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REVISTA SINDLOC SP Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo Ano XVIII – Edição 156 - abril 2014 Crédito para PMEs: uma oportunidade para financiar a expansão de sua empresa A telemetria chegou para ficar. Serviços permitem a gestão de frotas com eficiência CENÁRIO DESFAVORÁVEL Custo-Brasil penaliza toda a economia e cria dificuldades ao setor de locação automotiva

REVISTA SindlocSp · do cinto de três pontos e tornar padrão o sistema Isofix para a fixação de cadeirinhas infantis, entre vários pontos. No início do ano, a presença de freios

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REVISTA

SindlocSp

Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

Ano XVIII – Edição 156 - abril 2014

Crédito para PMEs: uma oportunidade para financiar a expansão de sua empresa

A telemetria chegou para ficar. Serviços permitem a gestão de frotas com eficiência

cenário desfavorávelCusto-Brasil penaliza toda a economia e cria dificuldades ao setor de locação automotiva

Job: 20645-002 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 20645-002-Renault-Varejo-AnRv-Sindloc-210x280_pag001.pdfRegistro: 114842 -- Data: 19:07:06 11/04/2013

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EDITORIAL

A Revista Sindloc SP é uma publicação do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.

Presidente: Alberto de Camargo VidigalVice-Presidente: Eladio Paniagua JuniorDiretor Financeiro: Luiz Carlos de Carvalho Pinto LangDiretor Secretário: Paulo Miguel Jr.Consultor de Gestão: Luiz Antonio CabralConselho Fiscal: Eliane Baida, Paulo Gaba Jr. e Paulo Hermas Bonilha JúniorProdução Editorial: Scritta – www.scritta.com.brCoordenação: Leandro LuizeRedação: Dalton L. C. de Almeida e Kátia SimõesRevisão: Leandro Luize e Inês Arbex

Diagramação: ECo Soluções em Conteúdo

www.ecoeditorial.com.br

Jornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095 -

[email protected]

Impressão: Gráfica Revelação

Tiragem: 5 mil exemplares

Circulação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores cadastrados

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23 Telefone: (11) 3123-3131

E-mail: [email protected]É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.

EXPEDIENTE

Cadê a INSPEção VEICulaR?onde está a PREFEITuRa?

Descontrolar. Ironias à parte, esse tem sido o verbo conjugado pela Prefeitura quando o assunto é a ins-peção veicular. Um tema de extrema relevância para a mobilidade urbana e para a saúde humana, menos para o poder público municipal, que se esforça apenas em demonstrar sua insensibilidade à população e aos empresários que sustentam a economia paulista.

No dia 12 de abril de 2013, o governo de Fernando Haddad sancionava a lei que trazia importantes modificações no projeto de inspeção veicular. As medidas incluíam a devolução do valor pago aos apro-vados na vistoria, a restrição da inspeção anual para veículos com dez anos ou mais de uso, e a cada biênio para carros de quatro a nove anos. Abrir mão da sanha arrecadatória para trabalhar em prol da redução da emissão de poluentes soava como uma atitude inteligente e louvável. Mas um ano depois, tudo virou discurso, calcado no improviso e na absoluta falta de planejamento.

Suspensão unilateral de contrato sem edital alternativo preparado, sem um debate técnico e econômi-co para viabilizar medidas consensuais, o que levou a disputas jurídicas sem fim com a Controlar S/A. Mas o veredicto já foi definido desde 31 de janeiro de 2014, último dia em que as inspeções foram realizadas. E a população recebeu condenação sumária.

Percebendo o impacto negativo de suas decisões intempestivas, a Prefeitura teve a façanha de lançar uma licitação tardia repleta de deficiências. Caso o cronograma do edital seja cumprido à risca, estima-se que a implementação do serviço de inspeção veicular seja reiniciada somente em outubro.

Enquanto isso, passaremos pelo período de inverno sujeitos à exposição elevada da poluição do ar. Milhares de veículos antigos continuarão a circular pelas ruas e avenidas despejando más notícias, enquanto segmentos como o de locação seguirão sua trilha empreendedora, sempre prejudicada por uma política desgovernada.

A inspeção veicular faz parte de um conjunto de regulamentações do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com a finalidade de controlar a emissão de poluentes, estimular a cultura da ma-nutenção preventiva e manter a frota de veículos em condições minimamente razoáveis, de maneira a não colocar em risco o bem-estar e a saúde das pessoas. O que falta para o poder público entender essa realidade? Aliás, onde está o poder público para entender essa realidade? Provavelmente esteja ensaiando outro discurso para mascarar seu despreparo e desmazelo.

A nós, do Sindloc-SP, empreendedores, contribuintes e batalhadores, resta ficar de olho e cobrar insis-tentemente essa gestão para trabalhar em favor de São Paulo, e não apenas de quem a elegeu. Agora, se a preocupação estiver realmente centrada na sucessão presidencial e governamental daqui a menos de seis meses, esse show de medidas descabidas está longe de ser o melhor cabo eleitoral.

Alberto de Camargo VidigalPresidente do Sindloc-SP

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sumáRIO

08 mERCaDoO manto nacional pesa muito mais do que o necessário graças ao Custo-Brasil. Ele também é sentido na locação. Conheça mais sobre essa luta.

12 ESPECIalSua frota não precisa andar por aí sozinha. Acompanhe na segunda parte do especial sobre terceirização como a telemetria vem para ajudar.

muNDo20 Sensores tornam-se companheiros de direção e estão sempre a postos para ajudar o condutor. Saiba mais.

TECNoloGIa18 Em um país quente, o ar-condicionado é essencial para o conforto térmico. Uma nova tecnologia promete funcionar mesmo com o start-stop.

16Ser pequeno ou médio não é impedimento para conseguir crédito financeiro para seu negócio. Confira as oportunidades.

GESTão

14 lÍDER SEToRIalMato Grosso do Sul tem locação dinâmica e que cresce em busca de sindicalização. Empresário local contextualiza o setor.

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Dispensar sem justa causa no período de 30 dias antes da data-base da categoria - 1º de maio – obriga a empresa a inde-nizar o empregado no valor equivalente a um salário mensal, conforme previsto no art. 9º das leis 6708/79 e 7238/84.

Para início da contagem do prazo que antecede a data-base, deverá se considerar a data final de desligamento, que inclui o tempo integral do aviso prévio cumprido. No caso deste ter sido indenizado, a data final deverá ser projetada para quan-do ele terminaria, independentemente de ter sido concedido pelo prazo mínimo de 30 dias ou superior.

Para melhor entendimento sobre a aplicabilidade da multa, veja exemplo para a data base de 1º de maio, se a data final de desligamento do empregado estiver compreendida:

1) até 31 de março: não existe multa;

2) entre os dias 1º e 30 de abril: a multa será devida;

3) a partir de 1º de maio: não existe multa, mas o pagamento das verbas rescisórias será feito com base no que for negocia-do na data –base. Caso ainda não concluída, fica ressalva para complementação posterior;

TRABALHISMOPode-se dispensar o colaborador um mês antes da data-base?

As diferenças em segurança entre os modelos de automóveis fabricados no Brasil frente aos de outros países estão cada vez menores. Em um novo movimento com a intenção de aperfeiçoar esse aspecto, a Anfavea enviou ao governo uma lista de itens a serem incluídos nos veículos. O projeto visa a exigir de todos os fabricantes o uso do cinto de três pontos e tornar padrão o sistema Isofix para a fixação de cadeirinhas infantis, entre vários pontos. No início do ano, a presença de freios ABS e Airbags passou a ser obrigatória nos carros montados no país, uma conquista igualmente capitaneada pela entidade. A perspectiva é de que, em três ou quatro anos, o mesmo venha a acontecer com estes elementos de segurança.

Cinto de três pontos e Isofix podem ser obrigatórios

SEGURANÇA

O foco agora está na precificação

MONTADORAS

Em recente pesquisa conduzida pela consultoria Roland Berger em parceria com a Automotive Business, foram constatadas consistentes mudanças de priorida-des de atuação entre os fabricantes de veículos. Temas como investimentos em novas fábricas e expansões, as-suntos recorrentes nos últimos dois anos tornaram-se agora, secundários. O foco atual das companhias está na manutenção de suas atuais posições no ranking de montadoras e a defesa da rentabilidade dos negócios. Foram entrevistados 258 executivos do setor, dos quais 51% preveem desenvolver neste ano atividades relacio-nadas à guerra de preços, como descontos e campanhas promocionais, e 47% preparam-se para contra-atacar os concorrentes. Já os temas “novos projetos de fábrica” e “linha de produção” estão na lanterna da lista.

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No dia 19 de dezembro de 2013, foi publicada pela Receita Federal a Instrução Normativa nº 1.422, a qual dispõe sobre a escrituração fiscal contábil. A norma revogou a Instrução Normativa n° 1.353, de 30 de abril de 2013, que estabelecia a escrituração fiscal digital do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Ambas as normativas representam um novo passo na direção de uma maior informatização dos procedimen-tos fiscalizatórios da Receita Federal e são parte de um caminho trilhado desde a instituição do Sistema Públi-co de Escrituração Digital (SPED), por meio do Decreto 6.022 de 22 de janeiro de 2007.

A Instrução nº 1.422 dispôs que, a partir do início do ano-calendário 2014, todas as pessoas jurídicas deverão apresentar a escrituração contábil fiscal de forma cen-tralizada pela matriz, salvo caso de empresas que fazem parte do Simples ou apresentam a Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica.

Ademais, deverão ser informadas nesta escrituração todas as ope-rações que influenciem a composição da base de cálculo e o valor devido a título de IRPJ e CSLL, especialmente com relação:

(i) à recuperação do plano de contas contábil e saldos das contas, para pessoas jurídicas obrigadas a entregar a Escrituração Contábil Digital (ECD) relativa ao mesmo período da ECF;

(ii) à recuperação de saldos finais da ECF do período imediata-mente anterior, quando aplicável;

(iii) à associação das contas do plano de contas contábil recupe-rado da ECD com plano de contas referencial, definido pela Coor-denação-Geral de Fiscalização (Cofis), por meio de Ato Declaratório Executivo (ADE);

(iv) ao detalhamento dos ajustes do lucro líquido na apuração do Lucro Real, mediante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;

(v) ao detalhamento dos ajustes da base de cálculo da CSLL, me-diante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;

(vi) aos registros de controle de todos os valores a excluir, adi-cionar ou compensar em exercícios subsequentes, inclusive prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL; e

a escrituração contábil fiscal, o laluR e a DIPJ

JuRÍDICa

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(vii) aos registros, lançamentos e ajustes que forem necessários para a observância de preceitos da lei tributária relativos à determi-nação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, quando não de-vam, por sua natureza exclusivamente fiscal, constar da escrituração comercial, ou sejam diferentes dos lançamentos dessa escrituração.

Em virtude desta prestação de contas por meio digital, as empre-sas ficam dispensadas, no tocante aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e da entrega da Declaração de Informações Econômi-co-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ).

O contribuinte está obrigado a transmitir esta escrituração con-tábil fiscal anualmente, até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que ela se refira. É importante que o contribuinte cumpra com este prazo, visto que a não entrega ou a entrega desta escrituração com incorreções ou omissões ensejará a aplicação de multa.

Fernando Souza de ManDoutor em Direito Tributário pela Universidade de Maastricht, Holanda - Coordenador da Área Tributária do Escritório Queiroz e Lautenschläger Advogados

“A Instrução nº 1.422 dispôs que, a partir do início de 2014, todas as pessoas jurídicas

deverão apresentar a escrituração contábil fiscal de forma centralizada pela matriz”

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o peso do manto NaCIoNal

Desafios e empecilhos ao desenvolvimento econômico punem a locação automotiva brasileira

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O chamado Custo-Brasil é parte da realidade nacional, um obstá-culo tão formidável quanto onipresente, repleto de injustiças, abu-sos estatais e ineficiências que atrasam o desenvolvimento econô-mico nacional. Um adversário tão gigante quanto o próprio país e que impacta diretamente o setor da locação.

Por sua causa, a nação ostenta a vergonhosa 130ª posição, entre 185, no Doing Business Ranking do Banco Mundial, que lista países por sua “facilidade em se fazer negócios”. Em contrapartida, a posi-ção de sétima economia mundial mostra como a máxima “o filho teu não foge à luta” é real e que aos empresários e trabalhadores brasileiros não faltam empenho e dedicação. Por isso, é mais do que hora de cobrar do poder público o complemento: “dos filhos deste solo és mãe gentil”. Conheça as principais frentes de combate ao Custo-Brasil na locação:

InfrAestruturABuracos, pedágios, sinalização deficiente, asfalto em péssimo estado e rodovias subdimensiona-das são apenas alguns dos gargalos estruturais que impactam a operação de automóveis loca-

dos. A situação é tal que recente pesquisa da Confederação Nacio-nal dos Transportes (CNT) mostra que 46,9% da pavimentação bra-sileira é inadequada, enquanto o aumento nos custos, no Sudeste, chega a 21,5% devido à má qualidade das rodovias.

“Más condições em infraestrutura geram custos extras com manu-tenção - alinhamentos, balanceamentos, trocas de pneus e reparos de suspensões-, além de perdas financeiras com os carros parados em oficina. A falta de vias adequadas implica também em elevação do consumo de combustíveis e consequentemente em aumento de poluição e maiores índices de sinistralidade”, explica Paulo H. Bo-nilha Jr., diretor da Locatruck e conselheiro Fiscal do SINDLOC-SP.

LegIsLAção de trânsItoSob uma legislação de trânsito inescrupulosa, os loca-dores são mantidos em constante tensão. Na prática, cada aluguel pode ter como desfecho uma condenação

por “responsabilidade solidária”, na forma do pagamento de inde-nizações por eventuais ilegalidades e acidentes cometidos com os automotores locados. Há ainda o impacto causado pela cobrança de multas, cobradas do proprietário do veículo autuado. Ou seja, o estado exime-se de identificar o motorista, função que acaba tercei-rizada às locadoras e encarece os custos da atividade.

“O governo não quer arcar com as despesas no lugar de um mo-torista sem condições financeiras, o que o faz manter a responsabi-lidade solidária. Injustiça que não tem paralelo quando uma pessoa física, de boa fé, empresta o carro a um terceiro”, lamenta Marcelo Araújo, advogado especializado em legislação de trânsito, que com-plementa. “Já no caso das multas, o motorista não tem a obrigação de pagá-las até perder em todas as instâncias. Mas e o locador que

precisa desmobilizar o bem e não pode esperar até dois anos pela liberação de pendências junto ao Detran? O que ele faz? Simples. Acaba pagando o que não deve!”, explica.

segurAnçAO Brasil, segundo ranking divulgado, em 2013, pela Ituran, é TOP 1 quando o assunto é roubo de carros. Com índices ascendentes desde 2009, o crescimento de casos alcançou 10% só nos primeiros nove meses do ano passado. Incapaz de garantir segurança, sua

obrigação mais primordial, o estado acaba levando os empresários a securitizar suas frotas, uma medida que encarece os preços ao clien-te final e reduz a demanda do mercado pelos serviços.

“Aumentaram os furtos de automóveis de locadoras e as apro-priações indébitas. Essas, inclusive, saltaram 100% desde 2013, e já envolvem quadrilhas especializadas. Para o primeiro caso existem muitas opções de cobertura e, ao contrário do que muitos pensam, é um serviço onipresente entre os grandes frotistas. Mas para o se-gundo, tradicionalmente, não existe. É por isso que lançaremos em breve uma cobertura, adicional e de baixíssimo valor, específica para este tipo de golpe e que não obrigará a empresa a aumentar suas diárias para compensar financeiramente o prejuízo”, adianta, com exclusividade, Carlos Figueiredo, sócio-diretor do grupo Segplus.

Impostos De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os impostos recaem sobre 36,3% do PIB no Brasil. Um índice escandi-

navo, que segura, como a segunda maior carga tributária de toda a América Latina, mas que resulta em serviços de nação subdesen-volvida. Não bastasse, ainda submete o contribuinte a interpretações questionáveis e/ou enviesadas da legislação.

“A atividade produtiva está sujeita a um emaranhado de impostos, e a carga tributária é ampliada em virtude de interpretações extensivas da lei. Como exemplo, tem-se a questão da venda de veículos por locadoras. Na teoria, a venda dos automotores, que são contabilizados no ativo imobili-zado das locadoras, não está sujeita à tributação, visto que a atividade fim das empresas é a locação deles. Contudo, as Fazendas Estaduais tem reite-radamente apontado que caso a venda seja realizada em prazo inferior a um ano da compra, o imposto é devido. Com base neste entendimento, tributa-se até mesmo o recebimento do seguro em virtude da perda total do automóvel em um acidente, ou seja, considera-se que esta situação equivale à venda do veículo”, detalha Fernando Souza de Man, coordena-dor tributário do Queiroz e Lautenschläger Advogados.

O advogado também ressalta o considerável passivo tributário gera-do pela cobrança do IPVA em um estado diferente do qual o automo-tor está licenciado. “De maneira absurda, presume-se a má-fé do con-tribuinte em razão de um carro da sua frota estar sendo utilizado em unidade federativa diversa da qual o veículo foi registrado”, destaca Man.

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Job: 2014-Fiat-Varejo-Janeiro -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 30375-003-FIAT-PECAS-REV-SINDILOC-JAN-21X28_pag001.pdfRegistro: 140042 -- Data: 18:08:58 07/01/2014

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BuroCrACIAO excesso de burocracia estatal encarece o negó-

cio de locação de automóveis e leva as empresas do setor a gastarem excedentes de horas de seus

funcionários para responder a essa demanda. Uma companhia consome em média cerca de 150 horas/mês apenas para atender esta exigência do Estado.

Por isso, o empresário precisa estar muito atento para não se pre-judicar quanto aos créditos a que tem direito - PIS e COFINS -, e aos cálculos relacionados à depreciação, pois além da legislação não ser suficientemente clara, difere muito de local para local. Mais um agravante é que ele não terá direito a créditos de ICMS.

“Com uma carga tributária abusiva, superior a 40% e recolhida antecipadamente por força da substituição tributária, situações em que um carro é vendido ao consumidor final com desconto tor-nam-se desfavoráveis ao locador, visto que o imposto recolhido a maior não é devolvido. Isso onera ainda mais o preço e as margens de lucro”, ilustra Luiz Carlos Lang, diretor da locadora Caiena e res-ponsável pela área de Finanças do SINDLOC-SP.

Outro claro exemplo ocorre nas vendas de carros. O empresário é obrigado a ir pessoalmente ao cartório e assinar o documento, reco-nhecer firma, e depois levar o comprovante de venda até o Detran, quando a “indústria da taxa” entra em ação para fazer mais arreca-dações. Taxas à parte, isto poderia ser simplificado com a utilização da certificação digital.

“A variação de regras entre estados e legislações inconstitucio-nais, como a relacionada a emplacamentos e pagamento de IPVA, dificultam uma operação rentável para as companhias. Embora o SINDLOC-SP tenha conseguido reduzir o IPVA de 4% para 2% em 2008, o estado de São Paulo ainda tem uma das maiores alíquotas do país”, finaliza Lang.

trABALhoSe já dói no bolso do empregado a mordida do im-posto de renda, que dirá o empregador que, para gerar empregos, é punido com vários outros tributos e cus-tos – previdência, férias, aviso prévio, extras de insalu-

bridade, seguro de vida etc. Valores que, somados, são iguais ou maiores do que o próprio salário do colaborador e se quer contabilizam os gastos com exigências como a de cotas obrigatórias para deficientes e jovens aprendizes, que não recebem quaisquer qualificações por parte do estado. Ou seja, mais uma transferência de obrigação para o setor privado.

“Fora os tributos, multas e outras exigências, há ainda uma imensa insegurança jurídica. Previnindo-se para o caso de um aci-dente, o empregador paga taxas para o governo a fim de garantir indenizações, arca com um seguro para o empregado e, quando acontece o sinistro, a vítima recebe o valor de indenização do esta-do, da seguradora. E, pasme, ao entrar na justiça com um processo contra o patrão, ainda consegue danos morais. É a justiça penali-

zando o empregador uma terceira vez!”, exemplifica Ana Amélia Mascarenhas Camargos, professora Doutora da PUC-SP e sócia-coordenadora da Área Trabalhista da Felsberg e Associados.

A advogada também explica que o Tribunal Superior do Trabalho não reconhece a legitimidade da maioria dos sindicatos e dificulta ne-gociações entre empresário e categorias. “Uma vez que não poderão contar com respaldo judicial, isso tira a força dos sindicatos e prejudi-ca a todos. O país precisa reformar as regras da área, sem contar a CLT, que funciona como uma camisa de força e não reflete mais a realidade do país e suas necessidades. Hoje, o que existe é uma indústria na jus-tiça trabalhista que serve apenas para auferir divisas para o estado via encarecimento das relações empregatícias”, finaliza.

umA CArgA A ser ALIVIAdACenários como o enfrentado pela locação escanca-ram o tamanho paquidérmico do estado brasileiro e sua inegável ineficiência em promover um ambiente competitivo, dinâmico e favorável ao crescimento

dos negócios, geração de riqueza e promoção de emprego e renda. Tais reflexos expressam-se em indicadores como o da queda nos licencia-mentos de autoveículos, que despencaram 15,2% entre janeiro e março deste ano, frente a igual período de 2013, segundo a Associação Na-cional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O impacto também se estendeu à oferta de crédito, que está ainda mais rigorosa, com o aumento da taxa de juros para compra de veículos de 1,25% para 1,33% em 2014, de acordo com a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).

Quer queira, quer não o governo, a economia é uma roda que fun-ciona quando bem lubrificada e cuidada, mas que range assustadora-mente e ameaça parar quando exposta a uma manutenção deficiente ou temerária. O setor de locação faz sua parte, mas é hora do Estado fazer a dele ou pelo menos não impor obstáculos desnecessários.

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Job: 2014-Fiat-Varejo-Janeiro -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 30375-003-FIAT-PECAS-REV-SINDILOC-JAN-21X28_pag001.pdfRegistro: 140042 -- Data: 18:08:58 07/01/2014

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gestão de frotAsO ditado “o olho do dono engorda o gado” está repleto de uma

sabedoria que pode ser aplicada facilmente ao setor da locação. A máxima, que ressalta a importância de sempre se manter o controle de cada aspecto de um negócio, hoje não demanda de um gestor que ele necessariamente esteja à frente de cada detalhe operacional. Diversificadas e plenamente capacitadas, várias empresas já prestam serviços terceirizados e favorecem o locador em manter seu foco no que realmente importa, a atividade-fim. Nesta segunda e última parte do especial (leia a primeira na edição 155/março da Revista do Sindloc-SP), o foco é na terceirização da telemetria automotiva.

onIpresençA Com quAse onIsCIênCIASem dúvida, estar em toda a parte para fiscalizar e aperfeiçoar os

serviços de locação, e ainda saber de tudo ou quase tudo no que se refere a uma frota rodando, é um dos maiores sonhos de consumo do setor. O motivo é simples: informação é ouro. “Trata-se de um valor agregado de altíssima utilidade, crucial para redução de custos e aumento nas margens de lucro”, destaca Joel Alves da Silva Jr., di-retor da PV Inova, que acrescenta. “Os clientes estão cada vez mais exigentes, atrás de mais qualidade, menor custo e maior segurança. Uma empresa, sozinha, não tem como alcançar todas essa exigên-cias e ser efetiva no acompanhamento das demais atividades. Assim, delegar para especialistas é a estratégia mais inteligente.”

Ainda muito confundido como mero opcional voltado ao ras-treamento de veículos roubados, a telemetria é um setor em rá-pida expansão e que possibilita aos locadores agregar valor aos serviços ao mesmo tempo em que reduzem custos operacionais. “Hoje, o locador tem um conceito de rastreamento baseado na recuperação de veículos roubados, mas nos Estados Unidos e na Europa, o rastreador já é usado para a gestão de frota e melhora de indicadores”, explica Flávio Tavares, diretor comercial da GolSat.

Geralmente customizáveis, os serviços de telemetria tornam-se, dia a dia, indispensáveis. Como segundo maior custo do setor, apenas atrás da folha de pagamento, a administração racional das atividades de monitoramento ganha importância estratégica. “Por meio das informações geradas e cruzadas em softwares especiali-zados, é possível avaliar aspectos como a média de consumo de combustíveis, se a utilização do automóvel é adequada, quais são as rotas utilizadas, se o cartão de combustível é utilizado efetivamente

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Sua FRoTa SEmPRE aComPaNhaDaCom o avanço das tecnologias, serviços em telemetria automotiva despontam como opção de terceirização indispensável para uma gestão profissional na locação

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para o carro indicado, entre vários outros pontos”, enumera Tavares. Da mesma forma, é possível analisar o comportamento do mo-

torista (ele é agressivo ao volante? Possui vícios de direção que impactam no carro e na eficiência do mesmo? Usa o veículo fora do horário de trabalho?) e, dependendo do sistema, comparar os dados com o de outras unidades semelhantes para identificar como alcançar o máximo de eficiência, gerar relatórios etc. “Nós, por exemplo, desenvolvemos um firmware exclusivo, praticamen-te uma inteligência artificial, que permite ao contratante emitir re-latórios em tempo real sobre quaisquer automóveis ou frotas. São 15 tipos de relatórios, descrições detalhada de rotas, velocidades, aceleração e frenagem”, descreve Silva, da PV Inova.

Um exemplo de monitoramento possível é o de velocidade em tempo real. “Imagine uma cláusula contratual com multa a cada vez que um usuário superar determinada velocidade definida em contrato como faixa segura de operação? Isso é plenamente possí-vel com a tecnologia de telemetria que dispomos atualmente. Um grande reforço para a segurança”, reforça Silva.

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Hoje morrem mais de 60 mil pessoas ao ano no trânsito brasileiro. É como se um avião cheio, com 168 passageiros, caísse todos os dias. É preciso reduzir este indicadorFlávio Tavares, da GolSat

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Ajudar empresas a operar, diminuindo custos e aumentando eficiência é a motivação e

combustível por trás da terceirização de serviços em nosso segmento

Joel alves da Silva Jr., da PV Inova

fACetAs soCIAIs e eConômICAsNo entanto, nem só da redução de gastos e aumento de lu-

cros se trata a telemetria de frotas. Para executivos do setor, a área também não pode deixar de levar em conta a questão da sustentabilidade social.

“Mais de 60 mil pessoas morrem ao ano no trânsito brasileiro e todas as empresas do segmento automotivo devem assumir um compromisso com a redução desses indicadores. É dedicar-se em fazer o melhor para que o condutor, ao fim do dia, volte para casa, para sua família. Por isso, a gestão de frotas, em todas as suas face-tas, é de grande importância”, defende o diretor da GolSat.

Com cerca de 7 milhões de carros corporativos, dos quais quase 6 milhões não são terceirizados e não passam por nenhum tipo de gestão, o Brasil é um mercado em forte expansão para o setor. “Não basta, naturalmente, apenas seguir e recolher informações sobre um carro. Elas precisam ser geridas com eficiência. Mas uma vez feito isso, os ganhos são rápidos e o investimento se paga vá-rias vezes”, finaliza o diretor da PV Inova.

Com o aquecimento do mercado de telemetria e gestão de frotas a redução de custos e a profissionalização são metas a serem alcançadas por todos os empreendedores. Neste sentido a Golsat criou o fórum PARAR, em associação a Global Fleet – entidade formada por gestores de frota europeus. O objetivo é pensar em alterna-tivas responsáveis para administrar frotas com resultados. A proposta, que vem atraindo diversas empresas do segmento e propiciando discussões sobre desafios, é um exemplo do potencial do setor.

CoNSCIENTIzação

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LÍDER sETORIAL

CENTRo-oESTE REFoRça FoCo Na EFICIêNCIa E Na uNIão EmPRESaRIal

Mato Grosso do Sul, para além do deslumbrante Pantanal, vê setor de locação se aprimorando e em processo de organização sindical

O PIB do Mato Grosso do Sul em 2013 o colocou na 17ª posição entre os estados e no sexto lugar entre os maiores valores per capita do país. É um ambiente favorável à locação?

Sim, apesar da sazonalidade, ainda é favorável. Nossa matriz pro-dutiva é diversificada e há grande peso do ecoturismo e do turismo de negócios. Embora nossa população esteja na casa dos 2 milhões, o que é um fator limitante, isso vem sendo compensado pela presença de grandes empresas em diferentes setores. Entre os segmentos está o sucroalcooleiro, distribuído em vários pontos do estado; a indústria de celulose, em cidades como Três Lagoas; sem contar as demandas de executivos que viajam para cá. No geral, é um ambiente favorável à locação frotista e do rent a car.

Quais experiências de sucesso acredita que o estado tem para ensinar ao resto do país?

Uma das maiores lições está na mudança da base produtiva. Nosso governo investiu nisso e conseguiu uma positiva diversificação econô-mica. Tanto que nosso PIB está dividido em 63,14% no setor terciário (comércio e serviços), 22,82% no secundário (atividades industriais) e 14,04% no primário (agropecuária). Essa distribuição fornece boas con-dições aos frotistas. Por outro lado, casos como a cidade de Bonito, que possui selo autossustentável e une ecoturismo com o maior e mais ativo centro de convenções do estado, fortalecem o rent a car. São centenas de milhares de visitantes todos os anos e, com eles, muitas diárias.

E na operação? Quais elementos considera de indispensável destaque?

Na operação de balcão, especificamente, minha experiência mos-tra que o investimento em qualificação e preparação da equipe, por meio de workshops e cursos, é fundamental. Fidelizar o cliente é in-dispensável e isso só se torna possível por meio de um atendimento

de qualidade do início ao fim. Para tanto, são cruciais a eficiência e o respeito ao tempo do locador. Ou seja, utilizar o mínimo possível da agenda dele. Uma metodologia bem sucedida, que é uma quebra de paradigma, está em aumentar o número de colaboradores e inves-tir em profissionais preparados. Ajustar o tamanho da frota também pode ampliar a rotatividade e reduzir o prejuízo de carros parados à espera de locação.

Como se desenvolve o turismo de negócios e o ecoturismo no que se refere à locação automotiva?

São atividades complementares. Com 67% do Pantanal em nosso estado, os turistas aquecem a demanda do rent a car, mas há uma perigosa sazonalidade. A solução? A construção de um Centro de Convenções em Bonito. Assim, passada a temporada de ecoturistas, começa a de visitantes de negócios que utilizam veículos locados para ir e vir para o centro, aeroportos (um em Bonito e outro em Campo Grande), hotéis e plantas industriais. Temos movimento quase o ano todo e teremos um incremento a partir da inaugura-ção, em 2014, de um dos maiores aquários de água doce do mundo em Campo Grande. Em breve a capital abrigará a rica biodiversidade aquática da região.

E a união setorial? Qual é o status dela no Mato Grosso do Sul?O estado ainda não possui uma cultura forte de cooperação seto-

rial eficiente como existe em São Paulo, capitaneada pelo Sindloc-SP. Essa é uma questão em processo de resolução, mas acredito que, ain-da neste semestre, no mais tardar no próximo, um Sindloc-MS deve ser anunciado. Será um importante passo para pleitearmos uma série de questões junto ao governo estadual, avançarmos em questões ma-cro e garantirmos o constante aperfeiçoamento de nosso setor. Nosso estado cresce forte e iremos acompanhá-lo!

Ambiente dinâmico e desafiador é a marca do Mato Grosso do Sul, cuja economia mantém ritmo acelerado a despeito da instabilidade na-cional. Marco Antônio de Almeida Lemos, sócio-diretor da K & L Multi Empresarial, franqueado da YES e há 14 anos no mercado, é um exemplo de quem reconheceu as potencialidades regionais para a locação e despontou no setor. Com atuação principalmente no segmento de rent a car, ele defende a busca pela eficiência, dedicação ao cliente e investimento em mão de obra como estratégias primordiais para o sucesso.

Com um Produto Interno Bruto de mais de R$ 49 bilhões, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), o estado está entre as unidades federativas com maior e mais rápido crescimento. “Quem pensa no Mato Grosso do Sul muitas vezes não imagina a diversi-dade de nossa economia e como isso impacta positivamente no setor de locação”, explica o executivo, que concedeu entrevista exclusiva para a Revista do Sindloc-SP:

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GEsTÃO

Crédito ao alcance das loCaDoRaS

O ano de 2013 não foi de grande crescimento para emprésti-mos direcionados às pequenas e médias empresas, como vinha acontecendo nos anos anteriores. As razões são simples – a retração da demanda, o endividamento e o aumento das taxas de juros. Todavia, instituições públicas e privadas não desvia-ram seu foco deste universo. Pelo contrário, prepararam linhas especiais e treinaram suas equipes para contemplar este perfil de cliente com mais propriedade, a fim de indicar as melhores alternativas de crédito, além de criar produtos sob medida e agências especializadas.

Bancos públicos mantêm linhas especiais para as PmEs, embora dobrem as exigências por conta da inadimplência registrada no ano passado

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Com 2,3 milhões de micro e pequenas na carteira, com fa-turamento de até R$ 25 milhões por ano, a carteira de crédi-to do Banco do Brasil somou no ano passado R$ 99,8 bilhões, um incremento de 12,3% em relação a 2012. Deste valor, 41,4% foram solicitados por empresas do comércio, 30,3% da indús-tria e 28,3% pelo setor de serviços. Para atender a este público, o banco conta com 3,8 mil gerentes de relacionamento e, em 2012, inaugurou a primeira agência especializada no segmento, em Campo Grande (MS).

Segundo o superintendente estadual Gerôncio Luna, o Banco do Brasil possui linhas de crédito para capital de giro e investimen-to definidas de acordo com a necessidade de cada empresa. Uma flexibilidade adequada para as locadoras investirem em reformas, ampliação de frotas, expansão de serviços entre outros. Já nas li-nhas de longo prazo, há opções com repasses de recursos pró-prios, do BNDES ou do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com até 20 meses para pagar e taxas de juros a partir de 4% ao ano. “Nas linhas de capital de giro o prazo pode chegar a 60 meses, com juros a partir de 0,89% ao ano, enquanto nas linhas de antecipação de recebíveis, as taxas começam a 1,4% ao mês”, pontua.

Luna observa que o crédito serve, na maioria das vezes, para viabilizar os projetos das empresas. Para compra de maquinário, por exemplo, há linhas de longo prazo, algumas com carência, de forma que o próprio investimento possa se pagar com o aumen-to de produtividade que foi projetado. E esta realidade aplica-se

O BNDES nasceu com a proposta de financiar grandes projetos, mas aos poucos foi abrindo espaço para as pequenas empresas e, mais recentemente, até para os microem-

preendedores individuais. Entre as linhas destinadas a esse perfil está a PME Investimen-to, com TJLP (5% a.a), spread do BNDES (1% a.a), taxa de intermediação do BNDES (0,1%)

e spread de risco do agente financeiro credenciado (3% a 4% a.a). “Como o financiamento do banco é público, a empresa deverá estar regular perante os órgãos de fiscalização tributária, nas

áreas fiscal, ambiental e trabalhista”, observa Vitor Hugo Ribeiro, gerente do Cartão BNDES.Em média, os financiamentos via Cartão BNDES têm dois anos de carência e outros quatro para pagamento do volume principal. Esses prazos casam adequadamente com os períodos de utilização de frotas, permitindo inclusive que, sem um investimento inicial do próprio bolso, o locador possa pagar o custo da mobilização com os dividendos da desmobilização da mesma frota financiada. Tal financiamento consiste em uma linha de crédito rotativo e pré-aprovada, exclusiva para corporações com receita bruta anual de R$ 90 milhões, com limite de até R$ 1 milhão por banco emissor (Banco do Brasil, Banrisul, BRDE, Caixa Econômica Federal), taxas de 0,99% ao mês e pagamento em até 48 prestações mensais fixas, sem cobrança de IOF. Até março deste ano foram emitidos 630 mil cartões em todo o Brasil, somando R$ 38 bilhões em limite de crédito pré-aprovado para investimento. O tíquete médio é de R$ 14,5 mil.Ribeiro destaca também que o uso do Cartão BNDES destina-se à aquisição de itens necessários às ativida-des das MPEs, que tenham fabricação nacional ou índice mínimo de nacionalização de 60%, e que estejam cadastrados no Portal de Operações do Cartão BNDES. São mais de 240 itens cadastrados, sendo os mais co-mercializados as máquinas e equipamentos, materiais de construção civil, computadores, softwares, móveis, veículos utilitários e motos.

CaRTão BNDES

também ao setor de aluguel automotivo que encontra no auto-móvel seu bem de capital. Por outro lado, caso a necessidade da empresa seja ajuste em seu fluxo de caixa, como pagamento de salários e tributos, são indicadas linhas de capital de giro. “Para pleitear as linhas, contudo, as empresas devem ter conta cor-rente aberta e o banco fará uma análise de crédito que leva em consideração fatores como tempo de constituição, histórico no Sistema Financeiro Nacional da companhia e dos sócios, além do histórico dos órgãos de proteção ao crédito”, adianta.

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, trabalha com a pro-posta de oferecer agilidade ao cliente, com aumento da rede de agências, de correspondentes bancários e pontos de aten-dimento, além de uma maior automatização das linhas de cré-dito. A instituição tem pelo menos 25 produtos para as micro, pequenas e médias empresas. Em 2012, a carteira de crédito chegou a R$ 59,6 bilhões para empresas com faturamento de até R$ 15 milhões, uma faixa que abarca com facilidade grande fatia dos frotistas de pequeno e médio porte. Já em 2013, os valores giraram em torno de R$ 70 bilhões. Entre as ofertas para o segmento automotivo está a criação do Salão Auto Caixa, em parceria com o Banco Pan. O evento está na terceira edição, com participação de 1.486 concessionárias em 363 municípios e a presença de 34 marcas. Na oportunidade, a instituição ofe-rece taxas a partir de 0,93% ao mês, e prazo para pagamento de até 60 meses na compra de carros ou motos, novos ou usados.

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Os recordes de temperatura enfrentados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, no primeiro trimestre deste ano, fizeram do ar-condicionado, inventado pelo engenheiro norte-americano Willis Carrier em idos de 1902, o mais desejado e imprescindível equipamento dentro e fora de lares e ambientes de trabalho. Que dirá então nos automotores, que, sem refrigeração, rapidamente “evoluem” para verdadeiras estufas.

O problema é que, em tempos de popularização de sistemas que ampliam a eficiência no uso de combustíveis, como o start-stop, surge uma grande dúvida. Como impedir que refrigeração seja prejudicada com o carro parado e com o mecanismo de economia funcionando.

Start-Stop x ConfortoEm rápida popularização, o sistema start-stop (leia mais na seção

Mundo da Revista do Sindloc-SP, ed. 148/2013) é uma tecnologia desenvolvida para interromper o funcionamento do motor de for-ma controlada quando o carro fica parado – como em semáforos e engarrafamentos. Com índices de economia de combustível em con-gestionamentos na faixa de 8% a 12%, ele já equipa mais de 5 milhões de veículos no mundo e deve chegar a 40 milhões ao ano até 2020.

Eficiente, a solução reduz custos e emissões de CO2, mas preocupa os motoristas de regiões mais quentes – como no Brasil - que gostariam de aliar o uso da tecnologia às suas necessidades de contínua refrigeração. A resposta, hoje, seria desligar o sistema (geralmente por um botão no painel) e aceitar o gasto extra de combustível. Felizmente para eles, os engenheiros automotivos não dormem no ponto e criaram uma saída.

Parar o aR-CoNDICIoNaDo? NEm PENSaR!

TEcnOLOGIA

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pCmA solução da Delphi foi o desenvolvimento de um novo evapora-

dor, responsável pelo processo de resfriamento do ar, com reserva-tório à parte e que é fabricado em material de fase mutável (PCM, em inglês). Uma opção mais barata e menos complexa do que o uso de um motor elétrico à parte (para o compressor de ar), como ocorre em diversos modelos europeus de minivans.

Na prática, quando o compressor do ar-condicionado para de fun-cionar (com o desligamento do motor), o PCM derrete e liquefaz no evaporador, retirando calor das tubulações e mantendo a temperatu-ra interna previamente ajustada. O processo, em si, dura de um a dois minutos e é revertido quando o motor do veículo volta a funcionar e religa o compressor. Sob pressão, o PCM solidifica-se e fica pronto para um novo ciclo de derretimento.

O grande destaque da tecnologia é ser economicamente acessível. Por exigir a adição de poucos componentes aos evaporadores atuais, utilizar a termofusão com o gás refrigerante já em circulação no sistema, não conter partes móveis e ser de simples instalação, é uma possibilidade que não encareceria significativamente um automotor. Complementa a lista ainda um bom desempenho na economia de combustível, capaz de reduzir os gastos do ar-condicionado em 50%. Sem dúvidas, Willis Carrier aprovaria o aperfeiçoamento de sua tão querida criação.

Job: 1393-SINDLOC -- Empresa: Almap BBDO -- Arquivo: JOB 1393-13671.77.139 21X28-ANUN LOCADORAS SIMPLES-JR-Folder_pag001.pdfRegistro: 142105 -- Data: 16:25:18 21/02/2014

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Carros 100% autônomos estão próximos. Gigantes como Google, Ford, Volvo e BMW, além de instituições de ensino como a Universi-dade de São Paulo (USP), já testam modelos com o objetivo de tor-nar o motorista um simples passageiro. Já há várias tecnologias com base em sensores no mercado. Muitas delas, inclusive, substituem os motoristas em diversas ações.

oLhA A ChuVA! Com chuva, a velocidade em ruas e estradas cai, exigindo dos mo-

toristas atenção redobrada. Um novo sensor instalado estrategica-mente na parte superior do para-brisas dianteiro, na base de fixação do retrovisor interno, é capaz de perceber mudanças climáticas e ga-rantir uma melhor limpeza do vidro. Autônomo, basta chover para que ligue os limpadores e controle a velocidade deles, garantindo a melhor visão possível em meio à precipitação.

horA de desCAnsArTodos conhecem casos de indivíduos que, de tão exaustos após

um dia cansativo ou uma longa viagem, acabaram envolvidos em acidentes ao demorar em reagir ou simplesmente por dormirem ao volante. Pensando nestas pessoas que precisam de um aviso para saber que estão no seu limite, foi criado o sensor de fadiga.

O equipamento coleta dados que revelam como o motorista guia o automóvel no início de uma viagem e, posteriormente, compara-os com informações atuais em aspectos como ângulo do volante, tempo de ação e reação dos pedais e aceleração transversal. Tam-bém avalia se o condutor está sonolento e, se constatada a fadiga, emite um aviso sonoro com um alerta de perigo.

LIgAndo o CruzeIroCarros não são como aviões, mas agora já podem ter seu próprio

sistema de cruzeiro. O Adaptive Cruise Control usa radares de ultras-som para manter a velocidade selecionada pelo motorista e a dis-

tância em relação ao veículo da frente. Para tanto, acelera e freia na medida do necessário, de forma que o espaço entre os automotores prevaleça sobre a rapidez. Para se reassumir o controle, basta apertar o pedal do acelerador ou do freio.

Ao CAIr dA noIteQuem já foi ofuscado por um farol alto de outro veículo no

sentido oposto ou ficou receoso na neblina, sem saber qual seria a melhor iluminação, não terá mais com que se preocupar. O sensor crepuscular nota as diferenças de claridade do ambiente, tratan-do automaticamente de ligar e desligar os faróis para assegurar a melhor visibilidade.

pArk AssIstJá apresentado pela Revista do Sindloc-SP (veja mais na seção

Mundo da edição 153 de janeiro de 2014), os sistemas de estaciona-mento automático estão cada vez mais populares. Baliza? Isso não é mais desafio! Agora há vallets automáticos.

MotoriSta-fantaSMaOs motoristas-fantasmas são condutores que erram a leitura da

sinalização ou dormem ao volante e avançam na contramão. O re-sultado pode ser catastrófico, já que batidas frontais entre carros a 40 km/h, por exemplo, equivalem a colidir com um obstáculo fixo a 80 km/h!

Para contornar isso, a Mercedes-Benz dispõe de um sistema com uma câmera instalada na parte interna do para-brisa, atrás do espelho retrovisor. A ferramenta lê os sinais de contramão e envia a informa-ção para um aviso no painel. Se detectar que o veículo está prestes a adentrar no sentido de mão proibida, adverte com três bipes altos e acende um sinal de contramão piscante no mostrador principal.

Aos poucos, os motoristas acostumam-se com a automatização e a segurança no trânsito agradece.

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ARTIGO

o desafio da aTENção

“Universidades famosas como Harvard,MIT e INSEAD, nos Estados Unidos e na

Europa, já contam com cursos que ensinam como se concentrar e dar total atenção ao

momento presente. Esses treinamentos ensinam desde controle da respiração até

exercícios simples de meditação”

Vivemos a era da distração. O excesso de informações dispo-níveis, a facilidade de acesso a essas informações, os onipresentes smartphones e redes sociais. Tudo isso, o tempo todo, nos tira a atenção, nos distrai, leva nosso pensamento para longe daquilo que estamos fazendo e que devemos fazer. Não conseguimos ter foco!

Nossa mente vagueia de uma atualização para outra, de uma foto para outra, de um vídeo para outro, de uma mensagem instan-tânea para outra. E só quando é tarde demais nos damos conta de que o tempo passou e não fize-mos o que deveríamos, ou ainda cometemos dezenas de erros pela falta de atenção e concentração em nossa tarefa essencial. Tal é o cenário que já há autores e pes-quisas indicando que, durante o trabalho, nossos pensamentos viajam para lugares distantes em mais de 50% do tempo.

Preocupados com esse desafio, empresas e pessoas têm procurado formas de reeducar a nossa atenção. Companhias como o Google oferecem cursos de “mindfulness” (uma forma de exercício de meditação para se concentrar naquilo que está fazendo). Até mesmo universidades famosas como Harvard, MIT e INSEAD, nos Estados Unidos e na Europa, já contam com cursos que ensinam como se concentrar e dar total aten-ção ao momento presente. Esses treinamentos ensinam desde controle da respiração até exercícios simples de meditação dos monges orientais e ocidentais, como os beneditinos. Mosteiros têm se voltado a ensinar pessoas a prestar atenção ao que es-tejam fazendo, às pessoas com quem estejam conversando, às leituras que estejam fazendo etc. A verdade é uma só: é preciso reaprender a atenção, a concentração, o foco.

Muitos jovens e adultos tornaram-se viciados nas redes so-ciais e passam o tempo todo reportando, postando, twitando o que estão fazendo, mas não se sentem realmente presentes onde estão. São repórteres de sua vida sem vivê-la com inten-

Luiz marins Antropólogo e escritor

sidade e foco. Conheço pessoas que não conseguem ficar mais de alguns minutos sem checar a caixa de mensagens, as páginas nas redes e vivem num mundo da mais alta distração. É urgente que reeduquemos nossa atenção!

E é preciso também reeducar a atenção ao outro, à outra pessoa, uma vez que corremos o risco de perder a capacidade de conver-sar presencialmente. Não é raro que eu entre em uma lanchonete e veja vários jovens, todos com seus smartphones na mão, “conver-sando” com pessoas que não estão à sua frente. Vejo almoços de família em que todos se voltam para seus celulares e se despedem sem praticamente conversar. Nas empresas, as pessoas estão per-dendo a capacidade de se dirigir ao outro e falar. Muitos proble-mas poderiam ser resolvidos com uma simples troca de opinião verbal, ao vivo, frente a frente, em vez de dezenas de mensagem que entulham caixas postais e geram desinformação.

Faça o exercício de prestar atenção no que esteja fazendo e nas pessoas com quem esteja conversando, um propósito e meta a ser conquistada. Reeduque a sua atenção e você terá mais mo-tivação e bons resultados, pois aprenderá o valor dela e do foco.

Pense nisso e sucesso!

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