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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 1
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL
DA FAZENDA ESTADUAL
MINAS GERAIS
Nº 20
___________________________________________________________________
OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO
1.995
___________________________________________________________________
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 2
EDUARDO AZEREDO
Governador do Estado de Minas Gerais
JOÃO HERALDO LIMA
Secretário de Estado da Fazenda
ALBERTO GUIMARÃES ANDRADE
Procurador Geral da Fazenda Estadual
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 3
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL
DIRETOR-PRESIDENTE
José Alfredo Borges
DIRETOR VICE-PRESIDENTE
Ronald Magalhães de Sousa
CONSELHO EDITORIAL
José Alfredo Borges (Presidente)
Alberto Guimarães Andrade
Carlos José da Rocha
Celso Cordeiro Machado
Elisa Maria Lana Leite
Ilma Corrêa
Luiz Ricardo Gomes Aranha
Márcio José de Souza
Maurício Bhering Andrade
Maurício Ferreira de Carvalho
Mizabel Abreu Machado Derzi
Ronald Magalhães de Sousa (Vice-Presidente)
Sacha Calmon Navarro Coêlho
GERENTE-GERAL
Regina Maria de Carvalho Villefort
ASSISTENTE DE PESQUISA E REDAÇÃO
Márcia Antônia Géa Sampaio
COLABORADORES DESTE NÚMERO
Celso Agrícola Barbi
J. Netto Armando
Fábio Konder Comparato
Hugo de Brito Machado
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 4
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 5
S U M Á R I O
Pág.
1. Doutrina:
1.1. Falência - Requerimento pelo Fisco - Juízo Competente
(Parecer) - Celso Agrícola Barbi ................... 9
1.2. Falência - Comerciante - Requerimento pelo Fisco Cre-
dor de Obrigação Tributária - Legitimidade - (Pare-
cer) - J. Netto Armando ............................. 15
1.3. Falência - Comerciante - Requerimento pelo Fisco Cre-
dor de Obrigação Tributária - Legitimidade - (Pare-
cer) - Fábio Konder Comparato ........................ 29
1.4. O ICMS e os Bens de Uso - Hugo de Brito Machado ...... 38
2. Decisões Judiciais ........................................ 51
3. Ementário de Jurisprudência ............................... 81
4. Índice Geral .............................................. 129
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 6
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 7
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 8
_______________________________________________________________________
DOUTRINA
_______________________________________________________________________
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 9
FALÊNCIA - REQUERIMENTO PELO FISCO - JUÍZO COMPETENTE
CELSO AGRÍCOLA BARBI
EXPOSIÇÃO E CONSULTA
1 - A Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais requereu a falência
de um comerciante, tendo ajuizado o pedido perante um dos Juízes das
Varas da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, onde
tem domicílio o requerido. E o fez porque o § 2º do art. 67 da Resolução
46, de 29.12.1970, do Tribunal de Justiça, que contém a Organização
Judiciária do Estado, dispõe que
“Compete, privativamente, a Juiz de Vara da Fazenda
Pública e Autarquias processar e julgar causa cível em que
intervier como autora, ré, assistente ou opoente, a Fazenda
ou Autarquia, respeitada a competência de foro estabelecida
na lei processual”.
2 - O Juiz a quem foi distribuído o feito declinou da competência,
fundado em que o § 1º do mesmo artigo 67, em sua alínea “c”, atribuiu ao
Juiz da Vara de Registros Públicos, Falências e Concordatas
“processar e julgar as causas atribuídas ao juízo
universal da falência e concordata.”
Argumentou, ainda, que, apesar de não instalada a referida Vara, a
competência não é do Juízo da Fazenda Pública e sim de uma das Varas
Cíveis, até instalação daquela, nos termos do art. 404 da mesma
Resolução, que diz:
“Enquanto não for instalada a Vara de Registros
Públicos, Falências e Concordatas, as atribuições do item
“a” do § 1º, do artigo 67, serão exercidas pelo Juiz da 1ª
Vara Cível, e as dos ítens “b” e “c” pelos Juízes das Varas
Cíveis”.
3 - O Juiz da Vara Cível, a quem foi encaminhado o processo,
discordou daquele pronunciamento e suscitou conflito negativo de
jurisdição.
4 - A Procuradoria Fiscal do Estado, então, formulou consulta,
assim resumida: Qual o Juízo desta comarca competente para processar o
pedido de falência formulado pela Fazenda Pública Estadual?
__________
P A R E C E R
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 10
1 - Observou ALFREDO ROCCO que o direito comercial originou-se da
atividade jurisdicional dos cônsules dentro das corporações de
mercadores. Houve, assim, no início da formação desse ramo do Direito,
uma jurisdição comercial, própria para decidir as causas por ele regidas.
(in “Princípios de Direito Comercial” - pág. 433 - Número 126 - Trad.
portuguesa - 1931).
Ao longo dos tempos, o direito comercial desenvolveu-se ao lado de
um direito processual comercial e de uma jurisdição privativa, da mesma
natureza.
2 - No Brasil, a par do Código Comercial do ano de 1850, foi feito
o Regulamento 737, no mesmo ano, para as causas dessa natureza; e o
Regulamento 738, de 25 de novembro de 1850, veio regular os Tribunais de
Comércio, órgãos com poderes jurisdicionais nessa matéria.
Tudo isto surgiu da insuficiência das leis civis e do processo
civil para satisfazerem as exigências de segurança e celeridade,
essenciais à atividade mercantil.
3 - O Decreto 763, de 19.9.1890, mandou aplicar o Regulamento 737
às causas cíveis em geral, o que implicou em reconhecer a falta de
necessidade de uma lei processual para as questões civis, separada de
outra lei processual para as causas comerciais. Ao legislar sobre
processo, os Estados seguiram essa orientação, fazendo um único Código de
Processo Civil e Comercial, como se vê nos Códigos do Estado de São
Paulo, do Paraná, do antigo Distrito Federal, etc.. Na mesma linha está o
Código de Processo Civil de 1939, o qual, segundo consta do seu art. 1º,
regerá o processo civil e comercial.
Completando essa evolução, o novo Código (Lei n. 5.869, de
11.1.1973), em seu art. 1º, só se refere à jurisdição civil.
4 - Desaparecida, desse modo, a distinção entre processo civil e
processo comercial, findou-se também a diferença entre jurisdição civil e
jurisdição comercial. O antigo privilégio dos mercadores, de terem juízes
especiais para suas causas, sumiu do Direito Brasileiro, como já havia
sumido do Direito de outros países, v.g., da Itália, desde a Lei de 1888.
5 - As Leis de Organização Judiciária deste Estado, desde muitos
anos, não mais se referem a Varas Comerciais, e sim a Varas Cíveis, como
se vê, v.g., no Decreto-Lei 1.630, de 15.1.946, art. 7º, §§ 1º e 2º, na
Lei 3.344, de 14.1.1965, art. 10, item I, art. 11, item I.
6 - Paralelamente à denominação “Vara Cível”, coloca o legislador
estadual a expressão “causa cível”, como oposta a “causa criminal” e a
outras causas sujeitas a jurisdição especial, como as trabalhistas e
eleitorais. Assim, o citado Decreto-Lei 1.630, no art. 267, N. 8; a Lei
3.344, no art. 78, item I, alínea “b”. Nessas leis, ao fixar a
competência dos Juízes de Direito, o legislador colocou a expressão causa
cível como abrangente das fundadas no direito civil e no comercial.
Nas citadas leis, não há norma expressa sobre as causas comerciais,
nem especificamente sobre falências, porque a expressão causa cível
abrange todas, inclusive as últimas. A mesma orientação foi adotada na
atual Organização Judiciária, contida na Resolução 46/70, do Tribunal de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 11
Justiça do Estado, como se vê na alínea “b” do item I, do art. 66, que
trata da competência do Juiz de Direito.
7 - O conceito de “causa” adotado pelo nosso legislador coincide
com o ensino da doutrina dominante no País. Para não ser longo, basta
referir a opinião de J. FREDERICO MARQUES, apoiada em TEIXEIRA DE FREITAS
e RUI BARBOSA,
“... o aludido vocábulo é aplicável a todas as questões
que se tratam perante a Justiça, seja em Juízo contencioso,
seja em Juízo gracioso ou administrativo”. (In “Instituições
de Direito Processual Civil” - volume IV - pág. 328/9 - N.
1.036 - 1ª Ed.)
8 - A falência é considerada, pacificamente, como um processo de
execução coletiva. Nesse sentido, CARVALHO DE MENDONÇA, com apoio em
KOHLER, SAVIGNY, VIDARI, BOLAFFIO, PERCEROU, THALLER e outros (in
“Tratado de Direito Comercial Brasileiro” - vol. VII - pág. 21, N. 12,
págs. 24 e 25, N. 14 - 3ª Edição), WALDEMAR FERREIRA (in “Instituições de
Direito Comercial” - vol. IV - pág. 66 - N. 1.422 - Ed. 1946), J. C.
SAMPAIO DE LACERDA (in “Manual de Direito Falimentar” - pág. 15 - N. 5 -
6ª Ed.), MIRANDA VALVERDE (in “Comentários à Lei de Falências” - vol. I -
Introd. - págs. 13 e 15 - 3ª Ed.) e LIEBMAN (in “La contestazione dei
crediti nel fallimento” - nos “Problemi del Processo Civile” - pág. 397).
9 - O caráter jurisdicional, contencioso, da falência é acentuado,
entre outros, por CARVALHO DE MENDONÇA (op. cit. - vol. VII - pág. 272 -
N. 201) e NAVARRINI (in “La Quiebra” - pág. 76 - N. 2.181-bis - Trad.
espanhola, Madrid, 1943). Essa afirmação é decorrência lógica da natureza
de execução coletiva do processo falimentar.
Parece-nos, pois, fora de dúvida que a falência, como execução
coletiva, de natureza jurisdicional e contenciosa, é causa cível, no
sentido usado em todas as leis de Organização Judiciária do Estado de
Minas Gerais, inclusive na atual.
10 - Argumenta, no entanto, o digno Juiz de uma das Varas da
Fazenda Pública, citado na consulta, que, havendo o art. 67, § 1º, alínea
“c”, da citada Resolução n. 46, de 1970, atribuído ao Juiz da Vara de
Registros Públicos, Falências e Concordatas, a competência para processar
e julgar as causas atribuídas ao juízo universal da falência e
concordata, abriu uma exceção à regra do art. 67, § 2º da mesma
Resolução, que dá competência privativa aos Juízes das Varas da Fazenda
Pública e Autarquias para processar e julgar “causa cível em que
intervier como autora, ré, assistente ou opoente, a Fazenda ou Autarquia,
respeitada a competência de foro estabelecida na lei processual”.
11 - À primeira vista, o argumento impressiona, uma vez que há,
realmente, uma competência privativa e expressa para as causas de
falência, determinada, pois, pela natureza da causa.
Mas a ele se poderia opor, singelamente, argumento de igual valia:
há no citado § 2º do art. 67 uma competência expressa, privativa, com a
diferença única de que é determinada pela qualidade da parte autora.
A solução é dificultada pela circunstância de que tanto a
competência fixada pela natureza da causa, como a fixada pela condição,
ou qualidade, da parte, são absolutas, como ensina GABRIEL DE REZENDE
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 12
FILHO (in “Curso de Direito Processual Civil” - vol. I - págs. 116 a 122
- Ns. 114 e 119 - 3ª Edição); no mesmo sentido, M. AMARAL SANTOS (in
“Direito Processual Civil” - vol. I - pág. 286 - N. 194 - 2ª tiragem).
12 - Mas o exame da evolução das leis de Organização Judiciária do
Estado de Minas Gerais fornece elemento de valia. A lei anterior (Lei
3.344, de 14.1.65), no art. 78, item I, alínea “b”, atribuiu aos Juízes
das Varas Cíveis da comarca de Belo Horizonte competência para todas as
causas cíveis, inclusive, evidentemente, as de falência.
Mas se a Fazenda interviesse, sua presença afastava a competência
do Juiz de Vara Cível, à vista do § 2º do art. 79, segundo o qual,
“Compete, privativamente, a Juiz de Vara da Fazenda
Pública e Autarquias processar e julgar causa cível em que
intervier como autor, réu, assistente ou opoente, a Fazenda
ou Autarquia”.
A preeminência do interesse da Fazenda foi colocada como
incontrastável, atuando em qualquer fase do processo, mesmo quando
atuando na posição secundária de assistente, quando nenhum direito seu
está em discussão.
Essa atração da causa ainda quando a Fazenda somente participa como
assistente, para auxiliar a defesa de direito de terceiro, é indicativa
da importância que a lei atribuiu à competência firmada pela presença
daquela pessoa de Direito Público.
13 - A Organização Judiciária vigente (Resolução 46/70), ao criar
um Juízo privativo para as falências, abriu exceção à competência dos
Juízes de Vara Cível, e não a dos Juízes das Varas da Fazenda. Tanto isto
é exato que se referiu ao tipo de causa e não à qualidade ou condição das
partes.
Ao regular a competência das Varas da Fazenda, o legislador não
excetuou as questões de falência dentre as causas cíveis que lhes cabe
julgar.
14 - O legislador tinha poderes para excluir da competência das
Varas da Fazenda os processos de falência. Mas, se o quisesse fazer,
deveria ter tornado a exceção expressa. Assim o fez a Constituição
Federal, ao fixar a competência dos Juízes Federais de 1ª instância, no
art. 125, item I, verbis:
“Aos juízes federais compete processar e julgar, em
primeira instância:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou
empresa pública federal forem interessadas na condição de
autoras, rés, assistentes ou opoentes, exceto as de falência
e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Militar;”
15 - Vários legisladores estaduais preferiram deixar fora da
competência das Varas da Fazenda o processo falimentar. Mas tiveram
também de fazê-lo expressamente, como se vê na Lei Complementar n. 3, de
27 de agosto de l969, do Estado de São Paulo, nos artigos 35, item I,
alínea “a”, e 36, item I, alínea “a”, na Resolução n. 10, de 28.12.970,
do Trib. de Justiça de Permambuco, art. 117, item I, alínea “a”, e art.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 13
118, item I, alínea “a”, na Resolução n. 1, de 20.7.970, do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Norte, art. 57, item VII, N. 1, alínea “a”, e na
Resolução n. 1, de 29.9.970, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, art. 88, parágrafo único.
Outros Estados, porém, optaram pela não exclusão, como o do Pará,
na sua Lei de Organização Judiciária de 1968, e o de Santa Catarina, na
Resolução do seu Tribunal de Justiça em 1970. Assim também o fez o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na citada Resolução 46/70.
16 - Se se entender que permanece a dúvida, outro elemento pode ser
usado para dissipá-la, qual seja a análise do critério determinador da
competência.
A circunstância de ser o processo falimentar é razão fraca. Se
considerada como reminiscência da jurisdição comercial, será mero
anacronismo, porque a qualidade de comerciante do falido não mais dá
jurisdição privativa no direito moderno, como se mostrou no início deste
parecer. Se considerada pelo conteúdo da causa, só dificilmente poderia
essa competência ser incluída na espécie “ratione materiae”, porque o
processo de falência é, notadamente, um tipo de execução coletiva, um
conjunto de regras de procedimento, com escassíssimas regras de direito
substancial.
17 - Enquanto isto, a fixação da competência pela presença do
Estado, por sua Fazenda, reveste-se da maior importância, como se
acentuou no item 12 supra. Essa presença não apenas fixa inicialmente a
competência do Juízo, mas tem força para modificar a competência já
firmada por outro critério, bastando para isso o ingresso posterior na
causa, mesmo na posição secundária de assistente, que não é considerado
parte pela melhor doutrina, como se vê em CHIOVENDA (in “Instituições de
Direito Processual Civil” - vol. II - pág. 329, N. 217 - Tradução
Menegale - 1ª Ed.).
Observe-se, ainda, que na assistência simples o direito que se
discute não pertence ao assistente, que tem mero interesse na vitória da
parte assistida. No entanto, isto já é suficiente para deslocar a
competência.
18 - A tradição luso-brasileira em entregar as causas da Fazenda a
juízos privativos é secular e de sua existência na Lei de 22.12.1761, nos
dá notícia o VISCONDE DO URUGUAY (in “Ensaio sobre o Direito
Administrativo” - vol. I - pág. 141 - Rio, 1862). Já no Império, a Lei
242, de 29.11.1841, mandou julgar no Juízo Privativo dos Feitos da
Fazenda as causas cíveis de interesse da Fazenda, segundo informa o mesmo
autor, na mesma obra e volume, pág. 86.
Essa tradição vem sendo mantida no País, inclusive no período entre
a supressão e o restabelecimento da Justiça Federal, quando os Estados
sempre mantiveram Juízos Privativos para a Fazenda Federal.
No âmbito estadual, especialmente em Minas Gerais, desde muitos
anos a Fazenda tem seu Juízo privativo.
Essa tradição brasileira vem encontrar apoio, modernamente, no
reforço dos poderes do Estado, que é a tônica do mundo atual e do nosso
País.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 14
19 - Há alguns anos, examinando o problema da Vara Privativa da
Fazenda Federal nas capitais dos Estados, após a extinção da Justiça
Federal, e antes do seu restabelecimento, ensinava MIRANDA VALVERDE:
“Conseguintemente, continua a União ou a Fazenda Federal
a ter um juízo privativo. Isto posto, se a União ou a
Fazenda Nacional pretender requerer a falência de um seu
devedor, terá de processá-la nesse Juízo”. (op. cit. - vol.
I - págs. 102/103 - N. 67 - Coment. ao art. 7º)
20 - De todo o exposto resulta que a participação da Fazenda
Pública em qualquer causa cível, como autora, ré, assistente ou opoente,
é motivo bastante para determinar a competência do seu Juízo Privativo.
Daí o respondermos a consulta com a conclusão que a falência
requerida nesta comarca pela Fazenda deve ser processada e julgada por um
dos Juízes das Varas da Fazenda Pública e Autarquias.
Este o nosso parecer, salvo melhor juízo.
Belo Horizonte, 27 de dezembro de l973.
Celso Agrícola Barbi
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 15
FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR
DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE
J. NETTO ARMANDO
PARECER
I - SOBRE OS TRÊS PRIMEIROS ÍTENS DA CONSULTA
Desde quando, durante oito anos, estivemos como Titular da Primeira
Curadoria Fiscal de Massas Falidas desta Capital, temos entendido que a
FAZENDA PÚBLICA (União, Distrito Federal, ESTADOS e Municípios, art. 209
do Código Tributário Nacional) TEM LEGITIMAÇÃO ATIVA PARA A PETIÇÃO DE
DECRETAÇÃO DA ABERTURA DA FALÊNCIA DE SEU DEVEDOR COMERCIANTE, QUER COM
FUNDAMENTO NO ART. 1º “CAPUT”, DA LEI FALITÁRIA, QUER NOS TERMOS DO SEU
ART. 2º, SEM RENUNCIAR AO SEU PRIVILÉGIO QUE, DESSARTE, PERMANECE ÍNTEGRO
E INTOCÁVEL.
Assim, portanto, podemos e devemos, ao de logo, responder
AFIRMATIVAMENTE aos dois primeiros ítens da consulta e NEGATIVAMENTE ao
seu terceiro item.
JUSTIFICATIVA E PORMENORES
1 - COMPROVAÇÃO SILOGÍSTICA
Comprovação plena desse nosso entendimento encerra-se no seguinte
silogismo simples:
* O art. 9º, inciso III, letra “b”, da vigorante Lei Falencial
(Dec.-Lei nº 7.661, de 21-6-45 preceitua que poderá requerer a falência
do seu devedor “O CREDOR COM GARANTIA REAL SE A RENUNCIAR OU, QUERENDO
MANTÊ-LA, SE PROVAR QUE OS BENS NÃO CHEGAM PARA A SOLUÇÃO DO SEU
CRÉDITO...”.
** ORA, a FAZENDA PÚBLICA não se arrola entre os credores com
GARANTIA REAL, que são apenas os credores hipotecários, pignoratícios e
anticréticos (art. 755 do Código Civil), bem como o credor-alienante-
fiduciário (art. 66 da Lei nº 4.728, de 14-7-65, e Dec.-lei nº 911, de
lº-10-69), sendo incontendível que o citado preceito falimentar importa
em restrição de direito e, portanto, não admite interpretação extensiva
ou analógica de maneira que deve ficar confinado aos CREDORES COM
GARANTIA REAL.
*** LOGO, a FAZENDA PÚBLICA, para peticionar a falência do seu
devedor, não precisa renunciar ao seu privilégio e nem provar que os bens
do seu devedor são insuficientes para a solução do crédito tributário.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 16
Silogismo de premissas incontendíveis e, pois, de conclusão
inadversável.
2 - SEQÜÊNCIA LEGISLATIVA
O seguinte exame da seqüência legislativa pátria, em derredor a
pedido de falência por credor privilegiado, põe de manifesto a sua
permissibilidade pelo atual Diploma Falencial, apenas com a restrição
contida naquela letra “b” do inciso III do seu art. 9º:
- O Código Comercial de 1850, em seu art. 807, não continha
qualquer restrição, pois permitia o requerimento de falência a “algum ou
alguns dos credores legítimos”.
- O Dec. nº 917, de 24-10-1890, na letra “c” do seu art. 4º, foi
mais categórico e preciso, pois permitia que a quebra fosse peticionada
por “credor quirografário ou não”, isto é, por credor quirografário ou
privilegiado.
- A Lei nº 859, de 16-8-1902, na letra “c” do seu art. 5º, manteve
a mesma redação, mas, no § 1º, preceituava que “o credor hipotecário ou
privilegiado só será admitido a requerer a falência do devedor, provando
que os bens em garantia não chegam para a solução da dívida, ou
renunciando à garantia ou privilégio.”
- A Lei nº 2.024, de 17-12-1908, no § 3º do seu art. 9º,
preceituava que “o credor privilegiado, inclusive o hipotecário, somente
poderá requerer a falência do devedor, declarando renunciar ao privilégio
ou, se o quiser manter, provando que os bens, que constituem a sua
garantia, não chegam para a solução da dívida.”
- A Lei nº 5.746, de 9-12-1929, no § 3º do seu art. 9º, manteve o
preceito da Lei n. 2.024, esclarecendo, mais nitidamente, o meio de se
fazer a prova daquela insuficiência de bens.
- FINALMENTE, a vigorante Lei Falitária (Dec. nº 7.661, de 21-6-
1945), em seu art. 9º, inciso III, letra “b”, preceitua que a falência
pode também ser requerida por “CREDOR COM GARANTIA REAL SE A RENUNCIAR
OU, QUERENDO MANTÊ-LA, SE PROVAR QUE OS BENS NÃO CHEGAM PARA A SOLUÇÃO DO
SEU CRÉDITO [...]”.
Dessa seqüência legislativa dessume-se com refulgente clareza:
a) O Código Comercial de 1850 e o Dec. 917/1890 não continham
restrição ao pedido de falência por parte do credor
privilegiado, inclusive, pois, a Fazenda Pública.
b) Mas a Lei 859/1902, a Lei 2.024/1908 e a Lei 5.746/1929
exigiam, para que pudessem peticionar a falência, que o credor
privilegiado renunciasse ao seu privilégio e que o credor com
garantia real a esta renunciasse ou provasse a insuficiência dos
bens para a solução do seu crédito.
c) Entretanto, a vigorante Lei Falencial só se refere ao
CREDOR COM GARANTIA REAL, de tal modo que nenhuma restrição faz
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 17
ao pedido de falência por parte dos demais credores
privilegiados, entre os quais está a Fazenda Pública.
3 - DOUTRINA NACIONAL ATINENTE AO DIREITO DE A FAZENDA
PÚBLICA REQUERER FALÊNCIA
a) Os comentadores das leis falitárias pretéritas (CARVALHO DE
MENDONÇA, OCTÁVIO MENDES, ALMEIDA LEITE, ALMÁQUIO DINIZ e outros) não se
referiram à tese, uma vez que os seus comentários foram feitos quando da
vigência da Lei n. 2.024/1908 ou da da Lei n. 5.746/1929, que não
permitiam ao credor privilegiado o pedido de falência sem a renúncia ao
seu privilégio.
b) Inobstante terem comentado a atual Lei de Falências, que
restringe o direito de pedir falência apenas ao credor com garantia real,
não aludem à tese em estudo os tratadistas PONTES DE MIRANDA, WALDEMAR
FERREIRA, BENTO DE FARIA, SAMPAIO LACERDA e LINCOLN PRATES.
c) Quanto aos demais comentadores do vigorante Diploma Falencial,
assinalemos o quanto se segue:
* MIRANDA VALVERDE, o mais autorizado falencista pátrio, positiva,
às claras, que a Fazenda Pública pode requerer a falência do seu devedor
(“Comentários à Lei de Falências”, 3ª ed., v. I, p. 103, nº 67, e 2ª ed.,
v. I, p. 105, nº 67), tendo de fazê-lo (acrescenta o MESTRE) em Juízo
Privativo; mas, tocantemente a esse Juízo, vejam-se as considerações
constantes do nº 7 desta parte I.
* WALTER T. ÁLVARES (“Direito Falimentar”, v. I, 1ª e 4ª edições),
embora não especifique a Fazenda Pública como requerente de falência,
deixa transparecer a possibilidade legal de ser por ela peticionada:
- Em seu nº 167 (p. 155 da 1ª e p. 162 da 4ª), o autor registra
que, “com fundamento nesses créditos (direitos reais de garantia e
privilégios, quer gerais, quer especiais), os credores podem requerer a
falência do devedor”.
- No nº 169 (p. 157 da 1ª e pp. 163/164 da 4ª), o autor citando
MURANO, “Il Fallimento per debito di imposta”, 1936, destaca que “no
Brasil não se utiliza do procedimento italiano de falência por débito de
imposto”, o que indica estar o tratadista mineiro convicto de que o
direito de a Fazenda Pública pedir falência apenas não é utilizado.
* A seu turno, SILVA PACHECO (“Tratado das Execuções/Falência e
Concordata”, a v. 5º, tomo I, 1960) também não especifica a Fazenda
Pública como peticionária de falência, mas não lhe nega esse direito;
assim é que, na p. 172, nº 99, positiva que “os credores privilegiados
podem requerer a falência”, esclarecendo antes, na p. 171, quando e como
os credores com garantia real podem pedi-la.
* Além dos escólios desses comentaristas supra, existe o magistério
do Professor FÁBIO KONDER COMPARATO que, no Curso de Graduação da
Faculdade de Direito da USP, positiva peremptoriamente que a Fazenda
Pública pode requerer a falência dos seus devedores no Juízo Comum, onde
passará a fazer valer os seus créditos privilegiados (“Direito
Falimentar”, 2º fascículo, 1971, p. 4).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 18
Verdade é que há dois tratadistas, já no regime do vigorante
Diploma Falencial, que negam à Fazenda Pública o direito de requerer
falência, mas não menor verdade é que, data vênia, os seus argumentos não
têm a mais diminuta consistência jurídica:
** CARVALHO NETTO (“Tratado das Defesas Falimentares”, v. II, ed.
1967, p. 81, nº 130) registra:
“No que tange à Fazenda Pública, seja ela federal,
estadual ou municipal, o veto persiste. Sendo como é, EX VI
LEGIS, credora privilegiada, gozando de privilégio geral e
preferente a todos os demais, a Fazenda Pública só poderá
requerer a falência dos seus devedores comerciantes, dentro
da técnica da atual lei de quebras, se renunciasse a esse
privilégio. Ora, como isso não é possível (...), é lógico
que não pode a Fazenda Pública requerer a falência dos seus
devedores. Esse é, aliás, o ensinamento de BEDRAN (“Fals. e
Concorts. no Dir. Bras.”, I, nº (57). A nosso ver, o
entendimento de MIRANDA VALVERDE, permissivo do procedimento
falimentar por iniciativa da Fazenda Pública, nos parece
inaceitável.”
Entretanto, impetramos vênia para discordar do escólio do ilustre
monógrafo:
a) De início, é de ressaltarmos que o crédito da Fazenda Pública
não é preferente a todos os demais, uma vez que, na ordem preferencial de
pagamento, situa-se ele em terceiro lugar, conforme demonstraremos no
final desta parte I, no seu nº 9.
b) “Dentro da técnica da atual lei de quebras”, apenas o credor com
garantia real, como já o onievidenciamos, é que, para o pedido de
falência do seu devedor, terá de renunciar à garantia ou provar que os
bens não chegam para a solução do seu crédito; somente no regime caduco
das Leis 859/1902, 2.024/1908 e 5.746/1929 é que os demais credores
privilegiados tinham também de renunciar ao seu privilégio, para o pedido
de quebra.
c) Ademais o próprio autor - no anterior nº 126, págs. 67/71, no
capítulo atinente ao “credor privilegiado e o requerimento de falência” -
refere-se, por vezes, APENAS AO CREDOR COM GARANTIA REAL:
“Desde que ele tem o recebimento do seu crédito
assegurado por uma GARANTIA REAL, não se justifica que ele
venha pleitear judicialmente a ruína total do devedor como
meio de haver ESSE CRÉDITO” (p. 67, centro, n. 126).
“A lei atual não fala, como a anterior, em credor
privilegiado, nem faz referência a credor hipotecário, mas
usa a expressão CREDOR COM GARANTIA REAL. Houve alteração
para melhor. O legislador, PARTICULARIZANDO A NATUREZA DO
PRIVILÉGIO A QUE SE QUIS REFERIR - COM GARANTIA REAL -,
AFASTOU EXPRESSAMENTE A HIPÓTESE DA INCLUSÃO, NESTA
CATEGORIA, DOS PRIVILÉGIOS PESSOAIS. Assim, os credores com
privilégios pessoais podem requerer a falência do seu
devedor, INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER RESTRIÇÃO.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 19
São credores com GARANTIA REAL [...] os credores
hipotecários, pignoratícios e anticréticos” (ps. 68/69).
E finalizando aquele nº 126, o autor diz:
“Em conclusão, o direito do CREDOR COM GARANTIA REAL, de
requerer a falência do seu devedor, está condicionado ao
preenchimento de duas formalidades alternativas: ou renúncia
pura e simples do privilégio, ou prova da insuficiência dos
bens dados em GARANTIA” (p. 71).
Não se compreende, portanto, como CARVALHO NETTO - depois de tais
considerações demonstrativas de que a lei PARTICULARIZOU, com a expressão
“COM GARANTIA REAL” (art. 9º, III, “b”), os únicos credores que têm
restrição para o pedido de quebra - tenha, na pág. 81 e seguinte,
incluído a Fazenda Pública entre tais credores, quando sabido e arqui-
sabido é que essa não se arrola entre eles.
** ELIAS BEDRAN (“Falências e Concordatas no Direito Brasileiro”,
1962, vs. I e V) é o outro comentarista da atual Lei Falimentar que nega
à Fazenda Pública o direito de requerer falência:
a) No v. I, pp. 87/88, nº 57, o autor consigna que as cobranças da
Fazenda Pública operam-se pela via executiva, “não podendo, deste modo,
se utilizar da falência como veículo para suas reivindicações”.
Argumento, data vênia, de manifesta desprocedência: na verdade, o
art. 1º do Dec-lei nº 960, de 17-12-38, preceitua que a cobrança judicial
da Dívida Ativa da Fazenda Pública “será feita por ação executiva na
forma desta lei”, mas inexiste naquele Decreto-lei ou em qualquer outro
diploma legal dispositivo no teor de que tal cobrança só se faça por via
executiva: ademais, o art. 1º, caput, da Lei Falimentar exige
precisamente que “legitime ação executiva” o título de que consta
obrigação líquida, cujo não-pagamento, no vencimento, propicia o pedido
de falência.
b) No seu v. V, p. 1.504, BEDRAN fundamenta-se, para negativa, em
que o fisco, na reivindicação da sua dívida ativa, “não tem nenhuma
limitação”, de maneira que (conclui) “só se a Fazenda Pública se despisse
de todo esse resguardo é que se lhe devia facultar o exercício de
requerer a falência de um seu devedor”.
Do ilustre autor discordamos frontalmente: se, na verdade, a
Fazenda Pública, “na reivindicação da sua dívida ativa, não tem nenhuma
limitação”, evidente está que, ao revés do ensino de BEDRAN, inexiste-lhe
restrição para pedir falência.
c) Note-se, ademais, que no mesmo v. V, p. 1.248, nº 1.496, o
autor, ao estudar se os Institutos de Previdência (hoje, INPS) podem
requerer falência não lhes nega tal direito, dizendo apenas que, embora
“em princípio todo titular de crédito líquido e certo terá a faculdade de
requerer falência do devedor comerciante” - , “não vemos nenhuma vantagem
à opção por esse modo de cobrança”: se, portanto, não nega ao INPS o
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 20
direito de peticionar a quebra de seu devedor, afigurando-se-lhe apenas
não haver vantagem, por que, em se tratando da Fazenda Pública, o autor
nega-lhe o mesmo direito? Inexplicável.
4 - O PEDIDO DE FALÊNCIA, PELA FAZENDA PÚBLICA, PODE
FUNDAMENTAR-SE NO ART. 1º, “CAPUT”, OU NO ART. 2º DA LEI
FALITÁRIA
Estudemos separadamente tais preceitos em que a Fazenda Pública
Estadual, consulente, poderá fundamentar o pedido de falência de
contribuinte-devedor:
ART. 1º - CAPUT (IMPONTUALIDADE)
1º - Preceitua que “considera-se falido o comerciante que, sem
relevante razão de direito, não paga no vencimento OBRIGAÇÃO LÍQUIDA
constante de TÍTULO que legitime a AÇÃO EXECUTIVA”.
Temos como plenamente satisfeitos todos esses requisitos:
- “OBRIGAÇÃO LÍQUIDA” é a “obrigação certa quanto à sua existência,
e determinada quanto ao seu objeto” (art. 1.533 do Código Civil); é certa
quando está patente e é determinada quanto ao seu valor, isto é, com
expressão numérica fixada, de maneira que “os elementos alicerçais da
liquidez são certeza do que se deve e de quanto se deve” (CARVALHO NETTO,
ob. cit., v. III, p. 15, nº 239); dessarte, a certidão da dívida ativa
tributária representa OBRIGAÇÃO LÍQUIDA, pois tal dívida goza da
presunção de certeza e liquidez (art. 204, caput, do Código Tributário
Nacional e art. 2º, caput, do Dec.-lei nº 960/38).
- Ademais, aquela certidão constitui “TÍTULO”, é “título executivo
de que decorre a ação executiva fiscal” (SILVA PACHECO - “Tratado das
Execuções/Execução Fiscal”, v. 4º, p. 86, nº 30); e “TÍTULO”, referido no
art. 1º, “caput”, e no art. 9º, III da Lei Falencial, está no sentido
genérico, isto é, “Títulos, na inteligência da Lei Falimentar, não são
apenas os conhecidos instrumentos de crédito (notas promissórias,
duplicatas ou cheques); TÍTULO, aqui, quer significar, numa mais ampla
compreensão, todo instrumento PÚBLICO ou particular, formal ou informal
que represente uma dívida, que traduza, clara e certamente, um débito do
comerciante, sem necessidade de qualquer prova suplementar; é a roupagem
jurídica que toma a obrigação “ (CARVALHO NETTO, ob. cit., v. III, p. 13,
nº 238, estando acordes VALVERDE, ob. cit., v. I, p. 31, nº 7, WALDEMAR
FERREIRA, “Tratado de Direito Comercial”, v. 14, 1955, p. 273, n. 3.544,
etc.).
Finalmente, a certidão da dívida ativa tributária propicia “AÇÃO
EXECUTIVA” (art. 1º, caput, do Dec.-lei 960, de 17-12-38).
Conseqüentemente, a Fazenda Pública Estadual para peticionar
falência nos termos do art. 1º, caput, da Lei Falimentar (conjugado com o
seu art. 11), satisfaz todos os requisitos legais: a sua dívida ativa
regularmente inscrita representa “OBRIGAÇÃO LÍQUIDA”, a certidão dessa
dívida constitui “TÍTULO” e esse título legitima a “AÇÃO EXECUTIVA”.
2º - Para provar a impontualidade do seu devedor (art. 1º, caput,
da Lei de Falências) - impontualidade essa que se caracteriza pelo
protesto, cuja certidão deve instruir o pedido vestibular (art. 11, é, a
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 21
certidão da sua dívida ativa, na conformidade do art. 10 do Diploma
Falencial, “nos cartórios de protesto de letras e títulos, onde haverá um
livro especial para o seu registro”.
Algumas considerações se nos impõem a propósito desse PROTESTO
ESPECIAL-FALIMENTAR:
a) é protesto, instituído pela lei “no peculiar intuito da
falência” (LACERDA, “Falência no Direito Brasileiro”, 1931, p. 156, nº
209) e, à semelhança do protesto comum-cambial, esse protesto especial
“abre, para o devedor, as portas da falência, exatamente para documentar
a sua impontualidade”, de maneira que, como ocorre com o comum, tem ele
“dois caracteres específicos: o verificativo da impontualidade e o
cominatório de falência (LACERDA, ob. cit., p. 154, nº 205);
b) esse protesto especial-falimentar, à semelhança do protesto
comum-cambial, só será necessário quando a quebra for peticionada com
base no art. 1º (impontualidade), de tal modo que, quando estribar-se o
pedido no art. 2º, em qualquer dos seus incisos, não se faz mister aquele
protesto, visto como, em se tratando de atos de falência relacionados
naquele art. 2º, “o fato causador da falência não será a impontualidade
do devedor” (CARVALHO NETTO, ob. cit., v. III, p. 180, nº 316);
c) aquele protesto especial-falencial, do art. 10 e seus
parágrafos, será necessariamente feito, sob pena de nulidade, perante o
Cartório de Protestos do domicílio comercial do devedor, ou seja, do foro
competente para o decreto da sua falência (principal estabelecimento,
art. 7º), conforme destacam PONTES DE MIRANDA (“Tratado de Direito
Privado”, v. 28, ed. de 1960, p. 67, nº 10 do § 3.293), VALVERDE (ob.
cit., vv. I, p. 128, nº 92), LACERDA (ob. cit., p. 158, nº 214), CARVALHO
NETTO (ob. cit., v. III, ps. 213/214, nº 332), LINCOLN PRATES
(“Falências”, 1ª ed., p. 89) e outros;
d) é de VALVERDE (ob. cit., v. I, p. 131, nº 95) a positivação de
que somente o legítimo portador do título ou documento, pessoalmente OU
POR BASTANTE PROCURADOR, pode levá-lo a protesto para o fim de requerer a
falência do devedor, ao contrário do que se verifica no protesto comum,
em que o simples detentor do título tem qualidade para tirá-lo;
e) esse protesto especial - instituído apenas para títulos “cujas
leis de regência não impõem ou não prevêem o protesto” (WALTER T.
ÁLVARES, ob. cit., v. I, 206, nº 218) - deve obedecer, com inafastável
rigor, às exigências do § 1º do citado art. 10, assim redigido: “o
protesto pode ser interposto em qualquer tempo depois do vencimento da
obrigação, e o respectivo instrumento, que será tirado dentro de três
dias úteis, DEVE CONTER: a data, a transcrição, por extrato, do título
com as principais declarações nele inseridas, pela ordem respectiva; a
certidão da intimação do devedor para pagar, a resposta dada ou a
declaração da falta de resposta; a certidão de não haver sido encontrado,
ou de ser desconhecido ou estar ausente o devedor, casos em que a
intimação será feita por edital, afixado à porta do cartório e, quando
possível, publicado pela imprensa; assinatura do oficial do protesto e,
se possível, a do portador”.
3º - Outro ponto relevante pertine ao § 2º do ora focalizado art.
1º da Lei Falencial de 1945, conjugado com o inciso III do parágrafo
único do posterior art. 23: aquele é no teor de que, “ainda que líquidos,
não legitimam o pedido de falência os créditos que não se possam na mesma
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 22
reclamar”; e o último é no teor de que “não se podem reclamar na falência
as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrava”.
Ademais, entre as Súmulas aprovadas pelo Excelso Pretório, na
sessão de 13-12-63, estão as 191 e 192, no teor, a primeira, de que se
inclui no crédito habilitado em falência a multa fiscal “simplesmente
moratória”, e no sentido, a segunda, de que não se inclui naquele crédito
a multa fiscal “com efeito de pena administrativa”.
Entretanto, face ao advento do Código Tributário Nacional de 1966,
não mais existem as restrições contidas naquele inciso III e naquela
Súmula 192 a ele anteriores:
a) o art. 184 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25-
10-1966) preceitua que, “sem prejuízo dos privilégios especiais sobre
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do
CRÉDITO TRIBUTÁRIO a TOTALIDADE dos bens e das rendas, de qualquer origem
ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua MASSA FALIDA [...]”.
Ora, o CRÉDITO TRIBUTÁRIO constitui-se pelo lançamento onde se
incluem o tributo devido e a penalidade cabível (art. 142 do mesmo CTN),
além de decorrer da obrigação tributária principal (art. 139 anterior),
que tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária (§ 1º
do seu art. 113).
Logo, no CRÉDITO TRIBUTÁRIO, por cujo pagamento responde a
TOTALIDADE dos bens da MASSA FALIDA, incluem-se o tributo e a multa sem
qualquer restrição;
b) assinale-se, ainda, que o referido art. 184 do CTN difere
substancialmente do parágrafo único do art. 1º do Dec. nº 22.866, de 28-
6-1933, no teor, este, de que pelo pagamento dos IMPOSTOS e TAXAS devidos
à Fazenda Pública respondem todos os bens do devedor, seu espólio ou
massa falida: enquanto o referido Preceito de 1933 se referia apenas aos
“IMPOSTOS e TAXAS”, o art. 184 alude ao CRÉDITO TRIBUTÁRIO, no qual, como
já o demonstramos (letra “a” supra), se incluem o tributo
(impostos+taxas+contribuições de melhoria, art. 5º do CTN) e a penalidade
pecuniária;
c) acresce que o crédito tributário, regularmente constituído,
somente se extingue (art. 141 do CTN) nos casos previstos no mesmo Código
(art. 156), e entre as modalidades dessa extinção não se arrola a
exoneração do falido quanto às penas por infração das leis fiscais.
Estamos, portanto, a ver, e claramente visto, que o inciso III do
parágrafo único do art. 23 do Diploma Falitário de 1945, de onde decorreu
a Súmula 192 de 1963, foi derrogado pelo art. 184 do Código Tributário de
1966, consoante, aliás, já decidiu o nosso Egrégio Tribunal de Alçada
Civil, em acórdão de sua Colenda Terceira Câmara, de 16-6-71, relatado
por CÉSAR DE MORAES (Ag. de Pet. nº 157.096, de Presidente Bernardes,
Livro nº 1.179, fol. 54, do Registro de Acórdãos), bem como em acórdão da
mesma Câmara, de 1º-9-71, relatado por FRANCISCO NEGRISOLLO (Recurso ex-
ofício nº 162.201, de Piraçununga, Livro 1.198, fl. 331, do mesmo
Registro). E foi com base nesses acórdãos e em outros, inclusive do
Egrégio Tribunal Federal de Recursos (“Diário da Justiça”, União, de 30-
6-70, p. 2.728) que o Excelentíssimo Doutor Procurador-Chefe da
Procuradoria Fiscal do Estado de São Paulo expediu a seguinte PORTARIA N.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 23
5-72 GPF, de 24-3-72 (“Diário do Executivo”, SP, de 29-4-72, p. 18,
centro da 1ª coluna):
“Considerando que, de modo iterativo, os tribunais
pátrios têm decidido que o art. 184 do Código Tributário
Nacional derrogou o art. 23, parágrafo único, nº 3, da Lei
de Falências, determina que, doravante e em caso de
falência, sejam inscritas, também, para cobrança, as multas,
quer de caráter punitivo, quer de caráter moratório,
ficando, assim, revogada a Circular nº 99/57.”
ART. 2º DA LEI FALENCIAL (ATOS DE FALÊNCIA)
Em seus sete incisos, esse art. 2º discrimina atos que TAMBÉM
caracterizam a falência do comerciante, esclarecendo, no seu parágrafo
único, que “consideram-se praticados pelas sociedades os atos dessa
natureza provenientes de seus diretores, gerentes ou liquidantes.”
O art. 2º supra, discriminando os “atos de falência” (acts of
bankruptcy), dispõe que “caracteriza-se, também a falência, se o
comerciante:
I - executado, não paga, não deposita a importância, ou
não nomeia bens à penhora, dentro do prazo legal;
II - procede a liquidação precipitada, ou lança mão de
meios ruinosos ou fraudulentos para realizar pagamentos;
III - convoca credores e lhes propõe dilação, remissão
de créditos ou cessão de bens;
IV - realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar,
com o fito de retardar pgamentos ou fraudar credores,
negócio simulado, ou alienação de parte ou da totalidade do
seu ativo a terceiro, credor ou não;
V - transfere a terceiro o seu estabelecimento sem o
consentimento de todos os credores, salvo se ficar com bens
suficientes para solver o seu passivo;
VI - dá garantia real a algum credor sem ficar com bens
livres e desembaraços equivalentes às suas dívidas, ou tenta
essa prática, revelada a intenção por atos inequívocos;
VII - ausenta-se sem deixar representante para
administrar o negócio, habilitado com recursos suficientes
para pagar os credores; abandona o estabelecimento; oculta-
se, ou tenta ocultar-se, deixando furtivamente o seu
domicílio.”
Observações:
a) o art. 12, caput, da Lei Falimentar exige, para a falência ser
decretada com base no art. 2º anterior, que o requerente ESPECIFIQUE, na
petição inicial, os fatos que a caracterizam, juntando as provas que
tiver e indicando as que pretenda aduzir;
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 24
b) Durante o processo, o Juiz, de ofício ou a requerimento do
credor, poderá ordenar o SEQÜESTRO dos livros, correspondência e bens do
devedor, e proibir qualquer alienação destes, publicando-se o despacho,
em edital, no órgão oficial; ademais, os bens e livros ficarão sob a
guarda de depositário nomeado pelo Juiz, podendo a nomeação recair no
próprio credor requerente (§ 4º do cit. art. 12);
c) Quando a falência for peticionada com fundamento em provas que
demonstrem a prática de delito falimentar, o Juiz, na própria sentença
decretória da quebra, poderá ordenar a PRISÃO PREVENTIVA do falido ou dos
representantes da sociedade falida (art. 14, parágrafo único, inciso VI,
in fine, L.F.).
5 - INTERESSE DE AGIR
Incontrariável é o interesse que tem a Fazenda Pública Estadual em
peticionar falência de contribuintes desonestos, conforme muito bem
exposto está nas suas considerações constantes do preâmbulo da consulta:
“Apesar das garantias que o atual Código Tributário
Nacional encerra no tocante à defesa do crédito fiscal,
notadamente a partir do seu Título III, ou seja, dos artigos
139 a 193, ainda assim existem certos contribuintes cuja
atividade é lesiva ao Erário Público e que não hesitam em
utilizar-se dos meios mais escusos possíveis na prática da
sonegação de impostos.
Tais contribuintes, segundo constatou a Secretaria da
Fazenda, no decorrer desses cinco anos de vigência do
aludido estatuto tributário, têm sido autuados inúmeras
vezes pelos agentes fiscais, porém, sem resultado, posto que
jamais pagam o imposto de que são devedores.
Os processos administrativos gerados pelas autuações se
sucedem, os débitos daí provenientes são ajuizados e, não
obstante possuir a Fazenda do Estado um procedimento
judicial, qual seja o executivo fiscal previsto no Decreto-
lei nº 960/38, não logra êxito em sua cobrança e isto porque
não consegue efetuar a penhora em bens dos citados
contribuintes por insuficiência dos mesmos.
Verifica-se, pois, do exposto, que a Fazenda do Estado é
constantemente fraudada na cobrança de sua dívida. E o que
ocorre? Continuam os referidos contribuintes a exercer
normalmente as suas atividades mercantis, prosseguindo, de
forma vergonhosa, com a sonegação, sem que a Fazenda possa
alijá-los do seu cadastro ou impedir que pratiquem o
comércio. É tangível, outrossim, o aspecto social negativo
que esse procedimento enseja, eis que o não-pagamento de
tributos alivia o mau comerciante ou industrial de uma carga
no custo de suas operações, o que, conseqüentemente,
acarretará o exercício de uma concorrência desleal para com
as firmas fiéis cumpridoras de suas obrigações tributárias.
Conclui-se do exposto que apenas a completa cessação das
atividades de tais pessoas seria o meio eficaz de combate ao
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 25
seu inqualificável comportamento tributário para com o
Estado.
Tal objetivo se conseguiria com a decretação da falência
das mesmas, pois esta medida, indubitavelmente, poria um
paradeiro em suas atividades e, conseqüentemente, cobro à
sonegação.”
Vê-se, portanto, e com refulgente clareza, que o Estado tem
interesse econômico e social em requerer a falência de tais
contribuintes.
6 - ART. 60 DO DEC.-LEI Nº 960/38 E ART. 187 DO CÓDIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL
Ambos são no teor de que “a cobrança judicial do crédito tributário
não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência,
concordata, inventário ou arrolamento” (redação do art. 187 que registra
o contido no art. 60).
Entretanto, “trata-se de um privilégio, não de uma imposição”
(KONDER COMPARATO, loc. cit.), motivo por que a Fazenda Pública não fica
inibida de declarar o seu crédito em falência, apenas se sujeitando se o
declarar, às regras da falência (PONTES DE MIRANDA, ob. cit., v. 29, pgs.
236 e segs., SILVA PACHECO, “Trat. das Execs. / Execução Fiscal”, v. 4º,
p. 411, nº 291, etc.): dessarte, tais preceitos não constituem obstáculo
a que a Fazenda Pública requeira falência. Óbvio.
7 - JUÍZO FALIMENTAR
À semelhança do que ocorre em relação à Fazenda Pública Federal
(art. 10, I, da Lei nº 5.010, de 30-5-66) e Municipal (art. 36, I, “a”,
do Código Judiciário do Estado de São Paulo), refoge à competência do
Juízo das Varas da Fazenda do Estado o pedido de falência por parte da
Fazenda Estadual, pedido esse que, dessarte, fica sujeito à distribuição
normal imposta pelo art. 202 da Lei Falitária. Induvidoso.
O nosso vigente Código Judiciário (Dec.-lei Complementar nº 3, de
27-8-69), em seu art. 35, I, “a”, exclui da competência daquelas Varas
privativas as falências em que o Estado for interessado “na condição de
AUTOR, réu, assistente ou opoente”, e, nas Comarcas do Interior paulista,
onde houver Vara da Fazenda Pública (v. Tabela “H” da Organização
Judiciária do Estado de São Paulo, Dec.-lei nº 158, de 28-10-69), a mesma
exclusão existe (art. 48 do C. J.).
8 - PODERES ESPECIAIS
Para o pedido de falência por parte da Fazenda Pública Estadual
faz-se mister ato autorizativo especial da Colenda Procuradoria-Geral do
Estado, não sendo necessária autorização expressa, isto é, indicativa da
falência a ser peticionada.
A jurisprudência e a doutrina - mesmo depois da vigência do
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, de 1963 (cujo art. 70, § 5º,
não os exige) - destacam a necessidade de poderes especiais para o pedido
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 26
de falência, em decorrência da repercussão jurídica de extrema delicadeza
(art. 20 e seu parágrafo único da Lei Falitária, que prevêem perdas e
danos contra quem pedir falência por dolo ou por culpa ou por abuso).
9 - DECLARAÇÃO CREDITÍCIA DA FAZENDA ESTADUAL REQUERENTE E A
CLASSIFICAÇÃO DO SEU CRÉDITO
1º - Se a falência for decretada a pedido da Fazenda Pública
Estadual, é necessário que essa declare o seu crédito dentro do prazo
marcado pelo Juiz na sentença decretória da quebra, declaração essa a
fazer-se na conformidade do art. 82 da Lei Falencial, mesmo tenha sido
nomeada para a função de síndico (art. 85 seguinte e parágrafo único do
art. 62 anterior). É verdade que o art. 187 do CTN e o art. 60 do Dec.-
lei 960 dispensam-na de habilitação em falência, mas também é certo que
essa dispensa só se verifica quando a quebra tiver sido decretada a
pedido de outrem.
No crédito tributário incluir-se-ão, além do tributo e da multa, o
acréscimo legal (“R.T.”, 426/168-169; 418/238-239; 393/293, etc.), os
juros de mora (art. 161 do CTN), desde a inscrição da dívida até a
declaração da falência (art. 26 LF), e a correção monetária (art. 1º e
seu § 1º do Dec.-lei 858, de 11-9-69).
2º - Na classificação dos créditos e ordem preferencial de
pagamento, a Fazenda Pública Estadual tem os seguintes lugares:
a) o seu crédito exigível ANTES da decretação da falência coloca-se
em terceiro lugar, ficando em primeiro as restituições quando convertidas
em pecúnia e ficando em segundo lugar os créditos decorrentes da
legislação do trabalho (art. 186 do CTN), isto é, o salário em todas as
suas formas, o 13º salário, o salário-família, o aviso-prévio em
dinheiro, as férias convertidas em pecúnia (art. 144 da CLT) e 1/3 das
indenizações (Dec.-lei nº 192, de 24-2-67);
b) os seus créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no
decurso do processo de falência, classificam-se como “encargos da massa
falida” (art. 188, caput, do CTN) e, como tais, ocuparão o quinto lugar,
ficando acima deles os três aludidos no tópico “a” supra e, no quarto
lugar, os créditos oriundos de indenizações por acidentes do trabalho (§
1º do art. 102 da LF);
A propósito dessa classificação destacam-se os estudos do ilustre
Curador NETTUZZI PEREZ, desta Capital, estampados no “Diário Comércio &
Indústria”, S.P., de 23, 24 e 25 de novembro de 1971, 16 e 17 de dezembro
de 1970, 21-5-70 e de 3-10-69.
II - SOBRE O QUARTO ITEM DA CONSULTA
No quarto e derradeiro item da consulta indaga-se se, decretada a
falência a seu pedido, poderá a Fazenda do Estado exercer a FUNÇÃO DE
SÍNDICO, através de funcionário que lhe aprouver indicar.
Não hesitamos em dar-lhe RESPOSTA AFIRMATIVA.
Peticionando a falência de contribuinte-devedor, a Fazenda do
Estado pode ser nomeada para o cargo de síndico, desde que se trate de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 27
quebra decretada nesta Capital e desde que se arrole entre os maiores
credores.
Induvidoso:
a) Preceitua o art. 60, caput, da Lei de Falências que “o síndico
será escolhido entre os MAIORES CREDORES do falido, residentes ou
DOMICILIADOS NO FORO DA FALÊNCIA, de reconhecida IDONEIDADE MORAL E
FINANCEIRA”.
Se, portanto, a Fazenda do Estado incluir-se entre “os maiores
credores” em falência que, a seu pedido, for decretada nesta Capital (seu
domicílio legal - art. 35, caput, do Código Civil), poderá ser nomeada
para a administração falimentar, uma vez que evidente é a sua idoneidade.
b) A seu turno, o § 5º daquele art. 60 reza que, “se o síndico
nomeado dor PESSOA JURÍDICA, declarar-se-á, no termo de que trata o art.
62, o nome de seu representante, que não poderá ser substituído sem
licença do Juiz”.
Ora, PESSOA JURÍDICA pode ser de direito público INTERNO, isto é, a
União, os ESTADOS, o Distrito Federal e os Municípios (art. 14 do Código
civil), e de direito privado, entre as quais as sociedades (art. 16
seguinte).
Logo, como a Lei Falitária se refere a “PESSOA JURÍDICA” em geral,
sem distinguir se é de “direito público” ou de “direito privado”, claro
está que a Fazenda Pública Estadual arrola-se entre os credores que,
satisfazendo aquelas exigências legais, podem ser nomeadas para a
sindicância.
c) Ademais, o cargo de síndico pode ser exercido por credor
privilegiado, uma vez que a lei não distingue a natureza ou classificação
do crédito, para a escolha do administrador da falência: civil ou
comercial, privilegiado ou quirografário, o credor pode ser nomeado
síndico (VALVERDE, ob. cit., II, p. 106, nº 440; BEDRAN, ob. cit., III,
p. 739, nº 843, etc.), desde que, é evidente, reúna as condições impostas
pelo cit. art. 60, caput, e não se inclua entre os impossibilitados para
servir de síndico (§ 3º do mesmo art. 60).
Inconfuntável é, pois, que a Fazenda Estadual pode ser nomeada para
o cargo de síndico em falência que, a seu pedido, for decretada no foro
desta Capital, desde que se arrole entre os maiores credores; e, para
satisfação do contido no § 5º daquele art. 60, indicará o nome do seu
representante, por cujo intermédio exercerá as respectivas funções.
III - CONCLUSÃO
Em face do quanto ficou exposto, em termos dilargados, nas partes I
e II retro, assim respondemos:
Ao 1º item da consulta - SIM.
Ao seu 2º item - SIM.
Ao seu 3º item - NÃO.
Ao seu 4º item - SIM.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 28
Sic mihi videtur, sub censura.
São Paulo, 22 de maio de 1972.
J. Netto Armando
FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR
DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 29
FÁBIO KONDER COMPARATO
Professor da Faculdade de Direito da UFMG
PARECER
Sumário: 1 - A consulta e as razões da sua relativa
novidade em nosso Direito. 2 - Importância prática da
questão suscitada. 3 - Incolumidade a concurso e privilégio
creditório. Distinção. 4 - A habilitação do crédito
fazendário na falência e a legitimidade para pedir a quebra.
5 - O interesse de agir é do próprio requerente. A ação de
falência é também uma via judicial de cobrança de créditos.
6 - O privilégio do crédito fazendário não obsta legalmente
ao requerimento de falência. 7 - Os quesitos e as respostas.
1 - Em consulta cujos quesitos são mais abaixo transcritos (item
7), a Coordenação da Administração Tributária, da Secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo, indaga fundamentalmente se a Fazenda é parte
legítima para requerer a falência dos contribuintes, seus devedores.
Efetivamente, a questão da legitimidade da Fazenda Pública para
requerer a falência de comerciantes apresenta certo cunho de novidade em
nosso Direito. Se alguns autores a ela se referem de passagem, para
admitir essa legitimidade (cf. MIRANDA VALVERDE, Comentários à Lei de
Falências, 2ª ed., vol. 1, nº 67; JOSÉ DA SILVA PACHECO, Processo de
Falência e Concordata, vol. 1, nº 153-IX), o certo é que o problema ainda
não foi analisado em profundidade pela doutrina, nem suscitado em nossos
pretórios.
Duas razões principais, a meu ver, explicam essa relativa novidade
da questão proposta, no Direito Brasileiro.
Em primeiro lugar, é de lembrar que até o advento da atual Lei de
Falências (Decreto-lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945), vigorava entre
nós o princípio de que a falência só podia ser declarada em razão de
obrigação mercantil. A regra constou do Decreto nº 917, de 1890, que
inaugurou o princípio da impontualidade como pressuposto objetivo da
quebra; e foi depois repetida tanto na Lei nº 859, de 1902, quanto na Lei
nº 2.024, de 1908, e no Decreto nº 5.746, de 1929. Nestes dois últimos
diplomas, no entanto, permitiu-se que a obrigação civil servisse de base
ao requerimento de falência, desde que reconhecida por sentença final,
transitada em julgado, o que corresponde à hipótese atualmente prevista
no art. 2º, I, do Decreto-lei nº 7.661, de 1945. Era este, então, como
assinalava CARVALHO DE MENDONÇA, o único caso em que o credor por
obrigação não-mercantil podia pedir, com título próprio, a quebra do
executado (Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 5ª ed., vol. VII, p.
118).
No regime do Código Comercial, de 1850, o problema na verdade não
se punha, pois o critério da insolvência era a tradicional “cessação de
pagamentos” do comerciante. Por isso mesmo, o art. 807 daquele Código
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 30
limitava-se a declarar que “a quebra pode também ser declarada a
requerimento de algum, ou alguns, dos credores legítimos do falido,
depois da cessação de pagamentos deste”.
Por outro lado, - e aí está a segunda razão - quando a atual Lei de
Falências entrou em vigor, já havia sido baixado, em 1938, o Decreto-lei
nº 960, que em seu art. 60 fixou a regra da incolumidade do crédito
fazendário a qualquer processo concursal: “A Fazenda, na cobrança da sua
dívida ativa, não está sujeita a concurso de credores, nem a habilitação
de crédito em falência, concordata, ou inventário”. Embora sem aprofundar
o sentido e o alcance dessa norma, entendeu-se desde logo que ela tornava
a cogitação sobre o objeto da consulta meramente teórica, desde que os
interesses fazendários já se encontrariam suficientemente resguardados
com a faculdade de perseguir judicialmente o devedor insolvente fora de
qualquer concurso, tanto mais que a preferência da dívida ativa pública
fora estabelecida em caráter absoluto (mesmo dispositivo legal). Tais
regras vieram depois a ser reafirmadas, em matéria de crédito tributário,
pela Lei nº 5.172, de 25-10-66 (Código Tributário Nacional), arts. 186 e
segs.
2 - A realidade dos fatos veio, porém, demonstrar que essa
incolumidade da Fazenda Pública ao processo concursual, mesmo ligada a
uma preferência creditória de primeiro grau, longe de constituir a
garantia absoluta que se imaginara, acabava por vezes representando
inesperado e singular enfraquecimento do crédito fazendário, desde que
interpretada como obstáculo jurídico à abertura da falência do
comerciante insolvente, com base nesse crédito.
Verificou-se, assim, que o sucesso prático do executivo fiscal via-
se freqüentemente comprometido pela inexistência ou insuficiência de bens
penhoráveis no patrimônio do devedor, seja pelo pagamento de outras
obrigações já vencidas, seja pelo efeito de anteriores execuções por
parte de outros credores, já encerradas quando da constituição do crédito
tributário (Lei nº 5.172, arts. 142 e segs.), constrangendo assim o Fisco
a defender os seus interesses através de medidas processuais sempre menos
enérgicas e eficientes que a revocatória falimentar. Com efeito, embora
se presuma fraudulenta “a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por
crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de
execução” (Lei nº 5.172, art. 185), ainda é preciso que a condição fixada
na última parte desse dispositivo se verifique, condição essa que, a
rigor, não representa qualquer inovação em relação ao direito comum
(Código de Processo Civil, art. 895). Ademais, o ato de pagamento, ainda
que sob a forma de dação, não pode ser havido no direito comum como
alienação de bens ou rendas.
Por outro lado, “a teimosia dos fatos” vem patenteando,
quotidianamente, que a perspectiva do imediato desapossamento e da
indisponibilidade global do seu patrimônio, combinada com a ameaça de um
inquérito judicial sobre a sua atividade pregressa, como preliminar de
ação penal por crime falimentar, representa formidável constrição à
vontade do devedor inadimplente, malgrado o fato de se dizer e repetir -
a meu ver irrefletidamente, como adiante se verá - que “a falência não é
meio de cobrança”.
Daí a razão prática da indagação: pode a Fazenda requerer a
falência?
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 31
3 - Vejamos, antes do mais, a questão da incolumidade do crédito
fazendário aos processos concursais.
Neste particular, importa distinguir cuidadosamente a incolumidade
a concurso do privilégio creditório. A norma do art. 60 do Decreto-lei nº
960, de 1938, reafirmada em matéria de crédito tributário pelo art. 187
da Lei nº 5.172, de 1966, é de direito processual e não de direito
substancial. Ela diz respeito ao modo de exercício de uma pretensão em
juízo, e não à qualidade do direito de crédito cuja existência se alega
na ação.
Sem dúvida, o privilégio, enquanto prelação, só se manifesta
relativamente a outros créditos. Não tem valor em si, como direito
absoluto. Mas o concurso material de privilégios ou preferências não se
confunde com o concurso formal de ações (judiciais) ou pretensões
(extrajudiciais). Na verdade, aquele é um só, enquanto este se realiza em
nosso Direito de diferentes maneiras: concurso civil de credores do
devedor insolvente (Código de Processo Civil, arts. 947 e 1.017 e segs.);
rateio dos bens do espólio insolvente, nos processos de inventário e de
arrolamento (mesmo diploma, art. 496); falência, concordata; liquidação
administrativa forçada de instituições financeiras, de sociedades
seguradoras e de cooperativas.
Há, assim, créditos admitidos a concorrer com outros em certos
tipos de concurso, mas não em todos. As obrigações a título gratuito e as
prestações alimentícias não podem ser reclamadas na falência do
comerciante individual (Decreto-lei nº 7.661, de 1945, art. 23, parágrafo
único, I), mas entram normalmente na concordata desse mesmo devedor
(desde que não privilegiadas), e podem ser habilitadas no concurso civil
de credores do devedor insolvente, ou no rateio dos bens do espólio
insolvente.
Advirta-se, ainda, para melhor fixar a distinção, que, se os
efeitos processuais do concurso decorrem automaticamente da sentença que
o declarou (notadamente a suspensão de ações e execuções individuais), a
efetiva participação dos credores no concurso depende sempre da
iniciativa destes. O princípio é válido até mesmo em relação ao credor
que tenha provocado o concurso, o que sublinha a sua importância. Assim,
o requerente da falência não fica, pelo fato desse requerimento,
desobrigado de habilitar o seu crédito, pela forma disciplinada no Título
VI do Decreto-lei nº 7.661, de 1945. Daí a distinção estabelecida por
certos autores italianos entre “credores concursais” e “credores
concorrentes” (cf. RENZO PROVINCIALI, Manuale di Diritto Fallimentare,
vol. I, 4ª ed., Milão, nº 271; PIERO PAJARDI, Manuale di Diritto
Fallimentare, Milão, 1969, ps. 27 e 28). A distinção é aceita por PONTES
DE MIRANDA (Tratado de Direito Privado, 3ª ed., vol. XXVIII, § 3.331,7).
Os primeiros são todos aqueles sujeitos aos efeitos da sentença que
declarou aberto o concurso; os segundos, apenas os que nele se
habilitaram.
4 - Temos, pois, que o crédito fazendário não é “concursual”, no
sistema falimentar brasileiro. Não poderá ser “concorrente”? Por outras
palavras, pode a Fazenda habilitar o seu crédito na falência do devedor,
não obstante a incolumidade concursual de que goza?
Normalmente, a Fazenda não necessita de ingressar no processo
falimentar para fazer valer o seu privilégio. Alguns autores sugerem, no
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 32
caso, a penhora no rosto dos autos da falência (cf. PONTES DE MIRANDA,
op. cit., tomo XXVIII, § 3.330, 1; JOSÉ DA SILVA PACHECO, op. cit., vol.
II, ps. 420 e 421). Mas o alvitre me parece errôneo: o penhoramento do
art. 936 do Código de Processo Civil tem por objeto ação movida pelo
devedor, e, malgrado a chamada “autofalência” do art. 8º do Decreto-lei
nº 7.661, ninguém ainda ousou avançar a tese original de que a execução
coletiva falimentar (não a ação de falência, que a precede) tenha um
autor e que este seja o próprio falido. O que a Fazenda pode fazer, e
geralmente faz, é simplesmente pedir ao Juiz da falência a reserva de que
trata o art. 130 daquele diploma, até que venha a obter, no seu juízo
privativo, uma sentença condenatória com trânsito em julgado.
De qualquer forma, o argumento de conveniência não resolve o
problema jurídico. Se a Fazenda Pública julgar preferível promover a
habilitação do seu crédito na falência, norma alguma existe, a meu ver,
que a impeça de fazê-lo (sic, PONTES DE MIRANDA, op. cit., tomo XXIX, §
3.411, 4; JOSÉ DA SILVA PACHECO, op. cit., vol. I, p. 232). No que
concerne aos créditos tributários exigíveis no decurso do processo
falimentar, o Código Tributário Nacional é expresso no sentido de
considerá-los encargos da massa, prevendo apenas a remessa das partes no
processo competente, se contestado o crédito (art. 188). Quanto aos
créditos fazendários exigíveis antes de declarada a quebra, não estão
eles incluídos na enumeração taxativa do art. 23, parágrafo único do
Decreto-lei nº 7.661, ressalvadas as controvertidas “penas pecuniárias
por infração das leis penais e administrativas”. E a lei que abre exceção
a regras gerais, ou restringe direitos, como dizia a antiga Lei de
Introdução ao Código Civil, só abrange os casos que especifica.
Por outro lado, criando o privilégio da incolumidade concursual
para a dívida ativa do Estado, o legislador brasileiro não pretendeu
obviamente coartar as possibilidades de sua cobrança judicial, mas antes
ampliá-las. Não existe regra nem princípio jurídico que impeça o Estado
de abrir mão de seus privilégios (no sentido de priva lex) diante do
particular, se tal decisão, colima justamente um melhor exercício dos
seus poderes. No caso, aliás, haveria o abandono de um privilégio
processual para melhor fazer valer um privilégio creditório.
Ora, se o crédito fazendário pode ser reclamado no processo
falimentar, e se a lei só considera ilegítimos para fundamentar um pedido
de falência, os créditos que se não possam neste reclamar (Decreto-lei nº
7.661, art. 1º, § 2º), resulta claro que a Fazenda Pública é parte
legítima para pedir em juízo a falência de seus devedores.
5 - Mas aqui se põe o problema do interesse de agir. Ao preterir a
sua via executiva própria, para ajuizar um pedido de quebra, não estará a
Fazenda se servindo abusivamente da falência como meio de cobrança de
seus créditos? A objeção virá fatalmente, tão forte é o prestígio dos
lugares-comuns. Importa, pois, discuti-la, em função das características
fundamentais do processo falimentar.
O primeiro princípio cardeal do processo de falência é, na verdade,
comum a todas as execuções concursuais: a par conditio creditorum. O
Código Civil o enuncia, em seu art. 1.556, ao declarar que “não havendo
título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens
do devedor comum”. O princípio diz respeito às relações dos credores
entre si e pressupõe a insolvabilidade do devedor comum, entendida como
deficit patrimonial. Se os bens do devedor não bastam para a satisfação
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 33
integral dos créditos, importa reparti-los proporcionalmente entre os
credores, atendidas as suas preferências (Código Civil, art. 1.554).
Ora, este princípio comum a todos os processos concursuais se
apresenta na falência singularmente reforçado, quando se atenta para o
fato de que vigora até mesmo em relação a credores já satisfeitos
regularmente de seus créditos, de acordo com o direito comum, antes da
sentença de quebra, no chamado termo legal da falência ou período
suspeito (Decreto-lei nº 7.661, arts. 52 e segs.). E no que tange aos
atos propriamente fraudulentos praticados pelo devedor, avantajando
alguns credores em detrimento de outros, a decretação da quebra dá ensejo
a várias imputações penais (cf., notadamente, art. 188, II e III, e art.
189, I).
Quanto às pretensões dos credores em relação ao devedor comum, a
falência se distingue nitidamente dos demais processos de execução
coletiva do nosso Direito, pelo extremo rigor da tutela jurídica. É este
o seu segundo princípio cardeal (cf. FRANCESCO FERRARA, II Fallimento, 2ª
ed., Milão, 1966, ps. 45 e 46; PIERO PAJARDI, op. cit., ps. 21 e 22) e
que constitui, aliás, o caráter marcante da falência desde os seus
primórdios históricos, causando espécie que a doutrina contemporânea não
o assinale como devera.
Com efeito, no que diz respeito à execução patrimonial, a sentença
de quebra - diversamente dos demais provimentos de abertura de processo
concursual - implica o imediato penhoramento, em bloco, de todos os bens
do devedor (arrecadação) e a perda automática do direito deste de
administrá-los e deles dispor (Decreto-lei nº 7.661, art. 40).
Ademais, a tutela dos direitos creditórios na falência não se
exaure na execução patrimonial, mas comporta também medidas construtivas
da liberdade pessoal do devedor e repressoras de sua atividade. Toda a
série dos deveres de colaboração do falido com o desenvolvimento do
processo (art. 34) é sancionada pela sua prisão por ordem do Juiz, de
ofício ou a requerimento do representante do Ministério Público, do
síndico ou de qualquer credor (art. 35). Um inquérito judicial permite a
apuração da prática de atos considerados criminosos pela lei, dos quais a
falência constituiu a condição objetiva de punibilidade (arts. 103 e
segs.).
Ora, o credor que pede a falência do seu devedor está pedindo
objetivamente a abertura de um processo onde se apliquem todas essas
medidas de tutela jurídica do seu crédito, tanto no confronto com os
demais credores, quanto relativamente ao próprio devedor, medidas essas
que o direito comum desconhece. O requerimento de falência não é mera
provocação de provimento judicial, mas autêntica ação em juízo. Discute-
se apenas sobre qual a natureza jurídica dessa ação, ou qual, o seu
caráter preponderante, se executivo ou constitutivo. Mas não há dúvida de
que o autor não é um substituto processual, nem age como representante de
um vago “interesse de categoria”, como se chegou a afirmar (RENZO
PROVINCIALI, op. cit., vol. 1, nº 98). Ele age no seu próprio interesse,
muito embora se, como “resultado de fato”, nem sempre necessário, acabe
realizando também a tutela dos interesses dos outros credores (cf. S.
SATTA, Istituzioni di Diritto Fallimentare, 4ª ed., Roma, 1953, ps. 48 e
49); PIERO PAJARDI, op. cit., p. 107). É sabido, aliás, que para muitos
credores a abertura do concurso é desinteressante, do ponto-de-vista
prático.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 34
Sucede que, no Direito Brasileiro, a falência é antes de tudo
requerida, não com base em genérica “cessação de pagamentos” - tal como
ocorre nas legislações que ainda seguem a tradição do Código de Comércio
de Napoleão - mas com fundamento na chamada impontualidade: a falta de
pagamento, no vencimento, de obrigação líquida, constante de título que
legitime ação executiva (Decreto-lei nº 7.661, art. 1º). Verificado,
portanto, esse fato, abre-se ao credor dupla via judicial: executar
singularmente o devedor, ou pedir a abertura de execução coletiva. Entre
ação executiva e ação de falência, há sem dúvida diversidade de pedidos,
mas a razão de pedir é a mesma.
O credor que requer a falência está pedindo ipso facto o
reconhecimento da insolvência do devedor, da qual a impontualidade
constitui mero sinal exterior, como de resto os demais fatos arrolados no
art. 2º da Lei. Ora, no procedimento da ação de falência por
impontualidade, dado que o sinal exterior da insolvência consiste num
inadimplemento, o legislador abre ao réu a possibilidade de elidir a
presunção de insolvência decorrente do protesto, pelo depósito, no prazo
de defesa, “da quantia correspondente ao crédito reclamado” (art. 11, §
2º), o que não suprime a instância, mas converte o pedido inicial em ação
propriamente executiva. A expressão “crédito reclamado” é significativa:
o interesse do credor é unicamente a satisfação do seu crédito, seja qual
for a via judicial que acabar prevalecendo, falencial ou executiva. O
legislador brasileiro, muito mais realista nessa matéria do que o
estrangeiro, reconhece claramente que a ação de falência é exercida no
interesse próprio do autor.
Por conseguinte, a ação de falência com base na impontualidade é
também uma forma judicial de cobrança de dívidas, cobrança que tomará a
forma de execução singular, se o réu fizer o depósito elisivo, ou
redundará em execução coletiva, se a insolvência do devedor vier a ser a
final reconhecida.
Quanto à ação de falência fundada em causas diversas da
impontualidade do devedor (Decreto-lei nº 7.661, art. 2º), ela visa, com
a abertura do concurso, a uma proteção excepcional do crédito do autor,
quer perante os demais credores, quer perante o devedor comum, tendo em
vista o pressuposto da insolvabilidade.
6 - Vemos, portanto, que a incolumidade concursual do crédito
fazendário não constitui óbice a que a Fazenda Pública requeira a
falência. Mas a outra qualidade essencial desse crédito - o seu caráter
privilegiado - não implica falta de interesse para pedir a quebra do
devedor?
Advirta-se, desde logo, que continuamos tratando aqui do interesse
processual e não do “legítimo interesse econômico ou moral” (Cód. Civil,
art. 76; Cód. Proc. Civil, art. 2º), que se confunde com o próprio
direito material invocado em juízo. O interesse processual, como condição
do direito de ação, diz respeito à aparente necessidade em que se
encontra o autor de pedir aquele determinado provimento judicial, a fim
de fazer valer o direito substantivo de que se afirma titular.
No caso em exame não se pode deixar de reconhecer que a existência
ou não do interesse de agir decorre unicamente do sistema da lei, e não
da natureza das coisas. Tanto isso é verdade, que o Direito Francês, por
exemplo, sempre admitiu que o credor preferencial, mesmo hipotecário,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 35
requeresse a falência (cf. RIPERT e ROBLOT, Traité Elémentaire de Droit
Commercial, t. 2, 6ª ed., 1970, nº 2.867, p. 353).
Ora, no vigente Direito Brasileiro, o Decreto-lei nº 7.661 somente
exclui o direito de pedir a quebra ao credor com garantia real, a menos
que este a renuncie ou, querendo mantê-la, prove que os bens objeto dessa
garantia não chegam para a solução do seu crédito (art. 9º, III, letra
“b”). E, no sistema da lei, privilégio e garantia real não se confundem.
Na classificação dos créditos constantes do art. 102, a lei separa em
classes distintas os “créditos com direitos reais de garantia” (inciso
I), dos “créditos com privilégio especial sobre determinados bens”
(inciso II) e dos “créditos com privilégio geral” (inciso III). Por outro
lado, a lei exceciona a regra geral de suspensão das ações e execuções
individuais contra o devedor falido em favor dos “credores por títulos
não sujeitos a rateio” (art. 24, § 2º, I), que são aqueles garantidos por
direito real, deixando de fazê-lo em relação aos credores privilegiados.
Ademais, o parágrafo único do art. 26 ressalva expressamente a fluência
de juros, durante o processo de falência, em benefício “das debêntures e
dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o
produto dos bens que constituem a garantia”. Finalmente, permitiu ainda o
legislador que na segunda fase da falência apenas os credores
hipotecários e pignoratícios conservassem um poder de iniciativa
supletório para excussão do objeto da garantia (arts. 119 e 120).
A confusão entre privilégio creditório e direito real de garantia
existia, porém, no nosso antigo direito comercial, persistindo, em
matéria falimentar, até a vigente Lei de Falências. Em seu art. 470, o
Código Comercial declara que “no caso de venda voluntária, a propriedade
da embarcação passa para o comprador com todos os seus encargos; salvo os
direitos dos credores privilegiados que nela tiverem hipoteca tácita”. A
Lei de Falências nº 2.024, de 1908, dispunha que “o credor privilegiado,
inclusive o hipotecário, somente poderá requerer a falência do devedor
declarando renunciar ao privilégio, ou, se o quiser manter, provando que
os bens, que constituem a sua garantia, não chegam para a solução do
crédito”. É bem verdade que J. X. CARVALHO DE MENDONÇA, autor do
anteprojeto dessa lei, esclarecia, em comentários, que o legislador só
tivera em mira, no assim dispor, a situação dos credores com garantia
real (cf. Tratado de Direito Comercial Brasileiro, cit., vol. VII, nº
237). Mas, de qualquer modo, a confusão terminológica voltava a ser
consagrada em lei, sendo mantida pelo ulterior diploma falimentar de 1929
(Decreto nº 5.746, art. 9º, § 3º), mesmo depois do advento do Código
Civil.
Tal confusão, na verdade, resultava da persistente influência do
Direito Francês, no qual o privilégio, como sureté réelle, é direito real
de garantia (cf. RIPERT e BOULANGER, Traité de Droit Civil, t. III, 1958,
nº 125 e segs.), tal como o privilégio especial do Direito Italiano (cf.
Código Civil de 1942, art. 2.747, segunda alínea).
No campo civil, porém, sempre nos mantivemos filiados à tradição do
Direito Romano, no qual o privilégio era simples prioridade ou prelação
de um direito pessoal (cf. LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA, Direito das
Cousas, 2ª ed., Porto, p. 650).
No estado atual do Direito Positivo Brasileiro, qualquer confusão é
inadmissível. O Código Civil compreendeu o penhor, a anticrese e a
hipoteca sob a expressão “direitos reais de garantia”, subespécie de
“direitos reais sobre coisas alheias”, no gênero “direitos reais” (Livros
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 36
II, título III). Tratou, ao contrário, dos privilégios no título IX do
seu Livro III, “Do direito das obrigações”, consagrado ao concurso de
credores. Como espécie do gênero direito real, a garantia real apresenta
a dupla característica da imediatez, ou poder direto sobre o bem que lhe
constitui o objeto, e da sequela. O privilégio, ao revés, não é
propriamente um direito, mas uma qualidade que adjetiva o direito pessoal
de crédito, e consistente na preferência de pagamento em confronto com
outros créditos. A existência do privilégio não altera a natureza pessoal
do crédito, e por conseguinte só se manifesta relativamente a outros
créditos. Não comporta uma incidência direta e absoluta sobre os bens do
devedor, mesmo em se tratando de privilégio especial, o que significa que
não dá sequela.
A preferência estabelecida no art. 60, parágrafo único, do Decreto-
lei nº 960, de 1938, e no art. 186 do Código Tributário Nacional
constitui um privilégio e não uma garantia real. Não está, portanto,
abrangida pela norma do art. 9º, III, letra “b” da atual Lei de Falências
que, excluindo direitos, não se compadece com uma interpretação
extensiva.
7 - Com essa exposição de razões, passo a responder aos quesitos da
consulta, tal como formulados pela consulente.
“a) A certidão de dívida ativa é documento hábil a
ensejar à Fazenda do Estado o requerimento de falência de
contribuinte com apoio no art. 1º da Lei de Falências?”
Sim. Trata-se de título que legitima a ação executiva fiscal,
referindo-se a obrigação líquida (Decreto-lei nº 960, art. 2º). Preenche,
portanto, todos os requisitos exigidos pelo art. 1º da Lei de Falências.
Ressalvada a questão da multa fiscal de caráter penal (Decreto-lei nº
7.661, art. 23, parágrafo único, III), o crédito tributário assim
demonstrado pode ensejar a quebra do contribuinte, comercialte individual
ou sociedade mercantil.
A alegada impontualidade do devedor não precisa se referir ao
crédito tributário, que pode aliás não estar vencido (Decreto-lei nº
7.661, art. 9º, III), bastando que a Fazenda exiba a certidão de protesto
do título de outro credor (o chamado “protesto de empréstimo”). Se a
impontualidade se refere ao crédito tributário, é mister levar a protesto
preliminarmente a certidão da dívida ativa, pelo modo previsto no art. 10
da Lei de Falências.
A ação de falência movida pela Fazenda Estadual deve ser ajuizada
no foro comum (Código Judiciário do Estado, art. 35, I, letra “a” e de
acordo com a regra de competência territorial do art. 7º do Decreto-lei
nº 7.661, de 1945).
“b) A Fazenda do Estado, verificando-se quaisquer das
hipóteses previstas no art. 2º do Decreto-lei nº 7.661, de
1945, possui legitimação processual para requerer a falência
de comerciante?”
Sim. Basta exibir o título do seu crédito, ainda que não vencido
(Decreto-lei nº 7.661, art. 9º III).
“c) Nesta hipótese, perderá o seu crédito o privilégio
contido no art. 186 do Código Tributário Nacional?”
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 37
De modo algum. O privilégio do crédito fiscal não se confunde com
um direito real de garantia.
“d) Decretada a falência, poderá a Fazenda do Estado,
através de funcionário designado por esta, exercer o cargo
de síndico?”
Sim, desde que a Fazenda Estadual preencha as condições especiais
previstas no art. 60 do Decreto-lei nº 7.661, de 1945.
É esta a minha opinião.
São Paulo, 24 de maio de 1972.
FÁBIO KONDER COMPARATO
O ICMS E OS BENS DE USO
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 38
HUGO DE BRITO MACHADO
Professor Titular de Direito Tributário da UFC
SUMÁRIO: 1. Origem do ICMS. 2. O âmbito constitucional
do ICMS. 3. O conceito de mercadoria. 4. A importação de
bens de uso. 5. A Emenda 23 e a CF/88. 6. Saída de bens do
ativo fixo. 7. Transferências. 8. O diferencial de alíquota
na aquisição interestadual. 9. Consumo e insumo. 10. Não
cumulatividade: os créditos. 10.1. Impropriedade da palavra
crédito. 10.2. Inconveniências da não cumulatividade. 10.3.
Direito ao crédito. 10.3.1. Na importação. 10.3.2. Nas
entradas interestaduais. 10.3.3. Tributação na saída. 11.
Algumas conclusões.
1. Origem do ICMS.
O imposto sobre “operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação”, da competência dos Estados, tem sua origem no antigo
imposto sobre vendas mercantis, instituído por sugestão dos
contribuintes.1
Os comerciantes, reunidos no Primeiro Congresso das Associações
Comerciais do Brasil, realizado no Rio de Janeiro em outubro de 1922,
interessados na criação de um título de crédito especificamente vinculado
às vendas de mercadorias, para despertar o interesse do governo na
aprovação de lei criando a duplicata mercantil, sugeriram a instituição
do imposto sobre vendas mercantis.
Esse imposto inicialmente era federal, mas a Constituição de 1934 o
atribuiu aos Estados, com o nome de imposto sobre vendas e consignações2,
1 Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar,Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p. 1. 2 Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar, Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p. 3:
O Poder Legislativo foi sensível aos reclamos do comércio: o artigo 3º, § 8º, da Lei nº 2.919, de 31 de
dezembro de 1914, autorizou o Executivo a tornar efetiva, através de regulamento, a cobrança do imposto do
selo proporcional a que estavam sujeitas as faturas ou contas assinadas, “podendo estabelecer que sejam as
mesmas equiparadas às letras de câmbio e notas promissórias”. O regulamento foi baixado pelo Decreto nº
11.527, de 17 de março de 1915, que jamais entrou em vigor: circulares ministeriais adiaram-lhe o início de
vigência, até que a Lei nº 3.070, de 31 de dezembro de 1915, revogou o art. 3º, § 8º, da Lei nº 2.919, de 1914,
em vista de dúvidas acerca da constitucionalidade de alguns de seus dispositivos.
Este insucesso não esmoreceu o comércio em seus esforços pela criação de um título de crédito. O
primeiro Congresso das Associações Comerciais do Brasil, instalado no Rio de Janeiro em 18 de outubro de
1922, debateu o assunto e aprovou um projeto de lei que foi apresentado ao Governo, que o aceitou. Em
virtude disto, a Lei nº 4.625, de 31 de dezembro de 1922, em seu art. 2º, inciso X, autorizou o Presidente da
República “a cobrar o imposto do selo proporcional sobre vendas mercantis, a prazo ou à vista, efetuadas
dentro do país, podendo aplicar, no todo ou em parte, as disposições adotadas sobre a matéria no 1º Congresso
das Associações Comerciais do Brasil, realizado nesta Capital em 1922, ou outras que julgar convenientes, de
modo a tornar obrigatória a assinatura pelos compradores.”
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que foi cobrado até o início dos anos sessenta mediante a venda de selos
aplicados no livro de registro de vendas, para as vendas à vista, e nos
títulos de crédito correspondentes (as duplicatas), nas vendas a prazo.
Depois passou a ser pago “por verba”, aplicando-se apenas um carimbo no
lugar dos selos, até que, com a Emenda Constitucional nº 18, foi
transformado no ICM.
Trata-se, portanto, de um tributo cuja origem deixa evidente a sua
natureza mercantil.
2. O âmbito constitucional do ICMS.
O âmbito constitucional do ICM compreendia apenas as operações
relativas à circulação de mercadorias. A Constituição de 1988 acrescentou
a estas as “prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação”, e incorporou regra já formulada pela
Emenda Constitucional nº 23, como adinte será explicado. Com isto, porém,
não lhe retirou o caráter mercantil, que segue tendo.
Importância decisiva, na delimitação do âmbito constitucional do
ICMS, tem o conceito de mercadoria, posto que são as operações relativas
à circulação de mercadorias que o compõem.
3. O conceito de mercadoria.
Como se trata de conceito utilizado pela Constituição para atribuir
e delimitar competência tributária, o conceito de mercadoria não pode ser
alterado pela lei.3
Induvidosamente, mercadoria é um conceito há muito elaborado pelo
Direito Comercial. Por isto são desprovidas de validade as disposições
das leis tributárias que pretendem alterá-lo, deixando de nele colocar o
elemento “destinação”.
Carvalho de Mendonça, com sua indiscutível autoridade, mostra que a
destinação é elemento essencial no conceito de mercadoria. “Todas as
mercadorias”, ensina aquele mestre, “são necessariamente coisas; nem
todas as coisas, porém, são mercadorias. Não há, como se vê, diferença de
substância entre coisa e mercadoria: a diferença é de destinação”.4
“São mercadorias”, doutrina Waldemar Ferreira, “as coisas móveis
que se compram e se vendem, por atacado ou a varejo nas lojas, armazéns,
Com base neste texto legal, sucederam-se diversos regulamentos, o último dos quais foi aprovado
pelo Decreto nº 22.061, de 9 de novembro de 1932. Estava instituído o imposto de vendas mercantis, raridade,
como diz WALDEMAR FERREIRA, por tratar-se de tributo criado por solicitação dos contribuintes.
3 O art. 110 do CTN, estabelece:
A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de
direito privado utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos
Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências
tributárias.
4 Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 7ª edição, Freitas Bastos, Rio de Janeiro,
1963, vol. V, 1ª parte, p. 28.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 40
mercados ou feiras, sejam produtos da natureza, sejam da indústria, na
sua variedade imensa.”5
Além de ser um bem móvel, corpóreo, novo ou usado, a mercadoria
somente se caracteriza como tal pela destinação ao comércio. Não se trata
de destinação genérica, desligada do sujeito da atividade, mas
específica. Destinação no âmbito da empresa relativamente à qual se
perquire sobre a ocorrência do fato imponível. Em regra, aquela que
promove a saída do bem. O que é mercadoria para uma empresa não o será
necessariamente para outra. Sua destinação dentro do patrimônio de cada
empresa é que faz a diferença, permitindo a configuração do conceito.
“Não são mercadorias”, ensina com propriedade Aliomar Baleeiro
referindo-se aos vasilhames que, em geral, retornam ao estabelecimento de
origem, “mas bens do ativo imobilizado, como imóveis, armações, cofres,
veículos etc., empregados pela empresa nos serviços da produção ou do
comércio, permanentemente, e não para venda à clientela.”6
Fran Martins também encontra na destinação um elemento integrante
do conceito de mercadoria. Na lição do ilustre comercialista, “chamam-se
mercadorias as coisas móveis que os comerciantes adquirem com a
finalidade específica de revender.”7
Na contabilidade tem-se clara a diferença entre a mercadoria e os
bens de uso, e de consumo. A mercadoria, conceito no qual estão incluídas
as matérias-primas e demais insumos, consta de contas classificadas no
ativo circulante. Os bens de uso constam de contas classificadas no ativo
fixo, e os bens de consumo constam de contas classificadas no sistema de
resultados.8
4. A importação de bens de uso.
A importação de bens de uso, mesmo quando feita por contribuinte do
ICM, não era sujeita ao imposto, exatamente por não serem estes
mercadorias. Neste sentido fixou-se a jurisprudência.
No Supremo Tribunal Federal prevaleceu o entendimento segundo o
qual o imposto de circulação de mercadorias não incidia sobre a
importação de bens de uso, vale dizer, bens destinados ao ativo da
empresa.
Realmente, como o bem adquirido para o ativo fixo, ou imobilizado,
não é mercadoria para a empresa adquirente, o fato estava fora do âmbito
de incidência do ICM.
Pela mesma razão, quando um bem é importado por quem não é
contribuinte do imposto, não exerce atividade mercantil, não ocorre a
incidência.
O Superior Tribunal de Justiça, todavia, tem entendido que incide o
ICMS na importação de bens por particular, para uso próprio. Certamente
5 Waldemar Ferreira, Tratado de Direito Comercial, 6º vol., Saraiva, São Paulo, 1961, p. 230. 6 Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro, 2ª edição, Forense, Rio de Janeiro, 1970, p. 203. 7 Fran Martins, Curso de Direito Comercial, Forense, Rio de Janeiro, 1970, p. 129. 8 Salvo, é claro, quanto aos bens de consumo, a escrituração em contas do ativo circulante, representativas do estoque
dos materiais de consumo, com posterior transferência para contas de resultado, na medida em que o consumo vai
ocorrendo.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 41
assim decidiu à consideração de ser o interessado possuidor de elevada
capacidade contributiva, posto que se tratava de importação de aeronave,
um bem que por certo só é importado por pessoa significativamente rica.
Tal entendimento, data vênia, não corresponde ao que autoriza a norma
constitucional definidora do âmbito do imposto, mesmo depois da Emenda
23/83. Pode ser um entendimento justo, mas não nos parece que seja
jurídico. A não ser no sentido de que, ao se tornar definitivo, encarta-
se no sistema jurídico, como exemplo da doutrina de Kelsen, segundo a
qual, pela via “da interpretação de uma norma pelo órgão jurídico que a
tem de aplicar, não somente se realiza uma das possibilidades reveladas
pela interpretação cognoscitiva da mesma norma, como também se pode
produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma
a aplicar representa.”9
Aliás, como ensina o Mestre de Viena, “É facto bem conhecido que,
pela via de uma interpretação autêntica desse tipo, é muitas vezes criado
Direito novo - especialmente pelos tribunais de última instância.”10
5. A Emenda 23 e a CF/88.
Em face da orientação jurisprudencial da Corte Maior, que entendeu
não incidir o então ICM na importação de bens de uso, a Emenda
Constitucional nº 23, de 1983, com o objetivo de aumentar a receita
tributária dos Estados, acrescentou ao art. 23 da Constituição Federal o
§ 11, determinando que o imposto “incidirá, também, sobre a entrada, em
estabelecimento comercial, industrial ou produtor, de mercadoria
importada do exterior por seu titular, inclusive quando se tratar de bens
destinados a consumo ou ativo fixo do estabelecimento.” Ficaram, assim,
superadas a doutrina e a jurisprudência em contrário.
É relevante observar que a referida Emenda Constitucional não
modificou o conceito de mercadoria. Pelo contrário, reconheceu que não
são mercadorias os bens destinados ao consumo ou ao ativo fixo, definindo
a entrada destes, quando importados do exterior, como hipótese de
incidência do imposto.
A citada Emenda Constitucional referiu-se à entrada em
estabelecimento comercial, industrial ou produtor, deixando fora de
qualquer dúvida que importações feitas por quem não fosse comerciante,
industrial ou produtor, não ensejavam a incidência do imposto. Não
obstante na redação do art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”, tais
qualificativos tenham sido omitidos, parece-nos que somente as
importações feitas por comerciante, industrial ou produtor sujeitam-se ao
ICMS. Não aquelas feitas por particulares, sem destinação comercial.
Mesmo que se destinem os bens ao uso profissional, e ainda que venham
estes a integrar o patrimônio de pessoas jurídicas, se estas não são
comerciantes, industriais ou produtores, mas simples prestadores de
serviços, o imposto não é devido. Tanto por não se encaixarem os bens no
9 Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 3ª edição, tradução de João Baptista Machado, Arménio Amado, Coimbra,
1974, p. 471. 10 Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 3ª edição, tradução de João Baptista Machado, Arménio Amado, Coimbra,
1974, p. 471.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 42
conceito de mercadoria, como porque não estão albergados pela exceção
admitida pelo art. 155, § 2º, inciso IX.
Com efeito, a norma do art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”,
refere-se, ao delinear a ampliação excepcional do âmbito de incidência do
ICMS, à importação de “bem destinado a consumo ou ativo fixo do
estabelecimento.” Não abrange, portanto, o importador que não tem
estabelecimento. Em outras palavras, abrange apenas a importação
realizada por empresa.
Ressalte-se, todavia, que o entendimento prevalente no Superior
Tribunal de Justiça, como acima ficou registrado, é no sentido da
incidência do imposto em importações de bens realizadas por particulares,
sem destinação ao comércio.
O Superior Tribunal de Justiça, aliás, tem entendido que o momento
da cobrança do ICMS há de ser o da entrada no estabelecimento do
importador. Curiosamente, porém, contorna esse entendimento e admite a
cobrança do imposto logo no desembaraço aduaneiro, sempre que o
importador não tenha estabelecimento.
6. Saída de bens do ativo fixo.
Pela mesma razão, não obstante dispositivos de leis estaduais em
sentido diverso, o ICMS não incide na venda de bens do ativo fixo. As
leis estaduais, neste ponto, ultrapassam o âmbito do imposto,
constitucionalmente delimitado. O imposto incide sobre operações
relativas à circulação de mercadorias, sobre a entrada de bens destinados
a consumo ou a ativo fixo do estabelecimento, e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação.
O único ato relativo a circulação de bens diversos de mercadoria que se
comporta no âmbito do ICMS é a entrada de bens para o consumo ou para o
ativo fixo do estabelecimento. Estabelecimento industrial, comercial, ou
produtor, certamente. Exceções não podem ser interpretadas
ampliativamente, e a incidência do ICMS sobre a importação de bens
diversos das mercadorias é claramente uma exceção à regra.
O Imposto, nos termos do art. 155, inciso I, alínea “b”, da vigente
Constituição Federal, incide sobre atividade mercantil por natureza. A
circulação, para ensejar o imposto, há de ser de mercadoria, que é coisa
destinada ao comércio, o bem de venda, que na contabilidade da empresa
classifica-se no ativo circulante.
A norma, contida no art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”,
autorizativa da instituição do imposto sobre a entrada de bem destinado a
consumo ou ativo fixo do estabelecimento constitui uma exceção. Não
significa de modo nenhum a mudança da natureza do imposto, que continua
incidindo sobre atividade mercantil, até porque a incidência
excepcionalmente autorizada limita-se à entrada de bens importados no
estabelecimento empresarial.
A este propósito já escrevemos:
Os bens destinados ao consumo, ou ao ativo fixo do
estabelecimento, não são mercadorias. Por isto mesmo a incidência
do imposto, em se tratando desses bens, somente ocorre na entrada
do estabelecimento importador, daqueles que tenham sido importados
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 43
do exterior. A regra albergada pelo art. 155, § 2º, item IX, alínea
“a”, segundo a qual o imposto incidirá ainda quando se tratar de
bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, consagra
uma abrangência excepcional. O imposto é sobre operações relativas
à circulação de mercadorias. Excepcionalmente, por determinação
expressa e específica da citada regra da Lei Maior, abrange as
entradas de bens destinados ao consumo, ou ativo fixo do
estabelecimento importador.
O imposto não alcança, portanto, qualquer outra operação
relativa a bens destinados ao consumo, ou ao ativo fixo. Assim, a
venda de bens do ativo fixo não gera o dever de pagar ICMS. Pela
mesma razão, não está sujeita ao imposto a transferência de um bem
de consumo, ou do ativo fixo, de um para outro estabelecimento da
mesma empresa. As normas que dizem ser fato gerador do ICMS a saída
de bens do ativo fixo, ou a entrada destes, ferem a Constituição
Federal e por isto mesmo são desprovidas de validade jurídica.
Sem validade, igualmente, a norma que diz ser fato gerador do
imposto o consumo ou integração no ativo fixo de mercadoria
produzida pelo próprio estabelecimento ou adquirida para
comercialização ou industrialização (Convênio 66/88, art. 2º, §
1º). É certo que a lei estadual pode, validamente, impor o estorno
do crédito de ICMS relativo a aquisição de mercadorias, quando
estas sejam destinadas a consumo, ou ao ativo fixo, mas isto é
outra questão. Aliás, a imposição desse estorno corresponde ao
reconhecimento de que tais bens na verdade não são mercadorias.11
Em recente julgado o Supremo Tribunal Federal chancelou esse
entendimento, afirmando que não se qualifica como operação de circulação
de mercadoria a alienação esporádica e motivada pelas circunstâncias de
um bem integrado ao ativo fixo da empresa.12
7. Transferências.
Embora utilizando terminologia inadequada13, a jurisprudência vem
fixando o entendimento no sentido de que “o simples deslocamento de
mercadorias de sede de instituição bancária para filiais, não implica em
operações de circulação de mercadorias para efeito de incidência de ICMS,
tanto por não haver troca de titularidade do bem, ocorrendo apenas o mero
deslocamento físico da coisa. Cabe o mandado de segurança, como remédio
hábil para sustar a cobrança ilegal de tributo fiscal, tutelando direito
líquido e certo.”14
Aliás, no Superior Tribunal de Justiça a jurisprudência já avançou
no sentido de estabelecer que o ICMS não incide na simples circulação
física, na simples transferência entre estabelecimentos, ainda quando se
trate de mercadorias. Já decidiram ambas as Turmas que compõem a
Segunda Seção do STJ, no sentido da não incidência do ICMS no caso de
11 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 262. 12 STF - Ag. nº 177.698-7 (Ag.Rg.), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO, Informativo STF nº 28, 2/5/96, p. 4. 13 Diz-se que a terminologia é inadequada porque na verdade os bens de uso, na linguagem do Direito Tributário, não
podem ser designados pela palavra mercadoria, que se presta para designar apenas os bens destinados à revenda. 14 Acórdão do TJ da Bahia, citado em despacho do Ministo HÉLIO MOSIMANN, negando provimento a agravo
contra o despacho do Presidente do TJ da Bahia. DJU de 01/06/94, p. 13.756.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 44
simples transferência de mercadorias do estabelecimento matriz para a
filial da mesma empresa.15
Em se tratando de bens do ativo fixo é induvidoso que o ICM não
incide sobre transferências de um para outro estabelecimento da mesma
empresa. Em se tratando, porém, de mercadorias, parece correto tributar
tais transferências, até como forma de viabilizar a transferência do
crédito correspondente.
Ressalte-se, todavia, que em se tratando de estabelecimentos
situados no mesmo Estado, não ocorrendo o pagamento do ICMS numa
transferência o imposto que deixou de ser pago, pelo estabelecimento
remetente, é pago pelo estabelecimento destinatário, de sorte que não há
qualquer prejuízo para o fisco credor.
Já tivemos oportunidade de anotar:
“Interessante aplicação do preceito pelo qual o pagamento,
feito por um dos coobrigados, aproveita aos demais, pode dar-se no
caso em que um estabelecimento comercial transfira mercadorias para
outro, no mesmo município, sem lançar, e por isto sem pagar, o ICMS
respectivo. O mesmo valor deixa de ser pago pelo remetente, salvo
situação excepcional, será pago a mais pelo destinário, porque este
não terá a seu favor o crédito correspondente. Os estabelecimentos
da mesma pessoa jurídica são considerados sujeitos passivos
autônomos, mas são, por força de lei, solidariamente obrigados
pelas dívidas de ICMS uns dos outros. Por isto, o pagamento feito
pelo destinatário aproveita ao remetente, do qual nada poderá ser
cobrado na situação mencionada.16
8. Diferencial de alíquota na aquisição interestadual.
A questão da alíquota aplicável nas operações interestaduais com
mercadorias destinadas a consumidor deu ensejo a muitos litígios. Os
Estados pretenderam cobrar o ICM com aplicação da alíquota interna sempre
que o adquirente não fosse contribuinte, ou, mesmo sendo contribuinte,
tivesse adquirido a mercadoria para uso ou consumo próprio.
Aliás, quando o adquirente era contribuinte do imposto era
praticamente impossível ao Estado de origem determinar quando a
mercadoria era destinada ao uso ou consumo. Por isto, em livro publicado
em 1971, sugerimos que a União poderia determinar, em lei complementar,
para o contribuinte, a obrigação de recolher a importância correspondente
à diferença de alíquota, sempre que, tendo adquirido em outro Estado
qualquer mercadoria, com ICM calculado com alíquota interestadual, viesse
a destinar essas mercadorias ao próprio uso, ou consumo.17
A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, todavia, orientou-se
no sentido de que o conceito de interestadual, sendo simplesmente
geográfico, não admitiu a distinção em razão de ser ou não o destinatário
contribuinte do imposto. Adotou uma interpretação meramente literal, sem
qualquer consideração com a sistemática do imposto, descartando o
elemento finalístico.
15 Resp. 37.842-7 - SP, Relator Min. José de Jesus, DJU I de 13.12.93, p. 27.442. 16 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 100. 17 Imposto de Circulação de Mercadorias, Sugestões Literárias, São Paulo, 1971, p. 91.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 45
Tentaram os Estados burlar tal entendimento, trabalhando com a base
de cálculo. O sofisma era evidente e não podia prevalecer.
Na Constituição Federal de 1988, porém, foram colocadas normas
determinando que nas operações e prestações que destinem bens e serviços
a consumidor final localizado em outro Estado, aplica-se a alíquota
interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto, e a
alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele, e que,
na primeira dessas hipóteses, caberá ao Estado da localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota
interna e a interestadual (Art. 155, § 2º, item VII, alíneas “a” e “b”, e
item VIII). Adotou, assim, depois de 17 anos, aquela sugestão nossa, que
atende à finalidade da diferenciação das alíquotas e tem, agora, validade
jurídica porque encartadas tais normas na própria Constituição. Tornou
praticável o controle, pois a fiscalização do Estado em que se encontra o
destinatário poderá verificar, a qualquer tempo, em sua contabilidade, o
destino que tiverem os bens por este adquiridos.
9. Consumo e insumo.
A questão que se coloca, agora, é a de saber o que se deve
considerar destinado ao consumo, em se tratando de certos materiais que,
embora utilizados no processo de industrialização, não integram o produto
industrializado.
Está, é certo, equacionado o problema da não cumulatividade
relativamente a esse tipo de material. A lei hoje admite expressamente o
uso do crédito respectivo. A questão é que alguns entendem ser devida a
diferença da alíquota quando tenham estes sido adquiridos em outro
Estado.
O equívoco é evidente. Resulta do desconhecimento da distinção
entre consumo e insumo. Se os materiais são utilizados no processo de
industrialização, não há consumo, mas insumo. E não existe razão alguma
para cogitar-se de diferença de alíquota, posto que mesmo não integrando
fisicamente o produto industrializado, esses materiais integram o seu
custo, e conseqüentemente o seu preço de venda, ensejando a incidência do
ICMS na saída do produto.
Não temos dúvida de que constitui erro grosseiro exigir o pagamento
de diferença de alíquota do ICMS relativamente a bens adquiridos em outro
Estado e utilizados no processo produtivo.
10. Não cumculatividade: os créditos.
10.1. Impropriedade de palavra crédito.
A palavra crédito, no contexto das normas que cuidam da não
cumulatividade do ICMS, está usada em sentido impróprio. Designa um
elemento a ser considerado no cálculo do imposto que deve ser pago em
cada período.18 Se assim não fosse, um contribuinte que tivesse feito
18 Cf. Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar, Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 46
vendas a preço inferior ao custo das mercadorias, ou que por outra
qualquer circunstância tivesse saldo credor em sua conta corrente de
ICMS, ao encerrar suas atividades, teria direito de cobrar aquele saldo
da Fazenda, o que na verdade não ocorre.
10.2. Inconveniências da não cumulatividade.
Tal impropriedade terminológica, todavia, não tem importância
diante do universo de problemas criados pela técnica da não
cumulatividade, porta escancarada para práticas fraudulentas, da parte do
contribuinte, e para práticas arbitrárias, da parte do fisco. A propósito
dessa técnica, que em momento de rara infelicidade foi introduzida na
legislação do ICM pela Emenda Constituciocnal nº 18/65, já escrevemos:
“A não cumulatividade do ICMS constitui um dos graves defeitos
de nosso sistema tributário. Técnica copiada dos franceses, que a
instituíram nos anos cinqüenta, como forma de incrementar a
integração da comunidade econômica européia, foi adotada entre nós
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Seus defensores afirmam
ser ela um instrumento da modernidade, mas a experência já
demonstrou que a não cumulatividade é inteiramente inadequada para
o Brasil. O grande número de dispositivos introduzidos na
Constituição, na tentativa de normatizar adequadamente a
compensação do imposto em cada operação, é expressivo da
inadequação dessa técnica para um imposto estadual, numa Federação
com enormes desigualdades econômicas entre as suas diversas
unidades, e com a dimensão territorial de nosso país. Entre as suas
desvantagens podem ser apontadas as seguintes:
1ª) Torna complexa a administração do imposto, impondo o
uso de controles burocráticos que oneram tanto o fisco como os
contribuintes.
2ª) Enseja o cometimento de fraudes praticamente
incontroláveis.
3ª) Exige normatização minudente, que não consegue
evitar situações nas quais se revela flagrantemente injusta.
4ª) Atinge mais pesadamente a atividade agro-pecuária, e
em seguida a atividade industrial, ou, em outras palavras, faz o
imposto mais pesado exatamente para aquelas atividades que mais
produzem riqueza.
5ª) Com alíquotas elevadas, de até 25% (vinte e cinco
por cento), estimula fortemente a evasão do imposto.
6ª) Praticamente impede a outorga de isenções, que
restaram, com a vedação do crédito respectivo na operação
posterior, transformadas em simples diferimento de incidência.
7ª) Tem gerado fortes atritos entre o fisco e os
contribuintes, sendo responsável pela quase totalidade das questões
levantadas a Juízo nos últimos vinte anos.19
19 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 272.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 47
10.3. Direito ao crédito.
10.3.1. Na importação.
O direito do contribuinte ao crédito do ICMS é forma de realização
da não cumulatividade desse imposto, de sorte que existirá, não poderá
ser validamente negado, sempre que isto se faça necessário para a
realização do princípio constitucional em que se encartou a malsinada
técnica.
Por isto mesmo, na medida em que a entrada de bens importados,
destinados a consumo ou ativo fixo, está sujeita ao ICMS, terá o
contribuinte direito de creditar-se pelo valor correspondente. Não apenas
no momento em que promova a saída do bem, posto que no sistema adotado
por nossa legislação o crédito não se vincula ao bem cuja entrada o
ensejou. No momento da entrada, que enseja a incidência do imposto, tem o
contribuinte direito ao crédito correspondente. Qualquer dispositivo de
lei em contrário é desprovido de validade, porque afronta o princípio
constitucional da não cumulatividade.
10.3.2. Nas entradas interestaduais.
Quando um contribuinte recebe mercadoria oriunda de outro Estado, e
a utiliza para consumo, ou para o ativo fixo, não tem direito ao crédito
correspondente. Se no momento em que se deu a entrada não havia dita
destinação, e portanto o que entrou foi tratado como mercadoria,
inclusive com o lançamento do crédito, deve este ser estornado quando se
fez a destinação ao consumo, ou ao ativo fixo.
O diferencial de alíquota, que é pago em razão da destinação do bem
ao consumo, ou ao ativo fixo, também não constitui crédito a ser
aproveitado.
Esta é a conseqüência inafastável do entendimento segundo o qual o
bem destinado ao consumo, ou ao ativo fixo da empresa não é, para esta,
mercadoria.
10.3.3. Tributação na saída.
Para os que entendem que a lei pode considerar fato gerador de ICMS
a alienação de bens do ativo fixo, a conseqüência lógica é a de ter que
admitir o crédito relativo às entradas de tais bens. Se são mercadorias,
para o fim de incidência do imposto na saída, como mercadorias devem ser
tratados, para o fim de gerar, na entrada, o crédito correspondente.
Inadmissível, porque incoerente, é tributar a saída e negar, na entrada,
o direito ao crédito.
É certo que a legislação dos Estados assegura uma espécie de
crédito simbólico, quando define como base de cálculo do imposto, na
saída de bens de uso, apenas uma parcela do preço de venda destes.
Entretanto, com exceção de situações decorrentes da inflação, certo é que
o preço de venda de bens do ativo fixo tende a ser menor do que o preço
de compra. Daí porque, mesmo tendo-se como base de cálculo apenas uma
parcela do preço da venda, tem-se desobedecido o princípio da não
cumulatividade.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 48
Aliás, a explicação para o tratamento específico, diferenciado, dos
bens destinados ao ativo fixo, é exatamente esta: o fisco termina
arrecadando mais do que arrecadaria se tratasse de tais bens como
mercadoria.
Seja como for, correto é considerar-se indevida a tributação, pelo
ICMS, na saída de bens do ativo fixo, sendo para tanto invocada a
jurisprudência da Corte Maior.
Incide, porém, o ICMS na saída de bens do ativo fixo que tenham
sido importados, posto que a Constituição equiparou tais bens às
mercadorias.
11. Algumas conclusões.
Em face do exposto, é razoável chegarmos às seguintes conclusões:
1ª) O ICMS é um imposto que incide sobre a atividade mercantil,
desde sua origem, não tendo sido esse caráter afetado pelas sucessivas
mudanças das normas que definem o seu âmbito constitucional.
2ª) O conceito de mercadoria, elaborado pelo Direito Comercial, é
relevante para a interpretação das normas que definem o âmbito
constitucional do ICMS.
3ª) Mercadoria é o bem corpóreo, novo ou usado, destinado ao
comércio, como comprado, ou transformado.
4ª) A norma que, alargando o âmbito constitucional do ICMS, admite
definida como hipótese de incidência deste a importação de bens
destinados ao uso ou ativo fixo do estabelecimento importador, é de
natureza excepcional e não comporta interpretação ampliativa.
5ª) O ICMS não incide na saída de bens do ativo fixo, salvo aqueles
que tenham entrado no estabelecimento em decorrência de importação, posto
que, neste caso, estão esses bens equiparados às mercadorias.
6ª) A entrada de bens destinados ao ativo fixo não gera direito ao
crédito correspondente, salvo em se tratando de entrada decorrente de
importação, posto que, neste caso, aplica-se o mesmo tratamento dado às
mercadorias.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 49
______________________________________________________________________________________________
DECISÕES JUDICIAIS
_______________________________________________________________________________________________
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 50
PENHORA - ICMS - Incidência sobre o faturamento mensal de sociedade
mercantil - Limitação a 30% - Legalidade - Inteligência dos arts.
671 e 672 do CPC.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 51
Nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora de
créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se ao disposto
nos arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabelecido pela
jurisprudência, de 30% do faturamento mensal, independentemente da
distinção entre receita operacional bruta e o resultado líquido.
AI 269.988-2/8 - 12ª C. - J. 24.10.95 - Rel. Des. Ruy Coppola.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de instrumento
269.988-2/8, da comarca de Diadema, em que é agravante Lunetier -
Indústria e Comércio Ltda., sendo agravada Fazenda do Estado de São
Paulo: Acordam, em 12ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo, por votação unânime, negar provimento ao recurso, de
conformidade com o relatório e voto do relator, que ficam fazendo parte
do acórdão.
O julgamento teve a participação dos Des. Scarance Fernandes
(pres., sem voto), Carlos Ortiz e Luiz Tâmbara, com votos vencedores.
São Paulo, 24 de outubro de 1995 - RUY COPPOLA, relator com a
seguinte declaração de voto: Visto.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em
execução fiscal ajuizada contra a agravante, deferiu a substituição da
penhora requerida pela Fazenda, determinando que a constrição recaia
sobre até 30% do faturamento mensal da executada.
Alega a agravante que o pedido feito pela Fazenda não pode ser
deferido, pois dos autos não consta que a executada não seja possuidora
de outros bens para garantia das execuções, podendo indicá-los.
O recurso foi contra-minutado (fls.).
Ao final a decisão recorrida foi mantida pelo magistrado (fls.).
É o relatório.
Improcedente o inconformismo.
O magistrado deferiu à Fazenda, na execução fiscal promovida contra
a agravante, a substituição da penhora, fazendo com que a nova constrição
recaia sobre até 30% do faturamento da executada.
O motivo da substituição deferida não foi singelo como dito pela
agravante.
Restou demonstrado que a agravante tem contra si ajuizadas inúmeras
execuções, já tendo, anteriormente, sido alvo da mesma determinação
judicial, que foi confirmada por este Tribunal, quando do julgamento do
AI 154.961-2, de Diadema, pela e. 17ª Câmara Civil, onde figurou como
relator o Des. Hermes Pinotti.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 52
O requerimento feito pela Fazenda foi devidamente justificado
(fls.).
A medida, em si, é absolutamente legal.
A agravante não demonstrou que indicou outros bens rentáveis para a
substituição. Se assim ocorreu o posicionamento fazendário está correto.
A e. 16ª Câmara Civil deste Tribunal, no julgamento do AI 201.958-
2, de São Bernardo do Campo, já dediciu sobre a legalidade desse
procedimento (JTJ, Lex, 141/243).
A e. 15ª Câmara Civil, ao decidir o AI 199.551-2, da comarca de
Guarulhos, deixou assentado o seguinte:
“A penhora de direitos patrimoniais, prevista expressamente nos
arts. 671 e ss. do CPC, é aplicável subsidiariamente à execução fiscal,
nos termos do disposto no art. 1º da Lei 6.830/80.
Assim, nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora de
créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se ao disposto nos
arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabelecido pela jurisprudência, de
30% do faturamento mensal, independentemente da distinção entre receita
operacional bruta e o resultado líquido” (Rel. Des. Carvalho Viana, in RT
695/107).
O e. Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou sobre a
legalidade da pretensão fazendária (REsp. 36.917-7-SP, Rel. Min. Garcia
Vieira), em recurso interposto pela própria agravante.
Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.
RECURSO ESPECIAL Nº 10.660-0- MINAS GERAIS - 91.0008532-4
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 53
RELATOR : EXMº SR. MINISTRO COSTA LEITE
RECORRENTE : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RECORRIDO : TATICO SUPERMERCADO LTDA.
E M E N T A
Falência. Fazenda Pública. Interesse.
Não há empeço legal a que a Fazenda Pública requeira a
falência de seu devedor. A Lei de Quebras somente exclui o credor
com garantia real, nos termos do art. 9º, III, “b”. Direito real de
garantia e privilégio creditório não se confundem. Recurso
conhecido e provido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso
especial e, por maioria, dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator, vencido, nessa parte, o Sr. Ministro Cláudio Santos.
Participaram do julgamento os Srs. Ministros Nilson Naves, Eduardo
Ribeiro e Cláudio Santos.
Não participou do julgamento o Sr. Ministro Waldemar Zveiter (§ 2º,
art. 162, RISTJ).
Brasília, 12 de dezembro de 1995 (data do julgamento).
MINISTRO CLÁUDIO SANTOS - Presidente.
MINISTRO COSTA LEITE - Relator.
__________
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO COSTA LEITE: - Trata-se de recurso especial
manifestado pelo Estado de Minas Gerais, com fundamento nas alíneas “a” e
“c” do permissivo constitucional, contra acórdão da e. Quarta Câmara
Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sob a alegação de que
contrariou o art. 2º, I, do Decreto-lei nº 7661/41, além de dissentir de
julgados de outros tribunais, ao não reconhecer à Fazenda Pública
legítimo interesse para requerer a falência de seu devedor.
Processado e admitido o recurso, pela alínea “c”, subiram os autos,
neles oficiando o Ministério Público Federal, pelo conhecimento e
provimento.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 54
É o relatório, Senhor Presidente.
__________
V O T O
O SENHOR MINISTRO COSTA LEITE (RELATOR): - O v. acórdão recorrido
apresenta-se alicerçado nos seguintes fundamentos:
“Ora, se à Fazenda Pública é conferido privilégio de tal
magnitude, absoluto, no fraseado de ALIOMAR BALEEIRO, interesse não
lhe socorre de requerer a falência do devedor por tributos, já que
dispõe de meios excelentemente eficazes de realizar a satisfação de
seus créditos, isto sem cogitar dos percalços que as mais das vezes
estorvam o processo falencial.
Este é o pensamento de CARVALHO NETO (‘Tratado das Defesas
Falimentares’, v. II, ed. 1967, p. 81, nº 130), trazido pela
própria apelante, embora recusado por J. NETTO ARMANDO, e assim
exposto:
‘No que tange à Fazenda Pública, seja ela federal,
estadual ou municipal, o veto persiste. Sendo como é, ‘ex vi
legis’, credora privilegiada, gozando de privilégio geral e
preferente a todos os demais, a Fazenda Pública só poderá
requerer a falência dos seus devedores comerciantes, dentro da
técnica da atual lei de quebras, se renunciasse a esse
privilégio. Ora, como isso não é possível (...), é lógico que
não pode a Fazenda Pública requerer a falência dos seus
devedores. Esse é, aliás, o ensinamento de BEDRAN (‘Falências
e Concordatas no Direiro Brasileiro’, I, nº (57).
A nosso ver o entendimento de MIRANDA VALVERDE,
permissivo do procedimento falimentar por iniciativa da
Fazenda Pública, nos parece inaceitável’.
Merece registro a autorizada e respeitada opinião de RUBENS
REQUIÃO, em torno do tema, assim magnificamente exposta:
‘De nossa parte, estranhamos o interesse que possa ter a
Fazenda Pública no requerimento de falência do devedor por
tributos. Segundo o Código Tributário Nacional os créditos
fiscais não estão sujeitos ao processo concursal, e a
declaração de falência não obsta o ajuizamento do executivo
fiscal, hoje de processamento comum. À Fazenda Pública falece,
ao nosso entender, legítimo interesse econômico e moral para
postular a declaração de falência de seu devedor.
A ação pretendida pela Fazenda Pública tem isso sim,
nítido sentido de coação moral, dadas as repercussões que um
pedido de falência tem em relação às empresas solventes’
(‘Curso de Direito Falimentar’, 1º vol., nº 72, pág. 95, 12ª
edição).
Em suma, colhendo as doutas lições transcritas, que me parecem
ponderáveis e racionais, estou em que o requerimento de falência
por iniciativa da Fazenda Pública, não é forma de cobrança de
tributos, quando ela mesma dispõe de meios processuais muito mais
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 55
eficientes, seguros e ágeis para a satisfação de seus créditos
tributários, daí resultando que o requerimento de falência, sobre
representar desvio de sua função específica, resvala para um
constrangimento ilícito, que o Judiciário não pode admitir.”
Em verdade, o tema é dos mais controvertidos na doutrina, o que se
reflete nos pretórios, apresentando-se o acórdão, como se viu, afinado
com o entendimento de expressiva corrente doutrinária. Tenho, porém, que
os acórdãos trazidos a cotejo estampam a melhor interpretação,
respaldada, por igual, por ilustres comercialistas, destacando-se Trajano
Valverde, J. Netto Armando e Fábio Konder Comparato.
Este último, após ressaltar que, ao criar o privilégio da
incolumidade concursual para a dívida ativa do Estado, o legislador
brasileiro não pretendeu coartar as possibilidades de sua cobrança
judicial, mas antes ampliá-las, podendo, pois, o crédito tributário ser
reclamado no processo falimentar, e demonstrar, outrossim, que a tutela
dos direitos creditórios na falência não se exaure na execução
patrimonial, enfrentou especificamente a objeção fundada na falta de
interesse da Fazenda Pública, nestes termos:
“Vemos, portanto, que a incolumidade concursual do crédito
fazendário não constitui óbice a que a Fazenda Pública requeira a
falência. Mas a outra qualidade essencial desse crédito - o seu
caráter privilegiado - não implica falta de interesse para pedir a
quebra do devedor?
Advirta-se, desde logo, que continuamos tratando aqui do
interesse processual, e não do ‘legítimo interesse econômico ou
moral’ (CC, art. 76; CPC, art. 2º), que se confunde com o próprio
direito material invocado em juízo. O interesse processual, como
condição do direito de ação, diz respeito à aparente necessidade em
que se encontra o autor de pedir aquele determinado provimento
judicial, a fim de fazer valer o direito substantivo de que se
afirma titular.
No caso em exame, não de pode deixar de reconhecer que a
existência ou não do interesse de agir decorre unicamente do
sistema da lei, e não da natureza das coisas. Tanto isso é verdade,
que o Direito francês, por exemplo, sempre admitiu que o credor
preferencial, mesmo hipotecário, requeresse a falência (cf. Ripert
e Roblot, ‘Traité Élementaire de Droit Commercial’, tomo 2, 6ª ed.,
1970, n. 2867, pág. 353).
Ora, no vigente Direito brasileiro, o decreto-lei n. 7661
somente exclui o direito de pedir a quebra ao credor com garantia
real a menos que este a renuncie ou, querendo mantê-la, prove que
os bens objeto dessa garantia não chegam para a solução do seu
crédito (art. 9º, n. III, ‘b’). E no sistema da lei, privilégio e
garantia real não se confundem. Na classificação dos créditos
constantes do art. 102, a lei separa em classes distintas os
‘créditos com direitos reais de garantia’ (n. I), dos ‘créditos com
privilégio especial sobre determinados bens’ (n. II) e dos
‘créditos com privilégio geral’ (n. III). Por outro lado, a lei
excepciona a regra geral de suspensão das ações e execuções
individuais contra o devedor falido em favor dos ‘credores por
títulos não sujeitos a rateio’ (art. 24, § 2º, n. I), que são
aqueles garantidos por direito real, deixando de fazê-lo em relação
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 56
aos credores privilegiados. Ademais, o parágrafo único do art. 26
ressalva expressamente a fluência de juros, durante o processo de
falência, em benefício ‘das debêntures e dos créditos com garantia
real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que
constituem a garantia’. Finalmente, permitiu ainda o legislador que
na segunda fase da falência apenas os credores hipotecários
pignoratícios conservassem um poder de iniciativa supletório para a
excussão do objeto da garantia (arts. 119 e 120).
A confusão entre privilégio creditório e direito real de
garantia existia, porém, no nosso antigo Direito Comercial,
persistindo, em matéria falimentar, até a vigente Lei de Falências.
Em seu art. 470, o Código Comercial declara que ‘no caso de venda
voluntária, a propriedade da embarcação passa para o comprador com
todos os seus encargos; salvo os direitos dos credores
privilegiados que nela tiverem hipoteca tácita’. A Lei de Falências
n. 2024, de 1908, dispunha que ‘o credor privilegiado, inclusive o
hipotecário, somente poderá requerer a falência do devedor,
declarando renunciar ao privilégio, ou, se o quiser manter,
provando que os bens, que constituem a sua garantia, não chegam
para a solução do crédito’. É bem verdade que J. X. Carvalho de
Mendonça, autor do anteprojeto dessa lei, esclarecia, em
comentários, que o legislador só tivera em mira, ao assim dispor, a
situação dos credores com garantia real (cf. ‘Tratado de Direito
Comercial Brasileiro’, cit., vol. VII, n. 237). Mas, de qualquer
modo, a confusão terminológica voltava a ser consagrada em lei,
sendo mantida pelo ulterior diploma falimentar de 1929 (Decreto n.
5746, art. 9º, § 3º), mesmo depois do advento do Código Civil.
Tal confusão, na verdade, resultava da persistente influência
do Direito francês, no qual o privilégio, como ‘sureté réelle’, é
direito real de garantia (cf. Riperte e Boulanger, ‘Traité de Droit
Civil’, tomo III, 1958, n. 125 e segs.), tal como privilégio
especial do Direito italiano (cf. CC de 1942, art. 2747, 2ª
alínea).
No campo civil, porém, sempre nos mantivemos filiados à
tradição do Direito romano, no qual o privilégio era simples
prioridade ou prelação de um direito pessoal (cf. Lafayette
Rodrigues Pereira, ‘Direito das Cousas’, 2ª ed., Porto, pág. 650).
No estado atual do Direito positivo brasileiro, qualquer
confusão é inadmissível. O Código Civil compreendeu o penhor, a
anticrese e a hipoteca sob a expressão ‘direitos reais de
garantia’, subespécie de ‘direitos reais sobre coisas alheias’, no
gênero ‘direitos reais’ (Livro II, título III). Tratou, ao
contrário, dos privilégios no título IX do seu Livro III, ‘Do
direito das obrigações’, consagrado ao concurso de credores. Como
espécie do gênero direito real, a garantia real apresenta a dupla
característica da imediatez ou poder direito sobre o bem que lhe
constitui o objeto, e da seqüela. O privilégio, ao revés, não é
propriamente um direito, mas uma qualidade que adjetiva o direito
pessoal de crédito, e consistente na preferência de pagamento em
confronto com outros créditos. A existência do privilégio não
altera a natureza pessoal do crédito, e por conseguinte só se
manifesta relativamente a outros créditos. Não comporta uma
incidência direta e absoluta sobre os bens do devedor, mesmo
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 57
tratando-se de privilégio especial, o que significa que não dá
seqüela.
A preferência estabelecida no art. 60, parágrafo único, do
Decreto-lei n. 960, de 1938, e no art. 186 do CTN constitui um
privilégio e não uma garantia real. Não está, portanto abrangida
pela norma do art. 9º, n. III, ‘b’, da atual Lei de Falências que,
excluindo direitos, não se compadece com uma interpretação
extensiva.”
Entendendo irrepreensíveis tais fundamentos, conheço do recurso e
lhe dou provimento. É como voto, Senhor Presidente.
__________
V O T O V I S T A
O EXMº SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS:
- O insigne Ministro Paulo Roberto COSTA LEITE, em seu voto de
relator, apoiado em pronunciamento do Prof. FÁBIO KONDER COMPARATO,
bastante citado nas discussões acerca do tema do recurso especial e
inclusive nestes autos, manifestou-se pela legitimidade da Fazenda
Pública para requerer a falência de comerciante em débito de natureza
tributária.
A tese, conforme relato de RUBENS REQUIÃO, mereceu, além daquele,
outro importante estudo, o segundo do também advogado paulista J. NETTO
ARMANDO, enfeixados os dois em publicação da Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo intitulada “Falência de Contribuinte Promovida pelo
Fisco”.
Na senda daqueles sem, entretanto, acrescentar nada mais do que foi
alinhado naqueles pareceres, escritos no interesse da Fazenda Pública de
São Paulo, no ano de 1972, empenhada em constranger devedores relapsos,
encontrei, ainda, os trabalhos de ROMANO CRISTIANO, AMÉRICO RUGGIERO e
REJANE BRASIL FILIPPI, todos procuradores estaduais, os primeiros de São
Paulo, a última do Rio Grande do Sul.
A doutrina clássica não debateu a controvérsia, certamente porque,
antes da lei atual que já tem meio-século, de conformidade com princípio
assentado, somente as obrigações comerciais ensejavam o pedido de
falência. Tal questão não mais é controvertida, eis que se considera
falido o comerciante que não paga no vencimento obrigação líquida,
constante de título eecutivo, caracterizando-se também a falência se o
comerciante executado não paga ou não nomeia à penhora bens, dentro do
prazo legal (arts. 1º caput, e 2º, I, do Dec.-lei nº 7.661, de 1945).
Daí não se encontrar nenhuma referência sobre o tema em CARVALHO DE
MENDONÇA, BENTO DE FARIA, OCTÁVIO MENDES, ALMEIDA LEITE, WALDEMAR
FERREIRA, nem em SAMPAIO LACERDA.
Diz-se que TRAJANO MIRANDA VALVERDE e JOSÉ DA SILVA PACHECO teriam
sustentado, de passagem, que a Fazenda Pública poderia pedir a falência
de seu devedor. Na consulta que fiz, na primeira edição da obra de
VALVERDE e na quarta de PACHECO, não encontrei nenhuma afirmação clara, a
respeito, senão de que os credores com privilégio e preferência podem
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 58
requerer a falência do devedor, e com isso estou de acordo, pois, admito
que o credor trabalhista, portador de um título executivo judicial
(sentença líquida proferida em reclamação), protestado o título para
efeito de falência, possa requerê-la, assim como os debenturistas.
FABIO KONDER COMPARATO, no referido parecer (RT 442/48-54),
reconhece não haver, até então, a doutrina analisado o assunto em
profundidade, nem sido suscitado em nossos pretórios. A situação
permanece até hoje, muito embora algumas raras decisões da Justiça
Paulista tenham acolhido sua orientação.
Em autores que tive a oportunidade de examinar, com mais recentes
comentários sobre a lei de falências, encontrei as seguintes posições: a)
favorável à possibilidade de o credor tributário requerer a falência do
contribuinte comerciante - AMADOR DE PAES DE ALMEIDA, em “Curso de
Falência e Concordata”, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 1991, p. 59; b)
contrários a essa faculdade - CARVALHO NETO, em “Tratado das Defesas
Falimentares”, v. II, 1967, p. 81, nº 130; LUIZ TZIRULNIK, em “Direito
Falimentar”, 2ª ed., São Paulo, Ed. RT, 1991, p. 41; RUBEN RAMALHO, em
“Curso Teórico e Prático de Falência e Concordata”, 2ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1989, p. 96; e RUBENS REQUIÃO, em “Curso de Direito Falimentar”,
1º vol., 13ª ed., São Paulo, Saraiva, 1989, ps. 94 e 95.
Por todos que se colocam na segunda vertente, reproduzo as razões
de REQUIÃO:
“A DISCUTIDA INICIATIVA DA FAZENDA PÚBLICA. A fim de enfrentar com
mais severidade os devedores relapsos, andou o fisco estadual paulista
empenhado em constrangê-los a liquidar seus débitos fiscais, sob ameaça
de requerimento de falência. Passou-se, então, a indagar se o direito
falimentar brasileiro comportava tal iniciativa da Fazenda Pública.
A tese mereceu dois importantes estudos jurídicos, largamente
divulgados na imprensa e nas revistas especializadas, sendo inclusive
enfeixados numa publicação da Secretaria da Fazenda do Estado de São
Paulo. Opinaram afirmativamente os juristas J. Netto Armando e Fábio
Konder Comparato (Falência de Contribuinte Promovida pelo Fisco,
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo).
De nossa parte, estranhamos o interesse que possa ter a Fazenda
Pública no requerimento de falência do devedor por tributos. Segundo o
Código Tributário Nacional os créditos fiscais não estão sujeitos ao
processo concursal, e a declaração da falência não obsta o ajuizamento do
executivo fiscal, hoje de processamento comum. À Fazenda Pública falece,
ao nosso entender, legítimo interesse econômico e moral para postular a
declaração de falência de seu devedor.
A ação pretendida pela Fazenda Pública tem, isso sim, nítido
sentido de coação moral, dadas as repercussões que um pedido de falência
tem em relação às empresas solventes.” (Ob. cit.)
A alegação de abusividade da cobrança, através do pedido de
falência, feita por outros comentadores, é criticada por COMPARATO, que a
qualifica de lugar-comum, partindo o autor da certeza de que norma alguma
existe a impedir opte a Fazenda pela habilitação de seu crédito na
falência em lugar de executar o crédito tributário e, assim, conclui pela
sua legitimidade para o requerimento de falência.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 59
O argumento não me parece exato, na atualidade, após a vigência da
Lei nº 6.830, de 22.9.80, que disciplina a cobrança judicial da Dívida
Ativa da Fazenda Pública. Com efeito, dispõe essa lei, em seu art. 38,
que a “discussão judicial da dívida ativa da Fazenda Pública só é
admissível em execução, na forma da lei, salvo as hipóteses de mandado de
segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato
declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor
do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora
e demais encargos.” HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, a analisar tal dispositivo,
da posição do contribuinte-devedor não hesita em declará-la restritiva de
direitos constitucionais, quando condiciona o ingresso em juízo à
garantia da instância (“Lei de Execução Fiscal”, 2ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1986, ps. 88/90). Tem toda razão. Mas, no momento, o que importa
é outro aspecto da norma, ou seja a vinculação da Fazenda Pública: a
discussão judicial da dívida só é admissível em execução, isto é, na
execução fiscal disciplinada na respectiva lei, à qual se aplica
subsidiariamente a lei processual civil comum (art. 1º: “A execução
judicial para cobrança da dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta lei
e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil”).
DARCY BESSONE, nas lições da disciplina por ele lecionada na
Faculdade de Direito da UMG, agora reunidas em livro intitulado
“Instituições de Direito Falimentar” (São Paulo, Saraiva, 1959), a
propósito da classificação dos créditos na falência, observa:
“Deve-se excluir da relação dos créditos privilegiados o da Fazenda
Pública (art. 1.569, VI, do CC), porque a Lei nº 6.830 estabelece que “a
competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda
Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da
concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário” (art. 5º),
bem como que “a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não
é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata,
liquidação, inventário ou arrolamento” (art. 29).” (ps. 133/134)
Com essas achegas não pretendo reduzir a faculdade da Fazenda de
discutir em juízo seu crédito, exclusivamente, nas execuções fiscais. Em
qualquer ação contra ela proposta a discussão pode ser travada, mas é
inquestionável que a cobrança da Dívida Pública deve ser feita na
execução fiscal singular, sem prejuízo de seu direito às medidas
cautelares asseguradas no estatuto processual aplicável subsidiariamente.
Inexato, por outro lado, argumentar-se que a Fazenda Pública pode
renunciar aos seus direitos e privilégios, como credora de tributos, para
pretender assumir a posição de um credor comum, quirografário, em
concorrência com os demais credores e com isso vir a ter afirmado o
direito de requerer a falência do devedor. O tributo é cobrado mediante
atividade administrativa plenamente vinculada, de acordo com a definição
contida no art. 3º do Código Tributário Nacional, lei complementar do
Sistema Tributário Nacional, e, assim, outro caminho não tem o
administrador, salvo encaminhar a certidão da dívida para cobrança
através de execução fiscal, porque é no juízo competente que a questão
deve ser discutida e não no juízo falimentar.
A esses argumentos de natureza jurídica não são alheios outros de
ordem econômica, moral e política.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 60
É consabido privilegiar nosso ordenamento constitucional a
igualdade, a liberdade de iniciativa, a livre concorrência, não sendo
compatíveis com esses princípios conferir-se ao Estado o direito de
destruir a empresa, segundo a livre determinação e escolha de seus
agentes administrativos, por força de impontualidade no pagamento de um
tributo. A legislação falimentar brasileira está em descompasso com a
realidade social e econômica, é atrasada e iníqua, ao considerar
presumidamente insolvente em benefício do credor um caso de simples mora
ou de mera impontualidade. A sua nova disciplina em tramitação no
Congresso Nacional atenua um pouco o rigor da lei em vigor e agasalha um
princípio de grande significação que é o interesse pela recuperação da
empresa e não pela liquidação de seu ativo para pagamento de suas
dívidas.
Conferir ao Estado uma medida judicial desse potencial aniquilador
é, sem dúvida, contrariar aqueles princípios orientadores da ordem
econômica no País, e consagrar uma coação reprovável pela moral e pela
política.
Por tudo, como já declarou a Corte local, falta à Fazenda interesse
econômico e moral para requerer a falência do devedor.
Com essas considerações, alinho-me, data vênia, na posição do
Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para conhecer do recurso
pela dissidência jurisprudencial, mas negar-lhe provimento.
É como voto.
__________
V O T O
O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - Trouxe V.Exª, Sr. Presidente,
argumento ponderável, ao invocar o que se contém na Lei 6.830.
Tomado literalmente, o artigo 38 daquela Lei conduziria realmente à
conclusão de que a Fazenda só poderia colocar em juízo a discussão de sua
dívida ativa pela via da execução. Nem seria dado argumentar que a
falência tem conotação de execução coletiva porque a norma citada
explicita que a execução será a prevista na própria Lei.
Parece-me, entretanto, que, examinada essa disposição legal, tendo
em vista sua razão de ser, a objeção é superável.
Visou o legislador a conferir maior rigor à cobrança do crédito
fazendário, procurando, quanto possível, vedar a discussão judicial a seu
respeito, sem que houvesse garantia. Assim é que, ou se faria mediante
execução, em que há penhora, ou em ação anulatória, condicionada essa ao
prévio depósito da importância questionada. Não poderia impedir o uso do
mandado de segurança, em virtude de sua matriz constitucional, e o pedido
de repetição supõe, obviamente, tenha havido pagamento.
Certo que esse propósito não foi, em verdade, alcançado porque a
jurisprudência cuidou de amoldar o texto ao que se contém na
Constituição, de maneira a garantir a amplitude do acesso à jurisdição.
No Tribunal Federal de Recursos firmou-se o entendimento de que o
depósito só era necessário para evitar a execução, não constituindo
requisito indispensável para que se pudesse ajuizar a ação anulatória.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 61
Entretanto, o objetivo da Lei foi, sem dúvida, o da dar maior garantia à
Fazenda.
Se assim é, creio que o dispositivo em exame não há de ser
compreendido de maneira a restringir as possibilidades de ingresso em
Juízo da Fazenda Pública, em detrimento daquilo que se pretendeu
assegurar. Ora, o pedido de falência pode a ela interessar e muito, data
venia das opiniões em contrário. A circunstância de o crédito ser
privilegiado e mesmo de ser possível o ajuizamento da execução, no curso
da falência, não afasta a conveniência de, em certas circunstâncias, se
pleitear seja decretada a quebra. Além de a falência propiciar uma
investigação mais abrangente da situação econômica do devedor, vale
assinalar que enseja, por exemplo, a ação revocatória que pode ser muito
importante para os credores.
No que diz com os efeitos drásticos que tem a medida, ainda que
fundada apenas na impontualidade, não é peculiar ao pedido feito pela
Fazenda. A empresa pode ser destruída, em virtude de dificuldades que
seria passageira, a pedido de qualquer credor.
O SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS: - Penso que é difícil conferir-se a
um Procurador ou a um delegado do FISCO o direito de escolher: requerer a
falência de um e não de outro contribuinte. A Empresa fica na situação em
que a Lei caracteriza como falimentar em face de um mero atraso do
pagamento da dívida.
O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - Sim, mas a objeção de V.Exª,
ainda que muito forte, aplica-se a todos os credores. Por que apenas a
Fazenda é que não pode?
O SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS: - Felizmente a Lei existe para
atenuar um pouco a situação do devedor e, como em outros países, só
considerar falido aquele que estiver insolvente e não o meramente
impontual. Assim, data venia, não se pode conferir direito a um
funcionário administrativo qualquer de fazer uma opção delicada, escolher
uma ou outra empresa para requerer falência, ainda que ela seja uma
devedora contumaz.
O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - A atividade do agente da
Administração supõe-se vinculada ao interesse público. Se se verificar
tratamento discriminatório haverá de ser reprimido. Não me parece,
entretanto se deva, com base em tal possibilidade, privar a Fazenda de
instrumento previsto em lei.
RECURSO ESPECIAL Nº 61.898-3/SP (95.0010913-1)
RELATOR : O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 62
RECORRENTE: PRISMO UNIVERSAL SINALIZAÇÃO RODOVIÁRIA LTDA.
RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EMENTA
TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS DE MORA.
INCIDÊNCIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO JUDICIAL.
ARTIGO 167 DO CTN.
A legislação tributária possui caráter especial, afastando,
destarte, a aplicação de qualquer outra quanto aos temas nela
expressamente disciplinados.
Assim, não há falar em aplicação do artigo 219 do CPC à
matéria da fixação do dies a quo de incidência dos juros moratórios
em repetição de indébito, por ser o mesmo objeto de expresso
disciplinamento no artigo 167, parágrafo único do CTN, onde se
fixou como termo inicial de sua fluência a data do trânsito em
julgado da decisão judicial.
Recurso improvido, por unanimidade.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas,
decide a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas
constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente
julgado. Participaram do julgamento os Srs. Ministros MILTON LUIZ
PEREIRA, CÉSAR ASFOR ROCHA e GARCIA VIEIRA. Ausente, justificadamente, o
Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS. Custas, como de lei.
Brasília(DF), 1º de junho de 1995 (data do julgamento).
Ministro DEMÓCRITO REINALDO
Presidente/Relator
__________
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 63
Trata-se de recurso especial interposto por contribuinte, em ação
de repetição de indébito, contra acórdão onde se entendeu que os juros
moratórios têm por termo inicial de contagem a data na qual a decisão
judicial tornou-se irrecorrível, com o trânsito em julgado.
Sob o pálio da letra “c”, a recorrente traz à colação julgados em
que se fixou como “dies a quo” de incidência dos juros de mora a data da
citação, sempre escudados no argumento da inexistência, no CTN, de prazo
especificamente relativo à restituição do indébito.
Admitido na origem, subiram os autos a esta superior instância,
vindo-me conclusos.
É o relatório.
__________
V O T O
O SR. MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):
O tema versado no presente apelo é daqueles que não mais desperta
controvérsia no âmbito desta egrégia Turma, onde se tem reiteradamente
apontado a data do trânsito em julgado da decisão judicial como marco
inicial de incidência dos juros de mora.
A tese vencida, no sentido de aplicar-se à espécie a norma contida
no artigo 219 do CPC, onde se lê que a citação válida constitui o devedor
em mora, é absolutamente inaceitável, pois a legislação de regência
disciplina expressamente a matéria.
A leitura do artigo 167, parágrafo único, do CTN espanca qualquer
dúvida que porventura remanescesse, pois estabelece textualmente a data
em que a decisão torna-se definitiva como termo “a quo” de contagem dos
juros moratórios.
Evidentemente, a “decisão definitiva” a que alude o indigitado
dispositivo só pode ser de natureza judicial, pois está ele inserido na
Seção III do Capítulo IV do CTN, que diz respeito ao pagamento indevido e
logo depois do artigo 166, que disciplina a restituição de tributos. E,
consoante dicção do mencionado artigo 166, a restituição, nele definida,
é somente a judicial, desde que o CTN não instituiu procedimento
administrativo para efeito da repetição do indébito (embora não a tenha
vedado implícita ou expressamente). Ademais, a restituição tem como
pressuposto essencial para justificar o seu deferimento, o reconhecimento
prévio de que o pagamento do tributo se fez indevidamente - por
ilegalidade ou inconstitucionalidade - ou, em se tratando de imposto
indireto, que não tenha havido a repercussão. É evidente que essas
questões são geralmentte dirimidas na órbita judicial, tornando-se pois,
corolário lógico que o artigo 167, ao referir-se a decisão definitiva,
pretendeu indicar aquela emanada de provimento jurisdicional. De outra
feita, acaso a restituição de indébito venha a ser deferida
administrativamente - o que é improvável - caberá à autoridade
administrativa, em sua decisão, estabelecer o marco inicial da incidência
dos juros moratórios. In casu, em se tratando de ação judicial, em tudo
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 64
semelhante à repetição, deve-se aplicar o dispositivo de lei que
disciplina a matéria - artigo 167 do CTN - entendendo-se como decisão
definitiva aquela proferida por órgão jurisdicional.
Não vejo, ainda, como essa interpretação afronta o princípio da
isonomia, ou, por outra, o tratamento igualitário entre a Fazenda e o
contribuinte. É evidentemente claro que, em sendo o imposto, se há demora
no pagamento, o contribuinte renitente há de arcar com as conseqüências,
integralizando o quantum debeatur, com os juros de mora. De igual modo, a
Fazenda Pública, em caso de cobrança ilegal de tributo, fica sujeita à
restituição. Todavia, os juros de mora só serão devidos a partir da
declaração (ou reconhecimento) de que o recolhimento do imposto se fez
indevidamente. E esse reconhecimento, quanto à inexação do tributo, deve
ser objeto de provimento judicial. Não vislumbro, assim, a quebra do
equilíbrio que deve nortear a atividade estatal, em confronto com o
direito da parte.
Por todo o exposto, nego provimento ao recurso.
É como voto.
RECURSO ESPECIAL Nº 14.880-0/MG (91.0019482-4)
RELATOR : O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 65
RECORRENTE : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RECORRIDOS : PETER HERSLEB BIRKELAND - ESPÓLIO
EMENTA
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. REAVALIAÇÃO
DOS BENS. CABIMENTO.
Consoante jurisprudência pacífica desta Corte e do Pretório
Excelso, é cabível a realização da nova avaliação dos bens
inventariados, para o cálculo do pagamento do imposto causa mortis,
se os valores tributáveis já se encontram defasados.
Recurso provido, sem discrepância.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas,
decide a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
dar provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas
constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente
julgado. Participaram do julgamento os Srs. Ministros MILTON LUIZ
PEREIRA, CÉSAR ASFOR ROCHA e GARCIA VIEIRA. Ausente, justificadamente, o
Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS. Custas, como de lei.
Brasília (DF), 1º de junho de 1995 (data do julgamento).
Ministro DEMÓCRITO REINALDO
Presidente/Relator
__________
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):
A FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, inconformada com a
decisão que homologou cálculos de liquidação em processo de inventário,
manifestou agravo de instrumento, sob a alegação de que o imposto causa
mortis não poderia ser pago com base em avaliação já ultrapassada.
A egrégia Quinta Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, confirmando a decisão de primeira instância, negou
provimento ao agravo de instrumento (folhas 83/89), integrado o acórdão
pelo resultado do julgamento proferido em sede de embargos de declaração
(folhas 94/97).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 66
Irresignada, a FAZENDA DO ESTADO interpôs recurso especial, com
arrimo na letra “c” do permissivo constitucional, sob a alegação de que
outros tribunais têm divergido do entendimento do Tribunal a quo,
firmando posicionando no sentido de que a avaliação deve ser renovada se,
“pelo decurso de longo tempo, tiver ocorrido grande alteração dos valores
atribuídos inicialmente aos bens” (folhas 99/109).
Contra-arrazoado (folha 120), o recurso foi admitido na origem
(126/127), subindo os autos e, nesta instância, se manifestando a douta
Subprocuradoria Geral da República pelo conhecimento e provimento do
apelo (folhas 136/138).
É o relatório.
__________
VOTO
O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):
A questão trazida a debate, consiste em saber se é possível, ou
não, realizar nova avaliação dos bens inventariados, para o cálculo do
imposto de transmissão causa mortis.
O v. acórdão recorrido, ao confirmar a decisão de primeiro grau,
manifestou o seguinte entendimento, verbis:
“Além do verbete 113, da Súmula do STF, firmar o princípio de
que o imposto de transmissão causa mortis é calculado pelo valor à
época da sucessão, porque o fato gerador é a morte do autor da
herança, uma série de julgados de outras Cortes do país segue essa
mesma linha interpretativa.
Nem se objete com o espaço de tempo decorrido entre a sucessão
ou avaliação e o recolhimento do tributo, tendo-se em vista que
está ele sujeito à correção de valores “ (folhas 85/86).
A recorrente, de sua vez, sustenta, com amparo em julgados de
outros tribunais, dissonantes do aresto hostilizado, que é necessária
nova avaliação, tendo em vista o lapso de tempo decorrido da reavaliação
dos bens, requerida pela inventariante, por discordar dos valores da 1ª
avaliação (13.10.86) e o recolhimento do tributo. Argumenta que “a
manter-se o entendimento do V. Acórdão, em não permitir a realização de
nova avaliação dos bens inventariados para o cálculo do pagamento do
imposto, visível será o prejuízo aos cofres do Estado de Minas Gerais, em
benefício dos herdeiros que se locupletarão com o pagamento infimamente
inferior ao devido” (folha 105). E, finalmente, traz à colação
precedentes do egrégio Supremo Tribunal, em prol da tese defendida,
citando, entre outros, o acórdão assim ementado:
“Recurso Extraordinário Nº 92.010-PR (Primeira Turma)
Relator: O sr. Ministro Xavier de Albuquerque.
Recorrente: Estado do Paraná - Recorrido: Ministério Público
Estadual.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 67
Imposto de transmissão causa mortis. Inventário. A
jurisprudência do STF consagra o princípio da atualização do valor
tributável de modo a justificar-se, quando envelhecida
significativamente a primeira, a realização de nova avaliação.
Recurso extraordinário conhecido e provido”. In R.T.J. vol. 92,
págs. 937/938” (folha 107).
Com efeito, ao meu sentir, afigura-se com razão a recorrente. Na
verdade, embora o tema ainda possa provocar polêmica, a orientação
jurisprudencial que tem predominado nas Cortes Superiores, é no sentido
da tese defendida pela Fazenda-recorrente.
No âmbito da Suprema Corte tem prevalecido o entendimento de que,
na espécie, cabe a atualização do valor tributável, justificando-se a
realização de nova avaliação, se defasada. Nesse sentido, a recorrente
aponta como precedente o acórdão já transcrito.
No mesmo diapasão, a douta Subprocuradoria Geral da República,
HELENITA AMÉLIA G. CAIADO DE ACIOLI, invoca julgados deste egrégio
Tribunal, podendo ser destacado o que segue no acórdão assim ementado:
“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. BASE DE
CÁLCULO.
Embora a Súmula nº 113 do STF estabeleça que o referido
imposto é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação, a
jurisprudência posterior daquela Corte assentou ser possível a
fixação de tal momento na data da transmissão dos bens.
Precedentes desta Corte e do STF.
Recurso não conhecido.”
(RESP. 15071 - DJ 10.10.94 - pág. 27141 - Min. Rel. JOSÉ DE
JESUS FILHO)” (folhas 137/138).
Mais recente, ainda, esta egrégia Turma, ao julgar o Resp. nº
56.277-5/RS, assentou o entendimento no sentido de que “estabelecido em
lei ser de seis meses o prazo de validade da avaliação dos bens
inventariados, vulnera o disposto no artigo 97, IV, do Código Tributário
Nacional, a decisão que impede a reavaliação dos bens” (DJ 20.02.95). Ao
proferior seu judicioso voto, neste caso, o eminente Relator, Ministro
CÉSAR ASFOR ROCHA, ressaltou com propriedade:
“Com efeito, a base de cálculo do imposto não pode resultar de
uma avaliação caduca, eis que o seu prazo de validade perdura por
apenas seis meses.
É que o critério simples da mera atualização do valor do
imposto, além de contrariar a legislação citada, pode não
corresponder a realidade, visto que o valor dos bens inventariados
pode sofrer variações descompassadas com a modificação decorrente
da correção monetária”.
E, nessa mesma linha de entendimento, citou outro precedente, da
relatoria do insigne Ministro GARCIA VIEIRA, cujo acórdão vem encimado
pela seguinte ementa:
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 68
“CORREÇÃO MONETÁRIA - BENS AVALIADOS - INVENTÁRIO -
REAVALIAÇÃO.
Em inventário, após um ano da avaliação dos bens o julgador
determinou a atualização do valor do imposto, repelindo a
reavaliação, vulnerando o artigo 97, IV do CTN.
Recurso provido” (Resp nº 32.292-7/RS, DJ. 10.05.93).
Diante da orientação jurisprudencial firmada por esta Corte, pois,
conheço do recurso pela letra “c” do admissivo constitucional e lhe dou
provimento, para o fim de reformar o decisum recorrido, determinando a
realização de nova avaliação dos bens inventariados, na forma do pedido.
É como voto.
RECURSO ESPECIAL Nº 67.217-1 - SÃO PAULO (95.0027252-0)
RELATOR : O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 69
RECORRENTE: TDA INDÚSTRIA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS S/A
RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
E M E N T A
ICMS - COMPENSAÇÃO - CRÉDITO/DÉBITO - DIFERENÇA - RECOLHIMENTO
- TRANSFERÊNCIA.
Não demonstrado o direito ao crédito e sendo o ICMS tributo
indireto, comportando transferência do ônus para o contribuinte de
fato seria necessário cumprir-se o disposto no artigo 166 do Código
Tributário Nacional e na Súmula nº 546 do STF.
Recurso parcialmente provido.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmºs. Srs.
Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por
unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do
Exmº Sr. Ministro relator. Participaram do julgamento os Exmºs. Srs.
Ministros Humberto Gomes de Barros e Milton Luiz Pereira.
Ausentes, justificadamente, os Exmºs. Srs. Ministros Demócrito
Reinaldo e César Asfor Rocha.
Brasília, 09 de agosto de 1.995 (data do julgamento).
Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Presidente.
Ministro GARCIA VIEIRA, Relator.
__________
R E L A T Ó R I O
O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA: TDA Indústria de Produtos Eletrônicos
S/A (fls. 295/315) fundado na Constituição Federal, artigo 105, III, “a”,
“b” e “c” e 26 da Lei nº 8.038/90, interpõe recurso especial, aduzindo
negativa de vigência aos dispositivos constantes do Decreto-lei nº
406/68, que consideram ocorrido o fato gerador do ICMS, nas operações de
importações, somente na entrada dos bens no estabelecimento importador e
ter julgado válido ato do Poder Executivo Estadual, art. 102 do RICMS,
contestado em face da lei federal (DL nº 406/68 e Lei nº 5.172/66) e ter
sido proferida a decisão em desconformidade com precedentes do E. STJ.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 70
Pede reforma do v. acórdão.
Contra-razões às fls. 346/365.
Despacho de fls. 397/398 deferiu o processamento do recurso
especial.
Cuida-se de mandado de segurança contra ato do Delegado Regional
Tributário da Capital de São Paulo, almejando que o recolhimento do
imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, originado por
operações de importação de mercadorias, seja efetivado pela diferença
entre os débitos e os créditos do ICMS.
A sentença de fls. 177/180 denegou a segurança, que foi mantida
pelo v. acórdão de fls. 244/247.
É o relatório.
__________
V O T O
O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA (RELATOR): - Sr. Presidente: - Aponta
a recorrente como violados vários dispositivos legais, versando sobre
questões devidamente prequestionadas e demonstrou a divergência.
Conheço do recurso pelas letras “a” e “c”.
O recurso merece parcial provimento.
Não tem razão a impetrante quando pretende seja feita a compensação
entre débitos e créditos de ICMS e só seja recolhida a diferença. Se não
está provada nestes autos a existência de créditos de ICMS, líquidos e
certos, devidamente apurados e reconhecidos, não se pode falar em
recolhimento apenas da diferença entre estes e os débitos que também não
são líquidos e certos. Frise-se ainda, que o STJ não vem reconhecendo o
direito ao crédito, como pretendido pela recorrente, porque sendo o ICMS
o tributo indireto que comporta transferência do ônus para o contribuinte
de fato, a presunção é a de que o ônus foi transferido para o
contribuinte de fato, para ser reconhecido o direito de restituir, seria
necessário o cumprimento do disposto no art. 166 do CTN e Súmula 546 do
STF. No caso concreto isto não ocorreu.
Não demonstrou a recorrente ter direito ao tratamento diferenciado
por ter importado mercadorias de país signatário do GATT.
Constitui fato gerador do ICMS a entrada, em estabelecimento
comercial, industrial ou produtor, de mercadorias importadas do exterior
pelo titular do estabelecimento (Decreto-Lei Federal nº 406/68, artigo
1º, item II e Súmula 577 do STF).
Com invocação ao artigo 34, § 8º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias foram editados o Convênio ICM 66/88 e várias
Leis Estaduais, contrariando o disposto no citado Decreto-Lei 406/68.
Se ainda não foi editada a Lei Complementar necessária à
instituição do ICM e se já existe o Decreto-Lei 406/68,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 71
(verdadeira lei complementar), que foi recepcionada pela vigente
Constituição Federal, os Estados e o Distrito Federal, mediante
convênio, só poderão fixar normas para regular provisoriamente a
matéria nas lacunas existentes e sobre os dispositivos da lei
complementar não recepcionados. Neste sentido Ives Gandra Martins,
no seu Sistema Tributário na Constituição de 1988, ed. 1989, pág.
288:
“Na falta de lei complementar editada para a instituição
do ICMS no prazo de sessenta dias contados da promulgação
da constituinte, as disposições transitórias autorizam os
Estados, a fixar normas para regular provisoriamente a
matéria. Tal autorização, à evidência, só pode versar sobre
as lacunas existentes e sobre os dispositivos da lei
complementar anterior não recepcionados. Entretanto, o
dispositivo entusiasmou de tal forma os senhores
Secretários da Fazenda dos Estados que eles produziram um
convênio inconstitucional (66/88), com características de
confuso regulamento. Não há nele nem estrutura, nem perfil
de lei complementar.
“Pelo fato de ter sido redigido por autênticos
“regulamenteiros” - na feliz expressão de Alcides Jorge
Costa - e não por legisladores. O Convênio 66/88 é voltado
exclusivamente para a arrecadação, sendo lacunoso sobre os
demais aspectos de real política tributária, que seria
necessário plasmar no sistema nacional - sem falar no vício
de inconstitucionalidade de que poderia, em alguns
dispositivos, revogar a lei complementar recepcionada.”
O citado artigo 34, parágrafo 8º do ADCT não conferiu aos Estados o
poder de definir o fato gerador do ICM, através de Convênio ou lei
estadual ordinária porque, nos termos claros do artigo 146, item III,
letra “a”, da Constituição Federal de 88, isto só pode ser feito através
de Lei Complementar. Como o ICM deve atender aos princípios
constitucionais previstos no artigo 155, § 2º, item XII, letras “a”, “d”
e “g”, da C.F., só podendo, por Lei Complementar ser definidos os seus
contribuintes, fixados os locais das operações relativas à circulação de
mercadorias e das prestações de serviços e regulada a forma de isenções,
incentivos e benefícios fiscais concedidos ou revogados.
Assim, naquilo que contrarie o citado Decreto-Lei nº 406/68, não
pode prevalecer referido Convênio ICM/66 e a legislação estadual.
De matéria privativa de Lei Complementar não pode haver delegação
aos Estados, porque isto, além de não encontrar apoio no citado artigo
34, § 8º do ADCT, encontra intransponível obstáculo nas disposições
permanentes da Constituição. Neste sentido os Recursos Especiais nºs
14.410, DJ de 16.12.91; 21.606-4-SP, DJ de 03.08.92; 11.661-SP, DJ de
16.12.91; 8.844-SP, DJ de 24.06.91, dos quais fui relator; 31.782-SP, DJ
de 06.12.93, Relator o Eminente Ministro Milton Luiz Pereira; 15.922-RJ,
DJ de 19.10.92, Relator o Eminente Ministro Hélio Mosimann; 23.628-SP, DJ
de 21.09.92, Relator o Eminente Ministro José de Jesus; 20.324-RJ, DJ de
15.06.92, Relator o Eminente Ministro Demócrito Reinaldo e 7.582-RJ, DJ
de 27.05.91, Relator o Eminente Ministro Américo Luz.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 72
Assim, não pode prevalecer o disposto no artigo 2º, item I, última
parte do Convênio ICM nº 66/88 e o artigo 2º item V, da Lei Estadual nº
6.374/89 que caracterizam como fato gerador do ICM o recebimento pelo
importador de mercadoria ou bem importado do exterior. Contrariam também
citado Decreto-Lei 406/68 as disposições contidas nos artigos 69, item VI
e 71, I, “c” do Regulamento do ICMS de São Paulo que caracterizam como
fato gerador do ICMS o despacho aduaneiro.
As mercadorias importadas pela impetrante já entraram no seu
estabelecimento comercial, estando caracterizado o fato gerador. Resta
saber se o recolhimento do imposto deve ser feito dentro de cinco dias
úteis, contados da data da entrada da mercadoria no estabelecimento, como
dispõe o Regulamento (Decreto nº 17.727/81, com a redação do Decreto nº
28.388/88), ou juntamente com a apuração mensal, como pretende a
recorrida. A determinação para que o recolhimento do ICMS se faça dentro
de cinco dias, contados da data da entrada da mercadoria no
estabelecimento encontra apoio nos artigos 47, parágrafo único, item I,
letras “a” e “b”, 49, parágrafos 3º e 59 da Lei Estadual nº 6.374/89 e, o
Regulamento ao assim dispor, não extravasou a norma legal. O Regulamento
pode determinar que a apuração e o recolhimento do ICMS sejam feitos por
mercadorias, dentro de determinado período, por mercadorias ou serviços
em função de cada operação (art. 47) e independentemente do resultado da
apuração do imposto no período competente (art. 49, § 3º). Em seu artigo
59, referida Lei autorizou o Regulamento a estabelecer os prazos para o
recolhimento, admitindo também, “distinção em função de categorias,
grupos ou setores de atividades econômicas”. Como se vê, foi autorizado
não só a fixação de prazos como também fazer referidas distinções.
O Regulamento não extravasou a lei e este não contrariou o
disposto no Decreto-Lei nº 406/68, artigo 97. A fixação de prazos
para o recolhimento do imposto não depende de lei e pode ser feita
por Decreto Regulamentador e isto não contraria a Constituição ou
qualquer Lei Federal.
Quanto à invocação ao GATT, não assiste razão à recorrente.
Referido Tratado e o princípio contido nas Súmulas nºs 575 do STF
e 71 do STJ, só se aplicam em casos de isenção conferida ao
similar nacional e não a qualquer outro benefício, porque esta
ampliação encontra intransponível obstáculo no artigo 111, inciso
II do CTN. No caso não se pretende isenção e sim que seja
permitido à recorrida recolher o ICMS através de escrituração
normal do Registro de Apuração do referido imposto e no mês
seguinte.
Dou parcial provimento ao recurso e reformo o venerando acórdão,
apenas para declarar que, no caso, o ICMS devido deverá ser recolhido no
prazo de cinco dias úteis, contados da data da entrada (Decreto nº
17.727/81, com a redação do Decreto nº 28.388/88, e artigos 47, parágrafo
único, item I, letras “a” e “b”; 49, parágrafos 3º e 59 da Lei Estadual
nº 6.374/89).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 73
EMBARGOS INFRINGENTES NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 38.157/4 -
COMARCA DE BELO HORIZONTE
EMBARGANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
EMBARGADAS: ALIANÇA PRODUTOS SIDERÚRGICOS LTDA. E OUTRA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 74
RELATOR : EXMO. SR. DES. CORRÊA DE MARINS
E M E N T A
AÇÃO FISCAL - USO DE FORÇA POLICIAL - LEGALIDADE.
- EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS ESPONTÂNEA - Afastada a alegação de
obtenção de documentos por meios ilícitos ou arbitrários.
A C Ó R D Ã O
Vistos etc., acorda a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na
conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM ACOLHER
OS EMBARGOS, VENCIDO O REVISOR QUE OS REJEITAVA.
Belo Horizonte, 15 de fevereiro de 1996.
DES. FRANCISCO FIGUEIREDO - Presidente.
DES. CORRÊA DE MARINS - Relator.
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:
V O T O
Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais, via do presente
instrumento de Embargos Infringentes, recorre no prazo legal, buscando a
reforma do julgado colegiado que lhe desfavorece, para que prevaleça o
voto isolado.
Apesar de sentenciar no sentido da carência da ação, o MM. julgador
monocrático feriu o mérito da causa, o que enseja a análise meritória em
sede de recurso.
O objetivo final do feito, aforado pelas embargadas conforme a
inicial, é o de desconstituir o crédito tributário consubstanciado nos
Autos de Infração nºs 029520 e 029521, lavrados pelo Fisco por infração
da lei tributária, conforme amplamente discutido nos autos.
Entretanto, efetivamente restaram afirmadas as ocorrências dos
fatos geradores dos tributos contestados, mercê da farta documentação
colacionada, que sobejamente demonstraram utilizarem-se as embargadas de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 75
expedientes fraudulentos, com vistas a lesar o Fisco, mormente com a
utilização de lançamentos no conhecido e nefasto “CAIXA 2”.
É consabido que referido documento marginal, se destina a ocultar
operações mercantis geradoras de tributos que, assim, enriquecem
ilicitamente os empresários que de tal se utilizam, em detrimento do
erário público, a par da ocorrência de fato criminoso de lesar o Fisco.
Verdadeiramente, não pode o artifício da Ação Declaratória, que
busca a negativa de relação jurídica, servir a escusos propósitos de
mascarar a verdade, convalidando fraudulentos procedimentos lesivos ao
patrimônio público, negando a relação tributária posta a céu aberto pela
ação fiscal.
A discussão da existência ou não de tributos reclamados pela
Fazenda Pública, se faz com toda a lisura e lealdade, através de ação
própria, anulatória de débito fiscal, onde se discute efetivamente a
ocorrência ou não do fato gerador do tributo pretendido.
Alegam as embargadas, a nulidade dos levantamentos fiscais
objurgados, eis que obtidas as provas do débito por meios ilícitos.
Evidentemente, submete-se a Fazenda e seus agentes fiscais, às
formas prescritas, mas também às não defesas em lei.
A alegada ilicitude praticada pelos agentes fiscais na obtenção das
provas que conduziram ao conhecimento das sonegações, se atêm ao fato de
tais agentes fazerem-se acompanhar de força policial, sofismando que tal
aparato denota belicosidade da ação fiscal.
Para tanto, juntam documentos que dão notícia de ação fiscal
truculenta, praticada na região onde se situam seus estabelecimentos.
Em verdade, o que se nota dos documentos juntados com a inicial, é
que o estado de beligerância que se instalou, se não foi provocado, pelo
menos foi regiamente nutrido pelas forças comunitárias locais, através de
pronunciamentos e moções de Câmaras Municipais, associações de classe,
imprensa local, etc.
Manchetes de jornais tais como “Apesar dos atritos, fiscalização
continua.”, “Terror fiscal continua.”, “Empresários protestam contra
aperto dos fiscais na região.”, “Câmara repudia fiscalização estadual.”,
evidentemente não servem a propósitos amistosos, que devem reinar entre o
Fisco e seus contribuintes.
É claro que, entre a força coesa da comunidade empresarial da
região, em oposição a um infinitamente menor número de agentes fiscais,
só se equilibra pelo empenho da força policial, o que é facultado pela
lei aos agentes do Estado, sempre que a necessidade assim o exigir.
Utilizar-se de tais recursos, por si só, não revela truculência ou
coação, sequer moral, eis que a força da lei garante apenas aos fiscais o
acesso a documentos que podem examinar, sem que tal influa no resultado
da ação fiscal.
Esta, a ação fiscal, tecnicamente busca revelar a regularidade do
contribuinte diante do Fisco, constituindo o crédito fiscal quando
ocorrente.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 76
Na espécie, nenhuma oposição foi sequer balbuciada ou sussurrada,
de modo a infirmar a efetiva ocorrência da sonegação detectada pelos
agentes do erário, cujo ofício é exatamente o de lavrarem os autos de
infração que exibiram aos contribuintes devedores, para o legal
adimplemento.
Os documentos vistoriados por tais agentes, foram-lhes “exibidos”,
com espontaneidade, pelas embargadas, através de seus servidores
delegados, tanto que há recibo da apreensão e depósito sem qualquer
observação, firmados por seu Diretor Jurídico (fls. 56 e 106) o que,
ainda que arranhada a forma, afasta a ocorrência de obtenção de
documentos por meios ilícitos ou arbitrários.
De tudo o que restou fartamente provado, é que os débitos
consubstanciados nos Autos de Infração lavrados contra as embargadas são
legítimos, com a agravante de terem ocorrido por comissão fraudulenta dos
devedores.
Nessa conformidade, com a necessária vênia dos meus pares, mormente
dos eminentes Desembargadores Relator e Revisor no julgamento da
apelação, para alinhar-me ao pronunciamento do eminente Des. Francisco
Figueiredo, acolho os embargos.
Custas ex lege.
O SR. DES. ALVES DE MELO:
V O T O
Não obstante a excelência do arrazoado recursal, rejeito os
embargos pelos fundamentos do voto que proferi no julgamento da apelação.
O SR. DES. VAZ DE MELLO:
Peço adiamento.
S Ú M U L A: DEPOIS DE VOTAR O RELATOR ACOLHENDO OS EMBARGOS E O
REVISOR DESPROVENDO-OS, PEDIU VISTA O 1º VOGAL.
__________
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Assistiu ao julgamento, pela embargante, a Dra. Elaine Coura.
O SR. PRESIDENTE:
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 77
O julgamento deste feito foi adiado na sessão do dia 21 de dezembro
de 1995, a pedido do Primeiro Vogal, depois de votarem o Relator
acolhendo os embargos e o Revisor desprovendo-os.
Com a palavra o Des. Vaz de Mello.
O SR. DES. VAZ DE MELLO:
V O T O
Na sessão do dia 21 do mês de dezembro do ano p. findo, após ouvir,
atentamente, a exposição constante do voto do Relator, solicitei vista
dos autos para que pudesse reexaminar a matéria objeto dos embargos,
posto que acompanhara o não menos ilustre Relator da apelação manifestada
pelas ora embargadas, reformando a r. sentença de origem.
Agora, no julgamento dos embargos infringentes, diante dos
argumentos trazidos pelo eminente Relator, que me parecem de toda
procedência, não tenho dúvida em acolher os embargos para, reformulando
meu pronunciamento anterior, restabelecer a decisão de primeira
instância.
É que, conforme bem demonstrou o em. Relator dos embargos,
“...restaram afirmadas as ocorrências dos fatos geradores dos tributos
contestados, mercê de farta documentação colacionada, que sobejamente
demonstraram utilizarem-se as embargadas de expedientes fraudulentos, com
vistas a lesar o Fisco, mormente com a utilização de lançamentos no
conhecido e nefasto “CAIXA 2” (litteris, fls.).
Ao que penso e julgo, nada é necessário acrescentar ao
pronunciamento do Relator, para acolher os embargos.
Custas pelas embargadas, na forma da lei.
O SR. DES. FRANCISCO FIGUEIREDO:
Acolho os embargos, agasalhado pelos doutos argumentos agora
verificados.
O SR. DES. CAETANO CARELOS:
Acolho os embargos. No voto do eminente Relator da apelação, Des.
Corrêa de Marins, reconhece-se a ilicitude da venda das mercadorias sem o
recolhimento do ICMS, fato que ficou devidamente comprovado. Em face
dessa prova existente nos autos, acolho os embargos.
S Ú M U L A : ACOLHERAM OS EMBARGOS, VENCIDO O REVISOR QUE OS
REJEITAVA.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 78
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 79
_______________________________________________________________________________________________
EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA
_______________________________________________________________________________________________
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 80
AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA - MATÉRIA FISCAL - DEPÓSITO - SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO FISCAL
Não há, no direito vigente, qualquer vedação a que postule a
impetrante uma ordem para que não se veja obrigada ao cumprimento de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 81
obrigação que sustenta inconstitucional. Preliminar de impossibilidade
jurídica do pedido rejeitada. - A jurisprudência desta Corte (Súmulas nºs
1 e 2) admite medida Cautelar em matéria fiscal e também o depósito do
montante integral para suspender a exigibilidade do crédito tributário. -
Apelação e remessa oficial improvidas.
(AC-SP 81384 - 92.03.051249-7 - (88.0038742-0) - Rel.: Juiz Homar
Cais - Quarta Turma. Apte.: União Federal. Apdo.: Celanese Brasileira
Ind/ e Participações S/A. Remte.: Juízo Federal da 7ª Vara São Paulo Sec.
Jud. SP. 4ª Turma, TRF/3ª Região - 23-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 17-11-95 - Pág. 70.987.
AÇÃO DECLARATÓRIA QUE ANTECEDE A AUTUAÇÃO - RENÚNCIA DO PODER DE
RECORRER NA VIA ADMINISTRATIVA E DESISTÊNCIA DO RECURSO INTERPOSTO
O ajuizamento da ação declaratória anteriormente à autuação impede
o contribuinte de impugnar administrativamente a mesma autuação
interpondo os recursos cabíveis naquela esfera. Ao entender de forma
diversa, o acórdão recorrido negou vigência ao art. 38, parágrafo único,
da Lei nº 6.830, de 22.09.80. - Recurso especial conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 24.040-6- RJ - (92.0016244-4) - Rel.: Sr. Min.
Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:
Companhia de Seguros Sul Americana Industrial-SAI. 2ª Turma, STJ - 27-09-
95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Págs. 34.634/34.635.
ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO
MONETÁRIA - DIES A QUO
É iterativa a jurisprudência do Pretório Excelso e deste Tribunal
no sentido de que, em ação de repetição de indébito, a correção monetária
deve incidir a partir dos recolhimentos indevidos. É que o reajuste
monetário visa, exclusivamente, a manter no tempo o valor real do débito,
não importando em qualquer acréscimo patrimonial. Precedentes. - Recurso
a que se nega provimento.
(Recurso Especial nº 73.033 - SP - (Reg. 95.0043277-3) - Rel.:
Exmo. Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Fazenda do Estado de São
Paulo. Recdo.: Cabot Brasil Indústria e Comércio Ltda. 1ª Turma, STJ -
16-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.863.
ADIn - ICMS-MG - ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE
LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE
TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS
“I.C.M.S. Ação Direta de Inconstitucionalidade dos artigos 146, IX,
‘d’ e ‘e’, 148, parágrafo único, da Constituição Estadual de Minas
Gerais, por violação dos artigos 155, I, ‘b’, parágrafo 2º, XII, ‘g’ da
Constituição Federal de 1988 e do art. 34, parágrafo 8º, do A.D.C.T.. Não
se podendo, ‘prima facie’, negar a relevância dos fundamentos deduzidos
na petição inicial e havendo o risco de graves danos, para o erário
público, decorrentes de eventual demora no julgamento da ação, é de ser
deferida a medida cautelar de suspensão dos dispositivos impugnados. A
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 82
avaliação da gravidade dos danos pôde ser feita, até por inferência, no
caso, já que, pelas normas impugnadas, o I.C.M.S. não incidirá sobre
valores consideráveis, como encargo financeiro incorporado ao valor de
operação de venda a prazo, realizada mediante sistema de crediário,
diretamente a consumidor final; sobre a saída de leite ‘in natura’, para
consumo, em operação interna; nas operações de microempresa, para
destinatário localizado no Estado de Minas Gerais ou em outro Estado, nem
sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação; aplicando-se, ainda, os benefícios ao pequeno produtor
e miniprodutor rural.”
(Ac. un. do STF-Pleno - ADIn 84-5-MG - medida cautelar - Rel. Min.
Sydney Sanches - j. 27.09.89 - Reqte.: Governador do Estado de Minas
Gerais; Reqda.: Assembléia Constituinte do Estado de Minas Gerais - DJU 1
06.10.95, p. 33.126 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9257 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 394.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - EXTINÇÃO COM BASE NO
ART. 47 DO CPC - IMPROPRIEDADE DO RECURSO
A extinção do processo, sem julgamento de mérito, não pode ser
questionada na via instrumental, cabendo a discussão das questões aqui
declinadas no âmbito da apelação. - O simples pedido de reabertura do
processo não devolve a possibilidade recursal. - Agravo de instrumento
improvido.
(AI nº 94.04.49370-8/RS - Agte.: Carlos Rodrigues Tavares e outros.
Agda.: Caixa Econômica Federal - CEF. Relª: Juíza Sílvia Goraieb. 4ª
Turma, TRF/4ª Região - 26-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-12-95 - Pág. 89.473.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLICAÇÃO DO
ACÓRDÃO RECORRIDO - PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O agravo de instrumento deve vir suficientemente instruído com os
elementos necessários à sua apreciação, para que se possam verificar os
pressupostos inerentes ao cabimento do recurso extraordinário, dentre os
quais, o relativo à tempestividade. - A certidão de publicação do acórdão
recorrido -- prova da oportuna interposição do apelo derradeiro, cujo
processamento foi obstaculizado na instância a quo -- deve
necessariamente ser reproduzida quando da formação do agravo de
instrumento, sob pena de aplicação da Súmula 288. - A orientação
constante da Súmula 288 vem sendo seguida, na Corte, de maneira
iterativa. Em todas as decisões tem sido enfatizado que a parte agravante
deve necessariamente indicar a peça a ser trasladada e também fiscalizar
a formação do instrumento, por cuja deficiência responde, não se
permitindo a sua complementação quando os autos já se encontram nesta
instância. - Exigência recentemente confirmada por ambas as Turmas do
Supremo Tribunal Federal (Ag. 149.742 - Ag.Rg. - 1ª Turma e Ag. 151.485 -
Ag.Rg. - 2ª Turma). - Agravo regimental improvido.
(Agravo em Agravo de Instrumento n. 174.154-7 - Origem: São Paulo.
Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Estado de São Paulo. Agdo.: Pepsico e
Cia. (Divisão “Elma Chips”). Decisão: a Turma negou provimento ao agravo.
Unânime. 1ª Turma, 03.10.95 - STF).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 83
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 15-12-95 - Pág. 44.093.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA
DO ACÓRDÃO RECORRIDO
Na conformidade da Súmula 288, mantida, na íntegra, em Plenário, no
julgamento do Ag. 137.645 (Ag.Rg.), nega-se provimento ao agravo, para
subida do recurso extraordinário, quando faltar no traslado o acórdão
recorrido. - Embora a parte agravante alegue não poder ser penalizada
pela falta, pois indicou com exatidão todas as peças a serem trasladadas,
que não foram inseridas no instrumento por omissão da Secretaria da Corte
a quo, não há como afastar o enunciado da referida Súmula, eis que a ela
incumbe não apenas especificar, mas também acompanhar a formação do
agravo, por cuja deficiência responde. Agravo regimental improvido.
(Agravo em Agravo de Instrumento n. 169.565-1 - Origem: São Paulo.
Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Cleide de Lourdes Aguiar Campaner.
Agdos.: Lia Maria Aguiar e outro. Agdos.: Maria Ângela Aguiar Bellizia e
cônjuge. Decisão: A Turma negou provimento ao agravo. Unânime. 1ª Turma,
05.09.95 - STF).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.139.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS - ÔNUS
Compete à parte interessada e ao seu advogado tomar as providências
necessárias para que o traslado contenha todas as peças obrigatórias
previstas no § 1º do art. 544 do C.P.C., além das essenciais à solução da
demanda. - Agravo regimental improvido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 83.865 - RJ -
(95.45516-1) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Cláudio Santos. Agte.: Rudolf
August Robert Brandt - Espólio. Agda.: A R. Decisão de Fls. 242. Partes:
Rudolf August Robert Brandt - Espólio e Ribenboim Engenharia Ltda. 3ª
Turma, STJ - 30-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.571.
AGRAVO DA LEI 8.038/90
À decisão proferida em recurso especial não são oponíveis embargos
infringentes. - Recurso denegado. - Unânime.
(Agravo Regimental nos Embargos Infringentes no Recurso Especial nº
61.201-2 - SP - 95/0008090-7 - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Fontes de Alencar.
Recte.: Banco Digibanco S/A. Recdo.: Belmiro Gomes. Agte.: Belmiro Gomes.
Agdo.: Decisão de Folha 200. 4ª Turma, STJ - 25-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.578.
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LEGAIS
NÃO PREQUESTIONADOS - SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
É incontroversa nesta Corte a necessidade de expresso
prequestionamento da questão federal debatida, que deverá ter sido
abordada pelo acórdão hostilizado. - A não oposição de embargos
declaratórios, com o fito de suprir eventual omissão acerca do tema
objeto do apelo especial, determina a aplicação das Súmulas 282 e 356 do
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 84
Supremo Tribunal Federal. - Agravo regimental improvido, sem
discrepância.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 63.351-9/RS -
(95.0004718-7) - Rel.: O Sr. Min. Demócrito Reinaldo. Agte.: Estado do
Rio Grande do Sul. Agdo.: Ministério Público do Estado do Rio Grande do
Sul. 1ª Turma, STJ - 23-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.497.
ANISTIA FISCAL - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
A anistia fiscal concedida no curso do processo não interfere com a
condenação em honorários por sucumbência.
(Recurso Especial nº 73.037/SP - (95/0043281-1) - Rel.:O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Rodízio Gaúcho São José Ltda.
Recdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 06-11-
95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.185.
APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO
Não caracterizada a deserção se ou quando o recorrente efetua o
recolhimento das custas devidas, no prazo estabelecido (art. 519, 1ª
parte); ainda que seu depósito no banco-arrecadador haja ocorrido fora
dele. A inteligência lógica do artigo 519, do CPC, não vislumbra nele a
inequívoca exigência de que deva ele ser feito no horário de
funcionamento do órgão-arrecadador. Precedentes do STJ. - Recurso
conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 67.133-7/RS - (95/0027079-0) - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. Waldemar Zveiter. Recte.: João Gonçalves da Silva. Recdo.:
Financiadora Mesbla S/A Crédito Financiamento e Investimento. 3ª Turma,
STJ - 24-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.217.
ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA UFIR
A utilização da UFIR para a atualização monetária das receitas
tributárias não fere qualquer regra constitucional, uma vez que as normas
que tratam da indexação monetária se inserem no campo das finanças
públicas, têm aplicação imediata e não se equiparam à majoração de
tributos (art. 97, § 2º, CTN).
(Apelação em Mandado de Segurança nº 93.04.33731-3 - RS - Rel.:
Juiz Jardim de Camargo. Apte.: União Federal. Apte.: C E K Corretora de
Seguros Ltda. Apdos.: Os mesmos. 2ª Turma, TRF/4ª Região - 05-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.753.
CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI
8.383/91
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 85
A compensação de créditos tributários pressupõe a mesma natureza
jurídica e inequívoco reconhecimento da sua existência. Daí a
impossibilidade de ser admitida pela via de provisória decisão liminar,
em ação cautelar, a sua pronta concretização. Enfim, a liminar não se
presta para a afirmação da suficiência e liquidez dos créditos lançados
como compensáveis. - Precedentes jurisprudenciais. - Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 48.018 - Paraná - (94.0013823-7) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Arrozeira Guarapuavana Ltda. Recda.:
Fazenda Nacional. 1ª Turma, STJ - 02-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.723.
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - DEPÓSITO JUDICIAL - EXPEDIÇÃO -
POSSIBILIDADE
“Tributário. Certidão negativa. Inexistência de depósito
suspendendo a exigibilidade. 1. A suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, mediante a realização de depósito judicial, autoriza a
expedição de certidão com os mesmos efeitos da negativa, da qual conste a
existência de tal circunstância. 2. Remessa oficial improvida.”
(Ac. un. da 1ª T. do TRF da 4ª R. - REO 94.04.05257-4/RS - Rel.
Juiz Ronaldo Ponzi - j. 15.08.95 - Partes: Randon S/A Veículos e
Implementos e outro e Agente do Instituto Nacional do Seguro Social em
Caxias do Sul - DJU 2 18.10.95, p. 71.477 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9321 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 421.
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - LANÇAMENTO DEFINITIVO
Havendo lançamento definitivo na esfera administrativa, à época da
negativa de expedição da certidão, inexiste ilegalidade ou abuso no ato
da autoridade impetrada, não podendo ser atendido o pedido na esfera
judicial.
(AMS nº 95.04.04909-5/RS - Apte.: Clangraf Imp/ e Exp/ e Com/ de
Materiais. Apda.: União Federal. Relator: Juiz Carlos Sobrinho. 1ª Turma,
TRF/4ª Região - 17-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.738.
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - PARCELAMENTO
As Certidões Negativas de Débito devem ser expedidas se, à época da
negativa pela autoridade, era regular a situação do contribuinte no
pagamento do parcelamento.
(AMS nº 95.04.37875-7/PR - Apte.: Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS. Apdo.: Agro HB S/A. Remte.: Juízo Federal da 3ª Vara
Federal de Curitiba/PR. 1ª Turma, TRF/4ª Região - 19-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.739.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 86
COMPETÊNCIA - DISTRIBUIÇÃO - PERPETUATIO JURISDICIONIS
A distribuição fixa a competência do Juízo para a causa, até o seu
final, sejam quais forem os incidentes da sua tramitação: princípio da
perpetuatio jurisdicionis. Assim como não pode haver dois juízos
igualmente competentes, para o mesmo processo, ao mesmo tempo, também não
pode haver distribuições sucessivas de uma mesma ação, o que implicaria
inadmissível duplicidade de competências ou, pior, supressão indevida da
competência do primeiro juízo, regularmente fixada pela anterior
distribuição.
(Conflito de Competência nº 95.04.37057-8/RS - Rel.: Juiz Amir José
Finocchiaro Sarti. Parte A: João José Fernandes da Cruz e outro. Parte R:
Habitasul Crédito Imobiliário S/A. Suscte.: Juízo Federal da 12ª Vara de
Porto Alegre/RS. Suscdo.: Juízo Federal da 11ª Vara de Porto Alegre/RS.
2ª Seção, TRF/4ª Região - 04-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.467.
COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO
Ainda que absolutamente incompetente, o juiz que decidiu a causa no
primeiro grau de jurisdição é o competente para a execução, mesmo que a
sua sentença tenha sido reformada em recurso. - O problema da
incompetência absoluta há de ser resolvido, em tais casos, por via de
ação rescisória, o que não afeta, entretanto, o princípio de que o juízo
da causa é o competente para a execução.
(Conflito de Competência nº 95.04.41472-9/SC - Rel.: Juiz Amir José
Finocchiaro Sarti. Parte A: Iracema Máxima de Mello e outros. Parte R:
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Suscte.: Juízo Federal da 1ª
Vara de Florianópolis/SC. Suscdo.: Juízo de Direito da Comarca de
Imaruí/SC. 2ª Seção, TRF/4ª Região - 04-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.466.
COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - DEVEDOR DOMICILIADO EM VARA
ESTADUAL DISTRITAL - CRIAÇÃO DE VARA FEDERAL NA COMARCA -
COMPETÊNCIA DO TRF PARA CONHECER DO CONFLITO - IMPROCEDÊNCIA
Compete aos Tribunais Regionais Federais solucionar os conflitos de
competência verificados entre juízes federais e juízes estaduais
investidos de jurisdição federal delegada, ainda que o pronunciamento
destes juízes seja apenas no sentido de declinar de sua competência. - A
delegação prevista no art. 109, § 3º da Constituição Federal ocorre
somente nas comarcas em que inexista Vara Federal. A significação do
termo Comarca somente pode ser haurida na legislação estadual respectiva.
- Residindo o devedor em Município sede de Vara Distrital, integrante de
Comarca onde haja Vara Federal, inexiste delegação. - Conflito negativo
de competência julgado improcedente
(Conflito de Competência nº 94.03.089248-0) - Parte A: União
Federal. Parte R: Caninha da Roça Ind. e Com. Ltda. Suscte.: Juízo
Federal da 2ª Vara de Piracicaba. Suscdo.: Juízo de Direito de Rio das
Pedras. Relª: Juíza Ana Scartezzini. Designado para acórdão: Juiz Márcio
Moraes. 2ª Seção, TRF/3ª Região - 06-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.292.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 87
CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZES SUBORDINADOS A TRIBUNAIS
DIFERENTES - CONFLITO A SER DIRIMIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Tratando-se de conflito de competência absoluta, instaurado entre
juízes subordinados a Tribunais diferentes, cabe ao Superior Tribunal de
Justiça dirimi-lo (CF, art. 108, I, “e”, e II). - Conflito de competência
não conhecido, com remessa dos autos ao Egrégio Superior Tribunal de
Justiça.
(Conflito de Competência nº 95.03.046816-7/SP - Rel.: O Exmo. Sr.
Juiz Souza Pires. Suscte.: Juízo Federal da 2ª Vara de Sorocaba - Seção
Judiciária de São Paulo. Suscdo.: Juízo de Direito de Votorantim - SP.
Parte A: União Federal (Fazenda Nacional). Parte R: Ferreira & Massa
Ltda. 1ª Seção, TRF/3ª Região - 08-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-12-95 - Pág. 88.798.
CORREÇÃO MONETÁRIA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SÚMULA Nº 14 STJ
A correção monetária dos honorários advocatícios deve ser calculada
a partir do ajuizamento da ação, não a contar da data da sentença. -
Decisão embasada na Súmula nº 14 do E. Superior Tribunal de Justiça. -
Apelação improvida.
(AC nº 94.04.21086-2/PR - Apte.: Caixa Econômica Federal - CEF.
Apdo.: Osmar Zimmermann e outro. Relª: Juíza Sílvia Goraieb. 4ª Turma,
TRF/4ª Região - 17-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-12-95 - Pág. 89.471.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE - DEPÓSITO -
MONTANTE INTEGRAL - ARTIGO 151, INCISO II - SÚMULA 112/STJ -
ALCANCE
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário apenas tem lugar
mediante o depósito do montante integral a ele correspondente. - Na
hipótese de lançamento por homologação (autolançamento), enquanto não
impugnado, pelo Fisco, o valor atribuído pelo contribuinte, o montante
integral do crédito tributário corresponde ao valor simples do tributo,
inexigível o depósito de juros e multa moratória. - Recurso provido, por
unanimidade.
(Recurso Especial nº 64.974-9/SP - (95.0021115-7) - Rel.: O Sr.
Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.:
IAP S.A. e outros. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.528.
DATA DE VENCIMENTO DO ICMS - FIXAÇÃO EM DECRETO - MERCADORIA
PRODUZIDA NO BRASIL
É possível fixar-se, em decreto, a data para recolher-se o ICMS,
mesmo em se tratando de mercadoria produzida no Brasil.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 88
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 61.335/SP -
(95/0008512-7) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Embte.:
Metalgráfica Rojek Ltda. Embdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual).
1ª Turma, STJ - 20-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18/12/95 - Pág. 44.496.
DECISÃO QUE ATUALIZA CONTA DE LIQUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO
- INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA -
RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO NÃO CONHECIDO
É cabível apelação da sentença que julga liquidação por cálculo, e
agravo de instrumento da decisão que, no curso da execução, aprecia
atualização da conta (Súmula nº 25 - TRF da 4ª Região). - Constitui erro
grosseiro a interposição de recurso impertinente em lugar daquele
expressamente previsto na norma jurídica própria.
(Apelação Cível nº 94.04.32719-0/RS - Relª: Juíza Tânia Escobar.
Apte.: União Federal. Apdo.: Calçados Schirley Ltda. 2ª Turma, TRF/4ª
Região - 24-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-10-95 - Pág. 61.150.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA - VEÍCULO IMPORTADO ILEGALMENTE - REGULARIZAÇÃO
- VIA INADEQUADA
“Tributário. Importação de veículos. Portaria 56/90. 1. A
Jurisprudência do STJ, que harmoniza toda a Jurisprudência Nacional, é no
sentido da impossibilidade de regularização de veículos automotores
internados no país anteriormente a este ato normativo. 2. Assim, não se
admite a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, para o fim de,
mediante pagamento dos tributos devidos, proceder à regularização
tributária de veículos internados no país ao desamparo da legislação de
regência. 3. Recurso e remessa providos.”
(Ac. un. da 4ª T. do TRF da 1ª R. - AMS 93.01.37142-1/DF - Rel.
Juiz Nelson Gomes da Silva - j. 07.06.95 - Apte.: Fazenda Nacional;
Apda.: Telecentro Locadora Ltda. - DJU 2 03.08.95, p. 48.296 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9078 - SETEMBRO/1995 -
Págs. 320/319.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE - LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO
Aplica-se a regra do artigo 191 do Código de Processo Civil se o
denunciado se opõe ao pedido da ação principal (artigo 75, I). Não assim,
entretanto, se se limita a negar a existência do vínculo de que derivaria
o direito de regresso (artigo 75, II).
(Recurso Especial nº 68.314-9 - RS - (95.0030899-1) - Rel.: O Sr.
Min. Eduardo Ribeiro. Recte.: Interamericana Companhia de Seguros Gerais.
Recdos.: Mauro Job Pontes / Irmãos Giulian e Companhia Ltda. 3ª Turma,
STJ - 07-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.217.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 89
DESISTÊNCIA - DISCORDÂNCIA DA RÉ, QUE CONDICIONA O ENCERRAMENTO DO
FEITO À RENÚNCIA DO AUTOR AO DIREITO PLEITEADO, CONDIÇÃO ESTA COM A
QUAL O ÚLTIMO NÃO CONCORDA
No caso em tela, impossível se torna a homologação da desistência,
devendo o feito prosseguir. - Provimento, em parte, ao apelo.
(Apelação Cível nº 92.01.30889-2/MG - Rel.: O Exmo. Sr. Juiz João
V. Fagundes. Apte.: Joaquim Santiago Júnior e outros. Apda.: Fazenda
Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ERRO DE FATO ININFLUENCIÁVEL NO JULGAMENTO
- REJEIÇÃO
Os recursos cabíveis, no mandado de segurança, são somente os
previstos em lei, sendo sua feição de procedimento célere e de remédio
constitucional pronto e eficaz incompatível com o agravo de instrumento.
- No processo de mandado de segurança, é inócua a instauração do
incidente do valor da causa, por manifestamente inútil, já que, nele, são
incabíveis os honorários advocatícios. - Embargos rejeitados. Decisão
indiscrepante.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 68.345-9/SP -
(95.0030930-0) - Rel.: O Sr. Min. Demócrito Reinaldo. Embte.: Frigorífico
Marba Ltda. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 22-
11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.504.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ERRO MATERIAL - CORREÇÃO - MODIFICAÇÃO DO
JULGADO - EXCEPCIONALIDADE
Os embargos declaratórios devem ser acolhidos, em caráter
excepcional, para corrigir decisão tomada em bases fáticas equivocadas. -
A omissão do aresto que deslinda embargos de declaração em sede de
apelação, enseja recurso especial por ofensa ao art. 535 do Código de
Processo Civil. - Hipótese a que se ajusta o caso em exame. - Embargos
parcialmente acolhidos.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 58.471-0 - SP -
(94/0040812-9) - Rel.: O Exmo. sr. Min. César Asfor Rocha. Embte.: Nelson
Eduardo Maluf e cônjuge. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª
Turma, STJ - 07-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.611.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ICMS NA IMPORTAÇÃO - COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA FEDERAL PARA ANALISAR A QUESTÃO - EXIGÊNCIA POR OCASIÃO DO
DESEMBARAÇO ADUANEIRO (PESSOA FÍSICA) - POSTERIOR APRECIAÇÃO PELA
FAZENDA ESTADUAL SOBRE A EXIGÊNCIA DO I.C.M.S. - EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 90
Não vislusmbrada a contradição, pois a Justiça Federal é competente
para analisar a legalidade da exigência de prévia comprovação do
pagamento de ICMS. - Exigência do pagamento do I.C.M.S. por ocasião do
desembaraço aduaneiro, por tratar-se de pessoa física, e, ser este o
momento do fato imponível. - Apreciação posterior pela Fazenda Estadual
sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de Declaração rejeitados.
(Embargos de Declaração nº 93.03.77214-8 - Acórdão embargado - fl.
111 - Rel.: O Exmo. Sr. Américo Lacombe. Embte.: Francisco Roberto Souza
Calderaro. Partes: União Federal / Fazenda do Estado de São Paulo.
Remte.: Juízo Federal da 1ª Vara de Santos Sec. Jud. S.P. 6ª Turma,
TRF/3ª Região - 30-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-12-95 - Pág. 84.945.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, II, CPC) - MERCADORIA IMPORTADA -
ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO
O exame de questões nitidamente fundamentadas na Constituição não
se amolda na via Especial, descabendo falar-se em omissão. - Após a
ocorrência do fato gerador (entrada da mercadoria no estabelecimento do
importador), é legal a exigência do recolhimento do ICMS nos cinco dias
úteis seguintes, conforme a legislação estadual de regência. -
Precedentes da jurisprudência. - Rejeitados os embargos da Fazenda
Estadual acolhidos os da Recorrente.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 68.453 - SP -
(95.0031129-1) - Rel.: O Sr. Min. Milton Luiz Pereira. Embtes.: Fazenda
do Estado de São Paulo / L & M Comercial Importadora e Exportadora Ltda.
Embdas.: As mesmas. 1ª Turma, STJ - 20-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Págs. 44.504/44.505.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS - SUCUMBÊNCIA DO ESTADO - VALOR A SER
CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS HONORÁRIOS
Recebidos embargos contra execução fiscal, os honorários de
sucumbência são calculados sobre o montante da execução, envolvendo as
parcelas relativas a tributo, multa, juros e outras cobradas
executivamente. - Na fixação dos honorários de sucumbência impostos ao
Estado, leva-se, sempre, em conta o preceito do Art. 20, § 4º. - Em
processo que durou cinco anos e transitou por três instâncias, a
condenação do sucumbente em honorários de dez por cento sobre o valor da
lide corresponde à equidade.
(Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Recurso
Especial nº 61.103/SP - (95/0007804-0) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto
Gomes de Barros. Embte.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). Embda.:
Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, De 18-12-95 - Pág. 44.496.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES -
RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA -
CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS
VENCIDOS
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 91
Não obstante a controvérsia existente em torno do tema, considera-
se legítima a exigência do recolhimento antecipado, do ICMS, na venda de
veículos automotores, pelo chamado regime de substituição tributária. -
Embargos de divergência recebidos, por maioria de votos.
(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 35.802-5 - SP -
Reg. nº 95/0010028-2 - Rel.: Sr. Min. Hélio Mosimann. Embte.: Fazenda do
Estado de São Paulo. Embdo.: Litoral Distribuidora de Veículos Ltda. 1ª
Seção, STJ - 20-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.508.
EMBARGOS À EXECUÇÃO - CERTIDÃO DE INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA -
PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DA LIQUIDEZ E CERTEZA
Dívida Ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e
liquidez, cabendo ao interessado produzir prova inequívoca no sentido de
elidi-la. - Recurso improvido.
(Apelação Cível nº 92.03.14582-6/SP - Rel.: Juiz Célio Benevides.
Apte.: Rádio Difusora de Assis S/A. Apdo.: Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS. 2ª Turma, TRF/3ª Região - 24-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-11-95 - Pág. 80.765.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - SUCESSÃO - AQUISIÇÃO DE FUNDO DE
COMÉRCIO - RESPONSABILIDADE
“Tributário. Embargos à execução. Sucessão. Responsabilidade. -
Havendo sucessão, caracterizada pela compra do fundo de comércio, o
sucessor responde pelos débitos tributários do sucedido. - Precedente.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 51.504-1 - SP - Rel. Min. Américo
Luz - j. 14.06.95 - Recte.: Distribuidora de Carnes Vale do Mogi Ltda;
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 14.08.95, p. 24.015 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9124 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 338.
EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART. 201, §§ 5º E 6º,
CF/88 - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDADE DA
SÚMULA 343, STF
A decisão que entendeu não-auto-aplicável o art. 201, §§ 5º e 6º,
não constitui violação a literal disposição de lei, senão interpretação
razoável do texto constitucional, ainda que, posteriormente, a questão
tenha sido decidida de modo contrário pelo E. STF. Aplicabilidade da
Súmula 343, STF, em matéria constitucional. Embargos infringentes
improvidos.
(Embargos Infringentes em Ação Rescisória nº 94.04.15186-6- RS -
Rel.: Sr. Juiz Volkmer de Castilho. Embte.: José Eliziário e outros.
Embdo.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. 2ª Seção, TRF/4ª
Região - 13-12-95).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 92
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-12-95 - Pág. 88.842.
EMBARGOS DE TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRADA -
ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA
“Tributário. Execução. Penhora. Registro. Embargos de terceiro. - A
penhora não registrada não torna ineficaz a alienação efetivada por
terceiro, que não o executado, se fazendo necessária a prova de que o
adquirente tinha conhecimento da fraude. - Precedentes.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 43.738-5- MG - Rel. Min. Américo
Luz - j. 19.06.95 - Recte.: Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais;
Recdos.: Luiz Fernando de Souza e s/m - DJU 1 14.08.95, p. 24.012 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNICA Nº 1/9123 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 33.
EXECUÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - PARALISAÇÃO
Decorrendo a paralisação do processo de inação do juízo deprecado,
que há mais de dez anos está para designar dia para a praça, descabe
extingui-lo por alegada omissão da exequente, que tem feito o que está ao
seu alcance para a incoação do feito. - Recurso provido.
(Recurso Especial nº 69.784 - BA - (Reg. 95.345692) - Rel.: O Sr.
Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Caixa Econômica Federal - CEF. Recdo.:
José Borges da Hora e outros. 4ª Turma, STJ - 30-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.584.
EXECUÇÃO - IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FAMÍLIA - IMPENHORABILIDADE
Consolidado na jurisprudência da Terceira Turma o entendimento no
sentido de que tem incidência imediata, desconstituindo até penhora já
efetivada, texto legal que afasta da execução imóvel residencial próprio
do casal, ou da entidade familiar (bem de família), assim como os
equipamentos que o guarnecem. Inteligência das normas da Lei nº 8.009/90.
- Recurso conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 69.717/SP - (95/0034346-0) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Waldemar Zveiter. Recte.: Aparício Mesquita Sapage e cônjuge.
Recdo.: Banco do Estado de São Paulo S/A - BANESPA. 3ª Turma, STJ - 30-
10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.563.
EXECUÇÃO - PENHORA - LEI 8.009/90
O disposto na Lei 8.009/90 tem incidência imediata. Inclusive sobre
os atos de constrição já realizados ao tempo de sua vigência. - Recurso
provido.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 6.246 - SP - (Reg. 95.484064) -
Rel.: O Sr. Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Waldemar Capoletti.
Recdo.: UNIBANCO União de Bancos Brasileiros S/A. T. Origem: Primeiro
Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo de Direito
da 1ª Vara Cível de Pirassununga-SP. 4ª Turma, STJ - 14-11-95).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 93
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA’, DE 18-12-95 - Pág. 44.574.
EXECUÇÃO - PENHORA - SUBSTITUIÇÃO DO BEM - VALOR
O valor a ser depositado em dinheiro, para a substituição de um dos
bens penhorados, deve corresponder ao valor verificado na avaliação,
devidamente atualizada, e não ao total do débito em cobrança. - Recurso
não conhecido.
(Recurso Especial nº 71.730 - MG - (Reg. 95.397595) - Rel.: O Sr.
Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Financeira BEMGE S/A Crédito
Financiamento e Investimento. Recdo.: Kleber Brasiliense Pimentel. 4ª
Turma, STJ - 31-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.586.
EXECUÇÃO - PENHORA EFETUADA - SUPERVENIÊNCIA DA LEI N. 8.009/90 -
DIREITO TRANSITÓRIO - INCIDÊNCIA - PRECEDENTES
A Lei 8.009/90, de aplicação imediata, incide no curso da execução
se ainda não efetuada a alienação forçada, tendo o condão de levantar a
constrição sobre os bens afetados pela impenhorabilidade.
(Recurso Especial nº 68.791 (95/0032231-5) - SP - Rel.: Min. Sálvio
de Figueiredo Teixeira. Recte.: Nicolau Emílio Giannella Cataldi. Recdo.:
Banco Bradesco de Investimento S/A. 4ª Turma, STJ - 24-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-11-95 - Pág. 39.606.
EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - CONEXÃO -
COMPETÊNCIA
“Processual Civil - Execução Fiscal - Ação Anulatória - Conexão -
Prevenção - Competência da Vara da Fazenda Pública Estadual - Artigos
103, 105, 106, 132, 585, § 1º, CPC - Lei nº 6.830/80 (art. 38) - Súmula
112/STJ. 1. A ação anulatória de débito, ou a declaratória negativa de
dívida fiscal, sem o depósito integral correspondente do crédito
tributário, não inibe a consequente execução, efetivando-se a penhora.
Isto ocorrendo, estadeada a conexão, as ações devem ser reunidas para
julgamento conjunto. Se julgada a anulatóriaa e, pela via da exceção,
esta foi anteriormente apreciada, não suscitado o conflito, permanece a
competência do Juízo onde foi processada e julgada a anulatória,
homenageando-se a prevenção. 2. A distribuição interna de serviços, por
si, não ofende a competência do Juízo de mesma Vara. 3. Recurso
improvido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 46.193-SP - Rel. Min. Milton Luiz
Pereira - j. 09.08.95 - Recte.: Iguatemy Operacional Indústria Comércio e
Transportes Ltda.; Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1
11.09.95, p. 28.792 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9172 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 357.
EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO -
LITISPENDÊNCIA - INOCORRÊNCIA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 94
“Embargos à execução fiscal - Cobrança de ICM - Arguição de
litispendência - Inocorrência - Ação Declaratória de existência [sic] do
débito - Improcedência da ação - Apelação desprovida. A propositura de
ação declaratória de inexistência de débito não inibe a promoção da
execução fiscal. Artigo 585, § 1º, do Código de Processo Civil. Recurso
desprovido.”
(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ PR - AC 38.577-7 - Rel. Des. Oto Luiz
Sponholz - j. 15.08.95 - Apte.: Vilela-Distribuidora de Auto Peças Ltda.;
Apda.: Fazenda Pública do Estado do Paraná - DJ PR 28.08.95, p. 09 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9210 - NOVEMBRO/1995 -
Págs. 376/375.
EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS
- EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE
CONFIGURAÇÃO
“Execução fiscal - Embargos - Imposto de renda - Alteração
contratual/ineficácia contra terceiros se não registrada na Junta
Comercial - Excesso de poder do sócio gerente. 1. A alteração de cláusula
contratual só tem eficácia contra terceiros, após sua averbação no
registro da Junta Comercial; 2. As disposições das sentenças exaradas
respectivamente, na ação de dissolução de sociedade e da auto-falência
requerida pelo liquidante, não se aplicam aos fatos ocorridos antes da
liquidação; 3. Ao transferir para o seu nome a maior parte do patrimônio
da empresa e selecionando, segundo suas próprias conveniências negociais,
os credores a quem oferecia pagamento, com prejuízo de credores
preferenciais como a Fazenda Nacional, é certo que o embargante, sócio
gerente, obrou com excesso de poder, eis que reduziu a sociedade à
insolvência, fazendo-a desaparecer e com ela a garantia dos credores.”
(Ac. un. da 2ª T. do TRF da 4ª R. - REO 94.04.03206-9/PR - Rel.
Juiz Dória Furquim - j. 1º.06.95 - Partes: Idelson Rottava e União
Federal - DJU 2 09.08.95, p. 49.942 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9252 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 393.
EXECUÇÃO FISCAL - AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO DE
PROPRIEDADE DE SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA EVITAR
FRAUDE À EXECUÇÃO - INVIABILIDADE
“Processual Civil. Execução fiscal. Fraude à execução. Averbação à
margem do prontuário do veículo de propriedade de sócio responsável pelo
débito tributário. Inviabilidade. Inaplicabilidade à espécie do art. 615,
inciso III, do CPC. I - Na execução fiscal proposta pelo Estado contra
empresa devedora, é descabida pretensa averbação à margem do prontuário
do veículo do sócio responsável pelo débito tributário objeto da
execução, a título de advertência de que a transferência do veículo
caracteriza fraude à execução ou de proibição de alienação. II - ‘In
casu’, a pretensão formulada nesse sentido, não encontra amparo em
nenhuma previsão legal, muito menos no disposto no inciso III, do artigo
615 do CPC, por isso que tal dispositivo trata de ‘medidas acautelatórias
urgentes’ e a discutida averbação jamais prevenirá os direitos do credor,
pois a prova da propriedade do veículo não se faz apenas com a
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 95
documentação da repartição de trânsito. III - Recurso desprovido, por
unanimidade.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 68.208-8/MS - Rel. Min. Demócrito
Reinaldo - j. 11.10.95 - Recte.: Estado do Mato Grosso do Sul; Recda.:
Materiais de Escritório Bororó Ltda. - DJU 1 06.11.95, p. 37.546 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9307 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 417.
EXECUÇÃO FISCAL - BEM GRAVADO POR ÔNUS REAL - PENHORA -
POSSIBILIDADE; BENS ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS - IDENTIFICAÇÃO
“Tributário. Bem gravado por ônus real. Penhorabilidade pela
Fazenda Pública. Possibilidade. Inteligência do art. 30, da Lei de
Execução Fiscal (Lei 6.830/80). Inaplicabilidade do Decreto-lei nº
413/69. Todos os bens e rendas de qualquer origem e natureza do sujeito
passivo, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da
constituição do ônus ou da cláusula, estão sujeitos à penhora por parte
da Fazenda Nacional, excetuados, unicamente, os bens e rendas que a lei
declara absolutamente impenhoráveis. - São bens absolutamente
impenhoráveis aqueles mencionados no art. 649 do Código de Processo Civil
e não aqueles a que a norma legal não empregou a expressão
‘absolutamente’ - Apelação improvida.”
(Ac. da 2ª T. do TRF da 5ª R. - mv - AC 67.164/PE - Rel. Designado
para o Ac. Juiz Nereu Santos - j. 23.05.95 - Apte.: Banco do Brasil S/A;
Apda.: Fazenda Nacional - DJU 2 11.08.95, p. 50.506 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9121 - OUTUBRO/1995 -
Págs. 338/337.
EXECUÇÃO FISCAL - BEM PENHORADO - SUBSTITUIÇÃO - DEPÓSITO EM
DINHEIRO - CORRESPONDÊNCIA - POSSIBILIDADE
As funções da penhora, como cediço, consistem na especificação e
conservação dos bens sobre os quais se efetiva a responsabilidade do
executado. É facultado ao devedor substituir o bem penhorado por
dinheiro, desde que o faça antes da arrematação, ou da adjudicação.
Precedente. - Recurso desprovido, sem discrepância.
(Recurso Especial nº 64.696/SP - (95.0020745-1) - Rel.: O Sr. Min.
Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:
Estamparia Luminar Ltda. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.333.
EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETERMINADA
PARCELA DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS - BARES E RESTAURANTES -
SUPERVENIÊNCIA DA LEI ESTADUAL Nº 8.198/92
A exclusão de determinada parcela do débito não tem o condão de
tornar a certidão de dívida ilíquida e incerta, com a consequente
nulidade do processo executivo. No caso, o acórdão recorrido, ao
extinguir a execução, desconsiderou o percentual de 30%, relativo às
bebidas, que não foi objeto de remissão. - Ofensa aos arts. 202 e 204 do
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 96
C.T.N. e 2º, § 5º e 3º, da Lei nº 6.830 de 22.09.80, caracterizada.
Precedentes. - Recurso especial conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 70.380-SP - (95.0036078-0) - Rel.: Sr. Min.
Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:
Restaurante e Churrascaria Baby Beef Rondaiyat Ltda. 2ª Turma, STJ - 11-
10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.756.
EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - EXCLUSÃO DA PARCELA
REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO - DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA
CERTIDÃO PARA A EXECUÇÃO DA DÍVIDA REMANESCENTE (TAXAS) - CTN, ART.
204 - LEI 6.030/80 (ART. 3º)
A exclusão do valor do imposto, por si, não afeta a liquidez e
certeza da dívida remanescente expressada em campo autônomo apropriado às
taxas. Desnecessidade de substituição da certidão, uma vez que a dívida
remanescente resulta de simples cálculo aritmético, sem prejuízo à
verificação pelas partes interessadas. - Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 58.209 - SP - (94.0039941-3) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo-SABESP. Recdo.: Município de São Paulo. 1ª Turma, STJ
- 04-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.332.
EXECUÇÃO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - ÍNDICE DE JANEIRO DE 1989 -
INFLAÇÃO REAL
Os débitos vencidos devem ser monetariamente corrigidos de modo a
preservar o valor real do crédito, aplicando-se, para tanto, os índices
que reflitam a real desvalorização da moeda. - O Superior Tribunal de
Justiça, em julgamento proferido pela Corte Especial, consagrou o
entendimento de que em janeiro de 1989 a inflação real atingiu o
percentual de 42,72%, impondo-se a aplicação desse índice na atualização
monetária dos débitos cobrados em juízo (REsp. nº 43.055-0 - SP, Relator
o eminente Ministro Sálvio de Figueiredo, D.J. de 20.02.95). - Recurso
especial parcialmente provido.
(Recurso Especial nº 68.171-5 - SP - (95/0030115-6) - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Smar Equipamentos Industriais Ltda.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 23-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.728.
EXECUÇÃO FISCAL - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE -
RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE
“Tributário. Responsabilidade pessoal do sócio-gerente. Dissolução
irregular da sociedade. A jurisprudência tem identificado como ato
contrário à lei, caracterizador da responsabilidade pessoal do sócio-
gerente, a dissolução irregular da sociedade, aquela em que, não obstante
os débitos tributários, os respectivos bens são liquidados sem o processo
próprio; a presunção aí é a de que os bens foram distraídos [sic] em
benefício dos sócios ou dos credores privados, numa ou noutra hipótese
com detrimento da Fazenda Pública. Recurso especial não conhecido.”
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 97
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 9.245-0-SP - Rel. Min. Ari
Pargendler - j. 18.09.95 - Rectes.: Nestor Perciliano de Oliveira e
outros - Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 16.10.95, pp.
34.632/3 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9306 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 417.
EXECUÇÃO FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA
A parcela inexigível do crédito deve ser excluída do título
executivo nos embargos do devedor. Depois do respectivo julgamento, tenha
ou não sido discutido nos embargos do devedor, já não há como expurgar da
certidão de dívida ativa o incobrável. Hipótese, ademais, em que o
acréscimo moratório estipulado no título executivo foi expressamente
mantido no julgamento dos embargos do devedor sob o nome de juros.
Recurso especial não conhecido.
(Recurso Especial 13.919 - SP - (91.17361-4) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Ari Pargendler. Recte.: Algodoeira Donega Ltda. Recda.: Fazenda do
Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 29-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.541.
EXECUÇÃO FISCAL: EMBARGOS À EXECUÇÃO - PROVA - INEXISTÊNCIA
Não tendo o embargante, com a inicial, apresentado qualquer prova
documental a comprovar suas alegações, impõe-se reconhecer que o processo
se achava suficientemente instruído e maduro para ser julgado quanto ao
seu mérito, ex vi do art. 17, parágrafo único, da Lei 6.830/80. - Recurso
improvido.
(Apelação Cível nº 90.03.13939-3 - SP - Relª: A Exmª Srª Juíza Eva
Regina. Apte.: José Augusto Marins Machado. Apdo.: Instituto de
Administração Financeira da Previdência e Assistência Social - IAPAS. 2ª
Turma, TRF/3ª Região - 14-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.662.
EXECUÇÃO FISCAL - FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CERTIDÃO DE
DÍVIDA ATIVA) - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - ART. 587
A execução fiscal aparelhada em certidão de dívida ativa é
definitiva, mesmo quando pende impugnação à conta que atualizou o valor
respectivo (CPC, Art. 587). - Não é lícito exigir-se do Estado exequente,
caução para levantamento de quantia correspondente à arrematação de bem
penhorado em execução fiscal fundada em certidão de dívida ativa.
(Recurso Especial nº 71.504/SP - (95/0038499-0) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Smar Equipamentos Industriais
Ltda. Recdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 02-
10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.649.
EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE -
PERÍCIA DESNECESSÁRIA - JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE
DEFESA - INOCORRÊNCIA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 98
“ICM. Débito declarado pelo contribuinte. Desnecessidade de
produção de prova pericial. Julgamento antecipado da lide. Cerceamento de
defesa inocorrente. O acórdão recorrido, ao concluir pela desnecessidade
de dilação probatória, já que a matéria controvertida comportava
julgamento antecipado, ante a circunstância de tratar-se de imposto
declarado e não pago na época devida, não incorreu em maltrato aos incs.
LIV e LV do art. 5º da Constituição Federal. A pretensa contrariedade
constitucional seria em função da afronta de regra do processo civil.
Agravo regimental improvido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STF - AgRg. em Ag. 158.850-1-SP - Rel. Min.
Ilmar Galvão - j. 12.09.95 - Agte.: Vulcouro S/A Indústria e Comércio;
Agdo.: Estado de São Paulo - DJU 1 27.10.95, p. 36.339 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9305 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 416.
EXECUÇÃO FISCAL - ICMS DECLARADO E NÃO PAGO - PERÍCIA - REQUISITO
“Tributário - Processual civil - ICMS - Execução fiscal - Débito
declarado pelo contribuinte - Autolançamento - Perícia dispensável -
Cerceamento de defesa - CTN, Art. 204, Parágrafo único - Lei 8.038/90 e
RISTJ, Art. 255 e Parágrafos - Honorários advocatícios - Correção
monetária - Ausência de prequestionamento - Divergência jurisprudencial
não demonstrada. - A realização de perícia, em execução fiscal para
cobrança de ICMS declarado e não pago, está condicionada à inequívoca
demonstração de erro ou engano, sem o que não se configura o alegado
cerceamento de defesa. - Não se manifestando o acórdão recorrido sobre
matéria de interesse do recorrido, faz-se necessária a manifestação de
embargos de declaração com o objetivo de suscitar a apreciação do tema
omitido, sem o que está ausente o prequestionamento indispensável à
admissibilidade do apelo. - A demonstração analítica dos pontos que
configurem a divergência entre os arestos confrontados é condição
essencial à configuração do dissenso interpretativo, exigida legal e
regimentalmente. - Recurso não conhecido.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 41.627-2-SP - Rel. Min. Peçanha
Martins - j. 24.05.95 - Recte.: Fundição Brasileira de Metais Ltda.;
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 04.09.95, p. 27.820 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9168 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 356.
EXECUÇÃO FISCAL - MULTA
Para o acórdão recorrido, a multa em causa foi instituída por Lei,
não havendo, portanto, que se falar em violação do princípio
constitucional da reserva legal; já com referência à fixação em abstrato
dessas multas, o mesmo dispositivo legal estadual autorizou - o que
significa dizer “delegou” - o Executivo a fazê-la por meio de Decreto. O
problema, portanto, foi deslocado para essa autorização (delegação) ao
Executivo da fixação, por decreto, das multas em dinheiro, o que não é
atacável com base no artigo 5º, II, da Constituição. - No tocante à
questão de saber se os fiscais tinham, ou não, competência para impor
multa tem fundamento suficiente de per si para manter o acórdão
recorrido, o qual não foi atacado pelo recurso extraordinário. -
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 99
Inexistência, no caso, de ofensa ao direito à ampla defesa. - Recurso
extraordinário não conhecido.
(Recurso Extraordinário nº 134.231-5 - Origem: São Paulo. Rel.:
Min. Moreira Alves. Recte.: Viação Campo Limpo Ltda. Recdo.: Estado de
São Paulo. Decisão: A Turma não conheceu do recurso extraordinário.
Unânime. 1ª Turma, 11.04.95 - STF).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.l33.
EXECUÇÃO FISCAL - PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO -
DESCABIMENTO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI
6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º
Incorreta é a extinção da execução fiscal, sem julgamento do
mérito, com base no fato de estar o processo suspenso por tempo superior
a um ano, dado ser nesse caso cabível o arquivamento dos autos, com
supedâneo no artigo 40, da Lei 6.830/80, possibilitando, assim, o seu
prosseguimento tão logo seja o devedor localizado ou encontrados bens
suscetíveis de penhora. - Apelação provida.
(Apelação Cível nº 91.03.018902-3 - Relª: A Exmª Srª Juíza Suzana
Camargo. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Apda.:
Empresa Cinematográfica Pathé Ind/ e Com/ Ltda. 5ª Turma, TRF/3ª Região -
09-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 07-11-95 - Pág. 76.225.
EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO - PREÇO VIL -
ARTIGOS 620 E 692, CPC
Decorrido considerável lapso temporal entre a avaliação e a
arrematação, para evitar-se prejuízo ao devedor e possível obtenção de
indevida vantagem pelo arrematante, sem a satisfação do credor, torna-se
impositiva a reavaliação atualizada dos bens penhorados, assim obstando-
se o leiloamento por preço vil (arts. 620 e 692, CPC). - Recurso provido.
(Recurso Especial nº 60.538-5- SP - (95.0006310-7) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Lucky Wear Indústria e Comércio de
Roupas Ltda. Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-
10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.543.
EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - VEÍCULO NECESSÁRIO OU ÚTIL AO EXERCÍCIO
DO COMÉRCIO DE MICROEMPRESÁRIO
“Processual civil. Penhora. Kombi. Veículo necessário ou útil ao
exercício do comércio por microempresário, titular de firma individual.
I - É absolutamente impenhorável veículo necessário ou útil ao exercício
de atividade de microempresário, titular de firma individual, que, em
última análise, coincide ou muito se aproxima da sua profissão. Aplicação
do art. 649, VI, do C.P.C. II - Recurso especial não conhecido.”
(Ac. da 2ª T. do STJ - mv - REsp. 58.869-3- SP - Rel. Min. Antônio
de Pádua Ribeiro - j. 14.06.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo;
Recdo.: Saulo José Clemente - Micro Empresa - DJU 1 23.10.95, p. 35.650 -
ementa oficial).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 100
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9304 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 416.
EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO - REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO -
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Na execução fiscal, a ordem de citação interrompe a prescrição por
força do artigo 8º, 2º, da Lei nº 6.880, de 1980, não estando o credor,
para esse efeito, sujeito ao prazo do artigo 219, 4º, do Código de
Processo civil. - A ordem de citação da pessoa jurídica interrompe a
prescrição em relação ao sócio quando se lhe imputa a responsabilidade
solidária pelo débito (CTN, Art. 125, III). - Recurso especial provido.
(Recurso Especial 3.096-0 - RS - (90.4502-9) - Rel.: O Exmº Sr.
Min. Ari Pargendler. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recda.: Tereza
Medeiros Keretzky. 2ª Turma, STJ - 16-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.558.
EXECUÇÃO FISCAL - REDIRECIONAMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE - CITAÇÃO
EM NOME PRÓPRIO - NECESSIDADE
“Processo Civil. Redirecionamento da Execução Fiscal.
Responsabilidade do sócio-gerente. Ajuizada execução fiscal contra
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, e não localizados bens
desta suficientes para o adimplemento da obrigação, pode o processo ser
redirecionado contra o sócio-gerente, hipótese em que este deve ser
preliminarmente citado em nome próprio para se defender da
responsabilidade imputada, cuja causa o credor deve traduzir em petição
clara e precisa. Recurso especial conhecido e provido.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 7.397-MT - Rel. Min. Ari
Pargendler - j. 04.09.95 - Recte.: Nicanor Lopes dos Reis; Recda.:
Fazenda Pública do Estado de Mato Grosso - DJU 1 30.10.95, p. 36.744 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9358 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 439.
EXECUÇÃO FISCAL - SUSPENSÃO - TRANSAÇÃO ENTRE AS PARTES
“- Execução fiscal. Suspensão. - Convencionando as partes, em
instrumento de transação, a exclusão de parte do crédito fiscal, para ser
o remanescente parcelado, desistindo o devedor de seus embargos e
suspendendo-se a execução para nela prosseguir a Fazenda em caso de
inadimplemento de parcela, não há como extinguir a execução, senão que
suspendê-la, na forma do art. 792, do CPC. Precedente do antigo TFR (A.
de Paula, vol. VII, nº 14.148). - Apelo provido.”
(Ac. un. da 4ª C. Civ. do TJ SC - AC 41.745 - Rel. Des. João José
Schaefer - j. 1º.06.95 - Apte.: Estado de Santa Catarina; Apda.: Chapecó
Avícola S/A - DJ SC 24.07.95, p. 04 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9250 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 393.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 101
EXECUÇÃO DA SENTENÇA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - VALOR ÍNFIMO - ART.
794 C.P.C. - IMPOSSIBILIDADE
A extinção da execução da sentença obedece ao disposto no art. 794
do CPC. - O valor ínfimo não configura causa de extinção. - Apelação
provida.
(AC 82240 - RN - (95.05.16637-0) - Apte.: União Federal. Apdos.:
Humberto de Moura Concentino e outros. Rel.: Juiz Petrúcio Ferreira. 2ª
Turma, TRF/5ª Região - 05-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 24-11-95 - Pág. 81.499.
EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE
TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBARGOS
RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO IMPOSTO -
APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO PROCESSO
EXECUTIVO
Processo executivo fiscal instruído com certidão em que se
comprovam duas inscrições em dívida ativa de origens diferentes: uma,
proveniente de imposto; outra, oriunda de taxa. - Declarada incobrável a
parcela resultante de imposto, a Execução continuará, aproveitando-se a
certidão, na parte relativa à taxa.
(Recurso Especial nº 73.015/SP - (95/0043252-8) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo - SABESP. Recdo.: Município de São Paulo. 1ª Turma,
STJ - 18-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.859.
EXPORTAÇÃO DE ESTANHO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - ICMS - INCIDÊNCIA
Sendo o estanho produto semi-elaborado, legítima é a cobrança do
ICMS, fundada em lei ou convênio, que visem suprir, provisoriamente, a
ausência de lei complementar prevista no art. 34, § 8, do ADCT.
(Recurso Especial nº 60.045-6 - (Reg. 95.4867-1) - Rel.: Min.
Américo Luz. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Sindicato
Nacional da Indústria da Extração do Estanho. 2ª Turma, STJ - 07-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.754.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - APRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ - CRITÉRIO
DO § 4º DO ART. 20 DO CPC
Tratando-se de causa em que não houve condenação, a fixação dos
honorários advocatícios devem ser fixados consoante apreciação equitativa
do juiz, considerando o grau de zelo profissional, o lugar de prestação
do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. - Mantém-se a sentença que
fixou a verba honorária sobre o valor da causa atualizado, se a atuação
do profissional limitou-se a contestar a ação em petição de única lauda,
com a singela transcrição da decisão do Supremo Tribunal Federal
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 102
proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, estando a questão
controvertida na lide já pacificada naquela Corte. - A parte contrária
que não concorda com o valor atribuído à causa pelo autor na petição
inicial dispõe da via impugnativa legalmente apropriada.
(Apelação Cível nº 94.04.57326-4/SC - Relª: Juíza Tânia Escobar.
Apte.: União Federal. Apdos.: Senior Alimentos Ltda. e outro. 2ª Turma,
TRF/4ª Região - 21-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-09-95 - Pág. 61.118.
ICM - AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS
DE INTERESSE PÚBLICO - ARTIGOS 178 E 179, CTN - CONVÊNIOS Nºs 9/75,
11/81 E 24/81
Os convênios têm em comum a inexistência: a) de qualquer prazo ou
termo vinculando o Estado; b) de condicionamento ou contraprestação para
os interessados ou o Estado na obtenção ou fruição de vantagem,
constituindo liberalidade revogável, sem as peias de direito adquirido à
isenção. - O direito à isenção em causa não é do “contribuinte de fato”
(comprador de máquinas e equipamentos) e sim do “contribuinte de direito”
(fabricante), de quem não se exige que assuma qualquer obrigação em
contrapartida, nem prazo determinado. - Precedentes do STF e do STJ. -
Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 59.609 - RJ - (95.0003637-1) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Centrais Elétricas do Pará S/A - CELPA.
Recdo.: Estado do Rio de Janeiro. 1ª Turma, STJ - 22-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.495.
ICMS - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEI ESTADUAL Nº 6.374/89, ART. 109 -
PRECEDENTES STJ
É legítima a atualização monetária do débito fiscal relativo a ICMS
no momento de sua apuração, constatação ou fixação, na forma do art. 109
da Lei Estadual nº 6.374/89, permitindo-se o recolhimento, sem correção,
até o 9º (nono) dia após a sua apuração. - Recurso não conhecido.
(Recurso Especial nº 26.072-SP - (92/0020425-2) - Rel.: Exmo. Sr.
Min. Peçanha Martins. Recte.: Tapon Corona Metal Plástico Ltda. Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 02-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.635.
ICM - CREDITAMENTO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - NULIDADE DA SENTENÇA
Não implica nulidade da sentença o fato de haver o juiz julgado a
ação principal sem decidir sobre medida cautelar requerida em apenso aos
autos daquela. Ofensa aos arts. 458, III, e 459 do C.P.C. não
caracterizada. Aplicação dos arts. 475, II, e 515 do citado Código não
prequestionada (Súmulas nºs 282 e 356 do S.T.F.). Dissídio pretoriano não
caracterizado. - Reconhecida pelo acórdão recorrido que a hipótese era de
repetição do indébito, deveria a autora ter trilhado o caminho legal
pertinente para recuperar o valor pago a maior e, não, após transcorridos
vários anos, creditar-se dos valores questionados. Ofensa ao art. 165 do
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 103
C.T.N. caracterizada. - Recurso especial de fls. 260 não conhecido.
Recurso especial de fls. 269 conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 20.185-1-RJ - (92.0006361-6) - Rel.: Sr. Min.
Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:
Sulzer do Brasil S/A. Indústria e Comércio. 2ª Turma, STJ - 07-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.634.
ICMS - CRÉDITOS - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE
É consabido que o reajuste monetário visa exclusivamente a manter
no tempo o valor real da dívida, mediante a alteração de sua expressão
nominal. Não gera acréscimo ao valor nem traduz sanção punitiva. Decorre
do simples transcurso temporal, sob regime de desvalorização da moeda. -
Reconhecido o direito ao creditamento do valor do imposto (ICMS),
legítima é a correção monetária sobre o respectivo crédito. - Recurso a
que se dá provimento, sem discrepância.
(Recurso Especial nº 76.254/SP - (95.0050391-3) - Rel.: O Sr. Min.
Demócrito Reinaldo. Recte.: Indústria Metalúrgica Pasi Ltda. Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 29-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.532.
ICMS - CRÉDITO - FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E SERVIÇOS DE
COMUNICAÇÃO - REQUISITO
“Mandado de Segurança - ICMS - Contas de telefone e telex -
Pretensão de utilização do percentual de 100% do valor do ICMS pago como
reconhecimento do crédito do contribuinte - Inexistência de registro no
livro próprio. Writ of mandamus denegado. Sentença incensurável -
Ausência do direito líquido e certo. Contribuinte que não apresenta
demonstrativo de cálculo para comprovar a aquisição - Apelação conhecida
e no mérito desprovida - Inteligência do art. 1ºe 2º do Decreto estadual
6.543/90; e art. 35 (§§ 2º e 3º) do Decreto estadual 1.966/92 e art. 113,
§ 2º do Código Tributário Nacional. (1)- Para que possa o contribuinte
efetuar a apropriação de 100% do crédito do ICMS pago pelo fornecimento
de energia elétrica e de serviço de comunicação (Telex/Telefonia)
utilizados na sua atividade econômica - (comercialização,
industrialização, produção, geração de energia, extração e na prestação
de serviço de transporte) - é preciso a demonstração no Livro Registro de
Entradas, o critério de cálculo e o valor obtido. (2)- Não oferecendo o
registro do demonstrativo de crédito, quer pela impossibilidade ou
dificuldade de sua demonstração, o contribuinte poderá apenas aplicar o
percentual de 50% do seu crédito, independentemente de comprovação e
registro no Livro de Entradas. Apelação desprovida.”
(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ PR - AC 35.695-8 - Rel. Des. Oto Luiz
Sponholz - j. 15.08.95 - Apte.: Moinho de Trigo Arapongas Ltda.; Apdo.:
Estado do Paraná - DJ PR 28.08.95, p. 09 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9204 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 374.
ICMS - CRÉDITO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 104
“Tributário. ICMS. Lei Estadual. Correção monetária. Incidência.
Incide a correção monetária dos créditos fiscais, não como acréscimo ao
débito, mas para preservação do seu valor real.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 19.635-0-SP - Rel. Min. Hélio
Mosimann - j. 07.06.95 - Recte.: Ferramentaria de Precisão São Joaquim
Ltda.; Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 07.08.95, p. 23.026
- ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9165 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 355.
ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE
PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE -
CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE
O acórdão recorrido, ao concluir pela desnecessidade de dilação
probatória, já que a matéria controvertida comportava julgamento
antecipado, ante a circunstância de tratar-se de imposto declarado e não
pago na época devida, não incorreu em maltrato aos incs. LIV e LV do art.
5º da Constituição Federal. A pretensa contrariedade constitucional seria
em função da afronta de regra do processo civil. - Agravo regimental
improvido.
(Agravo em Agravo de Instrumento nº 158.850-1 - Origem: São Paulo.
Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Vulcouro S/A Indústria e Comércio. Agdo.:
Estado de São Paulo. Decisão: A Turma negou provimento ao agravo.
Unânime. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Min. Celso de Mello. 1ª Turma,
12.09.95 - STF).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-10-95 - Pág. 36.339.
ICM - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO - AUTO DE INFRAÇÃO - CTN, ARTIGOS
143, 151, III, 153, I, 173, I E II, 174 E 242
A verificação da necessidade, ou não, à solução do litígio, de
produção das provas, está reservada à soberania das instâncias
ordinárias, escapando da via Especial (Súmula 7/STJ). Demais, no caso,
encontra-se anexado o procedimento administrativo com os elementos
informativos para a demonstração dos fatos e razões da autuação fiscal. -
Lavrado o Auto de Infração consuma-se o lançamento, só admitindo-se o
lapso temporal da decadência do período anterior ou, depois, até o
vencimento do prazo para a interposição do recurso administrativo
(hipóteses inocorrentes no caso). No intervalo entre a lavratura do auto
de infração e a decisão definitiva do recurso administrativo, que tenha
sido interposto a tempo e modo pelo contribuinte, não corre prazo
decadencial ou prescricional. - Precedentes do STF e STJ. - Recurso
improvido.
(Recurso Especial nº 58.774-3-0 - SP - (95.0000853-0) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Missiato S/A Indústria e Comércio.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 22-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.495.
ICMS - DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS NAS COMPRAS INTERESTADUAIS - EMPRESAS
DE CONSTRUÇÃO CIVIL
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 105
“Tributário. ICMS. Diferença de alíquotas nas compras
interestaduais. Empresa de construção civil. - Nas operações
interestaduais, o Estado onde se localiza o destinatário tem direito à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual. - As empresas de
construção civil inscritas que são no cadastro de contribuintes, ao
adquirirem mercadoria em outros Estados, o fazem na condição de
comerciantes, sendo, portanto, contribuintes do tributo.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - RMS 3.778-9-DF - Rel. Min. Américo Luz -
j. 14.06.95 - Rectes.: Conbral S/A Construtora Brasília e outros; Recdo.:
Distrito FederaL - DJU 1 14.08.95, p. 24.007 - ementa oficial).
IN “REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9117- OUTUBRO/1995 -
Pág. 337.
ICMS - DIFERIMENTO - DIREITO AO CRÉDITO - INEXISTÊNCIA
“ICMS - Crédito - Regime de diferimento - Caroços de algodão -
Pagamento - Repercussão - Contribuinte de fato. Não havendo o
diferimento, não existe o direito de crédito. Não há pagamento do ICM na
entrada, não pode haver crédito. Se a saída foi tributada, a presunção é
de ter havido o fenômeno da repercussão: transferência para o
contribuinte de fato. Questão já pacificada de que havendo o diferimento,
não existe o direito de crédito. Recurso improvido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 67.455-7 - SP - Rel. Min. Garcia
Vieira - j. 02.08.95 - Recte.: Irmãos Abrão; Recda.: Fazenda do Estado de
São Paulo - DJU 1 04.09.95, p. 27.814 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9164 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 355.
ICM - ENTRADA DE MATÉRIA-PRIMA - PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO
DE SAÍDA DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO - DIREITO A CREDITAMENTO -
INEXISTÊNCIA
O diferimento do pagamento do ICM, do instante da entrada da
matéria-prima para o da saída do produto elaborado, implica transferência
da responsabilidade pelo recolhimento do tributo estadual, e se
implementa através da eleição de um substituto tributário, a quem cabe
cumprir a obrigação tributária, com exclusão do substituído. - A técnica
do diferimento não ofende ao princípio da não cumulatividade, por ser o
ICM imposto indireto, cujo custo integra o preço da mercadoria,
consequentemente, sendo repassado ao contribuinte de fato, nem constitui
instrumento de fraude à imunidade ou à isenção e tampouco gera direito a
creditamento. - Inexistindo pagamento de ICM na operação anterior, de
entrada do produto “in natura”, não se há de falar em valor a ser
creditado. Entendimento prevalecente após o advento da Emenda
Constitucional nº 23/83. - Precedentes do c. STF e do e. STJ. - Recurso
improvido. Decisão por unanimidade.
(Recurso Especial nº 33.101-1/SP - (93.0007239-0) - Rel.: O Sr.
Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Indústrias J. B. Duarte S.A. Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.539.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 106
ICMS - ESTADO DE SÃO PAULO - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO
POR DECRETO ESTADUAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE -
INEXIGIBILIDADE DE MULTA - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO
Não estando previsto, nas hipóteses taxativamente elencadas no
artigo 97, CTN, o prazo de recolhimento do imposto, já fixado por Decreto
estadual, pode ser validamente alterado por outro Decreto, sem que disso
decorra ofensa ao princípio da legalidade. - A correção monetária não
representa acréscimo, mas mera atualização do valor da moeda corroído
pelo fenômeno inflaciocnário. O recolhimento do tributo corrigido
monetariamente não significa majoração, mas simples preservação do poder
aquisitivo da moeda. - Não se conhece de recurso especial na parte que
agita questão não debatida no Tribunal a quo. - Recurso parcialmente
conhecido e nesta parte improvido.
(Recurso Especial nº 70.652 - SP - (95/0036648-7) - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Philip Morris Marketing S/A. Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 25-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.183.
ICMS - EXPORTAÇÃO DE CALÇADOS - IMUNIDADE - CRÉDITO PELAS ENTRADAS
DE MATÉRIAS-PRIMAS - OPORTUNIDADE
“ICM - Exportação - Calçados - Imunidade - Direito de crédito nas
entradas - Matéria-prima. A autora adquire o direito ao crédito quando
efetiva as exportações e não quando mantém matérias-primas estocadas. O
exportador só adquire o direito à transferência do crédito, quando
realiza a exportação. Recurso provido.
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 64.407-0-RS - Rel. Min. Garcia
Vieira - j. 07.08.95 - Recte.: Estado do Rio Grande do Sul; Recda.:
Curtume Sander S/A - DJU 1 04.09.95, p. 27.806 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9163 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 355.
ICMS - EXPORTAÇÃO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - DEFINIÇÃO EM NORMA
ESTADUAL - FICÇÃO LEGAL
Não afronta o Decreto-Lei 406/68 acórdão que considera válida norma
estadual que disciplinou, provisoriamente, a incidência de ICMS sobre a
exportação de produtos industrializados semi-elaborados, inexistente Lei
Complementar, dispondo sobre a matéria (art. 34, § 8º, do ADCT). - Ao
inserir granalha de ferro no rol dos produtos semi-industrializados, o
Convênio ICMS 15/89 terá, quando menos, construído uma ficção legal, que
ao Poder Judiciário se impõe observar.
(Recurso Especial nº 67.262/SP - (95/0027337-3) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda
Estadual). Recdo.: Marubeni Brasil S/A. 1ª Turma, STJ - 02-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.645.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 107
ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA - CONVÊNIO
Nº 66/88 E LEI Nº 1.423/89-RJ - CONSTITUCIONALIDADE
“Arguição de Inconstitucionalidade da Lei nº 1.423/89 que,
coalescendo-se ao Convênio nº 66/88, define o fato gerador do ICMS,
incidente sobre a entrada de mercadoria importada do exterior (art. 155,
§ 2º, IX, a, da CF/88). A vigorosa existência das sobreditas normas,
inquinadas de mácula gravíssima, se deve ao fato de estarem elas sob o
pálio dos enunciados princípios da Constituição Federal, promulgada em 05
de outubro de l988, que lindam o poder de tributar (arts. 155, § 2º, IX,
a; 24, § 3º, da CF, e 34, § 3º, do ADCT). O DL nº 406/68, com a redação
do DL nº 834/69, que tem força de Lei Complementar, ex vi do art. 34, §
5º, do ADCT, dispõe no art. 1º, II, que a entrada é no estabelecimento, o
que, à evidência, não prevalece diante da letra a, IX, § 2º, do art. 155,
da CF/88, que meridianamente refere a entrada da mercadoria no País. Daí,
concluir-se pela constitucionalidade do Convênio 66/88 e da Lei Estadual
nº 1.423/89.”
(Ac. do Órgão Especial do TJ RJ - mv - AI 14/94 - Rel. Des. Mello
Serra - j. 13.02.95 - Agte.: Seção Cível do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro; Interessados: Estado do Rio de Janeiro e Companhia
Brasileira de Pneumáticos Michelin e Indústria e Comércio - DJ RJ
05.10.95, p. 263 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9298 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 414.
ICMS - FATO GERADOR - MOMENTO DA OCORRÊNCIA - MERCADORIA IMPORTADA;
RECOLHIMENTO - PRAZO
“Tributário. ICMS. Importação. Fato gerador. Recolhimento. - O fato
gerador do ICMS, quando da importação, ocorre com a entrada da mercadoria
no estabelecimento comercial do importador. - O tributo deverá ser
recolhido até o 5º dia da ocorrência do fato gerador, não sendo possível
o recolhimento através de escrituração normal do Registro de Apuração. -
Precedente.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 59.645-9-SP - Rel. Min. Américo
Luz - j. 05.06.95 - Recte.: Hélios S/A Indústria e Comércio; Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 07.08.95 - p. 23.029 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9060 - SETEMBRO/1995 -
Pág. 315.
ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA - PRÁTICA HABITUAL DE ATOS DE
COMÉRCIO - SAÍDA DESACOBERTADA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
- FALTA DE INSCRIÇÃO ESTADUAL - PENALIDADE
“Mercadoria - Saída desacobertada - Contribuinte - Prática habitual
de atos de comércio por pessoa física - Arbitramento - a condição de
contribuinte independe de estar a pessoa constituída ou registrada,
bastando que pratique, com habitualidade, operações definidas como fato
gerador do imposto. (Art. 82, XVII, §§ 1º e 2º do RICMS/91). Constatada a
prática, com habitualidade, de operações de circulação de mercadoria, por
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 108
pessoa física, lícita é a exigência do tributo sobre o valor das
operações, arbitradas pelo Fisco, admitido o crédito pelas entradas.
Exigência de ICMS, MR e MI (40%) mantidas. Obrigação acessória - Falta de
inscrição estadual - correta a exigência de penalidade isolada, pela
falta de inscrição estadual, de pessoa física, que pratica com
habitualidade operações de circulação de mercadorias. Razões de defesa
não se mostraram capazes de elidir o feito fiscal. Impugnação
improcedente. Decisão unânime.
(Ac. un. da 2ª C. do CC MG - nº 11.082/95 - Rel. Cons. Windson Luiz
da Silva - j. 26.06.95 - DJ MG 26.10.95, p. 03 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9297 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 414.
ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113,
§ 1º E 144 - DECRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL
33.707/91 (ART. 4º)
A obrigação tributária surge com o fato gerador, tão logo ocorrido,
legitimando a cobrança e o recolhimento. Se o disciplinamento fiscal do
local da atividade, fixou prazos específicos para o pagamento do ICMS,
após a ocorrência do fato gerador, não foi malferida a legalidade,
esmaecendo a afirmação de ofensa à legislação federal. - Precedentes
jurisprudenciais. - Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 57.486-2- SP - (94.0036965-4) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: IAP S.A. Recda.: Fazenda do Estado de
São Paulo. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.332.
ICMS - IMPORTAÇÃO DE AERONAVE - USO PRÓPRIO - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO
A operação de compra e importação de aeronave, adquirida no
exterior por pessoa física, está sujeita ao ICMS, ainda que destinada a
uso próprio.
(Recurso Especial nº 28.942 - SP - Reg. nº 92/0028052-8 - Rel.: Sr.
Min. Hélio Mosimann. Recte.: José Newton Monteiro. Recda.: Fazenda do
Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 06-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.542.
ICMS - IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - ISENÇÃO DECORRENTE
DO PROGRAMA BEFIEX - REDUÇÃO - INEXTENSÃO AOS ESTADOS-MEMBROS
“Tributário - Befiex - Importação de Máquinas e Equipamentos -
Isenção do Imposto de Importação e do IPI - Pretendida redução do ICMS -
Constituição Federal/88, arts. 151, III, 155, I, b - Constituição
Federal/67-69, arts. 19, § 2º, e 23, II - CTN, arts. 97 e 111 - Lei
Complementar 4/69 (art. 1º, VI) - Decreto-Lei 1.219/72 - Súmula 576-STF -
1. Os favores ou benefícios fiscais decorrentes de programas especiais
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 109
(Befiex), no plano federativo interno, concedidos pela União Federal, não
se estendem, nem obrigam os Estados-membros. 2. A instituição do ICMS tem
sede na competência privativa dos Estados-membros, dependendo a sua
isenção de expressa manifestação em lei ou por convênio firmado
unanimemente. 3. Multiplicidade de procedimentos jurisprudenciais. 4.
Recurso improvido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - REsp. 50.774-4-SC - Rel. Min. Milton
Luiz Pereira - j. 09.08.95 - Recte.: Sincol S/A Indústria e Comércio;
Recda.: Fazenda Pública do Estado de Santa Catarina - DJU 1 11.09.95, p.
28.796 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9158 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 354.
ICM - IMPORTAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - PRODUTO
INDUSTRIALIZADO - SAÍDA ISENTA - INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Não se reconhece o direito ao crédito do ICM para abatimento nas
operações seguintes, se incide o imposto sobre a matéria-prima importada,
utilizada na fabricação de produto cuja saída está isenta.
(Recurso Especial nº 31.796 - SP - (Reg. nº 93/0002457-4) - Rel.:
Sr. Min. Hélio Mosimann. Recte.: Máquinas Agrícolas Jacto S/A. Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 06-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.875.
ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -
ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º -
CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/89,
ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGIME
PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO
A competência atribuída aos Estados e ao Distrito Federal, para na
ausência de lei complementar necessária à instituição do ICMS, celebrarem
Convênio para regular provisoriamente o mencionado imposto, restringe-se
às lacunas existentes e às matérias legais não recepcionadas pela
Constituição vigente (art. 34, § 5º, ADCT). - A alteração introduzida
pelo referido Convênio interestadual, no tocante ao momento da ocorrência
do fato gerador do ICMS na importação de mercadorias do exterior, vulnera
o artigo 1º, II, do Decreto-lei nº 406/68, recepcionado pela atual
Constituição porque com ela compatível. - O princípio da não-
cumulatividade, inserto no art. 3º, § 1º, Decreto-lei nº 406/68, assegura
o abatimento, na operação seguinte, do montante cobrado na operação
anterior e não o pagamento do imposto devido por esta em regime periódico
de apuração. - Recurso provido parcialmente.
(Recurso Especial nº 74.006 - SP - (95/0045115-8) - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Hélios S/A Indústria e Comércio.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.187.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 110
ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO
DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE;
INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO
“Tributário. ICMS e IPI. Desembaraço aduaneiro. Bem de consumo. 1 -
A Instrução Normativa 54/81 da Secretaria da Receita Federal, ao
condicionar o desembaraço de mercadorias importadas do exterior à
comprovação do pagamento do ICMS é legal, não afrontando o artigo 1º, II,
do Decreto-Lei 406/68, que estabelece como fato gerador do imposto a
entrada da mercadoria importada no estabelecimento do importador, ou o
princípio da legalidade, por ser o impetrante pessoa física, consumidor
final, que se sujeita aos comandos do art. 155, § 2º, inciso IX, letra
‘a’, da CF. 2 - Não fere o princípio da não cumulatividade a incidência
do IPI e do ICMS sobre o bem importado, não se aplicando o disposto no
art. 154, I, CF 88. 3 - Precedentes do S.T.J. 4 - Apelação e remessa
oficial providas.”
(Ac. un. da 2ª T. do TRF da 5ª R - AMS 49.876-PE - Rel. Juiz José
Delgado - j. 08.08.95 - Apte.: Estado de Pernambuco; Apdos.: Fazenda
Nacional e outro - DJU 1 29.09.95, p. 66.298 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9299 - DEZEMBRO/1995 -
Págs. 415/414.
ICM - IMUNIDADE - PRODUÇÃO E VENDA DE PÃES - CF 67/69 - INEXTENSÃO
“-ICM. Entidade de assistência social que aufere renda com produção
e venda de pães. - Não é ela alcançada pela imunidade prevista no artigo
19, III, ‘c’, da Emenda Constitucional nº 1/69. Precedentes do S.T.F.
Recurso extraordinário não conhecido.”
(Ac. da 1ª T. do STF - mv - RE 134.573-0-SP - Rel. Min. Moreira
Alves - j. 02.05.95 - Recte.: Instituição Beneficente Lar de Maria;
Recdo.: Estado de São Paulo - DJU 1 29.09.95, p. 31.906 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9248 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 392.
ICMS - INCIDÊNCIA - SALVADOS - AÇÃO DECLARATÓRIA - VIA ADEQUADA
“Processual civil e tributário. ICMS. Salvados. Ação Declaratória.
- Efetuando a autora alienação de ‘salvados’, patente o interesse na
declaração da incidência ou não do ICMS sobre referidas operações, sendo
a ação declaratória meio idôneo para tal fim.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 39.241-1-SP - Rel. Min. Américo
Luz - j. 19.06.95 - Recte.: Cia. de Seguros Inter Atlântico; Recda.:
Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 14.08.95, p. 24.011 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9116 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 337.
ICM - INTERNAÇÃO COM REDUÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO -
EXIGIBILIDADE
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 111
“Tributário. ICM. Exigibilidade do ICM, não obstante as mercadorias
tenham sido introduzidas no território nacional com redução do Imposto de
Importação. l. Inconfundibilidade da isenção e da redução do tributo por
efeito de estímulo fiscal. A regra de isenção exclui a incidência da
regra de tributação, a qual é suposta na regra de redução do valor do
tributo. 2. Isenção heterônoma. Regime da Constituição Federal de 1967.
Necessidade de Lei Complementar específica. A isenção heterônoma, aquela
que antigamente a União estava autorizada a ditar relativamente a
tributos estaduais e municipais, supõe lei complementar que precise qual
o objeto do favor fiscal em todos os seus aspectos; quer dizer, deve
resultar imediatamente da lei complementar. Hipótese em que, tendo a lei
complementar estendido ao imposto estadual a isenção prevista para
tributo federal, a essa isenção não se assimila a redução do imposto
federal, deferida como estímulo fiscal, segundo critérios administrativos
federais. Recurso especial conhecido, mas improvido.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 8.652-0-RS - Rel. Min. Ari
Pargendler - j. 02.10.95 - Recte.: A Buhler S/A Curtume; Recdo.: Estado
do Rio Grande do Sul - DJU 1 23.10.95, p. 23.10.95, p. 35.647 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9301 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 415.
ICMS - ISENÇÃO - BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT
“Tributário. ICMS. Importação de bacalhau da Noruega. País
signatário do GATT. Similar nacional. Benefício fiscal. Orientação
sumulada. Verbete nº 71. I - A tributação nacional do bacalhau carece de
fato imponível porque notória a inexistência de bacalhau brasileiro, por
ser ele peixe natural dos mares gelados. II - Em sendo peixe, o bacalhau,
importado de país signatário do GATT, goza de isenção do ICMS, por ter
este benefício o pescado de origem nacional. III - Recurso conhecido e
provido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - REsp. 69.126-SP - Rel. Min. César Asfor
Rocha - j. 23.08.95 - Recte.: Companhia Brasileira de Distribuição;
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 06.11.95, p. 37.546 -
ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9355 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 439.
ICM - ISENÇÃO - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - PROJETO DE INTERESSE
NACIONAL - BENEFICIÁRIO
“ICM. Isenção prevista para a saída das máquinas e equipamentos
adquiridos para projeto de interesse nacional, em execução. Convênios.
Revogação dessa isenção. Quem tem direito à isenção em causa não é o
contribuinte de fato, ou seja, o comprador das máquinas e equipamentos
nacionais destinados à implementação de projetos que consultem ao
interesse do País, mas, sim, o contribuinte de direito, que é o
fabricante deles. Precedentes. Recurso extraordinário conhecido e
provido.”
(Ac. un. da 2ª T. do STF - RE 114.100-0-SP - Rel. Min. Maurício
Correa - j. 23.05.95 - Recte.: Estado de São Paulo; Recda.: Centrais
Elétricas do Pará S/A - CELPA - DJU 1 15.09.95, p. 29.510 - ementa
oficial).
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 112
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9206 - NOVEMBRO/1995 -
Pág. 375.
ICM - ISENÇÃO - MERCADORIAS INDUSTRIALIZADAS EM FILIAIS DE OUTROS
ESTADOS E REMETIDAS PARA A ZFM - ESTORNO DO CRÉDITO
“Tributário. ICM. Isenção. Mercadorias industrializadas em filiais
de outros Estados, remetidas para a Zona Franca de Manaus. Crédito do
valor do tributo recolhido no Estado de origem. Legitimidade da exigência
de anulação. O princípio da não-cumulatividade não é incompatível com o
estorno do crédito relativamente a operações anteriores não contempladas
com o benefício da isenção, conferida às operações que destinam
mercadorias à Zona Franca. Legítima, assim, é a exigência do estorno, que
visa impedir que a isenção à última operação, seja estendida às
anteriores, mesmo sem previsão legal.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 24.785-1-SP - Rel. Min. Hélio
Mosimann - j. 05.06.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo; Recda.:
Nestlé Industrial e Comercial Ltda. - DJU 1 07.08.95, p. 23.026 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9062 - SETEMBRO/1996 -
Pág. 316.
ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA - LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL
“Tributário. Microempresa. Isenção do ICM. Termo inicial. Lei
Complementar nº 48, de 1984. A partir da publicação da Lei Complementar
nº 48, de 1984, os Estados tiveram o prazo de 180 (cento e oitenta) dias
para definir a microempresa para os efeitos da isenção do ICM. Nos
Estados que observaram esse prazo, a isenção se implementou desde a
vigência da respectiva legislação estadual; naqueles que o excederam, a
isenção passou a operar logo que aquele foi vencido, adotado nesse caso,
para a definição de microempresa, o critério estabelecido na lei
complementar (art. 2º, § 3º). Antes de um e outro termo, subsistiu o
regime de tributação comum às demais empresas. Recurso especial conhecido
e provido em parte.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 7.889-0-SP - Rel. Min. Ari
Pargendler - j. 18.09.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo;
Recda.: Ind. Cerâmica Gerin Ltda. - DJU 1 16.10.95, p. 34.632 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9300 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 415.
ICMS - NAFTA PETROQUÍMICA - OPERAÇÃO INTERESTADUAL
“Tributário. ICMS. Nafta petroquímica. Operações interestaduais.
I - A questão de mérito, no caso, envolve a aplicação de textos
constitucionais, o que não se inclui no âmbito do recurso especial. II -
Numa imposição tributária ilegal, atacável por mandado de segurança,
autoridade coatora é o chefe do serviço que arrecada e impõe as sanções
fiscais, usando do seu poder de decisão (Hely Lopes Meirelles) e não os
signatários dos autos de infração. Ademais, torna-se coatora a autoridade
superior que encampa o ato. Violação aos arts. 1º e 19 da Lei nº 1.533,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 113
de 1951, não configurada. III - Ofensa ao art. 2º do Decreto-lei nº
834/69 não caracterizada. Aplicação dos arts. 111, I, do C.T.N. e 1º,
parágrafo único, IV, da Lei Complementar nº 24/75 não prequestionada
(Súmulas nºs 282 e 356 do S.T.F.). IV - Recurso especial não conhecido.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 59.863-0-RS - Rel. Min. Antônio de
Pádua Ribeiro - j. 13.09.95 - Recte.: Petróleo Brasileiro S/A -
PETROBRÁS; Recdo.: Estado do Rio Grande do Sul - DJU 1 16.10.95, P.
34.639 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9295 - DEZEMBRO/1995 -
Págs. 414/413.
ICMS - PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ENERGIA ELÉTRICA - SAÍDA PARA
OUTROS ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS SITUADOS
NOS ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA
“ICMS. A imunidade instituída pelo art. 155, § 2º, n. X, letra ‘b’,
da Constituição Federal diz respeito apenas às operações de saída do
petróleo, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia
elétrica para outro Estado, não impedindo a tributação da operação de
entrada desses produtos em estabelecimentos sitos nos Estados
consumidores.”
(Ac. un. da 1ª C. de Férias de Julho/95 da 2ª S. Civ. do TJ SP - AC
264.959-2/0 - Rel. Des. Aldo Magalhães - j. 04.08.95 - Apte.: Companhia
Agrícola e Industrial Santa Adelaide; Apda.: Fazenda do Estado de São
Paulo - DJ SP I 12.09.95, p. 15 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9155 - OUTUBRO/1995 -
Pág. 353.
ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO - DECRETO ESTADUAL
É legítima a antecipação do prazo de pagamento do ICMS, sem
correção monetária, feita por decreto, pois fato gerador e recolhimento
do tributo são coisas distintas, ocorrendo em épocas diversas, razão por
que as regras jurídicas referentes a um não se estendem, singelamente, ao
outro. Dissenso pretoriano configurado. - Embargos de divergência
conhecidos e recebidos.
(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 36.004-6-SP -
(95.0008999-8) - Rel.: Sr. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. Embte.: Fazenda
do Estado de São Paulo. Embda.: Martinox - Importação, Comércio e
Indústria de Aço Inoxidável Ltda. 1ª Seção, STJ - 21-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.455.
ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO - ESTADO DE SÃO PAULO -
FIXAÇÃO POR DECRETO - LEGALIDADE
“Tributário. ICMS. Decreto do Estado de São Paulo nº 35.386/92.
Antecipação do prazo de recolhimento. Aplicação aos fatos geradores
ocorridos antes da edição do Decreto. Decisão da Seção. Ressalva do
entendimento do relator. - A egrégia Primeira Seção desta Corte, no
julgamento dos Embargos de Divergência em REsp. nº 28.423-9-SP, decidiu
uniformizar a jurisprudência seguindo o entendimento da Segunda Turma no
sentido de que a aplicação aos fatos geradores já ocorridos da alteração
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 114
do prazo de recolhimento não contraria a legislação tributária ‘porquanto
fato gerador e recolhimento do tributo são coisas distintas, ocorrendo em
épocas diversas; daí que a regra jurídica referente a um não pode ser,
singelamente, estendida ao outro’. - Ressalva do entendimento do relator.
- Recurso provido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 68.645-SP - Rel. Min. César Asfor
Rocha - j. 21.08.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo; Recda.:
Empax Embalagens Ltda. - DJU 1 16.10.95, p. 34.617 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9354 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 39.
ICMS - RECOLHIMENTO - PRAZO
O contribuinte não tem direito adquirido, de recolher sem correção
monetária, o ICMS, quinze dias após a entrada em seu estabelecimento, da
mercadoria importada.
(Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Recurso
Especial nº 49.587-3/SP - (94/0016746-6) - Rel.: O Exmo. Sr. Min.
Humberto Gomes de Barros. Embte.: Fibam Companhia Industrial. Embdo.:
Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 19-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.723.
ICMS - REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
PARA FRENTE - LEGALIDADE
Não é ilegal a exigência do recolhimento antecipado, pela empresa
fabricante, do ICMS, incidente na revenda de veículos pela
concessionária. - A legislação infraconstitucional, atinente à chamada
“substituição tributária para frente”, continua em vigor, hoje com
endosso da Emenda Constitucional nº 3/93. - Constituição, art. 155, § 2º,
XII, b; E.C. nº 3/93. Decreto-lei nº 406/68. Lei Complementar nº 44/83.
C.T.N., art. 128. Convênio 66/88. - Embargos de divergência conhecidos e
recebidos.
(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 43.541-0-SP -
(94.0023824-0) - Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. Embte.: Fazenda do
Estado de São Paulo. Embda.: Amantini Veículos e Peças Ltda. 1ª Seção,
STJ - 20-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.509.
ICMS - SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA
“Venda de Salvados por Cia. Seguradora. Incidência do ICMS - Pedido
que não se constitui em mera consulta, mas de caráter declaratório e
condenatório, fundado em situação concreta, decorrente de diversas
autuações lavradas pelo Estado contra a Autora - Rejeição da preliminar
de impossibilidade jurídica do pedido - A venda de salvados, de
sinistros, de ocorrência frequente e, até decorrente da atividade
profissional das seguradoras, não integra o seguro, constituindo-se em
operação sujeita à incidência do ICMS. A tributação se faz mais sobre a
operação como fato econômico da transferência da propriedade da
mercadoria, do que de sua circulação - A Constituição Federal, em
vigência, ao contrário do que dispunha a de 1969, não mais vincula a
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 115
circulação de mercadorias à produtores, comerciantes e industriais, pois
não exclui pessoas civis e outros, quando praticam atos de comércio com
habitualidade e promovem a circulação econômica do produto - artigo 155,
inciso I, letra ‘b’ - A seguradora, aceitando os salvados e os alienando,
após indenizar seu segurado, realiza ato de comércio, lucrativo e, por
isso, é contribuinte do ICMS - Acolhimento do recurso, para julgar
improcedente as Ações cautelar e principal.”
(Ac. un. da 5ª C. Civ. do TJ RJ - AC 313/95 - Rel. Des. Miguel
Pacha - j. 23.05.95 - Apte.: Estado do Rio de Janeiro; Apda.: Novo
Hamburgo Companhia de Seguros Gerais - DJ RJ 05.10.95, P. 263 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9294 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 413.
ICMS - SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA
“Tributário. Seguradora. Salvados. Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços. Incidência do tributo. São tributáveis, pelo
ICMS, os salvados resultantes de sinistros, posto que a operação de venda
através das companhias seguradoras não é feita em caráter eventual e sim
com habitualidade, passando o produto a circular tal qual ocorre na
circulação de mercadorias, quando desenvolvida atividade comercial.”
(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 30.973-RJ - Rel. Min. Hélio
Mosimann - j. 04.09.95 - Recte.: Santa Cruz Seguros S/A; Recdo.: Estado
do Rio de Janeiro - DJU 1 30.10.95, p. 36.749 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9353 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 439.
ICMS - VENDA DE PNEU ASSOCIADA À SUA MERA SUBSTITUIÇÃO - INCIDÊNCIA
“Tributário. Venda de pneu associada à sua mera substituição. ICMS.
Incidência. A atividade de comercialização de pneu associada à sua mera
substituição, como retratada nos autos, consubstancia uma operação mista
a reclamar a incidência do ICMS. Recurso improvido.”
(Ac. da 1ª T. do STJ - mv - REsp. 48.454-SP - Rel. para o Ac. Min.
César Asfor Rocha - j. 30.08.95 - Recte.: D’Paschoal S/A; Recda.: Fazenda
do Estado de São Paulo - DJU 1 16.10.95, p. 34.610 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9292 - DEZEMBRO/1995 -
Págs. 413/412.
IMPENHORABILIDADE - LEI Nº 8.009, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOLTEIRO,
QUE MORA SOZINHO
A Lei nº 8.009/90 destina-se a protegar não o devedor, mas a sua
família. Assim, a impenhorabilidade nela prevista abrange o imóvel
residencial do casal ou da entidade familiar, não alcançando o devedor
solteiro, que reside solitário. - Recurso especial não conhecido.
(Recurso Especial nº 67.112-4 - (95.0027046-3) - RJ - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. Barros Monteiro. Recte.: Gilda Marina Rheingantz Ellis. Recdo.:
Hermann Blaser. 4ª Turma, STJ - 29-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 23-10-95 - Pág. 35.681.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 116
IMPORTAÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO FIXO - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS (ICM) - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº
23, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1983
Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 23, facultou-se aos
estados editar leis com os elementos necessários a cobrança do ICM. - No
Estado de São Paulo, a instituição do tributo deu-se legitimamente com a
Lei nº 3.991, de 28 de dezembro de 1983, vigente a partir de 1º de
janeiro de 1984. - Entendimento pacífico do egrégio Supremo Tribunal
Federal e deste Tribunal. Recurso desprovido, por unanimidade.
(Recurso Especial nº 45.462-0/SP - (94.0007437-9) - Rel.: O Sr.
Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Destilaria Nardini Ltda. Recda.: Fazenda
do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Págs. 36.722/36.723.
IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR -
ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART.
34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO
ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF
Sem Lei Complementar apropriada ao ICMS, persistem as disposições
do Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º, § 1º), recepcionado pela
Constituição Federal, com base em Convênio, ilegitimando-se a exigência
fiscal de antecipação do recolhimento, modificando a ocorrência do fato
gerador para o momento do desembaraço aduaneiro de mercadoria importada.
Prevalece a compreensão de que o fato gerador ocorre por ocasião de
entrada de mercadoria no estabelecimento importador. - Precedentes da
jurisprudência. - Recurso provido.
(Recurso Especial nº 67.290-2 - RS - (95.0027395-0) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Nacional Central de Distribuição de
Alimentos Ltda. Recdo.: Estado do Rio Grande do Sul. 1ª Turma, STJ - 27-
09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 23-10-95 - Pág. 35.625.
IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS
MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO - ARTIGO 23, § 9º,
INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA EMENDA
CONSTITUCIONAL 17/80
Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já se manifestaram no
sentido de que para fins de cálculo do rateio entre os municípios da cota
do produto da arrecadação do ICM a eles pertencente (art. 23, § 9º, I, da
CF/69), é legítima a exclusão, para efeito do cômputo do valor
adicionado, do montante arrecadado nas operações de entrada de bens
importados do exterior destinados a consumo ou para integrarem ativo fixo
da empresa, pois estes não sofrerão o indispensável acréscimo, vez que
permanecerão inalterados os valores iniciais. - Recurso extraordinário
não conhecido.
(Recurso Extraordinário nº 131742-6 - Origem: São Paulo. Rel.: Min.
Ilmar Galvão. Recte.: Prefeitura Municipal de Osasco. Recdo.: Estado de
São Paulo. Decisão: A Turma não conheceu do recurso extraordinário.
Unânime. 1ª Turma, 30-05-95 - STF).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 117
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.133.
INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPEDIENTE - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA
INCORRETA
O erro na grafia do nome do advogado, no edital de publicação da
nota de intimação, constitui motivo suficiente para a sua renovação se
demonstrado que, em razão do equívoco, não teve condições de tomar
conhecimento da publicação. No caso, porém, isso não aconteceu, pois o
mesmo erro já não impedira o profissional de acudir à intimação. Validade
do ato. - Recurso não conhecido.
(Recurso Especial nº 69.901-SP - (Reg. 95.347709) - Rel.: O Sr.
Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Banco Bradesco S/A. Recda.: Lorena
Nunes Fiuza Lima. 4ª Turma, STJ - 24-10-05).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.584.
ISENÇÃO - ICM
A isenção concedida, tendo em vista projeto de interesse nacional,
não pode ser revogada por convênio posterior àquele que a previu. -
Precedentes desta Corte. - Recurso conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 650-0 - RJ - (Reg. 89.0009924-8) - Rel.: Exmo.
Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:
Cia/ de Telefones do Brasil Central-CTBC. 2ª Turma, STJ - 06-12-93).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Págs. 36.742/36.743.
LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN - SÚMULA
405 - STF)
Denegada a segurança, revogada a liminar que suspendeu
provisoriamente a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, IV,
CTN), ressurge a obrigação fiscal, só podendo ser afetada pelas demais
causas de suspensão (art. ref. incs. I, II e III). - Novamente exigível o
crédito tributário, a suspensão só efetiva-se com o depósito integral do
valor devido desde a sua constituição, incluindo-se os consectários
legais. - Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 55.841 - SP - (94.0031852-9) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Pirelli S.A. Companhia Industrial
Brasileira. Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 23-
08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.
MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA -
CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 118
É firme a jurisprudência no sentido de que, no Mandado de
Segurança, a errônea indicação da autoridade coatora, afetando uma das
condições da ação (legitimatio ad causam), acarreta a extinção do
processo, sem julgamento de mérito, especialmente quando influi na
fixação da competência matéria de ordem pública, que não fica submetida à
vontade ou conveniências do impetrante. - O Juiz, verificada a equivocada
indicação, não pode substituir a vontade do sujeito ativo da ação pela
sua, substituindo na relação processual o sujeito passivo, afrontando o
princípio dispositivo, pelo qual cabe ao autor escolher o réu que deseja
demandar. - Precedentes do STF e do STJ. - Recurso provido.
(Recurso Especial nº 55.947-2- DF - (94.0032223-2) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Agte.: Distrito Federal. Agda.: Transportadora
Jumar Ltda. 1ª Turma, STJ - 30-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.
MANDADO DE SEGURANÇA - DECADÊNCIA
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança começa a
fluir a partir do dia da publicação do ato questionado. E sendo o
requerimento protocolado fora do prazo estabelecido no art. 18 da Lei
1.533/51, operou-se a decadência. - Recurso ordinário a que se nega
provimento.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 6.056 - RN - (Reg. 95.38112-5)
- Rel.: Exmo. Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Usina Estivas S/A. T.
Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. Impdo.:
Secretário de Fazenda e Planejamento do Rio Grande do Norte. Recdo.:
Estado do Rio Grande do Norte. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.640.
MANDADO DE SEGURANÇA - DECADÊNCIA
Em se tratando de prestação de trato sucessivo, o prazo para a
impetração se renova periodicamentte, a partir de cada exigência reputada
indevida. - Apelo provido. Sentença cassada.
(Apelação em Mandado de Segurança nº 92.01.29301-1/AP - Rel.: Exmo.
Sr. Juiz João V. Fagundes. Apte.: Mineração Novo Astro S/A. Apda.:
Fazenda Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.
MANDADO DE SEGURANÇA - ICMS - COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE
PETRÓLEO - OPERAÇÃO FEITA COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO
TRIBUTO
As operações internas com energia elétrica e combustíveis (petróleo
e seus derivados), realizadas entre distribuidor e consumidor final,
estão sujeitas à tributação pelo ICMS.
(Recurso em Mandado de Segurança nº 5.894/DF - Reg. 95/0030595-0 -
Rel.: O Sr. Min. Hélio Mosimann. Recte.: Mineração Pedra Preta Ltda. T.
Origem: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Impdo.:
Secretário de Fazenda e Planejamento do Distrito Federal. Recdo.:
Distrito Federal. 2ª Turma, STJ - 27-09-95).
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 119
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.196.
MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTORIDADE COATORA - SECRETÁRIO
DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU PALPÁVEL INDEMONSTRADA -
ILEGITIMIDADE PASSIVA
“Mandado de Segurança. Preventivo. Processual Civil. Autoridade
Coatora. Ameaça indemonstrada. Ilegitimidade Passiva. Extinção do
Processo (art. 267, VI, CPC). 1. O Secretário da Fazenda, sob a réstia de
simples comando geral, por si, não aplica as leis e resoluções e não tem
competência para lançar, inscrever e exigir tributos, atividades
atribuídas a outras autoridades fiscais. Demais, salvo em grau de recurso
administrativo, obedecido o devido processo legal, não pode impedir o
lançamento tributário previsto em lei (art. 142 e parágrafo único, CTN -;
Lei 6.830/80, art. 2º, § 3º). 2. Indemonstrada ameaça concreta ou
palpável de parte do Secretário da Fazenda, não se legitima passivamente
como autoridade coatora. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso
provido.”
(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 37.448-0-MT - Rel. Min. Milton
Luiz Pereira - j. 27.09.95 - Recte.: Fazenda Pública do Estado do Mato
Grosso; Recdo.: Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do
Estado do Mato Grosso - SINDUSCON/MT - DJU 1 23.10.95, p. 35.621 - ementa
oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9339 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 435.
MANDADO DE SEGURANÇA - RESSARCIMENTO DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE
O Mandado de Segurança não é via adequada para se pleitear
repetição de indébito. - Súmula 271 do S.T.F. - Apelo improvido.
(Apelação em Mandado de Segurança nº 93.01.10859-3/DF - Rel.: O
Exmo. Sr. Juiz João V. Fagundes. Apte.: Ademar Gusmão Perez. Apda.:
Fazenda Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.
MANDADO DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO - DEPÓSITO INTEGRAL EM DINHEIRO
Consoante precedentes jurisprudenciais desta Corte, a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, só é admissível, mediante depósito
integral em dinheiro, nos termos do disposto nos artigos 151 do CTN, e
9º, § 4º, da Lei nº 6.830/80. - Recurso provido, por unanimidade.
(Recurso Especial nº 67.042-0/SP - (95.0026373-4) - Rel.: O Sr.
Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda Nacional. Recdo.: Timken do
Brasil Comércio e Indústria Ltda. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.334.
MEDIDA CAUTELAR DE DEPÓSITO
“É direito do contribuinte, em ação cautelar, fazer o depósito
integral da quantia em dinheiro para suspender a exigibilidade do crédito
tributário.” (Súmula nº 2 deste Tribunal). - Descabe condenação em
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 120
honorários advocatícios, devendo ser fixados na ação principal. -
Apelação improvida e remessa oficial parcialmente provida.
(AC-SP 192427 - 94.03.059598-1 - (92.0301885-9) - Rel.: Juiz Homar
Cais - Quarta Turma. Apte.: União Federal (Fazenda Nacional). Apdo.:
Drogaria Avenida Sertãozinho Ltda. (ME) e outros. 1ª Turma, TRF/3ª Região
- 30-11-94).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-09-95 - Pág. 57.713.
MERCADORIA IMPORTADA - REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - GATT -
TRATAMENTO IGUALITÁRIO COM PRODUTO NACIONAL
O tratamento igualitário determinado pelo GATT pressupõe o
recolhimento do ICMS, no momento da aquisição da mercadoria, tal como
ocorre nos negócios efetuados com produto nacional. - O princípio da não
cumulatividade (DL 406/68, Art. 3º, § 1º) o recolhimento anterior de ICMS
- o que não ocorre com o primeiro negócio realizado em território
brasileiro, envolvendo mercadoria estrangeira. - O sistema de
recolhimento em regime de apuração mensal não aproveita o importador da
mercadoria.
(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 62.144/SP -
(95/0011857-2) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Embte.:
Martini e Rossi Ltda. Embdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª
Turma, STJ - 20-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.496.
NULIDADE - REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE FINDO O PRAZO DE
RECURSO - NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC - ART. 245) - PRECLUSÃO
Remessa dos autos ao Tribunal ad quem, antes de extinto o prazo
recursal, impedindo-se o acesso das partes aos autos, para oposição de
recurso. Tal anomalia deve ser alegada no prazo para interposição de
embargos declaratórios (CPC - Art. 245). Se a nulidade não foi arguída
nesta oportunidade, operou-se preclusão.
(Recurso Especial nº 74.248/PB - 95/0045895-0) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Município de Araruna. Recdo.:
Givanildo Leite da Silva. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.866.
PRESCRIÇÃO - DECRETAÇÃO DE OFÍCIO
O julgador não pode de ofício conhecer e decretar a prescrição da
ação para cobrança do crédito tributário (CPC, art. 219, § 5º, c/c o art.
166 do Código Civil). Nulidade da sentença. - Apelação provida.
(Apelação Cível nº 95.01.28593-6-MG - Rel.: O Exmo. Sr. Juiz
Tourinho Neto. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Apdo.:
Grafitex Serviços Gráficos Ltda. 3ª Turma, TRF/1ª Região - 22-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 04-12-95 - Pág. 84.008.
PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO FISCAL - INTERRUPÇÃO - DESPACHO QUE
DETERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 -
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 121
SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE
SUSPENSÃO DO PROCESSO
No processo executivo fiscal, o despacho que determina a citação
interrompe o curso da prescrição. - A eficácia deste despacho não está
subordinada ao exercício das providências determinadas pelo Art. 219 do
CPC. - A suspensão da prescrição, por efeito do Art. 40 da Lei 6.830/80,
opera-se independentemente de determinação judicial, suspendendo o
processo executivo fiscal. Basta que o devedor não seja encontrado, nem
se conheçam bens a serem penhorados. A suspensão é automática.
(Recurso Especial nº 63.635-3 - SP - (95/0017146-5) - Rel.: O Exmo.
Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda
Estadual). Recda.: Rouge Rose Comércio e Indústria de Confecções Ltda. 1ª
Turma, STJ - 05-06-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.527.
PRESCRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - CÓDIGO CIVIL, ART. 162 -
CPC, ARTS. 82, III, E 303, III
A participação do Ministério Público no processo da execução fiscal
é como custos legis, não se identificando como representante da Fazenda
Pública. - À palma de direito patrimonial, a prescrição deve ser arguída
pela legitimada a quem aproveita. - Precedentes jurisprudenciais. -
Recurso improvido.
(Recurso Especial nº 56.015-2- SP - (95.0032309-3) - Rel.: O Sr.
Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Estado do Paraná. Recdo.: Café Alvorada
S.A. 1ª Turma, STJ - 30-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.
PRESCRIÇÃO: SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Prescrição em caso de suspensão da execução, quando o credor não
possuir bens penhoráveis. Em tal caso, por não haver negligência do
credor, o prazo de prescrição não tem curso. Cód. de Pr. Civil, arts.
266, 791-III e 793. - Prescrição intercorrente. Pressupõe a realização de
diligência que o credor, devendo cumprir, não a cumpre, se for
pessoalmente intimado. - Precedentes da 3ª Turma do STJ: REsp’s 5.910,
16.558 e 34.035. - Recurso Especial conhecido e provido.
(Recurso Especial nº 70.385/PR - Reg. 95360985 - Rel.: O Exmº Sr.
Min. Nilson Naves. Recte.: Crefisul S/A - Crédito, Financiamento e
Investimentos. Recdos.: Orivaldo Ferrari de Oliveira e outros. 3ª Turma,
STJ - 25-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-11-95 - Pág. 39.589.
PROCURAÇÃO - AUSÊNCIA NOS AUTOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO - FALHA
QUE NÃO PODE SER ATRIBUÍDA À SECRETARIA DA CORTE A QUO -
APRESENTAÇÃO TARDIA
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 122
O Supremo Tribunal Federal tem reafirmado, em sucessivas ocasiões,
que o agravo de instrumento deve vir instruído com todos os elementos
necessários ao seu exame, sendo vedada a sua posterior comprovação, se
esta não foi realizada oportunamente. - O dever de vigilância e
supervisão incumbe à parte agravante, que deve acompanhar a formação do
agravo de instrumento, por cuja deficiência responde, não se permitindo
sua complementação após a remessa dos autos a esta Corte, pois o
instrumento é formado e processado na instância inferior. - Agravo
regimental improvido.
(Agravo em Agravo de Instrumento nº 166.384-8 - Origem: São Paulo.
Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agtes.: Jamile Michel Abdalla e outros. Agda.:
Companhia do Metropolitano de São Paulo - METRO. Decisão: A Turma negou
provimento ao agravo. Unânime. 1ª Turma, 05.09.95 - STF).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.138.
RECURSO - INTERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA - JUNTADA POSTERIOR -
SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO - TEMPESTIVIDADE
“Processual Civil - Recurso - Prazo - Sistema de Protocolo
Integrado - A interposição de recurso em comarca diversa, dentro do prazo
legal, considera-se tempestiva mesmo que a petição tenha sido juntada
posteriormente aos autos - Recurso provido.”
(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ SP - Ag. 266.759-1/8 - Rel. Des. Renan
Lotufo - j. 03.10.95 - DJ SP I 31.10.95, p. 29 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 3/11469 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 360.
RECURSO - PREPARO - COMPROVAÇÃO - OPORTUNIDADE
“Recurso - Apelação - Preparo - Ato que deve ser praticado no ato
da interposição do recurso - Art. 511 do CPC - Agravo desprovido. Em face
da regra do art. 511 do CPC, o preparo da apelação deve ser feito no ato
da sua interposição, inadmitindo-se que o seja posteriormente, ainda que
no prazo que restava para o oferecimento do recurso. A clareza da
disposição legal apontada não comporta interpretação diversa, que é
harmônica com os fins visados pela Lei nº 8.950/94, que estabeleceu a
regra em questão, de agilização do processo. Ademais, desde a
interposição do recurso não mais se há de falar em prazo restante para o
mesmo, que seria processualmente inócuo, posto que já praticado o ato
para o qual fora fixado. Por outro aspecto, o art. 511 do CPC não fixa
prazo para o preparo, mas um momento processual em que deverá ser
efetuado, e, vencido este, opera-se a deserção. Interpretação diversa,
fere a garantia do devido processo legal.”
(Ac. da 3ª C. Civ. do TA PR - mv - Ag. 82.885-5 - Rel. Designado
Juiz Celso Guimarães - j. 17.10.95 - Agte.: Gazi Auada; Agdo.: Banco do
Estado do Paraná S/A - DJ PR 03.11.95, p. 39 - ementa oficial).
IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 3/11468 - DEZEMBRO/1995 -
Pág. 360.
RECURSO ESPECIAL - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA QUESTÃO
JURÍDICA - NÃO CONHECIMENTO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 123
O conhecimento do “recurso especial” exige que a questão jurídica
em que se funda tenha sido discutida e julgada nas instâncias ordinárias.
A configuração do prequestionamento pressupõe emissão de juízo de valor
explícito acerca do tema em que se embasa o especial. - Se o acórdão
recorrido se omitiu em decidir, de forma expressa, a matéria, vedada é a
esta Corte reapreciá-la, na fase do especial, sob pena de suprimir uma
instância. - “In casu”, as matérias discutidas nos preceitos de lei
invocados (art. 30, caput, da Lei nº 7.730/89, art. 3º da Lei nº 7.799/89
e art. 43, I, 44 e 110 do CTN) não foram objeto de exame no decisório
impugnado, tornando-se evidente a ausência de prequestionamento. -
Recurso de que se não conhece. Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 37.766-8/RJ - (93.0022566-9) - Rel.: O Sr.
Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Usimeca Usina Mecânica Carioca S.A.
Recda.: Fazenda Nacional. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Págs. 37.539/37.540.
RECURSO ESPECIAL - FUNDAMENTO NÃO ATACADO - SÚMULA 283/STF
O recurso especial deve atacar todos os fundamentos do Acórdão -
mesmo aqueles cuja impertinência com a lide parece evidente (Súmula 283
do STF).
(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 65.176/SP - (95/0021806-
2) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Agte.: C. R.
Almeida Mineração S/A - CRAMISA. Agdos.: Antônio José da Costa Ferreira e
outros. Interes.: Thomin Apolo S/A. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.851.
RECURSO ESPECIAL - MATÉRIA CONSTITUCIONAL - NÃO CONHECIMENTO
A questão da amplitude da incidência do ICMS à luz da Constituição
de 1988, posta com o propósito de definir se a importação de bem para uso
próprio, feita por pessoa física, constitui, ou não, fato gerador do
tributo estadual, é incompatível com o âmbito temático do recurso
especial, e apenas se mostra passível de exame em sede de apelo
extraordinário, endereçado ao colendo STF. - Recurso não conhecido.
Decisão unânime.
(Recurso Especial nº 73.446/PR - (95.0044136-5) - Rel.: O Sr. Min.
Demócrito Reinaldo. Recte.: Ministério Público do Estado do Paraná.
Recdo.: Guilherme Beltrão de Almeida. Interes.: Estado do Paraná. 1ª
Turma, STJ - 29-11-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.521.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA - TERMO
INICIAL
A jurisprudência da Corte, na esteira da orientação consolidada na
Súmula 46 do TFR, firmou o entendimento no sentido de que a correção
monetária, na hipótese de repetição de indébito, deve ser calculada desde
a data do pagamento indevido e incide até o efetivo recebimento da
importância postulada.
(Recurso Especial nº 67.282/SP - (95/0027380-2) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 124
Estadual). Recda.: Carbocloro S/A Indústrias Químicas. 1ª Turma, STJ -
23-08-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.334.
RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA
SOCIEDADE
A jurisprudência tem identificado como ato contrário à lei,
caracterizador da responsabilidade pessoal do sócio-gerente, a dissolução
irregular da sociedade, aquela em que, não obstante os débitos
tributários, os respectivos bens são liquidados sem o processo próprio; a
presunção aí é a de que os bens foram distraídos em benefício dos sócios
ou dos credores privados, numa ou noutra hipótese com detrimento da
Fazenda Pública. Recurso especial não conhecido.
(Recurso Especial 9.245-0- SP - (91.5022-9) - Rel.: O Exmo. Sr.
Min. Ari Pargendler. Recte.: Nestor Perciliano de Oliveira e outros.
Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. Interessado: Perci Indústria de
Móveis Ltda. 2ª Turma, STJ - 18-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Págs. 34.632/34.633.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - MEDIDA LIMINAR -
DEPÓSITO
A medida liminar e o depósito do montante controvertido do tributo,
como meios de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, são
institutos com pressupostos próprios: há impropriedade na decisão que
defere medida liminar mediante depósito da quantia litigiosa. A medida
liminar deve ser deferida se reunidos os seus requisitos; o depósito é
expediente de que o contribuinte pode se valer quando a espécie não
comporta a concessão de medida liminar ou quando ele quer se forrar aos
efeitos juros, da multa e da correção monetária. Os efeitos de uma e de
outro também diferem; se não revogada antes, a medida liminar vale até a
sentença (STF - Súmula nº 405); o depósito suspende a exigibilidade do
crédito tributário até acórdão irrecorrível contra o contribuinte, isto
é, até o trânsito em julgado. Recurso ordinário provido.
(Recurso em Mandado de Segurança 3586-7 - SP - (93.25985-7) - Rel.:
O Exmo. Sr. Min. Ari Pargendler. Recte.: Bamba Comercial e Distribuidora
de Alimentos Ltda. e outros. Recdo.: Município de Campinas. T. Origem:
Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo
de Direito do I Anexo Fiscal de Campinas - SP. 2ª Turma, STJ - 06-09-95).
IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.343.
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 125
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 126
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ÍNDICE GERAL
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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 128
ÍNDICE GERAL
Pág.
- DOUTRINA:
- FALÊNCIA - REQUERIMENTO PELO FISCO - JUÍZO COMPETENTE -
(Parecer) - Celso Agrícola Barbi ......................... 9
- FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR DE
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE - (Parecer) - J. Netto
Armando .................................................. 15
- FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR DE
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE - (Parecer) - Fábio
Konder Comparato:
SUMÁRIO: 1- A consulta e as razões da sua relativa novida-
de em nosso Direito. 2- Importância prática da questão
suscitada. 3- Incolumidade a concurso e privilégio credi-
tório. Distinção. 4- A habilitação do crédito fazendário
na falência e a legitimidade para pedir a quebra. 5- O in-
teresse de agir é do próprio requerente. A ação de falên-
cia é também uma via judicial de cobrança de créditos.
6- O privilégio do crédito tributário não obsta legalmente
ao requerimento de falência. 7- Os quesitos e as respos-
tas. ..................................................... 29
- O ICMS E OS BENS DE USO - Hugo de Brito Machado:
SUMÁRIO: 1. Origem do ICMS. 2. O âmbito constitucional do
ICMS. 3. O conceito de mercadoria. 4. A importação de bens
de uso. 5. A Emenda 23 e a CF/88. 6. Saída de bens do ati-
vo fixo. 7. Transferências. 8. O diferencial de alíquota
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 129
na aquisição interestadual. 9. Consumo e insumo. 10. Não
cumulatividade: os créditos. 10.1. Impropriedade da pala-
vra crédito. 10.2. Inconveniências da não cumulatividade.
10.3. Direito ao crédito. 10.3.1. Na importação. 10.3.2.
Nas entradas interestaduais. 10.3.3. Tributação na saída.
11. Algumas conclusões. .................................. 38
- DECISÕES JUDICIAIS:
- PENHORA - ICMS - Incidência sobre o faturamento mensal de
sociedade mercantil - Limitação a 30% - Legalidade - Inte-
ligência dos arts. 671 e 672 do CPC.
Nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora
de créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se
ao disposto nos arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabe-
lecido pela jurisprudência, de 30% do faturamento mensal,
independentemente da distinção entre receita operacional
bruta e o resultado líquido. ............................. 51
- FALÊNCIA. FAZENDA PÚBLICA. INTERESSE.
Não há empeço legal a que a Fazenda Pública requeira a fa-
lência de seu devedor. A Lei de quebras somente exclui o
credor com garantia real, nos termos do art. 9º, III, “b”.
Direito real de garantia e privilégio creditório não se
confundem. Recurso conhecido e provido. .................. 53
- TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS DE MORA.
INCIDÊNCIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO
JUDICIAL. ARTIGO 167 DO CTN.
A legislação tributária possui caráter especial, afastan-
do, destarte, a aplicação de qualquer outra quanto aos te-
mas nela expressamente disciplinados.
Assim, não há falar em aplicação do artigo 219 do CPC à
matéria da fixação do dies a quo de incidência dos juros
moratórios em repetição de indébito, por ser o mesmo obje-
to de expresso disciplinamento no artigo 167, parágrafo
único do CTN, onde se fixou como termo inicial de sua flu-
ência a data do trânsito em julgado da decisão judicial.
Recurso improvido, por unanimidade. ...................... 62
- TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. REAVA-
LIAÇÃO DOS BENS. CABIMENTO.
Consoante jurisprudência pacífica desta Corte e do Pretó-
rio Excelso, é cabível a realização da nova avaliação dos
bens inventariados, para o cálculo do pagamento do imposto
causa mortis, se os valores tributáveis já se encontram
defasados.
Recurso provido, sem discrepância. ....................... 65
- ICMS - COMPENSAÇÃO - CRÉDITO/DÉBITO - DIFERENÇA - RECOLHI-
MENTO - TRANSFERÊNCIA.
Não demonstrado o direito ao crédito e sendo o ICMS tribu-
to indireto, comportando transferência do ônus para o con-
tribuinte de fato seria necessário cumprir-se o disposto
no artigo 166 do Código Tributário Nacional e na Súmula nº
546 do STF.
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 130
Recurso parcialmente provido. ............................ 69
- AÇÃO FISCAL - USO DE FORÇA POLICIAL - LEGALIDADE.
- EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS ESPONTÂNEA - Afastada a alegação
de obtenção de documentos por meios ilícitos ou arbitrá-
rios. .................................................... 74
- EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA:
“A”
- AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - CONEXÃO - COMPETÊNCIA - EXE-
CUÇÃO FISCAL (STJ) ............................................ 93
- AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA - MATÉRIA FISCAL - DEPÓSITO - SUS-
PENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO FISCAL (TRF. 3ª R.) ........ 81
- AÇÃO DECLARATÓRIA:
- de inexistência de débito - Litispendência - Inocorrência
- Execução Fiscal (TJ PR) ................................ 94
- que antecede a autuação - Renúncia do poder de recorrer na
via administrativa e desistência do recurso interposto
(STJ) .................................................... 81
- Via adequada - ICMS - Incidência - Salvados (STJ) ........ 111
- ADCT, ART. 34, § 8º - CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II -
LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLU-
SÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO
- ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -
ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º (STJ) .............. 110
- ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º)
- CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADO-
RIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHI-
MENTO - C.F., ART. 146, III, a (STJ) .......................... 116
- ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORRE-
ÇÃO MONETÁRIA - DIES A QUO (STJ) .............................. 81
- ADIn - ICMS-MG - ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA
DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE
TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITI-
VOS (STF-Pleno) ............................................... 81
- AERONAVE (IMPORTAÇÃO DE ...) - USO PRÓPRIO - INCIDÊNCIA DO TRI-
BUTO - ICMS (STJ) ............................................. 109
- AGRAVO DE INSTRUMENTO:
- (Ausência nos autos do ...) - Falha que não pode ser atri-
buída à Secretaria da Corte a quo - Apresentação tardia -
Procuração (STF) ......................................... 122
- Mandado de Segurança - Extinção com base no art. 47 do
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 131
CPC - Impropriedade do recurso (TRF/4ª R.) ............... 82
- Recurso não conhecido - Decisão que atualiza conta de li-
quidação - Interposição de apelação - Inadmissibilidade -
Erro grosseiro - Decisão interlocutória - Recurso cabível
(TRF/4ª R.) .............................................. 88
- Súmula 288 - Certidão da publicação do acórdão recorrido -
Peça essencial ao exame da tempestividade do Recurso Ex-
traordinário (STF) ..................................... .. 82
- Súmula 288 - Traslado deficiente - Ausência do acórdão re-
corrido (STF) ............................................ 83
- Traslado de peças obrigatórias - Ônus (STJ) .............. 83
- AGRAVO DA LEI 8.038/90 (STJ) .................................. 83
- AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LE-
GAIS NÃO PREQUESTIONADOS - SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBU-
NAL FEDERAL (STJ) ............................................. 84
- ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA - EMBARGOS DE
TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRADA (STJ) .... 92
- ALÍQUOTAS (DIFERENÇA DE ... NAS COMPRAS INTERESTADUAIS) - EM-
PRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - ICMS (STJ) ....................... 105
- ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS - EXEGESE; EX-
CESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE CONFIGURAÇÃO (TRF
/4ª R.) ....................................................... 94
- ANISTIA FISCAL - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA (STJ) .............. 84
- APELAÇÃO (INTERPOSIÇÃO DE ...) - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROS-
SEIRO - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE
INSTRUMENTO - RECURSO NÃO CONHECIDO - DECISÃO QUE ATUALIZA CON-
TA DE LIQUIDAÇÃO (TRF/4ª R.) .................................. 88
- APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO (STJ) ... 84
- AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE
INTERESSE PÚBLICO - ARTIGOS 178 E 179, CTN - CONVÊNIOS NºS 9/
75, 11/81 E 24/81 (STJ) ....................................... 102
- ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE INSCRIÇÃO ESTADUAL
- PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA - PRÁTICA
HABITUAL DE ATOS DE COMÉRCIO - SAÍDA DESACOBERTADA (CC MG) .... 108
- ARGUIÇÃO (MOMENTO DA ...) - PRESCRIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINIS-
TÉRIO PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - CÓDIGO CIVIL,
ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303, III (STJ) ............... 121
- ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI 6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º,
2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL - PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE
UM ANO - DESCABIMENTO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO (TRF/3ª R.) ..... 99
- ARREMATAÇÃO - AVALIAÇÃO - PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC -
EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA (STJ) ............................... 99
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 132
- ATOS DE COMÉRCIO (PRÁTICA HABITUAL DE ...) - SAÍDA DESACOBERTA-
DA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE INSCRIÇÃO ES-
TADUAL - PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA (CC
MG) ........................................................... 108
- ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA UFIR (TRF/4ª R.) ................. 84
- AUTO DE INFRAÇÃO - CTN, ARTIGOS 143, 151, III, 153, I, 173, I E
II, 174 E 242 - ICM - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO (STJ) ........... 105
- AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - CARÊNCIA DE AÇÃO -
EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC - MANDADO DE
SEGURANÇA (STJ) ............................................... 118
- AUTORIDADE COATORA - SECRETÁRIO DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU
PALPÁVEL INDEMONSTRADA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - MANDADO DE SE-
GURANÇA PREVENTIVO (STJ) ...................................... 119
- AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO - PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC -
EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA (STJ) ............................... 99
- AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO DE PROPRIEDADE DE
SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA EVITAR FRAUDE À
EXECUÇÃO - INVIABILIDADE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............. 95
“B”
- BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT - ICMS - ISENÇÃO
(STJ) ......................................................... 111
- BARES E RESTAURANTES - SUPERVENIÊNCIA DA LEI ESTADUAL Nº 8.198/
92 - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETER-
MINADA PARCELA DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS (STJ) ........ 96
- BEFIEX (ISENÇÃO DECORRENTE DO PROGRAMA ...) - REDUÇÃO - INEX-
TENSÃO AOS ESTADOS-MEMBROS - ICMS - IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS (STJ) ............................................ 109
- BEM(NS):
- absolutamente impenhoráveis - Identificação - Penhora -
Possibilidade - Execução Fiscal - Bem gravado por ônus
real (TRF/5ª R.) ......................................... 95
- destinados ao ativo fixo (Importação de ...) - Incidência
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM) - Emenda
Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) .... 116
- de família - Impenhorabilidade - Execução - Imóvel resi-
dencial (STJ) ............................................ 92
- gravado por ônus real - Penhora - Possibilidade; bens ab-
solutamente impenhoráveis - Identificação - Execução Fis-
cal (TRF/5ª R.) .......................................... 95
- penhorado - Substituição - Depósito em dinheiro - Corres-
pondência - Possibilidade - Execução Fiscal (STJ) ........ 95
- penhoráveis (Ausência de ...) - Desnecessidade de suspen-
são do processo - Prescrição - Executivo fiscal - Inter-
rupção - Despacho que determina a citação - LEF, art. 8º,
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 133
§ 2º - CPC, art. 219 - Suspensão (STJ) .................. 121
- (Substituição do ...) - Valor - Execução - Penhora (STJ) 93
“C”
- CALÇADOS (EXPORTAÇÃO DE ...) - IMUNIDADE - CRÉDITO PELAS ENTRA-
DAS DE MATÉRIAS-PRIMAS - OPORTUNIDADE - ICMS (STJ) ............ 106
- CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI,
CPC - MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE
PASSIVA (STJ) ................................................. 118
- CARTA DE 1969 (ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, COM A REDAÇÃO IMPRI-
MIDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80) - IMPOSTO SOBRE CIRCULA-
LAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPCIOS NA ARRECA-
DAÇÃO - VALOR ADICIONADO (STF) ................................ 117
- CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI
8.383/91 (STJ) ................................................ 85
- CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - ICM -
DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO
DE PROVA PERICIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (STF) ....... 98
- CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO
CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL -
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (STF) ........................... 104
- CERTIDÃO:
- de Dívida - Exclusão de determinada parcela do débito -
Prosseguimento - ICMS - Bares e restaurantes - Superveni-
ência da Lei Estadual nº 8.198/92 - Execução Fiscal (STJ) 96
- de Dívida Ativa:
- Execução Fiscal - Embargos do Devedor (STJ) ......... 97
- (Execução Fiscal - Fundada em Título Extrajudicial) -
Código de Processo Civil - Art. 587 (STJ) ........... 98
- Exclusão da parcela referente ao valor do imposto -
Desnecessidade de substituição da certidão para a
execução da dívida remanescente (Taxas) - CTN, art.
204 - Lei 6.830/80 (Art. 3º) (STJ) .................. 96
- (Fundada em Título Extrajudicial) - Código de Proces-
so Civil - Art. 587 - Execução Fiscal (STJ) ......... 98
- de inscrição da Dívida Ativa - Presunção “juris tantum” da
liquidez e certeza - Embargos à Execução (TRF/3ª R.) ..... 91
- Negativa de Débito:
- Depósito Judicial - Expedição - Possibilidade (TRF/
4ª R.) .............................................. 85
- Lançamento definitivo (TRF/4ª R.) ................... 85
- Parcelamento (TRF/4ª R.) ............................ 86
- da publicação do acórdão recorrido - Peça essencial ao
exame da tempestividade do recurso extraordinário - Agravo
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 134
de Instrumento - Súmula 288 (STF) ........................ 82
- relativa às duas inscrições - Executivo Fiscal - Inscri-
ções de dívidas ativas provenientes de taxa e imposto -
Embargos recebidos para declarar improcedente a dívida
oriunda do imposto - Aproveitamento parcial da certidão -
Continuação do processo executivo (STJ) .................. 101
- CF 67/69 - INEXTENSÃO - ICM - IMUNIDADE - PRODUÇÃO E VENDA DE
PÃES (STF) .................................................... 110
- CF/88, ART. 201, §§ 5º E 6º - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE
LEI E APLICABILIDADE DA SÚMULA 343, STF - EMBARGOS INFRINGENTES
- AÇÃO RESCISÓRIA (TRF/4ª R.) ................................. 92
- C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/
68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF
- IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR -
ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO (STJ) ............................. 116
- CITAÇÃO EM NOME PRÓPRIO - NECESSIDADE - EXECUÇÃO FISCAL - REDI-
RECIMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE (STJ) ........................ 100
- CÓDIGO CIVIL, ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303, III - PRES-
CRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚ-
BLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .................... 121
- COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI 8.383/91 - CAUTELAR INOMINADA -
LIMINAR (STJ) ................................................. 85
- COMPETÊNCIA:
- Distribuição - Perpetuatio jurisdicionis (TRF/4ª R.) ..... 86
- Execução (TRF/4ª R.) ..................................... 86
- Execução Fiscal - Ação Anulatória de Débito Fiscal - Co-
nexão (STJ) .............................................. 93
- Execução Fiscal - Devedor domiciliado em Vara Estadual
Distrital - Criação de Vara Federal na Comarca - Competên-
cia do TRF para conhecer do conflito - Improcedência (TRF/
3ª R.) ................................................... 86
- da Justiça Federal para analisar a questão - Exigência por
ocasião do desembaraço aduneiro (pessoa física) - Posteri-
or apreciação pela Fazenda Estadual sobre a exigência do
I.C.M.S. - embargos de Declaração rejeitados - Embargos de
Declaração - ICMS na importação (TRF/3ª R.) .............. 90
- COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO - OPERAÇÃO FEITA COM O
CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SEGURANÇA
- ICMS (STJ) .................................................. 119
- CONEXÃO - COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO ANULATÓRIA DE
DÉBITO FISCAL (STJ) ........................................... 93
- CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZES SUBORDINADOS A TRIBUNAIS
DIFERENTES - CONFLITO A SER DIRIMIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA (TRF/3ª R.) ........................................... 87
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 135
- CONTA DE LIQUIDAÇÃO (DECISÃO QUE ATUALIZA ...) - INTERPOSIÇÃO
DE APELAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO IN-
TERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECUR-
SO NÃO CONHECIDO (TRF/4ª R.) .................................. 88
- CONVÊNIOS NºS 9/75, 11/81 E 24/81 - ICM - AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS
E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE INTERESSE PÚBLICO -
ARTIGOS 178 E 179, CTN (STJ) .................................. 102
- CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/
89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGI-
ME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO - ICMS - IMPORTAÇÃO DE
MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR - ALTERAÇÃO - DECRE-
TO-LEI 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º (STJ) ............ 110
- CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS
VENCIDOS - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES - RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO
TRIBUTÁRIA (STJ) .............................................. 91
- CONVÊNIO Nº 66/88 E LEI Nº 1.423/89-RJ - CONSTITUCIONALIDADE -
ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA (TJ
RJ) ........................................................... 107
- CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADO-
RIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHI-
MENTO - C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRE-
TO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) (STJ) .................... 116
- CORREÇÃO - ERRO MATERIAL - MODIFICAÇÃO DO JULGADO - EXCEPCIONA-
LIDADE - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ......................... 89
- CORREÇÃO MONETÁRIA:
- Dies a quo - Adicional de Imposto de Renda - Repetição de
Indébito (STJ) ........................................... 81
- Honorários advocatícios - Súmula nº 14 STJ (TRF/4ª R.) ... 87
- Incidência - ICMS - Crédito Fiscal (STJ) ................. 104
- Incidência - Termo inicial - Repetição de Indébito (STJ) 124
- Índice de Janeiro de 1989 - Inflação real - Execução Fis-
cal (STJ) ................................................ 96
- Legitimidade - ICMS - Créditos (STJ) ..................... 103
- Legitimidade - Inegibilidade de multa - Ausência de pre-
questionamento - ICMS - Estado de São Paulo - Prazo de re-
colhimento - Antecipação por Decreto Estadual (STJ) ...... 106
- Lei Estadual nº 6.374/89, art. 109 - Precedentes STJ -
ICMS (STJ) ............................................... 103
- CREDITAMENTO (DIREITO AO ...) - INEXISTÊNCIA - ICM - ENTRADA
DE MATÉRIA-PRIMA - PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO DE SAÍDA
DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO (STJ) .............................. 106
- CREDITAMENTO - ICM - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - NULIDADE DA SEN-
TENÇA (STJ) ................................................... 103
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 136
- CRÉDITO(S):
- Correção monetária - Legitimidade - ICMS (STJ) ........... 103
- (Direito ao ...) - Inexistência - ICMS - Diferimento (STJ) 105
- (Estorno do ...) - ICM - Isenção - Mercadorias industria-
lizadas em filiais de outros Estados e remetidas para a
ZFM (STJ) ................................................ 112
- Fiscal - Correção monetária - Incidência - ICMS (STJ) .... 104
- Fornecimento de energia elétrica e serviços de comunicação
- Requisito - ICMS (TJ PR) ............................... 103
- pelas entradas de matérias-primas - Oportunidade - ICMS -
Exportação de calçados - imunidade (STJ) ................. 106
- tributário:
- (Inexistência de ...) - ICM - Importação de maté-
ria-prima - Incidência do tributo - Produto indus-
trializado - Saída isenta (STJ) ..................... 109
- (Suspensão da exigibilidade do ...):
- Art. 151, IV, CTN - Súmula 405 - STF - Liminar -
Sentença de mérito denegatória de segurança
(STJ) .......................................... 118
- Depósito integral em dinheiro - Mandado de Se-
gurança (STJ) ................................ 120
- Depósito - Montante integral - Artigo 151, in-
ciso II - Súmula 112/STJ - Alcance STJ) ...... 87
- Medida liminar - Depósito (STJ) .............. 125
“D”
- DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO
DE PROVA PERCIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO
DE DEFESA INOCORRENTE - ICM (STF) ............................. 104
- DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - PERÍCIA DESNECESSÁRIA -
JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -
EXECUÇÃO FISCAL - ICM (STF) ................................... 98
- DECADÊNCIA:
- Mandado de Segurança (STJ) ............................... 118
- Mandado de Segurança (TRF/1ª R.) ......................... 119
- e Prescrição - Auto de Infração - CTN, artigos 143, 151,
III, 153, I, 173, I e II, 174 e 242 - ICM (STJ) .......... 105
- DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMEN-
TO - RECURSO NÃO CONHECIDO - DECISÃO QUE ATUALIZA CONTRA DE LI-
QUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO
GROSSEIRO (TRF/4ª R.) ......................................... 88
- DECISÃO QUE ATUALIZA CONTA DE LIQUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APE-
LAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO INTERLOCU-
TÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO NÃO
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 137
CONHECIDO (TRF/4ª R.) ......................................... 88
- DECRETAÇÃO DE OFÍCIO - PRESCRIÇÃO (TRF/1ª R.) ................. 121
- DECRETO ESTADUAL - ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO
(STJ) ......................................................... 114
- DECRETO ESTADUAL 33.707/91 (ART. 4º) - ICMS - FATO GERADOR -
PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113, § 1º E 144 - DE-
CRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 (STJ) ......................... 108
- DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º - CONVÊNIO
Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART.
2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓ-
DICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO - ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCA-
DORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR - ALTERAÇÃO (STJ) ........... 110
- DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88
- SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO
DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146,
III, a - ADCT, ART. 34, § 8º (STJ) ............................ 116
- DECRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL 33.707/91
(ART. 4º) - ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN,
ARTS. 105, 113, § 1º E 144 (STJ) .............................. 108
- DENÚNCIA ESPONTÂNEA - VEÍCULO IMPORTADO ILEGALMENTE - REGULARI-
ZAÇÃO - VIA INADEQUADA (TRF/1ª R.) ............................ 88
- DENUNCIAÇÃO DA LIDE - LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO (STJ) ... 89
- DEPÓSITO:
- em dinheiro - Correspondência - Possibilidade - Execução
Fiscal - Bem penhorado - Substituição (STJ) .............. 95
- integral em dinheiro - Mandado de Segurança - Suspensão da
exigibilidade do crédito tributário (STJ) ................ 120
- judicial - Expedição - Possibilidade - Certidão Negativa
de Débito (TRF/4ª R.) .................................... 85
- (Medida Cautelar em ...) (TRF/3ª R.) ..................... 120
- Montante integral - Artigo 151, inciso II - Súmula 112/STJ
- Alcance - Crédito tributário - Suspensão da exigibilida-
de (STJ) ................................................. 87
- Suspensão da exigibilidade do crédito fiscal - Ação Caute-
lar Preparatória - Matéria fiscal (TRF/3ª R.) ............ 81
- Suspensão da exigibilidade do crédito tributário - Medida
liminar (STJ) ............................................ 125
- DERIVADOS DE PETRÓLEO (COMPRA E VENDA DE ...) - OPERAÇÃO FEITA
COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SE-
GURANÇA - ICMS (STJ) .......................................... 119
- DESEMBARAÇO ADUANEIRO (COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA
...) - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA
NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO -
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 138
PESSOA FÍSICA (TRF/5ª R.) ..................................... 110
- DESEMBARAÇO ADUANEIRO (PESSOA FÍSICA) (EXIGÊNCIA POR OCASIÃO
DO ...) - POSTERIOR APRECIAÇÃO PELA FAZENDA ESTADUAL SOBRE A
EXIGÊNCIA DO I.C.M.S. - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS - EM-
BARGOS DE DECLARAÇÃO - ICMS NA IMPORTAÇÃO - COMPETÊNCIA DA JUS-
TIÇA FEDERAL PARA ANALISAR A QUESTÃO (TRF/3ª R.) .............. 90
- DESERÇÃO - APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO (STJ) ... 84
- DESISTÊNCIA - DISCORDÂNCIA DA RÉ, QUE CONDICIONA O ENCERRAMENTO
DO FEITO À RENÚNCIA DO AUTOR AO DIREITO PLEITEADO, CONDIÇÃO ES-
TA COM A QUAL O ÚLTIMO NÃOA CONCORDA (TRF/1ª R.) .............. 89
- DESPACHO QUE DETERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC,
ART. 219 - SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNE-
CESSIDADE DE SUSPENSÃO DO PROCESSO - PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO
FISCAL - INTERRUPÇÃO (STJ) .................................... 121
- DEVEDOR DOMICILIADO EM VARA ESTADUAL DISTRITAL - CRIAÇÃO DE VA-
RA FEDERAL NA COMARCA - COMPETÊNCIA DO TRF PARA CONHECER DO
CONFLITO - IMPROCEDÊNCIA - COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL (TRF/
3ª R.) ........................................................ 86
- DIES A QUO - ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉ-
BITO - CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ............................... 81
- DIFERIMENTO - DIREITO AO CRÉDITO - INEXISTÊNCIA - ICMS (STJ) .. 105
- DIREITO:
- a creditamento - Inexistência - ICM - Entrada de maté-
ria-prima - Pagamento diferido para o momento de saída do
produto industrializado (STJ) ............................ 106
- ao crédito - Inexistência - ICMS - Diferimento (STJ) ..... 105
- transitório - Incidência - Precedentes - Execução - Penho-
ra efetuada - Superveniência da Lei nº 8.009/90 (STJ) .... 93
- DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE - RESPONSABILIDADE PESSOAL DO
SÓCIO-GERENTE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ......................... 97
- DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE - RESPONSABILIDADE PESSOAL DO
SÓCIO-GERENTE (STJ) ........................................... 124
“E”
- EMBARGOS RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA
DO IMPOSTO - APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO
DO PROCESSO EXECUTIVO - EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVI-
DAS ATIVAS PROVENIENTES DE TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA
ÀS DUAS INSCRIÇÕES (STJ) ...................................... 101
- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (DECLARATÓRIOS):
- (Art. 535, II, CPC) - Mercadoria importada - ICMS - Fato
gerador - Prazo de recolhimento (STJ) .................... 90
- ICMS na importação - Competência da Justiça Federal para
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 139
analisar a questão - Exigência por ocasião do desembaraço
aduaneiro (pessoa física) - Posterior apreciação pela Fa-
zenda Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de
Declaração rejeitados (TRF/3ª R.) ........................ 90
- Sucumbência do Estado - Valor a ser considerado no cálculo
dos honorários (STJ) ..................................... 90
- EMBARGOS DO DEVEDOR - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - EXECUÇÃO FIS-
CAL (STJ) ..................................................... 97
- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
- RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA -
CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS
VENCIDOS (STJ) ................................................ 91
- EMBARGOS À EXECUÇÃO:
- Certidão de Inscrição da Dívida Ativa - Presunção “juris
tantum” da liquidez e certeza (TRF/3ª R.) ................ 91
- Fiscal (Participação do Ministério Público nos ...) - Có-
digo Civil, art. 162 - CPC, arts. 82, III, e 303, III -
Prescrição - Momento da arguição (STJ) ................... 121
- Fiscal - Sucessão - Aquisição de fundo de comércio - Res-
ponsabilidade (STJ) ...................................... 91
- Prova - Inexistência - Execução Fiscal (TRF/3ª R.) ....... 97
- EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART. 201, §§ 5º E 6º,
CF/88 - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDA-
DE DA SÚMULA 343, STF (TRF/4º R.) .............................. 92
- EMBARGOS DE TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRA-
DA - ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA (STJ) ..... 92
- EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 (ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, DA CAR-
TA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA ...) - IMPOSTO SOBRE
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍCPIOS NA AR-
RECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO (STF) ............................ 117
- EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 23, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1983 - IMPOR-
TAÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO FIXO - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS (ICM) (STJ) ................... 116
- EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - ICMS - DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS
NAS COMPRAS INTERESTADUAIS (STJ) .............................. 105
- ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE LEI “IN NATU-
RA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE TRANSPORTE E DE
COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn - ICMS-
MG (STF-Pleno) ................................................ 81
- ENERGIA ELÉTRICA E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO (FORNECIMENTO DE
...) - REQUISITO - ICMS - CRÉDITO (TJ PR) ..................... 103
- ENERGIA ELÉTRICA (PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ...) - ICMS - SAÍ-
DA PARA OUTROS ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS
SITUADOS NOS ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA (TJ SP) ........ 113
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 140
- ERRO:
- de fato ininfluenciável no julgamento - Rejeição - Embar-
bargos de Declaração (STJ) ............................... 89
- grosseiro - Decisão interlocutória - Recurso cabível -
Agravo de Instrumento - Recurso não conhecido - Decisão
que atualiza conta de liquidação - Interposição de apela-
ção - Inadmissibilidade (TRF/4ª R.) ...................... 88
- material - Correção - Modificação do julgado - Excepciona-
lidade - Embargos de Declaração (STJ) .................... 89
- EXECUÇÃO:
- Competência (TRF/4ª R.) .................................. 86
- Extinção do processo - Paralisação (STJ) ................. 92
- Imóvel residencial - Bem de família - Impenhorabilidade
(STJ) .................................................... 92
- Penhora:
- efetuada - Superveniência da Lei n. 8.009/90 - Direi-
to transitório - Incidência - Precedentes (STJ) ..... 93
- Lei 8.009/90 (STJ) .................................. 93
- Substituição do bem - Valor (STJ) ................... 93
- EXECUÇÃO FISCAL:
- Ação Anulatória de Débito Fiscal - Conexão - Competência
(STJ) .................................................... 93
- Ação Declaratória de Inexistência de Débito - Litispendên-
cia - Inocorrência (TJ PR) ............................... 94
- Alteração contratual - Eficácia contra terceiros - Exege-
se; Excesso de poder do sócio-gerente - Hipótese de confi-
guração (TRF/4ª R.) ...................................... 94
- Averbação à margem do prontuário do veículo de proprireda-
de de sócio responsável pelo débito tributário para evitar
fraude à execução - Inviabilidade (STJ) .................. 95
- Bem gravado por ônus real - Penhora - Possibilidade; bens
absolutamente impenhoráveis - Identificação (TRF/5ª R.) .. 95
- Bem penhorado - Substituição - Depósito em dinheiro - Cor-
respondência - Possibilidade (STJ) ....................... 95
- Certidão de Dívida - Exclusão de determinada parcela do
débito - Prosseguimento - ICMS - Bares e restaurantes -
Superveniência da Lei Estadual nº 8.198/92 (STJ) ......... 96
- Certidão de Dívida Ativa - Exclusão da parcela referente
ao valor do imposto - Desnecessidade de substituição da
certidão para a execução da dívida remanescente (taxas) -
CTN, art. 204 - Lei 6.030/80 (art. 3º) (STJ) ............. 96
- Correção monetária - Índice de janeiro de 1989 - Inflação
real (STJ) ............................................... 96
- Devedor domiciliado em Vara Estadual Distrital - Criação
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 141
de Vara Federal na Comarca - Competência do TRF para co-
nhecer do conflito - Improcedência - Competência (TRF/
3ª R.) ................................................... 86
- Dissolução irregular da sociedade - Responsabilidade pes-
soal do sócio-gerente (STJ) .............................. 97
- Embargos do Devedor - Certidão de Dívida Ativa (STJ) ..... 97
- Embargos à Execução - Prova - Inexistência (TRF/3ª R.) ... 97
- fundada em título extrajudicial (Certidão de Dívida Ativa)
- Código de Processo Civil - Art. 587 (STJ) .............. 98
- ICM - Débito declarado pelo contribuinte - Perícia desne-
cessária - julgamento antecipado - Cerceamento de defesa -
Inocorrência (STF) ....................................... 98
- ICMS declarado e não pago - perícia - Requisito (STJ) .... 98
- Multa (STF) .............................................. 99
- Paralisação do processo por mais de um ano - Descabimento
da extinção do processo - Arquivamento dos autos - Lei
6.830/80, art. 40, parágrafos 1º, 2º e 3º (TRF/3ª R.) .... 99
- Penhora - Avaliação - Arrematação - Preço vil - Artigos
620 e 692, CPC (STJ) ..................................... 99
- Penhora - Veículo necessário ou útil ao exercício do co-
mércio de microempresário (STJ) .......................... 100
- Prescrição - Redirecionamento da execução - Prescrição in-
tercorrente (STJ) ........................................ 100
- Redirecionamento contra o sócio-gerente - Citação em nome
próprio - Necessidade (STJ) .............................. 100
- Suspensão - Transação entre as partes (TJ SC) ............ 101
- EXECUÇÃO DA SENTENÇA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - VALOR ÍNFIMO -
ART. 794 C.P.C. - IMPOSSIBILIDADE (TRF/5ª R.) ................. 101
- EXECUTADO SOLTEIRO, QUE MORA SOZINHO - IMPENHORABILIDADE - LEI
Nº 8.009, DE 29.3.90 (STJ) .................................... 116
- EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE
TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBAR-
GOS RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO
IMPOSTO - APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO
PROCESSO EXECUTIVO (STJ) ...................................... 121
- EXECUTIVO FISCAL - PRESCRIÇÃO - INTERRUPÇÃO - DESPÁCHO QUE DE-
TERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 - SUS-
PENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE SUS-
PENSÃO DO PROCESSO (STJ) ...................................... 121
- EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE CON-
FIGURAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA
CONTRA TERCEIROS (TRF/4ª R.) .................................. 94
- EXPORTAÇÃO:
- de calçados - ICMS - Crédito pelas entradas de maté-
rias-primas - Oportunidade (STJ) ......................... 106
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 142
- de estanho - Produto semi-elaborado - ICMS - Incidência
(STJ) .................................................... 102
- Produto semi-elaborado - Definição em norma estadual -
Ficção legal - ICMS (STJ) ................................ 107
- EXTINÇÃO DO PROCESSO:
- Artigos 2º e 267, VI, CPC - Mandado de Segurança - Autori-
dade coatora - Ilegitimidade Passiva - Carência de Ação
(STJ) .................................................... 118
- (Descabimento da ...) - Execução Fiscal - Paralisação do
processo por mais de um ano - Arquivamento dos autos -
Lei 6.830/80, art. 40, parágrafos 1º, 2º e 3º (TRF/3ª R.) 99
- Paralisação - Execução (STJ) ............................. 92
- Valor ínfimo - Art. 794 C.P.C. - Impossibilidade - Execu-
ção da sentença (TRF/5ª R.) .............................. 101
“F”
- FATO GERADOR:
- ICMS:
- Importação de mercadorias do exterior - Alteração -
Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, § 8º
- Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-
lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-
clusão do imposto no regime periódico de apuração -
Não cabimento (STJ) ................................. 110
- Importação - Momento da ocorrência - Convênio nº 66/
88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade (TJ RJ) 107
- Momento da ocorrência - Mercadoria importada; Reco-
lhimento - Prazo (STJ) .............................. 107
- (Momento do ...) - Antecipação de recolhimento -
C.F., art. 146, III, a - ADCT, art. 34, § 8º - De-
creto 406/68 (arts. 1º e 3º - § 1º) - Convênio ICM
66/88 - Súmula 577/STF (STJ) ........................ 116
- Prazo de recolhimento - Embargos de Declaração
(Art. 535, II, CPC) - Mercadoria importada (STJ) .... 90
- Prazo de recolhimento - CTN, arts. 105, 113, § 1º e
144 - Decreto-Lei 406/68 - Lei 6.374/89 - Decreto Es-
tadual 33.707/91 (Art. 4º) (STJ) .................... 108
- FICÇÃO LEGAL - ICMS - EXPORTAÇÃO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - DE-
FINIÇÃO EM NORMA ESTADUAL (STJ) ............................... 107
- FRAUDE À EXECUÇÃO (AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO
DE PROPRIEDADE DE SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA
EVITAR ...) - INVIABILIDADE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ........... 95
- FUNDO DE COMÉRCIO (AQUISIÇÃO DE ...) - RESPONSABILIDADE - EM-
BARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - SUCESSÃO (STJ) ..................... 91
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 143
“G”
- GATT (BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO ...) - ICMS -
ISENÇÃO (STJ) ................................................. 111
- GATT - TRATAMENTO IGUALITÁRIO COM PRODUTO NACIONAL - MERCADORIA
IMPORTADA - REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO (STJ) ................ 120
- GRAFIA INCORRETA - NOME DO ADVOGADO - INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPE-
DIENTE (STJ) .................................................. 117
“H”
- HIPÓTESE DE CONFIGURAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRA-
TUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS - EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO
SÓCIO-GERENTE (TRF/4ª R.) ..................................... 94
- HONORÁRIOS (VALOR A SER CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS ...) - EM-
BARGOS DECLARATÓRIOS - SUCUMBÊNCIA DO ESTADO (STJ) ............ 90
- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
- Apreciação equitativa do juiz - Critério do § 4º do art.
20 do CPC (TRF/4ª R.) .................................... 102
- Súmula nº 14 STJ - Correção monetária (TRF/4ª R.) ........ 87
- HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA - ANISTIA FISCAL (STJ) .............. 84
“I”
- ICM/ICMS:
- ADIn - Encargo financeiro em operações a prazo, saída de
leite “in natura”, operaçãoes de microempresa e serviços
de transporte e de comunicação - Suspensão cautelar de
dispositivos (STF-Pleno) ................................. 81
- Aquisição de máquinas e equipamentos para execução de
obras de interesse público - Artigos 178 e 179, CTN - Con-
vênios nºs 9/75, 11/81 e 24/81 (STJ) ..................... 102
- Bares e restaurantes - Susperveniência da Lei Estadual nº
8.198/92 - Execução Fiscal - Certidão de Dívida - Exclusão
de determinada parcela do débito - Prosseguimento (STJ) .. 96
- Compra e venda de derivados de petróleo - Operação feita
com o consumidor final - Incidência do tributo - Mandado
de Segurança (STJ) ....................................... 119
- Correção monetária - Lei Estadual nº 6.374/89, art. 109 -
Precedentes STJ (STJ) .................................... 103
- Creditamento - Repetição de indébito - Nulidade da senten-
ça (STJ) ................................................. 103
- Crédito(s):
- Correção monetária - Legitimidade (STJ) ............. 103
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 144
- Fiscal - Correção monetária - Incidência (STJ) ...... 104
- Fornecimento de energia elétrica e serviços de comu-
nicação - Requisito (TJ PR) ......................... 103
- (Data de vencimento do ...) - Fixação em Decreto - Merca-
doria produzida no Brasil (STJ) .......................... 88
- Débito declarado pelo contribuinte - Desnecessidade de
produção de prova pericial - Julgamento antecipado da lide
- Cerceamento de defesa inocorrente (STF) ................ 104
- Débito declarado pelo contribuinte - Perícia desnecessária
- Julgamento antecipado - Cerceamento de defesa - Inocor-
rência - execução Fiscal (STF) ........................... 98
- Decadência e prescrição - Auto de Infração - CTN, artigos
143, 151, III, 153, I, 173, I e II, 174 e 242 (STJ) ...... 105
- declarado e não pago - Perícia - Requisito - Execução Fis-
cal (STJ) ................................................ 98
- Diferença de alíquotas nas compras interestaduais - Empre-
sas de construção civil (STJ) ............................ 105
- Diferimento - Direito ao crédito - Inexistência (STJ) .... 105
- Entrada de matéria-prima - Pagamento diferido para o mo-
mento de saída do produto industrializado - Direito a cre-
ditamento - Inexistência (STJ) ........................... 106
- Estado de São Paulo - Prazo de recolhimento - Antecipação
por Decreto estadual - Correção monetária - Legitimidade -
Inexigibilidade de multa - Ausência de prequestionamento
(STJ) .................................................... 106
- Exportação de calçados - Imunidade - Crédito pelas entra-
das de matérias-primas - Oportunidade (STJ) .............. 106
- Exportação - Produto semi-elaborado - Definição em norma
estadual - Ficção legal (STJ) ............................ 107
- Fato gerador:
- Importação - Momento da ocorrência - Convênio nº 66/
88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade (TJ RJ) 107
- Momento da ocorrência - Mercadoria importada; Reco-
lhimento - Prazo (STJ) .............................. 107
- Pessoa física - Prática habitual de atos de comércio
- Saída desacobertada - Arbitramento; Obrigação aces-
sória - Falta de Inscrição Estadual - Penalidade
(CC MG) ............................................. 108
- Prazo de recolhimento - Embargos de Declaração (Art.
535, II, CPC) - Mercadoria importada (STJ) .......... 90
- Prazo de recolhimento - CTN, arts. 105, 113, § 1º e
144 - Decreto-Lei 406/68 - Lei 6.374/89 - Decreto Es-
tadual 33.707/91 (Art. 4º) (STJ) .................... 108
- Importação:
- de aeronave - Uso próprio - Incidência do tributo
(STJ) ............................................... 109
- de bens destinados ao ativo fixo - Incidência do ICM
Emenda Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 145
1983 (STJ) .......................................... 116
- Competência da Justiça Federal para analisar a ques-
tão - Exigência por ocasião do desembaraço aduaneiro
(pessoa física) - Posterior apreciação pela Fazenda
Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de
Declaração rejeitados (TRF/3ª R.) ................... 90
- de máquinas e equipamentos - Isenção decorrente do
programa BEFIEX - Redução - Inextensão aos Esta-
dos-membros (STJ) ................................... 109
- de matéria-prima - Incidência do tributo - Produto
industrializado - Saída isenta - Inexistência de cré-
dito tributário (STJ) ............................... 109
- de mercadorias do exterior - Fato gerador - Alteração
- Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, §
8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-
lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-
clusão do imposto no regime periódico e apuração -
Não cabimento (STJ) ................................. 110
- de mercadorias - Momento do fato gerador - Antecipa-
ção de recolhimento - C.F., art. 146, III, a - ADCT,
art. 34, § 8º - Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º - §
1º) - Convênio ICM 66/88 - Súmula 577/STF (STJ) ..... 116
- Pessoa física - Comprovação de pagamento do ICMS para
desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81 - Legalidade;
incidência - Princípio da não-cumulatividade -
Não-violação - IPI (TRF/5ª R.) ...................... 110
- Imunidade - Produção e venda de pães - CF 67/69 - Inexten-
são (STF) ................................................ 110
- Incidência:
- Exportação de estanho - Produto semi-elaborado (STJ)
- Importação de bens destinados ao ativo fixo - Emenda
Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) 116
- Salvados - Ação Declaratória - Via adequada (STJ) ... 111
- Internação com redução do imposto de importação - Exigibi-
lidade (STJ) ............................................. 111
- e IPI - Importação - Pessoa física - Comprovação de paga-
mento do ICMS para desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81
- Legalidade; incidência - Princípio da não-cumulatividade
- Não-violação (TRF/5ª R.) ............................... 110
- Isenção:
- (STJ) ............................................... 117
- Bacalhau importado de país signatário do GATT (STJ) 111
- Máquinas e equipamentos - Projeto de interesse nacio-
nal - Beneficiário (STF) ............................ 112
- Mercadorias industrializadas em filiais de outros Es-
tados e remetidas para a ZFM - Estorno do crédito
(STJ) ............................................... 112
- Microempresa - LC nº 48/84 - Termo inicial (STJ) .... 112
- Nafta petroquímica - Operação interestadual (STJ) ........ 113
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 146
- Participação dos municípios na arrecadação - Valor adicio-
nado - Artigo 23, § 9º, inciso I, da Carta de 1969, com a
redação imprimida pela Emenda Constitucional 17/80 (STF) 117
- Petróleo, seus derivados e energia elétrica - Saída para
outros Estados - Imunidade; entrada em estabelecimentos
situados nos Estados consumidores - Incidência (TJ SP) ... 113
- Prazo de recolhimento - Antecipação - Decreto Estadual
(STJ) .................................................... 114
- Prazo de recolhimento - Antecipação - Estado de São Paulo
Fixação por Decreto - Legalidade (STJ) ................... 114
- Recolhimento - Prazo (STJ) ............................... 114
- Revenda de veículos automotores - Substituição tributária
para frente - Legalidade (STJ) ........................... 114
- Salvados - Venda por seguradora - Incidência (TJ RJ) ..... 115
- Salvados - Venda por seguradora - Incidência (STJ) ....... 115
- Venda de pneu associada à sua mera substituição - Incidên-
cia (STJ) ................................................ 116
- Venda de veículos automotores - Recolhimento antecipado -
Regime de substituição tributária - Convênios 66/88 e 107/
89 - Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Embargos
de Divergência (STJ) ..................................... 91
- ILEGITIMIDADE PASSIVA - CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO
- ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC - MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE
COATORA (STJ) ................................................. 118
- ILEGITIMIDADE PASSIVA - MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTO-
RIDADE COATORA - SECRETÁRIO DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU
PALPÁVEL INDEMONSTRADA (STJ) .................................. 119
- IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FAMÍLIA - IMPENHORABILIDADE - EXE-
CUÇÃO (STJ) ................................................... 92
- IMPENHORABILIDADE - EXECUÇÃO - IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FA-
MÍLIA (STJ) ................................................... 92
- IMPENHORABILIDADE - LEI Nº 8.009, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOL-
TEIRO, QUE MORA SOZINHO (STJ) ................................. 116
- IMPORTAÇÃO:
- de bens destinados ao ativo fixo - Incidência do imposto
sobre circulação de mercadorias (ICM) - Emenda Constitu-
cional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) ........... 116
- ICMS:
- Competência da Justiça Federal para analisar a
questão - Exigência por ocasião do desembaraço adua-
neiro (pessoa física) - Posterior apreciação pela
Fazenda Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Em-
bargos de Declaração rejeitados - Embargos de Decla-
ração (TRF/3ª R.) .................................. 90
- Fato gerador - Momento da ocorrência - Convênio nº
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 147
66/88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade
(TJ RJ) ............................................ 107
- e IPI - Pessoa física - Comprovação de pagamento do
ICMS para desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81 -
Legalidade; incidência - Princípio da não-cumulati-
vidade - Não-violação (TRF/5ª R.) .................. 110
- de mercadorias do exterior - ICMS - Fato gerador - Alte-
ração - Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34,
§ 8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-
lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida inclu-
são do imposto no regime periódico de apuração - Não ca-
bimento (STJ) ........................................... 110
- de mercadorias - ICMS - Momento do fato gerador - Anteci-
pação de recolhimento - C.F., art. 146, III, a - ADCT,
art. 34, § 8º - Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º - § 1º)
- Convênio ICM 66/88 - Súmula 577/STF (STJ) .............. 116
- IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (INTERNAÇÃO COM REDUÇÃO DO ...) - EXIGI-
BILIDADE - ICM (STJ) .......................................... 111
- IMUNIDADE:
- Crédito pelas entradas de matérias-primas - Oportunidade -
ICMS - Exportação de calçados (STJ) ...................... 106
- Entrada em estabelecimentos situados nos Estados consumi-
dores - Incidência - ICMS - Petróleo, seus derivados e
energia elétrica - Saída para outros Estados (TJ SP) ..... 113
- Produção e venda de pães - CF/69 - Inextensão - ICM (STF) 110
- IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CU-
MULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA
FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADU-
ANEIRO (TRF/5ª R.) ............................................ 110
- INFLAÇÃO REAL - EXECUÇÃO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - ÍNDICE
DE JANEIRO DE 1989 (STJ) ...................................... 96
- INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE TAXA E IMPOSTO -
CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBARGOS RECEBIDOS PARA
DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO IMPOSTO - APROVEITA-
MENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO -
EXECUTIVO FISCAL (STJ) ........................................ 101
- INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPEDIENTE - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA IN-
CORRETA (STJ) ................................................. 117
- IPI (ICMS E ...) - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE
PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81
- LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE -
NÃO-VIOLAÇÃO (TRF/5ª R.) ...................................... 110
- ISENÇÃO:
- ICM/ICMS:
- (STJ) ............................................... 117
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 148
- Bacalhau importado de país signatário do GATT (STJ) 111
- Máquinas e equipamentos - Projeto de interesse nacio-
nal - Beneficiário (STF) ............................ 112
- Mercadorias industrializadas em filiais de outros Es-
tados e remetidas para a ZFM - Estorno do crédito
(STJ) ............................................... 112
- Microempresa - LC nº 48/84 - Termo inicial (STJ) .... 112
“J”
- JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -
EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - PE-
RÍCIA DESNECESSÁRIA (STF) ...................................... 98
- JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORREN-
TE - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE
DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL (STF) ............................ 104
“L”
- LANÇAMENTO DEFINITIVO - CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO (TRF/4ª R.) 85
- LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA
(STJ) ......................................................... 112
- LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 - SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE
BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DO PROCESSO -
PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO FISCAL - INTERRUPÇÃO - DESPACHO QUE DE-
TERMINA A CITAÇÃO (STJ) ....................................... 121
- LEGITIMIDADE:
- ICMS - Créditos - Correção monetária (STJ) ............... 103
- da exigência - Votos vencidos - Embargos de Divergência -
ICMS - Venda de veículos automotores - Recolhimento ante-
cipado - Regime de substituição tributária - Convênios
66/88 e 107/89 (STJ) ..................................... 91
- Inexigibilidade de multa - Ausência de prequestionamento -
ICMS - Estado de São Paulo - Prazo de recolhimento - Ante-
cipação por Decreto Estadual - Correção monetária (STJ) .. 106
- LEI Nº 1.423/89-RJ (CONVÊNIO Nº 66/88 E ...) - CONSTITUCIONALI-
DADE - ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA
(TJ RJ) ....................................................... 107
- LEI 6.030/80 (ART. 3º) - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA
ATIVA - EXCLUSÃO DA PARCELA REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO -
DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA CERTIDÃO PARA A EXECUÇÃO DA
DÍVIDA REMANESCENTE (TAXAS) - CTN, ART. 204 (STJ) ............. 96
- LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL 33.707/91 (ART. 4º) - ICMS -
FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113, §
1º E 144 - DECRETO-LEI 406/68 (STJ) ........................... 108
- LEI 6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL
- PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO - DESCABIMENTO DA
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 149
EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS (TRF/3ª R.) ..... 99
- LEI 8.009/90 - EXECUÇÃO - PENHORA (STJ) ....................... 93
- LEI 8.009/90, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOLTEIRO, QUE MORA SOZINHO
- IMPENHORABILIDADE (STJ) ..................................... 116
- LEI Nº 8.009/90 (SUPERVENIÊNCIA DA ...) - DIREITO TRANSITÓRIO -
INCIDÊNCIA - PRECEDENTES - EXECUÇÃO - PENHORA EFETUADA (STJ) 93
- LEI Nº 8.308/90 (AGRAVO DA ...) (STJ) ......................... 83
- LEI 8.383/91 - CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE
TRIBUTOS (STJ) ................................................ 85
- LEI ESTADUAL Nº 6.374/89, ART. 109 - PRECEDENTES STJ - ICMS -
CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ...................................... 103
- LEI ESTADUAL Nº 8.198/92 (SUPERVENIÊNCIA DA ...) - EXECUÇÃO
FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETERMINADA PARCELA
DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS - BARES E RESTAURANTES (STJ) 96
- LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLU-
SÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO
- ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -
ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, §
8º - CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II (STJ) .............. 110
- LEITE “IN NATURA” (ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO,
SAÍDA DE ..., OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE TRANSPOR-
TE E DE COMUNICAÇÃO) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS -
ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) .................................... 81
- LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI 8.383/91 - CAUTELAR
INOMINADA (STJ) ............................................... 85
- LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPEN-
SÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN
- SÚMULA 405 - STF) (STJ) ..................................... 118
- LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO - DENUNCIAÇÃO DA LIDE (STJ) ... 89
- LITISPENDÊNCIA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO DECLARA-
TÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO (TJ PR) ....................... 94
“M”
- MANDADO DE SEGURANÇA:
- Autoridade coatora - Ilegitimidade passiva - Carência de
ação - Extinção do processo - Artigos 2º e 267, VI, CPC
(STJ) .................................................... 118
- Decadência (STJ) ......................................... 118/
119
- Extinção com base no art. 47 do CPC - Impropriedade do re-
curso - Agravo de Instrumento (TRF/4ª R.) ................ 82
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 150
- ICMS - Compra e venda de derivados de petróleo - Operação
feita com o consumidor final - Incidência do tributo (STJ) 119
- preventivo - Autoridade coatora - Secretário da Fazenda -
Ameaça concreta ou palpável indemonstrada - Ilegitimidade
passiva (STJ) ............................................ 119
- Ressarcimento de valores pagos indevidamente (TRF/1ª R.) 120
- Suspensão da exigibilidade do crédito tributário - Depósi-
to integral em dinheiro (STJ) ............................ 120
- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS:
- (Importação de ...) - ICMS - Isenção decorrente do Progra-
ma BEFIEX - Redução - Inextensão aos Estados-Membros (STJ) 109
- para execução de obras de interesse público (Aquisição
de ...) - artigos 178 e 179, CTN - Convênios nºs 9/75, 11/
81 e 24/81 - ICM (STJ) ................................... 102
- Projeto de interesse nacional - Beneficiário - ICM - Isen-
ção (STF) ................................................ 112
- MATÉRIA(S)-PRIMA(S):
- (Crédito pelas entradas de ...) - Oportunidade - ICMS -
Exportação de calçados - Imunidade (STJ) ................. 106
- (Entrada de ...) - Pagamento diferido para o momento de
saída do produto industrializado - Direito a creditamento
- Inexistência - ICM (STJ) ............................... 106
- (Importação de ...) - ICM - Incidência do tributo - Produ-
to industrializado - Saída isenta - Inexistência de crédi-
to tributário (STJ) ...................................... 109
- MEDIDA LIMINAR - DEPÓSITO - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉ-
DITO TRIBUTÁRIO (STJ) ......................................... 125
- MERCADORIA(S):
- do exterior (Importação de ...) - ICMS - Fato gerador -
Alteração - Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art.
34, § 8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei
Paulista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-
clusão do imposto no regime periódico de apuração - Não
cabimento (STJ) .......................................... 110
- importada:
- ICMS - Fato gerador - Prazo de recolhimento - Embar-
gos de Declaração (art. 535, II, CPC) (STJ) ......... 90
- Recolhimento - Prazo - ICMS - Fato gerador - Momento
da ocorrência (STJ) ................................. 107
- Regime periódico de apuração - GATT - Tratamento
igualitário com produto nacional (STJ) .............. 120
- industrializads em filiais de outros Estados e remetidas
para a ZFM - Estorno de crédito - ICM - Isenção (STJ) .... 112
- produzida no Brasil - Data de vencimento do ICMS - Fixação
em Decreto (STJ) ......................................... 88
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 151
- MICROEMPRESA (ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE
LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE ... E SERVIÇOS DE TRANSPORTE E
COMUNICAÇÃO) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn - ICMS
MG (STF-Pleno) ................................................ 81
- MICROEMPRESA - LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO
(STJ) ......................................................... 112
- MINISTÉRIO PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (PARTICIPAÇÃO
DO ...) - CÓDIGO CIVIL, ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303,
III, PRESCRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO (STJ) ................... 121
- MULTA - EXECUÇÃO FISCAL (STF) ................................. 99
- MULTA (INEXIGIBILIDADE DE ...) - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO
- ICMS - ESTADO DE SÃO PAULO - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECI-
PAÇÃO POR DECRETO ESTADUAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE
(STJ) ......................................................... 106
- MUNICÍPIOS (PARTICIPAÇÃO DOS ... NA ARRECADAÇÃO) - IMPOSTO SO-
BRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - VALOR ADICIONADO - ARTIGO 23, §
9º, INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA
EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 (STF) ............................. 117
“N”
- NAFTA PETROQUÍMICA - OPERAÇÃO INTERESTADUAL - ICMS (STJ) ...... 113
- NÃO-CUMULATIVIDADE (PRINCÍPIO DA ...) - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E
IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO
ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE;
INCIDÊNCIA (TRF/5ª R.) ........................................ 110
- NOME DO ADVOGADO - GRAFIA INCORRETA - INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPE-
DIENTE (STJ) .................................................. 117
- NOTA DE EXPEDIENTE - INTIMAÇÃO - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA IN-
CORRETA (STJ) ................................................. 117
- NULIDADE:
- Remessa dos autos ao Tribunal antes de findo o prazo de
recurso - Nulidade - Momento de alegar (CPC, art. 245) -
Preclusão (STJ) .......................................... 121
- da sentença - ICM - Creditamento - Repetição de indébito
(STJ) .................................................... 103
“O”
- ÔNUS - AGRAVO DE INSTRUMENTO - TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS
(STJ) ......................................................... 83
- ÔNUS REAL (BEM GRAVADO POR ...) - PENHORA - POSSIBILIDADE; BENS
ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS - IDENTIFICAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL
(TRF/5ª R.) ................................................... 95
- OPERAÇÃO(ÕES):
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 152
- feita com o consumidor final - Incidência do tributo -
Mandado de Segurança - ICMS - Compra e venda de derivados
de petróleo (STJ) ........................................ 119
- interestadual - ICMS - Nafta petroquímica (STJ) .......... 113
- de microempresa e serviços de transporte e de comunicação
(Encargo financeiro em operações a prazo, saída de leite
“in natura”, ...) - Suspensão cautelar de dispositivos -
ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) ............................... 81
- a prazo, saída de leite “in natura”, operações de microem-
presa e serviços de transporte e de comunicação (Encargo
financeiro em ...) - Suspensão cautelar de dispositivos -
ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) ............................... 81
“P”
- PÃES (PRODUÇÃO E VENDA DE ...) - CF 67/69 - INEXTENSÃO - ICM -
IMUNIDADE (STF) ............................................... 110
- PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO DE SAÍDA DO PRODUTO INDUS-
TRIALIZADO - DIREITO A CREDITAMENTO - INEXISTÊNCIA - ICM - EN-
TRADA DE MATÉRIA-PRIMA (STJ) .................................. 106
- PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO - DESCABIMENTO DA
EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI 6.830/80,
ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL (TRF/3ª R.) 99
- PARCELAMENTO - CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO (TRF/4ª R.) ........ 86
- PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO -
ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IM-
PRIMIDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 - IMPOSTO SOBRE CIRCU-
LAÇÃO DE MERCADORIAS (STF) .................................... 117
- PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDI-
NÁRIO - AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLI-
CAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO (STF) .............................. 82
- PENHORA:
- Avaliação - Arrematação - Preço vil - Artigos 620 e 692,
CPC - Execução Fiscal (STJ) .............................. 99
- efetuada - Superveniência da Lei n. 8.009/90 - Direito
transitório - Incidência - Precedentes - Execução (STJ) .. 93
- não registrada - Alienação efetivada pelo adquirente -
Eficácia - Embargos de Terceiro em Execução Fiscal (STJ) 92
- Lei 8.009/90 - Execução (STJ) ............................ 93
- Possibilidade; bens absolutamente impenhoráveis - Identi-
ficação - Execução Fiscal - bem gravado por ônus real (TRF
/5ª R.) .................................................. 95
- Substituição do bem - Valor - Execução (STJ) ............. 93
- Veículo necessário ou útil ao exercício do comércio de mi-
croempresário - Execução Fiscal (STJ) .................... 100
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 153
- PERÍCIA DESNECESSÁRIA - JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE
DEFESA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARA-
DO PELO CONTRIBUINTE (STF) .................................... 98
- PERÍCIA - REQUISITO - EXECUÇÃO FISCAL - ICMS DECLARADO E NÃO
PAGO (STJ) .................................................... 98
- PERPETUATIO JURISDICIONIS - COMPETÊNCIA - DISTRIBUIÇÃO (TRF/
4ª R.) ........................................................ 86
- PESSOA FÍSICA - PRÁTICA HABITUAL DE ATOS DE COMÉRCIO - SAÍDA
DESACOBERTADA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE
INSCRIÇÃO ESTADUAL - PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR (CC MG) 108
- PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBA-
RAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA -
PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI -
IMPORTAÇÃO (TRF/5ª R.) ........................................ 110
- PETRÓLEO (COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE ...) - OPERAÇÃO FEITA
COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SE-
GURANÇA - ICMS (STJ) .......................................... 119
- PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ENERGIA ELÉTRICA - SAÍDA PARA OUTROS
ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS SITUADOS NOS
ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA - ICMS (TJ SP) .............. 113
- PRAZO(S):
- em dobro - Denunciação da lide - Litisconsórcio (STJ) .... 89
- ICMS - Fato gerador - Momento da ocorrência - Mercadoria
importada; recolhimento (STJ) ............................ 107
- de recolhimento:
- Antecipação:
- por Decreto Estadual - Correção monetária - Le-
gitimidade - Inexigibilidade de multa - Ausên-
cia de prequestionamento - ICMS - Estado de São
Paulo (STJ) ................................... 106
- Decreto Estadual - ICMS (STJ) ................. 114
- Estado de São Paulo - Fixação por Decreto - Le-
galidade - ICMS (STJ) ......................... 114
- CTN, arts. 105, 113, § 1º e 144 - Decreto-Lei 406/
68 - Lei 6.374/89 - Decreto Estadual 33.707/91 (art.
4º) - ICMS - Fato gerador (STJ) .................... 108
- Deserção - Apelação - Preparo (STJ) ................ 84
- Embargos de Declaração (art. 535, II, CPC) - Merca-
doria importada - ICMS - Fato gerador (STJ) ........ 90
- ICMS (STJ) ......................................... 114
- de recurso (Remessa dos autos ao Tribunal antes de findo
o ...) - Nulidade - Momento de alegar (CPC - art. 245) -
Preclusão - Nulidade (STJ) ............................... 121
- PRECLUSÃO - NULIDADE - REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 154
FINDO O PRAZO DE RECURSO - NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC -
ART. 245) (STJ) ............................................... 121
- PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA
- AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO (STJ) ................................ 99
- PREPARO - COMPROVAÇÃO - OPORTUNIDADE - RECURSO (TA PR) ........ 123
- PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO - APELAÇÃO (STJ) ... 84
- PREQUESTIONAMENTO DA QUESTÃO JURÍDICA (AUSÊNCIA DE ...) - NÃO
CONHECIMENTO - RECURSO ESPECIAL (STJ) ......................... 123
- PRESCRIÇÃO:
- Decretação de ofício (TRF/1ª R.) ......................... 121
- Executivo Fiscal - Interrupção - Despacho que determina a
citação - LEF, art. 8º, § 2º - CPC, art. 219 - Suspensão -
Ausência de bens penhoráveis - Desnecessidade de suspensão
do processo (STJ) ........................................ 121
- Momento da arguição - Participação do Ministério Público
nos Embargos à Execução Fiscal - Código Civil, art. 162 -
CPC, arts. 82, III, e 303, III (STJ) .................... 121
- Redirecionamento da execução - Prescrição intercorrente -
Execução Fiscal (STJ) .................................... 100
- Suspensão da execução - Prescrição intercorrente (STJ) ... 122
- PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DA LIQUIDEZ E CERTEZA - EMBARGOS À
EXECUÇÃO - CERTIDÃO DE INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA (TRF/3ª R.) .. 91
- PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI -
IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS
PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; IN-
CIDÊNCIA (TRF/5ª R.) .......................................... 110
- PROCURAÇÃO - AUSÊNCIA NOS AUTOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO - FA-
LHA QUE NÃO PODE SER ATRIBUÍDA À SECRETARIA DA CORTE A QUO -
APRESENTAÇÃO TARDIA (STF) ..................................... 122
- PRODUTO:
- industrializado - Saída isenta - Inexistência de crédito
tributário - ICM - Importação de matéria-prima - Incidên-
cia do tributo (STJ) .................................... 109
- semi-elaborado - ICMS - Exportação - Definição em norma
estadual - Ficção legal (STJ) ........................... 107
- semi-elaborado - ICMS - Incidência - Exportação de esta-
nho (STJ) ............................................... 102
- PROJETO DE INTERESSE NACIONAL - BENEFICIÁRIO - ICM - ISENÇÃO -
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (STF) ................................. 112
- PROVA - INEXISTENCIA - EXECUÇÃO FISCAL: EMBARGOS À EXECUÇÃO
(TRF/3ª R.) ................................................... 97
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 155
- PROVA PERICIAL (DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE ...) - JULGAMENTO
ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE - ICM -
DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE (STF) ...................... 104
“R”
- RECURSO:
- Interposição em comarca diversa - Juntada posterior - Sis-
tema de Protocolo Integrado - Tempestividade (TJ SP) ..... 123
- Preparo - Comprovação - Oportunidade (TA PR) ............. 123
- RECURSO ESPECIAL:
- Ausência de prequestionamento da questão jurídica - Não
conhecimento (STJ) ....................................... 123
- Fundamento não atacado - Súmula 283/STF (STJ) ............ 123
- Matéria constitucional - Não conhecimento (STJ) .......... 124
- RECURSO EXTRAORDINÁRIO (PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVI-
DADE DO ...) - AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA
PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO (STF) ......................... 82
- REGIME:
- periódico de apuração - GATT - Tratamento igualitário com
produto nacional - Mercadoria importada (STJ) ............ 120
- periódico de apuração (Pretendida inclusão do imposto
no ...) - Não cabimento - ICMS - Importação de mercadorias
do exterior - Fato gerador - Alteração - Decreto-Lei nº
406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, § 8º - Convênio nº 66/88,
art. 2º, inciso II - Lei Paulista nº 6.374/89, art. 2º,
inciso V (STJ) ........................................... 110
- de substituição tributária - Convênios 66/88 e 107/89 -
Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Embargos de
Divergência - ICMS - Venda de veículos automotores - Reco-
lhimento antecipado (STJ) ................................ 91
- REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE FINDO O PRAZO DE RECURSO
- NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC - ART. 245) - PRECLUSÃO -
NULIDADE (STJ) ................................................ 121
- RENÚNCIA DO PODER DE RECORRER NA VIA ADMINISTRATIVA E DESISTÊN-
CIA DO RECURSO INTERPOSTO - AÇÃO DECLARATÓRIA QUE ANTECEDE A
AUTUAÇÃO (STJ) ................................................ 81
- REPETIÇÃO DE INDÉBITO:
- Correção monetária - Dies a quo - Adicional de imposto de
renda (STJ) .............................................. 81
- Correção monetária - Incidência - Termo inicial (STJ) .... 124
- Nulidade da sentença - ICM - Creditamento (STJ) .......... 103
- RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - DISSOLUÇÃO IRREGU-
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 156
LAR DA SOCIEDADE (STJ) ........................................ 124
- RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - EXECUÇÃO FISCAL -
DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE (STJ) ....................... 97
- RESSARCIMENTO DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE - MANDADO DE SEGU-
RANÇA (TRF/1ª R.) ............................................. 120
“S”
- SAÍDA DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVI-
ÇOS DE TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO (ENCARGO FINANCEIRO EM OPE-
RAÇÕES A PRAZO, ...) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS -
ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) .................................... 81
- SALVADOS - AÇÃO DECLARATÓRIA - VIA ADEQUADA - ICMS - INCIDÊNCIA
(STJ) ......................................................... 111
- SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA - ICMS (TJ RJ) ... 115
- SECRETÁRIO DA FAZENDA - MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTO-
RIDADE COATORA - AMEAÇA CONCRETA OU PALPÁVEL INDEMONSTRADA -
ILEGITIMIDADE PASSIVA (STJ) ................................... 119
- SEMI-ELABORADO (PRODUTO ...) - DEFINIÇÃO EM NORMA ESTADUAL -
FICÇÃO LEGAL - ICMS - EXPORTAÇÃO (STJ) ........................ 107
- SEMI-ELABORADO (PRODUTO ...) - ICMS - INCIDÊNCIA - EXPORTAÇÃO
DE ESTANHO (STJ) .............................................. 102
- SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO DA EXI-
GIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN - SÚMULA
405 - STF) - LIMINAR (STJ) .................................... 118
- SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO (FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E
...) - REQUISITO - ICMS - CRÉDITO (TJ PR) ..................... 103
- SERVIÇOS DE TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO (ENCARGO FINANCEIRO EM
OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MI-
CROEMPRESA E ...) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn -
ICMS-MG (STF-Pleno) ........................................... 81
- SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO - TEMPESTIVIDADE - RECURSO - IN-
TERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA - JUNTADA POSTERIOR (TJ SP) ..... 122
- SÓCIO-GERENTE:
- (Excesso de poder do ...) (Exegese) - Hipótese de configu-
ração - Execução Fiscal - Alteração contratual - Eficácia
contra terceiros (TRF/4ª R.) ............................. 94
- (Redirecionamento contra o ...) - Citação em nome próprio
- Necessidade - Execução Fiscal (STJ) .................... 100
- (Responsabilidade pessoal do ...) - Dissolução irregular
da sociedade (STJ) ....................................... 124
- (Responsabilidade pessoal do ...) - Execução Fiscal - Dis-
solução irregular da sociedade (STJ) ..................... 97
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 157
- SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:
- para frente - Legalidade - ICMS - Revenda de veículos au-
tomotores (STJ) .......................................... 114
- (Regime de ...) - Convênios 66/88 e 107/89 - Legitimidade
da exigência - Votos vencidos - Embargos de Divergência -
ICMS - Venda de veículos automotores - Recolhimento ante-
cipado (STJ) ............................................. 91
- SUCESSÃO - AQUISIÇÃO DE FUNDO DE COMÉRCIO - RESPONSABILIDADE -
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................. 91
- SUCUMBÊNCIA DO ESTADO - VALOR A SER CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS
HONORÁRIOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS (STJ) ..................... 90
- SÚMULA Nº 14 STJ - CORREÇÃO MONETÁRIA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
(TRF/4ª R.) ................................................... 87
- SÚMULA 112/STJ - ALCANCE - CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE - DEPÓSITO - MONTANTE INTEGRAL - ARTIGO 151, IN-
CISO II (STJ) ................................................. 87
- SÚMULA 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - AGRAVO REGIMEN-
TAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LEGAIS NÃO PREQUES-
TIONADOS (STJ) ................................................ 84
- SÚMULA 283/STF - RECURSO ESPECIAL - FUNDAMENTO NÃO ATACADO
(STJ) ......................................................... 123
- SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO - PEÇA
ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
- AGRAVO DE INSTRUMENTO (STF) ................................. 82
- SÚMULA 288 - TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA DO ACÓRDÃO RECORRI-
DO - AGRAVO DE INSTRUMENTO (STF) .............................. 83
- SÚMULA 343/STF (VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICA-
BILIDADE DA ...) - EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA -
ART. 201, §§ 5] E 6º, CF/88 (TRF/4ª R.) ....................... 92
- (SÚMULA 405 - STF - ART. 151, IV, CTN) SUSPENSÃO DA EXIGIBILI-
DADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENE-
GATÓRIA DE SEGURANÇA (STJ) .................................... 118
- SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO
FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146,
III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS.
1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88(STJ) ..................... 116
- SUSPENSÃO:
- Ausência de bens penhoráveis - Desnecessidade de suspensão
do processo - Prescrição - Executivo fiscal - Interrupção
Despacho que determina a citação - LEF, art. 8º, § 2º -
CPC, art. 219 (STJ) ...................................... 121
- cautelar de dispositivos - ADIn - ICMS-MG - Encargo finan-
ceiro em operações a prazo, saída de leite “in natura”,
operações de microempresa e serviços de transporte e de
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 158
comunicação (STF-Pleno) .................................. 81
- da execução (Prescrição) - Prescrição intercorrente (STJ) 122
- da exigibilidade:
- do crédito fiscal - Ação cautelar preparatória - Ma-
téria fiscal - Depósito (TRF/3ª R.) ................. 81
- do crédito tributário:
- (Art. 151, IV, CTN - Súmula 405 - STF) - Liminar
- Sentença de mérito denegatória de segurança
(STJ) .......................................... 118
- Depósito integral em dinheiro - Mandado de Segu-
rança (STJ) .................................... 120
- Medida liminar - Depósito (STJ) ................ 125
- Depósito - Montante integral - Artigo 151, inciso II
- Súmula 112/STJ - Alcance - Crédito tributário (STJ) 87
- Transação entre as partes - Execução Fiscal (TJ SC) ...... 101
“T”
- TAXAS (DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃOD A CERTIDÃO PARA A EXECU-
ÇÃO DA DÍVIDA REMANESCENTE) - CTN, ART. 204 - LEI 6.030/80
(ART. 3º) - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DA
PARCELA REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO (STJ) ................... 96
- TEMPESTIVIDADE - RECURSO - INTERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA -
JUNTADA POSTERIOR - SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO (TJ SP) .... 122
- TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA - LC Nº 48/84
(STJ) ......................................................... 112
- TERMO INICIAL - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO MONETÁRIA -
INCIDÊNCIA (STJ) .............................................. 124
- TRANSAÇÃO ENTRE AS PARTES - EXECUÇÃO FISCAL - SUSPENSÃO (TJ SC) 101
- TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA DO ACÓRDÃO RECORRIDO - AGRAVO DE
INSTRUMENTO - SÚMULA 288 (STF) ................................ 83
- TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS - ÔNUS - AGRAVO DE INSTRUMENTO
(STJ) ......................................................... 83
- TRIBUTO(S):
- (Atualização de ... pela UFIR) (TRF/4ª R.) ............... 84
- (Compensação de ...) - Lei 8.383/91 - Cautelar inominada -
Liminar (STJ) ............................................ 85
“U”
- UFIR (ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA ...) (TRF/4ª R.) ........... 84
“V”
- VALOR(ES):
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 159
- a ser considerado no cálculo dos honorários - Embargos De-
claratórios - Sucumbência do Estado (STJ) ................ 90
- adicionado - Artigo 23, § 9º, inciso I, da Carta de 1969,
com a redação imprimida pela Emenda Constitucional 17/80 -
Imposto sobre Circulação de Mercadorias - Participação dos
municípios na arrecadação (STF) .......................... 117
- ínfimo - Art. 794 C.P.C. - Impossibilidade - Execução da
sentença - Extinção do processo (TRF/5ª R.) .............. 101
- pagos indevidamente (Ressarcimento de ...) - Mandado de
Segurança (TRF/1ª R.) .................................... 120
- VEÍCULOS(S):
- automotores (Revenda de ...) - Substituição tributária pa-
ra frente - Legalidade - ICMS (STJ) ...................... 114
- automotores (Venda de ...) - ICMS - Recolhimento antecipa-
do - Regime de substituição tributária - Convênios 66/88 e
107/89 - Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Em-
bargos de Divergência (STJ) .............................. 91
- de propriedade de sócio responsável pelo débito tributário
para evitar fraude à execução (Averbação à margem do pron-
tuário do ...) - Inviabilidade - Execução Fiscal (STJ) ... 95
- importado ilegalmente - Regularização - Via inadequada -
Denúncia espontânea (TRF/1ª R.) .......................... 88
- necessário ou útil ao exercício do comércio de microempre-
sário - Execução Fiscal - Penhora (STJ) .................. 100
- VENDA:
- de derivados de petróleo (Compra e ...) - Operação feita
com o consumidor final - Incidência do tributo - Mandado
de Segurança - ICMS (STJ) ................................ 119
- de pneu associada à sua mera substituição - Incidência -
ICMS (STJ) ............................................... 116
- por seguradora - Incidência - ICMS - Salvados (TJ RJ) .... 115
- VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDADE DA SÚ-
MULA 343, STF - EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART.
201, §§ 5º E 6º, CF/88 (TRF/4ª R.) ............................ 92
“Z”
- ZFM (MERCADORIAS INDUSTRIALIZADAS EM FILIAIS DE OUTROS ESTADOS
E REMETIDAS PARA A ...) - ESTORNO DO CRÉDITO - ICM - ISENÇÃO
(STJ) ......................................................... 112
- ÍNDICE GERAL .................................................. 129
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 160
REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 161
PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL
Divisão de Pesquisa e Documentação
Av. Álvares Cabral, nº 200 - 10º andar - Sala 1017
Fone: 217.6793
Belo Horizonte-MG
Cep.: 30170-000