RISCO X PERIGO SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃOalimentacaolegal.com/files/82679344.pdf · A avaliação de perigos é útil, para cada perigo existente, se a sua eliminação ou redução

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    RISCO X PERIGO

    SERVIOS DE ALIMENTAO

    Por Profa.Dra. Cyllene de M.OC de Souza

    Dra em Cincia e Tecnologia de Alimentos (UFRRJ), Mestre em Vigilncia Sanitria (INCQS-FIOCRUZ)

    Supervisora em Segurana Alimentar ABNT-NBR 15048 Especialista em Sade Pblica

    Especialista em Biologia Parasitria

    1- INTRODUO

    A cadeia alimentar afetada por perigos constitudos por agentes biolgicos,

    qumicos ou fsicos presentes ou uma condio desses agentes, com potencialidades

    para provocar um efeito nocivo para a sade. Por outro lado, os riscos so uma funo

    de probabilidade de um efeito nocivo para a sade e da gravidade desse efeito, como

    consequncia de um perigo.

    Perigo Propriedade que confere ao alimento possibilidade de causar dano

    sade.

    Risco Probabilidade de ocorrncia de um perigo

    As palavras Risco e Perigo tm na Segurana de Alimentos um

    significado diferente daquele que lhe damos diariamente, onde, de uma forma geral,

    acabam por ser considerados sinonimos.

    Perigo: um potencial agente qumico, fsico ou biolgico que possa

    contaminar um alimento.

    Risco - probabilidade de ocorrncia de um Perigo. Exemplo: a

    manuteno de um alimento cozido temperatura ambiente constitui

    um Risco, pois existe a possibilidade de ocorrer crescimento

    microbiano (perigo microbiolgico).

    Os principais fatores de risco relativamente aos perigos microbiolgicos (por

    exemplo, contaminao de um alimento por aco de bactrias) so:

    Cuidados de higiene pessoal insuficientes;

    Cuidados de higiene na manipulao dos produtos insuficientes;

    Binmio tempo/temperatura inadequado conservao do produto;

    Condies de umidade propcia ao desenvolvimento microbiolgico;

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    Prticas que favoream as contaminaes cruzadas (exemplos:

    armazenamento de produtos crus e cozinhados sem separao fsica

    entre ambos);

    Higienizao de instalaes, equipamentos e utenslios inadequada;

    Contole de pragas inadequado.

    Relativo aos perigos qumicos (por exemplo, vestgios de detergente num

    alimento) temos como principais fatores de risco:

    Instalaes mal projetadas favorecendo a permanncia de resduos

    qumicos (exemplos: superfcies que no permitem o enxaguamento e

    drenagem de detergentes);

    Deficiente manuteno do equipamento;

    Prticas que favoream a contaminao cruzada (exemplos:

    arrumao de detergentes e produtos alimentares no mesmo local e

    sem separao fsica);

    Equipamento, agentes e/ ou procedimentos de limpeza inadequados;

    descumprimento dos procedimentos de limpeza e desinfeco

    definidos no Plano de Higienizao.

    Os perigos fsicos (por exemplo, presena de um pedao de vidro no

    alimento) os principais fatores de risco so:

    Insuficincias ao nvel das infra-estruturas das instalaes;

    Presena de objetos estranhos aividade nas instalaes;

    Instalaes/ viaturas/ equipamentos/ utenslios em mau estado de

    limpeza e/ ou conservao.

    As definies consagradas pelo Codex para perigo e risco so:

    Perigo (hazard): agente biolgico, qumico ou fsico, ou propriedade do

    alimento com potencial de causar efeito adverso sade;

    Risco (risk): funo da probabilidade da ocorrncia de um efeito adverso

    sade e da gravidade desse efeito, causado por um perigo ou perigos existentes no

    alimento.

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    A avaliao de perigos til, para cada perigo existente, se a sua eliminao

    ou reduo para nveis aceitveis essencial para a produo de gneros alimentcios

    seguros.

    Assim, cada perigo avaliado de acordo com a sua possvel severidade e

    probabilidade de ocorrncia (risco). A avaliao de um perigo efetuada segundo a

    frmula: Significncia = Risco x Severidade.

    Risco a hiptese ou probabilidade de um dado perigo ocorrer, colocando

    em causa a salubridade do gnero alimentcio. Um risco pode ser alto (muito frequente),

    mdio (frequente), baixo (pouco frequente).

    Severidade a magnitude de um perigo, ou seja, o grau de efeitos nefastos.

    Segundo a sua severidade um perigo pode ser classificado em alto (risco elevado de

    vida), mdio (risco grave ou crnico) ou baixo (risco moderado ou leve). Em funo da

    sua significncia o perigo pode ou no ser classificado com um Ponto Critico de

    Controlo (PCC).

    Avaliao de risco:

    Identificao do perigo biolgico, qumico ou fsico capaz de causar

    efeito adverso sade

    Caracterizao da natureza e extenso do efeito do perigo avaliao da

    quantidade do perigo que a populao pode estar exposta durante um

    tempo e seus efeitos agudos e crnicos

    Caracterizao do risco estimativa qualitativa e/ou quantitativa da

    probabilidade da ocorrncia do perigo e da gravidade de efeitos

    Envolve anlises laboratoriais, mtodos epidemiolgicos, modelos ambientais,

    simulaes em computadores

    Gerenciamento de risco:

    Seleo de diretrizes, medidas de preveno e controle, baseado nas concluses

    da avaliao de risco e em fatores relevantes para a sade

    Comunicao de risco:

    Troca de informaes e de opinies entre gestores, avaliadores, consumidores,

    indstria, comunidade cientfica e outros interessados, a respeito dos perigos, riscos,

    resultados da avaliao e sobre as decises do gerenciamento.

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    Tabela - Critrios utilizados para avaliar a significncia de um perigo.

    Risco (R)

    Nvel de Risco Nvel de

    Frequncia

    Nvel de

    Perigosidade

    Objetiva

    Risco Baixo Pouco Frequente 10

    Risco Mdio Frequente 100

    Risco Elevado Muito Frequente 1000

    Severidade (S) Nvel de

    Severidade

    Nvel de Segurana Nvel de

    Perigosidade

    Objetiva

    Severidade Baixa Produto Seguro 10

    Severidade Mdia Produto pouco

    Seguro

    100

    Severidade Elevada Produto Inseguro 1000

    PRINCIPAIS OPERAES, PERIGOS E CRITRIOS UTILIZADOS

    NA ELABORAO DE MANUAL DE BOAS PRTICAS

    OPERAO CONTROLE MEDIDAS DE

    CONTROLE /

    MONITORAMENTO

    CRITRIOS AES

    CORRETIVAS

    Compras Aquisio de

    matrias-primas de fonte no

    segura

    Visita aos fornecedores

    com preenchimento do relatrio de visita

    Fornecedores que

    atendam s exigncias das leis

    vigentes e desenvolvam

    HACCP

    Excluso

    ou/desenvolvimento dos fornecedores que no atendam

    aos requisitos

    exigidos

    Recebimento Produtos que no atendam aos critrios de qualidade

    Avaliar as condies de entrega, o produto e

    anotar em formulrio especfico

    Condies adequadas de

    transporte, higiene dos entregadores,

    embalagem,

    caractersticas prprias dos

    alimentos e higiene

    Devoluo do produto

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    das superfcies de contato e do

    termmetro

    Armazena-mento a seco

    Umidade, calor, infestao por

    vetores, violao da embalagem

    Vencimento do prazo de

    validade

    Controle dos prazos de validade, controle

    integrado de pragas, armazenamento dos

    produtos alimentcios isolados de produtos de

    outra natureza

    Validade do produto (PEPS), disposio dos

    produtos e Controle

    Integrado de Pragas (CIP)

    Desprezar o produto

    Armazenamento

    sob refrigerao

    Contaminao cruzada

    Multiplicao

    e/ou sobrevivncia

    (congelamento) de bactrias patognicas

    Vencimento do

    prazo de validade

    Controle sistemtico da

    temperatura dos equipamentos,

    manuteno preventiva dos equipamentos e

    definio de espaos especficos para cada

    gnero de produto

    Controle do prazo de validade / PEPS

    Temperatura

    mxima de acordo com o tipo de

    produto (leite e derivados 8C,

    carnes frescas 4C, hortifrutigranjeiros 10C e congelados -18C), condies

    de embalagem e disposio do

    produto

    Transferncia para

    equipamento que possa manter o

    produto em temperatura

    adequada, manuteno

    emergencial do equipamento ou

    desprezar o produto, quando comprometido

    Higienizao de vegetais

    Permanncia da contaminao

    inicial dos

    vegetais

    Monitoramento com fita indicadora ou por titulao da dosagem

    do Cloro ativo

    Lavagem folha a folha ou unidade

    por unidade,

    higienizao com soluo de

    Hipoclorito ou Dicloroisocianurato

    de Sdio a 100-250 ppm de Cloro ativo

    por 15 a 30 minutos e

    finalizao com soluo de cido

    actico a 2% por 5 minutos

    Repetir o processo

    Descongelamento Multiplicao de bactrias patognicas

    Contaminao do ambiente com

    gua do descongelamento

    Monitoramento da temperatura superficial

    e armazenamento por 48 horas em caso de descongelamento sob refrigerao

    Uso imediato em caso de descongelamento

    forado (gua corrente ou temperatura

    Temperatura superficial a, no mximo, 4C

    Coco imediata ou refrigerao abaixo de 4C

    Higienizar

    superfcies contaminadas

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    Degelo incompleto

    ambiente)

    Observar destino da gua de degelo

    Controle de temperatura no interior do alimento

    Isolar gua do descongelamento

    Atingir temperaturas entre 0 e 4C

    Aguardar degelo completo

    Reestruturar planejamento

    (Reidratao) Contaminao

    durante o

    processo

    Multiplicao

    aps o processo

    Presena de

    patgenos

    esporulados

    Observar as prticas de

    higiene de

    equipamentos,

    utenslios e mos /

    controle

    microbiolgico da gua

    / monitorar volume dos

    recipientes

    Higiene dos

    equipamentos e

    utenslios / uso de

    gua potvel /

    higiene das mos /

    consumo imediato /

    resfriamento em

    volumes pequenos

    (mximo 5 litros)

    Reaquecer o

    produto a 74C,

    aps reconstitudo

    Pr-preparo Contaminao

    cruzada de

    equipamentos,

    utenslios e mos

    (S. aureus,

    Shigellae, vrus

    hepatite)

    Multiplicao de

    bactrias

    Monitorar o tempo /

    temperatura de

    exposio e verificar

    higiene dos utenslios,

    bancadas e das mos

    Rapidez no

    processo (mximo

    30 minutos, acima

    de 10C para os

    alimentos

    refrigerados) /

    Higienizao dos

    equipamentos e

    mos dos

    Orientar

    funcionrio

    Repetir operao de

    higieniza

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    patognicas manipuladores /

    Manipular

    alimentos crus e

    cozidos em

    bancadas separadas

    Coco Sobrevivncia de bactrias

    vegetativas e esporuladas

    Monitorar temperatura (no interior do

    alimento) / tempo

    70C (no centro geomtrico)

    Continuar coco

    Resfriamento Multiplicao de bactrias

    esporuladas / produo de enterotoxinas

    do S. aureus e

    do B. cereus

    Monitorar temperatura / tempo e profundidade

    dos recipientes de acondicionamento dos

    produtos

    Resfriar de 60C a 10C em 2 horas e

    em 6 horas. Armazenar os produtos em

    recipientes com

    altura mxima de 10 cm, devendo o

    alimento ficar numa altura

    mxima de 7 cm

    Utilizar equipamento de

    resfriamento rpido ou gelo

    Armazenamento

    de alimentos cozidos

    Multiplicao de

    bactrias esporuladas / produo de enterotoxinas

    do S. aureus e a do B. cereus

    Monitorar temperatura

    / tempo

    Validade mxima recomendada:

    24 horas a 8C

    48 horas a 6C

    72 horas a 4C1

    15 dias a -10C

    Manuteno

    preventiva dos equipamentos de refrigerao ou congelamento /

    desprezar o alimento caso esteja

    comprometido

    Reaquecimento Sobrevivncia de bactrias

    recontaminantes / no inativao

    das toxinas termoestveis

    Monitorar temperatura (no interior do

    alimento) / tempo

    74C (no centro geomtrico) em, no

    mximo, 2 horas

    Continuar reaquecimento

    Manuteno a quente

    Multiplicao de bactrias

    esporuladas / produo de

    enterotoxinas termoestveis do S. aureus e toxina emtica

    do B. cereus

    Monitorar temperatura / tempo

    Acima de 60C com a gua do

    balco de distribuio a 80 -

    90C

    Reaquecimento / adequao do

    equipamento de manuteno a

    quente / desprezar

    Distribuio / Transporte

    Multiplicao de bactrias

    Monitorar temperatura / tempo

    Alimentos quentes: acima de 60C

    Manuteno do equipamento de

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    patognicas Alimentos frios: abaixo de 10C

    distribuio / reaquecimento /

    Desprezar aps o tempo de exposio em temperaturas de

    risco

    Higiene dos

    equipamen-tos / utenslios / ambiente

    Contaminao cruzada

    Permanncia de

    resduos orgnicos

    Verificar processo de

    higienizao (procedimentos e

    tempo de contato da soluo desinfetante) e

    monitorar dosagem de Cloro

    Lavagem com gua

    corrente e detergente neutro e desinfeco com soluo clorada a

    100-250 ppm de Cloro ativo por 15

    minutos ou lcool a 70%. Enxge

    antes da reutilizao, no caso do Cloro.

    Adequar processo

    de higienizao e fazer diluio

    correta do produto clorado

    Repetir a operao

    Higiene das mos Contaminao durante a

    manipulao dos alimentos

    (S. aureus,

    Salmonella, Shigella, E. coli)

    Verificar higienizao das mos dos funcionrios

    Lavagem com gua corrente e

    detergente anti-

    sptico, ensaboando as

    mos e antebrao por 1 minuto. Aps

    enxge, secar com toalha de papel branco e aplicar

    produto anti-

    sptico

    Usar luvas descartveis e/ou utenslios para

    manipular alimentos

    Repetir a operao

    Controle de sobras

    Multiplicao de bactrias

    esporuladas

    Sobrevivncia de bactrias

    recontami-nantes

    Monitoramento do processo de pr-

    preparo, preparo e distribuio

    Reaproveitamento de sobras de

    alimentos desde que tenham

    seguido os critrios de coco,

    resfriamento, reaquecimento,

    distribuio e higiene

    Sobras de alimentos servidos

    no so reaproveitadas

    Desprezar o alimento

    Coleta e guarda de amostras

    Instrumento de verificao

    Verificar processo de coleta de amostras

    Identificao da embalagem de

    guarda da amostra

    Coleta de 100

    Orientar o funcionrio

    Recoletar amostra

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    gramas de alimento, no

    mnimo

    Procedimentos

    corretos para coleta das amostras

    Armazenamento por 72/96 horas a

    4C ou -18C

    Controle de pragas

    Contaminao do ambiente e

    dos alimentos

    Desinsetizao e desratizao com

    freqncia mnima de 6 meses

    Inexistncia de vestgios de insetos

    e roedores

    Contratao de empresa

    especializada

    Perigos Biolgicos

    Estima-se que cerca de 90% das doenas transmitidas por alimentos sejam

    provocadas por microorganismos. Estes podem-se encontrar em quase todos os

    alimentos, mas a sua transmisso resulta, na maioria dos casos, da utilizao de prticas

    erradas nas ltimas etapas da sua elaborao ou distribuio. Embora se conheam mais

    de 250 tipos diferentes de bactrias, vrus e parasitas causadores de Doenas de Origem

    Alimentar, apenas alguns aparecem frequentemente.

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    Os meles e melancias tm estado associados a inmeros surtos na Amrica

    do Norte e no sudoeste do Pacfico, embora muitos dos casos tenham sido provocados

    por produtos importados de outras partes do mundo. A natureza rugosa da casca de

    algumas variedades dificulta a remoo da contaminao e a lavagem com gua pode

    resultar na sua absoro juntamente com contaminantes. Tambm as alteraes das

    prticas de consumo, com o cada vez maior impacto da comercializao destas

    variedades pr-cortadas, podero contribuir para um aumento dos problemas associados

    ao seu consumo. O risco de amplificao da contaminao elevado, uma vez que estes

    meios so favorveis ao crescimento microbiano. Assim, a refrigerao dos meles, ou

    melancias pr-cortados importantssimo.

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    AVALIAO DE RISCO

    PARA PERIGOS QUMICOS EM ALIMENTOS

    Exemplos:

    Aditivos

    Resduos de pesticidas, de medicamentos veterinrios, de

    contaminantes ambientais

    Migrao de substncias qumicas das embalagens e da armazenagem

    inadequada

    Micotoxinas

    Identificao e caracterizao do perigo:

    Propriedades txicas das substncias qumicas

    Estudos experimentais com animais, investigaes epidemiolgicas

    em populaes humanas expostas

    Testes in vitro de curta durao

    Estimativa de ingesto segura (Ingesto Diria Aceitvel)

    AVALIAO DE RISCO

    PARA PERIGOS MICROBIOLGICOS EM ALIMENTOS

    Identificao e caracterizao do perigo:

    Fatores relacionados ao agente (Ex: patogenicidade, virulncia,

    resistncia a antimicrobianos)

    Fatores relacionados ao hospedeiro (suscetibilidade, imunidade)

    Perigos emergentes (Ex: E. coli O157:H7)

    Caracterizao do risco:

    Dinmica do crescimento do agente, a sobrevivncia no alimento e a

    complexidade da interao agente-hospedeiro, de acordo com o consumo.

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    Padres de Identidade e Qualidade de Produtos

    Portaria 685/1998 - contaminantes inorgnicos

    Resoluo RDC 12/2001- microbiologia

    Resoluo RDC 175/2003 - matrias estranha

    Resoluo RDC 7/2011- micotoxinas

    Resoluo RDC 53/2012 - medicamentos veterinrios

    Resolues RDC 259/2002; 359 e 360/2003 rotulagem

    Perigos biolgicos (entre aspas Segundo Prof. Jos Bencio Paes Chaves,

    Ph.D)

    Ao longo de sua cadeia produtiva todo alimento est sujeito aos perigos

    biolgicos provenientes da matria-prima, dos insumos, do ambiente e das pessoas,

    durante o seu processamento e em todas as etapas, at a mesa do consumidor. Na classe

    de perigos biolgicos pode-se pensar em perigos macrobiolgicos e microbiolgicos.

    Dentre os perigos macrobiolgicos h, por exemplo, as moscas, mosquitos e

    coisas desse tipo, que embora repugnantes, se presentes no alimento, nem sempre

    representam risco sade do consumidor, parte as poucas excees de insetos que so

    venosos.

    Entretanto, as patas, as asas e pelos dos insetos podem carrear outro tipo de

    perigo, que so os microorganismos e, dentre estes, os que so patognicos. Por isto, os

    insetos so perigos srios, se pousarem em alimentos prontos para consumo, pois

    podem contamin-lo com Salmonella ou E. coli O157:H7, por exemplo. Mas se o inseto

    contaminar o alimento antes de ele ser tratado termicamente, isto no representar um

    perigo, pois este tratamento reduzir o risco de dano sade, a nveis aceitveis. De

    qualquer forma importante prevenir a ocorrncia dos perigos macrobiolgicos nos

    alimentos. Nenhum consumidor ficaria tranqilo ou satisfeito sabendo que seu alimento

    foi contaminado, em alguma fase da cadeia produtiva, com insetos, roedores ou

    pssaros e que substncias e materiais repugnantes estiveram em contato com aquele

    alimento. Tambm comum na anlise de perigos considerar os macrobiolgicos na

    classe de materiais estranhos ou perigos de ordem fsica.

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    Os efeitos dos microorganismos podem ser diretos por infeco ou pela

    invaso de tecidos do organismo humano pelo prprio microorganismo (bactrias, vrus

    e protozorios). Efeitos indiretos so causados por toxinas (venenos) produzidas pelo

    microorganismo, no alimento, antes de ele ser ingerido pelo homem.

    Bactrias Gram-negativas normalmente envolvidas em problemas de doenas

    alimentares incluem espcies de Salmonella e Shigella, Escherichia coli, Campylobacter

    jejuni, Vibrio parahaemolyticus, Vibrio vulnificus e Yersinia enterocolitica. Estas

    bactrias esto normalmente presentes no intestino e nas fezes de humanos, pssaros e

    outros animais. Conseqentemente so encontradas no solo, na gua e em matrias-

    primas agropecurias como leite cru, carnes e peixes. De modo geral essas bactrias no

    so resistentes ao calor e somente causam problemas em razo de pobres condies

    higinicas no manuseio de alimentos e das pessoas e por contaminao cruzada. O

    controle conseguido por tratamento trmico brando (pasteurizao), separao de

    material cru de material processado na rotina de preparao dos alimentos, Boas

    Prticas de Fabricao e armazenamento em condies adversas para a multiplicao do

    patgeno, como em produtos fermentados. Embora sejam microrganismos muito fceis

    de serem controlados, muito grande a freqncia de doenas veiculadas por alimentos,

    causadas por essas bactrias, em razo do trabalho descuidado dos manipuladores e da

    falta de gesto responsvel da qualidade dos alimentos.

    As espcies de bactrias do gnero Clostridium so anaerbias, ou seja, so

    capazes de se multiplicarem na ausncia de oxignio. Tambm so esporulantes, com

    produo de esporos termorresistentes. So encontradas no solo, vegetao, gua

    corrente, sedimentos marinhos e fezes de animais de modo geral. Seu controle nos

    alimentos conseguido com tratamento trmico a altas temperaturas, como esterilizao

    e, com a formulao de produtos: acidificao, fermentao como em picles e reduo

    da atividade de gua (com adio de sal ou de acar). C. botulinum importante em

    razo de produzir uma neurotoxina que quase sempre letal. Casos de botulismo,

    historicamente, tem sido associados a alimentos sub-processados, principalmente os

    chamados produtos caseiros. No Brasil, alm de produtos como a feijoada em lata, h

    destaque para o palmito em conserva, que tem sido responsvel por casos de botulismo.

    Assim, em tempos mais recentes uma relao mais ampla de alimentos tem sido

    envolvida.

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    H mais de um grupo de C. botulinum de acordo com o tipo de toxina. Na

    anlise de perigos, a equipe APPCC estar interessada no grupo de toxinas A, B ou F.

    Os esporos desses C. botulinum so muito resistentes ao calor e as formas vegetativas

    so altamente proteolticas, produzindo assim, sinais claros de putrefao quando se

    multiplicam no alimento. Esse grupo de proteolticos no se multiplica em ambientes

    com temperatura abaixo de 10 C. So encontrados no solo e em tratos intestinais,

    portanto com ampla possibilidade de contaminar os alimentos.

    Do segundo grupo de toxina botulnica, composto pelos tipos E e G, os

    esporos so menos resistentes ao calor e as formas vegetativas no so proteolticas,

    portanto, no h deteriorao aparente no alimento em que se multiplicam. H estirpes

    psicrotrficas, que se multiplicam em ambientes com temperaturas to baixas como 3,3

    C. So mais encontradas em ambientes aquticos, portanto, podem se tornar problemas

    em alimentos cuja matria-prima provem desse meio.

    Botulismo normalmente ocorre aps ingesto de alimento que j contm a

    toxina. As toxinas botulnicas so normalmente destrudas pelo calor de coco. Em

    situaes muito raras, esporos de C. botulinum do solo ou do alimento podem ser

    ingeridos e se multiplicarem no intestino humano, produzindo a a toxina e causando a

    doena, se a microflora normal do intestino estiver em desequilbrio. H registros de

    botulismo em crianas que ocorreu desta maneira.

    Envenenamento alimentar causado por C. perfringens normalmente se associa

    com produtos crnicos e seus molhos sub-processados ou reaquecidos. A bactria se

    multiplica muito rapidamente em ambientes com temperaturas to altas como 50 C. Se

    multiplicam em grande nmero no alimento e produzem a sua toxina durante a

    esporulao no intestino humano, aps o consumo desse alimento. A toxina causa

    nusea e diarria fortes, mas quase sempre no fatal. Os controles para C. perfringens

    so BPF (Boas Prticas de Fabricao) ao longo de todo o processo, tratamento trmico

    adequado, resfriamento rpido, preveno de contaminao cruzada, emprego da

    refrigerao e manuseio adequado na preparao dos alimentos para consumo.

    As bactrias do gnero Bacillus normalmente so aerbias e esporulantes. A

    espcie normalmente envolvida com intoxicao alimentar, B. cereus, encontrada no

    solo, vegetao e em leite cru. Os casos de envenenamento por B. cereus envolveram

    arroz cozido e outros alimentos amilceos, em que os esporos no foram

    adequadamente inativados pelo tratamento trmico inicial, germinando e se

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    multiplicando posteriormente, com produo de toxinas, em razo de manuseio

    imprprio do alimento.

    As fontes de Staphylococcus aureus freqentemente so humanas: nariz, pele,

    garganta, cortes, feridas... Da a facilidade com que pode ser transmitido aos alimentos

    pelo manuseio e prticas higinicas inadequadas. Ao se multiplicar no alimento a

    bactria produz toxinas altamente resistentes ao calor. So essas toxinas responsveis

    pela doena, havendo at alguma tolerncia humana bactria. Portanto, esse alimento

    no se tornar seguro novamente. S. aureus no forma esporos, mas capaz de tolerar

    uma diversidade maior de condies de crescimento. Por exemplo, pode se multiplicar

    em alimentos com baixa atividade de gua 0,86. Higiene pessoal e sade dos

    manipuladores de alimentos e, Boas Prticas de Fabricao so fundamentais na

    preveno de doenas por S. aureus.

    A preocupao com Listeria monocytogenes como agente de doena de

    origem alimentar mais recente. Esta bactria importante pela alta taxa de

    mortalidade de pessoas com deficincia em seus sistemas imunolgicos. Os fetos so

    altamente susceptveis e casos de aborto so complicaes freqentes de listeriose. A

    bactria altamente disseminada em solos, vegetao e fezes de animais, portanto um

    contaminante comum de alimentos crus. L. monocytogenes psicrotrfica, capaz de se

    multiplicar a 1 C, proliferando com facilidade em ambientes de processamento frios e

    midos. Controles so realizados durante a produo para evitar a contaminao do

    alimento pronto pelo ambiente no momento de manuseio e embalagem. O aumento do

    nmero de psicrotrficos patgenos alimentares como L. monocytogenes, Yersinia

    enterocolitica e C. botulinum no proteoltica tem exigido maior ateno para a

    segurana dos alimentos perecveis refrigerados. Por esta razo, esses alimentos tm

    seus perodos de validade reduzidos. Para prolongar o perodo de validade so

    empregadas barreiras de segurana do alimento, alm da estocagem sob refrigerao.

    Patgenos emergentes nos ltimos anos os profissionais que realizam a

    anlise de riscos biolgicos em alimentos tm se ocupado com novos tipos de perigos.

    O termo patgeno emergente usado para designar organismos que historicamente no

    so reconhecidos como agentes causadores de doenas alimentares. Aeromonas

    hydrophyla e Plesiomonas shigelloids esto neste grupo. So bactrias aquticas e tm

    sido encontradas em amostras de diversos animais desse meio e terrestre. Tm sido

    envolvidas em casos de diarria. So destrudas por tratamento trmico brando, como

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    pasteurizao. O controle realizado por meio de tratamento trmico e prevenir

    contaminao cruzada. Entretanto, essas medidas preventivas podem no ser adequadas

    para produtos marinhos crus. Assim, se o risco for considerado, outros procedimentos

    de descontaminao devem ser implementados. L. monocytogenes, E. coli O157:H7,

    Vibrio vulnificus, Y. enterocolitica e C. jejuni, hoje considerados entre os patgenos de

    maior importncia na anlise de perigos em alimentos, j figuraram entre os chamados

    emergentes.

    Vrus gastrenterites virais so considerados de grande importncia, talvez

    at mais freqentes do que doenas bacterianas veiculadas por alimentos, nos EUA e em

    pases da Europa. Entretanto, pouco se conhece desses casos no Brasil, o que no

    significa ausncia do problema em nosso pas. Os vrus esto presentes no homem, em

    animais, em fezes, guas poludas e peixes frescos. So transmitidos dos animais para as

    pessoas e de pessoa para pessoa. O controle via educao e higiene pessoal. Vrus

    pode eventualmente ser transmitido por alimento contaminado pelo manipulador. Os

    vrus podem, em geral, ser facilmente destrudos pelo calor.

    Parasitas e protozorios larvas de parasitas como as de Taenia solium

    (sunos), Taenia saginata (bovinos), Trichinella spiralis (sunos), acreditem, ainda so

    importantes perigos em alimentos. Toxoplasma gondii, Giardia intestinallis (lamblia),

    Cyclospora cayetanensis e Cryptosporidium parvum produzem larvas em cistos que

    contaminam alimentos. Os animais de estimao, carnes, hortalias, frutas e leites

    contaminados so fontes desses protozorios que chegam aos alimentos humanos.

    Frutas e hortalias e, hoje, com a expanso do mercado dos produtos minimamente

    processados esses perigos tm se tornado ainda mais importantes. Educao e

    treinamento de manipuladores, Boas Prticas de Fabricao, Procedimentos

    Operacionais Padro de Higienizao e tratamento trmico controlam esses perigos.

    Micotoxinas so produzidas por fungos. So substncias que em doses

    mnimas ao longo do tempo causam cncer. Podem ser carcinognicas efetivas em

    tempo curto se em altas concentraes. Micotoxinas podem ser consideradas tambm

    como perigos qumicos, embora sejam produzidas por microrganismos. extremamente

    ampla a gama de micotoxinas j isoladas, mas apenas um pequeno nmero delas

    considerado como txicas. Para efeitos prticos lembrem-se de: aflatoxinas, patulina,

    ocratoxinas, vomitoxina e fumonisinas, que podem ser consumidas via alimentos

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    derivados de cereais e gros ou produtos de animais que consumiram raes derivadas

    dessas matrias-primas.

    Aflatoxinas produzidas principalmente por estirpes de fungos Aspergillus

    flavus, sugiro ler sua histria. Por ser das mais conhecidas, tem legislao especfica em

    diversos pases. H seis tipos de aflatoxinas, sendo que quatro delas conhecidas como

    B1, B2, G1 e G2 j foram registradas em vrios alimentos e as outras duas M1 e M2 so

    metabolitos encontrados em leite de animais que consumiram raes contaminadas com

    outras aflatoxinas. Aflatoxinas tm sido consideradas perigos srios em produtos

    derivados de cereais e gros e produtos de animais que consumiram raes derivadas

    dessas matrias-primas. So carcinognicas.

    Patulina considerada carcinognica, produzida por espcies de Penicillium

    e outros fungos, portanto, pode se tornar perigo srio em frutas e seus produtos. Em

    altas concentraes pode causar hemorragias e edemas. A presena de patulina em

    alimentos normalmente causada pelo uso de matria-prima altamente contaminada

    pelo fungo.

    Vomitoxina tambm conhecida como deoxinivalenol (DON), pertence ao

    grupo dos tricotecenos e tem sido isolada de gros e seus derivados em diversas partes

    do mundo. produzida pelo fungo Fusarium graminearum cuja presena em gros

    favorecida por clima mido. Vomitoxina conhecida por apresentar efeitos txicos em

    animais e em humanos. Tem legislao especfica em alguns pases e seu controle pela

    preveno de crescimento do fungo na matria-prima.

    Ocratoxinas tem ocorrncias registradas em matrias-primas e produtos de

    milho, trigo, aveia, cevada e caf. H registros de que so produzidas por fungos das

    espcies Aspergillus ochraceus e Penicillium viridicatum. Produtos derivados de

    animais alimentados com raes contaminadas tm apresentado presena da ocratoxina.

    Fumonisinas estas micotoxinas tm sido associadas epidemiologicamente

    com casos de cncer no esfago de humanos e tm efeitos txicos srios em alguns

    animais, particularmente cavalo. Fumonisinas so produzidas pelo fungo Fusarium

    moniliformi. Tm sido associadas a milho e seus produtos, principalmente raes base

    deste cereal.

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    Perigos qumicos

    Contaminao qumica de alimentos ocorre desde a produo da matria-

    prima at a mesa do consumidor e ingesto do alimento. O efeito da contaminao

    qumica pode ser crnico (a longo prazo), como substncias carcinognicas e aquelas

    com efeitos acumulativos (metais como o mercrio). Tambm so importantes os de

    efeitos alergnicos que so agudos em tempo curto.

    Resduos de material de limpeza resduos de substncias qumicas de

    limpeza podem permanecer nas tubulaes, equipamentos e utenslios, sendo

    conseqentemente transferidos para os alimentos, direta ou indiretamente. Isto tem que

    ser avaliado pela equipe APPCC. H medidas preventivas para cada caso.

    Resduos de pesticidas pesticidas so agroqumicos largamente

    empregados na produo agropecuria e conservao convencional de alimentos, na

    indstria, transporte e em domiclios. Observem a lista: inseticidas, herbicidas,

    fungicidas, conservantes de madeira, repelentes de pssaros e insetos, produtos

    protetores de matrias-primas e alimentos armazenados, rodenticidas, protetores de

    pintura, domissanitrios...

    Pesticidas so usados na agricultura para proteger a colheita e aumentar

    rendimentos, alm de melhoria da qualidade esttica. Aps a colheita so tambm

    utilizados na proteo das matrias-primas contra insetos e outras pragas. Nem todos os

    pesticidas so seguros para uso em alimentos e mesmo aqueles que o so podem deixar

    resduos que so perigosos em altas concentraes. H legislaes especficas para o

    controle de uso desses pesticidas em alimentos e estabelecimento de limites para seus

    resduos. Esses limites so definidos com base em estudos toxicolgicos.

    Do ponto de vista de segurana do alimento a gesto da qualidade da empresa

    ou organizao precisa saber quais pesticidas e suas dosagens que foram aplicados em

    todas as suas matrias-primas em todas etapas da produo e preparao. Precisa saber

    tambm quais pesticidas so permitidos na produo de suas matrias-primas e os

    valores mximos para nveis seguros de seus resduos. Alm de contaminao direta

    com pesticidas, a equipe APPCC precisa considerar tambm o risco de contaminao

    cruzada nas diversas etapas da produo e preparao do alimento. Assim, esses perigos

    precisam ser considerados no estudo APPCC, ou at mesmo no programa de pr-

    requisitos.

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    Alergnicos h componentes naturais nos alimentos que podem causar

    reaes alergnicas ou de intolerncia biolgica em pessoas sensveis. Essas reaes vo

    desde um desconforto leve at situaes muito srias, dependendo da dosagem e da

    sensibilidade individual ao componente especfico. Substncias alergnicas j foram

    registradas em produtos de amendoim, diversas variedades de castanha, ovos, leite e

    derivados. Consideradas de menor intensidade, h alergnicos em derivados de soja,

    glten de trigo, alguns corantes, sulfitos... As opes de controle dessas substncias na

    indstria de alimentos so os controle de matria-prima e insumos, rotulagem efetiva de

    embalagens, controle em retrabalhos e limpeza efetiva de equipamentos.

    Metais txicos os metais podem chegar aos alimentos por diversas fontes e

    so agentes de problemas de sade quando em altas dosagens. Algumas fontes de

    metais txicos na cadeia alimentar so: poluio ambiental; o solo onde a matria-prima

    produzida; equipamentos, utenslios e recipientes de cozimento, processamento e

    estocagem; gua usada no processamento e substncias qumicas aplicadas na produo

    agrcola. Dentre os metais de maior preocupao listam-se: estanho (das latas, por

    exemplo), mercrio em peixes, cdmio e chumbo da poluio ambiental. Tambm so

    importantes arsnio, alumnio, cobre, zinco, antimnio e bismuto. Como qualquer

    perigo qumico h necessidade de se conhecer o risco de um determinado metal txico

    no alimento particular. Este estar associado matria-prima, equipamentos e material

    de embalagem.

    Nitratos, nitritos e nitrosaminas nitrognio ocorre naturalmente no

    ambiente. constituinte de fertilizantes, cuja presena tem aumentado no solo e na

    gua. Historicamente, nitritos e nitratos tem sido adicionados em diversos alimentos

    como parte do sistema de conservao. A adio intencional de nitritos e nitratos

    altamente regulada por legislao especfica, uma vez que nveis elevados destas e

    outras substncias nitrogenadas em alimentos podem produzir diversos efeitos txicos.

    Especificamente tem-se efeitos cancergenos e metahemoglobinemia em crianas.

    Considerao adequada ser dada ao risco de contaminao por outras fontes e outros

    ingredientes, assegurando assim o nvel total seguro.

    Policlorados bifenlicos PCBs os PCB s fazem parte de um grupo de

    substncias qumicas utilizadas em diversas aplicaes industriais. So substncias

    altamente txicas e no degradveis no ambiente. Por isto a permisso de seu uso se

    restringe a sistemas fechados, sendo sua produo proibida em diversos pases. A

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    principal fonte em alimentos sua absoro a partir do ambiente, por peixes. PCB s so

    acumulados ao longo da cadeia alimentar e podem ser encontrados em nveis elevados

    em tecidos ricos em lipdios.

    Resduos veterinrios hormnios, promotores de crescimento e

    antibiticos usados na produo animal podem chegar aos alimentos. Promotores de

    crescimento so proibidos no Brasil. Outras drogas veterinrias como resduos de

    vermfugos, antihelminticos, por exemplo, devem ser consideradas pela equipe APPCC.

    Como em toda a anlise de perigos, a rastreabilidade de matria-prima e insumos

    fundamental.

    Aditivos qumicos aditivos so usados para tornar os produtos mais

    seguros, mais limpos, auxiliar no processamento e tambm por razes estticas. Podem

    ainda ser mais benficos, como no caso de enriquecimento mineral ou vitamnico.

    Aditivos qumicos so regulados por legislao especfica da vigilncia sanitria. Na

    legislao, os aditivos so classificados pelas suas funes (conservantes, acidulantes,

    emulsificantes...). Diretrizes e limitaes so estabelecidas para o emprego de aditivos

    em alimentos especficos. H a possibilidade de uma lista de aditivos positivos. Se um

    aditivo qumico figura numa lista de positivo significa que ele foi submetido a uma

    bateria de testes toxicolgicos e, com base nos resultados, uma equipe de especialistas o

    considerou como seguro para consumo humano. Este procedimento levou criao do

    sistema numrico E da Europa para classificao dos materiais testados e aprovados e,

    tambm determinao do nvel da Ingesto Diria Permitida (IDP) fixada para essas

    substncias. Entretanto, a ignorncia tecnolgica e at mesmo a falta de

    responsabilidade, dentre outros fatores, ainda ocorre com grande freqncia o emprego

    descuidado ou at desnecessrio de aditivos qumicos. A equipe APPCC da empresa

    precisa conhecer a legislao sobre emprego de aditivos qumicos.

    Perigos fsicos

    semelhana dos outros perigos, os fsicos podem chegar aos alimentos em

    qualquer etapa da cadeia produtiva. H uma extensa variedade de perigos fsicos em

    alimentos, entretanto, so poucos os de riscos sade. Isto quer dizer que esses perigos

    devem ser controlados no mbito dos pr-requisitos do plano APPCC. Pelo menos em

    um nmero razovel. Por outro lado, h que se considerar que perigos fsicos e materiais

    estranhos podem ser considerados um perigo segurana do alimento dependendo do

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    comportamento do consumidor. Para crianas, por exemplo, fragmentos de plsticos ou

    de caixas de papel so perigos srios. Alm disso, materiais estranhos, como fragmentos

    de embalagens, tambm podem carrear microrganismos que podem chegar aos

    alimentos aps as etapas de tratamento que visam a controlar esses perigos..

    H pases que limitam severa e legalmente a presena de materiais estranhos

    em alimentos, independentemente de serem eles perigosos ou no para a sade do

    consumidor.

    Materiais estranhas podem representar riscos de ordem fsica, dependendo do

    produto e dos resultados da anlise de riscos. Os materiais estranhos podem vir do

    campo de produo da matria-prima, das reas de processamento, do sistema de

    distribuio ou da contaminao intencional. A falta de manuteno preventiva uma

    importante fonte de contaminao por materiais estranhos.

    Em alimentos, os materiais estranhos mais freqentes tem sido: fragmentos

    de vidro, de metais, de pedras, de madeira, de jias, de insetos, de ossos, de espinhas de

    pescados, de materiais plsticos, de agulhas, de areia, restos ou resduos de materiais de

    isolamentos de cmaras frias (fibras), cabelos, objetos de uso pessoal, dentre outros.

    Todos esses materiais estranhos so indesejveis em alimentos e bebidas e, podem, em

    princpio, causar danos ao usurio do produto e s maquinas de processamento dos

    alimentos. Entretanto, h operaes unitrias e medidas preventivas no processo que

    podem ser implementadas ou instaladas e que so capazes de prevenir, eliminar ou

    reduzir a presena desses elementos nos produtos alimentcios. Mas a conscientizao e

    o treinamento do pessoal so fundamentais.

    Vidros e seus fragmentos podem provocar cortes na boca e se engolidos

    podem representar srios perigos. Utenslios e recipientes de vidro devem ser evitados

    nas reas de processamento de alimentos. O pessoal de manipulao de alimentos deve

    ser alertado para isso. Se o produto final envasado em recipientes de vidro ento

    cuidados e tecnologia especiais sero definidos e seguidos, para um controle efetivo de

    vidros quebrados e preveno de contaminao do alimento. A deteco de fragmentos

    de vidro pode ser feita pelo emprego do Raio X.

    Fragmentos de metais podem contaminar os alimentos via matria-prima ou durante

    a produo e podem representar perigos, uma vez que podem se apresentar com pontas

    ou superfcies agudas e cortantes. A manuteno adequada de equipamentos e utenslios

    necessria para a preveno desses perigos. O pessoal da manuteno deve

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    ser adequadamente educado e treinado sobre os perigos e os seus riscos de

    contaminao dos alimentos com seus materiais de trabalho: ferramentas, parafusos,

    arruelas, arrebites, pequenas peas de reposio... Todos os produtos devem passar por

    detectores de metais ou sobre um campo magntico, devendo esta medida preventiva ser

    realizada o mais prximo possvel da etapa final de produo e envase. Os detectores de

    metal e campo magntico devem ser dimensionados e mantidos de forma a detectar os

    menores fragmentos de cada tipo de metal.

    Pedras so perigos mais comuns em matrias-primas de origem vegetal,

    pois podem estar presentes dentro da planta como entre as folhas, por exemplo, ou

    podem ser colhidas junto com a matria-prima. Pedras podem causar danos aos dentes

    do consumidor e, se forem agudas podem causar cortes. A melhor preveno feita pela

    seleo de fornecedores. As medidas preventivas, dependendo do estado fsico do

    alimento, so filtrao, peneiragem, tanques de flutuao, separao centrfuga...

    Madeiras e seus fragmentos farpas agudas de madeira podem provocar

    cortes na boca e na garganta. Pedaos de madeira podem se prender na garganta do

    consumidor. Portanto, a gesto da qualidade e da produo deve sim, estarem

    preocupados com esses tipos de perigos e a equipe APPCC deve consider-los na

    anlise de perigos. Fragmentos de madeira podem estar presentes na matria-prima

    assim que ela vem do campo de produo ou podem ser parte da embalagem. Caixas e

    paletes de madeira devem ser evitados, sempre que possvel e, no podem ser admitidos

    nas reas de processamento. Na comercializao de frutas e hortalias no Brasil as

    caixas de madeira j esto sendo substitudas por recipientes de polmeros (caixas de

    plstico para tomate, banana, mamo...). O pessoal da produo deve estar

    adequadamente educado e treinado para no permitir a entrada de materiais de madeira

    nas reas de manipulao e processamento. Isto pode ser parte do programa de pr-

    requisitos e das BPF. H produtos que contm madeira em seu conjunto: sorvetes, por

    exemplo. Nestes casos deve-se observar cuidados especiais. H unidades de

    processamento de alimentos em construes mais antigas, em que a madeira faz parte

    do material de construo. A equipe APPCC far uma anlise dos riscos de

    contaminao com madeira, definido as medidas preventivas adequadas.

    Materiais plsticos plsticos (polmeros) tm sido usados para substituir outros

    materiais (perigos) como madeira e vidro, embora materiais plsticos rgidos tambm

    possam ser cortantes e se tornarem perigos srios. Plsticos flexveis so

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    usados para os mais diversos fins como embalagens, envoltrios protetores, luvas...

    Medidas preventivas devem ser idealizadas e implementadas para prevenir que

    fragmentos de plsticos cheguem ao produto pronto e conseqentemente ao

    consumidor. Contaminao com fragmentos de materiais plsticos pode vir das

    matrias-primas e das reas de embalagens. A deteco por inspeo visual deste tipo de

    contaminao pode ser facilitada com o incentivo de usos de embalagens e outros

    insumos plsticos com cores diferentes das que normalmente se tem nos alimentos

    (azul, por exemplo).

    Insetos e seus fragmentos, pelos de roedores e penas de aves A presena

    desses materiais em alimentos, embora no constitua risco direto sade do consumidor

    (reservadas as excees) pode ser repugnante. H que se ter um programa efetivo de

    preveno.

    As unidades de processamento de alimentos tm delineadas ou pr-

    estabelecidas etapas de limpeza das matrias-primas para removerem fragmentos de

    materiais originados dos campos de colheita como pedra, areia, sujidades, pequenos

    animais, dentre outros materiais estranhos. As unidades de secagem e de desidratao de

    alimentos tm seqncias de etapas de triagem para remoo de materiais estranhos.

    possvel ter sistemas de produo de alimentos e bebidas em que fragmentos de

    madeira, de pedra e restos em geral so to raros que no mais representam riscos srios

    por que medidas preventivas adequadas esto sendo de fato praticadas. Operaes

    unitrias implementadas nas etapas de colheita, transporte, armazenamento e seleo de

    matrias-primas praticamente eliminam os riscos da presena desses materiais

    estranhos.

    Nas unidades de processamento os manipuladores e trabalhadores com

    alimentos, assim como os visitantes, no podem utilizar jias e nem outros objetos de

    uso pessoal. proibida a colocao destes objetos nos gorros ou mesmo atrs das

    orelhas, pois com freqncia caem nos alimentos. Funcionrios que necessitam carregar

    utenslios como termmetro, caneta e relgio devem lev-los protegidos em bainhas ou

    bolsas adequadamente presas s suas cinturas, ou em bolsos apropriados de seus

    uniformes. Curativos tipo band aid se tiverem que ser usados, devero ser coloridos

    para permitir sua pronta visualizao.

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    A contaminao intencional um aspecto que no pode ser negligenciado pela

    gesto da qualidade da empresa. A sua preveno depende da implementao efetiva

    das Boas Prticas de Fabricao e de um programa de educao e treinamento de

    pessoal, em todos os nveis. Os trabalhadores e colaboradores sempre sabem o que est

    acontecendo na linha de produo. Eles precisam estar conscientizados de que a

    produo de alimentos seguros de extrema importncia para a manuteno de seus

    postos de trabalho, garantia de seus salrios e, conseqentemente de seu meio de

    ganhar a vida. Da a necessidade de liderana da alta administrao da empresa e da

    gesto da qualidade e da produo, na elaborao e manuteno de um programa

    contnuo de educao, treinamento e motivao da fora de trabalho. Isso faz com que

    cada funcionrio seja um parceiro e motiva-o a participar efetivamente do processo,

    prevenindo aes intempestivas de um eventual colaborador descontente.

    A alta administrao e os outros nveis de gesto devem trabalhar para a

    criao de um ambiente de trabalho seguro e confortvel para todos os colaboradores da

    organizao. Isto ir reduzir ou at mesmo eliminar as tentaes de revanche contra a

    empresa por parte de algum funcionrio.

    O National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods

    (americano) faz uma abordagem especial para os perigos microbiolgicos, separando-os

    em trs grupos: perigo severo, perigo moderado com disseminao potencialmente

    extensiva e perigo moderado com disseminao limitada.

    Entre os perigos severos o comit considera os seguintes: Clostridium

    botulinum, Shigella, Vibrio cholerae, Salmonella typhi, Salmonella paratyphi A,

    Salmonella paratyphi B, Salmonella paratyphi C, Salmonella sendai, Samonella

    cholerae-suis, Brucella abortu, Brucella melitensis, Brucella suis, Mycobacterium bovis

    e Vrus da hepatide A e algumas micotoxinas. Toxinas de C. botulinum causam

    botulismo com alta taxa de mortalidade. Shigella dysenteriae causa uma diarria que

    sem tratamento especfico pode causar alta taxa de mortalidade. Doenas causadas por

    algumas espcies de Shigella (S. flexneri, S. boydii, S. sonnei) so normalmente menos

    severas, grandes diferenas podem ocorrer, por isto a espcie includa entre os perigos

    severos. Clera pode ser severa e resultar em morte, se no for tratada adequadamente,

    entretanto infeces brandas e at assintomticas so freqentes. Dentre as Salmonellae

    mais bem adaptadas ao ambiente humano so: Salmonella typhi, Salmonella paratyphi

    A, Salmonella paratyphi B, Salmonella paratyphi C e Salmonella sendai,

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    Perigos moderados com disseminao potencialmente extensiva

    Salmonella, Escherichia coli enteropatogenica, E. coli enterinvasiva, E. coli O157:H7,

    Streptococcus pyogenes, Vrus e protozorios.

    Perigos moderados com disseminao limitada Staphylococcus aureus,

    Clostridium perfringens, Bacillus cereus, Vibrio parahaemolyticus, Coxiella burnetti,

    Yersinia enterocolitica, Campylobacter jejuni,Trichnella spiralis e Aeromonas.

    Os agentes listados no grupo de perigos moderados geralmente causam

    doenas menos graves do que os listados como severos. Os agentes com disseminao

    potencialmente extensiva so sempre disseminados pelo alimento especfico, entretanto,

    disseminao secundria para outro alimento podem ocorrer via contaminao

    ambiental, contaminao cruzada dentro da planta de processamento e nas reas de

    preparao de alimentos, inclusive em domiclios. A dose limiar para causar a doena

    por esses agentes pode ser baixa.

    Os agentes do grupo de menor risco (perigo moderado com disseminao

    limitada) esto presentes na maioria dos alimentos, normalmente em pequeno nmero.

    Vale salientar que a doena normalmente ocorre quando se ingere alimento com grande

    nmero do microrganismo patognico, por exemplo, C. perfringens, ou que conteve em

    algum tempo, nmero suficiente de patgeno para produzir toxina, S. aureus. Surto de

    doena alimentar geralmente se restringe a consumidores de uma mesma refeio ou

    mesmo tipo de alimento, por exemplo leite no caso de C. burnetti.

    ALGUNS ALIMENTOS E SEUS RESPECTIVOS RISCOS E MEDIDAS DE

    INTERVENES

    AA

    O aa de grande importncia para a sua regio de cultivo em virtude de sua

    utilizao constante por grande parte da populao, principalmente os ribeirinhos. A

    obteno de dados exatos de produo e comercializao quase que impossvel,

    motivado pela falta de controle nas vendas, bem como a inexistncia de uma produo

    racionalizada, uma vez que a matria-prima consumida apia-se pura e simplesmente no

    extrativismo e comercializao direta. No Par, principal produtor e fornecedor da polpa

    responde com 70 % da produo nacional.

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    As medidas de intervenes a serem adotadas para o Aa so as seguintes:

    Adoo de medidas de controle por meio de cadastro obrigatrio, inspeo sanitria;

    Aes de fiscalizaes de boas prticas de fabricao, por meio da elaborao do

    manual de boas prticas; anlise e pontos crticos de controle;

    Investigao de surtos notificados e sub-notificados;

    Emisso de alerta sanitrio por meio de divulgao de informaes para a populao;

    Sistema de monitoramento e avaliao.

    Os perigos podem ser:

    FSICO: fragmentos de insetos, palhas, madeira, folhagens e outros;

    QUMICO: leo combustvel (transporte);

    MICROBIOLGICO: coliformes fecais, salmonelas, vrus (hepatite A), T. cruzi,

    parasitos em geral.

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    ARROZ

    - RISCOS ENVOLVIDOS

    Perigos microbiolgicos

    Provenientes do inadequado armazenamento: Bacillus cereus, Staphyloccoccus

    aureus, Letospira spp, vrus Hantaan.

    Perigos Qumicos

    Aspergillus: aflatoxinas, austina, citrinina, citochalasinas, fumitoxinas,

    nidulotoxna, ocratoxina, patulina. Penicillium: citrinina, citreoviridina, citromicetina,

    eritrosquirina, ocratoxina, griseofulvina, luteosquirina, oxalina, patulina, cido

    penicillico, roquefortina, rubratoxina, rugulosina, rugulovasina. Fusarium: fumonisinas,

    cido fusarico, fusarin, tricotecenos, zearalenona.

    Perigos Fsicos

    Fragmentos de vidro e metal; Presena de fragmentos de insetos, fragmentos

    metlicos e plos de animais

    Principais medidas de controle

    Adquirir sementes resistentes aos fungos e micotoxinas;

    Efetuar a secagem adequada de tal forma que os gros atinjam 13 a 14% de umidade;

    Armazenar a granel em silos adequados;

    Obedecer a altura de estrados recomendada que de 10 15 cm e a distncia de 60

    cm das paredes;

    Evitar a formao de pilhas grandes;

    Favorecer a ventilao entre os sacos;

    Evitar infiltraes e goteiras;

    Evitar animais domsticos,

    Efetuar o Manejo Integrado de Pragas;

    Realizar a higienizao das instalaes e maquinrios;

    Evitar a presena de material alheio s atividades;

    Fazer uso de EPI;

    Providenciar treinamento em Boas Prticas Agrcolas;

    Monitorar a umidade e a temperatura do ambiente e dos gros;

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    Monitorar o arroz mediante a coleta de amostras para pesquisa laboratorial no

    isolamento de fungos e micotoxinas.

    BOLOS RECHEADOS

    O preparo do bolo recheado e mido inicia-se com a fabricao da massa, que

    misturada em batedeiras e assada no forno em frmas de alumnios ou vidros. Antes ou

    depois da confeco da massa, podem ser preparados o recheio, a calda e a cobertura em

    panelas, recipientes de vidros e/ou plsticos. As massas assadas so umedecidas,

    recheadas e confeitadas, observando-se os limites de tempo e temperatura. Considera-se

    que o maior perigo de contaminao biolgico e encontra-se nos recheios e nas

    coberturas.

    Os ingredientes de diferentes cremes doces so variveis, geralmente contm

    produtos lcteos desidratados emulsificados com gorduras e acar. Os cremes

    industrializados so pasteurizados antes da distribuio. Em contato com tortas e outros

    doces, bolos e manjares, (por exemplo), os nutrientes so absorvidos, o que favorece o

    crescimento bacteriano na interface.

    A Resoluo RDC de 12 de janeiro de 2001 da Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria (ANVISA) estabelece como padro microbiolgico para produtos de

    confeitaria o mximo de 102 UFC/g de coliformes termotolerantes, para estafilococos

    coagulase-positivos o mximo de 103 UFC/g, para B. cereus o mximo de 10

    3 UFC/g e

    ausncia de Salmonella em 25g.

    Em todo o processo devem ser utilizados utenslios limpos sobre bancadas lisas

    e impermeveis e em ambientes fechados, protegidos de poeiras, fumaas, insetos,

    roedores e outras pragas. Aps o preparo, os bolos devem ser imediatamente

    acondicionados em refrigeradores e transportados em veculos aclimatados ou

    isotrmicos dentro de caixas trmicas por um tempo controlado e limitado a fim de

    miniminizar qualquer possibilidade de multiplicao de microorganismos.

    Campos et al. (1993) investigaram seis surtos de doenas de origem alimentar

    ocorridos em So Paulo. Os alimentos incriminados foram bolo recheado com creme (4

    surtos), nhoque (1 surto) e sorvete (1 surto). As contagens de S. aureus nos alimentos

    variaram de 107 a 10

    9 UFC/g exceto para o sorvete, do qual no foi isolada a bactria.

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    Os estafilococcos isolados mostraram-se produtores de enterotoxina SEA e

    todas as amostras continham a referida enterotoxina, considerada a mais comumente

    associada intoxicao alimentar estafiloccica.

    Doze pessoas ficaram doentes, com sintomas como vmito e diarria

    aproximadamente 4 horas aps a ingesto de um bolo de aniversrio recheado em Minas

    Gerais. O bolo tinha sido preparado por um manipulador de longa experincia no ramo,

    no entanto, Staphylococcus aureus produtor de enterotoxina A foi isolado do seu

    nariz, leito subungueal e de uma infeco no seu pescoo; e no referido doce.

    Enterotoxina SEA foi isolada de uma sobra de bolo, que enquanto ainda quente tinha

    sido refrigerado durante uma hora aps ter sido preparado e foi consumido duas horas

    aps o incio da festa. O bolo era grande (6 kg) e no foi adequadamente resfriado no

    perodo em que ficou na geladeira antes de ser servido. Suspeita-se que a temperatura

    no diminuiu no centro do doce , permitindo assim o crescimento do microrganismo

    patognico envolvido e da produo da enterotoxina (Pereira et al., 1994).

    Os produtos de confeitaria devem ser preparados com matrias-primas de

    qualidade, limpas e em perfeito estado de conservao.

    Quanto s caractersticas microbiolgicas, estes alimentos devem obedecer aos

    seguintes padres, conforme Resoluo de Diretoria Colegiada - RDC N 12 de

    02/01/2001 da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria -ANVISA do Ministrio da

    Sade (BRASIL, 2001):

    Coliformes a 45C (termotolerantes) mximo 102/g

    Estafilococos coagulase positivos mximo 103/g

    Bacillus cereus mximo 103/g

    Salmonella spp - ausncia em 25g do produto

    A conservao sob refrigerao dos bolos recheados de extrema importncia.

    Os surtos das DVACs associados a produtos de confeitaria recheados so

    frequentemente atribudos refrigerao inadequada durante a manipulao ou

    armazenamento. A maioria dos surtos causados pela ingesto de bolos recheados ocorre

    por m refrigerao dos alimentos, portanto, a refrigerao o melhor mtodo de

    controle de intoxicao alimentar estafiloccica.

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    Ao se referir refrigerao, geralmente so consideradas temperaturas

    inferiores a 7C que inibem a multiplicao dos microrganismos mesoflicos; no

    entanto, os psicrotrficos ainda so capazes de se desenvolver em temperaturas entre

    0C e 7C. Mesmo para estes patgenos, quanto mais baixa for a temperatura, menor

    ser sua velocidade de multiplicao, inclusive para a produo de toxinas que so

    produzidas na fase LOG A refrigerao prolonga a fase LAG. Sendo assim, o uso

    correto dos equipamentos de frio reduz significativamente a deteriorao dos alimentos

    e os riscos sade.

    A refrigerao adequada fator primordial na preveno da produo de

    toxinas, porque prolonga a fase LAG de multiplicao bacteriana e as toxinas so

    produzidas na fase seguinte: LOG ou exponencial. Se o alimento permanece sob

    temperatura e tempo corretos de exposio, o desenvolvimento do microorganismo

    retardado, o que minimiza muito os riscos de intoxicao alimentar. Considerando este

    aspecto, fundamental que os que produze e comercializam bolos, tortas recheadas se

    adequem e encontrem meios de refrigerao eficientes capazes de manter suas tortas sob

    temperatura de segurana.

    Os alimentos doces, especialmente os recheados , so altamente perecveis por

    possurem uma composio que favorece a multiplicao de microorganismos. Na

    maioria dos recheios, a deteriorao pode ser favorecida se em sua formulao houver o

    acrscimo de fontes de protena como ovos e leite, a atividade de gua for elevada e o

    pH estiver prximo da neutralidade (7,0). A deteriorao de recheios submetidos

    coco poder ocorrer por bastonetes esporulados sobreviventes, por microrganismos

    introduzidos aps o cozimento e tambm por meio de inadequada coco.

    Dentre os patgenos mais frequentemente envolvidos em surtos nestes

    alimentos so citados:

    Bacillus cereus bastonete Gram - positivo, aerbio e anaerbio

    facultativo, podendo ser mvel ou imvel e produtor de esporos

    Salmonella spp bastonete Gram - negativo, anaerbio facultativo e

    mvel, na maioria das espcies

    Staphylococcus aureus so cocos Gram - positivos, aerbios e

    anaerbios facultativos e imveis

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    Coliformes fecais so bastonetes Gram - negativos, aerbios ou

    anaerbios facultativos e no esporulados. Este grupo inclui pelo

    menos trs gneros de bactrias: Escherichia, Enterobacter e

    Klebsiella, tendo os dois ltimos cepas de origem no fecal. Dentre

    estes, a Escherichia coli o melhor indicador de contaminao fecal,

    embora tambm possa ser introduzida nos alimentos a partir de fontes

    no fecais.

    CARNE-DE-SOL

    A carne bovina a matria-prima utilizada para o preparo da carne-de-sol. As

    peas de carne, tais como, coxo mole, coxo duro, contrafil e outras so cortadas,

    ligeiramente salgadas e deixadas em locais abertos e bem ventilados, passando por um

    leve processo de desidratao.

    O processo produtivo da carne-de-sol consiste em fazer cortes nas peas com o

    objetivo de aumentar a rea de contato com o sal, que adicionado manualmente.

    Aps o perodo aproximado de duas horas, as peas so estendidas em varais,

    ao sol, at completar a desidratao.

    Os perigos (fsico, qumico e microbiolgico) mais comumente encontrados

    so os microbiolgicos, devido contaminao por Coliformes a 45, Staphylococcus

    aureus, bactrias mesfilas e bolores e leveduras. A contaminao da carne-de-sol

    tambm ocorre devido presena de: ovos de insetos, poeira, fumaa de veculos

    motorizados, pedaos de madeira, pedra, cabelo e sal no iodado. Estes podem ocorrer

    em todas as operaes relativas ao processamento do alimento, do abate do animal at a

    distribuio do produto, sendo que a intensidade dos mesmos depende das medidas

    higinicas adotadas.

    Dentre as intervenes necessrias, incluem-se: sensibilizao do setor

    regulado sobre os cuidados higinico-sanitrios em toda cadeia produtiva, elaborao de

    check-list padro para execuo das aes fiscais pela autoridade sanitria e material

    educativo para orientao aos consumidores.

    O sistema de monitoramento e avaliao deve comtemplar:

    Coleta de amostras para anlise laboratorial;

    Elaborao de relatrios mensais, consolidar resultados das analises laboratoriais,

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    Utilizao de indicadores de riscos e aplicar as intervenes para o gerenciamento do

    risco

    Os maiores riscos sade da carne de sol so causados por contaminao por

    Staphylococcus aureus, cuja multiplicao no produto salgado in natura propicia a

    produo de uma toxina nociva, que no eliminada quando o produto submetido a

    processo trmico.

    A condio dos estabelecimentos que comercializam a carne de sol, quanto a

    exposio e manipulao das peas tambm contribui para a contaminao, uma vez

    que o produto pode ficar exposto sem qualquer tipo de embalagem ou proteo, o que

    pode facilitar a presena de contaminantes fsicos. Da mesma forma, quendo a mesma

    faca usada para cortar a carne in natura tambm usada para o corte de queijos e doces,

    aumentado os riscos de contaminao cruzada com outros prontos para o consumo.

    PALMITO

    Conforme cita a Resoluo RDC N17 de 19 de novembro de 1999, o palmito

    em conserva o produto preparado a partir da parte comestvel de palmeiras sadias de

    espcies prprias para consumo humano, das quais tenham sido removidas partes

    fibrosas atravs de descascamento e corte, imerso em gua (lquido de cobertura),

    especiarias e outros ingredientes, e processado (acidificado e pasteurizado pelo calor),

    de maneira apropriada para que o produto esteja isento de formas viveis de

    microrganismos capazes de se reproduzirem no alimento sob condies normais de

    armazenamento, distribuio e comercializao, e embalado hermeticamente, evitando a

    entrada de microrganismos e garantindo a esterilidade do produto (Anvisa,1999)

    As legislaes federais que regulamentam o Palmito em Conserva so:

    Resoluo RDC n 300, de 1 de dezembro de 2004,

    Resoluo RDC n 81, de 14 de abril de 2003,

    Resoluo RDC n 18, de 19 de novembro de 1999

    Resoluo RDC n 17, de 19 de novembro de 1999

    O produto deve ser monitorado na fase da produo atravs de inspees

    sanitrias rotineiras nas indstrias, levando-se em considerao o cumprimento dos itens

    imprescindveis e necessrios estabelecidos na legislao sanitria.

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    Avaliar a aplicao e implantao das Boas Prticas de Fabricao,

    Procedimentos Operacionais Padronizados e o monitoramento dos pontos crticos de

    controle estabelecidos nos Planos APPCC.

    Em relao fase ps-comercializao deve ser avaliados os rtulos do

    Palmito em Conserva para verificao de sua origem e o critrio de qualidade relativo

    sua segurana por meio de anlises laboratoriais, tendo como indicadores os laudos de

    anlise satisfatrios.

    PESCADOS

    O nome genrico pescado engloba os peixes de gua doce (pintado,

    manditruta, tilpia), peixes de gua salgada (abrota, corvina, pargo), crustceos

    (camaro, caranguejo, siri, lagosta, etc), moluscos como os bivalves (marisco, ostra,

    mexilho e vieira) e como os cefalpodes (polvo e lula), alm dos anfbios (r) e os

    quelnios (tartaruga e cgado) todos com um elevado valor nutricional, contendo

    quantidades significativas de protenas e mega 3.

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    MAPEAMENTO DE RISCOS: ADPATADO DE CARVALHO, L. R, UFF,2012.

    RECEBIMENTO DE MERCADORIAS:

    Nesta rea podem ocorrer alguns riscos, dentre os quais oriundos muitas vezes

    relacionados aos colaboradores que trabalham neste setor, pois alguns portam adornos e

    uniformes incompletos, sem toucas, possibilitando a queda de cabelos sobre a matria-

    prima recebida.

    E aguns servios de alimentao rea de recepo de mercadorias aberta com

    comunicao ao ambiente externo, e muitas vezes caba sendo tambm acesso de entrada

    dos colaboradores, visitantes e ainda sada de resduos orgnicos e inorgnicos, podendo

    desta forma se tornar em risco para segurana do alimento.

    Nesta rea a balana que destinada pesagem dos alimentos algumas

    empresas apresenta a mesma mal higienizada e com corroso, podendo afetar a

    qualidade da matria-prima recebida.

    Outro fator de risco nesta rea refere-se ao tempo entre o recebimento dos

    materiais, pesagem e armazenamento que torna-se lento devido ao grande volume

    recebido, e muitas vezes os colaboradores no realizam de maneira eficiente, por

    exemplo, a conferncia das caractersticas sensoriais da carne, pois estas chegam

    embaladas em caixas de papelo e lacradas em sacos plsticos e ainda existem os que

    aramzenam-na nestas mesmas embalagens nas cmaras de refrigerao ou na rea de

    pr-preparo. O armazenamento de carnes nas suas embalagens originais dificulta a

    penetrao do frio na intimidade de cada pea de carne, favorecendo o crescimento

    microbiano.

    Outro fator de risco a inefecincia do controle de tempo e temperatura da

    carne recebida e ainda avaliao criteriosa das condies de higiene do transporte e do

    transportador, e sabe-se que exigido que o veculo que transporta a carne seja

    frigorificado.

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    ARMAZENAMENTO

    Os servios de alimentao ao receberem carnes recebidas deveriam armazen-

    las em monoblocos no vazados de forma a impedir a contaminao por gotejamento,

    descartando assim as embalagens originais para facilitar a penetrao do frio nas peas

    de carne e cobertas com papel manteiga ou pelcula plstica de PVC, devidamente

    identificadas atravs do sistema de etiquetagem.

    REA DE PR-PREPARO

    Vrios so os fatores de risco nesta rea que favorecem contaminao, dentre

    elas: placas de corte mal higienizadas, muitas de madeira, com frestas que facilitam o

    acmulo de sujeira. Moedor de carne mal higienizado, com acmulo de poeira e

    sujidades visveis, podendo provocar uma contaminao cruzada.

    Em algumas empresas a porta da rea de pr-preparo que d acesso rea de

    coco constantemente aberta por outros colaboradores, facilitando a troca de calor da

    rea de coco com esta rea, tornando a temperatura do ambiente mais vulnervel

    multiplicao microbiana.

    Outro fator deveras negligenciado em muitos servios de alimentao, refere-se

    a prtica inadequada dos procedimentos de higienizao, que muitas vezes feita pelos

    prprios manipuladores de alimentos, sendo feita com gua corrente, sabo neutro

    lquido sem uma diluio adequada e precisa, uma vez que o fabricante recomenda uma

    diluio de 1:30 e os manipuladores diluem de qualquer maneira, sem seguir um

    critrio, pois muitas vezes no so treinados para tal procedimento, o que pode

    contribuir para acidentes e contaminaes quimicas por deixarem resduos nos

    utenslios mal higienizados.

    O cloro concentrado muitas vezes colocado sobre as bancadas de ao

    inoxidvel tambm no segue pelos manipuladores qualquer critrio de diluio.

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    REA DE COCO

    Alguns servios de alimentao ainda insitem em deixar preparaes em

    temperatura ambiente antes de irem para o balco de distribuio, deixando-os em

    cubas, tornando-se alvo em potencial de multiplicao microbiolgica tendo em vista a

    falta de reaquecimento para posterior reposio. E ainda no realizam qualquer tipo de

    monitoramento de tempo e temperatura das preparaes nesta ou em qualquer outra

    etapa do processo produtivo, apesar da existncia de termmetro.

    REA DE DISTRIBUIO

    O balco trmico de distribuio em muitos servios de alimentao ligado

    energia eltrica muitas vezes em um horrio bem prximo a colocao das preparaes,

    o que impede que se atinja a temperatura ideal de conservao das preparaes. As

    aberturas destinadas s cubas de ao inoxidvel com as preparaes acabam ficando

    abertas at o horrio de incio do atendimento aos usurios, permitindo assim, a sada do

    calor e distanciando-se da temperatura ideal. Desta forma, quando a cuba com a

    preparao chega ao balco para ser porcionado, no consegue ser mantida na

    temperatura ideal no seu centro geomtrico que seria em torno de 700.C

    Muitas das vezes os utenslios utilizados no porcionamento das preparaes

    alimentares no so higienizados ou substitudos com freqncia, permitindo a

    multiplicao microbiana e podendo tornar-se um foco de contaminao para o

    alimento.

    Outro fator de risco pode ser evidenciado quando a higiene do balco realizada

    no momento da reposio das cubas feita com pano, esta prtica pode acarretar na

    proliferao de microorganismos e na contaminao das preparaes. O adequado seria

    higienizar o balco na ausncia da cuba e com pano descartvel e lcool a 70%.

    As cubas ou panelas que ficam aguardando para serem repostas no balco de

    distribuio muitas vezes permanecem em temperatura ambiente, podendo ser

    considerado como um fator de risco, uma vez que as preparaes ficam prontas, por

    exemplo as 10h00 minutos sendo a ltima cuba reposta no balco em torno de 13h

    00minutos, ficando desta forma trs horas em exposio temperatura ambiente ou em

    temperaturas mais elevadas, devido ao calor produzido na rea de coco onde ficam

    estas preparaes aguardando reposio no balco.

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    TRANSPORTE DAS REFEIES

    Muitos servios de alimentao no estabelecem medidas de segurana no

    quesito transporte de alimentos. Alguns fatores de risco podem ser constatados, dentre

    os quais: a no utilizao adequada de uniforme e protetor de cabelos pelo colaborador

    responsvel pelo transporte das refeies s Unidades receptoras.O monitoramento da

    higiene do veculo no realizado.

    UNIDADES RECEPTORAS

    Algumas unidades receptoras at possuem balco trmico em funcionamento,

    porm muitas vezes no realizam monitoramento da temperatura durante a distribuio

    das refeies. Estas preparaes alimentares, na sua maioria, quando chegam s

    Unidades receptoras so imediatamente destinadas ao balco de distribuio com pouca

    manipulao, minimizando os riscos de contaminao. recomendvel para evitar

    ocorrncia de contaminaes, que aquelas base de molho de maionese, por exemplo,

    sejam finalizadas na unidade receptora minimizando assim, os riscos de fermentao ou

    proliferao microbiolgica.

    PLANO DE AES CORRETIVAS PARA RISCOS

    MICROBIOLGICOS

    O QU? ONDE? QUANDO? QUEM? COMO?

    Ausncia de

    monitoramento de tempo e temperatura

    entre as etapas de

    recebimento earmazenamento, assim como na matria-prima

    Recebimento de

    material

    Recebimento e

    armazenamento da carnes

    Colaboradores

    envolvidos no recebimento de

    carnes ou RT/Supervisor

    Monitorar tempo

    entre recebimento e

    armazenamenento e temperatura das

    carnes recebidas e liberadas do

    estoque atravs de

    planilhas especficas e instrumentos

    como

    relgio ocronmetro e

    termmetro

    Ausncia de Recebimento de No ato da Colaboradores Monitorar em

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    checagem das condie

    higinicas do transporte e do entregador

    material entrega envolvidos no recebimento de

    carnes ou RT/Supervisor

    formulrios especficos

    os itens necessrios de

    avaliao

    Ausncia de checagem

    das caractersticas sensoriais e da embalagem da

    carne recebida

    Recebimento de material

    No ato da entrega

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de carnes ou

    RT/Supervisor

    Monitorar em formulrios

    especficos contendo as

    caractersticas sensoriais

    e da embalagem da

    carne recebida

    Ausncia de monitoramento

    de

    tempo e temperatura das

    cmaras frigorficas

    durante o perodo de

    armazenamento

    Armazenagemento sob refrigerao

    Durante o armazenamento

    das carnes

    bovinas

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de

    carnes ou RT/Supervisor

    Monitorar com planilhas e

    instrumentos

    especficos -Remover caixas

    de papelo e mant-

    las em monoblocos

    plsticos no vazados e

    etiquetados adequadamente

    -Liberar as carnes em

    lotes para a rea de pr- preparo

    Liberao da carne para

    rea de pr-preparo em quantidades

    elevadas

    Armazenamento Liberao do estoque para

    manipulao

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de carnes ou

    RT/Supervisor

    Identificar a quantidade

    adequada para liberao

    da carne do estoque;

    Monitorar tempo de

    manipulao por lote e

    monitorar a temperatura superficial

    das carnes com o auxlio

    de termmetros e registrar em

    planilhas

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    especficas

    Higienizao e guarda

    inadequadas dos utenslios e

    equipamentos e bancadas de

    manipulao

    Prpreparo Antes e aps o uso

    Colaboradores envolvidos

    nesta rea e

    responsvel pela

    rea e pelo pedido

    de compras de material

    - Manter o local destinado

    guarda de utenslios e peas

    de equipamentos

    adequadamente higienizados; - definir POP

    para esta

    etapa e disponibiliz-lo

    para os colaboradores;

    - Receber treinamento

    adequado para diluio

    e uso corretos dos produtos qumicos

    - Uso de produtos

    especficos para cada

    tipo de higienizao

    Ausncia de monitoramento

    de tempo e

    temperatura durante o

    tratamento trmico

    Coco Durante o tratamento

    trmico da carne bovina

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de carnes ou

    RT/Supervisor

    - Monitorar tempo e

    temperatura de coco

    da carne bovina atravs

    de instrumentos e planilhas

    especficas

    Ausncia de monitoramento

    de tempo e

    temperatura da preparao no

    balco trmico e da preparao

    no apoio para reposio

    Distribuio Durante a distribuio da

    preparao base de carne

    bovina

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de carnes ou

    RT/Supervisor

    - Monitorar tempo e

    temperatura das preparaes alimentares

    base de carne

    bovina atravs de

    instrumentos e planilhas especficas

    Tempo

    prolongado para retirada e guarda

    Distribuio Ao final do

    atendimento aos

    Colaboradores

    envolvidos no recebimento de

    Monitorar tempo

    e temperatura das

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    das sobras; ausncia

    de monitoramento

    da temperatura de

    refrigerao das sobras e do seu

    reaquecimento

    usurios carnes ou RT/Supervisor

    preparaes alimentares

    base de carne bovina

    atravs de instrumentos

    e planilhas especficas;

    - Descartar as sobras na

    ausnvia de rgido

    controle higinico sanitrio das

    etapas do processo produtivo

    Ausncia de monitoramento

    de tempo e

    temperatura da preparao

    alimentar

    Distribuio Durante a distribuio

    Colaboradores envolvidos no

    recebimento de carnes ou

    RT/Supervisor

    Monitorar tempo e

    temperatura das preparaes alimentares

    base de carne

    bovina atravs de

    instrumentos e planilhas

    especficas; - Descartar as

    sobras na ausnvia de

    rgido controle higinico

    sanitrio das etapas do

    processo produtivo

    Ausncia de monitoramento

    de tempo e

    temperatura das preparaes alimentares

    Unidade Produtora

    (expedio) e Unidades

    Receptoras (recebimento)

    Antes e aps o transporte da preparao

    alimentar da

    Unidade Produtora s

    Unidades receptoras

    Nutricionista ou

    R.tcnico

    - Monitorar tempo e

    temperatura das preparaes

    alimentares base de carne

    bovina atravs de

    instrumentos e planilhas especficas

    Ausncia de inspeo das

    Unidade produtora e Unidades

    Na expedio da

    Colaboradores envolvidos na

    - Monitorar os itens

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    condies higinicas do

    veculo automotivo e do

    motorista

    Receptoras refeio transportada e

    no ato do recebimento

    das refeies

    transportadas

    rea de expedio

    da Unidade

    Produtora e da rea de

    recebimento das

    Unidades Receptoras

    RT

    necessrios atravs de

    instrumentos e planilhas

    especficas

    Ausncia de higienizao das cubas e hotboxes

    aps o uso, contaminando o

    veculo automotivo

    transportador de refeies com

    resduos alimentares

    Unidades Receptoras

    Ao final do atendimento

    Colaboradores lotados nestas

    unidadades

    Realizar higienizao das cubas e containers

    com produtos de limpeza

    especfico

    Ausncia de monitoramento

    de tempo e

    temperatura das preparaes

    base de carne bovina

    Unidades Receptoras

    Durante a distribuio

    Colaboradores treinados ou

    RT

    Monitorar tempo e

    temperatura das preparaes alimentares

    base de carne

    bovina atravs de

    instrumentos e planilhas

    especficas e descartar as

    sobras

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