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abril 2013 24 portalmercadobrasil.com.br entrevista CRESCIMENTO, CONEXÃO E FUTURO manoela hoffmann Mercado Brasil - O público conhece a Döhler por produzir cama, mesa e banho, o que mais a empresa oferece? Carlos Alexandre Döhler - Na realidade a Döhler sempre foi uma empresa de algo mais. Apesar de sempre se falar que eramos de cama, mesa e ba - nho, o que menos nós fazíamos era abastecer esse setor. Durante décadas produzimos tecidos técnicos especiais para a indústria – revestimento de colchão, revestimento de móveis, uniformes militares com características especiais, guarda-sóis, entre outros. Nos últimos anos estamos resgatando esse público mais focado em cama, mesa e banho, ou seja, esta - mos voltando com a Döhler para as origens. MB - Quando a Döhler voltou-se para o mer - cado nacional? CAD - No começo do século XXI chegamos a ter 62% do faturamento com exportações e fomos re - vertendo isso para o mercado nacional, antes da grande crise de 2008. Aquela reviravolta foi crucial para nos voltarmos para o mercado interno de cama, mesa e banho como produto principal da empresa. Foi aí que saímos de 600 toneladas por mês, naquele ano, para 1.350 toneladas, em 2013. MB - Falando um pouco de marca. ADöhler tem 132 anos, como se faz para manter a cre - dibilidade por tanto tempo? CAD - Durante nossos 132 fomos vivendo diversas histórias diferentes, então não existe uma regra para a indústria. Fomos nos adaptando ao mercado e tra - çando nossa estratégia de forma que nos mantivés - semos saudáveis. MB - Como analisar o mercado e verificar as possibilidades para a marca? CAD - Realmente não é tarefa fácil. Há cem anos você tinha um mercado que era extremamente ca - tivo. Trazer produto para a região de Joinville era difícil, tinha que vir de navio, levava um ano para vir da Europa, por exemplo. Para vir do Rio de Janei - ro também era complicado. Então foi montada uma indústria têxtil que abastecia a região e ótimo, fun - cionava muito bem – o que se produzia, vendia. O diferencial naquela época era a facilidade do produto chegar ao consumidor dos arredores, abastecíamos o mercado rapidamente. O País foi crescendo e a Döhler foi crescendo junto. Foi na década de 1960 que começamos a procurar novos mercados e co - meçamos a crescer mais do que o Brasil. Contudo, A segunda maior empresa têxtil de cama, mesa e banho do País está co - nectada na era digital, pensa o tempo todo nos consumidores e espera crescer 20% em 2013. Confira os passos da Döhler S.A., segundo o diretor comercial, Carlos Alexandre Döhler.

Revista Mercado Brasil entrevista Carlos Döhler

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CRESCIMENTO, CONEXÃO E FUTUROmanoela hoffmann

Mercado Brasil - O público conhece a Döhler por produzir cama, mesa e banho, o que mais a empresa oferece?Carlos Alexandre Döhler - Na realidade a Döhler sempre foi uma empresa de algo mais. Apesar de sempre se falar que eramos de cama, mesa e ba-nho, o que menos nós fazíamos era abastecer esse setor. Durante décadas produzimos tecidos técnicos especiais para a indústria – revestimento de colchão, revestimento de móveis, uniformes militares com características especiais, guarda-sóis, entre outros. Nos últimos anos estamos resgatando esse público mais focado em cama, mesa e banho, ou seja, esta-mos voltando com a Döhler para as origens.

MB - Quando a Döhler voltou-se para o mer -cado nacional?CAD - No começo do século XXI chegamos a ter 62% do faturamento com exportações e fomos re-vertendo isso para o mercado nacional, antes da grande crise de 2008. Aquela reviravolta foi crucial para nos voltarmos para o mercado interno de cama, mesa e banho como produto principal da empresa. Foi aí que saímos de 600 toneladas por mês, naquele ano, para 1.350 toneladas, em 2013.

MB - Falando um pouco de marca. ADöhler tem 132 anos, como se faz para manter a cre -dibilidade por tanto tempo?CAD - Durante nossos 132 fomos vivendo diversas histórias diferentes, então não existe uma regra para a indústria. Fomos nos adaptando ao mercado e tra-çando nossa estratégia de forma que nos mantivés-semos saudáveis.

MB - Como analisar o mercado e veri�car as possibilidades para a marca?CAD - Realmente não é tarefa fácil. Há cem anos você tinha um mercado que era extremamente ca-tivo. Trazer produto para a região de Joinville era difícil, tinha que vir de navio, levava um ano para vir da Europa, por exemplo. Para vir do Rio de Janei-ro também era complicado. Então foi montada uma indústria têxtil que abastecia a região e ótimo, fun-cionava muito bem – o que se produzia, vendia. O diferencial naquela época era a facilidade do produto chegar ao consumidor dos arredores, abastecíamos o mercado rapidamente. O País foi crescendo e a Döhler foi crescendo junto. Foi na década de 1960 que começamos a procurar novos mercados e co-meçamos a crescer mais do que o Brasil. Contudo,

A segunda maior empresa têxtil de cama, mesa e banho do País está co-nectada na era digital, pensa o tempo todo nos consumidores e espera crescer 20% em 2013. Con�ra os passos da Döhler S.A., segundo o

diretor comercial, Carlos Alexandre Döhler.

viver no meio disso, com equipes para divulgar e equipes para conter possíveis “incêndios”, geren-ciando a crise. Já vemos isso hoje em dia, tem gente que posta de tudo na internet, até o que não é ver-dade. Essa mecânica das plataformas digitais não é completamente entendida ainda. Por isso, nós opta-mos por iniciar agora, para aprender como funciona. Temos o blog da Dedê, o site da Döhler, a TV Döhler, que são ferramentas que conversam com nosso con-sumidor. Parte disso é entretenimento para o público (blog e TV) e parte disso interage com produtos (site) e estamos equilibrando esses fatores para a exposi-ção da marca. Nosso foco é mostrar quem somos sem sermos técnicos demais, nem prolixos demais. Aos poucos estamos descobrindo como fazer e des-con�o que estamos no caminho certo.

MB - A Döhler conquistou algumas licenças importantes, isso faz parte da estratégia de vendas ou de conquista do consumidor?CAD - Faz parte das duas. No instante em que você tem pessoas ávidas por consumir um produto e você consegue colocar sua marca junto a essa intenção de compra, há um alcance muito maior. Quando eu assino uma licença, estou olhando o lado comercial de valor agregado ao produto, com performance di-ferente de preço e resultado, mas isso depende de cada licença. Quando assinamos com a FIFA para a Copa de 2014, por exemplo, visamos divulgação da marca. Fomos escolhidos porque temos os melhores programas de responsabilidade social e ambiental,

ISO 9000, ISO 14000 etc. O fato de termos consegui-do essa licença certi�ca que a Döhler é

uma empresa dentro de todos os parâmetros globais de exigência e isso faz bem para a marca, nos pro-jeta no mercado mundial. Com a licença da Galinha Pintadinha foi diferente, pensamos mais em resulta-do �nanceiro, pois é um estouro de vendas - nesse caso a linha infantil da empresa deve crescer 30% em faturamento.

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A PLATAFORMA DIGITAL É UMA “FACA DE DOIS GUMES” E AS EMPRESAS PRECISARÀO VIVER NO MEIO DISSO, COM EQUIPES PARA DIVULGAR E EQUIPES PARA CONTER POSSÍVEIS “INCÊNDIOS”, GERENCIANDO A CRISE.”

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