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Moçambique é um grande mercado José Carlos Rodrigues, Presidente do Grupo JJR, está a investir em Moçambique e quer ser um player cada vez mais importante em Portugal e Moçambique Nº 125 Mensal Fevereiro 2013 2.20# (IVA incluído) PORTUGAL E ANGOLA: UMA RELAÇÃO INDESTRUTÍVEL Joaquim Santos Administrador da Bompiso Carlos Bayan Ferreira Presidente da CCIPA Agostinho Moreira Presidente da Jetclass

Revista Pais Econimico

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Edição 125

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Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 1

Moçambique é um grande mercadoJosé Carlos Rodrigues, Presidente do Grupo JJR, está a investir em Moçambique e quer ser um player cada vez mais importante em Portugal e Moçambique

Nº 125 › Mensal › Fevereiro 2013 › 2.20# (IVA incluído)

PORTUGAL E ANGOLA: UMA RELAÇÃO INDESTRUTÍVEL

Joaquim SantosAdministrador da Bompiso

Carlos Bayan FerreiraPresidente da CCIPA

Agostinho MoreiraPresidente da Jetclass

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Editorial

Foi com grande alvoroço que se deu em meados de Janeiro o regresso aos

mercados financeiros internacionais por parte do Estado Português, que

na ocasião conseguiu obter um financiamento a cinco anos no valor de

2.500 milhões de euros. Mais de um ano e meio depois, o país voltou a con-

seguir financiamento nos mercados, de onde andava arredio em virtude de

ter recorrido ao resgate financeiro internacional a partir de Maio de 2011.

Sem dúvida que é positivo que o país se tenha conseguido financiar nos

mercados internacionais sem estar completamente dependente da troika

que nos suporta financeiramente desde 2011. Um país sob resgate é um

país sem independência, sem autonomia, sem capacidade e voz própria.

Mas também é preciso reconhecer que sem essa assistência financeira,

Portugal teria entrada na bancarrota, fruto de desmandos de uma socieda-

de – governos, empresas, cidadãos – que pensou que o “céu era o limite”,

mesmo que não produzisse o suficiente para ter o nível de vida a que

achou que seria “normal” desde que integrou os designados países ricos.

Mas, não nos iludamos com esta reabertura de acesso direto ao financia-

mento internacional através dos mercados. Na prática, estes 2.500 milhões

de euros significam factualmente mais 2.500 milhões de euros de dívida

do país, que a vai ter de pagar. E com juros de 4,89%. São mais 2.500 mi-

lhões de euros a juntar a uma dívida colossal acumulada desde há várias

décadas, mas que acelerou exponencialmente nos últimos oito anos, fruto

de uma miragem desenvolvimentista que considerou que a injecção de

dinheiro na economia, dinheiro alheio, diga-se, era a coisa mais normal do

mundo, até porque «a dívida é coisa de crianças», disse de forma olímpica

alguém que teve enormes responsabilidades pela condução dos destinos

de Portugal e consequentemente pelo aumento brutal da dívida portugue-

sa.

Não é possível uma sociedade altamente endividada considerar como “nor-

mal” continuar a recorrer a empréstimos para garantir a sobrevivência de

um Estado que nos últimos anos tem praticado um verdadeiro saque fis-

cal aos cidadãos, particularmente à iniciativa privada, que continua a ser

esmagada para suportar um Estado tão grande que o país não consegue

alimentar. Quem ache que sim, que diga claramente como é que o paga!

Porque é fácil falar e fazer com o dinheiro dos outros!

JORGE GONÇALVES ALEGRIA

Dinheiro ilusório

Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

Sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria

Contribuinte506 047 415

Director› Jorge Gonçalves Alegria

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Pré-impressão e ImpressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena

Tiragem30.000 exemplares

Depósito legal223820/06

DistribuiçãoLogista PortugalDistribuição de Publicações, SAEd. Logista – Expansão da Área Ind. do PassilLote 1-A – Palhavã – 2890 AlcocheteInscrição no I.C.S. nº 124043

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4 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

Grande Entrevista

ÍndiceJoaquim Augusto Santos, Administrador da

Bompiso, é um daqueles self made man que

nasceram numa família sem grandes posses,

mas que conseguiu construir por si próprio,

uma grande empresa, sendo no presente, uma

das firmas líderes em Portugal na área da ma-

nutenção auto. Localizada em Ermesinde, no

concelho de Valongo, a Bompiso possui novas

e modernas instalações desde Novembro do

ano passado, apostando num serviço persona-

lizado e altamente qualificado aos seus muitos

clientes que procuram a empresa em busca da

excelência na manutenção das suas viaturas.

pág. 32 a 35

As relações entre Portugal e Angola atingiram nova-

mente excelentes resultados em 2012, com o registo de

significativos acréscimos nas trocas comerciais entre os

dois países, assim como aumentou também os níveis

de investimentos em ambos os mercados. Neste traba-

lho, onde contamos com importantes entrevistas dos

presidentes da Aicep Portugal Global e da Câmara de

Comércio e Indústria Portugal-Angola, destaque para a

entrevista com António Cunha, o Presidente do Grupo

7 Cunhas, um grande empresário português que está há

mais de duas décadas em Angola e que já leva igualmen-

te mais de uma vintena de empresas constituídas e a

laborar naquele país africano de língua portuguesa.

pág. 06 a 29

Ainda nesta edição…

30 Vista Alegre fez parceria com a Christian Lacroix

31 Galp Energia investiu nas refinarias

36 Sotecnisol entrou no Brasil

37 Aníbal Cristina ganha obra em Moçambique

38 Tivoli Praia do Forte é ícone hoteleiro na Bahia

41 Corticeira Amorim fornece metro de Varsóvia

48 Aurobindo aposta nos genéricos

51 Lisnave com bons resultados em 2013

54 António Rosado que competir nos greens europeus

57 Boutique dos Relógios na Avenida da Liberdade

58 Vicaima equipa empreendimento de luxo em Londres

Grande Plano

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6 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

Relações económicas e empresariais entre Portugal e Angola atravessaram um ano muito bom

Trocas comerciais e investimentos em alta

As relações económicas e empresariais entre Portugal e Angola, como se costuma

dizer popularmente, “vão de vento em popa”. Com número já consolidados entre

Janeiro e Novembro de 2012, é possível apontar para os números de forma indiscutível.

O comércio de bens entre os dois países aumentou de forma significativa, e os

investimentos realizados pelas empresas dois países em ambos os mercados também

registaram um avanço positivo.As exportações de Portugal para Angola, atingiram nos primeiros

onze meses do ano passado uma cifra de 2.767.608 mil milhões de

euros, um acréscimo de 32,2% face ao período homólogo, quando

se tinha ficado pelos 2.093.268 mil milhões de euros em 2011. Já

as exportações de Angola para Portugal atingiram também nos

primeiros onze meses do ano transato, a quantia de 1.604.367 mil

milhões de euros, um aumento de 55,9% face aos 1.028.964 mil

milhões de euros registados em igual período de 2011. Apesar do

maior aumento percentual das exportações angolanas para Portu-

gal, ainda assim, o saldo da balança comercial saiu reforçada para

Portugal ao passar de 1.064.304 mil milhões de euros em 2011

para 1.163.240 mil milhões de euros em 2012.

Na sequência desta evolução, Angola consolidou a sua posição

como o quarto destino global das exportações portuguesas, cons-

tituindo o primeiro mercado fora da União Europeia. Angola

representou 6,56% das exportações portuguesas em 2012. Já no

capítulo das importações, os produtos e serviços vindos de An-

gola representaram 3,09% do total das importações portuguesas.

Portugal é o primeiro fornecedor de Angola, com uma quota de

18,13%, enquanto Angola é o oitavo fornecedor de Portugal com

uma quota de 2,48%.

De referir que segundo dados ainda de 2011, eram na altura 7.893

empresas portuguesas a realizarem exportações para Angola, en-

quanto as empresas que realizavam importações de Angola atin-

giam o número de 148.

No importante capítulo do investimento direto, de referir que as

empresas portuguesas investiram em Angola no período com-

preendido entre Janeiro e Outubro de 2012 um total de 194.450

milhões de euros, um aumento de 4,9% face a igual período do

ano transato. Já no que respeita ao investimento angolano em Por-

tugal, no período acima referido, também se registou um fortíssi-

mo aumento, tendo passado de apenas 58.047 milhões de euros

em 2011 para a importante soma de 334.310 milhões de euros em

2012, um aumento de 475,9%. ‹

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8 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

Carlos Bayan Ferreira, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola

Investimento angolano é muito importante para Portugal

As relações económicas e empresariais entre Portugal e Angola vão de vento em popa.

As exportações entre ambos os países crescem de forma intensa, e na componente

dos investimentos, assiste-se a um incremento exponencial das apostas angolanas em

Portugal, o que o país também agradece. Carlos Bayan Ferreira, é o Presidente da Câmara

de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA), e nesta entrevista

à País €conómico destaca os resultados obtidos nessa parceria económica global, mas

sublinha essencialmente os fatores que juntam cada vez mais empresários e empresas

dos dois países, naquilo a que designa como uma «relação muito sólida e indestrutível».TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Como avalia o ano que passou no que concerne à evolução das relações eco-nómicas e internacionais entre Portugal e Angola?Em 2012 essas relações foram muito posi-

tivas, principalmente em duas áreas, a pri-

meira quanto à evolução das exportações

de Portugal para Angola, e de Angola para

Portugal.

Ainda não temos os dados de Dezembro,

mas aqueles que se referem até Novem-

bro foram superiores ao ano anterior em

cerca de 33%, o que representa um volu-

me espetacular, colocando Angola como o

quarto destino das exportações portugue-

sas, sendo o primeiro fora da União Euro-

peia, e cada vez com maior significado e

importância.

Os produtos portugueses são bem recebi-

dos em Angola e são perfeitamente ade-

quados à situação deste país. Por outro

lado, antigamente existia um grande de-

sequilíbrio comercial entre os dois países,

mas agora fruto do forte incremento das

exportações angolanas para Portugal, essa

situação alterou-se de forma significativa

e tendente a equilibrar, sobretudo em vir-

tude das fortes exportações de petróleo

angolano para Portugal.

Eu sublinho que considero importante

que as relações económicas entre os dois

países devem pautar-se pelo desejável

equilíbrio, pois só assim as relações entre

os países são saudáveis.

Um outro fator positivo ocorrido no ano

passado relacionou-se com os investi-

mentos angolanos em Portugal, fruto de

um maior interesse de empresários e em-

presas angolanas em investirem em Por-

tugal, sendo de mencionar que em 2012

ocorreram a concretização de uma série

de projetos que avançaram ou que se re-

forçaram, o que significou igualmente um

reforço do grau de confiança entre os dois

países e os seus empresários e empresas.

O investimento angolano é importante e bem-vindo a Portugal?Para a economia portuguesa é fundamen-

tal o investimento estrangeiro, seja qual

for a sua proveniência. Infelizmente, nos

últimos anos, não temos tido muito inves-

timento estrangeiro no nosso país.

Deste modo, o investimento angolano

em Portugal, no quadro do investimento

estrangeiro, é muito importante para o

nosso país, na medida em que já existem

empresários e empresas angolanas com

forte capacidade de internacionalização,

que ou vem para Portugal ou vão para ou-

tros países. Possuímos inegável interesse

que uma parte significativa desse inves-

timento angolano no exterior venha para

Portugal porque contribui para reforçar a

nossa economia e dá maior capacidade e

competitividade às nossas empresas.

Por outro lado, quando os empresários

portugueses investem em Angola, tam-

bém gostam de serem bem recebidos. E

são bem recebidos. O investimento ango-

lano em Portugal contribui para a abertu-

ra e reforço do próprio investimento por-

tuguês em Angola.

Em que áreas é que têm incidido o inves-timento angolano em Portugal?As áreas mais conhecidas são a banca, as

telecomunicações, a energia, a comunica-

ção, bem como existem um vasto conjun-

to de empresários e empresas angolanas

a investirem em Portugal noutros setores

de atividade, incluindo na agricultura, na

indústria, no imobiliário e no turismo.

Parcerias empresariais são o caminhoA liquidez existente na economia ango-lana e em muitos empresários e empre-sas angolanas, poderia constituir um

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› GRANDE PLANO

futuro interessante para investimento em empresas portuguesas, que depois até poderiam de forma mais sólida se internacionalizarem, inclusivamente em Angola, contribuindo dessa forma para o robustecimento económico e empresa-rial, tanto em Portugal como em Angola?Realmente as empresas portuguesas estão

com dificuldade de financiamento e a sua

própria capacidade financeira é presente-

mente bem mais limitada. Há já exemplos

de boa capacidade empresarial e tecno-

lógica em Portugal, mais, eu diria que o

nosso país está capacitado para ultrapas-

sar a crise atual, que é principalmente

financeira e que limita a nossa base de

expansão. De fato, o que referiu pode ser

um caminho muito interessante, em que

o empresário português pode procurar e

conseguir um parceiro certo em Angola

que poderá trazer um apport financeiro

que conjugado com o know how e a capa-

cidade tecnológica portuguesa poderão

conseguir excelentes parcerias, com van-

tagens mútuas.

Há potenciais parceiros em Angola inte-

ressados nesses entendimentos, o que po-

derá ocorrer em várias árias e em vários

setores económicos.

Aliás, o Ministro da Economia de An-

gola quando esteve no ano passado em

Portugal lançou a ideia de levar algumas

indústrias portuguesas para Angola, o

que constituía um projeto que estava em

curso e que nós CCIPA pretendemos aju-

dar a reavivar, no sentido de poder levar

à transferência de algumas indústrias que

já não têm grande potencial de evolução

em Portugal face a um mercado estagnado

ou mesmo recessivo, mas que poderão dar

um forte contributo para o desenvolvi-

mento industrial e económico de Angola.

Angola tem desenvolvido de forma muito

forte a chamada “economia não petrolífe-

ra”, num grau mesmo superior à compo-

nente petrolífera da economia nacional,

que sabemos ser muito forte e constitui o

motor económico de Angola. Mas, os res-

ponsáveis do país pretendem que a evolu-

ção dos setores não ligados ao petróleo se

desenvolva ainda bastante mais, pelo que

Portugal poderá desempenhar um forte

papel no apoio ao desenvolvimento da

economia angolana.

Portugueses conhecem Angola como ninguémÉ a lógica do desejo dos governantes an-golanos em “angolanizar” ainda mais os fundamentos da economia do país, pro-duzindo mais localmente e dependendo menos das importações.Absolutamente. O programa de governo

apresentado pelo MPLA nas eleições do

ano passado (n.d.r. o MPLA venceu as elei-

ções angolanas obtendo a maioria absolu-

ta na Assembleia Nacional) apontava para

o reforço da capacidade produtiva em

Angola, visando a troca das importações

pela produção no próprio país. Angola

continua a importar uma grande parte do

que consome, mas o potencial existente

em Angola é tremendo e não se justifica

que hajam tantas coisas que o país não

produza e que poderá e deverá produzir

internamente.

A política do governo angolano está corre-

ta e a própria globalização que se assiste

na economia do país não significará um

fechar de portas ao exterior, antes signifi-

cará desenvolver projetos em Angola. Ora,

as empresas portuguesas possuem o know

how e um grande conhecimento do mer-

cado angolano, pelo que o devem aprovei-

tar em todo os seu potencial. Somos dos

mais capacitados para em parceria com os

próprios angolanos desenvolver projetos

em Angola.

Os investidores portugueses ainda estão muito concentrados na zona de Luanda, ou já começam a espalhar-se por outras partes do território angolano?Ainda existe uma grande concentração na

zona de Luanda, mas em comparação com

o que acontecia há alguns anos, no presen-

te, já encontramos empresários portugue-

ses espalhados por todo o território ango-

lano. Um dos esforços da nossa Câmara

tem sido precisamente o de aconselhar os

empresários portugueses a procurarem

aproveitar as potencialidades e as opor-

tunidades de negócios e de investimento

que existem em toda a Angola. Os empre-

sários de outros países ficam praticamen-

te concentrados na zona de Luanda, ao

contrário dos empresários portugueses,

que fruto do seu conhecimento do país,

se espalham e apostam em todas as zo-

nas de Angola. Eu diria mesmo que posso

afiançar que os empresários portugueses

acreditam e apostam no futuro de Angola.

Agro-indústria é muito promissora para apostar em AngolaQuais são os setores da economia ango-lana mais promissores para os empresá-rios portugueses?Ao nível da agro-indústria existe um enor-

me potencial, tanto na produção para

consumo local assim como na produção

para a exportação. De igual forma, consi-

dero que o setor da logística e das redes de

distribuição possuem grandes potenciali-

dades, pois deparamos ainda com situa-

ções algo precárias nestas áreas no país.

Naturalmente que o setor da construção

continuará a ter uma importância e uma

visibilidade enorme na economia ango-

lana, pois continuam a registar-se fortes

carências em áreas como as da habitação,

equipamentos escolares e hospitalares,

mesmo nas infraestruturas básicas e de

natureza rodoviária, ferroviária, aero-

portuária e portuária. Destacaria ainda o

enorme potencial na área da formação,

área a que as autoridades angolanas dão

um enorme valor e importância. Constitui

naturalmente uma área para um reforço

substancial da presença das empresas e

universidades portuguesas no país, pois

o papel que poderemos desempenhar em

Angola é incomparável.

O que poderá ser feito no presente e no futuro para estreitar ainda mais as re-lações económicas e empresariais entre Portugal e Angola?As nossas relações estão no bom caminho.

As empresas portuguesas têm na interna-

cionalização um caminho para o seu de-

senvolvimento futuro. Angola é um local

de eleição, mas sublinho uma nota: uma

empresa portuguesa que esteja em extre-

mas dificuldades em Portugal, não deverá

ir para Angola, apelo mesmo a que não

faça esse caminho, pois vai dar-se mal!

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Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 11

Angola é um país para se investir a mé-

dio e longo prazo, pelo que uma empresa

portuguesa que for para este país tem de

possuir capacidade para suportar o em-

bate inicial, que pode ser financeiramen-

te forte e nada fácil de suportar. Quem

apostar em Angola poderá ter excelentes

resultados e bons retornos dos seus inves-

timentos, mas sempre numa perspetiva

de médio e longo prazo.

Quem possuir essa perspetiva e que tenha

efetivamente essa capacidade de investir,

então aconselhamos vivamente a apostar

em Angola.

Angola e Portugal estão irmanados numa

ligação económica e empresarial íntima,

de benefício mútuo, mas sempre com au-

tonomia própria.

Cada um dos nossos países possui a sua

independência própria e é senhora dos

seus próprios destinos. Mas caminhamos

de mãos dadas pelo que estabelecemos e

fortalecemos todos os dias uma relação

muito sólida e indestrutível. ‹

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12 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

António Cunha, Presidente do Grupo 7 Cunhas, um dos maiores grupos empresariais luso angolanos

«Nasci em Portugal, mas o meu coração está em Angola»

Quando em 1979 decidiu deixar Portugal rumo a Angola, o empresário António Cunha

era um jovem que levava na sua bagagem uma vontade imensa de vencer na vida, de

enfrentar todos os desafios que lhe permitissem concretizar os sonhos que sempre

tivera e um futuro melhor para a sua Família. Há dias, a País €conómico entrevistou

num hotel do Porto este Homem que há 55 anos atrás nasceu em Caíde de Rei, concelho

de Lousada e que em Portugal está ligado a uma empresa de referência: as Tintas

Europa, sediada em Alijó (Trás-os-Montes). Uma conversa que serviu essencialmente

para melhor “descobrirmos” o empresário que em terras de Angola e através da “7

Cunhas – Construtora e Obras Públicas” muito tem ajudado a desenvolver províncias

como Lunda Sul, Lunda Norte, Malange, Kwanza Norte, Moxico, Luanda e muitas outras.

Em todas elas, encontramos marcas evidentes do trabalho levado a cabo por António

Cunha e todo o seu staff de colaboradores, onde destacamos o seu filho Sérgio Cunha,

um dos seus braços direitos em Angola. «É um orgulho poder ajudar um país que me

recebeu de braços abertos, e onde há tanto por fazer. Por isso eu digo que embora tenha

nascido em Portugal, o meu coração está em Angola», desabafou António Cunha.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Quando lhe perguntámos se ti-

nha sito por curiosidade, paixão

ou espírito de aventura, que um

dia deixara Portugal com destino a An-

gola, António Cunha serviu-se de um ar-

gumento deveras interessante. Disse que

quando nasceu, «a alcofa onde a minha

mãe me deitou, pelos vistos era pequena».

Fez uma brevíssima pausa e prosseguiu.

«Essa alcofa era o meu país, e senti que

essa alcofa era Portugal, um país que era

muito pequeno, muito curto, razão por-

que quando pude e tive autonomia para o

fazer, resolvi procurar um espaço maior».

António Cunha poderia ter optado naque-

la altura pelo Brasil, EUA ou pela África

do Sul, mas escolheu Angola, que durante

mais de 500 anos teve a presença dos por-

tugueses e que viu proclamada a sua inde-

pendência em 11 de Novembro de 1975,

tendo tido por permeio uma guerra civil

que durou quase quatro décadas. «Em

1979 parti para Angola e fiquei por lá », re-

lembra o patrão do Grupo 7 Cunhas, para

recordar também que uma das razões que

o prenderam à ideia de ir para Angola foi

saber que este era uma país com quase

tudo por reconstruir. «Senti que Angola

necessitava de mais-valias e que precisava

de ultrapassar aquelas dificuldades. Era,

pois, uma razão forte para partir e ajudar

na reconstrução daquele país.

A 7 Cunhas – Construtora e Obras Pú-

blicas foi constituída em 2 de Janeiro de

2002, resultado de uma parceria entre a

angolana EUROPÁFRICA e o empresário

António Cunha, e o seu principal lema

desde sempre foi “Construir Bem e no

Prazo”. Fez onze anos este ano, embora

a empresa, segundo António Cunha, «ter

trabalhado antes de ser constituída legal-

mente».

«Iniciei-me em Angola na área dos mate-

riais de construção e foi neste negócio que

funcionei durante cinco anos. Por sua vez

as Obras Públicas só se iniciaram quando

se começou a prever que iria haver paz.

Foi então que achei por bem avançar com

o projecto 7 Cunhas – Construtora e Obras

Públicas, e a partir daí começou também

a formar-se o Grupo 7 Cunhas, presente-

mente constituído por 22 empresa e que

em breve terá mais uma outra, a 7 FRIO.

Investidores e políticos no mesmo barcoAntónio Cunha tem a plena consciência

do muito que tem feito nas províncias de

Lunda Sul e Lunda Norte, Kuanza Norte,

Malange, Moxico, Luanda e outras. «Feliz-

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Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 13

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14 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

mente são os próprios governantes que

reconhecem isso», sublinha com orgulho,

para lembrar logo de seguida que quem

trabalha tem obrigatoriamente de saber

relacionar-se com toda a gente. «Nós, que

estamos no terreno, estamos sujeitos a

contactar com todas as pessoas. Felizmen-

te que os governantes de Angola têm o

bom hábito de também saírem muito dos

seus gabinetes, e a partir daí há uma con-

fluência de interesses. Os governantes vão

às províncias e nós estamos no terreno, e

sendo assim é fácil haver esse contacto e

haver também o reconhecimento do tra-

balho que vimos realizando, o que nos

satisfaz imenso. Aqui em Angola existe

um contacto quase permanente do inves-

tidor com o político, e esse procedimento

dá-nos muito alento para prosseguirmos o

trabalho que vimos realizando», justificou

António Cunha.

Investir em Angola é coisa sériaNo entender de António Cunha, a sua

adaptação a Angola foi muito fácil. «Foi

uma adaptação muito fácil desde o início,

e o factor linguístico contou imenso. Em-

bora eu costume dizer uma coisa. Hoje

em dia não é fácil a qualquer investidor

entrar em Angola. Enquanto há uns dez

anos atrás com quaisquer 100 mil dólares

podiam arrancar para um determinado

projeto, hoje talvez não consigam fazê-lo

com menos de 800 mil a 1 milhão de dó-

lares. E é preciso trabalhar muito para se

conseguir obter o sucesso que se deseja»

disse, em jeito de aviso, a alguns portugue-

ses que querem apostar em Angola.

Contribuir para ajudar as necessidades do paísEra a altura de se falar na estrutura da 7

Cunhas, e António Cunha disponibilizou-

-se de imediato para o fazer. «Tem sido

um projeto que tem tido ao longo dos

anos um crescimento sustentado, e em

que a componente da inovação e da mo-

dernização têm tido um peso muito signi-

ficativo, pois se assim não fosse não sería-

mos tão competitivos como somos hoje.

Fomos obrigados a ser auto-suficientes.

Então, para aquilo que não havia só vía-

mos uma solução, criarmos as sinergias

próprias que permitissem acabar com

essas lacunas. O surgimento do Grupo 7

Cunhas é um pouco isso, pois soube ro-

dear-se de empresas específicas em áreas

que não existiam, ou pouco existiam em

Angola. As atividades das empresas do

grupo são as mais díspares, vão das tin-

tas à recolha de resíduos, do mobiliário à

saúde, das energias renováveis à pastela-

ria e restauração, carpintaria e materiais

de construção, cinemas e casinos. Em

várias cidades do interior (também na

capital) uma das coisas que se nota com Aeroporto de Ravinas Cafunfo

Combate a erosão Ravinas Cafunfo (Lunda Norte)

Page 15: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 15

muita facilidade é a existência de lixo. E

ao constatarmos essa realidade, uma das

primeiras coisas que fizemos foi consti-

tuir a Ponto Verde, empresa que se dedica

à recolha de resíduos sólidos, uma coisa

que ninguém gosta de fazer», sublinhou

António Cunha, que a propósito desta

decisão adiantou um exemplo. «Se tiver-

mos a possibilidade de viajar pelo mundo

e observar bons costumes, ao chegarmos

a nossa casa e constatarmos que ela está

suja, só teremos de copiar o que de me-

lhor os outros fazem nesta matéria. E foi o

que fizemos com a criação da Ponte Verde

– Recolha de Resíduos, uma das empresas

do nosso grupo», exemplificou António

Cunha que para além do trabalho profí-

cuo que a 7 Cunhas tem vindo a desenvol-

ver nas províncias de Lunda Sul, Lunda

Norte, Moxico e outras, lembrou uma vez

mais que no interior de Angola há muitas

casas para construir, muitos hospitais por

edificar, muitas infra-estruturas por levar

a cabo », enfatizou o presidente do Grupo

7 Cunhas.

Um homem que soube prever o futuroHá um ditado popular que reza que em

terra de cego quem tem um olho é rei,

mas António Cunha tem uma filosofia

e um modo de estar na vida que não se

adaptam com rigor a este ditado popular.

Isto porque o que ele fez na sua experiên-

cia com a realidade angolana foi, a partir

das empresas que foi constituindo ao

longo dos tempos, adaptá-las convenien-

temente para suprirem algumas lacunas

que existiam nas várias geográficas onde

a marca 7 Cunhas chegou.

«Estas questões são tão primárias que

não precisam de muitos estudos. O que

interessa mais nestes casos é a própria

experiência de vida. O que denominamos

de know-how é cada mais um fator impor-

Combate a erosão Ravinas Cafunfo (Lunda Norte)

Page 16: Revista Pais Econimico

16 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

tante em Angola. Nós temos tido a preo-

cupação de importar esse conhecimento

para as nossas empresas e isso na prática

traduz também uma ajuda preciosa a este

país», justificou António Cunha, lembran-

do que as empresas do grupo abrangem

neste momento para cima de uma dezena

de áreas de atividade distintas. «Acabá-

mos agora de criar a “7 FRIO” destinada

a abastecer com redes de frio toda a área

da restauração e hotelaria. Isto possibilita

a estas empresas comprarem peixe, car-

ne, fruta, marisco e outros alimentos em

grandes qualidades, o que não acontecia

até aqui por falta destes equipamentos»,

reconheceu António Cunha.

Um bom império em termos humanosAntónio Cunha não aceita a expressão de

ser dono de um pequeno império em An-

gola. Prefere dizer que é detentor de um

grupo que necessita de muita organização

e de muito trabalho. «No dia em que nós

não tivermos essa noção o império a que

se refere vai por água abaixo. Mas convém

dizer que este não é um império que tenha

muito poder e muitos ativos imobiliários.

O que ele tem são muitos ativos humanos.

Se falarmos em termos humanísticos,

com os cerca de 1300 trabalhadores que

se distribuem pelas empresas do Grupo 7

Cunhas, direi que já somos um bom im-

Estádio Mangueiras (Saurimo)

Page 17: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 17

pério», referiu António Cunha, para lem-

brar logo a seguir que a vertente social faz

parte integrante dos valores defendidos

pela 7 Cunhas. «Não queremos só para

nós, gostamos de dividir e ser solidários»,

lembra o presidente do Grupo 7 Cunhas.

99,9% do nosso trabalho é com o Estado de AngolaTer no seu grupo cerca de 1300 trabalha-

dores que em termos sociais, obviamente,

representa uma grande responsabilidade

é visto por António Cunha como «uma

preocupação despreocupada». «De fac-

to, é preciso termos essa noção, mas não

estamos assim tão preocupados porque

felizmente os próprios negócios do gru-

po geram, com naturalidade, os valores

necessários para cobrirem todos os com-

promissos assumidos. Direi que até este

momento todos os negócios do Grupo 7

Cunhas dão lucro, e que todos os departa-

mentos do grupo são autónomos e funcio-

nam», deixou claro o nosso entrevistado

cuja organização a que preside defende o

lema “Construir bem e no prazo”.

Abordada esta questão, António Cunha

refere que este é «um lema provocatório»,

mas que é cumprido por todos à risca e

com um pormenor importante. «A nossa

empresa nunca parou nenhuma obra por

falta de pagamento. Ou seja, mesmo quan-

do o nosso cliente não pagou, nós nunca

Estádio Mangueiras (Saurimo)

Page 18: Revista Pais Econimico

18 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

parámos o trabalho, porque o que estava

em causa era nós cumprirmos o prazo da

obra. Está provado que há crises mundiais

que provocam instabilidade nos merca-

dos, mas no nosso caso a nossa empresa

tem de conseguir manter este princípio.

Até agora temos conseguido manter o

princípio de nunca paramos uma obra,

mesmo que o cliente não pague no prazo

estipulado. Até porque devemos levar em

consideração que o nosso trabalho para o

Estado representa 99,9% da nossa cartei-

ra, e o Estado é uma pessoa de bem e paga

sempre os seus compromissos», garantiu

o homem forte do Grupo 7 Cunhas, que

Museu Dundo

Hospital Lucapa

Page 19: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 19

lamenta que em Portugal as coisas não se

passem de igual modo, e reage. «O Estado

português é uma empresa grande e mal

gerida».

Sempre atento a novas oportunidadesMuito embora o Grupo 7 Cunhas desen-

volva neste momento atividade em mais

de uma dezena de áreas de negócios, para

António Cunha ainda existe um vasto es-

paço de manobra para a sua organização

crescer. «Nós somos sempre obrigados a

crescer consoante as necessidades que o

próprio grupo vai equacionando para dar

resposta ao mercado. Como já disse ante-

riormente, vamos em breve criar uma em-

presa na área do Frio, que é uma área onde

aqui existem muitas carências. Angola

tem uma grande capacidade de produção,

mas infelizmente não consegue ter ainda Recuperação estrada secundáris (Luangue – Cuilo)

Page 20: Revista Pais Econimico

20 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

uma rede de frio à altura das necessida-

des, o que leva a que muitos produtos se

estraguem. E a 7 Cunhas está atenta a esse

fenómeno e resolveu criar uma empre-

sa para ajudar a resolver esse problema.

E já pensamos muito a sério na área da

Agricultura, que em qualquer parte é im-

portante, mas que em Angola assume um

papel preponderante e de muito futuro.

Nesta área há muita coisa para levar por

diante, inclusivamente na agro-indústria,

e estamos atentos para avançar», resumiu

o presidente da 7 Cunhas.

Universo 7 CunhasPassando um olhar pelo universo de

empresas que fazem parte integrante

do Grupo 7 Cunhas, reparamos que são

muitas as áreas que as mesmas abraçam.

Avançamos alguns exemplos. “SINAL

7” (Sistemas de Sinalização); “TINTAS

EUROPÁFRICA” e “CORES DE ÁFRICA”

(Produção e comercialização de tintas);

“SEVEN 7 BAR”; “PONTO VERDE” (Re-

colha de Resíduos); “CLÍNICA PRIVADA

DAS LINDAS”; “LAR PARAÍSO”; “PASTE-

LARIA BONINA”; “SUN 7 POWER (área

das Energias Renováveis); “HOTEL, RES-

TAURANTE E CASINO SOLAR LUBOIA”;

“FOP – CARPINTARIA E MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO”; “SOCILUNDA – SOCIE-

DADE DE CINEMAS DO LESTE”, e outras

mais empresas.

Facturar 200 milhões nos próximos quatro anosComo já foi referido nesta entrevista, a

7 Cunhas tem no Estado angolano o seu

principal cliente, significando 99,9%

do valor da sua faturação. «O Grupo 7

Cunhas faturou em 2011 cerca de 100 mi-

Edifício das repartições Saurimo

Page 21: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 21

lhões de dólares, em 2012 essa faturação

subiu para os 125 milhões, e a previsão

para os próximos quatro anos é duplicar

este último volume de negócios, preten-

demos atingir os 200 milhões de dólares,

confidenciou António Cunha.

A força do mercado de AngolaEmbora, e como ele próprio disse, o seu

coração esteja em Angola, António Cunha

nasceu em Portugal, tem dupla nacionali-

dade, e gosta de acompanhar por perto o

que se passa no seu país. E quando lhe per-

guntamos se ele achava que as empresas

portuguesas ao optarem por Angola estão

a seguir o bom caminho, não hesitou na

resposta. «As empresas portuguesas estão

atrasadas 15 anos na sua saída para o exte-

rior. Há quinze anos atrás falava-se muito

na internacionalização das empresas, mas

isso era só papel.

Hoje, sim, a necessidade obriga-as a pro-

curarem novos mercados e Angola está a

ser a âncora para muita gente. E eu acon-

selho Angola porque este país tem muitas

coisas em comum, incluindo a própria

Língua», revela António Cunha.

O presidente da 7 Cunha lembra que

Angola presentemente é um canteiro de

obras, recheado de oportunidades. «Posso-

-vos dizer que o Orçamento de Estado de

Angola para 2012, é um orçamento que

cobre todos os investimentos, e posso

adiantar também que em relação a 2011

está previsto quase a duplicação dos in-

vestimentos inscritos. Portanto, isto con-

traria aqueles que afirmam, sem razão,

que há falta de liquidez em Angola. Em

Angola – garanto-vos – não há faltas de

dinheiro.

Agora há por aí muita gente que pensa

que chegar a Angola é abanar a árvore e

o dinheiro cai.

Para que o dinheiro apareça é preciso pri-

meiro investir, é preciso procurar os me-

lhores caminhos. Pode demorar um ano,

dois ou três, mas o importante é investir»,

sublinhou António Cunha, este empresá-

rio que com 28 anos de idade rumou a ter-

ras de Angola com a ambição de dar uma

volta à sua vida e à vida dos seus familia-

res e que hoje já se sente mais angolano

do que português.

«É claro que não troco a minha Pátria por

coisa nenhuma, mas Angola está e estará

sempre no meu coração», concluiu o em-

presário. ‹

Edifício das repartições Saurimo

Page 22: Revista Pais Econimico

22 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

Pedro Reis, Presidente da Aicep Portugal Global

Portugal e Angola possuem uma irmandade estratégica

Angola é o quarto principal destino das exportações portuguesas, sendo o primeiro

extra-União Eurpeia. É também um importante destino de investimento das empresas

portuguesas no seu processo de internacionalização. Pedro Reis, presidente da Aicep

Portugal Global, salienta a evolução do entrosamento entre as duas economias, a

portuguesa e a angolana, com os portuguesas a aproveitarem do seu profundo

conhecimento da realidade angolana e a espalharem a sua presença no desenvolvimento

em todo o país. E por sua vez, regista-se cada vez mais investimentos angolanos em

Portugal, o que o país bem precisa. O líder da Aicep acredita que 2013 vai aprofundar

ainda mais uma relação que em muito beneficia Portugal e Angola.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

Como avalia a evolução ocorrida em 2012 nas relações económicas e empre-sariais entre Portugal e Angola?O ano de 2012 testemunhou o reforço

das relações económicas entre Portugal e

Angola. Registou-se um aumento das ex-

portações portuguesas para o mercado de

mais de 15%; o investimento português

no mercado foi, igualmente, reforçado,

sobretudo através de parcerias locais, e

os sectores de interesse para as empresas

portuguesas foram alargados.

Concomitantemente, as empresas por-

tuguesas começaram a olhar para as 18

províncias de Angola como oportunida-

des distintas, deixando Luanda de ser

encarada como única porta de entrada no

mercado. Finalmente, também os inves-

timentos angolanos em Portugal aumen-

taram, o que significou um reequilíbrio

muito positivo das relações entre as duas

economias.

Angola constitui cada vez mais o mais relevante mercado extra-comunitário para as exportações portuguesas, assim como representa um importante destino na internacionalização das empresas nacionais. Como será possível para as

empresas portuguesas ganharem ainda maior espaço em Angola, num momen-to em que a concorrência internacional neste país de África está mais presente e agressiva?As empresas portuguesas em Angola go-

zam de duas vantagens por comparação

às suas congéneres internacionais: têm

a oportunidade de uma língua comum e

um histórico de presença no mercado que

facilita a sua atividade. Muitas das em-

presas portuguesas presentes em Angola

têm capital e quadros angolanos, o que

facilita sobremaneira o seu crescimento.

As empresas portuguesas participam, efe-

tivamente, no desenvolvimento transver-

sal da economia angolana. O ano de 2013

marcará certamente o aprofundamento

da presença empresarial portuguesa em

Angola, quer a nível provincial, quer a ní-

vel de sectores.

A presença em Angola (e também em Moçambique) deverá constituir uma plataforma para muitas empresas por-tuguesas encararem toda a África Aus-tral como área importante de presença e negócios no cone sul do continente africano?

Angola pode funcionar como stepping-

-stone para todo o mercado da SADCC.

Um das grandes vantagens do posiciona-

mento angolano no contexto geoeconómi-

co regional é que beneficiará, assim que

o anunciado desmantelamento tarifário

tiver lugar, de isenção de direitos aduanei-

ros nas exportações para a maior econo-

mia africana: África do Sul.

O investimento angolano em Portugal é cada vez mais relevante.Considera existir espaço para o estabe-lecimento de parcerias entre empresas angolanas e portuguesas, tanto para atuar no mercado português como no angolano?As parcerias entre empresas angolanas e

portuguesas são uma consequência natu-

ral do grau de interdependência das duas

economias e um fator-chave de uma estra-

tégia comum.

Testemunham a vitalidade de uma rela-

ção saudável, que procura sempre a maior

vantagem para ambas as economias. Os

últimos anos têm testemunhado a im-

portância que portugueses e angolanos

Page 23: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 23

atribuem às relações económicas que os

unem. O ganho de um é, sempre, o gan-

ho do outro. Não é por acaso que os an-

golanos elegem Portugal como a porta da

Europa; não é por acaso que Angola é o

maior mercado para a economia portu-

guesa fora da União Europeia.

Como perspetiva este ano de 2013 para as relações luso angolanas?Espera-se que o ano de 2013 seja mais

um ano de confirmação e consolidação

da essencialidade da relação estratégica e

profunda entre os dois Estados e as duas

economias. Esperam-se mais empresas

portuguesas a apostar em Angola, a gerar

postos de trabalho e riqueza nesta grande

potência da África Austral, a par de África

do Sul; mais investimento em Portugal; e,

numa palavra ainda, mais entrosamento

entre duas nações sintonizadas numa ir-

mandade estratégica. ‹

Page 24: Revista Pais Econimico

24 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

António Abrantes, Diretor da Nova Angola Business School

Referência no ensino da gestão em Angola

Em Março de 2010 surgiu a Nova Angola Business School (Nova ABS) por iniciativa da

Nova Business School and Economics de Lisboa. António Abrantes é o Diretor da Nova

ABS e em entrevista à País €conómico salienta que a missão da Instituição que

dirige em Luanda é a de proporcionar uma formação de nível mundial aos executivos

Angolanos. A resposta destes tem sido excelente, assegura o responsável da escola em

Angola, que sublinha a importância da criação do centro de investigação NOVAFRICA,

pois acredita que será necessário «desenvolver um corpo de conhecimento sólido sobre

gestão e economia em África».TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › Cedidas pela Nova ABS

Quando surgiu a Nova em Angola?A Nova em Angola surgiu em Março de

2010 com a Nova Angola Business School

(Nova ABS).

Quais são os objetivos e a missão da Es-cola em Angola?Existem várias razões por trás da op-

ção estratégica da Nova SBE de investir

em Angola com a criação da Nova ABS.

A primeira é uma razão histórica e cul-

tural partilhada em três continentes há

mais de cinco séculos. Em seguida, vem

a ambição internacional da Nova SBE que

não se coaduna com a dimensão do mer-

cado doméstico Português. E finalmente

a necessidade de sustentar o processo

de internacionalização e crescimento na

diferenciação em áreas específicas do co-

nhecimento em gestão e economia.

Nesta medida, a Nova SBE para se dife-

renciar precisava das suas próprias ban-

deiras específicas, únicas e dificilmente

imitáveis. O mundo dos países de língua

Portuguesa foi uma escolha óbvia para a

expansão da escola e a sua diferenciação.

A Nova SBE pretende, assim, posicionar-

-se como um centro de conhecimento em

gestão e economia na África Lusófona ao

serviço de toda a comunidade científica,

académica e empresarial mundial. Esta

estratégia exigiu um compromisso sólido

numa visão de longo prazo da presença da

escola em África. Surge assim a Nova ABS

e o centro de investigação NOVAFRICA.

A Nova Angola Business School tem como

missão proporcionar formação de classe

mundial, colaborar com a comunidade

empresarial em prol do desenvolvimento

de Angola, e aprofundar relacionamentos

institucionais entre empresas e institui-

ções Portuguesas e Angolanas reforçando

o triângulo estratégico do Atlântico Sul.

Nesse sentido, a Nova ABS tem como ob-

jetivo desenvolver Programas de Forma-

ção com impacto real para as empresas e

executivos angolanos.

Executivos Angolanos têm aderido à Nova ABSFormar executivos angolanos nos mais elevados patamares de gestão, consti-tui certamente um desafio formidável e aliciante. Como têm correspondido os gestores angolanos ao nível formativo que lhes tem sido proporcionado pela Nova ABS?A resposta das empresas e executivos

Angolanos ao trabalho desenvolvido pela

Nova ABS tem sido bastante positivo. De

facto, a Nova ABS tem sustentado a sua

atuação em três pilares fundamentais: A

Inovação possibilitando o acesso às mais

recentes evoluções científicas nas disci-

plinas da Economia e da Gestão; A Qua-

lidade, reunindo uma equipa de docentes

conceituados internacionalmente; e na

Relevância, partindo das empresas – dos

seus desafios e necessidades – para as so-

luções de formação. Desta forma os pro-

gramas dão respostas concretas às preo-

cupações das empresas e dos executivos.

É pelo reconhecimento deste trabalho que

as empresas e executivos Angolanos têm

aderido ao nosso projeto tendo mesmo

algumas empresas integrado a Nova ABS

no seu processo de desenvolvimento de

competências internas dos seus quadros

de maior potencial.

A Escola desempenha algum papel na colocação dos gestores nas empresas angolanas?Neste momento a atividade da Nova ABS

está centrada na formação de executivos

pelo que tem trabalhado apenas com qua-

dros de empresas ou com empreendedo-

res. Assim, não desempenhamos qualquer

papel na colocação de gestores.

Para além de angolanos possuem estu-dantes de outras nacionalidades?A maioria dos participantes nos progra-

mas da Nova ABS são Angolanos. O se-

gundo mais representativo é de Portugue-

ses expatriados em Angola.

E a respeito de professores, de que na-cionalidades são provenientes? As aulas são em que língua?

Page 25: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 25

As aulas são em Português e a maioria dos

professores pertencem ao quadro de pro-

fessores da Nova School of Business and

Economics de Lisboa. No entanto também

temos alguns professores locais quer ex-

patriados Portugueses ou Brasileiros, quer

Angolanos.

Como avalia o papel global da Nova ABS na preparação de executivos para res-ponderem aos desafios da moderniza-ção e desenvolvimento das empresas e

da economia angolana?A Nova ABS pretende ser uma escola de

referência em Angola na criação e desen-

volvimento de talento empresarial. Mas

este talento tem de ser criado e desenvol-

vido de forma relevante para a realidade

empresarial Africana e Angolana em par-

ticular. Para que esta relevância seja real,

o papel da investigação é fundamental. O

que se sabe hoje sobre gestão e economia

é verdade essencialmente para a Europa e

os Estados Unidos. É fundamental desen-

volver um corpo de conhecimento sólido

sobre gestão e economia em África. Para

tal a Nova SBE criou o Centro de Investi-

gação NOVAFRICA cuja missão é precisa-

mente produzir conhecimento relevante

para a realidade Africana. Assim, de forma

complementar, o NOVAFRICA e a Nova

ABS pretendem contribuir para o desen-

volvimento das empresas e da economia

Angolana de uma forma relevante e útil. ‹

Page 26: Revista Pais Econimico

26 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE PLANO

Agostinho Moreira, Presidente da Jetclass, uma das marcas de mobiliário de luxo produzido em Portugal, aposta em parcerias com Cristiano Ronaldo e Fátima Lopes

Estamos nas melhores cidades do Mundo

Ainda não foi inaugurada, mas a nova fábrica da Jetclass já está em plena laboração.

Quando a País €conómico visitou a nova unidade industrial, localizada em Sobrado,

concelho de Valongo, em meados de Janeiro, ainda se vislumbrava a azáfama para

colocar o mais luxuoso mobiliário produzido na empresa no showroom que ocupa toda

a parte fronteira da nova unidade fabril. Agostinho Moreira, presidente da Jetclass, é o

cicerone do jornalista e mostra todo o orgulho pessoal e da equipa que o acompanha na

mudança pra a nova fábrica. «Passámos de oito para o oitenta, ou seja, estamos agora

devidamente equipados para aprimorar ainda mais o mobiliário que já produzíamos,

assim como já dispomos de um showroom onde poderemos mostrar o que melhor

produzimos e consequentemente receber todos os que nos queiram visitar, pois serão

muito bem-vindos. Por estes dias vamos receber uma importante delegação angolana,

aliás, na sequência de mobiliário que temos exportado para Angola, incluindo para o

palácio presidencial deste país. Mas, o podermos estar nas principais capitais mundiais é

muito importante para a Jetclass e para marca», sublinha Agostinho Moreira. Realmente

Jetclass rima com alta qualidade e classe pura no mobiliário internacional.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Constituía uma aspiração antiga

de Agostinho Moreira. Dispor de

uma nova unidade industrial onde

pudesse afirmar todo o potencial da mar-

ca que criou e que hoje já “dá cartas” em

muitos dos mais sofisticados mercados

internacionais, embora sem descurar o

mercado nacional, estando a desenvolver

alianças estratégicas com algumas das

principais figuras portuguesas, igualmen-

te com grande destaque mundial, como

são indiscutivelmente Cristiano Ronaldo

e Fátima Lopes, além da parceria já esta-

belecida com o Benfica, onde a Jetclass irá

mobilar a zona do camarote VIP do Está-

dio da Luz, conferindo dessa forma um

brilho e uma categoria que presentemen-

te ainda está relativamente arredado da

zona mais nobre do recinto benfiquista.

Voltando à nova fábrica de Sobrado, con-

celho de Valongo, ultrapassadas algumas

dificuldades de ordem burocrática, final-

DR

Page 27: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 27

mente a nova estrutura ficou pronta para

receber a quase meia centena de colabo-

radores da Jetclass, que agora dispõem de

amplas e modernas condições para proje-

tarem, produzirem e comercializarem o

seu mobiliário de luxo que ali produzem,

onde conseguem aliar a arte de conciliar

em cada peça o mobiliário tradicional

com um conceito moderno, saindo um

móvel de alta qualidade, moderno, funcio-

nal e sobretudo com imenso glamour. Um

autêntico luxo que já decora muitas resi-

dências, palácios, hotéis e outros lugares

em várias partes do mundo.

Agostinho Moreira refere que a nova fá-

brica possui cinco mil metros quadrados

e custou cerca de 3,5 milhões de euros.

É com evidente orgulho que nos apon-

ta para a área do showroom, ainda a ser

devidamente ornamentado para receber

por esses dias uma importante delegação

angolana «que vem para constatar a alta

qualidade do que produzimos e estamos

muito esperançados que se possam seguir

encomendas do nosso mobiliário, que já

está aliás presente no palácio presidencial

em Luanda, pois aquilo que aqui produzi-

mos, pelo bom gosto e luxo do nosso mo-

biliário, tem todas as condições para ter

um grande sucesso no mercado angola-

no», sublinha o administrador da Jetclass.

O mercado angolano é uma das maiores

prioridades no continente africano, mas

Agostinho Moreira não deixa de subli-

nhar a presença do mobiliário da empresa

igualmente nos mercados nigeriano, mo-

çambicano e argelino. «Temos esperança

de que a curto prazo poderemos reforçar

a nossa presença nestes mercados, assim

como alargar essa presença da Jetclass a

outros países do continente».

No entanto, a presença do mobiliário da

Jetclass já se estende a quase todos os con-

tinentes, sendo de referir a presença nas

mais importantes cidades europeias. Lon-

dres, Paris, Madrid, Amesterdão, Moscovo,

Kiev, Varsóvia ou Berlim já conhecem os

móveis “By Jetclass”. Mas também os ricos

emirados do Golfo Pérsico já adquiriram

algum mobiliário da empresa portuguesa.

«Cidades como Abu Dabhi, Dubai, ou nos

países vizinhos do Qatar, Omã, Arábia

Saudita e Bahrain, já dispõem de mobiliá-

rio Jetclass, tendo sido muito importante

a nossa presença em feiras de mobiliário

de top realizadas no Dubai, que é uma ci-

dade magnífica e que constitui um ponto

de referência para toda a região do Golfo»,

aponta Agostinho Moreira.

Jetclass quer apostar no mercado brasileiroNo entanto, no radar da empresa também

já está o continente americano. Com uma

presença já conquistada em Nova Iorque,

Miami e na Cidade do México, o objetivo

da Jetclass é atingir outras partes do sul

do continente americano, com grande

realce para o Brasil. O mobiliário da em-

presa estará presente num importante

feira a realizar em São Paulo no decorrer

do presente ano, mas a País €conómi-co sabe que a Jetclass está a desenvolver

contatos significativas para poder ter uma

presença mais significativa no mercado

brasileiro de mobiliário de luxo. Os pró-

ximos tempos poderão ditar algumas no-

vidades…

Todavia, a Jetclass está a desenvolver um

conjunto de parcerias estratégicas com al-

Page 28: Revista Pais Econimico

28 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

gumas figuras e marcas portuguesas que

possam ajudar a catapultar ainda mais

uma empresa que ainda recentemente foi

uma vez mais escolhida como vencedora

dos prémios Mobis, os galardões máximos

do mobiliário produzido em Portugal.

“Fátima Lopes by Jetclass” e “CR7 by Jetclass”Uma das parcerias mais importantes foi

concretizada com a conhecida estilista

Fátima Lopes, famosa pela sua participa-

ção em mais de vinte edições oficiais da

Moda Paris. Segundo Agostinho Moreira,

«a Fátima Lopes vai desenhar algumas pe-

ças de mobiliário que nós produziremos

e vamos depois apresentar essas peças ao

mercado. Provavelmente, embora ainda

não tenhamos a certeza de que isso será

possível, talvez tenhamos hipóteses de

apresentar os primeiros móveis da mar-

ca “Fátima Lopes by Jetclass” na próxima

feira de Milão, que decorrerá na segunda

quinzena de Abril.

Seria muito importante que isso possa

acontecer, pois é talvez a mais importante

feira mundial do setor do mobiliário, logo

é o melhor momento para mostrarmos o

resultado desta parceria. Mas ainda não é

certo que possamos estar com esse mobi-

liário em Milão. Se não estivermos, estar-

mos certamente depois noutros lugares

importantes do Mundo», enfatiza Agosti-

nho Moreira.

A amizade com Cristiano Ronaldo e com

a sua família já vem de há vários anos.

Recorde-se que o berço onde dorme Cris-

tiano Ronaldo Júnior, filho do craque por-

tuguês, foi desenhado e construído pela

Jetclass. Móveis construídos pela Jetclass

também decoraram algumas lojas das ir-

mãs do futebolista do Real Madrid. Agora,

esse relacionamento vai ser reforçado e

a Jetclass e Cristiano Ronaldo acordaram

uma parceria que será proximamente

anunciada em Madrid e que se materia-

lizará na marca “CR7 by Jetclass”. Segun-

do o responsável da empresa portuguesa,

«construiremos 7 peças de mobiliário,

cada uma com 20 unidades, numeradas

de um a vinte, e assinadas pelo próprio

Cristiano Ronaldo. Além de que entrega-

remos aos seus compradores um certifi-

cado de autenticidade, assinado também

pelo Cristiano.

Estamos certos que vamos estabelecer

uma grande e frutuosa parceria entre

dois grandes nomes mundiais, Cristiano

Ronaldo e a Jetclass», finaliza Agostinho

Moreira. ‹

› GRANDE PLANO

Page 29: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 29

África › LUSOFONIA

Quadros da Sonangol visitaram ZILSUm conjunto de quadros da Sonangol Investimen-

tos Industriais (SIIND), empresa do Grupo Sonan-

gol, o gigante petrolífero angolano, visitou no final

do passado mês de Novembro a ZILS de Sines,

infraestrutura gerida pela Aicep Global Parques. O

objetivo da visita dos quados da SIIND visou co-

nhecerem as estruturas físicas e os serviços pres-

tados pela entidade gestora aos clientes instalados

desde a fase de negociação, à instalação e acompa-

nhamento diário na fase pós instalação.

A Sonangol Investimentos Industriais está a tra-

balhar na dinamização da indústria em Angola

tendo previsto até ao final de 2016 a instalação de

cerca de 70 fábricas na zona de Luanda. A SIIND

será a primeira gestora e acionista das unidades

industriais e assumirá em primeira instância, a

coordenação de todos os projetos infraestruturais,

de suporte às unidades industriais, o apoio ao

fornecimento de matérias-primas, usando tecnologia industrial

moderna, para a produção de produtos essenciais com qualidade

e quantidades suficientes para cobrir parte das necessidades do

mercado nacional e regional. ‹

Fundo Soberano de AngolaO Fundo Soberano de Angola (FSDEA) lança-

do recentemente anunciou as suas principais

metas para os anos de 3013 e 2014. Entre es-

tas estão a elaboração e publicação de diversos

instrumentos de base legal, nomeadamente a

publicação da política de investimentos da FS-

DEA aprovado pelo governo angolano.

Armando Manuel, presidente do Conselho de

Administração do Fundo Soberano de Angola,

sublinhou que «numa demonstração do nosso

empenho na total transparência e responsabi-

lidade perante o povo angolano, o FSDEA tem

o prazer de confirmar um calendário de metas

de divulgação de referência. Adoptamos uma

abordagem sólida quanto às comunicações e à

adesão a princípios de governação institucio-

nal internacionalmente aceites».

O FSDEA é totalmente detido pelo Estado an-

golano e irá gradualmente diversificar a sua

carteiras de investimentos, através de um con-

junto de indústrias e de classes de ativos de

acordo com a sua política e diretrizes de inves-

timento. ‹

Rating de Angola melhoraA classificação de risco atribuída pela OCDE a Angola melhorou um nível para

rating 5, o que reflete o esforço de desenvolvimento económico, a estabilidade

política do país e a forma atempada como Angola está a cumprir as suas respon-

sabilidades relativamente aos financiamentos internacionais.

A melhoria da classificação do risco-país de Angola para o Grupo 5 implica a

diminuição das taxas mínimas de prémio aplicadas de acordo com a tabela da

OCDE, no âmbito dos créditos à exportação com apoio oficial, que no caso por-

tuguês, é executado através da Cosec. Recorde-se que no âmbito da Convenção

Portugal-Angola foi estabelecido um montante de 1.000 milhões de euros e que

tem presentemente uma utilização de 80%. Esta convenção engloba a vertente

de projetos de grande dimensão com prazos de crédito superiores a 2 anos, desig-

nadamente na área da construção e obras públicas. ‹

MDS aposta em AngolaA corretora de seguros MDS, detida pelo grupo Sonae, começou agora no iní-

cio de 2013 no mercado angolano. Segundo José Dias da Fonseca, presidente

da MDS, «a ambição da MDS em Angola, um mercado de elevado potencial, é

sermos líderes, à semelhança, aliás, do que já acontece no Brasil, onde, em apenas

dez anos, alcançámos a quarta maior posição naquele mercado».

O presidente da seguradora portuguesa destacou ainda no ano passado que «a

minha expetativa é que a MDS Angola (uma parceira igualitária entre a MDS

SGPS e a angolana ISEM) possa estar a operar em pleno no início de 2013». Na

fase de arranque, a MDS Angola possui 10 trabalhadores, na sua maioria angola-

nos. A nova seguradora a operar no mercado angolano pretende ser um “broker

de referência no mercado local, à semelhança do que acontece em Portugal e no

Brasil”. ‹

Page 30: Revista Pais Econimico

30 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

Flávio DinoO Presidente da Embratur – Instituto

Brasileiro de Turismo apresentou o projeto

“Vivências Brasileiras”, que contemplará

todos os estados brasileiros e que tem como

objetivo promover o destino do país no

âmbito da realização da Copa do Mundo em

2014, evento que decorrerá em 12 cidades

do Brasil. ‹

Luís CardosoÉ o novo Senior Vice-President da Liberty

Mutual Group para a área de Sinistros e

Serviço na Europa. O português terá agora

as responsabilidades do planeamento

estratégico e supervisão de operações de

sinistros no continente europeu do gigante

de seguros norte-americano. Já tinha

estado na Polónia, Brasil e Colômbia. ‹

Joaquim BragaÉ o novo Diretor Comercial & Marketing da

GEFCO Portugal, ficando a fazer parte do

comité de Direcção e será responsável por

assegurar o desenvolvimento e a gestão do

departamento comercial e de marketing a

nível nacional. A GEFCO é um dos maiores

operadores logísticos a nível mundial e em

Portugal possui uma importante quota de

mercado no setor. ‹

Subindo na Pirâmide

› NOTÍCIAS

Vista Alegre faz parceria internacional com a Christian Lacroix

Duas grandes marcas juntasA portuguesa Vista Alegre e a francesa Christian Lacoix decidiram unir-se numa parceria

global para criar quatro coleções de mesa e de peças decorativas, conjuntos que foram

apresentados na recente feira Maison & Objet, que decorreu em Paris.

“Butterfly Parade”, “Picassiete”, “Sol y Sombra” e “Fórum”, constituem as coleções exclusi-

vas com as quais a Vista Alegre e a Christian Lacroix, apresentam nesta parceria interna-

cional. As coleções foram desenvolvidas por ambas as marcas, os produtos unem o know

how e qualidade da Vista Alegre à elegância e estética reconhecida da casa Christian

Lacroix no mundo da moda. Desta união, resultou uma mistura sumptuosa de cores e

padrões, riscas e motivos gráficos, flores e motivos barrocos, replicados em peças irreve-

rentes, únicas e contemporâneas.

Do ponto de vista da empresa portuguesa, esta parceria internacional reforça o seu po-

sicionamento a nível mundial, entrando em novos mercados e alargando a sua rede de

pontos de venda internacionais. O contrato agora assinado com a Christian Lacroix tem

uma duração de cinco anos e define como mercados prioritários a Europa, os EUA, Rús-

sia, Índia, China, Dubai, Angola e Moçambique.

Segundo Nicolas Topiol, CEO da Casa Christian Lacroix, «sempre me pareceu o passo

natural lançarmos a nossa própria coleção e ao know how da Vista Alegre permitiu-nos

espelhar em porcelana o universo criativo da Christian Lacroix».

Por sua vez, Nuno Barra, esta parceria «é um feito muito importante para a Vista Alegre,

e que nos dá muita força para expandir esta marca centenária cem por cento portuguesa

para os mercados e locais mais prestigiados do mundo, juntando duas marcas de pres-

tígio internacional para o desenvolvimento de produtos de mesa e decorativos de luxo,

que agregarão o know how da porcelana e cristal da VA e o design e arrojo criativo da

Christian Lacroix». ‹

Page 31: Revista Pais Econimico

31 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

VÍTOR GASPARO Ministro de Estado e das Finanças foi o arquiteto do retorno aos mercados pela parte do Estado Português, e o sucesso da operação de empréstimo de 2.500 milhões de euros se deve em grande medida ao conhecimento e à credibilidade do ministro português perante o sistema financeiro internacional. ‹

AMÉRICO AMORIMO Presidente da Galp Energia teve mais um mês de grande performance ao concluir um dos maiores projetos industriais em Portugal, o da reestruturação das refinarias de Sines e de Matosinhos, o que permitirá à empresa portuguesa exportar gasóleo e aumentar as exportações para cerca de quatro mil milhões de euros. ‹

JAQUES WAGNERO Governador da Bahia passou por Portugal (vindo da China) em Janeiro e por aqui se reuniu com empresários portugueses onde sublinhou uma vez mais não apenas as grandes oportunidades de investimento mas o firme apoio do governo estadual às empresas portuguesas que quiserem apostar naquele estado do nordeste brasileiro. ‹

Galp Energia concretizou investimento de 1,4 mil milhões de euros nas refinarias de Sines e de Matosinhos

Portugal passa de importador a exportador de gasóleoA Galp Energia finalizou os projetos de investimento de modernização das suas refina-

rias de Sines e de Matosinhos, um investimento global na ordem dos 1,4 mil milhões

de euros, e que permitirá à empresa reforçar significativamente a produção de gasóleo,

tornando assim não apenas o país auto-suficiente neste produto derivado do petróleo,

como alavancará inclusivamente as exportações deste produto, tanto mais que o mercado

europeu é deficitário na produção de gasóleo.

Considerado o maior projeto industrial alguma vez realizado em Portugal – a reconversão

das refinarias de Sines e de Matosinhos – o projeto da Galp Energia permitiu iniciar uma

nova era na unidade de negócio de refinação da petrolífera portuguesa. A empresa dispõe

agora de um aparelho refinador mais complexo, mais eficiente e mais flexível.

O hydrocraker, com capacidade de processamento diário de 43 mil barris de gasóleo de

vácuo pesado, encontra-se atualmente a operar em condições processuais normais, tendo

já atingido um nível de produção comercial com uma carga superior a 60%.

A concretização deste projeto de conversão permite à Galp Energia o aumento da comple-

xidade do seu aparelho refinado, tendo o índice de complexidade “Nelson” – é o índice de

complexidade de uma refinaria que mede a sua capacidade de processar petróleo bruto

e outras matérias-primas - passado de 9,4 para 10,7 na refinaria de Matosinhos e de 6,3

para 7,7 na refinaria de Sines.

Com este investimento, a Galp Energia possibilita ao país passar de um importador de

gasóleo para a situação de exportador deste combustível, permitindo ainda à empresa li-

derada por Américo Amorim atingir um patamar de cerca de quatro mil milhões de euros

de exportações em 2013, reforçando dessa forma a liderança nacional no que respeita às

empresas portuguesas exportadoras. ‹

› A ABRIR

Page 32: Revista Pais Econimico

32 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› GRANDE ENTREVISTA

Joaquim Santos, Administrador da BOMPISO (Centro Especialista de Mobilidade Automóvel)

«Sinto-me orgulhoso por ter levado por diante este projeto»

A criação da Bompiso, que hoje é considerado um dos mais modernos e bem equipados

centros especialistas em Mobilidade Automóvel da Península Ibérica ficou a dever-se a

um grande sonho do empresário Joaquim Santos, um homem de grande fibra que apesar

da crise que se instalou em Portugal e na Europa, não teve receio de levar por diante

este investimento avaliado em 2,8 milhões de euros, a funcionar há dois meses, e que

veio valorizar substancialmente a economia de Ermesinde, freguesia do concelho de

Valongo, onde está instalado.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Como se sente um empresário que

se lança num empreendimento

como este? Joaquim Santos talvez

não esperasse esta pergunta do jornalista

da País €conómico, mas após uma

pausa de brevíssimos segundo arranja a

resposta que lhe pareceu mais adequada.

«Acima de tudo sinto-me orgulhoso por

ter conseguido levar por diante esta mi-

nha ideia, que começou a evoluir dentro

de mim deste 2008», diz com firmeza este

homem nascido há 59 anos na freguesia

de Loma, situada na margem esquerda do

Rio Douro, considerada por muitos o pa-

raíso de Gondomar.

Embora hoje a Bompiso concentre todos

os elos da sua atividade nas instalações re-

centemente inauguradas em Ermesinde,

que abrangem uma área de 5 mil metros

quadrados nos seus dois pisos, ela foi ofi-

cialmente constituída há 18 anos atrás em

Vila Nova de Gaia. A partir daí dar-se-ia

início a um processo de crescimento sus-

tentável imparável, que teve como pontos

altos, a mudança em 2001 para a Zona In-

dustrial de Santa Rita, em Ermesinde, e a

internacionalização da Bompiso em 2008,

particularmente para Angola. «O cresci-

mento que vínhamos tendo no mercado

nacional, e as exportações para Angola,

ditaram sobremaneira a nossa decisão de

construirmos em Ermesinde estas novas

instalações, este Centro Especialista de

Mobilidade Automóvel», justificou Joa-

quim Santos.

Um projeto de muita coragemDizer desde já que esta nova estrutura

da Bompiso só se começou a concretizar

quando Joaquim Santos decidiu, em 2010,

adquirir o terreno onde ela foi construída.

É uma estrutura toda concebida para ser-

vir com altíssima qualidade os seus mi-

lhares de clientes. Estamos a falar de ins-

talações espaçosas e moderníssimas, com

uma decoração cuidada onde tudo foi

projetado ao pormenor. E em termos de

oferta, a Bompiso oferece aos seus clientes

uma gama alargada de Serviços que vão

desde a venda de pneus das mais diversas

e conceituadas marcas mundiais, às áreas

de equilibragem de rodas, alinhamento de

direções, enchimento de nitrogénio, mecâ-

nica rápida, lavagem e higienização, peças

e acessórios, e um serviço SOS Pneus 24

horas, especialmente destinado aos con-

dutores de pesados que circulam nas nos-

sas estradas e que dele necessitem. E não

se pode dizer que 2013 esteja a correr mal

para a Bompiso. Foi o próprio Joaquim

Santos que nos revelaria que no primeiro

mês deste ano mais de 250 novos clientes

deram preferência aos serviços da Bompi-

so, e este facto mereceu deste empresário

uma reação de regozijo. «As preferências

que tivemos destes nos clientes provam

de certo modo que os serviços que pomos

à sua disposição são de excelente qualida-

de e vão ao encontro das suas necessida-

des. E prova também que estamos no bom

caminho», refere com satisfação Joaquim

Santos, que nos lembrou um pormenor

muito importante e que se prende por o

facto de este empreendimento ter sido

inaugurado em plana crise.

Filho mais novo de oito irmãos, Joaquim

Santos viveu até aos 14 anos na freguesia

de Lomba (concelho de Gondomar) e ali

estudou até à 4ª Classe e Telescola, e com

aquela idade já trabalhava num armazém

de ferro em Matosinhos, onde depois

aproveitou para estudar na Escola Indus-

trial e Comercial.

Aos 17 anos surgiu-lhe a oportunidade de

trabalhar como apontador na Conduril,

empresa de construção civil e obras públi-

cas onde até hoje permanece, estando des-

de há alguns anos a desempenhar o cargo

de responsável técnico e administrativo

do setor de Equipamentos. «Trabalho na

Page 33: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 33

Page 34: Revista Pais Econimico

34 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

Conduril há 41 anos, hoje tenho 59 anos,

e não está na minha mente reformar-me

tão cedo. Gosto daquilo que faço naquela

empresa, sei que o meu contributo ainda

é importante, e isso enche-me de ânimo

para prosseguir, ajudando também a

Conduril a conseguir atingir os seus ob-

jetivos», enfatizou o nosso entrevistado,

que não se esqueceria (mais adiante nesta

entrevista) de evidenciar a preciosa ajuda

que esta empresa lhe proporcionou em

termos logísticos aquando da instalação

da Bompiso com Angola.

Angola determinante para a BompisoA Bompiso instalou-se definitivamente e

oficialmente em Angola em 2012, mais

concretamente em Benguela, através da

empresa Offipeças, que funciona num

espaço onde está instalada a Conduril/An-

gola, e Joaquim Santos aproveita o ensejo

para falar à P€ sobre o modo como se

tem desenvolvido este processo de inter-

nacionalização.

«Exportamos para Angola componentes

para máquinas e viaturas (sobresselentes,

lubrificantes e pneus de todas as marcas,

particularmente as marcas prémio: Mi-

chelin, Continental, Good Year e outras),

e a nossa previsão de faturação para 2013

em Angola está estimada em 5 milhões de

euros, contra os 1,5 milhões que a empre-

sa faturou naquele país em 2012. Angola

é um mercado muito promissor, que eu

pessoalmente visito-o várias vezes ao ano

e conto muito com ele para o crescimen-

to sustentável da Bompiso. A nossa deci-

são de irmos para aquele país foi muito

facilitada pelo facto da Conduril nos ter

convidado para ocuparmos uma parte da

área onde esta construtora está instalada

em Benguela, e esse gesto tem de ser por

nós reconhecido. Queremos com o tem-

po ampliar a nossa presença em Angola,

um mercado em grande crescimento que

tem constituído para nós uma verdadeira

oportunidade», salientou Joaquim Santos.

Prémio no Totobola não lhe deu volta à cabeçaEm 1993 o fundador da Bompiso foi bafe-

jado com a sorte. Acertou os 13 resultados

num dos sorteios do “Totobola” e recebeu

um prémio de cerca de 8 mil contos, quan-

tia que naquela altura era muito dinheiro.

«Foi na verdade um acontecimento impor-

tante na minha vida, mas hoje até lhe digo

que não jogo nem no Totobola nem em

coisa nenhuma», lembra Joaquim Santos

que fez questão de dizer que muita gen-

te no seu lugar tinha aproveitado aquele

prémio para fazer umas viagens, comprar

um bom carro, utilizá-lo em iniciativas de

lazer. «Mas a minha ideia desde logo foi

guardar o dinheiro e esperar a melhor al-

tura para o investir, pois de outra maneira

essa verba já tinha sido gasta sem grande

utilidade. Surgiu uma oportunidade e co-

mecei a investir no ramo automóvel», es-

clareceu Joaquim Santos um homem que

faz questão de enaltecer o contributo pres-

tado por todas as pessoas por ele escolhi-

das para participarem no engrandecimen-

to da Bompiso. «Sem elas não seríamos a

empresa que já somos hoje. E aqui quero

também deixar expressa a minha alegria

por ter neste grupo de colaboradores as

minhas duas filhas: Andreia Santos e

Vanessa Santos, minhas assistentes direc-

tas», destacou este empresário nortenho.

Alma de desportistaEmbora goste muito de futebol, tendo até

praticado a modalidade no Leixões, Joa-

quim Santos faz questão de afirmar que

a modalidade desportiva que mais admira

é o automobilismo em todas as suas ver-

tentes. «Fui puxado por um amigo para

esta modalidade e hoje posso afirmar sem

hesitação que sou um amante fervoroso

de rallycross. Embora não me considere

› GRANDE ENTREVISTA

Page 35: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 35

um profissional nesta matéria, não escon-

do a paixão que tenho por esta modalida-

de onde já fiz alguns investimentos em

viaturas, e neste momento faço parte da

Divisão 1 do Campeonato Nacional, onde

já constam no meu curriculum alguns

prémios. Uma coisa é certa, quando entro

em qualquer corrida é para ganhar, embo-

ra esse meu empenhamento já me tenha

valido alguns sustos, embora sem gravida-

de», revela Joaquim Santos.

Como já foi dito nesta entrevista, o patrão

da Bompiso vê no mercado de Angola

uma oportunidade para a sua empresa

continuar a expandir-se. «Além do mais,

os bons resultados que possamos vir a ter

na nossa experiência com Angola poderão

de certo contribuir para contrabalançar

alguma quebra nos negócios em Portugal,

proveniência da crise em que o país está

mergulhado. Como sou um homem que

acredita que o trabalho e a determinação

tudo vencem, também estou convicto que

a situação em Portugal irá ter melhores

dias, embora reconheça que os momentos

atuais têm sido muito difíceis para a maio-

ria dos portugueses», reconheceu Joaquim

Santos, administrador da Bompiso.

Bompiso – uma empresa com valoresA Bompiso tem vindo ao longo da sua

vida a assinalar um crescimento susten-

tável, e com este Centro Especialista em

Mobilidade Automóvel é previsível que a

esta empresa continue a registar índices

de faturação ascendentes.

«Em 2012 a nossa faturação em Portugal

deverá andar à volta dos 6 a 6,5 milhões

de euros, e em Angola essa faturação

atingiu os 1,5 milhões. Para 2013 e ape-

sar da crise as previsões para os negócios

da Bompiso em Portugal continuam a

ser de crescimento, e em Angola as es-

timativas apontam para um volume de

negócios sempre a rondar os 5 milhões,

o que traduzirá um crescimento de mais

de duzentos por cento em relação a 2012»,

revelou Joaquim Santos, que nesta entre-

vista anunciou também que a Bompiso já

trabalha na certificação da ISO 9001:2000

no âmbito da Qualidade, uma ferramenta

que este empresário considera fundamen-

tal para o desenvolvimento dos negócios

da Bompiso, uma empresa que se norteia

por valores como o Compromisso, Profis-

sionalismo, Humanismo, Responsabilida-

de, Transparência e Honestidade. «Esta é

a única maneira que sabemos estar na

vida», concluiria Joaquim Santos. ‹

Page 36: Revista Pais Econimico

36 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› LUSOFONIA › Brasil

Exportações recorde para o BrasilAs exportações portuguesas para o Brasil atingiram um nível

recorde em 2012 com um volume total de vendas na ordem

dos 999 milhões de dólares, segundo dados do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O valor glo-

bal atingido em 2012 representou um acréscimo em termos

anuais de 19,5% face ao ano de 2011 quando tinha ficado nos

835 milhões de dólares.

Aliás, o próprio mês de Dezembro ajudou a atingir aquela ci-

fra ao registar um volume de exportações de 101,2 milhões

de dólares, praticamente mais 10% face ao valor alcançado

no mês anterior.

Apesar desta subida das exportações portuguesas para o mer-

cado brasileiro, ainda assim Portugal continuou a registar um

défice comercial com o Brasil, visto que este país exportou

para Portugal 1,62 mil milhões de dólares, ou seja, atingiu um

défice de 625 milhões de dólares.

Os produtos mais exportados por Portugal para o Brasil foram

o azeite (cerca de 19%), seguido do bacalhau (7,7%), combus-

tíveis (7,2%), peras e vinhos (ambos com mais de 3%). ‹

Sotecnisol entra no BrasilA empresa Sotecnisol, ligada ao setor da

construção, iniciou a sua entrada no mercado

brasileiro, em parceria com a também por-

tuguesa Sitel, assim como com um grupo de

Recife (estado de Pernambuco), segundo rele-

vou José Luís Castro, presidente da empresa

ao Diário Económico.

Segundo o responsável da Sotecnisol, «no

Brasil, estamos a iniciar a nossa entrada no

mercado com um parceiro de cá, a Sitel, uma

empresa de construções metalomecânicas

que opera nas áreas de ambiente, águas, nas

ETAR e nas centrais de triagem», acrescen-

tando também que «estamos a negociar a

entrada no Brasil com parceiros locais. Que-

remos agregar valor que nos permitam entrar

em mercados da dimensão do Brasil».

Ainda segundo o diário português, a Sotec-

nisol tem no Brasil um outro negócio, que

envolve a impermeabilização dos túneis do

metro de São Paulo, para o qual foi convidada

na qualidade de subempreiteira. ‹

Unidas comprou a Best FleetA Unidas, empresa brasileira do uni-

verso da portuguesa SAG, assinou

um contrato para a aquisição da to-

talidade do capital da Best Fleet, uma

empresa também brasileira da área

do “renting” automóvel. A Unidas

deverá despender 69,4 milhões de

euros para concretizar a operação. A

Best Fleet, segundo um comunicado

emitido pela SAG, “é uma sociedade

brasileira que desenvolve atividades

de renting e gestão de frotas para

clientes corporativos, com bases nas

cidades de São Paulo, Rio de Janeiro

e Curitiba e a prestação de serviços

a clientes em todo o território brasi-

leiro”. Ainda segundo empresa, “com

esta aquisição, a Unidas passa a ter

uma presença mais forte no segmen-

to dos veículos executivos”.

Glintt chegou a São PauloA tecnológica portuguesa Glintt abriu

uma subsidiária brasileira na cidade de

São Paulo, dando assim mais um passo

no seu processo de internacionalização.

A Glintt Brasil será a “sociedade através

da qual a Glintt irá promover o desenvol-

vimento dos eu negócio no Brasil, dando

cumprimento à anunciada estratégia de

reforçar a aposta na internacionalização

nesta geografia”, anunciou a empresa

em comunicado. A Glintt definiu a Amé-

rica Latina, a par da Europa e de África,

como uma das geografias prioritárias no

seu processo de internacionalização, onde

no caso do Brasil, a estratégia passa pela

oferta de soluções já testadas em Portugal,

tanto na área empresarial como no setor

da saúde. De referir que já em Setembro

passado, a tecnológica portuguesa tinha

anunciado um acordo de parceria com a

empresa Inspirit para a distribuição do

software MAC no mercado brasileiro. ‹

Page 37: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 37

Fortaleza investe para acolher turistasA cidade de Fortaleza, capital do estado brasileiro do Ceará, está

a realizar um vasto conjunto de investimentos para capacitar a

cidade a receber os milhares de turistas que chegarão para acom-

panhar as partidas da Copa das Confederações, em Junho deste

ano, e a Copa do Mundo, em Junho do próximo ano.

A capital cearense foi a primeira cidade brasileira a entregar o

primeiro estádio onde se disputará partidas de ambas as competi-

ções. Só a Arena Castelão representou um investimento de 188,8

milhões de euros, estando em curso ou ainda previstas mais oito

grandes obras na cidade e que representarão um conjunto de in-

vestimentos na ordem dos 574,9 milhões de euros.

Quanto aos oito empreendimentos referidos, destaque para as

obras de ampliação do terminal de passageiros do aeroporto in-

ternacional de Fortaleza, com um investimento de 127,4 milhões

de euros e que possibilitará aumentar a atual capacidade de mo-

vimento de 6,2 milhões de passageiros por ano para 8,6 milhões

no futuro. Outra obra marcante será a construção do novo cais do

porto do Mucuripe, no valor de 54,2 milhões de euros permitindo

o aumento de atracagem de cruzeiros no porto da cidade de For-

taleza. ‹

Portos do Ceará crescemO balanço da movimentação em 2012 dos portos do estado brasilei-

ro do Ceará apresentou-se como bastante positivo, segundo os dados

apontados pela Companhia Docas do Ceará. O Porto do Mucuripe, lo-

calizado em Fortaleza, movimentou no ano passado um total de 4,5

milhões de toneladas, um acréscimo de 6,57% face ao ano anterior. Já o

Porto do Pecém, apesar de registar uma quebra no capítulo das exporta-

ções, ainda assim apresentou um desempenho global positivo em 2012

com um movimento de 4,15 milhões de toneladas, um valor superior

em 22% face ao registado em 2011. De referir que o Porto do Pecém é o

primeiro porto brasileiro no capítulo da exportação de frutas. ‹

Grupo JJR reforça em MoçambiquePresente em Moçambique desde 2010, a JJR Moçambique, participada do Grupo JJR, com sede em Leiria, viu recentemente ser conce-

dido um financiamento de um milhão de euros pela SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, no âmbito de um

projeto de investimento global de seis milhões de dólares e que assenta na aquisição de equipamentos industriais, de transporte e outra

maquinaria ligeira necessários ao apetrechamento de um estaleiro local de apoio e ao desenvolvimento da atividade da empresa. O fi-

nanciamento de um milhão de euros pela SOFID foi atribuído à empresa mãe do Grupo em Portugal, para a realização de suprimentos

na sua participada moçambicana, perfazendo 25% do investimento total.

O projeto da JJR Moçambique perspetiva a criação de mais de 100 postos de trabalho diretos, recorrendo a oito trabalhadores portugue-

ses deslocados e apostará na formação e na transferência de competências técnicas para quadros moçambicanos. A estratégia da JJR

Moçambique aposta no segmento das obras de pequena e média dimensão, associadas à manutenção, conservação e beneficiação de

rodovias e outras atividades complementares. ‹

Aníbal Cristina ganha obra em MoçambiqueO Grupo Aníbal Cristina (AOC) venceu o concurso para a

construção da nova delegação do Banco de Moçambique em

Nampula, obra avaliada em 13 milhões de euros. Para além

da aposta em Moçambique, o grupo com sede em Pousos,

Leiria, abriu uma sucursal em França e está a realizar obras

em Israel e na Suécia. Em 2012, os mercados externos já

representaram cerca de 60% dos 21 milhões de euros regis-

tados na globalidade da faturação do grupo. ‹

Page 38: Revista Pais Econimico

38 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› LUSOFONIA › Brasil

João Eça Pinheiro, Diretor Geral do Tivoli Eco-Resort Praia do Forte, hotel que é um símbolo do turismo de lazer na Bahia e no Brasil

A Bahia é um grande destino turístico no Brasil

Construído há 27 anos, o Hotel Tivoli Eco-Resort Praia do Forte é um dos principais

ícones do turismo de lazer no estado da Bahia e do próprio Brasil. Desde há vários anos

que foi adquirido pela rede portuguesa Tivoli tendo então procedido a um processo

de modernização mas sempre respeitando e inserindo-se na tradição local. João Eça

Pinheiro é o Diretor Geral do empreendimento e sublinha que o hotel continua «a

constituir uma marca muito forte da Bahia e do Brasil, tendo sido considerado o “Melhor

Hotel para Famílias da América Latina”. As famílias sentem-se muito bem no nosso

empreendimento que oferece um extremo conforto mas igualmente uma magnífica

sensação de tranquilidade mesmo que a unidade esteja lotada, pois a nossa área é muito

grande», sublinha João Eça Pinheiro, que menciona também o sucesso de vendas do

vizinho Tivoli Eco-Residence e sublinha que o grupo Tivoli poderá eventualmente estar

aberto no futuro a ponderar a gestão de unidades hoteleiras no Brasil, «embora não

exista neste momento nenhum processo em análise», finaliza.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELO TIVOLI ECO-RESORT

O Hotel Tivoli Eco-Resort Praia do

Forte, localizado junto à vila da

Praia do Forte, no litoral norte

do estado brasileiro da Bahia, é um dos

maiores símbolos da indústria hoteleira

da Bahia e do Brasil. Construído há 27

anos em plena zona de Mata Atlântica e

defronte para o mar, a unidade seria mui-

to depois adquirida pela cadeia hoteleira

portuguesa Tivoli, pertencente ao Grupo

Espírito Santo.

João Eça Pinheiro, Diretor Geral do Tivoli

Eco-Resort, e também responsável pelo

novo empreendimento Tivoli Eco-Resi-

dence, um empreendimento construído

numa área que pertencia ao próprio Ti-

voli Eco-Resort, e onde o grupo desen-

volveu um projeto residencial inovador,

de grande qualidade e com forte sentido

de sustentabilidade ambiental. «Posso

adiantar-lhe que o Tivoli Eco-Residence,

projetado por arquitetos de referência no

Brasil, já possui 70% das 42 unidades co-

mercializadas, onde os seus proprietários

ou os seus convidados poderão usufruir

de todas as infraestruturas e serviços do

próprio Tivoli Eco-Resort. Os proprietá-

rios que adquiriram unidades residenciais

do Eco-Residence são quase na totalidade

brasileiros», enfatiza João Pinheiro.

No entanto, nesta entrevista realizada no

Hotel Tivoli, em Lisboa, o responsável do

seu congénere do outro lado do Atlântico

faz os seus olhos brilharem quando se

refere ao Tivoli Eco-Resort Praia do For-

te. Lembra que «fazer hotelaria no Brasil

não é a mesma coisa que fazer hotelaria

fora do Brasil, mas penso que interpre-

támos bem a cultura local e procurámos

com propriedade evoluir na continuidade,

acrescentando um know how próprio do

grupo Tivoli, onde tentámos introduzir

um padrão de serviço mais internacional,

sem nunca, repito, nunca perder a sua

identidade e a sua cultura. Os clientes

procuram-nos justamente porque o nosso

hotel possui uma identidade e uma cultu-

ra próprias», enfatizou João Eça Pinheiro.

O diretor do hotel da cadeia Tivoli na Ba-

hia (a outra unidade brasileira do grupo

localiza-se na cidade de São Paulo) lembra

que há algum tempo a ocupação do hotel

dividia-se equitativamente entre estran-

geiros e brasileiros, mas a crise económica

internacional teve o condão de diminuir

a afluência de estrangeiros e reforçar a

quota de brasileiros que presentemente

se situa em torno dos 75%, com predomi-

nância para os turistas vindo do sudeste e

sul do país. Quanto aos estrangeiros que

demandam o Tivoli na Praia do Forte são

sobretudo alemães, portugueses, italianos,

espanhóis e norte-americanos.

Segmento de eventos também é muito importanteContinuando a ter no segmento de lazer

uma das componentes mais significativas

da afluência ao espaço de um hotel que

se integra numa perfeita harmonia com a

natureza e onde o cliente poderá desfru-

tar de vários espaços de enorme qualidade

sempre com atendimento personalizado e

de grande atenção, além do seu acesso fá-

cil à praia atlântica adjacente, ainda assim,

Page 39: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 39

Page 40: Revista Pais Econimico

40 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

o Tivoli Eco-Resort tem assumido nos últi-

mos anos um protagonismo crescente na

área dos eventos e do segmento corporate.

Segundo João Eça Pinheiro, neste último

ano de 2012, «grandes empresas, associa-

ções e instituições nacionais escolheram

o Tivoli Eco-Resort Praia do Forte para

realizarem os seus eventos anuais. Posso

adiantar-lhe entidades que durante um

determinado período reservaram todo

o hotel para a realização das suas confe-

rências, nomeadamente o IBF – Instituto

Brasileiro de Finanças, a Adema que é a

associação de construtores da Bahia, ou a

Natura, empresa brasileira conhecida in-

ternacionalmente na área da cosmética.

Por outro lado, gostaria de acrescentar

o evento realizado no nosso hotel pela

Faculdade de Medicina da universida-

de norte-americana de Harvard. E posso

adiantar-lhe que todas estas entidades já

nos confirmaram a repetição este ano de

eventos semelhantes aos realizados no

ano passado, o que configura o grande

grau de satisfação manifestado com os

serviços e todas as estruturas disponibi-

lizadas pelo nosso hotel, que nesta ma-

téria poderá disponibilizar no máximo

uma sala para acolher 450 pessoas, em-

bora também possa acolher um número

significativo de reuniões mais pequenas.

Espaços e estruturas são o que não nos

faltam», remata João Pinheiro.

Entre a Mata Atlântica e o OceanoÉ de referir que a compatibilização dos

segmentos de lazer e de eventos é perfei-

tamente possível no hotel que o jornalista

da País €conómico teve a oportunida-

de de visitar em Outubro passado aquando

da nossa passagem pela Bahia. O principal

responsável do hotel de bandeira portu-

guesa da Bahia, sublinha que a unidade

permite essa compatibilização, «visto que

possuímos uma área muito grande, mul-

tifacetada, permitindo conviver perfeita-

mente aqueles que estão no hotel por lazer

e aqueles que estão para participar em al-

gum evento ou conferência. Gostaria de su-

blinhar que o Hotel Tivoli Eco-Resort, que

possui 287 quartos, foi considerado o me-

lhor hotel para famílias de toda a América

Latina, sendo um perfeito sucesso o nosso

clube de crianças, o que permite uma gran-

de tranquilidade e uma perfeita confiança

para todos os pais que estão no nosso hotel.

Esse é um grande diferencial que distingue

e sublinha a excelência do nosso hotel na

Bahia», referiu João Pinheiro.

No entanto, os responsáveis do Tivoli

Praia do Forte sabem que qualquer uni-

dade hoteleira precisa de renovar-se e de

evoluir. Desde 2007 que o hotel empreen-

deu um processo de renovação da unida-

de, tendo realizado essa modernização

por fases. Segundo João Eça Pinheiro,

esse processo continua em curso estando

prevista o término dessa renovação até ao

final do presente ano.

O futuro é risonho para a unidade baia-

na, acredita o Diretor Geral que sublinha

que o Brasil possui um inegável potencial

turística, «ainda pouco conhecido interna-

cionalmente, mas com a Copa do Mundo

de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,

para já não falar da própria Copa das Con-

federações que se realiza em Junho deste

ano no Brasil, incluindo aqui em Salvador

da Bahia, poderá dar um impulso muito

forte ao turismo no Brasil, trazendo mui-

tos estrangeiros ao país, e nós Tivoli na

Praia do Forte queremos estar, como sem-

pre estivemos, completamente capacita-

dos para participarmos nesse processo de

acolhimento de todos aqueles que quere-

rão conhecer melhor o Brasil e o seu gran-

de potencial turístico. Venham à Bahia e

conheçam o nosso hotel», foi a mensagem

final de João Eça Pinheiro. ‹

› LUSOFONIA › Brasil

Page 41: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 41

› EMPRESAROARIADO

Siemens apoia “Engenharia made in Portugal”A Siemens, SA, a Siemens PLM e a Caflow, assinaram com o Esta-

do português um protocolo de entendimento “Engenharia made

in Portugal”, que possui como objetivo estratégico o de garantir a

competitividade nacional, estreitando a colaboração entre o mun-

do académico e empresarial.

No âmbito desta parceria, iniciou-se um programa que visa dotar

as principais instituições académicas das áreas da engenharia e

do design em Portugal com uma das mais inovadoras soluções

CAD do mercado, o Solid Edge, disponibilizando gratuitamente

licenças de software, no valor equivalente até 400 milhões de eu-

ros a universidades, institutos politécnicos e escolas profissionais,

assim como hardware de automação e a formação dos docentes

para a utilização dos programas e equipamentos. Este é um pro-

grama piloto que está a decorrer apenas em Portugal e o seu su-

cesso fará com que seja replicado noutros países europeus.

O projeto “Engenharia made in Portugal” concretizou-se através

do protocolo assinado na presença dos ministros da Educação

e da Ciência, e da Economia e do Emprego, tendo Carlos Melo

Ribeiro, CEO da Siemens Portugal, sublinhado na ocasião que a

empresa alemã pretende colaborar com o país para colmatar a

falta de engenheiros no mundo e acredita que o investimento na

engenharia portuguesa é crucial na preparação do país. Para Mike

Brown, Diretor para as Relações Académicas da Siemens LPM,

«com este protocolo, estamos a ajudar a criar uma nova geração

de estudantes portugueses quês e licenciarão com as competên-

cias, a experiência e a confiança necessárias para utilizar o Solid

Edge, o mais avançado software industrial para engenharia e de-

senho tecnológico». ‹

Corticeira Amorim inova no metro de VarsóviaAs 35 novas carruagens do metro de Varsóvia vão dispor de um novo piso

de cortiça, que pesará cerca de 30% a menos do que os pisos das carruagens

de metro tradicionais. A nova aplicação desenvolvida pela Amorim Cork

Composities, equipará assim as carruagens de nova geração desenvolvida

pela Siemens – um veículo com seis carruagens pesará manos 18 toneladas

– o que terá igualmente um impacto na redução do consumo energético.

Segundo um comunicado da Corticeira Amorim, o piso AluCORK em corti-

ça «é leve, durável e de elevada performance técnica». Por outro lado, acres-

centou a empresa liderada por António Rios Amorim, uma das metas que

o veículo possa ser reciclado quase na totalidade após uma vida útil de 40

anos. A maior corticeira mundial, com sede em Mozelos, no concelho de

Santa Maria da Feira, referiu ainda que o facto de a “cortiça ser um material

sustentável e reciclável” foi muito importante para a selecção e incorporação

desta tecnologia desenvolvida pela Corticeira Amorim.

De referir que a Corticeira Amorim já tinha estado envolvida em dois pro-

jetos na área da automação, um com a CaetanoBUS, do grupo Salvador Cae-

tano, e um outro designado “Eco Train”, num consórcio com a Alstom para

aplicação de novos componentes de cortiça para comboios de muita alta

velocidade. ‹

Derovo investe nas sobremesasA empresa portuguesa Derovo e a espanhola Postres

Reina realizaram um novo investimento industrial

na zona de Pombal, com a construção de uma fábri-

ca para a produção de sobremesas, onde foram in-

vestidos 11 milhões de euros e criados 43 postos de

trabalho.

A unidade fabril foi inaugurada pelos ministros Pau-

lo Portas (Negócios Estrangeiros) e Assunção Cristas

(Agricultura), mas o projeto teve o seu início em

2009, tendo já resultado num volume de negócios

de 15 milhões de euros resultantes da produção de

cerca de onze mil toneladas de sobremesas fabricas,

essencialmente a partir de matérias-primas nacio-

nais, e cuja produção final é sobretudo virada para

a exportação.

O grupo Derovo resultou de um agrupamento de pro-

dutores de ovos nacionais e é o atual líder na produ-

ção de derivados de ovos, nomeadamente ovo líquido

pasteurizado, ovo cozido, ovo em pó e em spray. ‹

Page 42: Revista Pais Econimico

42 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› EMPRESARIADO

José Carlos Rodrigues, presidente do Grupo JJR não tem dúvidas

«Queremos ter uma posição forte em Portugal e Moçambique»

O Grupo JJR com sede na Quinta da Sardinha, Santa Catarina da Serra que em 2013

assinala 40 anos de vida, é um dos principais especialistas em Portugal na área da

Construção, Manutenção e Conservação de Vias e está decidido a consolidar a sua

frente de negócios no nosso país e em Moçambique, através da JJR Moçambique, tornar-

se um parceiro de excelência na construção, beneficiação e conservação de rodovias.

Entrevistado pela País €conómico, José Carlos Rodrigues, presidente do Grupo JJR

diz-se satisfeito com o comportamento do mercado nacional, embora não esconda que o

setor está a passar por uma crise aguda. «O setor da construção e obras públicas nunca

mais atingirá em Portugal a pujança de outros tempos. Por isso, as empresas como a

nossa têm de saber diferenciar as suas apostas, e o mercado externo será uma delas.

Até agora os resultados da nossa presença em Moçambique têm sido muito positivos, e

os negócios em Portugal também estão a correr com alguma normalidade. Mas por agora

queremos ficar por estas duas frentes: Portugal e Moçambique, e não pensamos em

novos mercados», revelou José Carlos Rodrigues que anunciou que em 2012 as empresas

do Grupo JJR registaram um volume de negócios próximo dos 55 milhões de euros.

TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELO GRUPO JJR

Há muito que o Grupo JJR é re-

ferenciado como um dos mais

respeitados especialistas na área

da Construção, Manutenção e Conserva-

ção de Vias, e este contributo é muito da

responsabilidade da JJR – Construções,

SA, a empresa-mãe que há 40 anos pe-

las mãos de José Jesus Rodrigues (pai do

nosso entrevistado) nasceria para através

dos tempos envolver à sua volta um naipe

de outras empresas que deram origem à

constituição do Grupo JJR, que hoje agre-

ga também a Bripealtos (que se dedica à

exploração, britagem e comercialização

de agregados); PlenaVia (Sinalização e

Segurança Rodoviária); Lusasfal (que se

dedica ao fabrico e comercialização de

emulsões asfálticas e betumes modifica-

dos); JJR Moçambique (que neste país

da África Austral se dedica à construção,

beneficiação e conservação de rodovias);

e a Bela Vista (Residência Sénior), a mais

recente empresa do Grupo JJR, localizada

em Pinheiro, Ourém.

Moçambique é um mercado com potencialidadesCuriosamente, abriríamos esta entrevis-

ta com o presidente do Grupo JJR com

o processo de internacionalização com

Moçambique. A propósito da opção feita

por este país do Índico, José Carlos Ro-

drigues não poderia ter sido mais frontal.

«Entre 2006/2007 tivemos uma experiên-

cia de negócios com Angola que ficou

muito aquém das nossas expectativas e,

perante este cenário, as nossas atenções

começaram a voltar-se para Moçambique,

um mercado que começara a ser por nós

observado há uns anos atrás e que viria a

ser a nossa grande escolha em termos de

internacionalização, revelou José Carlos

Rodrigues, que a este propósito teceria

algumas considerações oportunas. «Mo-

çambique tem no seu Governo bons ges-

tores que têm sabido com a sua conduta

fazer com este país tenha hoje uma gran-

de credibilidade internacional. A nossa

decisão a favor deste mercado teve muito

a ver com as condições e o potencial na-

tural que o país mostrava ter. Na altura já

falava-se muito das primeiras jazidas de

carvão em Moatize, do gás natural lá em

cima em Cabo Delgado, e pensámos que

Moçambique seria o destino ideal para o

Grupo JJR iniciar a sua internacionaliza-

ção através da JJR Moçambique, empresa

que foi oficialmente constituída a 20 de

Setembro de 2010. Para além disso é um

país com bons portos, casos de Maputo,

Page 43: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 43

Page 44: Revista Pais Econimico

44 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

Beira, Quelimane, Nacala e outros, que

são fatores de interesse a levar em conta»,

lembrou o presidente do Grupo JJR, para

sublinhar também que a Língua Portu-

guesa foi um outro fator que pesou bas-

tante nesta decisão.

SOFID apoia Grupo JJRÉ evidente que a internacionalização de

qualquer empresa é um processo que

não é nada fácil e que incorre em apoios

financeiros e outros, sem os quais é quase

impossível lá chegar.

No caso concreto do Grupo JJR, José Car-

los Rodrigues não esconde a importância

do apoio que lhe foi prestado pela SOFID

no montante de 1 milhão de euros, numa

perspetiva de poder aproveitar as oportu-

nidades oferecidas pelo mercado moçam-

bicano. O projeto apresentado à SOFID

pelo Grupo JJR, no montante global de

cerca de 6 milhões de USD, assenta na

aquisição de equipamentos industriais, de

transporte e outra maquinaria ligeira ne-

cessários ao apetrechamento de um esta-

leiro local de apoio e ao desenvolvimento

da atividade da empresa.

Segundo o presidente do Grupo JJR «este

financiamento de 1 milhão de euros que

› EMPRESARIADO

Page 45: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 45

foi concedido à empresa mãe do nosso

grupo pela SOFID foi uma ajuda precio-

sa, que veio fortalecer a parceria que com

ela mantemos», reconheceu José Carlos

Rodrigues, um empresário que há 46 anos

nasceu na Quinta da Sardinha, freguesia

de Santa Catarina da Serra, a escassos 3

quilómetros de Fátima, que reforçando

ainda mais a confiança que o Grupo JJR

deposita no mercado moçambicano, lem-

brou que a sua empresa se tem diferencia-

do em Moçambique pela sua flexibilidade

e capacidade de realizar obras de média

dimensão.

Bons resultados também em MoçambiqueEm 2012 a JJR Moçambique atingiu um

volume de negócios a rondar os 14 mi-

lhões de euros e tudo leva a crer que em

2013 essa faturação ande à volta dos 20

milhões. «Estamos a falar em números já

muito animadores para uma empresa que

está ainda há pouco tempo no mercado

moçambicano, mas para podermos cres-

cer mais temos de fazer obras para que as

pessoas acreditem em nós. Efectivamen-

te, neste momento já sentimos que essas

pessoas têm confiança em nós, que somos

reconhecidos pelo nosso know-how, e que

o portfólio de obras por nós realizadas

em Portugal também pesa muito nesta

apreciação e para esta confiança. Mas não

podemos viver à sobra destes bons resul-

tados. Temos, sim, de continuar trabalhar

afincadamente todos os dias para que os

resultados continuem a ser os que dese-

jamos, e deste modo podermos contribuir

também para o desenvolvimento dos paí-

ses onde estamos presentes», reconheceu

o presidente do Grupo JJR.

Aquando do início do projeto da JJR Mo-

çambique, este perspetivava a criação de

mais de 100 postos de trabalho diretos,

recorrendo a 8 trabalhadores portugueses

deslocados e apostando na formação e na

transparência de competências técnicas

para quadros moçambicanos. Desta for-

ma, prevê-se a implementação de padrões

de exigência internacional em termos de

responsabilidade social e ambiente.

«Em termos de formadores inicialmente

eram oito, mas agora estaremos a falar

entre 16 a 20 formadores. E no que res-

peita ao número global de trabalhadores

moçambicanos e portugueses já traduzem

cerca de 150 postos de trabalho diretos»,

precisou José Carlos Rodrigues, que apro-

veitaria para confidenciar aos jornalistas

da P€ que neste momento a JJR Moçam-

bique já tem contratadas para 2013 obras

num montante próximo dos 20 milhões

de euros. «Este cenário traz-nos alguma

tranquilidade em termos de futuro, mas

temos a consciência de que poderemos

ir muito mais além, já que estamo-nos a

Page 46: Revista Pais Econimico

46 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

referir a um país onde há muito trabalho

a realizar nas áreas onde somos especia-

listas», sublinhou o presidente do Grupo

JJR.

Bela Vista – Residencial Sénior já é um sucessoCada uma das empresas que faz parte

do Grupo JJR exerce uma atividade que

se interliga com a sua matriz natural. A

construção, manutenção e conservação

de rodovias, são áreas que fazem parte do

seu ADN, e até o projeto mais recente – a

Bela Vista Residencial Sénior -, não foge

à regra, já que como nos disse o próprio

presidente do Grupo JJR, «a componente

social esteve sempre bem presente nas

preocupações da nossa empresa».

Mas no que é que consiste este projeto?!

A Bela Vista Residencial Sénior é uma

instituição que disponibiliza aos seus

residentes um conjunto de serviços que

pretendem ser uma mais-valia para cada

› EMPRESARIADO

Page 47: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 47

residente proporcionando-lhe um maior

conforto e um bem-estar absoluto. Dis-

põe de Serviço Médico com Enfermagem,

Psicólogo, Fisioterapia; Serviço Social que

oferece Animação Cultural e Ocupacional,

Hidroginástica e Ginástica; Tratamento

de Roupa, Refeições e Capela; e Espaços

de Lazer que incluem Biblioteca, Internet,

Bar, Jardins, Mini-Zoo, Horta, Espaços Ver-

des e Passeios Programados ao Exterior.

A Bela Vista é uma residencial sénior de

alta qualidade que se integra no verde da

paisagem de Pinheiro, Ourém, e que se in-

tegra numa área de atividade que o próprio

presidente do Grupo JJR classifica de mui-

to futuro. «Estamos a pensar estender esta

atividade a outras zonas do país, nomeada-

mente a Lisboa e ao Porto», garantiu.

José Carlos Rodrigues, que no conjunto

das empresas que integram o Grupo JJR

emprega cerca de 300 pessoas, tem mais

três irmãos. «Somos quatro ao todo, dois

homens e duas mulheres, mas neste mo-

mento no Grupo trabalho eu, uma irmã

minha e o meu irmão mais velho que está

presentemente a residir em Moçambique

e é o responsável pela JJR Moçambique.

Uma outra irmã que de início colaborou

connosco, saiu para seguir um outro pro-

jeto, mas que como é evidente também

torce para que o Grupo JJR seja cada vez

mais forte», disse.

Cuidar da conservação de 7000 Kms de estradasNo entender de José Carlos Rodrigues a

JJR em Portugal tem uma focalização mui-

to forte na Conservação de Vias, área onde

há 20 anos temos vindo a desenvolver um

trabalho de grande qualidade. «Temos

neste momento cerca de 7000 quilóme-

tros de EN que se distribuem pelos dis-

tritos de Leiria, Évora, Portalegre e Beja, e

cuja conservação está a nosso cargo. Este

facto é importante porque nos garante

um certo conforto em termos de trabalho,

e por outro lado revelas a confiança que os

nossos clientes continuam a depositar em

nós», destacou o presidente do Grupo JJR.

Esta entrevista estava a chegar ao fim, mas

ainda com tempo para ouvirmos da boca

de José Carlos Rodrigues a sua satisfação

por constatar que mesmo em tempos de

crise a sua empresa tem sabido manter

um espírito sereno e de confiança, muito

contribuindo para esta realidade o grande

empenhamento de todos que dão o seu

contributo diário às empresas do Grupo

JJR.

Neste momento – soubemos ainda – o

Grupo JJR tem em mãos duas obras de

grande envergadura: a construção do tro-

ço entre Magude e Moatize, em Moçam-

bique, e a Central de Valorização de Resí-

duos Domésticos para a Resitejo, orçada

em 16 milhões de euros. «São obras nas

quais onde também queremos deixar bem

vincada a marca JJR», deixou claro p nos-

so entrevistado. ‹

Page 48: Revista Pais Econimico

48 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› EMPRESARIADO

Pedro Merlini, Diretor-Geral da Aurobindo Pharma Portugal

«Somos claramente prejudicados pela não aplicação da lei»

Page 49: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 49

Em entrevista concedida à País €conómico, Pedro Merlini, diretor-geral da Aurobindo Pharma Portugal, que representa no nosso país uma das maiores produtoras de medicamentos genéricos da Índia, estando a operar em Portugal ainda não há dois anos, está preocupado com o facto da Portaria 137-A de 11 de Maio de 2012, que estabelece as regras de prescrição e as condições de dispensa de medicamentos não estar a ser aplicada. E reage. «A lei existe, está publicada, só que não é executada. E isso prejudica-nos imenso. Nós estamos perante uma situação gravíssima, porque ao ser permitido que se viole a lei, o Estado está a fazer com que as pequenas empresas que normalmente são as que têm os preços mais económicos, desapareçam de vez do mercado. Essa situação (como nãopodia deixar de ser) preocupa-nos sobremaneira». Em relação à experiência da Aurobindo com o mercado português, Pedro Merlini reconheceu que a atual conjuntura não é muito benéfica às empresas (como a sua) que estão a entrar no mercado e muito menos a empresas que têm uma política de baixo preço.

TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Quando em Julho de 2011 come-

çou a operar no mercado por-

tuguês, a Aurobindo Pharma

Portugal quis dar a imagem de ser uma

mais-valia. Além de disponibilizar pro-

dutos a preços económicos, a empresa

procurou desde logo diferenciar-se na

informação a prestar aos profissionais da

saúde, partilhando com eles um portal de

informação elaborado pela empresa JRS

Pharmarketing, que cruza dados de saúde

de várias fontes oficiais.

Referindo-se ao modo como tem sido

a vivência da Aurobindo no mercado

farmacêutico português, Pedro Merlini

Page 50: Revista Pais Econimico

50 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

classificou-a de ambivalente. «Isto porque

a Aurobindo está a conseguir o seu espa-

ço, está a conseguir criar uma imagem

diferenciada, fruto também da estratégia

comercial que definiu», referiu o diretor-

-geral desta empresa, lembrando que a

atual conjuntura não tem facilitado este

objetivo, porque têm havido sucessivas al-

terações legislativas. «E mais grave do que

isso é a instabilidade dentro do setor, que

nos impede de fazer uma previsão clara

do tipo de estratégia e do tipo de conjun-

tura que iremos apresentar nos próximos

anos», disse Pedro Merlini que a propósi-

to desta questão deixou bem sublinhado

que assim é impossível fazer previsões a

médio e longo prazo.

«E simultaneamente esta legislação (Por-

taria 137-A, de 11 de Maio de 2012) foi

publicada mas não foi implementada

na prática. Aquilo que acontece é que

de acordo com a legislação, os produtos

mais económicos do mercado deviam ser

os produtos privilegiados e dispensados,

só que o que está a acontecer não é isso.

E não é isso porque as farmácias ou os

distribuidores em geral também estão a

passar pormaus momentos», enfatizou

Pedro Merlini, diretor-geral da Aurobindo

Pharma Portugal, que aproveitaria o ense-

jo para chamar a atenção da P€ para um

outro aspeto importante.

«Há inúmeras farmácias com problemas

de crédito e que não conseguem fazer

face às despesas que têm. Perante uma

situação como esta e numa tentativa de

defender o seu negócio, essas farmácias

optam naturalmente por vender aqueles

produtos que lhe dão maior margem. As

farmácias têm uma margem fixa de 20

por cento sobre o preço do produto e, sen-

do assim, quanto mais caro for o produto

que vende, maior será a sua rentabilida-

de», alertou Pedro Merlini.

Lei que retira competitividade à AurobindoO diretor-geral da Aurobindo disse por ou-

tro lado que aquilo que parecia mais na-

tural e que eram os produtos mais econó-

micos serem os mais procurados, isso não

tem acontecido. «Há uma baixa contínua,

mas ainda estamos a falar de diferenças

abissais em termos de preço», recordou

Pedro Merlini. que ainda a este propósi-

to acrescentaria. «As pessoas têm a noção

que os produtos de marca são muito caros

e que os genéricos são mais baratos. Este é

o conceito generalizado. Mas mesmo den-

tro dos genéricos há diferenças abissais de

preço. As pessoas não estão abertas para

aceitar esta realidade e normalmente con-

fiam naquilo que lhes é proposto», garan-

tiu Pedro Merlini.

Então o que é que a Aurobindo devia fazer

para inverter esta situação?! Pedro Merli-

ni não hesitou uma vez mais na resposta.

«Sendo a Aurobindo uma empresa conhe-

cida pela sua veia inovadora, pela diversi-

dade e qualidade dos seus produtos, com

uma prestação de serviços diferenciada

e personalizada junto dos seus parceiros,

está a ser altamente penalizada pela não

aplicação da lei. A lei existe, está publi-

cada, só que não é executada. Estamos a

falar concretamente na Portaria 137-A, de

11 de Maio de 2012 em que claramente é

dito que deve ser dispensado um dos cin-

co genéricos mais baratos do mercado, e

que as farmácias são obrigadas a ter três

dos cinco genéricos mais baratos. Isto

é o que está inscrito na lei, é claríssimo

como a água, mas não é cumprido. Esta

é uma lei que entrou em vigor há mais

de um ano (desde Junho de 2012) e é in-

compreensível que se continue a permitir

esta sistemática substituição ilegal com

produtos mais caros. Como a Aurobindo é

uma empresa farmacêutica que devido à

sua políticaapresenta preços económicos,

isto na prática é uma desvantagem com-

petitiva. Nós vamos manter-nos com os

produtos mais económicos do mercado,

agora que esta é uma estratégia que nes-

te momento se está a revelar desastrosa,

isso é um facto», defendeu Pedro Merlini,

diretor-geral da Aurobindo Pharma Portu-

gal, que só quer que esta lei seja rigorosa-

mente cumprida.

Em risco a presença das farmacêuticas de baixo preçoPedro Merlini disse também que tudo isto

está a ter consequências tremendas. «Nós

estamos a falar de várias empresas que

estão em risco de desaparecer, estamos a

falar de utentes normalmente reforma-

dos, pessoas idosas de baixo poder de

compra que estão a ser fortemente pena-

lizadas porque estão a levar para casa me-

dicamentos mais caros. Temos situações

lamentáveis de pessoas idosas de baixos

rendimentos que não têm dinheiro para

adquirir medicamentos. Têm à disposição

medicamentos de baixo preço e que não

os utilizam porque não lhes são dispensa-

dos. Esta é uma situação muito grave que

não podia estar a acontecer, que está a ser

altamente penalizadora e que poderá até

por em risco a continuidade da Aurobin-

do em Portugal, comentou Pedro Merli-

ni, para dizer em seguida que não é só a

presença da Aurobindo em Portugal que

está em risco. «Está em risco a presença

de todas as empresas farmacêuticas de

baixo preço».

Empresa “inimiga“ do papelEscalpelizada esta questão, Pedro Merli-

ni apresentou a estratégia da Aurobindo

Pharma Portugal. «A nossa estratégia é ba-

seada em três pilares fundamentais: pro-

dutos de baixo preço, tecnologia e pro-

teção ambiental. Estes são os três pilares

que sustentam a nossa estratégia. Porque

é que é assim? Essencialmente porque

produzimos para milhares de outras em-

presas em mais de 150 países,temos uma

parceria privilegiada com duas das maio-

res multinacionais à escala mundial, e

asseguramos a produção dessas multina-

cionais para o mundo inteiro: a Pfizer e a

Astrazeneca. Os produtos fora de patente

dessas duas empresas são produzidos pela

Aurobindo, uma das maiores produtoras

de genéricos da Índia, que tem uma gran-

de imagem de suporte no mercado inter-

nacional e que tem mostrado um respeito

muito grande pela questão da tecnologia e

pela questão ambiental. Em Portugal tive-

mos de ser coerentes com esta estratégia,

de tal forma que toda a nossa estrutura

utiliza um sistema eletrónico de interface

com os nossos clientes. Tudo aqui é pro-

cessado em formato digital, o papel não é

utilizado na nossa estrutura. ‹

› EMPRESARIADO

Page 51: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 51

› PORTOS

Lisnave manteve nível de atividade em 2012Num ano de contração económica mundial, a Lisnave conseguiu reparar nos estaleiros da

Mitrena, próximo de Setúbal, exatamente o mesmo número de navios que tinha reparado no

ano de 2011, ou seja, 101 navios., oriundos de 60 clientes de 23 países.

Entre os países que mais enviaram navios para reparação na Lisnave, destacaram-se Singapu-

ra, com 22 navios, a Grécia com 15, Chipre com 10, Japão com 9, Dinamarca com 7, Alemanha

com 5, seguindo-se depois a Espanha, Estados Unidos e Noruega, todos com quatro navios. De

referir ainda que entre os navios reparados merecem saliência os 66 petroleiros, os 12 grane-

leiros e os 10 porta-contentores.

Por outro lado, verifica-se que a Lisnave é cada vez mais procurada para reparações importan-

tes nos seus estaleiros, tendo no passado dia 10 de Janeiro sido efetuada a descarga no porto de

Setúbal de cinco blocos de aço que se destinam à modificação de um bolbo (parte saliente da

proa). Estas peças destinam-se ao navio “Maersk Brownsville”, que se encontra em reparação

no estaleiro da Lisnave e futuramente passará a designar-se “Seago Piraeus”. ‹

Porto de Sines melhora resultadosO Porto de Sines fechou o ano de

2012 com um novo máximo histó-

rico de movimentação de mercado-

rias, alcançando um total de 28,6

milhões de toneladas, o que repre-

sentou um crescimento homólogo

de 11%, puxado sobretudo pelos

crescimentos parciais dos segmen-

tos de granéis sólidos, carga geral e

granéis líquidos.

Para atingir este recorde de movi-

mentação de mercadorias destaca-

ram-se o Terminal Multipurpose

(crescimento de 34%), o Terminal

de Contentores XXI (23%) e o Ter-

minal de Granéis Líquidos (7%).

É de referir que os movimentos

de carga atingiram um aumento

de 18% enquanto os de descarga

apenas subiram 8%. O top 10 dos

destinos de exportação originados

do Porto de Sines foram, respetiva-

mente, os Estados Unidos da Amé-

rica, China, Brasil, Gibraltar, Reino

Unido, França, Holanda, Bélgica,

Espanha e Marrocos. ‹

Porto de Leixões é primeiro nos contentoresO Porto de Leixões foi o primeiro porto português em 2012 na

movimentação de contentores, tendo atingido a cifra de 633 mil

TEUS, um crescimento de 19% face ao período homólogo de 2011.

Este crescimento nos contentores foi decisivo para o aumento de

1,5% no total da carga movimentada no principal porto do norte

de Portugal, tendo registado um movimento anual de 16,6 milhões

de toneladas. Neste número inseriu-se o amplo movimento rela-

cionado com a exportação de mercadorias, que atingiu um cres-

cimento de 23% face ao mesmo período do ano anterior. Entre os

principais mercados de destino das exportações oriundas do Porto

de Leixões, estiveram Marrocos, Angola, Argélia e Reino Unido. ‹

Estaleiros do Mondego reativadosO ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira,

assinou um despacho que vai permitir a reativação dos estalei-

ros navais do Mondego e a reintegração dos ex-trabalhadores.

O despacho do ministro vai possibilitar à empresa Atlantic

Ship Building um investimento de 18 milhões de euros na

reativação dos estaleiros do Mondego, tendo Álvaro Santos

Pereira sublinhado que se «trata de um projeto de interesse es-

tratégico para o país e para a economia da região centro», além

de que permitirá a contratação de 134 postos de trabalho dire-

tos e de 230 indiretos até ao final do presente ano. A empresa

que agora terá a responsabilidade da gestão dos estaleiros do

Mondego espera alcançar no espaço de 10 anos um volume de

negócios na ordem dos 66 milhões de euros. ‹

Page 52: Revista Pais Econimico

52 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› ECONOMIA IBÉRICA

EDITORIALSNo número anterior estivemos a ver como é

que as empresas podem contratar quadros di-

retivos em Espanha. Neste vamos a analisar

outra questão laboral relevante: a deslocação de tra-

balhadores para este país. Como fazê-lo? Que requi-

sitos devem ser cumpridos? Como sempre, qualquer

comentário pode ser enviado para vigo@avinalabo-

gados.com ou [email protected]

DESLOCAÇÃO DE TRABALHADORES PARA ESPANHA: OBRIGAÇÕES E DIREITOSUm dos resultados da crise é a necessidade de procu-

rar trabalho ali onde estiver. Muitas vezes, por exem-

plo no caso de uma empreitada, é preciso deslocar

trabalhadores, o que implica, pelo menos dentro da

UE, cumprir com algumas obrigações. Portanto, as

empresas que pretendam deslocar trabalhadores para

Espanha terão especial interesse no presente artigo.

A norma espanhola que regula esta matéria é a Lei

45/99, de 29 de Novembro. Também, como veremos,

devemos prestar atenção à legislação geral contida no

Estatuto dos Trabalhadores (equivalente ao Código do

Trabalho).

Devemos definir, em primeiro lugar, que deslocações

e que trabalhadores estão afetados pela Lei. Em vir-

tude do artigo 2º temos: a) a deslocação de um traba-

lhador por conta da sua empresa, na sequência de um

contrato celebrado entre esta e uma empresa espa-

nhola; b) a deslocação de um trabalhador a um centro

de trabalho da própria empresa ou a uma empresa do

grupo; c) a deslocação de um trabalhador por parte

de uma empresa de trabalho temporário para pô-lo

à disposição de uma empresa usuária espanhola. No

que diz respeito aos trabalhadores, não há qualquer

diferença por questões de nacionalidade: todos estão

abrangidos pela Lei.

A obrigação mais importante diz respeito à legislação

aplicável às condições de trabalho. De acordo com o

artigo 3º número 1, os seguintes pontos estarão sub-

metidos à lei espanhola (Estatuto dos Trabalhadores):

a) tempo de trabalho; b) dias feriados; c) princípio de

não discriminação; d) prevenção de riscos laborais; e)

direito de greve; f) trabalho de menores; g) princípio

de respeito à intimidade e dignidade dos trabalhado-

res.

Se a deslocação for superior a oito dias, ainda fica-

rão submetidos as férias anuais e o salário (isto é, as

empresas devem garantir o salário mínimo previsto

pelas leis e convénios). Nesse sentido, incluem-se no

conceito de salário o salário base e complementos,

subsídios, retribuição de horas extraordinárias e tra-

balho nocturno.

Para realizar corretamente a comparação entre o

montante do salário que corresponde ao trabalhador

segundo a legislação do seu contrato e aquele que,

como mínimo, deverá ser garantido em Espanha,

serão tomados em conta os complementos de deslo-

cação (por exemplo estadia e manutenção) que não

sejam pagos como reembolso das despesas efetiva-

mente originadas por ela.

A Lei exige ainda, antes do início da deslocação, a no-

tificação à autoridade laboral espanhola competente

da seguinte informação: identificação; domicílio fis-

cal; dados pessoais e profissionais dos trabalhadores;

identificação dos centros de trabalho; início e duração

previsível da deslocação. Novamente, esta comunica-

ção não será exigível se a deslocação for inferior a oito

dias.

Por último, um tema crucial: quais as coimas pela in-

fração da Lei? De acordo com o artigo 13º, temos três

categorias: a) infrações leves pelos defeitos formais

da comunicação da deslocação; b) infrações graves

pela apresentação de documentação após o início da

deslocação; c) infrações muito graves pela ausência de

comunicação da deslocação e a falsidade ou ocultação

de dados.

O valor das multas é definido pelo Real Decreto Le-

gislativo 5/2000, de 4 de Agosto, que aprova o texto

reformado da Lei sobre infrações e sanções na ordem

social. As coimas por infrações leves variam de 60 €

até 625 €; por infrações graves variam de 626 € até

6.250 €; por infrações muito graves variam de 6.251

€ até 187.515 €.

Portanto, é essencial ter presente estas obrigações an-

tes de começar uma atividade prolongada em territó-

rio espanhol. E, para isso, convém averiguar qual a au-

toridade espanhola competente já que poderá variar

de uma comunidade autónoma para outra.

Antonio Viñal Menéndez-Ponte

Antonio Viñal & Co. [email protected]

Page 53: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 53

FEIRAS E EXPOSIÇÕES JANEIRO A FEVEREIRO DE 2013DATA EVENTO LUGAR

16 – 20 Janeiro BISUTEX (Salón Internacional de la Bisutería y Complementos) Madrid

16 -20 Janeiro MADRID JOYA (Salón Internacional de la Joya Urbana y de la Tendencia) Madrid

16 – 20 Janeiro INTERGIFT, (Salón Internacional del Regalo) Madrid

24 – 27 Janeiro TENDENCIAS CREATIVAS Bilbao (Vizcaya)

25 – 27 Janeiro FIMI (Feria Internacional de la Moda Infantil y Juvenil) Valencia

25 -27 Janeiro CERO A CUATRO (Feria Internacional del Bebé) Valencia

25 – 27 Janeiro THE BRANDERY WINTER Barcelona

30 Janeiro – 3 Fevereiro FITUR (Feria Internacional de Turismo) Madrid

2 – 4 Fevereiro COSMOBELLEZA & WELLNESS (Salón Internacional de la Belleza, Peluquería y Estética) Barcelona

5 – 7 Fevereiro VIVERALIA (Salón Profesional de la Planta Ornamental y Afines) Elche (Alicante)

5 – 8 FevereiroCEVISAMA

(Salón Internacional de Cerámica para Arquitectura, Equipamiento de Baño y Cocina, Piedra Natural, Materias Primas, Fritas, Esmalte y Maquinaria)

Valencia

8 – 10 Fevereiro SIMM (Salón Internacional de Moda de Madrid) Madrid

I.- GALIZA E EURO-REGIÃO GALIZA-NORTE DE PORTUGAL

POLIGONO DE “A VEIGAÑA”, OPORTUNIDADE PARA EMPRESAS O poligono de “A Veigaña” situado em Mos, Pontevedra, está ocu-

pado atualmente por 40 empresas e pode encerrar 2013 com 50.

A zona conta com 77 naves industriais, que abrangem 800.000

metros quadrados, e oferece lotes de 720 metros por € 125.000, ou

€ 173 por metro quadrado.

PORTO DE VIGO POTENCIA PRESENÇA INTERNACIONAL O Porto de Vigo está a potenciar o comércio internacional através

de um protocolo com a Zona Franca desta cidade. A promoção do

Porto realizar-se-á através de ferias, como a Breakbulk, em Antuér-

pia; a Transport Logistic, em Munique; a Fruit Attraction, em Ma-

drid; a Seatrade Cruise Shipping em Miami; a Seatrade Europe

Cruise & Rivercruise Convention em Hamburgo; e, no próximo

ano, na Seafood Boston e Conxemar.

II.- APOIOS E SUBVENÇÕES

PROJETOS EMPRESARIAIS DE INVESTIMENTOS Ajuda a projetos empresariais de investimento

PRAZO: Até 31 de Dezembro de 2013

1º OBJETIVO - Investimento passível de apoio superior a €

500.000 para a criação de um novo estabelecimento; a diversifi-

cação da produção de um estabelecimento existente; câmbio no

processo geral da produção de um estabelecimento existente.

2º OBJETIVO - Investimento passível de apoio em serviços avan-

çados superior a € 200.000 com a criação de emprego ligado ao

investimento igual ou superior a 10 novos postos de trabalho com

contrato sem termo.

BENEFICIÁRIOS: Empresas existentes ou em constituição

VALOR DA AJUDA: Até ao limite máximo de 30%

Page 54: Revista Pais Econimico

54 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› LAZER

António Rosado, golfista profissional, aspira a novos voos

Posso chegar mais longe no golfe

Começou a jogar golfe aos onze anos, no âmbito de uma iniciativa de uma professora

da escola que frequentava em Quarteira, começando aí um percurso que o levou a ser

campeão nacional ainda antes de atingir a idade de 20 anos e depois já em 2009 a

sagrar-se campeão nacional profissional em Portugal. António Rosado recebeu a País

€conómico no Clube de Golfe do Victoria, em Vilamoura, a zona do Algarve com mais

campos de golfe, e contou-nos um pouco do seu percurso nos greens portugueses

e internacionais, além das suas aspirações que se mantém intactas aos 28 anos, e

que passam por voltar a competir ao mais alto nível no circuito internacional de golfe.

«Mas, para isso acontecer, e tenho condições técnicas, físicas e psicológicas para

atingir patamares mais elevados e disputar de forma muito competitiva as provas

mais exigentes em Portugal e na Europa, é preciso encontrar patrocínios, que é difícil

encontrar no nosso país, pois apesar da grande visibilidade e do retorno que o golfe traz

para as marcas, as principais empresas portuguesas não têm estado disponíveis para

essa aposta. Espero que alguma coisa se altere, pois temos condições para fazermos

parcerias vitoriosas em prol da minha pessoa enquanto profissional, mas também do

golfe português e das próprias empresas», sublinha António Rosado.TEXTO › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Aos onze anos dava as primeiras

tacadas nos greens, resultado da

paixão que uma sua professora

na escola de Quarteira tinha pelo golfe e

que levou os seus alunos a experimenta-

rem este desporto que muitos ainda consi-

deram de elite, mas que é acessível a todos

e pode contribuir e muito para a prática

desportiva e melhoria da saúde dos seus

praticantes, sobretudo os de mais tenra

idade.

António Rosado, nascido em Faro há 28

anos, é um dos principais praticantes de

golfe em Portugal. O momento mais mar-

cante da sua carreira atingiu-o em 2009

quando se sagrou campeão português de

golfe profissional. «Nessa altura, curiosa-

mente, era patrocinado por uma empresa

espanhola, e não só joguei vários torneios

em Portugal, como também aconteceu

em Espanha e noutros países europeus»,

recorda com viva emoção, mas destaca

que esse patrocínio acabou pouco depois

e não conseguiu depois encontrar novos

apoios que lhe possibilitassem prosseguir

uma carreira ao mais alto nível, «visto

que para treinar todos os dias de forma

intensa e depois jogar ao mais alto nível,

implica a existência de um conjunto de

patrocínios com valor significativo e, in-

felizmente, em Portugal tem existido em

termos gerais uma clara diminuição dos

apoios por parte das empresas ao golfe de

competição, o que tem restringido a possi-

bilidade de muitos golfistas profissionais

portugueses poderem evoluir e competir

lá fora», admite o praticante algarvio.

No presente, António Rosado continua

com a sua atividade de profissional de

golfe ensinado a prática da modalidade,

principalmente aos mais novos. Destaca o

papel desenvolvido pelas escolas da área

de Vilamoura e de Quarteira no sentido de

incentivarem os alunos para as vantagens

da prática do golfe, salientando que pre-

sentemente todos podem praticar golfe

por valores anuais bastante acessíveis. O

golfista gostaria de ver esta aposta esten-

dida de forma mais intensa a toda a zona

do Algarve, mas reconhece que as tenta-

tivas para atingir essa situação não têm

tido grandes resultados. «Mas temos espe-

rança de que algo possa mudar no futuro

e cada vez possamos ter mais crianças a

aprender e a praticar golfe, um desporto

muito bom para o desenvolvimento físico

e da mente das pessoas», salienta António

Rosado.

«Com novos patrocínios posso chegar longe»Aquele que foi campeão profissional em

2009 e atuou em alguns dos principais

Page 55: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 55

Page 56: Revista Pais Econimico

56 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

greens europeus pretende voltar a

competir ao mais alto nível. António

Rosado afirma à País €conómico

que «possuo as condições técnicas,

físicas e psicológicas para jogar com

os melhores, mas para que isso possa

acontecer efetiva e regularmente pre-

ciso de treinar todos os dias de forma

intensa e praticamente com dedicação

exclusiva e depois, em resultado dessa

preparação muito profissional e re-

gular, então estar presente em alguns

dos principais torneios do circuito

europeu, como presentemente aconte-

ce com o meu colega Ricardo Santos,

que felizmente para ele e para o golfe

português, tem obtido excelentes clas-

sificações e tem prestigiado Portugal e

as marcas que o patrocinam», refere.

Significa isso que António Rosado

necessita de novos patrocínios para

poder evoluir na carreira e estar des-

se modo nos grandes torneios? «Sem

dúvida, é isso que necessito. Como lhe

disse, sinto que tenho todas as condi-

ções para progredir e competir a alto

nível, mas também reconheço que é

preciso encontrar condições, ou seja,

encontrar patrocínios, que me possi-

bilitem dar novos passos em frente na

minha carreira.

As empresas portuguesas de um modo

geral não têm sido muito sensíveis a

apoiar o golfe, mas saliento o grande

retorno que esta modalidade, pela sua

visibilidade e exposição mediática,

pode proporcionar às marcas. E os pra-

ticantes profissionais de golfe, quando

competem nos bons torneios, são in-

discutivelmente os melhores veículos

promocionais dessas marcas», subli-

nha António Rosado enquanto dava

mais umas tacadas no green do Victo-

ria em Vilamoura, «um campo que se

integra no melhor destino de golfe da

Europa que é indiscutivelmente o Al-

garve, região que possui quase quaren-

ta campos de golfe, alguns dos quais

estão entre os melhores para a prática

da modalidade a nível mundial», fina-

liza um dos praticantes de top do golfe

em Portugal. ‹

› LAZER

Page 57: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 57

› RELOJOARIA

Boutique dos Relógios abriu na Avenida da LiberdadeA Boutique dos Relógios Plus inaugurou

no final do ano passado a nova loja do gru-

po na Avenida da Liberdade, um espaço

que reforça a oferta no segmento de luxo

da principal avenida da capital portuguesa.

Inaugurado por Salomão Kolinsksy, presi-

dente da Boutique dos Relógios, o novo es-

paço representou um investimento supe-

rior a um milhão de euros e compreende

uma área de 270 metros quadrados, onde

o cliente poderá contemplar e adquirir as

várias marcas de relógios que constituem

o portfólio de uma das principais empre-

sas comerciais na área da relojoaria em

Portugal, nomeadamente, a Omega, Bul-

gari, Breitling, Chanel, Hublot, Longines,

IWC, Breguet e Blancpain, cada um com

espaço exclusivos para apresentar os seus

modelos mais luxuosos. Além da área de

relojoaria, é ainda de sublinhar o reforço

na área da joalharia de luxo que a nova

loja da Avenida da Liberdade proporcio-

na. Aqui os clientes poderão encontrar

marcas internacionais famosas como se-

jam a Piaget, de Grisogono, Bulgari, Gucci

e a Shamballa Jewls.

A nova loja possui ainda a curiosidade

de albergar uma oficina de relojoeiro es-

pecializado com equipamentos certifica-

dos pelas marcas que representam, um

wine bar com vinhos portugueses, além

de uma sala para clientes mais exclusivos

e um espaço dedicado a produtos portu-

gueses. «Pretendemos mostrar o melhor

que Portugal tem para oferecer aos nossos

visitantes, e temos muito para oferecer,

efetivamente», sublinhou o presidente da

Boutique dos Relógios.

Salomão Kolinsksy acredita que a nova

loja vai ser um polo de atração adicional

em Lisboa, visto que «sendo o turismo

uma área tão importante para a econo-

mia portuguesa, pretendemos dar o nosso

forte contributo para o reforço de Lisboa

como destino turístico de qualidade, com

um número cada vez mais importante de

lojas na Avenida da Liberdade que nos

permitam concorrer com outras grandes

cidades europeias».

Ainda segundo o responsável da empre-

sa, os clientes com maior potencial são

sobretudo os turistas vindos da Rússia,

França, Turquia, Angola, Brasil, Alemanha

e China. ‹

Page 58: Revista Pais Econimico

58 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013

› A FECHAR

Vicaima reforça em InglaterraA Vicaima acaba de reforçar a sua presença

no mercado inglês, onde atua desde 1998,

ao ser a marca escolhida para equipar a

Bayview House, uma área residencial de

luxo situada a norte de Londres, em In-

glaterra. Trata-se de um empreendimento

composto por amplos apartamentos, cujos

interiores são marcados pela intemporali-

dade e pelo modernismo.

A escolha recaiu sobre as portas de gama

Exclusive da Vicaima com folha de nogueira

e inlays cromados, uma vez que estas criam

o ambiente pretendido para os apartamentos da Bayview House

e combinam os detalhes e design da mobília. A gama Exclusive

da Vicaima destina-se a interiores modernos e contemporâneos,

possui as soluções corta-fogo, segurança e isolamento acústico,

todas elas certificadas por entidades internacionais acreditadas. A

Vicaima é um dos maiores players europeus no mercado de portas

de interior, tendo também sido a primeira empresa portuguesa do

setor a obter a certificação FSC* (Forest Stewardship Council*). A

empresa com sede em Vale de Cambra exporta para 27 países e

possui presença direta em Portugal, Espanha e Reino Unido. ‹

Ramos Catarino atua no Aeroporto de FaroA Torre de Controle do Aeroporto de Faro está a ser objeto de obras de reabilitação e va-

lorização, levadas a cabo pela Ramo Catarino Dois, empresa do Grupo Catarino, com sede

em Febres, concelho de Cantanhede.

Por outro lado, a Ramos Catarino, empresa de construção especializada e reabilitação,

do mesmo grupo, conseguiu obter quatro novas obras na zona de Lisboa, destacando-se

a requalificação de estruturas da Makro de Alfragide, a construção a nova loja da Midas,

em Loures e a construção de um edifício na Avenida da Liberdade, para escritórios e área

comercial, na cidade de Lisboa. ‹

Unicer prepara-se para chegar ao BrasilA Unicer, fabricante português de cervejas, entre as quais a marca Super Bock, está a pre-

parar a sua entrada nos mercados brasileiro, norte-americano e moçambicano, onde neste

país pretende construir uma unidade industrial. Segundo entrevista ao Diário Económico

de António Pires de Lima, presidente da Unicer, «estamos a constituir a Unicer Brasil, a

Unicer EUA e a Unicer Moçambique – esta será a primeira a estar constituída. Já temos

pessoas da Unicer a trabalhar em Moçambique desde há um ano e nos EUA desde este

mês. O projeto passa por vermos desenvolvimentos comerciais nestes três mercados já

em 2013», referiu. O presidente da empresa com sede na Maia admitiu que Moçambique

poderá vir a receber uma fábrica da Unicer, «mas só colocamos essa hipótese depois

de atingirmos uma dimensão minimamente interessante naquele mercado», finalizou. ‹

EDP reforçou potência em AlquevaA EDP inaugurou a obra de reforço da

capacidade de produção de eletricidade

da barragem de Alqueva, um inves-

timento de 190 milhões de euros da

elétrica nacional liderada por António

Mexia.

Dispondo agora de uma capacidade ins-

talada de 512 MW, a central de Alqueva

produzirá mais de 381 GWh por ano,

um volume de energia capaz de alimen-

tar o nível de consumo conjugado dos

concelhos de Évora, Portel, Beja, Moura

e Vidigueira, ou seja, correspondendo

a cerca de 4% d totalidade da energia

produzida anualmente em Portugal. A

barragem de Alqueva, onde trabalham

agora 350 pessoas de forma direta, será

assim a unidade da EDP com a segun-

da maior no país, apenas superada pelo

empreendimento do Alto Lindoso. ‹

Page 59: Revista Pais Econimico

Fevereiro 2013 | PAÍS €CONÓMICO › 59

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60 › PAÍS €CONÓMICO | Fevereiro 2013