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M INAS INOVADORA PÁGINA 20 ARTESANATO EM BRUMADINHO PÁGINA 20 NOVOS MERCADOS PARA O MEL PÁGINA 46

Revista Passo a Passo 136

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Colaboração: chefe de reportagem e editora adjunto

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novos Mercados para o Melpágina 46

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Nossas empresas são as que mais iNovam

RobeRto SimõeS PReSidente do conSelho delibeRativo do SebRae-mG

O sucesso no competitivo mundo dos negócios depende muito da ino-vação. Já orientadas pelo Sebrae-MG para o risco de repetir o erro de só copiar produtos, processos e serviços bem aceitos no mercado, as micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais são as mais inovado-ras da região Sudeste e superam a média brasileira de investimentos em ideias originais. A liderança mineira foi constatada pela última Pesquisa de Direcionamento Estratégico, numa consulta a 594 MPEs no estado, onde, entre as 359 clientes do Sebrae-MG, 81,1% inovaram.

Nesta edição, Passo a Passo dedica reportagem especial ao tema, para contar histórias de empresários que, desafiando a falta de incentivos governamentais, criam ou melhoram produtos que garantem novos horizontes a seus negócios. A inovadora linha de cosméticos de um casal de Belo Horizonte e o sistema de rastreamento de carne bovina de uma empresa de Itajubá são exemplos de iniciativas bem-sucedidas, com apoio do Sebrae-MG, cuja atuação abrange programas de for-mação, de ambiência e de consultoria, todos ao alcance dos micro e pequenos empreendedores mineiros.

Outra reportagem mostra a importância dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), polos inovadores de empresas do mesmo setor eco-nômico, mundialmente denominados de clusters. Mais de 6 mil MPEs participam das redes de integração do conhecimento e de atividades espalhadas pelo estado, o que motiva a realização, na histórica Ouro Preto, do 6º Congresso Latino-Americano de Clusters (Clac), de 23 a 27 de maio de 2011. Promovido pela primeira vez no Brasil, com organi-zação do Sebrae-MG, o 6º Clac reunirá gestores de todo o continente, no debate dos desafios ao desenvolvimento de APLs, para apresentar sugestões que estimulem o aumento da competitividade e a sustentati-bilidade dos pequenos negócios.

Carta ao Leitor

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expediente

Passo a Passo é uma publicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas deMinas Gerais (SEBRAE-MG). Registro no Cartório Jero Oliva nº 931.

Conselho Deliberativo do SEBRAE-MGBB, BDMG, CDL-BH, CEF, Cetec Ciemg, Faemg, Fapemig, Fecomércio-MG,

Federaminas, Fiemg, Indi, Ocemg, Sebrae e Sede

Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG: Roberto Simões

Superintendente: Afonso Maria Rocha

Diretor Técnico: Luiz Márcio Haddad Pereira Santos

Diretor de Operações: Matheus Cotta de Carvalho

Conselho EditorialAlbertino Corrêa, Aline de Freitas, Andréa Avelar, Luciana Patrícia Rezende da Silva,Carolina Xavier, Daniela Almeida Toccafondo, Danielle Fantini, Edelweiss Petrucelli,

Victor Antônio de Almeida, Gustavo Moratori, Jefferson Ney Amaral, José Márcio Martins,Karinne Mendes, Léa Paula Fonseca Ribeiro, Lilian Botelho, Március Marques Mendes,

Maria Gorete Cordeiro Neves, Paulo César Barroso Veríssimo e Regina Vieira.

Assessor de Comunicação: Lauro Diniz

Jornalista responsável: Andréa Avelar

Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica

Editor Executivo: Frederico Alberti

Editores adjuntos: Frederico Machado e Juliana Garcia

Chefes de reportagem: Frederico Alberti e Juliana Garcia

Colaboraram nesta edição: Alessandra Iacomini, Carla Medeiros, Frederico Machado,Lilian Lobato, Marco Antônio Corteleti e Michelle Leal Oliveira

Projeto Gráfico e Diagramação: Carla Marin / Jumbo

Fotografia – capa: Gustavo Black

Ilustrações: Lucas Costa Val / Jumbo

Impressão: Del Rey

Periodicidade Bimestral

Tiragem: 15mil exemplares

Cartas para a redaçã[email protected]

Endereço: AV. Barão Homem de Melo, 329Nova Suiça – Belo Horizonte – Minas Gerais

CEP: 30460-090 – Telefone: 0800-5700800www.sebraemg.com.br

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14 pingue-pongue: Fabrinni Santos fala sobre a certificação das empresas do ramo alimentício

16 Cultura: A tradição das fiandeiras do vale do Urucuia contada em um espetáculo de música e circo

20 artesanato: Museu de Inhotim serve de inspiração para um grupo de artesãs de Brumadinho

26 reCiClagem: Catadores de plástico se unem para fortalecer atividade

38 artigo: Marcelo Miyashita fala da importância do pós-venda

40 inovação: Com apoio do Sebrae-MG, empresas mineiras são as que mais investem em produtos e serviços inovadores

46 apiCultura: Projeto do Sebrae-MG capacita produtores de mel para ganharem novos mercados

52 entrevista: Mercado das classes C e D é o tema da conversa com o especialista em comportamento do consumidor Fábio Mariano Borges

56 Qualidade : Empresas do polo de eletrônica de Santa Rita do Sapucaí buscam a certificação ISO 9000

62 agronegóCio: Agricultoras prosperam com empresa de processamento de hortaliças

68 Feira do empreendedor: Cem mil pessoas são esperadas na edição 2010 do evento, que começa em 31 de agosto

72 polos: Ouro Preto sediará o próximo Congresso Latinoamericano de Clusters

76 perFil: O vigor econômico e cultural da região Central do estado

82 artigo: Alanni Castro fala das Sociedades de Garantia de Crédito

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Música

Desde o início de agosto, 20 artistas e bandas mineiras se-lecionadas pelo Sebrae-MG participam do programa So-luções Estratégicas para o Segmento da Música. Erika Ma-chado, Marku Ribas, Tom Nascimento e Wilson Sideral são alguns dos participantes.

Durante o programa, que tem duração de 18 meses, eles re-ceberão consultorias e capacitações para prepará-los para os desafios do mercado. Serão debatidos temas como distribui-ção musical, direitos autorais, gestão financeira de projetos culturais, criação e gestão de cooperativas musicais.

Notas

Sinhá Recicla

Sinhá Recicla é um projeto que ensina mulheres de Uberlândia a confeccionar peças artesanais a partir dos resíduos das indústrias de vestuário e material reciclado. A iniciativa é comandada desde 2008 pela ex-bancária Sônia Vasconcelos e tem o apoio do Sebrae-MG.

Uma vez por semana, Vasconcelos e outras 13 mulheres se reúnem para ensinar uma varieda-de de 60 técnicas artesanais de crochê, borda-do, tricô, cestaria e tecelagem a 200 artesãs da região. O grupo produz 1.500 peças por mês.

Projeto Sinhá ReciclaIncubadora de Empresas da UFUAvenida Francisco Vicente Ferreira, 560,Santa Mônica, UberlândiaAulas às quartas-feiras, das 14h às 17 horas

Embalagens subsidiadas

Micro e pequenas empresas poderão aumentar a com-petitividade de seus produtos por meio da criação ou reformulação das embalagens. Este é o objetivo do convênio entre Sebrae e Associação Brasileira de Em-balagens (Abre) que subsidia 50% do valor do inves-timento em design para as empresas que participam pela primeira vez do projeto. Para aquelas que já parti-ciparam do convênio, o subsídio será de 30% do valor total do projeto.

Mais informações:www.embalagemparatodos.com.br

Sônia Vasconcelos

Erika Machado

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notas

Acesso ao crédito

As micro e pequenas empresas de Governador Valadares e região terão acesso facilitado a créditos bancários já nos próximos meses. A facilidade é resultado da instalação da primei-ra Sociedade de Garantia de Crédito (SGC) de Minas Gerais, que na cidade chamará Garantia dos Vales.

A entidade terá condições de atender 1.530 empresas e avalizar emprésti-mos que totalizem R$ 16 milhões nos próximos cinco anos.

Mais SGCs a caminho

Até o final do ano, duas outras Sociedades de Garan-tia de Crédito serão constituídas em Minas Gerais. No sul do estado, a SGC vai atender as cidades de Jacutinga, Monte Sião, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí. No Alto Paranaíba, a Sociedade vai operar em Araxá e Patos de Minas.

Um diagnóstico do Sebrae-MG com 400 empresas de Belo Horizonte, em andamento, vai avaliar a de-manda para instalação de um SCG também na capi-tal. A previsão é que o trabalho esteja concluído em outubro e, caso seja verificada a necessidade, a SGC de BH começa a funcionar já no início de 2011.

Rodada de negócios lácteos

Aproximar empresas fornecedoras e com-pradoras é o objetivo da Rodada de Negó-cios promovida pelo Sebrae-MG. Em Juiz de Fora, a segunda rodada do setor lácteo foi realizada no último dia 14 de julho.

O encontro reuniu 26 fornecedores de laticínios da região e 15 empresas com-pradoras (âncoras). As ofertantes apro-veitaram a oportunidade para apresentar produtos como queijos, iogurtes, doce de leite e leite em pó, entre outros.

Ao todo foram agendadas 134 reuniões entre as partes, e a expectativa de negócios a partir dos contatos criados no encontro é de R$ 52 milhões, cerca de 20% superior ao registrado no ano passado.

Central de Atendimentoem Divinópolis

A população de Divinópolis já pode usufruir, desde o início de agosto, da nova Central de Atendimento do Sebrae-MG na cidade. O es-critório dispõe de salas de atendimento com acesso a mídias digitais (consultoria online e chat), treinamento com videoconferência, es-paço para reunião e recepção.

As novas instalações permitirão a ampliação

do número de atendimentos aos que desejam abrir, diversificar ou ampliar seu negócio. No local também serão oferecidas consultorias, palestras, cursos e programas de atualização.

A nova central atende 16 municípios do Alto Paranaíba.

Central de Atendimento do Sebrae-MGRua Coronel João Notini, 304, CentroDivinópolisMais informações: (37) 3213- 2080

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notas

Informações sobre créditoO Sebrae-MG irá lançar o boletim Crédito em Foco, uma publicação produzida em conjunto pelas unidades de Inteligência Empresarial e Acesso a Serviços Financeiros.

O informativo tem como proposta divulgar as ações, produtos e serviços que as institui-ções conveniadas direcionam às micro e pe-quenas empresas e aos empreendedores. Ele estará disponível no site do Sebrae-MG e a previsão é permitir o acesso também pelos sites das entidades que integram o Fórum Permanente Mineiro das Microempresas de Pequeno Porte (Fopemimpe).

100 melhoresO Sebrae-MG está entre as 100 melhores em-presas para se trabalhar no Brasil. O resultado foi divulgado em São Paulo (SP) no dia 16 de agosto. A pesquisa nacional foi realizada pelo Instituto Great Place to Work e divulgada pela revista Época. Os funcionários responderam de forma voluntária e anônima a um questionário sobre o ambiente de trabalho. A empresa tam-bém passou por auditorias e por uma avaliação que detalhou as melhores práticas e benefícios para a excelência do ambiente de trabalho. Essa é uma classificação inédita no Sistema Sebrae.

O que os funcionários mais valorizam?1. Desenvolvimento profissional ...............58,84%2. Qualidade de Vida ...................................20,68%3. Remuneração e Benefícios ....................17,07%4. Outros ............................................................3,41%

Meu Primeiro Negócio

As cinco edições do evento Meu Primeiro Negócio realizadas em 2010 reuniram cerca de oito mil pessoas nas cidades de Ube-raba, Governador Valadares, Pouso Alegre, Muriaé e Conselhei-ro Lafaiete. Ao todo foram 525 atividades e 13.721 capacitações.

O Meu Primeiro Negócio oferece oportunidades para poten-ciais empreendedores e também para empresários com projetos de expansão, como o proprietário da Sorvetes Beijo Frio, José Geraldo Groppi. “O encontro do Sebrae-MG me deu suporte para aumentar meu negócio. Muitas pessoas me procuravam interessadas não apenas em sorvetes, mas também nas máqui-nas. Percebi a demanda e comecei a produzir para venda. Hoje forneço meus produtos para várias cidades do sul de Minas Ge-rais”, resume.

Daniele Consentino tornou-se empreendedora individual em março deste ano, logo após participar da edição de Ipa-tinga do evento. A nova empresária trabalha com a perso-nalização de chinelos e sua empresa, a Fruta Cor Chinelos Personalizados, atende a diversos cerimoniais.“Por meio do Meu Primeiro Negócio, o Sebrae me ajudou a perceber que mesmo empreendedores iniciantes podem ser visionários, eficientes e bem-sucedidos”, afirma.

Desde 1º de julho de 2009, profissionais autônomos como sapateiros, manicures, pintores, marceneiros, entre outros, passaram a desfrutar dos benefícios da Lei Complementar nº 128, que criou a figura jurídica do Empreendedor Individual. A lei beneficia o empresário individual, sem sócios e com receita

InformatIvo trImestral sobre crédIto para mIcroempresas e empresas de pequeno porte de mInas GeraIs

Acesso ao crédito

Empreendedor Individual

As micro e pequenas empresas (MPEs) e empreendedores enfrentam diversas bar-reiras para ter acesso ao crédito. O segmen-to tem dificuldade para oferecer garantias solicitadas pelos bancos; tem problemas para comprovar sua capacidade de paga-mento; encontra taxas e prazos inadequa-dos à sua realidade; muita burocracia e pouca informação sobre produtos e servi-ços oferecidos no mercado financeiro.

Para atender às determinações da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei

nº 123, de 14/12/2006), as instituições fi-nanceiras criaram ou aperfeiçoaram linhas de crédito direcionadas às MPEs. Porém, essas medidas nem sempre são percebi-das pelos empresários. Com a proposta de divulgar informações sobre o acesso das MPEs ao crédito, o SEbrAE-MG, em parce-ria com banco do brasil, banco de Desen-volvimento de Minas Gerais, banco do Nor-deste do brasil e Caixa Econômica Federal, criou o boletim Crédito em Foco.

O informativo irá mostrar informações

e estatísticas consolidadas sobre o acesso das micro e pequenas empresas e empre-endedores mineiros aos serviços financei-ros, linhas de empréstimos e financiamen-to, além de apresentar dicas e novidades relacionadas ao assunto.

Nesta primeira edição você vai encontrar informações sobre linhas de crédito para o Empreendedor Individual, estatísticas de crédito em Minas Gerais e diferenças entre crédito para capital de giro e investimento.

boa leitura!

lInhas de crédIto o registro como empresa permite ao empresário obter linhas de crédito com juros mais baixos. mas o simples fato de se registrar e obter um cnpJ não significa que o crédito será liberado. conheça algumas exigências do sistema financeiro:

7 documentação completa conforme exigência do agente financeiro;

7 situação fiscal e creditícia em dia;

7 capacidade de pagamento;7 Garantias.

onde encontrar um escrItórIo de contabIlIdade InscrIto no sImples nacIonal

7 no site da fenacon - www.fenacon.org.br;7 no portal do empreendedor - www.portaldoempreendedor.gov.br

bruta anual de até r$ 36 mil/ano. Quem aderir terá direito a aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio acidente de tra-balho, auxílio doença, licença-maternidade ou paternidade, entre outros benefícios. A lista de atividades que podem ser registradas está no site da receita Federal.

Informações

7 central de atendimento ao empreendedor Individual rua bernardo monteiro, 1.903 – bairro lourdes – bh/mG;7 nas unidades do sebrae-mG no interior do estado;7 pelo site portal do empreendedor – www.portaldoempreendedor.com.br;7 central de relacionamento do sebrae-mG: 0800 570 0800.

ano 0 - número 1 - de Julho à setembro de 2010

crédito em Foco

Programação05 e 07 de outubro - Itaúna13 e 15 de outubro - Montes Claros

Daniele Cosentino

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notas

Design

Cinco projetos classificados na segunda edição do Prêmio Sebrae Minas design 2010 em bre-ve estarão disponíveis no mercado: a mesa de centro twister, a banheira Icon(vencedora da ca-tegoria ardósia), a poltrona Aqva, a chaise libra e o banco exo, todos desenvolvidos pela Kvar Design, de Belo Horizonte.

A Global Aço Inox, de Minas Gerais, produzirá a chaise. A Líder Interiores, a Cia do Acrílico e Gold Vision fabricarão a poltrona Aqva, que possui sensor de presença para acionamento au-tomático da iluminação em led. A banheira, feitacom placas de ardósia e vidro, será exportada para Espanha e Itália, o banco será fabricado pela Dragma Móveis e a mesa será produzida pela Scarazzato Móveis, do Paraná.

Cooperativas de Crédito

Foz do Iguaçu, no Paraná, sedia-rá o 2º Fórum Nacional de Co-operativas de Crédito de MPEs, no próximo dia 25 de agosto.

O Fórum, realizado pelo Sebrae em parceria com a Confederação Bra-sileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), reunirá executivos, lideranças de cooperativas, donos de MPEs e profissionais do setor público.

O evento é gratuito e os interessa-dos devem se inscrever pelo e-mail [email protected].

ProgramaçãoBloco I – Talk show sobre coopera-tivismo de crédito e microfinançasBloco II – Mesa redonda sobre gover-nança corporativa em Cooperativas de CréditoBloco III – talk show sobre produ-tos, serviços e plataformas diferen-ciadas para atendimento das MPEs

Serviço Data: 25/08/2010 Horário: 8h às 17h30 Local: Mabu Thermas & Resort Hotel, Foz do Iguaçu (PR)Temas:-Cooperativismo de crédito e microfinanças- Governança corporativa em cooperativas de crédito- Produtos e serviçosMais informações: www.uasf.sebrae.com.br

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ConsuLtoria

Como fazer umplanejamento tributário?

Como elaborarCampanhas

promoCionais?

O primeiro passo consiste na definição do melhor regime tributário para a empresa: lucro real, lucro presumido ou arbitrado, simples nacional ou valores fixos (Empreendedor Indivi-dual). “Para saber qual o regime ideal para cada negócio é preciso elaborar um organograma que inclua claramente as etapas de todo o processo operacional e do fluxo financeiro da empresa e, em seguida, estabelecer metas e ações para um prazo de aproximadamente cinco anos. Isso vai ajudar o empresário a comparar a previsão de redução de impostos entre di-ferentes regimes”, ensina o analista de atendimento do Sebrae-MG Haroldo Santos Araújo, que ressalta também a importância de se conhecer os benefícios fiscais federais, estaduais e municipais incidentes sobre os produtos ou serviços da empresa.

Araújo explica que, uma vez escolhido o regime de tributação, o empresário deve dedicar-se ao planejamento das operações da empresa em consonância com o modelo escolhido e, a partir daí, determinar onde há espaço para ações de redução de custos tributários, seja pela redução da base de cálculo e percentuais dos impostos, encargos e taxas, seja pela recupera-ção dos impostos via empréstimos subsidiados.

CoNsultoria

A estratégia adotada pela empresa para tornar sua marca mais conhecida no mercado é crucial para o sucesso

dos negócios. Aumentar a visibilidade e a preferência por seus produtos ou serviços requer investimento e cuidado na elaboração das ações de divulgação. São

cinco as etapas quem compõem uma ação promocional: comunicação, campanhas, plano de promoção, meios de

comunicação e merchandising no Ponto de Venda.

Para uma ação eficiente, é preciso analisar e definir com clareza os objetivos da campanha e a estratégia escolhida,

as técnicas e o plano de promoção, a escolha dos meios de comunicação que serão utilizados (plano de mídia) e o

modelo de avaliação de resultados.

Ao conhecer e desenvolver alguns destes segredos da propaganda, você saberá por que ela é considerada “a

alma do negócio”, independentemente do tamanho que a empresa possa ter. E, a partir daí, saberá por que ficará

difícil prosseguir sem ela.

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ConsuLtoria

Como elaborar um planejamentode reCursos humanos?

Como realizar umapesquisa de merCado?

A pesquisa de mercado é uma ferramenta importante para que o empresário e o empreendedor obtenham informações valiosas sobre o setor em que atuam ou pretendem atuar.

Atualmente, ela está ao alcance das pequenas empresas e pode ser realizada a partir de institutos de pesquisas contratados, empresas juniores compostas por estudantes universitários ou pelo

próprio empresário e seus colaboradores. Dependendo da complexidade da pesquisa, é funda-mental que se contrate uma instituição capacitada.

São nove os passos que o empresário e o empreendedor devem seguir: definição do público-alvo e objetivos da pesquisa; escolha do sistema de coleta de dados; definição do método de pesquisa de dados primários; delimitação da amostra; elaboração dos instrumentos de pesquisa; aplicação

da pesquisa; tabulação dos dados; elaboração do relatório final e, por fim, a tomada de decisão.

O setor de recursos humanos tem sido percebido como área cada vez mais estratégica nas empresas. Afinal, é por meio das pessoas que se alcançam resultados nos âmbitos de qualidade, produtividade e atendimento.

O empresário precisa cuidar para que a empresa tenha sempre uma equipe de trabalho comprometida em desempenhar suas atividades com foco nos objetivos do negócio.

A gestão de pessoal começa ainda no recrutamento. Quanto mais delineada a forma de seleção aos requisitos exigidos pela empresa, maiores sãos as chances de se incorporar pro-fissionais adequados à função. Aos colaboradores é preciso fornecer capacitação e ações de desenvolvimento profissional, como forma de mantê-los motivados e em constante evolução. E, por fim, o empresário deve ser cioso quanto à política de remuneração, ou seja, a composição dos salários e dos benefícios diretos e indiretos.

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negoóCio a negóCio

ateNdimeNtosob medida

PoR caRla medeiRoS

FotoS: GuStavo black

Sebrae-MG cria programa em que a instituição oferecesoluções em gestão empresarial com abordagem individualizada

O Programa Negócio a Negócio passa a compor a carteira de pro-jetos do Sebrae-MG no atendimento às micro e pequenas empre-sas. A instituição realizará diagnósticos junto aos empresários para trocar informações, e a partir daí, oferecer gratuitamente orienta-ções e consultorias.

Lançado em julho, o programa tem como objetivo estimular o de-senvolvimento e o fortalecimento das empresas, bem como am-pliar o número de atendimentos em Belo Horizonte e em onze cidades da região metropolitana (Contagem, Betim, Rio Acima, Nova Lima, Ibirité, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo e Lagoa Santa).

Sebrae-MG realizará diagnósticos junto aos empresários da RMBHAny Myuki: relacionamento de longo prazo com as empresas

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A dinâmica se baseia na construção de um sistema de dados que possibilite o acesso a informações gerais e específicas das empresas, a fim de identificar os pon-tos fortes e fracos e prestar consultorias de gestão empresarial focada na realida-de de cada negócio. A analista da área de Atendimento, Any Myuki, afirma que o Sebrae-MG terá um volume de informa-ções sem paralelo na história da institui-ção, o que permitirá oferecer atendimen-tos ainda mais eficientes. “Esperamos que o programa seja apenas o início de um relacionamento de longo prazo e que as empresas encontrem no Sebrae-MG as soluções de gestão empresarial que pre-cisam para terem melhores resultados no mercado”, comenta.

Em Minas Gerais, a meta do programa é atender 90 mil micro e pequenas empresas até o final do de 2010. No Brasil, a estima-tiva é atender 700 mil empreendedores. O programa vai focar micro e pequenas em-presas de todos os segmentos de atuação (comércio, indústria e serviços).

Gratuito e personalizado De acordo com Any, a metodologia do programa se caracteriza por três atendimentos para cada empresário. Na primeira fase, pes-quisadores de empresas contratadas pelo Sebrae-MG vão até as empresas aplicar o questionário “Diagnóstico Situacional”, com 37 questões relativas à empresa. No segundo atendimento, os téc-nicos do Sebrae-MG analisam os dados coletados, criam perfis in-dividuais e elaboram o chamado Relatório de Orientação Empre-sarial. Após concluí-lo, encaminham uma cópia aos empresários, acompanhada de sugestões dos produtos e serviços da instituição mais adequados à realidade específica de cada negócio. Na terceira e última etapa, realizada no mínimo 30 dias após o envio do do-cumento, os pesquisadores das empresas contratadas pelo Sebrae--MG retornam às empresas para aplicarem novos questionários.

Credibilidade A administração e credibilidade dos dados confidenciais também é uma preocupação do Programa Negócio a Negócio. Os dados coletados são avaliados por técnicos do Sebrae-MG, permitindo o desenvolvimento do Relatório de Orientação Empresarial. “Hou-ve muitas reuniões para nivelar as informações de toda a equipe. Os técnicos acompanharão detalhadamente os dados para que não chegue nenhuma informação errada e não ocorra equívoco na execução da meta”, revela a coordenadora do programa.

Segundo Any Myuki, outra preocupação do Sebrae-MG é quanto à resistência de algumas empresas. “Queremos que elas confiem em nosso trabalho e que se interessem em receber as orientações. Acreditamos que, após os primeiros resultados do programa, cada vez mais empresas estejam abertas a nos receber”.

Vantagens para todosO programa começa destinado a 12 municípios da região metro-politana, mas na prática todas as micros e pequenas empresas de Minas Gerais serão beneficiadas. Any Myuki explica que os dados coletados e avaliados pelo Negócio a Negócio possibilitarão que o Sebrae-MG tenha informações completas para construir um “retra-to” dos desafios enfrentados pelos empreendedores. “Este relatório servirá de base para estudos mais aprofundados sobre os pequenos negócios em Minas Gerais e nos ajudará no desenvolvimento de novos projetos, serviços e produtos”, afirma.

ReceptividadeO empresário Luiz Rocha Filho, proprietário da Siprede Equi-pamentos de Incêndio, diz que há tempos pensa em procurar o Sebrae-MG para receber orientações e capacitação, mas nunca en-contra tempo na corrida rotina da empresa. “Estou ansioso para re-ceber os pesquisadores e, após a avaliação do perfil do meu negócio, receber sugestões para melhorar minha gestão. Atualmente, iniciar uma atividade empresarial pela lei é relativamente fácil, mas a orga-nização da empresa requer conhecimentos e a sua ausência muitas vezes gera problemas graves e até insuperáveis. As orientações e o apoio do Sebrae-MG são muito importantes para a sobrevivência dos micro e pequenos negócios”.

Camiseta e crachá identificam os pesquisadores

negóCio a negóCio

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Medidas de contro-le de qualidade e de segurança

dos alimentos elevam os padrões das micro e peque-nas empresas e garantem vantagens competitivas no mercado. Os empreendedo-res, além de manterem seus produtos e serviços em con-formidade com a legislação, estão cada vez mais atentos a diferenciais na área, como a certificação conquistada pela implantação de normas voluntárias da Associação Brasileira de Normas Técni-cas (ABNT).

Esta é uma medida que vem ganhando força no setor, conforme observa o asses-sor técnico nacional do Pro-grama Alimentos Seguros (PAS) e consultor do Sebrae para o desenvolvimento de projetos de segurança de ali-mentos em cadeias produti-vas locais, Fabrinni Santos. Nesta entrevista, ele explica os caminhos e as vantagens de se obter a certificação das normas voluntárias.

pingue-pongue

CresCimeNto seguro e CertifiCado

Empresas do ramo alimentício buscam ampliar mercado investindo em diferenciais que atestem a

qualidade dos produtos e serviços oferecidos

Fabrinni SantoS

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Quais são as normas brasileiras específicas para segurança dos alimentos?Atualmente, duas normas estão em vigor no Brasil. Uma é a ABNT NBR ISO 22.000 – Certificação do Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos. De origem internacio-nal, ela abrange as empresas da ca-deia produtiva e de fornecimento de insumos com a sugestão de im-plantação de ferramentas para ga-rantir a segurança dos alimentos. É uma norma ampla que atende tam-bém os aspectos de gestão de pro-dução e o Sistema APPCC (Análi-se de Perigos e Pontos Críticos de Controle), além dos requisitos para exportação.

A segunda é a ABNT NBR 15.635 - Requisitos de Boas Práticas Higi-ênico-Sanitárias e Controles Ope-racionais Essenciais em Serviços de Alimentação. Esta é nacional, publicada em 2008, e propõe às empresas de serviços de alimen-tação, com foco no mercado lo-cal, a adoção de princípios legais, regulados pela Anvisa, cumprindo também alguns regulamentos do Sistema APPCC.

Por que as micro e pequenas em-presas devem investir em nor-mas de segurança alimentar?As empresas devem investir nestes instrumentos por diversos fatores. Os principais são a padronização dos processos produtivos, facili-tando a gestão e reduzindo custos de produção, o que maximiza a lucratividade; a utilização das nor-mas implantadas e dos selos como fator de marketing, ampliando os

negócios; e a responsabilidade social, que coloca a empresa de acordo com as políticas de saúde pública dos cidadãos.

O que são as normas voluntárias de segurança dos alimentos?São documentos aprovados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que se funda-mentam no interesse da socie-dade como um todo e estão de acordo com a lei de segurança de alimentos. Estes instrumentos estabelecem os padrões neces-sários para as empresas nos seus processos de segurança de ali-mentos, com credibilidade, ética e reconhecimento.

Qual é a principal vantagem das normas voluntárias?A vantagem principal destas re-gras é a certificação das organi-zações e, consequentemente, seus reconhecimentos perante a socie-dade na realização de um serviço de excelência.

Os empresários estão aderindo?Muitos já percebem estas normas como um investimento que gera retorno para seus negócios, e não mais como um custo adicional. Com relação à ISO 22.000, as em-presas com contratos de forneci-mento de serviços de alimentação e exportação de produtos, por força destas relações comerciais, buscam implantar e se certificar para garantir competitividade.

As empresas de serviços de alimen-tação também já se mobilizam para a implantação da NBR 15.635. A

norma ainda é considerada nova, mas vem ganhando força, des-de 2009, com um dos projetos do Programa Alimentos Seguros (PAS). Esse programa, uma par-ceria do Sebrae, Senac, Senai, Sesc e Sesi e ABNT, visa, entre outras coisas, facilitar a implantação e cer-tificação desta norma, com meto-dologias de linguagens acessíveis e capacitação pessoal. Quais as expectativas para as certificações?Vale lembrar que teremos no Bra-sil dois eventos de grande impor-tância internacional: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpía-das, em 2016. Haverá um enor-me fluxo de pessoas no país e a segurança dos alimentos é uma exigência constante dos Comitês Organizadores. As micro e peque-nas empresas terão que se adequar à legislação e a chegada da NBR 15.635 facilita esta certificação.

Como a ABNT acompanha o de-senvolvimento das normas den-tro das empresas?O acompanhamento é feito por meio de auditorias anuais. Caso seja comprovado o não cumpri-mento de qualquer requisito, as empresas podem perder a certifi-cação concedida.

Quais os impactos na saúde da população?Esse é o ponto chave de todo o processo, pois a falta de medidas de segurança alimentar pode cau-sar aos consumidores doenças de origem alimentar desde leves até mortais.

PoR caRla medeiRoS

Foto: GuStavo black

pingue-pongue

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Cena do espetáculo da Companhia Nosconoscosmesmos

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F iar é uma tradição que passa de geração em geração no Vale do Urucuia, no noroeste de Minas. Mas quem vê apenas o produto final dessa arte à base de fios de algo-

dão não conhece o trabalho das fiandeiras, que cantam enquan-to dividem as tarefas e encantam com suas habilidosas mãos. Foi exatamente para retratar o cotidiano dessas talentosas ser-tanejas que foi criado o espetáculo “Respingos... de um sertão reinventado”, apresentado pela primeira vez no 3° Encontro dos Parceiros do Vale do Rio Urucuia, realizado com apoio do Sebrae-MG no final de junho, em Sagarana, distrito de Arinos.

CuLtura

Histórias teCidas Com

taleNtoPoR caRla medeiRoS

FotoS: iGnácio coSta

Espetáculo musical e circense valoriza tradição das fiandeiras do Vale do Urucuia

O espetáculo, idealizado pela designer de moda e artista de circo Ana Paula Lage é encenado pelos artistas da Companhia Nosconoscosmesmos, da qual faz parte. A direção musical é do experiente músico Maurício Tizumba. A ideia do musical circense é resgatar, valorizar e divulgar o artesanato do Vale do Urucuia, além de fomentar o turismo e ampliar as vendas das artesãs.

Maurício Tizumba é responsável pela direção musical do espetáculo

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O analista técnico do Sebrae-MG no Vale do Urucuia, Emerson Gonçalves, destaca a importância do espetáculo para as artesãs lo-cais. “A peça é muito importante, pois resgata e conta a história do público-alvo de nosso trabalho aqui na região. A narração do es-petáculo é a devolução do resultado de um trabalho que estamos desenvolvendo há 10 anos com o projeto de Desenvolvimento do Território Vale do Urucuia”, afirma.

Segundo ele, as artesãs se sentiram valorizadas, agradecidas pelo pro-jeto. “Não tenho dúvidas de que esta apresentação gerou um impacto muito positivo tanto na produção quanto no comprometimento com o artesanato, elevando a autoestima”, acrescenta Gonçalves.

Inspiração“Respingos... de um sertão reinventado” é fruto de um trabalho aca-dêmico de Ana Paula Lage no curso de Design de Moda da Univer-sidade Fumec. A inspiração veio das histórias e dos poemas de sua avó, que é artesã e poetisa. A aproximação com esta tradição do no-roeste do estado começou em Belo Horizonte, durante a realização de um congresso sobre biodiversidade. Foi quando conheceu tecelãs do Vale do Urucuia e, pela primeira vez, as viu cantar e fiar.

“Resolvi, então, montar esse espetáculo que mostra o dia a dia dessas trabalhadoras. Estrear a peça em Sagarana, local de pesquisa, só foi possível com o apoio do Sebrae-MG”, esclareceu Ana Paula, que ressalta a participação das mulheres não apenas com depoimentos. “A confecção do cenário e do figurino dos personagens foi toda produzida pelas próprias fiandeiras.”

arinos

O espetáculo mescla arte circense com música

CuLtura

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Territorial UrucuiaO Sebrae-MG atua na região do Vale do Urucuia des-de 1998, desenvolvendo diferentes atividades de empreendedorismo e capacitação de empresários. As iniciativas, somadas à implantação de políticas públi-cas, possibilitaram, no ano 2000, a criação da Agência de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Vale do Rio Urucuia.

Para um dos idealizadores da iniciativa, Hildebrando Ferreira de Souza, a participação do Sebrae-MG foi essencial para o direcionamento de uma abordagem concreta para a região. Os produtores rurais e artesãos puderam participar de seminários, cursos e aprender meios de aperfeiçoar o trabalho com aumento da qua-lidade de produção e renda.

Estimulada pela Agência, a primeira associação das fiandeiras da região foi criada por incentivo de Luciana Risolia Navarro Cardoso Valle. A associação acabou se transformando na ONG Artesanato Solidário, com ob-jetivo de resgatar a cultura e facilitar às artesãs acesso a uma renda melhor.

O sertanejo em focoFiar em mutirão é uma tradição antiga das artesãs. A preservação desta cultura tem sido incentivada pelo projeto Pólo Veredas, pro-movido pela ONG Central ArteSol, e pelo Sebrae-MG. O projeto divulga a importância do trabalho em formato de rede de produção. “As tarefas são divididas em forma de uma cadeia produtiva nas associações. Algumas têm funções de fiar o algodão, outras de tin-gir, de tecer e de finalizar”, ressalta Emerson Gonçalves. Em Sagarana, esse projeto traba-lha para manter a tradição viva. A iniciativa envolve 180 fiandeiras e 15 tecelãs, com um mesmo padrão de produção.

Este ano, o encontro de Parceiros do Vale do Urucuia teve como tema “Sagarana: feito Rosa para o Sertão”, em homenagem ao centenário de Guimarães Rosa, completado em 2008. As obras do escritor abordam com particularida-de o cotidiano do sertanejo, também tema da peça de Ana Paula Lage. O evento é uma das ações do projeto de Desenvolvimento do Ter-ritório Vale do Urucuia, formado por 11 muni-cípios, entre eles Riachinho, Chapada Gaúcha, Urucuia, Uruana de Minas, Buritis, Bonfinó-polis, Formoso, Cabeceira Grande, Arinos, Dom Bosco e Natalândia.

As próprias fiandeiras confeccionaram o figurino das artistas

CuLtura

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mãos que geramreNda e CidadaNia

PoR lilian lobato

FotoS: andRé mantelli e GuStavo black

Qualificação, união e as belas paisagens de Inhotim são os segredos do sucesso de um grupo de artesãs de Brumadinho

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artesanato

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Produzir artesanato exige talento, empenho e muita inspiração. Mais que isso, demanda matéria-prima com o mesmo patamar de qualidade do trabalho

realizado. Requisitos que não faltam a um grupo de ar-tesãs de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que utiliza o cobertor de campanha para colocar em prática as ideias que surgem nas incan-sáveis mentes. E quando a inspiração falta, a solução está logo ao lado, no vizinho Inhotim, o maior museu a céu aberto de arte contemporânea do mundo.

A analista do Sebrae-MG, Pollyanna Mara Gontijo, conta que o gru-po surgiu no ano passado, através da articulação da diretoria de in-clusão e cidadania do Inhotim, quando 19 artesãs foram capacitadas pelo Programa Sebrae de Artesanato e passaram a enxergar a ativi-dade como negócio. “Imediatamente Inhotim foi escolhido como fonte de inspiração para os trabalhos e a equipe do museu se dispôs a dar todo o suporte às artesãs”, afirma. Elas receberam orientações sobre gestão, comercialização e treinamento nas áreas de inovação, associativismo, finanças, atendimento e mercado. “Já as oficinas de design propiciaram o encontro com as cores, formas e detalhes que poderiam ser explorados”, relembra Pollyanna.

artesanato

As artesãs e o cenário inspirador do maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo

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A analista conta que os profissionais optaram por trabalhar com os cobertores por ser um produto que remete à realida-de de Brumadinho, região que sofre com baixas temperatu-ras no inverno. Além disso, é uma matéria-prima barata, que permite boa rentabilidade - um cobertor de solteiro custa em torno de R$ 14,00 e pode resultar em quatro bolsas, vendidas a R$ 50,00 cada. Tapetes, arranjos decorativos, bonecos e co-lares são outros produtos criados a partir do material.

Em meados de 2009, o grupo adotou o nome Descoberta e continuou investindo em cursos de capacitação. O próxi-mo passo das artesãs, segundo a analista, é se preparar para comercializar os produtos. Neste sentido, o Sebrae-MG já realizou o Programa de Design do Artesanato – qualifica-ção dos produtos e a qualificação em gestão da atividade artesanal e empreendedorismo.

Pollyanna Gontijo avalia que o projeto deu ao grupo uma nova percepção de mercado. “O artesanato exige dedicação e empenho e precisa ser encarado como um trabalho sério. O projeto conseguiu instigar a mudança de postura das ar-tesãs que passaram a valorizar a atividade. As pessoas não apenas se qualificaram profissionalmente como resgataram a autoestima”, comenta.

Desde o início do trabalho as artesãs exploram as cores e formas de Inhotim na confec-ção das peças

artesanato

O trabalho é todo elaborado a partir do cobertor de campanha, material farto em Brumadinho

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Da paixão aos negócios O artesanato é uma das paixões de Dalva Maria Cordeiro. Inte-grante do Grupo Descoberta, ela produz bonecas de diversos modelos. “Nunca imaginei chegar onde estou atualmente. A capaci-tação ampliou meus horizontes e fez com que eu valorizasse o tra-balho que realizo”, afirma.

De acordo com a artesã, as paisa-gens e obras de Inhotim inspiram a produção das bonecas, que hoje apresentam aspecto mais moder-no. Dalva Maria se orgulha do trabalho e aponta um futuro prós-pero para os negócios. “Antes do projeto, vendia o artesanato a um baixo preço. Com os cursos, per-cebi que é preciso avaliar o tempo gasto, a matéria-prima utilizada e o resultado final”, conta.

A necessidade de um casaco para se proteger das baixas temperatu-ras fez com que Aparecida Maria Ferreira aprendesse crochê. Após os primeiros pontos, a artesã não só aprendeu como se apaixonou pela atividade, que acabou por se tornar sua principal fonte de renda. “Sempre tive interesse pela área, mas depois que passei a pro-duzir percebi que poderia tranfor-mar o artesanato em um negócio rentável”, avalia.

Segundo ela, o cachecol é hoje seu principal produto. Inicialmente, a artesã se inspirava em Inhotim, mas passou a dar espaço também à criatividade advinda de outras paisagens. “O cachecol incremen-ta o visual e o torna mais moder-no. É possível criar diversas for-mas com cores variadas”, garante.

Dalva: “a capacitação ampliou meus horizontes”

Aparecida: da necessidade à paixão

As artesãs vislumbram um futuro próspero para os negócios

artesanato

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Boas perspectivasA artesã Maria de Fátima Viotti, que produz artigos de decoração, também aposta no avanço da ati-vidade. Integrante de uma asso-ciação que atua em prol de melho-rias para o trabalho artesanal, ela destaca a importância do apoio do Sebrae-MG ao grupo Descoberta. “O projeto atendeu as demandas dos profissionais da região de Brumadinho, que conseguiram se capacitar para fazer um trabalho ainda melhor”, diz.

Para ela, a qualificação é funda-mental para o sucesso no ramo. “O curso de design mudou para melhor a maneira de criar e dar cores aos produtos. Além disso, a gestão do negócio também fez a diferença, bem como ter bons relacionamentos”, afirma.

Viotti explica que seu próximo passo é definir o valor dos pro-dutos e buscar novos mercados. Ela acredita que neste segundo semestre as oportunidades vão aumentar. “Sempre trabalhei com artesanato e adoro o que faço. As peças criadas tem um pouco de quem produz. Gostaria muito de ter um ponto fixo de vendas e em breve isso vai acontecer”, aposta.

Uma nova visão de mercado adqui-riu a dona de casa Edna Geralda da Silva ao se unir ao grupo Descober-ta. Produtora de pantufas e boinas, ela ainda é nova no ramo. “Além do aprendizado de uma nova atividade, criei bons laços de relacionamento. Tenho muito o que aprender ain-da , mas sei que é um começo im-portante”, avalia a nova artesã, que ainda busca tornar a atividade uma fonte de renda.

De acordo com ela, é preciso con-tinuar a qualificação e manter a criatividade a flor da pele. “Para quem ficava em casa, hoje me sin-to útil no mercado e também para a minha família”, acrescenta.

Para Maria de Fátima, a qualificação é fundamental para o sucesso no ramo

A novata Edna se sente mais útil no mercado

artesanato

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uNidos para iNovar Na

reCiClagem

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reCiCLagem

Catadores de plástico de Belo Horizonte e região se unem para fortalecer a atividade e resgatar a própria cidadania

Você já parou para pensar na infi-nidade de artefatos que utilizam o plástico como matéria-prima?

E no caminho que o reciclável precisa trilhar para se tornar um bem de con-sumo finalizado? Quando os itens estão nas prateleiras, poucas pessoas imagi-nam que o produto final é resultado de um trabalho que começa na outra ponta da cadeia produtiva, com os catadores de resíduos sólidos que coletam o supri-mento para ser processado e reutilizado pelas indústrias.

PoR lilian lobato

FotoS: Saman Pahlevan

A rede Cataunidos, de Belo Horizonte, foi criada precisamente com o objetivo de operar na fase inicial da cadeia do plástico. O grupo foi iniciado em 2007, por meio da articulação de oito associações de catadores da região metropolitana: Asmare (ca-pital), Ascapel (Betim), Ascavap (Brumadinho), Asmac (Con-tagem), Apaig (Igarapé), Ascap (Nova Lima), Ascamp (Pará de Minas) e Astrapi (Ibirité), além de uma cooperativa de recicla-gem, a Coopert, de Itaúna.

A rede começou pequena, mas cresceu rapidamente e hoje já coordena 535 catadores espalhados pela região. A rápida ex-pansão exigiu um modelo de gestão mais eficiente e um maior domínio do mercado da reciclagem, já que o grupo decidiu investir também em uma unidade semi-industrial de processa-mento. No ano passado, em parceria com o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), o grupo criou um projeto para incrementar e consolidar a fábrica no mercado, a partir do plano de negócios do Sebrae-MG e da consultoria da Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo indicou a viabilidade, as necessidades e, principalmente, o custo das novas mudanças.

Cataunidos separa o plástico do alumínio

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reCiCLagem

Segundo o coordenador de mobi-lização do CMRR, José Apareci-do Gonçalves, a possibilidade de melhorias fortaleceu os catadores, que também se mostraram interes-sados em adquirir conhecimento do processo de beneficiamento (triagem, lavagem e formação do pellet – grão produzido pela uni-dade e vendido para a indústria de artefatos). “Com a consolidação da fábrica, o produto gerado terá maior valor agregado, o que vai refletir diretamente na renda dos trabalhadores da Cataunidos. Falta pouco para que a unidade opere a todo vapor. Estamos à espera da licença de operação e do capital de giro – cerca de R$ 350 mil – que tende a ser liberado pelo Banco do Brasil”, revela.

José Aparecido explica que a rede tem papel fundamental na vida dos trabalhadores, uma vez que possibilitou o resgate da digni-dade e tornou a profissão reco-nhecida pela sociedade. “Além disso, os catadores perceberam a importância de zelar pelo meio ambiente e pela qualidade de vida, o que está diretamente ligado à ca-tação”, avalia.

O gerente de Inovação e Tecnolo-gia do Sebrae-MG, Anízio Dutra Vianna, acompanhou o trabalho desenvolvido pela Cataunidos e garante que a rede está pronta para operar a unidade industrial. Segundo ele, os negócios a partir de resíduos são de grande valia para o mercado mineiro, que ga-nha em evolução e preservação ambiental. “Há uma grande de-manda por gestores de resíduos, que é uma mão de obra qualifi-cada e de suma importância no mercado global. Os catadores do grupo têm a oportunidade de se qualificar, adquirir experiência e emprego, e gerar renda, o que é fundamental também para a re-cuperação da autoestima”, afirma.

Na fábrica da Cataunidos...

... os catadores separam todo o material

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indústria

Rede coordena 535 catadores da região

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Histórias de superaçãoO trabalho de catador mudou radicalmente a vida de Fernando Godoy Alves, que desde a juventude vivia nas ruas. Há 13 anos, Alves passou a fazer parte da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Mate-rial Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare). A ocupação permitiu ao catador não apenas recuperar a dignidade como se estabilizar e constituir sua famí-lia. “Hoje minha realidade é completamente diferente e devo tudo isso ao trabalho feito como catador. Se deu certo pra mim, tende a dar certo para outras pes-soas”, revela.

Para ele, o trabalho da Cataunidos é uma inovação, por permitir aos catadores atuarem também no pro-cessamento do plástico e na gestão da unidade. “O projeto consolida a rede no mercado, fortalece a clas-se e agrega valor ao trabalho realizado, gerando renda e visibilidade aos catadores”, afirma.

A catadora Maria das Graças Maçal, associada à As-mare há duas décadas, também tem orgulho do tra-balho que desenvolve. Segundo ela, a atuação na área começou na infância, quando a mãe, vinda do muni-cípio do Serro, se instalou em Belo Horizonte. “Ela não conseguiu emprego quando chegou à capital, perdeu a autoestima e foi até discriminada por estar

nas ruas. Aos oito anos, comecei a trabalhar como catadora e nossa realidade mudou”, conta.

Hoje, aos 60 anos, Maria das Graças ressalta a impor-tância de seu trabalho. Para ela, ser reconhecida pela sociedade e pelo poder público faz toda a diferença na atuação junto à Cataunidos. “Atuo em um local organizado e sei que o meu trabalho está ligado à pre-servação do meio ambiente e ao zelo pela qualidade de vida das pessoas”, avalia.

Gilberto Warley Chagas, um dos fundadores da As-sociação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Contagem (Asmac), conta que já atuava como cata-dor em companhia de outros trabalhadores quando o padre de uma igreja próxima incentivou o grupo a fundar uma associação. “A ideia deu certo e consegui-mos nos organizar em busca dos direitos e também dos deveres da profissão”, afirma.

Para ele, mais que contribuir para o meio ambien-te, o trabalho de catador é responsável pela inclusão de pessoas, muitas vezes invisíveis para a sociedade. Chagas ressalta que o plano de negócios feito pelo Sebrae-MG mostrou à rede que é possível avançar na área de processamento do plástico, além de aumentar o ganho final dos profissionais.

Maria das Graças, Fernando e Gilberto: mais renda e dignidade para os catadores

reCiCLagem

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Ser reconhecida pela sociedade também é um dos objetivos de Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima. Ela chegou a trabalhar em um lixão na infância e hoje presi-de a Cooperativa de Reciclagem e Trabalho (Coopert), de Itaúna. “Tenho uma história de superação e valorizo o trabalho que faço e os resultados que são registrados”, afirma a presidente, para quem a criação da rede foi vital para a união entre os catadores, que hoje geram a própria renda e ajudam a cuidar do bem-estar social da po-pulação. “Os profissionais já têm o conhecimento da cadeia produtiva do plástico e entendem o mercado de recicláveis, o que cria uma pers-pectiva de crescimento muito posi-tiva”, explica.

Para ela, o plano de negócios do Sebrae-MG evidenciou as fragili-dades da Cataunidos e os pontos que precisavam ser aprimorados. “Agora sabemos como reestrutu-rar a fábrica. Aguardamos apenas o dinheiro para os investimentos em infraestrutura, que deve ser disponibilizado já nos próximos meses”, comemora.

Índices dereciclagemno Brasil*

Aluminio 91%Papel ondulado 79%

Garrafas pet 54%Vidro 47%

Aço 46%Papel de escritório 44%

Longa vida 26%Plástico 21%

*Dados de 2008. Fonte: CompromissoEmpresarial para Reciclagem (Cempre)

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1 Afonso Maria Rocha e Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional2 Dival Schmidt, coordenador Carteira de Turismo Sebrae Nacional, Márcia Darós e Agmar Campos3 Comitê diretivo da Copa 2014/Sebrae4 Analista de Turismo do Sebrae-MG, Mônica Stella, faz a abertura da reunião5 Diretor-executivo do Inhotim, Hugo Vocurca, apresenta o Centro de Arte Contemporânea6 Diretores e gerentes integrantes do comitê

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1 Diretores-superintendentes representam as cidades-sede da Copa2 Integrantes do comitê debatem o projeto3 Tiago Lacerda, presidente do Comitê Municipal para a Copa 2014 de Belo Horizonte4 Roberto Pascarella, técnico do Núcleo de Turismo da Fundação Getúlio Vargas5 Ricardo Guedes, gerente da Unidade de Comércio, Serviço e Artesanato do Sebrae Nacional6 Coordenador do comitê técnico do programa, Dival Schmidt

Dirigentes das unidades do Sebrae nas 12 cidades-sede, gerentes e coordenadores de projetos de turismo se reuniram em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, para discutir ações que irão beneficiar micro e pequena empresas durante a Copa de 2014. Fotos: Sérgio Marques

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1 Músicos se preparam para dar início à apresentação2 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG, Roberto Simões, abre o evento.3 Público de cerca de 400 pessoas4 Orquestra Musicoop5 Produtora musical Jane de Medeiros6 Início da apresentação

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1 Integrantes do Conselho Deliberativo e da diretoria do Sebrae-MG2 Músicos apresentaram canções populares e eruditas3 Funcionários e membros da comunidade 4 Violinista Elias Barros5 Maestro Eliseu Barros6 Encerramento da apresentação

O Sebrae-MG completou 38 anos em julho. Para celebrar a data a empresa promoveu um concerto sinfônico com a Orquestra Musicoop, regida pelo maestro Eliseu Barros. Os 32 músicos apresentarem canções populares e eruditas no pátio da instituição, no bairro Nova Suíça. O evento teve a participação de funcionários, familiares, moradores da região e membros da diretoria e do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG.Fotos: Carlos Guilherme

em FoCo

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1 Público no hall de entrada, antes do lançamento2 Abertura com o diretor superintendente, Afonso Maria Rocha3 Palestra durante lançamento do programa4 Jornalista e comentarista econômica Salete Lemos5 Silvana Santiago (Sebrae-MG), Salete Lemos, Ricardo Pereira (Sebrae-MG) e Denise Sapper (Sebrae-MG)6 Analista do Sebrae-MG, Adriana Sabione , atende empresários

em foCo1

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No dia 8 de julho foi lançado o Programa Sebrae para Empresas Avançadas. A jornalista

e comentarista econômica Salete Lemos fez uma palestra sobre macroeconomia e tendências de mercado. O programa traz

soluções personalizadas para empresas. O participante da capacitação fica mais tempo dentro do seu empreendimento que em sala

de aula e aplica os conceitos aprendidos com o acompanhamento de um consultor.

Fotos: Luciana Gama

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Pós-venda,Por favor!

Como consultor de marketing e palestrante, viajo muito a trabalho. Hospedo-me em di-

versos hotéis, dos econômicos aos so-fisticados, recebendo, no geral, bom atendimento.

Tenho um hábito durante as hospeda-gens: preencher questionários de ava-liação de serviços. Busco fazer a mi-nha parte como cliente, fornecendo informações, parâmetros e referên-cias à direção do hotel. E imagino que eu não deva ser o único. Acredito que muita gente, e, claro, não precisa ser especialista em marketing de serviços para isso, preenche os questionários.

Para as organizações hoteleiras são informa-ções valiosas para avaliarem suas operações. Pois, óbvio, são os hóspedes que recebem os serviços, usam e verificam sua eficiência. Di-ferentemente da venda de um produto, que pode ser testado e avaliado dentro da fábrica; na venda de serviços é o cliente que cumpre essa função. Por mais que o atendimento e uma gerência próxima possam perceber va-riações de serviços dentro da qualidade pro-posta, é o cliente que usa, testa e, sim, avalia.

Só que a maioria dos hóspedes não tem essa mania. Mas tem opiniões. E amigos. E gostam de falar, bem ou mal. E assim vão construindo pelo boca a boca a reputação do estabelecimento, influenciando colegas e fixando uma imagem no mercado. Por essas razões, do controle de qualidade e da repu-tação, os questionários de avaliação não po-dem ser tratados como subserviços ou mera rotina administrativa.

É essa a impressão que tenho, que ninguém gabaritado irá ler minhas respostas. Feedback para o cliente, que é bom, nada. De todas as vezes que eu preenchi questionários e sempre marcando (quando há a opção) que gostaria de receber uma resposta, dá para contar nos dedos quando recebi uma liga-ção ou e-mail. Parece que na hotelaria muito esforço é des-pendido para manter a operação rodando e pouco se traba-lha no que chamamos de pós-venda.

O pós-venda em qualquer operação de serviços é fundamen-tal. É a oportunidade para aprender com o cliente. E para aprender tem que conversar, fornecer feedback, abrir-se para o diálogo para aprofundar-se nas questões negativas e positi-vas. Afinal, uma coisa é saber que o atendimento da recepção levou nota 6. Outra coisa é entender o porquê. Quando se sabe o motivo, abre-se a possibilidade da reparação, do ajus-te de um processo e da melhoria nos detalhes. Pois clientes enxergam e dão valor a detalhes que normalmente passam despercebidos pela gestão.

Questionários de avaliação não podem ser um fim em si mesmos. Também não podem ser o único canal de reclama-ções, dúvidas, sugestões e elogios. É preciso ter profissionais especializados cuidando dessa ponta do iceberg. Uma área de pós-venda para receber as opiniões dos clientes, entrar em contato, ouvir, responder, explicar e agradecer. E aprender muito, funcionando como uma ouvidoria. Buscando solu-ções e fazendo circular as opiniões dos clientes dentro da organização para mobilizar e manter atentos todos os profis-sionais que atuam na linha de frente.

Uma organização para se tornar competitiva e inovadora precisa aprender com erros e acertos. Aperfeiçoando e apri-morando. E não há como fazer isso sem a ajuda de clientes que se dispõem a informar. Até porque, em tempos de inter-net, se a empresa não se dispuser a ouvir, o cliente encontrará onde publicar sua visão, em fóruns, blogs, portais e comuni-dades. Aí, já viu.

PoR maRcelo miyaShita*Foto: divulGação

* conSultoR e PaleStRante da miyaShita conSultinG e PRoFeSSoR de maRketinG de SeRviçoS

em cuRSoS de PóS-GRaduação e mba.

artigo

Para aprimorar, melhorar e inovar, é preciso ouvir os clientes. E dar feedback

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Ronaldo e Daniela Riccio, da Alva Cosméticos

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Capa

iNovaré preCiso

A s micro e pequenas empresas mineiras inovam mais. Esse é um dos resultados mostrados na Pesquisa de Direcionamento Estratégico, divulgada pelo Sebrae

em abril. A maioria (81,1%) das empresas atendidas pelo Sebrae em Minas Gerais investe em inovação. O Estado é o primeiro colocado na região Sudeste e ficou acima da mé-dia nacional (77,7%). Mesmo entre as empresas que não são clientes do Sebrae-MG a inovação é maior (67,7%), frente à média nacional (65,4%).

Foram entrevistadas 594 empresas no estado, das quais 359 clientes do Sebrae-MG. Entre as empresas assessoradas pela instituição que ino-varam, cerca de 40% o fizeram em produtos, seguido pelo marketing (25%) e em infraestrutura/máquinas (23%).

“A pesquisa comprova como o Sebrae-MG auxilia na formação do em-presário, permitindo a obtenção de subsídio intelectual e financeiro para que produtos, processos e serviços novos e melhorados possam chegar ao mercado”, explica o analista de tecnologia da instituição, Flávio Baeta Moreira. Segundo ele, a linha de atuação da entidade é extensa, passando pelos programas de formação (Sebrae Mais, Empretec, seminários de sensibilização, entre outros), de ambiência (Programa Sebrae de Incu-badoras, Parques Tecnológicos) e programas de consultoria (Sebraetec, Inventiva, Prumo, Design e Programa Alimento Seguro).

E foi um desses programas, o Sebraetec, que proporcionou o empurrão necessário para que o casal Ronaldo e Daniela Riccio, proprietários da Alva Cosméticos, de Belo Horizonte, pudessem desenvolver seu projeto inovador. Daniela cursava pós-graduação em 2007 no Centro Univer-sitário Newton Paiva quando decidiu colocar seu objeto de estudo, um novo alisante capilar, para concorrer ao programa de consultoria tecno-lógica financiada pelo Sebrae-MG.

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Graças ao apoio do Sebrae-MG, empresários conseguem transformar ideias inventivas em sucessos comerciais

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Com o projeto aprovado, Daniela trabalhou no desenvolvi-mento de uma nova metodologia, que incluiu inovação até na forma de realizar a pesquisa. “Fui a primeira pesquisa-dora da área de cosméticos a utilizar o laboratório de mi-croscopia eletrônica do departamento de física da UFMG”, revela. O resultado não poderia ter sido melhor: ela con-seguiu comprovar cientificamente que a sua metodologia, patenteada em 2009, funciona.

“A pesquisa nos fez perceber que poucos produtos inova-dores vão para o mercado, pois apenas as grandes indús-trias de cosméticos em geral se preocupam com isso. O restante só está interessado em copiar os que já fazem su-cesso”, alfineta Ronaldo Riccio. Segundo ele, a empresa não precisa ser grande para fazer testes e avaliações empíricas. “Sempre vamos atrás do que há de tecnologia disponível, quando possível. Por isso, sempre procuramos nos associar a entidades que possuem equipamentos aptos a realizar os experimentos que desejamos”, explica.

O produto desenvolvido pela Alva Cosméticos, chamado Novatec Lizz, é o carro-chefe da marca Brasil Ervas, linha da empresa para salões de beleza que lista um total de 50 produtos. O produto está no mercado desde o segundo semestre de 2009 e já representa de 15% a 17% do fatura-mento total. No momento, a empresa trabalha na criação de uma linha de varejo, com dez novos produtos, e plane-ja agora novas ações em marketing, melhorando a relação com sua rede de distribuidores. Isso mostra que o casal pensa como a grande maioria dos entrevistados pela Pes-quisa de Direcionamento Estratégico: 77% dos clientes do Sebrae-MG revelaram a intenção de investir mais no biênio 2009-2010, e assim continuar inovando.

O caso de sucesso da Alva Cosméticos – que encontrou em uma instituição privada o impulso necessário para le-var adiante um ideia inovadora – ainda está longe de ser a regra em um país que precisa investir mais em inovação para alcançar uma posição sustentável e consolidada entre as principais economias globais. “Se por um lado o cená-rio econômico favorece o crescimento do Brasil, os inves-timentos em inovações não são suficientes para sustentar este desenvolvimento”, avalia Flávio Baeta.

A falta de políticas realmente aplicáveis já apresenta impac-tos negativos. De acordo com o relatório Global Innovation Index 2010, que analisa o grau de inovação de 132 países, o Brasil caiu da 50ª para a 68ª posição em 2010. “Para estimular as inovações, é necessário que haja esforços conjuntos entre os setores público e privado, ficando sob responsabilidade do governo o estímulo à criação de polos tecnológicos e re-des de cooperação entre empresas e universidades”, explica o analista do Sebrae-MG. Para ele, a função das empresas é incentivar a superação das barreiras à inovação por parte de seus executivos e demais colaboradores, além da utilização dos recursos relacionados ao capital de risco.

Efeitos do alisante da Alva Cosméticos são comprovados cientificamente

Produtos da Alva Cosméticos: inovação desde o processo de pesquisa

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Vale da inovaçãoCom cerca de 130 empresas de tecnologia, o Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, é uma região propícia para o desenvolvimento de produtos inovadores e que rapidamente conquistam mercado. Uma dessas empresas é a Safe Trace, de Itajubá, especializada em rastre-amento de carne bovina e que tem seu sistema utilizado pelas redes de supermercados Verdemar e Super Nosso, de Belo Horizonte.

De acordo com o diretor executivo da empresa, Vasco Varanda Picchi, o sistema de rastreamento foi pensado a partir de um dos grandes problemas enfrentados pelos frigoríficos: por ser uma linha de desmontagem, os abatedouros não conseguiam manter o vínculo entre o animal recém-chegado e as peças que saíam para serem comercializadas.

A solução para o problema, segundo Picchi, foi adaptar a tecnolo-gia que o sócio dele, Francisco Biasoto, pesquisava em 2005, quan-do ambos estudavam na Universidade Federal de Itajubá: a RFID (radiofreqüência), a mesma usada no pedágio Sem Parar, na qual o chip do carro é lido à distância, antes de passar pela catraca. Nos primeiros meses de vida, o animal recebe um chip, na forma de brinco eletrônico ou de cápsula para ser ingerida. “Ele passa, en-tão, a ser monitorado por radiofreqüência até ser abatido. Dentro do frigorífico, as informações que estavam na cápsula são transfe-ridas para cartões magnéticos que identificam cada peça cortada. Na entrada da sala de desossa, os dados são enviados para uma etiqueta com código de barra que identifica os produtos embala-dos que vão para os supermercados”, explica.

Vasco Picchi mostra o rastreador que acompanha toda a trajetória do boi, das fazendas aos supermercados

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Para saber todas as informações sobre aquele animal, técnicos da Safe Trace, vão a cada quatro meses às fazendas para realizar a leitura dos dados. “Desta for-ma, é possível saber a origem, o sexo, o peso, as va-cinas recebidas, os donos, por onde pastou e até seus parceiros sexuais”, informa Picchi

O potencial do negócio é enorme, pois, segundo Vas-co Picchi, as fazendas, frigoríficos e supermercados estão cada vez mais interessados em ter seu produto rastreado. “Os fazendeiros precisam de uma empresa como a Safe Trace para confirmar que sua proprie-dade está cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como não sendo fruto de desmatamento; os frigoríficos estão sendo obrigados pelo governo a comprar a carne dessas fazendas e o varejista tem a fiscalização do consumidor e um gran-de potencial de crescimento das vendas caso faça o rastreamento de toda a cadeia”, afirma. Um exemplo é o Verdemar que, segundo Picchi, aumentou suas vendas em 20% depois que passou a rastrear a carne que vende nas suas lojas.

Já o mercado externo está cada vez mais exigente com a carne bovina comprada do Brasil, principalmente de-pois do surto de febre aftosa registrado em 2005. Hoje, apenas 1.800 fazendas brasileiras estão habilitadas a exportar para a União Europeia. Este número já foi de 20 mil. “Por isso, estamos focando nossa atuação tam-bém nos frigoríficos e fazendas, que já começaram a demandar o serviço. Atualmente, temos cinco equipes de técnicos que conseguem registrar até dois milhões de animais por mês”, informa Picchi.

Até o momento, a Safe Trace e sua sócia FIR Capital (fundo de investimentos de Belo Horizonte, que pos-sui uma área de fomentos para empresas inovadoras) já investiram R$ 3 milhões na capitalização da empresa e no desenvolvimento de produtos e pretendem investir outros R$ 3 milhões até 2011. O retorno esperado do negócio? R$ 85 milhões nos próximos cinco anos.

Operação remotaMaior facilidade para operar painéis eletrônicos de pu-blicidade em corredores de shopping centers. Este foi o objetivo da AGTecnologies, de Santa Rita do Sapucaí, quando começou a desenvolver o mídia player, no iní-cio do ano passado. “Normalmente, esse serviço é feito por meio de um PC, onde é desenvolvida a mídia, que será rodada em flash (um software). Nosso equipamen-to descarta o uso do PC, funcionando com um cartão de memória, podendo ser disponibilizado na internet e gerenciado por um software localizado em Santa Rita do Sapucaí para qualquer painel do país”, explica o diretor de Operações da AGTecnologies, Anderson Dias.

Além de painéis de publicidade, a inovação da empresa se aplica a outros meios em que o PC não consegue atender, como a propaganda dentro de ônibus. “Tam-bém estamos trabalhando em um sistema de comuni-cação via 3G, que funcionará por uma porta USB onde será plugado um modem que vai permitir gerenciar a mídia remotamente do celular, desde que haja um pon-to de internet, eliminando os cabos”, relata Dias.

O negócio, que conta com recursos da Fapemig, ain-da está em fase de projeto, mas a perspectiva é que o produto, o primeiro a ser fabricado no país, chegue ao mercado no início de 2011 pela metade do preço de um importado (em torno de R$ 1.200). O lote inicial de fabricação será de mil unidades e os clientes finais da empresa serão as agências de publicidade.

Mídia player da AGTecnologies opera painéis eletrônicos de publicidade à distância

Cerca de 130 empresas de tecnologia do Vale da Eletrônica investem no desenvolvimento de produtos inovadores

Equipamento da AGTecnologies gerencia qualquer painel publicitário do país desde Santa Rita do Sapucaí

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Anderson Dias: inovação é busca constante na AGTecnologies

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Assessorada pelo SEBRAE-MG, central de negócios Clube da Casa muda cultura organizacional de um grupo de empresas de construção civil do Sul de Minas, tornando-as mais competitivas e preparadas para o mercado

Minas Gerais é o maior exportador de própolis do país

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apiCuLtura

doCeeNergia

PoR maRco antônio coRteleti

FotoS: GuStavo black

Importante fonte de energia e com alto valor nutricional, o mel ainda não faz parte da dieta alimentar da grande maio-ria dos brasileiros. De acordo com a Confederação Brasi-

leira de Apicultura (CBA), a média de consumo por habitante no país é de apenas 128 gramas por ano, enquanto nos Estados Unidos e na Europa o consumo per capita gira em torno de 1,5 quilo a cada 12 meses.

Diante deste cenário, os produtores brasileiros miram o mercado externo como forma de aproveitar a capacidade instalada nacional, estimada pela CBA em condições de processar quatro vezes mais mel que a atual produ-ção, em torno de 50 mil toneladas anuais. Mas para crescer no comércio internacional, os apiários precisam adequar seus processos produtivos as exigências do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atento a esta questão, o Sebrae tem desenvolvido programas com as prin-cipais cooperativas de produtores do estado e do país, com o objetivo de ajudar as empresas a implantarem medidas de controle sanitário mais rí-gidas. Em Minas Gerais, são quase 150 produtores beneficiados. Uma das associações que contam com este suporte é a Aapivale, do Vale do Aço, que congrega 78 produtores. “A Aapivale está readequando seu entreposto, que é o local onde o mel é processado, para voltar a exportar para a Europa”, informa a analista do Sebrae-MG, Danielle Fantini. Segundo ela, o embargo europeu à Aapivale não é um caso isolado. “É tão comum que o Ministério da Agricultura passou a exigir que os entrepostos em todo o país façam mo-dificações na estrutura física e nos processos de produção para que eles pos-sam se habilitar novamente a exportar para a União Europeia”, acrescenta.

Alimento rico em nutrientes, o mel ainda é pouco consumido pelo brasileiro. Projeto do Sebrae-MG capacita apiários para ganharem

novos mercados, aproveitando o potencial de produção quatro vezes maior que o atual

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O programa auxilia apicultores a garantirem o controle de todo o processo

O Programa de Alimento Seguro (PAS-Mel) é desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)

Para auxiliar os apicultores da Aa-pivale a se adequarem às novas exi-gências e garantirem o controle de todo o processo, o Sebrae se baseia no Programa de Alimento Seguro (PAS-Mel), no qual são trabalhadas duas metodologias: Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Pe-rigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), ambas desenvolvidas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

De acordo com Danielle Fantini, o PAS-Mel atua tanto no campo quanto no entreposto. “No campo, ele foca a colmeia e a casa de mel, local onde o produto é preparado para ser en-vasado. A casa de mel, por exemplo, deve ser azulejada, possuir pia com sabonete líquido e piso diferenciado. E os baldes que transportam o mel da colmeia devem estar sempre limpos e não podem ser utilizados para outro fim”, explica.

Segundo a analista do Sebrae-MG, o processo é lento porque requer inves-timentos por parte dos apicultores. “Poucos tinham casa de mel, com o processamento sendo feito na própria cozinha. Para contornar o problema, muitos produtores têm feito parcerias entre si para construírem estas unida-des em conjunto”, relata Danielle.

Ela conta que a Aapivale está em fase final de readequação das suas instala-ções e que, em breve, será submetida a nova avaliação do Ministério da Agri-cultura. Caso consiga a aprovação, a as-sociação poderá voltar a exportar para os países do velho continente. Deten-tora de uma certificação de mel orgâ-nico de uma instituição alemã, a Aapi-vale está confiante de que conseguirá também a autorização do governo bra-sileiro. Com isso, a associação poderá diversificar sua carteira de exportação, atualmente concentrada nos Estados Unidos. A expectativa é destinar 300 das 500 toneladas produzidas anual-mente para o mercado externo.

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Nova LimaOutra associação que tem se beneficiado do programa PAS-Mel é a Cooperativa Nacional de Apicultura (Co-nap), de Nova Lima, região metropolitana de Belo Ho-rizonte. De acordo com o presidente da cooperativa, Irone Martins Sampaio, a parceria com o Sebrae-MG começou em 2008 e tem sido muito profícua. Dos 200 produtores ligados à cooperativa, 40 estão seguindo os preceitos do PAS-Mel.

“O trabalho desenvolvido pelo Sebrae-MG, principal-mente no que diz respeito à implantação da casa de mel e à adoção de boas práticas no entreposto, tem sido fundamental para que a Conap possa vislumbrar sua entrada no mercado europeu”, afirma Sampaio. Segundo ele, a certificação, necessária para que a co-operativa se habilite a exportar para a Europa, poderá ser conseguida já em setembro próximo, quando uma equipe do Ministério da Agricultura irá a Nova Lima auditar os produtos e processos da associação.

Atualmente a Conap é a maior produtora de própo-lis do país, com 12 toneladas anuais, o equivalente a 31,5% do total produzido no território nacional. A associação já exporta para Japão, China, Coreia do Sul e Estados Unidos.

Preceitos do PAS-MEL do Sebrae já são seguidos por 40 produtores de Nova Lima

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Prêmio nacionalUma das empresas da Aapivale que implantou o PAS-Mel com o suporte do Sebrae-MG foi a Apiários Casagrande, localizada no município de Dom Silvério, no Vale do Aço. Com 17 fun-cionários, a empresa, de propriedade de Geraldo Martins Rôla e Juliana Maria Costa Gomes, produz 12 toneladas de mel por ano, podendo beneficiar até 30 toneladas, captadas junto a apicultores parceiros, associações e cooperativas da região.

De acordo com Juliana Gomes, a implantação dos procedimen-tos do programa na empresa foi fundamental para garantir a qua-lidade higiênico-sanitária dos seus produtos e matérias-primas e contribuiu para que a Apiários Casagrande conquistasse o prê-mio “Destaque Nacional da Apicultura” no congresso brasileiro realizado pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), em maio passado, em Cuiabá (MT). “O controle é feito desde a en-trada da matéria-prima na empresa até que o produto chegue ao comércio. Os lotes são registrados com o nome do produtor, data da colheita e de validade. Desta forma, conseguimos rastre-ar e acompanhar todo o processo de colheita e armazenagem do mel, do própolis e da cera”, explica.

Para a entrada da matéria-prima no entreposto, são necessários vários procedimentos, todos devidamente monitorados e re-gistrados: a qualidade da água; o controle de insetos e pragas; a limpeza do entreposto de modo geral; os procedimentos na manipulação e fabricação dos produtos e os cuidados na armaze-nagem da matéria-prima e embalagens; entre outros. Os funcio-nários passam por treinamentos contínuos, que incluem técnicas sobre contaminação e manipulação dos alimentos.

O mérito maior do PAS-Mel, segundo Juliana Gomes, é ajudar prevenir o erro, diminuindo o custo para a empresa e aumen-tando a segurança do consumidor. “São ações necessárias que asseguram que nenhum alimento com risco possa chegar ao mercado”, afirma.

A implantação do PAS-Mel na Apiários Casagrande, de Dom Silvério, ajudou

a empresa a conquistar o prêmio de destaque nacional

da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA).

dom silvériojoão monlevade

nova lima

Juliana Gomes: acompanhamento de todo o processo de produção rendeu prêmio nacional do setor

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apiCuLtura

Consumo do mel é temade campanha nacionalPara tentar aumentar o consumo de mel pela população brasileira, o Sebrae Nacional, a CBA e a Fundação Banco do Brasil estão lançando a campanha “Meu Dia Pede Mel”. Em Minas Gerais, o lançamento ocorrerá na Feira do Empreendedor, entre os dias 31 de agosto e 5 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte (leia matéria na página 68). De acordo com a analista de Agronegócios do Sebrae-MG, Danielle Fantini, o objetivo é aumentar o con-sumo de mel no Brasil. A campanha, segundo ela, terá uma divulgação massiva e foco em vários públicos, de atletas e usuários de produtos de beleza (o mel é muito usado na indústria cosmética, pois possui im-portantes propriedades adstringentes e suavizantes) até crianças e adultos em geral.

beneFíCiosAdoçante mais antigo usado pelo homem, o mel possui benefícios atestados por estudos médicos. Natural e completo, o produto tem entre seus principais nutrientes a fruto-se, sacarose e a glicose, além de ser rico em potássio, selênio cobre, fósforo, ferro, vitaminas do comple-xo B, vitamina C e alguns tipos de aminoácidos. Suas funções terapêuticas variam de acordo com a planta de onde a abelha retira o néctar. O mel de laranjeira tem propriedades sedativas; o de eucalipto é indicado para as doenças do aparelho respiratório como tosses, gripes e bronquites e o silvestre tem propriedades calmantes e desintoxicantes, por exemplo.

projetos apoiados pelo sebrae-mg• Nova Lima: 40 produtores da Conap• Vale do Aço: 78 produtores da Apivale• Microrregião do Caraça(João Monlevade e região): 30 produtores da Coopermel

minas geraisProdução de mel: 5 mil toneladas/ano

Apicultores: 6 milEstado é o 6º maior produtor de mel no país

brasilProdução de mel: 50 mil toneladas/ano

RS: maior produtor nacional, com 7 mil ton./anoFonte: CBA

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entrevista

oportuNidadeem várias prestações

PoR FRedeRico machado

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L ucrar no mercado destinado às classes po-pulares é mais difícil porque o consumidor é de baixa renda. Para Fábio Mariano Bor-

ges, especialista em comportamento do consumi-dor, a afirmação não passa de um mito. Professor de Ciências do Consumo Aplicado na faculdade ESPM de São Paulo, Borges tem convicção de que os empresários que souberem investir nesse seg-mento podem tirar enorme proveito.

Segundo o especialista, esses consumidores das classes C e D possuem características bem particu-lares. Compreender como eles se comportam, seus valores familiares e os hábitos na hora das compras é essencial para lucrar nesse mercado em franca ex-pansão.

Qual a importância das classes populares para países tidos como emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China?A importância é muito grande nesses países, já que estamos falando em um número gigan-tesco de consumidores. Na China, são cerca de 700 milhões de pessoas nessa faixa. Na Ín-dia, cerca de 500 milhões. Embora aqui esse número seja menor, o consumidor popular brasileiro tem um potencial de consumo mui-to alto.

Quais as tendências do mercado popular para os próximos anos?A tendência é que esse mercado fique ainda mais forte. O crescimento ocorrerá prin-cipalmente no Brasil, um dos países mais promissores mundialmente. Alguns fatores justificam essa expectativa. Estabilidade eco-nômica, bom desempenho na crise mundial, ausência de conflitos religiosos e hábitos não tão pautados pela religião (como acontece na Índia) são alguns deles. Além disso, temos dois episódios de grande apelo mundial que são a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que vão aquecer o mercado de baixa renda nos próximos anos.

Fábio borgeS

Aumento do poder de compra torna as classes C e D um atrativo segmento de mercado. Mas é preciso conhecer suas características específicas antes de investir

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entrevista

Como a Copa e as Olimpíadas podem aquecer esse mercado?São grandes eventos que estimu-lam micro e pequenos empreen-dimentos, aquecendo a economia. Além disso, com o crédito favore-cido e com mais investimentos es-trangeiros chegando, temos facili-dades de preços e concorrências, o que influencia diretamente na vida das chamadas classes C e D.

Essa é mesmo a hora de lucrar com o mercado de baixa renda?Pensar que classes de baixa renda não movimentam o mercado é um erro. Algumas marcas atuam nesse nicho há mais de cem anos, o que mostra a estabilidade desse mercado. Muitas empresas acredi-taram no segmento em uma épo-ca sem estabilidade, sem crédito e ainda assim foram bem sucedidas. Imagine agora, com economia es-tável e crédito disponível.

Quais setores estão em alta nas camadas mais populares?Talvez o principal seja o da cons-trução civil. O governo vem faci-litando a aquisição da casa própria

com a disponibilidade de crédito. O setor imobiliário está aquecido e vai continuar assim por, pelo menos, mais vinte anos. O setor de eletroeletrônicos continua bem, pois esse público está tendo acesso ao crédito e comprando bens antes distantes. A área de vestuários tam-bém tem boas perspectivas.

Quais as principais dificuldades dessa parcela da população na hora das compras?Não passa pela cabeça desse pú-blico comprar à vista. Essas pes-soas só pagam aquilo que cabe no orçamento do mês. Por isso, precisam de parcelamento. Nesse sentido, a burocracia para apro-vação de crédito pode atrapalhar. Além disso, esses consumidores precisam parcelar em várias vezes. Estamos falando em parcelamen-tos a partir de 15 prestações.

Quais os principais desejos e as-pirações das pessoas das classes C e D?A educação tem papel importan-te, com os pais almejando para os filhos a educação que não ti-

veram. Isso fica nítido com a atu-al proliferação de escolas, cursos técnicos e faculdades. Ter a casa própria continua sendo um dos maiores sonhos dessas pessoas. Outro fator que tem me cha-mado a atenção é a busca pela inclusão digital, com a aquisição de computadores para as resi-dências. Além disso, o setor de alimentos mais específicos, como iogurtes, sucos e sobremesas, está entrando na pauta, apesar da pouca oferta de linhas mais po-pulares desses produtos.

No que as empresas devem ficar atentas para vender nesse ramo?Os preços têm que caber no bol-so do cliente. Isso não significa preço baixo. Significa crédito e financiamento. Sem isso não dá para uma empresa entrar nesse mercado. Engana-se quem pen-sa que o mercado popular aceita menos qualidade. Esse público está cada vez mais informado e exigente. A variedade também é muito importante, pois é um pú-blico acostumado a pesquisar e a comparar preços.

Pensar que classes de baixa renda não movimentam o

mercado é um erro. Algumas marcas atuam nesse nicho há

mais de cem anos, o que mostra a estabilidade desse mercado.

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entrevista

Onde instalar lojas e disponibi-lizar produtos desse segmento?As empresas devem pesquisar as áreas de maior fluxo de pessoas. Muitos empresários pensam que devem montar suas lojas só na periferia. Mas as classes popula-res transitam pela cidade e estão em constante deslocamento. Uma área com facilidade de transporte público local ajuda, pois poucos possuem carro próprio.

Também vale a pena pensar nas vendas porta a porta?Esse tipo de venda está em ple-no crescimento no Brasil. Ao contrário do que se pensa, que a violência inibe as pessoas a rece-ber vendedores em suas casas, as vendas porta a porta têm crescido significativamente. Temos grande deficiência de transporte e loco-moção nas cidades, o que torna esse tipo de contato benéfico para a população.

Existe alguma diferença entre homens e mulheres de baixa ren-da na hora das compras?Não se trata de uma diferença

característica da baixa renda, mas do gênero mulher no geral. So-cialmente, a mulher ficou mais responsável pelo consumo. An-tigamente, o homem saía para trabalhar e a mulher cuidava da casa, fazendo as compras no su-permercado. Claro que isso está mudando e já mudou, mas inevi-tavelmente a mulher tem histórico maior de consumo. Ela pesquisa mais e é mais detalhista.

E quanto às ações de marketing e propaganda?Trata-se de um público que con-some muito dessa informação, desde a mídia de massa até os panfletos de supermercado. Não se atentar para isso seria desper-diçar uma estratégia direta de contato. Basta ligar a televisão para percebermos como grandes companhias exploram bem essa publicidade.

Quais valores e sentimentos orientam a vida e comportamen-to das classes populares?São valores familiares, mais tradi-cionais. Além disso, esses consu-

midores se importam muito com a pessoalidade na hora da compra. A venda tem que ser feita com a cara dos clientes, quase que per-sonalizada. Vendedores que che-gam, conhecem um pouco da his-tória da pessoa que está querendo comprar. Em outros países isso não acontece, mas aqui faz mui-to sucesso. Várias grandes redes estão treinando suas equipes para atender dessa forma.

Qual seu conselho para empresá-rios que pensam que vender para camadas populares pode atrapa-lhar a imagem da empresa?Isso tem que ser estudado caso a caso. Não conheço casos de empresas que perderam públi-co porque o cliente achou que a marca estava se popularizan-do demais. Para algumas mar-cas, não faz sentido vender para classes mais populares. Depende de como a imagem de marca foi construída. Caso perceba-se que a imagem da empresa está sen-do abalada, o primeiro conselho é desenvolver outra marca com apelo mais popular.

Esses consumidores se importam muito com a pessoalidade na hora da compra. A venda tem que ser feita com a cara dos clientes, quase que personalizada.

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Vendas de Danton Ferreira Vallenich triplicaram após certificação ISO

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Alarmes Santa Rita produz 300 rastreadores via satélite para veículos por mês

Projeto iniciado pelo Sebrae-MG há cinco anos já ajudou 50 empresas do Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, a

conquistar a certificação ISO 9000

PoR maRco antônio coRteleti

FotoS: GuStavo black

Em um mercado em crescente competitividade, não basta apenas fabricar um produto e colocá-lo nas prateleiras. O consumidor de hoje exige a comprovação de que o

bem a ser adquirido está de acordo com os mais rigorosos crité-rios de qualidade. E uma das formas mais eficientes de se atestar a qualidade dos processos adotados na elaboração de um produ-to ou serviço é por meio de uma certificação criada há mais de 60 anos na Europa e que ainda hoje é referência internacional no assunto: a ISO 9000.

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No Polo Eletrônico de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, a pre-ocupação em certificar as empre-sas locais começou em 2005, quan-do o Sebrae-MG e o Sindicato das Empresas de Aparelhos Elé-tricos e Eletrônicos de Santa Rita (Sindvel) se uniram para iniciar o processo de certificação pela ISO 9000. “Há cinco anos, ter a ISO 9000 era um diferencial importan-te para as empresas, pois poucas se preocupavam em comprovar a qualidade dos seus produtos. Hoje, é uma questão de sobrevivência, pois quem não tem está fora do mercado”, afirma Rodrigo Ribeiro Pereira, analista do Sebrae-MG em Santa Rita do Sapucaí.

As entidades começaram, então, a fazer um trabalho de conscien-tização junto às indústrias sobre a importância do certificado para o polo. “A primeira turma foi com-posta por uma dezena de empre-sas e todas conseguiram implantar a metodologia, o que motivou as demais. Desde então, todos os anos, uma média de dez empresas

passam a integrar o grupo das cer-tificadas”, informa Pereira. Como todo ano são criadas de 10 a 12 empresas oriundas das duas incu-badoras da cidade – sem contar as que vêm de fora –, o trabalho de certificação será sempre contínuo.

O analista do Sebrae-MG destaca a importância da ISO 9000 para toda a cadeia produtiva local. “Um pro-duto que a empresa ‘A’ comerciali-za no varejo passa, em média, por outras 14 empresas durante todo o processo de fabricação, como for-necedores de matéria-prima, com-ponentes e embalagens. Portanto, se um desses não usar a metodo-logia, a qualidade do produto fica comprometida”, assegura.

Com duração de um ano, o curso de capacitação é ministrado pelo consultor do Sebrae-MG Adinê Beijo. “Como Santa Rita do Sa-pucaí é voltada para o empreen-dedorismo, é fundamental que as empresas estejam sempre preocu-padas em qualificar seus produtos e certificá-los para que continuem

conquistando mercado”, afirma. Segundo ele, a ISO 9000 é ainda mais importante no contexto da cidade, que absorve muitos enge-nheiros que saem das faculdades apenas com conhecimento téc-nico, mas sem nenhuma noção de gestão administrativa e visão de mercado, dois temas bastan-te trabalhados nas aulas. “Outro aspecto importante é o fato de o curso ser realizado em grupos, o que estimula a troca de experi-ências, permitindo visitas mútuas nas empresas participantes para checar se o que foi aprendido na teoria está sendo efetivamente im-plantado”, revela o consultor.

Após a certificação dos proces-sos pela ISO 9000, as empresas precisam deixar os produtos em conformidade com as exigências do Inmetro, Anatel e até da União Europeia, para o caso das expor-tadoras. “O fato de conquistar a ISO 9000 representa meio cami-nho andado para conseguir os demais certificados”, afirma Ro-drigo Pereira.

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Todos os rastreadores da Alarmes Santa Rita são aferidos em laboratórios reconhecidos

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Melhoria dos processosParticipante do primeiro grupo que obteve a ISO 9000 no Vale da Ele-trônica, a Alarmes Santa Rita conseguiu melhorar seus processos e hoje o presidente da empresa, Roberto de Souza Pinto, não consegue ima-ginar a rotina do seu corpo técnico sem a metodologia. “A ISO 9000 dá estrutura à empresa e padroniza todo o processo, deixando-o mais limpo, sem erros e sem desperdício, além de permitir todo o rastrea-mento da cadeia produtiva e até o recall, se necessário”. Segundo ele, a metodologia também contribui para integrar a empresa, deixando a comunicação mais fácil. Outro ponto importante, segundo Pinto, que também preside o Sindvel, é o fato de haver auditoria a cada seis meses após a primeira certificação, que tem validade de dois anos. A partir daí, as recertificações passam a ser anuais. “Quando o auditor volta, ele avalia a empresa a partir da base anterior e cobra os ganhos de melhoria. Desta forma, sempre estamos subindo mais alguns degraus em relação às auditorias anteriores, em um processo crescente de melhoria da qualidade”, relata. Mas o principal ganho da certificação, segundo ele, é a conscientização pela qual passa o corpo de funcionários para que a qualidade do produto seja garantida e o cliente final fique satisfeito.

De acordo com o presidente da Alarmes Santa Rita – que produz cerca de 300 rastreadores via satélite para veículos por mês –, para implantar a metodologia em uma empresa pequena como a sua, com nove funcio-nários, é preciso investir em torno de R$ 35 mil, usados para adquirir os equipamentos necessários e aferi-los em laboratórios reconhecidos. No setor de radiodifusão, por exemplo, pode-se gastar até R$ 5 mil apenas para aferir um aparelho. “Mas o retorno do investimento é garantido, pois, hoje em dia, sem a ISO 9000 não há mercado”, complementa.

“Hoje em dia, sem a ISO 9000 não há mercado”, afirma Roberto de Souza Pinto.

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Outra empresa que obteve a certificação, há um ano, foi a Ativa Solu-ções, que produz conversores de comunicação digitais. Segundo Dan-ton Ferreira Vallenich, sócio da Ativa, a ISO 9000 representou uma grande mudança, pois modificou de forma positiva vários procedi-mentos entre os funcionários e inseriu a empresa em um contexto de evolução natural. O resultado mais evidente foi o aumento nas vendas. “Triplicamos a comercialização dos nossos produtos neste primeiro ano de certificação. Sei que a ISO 9000 não foi responsável sozinha por esse aumento, mas estou seguro que todo o benefício da certifica-ção teve impacto nesse resultado”, afirma.

Para Danton, a metodologia da ISO 9000 é um excelente curso de administração, porque explica de forma detalhada como gerir qual-quer negócio. “Isso trouxe um ganho muito grande, pois além do conhecimento técnico, o curso coloca alguns desafios para que a empresa possa conseguir a certificação”, diz. Outro ponto favorável, segundo ele, é a troca de experiência entre os participantes, “o que proporciona um intercâmbio importante, pois cada um pode aplicar a metodologia de acordo com a sua realidade.”

ISO 9000Organização não governamental presente em 157 países, a ISO 9000 foi fundada em 1947 em Genebra (Suíça) e sua função é promover a padronização de produtos e serviços, utilizando determinadas normas, de modo que a qualidade dos produtos seja sempre melhorada.

No Brasil, o órgão que representa a ISO é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho e a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade. Podem ser aplicadas a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos e serviços.

reQuisitosAs empresas devem seguir alguns passos para serem certifica-das. Veja quais são:• Padronização de todos os processos-chave do negócio, que afetam o produto e, consequentemente, o cliente;• Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a qualidade do produto/serviço, através de indica-dores de performance e desvios; • Implantação e manutenção dos registros adequados e ne-cessários para garantir a rastreabilidade do processo;• Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações correti-vas quando necessário; • Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua eficácia.

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Hortaliçasà perfeição

Unidade de processamento recém-criada garante a qualidade das verduras que abastecem a região de Juiz de Fora

PoR michele oliveiRa

FotoS: GuStavo black

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agronegóCio

Da comunidade Vila Almeida, em Juiz de Fora, saem grande parte das verduras que vão à mesa da

população da região. A produção mensal de hortaliças na localidade chega a 20 toneladas por mês, cultivadas em uma área de 16 hectares por 160 agricultores familiares.

Processar de acordo com os mais altos padrões de qualidade e comercializar todo esse volume de alimentos foi a oportunidade vislumbrada pela agricultora Sônia Aparecida de Almeida e que resultou na Unione, a primeira unidade de processamento de verduras da cidade.

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agronegóCio

Sônia Almeida não abre mão de procurar a ajuda do Sebrae-MG quando precisa

Sem experiência como empreendedo-ra, Sônia Almeida associou-se a uma irmã e duas primas. Elas procuraram a Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento de Juiz de Fora, a Emater e a Universidade Federal de Viçosa para saber como implantar a unidade, como organizar o processo produtivo e obter a licença sanitária.

Depois foram ao Sebrae-MG com o intuito de formalizar o negócio. Mas o quarteto conseguiu bem mais: o Sebrae-MG orientou as novas em-presárias sobre todo o processo que envolve a abertura e a gestão de uma pequena empresa.

Marcelo Rother, técnico do Sebrae--MG em Juiz de Fora, relembra a con-tribuição da instituição à Unione. “De-mos o formato administrativo, ensina-mos como gerir o empreendimento, como entender o mercado, conquistar clientes etc. A partir daí, acionamos também o Sebraetec, consultoria tec-nológica, para desenvolver a logomar-ca e toda a identidade visual do negó-cio, bem como as embalagens”, conta.

Cientes das inúmeras variáveis que envolvem a administração de um negócio próprio, Sônia e suas sócias optaram por se qualificarem e conhe-cerem o setor mais a fundo antes de colocarem a mão na massa. As em-presárias participaram de diversos cursos, palestras e consultorias ofere-cidas pelo Sebrae-MG, como o pro-grama Meu Primeiro Negócio. “Fica-mos cerca de um ano só estudando, planejando e nos capacitando para entrar no mercado”, afirma Sônia.

Há cinco meses a empresa enfim saiu do papel. E mesmo hoje as empre-sárias não abrem mão de recorrer ao Sebrae-MG sempre que surge uma dificuldade. “O Sebrae-MG nos apoia até hoje em consultorias individuais, como nas negociações em que não conseguimos chegar no preço final de venda”, acrescenta Sônia Almeida.

Unione profissionalizou o processamento e o processo

produtivo da Vila Almeida

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agronegóCio

RotinaA rotina da unidade de processamento come-ça cedo. Os agricultores chegam no início da manhã com as mercadorias, que são pesadas, selecionadas e acondicionadas. “Aproveitamos apenas 50% das verduras, porque não aceita-mos folhas que tenham qualquer dano”, ex-plica Sônia. Após a seleção, as hortaliças são higienizadas, cortadas, sanitizadas em mais três lavagens, centrifugadas e embaladas. Já na área de expedição, os produtos são etiquetados e armazenados em câmara frigorífica antes de serem enviados para comercialização.

A recém-contratada Joyce Aparecida de Frei-tas integra a equipe da seleção e lavagem das verduras. “É a primeira vez que trabalho com hortaliças. Nunca tive contato com agricul-tura antes, mesmo morando na região. Aqui aprendi muitas coisas. Passei até a comer mais verdura”, brinca.

Qualidade: A Unione só aproveita folhas em perfeito estado

Após a seleção, as hortaliças são higienizadas diversas vezes antes de serem embaladas e enviadas para o comércio

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Atualmente a Unione processa cerca de quatro toneladas mensais de couve, alface, rúcula, agrião, espinafre, cenourinha, cebolinha, salsinha, manjericão e hortelã. Segundo Sônia Almeida, a expectati-va é aumentar o volume ainda mais no curto prazo, já que a capaci-dade de processamento da empresa é quase três vezes maior e um novo mercado potencial já foi identificado. “Temos condições de colocar duas mil bandejas de 200 gramas de verduras no mercado todos os dias”, calcula. A empresária conta que a meta é atuar no limite da capacidade instalada, estimado em 400 quilos por dia.

Todas as hortaliças processadas pela Unione são adquiridas junto aos produtores da Vila Almeida. Com o aumento da demanda e do grau de exigência da empresa, os agricultores passaram a caprichar mais na qualidade das verduras plantadas. “Eles têm se empenhado mais porque nossa compra é condicionada ao nível de qualidade do produto in natura, a fim de evitar desperdícios e manter o pa-drão exigido por nossos clientes”, explica a empresária Vanderléia Aparecida de Almeida, também sócia da Unione, que ressalta ainda a preocupação da empresa em repassar o conhecimento adquirido com o Sebrae-MG a todos os produtores locais.

É o caso dos irmãos Eduardo Barezi e Joaquim Ademir, que forne-cem a produção própria e as verduras que adquirem de agricultores menores de toda a região. “A parceria com a Unione aumentou nossa renda e a qualidade das hortaliças. O negócio está trazendo desenvolvimento para toda da comunidade”, conta Barezi.

Todas as hortaliças processadas pela Unione são adquiridas junto aos produtores da Vila Almeida.

A Unione se preapra para triplicar o processamento de hortaliças, hoje em torno de

quatro toneladas mensais.

juiz de Fora

agronegóCio

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Mauro Cavaca, sócio do Habib’s e membro da diretoria da Abrasel de Juiz de Fora, ficou encantado com o trabalho da Unione

ClientesApesar de nova, a empresa já possui uma invejável carteira de clientes, que inclui importantes redes como Subway e Habib’s.

Mauro Cavaca, sócio do Habib’s de Juiz de Fora, diz ter ficado encantado quando co-nheceu o trabalho da Unione. A lanchonete fazia a higienização internamente, mas es-tava em busca de uma empresa que fornecesse o produto já higienizado e processado, para agilizar o processo de preparação de pratos e lanches. “Foi fantástico encontrar a Unione, uma iniciativa que precisa ser apoiada”, afirma o empresário, também mem-bro da diretoria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na cidade. Ele faz questão de ressaltar a qualidade dos produtos adquiridos do novo fornecedor. “A qualidade é indiscutível. Eles são altamente selecionados, fui lá e vi os processos. São os melhores padrões de higiene e qualidade”, complementa.

agronegóCio

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Feira do empreendedor

feira dos soNHos,NegóCios de verdade

Cem mil pessoas são esperadas na edição 2010 da Feira do Empreendedor do Sebrae-MG, que

começa no dia 31 de agosto

PoR FRedeRico machado

FotoS: Ronaldo GuimaRãeS

“Falar da Feira do Empreendedor é falar da minha história”. A frase foi proferida por um empresário que conseguiu enfrentar a grande crise econômica global graças a um conselho que escutou durante a última edição do evento, em 2008. Muitos outros bons conselhos e orientações serão dados durante a sétima edição da feira, que será realizada pelo Se-brae-MG, de 31 de agosto a 5 de setembro de 2010.

Abertura oficial da Feira do Empreendedor 2008

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Feira do empreendedor

Durante os seis dias do encontro, todas as atividades do Sebrae-MG serão transferidas para o Expominas, onde são esperadas milhares de pessoas que sonham em abrir seus negócios, registrar uma atividade infor-mal ou aperfeiçoar seu empreendimento com o que existe de mais atual no mundo dos negócios.

Quem visitar a feira pode participar gratuitamente de ciclos de palestras, seminários, workshops, ofici-nas de aprendizado, jogos empresariais e mostras de oportunidades de negócio. Rodadas de negócio, aten-dimento personalizado, consultoria em gestão e ca-sos de sucesso também são atividades programadas.

Quatro grandes temas norteiam a programação des-te ano: novas ideias de negócios, oportunidades de mercado, a mulher empreendedora e o jovem empre-endedor digital. Segundo a gerente de Atendimento do Sebrae-MG, Mara Veit, os temas são escolhidos de acordo com as tendências percebidas no mercado e nas impressões obtidas nas edições anteriores do encontro. “Para esta edição, também usamos como referência os dados obtidos na feira de 2008. Cerca de 50% dos participantes naquela oportunidade eram mulheres, por isso decidimos dar um destaque maior neste ano”, explica.

Para se ter uma ideia do crescimento do evento, são esperadas para esta edição da feira 100 mil pessoas, contra 62 mil participantes em 2008. São mais de 870 eventos programados e mais de 400 expositores pro-movendo suas marcas.

Como participar?Para participar do evento, é necessário fazer a inscri-ção pelo site www.sebraemg.com.br. “As inscrições são gratuitas, tanto para a entrada quanto para ati-vidades específicas. Estamos buscando incentivar a inscrição prévia para as atividades, mas caso o parti-cipante chegue na hora, se interesse e ainda existam vagas disponíveis, pode participar”, explica a analista de Atendimento Michelle Chalub.

“A cada dois anos lançamos no mercado um produ-to novo, atrativo e que possa alcançar mais clientes. Esse nosso produto é a própria feira, que se renova constantemente, com muitas atrações interativas para encantar o público visitante”, diz Mara Veit.

O empresário Carlos Roberto Diniz Paiva é o pro-prietário da Ponto do Bordado. Ele deu o depoimen-to inicial da matéria e confirma o sucesso do evento: “Falar da Feira do Empreendedor é falar da minha história. A Ponto do Bordado nasceu a partir da mi-nha busca de conhecimento e oportunidade. Na edi-ção de 2008, não sabíamos da crise que estava por vir e que afetou muita gente. Mas no evento tive a oportunidade de falar com um grande empresário do ramo de vidros de São Paulo, que abriu meus olhos para mudar o foco da minha empresa. Graças a essa tomada de decisão não fechamos como muitos, re-sistimos, cortamos gastos e continuamos a crescer”.

Cem mil pessoas devem prestigiar o evento deste ano

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Feira do empreendedor

eventos interCaladosNo mesmo espaço do Expominas, além da Feira do Empreendedor, outros três eventos serão realizados simultaneamente: Encontro Mineiro de Negócios em Artesanato, Encontro do Jovem Empreendedor Digital wwY e a Feira de Oportunidades de Mercado.

Feira virtualNesta edição, as inscrições para a Feira do Empreen-dedor só podem ser feitas via internet. “Criamos um site com a proposta de ter maior participação dos nossos clientes, mais interatividade. Além disso, nos preocupamos em atuar de forma mais agressiva nas mídias sociais”, explica Daniela Toccafondo, analista de Atendimento. Twitter, Orkut, Facebook, Youtube e Flickr estão entre as ferramentas usadas para a divulgação da Feira.

Mesmo após o encerramento do evento, o site da Feira do Empreendedor continuará no ar. “Vamos emitir o certificado de participação pelo próprio site, com a lista das atividades que o cliente participou. Disponibilizaremos também as apresentações em PowerPoint de algumas atividades e vídeos para que os clientes possam assistir depois”, revela Daniela.

saibamais Feira do Empreendedor nas mídias sociais:

no twitter:twitter.com/SEBRAE_MG

no orkut:www.orkut.com.br/

Main#Community?cmm=56423681

no FaCebook: pt-br.facebook.com/sebrae.minas

no FliCkr:www.flickr.com/photos/sebraemg/collections/

no youtube:www.youtube.com/user/

AtendimentoSebraeMG?gl=BR&hl=pt

Serviço: inFormações e insCrições no evento:www.sebraemg.com.brDe 31 de agosto a 5 de setembro de 2010Das 10h às 22h*Expominas. Av. Amazonas, 6030Gameleira - Belo Horizonte – MG* No domingo a Feira é de 10h às 18h

palestrantes ConFirmados Domenico de Masi – escritor e sociólogo italianoGlória Kalil – consultora de moda Chico Pinheiro – jornalista Ronaldo Fraga – estilistaPaulo Leite – jornalista Chieko Aoki – empresária do grupo Blue Tree HotelsCarlos Ferreirinha - consultor de gestão e inovação do luxoPaul Whelean – representante da Fifa no Brasil Gustavo Lins – ex-estilista da John Galleano e Dior

Domenico de Masi

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Feira do empreendedor

Programaçãopalestras magnasAbertura oficial da Feira • 31/08 • 20 horas • Palestrante: Domenico de MasiSociólogo italiano da Universidade La Sapienz (Roma) e presidente da Escola de Especialização em Ciências Organizativas, a S3 Studium. Escreveu diversos livros best sellers, alguns deles tidos como revolucionários: “Desenvolvimento Sem Trabalho”, “A Emoção e a Regra”, “O Ócio Criativo” e “O Futuro do Trabalho”.

Empreendedorismo e Inovação • 01/09 • 20 horas • Palestrante: Silvio MeiraEngenheiro Eletrônico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, especializou-se em Ciência da Compu-tação, cursando o mestrado em informática pela Universidade Federal de Pernambuco e o doutorado em computação pela University of Kent at Canterbury (Inglaterra). Autor de cerca de uma centena de artigos científicos e tecnológicos publicados e de mais de duas centenas de textos sobre Tecnologia da Informação e seu impacto na sociedade.

Painel Empresários Mineiros • 02/09 • 20 horas • Mediador: Paulo LeiteJornalista, foi diretor de redação de Época e do Diário de São Paulo. Foi redator chefe da Veja, correspon-dente em Paris e em Washington. Empresários participantes: Rubens Menin Teixeira de Souza (MRV), Lúcio Costa (Sugar) e Ricardo Nunes (Ricardo Eletro)

Excelência no Atendimento • 03/09 • 20 horas • Palestrante Chieko AokiFormada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), com cursos em Administração na Universida-de de Sofia, em Tóquio, e de Administração Hoteleira, na Cornell University, nos Estados Unidos, Chieko Aoki fundou a sua empresa em 1992. Em 1997, lançou a bandeira Blue Tree Hotels. A empresária tem como missão consolidar a rede como a mais conceituada operadora brasileira de hotéis, com reconheci-mento pela alta qualidade, elegância e estilo próprio de serviços.

seminários31/08 III Encontro Mineiro das Centrais de Negócio • 10h30 às 19h • Auditório 2 Sonho de consumo - o que compra as classes sociais no Brasil • 14h30 às 18h30 • Auditório 1 Seminário Empresa Formal, Turismo Legal • 14h30 às 18h30 • Sala 2

01/09 Seminário de Inovação • 14h30 às 18h30 • Auditório 1 Encontro de Comércio Justo • 14h às 18h • Auditório 2 Competitividade baseada em clusters • 10h30 às 18h45 • Sala 2

02/09 O Mundo do Empreendedorismo como você nunca viu • 13h às 18h • Auditório 1 Seminário Cultura e Mercado • 14h às 18h

03/09 Moda, que negócio é esse? • 10h às 18h • Auditório 1

04/09 Jovem Empreendedor Digital • 14h às 19h

05/09 Jovem Empreendedor Digital • 14h às 18h

outras atividades

Confira a programação completa: www.sebraemg.com.br/feiradoempreendedor

• Oficinas de artesanato• Cine Sebrae• Clínicas tecnológicas• Consultoria e orientação• Missões empresariais

• Mostra Negócio Cor• Oficinas Como elaborar• Palestras• Rodadas de Negócios• Salão de Artesanato

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a Nova Capitaldos ClustersOuro Preto é confirmada como sede do próximo congresso latinoamericano do segmento, em maio de 2011

A s ladeiras de Ouro Preto estão sem-pre repletas de turistas interessados em conhecer o maior conjunto de

arquitetura barroca do planeta. Mas entre 23 e 27 de maio de 2011, a cidade patrimônio da humanidade receberá gestores de toda a América Latina e do mundo no 6º Congres-so Latinoamericano de Clusters (Clac), que pela primeira vez será realizado no Brasil, com organização do Sebrae-MG.

PoR FRedeRico machado

FotoS: aRquivo SebRae-mG* com inFoRmaçõeS de aline de FReitaS,

enviada à medelín

Ouro Preto abrigará o primeiro Clac a ser realizado no Brasil

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O Clac é promovido anualmente pelo Instituto TCI (sigla em inglês para Instituto de Competitividade), rede global em conhecimento sobre gestão, governança e avaliação de ini-ciativas dos chamados “clusters”, um modelo de organização com foco em polos produtivos formados por empresas de um mesmo setor da eco-nomia concentrados em uma região geográfica específica.

O Sebrae-MG se filiou ao TCI em 2008, para ter acesso ao que há de mais eficiente e moderno no que se refere às práticas mundiais de desen-volvimento de polos produtivos. Em menos de dois anos conseguiu a au-torização para organizar a 6º edição do congresso, a primeira sediada em uma cidade brasileira. O tema central já está definido: “Desafios para o De-senvolvimento de Clusters na América Latina”. A proposta é criar um am-biente dinâmico para a discussão da competitividade dos clusters e modelos de sucesso que possam ser adotados pelos países participantes, respeitando as características regionais e a estrutu-ra de cada um.

Durante os cinco dias de evento, con-gressistas de vários países da Améri-ca Latina e do mundo terão a opor-tunidade de visitar clusters da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dessa forma, poderão conhecer mais a realidade e a diversidade dos polos econômicos do estado e seus desafios na busca de resultados mais eficazes e sustentáveis.

Para o diretor de Operações do Se-brae-MG, Matheus Cotta de Carva-lho, o intercâmbio de informações com empresários e parceiros de ou-tros países pode ser muito benéfico para os polos brasileiros. “A criação de mecanismos de integração é es-sencial para o desenvolvimento dos clusters no Brasil, uma vez que nosso país tem uma economia relativamente fechada, ainda pouco integrada à eco-nomia mundial”, afirma.

Representantes de vários países trocaram informações sobre clusters

Diretor do Sebrae-MG em entrevista para a TV colombiana

poLos

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Integração é a chaveMatheus explica que, por meio dos clusters, fica mais fácil integrar as empresas em torno de uma estratégia comum de desenvolvimento empresarial, o que acaba facilitando a inserção dos micro e pequenos negócios na dinâmica da competitividade mundial.

“Formamos redes inovadoras, que unem o conhecimento e a competência de universidades, organismos mundiais, governo, entidades empresariais e instituições de fomento e pesquisa. Alinhados em um mesmo modelo de atuação, os empresários conseguem absorver mellhor o conheci-mento gerado nessas redes”, explica Carvalho, que inte-grou a comitiva do Sebrae-MG enviada ao congresso deste ano, realizado em Medelín, na Colômbia, no final de junho.

A gerente de Acesso a Mercados e Relações Internacionais do Sebrae-MG, Lina Volpini, também esteve na Colômbia, onde apresentou aos presentes a estratégia de intervenção da instituição mineira nos polos produtivos do estado. Ela destacou a necessidade de identificação e mobilização dos parceiros e suas responsabilidades em cada projeto. “A complementaridade de papéis e competências é condição essencial para o sucesso. Com uma direção comum em tor-no de um projeto bem estruturado, cada parceiro percebe sua importância no processo e o ambiente do trabalho se torna mais cooperativo”, destaca.

Sebrae-MG esteve presente no congresso deste ano, na Colômbia

“Desafios para o Desenvolvimento de Clusters na América Latina”

será o tema do encontro de Ouro Preto, em 2011

poLos

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Polos mineirosmais fortesCriado em 2008 para aumentar a competitividade, a sustentabilidade e a lucratividade dos pequenos negócios no Estado, o Programa Foco Competitivo do Sebrae-MG ganha fôlego a cada dia nos Arranjos Produtivos Locais (APLs), também conhecidos como clusters. Os APLs são formados por empresas do mesmo segmento reu-nidas em um mesmo espaço geográfico. Estima-se que mais de seis mil empresas estejam reunidas nos chama-dos APLs espalhados pelo Estado e é para elas que se dirigem as ações do programa.

Com uma metodologia e indicadores próprios, o Foco Com-petitivo procura desenvolver soluções de orientação estra-tégica para os projetos de atendimento às micro e pequenas empresas, reduzindo a duplicidade de esforços nos APLs. Confira os locais em que o programa já foi implantado:

APLs de Minas Gerais2008Calçados (Nova Serrana)

2009Frutas (Jaíba)Móveis (Ubá)Eletroeletrônicos (Santa Rita do Sapucaí) Turismo das Águas (Sul de Minas)

2010Tecnologia da Informação (Uberlândia)Confecção de moda íntima (Juruaia) Turismo (Monte Verde)Café das Matas de Minas (Manhuaçu)

Organização em clusters facilita a integração das empresas em torno de uma estratégia comum de desenvolvimento empresarial

poLos

Confecção de lingerie em Juruaia

Produção de móveis em Ubá

Polo de eletroeletrônicos em Santa Rita do Sapucaí

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Belo Horizonte

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o Coraçãoprodutivodo estado

R esponsável por 44% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, a divisão regional Macro Centro do Sebrae-MG é rica e diversificada em atividades econômicas, graças à

forte concentração industrial, tendo como base os setores de ex-tração mineral, metalurgia, transportes, química e construção civil, aliada ao peso do desenvolvido setor de serviços.

PoR michele oliveiRa

A Macro Centro abrange 135 municípios divididos em oito microrregiões: Belo Horizonte, região metropolitana, Conselheiro Lafaiete, Curvelo, Divinópolis, Itaúna, São João del Rei e Sete Lagoas, cada uma com suas potencialidades econômicas próprias.

A mais vigorosa é a metropolitana, constituída por trinta municípios. Belo Ho-rizonte, Betim, Confins, Contagem, Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Vespasiano estão entre os mais ativos. Esta região é fortemente marcada pelos setores au-tomotivo, metalmecânico, comércio varejista, prestação de serviços, construção civil, biotecnologia, tecnologia da informação, turismo, petróleo e gás.

Mais ao centro-oeste, onde estão Divinópolis, Itaúna e São João del Rei, desta-cam-se os segmentos de móveis, fundição, confecções, fogos de artifício, cerâ-mica vermelha e agronegócio, além do polo calçadista de Nova Serrana.

Em Sete Lagoas e outros 26 municípios, como Araçaí, Conceição do Mato Den-tro, Cordisburgo e Paraopeba, destacam-se a siderurgia, a produção de hortifru-tigranjeiros, cimento, ardósia, turismo e setor automotivo.

“Trabalhamos com mais de 30 projetos coletivos e com o atendimento a empre-endedores e micro empresários. Nossa proposta é contribuir para o aumento da produtividade, da competitividade e da inovação de nossos clientes”, afirma o gerente da Macro Centro, Antônio Augusto Vianna de Freitas.

Quase metade de toda a riqueza produzida em Minas Gerais é gerada na região Central do estado. A força da economia local é resultado da união

entre um setor de serviços desenvolvido e alta concentração industrial

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Congonhas integra o Circuito do Ouro, um dos principais destinos turísticos do estado

Turismo histórico segue como uma das principais forças do setor no estado

TurismoUma das forças econômicas da região é o turismo. No território da Macro Centro estão inseridos nove circuitos: Belo Horizonte, Gru-tas, Guimarães Rosa, Lago Três Marias, do Ouro, Parque Nacional da Serra do Cipó, Trilha dos Inconfidentes, Trilha dos Bandeirantes e Vilas e Fazendas.

Um dos mais destacados é o Circuito do Ouro, que abrange 17 municípios, como Barão de Cocais, Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Sabará e Santa Bárbara. Monumentos atestam a riqueza histórica e artística deste circuito. As obras-primas de Aleijadinho na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, e no Santu-ário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, simbolizam toda a criatividade da arte colonial mineira. Em Sabará está outra joia do barroco mineiro: a capela de Nossa Senhora do Ó. E na Catedral da Sé, em Mariana, está uma das mais preciosas peças do acervo histórico do estado: um órgão Arp Schnitger, de 1701.

Além de monumento e arquitetura, o circuito é notório pelas ma-nifestações artísticas e religiosas, como os festivais de inverno e de congado e a celebração da Semana Santa com tapetes de ser-ragens coloridas nas ruas principais das cidades.

O Circuito Turístico do Ouro é, também, um destino perfeito para os adeptos do turismo ecológico. Cortada pela Serra do Es-pinhaço, a região guarda verdadeiras riquezas naturais como os parques do Caraça, do Itacolomi e a Serra da Piedade.

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Polo Biotecnológico Sede da primeira empresa de base biotecnológica brasileira – Biobrás, em 1976 –, Minas Gerais tem visto o setor crescer e se expandir ainda mais des-de a década de 1990. Hoje são mais de 80 empre-sas, além de universidades e centros de pesquisa com foco na biotecnologia. A região metropoli-tana de Belo Horizonte é um dos principais pólos da América do Sul, com concentração nas áreas de saúde humana e animal.

Levantamento do arranjo produtivo local (APL) Biotec aponta o faturamento do setor em torno de R$ 3,8 bilhões anuais, gerando cerca de quatro mil empregos. Mas ainda há grandes desafios a serem superados, entre eles o acesso a serviços especia-lizados e capital empreendedor, o suporte gover-namental e a cooperação, colaboração e consenso entre os parceiros, inclusive empresas tidas como fundamentais para o desenvolvimento do polo.

Polo calçadistaCom cerca de 65 mil habitantes, Nova Serrana é conhecida como a “capital nacional do calçado esportivo”. O polo é composto por mais de 850 empresas do setor, das quais 80% especializadas no segmento esportivo. São produzidos na re-gião mais de 77 milhões de pares por ano, o que representa 55% da produção nacional e a firma como o segundo principal pólo de calçados do país. Além disso, Nova Serrana vem também se destacando pelo investimento em novas tecnolo-gias, qualidade e designs originais.

A indústria calçadista de Nova Serrana gera 41 mil empregos diretos e indiretos e representa 46% dos estabelecimentos e 38% dos empregos formais do setor no estado. A título de comparação, Belo Horizonte, segundo maior polo mineiro, represen-ta apenas 9,2% dos estabelecimentos e 14% dos empregos formais.

Belo Horizonte se firma como polo de biotecologia

Faturamento do setor de biotecnologia chega a quase R$ 4 bilhões por ano

oportunidades para o setor• Em Minas Gerais, o segmento saúde hu-mana representa 74% das vendas das dez maiores empresas de base biotecnológica;• A biodiversidade brasileira corresponde por quase 20% das plantas do planeta;• A biodiversidade mineira contabiliza dez mil espécies vegetais;• Entre os 252 medicamentos listados como essenciais pela Organização Mundial de Saúde, 11% originam-se de novas molé-culas bioativas de plantas.

perFil do polo de nova serrana Empresas fabricantes de calçados esportivos: 691Empresas fabricantes de calçados masculinos: 53Empresas fabricantes de calçados femininos: 110Fonte: APL de calçados de Nova Serrana.

Além de participar de feiras, mostras e fóruns do se-tor, Nova Serrana também realiza eventos de grande porte, como a Nova Serrana Feira Moda (maior feira de calçados do estado) e a Febrac (feira de máquinas e componentes para calçados). As duas mostras têm o apoio do Sebrae-MG, que também dá suporte a outra iniciativa local: implantado em 2010, o projeto Reforço da Competitividade tem o intuito de aumentar a parti-cipação das empresas da região no mercado a partir do desenvolvimento de produtos, tecnologias, inovações, compras e gestão.

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O mercado da TecnologiaBelo Horizonte e Nova Lima vêm se firman-do como centros com vocação para as áreas de softwares e TecnoIogia da Informação, ao lado de cidades do triângulo e do sul do es-tado. Elas concentram o maior em número de empresas, faturamento e profissionais. De acordo com o estudo “Software e Serviços de TI: A Indústria Brasileira em Perspectiva”, publicada pela Sociedade Brasileira para Pro-moção da Exportação de Software (Softex), Minas Gerais possui cerca de oito mil empre-sas da área – 12% do total nacional - e está entre os três estados com maior número de organizações do setor no Brasil, ao lado de São Paulo e Distrito Federal.

Em Belo Horizonte, a indústria de software res-ponde, hoje, por mais de R$ 2,5 bilhões em fa-turamento, gerados por 1.300 empresas que atu-am nos diversos segmentos da cadeia produtiva.

O promissor polo de TI, um dos principais do país, também é palco de iniciativas de su-cesso apoiadas pelo Sebrae-MG. A empresa ATS nasceu em 1992 pelas mãos do empre-sário Geovanne Teles. Ao observar que ape-nas grandes e médias empresas faziam o uso da tecnologia da informação para controlar seus negócios, o empresário decidiu desen-volver um sistema informatizado de gestão para micro e pequenas empresas. Hoje a ATS atua em todo o Brasil, com cinco unidades próprias e mais de 15 revendas autorizadas. “Temos soluções voltadas para comércio, serviços e pequenas indústrias. São quase 140 colaboradores diretos e mais de 3.000 clientes ativos”, conta.

Teles explica que a falta de experiência do iní-cio foi superada com o apoio do Sebrae-MG. “O primeiro contato com a instituição foi pelo Empretec, um divisor de águas na minha jornada como empreendedor. Integrei a se-gunda turma no Brasil, em 1994”, relembra.

O empreendedor diz já ter participado de mais de trinta rodadas de negócios do Sebrae-MG e do programa Sebrae em Ação, além de ter recebido apoio logístico e financeiro em diver-sas feiras e eventos do setor. “Vejo a entidade como uma parceira fundamental e de visão de longo prazo. Em resumo, sem a participação do Sebrae-MG minha trajetória teria sido muito mais difícil”, completa.

Polo de gêniosDas cidades que constituem a Macro Centro saíram alguns dos maiores nomes das artes e do esporte do Brasil. Cordisburgo é a terra do médico e escritor Gui-marães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, umas das principais obras da literatura brasileira e mundial. De Belo Horizonte saiu o clube da esquina, movimento musical que começou nas ruas do bairro Santa Tere-za e se espalhou pelo Brasil, tornando famosos nomes como Milton Nascimento, Flavio Venturini e Tavinho Moura. A capital também é a terra do jogador Tostão, tricampeão mundial de futebol em 1970.

Ouro Preto é berço dos inconfidentes e também de An-tônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cuja obra embe-leza outras cidades mineiras, como Congonhas, Sabará e São João del Rei.

O “mineiro do século XX”, Chico Xavier, também é da região. Embora tenha vivido em Uberaba, no triângulo mineiro, o médium nasceu em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Geovanne Teles, da ATS: tecnologia da informação para micro e pequenos empresários

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Principais projetos do SEBRAE-MG na Macro Centro• Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia no Estado de Minas Gerais. • Adensamento da Cadeia Produtiva do Setor Automotivo na RMBH• Apicultura na Região Metropolitana de Belo Horizonte• Apicultura na Região Metropolitana de Belo Horizonte para o Mercado Asiático• Ardósia de Papagaio e Região• Artesanato de Comércio Justo da Cooperativa Dedo de Gente em Curvelo• Artesanato de Couro em Prados• Artesanato de Prata com Gemas em Santo Antônio do Leite• Comercialização de Tomates da Região de Onça do Pitangui• Comércio Varejista da Construção Civil na Região Metropolitana de Belo Horizonte • Confecções da Moda Casual de Divinópolis• Estímulo à Competitividade das Indústiras de Panificação e Confeitaria da RMBH• Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Construção da Macro Região Centro• Fundição de Móveis em Ferro e Alumínio de Cláudio, Divinópolis, Carmo do Cajuru e Carmo da Mata• Fundição de Utensílios Domésticos de Divinópolis, Cláudio, Carmo do Cajuru e Carmo da Mata• Iniciativa de Reforço da Competitividade do Segmento de Diagnóstico e Tecnologias Médicas da RMBH • Iniciativa de Reforço da Competitividade do Setor Calçadista da Região de Nova Serrana• Leite em Lagoa de Prata e Região• Leite em Onça do Pitangui e região• Leite em Sete Lagoas e Região• Móveis no Município de Carmo do Caruju• Música Independente na Região Metropolitana de Belo Horizonte• Projeção do Setor Apícola na Microrregião do Caraça• Turismo de Negócios e eventos em Ouro Preto e Mariana• Turismo de Negócios em Belo Horizonte• Turismo Historico Cultural São João del Rei e Tiradentes• Turismo Serra do Cipó

Setor Automotivo

Artesanato de Couro

Ardósia

Apicultura

Artesanato de Comércio

Artesanato de Prata

Comercialização de Tomates

Comércio Varejista da Construção Civil

Confecções

Indústiras de Panificação e Confeitaria

Móveis em Ferro e Alumínio

Fundição de Utensílios Domésticos

Segmento de Diagnóstico e Tecnologias Médicas

Setor Calçadista

Leite

Macro Centro

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Pequenos negócios mais fortes

Melhores condições para crédito, taxas de juros e prazos para paga-

mentos. O que para muitos em-presários soa como utopia já está virando realidade para outros. As Sociedades de Garantia de Crédi-to (SGCs) proporcionam asses-soramento financeiro, competiti-vidade e integração para micro e pequenas empresas (MPEs), que ganham mais força quando atu-am em conjunto. Apesar do his-tórico recente no Brasil, as SGCs prometem ganhar espaço e movi-mentar os empreendimentos mi-neiros em breve.

Sociedades de Garantia de Crédito são instituições formadas pela iniciativa em-presarial e pública e têm como principal objetivo a concessão de garantias com-plementares às MPEs associadas e que demandam crédito no Sistema Financei-ro Nacional (SFN). Com a garantia for-necida pela SGC, a instituição financeira terá maior segurança nas operações, re-dução dos custos de análise, menor risco de inadimplência e, principalmente, ga-rantia complementar líquida para aquela operação. Assim, as taxas de juros e o custo do crédito serão menores para o banco e para o empresário.

Além da concessão das garantias, a SGC poderá oferecer avais comerciais e técnicos, além de assessoria finan-ceira, que contribuirá para um dimen-sionamento adequado do crédito a ser pleiteado. Quando a empresa não estiver apta ao financiamento, a SGC a apóia tecnicamente para que suas fi-nanças se regularizem.

OrigemEste sistema nasceu na França, no início do Século XX e logo se dis-seminou pela Europa e pelo mundo. Hoje, Itália, Alemanha e Espa-nha são algumas das referências em sistemas de garantias de crédito. A maior parte do recurso financeiro operacionalizado pelas SGCs, também chamadas Sociedades de Garantia Recíproca (SGR), desti-na-se às MPE (conforme os critérios próprios de cada país) por, não somente no Brasil, os pequenos negócios serem considerados fator importante para o dinamismo econômico.

O Canadá é o país por onde as SGCs chegaram às Américas, apresen-tando, atualmente, um dos maiores volumes em garantias concedidas. Nas últimas décadas, Canadá e os EUA atenderam conjuntamente mais 750 mil empresas, garantindo aproximadamente US$ 59 mi-lhões. Argentina e Chile têm as sociedades de garantia como enti-dades autônomas, com legislação e normas específicas. Maria Stella Pérez Calaf, diretora da Proaval (Chile), considera que, para o seu país, as pequenas e médias empresas são as que geram maior impacto econômico e as SGCs buscam suprir a necessidade de garantias, obje-tivando a redução dos custos do crédito e alavancagem dos negócios.

Sociedade de Garantia de Crédito no BrasilEm nosso país a Associação de Garantia de Crédito da Serra Gaúcha – Garantiserra é a única em operação. Sua área de atuação abrange, além de Caxias do Sul (RS), onde está a sua a sede, outros 31 municípios da região. Iniciou as atividades em 2005 e até junho deste ano a Garanti-serra emitiu mais de R$ 10 milhões em cartas de garantia, significando cerca de R$ 17,6 milhões em financiamentos obtidos junto aos agentes financeiros e uma considerável redução nas taxas de juros para as em-presas associadas.

O Sebrae vem empenhando esforços no sentido de contribuir para o surgimento de novas SGCs no país. Com o lançamento de Cha-mada Pública, recebeu propostas entre 2008 e 2010 de diferentes regiões para a constituição deste mecanismo de garantia. A partir da formalização das SGCs, a natureza do apoio se concentra em aportes de recursos financeiros para a composição do Fundo de Risco e assistência técnica e operacional.

Em Minas Gerais foram apresentadas quatro propostas (as regiões Leste, Sul e Alto Paranaíba e a cidade de Belo Horizonte). A primeira já formalmente constituída é a Garantia dos Vales, que, inicialmente, atenderá as regiões de Teófilo Otoni, Vale do Aço e Governador Va-ladares, onde está sediada.

PoR alanni caStRo *Foto: miGuel aun

*adminiStRadoRa, PóS-GRaduada em GeStão de PRojetoS e em deSenvolvimento de cooPeRativaS. analiSta da unidade de

aceSSo a SeRviçoS FinanceiRoS do SebRae-mG.

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