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Saber Revista Revista laboratório dos alunos de Jornalismo da FPM - Ano I - Edição 01 Você lê? Mesmo no ambiente universitário, o hábito da leitura ainda não está amplamente difundido.

Revista Saber nº 01

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Revista-laboratório dos alunos da Faculdade Prudente de Moraes (FPM) Training magazine of the students from Faculdade Prudente de Moraes (FPM)

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SaberRevista

Revista laboratório dos alunos de Jornalismo da FPM - Ano I - Edição 01

Você lê?Mesmo no ambiente universitário, o hábito da leitura ainda não está amplamente difundido.

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editorial

É com muita dedicação e empenho que apresentamos a você, caro leitor, a primeira edição da Revista Saber, uma revista laboratório desenvolvida pelos alunos do quarto ano de Jornalismo da Facul-dade Prudente de Moraes.A Revista Saber nasce com dois objetivos principais: o primeiro é expor o trabalho realizado pelos alunos, vivenciando o jornalismo em revista na prática; o segundo é trazer informação na área da Educação, com foco no Ensino Superior. As reportagens abordarão temas de interesse dos universitários e da vida acadêmica em geral.O destaque desta edição é o panorama do hábito de leitura dos brasileiros, em especial dos estudantes. Você também vai conhecer o projeto Biblioteca Itinerante em Itu. Outro tema abordado é o da pós-graduação. Será que ela faz mesmo a diferença? Além de conferir os benefícios de uma pós, você pode identificar qual o tipo mais apropriado para o seu caso. Na reportagem SOS Jornalismo, jornalistas falam sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão. Você acompanha de perto a opinião e o olhar de quem atua nessa área. Preparamos também uma matéria sobre a internet como meio de pesquisa. Ao lê-la, você ficará sabendo como e onde pesquisar na internet sem correr riscos. Outra reportagem interessante é a que ensina como estudar e aproveitar melhor o seu tempo para isto.Para o jovem que busca o primeiro emprego, trazemos dicas para ingressar no mercado de trabalho. A evasão nas faculdades tam-bém é tema de pesquisa desta edição. Para debater ou levantar questões importantes relacionadas ao ensino, a revista dá espaço a articulistas que fazem parte da realidade universitária. Revista nova, saindo do forno. Agora, cabe a você leitor folhear e aproveitar cada pedacinho... Boa leitura! E que venham muitas outras!

Tatiana Saggion

Nasce da Revista Saber

Expediente

Revista SaberRevista laboratório dos alunosdo 4º ano do curso de Jornalismo da FPM

Editor: Paulo StucchiEditor assistente: Tatiana Saggion

JornalistasCristiane OliveiraÉrica PassiFelipe BoniGeiza GracianoRafael BortoletoTatiana SaggionTatiane Dias

ArticulistaGeraldo Gonçalves Jr.

Revista SaberAno I - Edição 1

Matérias

Você lê?Mitos e Motes da Pós-graduaçãoSOS JornalismoConhecimento a um cliquePrimeiro empregoEvasão no Ensino SuperiorComo estudar a aprender melhor

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SESSÃO

VOCÊ LÊ?

Diz o sen-so comum

que os brasi-leiros leem pouco. Mas

o que dizer dos alunos de nível universitário? Se a leitura é fonte de conhe-

cimento, assim como a Universidade, como esses es-tudantes se relacionam com um objeto que, ano a ano, vem se tornando cada vez desafiador, principalmente diante da concor-rência dos meios digitais: o livro.

Cristiane Oliveira

“A leitura me traz uma visão crítica, co-nhecimento e uma escrita melhor”, afirma a estudante de Publicidade e Propaganda

Vanessa Magalhães. Ela conta que seu gosto pela leitura começou na infância. A estudan-te costuma comprar livros e pretende montar uma biblioteca pessoal. Atualmente está lendo O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. A leitura é necessária para os univer-sitários, para a sua formação cultural e profis-sional. O problema é que alguns fatores como o desinteresse, a falta de tempo e certas ativi-dades como TV, internet, entre outras, acabam atrapalhando a busca pelos livros. Estimular esses jovens estudantes à prática da leitura re-quer muita habilidade dos educadores. A professora de Língua Portugue-sa Marisa Telo acredita ser importante que o professor também se interesse pelos livros. “É fundamental que o professor goste de ler e leia muito. E leia sem preconceitos. Se o professor ler o que os alunos estão lendo e puder trocar impressões sobre títulos do momento, o es-tímulo para a leitura será ainda mais eficaz”, diz. Na Biblioteca Municipal de Itu Pro-fessor Olavo Valente de Almeida, os autores mais procurados são Sidney Sheldon, Daniele Steel, Paulo Coelho e Zíbia Gasparetto. Os vestibu-landos buscam autores como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Agatha Christie, segundo o agente administrativo Odorico Castanho da Silva. O público que frequenta a biblioteca é bem variado. Há pessoas que vão ao local para pesquisa, outras para emprestar livros literários ou também para ler jornais e revistas. “Quem frequenta a Biblioteca Municipal é mais seleti-vo. Seriam as ‘moscas brancas’, pois são pessoas diferenciadas das demais”, diz Odorico Casta-nho. Relíquias como a revista O Cruzeiro, referente às mortes dos Papas Pio XII e João XXIII, e as revistas Pan e Vamos Ler, ambas da década de 30, podem ser encontradas na bi-

blioteca. Entre as coleções antigas, há o livro Gargântua e Pantagruel, de François Rabelais, que trata sobre a gula de dois gigantes e tam-bém satiriza as instituições públicas e eclesiás-ticas do século XVIII.

A leitura dos brasileiros, como está?

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro através do Ibope Inteligência em 2008 mostrou que os brasileiros leem em mé-dia 4,7 livros por ano. Esse índice sobe entre profissionais com maior escolaridade. Quem tem Ensino Médio completo lê 4,5 livros; cin-co quem cursou entre 5ª e 8ª série do Ensino Fundamental e 3,7 livros para quem tem até a 4ª série. Já entre as pessoas que possuem for-mação superior, a média passa para 8,3 livros por ano. A professora Marisa dá a sua opinião sobre o tema. “A leitura é algo muito pessoal. Algumas pessoas leem devagar, degustando o livro. Outras, devoram. Eu leio mais de 20 tí-tulos ao ano por falta de tempo, gostaria de ler 50! Tenho alunos que leem de um a dois títulos por semana e outros que nunca leram um livro inteiro. Como seria bom se o brasileiro lesse,

A professora de Língua Portuguesa da FPM Marisa Telo: marca de mais de 20 títulos lidos por ano

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você lê?

pelo menos, 10-12 títulos por ano!”, diz. Em Itu existe o projeto Biblioteca Itine-rante, do Ponto de Leitura da Biblioteca Comu-nitária Professor Waldir de Souza Lima. Duran-te um sábado por mês, uma parte do Ponto de Leitura chega para os bairros da cidade. O obje-tivo é democratizar e facilitar o acesso da popu-lação à biblioteca. De acordo com José Renato Galvão, presidente da Biblioteca Comunitária, esse projeto já está programado para o ano todo. “Muitas pessoas não conhecem a Biblioteca. Com o projeto elas têm contato com a leitura. O objetivo é valorizar os livros e incentivar as pes-soas para a leitura”. Ele diz que as crianças são as que mais frequentam a Biblioteca Itinerante. Os livros podem ser lidos no local. Quem quiser emprestar algum exemplar pode preencher uma ficha e buscar na Biblioteca Comunitária.

Na internet também há livros gratuitos

Na internet existe um site que é uma biblioteca virtual. No portal Domínio Público vários livros de autores como Fernando Pessoa, Machado de Assis, William Shakespeare, entre outros, podem ser baixados gratuitamente.

“A internet é uma ferramenta maravi-lhosa e só chegou para ajudar. O problema com a internet é quando ela se torna um vício”, diz Marisa. Ela indica também para os universitá-

rios o site www.skoob.com.br que é uma espécie de orkut da leitura.

Começa em casa

A pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro também mostrou que as mães são as gran-des influenciadoras do hábito de leitura de 49% das pessoas entrevistadas. Depois são as professoras, com 33% e os pais com 30%. Também foi mostrado que enquan-to 60% dos leitores se habituaram a ver os pais lendo, no caso dos não leitores esse número inver-te, pois 63% nunca ou quase nunca viam isso em casa. A pesquisa apontou que os quatro principais motivos que levam uma pessoa a não ler um livro são: falta de tempo, o fato de não ser alfabetizado, desinteresse e preferência por outras atividades.

E o tempo?!

A falta de tempo foi a justificativa dos estudantes de Jornalismo da FPM pelo fato de lerem tão pouco. De acordo com pesquisa reali-zada entre 18 alunos, a média de leitura por ano é de 2,8 livros. Se considerarmos pela pesquisa do Pró-Livro que mostrou que a média dos brasilei-ros é de 4,7 livros, esse número está muito baixo. Todos foram unânimes em dizer que gostam de ler. Apenas um aluno disse que lê mais de 15 li-vros ao ano e um aluno disse que lê apenas um livro. Porém, segundo a professora Marisa Telo, na maioria dos casos, quem lê também tem maior facilidade de escrever. “Não é regra, mas a relação é bem intensa. Ao ler muito, assimilamos boas estruturas sintáticas e bons modelos de estruturação de ideias. Nem é preciso dizer que o vocabulário cresce e um bom léxico ajuda muito a escrita mais precisa”, diz a professora. As pessoas que não têm o hábito de ler precisam compreender o verdadeiro espírito da leitura. “Há um mundo bem melhor entre aque-les que leem. Quem lê aprende o mundo. Quem aprende o mundo, lida melhor com ele, vive me-lhor. Compreende as ideias, comunica-se com co-erência”, enfatiza Marisa.

Frequentador da Biblioteca Comunitária em Itu: leitores assíduos são “moscas brancas”

População Estudada: 172,7 milhões (a partir dos 5 anos de idade)

95,6 milhões leem um livro em 3 meses

47,4% dos leitores brasileiros são estudantes e leem livros indicados pela escola

A Bíblia é a leitura de 6,9 milhões

1,3 livro /ano é o que se lê fora da escola no Brasil

O brasileiro possui, em média, 25 livros (por residência)

Perfil: A relação do brasileiro com a leitura

Ler começa em casa

49% dos brasileiros tem o hábito da leitura influenciado pelas mães, segundo pesquisa do Instituto Pró-leitura

Professores e pais são responsáveis por 33% e 30% do cultivo do hábito de ler

é a média de livros que os alunos de Jornalismo da FPM leem, excetuando as leituras acadêmicas. Maior problema? A falta de tempo.

Leitura universitária

2,8 livros

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SESSÃO

Formado em Engenharia da Produção na USP (Universidade de São Paulo), Fer-nando Horschutz Mazzuli, 36 anos, pre-

tende entrar para o MBA da FIA Executivo In-ternacional. “Eu quero me atualizar, aprofundar temas de meu interesse, ter contato com outras pessoas e outras empresas, além de ter um cur-rículo competitivo no mercado”, explicou. Para isso, o Fernando escolheu a faculdade que, há alguns anos, está em primeiro lugar no Brasil e é a única do país a fazer parte do ranking da Financial Times. O crescimento profissional exige mui-tas vezes do candidato um grau de formação elevado. O mercado de trabalho está aberto, mas é necessário saber o que se quer. Pesquisar é um bom começo. Hoje existem vários tipos de pós-graduação, sendo elas: MBA, especializa-ção, Mestrado Acadêmico, Mestrado Profissio-nal e Doutorado [ver boxe]. Se você pretende uma melhora no desempenho profissional e aprofundar conhecimentos, o ideal é um curso específico. O que não vale para quem pretende seguir carreira acadêmica; para esses, o mais in-dicado é o Mestrado ou Doutorado. Já os que sonham com um cargo de comando em alguma empresa, o MBA é indispensável. As áreas de Mestrado e Doutorado pertencem a pós-graduação denominada Stric-to Sensu, ou seja, destinada à pesquisadores e professores. O MBA e as especializações têm classificação Lato Sensu, voltadas ao mercado profissional. Para Orlando Mazzuli, 62 anos, pai de Fernando, que tem pós-graduação em Recursos Humanos e ministra aula de Gestão Estraté-gica de Pessoas, o diferencial de uma pós é a profundidade com que os temas são tratados e o estudo de casos reais de negócios. “Além disso, compartilhar experiências com executivos experientes na mesma sala de aula enriquece o pensamento do aluno. O nível dos professores também faz diferença”, ressal-tou. Geraldo Gonçalves Junior, 50 anos, pro-fessor de MBA Executivo, destaca que a gradu-

ação fornece informações, enquanto que uma pós, formação. Mercado de Trabalho “Não se pode dizer que a pós-gradua-ção seja indispensável, pois depende do conjun-to do currículo do candidato e da posição a ser preenchida. Contudo, em condições similares de experiência profissional e graduação, quem tem uma pós na área requisitada pela empresa tende a ganhar mais pontos numa seleção”, fa-lou Orlando. Segundo ele, o setor de RH acom-panha as necessidades e a política de atração de talentos da empresa. Se for prioridade dar o cargo a um formando em pós, é o que o setor de RH fará. Entretanto, nenhuma empresa vai contratar só candidatos com pós, porque nem sempre precisam dessa formação. Mas, nos ca-sos de posições altas, é um requisito, sim. Ismael Guarneli, 58 anos, diretor da AP&S Editorial Ltda. aponta um problema na seleção única e exclusivamente por causa de um diploma. “Tenho visto muitos profissionais com excelente conhecimento serem descartados por causa de um ‘canudo’ a mais. Nesse caso, a em-presa perde muito, infelizmente”. Na empresa em que Guarnelli trabalha existem quatro pro-fissionais com pós-graduação e dois com mes-trado. Os outros, em sua maioria, estão na uni-versidade ou cursam uma pós. De acordo com

MITOS E MOTES DA PÓS-GRADUAÇÃO

São inúmeros os interesses que levam os profissionais a optarem por uma pós-graduação. Porém, há diversos ramos a se

seguir e convém pesquisar antes de dar o primeiro passo.

Orlando ministrando aula para sua turma do MBA: Pós faz, sim, a diferença no mercado

Geiza Graciano

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mitos e motes da pós-graduação

ele, é muito importante que a empresa ajude o profissional a crescer: “Acho que deveria auxiliar financeiramente este profissional e privilegiá-lo se fizer um bom curso. Em nossa empresa todos os que fizeram pós graduação começaram aqui sem ela e aqui a fizeram”. Crescer dentro da empresa é o que espe-ra Guilherme Marques de 22 anos. Formado em Administração trabalha como bancário e optou pela pós-graduação em Gestão de Pessoas, tam-bém por ser a área com que mais se identifica. Já Marília Oliveira escolheu cursar o MBA para não precisar fazer outra graduação. Formada em Nutrição, a jovem trabalha na área de finanças há algum tempo. “Eu não consegui seguir na carreira de nutricionista; para não fa-zer uma graduação em Administração optei pelo MBA. Além disso, soube de pessoas que conse-guiram crescer na empresa depois que termina-ram essa pós-graduação”, disse. Letícia Spinardi, 23 anos, conseguiu a sua colocação no mercado de trabalho graças a sua Pós-graduação em Gestão da Comunicação Empresarial na FPM. “Ela foi essencial para que

eu conseguisse a oportunidade de atuar em meu atual emprego. Eu também estava concorrendo em alguns outros processos e em todos eles a pós-graduação mostrou ser um grande facilita-do”, disse a jovem. Mas, para ela, não é só a pós que faz a di-ferença. Nos dias de hoje, falar em outro idioma é essencial, além dos cursos de extensão. “Vivemos na era da tecnologia, que imediatamente implica em evoluções constantes, quebra de barreiras e velocidade da informação. Por isso, é extrema-mente importante manter-se atualizado, pois o que é novo hoje, amanhã já pode estar ultra-passado. E o curso de extensão é a oportunidade para que você consiga essa atualização com certa agilidade e praticidade, sem ter que dispor um longo prazo do seu tempo em um curso de maior duração”, disse Letícia. Crescimento Uma reportagem veiculada pelo Portal Exame divulgou que em 2009, o número de alu-nos em pós-graduação no Brasil era de 600 mil.

Comece usando o ranking das melho-•res da revista Exame e similares.

Pense no custo do curso e na disponi-•bilidade de tempo para frequentar as aulas presenciais e realizar os trabalhos exigidos.

Pense também que a escola tem o •direito de escolher o aluno ou recusá-lo caso ele não preencha os requisitos.

Os cursos de pós de maior procura •têm um processo rígido de seleção, por causa do número de vagas inferior ao número de candidatos e do nível exi-gido dos candidatos. Os cursos de pós

precisam manter o padrão de qualidade (e conceito no mercado) e por isso não aceitarão qualquer aluno.

Sobre o custo dos cursos, você pode •ser patrocinado pela empresa onde trabalha (algumas oferecem bolsas, mas exigem que você fique na empresa um certo número de anos ou se sair tem que devolver o valor da bolsa), ou então se bancar com o próprio bolso. Em qualquer caso, escolha o melhor porque fazer economia nesta escolha pode ser fatal: paga-se mais barato, porém consegue-se um diploma de uma escola desacreditada no mercado.

Dicas para quem quer escolher a pós-graduação ideal

Esse quadro tende a aumentar e chegar à marca de dois milhões em 2012, um crescimento de 230% [ver tabela]. A carreira e os estudos não param por aí, pois sempre há como aprender mais e crescer. “Gostaria de continuar, com experiências fora do país. Por quê? Estudar nesse momento da vida e da carreira é muito mais rico do que na graduação”, explicou Fernando Horschutz Ma-zzuli, que deixa um recado aos que terminam a graduação: “Encontre aqueles temas e desafios que te inspiram. Trabalhe com eles. Você conti-nuará estudando simplesmente para poder dar o melhor de você.”

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mitos e motes da pós-graduação

Cursos Lato Sensu - MBA PARA QUEM ÉÉ um curso de especialização na área gerencial e administrativa. O MBA Executivo tem perfil generalista. Mas existem outros cursos, voltados para determinados aspectos, como finanças, re-cursos humanos, marketing e tecnologia da in-formação.

DURAÇÃO Varia entre um e dois anos. Para o certificado ser reconhecido, também precisa ter um mínimo de 360 horas-aula.

PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO Em geral, exige-se um mínimo de três anos de experiência no mercado. Cursos mais avançados podem pedir até oito anos no cargo de gerente ou diretor. Há entrevista, análise de currículo e prova.

DIA A DIA As ferramentas e os instrumentos usados em aula são conhecidos por quem trabalha na área de gestão: planilhas de custo, análise de casos reais, planejamento de marketing e softwares de finan-ças. Prepare-se para falar em público, pois boa parte do curso consiste em apresentar trabalhos e participar de debates. As aulas costumam acon-tecer no período noturno e aos sábados, o dia in-teiro.

TRABALHO DE CONCLUSÃO O aluno, ao final do curso, apresenta um trabalho de conclusão.

E DEPOIS Você pode seguir para um mestrado, para apro-fundar conhecimentos teóricos, ou partir para novaespecialização, em outra área.

Cursos Lato Sensu / Especialização PARA QUEM É Para quem precisa se aperfeiçoar ou se atualizar em algum aspecto técnico-profissional de sua ro-

tina de trabalho. Pode ser oferecido por institu-ição de ensino ou por organização profissional ou corporativa.

DURAÇÃO De um a dois anos. Para que o certificado seja reconhecido pelo MEC, o curso deve ter carga horária mínima de 360 horas-aula.

PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO É preciso apresentar o diploma de graduação re-conhecido pelo MEC. O processo seletivo inclui entrevista, apresentação do currículo e, depen-dendo da instituição, passar numa prova. Algu-mas instituições adotam testes realizados por as-sociações de classe, que medem o conhecimento que o candidato tem de sua área de conhecimento e sua maturidade profissional.

DIA A DIA As aulas - que enfocam aspectos práticos da profissão - costumam ser dadas em período com-patível com o horário comercial - à noite e aos sábados.

TRABALHO DE CONCLUSÃO Para receber o certificado, o aluno deve apresen-tar e ter aprovada monografia sobre algum tema abordado durante o curso.

E DEPOIS É possível candidatar-se a um mestrado acadêmi-co ou profissional ou simplesmente partir para outra especialização.

Cursos Stricto Sensu - Doutorado PARA QUEM É Para os que querem seguir a carreira universitária, como pesquisador e professor.

DURAÇÃO De quatro a cinco anos, em média.

PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO O processo seletivo inclui análise do currículo, aprovação do projeto de pesquisa, que deve apre-

PROCURA POR UMA PÓS-GRADUAÇÃO? VEJA AS OPÇÕES sentar tema ou foco inédito e original, e entrevista. Pode haver também uma prova sobre conhecimen-tos específicos e gerais. Os programas mais con-ceituados exigem o domínio de pelo menos dois idiomas estrangeiros.

DIA A DIA No geral, exige dedicação exclusiva. Cumpridos os créditos das aulas, o aluno dedica-se integralmente à pesquisa e à elaboração da tese. A participação em eventos relacionados a sua área de atuação é importantíssima. Os prazos são rígidos, o ritmo, apertado, e o trabalho, muitas vezes, solitário.

TRABALHO DE CONCLUSÃO Defesa da tese perante uma banca examinadora. Durante a defesa, o doutorando é sabatinado por especialistas no tema da pesquisa.

E DEPOIS É comum partir para um pós-doutorado - um pro-grama de pesquisa pura, muitas vezes realizado, em parte, no exterior. Cursos Stricto Sensu - Mestrado Profissional PARA QUEM É Voltado especialmente para os que desejam domi-nar metodologias de pesquisa e aprofundar con-hecimentos específicos de sua área de atuação, mas com foco no mercado de trabalho. O diploma tam-bém dá direito a seguir carreira acadêmica.

DURAÇÃO Dois anos, em média.

PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO Os critérios de admissão variam muito de uma in-stituição para outra. Em geral, pede-se prova, apre-sentação do currículo, projeto de pesquisa de acor-do com a proposta do curso e entrevista. Domínio de um idioma estrangeiro é indispensável.

DIA A DIA Esse tipo de mestrado acaba reunindo profission-ais de uma mesma área de atuação - o que permite grande troca de experiências práticas. Mas o meio é acadêmico e, aí, valores como a qualidade e a ex-atidão das informações são essenciais, tanto nos

diálogos com professores e orientadores, quan-to na elaboração e apresentação dos trabalhos. Em algumas universidades, o aluno pode ser convocado para atividades programadas, como estágio.

TRABALHO DE CONCLUSÃO Apresentação e defesa de dissertação.

E DEPOIS Pode-se partir para um doutorado. Cursos Stricto Sensu - Mestrado PARA QUEM É De perfil eminentemente acadêmico, é forma-ção para quem quer seguir carreira em ensino e pesquisa.

DURAÇÃO Média de dois anos e meio.

PRÉ-REQUISITOS E SELEÇÃO O processo seletivo varia entre as instituições de ensino. No geral, o candidato submete o cur-rículo à análise, apresenta um projeto de pes-quisa e participa de uma entrevista. É comum ter de fazer uma prova de conhecimentos es-pecíficos e gerais, além de demonstrar domínio de pelo menos um idioma estrangeiro.

DIA A DIA Você pode não ter aula todos os dias, mas deve participar ativamente das atividades do departamento que oferece o curso - eventos, congressos, conferências e palestras. Também é preciso ler muito e cumprir os prazos rígidos para entrega de trabalhos.

TRABALHO DE CONCLUSÃO O aluno deve apresentar e defender uma dis-sertação sobre seu tema de pesquisa, diante de uma banca examinadora. Além disso, é necessário ter sido aprovado em todas as disci-plinas e entregue os trabalhos dentro dos pra-zos regimentais.

E DEPOIS A evolução natural é seguir para um douto-rado.

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SESSÃO

SOS Jornalismo

No dia 29 de setembro de 1992, o poder Executivo pas-sou por maus bocados. Uma CPI concluiu que Fernando Collor de Mello seria culpado por corrupção e por 441

votos a 38, aprovou o impeachment do primeiro presidente bra-sileiro eleito numa eleição direta. Treze anos depois foi à vez de o Legislativo ter sua imagem manchada.

?

José Fernando de Oliveira

Em 14 de maio de 2005 foi divulgado à imprensa o esquema do “mensalão”, quantia paga a deputados no valor de R$ 30 mil. Já o Ju-diciário foi responsável pelo escândalo da venda de sentenças descoberto em 11 de novembro de 2008 no Espírito Santo. Os três poderes fundamentais de uma nação presidencialista entraram e saíram de di-versas crises. Todas elas foram investigadas e pu-blicadas na imprensa, também conhecida como “o quarto poder”. Porém, mal sabiam os jornalis-tas brasileiros (que assistiram a tantos escândalos deliciados e atentos) que a categoria entraria em “parafusos” após uma votação no Supremo Tri-bunal Federal no dia 17 de junho de 2009. O ministro, Gilmar Mendes, afirmou que a exigên-cia do diploma de jornalista feria a Constituição Brasileira que garante a liberdade de expressão para cada cidadão. Mas qual é a visão que os jornalistas brasileiros têm sobre isso? E, mais, qual a relação entre a real liberdade de imprensa e a obrigato-riedade do diploma? Quando se analisam os livros sobre teoria da comunicação jornalística percebe-se que existem vários filtros que, querendo ou não, inibem a aclamada liberdade dita pelo ministro Gilmar Mendes. A famosa linha editorial dos veículos impressos é um exemplo e são poucos os jornalistas (estes, com anos de experiência) que conseguem se livrar dos manuais de redação e ter espaços livres em suas colunas.

E as universidades?

A queda do diploma mexeu com uni-versidades (algumas tiveram o curso fechado) e revoltou jornalistas formados e estudantes. Para muitos profissionais na ativa e estudantes, che-ga a ser insuportável saber que qualquer cidadão pode trabalhar como jornalista sem nunca ter estudado teorias ou feito exercícios jornalísticos. Mariane Belasco foi editora do jornal ituano Federação e atualmente trabalha no pe-riódico Primeira Feira, em Salto. Formada há três anos pela Universidade de Sorocaba, Uniso, a jornalista considera a decisão do STF humi-lhante para qualquer profissional. “Ingressar no mercado de trabalho é difícil e muito emprega-

dor acha que pode pagar o que quiser para os formados em jornalismo. Vários se acham jorna-listas e escrevem besteiras e são publicadas sem ética alguma”, disse. A assessora de imprensa Cristiane de Freitas compartilha a mesma opinião. “Toda profissão precisa de conhecimento específico. Se for assim, qualquer um poderia advogar, ser eco-nomista, psicólogo ou outra profissão”. A chefe de Cristiane, a empresária-jornalista Mariele Prévidi, afirma que não contrataria jornalista sem diploma. Para ela, a faculdade é uma forma de se ter um nível, ainda que mínimo, de conhe-cimento para o exercício profissional. “Não que a formação seja uma garantia de qualidade, pois isso tem a ver com perfil pessoal. Mas, pelo me-nos, a pessoa tem um conhecimento de técnica, ética e cultura em geral”, afirma. Alguns acreditam que a queda da obri-gatoriedade do diploma significa um retrocesso na educação brasileira, que já é precária nos dias atuais. É o caso de Sarah Vasconcellos, formada pela FPM em 2008. “A decisão poderia signifi-car a consolidação de nossa classe, com a criação de um conselho responsável pela defesa de nossa profissão, porém, acompanhei fechamento de al-guns cursos, muito gargarejo, mas nada de concre-to”. Thaís Amaral formou-se na mesma tur-ma de Sarah. Ao conceder esta entrevista, a jorna-lista tinha acabado de ser demitida da revista Cães e Gatos. “Na última edição que participei, minha ex-editora-chefe, que era executiva de Contas da empresa, permitiu a publicação de um erro de ortografia e me culpou. Como não aceitei a acusação, fui demitida”, disse. Após ter contado o que tinha passado, a reportagem da Revista Saber perguntou a Thaís sobre o que ela achava sobre a queda do diploma. Ela disse não ser contra blogs ou outros meios de expressões, mas acha impor-tante o diploma nas redações. “A experiência con-quistada pela prática não exclui essa necessidade, muito pelo contrário, a formação acadêmica ajuda a lapidar o profissional e contribui com a melho-ria da imprensa brasileira”, opinou. Terminado o discurso, a reportagem da revista Saber perguntou se a editora-chefe da revista teria diploma de jor-nalismo. A resposta de Thaís concluiu sua história e este texto com uma palavra: “Não!”.

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SESSÃO

Um recurso para se descobrir a proce-dência de autores é a Plataforma Lattes. Pes-quisadores científicos cadastram seus currícu-los no site www.lattes.cnpq.br que é produzido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia. O objetivo é a padroni-zação e a integração de dados e currículos de profissionais e instituições ligados a pesquisa científica. Fernanda recomenda a evitar arti-gos de páginas pessoais a não ser que seja um autor reconhecido pela sociedade acadêmica e ainda tomando o cuidado de salvar em formato PDF com dia e hora de acesso para ser coloca-do nas referências bibliográficas de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT - há normas específicas para conteúdo retirado da Internet (ver quadro).

CONHECIMENTO A UM CLIQUE

Maria Claudia Faria Ferreira, estu-dante quartoanista de Biomedi-cina, se prepara para escrever sua

monografia como conclusão do curso. Assim como Michele de Carvalho Oliveira, forman-da em Fotografia precisa fazer o embasamen-to teórico de seu projeto de fotos. Elas dizem que quando necessitam de alguma informação da internet, buscam direto no Google e que desconhecem os meios de fa-cilitação de pesquisa. Esse quadro é cada vez mais comum nas universidades: o uso da internet como ferramen-ta de estudo e pesquisa bi-bliográfica. E o Google é, sem dúvidas, a ferramenta de busca mais usada pelos estudantes. É inegável a contribuição da internet nas atividades diárias, mas também de-ve-se soar um sinal de alerta: como um meio livre, no qual todos podem publicar conteúdo a todo instante, como se certificar de que as fontes de pesquisa usadas são confiáveis? Para alívio dos estudantes, mesmo na internet, há formas de se assegurar quanto à validade das fontes de pesquisa e estudo graças a sites de conteúdo total-mente fundamentados e estruturados nas necessidades acadêmicas.

Tatiane Dias

O Scielo oferece uma lista de periódicos classificados por assuntos de diversas áreas, por ordem alfabética ou por publicador. Já o Capes dá acesso ao Portal de Periódicos que fornece artigos completos de mais de 15.475 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras e 126 bases de dados com resumos de documentos de todas as áreas do conhecimento. Tanto Fernanda Romanezi, professora de Metodologia de Pesquisa na FPM e mestra em Pedagogia pela Unicamp, quanto a mestra em Psicologia em Educação Deborah Coltro, orientam aos alunos a ter cautela em suas pes-quisas. “Evitem o Wikipédia que não é uma fonte segura por se tratar de um site em que qualquer pessoa pode alterá-lo”, aconselha De-borah. Outra dica é utilizar sites vinculados a universidades e com terminação org.br.

Então, o que fazer?

Deborah, que leciona Teoria e Méto-dos de Pesquisa na Comunicação explica que orienta os seus alunos a fazerem uma análi-se do artigo que irá utilizar em sua pesquisa, como identificar tema, saber a origem do texto e a forma de construção do artigo. “Oriento a procurar a procedência do autor, qual sua forma-ção, se está vinculado alguma universidade, que se faça um verdadeiro mapeamento do autor.”

Tela do Scielo: garantia de pesquisa de qualidade

Outros exemplos: o Google Acadêmico e o Capes

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conhecimento a um clique

Uma das dicas dadas por Deborah é uti-lizar sites vinculados a universidades e com ter-minação org.br. Além disso, a internet, ao mesmo tempo em que abre margens a reprodução ilícita, tam-bém serve para descobrir se algo foi plagiado. Em relação ao plagio, nas vezes em que atuou como banca avaliadora, Deborah diz que se sur-ge alguma dúvida ela recorre aos mecanismos de busca. “É só colocar o trecho que me levanta sus-peita entre aspas no site de busca, se aparecer a frase completa assinado por outra pessoa, assim eu descubro se é plágio ou não.” Segundo o artigo Direito Autoral na Internet do site www.e-commerce.org.br, o autor que se sentir lesado por ter uma obra utilizada sem sua autoriza-ção pode recorrer a lei n° 9.610 de 19 de fevereiro de

“Cara” do site da Plataforma Lates

1998, que lhe asseguram o direito de pedir a apreen-são do material, além de receber o valor dos exem-plares que foram vendidos e não recuperados.

O uso de aspas " "As aspas são utilizadas para que a ferra-menta de busca considere as palavras como sendo uma frase. Por exemplo, ao colocar três palavras entre as aspas, “assessoria de imprensa”, a busca ficará limitada a docu-mentos que contenham exatamente essa frase.O uso do sinal de mais +O sinal de inclusão + deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele deve selecionar os documentos que tenham obrigatoria-mente todas as palavras precedidas do sinal +, em qualquer ordem que seja. Por exemplo:+travesti + “mercado de trabalho” O uso do sinal de menos –O sinal de exclusão deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele não deve in-cluir os documentos que contenha aquela palavra(s) ou frase(s). Por exemplo:+ favela – “favelas de são paulo”O uso do asterisco *O asterisco é utilizado para solicitar ao programa de busca que busque todos os

documentos que contenham a parte inicial da palavra (até o asterisco) com qualquer termina-ção. Por exemplo: assessor*AND O uso do operador AND traz como resultado da pesquisa páginas que possuam obriga-toriamente todas as palavras ligadas por esse operador. Exemplo: favela AND Itu NOT O uso dos operadores AND NOT traz como resultado da pesquisa páginas que possuam a palavra que precede o operador AND e excluam as palavras que sucedem o operador NOT. Por exemplo: “assessoria de imprensa” AND NOT éticaOR O uso do operador OR traz como resultado da pesquisa documentos que possuam tanto uma palavra como a(s) outra(s) ligada(s) por esse conectivo. Por exemplo: assessoria OR imp-rensaPARÊNTESES ( ) Os parênteses são utilizados para agrupar várias palavras ligadas pelos conectivos. Exemplo: Assessoria AND (imprensa OR empresarial)

DICAS PARA PESQUISAR MAIS E MELHOR

Normas para citação de fontes e referências

Além do cuidado de se escolherem fontes críveis para uso em trabalhos acadêmi-cos, merece também atenção o fato de que se deve estar atento à forma de citar corretamente as fontes www nos trabalhos. Uma boa fonte para orientação sobre como fazer corretamente citações de trechos e obras extraídas da internet é o livro Trabalhos Acadêmicos e Científicos: construindo inteligente-mente, de Deborah e Alex Coltro e escrito com base nas normas da ABNT. Abaixo, seguem algunas dicas úteis:

• Quando se tratar de e-mail: RASSIF, M. Envio de teses para as instituições de origem. Mensagem recebida por [email protected] 13jul.1998

•Quando se tratar de monografias on-line: ALVES, C. Navio Negreiro. São Paulo: USP, 1998. Disponível em: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/literatura/autores/cas-troalves/negreiro/navionegreiro.html Acesso em 22.jul.1998.

•Quando se tratar de periódicos: SANTOS, Vítor Francisco dos. Criação de produtos informacionais: a experiência do SEBRAE/MT. Ciência da Informação, Brasí-lia, v.27, n°1,1998. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline>. Acesso em 20 jan.2001

•Quando se tratar de home pages: CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho. Desenvolvido pela Pontifícia Univer-sidade Católica de Minas Gerais, 1995-1998. Apresenta textos sobre urbanismo e desenvol-vimento de cidades. Disponível em: <http://www.gesnet.com.br/oamis/civitats > Acesso em 27 nov.1998.

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1o. emprego - como ingressar no mercado de trabalho

À procura de oportunidades

É buscando responder a essas per-guntas que o jovem deve se preparar. Segundo Adriana Silva, responsável pela agência de em-pregos Good Service de Itu, para o iniciante que ainda não possui experiência, por se tra-tar do primeiro emprego, vale a sinceridade de dizer que está estudando e à procura de uma oportunidade. De maneira alguma o candida-to deve mentir para alcançar seus objetivos. Há meios de melhorar a imagem do jovem perante o empregador sem se utilizar de mentiras.

Como fazer do currículo um ponto a seu favor

Um item importante para quem pro-cura o primeiro emprego é a elaboração do cur-rículo, pois é por meio deste que uma primeira avaliação de perfil é realizada. É fundamental que esteja bem redigido, seja objetivo e conte-nha apenas informações relevantes. Para Ká-tia de Assis Vasconcellos, consultora de DHO (Desenvolvimento Humano e Organizacional) da diretoria de operações do Grupo Schinca-riol, no currículo devem constar dados pes-soais (como endereço completo, telefones de contato,de preferência celular pessoal), forma-ção e cursos extracurriculares (se possuí-los). É nessa hora que o jovem deve mostrar seu po-tencial e suas chances de crescer. “Ele pode apresentar projetos impor-tantes dos quais tenha participado na faculda-de ou escola, como também algum estágio ou trabalho voluntário que tenha desenvolvido”, enfatiza a consultora. Outra dica importante é enriquecer o currículo acrescentando empregos temporários ou sem registro em carteira.

“Muitos jovens têm um primeiro em-prego eventual, mas têm vergonha de dizer por se tratar de experiências informais (sem registro em carteira) ou em estabelecimentos da própria família ou até mesmo ajudando a um amigo. Essas experiências não podem ser desprezadas, pois demonstram contato com al-guma atividade profissional; mais do que isso, demonstram iniciativa!”, esclarece Ana Lisboa, consultora da Positiva Talentos Humanos de Itu. A gerente de Recursos Humanos da IBBL Kátia Almeida Pinto acrescenta que o jovem não deve se esquecer de colocar, pelo menos, a área em que deseja atuar, ou seja, ad-quirir experiência. O que ocorre muitas vezes é que o jovem, para poder pagar seus estudos, acaba ingressando numa área diferente da qual vai se formar. Mas o recomendado é que o estudante atue o quanto antes no seu cam-po de trabalho, ao que corresponde ao da sua formação. “Uma estudante de Educação Físi-ca que trabalha como garçonete (mesmo que informalmente) vai receber mais convites para atuar nessa função do que em Educação Física. Tem ainda outro aspecto que vale observar: a vivência na área. Quanto mais cedo o estudante começa na área escolhida, melhor profissional será no futuro”, explica Ana. Fica mais fácil para o iniciante se can-didatar em empresas que desenvolvam algum projeto de primeiro emprego, de estágios ou de jovem aprendiz, em parceria com escolas ou instituições como Senai, Senac, CIEE, entre outras. Assim, ele tem mais chances pois com-petirá com outros jovens também inexperien-tes e não com profissionais atuantes, já quali-ficados. Foi o que aconteceu com Tatiane Luz Oliveira, de 17 anos, ao buscar seu primeiro emprego. Durante algum tempo Tatiane traba-

Tatiana Saggion

Iniciar carreira pode ser uma tarefa árdua, afinal o jovem não possui ainda o requisito mais exigido: experiência!

A adolescência é uma etapa marcante da vida pois, durante essa fase (entre 12 e 18 anos), além da mudança no corpo,

das emoções e dos hormônios à flor da pele, im-portantes escolhas e decisões devem ser tomadas como a profissão que se deseja seguir. Então vem o temido vestibular; naquelas horinhas de prova se avalia o aprendizado de anos e anos... Além disso tudo, ainda há a cobrança dos pais, pois, para eles, toda a dedicação e investimento na educação dos filhos devem ser recompensa-dos com seu ingresso na faculdade. Pequenos momentos, grandes decisões e muita pressão!Quando cursa a faculdade, as preocupações não desaparecem. Elas apenas ganham proporções diferentes. O adolescente, agora entrando na ju-ventude, começa a conhecer as responsabilida-des da vida adulta. A carreira, a vida profissional, deve ser traçada e, então, eis que se dá o primeiro passo: conquistar o primeiro emprego. E, aí, surge a fatídica pergunta: “Você tem expe-riência profissional?”. E, daí, segue outra pergun-ta ainda mais perturbadora: “Como adquirir ex-periência se, justamente por não tê-la, não ocupo uma vaga?”.

Como ingressar no mercado de trabalho

1o.Emprego

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1o. emprego - como ingressar no mercado de trabalho

lhou numa loja de sua tia, fazendo “bicos”, sem registro em carteira. Tentou ingressar no merca-do de trabalho fazendo entrevistas em escritórios de contabilidade, mas não obteve sucesso. Então surgiu a oportunidade de se cadastrar para o pro-jeto de aprendiz do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). Logo foi chamada para uma primeira seleção e numa última etapa, concorreu a uma vaga com mais três jovens. Tatiane foi a escolhida. Conquistou seu primeiro registro em carteira há quase um ano atrás. “Sou aprendiz de tele-serviços, trabalho na área administrativa da IBBL. Tive receio ao começar, pois no meu setor sou a única aprendiz, a primeira, mas o pessoal me recebeu muito bem. Recebo a ajuda de todos quando preciso”, esclarece Tatiane. No rosto da jovem, a confirmação de uma realização: ela fala com um sorriso contagiante da experiência que a cada dia tem conquistado. “Não imaginava como seria trabalhar numa empresa como esta. Aqui a gente fala com pessoas de todo o país, até mesmo de fora do Brasil”, enfatiza a aprendiz. Tatiane explica que sua carga horária é cumprida não só na empresa, como também no CIEE, em Sorocaba. Seu turno é de seis horas diárias, quatro dias da semana, na IBBL. Um dia da semana é reservado para a capacitação do projeto, e a aprendiz cumpre mais seis ho-ras, participando de treinamentos, dinâmicas em grupo, entre outras ações. “Pude fazer um curso de Libras, a linguagem de sinais, durante a capa-citação e foi uma experiência muito legal”, des-taca a jovem. Para Tatiane, o candidato deve ter interesse, buscar capacitação profissional, cursar idiomas. “O jovem deve tomar atitudes, buscar aquilo que deseja e não desistir nunca”, aconse-lha, ainda. Mesmo muito jovem, ela já sabe o que quer: em breve, o próximo passo será cursar a faculdade de Publicidade e Propaganda. E com mais um ano de contrato de trabalho pela frente, a aprendiz declara que, ao final desse período, a em-presa pode ou não efetivá-la, dependendo do seu desempenho. “Caso eu não permaneça na empre-sa, mesmo assim, tudo terá valido a pena. Conheci novas pessoas, conquistei experiência”, finaliza.

Corresponda às expectativas do mercado

Quanto ao perfil do profissional do fu-turo, um fator essencial é a paciência. “Estamos convivendo com uma geração que tem muita pressa para conquistar as coisas. O funcionário entra na empresa hoje e passados dois meses acredita que está perdendo tempo, que a empresa não lhe deu chance de crescer. Esse jovem acredita que apenas a formação aca-dêmica basta e não acredita que a experiência vivenciada é importante na conquista do cargo. Então, muda de emprego rapidamente”, explica Kátia, gerente de RH da IBBL. Outro quesito que se espera do candida-to é o comprometimento. Atitude e disponibili-dade de aprendizado também. “Os profissionais do futuro devem ter pelo menos a faculdade, serem abertos a mudan-ças, e devem ter um excelente relacionamento interpessoal”, aconselha a consultora Ana. Como podemos perceber, entrar no mer-cado de trabalho não é tarefa fácil, mas também não é algo impossível. Basta se empenhar, mostrar que tem vontade de crescer e aprender, buscar apoio e capacitação profissional, conhecer projetos de inserção para jovens, entre todas as outras coi-sas que já foram ditas. A sorte vem apenas como complemento!

Você sabe como se portar durante uma entrevista? Nessa ocasião surgem muitas dúvidas sobre o que se deve ou não fazer, que roupa usar, como se apresentar. Aqui vão algumas orientações para que você não dê vexame e se sinta confiante!

1- Chegar no local da entrevista com antece-dência do horário marcado. A pontualidade é fator importante.

2- Durante a fase de entrevista o funcionário deve se comportar da forma mais discreta possível e se vestir adequadamente para se apresentar na empresa. Para os rapazes, nunca ir de bermuda, chinelos, sujo ou desleixado.

3- As moças não devem usar decotes, roupas apertadas ou curtas. Deve-se evitar o uso de maquiagens muito fortes ou de perfumes em excesso.

4- O candidato deve se preparar para a entre-vista. Pesquisar qual é a empresa, quais produ-tos produz e comercializa, em que mercados atua etc. Tudo pode ser pesquisado via inter-net ou até mesmo conversando com as pessoas que conhecem a empresa. Isso vai fazer a dife-rença na escolha do melhor candidato. Segun-do Kátia Almeida, “a pior coisa na entrevista é você observar que o candidato ao emprego não tem a menor ideia da empresa que ele está interessado em trabalhar”, comenta.

5- As perguntas devem ser respondidas de maneira clara e objetiva para que o candidato não se perca.

6- Se surgirem perguntas muito pessoais ou invasivas, o candidato pode se recusar a respondê-las, desde que funda-mente sua recusa.

7- O entrevistado tem o direito de questionar o entrevistador sobre qualquer dúvida que ve-

nha a aparecer, como, por exemplo, em relação ao salário, a função, entre outras. Isso faz com que ambos não percam seu tempo, se não houver interesse de uma das partes.

8- Quando o candidato for questionado sobre seus pontos fracos, não mentir em hipótese alguma, mas sim mostrar como pode melhorar estas deficiências.

9- Não omitir informações importantes.

10- Jamais criticar e expor defeitos de empre-sas com as quais já tenha trabalhado ou tido algum contato profissional. É antiético.

11- Manter a calma.

12- Aguardar o retorno da empresa ou da agência. Caso isso não ocorra, o candidato pode entrar em contato e pedir informações sobre o processo seletivo.

Consegui uma entrevista! E agora, o que eu faço?!

Tatiane Oliveira trabalha como aprendiz há um ano na IBBL

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SESSÃO

Karina Pereira dos Santos, de 24 anos, é mãe de dois filhos e cultiva a esperan-ça de concluir uma faculdade e ter seu

diploma em Administração de Empresas. Em 2006 ela iniciou seus estudos, mas devido a problemas financeiros teve que trancar sua fa-culdade e não tem previsão para retornar. “Tenho dois filhos e trabalho muito para sustentá-los. É difícil trabalhar, cuidar de-les e da minha casa, ganho pouco e mal dá para pagar minhas despesas. Hoje, cursar uma facul-dade é muito caro”, afirma Karina. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Reynaldo Fernandes (INEP), a evasão universitária está ligada, de um lado, à troca de cursos no início da faculdade e, de outro, o que é ainda mais importante, às difi-culdades para pagar as mensalidades. Com base em dados do último Censo da Educação superior do INEP pode-se obser-var que a taxa de evasão anual média é de 22%.Esse número é alarmante, visto que o Brasil possui 75% de sua população jovem fora das universidades. Ou seja, Karina não é a única nessa luta pelo sonho ter um diploma. Outro dado mostra que a dificulda-de de custear a faculdade é o maior motivo de evasão. Apenas 55,4% do total de alunos que ingressam na faculdade conseguem concluir o curso. É o que mostra o Censo da Educação Superior 2007, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). A taxa de conclusão mais alta é das universidades federais, com 72,6%.

Vocação também é motivo de evasão

Além dos fatores financeiros, outro motivo de evasão é a falta de conhecimento dos cursos e a escolha errada da profissão. “Comecei a fazer Enfermagem porque sempre quis trabalhar nessa área. Com o passar do tempo, percebi que o curso não era como eu imaginava e concluí que não tinha vocação para ser enfermeira”. É o que fala a telefonis-ta Edilaine Freitas, que abandonou o curso de Enfermagem no terceiro semestre. Isso tam-bém aconteceu com a estudante de Pedagogia

Mariele de Almeida, que iniciou o curso e logo nos primeiros meses percebeu que trabalhar na área não era o que ela realmente queria. Como Mariele trabalha no RH de uma empresa, optou por investir na carreira que já tinha. “Como eu estava trabalhando nessa área, achei que seria mais vantajoso fazer uma facul-dade que tivesse ligação com o que fazia”, dis-se. A psicóloga Paula Previato explica que a melhor alternativa na hora de ingressar em um curso é pesquisar muito sobre ele e fazer testes de vocação. “Escolher um curso a seguir, uma pro-fissão para vida inteira, é motivo de grande pre-ocupação. Por isso, é importante que a pessoa saiba exatamente como é o curso pretendido e repare se ele combina com seu jeito e estilo de vida. Os testes vocacionais ajudam também na hora da escolha”, disse.

Alternativas para custear uma universidade

Hoje, os alunos que não podem custear os estudos ou que não conseguem ingressar em uma universidade pública podem receber ajuda através do Programa de Financiamento Estu-dantil (FIES). O objetivo é financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua for-mação e estejam regularmente matriculados em

Evasão no Ensino Superior

Por que acontece?

Erica Passi

Lauren: sonho de ter um diploma prestes a ser realizado com muito esforço

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evasão no ensino superior

instituições não gratuitas, cadastradas no Progra-ma e com avaliação positiva nos processos con-duzidos pelo MEC. Também existe o Programa Universida-de Para Todos (ProUni), uma iniciativa que dis-tribui bolsas parciais ou integrais para estudantes de todo o Brasil, abrindo novas possibilidades a estudantes de baixa renda.

Perto de nós

Na Faculdade Prudente de Moraes, Lau-ren Cristina Santiago de Almeida, estudante de Publicidade e Propaganda, é um exemplo de per-severança. Lauren vem de família humilde, que não poderia pagar seus estudos. Em 2007 procurou a faculdade pois que-ria participar do Programa Escola da Família, um convênio que foi estabelecido entre o Governo do Estado de São Paulo e as Instituições de En-sino Superior por meio da Secretaria de Estado da Educação.

Pelo Programa, a Secretaria de Educação custeia parte do curso e outra parte a fica com a Faculdade. O bolsista ainda desenvolve um tra-balho nos finais de semana nas escolas munici-pais conveniadas com o projeto. Naquele ano (2007) o Governo não des-tinou verbas para novos bolsistas, mas Lauren felizmente conseguiu encontrar outra alternati-va. Ela participou do programa Bolsa Reembol-sável da FPM e conseguiu um desconto de 50% na mensalidade; os outros 50% serão pagos por Lauran assim que ela terminar o curso. Depois de um ano, em 2008, ela finalmente conseguiu ingressar no programa Escola da Família. “Se não fosse a bolsa que consegui no início das aulas da faculdade, não estaria aqui. Agora, estou na escola da família que também é uma grande oportunidade para mim”, relata a universitária que cursa o último ano e está muito feliz fazendo estágio.

Na dúvida?: Descontentamento com a carreira também gera abandono das faculdades

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como estudar e aprender melhor

Você já parou para pensar em como você estuda? A maioria das pessoas não se pre-ocupa em fazer um planejamento antes

de começar os estudos. No entanto, agir dessa maneira pode causar um desperdício de tempo e fazer com que a tarefa de estudar pareça muito mais difícil do que realmente é.

Metodologia de Estudo

Para estudar e aprender é preciso de motivação, organização e memorização, afir-ma a Doutora em Psicologia Educacional pela Faculdade de Educação da Unicamp, Cacilda Encarnação Augusto Alvarenga. Nas palestras

ministradas sobre “Como Estudar”, Cacilda res-salta alguns pontos fundamentais para que o estudante possa alcançar um melhor resultado no processo de estudo e aprendizagem1. Motive-se

A motivação é um impulso para ação. Logo, alguns fatores como um bom desempenho nas provas, estar sempre atualizado, buscar saúde mental e melhores relações sociais contribuem para alcançar entusiasmo e fortalecer a determi-nação para os estudos. Abaixo, Cacilda apresenta algumas re-comendações:

COMO ESTUDARe aprender melhor

Felipe Boni

Para estudar é preciso estar despreocupado e descansado!

Esforce-se para não pensar nos problemas. •Concentre-se e relembre que precisa con-•seguir estudar com qualidade (Técnicas de relaxamento e respiração podem ajudar na concentração*). Estude descansado e sem sono. Durma •bem. Durma bem para conseguir melhorar sua •

concentração, memória e não perder tem-po na frente dos materiais de estudo.Evite estudar de madrugada.•O tempo médio considerado ideal para •dormir é de 8 horas, mas pode variar de pessoa para pessoa.Pratique exercícios físicos.•

* Concentre-se nos sons. Respire profundamente 5 ou 6 vezes.

Organize-se

Rendemos mais quando estamos bem organizados. Por isso, para estudar é necessário se organizar. Cacilda orienta a elaborar um planejamento de estudo semanal que contenha quando, o quê e onde você vai estudar e quanto tempo vai estudar.

Citando uma frase de Rubens Godoy Sampaio, idealizador do Projeto Estuda Bra-sil, afirma: “O horário é um mapa mental que me mostra o caminho. E se eu não cumprir o horário de estudo eu sei que saí um pouco fora da rota, e logo depois consigo retornar para o caminho” (Sampaio, 2003 – Estudo de caso O Horário do Alcides).

Para estudar é preciso esforço e dedicaçãoEstude preferencialmente por dois •períodos de 1 hora ou três períodos de 50 minutos.Dê intervalos de 5 a 10 minutos entre •um período e outro. Descubra o seu melhor horário de estudo •e estude as matérias que considera mais difíceis, mais chatas ou que menos gosta nesse horário. Não coma enquanto estuda. •Caso fique com sono no seu horário de •estudo: cochile, caminhe pela casa ou escola, alongue-se e depois retome o estudo. Revise a matéria anterior, antes de •

começar a estudar uma matéria nova.Estude todos os dias.•Antes de dormir, faça uma revisão men-•tal do que estudou durante o dia.Em locais como filas, ônibus ou sala de •espera, prefira revisar a matéria e não estudar um assunto novo.Estude em um lugar tranqüilo, silencioso, •bem iluminado, com uma temperatura agradável;Estude sentado, em um lugar que tenha •uma mesa e cadeira confortável para não prejudicar a sua postura, lhe deixar cansado ou com sono.

Page 16: Revista Saber nº 01

como estudar e aprender melhor

Estude preferencialmente por dois •períodos de 1 hora ou três períodos de 50 minutos.Dê intervalos de 5 a 10 minutos entre um •período e outro. Descubra o seu melhor horário de estudo •e estude as matérias que considera mais difíceis, mais chatas ou que menos gosta nesse horário. Não coma enquanto estuda. •Caso fique com sono no seu horário de •estudo: cochile, caminhe pela casa ou es-cola, alongue-se e depois retome o estudo. Revise a matéria anterior, antes de •

começar a estudar uma matéria nova.Estude todos os dias.•Antes de dormir, faça uma revisão mental •do que estudou durante o dia. Em locais como filas, ônibus ou sala de •espera, prefira revisar a matéria e não estudar um assunto novo.Estude em um lugar tranqüilo, silencioso, •bem iluminado, com uma temperatura agradável;Estude sentado, em um lugar que tenha •uma mesa e cadeira confortável para não prejudicar a sua postura, lhe deixar cansado ou com sono.

Como fazer um mapa mental

Memorizar não é decorar Para ajudar na compreensão e fixação dos conteúdos, Cacilda reforça a importância de fazer anotações. “Sublinhe as passagens que considerar mais importantes, com canetas coloridas, nos materiais que forem seus. Sinalize as passagens que ficou com dúvida e preferencialmente anote a sua dúvida ao lado. Faça um resumo no for-mato de texto ou mapa mental do que estudou”,

aconselha. O mapa mental é uma técnica de ano-tação que focaliza a atenção para os dados es-senciais estudados, facilitando a memorização e permitindo que a revisão do que foi estudado seja mais rápida e efetiva. Para concluir, Cacilda orienta para que antes de uma leitura, o estudante tenha em mente o seu objetivo e que, enquanto estiver lendo, faça perguntas ao material, por exemplo: do que se trata e qual o conceito principal.

Técnica de leitura

A professora de Língua Portuguesa, da Faculdade Prudente de Moraes, Marisa Telo, dá dicas para desenvolver uma leitura mais rápida e dinâmica. Segundo ela, um estudo apresentado por Eli Rosendo dos Santos, ensina que é per-feitamente possível identificar as palavras apenas pelos seus traços superiores, ou seja, ler e com-preender qualquer material de leitura fixando apenas os olhos na parte superior das palavras. “Devemos nos aproveitar disso para au-mentar nossa velocidade e compreensão de leit-ura. Ao lermos, devemos fixar o nosso olhar na parte superior das palavras. Com o tempo mem-

orizaremos uma grande quantidade de imagens de palavras, o que nos permitirá ler sem nos preocuparmos com as letras que as compõem”, afirma Eli em seu estudo sobre leitura.

A leitura não é feita enquanto os nossos •olhos deslizam sobre o papel.Só conseguimos ler quando os olhos •estão parados. Quanto mais pausas precisamos fazer, •mais lenta será a nossa leitura.

Enquanto lemos, os nossos olhos alter-•nam pausas com movimentos. Para ler melhor e mais rápido devemos •nos exercitar para diminuir o número de fixações por linha.

Técnicas de leitura: parte superior das palavras

* Técnica de Leitura – Leitura Oral e Silenciosa: Eli Rosendo dos Santos

Referências bibliográficas

Prof. Dr. Rubens Godoy Sampaio PhD:Autor do livro “Como Estudar – 1000 Dicas de Técnicas e Organização do Estudo” – Ed. Loyola; e Idealizador do Projeto Estuda Brasil ( www.comoestudar.com.br ).

AUGUSTO, C.E. Desempenho Acadêmico e Condições de Estudo em Universitários e em Alunos Evadidos. Relatório Final da Pesquisa de Iniciaçào Científica PIBIC-CNPq. Faculdade de Educação – Unicamp, 1999. BERGAMO,F.; MORAES, I.; OURO, J. etal. Projeto de Intervenção na Comunidade: Como estudar. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=8rEri2SN5_Y&feature=related> Acesso em: 15/01/2009.

BORUCHOVITCH, E. As variáveis psicológicas e o pro-cesso de aprendizagem: uma contribuição para a psicologia escolar. In. Psicologia Teoria e Pesquisa. Brasília, Vol. 10, No.1,1994, p.129-139.

FEIJÃO, M. e PINHEIRO, A.C. Como estudar melhor. Disponível em: <http://www.bestreader.com/port/txco-moestudarmelhor.htm> Acesso em: 19/01/2009.

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MERCURI, E. Condições espaciais, materiais, temporais e pessoais para o estudo, segundo depoimentos de alunos e professores de cursos de graduação da Unicamp. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação – Unicamp, 1992.

POZO, J.I. Estratégias de Aprendizagem. In: Coll, P.

Marchesi, A . Desenvolvimento Psicológico e Educação. Psicologia d a Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. P.176-197.

SAMPAIO, R.G. Projeto Estuda Brasil. Apostila sobre técnicas de estudo. Disponível em: <www.comoestudar.com.br >. Acesso em: 21/01/2009.

SANTANA, T. Curso online Desenvolvimento Pessoal. Dicas para estudar melhor. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/cursosentrar.asp?id_curso=119> . Acesso em: 24/01/2009.

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ZANCANER, C.L.C.e PELEGATTI, M. Como Estu-dar Melhor. A técnica do mapa mental. Bauru:SP: Idea Editora, 2007 (Coleção Fazendo o Futuro)

ZANCANER, C.L.C.e PELEGATTI, M. Como captar a mensagem. Dicas para ler e ouvir melhor. Bauru:SP: Idea Editora, 2007 (Coleção Fazendo o Futuro)

Concursos e Provas: como estudar com efetividade e se dar bem. Disponível em: <http://www.efetividade.net/2007/08/14/concursos-e-provas-como-estudar-com-efetividade-e-se-dar-bem/ > Acesso em: 19/01/2009.

QUEIROZ, T.D.(Org.) Dicionário prático de Pedagogia. 1a. Edição. São Paulo: Riedeel, 2003.

Organização é fundamental dentro

do método eficaz de estudo

Page 17: Revista Saber nº 01

artigo

Mais uma vez nos deparamos com notí-cias que dão conta que o mercado de trabalho no Brasil não consegue

atender adequadamente a demanda das empresas por profissionais qualificados. Não que haja algu-ma novidade no fato. Antes, é notícia recorrente e que nem causa mais espanto ou indagações. As causas são conhecidas e as soluções também.E isso sim me causa espanto: sabemos dos prob-lemas e das soluções ... mas nos escondemos como avestruz perante a realidade e continua-mos fazendo as mesmas coisas do mesmo modo, acreditando que os resultados serão diferentes.Em síntese, continuamos fazemos mais do mes-mo! Como um exercício de reflexão, como se me coubesse a responsabilidade para mudar essa rela-ção histórica perversa entre ensino e formação profissional no país, destaco os seguintes pontos como sendo os principais dentre todos aqueles que merecem nossa atenção para dar início às mudanças que se fazem necessário:a) Definição de perfis de formação e competên-cias - O ensino não deve estar centrado nos con-teúdos, mas nos objetivos de formação que con-duzem ao desenvolvimento das competências exigidas para o desempenho profissional. Não podemos perder de vista que os resultados de aprendizagem devem ser relevantes em termos do mercado de trabalho (empregabilidade) e das necessidades presentes e futuras das sociedades.b) Organização dos planos de estudos - Na me-dida em que se centra no estudante e nos resul-tados da aprendizagem, o modelo de ensino su-perior permite um desenho do plano de estudos por áreas de conhecimento, de forma flexível e dinâmica, diferentemente do modelo centrado nos conteúdos. Admite-se, assim, que haja maté-rias ou unidades temáticas que integram o núcleo do curso, as que servem de suporte ao núcleo do curso e as que são opcionais ou subsidiárias.c) O ensino-aprendizagem centrado no trabalho

dos estudantes – ênfase no relacionamento Uni-versidade-Empresa para o estabelecimento de orientações de curto e longo prazo para a con-fecção de bases curriculares orientadas para as exigências do trabalho que o estudante terá de realizar para adquirir uma determinada forma-ção.d) Metodologias de ensino-aprendizagem - A implantação desta nova visão comporta a adoção de metodologias de ensino-aprendizagem mais ativas e cooperativas. Tem-se apontado para a necessidade de um ensino do tipo tutorial e per-sonalizado, que incentive a reflexão e que valorize processos de natureza cognitiva e interpessoal, defendendo a aquisição de conceitos, a resolução de problemas, a pesquisa e os trabalhos práticos.e) Avaliação e certificação das aprendizagens - Destinada a avaliação das aprendizagens a com-provar e certificar se os objetivos da formação foram atingidos, importa criar mecanismos e elaborar instrumentos que permitam verificar se as competências foram realmente adquiridas. f ) Avaliação da qualidade dos cursos e das In-stituições de Ensino Superior - A implantação do sistema nacional de avaliação da qualidade de ensino superior constitui provavelmente o problema mais complexo e de resolução mais difícil de todo o processo. Ainda estamos longe de entender a avaliação da educação no âmbito da gestão da qualidade total das universidades, incidindo sobre todos os conjuntos de oferta de serviços e não apenas dos cursos de graduação.Olhando cada um dos itens anteriores percebe-mos que já possuímos massa crítica de conheci-mento suficiente para enfrentar o desafio de torná-los reais. O que falta então? É simples: vontade! Afinal, como diria Beto Guedes, cantor e compositor, “A lição já sabemos de cor. Só nos resta aprender!”Geraldo Gonçalves Jr. é professor do curso de Ad-ministração de Empresas e da Pós-gradução da FPM

O desafio da Educação Superior: formar o homem e o profissional

Geraldo Gonçalves Jr.