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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL MINAS GERAIS Nº 20 ___________________________________________________________________ OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 1.995 ___________________________________________________________________

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA …€¦ · ASSISTENTE DE PESQUISA E REDAÇÃO Márcia Antônia Géa Sampaio COLABORADORES DESTE NÚMERO Celso Agrícola Barbi J

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 1

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL

DA FAZENDA ESTADUAL

MINAS GERAIS

Nº 20

___________________________________________________________________

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO

1.995

___________________________________________________________________

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 2

EDUARDO AZEREDO

Governador do Estado de Minas Gerais

JOÃO HERALDO LIMA

Secretário de Estado da Fazenda

ALBERTO GUIMARÃES ANDRADE

Procurador Geral da Fazenda Estadual

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 3

REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL

DIRETOR-PRESIDENTE

José Alfredo Borges

DIRETOR VICE-PRESIDENTE

Ronald Magalhães de Sousa

CONSELHO EDITORIAL

José Alfredo Borges (Presidente)

Alberto Guimarães Andrade

Carlos José da Rocha

Celso Cordeiro Machado

Elisa Maria Lana Leite

Ilma Corrêa

Luiz Ricardo Gomes Aranha

Márcio José de Souza

Maurício Bhering Andrade

Maurício Ferreira de Carvalho

Mizabel Abreu Machado Derzi

Ronald Magalhães de Sousa (Vice-Presidente)

Sacha Calmon Navarro Coêlho

GERENTE-GERAL

Regina Maria de Carvalho Villefort

ASSISTENTE DE PESQUISA E REDAÇÃO

Márcia Antônia Géa Sampaio

COLABORADORES DESTE NÚMERO

Celso Agrícola Barbi

J. Netto Armando

Fábio Konder Comparato

Hugo de Brito Machado

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 4

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 5

S U M Á R I O

Pág.

1. Doutrina:

1.1. Falência - Requerimento pelo Fisco - Juízo Competente

(Parecer) - Celso Agrícola Barbi ................... 9

1.2. Falência - Comerciante - Requerimento pelo Fisco Cre-

dor de Obrigação Tributária - Legitimidade - (Pare-

cer) - J. Netto Armando ............................. 15

1.3. Falência - Comerciante - Requerimento pelo Fisco Cre-

dor de Obrigação Tributária - Legitimidade - (Pare-

cer) - Fábio Konder Comparato ........................ 29

1.4. O ICMS e os Bens de Uso - Hugo de Brito Machado ...... 38

2. Decisões Judiciais ........................................ 51

3. Ementário de Jurisprudência ............................... 81

4. Índice Geral .............................................. 129

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 6

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 7

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 8

_______________________________________________________________________

DOUTRINA

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 9

FALÊNCIA - REQUERIMENTO PELO FISCO - JUÍZO COMPETENTE

CELSO AGRÍCOLA BARBI

EXPOSIÇÃO E CONSULTA

1 - A Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais requereu a falência

de um comerciante, tendo ajuizado o pedido perante um dos Juízes das

Varas da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, onde

tem domicílio o requerido. E o fez porque o § 2º do art. 67 da Resolução

46, de 29.12.1970, do Tribunal de Justiça, que contém a Organização

Judiciária do Estado, dispõe que

“Compete, privativamente, a Juiz de Vara da Fazenda

Pública e Autarquias processar e julgar causa cível em que

intervier como autora, ré, assistente ou opoente, a Fazenda

ou Autarquia, respeitada a competência de foro estabelecida

na lei processual”.

2 - O Juiz a quem foi distribuído o feito declinou da competência,

fundado em que o § 1º do mesmo artigo 67, em sua alínea “c”, atribuiu ao

Juiz da Vara de Registros Públicos, Falências e Concordatas

“processar e julgar as causas atribuídas ao juízo

universal da falência e concordata.”

Argumentou, ainda, que, apesar de não instalada a referida Vara, a

competência não é do Juízo da Fazenda Pública e sim de uma das Varas

Cíveis, até instalação daquela, nos termos do art. 404 da mesma

Resolução, que diz:

“Enquanto não for instalada a Vara de Registros

Públicos, Falências e Concordatas, as atribuições do item

“a” do § 1º, do artigo 67, serão exercidas pelo Juiz da 1ª

Vara Cível, e as dos ítens “b” e “c” pelos Juízes das Varas

Cíveis”.

3 - O Juiz da Vara Cível, a quem foi encaminhado o processo,

discordou daquele pronunciamento e suscitou conflito negativo de

jurisdição.

4 - A Procuradoria Fiscal do Estado, então, formulou consulta,

assim resumida: Qual o Juízo desta comarca competente para processar o

pedido de falência formulado pela Fazenda Pública Estadual?

__________

P A R E C E R

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 10

1 - Observou ALFREDO ROCCO que o direito comercial originou-se da

atividade jurisdicional dos cônsules dentro das corporações de

mercadores. Houve, assim, no início da formação desse ramo do Direito,

uma jurisdição comercial, própria para decidir as causas por ele regidas.

(in “Princípios de Direito Comercial” - pág. 433 - Número 126 - Trad.

portuguesa - 1931).

Ao longo dos tempos, o direito comercial desenvolveu-se ao lado de

um direito processual comercial e de uma jurisdição privativa, da mesma

natureza.

2 - No Brasil, a par do Código Comercial do ano de 1850, foi feito

o Regulamento 737, no mesmo ano, para as causas dessa natureza; e o

Regulamento 738, de 25 de novembro de 1850, veio regular os Tribunais de

Comércio, órgãos com poderes jurisdicionais nessa matéria.

Tudo isto surgiu da insuficiência das leis civis e do processo

civil para satisfazerem as exigências de segurança e celeridade,

essenciais à atividade mercantil.

3 - O Decreto 763, de 19.9.1890, mandou aplicar o Regulamento 737

às causas cíveis em geral, o que implicou em reconhecer a falta de

necessidade de uma lei processual para as questões civis, separada de

outra lei processual para as causas comerciais. Ao legislar sobre

processo, os Estados seguiram essa orientação, fazendo um único Código de

Processo Civil e Comercial, como se vê nos Códigos do Estado de São

Paulo, do Paraná, do antigo Distrito Federal, etc.. Na mesma linha está o

Código de Processo Civil de 1939, o qual, segundo consta do seu art. 1º,

regerá o processo civil e comercial.

Completando essa evolução, o novo Código (Lei n. 5.869, de

11.1.1973), em seu art. 1º, só se refere à jurisdição civil.

4 - Desaparecida, desse modo, a distinção entre processo civil e

processo comercial, findou-se também a diferença entre jurisdição civil e

jurisdição comercial. O antigo privilégio dos mercadores, de terem juízes

especiais para suas causas, sumiu do Direito Brasileiro, como já havia

sumido do Direito de outros países, v.g., da Itália, desde a Lei de 1888.

5 - As Leis de Organização Judiciária deste Estado, desde muitos

anos, não mais se referem a Varas Comerciais, e sim a Varas Cíveis, como

se vê, v.g., no Decreto-Lei 1.630, de 15.1.946, art. 7º, §§ 1º e 2º, na

Lei 3.344, de 14.1.1965, art. 10, item I, art. 11, item I.

6 - Paralelamente à denominação “Vara Cível”, coloca o legislador

estadual a expressão “causa cível”, como oposta a “causa criminal” e a

outras causas sujeitas a jurisdição especial, como as trabalhistas e

eleitorais. Assim, o citado Decreto-Lei 1.630, no art. 267, N. 8; a Lei

3.344, no art. 78, item I, alínea “b”. Nessas leis, ao fixar a

competência dos Juízes de Direito, o legislador colocou a expressão causa

cível como abrangente das fundadas no direito civil e no comercial.

Nas citadas leis, não há norma expressa sobre as causas comerciais,

nem especificamente sobre falências, porque a expressão causa cível

abrange todas, inclusive as últimas. A mesma orientação foi adotada na

atual Organização Judiciária, contida na Resolução 46/70, do Tribunal de

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 11

Justiça do Estado, como se vê na alínea “b” do item I, do art. 66, que

trata da competência do Juiz de Direito.

7 - O conceito de “causa” adotado pelo nosso legislador coincide

com o ensino da doutrina dominante no País. Para não ser longo, basta

referir a opinião de J. FREDERICO MARQUES, apoiada em TEIXEIRA DE FREITAS

e RUI BARBOSA,

“... o aludido vocábulo é aplicável a todas as questões

que se tratam perante a Justiça, seja em Juízo contencioso,

seja em Juízo gracioso ou administrativo”. (In “Instituições

de Direito Processual Civil” - volume IV - pág. 328/9 - N.

1.036 - 1ª Ed.)

8 - A falência é considerada, pacificamente, como um processo de

execução coletiva. Nesse sentido, CARVALHO DE MENDONÇA, com apoio em

KOHLER, SAVIGNY, VIDARI, BOLAFFIO, PERCEROU, THALLER e outros (in

“Tratado de Direito Comercial Brasileiro” - vol. VII - pág. 21, N. 12,

págs. 24 e 25, N. 14 - 3ª Edição), WALDEMAR FERREIRA (in “Instituições de

Direito Comercial” - vol. IV - pág. 66 - N. 1.422 - Ed. 1946), J. C.

SAMPAIO DE LACERDA (in “Manual de Direito Falimentar” - pág. 15 - N. 5 -

6ª Ed.), MIRANDA VALVERDE (in “Comentários à Lei de Falências” - vol. I -

Introd. - págs. 13 e 15 - 3ª Ed.) e LIEBMAN (in “La contestazione dei

crediti nel fallimento” - nos “Problemi del Processo Civile” - pág. 397).

9 - O caráter jurisdicional, contencioso, da falência é acentuado,

entre outros, por CARVALHO DE MENDONÇA (op. cit. - vol. VII - pág. 272 -

N. 201) e NAVARRINI (in “La Quiebra” - pág. 76 - N. 2.181-bis - Trad.

espanhola, Madrid, 1943). Essa afirmação é decorrência lógica da natureza

de execução coletiva do processo falimentar.

Parece-nos, pois, fora de dúvida que a falência, como execução

coletiva, de natureza jurisdicional e contenciosa, é causa cível, no

sentido usado em todas as leis de Organização Judiciária do Estado de

Minas Gerais, inclusive na atual.

10 - Argumenta, no entanto, o digno Juiz de uma das Varas da

Fazenda Pública, citado na consulta, que, havendo o art. 67, § 1º, alínea

“c”, da citada Resolução n. 46, de 1970, atribuído ao Juiz da Vara de

Registros Públicos, Falências e Concordatas, a competência para processar

e julgar as causas atribuídas ao juízo universal da falência e

concordata, abriu uma exceção à regra do art. 67, § 2º da mesma

Resolução, que dá competência privativa aos Juízes das Varas da Fazenda

Pública e Autarquias para processar e julgar “causa cível em que

intervier como autora, ré, assistente ou opoente, a Fazenda ou Autarquia,

respeitada a competência de foro estabelecida na lei processual”.

11 - À primeira vista, o argumento impressiona, uma vez que há,

realmente, uma competência privativa e expressa para as causas de

falência, determinada, pois, pela natureza da causa.

Mas a ele se poderia opor, singelamente, argumento de igual valia:

há no citado § 2º do art. 67 uma competência expressa, privativa, com a

diferença única de que é determinada pela qualidade da parte autora.

A solução é dificultada pela circunstância de que tanto a

competência fixada pela natureza da causa, como a fixada pela condição,

ou qualidade, da parte, são absolutas, como ensina GABRIEL DE REZENDE

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 12

FILHO (in “Curso de Direito Processual Civil” - vol. I - págs. 116 a 122

- Ns. 114 e 119 - 3ª Edição); no mesmo sentido, M. AMARAL SANTOS (in

“Direito Processual Civil” - vol. I - pág. 286 - N. 194 - 2ª tiragem).

12 - Mas o exame da evolução das leis de Organização Judiciária do

Estado de Minas Gerais fornece elemento de valia. A lei anterior (Lei

3.344, de 14.1.65), no art. 78, item I, alínea “b”, atribuiu aos Juízes

das Varas Cíveis da comarca de Belo Horizonte competência para todas as

causas cíveis, inclusive, evidentemente, as de falência.

Mas se a Fazenda interviesse, sua presença afastava a competência

do Juiz de Vara Cível, à vista do § 2º do art. 79, segundo o qual,

“Compete, privativamente, a Juiz de Vara da Fazenda

Pública e Autarquias processar e julgar causa cível em que

intervier como autor, réu, assistente ou opoente, a Fazenda

ou Autarquia”.

A preeminência do interesse da Fazenda foi colocada como

incontrastável, atuando em qualquer fase do processo, mesmo quando

atuando na posição secundária de assistente, quando nenhum direito seu

está em discussão.

Essa atração da causa ainda quando a Fazenda somente participa como

assistente, para auxiliar a defesa de direito de terceiro, é indicativa

da importância que a lei atribuiu à competência firmada pela presença

daquela pessoa de Direito Público.

13 - A Organização Judiciária vigente (Resolução 46/70), ao criar

um Juízo privativo para as falências, abriu exceção à competência dos

Juízes de Vara Cível, e não a dos Juízes das Varas da Fazenda. Tanto isto

é exato que se referiu ao tipo de causa e não à qualidade ou condição das

partes.

Ao regular a competência das Varas da Fazenda, o legislador não

excetuou as questões de falência dentre as causas cíveis que lhes cabe

julgar.

14 - O legislador tinha poderes para excluir da competência das

Varas da Fazenda os processos de falência. Mas, se o quisesse fazer,

deveria ter tornado a exceção expressa. Assim o fez a Constituição

Federal, ao fixar a competência dos Juízes Federais de 1ª instância, no

art. 125, item I, verbis:

“Aos juízes federais compete processar e julgar, em

primeira instância:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou

empresa pública federal forem interessadas na condição de

autoras, rés, assistentes ou opoentes, exceto as de falência

e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Militar;”

15 - Vários legisladores estaduais preferiram deixar fora da

competência das Varas da Fazenda o processo falimentar. Mas tiveram

também de fazê-lo expressamente, como se vê na Lei Complementar n. 3, de

27 de agosto de l969, do Estado de São Paulo, nos artigos 35, item I,

alínea “a”, e 36, item I, alínea “a”, na Resolução n. 10, de 28.12.970,

do Trib. de Justiça de Permambuco, art. 117, item I, alínea “a”, e art.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 13

118, item I, alínea “a”, na Resolução n. 1, de 20.7.970, do Tribunal de

Justiça do Rio Grande do Norte, art. 57, item VII, N. 1, alínea “a”, e na

Resolução n. 1, de 29.9.970, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro, art. 88, parágrafo único.

Outros Estados, porém, optaram pela não exclusão, como o do Pará,

na sua Lei de Organização Judiciária de 1968, e o de Santa Catarina, na

Resolução do seu Tribunal de Justiça em 1970. Assim também o fez o

Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na citada Resolução 46/70.

16 - Se se entender que permanece a dúvida, outro elemento pode ser

usado para dissipá-la, qual seja a análise do critério determinador da

competência.

A circunstância de ser o processo falimentar é razão fraca. Se

considerada como reminiscência da jurisdição comercial, será mero

anacronismo, porque a qualidade de comerciante do falido não mais dá

jurisdição privativa no direito moderno, como se mostrou no início deste

parecer. Se considerada pelo conteúdo da causa, só dificilmente poderia

essa competência ser incluída na espécie “ratione materiae”, porque o

processo de falência é, notadamente, um tipo de execução coletiva, um

conjunto de regras de procedimento, com escassíssimas regras de direito

substancial.

17 - Enquanto isto, a fixação da competência pela presença do

Estado, por sua Fazenda, reveste-se da maior importância, como se

acentuou no item 12 supra. Essa presença não apenas fixa inicialmente a

competência do Juízo, mas tem força para modificar a competência já

firmada por outro critério, bastando para isso o ingresso posterior na

causa, mesmo na posição secundária de assistente, que não é considerado

parte pela melhor doutrina, como se vê em CHIOVENDA (in “Instituições de

Direito Processual Civil” - vol. II - pág. 329, N. 217 - Tradução

Menegale - 1ª Ed.).

Observe-se, ainda, que na assistência simples o direito que se

discute não pertence ao assistente, que tem mero interesse na vitória da

parte assistida. No entanto, isto já é suficiente para deslocar a

competência.

18 - A tradição luso-brasileira em entregar as causas da Fazenda a

juízos privativos é secular e de sua existência na Lei de 22.12.1761, nos

dá notícia o VISCONDE DO URUGUAY (in “Ensaio sobre o Direito

Administrativo” - vol. I - pág. 141 - Rio, 1862). Já no Império, a Lei

242, de 29.11.1841, mandou julgar no Juízo Privativo dos Feitos da

Fazenda as causas cíveis de interesse da Fazenda, segundo informa o mesmo

autor, na mesma obra e volume, pág. 86.

Essa tradição vem sendo mantida no País, inclusive no período entre

a supressão e o restabelecimento da Justiça Federal, quando os Estados

sempre mantiveram Juízos Privativos para a Fazenda Federal.

No âmbito estadual, especialmente em Minas Gerais, desde muitos

anos a Fazenda tem seu Juízo privativo.

Essa tradição brasileira vem encontrar apoio, modernamente, no

reforço dos poderes do Estado, que é a tônica do mundo atual e do nosso

País.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 14

19 - Há alguns anos, examinando o problema da Vara Privativa da

Fazenda Federal nas capitais dos Estados, após a extinção da Justiça

Federal, e antes do seu restabelecimento, ensinava MIRANDA VALVERDE:

“Conseguintemente, continua a União ou a Fazenda Federal

a ter um juízo privativo. Isto posto, se a União ou a

Fazenda Nacional pretender requerer a falência de um seu

devedor, terá de processá-la nesse Juízo”. (op. cit. - vol.

I - págs. 102/103 - N. 67 - Coment. ao art. 7º)

20 - De todo o exposto resulta que a participação da Fazenda

Pública em qualquer causa cível, como autora, ré, assistente ou opoente,

é motivo bastante para determinar a competência do seu Juízo Privativo.

Daí o respondermos a consulta com a conclusão que a falência

requerida nesta comarca pela Fazenda deve ser processada e julgada por um

dos Juízes das Varas da Fazenda Pública e Autarquias.

Este o nosso parecer, salvo melhor juízo.

Belo Horizonte, 27 de dezembro de l973.

Celso Agrícola Barbi

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 15

FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR

DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE

J. NETTO ARMANDO

PARECER

I - SOBRE OS TRÊS PRIMEIROS ÍTENS DA CONSULTA

Desde quando, durante oito anos, estivemos como Titular da Primeira

Curadoria Fiscal de Massas Falidas desta Capital, temos entendido que a

FAZENDA PÚBLICA (União, Distrito Federal, ESTADOS e Municípios, art. 209

do Código Tributário Nacional) TEM LEGITIMAÇÃO ATIVA PARA A PETIÇÃO DE

DECRETAÇÃO DA ABERTURA DA FALÊNCIA DE SEU DEVEDOR COMERCIANTE, QUER COM

FUNDAMENTO NO ART. 1º “CAPUT”, DA LEI FALITÁRIA, QUER NOS TERMOS DO SEU

ART. 2º, SEM RENUNCIAR AO SEU PRIVILÉGIO QUE, DESSARTE, PERMANECE ÍNTEGRO

E INTOCÁVEL.

Assim, portanto, podemos e devemos, ao de logo, responder

AFIRMATIVAMENTE aos dois primeiros ítens da consulta e NEGATIVAMENTE ao

seu terceiro item.

JUSTIFICATIVA E PORMENORES

1 - COMPROVAÇÃO SILOGÍSTICA

Comprovação plena desse nosso entendimento encerra-se no seguinte

silogismo simples:

* O art. 9º, inciso III, letra “b”, da vigorante Lei Falencial

(Dec.-Lei nº 7.661, de 21-6-45 preceitua que poderá requerer a falência

do seu devedor “O CREDOR COM GARANTIA REAL SE A RENUNCIAR OU, QUERENDO

MANTÊ-LA, SE PROVAR QUE OS BENS NÃO CHEGAM PARA A SOLUÇÃO DO SEU

CRÉDITO...”.

** ORA, a FAZENDA PÚBLICA não se arrola entre os credores com

GARANTIA REAL, que são apenas os credores hipotecários, pignoratícios e

anticréticos (art. 755 do Código Civil), bem como o credor-alienante-

fiduciário (art. 66 da Lei nº 4.728, de 14-7-65, e Dec.-lei nº 911, de

lº-10-69), sendo incontendível que o citado preceito falimentar importa

em restrição de direito e, portanto, não admite interpretação extensiva

ou analógica de maneira que deve ficar confinado aos CREDORES COM

GARANTIA REAL.

*** LOGO, a FAZENDA PÚBLICA, para peticionar a falência do seu

devedor, não precisa renunciar ao seu privilégio e nem provar que os bens

do seu devedor são insuficientes para a solução do crédito tributário.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 16

Silogismo de premissas incontendíveis e, pois, de conclusão

inadversável.

2 - SEQÜÊNCIA LEGISLATIVA

O seguinte exame da seqüência legislativa pátria, em derredor a

pedido de falência por credor privilegiado, põe de manifesto a sua

permissibilidade pelo atual Diploma Falencial, apenas com a restrição

contida naquela letra “b” do inciso III do seu art. 9º:

- O Código Comercial de 1850, em seu art. 807, não continha

qualquer restrição, pois permitia o requerimento de falência a “algum ou

alguns dos credores legítimos”.

- O Dec. nº 917, de 24-10-1890, na letra “c” do seu art. 4º, foi

mais categórico e preciso, pois permitia que a quebra fosse peticionada

por “credor quirografário ou não”, isto é, por credor quirografário ou

privilegiado.

- A Lei nº 859, de 16-8-1902, na letra “c” do seu art. 5º, manteve

a mesma redação, mas, no § 1º, preceituava que “o credor hipotecário ou

privilegiado só será admitido a requerer a falência do devedor, provando

que os bens em garantia não chegam para a solução da dívida, ou

renunciando à garantia ou privilégio.”

- A Lei nº 2.024, de 17-12-1908, no § 3º do seu art. 9º,

preceituava que “o credor privilegiado, inclusive o hipotecário, somente

poderá requerer a falência do devedor, declarando renunciar ao privilégio

ou, se o quiser manter, provando que os bens, que constituem a sua

garantia, não chegam para a solução da dívida.”

- A Lei nº 5.746, de 9-12-1929, no § 3º do seu art. 9º, manteve o

preceito da Lei n. 2.024, esclarecendo, mais nitidamente, o meio de se

fazer a prova daquela insuficiência de bens.

- FINALMENTE, a vigorante Lei Falitária (Dec. nº 7.661, de 21-6-

1945), em seu art. 9º, inciso III, letra “b”, preceitua que a falência

pode também ser requerida por “CREDOR COM GARANTIA REAL SE A RENUNCIAR

OU, QUERENDO MANTÊ-LA, SE PROVAR QUE OS BENS NÃO CHEGAM PARA A SOLUÇÃO DO

SEU CRÉDITO [...]”.

Dessa seqüência legislativa dessume-se com refulgente clareza:

a) O Código Comercial de 1850 e o Dec. 917/1890 não continham

restrição ao pedido de falência por parte do credor

privilegiado, inclusive, pois, a Fazenda Pública.

b) Mas a Lei 859/1902, a Lei 2.024/1908 e a Lei 5.746/1929

exigiam, para que pudessem peticionar a falência, que o credor

privilegiado renunciasse ao seu privilégio e que o credor com

garantia real a esta renunciasse ou provasse a insuficiência dos

bens para a solução do seu crédito.

c) Entretanto, a vigorante Lei Falencial só se refere ao

CREDOR COM GARANTIA REAL, de tal modo que nenhuma restrição faz

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ao pedido de falência por parte dos demais credores

privilegiados, entre os quais está a Fazenda Pública.

3 - DOUTRINA NACIONAL ATINENTE AO DIREITO DE A FAZENDA

PÚBLICA REQUERER FALÊNCIA

a) Os comentadores das leis falitárias pretéritas (CARVALHO DE

MENDONÇA, OCTÁVIO MENDES, ALMEIDA LEITE, ALMÁQUIO DINIZ e outros) não se

referiram à tese, uma vez que os seus comentários foram feitos quando da

vigência da Lei n. 2.024/1908 ou da da Lei n. 5.746/1929, que não

permitiam ao credor privilegiado o pedido de falência sem a renúncia ao

seu privilégio.

b) Inobstante terem comentado a atual Lei de Falências, que

restringe o direito de pedir falência apenas ao credor com garantia real,

não aludem à tese em estudo os tratadistas PONTES DE MIRANDA, WALDEMAR

FERREIRA, BENTO DE FARIA, SAMPAIO LACERDA e LINCOLN PRATES.

c) Quanto aos demais comentadores do vigorante Diploma Falencial,

assinalemos o quanto se segue:

* MIRANDA VALVERDE, o mais autorizado falencista pátrio, positiva,

às claras, que a Fazenda Pública pode requerer a falência do seu devedor

(“Comentários à Lei de Falências”, 3ª ed., v. I, p. 103, nº 67, e 2ª ed.,

v. I, p. 105, nº 67), tendo de fazê-lo (acrescenta o MESTRE) em Juízo

Privativo; mas, tocantemente a esse Juízo, vejam-se as considerações

constantes do nº 7 desta parte I.

* WALTER T. ÁLVARES (“Direito Falimentar”, v. I, 1ª e 4ª edições),

embora não especifique a Fazenda Pública como requerente de falência,

deixa transparecer a possibilidade legal de ser por ela peticionada:

- Em seu nº 167 (p. 155 da 1ª e p. 162 da 4ª), o autor registra

que, “com fundamento nesses créditos (direitos reais de garantia e

privilégios, quer gerais, quer especiais), os credores podem requerer a

falência do devedor”.

- No nº 169 (p. 157 da 1ª e pp. 163/164 da 4ª), o autor citando

MURANO, “Il Fallimento per debito di imposta”, 1936, destaca que “no

Brasil não se utiliza do procedimento italiano de falência por débito de

imposto”, o que indica estar o tratadista mineiro convicto de que o

direito de a Fazenda Pública pedir falência apenas não é utilizado.

* A seu turno, SILVA PACHECO (“Tratado das Execuções/Falência e

Concordata”, a v. 5º, tomo I, 1960) também não especifica a Fazenda

Pública como peticionária de falência, mas não lhe nega esse direito;

assim é que, na p. 172, nº 99, positiva que “os credores privilegiados

podem requerer a falência”, esclarecendo antes, na p. 171, quando e como

os credores com garantia real podem pedi-la.

* Além dos escólios desses comentaristas supra, existe o magistério

do Professor FÁBIO KONDER COMPARATO que, no Curso de Graduação da

Faculdade de Direito da USP, positiva peremptoriamente que a Fazenda

Pública pode requerer a falência dos seus devedores no Juízo Comum, onde

passará a fazer valer os seus créditos privilegiados (“Direito

Falimentar”, 2º fascículo, 1971, p. 4).

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 18

Verdade é que há dois tratadistas, já no regime do vigorante

Diploma Falencial, que negam à Fazenda Pública o direito de requerer

falência, mas não menor verdade é que, data vênia, os seus argumentos não

têm a mais diminuta consistência jurídica:

** CARVALHO NETTO (“Tratado das Defesas Falimentares”, v. II, ed.

1967, p. 81, nº 130) registra:

“No que tange à Fazenda Pública, seja ela federal,

estadual ou municipal, o veto persiste. Sendo como é, EX VI

LEGIS, credora privilegiada, gozando de privilégio geral e

preferente a todos os demais, a Fazenda Pública só poderá

requerer a falência dos seus devedores comerciantes, dentro

da técnica da atual lei de quebras, se renunciasse a esse

privilégio. Ora, como isso não é possível (...), é lógico

que não pode a Fazenda Pública requerer a falência dos seus

devedores. Esse é, aliás, o ensinamento de BEDRAN (“Fals. e

Concorts. no Dir. Bras.”, I, nº (57). A nosso ver, o

entendimento de MIRANDA VALVERDE, permissivo do procedimento

falimentar por iniciativa da Fazenda Pública, nos parece

inaceitável.”

Entretanto, impetramos vênia para discordar do escólio do ilustre

monógrafo:

a) De início, é de ressaltarmos que o crédito da Fazenda Pública

não é preferente a todos os demais, uma vez que, na ordem preferencial de

pagamento, situa-se ele em terceiro lugar, conforme demonstraremos no

final desta parte I, no seu nº 9.

b) “Dentro da técnica da atual lei de quebras”, apenas o credor com

garantia real, como já o onievidenciamos, é que, para o pedido de

falência do seu devedor, terá de renunciar à garantia ou provar que os

bens não chegam para a solução do seu crédito; somente no regime caduco

das Leis 859/1902, 2.024/1908 e 5.746/1929 é que os demais credores

privilegiados tinham também de renunciar ao seu privilégio, para o pedido

de quebra.

c) Ademais o próprio autor - no anterior nº 126, págs. 67/71, no

capítulo atinente ao “credor privilegiado e o requerimento de falência” -

refere-se, por vezes, APENAS AO CREDOR COM GARANTIA REAL:

“Desde que ele tem o recebimento do seu crédito

assegurado por uma GARANTIA REAL, não se justifica que ele

venha pleitear judicialmente a ruína total do devedor como

meio de haver ESSE CRÉDITO” (p. 67, centro, n. 126).

“A lei atual não fala, como a anterior, em credor

privilegiado, nem faz referência a credor hipotecário, mas

usa a expressão CREDOR COM GARANTIA REAL. Houve alteração

para melhor. O legislador, PARTICULARIZANDO A NATUREZA DO

PRIVILÉGIO A QUE SE QUIS REFERIR - COM GARANTIA REAL -,

AFASTOU EXPRESSAMENTE A HIPÓTESE DA INCLUSÃO, NESTA

CATEGORIA, DOS PRIVILÉGIOS PESSOAIS. Assim, os credores com

privilégios pessoais podem requerer a falência do seu

devedor, INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER RESTRIÇÃO.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 19

São credores com GARANTIA REAL [...] os credores

hipotecários, pignoratícios e anticréticos” (ps. 68/69).

E finalizando aquele nº 126, o autor diz:

“Em conclusão, o direito do CREDOR COM GARANTIA REAL, de

requerer a falência do seu devedor, está condicionado ao

preenchimento de duas formalidades alternativas: ou renúncia

pura e simples do privilégio, ou prova da insuficiência dos

bens dados em GARANTIA” (p. 71).

Não se compreende, portanto, como CARVALHO NETTO - depois de tais

considerações demonstrativas de que a lei PARTICULARIZOU, com a expressão

“COM GARANTIA REAL” (art. 9º, III, “b”), os únicos credores que têm

restrição para o pedido de quebra - tenha, na pág. 81 e seguinte,

incluído a Fazenda Pública entre tais credores, quando sabido e arqui-

sabido é que essa não se arrola entre eles.

** ELIAS BEDRAN (“Falências e Concordatas no Direito Brasileiro”,

1962, vs. I e V) é o outro comentarista da atual Lei Falimentar que nega

à Fazenda Pública o direito de requerer falência:

a) No v. I, pp. 87/88, nº 57, o autor consigna que as cobranças da

Fazenda Pública operam-se pela via executiva, “não podendo, deste modo,

se utilizar da falência como veículo para suas reivindicações”.

Argumento, data vênia, de manifesta desprocedência: na verdade, o

art. 1º do Dec-lei nº 960, de 17-12-38, preceitua que a cobrança judicial

da Dívida Ativa da Fazenda Pública “será feita por ação executiva na

forma desta lei”, mas inexiste naquele Decreto-lei ou em qualquer outro

diploma legal dispositivo no teor de que tal cobrança só se faça por via

executiva: ademais, o art. 1º, caput, da Lei Falimentar exige

precisamente que “legitime ação executiva” o título de que consta

obrigação líquida, cujo não-pagamento, no vencimento, propicia o pedido

de falência.

b) No seu v. V, p. 1.504, BEDRAN fundamenta-se, para negativa, em

que o fisco, na reivindicação da sua dívida ativa, “não tem nenhuma

limitação”, de maneira que (conclui) “só se a Fazenda Pública se despisse

de todo esse resguardo é que se lhe devia facultar o exercício de

requerer a falência de um seu devedor”.

Do ilustre autor discordamos frontalmente: se, na verdade, a

Fazenda Pública, “na reivindicação da sua dívida ativa, não tem nenhuma

limitação”, evidente está que, ao revés do ensino de BEDRAN, inexiste-lhe

restrição para pedir falência.

c) Note-se, ademais, que no mesmo v. V, p. 1.248, nº 1.496, o

autor, ao estudar se os Institutos de Previdência (hoje, INPS) podem

requerer falência não lhes nega tal direito, dizendo apenas que, embora

“em princípio todo titular de crédito líquido e certo terá a faculdade de

requerer falência do devedor comerciante” - , “não vemos nenhuma vantagem

à opção por esse modo de cobrança”: se, portanto, não nega ao INPS o

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 20

direito de peticionar a quebra de seu devedor, afigurando-se-lhe apenas

não haver vantagem, por que, em se tratando da Fazenda Pública, o autor

nega-lhe o mesmo direito? Inexplicável.

4 - O PEDIDO DE FALÊNCIA, PELA FAZENDA PÚBLICA, PODE

FUNDAMENTAR-SE NO ART. 1º, “CAPUT”, OU NO ART. 2º DA LEI

FALITÁRIA

Estudemos separadamente tais preceitos em que a Fazenda Pública

Estadual, consulente, poderá fundamentar o pedido de falência de

contribuinte-devedor:

ART. 1º - CAPUT (IMPONTUALIDADE)

1º - Preceitua que “considera-se falido o comerciante que, sem

relevante razão de direito, não paga no vencimento OBRIGAÇÃO LÍQUIDA

constante de TÍTULO que legitime a AÇÃO EXECUTIVA”.

Temos como plenamente satisfeitos todos esses requisitos:

- “OBRIGAÇÃO LÍQUIDA” é a “obrigação certa quanto à sua existência,

e determinada quanto ao seu objeto” (art. 1.533 do Código Civil); é certa

quando está patente e é determinada quanto ao seu valor, isto é, com

expressão numérica fixada, de maneira que “os elementos alicerçais da

liquidez são certeza do que se deve e de quanto se deve” (CARVALHO NETTO,

ob. cit., v. III, p. 15, nº 239); dessarte, a certidão da dívida ativa

tributária representa OBRIGAÇÃO LÍQUIDA, pois tal dívida goza da

presunção de certeza e liquidez (art. 204, caput, do Código Tributário

Nacional e art. 2º, caput, do Dec.-lei nº 960/38).

- Ademais, aquela certidão constitui “TÍTULO”, é “título executivo

de que decorre a ação executiva fiscal” (SILVA PACHECO - “Tratado das

Execuções/Execução Fiscal”, v. 4º, p. 86, nº 30); e “TÍTULO”, referido no

art. 1º, “caput”, e no art. 9º, III da Lei Falencial, está no sentido

genérico, isto é, “Títulos, na inteligência da Lei Falimentar, não são

apenas os conhecidos instrumentos de crédito (notas promissórias,

duplicatas ou cheques); TÍTULO, aqui, quer significar, numa mais ampla

compreensão, todo instrumento PÚBLICO ou particular, formal ou informal

que represente uma dívida, que traduza, clara e certamente, um débito do

comerciante, sem necessidade de qualquer prova suplementar; é a roupagem

jurídica que toma a obrigação “ (CARVALHO NETTO, ob. cit., v. III, p. 13,

nº 238, estando acordes VALVERDE, ob. cit., v. I, p. 31, nº 7, WALDEMAR

FERREIRA, “Tratado de Direito Comercial”, v. 14, 1955, p. 273, n. 3.544,

etc.).

Finalmente, a certidão da dívida ativa tributária propicia “AÇÃO

EXECUTIVA” (art. 1º, caput, do Dec.-lei 960, de 17-12-38).

Conseqüentemente, a Fazenda Pública Estadual para peticionar

falência nos termos do art. 1º, caput, da Lei Falimentar (conjugado com o

seu art. 11), satisfaz todos os requisitos legais: a sua dívida ativa

regularmente inscrita representa “OBRIGAÇÃO LÍQUIDA”, a certidão dessa

dívida constitui “TÍTULO” e esse título legitima a “AÇÃO EXECUTIVA”.

2º - Para provar a impontualidade do seu devedor (art. 1º, caput,

da Lei de Falências) - impontualidade essa que se caracteriza pelo

protesto, cuja certidão deve instruir o pedido vestibular (art. 11, é, a

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 21

certidão da sua dívida ativa, na conformidade do art. 10 do Diploma

Falencial, “nos cartórios de protesto de letras e títulos, onde haverá um

livro especial para o seu registro”.

Algumas considerações se nos impõem a propósito desse PROTESTO

ESPECIAL-FALIMENTAR:

a) é protesto, instituído pela lei “no peculiar intuito da

falência” (LACERDA, “Falência no Direito Brasileiro”, 1931, p. 156, nº

209) e, à semelhança do protesto comum-cambial, esse protesto especial

“abre, para o devedor, as portas da falência, exatamente para documentar

a sua impontualidade”, de maneira que, como ocorre com o comum, tem ele

“dois caracteres específicos: o verificativo da impontualidade e o

cominatório de falência (LACERDA, ob. cit., p. 154, nº 205);

b) esse protesto especial-falimentar, à semelhança do protesto

comum-cambial, só será necessário quando a quebra for peticionada com

base no art. 1º (impontualidade), de tal modo que, quando estribar-se o

pedido no art. 2º, em qualquer dos seus incisos, não se faz mister aquele

protesto, visto como, em se tratando de atos de falência relacionados

naquele art. 2º, “o fato causador da falência não será a impontualidade

do devedor” (CARVALHO NETTO, ob. cit., v. III, p. 180, nº 316);

c) aquele protesto especial-falencial, do art. 10 e seus

parágrafos, será necessariamente feito, sob pena de nulidade, perante o

Cartório de Protestos do domicílio comercial do devedor, ou seja, do foro

competente para o decreto da sua falência (principal estabelecimento,

art. 7º), conforme destacam PONTES DE MIRANDA (“Tratado de Direito

Privado”, v. 28, ed. de 1960, p. 67, nº 10 do § 3.293), VALVERDE (ob.

cit., vv. I, p. 128, nº 92), LACERDA (ob. cit., p. 158, nº 214), CARVALHO

NETTO (ob. cit., v. III, ps. 213/214, nº 332), LINCOLN PRATES

(“Falências”, 1ª ed., p. 89) e outros;

d) é de VALVERDE (ob. cit., v. I, p. 131, nº 95) a positivação de

que somente o legítimo portador do título ou documento, pessoalmente OU

POR BASTANTE PROCURADOR, pode levá-lo a protesto para o fim de requerer a

falência do devedor, ao contrário do que se verifica no protesto comum,

em que o simples detentor do título tem qualidade para tirá-lo;

e) esse protesto especial - instituído apenas para títulos “cujas

leis de regência não impõem ou não prevêem o protesto” (WALTER T.

ÁLVARES, ob. cit., v. I, 206, nº 218) - deve obedecer, com inafastável

rigor, às exigências do § 1º do citado art. 10, assim redigido: “o

protesto pode ser interposto em qualquer tempo depois do vencimento da

obrigação, e o respectivo instrumento, que será tirado dentro de três

dias úteis, DEVE CONTER: a data, a transcrição, por extrato, do título

com as principais declarações nele inseridas, pela ordem respectiva; a

certidão da intimação do devedor para pagar, a resposta dada ou a

declaração da falta de resposta; a certidão de não haver sido encontrado,

ou de ser desconhecido ou estar ausente o devedor, casos em que a

intimação será feita por edital, afixado à porta do cartório e, quando

possível, publicado pela imprensa; assinatura do oficial do protesto e,

se possível, a do portador”.

3º - Outro ponto relevante pertine ao § 2º do ora focalizado art.

1º da Lei Falencial de 1945, conjugado com o inciso III do parágrafo

único do posterior art. 23: aquele é no teor de que, “ainda que líquidos,

não legitimam o pedido de falência os créditos que não se possam na mesma

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 22

reclamar”; e o último é no teor de que “não se podem reclamar na falência

as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrava”.

Ademais, entre as Súmulas aprovadas pelo Excelso Pretório, na

sessão de 13-12-63, estão as 191 e 192, no teor, a primeira, de que se

inclui no crédito habilitado em falência a multa fiscal “simplesmente

moratória”, e no sentido, a segunda, de que não se inclui naquele crédito

a multa fiscal “com efeito de pena administrativa”.

Entretanto, face ao advento do Código Tributário Nacional de 1966,

não mais existem as restrições contidas naquele inciso III e naquela

Súmula 192 a ele anteriores:

a) o art. 184 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25-

10-1966) preceitua que, “sem prejuízo dos privilégios especiais sobre

determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do

CRÉDITO TRIBUTÁRIO a TOTALIDADE dos bens e das rendas, de qualquer origem

ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua MASSA FALIDA [...]”.

Ora, o CRÉDITO TRIBUTÁRIO constitui-se pelo lançamento onde se

incluem o tributo devido e a penalidade cabível (art. 142 do mesmo CTN),

além de decorrer da obrigação tributária principal (art. 139 anterior),

que tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária (§ 1º

do seu art. 113).

Logo, no CRÉDITO TRIBUTÁRIO, por cujo pagamento responde a

TOTALIDADE dos bens da MASSA FALIDA, incluem-se o tributo e a multa sem

qualquer restrição;

b) assinale-se, ainda, que o referido art. 184 do CTN difere

substancialmente do parágrafo único do art. 1º do Dec. nº 22.866, de 28-

6-1933, no teor, este, de que pelo pagamento dos IMPOSTOS e TAXAS devidos

à Fazenda Pública respondem todos os bens do devedor, seu espólio ou

massa falida: enquanto o referido Preceito de 1933 se referia apenas aos

“IMPOSTOS e TAXAS”, o art. 184 alude ao CRÉDITO TRIBUTÁRIO, no qual, como

já o demonstramos (letra “a” supra), se incluem o tributo

(impostos+taxas+contribuições de melhoria, art. 5º do CTN) e a penalidade

pecuniária;

c) acresce que o crédito tributário, regularmente constituído,

somente se extingue (art. 141 do CTN) nos casos previstos no mesmo Código

(art. 156), e entre as modalidades dessa extinção não se arrola a

exoneração do falido quanto às penas por infração das leis fiscais.

Estamos, portanto, a ver, e claramente visto, que o inciso III do

parágrafo único do art. 23 do Diploma Falitário de 1945, de onde decorreu

a Súmula 192 de 1963, foi derrogado pelo art. 184 do Código Tributário de

1966, consoante, aliás, já decidiu o nosso Egrégio Tribunal de Alçada

Civil, em acórdão de sua Colenda Terceira Câmara, de 16-6-71, relatado

por CÉSAR DE MORAES (Ag. de Pet. nº 157.096, de Presidente Bernardes,

Livro nº 1.179, fol. 54, do Registro de Acórdãos), bem como em acórdão da

mesma Câmara, de 1º-9-71, relatado por FRANCISCO NEGRISOLLO (Recurso ex-

ofício nº 162.201, de Piraçununga, Livro 1.198, fl. 331, do mesmo

Registro). E foi com base nesses acórdãos e em outros, inclusive do

Egrégio Tribunal Federal de Recursos (“Diário da Justiça”, União, de 30-

6-70, p. 2.728) que o Excelentíssimo Doutor Procurador-Chefe da

Procuradoria Fiscal do Estado de São Paulo expediu a seguinte PORTARIA N.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 23

5-72 GPF, de 24-3-72 (“Diário do Executivo”, SP, de 29-4-72, p. 18,

centro da 1ª coluna):

“Considerando que, de modo iterativo, os tribunais

pátrios têm decidido que o art. 184 do Código Tributário

Nacional derrogou o art. 23, parágrafo único, nº 3, da Lei

de Falências, determina que, doravante e em caso de

falência, sejam inscritas, também, para cobrança, as multas,

quer de caráter punitivo, quer de caráter moratório,

ficando, assim, revogada a Circular nº 99/57.”

ART. 2º DA LEI FALENCIAL (ATOS DE FALÊNCIA)

Em seus sete incisos, esse art. 2º discrimina atos que TAMBÉM

caracterizam a falência do comerciante, esclarecendo, no seu parágrafo

único, que “consideram-se praticados pelas sociedades os atos dessa

natureza provenientes de seus diretores, gerentes ou liquidantes.”

O art. 2º supra, discriminando os “atos de falência” (acts of

bankruptcy), dispõe que “caracteriza-se, também a falência, se o

comerciante:

I - executado, não paga, não deposita a importância, ou

não nomeia bens à penhora, dentro do prazo legal;

II - procede a liquidação precipitada, ou lança mão de

meios ruinosos ou fraudulentos para realizar pagamentos;

III - convoca credores e lhes propõe dilação, remissão

de créditos ou cessão de bens;

IV - realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar,

com o fito de retardar pgamentos ou fraudar credores,

negócio simulado, ou alienação de parte ou da totalidade do

seu ativo a terceiro, credor ou não;

V - transfere a terceiro o seu estabelecimento sem o

consentimento de todos os credores, salvo se ficar com bens

suficientes para solver o seu passivo;

VI - dá garantia real a algum credor sem ficar com bens

livres e desembaraços equivalentes às suas dívidas, ou tenta

essa prática, revelada a intenção por atos inequívocos;

VII - ausenta-se sem deixar representante para

administrar o negócio, habilitado com recursos suficientes

para pagar os credores; abandona o estabelecimento; oculta-

se, ou tenta ocultar-se, deixando furtivamente o seu

domicílio.”

Observações:

a) o art. 12, caput, da Lei Falimentar exige, para a falência ser

decretada com base no art. 2º anterior, que o requerente ESPECIFIQUE, na

petição inicial, os fatos que a caracterizam, juntando as provas que

tiver e indicando as que pretenda aduzir;

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 24

b) Durante o processo, o Juiz, de ofício ou a requerimento do

credor, poderá ordenar o SEQÜESTRO dos livros, correspondência e bens do

devedor, e proibir qualquer alienação destes, publicando-se o despacho,

em edital, no órgão oficial; ademais, os bens e livros ficarão sob a

guarda de depositário nomeado pelo Juiz, podendo a nomeação recair no

próprio credor requerente (§ 4º do cit. art. 12);

c) Quando a falência for peticionada com fundamento em provas que

demonstrem a prática de delito falimentar, o Juiz, na própria sentença

decretória da quebra, poderá ordenar a PRISÃO PREVENTIVA do falido ou dos

representantes da sociedade falida (art. 14, parágrafo único, inciso VI,

in fine, L.F.).

5 - INTERESSE DE AGIR

Incontrariável é o interesse que tem a Fazenda Pública Estadual em

peticionar falência de contribuintes desonestos, conforme muito bem

exposto está nas suas considerações constantes do preâmbulo da consulta:

“Apesar das garantias que o atual Código Tributário

Nacional encerra no tocante à defesa do crédito fiscal,

notadamente a partir do seu Título III, ou seja, dos artigos

139 a 193, ainda assim existem certos contribuintes cuja

atividade é lesiva ao Erário Público e que não hesitam em

utilizar-se dos meios mais escusos possíveis na prática da

sonegação de impostos.

Tais contribuintes, segundo constatou a Secretaria da

Fazenda, no decorrer desses cinco anos de vigência do

aludido estatuto tributário, têm sido autuados inúmeras

vezes pelos agentes fiscais, porém, sem resultado, posto que

jamais pagam o imposto de que são devedores.

Os processos administrativos gerados pelas autuações se

sucedem, os débitos daí provenientes são ajuizados e, não

obstante possuir a Fazenda do Estado um procedimento

judicial, qual seja o executivo fiscal previsto no Decreto-

lei nº 960/38, não logra êxito em sua cobrança e isto porque

não consegue efetuar a penhora em bens dos citados

contribuintes por insuficiência dos mesmos.

Verifica-se, pois, do exposto, que a Fazenda do Estado é

constantemente fraudada na cobrança de sua dívida. E o que

ocorre? Continuam os referidos contribuintes a exercer

normalmente as suas atividades mercantis, prosseguindo, de

forma vergonhosa, com a sonegação, sem que a Fazenda possa

alijá-los do seu cadastro ou impedir que pratiquem o

comércio. É tangível, outrossim, o aspecto social negativo

que esse procedimento enseja, eis que o não-pagamento de

tributos alivia o mau comerciante ou industrial de uma carga

no custo de suas operações, o que, conseqüentemente,

acarretará o exercício de uma concorrência desleal para com

as firmas fiéis cumpridoras de suas obrigações tributárias.

Conclui-se do exposto que apenas a completa cessação das

atividades de tais pessoas seria o meio eficaz de combate ao

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 25

seu inqualificável comportamento tributário para com o

Estado.

Tal objetivo se conseguiria com a decretação da falência

das mesmas, pois esta medida, indubitavelmente, poria um

paradeiro em suas atividades e, conseqüentemente, cobro à

sonegação.”

Vê-se, portanto, e com refulgente clareza, que o Estado tem

interesse econômico e social em requerer a falência de tais

contribuintes.

6 - ART. 60 DO DEC.-LEI Nº 960/38 E ART. 187 DO CÓDIGO

TRIBUTÁRIO NACIONAL

Ambos são no teor de que “a cobrança judicial do crédito tributário

não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência,

concordata, inventário ou arrolamento” (redação do art. 187 que registra

o contido no art. 60).

Entretanto, “trata-se de um privilégio, não de uma imposição”

(KONDER COMPARATO, loc. cit.), motivo por que a Fazenda Pública não fica

inibida de declarar o seu crédito em falência, apenas se sujeitando se o

declarar, às regras da falência (PONTES DE MIRANDA, ob. cit., v. 29, pgs.

236 e segs., SILVA PACHECO, “Trat. das Execs. / Execução Fiscal”, v. 4º,

p. 411, nº 291, etc.): dessarte, tais preceitos não constituem obstáculo

a que a Fazenda Pública requeira falência. Óbvio.

7 - JUÍZO FALIMENTAR

À semelhança do que ocorre em relação à Fazenda Pública Federal

(art. 10, I, da Lei nº 5.010, de 30-5-66) e Municipal (art. 36, I, “a”,

do Código Judiciário do Estado de São Paulo), refoge à competência do

Juízo das Varas da Fazenda do Estado o pedido de falência por parte da

Fazenda Estadual, pedido esse que, dessarte, fica sujeito à distribuição

normal imposta pelo art. 202 da Lei Falitária. Induvidoso.

O nosso vigente Código Judiciário (Dec.-lei Complementar nº 3, de

27-8-69), em seu art. 35, I, “a”, exclui da competência daquelas Varas

privativas as falências em que o Estado for interessado “na condição de

AUTOR, réu, assistente ou opoente”, e, nas Comarcas do Interior paulista,

onde houver Vara da Fazenda Pública (v. Tabela “H” da Organização

Judiciária do Estado de São Paulo, Dec.-lei nº 158, de 28-10-69), a mesma

exclusão existe (art. 48 do C. J.).

8 - PODERES ESPECIAIS

Para o pedido de falência por parte da Fazenda Pública Estadual

faz-se mister ato autorizativo especial da Colenda Procuradoria-Geral do

Estado, não sendo necessária autorização expressa, isto é, indicativa da

falência a ser peticionada.

A jurisprudência e a doutrina - mesmo depois da vigência do

Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, de 1963 (cujo art. 70, § 5º,

não os exige) - destacam a necessidade de poderes especiais para o pedido

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 26

de falência, em decorrência da repercussão jurídica de extrema delicadeza

(art. 20 e seu parágrafo único da Lei Falitária, que prevêem perdas e

danos contra quem pedir falência por dolo ou por culpa ou por abuso).

9 - DECLARAÇÃO CREDITÍCIA DA FAZENDA ESTADUAL REQUERENTE E A

CLASSIFICAÇÃO DO SEU CRÉDITO

1º - Se a falência for decretada a pedido da Fazenda Pública

Estadual, é necessário que essa declare o seu crédito dentro do prazo

marcado pelo Juiz na sentença decretória da quebra, declaração essa a

fazer-se na conformidade do art. 82 da Lei Falencial, mesmo tenha sido

nomeada para a função de síndico (art. 85 seguinte e parágrafo único do

art. 62 anterior). É verdade que o art. 187 do CTN e o art. 60 do Dec.-

lei 960 dispensam-na de habilitação em falência, mas também é certo que

essa dispensa só se verifica quando a quebra tiver sido decretada a

pedido de outrem.

No crédito tributário incluir-se-ão, além do tributo e da multa, o

acréscimo legal (“R.T.”, 426/168-169; 418/238-239; 393/293, etc.), os

juros de mora (art. 161 do CTN), desde a inscrição da dívida até a

declaração da falência (art. 26 LF), e a correção monetária (art. 1º e

seu § 1º do Dec.-lei 858, de 11-9-69).

2º - Na classificação dos créditos e ordem preferencial de

pagamento, a Fazenda Pública Estadual tem os seguintes lugares:

a) o seu crédito exigível ANTES da decretação da falência coloca-se

em terceiro lugar, ficando em primeiro as restituições quando convertidas

em pecúnia e ficando em segundo lugar os créditos decorrentes da

legislação do trabalho (art. 186 do CTN), isto é, o salário em todas as

suas formas, o 13º salário, o salário-família, o aviso-prévio em

dinheiro, as férias convertidas em pecúnia (art. 144 da CLT) e 1/3 das

indenizações (Dec.-lei nº 192, de 24-2-67);

b) os seus créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no

decurso do processo de falência, classificam-se como “encargos da massa

falida” (art. 188, caput, do CTN) e, como tais, ocuparão o quinto lugar,

ficando acima deles os três aludidos no tópico “a” supra e, no quarto

lugar, os créditos oriundos de indenizações por acidentes do trabalho (§

1º do art. 102 da LF);

A propósito dessa classificação destacam-se os estudos do ilustre

Curador NETTUZZI PEREZ, desta Capital, estampados no “Diário Comércio &

Indústria”, S.P., de 23, 24 e 25 de novembro de 1971, 16 e 17 de dezembro

de 1970, 21-5-70 e de 3-10-69.

II - SOBRE O QUARTO ITEM DA CONSULTA

No quarto e derradeiro item da consulta indaga-se se, decretada a

falência a seu pedido, poderá a Fazenda do Estado exercer a FUNÇÃO DE

SÍNDICO, através de funcionário que lhe aprouver indicar.

Não hesitamos em dar-lhe RESPOSTA AFIRMATIVA.

Peticionando a falência de contribuinte-devedor, a Fazenda do

Estado pode ser nomeada para o cargo de síndico, desde que se trate de

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 27

quebra decretada nesta Capital e desde que se arrole entre os maiores

credores.

Induvidoso:

a) Preceitua o art. 60, caput, da Lei de Falências que “o síndico

será escolhido entre os MAIORES CREDORES do falido, residentes ou

DOMICILIADOS NO FORO DA FALÊNCIA, de reconhecida IDONEIDADE MORAL E

FINANCEIRA”.

Se, portanto, a Fazenda do Estado incluir-se entre “os maiores

credores” em falência que, a seu pedido, for decretada nesta Capital (seu

domicílio legal - art. 35, caput, do Código Civil), poderá ser nomeada

para a administração falimentar, uma vez que evidente é a sua idoneidade.

b) A seu turno, o § 5º daquele art. 60 reza que, “se o síndico

nomeado dor PESSOA JURÍDICA, declarar-se-á, no termo de que trata o art.

62, o nome de seu representante, que não poderá ser substituído sem

licença do Juiz”.

Ora, PESSOA JURÍDICA pode ser de direito público INTERNO, isto é, a

União, os ESTADOS, o Distrito Federal e os Municípios (art. 14 do Código

civil), e de direito privado, entre as quais as sociedades (art. 16

seguinte).

Logo, como a Lei Falitária se refere a “PESSOA JURÍDICA” em geral,

sem distinguir se é de “direito público” ou de “direito privado”, claro

está que a Fazenda Pública Estadual arrola-se entre os credores que,

satisfazendo aquelas exigências legais, podem ser nomeadas para a

sindicância.

c) Ademais, o cargo de síndico pode ser exercido por credor

privilegiado, uma vez que a lei não distingue a natureza ou classificação

do crédito, para a escolha do administrador da falência: civil ou

comercial, privilegiado ou quirografário, o credor pode ser nomeado

síndico (VALVERDE, ob. cit., II, p. 106, nº 440; BEDRAN, ob. cit., III,

p. 739, nº 843, etc.), desde que, é evidente, reúna as condições impostas

pelo cit. art. 60, caput, e não se inclua entre os impossibilitados para

servir de síndico (§ 3º do mesmo art. 60).

Inconfuntável é, pois, que a Fazenda Estadual pode ser nomeada para

o cargo de síndico em falência que, a seu pedido, for decretada no foro

desta Capital, desde que se arrole entre os maiores credores; e, para

satisfação do contido no § 5º daquele art. 60, indicará o nome do seu

representante, por cujo intermédio exercerá as respectivas funções.

III - CONCLUSÃO

Em face do quanto ficou exposto, em termos dilargados, nas partes I

e II retro, assim respondemos:

Ao 1º item da consulta - SIM.

Ao seu 2º item - SIM.

Ao seu 3º item - NÃO.

Ao seu 4º item - SIM.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 28

Sic mihi videtur, sub censura.

São Paulo, 22 de maio de 1972.

J. Netto Armando

FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR

DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 29

FÁBIO KONDER COMPARATO

Professor da Faculdade de Direito da UFMG

PARECER

Sumário: 1 - A consulta e as razões da sua relativa

novidade em nosso Direito. 2 - Importância prática da

questão suscitada. 3 - Incolumidade a concurso e privilégio

creditório. Distinção. 4 - A habilitação do crédito

fazendário na falência e a legitimidade para pedir a quebra.

5 - O interesse de agir é do próprio requerente. A ação de

falência é também uma via judicial de cobrança de créditos.

6 - O privilégio do crédito fazendário não obsta legalmente

ao requerimento de falência. 7 - Os quesitos e as respostas.

1 - Em consulta cujos quesitos são mais abaixo transcritos (item

7), a Coordenação da Administração Tributária, da Secretaria da Fazenda

do Estado de São Paulo, indaga fundamentalmente se a Fazenda é parte

legítima para requerer a falência dos contribuintes, seus devedores.

Efetivamente, a questão da legitimidade da Fazenda Pública para

requerer a falência de comerciantes apresenta certo cunho de novidade em

nosso Direito. Se alguns autores a ela se referem de passagem, para

admitir essa legitimidade (cf. MIRANDA VALVERDE, Comentários à Lei de

Falências, 2ª ed., vol. 1, nº 67; JOSÉ DA SILVA PACHECO, Processo de

Falência e Concordata, vol. 1, nº 153-IX), o certo é que o problema ainda

não foi analisado em profundidade pela doutrina, nem suscitado em nossos

pretórios.

Duas razões principais, a meu ver, explicam essa relativa novidade

da questão proposta, no Direito Brasileiro.

Em primeiro lugar, é de lembrar que até o advento da atual Lei de

Falências (Decreto-lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945), vigorava entre

nós o princípio de que a falência só podia ser declarada em razão de

obrigação mercantil. A regra constou do Decreto nº 917, de 1890, que

inaugurou o princípio da impontualidade como pressuposto objetivo da

quebra; e foi depois repetida tanto na Lei nº 859, de 1902, quanto na Lei

nº 2.024, de 1908, e no Decreto nº 5.746, de 1929. Nestes dois últimos

diplomas, no entanto, permitiu-se que a obrigação civil servisse de base

ao requerimento de falência, desde que reconhecida por sentença final,

transitada em julgado, o que corresponde à hipótese atualmente prevista

no art. 2º, I, do Decreto-lei nº 7.661, de 1945. Era este, então, como

assinalava CARVALHO DE MENDONÇA, o único caso em que o credor por

obrigação não-mercantil podia pedir, com título próprio, a quebra do

executado (Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 5ª ed., vol. VII, p.

118).

No regime do Código Comercial, de 1850, o problema na verdade não

se punha, pois o critério da insolvência era a tradicional “cessação de

pagamentos” do comerciante. Por isso mesmo, o art. 807 daquele Código

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 30

limitava-se a declarar que “a quebra pode também ser declarada a

requerimento de algum, ou alguns, dos credores legítimos do falido,

depois da cessação de pagamentos deste”.

Por outro lado, - e aí está a segunda razão - quando a atual Lei de

Falências entrou em vigor, já havia sido baixado, em 1938, o Decreto-lei

nº 960, que em seu art. 60 fixou a regra da incolumidade do crédito

fazendário a qualquer processo concursal: “A Fazenda, na cobrança da sua

dívida ativa, não está sujeita a concurso de credores, nem a habilitação

de crédito em falência, concordata, ou inventário”. Embora sem aprofundar

o sentido e o alcance dessa norma, entendeu-se desde logo que ela tornava

a cogitação sobre o objeto da consulta meramente teórica, desde que os

interesses fazendários já se encontrariam suficientemente resguardados

com a faculdade de perseguir judicialmente o devedor insolvente fora de

qualquer concurso, tanto mais que a preferência da dívida ativa pública

fora estabelecida em caráter absoluto (mesmo dispositivo legal). Tais

regras vieram depois a ser reafirmadas, em matéria de crédito tributário,

pela Lei nº 5.172, de 25-10-66 (Código Tributário Nacional), arts. 186 e

segs.

2 - A realidade dos fatos veio, porém, demonstrar que essa

incolumidade da Fazenda Pública ao processo concursual, mesmo ligada a

uma preferência creditória de primeiro grau, longe de constituir a

garantia absoluta que se imaginara, acabava por vezes representando

inesperado e singular enfraquecimento do crédito fazendário, desde que

interpretada como obstáculo jurídico à abertura da falência do

comerciante insolvente, com base nesse crédito.

Verificou-se, assim, que o sucesso prático do executivo fiscal via-

se freqüentemente comprometido pela inexistência ou insuficiência de bens

penhoráveis no patrimônio do devedor, seja pelo pagamento de outras

obrigações já vencidas, seja pelo efeito de anteriores execuções por

parte de outros credores, já encerradas quando da constituição do crédito

tributário (Lei nº 5.172, arts. 142 e segs.), constrangendo assim o Fisco

a defender os seus interesses através de medidas processuais sempre menos

enérgicas e eficientes que a revocatória falimentar. Com efeito, embora

se presuma fraudulenta “a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu

começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por

crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de

execução” (Lei nº 5.172, art. 185), ainda é preciso que a condição fixada

na última parte desse dispositivo se verifique, condição essa que, a

rigor, não representa qualquer inovação em relação ao direito comum

(Código de Processo Civil, art. 895). Ademais, o ato de pagamento, ainda

que sob a forma de dação, não pode ser havido no direito comum como

alienação de bens ou rendas.

Por outro lado, “a teimosia dos fatos” vem patenteando,

quotidianamente, que a perspectiva do imediato desapossamento e da

indisponibilidade global do seu patrimônio, combinada com a ameaça de um

inquérito judicial sobre a sua atividade pregressa, como preliminar de

ação penal por crime falimentar, representa formidável constrição à

vontade do devedor inadimplente, malgrado o fato de se dizer e repetir -

a meu ver irrefletidamente, como adiante se verá - que “a falência não é

meio de cobrança”.

Daí a razão prática da indagação: pode a Fazenda requerer a

falência?

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 31

3 - Vejamos, antes do mais, a questão da incolumidade do crédito

fazendário aos processos concursais.

Neste particular, importa distinguir cuidadosamente a incolumidade

a concurso do privilégio creditório. A norma do art. 60 do Decreto-lei nº

960, de 1938, reafirmada em matéria de crédito tributário pelo art. 187

da Lei nº 5.172, de 1966, é de direito processual e não de direito

substancial. Ela diz respeito ao modo de exercício de uma pretensão em

juízo, e não à qualidade do direito de crédito cuja existência se alega

na ação.

Sem dúvida, o privilégio, enquanto prelação, só se manifesta

relativamente a outros créditos. Não tem valor em si, como direito

absoluto. Mas o concurso material de privilégios ou preferências não se

confunde com o concurso formal de ações (judiciais) ou pretensões

(extrajudiciais). Na verdade, aquele é um só, enquanto este se realiza em

nosso Direito de diferentes maneiras: concurso civil de credores do

devedor insolvente (Código de Processo Civil, arts. 947 e 1.017 e segs.);

rateio dos bens do espólio insolvente, nos processos de inventário e de

arrolamento (mesmo diploma, art. 496); falência, concordata; liquidação

administrativa forçada de instituições financeiras, de sociedades

seguradoras e de cooperativas.

Há, assim, créditos admitidos a concorrer com outros em certos

tipos de concurso, mas não em todos. As obrigações a título gratuito e as

prestações alimentícias não podem ser reclamadas na falência do

comerciante individual (Decreto-lei nº 7.661, de 1945, art. 23, parágrafo

único, I), mas entram normalmente na concordata desse mesmo devedor

(desde que não privilegiadas), e podem ser habilitadas no concurso civil

de credores do devedor insolvente, ou no rateio dos bens do espólio

insolvente.

Advirta-se, ainda, para melhor fixar a distinção, que, se os

efeitos processuais do concurso decorrem automaticamente da sentença que

o declarou (notadamente a suspensão de ações e execuções individuais), a

efetiva participação dos credores no concurso depende sempre da

iniciativa destes. O princípio é válido até mesmo em relação ao credor

que tenha provocado o concurso, o que sublinha a sua importância. Assim,

o requerente da falência não fica, pelo fato desse requerimento,

desobrigado de habilitar o seu crédito, pela forma disciplinada no Título

VI do Decreto-lei nº 7.661, de 1945. Daí a distinção estabelecida por

certos autores italianos entre “credores concursais” e “credores

concorrentes” (cf. RENZO PROVINCIALI, Manuale di Diritto Fallimentare,

vol. I, 4ª ed., Milão, nº 271; PIERO PAJARDI, Manuale di Diritto

Fallimentare, Milão, 1969, ps. 27 e 28). A distinção é aceita por PONTES

DE MIRANDA (Tratado de Direito Privado, 3ª ed., vol. XXVIII, § 3.331,7).

Os primeiros são todos aqueles sujeitos aos efeitos da sentença que

declarou aberto o concurso; os segundos, apenas os que nele se

habilitaram.

4 - Temos, pois, que o crédito fazendário não é “concursual”, no

sistema falimentar brasileiro. Não poderá ser “concorrente”? Por outras

palavras, pode a Fazenda habilitar o seu crédito na falência do devedor,

não obstante a incolumidade concursual de que goza?

Normalmente, a Fazenda não necessita de ingressar no processo

falimentar para fazer valer o seu privilégio. Alguns autores sugerem, no

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 32

caso, a penhora no rosto dos autos da falência (cf. PONTES DE MIRANDA,

op. cit., tomo XXVIII, § 3.330, 1; JOSÉ DA SILVA PACHECO, op. cit., vol.

II, ps. 420 e 421). Mas o alvitre me parece errôneo: o penhoramento do

art. 936 do Código de Processo Civil tem por objeto ação movida pelo

devedor, e, malgrado a chamada “autofalência” do art. 8º do Decreto-lei

nº 7.661, ninguém ainda ousou avançar a tese original de que a execução

coletiva falimentar (não a ação de falência, que a precede) tenha um

autor e que este seja o próprio falido. O que a Fazenda pode fazer, e

geralmente faz, é simplesmente pedir ao Juiz da falência a reserva de que

trata o art. 130 daquele diploma, até que venha a obter, no seu juízo

privativo, uma sentença condenatória com trânsito em julgado.

De qualquer forma, o argumento de conveniência não resolve o

problema jurídico. Se a Fazenda Pública julgar preferível promover a

habilitação do seu crédito na falência, norma alguma existe, a meu ver,

que a impeça de fazê-lo (sic, PONTES DE MIRANDA, op. cit., tomo XXIX, §

3.411, 4; JOSÉ DA SILVA PACHECO, op. cit., vol. I, p. 232). No que

concerne aos créditos tributários exigíveis no decurso do processo

falimentar, o Código Tributário Nacional é expresso no sentido de

considerá-los encargos da massa, prevendo apenas a remessa das partes no

processo competente, se contestado o crédito (art. 188). Quanto aos

créditos fazendários exigíveis antes de declarada a quebra, não estão

eles incluídos na enumeração taxativa do art. 23, parágrafo único do

Decreto-lei nº 7.661, ressalvadas as controvertidas “penas pecuniárias

por infração das leis penais e administrativas”. E a lei que abre exceção

a regras gerais, ou restringe direitos, como dizia a antiga Lei de

Introdução ao Código Civil, só abrange os casos que especifica.

Por outro lado, criando o privilégio da incolumidade concursual

para a dívida ativa do Estado, o legislador brasileiro não pretendeu

obviamente coartar as possibilidades de sua cobrança judicial, mas antes

ampliá-las. Não existe regra nem princípio jurídico que impeça o Estado

de abrir mão de seus privilégios (no sentido de priva lex) diante do

particular, se tal decisão, colima justamente um melhor exercício dos

seus poderes. No caso, aliás, haveria o abandono de um privilégio

processual para melhor fazer valer um privilégio creditório.

Ora, se o crédito fazendário pode ser reclamado no processo

falimentar, e se a lei só considera ilegítimos para fundamentar um pedido

de falência, os créditos que se não possam neste reclamar (Decreto-lei nº

7.661, art. 1º, § 2º), resulta claro que a Fazenda Pública é parte

legítima para pedir em juízo a falência de seus devedores.

5 - Mas aqui se põe o problema do interesse de agir. Ao preterir a

sua via executiva própria, para ajuizar um pedido de quebra, não estará a

Fazenda se servindo abusivamente da falência como meio de cobrança de

seus créditos? A objeção virá fatalmente, tão forte é o prestígio dos

lugares-comuns. Importa, pois, discuti-la, em função das características

fundamentais do processo falimentar.

O primeiro princípio cardeal do processo de falência é, na verdade,

comum a todas as execuções concursuais: a par conditio creditorum. O

Código Civil o enuncia, em seu art. 1.556, ao declarar que “não havendo

título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens

do devedor comum”. O princípio diz respeito às relações dos credores

entre si e pressupõe a insolvabilidade do devedor comum, entendida como

deficit patrimonial. Se os bens do devedor não bastam para a satisfação

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 33

integral dos créditos, importa reparti-los proporcionalmente entre os

credores, atendidas as suas preferências (Código Civil, art. 1.554).

Ora, este princípio comum a todos os processos concursuais se

apresenta na falência singularmente reforçado, quando se atenta para o

fato de que vigora até mesmo em relação a credores já satisfeitos

regularmente de seus créditos, de acordo com o direito comum, antes da

sentença de quebra, no chamado termo legal da falência ou período

suspeito (Decreto-lei nº 7.661, arts. 52 e segs.). E no que tange aos

atos propriamente fraudulentos praticados pelo devedor, avantajando

alguns credores em detrimento de outros, a decretação da quebra dá ensejo

a várias imputações penais (cf., notadamente, art. 188, II e III, e art.

189, I).

Quanto às pretensões dos credores em relação ao devedor comum, a

falência se distingue nitidamente dos demais processos de execução

coletiva do nosso Direito, pelo extremo rigor da tutela jurídica. É este

o seu segundo princípio cardeal (cf. FRANCESCO FERRARA, II Fallimento, 2ª

ed., Milão, 1966, ps. 45 e 46; PIERO PAJARDI, op. cit., ps. 21 e 22) e

que constitui, aliás, o caráter marcante da falência desde os seus

primórdios históricos, causando espécie que a doutrina contemporânea não

o assinale como devera.

Com efeito, no que diz respeito à execução patrimonial, a sentença

de quebra - diversamente dos demais provimentos de abertura de processo

concursual - implica o imediato penhoramento, em bloco, de todos os bens

do devedor (arrecadação) e a perda automática do direito deste de

administrá-los e deles dispor (Decreto-lei nº 7.661, art. 40).

Ademais, a tutela dos direitos creditórios na falência não se

exaure na execução patrimonial, mas comporta também medidas construtivas

da liberdade pessoal do devedor e repressoras de sua atividade. Toda a

série dos deveres de colaboração do falido com o desenvolvimento do

processo (art. 34) é sancionada pela sua prisão por ordem do Juiz, de

ofício ou a requerimento do representante do Ministério Público, do

síndico ou de qualquer credor (art. 35). Um inquérito judicial permite a

apuração da prática de atos considerados criminosos pela lei, dos quais a

falência constituiu a condição objetiva de punibilidade (arts. 103 e

segs.).

Ora, o credor que pede a falência do seu devedor está pedindo

objetivamente a abertura de um processo onde se apliquem todas essas

medidas de tutela jurídica do seu crédito, tanto no confronto com os

demais credores, quanto relativamente ao próprio devedor, medidas essas

que o direito comum desconhece. O requerimento de falência não é mera

provocação de provimento judicial, mas autêntica ação em juízo. Discute-

se apenas sobre qual a natureza jurídica dessa ação, ou qual, o seu

caráter preponderante, se executivo ou constitutivo. Mas não há dúvida de

que o autor não é um substituto processual, nem age como representante de

um vago “interesse de categoria”, como se chegou a afirmar (RENZO

PROVINCIALI, op. cit., vol. 1, nº 98). Ele age no seu próprio interesse,

muito embora se, como “resultado de fato”, nem sempre necessário, acabe

realizando também a tutela dos interesses dos outros credores (cf. S.

SATTA, Istituzioni di Diritto Fallimentare, 4ª ed., Roma, 1953, ps. 48 e

49); PIERO PAJARDI, op. cit., p. 107). É sabido, aliás, que para muitos

credores a abertura do concurso é desinteressante, do ponto-de-vista

prático.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 34

Sucede que, no Direito Brasileiro, a falência é antes de tudo

requerida, não com base em genérica “cessação de pagamentos” - tal como

ocorre nas legislações que ainda seguem a tradição do Código de Comércio

de Napoleão - mas com fundamento na chamada impontualidade: a falta de

pagamento, no vencimento, de obrigação líquida, constante de título que

legitime ação executiva (Decreto-lei nº 7.661, art. 1º). Verificado,

portanto, esse fato, abre-se ao credor dupla via judicial: executar

singularmente o devedor, ou pedir a abertura de execução coletiva. Entre

ação executiva e ação de falência, há sem dúvida diversidade de pedidos,

mas a razão de pedir é a mesma.

O credor que requer a falência está pedindo ipso facto o

reconhecimento da insolvência do devedor, da qual a impontualidade

constitui mero sinal exterior, como de resto os demais fatos arrolados no

art. 2º da Lei. Ora, no procedimento da ação de falência por

impontualidade, dado que o sinal exterior da insolvência consiste num

inadimplemento, o legislador abre ao réu a possibilidade de elidir a

presunção de insolvência decorrente do protesto, pelo depósito, no prazo

de defesa, “da quantia correspondente ao crédito reclamado” (art. 11, §

2º), o que não suprime a instância, mas converte o pedido inicial em ação

propriamente executiva. A expressão “crédito reclamado” é significativa:

o interesse do credor é unicamente a satisfação do seu crédito, seja qual

for a via judicial que acabar prevalecendo, falencial ou executiva. O

legislador brasileiro, muito mais realista nessa matéria do que o

estrangeiro, reconhece claramente que a ação de falência é exercida no

interesse próprio do autor.

Por conseguinte, a ação de falência com base na impontualidade é

também uma forma judicial de cobrança de dívidas, cobrança que tomará a

forma de execução singular, se o réu fizer o depósito elisivo, ou

redundará em execução coletiva, se a insolvência do devedor vier a ser a

final reconhecida.

Quanto à ação de falência fundada em causas diversas da

impontualidade do devedor (Decreto-lei nº 7.661, art. 2º), ela visa, com

a abertura do concurso, a uma proteção excepcional do crédito do autor,

quer perante os demais credores, quer perante o devedor comum, tendo em

vista o pressuposto da insolvabilidade.

6 - Vemos, portanto, que a incolumidade concursual do crédito

fazendário não constitui óbice a que a Fazenda Pública requeira a

falência. Mas a outra qualidade essencial desse crédito - o seu caráter

privilegiado - não implica falta de interesse para pedir a quebra do

devedor?

Advirta-se, desde logo, que continuamos tratando aqui do interesse

processual e não do “legítimo interesse econômico ou moral” (Cód. Civil,

art. 76; Cód. Proc. Civil, art. 2º), que se confunde com o próprio

direito material invocado em juízo. O interesse processual, como condição

do direito de ação, diz respeito à aparente necessidade em que se

encontra o autor de pedir aquele determinado provimento judicial, a fim

de fazer valer o direito substantivo de que se afirma titular.

No caso em exame não se pode deixar de reconhecer que a existência

ou não do interesse de agir decorre unicamente do sistema da lei, e não

da natureza das coisas. Tanto isso é verdade, que o Direito Francês, por

exemplo, sempre admitiu que o credor preferencial, mesmo hipotecário,

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 35

requeresse a falência (cf. RIPERT e ROBLOT, Traité Elémentaire de Droit

Commercial, t. 2, 6ª ed., 1970, nº 2.867, p. 353).

Ora, no vigente Direito Brasileiro, o Decreto-lei nº 7.661 somente

exclui o direito de pedir a quebra ao credor com garantia real, a menos

que este a renuncie ou, querendo mantê-la, prove que os bens objeto dessa

garantia não chegam para a solução do seu crédito (art. 9º, III, letra

“b”). E, no sistema da lei, privilégio e garantia real não se confundem.

Na classificação dos créditos constantes do art. 102, a lei separa em

classes distintas os “créditos com direitos reais de garantia” (inciso

I), dos “créditos com privilégio especial sobre determinados bens”

(inciso II) e dos “créditos com privilégio geral” (inciso III). Por outro

lado, a lei exceciona a regra geral de suspensão das ações e execuções

individuais contra o devedor falido em favor dos “credores por títulos

não sujeitos a rateio” (art. 24, § 2º, I), que são aqueles garantidos por

direito real, deixando de fazê-lo em relação aos credores privilegiados.

Ademais, o parágrafo único do art. 26 ressalva expressamente a fluência

de juros, durante o processo de falência, em benefício “das debêntures e

dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o

produto dos bens que constituem a garantia”. Finalmente, permitiu ainda o

legislador que na segunda fase da falência apenas os credores

hipotecários e pignoratícios conservassem um poder de iniciativa

supletório para excussão do objeto da garantia (arts. 119 e 120).

A confusão entre privilégio creditório e direito real de garantia

existia, porém, no nosso antigo direito comercial, persistindo, em

matéria falimentar, até a vigente Lei de Falências. Em seu art. 470, o

Código Comercial declara que “no caso de venda voluntária, a propriedade

da embarcação passa para o comprador com todos os seus encargos; salvo os

direitos dos credores privilegiados que nela tiverem hipoteca tácita”. A

Lei de Falências nº 2.024, de 1908, dispunha que “o credor privilegiado,

inclusive o hipotecário, somente poderá requerer a falência do devedor

declarando renunciar ao privilégio, ou, se o quiser manter, provando que

os bens, que constituem a sua garantia, não chegam para a solução do

crédito”. É bem verdade que J. X. CARVALHO DE MENDONÇA, autor do

anteprojeto dessa lei, esclarecia, em comentários, que o legislador só

tivera em mira, no assim dispor, a situação dos credores com garantia

real (cf. Tratado de Direito Comercial Brasileiro, cit., vol. VII, nº

237). Mas, de qualquer modo, a confusão terminológica voltava a ser

consagrada em lei, sendo mantida pelo ulterior diploma falimentar de 1929

(Decreto nº 5.746, art. 9º, § 3º), mesmo depois do advento do Código

Civil.

Tal confusão, na verdade, resultava da persistente influência do

Direito Francês, no qual o privilégio, como sureté réelle, é direito real

de garantia (cf. RIPERT e BOULANGER, Traité de Droit Civil, t. III, 1958,

nº 125 e segs.), tal como o privilégio especial do Direito Italiano (cf.

Código Civil de 1942, art. 2.747, segunda alínea).

No campo civil, porém, sempre nos mantivemos filiados à tradição do

Direito Romano, no qual o privilégio era simples prioridade ou prelação

de um direito pessoal (cf. LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA, Direito das

Cousas, 2ª ed., Porto, p. 650).

No estado atual do Direito Positivo Brasileiro, qualquer confusão é

inadmissível. O Código Civil compreendeu o penhor, a anticrese e a

hipoteca sob a expressão “direitos reais de garantia”, subespécie de

“direitos reais sobre coisas alheias”, no gênero “direitos reais” (Livros

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 36

II, título III). Tratou, ao contrário, dos privilégios no título IX do

seu Livro III, “Do direito das obrigações”, consagrado ao concurso de

credores. Como espécie do gênero direito real, a garantia real apresenta

a dupla característica da imediatez, ou poder direto sobre o bem que lhe

constitui o objeto, e da sequela. O privilégio, ao revés, não é

propriamente um direito, mas uma qualidade que adjetiva o direito pessoal

de crédito, e consistente na preferência de pagamento em confronto com

outros créditos. A existência do privilégio não altera a natureza pessoal

do crédito, e por conseguinte só se manifesta relativamente a outros

créditos. Não comporta uma incidência direta e absoluta sobre os bens do

devedor, mesmo em se tratando de privilégio especial, o que significa que

não dá sequela.

A preferência estabelecida no art. 60, parágrafo único, do Decreto-

lei nº 960, de 1938, e no art. 186 do Código Tributário Nacional

constitui um privilégio e não uma garantia real. Não está, portanto,

abrangida pela norma do art. 9º, III, letra “b” da atual Lei de Falências

que, excluindo direitos, não se compadece com uma interpretação

extensiva.

7 - Com essa exposição de razões, passo a responder aos quesitos da

consulta, tal como formulados pela consulente.

“a) A certidão de dívida ativa é documento hábil a

ensejar à Fazenda do Estado o requerimento de falência de

contribuinte com apoio no art. 1º da Lei de Falências?”

Sim. Trata-se de título que legitima a ação executiva fiscal,

referindo-se a obrigação líquida (Decreto-lei nº 960, art. 2º). Preenche,

portanto, todos os requisitos exigidos pelo art. 1º da Lei de Falências.

Ressalvada a questão da multa fiscal de caráter penal (Decreto-lei nº

7.661, art. 23, parágrafo único, III), o crédito tributário assim

demonstrado pode ensejar a quebra do contribuinte, comercialte individual

ou sociedade mercantil.

A alegada impontualidade do devedor não precisa se referir ao

crédito tributário, que pode aliás não estar vencido (Decreto-lei nº

7.661, art. 9º, III), bastando que a Fazenda exiba a certidão de protesto

do título de outro credor (o chamado “protesto de empréstimo”). Se a

impontualidade se refere ao crédito tributário, é mister levar a protesto

preliminarmente a certidão da dívida ativa, pelo modo previsto no art. 10

da Lei de Falências.

A ação de falência movida pela Fazenda Estadual deve ser ajuizada

no foro comum (Código Judiciário do Estado, art. 35, I, letra “a” e de

acordo com a regra de competência territorial do art. 7º do Decreto-lei

nº 7.661, de 1945).

“b) A Fazenda do Estado, verificando-se quaisquer das

hipóteses previstas no art. 2º do Decreto-lei nº 7.661, de

1945, possui legitimação processual para requerer a falência

de comerciante?”

Sim. Basta exibir o título do seu crédito, ainda que não vencido

(Decreto-lei nº 7.661, art. 9º III).

“c) Nesta hipótese, perderá o seu crédito o privilégio

contido no art. 186 do Código Tributário Nacional?”

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De modo algum. O privilégio do crédito fiscal não se confunde com

um direito real de garantia.

“d) Decretada a falência, poderá a Fazenda do Estado,

através de funcionário designado por esta, exercer o cargo

de síndico?”

Sim, desde que a Fazenda Estadual preencha as condições especiais

previstas no art. 60 do Decreto-lei nº 7.661, de 1945.

É esta a minha opinião.

São Paulo, 24 de maio de 1972.

FÁBIO KONDER COMPARATO

O ICMS E OS BENS DE USO

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 38

HUGO DE BRITO MACHADO

Professor Titular de Direito Tributário da UFC

SUMÁRIO: 1. Origem do ICMS. 2. O âmbito constitucional

do ICMS. 3. O conceito de mercadoria. 4. A importação de

bens de uso. 5. A Emenda 23 e a CF/88. 6. Saída de bens do

ativo fixo. 7. Transferências. 8. O diferencial de alíquota

na aquisição interestadual. 9. Consumo e insumo. 10. Não

cumulatividade: os créditos. 10.1. Impropriedade da palavra

crédito. 10.2. Inconveniências da não cumulatividade. 10.3.

Direito ao crédito. 10.3.1. Na importação. 10.3.2. Nas

entradas interestaduais. 10.3.3. Tributação na saída. 11.

Algumas conclusões.

1. Origem do ICMS.

O imposto sobre “operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal

e de comunicação”, da competência dos Estados, tem sua origem no antigo

imposto sobre vendas mercantis, instituído por sugestão dos

contribuintes.1

Os comerciantes, reunidos no Primeiro Congresso das Associações

Comerciais do Brasil, realizado no Rio de Janeiro em outubro de 1922,

interessados na criação de um título de crédito especificamente vinculado

às vendas de mercadorias, para despertar o interesse do governo na

aprovação de lei criando a duplicata mercantil, sugeriram a instituição

do imposto sobre vendas mercantis.

Esse imposto inicialmente era federal, mas a Constituição de 1934 o

atribuiu aos Estados, com o nome de imposto sobre vendas e consignações2,

1 Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar,Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p. 1. 2 Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar, Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p. 3:

O Poder Legislativo foi sensível aos reclamos do comércio: o artigo 3º, § 8º, da Lei nº 2.919, de 31 de

dezembro de 1914, autorizou o Executivo a tornar efetiva, através de regulamento, a cobrança do imposto do

selo proporcional a que estavam sujeitas as faturas ou contas assinadas, “podendo estabelecer que sejam as

mesmas equiparadas às letras de câmbio e notas promissórias”. O regulamento foi baixado pelo Decreto nº

11.527, de 17 de março de 1915, que jamais entrou em vigor: circulares ministeriais adiaram-lhe o início de

vigência, até que a Lei nº 3.070, de 31 de dezembro de 1915, revogou o art. 3º, § 8º, da Lei nº 2.919, de 1914,

em vista de dúvidas acerca da constitucionalidade de alguns de seus dispositivos.

Este insucesso não esmoreceu o comércio em seus esforços pela criação de um título de crédito. O

primeiro Congresso das Associações Comerciais do Brasil, instalado no Rio de Janeiro em 18 de outubro de

1922, debateu o assunto e aprovou um projeto de lei que foi apresentado ao Governo, que o aceitou. Em

virtude disto, a Lei nº 4.625, de 31 de dezembro de 1922, em seu art. 2º, inciso X, autorizou o Presidente da

República “a cobrar o imposto do selo proporcional sobre vendas mercantis, a prazo ou à vista, efetuadas

dentro do país, podendo aplicar, no todo ou em parte, as disposições adotadas sobre a matéria no 1º Congresso

das Associações Comerciais do Brasil, realizado nesta Capital em 1922, ou outras que julgar convenientes, de

modo a tornar obrigatória a assinatura pelos compradores.”

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 39

que foi cobrado até o início dos anos sessenta mediante a venda de selos

aplicados no livro de registro de vendas, para as vendas à vista, e nos

títulos de crédito correspondentes (as duplicatas), nas vendas a prazo.

Depois passou a ser pago “por verba”, aplicando-se apenas um carimbo no

lugar dos selos, até que, com a Emenda Constitucional nº 18, foi

transformado no ICM.

Trata-se, portanto, de um tributo cuja origem deixa evidente a sua

natureza mercantil.

2. O âmbito constitucional do ICMS.

O âmbito constitucional do ICM compreendia apenas as operações

relativas à circulação de mercadorias. A Constituição de 1988 acrescentou

a estas as “prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação”, e incorporou regra já formulada pela

Emenda Constitucional nº 23, como adinte será explicado. Com isto, porém,

não lhe retirou o caráter mercantil, que segue tendo.

Importância decisiva, na delimitação do âmbito constitucional do

ICMS, tem o conceito de mercadoria, posto que são as operações relativas

à circulação de mercadorias que o compõem.

3. O conceito de mercadoria.

Como se trata de conceito utilizado pela Constituição para atribuir

e delimitar competência tributária, o conceito de mercadoria não pode ser

alterado pela lei.3

Induvidosamente, mercadoria é um conceito há muito elaborado pelo

Direito Comercial. Por isto são desprovidas de validade as disposições

das leis tributárias que pretendem alterá-lo, deixando de nele colocar o

elemento “destinação”.

Carvalho de Mendonça, com sua indiscutível autoridade, mostra que a

destinação é elemento essencial no conceito de mercadoria. “Todas as

mercadorias”, ensina aquele mestre, “são necessariamente coisas; nem

todas as coisas, porém, são mercadorias. Não há, como se vê, diferença de

substância entre coisa e mercadoria: a diferença é de destinação”.4

“São mercadorias”, doutrina Waldemar Ferreira, “as coisas móveis

que se compram e se vendem, por atacado ou a varejo nas lojas, armazéns,

Com base neste texto legal, sucederam-se diversos regulamentos, o último dos quais foi aprovado

pelo Decreto nº 22.061, de 9 de novembro de 1932. Estava instituído o imposto de vendas mercantis, raridade,

como diz WALDEMAR FERREIRA, por tratar-se de tributo criado por solicitação dos contribuintes.

3 O art. 110 do CTN, estabelece:

A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de

direito privado utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos

Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências

tributárias.

4 Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 7ª edição, Freitas Bastos, Rio de Janeiro,

1963, vol. V, 1ª parte, p. 28.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 40

mercados ou feiras, sejam produtos da natureza, sejam da indústria, na

sua variedade imensa.”5

Além de ser um bem móvel, corpóreo, novo ou usado, a mercadoria

somente se caracteriza como tal pela destinação ao comércio. Não se trata

de destinação genérica, desligada do sujeito da atividade, mas

específica. Destinação no âmbito da empresa relativamente à qual se

perquire sobre a ocorrência do fato imponível. Em regra, aquela que

promove a saída do bem. O que é mercadoria para uma empresa não o será

necessariamente para outra. Sua destinação dentro do patrimônio de cada

empresa é que faz a diferença, permitindo a configuração do conceito.

“Não são mercadorias”, ensina com propriedade Aliomar Baleeiro

referindo-se aos vasilhames que, em geral, retornam ao estabelecimento de

origem, “mas bens do ativo imobilizado, como imóveis, armações, cofres,

veículos etc., empregados pela empresa nos serviços da produção ou do

comércio, permanentemente, e não para venda à clientela.”6

Fran Martins também encontra na destinação um elemento integrante

do conceito de mercadoria. Na lição do ilustre comercialista, “chamam-se

mercadorias as coisas móveis que os comerciantes adquirem com a

finalidade específica de revender.”7

Na contabilidade tem-se clara a diferença entre a mercadoria e os

bens de uso, e de consumo. A mercadoria, conceito no qual estão incluídas

as matérias-primas e demais insumos, consta de contas classificadas no

ativo circulante. Os bens de uso constam de contas classificadas no ativo

fixo, e os bens de consumo constam de contas classificadas no sistema de

resultados.8

4. A importação de bens de uso.

A importação de bens de uso, mesmo quando feita por contribuinte do

ICM, não era sujeita ao imposto, exatamente por não serem estes

mercadorias. Neste sentido fixou-se a jurisprudência.

No Supremo Tribunal Federal prevaleceu o entendimento segundo o

qual o imposto de circulação de mercadorias não incidia sobre a

importação de bens de uso, vale dizer, bens destinados ao ativo da

empresa.

Realmente, como o bem adquirido para o ativo fixo, ou imobilizado,

não é mercadoria para a empresa adquirente, o fato estava fora do âmbito

de incidência do ICM.

Pela mesma razão, quando um bem é importado por quem não é

contribuinte do imposto, não exerce atividade mercantil, não ocorre a

incidência.

O Superior Tribunal de Justiça, todavia, tem entendido que incide o

ICMS na importação de bens por particular, para uso próprio. Certamente

5 Waldemar Ferreira, Tratado de Direito Comercial, 6º vol., Saraiva, São Paulo, 1961, p. 230. 6 Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro, 2ª edição, Forense, Rio de Janeiro, 1970, p. 203. 7 Fran Martins, Curso de Direito Comercial, Forense, Rio de Janeiro, 1970, p. 129. 8 Salvo, é claro, quanto aos bens de consumo, a escrituração em contas do ativo circulante, representativas do estoque

dos materiais de consumo, com posterior transferência para contas de resultado, na medida em que o consumo vai

ocorrendo.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 41

assim decidiu à consideração de ser o interessado possuidor de elevada

capacidade contributiva, posto que se tratava de importação de aeronave,

um bem que por certo só é importado por pessoa significativamente rica.

Tal entendimento, data vênia, não corresponde ao que autoriza a norma

constitucional definidora do âmbito do imposto, mesmo depois da Emenda

23/83. Pode ser um entendimento justo, mas não nos parece que seja

jurídico. A não ser no sentido de que, ao se tornar definitivo, encarta-

se no sistema jurídico, como exemplo da doutrina de Kelsen, segundo a

qual, pela via “da interpretação de uma norma pelo órgão jurídico que a

tem de aplicar, não somente se realiza uma das possibilidades reveladas

pela interpretação cognoscitiva da mesma norma, como também se pode

produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma

a aplicar representa.”9

Aliás, como ensina o Mestre de Viena, “É facto bem conhecido que,

pela via de uma interpretação autêntica desse tipo, é muitas vezes criado

Direito novo - especialmente pelos tribunais de última instância.”10

5. A Emenda 23 e a CF/88.

Em face da orientação jurisprudencial da Corte Maior, que entendeu

não incidir o então ICM na importação de bens de uso, a Emenda

Constitucional nº 23, de 1983, com o objetivo de aumentar a receita

tributária dos Estados, acrescentou ao art. 23 da Constituição Federal o

§ 11, determinando que o imposto “incidirá, também, sobre a entrada, em

estabelecimento comercial, industrial ou produtor, de mercadoria

importada do exterior por seu titular, inclusive quando se tratar de bens

destinados a consumo ou ativo fixo do estabelecimento.” Ficaram, assim,

superadas a doutrina e a jurisprudência em contrário.

É relevante observar que a referida Emenda Constitucional não

modificou o conceito de mercadoria. Pelo contrário, reconheceu que não

são mercadorias os bens destinados ao consumo ou ao ativo fixo, definindo

a entrada destes, quando importados do exterior, como hipótese de

incidência do imposto.

A citada Emenda Constitucional referiu-se à entrada em

estabelecimento comercial, industrial ou produtor, deixando fora de

qualquer dúvida que importações feitas por quem não fosse comerciante,

industrial ou produtor, não ensejavam a incidência do imposto. Não

obstante na redação do art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”, tais

qualificativos tenham sido omitidos, parece-nos que somente as

importações feitas por comerciante, industrial ou produtor sujeitam-se ao

ICMS. Não aquelas feitas por particulares, sem destinação comercial.

Mesmo que se destinem os bens ao uso profissional, e ainda que venham

estes a integrar o patrimônio de pessoas jurídicas, se estas não são

comerciantes, industriais ou produtores, mas simples prestadores de

serviços, o imposto não é devido. Tanto por não se encaixarem os bens no

9 Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 3ª edição, tradução de João Baptista Machado, Arménio Amado, Coimbra,

1974, p. 471. 10 Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito, 3ª edição, tradução de João Baptista Machado, Arménio Amado, Coimbra,

1974, p. 471.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 42

conceito de mercadoria, como porque não estão albergados pela exceção

admitida pelo art. 155, § 2º, inciso IX.

Com efeito, a norma do art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”,

refere-se, ao delinear a ampliação excepcional do âmbito de incidência do

ICMS, à importação de “bem destinado a consumo ou ativo fixo do

estabelecimento.” Não abrange, portanto, o importador que não tem

estabelecimento. Em outras palavras, abrange apenas a importação

realizada por empresa.

Ressalte-se, todavia, que o entendimento prevalente no Superior

Tribunal de Justiça, como acima ficou registrado, é no sentido da

incidência do imposto em importações de bens realizadas por particulares,

sem destinação ao comércio.

O Superior Tribunal de Justiça, aliás, tem entendido que o momento

da cobrança do ICMS há de ser o da entrada no estabelecimento do

importador. Curiosamente, porém, contorna esse entendimento e admite a

cobrança do imposto logo no desembaraço aduaneiro, sempre que o

importador não tenha estabelecimento.

6. Saída de bens do ativo fixo.

Pela mesma razão, não obstante dispositivos de leis estaduais em

sentido diverso, o ICMS não incide na venda de bens do ativo fixo. As

leis estaduais, neste ponto, ultrapassam o âmbito do imposto,

constitucionalmente delimitado. O imposto incide sobre operações

relativas à circulação de mercadorias, sobre a entrada de bens destinados

a consumo ou a ativo fixo do estabelecimento, e sobre prestações de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação.

O único ato relativo a circulação de bens diversos de mercadoria que se

comporta no âmbito do ICMS é a entrada de bens para o consumo ou para o

ativo fixo do estabelecimento. Estabelecimento industrial, comercial, ou

produtor, certamente. Exceções não podem ser interpretadas

ampliativamente, e a incidência do ICMS sobre a importação de bens

diversos das mercadorias é claramente uma exceção à regra.

O Imposto, nos termos do art. 155, inciso I, alínea “b”, da vigente

Constituição Federal, incide sobre atividade mercantil por natureza. A

circulação, para ensejar o imposto, há de ser de mercadoria, que é coisa

destinada ao comércio, o bem de venda, que na contabilidade da empresa

classifica-se no ativo circulante.

A norma, contida no art. 155, § 2º, inciso IX, alínea “a”,

autorizativa da instituição do imposto sobre a entrada de bem destinado a

consumo ou ativo fixo do estabelecimento constitui uma exceção. Não

significa de modo nenhum a mudança da natureza do imposto, que continua

incidindo sobre atividade mercantil, até porque a incidência

excepcionalmente autorizada limita-se à entrada de bens importados no

estabelecimento empresarial.

A este propósito já escrevemos:

Os bens destinados ao consumo, ou ao ativo fixo do

estabelecimento, não são mercadorias. Por isto mesmo a incidência

do imposto, em se tratando desses bens, somente ocorre na entrada

do estabelecimento importador, daqueles que tenham sido importados

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 43

do exterior. A regra albergada pelo art. 155, § 2º, item IX, alínea

“a”, segundo a qual o imposto incidirá ainda quando se tratar de

bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, consagra

uma abrangência excepcional. O imposto é sobre operações relativas

à circulação de mercadorias. Excepcionalmente, por determinação

expressa e específica da citada regra da Lei Maior, abrange as

entradas de bens destinados ao consumo, ou ativo fixo do

estabelecimento importador.

O imposto não alcança, portanto, qualquer outra operação

relativa a bens destinados ao consumo, ou ao ativo fixo. Assim, a

venda de bens do ativo fixo não gera o dever de pagar ICMS. Pela

mesma razão, não está sujeita ao imposto a transferência de um bem

de consumo, ou do ativo fixo, de um para outro estabelecimento da

mesma empresa. As normas que dizem ser fato gerador do ICMS a saída

de bens do ativo fixo, ou a entrada destes, ferem a Constituição

Federal e por isto mesmo são desprovidas de validade jurídica.

Sem validade, igualmente, a norma que diz ser fato gerador do

imposto o consumo ou integração no ativo fixo de mercadoria

produzida pelo próprio estabelecimento ou adquirida para

comercialização ou industrialização (Convênio 66/88, art. 2º, §

1º). É certo que a lei estadual pode, validamente, impor o estorno

do crédito de ICMS relativo a aquisição de mercadorias, quando

estas sejam destinadas a consumo, ou ao ativo fixo, mas isto é

outra questão. Aliás, a imposição desse estorno corresponde ao

reconhecimento de que tais bens na verdade não são mercadorias.11

Em recente julgado o Supremo Tribunal Federal chancelou esse

entendimento, afirmando que não se qualifica como operação de circulação

de mercadoria a alienação esporádica e motivada pelas circunstâncias de

um bem integrado ao ativo fixo da empresa.12

7. Transferências.

Embora utilizando terminologia inadequada13, a jurisprudência vem

fixando o entendimento no sentido de que “o simples deslocamento de

mercadorias de sede de instituição bancária para filiais, não implica em

operações de circulação de mercadorias para efeito de incidência de ICMS,

tanto por não haver troca de titularidade do bem, ocorrendo apenas o mero

deslocamento físico da coisa. Cabe o mandado de segurança, como remédio

hábil para sustar a cobrança ilegal de tributo fiscal, tutelando direito

líquido e certo.”14

Aliás, no Superior Tribunal de Justiça a jurisprudência já avançou

no sentido de estabelecer que o ICMS não incide na simples circulação

física, na simples transferência entre estabelecimentos, ainda quando se

trate de mercadorias. Já decidiram ambas as Turmas que compõem a

Segunda Seção do STJ, no sentido da não incidência do ICMS no caso de

11 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 262. 12 STF - Ag. nº 177.698-7 (Ag.Rg.), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO, Informativo STF nº 28, 2/5/96, p. 4. 13 Diz-se que a terminologia é inadequada porque na verdade os bens de uso, na linguagem do Direito Tributário, não

podem ser designados pela palavra mercadoria, que se presta para designar apenas os bens destinados à revenda. 14 Acórdão do TJ da Bahia, citado em despacho do Ministo HÉLIO MOSIMANN, negando provimento a agravo

contra o despacho do Presidente do TJ da Bahia. DJU de 01/06/94, p. 13.756.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 44

simples transferência de mercadorias do estabelecimento matriz para a

filial da mesma empresa.15

Em se tratando de bens do ativo fixo é induvidoso que o ICM não

incide sobre transferências de um para outro estabelecimento da mesma

empresa. Em se tratando, porém, de mercadorias, parece correto tributar

tais transferências, até como forma de viabilizar a transferência do

crédito correspondente.

Ressalte-se, todavia, que em se tratando de estabelecimentos

situados no mesmo Estado, não ocorrendo o pagamento do ICMS numa

transferência o imposto que deixou de ser pago, pelo estabelecimento

remetente, é pago pelo estabelecimento destinatário, de sorte que não há

qualquer prejuízo para o fisco credor.

Já tivemos oportunidade de anotar:

“Interessante aplicação do preceito pelo qual o pagamento,

feito por um dos coobrigados, aproveita aos demais, pode dar-se no

caso em que um estabelecimento comercial transfira mercadorias para

outro, no mesmo município, sem lançar, e por isto sem pagar, o ICMS

respectivo. O mesmo valor deixa de ser pago pelo remetente, salvo

situação excepcional, será pago a mais pelo destinário, porque este

não terá a seu favor o crédito correspondente. Os estabelecimentos

da mesma pessoa jurídica são considerados sujeitos passivos

autônomos, mas são, por força de lei, solidariamente obrigados

pelas dívidas de ICMS uns dos outros. Por isto, o pagamento feito

pelo destinatário aproveita ao remetente, do qual nada poderá ser

cobrado na situação mencionada.16

8. Diferencial de alíquota na aquisição interestadual.

A questão da alíquota aplicável nas operações interestaduais com

mercadorias destinadas a consumidor deu ensejo a muitos litígios. Os

Estados pretenderam cobrar o ICM com aplicação da alíquota interna sempre

que o adquirente não fosse contribuinte, ou, mesmo sendo contribuinte,

tivesse adquirido a mercadoria para uso ou consumo próprio.

Aliás, quando o adquirente era contribuinte do imposto era

praticamente impossível ao Estado de origem determinar quando a

mercadoria era destinada ao uso ou consumo. Por isto, em livro publicado

em 1971, sugerimos que a União poderia determinar, em lei complementar,

para o contribuinte, a obrigação de recolher a importância correspondente

à diferença de alíquota, sempre que, tendo adquirido em outro Estado

qualquer mercadoria, com ICM calculado com alíquota interestadual, viesse

a destinar essas mercadorias ao próprio uso, ou consumo.17

A jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, todavia, orientou-se

no sentido de que o conceito de interestadual, sendo simplesmente

geográfico, não admitiu a distinção em razão de ser ou não o destinatário

contribuinte do imposto. Adotou uma interpretação meramente literal, sem

qualquer consideração com a sistemática do imposto, descartando o

elemento finalístico.

15 Resp. 37.842-7 - SP, Relator Min. José de Jesus, DJU I de 13.12.93, p. 27.442. 16 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 100. 17 Imposto de Circulação de Mercadorias, Sugestões Literárias, São Paulo, 1971, p. 91.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 45

Tentaram os Estados burlar tal entendimento, trabalhando com a base

de cálculo. O sofisma era evidente e não podia prevalecer.

Na Constituição Federal de 1988, porém, foram colocadas normas

determinando que nas operações e prestações que destinem bens e serviços

a consumidor final localizado em outro Estado, aplica-se a alíquota

interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto, e a

alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele, e que,

na primeira dessas hipóteses, caberá ao Estado da localização do

destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota

interna e a interestadual (Art. 155, § 2º, item VII, alíneas “a” e “b”, e

item VIII). Adotou, assim, depois de 17 anos, aquela sugestão nossa, que

atende à finalidade da diferenciação das alíquotas e tem, agora, validade

jurídica porque encartadas tais normas na própria Constituição. Tornou

praticável o controle, pois a fiscalização do Estado em que se encontra o

destinatário poderá verificar, a qualquer tempo, em sua contabilidade, o

destino que tiverem os bens por este adquiridos.

9. Consumo e insumo.

A questão que se coloca, agora, é a de saber o que se deve

considerar destinado ao consumo, em se tratando de certos materiais que,

embora utilizados no processo de industrialização, não integram o produto

industrializado.

Está, é certo, equacionado o problema da não cumulatividade

relativamente a esse tipo de material. A lei hoje admite expressamente o

uso do crédito respectivo. A questão é que alguns entendem ser devida a

diferença da alíquota quando tenham estes sido adquiridos em outro

Estado.

O equívoco é evidente. Resulta do desconhecimento da distinção

entre consumo e insumo. Se os materiais são utilizados no processo de

industrialização, não há consumo, mas insumo. E não existe razão alguma

para cogitar-se de diferença de alíquota, posto que mesmo não integrando

fisicamente o produto industrializado, esses materiais integram o seu

custo, e conseqüentemente o seu preço de venda, ensejando a incidência do

ICMS na saída do produto.

Não temos dúvida de que constitui erro grosseiro exigir o pagamento

de diferença de alíquota do ICMS relativamente a bens adquiridos em outro

Estado e utilizados no processo produtivo.

10. Não cumculatividade: os créditos.

10.1. Impropriedade de palavra crédito.

A palavra crédito, no contexto das normas que cuidam da não

cumulatividade do ICMS, está usada em sentido impróprio. Designa um

elemento a ser considerado no cálculo do imposto que deve ser pago em

cada período.18 Se assim não fosse, um contribuinte que tivesse feito

18 Cf. Alcides Jorge Costa, ICM na Constituição e na Lei Complementar, Resenha Tributária, São Paulo, 1978, p.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 46

vendas a preço inferior ao custo das mercadorias, ou que por outra

qualquer circunstância tivesse saldo credor em sua conta corrente de

ICMS, ao encerrar suas atividades, teria direito de cobrar aquele saldo

da Fazenda, o que na verdade não ocorre.

10.2. Inconveniências da não cumulatividade.

Tal impropriedade terminológica, todavia, não tem importância

diante do universo de problemas criados pela técnica da não

cumulatividade, porta escancarada para práticas fraudulentas, da parte do

contribuinte, e para práticas arbitrárias, da parte do fisco. A propósito

dessa técnica, que em momento de rara infelicidade foi introduzida na

legislação do ICM pela Emenda Constituciocnal nº 18/65, já escrevemos:

“A não cumulatividade do ICMS constitui um dos graves defeitos

de nosso sistema tributário. Técnica copiada dos franceses, que a

instituíram nos anos cinqüenta, como forma de incrementar a

integração da comunidade econômica européia, foi adotada entre nós

pela Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Seus defensores afirmam

ser ela um instrumento da modernidade, mas a experência já

demonstrou que a não cumulatividade é inteiramente inadequada para

o Brasil. O grande número de dispositivos introduzidos na

Constituição, na tentativa de normatizar adequadamente a

compensação do imposto em cada operação, é expressivo da

inadequação dessa técnica para um imposto estadual, numa Federação

com enormes desigualdades econômicas entre as suas diversas

unidades, e com a dimensão territorial de nosso país. Entre as suas

desvantagens podem ser apontadas as seguintes:

1ª) Torna complexa a administração do imposto, impondo o

uso de controles burocráticos que oneram tanto o fisco como os

contribuintes.

2ª) Enseja o cometimento de fraudes praticamente

incontroláveis.

3ª) Exige normatização minudente, que não consegue

evitar situações nas quais se revela flagrantemente injusta.

4ª) Atinge mais pesadamente a atividade agro-pecuária, e

em seguida a atividade industrial, ou, em outras palavras, faz o

imposto mais pesado exatamente para aquelas atividades que mais

produzem riqueza.

5ª) Com alíquotas elevadas, de até 25% (vinte e cinco

por cento), estimula fortemente a evasão do imposto.

6ª) Praticamente impede a outorga de isenções, que

restaram, com a vedação do crédito respectivo na operação

posterior, transformadas em simples diferimento de incidência.

7ª) Tem gerado fortes atritos entre o fisco e os

contribuintes, sendo responsável pela quase totalidade das questões

levantadas a Juízo nos últimos vinte anos.19

19 Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 11ª edição, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 272.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 47

10.3. Direito ao crédito.

10.3.1. Na importação.

O direito do contribuinte ao crédito do ICMS é forma de realização

da não cumulatividade desse imposto, de sorte que existirá, não poderá

ser validamente negado, sempre que isto se faça necessário para a

realização do princípio constitucional em que se encartou a malsinada

técnica.

Por isto mesmo, na medida em que a entrada de bens importados,

destinados a consumo ou ativo fixo, está sujeita ao ICMS, terá o

contribuinte direito de creditar-se pelo valor correspondente. Não apenas

no momento em que promova a saída do bem, posto que no sistema adotado

por nossa legislação o crédito não se vincula ao bem cuja entrada o

ensejou. No momento da entrada, que enseja a incidência do imposto, tem o

contribuinte direito ao crédito correspondente. Qualquer dispositivo de

lei em contrário é desprovido de validade, porque afronta o princípio

constitucional da não cumulatividade.

10.3.2. Nas entradas interestaduais.

Quando um contribuinte recebe mercadoria oriunda de outro Estado, e

a utiliza para consumo, ou para o ativo fixo, não tem direito ao crédito

correspondente. Se no momento em que se deu a entrada não havia dita

destinação, e portanto o que entrou foi tratado como mercadoria,

inclusive com o lançamento do crédito, deve este ser estornado quando se

fez a destinação ao consumo, ou ao ativo fixo.

O diferencial de alíquota, que é pago em razão da destinação do bem

ao consumo, ou ao ativo fixo, também não constitui crédito a ser

aproveitado.

Esta é a conseqüência inafastável do entendimento segundo o qual o

bem destinado ao consumo, ou ao ativo fixo da empresa não é, para esta,

mercadoria.

10.3.3. Tributação na saída.

Para os que entendem que a lei pode considerar fato gerador de ICMS

a alienação de bens do ativo fixo, a conseqüência lógica é a de ter que

admitir o crédito relativo às entradas de tais bens. Se são mercadorias,

para o fim de incidência do imposto na saída, como mercadorias devem ser

tratados, para o fim de gerar, na entrada, o crédito correspondente.

Inadmissível, porque incoerente, é tributar a saída e negar, na entrada,

o direito ao crédito.

É certo que a legislação dos Estados assegura uma espécie de

crédito simbólico, quando define como base de cálculo do imposto, na

saída de bens de uso, apenas uma parcela do preço de venda destes.

Entretanto, com exceção de situações decorrentes da inflação, certo é que

o preço de venda de bens do ativo fixo tende a ser menor do que o preço

de compra. Daí porque, mesmo tendo-se como base de cálculo apenas uma

parcela do preço da venda, tem-se desobedecido o princípio da não

cumulatividade.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 48

Aliás, a explicação para o tratamento específico, diferenciado, dos

bens destinados ao ativo fixo, é exatamente esta: o fisco termina

arrecadando mais do que arrecadaria se tratasse de tais bens como

mercadoria.

Seja como for, correto é considerar-se indevida a tributação, pelo

ICMS, na saída de bens do ativo fixo, sendo para tanto invocada a

jurisprudência da Corte Maior.

Incide, porém, o ICMS na saída de bens do ativo fixo que tenham

sido importados, posto que a Constituição equiparou tais bens às

mercadorias.

11. Algumas conclusões.

Em face do exposto, é razoável chegarmos às seguintes conclusões:

1ª) O ICMS é um imposto que incide sobre a atividade mercantil,

desde sua origem, não tendo sido esse caráter afetado pelas sucessivas

mudanças das normas que definem o seu âmbito constitucional.

2ª) O conceito de mercadoria, elaborado pelo Direito Comercial, é

relevante para a interpretação das normas que definem o âmbito

constitucional do ICMS.

3ª) Mercadoria é o bem corpóreo, novo ou usado, destinado ao

comércio, como comprado, ou transformado.

4ª) A norma que, alargando o âmbito constitucional do ICMS, admite

definida como hipótese de incidência deste a importação de bens

destinados ao uso ou ativo fixo do estabelecimento importador, é de

natureza excepcional e não comporta interpretação ampliativa.

5ª) O ICMS não incide na saída de bens do ativo fixo, salvo aqueles

que tenham entrado no estabelecimento em decorrência de importação, posto

que, neste caso, estão esses bens equiparados às mercadorias.

6ª) A entrada de bens destinados ao ativo fixo não gera direito ao

crédito correspondente, salvo em se tratando de entrada decorrente de

importação, posto que, neste caso, aplica-se o mesmo tratamento dado às

mercadorias.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 49

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DECISÕES JUDICIAIS

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 50

PENHORA - ICMS - Incidência sobre o faturamento mensal de sociedade

mercantil - Limitação a 30% - Legalidade - Inteligência dos arts.

671 e 672 do CPC.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 51

Nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora de

créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se ao disposto

nos arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabelecido pela

jurisprudência, de 30% do faturamento mensal, independentemente da

distinção entre receita operacional bruta e o resultado líquido.

AI 269.988-2/8 - 12ª C. - J. 24.10.95 - Rel. Des. Ruy Coppola.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de instrumento

269.988-2/8, da comarca de Diadema, em que é agravante Lunetier -

Indústria e Comércio Ltda., sendo agravada Fazenda do Estado de São

Paulo: Acordam, em 12ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de

São Paulo, por votação unânime, negar provimento ao recurso, de

conformidade com o relatório e voto do relator, que ficam fazendo parte

do acórdão.

O julgamento teve a participação dos Des. Scarance Fernandes

(pres., sem voto), Carlos Ortiz e Luiz Tâmbara, com votos vencedores.

São Paulo, 24 de outubro de 1995 - RUY COPPOLA, relator com a

seguinte declaração de voto: Visto.

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em

execução fiscal ajuizada contra a agravante, deferiu a substituição da

penhora requerida pela Fazenda, determinando que a constrição recaia

sobre até 30% do faturamento mensal da executada.

Alega a agravante que o pedido feito pela Fazenda não pode ser

deferido, pois dos autos não consta que a executada não seja possuidora

de outros bens para garantia das execuções, podendo indicá-los.

O recurso foi contra-minutado (fls.).

Ao final a decisão recorrida foi mantida pelo magistrado (fls.).

É o relatório.

Improcedente o inconformismo.

O magistrado deferiu à Fazenda, na execução fiscal promovida contra

a agravante, a substituição da penhora, fazendo com que a nova constrição

recaia sobre até 30% do faturamento da executada.

O motivo da substituição deferida não foi singelo como dito pela

agravante.

Restou demonstrado que a agravante tem contra si ajuizadas inúmeras

execuções, já tendo, anteriormente, sido alvo da mesma determinação

judicial, que foi confirmada por este Tribunal, quando do julgamento do

AI 154.961-2, de Diadema, pela e. 17ª Câmara Civil, onde figurou como

relator o Des. Hermes Pinotti.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 52

O requerimento feito pela Fazenda foi devidamente justificado

(fls.).

A medida, em si, é absolutamente legal.

A agravante não demonstrou que indicou outros bens rentáveis para a

substituição. Se assim ocorreu o posicionamento fazendário está correto.

A e. 16ª Câmara Civil deste Tribunal, no julgamento do AI 201.958-

2, de São Bernardo do Campo, já dediciu sobre a legalidade desse

procedimento (JTJ, Lex, 141/243).

A e. 15ª Câmara Civil, ao decidir o AI 199.551-2, da comarca de

Guarulhos, deixou assentado o seguinte:

“A penhora de direitos patrimoniais, prevista expressamente nos

arts. 671 e ss. do CPC, é aplicável subsidiariamente à execução fiscal,

nos termos do disposto no art. 1º da Lei 6.830/80.

Assim, nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora de

créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se ao disposto nos

arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabelecido pela jurisprudência, de

30% do faturamento mensal, independentemente da distinção entre receita

operacional bruta e o resultado líquido” (Rel. Des. Carvalho Viana, in RT

695/107).

O e. Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou sobre a

legalidade da pretensão fazendária (REsp. 36.917-7-SP, Rel. Min. Garcia

Vieira), em recurso interposto pela própria agravante.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.

RECURSO ESPECIAL Nº 10.660-0- MINAS GERAIS - 91.0008532-4

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 53

RELATOR : EXMº SR. MINISTRO COSTA LEITE

RECORRENTE : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RECORRIDO : TATICO SUPERMERCADO LTDA.

E M E N T A

Falência. Fazenda Pública. Interesse.

Não há empeço legal a que a Fazenda Pública requeira a

falência de seu devedor. A Lei de Quebras somente exclui o credor

com garantia real, nos termos do art. 9º, III, “b”. Direito real de

garantia e privilégio creditório não se confundem. Recurso

conhecido e provido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da

Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos

e notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso

especial e, por maioria, dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr.

Ministro Relator, vencido, nessa parte, o Sr. Ministro Cláudio Santos.

Participaram do julgamento os Srs. Ministros Nilson Naves, Eduardo

Ribeiro e Cláudio Santos.

Não participou do julgamento o Sr. Ministro Waldemar Zveiter (§ 2º,

art. 162, RISTJ).

Brasília, 12 de dezembro de 1995 (data do julgamento).

MINISTRO CLÁUDIO SANTOS - Presidente.

MINISTRO COSTA LEITE - Relator.

__________

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO COSTA LEITE: - Trata-se de recurso especial

manifestado pelo Estado de Minas Gerais, com fundamento nas alíneas “a” e

“c” do permissivo constitucional, contra acórdão da e. Quarta Câmara

Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sob a alegação de que

contrariou o art. 2º, I, do Decreto-lei nº 7661/41, além de dissentir de

julgados de outros tribunais, ao não reconhecer à Fazenda Pública

legítimo interesse para requerer a falência de seu devedor.

Processado e admitido o recurso, pela alínea “c”, subiram os autos,

neles oficiando o Ministério Público Federal, pelo conhecimento e

provimento.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 54

É o relatório, Senhor Presidente.

__________

V O T O

O SENHOR MINISTRO COSTA LEITE (RELATOR): - O v. acórdão recorrido

apresenta-se alicerçado nos seguintes fundamentos:

“Ora, se à Fazenda Pública é conferido privilégio de tal

magnitude, absoluto, no fraseado de ALIOMAR BALEEIRO, interesse não

lhe socorre de requerer a falência do devedor por tributos, já que

dispõe de meios excelentemente eficazes de realizar a satisfação de

seus créditos, isto sem cogitar dos percalços que as mais das vezes

estorvam o processo falencial.

Este é o pensamento de CARVALHO NETO (‘Tratado das Defesas

Falimentares’, v. II, ed. 1967, p. 81, nº 130), trazido pela

própria apelante, embora recusado por J. NETTO ARMANDO, e assim

exposto:

‘No que tange à Fazenda Pública, seja ela federal,

estadual ou municipal, o veto persiste. Sendo como é, ‘ex vi

legis’, credora privilegiada, gozando de privilégio geral e

preferente a todos os demais, a Fazenda Pública só poderá

requerer a falência dos seus devedores comerciantes, dentro da

técnica da atual lei de quebras, se renunciasse a esse

privilégio. Ora, como isso não é possível (...), é lógico que

não pode a Fazenda Pública requerer a falência dos seus

devedores. Esse é, aliás, o ensinamento de BEDRAN (‘Falências

e Concordatas no Direiro Brasileiro’, I, nº (57).

A nosso ver o entendimento de MIRANDA VALVERDE,

permissivo do procedimento falimentar por iniciativa da

Fazenda Pública, nos parece inaceitável’.

Merece registro a autorizada e respeitada opinião de RUBENS

REQUIÃO, em torno do tema, assim magnificamente exposta:

‘De nossa parte, estranhamos o interesse que possa ter a

Fazenda Pública no requerimento de falência do devedor por

tributos. Segundo o Código Tributário Nacional os créditos

fiscais não estão sujeitos ao processo concursal, e a

declaração de falência não obsta o ajuizamento do executivo

fiscal, hoje de processamento comum. À Fazenda Pública falece,

ao nosso entender, legítimo interesse econômico e moral para

postular a declaração de falência de seu devedor.

A ação pretendida pela Fazenda Pública tem isso sim,

nítido sentido de coação moral, dadas as repercussões que um

pedido de falência tem em relação às empresas solventes’

(‘Curso de Direito Falimentar’, 1º vol., nº 72, pág. 95, 12ª

edição).

Em suma, colhendo as doutas lições transcritas, que me parecem

ponderáveis e racionais, estou em que o requerimento de falência

por iniciativa da Fazenda Pública, não é forma de cobrança de

tributos, quando ela mesma dispõe de meios processuais muito mais

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 55

eficientes, seguros e ágeis para a satisfação de seus créditos

tributários, daí resultando que o requerimento de falência, sobre

representar desvio de sua função específica, resvala para um

constrangimento ilícito, que o Judiciário não pode admitir.”

Em verdade, o tema é dos mais controvertidos na doutrina, o que se

reflete nos pretórios, apresentando-se o acórdão, como se viu, afinado

com o entendimento de expressiva corrente doutrinária. Tenho, porém, que

os acórdãos trazidos a cotejo estampam a melhor interpretação,

respaldada, por igual, por ilustres comercialistas, destacando-se Trajano

Valverde, J. Netto Armando e Fábio Konder Comparato.

Este último, após ressaltar que, ao criar o privilégio da

incolumidade concursual para a dívida ativa do Estado, o legislador

brasileiro não pretendeu coartar as possibilidades de sua cobrança

judicial, mas antes ampliá-las, podendo, pois, o crédito tributário ser

reclamado no processo falimentar, e demonstrar, outrossim, que a tutela

dos direitos creditórios na falência não se exaure na execução

patrimonial, enfrentou especificamente a objeção fundada na falta de

interesse da Fazenda Pública, nestes termos:

“Vemos, portanto, que a incolumidade concursual do crédito

fazendário não constitui óbice a que a Fazenda Pública requeira a

falência. Mas a outra qualidade essencial desse crédito - o seu

caráter privilegiado - não implica falta de interesse para pedir a

quebra do devedor?

Advirta-se, desde logo, que continuamos tratando aqui do

interesse processual, e não do ‘legítimo interesse econômico ou

moral’ (CC, art. 76; CPC, art. 2º), que se confunde com o próprio

direito material invocado em juízo. O interesse processual, como

condição do direito de ação, diz respeito à aparente necessidade em

que se encontra o autor de pedir aquele determinado provimento

judicial, a fim de fazer valer o direito substantivo de que se

afirma titular.

No caso em exame, não de pode deixar de reconhecer que a

existência ou não do interesse de agir decorre unicamente do

sistema da lei, e não da natureza das coisas. Tanto isso é verdade,

que o Direito francês, por exemplo, sempre admitiu que o credor

preferencial, mesmo hipotecário, requeresse a falência (cf. Ripert

e Roblot, ‘Traité Élementaire de Droit Commercial’, tomo 2, 6ª ed.,

1970, n. 2867, pág. 353).

Ora, no vigente Direito brasileiro, o decreto-lei n. 7661

somente exclui o direito de pedir a quebra ao credor com garantia

real a menos que este a renuncie ou, querendo mantê-la, prove que

os bens objeto dessa garantia não chegam para a solução do seu

crédito (art. 9º, n. III, ‘b’). E no sistema da lei, privilégio e

garantia real não se confundem. Na classificação dos créditos

constantes do art. 102, a lei separa em classes distintas os

‘créditos com direitos reais de garantia’ (n. I), dos ‘créditos com

privilégio especial sobre determinados bens’ (n. II) e dos

‘créditos com privilégio geral’ (n. III). Por outro lado, a lei

excepciona a regra geral de suspensão das ações e execuções

individuais contra o devedor falido em favor dos ‘credores por

títulos não sujeitos a rateio’ (art. 24, § 2º, n. I), que são

aqueles garantidos por direito real, deixando de fazê-lo em relação

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 56

aos credores privilegiados. Ademais, o parágrafo único do art. 26

ressalva expressamente a fluência de juros, durante o processo de

falência, em benefício ‘das debêntures e dos créditos com garantia

real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que

constituem a garantia’. Finalmente, permitiu ainda o legislador que

na segunda fase da falência apenas os credores hipotecários

pignoratícios conservassem um poder de iniciativa supletório para a

excussão do objeto da garantia (arts. 119 e 120).

A confusão entre privilégio creditório e direito real de

garantia existia, porém, no nosso antigo Direito Comercial,

persistindo, em matéria falimentar, até a vigente Lei de Falências.

Em seu art. 470, o Código Comercial declara que ‘no caso de venda

voluntária, a propriedade da embarcação passa para o comprador com

todos os seus encargos; salvo os direitos dos credores

privilegiados que nela tiverem hipoteca tácita’. A Lei de Falências

n. 2024, de 1908, dispunha que ‘o credor privilegiado, inclusive o

hipotecário, somente poderá requerer a falência do devedor,

declarando renunciar ao privilégio, ou, se o quiser manter,

provando que os bens, que constituem a sua garantia, não chegam

para a solução do crédito’. É bem verdade que J. X. Carvalho de

Mendonça, autor do anteprojeto dessa lei, esclarecia, em

comentários, que o legislador só tivera em mira, ao assim dispor, a

situação dos credores com garantia real (cf. ‘Tratado de Direito

Comercial Brasileiro’, cit., vol. VII, n. 237). Mas, de qualquer

modo, a confusão terminológica voltava a ser consagrada em lei,

sendo mantida pelo ulterior diploma falimentar de 1929 (Decreto n.

5746, art. 9º, § 3º), mesmo depois do advento do Código Civil.

Tal confusão, na verdade, resultava da persistente influência

do Direito francês, no qual o privilégio, como ‘sureté réelle’, é

direito real de garantia (cf. Riperte e Boulanger, ‘Traité de Droit

Civil’, tomo III, 1958, n. 125 e segs.), tal como privilégio

especial do Direito italiano (cf. CC de 1942, art. 2747, 2ª

alínea).

No campo civil, porém, sempre nos mantivemos filiados à

tradição do Direito romano, no qual o privilégio era simples

prioridade ou prelação de um direito pessoal (cf. Lafayette

Rodrigues Pereira, ‘Direito das Cousas’, 2ª ed., Porto, pág. 650).

No estado atual do Direito positivo brasileiro, qualquer

confusão é inadmissível. O Código Civil compreendeu o penhor, a

anticrese e a hipoteca sob a expressão ‘direitos reais de

garantia’, subespécie de ‘direitos reais sobre coisas alheias’, no

gênero ‘direitos reais’ (Livro II, título III). Tratou, ao

contrário, dos privilégios no título IX do seu Livro III, ‘Do

direito das obrigações’, consagrado ao concurso de credores. Como

espécie do gênero direito real, a garantia real apresenta a dupla

característica da imediatez ou poder direito sobre o bem que lhe

constitui o objeto, e da seqüela. O privilégio, ao revés, não é

propriamente um direito, mas uma qualidade que adjetiva o direito

pessoal de crédito, e consistente na preferência de pagamento em

confronto com outros créditos. A existência do privilégio não

altera a natureza pessoal do crédito, e por conseguinte só se

manifesta relativamente a outros créditos. Não comporta uma

incidência direta e absoluta sobre os bens do devedor, mesmo

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 57

tratando-se de privilégio especial, o que significa que não dá

seqüela.

A preferência estabelecida no art. 60, parágrafo único, do

Decreto-lei n. 960, de 1938, e no art. 186 do CTN constitui um

privilégio e não uma garantia real. Não está, portanto abrangida

pela norma do art. 9º, n. III, ‘b’, da atual Lei de Falências que,

excluindo direitos, não se compadece com uma interpretação

extensiva.”

Entendendo irrepreensíveis tais fundamentos, conheço do recurso e

lhe dou provimento. É como voto, Senhor Presidente.

__________

V O T O V I S T A

O EXMº SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS:

- O insigne Ministro Paulo Roberto COSTA LEITE, em seu voto de

relator, apoiado em pronunciamento do Prof. FÁBIO KONDER COMPARATO,

bastante citado nas discussões acerca do tema do recurso especial e

inclusive nestes autos, manifestou-se pela legitimidade da Fazenda

Pública para requerer a falência de comerciante em débito de natureza

tributária.

A tese, conforme relato de RUBENS REQUIÃO, mereceu, além daquele,

outro importante estudo, o segundo do também advogado paulista J. NETTO

ARMANDO, enfeixados os dois em publicação da Secretaria da Fazenda do

Estado de São Paulo intitulada “Falência de Contribuinte Promovida pelo

Fisco”.

Na senda daqueles sem, entretanto, acrescentar nada mais do que foi

alinhado naqueles pareceres, escritos no interesse da Fazenda Pública de

São Paulo, no ano de 1972, empenhada em constranger devedores relapsos,

encontrei, ainda, os trabalhos de ROMANO CRISTIANO, AMÉRICO RUGGIERO e

REJANE BRASIL FILIPPI, todos procuradores estaduais, os primeiros de São

Paulo, a última do Rio Grande do Sul.

A doutrina clássica não debateu a controvérsia, certamente porque,

antes da lei atual que já tem meio-século, de conformidade com princípio

assentado, somente as obrigações comerciais ensejavam o pedido de

falência. Tal questão não mais é controvertida, eis que se considera

falido o comerciante que não paga no vencimento obrigação líquida,

constante de título eecutivo, caracterizando-se também a falência se o

comerciante executado não paga ou não nomeia à penhora bens, dentro do

prazo legal (arts. 1º caput, e 2º, I, do Dec.-lei nº 7.661, de 1945).

Daí não se encontrar nenhuma referência sobre o tema em CARVALHO DE

MENDONÇA, BENTO DE FARIA, OCTÁVIO MENDES, ALMEIDA LEITE, WALDEMAR

FERREIRA, nem em SAMPAIO LACERDA.

Diz-se que TRAJANO MIRANDA VALVERDE e JOSÉ DA SILVA PACHECO teriam

sustentado, de passagem, que a Fazenda Pública poderia pedir a falência

de seu devedor. Na consulta que fiz, na primeira edição da obra de

VALVERDE e na quarta de PACHECO, não encontrei nenhuma afirmação clara, a

respeito, senão de que os credores com privilégio e preferência podem

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 58

requerer a falência do devedor, e com isso estou de acordo, pois, admito

que o credor trabalhista, portador de um título executivo judicial

(sentença líquida proferida em reclamação), protestado o título para

efeito de falência, possa requerê-la, assim como os debenturistas.

FABIO KONDER COMPARATO, no referido parecer (RT 442/48-54),

reconhece não haver, até então, a doutrina analisado o assunto em

profundidade, nem sido suscitado em nossos pretórios. A situação

permanece até hoje, muito embora algumas raras decisões da Justiça

Paulista tenham acolhido sua orientação.

Em autores que tive a oportunidade de examinar, com mais recentes

comentários sobre a lei de falências, encontrei as seguintes posições: a)

favorável à possibilidade de o credor tributário requerer a falência do

contribuinte comerciante - AMADOR DE PAES DE ALMEIDA, em “Curso de

Falência e Concordata”, 10ª ed., São Paulo, Saraiva, 1991, p. 59; b)

contrários a essa faculdade - CARVALHO NETO, em “Tratado das Defesas

Falimentares”, v. II, 1967, p. 81, nº 130; LUIZ TZIRULNIK, em “Direito

Falimentar”, 2ª ed., São Paulo, Ed. RT, 1991, p. 41; RUBEN RAMALHO, em

“Curso Teórico e Prático de Falência e Concordata”, 2ª ed., São Paulo,

Saraiva, 1989, p. 96; e RUBENS REQUIÃO, em “Curso de Direito Falimentar”,

1º vol., 13ª ed., São Paulo, Saraiva, 1989, ps. 94 e 95.

Por todos que se colocam na segunda vertente, reproduzo as razões

de REQUIÃO:

“A DISCUTIDA INICIATIVA DA FAZENDA PÚBLICA. A fim de enfrentar com

mais severidade os devedores relapsos, andou o fisco estadual paulista

empenhado em constrangê-los a liquidar seus débitos fiscais, sob ameaça

de requerimento de falência. Passou-se, então, a indagar se o direito

falimentar brasileiro comportava tal iniciativa da Fazenda Pública.

A tese mereceu dois importantes estudos jurídicos, largamente

divulgados na imprensa e nas revistas especializadas, sendo inclusive

enfeixados numa publicação da Secretaria da Fazenda do Estado de São

Paulo. Opinaram afirmativamente os juristas J. Netto Armando e Fábio

Konder Comparato (Falência de Contribuinte Promovida pelo Fisco,

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo).

De nossa parte, estranhamos o interesse que possa ter a Fazenda

Pública no requerimento de falência do devedor por tributos. Segundo o

Código Tributário Nacional os créditos fiscais não estão sujeitos ao

processo concursal, e a declaração da falência não obsta o ajuizamento do

executivo fiscal, hoje de processamento comum. À Fazenda Pública falece,

ao nosso entender, legítimo interesse econômico e moral para postular a

declaração de falência de seu devedor.

A ação pretendida pela Fazenda Pública tem, isso sim, nítido

sentido de coação moral, dadas as repercussões que um pedido de falência

tem em relação às empresas solventes.” (Ob. cit.)

A alegação de abusividade da cobrança, através do pedido de

falência, feita por outros comentadores, é criticada por COMPARATO, que a

qualifica de lugar-comum, partindo o autor da certeza de que norma alguma

existe a impedir opte a Fazenda pela habilitação de seu crédito na

falência em lugar de executar o crédito tributário e, assim, conclui pela

sua legitimidade para o requerimento de falência.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 59

O argumento não me parece exato, na atualidade, após a vigência da

Lei nº 6.830, de 22.9.80, que disciplina a cobrança judicial da Dívida

Ativa da Fazenda Pública. Com efeito, dispõe essa lei, em seu art. 38,

que a “discussão judicial da dívida ativa da Fazenda Pública só é

admissível em execução, na forma da lei, salvo as hipóteses de mandado de

segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato

declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor

do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora

e demais encargos.” HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, a analisar tal dispositivo,

da posição do contribuinte-devedor não hesita em declará-la restritiva de

direitos constitucionais, quando condiciona o ingresso em juízo à

garantia da instância (“Lei de Execução Fiscal”, 2ª ed., São Paulo,

Saraiva, 1986, ps. 88/90). Tem toda razão. Mas, no momento, o que importa

é outro aspecto da norma, ou seja a vinculação da Fazenda Pública: a

discussão judicial da dívida só é admissível em execução, isto é, na

execução fiscal disciplinada na respectiva lei, à qual se aplica

subsidiariamente a lei processual civil comum (art. 1º: “A execução

judicial para cobrança da dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta lei

e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil”).

DARCY BESSONE, nas lições da disciplina por ele lecionada na

Faculdade de Direito da UMG, agora reunidas em livro intitulado

“Instituições de Direito Falimentar” (São Paulo, Saraiva, 1959), a

propósito da classificação dos créditos na falência, observa:

“Deve-se excluir da relação dos créditos privilegiados o da Fazenda

Pública (art. 1.569, VI, do CC), porque a Lei nº 6.830 estabelece que “a

competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda

Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da

concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário” (art. 5º),

bem como que “a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não

é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata,

liquidação, inventário ou arrolamento” (art. 29).” (ps. 133/134)

Com essas achegas não pretendo reduzir a faculdade da Fazenda de

discutir em juízo seu crédito, exclusivamente, nas execuções fiscais. Em

qualquer ação contra ela proposta a discussão pode ser travada, mas é

inquestionável que a cobrança da Dívida Pública deve ser feita na

execução fiscal singular, sem prejuízo de seu direito às medidas

cautelares asseguradas no estatuto processual aplicável subsidiariamente.

Inexato, por outro lado, argumentar-se que a Fazenda Pública pode

renunciar aos seus direitos e privilégios, como credora de tributos, para

pretender assumir a posição de um credor comum, quirografário, em

concorrência com os demais credores e com isso vir a ter afirmado o

direito de requerer a falência do devedor. O tributo é cobrado mediante

atividade administrativa plenamente vinculada, de acordo com a definição

contida no art. 3º do Código Tributário Nacional, lei complementar do

Sistema Tributário Nacional, e, assim, outro caminho não tem o

administrador, salvo encaminhar a certidão da dívida para cobrança

através de execução fiscal, porque é no juízo competente que a questão

deve ser discutida e não no juízo falimentar.

A esses argumentos de natureza jurídica não são alheios outros de

ordem econômica, moral e política.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 60

É consabido privilegiar nosso ordenamento constitucional a

igualdade, a liberdade de iniciativa, a livre concorrência, não sendo

compatíveis com esses princípios conferir-se ao Estado o direito de

destruir a empresa, segundo a livre determinação e escolha de seus

agentes administrativos, por força de impontualidade no pagamento de um

tributo. A legislação falimentar brasileira está em descompasso com a

realidade social e econômica, é atrasada e iníqua, ao considerar

presumidamente insolvente em benefício do credor um caso de simples mora

ou de mera impontualidade. A sua nova disciplina em tramitação no

Congresso Nacional atenua um pouco o rigor da lei em vigor e agasalha um

princípio de grande significação que é o interesse pela recuperação da

empresa e não pela liquidação de seu ativo para pagamento de suas

dívidas.

Conferir ao Estado uma medida judicial desse potencial aniquilador

é, sem dúvida, contrariar aqueles princípios orientadores da ordem

econômica no País, e consagrar uma coação reprovável pela moral e pela

política.

Por tudo, como já declarou a Corte local, falta à Fazenda interesse

econômico e moral para requerer a falência do devedor.

Com essas considerações, alinho-me, data vênia, na posição do

Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para conhecer do recurso

pela dissidência jurisprudencial, mas negar-lhe provimento.

É como voto.

__________

V O T O

O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - Trouxe V.Exª, Sr. Presidente,

argumento ponderável, ao invocar o que se contém na Lei 6.830.

Tomado literalmente, o artigo 38 daquela Lei conduziria realmente à

conclusão de que a Fazenda só poderia colocar em juízo a discussão de sua

dívida ativa pela via da execução. Nem seria dado argumentar que a

falência tem conotação de execução coletiva porque a norma citada

explicita que a execução será a prevista na própria Lei.

Parece-me, entretanto, que, examinada essa disposição legal, tendo

em vista sua razão de ser, a objeção é superável.

Visou o legislador a conferir maior rigor à cobrança do crédito

fazendário, procurando, quanto possível, vedar a discussão judicial a seu

respeito, sem que houvesse garantia. Assim é que, ou se faria mediante

execução, em que há penhora, ou em ação anulatória, condicionada essa ao

prévio depósito da importância questionada. Não poderia impedir o uso do

mandado de segurança, em virtude de sua matriz constitucional, e o pedido

de repetição supõe, obviamente, tenha havido pagamento.

Certo que esse propósito não foi, em verdade, alcançado porque a

jurisprudência cuidou de amoldar o texto ao que se contém na

Constituição, de maneira a garantir a amplitude do acesso à jurisdição.

No Tribunal Federal de Recursos firmou-se o entendimento de que o

depósito só era necessário para evitar a execução, não constituindo

requisito indispensável para que se pudesse ajuizar a ação anulatória.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 61

Entretanto, o objetivo da Lei foi, sem dúvida, o da dar maior garantia à

Fazenda.

Se assim é, creio que o dispositivo em exame não há de ser

compreendido de maneira a restringir as possibilidades de ingresso em

Juízo da Fazenda Pública, em detrimento daquilo que se pretendeu

assegurar. Ora, o pedido de falência pode a ela interessar e muito, data

venia das opiniões em contrário. A circunstância de o crédito ser

privilegiado e mesmo de ser possível o ajuizamento da execução, no curso

da falência, não afasta a conveniência de, em certas circunstâncias, se

pleitear seja decretada a quebra. Além de a falência propiciar uma

investigação mais abrangente da situação econômica do devedor, vale

assinalar que enseja, por exemplo, a ação revocatória que pode ser muito

importante para os credores.

No que diz com os efeitos drásticos que tem a medida, ainda que

fundada apenas na impontualidade, não é peculiar ao pedido feito pela

Fazenda. A empresa pode ser destruída, em virtude de dificuldades que

seria passageira, a pedido de qualquer credor.

O SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS: - Penso que é difícil conferir-se a

um Procurador ou a um delegado do FISCO o direito de escolher: requerer a

falência de um e não de outro contribuinte. A Empresa fica na situação em

que a Lei caracteriza como falimentar em face de um mero atraso do

pagamento da dívida.

O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - Sim, mas a objeção de V.Exª,

ainda que muito forte, aplica-se a todos os credores. Por que apenas a

Fazenda é que não pode?

O SR. MINISTRO CLÁUDIO SANTOS: - Felizmente a Lei existe para

atenuar um pouco a situação do devedor e, como em outros países, só

considerar falido aquele que estiver insolvente e não o meramente

impontual. Assim, data venia, não se pode conferir direito a um

funcionário administrativo qualquer de fazer uma opção delicada, escolher

uma ou outra empresa para requerer falência, ainda que ela seja uma

devedora contumaz.

O SR. MINISTRO EDUARDO RIBEIRO: - A atividade do agente da

Administração supõe-se vinculada ao interesse público. Se se verificar

tratamento discriminatório haverá de ser reprimido. Não me parece,

entretanto se deva, com base em tal possibilidade, privar a Fazenda de

instrumento previsto em lei.

RECURSO ESPECIAL Nº 61.898-3/SP (95.0010913-1)

RELATOR : O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 62

RECORRENTE: PRISMO UNIVERSAL SINALIZAÇÃO RODOVIÁRIA LTDA.

RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMENTA

TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS DE MORA.

INCIDÊNCIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO JUDICIAL.

ARTIGO 167 DO CTN.

A legislação tributária possui caráter especial, afastando,

destarte, a aplicação de qualquer outra quanto aos temas nela

expressamente disciplinados.

Assim, não há falar em aplicação do artigo 219 do CPC à

matéria da fixação do dies a quo de incidência dos juros moratórios

em repetição de indébito, por ser o mesmo objeto de expresso

disciplinamento no artigo 167, parágrafo único do CTN, onde se

fixou como termo inicial de sua fluência a data do trânsito em

julgado da decisão judicial.

Recurso improvido, por unanimidade.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas,

decide a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,

negar provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas

constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado. Participaram do julgamento os Srs. Ministros MILTON LUIZ

PEREIRA, CÉSAR ASFOR ROCHA e GARCIA VIEIRA. Ausente, justificadamente, o

Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS. Custas, como de lei.

Brasília(DF), 1º de junho de 1995 (data do julgamento).

Ministro DEMÓCRITO REINALDO

Presidente/Relator

__________

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 63

Trata-se de recurso especial interposto por contribuinte, em ação

de repetição de indébito, contra acórdão onde se entendeu que os juros

moratórios têm por termo inicial de contagem a data na qual a decisão

judicial tornou-se irrecorrível, com o trânsito em julgado.

Sob o pálio da letra “c”, a recorrente traz à colação julgados em

que se fixou como “dies a quo” de incidência dos juros de mora a data da

citação, sempre escudados no argumento da inexistência, no CTN, de prazo

especificamente relativo à restituição do indébito.

Admitido na origem, subiram os autos a esta superior instância,

vindo-me conclusos.

É o relatório.

__________

V O T O

O SR. MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):

O tema versado no presente apelo é daqueles que não mais desperta

controvérsia no âmbito desta egrégia Turma, onde se tem reiteradamente

apontado a data do trânsito em julgado da decisão judicial como marco

inicial de incidência dos juros de mora.

A tese vencida, no sentido de aplicar-se à espécie a norma contida

no artigo 219 do CPC, onde se lê que a citação válida constitui o devedor

em mora, é absolutamente inaceitável, pois a legislação de regência

disciplina expressamente a matéria.

A leitura do artigo 167, parágrafo único, do CTN espanca qualquer

dúvida que porventura remanescesse, pois estabelece textualmente a data

em que a decisão torna-se definitiva como termo “a quo” de contagem dos

juros moratórios.

Evidentemente, a “decisão definitiva” a que alude o indigitado

dispositivo só pode ser de natureza judicial, pois está ele inserido na

Seção III do Capítulo IV do CTN, que diz respeito ao pagamento indevido e

logo depois do artigo 166, que disciplina a restituição de tributos. E,

consoante dicção do mencionado artigo 166, a restituição, nele definida,

é somente a judicial, desde que o CTN não instituiu procedimento

administrativo para efeito da repetição do indébito (embora não a tenha

vedado implícita ou expressamente). Ademais, a restituição tem como

pressuposto essencial para justificar o seu deferimento, o reconhecimento

prévio de que o pagamento do tributo se fez indevidamente - por

ilegalidade ou inconstitucionalidade - ou, em se tratando de imposto

indireto, que não tenha havido a repercussão. É evidente que essas

questões são geralmentte dirimidas na órbita judicial, tornando-se pois,

corolário lógico que o artigo 167, ao referir-se a decisão definitiva,

pretendeu indicar aquela emanada de provimento jurisdicional. De outra

feita, acaso a restituição de indébito venha a ser deferida

administrativamente - o que é improvável - caberá à autoridade

administrativa, em sua decisão, estabelecer o marco inicial da incidência

dos juros moratórios. In casu, em se tratando de ação judicial, em tudo

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 64

semelhante à repetição, deve-se aplicar o dispositivo de lei que

disciplina a matéria - artigo 167 do CTN - entendendo-se como decisão

definitiva aquela proferida por órgão jurisdicional.

Não vejo, ainda, como essa interpretação afronta o princípio da

isonomia, ou, por outra, o tratamento igualitário entre a Fazenda e o

contribuinte. É evidentemente claro que, em sendo o imposto, se há demora

no pagamento, o contribuinte renitente há de arcar com as conseqüências,

integralizando o quantum debeatur, com os juros de mora. De igual modo, a

Fazenda Pública, em caso de cobrança ilegal de tributo, fica sujeita à

restituição. Todavia, os juros de mora só serão devidos a partir da

declaração (ou reconhecimento) de que o recolhimento do imposto se fez

indevidamente. E esse reconhecimento, quanto à inexação do tributo, deve

ser objeto de provimento judicial. Não vislumbro, assim, a quebra do

equilíbrio que deve nortear a atividade estatal, em confronto com o

direito da parte.

Por todo o exposto, nego provimento ao recurso.

É como voto.

RECURSO ESPECIAL Nº 14.880-0/MG (91.0019482-4)

RELATOR : O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 65

RECORRENTE : FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RECORRIDOS : PETER HERSLEB BIRKELAND - ESPÓLIO

EMENTA

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. REAVALIAÇÃO

DOS BENS. CABIMENTO.

Consoante jurisprudência pacífica desta Corte e do Pretório

Excelso, é cabível a realização da nova avaliação dos bens

inventariados, para o cálculo do pagamento do imposto causa mortis,

se os valores tributáveis já se encontram defasados.

Recurso provido, sem discrepância.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas,

decide a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,

dar provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas

constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado. Participaram do julgamento os Srs. Ministros MILTON LUIZ

PEREIRA, CÉSAR ASFOR ROCHA e GARCIA VIEIRA. Ausente, justificadamente, o

Sr. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS. Custas, como de lei.

Brasília (DF), 1º de junho de 1995 (data do julgamento).

Ministro DEMÓCRITO REINALDO

Presidente/Relator

__________

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):

A FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, inconformada com a

decisão que homologou cálculos de liquidação em processo de inventário,

manifestou agravo de instrumento, sob a alegação de que o imposto causa

mortis não poderia ser pago com base em avaliação já ultrapassada.

A egrégia Quinta Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de

Minas Gerais, confirmando a decisão de primeira instância, negou

provimento ao agravo de instrumento (folhas 83/89), integrado o acórdão

pelo resultado do julgamento proferido em sede de embargos de declaração

(folhas 94/97).

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 66

Irresignada, a FAZENDA DO ESTADO interpôs recurso especial, com

arrimo na letra “c” do permissivo constitucional, sob a alegação de que

outros tribunais têm divergido do entendimento do Tribunal a quo,

firmando posicionando no sentido de que a avaliação deve ser renovada se,

“pelo decurso de longo tempo, tiver ocorrido grande alteração dos valores

atribuídos inicialmente aos bens” (folhas 99/109).

Contra-arrazoado (folha 120), o recurso foi admitido na origem

(126/127), subindo os autos e, nesta instância, se manifestando a douta

Subprocuradoria Geral da República pelo conhecimento e provimento do

apelo (folhas 136/138).

É o relatório.

__________

VOTO

O SENHOR MINISTRO DEMÓCRITO REINALDO (RELATOR):

A questão trazida a debate, consiste em saber se é possível, ou

não, realizar nova avaliação dos bens inventariados, para o cálculo do

imposto de transmissão causa mortis.

O v. acórdão recorrido, ao confirmar a decisão de primeiro grau,

manifestou o seguinte entendimento, verbis:

“Além do verbete 113, da Súmula do STF, firmar o princípio de

que o imposto de transmissão causa mortis é calculado pelo valor à

época da sucessão, porque o fato gerador é a morte do autor da

herança, uma série de julgados de outras Cortes do país segue essa

mesma linha interpretativa.

Nem se objete com o espaço de tempo decorrido entre a sucessão

ou avaliação e o recolhimento do tributo, tendo-se em vista que

está ele sujeito à correção de valores “ (folhas 85/86).

A recorrente, de sua vez, sustenta, com amparo em julgados de

outros tribunais, dissonantes do aresto hostilizado, que é necessária

nova avaliação, tendo em vista o lapso de tempo decorrido da reavaliação

dos bens, requerida pela inventariante, por discordar dos valores da 1ª

avaliação (13.10.86) e o recolhimento do tributo. Argumenta que “a

manter-se o entendimento do V. Acórdão, em não permitir a realização de

nova avaliação dos bens inventariados para o cálculo do pagamento do

imposto, visível será o prejuízo aos cofres do Estado de Minas Gerais, em

benefício dos herdeiros que se locupletarão com o pagamento infimamente

inferior ao devido” (folha 105). E, finalmente, traz à colação

precedentes do egrégio Supremo Tribunal, em prol da tese defendida,

citando, entre outros, o acórdão assim ementado:

“Recurso Extraordinário Nº 92.010-PR (Primeira Turma)

Relator: O sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Recorrente: Estado do Paraná - Recorrido: Ministério Público

Estadual.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 67

Imposto de transmissão causa mortis. Inventário. A

jurisprudência do STF consagra o princípio da atualização do valor

tributável de modo a justificar-se, quando envelhecida

significativamente a primeira, a realização de nova avaliação.

Recurso extraordinário conhecido e provido”. In R.T.J. vol. 92,

págs. 937/938” (folha 107).

Com efeito, ao meu sentir, afigura-se com razão a recorrente. Na

verdade, embora o tema ainda possa provocar polêmica, a orientação

jurisprudencial que tem predominado nas Cortes Superiores, é no sentido

da tese defendida pela Fazenda-recorrente.

No âmbito da Suprema Corte tem prevalecido o entendimento de que,

na espécie, cabe a atualização do valor tributável, justificando-se a

realização de nova avaliação, se defasada. Nesse sentido, a recorrente

aponta como precedente o acórdão já transcrito.

No mesmo diapasão, a douta Subprocuradoria Geral da República,

HELENITA AMÉLIA G. CAIADO DE ACIOLI, invoca julgados deste egrégio

Tribunal, podendo ser destacado o que segue no acórdão assim ementado:

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. BASE DE

CÁLCULO.

Embora a Súmula nº 113 do STF estabeleça que o referido

imposto é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação, a

jurisprudência posterior daquela Corte assentou ser possível a

fixação de tal momento na data da transmissão dos bens.

Precedentes desta Corte e do STF.

Recurso não conhecido.”

(RESP. 15071 - DJ 10.10.94 - pág. 27141 - Min. Rel. JOSÉ DE

JESUS FILHO)” (folhas 137/138).

Mais recente, ainda, esta egrégia Turma, ao julgar o Resp. nº

56.277-5/RS, assentou o entendimento no sentido de que “estabelecido em

lei ser de seis meses o prazo de validade da avaliação dos bens

inventariados, vulnera o disposto no artigo 97, IV, do Código Tributário

Nacional, a decisão que impede a reavaliação dos bens” (DJ 20.02.95). Ao

proferior seu judicioso voto, neste caso, o eminente Relator, Ministro

CÉSAR ASFOR ROCHA, ressaltou com propriedade:

“Com efeito, a base de cálculo do imposto não pode resultar de

uma avaliação caduca, eis que o seu prazo de validade perdura por

apenas seis meses.

É que o critério simples da mera atualização do valor do

imposto, além de contrariar a legislação citada, pode não

corresponder a realidade, visto que o valor dos bens inventariados

pode sofrer variações descompassadas com a modificação decorrente

da correção monetária”.

E, nessa mesma linha de entendimento, citou outro precedente, da

relatoria do insigne Ministro GARCIA VIEIRA, cujo acórdão vem encimado

pela seguinte ementa:

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 68

“CORREÇÃO MONETÁRIA - BENS AVALIADOS - INVENTÁRIO -

REAVALIAÇÃO.

Em inventário, após um ano da avaliação dos bens o julgador

determinou a atualização do valor do imposto, repelindo a

reavaliação, vulnerando o artigo 97, IV do CTN.

Recurso provido” (Resp nº 32.292-7/RS, DJ. 10.05.93).

Diante da orientação jurisprudencial firmada por esta Corte, pois,

conheço do recurso pela letra “c” do admissivo constitucional e lhe dou

provimento, para o fim de reformar o decisum recorrido, determinando a

realização de nova avaliação dos bens inventariados, na forma do pedido.

É como voto.

RECURSO ESPECIAL Nº 67.217-1 - SÃO PAULO (95.0027252-0)

RELATOR : O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 69

RECORRENTE: TDA INDÚSTRIA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS S/A

RECORRIDA : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

E M E N T A

ICMS - COMPENSAÇÃO - CRÉDITO/DÉBITO - DIFERENÇA - RECOLHIMENTO

- TRANSFERÊNCIA.

Não demonstrado o direito ao crédito e sendo o ICMS tributo

indireto, comportando transferência do ônus para o contribuinte de

fato seria necessário cumprir-se o disposto no artigo 166 do Código

Tributário Nacional e na Súmula nº 546 do STF.

Recurso parcialmente provido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmºs. Srs.

Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na

conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por

unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do

Exmº Sr. Ministro relator. Participaram do julgamento os Exmºs. Srs.

Ministros Humberto Gomes de Barros e Milton Luiz Pereira.

Ausentes, justificadamente, os Exmºs. Srs. Ministros Demócrito

Reinaldo e César Asfor Rocha.

Brasília, 09 de agosto de 1.995 (data do julgamento).

Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Presidente.

Ministro GARCIA VIEIRA, Relator.

__________

R E L A T Ó R I O

O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA: TDA Indústria de Produtos Eletrônicos

S/A (fls. 295/315) fundado na Constituição Federal, artigo 105, III, “a”,

“b” e “c” e 26 da Lei nº 8.038/90, interpõe recurso especial, aduzindo

negativa de vigência aos dispositivos constantes do Decreto-lei nº

406/68, que consideram ocorrido o fato gerador do ICMS, nas operações de

importações, somente na entrada dos bens no estabelecimento importador e

ter julgado válido ato do Poder Executivo Estadual, art. 102 do RICMS,

contestado em face da lei federal (DL nº 406/68 e Lei nº 5.172/66) e ter

sido proferida a decisão em desconformidade com precedentes do E. STJ.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 70

Pede reforma do v. acórdão.

Contra-razões às fls. 346/365.

Despacho de fls. 397/398 deferiu o processamento do recurso

especial.

Cuida-se de mandado de segurança contra ato do Delegado Regional

Tributário da Capital de São Paulo, almejando que o recolhimento do

imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, originado por

operações de importação de mercadorias, seja efetivado pela diferença

entre os débitos e os créditos do ICMS.

A sentença de fls. 177/180 denegou a segurança, que foi mantida

pelo v. acórdão de fls. 244/247.

É o relatório.

__________

V O T O

O SR. MINISTRO GARCIA VIEIRA (RELATOR): - Sr. Presidente: - Aponta

a recorrente como violados vários dispositivos legais, versando sobre

questões devidamente prequestionadas e demonstrou a divergência.

Conheço do recurso pelas letras “a” e “c”.

O recurso merece parcial provimento.

Não tem razão a impetrante quando pretende seja feita a compensação

entre débitos e créditos de ICMS e só seja recolhida a diferença. Se não

está provada nestes autos a existência de créditos de ICMS, líquidos e

certos, devidamente apurados e reconhecidos, não se pode falar em

recolhimento apenas da diferença entre estes e os débitos que também não

são líquidos e certos. Frise-se ainda, que o STJ não vem reconhecendo o

direito ao crédito, como pretendido pela recorrente, porque sendo o ICMS

o tributo indireto que comporta transferência do ônus para o contribuinte

de fato, a presunção é a de que o ônus foi transferido para o

contribuinte de fato, para ser reconhecido o direito de restituir, seria

necessário o cumprimento do disposto no art. 166 do CTN e Súmula 546 do

STF. No caso concreto isto não ocorreu.

Não demonstrou a recorrente ter direito ao tratamento diferenciado

por ter importado mercadorias de país signatário do GATT.

Constitui fato gerador do ICMS a entrada, em estabelecimento

comercial, industrial ou produtor, de mercadorias importadas do exterior

pelo titular do estabelecimento (Decreto-Lei Federal nº 406/68, artigo

1º, item II e Súmula 577 do STF).

Com invocação ao artigo 34, § 8º do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias foram editados o Convênio ICM 66/88 e várias

Leis Estaduais, contrariando o disposto no citado Decreto-Lei 406/68.

Se ainda não foi editada a Lei Complementar necessária à

instituição do ICM e se já existe o Decreto-Lei 406/68,

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 71

(verdadeira lei complementar), que foi recepcionada pela vigente

Constituição Federal, os Estados e o Distrito Federal, mediante

convênio, só poderão fixar normas para regular provisoriamente a

matéria nas lacunas existentes e sobre os dispositivos da lei

complementar não recepcionados. Neste sentido Ives Gandra Martins,

no seu Sistema Tributário na Constituição de 1988, ed. 1989, pág.

288:

“Na falta de lei complementar editada para a instituição

do ICMS no prazo de sessenta dias contados da promulgação

da constituinte, as disposições transitórias autorizam os

Estados, a fixar normas para regular provisoriamente a

matéria. Tal autorização, à evidência, só pode versar sobre

as lacunas existentes e sobre os dispositivos da lei

complementar anterior não recepcionados. Entretanto, o

dispositivo entusiasmou de tal forma os senhores

Secretários da Fazenda dos Estados que eles produziram um

convênio inconstitucional (66/88), com características de

confuso regulamento. Não há nele nem estrutura, nem perfil

de lei complementar.

“Pelo fato de ter sido redigido por autênticos

“regulamenteiros” - na feliz expressão de Alcides Jorge

Costa - e não por legisladores. O Convênio 66/88 é voltado

exclusivamente para a arrecadação, sendo lacunoso sobre os

demais aspectos de real política tributária, que seria

necessário plasmar no sistema nacional - sem falar no vício

de inconstitucionalidade de que poderia, em alguns

dispositivos, revogar a lei complementar recepcionada.”

O citado artigo 34, parágrafo 8º do ADCT não conferiu aos Estados o

poder de definir o fato gerador do ICM, através de Convênio ou lei

estadual ordinária porque, nos termos claros do artigo 146, item III,

letra “a”, da Constituição Federal de 88, isto só pode ser feito através

de Lei Complementar. Como o ICM deve atender aos princípios

constitucionais previstos no artigo 155, § 2º, item XII, letras “a”, “d”

e “g”, da C.F., só podendo, por Lei Complementar ser definidos os seus

contribuintes, fixados os locais das operações relativas à circulação de

mercadorias e das prestações de serviços e regulada a forma de isenções,

incentivos e benefícios fiscais concedidos ou revogados.

Assim, naquilo que contrarie o citado Decreto-Lei nº 406/68, não

pode prevalecer referido Convênio ICM/66 e a legislação estadual.

De matéria privativa de Lei Complementar não pode haver delegação

aos Estados, porque isto, além de não encontrar apoio no citado artigo

34, § 8º do ADCT, encontra intransponível obstáculo nas disposições

permanentes da Constituição. Neste sentido os Recursos Especiais nºs

14.410, DJ de 16.12.91; 21.606-4-SP, DJ de 03.08.92; 11.661-SP, DJ de

16.12.91; 8.844-SP, DJ de 24.06.91, dos quais fui relator; 31.782-SP, DJ

de 06.12.93, Relator o Eminente Ministro Milton Luiz Pereira; 15.922-RJ,

DJ de 19.10.92, Relator o Eminente Ministro Hélio Mosimann; 23.628-SP, DJ

de 21.09.92, Relator o Eminente Ministro José de Jesus; 20.324-RJ, DJ de

15.06.92, Relator o Eminente Ministro Demócrito Reinaldo e 7.582-RJ, DJ

de 27.05.91, Relator o Eminente Ministro Américo Luz.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 72

Assim, não pode prevalecer o disposto no artigo 2º, item I, última

parte do Convênio ICM nº 66/88 e o artigo 2º item V, da Lei Estadual nº

6.374/89 que caracterizam como fato gerador do ICM o recebimento pelo

importador de mercadoria ou bem importado do exterior. Contrariam também

citado Decreto-Lei 406/68 as disposições contidas nos artigos 69, item VI

e 71, I, “c” do Regulamento do ICMS de São Paulo que caracterizam como

fato gerador do ICMS o despacho aduaneiro.

As mercadorias importadas pela impetrante já entraram no seu

estabelecimento comercial, estando caracterizado o fato gerador. Resta

saber se o recolhimento do imposto deve ser feito dentro de cinco dias

úteis, contados da data da entrada da mercadoria no estabelecimento, como

dispõe o Regulamento (Decreto nº 17.727/81, com a redação do Decreto nº

28.388/88), ou juntamente com a apuração mensal, como pretende a

recorrida. A determinação para que o recolhimento do ICMS se faça dentro

de cinco dias, contados da data da entrada da mercadoria no

estabelecimento encontra apoio nos artigos 47, parágrafo único, item I,

letras “a” e “b”, 49, parágrafos 3º e 59 da Lei Estadual nº 6.374/89 e, o

Regulamento ao assim dispor, não extravasou a norma legal. O Regulamento

pode determinar que a apuração e o recolhimento do ICMS sejam feitos por

mercadorias, dentro de determinado período, por mercadorias ou serviços

em função de cada operação (art. 47) e independentemente do resultado da

apuração do imposto no período competente (art. 49, § 3º). Em seu artigo

59, referida Lei autorizou o Regulamento a estabelecer os prazos para o

recolhimento, admitindo também, “distinção em função de categorias,

grupos ou setores de atividades econômicas”. Como se vê, foi autorizado

não só a fixação de prazos como também fazer referidas distinções.

O Regulamento não extravasou a lei e este não contrariou o

disposto no Decreto-Lei nº 406/68, artigo 97. A fixação de prazos

para o recolhimento do imposto não depende de lei e pode ser feita

por Decreto Regulamentador e isto não contraria a Constituição ou

qualquer Lei Federal.

Quanto à invocação ao GATT, não assiste razão à recorrente.

Referido Tratado e o princípio contido nas Súmulas nºs 575 do STF

e 71 do STJ, só se aplicam em casos de isenção conferida ao

similar nacional e não a qualquer outro benefício, porque esta

ampliação encontra intransponível obstáculo no artigo 111, inciso

II do CTN. No caso não se pretende isenção e sim que seja

permitido à recorrida recolher o ICMS através de escrituração

normal do Registro de Apuração do referido imposto e no mês

seguinte.

Dou parcial provimento ao recurso e reformo o venerando acórdão,

apenas para declarar que, no caso, o ICMS devido deverá ser recolhido no

prazo de cinco dias úteis, contados da data da entrada (Decreto nº

17.727/81, com a redação do Decreto nº 28.388/88, e artigos 47, parágrafo

único, item I, letras “a” e “b”; 49, parágrafos 3º e 59 da Lei Estadual

nº 6.374/89).

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 73

EMBARGOS INFRINGENTES NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 38.157/4 -

COMARCA DE BELO HORIZONTE

EMBARGANTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

EMBARGADAS: ALIANÇA PRODUTOS SIDERÚRGICOS LTDA. E OUTRA

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 74

RELATOR : EXMO. SR. DES. CORRÊA DE MARINS

E M E N T A

AÇÃO FISCAL - USO DE FORÇA POLICIAL - LEGALIDADE.

- EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS ESPONTÂNEA - Afastada a alegação de

obtenção de documentos por meios ilícitos ou arbitrários.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do

Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na

conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, EM ACOLHER

OS EMBARGOS, VENCIDO O REVISOR QUE OS REJEITAVA.

Belo Horizonte, 15 de fevereiro de 1996.

DES. FRANCISCO FIGUEIREDO - Presidente.

DES. CORRÊA DE MARINS - Relator.

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. CORRÊA DE MARINS:

V O T O

Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais, via do presente

instrumento de Embargos Infringentes, recorre no prazo legal, buscando a

reforma do julgado colegiado que lhe desfavorece, para que prevaleça o

voto isolado.

Apesar de sentenciar no sentido da carência da ação, o MM. julgador

monocrático feriu o mérito da causa, o que enseja a análise meritória em

sede de recurso.

O objetivo final do feito, aforado pelas embargadas conforme a

inicial, é o de desconstituir o crédito tributário consubstanciado nos

Autos de Infração nºs 029520 e 029521, lavrados pelo Fisco por infração

da lei tributária, conforme amplamente discutido nos autos.

Entretanto, efetivamente restaram afirmadas as ocorrências dos

fatos geradores dos tributos contestados, mercê da farta documentação

colacionada, que sobejamente demonstraram utilizarem-se as embargadas de

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 75

expedientes fraudulentos, com vistas a lesar o Fisco, mormente com a

utilização de lançamentos no conhecido e nefasto “CAIXA 2”.

É consabido que referido documento marginal, se destina a ocultar

operações mercantis geradoras de tributos que, assim, enriquecem

ilicitamente os empresários que de tal se utilizam, em detrimento do

erário público, a par da ocorrência de fato criminoso de lesar o Fisco.

Verdadeiramente, não pode o artifício da Ação Declaratória, que

busca a negativa de relação jurídica, servir a escusos propósitos de

mascarar a verdade, convalidando fraudulentos procedimentos lesivos ao

patrimônio público, negando a relação tributária posta a céu aberto pela

ação fiscal.

A discussão da existência ou não de tributos reclamados pela

Fazenda Pública, se faz com toda a lisura e lealdade, através de ação

própria, anulatória de débito fiscal, onde se discute efetivamente a

ocorrência ou não do fato gerador do tributo pretendido.

Alegam as embargadas, a nulidade dos levantamentos fiscais

objurgados, eis que obtidas as provas do débito por meios ilícitos.

Evidentemente, submete-se a Fazenda e seus agentes fiscais, às

formas prescritas, mas também às não defesas em lei.

A alegada ilicitude praticada pelos agentes fiscais na obtenção das

provas que conduziram ao conhecimento das sonegações, se atêm ao fato de

tais agentes fazerem-se acompanhar de força policial, sofismando que tal

aparato denota belicosidade da ação fiscal.

Para tanto, juntam documentos que dão notícia de ação fiscal

truculenta, praticada na região onde se situam seus estabelecimentos.

Em verdade, o que se nota dos documentos juntados com a inicial, é

que o estado de beligerância que se instalou, se não foi provocado, pelo

menos foi regiamente nutrido pelas forças comunitárias locais, através de

pronunciamentos e moções de Câmaras Municipais, associações de classe,

imprensa local, etc.

Manchetes de jornais tais como “Apesar dos atritos, fiscalização

continua.”, “Terror fiscal continua.”, “Empresários protestam contra

aperto dos fiscais na região.”, “Câmara repudia fiscalização estadual.”,

evidentemente não servem a propósitos amistosos, que devem reinar entre o

Fisco e seus contribuintes.

É claro que, entre a força coesa da comunidade empresarial da

região, em oposição a um infinitamente menor número de agentes fiscais,

só se equilibra pelo empenho da força policial, o que é facultado pela

lei aos agentes do Estado, sempre que a necessidade assim o exigir.

Utilizar-se de tais recursos, por si só, não revela truculência ou

coação, sequer moral, eis que a força da lei garante apenas aos fiscais o

acesso a documentos que podem examinar, sem que tal influa no resultado

da ação fiscal.

Esta, a ação fiscal, tecnicamente busca revelar a regularidade do

contribuinte diante do Fisco, constituindo o crédito fiscal quando

ocorrente.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 76

Na espécie, nenhuma oposição foi sequer balbuciada ou sussurrada,

de modo a infirmar a efetiva ocorrência da sonegação detectada pelos

agentes do erário, cujo ofício é exatamente o de lavrarem os autos de

infração que exibiram aos contribuintes devedores, para o legal

adimplemento.

Os documentos vistoriados por tais agentes, foram-lhes “exibidos”,

com espontaneidade, pelas embargadas, através de seus servidores

delegados, tanto que há recibo da apreensão e depósito sem qualquer

observação, firmados por seu Diretor Jurídico (fls. 56 e 106) o que,

ainda que arranhada a forma, afasta a ocorrência de obtenção de

documentos por meios ilícitos ou arbitrários.

De tudo o que restou fartamente provado, é que os débitos

consubstanciados nos Autos de Infração lavrados contra as embargadas são

legítimos, com a agravante de terem ocorrido por comissão fraudulenta dos

devedores.

Nessa conformidade, com a necessária vênia dos meus pares, mormente

dos eminentes Desembargadores Relator e Revisor no julgamento da

apelação, para alinhar-me ao pronunciamento do eminente Des. Francisco

Figueiredo, acolho os embargos.

Custas ex lege.

O SR. DES. ALVES DE MELO:

V O T O

Não obstante a excelência do arrazoado recursal, rejeito os

embargos pelos fundamentos do voto que proferi no julgamento da apelação.

O SR. DES. VAZ DE MELLO:

Peço adiamento.

S Ú M U L A: DEPOIS DE VOTAR O RELATOR ACOLHENDO OS EMBARGOS E O

REVISOR DESPROVENDO-OS, PEDIU VISTA O 1º VOGAL.

__________

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

Assistiu ao julgamento, pela embargante, a Dra. Elaine Coura.

O SR. PRESIDENTE:

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 77

O julgamento deste feito foi adiado na sessão do dia 21 de dezembro

de 1995, a pedido do Primeiro Vogal, depois de votarem o Relator

acolhendo os embargos e o Revisor desprovendo-os.

Com a palavra o Des. Vaz de Mello.

O SR. DES. VAZ DE MELLO:

V O T O

Na sessão do dia 21 do mês de dezembro do ano p. findo, após ouvir,

atentamente, a exposição constante do voto do Relator, solicitei vista

dos autos para que pudesse reexaminar a matéria objeto dos embargos,

posto que acompanhara o não menos ilustre Relator da apelação manifestada

pelas ora embargadas, reformando a r. sentença de origem.

Agora, no julgamento dos embargos infringentes, diante dos

argumentos trazidos pelo eminente Relator, que me parecem de toda

procedência, não tenho dúvida em acolher os embargos para, reformulando

meu pronunciamento anterior, restabelecer a decisão de primeira

instância.

É que, conforme bem demonstrou o em. Relator dos embargos,

“...restaram afirmadas as ocorrências dos fatos geradores dos tributos

contestados, mercê de farta documentação colacionada, que sobejamente

demonstraram utilizarem-se as embargadas de expedientes fraudulentos, com

vistas a lesar o Fisco, mormente com a utilização de lançamentos no

conhecido e nefasto “CAIXA 2” (litteris, fls.).

Ao que penso e julgo, nada é necessário acrescentar ao

pronunciamento do Relator, para acolher os embargos.

Custas pelas embargadas, na forma da lei.

O SR. DES. FRANCISCO FIGUEIREDO:

Acolho os embargos, agasalhado pelos doutos argumentos agora

verificados.

O SR. DES. CAETANO CARELOS:

Acolho os embargos. No voto do eminente Relator da apelação, Des.

Corrêa de Marins, reconhece-se a ilicitude da venda das mercadorias sem o

recolhimento do ICMS, fato que ficou devidamente comprovado. Em face

dessa prova existente nos autos, acolho os embargos.

S Ú M U L A : ACOLHERAM OS EMBARGOS, VENCIDO O REVISOR QUE OS

REJEITAVA.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 78

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 79

_______________________________________________________________________________________________

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA

_______________________________________________________________________________________________

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 80

AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA - MATÉRIA FISCAL - DEPÓSITO - SUSPENSÃO

DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO FISCAL

Não há, no direito vigente, qualquer vedação a que postule a

impetrante uma ordem para que não se veja obrigada ao cumprimento de

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 81

obrigação que sustenta inconstitucional. Preliminar de impossibilidade

jurídica do pedido rejeitada. - A jurisprudência desta Corte (Súmulas nºs

1 e 2) admite medida Cautelar em matéria fiscal e também o depósito do

montante integral para suspender a exigibilidade do crédito tributário. -

Apelação e remessa oficial improvidas.

(AC-SP 81384 - 92.03.051249-7 - (88.0038742-0) - Rel.: Juiz Homar

Cais - Quarta Turma. Apte.: União Federal. Apdo.: Celanese Brasileira

Ind/ e Participações S/A. Remte.: Juízo Federal da 7ª Vara São Paulo Sec.

Jud. SP. 4ª Turma, TRF/3ª Região - 23-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 17-11-95 - Pág. 70.987.

AÇÃO DECLARATÓRIA QUE ANTECEDE A AUTUAÇÃO - RENÚNCIA DO PODER DE

RECORRER NA VIA ADMINISTRATIVA E DESISTÊNCIA DO RECURSO INTERPOSTO

O ajuizamento da ação declaratória anteriormente à autuação impede

o contribuinte de impugnar administrativamente a mesma autuação

interpondo os recursos cabíveis naquela esfera. Ao entender de forma

diversa, o acórdão recorrido negou vigência ao art. 38, parágrafo único,

da Lei nº 6.830, de 22.09.80. - Recurso especial conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 24.040-6- RJ - (92.0016244-4) - Rel.: Sr. Min.

Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:

Companhia de Seguros Sul Americana Industrial-SAI. 2ª Turma, STJ - 27-09-

95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Págs. 34.634/34.635.

ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO

MONETÁRIA - DIES A QUO

É iterativa a jurisprudência do Pretório Excelso e deste Tribunal

no sentido de que, em ação de repetição de indébito, a correção monetária

deve incidir a partir dos recolhimentos indevidos. É que o reajuste

monetário visa, exclusivamente, a manter no tempo o valor real do débito,

não importando em qualquer acréscimo patrimonial. Precedentes. - Recurso

a que se nega provimento.

(Recurso Especial nº 73.033 - SP - (Reg. 95.0043277-3) - Rel.:

Exmo. Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Fazenda do Estado de São

Paulo. Recdo.: Cabot Brasil Indústria e Comércio Ltda. 1ª Turma, STJ -

16-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.863.

ADIn - ICMS-MG - ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE

LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE

TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS

“I.C.M.S. Ação Direta de Inconstitucionalidade dos artigos 146, IX,

‘d’ e ‘e’, 148, parágrafo único, da Constituição Estadual de Minas

Gerais, por violação dos artigos 155, I, ‘b’, parágrafo 2º, XII, ‘g’ da

Constituição Federal de 1988 e do art. 34, parágrafo 8º, do A.D.C.T.. Não

se podendo, ‘prima facie’, negar a relevância dos fundamentos deduzidos

na petição inicial e havendo o risco de graves danos, para o erário

público, decorrentes de eventual demora no julgamento da ação, é de ser

deferida a medida cautelar de suspensão dos dispositivos impugnados. A

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 82

avaliação da gravidade dos danos pôde ser feita, até por inferência, no

caso, já que, pelas normas impugnadas, o I.C.M.S. não incidirá sobre

valores consideráveis, como encargo financeiro incorporado ao valor de

operação de venda a prazo, realizada mediante sistema de crediário,

diretamente a consumidor final; sobre a saída de leite ‘in natura’, para

consumo, em operação interna; nas operações de microempresa, para

destinatário localizado no Estado de Minas Gerais ou em outro Estado, nem

sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal

e de comunicação; aplicando-se, ainda, os benefícios ao pequeno produtor

e miniprodutor rural.”

(Ac. un. do STF-Pleno - ADIn 84-5-MG - medida cautelar - Rel. Min.

Sydney Sanches - j. 27.09.89 - Reqte.: Governador do Estado de Minas

Gerais; Reqda.: Assembléia Constituinte do Estado de Minas Gerais - DJU 1

06.10.95, p. 33.126 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9257 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 394.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - EXTINÇÃO COM BASE NO

ART. 47 DO CPC - IMPROPRIEDADE DO RECURSO

A extinção do processo, sem julgamento de mérito, não pode ser

questionada na via instrumental, cabendo a discussão das questões aqui

declinadas no âmbito da apelação. - O simples pedido de reabertura do

processo não devolve a possibilidade recursal. - Agravo de instrumento

improvido.

(AI nº 94.04.49370-8/RS - Agte.: Carlos Rodrigues Tavares e outros.

Agda.: Caixa Econômica Federal - CEF. Relª: Juíza Sílvia Goraieb. 4ª

Turma, TRF/4ª Região - 26-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-12-95 - Pág. 89.473.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLICAÇÃO DO

ACÓRDÃO RECORRIDO - PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

O agravo de instrumento deve vir suficientemente instruído com os

elementos necessários à sua apreciação, para que se possam verificar os

pressupostos inerentes ao cabimento do recurso extraordinário, dentre os

quais, o relativo à tempestividade. - A certidão de publicação do acórdão

recorrido -- prova da oportuna interposição do apelo derradeiro, cujo

processamento foi obstaculizado na instância a quo -- deve

necessariamente ser reproduzida quando da formação do agravo de

instrumento, sob pena de aplicação da Súmula 288. - A orientação

constante da Súmula 288 vem sendo seguida, na Corte, de maneira

iterativa. Em todas as decisões tem sido enfatizado que a parte agravante

deve necessariamente indicar a peça a ser trasladada e também fiscalizar

a formação do instrumento, por cuja deficiência responde, não se

permitindo a sua complementação quando os autos já se encontram nesta

instância. - Exigência recentemente confirmada por ambas as Turmas do

Supremo Tribunal Federal (Ag. 149.742 - Ag.Rg. - 1ª Turma e Ag. 151.485 -

Ag.Rg. - 2ª Turma). - Agravo regimental improvido.

(Agravo em Agravo de Instrumento n. 174.154-7 - Origem: São Paulo.

Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Estado de São Paulo. Agdo.: Pepsico e

Cia. (Divisão “Elma Chips”). Decisão: a Turma negou provimento ao agravo.

Unânime. 1ª Turma, 03.10.95 - STF).

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 83

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 15-12-95 - Pág. 44.093.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA

DO ACÓRDÃO RECORRIDO

Na conformidade da Súmula 288, mantida, na íntegra, em Plenário, no

julgamento do Ag. 137.645 (Ag.Rg.), nega-se provimento ao agravo, para

subida do recurso extraordinário, quando faltar no traslado o acórdão

recorrido. - Embora a parte agravante alegue não poder ser penalizada

pela falta, pois indicou com exatidão todas as peças a serem trasladadas,

que não foram inseridas no instrumento por omissão da Secretaria da Corte

a quo, não há como afastar o enunciado da referida Súmula, eis que a ela

incumbe não apenas especificar, mas também acompanhar a formação do

agravo, por cuja deficiência responde. Agravo regimental improvido.

(Agravo em Agravo de Instrumento n. 169.565-1 - Origem: São Paulo.

Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Cleide de Lourdes Aguiar Campaner.

Agdos.: Lia Maria Aguiar e outro. Agdos.: Maria Ângela Aguiar Bellizia e

cônjuge. Decisão: A Turma negou provimento ao agravo. Unânime. 1ª Turma,

05.09.95 - STF).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.139.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS - ÔNUS

Compete à parte interessada e ao seu advogado tomar as providências

necessárias para que o traslado contenha todas as peças obrigatórias

previstas no § 1º do art. 544 do C.P.C., além das essenciais à solução da

demanda. - Agravo regimental improvido.

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 83.865 - RJ -

(95.45516-1) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Cláudio Santos. Agte.: Rudolf

August Robert Brandt - Espólio. Agda.: A R. Decisão de Fls. 242. Partes:

Rudolf August Robert Brandt - Espólio e Ribenboim Engenharia Ltda. 3ª

Turma, STJ - 30-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.571.

AGRAVO DA LEI 8.038/90

À decisão proferida em recurso especial não são oponíveis embargos

infringentes. - Recurso denegado. - Unânime.

(Agravo Regimental nos Embargos Infringentes no Recurso Especial nº

61.201-2 - SP - 95/0008090-7 - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Fontes de Alencar.

Recte.: Banco Digibanco S/A. Recdo.: Belmiro Gomes. Agte.: Belmiro Gomes.

Agdo.: Decisão de Folha 200. 4ª Turma, STJ - 25-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.578.

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LEGAIS

NÃO PREQUESTIONADOS - SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

É incontroversa nesta Corte a necessidade de expresso

prequestionamento da questão federal debatida, que deverá ter sido

abordada pelo acórdão hostilizado. - A não oposição de embargos

declaratórios, com o fito de suprir eventual omissão acerca do tema

objeto do apelo especial, determina a aplicação das Súmulas 282 e 356 do

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 84

Supremo Tribunal Federal. - Agravo regimental improvido, sem

discrepância.

(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 63.351-9/RS -

(95.0004718-7) - Rel.: O Sr. Min. Demócrito Reinaldo. Agte.: Estado do

Rio Grande do Sul. Agdo.: Ministério Público do Estado do Rio Grande do

Sul. 1ª Turma, STJ - 23-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.497.

ANISTIA FISCAL - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

A anistia fiscal concedida no curso do processo não interfere com a

condenação em honorários por sucumbência.

(Recurso Especial nº 73.037/SP - (95/0043281-1) - Rel.:O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Rodízio Gaúcho São José Ltda.

Recdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 06-11-

95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.185.

APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO

Não caracterizada a deserção se ou quando o recorrente efetua o

recolhimento das custas devidas, no prazo estabelecido (art. 519, 1ª

parte); ainda que seu depósito no banco-arrecadador haja ocorrido fora

dele. A inteligência lógica do artigo 519, do CPC, não vislumbra nele a

inequívoca exigência de que deva ele ser feito no horário de

funcionamento do órgão-arrecadador. Precedentes do STJ. - Recurso

conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 67.133-7/RS - (95/0027079-0) - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. Waldemar Zveiter. Recte.: João Gonçalves da Silva. Recdo.:

Financiadora Mesbla S/A Crédito Financiamento e Investimento. 3ª Turma,

STJ - 24-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.217.

ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA UFIR

A utilização da UFIR para a atualização monetária das receitas

tributárias não fere qualquer regra constitucional, uma vez que as normas

que tratam da indexação monetária se inserem no campo das finanças

públicas, têm aplicação imediata e não se equiparam à majoração de

tributos (art. 97, § 2º, CTN).

(Apelação em Mandado de Segurança nº 93.04.33731-3 - RS - Rel.:

Juiz Jardim de Camargo. Apte.: União Federal. Apte.: C E K Corretora de

Seguros Ltda. Apdos.: Os mesmos. 2ª Turma, TRF/4ª Região - 05-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.753.

CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI

8.383/91

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 85

A compensação de créditos tributários pressupõe a mesma natureza

jurídica e inequívoco reconhecimento da sua existência. Daí a

impossibilidade de ser admitida pela via de provisória decisão liminar,

em ação cautelar, a sua pronta concretização. Enfim, a liminar não se

presta para a afirmação da suficiência e liquidez dos créditos lançados

como compensáveis. - Precedentes jurisprudenciais. - Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 48.018 - Paraná - (94.0013823-7) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Arrozeira Guarapuavana Ltda. Recda.:

Fazenda Nacional. 1ª Turma, STJ - 02-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.723.

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - DEPÓSITO JUDICIAL - EXPEDIÇÃO -

POSSIBILIDADE

“Tributário. Certidão negativa. Inexistência de depósito

suspendendo a exigibilidade. 1. A suspensão da exigibilidade do crédito

tributário, mediante a realização de depósito judicial, autoriza a

expedição de certidão com os mesmos efeitos da negativa, da qual conste a

existência de tal circunstância. 2. Remessa oficial improvida.”

(Ac. un. da 1ª T. do TRF da 4ª R. - REO 94.04.05257-4/RS - Rel.

Juiz Ronaldo Ponzi - j. 15.08.95 - Partes: Randon S/A Veículos e

Implementos e outro e Agente do Instituto Nacional do Seguro Social em

Caxias do Sul - DJU 2 18.10.95, p. 71.477 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9321 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 421.

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - LANÇAMENTO DEFINITIVO

Havendo lançamento definitivo na esfera administrativa, à época da

negativa de expedição da certidão, inexiste ilegalidade ou abuso no ato

da autoridade impetrada, não podendo ser atendido o pedido na esfera

judicial.

(AMS nº 95.04.04909-5/RS - Apte.: Clangraf Imp/ e Exp/ e Com/ de

Materiais. Apda.: União Federal. Relator: Juiz Carlos Sobrinho. 1ª Turma,

TRF/4ª Região - 17-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.738.

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO - PARCELAMENTO

As Certidões Negativas de Débito devem ser expedidas se, à época da

negativa pela autoridade, era regular a situação do contribuinte no

pagamento do parcelamento.

(AMS nº 95.04.37875-7/PR - Apte.: Instituto Nacional do Seguro

Social - INSS. Apdo.: Agro HB S/A. Remte.: Juízo Federal da 3ª Vara

Federal de Curitiba/PR. 1ª Turma, TRF/4ª Região - 19-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.739.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 86

COMPETÊNCIA - DISTRIBUIÇÃO - PERPETUATIO JURISDICIONIS

A distribuição fixa a competência do Juízo para a causa, até o seu

final, sejam quais forem os incidentes da sua tramitação: princípio da

perpetuatio jurisdicionis. Assim como não pode haver dois juízos

igualmente competentes, para o mesmo processo, ao mesmo tempo, também não

pode haver distribuições sucessivas de uma mesma ação, o que implicaria

inadmissível duplicidade de competências ou, pior, supressão indevida da

competência do primeiro juízo, regularmente fixada pela anterior

distribuição.

(Conflito de Competência nº 95.04.37057-8/RS - Rel.: Juiz Amir José

Finocchiaro Sarti. Parte A: João José Fernandes da Cruz e outro. Parte R:

Habitasul Crédito Imobiliário S/A. Suscte.: Juízo Federal da 12ª Vara de

Porto Alegre/RS. Suscdo.: Juízo Federal da 11ª Vara de Porto Alegre/RS.

2ª Seção, TRF/4ª Região - 04-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.467.

COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO

Ainda que absolutamente incompetente, o juiz que decidiu a causa no

primeiro grau de jurisdição é o competente para a execução, mesmo que a

sua sentença tenha sido reformada em recurso. - O problema da

incompetência absoluta há de ser resolvido, em tais casos, por via de

ação rescisória, o que não afeta, entretanto, o princípio de que o juízo

da causa é o competente para a execução.

(Conflito de Competência nº 95.04.41472-9/SC - Rel.: Juiz Amir José

Finocchiaro Sarti. Parte A: Iracema Máxima de Mello e outros. Parte R:

Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Suscte.: Juízo Federal da 1ª

Vara de Florianópolis/SC. Suscdo.: Juízo de Direito da Comarca de

Imaruí/SC. 2ª Seção, TRF/4ª Região - 04-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.466.

COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - DEVEDOR DOMICILIADO EM VARA

ESTADUAL DISTRITAL - CRIAÇÃO DE VARA FEDERAL NA COMARCA -

COMPETÊNCIA DO TRF PARA CONHECER DO CONFLITO - IMPROCEDÊNCIA

Compete aos Tribunais Regionais Federais solucionar os conflitos de

competência verificados entre juízes federais e juízes estaduais

investidos de jurisdição federal delegada, ainda que o pronunciamento

destes juízes seja apenas no sentido de declinar de sua competência. - A

delegação prevista no art. 109, § 3º da Constituição Federal ocorre

somente nas comarcas em que inexista Vara Federal. A significação do

termo Comarca somente pode ser haurida na legislação estadual respectiva.

- Residindo o devedor em Município sede de Vara Distrital, integrante de

Comarca onde haja Vara Federal, inexiste delegação. - Conflito negativo

de competência julgado improcedente

(Conflito de Competência nº 94.03.089248-0) - Parte A: União

Federal. Parte R: Caninha da Roça Ind. e Com. Ltda. Suscte.: Juízo

Federal da 2ª Vara de Piracicaba. Suscdo.: Juízo de Direito de Rio das

Pedras. Relª: Juíza Ana Scartezzini. Designado para acórdão: Juiz Márcio

Moraes. 2ª Seção, TRF/3ª Região - 06-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-10-95 - Pág. 71.292.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 87

CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZES SUBORDINADOS A TRIBUNAIS

DIFERENTES - CONFLITO A SER DIRIMIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA

Tratando-se de conflito de competência absoluta, instaurado entre

juízes subordinados a Tribunais diferentes, cabe ao Superior Tribunal de

Justiça dirimi-lo (CF, art. 108, I, “e”, e II). - Conflito de competência

não conhecido, com remessa dos autos ao Egrégio Superior Tribunal de

Justiça.

(Conflito de Competência nº 95.03.046816-7/SP - Rel.: O Exmo. Sr.

Juiz Souza Pires. Suscte.: Juízo Federal da 2ª Vara de Sorocaba - Seção

Judiciária de São Paulo. Suscdo.: Juízo de Direito de Votorantim - SP.

Parte A: União Federal (Fazenda Nacional). Parte R: Ferreira & Massa

Ltda. 1ª Seção, TRF/3ª Região - 08-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-12-95 - Pág. 88.798.

CORREÇÃO MONETÁRIA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SÚMULA Nº 14 STJ

A correção monetária dos honorários advocatícios deve ser calculada

a partir do ajuizamento da ação, não a contar da data da sentença. -

Decisão embasada na Súmula nº 14 do E. Superior Tribunal de Justiça. -

Apelação improvida.

(AC nº 94.04.21086-2/PR - Apte.: Caixa Econômica Federal - CEF.

Apdo.: Osmar Zimmermann e outro. Relª: Juíza Sílvia Goraieb. 4ª Turma,

TRF/4ª Região - 17-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-12-95 - Pág. 89.471.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE - DEPÓSITO -

MONTANTE INTEGRAL - ARTIGO 151, INCISO II - SÚMULA 112/STJ -

ALCANCE

A suspensão da exigibilidade do crédito tributário apenas tem lugar

mediante o depósito do montante integral a ele correspondente. - Na

hipótese de lançamento por homologação (autolançamento), enquanto não

impugnado, pelo Fisco, o valor atribuído pelo contribuinte, o montante

integral do crédito tributário corresponde ao valor simples do tributo,

inexigível o depósito de juros e multa moratória. - Recurso provido, por

unanimidade.

(Recurso Especial nº 64.974-9/SP - (95.0021115-7) - Rel.: O Sr.

Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdos.:

IAP S.A. e outros. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.528.

DATA DE VENCIMENTO DO ICMS - FIXAÇÃO EM DECRETO - MERCADORIA

PRODUZIDA NO BRASIL

É possível fixar-se, em decreto, a data para recolher-se o ICMS,

mesmo em se tratando de mercadoria produzida no Brasil.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 88

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 61.335/SP -

(95/0008512-7) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Embte.:

Metalgráfica Rojek Ltda. Embdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual).

1ª Turma, STJ - 20-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18/12/95 - Pág. 44.496.

DECISÃO QUE ATUALIZA CONTA DE LIQUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO

- INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA -

RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO NÃO CONHECIDO

É cabível apelação da sentença que julga liquidação por cálculo, e

agravo de instrumento da decisão que, no curso da execução, aprecia

atualização da conta (Súmula nº 25 - TRF da 4ª Região). - Constitui erro

grosseiro a interposição de recurso impertinente em lugar daquele

expressamente previsto na norma jurídica própria.

(Apelação Cível nº 94.04.32719-0/RS - Relª: Juíza Tânia Escobar.

Apte.: União Federal. Apdo.: Calçados Schirley Ltda. 2ª Turma, TRF/4ª

Região - 24-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-10-95 - Pág. 61.150.

DENÚNCIA ESPONTÂNEA - VEÍCULO IMPORTADO ILEGALMENTE - REGULARIZAÇÃO

- VIA INADEQUADA

“Tributário. Importação de veículos. Portaria 56/90. 1. A

Jurisprudência do STJ, que harmoniza toda a Jurisprudência Nacional, é no

sentido da impossibilidade de regularização de veículos automotores

internados no país anteriormente a este ato normativo. 2. Assim, não se

admite a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, para o fim de,

mediante pagamento dos tributos devidos, proceder à regularização

tributária de veículos internados no país ao desamparo da legislação de

regência. 3. Recurso e remessa providos.”

(Ac. un. da 4ª T. do TRF da 1ª R. - AMS 93.01.37142-1/DF - Rel.

Juiz Nelson Gomes da Silva - j. 07.06.95 - Apte.: Fazenda Nacional;

Apda.: Telecentro Locadora Ltda. - DJU 2 03.08.95, p. 48.296 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9078 - SETEMBRO/1995 -

Págs. 320/319.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE - LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO

Aplica-se a regra do artigo 191 do Código de Processo Civil se o

denunciado se opõe ao pedido da ação principal (artigo 75, I). Não assim,

entretanto, se se limita a negar a existência do vínculo de que derivaria

o direito de regresso (artigo 75, II).

(Recurso Especial nº 68.314-9 - RS - (95.0030899-1) - Rel.: O Sr.

Min. Eduardo Ribeiro. Recte.: Interamericana Companhia de Seguros Gerais.

Recdos.: Mauro Job Pontes / Irmãos Giulian e Companhia Ltda. 3ª Turma,

STJ - 07-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.217.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 89

DESISTÊNCIA - DISCORDÂNCIA DA RÉ, QUE CONDICIONA O ENCERRAMENTO DO

FEITO À RENÚNCIA DO AUTOR AO DIREITO PLEITEADO, CONDIÇÃO ESTA COM A

QUAL O ÚLTIMO NÃO CONCORDA

No caso em tela, impossível se torna a homologação da desistência,

devendo o feito prosseguir. - Provimento, em parte, ao apelo.

(Apelação Cível nº 92.01.30889-2/MG - Rel.: O Exmo. Sr. Juiz João

V. Fagundes. Apte.: Joaquim Santiago Júnior e outros. Apda.: Fazenda

Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ERRO DE FATO ININFLUENCIÁVEL NO JULGAMENTO

- REJEIÇÃO

Os recursos cabíveis, no mandado de segurança, são somente os

previstos em lei, sendo sua feição de procedimento célere e de remédio

constitucional pronto e eficaz incompatível com o agravo de instrumento.

- No processo de mandado de segurança, é inócua a instauração do

incidente do valor da causa, por manifestamente inútil, já que, nele, são

incabíveis os honorários advocatícios. - Embargos rejeitados. Decisão

indiscrepante.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 68.345-9/SP -

(95.0030930-0) - Rel.: O Sr. Min. Demócrito Reinaldo. Embte.: Frigorífico

Marba Ltda. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 22-

11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.504.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ERRO MATERIAL - CORREÇÃO - MODIFICAÇÃO DO

JULGADO - EXCEPCIONALIDADE

Os embargos declaratórios devem ser acolhidos, em caráter

excepcional, para corrigir decisão tomada em bases fáticas equivocadas. -

A omissão do aresto que deslinda embargos de declaração em sede de

apelação, enseja recurso especial por ofensa ao art. 535 do Código de

Processo Civil. - Hipótese a que se ajusta o caso em exame. - Embargos

parcialmente acolhidos.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 58.471-0 - SP -

(94/0040812-9) - Rel.: O Exmo. sr. Min. César Asfor Rocha. Embte.: Nelson

Eduardo Maluf e cônjuge. Embda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª

Turma, STJ - 07-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.611.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ICMS NA IMPORTAÇÃO - COMPETÊNCIA DA

JUSTIÇA FEDERAL PARA ANALISAR A QUESTÃO - EXIGÊNCIA POR OCASIÃO DO

DESEMBARAÇO ADUANEIRO (PESSOA FÍSICA) - POSTERIOR APRECIAÇÃO PELA

FAZENDA ESTADUAL SOBRE A EXIGÊNCIA DO I.C.M.S. - EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO REJEITADOS

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 90

Não vislusmbrada a contradição, pois a Justiça Federal é competente

para analisar a legalidade da exigência de prévia comprovação do

pagamento de ICMS. - Exigência do pagamento do I.C.M.S. por ocasião do

desembaraço aduaneiro, por tratar-se de pessoa física, e, ser este o

momento do fato imponível. - Apreciação posterior pela Fazenda Estadual

sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de Declaração rejeitados.

(Embargos de Declaração nº 93.03.77214-8 - Acórdão embargado - fl.

111 - Rel.: O Exmo. Sr. Américo Lacombe. Embte.: Francisco Roberto Souza

Calderaro. Partes: União Federal / Fazenda do Estado de São Paulo.

Remte.: Juízo Federal da 1ª Vara de Santos Sec. Jud. S.P. 6ª Turma,

TRF/3ª Região - 30-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-12-95 - Pág. 84.945.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 535, II, CPC) - MERCADORIA IMPORTADA -

ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO

O exame de questões nitidamente fundamentadas na Constituição não

se amolda na via Especial, descabendo falar-se em omissão. - Após a

ocorrência do fato gerador (entrada da mercadoria no estabelecimento do

importador), é legal a exigência do recolhimento do ICMS nos cinco dias

úteis seguintes, conforme a legislação estadual de regência. -

Precedentes da jurisprudência. - Rejeitados os embargos da Fazenda

Estadual acolhidos os da Recorrente.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 68.453 - SP -

(95.0031129-1) - Rel.: O Sr. Min. Milton Luiz Pereira. Embtes.: Fazenda

do Estado de São Paulo / L & M Comercial Importadora e Exportadora Ltda.

Embdas.: As mesmas. 1ª Turma, STJ - 20-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Págs. 44.504/44.505.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS - SUCUMBÊNCIA DO ESTADO - VALOR A SER

CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS HONORÁRIOS

Recebidos embargos contra execução fiscal, os honorários de

sucumbência são calculados sobre o montante da execução, envolvendo as

parcelas relativas a tributo, multa, juros e outras cobradas

executivamente. - Na fixação dos honorários de sucumbência impostos ao

Estado, leva-se, sempre, em conta o preceito do Art. 20, § 4º. - Em

processo que durou cinco anos e transitou por três instâncias, a

condenação do sucumbente em honorários de dez por cento sobre o valor da

lide corresponde à equidade.

(Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Recurso

Especial nº 61.103/SP - (95/0007804-0) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto

Gomes de Barros. Embte.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). Embda.:

Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, De 18-12-95 - Pág. 44.496.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES -

RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA -

CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS

VENCIDOS

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 91

Não obstante a controvérsia existente em torno do tema, considera-

se legítima a exigência do recolhimento antecipado, do ICMS, na venda de

veículos automotores, pelo chamado regime de substituição tributária. -

Embargos de divergência recebidos, por maioria de votos.

(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 35.802-5 - SP -

Reg. nº 95/0010028-2 - Rel.: Sr. Min. Hélio Mosimann. Embte.: Fazenda do

Estado de São Paulo. Embdo.: Litoral Distribuidora de Veículos Ltda. 1ª

Seção, STJ - 20-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.508.

EMBARGOS À EXECUÇÃO - CERTIDÃO DE INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA -

PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DA LIQUIDEZ E CERTEZA

Dívida Ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e

liquidez, cabendo ao interessado produzir prova inequívoca no sentido de

elidi-la. - Recurso improvido.

(Apelação Cível nº 92.03.14582-6/SP - Rel.: Juiz Célio Benevides.

Apte.: Rádio Difusora de Assis S/A. Apdo.: Instituto Nacional do Seguro

Social - INSS. 2ª Turma, TRF/3ª Região - 24-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 22-11-95 - Pág. 80.765.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - SUCESSÃO - AQUISIÇÃO DE FUNDO DE

COMÉRCIO - RESPONSABILIDADE

“Tributário. Embargos à execução. Sucessão. Responsabilidade. -

Havendo sucessão, caracterizada pela compra do fundo de comércio, o

sucessor responde pelos débitos tributários do sucedido. - Precedente.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 51.504-1 - SP - Rel. Min. Américo

Luz - j. 14.06.95 - Recte.: Distribuidora de Carnes Vale do Mogi Ltda;

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 14.08.95, p. 24.015 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9124 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 338.

EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART. 201, §§ 5º E 6º,

CF/88 - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDADE DA

SÚMULA 343, STF

A decisão que entendeu não-auto-aplicável o art. 201, §§ 5º e 6º,

não constitui violação a literal disposição de lei, senão interpretação

razoável do texto constitucional, ainda que, posteriormente, a questão

tenha sido decidida de modo contrário pelo E. STF. Aplicabilidade da

Súmula 343, STF, em matéria constitucional. Embargos infringentes

improvidos.

(Embargos Infringentes em Ação Rescisória nº 94.04.15186-6- RS -

Rel.: Sr. Juiz Volkmer de Castilho. Embte.: José Eliziário e outros.

Embdo.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. 2ª Seção, TRF/4ª

Região - 13-12-95).

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 92

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-12-95 - Pág. 88.842.

EMBARGOS DE TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRADA -

ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA

“Tributário. Execução. Penhora. Registro. Embargos de terceiro. - A

penhora não registrada não torna ineficaz a alienação efetivada por

terceiro, que não o executado, se fazendo necessária a prova de que o

adquirente tinha conhecimento da fraude. - Precedentes.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 43.738-5- MG - Rel. Min. Américo

Luz - j. 19.06.95 - Recte.: Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais;

Recdos.: Luiz Fernando de Souza e s/m - DJU 1 14.08.95, p. 24.012 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNICA Nº 1/9123 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 33.

EXECUÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - PARALISAÇÃO

Decorrendo a paralisação do processo de inação do juízo deprecado,

que há mais de dez anos está para designar dia para a praça, descabe

extingui-lo por alegada omissão da exequente, que tem feito o que está ao

seu alcance para a incoação do feito. - Recurso provido.

(Recurso Especial nº 69.784 - BA - (Reg. 95.345692) - Rel.: O Sr.

Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Caixa Econômica Federal - CEF. Recdo.:

José Borges da Hora e outros. 4ª Turma, STJ - 30-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.584.

EXECUÇÃO - IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FAMÍLIA - IMPENHORABILIDADE

Consolidado na jurisprudência da Terceira Turma o entendimento no

sentido de que tem incidência imediata, desconstituindo até penhora já

efetivada, texto legal que afasta da execução imóvel residencial próprio

do casal, ou da entidade familiar (bem de família), assim como os

equipamentos que o guarnecem. Inteligência das normas da Lei nº 8.009/90.

- Recurso conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 69.717/SP - (95/0034346-0) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Waldemar Zveiter. Recte.: Aparício Mesquita Sapage e cônjuge.

Recdo.: Banco do Estado de São Paulo S/A - BANESPA. 3ª Turma, STJ - 30-

10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.563.

EXECUÇÃO - PENHORA - LEI 8.009/90

O disposto na Lei 8.009/90 tem incidência imediata. Inclusive sobre

os atos de constrição já realizados ao tempo de sua vigência. - Recurso

provido.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 6.246 - SP - (Reg. 95.484064) -

Rel.: O Sr. Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Waldemar Capoletti.

Recdo.: UNIBANCO União de Bancos Brasileiros S/A. T. Origem: Primeiro

Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo de Direito

da 1ª Vara Cível de Pirassununga-SP. 4ª Turma, STJ - 14-11-95).

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 93

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA’, DE 18-12-95 - Pág. 44.574.

EXECUÇÃO - PENHORA - SUBSTITUIÇÃO DO BEM - VALOR

O valor a ser depositado em dinheiro, para a substituição de um dos

bens penhorados, deve corresponder ao valor verificado na avaliação,

devidamente atualizada, e não ao total do débito em cobrança. - Recurso

não conhecido.

(Recurso Especial nº 71.730 - MG - (Reg. 95.397595) - Rel.: O Sr.

Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Financeira BEMGE S/A Crédito

Financiamento e Investimento. Recdo.: Kleber Brasiliense Pimentel. 4ª

Turma, STJ - 31-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.586.

EXECUÇÃO - PENHORA EFETUADA - SUPERVENIÊNCIA DA LEI N. 8.009/90 -

DIREITO TRANSITÓRIO - INCIDÊNCIA - PRECEDENTES

A Lei 8.009/90, de aplicação imediata, incide no curso da execução

se ainda não efetuada a alienação forçada, tendo o condão de levantar a

constrição sobre os bens afetados pela impenhorabilidade.

(Recurso Especial nº 68.791 (95/0032231-5) - SP - Rel.: Min. Sálvio

de Figueiredo Teixeira. Recte.: Nicolau Emílio Giannella Cataldi. Recdo.:

Banco Bradesco de Investimento S/A. 4ª Turma, STJ - 24-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-11-95 - Pág. 39.606.

EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - CONEXÃO -

COMPETÊNCIA

“Processual Civil - Execução Fiscal - Ação Anulatória - Conexão -

Prevenção - Competência da Vara da Fazenda Pública Estadual - Artigos

103, 105, 106, 132, 585, § 1º, CPC - Lei nº 6.830/80 (art. 38) - Súmula

112/STJ. 1. A ação anulatória de débito, ou a declaratória negativa de

dívida fiscal, sem o depósito integral correspondente do crédito

tributário, não inibe a consequente execução, efetivando-se a penhora.

Isto ocorrendo, estadeada a conexão, as ações devem ser reunidas para

julgamento conjunto. Se julgada a anulatóriaa e, pela via da exceção,

esta foi anteriormente apreciada, não suscitado o conflito, permanece a

competência do Juízo onde foi processada e julgada a anulatória,

homenageando-se a prevenção. 2. A distribuição interna de serviços, por

si, não ofende a competência do Juízo de mesma Vara. 3. Recurso

improvido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 46.193-SP - Rel. Min. Milton Luiz

Pereira - j. 09.08.95 - Recte.: Iguatemy Operacional Indústria Comércio e

Transportes Ltda.; Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1

11.09.95, p. 28.792 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9172 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 357.

EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO -

LITISPENDÊNCIA - INOCORRÊNCIA

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 94

“Embargos à execução fiscal - Cobrança de ICM - Arguição de

litispendência - Inocorrência - Ação Declaratória de existência [sic] do

débito - Improcedência da ação - Apelação desprovida. A propositura de

ação declaratória de inexistência de débito não inibe a promoção da

execução fiscal. Artigo 585, § 1º, do Código de Processo Civil. Recurso

desprovido.”

(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ PR - AC 38.577-7 - Rel. Des. Oto Luiz

Sponholz - j. 15.08.95 - Apte.: Vilela-Distribuidora de Auto Peças Ltda.;

Apda.: Fazenda Pública do Estado do Paraná - DJ PR 28.08.95, p. 09 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9210 - NOVEMBRO/1995 -

Págs. 376/375.

EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS

- EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE

CONFIGURAÇÃO

“Execução fiscal - Embargos - Imposto de renda - Alteração

contratual/ineficácia contra terceiros se não registrada na Junta

Comercial - Excesso de poder do sócio gerente. 1. A alteração de cláusula

contratual só tem eficácia contra terceiros, após sua averbação no

registro da Junta Comercial; 2. As disposições das sentenças exaradas

respectivamente, na ação de dissolução de sociedade e da auto-falência

requerida pelo liquidante, não se aplicam aos fatos ocorridos antes da

liquidação; 3. Ao transferir para o seu nome a maior parte do patrimônio

da empresa e selecionando, segundo suas próprias conveniências negociais,

os credores a quem oferecia pagamento, com prejuízo de credores

preferenciais como a Fazenda Nacional, é certo que o embargante, sócio

gerente, obrou com excesso de poder, eis que reduziu a sociedade à

insolvência, fazendo-a desaparecer e com ela a garantia dos credores.”

(Ac. un. da 2ª T. do TRF da 4ª R. - REO 94.04.03206-9/PR - Rel.

Juiz Dória Furquim - j. 1º.06.95 - Partes: Idelson Rottava e União

Federal - DJU 2 09.08.95, p. 49.942 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9252 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 393.

EXECUÇÃO FISCAL - AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO DE

PROPRIEDADE DE SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA EVITAR

FRAUDE À EXECUÇÃO - INVIABILIDADE

“Processual Civil. Execução fiscal. Fraude à execução. Averbação à

margem do prontuário do veículo de propriedade de sócio responsável pelo

débito tributário. Inviabilidade. Inaplicabilidade à espécie do art. 615,

inciso III, do CPC. I - Na execução fiscal proposta pelo Estado contra

empresa devedora, é descabida pretensa averbação à margem do prontuário

do veículo do sócio responsável pelo débito tributário objeto da

execução, a título de advertência de que a transferência do veículo

caracteriza fraude à execução ou de proibição de alienação. II - ‘In

casu’, a pretensão formulada nesse sentido, não encontra amparo em

nenhuma previsão legal, muito menos no disposto no inciso III, do artigo

615 do CPC, por isso que tal dispositivo trata de ‘medidas acautelatórias

urgentes’ e a discutida averbação jamais prevenirá os direitos do credor,

pois a prova da propriedade do veículo não se faz apenas com a

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 95

documentação da repartição de trânsito. III - Recurso desprovido, por

unanimidade.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 68.208-8/MS - Rel. Min. Demócrito

Reinaldo - j. 11.10.95 - Recte.: Estado do Mato Grosso do Sul; Recda.:

Materiais de Escritório Bororó Ltda. - DJU 1 06.11.95, p. 37.546 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9307 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 417.

EXECUÇÃO FISCAL - BEM GRAVADO POR ÔNUS REAL - PENHORA -

POSSIBILIDADE; BENS ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS - IDENTIFICAÇÃO

“Tributário. Bem gravado por ônus real. Penhorabilidade pela

Fazenda Pública. Possibilidade. Inteligência do art. 30, da Lei de

Execução Fiscal (Lei 6.830/80). Inaplicabilidade do Decreto-lei nº

413/69. Todos os bens e rendas de qualquer origem e natureza do sujeito

passivo, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de

inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da

constituição do ônus ou da cláusula, estão sujeitos à penhora por parte

da Fazenda Nacional, excetuados, unicamente, os bens e rendas que a lei

declara absolutamente impenhoráveis. - São bens absolutamente

impenhoráveis aqueles mencionados no art. 649 do Código de Processo Civil

e não aqueles a que a norma legal não empregou a expressão

‘absolutamente’ - Apelação improvida.”

(Ac. da 2ª T. do TRF da 5ª R. - mv - AC 67.164/PE - Rel. Designado

para o Ac. Juiz Nereu Santos - j. 23.05.95 - Apte.: Banco do Brasil S/A;

Apda.: Fazenda Nacional - DJU 2 11.08.95, p. 50.506 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9121 - OUTUBRO/1995 -

Págs. 338/337.

EXECUÇÃO FISCAL - BEM PENHORADO - SUBSTITUIÇÃO - DEPÓSITO EM

DINHEIRO - CORRESPONDÊNCIA - POSSIBILIDADE

As funções da penhora, como cediço, consistem na especificação e

conservação dos bens sobre os quais se efetiva a responsabilidade do

executado. É facultado ao devedor substituir o bem penhorado por

dinheiro, desde que o faça antes da arrematação, ou da adjudicação.

Precedente. - Recurso desprovido, sem discrepância.

(Recurso Especial nº 64.696/SP - (95.0020745-1) - Rel.: O Sr. Min.

Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recda.:

Estamparia Luminar Ltda. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.333.

EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETERMINADA

PARCELA DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS - BARES E RESTAURANTES -

SUPERVENIÊNCIA DA LEI ESTADUAL Nº 8.198/92

A exclusão de determinada parcela do débito não tem o condão de

tornar a certidão de dívida ilíquida e incerta, com a consequente

nulidade do processo executivo. No caso, o acórdão recorrido, ao

extinguir a execução, desconsiderou o percentual de 30%, relativo às

bebidas, que não foi objeto de remissão. - Ofensa aos arts. 202 e 204 do

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 96

C.T.N. e 2º, § 5º e 3º, da Lei nº 6.830 de 22.09.80, caracterizada.

Precedentes. - Recurso especial conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 70.380-SP - (95.0036078-0) - Rel.: Sr. Min.

Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.:

Restaurante e Churrascaria Baby Beef Rondaiyat Ltda. 2ª Turma, STJ - 11-

10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.756.

EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - EXCLUSÃO DA PARCELA

REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO - DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA

CERTIDÃO PARA A EXECUÇÃO DA DÍVIDA REMANESCENTE (TAXAS) - CTN, ART.

204 - LEI 6.030/80 (ART. 3º)

A exclusão do valor do imposto, por si, não afeta a liquidez e

certeza da dívida remanescente expressada em campo autônomo apropriado às

taxas. Desnecessidade de substituição da certidão, uma vez que a dívida

remanescente resulta de simples cálculo aritmético, sem prejuízo à

verificação pelas partes interessadas. - Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 58.209 - SP - (94.0039941-3) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Companhia de Saneamento Básico do

Estado de São Paulo-SABESP. Recdo.: Município de São Paulo. 1ª Turma, STJ

- 04-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.332.

EXECUÇÃO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - ÍNDICE DE JANEIRO DE 1989 -

INFLAÇÃO REAL

Os débitos vencidos devem ser monetariamente corrigidos de modo a

preservar o valor real do crédito, aplicando-se, para tanto, os índices

que reflitam a real desvalorização da moeda. - O Superior Tribunal de

Justiça, em julgamento proferido pela Corte Especial, consagrou o

entendimento de que em janeiro de 1989 a inflação real atingiu o

percentual de 42,72%, impondo-se a aplicação desse índice na atualização

monetária dos débitos cobrados em juízo (REsp. nº 43.055-0 - SP, Relator

o eminente Ministro Sálvio de Figueiredo, D.J. de 20.02.95). - Recurso

especial parcialmente provido.

(Recurso Especial nº 68.171-5 - SP - (95/0030115-6) - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Smar Equipamentos Industriais Ltda.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 23-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.728.

EXECUÇÃO FISCAL - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE -

RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE

“Tributário. Responsabilidade pessoal do sócio-gerente. Dissolução

irregular da sociedade. A jurisprudência tem identificado como ato

contrário à lei, caracterizador da responsabilidade pessoal do sócio-

gerente, a dissolução irregular da sociedade, aquela em que, não obstante

os débitos tributários, os respectivos bens são liquidados sem o processo

próprio; a presunção aí é a de que os bens foram distraídos [sic] em

benefício dos sócios ou dos credores privados, numa ou noutra hipótese

com detrimento da Fazenda Pública. Recurso especial não conhecido.”

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 97

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 9.245-0-SP - Rel. Min. Ari

Pargendler - j. 18.09.95 - Rectes.: Nestor Perciliano de Oliveira e

outros - Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 16.10.95, pp.

34.632/3 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9306 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 417.

EXECUÇÃO FISCAL - EMBARGOS DO DEVEDOR - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA

A parcela inexigível do crédito deve ser excluída do título

executivo nos embargos do devedor. Depois do respectivo julgamento, tenha

ou não sido discutido nos embargos do devedor, já não há como expurgar da

certidão de dívida ativa o incobrável. Hipótese, ademais, em que o

acréscimo moratório estipulado no título executivo foi expressamente

mantido no julgamento dos embargos do devedor sob o nome de juros.

Recurso especial não conhecido.

(Recurso Especial 13.919 - SP - (91.17361-4) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Ari Pargendler. Recte.: Algodoeira Donega Ltda. Recda.: Fazenda do

Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 29-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.541.

EXECUÇÃO FISCAL: EMBARGOS À EXECUÇÃO - PROVA - INEXISTÊNCIA

Não tendo o embargante, com a inicial, apresentado qualquer prova

documental a comprovar suas alegações, impõe-se reconhecer que o processo

se achava suficientemente instruído e maduro para ser julgado quanto ao

seu mérito, ex vi do art. 17, parágrafo único, da Lei 6.830/80. - Recurso

improvido.

(Apelação Cível nº 90.03.13939-3 - SP - Relª: A Exmª Srª Juíza Eva

Regina. Apte.: José Augusto Marins Machado. Apdo.: Instituto de

Administração Financeira da Previdência e Assistência Social - IAPAS. 2ª

Turma, TRF/3ª Região - 14-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 29-11-95 - Pág. 82.662.

EXECUÇÃO FISCAL - FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL (CERTIDÃO DE

DÍVIDA ATIVA) - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - ART. 587

A execução fiscal aparelhada em certidão de dívida ativa é

definitiva, mesmo quando pende impugnação à conta que atualizou o valor

respectivo (CPC, Art. 587). - Não é lícito exigir-se do Estado exequente,

caução para levantamento de quantia correspondente à arrematação de bem

penhorado em execução fiscal fundada em certidão de dívida ativa.

(Recurso Especial nº 71.504/SP - (95/0038499-0) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Smar Equipamentos Industriais

Ltda. Recdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 02-

10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.649.

EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE -

PERÍCIA DESNECESSÁRIA - JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE

DEFESA - INOCORRÊNCIA

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 98

“ICM. Débito declarado pelo contribuinte. Desnecessidade de

produção de prova pericial. Julgamento antecipado da lide. Cerceamento de

defesa inocorrente. O acórdão recorrido, ao concluir pela desnecessidade

de dilação probatória, já que a matéria controvertida comportava

julgamento antecipado, ante a circunstância de tratar-se de imposto

declarado e não pago na época devida, não incorreu em maltrato aos incs.

LIV e LV do art. 5º da Constituição Federal. A pretensa contrariedade

constitucional seria em função da afronta de regra do processo civil.

Agravo regimental improvido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STF - AgRg. em Ag. 158.850-1-SP - Rel. Min.

Ilmar Galvão - j. 12.09.95 - Agte.: Vulcouro S/A Indústria e Comércio;

Agdo.: Estado de São Paulo - DJU 1 27.10.95, p. 36.339 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9305 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 416.

EXECUÇÃO FISCAL - ICMS DECLARADO E NÃO PAGO - PERÍCIA - REQUISITO

“Tributário - Processual civil - ICMS - Execução fiscal - Débito

declarado pelo contribuinte - Autolançamento - Perícia dispensável -

Cerceamento de defesa - CTN, Art. 204, Parágrafo único - Lei 8.038/90 e

RISTJ, Art. 255 e Parágrafos - Honorários advocatícios - Correção

monetária - Ausência de prequestionamento - Divergência jurisprudencial

não demonstrada. - A realização de perícia, em execução fiscal para

cobrança de ICMS declarado e não pago, está condicionada à inequívoca

demonstração de erro ou engano, sem o que não se configura o alegado

cerceamento de defesa. - Não se manifestando o acórdão recorrido sobre

matéria de interesse do recorrido, faz-se necessária a manifestação de

embargos de declaração com o objetivo de suscitar a apreciação do tema

omitido, sem o que está ausente o prequestionamento indispensável à

admissibilidade do apelo. - A demonstração analítica dos pontos que

configurem a divergência entre os arestos confrontados é condição

essencial à configuração do dissenso interpretativo, exigida legal e

regimentalmente. - Recurso não conhecido.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 41.627-2-SP - Rel. Min. Peçanha

Martins - j. 24.05.95 - Recte.: Fundição Brasileira de Metais Ltda.;

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 04.09.95, p. 27.820 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9168 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 356.

EXECUÇÃO FISCAL - MULTA

Para o acórdão recorrido, a multa em causa foi instituída por Lei,

não havendo, portanto, que se falar em violação do princípio

constitucional da reserva legal; já com referência à fixação em abstrato

dessas multas, o mesmo dispositivo legal estadual autorizou - o que

significa dizer “delegou” - o Executivo a fazê-la por meio de Decreto. O

problema, portanto, foi deslocado para essa autorização (delegação) ao

Executivo da fixação, por decreto, das multas em dinheiro, o que não é

atacável com base no artigo 5º, II, da Constituição. - No tocante à

questão de saber se os fiscais tinham, ou não, competência para impor

multa tem fundamento suficiente de per si para manter o acórdão

recorrido, o qual não foi atacado pelo recurso extraordinário. -

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 99

Inexistência, no caso, de ofensa ao direito à ampla defesa. - Recurso

extraordinário não conhecido.

(Recurso Extraordinário nº 134.231-5 - Origem: São Paulo. Rel.:

Min. Moreira Alves. Recte.: Viação Campo Limpo Ltda. Recdo.: Estado de

São Paulo. Decisão: A Turma não conheceu do recurso extraordinário.

Unânime. 1ª Turma, 11.04.95 - STF).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.l33.

EXECUÇÃO FISCAL - PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO -

DESCABIMENTO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI

6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º

Incorreta é a extinção da execução fiscal, sem julgamento do

mérito, com base no fato de estar o processo suspenso por tempo superior

a um ano, dado ser nesse caso cabível o arquivamento dos autos, com

supedâneo no artigo 40, da Lei 6.830/80, possibilitando, assim, o seu

prosseguimento tão logo seja o devedor localizado ou encontrados bens

suscetíveis de penhora. - Apelação provida.

(Apelação Cível nº 91.03.018902-3 - Relª: A Exmª Srª Juíza Suzana

Camargo. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Apda.:

Empresa Cinematográfica Pathé Ind/ e Com/ Ltda. 5ª Turma, TRF/3ª Região -

09-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 07-11-95 - Pág. 76.225.

EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO - PREÇO VIL -

ARTIGOS 620 E 692, CPC

Decorrido considerável lapso temporal entre a avaliação e a

arrematação, para evitar-se prejuízo ao devedor e possível obtenção de

indevida vantagem pelo arrematante, sem a satisfação do credor, torna-se

impositiva a reavaliação atualizada dos bens penhorados, assim obstando-

se o leiloamento por preço vil (arts. 620 e 692, CPC). - Recurso provido.

(Recurso Especial nº 60.538-5- SP - (95.0006310-7) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Lucky Wear Indústria e Comércio de

Roupas Ltda. Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-

10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.543.

EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - VEÍCULO NECESSÁRIO OU ÚTIL AO EXERCÍCIO

DO COMÉRCIO DE MICROEMPRESÁRIO

“Processual civil. Penhora. Kombi. Veículo necessário ou útil ao

exercício do comércio por microempresário, titular de firma individual.

I - É absolutamente impenhorável veículo necessário ou útil ao exercício

de atividade de microempresário, titular de firma individual, que, em

última análise, coincide ou muito se aproxima da sua profissão. Aplicação

do art. 649, VI, do C.P.C. II - Recurso especial não conhecido.”

(Ac. da 2ª T. do STJ - mv - REsp. 58.869-3- SP - Rel. Min. Antônio

de Pádua Ribeiro - j. 14.06.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo;

Recdo.: Saulo José Clemente - Micro Empresa - DJU 1 23.10.95, p. 35.650 -

ementa oficial).

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 100

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9304 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 416.

EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO - REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO -

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Na execução fiscal, a ordem de citação interrompe a prescrição por

força do artigo 8º, 2º, da Lei nº 6.880, de 1980, não estando o credor,

para esse efeito, sujeito ao prazo do artigo 219, 4º, do Código de

Processo civil. - A ordem de citação da pessoa jurídica interrompe a

prescrição em relação ao sócio quando se lhe imputa a responsabilidade

solidária pelo débito (CTN, Art. 125, III). - Recurso especial provido.

(Recurso Especial 3.096-0 - RS - (90.4502-9) - Rel.: O Exmº Sr.

Min. Ari Pargendler. Recte.: Estado do Rio Grande do Sul. Recda.: Tereza

Medeiros Keretzky. 2ª Turma, STJ - 16-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.558.

EXECUÇÃO FISCAL - REDIRECIONAMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE - CITAÇÃO

EM NOME PRÓPRIO - NECESSIDADE

“Processo Civil. Redirecionamento da Execução Fiscal.

Responsabilidade do sócio-gerente. Ajuizada execução fiscal contra

sociedade por quotas de responsabilidade limitada, e não localizados bens

desta suficientes para o adimplemento da obrigação, pode o processo ser

redirecionado contra o sócio-gerente, hipótese em que este deve ser

preliminarmente citado em nome próprio para se defender da

responsabilidade imputada, cuja causa o credor deve traduzir em petição

clara e precisa. Recurso especial conhecido e provido.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 7.397-MT - Rel. Min. Ari

Pargendler - j. 04.09.95 - Recte.: Nicanor Lopes dos Reis; Recda.:

Fazenda Pública do Estado de Mato Grosso - DJU 1 30.10.95, p. 36.744 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9358 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 439.

EXECUÇÃO FISCAL - SUSPENSÃO - TRANSAÇÃO ENTRE AS PARTES

“- Execução fiscal. Suspensão. - Convencionando as partes, em

instrumento de transação, a exclusão de parte do crédito fiscal, para ser

o remanescente parcelado, desistindo o devedor de seus embargos e

suspendendo-se a execução para nela prosseguir a Fazenda em caso de

inadimplemento de parcela, não há como extinguir a execução, senão que

suspendê-la, na forma do art. 792, do CPC. Precedente do antigo TFR (A.

de Paula, vol. VII, nº 14.148). - Apelo provido.”

(Ac. un. da 4ª C. Civ. do TJ SC - AC 41.745 - Rel. Des. João José

Schaefer - j. 1º.06.95 - Apte.: Estado de Santa Catarina; Apda.: Chapecó

Avícola S/A - DJ SC 24.07.95, p. 04 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9250 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 393.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 101

EXECUÇÃO DA SENTENÇA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - VALOR ÍNFIMO - ART.

794 C.P.C. - IMPOSSIBILIDADE

A extinção da execução da sentença obedece ao disposto no art. 794

do CPC. - O valor ínfimo não configura causa de extinção. - Apelação

provida.

(AC 82240 - RN - (95.05.16637-0) - Apte.: União Federal. Apdos.:

Humberto de Moura Concentino e outros. Rel.: Juiz Petrúcio Ferreira. 2ª

Turma, TRF/5ª Região - 05-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 24-11-95 - Pág. 81.499.

EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE

TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBARGOS

RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO IMPOSTO -

APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO PROCESSO

EXECUTIVO

Processo executivo fiscal instruído com certidão em que se

comprovam duas inscrições em dívida ativa de origens diferentes: uma,

proveniente de imposto; outra, oriunda de taxa. - Declarada incobrável a

parcela resultante de imposto, a Execução continuará, aproveitando-se a

certidão, na parte relativa à taxa.

(Recurso Especial nº 73.015/SP - (95/0043252-8) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Companhia de Saneamento Básico do

Estado de São Paulo - SABESP. Recdo.: Município de São Paulo. 1ª Turma,

STJ - 18-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.859.

EXPORTAÇÃO DE ESTANHO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - ICMS - INCIDÊNCIA

Sendo o estanho produto semi-elaborado, legítima é a cobrança do

ICMS, fundada em lei ou convênio, que visem suprir, provisoriamente, a

ausência de lei complementar prevista no art. 34, § 8, do ADCT.

(Recurso Especial nº 60.045-6 - (Reg. 95.4867-1) - Rel.: Min.

Américo Luz. Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo. Recdo.: Sindicato

Nacional da Indústria da Extração do Estanho. 2ª Turma, STJ - 07-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.754.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - APRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ - CRITÉRIO

DO § 4º DO ART. 20 DO CPC

Tratando-se de causa em que não houve condenação, a fixação dos

honorários advocatícios devem ser fixados consoante apreciação equitativa

do juiz, considerando o grau de zelo profissional, o lugar de prestação

do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo

advogado e o tempo exigido para o seu serviço. - Mantém-se a sentença que

fixou a verba honorária sobre o valor da causa atualizado, se a atuação

do profissional limitou-se a contestar a ação em petição de única lauda,

com a singela transcrição da decisão do Supremo Tribunal Federal

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 102

proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, estando a questão

controvertida na lide já pacificada naquela Corte. - A parte contrária

que não concorda com o valor atribuído à causa pelo autor na petição

inicial dispõe da via impugnativa legalmente apropriada.

(Apelação Cível nº 94.04.57326-4/SC - Relª: Juíza Tânia Escobar.

Apte.: União Federal. Apdos.: Senior Alimentos Ltda. e outro. 2ª Turma,

TRF/4ª Região - 21-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-09-95 - Pág. 61.118.

ICM - AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS

DE INTERESSE PÚBLICO - ARTIGOS 178 E 179, CTN - CONVÊNIOS Nºs 9/75,

11/81 E 24/81

Os convênios têm em comum a inexistência: a) de qualquer prazo ou

termo vinculando o Estado; b) de condicionamento ou contraprestação para

os interessados ou o Estado na obtenção ou fruição de vantagem,

constituindo liberalidade revogável, sem as peias de direito adquirido à

isenção. - O direito à isenção em causa não é do “contribuinte de fato”

(comprador de máquinas e equipamentos) e sim do “contribuinte de direito”

(fabricante), de quem não se exige que assuma qualquer obrigação em

contrapartida, nem prazo determinado. - Precedentes do STF e do STJ. -

Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 59.609 - RJ - (95.0003637-1) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Centrais Elétricas do Pará S/A - CELPA.

Recdo.: Estado do Rio de Janeiro. 1ª Turma, STJ - 22-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.495.

ICMS - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEI ESTADUAL Nº 6.374/89, ART. 109 -

PRECEDENTES STJ

É legítima a atualização monetária do débito fiscal relativo a ICMS

no momento de sua apuração, constatação ou fixação, na forma do art. 109

da Lei Estadual nº 6.374/89, permitindo-se o recolhimento, sem correção,

até o 9º (nono) dia após a sua apuração. - Recurso não conhecido.

(Recurso Especial nº 26.072-SP - (92/0020425-2) - Rel.: Exmo. Sr.

Min. Peçanha Martins. Recte.: Tapon Corona Metal Plástico Ltda. Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 02-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.635.

ICM - CREDITAMENTO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - NULIDADE DA SENTENÇA

Não implica nulidade da sentença o fato de haver o juiz julgado a

ação principal sem decidir sobre medida cautelar requerida em apenso aos

autos daquela. Ofensa aos arts. 458, III, e 459 do C.P.C. não

caracterizada. Aplicação dos arts. 475, II, e 515 do citado Código não

prequestionada (Súmulas nºs 282 e 356 do S.T.F.). Dissídio pretoriano não

caracterizado. - Reconhecida pelo acórdão recorrido que a hipótese era de

repetição do indébito, deveria a autora ter trilhado o caminho legal

pertinente para recuperar o valor pago a maior e, não, após transcorridos

vários anos, creditar-se dos valores questionados. Ofensa ao art. 165 do

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 103

C.T.N. caracterizada. - Recurso especial de fls. 260 não conhecido.

Recurso especial de fls. 269 conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 20.185-1-RJ - (92.0006361-6) - Rel.: Sr. Min.

Antônio de Pádua Ribeiro. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:

Sulzer do Brasil S/A. Indústria e Comércio. 2ª Turma, STJ - 07-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Pág. 34.634.

ICMS - CRÉDITOS - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE

É consabido que o reajuste monetário visa exclusivamente a manter

no tempo o valor real da dívida, mediante a alteração de sua expressão

nominal. Não gera acréscimo ao valor nem traduz sanção punitiva. Decorre

do simples transcurso temporal, sob regime de desvalorização da moeda. -

Reconhecido o direito ao creditamento do valor do imposto (ICMS),

legítima é a correção monetária sobre o respectivo crédito. - Recurso a

que se dá provimento, sem discrepância.

(Recurso Especial nº 76.254/SP - (95.0050391-3) - Rel.: O Sr. Min.

Demócrito Reinaldo. Recte.: Indústria Metalúrgica Pasi Ltda. Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 29-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.532.

ICMS - CRÉDITO - FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E SERVIÇOS DE

COMUNICAÇÃO - REQUISITO

“Mandado de Segurança - ICMS - Contas de telefone e telex -

Pretensão de utilização do percentual de 100% do valor do ICMS pago como

reconhecimento do crédito do contribuinte - Inexistência de registro no

livro próprio. Writ of mandamus denegado. Sentença incensurável -

Ausência do direito líquido e certo. Contribuinte que não apresenta

demonstrativo de cálculo para comprovar a aquisição - Apelação conhecida

e no mérito desprovida - Inteligência do art. 1ºe 2º do Decreto estadual

6.543/90; e art. 35 (§§ 2º e 3º) do Decreto estadual 1.966/92 e art. 113,

§ 2º do Código Tributário Nacional. (1)- Para que possa o contribuinte

efetuar a apropriação de 100% do crédito do ICMS pago pelo fornecimento

de energia elétrica e de serviço de comunicação (Telex/Telefonia)

utilizados na sua atividade econômica - (comercialização,

industrialização, produção, geração de energia, extração e na prestação

de serviço de transporte) - é preciso a demonstração no Livro Registro de

Entradas, o critério de cálculo e o valor obtido. (2)- Não oferecendo o

registro do demonstrativo de crédito, quer pela impossibilidade ou

dificuldade de sua demonstração, o contribuinte poderá apenas aplicar o

percentual de 50% do seu crédito, independentemente de comprovação e

registro no Livro de Entradas. Apelação desprovida.”

(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ PR - AC 35.695-8 - Rel. Des. Oto Luiz

Sponholz - j. 15.08.95 - Apte.: Moinho de Trigo Arapongas Ltda.; Apdo.:

Estado do Paraná - DJ PR 28.08.95, p. 09 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9204 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 374.

ICMS - CRÉDITO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 104

“Tributário. ICMS. Lei Estadual. Correção monetária. Incidência.

Incide a correção monetária dos créditos fiscais, não como acréscimo ao

débito, mas para preservação do seu valor real.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 19.635-0-SP - Rel. Min. Hélio

Mosimann - j. 07.06.95 - Recte.: Ferramentaria de Precisão São Joaquim

Ltda.; Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 07.08.95, p. 23.026

- ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9165 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 355.

ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE

PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE -

CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE

O acórdão recorrido, ao concluir pela desnecessidade de dilação

probatória, já que a matéria controvertida comportava julgamento

antecipado, ante a circunstância de tratar-se de imposto declarado e não

pago na época devida, não incorreu em maltrato aos incs. LIV e LV do art.

5º da Constituição Federal. A pretensa contrariedade constitucional seria

em função da afronta de regra do processo civil. - Agravo regimental

improvido.

(Agravo em Agravo de Instrumento nº 158.850-1 - Origem: São Paulo.

Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agte.: Vulcouro S/A Indústria e Comércio. Agdo.:

Estado de São Paulo. Decisão: A Turma negou provimento ao agravo.

Unânime. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Min. Celso de Mello. 1ª Turma,

12.09.95 - STF).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-10-95 - Pág. 36.339.

ICM - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO - AUTO DE INFRAÇÃO - CTN, ARTIGOS

143, 151, III, 153, I, 173, I E II, 174 E 242

A verificação da necessidade, ou não, à solução do litígio, de

produção das provas, está reservada à soberania das instâncias

ordinárias, escapando da via Especial (Súmula 7/STJ). Demais, no caso,

encontra-se anexado o procedimento administrativo com os elementos

informativos para a demonstração dos fatos e razões da autuação fiscal. -

Lavrado o Auto de Infração consuma-se o lançamento, só admitindo-se o

lapso temporal da decadência do período anterior ou, depois, até o

vencimento do prazo para a interposição do recurso administrativo

(hipóteses inocorrentes no caso). No intervalo entre a lavratura do auto

de infração e a decisão definitiva do recurso administrativo, que tenha

sido interposto a tempo e modo pelo contribuinte, não corre prazo

decadencial ou prescricional. - Precedentes do STF e STJ. - Recurso

improvido.

(Recurso Especial nº 58.774-3-0 - SP - (95.0000853-0) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Missiato S/A Indústria e Comércio.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 22-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.495.

ICMS - DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS NAS COMPRAS INTERESTADUAIS - EMPRESAS

DE CONSTRUÇÃO CIVIL

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 105

“Tributário. ICMS. Diferença de alíquotas nas compras

interestaduais. Empresa de construção civil. - Nas operações

interestaduais, o Estado onde se localiza o destinatário tem direito à

diferença entre a alíquota interna e a interestadual. - As empresas de

construção civil inscritas que são no cadastro de contribuintes, ao

adquirirem mercadoria em outros Estados, o fazem na condição de

comerciantes, sendo, portanto, contribuintes do tributo.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - RMS 3.778-9-DF - Rel. Min. Américo Luz -

j. 14.06.95 - Rectes.: Conbral S/A Construtora Brasília e outros; Recdo.:

Distrito FederaL - DJU 1 14.08.95, p. 24.007 - ementa oficial).

IN “REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9117- OUTUBRO/1995 -

Pág. 337.

ICMS - DIFERIMENTO - DIREITO AO CRÉDITO - INEXISTÊNCIA

“ICMS - Crédito - Regime de diferimento - Caroços de algodão -

Pagamento - Repercussão - Contribuinte de fato. Não havendo o

diferimento, não existe o direito de crédito. Não há pagamento do ICM na

entrada, não pode haver crédito. Se a saída foi tributada, a presunção é

de ter havido o fenômeno da repercussão: transferência para o

contribuinte de fato. Questão já pacificada de que havendo o diferimento,

não existe o direito de crédito. Recurso improvido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 67.455-7 - SP - Rel. Min. Garcia

Vieira - j. 02.08.95 - Recte.: Irmãos Abrão; Recda.: Fazenda do Estado de

São Paulo - DJU 1 04.09.95, p. 27.814 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9164 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 355.

ICM - ENTRADA DE MATÉRIA-PRIMA - PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO

DE SAÍDA DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO - DIREITO A CREDITAMENTO -

INEXISTÊNCIA

O diferimento do pagamento do ICM, do instante da entrada da

matéria-prima para o da saída do produto elaborado, implica transferência

da responsabilidade pelo recolhimento do tributo estadual, e se

implementa através da eleição de um substituto tributário, a quem cabe

cumprir a obrigação tributária, com exclusão do substituído. - A técnica

do diferimento não ofende ao princípio da não cumulatividade, por ser o

ICM imposto indireto, cujo custo integra o preço da mercadoria,

consequentemente, sendo repassado ao contribuinte de fato, nem constitui

instrumento de fraude à imunidade ou à isenção e tampouco gera direito a

creditamento. - Inexistindo pagamento de ICM na operação anterior, de

entrada do produto “in natura”, não se há de falar em valor a ser

creditado. Entendimento prevalecente após o advento da Emenda

Constitucional nº 23/83. - Precedentes do c. STF e do e. STJ. - Recurso

improvido. Decisão por unanimidade.

(Recurso Especial nº 33.101-1/SP - (93.0007239-0) - Rel.: O Sr.

Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Indústrias J. B. Duarte S.A. Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Pág. 37.539.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 106

ICMS - ESTADO DE SÃO PAULO - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO

POR DECRETO ESTADUAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE -

INEXIGIBILIDADE DE MULTA - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO

Não estando previsto, nas hipóteses taxativamente elencadas no

artigo 97, CTN, o prazo de recolhimento do imposto, já fixado por Decreto

estadual, pode ser validamente alterado por outro Decreto, sem que disso

decorra ofensa ao princípio da legalidade. - A correção monetária não

representa acréscimo, mas mera atualização do valor da moeda corroído

pelo fenômeno inflaciocnário. O recolhimento do tributo corrigido

monetariamente não significa majoração, mas simples preservação do poder

aquisitivo da moeda. - Não se conhece de recurso especial na parte que

agita questão não debatida no Tribunal a quo. - Recurso parcialmente

conhecido e nesta parte improvido.

(Recurso Especial nº 70.652 - SP - (95/0036648-7) - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Philip Morris Marketing S/A. Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 25-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.183.

ICMS - EXPORTAÇÃO DE CALÇADOS - IMUNIDADE - CRÉDITO PELAS ENTRADAS

DE MATÉRIAS-PRIMAS - OPORTUNIDADE

“ICM - Exportação - Calçados - Imunidade - Direito de crédito nas

entradas - Matéria-prima. A autora adquire o direito ao crédito quando

efetiva as exportações e não quando mantém matérias-primas estocadas. O

exportador só adquire o direito à transferência do crédito, quando

realiza a exportação. Recurso provido.

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 64.407-0-RS - Rel. Min. Garcia

Vieira - j. 07.08.95 - Recte.: Estado do Rio Grande do Sul; Recda.:

Curtume Sander S/A - DJU 1 04.09.95, p. 27.806 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9163 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 355.

ICMS - EXPORTAÇÃO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - DEFINIÇÃO EM NORMA

ESTADUAL - FICÇÃO LEGAL

Não afronta o Decreto-Lei 406/68 acórdão que considera válida norma

estadual que disciplinou, provisoriamente, a incidência de ICMS sobre a

exportação de produtos industrializados semi-elaborados, inexistente Lei

Complementar, dispondo sobre a matéria (art. 34, § 8º, do ADCT). - Ao

inserir granalha de ferro no rol dos produtos semi-industrializados, o

Convênio ICMS 15/89 terá, quando menos, construído uma ficção legal, que

ao Poder Judiciário se impõe observar.

(Recurso Especial nº 67.262/SP - (95/0027337-3) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda

Estadual). Recdo.: Marubeni Brasil S/A. 1ª Turma, STJ - 02-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.645.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 107

ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA - CONVÊNIO

Nº 66/88 E LEI Nº 1.423/89-RJ - CONSTITUCIONALIDADE

“Arguição de Inconstitucionalidade da Lei nº 1.423/89 que,

coalescendo-se ao Convênio nº 66/88, define o fato gerador do ICMS,

incidente sobre a entrada de mercadoria importada do exterior (art. 155,

§ 2º, IX, a, da CF/88). A vigorosa existência das sobreditas normas,

inquinadas de mácula gravíssima, se deve ao fato de estarem elas sob o

pálio dos enunciados princípios da Constituição Federal, promulgada em 05

de outubro de l988, que lindam o poder de tributar (arts. 155, § 2º, IX,

a; 24, § 3º, da CF, e 34, § 3º, do ADCT). O DL nº 406/68, com a redação

do DL nº 834/69, que tem força de Lei Complementar, ex vi do art. 34, §

5º, do ADCT, dispõe no art. 1º, II, que a entrada é no estabelecimento, o

que, à evidência, não prevalece diante da letra a, IX, § 2º, do art. 155,

da CF/88, que meridianamente refere a entrada da mercadoria no País. Daí,

concluir-se pela constitucionalidade do Convênio 66/88 e da Lei Estadual

nº 1.423/89.”

(Ac. do Órgão Especial do TJ RJ - mv - AI 14/94 - Rel. Des. Mello

Serra - j. 13.02.95 - Agte.: Seção Cível do Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro; Interessados: Estado do Rio de Janeiro e Companhia

Brasileira de Pneumáticos Michelin e Indústria e Comércio - DJ RJ

05.10.95, p. 263 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9298 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 414.

ICMS - FATO GERADOR - MOMENTO DA OCORRÊNCIA - MERCADORIA IMPORTADA;

RECOLHIMENTO - PRAZO

“Tributário. ICMS. Importação. Fato gerador. Recolhimento. - O fato

gerador do ICMS, quando da importação, ocorre com a entrada da mercadoria

no estabelecimento comercial do importador. - O tributo deverá ser

recolhido até o 5º dia da ocorrência do fato gerador, não sendo possível

o recolhimento através de escrituração normal do Registro de Apuração. -

Precedente.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 59.645-9-SP - Rel. Min. Américo

Luz - j. 05.06.95 - Recte.: Hélios S/A Indústria e Comércio; Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 07.08.95 - p. 23.029 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9060 - SETEMBRO/1995 -

Pág. 315.

ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA - PRÁTICA HABITUAL DE ATOS DE

COMÉRCIO - SAÍDA DESACOBERTADA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA

- FALTA DE INSCRIÇÃO ESTADUAL - PENALIDADE

“Mercadoria - Saída desacobertada - Contribuinte - Prática habitual

de atos de comércio por pessoa física - Arbitramento - a condição de

contribuinte independe de estar a pessoa constituída ou registrada,

bastando que pratique, com habitualidade, operações definidas como fato

gerador do imposto. (Art. 82, XVII, §§ 1º e 2º do RICMS/91). Constatada a

prática, com habitualidade, de operações de circulação de mercadoria, por

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 108

pessoa física, lícita é a exigência do tributo sobre o valor das

operações, arbitradas pelo Fisco, admitido o crédito pelas entradas.

Exigência de ICMS, MR e MI (40%) mantidas. Obrigação acessória - Falta de

inscrição estadual - correta a exigência de penalidade isolada, pela

falta de inscrição estadual, de pessoa física, que pratica com

habitualidade operações de circulação de mercadorias. Razões de defesa

não se mostraram capazes de elidir o feito fiscal. Impugnação

improcedente. Decisão unânime.

(Ac. un. da 2ª C. do CC MG - nº 11.082/95 - Rel. Cons. Windson Luiz

da Silva - j. 26.06.95 - DJ MG 26.10.95, p. 03 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9297 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 414.

ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113,

§ 1º E 144 - DECRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL

33.707/91 (ART. 4º)

A obrigação tributária surge com o fato gerador, tão logo ocorrido,

legitimando a cobrança e o recolhimento. Se o disciplinamento fiscal do

local da atividade, fixou prazos específicos para o pagamento do ICMS,

após a ocorrência do fato gerador, não foi malferida a legalidade,

esmaecendo a afirmação de ofensa à legislação federal. - Precedentes

jurisprudenciais. - Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 57.486-2- SP - (94.0036965-4) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: IAP S.A. Recda.: Fazenda do Estado de

São Paulo. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.332.

ICMS - IMPORTAÇÃO DE AERONAVE - USO PRÓPRIO - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO

A operação de compra e importação de aeronave, adquirida no

exterior por pessoa física, está sujeita ao ICMS, ainda que destinada a

uso próprio.

(Recurso Especial nº 28.942 - SP - Reg. nº 92/0028052-8 - Rel.: Sr.

Min. Hélio Mosimann. Recte.: José Newton Monteiro. Recda.: Fazenda do

Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 06-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.542.

ICMS - IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - ISENÇÃO DECORRENTE

DO PROGRAMA BEFIEX - REDUÇÃO - INEXTENSÃO AOS ESTADOS-MEMBROS

“Tributário - Befiex - Importação de Máquinas e Equipamentos -

Isenção do Imposto de Importação e do IPI - Pretendida redução do ICMS -

Constituição Federal/88, arts. 151, III, 155, I, b - Constituição

Federal/67-69, arts. 19, § 2º, e 23, II - CTN, arts. 97 e 111 - Lei

Complementar 4/69 (art. 1º, VI) - Decreto-Lei 1.219/72 - Súmula 576-STF -

1. Os favores ou benefícios fiscais decorrentes de programas especiais

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 109

(Befiex), no plano federativo interno, concedidos pela União Federal, não

se estendem, nem obrigam os Estados-membros. 2. A instituição do ICMS tem

sede na competência privativa dos Estados-membros, dependendo a sua

isenção de expressa manifestação em lei ou por convênio firmado

unanimemente. 3. Multiplicidade de procedimentos jurisprudenciais. 4.

Recurso improvido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - REsp. 50.774-4-SC - Rel. Min. Milton

Luiz Pereira - j. 09.08.95 - Recte.: Sincol S/A Indústria e Comércio;

Recda.: Fazenda Pública do Estado de Santa Catarina - DJU 1 11.09.95, p.

28.796 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9158 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 354.

ICM - IMPORTAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - PRODUTO

INDUSTRIALIZADO - SAÍDA ISENTA - INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Não se reconhece o direito ao crédito do ICM para abatimento nas

operações seguintes, se incide o imposto sobre a matéria-prima importada,

utilizada na fabricação de produto cuja saída está isenta.

(Recurso Especial nº 31.796 - SP - (Reg. nº 93/0002457-4) - Rel.:

Sr. Min. Hélio Mosimann. Recte.: Máquinas Agrícolas Jacto S/A. Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo. 2ª Turma, STJ - 06-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.875.

ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -

ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º -

CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/89,

ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGIME

PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO

A competência atribuída aos Estados e ao Distrito Federal, para na

ausência de lei complementar necessária à instituição do ICMS, celebrarem

Convênio para regular provisoriamente o mencionado imposto, restringe-se

às lacunas existentes e às matérias legais não recepcionadas pela

Constituição vigente (art. 34, § 5º, ADCT). - A alteração introduzida

pelo referido Convênio interestadual, no tocante ao momento da ocorrência

do fato gerador do ICMS na importação de mercadorias do exterior, vulnera

o artigo 1º, II, do Decreto-lei nº 406/68, recepcionado pela atual

Constituição porque com ela compatível. - O princípio da não-

cumulatividade, inserto no art. 3º, § 1º, Decreto-lei nº 406/68, assegura

o abatimento, na operação seguinte, do montante cobrado na operação

anterior e não o pagamento do imposto devido por esta em regime periódico

de apuração. - Recurso provido parcialmente.

(Recurso Especial nº 74.006 - SP - (95/0045115-8) - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. César Asfor Rocha. Recte.: Hélios S/A Indústria e Comércio.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.187.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 110

ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO

DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE;

INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO

“Tributário. ICMS e IPI. Desembaraço aduaneiro. Bem de consumo. 1 -

A Instrução Normativa 54/81 da Secretaria da Receita Federal, ao

condicionar o desembaraço de mercadorias importadas do exterior à

comprovação do pagamento do ICMS é legal, não afrontando o artigo 1º, II,

do Decreto-Lei 406/68, que estabelece como fato gerador do imposto a

entrada da mercadoria importada no estabelecimento do importador, ou o

princípio da legalidade, por ser o impetrante pessoa física, consumidor

final, que se sujeita aos comandos do art. 155, § 2º, inciso IX, letra

‘a’, da CF. 2 - Não fere o princípio da não cumulatividade a incidência

do IPI e do ICMS sobre o bem importado, não se aplicando o disposto no

art. 154, I, CF 88. 3 - Precedentes do S.T.J. 4 - Apelação e remessa

oficial providas.”

(Ac. un. da 2ª T. do TRF da 5ª R - AMS 49.876-PE - Rel. Juiz José

Delgado - j. 08.08.95 - Apte.: Estado de Pernambuco; Apdos.: Fazenda

Nacional e outro - DJU 1 29.09.95, p. 66.298 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9299 - DEZEMBRO/1995 -

Págs. 415/414.

ICM - IMUNIDADE - PRODUÇÃO E VENDA DE PÃES - CF 67/69 - INEXTENSÃO

“-ICM. Entidade de assistência social que aufere renda com produção

e venda de pães. - Não é ela alcançada pela imunidade prevista no artigo

19, III, ‘c’, da Emenda Constitucional nº 1/69. Precedentes do S.T.F.

Recurso extraordinário não conhecido.”

(Ac. da 1ª T. do STF - mv - RE 134.573-0-SP - Rel. Min. Moreira

Alves - j. 02.05.95 - Recte.: Instituição Beneficente Lar de Maria;

Recdo.: Estado de São Paulo - DJU 1 29.09.95, p. 31.906 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9248 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 392.

ICMS - INCIDÊNCIA - SALVADOS - AÇÃO DECLARATÓRIA - VIA ADEQUADA

“Processual civil e tributário. ICMS. Salvados. Ação Declaratória.

- Efetuando a autora alienação de ‘salvados’, patente o interesse na

declaração da incidência ou não do ICMS sobre referidas operações, sendo

a ação declaratória meio idôneo para tal fim.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 39.241-1-SP - Rel. Min. Américo

Luz - j. 19.06.95 - Recte.: Cia. de Seguros Inter Atlântico; Recda.:

Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 14.08.95, p. 24.011 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9116 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 337.

ICM - INTERNAÇÃO COM REDUÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO -

EXIGIBILIDADE

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 111

“Tributário. ICM. Exigibilidade do ICM, não obstante as mercadorias

tenham sido introduzidas no território nacional com redução do Imposto de

Importação. l. Inconfundibilidade da isenção e da redução do tributo por

efeito de estímulo fiscal. A regra de isenção exclui a incidência da

regra de tributação, a qual é suposta na regra de redução do valor do

tributo. 2. Isenção heterônoma. Regime da Constituição Federal de 1967.

Necessidade de Lei Complementar específica. A isenção heterônoma, aquela

que antigamente a União estava autorizada a ditar relativamente a

tributos estaduais e municipais, supõe lei complementar que precise qual

o objeto do favor fiscal em todos os seus aspectos; quer dizer, deve

resultar imediatamente da lei complementar. Hipótese em que, tendo a lei

complementar estendido ao imposto estadual a isenção prevista para

tributo federal, a essa isenção não se assimila a redução do imposto

federal, deferida como estímulo fiscal, segundo critérios administrativos

federais. Recurso especial conhecido, mas improvido.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 8.652-0-RS - Rel. Min. Ari

Pargendler - j. 02.10.95 - Recte.: A Buhler S/A Curtume; Recdo.: Estado

do Rio Grande do Sul - DJU 1 23.10.95, p. 23.10.95, p. 35.647 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9301 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 415.

ICMS - ISENÇÃO - BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT

“Tributário. ICMS. Importação de bacalhau da Noruega. País

signatário do GATT. Similar nacional. Benefício fiscal. Orientação

sumulada. Verbete nº 71. I - A tributação nacional do bacalhau carece de

fato imponível porque notória a inexistência de bacalhau brasileiro, por

ser ele peixe natural dos mares gelados. II - Em sendo peixe, o bacalhau,

importado de país signatário do GATT, goza de isenção do ICMS, por ter

este benefício o pescado de origem nacional. III - Recurso conhecido e

provido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - REsp. 69.126-SP - Rel. Min. César Asfor

Rocha - j. 23.08.95 - Recte.: Companhia Brasileira de Distribuição;

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo - DJU 1 06.11.95, p. 37.546 -

ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9355 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 439.

ICM - ISENÇÃO - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - PROJETO DE INTERESSE

NACIONAL - BENEFICIÁRIO

“ICM. Isenção prevista para a saída das máquinas e equipamentos

adquiridos para projeto de interesse nacional, em execução. Convênios.

Revogação dessa isenção. Quem tem direito à isenção em causa não é o

contribuinte de fato, ou seja, o comprador das máquinas e equipamentos

nacionais destinados à implementação de projetos que consultem ao

interesse do País, mas, sim, o contribuinte de direito, que é o

fabricante deles. Precedentes. Recurso extraordinário conhecido e

provido.”

(Ac. un. da 2ª T. do STF - RE 114.100-0-SP - Rel. Min. Maurício

Correa - j. 23.05.95 - Recte.: Estado de São Paulo; Recda.: Centrais

Elétricas do Pará S/A - CELPA - DJU 1 15.09.95, p. 29.510 - ementa

oficial).

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 112

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9206 - NOVEMBRO/1995 -

Pág. 375.

ICM - ISENÇÃO - MERCADORIAS INDUSTRIALIZADAS EM FILIAIS DE OUTROS

ESTADOS E REMETIDAS PARA A ZFM - ESTORNO DO CRÉDITO

“Tributário. ICM. Isenção. Mercadorias industrializadas em filiais

de outros Estados, remetidas para a Zona Franca de Manaus. Crédito do

valor do tributo recolhido no Estado de origem. Legitimidade da exigência

de anulação. O princípio da não-cumulatividade não é incompatível com o

estorno do crédito relativamente a operações anteriores não contempladas

com o benefício da isenção, conferida às operações que destinam

mercadorias à Zona Franca. Legítima, assim, é a exigência do estorno, que

visa impedir que a isenção à última operação, seja estendida às

anteriores, mesmo sem previsão legal.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 24.785-1-SP - Rel. Min. Hélio

Mosimann - j. 05.06.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo; Recda.:

Nestlé Industrial e Comercial Ltda. - DJU 1 07.08.95, p. 23.026 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9062 - SETEMBRO/1996 -

Pág. 316.

ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA - LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL

“Tributário. Microempresa. Isenção do ICM. Termo inicial. Lei

Complementar nº 48, de 1984. A partir da publicação da Lei Complementar

nº 48, de 1984, os Estados tiveram o prazo de 180 (cento e oitenta) dias

para definir a microempresa para os efeitos da isenção do ICM. Nos

Estados que observaram esse prazo, a isenção se implementou desde a

vigência da respectiva legislação estadual; naqueles que o excederam, a

isenção passou a operar logo que aquele foi vencido, adotado nesse caso,

para a definição de microempresa, o critério estabelecido na lei

complementar (art. 2º, § 3º). Antes de um e outro termo, subsistiu o

regime de tributação comum às demais empresas. Recurso especial conhecido

e provido em parte.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - Resp. 7.889-0-SP - Rel. Min. Ari

Pargendler - j. 18.09.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo;

Recda.: Ind. Cerâmica Gerin Ltda. - DJU 1 16.10.95, p. 34.632 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9300 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 415.

ICMS - NAFTA PETROQUÍMICA - OPERAÇÃO INTERESTADUAL

“Tributário. ICMS. Nafta petroquímica. Operações interestaduais.

I - A questão de mérito, no caso, envolve a aplicação de textos

constitucionais, o que não se inclui no âmbito do recurso especial. II -

Numa imposição tributária ilegal, atacável por mandado de segurança,

autoridade coatora é o chefe do serviço que arrecada e impõe as sanções

fiscais, usando do seu poder de decisão (Hely Lopes Meirelles) e não os

signatários dos autos de infração. Ademais, torna-se coatora a autoridade

superior que encampa o ato. Violação aos arts. 1º e 19 da Lei nº 1.533,

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 113

de 1951, não configurada. III - Ofensa ao art. 2º do Decreto-lei nº

834/69 não caracterizada. Aplicação dos arts. 111, I, do C.T.N. e 1º,

parágrafo único, IV, da Lei Complementar nº 24/75 não prequestionada

(Súmulas nºs 282 e 356 do S.T.F.). IV - Recurso especial não conhecido.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 59.863-0-RS - Rel. Min. Antônio de

Pádua Ribeiro - j. 13.09.95 - Recte.: Petróleo Brasileiro S/A -

PETROBRÁS; Recdo.: Estado do Rio Grande do Sul - DJU 1 16.10.95, P.

34.639 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9295 - DEZEMBRO/1995 -

Págs. 414/413.

ICMS - PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ENERGIA ELÉTRICA - SAÍDA PARA

OUTROS ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS SITUADOS

NOS ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA

“ICMS. A imunidade instituída pelo art. 155, § 2º, n. X, letra ‘b’,

da Constituição Federal diz respeito apenas às operações de saída do

petróleo, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia

elétrica para outro Estado, não impedindo a tributação da operação de

entrada desses produtos em estabelecimentos sitos nos Estados

consumidores.”

(Ac. un. da 1ª C. de Férias de Julho/95 da 2ª S. Civ. do TJ SP - AC

264.959-2/0 - Rel. Des. Aldo Magalhães - j. 04.08.95 - Apte.: Companhia

Agrícola e Industrial Santa Adelaide; Apda.: Fazenda do Estado de São

Paulo - DJ SP I 12.09.95, p. 15 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9155 - OUTUBRO/1995 -

Pág. 353.

ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO - DECRETO ESTADUAL

É legítima a antecipação do prazo de pagamento do ICMS, sem

correção monetária, feita por decreto, pois fato gerador e recolhimento

do tributo são coisas distintas, ocorrendo em épocas diversas, razão por

que as regras jurídicas referentes a um não se estendem, singelamente, ao

outro. Dissenso pretoriano configurado. - Embargos de divergência

conhecidos e recebidos.

(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 36.004-6-SP -

(95.0008999-8) - Rel.: Sr. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. Embte.: Fazenda

do Estado de São Paulo. Embda.: Martinox - Importação, Comércio e

Indústria de Aço Inoxidável Ltda. 1ª Seção, STJ - 21-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.455.

ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO - ESTADO DE SÃO PAULO -

FIXAÇÃO POR DECRETO - LEGALIDADE

“Tributário. ICMS. Decreto do Estado de São Paulo nº 35.386/92.

Antecipação do prazo de recolhimento. Aplicação aos fatos geradores

ocorridos antes da edição do Decreto. Decisão da Seção. Ressalva do

entendimento do relator. - A egrégia Primeira Seção desta Corte, no

julgamento dos Embargos de Divergência em REsp. nº 28.423-9-SP, decidiu

uniformizar a jurisprudência seguindo o entendimento da Segunda Turma no

sentido de que a aplicação aos fatos geradores já ocorridos da alteração

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 114

do prazo de recolhimento não contraria a legislação tributária ‘porquanto

fato gerador e recolhimento do tributo são coisas distintas, ocorrendo em

épocas diversas; daí que a regra jurídica referente a um não pode ser,

singelamente, estendida ao outro’. - Ressalva do entendimento do relator.

- Recurso provido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 68.645-SP - Rel. Min. César Asfor

Rocha - j. 21.08.95 - Recte.: Fazenda do Estado de São Paulo; Recda.:

Empax Embalagens Ltda. - DJU 1 16.10.95, p. 34.617 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9354 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 39.

ICMS - RECOLHIMENTO - PRAZO

O contribuinte não tem direito adquirido, de recolher sem correção

monetária, o ICMS, quinze dias após a entrada em seu estabelecimento, da

mercadoria importada.

(Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Recurso

Especial nº 49.587-3/SP - (94/0016746-6) - Rel.: O Exmo. Sr. Min.

Humberto Gomes de Barros. Embte.: Fibam Companhia Industrial. Embdo.:

Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª Turma, STJ - 19-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Pág. 36.723.

ICMS - REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

PARA FRENTE - LEGALIDADE

Não é ilegal a exigência do recolhimento antecipado, pela empresa

fabricante, do ICMS, incidente na revenda de veículos pela

concessionária. - A legislação infraconstitucional, atinente à chamada

“substituição tributária para frente”, continua em vigor, hoje com

endosso da Emenda Constitucional nº 3/93. - Constituição, art. 155, § 2º,

XII, b; E.C. nº 3/93. Decreto-lei nº 406/68. Lei Complementar nº 44/83.

C.T.N., art. 128. Convênio 66/88. - Embargos de divergência conhecidos e

recebidos.

(Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 43.541-0-SP -

(94.0023824-0) - Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro. Embte.: Fazenda do

Estado de São Paulo. Embda.: Amantini Veículos e Peças Ltda. 1ª Seção,

STJ - 20-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.509.

ICMS - SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA

“Venda de Salvados por Cia. Seguradora. Incidência do ICMS - Pedido

que não se constitui em mera consulta, mas de caráter declaratório e

condenatório, fundado em situação concreta, decorrente de diversas

autuações lavradas pelo Estado contra a Autora - Rejeição da preliminar

de impossibilidade jurídica do pedido - A venda de salvados, de

sinistros, de ocorrência frequente e, até decorrente da atividade

profissional das seguradoras, não integra o seguro, constituindo-se em

operação sujeita à incidência do ICMS. A tributação se faz mais sobre a

operação como fato econômico da transferência da propriedade da

mercadoria, do que de sua circulação - A Constituição Federal, em

vigência, ao contrário do que dispunha a de 1969, não mais vincula a

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 115

circulação de mercadorias à produtores, comerciantes e industriais, pois

não exclui pessoas civis e outros, quando praticam atos de comércio com

habitualidade e promovem a circulação econômica do produto - artigo 155,

inciso I, letra ‘b’ - A seguradora, aceitando os salvados e os alienando,

após indenizar seu segurado, realiza ato de comércio, lucrativo e, por

isso, é contribuinte do ICMS - Acolhimento do recurso, para julgar

improcedente as Ações cautelar e principal.”

(Ac. un. da 5ª C. Civ. do TJ RJ - AC 313/95 - Rel. Des. Miguel

Pacha - j. 23.05.95 - Apte.: Estado do Rio de Janeiro; Apda.: Novo

Hamburgo Companhia de Seguros Gerais - DJ RJ 05.10.95, P. 263 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9294 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 413.

ICMS - SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA

“Tributário. Seguradora. Salvados. Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços. Incidência do tributo. São tributáveis, pelo

ICMS, os salvados resultantes de sinistros, posto que a operação de venda

através das companhias seguradoras não é feita em caráter eventual e sim

com habitualidade, passando o produto a circular tal qual ocorre na

circulação de mercadorias, quando desenvolvida atividade comercial.”

(Ac. un. da 2ª T. do STJ - REsp. 30.973-RJ - Rel. Min. Hélio

Mosimann - j. 04.09.95 - Recte.: Santa Cruz Seguros S/A; Recdo.: Estado

do Rio de Janeiro - DJU 1 30.10.95, p. 36.749 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9353 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 439.

ICMS - VENDA DE PNEU ASSOCIADA À SUA MERA SUBSTITUIÇÃO - INCIDÊNCIA

“Tributário. Venda de pneu associada à sua mera substituição. ICMS.

Incidência. A atividade de comercialização de pneu associada à sua mera

substituição, como retratada nos autos, consubstancia uma operação mista

a reclamar a incidência do ICMS. Recurso improvido.”

(Ac. da 1ª T. do STJ - mv - REsp. 48.454-SP - Rel. para o Ac. Min.

César Asfor Rocha - j. 30.08.95 - Recte.: D’Paschoal S/A; Recda.: Fazenda

do Estado de São Paulo - DJU 1 16.10.95, p. 34.610 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9292 - DEZEMBRO/1995 -

Págs. 413/412.

IMPENHORABILIDADE - LEI Nº 8.009, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOLTEIRO,

QUE MORA SOZINHO

A Lei nº 8.009/90 destina-se a protegar não o devedor, mas a sua

família. Assim, a impenhorabilidade nela prevista abrange o imóvel

residencial do casal ou da entidade familiar, não alcançando o devedor

solteiro, que reside solitário. - Recurso especial não conhecido.

(Recurso Especial nº 67.112-4 - (95.0027046-3) - RJ - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. Barros Monteiro. Recte.: Gilda Marina Rheingantz Ellis. Recdo.:

Hermann Blaser. 4ª Turma, STJ - 29-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 23-10-95 - Pág. 35.681.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 116

IMPORTAÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO FIXO - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS (ICM) - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº

23, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1983

Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 23, facultou-se aos

estados editar leis com os elementos necessários a cobrança do ICM. - No

Estado de São Paulo, a instituição do tributo deu-se legitimamente com a

Lei nº 3.991, de 28 de dezembro de 1983, vigente a partir de 1º de

janeiro de 1984. - Entendimento pacífico do egrégio Supremo Tribunal

Federal e deste Tribunal. Recurso desprovido, por unanimidade.

(Recurso Especial nº 45.462-0/SP - (94.0007437-9) - Rel.: O Sr.

Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Destilaria Nardini Ltda. Recda.: Fazenda

do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Págs. 36.722/36.723.

IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR -

ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART.

34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO

ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF

Sem Lei Complementar apropriada ao ICMS, persistem as disposições

do Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º, § 1º), recepcionado pela

Constituição Federal, com base em Convênio, ilegitimando-se a exigência

fiscal de antecipação do recolhimento, modificando a ocorrência do fato

gerador para o momento do desembaraço aduaneiro de mercadoria importada.

Prevalece a compreensão de que o fato gerador ocorre por ocasião de

entrada de mercadoria no estabelecimento importador. - Precedentes da

jurisprudência. - Recurso provido.

(Recurso Especial nº 67.290-2 - RS - (95.0027395-0) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Nacional Central de Distribuição de

Alimentos Ltda. Recdo.: Estado do Rio Grande do Sul. 1ª Turma, STJ - 27-

09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 23-10-95 - Pág. 35.625.

IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS

MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO - ARTIGO 23, § 9º,

INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA EMENDA

CONSTITUCIONAL 17/80

Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já se manifestaram no

sentido de que para fins de cálculo do rateio entre os municípios da cota

do produto da arrecadação do ICM a eles pertencente (art. 23, § 9º, I, da

CF/69), é legítima a exclusão, para efeito do cômputo do valor

adicionado, do montante arrecadado nas operações de entrada de bens

importados do exterior destinados a consumo ou para integrarem ativo fixo

da empresa, pois estes não sofrerão o indispensável acréscimo, vez que

permanecerão inalterados os valores iniciais. - Recurso extraordinário

não conhecido.

(Recurso Extraordinário nº 131742-6 - Origem: São Paulo. Rel.: Min.

Ilmar Galvão. Recte.: Prefeitura Municipal de Osasco. Recdo.: Estado de

São Paulo. Decisão: A Turma não conheceu do recurso extraordinário.

Unânime. 1ª Turma, 30-05-95 - STF).

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 117

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.133.

INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPEDIENTE - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA

INCORRETA

O erro na grafia do nome do advogado, no edital de publicação da

nota de intimação, constitui motivo suficiente para a sua renovação se

demonstrado que, em razão do equívoco, não teve condições de tomar

conhecimento da publicação. No caso, porém, isso não aconteceu, pois o

mesmo erro já não impedira o profissional de acudir à intimação. Validade

do ato. - Recurso não conhecido.

(Recurso Especial nº 69.901-SP - (Reg. 95.347709) - Rel.: O Sr.

Min. Ruy Rosado de Aguiar. Recte.: Banco Bradesco S/A. Recda.: Lorena

Nunes Fiuza Lima. 4ª Turma, STJ - 24-10-05).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.584.

ISENÇÃO - ICM

A isenção concedida, tendo em vista projeto de interesse nacional,

não pode ser revogada por convênio posterior àquele que a previu. -

Precedentes desta Corte. - Recurso conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 650-0 - RJ - (Reg. 89.0009924-8) - Rel.: Exmo.

Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Estado do Rio de Janeiro. Recda.:

Cia/ de Telefones do Brasil Central-CTBC. 2ª Turma, STJ - 06-12-93).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-10-95 - Págs. 36.742/36.743.

LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO

DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN - SÚMULA

405 - STF)

Denegada a segurança, revogada a liminar que suspendeu

provisoriamente a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, IV,

CTN), ressurge a obrigação fiscal, só podendo ser afetada pelas demais

causas de suspensão (art. ref. incs. I, II e III). - Novamente exigível o

crédito tributário, a suspensão só efetiva-se com o depósito integral do

valor devido desde a sua constituição, incluindo-se os consectários

legais. - Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 55.841 - SP - (94.0031852-9) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Pirelli S.A. Companhia Industrial

Brasileira. Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. 1ª Turma, STJ - 23-

08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.

MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA -

CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 118

É firme a jurisprudência no sentido de que, no Mandado de

Segurança, a errônea indicação da autoridade coatora, afetando uma das

condições da ação (legitimatio ad causam), acarreta a extinção do

processo, sem julgamento de mérito, especialmente quando influi na

fixação da competência matéria de ordem pública, que não fica submetida à

vontade ou conveniências do impetrante. - O Juiz, verificada a equivocada

indicação, não pode substituir a vontade do sujeito ativo da ação pela

sua, substituindo na relação processual o sujeito passivo, afrontando o

princípio dispositivo, pelo qual cabe ao autor escolher o réu que deseja

demandar. - Precedentes do STF e do STJ. - Recurso provido.

(Recurso Especial nº 55.947-2- DF - (94.0032223-2) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Agte.: Distrito Federal. Agda.: Transportadora

Jumar Ltda. 1ª Turma, STJ - 30-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.

MANDADO DE SEGURANÇA - DECADÊNCIA

O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança começa a

fluir a partir do dia da publicação do ato questionado. E sendo o

requerimento protocolado fora do prazo estabelecido no art. 18 da Lei

1.533/51, operou-se a decadência. - Recurso ordinário a que se nega

provimento.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 6.056 - RN - (Reg. 95.38112-5)

- Rel.: Exmo. Sr. Min. José de Jesus Filho. Recte.: Usina Estivas S/A. T.

Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. Impdo.:

Secretário de Fazenda e Planejamento do Rio Grande do Norte. Recdo.:

Estado do Rio Grande do Norte. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 13-11-95 - Pág. 38.640.

MANDADO DE SEGURANÇA - DECADÊNCIA

Em se tratando de prestação de trato sucessivo, o prazo para a

impetração se renova periodicamentte, a partir de cada exigência reputada

indevida. - Apelo provido. Sentença cassada.

(Apelação em Mandado de Segurança nº 92.01.29301-1/AP - Rel.: Exmo.

Sr. Juiz João V. Fagundes. Apte.: Mineração Novo Astro S/A. Apda.:

Fazenda Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.

MANDADO DE SEGURANÇA - ICMS - COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE

PETRÓLEO - OPERAÇÃO FEITA COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO

TRIBUTO

As operações internas com energia elétrica e combustíveis (petróleo

e seus derivados), realizadas entre distribuidor e consumidor final,

estão sujeitas à tributação pelo ICMS.

(Recurso em Mandado de Segurança nº 5.894/DF - Reg. 95/0030595-0 -

Rel.: O Sr. Min. Hélio Mosimann. Recte.: Mineração Pedra Preta Ltda. T.

Origem: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Impdo.:

Secretário de Fazenda e Planejamento do Distrito Federal. Recdo.:

Distrito Federal. 2ª Turma, STJ - 27-09-95).

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 119

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 11-12-95 - Pág. 43.196.

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTORIDADE COATORA - SECRETÁRIO

DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU PALPÁVEL INDEMONSTRADA -

ILEGITIMIDADE PASSIVA

“Mandado de Segurança. Preventivo. Processual Civil. Autoridade

Coatora. Ameaça indemonstrada. Ilegitimidade Passiva. Extinção do

Processo (art. 267, VI, CPC). 1. O Secretário da Fazenda, sob a réstia de

simples comando geral, por si, não aplica as leis e resoluções e não tem

competência para lançar, inscrever e exigir tributos, atividades

atribuídas a outras autoridades fiscais. Demais, salvo em grau de recurso

administrativo, obedecido o devido processo legal, não pode impedir o

lançamento tributário previsto em lei (art. 142 e parágrafo único, CTN -;

Lei 6.830/80, art. 2º, § 3º). 2. Indemonstrada ameaça concreta ou

palpável de parte do Secretário da Fazenda, não se legitima passivamente

como autoridade coatora. 3. Precedentes jurisprudenciais. 4. Recurso

provido.”

(Ac. un. da 1ª T. do STJ - Resp. 37.448-0-MT - Rel. Min. Milton

Luiz Pereira - j. 27.09.95 - Recte.: Fazenda Pública do Estado do Mato

Grosso; Recdo.: Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do

Estado do Mato Grosso - SINDUSCON/MT - DJU 1 23.10.95, p. 35.621 - ementa

oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1/9339 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 435.

MANDADO DE SEGURANÇA - RESSARCIMENTO DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE

O Mandado de Segurança não é via adequada para se pleitear

repetição de indébito. - Súmula 271 do S.T.F. - Apelo improvido.

(Apelação em Mandado de Segurança nº 93.01.10859-3/DF - Rel.: O

Exmo. Sr. Juiz João V. Fagundes. Apte.: Ademar Gusmão Perez. Apda.:

Fazenda Nacional. 4ª Turma, TRF/1ª Região - 08-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 30-11-95 - Pág. 82.935.

MANDADO DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO

TRIBUTÁRIO - DEPÓSITO INTEGRAL EM DINHEIRO

Consoante precedentes jurisprudenciais desta Corte, a suspensão da

exigibilidade do crédito tributário, só é admissível, mediante depósito

integral em dinheiro, nos termos do disposto nos artigos 151 do CTN, e

9º, § 4º, da Lei nº 6.830/80. - Recurso provido, por unanimidade.

(Recurso Especial nº 67.042-0/SP - (95.0026373-4) - Rel.: O Sr.

Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Fazenda Nacional. Recdo.: Timken do

Brasil Comércio e Indústria Ltda. 1ª Turma, STJ - 13-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.334.

MEDIDA CAUTELAR DE DEPÓSITO

“É direito do contribuinte, em ação cautelar, fazer o depósito

integral da quantia em dinheiro para suspender a exigibilidade do crédito

tributário.” (Súmula nº 2 deste Tribunal). - Descabe condenação em

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 120

honorários advocatícios, devendo ser fixados na ação principal. -

Apelação improvida e remessa oficial parcialmente provida.

(AC-SP 192427 - 94.03.059598-1 - (92.0301885-9) - Rel.: Juiz Homar

Cais - Quarta Turma. Apte.: União Federal (Fazenda Nacional). Apdo.:

Drogaria Avenida Sertãozinho Ltda. (ME) e outros. 1ª Turma, TRF/3ª Região

- 30-11-94).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 05-09-95 - Pág. 57.713.

MERCADORIA IMPORTADA - REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - GATT -

TRATAMENTO IGUALITÁRIO COM PRODUTO NACIONAL

O tratamento igualitário determinado pelo GATT pressupõe o

recolhimento do ICMS, no momento da aquisição da mercadoria, tal como

ocorre nos negócios efetuados com produto nacional. - O princípio da não

cumulatividade (DL 406/68, Art. 3º, § 1º) o recolhimento anterior de ICMS

- o que não ocorre com o primeiro negócio realizado em território

brasileiro, envolvendo mercadoria estrangeira. - O sistema de

recolhimento em regime de apuração mensal não aproveita o importador da

mercadoria.

(Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 62.144/SP -

(95/0011857-2) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Embte.:

Martini e Rossi Ltda. Embdo.: Estado de São Paulo (Fazenda Estadual). 1ª

Turma, STJ - 20-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.496.

NULIDADE - REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE FINDO O PRAZO DE

RECURSO - NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC - ART. 245) - PRECLUSÃO

Remessa dos autos ao Tribunal ad quem, antes de extinto o prazo

recursal, impedindo-se o acesso das partes aos autos, para oposição de

recurso. Tal anomalia deve ser alegada no prazo para interposição de

embargos declaratórios (CPC - Art. 245). Se a nulidade não foi arguída

nesta oportunidade, operou-se preclusão.

(Recurso Especial nº 74.248/PB - 95/0045895-0) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Município de Araruna. Recdo.:

Givanildo Leite da Silva. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.866.

PRESCRIÇÃO - DECRETAÇÃO DE OFÍCIO

O julgador não pode de ofício conhecer e decretar a prescrição da

ação para cobrança do crédito tributário (CPC, art. 219, § 5º, c/c o art.

166 do Código Civil). Nulidade da sentença. - Apelação provida.

(Apelação Cível nº 95.01.28593-6-MG - Rel.: O Exmo. Sr. Juiz

Tourinho Neto. Apte.: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Apdo.:

Grafitex Serviços Gráficos Ltda. 3ª Turma, TRF/1ª Região - 22-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 04-12-95 - Pág. 84.008.

PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO FISCAL - INTERRUPÇÃO - DESPACHO QUE

DETERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 -

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 121

SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE

SUSPENSÃO DO PROCESSO

No processo executivo fiscal, o despacho que determina a citação

interrompe o curso da prescrição. - A eficácia deste despacho não está

subordinada ao exercício das providências determinadas pelo Art. 219 do

CPC. - A suspensão da prescrição, por efeito do Art. 40 da Lei 6.830/80,

opera-se independentemente de determinação judicial, suspendendo o

processo executivo fiscal. Basta que o devedor não seja encontrado, nem

se conheçam bens a serem penhorados. A suspensão é automática.

(Recurso Especial nº 63.635-3 - SP - (95/0017146-5) - Rel.: O Exmo.

Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda

Estadual). Recda.: Rouge Rose Comércio e Indústria de Confecções Ltda. 1ª

Turma, STJ - 05-06-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 09-10-95 - Pág. 33.527.

PRESCRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - CÓDIGO CIVIL, ART. 162 -

CPC, ARTS. 82, III, E 303, III

A participação do Ministério Público no processo da execução fiscal

é como custos legis, não se identificando como representante da Fazenda

Pública. - À palma de direito patrimonial, a prescrição deve ser arguída

pela legitimada a quem aproveita. - Precedentes jurisprudenciais. -

Recurso improvido.

(Recurso Especial nº 56.015-2- SP - (95.0032309-3) - Rel.: O Sr.

Min. Milton Luiz Pereira. Recte.: Estado do Paraná. Recdo.: Café Alvorada

S.A. 1ª Turma, STJ - 30-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.331.

PRESCRIÇÃO: SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Prescrição em caso de suspensão da execução, quando o credor não

possuir bens penhoráveis. Em tal caso, por não haver negligência do

credor, o prazo de prescrição não tem curso. Cód. de Pr. Civil, arts.

266, 791-III e 793. - Prescrição intercorrente. Pressupõe a realização de

diligência que o credor, devendo cumprir, não a cumpre, se for

pessoalmente intimado. - Precedentes da 3ª Turma do STJ: REsp’s 5.910,

16.558 e 34.035. - Recurso Especial conhecido e provido.

(Recurso Especial nº 70.385/PR - Reg. 95360985 - Rel.: O Exmº Sr.

Min. Nilson Naves. Recte.: Crefisul S/A - Crédito, Financiamento e

Investimentos. Recdos.: Orivaldo Ferrari de Oliveira e outros. 3ª Turma,

STJ - 25-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 20-11-95 - Pág. 39.589.

PROCURAÇÃO - AUSÊNCIA NOS AUTOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO - FALHA

QUE NÃO PODE SER ATRIBUÍDA À SECRETARIA DA CORTE A QUO -

APRESENTAÇÃO TARDIA

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 122

O Supremo Tribunal Federal tem reafirmado, em sucessivas ocasiões,

que o agravo de instrumento deve vir instruído com todos os elementos

necessários ao seu exame, sendo vedada a sua posterior comprovação, se

esta não foi realizada oportunamente. - O dever de vigilância e

supervisão incumbe à parte agravante, que deve acompanhar a formação do

agravo de instrumento, por cuja deficiência responde, não se permitindo

sua complementação após a remessa dos autos a esta Corte, pois o

instrumento é formado e processado na instância inferior. - Agravo

regimental improvido.

(Agravo em Agravo de Instrumento nº 166.384-8 - Origem: São Paulo.

Rel.: Min. Ilmar Galvão. Agtes.: Jamile Michel Abdalla e outros. Agda.:

Companhia do Metropolitano de São Paulo - METRO. Decisão: A Turma negou

provimento ao agravo. Unânime. 1ª Turma, 05.09.95 - STF).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-10-95 - Pág. 33.138.

RECURSO - INTERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA - JUNTADA POSTERIOR -

SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO - TEMPESTIVIDADE

“Processual Civil - Recurso - Prazo - Sistema de Protocolo

Integrado - A interposição de recurso em comarca diversa, dentro do prazo

legal, considera-se tempestiva mesmo que a petição tenha sido juntada

posteriormente aos autos - Recurso provido.”

(Ac. un. da 1ª C. Civ. do TJ SP - Ag. 266.759-1/8 - Rel. Des. Renan

Lotufo - j. 03.10.95 - DJ SP I 31.10.95, p. 29 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 3/11469 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 360.

RECURSO - PREPARO - COMPROVAÇÃO - OPORTUNIDADE

“Recurso - Apelação - Preparo - Ato que deve ser praticado no ato

da interposição do recurso - Art. 511 do CPC - Agravo desprovido. Em face

da regra do art. 511 do CPC, o preparo da apelação deve ser feito no ato

da sua interposição, inadmitindo-se que o seja posteriormente, ainda que

no prazo que restava para o oferecimento do recurso. A clareza da

disposição legal apontada não comporta interpretação diversa, que é

harmônica com os fins visados pela Lei nº 8.950/94, que estabeleceu a

regra em questão, de agilização do processo. Ademais, desde a

interposição do recurso não mais se há de falar em prazo restante para o

mesmo, que seria processualmente inócuo, posto que já praticado o ato

para o qual fora fixado. Por outro aspecto, o art. 511 do CPC não fixa

prazo para o preparo, mas um momento processual em que deverá ser

efetuado, e, vencido este, opera-se a deserção. Interpretação diversa,

fere a garantia do devido processo legal.”

(Ac. da 3ª C. Civ. do TA PR - mv - Ag. 82.885-5 - Rel. Designado

Juiz Celso Guimarães - j. 17.10.95 - Agte.: Gazi Auada; Agdo.: Banco do

Estado do Paraná S/A - DJ PR 03.11.95, p. 39 - ementa oficial).

IN REPERTÓRIO “IOB” DE JURISPRUDÊNCIA Nº 3/11468 - DEZEMBRO/1995 -

Pág. 360.

RECURSO ESPECIAL - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA QUESTÃO

JURÍDICA - NÃO CONHECIMENTO

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 123

O conhecimento do “recurso especial” exige que a questão jurídica

em que se funda tenha sido discutida e julgada nas instâncias ordinárias.

A configuração do prequestionamento pressupõe emissão de juízo de valor

explícito acerca do tema em que se embasa o especial. - Se o acórdão

recorrido se omitiu em decidir, de forma expressa, a matéria, vedada é a

esta Corte reapreciá-la, na fase do especial, sob pena de suprimir uma

instância. - “In casu”, as matérias discutidas nos preceitos de lei

invocados (art. 30, caput, da Lei nº 7.730/89, art. 3º da Lei nº 7.799/89

e art. 43, I, 44 e 110 do CTN) não foram objeto de exame no decisório

impugnado, tornando-se evidente a ausência de prequestionamento. -

Recurso de que se não conhece. Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 37.766-8/RJ - (93.0022566-9) - Rel.: O Sr.

Min. Demócrito Reinaldo. Recte.: Usimeca Usina Mecânica Carioca S.A.

Recda.: Fazenda Nacional. 1ª Turma, STJ - 11-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 06-11-95 - Págs. 37.539/37.540.

RECURSO ESPECIAL - FUNDAMENTO NÃO ATACADO - SÚMULA 283/STF

O recurso especial deve atacar todos os fundamentos do Acórdão -

mesmo aqueles cuja impertinência com a lide parece evidente (Súmula 283

do STF).

(Agravo Regimental no Recurso Especial nº 65.176/SP - (95/0021806-

2) - Rel.: O Exmo. Sr. Min. Humberto Gomes de Barros. Agte.: C. R.

Almeida Mineração S/A - CRAMISA. Agdos.: Antônio José da Costa Ferreira e

outros. Interes.: Thomin Apolo S/A. 1ª Turma, STJ - 16-10-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 27-11-95 - Pág. 40.851.

RECURSO ESPECIAL - MATÉRIA CONSTITUCIONAL - NÃO CONHECIMENTO

A questão da amplitude da incidência do ICMS à luz da Constituição

de 1988, posta com o propósito de definir se a importação de bem para uso

próprio, feita por pessoa física, constitui, ou não, fato gerador do

tributo estadual, é incompatível com o âmbito temático do recurso

especial, e apenas se mostra passível de exame em sede de apelo

extraordinário, endereçado ao colendo STF. - Recurso não conhecido.

Decisão unânime.

(Recurso Especial nº 73.446/PR - (95.0044136-5) - Rel.: O Sr. Min.

Demócrito Reinaldo. Recte.: Ministério Público do Estado do Paraná.

Recdo.: Guilherme Beltrão de Almeida. Interes.: Estado do Paraná. 1ª

Turma, STJ - 29-11-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 18-12-95 - Pág. 44.521.

REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA - TERMO

INICIAL

A jurisprudência da Corte, na esteira da orientação consolidada na

Súmula 46 do TFR, firmou o entendimento no sentido de que a correção

monetária, na hipótese de repetição de indébito, deve ser calculada desde

a data do pagamento indevido e incide até o efetivo recebimento da

importância postulada.

(Recurso Especial nº 67.282/SP - (95/0027380-2) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Humberto Gomes de Barros. Recte.: Estado de São Paulo (Fazenda

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 124

Estadual). Recda.: Carbocloro S/A Indústrias Químicas. 1ª Turma, STJ -

23-08-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.334.

RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA

SOCIEDADE

A jurisprudência tem identificado como ato contrário à lei,

caracterizador da responsabilidade pessoal do sócio-gerente, a dissolução

irregular da sociedade, aquela em que, não obstante os débitos

tributários, os respectivos bens são liquidados sem o processo próprio; a

presunção aí é a de que os bens foram distraídos em benefício dos sócios

ou dos credores privados, numa ou noutra hipótese com detrimento da

Fazenda Pública. Recurso especial não conhecido.

(Recurso Especial 9.245-0- SP - (91.5022-9) - Rel.: O Exmo. Sr.

Min. Ari Pargendler. Recte.: Nestor Perciliano de Oliveira e outros.

Recda.: Fazenda do Estado de São Paulo. Interessado: Perci Indústria de

Móveis Ltda. 2ª Turma, STJ - 18-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 16-10-95 - Págs. 34.632/34.633.

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - MEDIDA LIMINAR -

DEPÓSITO

A medida liminar e o depósito do montante controvertido do tributo,

como meios de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, são

institutos com pressupostos próprios: há impropriedade na decisão que

defere medida liminar mediante depósito da quantia litigiosa. A medida

liminar deve ser deferida se reunidos os seus requisitos; o depósito é

expediente de que o contribuinte pode se valer quando a espécie não

comporta a concessão de medida liminar ou quando ele quer se forrar aos

efeitos juros, da multa e da correção monetária. Os efeitos de uma e de

outro também diferem; se não revogada antes, a medida liminar vale até a

sentença (STF - Súmula nº 405); o depósito suspende a exigibilidade do

crédito tributário até acórdão irrecorrível contra o contribuinte, isto

é, até o trânsito em julgado. Recurso ordinário provido.

(Recurso em Mandado de Segurança 3586-7 - SP - (93.25985-7) - Rel.:

O Exmo. Sr. Min. Ari Pargendler. Recte.: Bamba Comercial e Distribuidora

de Alimentos Ltda. e outros. Recdo.: Município de Campinas. T. Origem:

Primeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. Impdo.: Juízo

de Direito do I Anexo Fiscal de Campinas - SP. 2ª Turma, STJ - 06-09-95).

IN DOU - “DIÁRIO DA JUSTIÇA”, DE 02-10-95 - Pág. 32.343.

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 125

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 126

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ÍNDICE GERAL

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 127

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 128

ÍNDICE GERAL

Pág.

- DOUTRINA:

- FALÊNCIA - REQUERIMENTO PELO FISCO - JUÍZO COMPETENTE -

(Parecer) - Celso Agrícola Barbi ......................... 9

- FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR DE

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE - (Parecer) - J. Netto

Armando .................................................. 15

- FALÊNCIA - COMERCIANTE - REQUERIMENTO PELO FISCO CREDOR DE

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA - LEGITIMIDADE - (Parecer) - Fábio

Konder Comparato:

SUMÁRIO: 1- A consulta e as razões da sua relativa novida-

de em nosso Direito. 2- Importância prática da questão

suscitada. 3- Incolumidade a concurso e privilégio credi-

tório. Distinção. 4- A habilitação do crédito fazendário

na falência e a legitimidade para pedir a quebra. 5- O in-

teresse de agir é do próprio requerente. A ação de falên-

cia é também uma via judicial de cobrança de créditos.

6- O privilégio do crédito tributário não obsta legalmente

ao requerimento de falência. 7- Os quesitos e as respos-

tas. ..................................................... 29

- O ICMS E OS BENS DE USO - Hugo de Brito Machado:

SUMÁRIO: 1. Origem do ICMS. 2. O âmbito constitucional do

ICMS. 3. O conceito de mercadoria. 4. A importação de bens

de uso. 5. A Emenda 23 e a CF/88. 6. Saída de bens do ati-

vo fixo. 7. Transferências. 8. O diferencial de alíquota

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 129

na aquisição interestadual. 9. Consumo e insumo. 10. Não

cumulatividade: os créditos. 10.1. Impropriedade da pala-

vra crédito. 10.2. Inconveniências da não cumulatividade.

10.3. Direito ao crédito. 10.3.1. Na importação. 10.3.2.

Nas entradas interestaduais. 10.3.3. Tributação na saída.

11. Algumas conclusões. .................................. 38

- DECISÕES JUDICIAIS:

- PENHORA - ICMS - Incidência sobre o faturamento mensal de

sociedade mercantil - Limitação a 30% - Legalidade - Inte-

ligência dos arts. 671 e 672 do CPC.

Nenhuma irregularidade existe na determinação da penhora

de créditos e outros direitos patrimoniais, obedecendo-se

ao disposto nos arts. 671 e 672 do CPC, e o limite estabe-

lecido pela jurisprudência, de 30% do faturamento mensal,

independentemente da distinção entre receita operacional

bruta e o resultado líquido. ............................. 51

- FALÊNCIA. FAZENDA PÚBLICA. INTERESSE.

Não há empeço legal a que a Fazenda Pública requeira a fa-

lência de seu devedor. A Lei de quebras somente exclui o

credor com garantia real, nos termos do art. 9º, III, “b”.

Direito real de garantia e privilégio creditório não se

confundem. Recurso conhecido e provido. .................. 53

- TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS DE MORA.

INCIDÊNCIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO

JUDICIAL. ARTIGO 167 DO CTN.

A legislação tributária possui caráter especial, afastan-

do, destarte, a aplicação de qualquer outra quanto aos te-

mas nela expressamente disciplinados.

Assim, não há falar em aplicação do artigo 219 do CPC à

matéria da fixação do dies a quo de incidência dos juros

moratórios em repetição de indébito, por ser o mesmo obje-

to de expresso disciplinamento no artigo 167, parágrafo

único do CTN, onde se fixou como termo inicial de sua flu-

ência a data do trânsito em julgado da decisão judicial.

Recurso improvido, por unanimidade. ...................... 62

- TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS”. REAVA-

LIAÇÃO DOS BENS. CABIMENTO.

Consoante jurisprudência pacífica desta Corte e do Pretó-

rio Excelso, é cabível a realização da nova avaliação dos

bens inventariados, para o cálculo do pagamento do imposto

causa mortis, se os valores tributáveis já se encontram

defasados.

Recurso provido, sem discrepância. ....................... 65

- ICMS - COMPENSAÇÃO - CRÉDITO/DÉBITO - DIFERENÇA - RECOLHI-

MENTO - TRANSFERÊNCIA.

Não demonstrado o direito ao crédito e sendo o ICMS tribu-

to indireto, comportando transferência do ônus para o con-

tribuinte de fato seria necessário cumprir-se o disposto

no artigo 166 do Código Tributário Nacional e na Súmula nº

546 do STF.

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 130

Recurso parcialmente provido. ............................ 69

- AÇÃO FISCAL - USO DE FORÇA POLICIAL - LEGALIDADE.

- EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS ESPONTÂNEA - Afastada a alegação

de obtenção de documentos por meios ilícitos ou arbitrá-

rios. .................................................... 74

- EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA:

“A”

- AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - CONEXÃO - COMPETÊNCIA - EXE-

CUÇÃO FISCAL (STJ) ............................................ 93

- AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA - MATÉRIA FISCAL - DEPÓSITO - SUS-

PENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO FISCAL (TRF. 3ª R.) ........ 81

- AÇÃO DECLARATÓRIA:

- de inexistência de débito - Litispendência - Inocorrência

- Execução Fiscal (TJ PR) ................................ 94

- que antecede a autuação - Renúncia do poder de recorrer na

via administrativa e desistência do recurso interposto

(STJ) .................................................... 81

- Via adequada - ICMS - Incidência - Salvados (STJ) ........ 111

- ADCT, ART. 34, § 8º - CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II -

LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLU-

SÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO

- ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -

ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º (STJ) .............. 110

- ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º)

- CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADO-

RIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHI-

MENTO - C.F., ART. 146, III, a (STJ) .......................... 116

- ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORRE-

ÇÃO MONETÁRIA - DIES A QUO (STJ) .............................. 81

- ADIn - ICMS-MG - ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA

DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE

TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITI-

VOS (STF-Pleno) ............................................... 81

- AERONAVE (IMPORTAÇÃO DE ...) - USO PRÓPRIO - INCIDÊNCIA DO TRI-

BUTO - ICMS (STJ) ............................................. 109

- AGRAVO DE INSTRUMENTO:

- (Ausência nos autos do ...) - Falha que não pode ser atri-

buída à Secretaria da Corte a quo - Apresentação tardia -

Procuração (STF) ......................................... 122

- Mandado de Segurança - Extinção com base no art. 47 do

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 131

CPC - Impropriedade do recurso (TRF/4ª R.) ............... 82

- Recurso não conhecido - Decisão que atualiza conta de li-

quidação - Interposição de apelação - Inadmissibilidade -

Erro grosseiro - Decisão interlocutória - Recurso cabível

(TRF/4ª R.) .............................................. 88

- Súmula 288 - Certidão da publicação do acórdão recorrido -

Peça essencial ao exame da tempestividade do Recurso Ex-

traordinário (STF) ..................................... .. 82

- Súmula 288 - Traslado deficiente - Ausência do acórdão re-

corrido (STF) ............................................ 83

- Traslado de peças obrigatórias - Ônus (STJ) .............. 83

- AGRAVO DA LEI 8.038/90 (STJ) .................................. 83

- AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LE-

GAIS NÃO PREQUESTIONADOS - SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBU-

NAL FEDERAL (STJ) ............................................. 84

- ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA - EMBARGOS DE

TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRADA (STJ) .... 92

- ALÍQUOTAS (DIFERENÇA DE ... NAS COMPRAS INTERESTADUAIS) - EM-

PRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - ICMS (STJ) ....................... 105

- ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS - EXEGESE; EX-

CESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE CONFIGURAÇÃO (TRF

/4ª R.) ....................................................... 94

- ANISTIA FISCAL - HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA (STJ) .............. 84

- APELAÇÃO (INTERPOSIÇÃO DE ...) - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROS-

SEIRO - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE

INSTRUMENTO - RECURSO NÃO CONHECIDO - DECISÃO QUE ATUALIZA CON-

TA DE LIQUIDAÇÃO (TRF/4ª R.) .................................. 88

- APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO (STJ) ... 84

- AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE

INTERESSE PÚBLICO - ARTIGOS 178 E 179, CTN - CONVÊNIOS NºS 9/

75, 11/81 E 24/81 (STJ) ....................................... 102

- ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE INSCRIÇÃO ESTADUAL

- PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA - PRÁTICA

HABITUAL DE ATOS DE COMÉRCIO - SAÍDA DESACOBERTADA (CC MG) .... 108

- ARGUIÇÃO (MOMENTO DA ...) - PRESCRIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINIS-

TÉRIO PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - CÓDIGO CIVIL,

ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303, III (STJ) ............... 121

- ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI 6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º,

2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL - PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE

UM ANO - DESCABIMENTO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO (TRF/3ª R.) ..... 99

- ARREMATAÇÃO - AVALIAÇÃO - PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC -

EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA (STJ) ............................... 99

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 132

- ATOS DE COMÉRCIO (PRÁTICA HABITUAL DE ...) - SAÍDA DESACOBERTA-

DA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE INSCRIÇÃO ES-

TADUAL - PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR - PESSOA FÍSICA (CC

MG) ........................................................... 108

- ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA UFIR (TRF/4ª R.) ................. 84

- AUTO DE INFRAÇÃO - CTN, ARTIGOS 143, 151, III, 153, I, 173, I E

II, 174 E 242 - ICM - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO (STJ) ........... 105

- AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - CARÊNCIA DE AÇÃO -

EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC - MANDADO DE

SEGURANÇA (STJ) ............................................... 118

- AUTORIDADE COATORA - SECRETÁRIO DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU

PALPÁVEL INDEMONSTRADA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - MANDADO DE SE-

GURANÇA PREVENTIVO (STJ) ...................................... 119

- AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO - PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC -

EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA (STJ) ............................... 99

- AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO DE PROPRIEDADE DE

SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA EVITAR FRAUDE À

EXECUÇÃO - INVIABILIDADE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............. 95

“B”

- BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT - ICMS - ISENÇÃO

(STJ) ......................................................... 111

- BARES E RESTAURANTES - SUPERVENIÊNCIA DA LEI ESTADUAL Nº 8.198/

92 - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETER-

MINADA PARCELA DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS (STJ) ........ 96

- BEFIEX (ISENÇÃO DECORRENTE DO PROGRAMA ...) - REDUÇÃO - INEX-

TENSÃO AOS ESTADOS-MEMBROS - ICMS - IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS E

EQUIPAMENTOS (STJ) ............................................ 109

- BEM(NS):

- absolutamente impenhoráveis - Identificação - Penhora -

Possibilidade - Execução Fiscal - Bem gravado por ônus

real (TRF/5ª R.) ......................................... 95

- destinados ao ativo fixo (Importação de ...) - Incidência

do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM) - Emenda

Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) .... 116

- de família - Impenhorabilidade - Execução - Imóvel resi-

dencial (STJ) ............................................ 92

- gravado por ônus real - Penhora - Possibilidade; bens ab-

solutamente impenhoráveis - Identificação - Execução Fis-

cal (TRF/5ª R.) .......................................... 95

- penhorado - Substituição - Depósito em dinheiro - Corres-

pondência - Possibilidade - Execução Fiscal (STJ) ........ 95

- penhoráveis (Ausência de ...) - Desnecessidade de suspen-

são do processo - Prescrição - Executivo fiscal - Inter-

rupção - Despacho que determina a citação - LEF, art. 8º,

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 133

§ 2º - CPC, art. 219 - Suspensão (STJ) .................. 121

- (Substituição do ...) - Valor - Execução - Penhora (STJ) 93

“C”

- CALÇADOS (EXPORTAÇÃO DE ...) - IMUNIDADE - CRÉDITO PELAS ENTRA-

DAS DE MATÉRIAS-PRIMAS - OPORTUNIDADE - ICMS (STJ) ............ 106

- CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARTIGOS 2º E 267, VI,

CPC - MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE COATORA - ILEGITIMIDADE

PASSIVA (STJ) ................................................. 118

- CARTA DE 1969 (ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, COM A REDAÇÃO IMPRI-

MIDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80) - IMPOSTO SOBRE CIRCULA-

LAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPCIOS NA ARRECA-

DAÇÃO - VALOR ADICIONADO (STF) ................................ 117

- CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI

8.383/91 (STJ) ................................................ 85

- CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - ICM -

DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO

DE PROVA PERICIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (STF) ....... 98

- CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO

CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL -

JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (STF) ........................... 104

- CERTIDÃO:

- de Dívida - Exclusão de determinada parcela do débito -

Prosseguimento - ICMS - Bares e restaurantes - Superveni-

ência da Lei Estadual nº 8.198/92 - Execução Fiscal (STJ) 96

- de Dívida Ativa:

- Execução Fiscal - Embargos do Devedor (STJ) ......... 97

- (Execução Fiscal - Fundada em Título Extrajudicial) -

Código de Processo Civil - Art. 587 (STJ) ........... 98

- Exclusão da parcela referente ao valor do imposto -

Desnecessidade de substituição da certidão para a

execução da dívida remanescente (Taxas) - CTN, art.

204 - Lei 6.830/80 (Art. 3º) (STJ) .................. 96

- (Fundada em Título Extrajudicial) - Código de Proces-

so Civil - Art. 587 - Execução Fiscal (STJ) ......... 98

- de inscrição da Dívida Ativa - Presunção “juris tantum” da

liquidez e certeza - Embargos à Execução (TRF/3ª R.) ..... 91

- Negativa de Débito:

- Depósito Judicial - Expedição - Possibilidade (TRF/

4ª R.) .............................................. 85

- Lançamento definitivo (TRF/4ª R.) ................... 85

- Parcelamento (TRF/4ª R.) ............................ 86

- da publicação do acórdão recorrido - Peça essencial ao

exame da tempestividade do recurso extraordinário - Agravo

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 134

de Instrumento - Súmula 288 (STF) ........................ 82

- relativa às duas inscrições - Executivo Fiscal - Inscri-

ções de dívidas ativas provenientes de taxa e imposto -

Embargos recebidos para declarar improcedente a dívida

oriunda do imposto - Aproveitamento parcial da certidão -

Continuação do processo executivo (STJ) .................. 101

- CF 67/69 - INEXTENSÃO - ICM - IMUNIDADE - PRODUÇÃO E VENDA DE

PÃES (STF) .................................................... 110

- CF/88, ART. 201, §§ 5º E 6º - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE

LEI E APLICABILIDADE DA SÚMULA 343, STF - EMBARGOS INFRINGENTES

- AÇÃO RESCISÓRIA (TRF/4ª R.) ................................. 92

- C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/

68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF

- IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR -

ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO (STJ) ............................. 116

- CITAÇÃO EM NOME PRÓPRIO - NECESSIDADE - EXECUÇÃO FISCAL - REDI-

RECIMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE (STJ) ........................ 100

- CÓDIGO CIVIL, ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303, III - PRES-

CRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO - PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚ-

BLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .................... 121

- COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI 8.383/91 - CAUTELAR INOMINADA -

LIMINAR (STJ) ................................................. 85

- COMPETÊNCIA:

- Distribuição - Perpetuatio jurisdicionis (TRF/4ª R.) ..... 86

- Execução (TRF/4ª R.) ..................................... 86

- Execução Fiscal - Ação Anulatória de Débito Fiscal - Co-

nexão (STJ) .............................................. 93

- Execução Fiscal - Devedor domiciliado em Vara Estadual

Distrital - Criação de Vara Federal na Comarca - Competên-

cia do TRF para conhecer do conflito - Improcedência (TRF/

3ª R.) ................................................... 86

- da Justiça Federal para analisar a questão - Exigência por

ocasião do desembaraço aduneiro (pessoa física) - Posteri-

or apreciação pela Fazenda Estadual sobre a exigência do

I.C.M.S. - embargos de Declaração rejeitados - Embargos de

Declaração - ICMS na importação (TRF/3ª R.) .............. 90

- COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO - OPERAÇÃO FEITA COM O

CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SEGURANÇA

- ICMS (STJ) .................................................. 119

- CONEXÃO - COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO ANULATÓRIA DE

DÉBITO FISCAL (STJ) ........................................... 93

- CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZES SUBORDINADOS A TRIBUNAIS

DIFERENTES - CONFLITO A SER DIRIMIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA (TRF/3ª R.) ........................................... 87

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 135

- CONTA DE LIQUIDAÇÃO (DECISÃO QUE ATUALIZA ...) - INTERPOSIÇÃO

DE APELAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO IN-

TERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECUR-

SO NÃO CONHECIDO (TRF/4ª R.) .................................. 88

- CONVÊNIOS NºS 9/75, 11/81 E 24/81 - ICM - AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS

E EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE INTERESSE PÚBLICO -

ARTIGOS 178 E 179, CTN (STJ) .................................. 102

- CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/

89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGI-

ME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO - ICMS - IMPORTAÇÃO DE

MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR - ALTERAÇÃO - DECRE-

TO-LEI 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º (STJ) ............ 110

- CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS

VENCIDOS - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS

AUTOMOTORES - RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO

TRIBUTÁRIA (STJ) .............................................. 91

- CONVÊNIO Nº 66/88 E LEI Nº 1.423/89-RJ - CONSTITUCIONALIDADE -

ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA (TJ

RJ) ........................................................... 107

- CONVÊNIO ICM 66/88 - SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADO-

RIAS - ICMS - MOMENTO DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHI-

MENTO - C.F., ART. 146, III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRE-

TO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) (STJ) .................... 116

- CORREÇÃO - ERRO MATERIAL - MODIFICAÇÃO DO JULGADO - EXCEPCIONA-

LIDADE - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ) ......................... 89

- CORREÇÃO MONETÁRIA:

- Dies a quo - Adicional de Imposto de Renda - Repetição de

Indébito (STJ) ........................................... 81

- Honorários advocatícios - Súmula nº 14 STJ (TRF/4ª R.) ... 87

- Incidência - ICMS - Crédito Fiscal (STJ) ................. 104

- Incidência - Termo inicial - Repetição de Indébito (STJ) 124

- Índice de Janeiro de 1989 - Inflação real - Execução Fis-

cal (STJ) ................................................ 96

- Legitimidade - ICMS - Créditos (STJ) ..................... 103

- Legitimidade - Inegibilidade de multa - Ausência de pre-

questionamento - ICMS - Estado de São Paulo - Prazo de re-

colhimento - Antecipação por Decreto Estadual (STJ) ...... 106

- Lei Estadual nº 6.374/89, art. 109 - Precedentes STJ -

ICMS (STJ) ............................................... 103

- CREDITAMENTO (DIREITO AO ...) - INEXISTÊNCIA - ICM - ENTRADA

DE MATÉRIA-PRIMA - PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO DE SAÍDA

DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO (STJ) .............................. 106

- CREDITAMENTO - ICM - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - NULIDADE DA SEN-

TENÇA (STJ) ................................................... 103

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 136

- CRÉDITO(S):

- Correção monetária - Legitimidade - ICMS (STJ) ........... 103

- (Direito ao ...) - Inexistência - ICMS - Diferimento (STJ) 105

- (Estorno do ...) - ICM - Isenção - Mercadorias industria-

lizadas em filiais de outros Estados e remetidas para a

ZFM (STJ) ................................................ 112

- Fiscal - Correção monetária - Incidência - ICMS (STJ) .... 104

- Fornecimento de energia elétrica e serviços de comunicação

- Requisito - ICMS (TJ PR) ............................... 103

- pelas entradas de matérias-primas - Oportunidade - ICMS -

Exportação de calçados - imunidade (STJ) ................. 106

- tributário:

- (Inexistência de ...) - ICM - Importação de maté-

ria-prima - Incidência do tributo - Produto indus-

trializado - Saída isenta (STJ) ..................... 109

- (Suspensão da exigibilidade do ...):

- Art. 151, IV, CTN - Súmula 405 - STF - Liminar -

Sentença de mérito denegatória de segurança

(STJ) .......................................... 118

- Depósito integral em dinheiro - Mandado de Se-

gurança (STJ) ................................ 120

- Depósito - Montante integral - Artigo 151, in-

ciso II - Súmula 112/STJ - Alcance STJ) ...... 87

- Medida liminar - Depósito (STJ) .............. 125

“D”

- DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO

DE PROVA PERCIAL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO

DE DEFESA INOCORRENTE - ICM (STF) ............................. 104

- DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - PERÍCIA DESNECESSÁRIA -

JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -

EXECUÇÃO FISCAL - ICM (STF) ................................... 98

- DECADÊNCIA:

- Mandado de Segurança (STJ) ............................... 118

- Mandado de Segurança (TRF/1ª R.) ......................... 119

- e Prescrição - Auto de Infração - CTN, artigos 143, 151,

III, 153, I, 173, I e II, 174 e 242 - ICM (STJ) .......... 105

- DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMEN-

TO - RECURSO NÃO CONHECIDO - DECISÃO QUE ATUALIZA CONTRA DE LI-

QUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO

GROSSEIRO (TRF/4ª R.) ......................................... 88

- DECISÃO QUE ATUALIZA CONTA DE LIQUIDAÇÃO - INTERPOSIÇÃO DE APE-

LAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - DECISÃO INTERLOCU-

TÓRIA - RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO NÃO

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 137

CONHECIDO (TRF/4ª R.) ......................................... 88

- DECRETAÇÃO DE OFÍCIO - PRESCRIÇÃO (TRF/1ª R.) ................. 121

- DECRETO ESTADUAL - ICMS - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECIPAÇÃO

(STJ) ......................................................... 114

- DECRETO ESTADUAL 33.707/91 (ART. 4º) - ICMS - FATO GERADOR -

PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113, § 1º E 144 - DE-

CRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 (STJ) ......................... 108

- DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, § 8º - CONVÊNIO

Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II - LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART.

2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLUSÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓ-

DICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO - ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCA-

DORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR - ALTERAÇÃO (STJ) ........... 110

- DECRETO-LEI 406/68 (ARTS. 1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88

- SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO

DO FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146,

III, a - ADCT, ART. 34, § 8º (STJ) ............................ 116

- DECRETO-LEI 406/68 - LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL 33.707/91

(ART. 4º) - ICMS - FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN,

ARTS. 105, 113, § 1º E 144 (STJ) .............................. 108

- DENÚNCIA ESPONTÂNEA - VEÍCULO IMPORTADO ILEGALMENTE - REGULARI-

ZAÇÃO - VIA INADEQUADA (TRF/1ª R.) ............................ 88

- DENUNCIAÇÃO DA LIDE - LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO (STJ) ... 89

- DEPÓSITO:

- em dinheiro - Correspondência - Possibilidade - Execução

Fiscal - Bem penhorado - Substituição (STJ) .............. 95

- integral em dinheiro - Mandado de Segurança - Suspensão da

exigibilidade do crédito tributário (STJ) ................ 120

- judicial - Expedição - Possibilidade - Certidão Negativa

de Débito (TRF/4ª R.) .................................... 85

- (Medida Cautelar em ...) (TRF/3ª R.) ..................... 120

- Montante integral - Artigo 151, inciso II - Súmula 112/STJ

- Alcance - Crédito tributário - Suspensão da exigibilida-

de (STJ) ................................................. 87

- Suspensão da exigibilidade do crédito fiscal - Ação Caute-

lar Preparatória - Matéria fiscal (TRF/3ª R.) ............ 81

- Suspensão da exigibilidade do crédito tributário - Medida

liminar (STJ) ............................................ 125

- DERIVADOS DE PETRÓLEO (COMPRA E VENDA DE ...) - OPERAÇÃO FEITA

COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SE-

GURANÇA - ICMS (STJ) .......................................... 119

- DESEMBARAÇO ADUANEIRO (COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA

...) - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA

NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO -

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 138

PESSOA FÍSICA (TRF/5ª R.) ..................................... 110

- DESEMBARAÇO ADUANEIRO (PESSOA FÍSICA) (EXIGÊNCIA POR OCASIÃO

DO ...) - POSTERIOR APRECIAÇÃO PELA FAZENDA ESTADUAL SOBRE A

EXIGÊNCIA DO I.C.M.S. - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS - EM-

BARGOS DE DECLARAÇÃO - ICMS NA IMPORTAÇÃO - COMPETÊNCIA DA JUS-

TIÇA FEDERAL PARA ANALISAR A QUESTÃO (TRF/3ª R.) .............. 90

- DESERÇÃO - APELAÇÃO - PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO (STJ) ... 84

- DESISTÊNCIA - DISCORDÂNCIA DA RÉ, QUE CONDICIONA O ENCERRAMENTO

DO FEITO À RENÚNCIA DO AUTOR AO DIREITO PLEITEADO, CONDIÇÃO ES-

TA COM A QUAL O ÚLTIMO NÃOA CONCORDA (TRF/1ª R.) .............. 89

- DESPACHO QUE DETERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC,

ART. 219 - SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNE-

CESSIDADE DE SUSPENSÃO DO PROCESSO - PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO

FISCAL - INTERRUPÇÃO (STJ) .................................... 121

- DEVEDOR DOMICILIADO EM VARA ESTADUAL DISTRITAL - CRIAÇÃO DE VA-

RA FEDERAL NA COMARCA - COMPETÊNCIA DO TRF PARA CONHECER DO

CONFLITO - IMPROCEDÊNCIA - COMPETÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL (TRF/

3ª R.) ........................................................ 86

- DIES A QUO - ADICIONAL DE IMPOSTO DE RENDA - REPETIÇÃO DE INDÉ-

BITO - CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ............................... 81

- DIFERIMENTO - DIREITO AO CRÉDITO - INEXISTÊNCIA - ICMS (STJ) .. 105

- DIREITO:

- a creditamento - Inexistência - ICM - Entrada de maté-

ria-prima - Pagamento diferido para o momento de saída do

produto industrializado (STJ) ............................ 106

- ao crédito - Inexistência - ICMS - Diferimento (STJ) ..... 105

- transitório - Incidência - Precedentes - Execução - Penho-

ra efetuada - Superveniência da Lei nº 8.009/90 (STJ) .... 93

- DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE - RESPONSABILIDADE PESSOAL DO

SÓCIO-GERENTE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ......................... 97

- DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE - RESPONSABILIDADE PESSOAL DO

SÓCIO-GERENTE (STJ) ........................................... 124

“E”

- EMBARGOS RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA

DO IMPOSTO - APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO

DO PROCESSO EXECUTIVO - EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVI-

DAS ATIVAS PROVENIENTES DE TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA

ÀS DUAS INSCRIÇÕES (STJ) ...................................... 101

- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (DECLARATÓRIOS):

- (Art. 535, II, CPC) - Mercadoria importada - ICMS - Fato

gerador - Prazo de recolhimento (STJ) .................... 90

- ICMS na importação - Competência da Justiça Federal para

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 139

analisar a questão - Exigência por ocasião do desembaraço

aduaneiro (pessoa física) - Posterior apreciação pela Fa-

zenda Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de

Declaração rejeitados (TRF/3ª R.) ........................ 90

- Sucumbência do Estado - Valor a ser considerado no cálculo

dos honorários (STJ) ..................................... 90

- EMBARGOS DO DEVEDOR - CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - EXECUÇÃO FIS-

CAL (STJ) ..................................................... 97

- EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ICMS - VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES

- RECOLHIMENTO ANTECIPADO - REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA -

CONVÊNIOS 66/88 E 107/89 - LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA - VOTOS

VENCIDOS (STJ) ................................................ 91

- EMBARGOS À EXECUÇÃO:

- Certidão de Inscrição da Dívida Ativa - Presunção “juris

tantum” da liquidez e certeza (TRF/3ª R.) ................ 91

- Fiscal (Participação do Ministério Público nos ...) - Có-

digo Civil, art. 162 - CPC, arts. 82, III, e 303, III -

Prescrição - Momento da arguição (STJ) ................... 121

- Fiscal - Sucessão - Aquisição de fundo de comércio - Res-

ponsabilidade (STJ) ...................................... 91

- Prova - Inexistência - Execução Fiscal (TRF/3ª R.) ....... 97

- EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART. 201, §§ 5º E 6º,

CF/88 - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDA-

DE DA SÚMULA 343, STF (TRF/4º R.) .............................. 92

- EMBARGOS DE TERCEIRO EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA NÃO REGISTRA-

DA - ALIENAÇÃO EFETIVADA PELO ADQUIRENTE - EFICÁCIA (STJ) ..... 92

- EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 (ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, DA CAR-

TA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA ...) - IMPOSTO SOBRE

CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍCPIOS NA AR-

RECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO (STF) ............................ 117

- EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 23, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1983 - IMPOR-

TAÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO FIXO - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS (ICM) (STJ) ................... 116

- EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - ICMS - DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS

NAS COMPRAS INTERESTADUAIS (STJ) .............................. 105

- ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE LEI “IN NATU-

RA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE TRANSPORTE E DE

COMUNICAÇÃO - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn - ICMS-

MG (STF-Pleno) ................................................ 81

- ENERGIA ELÉTRICA E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO (FORNECIMENTO DE

...) - REQUISITO - ICMS - CRÉDITO (TJ PR) ..................... 103

- ENERGIA ELÉTRICA (PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ...) - ICMS - SAÍ-

DA PARA OUTROS ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS

SITUADOS NOS ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA (TJ SP) ........ 113

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 140

- ERRO:

- de fato ininfluenciável no julgamento - Rejeição - Embar-

bargos de Declaração (STJ) ............................... 89

- grosseiro - Decisão interlocutória - Recurso cabível -

Agravo de Instrumento - Recurso não conhecido - Decisão

que atualiza conta de liquidação - Interposição de apela-

ção - Inadmissibilidade (TRF/4ª R.) ...................... 88

- material - Correção - Modificação do julgado - Excepciona-

lidade - Embargos de Declaração (STJ) .................... 89

- EXECUÇÃO:

- Competência (TRF/4ª R.) .................................. 86

- Extinção do processo - Paralisação (STJ) ................. 92

- Imóvel residencial - Bem de família - Impenhorabilidade

(STJ) .................................................... 92

- Penhora:

- efetuada - Superveniência da Lei n. 8.009/90 - Direi-

to transitório - Incidência - Precedentes (STJ) ..... 93

- Lei 8.009/90 (STJ) .................................. 93

- Substituição do bem - Valor (STJ) ................... 93

- EXECUÇÃO FISCAL:

- Ação Anulatória de Débito Fiscal - Conexão - Competência

(STJ) .................................................... 93

- Ação Declaratória de Inexistência de Débito - Litispendên-

cia - Inocorrência (TJ PR) ............................... 94

- Alteração contratual - Eficácia contra terceiros - Exege-

se; Excesso de poder do sócio-gerente - Hipótese de confi-

guração (TRF/4ª R.) ...................................... 94

- Averbação à margem do prontuário do veículo de proprireda-

de de sócio responsável pelo débito tributário para evitar

fraude à execução - Inviabilidade (STJ) .................. 95

- Bem gravado por ônus real - Penhora - Possibilidade; bens

absolutamente impenhoráveis - Identificação (TRF/5ª R.) .. 95

- Bem penhorado - Substituição - Depósito em dinheiro - Cor-

respondência - Possibilidade (STJ) ....................... 95

- Certidão de Dívida - Exclusão de determinada parcela do

débito - Prosseguimento - ICMS - Bares e restaurantes -

Superveniência da Lei Estadual nº 8.198/92 (STJ) ......... 96

- Certidão de Dívida Ativa - Exclusão da parcela referente

ao valor do imposto - Desnecessidade de substituição da

certidão para a execução da dívida remanescente (taxas) -

CTN, art. 204 - Lei 6.030/80 (art. 3º) (STJ) ............. 96

- Correção monetária - Índice de janeiro de 1989 - Inflação

real (STJ) ............................................... 96

- Devedor domiciliado em Vara Estadual Distrital - Criação

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 141

de Vara Federal na Comarca - Competência do TRF para co-

nhecer do conflito - Improcedência - Competência (TRF/

3ª R.) ................................................... 86

- Dissolução irregular da sociedade - Responsabilidade pes-

soal do sócio-gerente (STJ) .............................. 97

- Embargos do Devedor - Certidão de Dívida Ativa (STJ) ..... 97

- Embargos à Execução - Prova - Inexistência (TRF/3ª R.) ... 97

- fundada em título extrajudicial (Certidão de Dívida Ativa)

- Código de Processo Civil - Art. 587 (STJ) .............. 98

- ICM - Débito declarado pelo contribuinte - Perícia desne-

cessária - julgamento antecipado - Cerceamento de defesa -

Inocorrência (STF) ....................................... 98

- ICMS declarado e não pago - perícia - Requisito (STJ) .... 98

- Multa (STF) .............................................. 99

- Paralisação do processo por mais de um ano - Descabimento

da extinção do processo - Arquivamento dos autos - Lei

6.830/80, art. 40, parágrafos 1º, 2º e 3º (TRF/3ª R.) .... 99

- Penhora - Avaliação - Arrematação - Preço vil - Artigos

620 e 692, CPC (STJ) ..................................... 99

- Penhora - Veículo necessário ou útil ao exercício do co-

mércio de microempresário (STJ) .......................... 100

- Prescrição - Redirecionamento da execução - Prescrição in-

tercorrente (STJ) ........................................ 100

- Redirecionamento contra o sócio-gerente - Citação em nome

próprio - Necessidade (STJ) .............................. 100

- Suspensão - Transação entre as partes (TJ SC) ............ 101

- EXECUÇÃO DA SENTENÇA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - VALOR ÍNFIMO -

ART. 794 C.P.C. - IMPOSSIBILIDADE (TRF/5ª R.) ................. 101

- EXECUTADO SOLTEIRO, QUE MORA SOZINHO - IMPENHORABILIDADE - LEI

Nº 8.009, DE 29.3.90 (STJ) .................................... 116

- EXECUTIVO FISCAL - INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE

TAXA E IMPOSTO - CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBAR-

GOS RECEBIDOS PARA DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO

IMPOSTO - APROVEITAMENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO

PROCESSO EXECUTIVO (STJ) ...................................... 121

- EXECUTIVO FISCAL - PRESCRIÇÃO - INTERRUPÇÃO - DESPÁCHO QUE DE-

TERMINA A CITAÇÃO - LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 - SUS-

PENSÃO - AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE SUS-

PENSÃO DO PROCESSO (STJ) ...................................... 121

- EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO SÓCIO-GERENTE - HIPÓTESE DE CON-

FIGURAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRATUAL - EFICÁCIA

CONTRA TERCEIROS (TRF/4ª R.) .................................. 94

- EXPORTAÇÃO:

- de calçados - ICMS - Crédito pelas entradas de maté-

rias-primas - Oportunidade (STJ) ......................... 106

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 142

- de estanho - Produto semi-elaborado - ICMS - Incidência

(STJ) .................................................... 102

- Produto semi-elaborado - Definição em norma estadual -

Ficção legal - ICMS (STJ) ................................ 107

- EXTINÇÃO DO PROCESSO:

- Artigos 2º e 267, VI, CPC - Mandado de Segurança - Autori-

dade coatora - Ilegitimidade Passiva - Carência de Ação

(STJ) .................................................... 118

- (Descabimento da ...) - Execução Fiscal - Paralisação do

processo por mais de um ano - Arquivamento dos autos -

Lei 6.830/80, art. 40, parágrafos 1º, 2º e 3º (TRF/3ª R.) 99

- Paralisação - Execução (STJ) ............................. 92

- Valor ínfimo - Art. 794 C.P.C. - Impossibilidade - Execu-

ção da sentença (TRF/5ª R.) .............................. 101

“F”

- FATO GERADOR:

- ICMS:

- Importação de mercadorias do exterior - Alteração -

Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, § 8º

- Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-

lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-

clusão do imposto no regime periódico de apuração -

Não cabimento (STJ) ................................. 110

- Importação - Momento da ocorrência - Convênio nº 66/

88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade (TJ RJ) 107

- Momento da ocorrência - Mercadoria importada; Reco-

lhimento - Prazo (STJ) .............................. 107

- (Momento do ...) - Antecipação de recolhimento -

C.F., art. 146, III, a - ADCT, art. 34, § 8º - De-

creto 406/68 (arts. 1º e 3º - § 1º) - Convênio ICM

66/88 - Súmula 577/STF (STJ) ........................ 116

- Prazo de recolhimento - Embargos de Declaração

(Art. 535, II, CPC) - Mercadoria importada (STJ) .... 90

- Prazo de recolhimento - CTN, arts. 105, 113, § 1º e

144 - Decreto-Lei 406/68 - Lei 6.374/89 - Decreto Es-

tadual 33.707/91 (Art. 4º) (STJ) .................... 108

- FICÇÃO LEGAL - ICMS - EXPORTAÇÃO - PRODUTO SEMI-ELABORADO - DE-

FINIÇÃO EM NORMA ESTADUAL (STJ) ............................... 107

- FRAUDE À EXECUÇÃO (AVERBAÇÃO À MARGEM DO PRONTUÁRIO DO VEÍCULO

DE PROPRIEDADE DE SÓCIO RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO PARA

EVITAR ...) - INVIABILIDADE - EXECUÇÃO FISCAL (STJ) ........... 95

- FUNDO DE COMÉRCIO (AQUISIÇÃO DE ...) - RESPONSABILIDADE - EM-

BARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - SUCESSÃO (STJ) ..................... 91

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 143

“G”

- GATT (BACALHAU IMPORTADO DE PAÍS SIGNATÁRIO DO ...) - ICMS -

ISENÇÃO (STJ) ................................................. 111

- GATT - TRATAMENTO IGUALITÁRIO COM PRODUTO NACIONAL - MERCADORIA

IMPORTADA - REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO (STJ) ................ 120

- GRAFIA INCORRETA - NOME DO ADVOGADO - INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPE-

DIENTE (STJ) .................................................. 117

“H”

- HIPÓTESE DE CONFIGURAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL - ALTERAÇÃO CONTRA-

TUAL - EFICÁCIA CONTRA TERCEIROS - EXEGESE; EXCESSO DE PODER DO

SÓCIO-GERENTE (TRF/4ª R.) ..................................... 94

- HONORÁRIOS (VALOR A SER CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS ...) - EM-

BARGOS DECLARATÓRIOS - SUCUMBÊNCIA DO ESTADO (STJ) ............ 90

- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

- Apreciação equitativa do juiz - Critério do § 4º do art.

20 do CPC (TRF/4ª R.) .................................... 102

- Súmula nº 14 STJ - Correção monetária (TRF/4ª R.) ........ 87

- HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA - ANISTIA FISCAL (STJ) .............. 84

“I”

- ICM/ICMS:

- ADIn - Encargo financeiro em operações a prazo, saída de

leite “in natura”, operaçãoes de microempresa e serviços

de transporte e de comunicação - Suspensão cautelar de

dispositivos (STF-Pleno) ................................. 81

- Aquisição de máquinas e equipamentos para execução de

obras de interesse público - Artigos 178 e 179, CTN - Con-

vênios nºs 9/75, 11/81 e 24/81 (STJ) ..................... 102

- Bares e restaurantes - Susperveniência da Lei Estadual nº

8.198/92 - Execução Fiscal - Certidão de Dívida - Exclusão

de determinada parcela do débito - Prosseguimento (STJ) .. 96

- Compra e venda de derivados de petróleo - Operação feita

com o consumidor final - Incidência do tributo - Mandado

de Segurança (STJ) ....................................... 119

- Correção monetária - Lei Estadual nº 6.374/89, art. 109 -

Precedentes STJ (STJ) .................................... 103

- Creditamento - Repetição de indébito - Nulidade da senten-

ça (STJ) ................................................. 103

- Crédito(s):

- Correção monetária - Legitimidade (STJ) ............. 103

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 144

- Fiscal - Correção monetária - Incidência (STJ) ...... 104

- Fornecimento de energia elétrica e serviços de comu-

nicação - Requisito (TJ PR) ......................... 103

- (Data de vencimento do ...) - Fixação em Decreto - Merca-

doria produzida no Brasil (STJ) .......................... 88

- Débito declarado pelo contribuinte - Desnecessidade de

produção de prova pericial - Julgamento antecipado da lide

- Cerceamento de defesa inocorrente (STF) ................ 104

- Débito declarado pelo contribuinte - Perícia desnecessária

- Julgamento antecipado - Cerceamento de defesa - Inocor-

rência - execução Fiscal (STF) ........................... 98

- Decadência e prescrição - Auto de Infração - CTN, artigos

143, 151, III, 153, I, 173, I e II, 174 e 242 (STJ) ...... 105

- declarado e não pago - Perícia - Requisito - Execução Fis-

cal (STJ) ................................................ 98

- Diferença de alíquotas nas compras interestaduais - Empre-

sas de construção civil (STJ) ............................ 105

- Diferimento - Direito ao crédito - Inexistência (STJ) .... 105

- Entrada de matéria-prima - Pagamento diferido para o mo-

mento de saída do produto industrializado - Direito a cre-

ditamento - Inexistência (STJ) ........................... 106

- Estado de São Paulo - Prazo de recolhimento - Antecipação

por Decreto estadual - Correção monetária - Legitimidade -

Inexigibilidade de multa - Ausência de prequestionamento

(STJ) .................................................... 106

- Exportação de calçados - Imunidade - Crédito pelas entra-

das de matérias-primas - Oportunidade (STJ) .............. 106

- Exportação - Produto semi-elaborado - Definição em norma

estadual - Ficção legal (STJ) ............................ 107

- Fato gerador:

- Importação - Momento da ocorrência - Convênio nº 66/

88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade (TJ RJ) 107

- Momento da ocorrência - Mercadoria importada; Reco-

lhimento - Prazo (STJ) .............................. 107

- Pessoa física - Prática habitual de atos de comércio

- Saída desacobertada - Arbitramento; Obrigação aces-

sória - Falta de Inscrição Estadual - Penalidade

(CC MG) ............................................. 108

- Prazo de recolhimento - Embargos de Declaração (Art.

535, II, CPC) - Mercadoria importada (STJ) .......... 90

- Prazo de recolhimento - CTN, arts. 105, 113, § 1º e

144 - Decreto-Lei 406/68 - Lei 6.374/89 - Decreto Es-

tadual 33.707/91 (Art. 4º) (STJ) .................... 108

- Importação:

- de aeronave - Uso próprio - Incidência do tributo

(STJ) ............................................... 109

- de bens destinados ao ativo fixo - Incidência do ICM

Emenda Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 145

1983 (STJ) .......................................... 116

- Competência da Justiça Federal para analisar a ques-

tão - Exigência por ocasião do desembaraço aduaneiro

(pessoa física) - Posterior apreciação pela Fazenda

Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Embargos de

Declaração rejeitados (TRF/3ª R.) ................... 90

- de máquinas e equipamentos - Isenção decorrente do

programa BEFIEX - Redução - Inextensão aos Esta-

dos-membros (STJ) ................................... 109

- de matéria-prima - Incidência do tributo - Produto

industrializado - Saída isenta - Inexistência de cré-

dito tributário (STJ) ............................... 109

- de mercadorias do exterior - Fato gerador - Alteração

- Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, §

8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-

lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-

clusão do imposto no regime periódico e apuração -

Não cabimento (STJ) ................................. 110

- de mercadorias - Momento do fato gerador - Antecipa-

ção de recolhimento - C.F., art. 146, III, a - ADCT,

art. 34, § 8º - Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º - §

1º) - Convênio ICM 66/88 - Súmula 577/STF (STJ) ..... 116

- Pessoa física - Comprovação de pagamento do ICMS para

desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81 - Legalidade;

incidência - Princípio da não-cumulatividade -

Não-violação - IPI (TRF/5ª R.) ...................... 110

- Imunidade - Produção e venda de pães - CF 67/69 - Inexten-

são (STF) ................................................ 110

- Incidência:

- Exportação de estanho - Produto semi-elaborado (STJ)

- Importação de bens destinados ao ativo fixo - Emenda

Constitucional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) 116

- Salvados - Ação Declaratória - Via adequada (STJ) ... 111

- Internação com redução do imposto de importação - Exigibi-

lidade (STJ) ............................................. 111

- e IPI - Importação - Pessoa física - Comprovação de paga-

mento do ICMS para desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81

- Legalidade; incidência - Princípio da não-cumulatividade

- Não-violação (TRF/5ª R.) ............................... 110

- Isenção:

- (STJ) ............................................... 117

- Bacalhau importado de país signatário do GATT (STJ) 111

- Máquinas e equipamentos - Projeto de interesse nacio-

nal - Beneficiário (STF) ............................ 112

- Mercadorias industrializadas em filiais de outros Es-

tados e remetidas para a ZFM - Estorno do crédito

(STJ) ............................................... 112

- Microempresa - LC nº 48/84 - Termo inicial (STJ) .... 112

- Nafta petroquímica - Operação interestadual (STJ) ........ 113

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 146

- Participação dos municípios na arrecadação - Valor adicio-

nado - Artigo 23, § 9º, inciso I, da Carta de 1969, com a

redação imprimida pela Emenda Constitucional 17/80 (STF) 117

- Petróleo, seus derivados e energia elétrica - Saída para

outros Estados - Imunidade; entrada em estabelecimentos

situados nos Estados consumidores - Incidência (TJ SP) ... 113

- Prazo de recolhimento - Antecipação - Decreto Estadual

(STJ) .................................................... 114

- Prazo de recolhimento - Antecipação - Estado de São Paulo

Fixação por Decreto - Legalidade (STJ) ................... 114

- Recolhimento - Prazo (STJ) ............................... 114

- Revenda de veículos automotores - Substituição tributária

para frente - Legalidade (STJ) ........................... 114

- Salvados - Venda por seguradora - Incidência (TJ RJ) ..... 115

- Salvados - Venda por seguradora - Incidência (STJ) ....... 115

- Venda de pneu associada à sua mera substituição - Incidên-

cia (STJ) ................................................ 116

- Venda de veículos automotores - Recolhimento antecipado -

Regime de substituição tributária - Convênios 66/88 e 107/

89 - Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Embargos

de Divergência (STJ) ..................................... 91

- ILEGITIMIDADE PASSIVA - CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO

- ARTIGOS 2º E 267, VI, CPC - MANDADO DE SEGURANÇA - AUTORIDADE

COATORA (STJ) ................................................. 118

- ILEGITIMIDADE PASSIVA - MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTO-

RIDADE COATORA - SECRETÁRIO DA FAZENDA - AMEAÇA CONCRETA OU

PALPÁVEL INDEMONSTRADA (STJ) .................................. 119

- IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FAMÍLIA - IMPENHORABILIDADE - EXE-

CUÇÃO (STJ) ................................................... 92

- IMPENHORABILIDADE - EXECUÇÃO - IMÓVEL RESIDENCIAL - BEM DE FA-

MÍLIA (STJ) ................................................... 92

- IMPENHORABILIDADE - LEI Nº 8.009, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOL-

TEIRO, QUE MORA SOZINHO (STJ) ................................. 116

- IMPORTAÇÃO:

- de bens destinados ao ativo fixo - Incidência do imposto

sobre circulação de mercadorias (ICM) - Emenda Constitu-

cional nº 23, de 1º de dezembro de 1983 (STJ) ........... 116

- ICMS:

- Competência da Justiça Federal para analisar a

questão - Exigência por ocasião do desembaraço adua-

neiro (pessoa física) - Posterior apreciação pela

Fazenda Estadual sobre a exigência do I.C.M.S. - Em-

bargos de Declaração rejeitados - Embargos de Decla-

ração (TRF/3ª R.) .................................. 90

- Fato gerador - Momento da ocorrência - Convênio nº

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 147

66/88 e Lei nº 1.423/89-RJ - Constitucionalidade

(TJ RJ) ............................................ 107

- e IPI - Pessoa física - Comprovação de pagamento do

ICMS para desembaraço aduaneiro - IN SRF nº 54/81 -

Legalidade; incidência - Princípio da não-cumulati-

vidade - Não-violação (TRF/5ª R.) .................. 110

- de mercadorias do exterior - ICMS - Fato gerador - Alte-

ração - Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art. 34,

§ 8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei Pau-

lista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida inclu-

são do imposto no regime periódico de apuração - Não ca-

bimento (STJ) ........................................... 110

- de mercadorias - ICMS - Momento do fato gerador - Anteci-

pação de recolhimento - C.F., art. 146, III, a - ADCT,

art. 34, § 8º - Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º e 3º - § 1º)

- Convênio ICM 66/88 - Súmula 577/STF (STJ) .............. 116

- IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (INTERNAÇÃO COM REDUÇÃO DO ...) - EXIGI-

BILIDADE - ICM (STJ) .......................................... 111

- IMUNIDADE:

- Crédito pelas entradas de matérias-primas - Oportunidade -

ICMS - Exportação de calçados (STJ) ...................... 106

- Entrada em estabelecimentos situados nos Estados consumi-

dores - Incidência - ICMS - Petróleo, seus derivados e

energia elétrica - Saída para outros Estados (TJ SP) ..... 113

- Produção e venda de pães - CF/69 - Inextensão - ICM (STF) 110

- IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CU-

MULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA

FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADU-

ANEIRO (TRF/5ª R.) ............................................ 110

- INFLAÇÃO REAL - EXECUÇÃO FISCAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - ÍNDICE

DE JANEIRO DE 1989 (STJ) ...................................... 96

- INSCRIÇÕES DE DÍVIDAS ATIVAS PROVENIENTES DE TAXA E IMPOSTO -

CERTIDÃO RELATIVA ÀS DUAS INSCRIÇÕES - EMBARGOS RECEBIDOS PARA

DECLARAR IMPROCEDENTE A DÍVIDA ORIUNDA DO IMPOSTO - APROVEITA-

MENTO PARCIAL DA CERTIDÃO - CONTINUAÇÃO DO PROCESSO EXECUTIVO -

EXECUTIVO FISCAL (STJ) ........................................ 101

- INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPEDIENTE - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA IN-

CORRETA (STJ) ................................................. 117

- IPI (ICMS E ...) - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE

PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81

- LEGALIDADE; INCIDÊNCIA - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE -

NÃO-VIOLAÇÃO (TRF/5ª R.) ...................................... 110

- ISENÇÃO:

- ICM/ICMS:

- (STJ) ............................................... 117

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 148

- Bacalhau importado de país signatário do GATT (STJ) 111

- Máquinas e equipamentos - Projeto de interesse nacio-

nal - Beneficiário (STF) ............................ 112

- Mercadorias industrializadas em filiais de outros Es-

tados e remetidas para a ZFM - Estorno do crédito

(STJ) ............................................... 112

- Microempresa - LC nº 48/84 - Termo inicial (STJ) .... 112

“J”

- JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA -

EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - PE-

RÍCIA DESNECESSÁRIA (STF) ...................................... 98

- JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORREN-

TE - ICM - DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE - DESNECESSIDADE

DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL (STF) ............................ 104

“L”

- LANÇAMENTO DEFINITIVO - CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO (TRF/4ª R.) 85

- LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA

(STJ) ......................................................... 112

- LEF, ART. 8º, § 2º - CPC, ART. 219 - SUSPENSÃO - AUSÊNCIA DE

BENS PENHORÁVEIS - DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DO PROCESSO -

PRESCRIÇÃO - EXECUTIVO FISCAL - INTERRUPÇÃO - DESPACHO QUE DE-

TERMINA A CITAÇÃO (STJ) ....................................... 121

- LEGITIMIDADE:

- ICMS - Créditos - Correção monetária (STJ) ............... 103

- da exigência - Votos vencidos - Embargos de Divergência -

ICMS - Venda de veículos automotores - Recolhimento ante-

cipado - Regime de substituição tributária - Convênios

66/88 e 107/89 (STJ) ..................................... 91

- Inexigibilidade de multa - Ausência de prequestionamento -

ICMS - Estado de São Paulo - Prazo de recolhimento - Ante-

cipação por Decreto Estadual - Correção monetária (STJ) .. 106

- LEI Nº 1.423/89-RJ (CONVÊNIO Nº 66/88 E ...) - CONSTITUCIONALI-

DADE - ICMS - FATO GERADOR - IMPORTAÇÃO - MOMENTO DA OCORRÊNCIA

(TJ RJ) ....................................................... 107

- LEI 6.030/80 (ART. 3º) - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA

ATIVA - EXCLUSÃO DA PARCELA REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO -

DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA CERTIDÃO PARA A EXECUÇÃO DA

DÍVIDA REMANESCENTE (TAXAS) - CTN, ART. 204 (STJ) ............. 96

- LEI 6.374/89 - DECRETO ESTADUAL 33.707/91 (ART. 4º) - ICMS -

FATO GERADOR - PRAZO DE RECOLHIMENTO - CTN, ARTS. 105, 113, §

1º E 144 - DECRETO-LEI 406/68 (STJ) ........................... 108

- LEI 6.830/80, ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL

- PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO - DESCABIMENTO DA

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 149

EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS (TRF/3ª R.) ..... 99

- LEI 8.009/90 - EXECUÇÃO - PENHORA (STJ) ....................... 93

- LEI 8.009/90, DE 29.3.90 - EXECUTADO SOLTEIRO, QUE MORA SOZINHO

- IMPENHORABILIDADE (STJ) ..................................... 116

- LEI Nº 8.009/90 (SUPERVENIÊNCIA DA ...) - DIREITO TRANSITÓRIO -

INCIDÊNCIA - PRECEDENTES - EXECUÇÃO - PENHORA EFETUADA (STJ) 93

- LEI Nº 8.308/90 (AGRAVO DA ...) (STJ) ......................... 83

- LEI 8.383/91 - CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE

TRIBUTOS (STJ) ................................................ 85

- LEI ESTADUAL Nº 6.374/89, ART. 109 - PRECEDENTES STJ - ICMS -

CORREÇÃO MONETÁRIA (STJ) ...................................... 103

- LEI ESTADUAL Nº 8.198/92 (SUPERVENIÊNCIA DA ...) - EXECUÇÃO

FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DE DETERMINADA PARCELA

DO DÉBITO - PROSSEGUIMENTO - ICMS - BARES E RESTAURANTES (STJ) 96

- LEI PAULISTA Nº 6.374/89, ART. 2º, INCISO V - PRETENDIDA INCLU-

SÃO DO IMPOSTO NO REGIME PERIÓDICO DE APURAÇÃO - NÃO CABIMENTO

- ICMS - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO EXTERIOR - FATO GERADOR -

ALTERAÇÃO - DECRETO-LEI Nº 406/68, ART. 1º - ADCT, ART. 34, §

8º - CONVÊNIO Nº 66/88, ART. 2º, INCISO II (STJ) .............. 110

- LEITE “IN NATURA” (ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO,

SAÍDA DE ..., OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVIÇOS DE TRANSPOR-

TE E DE COMUNICAÇÃO) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS -

ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) .................................... 81

- LIMINAR - COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS - LEI 8.383/91 - CAUTELAR

INOMINADA (STJ) ............................................... 85

- LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPEN-

SÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN

- SÚMULA 405 - STF) (STJ) ..................................... 118

- LITISCONSÓRCIO - PRAZO EM DOBRO - DENUNCIAÇÃO DA LIDE (STJ) ... 89

- LITISPENDÊNCIA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - AÇÃO DECLARA-

TÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO (TJ PR) ....................... 94

“M”

- MANDADO DE SEGURANÇA:

- Autoridade coatora - Ilegitimidade passiva - Carência de

ação - Extinção do processo - Artigos 2º e 267, VI, CPC

(STJ) .................................................... 118

- Decadência (STJ) ......................................... 118/

119

- Extinção com base no art. 47 do CPC - Impropriedade do re-

curso - Agravo de Instrumento (TRF/4ª R.) ................ 82

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 150

- ICMS - Compra e venda de derivados de petróleo - Operação

feita com o consumidor final - Incidência do tributo (STJ) 119

- preventivo - Autoridade coatora - Secretário da Fazenda -

Ameaça concreta ou palpável indemonstrada - Ilegitimidade

passiva (STJ) ............................................ 119

- Ressarcimento de valores pagos indevidamente (TRF/1ª R.) 120

- Suspensão da exigibilidade do crédito tributário - Depósi-

to integral em dinheiro (STJ) ............................ 120

- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS:

- (Importação de ...) - ICMS - Isenção decorrente do Progra-

ma BEFIEX - Redução - Inextensão aos Estados-Membros (STJ) 109

- para execução de obras de interesse público (Aquisição

de ...) - artigos 178 e 179, CTN - Convênios nºs 9/75, 11/

81 e 24/81 - ICM (STJ) ................................... 102

- Projeto de interesse nacional - Beneficiário - ICM - Isen-

ção (STF) ................................................ 112

- MATÉRIA(S)-PRIMA(S):

- (Crédito pelas entradas de ...) - Oportunidade - ICMS -

Exportação de calçados - Imunidade (STJ) ................. 106

- (Entrada de ...) - Pagamento diferido para o momento de

saída do produto industrializado - Direito a creditamento

- Inexistência - ICM (STJ) ............................... 106

- (Importação de ...) - ICM - Incidência do tributo - Produ-

to industrializado - Saída isenta - Inexistência de crédi-

to tributário (STJ) ...................................... 109

- MEDIDA LIMINAR - DEPÓSITO - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉ-

DITO TRIBUTÁRIO (STJ) ......................................... 125

- MERCADORIA(S):

- do exterior (Importação de ...) - ICMS - Fato gerador -

Alteração - Decreto-Lei nº 406/68, art. 1º - ADCT, art.

34, § 8º - Convênio nº 66/88, art. 2º, inciso II - Lei

Paulista nº 6.374/89, art. 2º, inciso V - Pretendida in-

clusão do imposto no regime periódico de apuração - Não

cabimento (STJ) .......................................... 110

- importada:

- ICMS - Fato gerador - Prazo de recolhimento - Embar-

gos de Declaração (art. 535, II, CPC) (STJ) ......... 90

- Recolhimento - Prazo - ICMS - Fato gerador - Momento

da ocorrência (STJ) ................................. 107

- Regime periódico de apuração - GATT - Tratamento

igualitário com produto nacional (STJ) .............. 120

- industrializads em filiais de outros Estados e remetidas

para a ZFM - Estorno de crédito - ICM - Isenção (STJ) .... 112

- produzida no Brasil - Data de vencimento do ICMS - Fixação

em Decreto (STJ) ......................................... 88

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 151

- MICROEMPRESA (ENCARGO FINANCEIRO EM OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE

LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE ... E SERVIÇOS DE TRANSPORTE E

COMUNICAÇÃO) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn - ICMS

MG (STF-Pleno) ................................................ 81

- MICROEMPRESA - LC Nº 48/84 - TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO

(STJ) ......................................................... 112

- MINISTÉRIO PÚBLICO NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (PARTICIPAÇÃO

DO ...) - CÓDIGO CIVIL, ART. 162 - CPC, ARTS. 82, III, E 303,

III, PRESCRIÇÃO - MOMENTO DA ARGUIÇÃO (STJ) ................... 121

- MULTA - EXECUÇÃO FISCAL (STF) ................................. 99

- MULTA (INEXIGIBILIDADE DE ...) - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO

- ICMS - ESTADO DE SÃO PAULO - PRAZO DE RECOLHIMENTO - ANTECI-

PAÇÃO POR DECRETO ESTADUAL - CORREÇÃO MONETÁRIA - LEGITIMIDADE

(STJ) ......................................................... 106

- MUNICÍPIOS (PARTICIPAÇÃO DOS ... NA ARRECADAÇÃO) - IMPOSTO SO-

BRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS - VALOR ADICIONADO - ARTIGO 23, §

9º, INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IMPRIMIDA PELA

EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 (STF) ............................. 117

“N”

- NAFTA PETROQUÍMICA - OPERAÇÃO INTERESTADUAL - ICMS (STJ) ...... 113

- NÃO-CUMULATIVIDADE (PRINCÍPIO DA ...) - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E

IPI - IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO

ICMS PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE;

INCIDÊNCIA (TRF/5ª R.) ........................................ 110

- NOME DO ADVOGADO - GRAFIA INCORRETA - INTIMAÇÃO - NOTA DE EXPE-

DIENTE (STJ) .................................................. 117

- NOTA DE EXPEDIENTE - INTIMAÇÃO - NOME DO ADVOGADO - GRAFIA IN-

CORRETA (STJ) ................................................. 117

- NULIDADE:

- Remessa dos autos ao Tribunal antes de findo o prazo de

recurso - Nulidade - Momento de alegar (CPC, art. 245) -

Preclusão (STJ) .......................................... 121

- da sentença - ICM - Creditamento - Repetição de indébito

(STJ) .................................................... 103

“O”

- ÔNUS - AGRAVO DE INSTRUMENTO - TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS

(STJ) ......................................................... 83

- ÔNUS REAL (BEM GRAVADO POR ...) - PENHORA - POSSIBILIDADE; BENS

ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS - IDENTIFICAÇÃO - EXECUÇÃO FISCAL

(TRF/5ª R.) ................................................... 95

- OPERAÇÃO(ÕES):

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 152

- feita com o consumidor final - Incidência do tributo -

Mandado de Segurança - ICMS - Compra e venda de derivados

de petróleo (STJ) ........................................ 119

- interestadual - ICMS - Nafta petroquímica (STJ) .......... 113

- de microempresa e serviços de transporte e de comunicação

(Encargo financeiro em operações a prazo, saída de leite

“in natura”, ...) - Suspensão cautelar de dispositivos -

ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) ............................... 81

- a prazo, saída de leite “in natura”, operações de microem-

presa e serviços de transporte e de comunicação (Encargo

financeiro em ...) - Suspensão cautelar de dispositivos -

ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) ............................... 81

“P”

- PÃES (PRODUÇÃO E VENDA DE ...) - CF 67/69 - INEXTENSÃO - ICM -

IMUNIDADE (STF) ............................................... 110

- PAGAMENTO DIFERIDO PARA O MOMENTO DE SAÍDA DO PRODUTO INDUS-

TRIALIZADO - DIREITO A CREDITAMENTO - INEXISTÊNCIA - ICM - EN-

TRADA DE MATÉRIA-PRIMA (STJ) .................................. 106

- PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR MAIS DE UM ANO - DESCABIMENTO DA

EXTINÇÃO DO PROCESSO - ARQUIVAMENTO DOS AUTOS - LEI 6.830/80,

ART. 40, PARÁGRAFOS 1º, 2º E 3º - EXECUÇÃO FISCAL (TRF/3ª R.) 99

- PARCELAMENTO - CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO (TRF/4ª R.) ........ 86

- PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO - VALOR ADICIONADO -

ARTIGO 23, § 9º, INCISO I, DA CARTA DE 1969, COM A REDAÇÃO IM-

PRIMIDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL 17/80 - IMPOSTO SOBRE CIRCU-

LAÇÃO DE MERCADORIAS (STF) .................................... 117

- PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDI-

NÁRIO - AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLI-

CAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO (STF) .............................. 82

- PENHORA:

- Avaliação - Arrematação - Preço vil - Artigos 620 e 692,

CPC - Execução Fiscal (STJ) .............................. 99

- efetuada - Superveniência da Lei n. 8.009/90 - Direito

transitório - Incidência - Precedentes - Execução (STJ) .. 93

- não registrada - Alienação efetivada pelo adquirente -

Eficácia - Embargos de Terceiro em Execução Fiscal (STJ) 92

- Lei 8.009/90 - Execução (STJ) ............................ 93

- Possibilidade; bens absolutamente impenhoráveis - Identi-

ficação - Execução Fiscal - bem gravado por ônus real (TRF

/5ª R.) .................................................. 95

- Substituição do bem - Valor - Execução (STJ) ............. 93

- Veículo necessário ou útil ao exercício do comércio de mi-

croempresário - Execução Fiscal (STJ) .................... 100

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 153

- PERÍCIA DESNECESSÁRIA - JULGAMENTO ANTECIPADO - CERCEAMENTO DE

DEFESA - INOCORRÊNCIA - EXECUÇÃO FISCAL - ICM - DÉBITO DECLARA-

DO PELO CONTRIBUINTE (STF) .................................... 98

- PERÍCIA - REQUISITO - EXECUÇÃO FISCAL - ICMS DECLARADO E NÃO

PAGO (STJ) .................................................... 98

- PERPETUATIO JURISDICIONIS - COMPETÊNCIA - DISTRIBUIÇÃO (TRF/

4ª R.) ........................................................ 86

- PESSOA FÍSICA - PRÁTICA HABITUAL DE ATOS DE COMÉRCIO - SAÍDA

DESACOBERTADA - ARBITRAMENTO; OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - FALTA DE

INSCRIÇÃO ESTADUAL - PENALIDADE - ICMS - FATO GERADOR (CC MG) 108

- PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS PARA DESEMBA-

RAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; INCIDÊNCIA -

PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI -

IMPORTAÇÃO (TRF/5ª R.) ........................................ 110

- PETRÓLEO (COMPRA E VENDA DE DERIVADOS DE ...) - OPERAÇÃO FEITA

COM O CONSUMIDOR FINAL - INCIDÊNCIA DO TRIBUTO - MANDADO DE SE-

GURANÇA - ICMS (STJ) .......................................... 119

- PETRÓLEO, SEUS DERIVADOS E ENERGIA ELÉTRICA - SAÍDA PARA OUTROS

ESTADOS - IMUNIDADE; ENTRADA EM ESTABELECIMENTOS SITUADOS NOS

ESTADOS CONSUMIDORES - INCIDÊNCIA - ICMS (TJ SP) .............. 113

- PRAZO(S):

- em dobro - Denunciação da lide - Litisconsórcio (STJ) .... 89

- ICMS - Fato gerador - Momento da ocorrência - Mercadoria

importada; recolhimento (STJ) ............................ 107

- de recolhimento:

- Antecipação:

- por Decreto Estadual - Correção monetária - Le-

gitimidade - Inexigibilidade de multa - Ausên-

cia de prequestionamento - ICMS - Estado de São

Paulo (STJ) ................................... 106

- Decreto Estadual - ICMS (STJ) ................. 114

- Estado de São Paulo - Fixação por Decreto - Le-

galidade - ICMS (STJ) ......................... 114

- CTN, arts. 105, 113, § 1º e 144 - Decreto-Lei 406/

68 - Lei 6.374/89 - Decreto Estadual 33.707/91 (art.

4º) - ICMS - Fato gerador (STJ) .................... 108

- Deserção - Apelação - Preparo (STJ) ................ 84

- Embargos de Declaração (art. 535, II, CPC) - Merca-

doria importada - ICMS - Fato gerador (STJ) ........ 90

- ICMS (STJ) ......................................... 114

- de recurso (Remessa dos autos ao Tribunal antes de findo

o ...) - Nulidade - Momento de alegar (CPC - art. 245) -

Preclusão - Nulidade (STJ) ............................... 121

- PRECLUSÃO - NULIDADE - REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 154

FINDO O PRAZO DE RECURSO - NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC -

ART. 245) (STJ) ............................................... 121

- PREÇO VIL - ARTIGOS 620 E 692, CPC - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA

- AVALIAÇÃO - ARREMATAÇÃO (STJ) ................................ 99

- PREPARO - COMPROVAÇÃO - OPORTUNIDADE - RECURSO (TA PR) ........ 123

- PREPARO - RECOLHIMENTO NO PRAZO - DESERÇÃO - APELAÇÃO (STJ) ... 84

- PREQUESTIONAMENTO DA QUESTÃO JURÍDICA (AUSÊNCIA DE ...) - NÃO

CONHECIMENTO - RECURSO ESPECIAL (STJ) ......................... 123

- PRESCRIÇÃO:

- Decretação de ofício (TRF/1ª R.) ......................... 121

- Executivo Fiscal - Interrupção - Despacho que determina a

citação - LEF, art. 8º, § 2º - CPC, art. 219 - Suspensão -

Ausência de bens penhoráveis - Desnecessidade de suspensão

do processo (STJ) ........................................ 121

- Momento da arguição - Participação do Ministério Público

nos Embargos à Execução Fiscal - Código Civil, art. 162 -

CPC, arts. 82, III, e 303, III (STJ) .................... 121

- Redirecionamento da execução - Prescrição intercorrente -

Execução Fiscal (STJ) .................................... 100

- Suspensão da execução - Prescrição intercorrente (STJ) ... 122

- PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DA LIQUIDEZ E CERTEZA - EMBARGOS À

EXECUÇÃO - CERTIDÃO DE INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA (TRF/3ª R.) .. 91

- PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - NÃO-VIOLAÇÃO - ICMS E IPI -

IMPORTAÇÃO - PESSOA FÍSICA - COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO DO ICMS

PARA DESEMBARAÇO ADUANEIRO - IN SRF Nº 54/81 - LEGALIDADE; IN-

CIDÊNCIA (TRF/5ª R.) .......................................... 110

- PROCURAÇÃO - AUSÊNCIA NOS AUTOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO - FA-

LHA QUE NÃO PODE SER ATRIBUÍDA À SECRETARIA DA CORTE A QUO -

APRESENTAÇÃO TARDIA (STF) ..................................... 122

- PRODUTO:

- industrializado - Saída isenta - Inexistência de crédito

tributário - ICM - Importação de matéria-prima - Incidên-

cia do tributo (STJ) .................................... 109

- semi-elaborado - ICMS - Exportação - Definição em norma

estadual - Ficção legal (STJ) ........................... 107

- semi-elaborado - ICMS - Incidência - Exportação de esta-

nho (STJ) ............................................... 102

- PROJETO DE INTERESSE NACIONAL - BENEFICIÁRIO - ICM - ISENÇÃO -

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (STF) ................................. 112

- PROVA - INEXISTENCIA - EXECUÇÃO FISCAL: EMBARGOS À EXECUÇÃO

(TRF/3ª R.) ................................................... 97

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 155

- PROVA PERICIAL (DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE ...) - JULGAMENTO

ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE - ICM -

DÉBITO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE (STF) ...................... 104

“R”

- RECURSO:

- Interposição em comarca diversa - Juntada posterior - Sis-

tema de Protocolo Integrado - Tempestividade (TJ SP) ..... 123

- Preparo - Comprovação - Oportunidade (TA PR) ............. 123

- RECURSO ESPECIAL:

- Ausência de prequestionamento da questão jurídica - Não

conhecimento (STJ) ....................................... 123

- Fundamento não atacado - Súmula 283/STF (STJ) ............ 123

- Matéria constitucional - Não conhecimento (STJ) .......... 124

- RECURSO EXTRAORDINÁRIO (PEÇA ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVI-

DADE DO ...) - AGRAVO DE INSTRUMENTO - SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA

PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO (STF) ......................... 82

- REGIME:

- periódico de apuração - GATT - Tratamento igualitário com

produto nacional - Mercadoria importada (STJ) ............ 120

- periódico de apuração (Pretendida inclusão do imposto

no ...) - Não cabimento - ICMS - Importação de mercadorias

do exterior - Fato gerador - Alteração - Decreto-Lei nº

406/68, art. 1º - ADCT, art. 34, § 8º - Convênio nº 66/88,

art. 2º, inciso II - Lei Paulista nº 6.374/89, art. 2º,

inciso V (STJ) ........................................... 110

- de substituição tributária - Convênios 66/88 e 107/89 -

Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Embargos de

Divergência - ICMS - Venda de veículos automotores - Reco-

lhimento antecipado (STJ) ................................ 91

- REMESSA DOS AUTOS AO TRIBUNAL ANTES DE FINDO O PRAZO DE RECURSO

- NULIDADE - MOMENTO DE ALEGAR (CPC - ART. 245) - PRECLUSÃO -

NULIDADE (STJ) ................................................ 121

- RENÚNCIA DO PODER DE RECORRER NA VIA ADMINISTRATIVA E DESISTÊN-

CIA DO RECURSO INTERPOSTO - AÇÃO DECLARATÓRIA QUE ANTECEDE A

AUTUAÇÃO (STJ) ................................................ 81

- REPETIÇÃO DE INDÉBITO:

- Correção monetária - Dies a quo - Adicional de imposto de

renda (STJ) .............................................. 81

- Correção monetária - Incidência - Termo inicial (STJ) .... 124

- Nulidade da sentença - ICM - Creditamento (STJ) .......... 103

- RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - DISSOLUÇÃO IRREGU-

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 156

LAR DA SOCIEDADE (STJ) ........................................ 124

- RESPONSABILIDADE PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE - EXECUÇÃO FISCAL -

DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE (STJ) ....................... 97

- RESSARCIMENTO DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE - MANDADO DE SEGU-

RANÇA (TRF/1ª R.) ............................................. 120

“S”

- SAÍDA DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MICROEMPRESA E SERVI-

ÇOS DE TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO (ENCARGO FINANCEIRO EM OPE-

RAÇÕES A PRAZO, ...) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS -

ADIn - ICMS-MG (STF-Pleno) .................................... 81

- SALVADOS - AÇÃO DECLARATÓRIA - VIA ADEQUADA - ICMS - INCIDÊNCIA

(STJ) ......................................................... 111

- SALVADOS - VENDA POR SEGURADORA - INCIDÊNCIA - ICMS (TJ RJ) ... 115

- SECRETÁRIO DA FAZENDA - MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - AUTO-

RIDADE COATORA - AMEAÇA CONCRETA OU PALPÁVEL INDEMONSTRADA -

ILEGITIMIDADE PASSIVA (STJ) ................................... 119

- SEMI-ELABORADO (PRODUTO ...) - DEFINIÇÃO EM NORMA ESTADUAL -

FICÇÃO LEGAL - ICMS - EXPORTAÇÃO (STJ) ........................ 107

- SEMI-ELABORADO (PRODUTO ...) - ICMS - INCIDÊNCIA - EXPORTAÇÃO

DE ESTANHO (STJ) .............................................. 102

- SENTENÇA DE MÉRITO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA - SUSPENSÃO DA EXI-

GIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, IV, CTN - SÚMULA

405 - STF) - LIMINAR (STJ) .................................... 118

- SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO (FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E

...) - REQUISITO - ICMS - CRÉDITO (TJ PR) ..................... 103

- SERVIÇOS DE TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO (ENCARGO FINANCEIRO EM

OPERAÇÕES A PRAZO, SAÍDA DE LEITE “IN NATURA”, OPERAÇÕES DE MI-

CROEMPRESA E ...) - SUSPENSÃO CAUTELAR DE DISPOSITIVOS - ADIn -

ICMS-MG (STF-Pleno) ........................................... 81

- SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO - TEMPESTIVIDADE - RECURSO - IN-

TERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA - JUNTADA POSTERIOR (TJ SP) ..... 122

- SÓCIO-GERENTE:

- (Excesso de poder do ...) (Exegese) - Hipótese de configu-

ração - Execução Fiscal - Alteração contratual - Eficácia

contra terceiros (TRF/4ª R.) ............................. 94

- (Redirecionamento contra o ...) - Citação em nome próprio

- Necessidade - Execução Fiscal (STJ) .................... 100

- (Responsabilidade pessoal do ...) - Dissolução irregular

da sociedade (STJ) ....................................... 124

- (Responsabilidade pessoal do ...) - Execução Fiscal - Dis-

solução irregular da sociedade (STJ) ..................... 97

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 157

- SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:

- para frente - Legalidade - ICMS - Revenda de veículos au-

tomotores (STJ) .......................................... 114

- (Regime de ...) - Convênios 66/88 e 107/89 - Legitimidade

da exigência - Votos vencidos - Embargos de Divergência -

ICMS - Venda de veículos automotores - Recolhimento ante-

cipado (STJ) ............................................. 91

- SUCESSÃO - AQUISIÇÃO DE FUNDO DE COMÉRCIO - RESPONSABILIDADE -

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (STJ) .............................. 91

- SUCUMBÊNCIA DO ESTADO - VALOR A SER CONSIDERADO NO CÁLCULO DOS

HONORÁRIOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS (STJ) ..................... 90

- SÚMULA Nº 14 STJ - CORREÇÃO MONETÁRIA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

(TRF/4ª R.) ................................................... 87

- SÚMULA 112/STJ - ALCANCE - CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO DA

EXIGIBILIDADE - DEPÓSITO - MONTANTE INTEGRAL - ARTIGO 151, IN-

CISO II (STJ) ................................................. 87

- SÚMULA 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - AGRAVO REGIMEN-

TAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DISPOSITIVOS LEGAIS NÃO PREQUES-

TIONADOS (STJ) ................................................ 84

- SÚMULA 283/STF - RECURSO ESPECIAL - FUNDAMENTO NÃO ATACADO

(STJ) ......................................................... 123

- SÚMULA 288 - CERTIDÃO DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO - PEÇA

ESSENCIAL AO EXAME DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

- AGRAVO DE INSTRUMENTO (STF) ................................. 82

- SÚMULA 288 - TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA DO ACÓRDÃO RECORRI-

DO - AGRAVO DE INSTRUMENTO (STF) .............................. 83

- SÚMULA 343/STF (VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICA-

BILIDADE DA ...) - EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA -

ART. 201, §§ 5] E 6º, CF/88 (TRF/4ª R.) ....................... 92

- (SÚMULA 405 - STF - ART. 151, IV, CTN) SUSPENSÃO DA EXIGIBILI-

DADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LIMINAR - SENTENÇA DE MÉRITO DENE-

GATÓRIA DE SEGURANÇA (STJ) .................................... 118

- SÚMULA 577/STF - IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS - ICMS - MOMENTO DO

FATO GERADOR - ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO - C.F., ART. 146,

III, a - ADCT, ART. 34, § 8º - DECRETO-LEI 406/68 (ARTS.

1º E 3º - § 1º) - CONVÊNIO ICM 66/88(STJ) ..................... 116

- SUSPENSÃO:

- Ausência de bens penhoráveis - Desnecessidade de suspensão

do processo - Prescrição - Executivo fiscal - Interrupção

Despacho que determina a citação - LEF, art. 8º, § 2º -

CPC, art. 219 (STJ) ...................................... 121

- cautelar de dispositivos - ADIn - ICMS-MG - Encargo finan-

ceiro em operações a prazo, saída de leite “in natura”,

operações de microempresa e serviços de transporte e de

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 158

comunicação (STF-Pleno) .................................. 81

- da execução (Prescrição) - Prescrição intercorrente (STJ) 122

- da exigibilidade:

- do crédito fiscal - Ação cautelar preparatória - Ma-

téria fiscal - Depósito (TRF/3ª R.) ................. 81

- do crédito tributário:

- (Art. 151, IV, CTN - Súmula 405 - STF) - Liminar

- Sentença de mérito denegatória de segurança

(STJ) .......................................... 118

- Depósito integral em dinheiro - Mandado de Segu-

rança (STJ) .................................... 120

- Medida liminar - Depósito (STJ) ................ 125

- Depósito - Montante integral - Artigo 151, inciso II

- Súmula 112/STJ - Alcance - Crédito tributário (STJ) 87

- Transação entre as partes - Execução Fiscal (TJ SC) ...... 101

“T”

- TAXAS (DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃOD A CERTIDÃO PARA A EXECU-

ÇÃO DA DÍVIDA REMANESCENTE) - CTN, ART. 204 - LEI 6.030/80

(ART. 3º) - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA - EXCLUSÃO DA

PARCELA REFERENTE AO VALOR DO IMPOSTO (STJ) ................... 96

- TEMPESTIVIDADE - RECURSO - INTERPOSIÇÃO EM COMARCA DIVERSA -

JUNTADA POSTERIOR - SISTEMA DE PROTOCOLO INTEGRADO (TJ SP) .... 122

- TERMO INICIAL - ICM - ISENÇÃO - MICROEMPRESA - LC Nº 48/84

(STJ) ......................................................... 112

- TERMO INICIAL - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CORREÇÃO MONETÁRIA -

INCIDÊNCIA (STJ) .............................................. 124

- TRANSAÇÃO ENTRE AS PARTES - EXECUÇÃO FISCAL - SUSPENSÃO (TJ SC) 101

- TRASLADO DEFICIENTE - AUSÊNCIA DO ACÓRDÃO RECORRIDO - AGRAVO DE

INSTRUMENTO - SÚMULA 288 (STF) ................................ 83

- TRASLADO DE PEÇAS OBRIGATÓRIAS - ÔNUS - AGRAVO DE INSTRUMENTO

(STJ) ......................................................... 83

- TRIBUTO(S):

- (Atualização de ... pela UFIR) (TRF/4ª R.) ............... 84

- (Compensação de ...) - Lei 8.383/91 - Cautelar inominada -

Liminar (STJ) ............................................ 85

“U”

- UFIR (ATUALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELA ...) (TRF/4ª R.) ........... 84

“V”

- VALOR(ES):

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 159

- a ser considerado no cálculo dos honorários - Embargos De-

claratórios - Sucumbência do Estado (STJ) ................ 90

- adicionado - Artigo 23, § 9º, inciso I, da Carta de 1969,

com a redação imprimida pela Emenda Constitucional 17/80 -

Imposto sobre Circulação de Mercadorias - Participação dos

municípios na arrecadação (STF) .......................... 117

- ínfimo - Art. 794 C.P.C. - Impossibilidade - Execução da

sentença - Extinção do processo (TRF/5ª R.) .............. 101

- pagos indevidamente (Ressarcimento de ...) - Mandado de

Segurança (TRF/1ª R.) .................................... 120

- VEÍCULOS(S):

- automotores (Revenda de ...) - Substituição tributária pa-

ra frente - Legalidade - ICMS (STJ) ...................... 114

- automotores (Venda de ...) - ICMS - Recolhimento antecipa-

do - Regime de substituição tributária - Convênios 66/88 e

107/89 - Legitimidade da exigência - Votos vencidos - Em-

bargos de Divergência (STJ) .............................. 91

- de propriedade de sócio responsável pelo débito tributário

para evitar fraude à execução (Averbação à margem do pron-

tuário do ...) - Inviabilidade - Execução Fiscal (STJ) ... 95

- importado ilegalmente - Regularização - Via inadequada -

Denúncia espontânea (TRF/1ª R.) .......................... 88

- necessário ou útil ao exercício do comércio de microempre-

sário - Execução Fiscal - Penhora (STJ) .................. 100

- VENDA:

- de derivados de petróleo (Compra e ...) - Operação feita

com o consumidor final - Incidência do tributo - Mandado

de Segurança - ICMS (STJ) ................................ 119

- de pneu associada à sua mera substituição - Incidência -

ICMS (STJ) ............................................... 116

- por seguradora - Incidência - ICMS - Salvados (TJ RJ) .... 115

- VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSITIVO DE LEI E APLICABILIDADE DA SÚ-

MULA 343, STF - EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO RESCISÓRIA - ART.

201, §§ 5º E 6º, CF/88 (TRF/4ª R.) ............................ 92

“Z”

- ZFM (MERCADORIAS INDUSTRIALIZADAS EM FILIAIS DE OUTROS ESTADOS

E REMETIDAS PARA A ...) - ESTORNO DO CRÉDITO - ICM - ISENÇÃO

(STJ) ......................................................... 112

- ÍNDICE GERAL .................................................. 129

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PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 160

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REVISTA JURÍDICA DA PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL 161

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA ESTADUAL

Divisão de Pesquisa e Documentação

Av. Álvares Cabral, nº 200 - 10º andar - Sala 1017

Fone: 217.6793

Belo Horizonte-MG

Cep.: 30170-000