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    U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e S a n t a C a t a r i n aA s s o c i a o C a t a r i n e n s e d e M e d i c i n aXVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho

    RISCOS LABORAIS EM UNIDADE DE

    TRATAMENTO INTENSIVO MVEL

    Cesar Augusto Soares Nitschke

    Norma Garcia Lopes

    Rosa Maria Lenzi Bueno

    Coordenador: Prof. Sebastio Ivone Vieira

    Orientador: Prof. Carlos Alfredo Clezar

    Florianpolis

    2000

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    Nitschke, Cesar Augusto Soares; Lopes, Norma Garcia;Bueno, Rosa Maria Lenzi

    Riscos laborais em unidade de tratamentointensivo mvel - UTI Mvel.--- Florianpolis, 2000.81p.

    Monografia (Especializao) - Universidade Federal deSanta Catarina - Curso de Especializao em Medicinado Trabalho.

    1 - Riscos. 2 - Trabalho. 3 - Ambulncia.4- Unidade de Tratamento Intensivo.

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    AGRADECIMENTOS

    ROSANE GONALVES NITSCHKE, ALDEMAR LOPES E RUY ANTNIO

    ANGONESE, respectivamente nossos esposos, por todo o incentivo, apoio e tolerncia,

    assim como pelas nossas ausncias.

    Ao Prof. CARLOS ALFREDO CLEZAR, nosso orientador de monografia, que nos

    recebeu como orientandos e que abriu mo de seu tempo para nos auxiliar, sempre de

    forma acolhedora.

    Ao Prof. SEBASTIO IVONE VIEIRA, coordenador do XVI Curso de

    Especializao em Medicina do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina -

    FAPEU - Associao Catarinense de Medicina, por nos ter auxiliado nesta caminhadasuportando todas as nossas lamentaes, propiciando meios e nos incentivado a continuar.

    Ao Prof. IVO MEDEIROS REIS que sempre tentou facilitar nossa caminhada at

    aqui, buscando alternativas e reduzindo as barreiras.

    Ao Dr. PAULO SCALABRIM, diretor tcnico do SOS UNIMED e aos Drs.

    ALMIR GENTIL e HILDEBRANDO SCOFANO, respectivamente presidente e

    superintendente e UNIMED Florianpolis por nos abrirem as portas deste Cooperativa

    Mdica nos facilitando este trabalho.

    Ao Tcnico em Segurana do Trabalho da UNIMED Florianpolis, Sr. JAIR JOOGONALVES, que sempre nos apoiou e acompanhou, estando sempre disponvel para

    nossa pesquisa.

    Sra. CLEUSA DAMACENO PAZ VILLAA enfermeira do SOS UNIMED, que

    nos acompanhou e igualmente nos abriu todos os dados relativos ao servio.

    Universidade Federal de Santa Catarina, Fundao de Apoio e Amparo

    Pesquisa e Extenso Universitria e Associao Catarinense de Medicina por viabilizarem

    mais este curso.

    A todos os professores do XVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho

    da Universidade Federal de Santa Catarina - FAPEU - Associao Catarinense de

    Medicina, que muito nos ensinaram.

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    Aos colegas do XVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho da

    Universidade Federal de Santa Catarina - FAPEU - Associao Catarinense de Medicina,

    que enriqueceram o nosso convvio, atravs dos nossos debates e trocas de experincias.

    Sra. MARIA IVONETE SCHWARTZ por todo o apoio durante todo este curso.

    Sra. CUSTDIA MARIA PEREIRA por deixar mais agradveis nossos

    intervalos.

    Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram e aceitaram nossas ausncias,

    compreendendo esta jornada.

    A todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contriburam para que

    chegssemos aqui.

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    RESUMO

    Este estudo foi elaborado como trabalho de concluso de curso, em

    forma de monografia, para o XVI Curso de Especializao em Medicina doTrabalho, da Universidade Federal de Santa Catarina, Fundao de Amparo

    a Pesquisa Universitria e Associao Catarinense de Medicina, no binio

    1999-2000, realizado na cidade de Florianpolis, Santa Catarina, Brasil.

    Teve por objetivo reconhecer, avaliar e apresentar possveis medidas

    de controle para os fatores de risco aos quais os trabalhadores podem estar

    expostos quando realizam suas atividades laborais em Unidades de

    Tratamento Intensivo Mveis (UTI Mveis).

    Utilizou-se, como amostra, uma Unidade de Tratamento Intensivo

    Mvel, com sua respectiva equipe de trabalho, do Servio SOS UNIMED,

    pertencente UNIMED Cooperativa de Trabalho Mdico de Florianpolis,

    com reconhecimento dos riscos nesta unidade, apontando critrios de

    avaliao e propondo medidas gerais e especficas para o controle de

    riscos.

    Os fatores de riscos avaliados foram os fsicos, qumicos, biolgicos,

    ergonmicos e de acidentes.

    Atravs da reviso bibliogrfica constatou-se a existncia de um

    nmero restrito de trabalhos especficos abordando a atividade laboral em

    ambulncias e principalmente em Unidades de Tratamento Intensivo

    Mveis (UTI Mveis).

    Demonstrou-se que trabalho em UTI Mveis apresenta uma

    multiplicidade de riscos aos trabalhadores que no podem ser ignorados e,

    que devem ser reconhecidos, analisados em profundidade e controlados

    para o bem estar da equipe de trabalho.

    O reconhecimento, a avaliao destes riscos assim como propostas

    para o seu controle devem ser praticados tanto pelos trabalhadores como

    pela CIPA e SESMT.

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    ABSTRACT

    This study was elaborated for conclusion on the XVI Course of

    Specialization in Medicine of the Work, of Santa Catarina's FederalUniversity, Foundation of Help the University Research and Association

    Catarinense of Medicine, in the biennium 1999-2000, accomplished in the

    city of Florianpolis, Santa Catarina, Brazil.

    It intent to recognize, to evaluate and to present possible control

    measures for the risk factors which the workers can be exposed when they

    accomplish its activities working in Mobil Intensive Care Units (Mobil

    ICU).

    It was used, as sample, a Mobil Intensive Care Unit, with itsrespective work team, of the SOS-UNIMED Service, belonging to

    UNIMED-Cooperative of Medical Work of Florianpolis, with recognition

    of the risks in this unit, aiming evaluation approaches and proposing

    general and specific measures for the control of risks.

    The factors of appraised risks were the physics, chemicals,

    biologicals, ergonomics and of accidents.

    Through the bibliographical revision was verified the existence of a

    restricted number of specific works approaching the working activity in

    ambulances and mainly in Mobil Intensive Care Units (Mobil ICU).

    It was demonstrated that to work in Mobil Intensive Care Units

    (Mobil ICU) presents a multiplicity of risks to the workers that cannot be

    unknown and, that they should be recognized, analyzed in depth and

    controlled for the welfare state of the work team.

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    RESUM

    Cette tude a bien sr t labore comme travail de conclusion du XVI

    Course de Spcialisation en Mdecine du Travail, de l'Universit Fdral de

    Santa Catarina, de la Fondation d'Aide a la Recherche Universitaire et de

    l'Association Catarinense de Mdecine, dans les annes 1999-2000, a

    Florianpolis, Santa Catarina, Brsil.

    Il a eu l'objectif de faire reconnatre, d'valuer et de prsenter les

    contrles possibles des facteurs du risque au lequel les ouvriers peuvent tre

    exposs quand ils accomplissent ses activits dans les Services Mobiles de

    Urgence et Ranimation (SMUR).

    Il a t utilis, pour l'tude, une ambulance du Services Mobiles de

    Urgence et Ranimation, avec sa quipe du travail, du Service SOS

    UNIMED, de l'UNIMED - Coopratif de Travail Mdical de Florianpolis,

    avec reconnaissance des risques dans cette unit, viser l'valuation approche

    et proposer gnral et mesures spcifiques pour le contrle de risques.

    Les facteurs de risques estims taient les physiciens, chimique,biologique, ergonomique et d'accidents.

    travers la rvision bibliographique a t vrifie l'existence d'un

    nombre restreint de travaux spcifiques, dans l'approche de l'activit dans les

    ambulances et principalement dans les ambulances des Services Mobiles de

    Urgence et Ranimation.

    Il a t dmontr que cette activit prsent une multiplicit de risques

    aux ouvriers qui ne peuvent pas tre inconnus et, qu'ils devraient trereconnus, analys en profondeur et contrl pour le bon tre de l'quipe du

    travail.

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    NDICE

    I - INTRODUO...................................................................................9

    II - OBJETIVO..................................... .......................................... ....... 13

    III - CARACTERIZAO DA AMOSTRA .......................................... 14Ambulncia ..................................... ....................................... ............ 14

    Equipe de trabalho ............................................................................ 18

    Tipo de atividade .................................. ....................................... ...... 19

    IV - FATORES DE RISCO............................................ ........................ 21

    Riscos fsicos ..................................... .......................................... ....... 22Calor e Frio ........................... .................................................. ....... 22Umidade ......................................................................................... 25Vibraes .................. .................................... .................................. 25

    Rudo .................. .................................... ................................... ..... 29Riscos qumicos ................................................................................. 32

    Riscos biolgicos ..................................... .......................................... . 39Sangue ................ .................................... ................................... ..... 39

    Lquidos orgnicos .............................. ............................................ 40Bacilos............................ ...................................... .......................... 41 Ar condicionado ................. ................................... .......................... 43 Resduos hospitalares.. ................... .................................... ............. 44

    Riscos ergonmicos ..................................... ....................................... 46Iluminao ..................................... .......................................... ....... 47

    Mobilirio e equipamentos ................... ................................... ........ 48Dimenses...................... .................................... ............................. 52Assentos..... ................... ................................... ............................... 53Tipos de atividades ......................................................................... 58

    Riscos de Acidentes ........................................................................... 60Falhas mecnicas da ambulncia .................................................... 60

    Deslocamento da ambulncia no trnsito ........................................ 61Espao interno restrito e mobilirio ................................................ 62Gravidade do atendimento......... ................................... ................... 62Utilizao de equipamentos biomdicos......... .................................. 64

    Instalao e equipamentos eltricos ou eletrnicos............... ........... 71

    V - CONSIDERAES FINAIS............................................................ 73VI - CONCLUSES .............................................................................. 75

    VII - REFERNCIAS............................................................................ 76

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    I - INTRODUO

    O crescente avano tecnolgico trouxe para a medicina valiosos

    recursos diagnsticos e teraputicos mas, aliado a isso, acrescentou mais

    um fator de risco aos j existentes. A questo da segurana mdico-

    hospitalar torna-se de grande importncia na medida em que possibilita a

    formao de uma conscincia crtica do pessoal que manuseia equipamentos

    mdicos com reflexos positivos para a segurana de mdicos e pacientes.

    Atualmente os profissionais que atuam na rea da sade utilizam

    equipamentos e instrumentos cada vez mais sofisticados, bem como

    apresentam responsabilidades adicionais. Dentre outras coisas, esses

    profissionais devero estar plenamente conscientes das possibilidades e

    riscos desses novos recursos, devendo, portanto, em conjunto com a

    instituio, examinar cuidadosamente cada risco e determinar a melhor

    forma de gerenci-lo.

    As unidades de sade, hospitais, ambulatrios e ambulncias, entre

    outras, so vistos pela sociedade em geral apenas como instituies

    prestadoras de servios de sade a pacientes e seus familiares. O grande

    pblico ignora que ele emprega milhares de pessoas e que tem elementos

    que o caracteriza como uma indstria.

    Alm disto, dada a necessidade de funcionamento ininterrupto e s

    peculiaridades das atividades desenvolvidas, a indstria hospitalar oferece

    condies de trabalho muitas vezes insatisfatrias.

    No Brasil, o fato marcante inicial na legislao trabalhista se deu em

    1943, atravs do Decreto 5452, de 1 de maio de 1943, e atualmente as

    formas de dirimir as questes legais referentes segurana e medicina do

    trabalho so garantidas no contedo da Lei nmero 6.514 de 22 dedezembro de 1977.

    Essa lei alterou o Captulo V do Ttulo 11 da Consolidao das Leis

    do Trabalho no que se refere Segurana e Medicina do Trabalho. Sua

    regulamentao foi feita atravs da Portaria nmero 3.214 de 08 de junho

    de 1978, do Ministrio do Trabalho.

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    Essa portaria aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) do Captulo

    V do Ttulo II da Consolidao das Leis do Trabalho relativas Segurana

    e Medicina do Trabalho atravs de um conjunto de textos suplementares

    (leis, portarias e decretos) decorrentes de alteraes feitas nos textos

    originalmente publicados.

    Por outro lado, historicamente, na Frana, durante a dcada de 50, os

    mdicos comearam a constatar a desproporo entre os meios modernos

    colocados disposio dentro dos hospitais e os meios arcaicos utilizados

    na fase pr-hospitalar, nos vrios minutos que se seguem ao acidente.

    Foi constatado ento que seria conveniente que a equipe mdica se

    dirigisse ao local do acidente e no o contrrio. Assim, a chegada rpida de

    uma equipe competente ao local do acidente ou cabeceira do doentepermitiria a execuo dos primeiros gestos de socorro, centralizados na

    restruturao de uma ventilao e circulao eficazes.

    A chegada da equipe mdica era realizada atravs de unidades

    mveis, ao incio pouco equipadas mas, com a definio das necessidades,

    ao longo do trabalho extra-hospitalar, estas unidades mveis foram

    tornando-se cada vez mais equipadas e complexas.

    Atualmente estas unidades, por sua configurao em equipamentos

    comportam-se como uma unidade de tratamento intensivo hospitalar e,como apresentam deslocamento, por estarem sobre um chassi de

    ambulncia, so denominadas de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI)

    Mveis.

    De acordo com a Portaria Ministerial do Ministrio da Sade nmero

    824/GM de 24 de Junho de 1999 e a Resoluo do Conselho Federal de

    Medicina nmero 1.529/98 de 28 de agosto de 1998, a classificao das

    UTI Mveis como Ambulncias do Tipo D - Ambulncia de Suporte

    Avanado (ASA), definindo-as como veculos destinado ao transporte de

    pacientes de alto risco de emergncias pr-hospitalares e de transporte

    inter-hospitalar, devendo contar com os equipamentos mdicos necessrios

    para esta funo.

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    Segundo esta Portaria Ministerial, as ambulncias tipo D devero

    dispor com o mnimo dos seguintes materiais e equipamentos ou similares

    com eficcia equivalente: sinalizador ptico e acstico; equipamento de

    rdio-comunicao fixo e mvel; maca com rodas e articulada; dois

    suportes de soro; cadeira de rodas dobrvel; instalao de rede porttil de

    oxignio que a permita ventilao mecnica por no mnimo duas horas;

    respirador mecnico de transporte; oxmetro no-invasivo porttil; monitor

    cardioversor com bateria e instalao eltrica disponvel (em caso de frota

    dever haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo

    externo no-invasivo); bomba de infuso com bateria e equipo; maleta de

    vias areas contendo: mscaras larngeas e cnulas endotraqueais de vrios

    tamanhos; cateteres de aspirao; adaptadores para cnulas; cateteresnasais; seringa de 20 ml para insuflar o cuff; ressuscitador manual

    adulto/infantil; sondas para aspirao traqueal de vrios tamanhos; luvas de

    procedimentos; mscara para ressuscitador adulto/infantil; lidocana gelia

    e spray; cadaros para fixao de cnula; laringoscpio infantil/adulto

    com conjunto de lminas; estetoscpio; esfigmomanmetro adulto/infantil;

    cnulas orofarngeas adulto/infantil; fios; cnulas orofarngeas

    adulto/infantil; fios-guia para intubao; pina de Magyl; bisturi

    descartvel; cnulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia;drenos para trax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixao de

    brao; luvas estreis; recipiente de algodo com anti-sptico; pacotes de

    gaze estril; esparadrapo; material para puno de vrios tamanhos

    incluindo agulhas metlicas, plsticas e agulhas especiais para puno

    ssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres especficos para

    disseco de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pina de Kocher;

    cortadores de soro; lminas de bisturi; seringas de vrios tamanhos;

    torneiras de 3 vias; equipo de infuso de 4 vias; frascos de soluo salina;

    caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto; frascos de drenagem

    de trax; extenses para drenos torcicos; sondas vesicais; coletores de

    urina; protetores para eviscerados ou queimados; esptulas de madeira;

    sondas nasogstricas; eletrodos descartveis; equipos para drogas

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    fotossensveis; equipo para bombas de infuso; circuito de respirador

    estril de reserva; equipamentos de proteo equipe de atendimento:

    culos, mscaras e aventais; cobertor ou filme metlico para conservao

    do calor do corpo; campo cirrgico fenestrado; almotolias com anti-sptico;

    conjunto de colares cervicais; prancha longa para imobilizao da coluna.

    Esta listagem de equipamentos mnimos apresenta, por si s, a

    necessidade de dimensionamento espacial para sua colocao em atividade.

    Alm disto, o trabalhador, dentro de uma UTI mvel est sujeito a

    condies de risco no bem detalhadas na literatura.

    Nos pases em que o sistema de atendimento pr-hospitalar e de

    transporte inter-hospitalar de pacientes graves realizado h muitos anos,

    com equipes treinadas utilizando UTI mveis, igualmente no se encontrauma definio clara dos riscos inerentes a esta atividade e sugestes para

    minimizar estes riscos.

    Assim sendo, permanece o questionamento: quais os riscos que os

    trabalhadores so expostos quando realizam suas atividades laborais em

    Unidades de Tratamento Intensivo Mveis (UTI Mveis)?

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    II - OBJETIVO

    Reconhecer, avaliar e apresentar possveis medidas de controle para

    os fatores de risco aos quais os trabalhadores podem estar expostos quando

    realizam suas atividades laborais em Unidades de Tratamento Intensivo

    Mveis (UTI Mveis).

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    III - CARACTERIZAO DA AMOSTRA

    Utilizou-se uma viatura ambulncia, tipo Unidade de Tratamento

    Intensivo Mvel (UTI Mvel), com sua correspondente equipe de Servio

    de Atendimento Pr-Hospitalar Privado, da UNIMED Cooperativa de

    Trabalho Mdico de Florianpolis, localizada em Florianpolis, Santa

    Catarina, Brasil, apresenta as seguintes caractersticas:

    Ambulncia

    Uma Unidade de Tratamento Intensivo Mvel (UTI Mvel), com

    cabines apoiadas em chassi com eixo longitudinal longo, da marca Renaux-

    Traffic.

    Na figura 1 temos uma viso lateral da ambulncia estudada.

    Figura 1 Viso lateral da ambulncia marca Renaux-Traffic

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    Na Figura 2 podemos ver a viso da traseira da ambulncia.

    A ambulncia est equipada com aparelhos de ventilao mecnica,

    oxigenao, monitorizao e desfibrilao cardaca, assim como dotadas de

    todos os equipamentos , materiais e medicamentos para realizarem atos de

    sade complexos, semelhantes aos realizados em unidades de emergncia

    hospitalares ou em unidade de tratamento intensivo hospitalares e, pelo

    fato de ter mobilidade, classificada como Unidade de Tratamento

    Intensivo Mvel (UTI Mvel) ou, conforme designao feita atravs da

    Portaria Ministerial do Ministrio da Sade nmero 824/99, de ambulncias

    tipo D, ou de Suporte Avanado de Vida.

    A seguir, apresentaremos o detalhamento dos demais equipamentos e

    materiais disponveis na ambulncia:

    Figura 2 Viso posterior da ambulncia marca Renaux-Traffic

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    Rgua tripla, maca com pernas retrteis e sistema duplo de

    alimentao eltrica, em 12 V e 110 V, maca rgida de madeira, maca

    vcuo, tubos fixos de oxignio e ar comprimido e tubo mvel de oxignio.

    A ambulncia tipo UTI, em funo da necessidade de espao fsico

    que comporte todos os equipamentos, assim como para o paciente e que

    permita o trabalho da equipe, instalada em viatura cujo distncia entre

    eixos longa e dividida em duas cabines: a anterior(dianteira) e a

    posterior(traseira). A cabine posterior apresenta elevao do teto, o que

    permite um ganho de altura e o deslocamento em ortostatismo de uma

    pessoa de estatura mdia.

    Alm disto, existe uma comunicao entre as cabines anterior e

    posterior, possibilitando a fcil comunicao entre os membros da equipede trabalho e favorecendo mudanas de atitude em relao ao deslocamento

    (rpido, lento ou parado) da ambulncia.

    A ambulncia dotada de equipamentos de rdio-comunicao fixo e

    portteis, assim como de telefonia porttil, para a comunicao entre as

    diversas equipes de atendimento e a central de regulao mdica.

    Apresenta sinaleiras de alerta luminosos (Giroflex) com luzes

    contnuas ou intermitentes e dois tipos de sinais sonoros (sirenes), um

    contnuo e outro intermitente, este ltimo com alteraes de tonalidade.Para o isolamento das reas pblicas onde atua, apresenta em seu

    interior cones de sinalizao de trnsito, padronizados nas cores amarelo e

    preto.

    Quanto ao acesso s cabines, a cabine anterior tem acesso por duas

    portas laterais dianteiras, enquanto a cabine posterior acessada atravs de

    porta traseira larga, cuja largura quase a totalidade da largura da traseira

    da viatura, permitindo a retirada e introduo de maca e equipamentos

    assim como a entrada de equipe de trabalho. Outro acesso cabine

    posterior se d atravs de porta lateral, tendo acesso por esta porta apenas a

    equipe de trabalho e a equipe que realiza a manuteno da viatura.

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    Devido a grande quantidade de equipamentos, materiais, bolsas e

    medicamentos, a distribuio destes equipamentos feita em prateleiras,

    gavetas, bancadas e armrios na cabine posterior.

    Os equipamentos portteis s o fixados atravs de cintos de segurana

    ou sobre velcros de fixao.

    Alm disto, na cabine posterior existe dois assentos para a equipe de

    trabalho.

    Na Figura 3 podemos ver o "lay-out" da cabines posterior e na Figura

    4 o lay-out da cabine anterior da ambulncia estudada.

    Figura 3 Cabine traseira da ambulncia tipo UTI Mvel Renaux-Traffic

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    Equipe de trabalho

    A UTI Mvel, para realizar atos complexos como pequenas e mdias

    cirurgias (suturas, cesariana, drenagem de trax, etc.), assim como todos os

    atos de suporte avanado de vida (reanimao crdio-respiratria,

    anestesia, etc.), e a transferncia de pacientes graves entre os hospitais

    Figura 4 Cabine dianteira da ambulncia tipo UTI

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    necessita, alm de uma viatura adequada e com equipamentos, materiais e

    medicamentos que possibilitem estas aes, de uma equipe multidisciplinar

    constituda de pelo menos trs profissionais: o mdico urgencista, o

    profissional de enfermagem (enfermeiro, tcnico de enfermagem) e o

    motorista-socorrista.

    Cada um destes profissionais desempenha suas funes de forma

    sinrgica, treinados para tal trabalho em equipe, de acordo com o previsto

    na Portaria Ministerial MS 824:

    Tipo de atividade

    Os principais tipos de atividade desenvolvidas so as transferncias

    inter-hospitalares de pacientes graves e as urgncias pr-hospitalares.

    Quanto s urgncias pr-hospitalares, estas so categorizadas pelo

    mdico regulador, aquele que se encontra na central de atendimento e que

    faz a triagem do caso e a ativao das unidades, de acordo com o grau de

    urgncia, em dois tipos:

    1 - Cdigo 1, aqueles com urgncia de mxima gravidade

    (emergncia), ameaadora vida do paciente, e cuja UTI Mvel se desloca

    rapidamente, utilizando-se para a abertura do caminho, de sinais sonoros

    (Sirenes) e de sinais luminosos (Giroflex), em todo o seu deslocamento;

    2 Cdigo 2, aqueles com urgncia de gravidade moderada, que deve

    ser resolvida com brevidade, e cuja UTI Mvel se desloca apenas com os

    sinais luminosos (Giroflex) ligados, respeitando o fluxo normal do trnsito.

    Temos ento as seguintes seqncias de atendimento:

    Na urgncia pr-hospitalar:

    Acionamento

    Deslocamento

    Atendimento (no domiclio ou na via pblica)

    Resoluo do caso ou deciso pelo encaminhamento

    Contato com a central de regulao mdica

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    Transferncia do paciente do domiclio ou via pblica para a UTI

    Mvel

    Atendimento na ambulncia

    Deslocamento ao hospital de destino

    Transferncia do paciente da UTI Mvel para o hospital

    Retorno base

    Na transferncia inter-hospitalar de pacientes graves, a seqncia dos

    eventos demonstrada a seguir:

    Acionamento

    DeslocamentoTransferncia do paciente da unidade hospitalar para a UTI Mvel

    Atendimento na ambulncia

    Deslocamento ao hospital de destino

    Transferncia do paciente da UTI Mvel para o hospital de destino

    Retorno base

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    IV - FATORES DE RISCO

    O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente

    analisado, visando sua eliminao ou controle. Desde que um conjunto de

    aes possa ser viabilizado, a compreenso de sua natureza pode ser levada

    a efeito. Esse conjunto de aes recebe o nome de Investigao e Anlise

    Ambiental. A tomada de deciso deve ser fundamentada tecnicamente em

    trs conceitos bsicos que so:

    Reconhecer (riscos): identificar, caracterizar e saber apontar qual dos

    agentes de risco de dano sade esto presentes no ambiente de trabalho;

    Avaliar (riscos): saber quantificar e verificar, de acordo com

    determinadas tcnicas, a magnitude do risco. Se maior ou menor, se

    grande ou pequeno, comparado com determinados padres;

    Controlar (riscos): adotar medidas tcnicas, administrativas,

    preventivas ou corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou

    atenuar os riscos existentes no ambiente de trabalho.

    Cada categoria de risco, fsico, qumico, biolgico, ergonmico ou

    mecnico(acidentes) ser rapidamente descrito, seguindo-se ao

    reconhecimento do risco, avaliao do risco e propostas de controle dos

    riscos.

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    Riscos fsicos

    Os principais agentes fsicos so o calor, rudo, radiaes ionizantes

    e radiaes no-ionizantes. Embora os nveis de iluminao no sejam

    relacionados diretamente a problemas de sade, sua anlise feita por estar

    relacionada a todas as atividades de trabalho e ser apresentada nos riscos

    ergonmicos.

    Calor e Frio

    A climatizao interna de ar, embora na maioria das vezes relegada a

    um segundo plano, de fundamental importncia pois, alm de permitir o

    conforto da equipe, aquece o paciente em condies climticas de

    temperatura baixa, evitando assim o agravamento de um estado de choque,

    assim como evitando, em temperaturas altas, a contaminao de feridas

    atravs do suor da equipe, ao hipermetabolismo, as perdas de eletrlitos e

    gua o que igualmente agrava a situao do paciente.

    O calor uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo

    para outro, por radiao, conduo ou conveco. A quantidade desta

    energia (recebida ou entregue) determinada pela variao de temperatura

    do corpo que cedeu ou recebeu calor.

    A transmisso por radiao feita atravs de ondas eletromagnticas

    que se transmitem atravs do ar e do vcuo. A transmisso de calor por

    conduo feita atravs do contato direto entre as partes que recebem e as

    que cedem calor. A transmisso de calor por conveco se faz atravs de

    massas de ar em movimento. Esse movimento pode ser devido variao de

    densidade do ar (conveco natural) ou forado por um ventilador ou outro

    meio (conveco forada).

    Nas ambulncias a transmisso de calor se d principalmente por

    radiao e conveco.

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    O calor, quando em quantidade excessiva (sobrecarga trmica) pode

    causar efeitos indesejveis sobre o corpo humano. Dentre esses efeitos

    citamos:

    Golpe de calor: Ocorre quando realizam-se tarefas pesadas em

    ambientes muito quentes. Quando a fonte de calor o sol, o golpe de calor

    chamado de insolao. So sintomas: o colapso, convulses, delrio,

    alucinaes e coma.

    Prostrao trmica por queda do teor de gua (desidratao): Ocorre

    quando a gua eliminada por sudorese no reposta atravs do consumo de

    lquidos. caracterizada pelo aumento da pulsao e da temperatura do

    corpo. A ingesto de lquidos de forma racional durante a jornada de

    trabalho a medida preventiva adequada.Prostrao trmica pelo decrscimo do teor de sal: produzida

    quando o consumo de sal insuficiente para substituir as perdas de cloreto

    de sdio causadas pela sudorese. Ocorre, principalmente, com as pessoas

    que bebem gua em abundncia, sem a devida reposio de sal. So

    sintomas: a fadiga, tonturas, nuseas, vmitos e cimbras musculares.

    As atividades prolongadas dentro de UTI Mveis, principalmente

    quando no apresentam um sistema de climatizao ambiente, podem

    provocar sobrecarga trmica, principalmente por serem realizadas emambiente mal ventilado. A sobrecarga trmica pode levar fadiga

    transitria, algumas enfermidades das glndulas sudorparas, edemas ou

    inchaos das extremidades (ps e tornozelos), aumento da susceptibilidade

    outras enfermidades, diminuio da capacidade de trabalho, catarata, etc.

    Os efeitos nocivos do calor em UTI Mvel devem ser considerados

    em relao a dois atores: o paciente e o funcionrio.

    Uma das formas de se reconhecer os efeitos nocivos ocasionados pelo

    calor em determinado ambiente de trabalho a avaliao clnica dos

    sintomas apresentados pelo funcionrio que desenvolve atividades em

    ambiente conforme descrito anteriormente.

    Alm disto, a radiao solar direta (radiao no ionizante), incide

    nos trabalhadores que esto na cabine anterior da ambulncia. Devido ao

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    fato de estarem muitas vezes, por longo tempo em deslocamento, a

    incidncia de raios ultravioletas sobre a equipe pode ocasionar maior

    incidncia de tumores de pele assim como de leses actnicas na pele.

    Alm do calor, relacionado s estaes de alta temperatura, o frio

    que incide nas estaes de baixa temperatura, principalmente nas regies de

    clima subtropical, temperado ou frio, levam a um aumento do metabolismo

    e consumo energtico por parte da equipe e podem agravar, quando no

    controlados, o estado do paciente, principalmente quando este apresenta-se

    em choque.

    Legalmente, necessrio realizar a anlise do ambiente de trabalho

    em relao temperatura ambiente. Essa anlise feita atravs de

    medies, utilizando-se o ndice de Bulbo mido-Termmetro de Globo(IBUTG). Os aspectos de clculo e metodologia legal esto mencionados no

    Anexo 3 da Norma Regulamentadora nmero 15 (NR-15), da Portaria do

    Ministrio do Trabalho nmero 3.214/78. Essa avaliao visa determinar os

    perodos de descanso a que o trabalhador tem direito, segundo os tipos e

    ambientes de trabalho. Essa atividade deve ser realizada por um engenheiro

    de segurana ou mdico do trabalho.

    Algumas formas de proteo necessrias so citadas a seguir:

    Proteo contra calor radiante: Deve-se fazer uso de isolamentosprotetores assim como de uma pintura refletora. A superfcie refletora deve

    ser mantida sempre limpa. O isolamento pode ser feito atravs de material

    que impea a transmisso de calor (placas de isopor, etc.), colocadas no

    espao entre a chapa externa e a chapa interna do veculo. A pintura e os

    materiais isolantes devem ser empregados de modo a formar uma barreira

    entre a fonte de calor, o corpo humano e o ambiente.

    Proteo contra o calor de conveco: Utiliza a renovao de massas

    de ar aquecidas, por outras mais frias. Pode-se tambm aumentar a

    velocidade do ar no ambiente, velocidades estas que variam de acordo com

    o tempo de exposio e da existncia de grandes cargas trmicas incidindo

    diretamente sobre o trabalhador. No caso de UTI Mveis, a velocidade do

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    ar pode ser aumentada tanto pela abertura de janelas como de aparelhos

    condicionadores de ar.

    Proteo contra o calor de conduo: Deve ser feita isolando-se as

    superfcies quentes ou frias do contato, pelo uso de materiais apropriados

    como l de vidro ou materiais termicamente isolantes.

    Proteo contra o frio: Alm da renovao de massas de ar resfriadas

    por outras mais quentes, a proteo contra o frio deve ser feita com o uso

    de vestimentas adequadas ao clima, por parte da equipe. Quanto ao

    paciente, este deve ser aquecido utilizando-se cobertas, de preferncia

    trmicas e/ou com isolantes trmicos.

    Umidade

    Umidade excessiva em UTI Mvel no comum, embora possa ser

    encontrada por influncia do meio externo.

    Entretanto, em climas midos, pelo excessivo nmero de

    equipamentos eletrnicos, os mesmos podem ser afetados por esta umidade,

    assim como apresentarem riscos de acidente no seu manuseio.

    Vibraes

    Os efeitos danosos das vibraes podem acometer pessoas

    (funcionrios e pacientes), as estruturas, assim como tambm, os

    equipamentos sensveis, cujo efeito das vibraes impedem o seufuncionamento adequado.

    A postura esttica no trabalho e a exposio a vibraes so fatores

    de riscos conhecidos que conduzem para danos sade do trabalhador.

    De um modo geral, os efeitos danosos das vibraes provocam no

    corpo humano, entre outros sintomas, o cansao, dores nos membros, dores

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    na coluna, doena do movimento, artrite, problemas digestivos, leses

    sseas, leses dos tecidos moles e leses circulatrias.

    Vrios estudos foram feitos sobre o efeito da vibrao e postura no

    ser humano. Alguns tratam dos efeitos da vibrao no corpo humano,

    enquanto outros fazem referncia aos efeitos da vibrao quando dirigimos

    um veculo motorizado. O efeito da postura na presso sobre o disco

    intervertebral tambm discutido. Estudos tambm sugerem que a

    combinao de vibrao e posio sentada particularmente prejudicial

    coluna vertebral.

    No estudo de ANDERSON (1986) foram analisados trs mulheres e

    um homem saudveis e sem problemas anteriores, sendo observado que h

    um aumento de 65% na presso sobre o disco intervertebral quandosentados em um assento de automvel.

    KLINGENSTIEMA e POPE (1986) demonstraram que a compresso

    sobre o disco intervertebral mais rpida quando exposta vibrao,

    estudando oito homens com idades entre 22 a 44 anos, durante 30 minutos

    na direo de um automvel.

    POPE (1996) explica que a incidncia de lombalgia aumenta nos

    trabalhadores que permanecem sentados durante longo tempo. Ele cita que

    homens que gastam mais da metade do dia de trabalho em um carro tmmaior risco de apresentar hrnia de disco. Ele acrescenta mencionando que

    vibrao de 6 Hertz pode ser obtida em velocidades to baixas quanto 80

    km/h em superfcies de estradas boas.

    O estudo de POPE (1996) concluiu que a vibrao pode ser o maior

    fator de risco entre motoristas profissionais e que esses motoristas podem

    ter duas vezes mais hrnia de disco quando comparados aos demais

    motoristas.

    Rasmussen (1982) estudou os efeitos prejudiciais da vibrao sobre o

    ser humano. A literatura mostra que em profissionais que dirigem veculos

    motorizados maior a incidncia de lombalgia. Em primeiro lugar a

    posio sentada resulta em maior presso no disco intervertebral.

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    Secundariamente, a vibrao (quando se dirige) causa diminuio do espao

    intervertebral, que aumenta a dor pela compresso da raiz do nervo.

    No nosso estudo em particular, na Unidade de Tratamento Intensiv o

    Mvel trabalham: um mdico, um enfermeiro ou um tcnico de

    enfermagem e um motorista-socorrista, que trafegam na posio sentada,

    s vezes por um longo perodo de tempo, estando, desta forma, sujeitos a

    apresentar alguma patologia de coluna vertebral e lombalgia.

    A fadiga acontece como resultado de uso aumentado da musculatura

    postural. O desenho do assento pode ter um grande papel enquanto a

    musculatura postural utilizada. Assentos mal desenhados utilizaro os

    msculos eretor da espinha e flexores laterais, entre outros. A utilizao

    contnua destes msculos feita quando um assento de veculo oferecepequeno ou nenhum apoio (ZACHARKOW, 1988).

    De maneira interessante, 88% de paramdicos dentro dos primeiros

    seis anos de emprego reclamavam sofrer de dor nas costas ou desconforto

    nas costas, menos uma vez por semana ou mais freqentemente. At mesmo

    mais estarrecedor era o fato de que 90% de todos os pesquisados terem

    trinta ou menos anos de idade.

    Dentre paramdicos estudados e que se sentam em ambulncia mvel

    por longos perodos de tempo, uma postura esttica resultante de umaaumentada exposio a vibraes veiculares, podendo agravar as leses

    sobre a coluna.

    O reconhecimento dos efeitos nocivos das vibraes no ser humano

    possvel, analisando-se as atividades do indivduo e os sintomas que

    apresenta. Este o modo mais eficaz de se reconhecer o risco.

    O efeito das vibraes, em estruturas, normalmente pode ser

    percebido por inspeo visual e pelos efeitos que produz (trincas,

    descolamento de pinturas, etc.), pela instabilidade de regulagens de

    equipamentos, bem como pela verificao da existncia de fonte geradora

    de vibraes, no caso a prpria movimentao da ambulncia.

    Conforme o Anexo 8 da NR-15, as atividades e operaes que

    exponham os trabalhadores, sem proteo adequada, s vibraes

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    localizadas ou de corpo inteiro, sero caracterizadas como insalubres,

    atravs de percia realizada no local de trabalho.

    A percia visando a comprovao ou no da exposio deve tomar por

    base os limites de tolerncia definidos pela Organizao Internacional para

    a Normatizao - ISO em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas

    substitutas.

    Constaro obrigatoriamente do laudo de percia:

    o critrio adotado;

    o instrumental utilizado;

    a metodologia de avaliao;

    descrio das condies de trabalho e o tempo de exposio s

    vibraes; o resultado da avaliao quantitativa;

    as medidas para eliminao e ou neutralizao do risco, quando

    houver,

    No caso da avaliao de vibraes dentro de UTI Mveis deve-se

    utilizar acelermetros e vibrmetros.

    As tcnicas de controle so variadas e dependem de cada caso.

    Entretanto, de forma geral, so aquelas que empregam meios de isolar ou

    amortecer as vibraes reconhecidas e avaliadas.No caso especfico de UTI Mveis, deve-se fazer reviso peridica

    de molas e amortecedores, retirar ou colocar anis de molas quando se

    fizerem necessrios e manter os bancos da cabine dianteira, assim como os

    da cabine traseira, em bom estado de conservao.

    Quanto aos bancos da cabine traseira, devido necessidade de

    trabalhar junto ao paciente, em uma posio mais fixa, dificilmente

    consegue-se diminuir as vibraes impostas equipe

    Recomendaes que ajudaro a assegurar a sade e segurana dos

    trabalhadores de UTI Mveis com respeito a exposio de vibrao veicular

    podem ser feitas em duas categorias gerais. A primeira categoria envolve

    controles administrativos relativo a polticas e procedimentos para as

    pausas no trabalho. A segunda categoria envolve controles para assegurar o

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    melhor ambiente veicular possvel para reduzir ao mximo os riscos para a

    sade dos trabalhadores, dando-lhes segurana.

    Igualmente recomenda-se que esses profissionais realizem exerccios

    de alongamento aps os atendimentos, para diminuir a press o sobre os

    discos intervertebrais

    Rudo

    Outro problema enfrentado pelos funcionrios da UTI Mvel o

    rudo. O som parte da vida diria, sendo que quando desagradveis ou

    indesejveis so denominados de rudo (GERGES, 1995).

    O nvel de presso sonora (NPS), est relacionado com o tempo

    mximo de exposio diria permissvel. Para NPS = 85 dB, permitido

    uma carga horria de 08 horas. As jornadas de trabalho nas UTI Mveis so

    normalmente de 08 a 12 horas.

    A ocorrncia da perda auditiva depende de fatores ligados ao

    hospedeiro, ao meio ambiente e ao prprio agente. Dentre as caractersticas

    do agente, importantes para o aparecimento de doenas, destacam-se a

    intensidade (nvel de presso sonora), o tipo (contnuo, intermitente ou de

    impacto), a durao (tempo de exposio a cada tipo de agente) e a

    qualidade (freqncia dos sons que compe o rudo em anlise).

    Os rudos podem trazer srios efeitos sobre os trabalhadores,

    principalmente quando estes so expostos por longo tempo. Mudana de

    comportamento, tais como: nervosismo, cansao, irritabilidade fcil,

    dificuldade para concentrao, prejuzo do desempenho no trabalho, entre

    outros, so queixas freqentes. As conseqncias mais imediatas so:

    Reduo transitria da acuidade auditiva, que ocorre nos casos de

    exposio a nveis de rudos variando entre 90 a 120 dB, durante perodos

    de tempo relativamente curtos (minutos, horas ou dias).

    A surdez profissional pode ocorrer em casos de exposio

    relativamente prolongada (meses ou anos) de indivduos suscetveis a

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    rudos intensos (90 a 120 dB). Mesmo em exposies mais curtas a rudos

    excessivamente intensos (principalmente de impacto ou impulsivos) pode

    ocorrer perda progressiva da audio, em geral irreversvel.

    Por vezes, os nveis de rudo podem ser tido como perturbadores,

    podendo reduzir a eficincia das comunicaes entre os profissionais e

    impedir o descanso e a tranqilidade dos pacientes.

    Elevados nveis de rudo podem ser encontrados em UTI Mveis,

    devido presena dos variados tipos de alarmes sonoros integrados aos

    modernos equipamentos e utilizao da sirene, assim como rudos da

    carroceria da ambulncia quando em movimento.

    A avaliao ambiental deve ser feita utilizando-se um Medidor de

    Nvel de Presso Sonora (decibelmetro). O instrumento dever serposicionado de modo a receber o rudo que atinge o ouvido do trabalhador.

    Os nveis de rudo mximos permissveis so legalmente estipulados

    pela NR-15. Estes nveis so determinados em funo da intensidade do

    rudo no ambiente de trabalho e do tempo que o funcionrio fica exposto a

    ele. Com uma exposio de 115 dB(A), o limite mximo para exposio

    diria ao rudo de 7 minutos. Alm disto, acima de 115 dB(A), no

    permitido a exposio para indivduos que no estejam devidamente

    protegidos.Na UTI Mvel estudada foram realizadas medies utilizando-se um

    Medidor de Nvel de Presso Sonora (decibelmetro), marca Queston,

    modelo 2700, classe 2, calibrado imediatamente antes as aferies, tendo-

    se aferido que, na cabine posterior, quando em movimentao da

    ambulncia e sem a utilizao de sinal sonoro (sirene), a intensidade sonora

    variou entre 89 e 90 dB(A). Na cabine anterior, quando igualmente em

    movimento e sem a utilizao de sirene, a intensidade sonora apresentou

    uma variao de 79 a 82 dB. Entretanto, quando a medio sonora foi

    realizada com a ambulncia em movimento e com a utilizao do sinal

    sonoro (sirene), a intensidade sonora variou entre 116 e 118 dB(A).

    Uma vez que a surdez causada pelo rudo ambiental irreversvel, ou

    seja, permanece no nvel em que se instalou, faz-se necessrio o uso de

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    rgidas medidas de controle. Estas medidas so divididas em controle

    tcnico (engenharia) e controle aplicado ao homem:

    Controle de engenharia: So basicamente trs as medidas de controle

    aplicadas ao ambiente de trabalho: a reduo do rudo na fonte, a

    modificao da metodologia de produo para outra mais silenciosa e a

    reduo ou preveno da propagao.

    Controle aplicado sobre o homem : So medidas que se aplicam sobre

    as pessoas.

    Reduo do tempo de exposio do trabalhador ao rudo, em

    conformidade com a legislao vigente.

    Uso de equipamentos de proteo individual (EPI) nos casos em que

    o rudo no possa ser controlado.O controle mdico visa prevenir a ocorrncia de surdez profissional

    ou a progresso da perda j detectada. feito atravs da avaliao das

    respostas do ouvido humano a determinados estmulos. Esta avaliao

    denominada de audiometria.

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    Riscos qumicos

    Os produtos qumicos so largamente utilizados em hospitais com

    diversas finalidades, assim como dentro de UTIs Mveis, como agentes de

    limpeza, desinfeco e esterilizao (quaternrios de amnio,

    glutaraldedo, xido de etileno, etc.). So empregados tambm como

    solues medicamentosas (psicotrpicos, gases medicinais, etc.). Podem,

    ainda, ser utilizados como produtos de manuteno de equipamentos e

    instalaes (leo diesel, graxas, leos lubrificantes, colas, solventes,

    mercrio, etc.).

    Os produtos destinados proteo anti-infecciosa (limpeza,

    desinfeco e anti-sepsia) devero ter certificado de registro expedido pela

    Diviso de Produtos (DIPROD) da Secretaria Nacional de Vigilncia

    Sanitria do Ministrio da Sade.

    Dentro da classificao das reas pelo risco de contaminao, o

    ambiente da Unidade de Tratamento Intensivo Mvel pode ser classificado

    como rea Crtica onde se pode verificar a depresso da resistncia anti-

    infecciosa do paciente ou risco aumentado de transmisso de infeco.

    Deve sofrer processos de desinfeco .

    Mtodos de limpeza e desinfeco:

    a) Limpeza: a remoo da sujeira com a finalidade de manter a

    higiene do ambiente. So utilizados gua e sabo ou detergente.

    Sabes so geralmente sais de amnio, potssio e sdio de cidos

    graxos, produzidos por ao de lcalis sobre gorduras e leos naturais ou

    sobre cidos graxos deles derivados .

    Detergentes so produtos de limpeza de ao mais intensa que os

    sabes, baseados fundamentalmente na presena de substncias

    surfactantes, ou seja, que diminuem a tenso superficial da gua . Os

    surfactantes, em geral compostos orgnicos, so classificados em

    aninicos, catinicos e no-inicos.

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    De modo geral, a toxicidade dos sabes baixa para o homem.

    Contato com os olhos produz moderada irritaes de mucosas e, quando

    acontece, tratado com lavagem com gua ou com soro fisiolgico .

    Os sabes e os vrios tipos de detergentes podem determinar, quando

    em contato prolongado com a pele, o chamado efeito de detergncia,

    caracterizado por eritema com fissuras, crostas e descamao. Na exposio

    mais intensa pode haver formao de bolhas. No existe tratamento

    especfico para os distrbios cutneos, que devem ser tratados pelos

    esquemas de rotina em dermatologia.

    b)Desinfeco : o processo pelo qual so destrudos os

    microorganismos, sendo utilizado no tratamento de reas e superfciescontaminadas.

    Produtos qumicos para desinfeco de reas e superfcies: Os

    produtos utilizados so exclusivos para hospitais e estabelecimentos de

    atendimento sade e que atendam s exigncias da Portaria 15/88

    DISAD, entre as quais temos:

    Princpios ativos permitidos: Fenlicos, Quaternrio de amnio,

    Compostos orgnicos e inorgnicos liberadores de cloro ativo, iodo e

    derivados , lcoois e glicis.Microorganismos testados para avaliao da ao anti-microbiana :

    Staphylococus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella choleraesuis

    O tempo de contato exigido de 10minutos.

    O produto qumico utilizado na desinfeco da UTI Mvel que

    analisamos o hipoclorito de sdio.

    Dentre os produtos desinfetantes base de cloro, os hipocloritos so

    os mais usados e podem ser encontrados na forma lquida ( Ex.: hipoclorito

    de sdio) ou na forma slida ( Ex.: hipoclorito de clcio ). Eles tm uma

    grande atividade microbiana com rpida ao. Seu uso est limitado pelas

    suas propriedades corrosivas, inativao por material orgnico e

    instabilidade.

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    O cloro um timo agente bactericida, viricida e microbactericida

    mas, o exato mecanismo pelo qual o cloro livre destri os

    microorganismos, no tem sido elucidado. O mecanismo de desinfeco por

    cloro a inibio de muitas reaes enzimticas dentro das clulas,

    desnaturao protica e inativao do cido nucleico.

    Solues de hipoclorito tem ao irritante sobre a mucosa. Podem

    liberar pequenas quantidades de cido hipocloroso e cloro, insuficientes

    para causar dano.

    A mistura com agentes contendo amnia pode ser perigosa pela

    formao de cloraminas, que em contato com mucosas midas, produz

    oxignio nascente e cido hidrocloroso que so irritantes mais enrgicos e

    persistentes.Misturas de solues de hipoclorito com solues cidas liberam

    cloro sob a forma gasosa, que um poderoso irritante das vias respiratrias

    e da mucosa ocular.

    A ingesto acidental rara e, se acontecer, determina irritao da

    mucosa digestiva, com dores na boca, esfago e estmago, disfagia,

    sialorria e vmitos que podem tornar-se sanguinolentos. Leses

    esofgicas, inclusive com estenoses cicatriciais, tambm podem ocorrer.

    As solues so tambm irritantes cutneos, podendo produzirdermatites com formao de vesculas e eczemas.

    Contato ocular responsvel por conjuntivite com lacrimejamento,

    congesto, fotofobia e edema de plpebras. Inalao dos gases liberados,

    especialmente quando usadas as misturas anteriormente descritas,

    determina irritao do trato respiratrio evidenciada por traqueo-bronquite

    e at pneumonite qumica.

    Na UTI Mvel estudada, a desinfeco (processo fsico ou qumico,

    que destri os microrganismos exceto os esporulados) feita de acordo

    com o CDC, como segue:

    Todo o material retirado da UTI

    Lavada com gua e sabo lquido neutro

    Passado lcool a 70 C, com exceo das partes de acrlico

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    A lavagem feita todas as noites

    Quanto aos materiais, a desinfeco feita de acordo com o CDC,

    como segue:

    O material lavado com gua e sabo lquido neutro

    Tempo de permanncia 4 horas

    Colocar na secadora por 30 minutos, com ar quente 60 C.

    Aps feita a esterilizao com glutaraldedo a 2%, pH em torno de

    8 e temperatura ambiente, por 8 horas.

    Lavado com gua estril

    Secadora por 30 minutos

    Embalado com papel crepe, colocado em saco plstico tendo validade

    de trs de mesesAs mquinas secadoras so validadas e limpas regularmente.

    Todo o procedimento feito com EPI ( luvas de borracha, avental,

    culos de proteo de acrlico com laterais largas, mscaras), e

    acompanhado pela enfermeira responsvel pelo setor.

    Na UTI Mvel, os materiais de sutura, aventais, curativos, so

    descartveis. Entretanto temos materiais permanentes como os Kit parto,

    Kit pequenas suturas, etc. que so esterilizados em autoclaves (terceirizado

    no Hospital So Sebastio).

    B) Produtos utilizados na limpeza e anti-sepsia das mos:

    O simples ato de lavar as mos, com gua e sabo, visa a remoo de

    bactrias transitrias e algumas residentes, como tambm clulas

    descamativas, suor e oleosidade da pele.

    A lavagem e anti-sepsia das mos realizada antes de procedimentos

    clnicos e cirrgicos bem como antes de procedimentos de risco, utilizando-

    se de anti-spticos com detergente.

    Os produtos recomendados como anti-spticos so:

    Soluo aquosa de 1% de iodo ativo com detergente.

    Soluo alcolica de 1% de iodo ativo.

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    Soluo aquosa de clorohexidina a 4% contendo 4% de lcool

    isoproplico com detergente.

    Soluo alcolica de clorohexidina a 0,5 %

    Soluo de lcool etlico ou isoproplico a 70% com emoliente.

    O reconhecimento do risco deve ser feito de acordo com a

    caracterstica de cada instituio. Neste sentido, o SESMT dever possuir a

    ficha de segurana de cada produto que entra na UTI Mvel. Isso pode ser

    conseguido atravs de exigncias e avaliaes feitas antes da opo de

    compra. Deste modo, todos os produtos qumicos e seus riscos podem ser

    conhecidos pelos profissionais da rea de segurana, permitindo que

    adequadas medidas de controle possam ser adotadas.

    A avaliao do risco qumico pode ser feita no ambiente e com oprprio trabalhador. As avaliaes aplicadas ao ambiente so aquelas que

    medem a concentrao do gerador do risco qumico no mesmo e verificam

    se as medidas de controle adotadas no ambiente so eficazes com relao

    finalidade a que se destina. Da mesma forma, analisam o comportamento

    fsico-qumico do produto em relao s condies ambientais.

    As avaliaes aplicadas ao trabalhador so complementares. Elas

    verificam, atravs de exame de fluidos corpreos, a susceptibilidade do

    indivduo ao produto.O controle do risco feito atravs de medidas de controle que visam

    educar e treinar o trabalhador para as atividades necessrias ao servio.

    Estas medidas envolvem a proteo do trabalhador atravs do uso de EPI, o

    controle de sua sade atravs de exames mdicos peridicos e a limitao

    do tempo de exposio do trabalhador fonte de risco.

    So medidas empregadas ao ambiente de trabalho a substituio do

    produto txico ou nocivo, a mudana do processo ou o encerramento da

    operao, o uso de ventilao geral exaustora ou diluidora, a concepo

    adequada do projeto e a manuteno das medidas de controle adotadas.

    A seguir so apresentadas prticas de controle de riscos qumicos em

    locais e tipos de servios hospitalares.

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    Os processos qumicos de esterilizao so abundantemente

    utilizados nos hospitais. Pode-se fazer o uso de gases ou lquidos, sendo

    que, em ambos os casos, podem ser prejudiciais sade. O controle de

    riscos qumicos associados esterilizao referem-se aos pacientes e a

    funcionrios.

    A esterilizao a gs, a mais difundida no Brasil, utiliza o xido de

    etileno e suas misturas diludas. A Portaria Inter-Ministerial nmero 1.510

    de 28 de dezembro de 1990, do Ministrio da Sade e Ministrio do

    Trabalho e Previdncia Social, trata do assunto. Entretanto, tal legislao

    nada menciona sobre o uso de outros gases como xido de propileno,

    formaldedo, beta-propilactona, oznio, perxido de hidrognio, na fase de

    vapor, plasma gasoso e outros processos em fase de desenvolvimento.O servio de manuteno faz uso freqente de agentes qumicos em

    suas atividades. Para exemplificar, apresentamos a relao seguinte:

    Sabes e detergentes : nos sabes temos a presena preponderante de

    lcalis (hidrxido de sdio ou de potssio), cidos graxos, perfumes,

    corantes , abrasivos, agentes germicidas (fenol, cresol, timol, iodeto de

    mercrio, hexaclorofeno, etc.);

    Solventes e plastificantes : os solventes representam um grupo muito

    conhecido e perigoso. Os principais so o benzeno, acetona, formaldedo,derivados de glicis, chumbo e outros;

    Tintas e vernizes : so utilizados pigmentos inorgnicos, na maioria

    metlicos (titnio, chumbo, zinco, cromatos, cdmio, ferro, etc.) e os

    orgnicos (derivados de naftalina, betanaftol, toluidina, etc.). Tambm so

    utilizados endurecedores, secantes, emulsificantes, plastificantes,

    fungicidas, antioxidantes, etc.;

    Derivados de petrleo e leos: entre eles citamos os derivados

    aromticos (benzeno, tolueno e xileno), os alifticos (etileno, butileno,

    acetileno e propileno). Os leos de corte e lubrificantes recebem aditivos

    como antioxidantes, anticorrosivos e modificadores de viscosidade, os

    quais so na realidade os causadores de sensibilizao da pele. Eles podem

    ser solveis e insolveis, naturais ou sintticos;

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    Resinas e plsticos : as resinas naturais (lacas) tm sido utilizadas

    em menor escala, sendo que as sintticas tm seu poder sensibilizante cada

    vez menor As resinas causadoras de dermatites de contato so as epxi e

    feno I-formaldedicas.

    De um modo geral, os agentes qumicos mais manipulados pela

    manuteno so os gases medicinais e esterilizantes, gasolina, querosene,

    aguarrs, thinner, leo diesel, leos lubrificantes diversos, lcool, benzina

    e outros mais especficos.

    O risco inerente depender da atividade adotada pelo servio de

    manuteno da UTI Mvel. Cabe ao SESMT determinar a medida de

    proteo adequada a cada caso, visando proteger, principalmente, o contato

    direto com a pele e as vias respiratrias.

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    Riscos biolgicos

    Os profissionais de sade, esto em constante risco de adquirirem

    infeces durante sua atividade ocupacional. A necessidade de proteo

    contra um risco biolgico definida pela fonte do material, pela natureza

    da operao ou experimento a ser realizado, bem como pelas condies de

    realizao. No h controvrsias sobre o risco de contaminao quando se

    trabalha com patgenos conhecidos.

    O risco biolgico intensamente encontrado em UTI Mvel e,

    quando executam o trabalho em pr-hospitalar, no se tem o conhecimento

    prvio dos patgenos envolvidos.

    Assim sendo, todo o paciente transportado em UTI mvel deve ser

    considerado potencialmente infectado e manuseado de acordo. Existem

    normas e classificaes que regem os nveis de conteno adequados para

    os seus manuseios.

    Alm disto, todos os riscos biolgicos que podem ser encontrados em

    pessoas transportadas nas UTI mveis, tendo como agravante o ambiente

    das mesmas ser fechado, no havendo adequada ventilao, com

    recirculao do ar, aumentando o risco das doenas infecciosas.

    Sangue

    Somente aps a epidemia da Sndrome da Imunodeficincia

    Adquirida (SIDA, AIDS), maior nfase tem sido dado epidemiologia e

    preveno das exposies aos agentes biolgicos transmitidos pelo sangue.

    Vrios patgenos podem ser veiculados pelo sangue mas, no caso das

    UTI Mveis, os maiores riscos de transmisso por esta via so aqueles do

    vrus da Imunodeficinci a Humana (HIV), da hepatite B (HBV) e da

    hepatite C (HCV).

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    A contaminao pelo HIV pode-se dar por acidente com instrumentos

    prfuro-cortantes, por ex.: agulha de medicao, bisturi; por exposio de

    membrana mucosa (olhos, boca, etc.) e ou pela pele.

    Estudos prospectivos realizados em vrios pases europeus e nos USA

    (CDC), colocam que aps exposio sangue contaminado, o profissional

    de sade, que se acidenta, necessita ter seu sangue testado, logo aps o

    acidente, com seguimento de seis semanas, trs e seis meses. Estes estudos

    tm demostrado que a taxa de soroconverso, tem se mantido constante e

    de aproximadamente 0,3%.

    A contaminao pelo vrus da hepatite B representa um maior risco

    do que para o HIV, especialmente no caso do portador do antgeno e.

    O risco de transmisso ocupacional de hepatite B, aps acidentepercutneo de 30% no caso do paciente fonte ser antgeno e positivo.

    fundamental ressaltar a importncia ambiental do vrus da hepatite B, j

    que o mesmo pode viver em meio ambiente por at sete dias. O risco da

    transmisso da hepatite B diretamente relacionado prevalncia da

    mesma na populao de pacientes.

    O risco de contaminao pelo vrus da hepatite C de

    aproximadamente 82% dos casos de hepatite no A no B nos USA com

    freqente evoluo pa ra cronicidade.Os fatores de risco para transmisso ocupacional de HCV, no so

    bem definidos . consenso que os riscos de transmisso ocupacional do

    HCV, est entre os de HBV e HIV.

    Lquidos orgnicos

    Os fluidos orgnicos, excrees, secrees, incluindo smem,secreo vaginal, lquido amnitico, etc., de todos os pacientes, so

    importantes na transmisso do HIV, HBV, HCV e devem ser os mesmos

    considerados potencialmente contaminados e, portanto todos os cuidados

    devem ser realizados para evitar qualquer contato com sangue ou fludos

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    orgnicos dos mesmos, com a finalidade de diminuir o risco ocupacional de

    profissionais da sade.

    Bacilos

    Quanto ao risco de exposio a bacilos, o mais preocupante o

    bacilo de Kock. A tuberculose vem aumentando em todo o mundo e, de

    acordo com a OMS, aproximadamente um tero da populao mundial

    encontra-se infectada pelo bacilo da TBC. Em pases desenvolvidos, com o

    aparecimento da AIDS e, nos pases subdesenvolvidos como o Brasil, as

    precrias condies scio-econmicas existentes propiciam condiesfavorveis dissemina o da tuberculose. A via aergena a principal

    fonte de contato

    Os aspectos relativo avaliao dos riscos biolgicos so mal

    definidos e alguns esto mencionados no Anexo 14 da NR-15. Essa

    avaliao visa determinar o grau de insalubridade ao qual o trabalhador

    est exposto e classificado, quando no caso de UTI Mveis, como de

    insalubridade em grau mdio (Hospitais, servios de emergncia, etc.).

    Entretanto, se considerarmos que os ambientes hospitalaresapresentam riscos biolgicos diversos, o trabalho em UTI Mvel seria

    classificado dentro do grupo de alto risco, como apontado por Schneider.

    As instituies devem possuir meios de tratar novos riscos, o que

    deve ser efetuado pelo SESMT, CIPA e pelos profissionais da rea. A

    implementao de novas tcnicas de segurana devem ser adotadas sempre

    que as medidas existentes se mostrarem ineficazes.

    Em 1987, na tentativa de reduzir o nmero de exposio dos

    profissionais da sade e diminuir o risco ocupacional, o CDC publicou asprecaues universais orientando o uso de barreiras para proteo do

    profissional, como avental, luvas e culos, com grande nfase para a

    lavagem das mos e cuidados com material prfuro-cortantes. A maioria

    dos casos de transmisso ocupacional de HIV, HBC, HCV, ocorre aps

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    acidente percutneo, geralmente com agulha. Na tentativa de prevenir parte

    desses acidentes, as precaues universais recomendam que agulhas no

    sejam reencapadas, dobradas ou removidas com as mos e que sejam

    desprezadas, junto com outros materiais prfuro-cortantes em recipientes

    de paredes rgidas (coletores). Houve diminuio de acidentes atravs do

    uso destes coletores; entretanto, o local onde ele colocado um fator

    importante para o sucesso desta preveno, quando os mesmos so

    colocados prximo do local onde o procedimento e realizado, o nmero de

    acidentes diminui. Apesar destas medidas ainda se observa grande nmero

    de acidentes com agulhas. Entre os fatores que contribuem para que as

    precaues universais no sejam efetivas incluem-se a relutncia do

    profissional em mudar sua rotina no que se refere ao procedimento, a nodisponibilidade do material para proteo e a falta de apoio administrativo.

    Nos casos de exposio ao HIV, no existe nenhuma profilaxia

    comprovada. Pouca informao existe no que se refere a eficcia AZT aps

    a exposio, devido ao baixo risco de transmisso ocupacional. Em caso de

    acidente grave com agulha que tenha sido colocada na veia ou artria do

    paciente, testes devem ser realizados para saber se o paciente fonte

    portador de patgeno transmitido pelo sangue. No caso de ser HIV positivo,

    o profissional deve ter sua sorologia anti-HIV realizada logo aps oacidente. As recomendaes do CDC preconizam o uso de associaes anti-

    retrovirais, a primeira dose sendo administrada logo aps o acidente e, a

    profilaxia, mantida por quatro semanas. A toxicidade das drogas deve ser

    discutida com os profissionais acidentados.

    Para a preveno da hepatite B a vacina mais usada a recombinante.

    O esquema inclui uma srie de 3 doses intramusculares, com segunda e

    terceira doses administradas um e seis meses aps a primeira. A proteo

    conferida aps a vacina de 90%. recomendado que todo profissional da

    rea da sade que tenha risco de contato com sangue seja vacinado contra

    HBV. Apesar da vacina ser segura e eficaz, grande parte dos profissionais

    da sade no vacinada.

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    Quanto preveno da hepatite C, at o momento no existem

    vacinas disponveis contra o vrus da hepatite C.

    De acordo com o Manual de Normas de Vacinao (Ministrio da

    Sade, 1993) a preveno da TBC prev que, com o objetivo de conferir

    maior proteo aos profissionais da rea da sade que exercem atividades

    em hospitais e instituies onde haja permanncia de pacientes com

    tuberculose, freqentemente expostos, portanto, infeco, deve-se vacinar

    com BCG todos os no reatores (ndulo com dimetro menor do que 5 mm)

    e reatores fracos (ndulo com dimetro entre 5 e 9 mm) ao teste

    tuberculnico (PPD), includos todos os novos profissionais admitidos nos

    mencionados servios.

    Na UTI Mvel estudada, embora tenha-se o coletor rgido deresduos, o uso de equipamentos de proteo individual (EPI) pelos

    profissionais no observado. No so usados mscaras, nem culos de

    proteo, somente luvas, porque no existe uma ordem de servio que

    obrigue a us-los.

    Alm disto no existe, por parte deste servio em realizar aos

    funcionrios, a vacinao para hepatite B.

    Ar condicionado

    Recentemente, a Legionella pneumonia foi reconhecida como um

    patgeno hospitalar comum, respondendo por quase 4% dos casos fatais de

    pneumonia hospitalar. Este microorganismo, um delgado bacilo

    Gram-negativo, foi reconhecido como patgeno hospitalar no famoso surto

    da Doena dos Legionrios em Filadlfia, nos EUA, em 1976. Sua

    importncia como patgeno hospitalar tem sido cada vez mais entendida.A epidemiologia dos surtos de legionelose depende da prevalncia do

    microorganismo no suprimento de gua local, dos meios tcnicos pelos

    quais a UTI Mvel aquecida e resfriada e dos tipos de pacientes expostos

    aos incuos aerossolizados.

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    Assim sendo, o setor de Engenharia Clnica e SESMT devem

    considerar este importante aspecto de contaminao, quando da realizao

    de projetos desses sistemas, bem como na determinao das rotinas de

    manuteno e verificao da qualidade da gua.

    Usualmente, a Legionelia pneumophila encontrada com as seguintes

    dimenses: 0,3 a 0,4 mcm de largura por 2 a 3 mcm de comprimento. Este

    fato permite adotar como medida de controle, o uso de filtros HEPA (High

    Efficiency Particulate Air), pois estes filtros, quando adequadamente

    instalados, possuem uma eficincia mnima de 99,97% na remoo de

    partculas de 0,3 mm.

    Nas UTI Mveis temos como agravante que o sistema de

    climatizao, realizado por condicionadores de ar embutidos na carroceriada viatura, de difcil limpeza.

    Alm disto, este tipo de ar condicionado no apresenta sistema de

    exausto, fazendo com que o ar recircule no ambiente e, em conseqncia

    disto, aumentando a chance de infeco.

    Resduos hospitalares

    O setor de higiene hospitalar, atravs de suas atividades, bastante

    exposto aos riscos biolgicos. Muito comum so os acidentes com materiais

    prfuro-cortantes ou corto-contusos (contaminados) encontrados

    displicentemente depositados em recipientes inadequados, ou seja, sem

    resistncia mecnica suficiente para impedir acidentes. No raro, se

    encontram agulhas hipodrmicas, agulhas de sutura, lminas de bisturi e

    outros materiais como pinos e parafusos acondicionados em sacos de pano.Assim sendo, a coleta de lixo em UTI Mvel deve ser seletiva. Deste

    modo ser possvel definir quais os recipientes que devero ser utilizados

    para coleta de resduos. Tais procedimentos so necessrios, pois alm de

    promover a segurana dos trabalhadores, proporcionar reduo de custos.

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    Esta prtica s ter validade se acompanhada por um programa de

    educao continuada, visando treinar, principalmente, os novos

    funcionrios quanto ao modo correto de se descartar o lixo.

    No caso da amostra estudada, todo o lixo considerado contaminado,

    coletado em caixas rgidas que existem nas UTI mveis, lacrado e enviado

    para um hospital da cidade (Hospital So Sebastio), onde deixado no

    expurgo e incinerado. O lixo manuseado com EPI.

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    Riscos ergonmicos

    So trs os eixos que direcionam a interveno em Ergonomia: a

    segurana dos indivduos e dos equipamentos, a eficcia e o conforto dos

    trabalhadores nas situaes de trabalho.

    As finalidades da Ergonomia so pelo menos duas: o melhoramento e

    a conservao da sade dos trabalhadores, e a concepo e o funcionamento

    satisfatrio dos sistema tcnico do ponto de vista da produo e da

    segurana.

    Os trabalhadores apresentam diferenas individuais como: estatura,

    peso, compleio, fsica, resistncia fadiga, capacidade auditiva e visual,

    memria, habilidade motora, personalidade, entre outras, as quais podem

    atingir nveis significativos sendo preciso consider-las.

    Segundo SELL (1995), a existncia de fatores agressores,

    compromete a qualidade de vida no trabalho. O ambiente fsico, deve ser

    projetado, tomando medidas de controle sobre rudos, temperaturas

    externas, iluminao inadequada.

    Em UTI Mveis temos um espao restrito, uma equipe de trabalho e

    uma situao muitas vezes emergencial. Analisaremos aqui alguns possveis

    riscos fazendo uma exposio dos achados na UTI Mvel estudada.

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    Iluminao

    A boa iluminao no ambiente de trabalho na UTI Mvel nos facilita

    a viso, propicia a reduo do nmero de acidentes, tanto em relao

    equipe como em relao ao paciente, reduz a fadiga ocular e geral, propicia

    uma melhor superviso do trabalho, maior aproveitamento do espao, mais

    ordem e limpeza das reas assim como elevao da moral dos funcionrios,

    pois aumenta o prazer e bem-estar no trabalho, aumentando a capacidade

    de concentrao e evitando a estafa precoce.

    No Brasil, a Ergonomia tratada legalmente pela NR-17 onde,

    atravs da NBR 5413 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas(ABNT), recomenda os nveis mnimos de iluminao para os ambientes de

    trabalho e coloca que a iluminao geral deve ser uniformemente

    distribuda e difusa no local de trabalho.

    Para o caso do ambiente hospitalar ou dentro de UTI Mveis, a

    questo do iluminao deve ser enfocada para a realizao das tarefas junto

    ao paciente, em especial nos casos de operaes dentro deste espao. A m

    iluminao nestes casos pode acarretar em graves prejuzos ao profissional

    e ao paciente. Para diminuir os riscos, focos auxiliares devem sercolocados dentro das ambulncias, auxiliando a iluminao do campo de

    trabalho.

    Dentre outras variveis preciso levar-se em considerao a elevao

    da temperatura do campo. A elevao da temperatura deve ser minimizada

    fazendo-se uso de filtros de luz que eliminam o comprimento da onda de

    espectro infravermelho, responsvel pelo fenmeno.

    O reconhecimento do risco se faz com a declarao dos trabalhadoresrelativos iluminao do ambiente de trabalho. Pode ser feito, tambm,

    pela investigao e anlise de acidentes ocorridos por iluminao

    deficiente, pela verificao de reas sombreadas nos locais de trabalho, etc.

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    A iluminao no ambiente de trabalho avaliada basicamente de dois

    modos: os mtodos de clculo (que para efeitos legais no tm validade) ou

    atravs do uso de um aparelho denominado luxmetro. O resultado

    apresentado pela medio atravs do luxmetro deve ser comparado com os

    valores apresentados pela NBR 5413 da ABNT, que possibilitar determinar

    a necessidade de medidas corretivas no ambiente de trabalho.

    O controle, nesse caso, deve ser feito atravs de medies peridicas

    do nvel de iluminao dos locais de trabalho, aps, a adequao da rea de

    trabalho aos nveis recomendados. Atravs das medies possvel notar a

    queda no nvel de iluminao, quer pela deposio de sujeiras no bulbo da

    lmpada e no globo que envolve a lmpada, ou mesmo pela no substituio

    de lmpadas queimadas.

    Mobilirio e equipamentos

    Numa anlise de posto de trabalho devemos ter por parmetro o

    espao fsico, a rea de trabalho, a disposio e o dimensionamento do

    mobilirio.

    Segundo IIDA (1990), o enfoque ergonmico visa desenvolver postos

    de trabalho que reduzam as exigncias biomdicas, colocando os objetos de

    manuseio prximos ao alcance do trabalhador, facilitando o correto

    desempenho postural.

    Por "posio" entende-se as atitudes bsicas das partes corporais,

    principalmente as extremidades; temos ento as seguintes posies:

    deitado, ajoelhado, agachado, de ccoras, sentado, em p... J o termo

    "postura" so pequenas variaes da posio de partes do corpo, podendo

    ser divididas em normal, curvada, estendida, ereta, relaxada...

    A correlao destas duas particularidades, num posto de trabalho, se

    faz com constncia. Qualquer tarefa onde a posio no seja a "deitado" e a

    postura outra que no a "normal" leva em graus diferenciados de

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    comprometimento ao uso de grupos musculares, com o conseqente gasto

    de energia (SELL, 1995).

    A realizao de uma tarefa, ao ser analisada, deve se embasar em

    alguns fatores, entre eles a posio em que se encontra um equipamento ou

    sua alavanca de acionamento em relao ao trabalhador que ir manuse-lo.

    Na medida em que quo mal posicionado ou distante do trabalhador este

    equipamento estiver, mais esforo este dever desempenhar para

    alcana-lo, alm de assumir posturas incorretas durante tal ato.

    Na UTI Mvel estudada, o mobilirio constitui-se de dois armrios,

    uma bancada, uma pia, dois assentos e de uma maca com pernas retrteis.

    O armrio da lateral esquerda apresenta prateleira em seu tero

    distal, onde so colocados o monitor-desfibrilador cardaco e o oxmetro depulso digital. A conteno destes aparelhos inexistente, estando os

    mesmos livres.

    Na bancada adjacente a esta prateleira encontra-se o respirador,

    fixado por velcros, adaptados a sua base, a esta bancada.

    Acima da bancada, na parede lateral esquerda da cabine posterior,

    encontra-se a rgua tripla, com sadas de oxignio, ar comprimido e vcuo,

    tendo sua tubulao embutida por trs da mesma.

    frente da bancada encontra-se uma pia com torneira e saboneteiralquida.

    Em posio central ao longo da cabine posterior, um pouco

    esquerda, posiciona-se a maca de pernas retrteis, apoiada sobre base

    metlica que funciona como ba o qual, em seu interior, aloja os cilindros

    de oxignio e ar comprimido.

    Entre a maca de pernas retrteis e o armrio lateral esquerdo

    acondicionada, em posio vertical e sem fixaes, a maca rgida de

    madeira.

    Na lateral direita da cabine posterior encontra-se o segundo armrio,

    este com portas corredias de vidro, onde esto acondicionadas as

    mochilas, bolsas, caixas de medicamentos, colares cervicais e ataduras

    entre outros.

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    Figura 6 Disposio dos equipamentos na lateral esquerdada cabine posterior da UTI Mvel, vista pela porta traseira

    Figura 7 Disposio dos equipamentos na lateral esquerda da cabineposterior da UTI Mvel, vista pela porta lateral

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    Dimenses

    Altura da cabine posterior .

    A altura da cabine posterior de 1,80 m., e pode-se inferir que, para

    pessoas com at 1,70 m., esta altura suficiente para o trabalho dentro

    desta cabine.

    Entretanto, para pessoas altas, a altura fixa de 1,80 m. pode fazer

    com que o trabalhador, quando necessrio atuao em ortostatismo, curve-

    se.

    A flexo, associada aos movimentos da viatura e aos impactos e

    vibraes constantes tendem a propiciar cervicalgias, dorsalgias e

    lombalgias, assim como dores musculares nos membros inferiores.

    Figura 8 Disposio dos equipamentos na lateral direita da cabineposterior da UTI Mvel, vista pela porta traseira

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    Largura interna total d a cabine posterior

    A largura total da cabine posterior de 168 centmetros. Entretanto,

    nesta dimenso encontram-se dois armrios e a maca com pernas retrteis.

    Alm disto, na concepo da ambulncia analisada, h uma projeo do

    apoio para a colocao da maca de pernas retrteis. Assim sendo, est

    liberado, ao nvel dos ps, apenas 20 centmetros de largura e, ao n