Upload
rodrigo-goes
View
223
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Edição especial da revista Portal dos Condomínios, com tudo sobre o melhor evento de condomínios do estado de São Paulo, Portal Debate.
Citation preview
Distribuição gratuitaAno 09 . Nº 96Mai/Jun de 2012
Entenda porque o Portal Debate é o melhor evento para condomínios no interior do estado de São Paulo e o que isso influenciará no dia a dia do seu condomínio
POSSO FALAR?
O seu condomínio em revista
3Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
SentimentoS em comumPassados 12 meses, a nova edição do Portal
Debate aconteceu na cidade de Jundiaí-SP seguin-
do a proposta inicial, com palestras de qualidade,
participação ativa do público, organização e pon-
tualidade. Evelyn Gasparetto e Emerson Januzzi
conduziram seus temas durante 30 minutos, cada,
ao público formado por mais de 100 pessoas.
A primeira, autora do livro Administrando Con-
domínios, mostrou-se com capacidade técnica e
maestria para expor os temas inadimplência e com-
portamento. Januzzi, especialista em segurança
pessoal, trouxe sua experiência em cursos no exte-
rior ao público sedento por novidades e proteção.
Para completar, dois dos grandes nomes do mer-
cado condominial da região de Jundiaí, o síndico
profissional, Fernando Fernandes, e o advogado
de condomínios, Carlos Eduardo Quadratti, soube-
ram conduzir o debate entre público e palestrante
com inteligência e bom humor. Humor também
foi presente no sorteio, com diversos brindes. O
evento ficou ainda mais completo, neste ano, com
a Mostra de Produtos e Serviços: seis empresas ex-
puseram suas vantagens e saíram satisfeitas com as
prospecções de negócios.
Um breve resumo poderia colocar o Portal De-
bate na lista de qualquer outro evento para con-
domínios, mas este, promovido pela revista Portal
dos Condomínios, tem seus diferenciais e quem
Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras
CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142
A revista é um produto da io! comunica
CNPJ: 06.539.018/0001-42
www.iocomunica.com.br
Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654
Designer Gráfico: Paloma Cremonesi
Arte Final: Paloma Cremonesi e Jonas Junqueira
Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471
Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy
Estagiáros: Thais Bueno e Paulo Toledo
Ilustração de Capa: ShutterStock
Tiragem: 10.500 exemplares.
Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,
mediante protocolo para moradores de condomínios
constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.
Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu
condomínio, ligue para 11. 4522-2142.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade
do autor e não representam o pensamento a revista.
Site: www.condominioemrevista.com.br
Twitter: @pcondominios
Facebook: Portal dos Condominios
Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com
EXPEDIENTE
NA WEB
aponta são os próprios participantes. São
comentários feitos durante as apresentações
dos palestrantes ou em uma simples conversa
no coffee break. A aprovação é unânime pelo
formato (com a possibilidade maior de inte-
ração do público), pontualidade, organização e
qualidade das palestras.
Percebemos que o desejo é o mesmo para
todos os presentes. A busca pela reciclagem do
conhecimento, a luta por mais segurança e a as-
piração por um lar com mais sossego. Parafrase-
ando o eterno síndico, Tim Maia, “o que eu quero
é sossego”!
Vivenciamos nesta segunda edição do Portal
Debate o sentimento de luta pela solução dos pro-
blemas que muitos síndicos têm em comum, seja
ele de inadimplência, comportamento ou seguran-
ça. E esses problemas refletem também para você,
morador, conselheiro ou profissional de condomínio.
Todos precisam se unir para o bem estar desta “ci-
dade“ que se chama condomínio.
A revista Portal dos Condomínios só tem a agra-
decer a presença de todos neste evento, que é pensa-
do com muito carinho e responsabilidade, para que o
mercado condominial e os lares das residências, sejam
elas casas ou apartamentos, tenham mais tranquili-
dade em cada momento. Que venha 2013 e a terceira
edição do Portal Debate.
EDITORIAL ÍNDICE
* Cimento Queimado
* Nova lei de vaga de garagem
* Portal Debate: as dúvidas
do seu condomínio
* Capa: Evento Portal Debate
* UD: linha retrô
* Educação: Meus pais,
meus amigos
* Bem estar: Planta
carnívora
* Crônica: King e Kong
PARA ANUNCIAR11 4522.214211 4521.3670atendimento@ condominioemrevista.com.br
4
6
8
10
20
23
24
26
4 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
PraticidadePor Vivian Lourenço
Cimento. Aquele material para construção usado somente para erguer paredes
e fazer piso. Correto? Não mais. Antigamente estas poderiam ser as únicas utili-
dades do cimento, porém, atualmente, a tendência é usá-lo como decoração e
acabamento.
Pode parecer estranho e até mesmo de difícil visualização, mas sua pratici-
dade e seu baixo custo têm atraído cada vez mais adeptos. Afinal, quem não
gosta de seguir tendências e ainda economizar?
Para você ter uma ideia, o valor médio do cimento queimado sai por
volta de R$ 20,00 o m², mais os custos da instalação. Segundo o arqui-
teto, Vinícius Ferrari Borges, o cimento queimado é uma das técnicas
mais utilizadas nas obras residenciais e comerciais. “Esse baixo custo
é um dos principais fatores que o faz tão popular, visto que sua
composição leva basicamente cimento e areia, e está entre as
alternativas mais baratas para pisos do mercado”, explica.
Por sua flexibilidade e durabilidade, pelo aspecto final
e pelas várias alternativas de cores e acabamentos, o
cimento queimado pode ser visto tanto em resi-
dências de baixo, médio e alto padrão, como
também em galpões comerciais, fachadas,
detalhes construtivos, etc., são inúmeras
as aplicações que se pode fazer.
A maior versatilidade do
uso do cimento queimado
está na decoração,
DECORAÇÃO & DESIGNSh
utte
rSto
ck -
pho
toba
nk.c
h
5Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
que proporciona muitas ideias de como usar essa
técnica. Porém, não adianta ter algo em mente
se não tem criatividade e bom gosto. “O material
usado para revestir é bem versátil, ou seja, pode
ser usado para inovar o visual dos revestimentos
verticais e horizontais. Escuro e sofisticado, o ci-
mento cria uma camada fácil de ser limpa”.
Vinícius explica que o cimento queimado nada
mais é do que um piso feito a partir de uma arga-
massa com mistura de cimento, areia e água. Essa
argamassa deve ser aplicada com uma espessura
média de 30 mm sobre o contra-piso ou sobre
um lastro de concreto áspero.“Caso a base esteja
muito lisa, sugere-se que seja feito um chapisco
para aumentar a aderência do cimento queimado.
Após a aplicação da argamassa, devemos conse-
guir o máximo nivelamento do piso, preferencial-
mente com régua metálica”.
E apesar de o nome ser cimento queimado,
o arquiteto lembra que queimar o cimento não
tem nenhuma relação com fogo ou maçaricos. Na
verdade, este é somente o nome do processo que
consiste em jogar pó de cimento sobre o piso de
argamassa feito de cimento e areia, ainda mole e
úmido. “Então, a superfície deve ser desempena-
da com uma desempenadeira de aço, espalhando
o pó de cimento sobre a argamassa e deixando o
conjunto bem liso. Após a secagem está pronto o
cimento queimado, com um aspecto bem liso e
nivelado”.
Quem pensa em utilizar esse tipo de decora-
ção pode ficar tranquilo que ele se adequa a qua-
se todos os ambientes da residência, além de ser
muito resistente, podendo ficar exposto as intem-
péries. Porém, ele pode ficar muito liso em contato
com a água, por isso não deve ser usado em es-
coamentos ou lugares úmidos. O único local que
não é recomendado a sua utilização é nos banhei-
ros, principalmente no interior dos boxes porque
o material pode reagir com xampus, sabonetes e
outros produtos.
A limpeza também é muito simples, tornan-
do-se outro ponto positivo. Basta lavar com água
e sabão neutro. “Em ambientes como salas de
estar, que tem grande fluxo e movimentação de
pessoas, fica bom aplicar cera líquida ou em pasta
para a manutenção”.
Se bem aplicado, o cimento queimado é ex-
tremamente durável. Entretanto, uma das caracte-
rísticas mais comuns desse material são as trincas,
que podem variar de pequenas fissuras, que não
incomodam até mesmo grandes trincas que po-
dem comprometer a resistência e a durabilidade
do piso.
Para não ter dor de cabeça com o produto, é
fundamental contratar aplicadores especializados.
“Juntas de dilatação de plástico, madeira, pedra
ou metal devem ser utilizadas a cada dois metros,
pelo menos, para que elas, e não o meio do piso,
trabalhem, evitando trincas”. Na prática, cada
junta nada mais é do que uma trinca proposital
criada pelo colocador, para que o meio dos pisos
fique intacto ou o mais perto disso.
A tonalidade é outro aspecto que precisa ser
observado com a devida atenção. Certa variação
na coloração é esperada e pode até mesmo pro-
porcionar um belo aspecto natural do sistema,
mas devem-se evitar variações muito grandes de
cor para o piso não parecer manchado.
Uma opção barata, prática, de fácil manuten-
ção e que se encaixa em qualquer cômodo da re-
sidência. É por essas e outras que o cimento quei-
mado vem se tornando sensação na decoração e
uma opção para quem quer inovar, mas ainda não
sabia como.
com preço agradável
6 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
VIVER EM CONDOMÍNIO
nova lei Proíbe venda e aluguel de vaga de garagem para quem não mora no prédio
* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.
Entrou em vigor no último dia 20 de maio a lei 12.607 que alterou o parágrafo primeiro do ar-tigo 1.331 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil -, no que tange ao critério de fixação da fração ideal e às disposições sobre alienação e locação de abrigos para veículos em condomínios edilícios. O projeto de lei foi proposto em 2003 pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), e sancionado pela presidente Dilma Rousseff no dia 4 de abril de 2012. Foi acrescentada uma vírgula no lugar do ponto final e adicionado o texto em destaque:
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são pro-priedade comum dos condôminos.
§ 1o As partes suscetíveis de utilização indepen-dente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lo-jas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a pro-priedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.
Assim a citada legislação passou a estabelecer proibição à venda ou aluguel de vagas de garagem a pessoas estranhas ao condomínio, a não ser que a permissão esteja expressa na convenção condominial. Por tanto, a partir da entrada em vigor da lei, contra-tos de compra e venda ou aluguel de vagas de ga-ragem a pessoas estranhas ao condomínio somente terão validade se estribados em autorização expressa neste sentido na Convenção de Condomínio. Aqui devemos lembrar que a Convenção jamais poderá contrariar a lei, exceto quando a própria lei assim o permita.
Em relação aos contratos hoje existentes, firma-dos anteriormente à entrada em vigor da lei, de-vemos lembrar que estes são válidos até seu termo final, tendo em vista que no momento de sua ce-lebração a proibição legal não existia. Aplica-se a tal situação o dispositivo do ordenamento jurídico que protege o que se chama tecnicamente de ato jurídico perfeito, a proteção ao direito adquirido e irretroatividade da norma jurídica, ou seja, a lei somente pode alcançar fatos ocorridos a partir de seu vigor, não podendo atingir fatos ante-riores a sua criação.
Neste momento surge uma dúvida sobre a renovação deste contrato ou ainda como ficariam aqueles contratos que passam a vigorar por prazo indeterminado depois de superado o prazo inicial. Alguns poderão entender que a renovação do contrato se trata de nova avença e, por tanto, não
poderia coexistir com nova legislação. Nosso en-tendimento segue novamente a mesma justifica-tiva do ato jurídico perfeito, assim os contratos com prazo indeterminado e os renovados suces-sivamente mantendo as mesmas partes, finalidade e objeto devem perdurar até que esta situação se altere.
Outra questão a se destacar é que a partir des-tas modificações, o desmembramento de qualquer outro espaço que pertença ao morador continua livre, com exceção da área da garagem.
Assim, a única opção que a nova lei traz sobre a possibilidade de o aluguel ou venda ser realizado é a aprovação em assembleia da mudança na re-gra, com votos positivos de pelos menos dois ter-ços dos condôminos.
A novidade está sendo bem vista por admi-nistradores e moradores, que acreditam que a medida trará mais segurança aos condomínios. Alguns síndicos já defendiam que não era correto colocar desconhecidos dentro dos condomínios mesmo quando se tratava de garagem em área privativa, pois entendiam que a área de circulação externa e a entrada do condomínio são de todos e o condômino que vende ou aluga sua vaga a es-tranhos ao condomínio coloca todos os vizinhos em risco.
Podemos então nos aventurar a citar algumas dicas para quando for alugar uma garagem em um condomínio:
• antes de vender ou alugar sua garagem, verifique se essas transações são permitidas pela convenção de condomínio;
• faça um registro escrito do acordo. Apesar de acertos verbais serem considerados válidos ju-dicialmente, é muito mais fácil provar com o con-trato;
• caso a convenção do seu prédio autorize a venda ou aluguel para não condôminos, verifique se ele deve pagar ou não a taxa condominial;
• por segurança, procure sempre uma forma de garantia de pagamento, seja fiador ou caução;
• busque informações com outros moradores ou porteiros sobre a média do valor do aluguel no condomínio.
Com o noviciado da norma, algumas outras dúvidas devem surgir, considerando os diferentes perfis dos condomínios e os negócios realizados nestas comunidades, desta forma poderemos vir a abordar o tema novamente assim que a demanda se faça presente.
Envie sua sugestãode tema jurídico para
7Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
8 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
PORTAL DEBATE
A editoria que leva o nome do evento rea-
lizado no último dia 19 de maio completou um
ano. A cada edição, novos participantes, sejam
eles moradores ou síndicos. São dúvidas em co-
mum, solucionadas pela nossa equipe de con-
sultores, formada por advogados condominiais,
síndico profissional, técnico de manutenção
residencial e psicóloga. A editoria Portal Debate
quer a sua participação. Conheça agora as dúvi-
das que foram destaque:
Victoria Furlan Chittenden, Res. 9 de Julho 2: Temos dois porteiros em nossa
portaria. Tem alguma lei que fala sobre um ba-
nheiro dentro da portaria. É necessário?
Portal Debate: Não existe legislação
específica para este caso, no entanto poderá
existir previsão na convenção coletiva da ca-
tegoria, mesmo assim é recomendável que
possa haver um banheiro dentro da guarita,
quando o tamanho assim permitir, especial-
mente quando se trabalha com poucos em-
pregados. A existência de um banheiro dentro
guarita diminui a exposição do empregado ao
ambiente externo, reduz as entradas e saídas
da guarita que fragilizam a segurança. Impor-
tante lembrar que a janela do banheiro deve
ser pequena e de difícil acesso pelo lado ex-
terno visando evitar invasões.
Sandro Ap. Rodrigues - Ed. Grande Avenida: : Proibição de horas extras, redução
dos salários, dificuldade de achar mão de obra.
O que as empresas estão fazendo para mudar
esse quadro e para evitar tanta rotatividade nas
portarias?
PD: A sua dúvida já mostra o que o mer-
cado está precisando. Condôminos não estão
contentes com a alta rotatividade dos fun-
cionários terceirizados. As empresas precisarão
criar campanhas de fidelização e motivação com
premiações. Trata-se de um serviço chamado en-
domarketing, ou seja, o marketing voltado para
os colaboradores. Com a constante chegada
de novas empresas na região de Jundiaí, muita
gente terá de se movimentar para atender seus
condomínios com mais qualidade.
Marisa Romano Antonio - Pq. 9 de Julho: : Por causa de alguns animais que an-
dam solto no chão, só pela coleira, foram en-
contradas fezes dos mesmos. Posso pedir para
que carreguem no colo, sendo que no regu-
lamento não é permitido ter animal no pré-
dio, mas não fala nada de carregar no colo.
O problema é que tem morador com cachorro
grande e não quer obedecer está norma porque
o antigo síndico não falava nada.
PD: Se o regulamento diz que não é per-
mitido ter animal no condomínio, por con-
sequência não iria regulamentar seu trânsito
na área comum. Evitar que o animal transite,
levando-o no colo é uma medida que visa man-
ter a higiene e salubridade do ambiente. Cabe
ao síndico cumprir e fazer cumprir as normas
do condomínio, assim este deveria evitar que
existisse animais no ambiente. Essa matéria é
muito polêmica visto que os tribunais já tem
reconhecido o direito dos condôminos em pos-
suir um animal de estimação. Melhor solução
é buscar argumentos e marcar uma assembleia
geral visando adequar o regulamento interno à
situação real. Acreditamos que, por enquanto a
solicitação de carregar o animal seria uma me-
dida de bom senso para ambos, administração
e condômino, mas caso o condômino não cola-
bore somente cabe o síndico a atitude no sen-
tido de fazer cumprir o Regulamento Interno.
A equipe Portal Debate: Fernando Fernandes (síndico profissional), André Schuler (técnico),Melícia Geromini (psicóloga), Carlos Eduardo Quadratti (advogado), e Reginaldo Moron (advogado).
Dan
iela
Men
des
Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você
PORTALDEBATEPORTALDEBATELuciane Rodrigues - Morada da Ser-
ra: Problemas de barulhos com o vizinho. Te-
nho testemunhas que já notificaram por escrito
o problema e isso se arrasta por um ano. O que
fazer para solucionar de vez , pois os acusados
já nem respeitam mais os próprios vigilantes no-
turnos. Qual a solução a tomar?
PD: Primeiramente seria interessante uma
conversa onde se reúnam o reclamante, o re-
clamado, o síndico e o jurídico do condomínio
visando atingir uma conciliação. Se constar na
convenção/regimento interno regulamentação
sobre barulho e houver penalização, e caso a
conciliação seja infrutífera, a administração do
condomínio pode tomar as medidas necessárias
(advertência e multa, multiplicar o valor da mul-
ta).
Caso nada disso surta o efeito desejado não
resta outra alternativa a não ser lavrar boletim de
ocorrência por perturbação do sossego e ainda
mais uma ação cível de obrigação de fazer.
PARTICIPE AGORA - Envie sua pergunta
para [email protected] ou
mande uma carta para Rua das Pitangueiras, 652
– Jd. Pitangueiras – Jundiaí-SP – CEP: 13206-716.
Qualquer dúvida, entre em contato através do
tel.: 11 4522-2142.
9Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
10 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
Capa
Por Vivian Lourenço
Que a vida de síndico não é moleza, isso to-
dos eles já sabem. Além do trabalho de admi-
nistrar as contas do condomínio, ainda precisam
conciliar o tempo entre o próprio trabalho e o de
síndico, além de pensar em como resolver todos
os problemas que surgem pela frente. É condômi-
no que não paga em dia, criança que desobedece
as normas, o barulho que incomoda o vizinho e a
segurança dos moradores. Tudo isso parece fazer
um nó na cabeça de quem tem a difícil tarefa de
comandar o condomínio. Com tantas questões, as
dúvidas aparecem em maior quantidade do que as
soluções. E como resolver tudo isso, sozinho, sem
ao menos contar com uma ajuda especializada
para dar aquela luz que pode ser a solução de to-
dos os problemas?
Por esse motivo é que a segunda edição do
Portal Debate, realizada na manhã de sábado (19
de maio), mostrou-se mais uma vez um sucesso
de público. “Olhando as expressões dos partici-
pantes, deu para notar que o nível de atenção era
muito alto. As pessoas estão buscando novas in-
formações para ajudar a entender esse universo, o
do condomínio”, resumiu um dos mediadores do
evento, o síndico profissional, Fernando Fernan-
des.
O modelo que o Portal Debate foi idealizado
também chamou a atenção dos participantes.
Cada palestrante teve 30 minutos para expor o
seu tema, logo em seguida, os dois moderadores,
o síndico profissional, Fernando Fernandes e o ad-
vogado condominial, Carlos Eduardo Quadratti,
selecionaram as perguntas do público e durante
outros 30 minutos os palestrantes tiraram as dú-
vidas do público.
No intervalo entre as duas palestras, que foi
de 45 minutos, quem esteve presente ao evento
também teve a oportunidade de conferir os pro-
dutos que estavam em exposição. As empresas
participantes Ezetec, Techem, Impacto, M. Duran,
Relotec Pardini e LGM elogiaram o retorno que
tiveram do evento. “Falamos diretamente com
nosso público alvo, assim podemos apresentar
nosso produto, e eles também aproveitam para
tirar dúvidas”, explica a consultora imobiliária, Sô-
nia Ferreira da Silva. A empresa está lançando um
novo empreendimento no bairro da Vila Arens e
comemorou a oportunidade de ver interessados
pelo projeto.
E mesmo quem participou de um evento pela
primeira vez na cidade, se surpreendeu com o pú-
blico. “Oferecemos medidores individuais de água
e gás. Os condomínios atualmente procuram mui-
to esse sistema”, diz o representante comercial da
Techem, Ronaldo José Spiandorim.
O formato do Portal Debate também chamou
a atenção. “Muito interessante esse formato, já
que o público conhece o produto antes do evento
organizaçãoe qualidade.
a marca Do
Foto
s: Jo
nas
Junq
ueira
e R
odrig
o Pi
nto
11Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
tem um problema de vazamento no apartamen-
to e não está habitando o local. Não pode, tem
que contribuir de qualquer maneira. O problema
do vazamento, o condômino que resolva de outra
maneira”, salienta Evelyn.
Já as despesas extraordinárias, deverão ser
aprovadas em assembleia geral extraordinária. “É
tudo o que está fora daquilo programado, como
um vazamento, demissão de funcionário e pintu-
ra, entre outros”. Se for aprovado na assembleia,
não tem jeito, tem que contribuir também.
A inadimplência se dá com o não cumprimen-
to das obrigações dentre o prazo estipulado. “Se o
condomínio vence todo o dia 5 e a pessoa pagou
no dia 6, é inadimplência. Passou do dia, não tem
jeito”. Para a inadimplência, precisa ter uma pena-
lidade. Antes de 2002, havia uma multa de 20%,
mas depois caiu para 2%. “Para os moradores que
não têm a intenção de pagar, vale muito mais a
pena pagar o cartão de crédito do que pagar o
condomínio”.
Além da multa de 2%, o síndico pode aplicar
juros de mora de até 1%. “Pode ser menos? Pode,
mas todo mundo pega pelo básico e, com a multa
sendo tão baixa, o mínimo que a gente tem são
os juros”.
Quando um morador não pagou o condomí-
nio, o síndico ou a administradora faz uma carta
de cobrança. Se ele não comparecer, há duas op-
ções: a ação de cobrança e o protesto de boleto
em nome do morador. “Para entrar com ação de
cobrança, é preciso alguns documentos como a
certidão de propriedade do imóvel, a convenção
do condomínio e a ata da eleição do síndico, já
que é ele quem vai assinar uma procuração para o
advogado. Além disso, precisa dos boletos e a pre-
visão orçamentária, que é a planilha de débito”.
Quando se dá entrada na ação, o réu é cita-
do para comparecer na audiência, para fazer sua
defesa e explicar os motivos que o levaram ao
não pagamento. “Se ali, na hora, ele não efetuar
o pagamento ou não fizer o acordo, o juiz dá a
sentença”. Depois de 15 dias começa a execução,
que é quando a justiça começa a investigar todos
os bens do morador, como casa, carro, conta ban-
cária, etc.. “Se ele não tiver nada, o juiz vai lá e
penhora o apartamento”.
Para o protesto de boleto de condomínio é
preciso ter a certeza do título, saber o valor (li-
quidez) e exigir a data. Os documentos necessá-
rios para protestar são a convenção, o boleto em
débito, a ata de eleição de síndico e a aprovação
orçamentária. “No caso do protesto é o morador,
o inquilino. Não precisa ser o proprietário, e sim
aquele que habita o local”.
Evelyn deixa claro que, nesses casos, não pode
haver privilégio em nenhuma das partes. “O mo-
rador pagou condomínio durante 20 anos, ficou
devendo um mês, não pode ter essa de ‘ai, coi-
e no intervalo também. É um espaço direcionado
só para nós”, ressalta o diretor da Impacto Admi-
nistração de Condomínios, Sérgio Souza.
A possibilidade de conversar diretamente com
o público alvo também foi comemorada pelos ex-
positores. “É a primeira vez que exponho nesse
tipo de evento. Estou surpreso. Foi muito mais do
que eu esperava. Esse público direcionado foi um
dos motivos que me mais me agradou”, comemo-
ra o diretor da Relotec Pardini, Wagner Pardini.
“Quando se fala em público final, esse é o
melhor modelo, já que eles vêm até a gente. É
um bate papo interessante, por isso escolhi ex-
por aqui”, ressalta o técnico responsável da M.
Duran, Milton Vieira. A mesma opinião é da em-
presa LGM, expositora e também patrocinadora
do evento. Segundo a diretora da empresa, Odete
Amato, esse é um dos eventos mais importantes
da cidade, por conta da enorme gama de condo-
mínios. “Acabamos sendo beneficiados, já que eles
buscam a informação diretamente conosco”, de-
talha Odete.
A pontualidade marcou novamente o Portal
Debate. A primeira palestrante do dia foi da advo-
gada formada pela Universidade Mackenzie e es-
pecializada em condomínios, Evelyn Roberta Gas-
paretto. Ela é pós-graduada em Direito Processual
pela Universidade de São Paulo, atuante em Direi-
to Imobiliário, tendo cursado “Direito Imobiliário
Material e Processual” pelas Faculdades Metro-
politanas Unidas. Mediadora e Conciliadora pela
Escola Paulista de Magistratura junto ao Fórum
João Mendes Junior. Atuante na área Trabalhista, e
participante das Palestras “Nova Lei de Execução”
Junto a CAASP – Jabaquara e “Provas no Direito
Previdenciário” junto CAASP – Jabaquara.
Evelyn falou com os participantes sobre dois
temas que ainda causam dor de cabeça em mui-
tos síndicos, a inadimplência e o comportamento.
Sem usar a linguagem complicada dos advogados,
ela conseguiu levar até o público algumas solu-
ções simples e eficazes para os problemas.
A palestrante, que é autora do livro “Adminis-
trando Condomínios”, iniciou a palestra falando
sobre inadimplência. “O condômino não é apenas
o morador, ele é dono de uma parte do condo-
mínio, um possuidor dessa parte”. A inadimplên-
cia tem sua origem na cobrança condominial. O
condomínio, para funcionar, precisa de vários pa-
gamentos, como funcionários, limpeza, água, luz,
etc., por isso é preciso pensar na arrecadação. “É
feita uma previsão mensal de tudo o que o condo-
mínio gasta e reparte-se nas frações ideais e repas-
sasse entre os moradores”, explica Evelyn.
São duas as formas de cobranças do condo-
mínio, as ordinárias, que são as despesas mensais,
nas quais todos têm que contribuir, sem exceção,
mesmo sem estar habitando o local. “Mas tem
aqueles que falam que não vão contribuir, pois
12 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
tado’. Se optou pela opção de protestar, proteste
todos. Porque se um for protestado e outro não
porque tem histórico melhor, o outro pode entrar
com ação de danos morais”. E por mais que seja
lei, a advogada acredita que a melhor solução é
ser aprovado em assembleia, dizendo que a partir
daquela data, haverá o protesto dos condomínios
inadimplentes. “Na minha opinião é uma medi-
da muito eficaz, já que a inadimplência vai cair e
muito. Porém eu acho muito severo, pois temos
aquelas pessoas que realmente passam por dificul-
dades, como desemprego, por exemplo”.
Na opinião da advogada, a inadimplência é o
maior prejuízo para o condomínio, e a solução é
sempre o acordo. “Por mais que parcele um mês
em seis meses, é melhor pingar do que secar,
pelo menos o condomínio recebe alguma coisa”.
Por isso é importante conversar e sempre buscar
uma solução na base do bate papo. Deixe o protesto
como última alternativa. “As vezes ele só quer ser es-
cutado. Converse com ele”.
O outro tópico tratado pela advogada Evelyn é
o comportamento. E qual síndico nunca teve pro-
blema com isso? É uma chuva de reclamações. Viver
em condomínio não é fácil, mas é responsabilidade
do síndico, como prefeito dessa cidade, de fazer
com que o local seja agradável para todos.
Comportamento trata do vandalismo e do con-
dômino antissocial. “Os condomínios estão ficando
cada vez maiores, com grandes áreas de lazer, pisci-
na, cinema e isso faz com que todo mundo conviva
mais, tenha uma relacionamento mais intenso”. E é
justamente esse relacionamento intenso que trás es-
ses transtornos. Por isso é preciso soluções primárias
antes que o problema apareça.
Existem diversos tipos de vandalismo que po-
dem acontecer em condomínios, como lixo ar-
-remessado pela janela (e não é jogar bituca de
cigarro, mas sim virar o saco de lixo pela janela),
barulho excessivo, festas, furtos, pichações, uso de
drogas, depredações e ações escatológicas. “Essas
ações são urina dentro do elevador ou jogar fezes na
parede do condomínio. Isso ocorre muito. O síndico
precisa estar preparado para tudo isso”.
Evelyn explica que é necessário que tenha um
regimento muito claro, com regras bem definidas,
para facilitar o trabalho do síndico. “Tem que estar
sempre atento, perguntando sempre. Não adianta:
13Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
tem que reservar o tempo de folga para cuidar
desses assuntos”.
E a boa convivência no condomínio não de-
pende somente do síndico. Os pais também tem
sua parcela de responsabilidade, já que tem pais
que não aceitam ou não querem acreditar que os
filhos tenham feito algo parecido.
Outra arma que o síndico pode usar a seu
favor é ter um conselho presente, para ampa-
rar o síndico nessas horas difíceis. Precisa sempre
de gente para ajudar nessas situações. O zelador
também se torna arma eficaz para o combate do
vandalismo e mau comportamento. “Ele tem que
ser o braço direito e esquerdo do síndico. Ele tem
que ser o amigo e não o fofoqueiro para avisar
dos problemas”.
O que o condomínio pode fazer para ameni-
zar esse problema? A advogada dá como solução
as câmeras de segurança e a partir disso, a noti-
ficação em forma de carta. Se o morador não se
justificar ou não pagar pelos estragos, a multa
pode ser aplicada. Se tudo isso ainda não for su-
ficiente e a situação continuar, novamente a con-
versa entra como aliada. “Chame, converse, tente
entender o que acontece, toda essa situação. Pri-
meiro isso, depois a acusação. É sempre a melhor
opção”.
Agora, essa regra não se aplica a todos que
moram em condomínios. É preciso ter um cuidado
especial quando forem as crianças que estiverem
causando problemas de comportamento ou van-
dalismo. “Muito cuidado. Só repreenda o menor
de idade naquele momento que estiver executan-
do a ação. Passou o momento, não fale mais com
ele e procure se dirigir diretamente aos pais. Por-
que se vocês forem atrás das crianças, vocês vão
arrumar confusão, principalmente se os pais não
forem conscientes”.
Em caso de negativa dos pais, a melhor solu-
ção que Evelyn passou aos participantes do Portal
Debate foi a de procurar diretamente o Conselho
Tutelar. Quando houver estragos, o síndico precisa
estar de posse de três orçamentos. “Não chegue
com uma possível fatura. Mostre opções”. O síndi-
co tem que cuidar, não tem jeito; ele precisa estar
presente em todos os momentos.
A melhor opção para o síndico, nesses casos,
é trazer a criança, o adolescente para si. “Traga
a criança para ele, chame de síndico mirim, foi o
nome que eu dei, mas pode ser qualquer outro
nome”. Isso faz com que as crianças e adolescen-
tes comecem a se importar mais com o local onde
moram. O síndico também pode pedir opinião e
sugestões para eles. “Escute, porque quando você
trás para o seu lado, você tira essa visão chata,
que não pode, que não deve. Trate como colabo-
rador e assim você faz com que ele tenha respon-
sabilidade com o patrimônio”.
Outro problema comum dos condomínios são
os doentes, que podem provocar gritos de dor,
instabilidade no comportamento e que causa mui-
ta dúvida em como agir. “Eles podem até ser ti-
rados do apartamento se for comprovado judicial-
mente que incomoda os moradores, mas eles não
são moradores antissociais, e sim doentes”.
E para finalizar os tipos de moradores, tem o
antissocial, que é aquele que inverte valores so-
ciais. Ele tem atitude desrespeitosa com os pró-
prios moradores e com o patrimônio. “As festas
não são aquelas de crianças, barulhentas. São fes-
tas, como por exemplo, o que aconteceu comigo,
de um jogador de futebol: uma festa da madru-
gada inteira, com música alta, gente entrando,
drogas rolando, etc. É um horror, o morador não
aguenta”.
Nesse ponto, o síndico pode se apegar a legis-
lação para fazer valer o direito ao sossego. “A lei
te dá amparo, demora pra resolver, mas ela te dá
um amparo”. Evelyn lembra também que a mul-
ta aplicada ao condômino antissocial não pode
passar de cinco vezes o valor pago pelo condomí-
nio, porém isso deve ser decidido em assembleia,
com quórum de no mínimo 2/3 dos condôminos
(os proprietários, não as pessoas presentes). “Co-
loquem sempre no regimento interno as multas,
porque se depender de quórum vai ser difícil mu-
dar as regras somente através das assembleias”.
A exclusão do antissocial só pode ser realizada
por meio de ação judicial. “Aqui a gente tem que
explicar para o juiz, passar as atas, para ele ver se
ele pode expulsar a pessoa de lá. Mas tudo depen-
de da decisão do juiz”.
Resumindo, para facilitar a vida, o síndico
precisa ser atento, rápido, eficiente, com um zela-
dor amigo e com um corpo diretivo que o auxilie.
“Acredito que todos unidos em um só propósito,
de forma harmônica, serão a solução do problema
que se apresenta”.
E após a explanação dos temas, Evelyn res-
pondeu as perguntas dos participantes, que em
sua maioria foram sobre problemas de garagem.
“Adorei, o público foi bem receptivo, respeitaram
o formato de debate”, explicou a advogada após
o término da apresentação.
Dentre as questões, a que mais surpreendeu
foi sobre o fundo de reserva e o rateio. “A inadim-
plência ainda é o maior problema, não tem jeito.
Mas acredito que todos os condomínios tenham
dificuldades em comum”.
Quem participou como ouvinte da palestra,
revelou que o tema tratado ajudou a esclarecer as
dúvidas. “A rapidez na ação evita a inadimplência
e faz toda a diferença. Aconteceu a primeira vez
e já há a conversa, sempre resolve”, explica a sín-
dica do Condomínio Residencial Renata, Cristina
Carner.
E nem mesmo quem já é síndica há sete anos
deixa de participar desses eventos, como a síndica
14 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
do Condomínio Residencial Ilhas Gregas, Elza Sou-
za Vilar. “Gostei muito da palestra, vamos apren-
dendo muito”, diz Elza. Ela conta que começou a
ser síndica ajudando o marido. “Eu gosto de ser
síndica. Sou aposentada, pra mim é ótimo e essas
palestras ajudam bastante”, finaliza Elza.
Até mesmo fornecedores de serviços parti-
ciparam do evento, como é o caso do represen-
tante da Ultragaz, Luiz Fernando Coradin. “É uma
excelente oportunidade para os síndicos tirarem
as dúvidas do dia a dia”. Para o representante,
também é uma ótima oportunidade de entrar em
contato com os síndicos, diretamente e esclarecer
as dúvidas sobre a ligação de gás, serviço que ele
fornece. “Atendemos cinco novos condomínios
por mês. É importante um evento como esse, para
eles e para nós”.
Após uma pausa de 45 minutos, foi a vez do
palestrante Emerson Januzzi, que tem formação
em Gestão e Segurança Patrimonial pela Univer-
sidade Anhembi Morumbi e, além disso, é pales-
trante nas áreas de segurança e gestão de riscos
para condomínios. Ele possui diversos cursos no
exterior, incluindo Estados Unidos, Alemanha e Is-
rael. Também possui extensões em Análise de Ris-
cos (FECAP), Segurança Pessoal e Violência Urbana
(FECAP) e Política e Estratégia (ADESG/USP).
A missão de Emerson foi expor, em 30 mi-
nutos, uma questão delicada: a segurança. “Sou
especializado em segurança de pessoas. Se eu
consigo proteger uma pessoa, o condomínio vai
ser parte dessa segurança”. Segundo Januzzi, a se-
gurança é baseada em um conjunto de medidas,
não sendo somente equipamentos, pessoal espe-
cializado ou procedimentos; é tudo isso junto. A
segurança é um conjunto de medidas. “Não tem
como discutir só falando em equipamentos. Preci-
sa ter homem, equipamento, treinamento e proje-
to de segurança”.
Do mesmo jeito que quando há um proble-
ma na estrutura do condomínio, um especialista é
chamado, nada mais óbvio do que também con-
tratar um especialista para saber onde as câmeras
de segurança devem ser fixadas. “Tem que chamar
uma pessoa para fazer um projeto de risco, até
mesmo para mensurar e quantificar o gasto que
você vai ter”.
O que acontece muito é condomínio gastan-
do, por exemplo, R$ 1 milhão em segurança e não
funcionar. “O equipamento funciona, mas quem
opera, funciona? Como ele foi treinado, recruta-
do? Quem está acompanhando, tem capacidade
para isso?”. Esse conjunto de perguntas devem ser
realizadas antes de pensar em segurança.
Segundo Emerson, em uma pesquisa realiza-
da em São Paulo, capital, em 90% dos assaltos em
condomínios a culpa é do próprio morador. “Ne-
gligência ou comodismo. Os meliantes costumam
entrar pela porta da frente. Enquanto não colocar
na cabeça de todos que segurança é um conjunto
Distribuição gratuitaAno 02 . Nº 08Mai/Jun de 2012
registro de imóveis: o que você precisa saber
residência.
“Todas as vias do contrato devem conter a
assinatura de todos, inclusive testemunhas”. Se-
gundo Flávio, existem duas maneiras de realizar
o registro. Se for pelo Sistema Financeiro Imobi-
liário (SFI), há necessidade do reconhecimento
das firmas (todas as assinaturas), enquanto, se
for pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH),
está dispensado o reconhecimento das firmas.
Há ainda a necessidade de recolher o Im-
posto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
O futuro morador ainda precisa de uma cópia
simples do Imposto de Propriedade Territo-
rial e Urbano (IPTU). “Se algumas das partes
(vendedor e comprador) estiverem sendo re-
presentados por um procurador, será preciso
juntar também uma cópia autenticada da pro-
curação”.
Outros documentos podem ser pedidos du-
rante o processo de registro, mas essa etapa
vai depender da conferência do contrato, que é
realizada no próprio cartório. “Quem não regis-
tra, não é dono”. Então, a melhor coisa a ser feita
é reunir os documentos e partir para o cartório
mais próximo.
A lei dá um prazo para o comprador de 15
dias corridos para registrar o contrato depois
da compra do imóvel. Já os custos, de acordo
com Bressan, não tem nenhuma relação com o
tempo de uso do imóvel. Ou seja, não é porque
a residência é velha que o registro custará mais
caro. “Os custos variam, não conforme a idade
do imóvel, mas em relação ao seu valor”. A ta-
bela de custos é progressiva por faixas de valores
do imóvel, e também se a aquisição deu-se pelo
SFH. Neste caso, sobre a parte financiada há um
desconto de 50%:
“Vamos citar um exemplo: em uma compra
de R$ 300 mil, sendo R$ 100 mil de financiamen-
to, o valor do SFI sairá por R$ 2.713,33”. O mes-
mo tipo de registro, com as mesmas condições,
mas pelo SFH, sairia na faixa de R$ 1.919,67.
Para não ter dor de cabeça, é melhor colocar já
nos custos de compra do imóvel o que você irá ga-
star com o registro, para não sofrer com surpresas
inconvenientes depois. “O registro se torna impor-
tante, pois quem não registra não é dono, ou seja,
a propriedade imóvel só transmite com o registro do
contrato”. Não seria condizente ver a sua residência,
sendo tomada de você, por puro esquecimento.
Por Vivian Lourenço
Você pesquisou, analisou e finalmente deci-
diu comprar a sua casa ou apartamento próprio.
Escolheu o imóvel que pudesse ter a melhor lo-
calização pos-
sível, compa-
rou todos os
custos bene-
fícios e tam-
bém preço de
mercado e as
condições do financiamento. Porém, não basta
somente pagar as prestações, pegar as chaves e
realizar a mudança.
Há um passo muito importante para que
o morador possa chamar o imóvel de “seu”:
o registro. Quem não realiza essa etapa, não
pode se considerar, legalmente, dono da
residência. Por isso, não adianta estar em dia
com as prestações e também com o con-
domínio se você não registrou o seu imó-
vel.
De acordo com o Substituto do Ofi-
cial do Cartório do 2º Oficial de Registro
de Imóveis, Títulos e Documentos Civil
de Pessoa Jurídica, Flávio Luiz Bres-
san, há diferenças entre o registro
de imóveis financiados e com-
prados à vista. “Os imóveis
financiados, além do re-
gistro da compra e venda
é necessário registrar
também a garantia do
financiamento, que nor-
malmente é a constitui-
ção fiduciária”, explica
Bressan. Isso, porém,
não ocorre nos pagos à
vista, no qual só é pre-
ciso que se registre a
compra ou a venda.
Não há nenhuma
necessidade de o mora-
dor procurar ajuda es-
pecializada, já que o
registro do imóvel pode
ser feito por qualquer
um. Basta levar até o
cartório de registro de
imóveis o contrato da
15Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
de medidas, e não somente equipamento, homem
ou arma, não vai resolver nada”.
E inovações tecnológicas na segurança não
faltam, até mesmo uma câmera que detecta mal-
dade já foi inventada. Mas nada disso adianta se
o projeto não tiver a colaboração dos moradores.
Por isso que precisam ser realizados procedimen-
tos de segurança. “Achei muito interessante a pa-
lestra da Evelyn, pois tudo é baseado em leis, mas
a segurança não é. Porém, dá sim para multar se
a pessoa inflige a segurança, já que ela coloca em
risco o condomínio inteiro”.
Um exemplo clássico que Emerson mostrou é
a do entregador de pizza. Segundo ele, é muito
mais fácil mandar o porteiro pedir para ele subir,
do que descer para pegar a pizza de forma segu-
ra. “Hoje, qual é a função do porteiro, ele é segu-
rança? Ele fez curso de formação? Ele é reconheci-
do pela polícia? Não, ele é o porteiro”.
O porteiro é um tipo de recepcionista do con-
domínio. Porém, a recepcionista de qualquer lugar
tem instrução, o porteiro, de acordo com Januzzi,
fica sendo aquele que sobrou, ou a indicação de
algum conhecido. “O que é pior, pois ele faz esca-
la de 12x36, então ou ele passa informação para
os bandidos, ou bicos. E então ele se confunde, e
um dia ele pode não aparecer para trabalhar”.
Para exemplificar o que queria dizer, Emerson
mostrou uma reportagem sobre a facilidade que
uma pessoa tem para entrar em um condomínio.
Mesmo aqueles que foram assaltados e investiu
em equipamento, a produtora da reportagem não
encontrou com dificuldade para entrar nos luga-
res.
O síndico precisa tomar pulso da segurança
do condomínio. “É a segurança de todos; o mora-
dor que não cumprir as normas de segurança deve
receber multa. Pela falha de um, acontece o caso
de todos pagarem, não pode acontecer. É respon-
sabilidade de todos”.
O síndico pode ser o prefeito do condomínio,
mas no projeto de segurança, todos devem parti-
cipar ativamente. O comodismo, nesses casos, não
pode acontecer nunca, como explicou Emerson.
“Não é fazer o que você quer, mas o que é certo.
Quando vocês colocam câmeras de segurança no
condomínio, acabou a privacidade”.
Outro ponto que Emerson tocou foi a dita ca-
rona. “Vocês gastam uma fortuna em eclusas, mas
quando estão saindo, seguram o portão pra outra
pessoa entrar, ou seja, para o ladrão entrar. Não
é raro, é só ver no youtube, tem vídeo para o dia
inteiro”.
Treinamento é a maneira mais eficaz. Guarita
blindada, portão com eclusa e controle de quem
entra e sai. “Guarita é do porteiro, não é lugar de
zelador ou síndico. Tira a atenção de quem está
trabalhando”. Emerson trabalha com o tripé da
segurança, ou seja, homem, equipamento e trei-
namento, sendo que sem esses três pilares funcio-
16 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
nando bem, o condomínio não estará seguro.
Como é o caso da cerca elétrica. Ela não serve
para “fritar” o ladrão. Mas, se houver rompimento
dela e o sistema de segurança for montado direi-
to, haverá um aviso da área rompida e ainda mais,
deverá haver uma câmera apontada para aquele
lugar. “De médico, louco e segurança, todo mun-
do tem um pouco”.
Ele cita o exemplo do próprio condomínio
onde reside. “Vai ter uma reunião para decidir se
troca ou não as esteiras, enquanto as câmeras es-
tão todas viradas para a parede. Todo mundo pre-
ocupado com outras coisas, menos com a segu-
rança. O conforto anda vindo em primeiro lugar”.
A portaria é o centro nervoso do condomínio e da
segurança. A partir do momento que um assaltan-
te domina a portaria, ele terá acesso a todas as ca-
sas ou apartamentos.
A falta de orientação é o maior empecilho da
segurança. Os baixos salários também não ajudam
na hora da seleção. “Quem paga com banana,
contrata macaco”. Há outros erros, como falta de
água e sanitário dentro da guarita, o que faz com
que faxineira ou zelador cumpram esse espaço
vago entre essas situações.
“Outra coisa interessante: você vai a guaritas
e tem televisão, videocassete, DVD, tem tudo. En-
tão o cara está lá, vendo o jogo e esquece-se da
portaria”. Se no local de trabalho não tem toda
essa mordomia, não é na guarita, o centro nervo-
so, que vai ter. Isso gera distração.
Emerson exemplificou com outros dois víde-
os, onde mostrou um porteiro despreparado que
forneceu todas as informações para os assaltantes,
e aquele preparado, que soube agir quando uma
pessoa suspeita se aproximou do condomínio e
começou a fazer perguntas demais.
São nessas conversas que os assaltantes co-
lhem todas as informações para realizar os as-
saltos depois. A função do porteiro é fiscalizar e
guardar o patrimônio, inspecionando as depen-
dências para evitar incêndios e outras normali-
dades, além de garantir o controle de entrada e
saída de pessoas. “Se o síndico é o prefeito, o por-
teiro é o policial”.
Ao final da palestra, Januzzi também res-
pondeu às questões dos participantes do Portal
Debate. Dentre as questões a que mais surpre-
endeu foi sobre “como fazer os condomínios
investirem em segurança”. Segundo ele, não é
comum esse tipo de questão, mas é pertinen-
te, já que é complicado explicar a necessidade
desses gastos. “Esse é um evento bem orga-
nizado, com um público diferenciado e com
perguntas inteligentes”.
Até mesmo quem não é de Jundiaí se surpre-
endeu com o Portal Debate, com o é o caso do
participante do conselho de síndicos do condo-
mínio Beverly Hills, em São Paulo, Carlos Rogério
Costa. “Um dos diretores da empresa onde traba-
lho conhece o Januzzi e me falou dessa palestra.
Minha única sugestão é que fosse um debate mais
longo, com mais tempo de exposição do assunto,
perguntas e respostas. Mas é muito bom e gosta-
ria de participar mais vezes”.
Para um dos mediadores, o advogado Carlos
Eduardo Quadratti, o evento é muito positivo para
o mercado da cidade. “É uma data importante no
calendário dos síndicos e tem uma aceitação muito
positiva”. Segundo Quadratti, é sempre importante
abordar esses temas, pela reciclagem. “Sempre há
novas pessoas atuando como síndico. É dentro do
condomínio que nascem exemplos de cidadania”,
finaliza o advogado.
Para o síndico profissional, Fernando Fernandes,
o evento foi um sucesso, com temas positivos e atu-
ais. “As perguntas foram bem variadas, só tivemos
duas repetidas. O público participou bastante”, fi-
naliza o síndico profissional. Após o término das
palestras, alguns prêmios foram sorteados, inclusive
o livro escrito por Evelyn Gasparetto, Administrando
Condomínios.
A segunda edição do Portal Debate se consoli-
da como um evento de grande importância para a
vida do síndico e de quem vive em condomínio. Ao
todo, 100 pessoas, entre síndicos, subsíndicos, con-
selheiros, administradores, presidente de associação
de moradores e empresários, estiveram presentes
para prestigiar. O evento contou com apoios do Se-
covi-SP, da Associação das Empresas e Profissionais
17Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
18 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região (Proempi),
além do Conselho de Síndicos e é uma idealização
da Revista Portal dos Condomínios que completou
no mês de maio nove anos de publicação.
Ganhadores:Oferecidos pela LGM:Aparelho de Jantar: Lúcia do Parque Residen-
cial Nove de Julho
Cafeteira: Ana Cláudia do Condomínio Resi-
dencial da Serra
Panela de Arroz: Eleni Fachini que trabalha na
Elicon
Grill: Silvana Souza do Residencial Anchieta
Evelyn Gasparetto:Livro Administrando Condomínios, da Evelyn
Gasparetto: Arquiteto Roberto Franco Bueno
Kits do Secovi:Luiz Roberto do Condomínio Cantabili
Maria Ângela do Condomínio Tiradentes
José Nelson do Portal das Palmeiras
Portal dos Condomínios:Grill: Laura do Condomínio Garden
Lancheira: Luiz Macedo do Condomínio Tira-
dentes
Mixer: José Miguel Simão
Liquidificador: Carlos Rogério Costa do condo-
mínio Beverly Hills, em São Paulo
Forno Elétrico: João Claudio Rodrigues do
Village Firenze.
19Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
20 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
UTILIDADES DOMÉSTICAS
21Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
22 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
23Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
EDUCAÇÃO
Carlos José Silva Borges
Comunicação
Colégio Divino Salvador
Recentemente, um vídeo muito divertido
fez sucesso na internet, trazendo pai e filha
dançando juntos no aniversário da menina,
que aparenta perto de 10 anos de idade, uma
mocinha pequena, com um belo vestido, bem
delicada e até um pouco tímida. O pai, vestido
de calça social, camisa e gravata, utilizando
óculos, cabelo comportado, também apa-
rentando timidez. Com as amigas ao redor,
parece até festa de 15 anos, mas, como disse,
a menina claramente é mais jovem ainda. Jun-
tos, eles começam dançando o clássico “My
Girl”, com toda a graciosidade do mundo.
Em poucos segundos, eles alteram os passos
para uma série de músicas e ritmos, fazendo
da apresentação um momento divertidíssimo e
inesquecível, terminando novamente com My
Girl e um delicioso abraço de pai e filha.
As amiguinhas adoraram, a turma toda
meus pais,meus amigos!
aplaudiu e, com certeza, aquela festa entrou
para a história. Assistindo o vídeo, imediata-
mente vem à mente como é bom ver a amizade
de pais e filhos! Há correntes que dizem que
pai tem que ser pai, não amigo. Que pode e
deve haver amizade, mas pai é pai. Há tam-
bém quem aqueles que defendem a mistura
dos papeis sim, principalmente em uma so-
ciedade cada segundo mais invadida por esse
furacão de comportamentos vindos dos meios
de comunicação, cada vez mais presentes e
insistentes. Dessa forma, dizem que é melhor
ser amigo deles do que perdê-los para essas
outras conexões.
Como, nesse caso, é muito arriscado de-
fender uma posição única, já que cada família
tem a sua personalidade e possibilidade, fica
aqui uma simplificação de toda essa história,
bem mostrada nesse vídeo: pais e filhos, di-
virtam-se, compartilhem, dancem, brinquem,
sejam amigos!
Filhos, não tenham vergonha dos seus pais!
Vocês não imaginam o quanto eles amam
vocês e parte da integração com eles
depende de vocês também! Por
mais que haja algum receio
de contar certos assun-
tos, saibam que os
seus pais, certa-
mente, podem ser muito mais confiáveis do
que seus melhores amigos. E são mesmo, pois
eles, facilmente, dariam a vida por vocês!
Pais, encontrem tempo, abram-se às novi-
dades que vêm dos seus filhos! Com essas con-
fusões da modernidade, pode parecer que não,
mas certamente fará uma diferença imensa no
crescimento deles as lembranças dos bons mo-
mentos vividos entre vocês! Não precisa forçar
a barra... Quando os pais realmente se abrem a
fazer uma amizade com seus filhos, esse novo
laço acontece naturalmente.
Se você deseja ver esse vídeo, no site www.
divino.com.br há o link... Assista e imagine a
dedicação de ambos para construir esses mais
de cinco minutos de danças variadas, passando
a sensação da quebra dos preconceitos, da
satisfação entre eles, e do amor incondicional.
Fica uma vontade imensa de viver um momento
igual...
24 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
BEM-ESTAR
com ela, não se brincaPor Vivian LourençoImagine aquela cena de filme de terror ou
ficção científica com uma planta carnívora gigan-
te engolindo uma pessoa. Ou até mesmo vários
esqueletinhos dentro dela. Há ainda a clássica
cena de desenho animado, na qual a planta en-
gole a pessoa, mastiga e acaba cuspindo o que
sobrou.
Cenas engraçadas e até mesmo assustadoras
com plantas carnívoras são o que não faltam. Até
por isso mesmo, essa planta tenha toda uma mís-
tica em torno dela. E até mesmo não é muito co-
mum vê-la como objeto de decoração, até porque
provavelmente muitos tenham medo que a planta
devore os membros da família, por exemplo.
Mas não é nada disso, como explica a pro-
prietária da Flora Bem-Te-Vi, Maria Inês Macien-
te Biazi. Muitos acreditam que se colocar o dedo
perto da planta carnívora, ela irá certamen-
te morder o dedo. “Não é isso, ela vai fechar a
boca, mas não que machuque, só vai pensar que
é um inseto”. E isso não acontece só com o dedo
de algum curioso que resolve experimentar para
ver o que acontece, mas com qualquer material
até mesmo um pedaço de pau pequeno.
Isso acontece, pois a planta carnívora vai se
sentir enganada, ou até mesmo ameaçada. Mas
cuidado, essa brincadeira de colocar o dedo ou
algum objeto para ela fechar a “boca” diversas
vezes pode provocar até mesmo a morte delas,
pois elas se sentem enganadas. Ou seja, não é
uma boa ideia enganar a sua planta só para ver
o que acontece, já que você pode acabar ficando
com o dedo e sem a planta.
Segundo Maria Inês, diferentes de outras
plantas, elas preferem terra pobre em matéria or-
gânica. “Elas devem ser plantadas em fibra coco
ou musgos. Os vasos podem ser plásticos ou em
cerâmica”. A planta carnívora ainda gosta muito
de sol, mesmo que indireto. Um bom lugar para
cultivá-las são as varandas, sacadas e até mesmo
lugares abertos, bem ventilados e com lumino-
sidade natural. “Quanto a rega, é sempre bom
molhar duas vezes por semana e, ao menos, uma
vez ao ano colocar adubo e completar a fibra
coco”.
E se a planta é carnívora, o que ela come? Se
você quiser alimentá-la com pequenos insetos,
até pode, porém Inês não aconselha, já que para
isso os insetos precisam estar vivos. O melhor
mesmo é deixá-la “caçar” o próprio alimento. Por
isso, o dono de uma dessas plantas não precisa
se preocupar se alguma mosca invadir o ambien-
te que ela logo servirá como alimento para sua
planta.
O melhor lugar para deixá-la, até mesmo
pela quantidade de alimento, é em áreas abertas.
“Pode-se deixar a meia sombra com muita clari-
dade solar. Quando digo solar não é artificial”.
Se for cultivá-la na área interna da residência, a
dica é revezar e colocar só no fim de semana na
parte interna. Nos restantes dos dias fora, numa
varanda, sacada ou até mesmo embaixo de uma
árvore. “Não se esqueça de regar duas vezes na
semana e é melhor se não colocar aquele prati-
nho embaixo, já que isso retém água embaixo,
fazendo-a apodrecer”.
Para quem se interessou em ter essa planti-
nha exótica e até mesmo diferente, ela está à
venda em lojas especializadas, como floriculturas
e floras. Porém, nunca se esqueça de não ficar
“brincando” com a planta carnívora, para que
ela não morra tão rapidamente. Com cuidados
simples e alguns insetos, a planta poderá virar o
xodó da residência.
Shut
terS
tock
- Ch
irasa
k To
lert
mon
gkol
25Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
26 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
Essa aconteceu
em um condomínio de
chácaras na região do
Caxambu, Jundiaí-SP. Um
morador não contente com a
segurança apresentada, comprou dois
dobermanns, irmãos negros, de orelhas cortadas e
muita cara de mau. Foram bem treinados para guardar a casa
de seu dono, corriam, latiam forte e colocavam todos os gatos
das redondezas para correr.
Acreditando na dupla de seguranças que habitavam
sua chácara, marcou sua primeira viagem. Tomou todas as
providências avisando a portaria que somente o adestrador
teria autorização para adentrar na propriedade, já que era o
único que tinha alguma intimidade com as feras. Além de várias
vasilhas com água, foram providenciadas algumas varas para
que o adestrador pudesse, com toda segurança, completar a
comida das feras.
Os vizinhos ficaram apreensivos, pois sem seus donos,
como deveriam proceder caso os cães saíssem para rua? Quais
as providências deveriam tomar? E até o síndico foi avisado do
medo dos moradores, pois em caso de fuga, todos estariam
vulneráveis.
Pois bem, passados cinco dias sem qualquer ocorrência com
os cães, nem latidos, nem fugas, chegou o morador. Na parte
externa da casa não notou nada de anormal, porém quando
adentrou em sua residência percebeu que a mesma fora visitada
por ladrões. Estes reviraram toda a casa, levando eletrodomésti-
cos, joias, roupas e até bebidas.
Para sua maior surpresa os ladrões limparam até a geladeira,
fazendo um verdadeiro banquete, mas quando encontraram as
duas feras, foi o fim: King e Kong estavam de gravata borboleta,
faltando somente o fraque para completar o traje.
Quem ficou uma fera foi o dono: vendeu a chácara, mu-
dou–se para um apartamento e a última vez que King e Kong
foram vistos estavam na gaiola do adestrador em uma viagem
sem volta para alegria dos condôminos.
Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista
CRÔNICA
King e Kong
Ilustração: Rafael Godoy.
27Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012
28 Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2012