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PAINEL POLÍTICO 1 30 Janeiro 2011 PORTO VELHO EFMM - DINHEIRO GASTO PODERIA CONSTRUIR PRÉDIO ANO I - Nº 2 - 30 Janeiro de 2011 - Porto Velho - Rondônia Valor: R$ 6,50 IVO CASSOL “A OPOSIÇÃO ANTES DE COMEÇAR A CRITICAR, A FALAR, PRECISA COMEÇAR A FAZER” ENTREVISTA POLÍTICA EM TRÊS TEMPOS Por Paulo Queiroz PORTO VELHO E SUA MANADA DE ELEFANTES BRANCOS Porque as obras públicas atrasam tanto em Rondônia Coimbra Park Hotel Conheça o paraíso de Ouro Preto

Revista Painel Político - 2ª Edição

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Segunda edição da revista Painel Político. A reportagem de capa foi produzida pelo jornalista Paulo Queiroz sobre as obras dos viadutos de Porto Velho.

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICOAT 130 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011 PAINEL POLÍTICO 130 Janeiro 2011

porto velho

EFMM - DINHEIRO GASTO PODERIA CONSTRUIR PRÉDIO

ANO I - Nº 2 - 30 Janeiro de 2011 - Porto Velho - Rondônia valor: r$ 6,50

IvO CAssOL “A OPOSIÇÃO ANTES DE COMEÇAR A CRITICAR, A FALAR, PRECISA COMEÇAR A FAZER”

eNtrevista

política em trÊs tempos por paulo Queiroz

porto velho e sua maNaDa De eleFaNtes BraNcos

Porque as obras públicas atrasam tanto em Rondônia

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Novo ano, velhos problemas

Alan Alex - Editor

eDitorial

Rondônia, assim como o Brasil, começa 2011 com novos governantes e parlamen-tares estaduais e federais. Apesar disso, os problemas continuam velhos. Em Porto Ve-lho temos dezenas de obras públicas parali-sadas, por razões diversas. Quem sofre com isso é a população e os cofres públicos, que não conseguem estancar a eterna sangria. Em reportagem assinada pelo jornalista Paulo Queiroz, o leitor de PAINEL POLÍTICO vai descobrir o que acontece com as obras em Rondônia.

Ainda no tema obras públicas, temos uma reportagem produzida pelos jornalis-tas Paulo Andreoli e João Paulo Prudêncio

sobre a reforma da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, onde a prefeitura alega ter gasto mais de R$ 11 milhões, e passados pouco mais de 40 dias da inauguração, as obras começam se deteriorar.

Paulo Queiroz passa, a partir dessa edição, a integrar a equipe da revista, onde também emplaca sua reconhecida coluna “Política em Três Tempos”. Também nessa edição vamos saber o que esperam os con-gressistas que tomam posse em Brasília ago-ra em fevereiro, quais as suas expectativas e bandeiras a serem defendidas. A matéria é assinada pelo jornalista Danny Bueno, que também passa a fazer parte da equipe de Painel, assim como Rodrigo Guerreiro, que estará responsável pela cobertura da região

central do Estado. Como entrevistado temos o sempre

polêmico ex-governador e agora senador Ivo Cassol, que chega ao Congresso com o objetivo de defender a castração química de criminosos que molestam sexualmente crianças.

Nesta edição também apresentaremos aos nossos leitores o Grupo Portela, que detém concessionárias da Kia, Citroen, Peu-geot e está trazendo para o Estado as marcas Ssangyong, a chinesa Chana e em breve a Towner. O grupo também representa, em Ji-Paraná a gigante Ford.

Rodrigo Guerreiro produziu uma re-

portagem sobre o Hotel Fazenda Coimbra, situado no município de Ouro Preto e é um dos grandes referenciais nesse setor em Rondônia. O hotel disponibiliza uma estru-tura ímpar a seus hóspedes. Os detalhes na matéria.

Passada a expectativa que antecedeu a primeira edição, PAINEL POLÍTICO volta às bancas e a partir desta edição nossa tiragem será quinzenal. Pretendemos, a partir do próximo semestre, nos tornarmos a primei-ra revista semanal de Rondônia. Para isso, contamos com a interação com nossos leito-res. Em breve estaremos lançando o site da revista, onde o leitor poderá acompanhar as edições anteriores e poder participar mais ativamente de nosso trabalho.

Quem sofre com isso é a população e os cofres públicos,

que não conseguem estancar a eterna sangria

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sumário

PAINEL POLÍTICO4 30 Janeiro 2011

26especial 44 JaNeiro 39

eNtrevista

ivo cassol ex-governador concedeu entrevista ao jornalista Paulo Queiroz

13porto velhoeFmm Dinheiro gasto pela prefeitura para reforma é suficiente para construir prédio

editorialNovo ano, velhos problemaspg.03

municípioConsórcio de saúde beneficia município pg.12

congressoPerspectivas e bandeiras da bancada de RO pg.18

políticaManifesto é impedido pela prefeiturapg.34

história Francisco Matias pg.40

coluna Paulo Queirozpg.42

16JuDiciário

muNicípio entra na Justiça para garantir vaga a suplente de deputado estadual

24ecoNomiaGrupo Bezerra e Portela aposta alto no mercado de automóveis

6

turismo

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cartas

Revista Painel PolíticoUma publicação da Eficaz Comunicação Corporativa

Edição: 2Ano: 2010Editor chefe: Alan Alex – 69.9907.0701E-mail: [email protected]

Reportagens: Alan Alex, Danny Bueno, Paulo Queiroz e Rodrigo Guerreiro, Paulo Andreoli e João Paulo PrudêncioFotos: Marcos Grutzmacher e divulgação

Comercialização e assinaturas:Verônica Catro 69 - 32257495 / 92528677E-mail: [email protected]

Cartas:Enviar e-mail para : [email protected]

Projeto Gráfico: Cesar Prisisnhuki FariaDiagramação: Cesar Prisisnhuki FariaIlustração da capa: Cesar Prisisnhuki Faria

Impressão:Gráfica: Primmor

Tiragem: 5 mil exemplares

Eficaz Comunicação CorporativaCNPJ: 11.379.887/0001-97Endereço: Rua Josá Camacho, 2222, São João BoscoCEP: 76.803.770Fone: 69.3225.7495E-mail: [email protected]

EsTE EsPAÇO É sEu LEITOr!

A dotando o estilo das grandes revistas de circulação nacional, este espaço fica aberto para a divulgação das principais cartas en-viadas para a equipe de produção da revista Painel Político.

Os comentários selecionados sempre estarão limitados às ma-térias das edições anteriores, correções, ressalvas ou comentários gerais sobre a edição da revista.

O leitor deve mandar o material via e-mail para a redação da revista, identificando sempre seu nome, profissão e cidade. O en-dereço eletrônico para enviar as cartas está no final do texto.

A revista reserva-se o direito de vetar comentários maldosos, que ferirem a honra dos citados nas matérias ou que contenham abusos e palavras de baixo calão.

Acreditamos que este será um dos termômetros para medir a qualidade do produto que chega às suas mãos e de avaliação sobre o conteúdo exibido.

Boa leitura e ficamos no aguardo de seus comentários.

Equipe de produção da revista Painel Político

Envie sua carta e comentário para [email protected]

porto velho

EFMM - DINHEIRO

GASTO PODERIA

CONSTRUIR PRÉDIO

ANO I - Nº 2 - 30 Janeiro de 2011 - Porto Velho - Rondônia

valor: r$ 6,50

IvO CAssOL “A OPOSIÇÃO

ANTES DE COMEÇAR A

CRITICAR, A FALAR, PRECISA

COMEÇAR A FAZER”

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política em trÊs tempos

por paulo Queiroz

porto velho e sua maNaDa

De eleFaNtes BraNcosPorque as obras públicas atrasam tanto em Rondônia

Coimbra

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eNtrevista

IvO NArCIsO CAssOL“Cahúlla não teve condições, não

soube responder e a mentira ficou prevalecendo como verdade.”

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O ex-governador, eleito senador em 2010 Ivo Cassol concedeu entrevista ao jornalista Paulo Queiroz, de Painel Político no escritório de seu parti-

do, PP, em Porto Velho. Cassol falou sobre as críticas que vem sofrendo pelo atual governo, sobre Eucatur e seus planos para o Senado.

Paulo Queiroz

Revista Painel Político - Prefeito reeleito, governa-dor idem e senador da Re-pública aos 52 anos de ida-de (completados neste 20 de janeiro) sem nunca ter perdido pessoalmente uma eleição. Qual o segredo?

Senador Ivo Cassol – Tra-balho, determinação e arrojo, e acima de tudo lealdade com a população naquilo que você assume compromisso para cumprir na íntegra. Porque todo cargo político é um cargo passageiro, mas a partir do momento que você honra os compromissos que assume, acaba sendo reconhecido e reconduzido aos cargos. A exemplo que eu fui prefeito no primeiro mandato, segundo mandato, eleito governador como você falou, e reeleito e hoje senador por Rondônia.

Painel Político - Dois mandatos, quase oito anos no comando do Estado: o que deixou de fazer dentre os planos que, antes de che-gar ao Palácio Presidente Vargas, pensou que realiza-ria como governador?

Ivo Cassol - A revisão da dívida do Beron. Nós tivemos muitos entraves no meio do caminho, haviam forças políti-cas que não tinham interesse

em fazer essa revisão. O povo de Rondônia é conhecedor que boa parte dessa conta é da má gestão de governos passados. De governos que foram com-placentes com a corrupção, emprestando dinheiro para políticos que não tinham ga-rantias e nem condições de pa-gar. Essa revisão foi autorizada pelo Senado e para nós isso ti-vemos que ir ao STF. É uma das únicas que nós não consegui-mos, quer dizer, nós queríamos ter resolvido. O restante, tudo que nós assumimos na campa-nha fizemos, e fizemos mais.

Painel Político - De todas as realizações do seu go-verno, enumere três pelas quais gostaria de ser lem-brado.

Ivo Cassol - Pela maneira firme, responsável e competen-te que conduzi o Estado. Essas características com certeza ficaram marcadas na história de Rondônia em comparação a todos os governos anteriores os que virão pela frente. Fui considerado o “governador das estradas”, mas sem estrada você não faz o restante, sem estrada não faz saúde, não faz agricultura, não leva progresso e nem faz segurança. Também na área da saúde, por mais que alguém critique, é bom lembrar que nós pegamos o

Estado com oito leitos de UTI e entregamos com 127 leitos. Podíamos estar melhor se não tivesse as duas usinas ao mes-mo tempo em Rondônia. Eu fui contra a construção das duas usinas de uma vez só, eu queria que fosse uma depois a outra, para não ter esse congestiona-mento, essa superlotação que tem. Também quero destacar a construção do Centro Político Administrativo (CPA). E um dos grandes feitos que com certeza também será marcado na his-tória é o pagamento em dia do salário dos servidores públicos, sem nunca ter atrasado e sem nunca ter ido buscar um tostão em instituições financeiras.

Painel Político - O se-nhor foi reeleito governa-dor com mais de 54% dos votos válidos. Qualquer avaliação constatará que suas realizações no segun-do mandato superaram em muito as do primeiro e que, ao desincompatibilizar-se para concorrer ao Senado, a sua popularidade era bem maior do que em 2006. Na pior das hipóteses, aposta-va-se que seria o senador mais votado. Como explica os seus resultados de 2010?

Ivo Cassol – Agora em 2010 foram duas vagas para o senado. Ao mesmo tempo

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quando você coloca a popula-ridade de 2006 para hoje, ela é maior. E desses 454 mil votos que eu tive, praticamente 99% foram o primeiro voto do eleitor. Poucos eleitores foram os que deram o segundo voto para Ivo Cassol. Mas ao mesmo tempo, nós tivemos pessoas do nosso grupo, aliados nossos, traba-lhando para o candidato Raupp. E com minha autorização. À exemplo do (ex) presidente da Assembléia Legislativa Neodi Carlos, do deputado federal Moreira Mendes, que botou toda a estrutura do PPS no estado de Rondônia trabalhando para o candidato do PMDB. Então o segundo voto acabou migrando, a maioria deles para o senador Raupp. E nós não tivemos os vo-tos do senador Raupp migrando para o Ivo Cassol porque eles estavam divididos em outras candidaturas. Mas como eram duas vagas para o Senado, meu trabalho não era chegar em primeiro lugar, mas sim em uma das duas vagas. Tanto é verdade que o terceiro colocado ficou com mais de 200 mil votos atrás.

Painel Político - Dava-se como certo que o senhor faria sucessor, caso o grupo que o reelegeu 2006 não tivesse se dividido. Para explicar o fe-nômeno, uma versão atribui o racha ao seu propósito de voltar a disputar o governo em 2014 sem ter que enfren-tar alguém do grupo no caso de uma vitória palaciana em 2010, condição restringiu os interessados a João Cahulla. Outra especulação: em que pese o senhor sempre ter aprovado Expedito Junior como parlamentar, avalia

que não seria bom para o Estado tê-lo governador. Que diz a respeito?

Ivo Cassol - Pode ter certeza de que nós fizemos a nossa parte para que pudéssemos terminar o trabalho que eu comecei em 2003, sem ficar pensando no futuro, sem pensar no retorno em 2014, 2018, que seja. Com um só propósito, para que Ron-dônia continuasse crescendo no mesmo ritmo. A nossa parte nós fizemos infelizmente nós tive-mos racha no meio do caminho. E isso ocorreu por que nós temos muitos políticos que são bons para tomar cafezinho, são bons para contar ‘causos’, bons para fazer promessas. Todo legislador não é bom executivo, mas com certeza todo bom executivo é bom legislador. Portanto o que nós fizemos foi trabalhar numa composição, nós tentamos a todo custo manter o grupo, infelizmente nós fomos traídos por amigos e na política tem isso. Nós trabalhamos foi para ganhar mesmo, tanto que é verdade que o João Cahúlla é um homem competente, é um homem sério, é um homem ar-rojado, mas ele tem dificuldade como pessoa para passar isso para o público. Ele tem dificul-dades para poder passar isso para os eleitores. Por exemplo, o que aconteceu no dia do último debate, quando se falou de saú-de e o governador João Cahúlla falou na época que quem pa-gava a UTI em Ariquemes era o Estado. O candidato Confúcio falou que quem pagava era ele. E o Cahúlla não teve condições, não soube responder e a men-tira ficou prevalecendo como verdade. O que nós tivemos de

falha na verdade, é que fizemos pouca propaganda. Enquanto nossos adversários, de um pingo de água fazem uma cachoeira, nós trabalhamos bastante, mas mostramos muito pouco.

Painel Político - Mesmo com a divisão do seu grupo, a lógica apontava para reu-nificação no segundo turno destas eleições de 2010 e, por conseqüência, para uma bastante provável vitória da candidatura oficial nestas condições. Qual a sua ex-plicação para que isso não tenha ocorrido?

Ivo Cassol - É melhor andar sozinho do que mal acompa-nhado. Porque se é para ter um governo comprometido e ao mesmo tempo não ter comando para poder mudar, substituir, colocar então é melhor você perder, mas saber que perdeu de cabeça erguida, do que você ganhar e não levar. Vejo dessa maneira, se for para você ga-nhar o governo e fazer acordos que você não vai poder cumprir, então é melhor não fazer.

Painel Político - Há duas ações – uma do PT e outra do MPF – na Justiça pedindo a cassação do seu diploma por conta de um culto da Igreja Mundial do Poder de Deus, realizado em praça pública sob o comando do missioná-rio Valdomiro Santiago, em Rolim de Moura, em plena campanha eleitoral. De quem foi a idéia e como o senhor avalia esse problema?

Ivo Cassol - Quero dizer que eu sempre tenho ido a igreja,

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independente de denominação religiosa, porque nosso pai celes-tial é único nesse universo. Eu es-tive em um evento religioso em praça pública. Recebi as orações e fui embora, eu não fiquei até o final. Eu jamais aproveitei um ato religioso para fazer um ato político. Infelizmente o PT, como não teve voto para eleger a sua senadora que estava na disputa, quer de alguma maneira ganhar no tapetão. Esse mandato meu foi dado pelo povo e outorgado pelos cidadãos rondonienses. Não é a primeira vez que tenho processo contra mim, e também não será a última. Não é porque o Ivo Cassol era o governador, ou ex-governador e hoje senador que eu não precise da força divi-na. É o contrário. Eu preciso é de muito mais oração, porque o que tem de adversário acendendo velas nas encruzilhadas para me colocar fora do mandato, me tirar da vida pública, é qualquer quantidade. E o ministério públi-co tanto eleitoral, quanto os ou-tros, sabem o que aconteceu por-que tem a gravação, tanto eles gravaram como nós para que a justiça pudesse avaliar e verifi-car que não houve falha e não houve utilização daquele evento. Agora, se houve algum erro foi depois que eu saí. Aí então tem que punir, tem que multar. Se for por isso, então o Lula, a Dilma, ela não seria presidente, porque o que o Lula fez, e aí eu estranho muito a posição do PT aqui no Estado de Rondônia. Lula pedia voto para Dilma até na televisão estatal, em solenidades públicas e em várias aparições. Eu acredi-to e confio na justiça.

Painel Político - Em função do superlativo crescimento, no segundo turno, do volu-

me, do ritmo, da agressivi-dade e da qualidade da cam-panha eleitoral do palanque que o senhor comandou, chegou-se mesmo a espe-cular que, com mais uns 20 dias, João Cahulla teria equi-librado a disputa. Que houve no primeiro turno? Excesso de confiança ou o quê?

Ivo Cassol - O que houve na verdade foi o comodismo. As lideranças olhavam como ‘já ganhamos’. Eu nunca trabalhei com essa hipótese. Eleição se ganha voto a voto, com muito trabalho. Depois que toda a equipe percebeu o erro, tentou recuperar, mas já era tarde. O tempo era curto. E os adversá-rios souberam aproveitar a divi-são do nosso grupo para colocar em prática o crescimento deles. E parabéns para eles porque souberam fazer isso.

Painel Político - Durante a campanha, uma das suas propostas que mais ocupou espaço nos veículos de co-municação, reverberando inclusive – e principalmente – na imprensa nacional, foi a que prevê a castração de estupradores de crianças. “Vamos cortar o mal pela raiz. Quem não gostar, que leve o estuprador para casa”, disse o senhor na ocasião. Vai perseverar com essa propo-sição? Como pensa iniciar o seu mandato de senador?

Ivo Cassol - Vou defender e continuo defendendo para que todo estuprador de criança seja castrado, capado. Porque essa posição? Simples. Fui go-vernador por oito anos, assisti e acompanhei quantas e quantas

tristezas em muitos lares por aí. A exemplo de um molestador que estuprou várias crianças ficou preso, anos depois foi solto e foi para casa de uma família evan-gélica onde estuprou três crian-ças e ainda matou duas. Então esse animal não tem cura, só tem uma maneira de poder contê-lo, é cortando o mal pela raiz.

Painel Político - Das crí-ticas que recebeu durante a campanha eleitoral e das que, neste início de novo governo, lhes estão sendo en-dereçadas, quais as que con-sidera mais sem cabimento e mais injustas?

Ivo Cassol - A oposição antes de começar a criticar, a falar, precisa começar a fazer. Eles te-rão que trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, 30 dias por mês pelo menos para poder tentar fazer o que eu fiz. Se eles conseguirem, obtiver sucesso, eu sou o primeiro a aplaudir todo o time, a toda equipe. Mas, para ficar atirando da maneira que estão atirando, para jogar para a platéia do jeito que estão jogando, eles já deram vários tiros no pé. A exemplo disso, eu fiquei indignado quando há poucos dias li o blog que pediu o apoio das prostitutas, dos pretos e dos pobres para conter a fúria da polícia. Todo mundo é testemunha que a Polícia Militar sempre esteve ao meu lado como governador, mas como eleitores eu sempre tive a maioria da PM do outro lado, mas eu não posso faltar com a verdade. A polícia podia ter fúria na época que o PMDB não pagava o salário dos servidores, que eles não tinham combustível para viaturas. Hoje, dia 27 de janeiro há poucos

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dias que esse novo governo assu-miu já está faltando combustível nas viaturas. Então naquela épo-ca, aí sim era possível falar de fú-ria. No meu governo a polícia foi decente, séria, uma polícia que trabalhou, agiu e quando rei-vindicou, foi para melhorar suas condições de vida. Mas eu quero dizer que estou vivo, na ativa e pronto, com café no bule. Res-peito à gestão, sou a pessoa que vai fazer de tudo para ajudar. Vou fazer o contrário do que eles fizeram comigo, como em 2003, um dos primeiros problemas que eu tive foi quando a bancada federal foi lá no STF pedir para que eu fosse cassado. A bancada federal junto com os deputados estaduais fizeram isso. Não bastasse isso, há dois anos, eu negociei com o presidente Lula e com a então Ministra Dilma uma compensação de R$ 35 mi-lhões para o hospital de Cacoal, para compra de equipamentos e o PMDB, que tinha e tem o ministro da Saúde (José Gomes) não mandava o dinheiro para o Estado de Rondônia. E hoje na gente escuta e os vê jogando para a platéia, dizendo que são os salvadores da pátria. Para a saúde melhorar o governo fe-deral, através do Ministério da Saúde precisa pagar para o SUS o melhor preço para os atendi-mentos em todas as áreas. Um exemplo, o SUS paga o leito de UTI R$ 500, e esse mesmo leito custa ao Estado mais R$ 1.168 por dia. Portanto o Hospital de Cacoal era para ter funcionado a praticamente um ano atrás, com 160 leitos, mais 30 leitos de UTI. E essa mesma equipe que está no governo hoje trabalhava contra para não liberar o dinheiro com o propósito de ganhar as eleições. E ganharam. Como diz

aquele ditado, para ganhar as eleições vale tudo, até mentir, até prometer.

Painel Político - Apenas para exemplificar, como o se-nhor avalia a provocação do governador Confúcio Moura que, na edição anterior desta revista, ao ser indagado so-bre eventuais providências do seu governo para mitigar o predomínio do grupo Eu-catur no setor de transportes interestadual, alinhou entre as suas respostas a pergunta; “Cassol ficou oito anos, decla-rou guerra à Eucatur, por que ele não conseguiu?”

Ivo Cassol - Vamos deixar bem claro. Eu nunca declarei guerra contra a Eucatur ou qualquer empresa. Simplesmen-te eu trabalhei para regulamen-tar o transporte coletivo. Nós tínhamos empresas fantasmas. Um exemplo de irregularidade era a Viação Rondônia, que não era fantasma, mas a família vendeu e o proprietário estava há 20 anos enterrado. A empre-sa estava com a documentação vencida e haviam pessoas se utilizando como manobra para não pagar impostos e facilitar as coisas. Ao mesmo tempo nós brigamos para poder fazer a regularização do transporte co-letivo intermunicipal, conforme determinação da própria justiça e também do próprio Ministério Público cumprindo a legislação brasileira. Nós não fizemos nada contra A, empresa B, empresa C. Primeiro que a Eucatur é uma das empresas pioneiras. Foram as pessoas que ajudaram a abrir o estado de Rondônia. Nós não conseguimos licitar porque as empresas, por várias vezes,

entraram na justiça e usavam as brechas da lei e atrasaram o processo licitatório. Agora está tudo redondo, pronto para o Confúcio fazer isso. Agora eu quero ver se ele tem coragem de deixar da maneira que ficou, ou simplesmente vai direcionar para alguém esse processo de li-citação. Para se ter uma idéia de como está hoje, a passagem de Porto Velho a Comodoro (MT) é a metade do preço da passagem Porto Velho a Vilhena. Então isso nós não podemos aceitar, isso tem que diminuir. Nós não tive-mos êxito por causa das brechas que existem na legislação.

Painel Político - Único go-vernador reeleito na história do Estado e agora senador da República, o senhor é tido como uma das lideranças pólos de Rondônia. Como planeja administrar a sua in-fluência na política estadual? Objetivamente, em relação à eleição da Assembléia Legis-lativa?

Ivo Cassol - Vamos deixar bem claro, eu tenho participação sim, mas lá no Senado Federal. Eu tenho voto lá e lá escolherei, junto com meus pares, o presi-dente daquela Casa. No estado de Rondônia é uma decisão dos deputados estaduais. Tive com deputados no meu segundo mandato um bom entendimento, um bom entrosamento. É uma decisão interna e não vou me envolver.

Painel Político - E no mé-dio prazo, no que diz respeito à organização do seu partido político e à construção de alianças objetivando as elei-ções de 2012, quais são seus

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planos? E em 2014, já dá para adiantar algo?

Ivo Cassol - Para 2012 nosso partido, o PP vai estar partici-pando de todas as eleições mu-nicipais. Nós teremos candidatos a vereador, candidatos a prefeito e a vice-prefeito. E vamos traba-lhar em várias coligações. Mas sempre dando prioridade para candidatos do nosso partido. 2014 é cedo para falar. Conside-ro-me um grande executivo, mas hoje sou senador, e dizem que ser senador é bom demais. Vai que eu goste. Quando você está no executivo tem todo mundo com estilingue na mão jogando pedra no seu telhado. E agora eu quero dizer que eu estou com estilingue na mão e tô cheio de pedrinhas.

Painel Político - Uma vez

no Congresso, como vai se alinhar em relação governo Dilma Rousseff?

Ivo Cassol - Sou parceiro dela. É uma mulher extraordi-nária, competente. Terá todo meu apoio.

Painel Político - Por fim, o que imagina que pode fazer por Rondônia como senador da República?

Ivo Cassol - Vou ter con-dições de fazer muito. Temos muitos projetos de lei e a maio-ria prejudicando os estados da região amazônica. Nós temos o estado nosso como grande produtor de energia, hoje tem emprego a vontade, daqui a seis meses as empresas começam a demitir e daqui a dois anos tere-

mos 100 mil pessoas desempre-gadas em Porto Velho. A energia vai gerar emprego e impostos em São Paulo. Nós temos que ter para a região amazônica o ICMS Verde. Precisamos também de uma energia subsidiada, para as empresas que se instalarem aqui. Mas uma coisa que vou eu vou agir como senador por ser uma questão de honra. Estive na semana passada no Minis-tério das Cidades tratando da denúncia irresponsável feita por um político daqui da capital (ve-reador Cláudio Carvalho), com o propósito de ganhar as eleições e o povo saiu no prejuízo, que foi a paralisação das obras de sane-amento. Isso nós vamos resolver porque em outras cidades foram feitas da mesma forma que em Porto Velho, mas só aqui foram paralisadas.

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política

Charles Pinheiro (PDT) é o presidente do Consórcio

muNicípios

Dar um choque de gestão e garantir respostas imediatas ao problema da Saúde é o que pro-põe o Consórcio Intermunicipal da Região Centro-Leste do Es-tado de Rondônia (Cincero). O prefeito Charles Pinheiro (PDT - Vale do Paraíso), presidente do Consórcio, esteve reunido com o governador para apre-sentar uma carta-proposta na busca de soluções ao problema da Saúde no interior do Estado. Atualmente o Consórcio de Saú-de tem garantidos R$ 2 milhões junto ao governo Federal.

Esses recursos serão utili-zados para aquisição de equi-pamentos de tomografia, ma-mografia e eletro, além de um gabinete oftalmológico com-pleto e a construção de uma

sede própria, que atenderão pacientes da região central. Atualmente são 10 municípios e a tendência é aumentar. “Muitos prefeitos mostraram interesse e já estamos acertando detalhes para a inclusão de novos par-ceiros”, comentou. O consor-ciamento de municípios para a realização de ações principal-mente na área da saúde surge numa perspectiva de buscar gestões inovadoras e eficientes que viabilizem a constantes me-lhorias dos serviços públicos oferecidos à população.

Segundo Charles, Ji-Paraná foi escolhido o município sede do consórcio por estar locali-zado na região central. “Para o município de pequeno porte representa a possibilidade de oferecer à sua população um atendimento de maior com-plexidade. A manutenção de

um hospital, por mais básico que seja, requer equipamentos, quadro permanente de profis-sionais e despesas de custeio, significa gastar anualmente o que foi investido na construção e em equipamentos”, afirma. Ele disse também que já recebeu o apoio do governador Confúcio Moura para expandir o projeto em parceria com Estado.

O prefeito de Vale do Pa-raíso também fez questão de ressaltar a importância da participação dos prefeitos membros do Cincero, que se interessaram no consórcio de saúde, principalmente o de Ji-Paraná, José Bianco (DEM), que fez a doação do terreno onde será edificada a sede. Para Charles, o consórcio tem grande relevância social, por solucionar problemas de saúde pública em Rondônia.

muNICÍPIOs sErÃO bENEFICIAdOs COm CONsÓrCIO dE sAÚdEObjetivo é garantir respostas imediatas ao problema da saúde no interior

Rodrigo Guerreiro

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As várias obras inacabadas e os constantes transtornos, aliados ao descaso de represen-tantes públicos que deveriam investigar e denunciar abusos de políticos parece estar se transformando em um coque-tel sedativo que transformou a população de Porto Velho em uma comunidade que perdeu a noção de valores quando o assunto é gasto com obras públicas.

Nos últimos seis anos, a cidade de Porto Velho recebeu mais dinheiro federal que nos vintes anos anteriores. Re-cursos que vieram através de projetos como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), somadas com compensações

ambientais e sociais referentes à construção das usinas do Rio Madeira produziram um “mar” de dinheiro.

E o planejamento para esses gastos é praticamente nulo.

Em 5 de dezembro último, a prefeitura, após uma série

de entraves legais e acusações de dilapidação do patrimônio histórico, reabriu para a co-munidade da capital a praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Um trabalho de revita-lização realizado com a supervi-são do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.

Na abertura dos “portões” foi apresentado para a comu-nidade o que foi realizado até o momento, após três anos do ini-cio da execução do projeto. Dois galpões restaurados, a reforma do anfiteatro, calçamento e ur-banização do pátio, além de um calçadão no perímetro entre as ruas Dom Pedro II e 13 de Maio.

Foram construídos ainda cinco pequenos quiosques, re-alizada a iluminação e aplicada

dINHEIrO GAsTO PELA PrEFEITurA PArA

rEFOrmA dA EFmm É suFICIENTE PArA CONsTruIr PrÉdIO dE CINCO ANdArEs

porto velho

Paulo Andreoli e João Paulo Prudêncio

Reaberta há pouco mais de um mês, Praça da Madeira Mamoré já apresenta deterioração

“Nos últimos seis anos,

a cidade de Porto Velho recebeu mais dinheiro federal que nos vintes anos anteriores”

PAINEL POLÍTICO 1330 Janeiro 2011

vintes anos anteriores. Re-cursos que vieram através de projetos como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), somadas com compensações

de dinheiro.E o planejamento para esses

gastos é praticamente nulo.Em 5 de dezembro último,

a prefeitura, após uma série

calçadão no perímetro entre as ruas Dom Pedro II e 13 de Maio.

Foram construídos ainda cinco pequenos quiosques, re-alizada a iluminação e aplicada

PAINEL POLÍTICO 1330 Janeiro 2011

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO14 1530 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

grama esmeralda em rolos. No dia da inauguração, o

prefeito Roberto Sobrinho afir-mou que foram gastos nesta primeira etapa da revitalização do Complexo Madeira Mamoré, o montante de R$ 11.000.000 (onze milhões de reais), dinhei-ro repassado pelo Ministério do Turismo e pelo Consórcio Santo Antônio Energia.

O grande problema é que, apesar dos esforços, fica difícil encontrar motivos para terem gasto uma quantia tão grande nessa obra.

O anfiteatro não recebeu

nenhuma construção nova, apenas foi pintado e reformado em alguns pontos de reparos de alvenaria. Os maiores investi-mentos foram no calçamento, feito com blocos pré-moldados fabricados no próprio local da obra. Outro investimento de vulto foi à aplicação do gra-mado do tipo esmeralda com valor praticado na capital de R$ 9 o metro quadrado. Em São Paulo esta mesma grama custa R$2,30. Se for para entregar em Porto Velho, mesmo com o custo do frete, o valor ainda é inferior.

Em comparação com outras obras realizadas dentro da ca-pital podemos realizar um com-parativo entre a inauguração da primeira etapa da praça da Es-trada de Ferro Madeira Mamoré e a construção do prédio da Pro-curadoria Regional do Trabalho da 14º Região, localizada na esquina da avenida Presidente Dutra com avenida Calama, no centro de Porto Velho.

A construção da nova sede da Procuradoria do Trabalho está orçada no valor de R$ 10,374,700,32. No projeto da

obra está uma área de 5.562m², terá cinco pavimentos, um mo-derno elevador, implantação de toda a tubulação de ar-con-dicionado, além de utilização de materiais de construção nobres como granito, blindex e mármore.

Como pode ser visto, fica mais caro para o contribuinte a prefeitura de Porto Velho re-formar uma parte de uma praça Madeira Mamoré do que o MPT construir um moderno prédio com toda a infra-estrutura ne-cessária.

Comparações

porto velho

Legenda

PAINEL POLÍTICO14 30 Janeiro 2011

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO14 1530 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

No município de Santa Terezinha de Itaipu, locali-zado no estado do Paraná, a revitalização de uma praça de 10 mil m², foi anunciado para a população, o valor licitado para a obra ficou na quantia de R$ 390.000,00.

Significa que com os mais de onze milhões gastos na revitalização apenas da primeira parte da praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, seria possível re-

formar mais de 30 praças com o mesmo porte, es-trutura da praça revitaliza-da em Santa Terezinha de Itaipu. Se formos comparar pela extensão da praça no Paraná, foi gasto R$ 390 mil para revitalizar 10 mil m², com o dinheiro da praça da Madeira Mamoré, seria pos-sível revitalizar 30 hectares de praça.

O fato é que essas com-parações apresentam o va-

lor exorbitante gasto para revitalizar apenas uma par-te do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que ainda está longe de ser totalmente colocado a disposição da população portovelhense.

Um valor absurdo que ainda não colocou em ati-vidade o museu da Estrada de Ferro (existe suspeita de furto de peças históricas), um valor que não instalou sequer sistema de irrigação na grama colocada que com certeza irá perecer quando o período de seca chegar. Um valor que deixa realmente a comunidade estupefata com a forma que estão gerindo as verbas dentro do município de Porto Velho.

Para se ter uma idéia, uma boa parte dos milhares de bloquetes assentados na praça já estão se esfarelando com as chuvas do inverno amazônico. Mesmo sen-do supostamente de concreto, o piso em diversos pontos da pra-

ça está se deteriorando com simples chuvas. Um serviço de péssima qua-lidade.

As peças de madeira aplicadas na praça, in-cluindo os bancos, deck e lixeiras de madeira já es-tão desbotando o verniz, além de deixar um visual

horrível, também abre caminho para o apodrecimento das “madeiras brancas”.

A pintura do galpão histórico já está descascando, demonstrando na prática que a restauração usou material de terceira qualidade. E olha que as referidas reformas con-sumiram três longos anos, com a supervisão do IPHAN, comandado pelo cineasta Beto Bertagna. Tudo continua caminhando para um final que já conhecemos bem, muitas desculpas e o contribuinte de Por-to Velho pagando por faraônicos empreendimentos construídos de forma medonha.

Praça no Paraná

1 mês depois

parte dos milhares de bloquetes assentados na praça já estão se esfarelando com as chuvas do inverno amazônico. Mesmo sen-do supostamente de concreto, o piso em diversos pontos da pra-piso em diversos pontos da pra-

ça está se deteriorando com simples chuvas. Um serviço de péssima qua-lidade.

aplicadas na praça, in-cluindo os bancos, deck e lixeiras de madeira já es-tão desbotando o verniz, além de deixar um visual

piso em diversos pontos da pra-

porto velho

PAINEL POLÍTICO 1530 Janeiro 2011

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO16 1730 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Edvaldo Soares, o suplente “vizinho”

JuDiciário

mIrANTE dA sErrA ENTrA NA JusTIÇA PArA GArANTIr vAGA A suPLENTE dE dEPuTAdO EsTAduAL

Edvaldo Soares “possui domicílio eleitoral, bem como, empreendimentos privados na Comarca de Ji-Paraná”. Essa foi a justificativa.

Um fato inusitado e possi-velmente sem precedentes na história política de Rondônia aconteceu nesse início de 2011. O município de Mirante da Serra, distante cerca de 100 quilômetros de Ji-Paraná, in-gressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a sus-pensão da liminar do ministro

Marco Aurélio de Melo, que no mandado de segurança 422341 permitem a realização de novo cálculo de quociente eleitoral pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia. Por causa dessa liminar, Edvaldo Rodrigues Soares passou a ser suplente de deputado estadual.

A bizarrice fica por conta da justificativa do município para ingressar com tal ação.

No pedido, a procuradoria de Mirante da Serra alega que Ed-valdo Soares “possui domicílio eleitoral, bem como, empreen-dimentos privados na Comarca de Ji-Paraná”.

Os autores do pedido alega-ram, no pedido de Suspensão de Liminar analisado pela ministra Cármen Lúcia, que a decisão do ministro Marco Aurélio teria violado o princípio da seguran-

Alan Alex No pedido, a procuradoria de

valdo Soares “possui domicílio

dimentos privados na Comarca

ram, no pedido de Suspensão de Liminar analisado pela ministra Cármen Lúcia, que a decisão do ministro Marco Aurélio teria

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO16 1730 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Ministra Cármen Lúcia “autores não indicaram como a decisão promoveria dano a algum dos bens jurídicos”

JuDiciário

ça jurídica e da colegialidade, contrariando a jurisprudência do TSE que, em dezembro de 2010, “já havia assentado entendimento jurisprudencial contrário ao inteiro teor do que decidido na liminar”.

Inicialmente, a ministra afir-mou que, no caso, o município de Mirante da Serra não tem interesse de agir no pedido de suspensão da liminar concedi-da pelo ministro Marco Aurélio.

O município alegava que

seu interesse era que fosse confirmada decisão do TSE que impede a diplomação de candi-datos considerados ficha suja e o interesse em ver diplomado o parlamentar “vizinho”.

Entretanto, a ministra Cár-men Lúcia ensinou que, de acor-do com a nova Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09), as pessoas jurídicas de direito público podem requerer a sus-pensão de liminar “para evitar grave lesão à ordem, à saúde,

à segurança e à economia pú-blicas”. Ou seja, não se presta o instituto à defesa de interesses particulares, neste caso, rea-ver vaga perdida por Edvaldo Rodrigues Soares ante o novo cálculo do quociente eleitoral.

De acordo com a decisão da ministra, “os autores não indicaram como a decisão do ministro Marco Aurélio promo-veria dano a algum dos bens ju-rídicos tutelados pelo instituto de suspensão de segurança”.

Já havia assentado

entendimento jurisprudencial contrário ao inteiro teor do que decidido na liminar

da pelo ministro Marco Aurélio.O município alegava que

entendimento jurisprudencial contrário ao inteiro teor do que decidido na liminar

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO18 1930 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011PAINEL POLÍTICO18 30 Janeiro 2011PAINEL POLÍTICO18 30 Janeiro 2011

coNGresso

Os congressistas rondo-nienses pretendem defender os mais diversos temas em Brasília, tais como geração de empregos, meio ambiente, saúde, setor produtivo e habi-tação. Apesar da semelhança, os interesses são diversos. O senador pedetista Acir Gurgacz, por exemplo, afirma que vai pautar seu trabalho no Senado com atenção voltada às necessi-dades da “população, da econo-mia e do meio ambiente”, mas não explicitou como pretende concretizar essas ações. Uma importante bandeira defendida pelo senador é a possibilidade de aprovação da lei que amplia o teto de faturamento anual do Micro Empreendedor Individu-al (MEI), partindo de R$ 36 mil para R$ 72 mil e permitindo a contratação de dois funcioná-rios (atualmente só pode ser contratado um). A presidenta Dilma Roussef afirmou recente-mente em um programa de rá-dio que R$ 72 mil é muito, e que concorda com o projeto se ficar estipulado um teto de R$ 48 mil. Quanto aos dois funcionários,

ela aceitou de bom grado. Para o Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias (SIMPI) o projeto de Acir Gurgacz tem potencial para gerar cerca de 1 milhão de em-pregos rapidamente, retirando muitos empreendedores da informalidade.

Já o senador Ivo Cassol (PP) pretende apoiar a geração de empregos oferecendo subsídios

nas contas de energia das em-presas que queiram implantar seus negócios em Rondônia. Ele também pretende defender que a matéria prima da bacia Amazônica tenha incentivos fiscais da União, a exemplo do minério de ferro, couro do boi e a madeira. Para o senador, se as

empresas que tiverem incenti-vos por parte do governo fede-ral, muitas indústrias devem se instalar em Rondônia. Cassol também afirmou que vai lutar pela regularização fundiária, para, segundo ele, “proibir o desmatamento desenfreado e punir os que praticam o des-mate ilegal”.

Um ponto que segundo o senador é “questão de hon-ra” é a dívida do Beron, que segundo Cassol “tem que ser revista”. Ele disse que pretende fazer uma mar-cação cerrada em cima dos responsáveis pela revisão dessa dívida. Segundo ele, em dezembro último o governo federal nomeou um perito para apurar as causas do que ele cha-ma de “herança maldita de governos passados”. Para Cassol o Tribunal de Contas do Estado deverá nomear alguém para fazer parte dessa equipe de apu-ração, “independente de tudo que virá, eu serei um dos observadores diretos do andamento da extinção dessa dívida que há anos

TEmAs dIvErsOs FAZEm PArTE dA PAuTA

Único ponto em comum entre parlamentares é a “união da bancada”

Alan Alex e Danny Bueno

Proibir o desmatamento desenfreado e punir os que praticam o desmate ilegal

PAINEL POLÍTICO18 30 Janeiro 2011

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO18 1930 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011 PAINEL POLÍTICO 1930 Janeiro 2011 PAINEL POLÍTICO 1930 Janeiro 2011

coNGresso

assola a economia do Estado”. Ivo Cassol também pretende

fazer o que ele chama de “mu-danças profundas na legislação” sobre a criação de novos mu-nicípios, “temos comunidades que já passaram da hora de nascer como municípios, como é o caso da Ponta do Abunã, Jacy-Paraná, União Bandeiran-tes, Nova Dimensão, 5º BEC, Tarilândia, São Domingos, Nova Estrela, Tancredópolis, Estrela de Rondônia e Riachuelo. Se-gundo Cassol, “é melhor um município pobre do que um distrito miserável”.

Entre os deputados federais a pauta também é similar. Mo-reira Mendes (PTN), que inte-gra um partido de oposição ao governo federal, declarou que pretende manter seu posiciona-mento e continuar defendendo o agronegócio. Para Moreira

Mendes, a produção bra-sileira, principalmente em 2010, foi a grande responsável pelo su-perávit da balança co-mercial, porém não foi valorizada por nenhum governo. O parlamen-tar também defende a modificação no código florestal, principalmente a proposta que define as responsabilidades do IBAMA e demais organismos estaduais e municipais para, se-gundo ele, “acabar de vez com esse conflito jurídico onde ninguém

sabe o que pode e o que não pode, definindo assim as atri-buições e competências de cada esfera”.

Moreira Mendes também pretende defender a transpo-sição dos servidores, apesar de ter sido um grande crítico em relação a matéria, “sempre disse que o Governo Federal tinha pouco interesse em aten-der os apelos de Rondônia, e ele provou que era exatamente o que eu pensava, até agora só

temos promessas”.O peemedebista Natan Do-

nadon, que se considera um “municipalista” acha que o fato do governador ser de seu par-tido vai fazer com que ele atue com “mais afinco”. Sem detalhar sua linha de atuação, Donadon é mais genérico, “trabalho sem-pre pelos municípios de Ron-dônia, nas mais diversas áreas

como agricultura, educação e saúde, provendo equi-pamentos e maquinários para o fortalecimento do homem do campo e tam-

bém da estrutura das cidades, trabalhando bastante com

prefeitos e vereadores”.O democrata Carlos Magno,

que foi secretário de Agricul-tura do Estado, disse que sua principal bandeira sempre foi o setor primário, tendo a agricultura, pecuária e a pre-servação ambiental como foco e, segundo ele, sem distinção dos níveis de produção, “nosso objetivo é incentivar ao máximo a produtividade através da im-plementação de novas tecnolo-gias, acessos a financiamentos e buscar recursos recursos para atrair melhorias e qualidade da produtividade”, disse o parla-mentar. Magno também disse estar ansioso para participar do debate sobre a reforma tributá-ria, política e principalmente o novo código florestal.

Já o petebista Nilton Capi-xaba pretende “participar do desenvolvimento de diversos bairros da capital que se en-contram em estado precário de infra-estrutura”. Também afirmou que vai atuar nas áreas de habitação, turismo e cursos profissionalizantes para popu-lações carentes.

Habitação também é uma bandeira que será defendida pelo deputado Lindomar Gar-çom (PV) que não explicou como, mas afirma que essa é uma de suas prioridades. Ele também destacou que pretende “fazer acontecer as obras de saneamento básico de Porto Velho” e a regularização de cerca de 90 mil propriedades que estão irregulares na capital.

É melhor um município

pobre do que um distrito miserável

que estão irregulares na capital.

PAINEL POLÍTICO 1930 Janeiro 2011

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO20 2130 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Apesar das generalidades, todos os congressistas rondo-nienses mantém um discurso padrão no que diz respeito a unidade da bancada. Moreira Mendes já se colocou como candidato a coordenador, mas isso só será definido a partir deste mês. Essa unidade deve-

rá ser mantida em temas mais vistosos, como a transposição, que também é um tema co-mum entre os parlamentares. Mas em outras questões, a situação deve ferver, princi-palmente entre os senadores. Acir e Cassol nunca foram muito chegados e nem mes-mo a tranquilidade de Valdir

Raupp (PMDB) deve conseguir acalmar os ânimos. Já entre os deputados a situação é mais tranquila.

(A reportagem não con-seguiu ouvir os congres-sistas Mauro Nazif (PSB), Marinha e Valdir Raupp (PMDB) porque eles esta-vam viajando.

Perspectivas

“O ano de 2011 começa com a possibilidade da aprovação de nosso pro-jeto de lei que amplia o

teto de faturamento anual do Micro Empreendedor

Individual, partindo de R$ 36 mil para R$ 72 mil e permitindo a contratação de dois funcionários. O projeto já está com votação em caráter de ur-gência e, segundo estudos realizados pelo próprio Simpi nacional, tem potencial de gerar cerca de um milhão de empregos, retirando muitos em-preendedores da informalidade.”

Bandeiras

“Pautamos o nosso trabalho no Senado com a atenção voltada

às nossas bandeiras e às necessi-dades da população, da economia, do meio ambiente. Por exemplo, com o

novo governo de Rondônia, podere-mos nos unir em prol da saúde, com

eficiência e transparência. A tragédia no Rio de Janeiro, por sua vez, vai requerer uma atenção nacional à prevenção de catástrofes. Pre-tendo dedicar cada hora do tempo que resta de meu mandato para buscar soluções de problemas que afligem o rondoniense e o Brasil em geral”.

Unificação da bancada

coNGresso

ACIR GURGACZ - PDT

Perspectivas

com a possibilidade da aprovação de nosso pro-jeto de lei que amplia o

teto de faturamento anual do Micro Empreendedor

Bandeiras

dades da população, da economia, do meio ambiente. Por exemplo, com o

novo governo de Rondônia, podere-mos nos unir em prol da saúde, com

(Empregos, Meio Ambiente, Saúde e Educação)

ENTREVISTAS

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO20 2130 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Perspectivas

“A primeira análise que eu faço é a de que a presidenta Dilma Roussef

foi agraciada com grupo grande de senadores que já

tiveram experiencia no Executivo, a exem-

plo de mim e outros ex-governadores que assumem uma cadeira no Senado, como Eduardo Braga (PMDB-AM), Wellington Dias (PT-PI), Jorge Viana (PT-AC), Aécio Neves (PSDB-MG), Blairo Maggi (PR-MT), Marcelo Miranda (PMDB-TO) e Roberto Requião (PMDB-PR) e por isso mesmo será bem mais fácil de que sejam aprovados as principais necessi-dades dos estados e municípios. E isso é bem diferente de lesgislaturas anteriores que tinham em sua maioria senadores de experiência e perfil legislativo, o que acabava prejudicando a compre-ensão das principais necessidades da população”.

Bandeiras

“Vou lutar pela regularização fundiária, para proibir o desma-tamento desenfreado, e punir

os que praticam o desmate ilegal e valorizar quem fizer o certo para que Rondônia caminhe dentro da lega-lidade e com isso possa regularizar

todos os seus lotes. Vou acompanhar de perto a revisão da dívida do Beron, farei uma marcação cerrada em cima dos responsáveis por essa apuração.

Não vou abrir mão das duplicações da BR-364, principalmente entre Ouro Preto à Ariquemes, que são um grande gargalo de produção, assim como em Ji-Paraná, porém lá, o povo tem que se unir para não permitir que se faça o anel viário antes de serem construídas as laterais ao longo da estrada, o que seria um enorme prejuízo eco-nômico”.

Perspectivas

“Eu como integrante de um partido de oposição ao

Governo Federal, tenho uma posição cau-telosa quanto ao

governo que se inicia, a princípio creio que a presidenta deve seguir a mesma linha do governo anterior, transformando esse governo talvez em um terceiro mandato do ex-presidente Lula, mas, em contrapartida ela tem tomado certas medidas que estão nos dei-xando esperançosos contradizendo essa minha desconfiança, pois em suas últimas declarações vimos uma postura mais solidária com as recen-tes tragédias que estão assolando o país”.

Bandeiras

“No congresso vou manter meu po-sicionamento de oposição, serei sem-

pre um defensor do agronegócio, sendo que a produção brasileira principalmente este ano, a gran-

de responsavel pélo super hávit da balança comercial e que porém não foi valorizada por nenhum governo. Vou

defender com muita garra a PEC da Transposição do Servidor, mas, eu

sempre fui um crítico, sempre disse que o Governo Federal tinha pouco interesse em atender os apelos de Rondônia, e ele provou que era exatamente o que eu pensava, até agora só temos promessas”.

coNGresso

Perspectivas

“A primeira análise que eu faço é a de que a presidenta Dilma Roussef

foi agraciada com grupo grande de senadores que já

plo de mim e outros

Perspectivas

“Eu como integrante de um partido de oposição ao

Governo Federal, tenho

governo que se inicia,

Bandeiras

os que praticam o desmate ilegal e valorizar quem fizer o certo para que Rondônia caminhe dentro da lega-lidade e com isso possa regularizar

todos os seus lotes. Vou acompanhar

“No congresso vou manter meu po-sicionamento de oposição, serei sem-

de responsavel pélo super hávit da balança comercial e que porém não foi valorizada por nenhum governo. Vou

defender com muita garra a PEC da Transposição do Servidor, mas, eu

(Economia, Setor Produtivo, Empregos, Regularização Fundiária, Duplicação da BR e Dívida do Beron)

(Agronegócios, Meio Ambiente e Funcionalismo Público)

IVO CASSOL - PP

Moreira Mendes - PTN

Page 22: Revista Painel Político - 2ª Edição

PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO22 2330 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Perspectivas

“O exercício do manda-to depende muito da nova presidenta Dilma Roussef,

que haverá de apontar as suas alianças e com

isso atacar os princi-pais carências que o país tem a enfrentar, carências essas que

estão em grau elevadíssimo de urgência, como a reforma tributária, a reforma politica, o código florestal e nós estamos ansiosos em participar desse debate junto com a sociedade e os demais deputados dentro do Congresso Nacional. Espe-ramos com isso, começar a resolver problemas crônicos, tanto na político em âmbito nacional, como também em Rondônia. Acho que a união da bancada será fundamental para que possamos atuar na solução dessas questões.”

Bandeiras

“A minha principal bandeira sempre foi o setor primário de Rondônia, tendo a agricultura, a

pecuária e a preservação ambiental como foco, e tudo isso sem distinção dos níveis de produção, desde o pe-queno até o grande produtor.

Dos grandes centros e do interior, o nosso objetivo é incentivar ao máximo a pro-dutividade através da implementação de novas tecnologias, acessos a financiamentos e buscar recursos para atrair melhorias e qualidade no padrão de produtividade, que só servirão para alavancar nosso Estado.

A nossa bancada em particular tem como pa-pel principal se esforçar para carrear recursos e mais recursos para todos os municípios e a nossa Capital que atravessa um momento magnífico de investimentos”.

Perspectivas

“Os parlamentares eleitos e reeleitos tem um perfil que

inspira mais luta pelo de-senvol- vimento do

e s - tado. Vejo com muito positivis-mo a nova

bancada e creio que haveremos de unir os inte-resses e colocar as diferenças de lado quando o assunto for os principais problemas de Rondô-nia” Nossa preocupação é tentar resolver alguns problemas, como a transposição dos servidores de Rondônia para a União e tentar rediscutir a dívida do Beron..

Bandeiras

“Nós temos que fazer acontecer as obras de saneamento básico em Por-

to Velho, àgua tratada e esgoto estão paralisadas. Trabalhamos também em cima das 90 mil

propriedades residenciais que não estão regularizadas. Ao serem regularizadas o povo vai ter mais se-

gurança em sua casa própria. Quanto a nossa atual bancada, vejo uma

bancada sólida, interessada e que tem todo o potencial para solucionar os principais problemas do Estado, principalmente aqueles que se arrastam há mais tempo, como é o caso da Transposição”.

Perspectivas

“O exercício do manda-to depende muito da nova presidenta Dilma Roussef,

que haverá de apontar as suas alianças e com

isso atacar os princi-pais carências que o

Perspectivas

“Os parlamentares eleitos e reeleitos tem um perfil que

inspira mais luta pelo de-senvol- vimento do

e s - tado. Vejo com muito positivis-mo a nova

Bandeiras

pecuária e a preservação ambiental como foco, e tudo isso sem distinção dos níveis de produção, desde o pe-queno até o grande produtor.

Dos grandes centros e do interior,

“Nós temos que fazer acontecer as obras de saneamento básico em Por-

propriedades residenciais que não estão regularizadas. Ao serem regularizadas o povo vai ter mais se-

gurança em sua casa própria. Quanto a nossa atual bancada, vejo uma

(Setor Primário, Agricultura e Habitação)

(Habitação, Obras e Transposição)

Carlos Magno - DEM

LINDOMAR GARÇON - PV

coNGresso

Page 23: Revista Painel Político - 2ª Edição

PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO22 2330 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

Perspectivas

“Eu vejo com muito otimis-mo no tocante a essa nova legis-

latura federal, tanto quanto no governo Estadual, os

eleitos como reeleitos todos com certeza de-vem estar pensando em união da bancada,

para carrear recursos suficientes para atender todos os problemas do Estado.

Esperamos com essa união, encontrar so-luções pra questões que há muito preocupam a população de Rondônia. Acredito que traba-lhando juntos, estaremos não apenas facilitan-do a governabilidade de Confúcio Moura, mas também melhorando a vida dos habitantes de nosso Estado. Penso que todos os parlamentares que compõe a bancada estão com esse mesmo compromisso”.

Bandeiras

“Como deputado federal mu-nicipalista que sou, trabalho sempre pelos municípios de

Rondônia, nas mais diversas áreas como a agricultura, educação, saúde, provendo equipamentos e maquiná-rios para o fortalecimento do homem

do campo e também na estrutura ur-b a n a das cidades, trabalhando bastante com prefeitos e vereadores. Nesse governo que se inicia temos a novidade de pela primeira vez atuar lado a lado com o governador que é do meu partido (PMDB), o qual o apoiei. De um modo geral, todos os congressistas eleitos, pelo tempo de vida pública, tem sensibilidade suficiente para enxergar as necessidades da população. No meu caso eu vivo na estrada e sempre procurei enxergar os problemas de forma administrativa como se fosse o prefeito da cidade”.

Perspectivas

“Eu vejo com muito otimis-mo no tocante a essa nova legis-

latura federal, tanto quanto no governo Estadual, os

eleitos como reeleitos todos com certeza de-

Bandeiras

Rondônia, nas mais diversas áreas como a agricultura, educação, saúde, provendo equipamentos e maquiná-rios para o fortalecimento do homem

do campo e também na estrutura ur-

(Municípios, Segurança, Agricultura, Educação e Saúde)

(Saúde, Educação e Empregos)

Natan Donadon - PMDB

NILTON CAPIXABA - PTB

coNGresso

Perspectivas

“A nova bancada conta com várias pessoas expe-

rientes que militam há anos na vida pública,

inclusive com a sua maioria de reelei-tos, tendo poucos novos congres-

sistas. E os que não tem o perfil legislativo, pelo menos tem o perfil executivo, inclusive tomo por base a minha própria história com três mandatos e sendo o único político na história de Rondônia que chegou a ocupar um cargo na Mesa Diretora da Câmara Federal”.

Bandeiras

“Como projeto específico, todos sabem que fui o originador do Hospi-

tal regional de Cacoal, que ficou paralisado por mais de 5 anos, voltando a funcionar somente

por um processo árduo de arti-culação política na época em que fui adjunto no governo Cassol.

E hoje o hospital é essa maravi-lha que tem em potencial mais de

600 mil usuários que são os habitan-tes de toda essa região, que estará atendendo com 100 por cento de seu potencial ainda esse ano.”com 100 por cento de seu potencial ainda

Page 24: Revista Painel Político - 2ª Edição

PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO24 2530 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

ecoNomia

Atuando no mercado de automóveis desde 1995, o grupo Bezerra e Portela vem se consolidando como um dos maiores no segmento em Rondônia e este ano pretende estender sua atuação em Rio Branco (AC) com a implanta-ção de uma concessionária na capital acreana. Atualmente o grupo representa as montado-ras Ford, Peugeout, Citroen e Kia. São lojas modernas, com visual marcante, como a La Villete, Via Pinheiro e Le Pala-

ce, todas na avenida Pinheiro Machado em Porto Velho. De Jaru a Vilhena as lojas da Ford Canaã representam o grupo.

Conhecido pelo arrojo de seus fundadores que começa-ram no ramo a partir de uma garagem de venda de veículos semi-novos, o grupo Bezerra e Portela desponta na região Norte com um dos mais im-portantes do setor. A nova loja em Rio Branco será uma filial da Le Palace, que representa a Peugeot.

MercadoO mercado de veículos

está em fase de crescimento e o setor é um dos que mais emprega, desde a montadora até a rede de distribuição, que são lojas como as do Grupo Bezerra e Portela. Só para se ter uma ideia, no Salão do Automóvel de 2010, foram apresentados mais do que o dobro de novas marcas, com-parado com 2009.

Isac Portela, sócio do grupo e grande entusiasta do setor automobilístico afirma que “o mundo todo está apostando no Brasil, e isso é um reflexo da confiança repassada lá fora pelo Governo brasileiro”.

GruPO bEZErrA E POrTELA APOsTA ALTO NO mErCAdO dE AuTOmÓvEIs E PLANEJA EXPANsÃO PArA O ACrE

Duas novas marcas serão introduzidas no mercado rondoniense e a Ford Canaã inaugura concessionária em Cacoal

Danny Bueno

Já foi o tempo que ter um carro importado era requinte de poucos. Atualmente isso já é uma realidade na vida de milhões de brasilei-ros, que por meio de incentivos do Governo Federal alcançaram a oportunidade de obter um automóvel importado de preço compatí-vel com os nacionais, e em muitos casos até mesmo mais baratos.

Na verdade, hoje nem podemos falar mais em produtos estrangeiros, pois quase todas as

marcas já estão instaladas no Brasil, carregan-do assim ape- nas o nome de origem estrangeira.

Importados

Concessionária Citroen em Porto Velho

Isac Portela, sócio do grupo e grande entusiasta do setor automobilístico afirma que “o mundo todo está apostando no Brasil, e isso é um reflexo da confiança repassada lá fora

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ecoNomia

O Grupo Bezerra e Portela inaugura ainda nesse primeiro semestre as suas novas lojas em Porto Velho, da Ssang Imports, montadora coreana que oferece veículos “Sport Utility Vehicle” conhecidos como SUV que pos-sui motorização Mercedes Bens e a Shangai Veículos, montadora chinesa que fornece caminhões compactos com capacidade de carga de até 500 quilos a partir de R$ 26 mil.

O grupo também se prepara para inaugurar no segundo semestre a filial da Ford Canaã em Cacoal e a filial da Le Palace em Rio Branco no Acre.

“Hoje somos um grupo só-lido, administrado de forma independente. E queremos muito mais, os nossos objetivos estão definitivamente ligados a este segmento, a cada novo dia, novas ideias surgem em nosso caminho, sem esquecer, é claro, das questões sócios ambientais

assumindo a nossa cota de responsabilidade nessa área”, finalizou

Isac Portela.

HistóriaO Grupo Bezerra e Portela foi fundado em 1995,

por Isac Portela e Vagner Jobel. Na época lidavam com veículos novos e semi-novos, e atendia um mercado que na época ansiava por qualidade, ga-rantias e segurança.

A partir de 2003 a Ford, realizou um estudo em Rondônia e procurou os sócios para repassar a marca nos municípios de Jaru e Vilhena. A partir daí o grupo passou a vender veículos novos da marca Ford, vindo em seguida as marcas Peugeout, Citroen e Kia Motors.

Concessionária Ford Canaã em Ji-Paraná

Concessionária Ford Canaã em Vilhena

Concessionária Kia Motors em Porto Velho

Concessionária Peugeout em Porto Velho

novas ideias surgem em nosso caminho, sem esquecer, é claro, das questões sócios ambientais

assumindo a nossa cota de responsabilidade nessa área”, finalizou

Isac Portela.

Novidades

Ford, vindo em seguida as marcas Peugeout, Citroen

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A Prefeitura jura que não, mas há tempos a população de Porto Velho anda desconfiada de que a obra que inscreveria a capital entre as cidades que dis-põem do equipamento símbolo da modernidade em matéria de urbanização – o decantado via-duto - é, pelo jeito, um elefante branco.

Quem jura é a santíssima trindade da Secretaria Munici-pal de Projetos e Obras Espe-ciais (Sempre), que vem a ser o secretário Israel Xavier Batista, a adjunta Silvana Cavol Erbert e o engenheiro Valmir Queiroz de Medeiros, coordenador mu-nicipal de fiscalização de obras do órgão.

De acordo com o comando da Sempre, as obras do viadu-to porto-velhense não estão abandonadas, paradas ou com qualquer espécie de problema que possam comprometê-las, afora os percalços da natureza – como a estação chuvosa que vem atrapalhando desde que a ordem de serviço foi dada, em julho de 2009, e, neste 2011,

impede os trabalhos de aterro e pavimentação das marginais (detalhe que adiante se verá).

Nada obsta. Mas quem acompanha o articulista polí-tico Sérgio Pires, titular da co-luna “Primeira Mão” do jornal “Folha de Rondônia”, mesmo acreditando na palavra oficial

num movimento de boa fé, não ficou tentado a remover a pulga detrás da orelha ao ler a abertura da edição deste 19 de janeiro do espaço em ques-tão. Para celebrar o avanço de outra obra, acerca da qual a população também espera ver para acreditar, o jornalista escreveu:

“Falou-se muito em grandes

investimentos federais. Não se pode ignorar que alguns foram feitos, como a duplicação da BR 364 em Porto Velho. Mas também é verdade que obras como os viadutos, que servi-rão para melhorar a estrutura de trânsito da cidade, ainda estão paradas. Como estão as de implantação do sistema de água e esgoto. A verdade é incontestável, porque está aos olhos de todos”.

“Agora, pelo menos uma das mais importantes e neces-sárias realizações do governo federal na Capital rondoniense começa a se tornar realidade palpável. Para quem chega ao bairro da Balsa ou atravessa o rio Madeira, enxergar operá-rios e técnicos dando duro em pleno domingo, para erguer os primeiros pilares da gigantesca ponte que ligará os dois lados do rio, já é um alento”.

A transcrição é tanto mais oportuna porquanto, nas pou-cas linhas aí aspadas, estão enumerados os três empre-endimentos públicos (pontes, viaduto e esgoto) mais robustos que estão em andamento na ca-

CAÇA AO ELEFANTE BRANCO

As ObrAs Em rONdôNIA quE PArECEm NuNCA ACAbAr

Três grandes empreendimentos envolvendo cerca de R$ 1 bilhão

Paulo Queiroz

obras como os viadutos,

vão melhorar a estrutura de trânsito da cidade estão paradas

especial

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pital rondoniense, mas que, por circunstâncias diversas, dão aos porto-velhenses a impressão de que, por aqui, as obras dessa en-vergadura nunca acabam. Não se lhes tirem as razões.

Qualquer população tam-bém estaria vulnerável aos mesmos traumas se as últimas grandes obras públicas que viu serem projetadas, começadas e terminadas remontam ao período da pré-democratização do país. Pois foi no tempo do coronel governador Jorge Tei-xeira de Oliveira (1978-1985) que se testemunhou saírem do papel o prédio do Tribunal de Contas (primeira edificação vertical em toda Rondônia), o Hospital de Base (um colosso à época), o asfaltamento da BR-364 (inacreditável) e outras de somenos como a Esplanada das Secretarias e o Ginásio Cláudio Coutinho.

De lá para cá, as grandes ou mais significativas obras públi-cas do Estado nunca mais foram concluídas dentro do cronogra-ma. Menos mal, nos casos em que, aos trancos e barrancos, terminaram por ser entregues ao exasperado contribuinte. Como a Usina Hidrelétrica de Samuel, cujo projeto previa a conclusão em quatro anos, mas demorou 14 até ser inaugurada. Mas está aí.

O mesmo não se pode dizer do Teatro Estadual ou até do Hospital Regional de Cacoal. Embora este já esteja com a edificação de pé, mas ainda à es-pera de equipamentos, daquele tudo que se ouve falar é que “agora vai”. Mas como não é a primeira vez que se escuta isso, tem gente pagando para ver.

Dito isto, vejamos com mais detalhes cada uma das três obras de que se falou. Primeiro as pontes. Como se sabe, uma fica na BR-364, cruzando o rio Abunã para ligar os Estados de Rondônia e Acre. A outra é essa da BR-319, na saída de Porto Velho para Manaus, acerca da qual vamos nos deter já que o andamento da obra anda impressionando bem, como se pode depreender do depoimento de Sérgio Pires. Mas a até própria vibração do jornalista deixa entrever que nem sempre foi assim – e disso sabem-no todos.

Bem verdade que sempre houve um lobby muito forte por parte das empresas de navegação que exploram os serviços de balsas – e não só as que fazem as travessias dos rios – para que estas pontes nunca saíssem do projeto. A luta pró-ponte vem desde 2000. Somente com muita articulação política, apoio da bancada e, justiça seja feita, empenho do ex-diretor do DPP/DNIT, Miguel de Souza, é que os editais foram

para praça.A primeira licitação aconte-

ceu por volta do ano de 2002, em que a vencedora foi a em-presa Mendes Júnior. Esta, porém, foi cancelada porque fora licitada somente com pro-jeto básico. A obra, cujo custo inicial estava estabelecido em R$ 60 milhões, já exigiria um total de R$ 120 milhões para sua execução. Isso esbarrou na legislação, que apenas permite majoração de custos até o limite de 25% dos preços originais. Foi quando o TCU entendeu que teria havido majoração irregu-lar dos preços e determinou a suspensão do processo.

O que obrigou o DNIT a cancelar unilateralmente o contrato. Depois de alterado o projeto, adicionando a elevação da pista exigida pela Marinha para permitir a passagem de embarcações maiores e inse-rindo passagens para pedestres e novos acessos, foi novamente iniciado o processo licitatório.

Após a realização de novos estudos EIA/RIMA, foi execu-tado novo projeto executivo

Obras da ponte sobre o rio Madeira na BR-319 bastante adiantada

especial

Pontes do madeira

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em sintonia com as exigências de órgãos ambientais e fisca-lizadores (TCU). O processo licitatório iniciou em janeiro e a proposta da empresa vence-dora foi conhecida no dia 05 de março de 2010. Vencedor Consórcio Ensa/M.Martins.

Ordem de Serviço foi assi-nada no mesmo mês, na cidade de Humaitá, com a presença da então ministra Dilma Roussef e do ministro dos transportes Alfredo Nascimento. Consórcio começou a se instalar em abril de 2010 para construção de canteiro de obras.

Necessário se fez ainda re-mover entraves como: Libe-ração das licenças ambientais para início das obras e para a construção de um novo porto para a balsa; Relocação de al-guns comerciantes que ficavam no eixo do antigo porto no lado

de Humaitá; Questionamentos do TCU que entendia haver sobrepreço principalmente nos valores mão-de-obra, brita e aço. Tudo foi devidamente esclarecido pelos técnicos do DNIT e o embargo a liberação dos recursos foi superado.

Quanto às desapropriações, após várias audiências entre a comunidade, DNIT e Prefeitura, todos os acordos já foram cele-brados. Quem optou pelas casas vai mudar-se para o outro lado do rio Madeira em vila constru-ída pelo DNIT em terras doadas pela Prefeitura. Quem optou pela indenização receberá o valor correspondente a avalia-ção feita de acordo com valor de mercado pelas benfeitorias, já que a área pertence a União.

As obras foram iniciadas em setembro e seguem no ritmo relatado por Pires. Hoje existem

quatro pilares prontos e o en-cabeçamento da ponte no lado de Humaitá já está pronto. A previsão de conclusão é dezem-bro de 2012. O mesmo não se pode dizer da outra ponte, a da BR-364, no Abunã. Resumindo a ópera, sabe-se que o processo licitatório foi iniciado em maio do ano passado, mas em função de questionamentos do TCU, o DNIT optou pelo cancelamento do edital no início de outubro.

A medida, solicitada pelo ministro Walmir Campelo, baseou-se em relatório da área técnica do Tribunal, que de-tectou suspeita de sobrepreço de mais de R$ 19 milhões nos custos da mão-de-obra, brita e aço em um empreendimento orçado em R$ 170 milhões. A previsão é a de que um novo edital seja lançado agora, em fevereiro.

especial

Vários pontos da obra ao longo da BR-364

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Ordenando esta abordagem partindo do projeto menos complicado para o mais en-rolado, chegamos ao viaduto. O empreendimento inteiro é isso mesmo, apenas um viadu-to, embora outras estruturas do complexo estejam sendo chamadas pela mesma deno-minação. Mas são, na verdade, passagens de nível, em número de cinco, com 10 quilômetros de estradas margeando cada lado da BR-364 – as chamadas marginais, completando o equi-pamento.

Convém observar que, na hipótese de que a obra de du-plicação da BR não tivesse exis-tido, dificilmente haveria a do viaduto. Foram as muretas que separam uma pista da outra no trecho duplicado que compli-cou de vez a travessia urbana,

notadamente para a população

que ha-bita

na Zona Sul. E das demais re-giões para lá. Detalhe: nunca ficou devidamente esclarecida a necessidade de duplicação daquele trecho BR.

Mas foi com este argumento, o de que o trecho duplicado esculhambara o sistema viário urbano, que as autoridades municipais interpelaram as

federais e as convenceram da urgência do financiamento do projeto. “Vocês criaram o problema (o trecho duplicado da BR), agora vão ter que nos ajudar a resolver”. Pois bem.

Projeto apre-sentado, o

convê-n i o

foi assinado em março de 2009 e em julho foi dada a ordem de serviço, ao custo estimado em R$ 98 milhões e previsão de conclusão da obra, no máximo, em três anos, ou seja, em julho do ano em curso.

Diz-se no máximo porque teve gente prometendo entre-gar o equipamento bem antes. Tanto que, conquanto não seja razoável dizer que tenha sido uma das maiores, com certeza foi uma das mais sentidas frus-trações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva terminar o mandato sem inaugurar o viaduto porto-velhense. Prome-teram-lhe para antes da eleição de outubro até.

Em abril do ano passado, porém, as esperanças come-çaram a se esvair. Nessa data, a empreiteira Camter, respon-sável pelas obras, começou a dar sinais de que o conjunto poderia não passar de mais um monte de esqueleto de concreto abandonado na cidade.

Além de demitir pessoal, começou a enviar máquinas e equipamentos de volta para Minas Gerais, sede da empresa. Os problemas decorreram dos estaqueamentos sustentação. Por amostragem, chegara-se à conclusão de que o projeto exigiria estacas a serem finca-das com cerca de 14 metros de profundidade.

Mas em vários trechos, devi-do a instabilidades não previs-tas do terreno, foi necessário fincar estacas com profundi-dade de 32 e até de 47 metros,

especial

Viadutos de Rondônia

Em julho foi dada a

ordem de serviço, ao custo estimado em R$ 98 milhões

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o que teria levado a empresa a pedir um realinhamento de preço e o DNIT a chiar. A Prefei-tura jura que nem nessa ocasião o obra parou.

Tecnicalidades à parte, po-rém, jamais alguém vai poder negar que atrasou. Que o diga Lula, porquanto Porto Velho permaneceu sendo a única capital do país onde ele não conseguiu inaugurar sequer um metro de meio fio em oito anos de poder.

Mas não é só. O contrato prevê que a obra seria entregue em, no máximo, 36 meses. Por-tanto, restam apenas seis para o papel vencer e, como informa o próprio secretário Israel Xavier, só 40% por cento da obra está realizada.

Não é preciso nem fazer

a regra de três simples para concluir que não vai dar tempo. Não bastasse o atraso no crono-grama de obras propriamente ditas, outros problemas de não fácil resolução vão emperrar ainda mais. Para ficar apenas em dois, citem-se os 104 imó-veis que ainda precisam ser desapropriados e a correção de quilômetros de posteamento que a antiga Ceron ainda terá que fazer para alinhamento das marginais.

O sarrabulho, porém, deverá eclodir mesmo é quando o con-trato vencer e, na melhor das hi-póteses, o cronograma de obras mal tiver passado dos 50% do total do empreendimento. Aí não vai ter jeito. A empresa terá que ajustar a planilha de preços e as perspectivas não são das

melhores.“O Governo Federal pre-

para um corte profundo no orçamento de 2011. A facada tende a alcançar obras es-truturantes essenciais para Rondônia, a exemplo da recu-peração e alargamento da BR 364, das Pontes, dos viadutos e as emendas parlamentares destinadas aos municípios”, (do subtítulo “Cortes”, da edição do dia 26 passado da coluna “Resenha Política” as-sinada pelo jornalista Robson Oliveira).

Como se vê, convergindo com a impressão geral, embora não se possa dizer que é um, os fatos indicam que esse viaduto é forte, fortíssimo candidato a elefante branco. Até quando? Sabe Deus.

especial

Saneamento básico

Mas não tanto quando a obra do esgoto porto-velhense, de longe, o maior e mais impor-tante investimento do governo federal jamais observado nes-tas margens do Madeira. Só para se ter uma ideia, envolve recursos já orçados em R$ 700 milhões e uma rede de coleta sanitária cuja extensão supera em mais de 180 quilômetros a distância entre Porto Velho e Vilhena.

No entanto, desde o início da empreitada do PAC em Rondô-nia, numa cidade desfavorecida de saneamento básico - apenas 2% da população da capital conta com o serviço -, a obra revela problemas.

O cerne de todas as irre-gularidades é a ausência de projeto básico adequado, o que motivou técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) a recomendarem em relatório de auditoria a anulação da concorrência realizada pela Superintendência de Licitações de Rondônia e declaração de nulidade do contrato. Conquan-to não se tenha chegado a tanto, o repasse de recursos federais está suspenso.

Projetistas se alternaram na elaboração do que chamam de projeto básico, quando, para a auditoria do TCU e Ministério das Cidades, não passa de pro-jeto conceitual. Para se ter idéia

da ineficiência, nem sequer chegaram a acordo sobre a taxa de consumo média per capita (número de litros habitante/dia), parâmetro fundamental para dimensionamento de todo o sistema.

A Caixa Econômica Federal, agente financeira do programa, contestou medições, e entre julho/2008 e junho/2009 re-gistrou uma série de falhas e pendências do desenvolvimen-to do projeto relatadas no total de cinco Relatórios de Acompa-nhamento do Empreendimento (ERA).

Mesmo assim, pagamentos foram feitos. E apenas após a recomendação do diretor de

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“O Governo Federal pre-para um corte profundo no orçamento de 2011. A facada tende a alcançar obras es-truturantes essenciais para Rondônia, a exemplo da recu-peração e alargamento da BR 364, das Pontes, dos viadutos e as emendas parlamentares destinadas aos municípios”, (do subtítulo “Cortes”, da edição do dia 26 passado da coluna “Resenha Política” as-sinada pelo jornalista Robson

Como se vê, convergindo com a impressão geral, embora não se possa dizer que é um, os fatos indicam que esse viaduto é forte, fortíssimo candidato a elefante branco. Até quando?

da ineficiência, nem sequer chegaram a acordo sobre a taxa de consumo média per capita (número de litros habitante/dia), parâmetro fundamental para dimensionamento de todo

A Caixa Econômica Federal, agente financeira do programa, contestou medições, e entre julho/2008 e junho/2009 re-gistrou uma série de falhas e pendências do desenvolvimen-to do projeto relatadas no total de cinco Relatórios de Acompa-nhamento do Empreendimento

Mesmo assim, pagamentos foram feitos. E apenas após a recomendação do diretor de

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Águas e Esgotos da Secreta-ria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades é que a Caixa suspen-deu os repasses, entre novem-bro/2009 e março/2010. Mas por pouco tempo. A mesma Secretaria modificou decisão anterior, e apesar de constatar a falta de providências solici-tadas ao executor das obras novos recursos foram liberados em abril.

Na fase de pré-qualificação, 41 empresas retiraram edital, mas apenas quatro entraram na concorrência. Os organi-zadores do certame, aboleta-dos na Superintendência de Licitação de Rondônia, são acusados pelo TCU de restrin-girem a competição, incluindo itens que afrontam a Lei de Licitações.

Entre eles, a exigência de vi-sita ao local das obras pelo res-ponsável técnico da licitante; limitação do número de partici-pantes do consórcio e exigência do Certificado de Regularidade de Obras, documento emitido pelo Departamento de Obras do estado.

Impossível, relata a audi-toria, visitar o local das obras, quando não havia definição sobre o sistema: onde estariam

as estações de tratamento, as estações elevatórias, por onde passariam as redes coletoras, as linhas de recalque, onde seriam assentados coletores troncos? Cheiro de maracutaia no ar.

Pois as perguntas, ao que indica o documento do TCU, permanecem sem respostas. Eis que, em fevereiro de 2010, o Consórcio Cowan-Triunfo

apresentou uma terceira versão do “projeto”, indicando para a cidade de Porto Velho apenas dois subsistemas de esgoto sanitário - Norte e Sul. E, mais uma vez, sem demonstrar que a mudança atende o interesse público.

Agora o governador Con-fúcio Moura tem a opção de declarar a nulidade do contrato

ou seguir em frente, apresen-tando alguma solução para os entraves que determinaram a paralisação da obra. Mais uma vez ele esteve em Brasília, pre-cisamente no dia 18 passado, para tratar do imbróglio com o presidente do TCU, ministro Valmir Campelo.

Em nota distribuída à im-prensa, o governo considerou a reunião como “altamente po-sitiva”, mas jamais esclareceu o que diabos de positivo há nisso. Na última vez que falou publi-camente sobre o assunto, o go-vernador Confúcio Moura o fez por intermédio do diário que mantém na Internet – o “Blog do Confúcio -, numa postagem de 23 de janeiro para dizer que está com tudo resolvido “dentro da cabeça”

“Semana passada retornei ao TCU para audiência com o Ministro Valdir Campelo que é o relator do assunto. Foi uma boa acolhida e me propus trabalhar duramente para atender a to-das as pendências apontadas e resolvê-las em 90 dias. Está aqui dentro da minha cabeça que a obra será retomada no final de abril ou início de maio para possa ser concluída, por-que é isto que interessa à Ron-dônia”, escreveu. A ver.

Parte da obra dos viadutos no trevo da Avenida Campos Sales

Em nota distribuída

à imprensa, o governo considerou a reunião como “altamente positiva”

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Esqueça, leitor, as histórias de um rei do antigo Sião que presenteava súditos com um animal albino, caso algum dia tenha procurado na Internet a origem da expressão “elefante branco”. Pura lorota.

Conquanto antes dele te-nham existido, com certeza, edificações governamentais tão extravagantes quanto inúteis e/ou, frequentemente, inaca-badas, o “elefante branco” que terminaria designar todas as obras dessa natureza daí por diante era, de fato, um elefan-te, obviamente monumental e, por força de circunstâncias não previstas, branco.

A alvura do animal, porém, nem de longe constava dos planos de Napoleão quando,

no brumário de 1799, pro-clamou o fim da Revolução ocorrida 10 anos antes. Preo-cupado em apagar a memória revolucionária, ele projetou ocupar o espaço que a Bastilha demolida deixara vazio com um monumento que em nada lembrasse a fortaleza destru-ída pela fúria popular. Recém chegado a Paris com troféus do Egito, vieram-lhe à cabeça as glórias de Alexandre e Aníbal quando decidiu que seria um elefante.

Era para ser de bronze, dos canhões capturados aos inimigos na Espanha. Da altura de um prédio de três andares, seria heróico e maravilhoso o suficiente para que todos que o vissem esque-

cessem o 1789, a Bastilha e os revolucionários martirizados, deixando-se envolver na auto-congratulação imperial.

As vitó-rias na

De obras de qualquer na-tureza no âmbito de Porto Velho quem mais entende é o engenheiro civil Sebastião Assef Valadares, ex-prefeito do município e atual adjunto da Secretaria Municipal de Obras. Modesto e recatado, não será por ele que se saberá em quantas obras interveio para evitar que se transformassem em elefantes brancos. Mas numa delas, por limitações que estavam fora do seu alcance transpor, nada pode fazer.

A população da Capital – e, com certeza, a de todo o Estado – muito certamente não terá se

dado conta. Com as exceções que sancionam a norma, o medonho e incômodo aspecto só lhe chega aos olhos repro-duzido pelos jornais ou pela televisão. Mas é dessa forma que convive com um elefante branco cuja notoriedade, por força da dramaticidade de ocorrências intramuros, é de conhecimento planetário.

Para quem não sabe, se-gundo Sebastião Valadares, as obras da Penitenciária José Mario Alves jamais foram con-cluídas. Na pressa por tirar das delegacias os presos condena-dos e já no cumprimento das

suas devidas sentenças, tão logo se fecharam as primeiras paredes permitindo encarcera-mento, já com o projeto inteira-mente desfigurado, atulharam de apenados as celas fechadas com cadeados improvisados no lugar das fechaduras eletrôni-cas previstas. E por aí foi.

Não por acaso não há quem conheça aquele estabelecimen-to pelo nome oficial. Não tem a forma de um elefante, mas não é por coincidência que ninguém ignora o que seja quando se fala em “Urso Branco”. Foi uma ana-logia espirituosa da reportagem policial da época. Tudo a ver.

especial

EPÍLOGO

ELEFANTE BRANCO

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clamou o fim da Revolução ocorrida 10 anos antes. Preo-cupado em apagar a memória revolucionária, ele projetou ocupar o espaço que a Bastilha demolida deixara vazio com um monumento que em nada lembrasse a fortaleza destru-ída pela fúria popular. Recém chegado a Paris com troféus do Egito, vieram-lhe à cabeça as glórias de Alexandre e Aníbal quando decidiu que seria um

Era para ser de bronze, dos canhões capturados aos inimigos na Espanha. Da altura de um prédio de três andares, seria heróico e maravilhoso o suficiente para que todos que o vissem esque-

revolucionários martirizados, deixando-se envolver na auto-congratulação imperial.

As vitó-rias na

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políticaespecial

Espanha, porém, além estou-rarem todos os orçamentos, custaram tal quantidade de vi-das que se diriam de Pirro. Em 1813, quando o elefante seria construído, Paris não dispunha de canhões e o tesouro francês estava à míngua. Mesmo assim, o imperador raspou o tacho e deu a ordem de serviço.

Como “farinha pouca, meu pirão primeiro” já estava em voga, o dinheiro reservado à compra do metal (quase dois terços do orçamento) desa-pareceu no percurso entre os funcionários encarregados da liberação, os nobres designados de efetuar a aquisição e o pes-soal responsável pela execução do projeto. De modo que, em vez do monólito de bronze, um modelo em gesso ergueu-se na Praça da Bastilha.

Passados dois anos, com Napoleão já escorraçado em Waterloo, os governos Bour-bon, ainda mais que o corso, refratários às reminiscências

jacobinas, resolveram utilizar a distração

que o bicho re-presentava

e determi-n a r a m

que a obra seria completada substituindo o bronze bélico pelo pacífico mármore. Novas malfeitorias com o dinheiro que saiu do tesouro para a marmo-raria. O temor às lembranças re-volucionárias dos Bourbon era desmesurado, mas não maior do que o apetite peculatório da família.

Os peregrinos que desem-barcaram em Paris no começo de 1846 em busca de inspiração revolucionária na Praça da Bas-tilha ficaram perplexos. Ainda no gesso, o enorme elefante, que um dia fora branco, estava negro de fuligem e umidade. Uma presa havia caído e a outra se reduzira a um toco. Os olhos afundaram e todo o corpo gigantesco se encontrava em avançado estado de decom-posição.

Detalhe: embora só a golpes de picareta agora fosse possível alcançar a cor do gesso - e como a obra nunca foi inaugurada para que recebesse um nome -, todos ainda se referiam àquela ruína colossal pelo aspecto que um dia inspirara ao se dar por concluído o que era para ser apenas o molde - “elefante branco”.

Senão felizes, os parisienses dar-se-iam por indiferentes se o problema ficasse circunscrito ao aspecto ruinoso do bicho. Qual o quê! Há mais de 10 anos, apavorada com os ratos que fizeram das entranhas do elefante a morada de inúmeras colônias e aos bandos invadiam suas casas, a população das cer-canias solicitava às autoridades a demolição do monstro.

Eis em que resultara o glo-rioso monumento napoleônico.

“Foi apenas em 1846 que o golpe de misericórdia fi-nalmente tirou o gigante da miséria da sua desintegração”, narra o historiador e - tal qual o neo-rondoniense Mangabeira Unger - catedrático de Harvard Simon Schama no prefácio de “Cidadãos - Uma crônica da revolução francesa”, em quem é mais seguro confiar do que no Google. Seja como for, consta que pode ter havido igual, mas não se tem notícia de outro “elefante branco”mais monu-mental e simultaneamente mais malogrado que tenha con-sumido mais recursos públicos e incomodado tanta gente por tanto tempo quanto o elefante branco de Napoleão.

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refratários às reminiscências jacobinas, resolveram

utilizar a distração que o bicho re-

presentava e determi-

n a r a m

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política

Na manhã de terça-feira (18/01), cerca de 50 represen-tantes de entidades populares tentaram montar uma barraca de lona na Praça do paço mu-nicipal em frente ao Palácio

Tancredo Neves, com faixas e cartazes que expressavam o teor da manifestação pacífica contra o reajuste nos preços da passagem de ônibus. Po-rém os manifestantes foram surpreendidos pela chegada de fiscais da SEMPLA - Se-cretaria Municipal de Plane-jamento, acompanhados por policiais militares que toma-ram de assalto a estrutura

da barraca e jogaram em cima de um caminhão da p r e f e i t u r a , alegando que estavam fazen-do cumprir o artigo 201 do código de pos-tura municipal que impede esse tipo de

estrutura em espaços públicos, bem como as faixas e cartazes.

Além da SEMPLA, a SEMA e a SEMTRAN foram solicitadas para impedir respectivamente a presença de pessoas que pa-rassem para apreciar o evento como para impedir que o carro de som, (uma pick-up Strada com dois alto falantes) funcio-nasse, alegando poluição sono-ra por parte dos manifestantes.

Apesar das explicações dos organizadores de que a barra-ca era uma prevenção contra provável início de chuva e que a sonorização não chegava aos pés das que são usualmente produzidas pela própria prefei-tura no mesmo local, não foram suficientes para convencer os fiscais que se mostravam inflexíveis na ação de punir os dirigentes das entidades.

O mais absurdo da aborda-gem que se encenou na porta da prefeitura de Porto Velho foi à chegada de uma tropa de 10 fiscais de trânsito em uma van da SEMTRAN para remover um único carro de som que nem estava ligado.

Para o professor Adilson

mANIFEsTANTEs sÃO PrOIbIdOs dE PErmANECEr NA FrENTE dA PrEFEITurA

Eles questionavam o aumento no preço da passagem de ônibus na capital

Danny Bueno

Por quê somente

esta manifestação deve ser paralisada?

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Siqueira, representante do movimento denominado Mo-vimento Unificado em Defesa do Transporte Público de Qua-lidade, “a atitude da prefeitura é inconstitucional, pois a liber-dade de expressão é garantida pela carta magna da República Federativa do Brasil, pois ainda vivemos em um estado demo-crático de direito, e tal atitude vindo de um prefeito que se diz membro de um partido político

que tanto lutou pela democra-cia isso chega a ser antagônico” disse Siqueira.

“Por quê somente esta ma-nifestação deve ser paralisada? Muitas foram realizadas, exem-plo foi a dos mototaxistas que colocaram um tenda enorme aqui neste mesmo lugar, e a ten-da da arrecadação dos alimen-tos para os desabrigados no Rio de Janeiro que também será instalada em espaço público,

também será arrancada dessa forma?”, questionou Adilson Siqueira.

Com relutância, os fiscais da SEMPLA, SEMA e SEMTRAN cederam trinta minutos para os manifestantes retirarem as faixas e cartazes de frente do Palácio Tancredo Neves, pois a Prefeitura de Porto Velho so-licitou apoio da Polícia Militar de Rondônia para finalizar o protesto.

Barraca foi apreendida antes da montagem

Faixas permaneceram pouco mais de uma hora

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Frases

“Pessoas especiais passam em momentos nas nossas vidas e se tornam especiais, mesmo que tudo passe, pois fizeram parte de momentos felizes e tristes. Acabar um relacionamento significa o fim do amor, mas o começo da amizade e respeito. Torço por todos!”

“O prefeito esfaqueou o povo ao dar um aumento de 17% quando o salário mínimo

teve um aumento de apenas 5,9%. É uma traição ao que o Partido dos Trabalhadores prega e não posso compactuar com este tipo de comportamento”.

HERMÍNIO COELHO, refererindo-se ao prefeito Roberto Sobrinho, que concedeu um gordo reajuste para as empresas de ônibus da Capital.

“O prefeito esfaqueou o povo ao dar um aumento de 17% quando o salário mínimo

teve um aumento de apenas 5,9%. É uma aumento de 17% quando o salário mínimo

teve um aumento de apenas 5,9%. É uma aumento de 17% quando o salário mínimo

traição ao que o Partido dos Trabalhadores prega e não posso compactuar com este tipo de comportamento”.

HERMÍNIO COELHOSobrinho, que concedeu um gordo reajuste para as empresas de ônibus da Capital.

A musa da TV rondoniense LUANA NAJARA explicando no Orkut o que aprendeu com seus relacionamentos anteriores. Atualmente a bela está namorando.

“Os dirigentes do PC do B só sabem fazer cachaçada e bandeiraço. Não possuem qualificações para ocuparem cargos”

“Não eram 5 mil. Eram 50 mil”. Senador Ivo Cassol sobre a quantidade de evangélicos presentes em um evento religioso na cidade de Rolim de Moura. Promovido pela IGREJA MUNDIAL, a participação nesse culto pode custar o mandato de Cassol.

Da secretária de Desenvolvimento Ambiental do Estado, NANCI MARIA RODRIGUES DA SILVA explicando a um “camarada” porque não contribui com o partido, não participa das reuniões e nem iria nomear pecebistas na Sedam.

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“No lugar de minha foto que se coloque uma Bandeira de Rondônia. Ou quem sabe uma foto dos Lagos de Cuniã, bem mais bonito, não acha?”

“Naquela reunião que decidiu o aumento da tarifa eu não sabia dizer se o Itamar era secretário ou empresário, tamanha sua desenvoltura em defender os empresários das empresas de transporte”. VEREADORA ELLIS REGINA criticando a postura do secretário de transportes de Porto Velho Itamar Ferreira.

“Aos amigos do PT, devagar com a louça, na ânsia de encontrar cargos no governo Confucio. Quem ganhou a eleição não “foi nós” (sic)”.EDUARDO VALVERDE, ex-deputado federal do PT, acalmando a “companheirada” em seu Twitter.

“A conversa fiada é sobre uma improvável divisão, separação da parceria que temos com o governo de Confúcio Moura. Gente, não há verdade nisso.” SENADOR ACIR GURGACZ negando disputa por espaço no governo Confúcio. Mas a briga continua.

DALTON DI FRANCO, apresentador do programa Plantão de Polícia convidando seus amigos de Facebook para assistirem a carnificina do horário de almoço que virou mania nas emissoras locais.

“Bom dia. Já estamos produzindo o Plantão de Polícia de hoje. Imperdível. Cenas de um assassinato na Zona Leste. Imagens inéditas. Daqui a pouco às 12h50 pela RedeTV! Assistam. Estou de volta.”

“Bom dia. Já estamos produzindo o Plantão de Polícia de hoje. Imperdível. Cenas de um assassinato na Zona Leste. Imagens inéditas.

DO GOVERNADOR CONFÚCIO Moura em seu blog ao responder sobre sua recusa em tirar fotos para colocar nas paredes das repartições públicas.

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JaNeiro

01 – Confúcio Moura é em-possado governador do

Estado de Rondônia. Após o governo tampão de Angelo Angelin, Confúcio é o sétimo mandatário do Estado. A ce-rimônia de posse foi na boate Talismã 21 e a festa na praça Getúlio Vargas, em frente ao Palácio do Governo.

13 – Coluna Painel Político revela que desapare-ceram da Delegacia Especializada em Narcó-

ticos – DENARC de Porto Velho, 198 kg de entorpecentes. No dia seguinte a informação foi confirmada pelo titular da delegacia e quatro dias depois a escrivã Raimunda Nonata Alves e seu filho Sebastião Bruno, que estavam envolvidos com o desaparecimento da droga.

12 – O Jornal Nacional, da Rede Globo exibe re-portagem sobre a saúde em Rondônia. Mostra

imagens do hospital João Paulo II e não apresenta solu-ções. Uma semana depois, o mesmo JN insinua ter “resol-vido o problema”.

4 – Governador decreta “esta-do de calamidade” na saúde

pública de Rondônia e solicita ajuda do governo Federal. Dias depois o Mi-nistério da Saúde negaria instalação de hospitais de campanha.

05 – Empossado vereador em Porto Velho João Bos-

co Costa, o Bosco da Federal. Ele assume na vaga de Jaime Gazola, que virou titular da secretaria municipal de turismo. O primeiro suplente do PV, Ted Wilson foi nomeado diretor da Fhemeron, abrindo a vaga para Costa.

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25 – Funcionários do jor-nal Folha de Rondônia

decidem paralisar as atividades. A direção do periódico estava há 5 meses com salários atrasados.

17 – Ministério da Saúde não reconhece estado de calamidade na saúde em Rondônia e oferece

como ajuda “consultoria técnica”.

27 - A Diretoria da Seccio-nal Rondônia da OAB

realiza reunião junto aos sindica-tos e sociedade civil de Porto Velho para tratar das aposentadorias pagas aos ex-governadores do Estado de Rondônia. Movimento começou pela OAB nacional que entrou com ações de inconstitu-cionalidade por aposentadorias de ex-governadores em todo o País.

22 – Policial militar Edcarlo Jean de Melo Borges atira contra a esposa, Patrícia da Silva Rocha e

em seguida se suicida com tiro na cabeça, na Zona Norte de Porto Velho. Ela foi operada e sobreviveu.

23 – Morre em Ariquemes Anelides Conceição Aires Moura, mãe do Governador de Rondônia Confú-

cio Moura. De causas naturais.

RESTAURANTE

João Goulart - São Cristóvão

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Francisco matiasHistoriador, professor e analista político

histÓria

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1.Tem sido prática comum aos go-

vernos do estado de Ron-dônia a execução de proje-tos e programas imediatis-tas, que caibam dentro do mandato e gerem votos nas próximas eleições. Qual-quer coisa diferente sem-pre passou ao largo das administrações estaduais, como se as demandas so-ciais tivessem início e fim a partir da posse dos novos governantes e se encerras-sem com seus mandatos. Claro que houve algumas honrosas exceções e ra-ros planejadores a pensar Rondônia pelo menos a médio prazo. O governador mais lembrado por haver implementado um con-ceito de planejamento é o coronel Humberto Guedes que governou o Território Federal de Rondônia de 1975 a 1979. Mas havia uma razão específica para o governador Guedes agir desta forma: sua ambição em elevar o Território a Unidade Federada e, desse modo, deixar o governo e entrar para a História como o criador do estado de Rondônia. Dentre ou-tras ações, ele construiu a Esplanada das Secretarias para centralizar os órgãos governamentais em um só espaço, elaborou o Polo-

noroeste e conseguiu do governo federal a criação dos primeiros municípios rondonienses: Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena, criados em 1977, no auge de sua gestão.

2.O governador que o sucedeu, coro-

nel Jorge Teixeira de Olivei-ra, assumiu com um plano de metas: criar o Estado. Fazer o que seu antecessor tanto quis e não realizou. O coronel Teixeira imple-mentou várias obras de infraestrutura, conseguiu a criação de oito municí-pios, sendo seis em 1981 (Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Espi-gão do Oeste, Colorado do Oeste e Costa Marques), e dois em 1983 (Rolim de Moura e Cerejeiras), e a liberação dos recur-sos do Polonoroeste pelo Banco Mundial. Com a dinheirama desse progra-ma implantou os NUARs e asfaltou a BR 364, além de conseguir cumprir a parte final do seu plano de metas que era a criação do estado de Rondônia.

3.Os demais gover-nadores executa-

ram projetos e planos es-tratégicos, sem, no entanto,

traçarem um planejamento geoestratégico para o Es-tado. Muitas obras foram realizadas, mas tudo pa-receu ser fruto do anseio eleitoral de cada um e não um planejamento geral para o futuro, com ampla visão política. Exceção ao Linhão, executado pelo go-vernador Oswaldo Piana, e o Planafloro, iniciado pelo governador Jerônimo San-tana e transformado em Lei de Zoneamento Socioe-conômico e Ecológico pelo governador José Bianco, que também construiu o aeroporto internacional de Porto Velho. Nos governos Raupp e Cassol as priorida-des foram as vias de acesso rodoviário e aeroviário. Ambos investiram pesa-damente na pavimentação de rodovias estaduais, fe-derais e municipais, tendo em vista o escoamento da economia e a interligação do Estado com os centros mais avançados do país.

4.Contudo, o go-vernador Confú-

cio Moura parece preten-der reescrever esta parte da História de Rondônia inaugurando em sua ges-tão estudos para elaborar um planejamento geoes-tratégico regional. Neste sentido, convidou para

assessorar seu governo o professor Mangabeira Unger, da universidade de Havard, que integrou o governo Lula com a função ministerial de pensar o Brasil a longo prazo. Cri-ticado por uns e aplaudi-do por outros, o cientista Mangabeira Unger, apesar de não falar bem a língua portuguesa, em seu perío-do no primeiro escalão da República, elaborou vários projetos nacionais, inclusi-ve um que pensa a Amazô-nia preservada, mas sem a paranoia ambientalista de criminalizar o agronegó-cio. Será este o pensador que irá implantar um novo modo de se pensar Rondô-nia, de olho no presente, mas sem tirar o futuro de foco. Claro que ele receberá críticas, será incompreen-dido e outras cositas más. - Rondônia tem pressa, dirão alguns. - Não há tem-po para se pensar o futuro, outros dirão. Ledo engano. O tempo é agora. Está mais do que na hora de se olhar no horizonte e vislumbrar o futuro deste Estado, a longo prazo. Uma década talvez. De todo modo, o político Confúcio Moura entra governador, mas, tudo indica que pretende sair como estadista. Quem viver verá.

RONDÔNIA: FALTAM ESTRATÉGIAS DE LONGO PRAZO

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ContatosPainel Político no MSN – [email protected] . Você também pode enviar e-mails para a coluna usando esse endereço. Atendimento aos leitores entre as 14 e 19 horas (on-line nesse período). Basta nos adicionar que poderemos trocar ideias nesse horário. Ou ainda pelo telefone (69) 9907-0701 ou pelo Skype painelpolitico. Também no Twitter @painelpolitico

Alan AlexJornalista

Coluna Painel Político

CONFÚCIO, A GLObO E sAÚdE dE rONdôNIA

Alan AlexJornalista

Logo nos primeiros dias de seu mandato, o governador Confúcio Moura decretou estado de calamidade na saúde em Rondônia. Dois dias depois, a Rede Globo envia para o Estado seu “JN no Ar” e mostrou para o país o “caos” que se encontrava o hospital João Paulo II, úni-co pronto socorro do Estado que recebe dia-riamente centenas de pacientes de Rondônia e estados vizinhos. Que a coisa por lá nunca foi bonita não era novidade, mas poderia ser solucionado com medidas domésticas, o que seria feito semanas mais tarde.

Como resposta ao estado de calamidade, o Ministério da Saúde enviou para Rondônia uma equipe, a fim de comprovar se realmente existia a necessidade de instalação de hospi-tais de campanha que foram solicitados pelo governador. Descobriram que essa medida seria exagerada e negaram o pedido.

O governo então teve que adotar medidas domésticas. Distribuiu os pacientes para ou-tros hospitais, realizou um mutirão de cirur-gias para desafogar a longa lista e como em um passe de mágica, o “estado de calamidade”

desapareceu. Mas restou o decreto e com ele a autorização para gastar, sem nenhuma fiscalização, cerca de R$ 40 milhões, além da possibilidade de contratar médicos e profis-sionais de saúde sem concurso público. Um verdadeiro convite à ilegalidade.

O estado de calamidade que Confúcio proclamou, serviu apenas como pretexto para poder realizar despesas sem nenhum con-trole. Agora que a poeira baixou, percebe-se claramente que foi desnecessário o decreto de calamidade. Para fechar essa história com cha-ve de ouro, o Jornal Nacional, exibido no dia 24 de janeiro exibiu uma reportagem insinuando que a saúde em Rondônia melhorou após a TV Globo ter exibido a “denúncia”. Na verdade o que a Globo mostrou foram imagens comuns em qualquer hospital público do País, mas claro, com toda a pompa e sensacionalismo tão rotineiro nos telejornais globais.

Para a população ficou a esperança de dias melhores e a certeza que os serviços públicos só não melhoram porque os governantes não querem.

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Por Paulo QueirozJornalista

Coluna Política em Três TemposPor Paulo QueirozPor Paulo Queiroz

JornalistaPor Paulo QueirozPor Paulo Queiroz

Jornalista

1 – A FOFOCA EM CONFÚCIOSe há um político que, em vez de críticas, me-

recerá destes “Três Tempos” os mais desabridos elogios caso deixe de cumprir uma promessa pública, este atende pelo nome de Confúcio Moura (PMDB), o blogueiro desde os tempos de deputado federal que os rondonienses escolhe-ram como novo governador de Rondônia.

Não fora, porém, a perspicácia do editor do jornal eletrônico “Tudorondonia” e o compro-misso de Confúcio, incrustado numa das posta-gens do diário que ele mantém na Internet – o já celebérrimo “Blog do Confúcio” -, possivelmente teria passado em brancas nuvens. Eis que, no dia 19 de dezembro passado, sob o título “Hoje é domingo, dia de leveza”, lá pela tantas, o titular da plataforma escreveu:

“Voltando ao blog, quero por nele poesia, opi-niões diversas de pessoas, trechos de respostas, um relicário do meu dia de serviço. Fotos. As fotos encantam. As pessoas gostam de se ver. Gostam de olhar no espelho. Colocar um link para um verdadeiro painel de fofocas. Aí sim está a essên-cia da vida. A fofoca é uma doença incurável do homem. Todo mundo tem o seu lado fofoqueiro”.

No que o site “Tudorondonia” não titubeou ao titular o texto daí extraído: “Confúcio quer incentivar a fofoca em Rondônia”. Ora, ora, ora...

2 – BOATO E FOFOCANa verdade, apenas o “esprit du corp” justi-

fica enxergar sagacidade no que salta aos olhos, porquanto nem é preciso ser tão perspicaz para destacar num título a promessa do então gover-nador eleito de incrementar o “Blog do Confúcio” com “um link para um verdadeiro painel de fofocas”. Pois que outra coisa mereceria mais ser elevada à condição de manchete do que “a essência da vida”?

Menos mal que sua excelência, que é médico, não descuidou de advertir que “a fofoca é uma do-ença”, como se não bastasse, “incurável”. E como aos bons discípulos de Esculápio jamais escapa o valor da tranquilidade espiritual da clientela, numa incursão à filosofia clínica Confúcio logo trata de nos confortar com um diagnóstico in-

clusivo e fatalista: todo mundo tem seu lado Mr. Hyde. Aff!

Guardadas as proporções, foi como o petista Paulo Betti procurou consolar companheiros caídos em devastador estado depressivo com as reverberações do “mensalão”: “Não tem como fazer política sem botar a mão na merda”. Algo assim.

Antes de avançar, porém, é preciso não con-fundir alhos com bugalhos, ou seja, desmontar uma confusão algo escapista e começar distin-guindo a fofoca do boato. Este, por si só, conquan-to não possa exibir a melhor das reputações, pelo menos não carrega tanta malignidade, peçonha e iniqüidade quanto a fofoca.

3 – LEVEZA POLÊMICAEnquanto o boato pode não passar de uma

informação não confirmada, a fofoca jamais fica circunscrita à intenção informativa, pois envolve necessariamente a maledicência. Na menos per-versa das acepções, consiste num esforço hostil de indivíduos que, de forma egoísta e desleal, a utilizam para tentar alcançar seus próprios interesses.

Não por acaso quando se recorre à memó-ria para obter uma imagem de fofoqueiros o que nos vem à mente são pessoas sussurrando pelos cantos, ao pé do ouvido umas das outras, alternando-se em expressões escandalizadas locupletando-se mutuamente com prazerosos comentários sádicos.

Para o sociólogo Lúcio Alves de Barros, a fofoca é mais do que uma desgraça - é o crime perfeito. “Rasga a alma do adulto, arrebenta com a reputação e histórias de vida e, por fim, mata psicologicamente as pessoas que são vítimas”.

A promessa de um link remetendo ao um “pai-nel de fofocas” foi feita por Confúcio ao anunciar que, em “mais alguns dias”, viria um blog novo. Na mesma nota, também preveniu: “Quando eu escrevo, por minha natureza crio polêmica”.

Considerando que o título da postagem fazia referência a “um dia de leveza”, põe polêmica nisso!

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O Hospital Mater Dei, de Ouro Preto do Oeste prepara uma grande reestruturação ainda este ano. Está previsto a construção de um espaço físi-co onde será implantada uma farmácia e um mini-shopping, que comportará uma loja para vendas de roupas para recém nascido e roupas brancas para profissionais de medicina.

A equipe do Mater Dei tra-balha para assegurar um aten-dimento humanizado e de qualidade, no diagnóstico e tratamento de seus pacientes e por isso vem se tornando referência no Estado.

No que diz respeito a servi-ços o hospital oferece ambulân-cia equipadas com aparelhos de última geração, consultório especializados em doenças in-fecciosas, imagenologia, radio-logia/endoscopia e laboratório para realização de exames. O Mater Dei é o hospital mais an-tigo da região central do Estado, atendendo há mais de 35 anos.

Atualmente a equipe é com-posta por 22 médicos altamen-te capacitados e devido a essa preocupação com o aperfeiço-amento de seus profissionais, o hospital é hoje uma referência em nível estadual em medicina especializada.

O Hospital Mater Dei, di-rigido pelo obstetra Serafim

Godinho e sua esposa, Karla Godinho oferece à população da região acesso aos serviços que anteriormente eram oferecidos apenas na capital. Hoje ele é dotado de UTI neo-natal e pe-diátrica, otorrinolaringologia, atendimento médico emergen-cial, especialidades médicas nas áreas de anestesiologia, cardiologia, pediatria clínica e cirúrgica, traumatologia/ortopedia, otorrinolaringolo-gia, ginecologia e obstetrícia, neurologia, medicina intensiva, clínica geral, cirurgia geral, gas-troenterologia e odontologia.

Segundo Karla Godinho, a qualidade no atendimento médico é uma prioridade no Hospital Mater Dei, que cons-tantemente vem aperfeiçoando seu corpo clínico e adminis-trativo, oportunizando desta

forma que o paciente tenha um serviço digno dos grandes cen-tros especializados de medicina existente no país, “por sermos o hospital mais antigo da re-gião, temos o dever oferecer o melhor aos nossos paciente. Iniciamos a construção da nova Ala de apartamentos, estamos passando por uma reestruturação, o que tem melhorado muito as condições de atendimento e trabalho do corpo clínico”, destacou a dire-tora do hospital.

INFORME PUBLICITÁRIO

Hospital Mater Dei de Ouro Preto é referência na região

Em fase de ampliação, unidade é uma das mais preparadas no interiorRodrigo Guerreiro

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turismo

Uma fazenda com muita área verde, animais e aves exó-ticos é o que oferece o Hotel Fa-zenda Coimbra Park, que conta ainda com amplo complexo aquático, quadra para prática de esportes, tirolesa, rapel e trilhas na mata. Hoje você pode viver a vida do campo em um Hotel Fazenda com um

conceito pioneiro no ramo: um hotel dentro de uma verdadeira fazenda. Localizado a pouco menos de vinte minutos do mu-nicípio de Ouro Preto, oferece aos hóspedes 20 apartamentos, 10 chalés e 20 suítes com vista para os lagos e represas além de muita área verde, restaurante especializado e cozinha caseira, considerado por muitos o me-lhor e mais completo da região.

Na área de lazer o hotel

oferece pesca esportiva, além de vários viveiros de aves da fauna brasileira, com criatório preservacionista que pode ser visitado pelos hóspedes. Os apartamentos proporcionam uma vista panorâmica, todos possuem hall, banheiro, TV, frigobar, com serviço de quarto (camareira e café da manhã).

O aconchego do clima de fazenda somado ao atendi-mento e a culinária simples e

COImbrA PArK HOTEL dE OurO PrETO

Aventura, pescaria animais exóticos, o verdadeiro Turismo Rural

Rodrigo Guerreiro

Linha 153, Zona Rural de Ouro Preto do OesteSERVIÇO:

Vista aérea do parque aquático do Hotel Coimbra

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PAINEL POLÍTICO PAINEL POLÍTICO44 4530 Janeiro 2011 30 Janeiro 2011

turismo

saborosa, convidam o corpo e a alma a entrarem em har-monia para viver momentos agradáveis, quer sejam em atividades esportivas, sociais ou profissionais.

Na mini-fazenda vários ani-

mais cujas belezas os visitan-tes poderão apreciar. Cavalos, patos, perus, gansos, pacuris, garças, pavões, Lhamas, car-neiro de 4 chifres, mini-vacas, cervos, emu, entre outros, estão que totalmente integrados ao

meio ambiente da fazenda e ao contato com os hóspedes. Entre as aves podemos citar a codorna, peru, perdiz, faisão, galo sonverati, voturina, per-diz chuckar, mandarin, falcata, galinhas bantan, entre outras.

(69) 3461- 2614/2877 e 9206-1986 CONTATO:

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turismo

Quadras poliesportivas, 15 piscinas para adultos e crianças, campo de futebol, passeio de trenzinho puxado a trator, passeio a cavalos e charrete. O hotel conta ainda com uma equipe de lazer para dar dicas aos hóspedes, loja de conveniência, onde podem ser encontrados diversos produ-

tos de primeira necessidade e que normalmente os viajantes esquecem, como escovas de dente, desodorantes, enfim.

O hotel fazenda oferece uma estrutura de 460 metros para arvorismo, o maior da região Norte. Os mais aventu-reiros podem ainda praticar rapel, tirosela ou mesmo des-

lizar no toboágua. O Coimbra também disponibiliza bug-cross, ex-bike, oito lagos de criação de peixes para pesca esportiva (pesque e pague), além de maravilhosos pas-seios ecológicos pela trilha da reserva de mata.

Estrutura de lazer

O salão de convenções, totalmente climatizado com capacidade para 300 pessoas sentadas em forma de auditório possui salas de apoio com serviços de coffee break, buffet self service (almoço ou jantar) para confraternizações, congressos e seminários.

Para empresas

reiros podem ainda praticar rapel, tirosela ou mesmo des-

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