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Riachos Marcianos Cientistas encontram sinais de água líquida na superfície pedregosa de Marte Desde a década de 70, quando a sonda Mariner 9 se aproximou de Marte, os astrônomos suspeitam que em algum momento existiu água líquida sobre a superfície do planeta vermelho. O que ninguém imaginava é que o solo pedregoso, poeirento e sozinho poderia abrigar ainda hoje reservas desse líquido especial para o desenvolvimento da vida. Cerca de 2 meses atrás, cientistas da NASA disseram ser possível que neste exato momento fontes borbulhantes possam estar jorrando junto as crateras marcianas e escorrendo pelo planeta na forma de impressionantes canais. Eles chegaram a essa conclusão depois de analisar um inacreditável conjunto de 25.000 fotografias tiradas pela nave Mars Global Surveyor no ano passado. As imagens, com a resolução 20 vezes maior que a das fotos anteriores mostram sulcos formado no alto de penhascos e nas paredes das crateras muito parecidos com os deixados por enxurradas na superfície terrestre. Se comparadas com o restante da crosta marciana, essas marcas são extremamente jovens. “Algumas

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Um breve artigo escolar sobre traços de água encontrados em Marte.

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Riachos MarcianosCientistas encontram sinais de água líquida na superfície pedregosa de Marte

Desde a década de 70, quando a sonda Mariner 9 se aproximou de Marte, os astrônomos suspeitam que em algum momento existiu água líquida sobre a superfície do planeta vermelho. O que ninguém imaginava é que o solo pedregoso, poeirento e sozinho poderia abrigar ainda hoje reservas desse líquido especial para o desenvolvimento da vida. Cerca de 2 meses atrás, cientistas da NASA disseram ser possível que neste exato momento fontes borbulhantes possam estar jorrando junto as crateras marcianas e escorrendo pelo planeta na forma de impressionantes canais. Eles chegaram a essa conclusão depois de analisar um inacreditável conjunto de 25.000 fotografias tiradas pela nave Mars Global Surveyor no ano passado.

As imagens, com a resolução 20 vezes maior que a das fotos anteriores mostram sulcos formado no alto de penhascos e nas paredes das crateras muito parecidos com os deixados por enxurradas na superfície terrestre. Se comparadas com o restante da crosta marciana, essas marcas são extremamente jovens. “Algumas podem Ter se formado no mesmo dia em que foram fotografadas”, afirma Michael Malin chefe da pesquisa da agência espacial americana. Para os pesquisadores, a água de Marte está escondida no subsolo do planeta, nas regiões próximos aos pólos, a cerca de 100 metros de profundidade, e, de tempos a tempos, escapa para fora, formando rios de pouca duração.

Colônias humanas – A descoberta renova o fascínio que esse vizinho sempre exerceu sobre a humanidade. Desde o fracasso das sondas Mars Polar Lander e Mars Climate Orbiter no ano passado e um prejuízo de 300 milhões de dólares, as missões de explorações a Marte caíram no limbo. Até as luas Io e Europa, de Júpiter, com

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seus vulcões ativos e congelados, mereciam mais atenção dos astrônomos como possíveis reservatórios de formas mais primitivas de vida. Agora isso deve mudar. “Se há água nessas regiões de Marte, são enormes as chances de também haver vida por lá”, acredita Ed Weiler, do departamento de ciência espacial da NASA. O planeta se tornaria ainda um lugar aprazível para a instalação de colônias espaciais humanas. Com base nas imagens, os pesquisadores americanos calculam que cada esguicho marciano pode despejar na superfície arenosa do planeta 2500 metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer 100 casas durante um mês. “Além da sobrevivência básica, a água pode ser usada para gerar oxigênio e combustível par os foguetes”, entusiasma-se o pesquisador Malin.

Apesar do otimismo dos astrônomos, as formações identificadas pela Mars Global Surveyor ainda precisam ser analizadas a fundo. Na superfície do planeta, a pressão atmosférica é mínima ( apenas 1% da terrestre ). A temperatura é a de um freezer. Tudo isso é incompatível com a existência de água líquida. Os cientistas sugerem que a pressão e o volume da água acumulada no subsolo são tão grandes que permite que ela jorre com força e escorra pelo solo por algum tempo antes congelar e se perder no espaço. Alguns pesquisadores ainda têm muitas dúvidas a respeito disso. Mesmo com as imagens reveladoras, apenas uma viagem às fontes do planeta vermelho pode esclarecer todas as dúvidas.