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1 A sua Sociedade em Revista

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2 A sua Sociedade em Revista

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3A sua Sociedade em Revista

Palavra do PresidenteEm janeiro próximo passado comemoramos os 91 anos da Sociedade

Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), em uma solenidade fes-tiva bastante concorrida, que além da posse dos novos associados,

homenageou o Médico do Ano – Dr. Pedro Otávio Enes Barreto - que nos deixou recentemente - conforme veremos nas reportagens deste número.

A nossa “Sociedade em Revista” tem por objetivo mostrar o que acon-teceu e o que está por vir na SFMC, divulgar a programação científica e notícias dos associados, e reviver a história da medicina em nossa cidade. Assim sendo, está aberta a qualquer associado para sugestões, artigos médicos e divulgação de fatos de importância para a classe médica.

Neste número publicamos a tese de admissão ao Centro de Estudos de Medicina da Universidade do Brasil, apresentada em 1934, pelo Dr. Plínio Barcelar da Silva, ex-presidente desta casa, um dos exemplos de médico a ser seguido e um dos ícones da medicina em nossa região.

Estamos finalizando a primeira parte da campanha sobre a falta dos pacientes nos consultórios, que é a análise dos questionários e partindo para a segunda parte, que será a campanha de esclarecimento.

Em relação à programação científica, estamos trazendo informações de jornadas já agendadas e a ideia é de que tenhamos pelo menos uma jornada por mês ao longo deste ano. Caso haja algum interesse de promo-ver jornadas de sua especialidade, ou sugerir assuntos a serem discutidos. A SFMC está sempre disposta a oferecer sua estrutura para que estas jornadas aconteçam.

Em maio do próximo ano estaremos realizando o Congresso Médico Cidade de Campos, principal congresso médico da região. Trabalho não faltará e cada vez mais a participação de todos é fundamental.

Contamos com todos...Um abraço e boa leitura...

Almir Salomão Filho

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4 A sua Sociedade em Revista

Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia

DIRETORIA TRIÊNIO 2011/2014

DIRETORIA: Presidente - Almir Abdala Salomão FilhoVice-Presidente – Vitor Mota Carneiro 1º Secretário – Nabia Maria Moreira Salomão Simão2º Secretário – Antonio Salim Khouri1º Tesoureiro – Almir Quitete de Lima Filho2º Tesoureiro – Leonardo Bath Bacelar da Silva

COMISSOES PERMANENTESSindicância e Fiscalização:- Makhoul Moussallem- Argemiro José Terra Petrucci- Enilton Monteiro Machado

Defesa Profissional e União de Classe:- Christian Spalla Lepesteur Moreira- Jairo Perisse- Constantino Campos FernandesPromoção Científica:- Felix Elias Barros Chalita- Maron El Kik- Valdebrando Mendonça Lemos

Divulgação:- Lara Viana de Barros Lemos - Marcos Vieira Bousquet- José Cláudio Granato Poppe

Informática:- Bruno Otavio Crespo Fonseca - Cíntia Carvalho Ribeiro Gonçalves- André Gustavo Maciel Lobo

DELEGADOS A SOMERJEFETIVOS:- Angela Regina Rodrigues Vieira- Ronaldo Pinto Pessanha- Francisco Almeida Conte

SUPLENTES:- Frederico Paes Barbosa- Israel de Barros Ribas- Sylvia Regina de Souza Moraes

Expediente:A sua Sociedade em Revista

Nº20 - Abril/Maio e Junho de 2012Uma publicação da Sociedade Fluminensede Medicina e Cirurgiae-mails: [email protected] e [email protected] e Produção: Neusa Martini Siqueira- DRT-1167/90Programação Visual e Arte Final: Luiz Carlos LopesTextos: Jornalista Patrícia Bueno, Paulo Cesár Oliveira, Dr. Almir Salomão Filho, Dr. Plinio Bacelar ( in memorian)Revisão: Patrícia Bueno e Almir Salomão FilhoCirculação: TrimestralTiragem: 2.000 exemplaresDistribuição: Dirigida e gratuitaImpressão: GrafimarColaboradores: Equipe de médicos associados e diretores da SFMCCobertura Fotográfica: Vilson Correa, Ademar Santos e Patrícia Bueno. A Revista “A Sua Sociedade em Revista” não se responsabiliza por opiniões ou conceitos emitidos em artigos publicados

Índice3

57

9

17

11

14

Palavra do

presidente

Perfil: Dr. Pedro Otávio

Enes Barreto (in memorian)

Notícias da SFMC

Avanços da Medicina

Jornada de Nefrologia

Noite de

boas vindas

Todas as honras ao

“Médico do Ano”

Jantar de confraternização

Série: “Resgatando a

história da SFMC”

12 13

20 21

8Projeto defende mais verbas para

saúde

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5A sua Sociedade em Revista

Perfil

Dr Pedro Otávio Enes Barreto

Superação é uma das palavras que mais ilustram a trajetória de Pedro Otávio Enes Barreto, o médico campista co-

nhecido no mundo da medicina por sua dedi-cação e comprometimento com a vida. Ainda muito jovem, quando o desejo profissional era a engenharia, um acidente de carro o deixou lesionado, o que fez com que ficasse durante meses em tratamento em Campos e na ca-pital, Rio de Janeiro. Foi nesse período que descobriu o amor pela medicina, e desde en-tão nem a limitação física o impediu de ser o melhor no que faz.

Ao longo dos anos, Dr. Pedro Otávio ven-ceu os obstáculos, e vem travando nos últi-mos deles, uma batalha contra um câncer. No início deste ano, passou ainda por uma cirur-gia na coluna, mas não se deixou abater. Ao mesmo tempo em que mantém o tratamento e se recupera, planeja o futuro na medicina e na vida pessoal. Mesmo com todas as barrei-ras, em 2011, foi reconhecido por mérito, por parte da sociedade médica campista, como o melhor profissional da medicina no ano. Ain-da de repouso, ele recebeu nossa equipe para uma conversa sobre sua vida e a profissão que tanto ama.

As influências na escolha pela medicina...Eu tinha uma sequela muscular nas per-

nas. Fiz o tratamento em Campos e no Rio. Devo minha vida aos amigos Makhoul Mous-sallem, Gualter Larry e Francisco Lacerda, to-dos médicos. Quando saí da fase aguda de ris-co de morte, fui fazer tratamento no Hospital Central do Exército (HCE), para a fisioterapia, e lá permaneci por oito meses. Foi nesse pe-ríodo, dando apoio a outro companheiro que estava em tratamento, assim como eu, que comecei a pensar na profissão. Inicialmente queria ser engenheiro. Aí me veio a ideia de fazer medicina. Voltando para Campos come-cei a estudar, e, no segundo vestibular, passei. Pra mim foi um sonho. Era quase estar che-gando ao impossível.

O curso e a faculdade...Estudei e me formei na Faculdade de Me-

dicina de Campos (FMC). Devido à minha condição, naquele momento precisava ficar perto da família. Concluí o curso em 1983.

As lembranças do tempo da faculdade...Nunca gostei de ficar sendo tratado como

diferente. Eu não tinha a mesma habilidade que os outros alunos na questão da locomo-ção, mas sempre no meu tempo, cumpria to-das as obrigações. O tempo foi passando, fui estudando. Foi um tempo muito bom, levan-tou muito a minha estima, e consegui superar os obstáculos que iam aparecendo durante o curso. Assim foi nos hospitais e na minha vida. Casei durante a faculdade. Quando me formei já tinha três filhos. Tinha 28 anos.

A carreira.Comecei a trabalhar muito cedo. No pri-

meiro ano, depois de formado, montei o meu consultório com mais um amigo que se for-mou comigo. Hoje, além do consultório onde atendo, sou o diretor do Hospital Manuel Car-tucho de Castro, que pertence à Santa Casa e cuida de pacientes crônicos de longa permanência, a maioria são idosos. Também sou professor da Faculda-de de Medicina e tenho mais dois vínculos públicos por concursos, no município.

O trabalho com os idosos...Nunca perdi a vontade e

o prazer de viver. Quando o homem não tem objetivo ele entra em depressão e morre. Sempre gostei mui-to da clinica médica, mas veio um período em que era necessária a especialização, e tinha que ser algo que pu-desse estudar uma vez por semana. Essa foi outra faça-nha. Como sempre briguei por uma medicina huma-nizada, me especializei em geriatria, com foco em ge-rontologia, que me permite estudar o envelhecimento do individuo na sociedade.

Essa área era a que faltava para dar aquele plus na minha carreira.

A medicina...É algo difícil de definir, mas é uma área

do saber que dá aos profissionais a capacidade de conhecer melhor os seres humanos e pro-porcionar a eles o alívio de sofrimento, me-lhorar as suas enfermidades, proporcionando aos envolvidos satisfação, estímulo para viver com melhor qualidade de vida.

De pai para filho..O meu filho do meio já é médico, já fez

duas especializações fora e agora está voltan-do para a cidade.

Nas horas vagas...Gosto de ler, sentar numa roda de amigos,

trocar experiências. Isso me faz muito bem. Tenho como hobby a leitura e jogar xadrez.

O futuro...Meu plano é incrementar as ações que

já desenvolvo no dia a dia. Estou doido para voltar ao hospital, aonde não vou desde no-vembro do ano passado (2011), pois faz bem à alma ajudar aquelas pessoas. Também quero trabalhar menos, me dedicar mais à família, viajar mais, sempre buscando uma vida sem stress.

A família...É meu suporte. A história com minha es-

posa teve início quando eu tinha uns 16 anos, antes de eu ter sofrido o acidente. Hoje temos 31 anos de casados, três filhos e uma neta.

Ser o médico do ano...Foi uma emoção muito grande, que me

deixou lisonjeado. Saber que o trabalho que a gente faz está sendo divulgado de maneira positiva, sendo reconhecido principalmente pelos colegas da medicina, foi uma surpresa muito agradável, mas também me dá uma responsabilidade muita grande, de termos que fazer a medicina cada vez melhor.

Dr Pedro Otávio Enes, com os filhos Dr. Luiz Otávio e Lívia Enes e a esposa Luíza Helena

Obrigado, doutor!Estivemos com o Dr. Pedro Otávio, em

sua residência, poucos dias antes de sua partida. Engana-se quem pensa que a saú-de debilitada faria com que encontrássemos alguém entregue ao desânimo e às lamenta-ções. Quem nos atendeu foi um homem que trazia no olhar um brilho que só os vence-dores possuem. Conversamos sobre vários temas e vejam, que ironia, até sobre suas expectativas para o futuro. E se o futuro a Deus pertence, doutor, fica para nós a cer-teza de que sua trajetória não termina aqui. Ela continuará em cada palavra amiga de médico para paciente. Em cada mão capaz de proporcionar alívio para uma dor, pois seu exemplo é e será sempre imortal.

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6 A sua Sociedade em Revista

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1- NOVOS ASSOCIADOS - A campanha para aumen-tar o quadro societário e fortalecer cada dia mais a nos-sa Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia continua forte. A última atualização nos números mostra que desde setembro de 2011 já contamos com 38 novos associados.

2- AGENDA CIENTÍFICA - O objetivo da SFMC é de que tenhamos pelo menos uma jornada médica por mês ao longo do ano. Desta maneira já temos confirmado as seguintes jornadas: abril – simpósio de Hepatites; maio – curso de educação continuada em Ortopedia; junho – curso de educação continuada em Pneumologia; agosto – jornada de neurocirurgia.

3- AGENDA CIENTÍFICA II – Estamos estudando a possibilidade de realizarmos ainda os seguintes eventos: jornada de radiologia – Imagem em Patologias da Coluna Vertebral; jornada de mastologia – Câncer de Mama e jor-nada de endocrinologia – Nódulo de Tireoide.

4- AGENDA CIENTÍFICA III - Em maio de 2013 es-taremos realizando o XVI Congresso Médico Cidade de Campos e trabalho não faltará. A participação de todos é fundamental, começando pelas sugestões de temas para palestra e mesa redonda, a organização e finalmente o evento. Opine, contribua, participe...

5- CAMPANHA SOBRE A FALTA DOS PACIENTES NOS CONSULTÓRIOS – Estamos finalizando a análise dos questionários enviados pelos associados e em breve estare-mos nos reunindo para formatarmos a fase final da campa-nha através de informativos, material para divulgação nos consultórios e divulgação na imprensa.

6- CONGRATULAÇÕES – Em abril de 2012 completará 10 anos de existência da reunião científica do grupo de Pneumologia e Cirurgia Torácica que é realizada na terça-feira da segunda semana de cada mês na SFMC. Esta é uma data marcante e merece parabéns de toda a classe médica aos colegas que iniciaram a reunião e aos que a

mantém, contribuindo para o engrandecimento da especia-lidade e ensinamentos a todos aqueles que participam. Que os bons exemplos sirvam de inspiração...

Notícias da Sociedade

A Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia atu-

alizou mais 10 anos desde a 1ª edição de sua história. Com orelha de Dr. Marco Aurélio Alvarenga, prefácio de Vilmar Rangel, e coordenação de Dr. Welligton Paes e Dr. Walter Siqueira, esta nova edição dos 90 anos da nossa Sociedade será lançada em maio próximo. A ideia surgiu ainda na gestão da Dra. Angela Vieira e só ago-ra foi possível colocar no papel com o apoio do nosso vice-prefeito e médico Dr. Francisco Arthur de Oliveira.

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8 A sua Sociedade em Revista

Projeto que defende mais verbas para a saúde colhe assinaturas em todo o país

Lançado em 3 de fevereiro de 2012, na sede da AMB, o pro-jeto de lei de iniciativa popular, que propõe o investimento de pelo menos 10% da receita corrente bruta da União na saúde

pública, está angariando assinaturas em todos os estados do país.O projeto altera a Lei Complementar nº 141/12, que regula-

mentou a Emenda Constitucional 29, não só no que diz respeito ao subfinanciamento do SUS, mas também propondo que os re-cursos sejam aplicados em conta vinculada, mantida em institui-ção financeira oficial, sob responsabilidade do gestor de saúde.

Liderado pela Associação Médica Brasileira, Ordem dos Ad-vogados do Brasil e Academia Nacional de Medicina, o projeto conta com apoio de importantes entidades médicas nacionais: Associação Paulista de Medicina; Conselho Nacional dos Secre-tários de Saúde; Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, Confe-deração Nacional dos Trabalhadores de Saúde, Conselho Nacio-nal de Secretarias Municipais de Saúde, Associação Brasileira de

Pós-Graduação em Saúde Coletiva e a Federação Brasileira dos Hospitais e Grupo Hospitalar, segmentos das igrejas e várias outras entidades.

Para que a mobilização tenha sucesso, precisamos cole-tar pelo menos 1,5 milhão de assinaturas (1% do eleitorado nacional), distribuídos em pelo menos cinco Estados (0,3% dos eleitores de cada um) e apresentar esse material à Câ-mara dos Deputados. Depois o projeto de iniciativa popular seguirá a tramitação normal no Congresso.

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9A sua Sociedade em Revista

Os Avanços da Medicina

Texto de Dr. Raulino Rebelo

Até o final dos anos 90, a neurocirurgia no Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), era realizada pelo esforço pessoal de Dr. Makhoul Moussallem que acumulava a função de di-

retor do hospital e neurocirurgião. Com a chegada de Dr. Marcelo Barros e, logo após, de Dr. Pascoal Jacinto, a implantação do ser-viço de alta complexidade tornou-se realidade.

Em 2001, eu, Dr. Raulino Rebelo, fui convidado por Dr. Makhoul para integrar o serviço que atualmente, além dele e de Dr. Marcelo Barros, conta com a competência dos Drs. Arthur Borges, Eduardo Piassi, Elias Tanus, Hércules Simonini e Lean-dro Alcy. Por motivos pessoais, o Dr. Pascoal saiu do serviço, sen-do que estaremos sempre de portas abertas para o seu retorno. O Dr. Makhoul, como sabemos, abandonou o bisturi, mas temos por ele uma enorme gratidão pela existência do atual serviço.

Atualmente o HEAA encontra-se preparado para pratica-mente todas as cirurgias de alta complexidade em neurocirurgia, com equipamentos de última geração, importância ímpar para realização das cirurgias. Também realizamos exames de arterio-grafia cerebral e tratamento endovascular de doenças vasculares intracranianas. Realizamos um total 311 procedimentos no últi-mo ano (2011), a imensa maioria pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Aproveitamos para fazer um agradecimento ao serviço de anestesiologia, à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e à

direção do hospi-tal, que nos per-mitem realizar uma medicina de qualidade.

Com a im-plantação do ser-viço de radiotera-pia, o tratamento de neurocirurgia oncológica ficará completo, já que trabalhamos em estreita relação

A Neurocirurgia no Hospital Escola Álvaro Alvim

com o Oncocentro, chefiado pelo Dr. Frederico Paes.Nossa próxima meta é a implantação do serviço de residên-

cia em neurocirurgia. Apesar de reconhecermos as dificuldades, trabalhamos em um hospital escola, e a variedade de patologias neurocirúrgicas é imensa, não devendo nada aos grandes cen-tros. Todos os integrantes do serviço trabalharam com excelen-tes professores, e com eles aprendemos a necessidade de tentar ensinar pelo menos um pouco do que sabemos.

Com a certeza de estar cumprindo o nosso papel social em toda a nossa região de abrangência, não medimos esforços para o contínuo aprimoramento técnico e científico da nossa equipe, para que continuemos a avançar paralelamente à Neurocirurgia e oferecer o melhor à nossa população.

Dr. Valdebrando LemosDr. Luiz Carlos Osti MagalhãesDr. Luiz Eduardo CastroDr. Percy BordiniDr. Marcelo Montebello LemosDr. Luiz Otávio Motta Enes Barreto

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ALICINÉIA GAMA

Dr. Luiz Carlos Sell falando ao auditório sobre o homenageado da noite

Dr▪ Almir Salomão Filho dando as “boas vindas” à plateiaDr. Carlos Eduardo Cordeiro Soares re-cebendo seu certificado de associado efetivo

Dr. Reynaldo Ottero Justino Júnior e Dr. Almir Salomão Filho

Dr. Leonardo Bath Bacelar fazendo seu discurso de abertura

Dr. Ricardo Henrique Vieira de Almeida recebendo o seu certificado das mãos de Dr. Almir Salomão Filho

Dra Lílian Pessanha recebendo o cer-tificado de posse, como associada efe-tiva da SFMC, das mãos do presidente da SFMC

Sr. Francisco Roberto de Siqueira re-presentando sua filha, Dra Laura Sam-paio de Siqueira

Dr. Almir Salomão Filho Presidente da SFMC e sua espo-sa Dra Adriana Trotta Cure Salomão

A noite de aniversário da SFMC também foi comemorada pelos novos médicos associados. 18

deles marcaram presença na posse festiva. O evento serviu também para dialogar sobre novas ideias, ponderar

sobre as ações a serem desenvolvidas pela Sociedade no decorrer do ano, e agregar visões sobre os valores da me-dicina. Associados e familiares com-pareceram e fizeram com que a noite fosse de muita descontração.

boas vindas

Dr. Makhoul Moussallem

Descontraída noite de

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Todas as honras ao “Médico do Ano”

Dr. Pedro Otávio com Fátima (enfermeira do Hospital Manoel Cartucho) e o casal Emilce e Benedito Marques

Dr. Luiz Otávio Motta Enes e Lívia Barbosa com os pais Luiza Helena e Dr. Pedro Otávio Enes Barreto

Dr. Makhoul Moussallem e Dr. Pedro Otávio

Fátima Enes (irmã) e Lívia Enes (filha), segurando faixa em homenagem ao Dr. Pedro Otávio Enes

Dr. José Manuel Correa Moreira e Dr. Pedro Otávio

Dr Luiz Carlos Sell cumprimentado o Dr. Pedro Otavio

Dr. Jair e Dra. Tânia Araújo com Dr. Pedro Otavio

Dr. Pedro Otávio recebendo o carinho da filha Lívia Enes Barbosa

Dra Angela Regina Rodrigues Veiria e Dr▪ Pedro Otavio

Para comemorar os 91 anos da Sociedade Fluminen-se de Medicina e Cirurgia (SFMC), no último dia 24 de janeiro, a comunidade médica se reuniu num

concorrido evento para homenagear, Dr. Pedro Otávio

Enes Barreto, notável geriatra, que recebeu o título de Médico do Ano. Ele faleceu pouco mais de dois meses após a homenagem. Ficam o nosso agradecimento e, principalmente, a nossa saudade.

Dr. Pedro távio ouvindo atentamente as palavras do Dr. Almir Abdala Salomão Filho

Dr. Pedro Otávio entre sua família: Margarida (tia), Luiza Helena (esposa), Flora Enes (tia), Eneida Enes (mãe), Fátima Enes (irmã), Mariana Oliveira (nora), Dr. Luiz Otávio Motta Enes (filho), Ícaro, Lívia Enes Barbosa (filha), Aluízio Abreu (genro)

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Todas as honras ao “Médico do Ano”

Dr. Luiz Otávio Motta Enes Barreto e Dr. Luiz Carlos Sell

O jornalista Carlos Cunha e Dr. Pedro Otá-vio.

Dr. Jamil Soares e Dr. Pedro Otávio

Dr. Paulo Gustavo Araújo, Dr. Luiz Otávio Motta Enes Barreto Dr. João Carlos Borromeu Piraciaba e o homenageado da noiteauditório repleto na homenagem ao médico do ano Dr. Pedro Otávio

Dr. Osvaldo da Costa Cardoso de Melo com Dr. Fernando Machado Castelo Branco

Esposa do Dr Cardoso de Melo cumpri-mentando o Dr. Pedro Otávio Enes Bar-reto

Dr. Almir Jesus Nascimento presidente da Fundação Benedito Pereira Nunes cumprimentando Dr. Pedro Otávio

Dr. Pedro Otavio com Dr. Nélio Artiles Freitas – Diretor da Faculdade de Medicina de Campos, Dr. Paulo Roberto Hirano – Secretário de Saúde de Campos, Dr. Almir Salomão Filho – Presidente da SFMC e Sr. Aluysio Barbosa, diretor presidente do Jornal Folha da Manhã

Dr. Pedro Otavio com a filha Lívia e Benedito Marques – Provedor da Santa Casa de Miseri-córdia de Campos

Os irmãos Francisco Roberto e Dr. Sebastião Siqueira com Dr. Pedro Otávio e Lívia Ennes Barbosa

Família do Dr. Sadi Bogado e Dr. Pedro Otávio

O Dr. Pedro Otavio Enes Barreto recebendo seu certificado de Médico do Ano ao lado do seu filho Dr. Luiz Otávio Motta Ennes Barreto, Dr. Luiz Carlos Sell e Dr. Almir Salomão Filho

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14 A sua Sociedade em Revista

gastronomia Para terminar a noite festiva dos 91 anos da instituição, um jantar foi servido

no Restaurante Cabernet. A sociedade médica se fez presente para prestigiar não só a SFMC como também o homenageado da noite, o médico do ano, Dr. Pedro Otávio ( in memorian), além de dar as boas vindas aos novos associados.

Dr. Almir Salomão Filho e Dra Adriana Trotta Salomão

Dr. Leonardo e Priscila Bacelar

Dr. Almir, Dr. Paulo Hirano e Dr. Makhoul Moussallem

Dr. Luiz Otávio Enes Barreto e Mariana Oliveira

Grupo de médicos e familiares no jantar dos 91 anos da SFMC

Dr. Makhoul Moussallem e Dra Vera Lúcia Marques da Silva

Dr. Sadi Bogado e familiares

Dra Adriana Trotta Salomão e Sra. Silvia Moreira

Dr. José Manoel Correia Moreira, Sra Silvia Moreira e Dr. Almir Salomão Filho

Dra Raquel Arlinda, Dr. Leonardo e Priscila Bacelar

Dr. Alexandre Pires Gomes, Dr. Carlos Eduardo Soares, Dr. Jamil da Silva Soares e Dr. Élson Gomes

Celebrando com o melhor da

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15A sua Sociedade em Revista

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16 A sua Sociedade em Revista

Entre os cursos previstos para 2012, estão:• Curso: Treinamento teórico prático em emergências médicas.• Métodos de precaução / controle de infecção – pautada na Prevenção de Acidentes e controle de infecção.• I Curso de Epidemiologia e Infecção relacionada à Assistência em Saúde (IRAS)• Infecções Respiratórias • Curso de Epidata- Introdução• Curso de Epidata Analysis• Capacitação Dengue em 15 Minutos • Capacitação com ênfase na prática – como por ex.: injetáveis, curativos sép-ticos e ANT.• Encontro com funcionários da UBS, envolvendo temas de gestão e humani-zação.• Qualificação para o Conselho Municipal de Saúde, enfatizando o papel do Conselheiro diante da população e do Conselho.• Gerenciamento do stress – relacionado ao cotidiano profissional e às relações interpessoais, voltado para os diversos profissionais da saúde.• Solicitação da Enfermagem: - BTLS (suporte básico de vida) – ATLS (suporte avançado de vida) para melhor suporte de atendimento emergencial.

Quando se fala em saúde pública, boa parte da popula-ção fica desacreditada, pois há muitos anos sofre pela falta de preparo e qualificação de quem trabalha numa

das áreas mais importantes entre os serviços essenciais dis-ponibilizados pelo poder público, seja na esfera federal, esta-dual ou municipal. A situação de muitos municípios já esteve estampada na mídia de forma geral e na grande maioria de forma negativa. Apesar de muita gente não ter conhecimento, a prefeitura municipal de Campos possui um setor específico para promover a qualificação profissional dos diversos colabo-radores da área de saúde, e com isso evitar que a cidade seja incluída nas estatísticas.

A Coordenação de Educação e Saúde (CES), ligada direta-mente à Secretaria Municipal de Saúde, tem como responsável o médico Antônio Salim Khouri, e oferece diversos cursos, se-minários, workshops, oficinas e treinamentos, com o objetivo de assegurar à população maior qualidade no atendimento. “Um exemplo prático é o pessoal que trabalha na recepção dos hospitais. Após o treinamento, o atendimento se diferencia de tudo, fica mais humanizado”, destaca, exemplificando ainda: “Alguns enfermeiros que trabalham com recém-nascidos, com vacinas e em outros setores, têm a oportunidade de se aper-feiçoarem nos cursos realizados de técnicas de aplicações de injetáveis e biossegurança.

O trabalho desenvolvido nesse setor da Secretaria de Saúde toma como base políticas de desprecarização e humanização do trabalho em saúde no município, enfocando principalmente a qualificação da gestão de trabalho no Sistema Único de Saú-de (SUS). A partir dessa iniciativa, todos os órgãos ou unidades de saúde da secretaria são beneficiados por meio de parcerias, que atualmente estão estabelecidas entre a CES e a Fundação

Benedito Pereira Nunes que representa o Hospital Escola Álva-ro Alvim/Faculdade de Medicina de Campos e a Santa Casa de Misericórdia, por meio do Instituto Politécnico.

“A parceria é tudo. Sem ela não há como realizar os cursos; onde a educação permanente deve ser prioridade de todo go-verno. Campos está sendo pioneira nessa qualificação”, explica o médico.

O programa de treinamento para o setor da saúde em Cam-pos começou a funcionar em 2009, mas foi alavancado mesmo a partir de 2010; e ocorre de acordo com a demanda. Mas, existe um planejamento prévio. Em 2011, foram capacitados mais de 7.500 profissionais, em mais de 25 módulos, entre eles: Treinamento teórico prático em emergências médicas; Cuidado com pacientes com distúrbios psiquiátricos; preven-ção e tratamento de feridas, gerenciamento do stress para di-versos profissionais, capacitação para implantação de Larvici-da para equipe do CCZ, entre outros. Em 2012 a CES já conta com 12 novos módulos de capacitação.

Todo planejamento inicial é definido no início de cada se-mestre com base nas principais demandas que serão trabalha-das. As ações ocorrem ordenadamente com um seminário que conta com a participação dos diversos profissionais da saúde (gestores, coordenadores, assessores, técnicos, encarregados de UBS, dentre outros), depois são realizadas reuniões espe-cíficas entre os representantes da equipe CES com Coordena-dores/Gestores ou vice-versa, e só então começam os aponta-mentos das necessidades.

Para o Dr. Salim e sua equipe, a consequência do bom pla-nejamento tem sido o de cumprimento das metas e um re-sultado melhor do que o esperado. Mesmo assim, ao final de cada semestre, há uma avaliação das atividades programadas, o grau de satisfação dos funcionários entre outros pontos de interesse.

“Com todas essas ações conseguimos melhorar a qualifi-cação dos profissionais na área de saúde e consolidando um dos grandes objetivos que é a humanização no acolhimento e atendimento à população”, diz o médico.

Uma medicina padrão só existe com profissionais qualificados

Dr. Antônio Salim Khouri, Coordenação de Educação e Saúde (CES)

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17A sua Sociedade em Revista

Nefrologia no centro das discussõesDurante dois dias, profissionais e estudantes participaram de jornada sobre o tema

Dois dias dedicados à troca de experi-ências e ao conhecimento. Assim foi a Jornada de Nefrologia, evento promo-

vido pela Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC) e a Pró-Rim – Clínica de Doenças Renais, nos dias 23 e 24 de março. O encontro de profissionais e graduandos foi o primeiro dos muitos que acontecerão du-rante todo o ano com o objetivo congregar e agregar conhecimento, tanto para a classe médica, como para estudantes de medicina. O projeto engloba jornadas científicas, simpó-sios e congressos de diversas especialidades, idealizados para acontecer uma vez ao mês.

O auditório da SFMC ficou lotado para as palestras de médicos convidados e conceitu-ados em cuidar de doenças renais, como a Drª. Renata Lima, com mais de 17 anos de trabalho junto ao Hospital Universitário do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e também o Dr. Pedro Túlio Rocha, outro conceituado profissional carioca. Pro-fessor da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) e diretor da Pró-Rim, o médico Val-debrando Mendonça Lemos foi o responsá-vel por coordenar a Jornada, e ele destaca: “A Jornada possibilita trazer conhecimento para nós que estamos aqui, debater os as-suntos e incentivar os alunos também a es-colher a nefrologia como especialização, pois é uma especialidade com muito poucos pro-fissionais. Na sociedade brasileira não passa de três mil o número de médicos nefrologis-tas”, relata entusiasmado com o resultado positivo do evento.

Para o presidente da SFMC, Almir Salo-mão, a junção de esforços proporciona resul-tados positivos. Ele destaca que “o objetivo da Sociedade é realizar vários eventos du-rante todo o ano para disseminar o conheci-mento, e que as portas estão abertas à par-ticipação de todos os associados, pois é com essa junção de forças que cada vez mais a medicina campista se fortalecerá”, ressalta.

Ao término de cada palestra, alunos e profissionais, inclusive de outras especiali-dades, tinham a possibilidade de uma con-versa sobre os temas abordados. Era o mo-mento de trocar ideia sobre as experiências e conhecer a realidade sobre uma mesma doença em cenários diferentes, cidades di-ferentes, por meio de experiências que en-volvem cuidados, avanços e soluções para combater ou proporcionar uma sobrevida de qualidade, para uma doença para a qual muita vezes só o transplante é a solução.

O jovem médico Luiz Otávio Enes Bar-

reto, esteve presente como expectador. Atento a todas às explanações apresentadas pela médica convidada, con-cluiu: “Foi uma palestra mui-to interessante porque pôde mostrar o método dialítico, que é muito pouco conheci-do, inclusive entre a classe médica e estudantes”.

A abertura da Jornada abordou a “Di-álise Peritoneal como primeira opção

dialítica”, apresentada e defendida pela medica Renata Lima, que expandiu a dis-cussão para todas as formas de tratamento. Ela destaca ainda que eventos desse porte primeiramente divulgam a especialidade para a população, que, de maneira geral, não sabe o que é nefrologia, e para os alu-nos que, no futuro, serão médicos. “Então, isso muda o interesse pela especialização”, comenta, lembrando da importância de se abordar o tema com freqüência: “Temos que alertar à população. Hoje a doença re-nal é uma epidemia mundial”.

No sábado, dia 24, mais três palestras estiveram na pauta. O Dr. Pedro falou sobre “Hipertensão e doença renal” e “Suporte dialítico em UTI”, e a Drª Renata abordou “Peritonites em APD e CAPD”.

Presidente da SFMC, Dr. Almir Salomão Filho

Palestrante, Dra. Renata Lima Coordenador da JornadaDr. Valdebrando Mendonça Lemos

Dr. Luiz Otávio Enes Barreto

Auditório

Enfermeira Nefrologia Paula Milena, Dr. Percy Bordini, Dr. Luiz Carlos Osti Magalhães, Dr. Luiz Otávio Barreto, Dr. Valdebrando Lemos, Dra. Renata Lima (palestrante, Hosp. Universitário Clementino Fraga Filho-UFRJ), Enfermeira Michelly Peres (Representante Baxter), Dr. Luiz Eduardo Castro, Dr. Raymundo Santiago Neto, Dr. Hércules Mantovanelli, Enfermeira Nefrologia Claudia Líbia Gomes.

Dr. Luiz Carlos Osti Magalhães com a Dra Renata Lima

Grupo de acadêmicos durante o Coquetel da Jornada de Nefrologia

Dr. Percy Bordini, Dr. Almir Salomão Filho, Dr. Marcelo Lemos, Dr. Valdebrando Lemos, Dr. Luiz Eduardo Castro, Dr. João Tadeu Damian Souto Filho, Dr. Luiz Otávio Barreto.

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Relato de Caso

RELATO DE CASOPaciente feminina, 51 anos, com re-

lato de dor constante em hipocôndrio direito, sem associação a emagrecimen-to, febre ou outros sintomas. Ao exame físico apresentava volumosa massa indo-lor e pouco móvel em hipocôndrio dire-to. Trazia ultrassonografia sugestiva de tumoração em adrenal direita. Foi soli-citado Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de abdome que evidenciou volu-mosa formação expansiva em topografia de adrenal direita de 18,7 x 13,6 x 15,8 cm (L x T x AP) que rechaçava o fíga-do superiormente e o rim inferiormente, com aparente plano de clivagem com o fígado, mas sem plano de clivagem com o pólo superior do rim e presença de co-lelitías. Foi indicada terapia cirúrgica.

No ato cirúrgico foi evidenciada vo-lumosa massa retroperitoneal muito

CARCINOMA CROMÓFOBO DE CÉLULAS RENAIS EXTRARRENAL ROGÉRIO DE SOUSA BICALHO FILHO; HUMBERTO PAES FERNANDES; IVAN SALGADO DE AZEVEDO; CARLOS GICOVATE NETO; EDSON BATISTA

vascularizada aderida ao rim direito re-chaçando o fígado medial e superiormente estando à vesícula biliar no epigástrio. Foi realizada cirurgia compartimental com ressecção em monobloco da massa com o rim direito e adrenal direita e colecis-tectomia. Evoluiu no pós-operatório com fibrilação atrial de alta resposta sendo ne-cessário cardioversão elétrica em CTI.

A paciente recebeu alta com sete dias. En-contra-se em acompanhamento ambulatorial há 10 meses sem evidência de doença. Laudo histopatológico relata tumoração de 19 x 16 cm, pesando 2760g, encapsulada, bem deli-mitada com cápsula hipervascularizada com invasão da cápsula renal, sugestivo de carcino-ma cromófobo de células renais de localização extrarrenal crescendo na gordura localizada entre o rim direito e a suprarrenal, com infil-tração capsular focal do rim. Imunohistoquí-mica confirma o diagnóstico sendo positiva para CK7, CD10 e CD117. (Fig. 4).

Figura 3 e Figura 4: Peça cirúrgica já fixa-da em corte no seu maior eixo, evidenciando plano de clivagem entre o rim e a massa.

DISCUSSÃOA ocorrência de Carcinoma de Células

Renais do subtipo Cromófobo com loca-lização em glândula adrenal ou qualquer outra variante extrarrenal é rara. Nos le-vantamentos em literatura especializada a nível nacional e mundial foram constata-dos registros de três casos de carcinoma de células renais extrarrenal, porém ne-nhum do subtipo cromófobo. O diagnós-tico desse subtipo histológico de carcino-ma geralmente torna-se possível apenas após intervenção cirúrgica e análise histo-patológica. Em geral tem excelente prog-nóstico, a maioria dos casos é diagnostica-da em estados precoces e poucos casos de metástases a distancia são descritos.

REFERÊNCIAS1- AMIN MB, CROTTY TB, TICKOO SK, FAR-

ROW GM. Renal oncocytoma: a reappraisal of mor-phologic features with clinicopathologic findings in 80 cases. The American Journal of Surgical Patholo-gy, v.21, p.1-12, 1997.

2- CHEVILLE JC, LOHSE CM, ZINCKE H, WE-AVER AL, BLUTE ML. Comparisons of outcome and prognostic features among histologic subtypes of re-nal cell carcinoma. The American Journal of Surgical Pathology, v.27, p.612-24, 2003.

3- CB. Ectopic renal cell carcinome : Pathlogist’s Problem Urology 1978;

4- RUBIN, Emanuel. Patologia: bases clinico-patológicas da medicina. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006.

5- Kunkel JF, MacLennan GT, DeOreo GA, et al. Extrarenal

renal cell carcinoma. J Uro Pathol 1997; 7 : 197-205 .

6- STÖRKEL S, MARTIGNONI G, VAN DEN BERG E. Cromophobe renal cell carcinoma. In: EBLE JN, EPSTEIN JI, SESTERHENN IA (Eds): World Health Organization Classification of Tumors. Pathology and Genetics of Tumors of the Urinary System and Male Genital Organs. IARC Press: Lyon, p.30-3, 2004.

7- THOENES W, STÖRKEL ST, RUMPELT HJ, MOLL R, BAUM HP, WERNER S. Chromophobe cell renal carcinoma and its variants – a report on 32 ca-ses. Journal of Pathology, v.155, p.277-86, 1988

8- VIEIRA, JV. Diagnóstico diferencial de tumo-res renais por análise genómica de biópsias aspira-tivas. Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar. 2008. Disponível em: <http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/7226/2/Tese%20Joana.pdf>. Acesso em: 30/05/2011.

9- Gupta AK,Kamalarevi JC. Extrarenal renal cell carcinoma [ case report ]. IndianJ PatholMicro-biol 1982; 25 : 197-205)

Nesta edição o ‘relato de caso’ aborda o “Carcinoma cromófobo de células renais extrarrenal”, um estudo promovido pelos médicos Rogério de Souza Bicalho Filho,

Humberto Paes Fernandes, Ivan Salgado de Azevedo, Carlos Gicavote Neto e Edson Batista, todos ligados ao serviço de cirurgia geral do Hospital Escola Álvaro Alvim, de

Campos dos Goytacazes.

INTRODUÇÃOO carcinoma cromófobo é um subtipo distinto de carcinoma de células renais com

incidência variável entre 4,3% a 6,3% dos carcinomas de células renais. Acometem mais comumente em homens entre a 5ª e a 7ª década de vida, sendo o cigarro importante fator de risco associado a fatores genéticos. Originam-se das células intercalares tipo B dos túbulos distais e sua variante clássica é caracterizada histologicamente por células grandes, poliédricas com citoplasmas pálidos e membranas celulares proeminentes, com ocasionais células granulosas eosinofílicas dispersas pelo tumor. Sua ocorrência em lo-calização extrarrenal é rara, são escassos os dados relatados em literatura especializada.

Figura1: RNM evidenciando volumosa massa que rechaça inferiormnente rim direito.

Figura2: Peça cirúrgica

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Resgatando a História da SFMC

“A MORTE É A CESSAÇÃO DA VIDA”

Advertência:Não fora os pedidos reiterados do meu amigo e

distinto colega – Zenalson Medina, não fora a fase da vida que atravesso – Mocidade, que, no dizer de Olavo Bilac: É a idade da força e da beleza! / Olha o futuro, e, inda, não tem passado. / E enca-rando de frente a natureza / Não tem receio do trabalho ousado! / Não fora a vontade, também, que possuo de entrar para o Centro de Estudos de Medicina, eu não ousaria a apresentar como tese, para ser julgada, de acordo com as leis deste cen-tro, este modesto e despretensioso trabalho.

Escolha do Assunto:“Não há diagnóstico mais difícil do que a

morte recente.” Disse nos o Dr. Nilton Sales, aca-tado auxiliar do professor Hélion Póvoa, na pri-meira aula prática de Anatomia Patológica, no ano que findou. Eis, pois, a razão da escolha do assunto para este trabalho.

Duas Palavras:Propositadamente, deixei para executar este

modesto trabalho, nas férias, que a pouco termi-naram. Não joguei com a facilidade que poderia encontrar, aqui, no Rio, pois, em Campos, só conse-gui dois livros de Medicina Legal, o do nosso patrí-cio, Prof. Afrânio Peixoto e de L. Thoinot, porém, si mais livros encontrasse, estou certo, mais iria reforçar o assunto dessa tese. Terminada esta ex-plicação, que julgamos necessária, vamos, portan-to, abordar o assunto.

Primeira Parte:Desde o início, excluiremos os casos que, pela natureza da

causa, não nos deixem dúvida pairar sobre a morte, embora recente, do indivíduo. Excluiremos, pois, os casos de decapita-ção, de esmagamentos, de queimaduras, ou os casos em que o médico assistente espera, a todo momento, o êxito letal do en-fermo e numerosos outros que seria enfadonho, aqui, relatar.

O caso que vamos tomar como padrão é aquele que, em tudo, poderá ser confundido com o de morte aparente. Diz Thoinot que “a distinção entre morte real e morte aparente fixa-se, então, muitas vezes, na prática, e, esta é uma das ques-tões mais graves, pois, um erro, tem por corolario uma – inhu-mação precipitada.”

“A morte aparente é um estado no qual a vida continua sem nenhum sinal exterior: o coração não pulsa, a respiração é nula e o cérebro sem ação.” Vários estados mórbidos poderão nos fornecer quadros de morte aparente, entre eles, citaremos os seguintes: a catalepsia, a síncope amainada pelas grandes hemorragias internas ou externas, vastos derrames pericárdi-cos, emoções etc., a asfixia com suas causas mecânicas ou tóxi-cas, a anestesia artificial tal como na anestesia clorofórmica, a congestão cerebral, a congelação, etc. Todos estes casos são suscetíveis de serem confundidos com a morte real.

A parada das pulsações do coração revelada pela ausculta nada nos afiram, e também, já, tem-se percebido as pulsações, por algum tempo, após a morte, nos decapitados. Os nossos sen-tidos, disse-nos o Prof. Hélion Póvoa, não nos poderão, sempre, auxiliar na ausculta do coração, pois, às vezes, este pulsa, mas tão lentamente, que nosso ouvido não acusa. A respiração, também, é, por vezes, tão diminuída que não a percebemos.

Não poderemos, pelos meios atuais, grosseiros, aliás, pesqui-sarmos, por estes dois sintomas, a morte. Deixamos de fazer refe-rência ao eletro cardiograma por não ser um aparelho portátil e de difícil manejo. Conquanto seja difícil e possa, por isso, ocasio-nar certos embaraços ao clínico, há, todavia, sinais que somados, poderão nos levar a um diagnóstico, mais ou menos, acertado.

O Prof. Afrânio Peixoto classifica os sinais de morte em: duvidosos, prováveis e certos. Com exceção do último, os dois primeiros caem, perfeitamente, dentro do tema que escolhe-mos; os sinais certos não são perceptíveis, senão depois de de-corridas várias horas após o desenlace fatal.

São estes os sinais duvidosos: “Imobilidade e flacidez dos membros; perda da consciência; insensibilidade geral e espe-cial dos sentidos; suor frio e horripilação da pele; ponta do pé desviada para fora; flexão do polegar na palma da mão; suspensão dos movimentos aparentes da respiração; cessação dos batimentos cardíacos observados pela inspeção e apalpa-ção toráxica; ausência de pulso; face cadavérica; cor amarela da planta do pé e palma das mãos.”

Sinais prováveis: “Resfriamento progressivo do corpo que tende a pôr-se em equilíbrio com a temperatura ambiente; pa-ralisia dos esfíncteres (pupila dilatada, incontinência de fe-zes, etc.); deformação da pupila pela dupla pressão” e outros que tem necessidade de um tempo relativamente longo, para serem percebidos. Já tivemos a ocasião de dizer que, isolada-mente, não têm valor estes sinais, porém, somados, poderão nos fornecer alguma segurança para o diagnóstico.

É mistér que façamos ressaltar, aqui, que, muito embora, morto o indivíduo, ainda, por algumas horas, os tecidos menos diferenciados são suscetíveis de transplantações, enxertias, etc., logo, estão vivos. Fenômenos cadavéricos, segundo Thoi-not: I – Resfriamento. II- Coagulação do sangue. III- Desidrata-ção. IV – Lividez. V – Rigidez e espasmo cadavérico.

Muitas das con-quistas que beneficiam a população nos dias atuais foram iniciadas na fase que antecede nossos dias, por isso relembrar feitos e his-tórias é manter viva a memória do que foi im-portante para marcar a realidade. Na traje-tória de quem contri-buiu para a medicina campista, homens que antes de tudo ousaram. Nesta edição um exem-plo mais que emocio-

nante: a tese de admissão ao Centro de Estudos de Medicina – Faculdade Nacional de Medicina, Univer-sidade do Brasil, escrita pelo médico Plínio Bacelar, em 1934. O tema abordou as dificuldades clínicas no diagnóstico de morte recente, numa época em que autopsia era algo, digamos, incomum.

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Façamos um ligeiro comentário:I- Resfriamento: - Após a morte inicia-se o resfriamento do

corpo. Excepcionalmente, entretanto, a temperatura do corpo se eleva depois da morte, por exemplo: na Cólera, nas Infec-ções agudas hiperpiréticas (varicela, escarlatina, febre tifóide), Insolação, Tétano, Infecções do sistema nervoso (meningite, tu-berculose, epilepsia, lesões medulares, etc.) O tempo necessário para que o corpo ponha em equilíbrio térmico com o meio é, assaz, longo.

II- Coagulação do sangue: - não nos interessa esse sinal, pois só podemos apreciá-lo nas autópsias.

III- Desidratação: - este sinal é observado várias horas após a morte.

IV- Lividez e hipóstase: - o sangue impulsionado pela força de gravidade, após a morte, depositará nas partes em declive do cadáver, geralmente nuca e nádegas, por ser o decúbito dor-sal a posição mais comum dos indivíduos que morrem, donde resulta o duplo fenômeno – lividez e hipóstase.

V- Rigidez e espasmo cadavérico: - “A rigidez constitui um dos fenômenos mais importantes. A constância absoluta da ri-gidez cadavérica tem sido confirmada por numerosas observa-ções. Espasmo cadavérico é uma rigidez particular, sucedendo, sem transição, a uma contração muscular vital última e fixan-do, instantaneamente, esta contração, sem modificação, sobre o cadáver. Entre rigidez precoce, a aparição do fenômeno é, sempre, precedida de um relaxamento muscular cadavérico, relaxamento de duração tanto mais curta quanto a rigidez ve-nha mais antecipada; no espasmo cadavérico, ao contrário, a contratura vital muscular e a rigidez cadavérica dos músculos interessados se sucedem, imediatamente, sem transição, sem nenhum relaxamento intermediário.“

SEGUNDA PARTE:

Para que façamos idea de quanto é difícil diagnosticar a morte recente, vamos transcrever uns casos, já celebres no do-mínio da medicina legal. Numerosos exemplos são citados de confusão, uns, puramente fabulosos, outros autênticos. Como curiosidade, iniciaremos pelo celebre caso de Vésale, hoje con-siderado como lenda: Ao praticar, certa vez, uma autopse em um nobre espanhol da corte de Felipe III, depois de abrir o tó-rax e descobrir o pericárdio, percebeu batimentos cardíacos que testemunhavam a vida, ainda presente. Vésale foi acusado e escapou à pena de morte devido a Felipe II.

Outro caso que, parece-nos, ser uma anedota é o do cele-bre autor de Manon Lescout, o Abade Prevost, que foi aberto, ainda vivo. Bruhier colecionou numerosas fábulas relativas à morte aparente: “François de Ceville, nobre normando, conta-va, e, Bruhier, religiosamente compendiou esta história: vezes enterrado e três vezes ressuscitado, pela graça de Deus.”

Não menos curiosa, ainda, foi a história de sua vinda ao mundo: Sua mãe estando morta e grávida, durante a ausência de seu marido, sem que se fizesse retirar, pela operação cesaria-na, a criança. Chegando de viagem, no dia seguinte, o marido fez exumar sua mulher, abrindo o ventre, onde retirou, ainda com vida, o jovem Ceville.

Os seguintes casos não têm, nada de fabuloso: “O General Ornano, durante a retirada da Rússia, fe-

rido por uma bala, cai do cavalo. Seu oficial de ordens, levan-do-lhe socorros, constatou que não havia mais sinal de vida e enterrou-o sob um monte de neve, por não ter tempo de dar-lhe uma sepultura mais conveniente. Foi, em seguida, anunciar a morte a Napoleão. Duas horas mais tarde, o General veio colocar-se às ordens do Imperador.”

Outro caso:Felipe Peu, parteiro celebre, tendo sido cha-

mado para praticar uma operação cesariana, em casa de uma mulher, que, dizia-se, acaba-va de morrer ao termo de sua gravidez. Certo de que a mulher estava, mesmo, morta, pelos meios ordinários, ao levar os instrumentos so-bre ela, a mulher estremeceu, rangeu os dentes e mexeu com os lábios.

Certa vez, no Senado Francês, reunido com o fim de tratar das inhumações precipitadas, o Cardial Donnet, contou a sua história, de modo algum, pouco enfático: “Em 1826, um jovem pa-dre, no púlpito, fora acometido de uma verti-gem súbita. Algumas horas mais tarde, os sinos tangiam em dobre fúnebre. Ele não via, mães entendia tudo o que chegava nos seus ouvidos e não podia se manifestar. O médico declarou que estava morto. Após as formalidades legais, deu ordem para enterrá-lo, no dia seguinte, Vela-ram, solenemente, o morto. Foi o Bispo que re-petiu, junto ao seu leito, o – “De profundis”. Por fim, a voz de um amigo que veio orar, próximo a ele, fez com que o pseudo morto recobrasse os sentidos. O pregador reapareceu, no dia seguin-te, no púlpito, e, - acrescentou o Cardial Donnet – está hoje em vosso meio.”

Mais casos, se quiséssemos, poderíamos citar, porém, estes, já bastam para fazermos um juízo perfeito das dificuldades clinicas no diagnósti-co de morte recente.

CONCLUSÃO:Se a morte recente não nos fornece, nenhum,

sinal patognomônico, se a soma dos sinais de morte pode fazer cheguemos a um resultado insatisfatório, só nos resta esperar por mais al-gumas horas até que, finalmente, apareçam os sinais certos, pois “um erro tem por corolário uma inhumação precipitada.”

APÊNDICE:Diz a sabedoria popular que: “tantas vezes

vai o cântaro a fonte, que, uma vez, fica.”Sabedor disto, encorajei-me bastante, para

vir perante os membros deste Centro, apresen-tar como tese, este descolorido trabalho.

Se não conseguir, com ele, o ingresso nesta agremiação, farei outro, mais outro até o mo-mento de aprovação de um deles.

A todos os presentes, os meus agradecimen-tos, pela atenção dispensada.

Aos meus julgadores, desculpas pelos senões encontrados.

Bibliografia:HÉLION PÓVOA – Noções de Anatomia e

Fisiologia Patológicas.AFRANIO PEIXOTO – Medicina Legal – 3ª.

EdiçãoL. THOINOT – Précis de Médicine Légale –

collection Testut.

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Bagagem com novos saberesJovem e talentoso, Leonardo Vandesteen Pereira,

aos 29 anos, acumula no currículo, além de forma-ção acadêmica e a prática da profissão no Brasil, a

experiência de ter uma qualificação no exterior. Médico com formação em radiologia, ele viu nos exemplos de companheiros de profissão motivos de sobra para em-barcar para a França, onde passou dois anos, se espe-cializando. No retorno para o Brasil, que se deu no final de 2011, na bagagem ele trouxe além das boas lem-branças, um olhar diferenciado sobre o tratamento da saúde, principalmente a pública, lá e no Brasil.

Filho de médico, Leonardo acredita que a decisão pela profissão tenha tido uma influência indireta do pai. A conclusão do curso foi em 2006, em Campos, depois o destino foi Vitória, capital capixaba, onde foi aprovado para residência médica. Lá trabalhou ao lado do também campista, Dr. Francis-co da Silva Maciel Junior, que foi seu chefe de serviço no primei-ro ano e indicou a possibilidade de novas conquistas no exterior. “No primeiro ano ele me indicou para fazer o fellowship na Fran-ça, aí comecei a me preparar, fui estudar francês e me preparar para a prova de ingresso”, relata Leonardo.

Na atualidade dois países atraem os radiologistas brasileiros

que buscam uma especialização no exterior: França e Estados Unidos. No caso de Leonardo, além da quali-dade do serviço de saúde no país europeu, pesou tam-bém o fato de ter bolsa de estudos disponibilizada pelo governo francês. “Consegui passar em primeiro lugar na prova e pude escolher o melhor hospital de lá para fazer a qualificação, que foi o Pitiê Salpetieri, onde fiz um ano de radiologia geral e depois mais um de neuro-radiologia”, conta relembrando que para ingressar teve que passar por duas provas, uma teórica e outra prá-tica, e que no ano seguinte o governo francês acabou com a exigência da prova para ingresso.

Durante o período em que esteve do outro lado do continente, não se prendeu apenas à qualificação dentro do hospital, viu oportunidades de crescimento profissional em congressos e também na cultura, mas antes de tudo teve que improvisar. “A maior dificuldade foi de encontrar moradia. Fui sem saber onde ia ficar. Meu chefe de lá interveio e arrumei uma vaga no alojamento de uma residência universitária. Como não tinha bolsa de estudos do governo brasileiro, não pude ficar na casa brasileira, fiquei na de Portugal. Lá o serviço público funciona. Tem recursos para todas as especialidades médicas,

Leonardo recebe visita da família durante o período de especialização

se consegue fazer em período precoce um lau-do, diferente daqui, que demora muito. Sem dizer que os equipamentos lá são de ponta, aqui possivelmente só a Universidade de São Paulo (USP) se aproxima da realidade france-sa”, relata.

A experiência no país deu ao médico outra visão em relação à valorização da carreira: “A diferença está no investimento do profissio-nal, por parte do governo”, destaca e pondera: “Quem tiver interesse vale muito a pena fa-zer uma especialização fora do Brasil. Aqui, muitas vezes queremos fazer alguma coisa e ficamos limitados. Lá, os melhores médicos sempre estão nos hospitais públicos. Eles pre-zam muito pelo serviço público, e na volta o currículo pesa bastante”.

Passar por uma experiência como essa também possibilita outros conhecimentos na bagagem. “Culturalmente valeu muito a pena. Aprendi a falar fluentemente outro idioma, sem falar na cultura. A visão deles é bem diferente da nossa. São menos capitalistas. Em termos profissionais foi muito importante trabalhar com um serviço de ponta”, relembra Leonardo que hoje exerce a atividade médica em Campos dos Goytacazes e também em Vitória, no Espí-rito Santo.

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