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revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

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A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação, a princípio trimestral, que faz parte de mais um projeto concretizado pela Elus Ambiental, tornando-se uma importante ferramenta de informação e orientação para empresas, bem como para gestores ambientais.

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Brindes do bem

Dia do meio ambiente

Brasil: o maior destuidor ambiental

Barreiras Tarifárias

Copa verde

Empreendedorismo Social

DNA das marcas

Entrevista

Resíduos sólidos RMC

Eventos Elus

Parceria E-color

Artigos

Notas

Dicas de livros

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A Revista O Meio por Inteiro é uma publicação, a princípio trimestral, que faz parte de mais um projeto concretizado pela Elus Ambiental, tornando-se uma importante ferramenta de informação e orientação para empresas, bem como

para gestores ambientaisRua dos Periquitos, 182 – CEP: 13186-032. Hortolândia – São Paulo - Brasil/

Telefones +55 (19) 3809.3885 – www.omeioporinteiro.com.br – Email: [email protected], [email protected] Conselho Editorial: Júlio César de Moraes, Irineu Bottoni, Cleber Santos,

Edvânia Eldevik. Produção: Oliva Comunicação, www.olivacomunicacao.com.br – Jornalista Responsável: Edvania Eldevik,

MTB: 46.219. Textos: Henrique Franco, Enéias de Oliveira , Carolina Sibila e Edvânia Eldevik. Revisão: Julia de Almeida. Projeto Gráfico, Diagramação

e Arte Final: Marka Criativa – Marketing e Novos Negócios www.markacriativa.com.br. Direção: Aline Santos. Designer Gráfico

Responsável: Hélio Baracioli. Email: [email protected]. Fotografia: Wagner Cangussú. Relações Públicas: Júlio César de Moraes. Email: [email protected]. Comercial: Ana Claudia, Sandra

Cristina Leardini, [email protected] – Telefone: +55 19 3384 9336/ 3809.3885 Impressão: Gráfica E-Color. Tiragem 5 mil exemplares.

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Empresas que investem em brindes ecológicos demonstram consciência ambiental até nos detalhes.

Estratégia ajuda a mostrar o conceito de sustentabilidade nas práticas dos estabelecimentos.

Uma boa maneira de se mostrar aos clientes que a

empresa se preocupa com o futuro do planeta é a

distribuição de brindes ecológicos. A estratégia é

importante por ser ecologicamente correta, mostrar

a preocupação do empreendimento até mesmo nos

detalhes, além de ajudar na conscientização das

pessoas para a preservação da natureza. A prática é

uma forma de instruir a população para uma política

de educação ambiental.

Os brindes ecológicos deixaram de ser modismo para

se tornar uma tendência de mercado. As vantagens

de se investir neles é que, além de terem um menor

impacto ambiental, eles despertam a consciência

de consumo das pessoas. “Nos dias de hoje, está

praticamente fora de cogitação idealizar um brinde

que não seja sustentável”, afirma o diretor da empresa

Souto Crescimento de Marca, Cláudio Souto.

O gerente comercial da Ecobrindes, Eduardo

Colicchio, diz que, ao utilizar brindes ecológicos, as

empresas devem buscar produtos que agreguem

valor em suas ações promocionais. “Dessa forma, é

possível passar para os clientes toda a conscientização

e preocupação do estabelecimento com a natureza e

o meio ambiente.”

Segundo Colicchio, independentemente da forma

escolhida para se utilizar os brindes ecológicos, eles

nunca serão prejudiciais às empresas, principalmente

por sua fabricação ser quase que totalmente em

matéria prima reciclada ou reutilizada, além de a

aceitação dos clientes ser sempre muito boa.

Porém, o diretor da Souto Crescimento de Marca

alerta que, ao adotar a distribuição deste tipo de

produto, o empreendimento assume ter preocupação

com o meio ambiente, o que muitas vezes desperta o

interesse dos clientes em saber quais outras atitudes

e investimentos sustentáveis a empresa tem. “Não

se pode pensar somente nos brindes ecológicos sem

aplicar conceitos de sustentabilidade em outras áreas

do seu negócio.”

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Como e quais brindes usar

Como e quais brindes usar

que, como sugere o nome, contêm sementes

germináveis em sua composição; sacolas de lona de

algodão personalizadas; saches de sementes nativas

ou frutíferas; kit plantio acompanhado de um vaso em

fibra de coco, substrato e semente, tudo preparado

para ser plantado, além de um produto lançado para

aproveitar o embalo da Copa do Mundo, o chamado

petgol, um jogo ecológico de futebol de dedo.

Colicchio explica que, para a fabricação de cada

unidade deste produto, são retiradas quatro garrafas

PET do meio ambiente.

“As empresas entendem a importância em fornecer

brindes para os seus clientes, e estes produtos

agregam um enorme valor às campanhas publicitárias.

Além de conscientizar e divertir quem o recebe, eles

possuem uma grande área de personalização para os

empreendimentos”, afirma Colicchio.

Os brindes ecológicos podem ser distribuídos de

diferentes formas e em diversas ocasiões. Datas

comemorativas, como o dia do meio ambiente,

por exemplo, campanhas de lançamentos de novos

produtos ou até mesmo as campanhas internas para

a conscientização dos funcionários são algumas das

maneiras.

Souto cita ainda outra estratégia. “Pode-se aproveitar

ocasiões especiais como feiras, confraternizações,

eventos ou simplesmente numa visita pessoal a um

cliente, em que, com certeza, o resultado é mais

efetivo, por não haver concorrência neste momento.

Acaba sendo uma ação específica, personalizada e

dirigida. Com isso, o resultado é melhor.”

Os brindes devem ser pensados de acordo com

o público-alvo, sempre com o menor impacto

ambiental possível e, principalmente, ter uma relação

de atributos com a marca e sua área de atuação.

“Assim, sempre que forem vistos sobre uma mesa ou

em uma prateleira, farão lembrar da sua empresa”,

completa Souto. No caso de não ser possível fazer a

entrega dos brindes pessoalmente, pode-se utilizar

um portador ou até mesmo enviar

por correio, desde que estejam

nominais à pessoa.

Os brindes mais solicitados pelas

empresas são os papeis sementes,

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O Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de

junho em todo o planeta, surgiu durante a Conferência

das Nações Unidas, realizada em 1972, em Estocolmo,

na Suécia, após criarem o Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA). Desde então, a

data transformou-se no ponto alto para as avaliações

nacionais sobre as condições do planeta. Porém, o

mundo mostra que o momento não é dos melhores e a

situação atual é crítica.

Segundo a diretora da revista ECO 21, Lúcia Chayb,

devemos ficar muito preocupados com o estado do

planeta. Ela cita que mais de um quinto de todas as

espécies mamíferas, além dos anfíbios, corais e coníferas

correm o risco de desaparecer.

“A taxa de extinção atual é mil vezes mais rápida do

que seria em estado natural, sem intervenção humana.

Estamos numa rota de colisão contra o nosso futuro.

É preciso adotar medidas urgentes e definitivas”,

afirma a diretora.

Para a professora do curso de ciências

biológicas da PUC-São Paulo, Vilma Palazetti,

outros fatores que devem ser observados são

o aumento da temperatura e a elevação do

nível dos oceanos. “Isso é mais do que um

alerta dos pesquisadores de climatologia,

é uma constatação de que não podemos

ficar alheios aos problemas ambientais do

planeta”, alerta.

Palazetti diz que os objetivos do Dia Mundial do

Meio Ambiente não vêm sendo atingidos, seja

global, nacional ou até mesmo municipalmente.

Para ela, não são todos os países do mundo que

estão engajados na redução de poluentes, pois

isso implica numa relação direta com a economia

do país. No caso do Brasil, o que mais pesa contra

é o fato de não aceitar compromissos de redução

de dióxido de carbono na atmosfera.

Assim como o resto do mundo, a situação do Brasil

também não é a ideal. A professora da PUC-São

Paulo diz que, para o país mudar sua condição,

é preciso mudar a postura de não diminuir suas

emissões de carbono e metano e que justificativas

como prejuízo ao desenvolvimento econômico

não devem ser aceitas.

Porém, Palazetti ressalta que possuímos uma das

legislações mais completas no que se refere à

proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade.

No entanto, a fiscalização é insuficiente.

A diretora da revista ECO 21 segue a mesma

linha. Para ela, apesar de o nível de destruição dos

biomas nacionais ser alto, o Brasil possui uma das

legislações mais avançadas e contribui fartamente

no debate ambiental, procurando soluções. Com

isso, o país está conseguindo reverter o rumo da

sua conjuntura atual.

Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado sob situação crítica do planetaData festejada no dia 5 de junho serve para lembrar o

mundo dos problemas existentes no meio ambiente.

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O que devemos fazer?

Lúcia Chayb diz que o primeiro passo para que a

população ajude na preservação ambiental é educar a

sociedade. A mudança deve ser feita a partir dos lares,

seguir com as escolas, até se instalar nas empresas,

sindicatos e nos diferentes níveis do governo.

No entanto, Chayb afirma que as novas gerações

de brasileiros já estão cada vez mais conscientes

da importância de preservar o meio ambiente.

Ela ressalta ainda o envolvimento cada vez maior

dos empresários com essa questão, algo que deve

continuar, pois assim será possível compensar e

reconstruir os biomas mais ameaçados.

As principais conquistas

No mesmo dia em que foi criado o Programa das

Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),

a ONU (Organização das Nações Unidas) resolveu

convidar os países do mundo a celebrar o Dia do

Meio Ambiente. Ao longo desses quase 40 anos,

embora ainda longe de resolvermos os problemas,

várias conquistas já foram atingidas.

Duas grandes conferências dedicadas ao tema

ambiental foram realizadas pela ONU. Em 1992, o

Rio de Janeiro recebeu o RIO-92, maior encontro da

história para tratar deste tema até hoje. Dez anos

depois, foi a vez de Johanesburgo, na África do Sul,

celebrar o RIO+10.

Em termos nacionais, as principais conquistas para

a proteção ambiental são os avanços tecnológicos

no controle das queimadas e do desmatamento,

o monitoramento da qualidade do ar e da água, a

cobrança do Código Florestal para a recuperação das

áreas de preservação permanente e a participação

das comunidades nos Comitês de Bacias.

A professora Vilma Palazetti diz que cabe à população

exigir dos governantes ações que conciliem a

sustentabilidade ambiental, econômica e social. “A

consciência dos órgãos governamentais de que a

qualidade ambiental implica na saúde da população

é determinante para estipular as várias estratégias de

crescimento sustentável”, conclui.

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Uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto

Ambiental da Austrália concluiu que o Brasil é o

maior destruidor ambiental do mundo em números

absolutos. Foram analisados quesitos como o

desmatamento, emissão de carbono, ameaça de

espécies, entre outros.

“Se o brasileiro sentisse no bolso, com certeza, a sensibilização seria maior”

Maira Tamborim, engenheira agrônoma da HG

Geologia e Meio Ambiente

Para a engenheira agrônoma da HG Geologia e

Meio Ambiente, Maira Tamborim, esse quadro só vai

mudar quando a população estiver conscientizada

dos problemas gerados pela destruição ambiental. E,

para ela, uma das maneiras que poderiam ser mais

eficazes para se atingir essa conscientização seria

mexer com o bolso dos brasileiros.

“Se o brasileiro sentisse no bolso, com certeza, a

sensibilização seria maior. Na Europa, se você não leva

uma sacola para o supermercado, é necessário pagar

por ela. Aqui no Brasil, gastamos inúmeras sacolas

plásticas em cada compra. Não há uma preocupação

com o destino final desses resíduos. Esse tipo de

hábito precisa mudar, assim como muitos outros”,

afirma Tamborim.

No entanto, a engenheira agrônoma ressalta que esta

não é a única medida que deve ser tomada. É preciso

investir na educação ambiental da população, que

deve alcançar desde as crianças até os adultos de

todas as idades.

“A conscientização ambiental de todos os países,

inclusive do Brasil, têm aumentado ano após ano,

porém, não acredito numa mudança de postura

de forma imediata. O estilo de vida da população

brasileira ainda vai durar por gerações, o que irá

provocar danos e poluição ambiental ao país”, diz

o editor da Rede Brasileira de Informação Ambiental

(Rebia), Vilmar Berna.

Grande parte disso se deve ao fato de que a maioria

das pessoas ainda só se preocupa com o que as

afeta diretamente e, consequentemente, esquecem

Repasse de custos dos danos ambientais causaria maior sensibilização à populaçãoSegundo a engenheira agrônoma do HG Geologia e Meio Ambiente, Maira Tamborim, medida ajudaria a

conscientizar a sociedade sobre os problemas do meio ambiente

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dos problemas trazidos pela destruição do meio

ambiente, que muitas vezes são de longo prazo.

Tamborim também não vê uma solução para os

problemas em curto prazo. Para ela, é necessário

investir primordialmente em conscientização,

educação ambiental e em mudanças políticas. “Todos

nós sabemos que essa mudança de hábito demanda

muito tempo para começar a mostrar resultado”,

pontua.

Participação da sociedade é importante

Os lideres de países de todo o mundo têm sido levados

a tomar decisões para frear o aquecimento global e

a destruição da camada de ozônio. No entanto, a

engenheira agrônoma acredita que a participação da

sociedade civil é de extrema importância para ajudar

a resolver os problemas relacionados às questões

ambientais.

“A sociedade tem uma força imensa em suas mãos,

desde que ela saiba utilizar. Mas para que a sua

participação social seja efetiva realmente, é preciso

que ela ocorra desde o início do processo. Uma

pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) já

mostrou que a população pode interferir no rumo

de projetos que gerem impactos no meio ambiente”,

conta Tamborim.

Entretanto, além desses aspectos, Tamborim diz que

é preciso ter atenção também com as leis ambientais.

Elas devem ser reformuladas para que se tornem

mais rígidas, e o controle realizado pelos órgãos

reguladores deve ser maior. Fatores essenciais para a

diminuição da destruição ambiental.

“A sociedade tem uma força imensa em suas mãos, desde que ela saiba utilizar” Maira Tamborim, engenheira agrônoma da HG

Geologia e Meio Ambiente

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Nos Estados Unidos e na Europa, tramitam

legislações que pretendem, via tarifas, diminuir os

impactos ambientais e compensar os gastos desses

países com a transformação de produtos de setores

como o químico, siderúrgico e o de papel e celulose.

Segundo um estudo da CNI (Confederação Nacional

da Indústria), caso aprovadas, elas afetariam cerca

de 20% das exportações brasileiras. A emenda

que pretende tais alterações é a Kerry-Boxer ao

Lieberman-Warner Climate Security Act, na qual,

segundo seu texto, são medidas “consistentes com

as obrigações internacionais” de cada setor.

No entanto, para o analista de relações internacionais

da CNI, Antônio Josino, essa não é a melhor solução.

“Essas medidas são formas de pressionar os países

exportadores a cumprirem normas que harmonizam

suas condições de competitividade em relação aos

produtores nacionais nos importadores, nesse caso

os Estados Unidos e a União Europeia, os quais

possuem altos custos de produção”, analisa.

Ele diz ainda que no caso do Brasil, por ter sua

matriz energética limpa (em grande parte, de origem

hidrelétrica), os esforços e custos nessa área devem

ser menores e, muitas vezes, concentrados em

outros setores diferentes do setor de transformação

industrial.

Josino reconhece a importância de regulamentações

internacionais sobre padrões de produção e

transformação industrial ou de emissão de GEE (Gases

de Efeito Estufa), pois elas contribuem para conter

o vazamento de carbono. No entanto, as soluções

mais efetivas para reduzir os impactos ambientais, de

modo global, são as domésticas, ou seja, as decisões

definidas pelos próprios países.

Para a professora do instituto de economia da

Unicamp, Daniela Prates, uma alternativa é o

Brasil adotar uma política empresarial voltada

principalmente para a concessão do crédito de

carbono. “Essa medida deve ser direcionada para a

sustentabilidade, o meio ambiente”, completa.

“Essas medidas não são em si a solução do problema, mas uma das formas de pressionar

países competidores a cumprirem determinados padrões de produção com a justificativa, muitas

vezes questionável, de redução dos impactos ambientais.” comenta o analista de relações

internacionais da CNI, Antônio Josino

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Segundo Josino, ainda não é possível fazer uma

avaliação do impacto que será causado à economia

brasileira no caso de as legislações que tramitam

pelos Estudos Unidos e pela Europa serem aprovadas.

Contudo, devido à importância que esses mercados

possuem para as exportações brasileiras, é certo que

elas serão prejudiciais.

“As exportações estão crescendo muito ultimamente. Confirmada essa queda, o

impacto seria muito negativo para o Brasil, pois todos os setores envolvidos seriam afetados,

desde os fabricantes e os empregados até

o setor comercial das empresas”, pontua a

professora Daniela Prates.

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A África do Sul está em festa. Ruas coloridas, sorrisos

largos e uma confluência de culturas compõem o

cenário no país sede da Copa do Mundo FIFA 2010,

torneio iniciado no dia 11 de junho. Para receber o

maior evento do futebol mundial, o país de Nelson

Mandela construiu cinco novos estádios e investiu

pesado em infraestrutura. “Jogadas” que devem

pesar no bolso dos contribuintes e torcedores dos

Bafana Bafana – apelido dado aos atletas da seleção

anfitriã.

Só no trem de alta velocidade – projeto de maior

prestígio que os sul-africanos construíram para a

Copa – que, por enquanto, vai apenas do centro de

Johanesburgo até o aeroporto internacional, foram

investidos US$ 2 bilhões, quase R$ 4 bilhões. Até

agora, a África do Sul gastou o equivalente a R$ 9

bilhões em instalações esportivas, infraestrutura

viária e transportes. Contudo, a conta final deve ficar

próxima dos R$ 30 bilhões, cerca de 5% do PIB do

país. O alto volume de investimentos é reflexo de

gastos muito superiores aos esperados. No caso das

arenas, em média, os custos foram dez vezes maiores

do que se previa. Soccer City, o maior estádio, ficou

em R$ 1 bilhão, o dobro do estimado. Port Elizabeth,

na costa, custou R$ 500 milhões, também o dobro.

Ellis Park, em Johanesburgo, é o recordista: R$ 150

milhões, quatro vezes mais.

Frente a esta realidade, os brasileiros estão, mais do

que nunca, de olho na Copa, que, além de ser a

chance para a seleção conquistar o hexacampeonato,

é uma ótima oportunidade para ver os pontos que

merecem maior atenção na organização do torneio,

para fazer bonito em 2014. Aliás, enquanto a bola rola

no continente africano, uma seleção de profissionais

brasileiros trabalha rumo a uma “Copa verde”.

Após o Comite Organizador Local (COL) recomendar

fortemente a certificação LEED (Liderança em

Energia e Design Ambiental) dos estádios para

2014, o economista e consultor LEED AP, Ian McKee

apresentou aos arquitetos da Copa o plano “verde”

publicado em janeiro de 2009. A adesão foi total,

resultando na inscrição dos estádios de Brasilia,

Cuiabá, Manaus e Belo Horizonte no processo de

certificação LEED. Os demais estádios já incorporam

os conceitos do design sustentável apesar de ainda

não estarem inscritos na certificação.

Enéias Oliveira

“12 Estádios certificados seria uma vitória inédita para qualquer país no mundo, e o

Brasil tem essa oportunidade de ter, de fato, o portfólio de arenas mais eficientes e avançados

do planeta”, ressalta Vicente de Castro Mello, do

Castro Mello Arquitetos, escritório responsável pelo

projeto arquitetônico do Estádio Nacional de Brasilia.

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PreocupaçõesDe acordo com um estudo feito pelo geógrafo Christopher Gaffney, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Brasil enfrentará desafios estruturais para a realização da Copa, isso porque o país demonstra falta de planejamento e de transparência nos gastos públicos. Segundo a pesquisa, não há controle nos gastos com a construção ou a recuperação de estádios das 12 cidades que receberão os jogos da competição.

O estudo questiona também o retorno dos investimentos governamentais, que também incluem infraestrutura urbana, transporte e benefícios fiscais, e estima que apenas para o retorno dos gastos com os estádios, a ocupação das arenas deverá ser quadruplicada em relação à atual, embora os torcedores devam pagar mais pelos ingressos. Depois do mundial, os preços passarão de R$ 20 e R$ 30 para R$ 45 e R$ 60. Esse fato deve ter maior peso em algumas cidades das regiões Norte, por exemplo (que terá duas sedes: em Cuiabá e Manaus), que não têm tradição futebolística para lotar os estádios. Sendo assim, as arenas destas localidades podem acabar se tornando elefantes brancos.

A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA) contesta essa afirmação. As soluções para tentar a rentabilidade das instalações depois da Copa incluem diminuição da capacidade de público e, principalmente, a exploração ao máximo do conceito de arena multiuso. “Eficiência é a palavra

de ordem, grandes eventos esportivos demandam grandes construções que podem causar grande impacto econômico, social e ambiental quando mal planejadas. As novas construções devem ser eficientes para reduzir o consumo de energia, água e seu custo de manutenção ao longo de sua vida útil”, ressalta Vicente de Castro Mello. Essa consciência é indispensável, mesmo porque, em um cenário de construções públicas mal planejadas e gastadoras, seria necessário mais investimento do Estado em usinas hidro ou termo-elétricas, que têm um custo infinitamente maior do que os investimentos em construções verdes. “O plano para a Copa de 2014 é o ponto de partida para transformar a economia do país na economia verde do futuro, utilizando os grandes eventos esportivos como catalisadores deste processo”, complementa o arquiteto.

De acordo com Mello, o projeto já tem o apoio oficial do GBC Brasil e do GBC da Àfrica do Sul, assim como o envolvimento dos arquitetos com as construções verdes. Ele ressalta ainda que vários fatores influenciarão o sucesso do plano, entre eles a forte recomendação dos organizadores da Copa para a certificação verde das novas arenas, as linhas de crédito mais favoráveis para projetos sustentáveis, disponibilizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), e o acordo de cooperação assinado pelo Ministério dos Esportes e do Meio Ambiente para realizar a “Copa Verde”.

Todas as pessoas podem contribuir com o plano

independente do sexo, raça, idade, partido político e

condição financeira, enviando sugestões para o site

www.copaverde.com.br.

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Muito se ouve sobre empreendedores, agentes

inovadores, que criam novos paradigmas e são

pioneiros em abordagens diferenciadas. Isto não

significa que criem algo completamente inédito.

Muitas vezes, transformam algumas ideias já

existentes, utilizam a criatividade para aperfeiçoar

ou reinventar processos. É uma postura criativa

e contínua de explorar, aprender e melhorar.

Normalmente o termo se refere a uma pessoa que

começa um negócio, um novo empreendimento

para ganhar lucro e renda. Contudo, a palavra não

se limita a este significado. Ela descreve uma visão,

um comportamento e um conjunto de qualidades.

Empreendedores veem possibilidades e não

problemas, para provocar mudanças na sociedade,

e não se limitam aos recursos que têm em um

momento. Nesse caso, se encaixam na definição

de agentes sociais, que são como empresários

nos métodos que utilizam, mas são motivados por

objetivos sociais ao invés de benefícios materiais.

Estes são empreendedores sociais.

No Brasil, há, por exemplo, o caso de Eliana Tiezzi,

que criou a Papel de Gente, uma Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público voltada à

confecção de produtos com papel reciclado por

pessoas com transtornos psíquicos. É uma iniciativa

para promover a reinserção social destes indivíduos.

Outro caso é o de Fábio Bibancos de Rosa, que criou a

Turma do Bem, uma entidade que possui 650 dentistas

que atendem gratuitamente crianças de baixa renda

com problemas de saúde bucal graves. Também há

400 voluntários que trocam correspondências com

menores que vivem em abrigos. Graças à iniciativa do

Fábio, 1.150 crianças são beneficiadas diretamente

e já há ações em cinco estados brasileiros e no

DF. Outro caso é o de David Hertz, ganhador do

Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro 2009 –

iniciativa exclusiva que visa icentivar ideias inovadoras

postas em prática há mais de um ano e há menos

de três. Hertz criou a Gastromotiva que, de forma

prática, capacita jovens de baixa renda em cursos

profissionalizantes de gastronomia para ingresso no

mercado de trabalho, gera renda por meio de um

bufê-escola e visa dar suporte ao desenvolvimento

de negócios sociais em comunidades carentes. “Não

acredito que ajudamos, mas sim que geramos trocas.

A maior motivação do meu trabalho é o constante

aprendizado, o compartilhamento de conhecimento

e otimismo em viver melhor”, diz Hertz sobre o

projeto. “O que mais me influencia é o poder do

jovem e das pessoas, além de superações pessoais”,

complementa.

“Não acredito que ajudamos, mas sim que geramos trocas. A maior motivação do meu trabalho é o constante aprendizado, o compartilhamento de conhecimento e otimismo

em viver melhor”, diz David Hertz, criador da

Gastromotiva, associação que capacita jovens de baixa

renda, gera renda e dá suporte ao desenvolvimento

de negócios sociais em comunidades carentes.

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A professora do Departamento de Administração da

Universidade de Brasília Marina Figueiredo Moreira

destaca que, em muitos casos, o empreendedor

social gera resultados que podem ter impacto maior

que algumas ações governamentais e que, a partir

de uma ação dele, a comunidade pode passar por

um processo de transformação. “É um agente

que exerce um papel valioso em seu meio”, diz.

“Em muitos casos, a ação de um empreendedor

deste tipo é o ponto de partida para criar projetos,

associações ou empreendimentos que melhoram a

realidade da comunidade ao trazer soluções para

problemas sociais”, completa. Outros exemplos de

iniciativas bem sucedidas são os Doutores da Alegria,

a Associação Cultural Beija-Flor e o Afroreggae.

Page 19: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

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Page 20: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

Para reforçar uma marca e, assim, conquistar espaço

no mercado, muitas estratégias podem ser adotadas

e, há algum tempo, as empresas passaram a usar

habilmente projetos que impactam positivamente a

sociedade para alcançar este objetivo. No entanto,

atualmente, o mercado consumidor já é capaz de

reconhecer, na maioria das vezes, quando a iniciativa

é autêntica ou apenas “golpe de marketing”.

Sendo assim, a fase em que o objetivo principal era

simplesmente a imagem pública da organização,

criando-se ações que pudessem ser divulgadas e,

assim, contribuíssem para a agregação de valor,

já está ultrapassada. Como ressalta o consultor e

especialista em desenvolvimento de novos negócios,

Renato Senatore, “Pode-se dizer que toda ação

que contribua para o bem social pode, e deve, ser

explorada para a construção da marca, desde que

não tenha nascido apenas para este fim”.

As estratégias são particulares do DNA

de cada empresa, seja ela pequena

ou grande, familiar ou altamente

profissionalizada. “O importante

é incluir em sua cultura a

responsabilidade social”,

aponta o consultor e

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especialista em estratégia, marketing e novos negócios

e autor do Blog MKTMais, Jony Lan. Isso significa que

os donos, presidentes, diretores e gestores precisam

defender essa causa. Sem isso, o projeto pode se

tornar um fato isolado, um departamento que vai ser

esquecido em algum momento pela empresa e pelas

pessoas, que não associará a marca a algo socialmente

responsável. Para patrocinar um projeto ambiental,

por exemplo, a organização deve, primeiro, mobilizar

os funcionários. É preciso conscientizá-los sobre a

importância, o tema e a nova fase que a empresa

quer passar.

Quanto às possíbilidade, essas são variadas, vão

desde o patrocínio a um

evento cultural que tem

continuidade e beneficia

várias comunidades,

a simples reciclagem

dos produtos vendidos,

como o recebimento de

pneus usados. Claro que

algumas ações são mais

facilmente reconhecidas

do que outras e, assim,

podem contribuir mais

intensamente para a

construção da marca. Ou seja, há iniciativas que

a sociedade não enxerga, como a utilização de

sistemas que gerem economia no uso da energia

de uma indústria. Portanto, Lan destaca: “Para

que a empresa seja reconhecida também por

sua responsabilidade social, são necessárias duas

ações básicas: agir e comunicar”. A Petrobrás, por

exemplo, faz isso muito bem. Possui diversas ações

que trazem benefícios sociais, como o projeto Tamar,

que, além de preservar a tartaruga marinha, vende

produtos ligados à marca da iniciativa e dissemina

isso na sociedade, abrindo as sedes dos projetos para

a população.

Renato Senatore defende que, independentemente

do reconhecimento imediato, pensar e praticar

sustentabilidade nos campos humano, social

e ambiental é o único caminho para melhorar

o desempenho e garantir a perpetuidade das

corporações. “Agindo assim, o reconhecimento

social e o consequente aumento de valor das marcas

virão naturalmente”. Lan complementa e afirma

que não dá para pensar em responsabilidade social

sem pensar em resultados a longo prazo. “É como

um filho, não dá para por no mundo e depois

esquecê-lo por aí. Tem que ter continuidade, pensar

nos próximos projetos e dedicar-se sempre. Ações

bem planejadas e estruturadas contribuem para

a formação da identidade da empresa, reforçam a

responsabilidade social da marca e a comunidade

como um todo acaba reconhecendo esse valor”.

Investimento equivocado

É comum ver empresas, principalmente as grandes, criando fundações e instituições sem fins lucrativos que acabam sendo responsáveis pelas principais ações sociais. Assim, se a corporação não

tiver a mesma consciência, a própria sociedade saberá diferenciar as posturas e agregará valor a organizações diferentes. O Mcdonald’s, por exemplo, apesar de possuir a fundação Ronald McDonald House desde 1974, voltada para assistência a crianças, foi reconhecido pelas mídias e pela sociedade como um restaurante de comidas gordurosas, pesadas, que prejudicam a saúde das pessoas. Essa imagem foi critiaca em “Super Size Me”, documentário de 2004 feito pelo cineasta independente norte-americano Morgan Spurlock e traduzido no Brasil como “A Dieta do Palhaço”.

Essa visão acabou impactando o crescimento do Mcdonald’s no mundo, na época. Para se adaptar à nova realidade social, a rede precisou de uma evolução no seu conceito de alimentos e de mudanças estratégicas profundas na comunicação

Page 22: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

Corporações estão usando freneticamente o greenwashing,

o que traz consequências graves à credibilidade de todo o

campo da comunicação ligada à sustentabilidade.

Com o índice de crescimento no lançamento de produtos

ecologicamente corretos entre 2007 e 2009 alcançando

500%, observou-se que a prioridade de grandes líderes de

mercado esteve focada na meta de sustentabilidade com

o intuito de aumentar sua receita e agregar vantagem

competitiva com a valoração verde de seus produtos.

Contudo, o caminho ideal a seguir raramente é claro.

Com a visão da Gestão Ambiental aliada ao conceito de

Ecologia e Marketing Ambiental, aponto três estratégias

de produtos para alinhar as metas verdes das organizações

aos seus recursos.

Estratégias com táticas no foco ao cliente, entendendo

suas expectativas; conhecendo os recursos da

e no cardápio, esforço que ficou caro e demorou para surtir efeito. Hoje, o Mcdonald’s colhe os lucros frente ao seus concorrentes. “Deixar a própria sociedade dar diversos sinais e simplesmente não adotar nenhuma ação imediata foi um dos principais equívocos do Mcdonald’s”, comenta Jony Lan. “Tenho certeza de que agora a gestão já incluiu essa responsabilidade em seu negócio e não deixou apenas para a Fundação Ronald Mcdonald”, conclui.

concorrência; alinhando seus produtos e mensagens para evitar a acusação de “Greenwashing”; com as quais posso afirmar que teremos as medidas ideais para o sucesso do qualquer projeto, são elas:

1- Estratégia de acentuar ou destacar atributos sustentáveis na carteira de produtos e serviços da organização;

2- Estratégia de adquirir uma marca verde.

3- Estratégia de arquitetar, caso haja capacitação e ativos importantes de desenvolvimento de produtos, a organização pode criar algo novo, criar do zero.

A definição da estratégia depende ainda de dois fatores importantes, até onde a carteira atual da organização poderá ser “verdejada”, e quão avançados são os recursos de desenvolvimento de produtos verdes, sempre transversalizando o conceito da cultura contemporânea de

valor e apresentando uma síntese de três modelos de superação de riscos estratégicos decorrentes das

diferenças culturais presentes no

perfil do mercado consumidor.

Page 23: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição
Page 24: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

24

Empresas adotam práticas que procuram

demonstrar o seu respeito e a sua

preocupação com as condições do ambiente

e da sociedade em que estão inseridas ou

onde atuam.

Ideias de projetos empresariais que atendam

aos parâmetros de sustentabilidade

respeitando aspectos econômicos, sociais,

culturais e ambientais da sociedade humana

provaram-se também economicamente

viáveis, e a conscientização, conhecimento e

aplicação dessas práticas são cada vez mais

incorporadas na gestão das empresas por

meio da estratégia de negócios, de processo,

tecnologia e produtos. Um exemplo é a Dow

Corning do Brasil, Norte Americana no ramo

de industrialização de silicones, com fábricas

e centros comerciais em vários países e

planta em Hortolândia. Fabricante de mais

de 150 itens, atende diversas indústrias

(aeroespacial, automotiva, construção,

processamento de alimentos, farmacêutica,

plásticos, têxtil, tintas, cosméticos, entre

outras) em todo o mundo.

Em entrevista concedida à revista ‘O meio

Por Inteiro’, Irineu Bottoni, diretor da

multinacional, expôs de forma objetiva a

visão da empresa sobre a temática e abordou

o empenho desta para os princípios da

sustentabilidade englobando a preocupação

com a saúde, segurança e bem-estar de

seus funcionários e da comunidade, como

também o cuidado com o Meio Ambiente,

sendo signatária do Programa Atuação

Responsável®.

Por Edvania Eldevik

Page 25: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

1 - Como a Dow Corning aborda a questão de

sustentabilidade dentro da sua gestão?

Como muitas empresas ao redor do mundo, a Dow

Corning está profundamente empenhada na criação

de produtos, processos, e tecnologias sustentáveis.

Também estamos empenhados em soluções cujo

impacto social e econômico atenda as necessidades

ambientais da sociedade.

Podemos perceber, através da mídia e relatórios

das empresas, uma crescente intensidade dedicada

às atividades como corte de resíduos de processos,

redução de emissões, aumento de eficiência

energética, conservação de água, utilização de

recursos renováveis, evasão de substâncias perigosas

e a promoção de produtos sustentáveis com apelo

aos consumidores conscientes. Não podemos nos

dar ao luxo de sermos sustentáveis sem ter os

conceitos de eco-inovação profundamente enraizado

e incorporado na nossa cultura, estratégia e carteiras

de mercado.

2 - Quais são os projetos desenvolvidos nessa

área?

Na Dow Corning do Brasil, somos guiados por

três pilares de sustentabilidade: ambiental,

social e econômico. Queremos estar envolvidos

com empresas que tenham um balanço de

sustentabilidade positivo em relação ao impacto

ecológico; queremos proporcionar um benefício

social que melhore a qualidade de vida da

humanidade; e queremos estar em negócios

que possam sustentar-se financeiramente e

ambientalmente, em uma sociedade que respeite

e valorize esses conceitos.

Esses princípios são trabalhados em nosso código

de conduta corporativo. O que nós vimos em nossas

experiências no mercado é que a sustentabilidade,

como uma operação princípio, não funciona se é

imposta de cima para baixo em uma organização,

tem que ser aceita por todos como um princípio

orientador. Isso também funciona para a sociedade

onde estamos inseridos.

3 – Pode citar alguns projetos?

Dentro desse conceito, temos feito trabalhos

procurando envolvimento da comunidade,

dentre eles, um trabalho de conscientização

ambiental feito em parceria com a Elus – Gestão

e Projetos Educacionais, e um projeto pioneiro de

conscientização ambiental com crianças em escolas

de Hortolândia, no qual aproximadamente 7000

crianças foram atendidas entre 2009 e 2010.

4 - Quais são as ações para os próximos anos?

Se quisermos continuar a melhorar os padrões de

vida juntamente com o crescimento populacional,

temos que nos esforçar para trazermos inovações e

novas tecnologias em produtos/processos e serviços.

Temos também que garantir que os princípios

da sustentabilidade sejam partes integrantes do

conteúdo e das atividades de nossos projetos

futuros.

Page 26: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

26

Companies adopt practices which aim to

demonstrate their respect for and worry

about the conditions of the environment

and the society in which they are inserted

or act.

Coporate project ideias which follow the

sustainability parameters and respect the

human society’s economical, social, cultural

and environmental aspects have proved

to be also economically possible. And

the awareness, knowledge and appliance

of these practices are becoming part of

companies’ management through business

strategies and processes, technologies and

products. One example is Dow Corning

do Brasil, North American company in

the silicon industrialization segment,

with factories and commercial centers in

many countries and its Brazilian plant in

Hortolândia. Manufacturer of over 150

items, it supplies for different industries

(aerospacial, automotive, building, food

processing, chemical, plastic, textile, inks,

cosmetics, and others) all around the world.

In the interview for ‘O meio Por Inteiro’

magazine, Irineu Bottoni, multinational

director, exposed objectively the company’s

view about the topic and has mentioned

its interest in the sustainability principles

and embodies the concern with health,

well-being, and safety of its employees and

community, as well as the care with the

environment, being signer of the Programa

Atuação Responsável®.

By Edvania Eldevik

Page 27: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

27

1-How does Dow Corning approaches the

sustainability issue in your management?

As many companies around the world, Dow

Corning is deeply engaged with the development of

sustainable products, processes and technologies.

We are also engaged with solutions whose social and

economical impact meets the society environmental

needs.

It is possible to notice, through the media and

companies’ reports, an ascending intensity

dedicated to activities as decrease of the process

remainders, in the

emissions, increase

of the energetic

effectiveness, water

saving, use of

renewable resources,

evasion of dangerous

substances and

the promotion

of sustainable

products appealing

to the conscious

consumers. We can

not afford being sustainable without having the eco-

innovation concept deeply rooted and embedded in

our culture, strategy and market book of business.

2 – Which projects are developed in this area?

In Dow Corning do Brasil, we are based on the three

sustainability pillars: the environmental, social and

economical. We want to be involved with companies

that have a positive sustainability balance against

the ecological impact; we want to provide social

benefit in order to improve humanity’s life quality;

and we want to do business which can self-sustain

financially and environmentally in a society that

respects and values these concepts.

These principles are part of our corporate conduct

code. What we have seen in our market experience

is that sustainability, as a start operation, does not

work if it is imposed top-down in an enterprise, it has

to be accepted by everyone as a guiding principle.

It also works for the society where we are inserted.

3 – Can you mention some projects?

Based on this concept, we have been doing some

works aiming the

society involvement,

an environmental

consciousness work

done together with

Elus – Educational

M a n a g e m e n t

and Projects,

and a pioneer

e n v i r o n m e n t a l

c o n s c i o u s n e s s

project with children

at schools in

Hortolândia, in which approximately 7000 children

have been serviced between 2009 and 2010.

4 – What are the actions for the next years?

If we want to continue improving the life quality

standards along with the population growth, we

have to work hard to bring innovation and new

technologies in products/processes and services.

We also have to assure that the sustainability

principles are part of the content and of the activities

of our future projects.

Page 28: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

mini coletoresempresas parceirasensino médioensino fundamental certificações

Em apenas um ano de vida o Projeto Participe & Recicle

contou com:

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Faça parte você também de uma nova geração.

Participe. E recicle.

contribuindo e participando+ de 35.000 pessoas

+ de 100 parceriascom empresas, escolas e instituições de todo Brasil

corretamente destinadas para reprocessamento (20 toneladas)

+ de 2 milhões de pilhas e baterias coletadas

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Page 29: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

29

As cidades da RMC (Região Metropolitana de

Campinas) – Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa,

Monte Mor, Americana e Santa Bárbara D’Oeste –

são as participantes do Consórcio Intermunicipal de

Manejo de Resíduos Sólidos. No total, 29 empresas

manifestaram interesse em desenvolver projetos

voltados para o manejo e a destinação do lixo

domiciliar desses municípios. Dessas, 15 empresas

apresentaram documentação exigida em edital e

estão aptas a desenvolver projetos, que devem ser

apresentados até o dia 12 de julho.

Segundo o presidente do consórcio, o prefeito

de Sumaré, José Antonio Bacchim (PT), o número

de empresas que manifestaram interesse superou

todas as expectativas iniciais. Ele acredita que o

consórcio tem a grande chance de receber projetos

interessantes e consistentes, que poderão contribuir

para a formatação do trabalho a ser seguido pelo

consórcio.

“Quero acreditar que os projetos a serem desenvolvidos

venham contribuir, de maneira prática e objetiva,

com o procedimento a ser adotado no manejo do

lixo das seis cidades consorciadas. Quero lembrar

que, além dos projetos que serão elaborados pelas

empresas, temos o Plano do Manejo dos Resíduos

Sólidos, que está sendo pilotado pela Unicamp e que

terá caráter de nos auxiliar neste trabalho”, comenta

o prefeito Bacchim.

A minuta de contrato de rateio, a qual determina que

cada cidade participante do Consórcio Intermunicipal

de Manejo de Resíduos Sólidos deve contribuir para

custear as despesas da entidade, foi aprovada no

dia 12 de fevereiro pelos prefeitos de Sumaré, José

Antonio Bacchim, de Hortolândia, Ângelo Perugini,

e de Nova Odessa, Manoel Samartin, acompanhados

por representantes de Americana e Monte Mor,

De acordo com dados repassados pelas prefeituras

dessas cidades, são produzidas cerca de 600 toneladas

por dia de lixo, juntando os seis municípios. Sumaré,

Hortolândia, Nova Odessa e Americana enviam o seu

lixo para o aterro da Estre Ambiental, em Paulínia.

Já Santa Bárbara d’Oeste possui aterro próprio, e

Monte Mor encaminha seu resíduo para um aterro

em Indaiatuba.

Para formatar a minuta de rateio, o critério adotado

para a partilha se deu a partir do total da população.

Sumaré, a cidade com maior número de habitantes,

será responsável por 25,46% da contribuição,

seguida por Americana (22,24%), Hortolândia

(21,68%), Santa Bárbara d’Oeste (20,43%), Nova

Odessa (5,14%) e Monte Mor (5,05%).

Page 30: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

30

O “3º Encontro de profissionais do Meio Ambiente

das empresas da região do Grande ABC” reuniu

cerca de 150 profissionais, no dia 7 de abril, na

sede ‘Anchieta’ da empresa Volkswagen, em São

Bernardo do Campo. O evento contou com uma

programação de palestras e abordou temas como

políticas ambientais, industrialização sustentável de

resíduos, gestão de carbono e novos projetos de

sustentabilidade.

Na ocasião, foi lançada a revista ‘O Meio por Inteiro’,

um novo meio de informação que apresentará as

principais tendências e novidades relacionadas ao

meio ambiente e o mundo corporativo.

De acordo com o idealizador destes encontros e

diretor da Oscip Elus Ambiental, Júlio César de

Moraes, o ‘Encontro’ teve o papel de integrar todos

os setores. “Grandes empresas compareceram ao

evento, além de representantes dos órgãos públicos

e terceiro setor. É uma oportunidade de fomentar o

relacionamento e a troca de ideias entre profissionais

das empresas de grande porte e estabelecer um

fórum de debates para soluções de interesses

comuns”, conclui.

Para os participantes, encontros como esse são

importantes, pois é possível interagir com outros

profissionais do ramo e com diversos assuntos

ligados ao meio ambiente. “É uma ação nobre. Tudo

é possível através dessa sinergia que envolve troca

de informações e tecnologia. A sustentabilidade tem

que ser uma iniciativa top-down, e estar na estratégia

da empresa, depois na gestão”, afirma Ciro Daré

Rodriguez, da Autovisão Brasil.

Segundo Antônio Megale, da Volkswagen do Brasil

– sede do Encontro, o evento foi gratificante e de

grande importância: “A Volkswagem vem cada vez

mais investindo, buscando aperfeiçoar os sistemas

de produção e principalmente trabalhando de forma

focada na política de sustentabilidade”, comentou

o diretor de assuntos governamentais da empresa,

que acredita que outras empresas devem seguir essa

mesma linha.

Os profissionais da Tim celular, Adriana de Andrade

Lara Saez, Francisco de Assis Vieira de Sousa e Denise

Rodrigues Simões, complementam que o evento

trouxe informações importantes, já que a TIM está

no processo de certificação ISO 14001. “Sugerimos

palestrantes mais técnicos para o próximo encontro”.

Page 31: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

31

Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente,

a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público) Elus Ambiental, promoveu atividades

envolvendo as comunidades de Campinas e

Hortolândia nos dias 5 e 6 de junho.

Em Campinas, foi realizada uma limpeza de área e o

plantio de 300 mudas de árvores na rua Reverendo

Pupo Nogueira, 100, no Jardim Pacaembu, em

parceria com a Igreja Cristã Maranata Betel. Ainda

foram distribuídos 5 mil gibis do “Recicladinho”,

ferramenta que tem como objetivo trabalhar a

educação ambiental com as crianças. O boneco

“Recicladinho” também esteve presente. A ação

envolveu a comunidade local.

Já no dia 6, domingo, aconteceu a Pedalada Ecológica

em Hortolândia, no bairro Jardim Rosolen. No evento,

também foi feito o plantio de 100 mudas de árvores.

5º Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de Grande

Porte da RMC

A cidade de Sumaré vai receber no mês de setembro

o 5º Encontro dos Profissionais de Meio Ambiente

das Empresas de Grande Porte da RMC. O evento

será realizado em parceria com a Secretaria do

Meio Ambiente do município e contará com

palestrantes de renome no cenário nacional. Os

temas abordados serão a contaminação e as políticas

de sustentabilidade de empresas multinacionais.

Devido ao grande número de gestores ambientais

interessados em comparecer ao evento, será

necessário fazer cadastro para o encontro, que

deve ser concretizado pelo e-mail comercial@

omeioporinteiro.com.br. Também para o mês de

setembro está sendo planejado o 4° Encontro dos

Profissionais de Meio Ambiente das Empresas de

Grande Porte do ABC.

Page 32: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

32

A OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público) Elus Ambiental firmou parceria com a gráfica

E-color. Com isso ela passa a ser a responsável pela

impressão da revista O Meio por Inteiro.

A parceria une duas empresas cujo foco dos projetos

é a sustentabilidade, tema que

alcança apelo cada vez maior,

seja entre a população ou com

as organizações empresariais.

“Essa parceria abre uma ligação

entre a E-color e as empresas

que já trabalham com a Elus,

que possuem essa mesma

filosofia nossa, ou seja, visando

sempre a parte ecológica e

não só o financeiro”, afirma

o diretor da gráfica E-color,

Antônio Fernando Bonini.

Papel utilizado contribui

com o meio ambiente

Bonini ressalta que a E-color

trabalha com papéis fabricados

com fontes renováveis. A

grande maioria do papel é feito com a celulose

que vem dos eucaliptos, cujas madeiras são de

reflorestamento. “Após serem industrializadas, é

gerada a celulose, para que sejam feitos os papéis”,

explica o diretor.

A importância de se usar esse tipo de papel é grande.

Segundo Bonini, no caso de a celulose não ser feita

com os eucaliptos ela será

feita com madeiras que não

são de reflorestamento, o que

prejudica o meio ambiente.

E-color está em busca do

selo FSC

O FSC (Forest Stewardship

Council, ou Conselho

do Manejo Florestal, em

português) é o selo verde

mais reconhecido em todo o

mundo, presente em todos os

continentes do mundo.

Essa certificação florestal deve

garantir que a madeira utilizada

em determinado produto é

oriunda de um determinado

processo produtivo manejado

de forma ecologicamente adequada, socialmente

justa, economicamente viável e no cumprimento de

todas as leis vigentes.

Page 33: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição
Page 34: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

Proteção e Manutenção do Meio Ambiente –

Nosso Dever, nosso Direito ou uma preocupação

de outros?

Quando penso em Meio Ambiente, imediatamente

me vem a imagem de um belo rio, cercado de floresta,

onde poderia praticar o meu hobby predileto, a

pescaria. Porém, como no livro de Thomas More

(“Utopia”, 1516 – em grego, utopos = “em lugar

nenhum”), tudo isto pode parecer utopia, pois na

vida real o Meio Ambiente pode não ser atrativo

assim, ou seja, no entorno do local onde vivemos,

moramos ou trabalhamos, a natureza foi ou pode

estar sendo alterada significativamente, fazendo

com que os seres humanos sintam-se alijados desta

e, talvez, pertencentes a outro planeta, distante e

imaginário.

Mas ledo engano, o ser humano, para a tristeza de

alguns, está intimamente ligado ao Meio Ambiente

e a natureza do planeta Terra, e as suas ações

refletem diretamente no que ocorre ou irá ocorrer

no planeta neste século, afetando as próximas

gerações.

Estas posturas interferem nas tomadas de decisões,

quando as empresas buscam investir em políticas

ambientais, graças às mudanças do pensamento

neste século XXI, trazendo para dentro das

instalações a preocupação com a necessidade de

manter a qualidade de vida para os colaboradores,

clientes e para a sociedade civil.

Antes de continuarmos, devo traçar um breve

histórico da SMS Tecnologia Eletrônica Ltda., a sigla

SMS foi criada para abreviar o nome do 1º produto

desenvolvido pela empresa: Fonte de Alimentação

Chaveada, em inglês: Switching-Mode Power

Supply (SMPS). SMPS foi abreviada para SMS, com

o intuito de facilitar a pronúncia. A SMS foi pioneira

na fabricação de Fontes de Alimentação Chaveada,

ainda que a SMS não fabrique mais esse tipo de

produto, sabe-se que atualmente ele está presente

em quase 100% dos aparelhos eletrônicos. A sua

fundação ocorreu em São Paulo no ano de 1982,

com a finalidade de fornecer produtos e serviços de

tecnologia da informação, com qualidade, agilidade

e confiabilidade. Localizada no ABCD paulista em

Diadema, é hoje o maior fabricante de sistemas de

Page 35: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

35

condicionamento de energia do país, conquistando

assim a liderança no mercado de Estabilizadores

de Tensão, Filtros de Linha, Nobreaks e Nobreaks

Inteligentes.

A SMS, desde a sua fundação, tem-se apresentado como pioneira no lançamento de novos produtos de tecnologia de ponta, apresentando estes, alta confiabilidade e performance. A SMS conquistou, em novembro de 1998, a Certificação NBR ISO 9002:94 para linha de nobreaks e estabilizadores. Apesar de ter conquistado esta certificação, a SMS não parou de investir em Qualidade e nos processos internos das suas fábricas. O resultado disso foi a conquista da Certificação NBR ISO 9001:94 para toda sua linha de produtos, em novembro de 2001 e, em julho de 2002, a Certificação NBR ISO 9001:2000. E a transição para a NBR ISO 9001:2008 ocorreu em 2009.

Essas diretrizes representam o compromisso da SMS com a Qualidade, a conservação e a preservação do Meio Ambiente.

Na SMS, a preocupação com os resíduos gerados nos seus processos e com a qualidade das suas instalações sempre esteve presente, atendendo não só à legislação ambiental e de saúde existente, como se preocupando com a continuidade das suas atividades e a participação no mercado.

Após as certificações de sistemas da Qualidade e de Produtos alcançadas, foi tomada a decisão de buscar a formalização das atividades de controle e proteção ambiental, através da certificação NBR ISO 14001:2004.

Remetendo ao primeiro parágrafo, nesta caminhada,

o item mais difícil é a conscientização de todos

sobre a preservação dos recursos, pois os recursos

preservados, economizados e principalmente

reciclados, neste momento, representam economia

para toda a sociedade nos próximos anos e o

crescimento ordenado e racional do país e da sua

economia.

Portanto, investir nesta área é a forma mais

inteligente de fortalecer a marca perante a

sociedade civil.

Este passo na empresa é o inicio do trabalho de

fundamentar, em todas as partes envolvidas, a

consciência da importância de proteger e manter o

meio ambiente, sem repassar esta responsabilidade

a outros atores do negócio. Cabe a nós, que

trabalhamos nesta área, e ao poder público

conscientizar também os consumidores, para que

ao consumir fique a preocupação com o nosso

futuro e o dos nossos descendentes. Desta forma,

todos os agentes da cadeia de consumo estarão

exercendo o seu dever e o seu direito, trazendo para

si a responsabilidade compartilhada de preservar e

manter o meio ambiente, que nos cerca e do qual

fazemos parte com espécime que domina o “status

quo” atualmente.

Esta troca de ideias visa estimular a discussão e a

reflexão dos envolvidos e fazer com que possamos

caminhar no sentido da melhoria da qualidade de

vida, de todos no planeta. Sendo assim, agradeço

a paciência de todos em ler esta minha pequena

contribuição à causa do meio ambiente, obrigado.

Page 36: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

36

“DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS”

Gestão de Emergências e Riscos Ambientais é uma

questão de Segurança Pública.

Desde o descobrimento do Brasil, muitas foram

as leis e normas para regulamentar as tutelas do

Meio Ambiente, mas sempre focadas no interesse

econômico extrativista. Dentre elas, podemos citar

o Código Florestal de 1965 e a Política Nacional

de Meio Ambiente (PNUMA) de 1981, provocando

nesta época grandes enfrentamentos políticos e

até diplomáticos. Nestes 20 anos, observou-se um

grande crescimento populacional desordenado,

alimentado por uma cultura consumista exacerbada

e uma cultura ambiental equivocada em relação à

utilização dos recursos naturais, que acreditávamos

ser infinitos.

Após os anos 80, iniciou-se um processo de

reconhecimento científico de que estes avanços

no desenvolvimento causaram um desequilíbrio

ecológico com sérias consequências no ar

atmosférico, no equilíbrio climático, nas nascentes,

ou seja, afetou todo o ecossistema em virtude da

destruição dos meios naturais que são fundamentais

para a vida humana.

Em 1988, foi promulgada a Constituição Federal

Brasileira, tipicamente antropocêntrica (na qual o

homem é o centro do universo) recheada de artigos

de proteção ambiental, que num primeiro momento

nos parece antagônica, porém, se analisarmos as

ocorrências nacionais e internacionais de catástrofes

socioambientais nos anos 60, 70 e 80, podemos

entender a preocupação que os legisladores tiveram

ao redigir as normas gerais que regulamentassem o

comportamento dos brasileiros frente à realidade

socioambiental, preservando a qualidade de vida

das presentes e futuras gerações impondo ao

Poder Público e à coletividade o dever de defender

e preservar o meio ambiente, visando o princípio

constitucional do desenvolvimento sustentável.

A partir deste momento histórico, tornou-se

impossível dissociar os direitos humanos dos direitos

ambientais em que todos passaram a ter o dever de

tutela ambiental.

Os bens ambientais deixaram de serem vistos como

direitos individuais e coletivos e passaram a ser de

interesse transindividuais. De acordo com a ilustre

Dra. Teresa Cristina de Deus, Doutorada em Direito

Ambiental “a flora gera interesses e direitos que

ultrapassam os limites de indivíduos considerados

isoladamente e passam a ser interesses e direitos

transindividuais. Este reconhecimento da sociedade

moderna pós anos 80 revolucionou a história do

direito, pois exigiu a reformulação e evolução

de conceitos ultrapassados, sendo certo que os

contornos dos direitos transindividuais repercutem

diretamente nas recentes leis do ordenamento

jurídico brasileiro, os quais tutelam o meio ambiente,

seja ele do trabalho, o cultural, o artificial ou o

natural (flora).”

Apesar de o direito estar em consonância com

os riscos ambientais, o homem deve sair do seu

egocentrismo econômico e social e estender os

olhar para a nova era do aquecimento global,

com sucessivas catástrofes ambientais mundiais

com danos à saúde pública planetária e com

consequências patrimoniais e sociais irreversíveis.

E, por incrível que pareça, mesmo diante deste

panorama, a sociedade fica inerte, como se estivesse

assistindo a um filme de ficção científica.

Page 37: revista O Meio por Inteiro - 2ª Edição

37

Perceba, caro leitor, que a questão ambiental

não é um problema legal e sim comportamental

e cultural. O homem muitas vezes não vislumbra

o meio ambiente como parte sistêmica, ou seja,

uma integração entre vários fatores biológicos,

químicos, físicos, culturais, econômicos, políticos e

até religiosos que podem gerar tensões e desajustes

sociais tecidos por uma rede de interdependência e

corresponsabilidade que interfere nas questões de

Segurança Pública.

Minha vivência na área ambiental com logística

reversa de baterias chumbo ácido inservíveis, que

engloba o transporte de um resíduo perigoso,

fez com eu estendesse meu olhar para os riscos

ambientais decorrentes desta atividade e os planos

de emergência no caso de acidentes. Comprometido

com a sustentabilidade, consegui, ao longo dos

anos, todos os tipos de licenças ambientais através

dos órgãos especializados, mas continuei a refletir

sobre os riscos das operações e a forma mais rápida

de solucionar um sinistro.

No que se refere a Seguro Ambiental, comento

que o tema é novo em nosso país e que começa

a ser incluído em diversas políticas públicas, pois

percebo que existem muitos fatores que encarecem

ou inviabilizam uma apólice de seguro. Dentre elas,

destaca-se a falta de gestão de emergência atrelada

aos riscos ambientais e, assim, resolvi entender

um pouco mais sobre Segurança Pública atrelada

às questões ambientais e, desta forma, procurei

conhecer um pouco da Defesa Civil Brasileira, que foi

criada com o objetivo de prevenir, reduzir e remediar

acidentes e desastres, inclusive os ambientais, bem

como ter um plano de emergência multidisciplinar

no âmbito nacional, estadual e municipal.

Em visita realizada pela equipe do PRAC ao Palácio

dos Bandeirantes em São Paulo, conversamos com

o Coronel da Policia Militar o Sr. Luis Massao Kita,

Secretário-chefe da Casa Militar (alto comando),

responsável pela Defesa Civil Estadual de São Paulo,

pois precisávamos entender a hierarquia e a forma

de comando e controle desta Instituição, pois ela

está sob a tutela dos militares:

“É de suma importância a disciplina e a hierarquia

militar, pois a Defesa Civil tem a prerrogativa de

coordenar ações multidisciplinares nas questões de

Segurança Pública, que envolvem a Policia Militar

de forma geral, a Polícia Ambiental, o Corpo de

Bombeiros, o SAMU e outras instituições que ficam

sob minha tutela”, comentou o Coronel Kita.

Destacou também que a responsabilidade da

Defesa Civil concentra-se em quatro etapas: Ações

preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas

e que o papel dos municípios é fundamental para

que obtenham o resultado esperado no caso de

catástrofes ambientais ou sociais. Explicou como

se divide a Defesa Civil, começando pelo SINDEC,

Sistema Nacional de Defesa Civil, sob a coordenação

da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério

da Integração Nacional, constituído por órgãos

e entidades da administração pública federal,

estadual, do distrito federal e dos municípios, mais

as entidades privadas e a comunidade que são

responsáveis pelas ações da Defesa Civil em todo

o território nacional, criado em 1988 e atualizado

pelo Decreto Federal nº 5.376 de 2005. Integram

o SINDEC:

• CONDEC – Conselho Nacional de Defesa Civil,

responsável pela formulação e deliberação de

políticas e diretrizes do Sistema (órgão superior). É

composto por um representante de cada Ministério

e da Corporação da Segurança Nacional (Marinha,

Exército e Aeronáutica);

• Secretaria Nacional de Defesa Civil, responsável

pela articulação, coordenação e supervisão técnica

do Sistema (órgão central);

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• CORDEC – Coordenadorias Regionais de

Defesa Civil, localizadas nas cinco macro regiões

geográficas do Brasil, responsável pela articulação

e coordenação do Sistema regionalmente (órgão

regional);

• CEDEC – Coordenadorias Estaduais de Defesa

Civil, responsável pela articulação e coordenação

do Sistema em nível estadual (órgão estadual);

• COMDEC e NUDEC – Respectivamente

coordenadoria municipal de defesa civil e núcleos

comunitários de defesa civil, responsáveis pela

articulação e coordenação do Sistema em nível

municipal (órgãos estaduais);

• Órgãos Setoriais: da administração pública

federal, estadual, municipal e do distrito federal

que se articula com os órgãos da coordenação,

com objetivo de garantir atuação sistêmica;

• Órgãos de Apoio: órgãos públicos e

entidades privadas, associações de voluntários,

clubes de serviços, ONGs e outros, que apóiam os

demais órgãos integrantes do Sistema.

“Hoje, o grande desafio da Defesa Civil está

focado na área de comunicação”, melhorar o

sistema integrado de rádio, TV, computadores,

internet e até rádio amador (no caso de pane

em telecomunicações). Porém, existem ações

isoladas que demandam muito esforço da sua

equipe estadual que trabalha na conscientização

das prefeituras sobre a importância de se ter um

COMDEC na prática e não só no papel.

“A Defesa Civil é essencialmente uma ajuda

humanitária”, é por este motivo que estamos

lançando a campanha “Defesa Civil Somos

Todos Nós”, sob a coordenação do Prof. Michel

Chelala (coordenador de marketing na época da

visita). Relatou em seu gabinete que pretende

“profissionalizar” a Defesa Civil através de um plano

de gestão que engloba:

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interesse no fortalecimento da Defesa Civil entre o público jovem e premiar as melhores teses sobre defesa civil com a publicação oficial desta pelo departamento de Defesa Civil Estadual.

“Todas estas pessoas acima envolvidas trabalham de forma voluntária”, comentou o Coronel Kita. Confesso que fiquei estarrecido com esta informação, pois acredito que a Defesa Civil deva ser o pilar de sustentação da segurança pública nas questões socioambientais e que esta

atividade profissional deveria ser muito bem remunerada, em virtude da complexidade das ações e do volume de trabalho. Por outro lado, fiquei encantado com a paixão que move um “exército” de pessoas empenhadas em trazer segurança e solucionar de forma rápida e eficaz todo e qualquer acidente, desastre ou catástrofe socioambiental.

Caro leitor, tudo isso nos remete a uma grande

reflexão: se o slogan da campanha da Defesa Civil é: “DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS”, deveríamos exercer nossa cidadania e contribuir para profissionalizar esta instituição promovendo a contratação também de civis para realizar atividades meio, por exemplo, nas centrais de telemarketing, para atender e direcionar ocorrências, equipes de tecnologia da informação para desenvolvimento de software e manutenção dos computadores que devem ser de última geração para evitar panes, vírus, etc, porém, haverá a necessidade de adequação na profissionalização deste setor, pois atividades meio podem e devem ser realizadas por civis para que as funções dos militares sejam preservadas nas atividades fim. Pensemos juntos nesta possibilidade, pois fortalecer a Defesa Civil é direito e dever de todos no exercício da cidadania.

• Plano estratégico de Defesa Civil (deve ser auditado);• Centro de Gerenciamento de Desastres Municipais (proporcional ao tamanho das cidades);• Mapeamento de ameaças naturais e tecnológicas digitalizado com foco em ações de prevenção, precaução, monitoramento e simulação de possíveis ocorrências e estoque estratégico de suprimentos emergenciais;• Capacitação em recursos humanos (profissionalização);• Sistema de Serviço Voluntariado para a Defesa Civil.

Outro ponto importante na época foi apresentado pelo Major Antonio Marcos, que elaborou o estatuto do CONGEDEC, Conselho de Gestores da Defesa Civil, que é uma pessoa jurídica composta de mais de 20 estados. Ele é o representante de São Paulo, na tentativa de alavancar profissionalmente a Defesa Civil e, através do FUNDAP, Fundação para o desenvolvimento administrativo do estado, conseguiu recursos para montar um curso à distância sobre Defesa Civil que foi planejado pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (CODEC – Estadual) para 1.500 pessoas e será divulgado para as 645 prefeituras do estado de São Paulo.

Em seu plano, pretendia realizar 17 seminários em 16 regiões administrativas do estado, com público de 70% militares voluntários e 30% servidores de órgãos públicos voluntários. E, no final do ano subsequente, iria organizar um grande evento estadual aberto ao público em geral, porém com foco nas universidades, e ele pretende contatar durante o ano as mais conceituadas para explicar o grandioso trabalho da instituição e despertar o

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Esse livro é uma análise de como as empresas podem

prosperar sob o ponto de vista financeiro e, ao mesmo

tempo, proteger e renovar os recursos sociais, ambientais

e econômicos que lhes servem de matéria-prima.

Oferecendo um conjunto de ferramentas e casos reais que

impulsionarão o leitor em busca da sustentabilidade em

suas empresas, essa obra ajuda na compreensão de uma transformação

em curso e mostra o que é possível fazer para tornar-se parte dela.

Empresas que exploram recursos humanos e naturais na sede por lucro

são empreendimentos insustentáveis. Tais empresas têm cada vez menos espaço numa época em que a pressão de acionistas e

investidores por responsabilidade social e ambiental é cada dia maior.

A Empresa Sustentável – O verdadeiro sucesso

e o lucro com responsabilidade

Autores: Weber, Karl e Savitz, Andrew

Editora: Campus

Tema: Terceiro Setor

Páginas: 320

Preço: R$ 83,90

Ano e número da edição: 2007 / 1ª edição.

A intenção de Como Consumir sem Descuidar do Meio

Ambiente é ensinar como as pessoas devem adaptar seus

hábitos e o que devem mudar no comportamento para

combater o aquecimento global e outros danos ao meio

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sem desperdiçar e sem comprometer a qualidade e o custo dos produtos,

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Conversas com os mestres da sustentabilidade vai expor

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tratar da esperada transição da economia atual para

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consciência dos problemas que já enfrentamos com os

efeitos do aquecimento global, são poucas as pessoas

que tomam atitudes contra isso. O livro vai abordar, por meio de uma

conversa, como o próprio título sugere, a falta de lideranças capacitadas e comprometidas com um futuro melhor para todos.

Lideranças do setor empresarial, do governo, sociedade civil, diplomacia, além de escritores e ambientalistas vão responder a uma

sequência lógica de perguntas na busca por soluções para os desafios e impasses do nosso mundo atual.

Conversas com os mestres da sustentabilidade

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Editora Gente

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Ano e número da edição: 2010 / 1ª edição

O livro Sustentabilidade e Mudanças Climáticas traduz a

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sobre como funciona o mercado de carbono, que, ao

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de como evitar desperdícios e torna possível um futuro

mais limpo.

Sustentabilidade e Mudanças Climáticas

Autores: Lopes, Fernando Giachini e Fujihara,

Marco Antonio

Editora: Senac São Paulo

Páginas: 168

Preço: R$ 45,00

Ano e número da edição: 2009 / 1ª edição

Como Consumir Sem Descuidar Do Meio

Ambiente

Autor: Berry, Sian

Editora: Publifolha Editora

Páginas: 128

Preço: R$ 19,90

Assunto: Ciências biológicas - Ecologia

Ano e número da edição: 2009 / 1ª Edição

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