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Angélica Santos Uma Mulher Dirigente no Desporto Nacional Palácio de Sintra Ordens Honoríficas no Palácio da cidadela de Cascais Colecção de jóias “Amália” 2012 | Nº 13 | www.portugalprotocolo.com

REVISTA PORTUGAL PROTOCOLO Nº 13

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Sumário 5 | Editorial6 | Entrevista, Angélica Santos, uma Mulher Dirigente no Desporto Nacional16 | Palácio Nacional de Sintra24 | Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais32 | “D. Antónia, uma vida singular”, exposição no Museu do Douro35 | Protocolo, condecoração da subchefe do Protocolo do Estado36 | Lançamento da colecção de jóias “Amália”38 | Exposição “Na ponta dos dedos”, de Jaime Lopez42 | Evocação da Fundação do Reino de Portugal, em Guimarães43 | Master Class de Protocolo, na Santa Casa da Misericórdia de Almada 45 | Crónica, Conceição Matos

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Angélica SantosUma Mulher Dirigente noDesporto Nacional

Palácio de Sintra

Ordens Honoríficasno Palácio da cidadela de Cascais

Colecção de jóias “Amália”

2012 | Nº 13 | www.portugalprotocolo.com

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PORTUGAL PROTOCOLO Edição Digital Nº 13 | 2012

Director João Micael

Arte Portugal Protocolo Design

Propriedade João Micael - Protocolo, Imagem e Comunicação Unipessoal, Lda.

Rua Actor Augusto de Melo, Nº 4, 3º Dto.1900-013 Lisboa Portugal

Tel. +351 21 410 71 95 | Telem. +351 91 287 10 44

[email protected]

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Registo ERC Nº 125909

INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS

Por vontade expressa do editor a revista respeita a ortografia anterior ao actual acordo ortográfico.

5 | Editorial

6 | Entrevista, Angélica Santos,

uma Mulher Dirigente no Desporto Nacional

16 | Palácio Nacional de Sintra

24 | Ordens Honoríficas

no Palácio da Cidadela de Cascais

32 | “D. Antónia, uma vida singular”,

exposição no Museu do Douro

35 | Protocolo,

condecoração da subchefe do Protocolo do Estado

36 | Lançamento da colecção de jóias “Amália”

38 | Exposição “Na ponta dos dedos”,

de Jaime Lopez

42 | Evocação da Fundação do Reino de Portugal

em Guimarães

43 | Master Class de Protocolo

na Santa Casa da Misericórdia de Almada

45 | Crónica,

Conceição Matos

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www.portugalprotocolo.com

Livros para executivos e empresas de Excelência

O Protocolo é essencial na gestão de uma

carreira de sucesso feita de reuniões, encontros,

apresentações, jantares sociais, comunicação aos

órgãos de comunicação social

entre tantos outros eventos que fazem,

cada vez mais, parte do dia-a-dia de um

profissional exigente e conhecedor.

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e d i t o r i a l

A décima terceira edição de Portugal Protocolo é inteiramente dedicada à expressão cultural e patrimonial, iniciando um ciclo dedicado à Herança Cultural Arquitectónico de Portugal, particularmente ao património tutelado pela Parques de Sintra – Monte da Lua: o Palácio de Sintra – parece-me desnecessária a classificação “Nacional” -, o Palácio e Parque da Pena e o Chalé da Condessa d’Edla, o Palácio e Parque de Monserrate, o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos, e finalmente Palácio e de Queluz e a Escola de Arte Equestre. Todo este conjunto patrimonial de indelével importância é dignificado por uma gestão cuidada e garante da conservação que lhe são devidas.

Outros acervos de grande importância estão patentes em museus a norte e a sul, como a exposição das Ordens Honoríficas oferecidas ao presidentes da República Portuguesa, no Palácio da Cidadela de Cascais, e outra, menos oficial, mas não menos importante como a memória de uma das mulheres mais empreendedoras em Portugal – e com sucesso – D. Antónia Adelaide Ferreira, mais conhecida como “A Ferreirinha”, e da sua acção em defesa de um dos produtos mais icónicos da identidade nacional como é o vinho do Porto, patente no Museu do Douro, também esta região uma preciosidade mundial classificada como Património da Humanidade desde 2001.

Também a memória da grande Amália Rodrigues é agora celebrada na criação de uma colecção de réplicas das suas jóias com a mestria da joalharia portuguesa.

A exposição “Na ponta dos dedos” de Jaime Lopez, de rara sensibilidade

pictórica, aliada aos pensamentos escritos de vários autores, está exposta no Centro de Exposições de Odivelas.

Em Guimarães, numa recriação encenada nas ruas, a Fundação de Portugal foi tema enquadrado na agenda da Capital Europeia da Cultura,

muito apropriado à actual conjuntura, em que Portugal, uma vez mais, se debate numa crise, e como o grego Anteu vai buscar a sua força ao chão, à Mãe Terra, logrando alcançar o êxito.Também, nesta edição se apresenta uma nova rubrica – a crónica de Conceição Matos, com os seus pensamentos, talvez provocatórios, mas, muito perspicazes.

Viva a Cultura!

João MicaelDirector Portugal Protocolo

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Entrevista de João MicaelFotografias de Portugal Protocolo

e n t r e v i s t a , A n g é l i c a S a n t o s

“Estou no dirigismo desportivo desde 1981,

é como uma paixão, e sem o apoio da minha

família, não teria realizado um décimo daquilo que

fiz, a eles também devo a concretização de muitos

sonhos! Também a alguma teimosia da minha parte…”

Lisboeta e filha de lisboetas, como tal Alfacinha. Casada e mãe de 3 filhos de 27, 23 e 17 anos.Continua a gostar de desporto e ar- -ranja tempo para o fazer porque lhe dá prazer e qualidade de vida. Ainda pratica Golfe, Ténis, Natação, Ginás-tica e Corrida. Sempre que pode par-ticipa nas “corridas das pontes”.Actualmente vive entre Lisboa e Argel, devido ao cargo de adido militar que o seu marido exerce de momento. Adora comunicar, tem sempre algo para partilhar, os seus amigos dizem que fala muito, mas também sabe ou-vir. Gosta muito de ler, principalmente romances históricos e biografias. Tem uma nova paixão, a fotografia, mas de momento está em pausa pois o tempo não sobra…

O que a atraiu no mundo do Desporto?

Enquanto jovem sempre pratiquei desporto, nessa altura jogava ténis com os amigos, era da equipa de Bas-quetebol do colégio que frequentava e fiz parte duma classe de ginástica de representação do Sporting que se chamava Dominó. Para mim o desporto era divertido, um meio de socialização e convívio e um desafio saudável. O evento que recordo com mais saudade e que me marcou posi-tivamente como exemplo a seguir foi a participação na Gymnastrada Mun-dial em Zurique em 1982. Para mim, foi vivido nessa ocasião o verdadeiro espírito desportivo, pois mesmo não havendo competição todos os partici-pantes, dos mais novos aos menos novos, dão o seu melhor num ambi-ente de alegria e amizade. Também, a diversidade de modali-dades desportivas que existem, e que

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dão para todos os gostos, são um instrumento fundamental, principal-mente dentro das camadas mais jo-vens, para contribuir, de uma forma lúdica, para incutir hábitos de vida saudáveis, no combate às doenças sociais e à exclusão. Do meu ponto de vista, os jovens desportivamente ac-tivos serão com mais probabilidades no futuro, adultos saudáveis e feliz-es. No Desporto existe um “espírito” diferente, pois independentemente da nacionalidade, raça, religião ou estra-to social, todos “vivem” as mesmas regras quer seja em competição ou fora dela. Para além disso, a organização de eventos é um desafio permanente, o que nos faz permanecer em constante alerta sempre com um plano B na manga. Confesso que não consigo re-sistir a um bom desafio e para mim é muito satisfatória a sensação de mais uma “prova superada” sempre que estou envolvida na organização de um evento desportivo, seja em que grau de envolvimento for. Já abracei tantas causas diferentes na área do desporto que nunca imaginei que tal fosse pos-sível! Desde organizadora, juiz, chefe de delegação, protocolo, formação, fiz de tudo, mas aquilo que mais gosto é planear e implementar projectos para crianças e jovens, quer na vertente competitiva quer na vertente lazer.

Como foram as suas primeiras ex-periências neste mundo, geral-mente, masculino?

Excelentes. Eu tinha 21 anos quan-do fui convidada pela primeira vez para ser secretária-geral da Federa-ção Portuguesa de Pentatlo Moderno. Não é difícil de imaginar a minha ex-periência quando me desloquei pela primeira vez a uma competição ao

“A edição do Campeonato da Europa de Juniores em 1995

fez-me sentir realizada. Foi considerado, nessa altura,

o melhor evento do ano!”

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estrangeiro como chefe de delegação. Nessa época os atletas eram mais ou menos da minha idade! Primeiro es-tranharam, depois habituaram-se!Tive muitas experiências engraçadas que hoje recordo com saudade e com as quais aprendi muito. A minha participação como dirigente, e mais tarde formadora e juiz, no meio do desporto, contribuiu de uma forma decisiva para a minha formação como ser humano e sendo um hobby numa área completamente diferente da min-ha actividade profissional - sou fisiot-erapeuta -, completou e equilibrou o meu quotidiano. Tenho a certeza que todas as experiências que tive no âm-bito do desporto me enriqueceram e me tornaram numa pessoa melhor preparada para os desafios da vida.

Ao entrar no Desporto, como di-rigente, que cargos ocupou e em que modalidades?

No início, 1981, estive ligada ao Pen-tatlo Moderno, fui secretária-geral, presidente da Assembleia-geral e em 1996 fui eleita para a Comissão Executiva da Federação Internacio-nal, mais uma vez fui pioneira e fui a primeira mulher neste órgão execu-tivo da UIPM. Na década de 80 fui membro da Mesa da Assembleia Geral do Sport-ing Clube de Portugal, clube do qual sou sócia desde os 3 meses de idade e no qual fui praticante de ginástica. Também aqui fui a primeira mulher a fazer parte dos Órgãos Sociais. Neste cargo por inerência fui membro do Conselho Leonino e essa sim, foi uma experiência interessante, pois eu era uma jovem na casa dos 20 anos e fa-zia parte de um órgão composto pelos sócios mais antigos…Em 2000, após 20 anos de “relação”

com o Pentatlo Moderno, decidi que era tempo de me afastar e nessa al-tura fui convidada a integrar a lista liderada pelo Dr. José Manuel Con-stantino que concorria às eleições para a Confederação do Desporto de Portugal. Aceitei e fui secretária-geral até 2003.Durante uma parte do período em que vivi em Cabo Verde, entre 2002 e 2005, fui membro da Direcção do Clube de Golfe e Ténis da Cidade da Praia, e colaborei na organização de vários torneios e acções de formação destas duas modalidades.Quando regressei a Portugal, 2005, fui convidada pelo Professor Boa de Jesus para fazer parte da Direcção da Federação de Ginástica de Portugal, onde estive até Dezembro de 2011.Em Março de 2009, fui eleita para o Co-mité Olímpico de Portugal integrando a lista liderada pelo actual Presidente, Comandante Vicente Moura, onde sou responsável por algumas áreas.

Os grandes eventos desportivos – profissionais e não profissionais -, são diferentes? Em que se dis-tinguem dos outros eventos?

Os grandes eventos desportivos têm exigências técnicas muito específicas que são definidas pelos organismos internacionais que tutelam as mo-dalidades, quer sejam de competição ou não. Estas especificidades tornam cada evento único e o seu grau de complexidade organizativo depende não só do número de participantes mas também das necessidades logís-ticas e do grau de mediatização de cada um.Já integrei comissões organizadoras de eventos multidesportivos, uni dis-ciplinares ou multidisciplinares, na-cionais e internacionais, e as tarefas a

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realizar são praticamente as mesmas com dimensões diferentes. O empen-hamento é sempre o mesmo. Todo!Gosto particularmente de organizar eventos dedicados às crianças e jo-vens, sem competição mas com uma componente desportiva diversa e uma componente cultural atractiva.

Além do objectivo natural da com-petição, os eventos desportivos são grandes meios de divulgação dos atletas e entidades desporti-vas, bem como dos países. Que tipo de cuidados específicos a ob-servar para o seu sucesso?

O segredo está num planeamento cuidadoso e atempado. O local para a realização de cada evento deve ser escolhido tendo em consideração em primeiro lugar, as condições técnicas exigidas pela modalidade ou modali-dades assim como a implantação e desenvolvimento desse desporto na área geográfica escolhida, o que será um factor não só para atrair público mas também para potenciar o desen-volvimento desportivo. A comissão organizadora constituída deverá trabalhar com um cronograma, um orçamento, uma lista de necessi-dades e um plano de comunicação e marketing, se todos os objectivos forem cumpridos, o sucesso, no que à organização diz respeito, está garan-tido. Os resultados desportivos, esses dependem de outros intervenientes…

Que evento deixou maior satisfa-ção profissional e pessoal na sua carreira?

Não foi um evento, foram dois even-tos…Na Federação de Pentatlo Moderno, apesar de ter estado envolvida na or-

“Apesar de o desporto ser “um mundo de homens”,

com mais ou menos trabalho, tenho atingido os meus

objectivos.”

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ganização do Campeonato do Mundo em 1989 e ter sido responsável pela organização de várias competições nacionais e internacionais até 1996, foi a primeira edição do Campeonato da Europa de Juniores em 1995 que me fez sentir realizada. Pela primeira vez foi possível ter os locais de todas as disciplinas – tiro, esgrima, nata-ção, hipismo e corrida - e mesmo o hotel onde os participantes estavam alojados, numa área de 1km em Lis-boa. Foi considerado nessa altura, o melhor evento do ano! Correu tudo na perfeição, o que no Pentatlo Moderno não é fácil, pois as condicionantes e as variáveis são sempre muitas…Na ginástica foi a primeira Taça do Mundo de Ginástica Aeróbica em 2010 em Ponta Delgada, Açores. Portugal tinha organizado em 2005 um Campe-onato da Europa desta disciplina e de-pois disso começamos a convidar para pequenas provas internacionais Fran-ça e Espanha. Em 2009 um parceiro da FGP desafiou-nos a apresentar uma candidatura à Federação Internacio-nal de Ginástica para uma prova do circuito da Taça do Mundo de GA pois tinha conseguido apoios suficientes nos Açores que seriam fundamentais para nos abalançarmos nesta aven-tura. Com a colaboração imprescind-ível do clube local foi possível ter em Ponta Delgada, S. Miguel, local onde a Ginástica Aeróbica está muito implan-tada, uma competição de alto nível com o bónus de resultados desporti-vos de relevo para a participação de alguns ginastas portugueses. Sempre dentro do orçamento, claro!Qualquer um destes eventos me fez sentir realizada e foi como que o cul-minar da “minha carreira”. Não sei se por coincidência ou não, no ano de 1996 saí da Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno para assumir o

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cargo de Membro para o Desenvolvi-mento na Federação Internacional e em 2011 saí da Federação de Ginás-tica de Portugal.

Após ter ocupado cargos como Dirigente no Desporto, o facto de ser mulher causou algum entrave, ou impediu a concretização plena dos seus objectivos?

Penso que não, apesar de o desporto ser “um mundo de homens”, com mais ou menos trabalho, tenho atingido os meus objectivos. Lembro-me que tive um episódio car-icato quando Portugal apresentou a minha candidatura no início de 1996 a membro da direcção da Confederação Europeia de Pentatlo Moderno. Nessa altura recebi o apoio, verbal, de muita gente dos outros países, pois era a primeira vez que uma mulher se can-didatava a este organismo. Quando chegou a altura da votação, aqueles que tão entusiasticamente me tinham felicitado, descobriram que se eu fosse eleita, um deles não o seria, pois não existiam lugares suficientes para to-dos os candidatos… Como a votação era secreta, o apoio que me tinha sido dado não se traduziu em votos e eu não fui eleita! No final do mesmo ano, no Congresso da UIPM, fui candidata a um lugar na Comissão Executiva desta Federação Internacional e alguns dos meus concorrentes directos foram os “meus supostos apoiantes” na outra eleição, nesta, fui eu que levei a mel-hor sendo eleita, e, confesso que sen-ti o doce sabor da vitória, que tardou, mas chegou!Estou no dirigismo desportivo desde 1981, é como uma paixão, e assumo que sem o apoio da minha família, marido, pais e filhos, não teria real-izado nem um décimo daquilo que fiz,

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a eles também devo o concretizar de muitos sonhos! Também a alguma tei-mosia da minha parte…

Pensa que, no actual panorama desportivo nacional, a função de mulher dirigente ocupa um lugar de maior reconhecimento e aceit-ação junto dos seus pares mascu-linos?

Hoje em dia já é mais “normal” as mul-heres tomarem parte activa na gestão desportiva e não só como voluntárias, mas também como profissionais. Apesar desta evolução, Portugal, no que ao dirigismo desportivo diz res-peito, ainda está muito atrasado na participação feminina. Os nossos índi-ces de participação das mulheres nos lugares de topo, não têm comparação com os do norte da Europa, dos Esta-dos Unidos ou mesmo de África, onde os números nos surpreendem!

Qual é a percepção, no meio inter-nacional, da imagem e competên-cia do dirigismo português?

Elevada, hoje em dia, temos muitos portugueses quer em Federações In-ternacionais quer em Confederações Europeias, nas mais diversas modali-dades desportivas e em diferentes áreas.

O que falta cumprir na sua carrei-ra, enquanto Dirigente?

Esta é uma pergunta à qual me é difícil responder, pois apesar de es-tar envolvida no dirigismo desportivo desde 1981, não considero que esteja de alguma forma esgotada a minha capacidade para inovar e contribuir para que tenhamos em Portugal mais e melhor DESPORTO. Ainda há muito

trabalho a desenvolver para aumen-tar quantitativa e qualitativamente a prática da actividade física e desporti-va no nosso país, em todas as faixas etárias. Com toda a experiência que fui adquirindo ao longo do tempo, nos vários “papeis” que fui desempenhan-do no âmbito do desporto, quer nos organismos de cúpula quer em Feder-ações a nível nacional e internacional, gostava de intervir e colaborar mais directamente em projectos direccio-nados para as crianças e os jovens. Penso que em qualquer projecto des-ta área – desporto - se deve desen-volver e dinamizar, não só a vertente desportiva/competitiva, mas também todos os conceitos associados- ética, fair-play, inclusão, educação, forma-ção, entre outros.

“Os nossos índices de participação das mulheres nos lugares de topo, não têm comparação com os do norte da Europa, dos Estados Unidos ou mesmo de África, onde os números nos surpreendem!”

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O Palácio Nacional de Sintra, situado no centro

histórico da Vila, foi habitado durante quase oito séculos por monarcas portugueses e pela corte.

Em cima, Palácio de SintraPágina ao lado, Sala das Pegas

Fotografias de Luís Pavão

Era muito utilizado, sobretudo durante a Idade Média, para apoio durante os períodos de caça, como refúgio por ocasião de surtos de peste na capital ou durante os meses de verão, devido ao clima mais ameno da vila.O edifício reúne vários estilos arquitectónicos em que sobressaem os elementos góticos e manuelinos, sendo fortemente marcado pelo gosto mudéjar – feliz simbiose entre a arte cristã e a arte muçulmana – desde logo patente nos exuberantes revestimentos azulejares hispano-mouriscos. Também no acervo das colecções expostas nos seus interiores são evidentes os testemunhos artísticos

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Em cima, Sala dos CisnesFotografia de Cláudio Marques

Página ao lado, Sala dos Cisnes, tectoFotografia de Luís Pavão

da multiculturalidade que marcou as artes decorativas portuguesas do século XVI ao século XVIII.O Paço de Sintra é pela primeira vez referido por Al-Bacr, geógrafo árabe do século X, juntamente com o castelo que lhe faz face no alto da serra. Em 1147, na sequência da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, dá-se a rendição dos almorávidas de Sintra, pondo fim a mais de três séculos de domínio muçulmano. Aproximadamente na situação do actual palácio, no chamado Chão da Oliva, situava-se então a residência dos governadores mouros (walis), de

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que hoje nada resta.A configuração actual do Palácio Nacional de Sintra resulta essencialmente das campanhas de obras promovidas por D. Dinis (1261-1325) − responsável pela construção da Capela −, D. João I (1356-1433) − que organiza os seus aposentos em torno do Pátio Central erguendo a actual Sala dos Cisnes, a mais antiga Sala de aparato dos palácios portugueses, e salas anexas − e D. Manuel I (1469-1521), que acrescenta ao palácio a imponente Sala dos Brasões, cuja cúpula ostenta as armas

Página ao lado, Sala dos BrasõesEm cima, Palácio de Sintra, vista aéreaFotografias de Henrique Ruas

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de Dom Manuel, de seus filhos, e de setenta e duas das mais importantes famílias da Nobreza, e a Ala Nascente. O edifício foi seriamente afectado pelo grande terramoto de 1755, após o que foi reconstruído, mantendo a silhueta que hoje apresenta a partir de meados do século XVI. A revolução de 1910 vem pôr um fim abrupto à utilização do Paço de Sintra como residência real, sendo a Rainha D. Maria Pia, viúva do Rei D. Luís, a última a habitar o palácio, daqui partindo para o exílio.

Página ao lado, Capela, tecto

Em cima, Sala dos Brasões, tectoFotografia de Luís Pavão

AgradecimentosParques de Sintra - Monte da Lua

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

O Museu da Presidência da República inaugurou,

no dia 24 de Julho, no Palácio da Cidadela de

Cascais, a exposição “Mérito e Reconhecimento –

República e Presidentes”.

Dedicada ao conhecimento e à história das Ordens Honoríficas portuguesas, esta mostra apresenta as condecorações, e respectivas insígnias, com que os Presidentes da República agraciam personalidades e instituições, por relevantes serviços prestados ao país. O Presidente da República é, por inerência de funções, o grão-Mestre das Ordens Honoríficas, a quem se reserva, por tradição antiga e direito constitucional, o poder simbólico de conceder condecorações.Algumas de origem medieval, como as Ordens de Avis e de Sant’Iago da Espada, que remontam ao século XII, outras de instituição mais recente, como é o caso da Ordem da Liberdade, criada em 1976, as Ordens Honoríficas apresentadas atravessam

Fotografias Museu da Presidência da República

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

a história da República portuguesa. Aqui se encontram as três primeiras condecorações estrangeiras atribuídas a um Presidente da República português, em 1917, no contexto da participação de Portugal na I Guerra Mundial, bem como a Banda das Três Ordens, apanágio exclusivo do Presidente da República, desde decreto de Sidónio Pais. Para além de constituírem, em si, peças de execução requintada, as condecorações contam a sua história e contam a história de quem as mereceu. A exposição integra ainda documentação relevante, relacionada com a evolução e a concessão das Ordens, e centenas de registos fotográficos, de Bernardino Machado, a Aníbal Cavaco Silva, que documentam

os contextos cerimoniais em que os Presidentes da República Portuguesa receberam e ostentam as mais altas condecorações internacionais.

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem da Legião de HonraGrã-CruzFrança, 1917Prata, esmaltes e sedaCondecoração atribuída a Bernardino Machado por Raymond Poincaré, Presidente da República Francesa

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem do SolGrã-Cruz em brilhantes

Peru, 1921Prata, esmaltes e seda

Condecoração atribuída a António José de Almeida por Augusto Leguía y Salcedo, Presidente da República do Peru

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem de Santo Sava

Grã-Cruz

Sérvia, c.1925

Prata, esmaltes e seda

Condecoração atribuída a Manuel Teixeira Gomes

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem da Grande Estrela Jugoslava

Jugoslávia, 1976

Prata, esmaltes e seda

Condecoração atribuída a Francisco Costa Gomes por Josip

Broz Tito, Presidente da República Federativa da Jugoslávia

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem L’Ouissam El Mohammadi

Grande-Colar

Marrocos, 1993

Ouro, diamantes, esmeraldas, rubis e esmaltes

Condecoração atribuída a Mário Soares pelo Rei Hassan II

de Marrocos

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Ordens Honoríficas no Palácio da Cidadela de Cascais

Ordem de Al Hussein Bin Ali

Grande-Colar

Jordânia, 2009

Ouro e pedras preciosas

Condecoração atribuída a Aníbal Cavaco Silva pelo Rei

Hussein da Jordânia

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Museu do Douro, “Dona Antónia, uma vida singular”

Figura ímpar da História do Douro e do País

«Dona Antónia, uma vida singular» é a exposição comemorativa dos 200 anos de nascimento de

D. Antónia Adelaide Ferreira (A Ferreirinha),

no Museu do Douro.

D. Antónia Adelaide Ferreira é ainda hoje um símbolo da iniciativa, da perseverança e da luta individual em defesa de um bem colectivo - o Douro e a Região Vinhateira. A exposição evoca o percurso de vida e obra de Dona Antónia, mulher singular no seu tempo, porque única e independente, as relações entre a família e a empresa no contexto da viticultura duriense e do comércio do vinho do Porto. Símbolo do empreendedorismo foi-o também do altruísmo e da generosidade, onde se destaca a sua faceta filantrópica e humanitária.

Fotografias de Museu do Douro

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Museu do Douro, “Dona Antónia, uma vida singular”Museu do Douro, “Dona Antónia, uma vida singular”

Dona Antónia Adelaide Ferreira (Ferreirinha)

Quadro da Colecção da Santa Casa da

Misericórdia de Peso da Régua

Fotografia Museu do Douro

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Cerimónia de condecoração, no Palácio de Belém

O Presidente da República agraciou a Dra. Clara Nunes dos Santos com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, no momento em que cessou funções como Subchefe do Protocolo do Estado.

Fonte: © 2006-2012 Presidência da República Portuguesa

Protocolo

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colecção de jóias “Amál ia”

Fundação Amália Rodrigues e Ouronor foram os anfitriões

do lançamento oficial colecção de jóias "Amália"

no Palácio Sottomayor

No dia 28 de Setembro, a fadista Ana Moura amadrinhou o lançamento da linha de jóias “Amália”, no Palácio Sottomayor, em Lisboa.Esta colecção é uma iniciativa conjun-ta da Ouronor e da Fundação Amália Rodrigues, que integra réplicas e orig-inais criados por artesãos de ourive-saria e joalharia nacional. Uma parte da percentagem das vendas reverte a favor da Fundação, contribuindo para as acções de solidariedade promovi-das pela instituição criada por vontade da fadista e expressa em testamento.

Fotografias de

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colecção de jóias “Amál ia”

As primeiras jóias foram desenhadas a partir do espólio das peças de Amália Rodrigues, também reproduzidas para o filme "Amália" – biografia ficcionada sobre Amália Rodrigues, do realizador Carlos Coelho da Silva.Estiveram presentes o presidente da Fundação Amália Rodrigues, João Aguiar, e o presidente do conselho de administração da Ouronor, Álvaro Fre-itas, e o gestor do site de e-comerce, António Xavier.

Página ao ladoAmália com a jóia estrela

Em cimaRéplica da jóia estrela

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“Na ponta dos dedos”Exposição de Jaime Lopez,

no Centro de Exposições de Odivelas

O projecto "Na Ponta dos Dedos" é o início do processo criativo do artista Jaime Lopez, que consiste em desenhos em caneta esferográfica sobre papel de guardanapo, para o qual convidou Cristina Caras Lindas, Cristina Correia, Tiago Galvão Teles, Diana Vinagre, Maria Margarida Ruas Gil Costa, Guiomar Casas Novas, Isabel Vila Verde, Maria Andersen e Mário Máximo; desafiando-os a dissertar sobre os seus desenhos para esta exposição. A inauguração aconteceu no passado dia 27 de Setembro, no Centro de Exposições de Odivelas, a convite da Câmara Municipal de Odivelas. Agarda-se a continuação deste projecto com a edição do livro com os textos ilustrados pelas obras para o final do ano 2012.

exposição de arte

Fotografias cedidas pelo artista

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«Viajar é observar…» Sophia de Mello Breyner Andresen.

Igualmente tem sido este o lema de vida que de Jaime Lopez nos últimos anos. A sua produção artística para esta exposição multifacetada vem da sua real – por vezes inconsciente observação das suas viagens nos mais variados contextos, físicos, emocionais e sociais: lugares, jardins, cafés, pessoas diferentes, onde o igual as cruza e eterniza. O quotidiano e sobre tudo o que nós, por vezes sublimamos, a mais pequena rotina diária, beber um café, sentar no banco do jardim e descansar da caminhada. É potencializado no seu melhor espelho: a retina, o papel e a tinta gráfica.

exposição de arte

Página ao ladoJaime Lopez e Mário Máximo, vice-presidente da Câmara Municipal de Odivelas

Em cima, esquerda para a direitaMargarida Ruas, mário Máximo, Jaime Lopez, Cristina Correia e Diana Vinagre

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exposição de arte

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«…Navegar é preciso!…» Fernando Pessoa.

Na sua inesgotável busca essencial pelos meandros e nuances da arte, Jaime Lopez foi navegar no mar profundo das letras, ou melhor, nas ondas ora oscilantes, ora calmas, ora revoltas da poesia. Além de exprimir graficamente o que vai em suas telas ou papéis, Jaime desafiou um grupo de poetas para «poetar», alguns dos seus desenhos para esta exposição.

Página ao ladoEm cimaLurdinhas Mendes e Jaime LopezTiago Galvão Teles e o artista

Em cimaJoão Micael, Maria Eugénia Saraiva, Margarida Ruas e Mário Máximo

exposição de arte

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Guimarães 2012, Capita l Europeia da Cultura

Guimarães 2012 reviveu época da fundação do

reino de Portugal

A cidade reviveu o momento de conquista e fundação do reino de Portugal, episódio que lhe conferiu o título de Berço da Nação. O centro de Guimarães vestiu-se a rigor para a Feira Afonsina, recuando até ao século XII para acolher os cavaleiros, os bailes, as despedidas e as celebrações das conquistas de D. Afonso Henriques. No ano de consolidação e expansão do evento, D. Afonso Henriques foi apresentado em idade adulta, envolvido em ambiente militar de preparação para os movimentos de conquista. O ponto de partida para esta viagem no tempo foi o ano de 1125, momento em que D. Afonso Henriques se arma cavaleiro a si próprio, em Zamora. A acção desenrolou-se até 1128, início do governo do Condado Portucalense por D. Afonso Henriques, marcado pela Batalha de S. Mamede.

FotografiasJoão Peixoto

Fundação Cidade de Guimarães

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Protocolo, master c lass

Master Class “Protocolo nas empresas”

A convite da Santa Casa da Misericórdia de Almada, João Micael realizou a Master Class “Protocolo nas empresas”, ministrada para os quadros de direcção, directoras técnicas e coordenadoras daquela instituição, na Casa da Cerca, no dia 16 de Julho. Também ness ocasião, foi apresentado às participantes o seu livro “Protocolo nas empresas em Portugal”

Fotografias

Inês Roque

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Protocolo, master c lass

Em cimaOrador e participantes na Casa da Cerca

Em baixoO orador recebendo o livro da Santa Casa da Misericórdia,

pelas mãos de Sílvia Fragoso, Vice Provedora da instituição

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crónica, Conceição Matos

Pensamentos meus

Sumaria Matagala tarda em chegar. Logo hoje. É sempre pontual e até mais que pontual. Chega a ser irritantemente pontual!Espero que esteja tudo bem com ela. Não é seu costume atrasar-se tanto. É verdade que a idade já não a ajuda. Mas que fazer? Ela precisa de trabalhar e eu preciso dela. Está connosco há tantos anos. Muitos mais do que aqueles que tenho. Muitos mais daqueles em que ela poderia ter feito alguma coisa com a sua vida. Outros tempos...Será que o seu filho teria enveredado por uma via diferente, se ela estivesse mais presente no seu quotidiano? Sei lá! Tantas histórias de meninos com uma educação cheia de tudo, o que tudo quiser dizer, que vão por maus caminhos... O filho dela também quis ir. Deve ser duro para uma mãe ver o filho assim, perdido de alma e perdido de vida.- Ai, menina sabe lá, o malandro já não vai a casa há mais de 15 dias. Não sei nada dele. Estou numa aflição! A última vez apareceu-me em casa num carro lindo, grande, preto. A dizer que o tinha comprado! Veja lá, menina! Que o tinha comprado! Se eu queria ir passear com ele. Que me levava a ver o mar. Que me levava a ver a cidade. Que me levava a ver a felicidade. Que, mais dia, menos dia, me vai encher de dinheiro e nunca mais vou precisar de trabalhar. A menina, não me leve a mal, mas eu gostava de deixar de trabalhar. Não, não é que seja preguiçosa e que não goste de trabalhar para si. É só que estou cansada menina, estou cansada. Se calhar arranjou trabalho “lá fora” menina. Já se sabe, que “lá fora” se ganha mais. E coitadinho, deve estar tão cansado que nem se lembra de me sossegar. Se o meu João José, não tivesse com aquela doença do esquecimento, já tinha ido à procura dele. Mas já não posso contar com ele. Menina, onde quer que ponha estas meias?Pois, mas eu não posso fazer nada.

Vou ter que lhe chamar a atenção. Deverei chamar-lhe a atenção? Apesar de tudo, mais vale um atraso que deixar de ter quem me ajude nas minhas tarefas “caseiras”. Três filhos, um marido ausente por via da profissão... Não é fácil. É, vou chamar-lhe a atenção. Que me interessa, afinal, que tenha já 67 anos, viva com

o marido doente, o filho desaparecido, numa casa sem condições, numa mesa sem sustento, num bairro degradado, num quarto sem janela, numa vida sem esperança? Que mal saiba ler, que tenha rugas de amargura, que não tenha rugas de felicidade? Que me interessa afinal?

Não se pode mudar o mundo assim. Tenho que deixar de pensar tanto nos outros. Eu tenho é que estar presente para os meus. Patroa, empregada. É assim que tem que ser.

Sumaria Matagala tarda em chegar. Logo hoje. Tenho marcação para pintar o cabelo às 10h00!