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Contagem regressiva para a 11ª Expopostos Evento, em agosto, apresentará os últimos lançamentos em produtos e serviços 12 Sindicom apoia atuação do MP nas investigações Aprovação da PEC 37, que tramita na Câmara, é retrocesso na luta contra a ilegalidade 11 LUBRIFICANTES: QUALIDADE EM PAUTA Workshop aponta desafios para o segmento, que apresenta níveis significativos de não conformidades de produtos ANO 9 - Nº 26 | ABRIL de 2013 NOTÍCIAS SINDICOM Uma publicação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes Portos devem ter tratamento especial e temporário Sindicom debate com autoridades novo marco regulatório para operações portuárias 03

Revista Notícias Sindicom - edição 26

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Revista Notícias Sindicom ed.26. Design Bianca Damasceno. Desenvolvimento Approach Comunicação Integrada.

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Contagem regressiva para a 11ª ExpopostosEvento, em agos to, apresentará os últimos lançamentos em produtos e serviços

12Sindicom apoia atuação do MP nas investigações Aprovação da PEC 37, que tramita na Câmara, é retrocesso na luta contra a ilegalidade

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LUBRIFICANTES: QUALIDADE EM PAUTAWorkshop aponta desafios para o segmento, que apresenta níveis significativos de não conformidades de produtos

ANO 9 - Nº 26 | ABRIL de 2013

NOTÍCIAS SINDICOMUma publicação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes

Portos devem ter tratamento especial e temporárioSindicom debate com autoridades novo marco regulatório para operações portuárias

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201302

EDITORIAL

EMPRESAS ASSOCIADAS

Diálogo aberto frente à nova lei dos portos

As iniciativas federais voltadas ao es-tabelecimento de um novo marco re-gulatório para a operação dos portos públicos tornaram-se tema prioritário para o Sindicom e suas associadas. Os terminais portuários são parte indispen-sável da cadeia logística da distribuição de combustíveis no Nordeste e em esta-dos do Norte. Em nome da segurança do abastecimento, defendemos uma fase de transição para que as companhias se adaptem às nova regras, façam investi-mentos e busquem alternativas.

Outro tema desta edição é a expansão nacional da demanda por diesel e gasoli-na, atestada pelas estatísticas da ANP re-ferentes a 2012. Os números confirmam a evolução apontada no fim do ano pelo Sindicom, da ordem de 6%. Bem acima da evolução do Produto Interno Bruto (PIB), esse desempenho mostra a impor-tância estratégica do nosso setor.

Os lubrificantes também ganham des-taque, que inclui a ampliação de seu es-paço na nova homepage do Sindicom. A busca da qualidade nesse mercado é compromisso do sindicato, que apoia a ANP no combate às não conformidades, um dos temas do workshop que realiza-mos em abril.

No campo ambiental, duas boas notícias. No Distrito Federal, iniciamos a logística reversa de embalagens de lubrificantes pós-consumo pelo programa Jogue Lim-po, em sintonia com a legislação local e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A outra novidade é a organização do Ins-tituto Jogue Limpo para a gestão inde-pendente do programa.

A luta contra a sonegação, particular-mente no etanol, permanece na pauta do Sindicom. Estamos apoiando o Estado do Rio Grande do Sul na defesa da lei que enquadra os devedores contumazes em regime especial de fiscalização. Em outra frente, somamos forças com o Ministério Público a fim de que seu poder de investi-gação seja mantido pelo Congresso.

A propósito do combate às ilegalidades que desequilibram a concorrência e pre-judicam a sociedade, o Sindicom saúda os 10 anos do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), do qual nos orgu-lhamos de termos sido fundadores. O ETCO cunhou uma marca: o engajamen-to propositivo na melhoria do ambiente de negócios no país.

Alisio VazPresidente-executivo do Sindicom

Alisio VazPresidente-executivo do Sindicom

Os terminais portuários são parte indispen sável da cadeia logística da distribuição de combustíveis no Nordeste e em esta dos do Norte do país

“ “

NOTAS

Oferta do diesel S-10

As filiadas ao Sindicom garantiram o êxito da oferta nacional, desde janeiro, do diesel S-10, de baixo teor de enxofre. Indispensável aos novos veículos, o diesel S-10 é for-necido em mais de 6.000 postos das redes das associadas, em subs-tituição ao S-50.

Fraude do Arla 32Burlar o controle de emissões dos novos veículos a diesel, produzi-dos com tecnologia Euro 5, para não usar o reagente líquido Arla 32, além de colocar em risco os motores, é ilícito ambiental passí-vel de multa. O alerta vem do Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-veis (Ibama).

Bebidas em MauáO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu, em feverei-ro, restrições municipais à venda de bebidas alcoólicas nas lojas dos postos de Mauá, Grande São Paulo. Lei semelhante havia sido declara-da inconstitucional pelo Tribunal de Justiça em 2012.

PRESIDENTE-EXECUTIVO: Alisio J. M. Vaz • CONSELHO CONSULTIVO Presidente do Conselho: José Lima de Andrade Neto | Conselheiros: Leocádio de Almeida Antunes Filho, Leonardo Gadotti Filho, Marcelo Alecrim e Antonio Ennes Pires de Lima • DIRETOR EXECUTIVO Jorge Luiz Oliveira DIRETORES OPERACIONAIS | Diretor de Meio Ambiente: Luiz Rogoginsky | Diretor Jurídico: Guido Silveira | Diretor de Abastecimento e Regulamentação: Luciano Libório | Diretor de Defesa da

Concorrência: Cesar Guimarães | Diretor Tributário: Antônio Rodrigues | Diretor de Lubrificantes: Nelson Gomes • GRUPO

GERENCIAL Gerente de Abastecimento e Regulamentação: Luiz Emilio Freire | Gerente de Meio Ambiente: Antonio Carlos Nóbrega | Gerente de Lubrificantes: Giancarlo Passalacqua | Gerente Administrativo e Financeiro: Dilmar Madureira

Conselho Editorial: Alisio J. M. Vaz, Jorge Luiz Oliveira, Cesar Guimarães e Lilian Faria • Produção Editorial: Approach Comunicação Integrada • Coordenação Editorial: Juliana Leite • Edição: Stefania Tolomeotti • Redação: Francisco Luiz Noel • Projeto Gráfico: Alessandra Guimarães • Design Gráfico: Bianca Damasceno • Informações e contatos: Lilian Faria – [email protected] • www.sindicom.com.br

NOTÍCIAS SINDICOM

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201303

ARTIGO

Os terminais de combustíveis são instalações diferenciadas nos portos públicos do país por se-

rem parte indispensável da cadeia logís-tica do abastecimento, considerado de utilidade pública pela Lei 9.847, de 1999. Desempenhando atividades meio, e não fim, os terminais marítimos têm função vital para a distribuição no Norte e Nor-deste. Por eles passam toda a gasolina, o diesel, o querosene de aviação e o eta-nol distribuídos nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Piauí, Mara-nhão, Pará e Amapá.

Quase todos os derivados de petróleo consumidos no Norte e Nordeste che-gam pelo mar, das refinarias da Petrobras e do exterior. Esses terminais recebem os combustíveis por cabotagem e atuam como ponto de partida do fornecimento a mais de 1,4 mil postos revendedores, transportadoras de passageiros e cargas, companhias aéreas, termelétricas, bom-beiros, hospitais, polícias e outras em-presas e organizações, em decorrência de contratos de fornecimento firmados com as distribuidoras.

Petrobras Distribuidora, Ipiranga e Ra-ízen operam 11 terminais portuários – alguns, há mais de 50 anos. Essas em-presas cumprem, ainda, papel prepon-

Tratamento diferenciado aos terminais portuáriosderante na garantia da qualidade do produto entregue aos seus diferentes clientes, uma vez que fazem a mistura dos biocombustíveis (etanol anidro e biodiesel) nessas instalações, de acordo com normas legais em vigor e ainda mis-turam aditivos para formulação de seus produtos exclusivos.

Os terminais são operados em regime de arrendamento, segundo regras de 1966. Em 1993, a Lei 8.630 (Lei dos Portos), instituiu o modelo de concessão com processo licitatório e previu a adaptação dos contratos antigos, mas a medida não se concretizou. Resoluções da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) também não regularizaram a si-tuação. Como resultado, a operação dos terminais acabou no centro de uma in-segurança jurídica que inibiu os investi-mentos, em um momento marcado pelo aumento da demanda por combustíveis.

Norte e Nordeste são as regiões onde o crescimento do consumo é mais inten-so. De 50% nos últimos três anos, contra média nacional de 37%. Embora essa de-manda exija a ampliação da capacidade dos terminais, as distribuidoras se veem impedidas de fazer esses aportes sem garantias do retorno dos investimentos.

A interlocução do Sindicom com as au-toridades desenvolve-se nesse contex-to, buscando esclarecer de que forma o setor será profundamente afetado com a aprovação da Medida Provisória 595/2012, que estabelece um novo mar-co regulatório para as operações portu-árias e licitação das áreas localizadas em Porto Público.

Pelas peculiaridades e urgências de investimentos, os terminais portuá-rios precisam de tratamento especial e temporário, pautado em quatro pontos – transição de 10 anos para os arrenda-

mentos vencidos ou a vencer no curto prazo; contrapartida de investimentos em até cinco anos; revisão das tarifas de arrendamento; e, após a transição, o en-quadramento dos terminais nas regras gerais ou em normas específicas delibe-radas pelas autoridades.

O Relatório Final da MP 595/2012 foi apresentado pelo senador relator Edu-ardo Braga, no dia 17 de abril, no limiar do encerramento desta edição do Notí-cias Sindicom. Houve algum avanço na medida em que ficou estabelecida uma transição de até cinco anos, mediante autorização do poder concedente. Mes-mo assim, entendemos que o prazo de 10 anos é necessário e mais adequado à realização dos investimentos, como ga-rantia de um cenário de segurança no abastecimento das regiões Norte e Nor-deste do país.

Jorge Luiz Oliveira

Diretor executivo do Sindicom

O Sindicom busca esclarecer com as autoridades de que forma o setor será afetado

com a aprovação da MP 595/2012, que estabelece um novo marco regulatório para

as operações portuárias e licitação das áreas localizadas

em Porto Público.

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201304

FISCALIZ AÇÃO

Sindicom apoia lei gaúcha que enquadra empresas inadimplentes em regime especial de fiscalização

Somando forças contra o devedor contumaz

O Sindicom uniu-se ao Esta-do do Rio Grande do Sul na defesa da lei que caracteriza como devedor contumaz, e

submete a regime especial de fiscaliza-ção, o contribuinte que deixa de recolher por oito meses o Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Pela importância da inciativa gaúcha para o combate à inadimplência, o sindi-cato se colocou à disposição do governo estadual frente a Ação Direta de Incons-titucionalidade (Adin) aberta no Supre-mo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 13.711, sancionada em abril de 2011. Pela experiência acumulada contra a sonega-ção no mercado de combustíveis, o Sin-dicom prepara-se para entrar no proces-so como amicus curiae (amigo da corte), na condição de entidade representativa capaz de se pronunciar em controvér-sias constitucionais. “Como assistentes da Adin, queremos manifestar ao STF nossa preocupação com o problema do devedor contumaz, que se alavanca eco-nomicamente por não pagar impostos, distorcendo o mercado e prejudicando os cofres públicos”, afirma o diretor exe-cutivo do Sindicom, Jorge Luiz Oliveira.

A Adin foi ajuizada no STF pelo Parti-do Social Liberal (PSL) em setembro de 2012, depois de o governo gaúcho ter obtido, na defesa da Lei 13.711, duas vi-tórias judiciais no Estado.

Na ação, o PSL questiona a constitucio-nalidade de dispositivos da lei que dis-tinguem o devedor contumaz. Entre as medidas estão a divulgação do nome desses inadimplentes na página da Se-cretaria da Fazenda na internet, a men-ção da condição de devedores em suas notas fiscais e a exigência de compro-vante de arrecadação para a permissão de crédito fiscal.

Na primeira vitória do Estado, em abril de 2012, a juíza da 6ª Vara da Fazenda Públi-ca de Porto Alegre, Alessandra Bertoluci, negou liminar pedida por uma indústria de bebidas notificada pela Secretaria de Fazenda. Ao considerar constitucional a lei, a juíza observou, na sentença, que a figura do devedor contumaz representa “uma reação do Fisco Estadual a situa-ções excepcionais que se consolidaram ao longo dos anos e que, não raras vezes, não mais encontram solução diante do vultoso passivo tributário acumulado”.

Em decisão que fortalece a ética concorrencial e o equilí-brio do mercado, a Secretaria da Fazenda do Paraná cance-

lou a inscrição estadual da Petropar Petróleo e Participações, em janeiro, com base na Lei 14.701, de 2005, que regulamenta o registro de empresas que distribuem e importam combus-tíveis. A inscrição foi cancelada por in-

fração prevista no artigo 4 da lei, que relaciona como motivos a existência de débitos na dívida ativa, a prática de fraudes na revenda e o uso irregu-lar de notas fiscais. O cancelamento, que impede as atividades da empre-sa, faz parte do Edital de Notificação 12/2012, da Inspetoria Geral de Arre-cadação, publicado em 8 de janeiro no Diário Oficial do Paraná.

Paraná cassa distribuidora

Lei declarada constitucional

No julgamento do mandado de segu-rança no Tribunal de Justiça, em julho de 2012, a constitucionalidade da Lei 13.711 foi declarada pelo Órgão Especial por 14 votos a 11, após mais de três horas de de-bate. A controvérsia envolveu também o Decreto 48.4904, de 2011, que comple-mentou a lei na instituição do regime es-pecial de fiscalização e na caracterização do devedor contumaz.

Diversas empresas já foram enquadradas no regime especial de fiscalização – no início de abril, 26 estavam relacionadas na página da Receita Estadual na inter-net. O subsecretário da Receita, Ricardo Neves Pereira, salienta que a lei vem estimulando a quitação de dívidas. “An-tes de colocar uma empresa no regime especial, há negociação. Várias empre-sas voltaram a ficar em dia com o Fisco”, conta. “A lei tem objetivo pedagógico e visa a acabar com a concorrência desleal, já que uma empresa que declara e não paga impostos reiteradamente causa grande desequilíbrio no mercado”, con-clui o subsecretário da Receita.

Desde junho de 2012, a Petropar estava impedida de vender a postos de redes concorrentes. A prática é proibida pela legislação, pois não permite ao consumi-dor saber a procedência dos produtos, mas a distribuidora tinha a seu favor uma medida liminar revogada pelo Tribunal Regional Federal (SRF) da 4ª Região.

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201305

LEGISLAÇÃO

Novo combustível, à base de matérias-primas, é alternativa para o QAV de origem fóssil

Brasil na corrida pelo biocombustível de aviação

O Brasil entrou de vez na corri-da global rumo à viabilização do uso do biocombustível de aviação como alternativa

ao querosene de aviação (QAV) de ori-gem fóssil. Pela primeira vez, um estudo abrangente mapeou o potencial brasilei-ro para a produção do novo combustível, à base de matérias-primas como oleagi-nosas, etanol e celulose, numa iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Embraer e Boeing, com coordenação da Universi-dade Estadual de Campinas (Unicamp) e participação de 30 parceiros – empresas aéreas, agricultores, instituições gover-namentais, ONGs, Universidades e enti-dades como o Sindicom.

No estudo, iniciado em 2011, o Sindicom contribuiu com informações detalhadas sobre a distribuição e a comercializa-ção do QAV, fundamentais em face do requisito internacional de que o novo

em até 50% ao QAV, o novo combustível dispensa a adaptação dos motores e é usado de forma experimental em outros países. No Brasil, foi utilizado por ocasião da Conferência da ONU sobre Desenvol-vimento Sustentável (Rio+20).

combustível utilize a mesma logística do querosene de petróleo. As associadas Pe-trobras Distribuidora, Raízen (Shell Avia-tion) e AirBP respondem por mais de 97% do fornecimento desse combustível.

O estudo “Biocombustível Sustentável de Aviação no Brasil” (SABB, de Sustai-nable Aviation Biofuels for Brazil) mos-tra que as perspectivas do país são pro-missoras. “Com a experiência adquirida na utilização do etanol e do biodiesel, e com a participação do governo na pes-quisa e desenvolvimento, o Brasil será capaz de oferecer ao mercado esta nova fonte de energial”, afirma o coordena-dor da Comissão de Aviação do Sindi-com, Reynaldo Schumann.

A pesquisa sobre o bioquerosene mobili-za empresas, instituições científicas e go-vernos em vários países, a fim de que a aviação comercial reduza suas emissões de gases de efeito estufa. Adicionado

O suprimento de etanol anidro para adição à gasolina está garantido pelas distribuido-ras filiadas ao Sindicom, que

atenderam às exigências de estoques fixadas pela Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O cumprimento da Resolução 67 foi via-bilizado graças a entendimentos entre Sindicom, ANP, Unica e Secretaria de Fa-zenda de São Paulo, que incluiu em regi-me especial de tributação as operações de armazenamento do anidro em insta-lações de produtores com ICMS diferido.

De acordo com a resolução, as distribui-doras estavam obrigadas a ter, em 31 de

Filiadas ao Sindicom garantem estoques de anidroDistribuidoras atendem às exigências fixadas pela Resolução 67 da ANP

março, estoques de anidro equivalentes a 15 dias de comercialização do produto, misturado à gasolina, em março de 2012. Como as bases de distribuição não com-portam tais volumes, as empresas opta-ram por adquirir o anidro e deixá-lo ar-mazenado com os produtores – fato que geraria incidência de ICMS, recolhido nas operações de armazenagem.

Isenção de imposto em 2013

Em atendimento ao Sindicom, as opera-ções de armazenamento foram isentas de imposto em 2013. “A Secretaria de Fazenda viabilizou o cumprimento da Resolução 67, mas a solução passa pela

ANP reconhecer operações de venda para entrega futura, por exemplo”, diz Luciano Libório, diretor de Abastecimen-to e Regulamentação do Sindicom.

A Resolução 67, editada em 2011, estabe-lece critérios para aquisição e formação de estoques do etanol anidro, como par-te do empenho da ANP para dar previ-sibilidade ao fornecimento do produto, por meio de contratos entre produtores e distribuidoras. Um dos seus objetivos foi estimular a formação de estoques para garantir suprimento na entressafra. A partir de 1° de maio, o governo decidiu elevar de 20% para 25% a adição do ani-dro à gasolina.

Perspectivas são promissoras, diz estudo

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201306

ABASTECIMENTO

O volume de combustíveis con-sumido no mercado brasilei-ro em 2012 foi de 129,7 bi-lhões de litros – um aumento

de 6,1% em relação aos 122,2 bilhões de litros comercializados no ano anterior. Os números do crescimento da demanda, puxado pela grande procura de gasoli-na e óleo diesel, foram divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natu-ral e Biocombustíveis (ANP), no VIII Semi-nário de Avaliação do Mercado de Deri-vados de Petróleo e Biocombustíveis, em fevereiro, no Rio de Janeiro.

A estatística, elaborada pela Superinten-dência de Abastecimento da agência, contabilizou em 39,7 bilhões de litros o

Crescimento acima do PIB demonstra importância estratégica do setor, diz Agência

Consumo de combustíveis é tema de seminário da ANP

A demanda pelo hidratado recuou de 10,9 bilhões de litros, em 2011, para 9,9 bilhões de litros, com decréscimo de 9,6%. Na soma desse etanol com o ani-dro, que é adicionado à gasolina, a que-da ficou em 5,6%, de 18,9 bilhões de li-tros para 17,8 bilhões de litros.

No balanço da movimentação dos com-bustíveis de ciclo Otto, o superinten-dente de abastecimento da ANP chama a atenção para a influência exercida so-bre a demanda pelos incentivos gover-namentais à aquisição de automóveis com o consequente aumento da frota. “Já a demanda de diesel vem sendo im-pulsionada, dentre outros fatores, pelo setor de serviços – o comércio, sobretu-do – e pelo volume expressivo da pro-dução de grãos”, observa Aurélio Cesar Nogueira Amaral.

A estatística da ANP constatou ampliação expressiva da demanda por querosene de aviação (QAV), que subiu 4,8%, de 6,9 bilhões de litros para 7,3 bilhões de litros. O consumo de óleo combustível teve alta de 7,1%, passando de 3,7 bilhões de litros para 3,9 bilhões de litros. O consumo de lubrificantes cresceu 1%, de 1,369 bilhão de litros para 1,389 bilhão.

consumo nacional de gasolina, que re-gistrou avanço de 11,9% sobre os 35,5 bilhões vendidos em 2011. O diesel, combustível mais usado no país, teve demanda de 55,9 bilhões de litros, com crescimento de 7% sobre os 52,3 comer-cializados do ano anterior. Expansão idêntica tiveram as vendas de biodiesel, adicionado na proporção de 5% ao die-sel mineral: subiram de 2,6 bilhões de litros para 2,8 bilhões.

Força do mercado

O superintendente de abastecimento da ANP, Aurélio Cesar Nogueira Amaral, destaca que os números são indicativos do fortalecimento do mercado. “O cres-cimento da demanda total de combustí-veis registrado em 2012 corrobora a im-portância estratégica que o setor possui para a economia”, afirma. “O mercado brasileiro de combustíveis demonstrou sua força mesmo em período de cresci-mento moderado do PIB, reafirmando a tendência de expansão”, conclui.

Em paralelo com a forte elevação da pro-cura por gasolina, o consumo de etanol hidratado teve reduzida a sua participa-ção no conjunto dos combustíveis de ciclo Otto, usados nos carros de passeio.

ANP divulgou números do crescimento da demanda de combustíveis em seminário em fevereiro

O tamanho do setor em 2012

refinarias de petróleousinas de etanolprodutores de biodieseldistribuidoras de combustíveispostos de serviçoTransportadores Revendedores Retalhistas (TRRs)grandes consumidores industriaisprodutores de lubrificantesimportadores rerrefinadores

63

16409

236

39.260376

9.494

146

16419

FONTE: ANP/Fevereiro de 2013

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201307

CONQUISTAS

Prêmio de jornalismo e ciclo de debates marcam primeira década de atuação do ETCO

Dez anos a serviço da ética concorrencial

Mais visibilidade para os seg-mentos de lubrificantes e lojas de conveniência, novo tratamento às esta-

tísticas de mercado e compatibilidade com os principais aplicativos de navega-ção e dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Com estas e outras inova-ções, o website do Sindicom está remo-delado desde março, proporcionando aos internautas mais facilidade de nave-gação, com menor número de cliques.

O espaço dedicado aos lubrificantes e à conveniência traduz a importância cres-cente dos segmentos entre as empresas associadas ao Sindicom. O site oferece

informações sobre a qualidade dos óle-os automotivos e a logística reversa de embalagens (programa Jogue Limpo) e óleos usados. A conveniência está re-presentada pelos dados estatísticos, que atestam o crescimento desse varejo.

Nas estatísticas de todo o mercado, os dados setoriais têm melhor visualiza-ção. O site, desenvolvido pela equipe de comunicação e tecnologia do Sindi-com, em parceria com a Chalk Studio, conta com clipping com atualização diá-ria, além de vídeos sobre o biodiesel, o combate à sonegação no segmento de etanol hidratado e a história do merca-do distribuidor no país, tema abordado,

também, em uma linha do tempo. O novo site permite que sejam baixadas todas as publicações do sindicato – o in-formativo Notícias Sindicom, o Balanço Anual, o Anuário Combustíveis, Lubrifi-cantes e Lojas de Conveniência, os livros História da Distribuição de Combustíveis no Brasil e Entendendo a Adulteração de Combustíveis e manuais técnicos.

Os assuntos sindicais também ganharam destaque, com mais facilidade de nave-gação para as companhias associadas e seus colaboradores.

Acesse a nova página do Sindicom na in-ternet em www.sindicom.com.br.

O combate à concorrência desleal e a promoção de melhorias no ambiente de negócios no país. Estes dois

eixos programáticos norteiam a atuação do Instituto Brasileiro de Ética Concor-rencial (ETCO) há 10 anos, comemorados em abril, com iniciativas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. As atividades incluem o lançamento do Prêmio ETCO de Jornalismo, a realização do Ciclo de Debates 10+10 e a edição de livro sobre os impactos negativos da corrupção no desenvolvimento econômico no Brasil.

A contribuição do ETCO tem sido deci-siva para manter na agenda nacional o enfrentamento das ilegalidades na eco-nomia. “A tolerância era grande quando

rias na economia e dos benefícios da éti-ca concorrencial levou o Instituto a criar o Prêmio ETCO de Jornalismo.

Dividido nas categorias Jornal, Revista, Radiojornalismo, Telejornalismo e Jor-nalismo Online, o prêmio está aberto a trabalhos publicados em 2012 e início de 2013, com os seguintes temas: comércio ilegal, pirataria, complexidade do siste-ma tributário, sonegação fiscal e impac-to da corrupção na economia.

No Ciclo de Debates 10+10, o ETCO fará uma retrospectiva dos avanços da éti-ca concorrencial nos últimos dez anos e traçará perspectivas de atuação. Os debates serão promovidos no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, de junho a outubro, e contarão com a participação de representantes do governo, do Mi-nistério Público, da área acadêmica e do mundo empresarial.

entidades, como o Sindicom, fundaram o Instituto, em 2003”, diz o presidente--executivo do ETCO, Roberto Abdenur, lembrando que desde os anos 1980 a complacência com a informalidade e ou-tras irregularidades, que minam a ética e o equilíbrio do mercado, eram vistas como saída para driblar a hiperinflação. “Apontar esse equívoco foi uma das primeiras iniciativas do ETCO, que, em 2004, divulgou o estudo ‘Eliminando as Barreiras ao Crescimento Econômico e à Economia Formal no Brasil’, base para o trabalho que viria a ser desenvolvido pelo Instituto”, destaca Abdenur. Temas como esse são abordados no livro a ser lançado por ocasião dos 10 anos, escrito por Oscar Pilagallo, com visões e infor-mações debatidas em seminário interna-cional realizado em 2012.

A importância da conscientização da so-ciedade a respeito das práticas predató-

Sindicom de página nova na internetLubrificantes e conveniência ganham mais espaço no site, compatível com dispositivos móveis

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201308

CAPA

A atuação da Agência Nacio-nal do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no mercado de lubrificantes vem

resultando em vitórias frente aos proble-mas de qualidade, mas ainda há muito a fazer para reduzi-los ao nível alcançado com os combustíveis. No Workshop de Lubrificantes realizado pelo Sindicom, em abril, no Rio de Janeiro, com mais de 70 participantes, foi essa a avaliação compartilhada pelos representantes das filiadas e da ANP em relação ao panora-ma e desafios do segmento.

No encontro, aberto pelo presidente do Sindicom, Alisio Vaz, e pelo diretor de Lubrificantes do sindicato, Nelson Go-mes, a participação da ANP foi marcada por exposições dos superintendentes de Abastecimento, de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos e de Fiscalização.

Em workshop, empresas e ANP apontam avanços, mas concluem que “não conformidades” ainda são desafio

Qualidade em foco no mercado de lubrificantes

O Ministério de Minas e Energia esteve representado pelo diretor do Departa-mento de Combustíveis Derivado de Pe-tróleo, Cláudio Ishihara.

Das 12 filiadas ao Sindicom, nove ope-ram com lubrificantes – sete dedicadas exclusivamente ao segmento. Juntas, as associadas respondem por mais de 80% do mercado nacional, que movimentou 1,4 bilhão de litros em 2012, registrando crescimento semelhante ao do Produ-to Interno Bruto (PIB). De acordo com a ANP, o segmento de lubrificantes conta-va, em abril, com 146 empresas produ-toras e 164 importadoras autorizadas a funcionar no país.

Vigilância do mercado

Um dos focos da ação da Agência é o enquadramento das empresas da cadeia

econômica dos lubrificantes nas exi-gências das resoluções 17, 18, 19 e 20 da agência, de 2009. Ao longo do processo de regularização, 169 empresas deixa-ram de atender aos requisitos técnicos e tiveram licenças de funcionamento revo-gadas, informou o superintendente de Abastecimento, Aurélio Cesar Nogueira Amaral. “Temos revogado aquelas que não têm condições nem capacidade; in-felizmente, elas vão ter que sair do mer-cado”, afirmou. Na comparação com o segmento de combustíveis, o de lubrificantes apre-senta níveis preocupantes de não con-formidades de produtos. De 1.573 amos-tras coletadas pela ANP, em todo o país, entre janeiro e outubro do ano passado, 232 apresentaram não conformidades associadas à qualidade, de acordo com a superintendente de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos, Rosângela Mo-reira de Araujo. Essas não conformidades foram encontradas, com reincidências, em produtos de 40 empresas, responsá-veis por 5% do mercado.

“Os lubrificantes são um setor que temos que trabalhar, porque os índices de não conformidades ainda são altos”, observou Rosângela. No segmento de lubrificantes, tais índices encontram-se em níveis pró-ximos a 15%, enquanto que com os com-bustíveis esse tipo de irregularidade está no patamar dos 2%, depois de ter saído de 20% em 2000, quando a qualidade nesse mercado começou a ser acompa-nhada. O Programa de Monitoramento dos Lubrificantes (PML), criado pela agên-cia em 2006, vem obtendo ganhos gradu-ais, que, na expectativa da ANP, tendem a produzir resultados semelhantes ao al-cançado com os combustíveis.

Com base nas análises do PML, em denúncias e em outros critérios, a Superintendência de Fiscalização da ANP

Realizado pelo Sindicom, workshop contou com a presença de autoridades da ANP e do MME

Page 9: Revista Notícias Sindicom - edição 26

NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201309

CAPA

69 casos de armazenamento e venda de lubrificantes com não conformidades, 29 de comercialização de produtos sem registro e 27 casos de rótulos e lacres em desacordo. “Queremos fazer no mercado de lubrificantes o que foi feito no de combustíveis: tirar a sensação de impunidade”, salientou Tatiana.

Novos desafios para a ANP

A agenda da ANP, voltada ao aperfeiço-amento do mercado, concentra vários desafios, além do processo de imple-mentação das resoluções de 2009 que tratam da qualificação dos agentes econômicos participantes do segmento de lubrificantes. Dentre tais prioridades podem ser destacadas a implantação de novo sistema de informações sobre a produção e comercialização de lubrifi-cantes (SIMP), a criação do registro onli-ne de produtos e a redução do tempo de julgamento dos processos de infração. A agência também está desenvolvendo parâmetros para a mensuração de bene-fícios, custos e outros efeitos de novas regulamentações – a chamada Análise de Impacto Regulatório (AIR).

O aumento do rigor da legislação em re-lação às empresas que fraudam as espe-cificações de qualidade dos lubrificantes também foi defendido no workshop. O diretor do Departamento de Combustí-veis Derivados de Petróleo do Ministé-rio de Minas e Energia, Cláudio Ishihara, lembrou a tramitação, no Congresso, de projeto que amplia as punições da Lei 9.847 (Lei das Penalidades) e corrige dis-positivos que dão margem a ações pro-telatórias de empresas inidôneas.

Um dos focos da ANP é o enquadramento das empresas de lubrificantes nas resoluções da agência

1,4 bilhãode litros de lubrificantes foi o que o mercado nacional

movimentou em 2012

9

amostras coletadas pela ANP em todo o país, entre janeiro e outubro do ano

passado, apresentaram não conformidades associadas

à qualidade

232

f iliadas ao Sindicom operam com lubrificantes

Evento contou com mais de 70 participantes

“Algumas empresas usam essas brechas para postergar a aplicação das pena-lidades. Dois anos depois da infração, quando está prestes a se encerrar o pro-cesso para que sejam aplicadas as pe-nalidades, a empresa deixar de existir. E dois dias depois abre-se uma nova, com novo CNPJ”, lamentou Ishihara, referin-do-se a uma manobra típica de empre-sários inidôneos.

O Workshop de Lubrificantes foi encer-rado com apresentações das atividades dos grupos de trabalho coordenados, na Diretoria, pela Gerência de Lubrificantes: os GTs Técnico; de Defesa da Concor-rência; Estatísticas; Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA); Entrega Segura em Portos; e Regulamentação.

realizou 355 ações em 192 empresas, nos anos de 2011 e 2012. A investida levou a 126 autuações e a quatro interdições, informou a superintendente adjunta, Tatiana Petricorena. Os fiscais flagraram

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201310

CAPA

Governo condiciona licenciamento de postos a engajamento na coleta de embalagens de lubrificantes

Jogue Limpo em ação no Distrito Federal

A entrada do Distrito Federal no mapa da logística reversa de embalagens usadas de lubrifi-cantes, em março, foi marcada

pela assinatura de termo de compromis-so entre o Sindicom, o Governo Distrital e o Sindicato das Empresas Distribuido-ras de Combustíveis e Lubrificantes (Sin-dicombustíveis-DF), parceiro do progra-ma Jogue Limpo. O compromisso segue todos os princípios do acordo setorial firmado pelo segmento de lubrificantes com o Ministério do Meio Ambiente, em 2012, com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O recolhimento das embalagens usadas de lubrificantes começou em 19 de mar-ço de 2013, duas semanas após a assina-tura do compromisso, em Brasília, pelo governador Agnelo Queiroz, o presiden-te do Sindicom, Alisio Vaz, e o presiden-

te do Sindicombustíveis-DF, José Carlos Ulhôa. ”Somente com a colaboração de todos os comerciantes de postos e con-cessionárias de veículos, conseguiremos avançar na proteção ambiental do Dis-trito Federal”, disse o governador. Alisio Vaz destacou: “a logística reversa só é viável se houver uma ação articulada e coordenada entre todos os atores envol-vidos no ciclo de vida do produto”.

Participação de postos obrigatória

Ao mesmo tempo em que atende ao compromisso Distrital, o recebimento itinerante das embalagens, e sua desti-nação à reciclagem, cumpre dispositivos do acordo setorial com o Ministério do Meio Ambiente. Com a implementação da adoção da logística reversa, o governo do Distrito Federal passou a condicionar à participação dos postos na iniciativa a

renovação das licenças de operação des-ses estabelecimentos. “Se eles atende-rem ao preceituado no Termo de Com-promisso, poderão ser multados ou até ter a licença de funcionamento cancela-da”, alertou o Secretário Distrital de Meio Ambiente, Eduardo Brandão.

O Sindicom e as entidades parceiras no Jogue Limpo são, até o momen-to, também signatários de Termos de Compromissos de Logística Reversa de Embalagens Plásticas de Lubrificantes, alinhados com o Acordo Setorial da Polí-tica Nacional de Meio Ambiente e com as legislações estaduais, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.

Termos de Compromisso para os de-mais estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país estão em fase de aná-lise e assinatura.

O programa Jogue Limpo, que recolheu desde 2005 quase 200 milhões de embalagens usadas de lubrificantes no Sul e Sudeste do país, terá gestão independente até o fim do ano. O projeto está em fase de desenvolvimento com a criação dos atos constitutivos de uma associação, denominada Instituto Jogue Limpo, com sede na cidade do Rio de Janeiro, que deverá estar em pleno funcionamento até o final de 2013. A referida instituição será liderada pelo economista pós-graduado em gestão, Ezio Camilo Antunes, que está deixando a Raízen para se integrar, em julho, ao trabalho de organização da entidade.

O Sindicom optou pela independência do Jogue Limpo devido à dimensão al-cançada pelo programa, base do primei-ro acordo setorial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, formalizado em

dezembro de 2012. Pelo acordo, a coleta e a reciclagem das embalagens serão es-tendidas aos estados do Nordeste, Cen-tro-Oeste e a parte do Norte até 2016. O crescimento da estrutura de logística reversa, que será duplicada, requer uma organização especializada, inteiramente dedicada à referida atividade.

Ezio enfatiza os desafios do programa: “Junto comigo vem também um aumen-to de responsabilidades, metas e com-promissos”, afirma, assinalando que o número de centrais de recebimento de embalagens subirá de 16 para 22 e o de caminhões, de 49 para 110.

Com passagem por várias áreas da Esso, da Cosan e da Raízen, Ezio destaca, tam-bém, que a nova fase do Jogue Limpo será “uma oportunidade de ampliação do número de participantes do programa”.

A criação do Instituto Jogue Limpo in-centivará a adesão de não associadas ao Sindicom e outros parceiros, já que a lo-gística reversa é responsabilidade com-partilhada de todos os agentes da cadeia econômica dos lubrificantes.

Gestão independente no programa

Ezio Antunes presidirá Instituto Jogue Limpo

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201311

PODER PÚBLICO

Sindicom apoia atuação do Ministério Público nas investigações criminais

O papel do MP como representante da sociedade

Em defesa das prerrogativas de investigação exercidas pelos procuradores e promotores de Justiça, o Sindicom apoia o mo-

vimento nacional contra a aprovação, no Congresso, de restrições às atividades do Ministério Público. A ação do MP, na con-dição de representante da sociedade, é alvo da Proposta de Emenda Constitu-cional (PEC) 37, que limita a investigação de crimes às polícias Federal e Civil, na contramão de tendência mundial em fa-vor da atuação dos procuradores e pro-motores nas investigações criminais.

A PEC 37, chamada de “PEC da Impuni-dade”, tramita na Câmara desde junho de 2011, quando foi apresentada pelo deputado maranhense Lourival Mendes (PT do B). Com pareceres favoráveis na Comissão de Constituição e Justiça e na comissão especial formada para analisá--la, a proposta pode ir à votação em ple-nário a qualquer momento. Para proibir que o MP investigue crimes e limitar essa competência às duas polícias, a proposta acrescenta um parágrafo ao Artigo 144 da Constituição.

“Sempre tivemos no Ministério Público um parceiro importante e estratégico na investigação de irregularidades no mercado de combustíveis, independen-temente do trabalho da Polícia Federal e da Polícia Civil. Essa atuação do MP contribuiu muito para que o mercado viesse a melhorar, no tempo em que ha-via muitos problemas de adulteração de combustíveis”, destaca o diretor jurídico do Sindicom, Guido Silveira. “À exceção de pouquíssimos países, a ação do Mi-nistério Público na investigação existe no mundo inteiro”.

Operacões em diferentes Estados

Exemplos da participação do MP em investigações de irregularidades nos combustíveis foram operações realiza-das nos últimos anos em Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, no contexto das ações em defesa do consumidor e da ordem econômica. Em 2002, empenhado no combate às fraudes, o MP Federal em São Paulo for-mou o Grupo de Combate à Adulteração de Combustíveis, que lançou há quatro

anos o manual Entendendo a Adulteração de Combustíveis, para subsidiar a apura-ção desse tipo de crime.

Um dos integrantes do grupo foi o pro-curador federal Jefferson Aparecido Dias, atualmente à frente da Procura-doria Regional dos Direitos do Cidadão, que atende a todo o Estado de São Pau-lo. “Na época, infelizmente, tivemos um caso em que havia policiais envolvidos. Foi um exemplo típico de que, se não ti-véssemos participado, as investigações talvez não tivessem dado resultado”, conta o procurador, lembrando que os trabalhos de apuração contavam tam-bém com a participação da Receita Fe-deral e da estadual.

Assim como o Ministério Público, as receitas Federal e estaduais também passariam a não poder atuar em inves-tigações, no caso de a PEC 37 vir a ser aprovada. “Não queremos a exclusão das polícias das investigações, mas sim man-ter ampliado o rol de instituições aptas a investigar. Não há sentido em restringir isso às polícias”, afirma Jefferson Apare-cido Dias. A exemplo do MP e das várias entidades que se opõem à PEC, o Sindi-com considera que a aprovação da pro-posta seria um retrocesso na luta contra a ilegalidade, assinala o diretor jurídico do sindicato, Guido Silveira.

Sempre tivemos no MP um parceiro importante e

estratégico na investigação de irregularidades no

mercado de combustíveis, independentemente do

trabalho das polícias.Guido Silveira

Diretor jurídico do Sindicom

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NOTÍCIAS SINDICOM | ABRIL de 201312

E VENTOS

Caminho da inovação para revenda e lojas de conveniência passa pela 11ª ExpoPostos, em agosto

Tecnologia para o crescimento do mercado

A expansão da procura por combustíveis e o movimento crescente de consumidores no varejo de conveniência

compõem um cenário mais que propício para a inovação e a definição de tendên-cias. Esta expectativa que as filiadas ao Sindicom compartilham com revende-dores e empresas de equipamentos e serviços marca a contagem regressiva para a 11ª edição da Feira e Fórum Inter-nacional de Postos de Serviço, Equipa-mentos, Lojas de Conveniência e Food Service (ExpoPostos), de 27 a 29 de agos-to, na cidade de São Paulo.

A ExpoPostos está de volta à capital pau-lista depois de dois anos, na condição de maior evento do setor na América Latina, englobando toda a cadeia de suprimen-tos para postos e lojas. Durante os três dias, no Expo Center Norte, empresá-rios, executivos, gestores, especialistas e outros agentes do mercado poderão conhecer os últimos lançamentos em produtos e serviços, trocar experiências e realizar negócios. No fórum, paralelo à feira, estarão em debate os principais te-mas ligados à revenda e à conveniência.

Para os dois segmentos do comércio, a 11ª ExpoPostos tem importância espe-cial, aposta o presidente do Sindicom, Alisio Vaz. “Além de consolidar a parceria entre os setores de distribuição, reven-da e equipamentos, esta edição ganha relevância ampliada diante do cenário de forte demanda por combustíveis, no qual todos os agentes buscam caminhos

para a inovação, a fim de atender plena-mente, com eficiência e sem aumento de custos esse mercado em desenvolvi-mento”, assinala.

Foco no varejo de conveniência

Além dos efeitos da elevação da procura por combustíveis em mais de 6% no ano passado, acima da evolução do Produto Interno Bruto (PIB), a inexistência de lojas na maioria dos 39,2 mil postos brasileiros abre espaço à expansão da conveniên-cia, representada atualmente por 6,2 mil pontos. O acréscimo anual na quantida-de de lojas é previsto por especialistas em 12% nos próximos anos. Em outra ponta da cadeia de negócios, a indústria de equipamentos também avança, ten-do crescido 5% em 2012.

De parte dos proprietários e gestores de postos e lojas, a busca de soluções ino-vadoras que proporcionem diferencial frente à concorrência promete dar o tom da feira, por conta da chegada de novos consumidores ao mercado, pertencen-tes às classes C e D. “Estamos otimistas,

nos adaptando para receber essa turma nova. Quem tem condições está inves-tindo. Esperamos, na feira, turbinar as lojas com o que há de mais moderno”, afirma Paulo Miranda Soares, presiden-te da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fe-combustíveis).

A expectativa de bons negócios tam-bém é grande na Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Pos-tos de Serviços (Abieps), parceira do Sin-dicom e da Fecombustíveis na realização da ExpoPostos. “Os visitantes poderão conferir inovações e novas tendências em praticamente todos os setores”, ante-cipa o presidente da Abieps, Volnei Wil-son Pereira. Uma das características dos novos produtos é a proteção ambiental, incorporada a filtros para o diesel de baixo teor de enxofre, tanques protegi-dos com parede dupla e equipamentos de controle de emissões atmosféricas e vazamentos. Entre as novidades estão, também, bombas abastecedoras de últi-ma geração e softwares de gestão inte-grada dos postos.

A ideia da Expo Postos & Conveniência foi fruto da criatividade, empenho e iniciativa do Vieira, como

sempre chamamos, carinhosamente, o amigo Carlos Vieira de Mello. Ele foi o primeiro coordenador da Co-missão de Lojas de Conveniência, do Sindicom, quando teve a ideia, inspi-rada no NACS Show – realizado anu-almente nos Estados Unidos – de criar um evento, no Brasil, que reunisse os

O grande idealizador

principais agentes desse mercado e que tivesse um conteúdo educativo por meio do fórum que ocorre jun-to à feira. Vieira também idealizou o anuário da conveniência em 2003, que hoje também agrega dados de combustíveis e de lubrificantes. Per-demos o convívio frequente com nosso grande amigo, mas ficaram as suas criações, fruto da sua brilhante criatividade e dinamismo.