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SUSTENTABILIDADE www.pack.com.br ANO•12 OUTUBRO 2009 146 EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN INOVAÇÃO R$ 15,00 O conceito de sustentabilidade socioambiental econômica está tomando corpo entre as empresas do setor de embalagem. Conheça quem são elas e como esse novo modelo de negócio está contribuindo para um futuro mais verde ENTREVISTA José Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente da Coca-Cola Brasil, diz que ainda há muito que aprender e mudar na área de meio ambiente 146_Capa.indd 1 1/10/2009 17:44:15

Revista Pack 146 - Outubro 2009

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SUSTENTABILIDADE - O conceito de sustentabilidade socioambiental econômica está tomando corpo entre as empresas do setor de embalagem. Conheça quem são elas e como esse novo modelo de negócio está contribuindo para um futuro mais verde

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EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN INOVAÇÃO

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O conceito de sustentabilidade

socioambiental econômica está tomando corpo entre as empresas do setor de embalagem.

Conheça quem são elas e como esse novo

modelo de negócio está contribuindo para um

futuro mais verde

ENTREVISTAJosé Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente da Coca-Cola Brasil, diz que ainda há muito que aprender e mudar na área de meio ambiente

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Margaret Hayasakieditora-chefe | [email protected]

CARTA AO LEITOR

Compromisso Com a sustentabilidade

reservar o meio ambiente é o assunto mais discutido em todo o mundo. O assunto não sai da mídia, seja ela qual for, é um bom-bardeio diário de informações. As empresas estão mudando os seus modelos de gestão para atender aos novos tempos, que exigem conju-

gar exaustivamente o verbo “preservar”. Mais do que zelar pelo futuro do planeta, que grita por socorro, há uma necessidade imperativa: a transparência nas prá-ticas sustentáveis. Existe muito marketing “verde” em torno do tema, mas somente sobreviverão as empresas que realmente estão envolvidas nesse processo de mu-dança irreversível. Irreversível para todos, não só para as indústrias, mas para os consumidores, que hoje são tão responsáveis quanto, por zelar do meio ambiente. É preciso mudar a atitude! Afinal, o que será das futuras gerações ou da perenidade dos negócios?

Cada um tem o seu papel nessa corrida pela sus-tentabilidade. Mas, o que de fato estamos fazendo? Essa é a pergunta que não quer calar. Na indústria de embalagem os desafios também são muitos. A recicla-gem gera renda e emprego para milhares de pessoas carentes no Brasil. Evoluímos, mas ainda falta muito. Ainda há poucos municípios que realizam coleta sele-tiva no Brasil. Esse é o assunto da matéria da jornalista Gisele Cichinelli.

E a política de resíduos sólidos, que tramita no congresso há 18 anos, ainda não foi aprovada. Existe a possibilidade de que venha acontecer ainda este ano. Essa questão tão urgente emperra na burocracia do poder público para a aprovação da legislação. Não sei o que é pior se é a burocracia ou a desinformação. O que dirá das propostas de leis que, por exemplo, querem banir as sacolas plásticas do mercado porque poluem o meio ambiente. Isso é ledo engano! Elas

são feitas de fontes não-renováveis. Verdade. Mas, em contraponto, elas são recicláveis e podem gerar energia elétrica para iluminar uma cidade, como acontece no Japão. Isso é sustentabilidade! Será que as legislações ambientais estão realmente indo a favor do planeta? Legislação ambiental é o tema da matéria do jornalista Kleber Pinto.

A sustentabilidade é tão abrangente, que fica difícil contemplar todos os aspectos, mas nessa edição espe-cial da revista Pack, a equipe transpirou muito para entregar informações que podem fazer a diferença no seu negócio. A sustentabilidade não afeta apenas o seu negócio, mas de todos os seus pares. Conheça as empresas do setor de embalagem que estão traba-lhando para um mundo melhor em todas as faces da sustentabilidade socioeconômica ambiental.

E quem enxerga o mundo dessa forma, além do seu muro, é a Coca-Cola Brasil. José Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente da companhia, é o nosso entrevistado do mês. Ainda podemos esperar muitas mudanças sustentáveis. Para ele, a questão ambiental ainda é nova, já que crescemos em um mundo que não aprendeu a preservar. E, agora, isso é irreversível. Saiba como pensa o homem verde da Coca-Cola Brasil e os esforços ambientais.

Enfim, essa edição não é tão somente especial pelo tema, mas pela comunicação visual. A dona das ideias, da harmonia das formas e dos textos, que garantem não só a bela plasticidade, mas também dinamismo é a designer Tami Arita. Meus agradecimentos.

Encerramos uma edição especial. Em dezembro, vem a próxima edição especial Pack Destaque de Preferência. Quem são os fornecedores preferidos eleitos pelos nossos leitores, de norte a sul do Brasil? Aguardem!

Até a próxima edição.

carta ao leitor

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Endereço eletrônico com conteúdo complementar à Revista Pack.

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BLOG DA PACK

Seu espaço para trocar informações, compartilhar experiências e encontrar soluções para os seus negócios.

Revista especializada no mercado de embalagem.

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EDIÇÃO ESPECIAL PACK NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Prepare-se para conhecer os melhores e mais qualifi cados fornecedores das 53 categorias da cadeia produtiva.

Na 4ª Edição, a Pesquisa Pack Destaque de Preferência, já é reconhecida pelos profi ssionais do setor como um guia efi ciente das melhores empresas da indústria de embalagem.

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6 EDITORA BANAS6 EDITORA BANAS

MATÉRIAS

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SUSTENTABILIDADE > CONSUMO74% dos consumidores acreditam que podem infl uenciar para que uma empresa atue de forma responsável

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sumário

CAPAA sustentabilidade afeta toda a cadeia produtiva

ENTREVISTA“A meta para redução de consumo de água é de 2% ao ano”

ESPECIAL SUSTENTABILIDADE22 PRESERVAR PARA CRESCER

A gestão de sustentabilidade exige um processo de aprimoramento contínuo. Nesse contexto, a indústria de embalagem também já adota novas práticas para o crescimento do seu negócio e para atender às exigências dos consumidores verdes

SUSTENTABILIDADE > ECONOMIA VERDE24 POR UM FUTURO MAIS VERDE

A multinacional alemã Henkel não somente traçou metas ambientais, como também envolve todos os seus funcionários nessa estratégia de negócio

28 EM BUSCA DO MENOR IMPACTOA efetiva aplicação dos 4 R´s nas plantas de produção de embalagens de vidro da Owens-Illinois permite redução do consumo de energia, de matérias-primas e recursos naturais, e da quantidade de embalagens depositadas em aterros sanitários

32 UM NEGÓCIO ECOEFICIENTEDos projetos de fl orestamento de pinus até as ações sociais, a Ibema não só cuida do futuro do planeta, mas das pessoas

36 TECNOLOGIA PRODUZ MAIS COM MENOS A Oystar Fabrima desenvolveu uma empacotadora de alta velocidade que utiliza menos material de embalagem

40 DE VOLTA ÀS ORIGENSA lata de alumínio pode ser reciclada infi nitas vezes sem perda de nenhuma de suas características. Nesse negócio, a Novelis pratica o desperdício zero e multiplica os ganhos ambientais

44 FAZENDO A DIFERENÇA COM A LONGA VIDA Com investimentos em práticas sustentáveis que remontam a sua criação, a multinacional sueca Tetra Pak garante um futuro mais verde

SUSTENTABILIDADE > ENTREVISTA48 “SUSTENTABILIDADE É A PERPETUIDADE DOS RECURSOS NATURAIS”

Para garantir o futuro do planeta, a Coca-Cola Brasil vê o mundo verde além dos seus muros, com ações que contemplam o seu negócio e de seus pares

SUSTENTABILIDADE > RECICLAGEM DE EMBALAGENS 52 MUITOS DESAFIOS PELA FRENTE

As vantagens da reciclagem das embalagens são inúmeras. Apesar disso, o setor ainda caminha a passos lentos

SUSTENTABILIDADE > LEGISLAÇÃO AMBIENTAL56 ENTRAVES DA LEI

Indústria de embalagem se vê às voltas com Projetos de Lei, políticas e normas muitas vezes criadas de forma atropelada

SUSTENTABILIDADE > CONSUMO 60 CONSUMIDOR CONSCIENTE PREFERE

EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS Levantamento mostra que os consumidores estão dispostos a premiar as empresas (comprando ou indicando-as para terceiros) que praticam o desenvolvimento sustentável no centro do seu negócio

SUSTENTABILIDADE > EMPREENDEDORES64 EMPREENDEDORISMO CONSCIENTE

Indústrias empreendedoras apostam nas embalagens verdes e revelam sua percepção de um mercado em expansão

SUSTENTABILIDADE > ARTIGOS

68 ECODESIGN NÃO É DESIGN ECOLÓGICO!O ecodesign deve ser entendido como uma política de gestão ambiental nas empresas e um programa multidisciplinar que envolve várias áreas

70 ECOLOGIA RIMA COM ECONOMIA Nestes novos tempos, o segredo do sucesso está no

SEÇÕES

8 AGENDA

9 CARTAS

10 PACK ONLINE

12 ATUALIDADES

16 VANGUARDA

18 LANÇAMENTOS INTERNACIONAIS

20 ARTIGO

72 NOTAS TÉCNICAS

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8 EDITORA BANAS

60 anos

EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

Fundador: Geraldo Banas (1913 – 1999)Publisher: Cristina Banas

Editora: Elizabetha Banas (1923 – 2007)Editora-chefe: Margaret Hayasaki – [email protected]

Jornalista web: Kleber Pinto – [email protected] Técnica: Assunta Camilo (FuturePack) – [email protected]

Revisão: Rosa AmaralConsultoria Técnica: Guilherme Sergio Maradine

Secretária: Silvana TelesAdministrativo e Financeiro: Zenaide Crepaldi – [email protected]

Projeto gráfi co: Editora Banas Produção: Luciano Tavares de Lima (gerente) – [email protected]

Editora de Arte: Tami Arita – [email protected]: Tami Arita – [email protected]

CONSELHO EDITORIALAndré Vilhena – Diretor CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem; Assis

Garcia – Diretor do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA; Claudio Irie – Diretor de marcas controladas do Carrefour; Eduardo Yugue – Gerente de embalagens da Nestlé;

Geraldo Cardoso Guitti – Presidente da Refrigerantes Convenção; Lincoln Seragini – Diretor–presidente da Seragini Farné; Luiz Belloli Neto – Presidente da Câmara setorial de máquinas para a indústria alimentícia, farmacêutica e refrigeração industrial da Abimaq –

Luis Madi – Diretor - geral do ITAL - Instituto de tecnologia de Alimentos

DEPARTAMENTO DE VENDASDiretor Comercial: Paulo Galante – [email protected]

Executivos de Negócios – São Paulo:Cláudio Alves Freire, Daniel Teixeira Falcetta, João Domingues,

Juan Masgrau e Márcia Gonçalves

Tel.: (11) 3748-1900 – Fax: (11) 3748-1800

Belo HorizonteM Lage Vendas e Representações – Av. Raja Gabaglia, 4000 sl. 207 – Belo Horizonte

– MG – CEP 30494-310 – Contato: Marcio Lage – Tel.: (31) 2127-3854 – (31) 9612-8028 – [email protected]

Rio de Janeiro: Art Comunicação S/C Ltda. – Contato: Francisco Neves – Rua Almeida Bastos, 90 – 101

– CEP 20755-270 – Tels.: (21) 2269-7760 – (11) 9943-5530 – Fax: (21) 3899-1274 – Rio de Janeiro – RJ – [email protected]

Rio Grande do Sul: Interface Comunicação e Propaganda Ltda.: – Contato: Vera M. Silva – Av. Taquara, 193

– Cj. 406 – CEP 90460-210 – Tel./Fax: (51) 3330–2878 – Porto Alegre – RS – [email protected]

São Paulo – InteriorAqueropita Intermediações de Negócios Ltda.: – Contato: Aparecida A. Stefani –

Tel.: (11) 3748-1900 – Fax: (11) 3748-1800 – [email protected]

São Paulo – Campinas e região Vidofi Representações – Contato: Andréa Muniz – Tel.: (11) 8675-2157 –

[email protected]

REPRESENTANTE INTERNACIONAL

Argentina15 de Noviembre 2547 – C1261 AAO –

Capital Federal – Republica Argentina

Tel.: (54-11) 4943-8500 – Fax y Mensajes: (54-11) 4943-8540

www.edigarnet.com

ACORDO DE COOPERAÇÃO

Phone: +1 312/222-1010 – www.packworld.com

Centro Empresarial de São Paulo – Av. Maria Coelho Aguiar, 215 Bloco B – 3º andar– SP – CEP: 05804-900

São Paulo-SP Tel.: (11) 3748-1900 – Fax: (11) 3748-1800

CNPJ 60.432.796/0001-83 – I.E. 104.259.747.116, C.C.M. 1.249.632-4

Impressão: IBEPMiolo certifi cado pelo FSC

Circulação nacional: Tiragem – 10 000 exemplares

Periodicidade: mensal

Assinatura: Anual (Brasil) = R$ 97,00 • Nº Avulso = R$ 15,00

OUTUBRO 2009PACK – EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

é uma publicação mensal da Editora Banas Ltda.

A PACK é dirigida aos profi ssionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens,

bem como prestadores de serviços relacionados à logística, design e todos os processos relacionados a indústrias de embalagem.

Filiada à

É permitida a divulgação das informações contidas na revista desde que citada a fonte.PACK reserva-se o direito de publicar somente informações que considerar

relevantes e do interesse dos leitores da revista

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EM DESTAQUE

FEIRAS NO BRASIL

FEIRAS NO EXTERIOR

Especialistas em embalagens de luxo e empresas que estão trabalhando com avançadas tecnologias irão apresentar durante a 22ª edição da Luxe Pack Mônaco, que acontece de 21 a 23 de outubro, as suas melhores soluções em embalagem. O evento é considerado uma referência em embalagem de luxo.

DATA FEIRA LOCAL ORGANIZAÇÃO

De 27 a 30 de outubro

Fispal Bahia – Feira Internacional de Produtos, Embalagens, Equipamentos, Acessórios e Serviços para Alimentação

Centro de Convenções da Bahia, Salvador, BA

Brazil Trade ShowsTel.: (11) 3234-7725www.fi spal.com

De 10 a 13 de novembro

Feira Tecnoplast Centro de Exposições Fiergs, Porto Alegre, RS

Fcem Feiras e CongressosTel.: (51) 3338-0800www.fcem.com.br

De 12 a 14 de novembro

Seminário de Resíduos Recicle Cempre

Auditório Pavilhão Branco do Expo Center Norte, São Paulo, SP

Cempre – Compromisso Empresarial para ReciclagemTel.: (11) 3889-7806www.cempre.org.br

De 8 a 12 de março de 2010

Brasilpack – Feira Internacional de Embalagem

Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo, SP

Reed Exhbitions Alcantara MachadoTel.: (11) 3060-5000www.brasilpack.com.br

De 8 a 12 de março de 2010

Fiepag – Feira Internacional de Papel e Indústria Gráfi ca

Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo, SP

Reed Exhbitions Alcantara MachadoTel.: (11) 3060-5000www.fi epag.com.br

De 8 a 12 de março de 2010

Flexo Latino America – Feira Internacional de Flexografi a

Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo, SP

Reed Exhbitions Alcantara MachadoTel.: (11) 3060-5000www.fl exolatinoamerica.com.br

De 8 a 12 de março de 2010

Salão Embala Inovação Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo, SP

Reed Exhbitions Alcantara MachadoTel.: (11) 3060-5000www.salaoembala.com.br

agenda

DATA FEIRA LOCAL ORGANIZAÇÃO

De 20 a 23 de outubro

Propak África – Feira de Embalagem, Equipamentos e Materiais

Johannesburg Expo Centre, África do Sul

Specialised Exhibitions LimitedTel.: +27118351565www.specialised.com

De 21 a 23 de outubro

Luxe Pack Mônaco – Feira de Embalagem de Luxo

Grimaldi Forum, Mônaco, França

Idice S.A.Tel.: +330474734233www.luxepack.com

De 22 a 24 de outubro

International Sweet & SnackTec China – Feira Internacional de Processos e Embalagem para a Indústria de Confeitaria, Padaria e Salgados

Shanghai Exhibition Center, Shangai, China

Koelnmesse GmbHTel.: +492218210www.sweetsnacktecchina.com

De 3 a 6 de novembro

Andina-Pack – Feira Internacional de Embalagem

Bogotá, Colômbia Pafyc LtdaTel.: +5716212436www.andinapack.com

De 4 a 6 de novembro

Expo Packaging & Food Processing – Feira de Soluções, Produtos e Serviços para Envase e Embalagem

Espacio Riesco, Santiago, Chile

Expotrade ChileTel.: (56-2) 4345380www.expotrade.cl

De 9 a 11 de fevereiro de 2010

WestPack – Feira de Embalagem

Anaheim Convention Center, Califórnia,Estados Unidos

Cânon Communications LLCTel.: 310-445-4200www.westpackshow.com

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9EDITORA BANAS

Cartas&E-mails

E-MAIL [email protected]

PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃOCentro Empresarial de São PauloAv. Maria Coelho Aguiar, 215 – Bloco B – 3o andar | CEP 05804-900 – São Paulo –SPEN

D.

“AS CONSUMIDORAS QUEREM SER ESPECIAIS”A reportagem fi cou excelente! Antonio Celso da Silva abordou a indústria de cosméticos em sua totalidade, mostrando para o mercado como uma empresa bem administrada consegue se manter como referência de mercado, se atualizando tecnicamente e comercialmente para atender aos anseios de seus consumidores.

Gordiano Felizardo FilhoDiretor – Tectron Brasil São Paulo – SP

Excelente matéria!Fábio YassudaDiretor-comercial – C-Pack | São Paulo-SP

O MERCADO INFANTIL NÃO ESTÁ PARA BRINCADEIRA

Gostaria de elogiar a reportagem “O mercado infantil não está para brincadeira”, publicada na última edição da revista Pack. Ficamos muito satisfeitos pelo Mário Narita ter contribuído com o conteúdo da publicação

Renato PrandoPlanejamento – Narita DesignSão Paulo-SP

TELEFONE 11 3748.1900 | FAX 11 3748.1800

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10 EDITORA BANAS

POR KLEBER PINTO [email protected]

O SITE DA PACK TRAZ NOTICIÁRIO ATUALIZADO DIARIAMENTE, ARTIGOS EXCLUSIVOS E TUDO SOBRE O MERCADO DE EMBALAGEM. MAIS: VÍDEOS, FOTOS E A VERSÃO DIGITAL NA ÍNTEGRA DA EDIÇÃO DO MÊS, ALÉM DAS ANTERIORES!

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Onde achar? http://www.pack.com.br/blog

RESULTADO SETEMBRO/2009

Sua empresa promove alguma ação sustentável?

Design, criatividade e ousadia fi-zeram parte do 9º Prêmio Abre de Design & Embalagem, realizado no final de agosto. O assunto foi o mais acessado no site no perío-do de agosto e setembro*. Confira as mais lidas no período.

1 Conheça os vencedores do 9º Prêmio Abre de Design & Embalagem Premiados ganham destaque internacional e podem participar do WorldStar

2 Caixas de papelão: termômetro para a indústria Vendas de papelão ondulado foram de 194 mil

toneladas em julho de 2009

3 Linha de palmitos lança primeira tampa para varejo com abertura fácilGINI sai à frente com mais um diferencial e lança a primeira tampa “abre fácil - fecha fácil”

4 Evonik apresenta novidade para assepsia de embalagens cartonadasProduto traz mais versatilidade para os processos assépticos de embalagens cartonadas da indústria alimentícia

5 Palestra eleva importância da embalagem e do papelão ondulado

Matéria-prima foi tema de evento em setembro

+ Confi ra a lista das dez notícias mais acessadas no site e as leia na íntegra!

NESTE MÊSQual a melhor maneira de se aumentar o market share de um produto? Vote na home do site!

Onde achar? http://www.pack.com.br

Onde achar? http://www.pack.com.br/internaartigos.aspx?idart=176

Toda semana, a newsletter entrega no seu e-mail as notícias mais importantes da indústria de embalagens. Cadastre-se no site!Acesse! www.banas.com.br/banasinforma

O NEWSLETTER SEMANAL DA INDÚSTRIA

[CONEXÃO WEB ] as mais lidas no pack.com.br

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[SA

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IS] ARTIGO

Marco Assis, Gerente da Concepta Certificadora, fala sobre a certifi cação de embalagens de produ-tos perigosos

Sim, temos programas sustentáveisNão promovemos esse tipo de ação > 0,00% Estamos pensando em sustentabilidade

PERGUNTE, ELE RESPONDE!

Dúvidas sobre o mercado? Nossos consul-tores esclarecem os mais diversos temas do setor. Envie sua per-

gunta e leia as respostas para nossos internautas no Blog da Pack. E-mail [email protected]

42,86%

57,14%

Onde achar? http://www.pack.com.br/internaartigos.aspx?idart=175Fonte: Google Analytics* Período de 22/08/09 a 22/09/09

Inovação é essência das marcas que mais cresceram, aponta Best Global Brands 2009A 9ª. edição do Estudo Interbrand das Melhores Marcas Globais – Best Global Brands 2009 – refl ete o compor-tamento de diversas marcas neste último ano. Google, Amazon.com, Apple, Zara e Nestlé são as cinco mais valorizadas num ranking de 100.

Sem rótulo, mas com muito propósitoUma edição limitada da vodka Absolut che-gou às prateleiras europeias sem rótulo, desafi ando seus consumidores a repensa-rem seus pré-conceitos sobre o universo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros). A embalagem “pelada” está disponível em garrafas de 700 ml e deve aportar no Brasil em breve.

Os anúncios desta edição acom-panhados dos ícones têm

informações extras no www.radarindustrial.com.br. Lá você encontra mais detalhes dos produtos, especificações técnicas e informações da empresa anunciante. Acesse! www.radarindustrial.com.br

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12 Editora Banas

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12 Editora Banas

Com Nova Roupagem

o chocolate Língua de Gato, da nugali, chega ao mercado com nova roupagem assinada pela FaZdesign. o chocolate, famoso por seu formato, agora vem numa nova embalagem alinhada ao posicionamento de mercado da nugali. a embalagem ganhou uma frente maior, o que gera mais visibilidade na gôndola, além disso, ficou mais slim. o berço ter-moformado em polipropileno (PP) vem com tampa e sete espaços que acomoda três chocolates cada um. o projeto tam-bém contemplou o desenvolvimento de um sistema que garante o fechamento hermético do produto. “tudo isso para dar mais percepção e deixá-lo mais ele-gante”, explica Jean sanches, designer e sócio da FaZdesign. a embalagem de papel cartão tríplex 250g/m2 recebeu

hot stamping no nome do produto pela Gráfica Mayer e o berço ter-

moformado é fornecido pela Glopress termoformagem

de Plásticos. FAZdesign, tel.: (47)

3027-2298.

Saúde paRa Toda Família as novas embalagens da linha de pães premium light, da Panco, é composta por 10 sabores: integral e Fibras, aveia, Glúten, 7 Grãos Multicereal, Centeio, iogurte, Linho, soja, Preto e Forma. as tradicionais bolinhas azuis, vermelhas e amarelas, que fazem parte da identidade visual da marca, foram inseridas nas embalagens, facilitando a identificação dos produtos com a marca Panco, transmitindo ao consumidor a segurança, a qualidade, o sabor e a tradição de mais de 50 anos. “Com a campanha promocional visamos a reforçar o conceito de que a linha premium light é um produto indicado para toda a família. Por isso, destacamos nas embalagens as suas vantagens nutricionais: fibras, grãos integrais, sem colesterol, sem adição de gorduras, entre outras. acreditamos que essas informações facilitarão a escolha de quem busca um hábito alimentar mais saudável”, explica alceli Ferreira, gerente de Produto da Panco. o design foi desenvolvido pela MaplesaGC e a embalagem monocamada em polietileno de baixa den-sidade (PEBd), 45 micras, com impressão em flexografia, pela sol PP Print. Panco, tel.: (11) 2957-0778.

modeRNa e pRáTiCa

no ano em que completa 30 anos no Brasil, Pilão, uma das marcas mais tradi-cionais de café, apresenta o relançamento de sua linha de solúveis com nova fórmula e roupagem assinada pela agência Benchmark design total. Pilão solúvel está com uma embalagem mais moderna e prática, que vai se destacar ainda mais no ponto-de-venda. a marca trouxe outra novidade: o lançamento da versão stick, que traz 15 unidades de 1,5 g de Pilão solúvel, oferecendo a possibilidade de ter toda a conveniência e o sabor do café na dose certa a qualquer momento. o stick é uma ótima opção para ser consumido em doses individuais no

café da manhã, no trabalho e até em festas. o stick é produzido em PEt, alumínio (aL) e polietileno (PE), com impressão em rotogravura e o pouch em PEt e polietileno (PE), com impressão em flexografia. Já o pote de vidro é produzido pela owens-illinois, com rótulo sleeve de PEt, impresso em flexografia e offset, pela Baumgarten. E a tampa é produzida pela sonoco. Pilar, tel.: 0800-7077442.

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13Editora Banas 13Editora Banas

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TRadiÇÃo ReiNveNTada

Aos 52 anos, a Marilan, uma das maiores fabricantes de biscoitos do país, realiza o maior projeto de revitaliza-ção já feito pela empresa, que até então havia apenas realizado pequenas altera-ções de modernização na logomarca. Quem assina o projeto é a 100% Design. Para gerar mais proximi-dade, calor, envolvimento e estabelecer um vínculo emocional mais efetivo e duradouro com a marca, a nova logomarca mantém o vermelho, envolvendo o nome Marilan. Lilian Chio-folo, diretora de criação da 100% Design, ressalta que a nova marca está integrada com toda a embalagem, rompendo de maneira ou-sada com o padrão, que permeia a categoria. “Seu grafismo pulsa e se des-prende do coração, inva-dindo e envolvendo todos os elementos da embala-gem (fundo, cores, sabor, atributos e benefícios dos produtos) como se a marca estivesse em movimento constante, realmente pul-sando”, pontua. O novo projeto gráfi co será inseri-do, gradualmente, em todos os produtos Marilan, tendo início pelas novas linhas de torradas e bolos, e também estendido para os materiais de ponto-de-venda. 100% Design, tel.: (11) 3032-5100.

deSigN RemeTe ao CaFÉ QueNTiNHo

a Campari do Brasil e a illycaffè lançam no Brasil o illyquore, um licor de café único, intenso e com o autêntico sabor do blend illy, composto exclusivamente de café 100% arábica. “Com a chegada do illyquore, o mercado de licor ganha um produto sofisticado, único e de qualidade inquestionável”, comenta Heitor Cavalheiro, diretor de marketing da Campari do Brasil. “Essa parceria mos-tra a força que o Gruppo Campari e a illycaffè, duas empresas italianas, possuem”, finaliza. o design da garrafa assinado pela agência robilan é ligeiramente quadrado visando a comunicar o sabor do café. ao mesmo tempo, o formato foi suavizado pela onda central, que representa a fumaça que sai do café quentinho, capaz de conquistar a todos com seu aroma único. a garrafa de vidro foi produzida pela Vetri speciali, decorada com rótulo de plástico autoadesivo, da Centro stampa, além de tampa fornecida pela Federfintec. todos os fornecedores são italianos. Campari, www.camparigroup.com.

SeNSaÇÃo de eQuilíBRio e Bem-eSTaR

o refresco em pó Clight, da Kraft Foods, chega ao mercado, em dois novos sabores: kiwi e uva moscatel. os elementos gráficos, que compõem a embalagem transmitem a sensação de equilíbrio e bem-estar, adequando-se ao perfil da mulher contemporânea, que está menos preocupada com a dieta e mais interessada em sentir-se bem e ter uma vida equilibrada. além disso, a arte da embalagem destaca a imagem da fru-

ta, despertando o appetite appeal e realçando os diferentes sabores do produto. o conceito gráfico da embalagem dos novos sabores é assinado pela team Creatiff. a embalagem laminada de PEt, alu-mínio e polietileno (PE) recebeu impressão em rotogravura pela itap, de Londrina (Pr). Kraft Foods, tel.: 0800-7041940.

ta, despertando o appetite appeal e realçando os diferentes sabores do produto. o conceito gráfico da embalagem dos novos sabores é assinado pela team Creatiff. a embalagem laminada de PEt, alu-mínio e polietileno (PE) recebeu impressão em rotogravura pela itap, de Londrina (Pr). Kraft Foods, tel.: 0800-7041940.

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14 Editora Banas

Vaivém do mercadoLUIZ CARLOS DUTRA CONTINUA NA PRESIDÊNCIA DA ABIPLA PARA UM MANDATO DE TRÊS ANOSLuiz Carlos dutra, vice-presidente corporativo da Unilever, continua na presidência da associação Brasileira das indústrias de Produtos de Limpeza e afins (abipla), para mais um mandato de três anos. Lisa Polloni, diretora de relações externas da P&G, também continua na presidência do sindicato nacional das indústrias de Produtos de Limpeza (sipla). ambas as entidades contam ainda com Maria Eugenia Proença saldanha na diretora-executiva desde 2003. os desafios da equipe para essa nova etapa se fixam em cinco pilares: desenvolvimento do setor, agenda tributária, combate à informalidade, assuntos regulatórios e meio ambiente. além disso, a sustentabilidade é mais uma agenda a ser cumprida, que motivou o lançamento do Programa Movimento Limpeza Consciente neste ano de 2009.

FABIEN CHARBONNIER É O NOVO GERENTE DE VENDAS DE MÁQUINAS DA SLEEVER INTERNATIONAL PARA A AMÉRICA DO NORTEEspecializada em rótulos termoencolhíveis e equipamentos de rotulagem, a francesa

sleever international, anuncia novo gerente de vendas de máquinas para a américa do norte, Fabien Charbonnier. o executivo, com base em toronto, no Canadá, vai trazer forte experiência técnica adquirida na sleever Machines, na Europa. Ele será o principal contato para todos os pedidos de máquinas de rótulos sleeve e vai comandar o departamento de atendimento aos clientes.

MAN FERROSTAAL TEM DOIS NOVOS COLABORADORES NO DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICAa Man Ferrostaal acaba de incorporar dois novos colaboradores em seu departamento de assistência técnica. alberto ambran, que passa a responder pela gerência de assistência técnica, e Claudia Martinez, a nova gerente do departamento de peças, ambos profissionais com vasta experiência no mercado gráfico.

notícias

a projeção de crescimento para a demanda de embalagens inteli-gentes e ativas é bem positiva nos

Estados Unidos. a previsão é que esse mercado vai crescer 8,3% anualmente, atingindo Us$ 1,9 bilhões em 2013, bem acima da indústria de embalagem em geral. o rápido avanço será alimen-tado pela disponibilidade de produtos com preços mais razoáveis e melhor performance. além disso, o aumento da preocupação com a segurança alimentar e a necessidade de minimizar perdas em perecíveis vai impulsionar os requeri-mentos para embalagens para que sejam mais sofisticados para estender a vida de prateleira ou aumentar a rastreabilidade de alimentos, bebidas, farmacêuticos e outros produtos embalados. É o que revela um estudo feito pela Freedonia.

o crescimento da embalagem inteligen-te será significativamente rápido e será propelido pelos robustos ganhos por meio de indicadores de temperatura e sistemas de embalagens inteligentes, oferecendo diferenciação, rastreabilida-de ou várias características interativas a custos mais competitivos. a demanda de embalagem inteligente vai crescer 7,1% ao ano, atingindo Us$ 1, 7 bilhões em 2013, num ritmo rápido em função dos ganhos com o uso de sequestradores de gases, como sequestradores de oxigênio em embalagens de alimentos, bebidas e

Nos Estados Unidos, a demanda de embalagens ativas e inteligentes vai crescer 8,3% ao ano

farmacêuticos. o crescimento sólido do mercado de garrafas, com sequestrado-res de oxigênio, elevou a demanda por sistemas sequestradores de oxigênio monocamada de baixo custo, que por sua vez, representam o principal drive no uso de garrafas individuais para chás e sucos envasados a quente.

alguns graus de conversão do vidro para o PEt em bebidas sensíveis ao oxigênio, como o vinho também é antecipado como parte dos esforços para fazer uma embalagem mais verde. a demanda por maior controle de umidade e corrosão da embalagem vai aumentar mais devagar por causa da presença de produtos e aplicações maduros. alimentos e be-bidas representaram os dois maiores mercados para embalagem inteligente e ativa em 2008, respondendo por mais da metade da demanda total. os ganhos rápidos são antecipados pelo mercado farmacêutico, com crescimento de dois dígitos, também esperados nos segmen-tos de alimentos e de bebidas.

o avanço dos farmacêuticos será favore-cido pelo envelhecimento da população, além da necessidade de melhorar as taxas de adesão e obediência. Já o crescimento do mercado de alimentos será impul-sionado pelo aumento da demanda por alimentos frescos e preparados, além da necessidade de maior vida de prateleira e prevenção contra perdas de perecíveis.

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2003

DEMANDA DE EMBALAGEM ATIVA

E INTELIGENTE

EMBALAGEM ATIVA

SEQUESTRADORES DE GASES

CONTROLE DE CORROSÃO DA EMBALAGEM

CONTROLE DE UMIDADE DA EMBALAGEM

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15Editora Banas

Quais são as soluções desenvolvi-das pela Schneider Electric que ga-rantem produção rápida e confiável às máquinas para embalagem? a schneider Electric desenvolve e fornece soluções com hardwares custo-mizados e tecnologia digital por meio de redes de comunicação. além disso, a empresa faz a integração de blocos de função específicos para máquinas de embalagem, controle de tensão e tração de filmes plásticos, controle de temperatura, correção e detecção automática de marcas (fotocélulas), sincronismo de eixos, eixos virtuais, funções utilizando “came” eletrônico e posicionamento angular. Utilizan-do hardwares e softwares schneider Electric é possível reduzir o tempo de desenvolvimento com as funções pré-programadas e com as ferramentas de desenvolvimento e suporte fornecidas pela companhia aos seus clientes.

Em que porcentagem essas solu-ções aumentam a velocidade de produção das máquinas para em-balagem? Em máquinas de pequeno porte, a ve-locidade pode aumentar em até 25%. Já em máquinas de grande porte, esse número pode ser ainda maior devido ao desenvolvimento conjunto de dis-positivos mecânicos e a utilização de conceitos de controle de movimentos por eixos mecatrônicos.

Em que tipo de máquinas para embalagem essas soluções são aplicadas? Máquinas de empacotamento verti-cal e horizontal, termoformadoras, equipamentos de enchimento, enva-sadoras, tampadoras, paletizadoras, envolvedoras de filme plástico, túneis de encolhimento e rotuladoras.

Quais são as funcionalidades robó-ticas que podem ser integradas e os benefícios para as máquinas de embalagem?

Carlos Alberto Possebom, gerente de marketing de soluções para fabricantes de máquinas da Schneider Electric

entrevista

as funções pick and place, de pa-letização e para agrupamento de produtos em alta velocidade podem ser integradas. Com isso, é possível obter maior velocidade, qualidade e segurança nos produtos embalados, principalmente, em máquinas de embalagem primária.

Os sistemas de monitoramento garantem diagnósticos confiáveis. Quais?É possível obter diagnósticos da produção, como número de produtos fabricados, lotes, datas, causas de redução de produtividade, tempos de máquina parada e matéria-prima. além disso, os sistemas permitem analisar as máquinas e todos os dis-positivos de automação, localizando falhas rapidamente. Quando o clien-te opta pela manutenção preventiva, a solução fornece orientações para o operador e para os técnicos de ma-nutenção sobre os procedimentos a serem adotados, como datas a serem seguidas, necessidade de lubrifica-ção, troca de dispositivos, vida útil de componentes mecânicos e revisões de ajustes.

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Em máquinas de pequeno porte, a velocidade pode

aumentar em até 25%

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16 EDITORA BANAS

Paul Smith, famoso estilista

britânico, empresta o seu

talento para vestir a nova

coleção de garrafas da

água mineral francesa Evian

As tendências de moda se refletem no segmento de embala-gens. Não à toa, famosos estilistas do universo fashion estão emprestando o seu talento e a sua criatividade para desenhar as garrafas da água mineral premium Evian, marca da france-sa Danone, que ganham passarelas não menos sofisticadas. O produto é distribuído nas lojas gourmet e nos restaurantes finos para um público privilegiado. O sucesso dessas parcerias se reflete em mais uma nova

investida da marca para comemorar as festas de fim de ano que estão chegando. Este ano, a Evian trabalhou com o estilista britânico Paul Smith, conhecido pelo seu senso de humor e otimismo. O estilo do design ícone e o espírito jovem de Evian se fundem na criação sazonal de uma edição limitada. A garrafa de vidro vivaz representa a energia e o estilo do jovem. Uma bem-vinda alternativa para os tons escuros do inverno. Adornada com cores vibrantes que prestam uma homenagem ao mais famoso estilista das listras, Smith, que capturou criativamente, a pureza da água mineral dos Alpes franceses, bem ao estilo fashion. “Juventude não é apenas uma questão de idade, mas também de atitude. Quando eu comecei a desenhar, eu queria uti-lizar cores encantadoras, brilhantes e divertidas numa referência à vida do jovem, que curte a sua juventude todos os dias”, diz o estilista. As listras desenhadas na parte superior da garrafa foram impressas com tinta orgânica. “A edição limitada 2010 da garrafa desenhada pelo estilista Paul Smith captura ver-dadeiramente a nova comunicação da marca Evian, Live Young™, que acredita que tudo é possível e os desafios são para hoje”, afirma Jerome Goure, vice-presidente de marketing da Danone Waters of America, Inc. “Esse é o terceiro ano que um estilista desenha a garrafa da Evian. É uma perfeita adição ao atual portfolio de produtos e nós vibramos com a inclusão dessa garrafa em nossa coleção.” Bem distante dos tradicionais temas das festas de fim de ano, o novo design da garrafa da água mineral Evian oferece a experiência da juventude em uma embalagem multicolorida, com cinco diferentes tampas colecionáveis. A coleção

DA REDAÇÃO

vanguarda

Estilo e juventude

à mesa

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Paul Smith dá um toque elegante para a mesa festiva do Natal e do Ano Novo que se estenderá por todo o ano de 2010.

AS PRIMEIRAS GARRAFAS VESTIDAS PARA A FESTAAs garrafas da água mineral Evian desenhadas por estilistas famosos já viraram uma tradição anual para a marca. A primeira versão fashion nasceu em 2007, com uma edição limitada, vestida pelo estilista francês Christian Lacroix. A coleção Christian Lacroix Prêt-à-Porter 2008 foi deco-rada com cristais nevados cintilantes, que charmosamente simbolizavam a pureza da água mineral. Além disso, um padrão de renda conferia à garrafa uma sensação clássica de frio e lem-

brança da flora que pode ser encontrada nos Alpes franceses. Rapidamente, a primeira co-leção fashion das garrafas se popularizou e entrou para o Guiness Book,

como a água mineral mais cara do mundo.

A segunda versão fashion da garrafa de água mineral Evian foi assinada pelo também estilista francês Jean Paul Gaultier. Ele produziu cinco únicas e exclusivas garrafas, decoradas com cristais enormes, revelando um vestido brilhante, com letras enormes genero-samente, promovendo a transparência e ilusão óptica. Essa edição especial celebrou a simplicidade da beleza pura, exaltada pelo uso de uma única cor, a majestade do azul, lembrando sutilmente os marinheiros. Agora, é esperar, o que virá em 2011. Esse encontro da moda com a emba-lagem, do estilista e seus recursos de inspiração, prometem criações prontas para levar para casa e colecionar.

Paul Smith, estilista britânico

INFORMAÇÕES

EVIAN Tel.: 1-800-8638426 | www.evian.com

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lançamentos internacionais

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Doce conveniência

A fabricante alemã de con-feitos Rübezahl Schokola-den GmbH, acaba de adotar a embalagem Amcor E-Close®, para o seu chocolate Sun Rice, que é vendido exclusivamen-te na rede de supermerca-dos Aldi, na Alemanha. A nova embalagem melhorou a apresentação do produto e atende a demanda dos consumidores, ofe-recendo maior facilidade de abertura e refechamento. “Amcor E-Close® nos ajuda a diferenciar a marca Sun Rice na gôndola. A conveniência combinada com a me-lhoria da estrutura laminada cria benefícios adicionais para nossos consumidores, além de nos possibilitar manter a alta qualidade dos produtos da fabricação até a residência”, explica Sandra Pejkovic, gerente de produto da Rübezahl Schokoladen GmbH. Incorporando alta tecnologia de resselagem do filme, a Amcor E-Close® minimiza o uso de materiais adicionais de embalagem, como zíperes e adesivos, que são comu-mente utilizados para refechamento de embalagem. Para refechar a embalagem basta uma simples pressão para baixo na aba. Pode ser adaptada em uma enorme varie-dade de produtos, como confeitos, salgadinhos, pães, assim como alimentos resfriados e frescos. O mecanismo de refechamento pode ser aplicado em vários tipos de filmes e estilos de embalagem. Amcor Flexibles, tel.: + 44 (0) 1452634100, www.amcor.com

ProtegenDo a Marca

Uma das maiores especialistas em soluções de rótulos termoencolhíveis, a francesa sleever international, de-senvolveu a tecnologia sleever® para proteger a marca contra falsificação. além de decorar, combinando informações e funções promo-cionais, o sleever® garante a autenticidade de produtos de alto valor agregado. os con-ceitos do seelcap® e do Holosleeve capacita a sleever international a fornecer, especialmen-

te, para indústrias de vinhos, alcoólicos, cosméticos, perfu-maria e farmacêuticos com uma assinatura declarada de antifalsificação que oferece máxima segurança e fácil integração ao processo do usuário. Sleever International, tel.: 33 (0) 169747576, www.sleever.com

Mais Barreira

inovação é o driver-chave no desenvolvi-mento de produto e no relacionamento com os clientes da alemã superfos. Como parte desse processo de inovação, os tes-tes de barreira das embalagens plásticas são realizados por um longo período. Um dos testes, por exemplo, foi feito com couve vermelha. selada numa emba-lagem superFlex com rótulos-barreira, membrana e uma tampa-membrana, o vegetal manteve a cor e o frescor por 27 meses. Com uma embalagem plástica comum, a couve, usualmente, escurece depois de quatro meses, mas os testes mostraram a diferença de cores depois de mais de dois anos. o gerente de projeto, Lars skjold Frederiksen, da superfos, diz: “Esse é um passo enorme e prova que a embalagem plástica é capaz de aumentar o frescor e a durabilidade, com rótulos-barreira e membranas. E pode competir igualmente com embalagens de vidro para acondicionamento de alimentos”.outros testes mostraram que produtos, que são usualmente embalados em potes de vidro, como geléia de frutas e picles, podem ser mantidos frescos numa em-balagem plástica da superfos por mais de 18 meses sem perder a cor e o sabor. “antes o shelf life era o maior obstáculo para a migração do vidro para o plástico, mas agora novas opções surgem para nossos clientes”, conclui. Superfos, tel.: +4559111110, www.superfos.com

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Linhas suaves Distintas

a M&H Plastics acaba de anunciar uma nova embalagem de PEt de 400 ml para aplicação em uma grande variedade de produtos. Com tampa flip top snap-on de 23 mm, a embalagem apresenta linhas suaves distintas e um visual premium para qualquer produto. diferentes opções de cores e tampas podem criar infindáveis opções de escolhas. a empresa possui mais de mil embalagens, potes, tubos flexíveis e tampas, que podem atender as necessidades dos usuários finais. também conta com um serviço de design customizado que pode criar uma embalagem personalizada. M&H Plastics, tel.: +44 (0) 1502715518, www.mhplastics.com

PortaBiLiDaDe eM MeDicaMentos

inovação no segmento de me-dicamentos. a MeadWestvaco Corp. desenvolveu a embalagem Med-Easy® que oferece conve-niência, discrição e facilidade de uso. Ela foi desenhada para melhorar a experiência do con-sumidor e maximizar a eficiência da cadeia de fornecimento e otimizar o tempo dos varejistas. além disso, a embalagem oferece portabilidade, já que pode ser carregada na bolsa ou no bolso.o seu manuseio é simples, podendo ser feito com apenas uma das mãos, o blister escorrega para facilitar o dispensing ou pode ser completamente retirado. MeadWestvaco Corp., tel.: +12128896401, www.mwv.com

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informe publicitário

UMA METODOLOGIA DE INOVAÇÃO EXCLUSIVA PARA EMBALAGENS!Nunca se falou tanto em inovação como nos últimos tempos e a cada dia aumenta a certeza de que a inovação é a forma mais eficiente para uma marca comunicar diferencial e obter vantagem competitiva

1) Definição da categoria onde a metodologia será aplicada

Considerando que a concorrência se dá na categoria é necessário estabelecer claramente qual a categoria onde o produto compete.

2) Estudo diagnóstico da categoria Essa é uma etapa de extrema importância para

o sucesso da metodologia, pois dará uma visão clara da forma de atuação da concorrência e das dinâmicas e os padrões adotados pelos diferentes players do mercado.

3) Pesquisa para conhecer o valor atribuído pelo consumidor na categoria

Nessa etapa, usamos uma adaptação do modelo de mind map para entender as percepções e os valores do consumidor e os benefícios esperados naquela categoria de produtos.

4) Proposição da inovação, combinada com um benefício percebido

A proposição deve trazer uma inovação na categoria de produto aliado ao benefício percebido e valorizado pelo consumidor.

5) Identificação ou criação da embalagem que atende a essa proposição

Muitas vezes, a embalagem não precisa ser criada. Basta apenas encontrá-la. Com frequência, ela se encontra em alguma outra categoria de produto, requerendo apenas alguma adaptação.

Essa metodologia vem sendo desenvolvida desde 2006 e sua eficiência foi testada e validada em vários cases. Está disponível para as empresas que quiserem tirar proveito da embalagem como um dos principais elementos de comunicação e diferencial das marcas.Paulo Carramenha é diretor-geral da GfK Brasil e Professor do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM

nos levam à certeza de que a inovação em embalagem é um fator decisivo para o sucesso das marcas. Basta examinar o contexto em que as marcas concorrem e os padrões de comportamento dos consumidores:

√ Como se sabe, um supermercado pode ter até 45 mil produtos e um hipermercado até 130 mil produtos e aproximadamente 75% não têm qualquer apoio de comunicação. Nesse contexto, a embalagem é um elemento fundamental para a comunicação dos benefícios e valores das marcas e como fator influenciador da decisão dos consumidores.

√ Além disso, sabemos que mais de 80% das decisões de marcas dos consumidores acontecem no ponto-de-venda, naqueles poucos segundos em que eles param na frente da gôndola e recebem os últimos estímulos que nortearão a sua decisão final. É preciso impactar o consumidor nesse momento e a embalagem é o último recurso da marca e, muitas vezes, o mais importante!

A nossa metodologia de inovação de embalagem baseada na percepção do consumidor considera que todo produto concorre em uma categoria que determina o tipo de competição que nela acontece. O consumidor escolhe o produto na categoria com base em diversos fatores e tendo a embalagem como principal mediadora desse processo. Por isso, a busca da inovação tem que ser objetiva e focada. E a oportunidade de negócio está em criar algo novo na categoria em que o produto concorre e não no universo como um todo. Entretanto, apenas apresentar uma novidade na categoria não garante o sucesso da marca. É preciso que a inovação traga também um benefício percebido e valorizado pelo consumidor. O consumidor tem que ser o centro da estratégia da inovação e aquilo que ele percebe como benefício no produto deve servir de base para a busca da inovação.

Essa metodologia é muito simples e pode ser utiliza por qualquer empresa sem grandes investimentos nem o envolvimento de muitas pessoas. Ela consiste de cinco etapas:

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Segundo o senso de inovação realizado pelo IPEA, as empresas que inovam de forma correta e consistente apresentam desempenho e resultados significativamente

superiores aos concorrentes. Se isso realmente acontece, por que então as empresas não inovam mais? Porque para inovar de forma correta e consistente é preciso que a empresa possua metodologia e gestão especializada e que alguns pré-requisitos sejam seguidos: decisão e liderança empresarial; metodologia de inovação intensiva e focada; gestores especializados e dedicados; e investimentos predeterminados.

Existem várias metodologias de inovação e as empresas devem escolher a que melhor se ajuste as características de seu negócio e a sua cultura empresarial. A maioria delas parte do pressuposto que é preciso ter pessoas inovadoras e criativas na liderança do processo e que a geração de um grande número de ideias deve ser o ponto de partida para a posterior avaliação das possibilidades geradas. Quase todas elas iniciam pelo processo de brainstorming, no qual todas as ideias propostas devem ser consideradas, não cabendo nenhum tipo de censura prévia. A metodologia mais utilizada nas empresas até hoje é a Stages and Gates, que aplica o chamado funil da inovação em que centenas e até milhares de ideias são geradas para chegar a um único produto consistente e plausível.

Nos últimos três anos, pesquisamos e analisamos diversas metodologias de inovação, mas não encontramos nenhuma voltada exclusivamente para o desenvolvimento de embalagens. Por isso, o Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM desenvolveu uma metodologia de inovação exclusiva para embalagens baseada nas percepções de valores dos consumidores. Mas, por que precisamos de inovação em embalagem? Existem muitas razões que

PAULO CARRAMENHA*

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Preservar para crescerA gestão de sustentabilidade exige um processo de aprimoramento contínuo. Nesse contexto, a indústria de embalagem também já adota novas práticas para o crescimento do seu negócio e para atender às exigências dos consumidores verdes

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especial sustentabilidade

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MARGARET HAYASAKI

A sustentabilidade veio para ficar. Ela obrigou o universo corporativo a adotar um novo modelo de negócio. As indústrias de todos os setores, inclusive de embalagem, passaram a atuar com o propósito de não só gerar valor, mas realizar práticas sustentáveis para preservar o meio

ambiente e desenvolver a sociedade. Mas, a gestão da sustentabilidade exige um processo constante de aper-feiçoamento para garantir que todos os indicadores ambientais – energia, água, gás carbônico, resíduo sólido – sejam monitorados e as metas cumpridas. Mas, a res-ponsabilidade das companhias vai além, ela não termina no desenvolvimento do produto ou no momento em que elas colocam o produto no ponto-de-venda. A sustentabilidade do negócio afeta toda a cadeia pro-dutiva e dela depende o futuro verde. Dentro desse novo cenário, na outra ponta, está o consumidor, cada vez mais consciente, com relação às questões ambientais. Espe-cialmente, no caso da embalagem sustentável, uma nova pesquisa realizada pela Datamonitor identificou que ela é uma demanda crescente do consumidor, no entanto, ainda não é o motivador primário das compras. Mas, é um dos assuntos mais discutidos pelos aspectos éticos, econômicos e ambientais. “Os aspectos econômicos são imperativos, assim como a maior regulação. Isso significa que mais marcas precisam considerar a adaptação de sua abordagem atual para atender aos requisitos de uma em-balagem sustentável”, afirma Matthew Adams, analista da Datamonitor e autor da pesquisa.Embora, a recessão econômica mundial tenha provocado impactos negativos em muitos países, para alguns con-sumidores, esse cenário mudou o seu estilo de vida para melhor, segundo o estudo. Eles estão comprando menos nas lojas de varejo, um comportamento, que pode ser benéfico para o meio ambiente. A recessão transformou eficientemente o comportamento de todos os consumi-dores, assim como a redução de compras significa menor desperdício. O aumento dos custos de combustível tam-bém fez a indústria de produtos de consumo questionar as práticas atuais e buscar otimizar os seus custos por meio da redução de embalagem, com menor peso, e mais em-balagens transportadas da fábrica até a o ponto-de-venda.

No entanto, os fabricantes continuam protegendo os seus produtos durante todo o ciclo de vida, enquanto realizam ajustes de credibilidade dos benefícios da embalagem. Dos 15 países onde a pesquisa foi feita, o Reino Unido ob-teve a maior proporção de respondentes com alto nível de preocupação sobre as embalagens dos produtos de consumo. Isso não significa necessariamente que os consumidores do país são os mais ecológicos, mas pode significar que os produtos de consumo são embalados com menos eficiência em comparação a outros países ou a influência da mídia con-duz essa preocupação. Independente se isso é uma ameaça para fabricantes de produtos de consumo irresponsáveis, os consumidores devem continuar reagindo às embalagens excessivas com suas atitudes pró-ativas ou preventivas. Uma das atitudes mais óbvias dos consumidores é o boicote aos produtos que não atendem às suas expectativas (leia mais na matéria sustentabilidade consumo na página 60). Com isso em mente, a Datamonitor realizou a pesquisa com consumidores em todo o mundo para verificar como as suas necessidades têm mudado o seu comportamento de compra devido à sua preocupação com as embalagens superdimensionadas. Em 2008, 48% dos respondentes do Reino Unido afirmaram que eles buscam produtos alterna-tivos se acreditam que a primeira escolha era excessivamente embalada. Essa proporção é ligeiramente maior nos Estados Unidos, mas fica atrás de outros países da Europa, como França, Espanha e Suécia. Na Holanda, os consumidores boicotam menos os produtos do que no Reino Unido. Toda a indústria de produtos de consumo deve continuar avaliando o desenvolvimento da embalagem alinhada às tendências de consumo. A embalagem sustentável não representa somente um benefício para o meio ambiente, mas também para fabricantes e consumidores. Embalagens modernizadas podem também ser a melhor solução para otimizar custos em vez de utilizar embalagens shrink ou portion shrink para embalar uma pequena quantidade de produtos, que é vendida pelo mesmo preço.

O meio ambiente está na agenda mundial. E, no Brasil, não é diferente. Nessa edição, a revista Pack traz um espe-cial sobre sustentabilidade, com reportagens, que dão uma pequena amostra das práticas sustentáveis realizadas pela indústria de embalagem, desde o processo de produção até a concepção do produto.

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PREOCUPAÇÃO DOS CONSUMIDORES COM RELAÇÃO ÀS EMBALAGENS SUPERDIMENSIONADAS EM 15 PAÍSES – 2008

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Existem metas para cada unidade produtiva estabelecidas desde o início do ano

Por um futuro mais verde

a sustentabilidade entrou definitivamente na pauta das indústrias. atuar de forma responsável em toda a cadeia de valor, gerando valor econômico, sem prejudicar o que está ao seu redor, é a essência da estratégia de gestão da multinacional alemã Henkel, que produz adesivos para embalagens, em sua unida-de de Jundiaí, em são Paulo. É seguindo esse caminho verde que a companhia

olha para o futuro e para a perenidade de seus negócios no Brasil e no mundo. sérgio Crude, gerente de engenharia e sustentabilidade da Henkel, diz que o conceito de susten-tabilidade que orienta a empresa se estende também aos seus clientes, com melhorias no processo produtivo e maior eficiência ambiental.

Para avaliar o desempenho ambiental e determinar a eficiência e a efetividade da Henkel na utilização dos recursos disponíveis, a empresa utiliza indicadores ambientais, com foco em quatro áreas: energia elétrica, água, resíduos e acidentes ocupacionais. até 2012, a meta mundial, tendo como ano base 2007, segundo Crude, é reduzir em 15% o consumo de energia elétrica, 10% o consumo de água, 10% o volume de resíduos gerados e 20% os acidentes ocupacionais. no Brasil, a fábrica de adesivos para embalagens, em Jundiaí (sP), reduziu o consumo de energia em 8%, o consumo de água em 7% e o volume de resíduos gerados em 2%. Esses dados são válidos para o período de janeiro a agosto de 2009 em comparação ao ano passado. “nessa planta, a medição dos indicadores ambientais ainda é recente, pois ela pertencia a national startch, que foi incorporada pela empresa, no ano passado. Mas, a fábrica de adesivos para embalagens, localizada em Jacareí (sP), que foi transferida para Jundiaí, já utilizava os indicadores ambientais desde 1992”, revela Crude.

de lá para cá, a melhoria dos in-dicadores ambientais é contínua, principalmente, devido à implanta-ção de sistemas de gestão ambien-tal iso 14000, em 1998, e de saúde e segurança ocupacional oHsas 18000. Para atingir as metas, conta o executivo, a Henkel formou, por exemplo, um comitê de redução de energia elétrica, que se reúne uma

vez por mês, para discutir as ações que serão realizadas para otimizar o uso desse recurso, como o uso de motores que oferecem maior capacidade e menor consumo. “Em relação ao consumo de água, existem metas para cada unidade produtiva estabelecidas, desde o início do ano, por representantes da em-presa e pelos funcionários. E o desempenho é monitorado mensalmente. Essas metas fazem parte do programa de participação de resultados (PPr), por isso cada funcionário acaba monitorando efetivamente a otimi-

A multinacional alemã Henkel não somente traçou metas ambientais, como também envolve todos os seus funcionários nessa estratégia de negócio

Funcionários participam do Programa Aprendendo com Segurança

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zação do uso da água”, afirma. “as metas são sempre atingidas. E, isso, é uma forma de institucionalizar as metas ambientais existentes”.

os avanços na área ambiental não param. na alemanha, a Henkel lançou o projeto-piloto Pegada de Carbono de Produto, que por enquanto, está sendo utilizado apenas para as áreas de cosméticos e de detergentes. Para o negócio de adesivos, está previsto também um projeto-piloto, em 2010. “no Brasil, ainda não há uma data para a implementação desse projeto. Mas, estamos acompanhando de perto”.

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE: PRODUTOS SUSTENTÁVEISinovação e sustentabilidade são dois pilares indissociáveis no desen-volvimento de novos produtos na

Henkel. É dessa al-quimia que nasceu, por exemplo, uma nova matéria-prima de fonte renovável, que veio substituir as resinas à base de petróleo utilizadas nos adesivos hot melt para embalagens. “trata-se das resinas de breu extraídas do pinho. Essa novidade é o resultado de dois anos de pesquisas feitas pela matriz, na alemanha, que foi introduzida no mercado de um ano para cá”, conta Crude. “Utilizando a resina de breu, o impacto ambiental é bastante positivo,

permitindo uma economia anual de até três toneladas de material”, acentua.

a resina de breu ainda é aplicada somente para os adesivos hot melt, já que ainda não existem formulações que permitam atingir as especifica-ções exigidas pelo usuário do produ-to. “Mas as pesquisas continuam para o desenvolvimento de novos produtos que utilizem menos recursos ou sejam de fontes renováveis”, diz. a preocupação com o meio ambiente já vem de longa data, há 15 anos, a Henkel apresentou ao mercado uma linha de adesivos sem solventes para embalagens flexíveis.

LOGÍSTICA OTIMIZADAContribuindo para reduzir a emissão de Co², a Henkel está otimizando a logística na distribuição de seus produtos até os clientes. Para isso,

no ano passado, a Henkel deu início a um projeto de otimização de suas fábricas, incorporando a unidade de adesivos para embalagens de Jacareí na unidade de Jundiaí. “nessa consolidação de processos produtivos, nós decidimos terceirizar o operador logístico, que vai atender todas as fábri-

cas. Em vez de ter vários caminhões para cada unidade fabril transpor-tando carga para o mesmo cliente”, acentua. “Esse operador logístico fica próximo ao rodoanel, com o objetivo

Resina de breu extraída do pinho é utilizada em

adesivos hot melt

METAS “VERDES” MUNDIAIS ATÉ 2012

15% redução do consumo de energia elétrica

10% redução do consumo de água

10% redução do volume de resíduos gerados

20% redução de acidentes ocupacionais

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ode facilitar as saídas pelas principais rodovias de são Paulo e de outros estados do Brasil. Esse trabalho oti-miza todo o transporte de carga de produtos acabados”.

RESPONSABILIDADE SOCIAL: NO CORAÇÃO DA EMPRESACada vez mais importante no com-portamento das organizações corpora-tivas, a responsabilidade social avança como prática sustentável. Mas, mais do que isso é preciso que ela seja a filosofia que move a empresa. É o que faz a Henkel em todo o mundo, inclu-sive, no Brasil. desde 1998, a empresa realiza o programa Mit (Make an impact on tomorrow), que significa Faça um impacto no amanhã, em que funcionários e aposentados realizam atividades voluntárias em benefício da sociedade. no ano passado, o Mit completou dez anos e já patrocinou mais de 7 mil projetos, em mais de 110 países, com a contribuição de cerca de 13.3 milhões de euros. Com o envolvimento de mais de 5 mil fun-cionários ativos e apo-sentados, promoveu o atendimento de cerca de 65 mil crianças.

os projetos sociais a serem implementados são inscritos pelos vo-luntários e a Henkel

elege e adota anualmente os que recebem a contribuição financeira da empresa. dessa forma, o programa incentiva o voluntariado e o envol-vimento pessoal dos funcionários e aposentados. Eles passam a ser um elo entre a empresa e a comunidade com seu trabalho voluntário, além de assegurar a aplicação dos recursos de forma transparente e eficiente. “Em 2008, a Henkel disponibilizou 5 milhões de euros para projetos sociais em todo o mundo. desse total, o Brasil recebeu 150 mil euros”, revela Crude. “até agosto de 2009, a empresa recebeu 80 solicitações. Cerca de 15 já foram aprovadas”.

na Henkel, responsabilidade social não é só cuidar da sociedade, mas cuidar da saúde de quem faz a sua empresa: os funcionários. no mun-do, a companhia reduziu em 86% os acidentes ocupacionais entre 1998 e 2007. E o Brasil é um exemplo, orgulha-se Crude. “a fábrica de adesivos para embalagens, de Jacareí,

permaneceu mais de 3500 dias sem regis-trar acidentes com afastamento. a uni-dade de Jundiaí, que existe desde 2004, também não teve acidentes até hoje”. segundo o executivo, esse excelente desem-penho é resultado de um trabalho incan-sável e incessante. E, também da realização do programa apren-dendo com seguran-ça, implementado há oito anos no Brasil, que promove várias atividades dentro das unidades fabris da Henkel visando a pre-venção de acidentes. “temos palestras de

Sérgio Crude, gerente de engenharia e sustentabilidade da Henkel

conscienti-zação, além do diálogo de sHE (segu-rança, saúde e meio am-biente) feito diariamente pelos super-visores com os seus funcionários”, revela. Essa prática, segundo Crude, pode ser comparada a uma catequese. “É uma das formas mais eficientes para manter esse nível de conscientização constante e os excelentes resultados”. na área de prevenção de acidentes ocupacionais, a Henkel Brasil é a mais avançada em relação ao resto das unidades onde a empresa está presente no mundo. “num único país, com quatro fábri-cas, sem nenhum acidente, somente o Brasil conseguiu esse desempenho”, orgulha-se. (M.H.)

INFORMAÇÕES

HENKELTel.: (11) 3205-8955 | www.henkel.com.br

PROGRAMA MIT MAKE AN IMPACT ON TOMORROW – FAÇA UM IMPACTO NO AMANHÃ

Programa que funcionários e aposentados realizam atividades voluntárias completou 10 anos patrocinando:

+ de 7 mil projetos+ de 110 países€ 13.3 milhões+ 65.000 crianças atendidas

especial sustentabilidade economia verde

Em 2008, a Henkel

disponibilizou 5 milhões de euros

para projetos sociais em todo

o mundo

Desde 2004, a unidade de Jundiaí (SP) não registra acidentes

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Em busca do menor impacto

uatro r’s – reduzir, reutilizar, retornar e reciclar – dão a medida da sustentabilidade da embalagem de vidro. Esse é o conceito que conduz as práticas ambientais da multi-nacional norte-americana owens-illinois que busca, cada vez mais, reduzir o impacto ambiental. do seu processo de produção até a reciclagem das embalagens de vidro, a gestão dos negócios da companhia visa a reduzir o uso dos recursos minerais, diminuir a emissão de Co², otimizar o uso de energia e reutilizar a água. Como isso é feito? Uma das ações verdes é o uso de cacos de vidro na produção de novas garrafas, que propicia ganho energético, economia de

matéria-prima e redução da emissão de gases de efeito estufa. Hoje, a contribuição da empresa para o bem do meio ambiente tem um percentual expressivo nesse quesito: 53% do volume de produção de embalagens de vidro, que é de 440 mil toneladas de garrafas, utiliza cacos de vidro. os números revelam ainda, que para cada 10% de caco de vidro adicionado à composição da nova garrafa é possível reduzir em 5% o consumo de energia. “o percentual de utilização de cacos de vidro vem aumentando lentamente, nos últimos anos, com flutuações para cima ou para baixo”, revela rildo Lima, diretor de marketing e vendas da owens-illinois. Esse desempenho tem explicação em vários fatores peculiares à embalagem de vidro. Ele explica: “o sistema de coleta de vidro é bastante efetivo, sendo difícil encontrar o material nas ruas. além disso, uma boa parcela, cerca de 20% da produção de embalagens de vidro, no Brasil, é retornável. E, 80% das famílias brasileiras reutilizam as embalagens de vidro, como utensílios domés-ticos, que viram copos para servir bebidas ou potes para guardar condimentos, doces em conservas, entre outros produtos, e até mesmo, objetos de decoração pintados à mão”. sem contar que há um mercado ilegal que reutiliza garrafas proprietárias, ou seja, é muito comum encontrar cachaça envasada em garrafas de sodas alcoólicas.

A efetiva aplicação dos 4 R’s nas plantas de produção de embalagens de vidro da Owens-Illinois permite redução do consumo de energia, de matérias-primas e recursos naturais, e da quantidade de embalagens depositadas em aterros sanitários

Q“Cerca de 15% das embalagens de vidro são utilizadas nesse mercado, deixando de ser recicladas. isso é um empecilho para aumentar os índices de reciclagem. Um dia essas garrafas voltam para a vidraria, mas podem demorar anos”, argumenta o executivo.

REDUÇÃO DE PESO DAS GARRAFAS: MENOS É MAISHá mais de duas décadas, a owens-illi-nois já vem trabalhando na redução do peso das embalagens de vidro, ou seja, na economia dos recursos naturais, sem comprometer a sua resistência. Um dos destaques dessa prática sustentável, destaca Lima, é o desenvolvimento da garrafa long neck, no Brasil, em 1990,

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53% do volume da produção de embalagens de vidro da Owens-Illinois utilizam cacos de vidro

quando ela pesava 310 gramas. “Hoje, a mesma garrafa pesa 180 gramas, mas pode chegar a 170 gra-mas”. Em alguns lugares do mundo, a companhia já produz uma garrafa de cerveja de 355 ml extre-mamente leve, pesando apenas 150 gramas.

isso é resultado do investimento pe-sado na tecnologia narrow neck press and blow (nnPB), que consegue dei-xar a espessura da parede da garrafa homogênea em todo o seu contorno. Ela veio substituir a tecnologia blow and blow. “trata-se de um processo mais avançado. na medida em que reduzimos a quantidade de vidro aumentamos a velocidade. E isso permite a redução do peso”, explica. do ano 2000 para cá, a owens-illinois tem investido pesado na melhoria das

máquinas e na tecnolo-gia dos moldes. os inves-timentos totais chegam a Us$ 45 milhões. além disso, a empresa conta com um centro global de tecnologia, nos Estados Unidos, que se debruça no desenvolvimento de soluções que permitam reduzir o peso da garra-

fa. “agora a américa Latina ganhou esse centro, que foi recém-instalado no Peru, para atender os países da região. E, no Brasil nós temos prati-camente uma organização completa da owens-illinois, com um centro de desenvolvimento de produtos e moldes”, revela.

a redução de peso da embalagem de vidro representa menor impacto no aquecimento global. Para se ter uma ideia, Lima cita o exemplo da garrafa

Rildo Lima, diretor de marketing e vendas da Owens Illinois

de vinho de 750 ml, que começa a ser produzida pela empresa no Brasil, que teve o seu peso reduzido de 420 gramas para 300 gramas. “isso vai gerar uma redução de 20% no consumo de energia e menos 11,1 mil toneladas de Co² emitidas anualmente para a atmosfera, o equivalente a 4 120 carros a menos nas estradas. além de queda de 12% no consumo de água por embalagem, ou seja, uma economia total equivalente a seis piscinas olímpicas e 6,25% mais garrafas transportadas no caminhão”,

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acentua. no caso da garrafa da cerveja sol shot, a redução do peso permitiu que 15% mais garrafas fossem trans-portadas no caminhão. “reduzimos a necessidade de utilização de mais transporte, ou seja, menos emissão de gás efeito estufa”. Esse empenho na busca pelo menor impacto ambiental continua. a garrafa retornável de cerve-ja, que já pesou 480 gramas e hoje pesa 420 gramas, vai chegar ao mercado no início de 2010 ainda mais leve. “Vamos produzir essa embalagem com 390 gra-mas. Ela é uma garrafa muito pesada. Essa redução vai ter um efeito muito significativo dentro de todo o contexto da sustentabilidade”.

PROGRAMAS DE RECICLAGEMCom o objetivo de promover o exercício da cidadania pela prática da coleta sele-tiva do vidro nasceu, em 2000, o projeto vidro é cidadania garantida e meio am-biente preservado, realizado no rio de Janeiro. a iniciativa é uma parceria da owens-illinois com o programa social da Mangueira, que tem o apoio do governo estadual e municipal do rio de Janeiro. o projeto da companhia funciona no complexo esportivo Vila olímpica, dentro do espaço do programa social da Mangueira, que ocupa uma área de mais de 30 mil m². Para cada 90 kg de vidro transparente ou 120 kg de vidro misto, os mo-radores da comunidade trocam embalagens in-teiras ou quebradas por cestas básicas. “Men-salmente, arrecadamos 200 toneladas de vidro que beneficiam cer-ca de 1 900 famílias com cestas básicas”, informa Lúcia Moreira, coordenadora dos pro-gramas de reciclagem da owens-illinois. o projeto está tão con-solidado no rio de Ja-

neiro, que hoje a população de outros municípios do estado, como Macaé e nova iguaçu, também participam, levando as embalagens de vidro pós-consumo para trocar por cestas básicas. “nós queríamos atender a comunidade, mas agora estamos atendendo quase todo o estado”, comemora Lúcia o sucesso da iniciativa.

a escolha da comunidade da verde e rosa se deu pela proximidade com a planta fabril da owens-illinois e pela consolidação do programa social da Mangueira que existe desde 1987, realizando ações sociais nas áreas de educação, esporte, saúde, lazer e cida-dania. “de 2003 para cá, os números da coleta seletiva vêm se mantendo bastante estáveis. a diferença é que hoje mais pessoas entram em contato com a empresa, não somente para par-ticipar do projeto, mas para entender, conhecer e visitá-lo”, explica.

no ano passado, o sucesso do projeto carioca veio para são Paulo, batizado com o nome de vidro solidário, em parceria com a CdHU (Companhia de desenvolvimento Habitacional e Urbano) do Estado, para a sua im-plantação na comunidade do Jardim

Pantanal, na região da Zona Leste, também próxima a planta fa-bril da owens-illinois. Quem toca o projeto é a cooperativa nossa Esperança, que rece-be as embalagens de vidro pós-consumo. no mesmo forma-to do projeto do rio de Janeiro, em são Paulo, os moradores trocam 150 kg de vidro por cestas bá-sicas. atualmente, o projeto arrecada apenas 5 toneladas de vidro/mês, mas a ideia é que esse volume seja expandido. “aca-bamos de doar uma perua Kombi para a cooperativa, visando

facilitar e aumentar a coleta seletiva do vidro na região e também de outros ma-teriais. além disso, a cooperativa recebe três cestas básicas a cada uma tonelada de vidro recolhida”, diz Lúcia.

o próximo passo é a inauguração de um terceiro projeto de reciclagem de vidro, ainda este ano, no município de descalvado, no interior de são Paulo, em parceria com a prefeitura da cidade, onde a owens-illinois tem uma planta de mineração. “a intenção é despertar as pessoas para a importância da recicla-gem do vidro. nós vamos fazer o link mi-neração, extração de areia e reciclagem de vidro, mostrando para a população, que futuramente, dependendo da cons-ciência ambiental de todos, 100% das embalagens podem ser produzidas com cacos de vidro”, ressalta Lúcia. “temos um longo caminho a percorrer, mas precisamos começar”, acrescenta.

a coleta seletiva do vidro na cidade de descalvado será feita pelas associações de bairro. a expectativa de coleta é de 15 toneladas/mês. “o vidro coletado será levado para um local de transbordo cedi-do pela prefeitura até perfazer o volume esperado, já que não é ambientalmente correto transportar a carga de material a cada tonelada para são Paulo por causa da emissão de gás carbônico”. a owens-illinois tem planos de expandir o projeto de reciclagem de vidro para outras ci-dades do Brasil, mas sempre avaliando a sua sustentabilidade. “o nosso maior desafio é despertar a consciência do cidadão. Mesmo que ele não consiga transformar o mundo, a sua atitude já é uma grande contribuição para o meio ambiente”, conclui Lúcia. (M.H.)

Lucia Moreira, coordenadora

dos programas de reciclagem

da Owens Illinois, no

projeto vidro é cidadania garantida e

meio ambiente preservado

INFORMAÇÕES

OWENS-ILLINOISTel.: (11) 2542-8000 | www.oidobrasil.com.br

PEQUENAS AÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA O MEIO AMBIENTE

30% da área de 320 mil m², da planta fabril da Owens-Illinois, em São Paulo, são ocupadas com plan-tação de eucaliptos que contribui para a diminuição de gás carbônico na atmosfera.

Reuso de 100% da água utilizada nas plantas fabris do Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente, o consumo de água é de 0,3 a 0,5 m³ por tonelada fundida de vidro.

Dois precipitadores eletrostáticos instalados nas duas fábricas ga-rantem a captação de partículas poluentes que poderiam ser emitidas para atmosfera. Com isso, a empresa reduziu em 99,5% o risco de emissão para o meio ambiente.

Uso do gás natural no processo de produção das embalagens de vidro asseguram a redução de emissão de CO².

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Um negócio

tudo o que os seus olhos podem alcançar no horizonte é verde. a natureza é recortada por montanhas, cachoeiras e rios. o cenário perfeito para erguer a planta fabril da ibema, em turvo, interior do Paraná, na década de 50, quando a empresa ainda atuava no setor de madeiras. desde o início de suas atividades, o dna verde já estava lá incorporado na sua gestão, que foi pioneira na região, ao iniciar, na década de 60, os projetos de florestamento de araucária. Paulo roberto ivanski, diretor-industrial da ibema, explica que a matéria-prima da fábrica era originária de ponteiras

e resíduos da araucária destinados para serrarias. “Esse foi o primeiro passo para a empresa se tornar autossuficiente em araucária e, principalmente, garantir a repetibilidade do produto para atender a demanda dos clientes”, diz. o florestamento de araucária garantiu o manejo florestal sustentável, ou seja, a preservação da mata nativa.

Foi nessa época, que a ibema começou a planejar o início da produção de papel cartão para em-balagens, que se deu efetivamente, na década de 70. “Esperamos as florestas maturarem para ter matérias-primas adequadas lá na frente. nesse período, a empresa também foi atrás de matérias-primas alternativas, de crescimento mais rápido, pensando justamente na expansão dos seus negócios e na ampliação da atividade industrial”, revela o executivo. daí a ibema iniciou o plantio da floresta de pinus. “Ela permitiu incrementos mais rápidos e, consequentemente, menor área florestal para ter a matéria-prima necessária para a fabricação de pasta mecânica”, explica ivanski.

Hoje, a área plantada de florestas da ibema é de aproximadamente 8 200 hectares, dos quais 4 500 hectares de pinus taeda. o restante da área é reserva legal de preservação permanente. “o foco é ter o mínimo de área plantada, mas sempre olhando para futuras expansões. atualmente, temos mais florestas do que conseguimos consumir para produzir pasta mecânica. isso significa que se a

ibema precisar aumentar a capacidade de produção de pasta mecâ-nica para suprir a fábrica de papel cartão para

embalagens, nós

Dos projetos de

florestamento de pinus até

as ações sociais, a

Ibema não só cuida do

futuro do planeta, mas das pessoas

também

ecoeficiente

Floresta de pinus taeda: 4 500 hectares

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De 2004 para 2009, conseguimos reduzir em 90% a emissão de gás carbono no processo de fabricação

do papel cartão para embalagens

teríamos autossuficiência”, garante o diretor-industrial. o consumo médio de pasta mecânica é de 100 toneladas/dia para produção de papel cartão para embalagens. Mas, a empresa produz somente 50 toneladas/dia, o restante do volume é comprado no mercado, principalmente, de pasteiras regionais localizadas num raio de 50 km de turvo e de algumas situadas fora do Estado do Paraná. “Esse é um formato de negócio que a ibema busca para manter o perfil da atividade florestal e a geração de empregos para a comu-nidade”, revela.

o plantio do pinus de fibra longa também permitiu desenvolver um papel cartão para embalagem mais sustentável. até 2002, a gramatura média ponderada do papel cartão era

de 300 g/m2, mas hoje ela já chegou a 260 g/m2. “o pinus garante maior rigidez e possibilita produzir, com menos tonelagem, um papel cartão de gramaturas menores com as mesmas propriedades de um material com gra-maturas superiores”. isso foi possível ainda graças ao projeto de expansão da fábrica, que ganhou a máquina 3, em 2003, possibilitando a distribuição de fibras, muito adequada para garantir as propriedades físicas e mecânicas do papel cartão. “É possível reduzir mais a gramatura do papel cartão, investindo em novas tecnologias e no tratamento de fibras e madeiras. além disso, o desenvolvimento genético possibilita que as fibras sejam cada vez mais apropriadas ao produto final”, acredita ivanski.

as práticas sustentáveis contemplam ainda o uso de aparas de papelão re-ciclado na produção do papel cartão ibemapack Plus. “do total de fibras utilizadas pela empresa, 15% são recicladas”, comenta.

o coroamento dessa gestão verde veio, recentemente, com a conquis-ta, em julho último, da certificação do selo FsC (Forest stewardship Council). “o trabalho de prepara-ção do FsC, entre planejamento e implantação, começou há dois anos. Mas a busca pelo selo é anterior”, explica ivanski. Essa conquista já era almejada, quando a empresa de-cidiu, em 1997, fazer a certificação iso 9000, um sistema de garantia da qualidade do processo de toda a fábrica. “a complexidade da fábrica e as inúmeras entradas de materiais de fornecedores diferentes tornam o processo de controle complexo. o esforço para a manutenção da certi-ficação e o fornecimento adequado é muito mais árduo”, afirma.

Paulo Roberto Ivanski, diretor-industrial da Ibema

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AUTOSSUFICIENTE NA GERAÇÃO DE ENERGIAa natureza ajudou a ibema ser auto-suficiente na geração de energia elétrica. Cortada pelos rios Marrecas e Cachoeira, a fábrica ganhou a sua primeira pequena central hidrelétrica (PCH), batizada de Boa Vista, na década de 60, visando a geração de energia para sua linha de produção. Hoje ela não gera mais energia, mas é utilizada para produção de pasta mecânica.

a segunda central hidrelétrica Cachoei-ra entrou em operação, em 1984, e a terceira central hidrelétrica Boa Vista 2, em 2003, justamente para permitir a expansão da fábrica. Essa última, segundo ivanski, é a usina pesada, que gera 8 megawatts/hora e ainda pode ter sua capacidade dobrada. a potên-cia total das duas PCHs que operam a fio d’água é de 10,8 megawatts/hora, mas o consumo de energia elétrica, na unidade fabril, é de 7 megawatts/hora. “no ano passado, fizemos a interliga-ção com o sistema elétrico nacional por meio da Copel Companhia Para-naense de Energia para que a empresa não ficasse exposta a problemas mais sérios e não conseguisse realizar o atendimento ao cliente. Mas, prin-cipalmente, para ter a possibilidade de despachar excedentes de energia limpa para o sistema, melhorando a rentabilidade da companhia”, expli-ca. “o excedente pode ser fornecido, inclusive, para a nossa outra unidade, localizada em ibema (Pr)”.

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PAPEL SOCIAL: QUALIDADE DE VIDA E CAPACITAÇÃOservir o outro é um com-portamento altruístico que gera o círculo virtuoso da reciprocidade. a ibema sabe bem disso. a empresa é o que se pode chamar de uma grande família. desde a sua fundação, na década de 50, os funcio-nários que por lá passaram, deixaram seus herdeiros para dar continuidade ao trabalho. Hoje, a terceira geração de colaboradores é a força de trabalho da companhia, que emprega 615 fun-cionários, na unidade de turvo (Pr). ivankski ensina o segredo. “aqui dentro existe uma comunidade e tudo que ela precisa para ter um futuro melhor. afi-nal, além do compromisso ambiental, as ações da ibema também se caracteri-

zam pelas atitudes socialmente responsáveis”, acentua. Com a realização de projetos sociais, a Fundação ibema e o centro comunitário, a companhia con-tribui para garantir a qualidade de vida e o desenvolvimento de seus colaboradores e familiares. a começar pela moradia. Loca-

lizadas dentro da área da fábrica, as vilas residenciais construídas pela ibema possuem uma completa infraestrutura, que inclui energia elétrica, água e um sistema completo de cole-ta e tratamento de esgoto. tudo isso disponibilizado aos colaboradores sem ne-nhum custo, em regime de

comodato, para cerca de 700 pessoas.

o conhecimento é o pilar do futuro, por isso os filhos dos funcionários frequentam escola do Ensino Funda-mental e Médio, praticamente, sem sair de casa. Bastam poucos passos para chegar até a escola, que é mantida pela Prefeitura de turvo, dentro da unidade da ibema, com aulas nos três períodos: manhã, tarde e noite. além da escola, a empresa em parceria com o senai de Guarapuava (Pr) realiza cursos pré-profissionalizantes gratuitos com duração de um ano, para formação de auxiliares administrativos e técnicos em produção industrial. isso faz parte do programa aprendiz dedicado aos jovens de 14 a 24 anos. atualmente, a turma é formada por 16 aprendizes. “duas salas são cedidas pela ibema para a realização dos cursos que acon-tecem de segunda a sábado, no período da manhã. os filhos dos funcionários têm oportunidade de trabalhar na

economia verde

Aqui dentro existe uma comunidade e tudo que ela precisa para ter um futuro melhor

Casa de força da Usina de Boa Vista 2 que gera 8 megawatts/hora

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fábrica. abrimos vagas internas e privilegia-mos quem tem talento e quer crescer profissio-nalmente. oferecemos treinamento para se-guir trabalhando aqui por muito tempo”, diz ivanski. Este ano, a no-vidade é o Programa de inclusão digital onde a empresa cede o espaço e toda a infraestrutura

para as aulas de informática. o senai entra com os notebooks e os professo-res. “outros cursos podem ser feitos no senai Guarapuava. Um ônibus cedido pela empresa leva os alunos para a cidade vizinha”.

não muito longe dali fica o centro comunitário, um projeto criado, em 2005, pela assistente social Marta Le Fosse, que oferece oficinas de culiná-ria, pintura em tecido, crochê, costura e bordado para os dependentes dos funcionários, como esposas, filhas e mães. o objetivo, segundo ela, é promover a integração social entre as mulheres da comunidade e trabalhar o melhor do ser humano. “nós ensi-namos a pescar, não damos o peixe”, garante. Lá também funciona, de segunda a sábado, uma pequena bi-blioteca e o serviço social para atender a comunidade.

na área de saúde, a Fundação ibema, oferece aos funcionários e dependentes atendimento médico, odontológico e de enfermagem, mantendo ainda con-vênios com farmácias, clínicas e labora-tórios, além de hospitais da região para atendimento ambulatorial em diversas

especialidades. Para pacientes que ne-cessitam de tratamento em turvo ou Guarapuava está disponível um serviço de transporte diário. a Fundação man-tém também um ambulatório médico 24 horas com enfermeiras, auxiliares e médicos de diversas especialidades.

E, na área de lazer, a ibema criou a as-sociação recreativa da ibema que con-ta com campo de futebol suíço, quadra de areia, quadra de esportes, academia equipada, vestiário, sala de jogos, par-que, praça, lagoa e restaurante. “Um professor de educação física realiza as aulas e os funcionários participam de competições em turvo e Guarapuava. É uma comunidade atuante”, revela ivanski. “Esse conjunto de ações da ibema assegura uma vida digna para eles”, conclui. (M.H.)

Menores aprendizes, filhos dos funcionários da Ibema, recebem qualificação profissional em salas cedidas pela empresa

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Tecnologia produz mais com menos

A Oystar Fabrima desenvolveu uma empacotadora de alta velocidade que utiliza menos material de embalagem

na natureza nada se cria. nada se perde. tudo se trans-forma”. É parafraseando essa conhecida frase da Lei de Lavoisier que os fabricantes de máquinas de embala-gem também estão conduzindo o desenvolvimento de tecnologias verdes que revertem custo em benefício. o que antes era tratado como um problema agora é uma vantagem, com ganhos de produtividade, competiti-vidade e ambientais. Um bom exemplo disso é o que

está fazendo a oystar Fabrima, uma das maiores fabricantes de máquinas de embalagem da américa Latina.

Muito antes de se falar de sustentabilidade, como o assunto é tratado hoje no Brasil, a companhia já atuava alinhada com essa preocupação. segundo Michael teschner, gerente-geral da oystar Fabrima, desde 2000, a empresa já estava repen-sando o processo de embalagem de suas máquinas, que é aprimorado a cada ano. “Cada vez mais os equipamentos incorporam mais tecnologia e inteligência, não só para atender esse requisito verde, mas para a sustentabilidade do negócio”. a companhia investe anualmente de 3% a 4% do seu faturamento (r$ 45 milhões em 2008) em melhorias e novos equipamentos. “a construção das novas máquinas contempla o uso de soluções baseadas na tecnologia de controle, como sensores, controladores e funções, que garantem o funcionamento perfeito do processo de embalagem”. ou seja, ela coloca um fim no desperdício e na geração de custos.

agora, é possível realizar o diagnóstico de qualquer tipo de falha como, por exemplo, produtos defeituosos ou mal-acabados, que exigem reproces-samento e geram o desperdício de material de embalagem.

o conceito de redução do índice de desperdício de material de embalagem nas máquinas de empacotamento foi trazido pela oystar Fabrima da Europa. “a produtividade e a redução da perda de material de embalagem sempre foram atributos importantes na concepção de nossas máquinas”, afirma teschner. “as atuais empacota-doras trabalham com índice máximo de desperdício de material de emba-lagem de 1% a 2%, enquanto as tecno-logias concorrentes operam com uma taxa de 5%”, compara. “Em volume de embalagem não é possível mensurar,

Novas tecnologias

visam a redução do

consumo de material de

embalagem

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pois isso depende de vários fatores, como velocidade das máquinas, quan-tos turnos elas operam, etc.”.

MAIS PRODUTIVIDADE COM MENOR HEAD SPACEUm bom exemplo dessa inovação sustentável é uma máquina de em-pacotamento, que proporciona maior produtividade e menor uso de material de embalagem. Ela foi feita sob enco-menda para uma grande torrefadora de café. teschner explica o segredo dessa tecnologia. “antes para empa-cotar o café em alta velocidade, nor-malmente, era necessário aumentar o head space (espaço livre entre o pro-duto e o fechamento da embalagem). desenvolvemos um novo sistema de compactação do produto em pó para operação em alta velocidade de 105 a 110 pacotes de 250 gramas/minuto, com mínimo de head space”, destaca teschner. nesse processo, a redução de material obtida foi de 15 mm por embalagem. “Considerando que hoje um pacote mede 300 mm, a redução é considerável”, diz.

o maior desafio no desenvolvimento dessa nova tecnologia de empacota-mento, segundo o executivo, residiu no comportamento do café em pó. “nesse caso, o segredo estava no ma-

nuseio, ou seja, conseguir alimentar o produto em alta velocidade, sem gerar pó, pois isso prejudica o processo de empacotamento”. Mas o grande driver da sustentabilidade é a economia para o cliente. “É difícil alguém investir em iniciativas que visam somente o meio ambiente. É preciso combinar os dois objetivos”. É o que aconteceu com a grande torrefadora ao escolher a oystar Fabrima para realizar o de-senvolvimento da nova máquina de empacotamento. “Essa tecnologia, além de reduzir o uso de material de embalagem, substituiu uma máquina mais lenta, que operava a uma velo-cidade de 80 embalagens/minuto. a empresa conseguiu aumentar em 20% a sua produtividade, sem ampliar o espaço físico da fábrica e melhorar a qualidade da linha de empacotamen-to”, revela. a novidade pode ser utili-zada para outras aplicações em pó, já que a forma de dosagem é similar.

REDUÇÃO DE ENERGIA: A PRÓXIMA ONDAna alemanha, a eficiência energética está na agenda de uma discussão intensa. Há uma busca por motores que usam energia elétrica com mais eficiência. “nós já utilizamos os mais modernos motores disponibilizados no Brasil em nossas máquinas auto-máticas e semiautomáticas de emba-lagem. Estamos contribuindo com o meio ambiente”. “no entanto, ainda não existe um projeto claro e definido para reduzir o consumo de energia”, informa teschner. Mas ele acredita que isso vai começar a ser uma priori-dade no Brasil, principalmente, para máquinas de grande potência. Esse não é o caso das máquinas de emba-lagem que utilizam poucos controles e baixa potência. “Há equipamentos em que esse aspecto é muito mais impor-tante porque o consumo de energia é

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muito maior, como as sopradoras e as injetoras”, acredita.

além da redução do consumo de ener-gia, o próximo desafio no desenvolvi-mento de máquinas de embalagem deve ser o uso de filmes biodegradá-veis. “nenhum cliente solicitou para a empresa esse tipo de desenvolvimen-to. não sabemos se vai ter impacto ou não na máquina de empacotamento, mas certamente, estamos prontos para atender essa demanda”, co-menta teschner. diferente do que acontece nas encartuchadoras, que já operam com cartuchos reciclados, sem necessidade de adaptações. “Em um ou outro caso, tivemos que realizar peque-nos ajustes mecânicos para trabalhar de maneira eficiente com o cartucho reciclado que era muito fino”.

DESTINO CORRETO PARA OS RESÍDUOS INDUSTRIAIS todos os resíduos industriais gerados no processo de produção da fábrica e no centro de usinagem da oystar-Fabrima têm um destino certo e correto. Eles são enviados para cerca de quatro empresas especializadas que têm licença ambiental da sabesp para realizar esse trabalho. todo o material, como aço, aço inoxidável, alumínio, bronze e latão, além de óleos são reci-clados. tudo que dá para voltar para o processo de fabricação volta.

Quando não é possível são descartados de maneira responsável. “temos plena consciência para onde vão os nossos resíduos”, afirma teschner. “isso já é feito há bastante tempo pela compa-nhia, mas há três anos, melhoramos a gestão de tratamento de resíduos ao trabalhar com empresas ainda mais capacitadas”. (M.H.)

Michael Teschner, gerente-geral da Oystar Fabrima

Desenvolvemos um novo sistema de compactação do produto em pó para operação em alta velocidade de 105 a 110

pacotes de 250 gramas/minuto, com mínimo de head space

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De volta às origens

A lata de alumínio pode ser reciclada infi nitas vezes

sem perder nenhuma de suas características. Nesse negócio, a Novelis pratica o

desperdício zero e multiplica os ganhos ambientais

Um dos principais atributos do alumínio, a reciclabilidade re-força a vocação do material para a sustentabilidade econômica, social e ambiental. o metal pode ser reciclado infinitas vezes sem perder suas características no processo de reaproveitamento. o

Brasil aproveita bem essas características. tanto que, pelo sétimo ano consecutivo, o país é o maior reciclador de latas de alumínio do mundo, reciclando 160 mil toneladas ao ano, com um índice de 96,5%.

E a reciclagem também é fundamental no modelo de negó-cio da multinacional norte-americana novelis, fabricante de chapas de alumínio, especialmente, elaboradas para a produção de latas, além de chapas para a tampa e anel. Em seu Centro de reciclagem, em Pindamonhangaba (sP), a empresa reciclou, em 2008, 8,8 bilhões de latas de alumínio ou 81 mil toneladas. a alta reciclabilidade da

lata de alumínio estimula a redução da extra-ção de bauxita das jazidas e a economia de energia elétrica. Para cada tonelada de metal reciclado, a novelis poupa cinco toneladas de bauxita. “no final do ano, isso significa uma

economia de 800 mil toneladas de recursos naturais que não foram retiradas das jazidas”, acentua osmar Marchioni, gerente-comercial de reciclagem da novelis. a reciclagem das latinhas também permite poupar energia. o índice chega a 95%. “a economia no ano é de aproximadamente 0,5% do total consumido no país, ou seja, 2 500 gigawatts hora/ano. isso dá para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes”, compara.

segundo o executivo, a empresa recicla o máximo possí-vel de alumínio, mas também utiliza alumínio primário. “Quando se fala de reciclagem de alumínio, logo vem à

RECICLAGEM DE

160 milTONELADAS AO ANO

ÍNDICE DE

96,5% O BRASIL O MAIOR RECICLADOR DE LATAS DE ALUMÍNIO DO MUNDO

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mente a lata, que tem um ciclo de vida muito curto, de apenas 30 dias. Mas, há também um volume de sucatas do processo, que igualmente é reciclado. Por exemplo, a empresa fornece a bobina de alumínio para o fabricante de lata, na medida em que ele produz a lata, sobra material, que volta para o sistema”, revela. “são materiais que nós chamamos de estamparia, chaparia, offset, entre outros, que são reciclados e destinados para outros mercados”. a grandeza desse negócio é medida pelo volume de mate-rial reciclado utilizado no processo de produ-ção da novelis. “Hoje, o índice supera 50% do volume vendido, que é de 180 mil toneladas ao ano”, diz Marchioni. a tendência é que esse índice seja superado. a capacidade de processamento de sucata da empresa cresce a cada ano e a intenção é seguir expandindo. “no final de 2008, nós instalamos novos equipamentos na área fria, como moinhos e esteiras vibratórias, necessários para remover os contaminantes, além de mais um forno de reciclagem que gera metal líquido”, comenta o executivo. o in-vestimento não envolveu somente o negócio de reciclagem, mas também o centro de laminação com aporte de Us$ 21 milhões.

PRODUÇÃO LIMPAo conceito de sustentabilidade ine-xiste, se não houver um processo de produção limpa, ou seja, que igual-mente minimiza o impacto ambien-tal. os esforços ambientais da novelis nesse campo também estão em dia. E começa no recebimento da sucata de latas de alumínio. a empresa retira amostras de cada carga recebida das empresas processadoras de sucata, hoje são cerca de 20, para realização

de testes de umidade. depois dessa etapa, essa carga vai para a área fria da reciclagem, passando pelos de-senfardadores, peneiras vibratórias e equipamentos pneumáticos que removem todos os metais ferrosos e pesados, garantindo a pureza do alu-

mínio que será reutili-zado. “todo o resíduo gerado no processo de produção do Centro de reciclagem da novelis é separado em caixas que são pesadas e de-pois reciclado”, revela Marchioni. Esse pro-cesso é feito por meio de um sistema online que afere os resíduos gerados em cada etapa do processo de recicla-gem da sucata de latas de alumínio. “depois

desse processo o material picado se-gue para um forno rotativo que opera a 300ºC para remoção de tintas e vernizes. o alumínio sai pré-aquecido e pronto para virar metal líquido”, explica. a unidade produtiva conta ainda com filtros para filtrar todo tipo

NÚMEROS SUSTENTÁVEIS

ECONOMIA DE 95% NO CONSUMO DE ENERGIA

8,8 BILHÕES DE LATAS DE ALUMÍNIO. ESSE É VOLUME RECICLADO EM 2008 PELA NOVELIS

800 MIL TONELADAS DE BAUXITA NÃO FORAM EXTRAÍDAS DAS JAZIDAS

Osmar Marchioni, gerente-comercial de reciclagem da Novelis

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de emissão durante o processo de re-ciclagem. “todo particulado é arma-zenado e destinado para reciclagem. o processo inteiro é controlado pela empresa, item por item, carga por car-ga. Para se ter uma ideia, conta ele, as empresas processadoras de sucata de latas de alumínio sabem exatamente qual é o volume de resíduos contidos no material que foi enviado para a novelis, tais como: umidade, sujeira, terra, magnéticos, pesados, etc. “Esse relatório é enviado regularmente”, diz. isso dá uma amostra do traba-lho da novelis no monitoramento dos impactos ambientais, além dos muros de sua fábrica, em Pindamo-nhangaba, que é certificada pela iso 14001, desde 2002. Ela acompanha de perto as práticas sustentáveis de seus fornecedores.

PELO CONSUMO CONSCIENTEContribuir para a preservação do meio ambiente e melhorar a qualida-de de vida de todos. Essa é a proposta de vários programas desenvolvidos

pela novelis. Mas, Marchioni, des-taca o programa a sociedade do amanhã, lançado em 1996 pela novelis e implantado, em 1998, em Pindamonhangaba (sP). a iniciativa é resultado de uma parceria com as secretarias estaduais de educação e com as prefeituras municipais, nas cidades, onde estão instaladas as plantas industriais da empresa: Pin-damonhangaba (sP), Candeias (Ba) e ouro Preto (MG).

a metodologia utilizada reúne con-teúdo teórico e prático, além de atividades lúdicas todas relacionadas à educação ambiental. o trabalho é realizado de forma multidisciplinar e utiliza temas transversais como ética e cidadania. a empresa oferece material didático aos alunos, trei-namento aos professores, além de material pedagógico para que a ati-vidade seja desenvolvida nas escolas de Ensino Fundamental. “Esse é um trabalho abrangente que acaba se multiplicando, pois as crianças levam o conhecimento para dentro de suas

casas, ensinando os pais e irmãos”, acen-tua Marchioni sobre esse amplo despertar de consciência am-biental. nesses 10 anos, mais de 19 mil alunos concluíram o projeto e cerca de 100 mil livros foram distribuídos. no ano

passado, o projeto contemplou a capacitação de mais 420 professores de 47 escolas da rede pública e pri-vada que transmitiram informações e conceitos sobre a conservação do meio ambiente para 10 mil alunos. “a relação do consumidor com a sus-tentabilidade mudou, sem dúvida, principalmente, na população de classe média. Especialmente, para a novelis, isso é bastante claro, pelo nível de conscientização do coletor, volume de reciclagem e evolução da coleta seletiva de latas de alumínio”, afirma o executivo.

ainda há um espaço enorme para cres-cer. “o Brasil tem 5 563 municípios, dos quais apenas 405,7% realizam coleta seletiva. E não estamos falando somente de lata de alumínio, mas de outros tipos de embalagens também”, conclui. Que assim seja! Hoje, 180 mil pessoas se beneficiam da reciclagem de lata de alumínio. “Ela tem esse valor intrínseco ao gerar renda e em-prego”. (M.H.)

Programa de educação ambiental A Sociedade do Amanhã: educando os consumidores do futuro

A relação do consumidor com a sustentabilidade mudou, sem dúvida, principalmente, na população de classe média

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Fazendo a diferença com a longa vida

Com investimentos em práticas sustentáveis que remontam a sua criação, a multinacional sueca Tetra Pak garante um futuro mais verde n

unca antes se discutiu tanto sobre sustentabili-dade como nos dias atuais em todos os cantos do planeta. Mas muito antes desse tema ganhar tal amplitude, a multinacional sueca tetra Pak, uma das maiores fabricantes de embalagens longa vida do mundo, adotou práticas sustentá-veis em seu modelo de negócio. na definição de Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente

da tetra Pak, a melhor síntese para a visão da empresa sobre o assunto: “desde sua criação, há mais de 50 anos, a companhia possui o dna de sustentabilidade. Entretanto a palavra sustentabilidade nem existia na-quela época. o que sempre conduziu essa gestão verde foi o conhecimento empírico”. Mas a partir da década de 90, a tetra Pak lançou uma política

ambiental mundial que rege todas as suas fábricas. “Ela prevê o atendimento à legislação ambiental de cada país. além de

realização da análise do ciclo de vida (aCV) das embalagens e dos equipamentos, redu-ção do consumo de mate-riais, energia, combustível e água e a busca constante de fontes renováveis de matéria-prima”, afirma.

desde a implantação da po-lítica ambiental, os ganhos já são muitos. não só para

o meio ambiente, mas também econô-micos. Um bom exemplo disso, conta Zuben, é a redução significativa do peso das embalagens longa vida de 1 litro (representa 70% do volume produzido pela empresa no Brasil) feita nos últi-mos 25 anos. “Hoje ela pesa 28 gramas. Consegui-mos reduzir 20%, principalmente, com o uso de

METAS AMBIENTAISRedução de 10% na emissão de CO2 até 2010 em comparação a 2005

Redução de 10% no consumo de energia até 2010 em comparação a 2003

Aumento de 40% no índice de reciclagem de embalagem longa vida até 2012

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alumínio e papel cartão de menores gramaturas”. isso foi possível graças à análise de ciclo de vida de emba-lagens (aCV) feita pela tetra Pak, desde 1992, que permite diminuir o impacto ambiental. “toda embala-gem ou máquina nova tem que ter um impacto menor do que àquelas que elas vão substituir. além disso, é possível obter redução de custos dos materiais e das máquinas”, diz o diretor. outra bem-sucedida solução verde fruto do uso dessa importante ferramenta é a máquina de envase, que em 1975, utilizava 200 litros de água/mil embalagens longa vida de 1 litro. “atualmente, a mais nova versão já opera com apenas 10 litros de água/

mil embalagens de 1 litro”, compara Zuben. Em termos de energia, a eco-nomia também foi bem significativa. “Em 1973, o consumo de energia nas máquinas era de 9 quilowatts. Hoje, os novos equipamentos utilizam 0,5 quilowatts”.

Essas práticas sustentáveis visando a redução do consumo de água e ener-gia se estende para suas duas plantas fabris, em Monte Mor (sP) e Ponta

Grossa (Pr). o monitoramento do consumo de energia começou em 1997. desde então, a tetra Pak con-seguiu reduzir 15% por milhão de embalagem. Para atingir esse resulta-do, a companhia substituiu motores antigos por motores de corrente contínua, instalou um gerenciador de energia elétrica e aprimorou o sistema de refrigeração (leia-se subs-tituição de compressores, medidores

e ventiladores) dentro das fábricas. “Já o consumo de água, por exemplo, caiu de 17,7 m3 por milhão de em-balagem, em 2003, para 15,4 m3 em 2007. Esse desempenho foi alcançado basicamente com melhorias na torre de refrigeração e campanhas de cons-cientização dos nossos colaboradores realizadas anualmente durante o dia Mundial da Água e o dia Mundial do Meio ambiente”, revela Zuben. a tetra Pak também reutiliza 25% da água consumida e tratada nos vasos sanitários e para limpeza de áreas das plantas fabris.

O consumo de água caiu de 17,7 m3, em 2003, para 15,4 m3 por milhão de embalagem em 2007

Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra Pak

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GESTÃO DE RESÍDUOStodo material gerado nas planta fabris de Monte Mor (sP) e Pon-ta Grossa (Pr) da tetra Pak vai para uma uni-dade chamada área de resíduos sólidos. tudo é separado antes de ser triturado e enfardado para depois ser vendido para diversas empresas recicladoras dos estados de são Paulo e Paraná. “Hoje 99,22% dos resíduos gerados são vendidos para empresas reciclado-ras”, revela Zuben. Entre os resíduos sólidos estão materiais, como papel virgem, papelão, papel branco de escritório, papel virgem impresso, sobras de polietileno e de material laminado, além de aço, ferro, caixa de madeira e paletes. Esses últimos estão entre os menores volumes. “as recicladoras utilizam esse tipo de material como matéria-prima”, diz o executivo.

AUMENTO DA RECICLAGEMa reciclagem de embalagem longa vida ganhou um aliado de peso para o seu crescimento no Brasil. Com o desenvolvimento da tecnologia de plasma que separa o alumínio

do polietileno (PE), iniciado em 1997, e o lançamento da primeira fábri-ca, em 2005, em

Piracicaba (sP), a emba-lagem longa vida ganhou vida longa. Que o diga os números da evolução da sua reciclagem. no ano passado, o índice de reciclagem foi de 26,6%, correspondendo a 53 mil toneladas de embalagem longa vida. E a meta para

2012 é atingir o índice de 40%. E as ações para isso já começaram. Em agosto, um segundo reator começou a operar, na planta fabril, em Piracicaba (sP), que gerou aumento no consu-mo de alumínio e polietileno. Essa maior demanda, segundo Zuben, resultou também na alta do preço de materiais pós-consumo para as cooperativas de reciclagem. Bom para a cadeia. Mas a expansão do índice de reciclagem também se deu pelo crescimento do mercado de telhas produzidas com polietileno (PE) e alumínio das embalagens longa vida. “Em 2008, 8 mil toneladas de placas geraram 650 mil telhas no mercado brasileiro”, revela.

além desse trabalho, a tetra Pak rea-liza ações sustentáveis com empresas recicladoras e cerca de 600 coopera-tivas de reciclagem de todo o Brasil. “doamos big bags para as cooperativas

de reciclagem organizarem melhor o seu trabalho de separação de ma-teriais, além de prensas. Mas o mais importante é que nós conectamos as empresas recicladoras com as coope-rativas para que elas possam vender o material diretamente sem a figura do atravessador”, explica Zuben.

Em parceria com o Compromisso Em-presarial para reciclagem (Cempre), a tetra Pak iniciou, no ano passado, um projeto que leva conhecimento

Hoje 99,22% dos resíduos gerados são vendidos para empresas recicladoras

AÇÕES SUSTENTÁVEIS

Processo de impressão 100% com solvente a Base Água, não só no Brasil, mas no mundo.

Projeto de utilização de biodiesel na frota de caminhões utilizada para transporte das embalagens no Brasil. Esse projeto foi iniciado em 2006 e atualmente abrange o uso de biodiesel em 10% da frota de caminhões da empresa.

A Tetra Pak foi a primeira empresa de embalagens a receber a certifi cação ambiental ISO 14001 no Brasil. A fábrica de Monte Mor foi certifi cada em julho de 1997 e a de Ponta Grossa (inaugurada em 1999), foi certifi cada em 2001.

As fábricas brasileiras são certifi cadas pelo FSC – Forest Stewardship Council que atesta que 100% do papel utilizado provêm de fl orestas plantadas e é de fonte renovável. Hoje já são 1 bilhão de embalagens com o selo FSC.

Inovador no conceito, na forma e no conteúdo, o projeto Rota da Reciclagem traz a coleta seletiva para o mundo da Internet. E o cidadão para o mundo da coleta seletiva e reciclagem. Em uma iniciativa inédita para a Internet brasileira, a Tetra Pak disponibiliza o primeiro buscador específi co de pontos de coleta seletiva e reciclagem (embalagens longa vida e outros materiais recicláveis).

Telhas feitas de alumínio e polietileno das embalagens longa vida: esse mercado contribuiu para movimentar a reciclagemFo

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para as cooperativas de reciclagem. internamente, conta o executivo, isso já é feito há vários anos, com a realização de palestras e aulas pela equipe de profissionais da área de meio ambiente e também por ou-tros multiplicadores da empresa. “recentemente, os colaboradores da fábrica de Ponta Grossa (Pr)

realizaram um trabalho muito bom com uma cooperativa lo-

cal, melhorando o seu fluxo de processo, com a instalação de uma nova mesa de sepa-ração e a doação de EPi’s para garantir a segurança dos trabalhadores”, afirma.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇASinserir a educação ambien-tal às atividades escolares rotineiras das crianças do Ensino Fundamental é o objetivo do programa de educação ambiental Cultura ambiental em Escolas, criado há 11 anos, que aborda toda a problemática do lixo urbano e suas soluções. Esse projeto é feito em todo o Brasil e, nesse período, já atendeu

cinco milhões de crianças. “nós enviamos kits com cadernos para os alunos que apresentam o tema de forma lúdica, além de dois cadernos para os professores que mostram como abordar a questão ambiental e o resíduo sólido urbano em vá-rias disciplinas, como português, matemática, ciências, geografia”, informa Zuben. Para saber como as escolas estão aplicando o programa de educação ambiental, a tetra Pak realiza pesquisas, que agora poderão ser respondidas pelo sistema online, bastando apenas fazer o cadastro. “Mas, as escolas também dão o seu feedback voluntário, enviando para empresa o resultado desse trabalho, como peças de teatro e filmes, que foram realizados em suas ativida-des escolares”, acrescenta. Zuben destaca: “a consciência ambiental está aumentando bastante. E nós acreditamos que a tetra Pak está colaborando para isso”. (M.H)

Kit distribuído pela Tetra Pak para escolas de Ensino Fundamental de todo o Brasil

Resíduos sólidos vendidos para empresas recicladoras

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MARGARET HAYASAKI

entrevista

Cuidar do meio ambiente nem sempre foi sua vocação. Pelo contrário, sua carreira começou na área de laticínios, onde trabalhou por muitos anos, no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, de Juiz de Fora (MG), como professor e pesquisador. Já na Coca-Cola Brasil, desde 1986, José Mauro de Moraes, que atuava na área regulatória, recebeu, em 2003, a missão de ser também o responsável pela área de

meio ambiente. Aceitou o desafio, mas foi atrás de conhecimento. “Fiz MBA em meio ambiente na Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Ali entendi que eu precisava abrir a minha mente, pois se continuasse com os meus conceitos antigos, não ia trazer nenhuma evolução para o sistema Coca-Cola Brasil”, afirma Moraes. “Eu ia ser um profissional resistente e não um profissional do futuro. Por isso, ouvi bastante os ambientalistas e aprendi muito com eles”. Mas, o executivo, hoje diretor de meio ambiente da companhia, não se intimidou por ser o mais velho da turma, também aprendeu com os mais jovens. “Isso me ajudou a fazer uma rede de contatos que até hoje eu utilizo de forma positiva”, diz. Segundo Moraes, ele ainda tem muito que aprender e mudar. “A área de meio ambiente é muito nova. Nós crescemos num mundo que não se preocupava com o planeta, mas hoje esse assunto é primordial”. Em entrevista a revista Pack, Moraes falou sobre a importância da sustentabilidade socioeconômica ambiental para o futuro da Coca-Cola Brasil e do meio ambiente. PACK: Como a Coca-Cola Brasil defi ne sustentabilidade? E de que maneira a empresa trabalha isso no processo de fabricação dos produtos?MORAES: Sustentabilidade para a Coca-Cola Brasil significa a perpetuidade da utilização dos recursos naturais. De que forma isso é trabalhado com os fabricantes? Os índices ambientais são monitorados mensalmente pela companhia. Sabemos exatamente quanto cada um deles está consumindo de energia e de água, além do volume de resíduos industriais gerados. As metas são estabelecidas anualmente pela Coca-Cola Brasil. Em 2008, o índice de consumo de água foi de 2,09 litros para cada litro de bebida produzida. Esse índice caiu 20% em comparação ao ano de 2001, quando o consumo de água para cada litro de bebida produzida era de 2,6 litros. A meta para redução de consumo de água é de 2% ao ano. Mas, sabemos que hoje está cada vez mais difícil, pois já chegamos num grau de eficiência bem alto.

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especial sustentabilidade entrevista

Sustentabilidade é a perpetuidade

dos recursos naturais

Para garantir o futuro do planeta, a Coca-Cola Brasil vê o mundo verde além dos seus muros, com ações que contemplam o seu negócio e de seus pares

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Sustentabilidade

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Eu diria que o índice de consumo de água das fábricas brasileiras é um dos melhores do mundo e bem similares às plantas do México. as plantas da Europa e dos Estados Unidos também trabalham com bons índices de consumo de água, que são bem próximos ao número do Brasil. E a cada ano, nós estamos em busca de melhores índices de redução de consumo de água. Mesmo nas fábricas onde são utilizadas garrafas retornáveis, que precisam ser lavadas, conseguimos reduzir o consumo de água, atingindo índices bem similares a esses.

PACK: O que foi feito para alcançar esse nível de redução de consumo de água? MORAES: Há diversos fatores. Um deles é a conscientização dos funcionários, pois no final, quem vai fechar a torneira são eles. se eles entendem que a administra-ção da fábrica está comprometida com as metas ambientais, realizando treina-mentos intensivos, essa conscientização vem. os funcionários, automaticamente, passam a incluir em sua rotina de traba-lho, a redução do consumo de água. Em contrapartida, outro fator extremamente importante é a utilização de tecnologia de reaproveitamento de água. Um bom exemplo é o que acontece hoje com as latas de alumínio e de aço e as embala-gens PEt descartáveis de 1 litro, 1,5 litro e 2 litros que recebem uma pequena rinsagem de água em seu interior. Esse

jato de água, que antes era jogado fora, agora é tratado e reaproveitado no proces-so produtivo de bebidas. outra medida importante na redução do consumo de água é a tecnologia de retrolavagem de filtros. os filtros têm que ser lavados para recuperar a capacidade de filtrar. E a água utilizada, que antes era descartada, agora volta para o tanque de água bruta para ser tratada e recuperada. atualmente, o índice de reutilização de água, nas plan-tas fabris, é de 10%. É bom lembrar que a redução do consumo de água gera be-nefícios econômicos. o primeiro: quando há menor consumo de água, menos água é tratada, portanto, baixo custo. o segun-do: redução da compra de água, maior economia. o terceiro: o menor volume de água permite ter estações de tratamento de efluentes menores, ou seja, menores custos para tratar esse recurso natural. E o que isso significa? se o meio ambiente

é bem tratado, a empresa pode ganhar dinheiro também.

PACK: E os índices de redução de con-sumo de energia?MORAES: a economia de energia deman-da investimentos, principalmente, em máquinas com motores mais eficientes. isso é uma ação constante nas fábricas. Esse indicador começou a ser monito-rado há pouco mais de quatro anos e, ainda, estamos aprimorando. Em 2008, o consumo de energia foi de 0,43 MJ para cada litro de bebida produzida. E a meta para 2020 é atingir 0,34 MJ, ou seja, uma redução de 20%. na face exposta ao público-consumidor, a Coca-Cola Brasil também encontrou uma nova solução para economizar energia. são as geladeiras inteligentes que refrigeram mais ou menos, gastam mais ou menos energia, de acordo com o movimento do ponto-de-venda. Elas têm sensores que percebem o número de pessoas, que estão circulando na área onde estão ins-taladas. Então, por exemplo, se há baixo movimento de consumidores na loja, as geladeiras param de gelar, mas mantêm temperatura constante, já que as portas não são abertas. Essas novas geladeiras proporcionam redução de 50% no consu-mo de energia em comparação aos equi-pamentos anteriores. Essa iniciativa é o resultado de nossa visão de negócio. nós enxergamos o mundo de uma maneira

bem global. temos nossas fábricas, mas sabemos que existe mundo lá fora.

PACK: A Coca-Cola Brasil monitora os índices de emissão de carbono?MORAES: o monitoramento dos índices de emissão de carbono ainda é um assunto novo na companhia. não temos resultados como acontece com os índices de consu-mo de água, energia e resíduos sólidos. Mas, a preocupação é cada vez maior. o que nós realizamos são ações visando a redução da emissão de carbono. É o caso do programa Águas das Florestas tropicais Brasileiras, desenvolvido pelo instituto Coca-Cola Brasil, que foi lançado, em 2007, na Bacia do rio Piraí, na serra do Japi, em são Paulo, com o objetivo de melhorar a quantidade e a qualidade de água em microbacias. Ele prevê a recomposição florestal de áreas próximas a rios e lagos, com o plantio de cerca de 3 milhões de espécies nativas, em uma área

de 3 mil hectares. Com isso, o programa contribui, ainda, para reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera.

PACK: Mas a redução do peso das emba-lagens também contribui para a menor emissão de carbono....MORAES: Certamente. a redução de peso da embalagem, além de poupar os recursos naturais, permite carregar mais volumes em um mesmo caminhão. todo o mix de embalagens da Coca-Cola Brasil, da garrafa PEt até a embalagem cartonada, sofreu redução de peso. no caso da garrafa PEt, por exemplo, a redu-ção de peso permite menor utilização de resina derivada do petróleo, que é gerador de dióxido de carbono. nos últimos seis anos, o peso dessa embalagem caiu de 52 gramas para 48 gramas, mantendo a sua integridade. Cada tonelada de PEt não utilizada representa uma redução de 7,5 toneladas de dióxido de carbono. Fo

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Cada tonelada de PET não utilizada representa uma redução de 7,5 toneladas de dióxido de carbono

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Há muito valor econômico nas embalagens. E nós queremos utilizar a favor da reciclagem

Mas, antes disso, a garrafa PEt, já havia passado por uma redução maior, com a descontinuidade do uso do base cup de polietileno, que era utilizado para dar susten-tação à embalagem arredondada. sem contar que havia a dificulda-de de reciclagem em função do uso de dois materiais. diferente de hoje, que a garrafa PEt tem fundo petalóide (achatado).

PACK: E como é o processo de desenvolvimento de uma em-balagem, considerando, a sua reciclabilidade?MORAES: nesse aspecto, consi-deramos muito importante, a consciência interna da compa-nhia para a reciclagem. Por isso, ao desenvolver uma embalagem, pensamos o que podemos fazer para evitar que um produto colocado no mercado seja um problema para o reciclador. ou seja, como a cadeia da reciclagem pode ser afetada? Por exemplo, há alguns anos, a Coca-Cola Brasil lançou embalagens coloridas (verdes, douradas e opacas) no mercado. E os recicladores nos alertaram dizendo que elas di-ficultavam a reciclagem. ainda que separadas essas embalagens não formavam massa crítica, ou seja, os recicladores não conse-guiam ter utilização plena para elas. E não era possível misturar uma garrafa dourada com uma embalagem transparente, pois contamina. o que nós fizemos?

Conversamos internamente na compa-nhia e os profissionais se convenceram de que as embalagens coloridas, apesar do excelente apelo visual para os consumido-res, não deveriam ir mais para o mercado. Por mais que elas fossem um sucesso, nós sabíamos que elas dariam problema na reciclagem. Fizemos uma regra interna, que previa investimentos para a recicla-gem das embalagens coloridas. Com isso, elas se tornaram desvantajosas e, conse-quentemente, deixaram de ser utilizadas, há dois anos. Foi uma solução um pouco drástica, mas necessária.

PACK: No ano passado, a Anvisa aprovou o sistema bottle-to-bottle. Como essa tecnologia vai ajudar a expandir a re-ciclagem de embalagens PET?MORAES: a tecnologia bottle-to-bottle vai permitir produzir uma embalagem com 25% de material reciclado e 75% de

material virgem. a novida-de deve chegar ao mercado brasileiro em 2010. ainda estamos desenvolvendo os fornecedores, pois a anvisa já aprovou a utilização, mas ela exige tecnologia apro-priada e limpeza perfeita da resina pós-consumo para garantir a segurança dos consumidores. os inves-timentos para implantar uma fábrica bottle-to-bottle são altos, da ordem de Us$ 10 a Us$ 20 milhões. Lá na Europa, nos Estados Unidos e no México, a companhia já opera com essa tecnologia. os impactos ambientais serão positivos. nos próximos dois a três anos, o índice de reciclagem de garrafa PEt, no Brasil, vai crescer 8%, saltando de 53,5% para 61%. dentro da Coca-Cola Brasil, o uso de resina PEt pós-consumo come-çará aos poucos, com taxas de 5% a 10%, chegando ao percentual de 25% em 2014. aí vamos nos equiparar aos países, que hoje já utilizam resina reciclada de PEt.

PACK: A Prefeitura de São Paulo multou grandes companhias, como a Coca-Cola, por descumprirem a lei que obriga as empresas a recolher 50% das embala-gens PET que usam em seus produtos. Como o senhor vê essa questão? MORAES: Essa legislação não foi bem dis-cutida e nem tampouco é clara. Ela não coloca a cooperativa de catadores como elo importante nesse processo. além disso, a distribuição de embalagens é um negó-cio tão capilar, que fica muito difícil para a indústria exercer esse trabalho e o custo de coleta por meio de pequenos postos, como prevê a legislação, poderá ser tão caro, que inviabilizaria a própria indústria, tamanho o volume de investimento necessário. sem contar que as embalagens estão nas mãos dos consumidores, o que dificulta a sua devolução para a companhia. Um dos principais pontos que devem resolver essa questão é a Política nacional de re-síduos sólidos, que está tramitando no Congresso. Enquanto, ela não é aprovada, a solução é estimular a indústria, inclusi-ve, todos os fabricantes de embalagem e não somente de PEt, a trabalhar com as cooperativas de catadores. dessa maneira, podemos investir no setor de cooperativas de catadores, viabilizando o seu cresci-mento e ajudando-as a se organizar para que sejam responsáveis pelo processo de coleta de embalagem e, com isso, ganhem rentabilidade. É claro, é preciso começar. Esse início exige que a sociedade e as indústrias dêem as mãos para apoiar es-

sas cooperativas de catadores. Mas também é muito impor-tante que os consumidores separem as embalagens em suas residências. E, desde que, exista um sistema logístico de captação, vamos conseguir reciclar números imensos. Há muito valor econômico nas embalagens. E nós queremos utilizar esse valor econômico a favor da reciclagem. Para se ter

uma ideia, uma tonelada de garrafa PEt prensada vale r$ 1 000,00. isso significa que cada embalagem vale r$ 0,5 centavos. Esse dinheiro pode perfeitamente ser des-tinado para as cooperativas, que normal-mente, é composta de pessoas carentes. Precisamos dar emprego para essa massa enorme da população. Esse é um trabalho extremamente interessante do ponto de vista socioeconômico ambiental. isso é o que queremos. E é assim que enxergamos o futuro.

PACK: As embalagens retornáveis tam-bém representam uma vantagem am-biental.. MORAES: sem dúvida, elas oferecem vantagem ambiental, já que poupam recursos naturais. no final da década de 80, nós lançamos a campanha Emoção que Vai e Volta para promover o uso da embalagem de PEt de 2 litros retornável. na época, ela foi um sucesso, porque era muito leve, fácil de transportar e lavar. Mas, também utilizamos garrafa de vidro retornável, que é a principal embalagem da Coca-Cola Brasil. Hoje 14% do volu-me de refrigerantes (9 bilhões de litros ao ano) estão em embalagem retornável de PEt e de vidro.

PACK: Como o senhor vê o papel dos materiais alternativos de embalagem nos esforços sustentáveis da Coca-Cola Brasil?MORAES: Hoje a companhia já se preocu-pa com o uso de materiais alternativos de embalagem. o monoetilenoglicol (MEG) utilizado na produção da garrafa PEt agora é produzido por meio de material biológico, ou seja, do etanol. Há uma fábrica na Índia que está produzindo esse material, que depois é enviado para uma planta na indonésia, que produz a garrafa PEt com 30% desse monoetilenoglicol de etanol com o Pta que vem do petróleo. Por enquanto, ela está disponível, somen-te, nos Estados Unidos. Mas, estamos avaliando a possibilidade de utilizar a tecnologia no Brasil. Creio que essa vai ser a próxima onda por aqui.

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Muitos desafios pela frente

GISELE C.CICHINELLI

os benefícios ambientais e sociais da gestão cor-reta e da revalorização das embalagens são mais do que comprovados. Principal componente da fração seca do lixo produzido nas residências, a reciclagem permite que ela seja reintroduzida no ciclo produtivo antes de virar lixo urbano, pro-blema crônico das grandes cidades mundo afora. isso sem contar na redução dos impactos ao meio

ambiente proporcionada pela reutilização dos materiais que a compõem. Graças a ela, milhares de embalagens cartonadas estão virando telhas, só para citar um entre os mais variados destinos desses insumos reciclados.

Mas apesar das vantagens evidenciadas pelo processo, os números dessa ati-vidade ainda crescem lenta e gradativamente no Brasil. segundo dados do Compromisso Empresarial para a reciclagem (Cem-pre), 6,4 milhões de toneladas de lixo foram reciclados em 2007 ante os cinco milhões reciclados em 2003. apenas 22% do lixo seco são reciclados no país, um número relativamente baixo perto do potencial de re-aproveitamento dos materiais usados nas embalagens, como plásticos, papelão, vidro, metais e borracha.

no âmbito das políticas adotadas pelos municípios, são Paulo destaca-se como um exemplo clássico do descaso do poder público com a reciclagem. a maior cidade do país recicla apenas 1% do chamado lixo reci-clável. “Em são Paulo, a quantidade de cooperativas é baixa perto do volume de lixo gerado. Para aumentar esse índice, é importante que a Prefeitura faça uma revisão do orçamento do lixo e amplie o número de

especial sustentabilidade reciclagem de embalagens

As vantagens da reciclagem das embalagens são inúmeras. Apesar disso, o setor ainda caminha a passos lentos

coope-rativas en-volvidas na co-leta seletiva”, enfatiza andré Vilhena, diretor-executivo do Cempre.

de fato, a coleta seletiva é o ponto nodal dessa cadeia. É nessa fase que o lixo se transforma em matéria-prima e, consequentemente, em um novo insumo para a indústria que irá reintroduzi-la no ciclo produtivo. nas inicia-tivas bem-sucedidas de criação de consórcios espalhados pelo Brasil, esse trabalho é realiza-do pelas cooperativas, vistas como parceiras fundamentais no combate ao problema do lixo urbano. no entanto, depois de serem forte-mente afetadas pela crise financeira deflagrada em setembro de 2008, as cooperativas lutam agora para se manterem ativas. de acordo

SUÉCIA – 40%EUA – 25%ESPANHA – 25%FRANÇA – 25%REINO UNIDO – 15%BRASIL – 11%TAILÂNDIA – 10%GRÉCIA – 10%PORTUGAL – 5%POLÔNIA – 4%MÉXICO – 5%ARGENTINA – 3%

BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL DE RECICLAGEM

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zzacom roberto rocha, vice-presidente

do Movimento nacional dos Catadores de Materiais recicláveis (MnCr) pelo Estado de são Paulo, o setor sentiu fortemente os impactos, sobretudo, pela redução no preço pago ao pape-lão (de 40 centavos a 20 centavos o quilo) e ainda se recu-pera do baque.

“sentimos a queda brus-ca dos valores dos mate-riais. nossos associados tiveram de triplicar suas jornadas, trabalhar de sol a sol e, até mesmo, de sol a chuva para pode-rem se manter”, relata a bióloga ana Lúcia Gatto,

monitora de projetos socio-ambientais da associação dos Catadores de Papel (acap) de

Jaú, interior paulista.

ao que tudo indica, as coopera-tivas foram as primeiras a sentir

os impactos da crise e deverão ser as últimas a sair dela. “o mercado está caminhando como uma tartaruga, mais já há um sinal positivo de melhora. Com certeza, com a chegada do final do ano, o setor esquentará novamente”, acredita alzira Fátima Voltolin, coorde-nadora e voluntária da aCaP.

IMPACTOS SOCIAIS de “homem do saco” a cooperado. a trajetória de Wilson secario, 60, confunde-se com a de milhares de catadores que saíram das ruas e foram

acolhidos pelos galpões de triagem. na Cooperativa de reciclagem Unidos pelo Meio ambiente (Cruma), localizada em Poá,

município da Grande são Paulo, Kula, como é co-

nhecido, encontrou mais do que uma fonte de renda

regular para ele e sua família (seu ganho

mensal varia de 700 reais a 400

reais, rendimen-to médio

desde que a crise chegou ao setor). teve também sua cidadania restituída. na atividade há 14 anos, o catador é um entre tantos outros, autônomos ou cooperados, que dão cara e visibili-dade ao setor de reciclagem. segundo o Movimento nacional dos Catadores

de Materiais reciclados (MnCr) de são Paulo, a reciclagem gera 20 mil postos de trabalho em cooperativas espalhadas pelo país. o ganho médio do catador varia de 1,5 sa-lários mínimos nas regiões sudeste e sul e em um salário mínimo nas demais regiões, segundo dados do

Cempre. “a renda do cooperado pode ser menor do que a de um autônomo. Mas, por outro lado, há outros ganhos, como o aumento da qualidade de vida e a recuperação da autoestima do ca-tador”, observa rocha.

o setor empresarial parece já ter reconhecido a importância desses trabalhadores na cadeia da reciclagem. Já o poder público ainda avança gra-dativamente nesse sentido. dos 5 563 municípios do Brasil, apenas 405, 7% deles, realizam a coleta seletiva de lixo. a Lei do saneamento (Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007) deu um incen-

tivo às cooperativas ao admitirem a possibilidade de elas serem contra-tadas pelas prefeituras para executar serviços de coleta seletiva de materiais recicláveis nas cidades brasileiras.

Mas o maior desafio que o segmento tem pela frente, segundo cooperativas e cooperados, é a implantação da Política nacional de resíduos sólidos (leia mais na matéria sobre legislação ambiental na página 56). a expectativa é que, após aprovada, as cooperativas possam ser contratadas pelas prefeituras sem licitação, ampliando a participação dos catadores como prestadores de serviço

Em São Paulo, a quantidade de cooperativas é baixa perto do volume de lixo gerado

ÍNDICES DE RECICLAGEM DE EMBALAGENSBRASIL (1997-2007)

1997

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80%

60%

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André Vilhena, diretor-executivo do Cempre

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público. “a profissão de catador não é regulamentada. Com a Pnrs, todos os estados brasileiros serão obrigados a regulamentar a atividade e deixaremos de depender de ações localizadas”, espera Wilson santos, consultor do projeto Vira Lata.

outro ponto crucial para incrementar a participação das cooperativas no processo de reciclagem é a adoção da

prática da logística reversa por parte das empresas. “a ampliação dessa prática permitirá que as cooperativas ganhem mais força”, lembra Vilhena. a indústria de consumo ainda se mostra resistente a incluí-la nos seus ciclos de produção. no entanto, uma boa forma de incentivá-la seria a con-cessão de crédito de iPi para aquelas que utilizam o material reciclado.

especial sustentabilidade reciclagem de embalagens

INFORMAÇÕES

AbRETel.: (11) 3082-9722 | www.abre.org.br

AbNTTel.: (11) 3017-3600 | www.abnt.org.br

AcApTel.: (14) 3622-5522 | [email protected]

cEMpRETel.: (11) 3889-7806 | www.cempre.org.br

cRuMATel.: (11) [email protected]

MNcRTel.: (11) 3399-3475www.movimentodoscatadores.org.br

Luciana pellegrino, diretora-executiva da Abre

Rotulagem ambiental avança gradativamente

Mobilizar os consumidores a aderirem a novos hábitos de descarte do lixo é ou-

tra tarefa do setor de embalagens. Só para citar os plásticos, eles se deparam diariamente com mate-riais variados como PET, PEAD, PVC, PEBD, PP e PS. Todos esses insumos podem ser reciclados e a adoção de simbologias que os identifique corretamente ajuda em muito a coleta e triagem adequadas das embalagens descartadas. Mas, enquanto, a adoção desses símbolos já está consolidada – quem ainda nunca viu o famoso “AL”, símbolo do alumínio reciclável? – outras ferramentas de comunicação ainda são pouco ou mal-utilizadas pelo setor produtivo brasileiro.

É o caso da rotulagem ambiental. Ela permite, entre outras coisas, que as empresas tragam informações adicionais sobre o histórico, ganhos ambientais e os processos envol-vidos na produção da embalagem já reciclada e ainda promovem a educação ambiental entre os consu-midores. O que seria uma excelente oportunidade para comunicar tais ações, no entanto, tem sido alvo de ações pouco esclarecedoras ou até mesmo distorcidas.

“Há dois anos, percebemos um au-mento do interesse das empresas

pela rotulagem ambiental, mas ainda falta conhecimento profundo da ma-téria. De um modo geral, as empresas não estão conseguindo comunicar os ganhos ambientais das embalagens já recicladas aos seus consumidores”, constata Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Um dos grandes desafios que elas terão pela frente é o desenvolvimento de uma comunicação adequada e capaz de orientar com cla-reza seus consumidores. “O que inclui a apresentação de dados concretos e a criação de um vínculo de comunicação com eles”, lembra a diretora.

No que tange à normalização, os maio-res avanços foram as revisões das nor-mas NBR ISO 14040, de 2001, e da NBR ISO 14041, de 2004. Elas se fundiram e viraram a NBR ISO 14040 – Gestão Ambiental, Avaliação do Ciclo de Vida e Princípios e Estrutura, publicada este ano. “Temos observado um significativo crescimento na demanda por algum tipo de rótulo ecológico, incluindo aí a reciclagem”, observa Guy Ladvocat, gerente de certificação de sistemas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Nesse sentido, o Compromisso Empre-sarial para a Reciclagem (Cempre) vem realizando um trabalho de conscientiza-ção junto aos seus associados no intuito de incentivar a adoção da rotulagem

ambiental, disponibilizando uma car-tilha sobre o assunto em seu site.

No quesito simbologia, a Associação Brasileira de Embalagens (Abre) aca-ba de criar uma cartilha específica para identificar o descarte seletivo. O objetivo é chamar a atenção do consumidor sobre o descarte ade-quado da embalagem adquirida para que essa possa ser encaminhada adequadamente para a reciclagem. Segundo a sua assessoria de im-prensa, o símbolo foi apresentado à International Standards Organization (em português, Organização Interna-cional para Padronização), a ISO, em sua plenária realizada, no Cairo, no Egito, em julho de 2009 e foi incluído como um anexo à norma ISO 14021 de Autodeclaração Ambiental. Para saber mais acesse: http://www.cem-pre.org.br/download/RotulagemAm-biental2008.pdf

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Kleber Pinto

a indústria de embalagem segue leis como qualquer outra nos quesitos trabalhistas e tributários, por exemplo. Quando o assunto é legislação ambiental, o setor se de-para com normas e algumas leis formuladas de maneira confusa por legisladores não muito esclarecidos com a realidade da indústria e do mercado.

Em 30 de setembro deste ano, entrou em vigor a norma aBnt nBr 15755 – Papel e cartão reciclados – Conteúdo

de fibras recicladas – Especificação. Ela procura definir o que é papel reciclado por seu conteúdo de fibras recuperadas. segundo Valdir Premero, coordenador da Comissão de Estudo de Papéis reciclados do Comitê Brasileiro de Celu-lose e Papel (CB29), da associação Brasileira de normas técnicas (aBnt), a norma esclarece que os aspectos visuais, como: cor, textura ou qualquer outro atributo, não são parâmetros adequados para definir o que é papel reciclado. “Quando falamos de papel reciclado, estamos falando de todos os produtos que utilizam fibras celulósicas, tais como: papel para impressão, cartão, pa-pelão ondulado... Essa norma é um ponto de partida importante para muitas discussões necessárias para a consolidação da reciclagem como alternativa para integração social, produção, mercado, etc.”, defende o coordenador.

a aBnt nBr 15755 define que para ser chamado de reciclado, o papel deve conter pelo menos 50% de material de fibras celulósicas recuperadas (pós-consumo e/ou pré-consumo). Mas, obrigatoriamente, no mínimo 25% da composição total do produto reciclado devem ser de material pós-consumo. a norma foi aprovada no dia 14 e publicada em 31 de agosto deste ano. “as normas têm objetivos específicos e são produzidas mediante demandas existentes no Brasil, aliando com as experiências internacionais”, explica Premero.

Por terem caráter voluntário, as normas propostas dependem do inte-resse da indústria em se alinhar com a aBnt. “o papel reciclado

especial sustentabilidade legislação ambiental

Entraves da leiIndústria de embalagem se vê às voltas com Projetos e Leis, políticas e normas muitas vezes criadas de forma atropelada

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não pode ser identificado por meio de análise em laboratório. nesse contex-to, a aBnt nBr 15755 prevê tanto a autodeclaração como a auditoria de terceira parte. Em ambos os casos, as constatações devem ser realizadas por meio de documentos fiscais (no-tas fiscais) que confirmem o uso de material recuperado na fabricação. o programa de auditoria de terceira

parte está sendo desenvolvido pela associação Brasileira técnica de Celulose e Papel (aBtCP) junto à aBnt, e será apresentado em breve”, detalha o coordenador.Premero acredita que a conscientização da sociedade e da própria indústria de embalagem é o ponto de partida para que processos sustentáveis am-bientalmente sejam mais constantes.

Política Nacional de Resíduos Sólidos próxima de sair do papel

A novela da Política Nacional de Resíduos Sóli-dos deve ter final feliz ainda em 2009. Assim espera o deputado estadual Arnaldo Jardim

(PPS), autor da versão estadual da política em São Paulo e coordenador do Grupo de Trabalho na Câma-ra dos Deputados. "Estou muito otimista que ainda este ano vamos aprovar essa Lei", comenta Jardim.

A política tramita no Congresso há 18 anos. Segun-do o deputado, o problema está no conflito entre os diversos setores envolvidos. "Até formarmos os Grupos de Trabalho, não havia equilíbrio na Câma-ra. Mas estamos chegando lá. Nossa expectativa é que em 2010 a política já esteja em vigor".

O Projeto de Lei 203, de 1991, “dispõe sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte e a destinação final dos resíduos sólidos”. Dos 58 artigos do PL, dois se referem especificamente às embalagens.

O artigo 32 diz que “as embalagens de-vem ser fabricadas, quando houver via-bilidade técnica e econômica, com materiais que propi-ciem a reutilização ou a reciclagem”. Já o artigo 33 fala sobre a logística reversa. “Estão obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independen-te do serviço público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso...”.

Arnaldo Jardim, deputado estadual

pelo PPS

“as normas não são de aplicação obri-gatória, mas são determinantes no momento de diri-mir dúvidas, pois refletem uma de-cisão de diferentes setores da socieda-de. a aBnt não pune os que não seguem as normas, e sim facilita as re-lações comerciais, observando os re-quisitos quanto ao meio ambien-te, segurança, etc. Em alguns casos, as normas podem ser adotadas ou mencionadas em Leis, Portarias, etc.,

tornando-se compulsórias. nesse caso, a responsabilidade de verificação e pu-nição será dos órgãos emissores”.

CatequIzar e ConsCIentIzar LegIsLadores assim como a aBnt, que acredita na conscientização para posterior adesão da indústria às normas sobre o papel

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oreciclado, a Plastivida – instituto sócio-ambiental dos Plásticos, espera que as esferas estadual e federal parem de criar leis contra as sacolas. “o problema é que a população está má informada quanto às sacolas plásticas. Estamos lançando uma campanha para que políticos e legisladores saibam quais são os problemas e quais são as soluções”, explica Francisco de assis Esmeraldo, presidente do instituto.

Esmeraldo e seus assessores tentam catequizar as esferas políticas de que a Plastivida é uma fonte de referên-cia em relação aos estudos sobre os plásticos. “Mostramos as verdades dos fatos com números, enfatizando a indispensabilidade dos plásticos na vida das pessoas”.

Esse trabalho não é fácil. se por um lado o instituto lança campanhas sobre a importância do plástico e seu descarte adequado – a mais recente foi lançada no início de setembro deste ano, em rede nacional –, do outro há políticos criando Projetos de Lei sem conhecimento de causa. “Há muitos deles por aí. o Brasil tem 5564 mu-nicípios. Cada um tem uma Câmara de Vereadores com ideias e propostas diferentes. atingir essas esferas é im-

possível, por isso nossa campanha foi pensada em nível nacional”, explica o presidente da Plastivida. de qualquer maneira, a entidade já encaminhou correspondências para todos os presi-dentes das assembleias legislativas.

Há muitas frentes de trabalho na Plas-tivida. Uma delas se refere às sacolas oxibiodegradáveis, ainda sem regula-mentação no País. assessora técnica da entidade, a engenheira silvia Pie-

especial sustentabilidade legislação ambiental

Lei da reciclagem gera atritos

Em setembro deste ano, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo (SVMA) multou a Coca-

Cola, a AmBev, a Petrobras e a Shell por des-cumprirem a Lei 13.316/2002, de reciclagem de embalagens pós-consumo. As empresas foram notificadas em agosto e penalizadas em R$ 250 mil cada.

Avon e Colgate também foram fiscalizadas. No entanto, entraram com pedido solicitan-do mais prazo para atender à intimação. A SVMA concedeu mais 30 dias a essas duas companhias.

A lei paulistana, criada em 2002 e regulamen-tada só em 2008, afeta “empresas produtoras

e distribuidoras de bebidas de qualquer natureza, óleos combustíveis, lubrificantes e similares, cosméticos e produtos de higiene e limpeza”. Ela estabelece um cronograma progressivo de recolhimento: 50% da produção de 12 meses no primeiro ano de validade da lei, 75% no ano seguinte e 90% no terceiro.

As empresas multadas recorrerão por meio de associações representativas. Coca-Cola e Ambev farão uso da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (Abir). As associações empresa-riais ajuizaram medidas cautelares contra a Prefeitura Municipal no Tribunal de Justiça de São Paulo.

drahita rolim alerta para a confusão que se faz quanto ao uso do aditivo químico que acelera a decomposição em contato com a terra, a luz ou a água. o prazo de degradação é até 100 vezes menor. “no entanto, a degradação de sacolas com esse aditivo as transformam em pó, sem função na natureza e de grande prejuízo para o meio ambiente. diferentemente das biodegradáveis, que se decompõem 100%”. Como nenhuma providência foi

tomada em relação as oxi-biodegradáveis, empresas dos setores de alimentos e de vestuário usam desses produtos por apresentarem resistência e forte apelo visual.

PeLo BrasILo prefeito de teresina, no Piauí, sílvio Mendes (PsdB), sancionou em junho deste ano a Lei 3.874 que obriga os esta-belecimentos comerciais da cidade a usarem sacolas biodegradáveis ou oxibio-degradáveis para o acondi-cionamento de produtos e mercadorias transportadas pelos clientes. Já em são

Valdir Premero, coordenador da CB29 da ABNT

Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida

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Paulo, o vereador Cláudio Fonseca (PPs) propôs o Projeto de Lei 038/09, que obriga o uso de embalagens biodegradáveis ou reutilizáveis. “Estamos em contato para esclarecê-los e sensibilizá-los para essas questões. não somos contra os biodegradáveis, se assim realmente o forem, ou seja, aqueles que desaparecem em seis meses”, pontua Esmeraldo. “se me apresentarem um laudo dizendo que os oxibiodegradáveis são confiáveis, eu assino embaixo”.

ainda em são Paulo, tramita na Câmara um projeto do de-putado estadual Baleia rossi (PMdB) que prevê a proibição da fabricação e comercialização de sacolas plásticas para embalagens. “É mais um caso de desinformação. Já estivemos com o deputado e achamos um absurdo sua proposta porque isso é inconstitucional. o produto não causa danos! Estamos trabalhando com o político para o devido esclarecimento”, conta o presidente da Plastivida.

Por fim, em Goiás, a assembleia Legislativa havia aprovado e o governador sancionado a Lei nº 16.268, de 29 de maio de 2008, obrigando a substituição das sacolinhas no prazo de um ano. as novas sacolas deveriam degradar ou desintegrar por oxidação em um período de 18 meses, com advertência aos estabelecimentos que descumprissem a legislação e

InFormAçõEs

ABnT – AssoCIAçÃo BrAsILEIrA DE normAs TÉCnICAs Tel.: (11) 3017-3600 | www.abnt.org.br

PLAsTIVIDA – InsTITUTo sÓCIo-AmBIEnTAL Dos PLÁsTICos Tel.: (11) 3816-2080 | www.plastivida.org.br

Mostramos as verdades dos fatos com números, enfatizando a indispensabilidade dos

plásticos na vida das pessoas

multa de r$ 7 mil, em caso de reincidência. Graças a uma bem-sucedida intermediação da Federação das indústrias do Estado de Goiás (Fieg), do sindicato da indústria de Material Plástico do Estado de Goiás (simplago) e do inP, a Plastivida conseguiu a realização de uma audiência Pública e fez uma apresentação sobre os riscos ambientais que aquela legisla-ção desencadearia. ato contínuo, a assembleia Legislativa aprovou a Lei 16.527, estendendo o prazo previsto pela Lei 16.268 de um para cinco anos. Portanto, a substituição das sacolas, prevista para maio deste ano, agora ficou para maio de 2013. “Esse tempo permitirá esclarecer para todos os envolvidos e para a indústria o que realmente representa o oxibiodegradável no meio ambiente”.

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tespecial sustentabilidade consumo

Consumidor consciente prefere embalagens sustentáveis

Levantamento mostra que os consumidores estão dispostos a premiar as empresas (comprando ou indicando-as para terceiros), que praticam o desenvolvimento sustentável no centro do seu negócio

AnAlice FonsecA BonAtto

ao olhar para o seu carrinho de supermercado cheio, regina Vieira, turismóloga, de 37 anos, afirma que sabe exatamente o que fará com as embalagens vazias, após consumir os produtos comprados. na sua casa, o lixo reciclável é todo separado: papel, vidro, alumínio e plástico. Mas admite que, na prática, é difícil fazer escolhas que não sejam controversas. “sei que poderia fazer ainda mais,

mas não deixo de comer o que gosto, por exemplo, porque a embalagem não é sustentável”.

o engajamento de regina é um retrato da disposição de uma parcela dos consumidores brasileiros em contribuir no processo de construção de um futuro melhor. Por outro lado, denota que, na hora da escolha, as ações nesse sentido nem sempre são incisivas. de um modo geral, “contribuir quando for possível” ainda é um hábito de consumo bastante identificado entre eles. Pelo menos é isso o que mostra a pesquisa Monitor de responsabilidade social 2009, da Market analysis, que revela que 64% dos consumidores brasileiros “sempre que possível” compram produtos de empresas que são social e ambientalmente responsáveis.

Por outro lado, o aspecto positivo é que 74% deles acreditam que podem influenciar para que uma empresa atue de forma responsável quanto a essas questões. E essa espécie de ativismo se pulveriza em três tipos de consumidores: o consumidor de recompensa (aquele que premia as empresas por seu trabalho); o de retaliação (que boicota as empresas que agem de maneira irresponsável) e o ético (que tanto pune quanto recompensa as empresas pelos esforços na área de sustentabilidade). nesse sentido, a conclusão do estudo é otimista: um em cada três brasileiros já pratica o consumo responsável.

ao que tudo indica, a preocupação com o consumo consciente das emba-lagens deverá ser cada vez maior. apesar dos enormes benefícios trazidos

Muitas empresas dizem que estão

preocupadas, mas vejo isso como

uma mera questão de marketing

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Consumidor consciente prefere embalagens sustentáveis

por elas, como a sua praticidade, para citar um – esse setor é apontado por alguns especialistas como um dos maiores responsáveis pelo crescimento do volume do lixo urbano. segundo o Ministério do Meio ambiente, um terço do lixo doméstico é composto por embalagens, 80% delas são descar-tadas após um uso apenas. no Brasil, elas representam um quinto de todo o lixo brasileiro, somando 25 toneladas diárias nos lixões.

ENXURRADA DE INFORMAÇÕESapesar de mais consciente de suas escolhas, o consumidor ainda se perde no meio de tantos conceitos. Para especialistas, essa enxurrada de novas informações divulgadas na mídia tem causado muita confusão, originando grandes equívocos que, infelizmente, são tomados como verdades absolutas. É o que atesta o professor Bruno Pereira, do núcleo

de Estudos da Embalagem da EsPM (Escola superior de Propaganda e Marketing) de são Paulo, que lembra que apesar de o consumidor estar sensibilizado para o tema, o Brasil ainda engati-nha nos seus fundamentos. a sustentabilidade, reconheci-

damente um tema polêmico, também entre os pesquisadores, confunde os consumidores que acabam, muitas vezes, pautados por ‘achismos’.

Esses jargões da sustentabilidade, segundo ele, não apresentam emba-samento científico. “o conceito de sustentabilidade não é difícil. Mas, sim, complexo”, observa Pereira. “se

CONSUMIDORES BRASILEIROS “SEMPRE QUE POSSÍVEL” COMPRAM PRODUTOS DE EMPRESAS QUE SÃO SOCIAL E AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEIS

64%

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uma marca da confiança do consumi-dor passa a dizer que o seu produto agora é verde, ele a premia com maior participação no ‘market share’ (fatia de mercado). no entanto, das marcas que têm tomado essa decisão, poucas têm entendimento sobre o conceito”, avalia o professor.

se ainda essa questão é nebulosa, resta ao consumidor exigente a tarefa de correr atrás de mais informações sobre o assunto. É exatamente isso que tem feito o executivo Marcelo Costa, de 40 anos. Ele conta que faz uma busca em sites de onGs e blogs sobre quais empresas buscam alternativas do ponto de vista ambiental. no entanto, critica o fato de que muitas somente usam uma ‘maquiagem verde’: “a maioria não está nem aí para a sustentabilida-de. E a razão disso, creio, é que a população não está nem aí também. Muitas empresas dizem que estão preocupadas, mas vejo isso como uma mera questão de marketing”.

de fato, a web está se tornando cada vez mais um dos principais aliados dos consumidores que querem saber mais sobre os trabalhos desenvolvi-dos pelas empresas. seja nas redes sociais ou em suas próprias comuni-dades, os consumidores trocam in-formações e experiências e, segundo especialistas, mesmo que eles não comprem pela internet, essa mídia tem papel decisivo na compra. o psicólogo Fabrício Lopes, de 28 anos, sempre que possível se informa por esses locais. “Fóruns de discussão são os melhores meios, além dos sites de entidades e blogs de onGs”.

segundo Paulo al-assal, diretor-geral da Voltage, agência de pesquisa qualitativa que trabalha com perfis de comportamento do consumidor, a leitura atenta da embalagem é um dos cuidados que o consumidor pode ter para evitar cair nas armadi-lhas do consumo “pseudocorreto”.

“Produtos que foram produzidos de maneira responsável costumam ‘reportar’ isso ao con-sumidor”, avalia. Essa é a atitude de adriana dos santos, de 35 anos,

que diz que observa a própria emba-lagem e também presta atenção no boca a boca e na mídia. no entanto, a professora de inglês reconhece que busca nos rótulos das embalagens informações relacionadas aos valores nutricionais do produto. “Mas, claro, também analiso a embalagem para saber do que é feita. Muitas vezes há sinais evidentes de que foi feita de material reciclável. isso é um in-centivo para comprá-la. Pode ser até mais barata”, completa.

de acordo com Pereira, cabe à empre-sa mostrar ao consumidor porque a sua embalagem é mais sustentável. E, evidentemente, uma das formas para fundamentar isto é disponibilizar um site bem estruturado que traga mensagens para os vários públicos de um produto. “se ela tomou a decisão por uma embalagem sustentável, tem de ter um estudo científico por trás. E ele deve ser disponibilizado digitalmente”.

Parece estranho pensar que a co-

municação com a embalagem pode ser feita melhor na web do que nos pontos-de-venda, por exemplo. Mas até estudiosos que entendem das variáveis do conceito de sustentabi-lidade, quando estão diante de uma prateleira, ficam em dúvida sobre se a embalagem é ou não sustentável. E isso não implica apenas saber se os materiais usados são recicláveis ou não, mas também se os processos envolvidos atendem a dinâmica da sustentabilidade.

VAI PAGAR QUANTO?Mas, afinal, existe embalagem 100% sustentável? a julgar pela opinião de especialistas a resposta é não. apesar dessa constatação, é inegável que há cada vez mais pressão popular para o descarte correto depois que ela cum-prir sua função. “a embalagem é a parte visível do produto. ao consumir algo, começa aí sua relação com ela. ao final, o consumidor terá um ‘aba-caxi’ nas mãos”, comenta Pereira.

o fato é, na prática, o consumidor está sendo exposto a um sem-número de informações sobre tudo o que acontece depois do seu descarte. Mas ainda, há pouca informação sobre o seu ciclo de produção, sua logística de transporte, para citar alguns itens

Sustentabilidade significa fazer mais com menos recursos

Paulo Al-Assal, diretor-geral da Voltage

Bruno Pereira, professor do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM

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INFORMAÇÕES

ESPMTel.: (11) 5081-8200 | www.espm.br

MARKET ANALISYSTel.: (48) 3234-8573 | www.marketanalysus.com.br

VOLTAGETel.: (11) 37559-7407 | www.voltage.com.br

que deveriam estar no checklist da sustentabilidade. Uma esperança levantada por especialistas é a rotu-lagem ambiental que permitirá futu-ramente, por exemplo, a inserção de um número que ajudará a rastrear as empresas que causam menos impac-tos ambientais.

Enquanto isso não acontece, consu-midores e especialistas voltam suas miras para outra questão: quanto custa uma embalagem sustentável? Para especialistas, uma embalagem “amiga do meio ambiente” não deve ser, necessariamente, mais cara do que as demais. se o incremento no custo ocorrer em função disso, obser-va o professor da EsPM, algo pode estar errado. “sustentabilidade signi-fica fazer mais com menos recursos”, diz. “as pessoas devem começar, por exemplo, a observar os desperdícios,

principalmente, o de alimentos, e a entender quais são os custos ocultos envolvidos na cadeia. É claro que não em 100% dos casos, mas, no geral, a solução dita sustentável tem de ser mais barata”, argumenta.

no entanto, muitos se mostram dis-postos a pagar mais como forma de incentivar as empresas que investem nesse tipo de produto. Fabrício Lopes é um deles. “se queremos que essas empresas se tornem referência, é preciso que vendam”. o engenheiro aposentado Francisco Frassá, de 78 anos, concorda: “É uma forma de apoiar as empresas que tomaram a dianteira”.

o consumidor Marcelo Costa acres-centa que a questão ambiental chegou a um ponto em que não poderá mais ser ignorada. Ele lembra que, ao falar do custo maior por uma embala-

gem sustentável, deve-se pensar no custo-benefício que essa embalagem proporciona. Já a professora de inglês adriana acha a questão controversa. “todos estamos envolvidos nisso. Então, acredito que as empresas têm de buscar a redução dos seus custos e também arcar com os custos de fazer embalagens ecologicamente corretas. Mais do que cobrar a mais por produ-tos acondicionados em embalagens sustentáveis, elas deveriam oferecer opções de recolhimento dessas e de sua reciclagem”.

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64 Editora BanasEditora

Devemos apostar em tudo que é sustentável se quisermos que nossos netos, bisnetos, etc. tenham uma vida decente

Empreendedorismo

KLEBER PINTO

o uso de embalagens biodegradáveis ou de matéria-prima renovável já é uma realidade no Brasil. E feliz é a indústria que enxergou essa oportuni-dade e introduziu produtos com menor impacto ambiental em suas linhas. sortudas, também, são as empresas de filmes e em-balagens que empreenderam nos negócios verdes.

três empresas ouvidas pela Pack contam porque apostam nessas embalagens, como reduzem a

emissão de gases de efeito estufa e o consumo de energia, e ainda revelam sua percepção

desse mercado ecoeficiente. “a questão ambiental nunca foi tão debatida pela

sociedade. imaginamos ser essa alternativa a mais eficaz. E os biopolímeros podem diluir parcialmente o impacto

causado pelos polímeros usuais no meio ambiente”, argumenta sylvio ortega, diretor-executivo da PHB industrial.

Para João Carlos de Godoy Moreira, diretor de tecnologia e inovação da Biomater Eco-Materiais, “o mais importante é verificar

que novas oportunidades estão surgindo, assim como alternativas de produção mais

limpas e com menor consumo de energia, minimizando impactos ambientais, principalmente nos descartáveis em geral.”

E para quem achava que a palavra sustentabilidade estava fora do vo-cabulário desses empreendedores, Veruska rigolin, da innovia Films, rebate. “devemos apostar em tudo que é sustentável se quisermos que nossos netos, bisnetos, etc tenham uma vida decente. se continuarmos

nesse ritmo, somente degradando nosso ambiente, nossos futuros familiares não terão nenhuma chance de

viver. isso é fato!”

consciente

especial sustentabilidade empreendedorismo

SoluÇÃo EcoEFiciEnTEos avanços na produção dos biopolímeros levaram um grupo de engenheiros de mate-riais, químicos e de produção a formar em 2004 a Biomater Eco-Materiais, empresa com sede em são Carlos (sP) de base tecnológica que, em parceria com a Universidade de são Paulo (UsP), UnEsP-Botucatu e rodenburg Biopolymers BV, da Holanda, se dedica à pesquisa e ao desenvolvimento de novas aplicações de uma nova classe de materiais plásticos a base de matérias-primas prove-

nientes de recursos renováveis, como mandioca, batata, milho e celulose, por exemplo.

“Embalagens produzidas em bioplás-ticos podem promover a mudança sociocultural para a sustentabilidade dessa indústria”, acredita João Carlos de Godoy Moreira, diretor de tecno-logia e inovação da Biomater. E é por conta desse modo de pensar que a empresa empreendeu no segmento.

Moreira conta que os biopolímeros e os bioplásticos aparecem como in-dústria emergente em todo mundo.

Por que? “Eles prometem ser uma das saídas para o tratamento de resíduos pós-consumo, principalmente em embalagens contamina-das com restos de alimentos. nesse tipo de compostagem não é gerado metano. Portan-to, a coleta seletiva de lixo urbano aplicada aos resíduos compostáveis, suportados pela utilização de bioplásticos, serão definitiva-mente ecoeficientes, evitando as indesejáveis emissões de metano.”

a Biomater Eco-Materiais aposta que o Brasil seguirá a tendência internacional, onde o maior mercado é o de sacos e sacolas para coleta de material compostável. “o

indústrias empreendedoras apostam nas embalagens verdes e revelam sua percepção de um mercado em expansão

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mercado de filmes para embalagens começou um desenvolvimento mundial mais agressivo a partir de 2005, inicialmente para embalagens de alimentos orgânicos por causa do equilíbrio promovido em defesa do meio ambiente. Em seguida, foi ganhando novos mercados, período esse que coincidiu com a expansão das plantas de produção”, explica o diretor de tecnologia e inovação da Biomater.

Ele pontua ainda que, “em termos de custo, as bioresinas que dão origem a diversas embalagens custam de duas a cinco vezes mais que as resinas convencionais de petróleo. no en-tanto, os processos de transformação possuem custos equivalentes ou até inferiores por consumirem menos energia elétrica no processamento.”

sobre a demanda por embalagens verdes, o representante é otimista. “o uso dos bioplásticos em embalagens tem se expandido em diversos setores da economia, não se restringindo somente aos produtos destinados a aplicações de ciclo de vida curto – leia-se bandejas e recipientes para embalagens de alimentos orgânicos, garrafas, tampas, frascos para cos-méticos e fármacos -, mas também a outros produtos finais de maior durabilidade, principalmente por apresentarem excelente estabilidade ao meio ambiente externo e por serem obtidos de recursos renováveis”.

a empresa acredita que o mercado brasileiro ainda é bastante reduzido para as embalagens verdes. Mas essa realidade deve mudar nos próximos anos, quando transformadores e con-sumidores com grande interesse por tecnologias limpas forçarão a indústria a investir em alternativas sustentáveis. “nossos esforços em P&d possibili-taram o desenvolvimento de diversos produtos baseados em biopolímeros para suprir as necessidades do mercado de embalagens fabricadas por extrusão, injeção, sopro e termoformagem.”

Para 2010, a Biomater Eco-Materiais

continuará oferecendo soluções para a indústria de embalagens e para o meio ambiente. “somos uma empresa dedicada à produção de bioplásticos e ao desenvolvimento de aplicações. Vamos intensificar o suporte técnico, o ecodesign, a análise do ciclo de vida e a certificação.”

EmiSSÃo ZEro dE co2

Foi acompanhando o mercado inter-nacional que a innovia Films trouxe ao Brasil a tecnologia de filmes biode-gradáveis e compostáveis. desde 2003 vende seu biopolímero feito da celulose da madeira de reflorestamento. seme-lhante ao polipropileno, o natureflex se decompõe até em ambientes aquosos. o produto é certificado pelas normas europeias e norte-americanas.

Com fábricas no reino Unido, Estados Unidos, Bélgica e austrália, a empresa tem posição de destaque nos mercados

veruska rigolin, executiva de vendas da Innovia Films

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de etiquetas, filmes topcoating para a industria de embalagens flexíveis de alto desempenho e sobreembalagem.

“novos materiais compostáveis para embalagem são lançados a cada ano, e aqueles que já estão no mercado me-lhoram em funcionalidade e proprieda-des. apesar de não haver uma solução biodegradável para cada necessidade de acondicionamento, muitos produtos e aplicações hoje se adaptam melhor a uma embalagem biodegradável que a uma embalagem convencional”, argu-menta Veruska rigolin, executiva de vendas da innovia Films.

segundo ela, o que motiva o interesse nas embalagens biodegradáveis é o fato de a maioria dos biopolímeros ser baseado em recursos renováveis e sustentáveis. “Embora existam também diversos biopolímeros sinté-ticos, eles são frequentemente usados para aumentar a funcionalidade dos materiais renováveis e, portanto, seu uso é incentivado em uma gama de aplicações práticas.”

Mas não é só. Veruska se gaba do fato da innovia Films ter atingido o status Car-bonZero em toda sua linha de filmes natureFlex por meio de programas de redução de emissões de gás carbônico. “o natureFlex atende às

especificações

exigidas para aplicações de solo, compos-tagem domés-tica e águas re s i d u a i s a temperaturas ambienta is , além de com-postagem in-dustrial.”

Entre 2007 e 2008, a empre-sa quantificou o i m p a c t o

ambiental de sua linha de filmes e fez uma revisão nas emissões de gás carbônico. o resultado? “todo pro-cesso de manufatura produz, inevi-tavelmente, um impacto ambiental e nosso envolvimento nessas iniciativas nos permite compensar o efeito global da produção do natureFlex e garantir aos consumidores que nosso produto é CarbonZero no momento em que deixa as instalações da innovia.”

os filmes natureFlex têm uma compo-sição típica de cerca de 95% de material renovável, como medido segundo a astM d6866. outro fator que coloca a innovia no posto de empresa empre-endedora é a parceria com a co2balan-ce, empresa da área de serviços de gás

carbônico. a fabricante de filmes já plantou 3 mil árvores em sand Martin Wood, em Faugh, na região de Cumbria, inglaterra. “a plantação desse novo bosque com uma mistura de árvores de folhas largas da Grã-Bretanha a menos de 30 km das suas insta-lações em Wigton foi selecionada porque o natureFlex é produzido

em Cumbria. o bosque pertence à co2balance, que também o admi-nistra. isso garantirá que o local receberá manutenção apropriada no futuro.”

na África, a innovia ainda contribuirá com um programa para distribuição de ‘fornos solares’ para comunidades carentes. “isso ajuda a diminuir a devastação de florestas, reduz as emis-sões de Co2 das queimas dos fogões a lenha, reduz os custos de energia e proporciona saúde e segurança aos usuários”, contabiliza a executiva.

Em contrapartida, os investimentos em fontes renováveis da innovia Films se revertem nas vendas. “a produção do filme natureflex veio contribuir com o faturamento da empresa. Ela não deixou de produzir nenhuma linha para fabricar esse filme. Por isso, os negócios estão sim aumentando. acreditamos fechar esse ano com 20% a mais em vendas de natureflex em relação a 2008”, adianta Veruska. “a demanda está aumentando mês a mês. Empresas de produtos orgânicos, naturais, light e diet estão cada vez mais buscando alternativas sustentáveis para suas em-balagens. Para eles, produtos naturais também devem ter embalagens natu-rais. Mas não só. Praticamente todas as empresas sentem necessidade de ter uma linha sustentável para contribuir com nosso meio ambiente.”

sobre o mercado brasileiro, Veruska é otimista. “temos um potencial muito grande. as empresas estão começando a buscar alternativas sustentáveis para poderem contribuir com o planeta. na verdade, o potencial vai crescendo à medida que nós, consumidores, co-

especial sustentabilidade

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Sylvio Ortega, diretor-executivo

da PHB Industrial

À direita João Carlos

de Godoy Moreira,

diretor de tecnologia e inovação da

Biomater Eco-Materiais

empreendedorismo

Embalagens produzidas em bioplásticos podem promover a mudança sociocultural para a sustentabilidade dessa indústria

Linha Quality Street da Nestlé utiliza filme NatureFlex da Innovia Films

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InfOrMaçõeS

BIOMater eCO-MaterIaISTel.: (16) 3361-1675 | www.biomater.com.br

InnOvIa fIlMSTel.: (11) 5053-9948 | www.innoviafilms.com

PHB InduStrIalTel.: (16) 3897-9000 | www.biocycle.com.br

meçamos a exigir das empresas produtoras de bens de consumo alternativas para im-pactar menos o meio ambiente.”

E para atender a demanda em curso, a innovia segue investindo. “a empresa está constantemente analisando e estudando novas oportunidades de negócio sustentável. temos um labo-ratório na planta da inglaterra comple-tamente focado nesse tema.”

EnxErgando um ciclo dE vidaQuando o conceito de sustentabilida-de está atrelado aos negócios, enxergar oportunidades é questão de tempo. E foi o que aconteceu com os grupos sucroalcooleiros Pedra agroindustrial e Balbo. Juntos, fundaram a PHB in-dustrial, fabricante de polímeros verde feito do bagaço da cana-de-açúcar. “a aposta desses grupos se deu pela busca de novos produtos que agregassem valor à cadeia da cana-de-açúcar e mantivessem o conceito de sustenta-bilidade das empresas”, conta sylvio ortega, diretor-executivo da PHB industrial.

ortega explica que o processo de produção desse biopolímero, o po-lihidroxibutirato, reduz a emissão de gases de efeito estufa e o consumo de energia na produção de embalagens verdes. “o PHB/PHB-HV – comercial-mente conhecido como biocycle – é um biopolímero produzido a partir do açúcar da cana-de-açúcar. o ciclo de vida da produção dessa biomassa possibilita um grande resgate de Co2 do meio ambiente. dessa maneira, a produção de uma tonelada de PHB/PHB-HV resgata cerca de 4,4 ton de Co2. Consequentemente, as em-balagens produzidas a partir desses biopolímeros terão impacto positivo no meio ambiente.”

Em relação aos polímeros convencio-nais utilizados pelos transformadores, o diretor pontua que os valores podem variar muito, “uma vez que exis-

te a possibilidade de se misturar os biopolímeros com cargas naturais, o que tende a barate-ar o preço final do produto e tornar o

produto verde até mais barato que as embalagens usuais. de uma maneira geral, existe um acréscimo em torno de 30% a 40% do preço das embalagens convencionais.”Mesmo mais caros, os biopolímeros têm demanda e estão satisfazendo a aposta da PHB industrial. “o cresci-mento da demanda tem se apresen-tado em larga expansão nos últimos anos, com projeções ainda melhores para os próximos períodos, princi-palmente nos mercados europeu, asiático e americano. os crescimentos têm se dado em percentuais em torno de 30% ao ano, segundo a European Bioplastics, a qual somos filiados.”

a empresa de serrana (sP) acredi-ta que o mercado interno já está aderindo aos biopolímeros devido à consciência ambiental do consu-midor final. “Mudanças conceituais quanto à educação ambiental e leis que regulamentem e incentivem o uso desses materiais chamados verdes ainda devem ser implementadas”, vislumbra ortega.Enquanto isso, a PHB industrial segue seu ciclo. “abriremos uma planta in-dustrial de produção de PHB/PHB-HV entre 2011 e 2012. nesse meio tempo, continuaremos desenvolvendo nossos produtos e ampliando o leque de apli-cações dos biopolímeros.”

O crescimento tem se dado em percentual em torno de 30% ao ano

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numa breve pesquisa na in-ternet sobre “ecodesign” encontramos mais de 79 mil citações só nas pági-

nas em português. temos todo tipo de uso para o termo e, infelizmente, profissionais de diversas áreas se apropriam dessa palavra sem um co-nhecimento mais aprofundado de seu conceito e significado. a Wikipédia apresenta-o como um termo vago: uma tendência nas áre-as da arquitetura, en-genharia e design com o objetivo de reduzir o uso de recursos não-renováveis e minimizar o impacto ambiental, qual uma nova onda ou uma moda passageira.

Vale ressaltar que, parte do entendimento equivocado desse con-ceito deve-se, provavelmente, à falta de conhecimento mais aprofundado sobre o uso do próprio termo “de-sign”, que em sua origem, significa o ato de projetar, conceber (com planejamento, método) e não apenas desenhar ou criar um estilo, como ordinariamente se imagina.

na verdade, o conceito de eco-design surgiu no início dos anos 90, nos Estados Unidos quando algumas

GLÁUCIA BONER DE OLIVEIRA*

Ecodesign não é design ecológico!

Nós designers não podemos desconsiderar o impacto de nosso trabalho nos mais diferentes projetos

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o ecodesign deve ser entendido como uma política de gestão ambiental nas empresas e um programa multidisciplinar que envolve várias áreas

aos argumentos dos altos custos que representariam para as empresas, Joseph Fiksel, criador do conceito de ecoeficiência, sugere uma im-portante ligação entre eficiência dos recursos, com produtividade, lucro e responsabilidade ambiental, ou seja, a ecoeficiência implica em melhoria econômica para as empresas, pois recursos usados de forma coerente podem reduzir custos tornando-as mais competitivas e atraentes.

as práticas associadas a um projeto de ecoeficiência que podem ser apli-cadas às embalagens e seu processo de fabricação mais comum são: – a substituição de materiais com

enfoque no uso dos reciclados e recicláveis;

– a diminuição de tamanho das em-balagens;

– a redução do peso e da espessura dos materiais empregados;

– atenção na escolha de vernizes, tintas e colas;

– redução de diferentes tipos de plás-ticos numa mesma embalagem;

– extensão da vida útil do produto;– redução do uso de substâncias tó-

xicas;– atenção à montagem e desmon-

tagem das embalagens visando à separação dos materiais;

– atenção para reciclagem;– busca da reutilização da embalagem.

indústrias de eletroeletrônicos passa-ram a se preocupar em desenvolver produtos menos agressivos ao meio ambiente, mas que também gerassem economia durante seu processo. dessas experiências nasceram as primeiras diretrizes de projetos e, desde então, tem crescido o interesse por programas de gestão ambiental.

a partir daí ecodesign foi definido como um conjunto de práticas de projeto que contempla os aspectos de sustentabili-dade em todos os estágios de vida de produtos, pro-cessos e serviços, reduzin-do o impacto ambiental e respeitando objetivos ambientais, de saúde e segurança. Ele vai muito além do simples uso de materiais recicláveis ou re-ciclados. Envolve a gestão

da energia e dos resíduos gerados no processo, a redução do uso de mate-riais tóxicos, a reutilização de peças e embalagens, a desmontagem e a redução do número de componentes e materiais diferentes em um mesmo produto. E muitos outros aspectos. Ele deve ser entendido como uma po-lítica de gestão ambiental nas empre-sas e um programa multidisciplinar que envolva várias áreas. Contrário

especial sustentabilidade artigos

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nós designers não podemos des-considerar o impacto de nosso traba-lho nos mais diferentes projetos, de produtos a embalagens, mas também não podemos ignorar a dimensão des-se tema tão relevante, tratando-o de forma superficial. É necessário buscar informação nos órgãos competentes e estreitar o relacionamento com empresas e fornecedores para troca de experiências e desenvolvimento de projetos que sejam bem-sucedidos.

Diretrizes para a prática Do ecoDesign 1. Design voltado para a recuperação e reutilização de materiais e compo-nentes

– recuperação de materiais para terem valor econômico positivo. apresentar o mais próximo possível do seu estado de alimentação na fabricação, ou seja, estado de homogeneidade, pureza e reprocessabilidade.

– recuperação de componentes para aumentar o valor do seu fim de vida, projetando-os para que sejam reuti-lizáveis; facilitando a remoção não-destrutiva e projetando-os de uma forma que acelere seu diagnóstico e restauração.

2. DFD (Design for Disassembly) ou design para desmontagem

Visa a facilitar o acesso aos componen-tes de modo a simplificar ao máximo

o processo de desmontagem dos com-ponentes do produto.– Facilita o acesso aos componentes

para que o produto seja desmontado com o mínimo de custo e de esforço.

– Minimiza produtos que contenham materiais diversos em grande núme-ro, de difícil identificação ou ainda não-recicláveis.

– simplifica as interfaces entre os componentes, evitando o uso de parafusos, adesivos, colas, dando preferência à utilização de encaixes, clipes, etc.

– Projeta com simplicidade visando menores custos de fabricação, menor volume de material, maior durabili-dade e desmontagem mais fácil para manutenção ou recuperação. além de reduzir a complexidade de fechamen-to e montagem do produto e utilizar partes iguais em projetos diferentes, modelos diferentes numa família de produtos ou em gerações sucessivas de produtos.

3. Design para minimização de resíduosBuscar reduzir a geração de resíduos na fonte. – redução de peso e volume do produto;

– facilita a separação dos resíduos;

– viabiliza a recuperação de resíduos para sua reutilização ou sua incineração.

4. Design para conservação de energia

Busca a redução do uso de energia no processo de produção.– desenvolve equipamentos que redu-

zam o consumo de energia;

– bem como a diminuição do uso de energia usada na cadeia do produto e o uso de fontes renováveis de energia (solar, por exemplo).

5. Design para conservação de materiais desenvolve produtos com múltiplas funções de uso e visa a dar mais longe-vidade ao produto.– especifica que materiais são recicla-

dos e/ou renováveis, utilizando-se componentes remanufaturados;

– busca a recuperação de embalagens, assim como a adoção de recipientes/depósitos reutilizáveis.

6. Design para a redução de riscos

Busca reduzir o desperdício pelos pro-cessos de produção mais limpos. – evita o uso de substâncias com toxici-

dade elevada e de químicos redutores da quantidade de ozônio (CFCs);

– adota tecnologias baseadas no uso de solventes aquosos com produtos biodegradáveis, quando sua recicla-bilidade não for possível;

– assegura a disposição de resíduos que não possam ser economicamente recuperados e reprocessados.

*Gláucia Boner de Oliveira é professora de design do Instituto de Embalagens

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nos finais dos anos 80, as em-presas brasileiras começaram a descobrir o assunto quali-dade. Conheceram os vários

sistemas e aí veio a febre das certificações. Em pouco tempo, elas entenderam que produzir com qualidade era muito melhor, pois aumentava os lucros e fortalecia a imagem dos produtos e da empresa. dez anos se passaram e a qualidade ganhou um novo status: não era mais custo, mas um bom investimento. E o seu conceito então se incorporou à produção.

assim aconteceu também com os programas de segurança dos traba-lhadores. E de novo os empresários compreenderam que o que parecia um desafio ou um problema era outro bom negócio para eles. Bem-estar na empresa promovia até aumento da confiança dos colaboradores. Que bom!

desde o início deste século, a sus-tentabilidade chegou para revermos os modelos de negócios. a questão saiu dos fóruns acadêmicos e das salas das diretorias para ganhar as ruas: escolas, comunidades, onG’s, crianças. Enfim, muitos grupos se mobilizando.

recentemente, chegou ao Brasil, o livro “a Empresa Verde”, da consultora francesa para assuntos ambientais, Éli-sabeth Laville. Ela foi entrevistada das páginas amarelas da revista Veja de 16 de setembro de 2009. Ela discorre sobre a mudança de atitude entre empresários, nas onG’s, nos governos, todos entendem que sem equilíbrio, sem a busca pelo me-lhor, nenhum dos lados sobreviverá.

Ela explica que atitudes sustentáveis deixam de ser escolha para se tornar pilar de sobrevivência. desfaz-se o mito que isso inviabiliza os lucros. Muito pelo con-trário: pode ser um bom negócio!

Ecologia

todos estão mais informados e bus-cam informações sobre os produtos que consomem. os consumidores querem saber quem são as empresas que os produ-zem. Cada vez mais, o posicionamento da companhia pode definir a escolha de seus produtos por um número cada vez maior de consumidores.

a embalagem dos produtos de empre-sas responsáveis deve trazer informações sobre o produto, a empresa e sobre ela. Essa é uma grande oportunidade para a embalagem melhorar sua própria imagem perante a opinião pública.

além do benefício de imagem, a “empresa verde” pode obter lucros em toda a sua estrutura de negócios, desde a concepção do produto; nas etapas de suprimentos, planejamento, processos, produção, logística, venda até o descarte e quem sabe no seu retorno.

Exemplificando alguns pontos. desde a concepção do projeto é preciso prever os melhores materiais, ou seja, que economi-zem recursos e energia no seu processo. Que sejam facilmente reciclados ou par-cialmente feitos de materiais reciclados.

Em suprimentos deve-se avaliar se as empresas fornecedoras são responsáveis, pois isso pode economizar muitos prejuí-zos futuros. além disso, comprar em lotes maiores para reduzir o custo de fabricação sem aumentar os custos de estoque. Leve em conta que o bom material é aquele que confere uma boa performance e ren-dimento em máquina. É fundamental. aqui vale a boa prática de conversar de forma franca com os parceiros e entender aonde podem ganhar juntos. Fornecedor tem que ser respeitado como elemento importante da empresa, assim como o cliente ou consumidor.

o planejamento pode ter papel impor-tante na economia de energia e água, con-siderando os setups de máquinas nas suas planilhas. Com certeza, o equilíbrio entre estoque menor, prazo de atendimento dos clientes e lotes ótimos é uma ferramenta que pode fazer enorme diferença.

a equipe de processos e de produção deve estar atenta para as pequenas e grandes oportunidades de melhorias, economia de recursos ou fazer mais com o mesmo, além de aproveitar os refugos ou perdas de processos em outros pro-dutos ou na própria produção. É preciso apoiar a equipe de manutenção para ter máquinas reguladas e econômicas. a operação fabril é o ponto mais crucial da empresa. sem contar, o adequado cuida-do com o destino dos dejetos, efluentes e subprodutos. aqui procure a ajuda de universidades ou órgãos públicos que podem tornar um problema (um dejeto ou subproduto) uma fonte de renda!

o pessoal de marketing e vendas pode identificar oportunidades de en-tregas e distribuição em conjunto com algum terceiro.

o mais relevante é que da decisão da empresa de ser melhor e mais sustentável se define um planejamento dessas ações, estabelecendo indicadores e convocando todos que influenciam nesse resultado: diretores, acionistas, colaboradores, forne-cedores, terceiros, clientes, comunidade, consumidores.

ser sustentável impõe ser verdadeiro desde a tomada de decisão. É preciso ter persistência, perseverança e transparência. E é bom começar já! sucesso sustentável para todos!

*Assunta Napolitano Camilo é diretora da consultoria de Embalagem FuturePack e

do Instituto de Embalagens

especial sustentabilidade artigos

rima com economianesses novos tempos, o segredo do sucesso está no equilíbrio que as organizações dão à questão da sustentabilidade

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO*

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notas técnicas

CODIFICADORA POR TRANSFERÊNCIA TÉRMICA

A impressora por transferência térmica 8018, da Markem.Imaje, proporciona impressão de alta qualidade em em-balagens flexíveis, laminados e etiquetas. Pode imprimir logotipos, códigos de barras fixos, entre outras imagens bitmap, em uma área de 32 x 40 mm. Possui interface de usuário LCD portátil com suporte de encaixe e conexão USB para download de imagens. Opera a uma velocidade

de 100, 150, 200 e 225 mm/seg (intermitente) e 20 a 450 mm/seg (contínua).

MARKEM.IMAJE Identificação de Produtos Ltda. Tel.: (11) 3305-9455, www.markem-imaje.com.br

DOSADOR DE ROSCA

O dosador de rosca DR 26, da Golpack, possui rosca sem fim servocontrola-da para dosar produtos em pó. Comandado por IHM touch screen, o CLP controla os pulsos enviados ao servodrive, determinando o número de voltas necessárias para a dosagem em tempo hábil. O equipamento pode ser acoplado em máquinas automáticas de empacotamento ou em sistemas de dosagem semiautomática em sacos, potes, etc. Admite volume de dosagem mínimo de 4-20 cm3 a 226-6820 cm3. GOLPACK Indústria e Comércio de Máquinas Ltda. Tel.: (11) 4125-4022www.golpack.com.br

EMPACOTADORA

A empacotadora, modelos TKG 600/900, da Taimak, oferece controle automático da tem-peratura e agrupamento de 6, 12 e 24 unidades, sem troca de kit. Trabalha com todos os tipos de frascos, de 250 ml até 8000 ml, nos modos automático e semiautomático, por meio de uma chave reversora. Opera com capacidade de produção de 600 pacotes/h (TKG 600) e 900 pacotes/h (TKG 900). TAIMAK Empacotadoras. Tel.: (55) 3332-9171www.taimak.com.br

ENVASADORA ROTATIVA A PISTÃO

Ideal para envase de líquidos com baixa viscosidade, a envasadora rota-tiva a pistão, modelo SaurP02, opera com sistema de envase com dois pistões em aço inox AISI 304, dois bicos de enchimento em aço inox e sensor de presença de frasco. Possui estrutura robusta confeccionada em aço-carbono SAE 1020 revestido com aço inox AISI 304, posicionador de tampas em aço inox AISI 304 e painel elétrico com PLC para controle da máquina. Oferece setup rápido e baixo consumo de energia. SAUMEC Indústria de Máquinas e Equipamentos Ltda. Tel.: (31) 3621-3044www.saumec.com.br

ENXAGUADORA, ENCHEDORA E TAMPADORA

A enxaguadora, enchedora e tampado-ra Triboloco DPG-20-24-06, comerciali-zada pela Depall, é um equipamento para enxaguar, envasar e fechar frascos ou recipientes. Opera com enchimento por gravidade para produtos de baixa e média viscosidade e com válvula de alta vazão com sistema de troca rápida e total abertura para CIP. Permite deter-minar o volume por nível e regular a altura de diferentes formatos de frascos automaticamente. DEPALL Máquinas Engarrafadoras Ltda. Tel.: (54) 3453-7119, www.depall.com.br

GARRAFÃO DE VINHO

Uma das mais tradicionais embalagens de bebidas do Brasil, o garrafão de vinho, da Saint-Gobain Embalagens, ganha uma nova versão, com capacidade de 4 litros. Possui design moderno e curvas mais suaves, alça plástica de alta resistência para facilitar o transporte e manuseio, além de grande área de rotulagem. Está disponível nas versões de gargalos rosca ou rolha. SAINT-GOBAIN EMBALAGENS. Tel.: (11) 2246-7214, www.sgembalagens.com.br

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BIG BAG

Específico para produtos alimentícios, o big bag MF5, da Engebag, possui corpo em tecido tubular, sem costuras laterais e pontos de retenção. As costuras e dobras externas eliminam os focos de contaminação e os acabamentos com bainha evitam o esgarçamento do tecido e liberação de fibras no alimento. Incorpora ainda válvulas em tecido refor-çado resistente a várias reutilizações e alças fixadas externamente, sem contato com o alimento. Permite impressão de alta fixação e liner interno opcional, 100% virgem e atóxico, colocado com equipamento específico, sem contato manual. ENGEBAG Indústria de Embalagens. Tel.: (19) 3456-2110, [email protected]

EMBALAGEM DE PET EBM

A Mega Plast lança embalagem produzida com resina PET EBM. Desenvolvido no Brasil em parceria com a CPR, o material é indicado para extrusão e sopro convencional na fabricação de embalagens rígi-das, de alto brilho e transparência, simulando vidro e valorizando o produto. Oferece boa resistência química, inclusive ao álcool, e possibilidade de uso de eventuais moldes existentes de PVC. MEGA PLAST S/A Indústria de Plásticos. Tel.: (11) 3623-2323www.megaplast.com.br

UNIDADE DE RECICLAGEM

A unidade de reciclagem para sobras de embalagens de polietileno expan-dido (EPE), da NZ Philpolymer, é uma máquina com alto nível de automação. Oferece baixo consumo de energia e fácil operação. Está disponível nos modelos LDF-SJP-120, LDF-SJP-140 e LDF-SJP-180, com capacidade de produ-ção de 130-150, 180-200 e 220-240 kg/h, respectivamente. NZ PHILPOLYMER Divisão Máquinas e Embalagens. Tel.: (11) 4716-2131www.nzphil.com.br

PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL

A Krest está lançando a linha de resinas e plásticos 100% naturais e biodegradáveis Mr.Green. Os produtos são feitos a partir do amido de milho. Podem ser aplicados em embalagens, suportes, alças, entre outros, para os setores alimentício, auto-motivo, químico, cosmético, hospitalar, informática e utensílios, principalmente, descartáveis. A resina apresenta grau de contra-ção de 0,5% e densidade de –30 até 60ºC.

KREST International Ltda. Tel.: (21) 2493-1915, [email protected]

notas técnicas

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ENCAIXOTADORA GRAVITACIONAL

Indicada para frascos cilíndricos, ovais e retangulares, a encaixotadora gravita-cional EVG, da Packform, recebe as embalagens em fila única, agrupa, separa e encaixota em caixas de papelão ondulado pré-armadas. Possui sistema de amortecimento para contato suave entre frascos e caixa, além de portas monitora-das e proteções em policarbonato. Oferece change-over fácil e rápido e painel de comando giratório para acesso de ambos os lados. PACKFORM Sistemas de Embalagem. Tel.: (41) 3013-3603, www.packform.com.br

EMBALAGEM DESMONTÁVEL

Utilizada no transporte de produtos de vários tipos e formas, desde um pequeno microchip a uma máquina, a embalagem desmontável Nefab ExPak combina em sua estrutura chapas de madeira compensada com aço galvanizado. Pode ser rapidamente

montada e fechada graças a um exclusivo sistema de travamento por meio de linquetas e fendas nos perfis. Oferece menor peso, já que as chapas de madeira compensada têm espessuras de 6,7 e 8,7 mm, e menor volume devido à sua modularidade, que permite o seu arma-zenamento em pequenas áreas. NEFAB Embalagens Ltda. Tel.: (11) 4785-5050, [email protected]

TAMPA LINERLESS

Ideal para produtos não-ga-sosos, de consumo imediato, a tampa Extra Lok 38 mm Linerless, da Closure Systems International, foi produzida com tecnologia de moldagem por compressão. O indicador externo na lateral da tampa permite um acompanhamento fácil e rápido da aplicação da tampa na embalagem. O sistema de vedação não contém vedantes, eliminando completamente o risco de contaminação por sabor ou odor, preservando as caracte-rísticas originais do produto. Mesmo após aberta a primeira vez, a tampa mantém o seu poder de selagem. CLOSURE SYSTEMS International. Tel.: (11) 4134-2500, www.csiclosures.com

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INJETORA PARA TERMOPLÁSTICOS

A injetora para termoplásticos SYA-1300 DT Sinitron, comercializada pela Megga Tecnologia, opera com força de fechamento de 1300 kn. Possui rosca de plastifi cação com relações L/D entre 23,7 e 20, dois cilindros para encosto do bico com fi xações articuladas e acionamento direto da rosca com motor hidráulico e pistões radiais. Conta ainda com regulagem de altura de molde com motor hidráu-lico e coroa dentada guiada e extrator hidráulico central com mesa guiada na frente. MEGGA Tecnologia e Comércio de Máquinas Ltda. Tel.: (11) [email protected]

AGRUPADORA ELETRÔNICA

Altíssima produtividade e versatilida-de para agrupamento de pacotes de diferentes tamanhos, bem como a formação de fardos de diferentes con-fi gurações estão entre os principais di-ferenciais da agrupadora Futurastock, comercializada pela Selgron. Projetada para trabalho em regime contínuo de 24 horas, a máquina pode ser utilizada para arroz, feijão, cereais em geral, açú-car, café torrado, farináceos e outros produtos. O peso máximo que poder enfardado é de 5 kg. SELGRON Industrial Ltda. Tel.: (47) [email protected]

CONTENTORES

Totalmente revestidos internamente com chapas de polipropileno (PP), os contentores, modelo CPCD, da Rentank, possuem base inferior em aço-carbono galvani-zado a fogo, tampa superior removível e estrutura lateral com galvanização eletrolítica. Além de meia abertura frontal que permite fácil acesso ao liner bag (PEBD), fundo inclinado para escoamento, e entradas para empilhadeira e paleteira, possibilitando maior efi ciência no carregamento e descarregamento. Admitem capacidade de carga de 1300 kg e capacidade volumétrica de 1040 litros. RENTANK Equipamentos Industriais Ltda. Tel.: (11) 4138-9266, www.rentank.com.br

DISCO DE VEDAÇÃO

Indicado para vedar produtos alimentícios, farmacêuticos, higiênicos e cosméticos, o disco de vedação em polexafi l

(polietileno expandido), da Geraldiscos, proporciona ajuste perfeito entre tampa e frasco e evita vazamento, evaporação, ressecamento e contaminação do produto.

É impermeável, não mancha e não deforma, além de ga-rantir fechamento hermético. Permite selagem por indução

em frascos de PP, PE, PEAD, PVC, PET e vidro (cola fria). GERALDISCOS Comércio Indústria e Representação de Cort. Ltda. Tel.: (11) 4133-2299, [email protected]

ROTULADORA SEMIAUTOMÁTICA

A rotuladora semiautomática, modelo SPC, da Tudela, é é indicada para frascos planos e semiplanos. A alimentação do equipamento é manual, basta que o operador coloque o frasco sobre o berço e acione o pedal. Com os rótulos dispostos alternada-mente, frente e verso, sobre a bobina, o usuário aplica o rótulo frente, gira o frasco sobre o berço, e aplica o rótulo verso. A capacidade de produção depende do tipo de frasco e do rótulo, mas em média, ela gira em torno de 600 embalagens/h frente e verso. Opera com velocidade de rotulagem de 5 a 15 m/min e precisão de colocação de ± 2 mm. TUDELA Indústria e Comércio de Máquinas e Ferramentas Ltda. Tel.: (11) 2941-6930, [email protected]

notas técnicas

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ENSACADEIRA ROTATIVA

A ensacadeira rotativa Haver Roto-Packer é indicada para sacos valvulados. Dependendo do modelo, é possível ensacar e pesar quantidades a granel pelo sistema de turbina ou pneumático, em máquinas rotativas de 3 a 12 bicos. Proporciona alta capacidade de enchimento, superior a 4 mil sacos/h, em sacos de tamanho reduzido e pesos otimizados devido ao sistema eletrônico de pesagem e válvula dosadora, que regulam o fluxo grosso e fino. Possui construção compacta e modular que simplifica a montagem e manutenção e processo limpo de ensacamento devido ao sistema de captação de pó. HAVER & BOCKER Latinoamericana.

Tel.: (19) 3879-9100, [email protected]

IMPRESSORA INK JET

Indicada para impressão em superfícies porosas, a impressora ink jet Marsh é capaz de imprimir uma linha de informação, com altura de caracteres de 10 mm (opcionalmente com 15 mm e 20 mm), e capacidade de até 40 caracteres de com-primento. Pode armazenar até 50 mensagens, contendo dentro da memória, data, hora, contagem sequencial, turno, etc. Opera com velocidade de 6 a 67 m/min e tensão de trabalho de 80 a 240 V. PROMAPACK Comércio de Codificadores Ltda. Tel.: (11) 6468-1404, www.promapack.com.br

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EMBALADORA VERTICAL

Capaz de produzir vários tipos de pacotes, como almofada, sanfonado, fundo-chato, quatro soldas e aplicação de zíper, a embaladora vertical intermitente SVI, da Robert Bosch Tecnologia de Embalagem, oferece as opções de solda ter-

mossoldável e termosselável, com temperaturas de ajustes, de acordo com as especificações do produto. Devido à sua baixa

altura e, conseqüente, menor distância de queda do produto, a máquina é ideal para produtos frágeis. A unidade de quatro soldas

pode ser facilmente integrada, pois a altura da máquina não precisa ser alterada. Além disso, a embaladora permite a fácil instalação dos acessórios para pacote estilo doy, girando a mesa de solda 90º. Opera com capacidade de produção de 10 a 120 bolsas/min. ROBERT BOSCH Tecnologia de Embalagem Ltda. Tel.: (11) 2117-6800, www.boschpackaging.com.br

ENCARTUCHADEIRA VERTICAL

A encartuchadeira vertical intermi-tente, modelo EVI-04, da Promaler, possui painel de comando com CLP, acionamento por motorredu-tor e controle de velocidade por conversor de frequência. Oferece a possibilidade de alimentação automática para diversos produtos e codificação em baixo relevo na aba dos cartuchos, ink jet ou hot stamping opcional. Além de troca rápida de formatos com mínimo de regulagens, fácil limpeza e longa durabilidade com baixíssima ma-nutenção. Opera com capacidade produtiva de até 75 embalagens/min. PROMALER Ind. e Com. de Má-quinas Ltda. Tel.: (11) 3924-0410www.promaler.com.br

IMPRESSORA

Com movimentos exclusivamente me-cânicos, a Screener MCA 170 é uma máquina automática para impressão de frascos e potes rígidos e semirrígidos ovais. Apresenta espátula pneumática com dispositivo não frasco e não impres-são, carga por esteira de alimentação preparada para receber alimentador. Pode ser equipada com dispositivo para decorar frente e verso simultaneamente. Opera com raio máximo de impressão de 170 mm e produção máxima de 5000 embalagens/h. SCREENER. Tel.: (11) 4783-1022www.screener.com.br

SOPRADORA

Com novo design e mais cavidades por molde, a soprado-ra BMT 5.6 S/H, da Pavan Zanetti, é indicada para frascos de até 5 litros. Opera com velocidade de fechamento controlada por válvula proporcional para soldagem per-feita, uma estação de sopro, saída lateral de produtos soprados, com possibilidade de rebarbação automática (opcional). Permite fácil acesso para troca de molde, cabeçotes e pinos de sopro, reduzindo substancialmente o tempo de parada da máquina. Admite força de fechamento de 10 t. PAVAN ZANETTI Indústria Metalúrgica Ltda. Tel.: (19) 3475-8500, www.pavanzanetti.com.br

notas técnicas

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DATADOR PNEUMÁTICO DE BANCADA

Indicado para marcação de frascos cilíndricos ou retangulares, cartuchos fechados ou abertos, ou bobinas, mediante execução de dispositivo adequado, o datador pneumático de bancada, da Dois Irmãos, opera com área de impres-são de 35 mmx35mm. É acionado por pedal pneumático ou sen-sores automáticos, além de permitir regulagem de altura variável, conforme a necessidade do usuário. DOIS IRMÃOS Com. Ltda. Tel.: (11) 5565-9109, www. m2irmaos.com.br

ENCHEDORA

A enchedora Triblock é composta por rinser, enchedora, rosqueadora, posicionador de frascos, alimentador de tampas e painel de comando. Possui ainda sistema de sus-tentação dos frascos pelo gargalo, facilitando o processo e otimizando os ajustes de setup e regulagem automática da altura do frasco. Opera com capacidade de produção de 5 mil até 25 mil frascos/h. NARITA Indústria e Comércio Ltda. Tel.: (11) 4352-3855www.narita.com.br

EIXO PNEUMÁTICO

Apropriado para trabalhar com bobinas inteiras e multicortes de médio peso, o eixo pneumático EPP5R, da Pronatec, apresenta corpo com perfil em alumínio extrudado e garras com lâminas em alumínio e borracha. Possui válvula de acio-namento rápido 1/8” BSP, cinco câmaras de alta durabilidade e fácil manutenção. Opera com pres-são de trabalho de 5 a 7 bar e diâmetro máximo de expansão de 83 mm. PRONATEC Equipamentos Indústria e Comércio Ltda. Tel.: (11) 3942-1881, [email protected]

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notas técnicas internacionais

ZÍPER DIAGONALA Newpack Korea desenvolveu uma embalagem flexível com um novo conceito funcional de abertura: o zíper diagonal. Essa tecnologia garante que o produto fique livre de umidade e pre-vine contra o desperdício, basta apenas pressionar o zíper para fechar novamente a embalagem. Agora os consumidores não precisam mais utilizar elásticos ou prendedores para fechar as embalagens, e o produto é melhor conservado no caso de possíveis substâncias estranhas. NEWPACK Korea Inc. Tel.: +82314569001, www.newpackkorea.co.kr

PAINÉIS PLÁSTICOS

Os painéis plásticos Triplex são produzidos em três camadas de polipropileno (PP), oferecendo resis-tência sobre tensão e estresse de compressão em todas as direções, incluindo cantos e lados. Entre suas características estão: excelente resistência a químicos; fácil de processar; compatível com a maioria dos processos de impressão; pode ser facilmente laminado; 100% reciclável; etc. Podem ser aplicados em vários tipos de caixas, contêineres, sistemas de embalagem reutilizáveis, entre outros. Estão disponíveis em larguras de 2100 mm e em qualquer comprimento desejado. TRIPLEX® Kunststoffe GmbH. Tel.: +49 0745693990, www.triplex-gmbh.de

MÁQUINAS STRETCHHOOD

As máquinas stretchhood Rainbow da Bag Treatment Holland B.V. são indicadas para o envolvimento de paletes. Oferecem redução de custo devido ao menor consumo de ener-gia, alta capacidade e estiramento constante, tanto na horizontal quanto na vertical. Podem operar com pale-tes de 800x600 mm até 1 200x2 500 e com cargas com alturas de 500 até 3000 mm. Admitem capacidade de produção de 800 até 1 000 paletes envolvidos/ bobinas. BAG Treatment Holland B.V.Tel.: +310497514988, www.bth-bv.com

BICOS PARA POUCHESA IPN produz uma linha completa de bicos para pouches indicada para as seguintes aplicações: envase a quen-te, asséptico e retort. Os bicos ofere-cem inviolabilidade, confiabilidade, facilidade de abertura, e baixo custo. Podem ser fornecidos com diâmetros internos de 8,5; 10,6; 18,0; 21,4; 21,8; 33,4 e 29,7 mm e produzidos em polie-tileno (PE) e polipropileno (PP)/ polieti-leno (PE). Estão disponíveis em quatro modelos diferentes: XL-seal contour; XLR-seal contour; M-seal contour; e QT-seal contour. INP USA Corp. Tel.: 7706312626, www.ipnusa.com

RESINAS SELANTES

Os jantares feitos no forno micro-ondas serão ainda mais convenientes com as novas resinas selantes DuPont™ Appeel™ e DuPont™ Appeel® AF. Com agente ativo antinévoa que melhora as propriedades de transparência, elas podem ser aplicadas em uma ampla gama de filmes de selagem para produtos frescos e refrigerados. As resinas promovem selagem controlada (abertura fácil) para embalagens de vários substratos e podem ser combinadas com uma diversidade de outros filmes e resinas para criar uma estrutura que é resistente à selagem a quente e às condições de refrigeração.

DUPONT. Tel.: +13027741000, www.dupont.com

IMPRESSORA FLEXOGRÁFICA

Tiragens curtas, maior qualidade, redução de descartes e tempos de ajustes reduzidos são as prioridades da indústria de embalagem.

A impressora flexográfica Diamond HP 808/809, da Uteco, é a resposta ideal para os convertedores que necessitam de maior flexibilidade e racionalização dos trabalhos em um só equipamento. A máquina opera com ve-locidade máxima de impressão de 600 m/minuto e largura de impressão de 1000/1700mm.

UTECO Converting SpA. Tel.: +390456174555, www.uteco.com

BANDEJAS DE APET

Utilizando a pressão de selagem ALX®, a bandeja de APET pode ser selada rapidamente com filme transparente, que protege contra a entrada de ar. Os produtos ficam protegidos durante o transporte e a embalagem pode ser facilmente aberta pelos consumidores. Ela pode ser aquecida até 60ºC e resfriada até –40ºC, além de permitir a reciclagem. A selagem da bandeja com atmosfera modificada (ATM) preserva as vitaminas, os minerais e o aroma dos alimentos, além de au-mentar o shelf life. O sistema ALX® é perfeitamente adaptado para vendas take-out de saladas frescas e sobremesas.

ALX® Metall. Tel.: +49 (0) 6643411, www.alx.de

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painel de negócios embalagens, máquinas, equipamentos e acessórios

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PAINEL DE NEGÓCIOS

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MERCADO DE EMBALAGEM

O Blog da Pack é o seu espaço para trocar informações, compartilhar

experiências e encontrar soluções para os seus negócios.

O blog acompanha o mercado de embalagens no Brasil e no exterior,

trazendo tendências, novidades e curiosidades que envolvem toda a

cadeia produtiva do setor.

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82 Editora Banas

índice de anunciantes

página empresa site página empresa site

47 ..................ABEAÇO .........................................................www.abeaco.com.br

3ª Capa .........ABRE ................................................................... www.abre.org.br

81 ..................ABIPACK .......................................................www.abipack.com.br

35 ..................ANTILHAS .....................................................www.antilhas.com.br

57 e 79 .........ARV .......................................................................www.arv.com.br

09 ..................AVERY DENNISON ........................................... www.avery.com.br

75 ..................BAUCH CAMPOS ............................... www.bauchcampos.com.br

17 ..................BOBINATEC .............................................. www.bobinatec.com.br

63 ..................BOSCH REXROTH ............................... www.boschrexroth.com.br

74 ..................BP FILMES ..................................................www.bpfilmes.com.br

55 ..................BRAGA ............................................................. www.braga.com.br

78 ..................CARTONALE .............................................. www.cartonale.com.br

81 ..................CODITEC ........................................................www.coditec.com.br

81 ..................CODMARC .................................................. www.codmarc.com.br

11 ..................CROMEX ........................................................www.cromex.com.br

61 ..................DOIS IRMÃOS...........................................www.m2irmaos.com.br

81 ..................EMBACLASS ............................................www.embaclass.com.br

15 ..................FASCREEN.................................................. www.fascreen.com.br

81 ..................FLUIR PNEUMÁTICA ........................www.fluirautomacao.com.br

82 ..................FUTUREPACK ..........................................www.futurepack.com.br

67 ..................GRÁFICA RAMI ...........................................www.ramiprint.com.br

37 ..................HAVER BOECKER ............................... www.haverboecker.com.br

76 ..................HUDSON SHARP ..................................... www.hudsonsharp.com

39 ..................IBEMA ..............................................................www.ibema.com.br

57 ..................ICB PACKING ...........................................www.icbpacking.com.br

29 ..................INAPEL ............................................................www.inapel.com.br

17 ..................INDEMETAL .............................................. www.indemetal.com.br

61 ..................INNOVIA FILMS ......................................... www.innoviafilms.com

81 ..................INTERTEC ............................................www.intertecequip.com.br

73 ..................INSTITUTO DE .......................EMBALAGENS .................... www.institutodeembalagens.com.br

19 ..................KRONES .........................................................www.krones.com.br

65 ..................LE PRINT .......................................................... www.leprint.ind.br

41 ..................LIMER-CART ..............................................www.limer-cart.com.br

81 ..................MAINARD ..........................................www.mainard.com.br/shop

69 ..................MASTERCORP ........................................www.mastercorp.com.br

81 ..................MOLTEC ..........................................................www.moltec.com.br

31 ..................MULTIVAC ........................................................ www.multivac.com

21 ..................OWENS ILLINOIS ......................................www.oidobrasil.com.br

45 ..................POLO FILMS ...............................................www.polofilms.com.br

59 ..................RENOVE.......................................renovemaquinas@terra.com.br

71 ..................RIGESA ............................................................www.rigesa.com.br

4ª Capa .........ROSNI ................................................................www.rosni.com.br

2ª Capa .........SAINT GOBAIN ..................................... www.saint-gobain.com.br

15 ..................SALAZAR ................................ www.salazarcomponentes.com.br

79 e 81 .........SUPER FINISHING DO BRASIL ......... www.superfinishing.com.br

27 ..................SUZANO ........................................................www.suzano.com.br

07 ..................TETRA PAK ..................................................www.tetrapak.com.br

79 ..................TRANS ERG .................................................www.transerg.com.br

77 ..................UNIBRAC ...................................................... www.unibrac.com.br

59 ..................VIDROPORTO ...........................................www.vidroporto.com.br

43 ..................WHEATON ....................................................www.wheaton.com.br

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146_3a capa_Abre.indd 1 1/10/2009 15:03:31

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