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www.telaviva.com.br SEGUROS PARA COBRIR OS RISCOS DE PRODUÇÃO ENTREVISTA: PIMENTA DA VEIGA QUER RÁDIO E TV A NOVA FASE COMERCIAL DAS TVS EDUCATIVAS Nº79 MARÇO 99 RUIM PARA QUEM IMPORTA EQUIPAMENTOS BOM PARA QUEM FABRICA NO BRASIL MAXI MAXI

Revista Tela Viva 79 - Março 1999

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Revista Tela Viva 79 - Março 1999

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seguros para cobrir

os riscos de produção

entrevista: pimenta da

veiga quer rádio e tv

a nova fase comercial

das tvs educativas

nº79março 99

ruim para quem importa equipamentos

bom para quem fabrica

no brasil

MAXIMAXI

Não disponivel

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este s ímbolo l iga você aos serv iços tela viva na internet .

Ô guia tela viva

Ô fichas técnicas de comercia is

Ô edições anter iores da tela viva

Ô legis lação do audiovisual@h t t p : / / w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

Í n d i c e

GENTE Na TEla 4

SCaNNER 8

ENTREVISTa 12

C a p a 16

MERCaDO 22

EDUCaTIVaS 24

MaKING OF 28

pRODUÇÃO 30

TElEVISÃO 36

aUDIOVISUal 40

CINEMa 42

TECNOlOGIa 44

EQUIpaMENTOS 46

FIQUE pOR DENTRO 47

aGENDa 50

Desde o governo Collor, a sucessão de ministros que ocuparam a pasta da Comunicação privilegiou os assuntos das teles e TVs por assinatura, deixando a radiodifusão para trás, com uma legislação totalmente defasada em relação aos avanços tecnológicos. Muita água rolou sob a ponte do broadcast brasileiro desde a aprovação do código de 63. Mas os concessionários foram emendando e adaptando aqui e ali, dentro de seus interesses, as leis do setor, para atabalhoadamente dar prosseguimento ao desenvolvimento do principal meio de comunicação do País. As teles se modernizaram e foram privatizadas. Criou-se a Anatel através da Lei Geral de Telecomunicações. Os broadcasters brasileiros, protegidos constitucionalmente pela legislação do segmento, sempre relutaram em perder sua subordinação direta ao Ministério das Comunicações, que nunca teve infra-estrutura suficiente (ou até mesmo vontade) para fiscalizar instalações - clandestinas ou não - e verificar se o conteúdo da programação atende aos requisitos pré-estalebecidos nas outorgas e permissões. Acomodados em sua privilegiada situação e sob a alegação de que “não se mexe em time que está ganhando”, os donos das concessões de rádio e TV pretenderam que tudo ficasse como sempre esteve, mas deram a chance para que as coisas até piorassem. Pimenta da Veiga, pela primeira vez em anos, dá sinais de que pretende tirar a poeira da radiodifusão. Seja para não perder o poder político conquistado após um ostracismo de quatro anos ou por realmente perceber que o broadcast tinha de ser a bola da vez no quase extinto Minicom, o fato é que ás vésperas da implantação da TV digital no Brasil está mais do que na hora de se mexer nas atuais normas, que mal e mal prevêem a formações de redes através do satélite. O maior perigo do braço-de-ferro entre a Anatel e o Minicom pela donataria dos meios abertos de comunicação é deixar que irresponsáveis barganhas políticas se sobreponham às necessidades da sociedade. O que se previa era que a Anatel cuidasse do assunto. Mas, seja qual for o órgão incumbido pelo cumprimento das leis, o mais importante é que ele tenha meios de botar ordem na casa, pois como bem lembrou Pimenta da Veiga em entrevista exclusiva à revista Tela Viva, “através da comunicação de massas é possível fazer a guerra ou a paz”. Todo cuidado é, realmente, muito pouco para se elaborar a Lei de Comunicação Eletrônica de Massa. Olhos abertos!

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e d i t o r i a l

PimentadaVeiga

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seguros

noVasededaglobosÃoPaulo

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ÁudioParadtV

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A Quantel, fabricante dos equipamentos Edit Box e Henry, tem um novo diretor internacional de marketing. Contratado em fevereiro, Nigel Turner vem da Vice-Presidência de Marketing para a Europa da Apple Computer. Com 40 anos, Turner já passou por outras empresas ligadas à área de eletrônicos e informática antes da Apple.

O profissional se diz bastante empolgado com a idéia de participar do desenvolvimento da empresa enquanto a tecnologia se encaminha para a TV digital e de alta definição.

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g e n t e n a t e l a

E M O Ç Ã O I N T E G R a Ç Ã O

C R I S E = O p O R T U N I D a D E

D a E U R O p a p a R a O M U N D O

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Há dez anos, isto é, desde que Interlagos voltou a ser o palco do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, a Rede Globo realiza um dos eventos institucionais mais badalados para o mercado. A gerente de eventos e relações públicas, Marisa Motta, e a assistente executiva do Departamento de Eventos e Relações Públicas, Denise Monteiro, se desdobram para criar e inovar a cada ano a estrutura que abriga os 1,25 mil convidados da Tribuna Vip no domingo da corrida. “O grande charme é o encontro dos profissionais num ambiente totalmente descontraído, inclusive andando nos ônibus entre o estacionamento e o autódromo”, diz Denise.

Marisa e Denise contam com o apoio de diversas áreas e departamentos da Globo para montar toda a infra-estrutura - construção da tribuna, transporte, alimentação, recepção e segurança - desfrutada, muitas vezes, inconscientemente pelos convidados. “Levamos a sério a palavra vip”, afirma Marisa. As duas tratam o evento como um verdadeiro filho. Porém, a emoção maior é no final, quando percebem o sorriso satisfeito daqueles que deixam Interlagos já pensando e esperando ser convidados para o GP do ano seguinte.

O engenheiro arthur Mendes Vilella acaba de deixar o Rio de Janeiro e se mudar para São Paulo. O novo gerente de engenharia de afiliadas e expansão está trazendo o know-how e a retarguarda da Central Globo de Engenharia para uma maior integração com a CGAE (Central Globo de Afiliadas e Expansão) no que diz respeito às áreas técnicas de instalação, projetos e transmissão. O trabalho de Vilella - na Divisão de Planejamento, Projetos e Expansão da CGAE, comandada por luís Carlos Navarro - visa uma maior uniformidade entre as afiliadas e a cabeça-de-rede, respeitando, sempre, as características regionais das emissoras que compõem a rede.

a B R I N D O C a M I N H OUma nova produtora está estreando no mercado em março. A Broadcast Digital Group é uma iniciativa dos produtores musicais José Homero Bettio e adalberto Molina Dona, além do montador de áudio Jesus alberto Garcia Fernandez e do atendimento Nestor Ribeiro Filho.

Antônio G. Taques dos Santos, Alberto Duran, Denise Gonçalves, Graça Motta e Lina Chamie são os diretores de cena contratados pela produtora. A grande novidade é a presença da fotógrafa premiada Vânia Toledo, que estréia na direção de comerciais. Entre os free lancers, a produtora está anunciando a diretora de fotografia Kátia Coelho, o diretor de arte e cenógrafo José Artur e o coordenador de produção Flavio Gayjutz Machado. O atendimento e a área de marketing estão por conta da dupla Annabella Andrade e Luiz Ricci.

Com novo nome, novos equipamentos e todo o ânimo possível. É assim que a produtora Filmcenter, de Curitiba (anteriormente chamada de Audisom) pretende encarar a crise vivida pelo País, no ano em que completa 25 anos. Rodi e Reinaldo Camargo, donos da produtora, comemoraram o aniversário da empresa com bolo, champagne e queima de fogos. Com um investimento de US$ 350 mil, também estão oferecendo ao mercado uma estação Silicon Graphics/Octane, com software Jaleo 2.8 para edição e finalização digital D1 não-linear, sem compressão.

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ção

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Os funcionários da Discreet Logic e da Exec Technology (distribuidora exclusiva dos produtos Discreet) estão trabalhando em conjunto para especializar técnicos na utilização do Flint, Flame e Smoke. Os diretores da Exec - Hamilton Costa e ayrton Stella - e o especialista em aplicações da Discreet, Francisco lima, estão promovendo, a partir deste mês, cursos para profissionais da área interessados na tecnologia de composição, efeitos

especiais e edição não-linear no centro de treinamento da nova sede da distribuidora.

T E L A V I V A M A R Ç O D E 1 9 9 9�

g e n t e n a t e l a

Os irmãos Fabiano e Caio Gullane estão encarando o maior desafio de suas carreiras como diretores de produção. Depois de resultados bem sucedidos como os longas “Ação entre amigos”, “Dois córregos” e “Kenoma”, a dupla está se preparando para filmar a versão cinematográfica do “Castelo Rá-Tim-Bum”, que é dirigido por Cao Hamburguer e faz parte da carteira da A.F. Cinema e Video. Só na preparação, foram três meses de trabalho. Mais três para a pré-produção, que ocupou cerca de 150 marceneiros, cenógrafos, pintores, aderecistas e outros profissionais na construção dos cenários. Pela frente, mais três meses de filmagem. Mas o que o filme traz a mais do que a série da Cultura? Fabiano compara: “É mais ou menos a diferença entre o seriado do Batman e os filmes do Batman no cinema”.

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D U p l a D I N Â M I C aC O M p a N H E I R I S M O

As turbulências do mercado financeiro neste início de ano levaram o produtor e jornalista Ricardo Carvalho a fazer um enxugamento total na estrutura da sua Argumento Produções. Mantendo a sede no bairro do Itaim Bibi, que afinal foi contemplada no ano passado com o ISO 14.000 - que certifica sua preocupação ecológica -, Carvalho dispensou a quase totalidade de seus funcionários, que passam a ser free lancers, trabalhando por job.

Paralelamente, abre um escritório em Brasília, deslocando alguns de seus equipamentos para atender clientes como Sebrae, Ministério do Meio Ambiente e Embratur. A diretora Mônica Monteiro será a responsável pela nova sede.

S E M J O G a R a T O a l H a

A relações públicas da TV Bahia, Mônica Franco, foi uma das poucas pessoas da afiliada da Rede Globo que pôde sair atrás dos trios elétricos, enquanto os colegas cuidavam da cobertura do carnaval em Salvador. Ela ganhou o merecido prêmio por ter perdido algumas noites de sono em janeiro para cuidar da divulgação do Festival de Verão, evento promovido durante cinco dias e que reuniu 25 bandas de axé music, com participações de Cidade Negra, Jota Quest entre outros. A Globo dividiu o festival em cinco partes que estão sendo exibidas nas tardes de sábado.

N a F O l I a

Depois de 11 anos na RBS e dois na Casablanca, a única mulher colorista da América Latina, Magda palma, juntou-se à equipe da Tape House com o ex-colega alex Yochinaha. Rick pagliarioli, da Tape House NY, veio ao Brasil para treinar a equipe no telecine Rank Cintel. “Esse telecine foi usado em Nova York no filme ‘Central do Brasil’”, anima-se Pagliarioli.

D U p l a D O T E l E C I N E

Após uma temporada fora do Brasil para conhecer e aprender sobre outros mercados, o diretor e produtor de TV Flavio Fernandes volta à terra natal em busca de novos desafios. No momento o produtor está reunindo referências, informações e equipe para desenvolver o piloto de um programa para TV falando do universo da Internet e games, além de ajustar custos à nova realidade econômica. Flavio acredita na franca recuperação da economia e está confiante na participação de empresas, já contatadas, para tocar esta empreitada e arregaçando as mangas para o que der e vier.

C O N F I a N Ç a

Toni l. Rodrigues, gerente de eventos institucionais da Rede Globo, está começando os preparativos para o 21º Profissionais do Ano. Este ano os kits para as inscrições serão acompanhados por uma fita com a retrospectiva dos vencedores da Categoria Nacional ao longo dos 20 anos de existência do prêmio. As inscrições poderão ser feitas a partir de abril. Por enquanto a novidade fica por conta da reunião do júri na cidade de São Paulo. Tradicionalmente os incumbidos da seleção dos comerciais finalistas se encontravam no Rio de Janeiro, no mês de maio.

a Q U E C I M E N T O

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s c a n n e r

O S G a N H O S D a a V I D E M 9 8A avid está comemorando o crescimento de sua receita após a aquisição da Softimage, ocorrida no segundo semestre do ano passado. Do terceiro para o quarto trimestre de 98, a empresa registrou crescimento de 15% em seu faturamento. Os valores comparativos de 1997 para 1998 acusaram aumento de cerca de 2,5% nas receitas da Avid. Segundo William J. Miller, diretor-presidente da empresa, o incremento é fruto da repercussão positiva dos novos produtos da Avid, especialmente nos mercados norte-americano e europeu, tanto na área de vídeo e recursos de computação gráfica como em áudio.

Além da compra da Softimage, que permitiu o lançamento da estação Softimage/DS 2.1, o ano de 98 também marcou o estreitamento de relações entre a Avid e a Tektronix. De olho na conversão das emissoras de TV analógicas para os sistemas digitais, as duas empresas se aproximaram com o intuito de criar soluções integradas em broadcasting.

Com a apresentação do balanço, em fevereiro, a Avid também lançou uma nova versão do seu Softimage/3D, o sistema de animação, modelagem e renderização da empresa. A versão 3.8 SP1, segundo o fabricante, apresenta melhorias na funcionalidade e no fluxo de trabalho do sistema, além de estar sendo lançada com um desconto de fábrica. Coisa que os brasileiros talvez não aproveitem, por enquanto, em função da crise do dólar.

E X p O R T a Ç Õ E S B R a S I l E I R a SEm janeiro, a Rede Globo montou uma estande na Natpe, em New Orleans, e desfrutou da confortável situação de exportador na feira de programação, vendendo suas produções. De acordo com o diretor de vendas internacionais, Orlando Marques, a minissérie “Hilda furacão” foi negociada com a Venezuela, Peru, Equador e Honduras. A novela “Torre de Babel” foi vendida para a Rússia e o seriado “Mulher” está indo para Equador e Portugal. Marques destaca ainda o interesse do leste europeu, além da América Latina, pelas produções da Globo, com destaque para as negociações avançadas com a Polônia. O SBT também celebra as vendas durante a Natpe. “As pupilas do senhor reitor”, “Fascinação” e “Sangue do meu sangue” são algumas das produções vendidas pela emissora. “A aceitação dos nossos produtos foi muito boa, porque a Globo começou a aumentar os preços e nós estamos oferecendo também produtos de qualidade, com artistas conhecidos do público internacional”, diz o diretor artístico, Eduardo Lafon. O SBT deve realizar co-produções em Portugal. “O futuro é esse, a co-produção. Reduz custos e é bem interessante”, afirma Lafon. Durante a feira o canal de Sílvio Santos fechou um contrato no valor de US$ 50 milhões, comprando da Warner um pacote que inclui filmes, seriados e desenhos animados.

M E G a p R O D U Ç Ã OA cada novo comercial dos cigarros Hollywood, da Souza Cruz, a DpZ surpreende pela paisagem e pela exuberância da produção. O mais recente, que deve ser levado ao ar em abril, percorre as mais diversas paisagens dos Estados Unidos. A exemplo do anterior, rodado na Antártida, o filme tem produção da Zohar Cinema, em parceria com a norte-americana HSI. O filme é apontado como uma das produções mais caras da história da publicidade brasileira.

Além do comercial em si, a produção mereceu um programa no estilo making of, de 25 minutos. Coordenado e narrado pelo RTV Marcelo Machado, o programa deve ser exibido na TV, mas ainda não há mídia confirmada. Quem assina o produto final é a Zebra Filmes.

N O V I D a D E S A Intergraph, fabricante de equipamentos de animação e edição digital, lançou no Festival de Sundance uma nova estação de trabalho baseada em Windows NT, com processador de 450 MHz. A estação permite a criação de efeitos especiais, GC, captura de movimentos, bibliotecas de seqüências animadas e automação de seqüências, cortes e edição. Por ser montado em um PC, o equipamento tem preços mais acessíveis. No Brasil, a Sisgraph, representante oficial da Intergraph, já está oferecendo a versão, chamada TDZ2000 GX1 ViZual.

F O l I a N a R E D EMais de 150 mil pessoas acompanharam o carnaval de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador pela tela do computador. O projeto de transmissão de TV em tempo real na Internet foi desenvolvido pela TV Globo, GloboOn e Rádio Globo. A tecnologia é da RealNetworks, empresa líder em transmissão de áudio e vídeo pela net. O software RealSystem G2 tem hoje mais de 50 milhões de usuários registrados no mundo.

D I S T R I B U I Ç Ã O G a R a N T I D aSerá pelas mãos da distribuidora lumiére que o mundo conhecerá as imagens de “Ação entre amigos”, longa-metragem de Beto Brant. Bem sucedido em vários festivais pelo mundo, o filme despertou a atenção da distribuidora, que vai levá-lo para os cinco continentes.

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s c a n n e r

R E G I O N a l I Z a Ç Ã O N a T E l I N H aA TV Modelo, afiliada da Rede Globo em Bauru, a 350 km de São Paulo, está investindo na regionalização de sua programação. Em fevereiro, lançou o programa “Terra da gente”, em parceria com a EPTV, que tem três emissoras no interior paulista e outra no sul de Minas, com pautas sobre natureza, tanto do interior de São Paulo como de outras regiões do Brasil. O programa conta com a participação das demais afiliadas da Globo no interior, com exceção da TV Tribuna, de Santos.

A cobertura do Carnaval’99 também levou em conta que a comunidade prefere ver sua própria cara na telinha. A TV Modelo colocou cerca de 50 profissionais na rua, para cobrir não só o carnaval de rua das cidades da região do Oeste Paulista, como os bailes, matinês e manifestações populares nos bairros. A cobertura carnavalesca contou com a transmissão dos desfiles de escola de samba de Marília, com o uso de quatro câmeras, sendo uma operada por controle remoto, a “câmera-robô”.

A TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e Vale do Ribeira, ampliou o tempo da 1ª edição do “Jornal da Tribuna”, seu informativo vespertino, para 50 minutos, desde 1º de março. Visando privilegiar o jornalismo local, a emissora vai colocar no ar reportagens mais longas e também criou novas seções para o jornal, exibido a partir

do meio-dia. Com a medida, saem do ar o programa “Os trapalhões” e o “Globo esporte”. As matérias esportivas serão incorporadas pelo “Jornal da Tribuna”. Na pauta, entram agora reportagens sobre educação, já que o jornal é bastante assistido por crianças e jovens.

A busca de afinidades com seu público local também faz com que a TV Tribuna ofereça um espaço para a prestação de serviços, o “Tribuna serviço”. Realizado por uma parceria entre os departamentos de Marketing e Programação da emissora e a Black Maria produções, o projeto inclui inserções de mensagens durante a programação, com o apoio de patrocinadores. Este ano, a TV Tribuna apresentou 27 temas às agências e anunciantes da região, sendo que oito já haviam sido comercializados antes mesmo da apresentação oficial do plano.

A EpTV está comemorando em 99 seus 20 anos de atividade. Duas ações comemorativas já foram lançadas. A primeira é o livro que conta a história da empresa, mostrando, em 175 páginas, os fatos marcantes das regiões e as parcerias com o interior, já que a EPTV tem sedes em Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Varginha. A outra novidade é a renovação da logomarca da emissora que, segundo a gerente de marketing da empresa, Cristina Aguiar, acompanha o crescimento do mercado.

I D E N T I D a D E D I F E R E N C I a D aA Rede Bandeirantes de Televisão formou com a Columbia TriStar (dona dos canais pagos Sony e TeleUno) a Interativa produções ltda., produtora para a realização de seriados brasileiros no estilo das sitcoms americanas. As primeiras são “Até que a morte nos separe” e “Santo de casa... faz milagre”, ambas baseadas em originais norte-americanos da própria Columbia. Na direção, um nome do teatro, outro do cinema. O cineasta Walter Lima Jr. (de “A ostra e o vento”) dirige “Santo de casa...”, e o dramaturgo e diretor teatral Naum Alves de Souza está à frente de “Até que a morte...”.

A estréia dos dois seriados deve ser em maio. As gravações acontecem num estúdio de 1,2 mil m2 do pólo de Cinema e Vídeo do Rio de Janeiro, consórcio presidido por Claudio Petraglia, que também é o diretor geral da Band no Rio. Segundo João Carlos Saad, vice-presidente da Band, o Rio foi escolhido por conta dos custos mais baixos do que os de São Paulo, e o gênero de seriado, pela falta de produto. “No Brasil, aumentam os meios de distribuição, mas não os de produção. A escolha veio da necessidade de a Band buscar sua identidade num formato diferenciado”, afirmou Saad.

C a R N a V a l a G I T a D OA TV Bahia fez valer o peso do carnaval que comemorou os 450 anos da primeira capital do Brasil, Salvador. A afiliada da Rede Globo colocou um bloco de mais de 200 profissionais na rua. Durante os dias de folia eles estiveram empenhados na produção de matérias e quadros, entradas ao vivo e transmissão dos desfiles de trios elétricos e blocos. Para mostrar toda a agitação do carnaval, que levou mais de dois milhões de foliões às ruas, a emissora espalhou câmeras por toda a cidade.

Só no Campo Grande, o epicentro do carnaval baiano, foram distribuídas sete câmeras, sendo uma grua e outra que corria por um cabo dando toda a panorâmica dos camarotes. Agora, a maior novidade veio dos céus. O helicóptero da TV Bahia, batizado de Bahiacop, propiciou a criação de um quadro de nome bastante sugestivo: “Onde está meu bloco?” Durante os telejornais ou em entradas ao vivo, as imagens áreas davam suporte para indicar onde estava cada trio e bloco que animava o carnaval de Salvador.

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Carlos Eduardo Zanatta

e n t r e V i s t a

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como pimenta Da VeiGa VÊ tV

TELA VIVA: O Projeto da Lei de Comunicação Eletrônica de Massas está pronto no ministério. O senhor considera oportuno o envio do projeto ao Congresso Nacional?

PIMENTA DA VEIgA: Eu acho que uma Lei de Comunicação de Massa é fundamental em nosso país. Ela deve ser eficiente e atual. As sociedades são dirigidas pela comunicação de massa que tiverem. Através da comunicação de massas é possível fazer a guerra ou a paz. Portanto, a lei é um instrumento legal de grande alcance. Temos uma minuta que vem sendo estudada. Há outras contribuições que estão sendo apresentadas, além de trabalhos de terceiros que estou pedindo que me sejam encaminhados para que possamos fazer uma ampla avaliação do assunto.

TV: A Comunicação de Massa será o assunto do Minis tér io das Comunicações.. .

PV : Eu vejo que no futuro, a grande ação do ministério estará ligada a este assunto e por isso eu o valorizo enormemente. Todo momento é propício para discutir um assunto desta magnitude. Quero exaurir os estudos internos e ter o meu próprio convencimento muito nítido sobre o tema. Quando isto ocorrer vamos remeter o projeto ao presidente para que ele encaminhe

ao Congresso Nacional, não sem antes fazer uma discussão da forma mais ampla que pudermos.

TV: Como o senhor anal isa a questão da regional ização da produção de televisão, por exemplo. Há uma previsão const i tuic ional até hoje não regulamentada...

PV: Eu acredito que há alguns produtos desta área que somente podem ser alcançados através de grandes investimentos e estes deverão ser mais centralizados. O Brasil terá de, em pouco tempo, aprofundar uma competição internacional e estes produtos não poderão ser regionalizados. Mas há uma parte da programação que pode ser estimulada para ser produzida regionalmente. Isto terá um grande benefício pela manutenção das características regionais em termos culturais. Por outro lado haverá o desenvolvimento de oportunidades de trabalho distribuídas por todo o país. Será o desenvolvimento da genialidade onde ela estiver. Isso não pode ser privilégio de algumas partes do território nacional. Eu tenho como objetivo fundamental o equilíbrio entre as regiões, a desconcentração e a

O minis tro Pimenta da Veiga,

que além de comunicações cuida

especialmente da art iculação

pol í t ica do governo Fernando

Henrique, recebeu a revis ta

TELA VIVA para uma conversa

sobre os rumos do Minis tér io das

Comunicações em sua gestão.

Depois de sol ic i tar aos técnicos

do Minicom algumas mudanças na

Lei de Comunicação de Massa,

espera ter o projeto pronto para

discut ir com a sociedade a part ir

do mês de abri l , antes de enviá-

lo ao Congresso Nacional. Nas

modif icações propostas, o minis tro

quer que f iquem claros os papéis

do minis tér io e da Anatel para

que não haja nenhuma confusão e

s im uma convergência de esforços.

Para ele, outro ponto vi tal que

deverá ser modif icado é a questão

do controle de qual idade de

programação e acredita que

haverá um bom diálogo com o

Minis tér io da Just iça, que também

está preocupado com o assunto.

descentralização.

TV: O atual regulamento de retransmissão de televisão transforma as retransmissoras mistas da Região Amazônica, as microgeradoras, em “torneiras”, is to é, elas podem inserir publ ic idade local mas não podem gerar programação. Além disso, a ordem de prioridade estabelecida no Decreto 2.593/199� para a obtenção de autorização para execução dos serviços de retransmissão e repet ição inviabi l iza o trabalho dos engenheiros de rede, porque se houver a abertura de l ic i tação para uma daquelas local idades, quem viabi l izou aquele canal não tem nenhuma preferência.. .

PV : Esta é de fato uma questão grave e eu tenho refletido sobre ela. Foram feitos alguns investimentos importantes considerando as regiões pioneiras onde foram feitos estes investimentos. A simples indefinição não atende mesmo que eles possam ser mantidos por algum tempo e ainda que viessem renovações por prazos curtos, isso não é satisfatório porque

não dá estabilidade necessária para que sejam feitos novos investimentos. Eu vou estudar melhor o assunto. E, se a conclusão for neste sentido, descobrir uma fórmula que garanta definitivamente uma situação que tem de ser clara. Se não puder ser uma geração permanente, que se garanta uma geração parcial... que é o pleito deles. Isso deve ser considerado. O pioneiro não pode ser tratado em igualdade de condições com os que chegam mais tarde. Os que abriram o mercado, que enfrentaram as dificuldades iniciais, os que acreditaram naquelas regiões não podem ser igualados aos que vêm com uma situação mais definida e com riscos menores. Espero que possamos ter uma decisão sobre este assunto

TV: O senhor pretende al terar as regras de l ic i tação para a radiodifusão?

PV: Minha opinião sobre o assunto ainda é provisória, porque gostaria de ter uma avaliação melhor. De pronto não me dá boa impressão o sistema vigente. Ele exige no mínimo ajustamentos e aperfeiçoamentos cujos estudos estamos solicitando para que possamos promovê-los. Estes aperfeiçoamentos contemplam

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ao mesmo tempo uma maior agilidade no processo decisório, fazendo com que não fique preso apenas à questão financeira como é em muitos casos hoje. A questão técnica tem levado a um empate, ou seja, a decisão se dá pelo preço e isso não me parece uma solução ideal. Vamos buscar alternativas e agregar algum critério novo que tire a decisão unicamente do critério financeiro.

TV: Uma outra questão séria e recorrente é a ut i l ização das outorgas educat ivas para outras f inal idades, pol í t icas, rel igiosas ou s implesmente comerciais. . .

PV: A idéia da TV educativa é boa e o Brasil precisa melhorar o seu sistema educativo e a televisão representa um instrumento muito eficiente nesta direção. Há países que conseguiram melhorar muito sua situação educacional com base na televisão. O Japão é um bom exemplo disso. No Brasil tem havido distorções. Eu não invalido a experiência da TV educativa, porque, se tem havido distorções, por outro lado temos experiências muito boas no sistema de TV educativa no Brasil. Acho que devem ser feitas algumas alterações porque antes (de se fazer as outorgas) era feita uma avaliação prévia por uma fundação que agora não mais faz isso. O Ministério da Educação ainda não se adaptou para este serviço. Na verdade a avaliação vem sendo feita estritamente pelo Ministério das Comunicações... Não sei se isso é inconveniente e até acho que o próprio Ministério das Comunicações poderia se equipar para fazer toda a análise do caráter educativo das emissoras. Acho que elas têm um papel e precisam cumpri-lo. Os abusos devem ser punidos. E, em alguns casos, com severidade.

TV: Com tudo o que o senhor vem dizendo, f ica claro que para o senhor a radiodifusão deverá permanecer no âmbito do ministério e não passar para a Anatel como pensava o

«A participação do capital estrangeiro na radiodifusão seria possível dentro de limites, inclusive para evitar a esclerose tecnológica da televisão brasileira»

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ministro Sérgio Motta.PV: Eu acho que o papel fundamental do ministério é nesta área. Precisamos definir bem qual é o objetivo principal do ministério e não deve haver áreas de sombra com a Anatel. A agência tem uma enorme importância e tem agido de forma muito cooperativa com o ministério e é preciso que fique clara a competência do ministério que, acredito, será crescente neste setor.

TV: Mesmo levando em consideração a convergência das tecnologias, os canais múlt iplos permit idos pela digi tal ização...

PV : Sim, eu acredito que sim.

TV: Como é que o senhor veria a possibil idade de participação do capital estrangeiro na radiodifusão?

PV : Existe muita expectativa em torno disso. Estão tramitando alguns projetos a este respeito, e eu pressinto que o Congresso deverá tomar uma decisão este ano. Acho que uma participação limitada do capital estrangeiro pode ser positiva para o sistema brasileiro. A dificuldade é definir os limites desta participação e os controles sobre ela, mas não me parece uma coisa despropositada ter esta participação não apenas pelos recursos financeiros que poderiam aportar, mas também tecnologia, o que é importante. A televisão brasileira tem um bom nível mas não deve permitir qualquer tipo de esclerose. A presença de capital estrangeiro pode ser este ingre-diente para manter sempre em bom nível a televisão.

TV: E a Rede Manchete? Como está a s i tuação?

PV: Sobre a Rede Manchete algumas coi-sas precisam ficar claras. Está em vigência

um prazo (até 18 de maio) concedido a ela para que apresente a documentação que permita a renova-ção de suas concessões. Se a rede apresentar os documentos e cumprir os requisitos da lei, evi-dentemente que suas concessões serão renovadas. Se ela apresentar dificuldades e propuser alguma associação empresari-al ou uma transferência de controle para um grupo que tenha competência técnica

e financeira, o ministério haverá de aval-iar esta hipótese. Se atender aos requisi-tos legais nós vamos concordar com ela. Estamos aguardando as decisões e elas não deverão ser tomadas na véspera do vencimento do prazo concedido.

TV: O senhor reluta em cassar a Rede Manchete!

PV : Não. Eu não reluto. Farei o que a lei determina. Evidentemente que se puder ser evitada a cassação, pelo cumprimento da lei, será uma decisão mais agradável.

TV: A si tuação dos funcionários da Manchete é dramática...

PV: Uma das razões que me levam a torcer para que haja uma solução de continuidade é a situação do pessoal. Evidentemente que se houver cassação todos perderão seus empregos e a reto-mada desta rede levará muito tempo até que sejam feitas as licitações.

TV: O governo é muito cr iat ivo em outras s i tuações. A existência do Proer, que socorre inst i tu ições f inanceiras, por exemplo, é uma...

PV: Eu tenho dois limites aqui. Os limites da lei e o não uso de recursos públicos. A solução da Manchete não deve passar por nenhum destes caminhos.

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E N T R E V I S T A

«Produção regional é importante e deverá ser implementada, mas a produção nacional, de produtos

que possam competir no exterior, também é essencial».

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em janeiro foram 25% superiores ao mesmo mês de 98. Para fevereiro, já sob maior impacto do dólar em alta, previa-se um fechamento mais modesto. De qualquer forma a crença é num ano promissor. A expectativa é de crescimento na faixa dos 50%. “Nossa projeção não foi refeita porque prescinde da situação atual, já que devemos ter um incremento nas exportações que hoje respondem por cerca de 35% do faturamento”, afirma Carlos Fructuoso, diretor de marketing da Linear. A empresa há tempos já trava negócios com broadcasters da América Latina, mas agora o salto pode ser maior pois se prepara para entrar no mercado norte-americano que já iniciou a era da TV digital. “Com o dólar alto nossos preços se tornam bastante atraentes para eles”, avalia Fructuoso. E para o mercado interno a empresa também ganhou competitividade. “Em muitos casos é até 30% mais barato comprar tecnologia digital em relação a analógica. Tudo porque são menores os custos de manufatura de equipamentos digitais”, finaliza.A Telavo também acredita estar apenas tangenciando a crise. Não que esta indústria de transmissores de média e alta potência tenha desenvolvido tecnologia nacional. A tábua da salvação veio por meio de um acordo. Em junho do ano passado a Telavo associou-se à empresa

BEto Costa

A crise cambial, como era de se esperar, está atrapalhando um pouco o mercado de fornecedores de equipamentos para broadcasting. Alguns contratos que estavam em fase de fechamento foram postergados, embora pouquíssimos tenham sido cancelados. Ficou tudo congelado, mas pode se dizer que persiste até um relativo otimismo. Por enquanto é só relativo porque está baseado em projeções. E a maioria delas aposta na ampliação do faturamento neste ano. Historicamente os três primeiros meses do ano são marcados por poucos negócios. Neste período, os broadcasters ficam ariscos. Apenas sondam. Só compram para valer

A a l ta do dó la r deve bene f i c i a r a i ndús t r i a nac iona l de equ ipamen to s pa ra b roadcas t i ng , p r i n c ipa lmen te aque la que t em t ecno log ia to ta lmen te de senvo l v ida aqu i . Já o s r ep re sen tan te s dos g randes fab r i can te s i n t e rnac iona i s e spe ram compensa r a e l evação dos p reços com o ba ra teamen to de a lguns equ ipamen to s .

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c a P a

depois de conhecerem as novidades da NAB, que tradicionalmente ocorre em abril. Como os fornecedores acreditavam que a alta do dólar era inevitável, se veio em meio à sazonalidade, melhor ainda. “Se no ano passado me perguntassem qual é o mês mais propício para a alta do dólar eu responderia: janeiro, fevereiro”, afirma Miguel Carminate, diretor de operações da Crosspoint.Mas qual o motivo para tanto otimismo? A resposta com sorriso largo vem da indústria nacional que investiu no desenvolvimento de tecnologia própria e pode colher bons frutos na nova ordem cambial.

compe t i t i v i dade

A Linear passou os últimos dois anos debruçada na prancheta e pode ter acertado na mosca. Desmontou toda a produção de equipamentos analógicos na fábrica montada há 22 anos no interior de Minas Gerais e no início de 99 lançou sua linha digital de transmissores de baixa potência e receptores de satélite. Gastou mais de US$ 2 milhões para colocar no mercado transmissores com telessupervisão. Uma solução que permite ao diretor técnico monitorar vários parâmetros à distância. Além de ser compatível com modulador analógico ou digital. A perspectiva é de que o retorno venha em três anos, mas de imediato já colheu boa resposta. As vendas

a CRISE COM BONS OlHOS

italiana ABS Aquila Broadcasting. Da sociedade surgiu a RF Tecnologia. A nova empresa é mezzo capital brasileiro, mezzo italiano e os equipamentos serão finalizados na fábrica localizada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A grande vantagem é que o investimento da ABS chega na forma de componentes. “Nós não precisamos mais importar. As peças enviadas para o Brasil chegam como investimento em espécie. A sociedade estabelece que o capital de investimentos pode ser na forma de estoque. Como nós não dependemos mais de insumos importados, a tendência é que nossos preços sejam 25% a 30% mais baratos em comparação ao transmissor de alta potência importado”, afirma Jackson Sosa, sócio-diretor da Telavo. O efeito da alta do dólar faz diminuir o ritmo de implantação do novo projeto da Telavo, mas é fato que o ajuste cambial combinado à reestruturação da empresa pode fazê-la alçar vôos mais altos. A produção vai estar a todo vapor na metade do ano, quando cerca de 65 transmissores de alta potência serão produzidos mensalmente. Parte deles destina-se ao mercado latino-americano. “Hoje, as exportações respondem por 10% do nosso faturamento. Até o final de 99 deve chegar a 30%”, estima Sosa.

aumen to s i gn i f i c a t i vo

A Floripa Tecnologia, baseada em Santa Catarina, pertence à novíssima geração. Consumiu os últimos três anos às voltas com projetos e atualmente não pode dizer que as coisas andam mal. Possui uma versão amadurecida de um sistema digital de exibição de comerciais que já tem 60 máquinas instaladas pelo Brasil. “Nossa tecnologia acaba, por exemplo, com todos os problemas inerentes à fita, como o drop out. Você armazena tudo e descarrega no HD. O nosso modelo básico com capacidade de armazenar até uma hora, CPU em torre

e HD de nove gigabytes, custa US$ 13 mil, não tem similar importado e dispensa investimento em players”, explica Robert Noebauer, sócio da Floripa. O maior problema da Floripa hoje é reduzir os custos de produção do hardware, já que 90% dos componentes são importados. Mesmo assim o preço é compatível com os similares importados. Agora, o ponto forte da empresa é o software, totalmente nacional. “Nós estamos trabalhando para ter os softwares em versões internacionais. Intensificando as exportações nós esperamos dobrar o faturamento”, projeta Noebauer. Mesmo a indústria nacional que não tem produtos totalmente made in Brazil também espera ganhar mais espaço no mercado interno às custas de preços mais competitivos. A carioca R. F. Plante depende da importação de peças para finalizar produtos como transmissores de alta e baixa potência, receptores de satélite, moduladores e conversores de torre. Pressionada pela alta do dólar teve de reajustar os preços na faixa de 10 a 15%. Mesmo assim ainda oferece melhor preço frente aos importados. “Um transmissor de alta potência importado é 10% mais caro”, afirma Cláudia Costa, gerente comercial da R. F. Plante. O faturamento da empresa no ano passado, só na área de broadcasting, bateu próximo aos US$ 2 milhões. As previsões para 99, antes da banda cambial ser implodida, estimavam crescimento de 100%. Contas refeitas, projetou-se um novo índice, 50%. O que não deixa de ser bastante significativo. A desvalorização do real estimula a indústria nacional. Porém, é

inverossímel pensar que um novo parque de fornecedores de broadcasting seja criado da noite para o dia. A estimativa é de que até o final da década de 80, existiam no Brasil, 78 fábricas de equipamentos para broadcasting.

Hoje, são pouco mais de 20 . A implantação demanda tempo e pesados investimentos, principalmente para criar tecnologia. Só que nada impede que algumas empresas da área de telecomunicações intensifiquem o foco no segmento de broadcasting. A Brasil Sat Harald está mais voltada para a tecnologia fixa e celular. Apenas 10% dos negócios da empresa curitibana estão relacionados à produção de torres de antenas e uplinks. A idéia agora é justamente aproveitar a onda e crescer na área de broadcasting, a reboque de um preço médio até 30% menor do que o importado, mesmo dependendo de alguns insumos que são cotados em dólar, como o latão e o zinco. Estão nos planos até mesmo atravessar fronteiras e atender a broadcasters da América do Sul. “As novas concessões que devem ser outorgadas também devem aquecer o mercado interno”, espera José Roberto Contrucci, diretor comercial da Brasil Sat, que projeta um faturamento duas vezes maior para este ano na área de broadcasting. Apesar da aposta em bons negócios, todas as previsões levam em conta que o dólar mais cedo ou mais tarde terá de se acomodar num patamar e que a inflação não ganhe corpo rapidamente. “Nós estamos otimistas, mas os nossos preços têm validade de 90 dias. Conseguimos enxergar o cenário no máximo daqui a três meses”, sentencia Contrucci.

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a desvalorização do real estimula a indústria nacional.

Mas, é inverossímel pensar que um novo parque

de fornecedores seja criado a curto prazo.

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C A P A

Entre os representantes brasileiros dos grandes fornecedores mundiais de equipamento a ordem é apontar a bússola para a NAB e seguir em frente. “A alta do dólar reprimiu ainda mais a demanda no início do ano. A expectativa é que o nível de negócios deve voltar a crescer pré e pós-NAB com uma força ainda maior que no ano passado”, avalia Miguel Carminate, diretor de operações da Croisspoint. A empresa, que tem sete revendas espalhadas pelo País e no ano passado teve 82% do faturamento oriundo das vendas dos produtos da linha Avid e Pinnacle, está se reestruturando para crescer depois que a poeira assentar. Depois de dois anos vai reabrir o escritório em São Paulo. Uma decisão que foi tomada no ano passado, cuja realização a crise cambial não adiou. O combustível de projeções tão otimistas é a crença de que o mercado de tecnologia não vai parar. Mas como acreditar em crescimento de até 30% neste ano se os produtos

COMpaSSO DE ESpERa

alídermundialdomercadobroadcastingnãofazecoaosconcorrentes.asonynãoesperaqueoanode99sejatãopromissor.enãoacreditaemcrescimento.otermômetroparatantoseriamassondagensquenormalmenteacontecemnestaépocadoano.“asconversaspré-nabcomosclientesestãomuitoconservadoras.nósesperamosquedanofaturamentodesteanonaordemde20%a30%emrelaçãoa98”,afirmaluizPadilha,diretorbroadcastingdasony/brasil.masPadilhafazumaressalvaquedámelhoradimensãodoquesignificaa“quedadefaturamento”.“nosúltimosdoisanosnóstivemosdesempenhoexcepcional”,afirmasemdarosnúmeroseexplicandoqueoanofiscaldaempresaterminaemmarço.odiretordasonynãoacreditaemfatorescompensatórioscomoobarateamentodetecnologiaenovosnichosdemercado.“oseconomistasandamdizendoqueoPibnãodevecresceresteano.nósacompanhamosestalógica”,raciocina.eletambémressaltaquetudonesteanodependebasicamentedacapacidadedosbroadcastersassimilaremosaltocambialdoiníciodoano.eisto,sóotempodirá.asonycomeçouaestudaralternativasparaatrairclientes.Porenquanto,sóesboços,nadadefinido.Quemsabealgumasurpresaàsvésperasdanab.

ESpERaNDO a NaB

são importados e já estão 40% mais caros? Boa parte desta tese está fundamentada na existência de fatores compensatórios. Ou seja, novas maneiras de atrair investimentos dos broadcasters. E a senha é: novos produtos para o mercados já conhecidos e linhas mais baratas para novos nichos, como universidades e empresas de mídia digital. “No final do ano passado, nós chutamos que os negócios em 99 não seriam com as grandes empresas, mas com as butiques editoriais e geradoras de conteúdo para TV aberta e também cabo. Hoje em dia, por exemplo, a Júlio Xavier, O2 e 5.6, já fazem algumas finalizações. Antes era tudo com a Casablanca”, conta Guilherme Ramalho da Silva, diretor executivo da Croisspoint, apontando os novos caminhos. A Croisspoint está numa situação privilegiada porque também tem alguns tubos de oxigênio para queimar. A base instalada de

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Avids no Brasil passa de 400. Só em assistência técnica e venda de acessórios dá para suportar períodos mais críticos.

de sa f i o s

A Simtek, representante exclusivo da Panasonic no Brasil, também amarga um início de ano de poucos negó-cios concluídos. Mas a perspectiva é fechar 99 dobrando o faturamento em relação ao ano passado. O principal fator para que a proeza se realize é a entrada firme no mercado brasileiro da tecnologia DVCPRO. “Nos EUA, 80% dos broadcasters estão usando”, conta o proprietário da Simtek, Manoel Simões. Duas emissoras da Bandeirantes (Rio de Janeiro e Presidente Prudente) e a TV Verdes Mares, afiliada Globo em Fortaleza (CE), são algumas das que já aderiram ao DVCPRO por aqui. O barateamen-to de preço desta linha de produtos também pode favorecer. “Com US$ 20 mil dá para comprar dois VTs e uma câmera com qualidade digital broad-casting. Há dois anos, só a câmera custava US$ 20 mil”, compara Simões. Um dos maiores desafios para os representantes neste período de nova ordem cambial é fazer a indústria estrangeira entender o que se passa por aqui, sensibilizá-los do problema, permitindo maior jogo de cintura com

clientes agora orçados em moeda norte-americana. Com preços vari-ando ao sabor da câmbio do dia, a alterna-tiva está em planos de financiamento mais flexíveis. “Mas ainda não chegamos ao ponto de conseguir fechar finan-ciamentos com a cota-ção do dólar fixada”, escla-rece Antonio Leonel da Luz, gerente de marketing e vendas da Videodata. O carro chefe da empresa é a linha Tektronix. Daí que o oráculo do momento é “preço não é tudo”. “Qualidade e confiabilidade são impor-tantes. Quando o broadcaster tem de comprar, ele tem que comprar. Não dá para adiar”, completa da Luz. Para atrair clientes aterrorizados com preços dolarizados valem até algumas regras simples, como tratar cada produto de forma dife-renciada, aproveitando a oportuni-dade para desovar estoques. Esta tem sido a política de preços da

Video Systems que trabalha com câmeras Hitachi e sistemas de

edição não-lin-ear da Accom. “Nós temos grande estoque de fitas Maxell que foram importados quando o dólar estava a R$ 1,20. Nós estamos segurando este preço. O mesmo vale para os moni-tores da Barco. Agora, um equipamento

de alta tecnologia, com configura-ção especial, aí não tem jeito, tem de ser de acordo com a cotação do dia”, afirma o diretor da Video Systems, Kazuyuki Tserumaki.O cenário até a NAB parece ser este. Negócios no acostamento, aguardando a hora. De qualquer forma, a maioria acredita que a roda do dinheiro, agora mais dolarizada do que nunca, vai voltar a girar. As empresas que conseguirem ter olhos para enx-ergar o lado bom da crise, pro-vavelmente conseguirão virar o jogo ainda neste ano.

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Um dos maiores desafios para os representantes

neste período de nova ordem cambial é fazer a indústria

estrangeira entender o que se passa

por aqui.

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Edylita FalgEtano

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m e r c a d o

Do brasil para o mundo

A Divisão de Vendas Internacionais (DVI) da Rede Globo fechou 98 com um faturamento recorde: US$ 30 milhões. Os produtos de teledramaturgia produ-zidos na casa representaram 90% dos negócios concretizados no ano passado. Mas a comercialização de documentários, programas jornalísticos ou simplesmente a venda de matérias sobre o cotidiano brasileiro prometem aquecer ainda mais as vendas para este ano. A recente cria-ção da agência internacional de notícias - Globo TV News Agency - vai colocar no mercado externo o material jornalístico das 107 emissoras (próprias e afiliadas) que compõem a rede.As vendas internacionais de nove-las e minisséries e a viabilização da GloboNews deram o start para a nova empreitada, que além de conseguir aumentar o faturamento utilizando produtos antes gerados só para difusão interna, busca aumentar a visibilidade internacional da Globo. “Nosso primeiro objetivo é a expansão internacional da marca Globo e do seu produto jornalísti-co, cuja qualidade não deve nada à de nenhum outro país”, afirma Orlando Marques, diretor da DVI.Esta visão mercadológica do material jornalístico - renda extra sem custo extra - une o útil ao agradável num momento

A Rede globo abre mais um mercado para colocar seus produtos. Através da globo TV News Agency, o material jornal ís t ico gerado para consumo interno pode chegar às tel inhas do mundo todo.

em que o Brasil deixa de ser só o país das tragédias ecológicas, do futebol e do carnaval aos olhos externos. Em função da crise econômica brasileira a procura por imagens e matérias aumentou muito, comprovando esta tendência. O encarregado da missão de sistemati-zar e potencializar a venda de news, Roberto Lestinge, está estruturando a agência de acordo com as neces-sidades do mercado externo. “Estamos criando um sistema de 1º mundo e implementando a mentalidade de jornalismo no atendimento, ou seja, tudo tem de ser muito rápido e ágil”, informa o gerente geral da Globo TV News Agency.

n í ve l g l oba l

Além de vendas no varejo, existe a previsão de firmar contrato com emis-soras estrangeiras criando canais per-manentes de escoamento de material jornalístico diário. A tabela de preços para as notícias do dia-a-dia segue os padrões internacionais. Também está sendo preparada uma tabela para docu-mentários que leva em consideração os fatores determinantes dos preços de produtos para televisão (tamanho do mercado publicitário, tamanho e abrangência da emissora que compra o produto, horário de exibição, tamanho da audiência etc.).Essa potencialização da utilização do material de jornalismo em nível global faz das emissoras afiliadas verdadeiras empresas produtoras não só de notí-cias, pois com essa exposição interna-cional elas têm agora um canal para escoar documentários e programas regionais, atendendo às necessidades de canais estrangeiros interessados em mostrar adequadamente as pecu-liaridades brasileiras como os misté-

rios da floresta Amazônica, os sítios arqueológicos do Piauí, festas típicas regionais etc. Toda produção, seja ela material do dia-a-dia das emissoras ou do Cedoc (Centro de Documentação da Rede Globo), pode virar dólares. “Não basta pegar um ‘Globo Repórter’ sobre pás-saros e enviá-lo ao cliente. É preciso reescrever o texto, traduzi-lo, cortar cenas muito específicas e importantes para o Brasil e pouco importantes para o nosso cliente externo. As exigências são muitas e específicas de cada país, por isso precisamos adaptar os produ-tos. Os formatos também variam: a Europa gosta de meias horas e o resto do mundo prefere programas com 50 minutos”, explica Marques.As notícias quentes são entregues via satélite geradas em NTSC, podendo ser convertidas no próprio satélite para outros sistemas. O material da library, que não tem a mesma urgên-cia, poderá ser decupado em cópias VHS com time code impresso. As fitas com os trechos ou com os programas solicitados podem ser envidas em Beta SP, SX ou digital, à escolha do cliente e conforme o sistema do país. Existe ainda a possibilidade de gerar o material no formato solicitado pelo cliente. Neste caso, a agência pode alugar equipamentos, acompanhar e ajudar a produção do trabalho, agili-zando recursos internos (da própria Globo e afiliadas) e externos (serviços oferecidos pelo mercado) para viabilizar a produção de equipes estrangeiras que estejam fazendo cobertura jornalística ou programas para seus países. “A Globo deve ser a primeira e melhor alternativa quando se pensar em trabalhar com o Brasil”, diz Lestinge. Para ele, o jornalismo da Globo promete ser mais um campeão de vendas.

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Hamilton rosa Jr.

tvs pÚblicas sob nova fase comercial

As TVs Cultura e Educativa vêm tentando reduzir os custos de manutenção e investimentos, antes cobertos, em sua maior parcela, pelo Estado. Os primeiros resultados revelam que, cada uma, a seu modo, está seguindo um caminho viável. A emissora educativa carioca fechou o ano de 98 com R$ 3,4 milhões de receitas em publicidade e outros R$ 12 milhões atuando como produtora de serviços para terceiros, desde que deixou de ser uma fundação (em 16 de janeiro de 98) e se con-figurou como Associação Social. A TV Cultura, ao contrário, mantém-se como uma fundação pública, mas abriu sua programação à publicidade institucional e modificou seu estatuto para dinamizar o esquema de capta-ção de recursos. A receita gerada no novo esquema implantado pela emissora educa-tiva paulista revelou-se bem suce-dida já no mês de janeiro: só com a venda de espaço comercial aos patrocinadores, a emissora faturou R$ 2,5 milhões.“Acabou o perfil da TV ser depen-

A TV Educa t i va do R i o mos t r a o s p r ime i r o s r e s u l t ado s come r c i a i s como a s so c i a ção so c i a l e a Cu l t u ra f a t u ra R$ 2 ,5 m i l hõe s com a venda de e spaço a pa t r o c i nado re s no mê s de j ane i r o .

dente exclusivamente do poder público. Vamos arrecadar R$ 9 milhões em recursos só com a publicidade institucional até dezembro e no futuro podemos sonhar com uma relação de 40% de capital gerado por fontes próprias e 60% de subvenção estatal”, declara Jorge Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta, mantene-dora da Rede Cultura.

en t u s i a smo

As cifras da TVE revelam as grandes possibilidades das associações sociais. O diretor-presidente da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), Mauro Garcia, apre-senta os resultados de 98 para mostrar sua maior relação de independência em relação ao Estado. “O orçamento total de 98 foi de R$ 30,2 milhões sendo que só recebi, em números redondos, R$ 13,677 milhões do governo, o restante, os R$ 16,613 milhões foram obtidos por receita própria”, diz. Isso indica que em seu primeiro ano de gerenciamento a Acerp já funcio-nou com 54,8% autonomia financeira. E Garcia garante que as contas não estacionarão nesta proporção em 99: “Nós apresentamos para o conselho administrativo o orçamento de R$ 48 milhões para 99 e deste montante, apenas R$ 13 milhões serão subven-cionados pelo governo, os outros R$ 35 milhões serão obtidos através da produção de publicidade, outras receitas e contribuições sociais”. Esses números estão entusiasmando

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e d u c a t i V a s

as emissoras públicas de outros Estados que já sonham com a pos-sibilidade de se transformar em organização social. “Em tese, o mod-elo da TVE, do Rio, é muito bom. É complicado produzir uma TV de alta qualidade devido às limitações jurídicas tanto na política de pessoal quanto nos trâmites administrativos e nós já vimos que a organização social dá mais agilidade e competi-tividade à emissora”, afirma Paolo Marconi do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia. A opinião de Marconi é compartil-hada no Ceará por Paulo Ernesto Saraiva através da Fundação Teleducação do Estado, e em Minas Gerais, por Luís Alberto Monteiro, da Fundação TV Minas Cultural e Educativa. “Nós já submetemos um anteprojeto de lei às secretarias estaduais da Casa Civil e da Cultura e pretendemos modificar nossa estru-tura”, diz Monteiro. A argumentação de Saraiva tam-bém gira neste sentido: “No modelo estatal, qualquer iniciativa que temos precisa ser repassada para o governo, qualquer investimento precisa de uma licitação, porque não podemos usar o dinheiro do Estado sem prestação ao Tribunal de Contas. A vantagem do modelo de organização social é que você mantém os pre-ceitos e a programação educativa, mas tem autonomia para decidir tudo em conselho”. A Fundação do Ceará, aliás, já criou a Associação de Televisão Educativa e Cultural do Estado e só está esperando que o

governo faça sua qualificação.Seja através da Lei nº 12.781, que institui o programa estadual de incentivo a organizações sociais, ou não, o governo está pressionando as emissoras públicas para se reestru-turarem e correr atrás de contra-tos e patrocínios. Neste particular, Jorge Cunha Lima encabeça as dis-cussões como presidente da Abepec (Associação Brasileira das Empresas Públicas Educativas Culturais). Ele aponta a abertura à publicidade institucional como saída para o atual estado das coisas e demonstra a eficácia do sistema com os resultados obtidos pela TV Cultura.

na p rá t i ca

O que de prático já pode ser visto deste namoro entre uma fundação cultural e o marketing institucional são os filmes publicitários da Nestlé, da Caixa Econômica, da TAM, do Banco de Boston, entre outros. “A TAM é a patrocinadora de nosso programa de meteorologia, a Nestlé fechou com toda a nossa programa-ção infantil, o Banco de Boston é patrocinador do ‘Jornal da Cultura’ e a Caixa Econômica fechou com o ‘60 minutos’ e novos contratos estão aparecendo”, garante Lima. Existe, entretanto, uma relação de interdependência das emissoras edu-cativas regionais com a TV Cultura e a TVE do Rio, que embaralha a nova filosofia geral. Durante boa parte do dia, as 20 regionais veiculam o sinal das duas emissoras para cerca de 1,5 mil municípios do País e, conse-quentemente anúncios de São Paulo e do Rio ganham exposição nacional, mas as regionais não recebem a par-ticipação no lucro desta veiculação. Houve um encontro de todas as emissoras ligadas à rede pública em Recife, no mês de novembro, onde esta situação foi objeto de pauta. Segundo Renato Bulcão, chefe do Departamento de Marketing Institucional e Receitas Operacionais da Cultura, a questão está sendo sanada. “Fizemos um acordo de programação conjunta com a TVE.

meados de fevereiro e o presidente e diretor financeiro-administrativo da geradora, Luís Alberto Monteiro, foi convidado a dar explicações sobre o assunto. “Eu reconheço que foi uma falta de entendimento, mas isso acon-tece em qualquer estrutura nova. É preciso ajustes”, admite Monteiro.

cód igo de é t i ca

Concluído o encontro em Recife foram estabelecidas novas diretrizes. Na ver-dade, estão previstas três situações para o novo esquema que Cunha Lima esclarece: “No caso dos programas específicos da TV Cultura, nós transmiti-mos o comercial do nosso patrocinador em todos os territórios, mas damos um espaço de 30 segundos para a gera-dora explorar o patrocínio local. Nos casos dos produtos da RPTV (Rede Pública de Televisão) - programas como o “Observatório de imprensa”, o “Castelo Rá-Tim-Bum” e o “Roda viva” - existe uma tabela de percentuais que serão distribuídos de acordo com a cobertura de transmissão. E existe uma terceira situação viável, a das cotas de patrocínio participativo. Por exemplo, se a Rede Minas fecha uma cota de patrocínio com determinada empresa, obviamente uma parte maior deste cap-ital ficará com a emissora mineira”.Outra questão que precisa ser enfatizada é o caráter institucional dos comerciais, que não podem des-caracterizar a programação da emis-sora. “Toda propaganda comercial está vetada. Nós criamos um código de ética (leia box), que está sendo repassado para todas as nossas afili-adas, explicando quais procedimentos devem ser adotados”, relata Bulcão.Um dos casos que poderia ferir o estatu-to das TVs públicas seria a liberação de cotas de patrocínio para marcas de cigar-ro, como acontece no “Free jazz festival” e no “Carlton dance”. Mas Cunha Lima descarta a hipótese: “Exibimos o ‘Free jazz festival’, sem dúvida, mas estamos divulgando o produto cultural não o cigarro. Jamais exibiremos programas que estimulem o espectador a consum-ir cigarros ou bebida”, diz o presidente da Fundação Anchieta.

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princÍpios publicitários das

emissoras educativas

noencontrodenovembro,foidiscutidaanecessidadedeumcódigodeéticaparaasemissoraseducativasquantoàveiculaçãodepropagandainstitucionalquenãoferisseosprincípiosdesuacriação.aabepecredigiuonovocódigo,queestavasendorepassadoparaasafiliadaseducativasnomêsdefevereiro.confiraoresumodasdiretrizes:

diretrizesdecomercializaçÃonÃoPermitidas

•estímulodiretoaoconsumo:hardsellemarketingdireto

•testemunhodousodoproduto•demonstraçãodousoeconsumo•0900qualquernúmerodetelefone•textoelinguagemsuperlativasou

comparativas•Promoções•mensagemdireta:compre,use,liguejá,

inscreva-se•mensagenscomapeloerótico•remédios,bebidasalcoólicas,cigarros,

complementosalimentareseagrotóxicos•citaçõesdepreçoecondiçõesde

pagamento

diretrizesdecomercializaçÃoPermitidas

•descriçãodosbenefíciose/ouatributosdoproduto

•assinaturadamarca•assinaturadeproduto•campanhasdeinteressepúblico•campanhasgovernamentais•lançamentodefilmes,discos,jornais,

revistaselivros•e-mailouendereçodeinternet(sem

comandodeuso)•telefonesinstitucionais-comoserviçode

atendimentoaoconsumidor

Essa programação tem uma tabela de remuneração nacional, onde a parte de cada retransmissora é calculada de acordo com a sua área de cobertura.”Isso não impediu que houvesse inci-dentes entre as parcerias. A Fundação TV Minas Cultural e Educativa substituiu o “Opinião nacio-nal” por um programa regional em

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S E M S a I R D O l U G a R

Cliente: Faculdades Oswaldo Cruzagência: SN Publicidade - Sales & NegotiationCriação: Claudio Gonçalves, Marcelo Aiex e Ricardo Isottonproduto: Pós-graduaçãoprodutora: Beta FilmesDireção: Paula GalaciniFotografia: Bobby CohenSound Design: Tony Berchmans (Lua Nova)Telecine e finalização: Casablanca

F I C H A T É C N I C A

...parapromovercursosdepós-graduação.aimobilidadedoposteéusada...

Um poste antigo, sobre um fundo de prédios modernos, no centro de São Paulo. Com apenas esses elementos, a agência SN Publicidade - Sales & Negotiation desenvolveu uma peça bem-humorada para divulgar os cursos de pós-graduação das Faculdades Oswaldo Cruz. O filme mostra um poste em primeiro plano, obviamente parado, enquanto o fundo vai se transformando rapidamente, com gente passando apressada de um lado para o outro. Letterings explicam que para não ficar parado como poste, é preciso fazer a dita pós-graduação. A trilha sonora se resume a efeitos e ruídos. Não há locução, nem trilha. A graça entra no final, com um cachorrinho que chega e, sutilmente, faz xixi no poste.Além da criatividade da idéia, a produção também teve de ser criativa para filmar o material. A diretora Paula Galacini conta que a maneira mais fácil de realizar o filme era usando um time lapsing, que dispara a câmera automaticamente, liberando dois frames a cada cinco segundos. Como o equipamento adequado teria de ser trazido de fora, a equipe optou por realizar o

processo “na mão”, controlando diretamente a câmera.A captação foi feita em 16 mm, com lente grande angular de 8.5 mm. No tripé, a câmera ficou isolada para evitar que perdesse o registro. Ao lado dela, só o fotógrafo Bobby Cohen, que disparava manualmente a câmera de acordo com um planejamento de mudanças de luz e também quando alguma cena particularmente interessante acontecia. Pela manhã, explica Paula, as mudanças de luz são mais freqüentes, então houve mais disparos. Do meio-dia às três da tarde, os disparos eram feitos a cada 40 minutos, pois havia menos variações. “Nossos olhos começam a se acostumar com as mudanças e então passamos a quase não percebê-las. Por isso, íamos monitorando as sombras”, acrescenta a diretora. No final, as imagens consumiram uma lata e meia de negativos.As filmagens começaram às 04h30 e se estenderam até as 21h30. A equipe se instalou no Vale do Anhangabaú, perto da Praça do Correio, no centro de São Paulo. Por ser um domingo, véspera de feriado, o local, normalmente tomado de camelôs e cheio de gente, estava mais vazio. Segundo Paula, talvez até fosse interessante filmar a agitação do local em um dia de semana, mas por questões de segurança, optou-se por trabalhar no domingo. “Teríamos dificuldade em afastar os camelôs e talvez não conseguíssemos autorização para subir com os carros na praça”, afirma. Mesmo no domingo, foi preciso trabalhar com seguranças armados, para proteger equipamentos e equipe de

possíveis achaques que poderiam ocorrer na locação previamente escolhida para o filme.Devido às alterações naturais de luz, o fotógrafo optou pelo uso de um negativo bastante sensível, de 200 ASA. De madrugada, foi preciso usar refletores para dar brilho e volume ao poste, além de permitir o próprio enquadramento, já que a imagem não era vista no viewfinder da câmera.A diretora conta que, mais do que a filmagem em si, a experiência de passar um dia todo no centro de São Paulo foi bastante interessante. A cada momento da noite ou do dia, uma série de tipos estranhos desfilava pelo local. Ao lado do lugar onde a equipe se instalou, um bar, aberto 24

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liZandra dE almEida

m a K i n g o f

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f ichas técn icas de c o m e r c i a i s http://www.telaviva.com.br

F a M a E F Ê M E R a

Cliente: Lojas Americanasagência: Talent BizDireção de criação: Roberto Lautertproduto: Ofertasprodutora: Academia de FilmesSupervisão do projeto: Tadeu JungleDireção: Elaine CesarConcepção de fotografia: Joel LopesCâmera: Osmar LorenzziCenografia: Thaís LeiteTrilha: Juke Box

F I C H A T É C N I C A

A campanha “Gente como a gente”, no ar desde outubro, manteve-se neste início de ano e tem tudo para se tornar um case na publicidade. A grande atração dos comerciais é o casting. As pessoas são escolhidas nas próprias Lojas Americanas ou na rua, mas com a condição de que se assumam consumidores. O resultado final é fruto de uma parceria entre agência e produtora, que lapidaram juntas o formato. Os filmes são compostos de uma cabeça e um encerramento pré-filmados em película, recheados com imagens em vídeo digital das ofertas, captadas semanalmente no estúdio.Para cada comercial, são escolhidas três pessoas e todas são avisadas de que podem não ser as escolhidas na edição final que vai para o ar. A produtora marca os horários para os “atores”, que costumam dar uma caprichada no visual em casa. Lá, são maquiados e recebem instruções sobre o preço e as características do produto, sem texto fixo. Na frente das câmeras, soltam a língua, criam seus próprios textos e inventam caretas e slogans. Na apresentação de cada novo garoto propaganda, um locutor fala gags criadas pelo roteirista Maurício Arruda. Os cenários sofrem pequenas alterações a cada série de filmes. No fundo, o logotipo estourado, do qual se destacam

apenas duas ou três letras que vão mudando. Além dos produtos, alguns outros detalhes devem ser adaptados, para evitar a monotonia e fazer o estúdio parecer um depósito. A parte feita em vídeo obedece uma concepção única de linguagem, seguida a cada nova edição. A diretora Elaine Cesar explica que o obturador da câmera é regulado em velocidade diferente, para causar um leve rastro atrás do movimento dos personagens. Para dar uma graça extra às montagens, a câmera fica ligada meio indiscretamente, pegando cenas inusitadas, questionamentos dos atores quanto ao seu próprio desempenho, gestos exagerados, que são inseridos no meio das imagens posadas.Segundo o diretor de criação Roberto Lautert, o esquema de produção foi montado para dar agilidade aos filmes, já que as ofertas são criadas de um dia para o outro. A idéia de usar os consumidores, porém, veio da própria experiência da agência em escolher atores para outros comerciais (onde se viam filas de interessados) e com toda a repercussão gerada nacionalmente pelos concursos que escolheram novas musas rebolantes para o conjunto É o Tchan. “Parece que hoje todo mundo só pensa em aparecer na televisão.”

30segundosdefama.

horas, tocava pérolas da música popular brasileira em uma jukebox. Enquanto prostitutas voltavam dos programas, senhoras evangélicas se dirigiam ao culto.Todas as pessoas que passam atrás do poste, portanto, eram realmente transeuntes, de todos os tipos. O único “ator” contratado foi o cachorrinho, que fecha o filme. Por pouco, porém, ele não acaba ficando de fora, já que um outro cachorro, totalmente amador, fez o mesmo movimento e o mesmo ato em frente às câmeras, sem nenhum ensaio nem stress.O diretor de criação Claudio Gonçalves conta que, no roteiro original do filme, o cachorrinho fazia seu xixi e, depois, a assinatura entrava em fundo preto. A ruptura, porém, foi descartada e a opção recaiu sobre o uso das imagens filmadas no fundo da assinatura do comercial.Uma opção inovadora também foi feita em relação ao som. Assim que ouviu as histórias da diretora sobre as filmagens no centro, o compositor Tony Berchmans pensou em usar uma trilha diferente no filme. A sucessão de acontecimentos ao longo do dia, com peculiaridades por horário, fez com que Berchmans pensasse em “dar uma mãozinha” para a narrativa, acrescentando informação ao som. “Poderíamos simplesmente fazer uma musiquinha engraçada, que risse quando o cachorrinho fizesse xixi, mas preferimos ampliar a noção de tempo passando”, explica. Mais de 60 efeitos foram usados ao longo dos ruídos, desde o tradicional vendedor de pamonhas até uns peculiares grilos ao amanhecer.

liZandra dE almEida

INVESTIMENTO EM SEGURANÇA

Conforme uma área profissional cresce e se profissionaliza, começam a ser tomados certos cuidados que antes pareciam supérfluos. Uma dessas medidas é a contratação de seguros. No Brasil, o mercado de seguros em geral não é dos mais desenvolvidos. Seguro contra roubo de carros e incêndio são comuns, mas certos tipos de apólice - como por exemplo as que se relacionam com problemas causados por intempéries e desastres da natureza - ainda são desconhecidas do mercado.Com o crescimento do mercado de produção comercial e de cinema, a Apro - Associação das Produtoras Comerciais - começou a se interessar pela elaboração de uma apólice que garantisse os riscos inerentes de uma produção. Dentro dos quesitos que procurava incluir no seguro, uma das grandes reivindicações, fruto de muita polêmica no trato

A c o n s o l i d a ç ã o d o m e r c a d o d e p r o d u ç ã o c o m e r c i a l e o c r e s c i m e n t o d a á r e a d e c i n e m a c o m e ç a m a d e s p e r t a r a a t e n ç ã o d e c o r r e t o r a s e s e g u r a d o r a s , q u e c r i a m p r o d u t o s p a r a m i n o r a r o s r i s c o s e n v o l v i d o s n a p r o d u ç ã o a u d i o v i s u a l .

entre produtora e agência, era o chamado weather day. Brasil, país tropical, abençoado por Deus, não tem terremoto, não tem vendaval. Logo, não tem seguro para prejuízos causados pela natureza.Depois de dois anos de muito estudo, a Apro finalmente conseguiu aprovar uma apólice especialmente criada pela seguradora AGF para seus sócios. Esse mês, a Apro está lançando o produto, com uma série de coberturas interessantes para os produtores e opções para diferentes tamanhos de filme. E é a única a incluir os riscos de weather day.Segundo Paulo Schmidt, sócio da Academia de Filmes e diretor da Apro, a apólice envolve sete cláusulas, que podem ser contratadas em separado.

j ob s s egu rado s

A única cláusula obrigatória para todas as apólices é a que trata dos equipamentos. Em primeiro lugar, é feito o seguro dos equipamentos contra roubo, quebra ou mal funcionamento. A segunda cobertura diz respeito à responsabilidade civil por terceiros que possam se envolver em acidentes causados pela produção. Um seguro obrigatório já cobre os técnicos (veja próxima matéria), mas elenco, figurantes e outras pessoas sob contrato da produtora não se incluem, portanto há outro item que contempla cobertura especial de acidentes pessoais. Uma quarta

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P r o d u ç Ã o

opção permite que a produtora realize seguro contra a ausência de profissionais imprescindíveis. É o caso, por exemplo, de um ator ou diretor especialmente contratados para a produção, cuja falta resultaria em prejuízo considerável. A produtora pode determinar um máximo de cinco profissionais por job e estabelecer um valor de quanto seria seu prejuízo caso a filmagem parasse por falta da pessoa em questão. Danos no set, ou seja, qualquer problema com cenários, locações e objetos de cena também podem ser segurados. A cláusula exclui, porém, obras de arte, que a seguradora não aceitou cobrir. Os dois últimos casos são, justamente, aqueles mais difíceis de serem aprovados pela seguradora. No caso do weather day, alguns critérios foram estabelecidos. Para começar, quando a produtora decide fazer o seguro, precisa definir qual é o seu “bom tempo”, ou seja, que tipo de tempo vai precisar. Depois, tem de solicitar três mapas meteorológicos a agências reconhecidas, o que pode ser feito pela Internet, em sites pré-determinados. Cada job pode ser assegurado em valores entre R$ 25 mil e R$ 250 mil. “As produtoras pretendem repassar o custo relativo ao prêmio desse item às agências”, afirma Paulo Schmidt.O ponto mais polêmico da questão, porém, é o que se chama tecnicamente de recomposição de registros e documentos. Essa

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cláusula se aplica ao negativo filmado, finalidade última de todo o trabalho. Nessa área, apenas parte das necessidades foram incorporadas à apólice. O material filmado está assegurado até o momento em que entra no laboratório. Isso inclui problemas no transporte, basicamente. Se o laboratório ou a finalizadora danificarem o material, ou se os negativos vierem com defeito de fabricação, a produtora continua tendo de resolver o problema diretamente com o fornecedor. “Nossa apólice cobre os riscos de filmagem, mas é difícil definir responsabilidades fora do âmbito da produtora. Por isso, estamos negociando a criação de um seguro para os laboratórios”, explica o corretor Jaime de Oliveira, da corretora Multiprevi, parceira da Apro na elaboração da apólice.Cada item tem quatro opções de plano, dependendo dos riscos e do tempo de produção. A produtora opta pela combinação de itens que lhe interessa, preenche em um formulário bem simples, com uma única folha, os prazos e coberturas e envia por fax à corretora, que já tem um cadastro dos associados da Apro. A cobrança pode ser feita até por cartão de crédito.Schmidt calcula que, no caso de uma cobertura mínima, o custo do seguro não ultrapassará 0,2% do orçamento do filme. Se a produtora optar por todas as coberturas, por um prazo de cinco dias, o custo final sobre o orçamento é de 0,71%. Com o máximo de tempo (que é de 30 dias) e todos os itens possíveis, o seguro não custa mais do que 3% do valor do filme.Cada parte do conjunto de coberturas, com exceção do weather day, pode ser feito por qualquer corretora existente no mercado. A novidade do trabalho, porém, está na criação de um modelo de seguro especialmente voltado para a área, com estudos específicos de viabilidade. Durante os dois anos em que Apro, corretora e seguradora discutiram as bases do projeto, a grande barreira

enfrentada foi a da falta de estatísticas do mercado. Toda seguradora trabalha em cima da avaliação dos riscos envolvidos. No caso de produção comercial, pouco se oferece de informações, especialmente em relação a acidentes.

r i s co s

Wilson Câmara, responsável pelo trabalho na seguradora AGF, explica que o pacote foi fechado a partir de itens já existentes em outros setores, como equipamentos e responsabilidade civil. Mas a briga foi longa para que a seguradora assumisse riscos novos, que quase não podiam ser mensurados. Jaime Oliveira lembra que visitou produções para entender a linguagem do meio, além de se debruçar sobre apólices norte-americanas.Uma vantagem paralela desse esforço será, portanto, a própria geração de estatísticas. Câmara acredita que em um ano será possível, por meio dos dados resultantes das ocorrências, contar com informações bem interessantes. A AGF, porém, não está totalmente convencida de que os riscos desse mercado permitem lucros. Por isso, estabeleceu um prazo de um ano para testar o produto.Nesse meio tempo, a Apro pretende criar condições para incluir outros itens na cobertura, inicialmente negados. Schmidt afirma que vai procurar garantir a possibilidade de refilmagem, independente de quem causou o dano ao negativo filmado. Acidentes com animais ou o próprio fato de se perder uma diária porque aquela gracinha não quis colaborar também estão fora, mas podem ser acrescentados no futuro.Quem não é sócio da Apro e/ou atua em outras áreas de produção, também tem como evitar prejuízos. A própria Apro não descarta evoluções

em sua apólice que contemplem outros tipos de filmes. A corretora Ellery & Morley, do Rio de Janeiro, acumula bastante experiência na realização de seguros para cinema. Em 1984, foram procurados por um produtor italiano, que pretendia assegurar sua produção a exemplo do que fazia na Itália. Desde então, a corretora já fez mais de 100 seguros, principalmente de longas-metragens.A cada projeto, a corretora estabelece um pacote, negociado com várias seguradoras. Como o item “recomposição de registros e documentos” é uma praxe no mercado geral de seguros, um dos sócios da corretora, Kleber Prado, afirma que costuma cobrir danos ao negativo filmado, garantindo a possibilidade de refilmagem - justamente um dos itens que faltam à apólice da Apro. No caso de longas-metragens, explica o corretor, os prêmios podem oscilar entre 2% e 4% do orçamento total. Com o passar dos anos, diz o corretor, a imagem desse mercado diante das seguradoras foi se modificando. “Conseguimos mudar a imagem de que todo mundo que trabalha em cinema é meio louco, irresponsável. Afinal, só trabalhamos com profissionais. E justamente porque são profissionais, não temos uma quantidade tão expressiva de sinistros”, completa. A corretora Lógica Seguros, que já faz os seguros dos técnicos cinematográficos de São Paulo (veja próxima matéria) também vê no mercado cinematográfico emergente uma porta aberta para a criação de novos produtos voltados para a cobertura dos riscos de produção. Os itens de cobertura são basicamente os mesmos, incluindo também defeitos do negativo e problemas com negativo antes e depois de filmados, bem como dos videotapes.

A NOVIdAdE ESTá NA cRIAÇãO dE UM MOdElO dE SEGURO ESpEcIAlMENTE VOlTAdO pARA A

áREA, cOM ESTUdOS ESpEcífIcOS dE VIAbIlIdAdE.

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Se a preocupação com os riscos da área só foi despertada agora nas produtoras, os técnicos já conquistaram um mínimo de segurança em seu trabalho desde 1988. Briga antiga do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica de São Paulo (Sindcine), a obrigatoriedade do seguro de vida e de acidentes pessoais para os técnicos de São Paulo consta de dissídio coletivo. Sendo assim, toda produtora que vai realizar um filme precisa enviar uma lista da equipe para o sindicato, a fim de registrar os contratos de trabalho. Até o final do ano passado, o próprio Sindcine providenciava a apólice de seguro daqueles profissionais, em contato com a corretora Lógica Seguros, que desenvolveu o produto em conjunto com o sindicato.O que acontecia era que a seguradora cobrava R$ 36 por profissional, por mês. Dessa forma, se um eletricista, por exemplo, trabalhasse em cinco produtoras no mesmo mês, cada uma delas pagaria o valor total à seguradora. “Não tínhamos condições técnicas para realizar um rateio entre as produtoras”, explica Walkíria Lorusso, administradora do Sindcine.

Desde então, as produtoras tratam diretamente com a corretora, que se encarrega de fazer a divisão das despesas e cobra mensalmente de cada uma o valor equivalente a cada técnico. A solução já agradou às produtoras, mas o produtor Paulo Schmidt, diretor da Apro, afirma que o ideal seria um rateio proporcional aos dias trabalhados. De qualquer forma, concorda que a situação já melhorou e defende a necessidade de se fazer seguro, sempre. No caso de um acidente envolvendo morte ou invalidez, o acidentado ou seu beneficiário recebe R$ 100 mil. Desde que a operação começou, ocorreram uma morte e um caso de invalidez. Em ambos os casos, explica Walkíria, o recebimento da indenização foi relativamente rápido. A maioria das ocorrências, porém, são menos trágicas, como fraturas e queimaduras. A cobertura garante atendimento médico e tratamento, itens aos quais os profissionais da área, que são 99% free lancers, não têm acesso de outra maneira. “Nossa categoria é muito especial: quase ninguém tem vínculo empregatício, muito menos registro profissional”, diz Walkíria.

Segundo o corretor Aparecido Mendes Rocha, da Lógica Seguros, muitas produtoras ainda não adquiriram o hábito de fazer seguro, apesar da obrigatoriedade. “Cerca de 30 a 40 produtoras têm o hábito de fazer o seguro. Talvez outras 40 façam por fora, em outras corretoras. Algumas fazem para uns filmes e outros não. Mas desde que começamos, a quantidade de produtoras que nos procuram vem aumentando. Falta ainda que os técnicos se conscientizem e exijam o que é seu direito.”Da mesma forma que muitos técnicos aceitam trabalhar sem seguro, outros tantos desprezam os equipamentos de segurança, também obrigatórios. Walkíria Lorusso afirma que é responsabilidade da produtora oferecer luvas, capacetes etc. O seguro não precisa, necessariamente, ser feito pela Lógica. Algumas produtoras procuram outras corretoras e fazem seguro de responsabilidade civil, estabelecendo, às vezes, indenizações inferiores às negociadas pelo Sindcine. Mas a lei só obriga o contratante a fazer um seguro. O valor fica por conta da consciência de cada um.

P R O D U Ç ã O

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TécNIcOS SE GARANTEM

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potÊncia instalaDa

Para construir sua nova sede paulistana, a Rede Globo investiu US$ 200 milhões, entre terreno, obras civis e 3,5 mil novos equipamentos importados do Japão, Alemanha e Estados Unidos. Além das 12 câmeras, VTs e do servidor de vídeo, da Sony; dos instrumentos de medição, mesas de produção, equipamentos para distribuição e processamento de sinal da Tektronix/Grass Valley, quase uma centena de fabricantes de cabos, tripés, monitores e sistemas de iluminação têm seu espaço nos 16,5 mil m2 de área construída do prédio que abriga o jornalismo da TV Globo São Paulo. Sony e Tektronix dividem o pódium de maiores fornecedores. Uma rede de fibra óptica interliga as áreas técnicas de São Paulo - torre de transmissão da Avenida Paulista, o Pico do Jaraguá e a Embratel - aumentando os canais de áudio e vídeo existentes. As 45 unidades de reportagem externa terão ainda a facilidade de enviar matérias para a redação através de pontos ópticos instalados no Anhembi, Pacaembu e Centro Velho. Isso evita que o trânsito da cidade atrase a entrega das matérias e dá mais agilidade aos telejornais

A inauguração da nova sede da

TV globo São Paulo incorporou

ao jornal ismo a ut i l ização do

servidor de vídeo para o núcleo

de esportes e a inter l igação das

produzidos na capital paulista. O complexo tem 4,5 mil kW de potência instalada e todos os equipamentos, inclusive iluminação de estúdio, têm no break.A Central de Transmissão e Recepção de Sinais (CTRS), que antes operava em microondas e satélite, passa a usar fibra óptica e tem capacidade para receber 34, transmitir 16 e processar 14 sinais simultaneamente. Não há sinal analógico dentro da emissora (veja quadro Fluxo da Emissora). A central técnica, os três controles de estúdio, os três estúdios, as 19 ilhas de edição e pós-produção (lineares e não-lineares com equipamentos da Avid e da Sony) e

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t e l e V i s à o

o departamento de artes e ilustração (que inclui a estação meteorológica baseada em Silicon com software Earth Watch) operam em full digital. O sistema computadorizado de UMD (Under Monitor Display) é um dos itens que chama a atenção dentro do complexo jornalístico. Quando o link está fechado o operador “batiza”, isto é, dá um nome ao sinal recebido, e para onde ele for terá esta identidade, automaticamente, em qualquer dos 108 monitores do complexo. Isso facilita bastante o reconhecimento de todos os sinais que trafegam na emissora e o sistema foi customizado aqui.O prédio abriga três estúdios. Dois deles, com 400 m2 cada um já estão em operação. O maior, de 600 m2 está em fase final de instalação. Todos foram construídos utilizando um noise criterion de 15, têm dez metros de pé direito e dispõem de sistemas computadorizados de iluminação da Strand. Todas as informações para os ajustes de luz de cada set, programadas para cada apresentador - de acordo com a cor da roupa, pele, maquiagem e cenário - são armazenadas em disquetes facilitando a trabalho da equipe técnica. O recurso Skin Tone Detail das câmeras da Sony é o responsável

pelos comentários favoráveis à aparência com que certos apresentadores vêm aparecendo no vídeo. Como através dele é possível corrigir

o tom de pele, mesmo que o apresentador esteja bronzeado, o telespectador não tomará conhecimento do efeito solar e o verá sempre impecável na tela da sua TV.Cada telejornal ocupa um

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de armazenamento em disco, embora venha caindo ano a ano, ainda está longe de ter um custo por megabyte compatível com o que se tem hoje com as fitas de tape. “Todas as vantagens e desvantagens dos sistemas de newsroom e servidores de diversos fabricantes foram exaustivamente analisadas antes da opção pela Sony. A tecnologia ainda não está madura e todos os softwares ainda têm bugs. Todos os sistemas ainda são customizados para o cliente”, sentencia Barros. O servidor tem 50 horas de capacidade de armazenamento, usa uma taxa de compressão de 18 Mb/s e a velocidade de transferência pode ser até quatro vezes maior que o tempo real.Cada editor pode dar sua própria seqüência de leitura para o material armazenado no servidor - pois a edição é não-linear e não-destrutiva - incorporando os efeitos que quiser, dentro da linguagem de cada telejornal. As redações da GloboNews, do “SPTV” e do “Hoje”, por exemplo, podem editar suas matérias, simultaneamente, usando o mesmo material bruto, de acordo com as características peculiares de cada um. A exibição também é feita a partir do servidor. Como o custo da hora

conjunto de estações de trabalho na área tratada acusticamente (revestimento IAC), como os estúdios, pois o “Jornal da Globo” é transmitido diretamente da redação.O processo de produção de jornalismo da Globo usa o software Basys de automação para redação (veja quadro Redação). O sistema está baseado num servidor ao qual estão acoplados os terminais dos jornalistas e acessórios como geradores de caracteres (GC), air-plays e teleprompters. O sistema recebe também as imagens das agências de notícias (em baixa resolução). A vedete do complexo da TV Globo SP é a implantação da tecnologia dos servidores de vídeo para edição e exibição de jornalismo. O sistema foi implantando, inicialmente, no núcleo de esportes para avaliar o desempenho. “Nenhum desses sistemas é hoje maduro o suficiente para que se possa colocar toda a operação em cima dele e desligar os sistemas de fita. O que estamos fazendo aqui na Globo é testar a tecnologia, esse novo conceito”, explica Raymundo Barros, diretor de engenharia da Divisão de Operações e Manutenção Regional de São Paulo.O sistema elimina a necessidade de se fazer cópias pois o material bruto armazenado pode ser utilizado simultaneamente por quatro ilhas de edição (veja os quadros Vídeo Servidor). O custo

de armazenamento é muito alto, por enquanto, as matérias editadas são transferidas do servidor para fitas Beta SP e SX. Futuramente as matérias editadas (que precisam ser arquivadas) serão transferidas para o servidor de acervo, ainda não disponível na emissora. “Os investimentos para o jornalismo este ano ainda não estão definidos devido à nova conjuntura econômica”, diz Barros. Atualmente os arquivos da Globo usam o formato Beta SP. Entretanto, a digitalização do Cedoc - Centro de Documentação da Globo - usando datatapes é um projeto considerado prioritário, principalmente depois da criação da agência de notícias (leia matéria da página 22). A nova sede da TV Globo São Paulo está pronta para a implantação da TV digital no Brasil. Raymundo Barros considera que o Esporte será uma das primeiras áreas a utilizar a tecnologia de HDTV para a geração de jogos de futebol.

edylitafalgetano

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T E L E V I S ã O

*ilhadepós-produçãonão-linear

*unidadedeproduçãodejornalismo

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Paulo BoCCato

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a u d i o V i s u a l

Com séries de TV, dis tr ibuição de f i lmes e co-produções em cinema, a major mantém a tradição de invest imentos no mercado audiovisual do País.

A Columbia-TriStar International, uma das majors da distribuição mun-dial de filmes, estreita os laços com a produção audiovisual brasileira. No final de 98, a matriz norte-ameri-cana decidiu aumentar os esforços de produção da empresa na América Latina para os mercados de TV, cin-ema e homevideo, sempre em coor-denação com a distribuição. Beneficiada pelo Artigo 3º da Lei do Audiovisual, que permite às distri-buidoras estrangeiras investir uma parcela do imposto sobre a remessa de lucros na produção local, a Columbia parte agora para a co-produção de seu nono longa-metragem no País, “Castelo Rá-Tim-Bum”, de Cao Hamburger, em parceria com a A.F. Cinema e Video, cujas filmagens estão em andamento. Em parceria com a TV Bandeirantes, a empresa produz também as versões brasileiras de duas sitcoms consagra-das do catálogo da Sony, conglom-erado do qual a Columbia faz parte: “Who’s the boss” e “Married with chil-dren” (leia box e também Scanner). Além disso, a empresa participa como co-produtora de “Miss Simpson”, de Bruno Barreto, e “Xangô de Baker Street”, de Miguel Farias, e distribui os longas “Simão, o fantasma trap-alhão” e “Angélica zoando na TV”,

produções da Globofilmes, e “Uma aventura de Zico”, de Antônio Carlos Fontoura.“A Columbia sempre foi atu-ante no Brasil. Na primeira metade da década de 70, por exemplo, fizemos algumas co-produções através de um mecanismo semelhante ao atual Artigo 3º. Nos anos 80, quando não havia nenhuma legislação desse tipo, distribuímos vários filmes do Renato Aragão”, diz Rodrigo Saturnino Braga, gerente geral da empresa no Brasil. Braga acredita que as recentes con-quistas internacionais do cinema brasileiro podem trazer ainda mais investimentos exter-nos para a produção local, embora, no caso de algumas empresas, a recente crise financeira tenha retardado um pouco o processo. “Quando há maior volume de produção, os filmes começam a ganhar destaque e as opor-tunidades de co-produção começam a surgir. ‘O que é isso, companheiro?’ e ‘Central do Brasil’ tiveram carreiras internacionais tão expressivas quanto no Brasil”, diz. Segundo Iôna de Macêdo, vice-presi-dente de produção para América Latina da Columbia-TriStar International, a empresa deve partir para a seleção de novos projetos de co-produção a partir do próximo mês de abril. “Temos pla-nos de co-produzir dois ou três longas brasileiros a cada dois anos, a partir de um esquema de trabalho semelhante ao que vem sendo adotado no caso do ‘Castelo’”, explica. Para Iôna, o projeto de Cao Hamburger é o tipo de parceria ideal: grande abertura ao diálogo com

os produtores, assessoria na elaboração do roteiro, participação efetiva no know-how da produção. Ou seja, produzir menos filmes, mas com um envolvimento criativo, executivo e financeiro maior. A Columbia colocou R$ 3 milhões no longa, através do artigo 3º da Lei do Audiovisual, e cuidará de sua distribuição no País. Além disso, con-seguiu envolver a Sony Music, que cuidará do lançamento da trilha sonora do filme.O envolvimento em um projeto nos moldes do “Castelo” depende apenas de

uma decisão local da empresa. Mas existem outras modalidades de investimento pos-síveis da Columbia no Brasil. “Nós tam-bém atuamos em parceria com a Sony Classics, distribui-dora independente ligada à Columbia, nos Estados Unidos, indicando alguns longas que acredita-mos ter o perfil da

empresa”, explica Iôna. Foi o que ocorreu com “Miss Simpson”. A empresa americana se interessou pelo filme de Barreto e pediu a inter-mediação da Columbia para acertar uma co-produção na qual entram R$ 2,5 milhões da própria Sony Classics e R$ 500 mil da Columbia-TriStar.Mas um filme que agrade no Brasil e que conte com a co-produção da empresa nem sempre tem carreira garantida no exterior. “É importante que, além de circular nos escritórios da Columbia, o filme circule em festi-vais, feiras e mostras, porque sempre há independentes locais que podem se interessar”, aconselha Braga.

OS INVESTIMENTOS Da COlUMBIa

enlatados nacionais

oinvestimentoemproduçõesparaatVéagrandenovidadedaatuaçãodacolumbianobrasil.emparceriacomatVbandeirantes,aempresamontoua

produtorainterativa,commetadedocapitalcolocadoporcadaparceiro.oobjetivo

dainterativaéproduzirsitcomsnoPaís.segundoanamarialattes,diretoradecomunicaçãodaredebandeirantes,

cadaparceiroestáinvestindor$8milhõesnoprojeto.

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perspectiVas Da comissÃo

O Ministério da Cultura começa a conduzir os trabalhos da Comissão de Cinema, um grupo de assessoria e consultoria ao ministro Francisco Weffort e ao novo secretário para o desenvolvimento do audiovisual, José Álvaro Moisés, que pretende estabel-ecer metas para a implantação de uma indústria audiovisual no Brasil. No último dia 11 de fevereiro, os membros da Comissão Provisória, con-vocada pelo próprio Weffort para um mandato de três meses, levantaram a primeira pauta de reivindicações.Entre os temas abordados, estão a criação de linhas de crédito para os setores de produção, distribuição e exi-bição; de fundos de investimento para pessoas físicas e pequenas e médias empresas na rede bancária, via Lei do Audiovisual; a prorrogação do prazo para utilização de incentivos fiscais até a data do ajuste; e a reedição do Prêmio Resgate para longas. Segundo Moisés, as demandas tiveram boa acolhida do presidente Fernando Henrique Cardoso. Duas delas já estão sendo analisadas pela Casa Civil, já que estão previstas em lei e dependem apenas de decreto presidencial para entrar em vigor: a criação dos fundos de investimento e a prorrogação do prazo de captação. Sobre a criação de linhas de crédito para o setor, Moisés afirma que já

A Comissão de Cinema, já apresentou as primeiras propostas para implementar a indústr ia audiovisual, apesar de divergências sobre sua composição.

foram iniciadas negociações com o BNDES e Banco do Brasil para sua implementação. A nova fase do Prêmio Resgate, com custo estimado entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões, está sendo negociado entre o MinC, o Ministério do Desenvolvimento, Banco do Brasil, BNDES e Sebrae. O secretário do audio-visual garante que os concursos federais de desenvolvimento de projetos, curtas e roteiro serão mantidos.

compos i ção po l êm i ca

A composição da Comissão Provisória causou certa polêmica, embora tenha uma amplitude de representação pouco vista na história do cinema brasileiro. A relação dos membros da comissão pode ser conferida no site www.telaviva.com.br. “O problema não é só incluir ou excluir os trabalhadores dessa questão, mas que a coisa não fique parecendo mais uma reunião de pequenos grupos em busca de verba”, contesta Tony de Souza, presidente do Sindcine - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo.“Esses problemas podem ser resolvidos durante o processo de escolha dos membros da Comissão Permanente”, ressalta Moisés. “Algumas entidades enviaram pedido de admissão após a Comissão Provisória ter sido convocada. Foi uma ação reativa, não proposi-tiva”, explica. Os próprios membros da comissão atual estão preparando projeto que regulamentará a composição defini-tiva do grupo. “Nossa preocupação é que o processo seja suficientemente democrático e assegure representação de todas as áreas, segmentos e regiões do País”, afirma o secretário. “Temos coisas importantes para discu-tir, como o problema crônico da falta

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c i n e m a

de mercado, a transparência no uso do dinheiro da Lei do Audiovisual e o pagamento de encargos sociais”, rei-vindica Souza. “Questões trabalhistas devem ser discutidas em outros fóruns. As entidades excluídas, como a Apro, Sindcine, STIC e Sated, podem ser incluídas posteriormente”, opina Aníbal Massaini Neto, presidente do Sindicato da Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo (Sicesp).Representantes de entidades ligadas aos segmentos de vídeo e TV consideram que a composição da comissão é um grande avanço. “É a primeira vez que se cria uma comissão com essa ampli-tude e excelência de representação, tendo a possibilidade de um contato direto com o ministério e até com a presidência”, afirma Omar Leite Jundi, presidente da União Brasileira de Vídeo (UBV), entidade que congrega as distri-buidoras de vídeo no País. “A comissão é uma grande evolução, porque, apesar do nome, é uma comissão do audio-visual, envolvendo setores públicos e privados, cinema e TV, todos os seg-mentos da indústria”, acredita Jorge da Cunha Lima, representante da Abepec - Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais -, que espera que a comissão estimule um maior contato entre o cinema e a TV. Esse anseio é compartilhado por Evandro do Carmo Guimarães, repre-sentante da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão). “Não temos uma pauta específica de reivindicações, mas a representação presente nos dá a expectativa de que possamos cooperar para que tenhamos a maior interação possível entre cinema e TV”, conclui.

Pauloboccato

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glEn dickson

O Dolby Laboratories desenvolveu uma tecnologia digital de áudio voltada para a utilização profissional dos produtores de programas e broadcasters de DTV. O sistema, chamado Dolby E, é um formato digital de áudio in-plant e econômico que permite aos broadcasters de DTV transmitir um canal de áudio 5.1 Dolby Digital (AC-3) como parte de suas transmissões digitais. O Dolby E aceita até oito canais digitais de áudio discreto a serem distribuídos através de um par de áudio AES/EBU já existentes ou gravado em duas pistas de um VTR digital. A idéia é que as instalações que

Com oito canais, o s is tema é um formato in -plant e econômico para uso prof iss ional.

já possuam áudio digital AES/EBU não tenham de fazer o upgrade de suas estruturas de áudio para serem compatíveis com o Dolby Digital. Em vez disso, elas utilizarão os codificadores e decodificadores Dolby E para acionar o multicanal de áudio. O áudio Dolby E será então codificado como um canal de áudio 5.1 Dolby Digital para transmissão ATSC. Tom Daily, diretor de marketing da Dolby para produtos de broadcast garante que “o Dolby E é um sistema profissional de codificação de áudio que fará tudo antes do transmissor. Você pode pôr o áudio digital num tape VTR e passá-lo por toda a infra-estrutura de transmissão, seja um sistema de satélite ou um provedor de vídeo”. Os codificadores e decodificadores Dolby Digital custam atualmente US$ 5 mil e US$ 3,5 mil, respectivamente. Os modelos Dolby E, que começarão a ser distribuídos a partir de junho, provavelmente “estarão perto disso”, diz Daily.

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Com o Dolby E as redes poderão incluir dois canais SurroundSound (direito e esquerdo) juntamente com um canal 5.1 Dolby Digital, permitindo que as afiliadas também usem o formato de áudio. O Dolby E agüenta mais de dez ciclos de codificação e decodificação sem degradação, permite editar no ambiente codificado misturando quadros de áudio com quadros de vídeo, e suporta metadados Dolby digital. Daily diz que as grandes redes norte-americanas e a HBO reagiram favoravelmente ao Dolby E, que será formalmente lançado na NAB’99, em Las Vegas. A ABC, por exemplo, já está transmitindo com som totalmente canal 5.1 Digital Dolby para seus filmes em HDTV, e está pensando em mudar para o Dolby E para a distribuição de alimentação das suas afiliadas DTV. “No momento elas estão usando Dolby Digital em dose dupla se comparadas ao padrão ATSC (o link de distribuição de DTV da ABC é de 45 Mb/s; as afiliadas transmitem em 19,4 Mb/s). Mas estamos trabalhando para que o Dolby E substitua o que elas estão fazendo”, informa Daily. Ele diz ainda que algumas afiliadas talvez só precisem de um decodificador Dolby E até começar a produzir seu próprio conteúdo DTV; as redes e os produtores de programa exigirão muito mais dos codificadores e dos decodificadores. As emissoras ainda precisam de um codificador Dolby Digital para transmissões locais.

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da NDS em Chicago há mais ou menos um mês, levando seu caminhão de ENG para regiões em que os sistemas FM analógicos falharam consideravelmente na produção de uma imagem adequada. Goldstone garante que o sistema COFDM digital conseguiu produzir imagens a partir dessas mesmas locações. “Os resultados iniciais são muito promissores. Usamos uma antena omnidirecional na capota de um caminhão e só fomos a locais em que a WGN-TV não podia sair com um caminhão analógico ENG. O COFDM se dá muito bem num ambiente multipercurso. Aqui em Chicago o problema não é a potência do sinal, mas o multipercurso.”O COFDM permite que os usuários de microondas troquem a correção de erro avançada (forward error correction - FEC) pela quantidade usada de megabits para a transmissão de vídeo em um dado espectro. Lisa Hobbs, diretora de marketing da NDS para as Américas, revelou que os esforços da NDS têm se concentrado no ajuste de uma corrente MPEG-2 de alta qualidade num espectro de microondas de 10 MHz a 12 MHz, uma queda significativa dos 17 MHz usados atualmente pelos sistemas analógicos. Mas ela afirma que a compressão MPEG-2 permitiria ajustar sinais múltiplos em 12 MHz, talvez até em quatro correntes MPEG-2. O teste da Tribune com uma largura de banda de 8 MHz, acionou o FEC e ainda cobriu 5 Mb/s. “Por causa das guardbands do COFDM e da correção de erro avançada, estamos sempre tentando conciliar guardband - quanto do espectro está sendo usado para corrigir caminhos obstruídos - com megabits”, diz Goldstone. A NDS ainda fala em preço do ENG digital. Mas está fornecendo seu sistema de código, enquanto a Microwave Radio Corporation fornece o modulador/demodulador COFDM.

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A NDS vai lançar um novo sistema ENG digital na NAB’99, em Las Vegas, projetado para trabalhar com larguras de banda menores que os sistemas analógicos de microonda e com melhor funcionamento em multipercurso. O sistema ENG digital da NDS emprega modulação COFDM (Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex), a mesma adotada pelos broadcasters europeus em transmissão terrestre digital. O COFDM combate a interferência de multipercurso, problema típico das áreas urbanas, usando múltiplas portadoras - acima de duas mil - para transmitir um sinal, em vez da técnica de um único operador empregada pela modulação FM analógica e pelos programas de modulação digital tais como QPSK, QAM e 8-VSB. Mesmo que os Estados Unidos tenham optado pelo 8-VSB em

NDS lança equipamento com modulação COFDM que usa largura de banda mais estrei ta que a analógica e l ida com ambientes de mult ipercurso.

lugar do COFDM para modular os sinais DTV, não significa que ele não venha a ser usado nos caminhos de microonda, que são os preferidos pelos broadcasters nas novas alimentadoras. Os broadcasters norte-americanos estão pensando seriamente em substituir a tecnologia analógica FM usada hoje para o ENG por um sistema comprimido digitalmente, porque a Federal Communications Commission - FCC - tem planos de leiloar, basicamente entre os provedores móveis via satélite, algumas das freqüências 2,5 GHz que eles estão utilizando para o ENG. Outra possibilidade é melhorar o desempenho de microondas nas cidades e em regiões montanhosas que apresentam muita interferência multipercurso. A Tribune Broadcasting já testou com sucesso o sistema COFDM da NDS em Chicago. “Uma questão é a adaptação aos canais mais estreitos. A outra questão é se já podemos usar a tecnologia para melhorar a recepção sem acrescentar mais sites de recepção, mesmo que isso venha a nos custar mais na transmissão final. Além disso, à medida que fizermos a transição para a TV digital, tudo será codificado como um sinal MPEG. Podemos manter o MPEG por todo o caminho em vez de voltar à banda de base?”, indaga Ira Goldstone, vice-presidente de engenharia e tecnologia da Tribune.A Tribune testou o sistema ENG Digital

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N O V a S T E C N O l O G I a SDesde 1995 o Ciclo de Workshops Novas Tecnologias no Brasil é realizado na cidade de São Paulo com o objetivo de reciclar os profissionais de cinema, bem como melhorar o nível de informação de estudantes de comunicação e interessados em geral na produção audiovisual. No ano passado o ciclo ampliou seu raio de ação e passou a aceitar inscrições de interessados de todo o território nacional. Já na quinta edição, o Ciclo de Workshops 1999 será realizado em duas etapas distintas: 1º Semestre - Iniciação, com 216 vagas destinadas a estudantes de comunicação e interessados em geral e, 2º Semestre - Reciclagem, com 100 vagas para estudantes e 111 vagas para profissionais de cinema. O primeiro semestre do ciclo será dividido em duas fases. A fase A terá um seminário denominado “A realização de um filme e suas etapas principais” composto por oito palestras. Com 100 vagas, a fase A acontecerá entre os dias 27 e 30 de abril. A fase B terá workshops de produção, com 25 vagas; assistência de câmera para cinema, com 20 vagas; elétrica, com 20 vagas; direção de fotografia, com 20 vagas; captação de som para cinema, com 15 vagas; e montagem em equipamento não-linear, com 16 vagas. Os workshops estarão acontecendo entre os dias 26 de abril e 13 de junho com a equipe de professores composta por Augusto de Blasiis, Toni Gorbi, Luiz Adelmo, Dora Mourão, Michael Ruman e outros a serem confirmados. As inscrições para o primeiro semestre acontecem entre os dias 15 de março e 9 de abril. Mais informações pelo telefone (011) 6959-6245.

C R I a Ç Ã O p U B l I C I T Á R I aA Semana Internacional da Criação publicitária acontece de 22 a 26 de março, simultaneamente no Rio e em São Paulo. Em sua 13ª edição, as palestras em São Paulo serão à tarde, para estudantes, e à noite, para profissionais, no Hotel Maksoud Plaza. No Rio, as conferências são à noite, no Auditório do Jornal O Globo. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (011) 231-5849 e 231-5852, em São Paulo, e (021) 292-0000 no Rio.

C U R T a p a U l I S T a N OEstão abertas as inscrições para o processo seletivo de 40 filmes de curta-metragem que farão parte da Semana do Curta-Metragem paulistano, promovida pela Secretaria Municipal no Centro Cultural São Paulo. Os filmes, 16 mm ou 35 mm em preto e branco ou em cores, devem ter duração de três a dez minutos e serão selecionados pela Comissão Municipal de Artes Audiovisuais. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo próprio diretor (no máximo cinco filmes por diretor) até o dia 12 de abril no Centro Cultural São Paulo. O telefone para informações é (011) 277-3611, ramal 279.

C U R S O S N O R I OA Digital Media, do Rio de Janeiro, está oferecendo cursos nas áreas de computação gráfica, pós-produção em Avid, animação em Softimage e efeitos digitais. Os preços variam de US$ 250 a US$ 1,65 mil. Informações pelo telefone (021) 430-8167 ou pela Internet, no site www.dmaschool.com, e-mail [email protected].

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13 a 27 - Curso: “Edição analógica e corte seco”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] - Curso: “Técnicas para sonorização profissional”. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de segunda a quinta. Fone: (011) 3666-6950.15 a 19 - Curso: “Edição não-linear com especialização em Adobe”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 7/4 - Curso: “Introdução ao vídeo - módulo II”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 26 - Curso: “Edição não-linear com especialização em Adobe”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected].

5 a 23 - Curso básico de roteiro, direção e produção. Studio SIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279.6 a 29 - Curso: “Iluminação profissional para vídeo e TV”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 18 - É Tudo Verdade - 4º Festival Internacional de Documentários. São Paulo e Rio de Janeiro. Fone / fax: (011) 852-9601. E-mail: [email protected]. Internet: www.kinoforum.org/itsalltrue.11 a 16 - Mip-TV 99, The International Television Programme Market. Palais des Festivals, Cannes, França. Fone: (44-181) 910-7878. Fax: (44-181) 910-7813. E-mail: [email protected]. Internet: www.miptv.com.12 - Curso de sonorização da SPX. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de segunda a quinta. Fone: (011) 3666-6950.

17 a 22 - NAB’99 (National Association of Broadcasters). Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EUA. Fone: (1-202) 429-4188. Fax: (1-202) 429-5343. E-mail: [email protected]. Internet: www.nab.org.24 e 25 - Workshop: produção executiva e direção de produção. Quanta, São Paulo, SP. Fones: (011) 283-4380 e 6981-4260.

4 a 17 - Curso: “Iluminação profissional para vídeo e TV”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected] a 7 - ExpoLatina. Feira da indústria do entretenimento. Miami Beach Convention Center, Miami, EUA. Fone: (1-800) 288-8606. Fax: (1-303) 220-0600. Internet: www.intertec.com/shows/expolat.htm.10 - Curso de sonorização da SPX. SPX, São Paulo, SP. Início da turma de segunda a quinta. Fone: (011) 3666-6950.22 e 23 - Workshop: produção executiva e direção de produção. Quanta, São Paulo, SP. Fones: (011) 283-4380 e 6981-4260.

7 a 26 - Curso básico de roteiro, direção e produção. Studio SIMC, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-6279.10 a 15 - TV Montreux 1999. International Television Symposium and Technical Exhibition. Montreux, Suíça. Fone: (41-21) 963-3220. Fax: (41-21) 963-8851. E-mail: [email protected]. Internet: www.montreux.ch/symposia.13 a 19 - BTVF - Banff Television Festival. Banff, Canadá. Fone: (1-403) 678-9260. Fax: (1-403) 678-9269. E-mail: [email protected]. Internet: www.banfftvfest.com.19 e 20 - Workshop: produção executiva e direção de produção. Quanta, São Paulo, SP. Fones: (011) 283-4380 e 6981-4260.

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