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14ª edição - Junho de 2014 - R$ 5,00 Chegada do Cachoeirense Ausente Nº 1, João Eurípedes Franklin Leal, abre os festejos na cidade – confira entrevista exclusiva com ele e muito mais nesta edição especial Vai começar a festa Álbum de Família

Revista Mais ES Nº 14

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Page 1: Revista Mais ES Nº 14

14ª edição - Junho de 2014 - R$ 5,00

Chegada do Cachoeirense Ausente Nº 1, João Eurípedes Franklin Leal, abre os festejos na

cidade – confira entrevista exclusiva com ele e muito mais nesta edição especial

Vai começar a festa

Álbum de Família

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Honra para o Professor João Eurípedes, nosso “Cachoeirense Ausente nº 1 de 2014”: Honra para nós, seus conterrâneos que acompanhamos sua caminhada laboriosa na conquista do co-nhecimento.

Diante de um leque de possibilidades, nosso ilustre Ausen-te fez a melhor escolha. Deixou Cachoeiro em busca de no-vos horizontes. Como o sábio Salomão, optou por conquis-tar a sabedoria e não mediu esforços para alcançá-la, com a humildade de quem reconhece que é impossível atingi-la em plenitude, mas que vale a pena continuar na busca ao longo

de toda a existência.E assim é a trajetória de João. Na escalada do saber, tem

feito a diferença e é reconhecido “pari passu” com os mais ilustres representantes da intelectualidade brasileira, sem

jamais deixar de acompanhar a vida e o crescimento de nosso “pequeno Cachoeiro”, exatamente como pensou Newton Braga, quando, em 1942, criou a homenagem eternizando o perfil do “Cachoeirense Ausente”.

Por tudo isso, nos festejos deste ano da “Fes-ta de Cachoeiro”, a Escola “Guimarães Rosa” se sente honrada com a presença de tão ilustre vi-

sitante que tão bem representa sua terra e sua gente e se junta a todos os Cachoeirenses na

justa homenagem que tão merecidamente foi conquistada por nosso “Cachoeirense Ausente n5 1.

Seja bem-vindo, João Eurípedes.

“A quem honra, honra”Epístola de Paulo aos Romanos. 3:7

Direção, Professores e Funcionários da Escola “Guimarães Rosa”

Álbum de Família

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Cachoeiro é uma festa

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Cachoeiro de Itapemirim já começou a festejar São Pedro. A edição especial da revista Mais ES é dedicada ao evento14ª

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Cachoeiro de Itapemirim já come-çou a festejar São Pedro, padroeiro da cidade e primeiro Papa da Igreja Católica, embora a data exata seja 29 de junho. A edição especial da revis-ta Mais ES é dedicada ao evento.

A Festa de Cachoeiro, assim como idealizada por Newton Braga, é, até hoje, tempo de reencontro, simboli-zado pela chegada do Cachoeirense Ausente nº 1, neste ano o professor João Eurípedes Franklin Leal, que re-presenta outros tantos que deixaram o município e construíram fora dele carreiras solidas e projeção que nos orgulham.

Afinal, Cachoeiro de Itapemirim, carinhosamente chamada por seus moradores de “Princesa do Sul” e “A Capital Secreta do Mundo”, é terra de gente famosa. A evolução cultural do município levou para o cenário na-cional grandes nomes para a música, literatura, teatro e o cinema, como os cantores Roberto Carlos e Sérgio Sampaio, o escritor Rubem Braga, o ator Jece Valadão, entre muitos ou-tros.

E também, já faz algum tempo, a

festa é oportunidade de reverenciar os cachoeirenses que triunfaram em casa, como o Cachoeirense Presente deste ano, o também professor Hum-berto Dias Viana, que personifica o cidadão que ama o município e tra-balha para fazê-lo sempre maior e melhor.

É por causa do trabalho incansá-vel de muitos cachoeirenses, como Humberto, que Cachoeiro continua a ser o principal polo de desenvolvi-mento econômico do Sul do Estado, com imensas reservas de mármore que respondem pelo abastecimento de 80% do mercado nacional do pro-duto.

Cachoeiro e também polo educa-cional – com muitas opções de cur-sos superiores e técnicos-, de saú-de, com hospitais filantrópicos que atendem pacientes de toda a região, além do pujante comércio, por onde circulam milhões e milhões de con-sumidores.

A programação oficial da festa da cidade está do jeito que o povo gos-ta, com shows de bandas conhecidas nacionalmente e, também, com pres-

tígio às pratas da casa, que vão ante-ceder cada artista de outras plagas.

É tradição, nos festejos da cidade, um baile de gala, com traje a rigor (“smoking” para os homens e vesti-do longo para as mulheres), o único desse tipo que se realiza em todo o Estado.

Mas há também espaço para a in-formalidade. Tão tradicional quanto o Baile de Gala, a Festa dos Amigos da Praça Vermelha reúne cachoei-renses de todos os lados do Brasil. A festa começou em 1986 no apertado Bar CDM, que funcionava na entrada da Ponte de Ferro. Os três amigos Ramon, Doca e Aúa resolveram pro-mover o encontro dos frequentado-res do Bar. Já o nome Praça Verme-lha vem do fato de lá se reunirem os chamados esquerdistas. Era como se fosse um reduto socialista nos anos 50 e 60.

Na programação há, também, o desfile cívico-escolar, espécie de porta de entrada para as crianças no bairrismo sadio de se festejar a ter-ra em que nasceu. Uma tradição que merece mesmo ser mantida.

DiretorWagner [email protected]

Contato da redação:(28) 3511-7481

Dep. Comercial: Grisieli Pinheiro - (28) 99906 - 3080Lília Argeu - (28) [email protected]

Editoração/Design:Wellington Rody [email protected](28) 99974-3827 Fotos:Divulgação

ReportagemAilton [email protected]

GRÁFICA E EDITORA

WWW.JORNALFATO.COM.BR

Revista Mais ES (06.056.026/0001-38)Rua Bernardo Horta, 81, bairro Guandu Cachoeiro de Itapemirim – ES - Cep 29.300-795

Novo diretor na Odebrecht Ambiental de

Cachoeiro

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O Educador Presente

Número 1

PÁG 10

Enfim, o Estrela do Norte brilhou

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Festa para historiador

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Mais de 80 mil pessoas na

V Bienal Rubem Braga

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A festa alternativada Praça Vermelha

PÁG 14

Ausente Número 1: a criação do poeta Newton

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Atrações para todos os gostos

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Novo diretor na Odebrecht Ambiental de Cachoeiro

CidadeDenis Lacerda assume o lugar de Pablo Andreão, que vai para o Tocantins

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A Odebrecht Ambiental tem um novo diretor em Cachoeiro de Itape-mirim (ES): é Denis Lacerda, diretor da empresa desde 2012 e até então responsável por desenvolvimento de negócios no Rio de Janeiro, avaliando e estruturando projetos de saneamento em diversas áreas do estado.

Pablo Andreão, diretor da concessionária nos últimos anos, segue para o Tocantins, onde se junta a outro ex-diretor da concessionária de Cachoeiro, Mário Amaro, na Saneatins, que presta serviços a 47 municípios.

O novo diretor Denis Lacerda é administrador de empresas, formado pela The George Washington University, dos Estados Unidos, e pela Univer-sidad Complutense de Madrid, da Espanha. Possui 18 anos de experiência nas áreas de infraestrutura e investimento.

GratidãoNa despedida de onde atuou desde o ano de 2001, inicialmente como

engenheiro responsável pelos investimentos de ampliação dos serviços de Cachoeiro, Pablo Andreão agradece a acolhida e a confiança da cidade.

“Levo as referências de Cachoeiro, o povo acolhedor e trabalhador, as amizades que fiz e a gratidão por ter participado de uma equipe excepcio-nal”, afirmou.

Neste ano de 2014 o Sindimunici-pal está aumentando a quantidade de benefícios oferecidos e ampliando o número de atendimentos, conforme pla-nejamento de crescimento elaborado. Mudamos para um local que comporte a nova estrutura de nosso sindicato para melhor atender o Servidor Público Municipal.

Dentre os benefícios podemos enumerar o Atendimento Médico que estará à disposição na hora em que o servidor mais precisar, com as espe-cialidades de Clínica Geral a partir de maio de 2014 e Ginecologia a partir de julho de 2014, o consultório próprio será totalmente aparelhado na sede do

Sindimunicipal.O Atendimento Odontológico que já

funciona com consultório próprio tem deixado os servidores muito satisfeitos pela dedicação e profissionalismo, em 2014 vem ampliando a gama de ser-viços dentre eles a Prótese e o Canal e dando continuidade com a limpeza, obturação, extração, restauração, radiografia, entre outros tratamentos.

Em um dos momentos em que o servidor mais precisa colocamos a dis-posição o Auxílio Funerário, benefício este que é estendido para esposo(a), filhos e enteados, para que o servidor e tenha dignidade e tranquilidade.

Na licença médica do servidor será

oferecido o Auxílio Alimentação que cobrirá 70% do valor de seu Ticket Alimentação que beneficia ao servidor e sua família, O Ticket foi uma das im-portantes conquistas da Gestão atual do Sindimunicipal.

Os benefícios vêm para suprir a ne-cessidade dos servidores em serviços que muita das vezes são essenciais para o dia a dia. O Plano Sindcard ofe-rece vários serviços gratuitos e outros com uma mensalidade de apenas R$ 15,00 reais.

“Nosso trabalho visa garantir a qua-lidade de vida e a saúde do servidor”, afirma o Professor Jonathan, Presiden-te do Sindimunicipal.

Informe publicitário

Sindimunicipal aumenta o número de benefícios aos servidores municipais de Cachoeiro

Divulgação

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EsporteO sonho se transformou em realidade

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Foram 84 anos, dos 98 de sua fundação, em 16 de janeiro de 1916, cor-rendo literalmente atrás do título de campeão

capixaba de futebol. O sonho se transformou em realidade no últi-mo dia 07 de junho com a vitória de 1x0 sobre o Linhares, no Estádio Eugênio Bitti, em Aracruz, Norte

do Estado. Além do título, o Estrela empla-

cou o artilheiro da competição, o centroavante Geraldo, que marcou seu 11º gol.

Depois de “bater na trave” em 1987, 2003, 2004, 2005 e 2006, quando o alvinegro foi por 5 vezes vice-campeão estadual, o Estrela é o campeão capixaba de 2014, com

todos os méritosO resultado garantiu não apenas

o campeonato, mas a chance de se destacar no cenário nacional. A partir de julho, o Estrela do Norte representa o Espírito Santo na Sé-rie D do Campeonato Brasileiro de Futebol. E, em 2015, o alvinegro cachoeirense disputa as copas Ver-de e do Brasil.

O começo:O Estrela do Norte

foi fundado numa casa próxima ao Colégio Li-ceu Muniz Freire. Par-ticiparam da reunião de

fundação: Laurentino Lugon, Mário Sam-

paio, Orlando Nunes, Amphilófio Braga, João Viana, Estulano Braga, Deusdedit Cruz, Fernan-do Reis e Francisco Pene-do, que são considerados os fundadores do clube mais popular do Sul do Espírito Santo.

Francisco Penedo foi escolhido como o primei-ro Presidente do Clube.

A cAmpAnhA

Estrela 1 x 0 Linhares FcEstrela 2 x 0 Vitóriaconilon 1 x 3 Estrela

Real noroeste 1 x 2 EstrelaEstrela 3 x 0 castelo

Estrela 0 x 1 São mateuscolatina SE 0 x 1 EstrelaEstrela 1 x 1 DesportivaLinhares Fc 1 x 1 Estrela

Vitória 2 x 2 EstrelaEstrela 3 x 0 conilon (W.O.)Estrela 0 x 0 Real noroeste

castelo 2 x 0 EstrelaSão mateus 4 x 0 EstrelaEstrela 3 x 0 colatina SEDesportiva 0 x 0 Estrela

Estrela 1 x 2 São mateus (semifinal)São mateus 0 x 3 Estrela (semifinal)

Estrela 0 x 0 Linhares Fc (final)Linhares Fc 0 x 1 Estrela (final)

Enfim, o Estrela do Norte brilhou

Foto: Ricardo Medeiros/A Gazeta

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Cultura e lazerEvento literário em Cachoeiro de Itapemirim reuniu escritores, pensadores e músicos

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2014 A 5ª edição da Bie-

nal Rubem Bra-ga – dividida entre as praças de Fátima e Je-

rônimo monteiro -, renovou a literatura da cidade, com lançamentos das obras de autores cachoeirenses, como Evandro moreira, marcelo Grillo, marilene Depes, célia Ferreira, marília mignone, Roney moraes, entre outros, além de destacar a nova safra de valores de vários muni-cípios capixabas e de outros Estados.

O evento, visitado por mais de 80 mil pessoas, promoveu mesas de debates para 400 participantes, com as presen-ças de escritores como Arnal-do Boch, Daniel pelizzari e

márcia Tiburi e os cartunistas Allan Sieber e chiquinha. Os temas foram: a literatura fantástica, a influência de Rubem Braga na crônica con-temporânea e a literatura nas redes sociais.

na praça de Fátima foram mais de mil vagas em ofici-nas de análise e elaboração de texto, confecção de fanto-ches, jogos de tabuleiro, per-cussão corporal e projeção mapeada, distribuídas em vários horários.

Mais de 80 mil pessoas na V Bienal Rubem Braga

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2014Mais de 80 mil pessoas na

V Bienal Rubem Braga

Feira do SaberVariedade de títulos e bons preços

estiveram ao alcance do público na Fei-ra do Livro Bienal Rubem Braga, onde foi possível comprar livros a partir de R$ 2,50.

Cerca de dez expositores ofereceram títulos de literatura infanto-juvenil, ro-mances nacionais e estrangeiros, poe-sia e opções de livros-brinquedo, reco-mendados para despertar nas crianças o interesse pelo universo literário.

música na praçaNo palco da praça Jerônimo Mon-

teiro, o Oswaldo Montenegro apre-sentou seu novo espetáculo “3x4”, seguido de Zeca Baleiro (foto) com a produção de “Calma Aí, Coração”, com repertório baseado no álbum de músicas inéditas “O Disco do Ano”, além do grupo Barbatuques que tra-balha com foco no público infantil.

Divulgação/PMCI

Divulgação

Page 8: Revista Mais ES Nº 14

HistóriaA ideia partiu de Newton Braga ao publicar um pequeno texto em um jornal promocional

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O que seria uma data espe-cial para reunir os amigos que deixaram a cidade para estudar e trabalhar se transformou numa ver-

dadeira festa. A ideia partiu de newton Braga ao publicar um pequeno texto em um jornal promocional da pape-laria L. machado. “Existem poucas cidades no Brasil de um cabotinismo tão bom quanto como o de cachoeiro. Você esbarra com um cachoeirense fora daqui, o bicho é só saudade”, escreveu.

não é para menos que newton Bra-ga foi o inventor do “Dia de cachoei-ro”, que teve sua primeira festa come-morativa em junho de 39. O primeiro ausente foi homenageado em 1942.

confira a lista completa:

Ausente Número 1: a criação do poeta Newton

Divulgação

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Lista completa dos Cachoeirenses ausentes2014 - João Eurípedes Franklin Leal2013 - José Sérgio Franco 2012 - Sérgio M. Garschagen.2011 – Anna Graça Braga de Abreu2010 – Luiz Carlos de Freitas (Batata)2009 –Michel Misse2008 – Henrique G. Herkenhoff2007 – João Gilberto Machado 2006 – Henrique Melo de Moraes2005 – José Américo Mignone2004 – José Carlos Dias2003 – David Cruz2002 – Amim Abiguinem2001 – Moema Baptista2000 – Hércules Silveira1999 – José Mariano Lopes (Zé Lopes)1998 – Déa Maria M. de Medeiros1997 – Dário F. Figueira Cruz1996 – Ewerly Grandi Ribeiro1995 – Paulo de Tarso Medeiros1994 – Romildo Canhim1993 – Osires Lopes Filho1992 – Delta Madureira Filho1991 – Marco Viana Rezende

1990 – José Eduardo Grandi Ribeiro1989 – Carlos Fernando M. Lindemberg1988 – Fabiano Bueno1987 – Arnold Silva1986 – Jair Félix da Silva1985 – João Batista Herkenhoff1984 – Demistóclides Baptista1983 – Valério Fabris1982 – João Cândido dos Santos1981 – Jamil Moisés1980 – Victor Hugo C. de Castro1979 – Professor Levy Cúrcio da Rocha1978 – Sérgio Bermudes1977 – Ralph Lopes Pinheiro1976 – Péricles Machado Nunes1975 – Albino Turbay1974 – Luiz Fernando Rocha1973 – Carlos Imperial1972 – Guilherme Silva1971 – Jece Valadão1970 – Ernane Galveas1969 – Raul Sampaio Côco1968 – Gabriel Imperial1967 – Roberto Carlos Braga1966 – Walter Paiva1965 – Frei Antolin Rodrigues

1964 – Paulo Soares1963 – Maria Penedo1962 – Homenagem póstuma a Newton Braga1961 – Cristiano Rezende1960 – Ari Garcia Rosa1959 – Jair Ramos1958 – Joaquim Leão Neto1957 – Darci Monteiro1956 – Vítor Finamore 1955 – José Ramos Penedo1954 – Hélio Athayde1953 – João Freitas1952 – Rui Moraes1951 – Rubem Braga1950 – José Moisés1949 – Carlos Rabelo Silva1948 – Francisco Gonçalves1947 – Newton Borelli1946 – Iraci Washington do Rosário1945 – Não houve eleição para Cachoeirense Ausente1944 – Benjamim Silva1943 – Trófanes Ramos1942 – Heráclites Gonçalves

Lojas:

Domingos: 14h às 20h

Segunda a Sexta: 11h às 22h

Horários Shopping Sul

Praça de Alimentação:

Domingos: 11h às 22h

Segunda a Quinta: 11h às 22h

Sexta e Sábado: 11h às 23h

Cine Ritz Sul: consulte os

horários das sessões

Happy Hour - Quarta e Sexta

para ALMOÇO

até as 14H DE SEGUNDA A SEXTA

GRÁTIS

NAMOI EC NA

TT

OSE SHOPPING SUL

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EntrevistaO professor e diretor da Faculdade de Direito de Cachjoeiro de Itapemirim Humberto Vianna falta a Mais ES

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O professor e dire-tor da Faculdade de Direito de ca-choeiro de Itape-mirim, humber-

to Dias Viana, foi o escolhido pela câmara de Vereadores como o cachoeirense presente deste ano. Ao lado do também professor, João Eurípedes, eleito Ausente número 1, ele receberá as homenagens du-rante o período da festa do Dia de cachoeiro.

Graduado em Direito pela FDcI, pós-graduado em Di-reito civil e processo civil e advogado, ele aponta o ano de 2000 como o grande marco na história da faculdade. “na-

quele ano, foi concretizado um antigo sonho da comunidade educativa, dos alunos e tam-bém da sociedade cachoeiren-se. Através da Lei municipal n° 4.955, de 18 de janeiro, a Instituição passou da condi-ção de Autarquia a Fundação. Integrada as Faculdades de ciências contábeis e Admi-nistrativas, juntas, formam a Fundação Educacional Vale do Itapemirim – FEVIT”, conta emocionado.

num bate papo com a re-portagem da revista mAIS ES, humberto fala da emoção sobre a escolha do seu nome e os projetos em curso para a FDcI.

O Educador Presente Número 1mAIS ES - como o senhor rece-

beu essa homenagem da câmara de cachoeiro com a sua escolha para cachoeirense presente nº 1?

Humberto Dias Viana - Fiquei mui-to orgulhoso e emocionado, com ta-manha distinção. Agradeço à Câmara Municipal pela escolha de meu nome, eis que tantos outros são também me-recedores de tal distinção

Este ano teremos dois profes-sores homenageados: João Eu-rípedes e o senhor. É a festa dos educadores?

Nós que atuamos na área da educa-ção sabemos como é difícil a docência hoje em dia. Recebo essa homenagem como um reconhecimento do nosso trabalho.

O senhor foi um dos defen-sores da criação de uma cidade

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Universitária, hoje er-guida na localidade de morro Grande. É a reali-zação de um sonho?

Cada um de nós tem uma missão na vida. A minha foi a de construir a nova sede da FDCI, que modéstia à parte é uma das melhores estrutu-ras do Brasil.

Quais os principais desafios encontrados em seus mandatos com diretor da Faculdade de Direito?

Foram inúmeros. 1) Im-plantação do turno matuti-no; 2) Reforma do prédio do bairro Ferroviários; 3) Cons-trução da nova sede com 6.487.00 m2 de área cons-truída; 4) Equipamentos da nova sede, etc.

Existem novos proje-tos em curso a serem de-senvolvidos na FDcI?

Sim. Nosso próximo de-safio será a construção do Centro de Convenções para 2 mil pessoas geminado ao Centro Cultural, cujo projeto arquitetônico já está pronto.

Arquivo FATO

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Ausente nº 1O professor João Eurípedes Franklin Leal, da Unirio, é o escolhido

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2014 O professor João Eurípedes

Franklin Leal, da Univer-sidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), é o Cachoeirense Ausente

nº 1 de 2014. Ele foi o escolhido por um colegiado com representantes de órgãos e entidades sociais do município.

Residindo na capital fluminense há mais de 30 anos e professor de Pa-leografia (estudo de escritos antigos) na Unirio, ele é graduado em Direito e Filosofia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pós-graduado pela Universidade de Lisboa (Portugal) e professor visitante de Paleografia da Universidad de Valladolid (Espanha).

Enquanto residiu em Cachoeiro, lecionou no Liceu Muniz Freire, no Co-légio Newton Braga, no Colégio Cristo Rei e na Faculdade de Filosofia “Madre Gertrudes de São José” (atual Centro Universitário São Camilo).

A reportagem da MAIS ES manteve contato com o professor que concedeu entrevista exclusiva e falou sobre a emo-ção de rever familiares e amigos, e dessa vez como o principal homenageado da festa do Dia de Cachoeiro.

mAIS ES - Qual foi a sensação ao receber a notícia sobre a es-colha do seu nome para Ausente número 1 deste ano?

João Eurípedes Franklin Leal - A notícia sobre a escolha de meu nome, para Cachoeirense Ausente Número 1 foi como ouvir o som da voz de uma mãe que nos chama para retornar ao colo materno. Realmente só vivendo um privilégio como este se consegue sentir plenamente tal sensação. É profunda e enternecedora!

Residindo há mais de 10 anos

no Rio de Janeiro, qual a forma de matar saudades da terra natal?

A forma de matar saudades da santa terra cachoeirense é, além de criar des-culpas para visitá-la, reunir com amigos queridos cachoeirenses aqui no Rio, onde a colônia é grande e entusiasmada, é ler jornais e revistas da terra, ler e reler livros sobre a cidade e também sempre buscar histórias e estória que falem de São Pedro do Cachoeiro de Itapemirim.

Festa para historiador

Álbum de Família

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Nossa cidade tem identidade própria e única, ela se expressa, largamente, na música, nas artes, nos trabalhos, nos hábitos, na literatura e numa forma própria de ser que eu chamaria de cachoeirice.

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O cachoeirense é mesmo um bairrista confesso, ou isso é len-da?

O cachoeirense mais do que um mero bairrista ele é um amante obce-cado da cidade, de seus conterrâneos, de sua cultura e um orgulhoso incor-rigível, principalmente se está fora de sua cidade. Muitas vezes é à distância que melhor enxergamos o nosso ninho.

Quais as principais recorda-ções da cidade e dos amigos?

Uma gostosa nostalgia nos faz voltar à infância e adolescência, ao footing da Praça Jerônimo Monteiro, ao passado escolar no Liceu, ao pregão do morin-gueiro vendendo vasos de cerâmica (moringueiro! olha o vaso!),

as filosóficas murmurações da Maria Fumaça no Morro de São João, os ensaios da Lira de Ouro, a festa de Cachoeiro complementada pelo Profes-sor Deusdedith descrevendo a parada escolar, a Banda do Liceu, os sinos da Catedral tocando ao meio-dia, as pes-carias de lambaris nas enchentes do rio Itapemirim, as vesperais no Caçadores, as namoradas tão amadas e os queridos amigos do cotidiano.

O senhor acompanha de perto,

pela imprensa – via redes sociais -, o que acontece em cachoeiro?

Evidente que procuramos usar todos os meios disponíveis, para acom-panhar o burburinho da cidade e assim mantermos umbilicalmente ligados a um lugar de onde, na realidade, nunca saímos ou abandonamos.

Fincou raízes no Rio de Janei-

ro ou algum dia pretende retor-nar para a cidade?

Tenho uma vida bastante ativa no Rio de Janeiro, seja como professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, seja como membro do prestigiado Instituto Histórico e Geo-gráfico Brasileiro, seja por pertencer a Ordem Hospitalar dos Cavaleiros de Malta, seja por meus trabalhos com documentação histórica nos grandes arquivos da cidade.

O senhor acredita que a pro-dução artística e cultural da ci-dade tem diminuído ao longo dos anos por falta de apoio?

Cachoeiro mantêm uma exemplar luta na produção cultural e artística, mas deveria melhor estudar suas

origens históricas e culturais, melhor prestigiar seus próprios artistas e ter a coragem de ousar, ousar sempre, para estar continuamente se superando nestas áreas. Pessoas gabaritadas para tal é que não falta. O passado históri-co, apesar dos heróicos memorialistas e historiadores da cidade, carece de um indispensável Arquivo Histórico Municipal.

Quais os principais nomes

nos mais variados segmentos de atividades alavancam o nome da cidade para o resto do Brasil e no exterior?

Seria uma temeridade citar nomes de uns muitos e esquecer nomes de uns poucos. Prefiro afirmar que é respeitável e reconhecida a qualida-de e a quantidade de cachoeirenses atuando nos mais diversos setores, no Brasil e no exterior, honrando a terra do Itabira.

Já imaginou a sensação nos

dias da programação da festa do Dia de cachoeiro desde a célebre chegada na entrada da cidade, a recepção da família e amigos, além dos compromissos na agen-da do Ausente número 1?

Sonhar é possível e a expectativa de participar, tão diretamente das festivi-dades, faz com que tenhamos contínu-os desejos de abreviar o tempo para já chegar à cidade, rever os amigos, rever locais que fazem parte de nossa alma, respirar no ambiente que reputamos seja o do nosso paraíso quase perdido. Que venham as alegrias e que sejam para todos. Ninguém é feliz sozinho!

Deixe sua mensagem para o

povo de cachoeiro que, certa-mente, vai lhe receber de braços abertos?

Caros amigos, nossa cidade tem identidade própria e única, ela se expressa, largamente, na música, nas artes, nos trabalhos, nos hábitos, na literatura e numa forma própria de ser que eu chamaria de ‘cachoeirice’. Vamos ousar, vamos descobrir novos caminhos, Cachoeiro é o nosso chão e é, sem dúvida, um reflexo de sua gente. Vamos buscar enredos novos, superando desigualdades e distân-cias sociais, reverenciando a cultura e continuando a ter o imenso orgulho de ser um obstinado e apaixonado Cachoeirense.

Page 14: Revista Mais ES Nº 14

TradiçãoO evento elege os seus “próprios” ausente e presente a cada ano

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Informal, mas com muito brilho e animação. Assim é o Encontro dos Amigos da Praça Vermelha que este ano chega a sua 28ª edição. Se no caso do Cachoeirense Ausente Número 1, a escolha é feita por uma comissão de notáveis, como dessa vez, por

indicação do prefeito, dos vereadores ou por votação po-pular, em outras edições, no antigo CDM tudo é diferente.

Os escolhidos da Praça Vermelha saem dos bate papos ao longo do ano e sem polemizar: a grande maioria elege sem necessidade de voto ou convenções. É a história oral de uma cidade.

Os homenageados deste ano são: o produtor cultural e músico João de Moraes Machado, o ausente, e o presente, o servidor público Valdo Soares Carneiro.

O XXVIII Encontro dos Amigos da Praça Vermelha, acontece no dia 28, a partir das 18h, sem horário para terminar, e com a participação dos músicos integrantes do “Clube da Seresta” e da ‘charanga’, uma das atrações da programação.

A festa alternativada Praça Vermelha

Divulgação/PMCI

Page 15: Revista Mais ES Nº 14

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Sobre a FestaA festa que hoje tem gran-

des proporções começou em 1986 no Bar CDM, que funcionava na entrada da Ponte de Ferro e era bem apertado, mas foi lá que os três amigos Ramon, Doca e Aúa resolveram promover o encontro dos frequentadores do Bar.

Já o nome Praça Ver-melha vem do fato de lá se reunirem os chamados esquerdistas. Era como se fosse um reduto socialista nos anos 50 e 60.

Outra tradição da festa é homenagear um cachoeiren-se ausente e um presente.

A escolha não é feita por meio de votação, mas sim uma escolha em consenso com os mais antigos funda-dores, onde entram nomes de pessoas que são freqüen-tadores, e raramente são homenageadas pessoas que fazem parte da organização da festa.

Capixabade Verdade

Page 16: Revista Mais ES Nº 14

Confira a programação!

Músicos locais e artistas conhecidos nacional-mente prometem agitar a edição deste ano da Festa de Cachoeiro, em shows com entrada franca. A programação, que começou no dia 22, conta também com exposição agropecu-

ária, rodeio, solenidades tradicionais, entre outras atividades, que vão até o fim do mês

No Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa, são atra-ções musicais o grupo Sambô, o Projeto Feijoada e as duplas de sertanejo universitário Hugo e Thiago e Junior e Gustavo.

A Praça Jerônimo Monteiro serve de palco para shows gospel de grupos da cidade e para o Rock da Tarde, com ban-das cachoeirenses e participação especial do renomado grupo gaúcho Cachorro Grande.

A chegada do Cachoeirense Ausente nº1 de 2014, o his-toriador João Eurípedes Franklin Leal, um dos pontos altos da parte mais tradicional dos festejos, está programada para o dia 25.

No dia seguinte será a vez da entrega de comendas do município, no Teatro Municipal Rubem Braga, e é aberta a 67ª Exposição Agropecuária. O 28º Encontro dos Amigos da Praça Vermelha está marcado para o dia 28.

Atrações para todos os gostos

DOmInGO (22)08h – “Troféu Imprensa” - Torneio de Futebol Society Local: Arena Dalpasso (bair-ro Agostinho Simonato)20h – Encontro de CoraisLocal: Catedral de São Pe-dro

QUARTA-FEIRA (25)15h - Chegada do Cachoei-rense Ausente de 2014, João Eurípedes Franklin LealLocal: Horto União16h - Sessão Solene em Ho-menagem ao Cachoeirense AusenteLocal: Centro Operário e de Proteção Mútua19h - Sessão Solene da Câ-mara MunicipalLocal: Jaraguá Tênis Clube

QUInTA-FEIRA (26)9h - Abertura da 67ª Expo-sição AgropecuáriaLocal: Parque de Exposi-ções Carlos Caiado Barbosa (bairro Aeroporto)11h - Lançamento do selo de 130 anos da Matriz VelhaLocal: Gabinete do Prefeito (Palácio Bernardino Mon-teiro)19h - Entrega de comendas Local: Teatro Municipal Ru-bem Braga

SExTA-FEIRA (27)19h - Show gospel com as bandas: Herdeiros de Deus; Banda Átrios; Kouzaca e Banda; Marcos Bremer e BandaLocal: Praça Jerônimo Monteiro20h30 - Show da banda Li-gação Direta 22h – Rodeio23h55 - Show da dupla Hugo e ThiagoLocal: Parque de Exposi-ções Carlos Caiado Barbosa (bairro Aeroporto)22h - Baile da Festa de Ca-choeiro, com a banda Lex LuthorLocal: Jaraguá Tênis Clube

SáBADO (28)09h - Torneio de Futebol de Areia e Lançamento do Nú-cleo Campeões de Futuro Local: Quadra de Areia do

Bairro Amarelo

14h - Rock da Tarde com as bandas locais: Urizen, Raw Power, Herbocinética e Master Of Reality. Parti-cipação especial da banda Cachorro Grande, do Rio Grande do Sul.Local: Praça Jerônimo Monteiro

19h30 - XXVIII Encontro dos Amigos da Praça Ver-melhaHomenagens ao Ausente João de Moraes Machado e ao Presente Valdo Soares CarneiroApresentação musical “Clu-be da Seresta”Local: Praça Vermelha

20h30 - Show com Mulher de Banda22h – Rodeio23h55 - Show da dupla Ju-nior e GustavoLocal: Parque de Exposi-ções Carlos Caiado Barbosa (bairro Aeroporto)

22h - Baile de GalaLocal: Caçadores Carnava-lescos Clube

DOmInGO (29)8h - Desfile Cívico Escolar Local: Linha Vermelha

17h - Procissão da Catedral de São Pedro ao Pavilhão da Ilha da Luz18h - Missa Solene Presi-dida pelo Bispo Diocesano Dom Dario CamposLocal: Pavilhão de Eventos da Ilha da Luz

17h - Show do Projeto Fei-joada19h - Rodeio 21h - Show do grupo SambôLocal: Parque de Exposi-ções Carlos Caiado Barbosa (bairro Aeroporto)

SEGUnDA-FEIRA (30)08h - Abertura das inscri-ções para a Lei Rubem Bra-ga 2014. Local: Sala Levino Fanzeres, no Palácio Bernardino Mon-teiro

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Poleiro dos Anjos

Sou do tempo do Poleiro dos Anjos. O Bernardino ainda tinha um muro, que era meio cerca, já que havia tra-ves de madeira entre os vários vãos ao longo da murada. Sentados nes-ses mourões de madeira, a juventude transviada dos anos 70 inventava um Cachoeiro mais para Sérgio Sampaio que para Roberto Carlos. Mas essa ra-paziada era meio discriminada, pois eram os cabeludos de roupas esquisi-tas e cheios de penduricalhos.

Todos meio ripongos e, em tempos de ditadura, de esquerda. Sim, usar cabelo grande naquela época era um sinal de pensamentos libertários, que tinha menos a ver com moda e mais com atitude.

O nome Poleiro dos Anjos, se não me engano, foi dado pelos próprios anjos.

Passei, em meu tempo, pelo Bar do Auzílio, Bar Alasca, Sinuca do Pelica-no, Bar do Dotô (mais tarde botequim da Cultura), Cine teatro Broadway, Cine Cacique e Cine São Luiz. Tomei sorvete do Delicioso na saída de mi-nha escola primária, a escolinha Ouro Branco.

E tinha medo do seu Zé 20 que cuidava da exposição agropecuária quando ainda funcionava no bairro in-dependência. Depois o capataz passou a ser seu Benedito, um negro gigantes-co, muito duro com os animais e com os vaqueiros, mas um doce com as crianças. Lembro de tê-lo visto mui-tas vezes mordendo o rabo de touros e burros empacados para estimular a animália a sair do lugar.

Sou do tempo dos desfiles escolares na Praça Jerônimo Monteiro. Eu era o caçula da família e meu irmãos estuda-vam no liceu. Era sempre uma dificul-dade lá em casa resolver a questão dos uniformes branquinhos e impecáveis. Mas marchar perto das esfuziantes balizas e suas performances atléticas

justificava tudo.Aprendi a nadar no Rio Itapemi-

rim, lá na ilha da luz. Aprendi a pescar robalo, piau, piabas, lagostas de puçá e, não muito bem, a remar por entre as pedras e ilhas desse rio que me é pai. Tarrafa nunca aprendi a abrir. Meu pai, Seu Otto, abria uma 30 palmos como quem estende uma toalha na mesa. Trivial. Nos ensinou também a fazer os instrumentos necessários para tecer a malha, tanto para as tarrafas quanto para os puçás.

Rodei aqueles morros todos em carroças puxadas por burros. A guisa de ajudar, ou ao seu Dadico ou ao seu Zeca.

Ajudávamos sim, mas devido à grande paciência desses dois grandes carroceiros. Lembro tão bem de Ouro Fino e Boneca, o burro e a mula que ajudou no sustento da família de seu Zeca, puxando aquela carroça Cacho-eiro afora.

A primeira vez que ouvi Chico Bu-arque, Gil e Cia foi na rádio Cachoei-ro AM. Também ouvi Sérgio Sampaio pela primeira vez nas ondas da ZY-L9. E não foi o Bloco. Foi primeiro Coco Verde e depois doutor Pacheco do disco da Grã Ordem Kavernista, com Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star e Míriam Batucada. As músicas eram tocadas na programação normal, mas quem encaminhava e começava tudo era o meu querido amigo Cliveraldo Miranda. Saudades, meu chapa.

Comecei minhas leituras com Cas-tro Alves, Catulo, Newton e Rubem Braga. Ia muito na Iha da Luz visitar meus padrinhos de batismo, Gastão Coelho e madrinha Auzira. Também frequentava a casa do amigo da famí-lia, Dr. João de Deus Madureira, para cuja família trabalhava a minha tia avó, irmã de meu avô Orlando Sapa-teiro. Minha tia Bebé.

Lá no quintal dos Madureira, bem perto do rio, ficavam os canis, cheios de cães perdigueiros. Eu tinha medo, pois era pequenino e a cachorrada, enorme.

Ía muito passear a pé pelas bandas do Itabira e já subi a pedra da Freira. Acampávamos pelas matas num tem-po em que não havia barracas para comprar nas lojas. Levávamos lona e nós mesmos cuidávamos da engenha-ria. Devidamente orientados pelo seu Otto, bem como a arte de se embre-

nhar nas matas sem se perder.A gente criava galinha para ter e

vender ovos. Também para comê-las aos domingos, fazer paco-paco, que é uma mistura de clara em neve, gema, açúcar cristal e farinha de mandioca. Meu pai fazia o puxa-puxa. Um doce que exigia muita habilidade e uma ra-padura pura, sem gengibre ou mamão. Minha casa vivia cheia de gente. Sem-pre foi uma tradição em minha família ter por perto os chegados e quase sem-pre um agregado aboletado na casa. Por lá viveram Jorge e Sérgio Sampaio em épocas diferentes; tios em momen-tos de dificuldades, primas e amigas também. Eu ia corriqueiramente lá para os lados da Pedra do Caramba passear com minha mãe.

Ah! Me lembro agora do primeiro hamburguer lá no Patinhas, quan-do funcionava ao lado do Armazém Coelho, se não me falha a memória. Vinha com maionese, mas era salada de maionese, com batata, cenoura e xuxu. Mais tarde acertaram a receita.

Comprei muito leite na carroça que passava em minha rua vendendo; tínhamos o saco de pão para ir à pa-daria e depois deixar os pães dentro do saco pendurado atrás da porta. Em frente à minha casa passava a linha do trem e por sobre a linha passavam as Maria Fumaça e depois as locomo-tivas a óleo diesel, que a gente chama-va de Rendeiras.

Conto desse meu passado, dessa minha infância – e muita coisa faltou contar – para clarificar o amor que tenho por Cachoeiro. Como poderia eu sentir outra coisa que não essa ad-miração pela minha terra, onde amei pela primeira vez, aprendi os valores morais e o amor pela arte. Não sou bairrista “apesar de” sou bairrista “por causa de”. Não sei de meu futu-ro, ninguém sabe. Mas gosto de ima-ginar minha alma – e que ela exista – passando, pelo menos uma noite de lua ou uma manhã de serração, lá embaixo no rio, depois da ponte dos arcos, perambulando pelos remansos da volta do caixão.

Se alma ri, a minha estará dan-do risada em longas conversas com outros que terão ido antes de mim. Cachoeirenses retintos, abrigados na-quele vale por onde o Rio Itapemirim ainda chia. Será o nosso novo Poleiro dos Anjos.

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2014 Dom Dario campos, nasci-

do em castelo, fez os cursos de Filosofia e Teologia no Institu-to Franciscano de petrópolis (RJ), e o mestrado em Filoso-fia e pedagogia junto à Facul-dade Don Bosco, em São João del Rei (mG). Fez a profissão perpétua na Ordem Francis-cana no dia 10 de fevereiro de 1975, e dia 8 de dezembro de 1977 recebeu a ordenação sacerdotal.

Dentre os muitos encargos desempenhados no exercício de seu ministério sacerdotal, foi presidente da conferência dos ministros provinciais de sua Ordem (1995-1997).

Em 5 de julho de 2000 foi nomeado Bispo coadjutor de Araçuaí, em Goiás, recebendo

a ordenação episcopal em 26 de setembro sucessivo. Dia 8 de agosto de 2001 tornou-se Ordinário da mesma diocese.

Dia 23 de junho de 2004 foi transferido para a Diocese de Leopoldina (mG). no âm-bito do Regional “Leste 2” da cnBB (conferência nacional dos Bispos do Brasil) – Regio-nal formado pelos estados de minas Gerais e Espírito Santo – foi membro do conselho Episcopal, Responsável pelo Setor Vocações e ministérios e pelo acompanhamento dos sa-cerdotes nos estados de minas Gerais e Espírito Santo. Dom Dario tomou posse na diocese de cachoeiro de Itapemirim em missa Solene realizada no dia 10 de julho de 2011.

Um franciscano conduz a Diocese de Cachoeiro

mAIS ES - Qual a avaliação que o senhor faz sobre o seu trabalho pastoral há três anos na Diocese de cachoeiro de Ita-pemirim?

Ao chegar em Cachoeiro procu-rei dar continuidade ao trabalho do meu antecessor e do administrador diocesano. Este ano estamos em pro-cesso de assembléias, tendo como meta a nossa Assembleia diocesana* em novembro.

Quantas paróquias com-põem a Diocese? E o número aproximado de fiéis?

A Diocese de Cachoeiro de Itape-mirim tem 42 paróquias, que ocu-pam todo o sul do Estado do Espíri-to Santo. Aproximadamente 450 mil fiéis católicos participam de nossas paróquias.

Quantos municípios do sul do Estado fazem parte da Dio-

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cese de cachoeiro? A diocese abrange 27 municípios

do sul do Estado.

O senhor é capixaba do sul do Estado, de castelo, qual a sua trajetória pastoral dentro da Igreja desde a ordenação?

Saí de Castelo com 3 anos e voltei com 60 anos. Aos 19 anos fui para Minas Gerais onde me ingressei aos Frades Franciscanos, aí permaneci até retornar a Cachoeiro de Itapemi-rim.

como o senhor analisa o tra-balho do pontificado do Papa Francisco, inclusive com sua viagem histórica a Israel?

O Papa Francisco é uma pessoa muito alegre, que tem um carisma muito grande junto ao povo. Seu pontificado trará muita alegria para nossa Igreja.

Voltando a cachoeiro. Qual a sua avaliação sobre a situação econômica e social da região sul, em especial cachoeiro que é a cidade polo.

Vejo no povo capixaba um povo honesto e trabalhador. Percebo com tristeza que todo o polo industrial se

volta para o norte do Estado. Parece que a Construção do novo Porto no litoral sul abre um caminho promis-sor para o nosso desenvolvimento.

Fale da importância do en-contro entre cachoeirenses que moram em outros estados e até países durante a festa do pa-droeiro São pedro.

No momento em que se festeja o padroeiro da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim e da Cidade, mani-festamos a unidade de nossa Igreja diocesana e do povo de nossa cidade, portanto, é um momento em que as pessoas que moram fora da cidade voltam , para rever seus parentes e sua terra natal. É sempre muito bom estarmos juntos para rezar e festejar.

Qual a mensagem que o Bis-po Diocesano deixa para a co-munidade católica?

Neste dia em que o povo se reú-ne em torno do seu Padroeiro, pe-dimos a Deus que ilumine a todos e que sejamos construtores de um mundo novo, cheio de paz e de ale-gria, e que Nossa Senhora do Am-paro nos ajude a sermos solidários e fraternos com os nossos irmãos e irmãs.

Dpto. Dioscesano

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A produção literária em cachoeiro de Itapemirim, desde Basílio carvalho Dae-mon, com os apontamentos sobre a história do Espírito Santo de 1500 a 1879, sempre foi vasta e com grandes no-mes que marcaram a história da literatura e, ao mesmo tempo, registraram os nossos passos

nesta edição especial da Festa de cachoeiro, desta-camos alguns dos nomes contemporâneos que contri-buíram com suas obras para manter vivo o rico legado dos nossos antepassados.

Conhecendo Cachoeiro pela Literatura

manoel macielCom a obra Voltando ao Cachoeiro Antigo,

dividida em dois volumes – 1999 e 2004 -, o professor e historiador Manoel Gonçalves Ma-ciel fez uma excelente trabalho de pesquisa so-bre a história do município. Os livros, com mais de 800 páginas, algumas com fotos e gravuras, cobrem vasto período de nossa história.

Uma obra de consulta que pode ser encon-trada na biblioteca municipal Major Walter Paiva ou em grande parte das escolas da rede municipal. São “causos” recolhidos pelo pro-fessor e que dão prazer da leitura.

Evandro moreiraCom “Nosso Pequeno Cachoeiro”, uma obra

resumida dos dois volumes de “Cachoeiro: uma história de lutas”, o escritor buscou informar, de forma didática, peculiaridades do municí-pio.

Diferente da última obra, que remonta a his-tória da cidade – ‘Cachoeiro: uma história de lutas’ – o novo livro possui textos claros e mais objetivos. “Além de informações mais atualizadas, a obra é fun-damental para os jovens e a população em geral, que pouco conhece a ter-ra onde vive”, ressalta Evandro Moreira.

O livro traça aspec-tos geográficos, perso-nagens políticos e so-ciais, além de traços da economia, saúde e, prin-cipalmente, cultura são mencionados em 186 páginas.

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Arquivo FATO

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Adilson Silva Santos O professor universitá-

rio transformou sua tese de mestrado no livro “Bernardo Horta de Araújo e a Política de Cachoeiro de Itapemirim” que mapeia a carreira do bio-grafado como propagandis-ta da República. O destaque é para o marco inicial com a criação do primeiro clube re-publicano do Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapemirim, em 23/05/1887, e o seu encer-ramento no dia 20/02/1913, quando, no Rio de Janeiro, ele se suicida.

O tratado do professor Adil-son também está centrado na política municipal de Cacho-eiro de Itapemirim e suas re-lações com a política estadual, com destaque para as eleições municipais desse período.

A obra é finalizada com a atuação política de Bernardo Horta como deputado federal e sua relação com a política municipal, terminando com o seu suicídio.

newton BragaO poeta e criador do Dia de Cachoeiro, bairrista por

convicção, lançou em 1946, “Histórias de Cachoeiro”, livro quase didático, com 92 páginas. O autor revela, à época, que seu trabalho visava “despertar nos jovens de minha terra o interesse pelas coisas de nossa história, mostrando-lhes, a esmo, figuras e episódios de nossa formação”. A última edição publicada foi pela Prefeitu-ra de Cachoeiro, em 1986.

Outros autores também são responsáveis por con-servar viva, através de suas escritas, fatos que são re-gistros importantes do nosso município, entre eles, Izabel Lacerda Salviano da Costa com o livro Cachoeiro Suas Pedras Sua História que relata a saga dos pionei-ros na extração de rochas ornamentais no município e Memórias de Cachoeiro, de Marco Antonio Carva-lho, com pinceladas sobre as obras de Rubem Braga, o maior cronista brasileiro depois de Machado de Assis, de Newton Braga; Minha Terra e Meu Município, de Antonio Marins, livro muito citado por historiadores e pesquisadores, pois Marins entrevistou muitos dos que fizeram a história de Cachoeiro. Foi contemporâneo de outros tantos que vieram a comentar e escrever sobre nossa história, entre tantos outros.

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