaprivada para comandar oprocesso de desenvolvimentoé o foco do governo piauiensehoje, inclusive com parceriasem obras de infraestrutura”,arremata o piauiense quetambém é da iniciativaprivada.

Começando pelo setor comercial, que desde fevereiroTeresina vem recebendo fortes investimentos com a inauguraçãode vários empreendimentos do setor supermercadista. Como

Franquias de restaurantes e hotéis com grifesinternacionais, idem. Enfim, tudo indica que um novociclo econômico começa a se desenhar em nossaeconomia, sem prazo para acabar. Os exemplospodem ser largamente vistos e sentidos(principalmente sentidos) nas Avenidas PresidenteKennedy e João XXIII, reforçando a predominânciado setor terciário (comércio e serviços) e aumentandoainda mais o poder de comercialização da zona lesteda capital piauiense. Isso é bom ou ruim? É o que oleitor vai saber agora.

Jorge Lopes: a iniciativa privadacomanda o desenvolvimento.

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exemplos há o Hipermercado Atacadão, rede atacado-varejistado grupo multinacional Carrefour, que foi construído em áreacomprada do empresário Raimundo Rios (Casa Rios), ligada aum terreno doado pela prefeitura na Zona Norte, com sete milmetros quadrados, num espaço pouco maior que dezoito mil eoitocentos metros quadrados e avaliado em R$ 2,3 milhões. Olocal da área é chamado de Lagoinha, e sofre enchentes quandoas chuvas são mais rigorosas em Teresina. Por isso, foi feitanegociação com a Procuradoria Geral do Município que concluiua celebração de um Termo de Contrato para que o Carrefourcomprasse as bombas e evitasse essas enchentes. O valor dasbombas? Quase o valor do terreno: R$ 2,7 milhões de reais.

O Maxxi Atacado somou aos outros empreendimentos dogrupo Wal-Mart na cidade, com as lojas Bompreço e HiperBompreço. Este último com investimento na ordem de 65milhões de reais e com promessa de expandir mercado paraalgumas cidades do interior do estado. Consideradas “ecoeficientes”, estas lojas devem consumir menos 25% menosenergia e 40% menos água. O local onde está instalado hoje onovo Bom Preço foi sede do tradicional Piauí Esporte Clube etambém um dos gramados mais utilizados para treinamento deescolinhas de futebol.

Uma unidade do Extra Hiper, inaugurada em 2010, perten-cente ao Grupo Pão de Açúcar, também reforçou a chegadadesses grandes grupos. O Grupo, aliás, considera Teresina comoopção para investimentos com resultados certos. Há 28 anos atuana capital, com quatro lojas da bandeira Pão de Açúcar, erecentemente inaugurou o Extra Hipermercado, que teveinvestimentos na ordem de R$ 30 milhões de reais ocupandouma área construída de quase seis mil metros quadrados egerando, com as duas bandeiras, cerca de 1800 empregos diretose indiretos. Para quem não lembra mais, o local onde está fincadaa bandeira do grupo de Abílio Dinis, era o antigo Clube dasClasses Produtoras do Piauí.

Lá pelas décadas de 70 e 80, o clube fazia seus famososbailes ao som de “Os Geniais”, banda da cidade de Amarante quemovimentava o lugar, além das marchinhas carnavalescas ebailes de nomes pitorescos como o famoso “Clube do Bolinha”,as festas do Caju (que elegiam a sua rainha) e bailes que elegiama beleza negra da cidade, o “Miss Escurinha”, promovido pelafamosa colunista social Elvira Raulino.

Isso tudo ficou para trás pelo valor de 20 milhões de reais. Anegociação foi feita em 2009. Em 2011, em apenas três dias, asruínas do que um dia foi um clube foram abaixo e deram lugar aoimponente Extra Hiper que agora emoldura a Avenida Kennedy.Houve protestos por parte dos ambientalistas que consideravam aárea como uma das últimas reservas florestais da área urbana deTeresina. Quem conheceu o velho clube, sabia que ele guardavaalgumas características de um parque florestal abrigando animaissilvestres ameaçados de extinção como os soins.

CONCENTRAÇÃO POR METRO QUADRADODuzentos e cinquenta milhões de reais: este é o número exato

do investimento que juntamente com as três grandes redes desupermercados – Extra, Wal-Mart e Carrefour - um pool de oitoindústrias e empresas do estado de Goiás pretende investir nacapital piauienses com a implantação de lojas e fábricas.

O prefeito de Teresina Elmano Férrer, disse em entrevistaque, oito empresas de Goiás, das cidades de Anápolis e Goiânia,

Mas, quem tem medo da concorrência?Reginaldo e Van Carvalho, respectivamente presidente e vice-

presidente do Grupo Carvalho, controlador da rede de supermercadosComercial Carvalho, garantem que não tem. Mesmo com a concorrênciadireta de várias redes atacadistas e varejistas em Teresina, a empresafundada em 1986, na capital, continua avançando e expandindo o negóciono ramo de supermercados.

“Nós não tivemos e não temos medo da concorrência porque semprenos preparamos pra isso. Sabemos que o mercado é pra quem faz o melhor,então só tivemos mesmo que procurar melhorar em termo de infraestrutura,profissionalização e capacitação dos funcionários”, relatou em entrevista,Van Carvalho, que mantém sob a sua batuta 7.800 empregados diretos.

Mesmo com tantas redes estreando em Teresina, uma grande vantagempara o Grupo Carvalho é que dificilmente essas empresas de fora vão seinstalar em bairros mais afastados, ou cidades do interior. “Mas, nossapreocupação em ir para os bairros não foi pensando somente na concorrên-cia, mas uma forma da gente estar bem distribuído na cidade e atendermelhor os clientes”, disse a vice-presidente, demonstrando segurança emsua fala.

O Grupo conta hoje com 52 lojas espalhadas pelo Piauí e Maranhão, ecom vistas a aumentar esse número nos próximos anos. Só em Teresinaexistem 40 unidades do Supermercado Carvalho, e no Maranhão há lojasem Timon, Caxias a Bacabal. Alguns projetos incluem ainda a instalaçãode uma filial em Codó, também no estado vizinho, e a reconstrução a lojado bairro Dirceu Arcoverde, na capital piauiense, que já tem mais de 12anos e não cobre mais a demanda daquela comunidade.

Com uma média de crescimento atual de 20% ao ano, os númerosmostram que o Grupo Carvalho está posicionado entre as maioresempresas do país. E quem indica isso é a publicação Melhores e Maiores,da Revista Exame, que classificou o Comercial Carvalho entre as 500principais empresas do setor varejistas do país em 2009. Só no anopassado, com a junção das lojas de atacado e varejo, o Grupo faturou 1bilhão e 500 mil reais.

“O Carvalho sempre procurou estar bem preparado. Mesmo quandoestávamos sozinhos no mercado, procuramos manter um preço justo ebuscamos novosmercados. Nãovamos dizer quesomos 100%,mas oferecemosmais variedades edamos maiscomodidade aocliente, massabemos quesempreprecisamosmelhorar”,explicou VanCarvalho.

Entre a variedade de produtos e serviços oferecida pelo Grupo dentrodas lojas está a marca Diamantina, que vende joias dentro das principaisfiliais do Comercial Carvalho, e os restaurantes. “Quando a gente pensa emcolocar um novo negócio, colocamos dentro do supermercado para ver aaceitação. Um dos nossos planos é abrir um espaço de entretenimento, nafilial da Avenida Presidente Kennedy, com jogos, para levar para dentro daloja tanto o público jovem quanto o adulto”, revela Van Carvalho, vicepresidente do Grupo com uma calma de dar inveja a qualquer monge Zen.

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já fizeram contato com a prefeitura e o governo do Piauí parainstalação de suas indústrias, uma delas na área farmacêutica. Eleafirmou também que a prefeitura se compromete a entregar aessas empresas 50% da infraestrutura de água, esgotos e energia.O governo deverá entrar com os outros 50%.

Analisando com cuidado os critérios para que esses grandesempreendimentos se instalem por aqui, podemos listar o poderaquisitivo da população, a quantidade de habitantes por região e,é claro, a concorrência. Segundo o economista Flávio Germano,por origem, essas empresas começaram a se instalar nos grandescentros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizontee Brasília. Quando essas cidades começaram a ficar “congestio-nadas” de supermercados, elas passaram a “investigar” omercado em regiões mais distantes de suas sedes.

“Teresina está com mercado em crescimento. Nessa novadécada, as cidades menores são as que mais crescerão. Isso fazcom que tenham uma maior visibilidade e melhor situação paraconseguir aumentar a renda dessas lojas com ampliação de suasfiliais”, explica o economista. O problema é que as empresas, aose instalarem em Teresina, geram uma concentração por metroquadrado na chamada zona nobre da cidade, elitizando aindamais a zona leste e dificultando o crescimento de outras zonasmais populares.

Apesar da chegada de grandes empresas aumentarem aconcorrência, as empresas locais têm a vantagem de implantaremlojas em praticamente todos os bairros, a exemplo do ComercialCarvalho, que opera também no interior do estado. “No geral, asempresas locais têm a opção de ir para o interior. Elas vão aPicos, a Parnaíba, Floriano... para as cidades onde não há muitaconcorrência. Isso faz com que haja espaço para todo mundo”,explicou Flávio Germano.

Um dado importante: no ano passado, justamente quando amaioria dessas empresas se instalou na capital, o Piauí teve asegunda maior taxa de crescimento do emprego formal do Brasil,o que correspondeu a mais de 22 mil vagas abertas. A informaçãoé do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados(CAGED). Os setores que mais empregaram foram a construçãocivil e o comércio.

CHUVA DE INVESTIMENTOS PUXA A SETA DAECONOMIA PARA CIMA

E não é só o setor de supermercados que puxa para cima aseta dos investimentos feitos no Piauí. O comércio de Teresinatem perspectiva de se desenvolver mais ainda com a chegada denovos centros comerciais, como a construção de um novoshopping pelo Grupo Sá Cavalcante, além da ampliação deoutros centros comerciais já existentes, como o TeresinaShopping. Este último terá, depois da reforma, 210 lojassatélites, lojas âncoras e megalojas instaladas num complexocom escadas rolantes, elevadores e edifícios garagem comcapacidade para receber 2.400 veículos.

O novo shopping, do Grupo Sá Cavalcante – que se chamaráRio Poty – será um complexo multiuso (mistura shoppingscenters a torres de escritórios e edifícios residenciais), construídona Avenida Marechal Castelo Branco, um local de fácil confluên-cia principalmente depois da inauguração da Ponte Estaiada, etem previsão de inauguração para 2013. Com um investimentoque beira R$ 1 bilhão de reais, inclui a urbanização de um bairrointeiro. Uma novidade em termos imobiliários no Piauí.

Fundada no Maranhão há 36 anos por Walter de SáCavalcante Júnior, a firma começou no ramo da construção civil.Entrou no setor de Shoppings Center em 1996, quando adquiriuum conjunto comercial falido no Rio de Janeiro.Em entrevista a Revista Valor, o empresário Walter de SáCavalcante, presidente do grupo e filho do meio do fundador,afirma que o grupo Sá Cavalcante planeja construir sete novosshoppings em cinco anos no Brasil e em 2013 pretende inaugurardois deles: um em Teresina e outro na capital fluminense.

Na área do varejo de eletrodoméstico houve também uma“invasão” de grandes empresas, como a Insinuante, MagazineLuiza e Lojas Maia, num segmento que era dominado pratica-mente por grupos locais deste ramo. Por que isso aconteceu? Deacordo com o economista Flávio Germano, antes, uma populaçãodominada pelas classes C, D não tinha como adquirir eletrodo-mésticos e móveis em razão dos prazos que eram muito curtos edos juros que eram muito altos. Com a estabilização da economiae da inflação, hoje, as ofertas são muito maiores.

“É possível dividir em até 18 vezes, praticamente sem juros,produtos como eletrodomésticos, o que gerou um poder decompra muito grande e aumento na oferta de crédito. Quase todomundo possui, também, cartão de crédito e os supermercadosabriram oportunidades para comprar mais ainda com os próprioscartões das lojas. Isso dá um poder aquisitivo muito grande”,relatou Flávio Germano.

Para incrementar este quadro, a prefeitura de Teresina,recebeu neste primeiro semestre, a visita do empresário portu-guês Manoel Moutinho Cardoso, interessado em investir naconstrução de edifícios garagem na capital, principalmente noCentro, que está congestionado e com falta de estacionamentos,devido o aumento de veículos. Cardoso manifestou interesse emviabilizar uma parceria público privada nesse sentido. Ele étitular da empresa CODEGIR, da região do Porto, em Portugal ejá mantém empreendimentos no vizinho estado do Ceará.

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HOTELARIA DE GRIFE COM BANDEIRASINTERNACIONAIS

Um dos ramos que promete um grande crescimento nestajogada é, sem dúvida, o hoteleiro, tanto para grupos locais comopara grupos de fora do estado e até internacionais. Um dosexemplos mais recentes foi a chegada do Blue Tree Hotels queincorporou o Rio Poty Hotel, às margens do rio do mesmo nome.Numa negociação inédita até agora no Piauí, a rede Blue Tree, depropriedade da nissei Chieko Aoki, que antes teve passagemcomo vice-presidente do Citibank, disse em Teresina que estáapostando em estados com novas economias, referindo-se aoagronegócio que começa a tomar fôlego no Piauí. Apostando emperfis de hotéis de negócios, a nova administração já começoucom algumas mudanças na área de eventos, que tornam o hotelpropício para isso: “essas mudanças são feitas para que novossegmentos possam vir”, afirmou ela em sua passagem pelo Piauí.A negociação envolveu somente a parte administrativa do hotel,que continua pertencendo ao empresário Paulo Guimarães, mascom lucros divididos ao meio. O empreendimento foi lançadocomo uma franquia da rede no estado.

Conhecida por ser uma cidade de negócios e eventos, a atualoferta de hotéis decididamente não atende a quantidade depessoas que visitam Teresina. Para isso, a prefeitura estáoferecendo incentivos fiscais, como redução de ISS (ImpostoSobre Serviço) para a instalação de empresas hoteleiras nacapital.

Dois grandes grupos que já atuam no setor - Manuel Arrey eR. Damásio – pretendem investir pesado no ramo hoteleiro emTeresina. Segundo o secretário Alexandre Magalhães, da

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo(SEMDEC): “existe um hotel em construção, com 200 quartos,pertencente ao grupo Manuel Arrey que vai incorporar umabandeira internacional. Além disso, existem outros grupos defora que estão interessados em investir aqui, como um de SãoLuís”.

O Grupo R. Damásio tem pretensão de construir mais trêshotéis em Teresina, passando a atender um público maior eatingindo os segmentos de 4, 3 e 2 estrelas. Por telefone, odiretor comercial do grupo, Danilo Damásio, disse que não sótem a intenção, mas já tem até o dinheiro para construir oshotéis, faltando apenas desenrolar alguns trâmites burocráticosjuntos aos órgãos públicos municipais.

Já o Grupo Arrey investe num hotel que, ao que tudo indica,será o maior da capital. Com 200 apartamentos distribuídos numprédio de cinco andares, o hotel terá ainda um auditório para1.500 pessoas, piscinas e será localizado no bairro de SãoCristovão, na zona leste. Será um hotel para executivos, mas compadrão acima do oferecido por outros hotéis na capital. Sobre abandeira que será incorporada ao empreendimento, discute-seainda se será a Holyday Inn Brasil, que pertence à rede inglesaInterContinental Hotels Group (IHG), uma marca forte ereconhecida no mundo inteiro, ou se terá bandeira própria.

O investimento no setor também vai ajudar no fortalecimentodo turismo. Para o economista Flávio Germano, quem pousar noBrasil por conta da Copa do Mundo, em 2012, vai aproveitarpara conhecer as belezas não só das sedes, como Fortaleza, masdas cidades próximas “É preciso montar uma estrutura para queas pessoas visitem o Piauí, já que, além de Teresina, existe o

Presente já em 15

cidades de todo BrasilCriada em 1997 com o sloganBlue Tree Hotels - acolhimentomais que personalizado, a rede dehotéis, comandada pela dama dahotelaria Chieko Aoki, conquistouo posto de rede de hotéis maisconceituada do país pela elegância,estilo próprio, inovação eexcelência dos serviços oferecidos,produtos e pessoas. Motivada peloseu crescimento natural e pelacarência de hotéis com alto padrãode serviços, a empresa entrou, jáno começo de sua atuação, nossegmentos de business, luxo eresorts. A estratégia da rede éadaptar seu estilo de atendimento,que privilegia o encantamento docliente, em todos os hotéis queadministra, independente dacategoria em que estão inseridos.Hoje, a empresa está presente em15 cidades brasileiras, operando 25hotéis e também na Argentina,operando tanto hotéis voltadospara o mercado de viagens denegócios quanto completosempreendimentos de lazer, nosresorts que administra.

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Warton Santos: 16 novas indústrias se instalaram no Piauí em 2011.

litoral, o turismo ecológico e arqueológico. Então, quem fizerisso melhor terá mais condição de receber o fluxo de turistas etrazer investimentos pra toda essa região”, disse.

Sobre este assunto, há atualmente uma celeuma em torno doaeroporto internacional de São Raimundo Nonato, com obras

iniciadas pelaConstrutora Sucesso,mas paralisado porfalta de repasse deverbas do governo. Deacordo com aarqueóloga NièdeGuidon, presidente daFundação Museu doHomem Americano(FUMDHAM), eadministradora doParque Nacional daSerra da Capivara, queguarda os primeirosvestígios do homemamericano em solopiauiense, há gruposde investidoresinteressados emprivatizar o aeroporto,assim como construirhotéis, museus eparques temáticos naregião: “um deles é oRoyal Emirates

Group, o mesmo da Cia Aérea Emirates, o outro é um grupo deorigem chinesa”, revelou a arqueóloga para a revistaImóveis&Negócios.

E vem aí o primeiro Habib's, rede de restaurante famosa porseus quitutes da cozinha árabe. Quem traz a franquia para o Piauíé o empresário Francisco Joacir Sampaio da Rede de FarmáciasLusitânia, vendida recentemente para o Grupo Jorge Batista. Afranquia será instalada até o final deste ano e aumentará onúmero de franquias de restaurantes recém instalados emTeresina, tais como o Vignoli e o Babbo Giovanni, localizados naAvenida Nossa Senhora de Fátima, provavelmente local do novoHabib's.

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SETOR INDUSTRIAL VISLUMBRA UM NOVO PIAUÍSe o comércio está “bombando”, o que dirá a chegada de

grandes indústrias no Piauí? Só no ano de 2011, 16 indústriasconseguiram o aval para se instalar no Piauí, de acordo com aSecretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico eTecnológico (SEDET) Warton Santos. Esse número significativorevela que o setor industrial da região vem recebendo váriosinvestimentos.

Entre os atrativos estão cerca de 8,5 milhões de áreasagricultáveis no cerrado piauiense. No semiárido, há o boom dadescoberta potencial mineral, como ferro, níquel e opala. Nonorte, os tabuleiros litorâneos oferecem várias áreas compotencial para agricultura irrigada. “Estamos visando mais osetor industrial porque não tínhamos esta vocação. O Piauí temmuitas potencialidades eestamos querendoaproveitar isso”, comen-tou o secretário.

A Lei Estadual deIncentivo Fiscal podetambém ser apontadacomo um fator quepermite a crescentevisibilidade do Piauí emreceber indústrias, o quejá fez com que empresári-os de países comoPortugal e China visitas-sem o estado. “Temos aquestão dos incentivosfiscais, o ICMS (Impostosobre Circulação deMercadorias e Prestaçãode Serviços) que vocêdispensa em algumassituações. Temos tambémos distritos industriais, aexemplo de Picos eTeresina, onde damosenergia, água, arruamento e local para a implantação dasindústrias”, explicou o secretário estadual.

A região de Picos, que fica num dos maiores entroncamentosrodoviários do Brasil, é uma das áreas onde há a maior instalaçãode novas indústrias. Entre as fábricas que já se instalaram nestedistrito, está a Pincol, de fabricação de postes. De acordo comWarton Santos, além de incentivar os empresários a investiremno Piauí, pretende-se reerguer empresas como a Piauí Têxtil,uma usina de beneficiamento de algodão.

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Polos Industriais de TeresinaAntes de uma indústria se instalar em qualquer lugar, há a

análise de diversos aspectos, como o interesse da cidade no setorexplorado, o mercado consumidor e a receita da cidade. Contudo,além de produzir e ter mercado, é necessário escoar a produção:saber pra onde ela vai e de que forma sairá. Mas, isso não éproblema por aqui: “Teresina está bem localizada geografica-mente. A proximidade de dois portos, de Itaqui, no Maranhão, ePecém, no Ceará, e a interligação com duas BRs (BR 343 e BR316) facilitam o escoamento”, explicou Alexandre Magalhães, daSemdec.

Em Teresina, o grande atrativo para quem quer investir são osPolos Industriais Norte e Sul, onde existem terrenos disponíveispara a instalação de grandes indústrias. As áreas produzem umavariedade grande de produtos, que passam pelo setor alimentos,como mel, milho, arroz, até indústrias de cosméticos e artefatosmetálicos.

Entre as empresas que já estiveram na capital piauiense paraanalisar a infraestrutura disponível estão a Hope Lingerie e umamultinacional de ração animal, a Fri Ribe. “A fábrica Hope estárealmente muito interessada. Já veio aqui, prospectou, viu galpãono Polo Industrial e está em fase de formalização de sua vinda.Outra é a fábrica de rações,uma multinacional quequer construir uma dasmaiores fábricas doNordeste no Polo. Essasempresas vêm, prospec-tam, formalizam processo,até a gente encontrar ascondições ideais para seinstalarem”, explicou osecretário municipal.

Com a instalação daHope, as expectativas deserem gerados cerca de500 empregos imediatos,além da projeção de maismil postos de trabalho emcinco anos, animam asautoridades municipais.Daniel Czerwinski garantiusua intenção de montaraqui uma das maioresfábricas do Brasil: “Vamoscomeçar com o nome dafábrica que vai se chamarHope Brasil Ltda”.

A propósito, quem esteve também fazendo uma visitinha decortesia também para o prefeito Elmano Férrer neste primeirosemestre de 2011 foi o embaixador chinês Qiu Xiaoqi, quepretende fazer acordos de cooperação nas áreas de mineração,alimentos como a soja e energia. Negócio da China, made inPiauí!

Empresários da Hope em visita a Prefeitura

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Aprimeira etapa da obras de expansão do Teresina

Shopping avança e chega a sua segunda fase, até o final

desta etapa da obra serão realizadas, ainda, as fases de

cobertura, fechamentos, instalações, acabamentos, pintura, limpeza

que culminarão com a entrega da obra. Nesta segunda fase da obra

será realizada a colocação dos pilares, das vigas e da laje, todos

fabricados em material pré-moldado, o que facilita a implantação e,

também, garante rapidez e segurança à obra.

Antes de iniciar propriamente a obra, a equipe formada por sete

engenheiros, três arquitetos e mais de quatrocentos operários

realizou a Pré-Obra, um conjunto de atividades que envolveram a

construção do canteiro de obras, da nova casa do lixo, do estacio-

namento externo e, ainda, a abertura de novas vagas de estaciona-

mento em áreas antes não utilizadas e o deslocamento dos

quiosques, que antes ocupavam a parte externa, próximo ao Hiper

Bom Preço e, agora, estão numa nova área externa, próximo à

Praça de Alimentação.

Uma grande preocupação da equipe foi evitar a perda de vagas

de estacionamento com o avanço da obra. “Para que não houvesse

perda de vagas de estacionamento em virtude da obra de amplia-

ção, deslocamos as vagas hoje ocupadas pela obra para outras

áreas. Parte das vagas foi realocada no local onde é realizada a

Praia de Verão, próximo ao Armazém Paraíba, cerca de quatrocen-

tas vagas foram abertas no local onde funcionava a antiga casa do

lixo, próximo ao Espaço Saúde. Também construímos um

estacionamento externo, na arena show, com capacidade para mil

veículos, e que conta com a mesma segurança e infraestrutura do

estacionamento interno, mas com a vantagem de ser gratuito.

Tivemos, ainda, a preocupação de construir passarelas cobertas,

ligando o estacionamento externo ao Teresina Shopping, protegen-

Ampliação do Teresina Shoppingconheça passo a passo este processo

do assim os visitantes e funcionários do sol e da chuva durante o

deslocamento”, explicou o engenheiro Fabrício Amaral.

Após o período de Pré-Obra, a equipe debruçou-se sobre um

novo desafio, a fase de infraestrutura, a primeira fase da obra

propriamente dita. Neste momento inicial os operários realizaram a

locação, trabalho que consiste na delimitação das áreas da obra, na

limpeza do terreno realizada através da remoção do jardim,

calçadas e meio-fios e na colocação dos tapumes. Nesta fase

também foi realizada a perfuração do solo para fixação das estacas

e concretagem dos blocos, com destaque para o emprego de um

equipamento moderno monitorado por computador, a estaca hélice

contínua, um dos grandes diferenciais da obra do Teresina

Shopping. “Está é a primeira vez que uma obra no Estado utiliza

este equipamento, com ele alcançamos profundidades de variam de

10 a 14 metros”, explicou o engenheiro.

Com o início da segunda fase da obra, no dia 27 de maio, a

construção finalmente passará a ser visível aos olhos curiosos de

lojistas, clientes e da comunidade em geral. Isto porque, as estacas

e os blocos foram construídos no nível abaixo do solo, já os

pilares, as vigas e a laje, que integram essa segunda fase da obra,

batizada de super-estrutura, rompem o solo em direção ao alto.

Esta segunda fase também reserva novidades ao ramo da

construção civil do Estado. Todos os itens nela utilizados têm a

vantagem de ser pré-moldados. Outro diferencial é a utilização

central de concreto, uma usina onde é fabricado todo o concreto da

obra. A obra é muito grande e tem uma demanda por concreto

crescente, isso compensou o deslocamento de uma central de

concreto para o canteiro de obras. Essa central tem a capacidade de

produzir 50 m3/h. Em apenas 4 meses, de fevereiro a maio, foram

consumidos mais de 5 mil metros cúbicos de concreto e mais de

duzentas toneladas de aço ”, explicou o

engenheiro.

O tamanho do canteiro de obras antecipa

a dimensão da obra de ampliação do

Teresina Shopping. O canteiro possui

31.184,40 m2 e é equipado com escritório,

refeitório, áreas de vivências - vestiário,

banheiros e uma área destinada ao descanso

dos funcionários - estacionamento, almoxa-

rifado, centrais de carpintaria, ferragens,

concreto, estacionamento e pátio para

estoque de materiais.

Nesta fase, a obra conta com 413

operários, mas a expectativa é que no pico

da obra chegue-se a ter seiscentas vagas de

trabalho diretas e outras seiscentas vagas

indiretas.

O cronograma de execução da obra está

sendo plenamente cumprido. “Cada fase da

obra foi programada com a preocupação de

atender as necessidades dos lojistas e dos

clientes. Obedecemos rigorosamente o

calendário comercial do Shopping, para

garantir o seu pleno funcionamento durante a obra, e o mínimo de

interferência na rotina de toda a comunidade envolvida”, assegurou

o engenheiro Fabrício Amaral.

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turismo

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A riqueza

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turismo

Oque mais atrai você no momento de escolher

um lugar para visitar: o contato com a

natureza, os lugares históricos, a cultura local?

Adiversidade das belezas é um dos fatores que fazem do

Piauí um estado singular para o turismo. Ao Norte,

temos a menor faixa litorânea do Brasil, com apenas 66

km de extensão, mas em compensação somos a porta de

entrada para o Delta, o único em mar aberto das

Américas, além de praias que fazem você querer ficar

até o pôr-do-sol. Ao Sudeste, a Serra da Capivara, em

São Raimundo Nonato, mais conhecida como o berço

do homem americano. Sim, foi aqui mesmo que o

primeiro homem americano botou o pé pela primeira

vez. São mais de 25 mil pinturas nos 300 sítios

cadastrados que testemunham esta odisséia pré-

histórica. Se você ainda não conhece esses ou outros

pontos turísticos, sinta-se à vontade para fazer uma

breve leitura antes de fazer as malas.

do turismo piauiense

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turismo

Olitoral piauiense tem vários pontos que merecem ser

visitados. Aliás, gente de todas as partes do mundo

principalmente o europeu, costuma dar o ar da graça

por nossas praias paradisíacas. Os torneios de Kit-Surf já estão

no calendário e na agenda dos atletas e admiradores do esporte.

Um dos redutos desse tipo de esporte é a Praia do Coqueiro e

Barra Grande, que tem ventos a favor. Além do pequeno braço

do Atlântico que permite essa prática.

No começo de 2011, a orla de Atalaia, uma das praias mais

visitadas do litoral, foi totalmente reestrutura pra dar mais

conforto aos turistas. “As pessoas ficam encantadas com a orla

do nosso estado, é pequena, mas muito bonita”, comentou Castro

Neto, secretário estadual de Infraestrutura. Avaliada em R$

7.523.267, 67, a obra, sob responsabilidade da Seinfra, urbanizou

2 km da praia com pavimentação e sinalização viária, além de

construir banheiros públicos, quiosques, entre outras áreas.

Ainda no litoral, a cidade de Parnaíba é considerada porta de

entrada para o Delta do Parnaíba, o único em mar aberto das

Américas, localizado na divisa com o Maranhão. No Delta, o

cenário paradisíaco fica por conta das dunas, dos mangues, as

lagoas costeiras e os espelhos d´água. Por isso, a prática do

ecoturismo é comum no litoral, que tem ainda Cajueiro da Praia

e Ilha Grande como os destinos mais procurados. Ah, não dá para

esquecer as peças de rendas e outros objetos artesanais produzi-

dos no litoral pelas rendeiras do Morro da Mariana e que atraem

turistas interessados em objetos que agregam beleza e represen-

tam a cultural local.

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Deixando o litoral e desbravando o interior do estado, um dos

pontos turísticos mais visitados, e divulgados na mídia nacional,

é o Parque Nacional Serra da Capivara. Ali está a maior concen-

tração de pinturas rupestres do mundo, cerca de 25 mil pinturas

em 300 sítios cadastrados. Com o título de Patrimônio Cultural

da Humanidade, declarado pela UNESCO, em 1991, a Serra tem

à frente na conservação (junto a outros órgãos, como o Ibama) e

pesquisa a arqueóloga Niède Guidon, presidente da Fundação

Museu do Homem Americano (Fundham).

A Serra da Capivara, considerada um verdadeiro paraíso

ecológico em plena região de Caatinga, guarda indícios, com

desenhos rupestres, que o homem chegou às Américas há 50 mil

anos. Mas há outros indícios que constatam que esta passagem

por aqui há pelo menos 100 mil anos. Nada mal, heim? Com

isso, podemos dizer que somos os anfitriões pré-históricos do

Brasil e das Américas. No Parque, além dos sítios arqueológicos

e suas inscrições rupestres, o turista pode visitar o Museu do

Homem Americano, que guarda utensílios e desenhos que

identificam como viviam e os rituais do homem primitivo.

Aí sim, neste museu, pode-se ter uma idéia do trabalho da

equipe da arqueóloga e do que foi encontrado durantes 38 anos

de pesquisa. A entrada que dá acesso ao museu – pasme – custa

apenas 3 reais. Um preço tão simbólico como este é capaz de

transformar você, visitante, num arqueólogo de um momento

para outro. Com um auxílio de um pincel, você pode tocar na

tela e entrar no mundo mágico das escavações da Serra da

Capivara. Entre uma pincelada e outra, vão aparecendo diante de

seus olhos, objetos, esqueletos, urnas funerárias, machadinhas,

arcos e flechas...enfim, pinturas pitorescas, engraçadas, e às

vezes inexplicáveis... o mundo primitivo da mente humana.

Porém, apesar da importância, não é só na Serra da Capivara

que se encontram sítios arqueológicos no Piauí. Todo o estado é

cravejado de vestígios arqueológicos, entre os mais visitados

estão, o Parque Nacional Serra das Confusões, na região de

Caracol, próximo a São Raimundo Nonato, e o Parque de Sete

Cidades, ao Norte do Piauí. Nesta última, há toda uma mística

em torno das pedras e paredões rochosos que se formaram a

milhares de anos, dando um aspecto de que ali viveram civiliza-

ções muito antigas. Há, inclusive livros de pesquisadores

estrangeiros que aqui viveram, descrevendo o assunto. Um dos

mais conhecidos: “Eram os deuses astronautas?” Do suíço Erich

Von Danikem.

Vale a pena conhecer este Piauí pré-histórico de grandes

riquezas naturais!

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