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Hidratado sem PIS-Cofins Desoneração do etanol aumenta a competitividade das distribuidoras que atuam na legalidade 10 Sindicom quer bases portuárias no Pará Licitação de áreas para distribuição de combustíveis é foco de sindicato 09 MERCADO FORTE E UNIDO ANP, distribuidores e governos aliados em nova rodada de combate à concorrência desleal e às irregularidades na distribuição de combustíveis ANO 9 - Nº 27 | AGOSTO de 2013 NOTÍCIAS SINDICOM Uma publicação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes Economia e varejo em pauta na ExpoPostos Evento acontece nos dias 27 a 29 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo 05

Revista Notícias Sindicom - edição 27

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Revista Notícias Sindicom ed.27. Design Bianca Damasceno. Desenvolvida na Approach Comunicação Integrada.

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Hidratado sem PIS-CofinsDesoneração do etanol aumenta a competitividade das distribuidoras que atuam na legalidade

10Sindicom quer bases portuárias no ParáLicitação de áreas para distribuição de combustíveisé foco de sindicato

09

MERCADO FORTE E UNIDOANP, distribuidores e governos aliados em nova rodada de combate à concorrência desleal e às irregularidades na distribuição de combustíveis

ANO 9 - Nº 27 | AGOSTO de 2013

NOTÍCIAS SINDICOMUma publicação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes

Economia e varejo em pauta na ExpoPostosEvento acontece nos dias 27 a 29 de agosto, no Expo CenterNorte, em São Paulo

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201302

EDITORIAL

EMPRESAS ASSOCIADAS

Avanços na regulação e no equilíbrio do mercado

O empenho da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP) na revisão de várias normas regulatórias do abastecimento tem no Sindicom um interlocutor participante e proativo. Em nome do compromisso das filiadas com o fortalecimento de nossa atividade econômica, considerada de utilidade pública, o sindicato está contri-buindo com várias propostas. Essa atua-ção marca a presença da distribuição no processo de consultas públicas, que visa a sintonizar a regulação com a demanda crescente por combustíveis.

Nesse cenário de expansão, o etanol hi-dratado vem recuperando a competitivi-dade frente à gasolina, em parte, graças à desoneração das contribuições do PIS e da Cofins, uma das iniciativas do go-verno para alavancar o biocombustível. Ao reduzir as vantagens das distribui-doras que sonegavam os dois tributos, a medida beneficiou as associadas e outras empresas idôneas, assim como os produtores e consumidores. Zeradas as alíquotas, os sonegadores perderam competitividade e as empresas sérias ampliaram suas vendas.

As perspectivas promissoras do mer-cado mantêm no foco do Sindicom as operações com combustíveis nos portos

públicos. O centro de nossa atenção na primeira rodada de licitações prevista é o Porto de Vila do Conde, no Pará. No diálogo com as autoridades, o sindicato tem defendido a construção de um mo-delo licitatório que preserve, nos portos, as áreas destinadas às bases das distri-buidoras, como forma de garantir esca-la e segurança no fornecimento. Essas instalações têm função vital na logística do abastecimento no Norte e Nordeste, que recebem combustíveis por navios.

A defesa da ética concorrencial e da qualidade também seguem na pauta. Exemplos positivos são a ofensiva da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro contra as fraudes com combustíveis e, como desdobramento dessa atuação, as atividades da Força-Tarefa Rio (FTRio), que congrega com o mesmo objetivo a ANP, outros órgãos reguladores, polícias e Ministério Público. Mais notícias boas: a publicação do anuário Combustíveis, Lubrificantes & Lojas de Conveniência 2013, com análises sobre a evolução do nosso negócio, e a realização da 11ª ExpoPostos, que demonstra, mais uma vez, a vitalidade do setor.

Alisio VazPresidente-executivo do Sindicom

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NOTASRevenda em números

As vendas de combustíveis nos mais de 39 mil postos de serviço cresce-ram 10%, em 2012, movimentando R$ 244,4 bilhões. O balanço do setor é apresentado no Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013, lança-do pela Federação Nacional do Co-mércio de Combustíveis e de Lubri-ficantes (Fecombustíveis), em julho, no Rio de Janeiro. No lançamento, em painel coordenado pelo presi-dente da Fecombustíveis, Paulo Mi-randa Soares, sob o tema “O cenário atual e as perspectivas dos biocom-bustíveis no Brasil”, Alisio Vaz apre-sentou o panorama da distribuição.

Corrupção x desenvolvimento

A corrupção deforma o ambiente de negócios, reduz os recursos públicos e estimula a tolerância com a trans-gressão. É o que mostra o jornalista Oscar Pilagallo no livro Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil, publicado pelo Instituto Bra-sileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pela editora Elsevier, com lança-mento em agosto, em São Paulo. “Esperamos, com a publicação, con-tribuir concretamente para o forta-lecimento desse combate, para o aprimoramento de nossa sociedade e das instituições no Brasil”, afirma o presidente executivo do instituto, Roberto Abdenur.

PRESIDENTE-EXECUTIVO: Alisio J. M. Vaz • CONSELHO CONSULTIVO Presidente do Conselho: José Lima de Andrade Neto | Conselheiros: Leocádio de Almeida Antunes Filho, Leonardo Gadotti Filho, Marcelo Alecrim, Nelson Gomes e Antonio Ennes Pires de Lima • DIRETOR EXECUTIVO Jorge Luiz Oliveira DIRETORES OPERACIONAIS | Diretor de Planejamento

Estratégico: Helvio Rebeschini | Diretor de Meio Ambiente: Luiz Rogoginsky | Diretor Jurídico: Guido Silveira | Diretor

de Abastecimento e Regulamentação: Luciano Libório | Diretor de Mercado e Comunicação: Cesar Guimarães | Diretor

Tributário: Antônio Rodrigues | Diretor de Lubrificantes: Nelson Gomes • GRUPO GERENCIAL Gerente de Abastecimento

e Regulamentação: Luiz Emilio Freire | Gerente de Meio Ambiente: Antonio Carlos Nóbrega | Gerente de Lubrificantes: Giancarlo Passalacqua | Gerente Administrativo e Financeiro: Dilmar Madureira

Conselho Editorial: Alisio J. M. Vaz, Jorge Luiz Oliveira, Cesar Guimarães e Lilian Faria • Produção Editorial: Approach Comunicação Integrada • Coordenação Editorial: Juliana Leite • Edição: Monique Cardoso • Redação: Francisco Luiz Noel • Projeto Gráfico: Alessandra Guimarães • Design Gráfico: Bianca Damasceno • Foto de Capa: Divulgação ANP • Informações e contatos: Lilian Faria – [email protected] • www.sindicom.com.br

NOTÍCIAS SINDICOM

Alisio VazPresidente-executivo do Sindicom

Com nossas proposições, estamos colaborando para que a ANP torne efetiva a sua agenda regulatória para o biênio 2013-2014

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201303

ARTIGO

Governo e mercado contra a sonegação

A distribuição e a revenda de combustíveis são as primeiras atividades da economia em que a empresa destinatária da

nota fiscal eletrônica (NF-e) é obrigada a se manifestar a respeito da validade da operação constante nesse documento. Marco do segundo ciclo de evolução da nota digital, o processo de Manifestação do Destinatário é realidade entre as dis-tribuidoras desde 1° de março, tendo se tornado compulsório também para os postos e transportadores revendedores retalhistas (TRRs), desde 1° de julho.

O destinatário tem quatro alternativas em relação à NF-e: manifestar a ciência da transação, confirmar sua efetivação, atestar que não foi realizada ou informar que a desconhece. A obrigatoriedade da Manifestação do Destinatário, que será estendida a outros ramos, ocorre após a adoção facultativa iniciada em agosto do ano passado. O processo foi regulamen-tado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e a Receita Federal no Ajuste Sinief 05/2012, que alterou o ajuste 07/2005, origem da NF-e.

A obrigatoriedade da Manifestação do Destinatário fecha mais uma porta à possibilidade de sonegação com o uso irregular da nota digital – riscos ineren-tes a tributos não cumulativos como o ICMS. Com o processo agregado ago-ra ao histórico da NF-e, o fisco passa a ter controle efetivo sobre o destino da mercadoria. Dependendo da informa-ção do destinatário ou da inexistência dessa manifestação, é possível saber se o produto foi entregue ou se a operação foi simulada, com utilização indevida da inscrição estadual de um contribuinte para venda ilegal a destinatário adverso.

A escolha dos combustíveis para a estreia obrigatória do novo evento da NF-e tem razão de ser: na média, o ICMS

Em setores como o de combustíveis, que possuem

margens de ganho pequenas, comparativamente a outros

ramos da economia, qualquer concorrência desleal prejudica

as empresas sérias. Nesse sentido, toda atuação do fisco para melhorar seus controles e evitar a sonegação favorece

o equilíbrio do mercado.

sobre as operações com esses produtos – notadamente diesel, gasolina e etanol hidratado – responde por cerca de 25% das receitas dos estados e do Distrito Federal. Em 2008, a mesma razão havia conferido ao setor, assim como ao de cigarros, o pioneirismo na implantação da nota digital, instituída três anos antes pelo Confaz e a Receita.

A inovação representada pela Manifes-tação do Destinatário beneficia a com-petição ética. Em setores como o de combustíveis, que possuem margens de ganho pequenas, comparativamente a outros ramos da economia, qualquer concorrência desleal prejudica as empre-sas sérias. Nesse sentido, toda atuação do fisco para melhorar seus controles e evitar a sonegação favorece o equilíbrio do mercado. O sucesso do negócio passa a depender da gestão, e não da agrega-ção de imposto sonegado ao lucro.

A Manifestação do Destinatário gera in-formações valiosas para que o Fisco pos-sa estancar na fonte, com rapidez, a ação de quem burla a legislação. Simultanea-mente, os estados estão adotando outra medida de controle fiscal: a denegação interestadual para destinatários inaptos – sistema que só permite a autorização da NF-e se o comprador estiver ativo no cadastro de seu estado. São avanços como esses que estão fazendo do siste-ma brasileiro da NF-e – em uso por 970 mil contribuintes, que já emitiram 7,3 bi-lhões de notas – um dos mais avançados do mundo e matéria de exportação para outros países, como Paraguai e Equador.

Eudaldo Almeida de Jesus

Coordenador-geral do Encontro Nacio-nal de Coordenadores e Administrado-res Tributários Estaduais (Encat) do Con-faz e assessor do secretário da Fazenda do Estado da Bahia

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201304

FISCALIZ AÇÃO

Delegacia especializada flagra ilegalidades, apreende combustíveis e prende fraudadores no Grande Rio

Adulteração e estocagem ilegal na mira da polícia

Estocagem de combustíveis em depósitos clandestinos, adulte-ração com água e outras subs-tâncias e desrespeito às normas

de segurança, saúde e proteção ambien-tal. São estes os principais crimes come-tidos por empresas inidôneas que atuam na distribuição de derivados de petróleo e biocombustíveis no Rio de Janeiro. O modus operandi das distribuidoras frau-dulentas é traçado, na Polícia Civil, pelo delegado Paulo Roberto de Freitas, titu-lar da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), que combate a frau-de nas atividades de utilidade pública.

O foco da atuação da DDSD vem sendo o Grande Rio – e, em particular, a Bai-xada Fluminense, onde a maioria das denúncias de irregularidades se concen-tra em Duque de Caxias. No município, que abriga a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, a delegacia apre-endeu mais de 75 mil litros de combus-tíveis e prendeu 13 pessoas no mês de maio, em três flagrantes de adulteração. Na maior apreensão, de 60 mil litros ar-mazenados ilegalmente, a retirada do produto foi realizada com apoio de dis-tribuidoras filiadas ao Sindicom.

“Considero essas ações emblemáticas, pela quantidade de presos e de apreen-sões. Nosso trabalho não está se resu-mindo a ‘enxugar gelo’ e vem surtindo efeito”, diz o delegado Paulo Roberto de Freitas, para quem as investidas têm ini-bido as fraudes e outras irregularidades. O policial associa a atuação da DDSD à redução do percentual de não confor-midades de qualidade da gasolina no estado. De março para maio, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a que-da foi de 6,3% para 3,3%.

Metanol por etanol

Numa das operações, agentes da DDSD fizeram três prisões ao flagrarem a mis-tura de metanol com água para venda como etanol hidratado, numa distribui-dora de produtos químicos sem autori-zação para movimentar combustíveis.

Com alta toxidade e custo inferior ao do etanol, o metanol era manipulado sem qualquer cuidado com a saúde e o meio ambiente. No posto da empresa, o tan-que e a bomba de etanol foram interdi-tados pelos policiais, que estenderam as investigações a outros postos.

A adulteração de combustíveis antes da entrega aos revendedores também foi flagrada pela DDSD num depósito clan-destino no distrito caxiense de Saracuru-na, com a prisão de seis pessoas. No lo-cal, foram apreendidos seis mil litros de etanol anidro, 5,6 mil de gasolina, 3,8 mil de diesel e 800 litros de etanol hidrata-do. Os policiais recolheram, também, um conjunto de objetos que ilustra como é feita a movimentação fraudulenta dos combustíveis, como baldes, bombas de sucção e tonéis de 200 e mil litros.

Embora a DDSD já atacasse as ilegalida-des com derivados e biocombustíveis,

o sinal de alerta sobre problemas rela-cionados à estocagem soou em 23 de maio, quando um depósito da distribui-dora Petrogold explodiu, no bairro ca-xiense de Jardim Primavera, causando a morte de um empregado. Depois do acidente, três distribuidoras foram in-terditadas em ação da DDSD com a De-legacia de Proteção ao Meio Ambiente, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Prefeitura.

Nos inquéritos abertos na DDSD, assinala o delegado Paulo Roberto de Freitas, os envolvidos nas irregularidades vêm sen-do indiciados com base nas Leis 8.176, de 1991, dos crimes contra a ordem econô-mica, e 9.605, de 1998, dos crimes am-bientais, que preveem penas de reclusão de até cinco anos. Em alguns casos, são enquadrados, também, no artigo 288 do Código Penal, por formação de quadri-lha. Outra frente de atuação da DDSD é a operação Posto Legal, feita com a ANP, Light, Ampla e outros órgãos na fiscaliza-ção de postos de serviço.

Força-tarefa

À investida da Polícia Civil soma-se o início das atividades da Força-Tarefa Rio (FTRio), integrada pelas agências nacio-nais de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) e de Transportes Terres-tres (ANTT), DDSD, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Metrolo-gia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Ministério Público Estadual, Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e Procon-RJ. Em julho, a força-tarefa fisca-lizou, no Médio Vale do Paraíba, 11 pos-tos, uma distribuidora, um transporta-dor e um fabricante de biocombustíveis, além de ter efetuado buscas em seis es-critórios contábeis, apreendido equipa-mentos metrológicos e coletado mais de 40 amostras de combustíveis.

Considero essas ações emblemáticas, pela quantidade

de presos e de apreensões. Nosso trabalho não está se

resumindo a ‘enxugar gelo’ e vem surtindo efeito.

Paulo Roberto de FreitasDelegacia de Defesa dos

Serviços Delegados

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201305

E VENTOS

Palestra de abertura do fórum traz CEO da Insight, especialista em varejo de conveniência e parceiro da Nacs

Economia e varejo em pauta na ExpoPostos

As perspectivas da economia e as novas tendências do varejo, no Brasil e em outros países, com destaque para as lojas

de conveniência, são os temas principais das palestras programadas para a 11ª Feira e Fórum Internacional de Postos de Serviço, Equipamentos, Lojas de Conve-niência e Food Service (ExpoPostos), nos dias 27 a 29 de agosto, no Expo Center Norte, na cidade de São Paulo. Em pa-ralelo, como nas edições anteriores, o evento mantém a condição de vitrine de inovações tecnológicas em produtos e serviços para postos e lojas.

O elenco de palestrantes do fórum in-clui o especialista em conveniência Dan Munford, um dos parceiros europeus da Nacs, a associação das lojas de conve-niência dos Estados Unidos. CEO da In-sight Research, especializado no varejo de conveniência e membro da Nacs In-

relação ao diesel S-10 e ao agente re-dutor líquido automotivo (Arla-32). Na conveniência, a abordagem inclui o cres-cimento do food service e da clientela feminina nas lojas.

De volta a São Paulo depois de dois anos, com público esperado de 18 mil pessoas, a ExpoPostos é o maior evento do gênero na América Latina, realizado pelo Sindicom, pela Federação Nacio-nal do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) e pela Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviço (Abieps). Na feira, com cerca de 180 ex-positores, em área de 15 mil m2, os exe-cutivos de distribuidoras, revendedores de combustíveis e lojistas têm oportu-nidade especial de conhecer as novas tecnologias e tendências do mercado, em contato direito com fornecedores de bens e serviços.

ternational Committee, Dan falará sobre o panorama do mercado internacional e o futuro da conveniência. O fórum traz, ainda, o executivo financeiro Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Cen-tral; e o economista Nelson Barrizelli, consultor em finanças e marketing do varejo. A Munford cabe a palestra de abertura, às 11h do dia 27. Como nas outras edições da ExpoPostos, as ativi-dades do fórum estão concentradas na parte da manhã, para que os participan-tes possam dedicar a tarde à feira.

A agenda de exposições e debates do fórum abrange outros temas relaciona-dos ao mercado dos postos e lojas, que vem se expandindo graças ao aumento da renda e à ascensão da classe C. No segmento de combustíveis, as palestras cobrem temas, como tecnologias sus-tentáveis, qualidade dos lubrificantes e desafios dos postos de rodovia em

Agenda do Encontro

27 de agosto

• As tendências do mercado global de conveniência, em palestra de abertura proferida pelo especialista britânico em conveniência, Dan Munford, às 11h.

28 de agosto

• Perspectivas da economia brasileira, com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, às 9h. Outras palestras: tendências do food service, qualidade dos lubrificantes, e desafios dos postos de rodovia (diesel S-10, Arla-32 e jornada de motoristas).

29 de agosto

• Tendências do varejo no Brasil e no mundo, com o consultor em finanças e marketing do varejo, Nelson Bar rizelli, às 9h. Outras palestras: crescimento da participação feminina na conveniência, tecnologias sustentá veis nos postos, e o perfil dos consumidores de carros flex fuel.

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201306

CAPA / MEIO AMBIENTE

Aperfeiçoamento das normas regulatórias do abastecimento é uma das prioridades da agência

Fortalecimento do mercado na agenda da ANP

Novos requisitos para a autori-zação e o funcionamento de distribuidoras, fixação de vo-lumes mínimos de estoque,

regras para a troca de bandeira e a comu-nicação visual nos postos de serviço. Do ponto de vista do mercado distribuidor, são esses os principais temas do debate aberto pela Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o aprimoramento da qualidade e da eficiência da regulação do setor, de acor-do com agenda de trabalho divulgada em abril.

A Agenda Regulatória ANP 2013-2014 prevê 49 ações, agrupadas em oito plata-formas temáticas, que abrangem desde a exploração e produção de petróleo e gás até a venda dos produtos finais ao consu-midor. Um dos temas é o abastecimento de combustíveis – atividade de utilidade pública na qual a distribuição tem papel de destaque. Em nome das associadas, o Sindicom vem exercendo participação ativa nas consultas e audiências públicas

em que a agência submete ao mercado e à sociedade as minutas para revisão e criação de resoluções dedicadas ao setor.A ANP tem como objetivos o fortaleci-mento do mercado e a minimização de riscos que afetem a oferta de derivados do petróleo, gás e biocombustíveis ao consumidor final num momento de ex-pansão da demanda e sobrecarga das refinarias. “Essas mudanças no marco regulatório visam exatamente a dar mais conforto, mais garantia e mais estabilida-de ao sistema do abastecimento nacio-nal”, resume o diretor da agência Florival Carvalho, ressaltando a preocupação da ANP com “estresses” pontuais na comer-cialização de combustíveis em alguns pontos do país.

A obrigatoriedade de tancagem própria nas distribuidoras e de estoques míni-mos nas bases, assim como nas instala-ções dos produtores, são inovações des-tacadas pelo diretor da ANP como fatores de segurança do abastecimento. Com a exigência de tanques próprios, salienta

No debate sobre o aperfeiço-amento da regulamentação do mercado distribuidor, o Sindicom propõe que a ANP

exija das empresas a comprovação de ca-pital social de R$ 4 milhões, como valor mínimo necessário à operação de uma distribuidora de pequeno porte, com venda anual na ordem de 36 milhões de litros de combustíveis. O capital reque-rido seria proporcionalizado de acordo com o crescimento da empresa, numa gradação que chegaria a um mínimo de R$ 33 milhões, para uma empresa com movimentação acima de 300 milhões de litros de combustíveis por ano. A propos-ta foi apresentada em audiência pública

promovida pela agência, em 28 de maio, como parte do processo de revisão da Resolução 202, de 1999, que fixa requisi-tos para a autorização e o funcionamento das distribuidoras.

Os valores do capital social defendidos pelo Sindicom tomaram como base, es-tudo técnico-econômico do Instituto de Administração e Gerência (IAG) da Ponti-fícia Universidade Católica do Rio de Ja-neiro (PUC-Rio), que mensurou os recur-sos mínimos indispensáveis à operação de uma empresa com tancagem de 750 mil litros. O capital mínimo preconizado pelo Sindicom supera em R$ 1,2 milhão o estipulado na minuta de resolução da

ANP, correspondente à correção inflacio-nária do valor desde 1999.

“Não nos parece que os R$ 2,8 milhões propostos pela agência sejam compa-tíveis com os requisitos mínimos de operações de uma empresa que tenha compromisso com a garantia do abas-tecimento, porque isso tem pressupos-tos, como capacidade de armazenagem, capital de giro, capacidade econômica para fazer frente aos riscos ambientais e de acidentes inerentes à ‘atividade’, além da capacidade de honrar com o paga-mento de tributos”, alerta o Diretor de Planejamento Estratégico do Sindicom, Helvio Rebeschini.

Florival Carvalho, a ANP tenciona pôr fim à atuação de empresas sem solidez para garantir o fornecimento de combustíveis. “A medida é para evitar as distribuidoras de aluguel”, diz, referindo-se àquelas que não dispõem de ativos, arrendam tan-ques de terceiros e encerram atividades repentinamente, gerando “promiscuida-de” no mercado.

Florival Carvalho, diretor da ANP

Capital mínimo para garantia do abastecimentoFo

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201307

CAPA

Qual a referência a ser adotada para a fixação dos volumes mínimos de combustíveis que as distribuidoras devem

ter em estoque, a fim de garantir a se-gurança do fornecimento ao mercado consumidor? Em vez de ter como critério o modo de transporte dos produtos até as bases, como propõe a ANP, o Sindicom defende a adoção de parâmetros regio-nais. No Sul, Sudeste e Centro Oeste, os estoques corresponderiam a dois dias de venda no mesmo mês do ano anterior; no Nordeste, a três dias; e no Norte, a quatro dias.

Pela minuta de resolução submetida à Consulta Pública pela ANP, os estoques obrigatórios seriam equivalentes a três dias de venda no mês anterior nas bases abastecidas por dutos; a quatro dias nas servidas por rodovia e ferrovia; e a cinco dias, nas atendidas por modal aquaviá-rio – limites que vigorariam em todas as regiões. A preocupação da agência, com-partilhada pelo Sindicom, é de que as distribuidoras, em face do crescimento do consumo, possam assegurar o abaste-cimento mesmo em caso de imprevistos na produção de combustíveis.

O diretor de Abastecimento e Regula-mentação do Sindicom, Luciano Libório, observa, entretanto, que a regra baseada no modal de transporte não contempla todas as variáveis da complexa logística da distribuição. “É uma regra fácil de fis-calizar, mas que não se aplica de maneira adequada a todas as nossas instalações. Vai criar estoques adicionais onde não é necessário e, onde há estoques maiores, vai dizer que podem ser menores”, pon-dera. A posição da entidade foi apresen-

tada na Audiência Pública sobre a revisão da Resolução 202 da ANP, em 28 de maio.

Para o Sindicom, o debate sobre os esto-ques obrigatórios nas bases das distribui-doras deve estar articulado à discussão sobre os volumes mínimos determina-dos aos produtores de combustíveis de-rivados de petróleo (refinarias, centrais petroquímicas e formuladores) – tema de outra minuta de resolução colocada em consulta pública pela agência. O sin-dicato sugere, por isso, que os volumes mínimos de estoque nas distribuidoras

Outra nova exigência da ANP é a de base própria de armazenagem na área de atuação da distribuidora, com ca-pacidade mínima de 750 mil litros, como forma de também demonstrar o

compromisso das distribuidoras com o abastecimento. O requisito vai ao encontro de proposta antiga do Sindi-com. “Firmar apenas um contrato tem-porário de arrendamento de tancagem,

e produtores sejam estipulados numa só resolução, específica sobre o tema.

“O que propomos é que a regra alterna-tiva de estoques por região seja estabe-lecida levando em conta a proporcionali-dade da participação do distribuidor e do produtor, de forma a não deixar lacunas ou sobreposições de estoques entre os agentes de mercado. Que o produtor te-nha a sua responsabilidade e que tenha-mos a nossa, proporcionalmente ao ta-manho de nossa operação numa região”, destaca Luciano Libório.

como prevê a legislação atual, não nos parece ser garantia suficiente de lon-gevidade e de compromisso de supri-mento na região em que atue”, destaca Helvio Rebeschini.

Estoques mínimos na distribuição e na produção

ESTOQUES = 2 DIAS de venda no mesmo mês do ano anterior

ESTOQUES = 4 DIAS de venda no mesmo mês do ano anterior

ESTOQUES = 3 DIAS de venda no mesmo mês do ano anterior

Proposta Sindicom

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201308

CAPA

Comunicação e troca de bandeira nos postos

No debate sobre a atualização dos requisitos para o funcio-namento dos postos de ser-viço, as principais propostas

defendidas pelo Sindicom se referem aos casos de troca de distribuidora e à comu-nicação visual com os consumidores. Em lugar de 15 dias de prazo para retirar as referências à marca da distribuidora anti-ga, o sindicato considera suficientes não mais de sete dias após a alteração da fi-cha cadastral na ANP – documento que passará a ser preenchido pela internet.

“A retirada da marca da distribuidora que não mais fornece ao estabelecimen-to deve ser feita o mais rápido possível, em respeito ao direito de o consumidor ter informações sobre a procedência dos produtos,” afirma o diretor jurídico do

Sindicom, Guido Silveira. “Consideramos que o prazo proposto pela ANP é muito grande, já que a ficha cadastral passa a ser atualizada on-line.” A proposta da entidade foi apresentada em Audiência Pública da ANP, em 27 de maio.

A comunicação visual nos postos é tema de preocupação do Sindicom devido a restrições à publicidade adotadas por prefeituras em vários estados, no con-texto da reordenação do espaço urbano. Na falta de norma nacional, o sindicato propõe, através de norma da ANP, a obri-gatoriedade de o posto exibir totem com a marca da distribuidora e, sob a cober-tura, painéis, galhardetes e faixas com informações sobre produtos e serviços. A proposta também inclui as dimensões máximas de cada peça de comunicação.

Prazo proposto pelo Sindicom para retirar as referências da

marca antiga no processo de troca de bandeira, para

garantir transparência sobre a procedência ao consumidor

O Sindicom realizou, em julho, seminários para técnicos das agências de meio ambiente dos estados de Goiás, Sergi-

pe e Alagoas, treinando mais de 100 pro-fissionais, que puderam revisar conceitos de licenciamento ambiental e aprofun-dar conhecimentos em gestão de áreas contaminadas. Os encontros, com dura-ção de três dias, fizeram parte de uma série de treinamentos realizados desde 2010 em 15 estados, somando mais de 600 participantes, incluídos técnicos das agências estaduais e representantes das associadas ao Sindicom e dos sindicatos da revenda.

Os seminários de julho foram resultado de termo de cooperação firmado entre o Sindicom, a Associação Brasileira de Enti-dades Estaduais de Meio Ambiente (Abe-ma) e a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fe-

combustíveis) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012. Um dos objetivos é a formação de grupos de tra-balho liderados pelas agências ambien-tais, com participação das associadas ao Sindicom e da revenda, para a análise e revisão dos procedimentos de licencia-mento e gerenciamento de áreas conta-minadas de postos de serviços.

Treinamento pioneiro

Em Santa Catarina, o grupo de trabalho do estado esteve à frente da realização de curso de campo, teórico e prático, so-bre investigação e avaliação ambiental, com suporte do Laboratório de Reme-diação de Águas Subterrâneas (Remas) da universidade federal (UFSC), da Fun-dação do Meio Ambiente (Fatma), da Ae-sas (Associação Brasileira das Empresas de Consultoria e Engenharia Ambiental)

e do Sindicom. O evento teve a partici-pação de 46 técnicos da fundação, pre-feituras, distribuidoras, revendedores e consultorias. “Foi uma iniciativa pioneira no país”, destaca o gerente de Meio Am-biente do Sindicom, Antonio Nóbrega.

No laboratório, dirigido pelo engenheiro ambiental Henry Xavier Corseuil, os par-ticipantes tiveram aulas ministradas pelos especialistas das mais conhecidas empre-sas de consultoria ambiental e acompa-nharam a perfuração de poços e a coleta de amostras de solo. “Foi muito positivo, pois há grande diferença entre analisar procedimentos e conhecer a realidade de campo”, observa o gerente de Licencia-mento de Empreendimentos em Recur-sos Hídricos da Fatma, Ademar Alfonso Mombach, que organizou o curso junto com o especialista da Petrobras Distribui-dora, José Armando Borgerth, represen-tando o Sindicom no grupo de trabalho.

Sindicom promove seminários para técnicos de três estados e treinamento de campo em Santa Catarina

Gestão ambiental da teoria à prática

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201309

PORTOS

Sindicom defende licitação que garanta participação das distribuidoras que desejem operar em Vila do Conde

Bases portuárias para as distribuidoras no Pará

AA licitação de áreas para distribuição de combustíveis no porto paraense de Vila do Conde, na primeira rodada de

licitações pelas regras da nova Lei dos Portos, sancionada em junho, está no foco das atenções do Sindicom. Por conta da importância logística do local para o abastecimento do Pará, a expectativa do sindicato é de que pelo menos quatro áreas para combustíveis sejam licitadas para arrendamento à distribuidoras, a fim de que construam e operem suas bases, como forma de manter ganhos de eficiência e escala no fornecimento aos postos e demais clientes.

O Porto de Vila do Conde está localizado no município de Barcarena, na margem direita do Rio Pará, e dispõe de grande espaço para expansão, incluído um dis-trito industrial com um polo aluminífero. A sudoeste de Belém, distante 120 qui-lômetros rodoviários da capital paraen-

se, o porto foi inaugurado em 1985 pela Companhia Docas do Pará (CDP). A ope-ração de bases no complexo portuário reforçaria a cadeia da distribuição e teria impacto futuro nos estados vizinhos, já que grande parte dos combustíveis che-ga à região em navios e é armazenada nos portos.

O diretor de Abastecimento e Regula-mentação do Sindicom, Luciano Libório, destaca que “o futuro da distribuição no Pará passa por Vila do Conde”, devido à saturação do Porto de Miramar, em Be-lém, onde as distribuidoras mantêm suas operações. Além de áreas livres, o porto de Barcarena possui calado para navios maiores. A esperada construção do tre-cho ferroviário Vila do Conde–Açailândia (MA) também permitiria o transporte de derivados de petróleo entre o porto e o interior maranhense e Tocantins, assim como de etanol e biodiesel do Centro--Oeste para o Pará.

Autonomia e eficiência

A atenção do Sindicom à abertura da consulta pública em torno do edital de licitação de Vila do Conde visa a garantir que o modelo da concorrência permita às distribuidoras ter suas próprias opera-ções ou em Pool de empresas, como já ocorre em vários locais do país. Esta po-sição é defendida pelo Sindicato desde a regulamentação por decreto, em junho, da Lei 12.815, que instituiu o novo marco regulatório das atividades portuárias.

“Para as distribuidoras, a operação au-tônoma representa uma extensão da eficiência logística necessária ao atendi-mento de seus contratos, assegurando também escala para as empresas”, afirma o diretor executivo do sindicato, Jorge Luiz Oliveira. Em Vila do Conde, onde a Ipiranga e a Petrobras Distribuidora ope-ram instalações para o fornecimento de óleo combustível à indústria, o funcio-namento de várias bases de derivados e biocombustíveis também aumentaria a segurança do abastecimento.

A defesa das bases próprias foi mani-festada à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), Se-cretaria de Gás e Energia do Ministério de Minas e Energia, Secretaria de Portos da Presidência da República e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O Sindicom preconiza o mes-mo modelo para os portos antigos, com contratos de arrendamento ven-cidos ou a vencer, já que o modelo de operação por distribuidoras em várias áreas destinadas pelo porto ocorre em quase todos os portos do país com ope-ração de distribuição de combustíveis. Para o sindicato, essas bases deveriam ter merecido tratamento diferenciado e temporário na Lei 12.815, devido às pe-culiaridades do setor.

Porto de Vila do Conde

MARAJÓ

BARCARENA

ARAPARI

ALÇA VIÁRIA

AMANINDEUA MARITUBA

RIO GUAMÃ

BELÉM

PORTO DE VILA DO CONDE

ABAETETUBA

RIO MOJU

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NOTÍCIAS SINDICOM | AGOSTO de 201310

TRIBUTAÇÃO

Desoneração reduz sonegação, eleva competitividade das distribuidoras e beneficia consumidor

Mercado de etanol hidratado sem PIS-Cofins

A exemplo dos produtores, re-vendedores e consumidores, as associadas ao Sindicom e demais distribuidoras que

operam dentro da lei, sentiram os efei-tos positivos da desoneração do PIS e da Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Se-guridade Social) na comercialização do etanol hidratado.

A desoneração concedida pelo Governo Federal aumentou a competitividade das distribuidoras que atuam na legali-dade, ao eliminar as distorções geradas no mercado pelas empresas que sone-gavam e/ou protelavam o pagamento do PIS e da Cofins.

As alíquotas dessas Contribuições, que somavam R$ 120 p/M³ de etanol, sendo R$ 48 recolhidos pelo produtor e R$ 72 pelo distribuidor, foram zeradas nos dois segmentos pelo Decreto nº 7.997 e Me-dida Provisória nº 613, ambos em vigor desde maio de 2013. A MP nº 613 ainda encontra-se em fase de apreciação/apro-vação pelo Congresso Nacional.

A desoneração reduziu a distância entre os preços praticados por distribuidoras idôneas, daqueles praticados pelas que deixavam de efetivar os seus recolhi-mentos. Com o aumento da competiti-vidade das distribuidoras que operam na legalidade, vem crescendo a partici-pação destas na oferta do etanol hidra-tado, inclusive, das distribuidoras regio-nais que praticamente não trabalhavam com o produto devido à impossibilida-de de disputar o mercado com concor-rentes sonegadoras e inadimplentes.

Além de eliminar esse desequilíbrio competitivo, a desoneração mostrou que o governo mais uma vez reconhece a necessidade de estimular o mercado do etanol. A medida contribui para tor-nar o produto novamente atrativo para o consumidor, o que vem se refletindo nas vendas das filiadas ao Sindicom”, afirma o presidente do sindicato, Ali-sio Vaz. Em junho, a comercialização de etanol hidratado pelas associadas cresceu 24% em relação à do mesmo mês no ano passado, totalizando 556 milhões de litros.

Além de eliminar esse desequilíbrio competitivo,

a desoneração mostrou que o governo mais uma vez

reconhece a necessidade de estimular o mercado do etanol. A medida contribui para tornar o produto novamente atrativo

para o consumidor, o que vem se refletindo nas vendas das filiadas

ao Sindicom.

Presidente do Sindicom, Alisio Vaz

Desafio do ICMS

Embora o mercado do etanol hidratado já tenha sentido os efeitos positivos da desoneração do PIS e da Cofins, os pre-ços praticados por distribuidoras idône-as e inidôneas ainda guardam distância, por conta de práticas de sonegação e/ou inadimplência envolvendo o ICMS. “Em estados onde esse imposto tem alí-quotas mais altas, como Rio de Janeiro e Paraná, o gap entre os preços devido a problemas com o ICMS é bem maior”, observa o diretor de Planejamento Estra-tégico do Sindicom, Helvio Rebeschini.

Um dos caminhos para se tentar redu-zir o problema aponta o diretor do sin-dicato, passa pela antecipação do ICMS de toda a cadeia de comercialização do etanol hidratado, antes da saída do estabelecimento produtor, associada a uniformização de alíquotas do ICMS por todas as Unidades da Federação, como forma de minimizar a prática de fraudes tributárias nas operações interestaduais.

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ARLA 32

Casos de não conformidade chegam a 21% dos produtos fiscalizados no primeiro semestre

Inmetro e estados atentos à qualidade do Arla-32

A falta de certificação de pro-dutores e envasilhadores é a principal irregularidade na oferta do agente redutor lí-

quido automotivo (Arla-32), de uso obri-gatório nos veículos a diesel fabricados no país desde 2012. A constatação é do Instituto Nacional de Metrologia, Quali-dade e Tecnologia (Inmetro), com base na fiscalização efetuada nos 26 estados e no Distrito Federal. De 7.499 produtos inspecionados de janeiro a março, 1.614 (21%) apresentaram não conformidades. Entre elas, 535 foram interditadas por fal-ta de condições para a comercialização.

A utilização do Arla-32 (solução de água desmineralizada com 32,5% de ureia) re-duz as emissões de óxidos de nitrogênio (Nox) nos novos motores, da geração Euro 5, minimizando os impactos am-bientais da frota a diesel. A certificação dos fornecedores e o registro dos produ-tos são previstos pelo Inmetro em suas portarias 139 e 388, de 2011. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o instituto delega funções a órgãos fiscalizadores dos esta-dos, que realizaram 245 ações de fiscaliza-ção do Arla-32 de janeiro a junho.

A avaliação da conformidade dos siste-mas de qualidade do produto é feita por três organismos certificadores acredita-dos pelo Inmetro: Instituto Falcão Bauer, Instituto Nacional de Avaliação da Con-formidade em Produtos (Innac) e Institu-to da Qualidade Automotiva (IQA). Além da inspeção de instalações e processos, a certificação exige análises periódicas de amostras. Elas são semestrais para o Arla-32 envasilhado e trimestrais para o vendido a granel, mais vulnerável à contaminação.

Interdição de fábricas

“Se o produto não apresenta o selo do Inmetro, não poder se comercializado”, resume na Divisão de Programas de Ava-liação da Conformidade do instituto o pesquisador em metrologia e qualidade Victor Gomes Simão. No início de julho, 29 fabricantes e envasilhadores estavam certificados e 105 marcas/modelo do agente redutor tinham registro. No caso das 1.614 irregularidades flagradas até junho, em pontos de venda pelos órgãos estaduais, 1.079 procediam de fornece-dores certificados, mas continham erros nas embalagens.

A maioria das irregularidades foi regis-trada em Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais, estados em que foram interdi-tadas quatro fábricas sem certificação. Produtoras de fertilizantes, as empresas diluíam ureia agrícola e forneciam a so-lução como se fosse Arla-32, que exige

ureia industrial, mais pura e mais cara. Victor Gomes Simão assinala que a fis-calização objetiva “trazer para a regula-rização” os fabricantes não certificados, a fim de que, em etapa posterior, a qua-lidade passe a ser monitorada com análi-ses dos produtos.

Para aprimorar a regulação da oferta do Arla-32 a granel, o Inmetro está subme-tendo à consulta pública uma minuta de portaria que responsabiliza o reven-dedor pela qualidade do produto. Além do rigor no armazenamento, o ponto de venda poderá coletar amostra no recebimento, a fim de se resguardar em casos de não conformidade praticada pelo fornecedor. Embora as irregulari-dades envolvam, também, o uso de dis-positivos eletrônicos para burlar o con-trole de emissões nos novos veículos, com riscos para o motor, o Inmetro não tem atribuições para fiscalizar a fraude, de natureza ambiental.

Arla-32 - Avaliação Inmetro Para aprimorar a regulação da oferta do Arla-32 a granel,

o Inmetro está subme-tendo à consulta pública uma minuta de portaria

que responsabiliza o reven-dedor pela qualidade do

produto. Além do rigor no armazenamento, o ponto de

venda poderá coletar amostra no recebimento a fim de se

resguardar em casos de não conformidade.

Mercado de etanol hidratado sem PIS-Cofins

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ANUÁRIO

Anuário do Sindicom mostra como ascensão social alavanca vendas e muda perfil do consumo

A força da classe C nas lojas de conveniência

Os resultados obtidos pelas lojas de conveniência nos postos de serviço, em 2012, atestam que a nova classe

média chegou a esse segmento do va-rejo para ficar. Com expansão recorde de 14,7%, a conveniência superou o aumento das vendas de combustíveis, de 6,7%, e abriu larga dianteira sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,9%. Reforçada por mais de 30 milhões de brasileiros desde a década passada, a classe C se destacou no de-sempenho das lojas, que registraram faturamento anual de R$ 4,9 bilhões.

Esse crescimento é destaque no anu-ário Combustíveis, Lubrificantes & Lojas de Conveniência 2013, do Sindicom. A publicação traz um panorama dos três segmentos, que vivem os efeitos de mudanças no perfil do consumo. No lançamento, em junho, no Rio de Janei-ro, o presidente executivo do sindicato, Alisio Vaz, ressaltou as perspectivas da conveniência: “Enxergamos grande po-tencial. Nossas filiadas mostram que as lojas são um novo ponto de apoio para o consumidor moderno”.

Classe C

Nesta edição, a ascensão social de mi-lhões de brasileiros e seu impacto sobre o movimento das lojas dos postos são tema das pesquisas “Mudanças no perfil do consumidor”, da Kaiser Associates, e “Alimentação fora do lar”, da consultoria Gouvêa de Souza.

A análise da Nielsen para o canal abran-geu 24 produtos em oito categorias e constatou que o food service é a de maior potencial de expansão. “Antes, a renda do brasileiro não permitia muitas refeições fora de casa”, resume a coor-denadora de atendimento ao varejo da Nielsen, Maria Fernanda Celidônio. A estabilidade monetária também favo-rece as refeições ligeiras. “Antigamente, as pessoas faziam uma compra do mês, para se proteger da inflação”, diz.

Com renda domiciliar entre R$ 1,1 mil e R$ 4,8 mil, os brasileiros da classe C passaram de 64,9 milhões para 95 milhões entre

2001 e 2009, tornando-se metade da po-pulação. O desafio da conveniência, aler-ta a Kaizer, é aumentar a competitividade frente a outros tipos de varejo e atrair mais clientes dessa nova classe média.

No caso do food service, a Gouvêa de Souza demonstra que a tendência à ali-mentação fora de casa abre oportuni-dades para a conveniência, requerendo sortimento de opções como atrativo adicional à comodidade e praticidade desse canal. A consultoria chama a aten-ção para a evolução na categoria das refeições ligeiras nos vários tipos de estabelecimentos: quando se esperava evolução de 16% em 2011, o food servi-ce cresceu 17,8%. “As lojas das redes das associadas ao Sindicom estão atentas a esse novo consumidor, investem em ali-mentação e, hoje, têm as melhores ofer-tas de food service do canal, sendo fortes competidoras das principais redes de fast food no país”, declara Cesar Guima-rães, Diretor de Mercado e Comunicação do Sindicom.

Em evento de lançamento, Vaz destaca conveniência como ponto de apoio para o consumidor