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Programa Lixo Zero Entre os melhores do Brasil Pág. 09 Polícia Ambiental Defesa integral ao meio ambiente Pág. 16 e 17 O valor da água A água pode mesmo terminar? Pág. 4 e 5 R$ 7,90 A REVISTA Mãos protetoras “Adotando o meio ambiente por inteiro” 8 anos C O M V O C Ê E O M E I O A M B I E N T E Família mantém 300 cães de rua. | Pág. 10 e 11

Revista Vida & Natureza

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Edição 161

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Page 1: Revista Vida & Natureza

Programa Lixo Zero

Entre os melhores do Brasil Pág. 09

Polícia Ambiental

Defesa integral ao meio ambiente Pág. 16 e 17

O valor da água

A água pode mesmo terminar? Pág. 4 e 5

R$ 7,90

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Mãos protetoras

“Adotando o meio ambiente por inteiro” 8anos

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M VOCÊ E O MEIO AM

BIENTE

Família mantém 300 cães de rua. | Pág. 10 e 11

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ContatoRua: Presidente Roosevelt, 344Centro – CEP: 88.504 – 020Lages – Santa CatarinaFone: (49) 9148-4045E-mail: [email protected]

Diretor GeralPaulo Chagas Vargas

Consultoria AmbientalBióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

Jornalista ResponsávelBetina Pinto - Reg. SC 01940 - JP

Diagramação e Projeto GráficoRevista Vida & Natureza - Caroline Colombo A. Costa

Tiragem e Impressão2.000 exemplaresGráfica Tipotil

6 E 7 | LAGES ESTá SEGuRACidade está bem servida de água

4 E 5 | áGuA: O quE DIZER?Hora de refletir sobre o uso

14 | PARquE ECOLOGICOAberto à educação ambiental

“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Índice

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EDIÇãO 161 | AnO 09 LAgEs, sAntA CAtArinA - BrAsiL CRéDITO CAPA: PAuLo ChAgAs

12 | LOnGA VIDA DO bEIJA-FLORPássaro vive até 12 anos

15 | HORTO MunICIPALMais de 230 mil mudas por ano

Expediente

Visão“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão“Fazer com que todos tenham oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a consciência futura”.

13 | ARAuCáRIAS AO CHãOirresponsabilidade continua na serra

8 | REAPROVEITAMEnTO DA áGuAA ideia é utilizar água da chuva

Page 3: Revista Vida & Natureza

Paulo Chagas

bateu a preocupação

não somente entre os governantes, mas com certeza entre toda a população brasileira, a problemá-

tica da falta de água em grandes centros do país. um risco gigante especialmente locali-zado na região sudeste, e atingindo inúme-ras cidades da grande são Paulo, incluindo a Capital. Acendeu de vez a luz vermelha. o que mais indigna é que não foi por falta de aviso. Além da falta de água, a questão se estende ainda à produção de energia. nesse caso, ainda mais preocupante. um momento profícuo não só para pensar, mas para agir e tentar amenizar os reflexos que poderão ser ainda piores com o passar dos anos.

Em março, no dia 22, a onu que vem se preocupando com a água, instituiu o Dia Mundial da Água,

cujo objetivo principal é refletir, mas acima de tudo, estender a conscientização e a ela-boração de medidas práticas para resolver o problema da falta de água, cada vez mais evidente. Afinal, parece que poucos ainda

se deram conta de que apenas dois terços do planeta terra é formado por este precio-so líquido e que temos pouca quantidade, ou seja, de que 0,008%, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E para piorar, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degrada-da pela ação predatória do homem.

não há mais como deixar de lado. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo,

água para o consumo de grande parte da população mundial. Quanto à santa Cata-rina, um estado em que ainda há água em abundância, porém, talvez por isso, poucos detêm a preocupação de zelar. Basta ob-servar a ação dos municípios e ver quantos estão estimulando para os cuidados com as fontes e mananciais. Definitivamente, dá para contar nos dedos das mãos. hora de autoridades abraçarem a causa com forte apelo educacional e de conscientização junto às suas comunidades. Caso contrário, a geração futura que aguarde pelo pior, e por culpa de quem?

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Palavra doEditor

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A região metropolitana de são Paulo terá de enfren-tar daqui para a frente, e

provavelmente durante alguns anos, mudanças radicais de hábitos em re-lação ao uso da água. Não é exagero afirmar que nada será como antes: tomar banho, lavar louça, dar descar-ga, escovar os dentes. Mas não só isso. indústria, comércio e agricultura – setores que mais consomem esse recurso – também precisam trabalhar contra o desperdício. E governos, preparar-se melhor para enfrentar os desafios da gestão desse recur-so estratégico para a própria vida de qualquer lugar.

É sabido que toda forma de vida deste planeta precisa de água. Ela é também es-

sencial para o desenvolvimento so-cioeconômico. Mas é um recurso fi-nito e distribuído de maneira desigual entre países e entre regiões.

A água cobre dois terços da terra, mas apenas 25% desse volume são de

água doce, a maior parte congelada em geleiras. Assim, só 1% da água doce existente é adequado ao con-sumo humano e está distribuído em rios, lagos e lençóis subterrâneos de difícil acesso.

o Brasil tem a maior re-serva de água doce do mundo – 12%. Mas essa

água não está distribuída igualmen-te pelo território.

no entanto, de toda essa reserva, a maior parte lo-caliza-se na Amazônia.

Mesmo assim, a grande são Paulo é cortada por vários rios que, se utili-zados para abastecimento, poderiam diminuir o problema da escassez que nos afeta agora. só que todos eles

foram canalizados e estão poluídos de tal forma que não servem nem mesmo para regar plantas, segundo especialistas. isso mostra o descaso com que a sociedade e os governos sempre trataram um recurso estraté-gico e finito.

Pois, ao contrário do que ocorre no resto do mundo, nossa crise vem da abun-

dância. o brasileiro consome, em mé-dia, 200 litros de água por dia, quando a quantidade diária ideal recomenda-da pela organização das nações uni-das (onu) é de 110 litros. Por aqui, se gasta 215 litros para lavar carro com mangueira, 135 litros para tomar banho de ducha, 279 litros para lavar calçada. tudo isso com água tratada.

água mal distribuída

Mas, há desperdícios maio-res. os distribuidores de água deixam pelo cami-

nho 38% da água tratada no país. isso equivale a 3,6 bilhões de litros perdidos anualmente.

na agricultura, boa parte da água utilizada nas lavouras é perdida na evaporação,

por conta da baixa eficiência tecno-lógica das fazendas. Os agrotóxicos também colaboram para diminuição dos recursos hídricos do país, pois contaminam lençóis freáticos e ma-nanciais. Com isso, é preciso captar mais água para as lavouras, reduzin-do a disponibilidade dela tanto para o campo quanto para as cidades, bem como comprometendo a qualidade dos rios e das espécies aquáticas.

A água é vital para todas as espécies vivas do planeta. Por isso, é preciso esta-

belecer um modo de utilização que permita nossa sobrevivência sem pôr em risco a sobrevivência dos demais seres. A crise hídrica pela qual se está passando pode ser a grande oportuni-dade para que a população repense seus hábitos e construa uma nova convivência social, mais solidária, participativa e compartilhada.

(Por Jorge Abrahão - é diretor-presidente do Instituto Ethos)

• A crise hídrica que o país enfrenta pode ser a grande oportunidade para que se repensem os hábitos e se construa uma nova convivência social.

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O valor estratégico da água

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• Água e Desenvolvimento Sustentável é o tema escolhido pela Agência da ONU, do Dia Mundial da Água de 2015.

O tema pautará as discussões do setor em todo o mundo. Março, mês da água

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Celebrado mundialmente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da

Água foi recomendado pela onu du-rante a Conferência das nações uni-das sobre Meio Ambiente e Desenvol-vimento, a Eco-92, no rio de Janeiro. As celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anu-al, definido pela própria Organização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.

Entre os temas já escolhidos para a data estão: água e energia, cooperação pela

água, água e segurança alimentar, águas transfronteiriças, saneamento, água limpa para um mundo saudável, lidando com a escassez de água e água para as cidades: respondendo ao desafio urbano.

Fórum Mundial da água em 2018

A capital federal, que con-corria com Copenhague (Dinamarca), foi eleita du-

rante em fevereiro de 2014, durante a 51ª reunião do Quadro de gover-nadores do Conselho Mundial da Água (WWC), em gyeongju (Coreia do sul), para sediar o Fórum Mun-dial da Água de 2018.

o fórum ocorre a cada três anos e é o maior evento do mundo com a temática

dos recursos hídricos. A campanha brasileira apresentou o tema ‘Com-partilhando Água’, para integrar os assuntos discutidos nas edições an-teriores do evento, dando continuida-de aos debates já realizados sobre os desafios do setor de recursos hí-dricos. segundo a Agência nacional de Águas (AnA), em agosto de 2013, uma equipe de avaliadores esteve

em Brasília e produziu um relatório sobre infraestrutura de transportes, mobilidade urbana, rede hoteleira e locais para realização do fórum, que serviu de subsídio para que a cidade fosse a escolhida.

A próxima edição do evento organizado pelo WWC, em 2015, será em duas

cidades da Coreia do sul, Daegu e gyeongbuk, com o tema ‘Água para nosso Futuro’. o objetivo é destacar a temática dos recursos hídricos na agenda global e reunir organizações internacionais, políti-cos, representantes da sociedade civil, cientistas, usuários de água e profissionais do setor.

Fontes: Agência Nacional de Águas/Agência Brasil

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o Estado de san-ta Catarina é rico em poten-

ciais hídricos. no entanto, a falta de água é pontual em vários municípios, de-vido aos sistemas precá-rios de distribuição, e não por falta de pontos de captação, o que compro-mete o abastecimento. Em cidades do oeste, a preocupação é um pouco maior, especialmente na região de Chapecó.

Entre as providên-cias, o governo do Estado inves-

te forte na instalação de cisternas para armazena-mento de água em várias localidades do interior. Por sua vez, Chapecó, Xan-xerê, Xaxim, e Cordilheira Alta avançam nos estudos para investir mais de r$ 200 milhões na captação de água, numa forma de garantir o abastecimento futuro.

A serra Catarinense, por sua vez, é uma das regi-ões mais privilegiadas no

quesito hídrico. o município de La-ges, o maior da região, não tem no momento, nenhuma preocupação, embora haja registros de que aos poucos a questão vem se agravan-do, e que algo precisa ser trabalha-do exatamente para garantir abaste-cimento às gerações futuras. E isso tem sido feito. nos últimos anos, a secretaria Municipal de Água e sa-neamento (semasa) investiu nos últimos dois anos cerca de r$ 21

milhões no sistema de distribuição de água e esgoto, na segurança energética das redes e melhorias na estação de tratamento.

Embora Lages esteja segu-ra com relação ao abas-tecimento, com a média

de 50 milhões de litros por dia, cap-tados do rio Caveiras, os sistema ainda carece de atenção, pois, o desperdício é alto, 41%. Em 2012, era de 52%. A justificativa, segundo o secretário da semasa, Benjamin schultz, é devido à rede ser de fer-ro e bastante antiga, com mais de 40 anos de uso. Porém, aos poucos elas vem sendo substituídas.

o sistema ainda deve melhorar, pois, estão pre-

vistos novos investimen-tos de mais r$ 27 milhões na geração de energia, subestação de energia, substituição de rede e a instalação de novas adu-toras e melhorar a reser-vação, que atualmente é de apenas 28%. “Por ou-tro lado, com os atuais in-vestimentos no Araucária e no Ponte grande, e os que virão, Lages chegará ao índice de 40% somen-te no esgoto tratado”, re-força Benjamin.

o s e c r e t á r i o lembra que o primeiro resul-

tado dos investimentos já foi sentido neste ve-rão. não houve nenhum registro de falta d’água nos bairros. o sistema de

distribuição está assegurado tam-bém com dois geradores, caso falte energia. somente um acidente pode causar problemas. os geradores têm potência para garantir a capta-ção de água, tratar e ainda bombe-ar para os reservatórios, e garantir água para as quase 47 mil ligações consumidoras. há bastante tranqui-lidade. Lages não corre o risco de ficar sem água por longo tempo. O rio Caveiras é uma fonte consisten-te, livre de poluição nos pontos de captação, o que garante abundân-cia, e, além dele, há outras fontes próximas como a do Rio Canoas e poços artesianos.

• O município pode estar bem servido de água. No entanto, nada justifica os desperdícios e a falta de cuidado na preservação

Lages está segura e bem servida de água

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“O maior problema é o sistema antigo que compromete a distribuição. O

desperdício está muito elevado, e é um ponto que precisa de mais atenção”

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Através do Centro Operacional, Lages tem absoluto controle de todo o sistema de distribuição

Rio Caveiras com capacidade de bombeamento de 50 milhões de litros

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Aquecimento global A organização Mundial de saúde prevê que as

alterações climáticas causarão mais 250.000 mortes em todo o mundo entre 2030 e 2050,

sobretudo devido à malária, diarreia, exposição solar e mal nutrição. Estas serão piores nos

países em desenvolvimento, onde as pessoas estão mais expostas a estes elementos, mas não

deixarão de visitar o chamado Primeiro Mundo. no ano passado, mais de 300 especialistas

climáticos desenvolveram uma análise exaustiva ao aquecimento global nos Estados unidos.

Mata ciliar

santa Catarina bem que poderia também programar o plantio de árvores para comemorar do Dia Mundial da Água, a exemplo do Paraná.

o estado vizinho vai plantar 1 milhão de árvores nativas nas margens dos rios. A iniciativa é parte

do projeto de revitalização de matas ciliares, iniciado em novembro de 2014. o projeto deve

abranger todos os municípios do estado e plantar 90 milhões de mudas no prazo de três anos. será

que sC não precisa de uma ação assim?

Verde nas ruas

Lages, através da secretaria de Meio Ambiente poderia planejar o plantio de árvores em toda a

cidade. As ruas são desertas de verde. o concreto predomina. Existem municípios de Santa Catarina em que o verde deve estar contemplado em todos

os projetos urbanização. Em Lages não.

Em vãoFoi em vão a conversa dos parlamentares

catarinenses com os dirigentes do instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (iCMBio), no último dia 25 de fevereiro, em

Brasília. A visitação continua proibida, até que seja feito um plano de manejo seja feito. um

novo estudo técnico já está sendo providenciado. Enquanto isso, os municípios, principalmente, o de

urubici vão seguir amargando prejuízos.

De OlhO nO Ambiente

Fábi

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amo

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Deputados Gabriel Ribeiro e Carmen Zanotto com o ICMBio

A constatação é do depu-tado estadual Fernando Coruja. Diante da cons-

tatação, ela acaba de apresentar Projeto de Lei que dispõe sobre

a implantação de um sistema de reaproveitamento da Água da Chuva, para utilização, não

potável, nos prédios públicos da administração direta e indireta do

Estado de santa Catarina.

A água captada servirá para todas as formas

de uso que não envolvam o consumo direto por

seres humanos, tais como lavagem de calçadas, pátios ou

pisos, veículos e para uso em descargas de vasos sanitários e

irrigação de jardins.

C oruja justificou o projeto dizendo que “esta-mos diante de uma crise sem precedentes

no abastecimento de água em algumas regiões do país. E enquanto esperamos a criação de

uma política específica para a questão da água em santa Catarina, sugiro a prática de medidas capazes de

diminuir o consumo, a curto prazo”.

o deputado observa que a presente falta de água é agravada pela cultura do des-

perdício que ainda predomina entre nós. “Diariamente, milhões de litros de água tratada são

desperdiçados em usos que poderiam muito bem ser substituídos pela água reaproveitada”.

na opinião de Coruja, cabe ao Estado, por meio de sua administração direta e indireta, iniciar

uma ação efetiva, de modo a reverter esse quadro de desperdício que agride o meio ambiente e

ameaça a própria sobrevivência no planeta.

lucimar FranceSchine

Reaproveitamento da água da chuva

Coruja não quer que aconteça em

SC, o que vem acontecendo em

São Paulo

• A água da chuva não é regulamente usada, principalmente em prédios públicos

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Reconhecimento: programa Lixo Orgânico Zero entre os 20 melhores do país

o programa Lixo Orgânico Zero, desenvolvido em instituições e escolas mu-

nicipais e estaduais de Lages há dois anos, foi selecionado pelo Ministério do Meio Ambiente, em um grupo de 20 projetos em todo o Brasil, como uma “Ação referência Educares”. Isso significa que o programa está entre as 20 melhores ações de edu-cação ambiental do país, que promo-vem soluções para os resíduos sóli-dos gerados nas cidades.

o projeto Lixo Orgânico Zero é uma iniciativa com diversos parceiros, como

as secretarias Municipais do Meio Ambiente e da Educação, gerên-cia regional de Educação (gered), serviço social do Comércio (sesc), Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV/udesc), organizado a partir do grupo garis. “É um orgulho para nós termos alcançado essa posição em pouco mais de dois anos de atuação.

sabemos porque chegamos nesse ponto. não é somente porque temos uma proposta simples e acessível a qualquer cidadão. os parceiros que acreditaram e abraçaram o projeto foram os grandes protagonistas des-ta caminhada de sucesso”, comen-ta silvia oliveira, responsável pela Educação Complementar do sesc e integrante do projeto.

Participação das escolas

Além da comunidade, o programa teve a adesão de 96 escolas municipais,

entre Centros de Educação infantil Municipal (Ceims), Escolas Munici-pais de Educação Básica (Emebs) e Escolas Municipais de Educação Fundamental (Emefs), estas no in-terior do município. De acordo com a engenheira agrônoma da secre-

taria de Educação, Katja Volkert Dal Pont, praticamente todas as escolas reaproveitam o lixo orgânico.

Como funciona o projeto

o programa Lixo Orgânico Zero, iniciado no fim de 2012, tem como principal

objetivo destruir todos os resíduos orgânicos gerados pelo município (1.100 toneladas por mês) na sua origem, próximo dos locais onde foi gerado, ou seja, em cozinhas de re-sidências, condomínios, escolas e comércio, retirando esse resíduo do circuito tradicional da coleta pública de lixo e reduzir o custo do serviço em mais de r$ 2 milhões.

utilizando-se do sistema de minicompostagens ecoló-gicas, que foi desenvolvi-

do pelo projeto, está sendo possível destruir grandes quantidades de resíduos (200 a 300 kg/metro qua-drados/ano) em pequenos espaços como canteiros, jardineiras e vasos, sem que os resíduos fiquem visíveis e sem produção de odor desagradá-vel, insetos e chorume.

A mistura com outros resídu-os orgânicos abundantes, e de difícil decomposição,

além do baixo custo e facilidade de manejo deste sistema, são os respon-sáveis pelo sucesso desta tecnologia, totalmente sob controle social. “os lageanos estão mostrando que atra-vés de simples ações do dia a dia, a nossa cidade pode se tornar referên-cia nacional, mostrando que o lixo não será mais um problema”, diz silvia.

• Lages alcançou essa posição em pouco mais de dois anos de atuação. Méritos aos parceiros que acreditaram na proposta do projeto

Sílvia Oliveira, do SESC Lages, uma das abnegadas no desenvolvimento do projeto

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Existem pessoas que são capazes de fazer coisas que parecem loucura, quase inexplicáveis. É o caso de uma

família, em Lages (sC), que abriga cerca de 300 cães de rua. não só isso, alimenta e dá todo o atendimento veterinário quando é preciso, sem se importar com os custos. o consumo de ração gira em torno de 120 a 140 quilos por dia. nesse caso, para se ter ideia, os gastos mensais so-mam em média r$ 12 mil. recursos estes ban-cados pessoalmente pela protetora, a advogada Ângela Aparecida rosa, que é também mante-nedora da ong Anjos Caninos.

A história teve um começo a partir da sensibilidade e amor aos animais, pe-los próprios pais de Ângela, o seu José

Euclides rosa (75) e dona iolita Waltrick rosa (68). Conforme conta, em meados de 2007, um cachorro apareceu em frente ao prédio que re-sidem, com a pata quebrada. Foi o suficiente para providenciar imediatamente os cuidados ao animal machucado. um segundo caso, o salvamento de um cachorrinho jogado ao piche quente. Já um terceiro, simplesmente foi deixa-do à sua porta, e ao ser adotado, se percebeu que estava muito doente, com diabetes e tinha convulsões, precisando ser tratado com insulina e outros medicamentos. Depois desses três, não se sabe a razão foram chegando mais, e mais.

“talvez tivessem descoberto que a gente gostava de cachorros e que os protegíamos. Então foram deixando até mesmo caixas cheias de filhotes à nossa porta. E assim fomos abrigando um a um”, ressalta com naturalidade, a advogada Ângela.

Curiosamente, conforme a protetora conta, cada animal deixado perto do prédio, dificilmente ele vai embora.

Parece que fica ligado espiritualmente com a gente, e não sai da frente de casa até ser am-parado. “Eu e meus pais amamos a vida ani-mal. os cães têm valores e sentimentos. tenho certeza que se os humanos tivessem a mesma sensibilidade dos animais, não haveria violên-cia”, diz. - o objetivo não é o de aparecer. Mas sim apenas cuidar dos cães abandonados. Ela sabe que é uma utopia pensar assim, mas o seu maior sonho é não ver mais nenhum cãozinho perdido e abandonado na cidade.

Reclamações e problemas

Manter tantos animais assim sob pro-teção exige mais do que amor e de-dicação. Precisa da compreensão da

sociedade, especialmente dos vizinhos. somen-te no prédio onde reside, no Bairro Coral, ela e os pais mantêm mais de 60 cães dentro e fora

dos apartamentos, dividindo o mesmo espaço deles. Ângela assegura que o bem-estar dos animais está entre as necessidades. – “todos os cômodos são deles prioritariamente”. tanto zelo e o número crescente de cães em plena zona central da cidade têm resultado em reclamações e denúncias. Ela conta que a Polícia e o Ministé-rio Público já a “visitaram” diversas vezes. “uma dessas denúncias foi feita por minha própria irmã, que mora aqui ao lado”, disse com tristeza.

OnG Anjos Caninos

há cerca de quatro anos conseguiu registrar uma ong, a Anjos Caninos, com estatuto e tudo dentro da Lei.

Foi a maneira que encontrou para ter suporte para proteger os animais sem tantas interven-ções contrárias externas. Assim, para abrigar a maioria do cães, arrendou uma chácara e construiu 30 canis. Para tomar conta de tudo contratou um funcionário que limpa e alimen-ta os animais mas somente durante a semana. tanta dedicação assim tem lhe custado caro. Além dos gastos financeiros, não tem gozo de férias e nem finais de semanas livres. A vida de Ângela está ligada diretamente aos cuidados dos pais e dos animais. “no quesito ambiental,

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O que leva uma famíliaa cuidar de

• A família se dedica inteiramente aos cuidados dos animais, que em parte são abrigados na própria casa e outros em canis numa chácara. Todos são bem tratados e livres para adoção.

300 cães?

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Cabe à tratadoracuidar da limpeza do local e dar comida aos cães

Tem outros protetores nas ruas que, assim como eu adotam e cuidam dos animais. Seria

preciso uma sede e um grupo forte de pessoas em Lages

para abraçar a causa e resolver esse problema. São poucas as doações. Mas agora, o

governador Raimundo Colombo determinou que dessem atenção

e auxílio à ONG

dos apartamentos, dividindo o mesmo espaço deles. Ângela assegura que o bem-estar dos animais está entre as necessidades. – “todos os cômodos são deles prioritariamente”. tanto zelo e o número crescente de cães em plena zona central da cidade têm resultado em reclamações e denúncias. Ela conta que a Polícia e o Ministé-rio Público já a “visitaram” diversas vezes. “uma dessas denúncias foi feita por minha própria irmã, que mora aqui ao lado”, disse com tristeza.

OnG Anjos Caninos

há cerca de quatro anos conseguiu registrar uma ong, a Anjos Caninos, com estatuto e tudo dentro da Lei.

Foi a maneira que encontrou para ter suporte para proteger os animais sem tantas interven-ções contrárias externas. Assim, para abrigar a maioria do cães, arrendou uma chácara e construiu 30 canis. Para tomar conta de tudo contratou um funcionário que limpa e alimen-ta os animais mas somente durante a semana. tanta dedicação assim tem lhe custado caro. Além dos gastos financeiros, não tem gozo de férias e nem finais de semanas livres. A vida de Ângela está ligada diretamente aos cuidados dos pais e dos animais. “no quesito ambiental,

tomo todos os cuidados. As unidades plásticas de ração vão para a reciclagem. tudo conforme orientação da Prefeitura”, salienta.

Adoção e visitações

todo o trabalho é voltado para que os animais tenham um novo lar. As ado-ções acontecem sempre. Ao longo

desses sete ou oito anos de atenção aos cães de rua, cerca de 5 mil já passaram pela prote-ção dela e dos pais. os atuais 300 tornaram-se o limite. A doação de um, representa a abertura de uma nova vaga. Para adotar a pessoa pre-cisa assinar um termo de adesão, o que pode ser feito em qualquer dia e em qualquer hora. o animal sai castrado, desverminado e chipado. “Aos poucos estamos nos organizando. Quere-mos que nossos canis se tornem ponto de visita-ção, onde as pessoas possam conhecer nosso trabalho, e assim, deixem de lado o conceito de que o lugar é um simples depósito de animais”, conclui Ângela.

quem quiser colaborar ligue:

(49) 9982-3092 (49) 3223-4132 e 3223-1724

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o beija-flor, também conhe-cido como colibri, cuitelo, chupa-flor, pica-flor, chu-

pa-mel, binga, guanambi, guinumbi, guainumbi, guanumbi1 e mainoĩ, é uma ave da família trochilidae e inclui 108 gêneros. Existem 322 espécies conhecidas. no Brasil, alguns gêne-ros recebem outros nomes, como os rabos-brancos do gênero Phaethornis ou os bicos-retos do gênero helio-master. Duas espécies de beija-flor extinguiram-se no passado recente: esmeralda-de-brace (Chlorostilbon bracei) e esmeralda-de-gould (Chlo-rostilbon elegans).

são aves de pequeno porte, que medem em média de seis a doze centímetros de

comprimento e que pesam de dois a seis gramas. o bico é normalmente

longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adap-tado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usa-da para extrair o néctar das flores.

Características

o esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de for-

ma a permitir um voo rápido e extre-mamente ágil. são as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. o bati-mento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas de setenta a oitenta vezes por segundo. Em contraste, as patas dos

beija-flores são pequenas demais para a ave caminhar sobre o solo. As fêmeas são, em geral, maiores que os machos, mas apresentam colora-ção menos intensa. Vivem, em média, doze anos e seu tempo de incubação é de treze a quinze dias.

A alimentação dos beija-flo-res é baseada em néctar (cerca de noventa por cen-

to) e artrópodes, em particular mos-cas e formigas. tal como a maioria das aves, o sentido do olfato não está muito desenvolvido nos beija-flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Além de poderem identificar cores, os beija-flores são dos poucos verte-brados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta.

(Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)

• Apensar de muito pequeno, medindo de seis a doze centímetros, o beija-flor consegue viver em média 12 anos

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O encanto do beija-flor

Quieto sobre a mão

o advogado João Matias, de Lages, tem como hobbie a fotografia. É dele o registro do beija-flor em pleno voo. A foto é rica em detalhes. Curiosamente, ao andar por uma rua em Lages teve uma oportu-

nidade rara, ao conseguir que um beija-flor deixasse, por alguma razão, ser apanhado e permanecesse em sua mão, num tempo suficiente para fazer o registro. Mostrou a algumas pessoas que por ali andavam. o bonito foi que passou a mão várias vezes sobre ele como se o bichinho gostasse da carícia. Em seguida, ainda segundo o João, o beija-flor começou a mover as asas, ra-pidamente, ainda na sua mão e voou. Ele considerou ser uma dádiva da natureza.

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Mais de 400 araucárias são derrubadas

• Por mais que a Legislação Ambiental seja aplicada, há quem a ignore e tente burlá-la

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na serra Catarinense, num dos municípios que mais há registro de derrubada

de árvores nativas em toda a região, uma nova área, de 4,13 hectares de mata nativa foi devastada em uma fazenda situada na Localidade de São Geraldo. O flagrante feito pela guarnição da Polícia Militar Ambien-tal de Lages, a partir de uma denún-

cia anônima. na propriedade rural foram localizadas 428 toras da es-pécie Pinheiro Brasileiro, cortadas.

os policiais fizerem a aná-lise da área devastada, e calcularam mais de 30

metros cúbicos de área destruída atingindo ainda uma área de preser-vação permanente de 0,35 hectares. o proprietário do local foi multado

em r$59mil e responderá admirati-vamente e criminalmente pelo crime ambiental. A madeira apreendida foi doada para a Associação de Desen-volvimento da Microbacia (ADM), da localidade de Campina Dorgelo, interior de são José do Cerrito, e será usada para a construção de um galpão, o qual abrigará as maquinas utilizada pelos agricultores.

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Faltam poucos detalhes para que a nova sede do Parque natural Municipal João José

teodoro da Costa neto, no bairro são Paulo, esteja em perfeitas condi-ções para o atendimento ao público. o prédio já está concluído e os ges-tores buscam agora recursos para aquisição do mobiliário. o projeto foi apresentado pelo gerente do parque, giovanni tomazelli, ao Conselho Mu-nicipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) durante reunião extraor-dinária, no último dia 12 de fevereiro.

o prédio conta com salas de recepção, de admi-nistração, de educação

ambiental, cozinha e depósito. os móveis estão sendo planejados em sintonia com o propósito do parque, em estilo rústico, com materiais re-nováveis, madeira reaproveitada e tratada. “Futuramente teremos um

projeto para implantar uma segunda estrutura com área de alimentação e lanchonetes, para que os visitan-tes possam passar todo o dia sem se preocupar com deslocamento”, afirma o gerente.

A antiga sede, às margens da Br-282, será cedida à Polícia Ambiental para

continuidade dos projetos de educa-

ção ambiental com agentes mirins. A vegetação nativa do terreno em torno da sede foi recuperada com o plantio de árvores doadas pelo Cen-tro Vianei, no ano passado. Foram plantadas cerca de 400 mudas de ipê amarelo e árvores frutíferas origi-nárias da região, com a participação dos alunos da rede municipal. Equi-pes da secretaria de Meio Ambiente realizou trabalho de paisagismo no local e a implantação de um espelho d’água em frente ao prédio, atraindo aves exóticas e pássaros.

Lixo Orgânico Zero

A nova sede do parque ecológico contribuirá com o programa Lixo Orgâni-

co Zero, desenvolvido nas escolas através de parceria entre as se-cretarias de Meio Ambiente e de

Educação e do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV). Durante as visitas agendadas pelas escolas ao parque, os alunos terão aulas teóri-cas e práticas sobre o projeto.

uma estufa será construída para que tenha a possibili-dade de plantio de mudas

e trabalhos de compostagem realiza-dos pelos próprios alunos. “Ao final serão distribuídas mudas de horta-liças como incentivo à confecção de uma composteira em suas casas, com objetivo de diminuir a emissão de lixo orgânico no aterro sanitário”, ex-plica a bióloga da secretaria de Meio Ambiente, Michelle Pelozato.

Conheça o parque

o parque ecológico tem uma extensão de apro-ximadamente 234 hecta-

res, ocupados por mata atlântica e de floresta de araucárias, fazendo parte das 12 existentes no país. Esta é uma área de proteção intensiva e de preservação do bioma da região, com zona de recuperação e manejo. Muitos animais nativos e exóticos povoam o parque, como o leão baio, símbolo da região. suas pegadas fo-ram fotografadas pelos biólogos que pesquisam no local.

o espaço conta com área de recreação, com passeios e trilhas, acompanhadas

por um guia, com cerca de cinco quilômetros de aventuras em meio à mata e cascatas, e projetos de edu-cação ambiental, com visitas de estu-dantes, universitários, pesquisadores e comunidade. As visitas podem ser programadas e agendadas pelo te-lefone (49) 3224-3142, do Centro de Educação Ambiental ida schmidt.

(Por Aline Tives – Ascom Lages)

Parque ecológico deverá inaugurar a nova sede

• O prédio administrativo conta com salas de recepção, de administração, de educação ambiental, cozinha e depósito

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Horto produz mais de 230 mil mudas ao ano

Chapecó – o horto Botâ-nico Municipal de Chapecó é o responsável pela produção de mudas de flores da estação, plantas ornamentais e árvores nativas, utilizadas nos traba-lhos de ajardinamento dos es-paços públicos da cidade.

Em 2014, o horto foi res-ponsável pela produção de 230 mil mudas, que em-

belezaram parques, praças, pontos turísticos, equipamentos públicos, rótulas e canteiros centrais de ruas e avenidas. As plantas são produzidas

em duas estufas, uma com 50m2 e outra com 15m2. A estrutura física dispõe ainda de um barracão des-tinado aos setores de repicagem e armazenamento de insumos e ferra-mentas, além da área administrativa. “o trabalho é realizado por dez fun-cionários, devidamente treinados e capacitados, que viabilizam o plantio,

o cultivo e o destino de cada planta, observando o manejo mais adequado e correto para cada espécie”, destaca o se-cretário de serviços urbanos, Jayme Bordignon.

Além da produção de mudas, a equipe técnica do horto é

responsável ainda pelos serviços de podas de árvores em vias e espaços públicos. no ano passado foram aten-didas 660 solicitações deste porte.

(Por Elizandra Buss – Ascom Chapecó)

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há muito tempo existe a preocupação legal como o Meio Ambiente no Bra-

sil. A busca pela garantia ambien-tal e as mudanças na legislação acompanharam um movimento mundial intenso de conscientização coletiva sobre os impactos e efeitos ambientais, ocorridos a o longo do desenvolvimento da sociedade. o princípio de tudo, na questão am-biental, consiste no direito de exis-tir um meio ambiente equilibrado, e, primordialmente, o desfrute das condições adequadas de uma vida saudável junto à natureza.

o Poder Público é um dos principais responsáveis na intervenção de con-

dutas que possam prejudicar o meio ambiente. Lhe é cabida a fiscalização e orientação dos particulares quanto à utilização racional e a disponibili-dade permanente do ambiente em que vivemos. E, nos tempos atuais, os problemas ecológicos despertam atenção da sociedade e merecem profundo reflexão. Mais que isso, no dever da proteção por parte do Es-tado, concentra-se, principalmente o poder da Polícia Ambiental.

Em Santa Catarina

Polícia Militar Ambiental em santa Catarina também se faz presente através de

suas unidades de Proteção Ambien-tal. no Estado, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), é res-ponsável pela fiscalização da flora, fauna, mineração, poluição e agro-tóxicos, atuando em todo o território catarinense, através de pelotões destacados, situados em áreas es-tratégicas do território catarinense.

Histórico da Polícia Militar Ambiental

A Polícia Florestal do Es-tado de santa Catarina surgiu pela primeira vez

em 17 de Dezembro de 1962, ten-do sua sede na cidade de Curiti-banos. Em 1979 foi extinta, res-surgindo em 1983 com atribuição de policiamento de mananciais e florestal, sob responsabilidade da Polícia Militar de santa Catarina.Em 1990, a Lei nº 8.039, criava a Companhia de Polícia Florestal, sendo sua instalação efetivada no dia 06 de maio de 1992, tendo sua sede no Parque Estadual da serra do Tabuleiro, na Baixada do Ma-ciambú, município de Palhoça.

Ainda em 1992, a Polí-cia Florestal passou a se denominar Polícia

de Proteção Ambiental, tendo sob suas atribuições a proteção do meio ambiente em todas as suas modalidades: flora, fauna, poluição, recursos hídricos e mineração. Em 27 de março de 1993 passou a se denominar Companhia de Polícia de Proteção Ambiental.

Em 04 de agosto de 2005, a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental passa

a ser denominada de guarnição Es-pecial de Polícia Militar Ambiental e no dia 22 de setembro de 2008, pas-sa a ser denominada de Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), com sede em Florianópolis. o Ba-talhão de Polícia Militar Ambiental possui sete Companhias, distribuí-das estrategicamente em todas as regiões do Estado, com intuito de prestar segurança de qualidade ao cidadão Catarinense.

4ª Companhia em Lages

uma dessas companhias, a 4ª, ligada ao 6º Bata-lhão de Polícia Militar de

Lages e abrange 57 municípios da serra Catarinense. somente em Lages, 24 policiais atuam na ativi-dade externa, ou seja, com patru-lhamento constante no interior do município. Conta ainda com seis profissionais na área interna, atu-ando administrativamente. os ou-tros 26 permanecem nas unidades subordinadas, instaladas nas cida-des de Curitibanos, herval d’oeste, Videira e Concórdia.

responsável por quase toda a serra e Meio-o-este de santa Catarina,

a Polícia Ambiental de Lages tem uma das maiores malhas viárias do Estado e trabalha na fiscalização a crimes ambientais, segurança das comunidades rurais e proteção à fauna e à flora da região.

nossa reportagem conver-sou com o sargento João Célio Alves de Moraes,

da guarnição de Avanço de Em-prego Ambiental (gAEA), sobre a rotina dos policiais ambientais. o enfrentamento ao tráfico de ani-mais, desmatamento e transpor-te irregular de madeiras, caças e pescas predatórias, além do o abigeato (roubo de gado), são os crimes mais comuns na região. o combate ocorre diariamente com o patrulhamento programado e tam-bém através de denúncias anôni-mas. Além disso, também trabalha em apoio às vítimas de desastres naturais como enchentes, desliza-mentos de terra e ventos fortes.

Polícia Ambiental como instituição protetora da natureza

• Em Santa Catarina a Polícia Militar Aambiental foi crida em 1992, mas já atuava desde 1962, porém, com o nome de Polícia Florestal

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OProtetores Ambientais Mirins atuam na educação ambiental

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Programa de Protetor

Ambiental• A educação ambiental proporciona conhecimento a crianças da rede escolar, com idade entre 12 e 14 anos. A formação leva em torno de 9 meses

A Polícia Militar Ambiental trabalha em três pilares: fiscalização, prevenção os-

tensiva e a polícia caracterizada. É no quesito prevenção que entra um dos projetos mais importantes da corpora-ção, o programa Protetor Ambiental, que atua fortemente no campo da educação. o Programa foi instituído primeiramente na cidade de rio do sul, em 1998. Em Lages a implan-tação ocorreu em 2002. Em todo o Estado já formou mais de 5 mil pro-tetores. somente na região serrana, o número ultrapassa de 600. Vale lembrar que os Protetores Ambientais são regularmente reconhecidos como um Pelotão da Polícia Militar Ambien-tal, e que podem ajudar a Polícia fis-calizando e fazendo denúncias.

o soldado ilton Agostini Ju-nior é um dos instrutores do grupo de Educação

Ambiental (gEA), do 4º Pelotão de Polícia Militar Ambiental, com sede

em Lages. segundo ele, a educação é o carro chefe do Programa Protetor Ambiental, com diretrizes específicas, que dão, inclusive, mais segurança para os próprios policiais. Podem participar crianças entre 12 e 14 anos de toda a rede escolar, e que passam por uma avaliação rigorosa. o curso, normalmente patrocinado por alguma empresa, ao custo médio de r$ 20 mil, alcança 180 horas/aula, ou seja, longos nove meses. o investimento do patrocinador cobre todos os custos com alimentação, transporte, unifor-mes e outros materiais que os cerca de 30 alunos por turma, utilizam.

Atividades

Depois de formados, os pe-quenos patrulheiros am- bientais participam de inú-

meras atividades, tais como, even-tos de sensibilização em exposi-ções, feiras, forças tarefas, com a função de esclarecer sobre as pre-

ocupações com o meio ambiente. Além disso, também participam de ações sociais através de campanhas em busca de agasalho e alimentos. tudo feito com estudos de valores sobre a fome ou o clima da região.

A ação é sempre completa. A organização parte do planejamento, pontos de

coleta, divulgação e a distribuição. A participação em palestras nas es-colas também entra na rotina dos protetores mirins, especialmente em comunidades do interior. os temas são variados: água, proteção de fon-tes, não caçar, proteger a floresta, etc. na missão, ainda a necessidade de informar o quanto a Polícia Am-biental pode ser parceira e protetora na conservação de bens e da vida. “Importante dizer que os pais ficam sabendo de todas as etapas das ati-vidades dos protetores, em muitos deles, mesmo um tempo depois não perdem o vínculo com as atividades”, lembrou o soldado ilton.

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• Pela lei do SNUC, Parque Nacional é uma categoria de Unidade de Conservação que deve ser aberta ao uso público

São Joaquim - o Parque na-cional de São Joaquim fica em uma área que já era procurada pelos locais antes mesmo da sua criação em julho de 1961. hoje, 53 anos depois ainda carece de plano de manejo, o docu-mento essencial para o seu funciona-mento e para abri-lo à visitação. isso não impedia amplo acesso informal e, por isso, em 2012, o próprio iCMBio autorizou a visitação, baseado em uma interpretação mais liberal da lei que rege as áreas protegidas no Bra-sil, a lei do snuC. Agora, a nova dire-ção do órgão mudou de ideia e limitou a visitação de são Joaquim a apenas a um local, o morro da igreja. todas as atividades de trilhas, cavalgadas e ciclismo estão suspensas.

Em 2012, a leitura foi de que o artigo 28 do snuC, podia ser interpretado de forma a

ordenar a visitação pré-existente do parque. Permissão dada, desenvol-veu-se uma indústria local de ecotu-rismo formal e organizada. Em 2013, são Joaquim tornou-se o 4º parque mais visitado do país, com cerca de 140 mil visitantes, atrás dos Parques nacionais da tijuca, iguaçu e Brasília.

Em dezembro de 2014, Bra-sília mudou de ideia. Emitiu um parecer (nota técnica

de 04/12) dizendo que a abertura à visitação colidia com a lei do snuc, não só no Parque nacional de são Joaquim, como também no Parque nacional de Anavilhanas, no Amazo-nas, outro destino de ecoturismo cada vez mais bem-sucedido.

Em seguida ao parecer técni-co de 04/dezembro, seguiu-se um memorando assinado

pelo diretor de Criação e Manejo de uCs do iCMBio, sérgio Brant, rubrica-do pelo atual presidente do órgão, ro-berto Vizentin, confirmando a decisão de “suspender as atividades de uso

público”, devido ao que o memorando chama de “visitação desordenada”, que “tem causado degradação am-biental e impactos significativos em áreas frágeis da unidade”.

usuários do Parque e opera-dores de turismo locais se organizaram para resistir

ao fechamento e criaram a comuni-dade no Facebook “Parque nacional de são Joaquim - conhecer para pre-servar”. A história promete render e a proibição tem cara de contrassenso burocrático, que também passa um atestado de incapacidade: cinco dé-cadas sem conseguir produzir o plano de manejo do parque.

(Por Eduardo Pegurier e Daniele Bragança - ((O)) Eco)

Autoridades, guias turísti-cos, empresários e repre-sentantes de entidades

de classe estão fortemente unidos para reivindicar a reabertura do Par-que nacional de são Joaquim. o ecoturismo foi suspenso por deter-minação do instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (iCMBio), causando prejuízos a eco-nomia local. o relatório aponta que a “visitação desordenada tem causado degradação ambiental e impactos significativos em áreas frágeis”. Po-rém, a promotoria de justiça afirma que jamais recebeu qualquer denún-cia relacionada a danos ambientais ocasionados pela exploração comer-cial do local.

o movimento em favor da reabertura do parque está sendo liderado pelo

instituo serrano de Ecoturismo e Conservação da natureza (isecon). o deputado estadual gabriel ribeiro abraçou a causa, e tentará revogar a determinação do iCMBio. Porém, em recente reunião, em Brasília, o iCMBio não cedeu ao apelo do par-lamento catarinense, e o Parque na-cional de são Joaquim permanecerá fechado para visitações até que um plano de manejado seja elaborado. na audiência, no último dia 25/02, o presidente em exercício do órgão fe-deral, Marcelo Marcelino, insistiu nos argumentos que embasaram a inter-dição do parque, apesar dos dados apresentados pelo instituto serrano de Ecoturismo e Conservação da natureza (isecon).

Por enquanto, ninguém pode visitar o parque. A medida vem afetando a

atividade turística dos municípios abrangidos. A cidade mais prejudi-cada é urubici, que possui a maior área da reserva.

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Movimento em favor da

reabertura do parque

Parque nacional de São Joaquim:

visitação proibida

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