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8/3/2019 Riscos%20do%20trabalho%20em%20UTI%20mveis
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U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e S a n t a C a t a r i n aA s s o c i a o C a t a r i n e n s e d e M e d i c i n aXVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho
RISCOS LABORAIS EM UNIDADE DE
TRATAMENTO INTENSIVO MVEL
Cesar Augusto Soares Nitschke
Norma Garcia Lopes
Rosa Maria Lenzi Bueno
Coordenador: Prof. Sebastio Ivone Vieira
Orientador: Prof. Carlos Alfredo Clezar
Florianpolis
2000
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Nitschke, Cesar Augusto Soares; Lopes, Norma Garcia;Bueno, Rosa Maria Lenzi
Riscos laborais em unidade de tratamentointensivo mvel - UTI Mvel.--- Florianpolis, 2000.81p.
Monografia (Especializao) - Universidade Federal deSanta Catarina - Curso de Especializao em Medicinado Trabalho.
1 - Riscos. 2 - Trabalho. 3 - Ambulncia.4- Unidade de Tratamento Intensivo.
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AGRADECIMENTOS
ROSANE GONALVES NITSCHKE, ALDEMAR LOPES E RUY ANTNIO
ANGONESE, respectivamente nossos esposos, por todo o incentivo, apoio e tolerncia,
assim como pelas nossas ausncias.
Ao Prof. CARLOS ALFREDO CLEZAR, nosso orientador de monografia, que nos
recebeu como orientandos e que abriu mo de seu tempo para nos auxiliar, sempre de
forma acolhedora.
Ao Prof. SEBASTIO IVONE VIEIRA, coordenador do XVI Curso de
Especializao em Medicina do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina -
FAPEU - Associao Catarinense de Medicina, por nos ter auxiliado nesta caminhadasuportando todas as nossas lamentaes, propiciando meios e nos incentivado a continuar.
Ao Prof. IVO MEDEIROS REIS que sempre tentou facilitar nossa caminhada at
aqui, buscando alternativas e reduzindo as barreiras.
Ao Dr. PAULO SCALABRIM, diretor tcnico do SOS UNIMED e aos Drs.
ALMIR GENTIL e HILDEBRANDO SCOFANO, respectivamente presidente e
superintendente e UNIMED Florianpolis por nos abrirem as portas deste Cooperativa
Mdica nos facilitando este trabalho.
Ao Tcnico em Segurana do Trabalho da UNIMED Florianpolis, Sr. JAIR JOOGONALVES, que sempre nos apoiou e acompanhou, estando sempre disponvel para
nossa pesquisa.
Sra. CLEUSA DAMACENO PAZ VILLAA enfermeira do SOS UNIMED, que
nos acompanhou e igualmente nos abriu todos os dados relativos ao servio.
Universidade Federal de Santa Catarina, Fundao de Apoio e Amparo
Pesquisa e Extenso Universitria e Associao Catarinense de Medicina por viabilizarem
mais este curso.
A todos os professores do XVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho
da Universidade Federal de Santa Catarina - FAPEU - Associao Catarinense de
Medicina, que muito nos ensinaram.
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Aos colegas do XVI Curso de Especializao em Medicina do Trabalho da
Universidade Federal de Santa Catarina - FAPEU - Associao Catarinense de Medicina,
que enriqueceram o nosso convvio, atravs dos nossos debates e trocas de experincias.
Sra. MARIA IVONETE SCHWARTZ por todo o apoio durante todo este curso.
Sra. CUSTDIA MARIA PEREIRA por deixar mais agradveis nossos
intervalos.
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram e aceitaram nossas ausncias,
compreendendo esta jornada.
A todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contriburam para que
chegssemos aqui.
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RESUMO
Este estudo foi elaborado como trabalho de concluso de curso, em
forma de monografia, para o XVI Curso de Especializao em Medicina doTrabalho, da Universidade Federal de Santa Catarina, Fundao de Amparo
a Pesquisa Universitria e Associao Catarinense de Medicina, no binio
1999-2000, realizado na cidade de Florianpolis, Santa Catarina, Brasil.
Teve por objetivo reconhecer, avaliar e apresentar possveis medidas
de controle para os fatores de risco aos quais os trabalhadores podem estar
expostos quando realizam suas atividades laborais em Unidades de
Tratamento Intensivo Mveis (UTI Mveis).
Utilizou-se, como amostra, uma Unidade de Tratamento Intensivo
Mvel, com sua respectiva equipe de trabalho, do Servio SOS UNIMED,
pertencente UNIMED Cooperativa de Trabalho Mdico de Florianpolis,
com reconhecimento dos riscos nesta unidade, apontando critrios de
avaliao e propondo medidas gerais e especficas para o controle de
riscos.
Os fatores de riscos avaliados foram os fsicos, qumicos, biolgicos,
ergonmicos e de acidentes.
Atravs da reviso bibliogrfica constatou-se a existncia de um
nmero restrito de trabalhos especficos abordando a atividade laboral em
ambulncias e principalmente em Unidades de Tratamento Intensivo
Mveis (UTI Mveis).
Demonstrou-se que trabalho em UTI Mveis apresenta uma
multiplicidade de riscos aos trabalhadores que no podem ser ignorados e,
que devem ser reconhecidos, analisados em profundidade e controlados
para o bem estar da equipe de trabalho.
O reconhecimento, a avaliao destes riscos assim como propostas
para o seu controle devem ser praticados tanto pelos trabalhadores como
pela CIPA e SESMT.
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ABSTRACT
This study was elaborated for conclusion on the XVI Course of
Specialization in Medicine of the Work, of Santa Catarina's FederalUniversity, Foundation of Help the University Research and Association
Catarinense of Medicine, in the biennium 1999-2000, accomplished in the
city of Florianpolis, Santa Catarina, Brazil.
It intent to recognize, to evaluate and to present possible control
measures for the risk factors which the workers can be exposed when they
accomplish its activities working in Mobil Intensive Care Units (Mobil
ICU).
It was used, as sample, a Mobil Intensive Care Unit, with itsrespective work team, of the SOS-UNIMED Service, belonging to
UNIMED-Cooperative of Medical Work of Florianpolis, with recognition
of the risks in this unit, aiming evaluation approaches and proposing
general and specific measures for the control of risks.
The factors of appraised risks were the physics, chemicals,
biologicals, ergonomics and of accidents.
Through the bibliographical revision was verified the existence of a
restricted number of specific works approaching the working activity in
ambulances and mainly in Mobil Intensive Care Units (Mobil ICU).
It was demonstrated that to work in Mobil Intensive Care Units
(Mobil ICU) presents a multiplicity of risks to the workers that cannot be
unknown and, that they should be recognized, analyzed in depth and
controlled for the welfare state of the work team.
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RESUM
Cette tude a bien sr t labore comme travail de conclusion du XVI
Course de Spcialisation en Mdecine du Travail, de l'Universit Fdral de
Santa Catarina, de la Fondation d'Aide a la Recherche Universitaire et de
l'Association Catarinense de Mdecine, dans les annes 1999-2000, a
Florianpolis, Santa Catarina, Brsil.
Il a eu l'objectif de faire reconnatre, d'valuer et de prsenter les
contrles possibles des facteurs du risque au lequel les ouvriers peuvent tre
exposs quand ils accomplissent ses activits dans les Services Mobiles de
Urgence et Ranimation (SMUR).
Il a t utilis, pour l'tude, une ambulance du Services Mobiles de
Urgence et Ranimation, avec sa quipe du travail, du Service SOS
UNIMED, de l'UNIMED - Coopratif de Travail Mdical de Florianpolis,
avec reconnaissance des risques dans cette unit, viser l'valuation approche
et proposer gnral et mesures spcifiques pour le contrle de risques.
Les facteurs de risques estims taient les physiciens, chimique,biologique, ergonomique et d'accidents.
travers la rvision bibliographique a t vrifie l'existence d'un
nombre restreint de travaux spcifiques, dans l'approche de l'activit dans les
ambulances et principalement dans les ambulances des Services Mobiles de
Urgence et Ranimation.
Il a t dmontr que cette activit prsent une multiplicit de risques
aux ouvriers qui ne peuvent pas tre inconnus et, qu'ils devraient trereconnus, analys en profondeur et contrl pour le bon tre de l'quipe du
travail.
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NDICE
I - INTRODUO...................................................................................9
II - OBJETIVO..................................... .......................................... ....... 13
III - CARACTERIZAO DA AMOSTRA .......................................... 14Ambulncia ..................................... ....................................... ............ 14
Equipe de trabalho ............................................................................ 18
Tipo de atividade .................................. ....................................... ...... 19
IV - FATORES DE RISCO............................................ ........................ 21
Riscos fsicos ..................................... .......................................... ....... 22Calor e Frio ........................... .................................................. ....... 22Umidade ......................................................................................... 25Vibraes .................. .................................... .................................. 25
Rudo .................. .................................... ................................... ..... 29Riscos qumicos ................................................................................. 32
Riscos biolgicos ..................................... .......................................... . 39Sangue ................ .................................... ................................... ..... 39
Lquidos orgnicos .............................. ............................................ 40Bacilos............................ ...................................... .......................... 41 Ar condicionado ................. ................................... .......................... 43 Resduos hospitalares.. ................... .................................... ............. 44
Riscos ergonmicos ..................................... ....................................... 46Iluminao ..................................... .......................................... ....... 47
Mobilirio e equipamentos ................... ................................... ........ 48Dimenses...................... .................................... ............................. 52Assentos..... ................... ................................... ............................... 53Tipos de atividades ......................................................................... 58
Riscos de Acidentes ........................................................................... 60Falhas mecnicas da ambulncia .................................................... 60
Deslocamento da ambulncia no trnsito ........................................ 61Espao interno restrito e mobilirio ................................................ 62Gravidade do atendimento......... ................................... ................... 62Utilizao de equipamentos biomdicos......... .................................. 64
Instalao e equipamentos eltricos ou eletrnicos............... ........... 71
V - CONSIDERAES FINAIS............................................................ 73VI - CONCLUSES .............................................................................. 75
VII - REFERNCIAS............................................................................ 76
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I - INTRODUO
O crescente avano tecnolgico trouxe para a medicina valiosos
recursos diagnsticos e teraputicos mas, aliado a isso, acrescentou mais
um fator de risco aos j existentes. A questo da segurana mdico-
hospitalar torna-se de grande importncia na medida em que possibilita a
formao de uma conscincia crtica do pessoal que manuseia equipamentos
mdicos com reflexos positivos para a segurana de mdicos e pacientes.
Atualmente os profissionais que atuam na rea da sade utilizam
equipamentos e instrumentos cada vez mais sofisticados, bem como
apresentam responsabilidades adicionais. Dentre outras coisas, esses
profissionais devero estar plenamente conscientes das possibilidades e
riscos desses novos recursos, devendo, portanto, em conjunto com a
instituio, examinar cuidadosamente cada risco e determinar a melhor
forma de gerenci-lo.
As unidades de sade, hospitais, ambulatrios e ambulncias, entre
outras, so vistos pela sociedade em geral apenas como instituies
prestadoras de servios de sade a pacientes e seus familiares. O grande
pblico ignora que ele emprega milhares de pessoas e que tem elementos
que o caracteriza como uma indstria.
Alm disto, dada a necessidade de funcionamento ininterrupto e s
peculiaridades das atividades desenvolvidas, a indstria hospitalar oferece
condies de trabalho muitas vezes insatisfatrias.
No Brasil, o fato marcante inicial na legislao trabalhista se deu em
1943, atravs do Decreto 5452, de 1 de maio de 1943, e atualmente as
formas de dirimir as questes legais referentes segurana e medicina do
trabalho so garantidas no contedo da Lei nmero 6.514 de 22 dedezembro de 1977.
Essa lei alterou o Captulo V do Ttulo 11 da Consolidao das Leis
do Trabalho no que se refere Segurana e Medicina do Trabalho. Sua
regulamentao foi feita atravs da Portaria nmero 3.214 de 08 de junho
de 1978, do Ministrio do Trabalho.
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Essa portaria aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) do Captulo
V do Ttulo II da Consolidao das Leis do Trabalho relativas Segurana
e Medicina do Trabalho atravs de um conjunto de textos suplementares
(leis, portarias e decretos) decorrentes de alteraes feitas nos textos
originalmente publicados.
Por outro lado, historicamente, na Frana, durante a dcada de 50, os
mdicos comearam a constatar a desproporo entre os meios modernos
colocados disposio dentro dos hospitais e os meios arcaicos utilizados
na fase pr-hospitalar, nos vrios minutos que se seguem ao acidente.
Foi constatado ento que seria conveniente que a equipe mdica se
dirigisse ao local do acidente e no o contrrio. Assim, a chegada rpida de
uma equipe competente ao local do acidente ou cabeceira do doentepermitiria a execuo dos primeiros gestos de socorro, centralizados na
restruturao de uma ventilao e circulao eficazes.
A chegada da equipe mdica era realizada atravs de unidades
mveis, ao incio pouco equipadas mas, com a definio das necessidades,
ao longo do trabalho extra-hospitalar, estas unidades mveis foram
tornando-se cada vez mais equipadas e complexas.
Atualmente estas unidades, por sua configurao em equipamentos
comportam-se como uma unidade de tratamento intensivo hospitalar e,como apresentam deslocamento, por estarem sobre um chassi de
ambulncia, so denominadas de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI)
Mveis.
De acordo com a Portaria Ministerial do Ministrio da Sade nmero
824/GM de 24 de Junho de 1999 e a Resoluo do Conselho Federal de
Medicina nmero 1.529/98 de 28 de agosto de 1998, a classificao das
UTI Mveis como Ambulncias do Tipo D - Ambulncia de Suporte
Avanado (ASA), definindo-as como veculos destinado ao transporte de
pacientes de alto risco de emergncias pr-hospitalares e de transporte
inter-hospitalar, devendo contar com os equipamentos mdicos necessrios
para esta funo.
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Segundo esta Portaria Ministerial, as ambulncias tipo D devero
dispor com o mnimo dos seguintes materiais e equipamentos ou similares
com eficcia equivalente: sinalizador ptico e acstico; equipamento de
rdio-comunicao fixo e mvel; maca com rodas e articulada; dois
suportes de soro; cadeira de rodas dobrvel; instalao de rede porttil de
oxignio que a permita ventilao mecnica por no mnimo duas horas;
respirador mecnico de transporte; oxmetro no-invasivo porttil; monitor
cardioversor com bateria e instalao eltrica disponvel (em caso de frota
dever haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo
externo no-invasivo); bomba de infuso com bateria e equipo; maleta de
vias areas contendo: mscaras larngeas e cnulas endotraqueais de vrios
tamanhos; cateteres de aspirao; adaptadores para cnulas; cateteresnasais; seringa de 20 ml para insuflar o cuff; ressuscitador manual
adulto/infantil; sondas para aspirao traqueal de vrios tamanhos; luvas de
procedimentos; mscara para ressuscitador adulto/infantil; lidocana gelia
e spray; cadaros para fixao de cnula; laringoscpio infantil/adulto
com conjunto de lminas; estetoscpio; esfigmomanmetro adulto/infantil;
cnulas orofarngeas adulto/infantil; fios; cnulas orofarngeas
adulto/infantil; fios-guia para intubao; pina de Magyl; bisturi
descartvel; cnulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia;drenos para trax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixao de
brao; luvas estreis; recipiente de algodo com anti-sptico; pacotes de
gaze estril; esparadrapo; material para puno de vrios tamanhos
incluindo agulhas metlicas, plsticas e agulhas especiais para puno
ssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres especficos para
disseco de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pina de Kocher;
cortadores de soro; lminas de bisturi; seringas de vrios tamanhos;
torneiras de 3 vias; equipo de infuso de 4 vias; frascos de soluo salina;
caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto; frascos de drenagem
de trax; extenses para drenos torcicos; sondas vesicais; coletores de
urina; protetores para eviscerados ou queimados; esptulas de madeira;
sondas nasogstricas; eletrodos descartveis; equipos para drogas
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fotossensveis; equipo para bombas de infuso; circuito de respirador
estril de reserva; equipamentos de proteo equipe de atendimento:
culos, mscaras e aventais; cobertor ou filme metlico para conservao
do calor do corpo; campo cirrgico fenestrado; almotolias com anti-sptico;
conjunto de colares cervicais; prancha longa para imobilizao da coluna.
Esta listagem de equipamentos mnimos apresenta, por si s, a
necessidade de dimensionamento espacial para sua colocao em atividade.
Alm disto, o trabalhador, dentro de uma UTI mvel est sujeito a
condies de risco no bem detalhadas na literatura.
Nos pases em que o sistema de atendimento pr-hospitalar e de
transporte inter-hospitalar de pacientes graves realizado h muitos anos,
com equipes treinadas utilizando UTI mveis, igualmente no se encontrauma definio clara dos riscos inerentes a esta atividade e sugestes para
minimizar estes riscos.
Assim sendo, permanece o questionamento: quais os riscos que os
trabalhadores so expostos quando realizam suas atividades laborais em
Unidades de Tratamento Intensivo Mveis (UTI Mveis)?
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II - OBJETIVO
Reconhecer, avaliar e apresentar possveis medidas de controle para
os fatores de risco aos quais os trabalhadores podem estar expostos quando
realizam suas atividades laborais em Unidades de Tratamento Intensivo
Mveis (UTI Mveis).
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III - CARACTERIZAO DA AMOSTRA
Utilizou-se uma viatura ambulncia, tipo Unidade de Tratamento
Intensivo Mvel (UTI Mvel), com sua correspondente equipe de Servio
de Atendimento Pr-Hospitalar Privado, da UNIMED Cooperativa de
Trabalho Mdico de Florianpolis, localizada em Florianpolis, Santa
Catarina, Brasil, apresenta as seguintes caractersticas:
Ambulncia
Uma Unidade de Tratamento Intensivo Mvel (UTI Mvel), com
cabines apoiadas em chassi com eixo longitudinal longo, da marca Renaux-
Traffic.
Na figura 1 temos uma viso lateral da ambulncia estudada.
Figura 1 Viso lateral da ambulncia marca Renaux-Traffic
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Na Figura 2 podemos ver a viso da traseira da ambulncia.
A ambulncia est equipada com aparelhos de ventilao mecnica,
oxigenao, monitorizao e desfibrilao cardaca, assim como dotadas de
todos os equipamentos , materiais e medicamentos para realizarem atos de
sade complexos, semelhantes aos realizados em unidades de emergncia
hospitalares ou em unidade de tratamento intensivo hospitalares e, pelo
fato de ter mobilidade, classificada como Unidade de Tratamento
Intensivo Mvel (UTI Mvel) ou, conforme designao feita atravs da
Portaria Ministerial do Ministrio da Sade nmero 824/99, de ambulncias
tipo D, ou de Suporte Avanado de Vida.
A seguir, apresentaremos o detalhamento dos demais equipamentos e
materiais disponveis na ambulncia:
Figura 2 Viso posterior da ambulncia marca Renaux-Traffic
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Rgua tripla, maca com pernas retrteis e sistema duplo de
alimentao eltrica, em 12 V e 110 V, maca rgida de madeira, maca
vcuo, tubos fixos de oxignio e ar comprimido e tubo mvel de oxignio.
A ambulncia tipo UTI, em funo da necessidade de espao fsico
que comporte todos os equipamentos, assim como para o paciente e que
permita o trabalho da equipe, instalada em viatura cujo distncia entre
eixos longa e dividida em duas cabines: a anterior(dianteira) e a
posterior(traseira). A cabine posterior apresenta elevao do teto, o que
permite um ganho de altura e o deslocamento em ortostatismo de uma
pessoa de estatura mdia.
Alm disto, existe uma comunicao entre as cabines anterior e
posterior, possibilitando a fcil comunicao entre os membros da equipede trabalho e favorecendo mudanas de atitude em relao ao deslocamento
(rpido, lento ou parado) da ambulncia.
A ambulncia dotada de equipamentos de rdio-comunicao fixo e
portteis, assim como de telefonia porttil, para a comunicao entre as
diversas equipes de atendimento e a central de regulao mdica.
Apresenta sinaleiras de alerta luminosos (Giroflex) com luzes
contnuas ou intermitentes e dois tipos de sinais sonoros (sirenes), um
contnuo e outro intermitente, este ltimo com alteraes de tonalidade.Para o isolamento das reas pblicas onde atua, apresenta em seu
interior cones de sinalizao de trnsito, padronizados nas cores amarelo e
preto.
Quanto ao acesso s cabines, a cabine anterior tem acesso por duas
portas laterais dianteiras, enquanto a cabine posterior acessada atravs de
porta traseira larga, cuja largura quase a totalidade da largura da traseira
da viatura, permitindo a retirada e introduo de maca e equipamentos
assim como a entrada de equipe de trabalho. Outro acesso cabine
posterior se d atravs de porta lateral, tendo acesso por esta porta apenas a
equipe de trabalho e a equipe que realiza a manuteno da viatura.
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Devido a grande quantidade de equipamentos, materiais, bolsas e
medicamentos, a distribuio destes equipamentos feita em prateleiras,
gavetas, bancadas e armrios na cabine posterior.
Os equipamentos portteis s o fixados atravs de cintos de segurana
ou sobre velcros de fixao.
Alm disto, na cabine posterior existe dois assentos para a equipe de
trabalho.
Na Figura 3 podemos ver o "lay-out" da cabines posterior e na Figura
4 o lay-out da cabine anterior da ambulncia estudada.
Figura 3 Cabine traseira da ambulncia tipo UTI Mvel Renaux-Traffic
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Equipe de trabalho
A UTI Mvel, para realizar atos complexos como pequenas e mdias
cirurgias (suturas, cesariana, drenagem de trax, etc.), assim como todos os
atos de suporte avanado de vida (reanimao crdio-respiratria,
anestesia, etc.), e a transferncia de pacientes graves entre os hospitais
Figura 4 Cabine dianteira da ambulncia tipo UTI
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necessita, alm de uma viatura adequada e com equipamentos, materiais e
medicamentos que possibilitem estas aes, de uma equipe multidisciplinar
constituda de pelo menos trs profissionais: o mdico urgencista, o
profissional de enfermagem (enfermeiro, tcnico de enfermagem) e o
motorista-socorrista.
Cada um destes profissionais desempenha suas funes de forma
sinrgica, treinados para tal trabalho em equipe, de acordo com o previsto
na Portaria Ministerial MS 824:
Tipo de atividade
Os principais tipos de atividade desenvolvidas so as transferncias
inter-hospitalares de pacientes graves e as urgncias pr-hospitalares.
Quanto s urgncias pr-hospitalares, estas so categorizadas pelo
mdico regulador, aquele que se encontra na central de atendimento e que
faz a triagem do caso e a ativao das unidades, de acordo com o grau de
urgncia, em dois tipos:
1 - Cdigo 1, aqueles com urgncia de mxima gravidade
(emergncia), ameaadora vida do paciente, e cuja UTI Mvel se desloca
rapidamente, utilizando-se para a abertura do caminho, de sinais sonoros
(Sirenes) e de sinais luminosos (Giroflex), em todo o seu deslocamento;
2 Cdigo 2, aqueles com urgncia de gravidade moderada, que deve
ser resolvida com brevidade, e cuja UTI Mvel se desloca apenas com os
sinais luminosos (Giroflex) ligados, respeitando o fluxo normal do trnsito.
Temos ento as seguintes seqncias de atendimento:
Na urgncia pr-hospitalar:
Acionamento
Deslocamento
Atendimento (no domiclio ou na via pblica)
Resoluo do caso ou deciso pelo encaminhamento
Contato com a central de regulao mdica
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Transferncia do paciente do domiclio ou via pblica para a UTI
Mvel
Atendimento na ambulncia
Deslocamento ao hospital de destino
Transferncia do paciente da UTI Mvel para o hospital
Retorno base
Na transferncia inter-hospitalar de pacientes graves, a seqncia dos
eventos demonstrada a seguir:
Acionamento
DeslocamentoTransferncia do paciente da unidade hospitalar para a UTI Mvel
Atendimento na ambulncia
Deslocamento ao hospital de destino
Transferncia do paciente da UTI Mvel para o hospital de destino
Retorno base
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IV - FATORES DE RISCO
O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente
analisado, visando sua eliminao ou controle. Desde que um conjunto de
aes possa ser viabilizado, a compreenso de sua natureza pode ser levada
a efeito. Esse conjunto de aes recebe o nome de Investigao e Anlise
Ambiental. A tomada de deciso deve ser fundamentada tecnicamente em
trs conceitos bsicos que so:
Reconhecer (riscos): identificar, caracterizar e saber apontar qual dos
agentes de risco de dano sade esto presentes no ambiente de trabalho;
Avaliar (riscos): saber quantificar e verificar, de acordo com
determinadas tcnicas, a magnitude do risco. Se maior ou menor, se
grande ou pequeno, comparado com determinados padres;
Controlar (riscos): adotar medidas tcnicas, administrativas,
preventivas ou corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou
atenuar os riscos existentes no ambiente de trabalho.
Cada categoria de risco, fsico, qumico, biolgico, ergonmico ou
mecnico(acidentes) ser rapidamente descrito, seguindo-se ao
reconhecimento do risco, avaliao do risco e propostas de controle dos
riscos.
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Riscos fsicos
Os principais agentes fsicos so o calor, rudo, radiaes ionizantes
e radiaes no-ionizantes. Embora os nveis de iluminao no sejam
relacionados diretamente a problemas de sade, sua anlise feita por estar
relacionada a todas as atividades de trabalho e ser apresentada nos riscos
ergonmicos.
Calor e Frio
A climatizao interna de ar, embora na maioria das vezes relegada a
um segundo plano, de fundamental importncia pois, alm de permitir o
conforto da equipe, aquece o paciente em condies climticas de
temperatura baixa, evitando assim o agravamento de um estado de choque,
assim como evitando, em temperaturas altas, a contaminao de feridas
atravs do suor da equipe, ao hipermetabolismo, as perdas de eletrlitos e
gua o que igualmente agrava a situao do paciente.
O calor uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo
para outro, por radiao, conduo ou conveco. A quantidade desta
energia (recebida ou entregue) determinada pela variao de temperatura
do corpo que cedeu ou recebeu calor.
A transmisso por radiao feita atravs de ondas eletromagnticas
que se transmitem atravs do ar e do vcuo. A transmisso de calor por
conduo feita atravs do contato direto entre as partes que recebem e as
que cedem calor. A transmisso de calor por conveco se faz atravs de
massas de ar em movimento. Esse movimento pode ser devido variao de
densidade do ar (conveco natural) ou forado por um ventilador ou outro
meio (conveco forada).
Nas ambulncias a transmisso de calor se d principalmente por
radiao e conveco.
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O calor, quando em quantidade excessiva (sobrecarga trmica) pode
causar efeitos indesejveis sobre o corpo humano. Dentre esses efeitos
citamos:
Golpe de calor: Ocorre quando realizam-se tarefas pesadas em
ambientes muito quentes. Quando a fonte de calor o sol, o golpe de calor
chamado de insolao. So sintomas: o colapso, convulses, delrio,
alucinaes e coma.
Prostrao trmica por queda do teor de gua (desidratao): Ocorre
quando a gua eliminada por sudorese no reposta atravs do consumo de
lquidos. caracterizada pelo aumento da pulsao e da temperatura do
corpo. A ingesto de lquidos de forma racional durante a jornada de
trabalho a medida preventiva adequada.Prostrao trmica pelo decrscimo do teor de sal: produzida
quando o consumo de sal insuficiente para substituir as perdas de cloreto
de sdio causadas pela sudorese. Ocorre, principalmente, com as pessoas
que bebem gua em abundncia, sem a devida reposio de sal. So
sintomas: a fadiga, tonturas, nuseas, vmitos e cimbras musculares.
As atividades prolongadas dentro de UTI Mveis, principalmente
quando no apresentam um sistema de climatizao ambiente, podem
provocar sobrecarga trmica, principalmente por serem realizadas emambiente mal ventilado. A sobrecarga trmica pode levar fadiga
transitria, algumas enfermidades das glndulas sudorparas, edemas ou
inchaos das extremidades (ps e tornozelos), aumento da susceptibilidade
outras enfermidades, diminuio da capacidade de trabalho, catarata, etc.
Os efeitos nocivos do calor em UTI Mvel devem ser considerados
em relao a dois atores: o paciente e o funcionrio.
Uma das formas de se reconhecer os efeitos nocivos ocasionados pelo
calor em determinado ambiente de trabalho a avaliao clnica dos
sintomas apresentados pelo funcionrio que desenvolve atividades em
ambiente conforme descrito anteriormente.
Alm disto, a radiao solar direta (radiao no ionizante), incide
nos trabalhadores que esto na cabine anterior da ambulncia. Devido ao
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fato de estarem muitas vezes, por longo tempo em deslocamento, a
incidncia de raios ultravioletas sobre a equipe pode ocasionar maior
incidncia de tumores de pele assim como de leses actnicas na pele.
Alm do calor, relacionado s estaes de alta temperatura, o frio
que incide nas estaes de baixa temperatura, principalmente nas regies de
clima subtropical, temperado ou frio, levam a um aumento do metabolismo
e consumo energtico por parte da equipe e podem agravar, quando no
controlados, o estado do paciente, principalmente quando este apresenta-se
em choque.
Legalmente, necessrio realizar a anlise do ambiente de trabalho
em relao temperatura ambiente. Essa anlise feita atravs de
medies, utilizando-se o ndice de Bulbo mido-Termmetro de Globo(IBUTG). Os aspectos de clculo e metodologia legal esto mencionados no
Anexo 3 da Norma Regulamentadora nmero 15 (NR-15), da Portaria do
Ministrio do Trabalho nmero 3.214/78. Essa avaliao visa determinar os
perodos de descanso a que o trabalhador tem direito, segundo os tipos e
ambientes de trabalho. Essa atividade deve ser realizada por um engenheiro
de segurana ou mdico do trabalho.
Algumas formas de proteo necessrias so citadas a seguir:
Proteo contra calor radiante: Deve-se fazer uso de isolamentosprotetores assim como de uma pintura refletora. A superfcie refletora deve
ser mantida sempre limpa. O isolamento pode ser feito atravs de material
que impea a transmisso de calor (placas de isopor, etc.), colocadas no
espao entre a chapa externa e a chapa interna do veculo. A pintura e os
materiais isolantes devem ser empregados de modo a formar uma barreira
entre a fonte de calor, o corpo humano e o ambiente.
Proteo contra o calor de conveco: Utiliza a renovao de massas
de ar aquecidas, por outras mais frias. Pode-se tambm aumentar a
velocidade do ar no ambiente, velocidades estas que variam de acordo com
o tempo de exposio e da existncia de grandes cargas trmicas incidindo
diretamente sobre o trabalhador. No caso de UTI Mveis, a velocidade do
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ar pode ser aumentada tanto pela abertura de janelas como de aparelhos
condicionadores de ar.
Proteo contra o calor de conduo: Deve ser feita isolando-se as
superfcies quentes ou frias do contato, pelo uso de materiais apropriados
como l de vidro ou materiais termicamente isolantes.
Proteo contra o frio: Alm da renovao de massas de ar resfriadas
por outras mais quentes, a proteo contra o frio deve ser feita com o uso
de vestimentas adequadas ao clima, por parte da equipe. Quanto ao
paciente, este deve ser aquecido utilizando-se cobertas, de preferncia
trmicas e/ou com isolantes trmicos.
Umidade
Umidade excessiva em UTI Mvel no comum, embora possa ser
encontrada por influncia do meio externo.
Entretanto, em climas midos, pelo excessivo nmero de
equipamentos eletrnicos, os mesmos podem ser afetados por esta umidade,
assim como apresentarem riscos de acidente no seu manuseio.
Vibraes
Os efeitos danosos das vibraes podem acometer pessoas
(funcionrios e pacientes), as estruturas, assim como tambm, os
equipamentos sensveis, cujo efeito das vibraes impedem o seufuncionamento adequado.
A postura esttica no trabalho e a exposio a vibraes so fatores
de riscos conhecidos que conduzem para danos sade do trabalhador.
De um modo geral, os efeitos danosos das vibraes provocam no
corpo humano, entre outros sintomas, o cansao, dores nos membros, dores
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na coluna, doena do movimento, artrite, problemas digestivos, leses
sseas, leses dos tecidos moles e leses circulatrias.
Vrios estudos foram feitos sobre o efeito da vibrao e postura no
ser humano. Alguns tratam dos efeitos da vibrao no corpo humano,
enquanto outros fazem referncia aos efeitos da vibrao quando dirigimos
um veculo motorizado. O efeito da postura na presso sobre o disco
intervertebral tambm discutido. Estudos tambm sugerem que a
combinao de vibrao e posio sentada particularmente prejudicial
coluna vertebral.
No estudo de ANDERSON (1986) foram analisados trs mulheres e
um homem saudveis e sem problemas anteriores, sendo observado que h
um aumento de 65% na presso sobre o disco intervertebral quandosentados em um assento de automvel.
KLINGENSTIEMA e POPE (1986) demonstraram que a compresso
sobre o disco intervertebral mais rpida quando exposta vibrao,
estudando oito homens com idades entre 22 a 44 anos, durante 30 minutos
na direo de um automvel.
POPE (1996) explica que a incidncia de lombalgia aumenta nos
trabalhadores que permanecem sentados durante longo tempo. Ele cita que
homens que gastam mais da metade do dia de trabalho em um carro tmmaior risco de apresentar hrnia de disco. Ele acrescenta mencionando que
vibrao de 6 Hertz pode ser obtida em velocidades to baixas quanto 80
km/h em superfcies de estradas boas.
O estudo de POPE (1996) concluiu que a vibrao pode ser o maior
fator de risco entre motoristas profissionais e que esses motoristas podem
ter duas vezes mais hrnia de disco quando comparados aos demais
motoristas.
Rasmussen (1982) estudou os efeitos prejudiciais da vibrao sobre o
ser humano. A literatura mostra que em profissionais que dirigem veculos
motorizados maior a incidncia de lombalgia. Em primeiro lugar a
posio sentada resulta em maior presso no disco intervertebral.
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Secundariamente, a vibrao (quando se dirige) causa diminuio do espao
intervertebral, que aumenta a dor pela compresso da raiz do nervo.
No nosso estudo em particular, na Unidade de Tratamento Intensiv o
Mvel trabalham: um mdico, um enfermeiro ou um tcnico de
enfermagem e um motorista-socorrista, que trafegam na posio sentada,
s vezes por um longo perodo de tempo, estando, desta forma, sujeitos a
apresentar alguma patologia de coluna vertebral e lombalgia.
A fadiga acontece como resultado de uso aumentado da musculatura
postural. O desenho do assento pode ter um grande papel enquanto a
musculatura postural utilizada. Assentos mal desenhados utilizaro os
msculos eretor da espinha e flexores laterais, entre outros. A utilizao
contnua destes msculos feita quando um assento de veculo oferecepequeno ou nenhum apoio (ZACHARKOW, 1988).
De maneira interessante, 88% de paramdicos dentro dos primeiros
seis anos de emprego reclamavam sofrer de dor nas costas ou desconforto
nas costas, menos uma vez por semana ou mais freqentemente. At mesmo
mais estarrecedor era o fato de que 90% de todos os pesquisados terem
trinta ou menos anos de idade.
Dentre paramdicos estudados e que se sentam em ambulncia mvel
por longos perodos de tempo, uma postura esttica resultante de umaaumentada exposio a vibraes veiculares, podendo agravar as leses
sobre a coluna.
O reconhecimento dos efeitos nocivos das vibraes no ser humano
possvel, analisando-se as atividades do indivduo e os sintomas que
apresenta. Este o modo mais eficaz de se reconhecer o risco.
O efeito das vibraes, em estruturas, normalmente pode ser
percebido por inspeo visual e pelos efeitos que produz (trincas,
descolamento de pinturas, etc.), pela instabilidade de regulagens de
equipamentos, bem como pela verificao da existncia de fonte geradora
de vibraes, no caso a prpria movimentao da ambulncia.
Conforme o Anexo 8 da NR-15, as atividades e operaes que
exponham os trabalhadores, sem proteo adequada, s vibraes
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localizadas ou de corpo inteiro, sero caracterizadas como insalubres,
atravs de percia realizada no local de trabalho.
A percia visando a comprovao ou no da exposio deve tomar por
base os limites de tolerncia definidos pela Organizao Internacional para
a Normatizao - ISO em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas
substitutas.
Constaro obrigatoriamente do laudo de percia:
o critrio adotado;
o instrumental utilizado;
a metodologia de avaliao;
descrio das condies de trabalho e o tempo de exposio s
vibraes; o resultado da avaliao quantitativa;
as medidas para eliminao e ou neutralizao do risco, quando
houver,
No caso da avaliao de vibraes dentro de UTI Mveis deve-se
utilizar acelermetros e vibrmetros.
As tcnicas de controle so variadas e dependem de cada caso.
Entretanto, de forma geral, so aquelas que empregam meios de isolar ou
amortecer as vibraes reconhecidas e avaliadas.No caso especfico de UTI Mveis, deve-se fazer reviso peridica
de molas e amortecedores, retirar ou colocar anis de molas quando se
fizerem necessrios e manter os bancos da cabine dianteira, assim como os
da cabine traseira, em bom estado de conservao.
Quanto aos bancos da cabine traseira, devido necessidade de
trabalhar junto ao paciente, em uma posio mais fixa, dificilmente
consegue-se diminuir as vibraes impostas equipe
Recomendaes que ajudaro a assegurar a sade e segurana dos
trabalhadores de UTI Mveis com respeito a exposio de vibrao veicular
podem ser feitas em duas categorias gerais. A primeira categoria envolve
controles administrativos relativo a polticas e procedimentos para as
pausas no trabalho. A segunda categoria envolve controles para assegurar o
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melhor ambiente veicular possvel para reduzir ao mximo os riscos para a
sade dos trabalhadores, dando-lhes segurana.
Igualmente recomenda-se que esses profissionais realizem exerccios
de alongamento aps os atendimentos, para diminuir a press o sobre os
discos intervertebrais
Rudo
Outro problema enfrentado pelos funcionrios da UTI Mvel o
rudo. O som parte da vida diria, sendo que quando desagradveis ou
indesejveis so denominados de rudo (GERGES, 1995).
O nvel de presso sonora (NPS), est relacionado com o tempo
mximo de exposio diria permissvel. Para NPS = 85 dB, permitido
uma carga horria de 08 horas. As jornadas de trabalho nas UTI Mveis so
normalmente de 08 a 12 horas.
A ocorrncia da perda auditiva depende de fatores ligados ao
hospedeiro, ao meio ambiente e ao prprio agente. Dentre as caractersticas
do agente, importantes para o aparecimento de doenas, destacam-se a
intensidade (nvel de presso sonora), o tipo (contnuo, intermitente ou de
impacto), a durao (tempo de exposio a cada tipo de agente) e a
qualidade (freqncia dos sons que compe o rudo em anlise).
Os rudos podem trazer srios efeitos sobre os trabalhadores,
principalmente quando estes so expostos por longo tempo. Mudana de
comportamento, tais como: nervosismo, cansao, irritabilidade fcil,
dificuldade para concentrao, prejuzo do desempenho no trabalho, entre
outros, so queixas freqentes. As conseqncias mais imediatas so:
Reduo transitria da acuidade auditiva, que ocorre nos casos de
exposio a nveis de rudos variando entre 90 a 120 dB, durante perodos
de tempo relativamente curtos (minutos, horas ou dias).
A surdez profissional pode ocorrer em casos de exposio
relativamente prolongada (meses ou anos) de indivduos suscetveis a
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rudos intensos (90 a 120 dB). Mesmo em exposies mais curtas a rudos
excessivamente intensos (principalmente de impacto ou impulsivos) pode
ocorrer perda progressiva da audio, em geral irreversvel.
Por vezes, os nveis de rudo podem ser tido como perturbadores,
podendo reduzir a eficincia das comunicaes entre os profissionais e
impedir o descanso e a tranqilidade dos pacientes.
Elevados nveis de rudo podem ser encontrados em UTI Mveis,
devido presena dos variados tipos de alarmes sonoros integrados aos
modernos equipamentos e utilizao da sirene, assim como rudos da
carroceria da ambulncia quando em movimento.
A avaliao ambiental deve ser feita utilizando-se um Medidor de
Nvel de Presso Sonora (decibelmetro). O instrumento dever serposicionado de modo a receber o rudo que atinge o ouvido do trabalhador.
Os nveis de rudo mximos permissveis so legalmente estipulados
pela NR-15. Estes nveis so determinados em funo da intensidade do
rudo no ambiente de trabalho e do tempo que o funcionrio fica exposto a
ele. Com uma exposio de 115 dB(A), o limite mximo para exposio
diria ao rudo de 7 minutos. Alm disto, acima de 115 dB(A), no
permitido a exposio para indivduos que no estejam devidamente
protegidos.Na UTI Mvel estudada foram realizadas medies utilizando-se um
Medidor de Nvel de Presso Sonora (decibelmetro), marca Queston,
modelo 2700, classe 2, calibrado imediatamente antes as aferies, tendo-
se aferido que, na cabine posterior, quando em movimentao da
ambulncia e sem a utilizao de sinal sonoro (sirene), a intensidade sonora
variou entre 89 e 90 dB(A). Na cabine anterior, quando igualmente em
movimento e sem a utilizao de sirene, a intensidade sonora apresentou
uma variao de 79 a 82 dB. Entretanto, quando a medio sonora foi
realizada com a ambulncia em movimento e com a utilizao do sinal
sonoro (sirene), a intensidade sonora variou entre 116 e 118 dB(A).
Uma vez que a surdez causada pelo rudo ambiental irreversvel, ou
seja, permanece no nvel em que se instalou, faz-se necessrio o uso de
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rgidas medidas de controle. Estas medidas so divididas em controle
tcnico (engenharia) e controle aplicado ao homem:
Controle de engenharia: So basicamente trs as medidas de controle
aplicadas ao ambiente de trabalho: a reduo do rudo na fonte, a
modificao da metodologia de produo para outra mais silenciosa e a
reduo ou preveno da propagao.
Controle aplicado sobre o homem : So medidas que se aplicam sobre
as pessoas.
Reduo do tempo de exposio do trabalhador ao rudo, em
conformidade com a legislao vigente.
Uso de equipamentos de proteo individual (EPI) nos casos em que
o rudo no possa ser controlado.O controle mdico visa prevenir a ocorrncia de surdez profissional
ou a progresso da perda j detectada. feito atravs da avaliao das
respostas do ouvido humano a determinados estmulos. Esta avaliao
denominada de audiometria.
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Riscos qumicos
Os produtos qumicos so largamente utilizados em hospitais com
diversas finalidades, assim como dentro de UTIs Mveis, como agentes de
limpeza, desinfeco e esterilizao (quaternrios de amnio,
glutaraldedo, xido de etileno, etc.). So empregados tambm como
solues medicamentosas (psicotrpicos, gases medicinais, etc.). Podem,
ainda, ser utilizados como produtos de manuteno de equipamentos e
instalaes (leo diesel, graxas, leos lubrificantes, colas, solventes,
mercrio, etc.).
Os produtos destinados proteo anti-infecciosa (limpeza,
desinfeco e anti-sepsia) devero ter certificado de registro expedido pela
Diviso de Produtos (DIPROD) da Secretaria Nacional de Vigilncia
Sanitria do Ministrio da Sade.
Dentro da classificao das reas pelo risco de contaminao, o
ambiente da Unidade de Tratamento Intensivo Mvel pode ser classificado
como rea Crtica onde se pode verificar a depresso da resistncia anti-
infecciosa do paciente ou risco aumentado de transmisso de infeco.
Deve sofrer processos de desinfeco .
Mtodos de limpeza e desinfeco:
a) Limpeza: a remoo da sujeira com a finalidade de manter a
higiene do ambiente. So utilizados gua e sabo ou detergente.
Sabes so geralmente sais de amnio, potssio e sdio de cidos
graxos, produzidos por ao de lcalis sobre gorduras e leos naturais ou
sobre cidos graxos deles derivados .
Detergentes so produtos de limpeza de ao mais intensa que os
sabes, baseados fundamentalmente na presena de substncias
surfactantes, ou seja, que diminuem a tenso superficial da gua . Os
surfactantes, em geral compostos orgnicos, so classificados em
aninicos, catinicos e no-inicos.
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De modo geral, a toxicidade dos sabes baixa para o homem.
Contato com os olhos produz moderada irritaes de mucosas e, quando
acontece, tratado com lavagem com gua ou com soro fisiolgico .
Os sabes e os vrios tipos de detergentes podem determinar, quando
em contato prolongado com a pele, o chamado efeito de detergncia,
caracterizado por eritema com fissuras, crostas e descamao. Na exposio
mais intensa pode haver formao de bolhas. No existe tratamento
especfico para os distrbios cutneos, que devem ser tratados pelos
esquemas de rotina em dermatologia.
b)Desinfeco : o processo pelo qual so destrudos os
microorganismos, sendo utilizado no tratamento de reas e superfciescontaminadas.
Produtos qumicos para desinfeco de reas e superfcies: Os
produtos utilizados so exclusivos para hospitais e estabelecimentos de
atendimento sade e que atendam s exigncias da Portaria 15/88
DISAD, entre as quais temos:
Princpios ativos permitidos: Fenlicos, Quaternrio de amnio,
Compostos orgnicos e inorgnicos liberadores de cloro ativo, iodo e
derivados , lcoois e glicis.Microorganismos testados para avaliao da ao anti-microbiana :
Staphylococus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella choleraesuis
O tempo de contato exigido de 10minutos.
O produto qumico utilizado na desinfeco da UTI Mvel que
analisamos o hipoclorito de sdio.
Dentre os produtos desinfetantes base de cloro, os hipocloritos so
os mais usados e podem ser encontrados na forma lquida ( Ex.: hipoclorito
de sdio) ou na forma slida ( Ex.: hipoclorito de clcio ). Eles tm uma
grande atividade microbiana com rpida ao. Seu uso est limitado pelas
suas propriedades corrosivas, inativao por material orgnico e
instabilidade.
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O cloro um timo agente bactericida, viricida e microbactericida
mas, o exato mecanismo pelo qual o cloro livre destri os
microorganismos, no tem sido elucidado. O mecanismo de desinfeco por
cloro a inibio de muitas reaes enzimticas dentro das clulas,
desnaturao protica e inativao do cido nucleico.
Solues de hipoclorito tem ao irritante sobre a mucosa. Podem
liberar pequenas quantidades de cido hipocloroso e cloro, insuficientes
para causar dano.
A mistura com agentes contendo amnia pode ser perigosa pela
formao de cloraminas, que em contato com mucosas midas, produz
oxignio nascente e cido hidrocloroso que so irritantes mais enrgicos e
persistentes.Misturas de solues de hipoclorito com solues cidas liberam
cloro sob a forma gasosa, que um poderoso irritante das vias respiratrias
e da mucosa ocular.
A ingesto acidental rara e, se acontecer, determina irritao da
mucosa digestiva, com dores na boca, esfago e estmago, disfagia,
sialorria e vmitos que podem tornar-se sanguinolentos. Leses
esofgicas, inclusive com estenoses cicatriciais, tambm podem ocorrer.
As solues so tambm irritantes cutneos, podendo produzirdermatites com formao de vesculas e eczemas.
Contato ocular responsvel por conjuntivite com lacrimejamento,
congesto, fotofobia e edema de plpebras. Inalao dos gases liberados,
especialmente quando usadas as misturas anteriormente descritas,
determina irritao do trato respiratrio evidenciada por traqueo-bronquite
e at pneumonite qumica.
Na UTI Mvel estudada, a desinfeco (processo fsico ou qumico,
que destri os microrganismos exceto os esporulados) feita de acordo
com o CDC, como segue:
Todo o material retirado da UTI
Lavada com gua e sabo lquido neutro
Passado lcool a 70 C, com exceo das partes de acrlico
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A lavagem feita todas as noites
Quanto aos materiais, a desinfeco feita de acordo com o CDC,
como segue:
O material lavado com gua e sabo lquido neutro
Tempo de permanncia 4 horas
Colocar na secadora por 30 minutos, com ar quente 60 C.
Aps feita a esterilizao com glutaraldedo a 2%, pH em torno de
8 e temperatura ambiente, por 8 horas.
Lavado com gua estril
Secadora por 30 minutos
Embalado com papel crepe, colocado em saco plstico tendo validade
de trs de mesesAs mquinas secadoras so validadas e limpas regularmente.
Todo o procedimento feito com EPI ( luvas de borracha, avental,
culos de proteo de acrlico com laterais largas, mscaras), e
acompanhado pela enfermeira responsvel pelo setor.
Na UTI Mvel, os materiais de sutura, aventais, curativos, so
descartveis. Entretanto temos materiais permanentes como os Kit parto,
Kit pequenas suturas, etc. que so esterilizados em autoclaves (terceirizado
no Hospital So Sebastio).
B) Produtos utilizados na limpeza e anti-sepsia das mos:
O simples ato de lavar as mos, com gua e sabo, visa a remoo de
bactrias transitrias e algumas residentes, como tambm clulas
descamativas, suor e oleosidade da pele.
A lavagem e anti-sepsia das mos realizada antes de procedimentos
clnicos e cirrgicos bem como antes de procedimentos de risco, utilizando-
se de anti-spticos com detergente.
Os produtos recomendados como anti-spticos so:
Soluo aquosa de 1% de iodo ativo com detergente.
Soluo alcolica de 1% de iodo ativo.
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Soluo aquosa de clorohexidina a 4% contendo 4% de lcool
isoproplico com detergente.
Soluo alcolica de clorohexidina a 0,5 %
Soluo de lcool etlico ou isoproplico a 70% com emoliente.
O reconhecimento do risco deve ser feito de acordo com a
caracterstica de cada instituio. Neste sentido, o SESMT dever possuir a
ficha de segurana de cada produto que entra na UTI Mvel. Isso pode ser
conseguido atravs de exigncias e avaliaes feitas antes da opo de
compra. Deste modo, todos os produtos qumicos e seus riscos podem ser
conhecidos pelos profissionais da rea de segurana, permitindo que
adequadas medidas de controle possam ser adotadas.
A avaliao do risco qumico pode ser feita no ambiente e com oprprio trabalhador. As avaliaes aplicadas ao ambiente so aquelas que
medem a concentrao do gerador do risco qumico no mesmo e verificam
se as medidas de controle adotadas no ambiente so eficazes com relao
finalidade a que se destina. Da mesma forma, analisam o comportamento
fsico-qumico do produto em relao s condies ambientais.
As avaliaes aplicadas ao trabalhador so complementares. Elas
verificam, atravs de exame de fluidos corpreos, a susceptibilidade do
indivduo ao produto.O controle do risco feito atravs de medidas de controle que visam
educar e treinar o trabalhador para as atividades necessrias ao servio.
Estas medidas envolvem a proteo do trabalhador atravs do uso de EPI, o
controle de sua sade atravs de exames mdicos peridicos e a limitao
do tempo de exposio do trabalhador fonte de risco.
So medidas empregadas ao ambiente de trabalho a substituio do
produto txico ou nocivo, a mudana do processo ou o encerramento da
operao, o uso de ventilao geral exaustora ou diluidora, a concepo
adequada do projeto e a manuteno das medidas de controle adotadas.
A seguir so apresentadas prticas de controle de riscos qumicos em
locais e tipos de servios hospitalares.
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Os processos qumicos de esterilizao so abundantemente
utilizados nos hospitais. Pode-se fazer o uso de gases ou lquidos, sendo
que, em ambos os casos, podem ser prejudiciais sade. O controle de
riscos qumicos associados esterilizao referem-se aos pacientes e a
funcionrios.
A esterilizao a gs, a mais difundida no Brasil, utiliza o xido de
etileno e suas misturas diludas. A Portaria Inter-Ministerial nmero 1.510
de 28 de dezembro de 1990, do Ministrio da Sade e Ministrio do
Trabalho e Previdncia Social, trata do assunto. Entretanto, tal legislao
nada menciona sobre o uso de outros gases como xido de propileno,
formaldedo, beta-propilactona, oznio, perxido de hidrognio, na fase de
vapor, plasma gasoso e outros processos em fase de desenvolvimento.O servio de manuteno faz uso freqente de agentes qumicos em
suas atividades. Para exemplificar, apresentamos a relao seguinte:
Sabes e detergentes : nos sabes temos a presena preponderante de
lcalis (hidrxido de sdio ou de potssio), cidos graxos, perfumes,
corantes , abrasivos, agentes germicidas (fenol, cresol, timol, iodeto de
mercrio, hexaclorofeno, etc.);
Solventes e plastificantes : os solventes representam um grupo muito
conhecido e perigoso. Os principais so o benzeno, acetona, formaldedo,derivados de glicis, chumbo e outros;
Tintas e vernizes : so utilizados pigmentos inorgnicos, na maioria
metlicos (titnio, chumbo, zinco, cromatos, cdmio, ferro, etc.) e os
orgnicos (derivados de naftalina, betanaftol, toluidina, etc.). Tambm so
utilizados endurecedores, secantes, emulsificantes, plastificantes,
fungicidas, antioxidantes, etc.;
Derivados de petrleo e leos: entre eles citamos os derivados
aromticos (benzeno, tolueno e xileno), os alifticos (etileno, butileno,
acetileno e propileno). Os leos de corte e lubrificantes recebem aditivos
como antioxidantes, anticorrosivos e modificadores de viscosidade, os
quais so na realidade os causadores de sensibilizao da pele. Eles podem
ser solveis e insolveis, naturais ou sintticos;
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Resinas e plsticos : as resinas naturais (lacas) tm sido utilizadas
em menor escala, sendo que as sintticas tm seu poder sensibilizante cada
vez menor As resinas causadoras de dermatites de contato so as epxi e
feno I-formaldedicas.
De um modo geral, os agentes qumicos mais manipulados pela
manuteno so os gases medicinais e esterilizantes, gasolina, querosene,
aguarrs, thinner, leo diesel, leos lubrificantes diversos, lcool, benzina
e outros mais especficos.
O risco inerente depender da atividade adotada pelo servio de
manuteno da UTI Mvel. Cabe ao SESMT determinar a medida de
proteo adequada a cada caso, visando proteger, principalmente, o contato
direto com a pele e as vias respiratrias.
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Riscos biolgicos
Os profissionais de sade, esto em constante risco de adquirirem
infeces durante sua atividade ocupacional. A necessidade de proteo
contra um risco biolgico definida pela fonte do material, pela natureza
da operao ou experimento a ser realizado, bem como pelas condies de
realizao. No h controvrsias sobre o risco de contaminao quando se
trabalha com patgenos conhecidos.
O risco biolgico intensamente encontrado em UTI Mvel e,
quando executam o trabalho em pr-hospitalar, no se tem o conhecimento
prvio dos patgenos envolvidos.
Assim sendo, todo o paciente transportado em UTI mvel deve ser
considerado potencialmente infectado e manuseado de acordo. Existem
normas e classificaes que regem os nveis de conteno adequados para
os seus manuseios.
Alm disto, todos os riscos biolgicos que podem ser encontrados em
pessoas transportadas nas UTI mveis, tendo como agravante o ambiente
das mesmas ser fechado, no havendo adequada ventilao, com
recirculao do ar, aumentando o risco das doenas infecciosas.
Sangue
Somente aps a epidemia da Sndrome da Imunodeficincia
Adquirida (SIDA, AIDS), maior nfase tem sido dado epidemiologia e
preveno das exposies aos agentes biolgicos transmitidos pelo sangue.
Vrios patgenos podem ser veiculados pelo sangue mas, no caso das
UTI Mveis, os maiores riscos de transmisso por esta via so aqueles do
vrus da Imunodeficinci a Humana (HIV), da hepatite B (HBV) e da
hepatite C (HCV).
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A contaminao pelo HIV pode-se dar por acidente com instrumentos
prfuro-cortantes, por ex.: agulha de medicao, bisturi; por exposio de
membrana mucosa (olhos, boca, etc.) e ou pela pele.
Estudos prospectivos realizados em vrios pases europeus e nos USA
(CDC), colocam que aps exposio sangue contaminado, o profissional
de sade, que se acidenta, necessita ter seu sangue testado, logo aps o
acidente, com seguimento de seis semanas, trs e seis meses. Estes estudos
tm demostrado que a taxa de soroconverso, tem se mantido constante e
de aproximadamente 0,3%.
A contaminao pelo vrus da hepatite B representa um maior risco
do que para o HIV, especialmente no caso do portador do antgeno e.
O risco de transmisso ocupacional de hepatite B, aps acidentepercutneo de 30% no caso do paciente fonte ser antgeno e positivo.
fundamental ressaltar a importncia ambiental do vrus da hepatite B, j
que o mesmo pode viver em meio ambiente por at sete dias. O risco da
transmisso da hepatite B diretamente relacionado prevalncia da
mesma na populao de pacientes.
O risco de contaminao pelo vrus da hepatite C de
aproximadamente 82% dos casos de hepatite no A no B nos USA com
freqente evoluo pa ra cronicidade.Os fatores de risco para transmisso ocupacional de HCV, no so
bem definidos . consenso que os riscos de transmisso ocupacional do
HCV, est entre os de HBV e HIV.
Lquidos orgnicos
Os fluidos orgnicos, excrees, secrees, incluindo smem,secreo vaginal, lquido amnitico, etc., de todos os pacientes, so
importantes na transmisso do HIV, HBV, HCV e devem ser os mesmos
considerados potencialmente contaminados e, portanto todos os cuidados
devem ser realizados para evitar qualquer contato com sangue ou fludos
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orgnicos dos mesmos, com a finalidade de diminuir o risco ocupacional de
profissionais da sade.
Bacilos
Quanto ao risco de exposio a bacilos, o mais preocupante o
bacilo de Kock. A tuberculose vem aumentando em todo o mundo e, de
acordo com a OMS, aproximadamente um tero da populao mundial
encontra-se infectada pelo bacilo da TBC. Em pases desenvolvidos, com o
aparecimento da AIDS e, nos pases subdesenvolvidos como o Brasil, as
precrias condies scio-econmicas existentes propiciam condiesfavorveis dissemina o da tuberculose. A via aergena a principal
fonte de contato
Os aspectos relativo avaliao dos riscos biolgicos so mal
definidos e alguns esto mencionados no Anexo 14 da NR-15. Essa
avaliao visa determinar o grau de insalubridade ao qual o trabalhador
est exposto e classificado, quando no caso de UTI Mveis, como de
insalubridade em grau mdio (Hospitais, servios de emergncia, etc.).
Entretanto, se considerarmos que os ambientes hospitalaresapresentam riscos biolgicos diversos, o trabalho em UTI Mvel seria
classificado dentro do grupo de alto risco, como apontado por Schneider.
As instituies devem possuir meios de tratar novos riscos, o que
deve ser efetuado pelo SESMT, CIPA e pelos profissionais da rea. A
implementao de novas tcnicas de segurana devem ser adotadas sempre
que as medidas existentes se mostrarem ineficazes.
Em 1987, na tentativa de reduzir o nmero de exposio dos
profissionais da sade e diminuir o risco ocupacional, o CDC publicou asprecaues universais orientando o uso de barreiras para proteo do
profissional, como avental, luvas e culos, com grande nfase para a
lavagem das mos e cuidados com material prfuro-cortantes. A maioria
dos casos de transmisso ocupacional de HIV, HBC, HCV, ocorre aps
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acidente percutneo, geralmente com agulha. Na tentativa de prevenir parte
desses acidentes, as precaues universais recomendam que agulhas no
sejam reencapadas, dobradas ou removidas com as mos e que sejam
desprezadas, junto com outros materiais prfuro-cortantes em recipientes
de paredes rgidas (coletores). Houve diminuio de acidentes atravs do
uso destes coletores; entretanto, o local onde ele colocado um fator
importante para o sucesso desta preveno, quando os mesmos so
colocados prximo do local onde o procedimento e realizado, o nmero de
acidentes diminui. Apesar destas medidas ainda se observa grande nmero
de acidentes com agulhas. Entre os fatores que contribuem para que as
precaues universais no sejam efetivas incluem-se a relutncia do
profissional em mudar sua rotina no que se refere ao procedimento, a nodisponibilidade do material para proteo e a falta de apoio administrativo.
Nos casos de exposio ao HIV, no existe nenhuma profilaxia
comprovada. Pouca informao existe no que se refere a eficcia AZT aps
a exposio, devido ao baixo risco de transmisso ocupacional. Em caso de
acidente grave com agulha que tenha sido colocada na veia ou artria do
paciente, testes devem ser realizados para saber se o paciente fonte
portador de patgeno transmitido pelo sangue. No caso de ser HIV positivo,
o profissional deve ter sua sorologia anti-HIV realizada logo aps oacidente. As recomendaes do CDC preconizam o uso de associaes anti-
retrovirais, a primeira dose sendo administrada logo aps o acidente e, a
profilaxia, mantida por quatro semanas. A toxicidade das drogas deve ser
discutida com os profissionais acidentados.
Para a preveno da hepatite B a vacina mais usada a recombinante.
O esquema inclui uma srie de 3 doses intramusculares, com segunda e
terceira doses administradas um e seis meses aps a primeira. A proteo
conferida aps a vacina de 90%. recomendado que todo profissional da
rea da sade que tenha risco de contato com sangue seja vacinado contra
HBV. Apesar da vacina ser segura e eficaz, grande parte dos profissionais
da sade no vacinada.
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Quanto preveno da hepatite C, at o momento no existem
vacinas disponveis contra o vrus da hepatite C.
De acordo com o Manual de Normas de Vacinao (Ministrio da
Sade, 1993) a preveno da TBC prev que, com o objetivo de conferir
maior proteo aos profissionais da rea da sade que exercem atividades
em hospitais e instituies onde haja permanncia de pacientes com
tuberculose, freqentemente expostos, portanto, infeco, deve-se vacinar
com BCG todos os no reatores (ndulo com dimetro menor do que 5 mm)
e reatores fracos (ndulo com dimetro entre 5 e 9 mm) ao teste
tuberculnico (PPD), includos todos os novos profissionais admitidos nos
mencionados servios.
Na UTI Mvel estudada, embora tenha-se o coletor rgido deresduos, o uso de equipamentos de proteo individual (EPI) pelos
profissionais no observado. No so usados mscaras, nem culos de
proteo, somente luvas, porque no existe uma ordem de servio que
obrigue a us-los.
Alm disto no existe, por parte deste servio em realizar aos
funcionrios, a vacinao para hepatite B.
Ar condicionado
Recentemente, a Legionella pneumonia foi reconhecida como um
patgeno hospitalar comum, respondendo por quase 4% dos casos fatais de
pneumonia hospitalar. Este microorganismo, um delgado bacilo
Gram-negativo, foi reconhecido como patgeno hospitalar no famoso surto
da Doena dos Legionrios em Filadlfia, nos EUA, em 1976. Sua
importncia como patgeno hospitalar tem sido cada vez mais entendida.A epidemiologia dos surtos de legionelose depende da prevalncia do
microorganismo no suprimento de gua local, dos meios tcnicos pelos
quais a UTI Mvel aquecida e resfriada e dos tipos de pacientes expostos
aos incuos aerossolizados.
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Assim sendo, o setor de Engenharia Clnica e SESMT devem
considerar este importante aspecto de contaminao, quando da realizao
de projetos desses sistemas, bem como na determinao das rotinas de
manuteno e verificao da qualidade da gua.
Usualmente, a Legionelia pneumophila encontrada com as seguintes
dimenses: 0,3 a 0,4 mcm de largura por 2 a 3 mcm de comprimento. Este
fato permite adotar como medida de controle, o uso de filtros HEPA (High
Efficiency Particulate Air), pois estes filtros, quando adequadamente
instalados, possuem uma eficincia mnima de 99,97% na remoo de
partculas de 0,3 mm.
Nas UTI Mveis temos como agravante que o sistema de
climatizao, realizado por condicionadores de ar embutidos na carroceriada viatura, de difcil limpeza.
Alm disto, este tipo de ar condicionado no apresenta sistema de
exausto, fazendo com que o ar recircule no ambiente e, em conseqncia
disto, aumentando a chance de infeco.
Resduos hospitalares
O setor de higiene hospitalar, atravs de suas atividades, bastante
exposto aos riscos biolgicos. Muito comum so os acidentes com materiais
prfuro-cortantes ou corto-contusos (contaminados) encontrados
displicentemente depositados em recipientes inadequados, ou seja, sem
resistncia mecnica suficiente para impedir acidentes. No raro, se
encontram agulhas hipodrmicas, agulhas de sutura, lminas de bisturi e
outros materiais como pinos e parafusos acondicionados em sacos de pano.Assim sendo, a coleta de lixo em UTI Mvel deve ser seletiva. Deste
modo ser possvel definir quais os recipientes que devero ser utilizados
para coleta de resduos. Tais procedimentos so necessrios, pois alm de
promover a segurana dos trabalhadores, proporcionar reduo de custos.
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Esta prtica s ter validade se acompanhada por um programa de
educao continuada, visando treinar, principalmente, os novos
funcionrios quanto ao modo correto de se descartar o lixo.
No caso da amostra estudada, todo o lixo considerado contaminado,
coletado em caixas rgidas que existem nas UTI mveis, lacrado e enviado
para um hospital da cidade (Hospital So Sebastio), onde deixado no
expurgo e incinerado. O lixo manuseado com EPI.
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Riscos ergonmicos
So trs os eixos que direcionam a interveno em Ergonomia: a
segurana dos indivduos e dos equipamentos, a eficcia e o conforto dos
trabalhadores nas situaes de trabalho.
As finalidades da Ergonomia so pelo menos duas: o melhoramento e
a conservao da sade dos trabalhadores, e a concepo e o funcionamento
satisfatrio dos sistema tcnico do ponto de vista da produo e da
segurana.
Os trabalhadores apresentam diferenas individuais como: estatura,
peso, compleio, fsica, resistncia fadiga, capacidade auditiva e visual,
memria, habilidade motora, personalidade, entre outras, as quais podem
atingir nveis significativos sendo preciso consider-las.
Segundo SELL (1995), a existncia de fatores agressores,
compromete a qualidade de vida no trabalho. O ambiente fsico, deve ser
projetado, tomando medidas de controle sobre rudos, temperaturas
externas, iluminao inadequada.
Em UTI Mveis temos um espao restrito, uma equipe de trabalho e
uma situao muitas vezes emergencial. Analisaremos aqui alguns possveis
riscos fazendo uma exposio dos achados na UTI Mvel estudada.
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Iluminao
A boa iluminao no ambiente de trabalho na UTI Mvel nos facilita
a viso, propicia a reduo do nmero de acidentes, tanto em relao
equipe como em relao ao paciente, reduz a fadiga ocular e geral, propicia
uma melhor superviso do trabalho, maior aproveitamento do espao, mais
ordem e limpeza das reas assim como elevao da moral dos funcionrios,
pois aumenta o prazer e bem-estar no trabalho, aumentando a capacidade
de concentrao e evitando a estafa precoce.
No Brasil, a Ergonomia tratada legalmente pela NR-17 onde,
atravs da NBR 5413 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas(ABNT), recomenda os nveis mnimos de iluminao para os ambientes de
trabalho e coloca que a iluminao geral deve ser uniformemente
distribuda e difusa no local de trabalho.
Para o caso do ambiente hospitalar ou dentro de UTI Mveis, a
questo do iluminao deve ser enfocada para a realizao das tarefas junto
ao paciente, em especial nos casos de operaes dentro deste espao. A m
iluminao nestes casos pode acarretar em graves prejuzos ao profissional
e ao paciente. Para diminuir os riscos, focos auxiliares devem sercolocados dentro das ambulncias, auxiliando a iluminao do campo de
trabalho.
Dentre outras variveis preciso levar-se em considerao a elevao
da temperatura do campo. A elevao da temperatura deve ser minimizada
fazendo-se uso de filtros de luz que eliminam o comprimento da onda de
espectro infravermelho, responsvel pelo fenmeno.
O reconhecimento do risco se faz com a declarao dos trabalhadoresrelativos iluminao do ambiente de trabalho. Pode ser feito, tambm,
pela investigao e anlise de acidentes ocorridos por iluminao
deficiente, pela verificao de reas sombreadas nos locais de trabalho, etc.
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A iluminao no ambiente de trabalho avaliada basicamente de dois
modos: os mtodos de clculo (que para efeitos legais no tm validade) ou
atravs do uso de um aparelho denominado luxmetro. O resultado
apresentado pela medio atravs do luxmetro deve ser comparado com os
valores apresentados pela NBR 5413 da ABNT, que possibilitar determinar
a necessidade de medidas corretivas no ambiente de trabalho.
O controle, nesse caso, deve ser feito atravs de medies peridicas
do nvel de iluminao dos locais de trabalho, aps, a adequao da rea de
trabalho aos nveis recomendados. Atravs das medies possvel notar a
queda no nvel de iluminao, quer pela deposio de sujeiras no bulbo da
lmpada e no globo que envolve a lmpada, ou mesmo pela no substituio
de lmpadas queimadas.
Mobilirio e equipamentos
Numa anlise de posto de trabalho devemos ter por parmetro o
espao fsico, a rea de trabalho, a disposio e o dimensionamento do
mobilirio.
Segundo IIDA (1990), o enfoque ergonmico visa desenvolver postos
de trabalho que reduzam as exigncias biomdicas, colocando os objetos de
manuseio prximos ao alcance do trabalhador, facilitando o correto
desempenho postural.
Por "posio" entende-se as atitudes bsicas das partes corporais,
principalmente as extremidades; temos ento as seguintes posies:
deitado, ajoelhado, agachado, de ccoras, sentado, em p... J o termo
"postura" so pequenas variaes da posio de partes do corpo, podendo
ser divididas em normal, curvada, estendida, ereta, relaxada...
A correlao destas duas particularidades, num posto de trabalho, se
faz com constncia. Qualquer tarefa onde a posio no seja a "deitado" e a
postura outra que no a "normal" leva em graus diferenciados de
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comprometimento ao uso de grupos musculares, com o conseqente gasto
de energia (SELL, 1995).
A realizao de uma tarefa, ao ser analisada, deve se embasar em
alguns fatores, entre eles a posio em que se encontra um equipamento ou
sua alavanca de acionamento em relao ao trabalhador que ir manuse-lo.
Na medida em que quo mal posicionado ou distante do trabalhador este
equipamento estiver, mais esforo este dever desempenhar para
alcana-lo, alm de assumir posturas incorretas durante tal ato.
Na UTI Mvel estudada, o mobilirio constitui-se de dois armrios,
uma bancada, uma pia, dois assentos e de uma maca com pernas retrteis.
O armrio da lateral esquerda apresenta prateleira em seu tero
distal, onde so colocados o monitor-desfibrilador cardaco e o oxmetro depulso digital. A conteno destes aparelhos inexistente, estando os
mesmos livres.
Na bancada adjacente a esta prateleira encontra-se o respirador,
fixado por velcros, adaptados a sua base, a esta bancada.
Acima da bancada, na parede lateral esquerda da cabine posterior,
encontra-se a rgua tripla, com sadas de oxignio, ar comprimido e vcuo,
tendo sua tubulao embutida por trs da mesma.
frente da bancada encontra-se uma pia com torneira e saboneteiralquida.
Em posio central ao longo da cabine posterior, um pouco
esquerda, posiciona-se a maca de pernas retrteis, apoiada sobre base
metlica que funciona como ba o qual, em seu interior, aloja os cilindros
de oxignio e ar comprimido.
Entre a maca de pernas retrteis e o armrio lateral esquerdo
acondicionada, em posio vertical e sem fixaes, a maca rgida de
madeira.
Na lateral direita da cabine posterior encontra-se o segundo armrio,
este com portas corredias de vidro, onde esto acondicionadas as
mochilas, bolsas, caixas de medicamentos, colares cervicais e ataduras
entre outros.
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Figura 6 Disposio dos equipamentos na lateral esquerdada cabine posterior da UTI Mvel, vista pela porta traseira
Figura 7 Disposio dos equipamentos na lateral esquerda da cabineposterior da UTI Mvel, vista pela porta lateral
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Dimenses
Altura da cabine posterior .
A altura da cabine posterior de 1,80 m., e pode-se inferir que, para
pessoas com at 1,70 m., esta altura suficiente para o trabalho dentro
desta cabine.
Entretanto, para pessoas altas, a altura fixa de 1,80 m. pode fazer
com que o trabalhador, quando necessrio atuao em ortostatismo, curve-
se.
A flexo, associada aos movimentos da viatura e aos impactos e
vibraes constantes tendem a propiciar cervicalgias, dorsalgias e
lombalgias, assim como dores musculares nos membros inferiores.
Figura 8 Disposio dos equipamentos na lateral direita da cabineposterior da UTI Mvel, vista pela porta traseira
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Largura interna total d a cabine posterior
A largura total da cabine posterior de 168 centmetros. Entretanto,
nesta dimenso encontram-se dois armrios e a maca com pernas retrteis.
Alm disto, na concepo da ambulncia analisada, h uma projeo do
apoio para a colocao da maca de pernas retrteis. Assim sendo, est
liberado, ao nvel dos ps, apenas 20 centmetros de largura e, ao n