Rima Sao Carlos Parte 1

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Aterro sanitrio para disposio final de resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos/SP Relatrio de Impacto Ambiental RIMA

1. APRESENTAO Este Relatrio de Impacto Ambiental RIMA, foi elaborado a partir de informaes que constam do EIA - Estudos de Impactos Ambientais, para a implantao de um novo aterro sanitrio de resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos SP. A necessidade de se instalar um novo aterro sanitrio no municpio de So Carlos, encontra amparo, no fato de o atual aterro sanitrio do municpio, estar em operao desde meados da dcada de 1990 e atualmente, encontrar com a sua capacidade em receber resduos, praticamente esgotada, devendo encerrar suas atividades no final do ano de 2010. Soma-se a isso, o fato de no haver possibilidade tcnica para a sua ampliao, devido escassez de rea apropriada no local onde atualmente se encontra. O novo aterro sanitrio dever ser implantado em uma rea de 565.685,33 m2, localizada no Km 162 da Rodovia Luiz Augusto de Oliveira, SP-215, pertencente a duas fazendas (Felicssima e Invernada), na zona rural do municpio de So Carlos. Esta rea situa-se a oeste da malha urbana, prxima divisa com os municpios de Ribeiro Bonito e Ibat e j foi declarada de utilidade pblica pela municipalidade (Decreto No 415/2008 da Prefeitura Municipal de So Carlos Anexo A). Outras reas do municpio de So Carlos foram estudadas, porm descartadas, por apresentarem maiores riscos de poluio ambiental e de impactos de vizinhana. O projeto do novo aterro sanitrio a ser implantado atende os requisitos bsicos de desempenho obrigatrios, ou seja, uma vida til mnima de 22 anos, devendo receber nesse perodo 1.944.502 toneladas de resduos slidos domiciliares, que ocuparo um volume estimado em 2.798.192 m3. Somados aos 15% do material de cobertura (diria e final), a capacidade nominal do novo aterro dever se aproximar de 3.291.991 m3. importante destacar que, atualmente, o municpio de So Carlos gera 160 toneladas de resduos slidos domiciliares diariamente, podendo, prximo ao ano de 2032, gerar cerca de 320 toneladas diariamente. Esta estimativa para a gerao de resduos para os prximos anos no considera uma desejada reduo da quantidade de resduos encaminhados para o aterro, decorrentes do avano dos programas de coleta seletiva e de conscientizao para a minimizao dos resduos na fonte geradora. Devese ponderar ainda que, a taxa utilizada para estimar a gerao de resduos, para os 1

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prximos 22 anos, considera tanto o crescimento populacional do municpio como tambm o aumento da gerao per capita de resduos. Alm disso, a concepo do empreendimento foi fundamentada nas seguintes diretrizes: garantir a proteo do solo e dos recursos hdricos superficiais e subterrneos; prevenir a gerao de maus odores; controlar e monitorar a estabilidade geotcnica do macio de resduos; controlar/mitigar os impactos visuais e sonoros; prevenir a disperso de resduos leves tanto na rea de entorno do empreendimento quanto nas vias de acesso; gerenciar o biogs gerado pela decomposio anaerbia dos resduos; utilizar tcnicas de engenharia para o controle de processos erosivos; minimizar a gerao de material particulado pelo trnsito de caminhes coletores e mquinas pesadas; minimizar a gerao e garantir o devido gerenciamento de lquidos percolados; implantar um sistema eficiente de drenagem de guas pluviais; controlar a proliferao de vetores de doenas; prever encerramento com integrao paisagstica; e adotar um monitoramento ambiental contnuo. Finalmente, cabe ressaltar que o empreendimento no prev o lanamento de efluentes lquidos (lquidos percolados e esgoto sanitrio) em corpos dgua. Os lquidos percolados, aps serem captados no empreendimento, sero encaminhados para a Estao de Tratamento de Esgotos Sanitrios do municpio de So Carlos e os esgotos sanitrios, gerados nas instalaes de apoio, sero encaminhados para um sistema de fossa-filtro. Alem da rea de disposio de resduos slidos, esto previstos os seguintes equipamentos operacionais: guarita, sala de balanceiros, escritrios, anfiteatro, almoxarifado, oficina, refeitrio, galpo para armazenamento temporrio de pneumticos, instalaes para a recepo e armazenamento temporrio de resduos de servios de sade, baias cobertas para estocagem de materiais de construo a serem utilizados no aterro, alm de rea reservada para futuras instalaes de compostagem e ptio de cura do composto. As atividades relacionadas elaborao dos Estudos de Impactos Ambientais EIA e do Relatrio de Impacto Ambiental - RIMA envolveram procedimentos de anlise de dados primrios, levantamentos e investigaes de campo, ensaios de laboratrio, complementados por dados secundrios. Para sua execuo foi alocada uma equipe de profissionais, especialistas nas reas de geologia, engenharia (civil, qumica e sanitria), biologia, ecologia, arqueologia, histria e cincias sociais. 2

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A prancha PG 01 apresenta uma vista geral (lay out) do aterro finalizado e de suas instalaes de apoio. A seguir passa-se a apresentar o Relatrio de Impacto Ambiental - RIMA, composto por uma sntese das etapas e atividades relacionadas concepo do projeto, s alternativas tecnolgicas e locacionais, a metodologia para avaliar eventuais impactos ambientais que podero ocorrer nas fases de instalao, operao e ps-encerramento da instalao do novo aterro sanitrio, bem como as medidas a serem tomadas para minimizar esses impactos, bem como os programas de monitoramento de todas as atividades relacionadas ao novo empreendimento. Ressalte-se ainda que, conforme a Resoluo n0 001/86, do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, toda atividade modificadora ou potencialmente modificadora do meio ambiente, deve ser precedida da elaborao do EIA Estudo de Impacto Ambiental e do respectivo RIMA Relatrio de Impacto Ambiental.

1.1. IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR

Responsvel pelo empreendimentoNome: Prefeitura Municipal de So Carlos Prefeito: Oswaldo Baptista Duarte Filho Secretrio Municipal de Servios Pblicos: Nivaldo Sigoli Endereo: Rua Episcopal, 1575 Centro So Carlos (SP) CEP 13560-570 CNPJ: 45.358.249/0001-01 IE: isento Telefone: (16) 3362-1301

1.2. IDENTIFICAO DA EMPRESA RESPONSVEL PELA ELABORAO DO RIMA

Empresa consultoraFundao para o Incremento da Pesquisa e do Aperfeioamento Industrial - FIPAI CGC: 47.035.662/0001-60 IE: 637.038.771.117

Endereo: Rua Miguel Petroni, 625 Vila Pureza So Carlos (SP) CEP 13560-250 Telefone: (16) 3371-0162

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1.3. EQUIPE TCNICA Coordenador da Equipe Tcnica: Professor Dr. Valdir Schalch Departamento de Hidrulica e Saneamento Escola de Engenharia de So Carlos EESC/USP CREA-SP: 0600589032 - CRQ: 15.761 - 4 Regio Telefone: (16) 3373-9534

Marcus Cesar Avezum Alves de Castro Eng. Mecnico Prof. UNESP Rio Claro CREA-SP: 5.060.016.148 Marcelo Montao Eng. Mecnico Prof. EESC/USP CREA-SP: 5061454370 Milton Cesar de Brito Eng. Civil Desenho tcnico CREA-SP: 5062602927 Lus Carlos da Silva Engenheiro de Segurana do Trabalho CREA 0600949390 Reg.MTE 13164 Thiago de Paula Alonso Eng. Civil CREA-SP: 506174422 Joo Paulo F. Correia Gelogo CREA-SP: 060.125.485-4 Waldir Ferreira da Silva Gelogo CREA-SP: 060042.998-6 regio Juliana de Oliveira Carlos Sociloga Registro profissional n 1780/SP Flvia Cristina Sossae Biloga CRBio-SP: 010101/01-D Registro IBAMA: 3711597

Wellington Cyro de Almeida Leite Eng. Civil Prof. UNESP/Guaratinguet CREA-SP: 134.893-D Tssio Francisco Lofti Matos Eng. Civil Professor IFCE CREA-SP (visto): 5062959320 rica Pugliesi Bioqumica CRF-SP: 22.405 Danilo Pacheco e Silva Eng. Civil CREA-SP: 5061741635 Robson Rodrigues Arquelogo Registro IBAMA n.: 458753 Rogrio Malagoli Bassam Gelogo CREA-SP: 506.036.914-8 Rita de Cssia Almeida Historiadora RG. 13.867.305-6 SSP/SP Gabriel de Santis Feltran Doutor em Cincias Sociais

Washington Lucas Miranda Bilogo Registro IBAMA: 4862544

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Rodrigo Pedro de Abreu Bilogo CRBio: 61666/01 -D Registro IBAMA: 2589014 Joo Henrique Barbosa Bilogo CRBio: 68460/01-D Registro IBAMA: 1223095 Alexandre Uehara do Carmo Bilogo CRBio: 68461/01-D Registro IBAMA: 4130433 IMPRESSO E MONTAGEM Walter Decio Fernandes Andrade

Haroldo Cesar de Oliveira Bilogo CRBio: 68459/01-D Registro IBAMA: 1222963 Sabrina Rotta Biloga CRBio: 68980/01 -D Registro IBAMA: 4823938 Elcio Eiti Maeda Estagirio

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2. HISTRICO DA DISPOSIO FINAL DE RESDUOS SLIDOS EM SO CARLOS E JUSTIFICATIVA PARA A IMPLANTAO DE UM NOVO ATERRO SANITRIO

2.1. Histrico da Disposio Final de Resduos Domiciliares em So Carlos At meados da dcada de 1990, a coleta e a destinao final dos resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos eram de responsabilidade da Prefeitura Municipal. O local utilizado para disposio final era uma rea distante da cidade, no Stio Santa Madalena, localizado no Km 2 da antiga estrada vicinal que liga os municpios de So Carlos e Analndia, com acesso pela Rodovia Washington Luiz - km 221, prximo ao Posto Castelo. O local funcionava como um lixo, o resduo era depositado a cu aberto sem qualquer controle e cobertura. No houve a adoo de critrios ambientais para a escolha da rea, por tratar-se de rea utilizada h dcadas para esta finalidade. Ressalte-se que, na poca, a administrao local no tinha e nem dela era cobrado o conhecimento tcnico a respeito das conseqncias da deposio desordenada de resduos. O atual rgo de controle da poluio ambiental do Estado de So Paulo estava, poca, em fase de definio de suas obrigaes com a defesa do meio ambiente, pois a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental CETESB foi criada nos termos da Lei Estadual n 997, de 31 de maio de 1976 e de seu Regulamento, aprovado pelo Decreto Estadual n 8.468, de 08 de setembro de 1976, e suas alteraes. Portanto, provavelmente, na poca em que se deu incio deposio de resduos no local, toda sorte de resduos gerados no municpio de So Carlos (resduos domiciliares; resduos industriais; resduos de servios de sade; resduos da construo civil; animais mortos e outros), eram para ele encaminhados e enterrados no local. Em 1980, a empresa Vega Sopave (atualmente Vega Engenharia Ambiental), por meio de processo licitatrio, passou a administrar a coleta e o destino final dos resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos, SP e o faz at os dias atuais. Com o aumento das exigncias de legislaes e presso dos rgos ambientais, em 1988, foram tomadas medidas para a transformao do ento lixo em um aterro controlado. Os resduos dispostos a cu aberto foram recobertos com terra para impedir, principalmente, a proliferao de insetos e de roedores. A rea foi utilizada por quase 17 6

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anos at outubro de 1996 e a partir da a responsabilidade voltou a ser da Prefeitura Municipal de So Carlos (PMSC), apenas para sua manuteno e monitoramento e no mais como destinao final dos resduos slidos domiciliares. No final de 1994 iniciou-se a disposio final dos resduos slidos domiciliares em um aterro sanitrio licenciado. O processo de licenciamento ambiental iniciou-se no ano de 1989, com a seleo da rea e apresentao de um estudo ambiental para o licenciamento. O aterro sanitrio foi projetado pela Empresa FILSAN S.A. com a finalidade de receber os resduos slidos de origem domiciliar, coletados pelos servios de coleta regular do municpio. Esse aterro localiza-se na Fazenda Guapor, no municpio de So Carlos, distando aproximadamente 15 km do centro da cidade. Possui acesso pela Rodovia Washington Luiz, na altura do km 243, por meio de uma estrada de terra vicinal (Figura 2.1). A rea total do aterro de 10,63 hectares.

Figura 2.1 Vista area localizao do atual aterro sanitrio de So Carlos - SP destacando as vias de acesso.

No atual aterro sanitrio foram tomadas medidas de engenharia sanitria para a proteo do meio ambiente, tais como: impermeabilizao do solo com argila compactada e/ou manta, recobrimento dirio dos resduos, queima de gases e recolhimento do chorume em lagoas de conteno.

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No ano de 2007 foi apresentado um RAP para a construo de uma nova clula no aterro sanitrio, pois a rea at ento utilizada, encontrava-se prximo sua capacidade mxima de operao. Aps o encerramento do aterro e durante o perodo de licenciamento e construo da nova clula, os resduos slidos domiciliares gerados no municpio foram encaminhados a um aterro particular, o Centro de Gerenciamento de Resduos (CGR) Guatapar, distante a cerca de 50 Km do local, implicando em desembolso financeiro adicional, por parte do municpio. Em meados de Agosto de 2008, o aterro sanitrio de So Carlos reinicia as atividades de recebimento dos resduos aps a emisso da Licena de Operao.

2.2. CARACTERIZAO FSICA DOS RESDUOS SLIDOS DOMICILIARES

Estudos realizados em 2007, em So Carlos, mostram a caracterizao fsica dos resduos slidos domiciliares, conforme mostra a Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Caracterizao fsica dos resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos-SP em porcentagem de massa.

Componente Matria Orgnica Papel e papelo Tetra Pak Vidro Plstico mole Plstico duro Alumnio e metal Rejeitos

Porcentagem em peso (%) 58,8% 6,4% 0,9% 1,6% 6,2% 2,8% 1,6% 21,6%

Fonte: FRESCA (2007)

A partir desta tabela pode-se inferir que:

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Cerca de 80% dos resduos slidos encaminhados para o aterro sanitrio de So Carlos so passveis de reaproveitamento, seja via reciclagem (20%) ou compostagem (60%);

A grande porcentagem de rejeitos presentes na composio gravimtrica deve-se, principalmente, pela presena de fraldas, borrachas, madeira, panos e tecidos;

O plstico mole constitudo, em sua maioria, pelas sacolas de supermercado que so utilizadas para armazenar os resduos e, posteriormente, dispor para a coleta;

Com relao ao alumnio e metal observa-se uma baixa representatividade na quantidade global, devido principalmente ao mercado existente, aquecido, para este tipo de resduo. Desta forma, estes resduos so desviados do aterro sanitrio tanto pela coleta seletiva existente no municpio quanto pela ao dos catadores autnomos.

2.3.

PANORAMA

ATUAL

DA

GERAO

DE

RESDUOS

SLIDOS

DOMICILIARES NO MUNICPIO DE SO CARLOS

O municpio de So Carlos gera atualmente uma mdia de 160 t/d de resduos slidos domiciliares, conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Servios Pblicos. Em 2008, o municpio gerou 58.448,49 toneladas de resduos slidos domiciliares e foram encaminhadas ao aterro sanitrio 22.262,35 toneladas de RSD. O volume restante, 36186,14 toneladas, foi encaminhado a um aterro particular, o aterro sanitrio de Guatapar (CGR). O transbordo para Guatapar foi necessrio, pois o aterro encontrava-se em sua capacidade mxima de operao e a nova clula estava ainda em construo. Tal fato, sem dvidas pesou nas finanas pblicas, fato que justifica a opo por implantar em So Carlos um novo aterro sanitrio. Os perodos de pico da gerao de resduos ocorrem nos meses de janeiro e dezembro, a exemplo das demais cidades brasileiras, em decorrncia das festividades da poca. Durante a semana, os dias mais crticos so as segundas e teras-feiras, em funo dos finais de semana e da ausncia do servio de coleta aos domingos (PMSC, 2007). 9

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As tabelas a seguir apresentam a gerao de resduos slidos no municpio de So Carlos, nos anos de 2008 (Tabela 2.2) e 2009 (Tabela 2.3):Tabela 2.2 - Gerao e destinao final de resduos slidos do municpio de So Carlos no ano de 2008 Quantidade (t) Ms / 2008 Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL Residencial 4834,00 4529,22 4586,40 4507,49 4335,62 4082,69 4257,62 4247,19 4387,05 4599,46 4331,09 5316,83 54014,66 Particular 229,92 222,77 291,92 276,22 220,16 255,57 213,67 400,38 389,13 389,03 288,90 412,00 3589,67 Operao do Aterro 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2148,69 4776,18 4988,49 4619,99 5729,00 22262,35 Transbordo p/ Guatapar 5683,98 4881,44 4885,22 4965,60 4657,46 4284,33 4323,37 2504,74 0,00 0,00 0,00 0,00 36186,14

Fonte: Prefeitura Municipal de So Carlos - Secretaria de Servios Pblicos (2009)Tabela 2.3 - Gerao e destinao final de resduos slidos do municpio de So Carlos no ano de 2009 (at o ms de maio) Quantidade (t) Ms / 2009 Residencial Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio TOTAL 4993,50 4593,24 4902,01 4522,35 4445,07 23456,17 Particular 617,94 563,58 633,61 792,27 574,05 3181,45 Operao do Aterro 5611,44 5156,82 5535,62 5314,62 5019,12 26637,62 Transbordo p/ Guatapar -

FONTE: Prefeitura Municipal de So Carlos - Secretaria de Servios Pblicos (2009) No ano de 2009, at o ms de maio, foram gerados 26.637,62 toneladas, sendo prevista a gerao de aproximadamente 64.000 toneladas de resduos slidos domiciliares at o final do ano.

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2.4

O GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS NO MUNICPIO DE SO CARLOS SP

A gesto e o gerenciamento de Resduos Slidos Urbanos (RSU) da cidade esto sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal de So Carlos - PMSC, especificamente a cargo do Departamento de Servios Urbanos, vinculado Secretaria Municipal de Servios Pblicos (SMSP). Dentro desse departamento existe uma diviso dedicada especialmente gesto de resduos slidos da cidade (Figura 2.1).

Figura 2.1 Posio da Diviso de Gesto de Resduos Slidos no organograma da Prefeitura Municipal de So Carlos. Fonte: PMSC (2009).

Alguns servios especficos do sistema convencional de limpeza urbana, como a varrio de vias pblicas e a limpeza e manuteno de praas e reas verdes, limpeza de bocas-de-lobo, so tambm, executados por funcionrios da Secretaria Municipal de Servios Pblicos. 11

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Embora a gesto dos resduos slidos urbanos (RSU) seja de responsabilidade da prefeitura, a operacionalizao dos servios de coleta, transporte, tratamento e destinao final dos Resduos Slidos Domiciliares RSD - e dos Resduos de Servios de Sade RSS - so terceirizadas. A Tabela 2.4, mostra de que a responsabilidade por cada tipo de resduos, no municpio de So Carlos. Tabela 2.4 - Responsabilidade pelas etapas de gesto de Resduos Slidos Urbanos emSo Carlos-SP. Fonte: PMSC (2007). Coleta/transporte/ disposio Vega Engenharia Ambiental Vega Engenharia Ambiental Gerador e prestadoras de servios especializadas Indstria PMSC PMSC PMSC PMSC e Cooperativas de Coleta Seletiva PMSC

Tipologia Resduos Slidos Domiciliares Resduos de Servios de Sade Resduos de Construo e Demolio Resduos Industriais Resduos de Poda e Capina Resduos de Feiras Livres Resduos de Varrio Resduos Reciclveis Secos Resduos Perigosos

Gerador Comrcio, indstria, instituies e populao Hospitais, clnicas, postos de sade, farmcias, clnicas veterinrias Comrcio, indstria, instituies e populao Indstria PMSC PMSC PMSC Comrcio, indstria, instituies e populao Comrcio, indstria, instituies e populao

Gesto PMSC

PMSC

PMSC Indstria PMSC PMSC PMSC PMSC e Cooperativas de Coleta Seletiva PMSC

Fonte: Prefeitura Municipal de So Carlos, Secretaria de Obras Pblicas (2007)

O gerenciamento de resduos slidos domiciliares envolve a integrao de vrias etapas que, mesmo admitindo um nvel de excelncia, o que difcil, nos processos de reduo, reutilizao e reciclagem, dos resduos, ainda sobraro resduos que devero, necessariamente, passar por algum processo de tratamento e a seguir, devem ser encaminhados para a disposio final em aterros sanitrios. A etapa que chamamos de tratamento (compostagem, incinerao etc), ainda so pouco utilizadas no Brasil, devido aos elevados custos e deficincias dos programas de separao dos resduos na fonte (nas residncias), sem falar, que qualquer que seja o

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processo de tratamento, sempre haver sobras, que devero, necessariamente, serem encaminhadas para um aterro sanitrio. Portanto, para comear a equacionar o problema dos resduos domiciliares, deve-se de incio, construir um aterro sanitrio. Decerto estaremos enterrando resduos que poderiam ser novamente utilizados, mas estaremos enterrando-os de forma segura e controlada, enquanto se desenvolvem programas para o melhor reaproveitamento dos resduos, que um processo demorado e depende de outras polticas setoriais.

2.5

RESDUOS SLIDOS DOMICILIARES

O sistema de gerenciamento de resduos slidos domiciliares compreende a coleta convencional em toda rea urbana de So Carlos, abrangendo tambm os distritos de e Santa Eudxia e de gua Vermelha. Os perodos de pico da gerao de resduos ocorrem nos meses de janeiro e dezembro, em decorrncia das festividades da poca. O municpio de So Carlos conta tambm com a coleta seletiva de resduos reciclveis que realizada por meio de trs cooperativas de catadores (Cooletiva, Coopervida e Ecoativa). A rea urbana do municpio foi dividida, sendo que cada cooperativa responsvel pela coleta nos bairros que compem a sua rea. As trs cooperativas possuem um convnio com a Prefeitura Municipal, por meio do qual elas se comprometem a coletar, dentro da rea de cada uma, em todos os geradores que separam adequadamente os materiais para a coleta seletiva e destinar adequadamente todos os materiais coletados. A Prefeitura Municipal de So Carlos, por sua vez, se compromete a fornecer infra-estrutura para a realizao da coleta, como caminho, galpo para triagem e armazenamento, prensa, alm de divulgao, auxilio na gesto interna e na distribuio das reas de coleta para cada cooperativa. As reas das cooperativas so subdivididas em setores e cada cooperativa cobre um setor pr-determinado da cidade por dia. Os resduos coletados so encaminhados para as centrais de triagem onde so triados, prensados e armazenados para comercializao (Figuras 2.2, 2.3 e 2.4).

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Figura 2.3 - Caminho utilizado para a coleta seletiva porta-a-porta. Fonte: PMSC (2007). Fotos: Paulo S. Shiroma.

Figura 2.4 - Barraco de triagem de materiais reciclveis de uma das cooperativas existentes em So Carlos/SP. Fonte: PMSC (2007). Fotos: Paulo S. Shiroma.

O Programa Municipal de Coleta Seletiva existe desde 2002, e atualmente, abrange cerca de 80% da rea urbana, recolhendo mensalmente uma mdia 100 toneladas, o que equivale a aproximadamente 3.000 kg/dia. Em geral, a coleta feita semanalmente nas residncias. Os demais estabelecimentos - considerados grandes geradores - como algumas indstrias e universidades, tm a freqncia de coleta estabelecida de acordo com a demanda e produo dos resduos. Os materiais coletados, considerados insumo ou matria prima, so vendidos para indstrias recicladoras ou sucateiros. O preo dos materiais flutuante, assim como a quantidade coletada de materiais reciclveis. Portanto, a renda das cooperativas tambm no fixa. Em 2008, o Programa Futuro Limpo, ampliou a Coleta Seletiva e incluiu novas formas de entrega de materiais reciclveis, realizou um trabalho conjunto com as Secretarias Municipais de Educao e Cultura e de Desenvolvimento Sustentvel, 14

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Cincia e Tecnologia para a implantao de Pontos de Entrega Voluntrio (PEVs). Os PEVs foram distribudos em julho de 2008, nas escolas municipais dispostas em fornecer espao para alocar o coletor (fornecido pela Secretaria Municipal de Educao e Cultura), realizar a separao interna dos materiais e recolher os materiais reciclveis dos moradores, funcionrios, alunos e pais. Esses coletores foram posicionados no interior dos estabelecimentos, de forma que as escolas possam controlar a entrada e sada dos materiais reciclveis. As escolas municipais esto distribudas por todo o municpio e possuem uma grande rea de abrangncia na regio alocada. Os Centros Municipais de Educao Infantil (CEMEIS) e Escolas Municipais de Educao Bsica (EMEBS) apontaram como motivos principais os fatores ambientais, sociais, mas, principalmente, os educacionais para realizarem a coleta de materiais reciclveis, a fim de oferecer aos alunos uma parte prtica da educao ambiental (MINAMISAKO, 2008). Algumas possuem destinao prpria para o material coletado, como doao para outros catadores ou venda informal. A Figura 2.5 apresenta o mapa com as reas onde ocorrem a coleta seletiva porta a porta, a localizao dos Pontos de Entrega Voluntria - PEVs e suas respectivas reas de abrangncia. O crculo em torno dos pontos possui um raio de 600 m, adotado como sendo a distncia mxima que uma pessoa percorreria a p, para entregar os materiais reciclveis. Vrias escolas esto localizadas em reas onde ainda no ocorre a coleta seletiva porta a porta, como aquelas localizadas nos distritos de Santa Eudxia e gua Vermelha, nos bairros Maria Stella Fag, Santa Maria II, Jardim So Joo Batista, Vila Isabel, Cidade Aracy, Santa Felcia e Arnon de Mello.

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Figura 2.5 folder com localizao dos PEVs e rea de coleta porta a porta Fonte: PMSC, 2008

Em 2006, teve incio um projeto piloto de coleta de resduos orgnicos provenientes de restaurantes e lanchonetes de mdio e grande porte, que passaram a ser encaminhados para o processo de compostagem na horta municipal (Figura 2.6).

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Figura 2.6 Horta Municipal de So Carlos/SP esquerda, leiras de compostagem com resduos recentes e direita, canteiros de hortalias que utilizam o composto produzido. Fonte: PMSC (2007). Fotos: Christiana Vianna.

O programa conta com a adeso de aproximadamente 50 estabelecimentos, dentre restaurantes, lanchonetes, supermercados, universidades, escolas estaduais e hospitais que, juntos, geram, diariamente, cerca de 1 tonelada de resduos orgnicos que so coletados de segunda a sbado e encaminhados para a Horta Municipal, os resduos so depositados em leiras a cu aberto, cobertas apenas com palha. O composto produzido consumido pelas plantaes da prpria horta, reduzindo os custos com fertilizantes e suplementos. Em sete meses de operao (julho/2006 a fevereiro/2007), o programa desviou do aterro sanitrio aproximadamente 127 toneladas de resduos orgnicos, o que representa 0,4% do total gerado no municpio para o mesmo perodo, a um custo significativamente menor que a coleta e disposio convencionais: R$ 84,00 contra R$ 104,33/t (PMSC, 2007). No mesmo perodo foi realizado no municpio um projeto piloto de coleta seletiva de materiais compostveis de um bairro de So Carlos, realizado via parceria com a Universidade de So Paulo (Projeto ABC da Compostagem e pesquisa de doutorado) e com apoio da Prefeitura Municipal. Estes resduos eram coletados nos mesmos dias da coleta regular e encaminhados para uma escola estadual para passarem pelo processo de compostagem (Figura 2.7).

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Figura 2.7 - Ptio de Compostagem localizado na Escola Estadual Bento da Silva Csar. Fonte: Projeto ABC da Compostagem (2007).

Desde o incio do funcionamento, em 2005, at 2007, o Ptio de Compostagem desviou do aterro cerca de 20 t de material compostvel e produziu 5 t de composto. Parte do composto retornava para a comunidade do bairro e parte era utilizada na horta da escola (Figura 2.8).

Figura 2.8 Horta da Escola Estadual Bento da Silva Csar. Fonte: Projeto ABC da Compostagem, 2006.

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2.6

RESDUOS DE SERVIOS DE SADE

Outro tipo de resduo que possui uma coleta diferenciada so os Resduos de Servios de Sade, que so coletados, transportados e armazenados em um abrigo para RSS no aterro sanitrio e conduzidos ao municpio de Campinas/SP para tratamento especfico (desinfeco por microondas) visando sua descaracterizao e reduo dos riscos associados. A coleta dos RSS efetuada com veculo especial, devidamente equipado com vedaes, pela mesma empresa que realiza a coleta domiciliar de resduos. A Tabela 3.5 apresenta os dados referentes gerao de RSS no municpio.Tabela 2.5 Gerao de Resduos de Servios de Sade no municpio de So Carlos MS/ANO Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL MDIA 2005 33,72 27,51 30,68 28,94 29,55 30,58 29,02 31,78 31,73 30,11 28,35 29,43 361,4 30,1 2006 30,00 26,22 32,32 28,02 31,98 30,17 30,06 28,29 25,60 23,00 19,32 19,25 324,2 27,1 GERAO (toneladas) 2007 20,92 18,86 22,63 20,72 21,89 20,26 19,31 19,20 17,29 18,30 17,33 17,36 234,1 19,5 2008 17,55 16,29 17,23 18,83 18,65 18,47 19,02 18,89 19,73 20,26 18,55 17,93 221,4 18,5 2009 16,94 16,32 19,71 18,48 19,77 91,2 18,2

Fonte: PMSC Secretaria Municipal de Servios Pblicos (2009)

Em 2008, foram geradas 221,4 toneladas de resduos de servios de sade, ou seja, aproximadamente 18,5 toneladas/ms. J no ano de 2009, foram gerados at o ms de maio, 91,2 toneladas, mdia de 18,2 toneladas/ms. O custo unitrio total para a coleta e tratamento desses resduos de R$ 2.792,65 (R$ 823,25/tonelada coletada e R$ 1.969,40/tonelada tratada). Ressalta-se que os custos com a coleta e tratamento de resduos provenientes de estabelecimentos de sade (R$ 2.792,65 por tonelada), reconhecidamente de responsabilidade dos seus geradores (Resoluo ANVISA RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004), no so repassados para os mesmos, sendo assumidos integralmente pela prefeitura (PMSC, 2007). 19

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2.7

RESDUOS DE CONSTRUO CIVIL

Estima-se que o municpio de So Carlos gera aproximadamente, 1000 t de Resduos de Construo Civil (RCC) diariamente (PMSC, 2009). Na tentativa de encontrar solues para equacionar esses problemas, foi institudo, atravs da Lei Municipal n. 13.867, de 12 de setembro de 2006, o Plano Integrado de Gerenciamento e Sistema de Gesto de Resduos da Construo Civil. Os objetivos do plano so facilitar o descarte de entulhos pela populao; destinar adequadamente os RCC e demais resduos volumosos gerados no municpio; evitar a disposio irregular de entulhos em APP, terrenos baldios e reas institucionais; disciplinar o fluxo de gerao, transporte e disposio de RCC, bem como os agentes envolvidos; e atender legislao ambiental vigente (Resoluo CONAMA n. 307, de 05 de julho de 2002). O sistema de gesto proposto no plano composto por vrios itens, entre eles a implantao de uma rede de pontos de entrega para pequenos volumes de entulhos e resduos volumosos, denominados ecopontos, selecionados em reas de expanso urbana, com histrico de deposio irregular de RCC, inclusive em APP, e preferencialmente instalados em terrenos institucionais. Esses ecopontos serviro de locais para recebimento e armazenamento temporrio de pequenos volumes - at 1 m3 de entulhos, trazidos por pequenos geradores e transportadores. A meta da PMSC implantar, at o final de 2009, pelo menos 8 ecopontos, contemplando os seguintes bairros: Jardim Ipanema, Douradinho, Jardim Paulistano, So Carlos VIII, Parque Primavera, Mirante Bela Vista, Jardim Maria Alice e So Carlos III. Sero reas pblicas de 600 a 800 m2, cercadas com alambrado vivo, que devero ser licenciadas pela prefeitura, e a infra-estrutura conta com portaria, banheiro e uma sala para os coletores de resduos. Pretende-se colocar em cada ecoponto, 2 trabalhadores, preferencialmente em estrutura familiar (por exemplo, pai e filho; ou marido e esposa) para evitar conflitos, uma vez que, os catadores de RCC apresentam resistncia em se unirem em cooperativas. Outro item do sistema de gesto proposto a regulamentao de reas para recepo de grandes volumes de entulhos. At o presente momento duas reas esto em operao com este fim: uma Usina de Reciclagem de Entulhos e um Aterro de Resduos 20

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de Construo Civil. O Aterro de Resduos de Construo Civil, localizada no bairro Cidade Aracy, foi implantado em maro de 2007. Nos 2 anos de operao foram descarregados em mdia 600m3/dia de RCC. Segundo dados da PMSC, entre 2007 e 2009 o nmero de botas-fora irregulares diminuram de 70 a 80 para aproximadamente 30. E essa diminuio foi devido, principalmente, implantao do aterro no bairro cidade Aracy. No entanto, atualmente este aterro encontra-se praticamente esgotado, devido ao grande volume de RCC despejados diariamente. Novos locais para implantao de um novo aterro de RCC esto sendo selecionados pela PMSC. Em funcionamento desde outubro de 2006, a Usina de Reciclagem de Entulhos (Figura 2.9), administrada por uma autarquia da prefeitura (PROHAB - Progresso e Habitao So Carlos S/A), recebe em torno de 330 t de entulhos por dia. Acoplada usina, a PROHAB mantm uma fbrica de artefatos de cimentos, que processa o material proveniente da moagem dos entulhos (piarra) para produo de blocos, bloquetes, canaletas e sub-bases de estradas municipais.

Figura 2.9 Vista lateral da Usina de Reciclagem de Entulhos ( esq.) e blocos produzidos pela fbrica de artefatos de cimento ( dir.), So Carlos/SP.

A usina recebe, diariamente, aproximadamente 25 m3 de resduos da classe A, conforme definido na resoluo CONAMA 307/02, o que representa aproximadamente 2,4% da gerao estimada de RCC no municpio. Desse total, de 15 a 20% so processados e encaminhados para a fbrica de artefatos de cimento. Ao final do 21

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processo, so produzidos 50.000 blocos/ms, sendo que 30% da matria-prima oriunda da reciclagem dos entulhos (PROHAB, 2007). Mais de 80% dos blocos, bloquetes e canaletas produzidos so destinados para a construo de loteamentos e habitaes populares, coordenados pela prpria PROHAB atravs de mutires comunitrios; o restante vendido comercialmente.

2.8

PROGRAMAS E AES NO MBITO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SO CARLOS - SP

A Prefeitura Municipal de So Carlos tem se empenhado em desenvolver uma poltica ambiental consistente, desenvolvendo diversos programas e aes importantes para a proteo do meio ambiente por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentvel Cincia e Tecnologia e do Departamento de Poltica Ambiental, destacando-se o Programa Municipal de Reduo e Controle de Resduos FUTURO LIMPO. O municpio de So Carlos conta tambm com o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente COMDEMA e a Cmara Tcnica de Resduos CTR.

2.9

PROGRAMA

MUNICIPAL

DE

REDUO

E

CONTROLE

DE

RESDUOS FUTURO LIMPO

Este

programa

envolve

tcnicos

municipais

de

dois

departamentos:

Departamento de Poltica Ambiental e Departamento de Apoio Economia Solidria. Tem como objetivos principais o fomento educao sanitria e ambiental da populao; o desenvolvimento de programas de reduo da gerao de resduos; o desenvolvimento de programas de coleta e destinao final, ambientalmente adequada, dos resduos slidos urbanos; o atendimento populao na orientao reduo, separao, acondicionamento, descarte e destinao final de resduos; a articulao com demais instituies pblicas e privadas no manejo adequado de resduos slidos. Este programa conta com as seguintes frentes de atuao:

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Aterro Sanitrio: atende todas as diretrizes ambientais exigidas pela CETESB, alm de ter proporcionado a sada dos catadores de suas instalaes e a criao de cooperativas de coleta seletiva. Programa Coleta Seletiva: iniciado em 2002, atualmente atende 80% da rea urbana, e tem como meta atingir 100% at 2010. Conta com 03 cooperativas que coletam cerca de 100 t/ms de materiais reciclveis. (item 5.1) Projeto Recicla leo: A cidade de So Carlos gera cerca de 60.000L de leo vegetal usado por ms. Todo esse leo poderia ser reciclado, evitando a contaminao de milhes de litros de gua diariamente. Este leo pode ser reciclado na forma de sabo e biodiesel, entre outras aplicaes. A Lei Municipal n 14.171, de 9 de agosto de 2007, institui o Programa para a destinao de leo vegetal ou gordura e assinala que seu objetivo diminuir ao mximo o lanamento de leo vegetal nos encanamentos que ligam a rede coletora de esgoto, fossa sptica ou qualquer outro equivalente no municpio de So Carlos, em conformidade com o artigo 225 da Constituio Federal. O Projeto Recicla leo conta com a realizao da PMSC, do SAAE e com o apoio da Vega Engenharia Ambiental S.A. Atualmente, a PMSC distribuiu bombonas de capacidade de 100L (locais aonde as garrafas PET de leo usado entregues ficaro armazenadas) para cada uma das escolas municipais/ estaduais que se voluntariaram a ser um ponto de entrega de leo usado. Alm disso, est previsto que estas escolas iro conscientizar os bairros adjacentes da importncia do projeto e incentivaro os moradores a separarem e entregarem os leos usados. Em bares e restaurantes, que so grandes geradores de leos usados, tambm esto sendo implantados bombonas menores (de 20L), onde normalmente o leo usado vertido diretamente (volume gerado superior ao volume das garrafas PET). As cooperativas de coleta seletiva so responsveis pela coleta das bombonas contendo o leo e pelo seu armazenamento. Estes leos so vendidos para as empresas produtoras de biodiesel ou so transformados em sabo por pessoas autnomas. Programa de Coleta de Resduos Eletro-eletrnicos: em parceria com a Rede Social So Carlos e o Senac, a PMSC iniciou em 2009 a coleta seletiva de resduos eletroeletrnicos, com a capacitao de jovens para a manuteno e instalao de redes de computadores, capacitao para re-manufatura de computadores e capacitao em triagem e destinao final de resduos eletro-eletrnicos. Programa de Gerenciamento de Resduos de Construo Civil (item 2.7). 23

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Programa de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade: criado em 2006, orienta os geradores quanto gerao, segregao, acondicionamento, transporte e destinao final dos resduos tendo como principais resultados o recadastramento dos geradores, a destinao final adequada de resduos qumicos e a diminuio significativa desses resduos (cerca de 10 t mensais), o que corresponde a um tero da quantidade de RSS gerados no municpio, alm da separao dos resduos da Classe D, que antes, eram encaminhados para o tratamento como resduos Classe A. Programa de Coleta Seletiva de Resduos Compostveis: criado em 2006, como projeto piloto, coleta e destina adequadamente os resduos orgnicos. Grandes geradores separam os resduos que coletados so encaminhados Horta Municipal, capacitando jovens aprendizes na produo de composto orgnico, utilizado na produo de hortalias e legumes encaminhados ao Programa Horta Eco solidria e a programas de assistncia social. Programa de Coleta Seletiva de Pneus Programa de descarte de pilhas e baterias: criado em 2008, em parceria com o Banco Real no intuito de orientar a populao para o descarte correto de pilhas e baterias. Gerenciamento e remediao de passivos ambientais (reas contaminadas relacionadas disposio irregular de resduos entre as dcadas de 1970 e 1990): - Antigo Lixo da Fazenda Santa Madalena: desativado no final da dcada de 90, o antigo lixo foi utilizado durante duas dcadas como ponto prioritrio de destinao dos resduos slidos urbanos do municpio. Aps sua desativao, foi submetido a diversos estudos de contaminao ambiental e obras de recuperao ambiental, dentre eles a Investigao Confirmatria enviada CETESB. Durante o ano de 2009 e 2010 esto previstas a continuao das obras de recuperao dessa rea, bem como a realizao do Estudo de Investigao Detalhada de reas Contaminadas, seguindo s recomendaes do Manual de reas Contaminadas da CETESB. - Antiga rea de descarte de resduos da construo civil: desativada no incio desta dcada, essa rea recebeu resduos dessa natureza durante toda a dcada de 1990. Aps sua desativao, foi submetido a diversos estudos de contaminao ambiental e obras de recuperao ambiental, dentre eles a Investigao Confirmatria enviada CETESB. Durante o ano de 2009 e 2010 esto previstas continuao das obras de recuperao da rea, bem como a realizao do Estudo de Investigao Detalhada de reas

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Contaminadas, seguindo s recomendaes do Manual de reas Contaminadas da CETESB.

2.10

CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE

COMDEMA/SC

rgo consultivo e deliberativo, responsvel pela gesto das polticas pblicas ambientais do municpio. O COMDEMA, semelhana dos Comits de Bacia Hidrogrfica em funcionamento, agrega membros titulares e suplentes de diversos setores da sociedade e governo; fazendo parte dessa estrutura organizacional, existem as chamadas Cmaras Tcnicas (CT), ordenadas em cinco temas: gua e saneamento; educao ambiental; vegetao; clima e resduos.

2.11

CMARA TCNICA DE RESDUOS

Constitudo por diversos setores (Universidades, ONGs, centros de pesquisa, empresas e a PMSC), teve como destaque o acompanhamento das reunies para a elaborao do prximo edital para a prestao de servios, na rea de resduos slidos (coleta, transporte e disposio final de RSD, operao do novo aterro sanitrio e coleta e tratamento dos resduos oriundos de estabelecimentos que prestam servios na rea de sade).

2.12 CONCLUSO

Diante do exposto, observa-se So Carlos, no diferentemente de outros municpios de mesmo porte e caractersticas sociais e econmicas semelhantes, comea agora a implantar polticas plenamente factveis e viveis no setor de resduos slidos. O novo aterro sanitrio do municpio, da forma como dever ser implantado, considerando todas as variveis capazes de contornar os impactos negativos na sade pblica e no meio ambiente ser, sem dvida, mais uma obra, na rea de saneamento ambiental, que elevar ainda mais o conceito do municpio de So Carlos no cenrio nacional, servindo de plo difusor, de tecnologia, tambm na rea ambiental, dando exemplo de crescimento com responsabilidade social e de forma sustentvel. 25

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3.

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLGICAS

3.1. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

A legislao ambiental brasileira traz em seu bojo, como instrumento essencial para a gesto do meio ambiente, o licenciamento ambiental (LA). Tal instrumento, ao ser empregado, deve incorporar outros instrumentos de gesto ambiental de modo a se tornar mais eficaz, e cumprir de modo efetivo com seu papel de instrumento de gesto. Considerando que a implantao de atividades potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental, caso que se aplica aos aterros sanitrios, demanda a obteno de licenas ambientais, em diferentes etapas, o estudo para identificao de reas destinadas instalao deste tipo de atividade deve ser guiado por princpios que tenham por objetivo a determinao da viabilidade ambiental do empreendimento objeto de estudo, considerando, especificamente, o binmio: tipologia e localizao. Portanto, tornou-se necessrio, no presente estudo, identificar, por meio de metodologias de anlise ambiental, se as caractersticas inerentes ao empreendimento proposto so compatveis com a capacidade de suporte apresentada pelo meio que se pretende ocupar. Com base nesses princpios, a metodologia aplicada no presente estudo buscou classificar o territrio do municpio de So Carlos, utilizando os dados disponveis, visando identificar reas aptas em abrigar o empreendimento. Resumidamente, o que se avaliou, foi a reao do meio frente s solicitaes provenientes da implantao e operao do aterro sanitrio que dever ser instalado no municpio de So Carlos e, dessa forma, identificar as reas que apresentavam caractersticas potencializadas com relao minimizao dos riscos ambientais e demais impactos de vizinhana inerentes ao empreendimento proposto. Na determinao da aptido do meio para implantao de empreendimentos e desenvolvimento de atividades humanas deve-se tomar como premissa bsica o fato de que as caractersticas dos meios fsico, biolgico e antrpico conferem, para cada parcela de territrio, maior ou menor potencial (ou, em oposio, menor ou maior restrio) para as diferentes tipologias de ocupao. Para o aterro em questo, assumiu-se que a combinao de fatores como conformao do relevo, tipos de solos, formaes geolgicas, recursos hdricos, entre 26

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outros, determinam a capacidade (ou aptido) do meio em acomodar certas atividades humanas de forma que os impactos dessas atividades no ultrapassem os nveis aceitos pela sociedade e/ou impostos pela legislao. Por outro lado, outros fatores como infraestrutura de transporte ou presena de aglomerados urbanos tambm foram priorizados como elementos que potencializam ou restringem a aptido do meio para tais atividades. Em relao especificamente identificao de reas que apresentavam capacidade de suporte ambiental para acomodar um aterro sanitrio que atendesse demanda atual e futura do municpio, considerou-se as caractersticas quali-quantitativas dos resduos slidos que devero ser dispostos no local, admitindo-se que os principais impactos potenciais gerados pela atividade em questo so: a contaminao do solo, subsolo e das guas (superficiais e subterrneas); a gerao de gases e, conseqentemente, de odores; e a eroso do solo devido movimentao de terra. Alm destes, foram considerados ainda, outros impactos intrnsecos a este tipo de empreendimento, relacionados a aspectos scio-econmicos (desvalorizao das terras ao redor da rea selecionada, interferncias em comunidades rurais por aumento no trfego de veculos, mobilizao de foras antagnicas ao processo de implantao do aterro pelo conhecido efeito NIMBY do ingls "no em meu quintal.

CONSIDERAES GERAIS

O Estudo para localizao do aterro sanitrio para o municpio de So Carlos-SP foi desenvolvido em trs fases distintas, a saber: I. Reviso bibliogrfica e de legislao aplicada para identificao dos principais fatores ambientais considerados em estudos semelhantes; levantamento dos dados espaciais disponveis, identificao da escala de trabalho e digitalizao da base de dados geogrfica; II. Definio de critrios de ponderao para os fatores ambientais pertinentes; realizao de reunio pblica para discusso e estabelecimento dos critrios; trabalhos de campo para a aferio e atualizao da base de dados; III. Sobreposio das informaes, trabalhos de campo para verificao das reas indicadas como aptas e elaborao do relatrio final.

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3.1.1 DESENVOLVIMENTO

FASE I

A finalidade desta fase foi definir os fatores ambientais de interesse para a realizao do estudo de localizao de reas para a implantao do novo aterro sanitrio de So Carlos. Para tanto, duas condies foram consideradas essenciais: A identificao das principais consideraes referentes aos critrios para a seleo de reas para implementao de aterros sanitrios, segundo diferentes instituies e centros de pesquisa nacionais e internacionais; A existncia de dados em quantidade e qualidade compatvel com os objetivos do estudo a ser realizado. Valendo-se das bases de artigos cientficos disposio para pesquisa bibliogrfica, identificou-se uma grande quantidade de trabalhos, que foram devidamente avaliados e sistematizados. Com relao produo acadmica, verifica-se que as Universidades situadas em So Carlos USP e UFSCar contribuem com uma grande quantidade de conhecimento especfico para o tema em questo, com destaque para os programas de ps-graduao em Geotecnia (EESC/USP), Hidrulica e Saneamento (EESC/USP), e Engenharia Urbana (UFSCar). Alm disso, foram empregadas outras fontes de referncia para a identificao dos fatores ambientais intervenientes nos estudos de localizao: normas tcnicas (ABNT, sobretudo), manuais editados por rgos pblicos (especialmente no mbito do Ministrio do Meio Ambiente MMA e da Secretaria do Estado do Meio Ambiente do Estado de So Paulo SMA-SP) e, evidentemente, a legislao aplicada. A bibliografia consultada permitiu identificar ao menos duas grandes formas de abordar a questo da localizao de aterros sanitrios, diferenciadas pelo teor dos elementos considerados primordial aos estudos: Abordagem de natureza tcnico-operacional, que se vale de critrios relacionados ao desempenho operacional do empreendimento no que diz respeito ao cumprimento de requisitos legais (exigncias dos rgos de meio ambiente, normas especficas, etc.) e econmicos (distncia ao centro

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gerador, custo para a desapropriao da rea, existncia de material para cobertura prximo rea escolhida, etc.); Abordagem de natureza socioambiental, que incorpora, em primeiro plano, preocupaes relacionadas ao desempenho ambiental do empreendimento, especialmente quanto aos impactos ambientais potenciais (meios fsico, biolgico e antrpico) relacionados ao empreendimento, considerando-se o risco associado s suas diferentes fases (implantao, operao e encerramento), sobretudo pela possibilidade de falhas nas medidas tecnolgicas de proteo adotadas. Alm destas, tambm foi considerado relevante, a natureza poltica do processo de seleo de reas, associada a empreendimentos dessa tipologia (que despertam, invariavelmente, reaes contrrias por parte dos diferentes segmentos sociais e grupos polticos direta ou indiretamente afetados pelo empreendimento). Ainda, para a escolha da melhor rea para a implantao do novo aterro, foram utilizadas referncias acadmicas, e a legislao ambiental pertinente

- Sntese das informaes identificao dos fatores ambientais intervenientes O Quadro 3.1 a seguir, apresenta uma sntese dos critrios utilizados para a escolha de reas para a implantao de aterros sanitrios a partir do material consultado.

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Quadro 3.1 sntese dos critrios para localizao de aterros sanitriosAutores ABNT (1997) Basagaoglu et al (1997) * Baslio (2001) Charnpratheep et al (1997) Kao & Lin (1996) Karthikeyan et al (1996) * Leao et al (2001) Geologia Hidrogeologia Uso do solo Solo Relevo Recursos hdricos superficiais Fatores Acesso rea Distncia a ncleos urbanos Outros Vida til, custos, profundidade do lenol Distncia de poos de gua usados para abastecimento pblico; atividade ssmica Caractersticas climticas (pluviosidade, direo dos ventos, evapotranspirao) Distncia de poos de gua de abastecimen-to pblico; stios arqueolgicos; distncia de rodovias Custos; distncia de reas naturais ou histricas Distncia de reas naturais protegidas e de rodovias Distncia do centro gerador, infraestrutura disponvel, restries legais, custos, evapotranspirao e pluviosidade, distncia da fonte de material para recobrimento Vida til; distncia de Unidades de Conservao; distncia do centro gerador; custos; disponibilidade de solo para imper-meabilizao; aceitao pela comunidade Caractersticas climticas (pluviosidade, direo dos ventos, evapotranspirao) Distncia de rodovias, ferrovias, aeroportos, dutos, linhas de transmisso Distncia de aeroportos, residncias ou ncleos de residncias e de reas usadas por espcies ameaadas Profundidade do lenol fretico, distncia de habitaes isoladas, vida til, ventos predominantes Vida til da unidade, distncia de rodovias Distncia de rodovias Caractersticas climticas (pluviosidade, direo dos ventos, evapotranspirao)

Mahler & Lima (2003) Marques (2002) MMA (2002)

Muro (2000) Sener et al (2005) Siddiqui et al (1996)

SMA (2005) Souza (1999) Tsuhako (2004) Zuquette et al (1994) * apud Pfeiffer (2001)

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- Elaborao da base de dados cartogrficos

A escolha do local para a implantao do empreendimento em questo observou, num primeiro momento, a avaliao da capacidade do meio em suportar, mitigar ou eliminar seus principais impactos. Procurou-se avaliar, de modo preliminar, qual a reao do meio diante da solicitao imposta pela atividade. Tomando como base as caractersticas relacionadas implantao e operao de um aterro sanitrio, as informaes relacionadas aos fatores ambientais considerados como de maior interesse para o estudo a ser elaborado considerou, num primeiro momento: estrutura e profundidade do solo, formaes geolgicas presentes (substrato rochoso), conformao do relevo (declividade), rede de drenagem e uso/ocupao das terras. A rea definida como sendo de interesse para o estudo compreendeu todo o municpio de So Carlos, que apresenta uma superfcie aproximada de 1.140 km. Desta feita, os materiais cartogrficos, que foram aplicados no estudo para a composio de sua base de dados primria, esto descritos no Quadro 3.2.

Quadro 3.2 Fatores ambientais considerados para a determinao da aptido ambiental do territrio para disposio final de resduos domiciliares e materiais cartogrficos utilizados.Fator Ambiental Geologia Solos Relevo e Hidrografia Infra-estrutura viria bsica Uso e ocupao do solo Fonte dos dados Mapa de Substrato Rochoso, escala 1:50.000 (Muro, 2000). Carta pedolgica semi-detalhada do Estado de So Paulo, escala 1:100.000 (IAC/IGC, 1989): quadrculas de So Carlos, Descalvado e Brotas. Carta do Brasil (Fundao IBGE, 1971): folhas Corumbata, Descalvado, Ibat, Porto Pulador, Ribeiro Bonito e So Carlos escala 1:50.000. Folhas IBGE (acima) atualizadas sobre imagem de satlite CBERS-2 (novembro de 2005) e complementadas com informaes da Prefeitura Municipal. Interpretao e classificao de imagens orbitais (CBERS-2 e fotos areas), complementadas por trabalho de campo a ser efetuado pela equipe.

Para a elaborao do mapa de aptido para a disposio final de resduos domiciliares tambm chamado neste trabalho de Zoneamento Ambiental para localizao de aterro sanitrio foi empregado o mtodo da sobreposio de mapas. A manipulao dos dados geogrficos, a combinao dos fatores de interesse e a

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visualizao de cenrios foram realizadas a partir dos softwares de Sistemas de Informaes Geogrficas (SIG) IDRISI v. 14.1 Kilimanjaro e Cartalinx v. 1.2. Os mapas para os fatores ambientais descritos no Quadro 3.2, gerados em meio digital, so apresentados ao final.

FASE II

- Definio dos critrios de ponderao para os fatores ambientais Em funo do objetivo especfico e da escala de trabalho nessa fase, a metodologia adotada baseou-se em aspectos qualitativos. Como uma das premissas do trabalho que todo o territrio do municpio seja considerado como rea de estudo ou seja, no so pr-definidas alternativas locacionais para o empreendimento , foram necessrias duas etapas (ou aproximaes). A primeira delas, em escala mais generalizada, visa identificar, em todo o territrio, quais as reas com maior aptido para receber o empreendimento, de modo pr-selecionar locais nos quais estudos mais detalhados sero necessrios para confirmar ou no tal aptido. Conforme mencionado anteriormente, os estudos da primeira aproximao (abordagem qualitativa) foram elaborados com base em levantamentos/mapeamentos oficiais existentes ou pesquisas acadmicas disponveis, atualizados com trabalhos de campo. J os estudos que compem a segunda aproximao (abordagem qualiquantitativas) foram elaborados em escala mais detalhada. O mapa resultante da primeira aproximao obtido apresentado com a indicao das reas onde devero ser realizados tais estudos. Importante salientar que esta metodologia foi apresentada e discutida na 38a Reunio Ordinria do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de So Carlos (COMDEMA-SC), no auditrio da Associao dos Engenheiros, Arquitetos e Agrnomos de So Carlos AEASC. Na ocasio, os conselheiros do COMDEMA-SC e a sociedade em geral tiveram oportunidade de conhecer e debater a proposta trazida pela equipe e apresentar sugestes de fatores a serem considerados nas duas aproximaes. O Quadro 3.3 lista os fatores prioritrios a serem considerados para a determinao da aptido do territrio do municpio de So Carlos para a localizao do aterro sanitrio discutidos na reunio do COMDEMA-SC.

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Quadro 3.3 Fatores a serem considerados em cada uma das aproximaes para a determinao da aptido do territrio para a localizao do aterro sanitrio.Primeira aproximao - Formaes geolgicas de superfcie - Solos - Relevo - guas superficiais - reas de vegetao nativa - reas urbanas - Aeroportos / aerdromos - reas com diretrizes de uso diferenciado conforme Plano Diretor Municipal - Unidades de Conservao Segunda aproximao - Presena de comunidades / ncleos rurais - Aspectos geotcnicos (hidrogeologia, espessura do material inconsolidado, identificao de falhas, etc.) - Infra-estrutura (virio, energia, etc.) - Ventos predominantes - Estrutura fundiria

Dessa forma, pode ser elaborado o Quadro 3.4. Nele esto listados os fatores ambientais a serem observados na primeira aproximao e os diferentes sub-tipos de cada fator considerado. Na coluna da direita atribuda uma classificao qualitativa quanto aptido de cada sub-tipo para receber o empreendimento em questo.

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Quadro 3.4 Fatores ambientais considerados na primeira aproximao e classe de aptido atribuda aos sub-tipos.Fator ambiental Formao Corumbata Formao Serra Geral (Derrames baslticos, diques e sills) Grupo Bauru e Formaes Botucatu e Pirambia Aluvies Latossolos eutrofrrico, distrofrrico e vermelho Latossolo vermelho-amarelo; Argissolos e Nitossolos Neossolos Litlico e Quartzarnico Gleissolos Declividade entre 2 e 8% Declividade inferior a 2% ou entre 8 e 15% Declividade entre 15 e 20% Declividade superior a 20% Distncia superior a 300 metros em relao aos corpos dgua superficiais (rios, crregos, lagos, represas etc.) e aos solos sob influncia do lenol fretico Distncia inferior a 300 metros em relao aos corpos dgua superficiais (rios, crregos, lagos, represas etc.) e aos solos sob influncia do lenol fretico reas de manancial (APREM do Feijo e APREM do Espraiado) Ausncia de vegetao nativa Presena de vegetao nativa (cerrado, vegetao de vrzea, reas em estdio clmax ou em estdios mdio ou avanado de regenerao de Mata Atlntica) Locais situados a distncias superiores a 2.000 metros de reas urbanizadas ou do permetro urbano, incluindo distritos e condomnios rea urbanizada ou dentro do permetro urbano e locais situados a distncias inferiores a 2.000 metros de reas urbanizadas ou do permetro urbano, incluindo distritos e condomnios Classe de aptido Alta Mdia Baixa Inapta Alta Mdia Baixa Inapta Alta Mdia Baixa Inapta Apta

Formaes geolgicas de superfcie

Solos

Relevo

guas superficiais

Inapta

Inapta Apta Inapta

reas de vegetao nativa

Apta

reas urbanas

Inapta

O Quadro 3.5 mostra as possveis combinaes entre os fatores formaes geolgicas de superfcie, solos e relevo e a classe de aptido adotada para cada combinao. Como os demais fatores apresentam apenas as opes apta ou inapta, as classes de aptido atribudas em decorrncia da combinao dos 3 fatores citados permanecero caso o local tambm seja apto para todos os outros fatores. Por outro lado, caso um determinado local seja classificado como inapto para qualquer um dos fatores, o local considerado inapto.

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Aterro sanitrio para disposio final de resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos/SP Relatrio de Impacto Ambiental RIMA

Conforme pode ser observado, adotou-se uma postura conservadora em relao proteo de guas subterrneas, a fim de minimizar os riscos de contaminao por lquidos percolados (chorume), provenientes do futuro aterro sanitrio. Tambm merece destaque a adoo de duas classes de mdia-alta aptido, nas quais o fator limitante atribudo ora ao relevo, ora formao geolgica. Considera-se que, em se tratando de reas com alta aptido em relao aos fatores geologia e solos, e mdia aptido para o fator relevo, as solues tcnicas para contornar tal limitao so pouco complexas, envolvendo, basicamente, intervenes de engenharia (terraplenagem e drenagem, por exemplo). Da, nesse caso, a classificao da rea na categoria de mdia-alta aptido/fator limitante relevo. J no caso de reas com alta aptido em relao aos fatores solos e declividade e mdia aptido para o fator geologia, utiliza-se a classe de mdia-alta aptido/fator limitante geologia para reforar a necessidade dos estudos geotcnicos (que assegurem a inexistncia de rochas fraturadas, por exemplo) a serem realizados em escala mais detalhada (segunda aproximao). As reas com diretrizes de uso diferenciado conforme Plano Diretor Municipal, a princpio, no foram objeto de ponderao nem consideradas inaptas. Entretanto, em funo dos objetivos que justificaram sua criao, no mapa final tais reas foram destacadas de modo a auxiliar na tomada de deciso. De acordo com o Plano Diretor Municipal, consideram-se de uso diferenciado as seguintes reas: Zona 6 (Produo agrcola familiar) e reas de Especial Interesse turstico, histrico e ecolgico. De forma semelhante, a priori, no foram consideradas inaptas as reas situadas em um raio de 13 quilmetros ao redor do aeroporto Mrio Pereira Lopes e do aerdromo existente em propriedade particular nas proximidades da rodovia Ayrton Senna, em Itirapina, sendo tais circunferncias indicadas no mapa final que auxiliaram na tomada de deciso. Em relao s modalidades de reas especialmente protegidas definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC Lei 9.985/00), no Municpio de So Carlos observa-se a existncia de apenas uma UC: a rea de Proteo Ambiental de Corumbata-Botucatu-Tejup (permetro Corumbata) 1 . Esta UC foi criada pelo Decreto Estadual 20.960/83 e abrange total ou parcialmente 32 municpios. Grande parte da rea desta UC situada no Municpio de So Carlos corresponde bacia

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hidrogrfica do Ribeiro do Feijo. Por tratar-se de um manancial, essa bacia hidrogrfica considerada inapta para a implantao de um aterro sanitrio. Os trabalhos de campo, foram realizados a fim de verificar se os dados extrados de mapas e imagens oficiais ou obtidos por outros pesquisadores no Municpio ou regio condizem com a atual realidade do Municpio. Ao todo, at o final dessa fase, foram percorridos cerca de 800 quilmetros ao longo do territrio municipal conferindo-se informaes como uso e ocupao do solo, presena de vegetao nativa e infra-estrutura implantada. Tambm foram coletadas coordenadas para 47 pontos de controle para o georeferenciamento de imagens do satlite CBERS-2 (sensor CCD, adquiridas em 27/11/2005, rbitas-ponto 156_124 e 156_125). Tais imagens foram utilizadas para auxiliar na localizao de fragmentos de vegetao nativa, reservatrios, estradas e limites das reas urbanizadas e dos condomnios situados nas reas rurais. Para a obteno das coordenadas dos pontos de controle para o georeferenciamento das imagens utilizou-se um receptor GPS Garmin, eTrex Vista, com preciso nominal para coordenadas planas variando em torno de 15 metros.

Quadro 3.5 Combinaes possveis entre os fatores formaes geolgicas de superfcie, solos e relevo e a classe de aptido adotada para cada combinao.GEOLOGIA SOLOS ALTA RELEVO ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA MDIA BAIXA INAPTA ALTA BAIXA MDIA BAIXA INAPTA CLASSE DE APTIDO ALTA MDIA-ALTA (FATOR LIMITANTE RELEVO) BAIXA INAPTA MDIA MDIA BAIXA INAPTA BAIXA BAIXA BAIXA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA MDIA-ALTA (FATOR LIMITANTE GEOLOGIA) MDIA BAIXA INAPTA MDIA MDIA BAIXA INAPTA BAIXA BAIXA BAIXA INAPTA

MDIA ALTA BAIXA

INAPTA

MDIA

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Aterro sanitrio para disposio final de resduos slidos domiciliares do municpio de So Carlos/SP Relatrio de Impacto Ambiental RIMAALTA INAPTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA BAIXA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA INAPTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA INAPTA BAIXA MDIA BAIXA INAPTA ALTA MDIA BAIXA INAPTA ALTA INAPTA MDIA BAIXA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA BAIXA BAIXA BAIXA INAPTA BAIXA BAIXA BAIXA INAPTA BAIXA BAIXA BAIXA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA INAPTA

FASE III

A partir dos critrios estabelecidos na fase anterior, apresentados nos Quadros 3.4 e 3.5, a aptido do territrio para a instalao de aterro sanitrio foi obtida pela sobreposio das informaes relacionadas aos fatores ambientais considerados nessa primeira aproximao. A Figura 3.1, a seguir, ilustra o resultado obtido para o municpio de So Carlos. Os mapas com a representao dos fatores ambientais intervenientes encontram-se no Anexo deste RIMA.

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Figura 3.1 Mapa de aptido do territrio para implantao de aterro sanitrio

possvel observar que o territrio do municpio de So Carlos no apresenta reas de aptido alta ou mdia-alta/limitao relevo, segundo os critrios de ponderao adotados. Alm disso, nota-se uma concentrao das reas de maior aptido (mdia-alta aptido/limitao geologia) na poro centro-norte do municpio.

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CONSIDERAES FINAIS

Entendendo que a vida til indicada para a operao do futuro aterro sanitrio de So Carlos no deve ser inferior a 20 anos (com possibilidade de ultrapassar esse prazo, caso ocorra a adoo de polticas de minimizao de gerao e descarte de resduos), e levando-se em considerao a atual gerao de 160 toneladas dirias de resduos domiciliares, a demanda territorial estimada para a implantao do futuro aterro sanitrio foi fixada entre 35 a 50 hectares, j considerando as reas para disposio dos resduos, tratamento dos lquidos coletados, recebimento e pesagem, administrao, alm de reas para a implantao de uma faixa de vegetao para minimizao dos impactos visual e de gerao de odores. A partir dos resultados obtidos pelo zoneamento efetuado, verifica-se a existncia de 106 polgonos com rea superior a 1 hectare que apresentam aptido mdia-alta limitada pela formao geolgica (Serra Geral), apresentando reas que variam at 844.92 hectares. Destes polgonos, 19 apresentam-se com potencial para a implantao do aterro por atenderem demanda por rea para o empreendimento (superior a 35 hectares), ilustrado na Figura 3.2.

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reas aptas para implantao do novo aterro sanitrio7610000

ID_polgono5 21 29 101 103 136 172 182 184 236 342 392 401 404 427 441 466 490 551rodovias estradas rurais ferrovia alta tenso

7600000

7590000

7580000

7570000

7560000

norte

180000

190000

200000

210000

7550000

metros 5000.00

Figura 3.2 reas aptas para implantao de aterro sanitrio (>35 hectares)

Observando a Figura 3.2, destaca-se o fato de que tais reas localizam-se em sua maioria dentro dos limites da rea de Segurana Aeroporturia (ASA) considerando-se um raio de 13 km a partir do centro da pista do aeroporto Mrio Pereira Lopes, o que indica a necessidade de uma consulta autoridade aeronutica competente (conforme a legislao especfica) caso a rea escolhida para a implantao do aterro sanitrio estivesse situada dentro da ASA. A partir da informaes, foram realizados trabalhos de campo a fim de verificar in loco a situao das reas com potencial para implantao do empreendimento. Foram40

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percorridos, nessa fase, cerca de 450 km e visitados 21 pontos. As informaes complementares apresentadas ao final trazem a planilha elaborada aps o trabalho de campo (com informaes referentes s coordenadas dos pontos visitados, e observaes referentes situao da rea com relao ao uso e ocupao do solo, condies de acesso e observaes gerais) e o relatrio fotogrfico contendo as imagens coletadas nessa fase. Com base nas informaes produzidas no presente estudo (primeira aproximao), a escolha da rea do novo aterro sanitrio de So Carlos ainda passou por outras etapas que possibilitaram um detalhamento das caractersticas relativas a possveis reas selecionadas dentre as reas indicadas como aptas a partir de uma nova gama de critrios que considerou os aspectos fsicos (direo dos ventos predominantes, hidrogeologia, profundidade e caractersticas do solo, existncia de fraturas no substrato rochoso, etc.), sociais (estrutura fundiria, uso e ocupao do solo em nvel de detalhe) e econmicos (distncia ao centro gerador, condies de acesso, custo da terra para desapropriaes) e, novamente, polticos (fundamentalmente relacionados aceitao, pela comunidade, da rea indicada). Ao solicitar este estudo, o municpio demonstrou ter acomodado, no processo decisrio, os elementos bsicos ligados sustentabilidade ambiental. A localizao de atividades realizada a partir da caracterizao do meio e da atividade que se pretende instalar, com a participao da sociedade envolvida na discusso e definio dos critrios a serem aplicados, condio essencial para a determinao da viabilidade ambiental do empreendimento, intrinsecamente relacionada aos preceitos de um novo paradigma de desenvolvimento, com bases efetivamente sustentveis.

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3.1.2 INDICAO DE ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Apresenta-se,

a

seguir,

a

descrio

das

atividades

relacionadas

ao

estabelecimento de critrios para a identificao das melhores alternativas locacionais para a implantao do novo aterro sanitrio no municpio de So Carlos, a partir do estudo de aptido do territrio j descrito. Cabe destacar que a identificao das alternativas locacionais que apresentem condies adequadas (em termos ambientais) para a implantao do empreendimento condio obrigatria no escopo de um Estudo de Impacto Ambiental. Tais alternativas compem, em conjunto com as alternativas tecnolgicas (relacionadas concepo do empreendimento), o conjunto de elementos fundamentais para a determinao da viabilidade ambiental do empreendimento ou atividade em questo objeto especfico de anlise pelo rgo ambiental, vinculada solicitao da Licena Prvia. Na determinao da aptido do meio para a implantao de empreendimentos e desenvolvimento de atividades humanas deve-se tomar como premissa bsica o fato de que as caractersticas dos meios fsico, biolgico e antrpico conferem, para cada parcela de territrio, maior ou menor potencial (ou, em oposio, menor ou maior restrio) para as diferentes tipologias de ocupao. No caso de um aterro sanitrio, possvel assumir que a combinao de fatores como conformao do relevo, tipos de solos, formaes geolgicas, recursos hdricos, entre outros, determinam a capacidade (ou aptido) do meio em acomodar certas atividades humanas de forma que os impactos dessas atividades no ultrapassem os nveis aceitos pela sociedade e/ou impostos pela legislao. Por outro lado, outros fatores como infra-estrutura de transporte ou presena de aglomerados urbanos so encarados como elementos que potencializam ou restringem a aptido do meio para tais atividades.

Aplicao de novos critrios para a seleo de alternativas locacionais

Dentre as reas de maior aptido ambiental indicadas anteriormente, estabeleceram-se alguns critrios de natureza tcnico-ambiental de modo a classificar tais reas de acordo com a sua condio para a implantao do aterro sanitrio. Tais critrios foram combinados de forma linear, sem a adoo de qualquer tipo de escala de ponderaes que indicasse um peso maior a este ou quele critrio, de42

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modo a permitir a indicao de cinco reas consideradas mais adequadas para um processo de investigao detalhada quanto sua capacidade de receber o empreendimento em questo. A Tabela 3.1, a seguir, apresenta os critrios estabelecidos nesta segunda etapa e a justificativa para sua adoo.

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Tabela 3.1 - Critrios estabelecidos para a seleo de alternativas locacionais.

CRITRIO

JUSTIFICATIVAAdmitindo a desapropriao de uma rea 35 hectares, para a implantao do aterro sanitrio, o impacto sobre a propriedade maior sobre propriedades de pequeno porte, podendo at mesmo inviabilizar sua explorao. Nesse sentido, a preferncia recai sobre reas localizadas em grandes propriedades.

(A) Estrutura fundiria

(B) Distncia ao centro gerador

Tal caracterstica incide diretamente sobre o risco de impacto ambiental relacionado ao transporte dos resduos at o local de destinao final, alm dos custos para sua realizao.

(C) Posicionamento em relao aos ventos predominantes

A fim de minimizar o impacto/incmodo populao relacionada a possveis emisses de odores do aterro, considera-se mais adequado que a rea a ser utilizada para esta atividade esteja localizada de forma a evitar que ncleos habitacionais se posicionem a jusante do empreendimento e ao longo do eixo dos ventos predominantes (no caso, NE-SW).

(D) Condies de acesso existentes

Por conta do transporte dos resduos at o aterro, a preferncia recai sobre locais com acesso que no atravessem ou mesmo tangenciem ncleos habitacionais rurais.

(E) Existncia de habitaes prximas

A fim de minimizar conflitos de natureza scio-ambiental, a rea do novo aterro dever ser idealmente localizada sobre um local distante de habitaes.

(F) Potencial para impacto visual

Um dos problemas relacionados operao de um aterro sanitrio, os impactos visuais foram avaliados num primeiro momento quanto existncia de locais de grande fluxo de pessoas (rodovias, sobretudo) que tenham acesso visual rea em que se localizaria o aterro.

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Avaliao dos critrios

A avaliao destes critrios foi realizada de dois modos: por inspeo em trabalhos de campo, a partir das observaes apresentadas na Tabela 3.2, e por meio de tcnicas de geoprocessamento (avaliando-se os critrios de distncia, ventos predominantes, disposio topogrfica e potencial de impacto visual). Em ambos os casos foi estabelecido um critrio qualitativo de comparao para todos os critrios, exceo do critrio para distncia ao centro gerador (na Tabela 3.1, critrio B) que foi comparado a partir de seu valor absoluto.

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Tabela 3.2 - Planilha elaborada a partir dos trabalhos de campo realizados para verificao das reas indicadas como aptas para a instalao do aterro sanitrio.distncia at cidade (m) 17.750 19.630 19.900 21.050 21.800 23.320 20.600 20.600 21.800 20.350 28.990 14.700

ponto 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

coord. X 199239 200570 199576 200016 199091 200418 198385 198385 198061 206127 208648 205470

coord. Y 7582635 7583189 7584752 7585734 7585938 7587680 7585054 7585054 7585992 7580835 7588705 7574992

uso/ocupao pasto; cana cana cana pasto laranja cana culturas diversas culturas diversas; gado laranja; pasto sujo pastagens; pecuria intensa cana; laranja; pasto; seringueiras cana; pastagens

cond. acesso SP-318 (100 m) acesso por terra ok SP-318 acesso por terra ok acesso por terra razovel/ruim acesso por terra ok acesso razovel/ruim acesso razovel/ruim acesso razovel/ruim Rodovia Abel Terrugi Rodovia Abel Terrugi Guilherme Scatena; via pedreira Bandeirantes Rodovia Abel Terrugi; acesso terra ok Rodovia Abel Terrugi Rodovia Abel Terrugi acesso por terra razovel acesso por terra ruim acesso por terra razovel acesso por terra razovel acesso ok acesso ok

observaes fazenda Sta. Ceclia; rea de topo; ASA* Usina Sta. Cruz; rea de topo, indicativos de rea habitada; ASA Faz. lamo (?); ASA plano; habitaes prximas com pequenos stios; ASA Fazenda Mina; ASA ASA pequenos proprietrios; ASA pequenos proprietrios; ASA Fazenda Mina; ASA Faz. Ingamirim; grande propriedade; ASA reas habitadas; seccionada pela rodovia; ASA; AEI** indicativos de pavimentao da rodovia; ASA; AEI Fazenda Chile; ASA Fazenda Colmbia; rea seccionada pela rodovia; ASA; AEI rea seccionada pela rodovia; ASA; AEI ASA; AEI estbulos prximos represa; ASA; AEI acesso via Represa da Barra; AEI rea habitada prximo linha de transmisso; Rei Frango; AEI ASA; AEI

13

204180

7577965

cana

17.060

14 15 16 17 18

205480 206071 208589 208339 210970

7578029 7579550 7577509 7578405 7586602

laranja cana cana; laranja cana cana

17.200 18.800 21.550 22.800 29.200

19 20 21

213381 190192 206028

7583955 7558904 7571324

cana cana cana

25.500 13.900 8.600

*ASA rea de Segurana Aeroporturia

** AEI rea de Especial Interesse

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Estrutura fundiria com base nas informaes elencadas na Tabela 3.2, as reas inspecionadas a partir dos pontos 7, 8 e 11 apresentam indicativos de se localizarem sobre propriedades de porte pequeno ou mdio. a) Distncia ao centro gerador uma avaliao a partir da base cartogrfica digital, considerando o acesso pelas vias existentes, indica que as reas aptas para implantao do aterro encontram-se a distncias que variam de 9 a 30 quilmetros da rea urbana de So Carlos. b) Posicionamento em relao aos ventos predominantes considerando-se o eixo NE-SW, verifica-se que as reas localizadas no entorno dos pontos 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 21 encontram-se no eixo de predominncia dos ventos, em direo zona urbana de So Carlos, e bastante prximos ao distrito de gua Vermelha. Cabe destacar que os pontos 11 e 18 encontramse entre 2,5 e 3 km de distncia do distrito de Santa Eudxia, embora em posio favorvel quanto ao sentido dos ventos predominantes, o que indica a necessidade de uma avaliao especfica quanto a este critrio. c) Condies de acesso uma avaliao preliminar indica que as reas no entorno dos pontos 5, 7, 8, 9 e 17 so reas com acesso ruim. d) Habitaes prximas existem indicativos de que as reas ao redor dos pontos 2, 4, 7, 8, 11 e 19 apresentam habitaes em suas imediaes; na rea 20 foi identificada uma nica habitao isolada. e) Potencial para gerao de impactos visuais as reas ao redor dos pontos 1, 3, 4, 5 e 6 esto no campo de visada da rodovia SP-318; as reas ao redor dos pontos 11 e 15 esto no campo de visada da estrada municipal Abel Terrugi. Sinteticamente, a Tabela 3.3 apresenta os resultados das avaliaes efetuadas, destacando os pontos que apresentam apenas uma avaliao negativa frente aos critrios estabelecidos.

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Tabela 3.3 sntese das avaliaes efetuadas.Critrios Ponto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 (A) + (B)17.750 19.630 19.900 21.050 21.800 23.320 20.600 20.600 21.800 20.350 28.990 14.700 17.060 17.200 18.800 21.550 22.800 29.200 25.500 13.900 8.600

(C)

(D)

(E)

(F)

+ + + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + - (*) - (*) + + -

+ + + + + ++ + + + + + + + + +

+ + + + + ++ + + + + + + + +

+ + + + ++ + + + + + + +

(*) embora em posio favorvel quanto ao sentido dos ventos predominantes, a rea ao redor deste ponto est localizada bastante prxima ao distrito de Santa Eudxia, sendo necessrio uma avaliao especfica.

Avaliao dos critrios segunda aproximao

Observando-se a Tabela 3.3 possvel verificar que as reas situadas no entorno de 14 pontos apresentam apenas uma resposta negativa aos critrios avaliados. Tratamse das reas situadas no entorno dos pontos 1, 2, 3, 6, 9, 10, 12, 13, 14, 16, 18, 19, 20 e 21. Como critrio, para uma segunda aproximao, convm lembrar a existncia de restries de carter institucional a certas reas do municpio especificamente aplicadas implantao de aterros sanitrios em especial, a delimitao da rea de Segurana Aeroporturia (Conforme Resoluo CONAMA 04/1995), alm da Zona de Produo Agrcola Familiar (conforme Plano Diretor Municipal), e da rea de Especial Interesse turstico, histrico e ecolgico (conforme Plano Diretor). A Estao Ecolgica de So Carlos poderia implicar em algum tipo de restrio formal ao empreendimento, no

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entanto no conta com um Plano de Manejo elaborado e aprovado que viesse a delimitar sua zona de amortecimento e as restries aplicveis.

Restries dadas pela rea de Segurana Aeroporturia

Com relao implantao de aterros sanitrios em rea de Segurana Aeroporturia, certamente tendo em vista um horizonte de 20 anos para a operao do empreendimento a mais significativa das trs categorias elencadas anteriormente, admite-se uma restrio inicial a todas as reas situadas num raio de 13 km do centro da pista de aeroportos que no operem por instrumentos (adotando-se essa tipologia para o aeroporto Mrio Pereira Lopes, atualmente no operando vos comerciais), que pode ser revista a critrio da autoridade aeroporturia e de acordo com as caractersticas do aeroporto. Dependeria, portanto, de uma articulao entre Prefeitura e Comando Areo Regional a fim de esclarecer os pontos conflitantes. Nesse sentido, admite-se que, na hiptese de uma negociao relacionada liberao de uma rea situada em ASA para a implantao do aterro sanitrio, um fator favorvel a essa liberao seria dado pelo afastamento desta rea em relao ao aeroporto. Dos 14 pontos indicados anteriormente, apenas os pontos 18, 19 e 20 no se encontram em rea de Segurana Aeroporturia. Com relao aos outros pontos, por estarem posicionados na regio do cone de aproximao das aeronaves, e pela proximidade com o aeroporto (menos de 6 km) faz com que sejam descartados os pontos 1, 2 e 3. O ponto 6 ser descartado por indicar reas tambm posicionadas no cone de aproximao. Os pontos 10, 12, 13 e 14 encontram-se bastante prximos ao aeroporto (6 km), ainda que no diretamente localizados no cone de aproximao das aeronaves, e tambm sero descartados. Os demais pontos (9, 16, 18, 19, 20 e 21), permanecem como indicativos de alternativas locacionais passveis de novas avaliaes. Cabe destacar que as reas no entorno do ponto 9, apesar da distncia deste ponto ao aeroporto, distribuem-se por regies mais afastadas e inclusive aparentemente no situadas no cone de aproximao das aeronaves, o que justifica consider-las potencialmente aptas para a implantao do aterro. A Tabela 3.4 apresenta o tipo de ressalva apresentada por cada um destes pontos. Em seguida, a Figura 3.3 indica a localizao dos polgonos de maior aptido,

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considerados potencialmente viveis para a implantao do novo aterro sanitrio municipal, em funo das avaliaes efetuadas.

Tabela 3.4 tipo de ressalva apresentada para os pontos considerados potencialmente viveis implantao do aterro sanitrio.Ponto 9 Distncia (m) 21.800 Ressalva Condies de acesso, ASA(*)

16

21.550

Ventos predominantes, ASA

18

29.200

Ventos predominantes (**)

19

25.500

Indicativo de habitaes prximas

Habitao isolada 20 13.900 Proximidade com Unidade de Conservao

21

8.600

Ventos predominantes, ASA

(*) rea de Segurana Aeroporturia (**) embora em posio favorvel quanto ao sentido dos ventos predominantes, a rea ao redor deste ponto est localizada bastante prxima ao distrito de Santa Eudxia, sendo necessrio uma avaliao especfica.

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Figura 3.4 Alternativas potencialmente viveis implantao do aterro sanitrio no municpio de So Carlos (em destaque as reas ocupadas com urbanizao e loteamentos de chcaras, a malha viria principal e a delimitao da rea de Segurana Aeroporturia)

Definio das alternativas locacionais

A partir da indicao de seis reas consideradas potencialmente aptas do ponto de vista dos critrios estabelecidos na etapa anterior para receber o novo aterro sanitrio do municpio, procedeu-se a uma investigao acurada em termos de um detalhamento da situao encontrada em cada rea.

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Adotou-se como linha de conduo para esta etapa dos trabalhos a procura por algum elemento que configurasse uma situao de impedimento ou de restrio implantao do empreendimento, que no houvesse sido identificado nas etapas anteriores devido escala das informaes trabalhadas. Levantamento de informaes em campo

Os trabalhos de campo realizados nesta etapa foram orientados para o detalhamento da situao encontrada em cada uma das reas indicadas como potencialmente aptas para a implantao do empreendimento, conforme etapa anterior. Sendo assim, para uma investigao sobre as reas e em seu entorno, procurouse identificar a existncia de alguma situao que indicasse um impedimento ou uma restrio significativa para a acomodao do aterro sanitrio. Vale dizer que a combinao dos critrios realizada na etapa anterior vincula essa possibilidade a algumas situaes, a saber: 1. existncia de habitaes (mesmo que isoladas) ou pequenas propriedades (chcaras, stios, empreendimentos comerciais, etc.) nas reas indicadas ou em seu entorno imediato, incluindo uma avaliao sobre o trajeto mais provvel dos caminhes durante o transporte dos resduos; 2. existncia de algum atributo ambiental no contemplado nas etapas anteriores, devido escala utilizada por exemplo, a existncia de nascentes e olhos dgua mantendo-se os critrios ambientais estabelecidos anteriormente; 3. verificao in