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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA FACULDADE DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE POacuteS - GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS DA SAUacuteDEAacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO ODONTOLOGIA EM SAUacuteDE COLETIVA
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
BRASIacuteLIA 2002
UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIAFACULDADE DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDECURSO DE MESTRADO EM CIEcircNCIAS DA SAUacuteDEAacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO ODONTOLOGIA EM SAUacuteDE COLETIVA
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade de Brasiacutelia para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias da Sauacutede - Aacuterea de concentraccedilatildeo Odontologia em Sauacutede Coletiva
Orientador Prof Dr Jorge Alberto Cordoacuten Portillo
BRASIacuteLIA SETEMBRO 2002
TERMO DE APROVACcedilAtildeO
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
Dissertaccedilatildeo aprovada na Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade de Brasiacutelia como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias da Sauacutede - Aacuterea de concentraccedilatildeo Odontologia em Sauacutede Coletiva
BANCA EXAMINADORA
Presidente Prol Dr Jorge Alberto Cordoacuten Portillo - UnB
Examinadora Externa Prof^ Dr^Ligia Bahia - UFRJ
Examinador Externo Prof Dr Solon Magalhatildees Vianna - IPEA
Brasiacutelia 4 de setembro de 2002
Ao meu querido Brunu
AGRADECIMENTOS
Foram muitas ldquopedrasrdquo no caminho rnas houve muitas pessoas especiais que me ajudaram a conquistar esta vitoacuteria Gostaria de registrar o meu agradecimento
Ao meu orientador Professor Jorge Cordoacuten pela confianccedila na minha capacidade de trabalho e pela sua firme participaccedilatildeo em todos os momentos do meu curso de Mestrado
Aos meus pais Joatildeo e Leacutea por tudo que me ofereceram e oferecem com amor e sabedoria para que eu possa crescer e ter um desenvolvimento satisfatoacuterio na vida
Ao meu irmatildeo Pauio Maacutercio pela sua colaboraccedilatildeo em todas as fases do meu curso de Mestrado contribuindo com seus conhecimentos nas aacutereas juriacutedica e de informaacutetica com grande paciecircncia interesse e principalmente com muita amizade
Aos meus irmatildeos Joatildeo Marcelo e Marco Aureacutelio pelo incentivo companheirismo e colaboraccedilatildeo em momentos de grande importacircncia
Agrave minha amiga Ana Maacutercia por sempre me contar as ldquocenas dos proacuteximos capiacutetulosrdquo da novela ldquoComo virar um Mestrerdquo A minha ansiedade seria bem maior se natildeo houvesse o companheirismo dessa grande amiga
Ao Radakian pelo total envolvimento no meu trabalho com grande profissionalismo Suas orientaccedilotildees na aacuterea de Estatiacutestica foram fundamentais para o desenvolvimento desta Dissertaccedilatildeo
Ao Mardonedes pelas suas importantes orientaccedilotildees na aacuterea de Contabilidade com interesse e paciecircncia Sua atenccedilatildeo e incentivo foram de grande valor para a minha caminhada
A Professora Ligia Bahia pelas suas orientaccedilotildees em importantes momentos deste estudo fazendo com que surgissem ideacuteias interessantes sobreo tema Seu carinho e amizade serviram de grande estiacutemulo para que eu trilhasse esse caminho firmemente
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
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oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
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procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
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mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
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II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
14
observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
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C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
21
A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
22
III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
23
odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
24
sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
25
por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
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pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
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2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
33
esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
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De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
35
22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
36
ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
37
Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
38
universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
39
iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
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expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
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Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
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pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
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por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
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IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
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Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
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Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
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2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
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QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
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O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
52
A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
54
entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
55
Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
56
de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
58
Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
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MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
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atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
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VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
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12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
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TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
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15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
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TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
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QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIAFACULDADE DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDECURSO DE MESTRADO EM CIEcircNCIAS DA SAUacuteDEAacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO ODONTOLOGIA EM SAUacuteDE COLETIVA
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade de Brasiacutelia para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias da Sauacutede - Aacuterea de concentraccedilatildeo Odontologia em Sauacutede Coletiva
Orientador Prof Dr Jorge Alberto Cordoacuten Portillo
BRASIacuteLIA SETEMBRO 2002
TERMO DE APROVACcedilAtildeO
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
Dissertaccedilatildeo aprovada na Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade de Brasiacutelia como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias da Sauacutede - Aacuterea de concentraccedilatildeo Odontologia em Sauacutede Coletiva
BANCA EXAMINADORA
Presidente Prol Dr Jorge Alberto Cordoacuten Portillo - UnB
Examinadora Externa Prof^ Dr^Ligia Bahia - UFRJ
Examinador Externo Prof Dr Solon Magalhatildees Vianna - IPEA
Brasiacutelia 4 de setembro de 2002
Ao meu querido Brunu
AGRADECIMENTOS
Foram muitas ldquopedrasrdquo no caminho rnas houve muitas pessoas especiais que me ajudaram a conquistar esta vitoacuteria Gostaria de registrar o meu agradecimento
Ao meu orientador Professor Jorge Cordoacuten pela confianccedila na minha capacidade de trabalho e pela sua firme participaccedilatildeo em todos os momentos do meu curso de Mestrado
Aos meus pais Joatildeo e Leacutea por tudo que me ofereceram e oferecem com amor e sabedoria para que eu possa crescer e ter um desenvolvimento satisfatoacuterio na vida
Ao meu irmatildeo Pauio Maacutercio pela sua colaboraccedilatildeo em todas as fases do meu curso de Mestrado contribuindo com seus conhecimentos nas aacutereas juriacutedica e de informaacutetica com grande paciecircncia interesse e principalmente com muita amizade
Aos meus irmatildeos Joatildeo Marcelo e Marco Aureacutelio pelo incentivo companheirismo e colaboraccedilatildeo em momentos de grande importacircncia
Agrave minha amiga Ana Maacutercia por sempre me contar as ldquocenas dos proacuteximos capiacutetulosrdquo da novela ldquoComo virar um Mestrerdquo A minha ansiedade seria bem maior se natildeo houvesse o companheirismo dessa grande amiga
Ao Radakian pelo total envolvimento no meu trabalho com grande profissionalismo Suas orientaccedilotildees na aacuterea de Estatiacutestica foram fundamentais para o desenvolvimento desta Dissertaccedilatildeo
Ao Mardonedes pelas suas importantes orientaccedilotildees na aacuterea de Contabilidade com interesse e paciecircncia Sua atenccedilatildeo e incentivo foram de grande valor para a minha caminhada
A Professora Ligia Bahia pelas suas orientaccedilotildees em importantes momentos deste estudo fazendo com que surgissem ideacuteias interessantes sobreo tema Seu carinho e amizade serviram de grande estiacutemulo para que eu trilhasse esse caminho firmemente
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
2
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
3
procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
4
mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
5
II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
18
C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
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A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
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III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
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odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
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sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
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por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
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pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
29
2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
33
esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
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De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
35
22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
36
ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
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Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
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universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
39
iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
40
expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
41
Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
42
pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
43
por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
44
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
45
Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
46
Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
47
2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
48
QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
52
A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
54
entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
55
Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
56
de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
58
Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
76
QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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96
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________ Medida Provisoacuteria n 1928 de 25 de novembro de 1999 Cria a Agecircncia Nacional deSauacutede Suplementar e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000013 col2 26 nov 1999 Seccedilatildeo Extra
________ Lei n 9961 de 28 de janeiro de 2000 Cria a Agecircncia Nacional de SauacutedeSuplementar - ANS e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000005 col 2 29 jan 2000 Seccedilatildeo Extra
CARVALHO G I de amp SANTOS Lenir Sistema Uacutenico de Sauacutede Comentaacuterios agrave Lei Orgacircnica da Sauacutede (Leis n~ 808090 e n~ 814290) 3 ed Campinas Editora da Unicamp 2001330 p
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__________________ ____________________ Resoluccedilatildeo n 179 de 19 de dezembro de 1991Revoga o Coacutedigo de Eacutetica aprovado pela Resoluccedilatildeo n151 de 16 de julho de 1988
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
TERMO DE APROVACcedilAtildeO
RITA DE CAacuteSSIA MEIRELES RODRIGUES
A ODONTOLOGIA SUPLEMENTAR NO DISTRITO FEDERAL
Dissertaccedilatildeo aprovada na Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade de Brasiacutelia como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias da Sauacutede - Aacuterea de concentraccedilatildeo Odontologia em Sauacutede Coletiva
BANCA EXAMINADORA
Presidente Prol Dr Jorge Alberto Cordoacuten Portillo - UnB
Examinadora Externa Prof^ Dr^Ligia Bahia - UFRJ
Examinador Externo Prof Dr Solon Magalhatildees Vianna - IPEA
Brasiacutelia 4 de setembro de 2002
Ao meu querido Brunu
AGRADECIMENTOS
Foram muitas ldquopedrasrdquo no caminho rnas houve muitas pessoas especiais que me ajudaram a conquistar esta vitoacuteria Gostaria de registrar o meu agradecimento
Ao meu orientador Professor Jorge Cordoacuten pela confianccedila na minha capacidade de trabalho e pela sua firme participaccedilatildeo em todos os momentos do meu curso de Mestrado
Aos meus pais Joatildeo e Leacutea por tudo que me ofereceram e oferecem com amor e sabedoria para que eu possa crescer e ter um desenvolvimento satisfatoacuterio na vida
Ao meu irmatildeo Pauio Maacutercio pela sua colaboraccedilatildeo em todas as fases do meu curso de Mestrado contribuindo com seus conhecimentos nas aacutereas juriacutedica e de informaacutetica com grande paciecircncia interesse e principalmente com muita amizade
Aos meus irmatildeos Joatildeo Marcelo e Marco Aureacutelio pelo incentivo companheirismo e colaboraccedilatildeo em momentos de grande importacircncia
Agrave minha amiga Ana Maacutercia por sempre me contar as ldquocenas dos proacuteximos capiacutetulosrdquo da novela ldquoComo virar um Mestrerdquo A minha ansiedade seria bem maior se natildeo houvesse o companheirismo dessa grande amiga
Ao Radakian pelo total envolvimento no meu trabalho com grande profissionalismo Suas orientaccedilotildees na aacuterea de Estatiacutestica foram fundamentais para o desenvolvimento desta Dissertaccedilatildeo
Ao Mardonedes pelas suas importantes orientaccedilotildees na aacuterea de Contabilidade com interesse e paciecircncia Sua atenccedilatildeo e incentivo foram de grande valor para a minha caminhada
A Professora Ligia Bahia pelas suas orientaccedilotildees em importantes momentos deste estudo fazendo com que surgissem ideacuteias interessantes sobreo tema Seu carinho e amizade serviram de grande estiacutemulo para que eu trilhasse esse caminho firmemente
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
2
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
3
procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
4
mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
5
II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
8
apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
9
Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
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C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
21
A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
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III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
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odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
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sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
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por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
26
pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
29
2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
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esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
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De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
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22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
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ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
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Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
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universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
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iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
40
expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
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Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
42
pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
43
por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
44
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
45
Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
46
Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
47
2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
48
QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
52
A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
54
entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
55
Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
56
de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
58
Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
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QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
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QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
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O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
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a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
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GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
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em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
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VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
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impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
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funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
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VIEIRA Geraldo Curso de Direito Comercial 2 ed Porto Alegre Editora Siacutentese e Brasiacutelia Editora Campos LTDA 1980 226 p
101
VIEIRA Sonia Introduccedilatildeo agrave Bioestatiacutestica 3 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1980 196 p
ZANETTI C H G A crise da odontologia brasileira as mudanccedilas estruturais do mercado de serviccedilos e o esgotamento do modo de regulaccedilatildeo curativo de massa Revista Accedilatildeo Coletiva v2 n 3 p 11 - 24 julset 1999
1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
Ao meu querido Brunu
AGRADECIMENTOS
Foram muitas ldquopedrasrdquo no caminho rnas houve muitas pessoas especiais que me ajudaram a conquistar esta vitoacuteria Gostaria de registrar o meu agradecimento
Ao meu orientador Professor Jorge Cordoacuten pela confianccedila na minha capacidade de trabalho e pela sua firme participaccedilatildeo em todos os momentos do meu curso de Mestrado
Aos meus pais Joatildeo e Leacutea por tudo que me ofereceram e oferecem com amor e sabedoria para que eu possa crescer e ter um desenvolvimento satisfatoacuterio na vida
Ao meu irmatildeo Pauio Maacutercio pela sua colaboraccedilatildeo em todas as fases do meu curso de Mestrado contribuindo com seus conhecimentos nas aacutereas juriacutedica e de informaacutetica com grande paciecircncia interesse e principalmente com muita amizade
Aos meus irmatildeos Joatildeo Marcelo e Marco Aureacutelio pelo incentivo companheirismo e colaboraccedilatildeo em momentos de grande importacircncia
Agrave minha amiga Ana Maacutercia por sempre me contar as ldquocenas dos proacuteximos capiacutetulosrdquo da novela ldquoComo virar um Mestrerdquo A minha ansiedade seria bem maior se natildeo houvesse o companheirismo dessa grande amiga
Ao Radakian pelo total envolvimento no meu trabalho com grande profissionalismo Suas orientaccedilotildees na aacuterea de Estatiacutestica foram fundamentais para o desenvolvimento desta Dissertaccedilatildeo
Ao Mardonedes pelas suas importantes orientaccedilotildees na aacuterea de Contabilidade com interesse e paciecircncia Sua atenccedilatildeo e incentivo foram de grande valor para a minha caminhada
A Professora Ligia Bahia pelas suas orientaccedilotildees em importantes momentos deste estudo fazendo com que surgissem ideacuteias interessantes sobreo tema Seu carinho e amizade serviram de grande estiacutemulo para que eu trilhasse esse caminho firmemente
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
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oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
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procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
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mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
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II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
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C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
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A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
22
III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
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odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
24
sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
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por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
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pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
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2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
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B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
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esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
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De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
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22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
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ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
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Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
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universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
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iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
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expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
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Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
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pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
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por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
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IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
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Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
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Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
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2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
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QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
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3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
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TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
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A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
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entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
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Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
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de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
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Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
76
QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
AGRADECIMENTOS
Foram muitas ldquopedrasrdquo no caminho rnas houve muitas pessoas especiais que me ajudaram a conquistar esta vitoacuteria Gostaria de registrar o meu agradecimento
Ao meu orientador Professor Jorge Cordoacuten pela confianccedila na minha capacidade de trabalho e pela sua firme participaccedilatildeo em todos os momentos do meu curso de Mestrado
Aos meus pais Joatildeo e Leacutea por tudo que me ofereceram e oferecem com amor e sabedoria para que eu possa crescer e ter um desenvolvimento satisfatoacuterio na vida
Ao meu irmatildeo Pauio Maacutercio pela sua colaboraccedilatildeo em todas as fases do meu curso de Mestrado contribuindo com seus conhecimentos nas aacutereas juriacutedica e de informaacutetica com grande paciecircncia interesse e principalmente com muita amizade
Aos meus irmatildeos Joatildeo Marcelo e Marco Aureacutelio pelo incentivo companheirismo e colaboraccedilatildeo em momentos de grande importacircncia
Agrave minha amiga Ana Maacutercia por sempre me contar as ldquocenas dos proacuteximos capiacutetulosrdquo da novela ldquoComo virar um Mestrerdquo A minha ansiedade seria bem maior se natildeo houvesse o companheirismo dessa grande amiga
Ao Radakian pelo total envolvimento no meu trabalho com grande profissionalismo Suas orientaccedilotildees na aacuterea de Estatiacutestica foram fundamentais para o desenvolvimento desta Dissertaccedilatildeo
Ao Mardonedes pelas suas importantes orientaccedilotildees na aacuterea de Contabilidade com interesse e paciecircncia Sua atenccedilatildeo e incentivo foram de grande valor para a minha caminhada
A Professora Ligia Bahia pelas suas orientaccedilotildees em importantes momentos deste estudo fazendo com que surgissem ideacuteias interessantes sobreo tema Seu carinho e amizade serviram de grande estiacutemulo para que eu trilhasse esse caminho firmemente
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
2
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
3
procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
4
mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
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II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
17
A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
18
C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
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A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
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III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
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odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
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sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
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por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
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pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
29
2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
33
esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
34
De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
35
22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
36
ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
37
Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
38
universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
39
iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
40
expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
41
Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
42
pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
43
por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
44
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
45
Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
46
Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
47
2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
48
QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
52
A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
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entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
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Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
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de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
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Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
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consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
76
QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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96
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________ Lei n 8112 de 11 de dezembro de 1990 Dispotildee sobre o Regime Juriacutedico dosServidores Puacuteblicos da Uniatildeo das autarquias e das fundaccedilotildees puacuteblicas federais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 023935 coll 12 dez 1990b
________ Lei n 8142 de 28 de dezembro de 1990 Dispotildee sobre a participaccedilatildeo dacomunidade na gestatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e sobre as transferecircncias intergovemamentais de recursos financeiros na aacuterea de sauacutede e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 025694 col 131 dez 1990c
________ Lei n 8666 de 21 junho de 1993 Regulamenta o artigo 37 inciso XXI daConstituiccedilatildeo Federal institui normas para licitaccedilotildees e contratos da Administraccedilatildeo Puacuteblica e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 008269 col 1 22 jun 1993
________ Lei n 8742 de 7 de dezembro de 1993 Dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da AssistecircnciaSocial e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo p 018769 col 1 8 dez 1993
________ Decreto n 2536 de 6 de abril de 1998 Regulamenta a concessatildeo do Certificado deEntidades de Fins Filantroacutepicos a que se refere o inciso IV do art 18 da Lei n 8742 de 7 de dezembro de 1993 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000002 col1 7 abr 1998
________ Lei n 9656 de 3 de junho de 1998 Dispotildee sobre os planos e seguros privados deassistecircncia agrave sauacutede Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000001 col 14 jun 1998
________ Medida Provisoacuteria n 1665 de 4 de junho de 1998 Altera dispositivos da Lei n9656 de 3 de junho de 1998 que dispotildee sobre os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p000002 col 2 5 jun 1998
________ Medida Provisoacuteria n 1928 de 25 de novembro de 1999 Cria a Agecircncia Nacional deSauacutede Suplementar e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000013 col2 26 nov 1999 Seccedilatildeo Extra
________ Lei n 9961 de 28 de janeiro de 2000 Cria a Agecircncia Nacional de SauacutedeSuplementar - ANS e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000005 col 2 29 jan 2000 Seccedilatildeo Extra
CARVALHO G I de amp SANTOS Lenir Sistema Uacutenico de Sauacutede Comentaacuterios agrave Lei Orgacircnica da Sauacutede (Leis n~ 808090 e n~ 814290) 3 ed Campinas Editora da Unicamp 2001330 p
97
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
Ao Pesquisador Seacutergio Piola pela importante contribuiccedilatildeo na busca de referecircncias bibliograacuteficas Suas orientaccedilotildees foram de grande utilidade enriquecendo o conteuacutedo desta Dissertaccedilatildeo
Aos profissionais da Diretoria de Normas e Habilitaccedilatildeo dos Produtos (DIPROANS) pelo incentivo interesse e auxiacutelio na obtenccedilatildeo de importantes informaccedilotildees para o desenvolvimento deste trabalho A oportunidade de conhecer pesquisadores da aacuterea de Sauacutede Suplementar foi uma experiecircncia muito enriquecedora para mim
Aos profissionais das Cliacutenicas e das Operadoras que participaram da Pesquisa de Campo As entrevistas me possibilitaram importantes momentos de reflexatildeo sobre a Odontologia Suplementar natildeo podendo deixar de ressaltar a paciecircncia e o interesse desses profissionais em participar deste trabalho
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
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SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
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ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
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I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
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oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
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procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
4
mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
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II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
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regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
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ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
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C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
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e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
21
A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
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III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
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odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
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sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
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por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
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pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
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2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
30
das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
33
esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
34
De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
35
22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
36
ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
37
Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
38
universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
39
iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
40
expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
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Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
42
pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
43
por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
44
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
45
Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
46
Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
47
2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
48
QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
52
A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
54
entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
55
Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
56
de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
58
Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
76
QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123
ldquoUm menino caminha e caminhando chega num muro E ali iogo em frente a esperar pela gente o futuro estaacute
E o futuro eacute uma astronave que tentamos pilotar Natildeo tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licenccedila muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar Nessa estrada natildeo nos cabe conhecer ou ver o que viraacute
O fim dela ningueacutem sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descoloriraacuterdquo
Toquinho
APRESENTACcedilAtildeO
O que eacute Suplementar Essa foi a primeira questatildeo a ser entendida para que o tema ldquoA
Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo pudesse ser desenvolvido com clareza A ideacuteia do
Projeto de Pesquisa surgiu a partir de observaccedilotildees da autora em sua praacutetica profissional Os
cirurgiotildees - dentistas satildeo formados para atuarem predominantemente em consultoacuterio particular
trabalhando individualmente ou no maacuteximo com uma auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio Nos
uacuteltimos dez anos a autora observa que estaacute crescendo a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Em muitos casos o fluxo de pacientes dos consultoacuterios eacute mantido exclusivamente pelos
chamados ldquoConvecircniosrdquo Essa situaccedilatildeo demonstra a ocorrecircncia de uma inversatildeo pois em eacutepocas
anteriores predominava nos consultoacuterios odontoloacutegicos o fluxo de pacientes particulares que
pagavam diretamente pelos serviccedilos prestados
O Projeto de Pesquisa teve como tema ldquoO efeito da poliacutetica de convecircnios e
credenciamentos na praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federalrdquo Que poliacutetica eacute essa O que eacute
convecircnio O que eacute credenciamento O que eacute praacutetica odontoloacutegica O que diferencia o Distrito
Federal dos Estados e Municiacutepios Esses foram importantes questionamentos que surgiram e as
suas respectivas respostas possibilitaram o desenvolvimento de um tema conhecido por muitos
profissionais mas pouco compreendido ou seja ldquoA Odontologia Suplementarrdquo
Verificou - se em fases iniciais que o tema do Projeto de Pesquisa estava
relacionado com o setor de Sauacutede Suplementar Tudo bem mas o que eacute Sauacutede Suplementar
Surgiu a necessidade de caracterizar o setor de Sauacutede Suplementar logo no primeiro capiacutetulo
Para isso foi necessaacuteria uma pesquisa de referecircncias bibliograacuteficas relacionadas com esse assunto
para que pudesse ser dada uma abordagem histoacuterica do desenvolvimento desse setor Eacute
importante ressaltar que existe uma escassez de trabalhos nessa aacuterea Definir convecircnio e
credenciamento foi de grande importacircncia para o entendimento do conteuacutedo desse capiacutetulo Para
isso foram utilizados conceitos existentes na aacuterea juriacutedica Nessa parte do trabalho fez -se uma
abordagem da participaccedilatildeo do setor privado no Sistema Uacutenico de Sauacutede na qual foi importante
destacairsquo a diferenccedila existente entre os termos ldquosuplementarrdquo e ldquocomplementarrdquo Finalmente
nesse capiacutetulo foi definida a poliacutetica de Sauacutede Suplementar considerando a importacircncia da
regulamentaccedilatildeo desse setor que durante muito tempo foi regido por regras proacuteprias Nessa parte
do trabalho jaacute eacute possiacutevel entender o que eacute ldquoOdontologia Suplementarrdquo mas foi importante no
capiacutetulo seguinte escrever sobre a Praacutetica Odontoloacutegica para clarear ainda mais o significado do
tema desta Dissertaccedilatildeo
O que eacute essa Praacutetica Odontoloacutegica As referecircncias bibliograacuteficas apresentaram
informaccedilotildees histoacutericas definindo algumas formas de atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista em eacutepocas
diferentes E hoje Atualmente observa - se uma enorme diversidade na forma de atuaccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista sendo que muitos destes atuam de vaacuterias formas De qualquer maneira as
fases do atendimento cliacutenico satildeo semelhantes nos diversos esquemas de atuaccedilatildeo o que
possibilitou uma anaacutelise comparativa da Praacutetica Odontoloacutegica Houve a necessidade de
esclarecimento sobre o termo ldquoProfissional Liberalrdquo para que posteriormente fosse melhor
compreendida as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista no processo social de produccedilatildeo Seraacute
que o cirurgiatildeo - dentista ao trabalhar com intermediaacuterios estaacute se assalariando Existe alguma
vantagem na praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Essas questotildees possuem uma dimensatildeo
multidisciplinar Foram necessaacuterios conhecimentos juriacutedicos econocircmicos contaacutebeis poliacuteticos e
odontoloacutegicos para viabilizar respostas coerentes
Onde estaacute sendo realizada essa Praacutetica Odontoloacutegica com intermediaacuterios denominada
ldquoOdontologia Suplementarrdquo Esta Pesquisa foi realizada no Distrito Federal mas esse tipo de
praacutetica profissional ocorre tanto em outras Regiotildees do Brasil como em outros paiacuteses O quarto
capiacutetulo estaacute relacionado com o Distrito Federal que foi o contexto desta pesquisa Este ente
federativo autocircnomo apresenta caracteriacutesticas proacuteprias que devem ser consideradas na realizaccedilatildeo
de um estudo deste tipo
Para a realizaccedilatildeo da Pesquisa de Campo existiu a necessidade de apoio estatiacutestico
Houve grande colaboraccedilatildeo dos profissionais entrevistados que demonstraram grande interesse
pelo assunto abordado nessa Pesquisa As informaccedilotildees obtidas serviram para diversas anaacutelises e
algumas conclusotildees Dificuldades iniciais na definiccedilatildeo da populaccedilatildeo e no tipo de amostra que
seria utilizada foram superadas com a aplicaccedilatildeo de conhecimentos estatiacutesticos Foi possiacutevel
observar que no cadastro de Cliacutenicas fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia
predominam Cliacutenicas que possuem viacutenculo com intermediaacuterios
ldquoA Odontologia Suplementar no Distrito Federalrdquo eacute uma Dissertaccedilatildeo que possui um
caraacuteter multidisciplinar dada a abrangecircncia do tema que natildeo eacute restrito aos cirurgiotildees - dentistas
sendo de interesse daqueles que desejam compreender o dinamismo da sociedade expressado
nesse caso pelas mudanccedilas que ocorrem nas praacuteticas profissionais no decorrer do tempo Aleacutem
disso eacute um trabalho com caraacuteter exploratoacuterio que objetiva mais fazer um reconhecimento da
aacuterea do que obter conclusotildees definitivas sobre o tema em questatildeo
SUMAacuteRIO
I INTRODUCcedilAtildeO1II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL 6
1 HISTOacuteRICO 62 A PARTICIPACcedilAtildeO COMPLEMENTAR DO SETOR PRIVADO NO SISTEMA UacuteNICO DE SAUacuteDE123 A POLIacuteTICA DE SAUacuteDE SUPLEMENTAR 14
M A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA 231 HISTOacuteRICO 232 O MERCADO DE TRABALHO ODONTOLOacuteGICO 30
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL 451 HISTOacuteRICO 452 ATUALIDADES SOBRE O DISTRITO FEDERAL 483 A POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL 514 UM PANORAMA SOacuteCIO - ECONOcircMICO DO DISTRITO FEDERAL515 A ODONTOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL 54
V MATERIAL E MEacuteTODO 621 0 PROBLEMA 622 HIPOacuteTESES 623 OBJETIVOS 644 PESQUISA DE CAMPO 645 POPULACcedilAtildeO 656 PROCEDIMENTOS 677 DESCRICcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS 678 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 701 PERFIL DO RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO 702 PERFSL DAS CLIacuteNICAS 753 CREDENCIAMENTO824 DISCUSSAtildeO GERAL 89
VII CONCLUSOtildeES 93VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 96IX ANEXOS 103
x
LISTA DE TABELAS
1 DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL -1999 52
2 ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL -1999 52
3 REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002 54
4 DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001 65
5 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORSEXO-OUTNOV 2001 70
6 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL PORFAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001 71
7 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001 728 CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 729 OBJETIVO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001 73
10 RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001 73
11 FORMA DE PRAacuteTICA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 74
12 TIPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 75
13 MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA OUTNOV 2001 75
14 MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTO EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
15 TESTE DE INDEPENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF - OUTNOV 2001 78
18 TESTE DE SIGNIFICAtildeNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
XI
17 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 79
18 OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 80
19 EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALI2ADAS NO DISTRITO FEDERAL -OUTNOV 2001 81
20 REDUCcedilAtildeO DO PRECcedilO DO TRATAMENTO ODONTOLOacuteGICO SEM INTERMEDIAacuteRIOS PARA OS PACIENTES QUE OBTEcircM REEMBOLSOEM CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV2001 82
21 ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV2001 83
22 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS OUTNOV2001 84
23 CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 84
24 FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULOCOM OPERADORAS - OUTNOV 2001 85
25 PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
26 PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 86
27 HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO OPERADORAS OUTNOV 2001 87
28 FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL- OUTNOV 2001 87
29 VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NODISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001 88
30 OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 89
xii
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 1998 492 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001 553 REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACcedilAtildeO
DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS - 2001 66
LISTA DE MAPAS
xiii
LISTA DE GRAacuteFICOS
1 POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000 53
2 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV2001 89
3 DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001 91
xiv
1 REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL - 2002 492 CARACTRlSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 763 CARACTRIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO
GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001 77
LISTA DE QUADROS
XV
LISTA DE ANEXOS1 QUESTIONAacuteRIOS APLICADOS NA PESQUISA DE CAMPO
REALIZADA NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 20011032 SISTEMA DE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL - 20021193 DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeE O SISTEMA DE
SAUacuteDE DA SESDF - 2002 1204 CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO
ADMINISTRATIVA - 2002 121
xvi
SIGLAS
ABRANGE Associaccedilatildeo Brasileira de Medicina de GrupoABH Associaccedilatildeo Brasileira de HospitaisACD Auxiliar de Consultoacuterio DentaacuterioAMB Associaccedilatildeo Meacutedica BrasileiraAMS Assistecircncia Meacutedica - SanitaacuteriaANATEL Agecircncia Nacional de TelecomunicaccedilotildeesANEEL Agecircncia Nacional de Energia EleacutetricaANP Agecircncia Nacional do PetroacuteleoANS Agecircncia Nacional de Sauacutede SuplementarAPD Auxiliar de Proacutetese DentaacuteriaCAP Caixa de Aposentadorias e PensotildeesCEI Campanha de Erradicaccedilatildeo de InvasotildeesCF Constituiccedilatildeo FederalCFO Conselho Federal de OdontologiaCLT Consolidaccedilatildeo das Leis do TrabalhoCODEPLAN Companhia do Desenvolvimento do Planalto CentralCNAS Conselho Nacional de Assistecircncia SocialCNSP Conselho Nacional de Seguros PrivadosCONSU Conselho Nacional de Sauacutede SuplementarCPO - D Dentes Cariados Perdidos e ObturadosCRO Conselho Regional de OdontologiaDF Distrito FederalDESAS Departamento de Sauacutede SuplementarDISAT Diretoria de Sauacutede do TrabalhadorFBH Federaccedilatildeo Brasileira de HospitaisFUNASA Fundaccedilatildeo Nacional de SauacutedeGi Grupo 1G2 Grupo 2GO GoiaacutesIAP Instituto de Aposentadorias e PensotildeesIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatiacutesticaINAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica e Previdecircncia SocialIPEA Instituto de Pesquisa Econocircmica AplicadaLOAS Lei Orgacircnica da Assistecircncia SocialLTDA Sociedade LimitadaPISE Programa Integrado de Sauacutede EscolarPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomiciacutelioPPA Piano de Pronta AccedilatildeoRDC Resoluccedilatildeo de Diretoria ColegiadaSAS Secretaria de Assistecircncia agrave SauacutedeSEADE Sistema Estadual de Anaacutelise de DadosSEE Secretaria de Estado de EducaccedilatildeoSES Secretaria de Estado de SauacutedeSESC Serviccedilo Social do Comeacutercio
xvii
SESP Serviccedilo Especial de Sauacutede PuacuteblicaSESI Serviccedilo Social da InduacutestriaSEST Serviccedilo Social do TransporteSECONCI Serviccedilo Social da Induacutestria de Construccedilatildeo Civil do Distrito
FederalSUCAM Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede PuacuteblicaSPSS Statistical Package for the Social SciencesSUCAR Secretaria de Coordenaccedilatildeo das Administraccedilotildees RegionaisSUDS Sistema Unificado e Descentralizado de SauacutedeSUS Sistema Uacutenico de SauacutedeSUPLAN Subsecretaria de Planejamento e Poliacuteticas de SauacutedeSUSEP Superintendecircncia de Seguros PrivadosTHD Teacutecnico em Higiene DentalTNCC Tabela Nacional de Convecircnios e CredenciamentosTPD Teacutecnico em Proacutetese DentalUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnB Universidade de BrasiacuteliaUSP Universidade Federal de Satildeo PauloVRCC Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos
RESUMO
Este trabalho estuda as possiacuteveis relaccedilotildees existentes entre o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar e a praacutetica odontoloacutegica no Distrito Federal Inicialmente satildeo feitas abordagens histoacutericas e de caracterizaccedilatildeo da Sauacutede Suplementar no Brasil da Praacutetica Odontoloacutegica e do Distrito Federal Depois satildeo apresentados resultados de uma Pesquisa de Campo feita nos meses de outubro e novembro de 2001 As entrevistas foram realizadas em Cliacutenicas que utilizam intermediaacuterios (Grupo 1) em Cliacutenicas que natildeo utilizam esse tipo de recurso (Grupo 2) e em Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica (Grupo 3 ) Os Grupos 1 e 2 foram escolhidos a partir de uma amostra aleatoacuteria enquanto que o Grupo 3 foi construiacutedo por meio de uma amostra por conveniecircncia Os resultados demonstraram que a adesatildeo das Cliacutenicas agraves Operadoras de Planos de Assistecircncia Odontoloacutegica natildeo aumenta de forma significativa o nuacutemero de consultas do Grupo 1 em relaccedilatildeo ao Grupo 2 A variaccedilatildeo na meacutedia de consultas nesses grupos possibilitou analisar a influecircncia do intermediaacuterio no aspecto mais relevante para o funcionamento de um serviccedilo odontoloacutegico privado o fluxo de pacientes Verificou - se tambeacutem que o crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica mais em aspectos burocraacuteticos do que na forma como se organizam os elementos componentes da praacutetica profissional (espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos materiais instrumentais enfim tudo que compotildee a estrutura da praacutetica odontoloacutegica) A partir da anaacutelise dos dados apurados na pesquisa de campo conclui - se que os intermediaacuterios tendem a determinar o preccedilo a forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos os requisitos para se fazer credenciamento o tipo de registro (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) que o estabelecimento deve ter ou seja atuam como verdadeiros ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas que progressivamente perdem o perfil de profissionais autocircnomos e se transformam sutilmente em assalariados remunerados por produccedilatildeo
xix
ABSTRACT
The present work studies the possible existing relationships between the growth in the segment of Supplementary Health and the odontological activity in the Federal District At fiacuterst historical and characterization approaches are made on the Supplementary Health in Brazil the odontological practice and the Federal District Then results are presented from a field work developed in the months of October and November 2001 The interviews were held in Clinics which make use of intermediaries (Group 1) in Clinics which do not make use of that type of resource (Group 2) and in Operators of Odontological Assistance Plans (Group 3) Groups 1 and2 were chosen from an aleatory sample while Group 3 was built from a sample at convenience The results showed that the adhesion of the Clinics to the Operators of Odontological Assistance Plans does not increase substantially the number of appointments of Group 1 compared to those of Group 2 The variation in the average number of appointments in those two groups made it possible to analyze the influence of the intermediary in the most relevant aspect for the functioning of a private odontological service the flow of patients It was also noticed that the growth of the segment of Supplementary Health affects the odontological practice more in bureaucratic aspects than in the way the component elements of the professional practice are organized (physical facilities equipment human resources materiais Instruments that is ali the things that are part of the structure of the odontological practice) From the analysis of the data collected in the field work it is concluded that the intermediary tends to determine the fees the different types of payment for the odontological services the requirements for installment plans type of register (individual or artificial person) that the office must have that is acting as real ldquobossesrdquo of dentists that progressively lose their characteristic of autonomous professionals and subtly tum into employees on fee for service basis
xx
I INTRODUCcedilAtildeO
O cirurgiatildeo-dentista tem exercido sua profissatildeo predominantemente no setor privado
Quando trabalha como autocircnomo eacute detentor da sua forccedila de trabalho e dos meios de produccedilatildeo e
tem plena liberdade para negociar com seus pacientes o valor a ser pago pelos serviccedilos
realizados Antigamente o profissional que cuidava dos problemas de sauacutede bucal atuava de
forma empiacuterica sem nenhum rigor formal O que importava era ter experiecircncia na aacuterea e ter
muita habilidade manual Os tratamentos eram basicamente para aliviar a sensaccedilatildeo dolorosa
sendo geralmente mutiladores O progresso cientiacutefico fez com que a odontologia se
desenvolvesse saindo do empirismo e passando a adquirir base cientiacutefica Os profissionais dessa
aacuterea passaram a ser formados em escolas de niacutevel superior sendo preparados
predominantemente para atuarem como autocircnomos
A despeito de contar com uma forccedila de trabalho da ordem de 173637 cirurgiotildees -
dentistas (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 2002b) sem contar os demais
profissionais que integram a categoria odontoloacutegica no Brasil os problemas baacutesicos de sauacutede
bucal continuam Isso ocorre principalmente porque agrave medida que aumenta o nuacutemero de
cirurgiotildees - dentistas tambeacutem aumenta o nuacutemero de pessoas que natildeo possuem condiccedilotildees
financeiras para realizar tratamento odontoloacutegico Por outro lado alguns problemas de sauacutede
bucal passaram a ser considerados de ordem puacuteblica A implantaccedilatildeo da assistecircncia odontoloacutegica
nos serviccedilos puacuteblicos trouxe a esperanccedila de ter acesso ao tratamento odontoloacutegico para uma
grande parcela da populaccedilatildeo que estaacute agraves margens da oferta de serviccedilos odontoloacutegicos no setor
privado
Considerando que sauacutede bucal tambeacutem eacute sauacutede a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 (BRASIL 1988) e a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) foram
importantes momentos de debate sobre a ampliaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos odontoloacutegicos
Observa-se na Pesquisa de Campo deste trabalho que mesmo profissionais que atuam no setor
privado consideram que maiores investimentos no setor puacuteblico satildeo a melhor opccedilatildeo para
ampliaccedilatildeo do acesso aos tratamentos odontoloacutegicos CORDOacuteN (1998b) em uma abordagem
sobre a inserccedilatildeo da Odontologia no SUS considera que a organizaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
1
aleacutem de ser influenciada pela sociedade e por aqueles que trabalham nos serviccedilos de sauacutede
tambeacutem estaacute relacionada com as instituiccedilotildees que formam os recursos humanos em odontologia
Hoje existe assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor puacuteblico quanto no setor privado
No setor puacuteblico predominam serviccedilos preventivos e mutiladores Recentemente houve a
inserccedilatildeo da odontologia no programa Sauacutede da Famiacutelia ampliando a atuaccedilatildeo do cirurgiatildeo -
dentista e sua equipe no setor puacuteblico Contudo a praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico ainda eacute
pouco representativa fato demonstrado pela grande parcela da populaccedilatildeo que natildeo possui
qualquer tipo de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal por exemplo os profissionais
efetivos da Secretaria de Sauacutede que trabalham em Postos ou Centros de Sauacutede atendem
geralmente estudantes da rede puacuteblica de ensino de 6 a 14 anos gestantes e crianccedilas de 0 a 6
anos que natildeo possuem caacuterie Nos hospitais em geral satildeo realizadas extraccedilotildees dentaacuterias e
atendimento de emergecircncia em pacientes de qualquer idade A equipe de sauacutede bucal do
Programa Sauacutede na Famiacutelia faz visitas domiciliares e atendimento primaacuterio nos Postos e Centros
de Sauacutede baseando - se nos endereccedilos residenciais que pertencem agrave sua aacuterea de abrangecircncia
Atualmente a maioria da populaccedilatildeo natildeo tem recursos financeiros para financiar
assistecircncia odontoloacutegica no setor privado Essa populaccedilatildeo no Distrito Federal eacute assistida pelos
serviccedilos do SUS da Secretaria de Estado de Sauacutede atraveacutes da Gerecircncia de Odontologia e do
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) A prioridade da praacutetica odontoloacutegica no setor puacuteblico parece
ser a prevenccedilatildeo apesar de a grande maioria da populaccedilatildeo necessitar de procedimentos curativos
inclusive aquelas pessoas que estatildeo dentro daquela faixa etaacuteria assistida
Como local diferenciado no Brasil no Distrito Federal existem tanto oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas (federais e distritais) quanto entidades privadas que oferecem serviccedilos
odontoloacutegicos proacuteprios aos seus respectivos trabalhadores Ocorre entretanto que a abrangecircncia
desses serviccedilos oferecidos geralmente eacute reduzida Nesses casos as entidades (puacuteblica e
privadas) e os oacutergatildeos puacuteblicos geralmente oferecem um plano de assistecircncia odontoloacutegica na
forma de um benefiacutecio para o trabalhador caracterizado como um tipo de salaacuterio indireto Esse
benefiacutecio apresenta dimensotildees variaacuteveis dependendo da instituiccedilatildeo que o oferece Varia desde um
simples reembolso geralmente parcial dos honoraacuterios pagos por serviccedilos odontoloacutegicos
realizados em uma prestadora de serviccedilos ou por profissionais autocircnomos escolhidos livremente
ateacute planos de assistecircncia odontoloacutegica que possuem uma rede de profissionais credenciados para
2
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos No esquema de livre escolha o paciente escolhe o profissional
que deseja e o oacutergatildeo puacuteblico ou entidade (puacuteblica ou privada) geralmente baseado-se em tabela
proacutepria reembolsa o valor correspondente ao tratamento odontoloacutegico do trabalhador Em alguns
casos em geral dependendo do custo total do tratamento de acordo com dados desta pesquisa haacute
a necessidade de realizaccedilatildeo de periacutecia odontoloacutegica para que o reembolso seja autorizado
Quando o reembolso natildeo eacute total geralmente o paciente complementa o restante do
honoraacuterio estabelecido pelo profissional Quando haacute participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos 11a praacutetica odontoloacutegica com exceccedilatildeo do esquema de livre escolha
o profissional perde a liberdade de negociaccedilatildeo com o paciente submetendo-se a tabelas com
valores baixos o que tenta compensar com a expectativa de aumento do fluxo de pacientes Para
o trabalhador esse esquema representa uma opccedilatildeo a mais pois a assistecircncia odontoloacutegica no
serviccedilo puacuteblico eacute muito limitada e o atendimento particular sem intermediaacuterios eacute restrito a uma
pequena parcela da populaccedilatildeo que possui recursos financeiros suficientes para o pagamento desse
tipo de tratamento E interessante ressaltar que o esquema de reembolso oferecido por alguns
oacutergatildeos puacuteblicos e entidades favorece a realizaccedilatildeo de um atendimento particular sem
intermediaacuterios pois o profissional possui total liberdade de negociaccedilatildeo e o paciente possui total
liberdade de escolha ou seja neste caso eacute mantida plenamente a autonomia de negociaccedilatildeo
Existem tambeacutem os Serviccedilos Sociais Autocircnomos (SESC SESI SEST SECONCI)
que oferecem diversas formas de assistecircncia odontoloacutegica para seus usuaacuterios e respectivos
dependentes
Em 1987 foi formada a Comissatildeo Nacional de Convecircnios e Credenciamentos Essa
Comissatildeo tinha a finalidade de organizar a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios pois estes
comeccedilaram a impor regras de negociaccedilatildeo impraticaacuteveis paia os cirurgiotildees-dentistas Essa
Comissatildeo eacute composta pela Federaccedilatildeo Interestadual dos Odontologistas Federaccedilatildeo Nacional dos
Odontologistas Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia e Conselho Federal de Odontologia
Dentre as funccedilotildees desta Comissatildeo pode - se destacar a de atualizar a Tabela Nacional de
Valores Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos Em 1987 foi criada a primeira Tabela
Nacional de Convecircnios e Credenciamentos (TNCC) Hoje essa tabela eacute denominada Valores
Referenciais de Convecircnios e Credenciamentos (VRCC) editada com preccedilos em ldquoRealrdquo trazendo
a meacutedia de preccedilos nos Estados e possuindo planilhas que justificam os valores de cada
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procedimento A organizaccedilatildeo dessa Comissatildeo representou um marco inicial na tentativa de
organizar o setor de Odontologia Suplementar que envolve trecircs grupos os cirurgiotildees-dentistas
os intermediaacuterios (operadoras) e os pacientes
Apesar das tentativas de organizaccedilatildeo desse setor que utiliza os intermediaacuterios
comeccedilaram a surgir na praacutetica odontoloacutegica empresas que vendem planos de assistecircncia
odontoloacutegica O profissional credencia-se na esperanccedila de aumentar o fluxo de pacientes e o
paciente compra o plano na esperanccedila de obter uma assistecircncia odontoloacutegica satisfatoacuteria a baixo
custo Pode - se considerar que o excesso de profissionais na aacuterea odontoloacutegica favorece o
desenvolvimento desses esquemas que tecircm desvalorizado a praacutetica profissional Dados desta
pesquisa demonstraram que em muitos casos os intermediaacuterios oferecem alguns serviccedilos
odontoloacutegicos gratuitos para conquistar ldquoclientesrdquo que geralmente natildeo possuem condiccedilotildees para
avaliar a qualidade dos tratamentos aos quais seratildeo submetidos Isso estimula uma reflexatildeo sobre
a questatildeo social da sauacutede como direito de todos e dever do Estado e no mercado de serviccedilos de
sauacutede que tem apresentado grande crescimento
REIS (2000) relata que na deacutecada de 80 as classes meacutedias passaram a ser usuaacuterias de
planos de assistecircncia meacutedica e os trabalhadores passaram a exigir esse tipo de salaacuterio indireto A
autora baseando -se em informaccedilotildees obtidas na pesquisa de campo considera que os planos
odontoloacutegicos por outro lado satildeo comercializados predominantemente em regiotildees de baixo
poder aquisitivo e de pouca oportunidade de acesso agrave assistecircncia odontoloacutegica tanto no setor
puacuteblico quanto no privado Em uma sociedade capitalista existe uma grande tendecircncia de
mercantilizaccedilatildeo do que natildeo eacute mercadoria inclusive de direitos constitucionais (sauacutede e educaccedilatildeo
por exemplo)
Nesse contexto surgem empresas que comercializam assistecircncia odontoloacutegica e que
atuam em um mercado de serviccedilos onde haacute muitos cirurgiotildees-dentistas sem condiccedilotildees de
desenvolver uma praacutetica profissional satisfatoacuteria e um nuacutemero grande de pessoas sem acesso ao
atendimento odontoloacutegico O principal objetivo desse tipo de intermediaacuterio pela loacutegica
capitalista eacute obter a maior quantidade de lucro possiacutevel em uma situaccedilatildeo em que haacute dois ldquotimesrdquo
de desesperados os pobres que formam a base da piracircmide social brasileira e os cirurgiotildees-
dentistas que necessitam garantir sua sobrevivecircncia em um mercado de trabalho saturado
ZANETTI (1999) comenta que inuacutemeros cirurgiotildees-dentistas passaram a ser lanccedilados em um
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mercado desorganizado socialmente que conduz a uma vida profissional alienada A criaccedilatildeo de
Faculdades de Odontologia que na maioria dos casos formam profissionais para atuar de forma
autocircnoma enfatizando procedimentos curativos contribui para um desequiliacutebrio na formaccedilatildeo de
recursos humanos para uma praacutetica odontoloacutegica que garanta sauacutede para o paciente e qualidade
de vida para o profissional
Em 4 de junho de 1998 foi publicada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e em 29 de janeiro de 2000 foi publicada a
Lei 9961 (BRASIL 2000) que criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) Na Lei
9656 houve consideraccedilotildees sobre a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios Foi possiacutevel
caracterizar a Assistecircncia Odontoloacutegica Suplementar baseando-se em definiccedilotildees expressas nessa
Lei Entende-se por setor de Sauacutede Suplementar aquele que natildeo eacute financiado diretamente pelo
Estado no caso do Brasil via SUS e no qual ocorre participaccedilatildeo de entidades (puacuteblicas ou
privadas) ou oacutergatildeos puacuteblicos intermediando e auxiliando no processo de assistecircncia Dessa
forma o setor de Sauacutede Suplementar eacute composto pelos seguintes grupos Medicina de Grupo
Cooperativas Meacutedicas Autogestotildees Seguradoras Administradoras e Entidades Filantroacutepicas
Nesses grupos pode haver assistecircncia odontoloacutegica mas existem os seguintes grupos exclusivos
para assistecircncia odontoloacutegica Odontologia de Grupo e Cooperativa Odontoloacutegica A
Odontologia Suplementar faz parte do setor de Sauacutede Suplementar e refere -se a toda praacutetica
odontoloacutegica natildeo financiada diretamente pelo Estado e intermediada por oacutergatildeos puacuteblicos e
entidades (puacuteblicas e privadas)
As mudanccedilas que estatildeo ocorrendo no mercado de trabalho do cirurgiatildeo-dentista estatildeo
relacionadas com diversos fatores O desenvolvimento da Odontologia Suplementar favorece o
surgimento de mais uma opccedilatildeo de trabalho ldquoassalariadordquo para o cirurgiatildeo-dentista
principalmente em periacuteodos de perda do poder aquisitivo da populaccedilatildeo A regulaccedilatildeo do setor de
Sauacutede Suplementar pelo Estado eacute um importante aspecto que deve ser avaliado considerando que
os interesses capitalistas podem suplantar os direitos sociais Entender as mudanccedilas que ocorrem
nas praacuteticas profissionais possibilita avaliar o dinamismo e as contradiccedilotildees da realidade social na
qual os profissionais estatildeo inseridos
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II A SAUacuteDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
1 Histoacuterico
No seacuteculo passado o sistema de sauacutede brasileiro apresentou importantes mudanccedilas
As poliacuteticas de sauacutede que satildeo desenvolvidas em cada periacuteodo de governo influenciam
diretamente as praacuteticas profissionais na aacuterea de sauacutede Para compreender adequadamente o
significado da Sauacutede Suplementar no sistema de sauacutede brasileiro eacute necessaacuterio realizar uma
anaacutelise histoacuterica contextualizando a sua origem e o seu desenvolvimento
MENDES (1999) faz uma abordagem dividindo o desenvolvimento do sistema de
sauacutede brasileiro no seacuteculo XX em trecircs fases sanitarismo campanhista modelo meacutedico-
asistencial privatista e projeto neoliberal No iniacutecio dos anos 90 que foi um periacuteodo de intensa
crise poliacutetica e econocircmica estatildeo presentes na arena sanitaacuteria brasileira dois projetos
alternativos em permanente tensatildeo o projeto neoliberal portador de hegemonia evidente e o
projeto da reforma sanitaacuteria considerado contra-hegemocircnico
O sanitarismo campanhista vigorou desde o final do seacuteculo XIX ateacute
aproximadamente 1965 Nesse periacuteodo a economia brasileira estava voltada para exportaccedilatildeo de
produtos agriacutecolas principalmente o cafeacute O sistema puacuteblico de sauacutede garantia poliacuteticas de
saneamento dos espaccedilos nos quais ocorria circulaccedilatildeo de mercadorias exportaacuteveis e a erradicaccedilatildeo
ou controle de doenccedilas que poderiam prejudicai a exportaccedilatildeo
OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) ressaltam que em diferentes paiacuteses o
desenvolvimento de grandes companhias foi acompanhado do desejo empresarial de manter
serviccedilos de assistecircncia meacutedica proacuteprios independentes tanto das praacuteticas meacutedicas no setor
privado quanto do setor estatal De acordo com esses autores as principais vantagens da
existecircncia de um serviccedilo meacutedico dentro da empresa satildeo a seleccedilatildeo de pessoal o controle do
absenteiacutesmo da forccedila de trabalho empregada a possibilidade de obter um mais raacutepido retomo da
forccedila de trabalho agrave produccedilatildeo e a poliacutetica de pessoal mais ldquoatraenterdquo No Brasil esse interesse
das empresas surgiu junto com a industrializaccedilatildeo Desde o final do seacuteculo XIX algumas
companhias maiores estabeleceram no seu interior serviccedilos meacutedicos proacuteprios O Estado liberal
da eacutepoca abstinha-se desse tipo de atividade Em 1882 a Associaccedilatildeo Industrial organizada no
Rio de Janeiro lanccedilou um manifesto escrito por Feliacutecio dos Santos considerando que o paiacutes soacute
sairia da crise econocircmica se desenvolvesse a induacutestria Apoacutes a proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) houve grande incentivo para o desenvolvimento da
industria nacional que estimulou o surgimento de novas relaccedilotildees de trabalhoA Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) tambeacutem gerou condiccedilotildees para o crescimento do setor fabril brasileiro
promovendo um grande surto industrial
O crescimento industrial fortaleceu a burguesia industrial a classe meacutedia urbana e o
operariado que passaram a reivindicar melhores condiccedilotildees de vida As contestaccedilotildees e pressotildees
desses grupos associadas aos movimentos da juventude militar do Exeacutercito (Tenentismo) e agraves
dissidecircncias dentro da classe dominante geraram no campo poliacutetico o decliacutenio do poder das
oligarquias principalmente o das oligarquias cafeeiras MENDES (1999) considera que o
processo de industrializaccedilatildeo aleacutem de colocar fim ao modelo econocircmico agro-exportador
estimulou o aparecimento da assistecircncia meacutedica da Previdecircncia Social em 1923 Nessa mesma
eacutepoca foi criada a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensotildees a CAP dos FerroviaacuteriosEm
1930 jaacute existiam 47 CAPrsquos que davam cobertura a 142464 beneficiaacuterios Posteriormente em
1933 iniciou-se na Previdecircncia social a organizaccedilatildeo de Institutos de Aposentadorias e Pensotildees
(IAPrsquos) estruturados por categorias profissionais DONNANGELO (1975) afirma que nesse
periacuteodo tambeacutem foram criados o Conselho Superior de Previdecircncia Social oacutergatildeo de recurso em
questotildees relacionadas com prestaccedilotildees e contribuiccedilotildees e o Departamento de Previdecircncia social
oacutergatildeo de supervisatildeo e controle geral dos Institutos ambos do Ministeacuterio do Trabalho Nessa
eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1978) observam que a assistecircncia meacutedica da Previdecircncia
Social era prestada predominantemente atraveacutes dos serviccedilos proacuteprios dos Institutos Ainda natildeo
existiam os convecircnios-empresa e o setor credenciado nascido na deacutecada de 30 era minoritaacuterio
As empresas em geral e os fornecedores privados de serviccedilos de sauacutede ainda natildeo tinham
demonstrado interesse pela poliacutetica previdenciaacuteria de assistecircncia meacutedica
Para uma melhor compreensatildeo do assunto abordado neste trabalho eacute importante
fazer algumas consideraccedilotildees sobre credenciamento DALLARI (1997) conceitua credenciamento
como sendo ato ou contrato formal pelo qual a Administraccedilatildeo Puacuteblica confere a um particular
pessoa fiacutesica ou juriacutedica a prerrogativa de exercer determinada atividade material ou teacutecnica em
caraacuteter instrumental ou de colaboraccedilatildeo com o Poder Puacuteblico a tiacutetulo oneroso remunerada
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diretamente pelos interessados sendo que o resultado dos trabalhos executados desfruta de
especial credibilidade tendo o outorgante o poderdever de fiscalizar a atividade podendo ateacute
mesmo extinguir a outorga assegurados os direitos e interesses patrimoniais do outorgado
inocente e de boa feacute PERRACINI (1996) caracteriza o Sistema de Credenciamento como um
procedimento administrativo que visa suprir certas necessidades da Administraccedilatildeo que soacute podem
ser adequadamente satisfeitas mediante a contrataccedilatildeo do maior nuacutemero de interessados
respeitado o princiacutepio da isonomia Os interessados deveratildeo observar um regulamento comum
que indicaraacute a forma de atendimento daquelas necessidades A esse regulamento seraacute dada uma
ampla publicidade Os interessados que preencherem os requisitos fixados no regulamento do
Sistema firmaratildeo um ajuste com a Administraccedilatildeo que ocorre por inexigibilidade de licitaccedilatildeo que
tem uma natureza precaacuteria (a exemplo dos convecircnios) e que poderaacute ter a sua eficaacutecia cessada a
qualquer instante seja pela Administraccedilatildeo ou pelos interessados atendidos os prazos preacute-fixados
no regulamento De acordo com esse autor eacute aplicaacutevel ao Sistema de Credenciamento o disposto
nos artigos 25 e 116 da Lei 866693 (BRASIL 1993)
Dando continuidade agrave abordagem histoacuterica do tema em questatildeo o processo de
industrializaccedilatildeo sofre uma consideraacutevel aceleraccedilatildeo a partir da deacutecada de 50 o que determinou
intensas mudanccedilas sociais A massa operaacuteria teve um grande crescimento o poacutelo dinacircmico da
economia foi deslocado para os centros urbanos e o foco do sistema de sauacutede deixou de ser o
ambiente de tracircnsito de mercadorias e passou a ser a sauacutede do trabalhador que era ldquopeccedilardquo
fundamental para o desenvolvimento da economia industrial O modelo sanitarista campanhista
toma-se inadequado perante todas as mudanccedilas que aconteceram
BRASIL1 citado por OLIVEIRA E TEIXEIRA (1984) mostra que a temaacutetica do
Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e Primeira Conferecircncia Nacional de Diretores de
Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar realizados no Rio de Janeiro em junhojulho de 1955
apresentaram mudanccedila no enfoque Foram abordados temas do tipo O Hospital Industrial O
Hospital face agrave Medicina do Trabalho O Absenteiacutesmo e o Hospitaiacute reflexos econocircmicos na
induacutestria Assistecircncia Hospitalar das Induacutestrias e Mutualismo Estudo e consideraccedilotildees sobre o
valor do tempo de permanecircnciadias para um hospital modemo e outros correlatos As
1 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede e Associaccedilatildeo Brasileira de Hospitais Anais do Primeiro Congresso Nacional de Hospitais e da Primeira Conferecircncia de Diretores de Serviccedilos de Assistecircncia Hospitalar Rio de Janeiro v 1 junjul 1955
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apresentaccedilotildees foram realizadas por representantes do Estado e por diretores de Departamentos
Meacutedicos de empresas como a Cia Sideruacutergica Nacional a Cia Brasileira de Fiaccedilatildeo a Esso
Standard do Brasil Inc e outros
Em 1960 no governo do presidente Juscelino Kubistchek eacute promulgada a Lei Orgacircnica
da Previdecircncia Social (BRASIL 1960) que garantia a uniformizaccedilatildeo dos benefiacutecios
Posteriormente em 1963 surge o Estatuto do Trabalhador Rural No periacuteodo de 1964 amplia-se
o poder regulador do Estado sendo reduzido o poder dos trabalhadores no controle da
Previdecircncia Social Segundo OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984) em 1964 a Previdecircncia Social
brasileira comeccedila a realizar financiamento da assistecircncia meacutedica das empresas com um convecircnio
estabelecido entre o LAPI e a Volkswagen no qual a Previdecircncia Social deixava de ter
responsabilidade de prestar assistecircncia meacutedica aos empregados da instituiccedilatildeo convenente que
assumia essa responsabilidade A empresa ficava dispensada de parte da contribuiccedilatildeo para a
Previdecircncia Social
De acordo com PIETRO (2001) o convecircnio natildeo constitui modalidade de contrato Eacute
uma forma de ajuste entre o Poder Puacuteblico e entidades puacuteblicas ou privadas para a realizaccedilatildeo de
objetivos de interesse comum mediante muacutetua colaboraccedilatildeo que pode assumir vaacuterias formas
como repasse de verbas uso de equipamentos de recursos humanos de materiais de imoacuteveis de
know- how e outros No convecircnio natildeo se estabelece preccedilo ou remuneraccedilatildeo As verbas puacuteblicas
repassadas continuam sendo dinheiro puacuteblico o que obriga a entidade conveniada a prestar
contas de sua utilizaccedilatildeo tanto para o ente repassador quanto para o Tribunal de Contas da Uniatildeo
O convecircnio estaacute disciplinado pelo art 116 da Lei ne 866693 (BRASIL 1993)
SZKLAROWSKY (2000) ressalta que no contrato os interesse das partes satildeo divergentes No
convecircnio os signataacuterios do documento denominados partiacutecipes associam-se para a execuccedilatildeo de
um objeto Nessa situaccedilatildeo os partiacutecipes possuem interesses convergentes PIETRO (1999)
considera que geralmente quando o Poder Puacuteblico realiza convecircnio com entidades privadas eacute
para estabelecer uma cooperaccedilatildeo ou para incentivar ou ajudar um particular a prestar
determinada atividade Nesse caso o convecircnio serve mais para atividade de fomento ou seja
atividade administrativa de incentivo agrave iniciativa privada de utilidade puacuteblica
Os convecircnios-empresa representaram uma conquista dos empresaacuterios acrescentado-se
a isso a ocorrecircncia de um afastamento dos trabalhadores do centro de decisatildeo poliacutetica da
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Previdecircncia Social Em 1966 ocorre a substituiccedilatildeo dos IAPrsquos pelo Instituto Nacional da
Previdecircncia Social (INPS) Configura-se uma nova fase no sistema de sauacutede brasileiro a fase do
modelo meacutedico-assistencial privatista Nessa mesma eacutepoca OLIVEIRA e TEIXEIRA (1984)
relatam que nasceram a Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais (FBH) e a Associaccedilatildeo Brasileira de
Medicina de Grupo (ABRAMGE)
BAHIA (1999) considera que os trabalhos sobre o empresariamento da medicina
relacionam as mudanccedilas na organizaccedilatildeo privada dos serviccedilos de sauacutede agraves poliacuteticas
previdenciaacuterias implantadas apoacutes a unificaccedilatildeo dos Institutos de Aposentadorias e Pensotildees A
Previdecircncia eacute transformada no maior comprador de serviccedilos meacutedicos do paiacutes A subordinaccedilatildeo
da produccedilatildeo de atividades assistenciais agrave loacutegica da remuneraccedilatildeo por produccedilatildeo favorece o
desenvolvimento de vaacuterias modalidades de privatizaccedilatildeo da assistecircncia meacutedica Tanto o produtor
privado isolado (hospitais laboratoacuterios etc) quanto os grupos meacutedicos que criam empresas para
a prestaccedilatildeo de serviccedilo a outras empresas apresentam expressivo desenvolvimento nesse periacuteodo
MENDES (1999) relata que na deacutecada de 70 houve uma ampliaccedilatildeo do acircmbito de accedilatildeo
da Previdecircncia Social (inclusatildeo dos trabalhadores domeacutesticos dos autocircnomos e do trabalhador
rural por exemplo) mas ficava evidente um aspecto discriminatoacuterio da poliacutetica de sauacutede
considerando as diferenccedilas encontradas no acesso agrave assistecircncia agrave sauacutede garantida pela
Previdecircncia Social A expansatildeo da clientela da Previdecircncia Social favoreceu o desenvolvimento
do setor privado que recebia incentivos do poder puacuteblico na forma de contratos e
credenciamentos recebendo por serviccedilos prestados e convecircnios recebendo subsiacutedio fixo Em
1974 a implantaccedilatildeo do Plano de Pronta Accedilatildeo no governo do presidente Ernesto Geisel (1974 -
1979) favoreceu o crescimento de uma nova modalidade assistencial a medicina de grupo
viabilizada pelo convecircnio-empresa Esse tipo de convecircnio viabilizou o nascimento e
desenvolvimento do subsistema que seria hegemocircnico na deacutecada de 80 o da sauacutede
suplementar O Plano de Pronta Accedilatildeo universalizou a atenccedilatildeo agraves urgecircncias MENDES (1999)
afirma que o PPA reorganizou as relaccedilotildees da Previdecircncia Social com diferentes prestadores
atraveacutes de formas de pagamento distintas contratos e credenciamentos por serviccedilos prestados e
convecircnios por subsiacutedio fixo
A base juriacutedico-legal do sistema de sauacutede vigente nos anos 70 foi dada pela Lei 6229
(BRASIL 1975) que institucionalizou o modelo meacutedico-assistencial privatista pela Lei 6439
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(BRASIL 1977) que criou o Sistema Nacional da Previdecircncia Social e pela Constituiccedilatildeo
Federal de 1967-69 (BRASIL 1967) Parcelas expressivas da populaccedilatildeo eram excluiacutedas da
assistecircncia agrave sauacutede nesse periacuteodo A insatisfaccedilatildeo de alguns grupos comeccedilou a criar os alicerces
poliacutetico-ideoloacutegicos da reforma sanitaacuteria BAHIA (1999) considera que por volta de 1975
ocorreu uma ruptura do padratildeo de financiamento que a Previdecircncia Social concedia agraves empresas
meacutedicas o que ocasionou uma autonomizaccedilatildeo da comercializaccedilatildeo de planos de sauacutede
MEDICI (1989) Relata o surgimento de um setor autocircnomo em relaccedilatildeo ao setor
puacuteblico Ao redor desse novo setor estava o INAMPS estatal e universalizante e o setor
privado liberal e privatista Esse autor considera que ldquoo modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede no Brasil
nasceu e se desenvolveu ateacute os anos 70 nos marcos do ldquoprevidencialismo alematildeordquo
MEDICI (1989 p 17) refere-se ao sistema de sauacutede brasileiro considerando que
O movimento da Reforma Sanitaacuteria tem lutado por mudanccedilas para que o modelo assistencial brasileiro venha a se inspirar no universalismo inglecircs canadense ou quiccedilaacute cubano Mas a realidade faz com que esse sistema seja cada vez mais americano onde a grande maioria da populaccedilatildeo paga por formas privadas de atenccedilatildeo meacutedica enquanto que segmentos pauperizados satildeo atendidos atraveacutes de programas como o Medicaid
FAVARET e OLIVEIRA3 citados por BAHIA (1999) consideram que surgiu no
Brasil na deacutecada de 80 um modelo liberal privatista de assistecircncia agrave sauacutede que favoreceu o
aparecimento do fenocircmeno da universalizaccedilatildeo excludente que acompanhou o processo de
implementaccedilatildeo do SUS O atendimento puacuteblico de sauacutede era voltado para a populaccedilatildeo mais
carente e resistente aos mecanismos de racionamento
FAVARET e OLIVEIRA (1990 p 276) referem - se agrave universalizaccedilatildeo
excludente da seguinte forma
A ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo pode alcanccedilar na praacutetica a sua funccedilatildeo redistributiva agrave medida que a resistecircncia que os grupos ldquode cimardquo poderia opor agrave atenuaccedilatildeo das barreiras agrave entrada no sistema foram sendo contornadas pela viabilizaccedilatildeo do acesso desses segmentos ao subsistema privado de sauacutede Tais segmentos foram reduzindo cada vez mais suas expectativas quanto ao atendimento puacuteblico passando a ter como referencial efetivo o subsistema privado Eacute neste momento que o sistema finalmente se acomoda a expulsatildeo
2 Autonomizaccedilatildeo refere-se a um processo de aquisiccedilatildeo de autonomia ou seja capacidade de governar por si mesmo3 FAVARET P Fe amp OLIVEIRA PJ de A universalizaccedilatildeo excludente - reflexotildees sobre as tendecircncias do sistema de sauacutede Dados v 33 n 2 p 257 - 283 1990
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Eacute mencionado na Carta Magna a possibilidade de participaccedilatildeo de instituiccedilotildees privadas de
forma complementar no SUS mediante contrato de direito puacuteblico ou convecircnio
Atualmente existe uma grande confusatildeo em distinguir complementar de suplementar
e convecircnio de contrato Tentar-se-aacute esclarecer os dois primeiros termos pois os dois uacuteltimos jaacute
foram abordados anteriormente Inicialmente eacute importante considerar que bem antes de surgir a
ideacuteia de um Sistema Uacutenico de Sauacutede jaacute existiam entidades privadas credenciadas contratadas ou
conveniadas com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Seria irreal esquematizar um Sistema Uacutenico de
Sauacutede no qual fosse permitida a participaccedilatildeo apenas do setor puacuteblico Existia um sistema de
sauacutede que seria adaptado de acordo com as normas operacionais do SUS
Participar de forma complementar no SUS significa estar integrado ao Sistema
recebendo verbas e atuando de acordo com as suas diretrizes (BRASIL 1990a) Na Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) eacute dada preferecircncia agraves entidades filantroacutepicas e agraves sem fins lucrativos
para participarem de forma complementar no SUS O racionamento financeiro que ocorre na
aacuterea de sauacutede tem contribuiacutedo para um movimento de retirada das melhores entidades privadas
que fazem parte do Sistema Uacutenico de Sauacutede Isso acaba contribuindo para uma queda na
qualidade dos serviccedilos do SUS e paia uma ampliaccedilatildeo dos serviccedilos no setor de Sauacutede
Suplementar A Sauacutede Suplementar natildeo recebe verba direta do SUS e possui baixa regulaccedilatildeo do
Estado A expansatildeo desse setor ocorre em funccedilatildeo da perda de qualidade do setor puacuteblico
Os trabalhadores em suas reivindicaccedilotildees exigem plano de sauacutede ao inveacutes de melhorias
no SUS Eacute importante ressaltar que nem sempre eacute necessaacuterio reivindicar esse benefiacutecio pois sua
ocorrecircncia em alguns casos eacute natural Algumas entidades privadas que integravam o SUS na
forma complementar estatildeo entrando no setor suplementar para onde existe tambeacutem um fluxo de
pacientes que natildeo se submetem aos serviccedilos oferecidos pelo SUS A populaccedilatildeo que frequumlenta os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede possui baixa atividade reivindicatoacuteria o que natildeo contribui para uma
melhoria desses serviccedilos Paulatinamente o modelo meacutedico-privatista vai sendo substituiacutedo
pelo projeto neoliberal de sauacutede que no final dos anos 80 era composto por trecircs subsistemas o
de alta tecnologia o de atenccedilatildeo meacutedica supletiva e o puacuteblico
Paralelamente a esses subsistemas manteve - se presente um subsistema de caraacuteter
privado e representado pelo mercado de desembolso direto de pessoas no qual os profissionais
trabalham como autocircnomos ou em sociedade Eacute importante ressaltar que existe uma conjunccedilatildeo
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de interesses entre o setor de alta tecnologia e o de sauacutede suplementar de forma que o primeiro
subsidia o segundo na assistecircncia agrave sauacutede que envolve alta tecnologia O Estado participa no
financiamento tanto das instituiccedilotildees puacuteblicas quanto das instituiccedilotildees privadas que fazem parte
do setor de alta tecnologia
3 A Poliacutetica de Sauacutede Suplementar
Atualmente a Assistecircncia de Sauacutede Suplementar corresponde a uma parte
significativa do mercado de serviccedilos privados na aacuterea de sauacutede GOUVEIA4 citado por
MENDES (1999) considera que esse subsistema se beneficia da ldquouniversalizaccedilatildeo excludenterdquo
dando cobertura em 1989 a 22 da populaccedilatildeo total do paiacutes Pode-se considerar que essa
porcentagem engloba pessoas com algum tipo de renda e seus respectivos dependentes
ALMEIDA (1998) considera que na uacuteltima deacutecada este tipo de assistecircncia apresentou
crescimento expressivo o qual ocorreu paralelamente agrave implantaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de
Sauacutede Nesse periacuteodo o setor privado passou a ser requisitado para o desempenho de fiinccedilotildees
que liberassem o Estado das funccedilotildees assistenciais e ateacute das fiscais Os conflitos entre os diversos
atores que participam da assistecircncia de sauacutede suplementar tambeacutem se intensificaram nesta
eacutepoca acelerando o processo de regulamentaccedilatildeo especiacutefica Por um lado estavam os
consumidores que insatisfeitos com a elevaccedilatildeo dos preccedilos e com as restriccedilotildees de cobertura dos
planos de sauacutede vinham acionando as entidades de defesa do consumidor o poder judiciaacuterio e
os meios de comunicaccedilatildeo A elevaccedilatildeo dos preccedilos ocorreu inclusive em periacuteodos de estabilizaccedilatildeo
econocircmica Por outro lado existiam demandas do proacuteprio governo de reformulaccedilatildeo do setor de
seguros que rebatiam como pontos especiacuteficos na agenda de regulamentaccedilatildeo dos planos e
seguros privados de sauacutede
MONTONE (2000) considera que o setor de Sauacutede Suplementar operou ao longo de
mais de trinta anos fora da esfera de controle do Estado De acordo com dados do IBGE uma
quarta parte da populaccedilatildeo brasileira aproximadamente estaacute envolvida com esse setor no qual
haacute uma movimentaccedilatildeo financeira anual na faixa de 23 bilhotildees de reais Apesar dessas
4 GOUVEA L R de Planos de assistecircncia meacutedica evoluccedilatildeo do mercado tendecircncias Towers Perrin mimeo 1990
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observaccedilotildees nesse periacuteodo o setor de Sauacutede Suplementar esteve agindo de acordo com sua
proacutepria loacutegica e estabelecendo suas proacuteprias regras praticamente sem ocorrer qualquer tipo de
interferecircncia governamental
No iniacutecio dos anos noventa houve as primeiras tentativas de regulamentaccedilatildeo desse
setor contudo o setor de Sauacutede Suplementar passou a integrar a agenda da sociedade e do
governo apenas em 1997 O resultando foi a regulamentaccedilatildeo ocorrida em junho de 1998
processo intensificado apoacutes a efetiva implantaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
(ANS) em abril do ano 2000
A dificuldade existente na obtenccedilatildeo de informaccedilotildees confiaacuteveis sobre o setor de sauacutede
suplementar dificulta mas natildeo tem impossibilitado a realizaccedilatildeo de estudos diversos nessa aacuterea
Muitas pesquisas tecircm sido desenvolvidas com um enfoque exploratoacuterio ou seja inicialmente eacute
importante conhecer o ldquoterrenordquo e verificar suas potencialidades para que posteriormente seja
possiacutevel saber qual o tipo de ldquoplantaccedilatildeordquo e ldquoadubordquo seratildeo mais adequada para esse ldquopedaccedilo de
terrardquo para que se possa ter boa ldquocolheitardquo
MONTONE (2000) analisou o perfil do usuaacuterio do setor de Sauacutede Suplementar
utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) de 1998 realizada
pelo IBGE Nesse ano estimou-se que 387 milhotildees de brasileiros eram beneficiaacuterios de planos
privados de assistecircncia agrave sauacutede sendo a distribuiccedilatildeo geograacutefica dessa populaccedilatildeo extremamente
concentrada na zona urbana (95) Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por faixa de
rendimentos 52 dos beneficiaacuterios do setor de Sauacutede Suplementar possuem renda meacutedia
familiar inferior a 10 salaacuterios-miacutenimos A populaccedilatildeo femiiiina usuaacuteria de plano privado de
assistecircncia agrave sauacutede eacute majoritaacuteria (54) e a parcela da populaccedilatildeo com menos de 40 anos
representa 23 do total de usuaacuterios (67) desses planos
A primeira etapa do processo de regulamentaccedilatildeo foi caracterizada pela fixaccedilatildeo do
marco legal As publicaccedilotildees da Lei 9656 (BRASIL 1998) em 4 de junho de 1998 e da Medida
Provisoacuteria5 1665 (BRASIL 1998) em 5 de junho de 1998 iniciaram o processo de
5 MORAES (2000) considera que o antecedente das atuais medidas provisoacuterias eacute o antigo decreto-lei instrumento legislativo usado abusivamente pelo Presidente da Repuacuteblica O art 62 da Constituiccedilatildeo Federal estaacute relacionado com a utilizaccedilatildeo das medidas provisoacuteria
15
regulamentaccedilatildeo do setor de Sauacutede Suplementar apoacutes vaacuterios anos de debate no Congresso
Nacional
Nessa primeira fase ficou estabelecido que o Ministeacuterio da Fazenda representado
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendecircncia de Seguros
Privados (SUSEP) seria responsaacutevel por aspectos econocircmico-financeiros relacionados com as
operadoras O Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho Nacional de Sauacutede suplementar
(CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS) Departamento de Sauacutede Suplementar
(DESAS) assumiu a responsabilidade em supervisionar o produto oferecido como um tipo de
assistecircncia agrave sauacutede
De acordo com o artigo 62 da Resoluccedilatildeo Ne XX98 do CNSP (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 1998) que regulamenta as operadoras de seguros ou planos privados de assistecircncia agrave
sauacutede e daacute outras providecircncias as operadoras do mercado privado de assistecircncia agrave sauacutede satildeo
classificadas nas seguintes modalidades
A Operadoras de seguros de sauacutede satildeo exclusivamente as seguradoras constituiacutedas
conforme legislaccedilatildeo especiacutefica para a atividade de seguros e que oferecem
obrigatoriamente o reembolso das despesas meacutedico-hospitalares eou odontoloacutegicas
em todos os seus planos do ramo sauacutede
B Operadora de planos de sauacutede satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer formas
juriacutedicas que comercializam planos de assistecircncia agrave sauacutede atuando nessa atividade
podendo fornecer adicionalmente prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares eou
odontoloacutegicos diretos ou indiretos
C Operadoras de planos odontoloacutegicos satildeo empresas constituiacutedas sob quaisquer
formas juriacutedicas que comercializam planos odontoloacutegicos atuando exclusivamente
nessa atividade podendo fornecer a prestaccedilatildeo direta ou indireta de serviccedilos
odontoloacutegicos
D Operadora de autogestatildeo principal satildeo empresas que atuam em quaisquer
atividades que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede exclusivamente a seus
funcionaacuterios ativos aposentados pensionistas ex-empregados seus respectivos
grupos familiares limitados ao terceiro grau de parentesco consanguumliacuteneo ou afim ou
6 No Setor de Sauacutede Suplementar produto satildeo os planos de assistecircncia agrave sauacutede que podem ou natildeo incluir assistecircncia odontoloacutegica e os planos exclusivos de assistecircncia odontoloacutegica comercializados pelas operadoras
16
ainda associaccedilotildees nas quais os seus associados satildeo vinculados a um mesmo
empregador que oferecem planos de assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e
dependentes
E Operadoras de autogestatildeo derivada satildeo as entidades de classes
sindicatos ou associaccedilotildees natildeo abrangidas no item ldquoDrdquo que oferecem planos de
assistecircncia agrave sauacutede a seus participantes e dependentes
F Empresas administradoras de planos de sauacutede satildeo operadoras que
administram planos assistecircncia agrave sauacutede financiados por quaisquer empresas
sem assumir os riscos dos sinistros (grifos da autora)
De acordo com MONTONE (2000) a segunda etapa do processo de regulaccedilatildeo
ocorreu em setembro de 1999 e apresentou dois movimentos importantes
1 A introduccedilatildeo do conceito legal de Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede paia
enfrentar a discussatildeo de mconstitucionalidade da inclusatildeo das seguradoras no universo de
regulaccedilatildeo O setor de seguros era submetido agrave legislaccedilatildeo especiacutefica o que gerou o
questionamento se havia legalidade na inclusatildeo desse setor na esfera de abrangecircncia da
regulaccedilatildeo A abrangecircncia da regulaccedilatildeo foi dada pelo tipo de produto e natildeo pelas caracteriacutesticas
das empresas ou das entidades que o oferecem Isso acarretou vaacuterias mudanccedilas na legislaccedilatildeo
inclusive quanto agrave exigecircncia de que as seguradoras se reorganizassem como operadoras de
planos de sauacutede para que pudessem continuar atuando no setor
2 A definiccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede representado pelo Conselho de Sauacutede
Suplementar (CONSU) e pela Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede (SAS)Departamento de Sauacutede
Suplementar (DESAS) como uacutenico responsaacutevel pelos dois niacuteveis da regulaccedilatildeo do setor de
sauacutede suplementar o econocircmico-financeiro e o de assistecircncia agrave sauacutede
A terceira etapa do processo de regulaccedilatildeo foi a criaccedilatildeo da Agecircncia Nacional de Sauacutede
Suplementar (ANS) viabilizada pela Medida Provisoacuteria 1928 (BRASIL 1999) de 25 de
novembro del999 que em 28 de janeiro de 2000 foi convertida na Lei 9961 (BRASIL2000)
Essa Agecircncia assumiu as atribuiccedilotildees da SASDESAS quanto ao setor de sauacutede suplementar A
Cacircmara de Sauacutede Suplementar ficou vinculada a esse novo oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
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A existecircncia de uma agecircncia reguladora no setor de sauacutede suplementar eacute de grande
importacircncia para a organizaccedilatildeo desse setor Atualmente existem cinco agecircncias reguladoras a
Agecircncia Nacional de Telecomunicaccedilotildees (ANATEL) a Agecircncia Nacional de Energia Eleacutetrica
(ANEEL) a Agecircncia Nacional do Petroacuteleo (ANP) a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
(ANVISA) e a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) todas criadas no governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso
MONTONE (2000) destaca trecircs aspectos importantes das agecircncias reguladoras
1 Poder regulador definido em lei
2 A autonomia administrativa
3 A autonomia financeira
Em 3 de junho de 1998 foi aprovada a Lei 9656 (BRASIL 1998) que dispotildee sobre
os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede A Medida Provisoacuteria 1928
(BRASIL 1999) de 25 de novembro de 1999 criou a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar
que tem como finalidade institucional promover a defesa do interesse puacuteblico na assistecircncia
suplementar agrave sauacutede regulando as operadoras setoriais inclusive quanto agraves suas relaccedilotildees com
prestadores e consumidores PIOLA et al (2001) estudando o Sistema de Sauacutede Brasileiro
consideram que a quantidade de pessoas vinculadas a planos e seguros de sauacutede deveraacute
aumentar nesta deacutecada que os usuaacuterios ficaratildeo satisfeitos com as medidas de regulaccedilatildeo do setor
de planos e seguros de sauacutede e que a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) como
oacutergatildeo regulador teraacute boa atuaccedilatildeo como fiscalizadora de operadoras controladora de preccedilos
mas natildeo impediraacute o predomiacutenio das grandes empresas de assistecircncia meacutedica suplementar sobre
as de menor porte
De acordo com a RDC n~39 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2000) de 27 de outubro de
2000 da ANS as operadoras de planos de sauacutede satildeo classificadas da seguinte forma
A Administradoras empresas que administram planos ou serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede Quando administram planos satildeo financiadas pela operadora natildeo assumem o
risco decorrente da operaccedilatildeo dos planos e natildeo possuem rede proacutepria credenciada ou
referenciada de serviccedilos meacutedico-hospitalares ou odontoloacutegicos
B Cooperativa Meacutedica Cooperativa que opera Planos Privados de Assistecircncia agrave
Sauacutede
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C Cooperativa Odontoloacutegica Cooperativa que opera exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos7 bullP Autosestatildeo eacute a modalidade na qual oacutergatildeos puacuteblicos entidades da
Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta8 e empresas privadas operam serviccedilos de assistecircncia agrave
sauacutede ou que por intermeacutedio de seu departamento de recursos humanos ou oacutergatildeo
assemelhado responsabilizam-se pelo Plano Privado de Assistecircncia agrave Sauacutede9
destinado exclusivamente a oferecer cobertura aos empregados ativos aposentados
pensionistas ou ex-empregados bem como a seus respectivos grupos familiares
definidos desde que estejam dentro do limite do terceiro grau de parentesco
consanguumliacuteneo ou afim de uma ou mais empresas ou ainda a pessoas com seus
respectivos dependentes vinculadas a associaccedilotildees de pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas
fundaccedilotildees sindicatos entidades de classes profissionais ou assemelhados
E Medicina de Grupo Satildeo classificadas nessa modalidade as empresas ou
entidades que operam Planos de Privados de Assistecircncia agrave Sauacutede excetuando-se as
Administradoras as Cooperativas Meacutedicas as Autogestotildees e as Entidades
Filantroacutepicas ALMEIDA (1998) define Medicina de Grupo como sendo empresas
meacutedicas que administram planos de sauacutede para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas
privadas indiviacuteduos ou famiacutelias e trabalham com vaacuterios tipos de planos A estrutura
de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou credenciados O acesso agrave
rede proacutepria ou credenciada eacute livre e nos planos mais caros eacute previsto o uso de
serviccedilos natildeo credenciados sendo concedido ressarcimento dos gastos baseado em
valores da tabela da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira (AMB) e da Associaccedilatildeo Brasileira
de Hospitais (ABH) o que natildeo garante reposiccedilatildeo total das despesas realizadas pelo
usuaacuterio do plano de sauacutede
7 De acordo Dl PEETRG (2001) os oacutergatildeos satildeo ciacuterculos de atribuiccedilotildees satildeo feixes individuais de poderes funcionais repariacuteidos no interior da personalidade estatal e expressados atraveacutes dos agentes neles providos O oacutergatildeo natildeo possui personalidade juriacutedica proacutepria8 De acordo com Dl PIETRO (2001) satildeo entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Indireta Autarquias Fundaccedilotildees Puacuteblicas Empresas Puacuteblicas e Sociedade de Economia Mista Essas entidades possuem personalidade juriacutedica proacutepriaA criteacuterio da autora observa -se que agraves vezes a assistecircncia odontoloacutegica eacute incluiacuteda nesse Plano de Sauacutede Eacute
comum as autogestotildees possuiacuterem serviccedilos odontoloacutegicos proacuteprios
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F Odontologia de Grupo satildeo empresas que administram exclusivamente Planos
Odontoloacutegicos para oacutergatildeos puacuteblicos entidades empresas privadas indiviacuteduos e
famiacutelias A estrutura de atendimento eacute esquematizada em serviccedilos proacuteprios eou
credenciados
G Filantropia satildeo entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de
Assistecircncia agrave Sauacutede e que tenham obtido certificado de Entidade Filantroacutepica
fornecida pelo Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS) e declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica federal fornecida pelo Ministeacuterio da Justiccedila ou declaraccedilatildeo de
utilidade puacuteblica estadual ou municipal junto Oacutergatildeos dos governos Estaduais e
Municipais Na praacutetica entretanto observa - se que as entidades filantroacutepicas operam
em parceria com seguradoras seguindo a mesma loacutegica das operadoras com fins
lucrativos
Atualmente de acordo com a Lei 9 656 (BRASIL 1998) as Seguradoras tambeacutem
satildeo classificadas como um tipo de operadora A RDC ndeg 65 (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE
2001) de 24 de abril de 2001 aborda alguns aspectos das Sociedades Seguradoras
especializadas em sauacutede
Eacute importante ressaltar que neste trabalho o termo cooperativa estaacute de acordo com o
que estaacute disposto na Lei 5764 (BRASIL 1971) de 16 de dezembro de 1971 Nessa norma
define - se cooperativa como sendo uma sociedade de pessoas com forma e natureza juriacutedica
proacutepria de natureza civil natildeo sujeita agrave falecircncia constituiacuteda para prestar serviccedilos aos associados
As caracteriacutesticas que diferenciam as cooperativas das demais sociedades satildeo
a Adesatildeo voluntaacuteria com nuacutemero ilimitado de associados salvo impossibilidade
teacutecnica de prestaccedilatildeo de serviccedilos
b Variabilidade do capital social representado por quotas - partes
c As quotas - partes para cada associado satildeo limitadas entretanto eacute facultado o
estabelecimento de criteacuterios de proporcionalidade se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais
d Incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos agrave sociedade
20
e Singularidade de voto podendo as cooperativas centrais federaccedilotildees e
confederaccedilotildees de cooperativas com exceccedilatildeo das que exerccedilam atividade de creacutedito
optar pelo criteacuterio da proporcionalidade
f O quorum para o funcionamento e para deliberaccedilatildeo da Assembleacuteia Geral eacute baseado
no nuacutemero de associados e natildeo no capital
g Retomo das sobras liacutequidas do exerciacutecio de forma proporcional agraves operaccedilotildees
realizadas pelo associado salvo deliberaccedilatildeo em contraacuterio da Assembleacuteia Geral
h Indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistecircncia Teacutecnica Educacional e
Social
i Neutralidade poliacutetica e ausecircncia de discriminaccedilatildeo religiosa racial e social
j Prestaccedilatildeo de assistecircncia aos associados e quando estiver previsto no estatuto aos
empregados da cooperativa
k Aacuterea de admissatildeo de associados limitada de acordo com as possibilidades de
reuniatildeo controle operaccedilotildees e prestaccedilatildeo de serviccedilos Os participantes da sociedade
cooperativa (cooperados) se obrigam a contribuir com bens ou serviccedilos para o
exerciacutecio de uma atividade econocircmica de proveito comum sem objetivo de lucro
A Lei 4137 (BRASIL 1962) de 10 de setembro de 1962 que regula a repressatildeo ao
abuso do poder econocircmico faz a seguinte consideraccedilatildeo sobre empresas
Art 62 Considera-se empresa toda organizaccedilatildeo de natureza civil ou mercantil destinada agrave exploraccedilatildeo por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de qualquer atividade com fins lucrativos
De acordo com VIEIRA (1980a) as Sociedades tecircm finalidade econocircmica e podem
ser Civis ou Comerciais conforme civil ou comercial as suas atividades As Sociedades
Comerciais satildeo constituiacutedas para a praacutetica habitual da mercancia As sociedades Civis tecircm
finalidade econocircmica prestam serviccedilos mas natildeo praticam atos de comeacutercio Mesmo que venham
a praticar eventualmente atos de comeacutercio tal fato natildeo altera a natureza civil dessas sociedades
pois o que se considera eacute a atividade principal por elas exercida Se um Sociedade Civil vier a
praticar o comeacutercio rotineiramente independentemente de haver prestaccedilatildeo de serviccedilos ela seraacute
considerada uma Sociedade Comercial
21
A Entidade Filantroacutepica eacute uma Sociedade Civil sem fins lucrativos mas nem toda
Sociedade Civil sem fins lucrativos eacute Filantroacutepica T e m -se como exemplo o caso das entidades
voltadas para o esporte cultura lazer pesquisa e outros correlatos Por outro lado uma
entidade pode ter accedilotildees voltadas para a filantropia sem ser filantroacutepica ou seja o seu objeto eacute
outro O Decreto ndeg 2536 (BRASIL 1988) de 6 de abril de 1998 regulamenta a concessatildeo e
renovaccedilatildeo do Certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos pelo Conselho Nacional de
Assistecircncia Social (CNAS) de que trata o inciso IV do art 18 da Lei 8742 (BRASIL 1993) de
7 de dezembro de 1993 denominada Lei Orgacircnica da Assistecircncia Social (LOAS)
De acordo com a Resoluccedilatildeo ne 177 (CONSELHO NACIONAL DE ASSISTEcircNCIA
SOCIAL 2000) de 10 de agosto de 2000 do Conselho Nacional de Assistecircncia Social (CNAS)
oacutergatildeo instituiacutedo pelo art 17 da LOAS considera-se Entidade Beneficente de Assistecircncia Social
a pessoa juriacutedica de direito privado sem fins lucrativos que atue da seguinte forma
1 Protegendo a famiacutelia a maternidade a infacircncia a adolescecircncia e a velhice
2 Amparando crianccedilas e adolescentes carentes
3 Promovendo accedilotildees de prevenccedilatildeo habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de pessoas portadoras
de deficiecircncias promovendo gratuitamente assistecircncia educacional ou agrave sauacutede
4 Promovendo a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho
5 Promovendo o atendimento e o assessoramento aos beneficiaacuterios da Lei Orgacircnica
de Assistecircncia Social e a defesa e garantia dos seus direitos
O certificado de Entidade de Fins Filantroacutepicos seraacute concedido para a Entidade
Beneficente de Assistecircncia Social que cumprir os requisitos estabelecidos por essa Resoluccedilatildeo Eacute
importante ressaltar que dentre os requisitos citados no art 3o desse ato administrativo
normativo eacute mencionado no inciso IV que a entidade beneficente tem que ser declarada de
utilidade puacuteblica
22
III A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA
1 Histoacuterico
Existem relatos histoacutericos de que inicialmente a odontologia era exercida por
diferentes tipos de profissionais Os primeiros terapeutas dentais foram meacutedicos sendo que na
idade meacutedia os ldquocirurgiotildees-barbeirosrdquo europeus se especializaram no tratamento dos dentes
Antigament a praacutetica odontoloacutegica era extremamente empiacuterica Com o passar do tempo alguns
profissionais foram se especializando no tratamento de problemas relacionados com a cavidade
oral Comeccedilou entatildeo a surgir uma nova aacuterea de conhecimento No seacuteculo XVIII o francecircs
Pierre Fouchard por meio de seu grande tratado Le Cirurgian Dentiste estabeleceu princiacutepios
cientiacuteficos que caracterizaram a Odontologia como uma verdadeira profissatildeo (RING 1998)
A tecnologia e a ciecircncia aplicadas agrave Odontologia possibilitaram o desenvolvimento de
inuacutemeras possibilidades de tratamento mas a estrutura do atendimento odontoloacutegico foi ficando
com o custo cada vez mais elevado As variadas teacutecnicas desenvolvidas exigem materiais
instrumentais e equipamentos adequados para a sua realizaccedilatildeo Dessa forma natildeo eacute difiacutecil
perceber que o tratamento foi ficando cada vez mais caro e restrito a uma parcela da populaccedilatildeo
que possuiacutea condiccedilotildees financeiras suficientes para gastos com serviccedilos odontoloacutegicos O
cirurgiatildeo-dentista que no passado vivenciou inclusive a experiecircncia como ambulante fixou-se
em um determinado ponto comercial para estruturar o seu consultoacuterio que diferentemente do
consultoacuterio meacutedico exigia especial estrutura pois o atendimento odontoloacutegico desde aquela
eacutepoca jaacute envolvia procedimentos individuais de intervenccedilatildeo na boca dos pacientes
A praacutetica odontoloacutegica no Brasil desenvolveu-se como sendo uma atividade paralela
aos serviccedilos meacutedicos tanto no setor puacuteblico quanto no privado Enquanto a medicina entrou em
um processo de socializaccedilatildeo principalmente com o desenvolvimento do conceito de sauacutede
como direito a odontologia se manteve durante muitos anos no setor privado sendo exercida
predominantemente como uma atividade autocircnoma10 CORDOacuteN (1998b) ressalta que o trabalho
10 FAGUNDES (1997) considera que trabalhador autocircnomo eacute um empregado que natildeo tem patratildeo natildeo sendo subordinado a ningueacutem recebendo honoraacuterios em vez de salaacuterios pelos serviccedilos prestados Esse tipo de trabalhador pode assinar contrato para realizar prestaccedilatildeo de serviccedilo A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) natildeo oferece amparo para essa categoria de profissionais As duacutevidas que surgirem sobre a atividade autocircnoma devem ser resolvidas na Justiccedila Comum
23
odontoloacutegico atual eacute fortemente dependente dos avanccedilos tecnoloacutegicos da sociedade Os
equipamentos materiais medicamentos e instrumentais usados na praacutetica odontoloacutegica
apresentam niacuteveis crescentes de sofisticaccedilatildeo o que eleva os custos do trabalho odontoloacutegico e
dificulta a sua expansatildeo
BEUX (1979) considera ser profissional liberal aquele que possuindo um tiacutetulo
profissional alcanccedilado por meio de um curriacuteculo escolar regularmente desenvolvido e
legalizado que possibilita o exerciacutecio de uma especialidade profissional no campo cientiacutefico ou
artiacutestico de acordo com os conhecimentos de que eacute portador respeitando as disposiccedilotildees da lei e
os princiacutepios eacuteticos sendo responsaacutevel pelos atos que pratica
O profissional liberal pode prestar serviccedilos como autocircnomo como empregado regido
pela Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) ou como Servidores Puacuteblicos regidos
pela Lei 8112 (BRASIL 1990b) de 11 de dezembro de 1990 A atividade do profissional
liberal pode ser exercida como pessoa fiacutesica na forma de autocircnomo ou prestando serviccedilo a
pessoa juriacutedica de direito puacuteblico ou privado sendo que neste caso a responsabilidade
profissional eacute do profissional liberal em questatildeo
BEUX (1979 p28) caracteriza profissional liberal da seguinte forma
Profissional liberal eacute todo indiviacuteduo que sendo possuidor de diploma de graduaccedilatildeo de um curso regular e oficial e habilitaccedilatildeo legal exerce a sua atividade livremente no campo da ciecircncia e da arte dentro das disposiccedilotildees legais e princiacutepios eacuteticos cujas funccedilotildees e atribuiccedilotildees estatildeo estabelecidas pelo respectivo curriacuteculo escolar as quais por lei lhe satildeo inalienaacuteveis e inerentes agrave sua especialidade
O profissional liberal pode desempenhar sua atividade por meio de um viacutenculo
empregatiacutecio com subordinaccedilatildeo hieraacuterquica mas deve ser sempre mantida a sua liberdade
profissional COSTA (1987 p 9) faz a seguinte abordagem sobre o profissional liberal
O profissional liberal se caracteriza pela prestaccedilatildeo de uma atividade intelectual em regime de autonomia teacutecnica e hieraacuterquica O dado essencial contudo da autonomia eacute o da discricionariedade da execuccedilatildeo teacutecnica Se esta uacuteltima ocorrer eacute possiacutevel aceitar-se que a subordinaccedilatildeo hieraacuterquica ao empregador natildeo desnatura o conceito de profissional liberal
O exerciacutecio profissional da Odontologia no Brasil foi regulamentado pela Lei 5081
(BRASIL 1966) de 24 de agosto de 1966 Na deacutecada de 80 a praacutetica odontoloacutegica comeccedilou a
24
sofrer as principais alteraccedilotildees que caracterizariam o novo perfil da profissatildeo nos anos seguintes
crescimento do nuacutemero de especialistas surgimento de intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissional e paciente a proliferaccedilatildeo de ldquoCliacutenicas Odontoloacutegicasrdquo e de cirurgiotildees - dentistas
consultores e o desenvolvimento do conceito de sauacutede bucal coletiva
Houve na realidade uma proliferaccedilatildeo de consultoacuterios odontoloacutegicos registrados como
pessoa juriacutedica que foram classificados como ldquoCliacutenicasrdquo Na praacutetica satildeo consultoacuterios
particulares ou seja a estrutura do estabelecimento eacute adequada para o atendimento individual
havendo apenas uma cadeira odontoloacutegica instalada acompanhada dos demais equipamentos
baacutesicos de um consultoacuterio odontoloacutegico (autoclave fotopolimerizador amalgamador e outros)
A Cliacutenica odontoloacutegica propriamente dita eacute estruturada para atender mais de um paciente
simultaneamente ou seja possui mais de uma cadeira odontoloacutegica
Em relaccedilatildeo a essa uacuteltima alteraccedilatildeo GARRAFA11 citado por NARVAI (2002)
considera que a odontologia teraacute que deixar de ter um papel passivo na sociedade indo ao
encontro das necessidades populacionais O novo cirurgiatildeo-dentista deveraacute estar apto tanto para
comandar a sua aacuterea profissional como para participai de equipes de sauacutede trabalhando com o
objetivo de proporcionar sauacutede bucal ao indiviacuteduo isolado ou coletivamente Em 16 de julho de
1983 foi aprovado o Coacutedigo de Eacutetica Odontoloacutegico pela Resoluccedilatildeo ne 151 do Conselho
Federal de Odontologia (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA1983) que foi
revogado em 19 de dezembro de 1991 pela Resoluccedilatildeo ndeg 179 daquela Entidade (CONSELHO
FEDERAL DE ODONTOLOGIA 1991) Agrave medida que a profissatildeo foi se desenvolvendo foi
surgindo uma necessidade de organizaccedilatildeo que viabilizasse uma praacutetica profissional adequada
tanto para os profissionais quanto para os pacientes
CORDOacuteN (1998a) falando sobre a construccedilatildeo histoacuterica do conceito de Odontologia
em Sauacutede Coletiva comenta sobre os momentos de ruptura epistemoloacutegica pelos quais a praacutetica
odontoloacutegica passou A primeira ruptura foi quando houve a formaccedilatildeo da primeira Faculdade
de Odontologia em Baltimore em 1840 Nesse momento a Odontologia sai do acircmbito popular e
comeccedila a crescer para si mesma Esse movimento faz com que ocorra uma exclusatildeo na relaccedilatildeo
social dos cirurgiotildees-dentistas sendo desenvolvida uma praacutetica odontoloacutegica orientada para os
que tinham condiccedilotildees de pagar por uma assistecircncia odontoloacutegica caracterizada principalmente
51 GARRAFA Volnei Contra o monopoacutelio da Saude Rio de Janeiro - RJ Achiamecirc 1983 143 p
25
por procedimentos curativos A segunda ruptura ocorreu no seacuteculo XX nas deacutecadas de 40 e
50 quando surgiu uma visatildeo funcional da Odontologia em Sauacutede Puacuteblica A existecircncia de uma
grande quantidade de pessoas com problemas odontoloacutegicos comeccedilou a preocupar profissionais
da aacuterea de sauacutede principalmente os da aacuterea odontoloacutegica fazendo com que surgisse uma
filosofia preventiva associada ao uso do fluacuteor a niacutevel sistecircmico e toacutepico graccedilas ao Serviccedilo
Especial de Sauacutede Puacuteblica (SESP) mais tarde (1960) transformado na Fundaccedilatildeo SESP e que
recentemente em decorrecircncia da fusatildeo com a Superintendecircncia de Campanhas de Sauacutede Puacuteblica
(SUCAM) gerou a Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede (FXJNASA) A prevenccedilatildeo viabilizada pelo
emprego do fluacuteor obteve excelentes resultados pois o CPO - D 12 apresentou grande reduccedilatildeo
apoacutes o emprego do fluacuteor em sauacutede puacuteblica A terceira ruptura ocorreu na deacutecada de 60 quando
ocorre o surgimento da desmonopolizaccedilatildeo do conhecimento a simplificaccedilatildeo dos procedimentos
e a inclusatildeo da prevenccedilatildeo na praacutetica odontoloacutegica A praacutetica odontoloacutegica passa a ter um
significado social na medida em que eacute desenvolvida visando ampliar o acesso das pessoas ao
atendimento odontoloacutegicoNo iniacutecio da deacutecada de 70 foi criado o primeiro curso de
especializaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica para cirurgiotildees - dentistas na Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da
Universidade Federal de Satildeo Paulo (USP) Surge nesse periacuteodo uma filosofia empresarial na
praacutetica Odontoloacutegica Paralelamente ocorre o desenvolvimento da utilizaccedilatildeo de pessoal auxiliar
em Odontologia A quarta ruptura representa o momento atual que estaacute relacionado com o
desenvolvimento da Sauacutede Bucal Coletiva Esse tipo de praacutetica eacute caracterizado pela
universalidade equumlidade e integralidade de atenccedilatildeo era Sauacutede Bucal Esse eacute um momento em
que a Sauacutede Bucal passa a ser considerada um direito constitucional e como tal deve ser
promovida para todos os cidadatildeos de acordo com as suas necessidades especiacuteficas
Nos uacuteltimos anos houve um grande aperfeiccediloamento tecnoloacutegico na estrutura do
consultoacuterio odontoloacutegico As induacutestrias de equipamentos instrumentos e materiais
odontoloacutegicos possuem sempre alguma novidade paia viabilizar teacutecnicas novas que satildeo
desenvolvidas visando a soluccedilatildeo de problemas da aacuterea odontoloacutegica Nesse contexto coexistem
duas situaccedilotildees aparentemente contraditoacuterias muitos cirurgiotildees-dentistas sem pacientes e muitos
12 PINTO (2000) considera que o iacutendice CPO-D corresponde agrave quantidade de Dentes Cariados Perdidos e Obturados em um indiviacuteduo e na sociedade O termo mais adequado seria Restaurados em vez de Obturados mas optou-se por natildeo alterar o nome do iacutendice
26
pacientes sem assistecircncia odontoloacutegica Por fim nessa realidade as induacutestrias que datildeo suporte agrave
aacuterea odontoloacutegica satildeo as uacutenicas que crescem de forma permanente
A estrutura da praacutetica odontoloacutegica determina diretamente os tipos de
procedimentos que podem ser realizados no ambiente de trabalho dos profissionais que atuam
em odontologia Essa estrutura corresponde agrave forma como se organizam os elementos
componentes da praacutetica profissional Engloba o espaccedilo fiacutesico equipamentos recursos humanos
os instrumentais os materiais enfim tudo que estaacute relacionado com o esquema de trabalho do
cirurgiatildeo - dentista em um determinado lugar A estrutura da praacutetica odontoloacutegica apresenta
grande variabilidade e depende diretamente dos recursos financeiros disponiacuteveis para
estruturaccedilatildeo de um serviccedilo odontoloacutegico tanto no setor puacuteblico quanto no privado
Os diversos tipos de relaccedilotildees humanas que se desenvolvem dentro da estrutura da
praacutetica odontoloacutegica satildeo caracterizados como processos dessa praacutetica Quando o profissional
trabalha sozinho em seu consultoacuterio por exemplo aleacutem de realizar os procedimentos
especiacuteficos da odontologia teraacute que administrar todos os serviccedilos do consultoacuterio de forma que
tenha condiccedilotildees de atender adequadamente o seu paciente no momento da consulta CORDON
(1999) comenta que apesar de predominar no Brasil a forma de trabalho individualizado do
cirurgiatildeo-dentista parece haver uma forte tendecircncia para o trabalho associado De acordo com o
mesmo autor aleacutem do exerciacutecio profissional associado haacute tambeacutem uma tendecircncia agrave
especializaccedilatildeo relacionada fortemente com a evoluccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica da profissatildeo Em 1968
a Radiologia foi a primeira especialidade odontoloacutegica reconhecida pelo Serviccedilo Nacional de
Fiscalizaccedilatildeo da Odontologia pois nessa eacutepoca ainda natildeo existia o Conselho Federal de
Odontologia Em CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (2002a) verifica - se
atualmente a existecircncia de dezenove especialidades odontoloacutegicas reconhecidas pelo CFO
Cirurgia e Traumatologia Buco - Maxilo - Faciais Dentiacutestica Disfunccedilatildeo Tecircmporo -
Mandibular e Dor Orofacial Endodontia Estomatologia Imaginologia Dento - Maxilo -
Facial Implantodontia Odontologia Legal Odontologia do Trabalho Odontologia paia
Pacientes com Necessidades Especiais Odontogeriatria Odontopediatria Ortodontia Ortopedia
Fimcional dos Maxilares Patologia Bucal Periodontia Proacutetese Buco - Maxilo - Facial Proacutetese
Dentaacuteria e Sauacutede Coletiva A especializaccedilatildeo traz soluccedilotildees para situaccedilotildees em que os
conhecimentos baacutesicos de um Cliacutenico Geral satildeo limitados Por outro lado na tentativa de
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solucionar um problema de sauacutede bucal o paciente pode ter que recorrer a vaacuterios profissionais
de diferentes especialidades para que finalmente tenha o seu caso resolvido O benefiacutecio do
conhecimento especializado pode gerar um desgaste fiacutesico para o paciente que natildeo possui mais
o ldquoseurdquo dentista mas vaacuterios especialistas A relaccedilatildeo do paciente com o profissional especialista
eacute mais superficial considerando que geralmente o paciente soacute procura o especialista para
resolver uma questatildeo especiacutefica que na maioria dos casos natildeo exige vaacuterias consultas
A forma de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos realizados influi diretamente nos
processos da praacutetica odontoloacutegica No setor privado nas relaccedilotildees profissionais sem viacutenculo
empregatiacutecio o pagamento pelos serviccedilos prestados pode ser direto ao profissional ocorrendo
uma livre negociaccedilatildeo entre as partes envolvidas ou indireto Neste caso existe algum tipo de
intermediaacuterio entre o paciente e o cirurgiatildeo-dentista A negociaccedilatildeo financeira geralmente segue
as regras estabelecidas por esse intermediaacuterio
Existem ainda empresas privadas ou melhor Cliacutenicas Odontoloacutegicas que contratam
cirurgiotildees-dentistas e oferecem diversas modalidades de tratamentos podendo ou natildeo trabalhar
com intermediaacuterios (operadoras) Entretanto o que eacute mais frequumlente nesse tipo de
estabelecimento eacute a prestaccedilatildeo de serviccedilos por cirurgiotildees-dentistas consultores eou o
arrendamento Em ambas situaccedilotildees o profissional ganha seus honoraacuterios por produccedilatildeo sendo
que na primeira situaccedilatildeo o profissional eacute requisitado eventualmente para prestar serviccedilos
enquanto que na segunda situaccedilatildeo o profissional frequumlenta constantemente a Cliacutenica em horaacuterio
definido para realizar atendimento odontoloacutegico
Os cirurgiotildees-dentistas que satildeo servidores puacuteblicos ou empregados possuem uma
renda fixa e natildeo estabelecem relaccedilatildeo de negociaccedilatildeo com os pacientes Nessas situaccedilotildees o
profissional ldquovenderdquo a sua forccedila de trabalho garantindo um rendimento constante sem ter a
preocupaccedilatildeo de financiar a estrutura do serviccedilo odontoloacutegico no qual iraacute trabalhar A garantia de
um rendimento fixo eacute importante para esses profissionais em tempos de instabilidade
econocircmica Em qualquer uma das situaccedilotildees citadas acima o cirurgiatildeo-dentista pode trabalharr bull r bull 13sozinho de forma individual 011 com profissionais auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
13 Existem os profissionais auxiliares diretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo 0 auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico (ACD) o teacutecnico em higiene dental (THD) o teacutecnico em proacutetese dental (TPD) e o auxiliar de proacutetese dentaacuteria (APD) Existem tambeacutem os auxiliares indiretos da praacutetica odontoloacutegica que satildeo profissionais de outras aacutereas que ajudam no desenvolvimento dos serviccedilos odontoloacutegicos Como exemplo do uacuteltimo grupo podemos citar contadores advogados psicoacutelogos administradores teacutecnicos em informaacutetica faxineiras copeiras e outros
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O cirurgiatildeo - dentista em sua atividade profissional tem como principal objetivo
garantir um bom niacutevel de sauacutede bucal para os seus pacientes Cada tipo de tratamento
odontoloacutegico eacute desenvolvido baseado em teacutecnicas especiacuteficas e na utilizaccedilatildeo adequada de
instrumentais e materiais odontoloacutegicos A qualidade do produto da praacutetica odontoloacutegica
depende do conhecimento profissional dos instrumentais e dos materiais utilizados nos
procedimentos profissionais A Tabela de Valores Referenciais para Convecircnios e
Credenciamentos (VRCC) codifica nove especialidades e mais de duzentos procedimentos que
podem ser realizados pelo cirurgiatildeo-dentista atualmente Existem procedimentos odontoloacutegicos
que natildeo estatildeo incluiacutedos nessa tabela mas que satildeo realizados nos diversos ambientes de trabalho
odontoloacutegico sendo os seus respectivos honoraacuterios definidos pelo proacuteprio profissional como
acontece no atendimento de pacientes particulares Geralmente os produtos odontoloacutegicos satildeo
avaliados de acordo com a sua durabilidade e sensaccedilatildeo de bem - estar do paciente Como a
qualidade do produto depende de fatores econocircmicos ocorrem algumas praacuteticas iatrogecircnicas em
odontologia em decorrecircncia da utilizaccedilatildeo de material inadequado pois nem sempre o material
mais barato consegue manter o padratildeo de qualidade garantido por um similar mais caro
A praacutetica odontoloacutegica se desenvolve por meio de processos que determinaratildeo o tipo
de produto que seraacute oferecido e os resultados que seratildeo alcanccedilados Estes aparecem sob dois
acircngulos o do paciente e o do profissional Para o paciente o melhor resultado eacute satisfazer suas
necessidades Para o profissional aleacutem de ter a satisfaccedilatildeo em realizar tratamentos bem
sucedidos eacute importante ter um retorno financeiro suficiente para manter sua qualidade de vida e
garantir a sua qualidade profissional O lucro do profissional que trabalha no setor privado
representa uma fonte de estiacutemulo para o seu desenvolvimento e crescimento Quando o
cirurgiatildeo-dentista possui um viacutenculo empregatiacutecio sua renda fixa e qualquer vantagem a mais
decorrente desse viacutenculo representaratildeo o resultado do seu trabalho profissional Infelizmente
podem ocorrer insucessos e prejuiacutezo financeiro tanto para o paciente quanto para o cirurgiatildeo-
dentista como resultados indesejaacuteveis da praacutetica odontoloacutegica Essa possibilidade natildeo deve
servir de impedimento para a praacutetica profissional e sim como estiacutemulo para o seu
desenvolvimento
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2 O Mercado de Trabalho Odontoloacutegico
21 Formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo
Atualmente as formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de
produccedilatildeo satildeo as seguintes como trabalhador autocircnomo como consultor como participante de
uma sociedade como empregado e como servidor puacuteblico Existem outras possibilidades
profissionais para o cirurgiatildeo-dentista que natildeo envolvem necessariamente a praacutetica
odontoloacutegica Alguns optam por uma carreira acadecircmica outros trabalham como empresaacuterios
outros trabalham como servidores puacuteblicos fora da aacuterea odontoloacutegica enfim essa variaccedilatildeo vai
depender de oportunidades e dos objetivos de cada profissional pois no Brasil eacute frequumlente a
ocorrecircncia da subutilizaccedilatildeo de recursos humanos Este estudo ficaraacute restrito ao mercado de
trabalho do cirurgiatildeo-dentista que realiza a praacutetica de sua profissatildeo
CORDOacuteN (1986) ao analisar o mercado de trabalho odontoloacutegico considera que o
processo de produccedilatildeo possui os seguintes componentes
a Objeto de trabalho aquilo que eacute transformado durante o processo de trabalho para
que seja obtido o produto final
b Meios de trabalho tudo aquilo que atua sobre o objeto de trabalho para que se
obtenha o produto final
c Trabalho eacute a energia humana gasta nesse processo
d Superestrutura consciecircncia ideoloacutegica da eacutepoca
e Modo de produccedilatildeo modo pelo qual em uma sociedade concreta as forccedilas
produtivas e as relaccedilotildees de produccedilatildeo satildeo desenvolvidas
f Formaccedilatildeo social designaccedilatildeo dada a uma totalidade social concreta na qual existem
distintos modos de produzir sendo que um sempre seraacute dominante
g Processo social de produccedilatildeo produccedilatildeo propriamente dita distribuiccedilatildeo troca e
consumo As relaccedilotildees na sociedade ocorrem de acordo com a posiccedilatildeo ocupada pelas pessoas no
processo social de produccedilatildeo Uns satildeo donos dos meios de produccedilatildeo e os outros vendem sua
forccedila de trabalho para proprietaacuterios dos meios de produccedilatildeo A dinacircmica social ocorre com a luta
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das classes sociais presentes no processo social de produccedilatildeo a dos explorados e a dos
exploradores ou seja a dos trabalhadores e a dos proprietaacuterios
Na praacutetica odontoloacutegica pode - se observar com maior frequumlecircncia as seguintes
situaccedilotildees cirurgiatildeo-dentista dono dos meios de produccedilatildeo (empresaacuterio que natildeo exerce a
profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio e trabalhador simultaneamente (profissional autocircnomo
ou empresaacuterio que exerce a profissatildeo) cirurgiatildeo-dentista proprietaacuterio de um estabelecimento e
trabalhador em outro (profissional que atua em estabelecimento proacuteprio e tambeacutem eacute servidor
publico ou empregado) e o cirurgiatildeo-dentista exclusivamente trabalhador (profissional que eacute
servidor puacuteblico eou empregado eou consultor) A seguir seratildeo analisadas as formas de
inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo social de produccedilatildeo que aparem isoladas ou
associadas em diferentes esquemas de praacutetica odontoloacutegica
A O cirurgiatildeo - dentista autocircnomo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo trabalha no setor privado de assistecircncia agrave sauacutede Esse
profissional pode trabalhar em consultoacuterio proacuteprio alugar um consultoacuterio ou arrendar
consultoacuterio de um colega Neste regime de trabalho o cirurgiatildeo-dentista pode atender qualquer
tipo de paciente Existem os pacientes particulares que pagam o tratamento diretamente para o
profissional e aqueles usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica que pagam o
tratamento indiretamente por meio de operadoras Para instalar o consultoacuterio proacuteprio o
cirurgiatildeo-dentista tem que seguir algumas regras e providenciar documentaccedilatildeo especiacutefica que
possibilite o funcionamento do estabelecimento Quando o profissional aluga um consultoacuterio em
tempo integral ou parcial de funcionamento fica estabelecido um valor fixo para essa relaccedilatildeo de
locaccedilatildeo No arrendamento o profissional realiza atendimento completo dos pacientes mas
recebe apenas uma porcentagem do tratamento realizado considerando que o atendimento foi
realizado em cliacutenica ou consultoacuterio de um colega Muitos profissionais receacutem formados iniciam
sua praacutetica odontoloacutegica trabalhando neste uacuteltimo esquema De certa forma o cirurgiatildeo -
dentista arrendataacuterio perde a sua autonomia tendo em vista que passa a trabalhar para o dono
dos meios de produccedilatildeo
O cirurgiatildeo-dentista autocircnomo possui registro juriacutedico de pessoa fiacutesica Quando o
profissional registra-se como pessoa juriacutedica ele passa a fazer parte do regime de trabalho
31
associativo Eacute importante ressaltar que o registro de pessoa juriacutedica natildeo anula automaticamente
o registro de pessoa fiacutesica podendo o profissional atuar das duas formas simultaneamente
assinando documentos em seu nome ou em nome da Cliacutenica dependendo da sua conveniecircncia
Na atuaccedilatildeo profissional como pessoa juriacutedica tanto a cliacutenica quanto o profissional devem estar
registrados no Conselho Regional de Odontologia Na praacutetica profissional quando ocorre
mudanccedilas apenas na documentaccedilatildeo do consultoacuterio passando de pessoa fiacutesica para pessoa
juriacutedica a diferenccedila baacutesica entre a pessoa fiacutesica e a juriacutedica estaacute nos tipos de impostos a pagar
na oportunidade de fazer credenciamentos que eacute maior para pessoa juriacutedica e na
obrigatoriedade da contrataccedilatildeo de um contador Existem inuacutemeros consultoacuterios particulares
registrados como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso a credenciamentos eou para
obter vantagens tributaacuterias Isso gera uma confusatildeo de termos pois no Conselho Federal de
Odontologia todo prestador de serviccedilos odontoloacutegicos que exerce suas atividades como pessoa
juriacutedica eacute registrado como Cliacutenica
Atualmente o nuacutemero de profissionais da aacuterea de sauacutede que trabalham com
intermediaacuterios em suas praacuteticas profissionais tem crescido consideravelmente Quando entramos
em estabelecimentos prestadores de algum tipo de assistecircncia agrave sauacutede em geral a primeira
pergunta que as respectivas secretaacuterias fazem eacute ldquoQual eacute o seu convecircniordquo Os convecircnios14 e
credenciamentos surgiram inseridos dentro de um processo de produccedilatildeo onde haacute uma queda do
poder aquisitivo das pessoas e consequumlentemente menor capacidade de pagar pela utilizaccedilatildeo
dos serviccedilos de sauacutede privados Por outro lado os investimentos do governo na aacuterea de sauacutede
natildeo satildeo suficientes para garantir a sauacutede como um direito da populaccedilatildeo Sem muita opccedilatildeo de
tratamento no setor puacuteblico e sem condiccedilotildees de pagar diretamente pelos serviccedilos odontoloacutegicos
a populaccedilatildeo que possui algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio tem optado pela utilizaccedilatildeo dos
convecircnios
14 No setor privado a palavra convecircnio refere-se aos intermediaacuterios da relaccedilatildeo profissionalpaciente ou de outra forma satildeo as operadoras de planos de assistecircncia agrave sauacutede e ou de planos de assistecircncia odontoloacutegica
32
B O cirurgiatildeo-dentista consultor
O cirurgiatildeo - dentista consultor eacute aquele que eventualmente dependendo das
necessidades de colegas de profissatildeo realiza atendimento (consultas) em Cliacutenicas e consultoacuterios
diversos recebendo por procedimento realizado Os especialistas geralmente satildeo requisitados
para desenvolver esse tipo de trabalho sendo considerados parceiros do colega responsaacutevel pelo
paciente que eacute atendido Nesse esquema o cirurgiatildeo-dentista consultor geralmente negocia
com o seu colega e natildeo com o paciente Na realidade o paciente pertence ao colega que
requisitou os serviccedilos sendo o serviccedilo prestado apenas uma parte de um plano de tratamento
mais amplo Esse esquema favorece o emprego de ldquomatildeo-de-obrardquo especializada sem que seja
necessaacuterio que o paciente procure outro estabelecimento para realizar o seu tratamento
C O cirurgiatildeo-dentista integrante de uma sociedade civil ou comercial
O modelo mais simples de sociedade na aacuterea odontoloacutegica eacute quando um consultoacuterio
odontoloacutegico eacute registrado como pessoa juriacutedica Geralmente os profissionais ficam soacutecios de
um parente ou de um colega de profissatildeo apenas para constar na documentaccedilatildeo A sociedade
existe no documento mas na realidade o profissional trabalha como se fosse autocircnomo A
proliferaccedilatildeo desse tipo de pessoa juriacutedica estaacute relacionada com a obtenccedilatildeo de vantagens fiscais e
com as condiccedilotildees impostas pelas operadoras o credenciamento de profissionais Entre duas
pessoas juriacutedicas (operadora e Cliacutenica) natildeo existe a possibilidade do estabelecimento de
viacutenculo empregatiacutecio O excesso de profissionais nos grandes centros urbanos associado a uma
queda na uacuteltima deacutecada do poder aquisitivo da populaccedilatildeo fez com que ocorresse um brusca
desvalorizaccedilatildeo do cirurgiatildeo - dentista Este profissional passou a trabalhar baseando-se em
tabelas impostas pelas diversas operadoras Houve uma queda no preccedilo do tratamento particular
a ponto de natildeo haver diferenccedila nos valores dos tratamentos em pacientes particulares e em
pacientes usuaacuterios de algum tipo plano de assistecircncia odontoloacutegica
O cirurgiatildeo - dentista pode realmente estabelecer um regime de trabalho no qual
ocorra a co-participaccedilatildeo de colegas de profissatildeo que se obrigam mutuamente a combinar seus
33
esforccedilos para obtenccedilatildeo de fins propostos Nesse caso satildeo formadas verdadeiras Cliacutenicas
estruturadas de acordo com os objetivos dos profissionais que integram essa pessoa juriacutedica Na
sociedade ocorre fundamentalmente fornecimento de capital (em dinheiro eou em bens e
serviccedilos) administraccedilatildeo e participaccedilatildeo em lucros e perdas
De acordo com OLIVEIRA e CAMPOS (1998) a administraccedilatildeo seraacute feita de acordo
com a combinaccedilatildeo dos soacutecios podendo ser designado um ou mais para administrem a
sociedade O trabalho imediatamente prestado pelos soacutecios recebe uma contraprestaccedilatildeo
denominada pro labore Na participaccedilatildeo nos lucros e perdas permanece o princiacutepio da
proporcionalidade sofrem-se idecircnticos prejuiacutezos e se beneficiam de idecircnticos lucros
O cirurgiatildeo - dentista pode integrar uma sociedade cooperativa O trabalho
associativo na forma de cooperativa tem as seguintes caracteriacutesticas propriedade cooperativa -
a propriedade eacute atribuiacuteda aos associados independentemente das contribuiccedilotildees financeiras agrave
constituiccedilatildeo da sociedade gestatildeo cooperativa - o poder de decisatildeo uacuteltimo eacute competecircncia da
assembleacuteia dos associados reparticcedilatildeo cooperativa - a distribuiccedilatildeo das sobras financeiras no
final do ano deve ser feita de uma maneira diversa da que numa empresa capitalista isto eacute natildeo eacute
baseada na participaccedilatildeo dos associados mas sim nas operaccedilotildees da mesma Essa forma de
atuaccedilatildeo profissional encontra-se em desenvolvimento havendo atualmente poucos
profissionais trabalhando como cooperados ou seja como soacutecios da sociedade cooperativa
D O cirurgiatildeo - dentista empregado
Nesse tipo de relaccedilatildeo trabalhista o cirurgiatildeo-dentista trabalha para algueacutem estando
subordinado a esse algueacutem tendo o direito a uma contraprestaccedilatildeo (remuneraccedilatildeo) pelo trabalho
executado A remuneraccedilatildeo nem sempre eacute um salaacuterio fixo pois pode ocorrer uma parte variaacutevel
dependente da produtividade
OLIVEIRA e CAMPOS (1998) ressaltam que quem trabalha de modo subordinado
coloca-se agrave disposiccedilatildeo do outrem e ao mesmo tempo o que se produz eacute propriedade do outro
que dela dispotildee como quiser Quem trabalha subordinado o faz ldquopor conta de outremrdquo
assumindo este consequumlentemente os riscos de eventual insucesso dos fins visados
34
De acordo com esses autores as relaccedilotildees de trabalho e contrato duraccedilatildeo do trabalho
(jornada repouso semanal feacuterias) remuneraccedilatildeo higiene e seguranccedila nos locais de trabalho
trabalho infantil e do adolescente satildeo disciplinadas pelo Direito do Trabalho O Direito Coletivo
disciplina interesses gerais de empregados e empregadores associativamente agrupados
organizaccedilatildeo sindical negociaccedilatildeo coletiva convecircnios coletivos (acordo coletivo convenccedilatildeo
coletiva ldquocontrato coletivo de trabalhordquo) conflitos coletivos (greve por exemplo) e seus modos
de soluccedilatildeo Os empregados e empregadores satildeo regidos pela CLT (BRASIL 1943) estando
esta subordinada agrave Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil (BRASIL 1988)
E O cirurgiatildeo-dentista servidor puacuteblico
O cirurgiatildeo-dentista pode fazer concurso puacuteblico e trabalhar como servidor puacuteblico15
exercendo a sua profissatildeo em cargo correspondente Eacute o modo pelo qual se estabelecem as
relaccedilotildees juriacutedicas entre o servidor e a Administraccedilatildeo com base nos princiacutepios constitucionais
pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence A situaccedilatildeo
do servidor eacute estatutaacuteria e natildeo contratual
A Lei 811290 (BRASIL 1990b) eacute o regimento juriacutedico uacutenico dos servidores da
Uniatildeo Autarquias e Fundaccedilotildees Federais Esta lei tambeacutem eacute adotada pelo Governo do Distrito
Federal para reger seus servidores puacuteblicos Os servidores puacuteblicos constituem subespeacutecies dos
agentes puacuteblicos administrativos categoria que abrange a grande massa de prestadores de
serviccedilos agrave Administraccedilatildeo e a ela estatildeo vinculados por relaccedilotildees profissionais em razatildeo de
investidura em cargos e funccedilotildees a tiacutetulo de emprego com retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria
O servidor puacuteblico e os servidores que trabalham no serviccedilo puacuteblico e satildeo regidos
pela CLT (BRASIL 1943) de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal natildeo
tecircm direito agrave negociaccedilatildeo coletiva e agrave celebraccedilatildeo de convenccedilatildeo coletiva Atualmente esse tema
tem assumido grande relevacircncia em discussotildees onde se tenta democratizar as relaccedilotildees
individuais e coletivas de trabalho
15 O Servidor Puacuteblico eacute a pessoa legalmente investida em cargo puacuteblico De acordo com MELLO (1998) o Servidor Puacuteblico Civil pode ser Servidor (estatutaacuterio) Comissionado (livre nomeaccedilatildeo e exoneraccedilatildeo) por Contrato Temporaacuteno (art 37 Diacute da CF88) e ainda Empregado Puacuteblico (regidos pela CLT)
35
22 Consideraccedilotildees sobre o mercado de trabalho do cirurgiatildeo
- dentista
Nos dias atuais o trabalho eacute considerado uma mercadoria como outra qualquer
estando sob a influecircncia das leis do mercado No mercado existe uma demanda ou seja a
procura por determinada mercadoria e a oferta dessa mesma mercadoria Em uma anaacutelise
simplificada se a procura eacute maior do que a oferta os preccedilos tendem a aumentar mas se a
procura eacute menor que a oferta os preccedilos tendem a diminuir Inicialmente eacute importante
ressaltarmos que o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista deve ser analisado por dois
acircngulos trabalho sem viacutenculo empregatiacutecio e trabalho com viacutenculo empregatiacutecio Na primeira
situaccedilatildeo a demanda por tratamentos influencia diretamente os honoraacuterios do profissional E
importante conhecermos a relaccedilatildeo proporcional entre cirurgiotildees-dentistas que atuam sem
viacutenculo empregatiacutecio e pacientes particulares em potencial Eacute comum na aacuterea de sauacutede os
profissionais trabalharem com viacutenculo e sem viacutenculo empregatiacutecio simultaneamente Isso natildeo
prejudica a anaacutelise anterior sendo que esse profissional tambeacutem entra na contagem dos que natildeo
possuem viacutenculo Nessa primeira situaccedilatildeo pode-se considerar que quanto maior a demanda de
pacientes particulares em potencial por cirurgiatildeo - dentista os honoraacuterios desse profissional
seratildeo maiores Por outro lado se a demanda for pequena os honoraacuterios do profissional seraacute
menor Na segunda situaccedilatildeo o mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista eacute diretamente
dependente de poliacuteticas de sauacutede que ampliem o nuacutemero de vagas para cirurgiotildees-dentistas e
indiretamente dependente de reivindicaccedilotildees da populaccedilatildeo usuaacuteria desses serviccedilos
23 O assalariamento do cirurgiatildeo - dentista
Como foi abordado anteriormente o cirurgiatildeo - dentista desde sua origem
apresentou predominantemente uma praacutetica profissional autocircnoma As mudanccedilas sociais
econocircmicas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas afetaram a estrutura os processos os produtos e os
resultados da praacutetica odontoloacutegica Agrave medida que uma sociedade se desenvolve surgem praacuteticas
profissionais relacionadas com necessidades individuais e coletivas das pessoas Os serviccedilos vatildeo
36
ficando cada vez mais especializados e consequumlentemente vatildeo surgindo setores de atividades
profissionais que tambeacutem exigem dos que a elas se dedicam um maior grau de especializaccedilatildeo
NOGUEIRA (1983 p 63) refere - se ao surgimento do trabalho assalariado da
seguinte forma
Nas condiccedilotildees hodiemas uma das caracteriacutesticas mais relevantes do processo de trabalho em sauacutede eacute a crescente coletivizaccedilatildeo dos agentes prestadores desses serviccedilos levando ao aparecimento do trabalho associado realizado por diferentes tipos de profissionais em regime de cooperaccedilatildeo teacutecnica seja numa unidade isolada (cliacutenica hospital) seja numa seacuterie hierarquizada de unidades (compondo por exemplo uma rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede com complexidade crescente) A coletivizaccedilatildeo dos produtores de serviccedilos de sauacutede assinala a superaccedilatildeo atraveacutes da intervenccedilatildeo estatal e da entrada do capital no setor da fase histoacuterica em que praticamente a totalidade da assistecircncia agrave sauacutede era assumida por profissionais autocircnomos (organizaccedilatildeo liberal das praacuteticas de sauacutede)
As praacuteticas profissionais satildeo afetadas pela dinacircmica da sociedade O crescimento
populacional os tipos de poliacuteticas o tipo de economia e o tipo de cultura satildeo exemplos de
fatores que influenciam diretamente a vida profissional das pessoas
CORDOacuteN (1986 p 58) em uma abordagem do mercado de trabalho odontoloacutegico
considera que
O mercado capitalista vive em permanente expansatildeo o capital tende a ocupar todos os espaccedilos que possam lhe proporcionar lucros E as leis do mercado vatildeo dominando a sociedade inteira Todos os valores humanos autecircnticos vatildeo sendo destruiacutedos pelo dinheiro tudo vira mercadoria tudo pode ser comercializado todas as coisas podem ser vendidas ou compradas por um determinado preccedilo A forccedila de trabalho do ser humano e a dos profissionais de sauacutede como natildeo poderia ser diferente tambeacutem se transforma em mercadoria e seu preccedilo passa a sofrer as pressotildees e flutuaccedilotildees do mercado O trabalhador de sauacutede passa a um progressivo e acelerado processo de assalariamento
POLANYI (1980) considera que com o desenvolvimento do liberalismo econocircmico
surgiram as chamadas mercadorias fictiacutecias trabalho terra e dinheiro Os dogmas claacutessicos do
liberalismo econocircmico satildeo os seguintes o trabalho deve encontrar o seu preccedilo no mercado a
criaccedilatildeo do dinheiro deve sujeitar-se a um mecanismo automaacutetico e os bens devem ser livres para
fluir de paiacutes para paiacutes sem empecilhos ou privileacutegios Desta forma trabalho terra e dinheiro
viram objetos de comeacutercio como as mercadorias propriamente ditas
Em cada fase da evoluccedilatildeo do processo de produccedilatildeo o trabalho assume caracteriacutesticas
bem diferenciadas Os modos de produccedilatildeo criam diversas modalidades de relaccedilotildees de trabalho
37
Dentre estas podemos citar as relaccedilotildees escravagistas as de servidatildeo medieval as de
corporaccedilotildees as de assalariado Hoje na sociedade capitalista que se vive existem situaccedilotildees
concretas em que se mesclam culturalmente escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas
formas autocircnomas de sobrevivecircncia LAUTIER (1999) Considera que o trabalho natildeo eacute somente
o exerciacutecio de uma atividade mas tambeacutem o sinal de inserccedilatildeo no status social O trabalho natildeo
deve ser visto como um castigo mas como meio de crescimento da pessoa humana aumentando
sua auto-estima sua independecircncia seu prestiacutegio enfim transformando a pessoa passiva em
cidadatildeo ativo O desenvolvimento das diversas formas de trabalho criou a condiccedilatildeo assalariada
do trabalhador que para muitos representou uma perda de autonomia em troca de um salaacuterio
A diversidade de relaccedilotildees profissionais encontradas no Brasil causa decepccedilatildeo quando
se percebe uma mistura cultural de escravidatildeo servidatildeo medieval emprego e diversas formas
autocircnomas de sobrevivecircncia O trabalho na aacuterea de sauacutede assume um caraacuteter especial
considerando que seu objeto eacute o ser humano Na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) os
serviccedilos de sauacutede satildeo considerados como sendo de relevacircncia puacuteblica CARVALHO e
SANTOS (2001) reforccedilam que na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) o fato da assistecircncia agrave
sauacutede ser livre agrave iniciativa privada natildeo retira o setor privado do campo de incidecircncia da
normatividade dos poderes puacuteblicos imanente agrave aacuterea de sauacutede SILVA (1998 p796) afirma que
As accedilotildees e serviccedilos de sauacutede satildeo de relevacircncia puacuteblica por isso ficam inteiramente sujeitos agrave regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle do Poder Puacuteblico nos termos da lei a que cabe executa - los diretamente ou por terceiros pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado Se a Constituiccedilatildeo atribui ao Poder Puacuteblico o controle das accedilotildees e serviccedilos de sauacutede significa que sob tais accedilotildees e serviccedilos tem ele integral poder de dominaccedilatildeo que eacute o sentido do termo controle mormente quando aparece ao lado da palavra fiscalizaccedilatildeo
Ainda sobre o mesmo assunto CARVALHO e SANTOS (2001 p 317) consideramque
Nos momento (muitas vezes solitaacuterios) de tomada de decisatildeo o dirigente ou autoridade do SUS deve ter em mente que a Carta Magna qualificou como de ldquorelevacircncia puacuteblicardquo as accedilotildees e os serviccedilos de sauacutede atribuindo ao Ministeacuterio Puacuteblico a funccedilatildeo institucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes puacuteblicos e dos serviccedilos de relevacircncia puacuteblica aos direitos subjetivos e aos direitos sociais previstos na Constituiccedilatildeo
Ao qualificar os serviccedilos e accedilotildees de sauacutede como de relevacircncia puacuteblica o legislador
constituinte demonstrou a prioridade que a sauacutede tem para o desenvolvimento humano Isso
justifica a necessidade de avaliaccedilatildeo dos problemas relacionados com esta aacuterea de uma forma
38
universal e dentro de um contexto social Natildeo tem sentido por exemplo tanta evoluccedilatildeo
tecnoloacutegica se esta natildeo eacute acompanhada de um desenvolvimento humano coletivo e individual A
melhoria de qualidade de vida das pessoas em geral estaacute relacionada com a melhoria da sauacutede
individual e coletiva
O direito aborda o trabalho como ldquodireito - deverrdquo direito de trabalhar para garantir a
proacutepria subsistecircncia e do nuacutecleo familiar e dever social porque todo trabalho humano eacute desde o
inicio e por definiccedilatildeo um fato coletivo sendo a cooperaccedilatildeo a sua nota caracteriacutestica e essencial
A questatildeo da universalidade do direito agrave sauacutede ainda eacute muito discutida A Constituiccedilatildeo
Federal (BRASIL 1988) incorpora o Direito agrave Sauacutede da seguinte forma
Art 196 A sauacutede eacute direito de todos e dever do Estado garantido mediante poliacuteticas sociais e econocircmicas que visem agrave reduccedilatildeo do risco de doenccedila e de outros agravos e ao acesso universal igualitaacuterio agraves accedilotildees e serviccedilos para a sua promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo
Nesse artigo estaacute expressamente escrito que todos tecircm direito agrave sauacutede e que as accedilotildees
em sauacutede natildeo devem envolver apenas aspectos curativos mas tambeacutem preventivos e
promocionais Natildeo basta apenas curar eacute preciso entender quais satildeo os processos que levam um
indiviacuteduo a desenvolver determinada doenccedila para que posteriormente possa ser minimizada a
ocorrecircncia de casos semelhantes prevenindo doenccedilas e promovendo sauacutede
Ainda na Constituiccedilatildeo Federal (BRASIL 1988) encontra - se como foi dito
anteriormente uma abordagem dos serviccedilos de sauacutede como sendo de relevacircncia puacuteblica
Art 197 Satildeo de relevacircncia puacuteblica as accedilotildees e serviccedilos de sauacutede cabendo ao poder puacuteblico dispor nos termos da lei sobre sua regulamentaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e controle devendo sua execuccedilatildeo ser feita diretamente ou atraveacutes de terceiros e tambeacutem por pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito privado
O que estaacute escrito no artigo 197 da Constituiccedilatildeo Federal reforccedila a necessidade de
dignidade humana que eacute um dos fundamentos da Repuacuteblica A responsabilidade do Estado eacute
muito grande na instituiccedilatildeo de poliacuteticas envolvendo a sauacutede da populaccedilatildeo
De acordo com CORDOacuteN (1999) quando a praacutetica odontoloacutegica surgiu foi
desenvolvida em cliacutenicas privadas onde os profissionais trabalhando de uma forma artesanal
detinham os meios de produccedilatildeo e possuiacuteam liberdade para estabelecer o esquema de trabalho
selecionar os pacientes e determinar o valor dos seus respectivos honoraacuterios Posteriormente
39
iniciou-se uma progressiva intervenccedilatildeo do Estado nas profissotildees liberais Surgiram normas que
restringiram a atuaccedilatildeo do profissional liberal A praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras
alteraccedilotildees desde os tempos remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto
com o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo como com a forma de acesso ao
tratamento odontoloacutegico Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo
intimamente relacionadas com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes
Considerando que a sauacutede estaacute se transformando em um bem de consumo qualquer alteraccedilatildeo na
poliacutetica econocircmica afeta indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo de uma
pessoa faz com que ela incluiacutea ou excluiacutea gastos O tratamento odontoloacutegico parece ser
geralmente excluiacutedo dos gastos quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo situaccedilatildeo
observada em periacuteodos de crise econocircmica
ZANETTI (1999) ressalta que nas deacutecadas de 80 e 90 a Odontologia Brasileira passa
a conviver intimamente com mudanccedilas soacutecio-econocircmicas e com uma evoluccedilatildeo teacutecnico-
cientiacutefica na aacuterea odontoloacutegica O grande nuacutemero de pessoas necessitadas de tratamentos
odontoloacutegicos induziu a abertura de Faculdades de Odontologia de uma forma desordenada que
fez o Brasil receber os tiacutetulos de campeatildeo em nuacutemero de Faculdades de Odontologia e
paradoxalmente em nuacutemero de pessoas com problemas odontoloacutegicos
Como foi visto anteriormente o sistema capitalista impotildee a existecircncia de ldquomercadosrdquo
diversos Quando a oferta de serviccedilos eacute elevada o preccedilo desses serviccedilos tende a cair fato
reforccedilado pela queda na procura pelos serviccedilos que tambeacutem induz a uma queda de preccedilos
desses serviccedilos Desta forma surgiu a seguinte situaccedilatildeo contraditoacuteria muitos cirurgiotildees -
dentista com nuacutemero reduzido de ldquoclientesrdquo e uma grande massa de ldquopacientesrdquo sem nenhum
tipo de assistecircncia odontoloacutegica Eacute como se os cirurgiotildees-dentistas estivessem na margem de um
rio e os pacientes carentes de serviccedilos odontoloacutegicos estivessem na outra margem O desastre eacute
que este rio natildeo tem nenhuma ponte que uma as duas margens
Dentro deste contexto comeccedilaram a surgir ldquodonos de embarcaccedilotildeesrdquo que tentavam
obter algum tipo de vantagem nessa situaccedilatildeo mas sem tentar resolvecirc-la de forma realista em
sintonia com os problemas sociais do Brasil BAHIA (1999) ressalta que as reformas setoriais
iniciadas na deacutecada de 80 que objetivavam acesso universal integralidade da atenccedilatildeo ecircnfase
em accedilotildees de proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede descentralizaccedilatildeo e participaccedilatildeo social adquiriram
40
expressatildeo legal e institucional com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) e com a criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) em 1990 A ponte que uniria aquelas
margens comeccedilou a ser construiacuteda sustentada por estes dois pilares mas enquanto isso variados
tipos de embarcaccedilotildees surgiram para levar pessoas de um lado para o outro inclusive
embarcaccedilotildees que utilizavam aqueles pilares para completar as suas viagens Estas embarcaccedilotildees
visavam lucro ou algum benefiacutecio que seria traduzido em algum tipo de ganho material Estas
embarcaccedilotildees satildeo entidades puacuteblicas ou privadas que comeccedilaram a atuar como intermediaacuterios
na relaccedilatildeo profissional paciente impondo condiccedilotildees para os cirurgiotildees - dentistas em troca de
possibilitar um fluxo de pacientes
De acordo com ZANETTI (1999) neste tipo de relaccedilatildeo o profissional fica
condicionado a estas entidades natildeo podendo estabelecer livremente seus honoraacuterios e nem
executar os seus serviccedilos com plena liberdade pois as entidades geralmente possuem uma
listagem limitada de tratamentos odontoloacutegicos que podem ser realizados mediante viacutenculo com
prestadores de serviccedilos odontoloacutegicos De acordo com este mesmo autor este tipo de relaccedilatildeo na
qual existe um intermediaacuterio entre o profissional e o paciente expressa um tipo de
assalariamento indireto do cirurgiatildeo - dentista que recebe regularmente remuneraccedilatildeo pelos seus
serviccedilos mas sem nenhuma vantagem trabalhista pois natildeo existe um viacutenculo real entre o
empregador e o empregado Neste tipo de relaccedilatildeo o cirurgiatildeo - dentista ganha por produccedilatildeo ou
seja recebe apenas pelos serviccedilos realizados
GREC (1999) ressalta que em 1998 o Conselho Federal de Odontologia constatando
uma proliferaccedilatildeo de planos de assistecircncia odontoloacutegica introduziu no Coacutedigo de Eacutetica
Odontoloacutegica aprovado pela Resoluccedilatildeo n~ 151 (CONSELHO FEDERAL DE
ODONTOLOGIA 1983) de 16 de junho de 1983 do Conselho Federal de Odontologia (CFO)
o Capiacutetulo X cujo tema eacute ldquoDas Entidades Prestadoras de Assistecircncia Odontoloacutegicardquo onde tenta
normatizar e moralizar a praacutetica odontoloacutegica em que existe a participaccedilatildeo de intermediaacuterios
Existe uma tendecircncia de aumento da praacutetica odontoloacutegica que utiliza intermediaacuterios Para
alguns tipos de intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) este tipo de
assistecircncia agrave sauacutede funcionaria como um benefiacutecio ou seja um tipo de salaacuterio indireto para os
seus respectivos trabalhadores
41
Os intermediaacuterios (entidades puacuteblicas ou privadas e oacutergatildeos puacuteblicos) contratam os
serviccedilos de cirurgiotildees - dentistas autocircnomos com o objetivo de reduzir custos ou de obter lucro
Entretanto essa opccedilatildeo pode natildeo atingir o objetivo desejado pois se o serviccedilo natildeo for realizado
com autonomia ficaraacute caracterizado o viacutenculo empregatiacutecio havendo custos ainda maiores do
que aqueles resultantes da contrataccedilatildeo normal de um empregado O artigo 3o da Consolidaccedilatildeo
das Leis do Trabalho (BRASIL 1943) eacute descrito da seguinte forma
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa fiacutesica que prestar serviccedilo de natureza natildeo eventual a empregador sob a dependecircncia deste e mediante salaacuterioPARAacuteGRAFO UacuteNICO Natildeo haveraacute distinccedilotildees relativas agrave espeacutecie de emprego e agrave condiccedilatildeo de trabalhador nem entre o trabalho intelectual teacutecnico e manual
A legislaccedilatildeo define autocircnomo como sendo a pessoa fiacutesica que exerce habitualmente e
por conta proacutepria atividade profissional remunerada prestando serviccedilo de caraacuteter eventual a
uma ou mais empresas sem relaccedilatildeo de emprego O autocircnomo eacute dono de si mesmo natildeo estando
de forma alguma subordinado agrave figura do empregador tendo total liberdade para executar o seu
trabalho durante o periacuteodo que achar necessaacuterio podendo iniciar e parar a qualquer momento O
profissional autocircnomo eacute que estabelece quanto quer ganhar e como deve ser o pagamento pelos
serviccedilos oferecidos A legislaccedilatildeo natildeo define o que eacute eventual nem o que eacute habitual Entende-se
como serviccedilo eventual aquele que eacute realizado ocasionalmente sem repeticcedilatildeo ou seja sem
continuidade O serviccedilo eventual natildeo eacute necessaacuterio agrave consecuccedilatildeo dos fins econocircmicos ou sociais
da empresa tomadora Desta forma natildeo eacute empregado mas autocircnomo aquele que presta serviccedilos
natildeo coincidentes com a finalidade da empresa tomadora desde que estejam ausentes a
subordinaccedilatildeo hieraacuterquica eou de horaacuterio e a dependecircncia salarial O serviccedilo habitual eacute aquele
realizado por repetidas vezes sem ter prazo de encerramento ou seja aquele que o empregado
executa para atingir os objetivos sociais da empresa A Previdecircncia Social entende que o serviccedilo
prestado por profissional autocircnomo que tem relaccedilatildeo direta ou indireta com a atividade normal
do empregador com natureza continuada caracteriza viacutenculo empregatiacutecio
Com receio de estabelecer viacutenculo empregatiacutecio muitas operadoras de planos de
assistecircncia odontoloacutegica passaram a exigir que o estabelecimento prestador de serviccedilos
odontoloacutegicos fosse uma pessoa juriacutedica ao inveacutes de pessoa fiacutesica Aleacutem do mais houve uma
eacutepoca em que existia vantagem fiscal para o profissional atuar no mercado de serviccedilos como
42
pessoa juriacutedica Estes dois fatores contribuiacuteram intensamente para que inuacutemeros cirurgiotildees -
dentistas autocircnomos alterassem o caraacuteter do seu estabelecimento particular de pessoa fiacutesica para
pessoa juriacutedica ou seja o consultoacuterio assume o caraacuteter de uma empresa cujo soacutecio majoritaacuterio
geralmente eacute o cirurgiatildeo - dentista Responsaacutevel Teacutecnico com participaccedilatildeo acima de 90 no
capital da empresa Atualmente natildeo haacute mais vantagens a niacutevel de impostos pois tanto os
consultoacuterios registrados como pessoa fiacutesica ou como pessoa juriacutedica pagam a mesma aliacutequota do
ISS de 2 aplicada sobre o preccedilo dos serviccedilos prestados O que realmente faz com que os
consultoacuterios sejam registrados como pessoa juriacutedica satildeo as exigecircncias das operadoras de planos
de assistecircncia odontoloacutegica para os credenciamentos ou melhor dizendo para realizaccedilatildeo de lun
esquema de assaiariamento do cirurgiatildeo - dentista
ZANETTI (1999) considera que os proacuteprios profissionais comeccedilaram a explorar e se
apropriar da forccedila de trabalho dos colegas Profissionais com melhores condiccedilotildees financeiras
comeccedilam a formar cliacutenicas e a contratar os serviccedilos de colegas pagando um salaacuterio fixo eou
estabelecendo uma relaccedilatildeo de arrendamento na qual o profissional ganha de acordo com a sua
produccedilatildeo Neste uacuteltimo caso o dono da cliacutenica ou seja o empregador natildeo possui nenhum ocircnus
fiscal em relaccedilatildeo ao colega que ganha uma porcentagem dos honoraacuterios correspondentes agrave sua
produccedilatildeo O elevado custo de um consultoacuterio e a incerteza de ter pacientes faz com que muitos
cirurgiotildees - dentistas em iniacutecio de carreira escolham este uacuteltimo esquema de trabalho Muitos
profissionais especialistas tambeacutem trabalham dessa forma em consultoacuterios de colegas
recebendo de acordo com sua produccedilatildeo Trabalhar nesse esquema pode funcionar como
propaganda indireta paia uma futura atuaccedilatildeo em consultoacuterio proacuteprio Este esquema pode
compensar financeiramente desde que o profissional ofereccedila apenas a sua forccedila de trabalho natildeo
se responsabilizando pela estrutura desse tipo de praacutetica odontoloacutegica
Hoje o assalariamento do cirurgiatildeo-dentista eacute uma realidade A Pesquisa Assistecircncia
Meacutedico - Sanitaacuteria (AMS) realizada pelo IBGE em 1999 mostrou que neste ano existiam 881
cirurgiotildees - dentistas no Distrito Federal que possuiacuteam algum tipo de viacutenculo empregatiacutecio em
(IBGE 2002a) A praacutetica odontoloacutegica puramente autocircnoma estaacute em processo de transformaccedilatildeo
Observa - se uma corrente de mudanccedilas no setor puacuteblico e outra no setor privado No setor
puacuteblico haacute uma tendecircncia de ampliaccedilatildeo dos serviccedilos odontoloacutegicos principalmente na aacuterea
preventiva No setor privado existe uma tendecircncia de crescimento dos serviccedilos intermediados
43
por entidades puacuteblicas ou privadas O grande fator que contribui e estimula o desenvolvimento
dessas duas correntes eacute o baixo poder aquisitivo da populaccedilatildeo e a falta de consciecircncia de que
sauacutede bucal eacute sauacutede e de acordo com o artigo 196 da Constituiccedilatildeo Federal de 1988 (BRASIL
1988) eacute direito de todos e dever do Estado
44
IV CONHECENDO O DISTRITO FEDERAL
1 Histoacuterico
A criaccedilatildeo do Distrito Federal foi fruto de um processo de interiorizaccedilatildeo da Capital do
Brasil Salvador foi a Capital do Brasil Colocircnia de 1626 a 1762 Em 1763 a Capital foi transferida
para o Rio de Janeiro O grande momento da descolonizaccedilatildeo brasileira foi a proclamaccedilatildeo da
Independecircncia poliacutetica em 7 de setembro de 1822 influenciada por um lado pelas mudanccedilas
soacutecio-econocircmicas operadas na colocircnia e por outro por grandes transformaccedilotildees ocorridas na
Europa em decorrecircncia da Revoluccedilatildeo Francesa e da Revoluccedilatildeo Industrial na passagem do seacuteculo
XVIII para o seacuteculo XIX De acordo com VASCONCELOS (1978) os inconfidentes mineiros
no final do seacuteculo XVIII tiveram a primeira atitude realmente propugnadora da interiorizaccedilatildeo da
Capital do Brasil Tiradentes o Alferes Joaquim Joseacute da Silva Xavier reconhecido como a maior
figura da Inconfidecircncia Mineira foi o principal responsaacutevel pelo projeto de mudar a Capital para
Satildeo Joatildeo Del Rei no interior do Brasil
CRULS (1995) descreve todos os momentos vivenciados pela comissatildeo exploradora
do Planalto Central que foi chefiada pelo astrocircnomo Luiz Cruls diretor do observatoacuterio
astronocircmico do Rio de Janeiro O presidente Floriano Peixoto cumprindo a primeira
Constituiccedilatildeo Republicana criou essa comissatildeo que foi formada por engenheiros higienistas
geoacutelogos botacircnicos astrocircnomos e naturalistas que saiu do Rio de janeiro em junho de 1892
partindo para o Planalto Central A Constituiccedilatildeo Republicana mandava demarcar uma aacuterea de
14000 quilocircmetros quadrados sob a forma de um quadrilaacutetero para nela ser estabelecida a futura
Capital Federal Em 1955 foi criada uma Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para Mudanccedila da
Capital Federal com a finalidade de desapropriar o terreno que faria parte do Distrito Federal
VASCONCELOS (1978 p 348) em uma abordagem histoacuterica da formaccedilatildeo do Distrito
Federal ressalta a importacircncia da colaboraccedilatildeo do Governo de Goiaacutes daquela eacutepoca na abertura de
caminhos para a concretizaccedilatildeo das decisotildees tomadas pelo Presidente Juscelino
Enquanto Goiaacutes cria desapropriando a aacuterea uma infra-estrutura para a edificaccedilatildeo da nova Capital brasileira no Planalto Central o Presidente Juscelino Kubitschek agiliza no Catete uma seacuterie de medidas para o desencadeamento da sua ldquoMeta Siacutentese-Brasiacuteliardquo Assim depois de aprovada a Lei da Mudanccedila da Capital e que criou a Companhia Urbarnzadora da Nova
45
Capital do Brasil o Presidente Juscelino visita pela primeira vez a 2 de outubro de 56 a regiatildeo da futura Capital
Em 3 de novembro de 1956 iniciaram-se as obras de terraplanagem Vieram
trabalhadores de todo o Brasil principalmente do Nordeste As construtoras fizeram os
canteiros de obra na Vila Planalto O ritmo acelerado das construccedilotildees fez com que os
trabalhadores ocupassem os nuacutecleos povoados da ldquoCidade Livrerdquo- atual Nuacutecleo Bandeirante-
e os acampamentos proacuteximos ao Lago Sul Mais distante foram formando cidades estaacuteveis
Taguatinga Brazlacircndia e Gama
VASCONCELOS (1988) relata que Planaltina abrigou os membros da Comissatildeo
Cruls Com a inauguraccedilatildeo de Brasiacutelia em 1960 Planaltina passou a fazer parte do Distrito
Federal sendo classificada como cidade sateacutelite O Guaraacute denominado oficialmente como
Setor Residencial de Induacutestria e Abastecimento - SRJA comeccedilou a ser construiacutedo em 1967
com o objetivo de solucionar problemas de falta de moradia em Brasiacutelia O Cruzeiro tambeacutem
serviu de base territorial para o acampamento dos primeiros teacutecnicos que vieram ao Planalto
Central goiano com a finalidade de estudar a localizaccedilatildeo do Distrito Federal Como assento
comunitaacuterio o Cruzeiro tem suas origens nos primoacuterdios de Brasiacutelia As primeiras
construccedilotildees comeccedilaram a ser feitas em 1958 Taguatinga era uma fazenda com o mesmo
nome pertencente ao municiacutepio de Luziacircnia-GO e que possuiacutea trecircs proprietaacuterios Joventino
Rodrigues Otaviano Meireles e Maria da Conceiccedilatildeo Roriz que cederam suas terras paia
servir agrave futura Capital num processo de desapropriaccedilatildeo amigaacutevel conduzido pelo presidente da
Comissatildeo Goiana de Cooperaccedilatildeo para a Mudanccedila da Capital do Brasil Em 1958 a futura
Taguatinga comeccedila a formar o seu improvisado aglomerado humano Brazlacircndia era um
antigo Distrito do Municiacutepio de Luziacircnia - GO formado principalmente por famiacutelias
goianas e mineiras Em 1960 foi transformada em uma cidade-sateacutelite do Distrito Federal O
territoacuterio do Gama eacute formado por terras de quatro antigas fazendas goianas Fazenda Gama
Ipecirc Alagado e Ponte Alta Essas fazendas foram desapropriadas Em 1960 iniciou-se a
implantaccedilatildeo do Gama como cidade-sateacutelite do Distrito Federal O nome da Ceilacircndia proveacutem
da sigla CEI (Campanha de Erradicaccedilatildeo das Invasotildees) Em 1971 o Governador do Distrito
Federal Heacutelio Prates da Silveira faz as primeiras remoccedilotildees de barracos de invasatildeo para o
local que seria a Ceilacircndia cidade-sateacutelite situada ao norte e ao lado de Taguatinga
46
Sobradinho surgiu na eacutepoca da construccedilatildeo de Brasiacutelia com a finalidade de ser uma cidade
tipicamente rural Originou-se a partir da fazenda Sobradinho Os primeiros habitantes de
Sobradinho foram famiacutelias que moravam no acampamento Bananal e na Vila Amauri No dia
3 de marccedilo de 1960 foi iniciado o povoamento de Sobradinho
Existem relatos que associam a construccedilatildeo de Brasiacutelia ao sonho do Padre Joatildeo Bosco
ocorrido no dia 30 de agosto de 1883 Nesse sonho profetizava - se uma civilizaccedilatildeo no
interior do Brasil que iria encantar o mundo Sonho coragem necessidade hoje uma
realidade a mudanccedila da Capital para o Centro do paiacutes trouxe grandes mudanccedilas soacutecio-
econocircmicas para essa regiatildeo TEIXEIRA (1982) comenta a importacircncia dos candangos16 na
construccedilatildeo de Brasiacutelia mas considera injusta a realidade dessas pessoas que vieram em busca
de uma ldquoterra prometidardquo e que depois da obra estar pronta tiveram que buscar o projeto de
uma nova ldquoBrasiacuteliardquo ou ficar em situaccedilatildeo de desemprego ou subemprego na nova Capital As
cidades-sateacutelites passaram a ser consideradas regiotildees suburbanas habitadas por pioneiros de
baixa renda e por candangos Brasiacutelia foi habitada pela elite dos servidores da Administraccedilatildeo
Puacuteblica que possuiacuteam origens diversas Esses pioneiros1 e os candangos contribuiacuteram para
formaccedilatildeo de uma sociedade com caracteriacutesticas culturais de diferentes regiotildees do pais Apesar
da estrutura fiacutesica do Distrito Federal demonstrar uma estratificaccedilatildeo por classes sociais e
inuacutemeros setores hoje comeccedila a surgir uma integraccedilatildeo entre as suas diversas Regiotildees
Administrativas processo imprescindiacutevel para o pleno desenvolvimento dessa regiatildeo Os
ldquonovos candangosrdquo ou seja os nascidos nessa regiatildeo apoacutes 1960 e os demais habitantes
contribuiratildeo para o desenvolvimento de uma identidade cultural no Distrito Federal
KUBITSCHEK (2000 p 468) ao descrever sua motivaccedilatildeo para a construccedilatildeo de
Brasiacutelia faz a seguinte observaccedilatildeo
Ao contraacuterio da funccedilatildeo que competira a Salvador mdash que fora a de impor a presenccedila da dinastia na terra despovoada e selvagem mdash coube a Brasiacutelia uma tarefa bem mais profunda e de muito maior alcance a de puxar para o Oeste a massa populacional do litoral de forma a povoar o Brasil igualmente e atraveacutes desse empuxo migratoacuterio interno realizar quando muito no periacuteodo de duas deacutecadas a verdadeira integraccedilatildeo nacional
16 Neste trabalho candangos satildeo os operaacuterios da construccedilatildeo civil nos primoacuterdios da construccedilatildeo de Brasiacutelia17 Funcionaacuterios puacuteblicos comerciantes engenheiros etc ou pessoas como Juscelino Kubistchek Bernardo Sayatildeo Israel Pinheiro etc
47
2 Atualidades sobre o Distrito Federal
Tal como a Uniatildeo Estados e Municiacutepios o Distrito Federal possui autonomia poliacutetica
ou seja titulariza competecircncias proacuteprias legisla sobre elas e as administra por meio de
autoridades proacuteprias Dessa forma o Distrito Federal tem uma Cacircmara Legislativa com
Deputados Distritais eacute dirigido pelo Governador e pelo Vice-Govemador e tem configuraccedilatildeo
dupla cabendo-lhe as competecircncias legislativas reservadas tanto aos Estados quanto aos
Municiacutepios
De acordo com informaccedilotildees obtidas em DISTRITO FEDERAL (2002) as Regiotildees
Administrativas satildeo aacutereas territoriais do Distrito Federal cujos limites fiacutesicos estabelecidos pelo
poder puacuteblico definem a jurisdiccedilatildeo da accedilatildeo governamental que eacute exercida por intermeacutedio de
cada administraccedilatildeo regional para fins de descentralizaccedilatildeo administrativa e coordenaccedilatildeo dos
serviccedilos puacuteblicos de natureza local
Em DISTRITO FEDERAL (2002) eacute possiacutevel constatar que o Decreto n2 1904098
vedou o uso da expressatildeo ldquocidade-sateacuteliterdquo nos documentos do Governo do Distrito Federal
As cidades - sateacutelites seriam cidades localizadas no Distrito federal cujas principais
atividades econocircmicas e sociais seriam diretamente ligadas ou dependentes da cidade de
Brasiacutelia Hoje a realidade mostra que em muitas ldquocidades - sateacutelitesrdquo natildeo existe essa relaccedilatildeo
de dependecircncia em relaccedilatildeo agrave Brasiacutelia Tecircm - se como exemplo Taguatinga Gama Ceilacircndia
Planaltina e Sobradinho que satildeo ldquocidadesrdquo natildeo possuindo apenas autonomia poliacutetica ou
seja ao inveacutes de um prefeito possuem um administrador O Distrito Federal natildeo possui
Capital mas localiza-se em seu territoacuterio a cidade de Brasiacutelia que eacute a Capital federal da
Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia eacute a sede do governo do Distrito Federal e tambeacutem a
sede da Regiatildeo Administrativa de Brasiacutelia - RA I
As Administraccedilotildees Regionais funcionam como se fossem Prefeituras da respectiva
Regiatildeo Administrativa Cada Administraccedilatildeo Regional possui o seu Administrador que eacute indicado
pelo Governador do Distrito Federal No Quadro 1 pode -se observar a atual divisatildeo do Distrito
Federal em Regiotildees Administrativas (RA)
48
QUADRO 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -2002
REGIOtildeES ADMINISTRATIVASNuacutemero Nome Nuacutemero Nome
I Brasiacutelia XI CruzeiroII Gama XII SamambaiaIII Taguatinga XIII Santa MariaIV Brazlacircndia XIV Satildeo SebastiatildeoV Sobradinho XV Recanto das EmasVI Planaltina XVI Lago SulVII Paranoaacute XVII Riacho FundoVIII Nuacutecleo Bandeirante XVIII Lago NorteIX Ceilacircndia XIX CandangolacircndiaX Guaraacute
FONTE SUCAR
No Mapa 1 podemos observar a localizaccedilatildeo das 19 Regiotildees Administrativas do
Distrito Federal
MAPA 1 - REGIOtildeES ADMINISTRATIVAS DO DISTRITO FEDERAL -1998
FONTE SUCAR
49
O Paranoaacute era uma invasatildeo formada durante a construccedilatildeo da Barragem do Paranoaacute
A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa do Paranoaacute ocorreu em 1989 Samambaia eacute o resultado
do assentamento de milhares de pessoas que moravam em terrenos invadidos ou de aluguel
em diversas partes do paiacutes A criaccedilatildeo da Regiatildeo Administrativa de Samambaia tambeacutem
ocorreu em 1989 A agrovila Satildeo Sebastiatildeo foi transformada na Regiatildeo Administrativa de Satildeo
Sebastiatildeo em 1993 O Recanto das Emas foi inaugurado em 28 de julho de 1993 com o
objetivo de atender as necessidades habitacionais de pessoas de baixa renda oriundas ou natildeo
no Distrito Federal A Candangolacircndia foi o acampamento pioneiro dos candangos que
vieram para construir a Nova Capital A Regiatildeo Administrativa de Candangolacircndia foi criada
em 21 de janeiro de 1994 A Regiatildeo Administrativa de Santa Maria foi criada em 1992 e a do
Riacho Fundo em 1993 Todas as Regiotildees Administrativas citadas neste paraacutegrafo estatildeo em
fase de desenvolvimento e precisam de grandes melhorias nas aacutereas de educaccedilatildeo transporte
sauacutede seguranccedila pavimentaccedilatildeo das vias puacuteblicas iluminaccedilatildeo sistema telefocircnico ampliaccedilatildeo
do sistema de fornecimento de aacutegua e de tratamento de esgoto saneamento baacutesico habitaccedilatildeo e
lazer
O Lago Norte e o Lago Sul satildeo regiotildees Administrativas que se destacam pela
elevada qualidade das construccedilotildees habitacionais Satildeo verdadeiras mansotildees situadas nas
proximidades do Lago Paranoaacute Eacute importante ressaltar que faz parte do Lago Norte a Vila
Varjatildeo que enfrenta todos os tipos de problemas citados no paraacutegrafo anterior Em Brasiacutelia
estatildeo concentradas diversas atividades econocircmicas do setor terciaacuterio ou seja do setor de
Serviccedilos Natildeo restam duacutevidas de que Brasiacutelia representa o centro do Distrito Federal em
termo de atividades e o centro do Poder Poliacutetico Nacional Os principais oacutergatildeos puacuteblicos
estatildeo localizados em Brasiacutelia A Capital eacute repleta de monumentos e construccedilotildees de grande
beleza que servem de ponto turiacutestico para visitantes O povo natildeo estaacute na rua como em outros
grandes centros mas existem centros de grande concentraccedilatildeo popular como por exemplo a
Rodoviaacuteria o Conjunto Nacional o Setor Comercial Sul e a Feira de Artesanato da Torre de
Televisatildeo
50
3 A Populaccedilatildeo do Distrito Federal
O Distrito Federal com 2051146 habitantes (IBGE 2002b) apresenta uma populaccedilatildeo
heterogecircnea proveniente de diversas regiotildees do Brasil e tambeacutem de diversos lugares do mundo
Em Brasiacutelia capital federal estatildeo localizados inuacutemeros oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo
Puacuteblica A grande maioria dos trabalhadores que residem no Distrito Federal satildeo servidores
puacuteblicos federais ou distritais Algumas cidades sateacutelites como Taguatinga Ceilacircndia
Sobradinho e Planaltina apresentam caracteriacutesticas de verdadeiras cidades Outras entretanto satildeo
verdadeiros dormitoacuterios e muito dependentes de Brasiacutelia Dentre estas pode - se citar o Guaraacute o
Cruzeiro o Nuacutecleo Bandeirante e o Paranoaacute As atividades industriais e agropecuaacuterias satildeo pouco
desenvolvidas no Distrito Federal havendo um predomiacutenio de atividades relacionadas com a
administraccedilatildeo puacuteblica e em segundo plano com o comeacutercio
4 Um panorama soacutecio - econocircmico do Distrito Federal
As atividades econocircmicas satildeo divididas em trecircs setores primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio
O setor primaacuterio eacute aquele que desenvolve atividades rurais e de extraccedilatildeo destacando-se a
agropecuaacuteria O setor secundaacuterio eacute composto pela atividade industrial e o setor terciaacuterio
reuacutene o comeacutercio e a prestaccedilatildeo de serviccedilos No Distrito Federal haacute pouca atividade industrial e
agriacutecola havendo um predomiacutenio de atividades no setor terciaacuterio especialmente aqueles que
envolvem a Administraccedilatildeo Puacuteblica De acordo com as Tabelas 1 e 2 pode -se observar que em
1999 dentre as aacutereas estudadas o Distrito Federal foi o que apresentou maior porcentagem de
ocupados na aacuterea de Serviccedilos
51
TABELA 1 - DISTRIBUICcedilAtildeO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DA ECONOMIA EM SEIS REGIOtildeES METROPOLITANAS DO BRASIL - 1999(1)
CATEGORIADISTRIBUICcedilAtildeO ()
Satildeo Paulo Porto AlegreBelo
Horizonte Salvador RecifeDistritoFederal
Induacutestria 196 19 144 81 93 39
Comeacutercio 161 169 15 159 215 142
Serviccedilo 527 502 513 585 515 653
Outros(2) 116 139 193 175 177 166
TOTAL DE OCUPADOS 100 100 100 100 100 100FONTE DIEESESEADE TEMFAT e convecircnios regionais PED - Pesquisa de Emprego e
Desemprego
NOTAS
(1) Meacutedias anuais(2) Engloba construccedilatildeo civil serviccedilos domeacutesticos etc
TABELA 2 - ESTIMATIVA DO NUacuteMERO DE PESSOAS EMPREGADAS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONOcircMICA NO DISTRITO FEDERAL - 1999(1)
(em 1000)ATIVIDADE PESSOAS OCUPADAS
Induacutestria de transformaccedilatildeo 264Construccedilatildeo civil 27Comeacutercio 9 76Serviccedilo(2) 3838Administraccedilatildep Puacuteblica 1457Outras(3gt 6TOTAL 6865FONTE CODEPLAN
NOTAS
(1) Meacutedias anuais
(2) Incluem - se os serviccedilos puacuteblicos privados e domeacutesticos
(3) Incluem -se agricultura pecuaacuteria e extraccedilatildeo mineral e vegetal embaixadas consulados
e representaccedilotildees oficiais e poliacuteticas e outras atividades natildeo - classificadas
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A populaccedilatildeo do Distrito Federal estaacute distribuiacuteda nas 19 Regiotildees Administrativas que
estatildeo apresentadas no Graacutefico 1 A regiatildeo administrativa com maior nuacutemero de habitantes eacute a
Ceilacircndia seguida de Taguatinga e de Brasiacutelia No Distrito Federal podemos encontrar
habitantes originaacuterios principalmente das Regiotildees Nordeste Sudeste e Centro - Oeste com
predomiacutenio de pessoas dos seguintes Estados Bahia Maranhatildeo Cearaacute e Minas Gerais
GRAacuteFICO 1 - POPULACcedilAtildeO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2000
RA I - Brasiacutelia
RA II - Gama
RA III - Taguatinga
RA IV - Brazlacircndia
RA V - Sobradinho
RA VI - Planaltina
s RA VII - Paranoalaquosect RA Vlli - N Bandeirante
RA IX - Ceilacircndia i
RA X - Guaraacute
I RA XI - Cruzeiro ltpound| RA Xuuml - Samambaia 3reg RA XIII - Santa Maria amp
RA XIV - Sao Sebastiao
RA XV - Rec das Emas
RA XVI - Lago Sul
RA XVII - Riacho Fundo
RA XVIII - Lago Norte
RA XIX - Candangolacircndia
50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Populaccedilatildeo
FONTE SUC AR
eacutemdash f - -~rTTr bull 193616 7 X JL
130000i i
=a
52696
P 54928
36441
129059
147061
243159
343000
115192
381
HH1630GD
5629
192
328219
41378
29603
98615
93000
53
5 A Odontologia no Distrito Federal
Enquanto que na praacutetica meacutedica as alteraccedilotildees estatildeo ocorrendo em um movimento do
puacuteblico para o privado na odontologia o movimento das mudanccedilas vem acontecendo da praacutetica
privada autocircnoma para uma praacutetica privada que utiliza intermediaacuterios na negociaccedilatildeo entre
profissionais e pacientes A autora considera que a odontologia suplementar atualmente tem
apresentado um expressivo crescimento COHN e ELIAS (1996) consideram que os Serviccedilos de
Sauacutede satildeo agrupados de acordo com a sua vinculaccedilatildeo aos setores puacuteblico e privado O setor
puacuteblico geralmente eacute subdividido segundo as esferas de governo a que pertencem os serviccedilos
podendo ser Federal Estadual e Municipal e o setor privado segundo as origens do capital
investido constituindo-se em lucrativos e natildeo-lucrativos
CORDOacuteN (1986) afirma que agrave medida que o capitalismo se expande vatildeo surgindo
esquemas de praacutetica profissional que tentam adaptar a realidade profissional agrave realidade social
Nesse contexto a praacutetica odontoloacutegica passa a ser realizada como uma atividade do capital Ocorre
uma reorganizaccedilatildeo do trabalho odontoloacutegico na qual o cirurgiatildeo - dentista emerge como
empresaacuterio ou como assalariado No Distrito Federal de acordo com a Pesquisa de Campo deste
trabalho foi possiacutevel verificar a presenccedila desses dois grupos emergentes
No momento da pesquisa existiam 700 Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia do Distrito Federal Atualmente pode - se observar o seguinte (Tabela 3)
TABELA 3 - REGISTROS NO CFO REFERENTES AO DISTRITO FEDERAL - JUL 2002
PROFISSIONAL TOTALCirurgiatildeo - Dentista (CD) 4160Teacutecnico em Higiene Dental (THD) 375Atendente de Consultoacuterio Dentaacuterio (ACD) 506Teacutecnico em Proacutetese Dentaacuteria (TPD) 234Auxiliar de Proacutetese Dentaacuteria (APD) 70Laboratoacuterios de Proacutetese Dentaacuteria 49Cliacutenicas 754FONTE CFO
A autora ressalta que de acordo com dados deste trabalho foi observado que nem todo
registro de Cliacutenica no Conselho Federal de Odontologia corresponde a uma Cliacutenica pois as
54
entidades prestadoras de serviccedilos odontoloacutegicos (as Operadoras de Assistecircncia Odontoloacutegica por
exemplo) satildeo cadastradas como Cliacutenica
51 Serviccedilos Puacuteblicos
O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) no Distrito Federal gerido pela Secretaria de
Sauacutede eacute composto por uma rede hierarquizada de amplitude crescente (ver Anexo 2) Esse
Sistema apresenta duas caracteriacutesticas que o diferem do SUS das demais unidades federadas (i)
o financiamento eacute hegemonicamente federal e (ii) a participaccedilatildeo do setor privado eacute residual O
Distrito Federa] eacute dividido em 14 Regionais de Sauacutede o que natildeo significa necessariamente que
as accedilotildees da Secretaria de Estado de Sauacutede do Distrito Federal sejam descentralizadas Quando
natildeo haacute um certo grau de autonomia administrativa e financeira essas Regiotildees de Sauacutede
transformam - se em meros instrumentos de intermediaccedilatildeo entre a rede local e a Secretaria de
Estado de Sauacutede A descentralizaccedilatildeo depende das atribuiccedilotildees e competecircncias dessas Regionais
MAPA 2 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL - 2001
FONTE SUPLANSES - DF
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Observa - se no Mapa 2 que natildeo haacute uma correspondecircncia exata entre as Regiotildees
Administrativas e as Regionais de Sauacutede do Distrito Federal A Regional de Sauacutede 1 engloba
Brasiacutelia Lago Sul Lago Norte e Cruzeiro e a Regional de Sauacutede 9 engloba Riacho Fundo
Nuacutecleo Bandeirante e Candangolacircndia Existe uma interaccedilatildeo entre as diversas Regionais de
Sauacutede principalmente em decorrecircncia das diferentes caracteriacutesticas de cada uma (ver Anexo 2)
Em DISTRITO FEDERAL (2001) os estabelecimentos assistenciais que compotildeem a
rede de serviccedilos de sauacutede puacuteblica do Distrito Federal satildeo classificados da seguinte maneira
511 Posto de Sauacutede - Nesse tipo de estabelecimento eacute realizada prioritariamente
assistecircncia odontoloacutegica preventiva O atendimento odontoloacutegico eacute direcionado principalmente
para os estudantes do ensino fundamental de escolas da rede puacuteblica situadas em regiatildeo de
responsabilidade do posto de sauacutede Eacute tambeacutem desenvolvido o Programa Caacuterie Zero aberto para
bebecircs de ateacute 18 meses e o atendimento de gestantes que realizam o Preacute - Natal no Posto de
Sauacutede De acordo com a estrutura de cada local satildeo realizados procedimentos curativos nas
aacutereas de Periodontia Dentiacutestica e Odontopediatria A assistecircncia agrave sauacutede oferecida no Posto de
Sauacutede corresponde ao niacutevel primaacuterio de atendimento no qual a populaccedilatildeo assistida recebe
informaccedilotildees baacutesicas de odontologia podendo quando for o caso ser encaminhada para outro
niacutevel de atenccedilatildeo ou ateacute mesmo para o setor privado quando natildeo houver possibilidade de
assistecircncia odontoloacutegica no setor puacuteblico Eacute importante ressaltar que eacute pouco frequumlente haver
assistecircncia odontoloacutegica em Postos de Sauacutede considerando que estes estatildeo situados nas zonas
rurais e perifeacutericas do Distrito Federal possuindo estrutura bastante simplificada praticamente
sem incorporaccedilatildeo de equipamentos e contando com recursos humanos de niacutevel elementar ou
meacutedio como atendentes e auxiliares de enfermagem No Distrito Federal existem 6 Postos de
Sauacutede Urbanos e 23 Postos de Sauacutede Rurais
512 Centro de Sauacutede - eacute um estabelecimento mais complexo que o Posto mas na
aacuterea odontoloacutegica a assistecircncia eacute praticamente igual agrave oferecida no Posto de Sauacutede O Centro
de Sauacutede possui uma estrutura mais ampla sendo possiacutevel realizar uma variedade maior de
procedimentos odontoloacutegicos mas sempre com a predominacircncia de atividades preventivas Satildeo
realizados o Programa Caacuterie Zero em crianccedilas de 0 a 6 anos sem caacuterie a assistecircncia
odontoloacutegica para estudantes de ateacute 14 anos e para gestantes em Preacute - Natal na mesma
Unidade de Sauacutede em praticamente todos os Centros de Sauacutede do Distrito Federal Os Centro
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de Sauacutede possuem assistecircncia meacutedica e odontoloacutegica com pequena incorporaccedilatildeo de tecnologia
Aleacutem de meacutedicos enfermeiros e cirurgiotildees-dentistas eacute frequumlente a presenccedila de nutricionistas e
assistente social no quadro de profissionais de niacutevel superior dos Centros de Sauacutede Aleacutem destes
trabalham auxiliares de enfermagem agentes administrativos atendentes de consultoacuterio dentaacuterio
e teacutecnicos em higiene dental dentre outros Existem 62 Centros de Sauacutede no Distrito Federal
localizados nas 19 Regiotildees Administrativas (ver Anexos 2 e 3)
513 Unidade Mista - possui caracteriacutesticas de Centro de Sauacutede e de Hospital
ficando em uma posiccedilatildeo intermediaacuteria entre esses dois tipos de estabelecimentos No Distrito
Federal existem trecircs Unidades Mistas A Policliacutenica de Taguatinga o Centro de Sauacutede nC) 1 da
Asa Sul e a Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo Nas duas primeiras haacute atendimento meacutedico -
odontoloacutegico especializado atendimento de emergecircncias e internaccedilotildees de pequeno porte Na
Unidade Mista de Satildeo Sebastiatildeo realizam - se atendimentos de emergecircncia ginecoloacutegica (partos
normais) e pediaacutetrica Essa eacute a uacutenica Unidade Mista que fica 24 horas em funcionamento
514 Diretoria de Sauacutede do Trabalhador (DISAT) - Essa cliacutenica de referecircncia estaacute
situada na Asa Sul e oferece serviccedilos odontoloacutegicos na aacuterea de Proacutetese Dentiacutestica e Cirurgia
(exodontias) para o puacuteblico em geral principalmente para os idosos Inicialmente no DISAT
eram atendidos apenas trabalhadores dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede do Distrito Federal
Posteriormente ocorreram mudanccedilas estruturais nessa Unidade de Sauacutede criando outros tipos de
assistecircncia o que faz com que o nome atual natildeo corresponda exatamente ao tipo de serviccedilo que
eacute oferecido que foi ampliado para uma atendimento ambulatorial coexistente com toda
assistecircncia que eacute dada ao trabalhador da Secretaria de Sauacutede (Periacutecia Meacutedica Acidentes do
Trabalho Vigilacircncia Sanitaacuteria Assistecircncia Meacutedica e Odontoloacutegica)
515 Hospitais - Nos Hospitais Regionais geralmente eacute feito atendimento
odontoloacutegico de emergecircncia e exodontias No Hospital Regional da Asa Norte existe um
ambulatoacuterio odontoloacutegico para pacientes especiais No Hospital de Base aleacutem dos atendimentos
baacutesicos realizados nos Hospitais Regionais realizam-se cirurgias maiores na aacuterea odontoloacutegica e
atendimento de politraumatizados Os Hospitais Regionais fazem atendimento a niacutevel
secundaacuterio enquanto que o Hospital de Base faz atendimento a niacutevel terciaacuterio (ver Anexo 4)
57
516 Centro Radioloacutegico - Situado em Taguatinga possibilita a realizaccedilatildeo de
alguns tipos de radiografias odontoloacutegicas e gerais Eacute a uacutenica Unidade de Sauacutede da rede puacuteblica
especializada em Radiologia
517 Programa Sauacutede da Famiacutelia - A Secretaria de Sauacutede do Distrito Federal
desenvolve o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) organizado a niacutevel Federal Atualmente as
diversas equipes deste Programa inclusive as equipes de sauacutede bucal estatildeo instaladas nos
Centros e Postos de Sauacutede da rede puacuteblica de serviccedilos A equipe de sauacutede bucal eacute formada por
um cirurgiatildeo-dentista um teacutecnico em higiene dental e um auxiliar de consultoacuterio odontoloacutegico
Meacutedicos Enfermeiros Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitaacuterios fazem parte das
diversas equipes de sauacutede As equipes desenvolvem suas atividades associadas agraves atividades do
Centro ou Posto de Sauacutede onde estatildeo instaladas Elas realizam visitas domiciliares nas quais
obtecircm informaccedilotildees sobre a sauacutede da populaccedilatildeo que pertence agrave aacuterea de abrangecircncia do PSF e
posteriormente realizam um mapeamento da regiatildeo visitada em funccedilatildeo dos problemas de sauacutede
encontrados Finalmente iniciam - se accedilotildees na tentativa de resolver ou pelo menos minimizar
tais problemas O atendimento odontoloacutegico realizado pela equipe do PSF eacute semelhante ao
desenvolvido nos Postos ou Centros de Sauacutede A diferenccedila baacutesica eacute que a Equipe de Sauacutede Bucal
atende pacientes residentes em determinados endereccedilos enquanto que os profissionais da rede
atendem escolares e pacientes provenientes de Programas e Atividades desenvolvidos no proacuteprio
Posto ou Centro de Sauacutede (Preacute - Natal e Programa Caacuterie Zero por exemplo)
Eacute importante ressaltar que os estudantes da rede puacuteblica de ensino (SEE) ateacute a 8~
seacuterie podem ter atendimento odontoloacutegico realizado por profissionais da SEE integrantes do
Programa Integrado de Sauacutede Escolar (PISE) aleacutem do atendimento oferecido pela SES e pelo
PSF em seus respectivos Programas de assistecircncia odontoloacutegica Geralmente o atendimento
odontoloacutegico da SES da SEE e do PSF eacute realizado nos Postos e Centros de Sauacutede da rede de
serviccedilos de sauacutede da SES sendo que o da SEE ocorre principalmente em algumas Escolas da
rede puacutebhca de ensino Em geral os Coordenadores dos Serviccedilos Odontoloacutegicos de cada
Regional de Sauacutede harmonizam o atendimento desses estudantes evitando a ocorrecircncia
sobreposiccedilatildeo desses Programas
58
Outro aspecto importante a ser considerado eacute que toda a estrutura da rede de serviccedilos
do Distrito Federal estaacute sendo revista para que ocorra uma adequaccedilatildeo da classificaccedilatildeo e
caracterizaccedilatildeo dos serviccedilos ao que realmente existe instalado no Distrito Federal Essa revisatildeo
de termos seraacute realizada baseando - se em definiccedilotildees usadas agrave niacutevel Nacional pelo Ministeacuterio
da Sauacutede Policliacutenica e Unidade Mista por exemplo satildeo denominaccedilotildees que apresentam
distinccedilatildeo COHN e ELIAS (1996 p75) consideram que
unidade mista eacute um tipo de estabelecimento que desenvolve todas as accedilotildees caracteriacutesticas de centro de sauacutede ao qual acoplam - se leitos para internaccedilotildees nas aacutereas de pediatria obstetriacutecia cliacutenica meacutedica cirurgia e de emergecircncias Dadas suas caracteriacutesticas de estabelecimento com internaccedilotildees apresenta um grau maior de incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e dispotildee de recursos humanos com maior qualificaccedilatildeo (por exemplo meacutedicos qualificados para atendimento nas aacutereas gerais da medicina) Eacute mais frequumlente nas regiotildees interioranas do paiacutes sobretudo no Norte Nordeste e parte do Centro - Oeste Atuam na atenccedilatildeo secundaacuteria modalidades ambulatorial e hospitalar geral
policliacutenica ou posto de assistecircncia meacutedica tipo de serviccedilo que apresenta atendimento ambulatorial especializado concentrando - se nas cidades de meacutedio e grande porte e nas regiotildees economicamente mais desenvolvidas Atua no niacutevel de atenccedilatildeo secundaacuteria na modalidade ambulatorial
A utilizaccedilatildeo de uma nomeclatura uniforme agrave niacutevel Nacional possibilita um melhor comunicaccedilatildeo entre as diversas esferas de Governo dentre outras coisas
52 Serviccedilos Privados
Esse grupo pode ser dividido em trecircs grandes grupos privados que trabalham sem
qualquer tipo de intermediaacuterio na relaccedilatildeo profissionalpaciente privados que trabalham com
intermediaacuterios e os serviccedilos sociais autocircnomos O segundo grupo eacute chamado atualmente de setor
de Sauacutede Suplementar ou no caso especiacutefico da odontologia de Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar
521 Privado sem intermediaacuterio - Nesse setor encontram - se profissionais que
conseguem desenvolver sua praacutetica profissional sem a utilizaccedilatildeo de recursos intermediaacuterios A
negociaccedilatildeo dos honoraacuterios a serem pagos pelo tratamento ocorre de forma direta entre o
cirurgiatildeo - dentista e os seus pacientes Nesse esquema o profissional pode trabalhar em
59
consultoacuterio ou cliacutenica proacuteprios em consultoacuterio ou cliacutenica alugados como arrendataacuterio ou como
consultor
522 Privado com intermediaacuterios - Nessa praacutetica aparece uma terceira pessoa na
negociaccedilatildeo entre profissional e paciente O cirurgiatildeo - dentista trabalha nos mesmos esquemas
citados no item anterior mas com intermediaacuterios Essa eacute a Assistecircncia Odontoloacutegica
Suplementar No Distrito Federal como haacute um predomiacutenio de entidades e oacutergatildeos puacuteblicos a
maioria dos intermediaacuterios satildeo do tipo ldquoautogestatildeordquo Encontram - se em quantidade bem menor
a odontologia de grupo e a cooperativa odontoloacutegica atuando como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal Os demais tipos de intermediaacuterios (cooperativas meacutedicas
medicina de grupo administradoras e entidades filantroacutepicas) de acordo com a pesquisa de
campo deste trabalho possuem uma inexpressiva participaccedilatildeo como intermediaacuterios da praacutetica
odontoloacutegica no Distrito Federal No momento da pesquisa havia 60 operadoras (intermediaacuterios)
registradas na Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar dentre as quais 28 eram intermediaacuterias
de assistecircncia odontoloacutegica (BRASIL 2001) A autora considera haver um crescimento da
odontologia suplementar no Distrito Federal Grande parte da populaccedilatildeo de pacientes
particulares estaacute se transformando em pacientes usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia
odontoloacutegica Parece que essa troca no tipo de ldquoclientelardquo natildeo favorece o cirurgiatildeo - dentista
pois ele passa a ganhar menos pelos mesmos tipos de serviccedilos oferecidos muitas vezes podendo
ocorrer uma perda na qualidade dos diversos tipos de tratamentos odontoloacutegicos que exigem
estrutura adequada para serem realizados O produto da praacutetica odontoloacutegica nesse esquema
sofre alteraccedilotildees em geral prejudiciais para o paciente
52 3 Serviccedilos Sociais Autocircnomos - o SESC o SEST o SECONCI e o SESI satildeo
os principais exemplos de serviccedilos sociais autocircnomos que desenvolvem atividade na aacuterea
odontoloacutegica Esses serviccedilos natildeo possuem finalidade lucrativa e satildeo mantidos por dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias por contribuiccedilotildees fiscais e por pagamento dos usuaacuterios Nesses serviccedilos eacute
oferecida assistecircncia odontoloacutegica global aos associados de cada instituiccedilatildeo e seus dependentes
que pagam uma taxa simboacutelica pela utilizaccedilatildeo dos serviccedilos Achou - se conveniente colocar
nesse grupo o serviccedilo odontoloacutegico oferecido pela Associaccedilatildeo Brasileira de Odontologia (ABO)
onde qualquer pessoa pode ter acesso desde que pague pelo seu tratamento de acordo com a
tabela de preccedilos utilizada por essa entidade
60
Como se pode observar existem muacuteltiplas formas de se receber atendimento
odontoloacutegico no Distrito Federal algumas gratuitas (como os serviccedilos puacuteblicos) e outras natildeo
gratuitas procedentes da odontologia privada em suas diversas manifestaccedilotildees Eacute importante
ressaltar entretanto que a estrutura da praacutetica odontoloacutegica eacute bastante diversificada tanto no
setor privado quanto no puacuteblico
61
V MATERIAL E MEacuteTODO
10 problema
Historicamente a praacutetica odontoloacutegica tem sofrido inuacutemeras alteraccedilotildees desde os tempos
remotos Essas modificaccedilotildees geralmente estatildeo relacionadas tanto com desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico da profissatildeo quanto com a forma de acesso ao tratamento odontoloacutegico
Essas mudanccedilas natildeo ocorrem de forma isolada na sociedade Estatildeo intimamente relacionadas
com o dinamismo da realidade soacutecio - econocircmica do paiacutes Considerando que os serviccedilos de sauacutede
estatildeo se transformando em bens de consumo qualquer alteraccedilatildeo na poliacutetica econocircmica afeta
indiretamente a aacuterea de sauacutede A alteraccedilatildeo do poder aquisitivo das pessoas faz com que elas
incluam ou excluam gastos O tratamento odontoloacutegico geralmente eacute excluiacutedo dos gastos
financeiros ou postergado quando ocorre queda de poder aquisitivo da populaccedilatildeo
A utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios surgiu na aacuterea odontoloacutegica como uma tentativa de
viabilizar um maior acesso aos tratamentos odontoloacutegicos Quando se utilizam os convecircnios o
conveniado (paciente) recebe uma lista de profissionais dentre os quais ele poderaacute escolher o que
lhe interessar O valor da consulta para o conveniado eacute mais barato sendo tambeacutem facilitado o
pagamento dos honoraacuterios pelos serviccedilos prestados Por outro lado o profissional (credenciado)
tem a perspectiva de um fluxo maior de pacientes muitas vezes com a esperanccedila de ser
reconhecido por essa clientela e um dia poder encerrar o convecircnio e ter aquela clientela como
pacientes particulares
2 Hipoacuteteses
Neste trabalho foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
1 Hipoacutetese de aceitaccedilatildeo 0 crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar afeta
a praacutetica odontoloacutegica
2 Hipoacutetese de anulaccedilatildeo O crescimento do Setor de Sauacutede Suplementar natildeo
afeta a praacutetica odontoloacutegica
62
Como foi visto anteriormente a praacutetica odontoloacutegica possui os seguintes
componentes no seu desenvolvimento
1 Estrutura
2 Processos
3 Produto
4 Resultados
O objeto de estudo deste trabalho eacute a praacutetica odontoloacutegica desenvolvida em Cliacutenicas e
Consultoacuterios particulares registrados como pessoa juriacutedica Para verificar qual das hipoacuteteses
anteriores eacute vaacutelida a principal informaccedilatildeo utilizada foi a meacutedia de atendimentos realizados tanto
no Grupo que trabalha com intermediaacuterios (Grupo 1) com no Grupo que natildeo trabalha com
intermediaacuterios (Grupo 2) O fluxo de pacientes eacute o fator que daacute sustentaccedilatildeo para praacutetica
odontoloacutegica desenvolvida como atividade econocircmica O Grupo das Operadoras (Grupo 3) foi
utilizado apenas para o fornecimento de informaccedilotildees complementares
Foram avaliados os seguintes aspectos
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
12 Idade
13 Tempo de praacutetica odontoloacutegica
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
15 Forma de atuaccedilatildeo
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas gerais
211 Nuacutemero de cirurgiotildees - dentistas
212 Nuacutemero de consultas por mecircs
213 Carga horaacuteria semanal de cada cirurgiatildeo - dentista
214 Quantidade de cadeiras odontoloacutegicas utilizadas na
Cliacutenica
22 Tempo de funcionamento
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
24 Praacutetica de arrendamento
63
25 Praacutetica de reembolso
3 Credenciamento
31 Adaptaccedilotildees nas Cliacutenicas
32 Recursos humanos
33 Faturamento
34 Funcionamento das Cliacutenicas
35 Pagamento
36 Operadoras
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
3 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo fazer uma avaliaccedilatildeo da praacutetica odontoloacutegica
com intermediaacuterios isto eacute verificar se a utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios traz benefiacutecios ou
desvantagens para o cirurgiatildeo - dentista Eacute um estudo exploratoacuterio na aacuterea de Sauacutede
Suplementar O principal aspecto que foi considerado influenciaacutevel pela a presenccedila do
intermediaacuterio foi o nuacutemero de consultas realizadas nos Grupos 1 (trabalha com intermediaacuterios) e
2 (natildeo trabalha com intermediaacuterios)
4 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo deste trabalho foi realizada no Distrito Federal no segundo
semestre de 2001 em outubro e novembro Ela teve como objetivo obter informaccedilotildees acerca de
mudanccedilas na praacutetica odontoloacutegica autocircnoma e suas relaccedilotildees com o desenvolvimento do setor de
Sauacutede Suplementar Nesse processo procurou-se perceber que hipoacutetese seria comprovada com as
informaccedilotildees obtidas Eacute importante ressaltar que diversos taacutetos inesperados foram observados o
que favoreceu a realizaccedilatildeo de importantes anaacutelises do tema em questatildeo
64
5 Populaccedilatildeo
A pesquisa de campo foi realizada em Cliacutenicas das seguintes regiotildees administrativas do
Distrito Federai Brasiacutelia Gama Taguatinga Planaltina Paranoaacute Ceilacircndia Guaraacute Santa Maria
Riacho Fundo e Lago Sul (Tabela 4)
O primeiro procedimento foi definir qual seria a base de dados para a realizaccedilatildeo da
pesquisa Decidiu-se utilizar uma lista de Cliacutenicas inscritas no Conselho Regional de Odontologia
do Distrito Federal A primeira dificuldade foi a heterogeneidade da lista pois havia diversos tipos
de Cliacutenicas registradas na mesma lista havendo tambeacutem operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegicas registradas como Cliacutenicas A listagem inicial de 700 Cliacutenicas foi estratificada em 3
Grupos da seguinte forma Grupo 1- Cliacutenicas que trabalham com intermediaacuterios Grupo 2 - Cliacutenicas
que natildeo trabalham com intermediaacuterios Grupo 3 - Operadoras Posteriormente foi definido que o
Grupo 3 seria apenas para ilustrar a atuaccedilatildeo de algumas operadoras no Distrito Federal No Mapa 3
pode - se observar as Cliacutenicas pesquisadas situadas em sua respectiva Regional de Sauacutede
TABELA 4 -DISTRIBUICcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - OUTNOV 2001
Regiatildeo Administrativa Grupo 1(1) Grupo 2(2)Ndeg de Cliacutenicas Ndeg de Cliacutenicas
I - Brasiacutelia 14 5384 5 4168II - Gama 1 385 0 0III - Taguatinga 4 1538 3 25VI - Planaltina 0 0 1 833Viacute - Paranoaacute 0 0 1 833IX - Ceilacircndia 2 769 0 0X - Guaraacute 3 1154 1 833XIII - Santa Maria 1 385 0 0XVI - Lago Sul 0 0 1 833XVII - Riacho Fundo 1 385 0 0TOTAL GERAL 26 100 12 100FONTE Pesquisa de campo(1) Grupo que trabalha com intermediaacuterios(2) Grupo que natildeo trabalha com intermediaacuterios (controle)
65
MAPA 3 - REGIONAIS DE SAUacuteDE DO DISTRITO FEDERAL E LOCALIZACAtildeO DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS -2001
Braziacircndia
Planafrina
eilacircndia
Paranoagrave
LEGENDA bull Grupo 1
Grupo 2ianta Marig
FONTE SUPLANSES - DF
51 Amostra
O objeto de estudo desta pesquisa eacute uma populaccedilatildeo constituiacuteda por 675 Cliacutenicas
Odontoloacutegicas registradas no Conselho Regional de Odontologia presentes no cadastro de
registro do dia 19 de julho de 2001
Diante da existecircncia de uma populaccedilatildeo Cliacutenicas do Distrito Federal com
subconjuntos homogecircneos cliacutenicas que utilizam ou natildeo intermediaacuterios optou-se por um modelo
de amostra aleatoacuteria estratifiacutecada O levantamento por amostragem possui grandes vantagens em
relaccedilatildeo ao censitaacuterio como menor tempo e custo e no caso da amostra estratifiacutecada esta
otimizaccedilatildeo eacute considerada uma das maiores STEVENSON (1981) ressalta que uma amostra
estratifiacutecada fundamenta-se na divisatildeo da populaccedilatildeo em subgrupos (estratos) e posteriormente eacute
realizada a amostragem em cada subgrupo PEREIRA (2000) considera que as amostras
aleatoacuterias satildeo usadas quando o objetivo eacute determinar as caracteriacutesticas de uma populaccedilatildeo
baseando -se no exame de um pequeno nuacutemero de unidades
6 6
A estimativa do nuacutemero de consultas ou seja de atendimentos realizados em cada
estabelecimento foi a variaacutevel utilizada para o caacutelculo do tamanho amostrai Devido a diferenccedilas
de carga horaacuteria e nuacutemero de profissionais em cada cliacutenica foi necessaacuteria uma padronizaccedilatildeo dos
valores referentes ao nuacutemero de consultas por 40 horas de trabalho em cada Cliacutenica Agrave medida
que a pesquisa era desenvolvida eram realizados os caacutelculos estatiacutesticos para determinaccedilatildeo do
tamanho amostrai tanto para o Grupo 1 quanto para o Grupo 2
O tamanho da amostra foi calculado com niacutevel de confianccedila superior a 95 e
estimativa de erro de 5 obtendo - se o nuacutemero de 38 Cliacutenicas sendo 26 Cliacutenicas que trabalham
com intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Cliacutenicas que natildeo trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2)
6 Procedimentos
Diante da necessidade de se mensurar os efeitos da utilizaccedilatildeo de intermediaacuterios na
praacutetica odontoloacutegica para melhor compreender as modificaccedilotildees que este mercado vecircm sofrendo
a metodologia escolhida para esta abordagem foi a Pesquisa de Opiniatildeo que eacute hoje um dos
meacutetodos mais utilizados para suprir a necessidade de informaccedilotildees desse gecircnero A pesquisa
utilizou entrevistas pessoais com variaacuteveis quantitativas e qualitativas buscando com estas
traccedilar os perfis de dois grupos de empresaacuterios o parceiro de convecircnio e o de clientela particular
somente
7 Descriccedilatildeo dos instrumentos
Foram confeccionados questionaacuterios especiacuteficos para cada grupo que possuiacuteam tanto
perguntas abertas quanto fechadas de acordo com os dados a serem levantados Foi realizado um
preacute-teste dos questionaacuterios em 2 Cliacutenicas do Gaipo 1 e 2 Cliacutenicas do Grupo 2 com o intuito de
detectar falhas que poderiam aprimorar os questionaacuterios Posteriormente apoacutes aplicar
questionaacuterios tanto no Grupo 1 quanto no Grupo 2 para verificar a variacircncia definiu-se que
seriam aplicados 26 questionaacuterios no Grupo 1 e 12 questionaacuterios no Grupo 2 Os questionaacuterios
foram aplicados pela pesquisadora natildeo havendo limite de tempo para a entrevista Eacute importante
ressaltar que uma pequena quantidade de profissionais respondeu o questionaacuterio enquanto
67
atendiam pacientes mas a grande maioria apresentou disponibilidade de horaacuterio para participar
da pesquisa
Apoacutes ter sido realizada a aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios foi feita a anaacutelise dos resultados
os quais foram obtidos apoacutes transferecircncia de todas as respostas para o programa estatiacutestico SPSS
Esse programa possibilitou o cruzamento de respostas para confecccedilatildeo de tabelas chegando
assim aos resultados finais
71 Preacute-teste
O preacute - teste dos instrumentos foi realizado na primeira semana de novembro de 2001
As Cliacutenicas foram escolhidas por um julgamento18 da adequaccedilatildeo para o preacute - teste sem qualquer
caacutelculo estatiacutestico O principal interesse nesse caso era verificar a adequaccedilatildeo dos instrumentos
para a pesquisa que seria desenvolvida
O preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 1 foi realizado em duas Cliacutenicas situadas no
Guaraacute e o preacute-teste do questionaacuterio do Grupo 2 foi realizado em uma Cliacutenica situada no Guaraacute e
em outra situada em Brasiacutelia As escolha das Cliacutenicas baseou -se na proximidade da residecircncia
da autora na presenccedila ou ausecircncia de intermediaacuterio e na disponibilidade do Responsaacutevel
Teacutecnico para participar da pesquisa com a maior rapidez possiacutevel marcando a entrevista no
maacuteximo dentro da primeira semana de novembro de 2001
7 2 Anaacutelise do Preacute-teste
Apoacutes a aplicaccedilatildeo do preacute - teste algumas questotildees dos questionaacuterios foram alteradas
ocorrendo inclusatildeo de outras resultando nos questionaacuterios ne 1 e ne 2 que foram utilizados na
pesquisa de campo (ver Anexo 1)
No questionaacuterio do Grupo 1 houve alteraccedilotildees nas questotildees 5 7 10 19 21 24 25 26
38 39 44 e o acreacutescimo de 2 questotildees No questionaacuterio do Grupo 2 houve alteraccedilotildees nas
questotildees 18 20 e o acreacutescimo de 4 questotildees Todas as questotildees que foram modificadas ficaram
mais adaptadas para a finalidade da pesquisa O preacute-teste possibilitou uma melhor abordagem do
18 PEREIRA (2000) faz uma abordagem desse tipo de amostragem conhecida por amostragem de conveniecircncia
6 8
assunto da pesquisa favorecendo uma melhor coleta de dados Todas as alteraccedilotildees realizadas nos
questionaacuterios iniciais favoreceram o desenvolvimento da pesquisa de uma forma mais conectada
com a realidade que seria estudada
8 Anaacutelises Estatiacutesticas
A anaacutelise estatiacutestica foi realizada com base no nuacutemero de consultas realizadas por
cada cirurgiatildeo - dentista trabalhando 40 horas por semana Inicialmente realizou-se uma
padronizaccedilatildeo da quantidade de consultas realizadas pelos profissionais nas diversas Cliacutenicas
pesquisadas pois existia diferenccedilas no nuacutemero de profissionais e nas suas respectivas cargas
horaacuterias Posteriormente realizaram -se dois testes baseando-se nos valores encontrados O
primeiro teste foi o de comparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normais e o segundo foi o
de significacircncia de meacutedias no qual o objetivo eacute avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias
populacionais
As diversas informaccedilotildees obtidas nas entrevistas foram tabuladas e analisadas com
auxiacutelio do software SPSS 100 for Windows O Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) eacute um software estatiacutestico especialmente desenvolvido para ser utilizado por profissionais
de ciecircncias humanas O SPSS apresenta diversos recursos estatiacutesticos que vatildeo desde as simples
tabelas de frequumlecircncias e histogramas ateacute os sofisticados procedimentos de anaacutelises multivariadas
Foram selecionadas para anaacutelise as questotildees mais signifiacutecantes para o problema da
pesquisa sempre levando - se em consideraccedilatildeo a verificaccedilatildeo da inexistecircncia de diferenccedila
significante entre a meacutedia de consultas realizadas no Grupo 1 e a meacutedias de consultas realizadas
no Grupo 2 Os dados obtidos com os questionaacuterios do Grupo 3 natildeo foram submetidos a anaacutelises
estatiacutesticas serviram apenas como informaccedilotildees complementares para este trabalho
69
VI RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Foram entrevistados 26 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) e 12 Responsaacuteveis Teacutecnicos de Cliacutenicas que natildeo trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 2) Os resultados seratildeo descritos baseando - se nas informaccedilotildees obtidas na
aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios utilizados na Pesquisa de Campo Os comentaacuterios iniciais seratildeo sobre
os aspectos relevantes observados em cada toacutepico e ao final do capiacutetulo seraacute feita uma discussatildeo
geral Todas as tabelas e quadros deste capiacutetulo tecircm como fonte a Pesquisa de Campo
1 Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
11 Gecircnero
De acordo com a Tabela 5 natildeo existe diferenccedila relevante na proporccedilatildeo de
Responsaacuteveis Teacutecnicos dos sexos masculino e feminino
TABELA 5 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR SEXO - OUTNOV 2001
SEXO GRUPO 1 GRUPO 2
Feminino 4231 4167Masculino 5769 5833TOTAL 100 100
Dessa forma pode - se considerar que a pesquisa teve boa abrangecircncia em relaccedilatildeo agrave
questatildeo de gecircnero natildeo havendo predomiacutenio significante de entrevistados do sexo masculino ou
feminino nos Grupos 1 e 2
70
12 Idade
Nas Cliacutenicas do Grupo 1 observa - se que a maioria dos entrevistados encontram - se
na faixa etaacuteria de 25 a 39 anos Por outro lado no Grupo 2 tem - se maior proporccedilatildeo de
entrevistados na faixa etaacuteria de 40 a 59 anos (Tabela 6)
TABELA 6 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR FAIXA ETAacuteRIA - OUTNOV 2001
FAIXA ETAacuteRIA GRUPO 1 GRUPO 2
25 a 39 anos 5385 333340 a 59 anos 3846 583360 anos ou mais 769 833TOTAL 100 100
Dentro do universo pesquisado a autora considera que os profissionais mais jovens
utilizam com maior frequumlecircncia os diversos tipos de intermediaacuterios que satildeo encontrados na
praacutetica odontoloacutegica levando - se em conta a necessidade de garantir um fluxo de pacientes Os
profissionais mais antigos que jaacute estatildeo estabelecidos no mercado natildeo necessitam dessa alternativa
para garantir os seus rendimentos
13 Tempo de Praacutetica Odontoloacutegica
O tempo de praacutetica odontoloacutegica muitas vezes eacute uma das exigecircncias para se
estabelecer viacutenculo com operadoras Na Tabela 7 observa - se que existem profissionais com ateacute
10 anos de atuaccedilatildeo apenas no Grupo 1 Isso pode indicar uma necessidade de ter viacutenculo com
operadoras para garantir um fluxo de pacientes pois esse tipo de profissional ainda estaacute se
estabelecendo no mercado e consequumlentemente necessita de inuacutemeras estrateacutegias para obter os
seus rendimentos
Por outro lado no Grupo 2 existe um percentual expressivo de profissionais com
tempo de atuaccedilatildeo na faixa de 21 a 30 anos Parece que os profissionais mais ldquoantigosrdquo tendem a
natildeo utilizar os intermediaacuterios em sua praacutetica Estes encontram - se totalmente estabelecidos no
mercado natildeo precisando de alternativas para melhorar os seus rendimentos
71
TABELA 7 -DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DOS RESPONAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NAS CLIacuteNICAS DO DISTRITO FEDERAL POR TEMPO DE ATUACcedilAtildeO EM ODONTOLOGIA - OUTNOV 2001
TEMPO DE ATUACcedilAtildeO GRUPO 1 GRUPO 2
0 a 10 anos 3077 011 a 20 anos 4615 5021 a 30 anos 1923 416731 anos ou mais 385 833TOTAL 100 100
14 Formaccedilatildeo acadecircmica
Dentro do universo pesquisado no Grupo 1 proporcionalmente haacute menos
Responsaacuteveis Teacutecnicos especialistas que no Grupo 2 (Tabela 8) As exigecircncias para a realizaccedilatildeo
de credenciamentos poderiam levar a crer que seria observado o contiaacuterio pois eacute comum a
realizaccedilatildeo de credenciamentos apenas com especialistas
TABELA 8 - CURSOS REALIZADOS PELOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
CURSOGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Graduaccedilatildeo 26 41 27 12 40Aperfeiccediloamento 14 2222 9 30Especializaccedilatildeo 15 2381 8 2667Mestrado 1 159 1 333Doutorado 0 0 0 0Outros 7 1111 0 0TOTAL 63 100 30 100
72
TABELA 9 -OBJETIVOS DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL EM FAZER ALGUM CURSO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Facilitar o acesso a credenciamentos Crescer profissionalmente TOTAL
52025
2080
100
De acordo com dados da Tabela 10 no Grupo 1 577 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
responderam ter curso de especializaccedilatildeo mas na Tabela9 observa-se que apenas 20 do
total de respostas dos Responsaacuteveis Teacutecnicos foram positivas para o item que relaciona o fato de
ter feito algum tipo de curso com a finalidade de facilitar o acesso a credenciamentos Dessa for -
ma pode - se constatar que neste estudo trabalhar com intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica
natildeo eacute o principal fator que estimula o Responsaacutevel Teacutecnico a realizar um curso de especializaccedilatildeo
Parece entretanto que o predomiacutenio da necessidade de crescimento profissional como motivo
para se fazer uma especializaccedilatildeo ocorra em funccedilatildeo de um possiacutevel estado de alienaccedilatildeo do pro -
fiacutessional em relaccedilatildeo ao processo de mercado de trabalho em odontologia Nota - se na Tabela
8 que a maioria dos Responsaacuteveis Teacutecnicos participantes da pesquisa somente tecircm o curso de
Graduaccedilatildeo e que os cursos de Aperfeiccediloamento e Especializaccedilatildeo satildeo os mais realizados pelos
Responsaacuteveis Teacutecnicos que possuem algum tipo de curso
TABELA 10 - RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS DO GRUPO 1 ENTREVISTADOS EM CLIacuteNICAS NO DISTRITO FEDERAL QUE POSSUEM CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO - OUTNOV 2001
RESPOSTAS FREQUumlEcircNCIA Natildeo 11 4230Sim 15 5770TOTAL 26
OoTldquo
73
15 Forma de atuaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo agrave quantidade de consultoacuterios registrados como Cliacutenica de acordo com a
Tabela 11 foi possiacutevel verificar quantidade maior no Grupo 1 que no Grupo 2 Os Quadros 2 e
3 apresentados no toacutepico em sequumlecircncia ldquoPerfil das Cliacutenicasrdquo demonstram algumas caracteriacutestica
de funcionamento das Cliacutenicas dos Grupos 1 e 2 Pode -se observar nesses Quadros que 421
das Cliacutenicas pesquisadas possuem apenas uma cadeira odontoloacutegica sendo verdadeiros
consultoacuterios ao inveacutes de Cliacutenicas ou seja satildeo Cliacutenicas apenas no documento quando registradas
como pessoa juriacutedica ou de fantasia quando registradas como pessoa fiacutesica Considerando que
de acordo com a Tabela 11 haacute um predomiacutenio de Cliacutenicas registradas como pessoa juriacutedica eacute
possiacutevel relacionar esse resultado com a necessidade de ser pessoa juriacutedica para ter acesso aos
credenciamentos pois na Tabela 13 observa -se que a maioria das respostas dos entrevistados do
Grupo 1 que atuam como pessoa juriacutedica revelou atuar dessa forma para viabilizar o acesso a
convecircnios e credenciamentos Jaacute no Grupo 2 a maioria das respostas dadas como motivo para
integrar a pessoa juriacutedica referem -se agrave finalidade de pagar menos impostos A Tabela 12
demonstra os diversos tipos de pessoa juriacutedica encontrados na pesquisa No Grupo 1 houve o
predomiacutenio da Sociedade Limitada enquanto que no Grupo 2 houve o predomiacutenio da Sociedade
Civil Limitada que teoricamente natildeo existe De qualquer forma esses tipos predominaram
provavelmente por apresentarem maiores vantagens fiscais para os soacutecios da pessoa juriacutedica
TABELA 11 - FORMA DE PRAacuteTiCA ATUAL DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
FORMA DE PRAacuteTICA ATUALGRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Consultoacuterio Pessoa Fiacutesica 3 1034 1 770Consultoacuterio Pessoa Juriacutedica 23 7932 10 7691Outros 3 1034 2 1539TOTAL 29 100 13 100
74
TABELA 12-T IPO DE PESSOA JURIacuteDICA DAS CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
PESSOA JURIacuteDICA GRUPO 1 GRUPO 2Sociedade Civil Limitada (SC) (LTDA) 6 6Sociedade Civil com fins lucrativos 1 4Sociedade Limitada (LTDA) 14 2Firma Individual 4 0Outros 1 0TOTAL 26 12
TABELA 13-MOTIVACcedilAtildeO DOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS NO DISTRITO FEDERAL PARA INTEGRAR SUA RESPECTIVA PESSOA JURIacuteDICA - OUTNOV 2001
- RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Ampliar consultoacuterio particular 4 1250 4 25Pagar menos impostos 6 1875 7 4375Acesso a convecircnios e credenciamentos 19 5937 4 25Outros 3 938 1 625TOTAL 32 100 16 100
2 Perfil das Cliacutenicas
21 Caracteriacutesticas Gerais
As Cliacutenicas pesquisadas apresentaram diferentes estruturas de funcionamento Os
Quadros 2 e 3 demonstram algumas caracteriacutesticas de cada Cliacutenica que servem para mostrai- a
heterogeneidade encontrada nos dois Grupos pesquisados Proporcionalmente existem mais
consultoacuterios registrados como Cliacutenica no Grupo 1 (4615) que no Grupo 2 (3333) As
anaacutelises estatiacutesticas demonstraram que apoacutes padronizar as informaccedilotildees dos quadros 2 e 3 a
diferenccedila das meacutedias de consultas realizadas nos dois grupos natildeo foi significativa
75
QUADRO 2 - CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Gi CD Consultas(1) mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 1 200 40 horas 12 2 200 A - 45 horas B - 45 horas 2
3 1 160 40 horas 14 5 288 A - 2230 horas B - 730 horas C -15 horas
D - 730 horas E - 730 horas3
5 2 388 A - 44 horas B - 2 horas 26 2 144 A - 28 horas B - 5 horas 17 2 68 A - 12 horas B - 20 horas 18 4 196 A - 32 horas B - 8 horas C - 4 horas D - 8 horas 29 2 520 A - 40 horas B - 1830 horas 210 2 120 A - 37 horas B - 9 horas 211 2 160 A - 44 horas B - 26 horas 212 3 298 A - 23 horas B - 29 horas C - 5 horas 213 1 400 55 horas 114 3 404 A - 26 horas B - 28 horas C - 20 horas 215 2 184 A - 35 horas B - 9 horas 116 1 120 35 horas 117 7 210 A - 45 horas B - 5 horas C - 5 horas D - 39 horas
E - 20 horas F e G satildeo Consultores(2)2
18 1 240 40 horas 119 1 80 24 horas 120 2 260 A - 3730 horas B - eacute Consultor 121 1 400 35 horas 222 1 100 32 horas 123 1 50 1730 horas 124 2 160 A - 40 horas B - 20 horas 225 11 700 A - 16 horas B - 12 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 20 horas F - 12 horas G - 8 horas H - 12 horas 1 -16 horas J - 20 horas K - 5 horas
6
26 6 288 A - 12 horas B - 5 horas C - 16 horas D - 12 horas E - 12 horas F - 20 horas
5
NOTAS(1) O nuacutemero de consultas por mecircs engloba as consultas iniciais para execuccedilatildeo de tratamentos para
atendimento de emergecircncias eventuais (sem marcaccedilatildeo) de retomo para controie de tratamentos
realizados e finais ou seja todo e qualquer encontro no consultoacuterio entre o cirurgiatildeo-dentista e o
paciente com a finalidade de realizaccedilatildeo de algum tipo de atendimento odontoloacutegico
(2) Os profissionais Consultores aparecem eventualmente no consultoacuterio dependendo do caso cliacutenico
para realizarem o atendimento odontoloacutegico que foi requisitado pelo colega Quando trabalham aigum
profissional deixa de trabalhar para ceder lugar para ele natildeo sendo necessaacuterio dessa forma contar a
carga horaacuteria deles pois haveria uma superposiccedilatildeo do horaacuterio do profissional fixo que se ausentou com o
do prestador
76
QUADRO 3 -CARACTERIacuteSTICAS DO FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 2 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
g 2 CD Consultas11 mecircs
Carga horaacuteria semanal de cada CD CadeiraOdontoloacutegica
1 2 316 A - 24 horas B - 24 horas 12 3 200 A - 16 horas B - 4 horas C - 1630 horas 23 1 250 21 horas 34 7 512 A - 30 horas B - 13 horas C - 36 horas D - 9 horas
E F e G satildeo Consultores4
5 3 1400 A - 40 horas B - 40 horas C - 20 horas 86 1 160 3130 horas 27 4 320 A - 36 horas B - 8 horas C - 32 horas 28 1 80 3330 horas 19 10 1200 A - 30 horas B - 30 horas C - 30 horas D - 30 horas
E - 40 horas F - 40 horas G -- 40 horas H - 40 horas I - 40 horas J - 40 horas
8
10 1 96 28 horas 111 6 180 A - 16 horas B - 16 horas C - 16 horas D - 16 horas
E - 16 horas F - 16 horas2
12 1 264 44 horas 1
Foram realizados dois testes estatiacutesticos baseando - se no nuacutemero de consultas
realizadas em cada Cliacutenica por cirurgiatildeo - dentista com dedicaccedilatildeo de 40 horas semanais
TABELA 14 - MEDIDAS DESCRITIVAS DO NUacuteMERO DE ATENDIMENTOS EM CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
GRUPOS MEacuteDIA DE ATENDIMENTOS
DESVIO PADRAtildeO VARIAcircNCIA TAMANHO DE CADA GRUPO
1 180731 92439 85449 262 2335 146309 214063 12
Para o primeiro teste foram estabelecidas as seguintes hipoacuteteses
Hojiacute Gi =Mg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
Hijugi gt u 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute maior que a meacutedia de atendimento do G2)
77
O primeiro teste denominado ldquoComparaccedilatildeo de duas meacutedias de populaccedilotildees normaisrdquo
demonstrou que a 5 de erro natildeo haacute evidecircncias para dizer que a meacutedia de atendimento no
Grupo 1 seja maior que a meacutedia de atendimentos no Grupo 2 (Tabela 15 )
TABELA 15-TESTE DE irm^ENDEcircNCIA DE AMOSTRAS DE CLIacuteNICAS PESQUISADAS NO DF-OUT7NCV2001mdash Bmdash mdash mdash mdash I mdash mdash mdash mdash Omdash
Nreg de Gmsultas por dentista ccm dedicaccedilatildeo 40hrs
Assumindo variacircnaacuteas iguais gtlfoassunindowiaacutenaas iguaisTeste para igyakkde de F 1578variacircnaacuteas deLevine Sg 217
Teste tp igualdade de meacutedias t -1354 -1148
df 36 15200
Sg (hcaudal) 184 269
Diferenccedila de meacutedias -527692 -527692
Erro padratildeo389790 459620
Confianccedila de 95 Abaixo Intenalo de diferenccedila
-1318224
262839
-1506230
450846
O segundo teste realizado foi o de ldquoSignifiacutecacircncia de Meacutediasrdquo no qual o objetivo eacute
avaliar suposiccedilotildees feitas a respeito das meacutedias populacionais Nesta pesquisa supotildeem - se haver
uma diferenccedila no nuacutemero de consultas realizadas em cada Grupo de Cliacutenica ( Grupos 1 e 2 )
Nesse teste as informaccedilotildees satildeo verificadas com base em dados amostrais sendo possiacutevel a sua
realizaccedilatildeo quando as variacircncias satildeo conhecidas ou desconhecidas
As suposiccedilotildees a serem testadas neste teste satildeo as seguintes
Ho|Ug] =jiacuteg2 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute igual agrave meacutedia de atendimento do G2)
H jiacuteU g i jjl 02 (Meacutedia de atendimento no Gi eacute diferente que a meacutedia de atendimento do G2)
Na Tabela 14 nota - se que as meacutedias de atendimentos em cada grupo satildeo diferentes
poreacutem com alto desvio padratildeo O resultado do teste de signifiacutecacircncia de meacutedias demonstrou que
tanto para a variacircncia conhecida quanto para a desconhecida natildeo existem evidecircncias que rejeitem
78
a hipoacutetese de que a meacutedia de atendimento no Grupo 1 eacute igual agrave meacutedia de atendimento no Grupo 2
(Tabela 16) A diferenccedila que existe entre as meacutedias de consultas de cada grupo de Cliacutenicas satildeo
apenas casuais e natildeo reais As diferenccedilas casuais satildeo consideradas natildeo significativas
TABELA 16 - TESTE DE SIGNIFICAcircNCIA PARA AS MEacuteDIAS DE CADA GRUPO DE CLIacuteNICAS LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
Intervalo de confianccedila para adiferenccedila com 95__________
t Inferior Superior Consultas Se as variacircncias fossem iguais -1354 -1318224 262839
Se as variacircncias fossem diferentes -1148_______ -150623_____ 450846
22 Tempo de funcionamento
De acordo com os dados da Tabela 17 natildeo se verifica influecircncia do intermediaacuterio no
tempo de funcionamento das Cliacutenicas Pode - se verificar que ateacute 5 anos de funcionamento o
percentual de Cliacutenicas eacute parecido natildeo havendo uma diferenccedila signifiacutecante Verifica - se
entretanto que ateacute 10 anos de funcionamento o Grupo 1 apresenta um percentual Cliacutenicas maior
que o do Grupo 2
TABELA 17 - TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
TEMPO DE FUNCIONAMENTO
GRUPO 1 GRUPO 2
1 a 5 anos 50 66686 a 10 anos 3462 83311 a 15 anos 1154 83316 a 20 anos 0 83321 a 30 anos 384 833TOTAL 100 100
79
23 Integrantes da pessoa juriacutedica
Na sociedade formada para composiccedilatildeo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas os integrantes natildeo
precisam ser necessariamente cirurgiotildees - dentistas Atualmente existem Cliacutenicas nas quais
nenhum integrante da sociedade eacute cirurgiatildeo - dentista ou seja o Responsaacutevel Teacutecnico trabalha na
Cliacutenica mas natildeo eacute proprietaacuterio desse estabelecimento Dados obtidos na pesquisa demonstraram
que a existecircncia de integrante da pessoa juriacutedica que natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista no Grupo 2 eacute
maior do que no Grupo 1 A Tabela 18 mostra as seguintes frequumlecircncias de respostas
TABELA 18 - OCORREcircNCIA DE INTEGRANTES DA PESSOA JURIacuteDICA QUE NAtildeO SAtildeO CIRURGIOtildeES - DENTISTAS EM CLIacuteNICAS SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL OUTNOV 2001
RESPOSTA CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
Sim 1923 3333Natildeo 7692 6667Natildeo respondeu a questatildeo 385 0TOTAL 100 12
Como eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de soacutecio que natildeo eacute cirurgiatildeo-dentista eacute
proporcionalmente maior no Grupo 2 Baseando - se nos dados presentes na Tabela 18 verifica
- se que 3333 das Cliacutenicas que satildeo pessoa juriacutedica do grupo 2 e 1923 das Cliacutenicas que satildeo
pessoa juriacutedica do Grupo 1 possuem soacutecios que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas Dessa forma
dentro do universo estudado natildeo se pode considerai que na sociedade a presenccedila do soacutecio que
natildeo eacute cirurgiatildeo - dentista seja um fator consequumlente aacute presenccedila dos intermediaacuterios na praacutetica
odontoloacutegica Geralmente a sociedade eacute organizada de forma que os encargos tributaacuterios sejam
os menores possiacuteveis
24raquo Praacutetica do arrendamento
Existem atualmente diversas formas de inserccedilatildeo do cirurgiatildeo-dentista no processo
social de produccedilatildeo Nem sempre o profissional possui condiccedilotildees financeiras suficientes para
trabalhar em estabelecimento proacuteprio Muitos profissionais montam seu consultoacuterio ou Cliacutenica
80
mas natildeo conseguem formar uma ldquoclientelardquo capaz de manter tal estabelecimento em
funcionamento O arrendamento surge muitas vezes como uma opccedilatildeo alternativa de trabalho
Na Tabela 19 verifica -se que a ocorrecircncia de arrendamento no Grupo 2 eacute proporcionalmente
maior do que no Grupo 1
TABELA 19-EXISTEcircNCIA DO ESQUEMA DE ARRENDAMENTO NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTA GRUPO 1 GRUPO 2FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA
Natildeo 3 1154 1 833Sim 7 2692 6 50Natildeo responderam 16 6154 5 4167TOTAL 26 100 12 100
Observa -se que 6154 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1 natildeo responderam a
questatildeo que envolvia arrendamento ficando difiacutecil estabelecer relaccedilotildees com a presenccedila de
intermediaacuterios Por outro lado 5833 dos questionaacuterios do Grupo 2 tiveram essa questatildeo
respondida sendo 8571 das respostas favoraacuteveis para o arrendamento O arrendamento
poderia ser considerado uma opccedilatildeo de praacutetica para o profissional que natildeo possui acesso aos
credenciamentos poder trabalhar em estabelecimento estruturado com intermediaacuterios Os dados
deste trabalho entretanto contradizem o exposto anteriormente considerando que
proporcionalmente no Grupo 2 ocorre mais arrendamento que no Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que dentro do universo estudado o arrendamento eacute uma praacutetica pouco expressiva
considerando que do total da amostra (Grupos 1 e 2 ) apenas em 3421 das Cliacutenicas ocorre
esse esquema de trabalho
25 Praacutetica do reembolso
Atualmente eacute muito comum pessoas pedirem algum tipo de comprovante de
pagamento do tratamento para que possam conseguir na instituiccedilatildeo onde trabalham reembolso
dos gastos com seu respectivos tratamentos odontoloacutegicos Em alguns casos a instituiccedilatildeo
empregadora possui tabela proacutepria que deveraacute ser utilizada para aquele procedimento Em outros
81
TABELA2 1 -ADAPTACcedilOtildeES REALIZADAS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico 2 267Contrataccedilatildeo de pessoal 8 1067Compra de equipamentos 14 1867Ampliaccedilatildeo do estoque de (1)insumos 11 1467Reduccedilatildeo do tempo de duraccedilatildeo das consultas 4 533Documentaccedilatildeo 19 2533Nenhuma 5 666Outras 12 16TOTAL 75 100NOTAS(1) Nessa tabela a palavra insumos refere - se a materiais odontoloacutegicos
32 Recursos Humanos
Apenas 8 Responsaacuteveis Teacutecnicos do Gmpo 1 responderam a questatildeo 30 do
questionaacuterio 1 afirmando que houve contrataccedilatildeo de pessoal ou seja em 3076 das Cliacutenicas do
Grupo 1 houve contrataccedilatildeo de pessoal apoacutes a Cliacutenica vincular - se a operadoras Na Tabela 22
pode - se observar que o Contador foi o profissional mais requisitado pois 875 do total de
Cliacutenicas do Grupo 1 contrataram Contador Eacute importante considerar que a contrataccedilatildeo de um
contador eacute norma obrigatoacuteria para atuaccedilatildeo como pessoa juriacutedica Das Cliacutenicas que contrataram
Contador de acordo com dados do questionaacuterio 8771 apresentou alteraccedilatildeo em documentaccedilatildeo
referente agrave formaccedilatildeo de uma pessoa juriacutedica Dados deste trabalho demonstraram que a
ampliaccedilatildeo dos recursos humanos que ocorre apoacutes a realizaccedilatildeo de viacutenculo com operadoras eacute
pouco expressiva exceto no caso do contador que por urna obrigatoriedade tende a ser
contratado na fase de formaccedilatildeo da pessoa juriacutedica Observa - se que natildeo haacute ampliaccedilatildeo
significante dos recursos humanos das Cliacutenicas do Grupo 1 depois que foi estabelecido viacutenculo
com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
83
TABELA 22 - CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS CONTRATADOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS O INIacuteCIO DA PRAacuteTICA ODONTOLOacute - GICA COM INTERMEDIAacuteRIOS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cirurgiatildeo -Dentista 1 833Teacutecnico em Higiene Dental 1 833Teacutecnico em Proacutetese Dental 0Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 833Secretaacuteria Administrativa 2 1667Contador 7 5834TOTAL 12 100
Tanto as Cliacutenicas do Grupo 1 quanto as Cliacutenicas do Grupo 2 trabalham com recursos
humanos auxiliares Na Tabela 23 observa -se que o profissional mais frequumlente em ambos os
Grupos eacute o contador que eacute um auxiliar indireto da praacutetica odontoloacutegica O auxiliar de consultoacuterio
dentaacuterio apresenta uma frequumlecircncia signifiacutecante nos dois Grupos estudados As Cliacutenicas que natildeo
trabalham com intermediaacuterios (Grupo 2) de acordo com os dados da Tabela 23 parecem possuir
proporcionalmente maior capacidade em recursos humanos Esses dados demonstram que a
presenccedila do intermediaacuterio natildeo contribui para que ocorra uma ampliaccedilatildeo da quantidade de
recursos humanos auxiliares da praacutetica odontoloacutegica
TABELA 23 - CATEGORIAS DE PROFISSIOANIS AUXILIARES DA PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA QUE TRABALHAM NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1 CLIacuteNICAS DO GRUPO 2
FREQUumlEcircNCIA FREQUumlEcircNCIA Teacutecnico em Higiene Dental 2 339 3 638Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio 19 322 10 2127Teacutecnico em Proacutetese Dental 1 17 4 851Secretaacuteria Administrativa 6 1017 6 1277Contador 25 4238 12 2553Faxineira 3 508 7 149Outros 3 508 5 1064TOTAL 59 100 47 100
84
33 Faturamento
Em relaccedilatildeo ao faturamento da Cliacutenica de acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis
Teacutecnicos houve uma ampliaccedilatildeo (Tabela 24) sendo mais frequumlente uma acreacutescimo no
faturamento de ateacute 20 Pode - se relacionar o aumento no faturamento com o aumento na
procura por serviccedilos odontoloacutegicos e com um consequumlente aumento na produccedilatildeo Ao se fazer a
avaliaccedilatildeo da Tabela 25 verifica -se que a faixa mais frequumlente de aumento da produccedilatildeo eacute de 0 a
20 Na Tabela 26 observa-se que a procura ampliou com maior frequumlecircncia na faixa de 41 a
60
Considerando que nem todos que procuram os serviccedilos odontoloacutegicos realizam
tratamento produccedilatildeo e faturamento apresentam uma relaccedilatildeo mais direta sendo que o aumento
na procura indica uma tendecircncia para o aumento no faturamento que nem sempre ocorreraacute na
proporccedilatildeo do aumento da procura De acordo com a percepccedilatildeo dos Responsaacuteveis Teacutecnicos
considera -se que no Grupo 1 apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras ocorreu uma
ampliaccedilatildeo do faturamento da Cliacutenica
TABELA 24 - FATURAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 10De 21 a 40 7De 41 a 60 661 ou mais 2Ocorreu reduccedilatildeo no faturamento 1TOTAL 26
85
TABELA 2 5 - PRODUCcedilAtildeO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECI- DO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 9De 21 a 40 6De 41 a 60 7De 61 a 80 1De 81 a 100 3TOTAL 26
TABELA 26 - PROCURA POR SERVICcedilOS ODONTOLOacuteGICOS NAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
INTERVALO DE AUMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1FREQUumlEcircNCIA
De 0 a 20 8De 21 a 40 5De 41 a 60 961 ou mais 3Ocorreu reduccedilatildeo na procura 1TOTAL 26
34 Funcionamento das Cliacutenicas
As consultas odontoloacutegicas apresentam grande variabilidade de duraccedilatildeo dependendo
do procedimento que seraacute realizado Quando o profissional trabalha em equipe o tempo de sua
consulta tende a ser menor do daquele que trabalha individualmente realizando o mesmo
procedimento Os dados da pesquisa demonstram que apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com
operadoras na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 (Tabela 27) se houve alguma mudanccedila na
duraccedilatildeo das consultas isso natildeo afetou o horaacuterio de funcionamento da Cliacutenica O viacutenculo com
operadoras parece natildeo afetar o tempo de funcionamento das Cliacutenicas do Grupo 1 Eacute importante
ressaltar que a reduccedilatildeo do tempo da consulta uma ocorrecircncia aparentemente comum na praacutetica
da medicina de convecircnios e no setor puacuteblico para compensar a baixa remuneraccedilatildeo tem baixa
8 6
frequumlecircncia na aacuterea odontoloacutegica Existe uma diferenccedila entre a consulta meacutedica e a consulta
odontoloacutegica que na maioria das vezes envolve procedimentos ciruacutergicos ou seja de
intervenccedilatildeo no paciente os quais possuem etapas que devem ser realizadas em uma uacutenica
consulta Natildeo tem como anestesiar o paciente e pedir que ele retome na proacutexima consulta por
exemplo
TABELA 27 - HORAacuteRIO DE FUNCIONAMENTO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL APOacuteS TER SIDO ESTABELECIDO VIacuteNCULO COM OPERADO - RAS-OUTNOV 2001
RESPOSTASCLIacuteNICAS DO GRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Ampliaccedilatildeo 4 1538Reduccedilatildeo 2 769Nada ocorreu 20 7692TOTAL 26 100
35 Pagamento
Nesta pesquisa foi possiacutevel observar que a maioria das Cliacutenicas que trabalham com
intermediaacuterios (Grupo 1) recebem os honoraacuterios correspondentes ao tratamento de usuaacuterios de
planos de assistecircncia odontoloacutegica via depoacutesito em conta realizado pelas operadoras (Tabela 28)
As operadoras pagam pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados de acordo com a produccedilatildeo do
cirurgiatildeo - dentista
TABELA 28 - FORMA DE PAGAMENTO DAS OPERADORAS VINCULADAS AgraveS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 SITUADAS NO DISTRITO FEDERAL - OUT NOV 2001
FORMA DE PAGAMENTO CLIacuteNICAS DO GRUPO 1
Depoacutesito em conta 923Cheque 769Outros 1153TOTAL 100
87
36 Operadoras
No Distrito Federal encontram -se diversos tipos de instituiccedilotildees relacionadas com a
Administraccedilatildeo Puacuteblica e tambeacutem com o setor privado que oferecem algum tipo de beneficio para
o trabalhador relacionado com assistecircncia meacutedica eou odontoloacutegica Baseando-se nessa
constataccedilatildeo a autora considera que os serviccedilos do SUS satildeo frequumlentados predominantemente
por pessoas que natildeo possuem esse tipo de benefiacutecio ou seja pela parcela da populaccedilatildeo
desempregada ou que natildeo possui uma renda fixa Dados da PNAD realizada pelo IBGE em 1998
mostram que a cobertura dos Planos de Sauacutede19 em pessoas de 10 anos ou mais no Distrito
Federal eacute de 338 No Brasil essa cobertura eacute de 254 Na Tabela 29 observa -se que todas as
Cliacutenicas do Grupo 1 possuem viacutenculo com alguma Autogestatildeo Os demais tipos de operadoras
aparecem de forma pouco expressiva na caracterizaccedilatildeo dos viacutenculos que se estabelecem na aacuterea
odontoloacutegica no Distrito Federal
TABELA 29 - VIacuteNCULO DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
RESPOSTASGRUPO 1
FREQUumlEcircNCIA Cooperativa odontoloacutegica 3 652Odontologia de grupo 6 1304Autogestatildeo 26 5653Medicina de grupo 5 1087Seguradora 3 652Outros 3 652TOTAL 46 100
As Medicinas de Grupo Cooperativas Meacutedicas e Seguradoras nem sempre possuem
planos odontoloacutegicos ou planos de sauacutede que incluem serviccedilos odontoloacutegicos Como informaccedilatildeo
complementar no Graacutefico 2 pode ser verificado que 5384 das Cliacutenicas do Grupo 1 possuem
19 De acordo com o Manual de Entrevista da PNAD de 1998 entende - se por Plano de Sauacutede Meacutedico ou Odontoloacutegico o contrato ou direito adquirido individualmente ou atraveacutes de empregador (puacuteblico ou privado) visando o atendimento de sauacutede a ser prestado por profissionais eou empresas de sauacutede (cliacutenicas laboratoacuterios hospitais etc) O usufruto desse direito eacute garantido pelo pagamento de mensalidade paga diretamente pela pessoa por seu empregador ou atraveacutes de desconto mensal em folha de pagamento
ateacute 5 viacutenculos com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica e que apenas 769
possuem acima de 10 viacutenculos
GRAacuteFICO 2 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DAS CLIacuteNICAS DO GRUPO 1 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR INTERVALO DE QUANTIDADE DE VIacuteNCULOS COM OPERADORAS - OUTNOV 2001
Ateacute 5 viacutenculos
De 6 a 10 viacutenculos De 11 a 20 viacutenculos
37 Praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios
Os dados da pesquisa demonstram que 6538 dos Responsaacuteveis Teacutecnicos do Grupo 1
estatildeo satisfeitos em trabalhar com intermediaacuterios (Tabela 30) A autora ressalta que para muitos
profissionais a praacutetica odontoloacutegica com intermediaacuterios deve ser a uacutenica fonte de renda daiacute a
satisfaccedilatildeo em trabalhar nesse esquema observada no Grupo 1
TABELA 30 -OPINIAtildeO SOBRE A PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA COM INTERMEDIAacuteRIOS NO DISTRITO FEDERAL - OUTNOV 2001
SATISFEITOS RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS
Sim 6538Natildeo 3461TOTAL 100
4 Discussatildeo Gerai
Inicialmente eacute importante ressaltar que todos os resultados devem ser associados ao
fato de que a meacutedia de consultas realizadas nos dois Grupos natildeo apresenta diferenccedila significante
770
89
como foi visto nas anaacutelises estatiacutesticas Em alguns casos foi realizado um estudo comparativo
entre os dois Grupos envolvidos na pesquisa e em outras situaccedilotildees foi realizada anaacutelise isolada do
Grupo que trabalha com os intermediaacuterios (Grupo 1)
A princiacutepio imaginou -se que a presenccedila do intermediaacuterio ocasionaria diversas
alteraccedilotildees na praacutetica profissional do cirurgiatildeo - dentista Em relaccedilatildeo ao perfil do Responsaacutevel
Teacutecnico observou - se que trabalhar com intermediaacuterios natildeo eacute o principal fator que o estimula a
realizar um curso de especializaccedilatildeo No Graacutefico 3 coloca - se que na amostra predominaram
Responsaacuteveis Teacutecnicos formados no intervalo de tempo de 11 a 20 anos Esses profissionais
vivenciaram eacutepoca em que as exigecircncias para se efetuar um credenciamento eram miacutenimas O
principal objetivo em fazer um curso de especializaccedilatildeo era o crescimento profissional Nos
uacuteltimos doze anos houve mudanccedilas nesse cenaacuterio diretamente associadas a mudanccedilas soacutecio -
econocircmicas no Brasil Ocorreu grande reduccedilatildeo no poder aquisitivo da populaccedilatildeo e
paralelamente a criaccedilatildeo de inuacutemeras faculdades de odontologia sem nenhuma avaliaccedilatildeo da real
necessidade de cirurgiotildees - dentistas nas diversas Regiotildees do Brasil Provavelmente os
profissionais formados nessa eacutepoca sejam os mais afetados com o crescimento do setor de Sauacutede
Suplementar
Os resultados demonstraram que existe diferenccedila entre os dois Grupos estudados na
finalidade de constituir pessoa juriacutedica No Grupo 1 fazer credenciamentos eacute o principal motivo
para se constituir uma sociedade No Grupo 2 pagar menos impostos eacute a principal razatildeo para
compor uma pessoa juriacutedica Em ambas as situaccedilotildees satildeo fatores econocircmicos que determinam a
forma de atuaccedilatildeo profissional no mercado de trabalho como pessoa juriacutedica ou pessoa fiacutesica
O esquema de arrendamento natildeo apresentou relaccedilatildeo direta com a presenccedila de
intermediaacuterios na praacutetica odontoloacutegica Eacute uma modalidade de trabalho utilizada principalmente
por aqueles que natildeo possuem condiccedilotildees de montar um estabelecimento de trabalho proacuteprio
90
GRAacuteFICO 3 - DISTRIBUICcedilAtildeO PERCENTUAL DE RESPONSAacuteVEIS TEacuteCNICOS ENTREVISTADOS
NAS CLIacuteNICAS DOS GRUPOS 1 E 2 LOCALIZADAS NO DISTRITO FEDERAL POR
INTERVALO DE TEMPO DE PRAacuteTICA ODONTOLOacuteGICA - OUTNOV 2001
Ateacute 10 anos a De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos 31 anos ou mais
4737
A contrataccedilatildeo de contador e as alteraccedilotildees em documentaccedilotildees satildeo as adaptaccedilotildees feitas
com maior frequumlecircncia para se trabalhar com intermediaacuterios E interessante observar que as
Cliacutenicas do Grupo 2 satildeo mais capacitadas em termos de recursos humanos
As Cliacutenicas do Grupo 1 em geral apresentam aumento no faturamento mas isso natildeo
quer dizer que ocorre um acreacutescimo efetivo no orccedilamento pois existe uma substituiccedilatildeo de
pacientes particulares por pacientes usuaacuterios de plano de assistecircncia odontoloacutegica Como natildeo haacute
alteraccedilatildeo na duraccedilatildeo das consultas na maioria das Cliacutenicas do Grupo 1 pode - se constatar que o
Grupo que trabalha com intermediaacuterios possui rendimento menor que o que natildeo trabalha
considerando - se que aquele tem que seguir uma tabela de honoraacuterios A praacutetica do reembolso
surge como uma opccedilatildeo de forma de pagamento para o paciente mas sem relaccedilatildeo direta com a
presenccedila de intermediaacuterios
Observa - se nos resultados o predomiacutenio das Autogestotildees como operadoras de
planos de assistecircncia odontoloacutegica No Distrito Federal existe grande nuacutemero de oacutergatildeos e
entidades puacuteblicas que beneficiam seus servidores oferecendo assistecircncia proacutepria de sauacutede ou
credenciando Cliacutenicas e profissionais para oferecer tal assistecircncia em condiccedilotildees favoraacuteveis para o
trabalhador
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses estabelecidas neste trabalho verifica -se que o crescimento
do setor de sauacutede suplementar afeta a praacutetica odontoloacutegica em aspectos mais burocraacuteticos do que
91
em sua estrutura profissional Amplia - se o acesso aos trabalhadores mas o ocorre uma queda
no valor dos tratamentos Considerando que natildeo existe adequada assistecircncia odontoloacutegica no
setor puacuteblico a odontologia suplementar estaacute se transformando em uma boa opccedilatildeo para parte da
populaccedilatildeo que deseja realizar tratamentos mas natildeo possui condiccedilotildees de pagar diretamente um
cirurgiatildeo - dentista pelos serviccedilos prestados As principais alteraccedilotildees em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar ocorrem nos processos da praacutetica onde o
intermediaacuterio determina o preccedilo e a forma de pagamento dos tratamentos odontoloacutegicos A
estrutura os produtos e os resultados natildeo demonstram alteraccedilotildees significativas em decorrecircncia do
crescimento do setor de sauacutede suplementar
Para obter informaccedilotildees complementares foram entrevistados profissionais de 4
operadoras que atuam no Distrito Federal intermediando a praacutetica odontoloacutegica (Grupo 3) uma
Autogestatildeo uma Seguradora uma Medicina de Grupo e uma Odontologia de Grupo Essa
amostra foi feita por conveniecircncia VIEIRA (1980b) afirma que esse tipo de amostra eacute formado
por elementos que o pesquisador reuniu porque estavam agrave sua disposiccedilatildeo
Todas as operadoras do Grupo 3 possuem uma poliacutetica de credenciamento
formalizada para pessoa juriacutedica sendo avaliado o curriacuteculo dos profissionais da prestadora
Tempo de fonnaccedilatildeo cursos de poacutes - graduaccedilatildeo realizados e experiecircncia na especialidade foram
criteacuterios para avaliaccedilatildeo dos curriacuteculos em todas as operadoras do Grupo 3
As operadoras pesquisadas avaliam junto agrave prestadora os documentos relacionados
ao ldquoclienterdquo (prontuaacuterios fichas de atendimento etc) e realizam acompanhamento estatiacutestico em
relaccedilatildeo aos procedimentos realizados
Essas observaccedilotildees realizadas no Grupo 3 servem para demonstrar o controle que as
operadoras possuem nesse tipo de praacutetica odontoloacutegica Atuam como verdadeiros ldquochefesrdquo dos
profissionais que desejam ter um rendimento fixo
92
VII CONCLUSOtildeES
O presente trabalho apresentou uma abordagem do setor de Sauacutede Suplementar na aacuterea
odontoloacutegica As mudanccedilas que tecircm ocorrido no mercado de trabalho do cirurgiatildeo - dentista
fazem surgir estudos com a finalidade de avaliar as causas e as consequumlecircncias desse processo Os
intermediaacuterios aos poucos foram conquistando espaccedilo na aacuterea odontoloacutegica Atualmente eacute mais
comum o profissional trabalhar com os intermediaacuterios do que sem eles Avaliar algumas
influecircncias que esses intermediaacuterios exercem na praacutetica odontoloacutegica foi o objetivo deste
trabalho
De acordo com a metodologia descrita foi selecionado um grupo que trabalha com
intermediaacuterios e grupo controle que natildeo trabalha com intermediaacuterios Houve grande dificuldade
na formaccedilatildeo do grupo controle pois a maioria das Cliacutenicas registradas no Conselho Regional de
Odontologia pertencem ao primeiro grupo A base de dados apresentou uma frequumlecircncia elevada
de dados inadequados (nuacutemeros telefocircnicos endereccedilos nome da Cliacutenica etc) O registro de
pessoa juriacutedica realizado pelo Conselho Regional de Odontologia eacute para Prestadores de Serviccedilos
Odontoloacutegicos havendo dessa forma operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
registradas junto com as Cliacutenicas Natildeo existia no momento do planejamento da Pesquisa de
Campo um cadastro exclusivo de Cliacutenicas Odontoloacutegicas no CRO Atualmente a definiccedilatildeo de
ldquoCliacutenicardquo dada por esta entidade apresenta mais um aspecto juriacutedico do que estrutural pois a
principal exigecircncia para se obter o registro de Cliacutenica eacute ser pessoa juriacutedica Muitas operadoras
exigem que o prestador de serviccedilos odontoloacutegicos seja pessoa juriacutedica tentando evitar uma
possiacutevel reivindicaccedilatildeo de estabelecimento de viacutenculo empregatiacutecio entre operadora e prestador
A praacutetica odontoloacutegica do profissional autocircnomo eacute afetada pelo crescimento do setor
de Sauacutede Suplementar principalmente em seus processos ou seja nos diversos tipos de relaccedilotildees
humanas desenvolvidas dentro da estrutura que daacute suporte ao atendimento odontoloacutegico A
relaccedilatildeo profissional - paciente sofre grande interferecircncia do intermediaacuterio Em geral existe um
descontentamento por parte dos cirurgiotildees - dentistas com os valores de preccedilos das tabelas
utilizadas pelas operadoras A burocracia no processo utilizando peritos e tendo como
consequumlecircncia uma demora no pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos prestados bem como as
mudanccedilas na documentaccedilatildeo em funccedilatildeo das exigecircncias das operadoras e para pagar menos
93
impostos satildeo os principais fatores que desgastam os processos da praacutetica odontoloacutegica do
profissional autocircnomo Por outro lado parece que aumentar rendimentos ter um fluxo de
pacientes maior e garantido ter garantia de pagamento e realizar uma propaganda indireta do
consultoacuterio parecem ser as supostas vantagens que fazem com que atualmente inuacutemeros
profissionais utilizem os intermediaacuterios Parece que existe mais uma necessidade do que
satisfaccedilatildeo em trabalhar com as operadoras Dados deste trabalho mostram que no grupo 1 923
dos Responsaacuteveis Teacutecnicos pretendem continuar trabalhando com intermediaacuterios enquanto que
apenas 6538 estatildeo satisfeitos com esse esquema
Para trabalhar no setor privado como autocircnomo o cirurgiatildeo - dentista tem que ter
capital inicial para investir na montagem do seu consultoacuterio ou Cliacutenica Os primeiros pacientes
geralmente satildeo pessoas conhecidas (familiares e amigos) que podem fazer uma propaganda
indireta do profissional Quando o mercado de trabalho eacute favoraacutevel ou seja quando natildeo existem
tantos profissionais para dar cobertura a uma determinada aacuterea o cirurgiatildeo - dentista
progressivamente vai ficando conhecido pelo seu trabalho e se estabelecendo definitivamente no
mercado A grande maioria dos cirurgiotildees - dentistas eacute formada paia atuar no mercado de
trabalho como autocircnomo Acontece entretanto que nos grandes centros urbanos existe uma
concentraccedilatildeo de profissionais que precisam trabalhar para garantir sua sobrevivecircncia Quando
aquele profissional autocircnomo sai da fase do atendimento de conhecidos ele fica em um espaccedilo
vazio se natildeo consiguir alguma via que canalize pacientes para o seu estabelecimento As vezes
esse problema eacute resolvido por um colega mais antigo que encaminha pacientes para ele Na
praacutetica odontoloacutegica nem sempre existe esse companheirismo entre colegas Essa situaccedilatildeo
ocorre geralmente quando existe algum grau de parentesco entre os profissionais Nesse
contexto eacute comum o cirurgiatildeo - dentista entrar no esquema dos intermediaacuterios perdendo sua
autonomia mas garantindo um fluxo de pacientes
O profissional autocircnomo plenamente estabelecido no mercado de trabalho natildeo tem
necessidade de muitos atendimentos para ganhar o suficiente para garantir a sua qualidade de
vida O cirurgiatildeo - dentista que trabalha com intermediaacuterios teria que atender mais pacientes
considerando que as tabelas de preccedilo usadas satildeo muito defasadas entretanto dados deste estudo
demonstraram que natildeo haacute grandes diferenccedilas do volume de atendimentos nos dois grupos
estudados Esse fato faz concluir que trabalhar com intermediaacuterios aumenta o faturamento em
94
funccedilatildeo de uma natildeo ocorrecircncia do paciente particular convencional A maioria dos pacientes
particulares que tecircm capacidade aquisitiva ou formas de pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
passaram a ser usuaacuterios de algum tipo de plano de assistecircncia odontoloacutegica ampliando o seu
acesso agrave sauacutede bucal Aleacutem disso alguns setores da populaccedilatildeo que natildeo possuem esse benefiacutecio
como salaacuterio indireto passaram a recorrer aos intermediaacuterios para resolver os respectivos
problemas de assistecircncia odontoloacutegica
Quando se definiu o setor de Sauacutede Suplementar e posteriormente a odontologia
suplementar levou - se em consideraccedilatildeo que o setor de referecircncia eacute o puacuteblico A movimentaccedilatildeo
para o setor de Sauacutede Suplementar ocorre por duas vias pacientes particulares que passaram a
natildeo ter condiccedilotildees de financiar seus tratamentos e pacientes insatisfeitos com os serviccedilos de sauacutede
oferecidos pelo SUS Com este trabalho foi possiacutevel fazer uma exploraccedilatildeo do Setor da
Odontologia Suplementar e verificar que a presenccedila do intermediaacuterio natildeo funciona como
estiacutemulo para obtenccedilatildeo de pacientes mas sim como uma opccedilatildeo de trabalho para aqueles
profissionais autocircnomos que natildeo conseguem se manter apenas com pacientes particulares A
maioria desses profissionais se estabelece como pessoa juriacutedica apenas para viabilizar o acesso
aos credenciamentos As operadoras atuam como ldquopatrotildeesrdquo dos cirurgiotildees - dentistas
delimitando as normas de conduta e determinando a forma de pagamento pelos serviccedilos
odontoloacutegicos realizados O crescimento do setor de Sauacutede Suplementar afeta a praacutetica
odontoloacutegica autocircnoma transformando o cirurgiatildeo - dentista em um ldquoempregadordquo sem direitos
trabalhistas remunerado exclusivamente segundo a sua produccedilatildeo
95
VIII REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA Ceacutelia O Mercado Privado de Serviccedilos de Sauacutede no Brasil Panorama Atual e Tendecircncias da Assistecircncia Meacutedica Suplementar Texto para discussatildeo - IPEA Brasiacutelia n 599 81 p nov 1998
BAHIA Liacutegia Mudanccedilas e Padrotildees das Relaccedilotildees Puacuteblico - Privado Seguros e Planos de Sauacutede no Brasil Rio de Janeiro 1999 351 f Tese (Doutorado em Sauacutede Puacuteblica) - Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica da Fundaccedilatildeo e Instituto Oswaldo Cruz
BEUX Armindo Conceituaccedilatildeo de profissional liberal Revista da Associaccedilatildeo dos Juizes do Rio Grande do Sul n15 Ano VI p 24-29 mar 1979
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________ Lei n 9656 de 3 de junho de 1998 Dispotildee sobre os planos e seguros privados deassistecircncia agrave sauacutede Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000001 col 14 jun 1998
________ Medida Provisoacuteria n 1665 de 4 de junho de 1998 Altera dispositivos da Lei n9656 de 3 de junho de 1998 que dispotildee sobre os planos e seguros privados de assistecircncia agrave sauacutede e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p000002 col 2 5 jun 1998
________ Medida Provisoacuteria n 1928 de 25 de novembro de 1999 Cria a Agecircncia Nacional deSauacutede Suplementar e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia p 000013 col2 26 nov 1999 Seccedilatildeo Extra
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1 02
ANEXO 1N2
Questionaacuterio aplicado no Grupo 1 Cliacutenicas com intermediaacuterios
IX ANEXOS
A Odontologia Suplementar no Distrito Federal
Regiatildeo Administrativa ndeg
N0
10 Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
l)Sexo 0 ( ) Feminino 1( ) Masculino 01
2) Qual eacute a sua idade 02
3) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
4) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento
2 ( ) Especializaccedilatildeo 3 ( ) Mestrado
4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
5) Se vocecirc respondeu de 1 a 5 na questatildeo anterior quais os seus objetivos em fazer
o(s) respectivo(s) curso(s)
0 ( ) Facilitar o acesso a credenciamentos
1 ( ) Crescer profissionalmente
2 ( ) Outros
05
103
6) Qual era a forma da sua praacutetica profissional antes de estar vinculado(a) a
operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
06
7) Se integrava uma pessoa juriacutedica qual era o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
07
8) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
08
9) Se integra uma pessoa juriacutedica qual eacute o tipo
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
09
10) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual(is) o seu(s) principal(is) motivo(s)
para participar desta sociedade
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular
1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
10
11) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
11
104
2a Bloco Perfil da Clinica
12) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
4 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
13
14)) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja Cirurgiatildeo-Dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim 2 ( ) Eacute uma Cliacutenica - Pessoa Fiacutesica
14
15)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
integrante(s) ciue natildeo satildeo Cirurgiotildees-Dentistas
15
16) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 16
17) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) mais de 2
17
18) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra a pessoa
juriacutedica correspondente existe entre este(s) profissional(is) e a Cliacutenica
0 ( ) relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) esquema de arrendamento
2 ( ) alueuel parcial da Cliacutenica 3 ( ) outros
18
19) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
20
105
3 Bloco Credenciamento
21 ) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterios de planos de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico
0 ( )Natildeo 1( )Siacutem
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os pacientes
particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( )Natildeo 1( )Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes que obtecircm reembolso
24
25) Haacute quanto tempo a Cliacutenica trabalha com planos de assistecircncia odontoloacutegica 25
106
26) Com quantas operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada 26
27) Com quais operadoras esta Cliacutenica estaacute vinculada
0 ( ) Cooperativa odontoloacutegica
1 ( ) Odontologia de grupo
27
2 ( ) Autogestatildeo
3 ( ) Medicina de grupo
4 ( ) Coopertiva meacutedica
5 ( ) Seguradora
6 ( ) Outros
28) Quais adaptaccedilotildees foram necessaacuterias nesta Cliacutenica desde que ela comeccedilou a
oferecer serviccedilos odontoloacutegicos para pessoas usuaacuterias de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Ampliaccedilatildeo do espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio
1 ( ) Contrataccedilatildeo de pessoal
2 ( ) Compra de equipamentos
3 ( ) Ampliaccedilatildeo do estoque de insumos
4 ( ) Reduccedilatildeo no tempo de duraccedilatildeo das consultas
5 ( ) Documentaccedilatildeo do consultoacuterio
6 ( ) Natildeo foi necessaacuteria nenhuma adaptaccedilatildeo
7 ( ) Outros
28
107
29) Se ampliou o espaccedilo fiacutesico do consultoacuterio foi da seguinte forma
0 ( ) Aluguel de imoacutevel
1 ( ) Compra de imoacutevel
2 ( ) Adaptaccedilatildeo em imoacutevel que jaacute possuiacutea
3 ( ) Outros
29
30) Se houve contrataccedilatildeo de pessoal que categorias profissionais foram
contratadas e qual a quantidade de profissionais correspondentes a cada tipo
contratado
0 ( ) Cirurgiatildeo - Dentista
1 ( ) Teacutecnico em Higiene Dental
2 ( ) Teacutecnico em Proacutetese Dental
3 ( ) Auxiliar de Consultoacuterio Dentaacuterio
4 ( ) Secretaacuteria Administrtiva
5 ( ) Contador
6 ( ) Faxineira
7 ( ) Outros
30
31) Se houve compra de equipamentos qual foi a quantidade
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) mais de 3
31
32) Se houve ampliaccedilatildeo do estoque de insumos qual foi a porcentagem
0 ( ) 25 1( )50 2 ( ) 100 3 ( ) 200 ou mais
32
33) Se houve ampliaccedilatildeo na quantidade de instrumental ocorreu em que
proporccedilatildeo
33
34) Se houve alteraccedilatildeo em documentaccedilotildees dentre estas estatildeo alteraccedilotildees referentes agrave
formaccedilatildeo de uma sociedade constituindo-se assim uma pessoa juriacutedica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
34
108
35) Em caso positivo que tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
35
36) Em meacutedia quantas consultas por mecircs satildeo realizadas nesta Cliacutenica 36
37) A procura por serviccedilos odontoloacutegicos nesta Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo
apoacutes ter sido estabelecido viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
37
38) 0 faturamento da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
38
39) Qual a porcentagem do faturamento da Cliacutenica proveacutem de atendimento
consequumlente a viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
39
40) ) A produccedilatildeo da Cliacutenica aumentou em que proporccedilatildeo apoacutes ter sido estabelecido
viacutenculo com operadoras de planos de assistecircncia odontoloacutegica
40
41) Em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento desta Cliacutenica apoacutes ter sido
estabelecido viacutenculo com operadora(s) de planos de assistecircncia odontoloacutegica
houve
0 ( ) ampliaccedilatildeo 1 ( ) reduccedilatildeo 2 ( ) nada ocorreu
41
42) Se houve ampliaccedilatildeo foi em que proporccedilatildeo 42
43) Como as operadoras efetuam o pagamento pelos serviccedilos odontoloacutegicos
prestados
0 ( ) Boleto bancaacuterio 1 ( ) Depoacutesito em conta
2 ( ) Cheque 3 ( ) Outros
43
44) Com que frequumlecircncia as operadoras repassam o pagamento para esta Cliacutenica
0 ( ) Em 15 dias 1 ( ) Em 30 dias 2 ( ) Em 45 dias 3 ( ) Em 60 dias
44
109
45) Quanto agrave periacutecia odontoloacutegica realizada pelas operadoras vocecirc estaacute
0 ( ) Satisfeito 1 ( ) Pouco satisfeito
2 ( ) Insatisfeito 3 ( ) Natildeo haacute periacutecia
45
46) Quando um paciente usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica falta a uma consulta a operadora se responsabiliza pelo pagamento desta consulta
0 ( ) Sempre 1 ( ) Geralmente 2 ( ) Raramente 3 ( ) Nunca
46
47) Vocecirc estaacute satisfeito em trabalhar com planos de assistecircncia odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
47
48) Vocecirc pretende continuar vinculado a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
48
49) Na sua opiniatildeo quais as vantagens em trabalhar com operadoras 49
50) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 50
51) Quais as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico
sem haver perda na qualidade dos serviccedilos oferecidos
51
1 1 0
Questionaacuterio aplicado no Grupo 2 Cliacutenicas sem intermediaacuterios
Ne 2
A Odontologia Suplementar no Distrito FederalRegiatildeo Administrativa ndeg
Nreg
V Bloco Perfil do Responsaacutevel Teacutecnico
01) Sexo
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino
01
02) Qual eacute a sua idade 02
03) Haacute quantos anos vocecirc atua na aacuterea odontoloacutegica 03
04) Vocecirc possui curso de
0 ( ) Graduaccedilatildeo 1( ) Aperfeiccediloamento 2 ( ) Especializaccedilatildeo
3 ( ) Mestrado 4 ( ) Doutorado 5 ( ) Outros
04
05) Qual eacute a forma de sua praacutetica profissional atualmente
0 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Fiacutesica
1 ( ) Consultoacuterio Particular - Pessoa Juriacutedica
2 ( ) Outros
05
06) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo anterior qual eacute o tipo de pessoa juriacutedica
0 ( ) Sociedade Civil sem fins lucrativos
1 ( ) Sociedade Civil com fins lucrativos
2 ( ) Sociedade Limitada 3 ( ) Sociedade Anocircnima
4 ( ) Sociedade Cooperativa 5 ( ) Outros
06
07) Se vocecirc respondeu 1 na questatildeo nuacutemero 8 qual o principal motivo para
integrar esta pessoa juriacutedica
0 ( ) Ampliar o consultoacuterio particular 1 ( ) Pagar menos impostos
2 ( ) Viabilizar acesso aos convecircnios e credenciamentos
3 ( ) Outros
07
08) Se vocecirc integra uma pessoa juriacutedica qual a sua parcela de participaccedilatildeo no
capital desta entidade
08
111
2 Bloco Perfil da Cliacutenica
09) Haacute quanto tempo a Cliacutenica estaacute funcionando 09
10) Quantos Cirurgiotildees-Dentistas integram esta pessoa juriacutedica
0 ( ) 1 1 ( ) 2 2 ( ) 3 3 ( ) Mais de 3
10
11) Existe integrante desta pessoa juriacutedica que natildeo seja cirurgiatildeo - dentista
0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
11
12)) Em caso positivo qual a porcentagem de participaccedilatildeo total do(s)
inteerante(s) que natildeo satildeo cirurgiotildees - dentistas
12
13) Quantos cirurgiotildees - dentistas trabalham nesta Cliacutenica 13
14) Quantos cirurgiotildees - dentistas que trabalham nesta cliacutenica satildeo especialistas
0 ( ) Nenhum 1 ( ) 1 2 ( ) 2 3 ( ) Mais de 2
14
15) Se haacute cirurgiatildeo - dentista que trabalha na Cliacutenica mas natildeo integra esta pessoa
juriacutedica existe entre este(s) profiacutessional(is) e a Cliacutenica
0( ) Relaccedilatildeo de emprego 1 ( ) Esquema de arrendamento
2 ( ) Aluguel parcial da Cliacutenica 3 ( ) Outros
15
16) Nesta Cliacutenica trabalha(m) auxiliar(es) da praacutetica odontoloacutegica
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
16
17) Em caso positivo a que grupo ele(s) pertence(m)
0 ( ) Teacutecnico em higiene dental (THD)
1 ( ) Auxiliar de consultoacuterio dentaacuterio (ACD)
2 ( ) Teacutecnico em proacutetese dental (TPD)
3 ( ) Secretaacuteria administrativa
4 ( ) Contador
5 ( ) Faxineira
6 ( ) Outros
17
112
3 Bloco Credenciamento
18)A Cliacutenica jaacute foi vinculada a alguma operadora de plano de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) Natildeo 1( ) Sim
18
19) Se sim deixou de ser porque
0 ( ) natildeo compensava financeiramente
1 ( ) natildeo cumpria os requisitos para o credenciamento
2 ( ) Outros
19
20) Haacute interesse de vincular a Cliacutenica a operadoras de planos de assistecircncia
odontoloacutegica 0 ( ) N acirc o 1 ( ) Sim
20
21) Que tipo de paciente eacute atendido nesta Cliacutenica
0 ( ) Particular
1 ( ) Usuaacuterio de plano de assistecircncia odontoloacutegica
2 ( ) Todos
21
22) Nesta Cliacutenica satildeo atendidos pacientes particulares que obtecircm reembolso dos
honoraacuterios pagos pelo tratamento odontoloacutegico 0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Em caso positivo o preccedilo do tratamento odontoloacutegico cobrado para os
pacientes particulares que obtecircm reembolso eacute menor do que o preccedilo do tratamento
odontoloacutegico cobrado para os outros pacientes particulares
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
23
24) Nesta Cliacutenica o reembolso recebido pelo paciente particular garante o
pagamento de
0 ( ) Tratamento completo
1 ( ) Metade do tratamento
2 ( ) Um terccedilo do tratamento
3 ( ) Menos de um terccedilo do tratamento
4 ( ) Dois terccedilos do tratamento
5 ( ) Mais de dois terccedilos do tratamento
6 ( ) Informaccedilatildeo desconhecida
7 ( ) Natildeo haacute atendimento de pacientes particulares que obtecircm reembolso
24
113
25) Em meacutedia quantas consultas satildeo realizadas por mecircs nesta Cliacutenica 25
26) Na sua opiniatildeo quais as vantagens de se trabalhar com operadoras 26
27) Na sua opiniatildeo quais as desvantagens 27
28)Que sugestotildees vocecirc daria para que houvesse uma ampliaccedilatildeo do acesso ao
atendimento odontoloacutegico sem que ocorresse perda na qualidade dos serviccedilos
oferecidos
28
NP3
Questionaacuterio aplicado no Grupo 3
O Desenvolvimento do Setor Sauacutede Suplementar e a PraacuteticaOdontoloacutegica no DF
N^
IDENTIFICACcedilAO DA OPERADORA1) Nome da operadora 1
2) CidadeUF 2
3) Modalidade de Gestatildeo 3
4) Cargo do interlocutor 4
5) Nuacutemero de pessoas assistidas 5
6) Nuacutemero de prestadores credenciados 6
PROCESSO DE CREDENCIAMENTO7) Existe uma poliacutetica de credenciamento formalizada ( documentada) pela operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
7
8) Se existe essa poliacutetica define claramente a sistemaacutetica os atributos necessaacuterios eou preacute-requisitos para o credenciamento da rede prestadora
PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
8
9) A poliacutetica de credenciamento eacute revista eou atualizada periodicamente0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
9
10) Caso positivo qual a frequumlecircncia dessa revisatildeo0 ( ) 6 meses1 ( ) 12 meses2 ( ) 18 meses3 ( ) 24 meses ou mais
10
11) A operadora credencia seus prestadores por tempo determinado0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
11
12) A operadora condiciona a renovaccedilatildeo do credenciamento a um processo de reavaliaccedilatildeo da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
12
13) Existe um setor especiacutefico da operadora responsaacutevel pelo credenciamento0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
13
14) Se sim estaacute ligado a0 ( ) Gerencia de operaccedilotildees1 ( ) Gerecircncia de comercial2 ( ) Gerecircncia financeira3 ( ) Outro setor
14
15) Para credenciar sua rede prestadora a operadora observa o planejamento das necessidades a partir de
0 ( ) Definiccedilotildees teacutecnicas para hierarquizaccedilatildeo da rede1 ( ) Dimensionamento da rede2 ( ) Tamanho da clientela3 ( ) Estrateacutegias de vendas4 ( ) Estrateacutegias de promoccedilatildeoprevenccedilatildeo agrave sauacutede5 ( ) Especialidades ( subdivisatildeo por especialidades)
15
16) A operadora realiza anaacutelise de cadastrolegalidade documental do prestador PESSOA FIacuteSICA 0 ( )Natildeo 1 ( ) Sim PESSOA JURIacuteDICA 2 ( )Natildeo 3 ( ) Sim
16
17) A operadora realiza inspeccedilatildeo in loco das instalaccedilotildees da prestadora quanto a0 ( ) Acessibilidade do cliente1 ( ) Equipamentos em uso2 ( ) Limpeza e conservaccedilatildeo das instalaccedilotildees3 ( ) Outros
17
18) Essa inspeccedilatildeo fica documentada ou registrada0 ( ) Natildeo 1 ( )Sim
18
19) A operadora verifica as condiccedilotildees de trabalhoexigecircncias teacutecnicas para o funcionamento da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
19
20) Essa verificaccedilatildeo fica documentadaregistrada0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
20
21) Para o credenciamento a operadora verifica se haacute cadastro dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
21
116
22) A operadora avalia o curriacuteculo dos profissionais da prestadora0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
22
23) Caso positivo quais criteacuterios satildeo utilizados para avaliar o curriacuteculo0 ( ) Escola de formaccedilatildeo1 ( ) Tempo de formaccedilatildeo2 ( ) Cursos de poacutes-graduaccedilatildeo realizados3 ( ) Experiecircncia na especialidade4 ( ) Participaccedilatildeo em congressos e seminaacuterios5 ( ) Apresentaccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos6 ( ) Outros
23
24) A operadora solicita comprovaccedilatildeo dos curriacuteculos (coacutepias de diplomas de certificados)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
24
25) A operadora manteacutem um registro dessa verificaccedilatildeoavaliaccedilatildeo dos profissionais da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
25
26) A operadora pratica alguma forma de avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos da prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
26
27) O deferimento do credenciamento depende de uma uacutenica pessoa0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
27
28) O deferimento do credenciamento depende do cumprimento de etapas definidas pela poliacutetica de credenciamento da operadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
28
29) Existe poliacutetica de co-responsabilidade formalizada e bem definida entre a operadora e a rede prestadora
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
29
30) Caso positivo quais situaccedilotildees ou eventos 30
31) A operadora avalia j unto agrave prestadora os documentos relacionados ao cliente (prontuaacuterios fichas de atendimento etc)
0 ( ) Natildeo 1 ( ) Sim
31
117
32) Caso positivo qual o tipo de avaliaccedilatildeo que eacute realizada0 ( ) Auditoria1 ( ) Insumos utilizados2 ( ) Outros
32
33) Essa avaliaccedilatildeo eacute realizada0 ( ) paia todos os clientes1 ( ) para casos especiacuteficos2 ( ) por amostragem
33
34) A operadora realiza acompanhamento estatiacutestico junto agrave prestadora0 ( ) Quantidade de tratamentos concluiacutedos1 ( ) Desistecircncias2 ( ) Percentual de falta agraves consultas3 ( ) Quantidade de tratamentos iniciados4 ( ) Procedimentos realizados5 ( ) Retratamentos6 ( ) Outros
34
35) A operadora realiza periacutecia no tratamento odontoloacutegico realizado pela prestadora
0 ( ) Antes do iniacutecio do tratamento1 ( ) Apoacutes o teacutermino do tratamento2 ( ) Natildeo realiza periacutecia
35
36) Quais satildeo as suas sugestotildees para ampliaccedilatildeo do acesso ao atendimento odontoloacutegico sem que haja perda na qualidade do serviccedilo oferecido
36
118
ANEXO 2 - SISTEMA OE SAUacuteDE PUacuteBLICA DO DISTRITO FEDERAL
unaBRA2UHDIacuteA
HRBDRS
ceiuAndia
HRC
DRSTAGUATINGi
- HRT DRS 4 A NORTE
iacuteRANjHSVP
Hemocentro DRSPararsoaacute
HRPaDRS
SamambaiaDRS
GUARAacute
HRGuLACEN
f DRS ^ ASA SUL
HRASDRS
Recanto das Emas
DSSAT DRSSatildeo
Sebastiatildeo
DRSGAMA
HRGRiachoFundo NBANDDRS
SantaMaria
ATENDTERCIAacuteRIO
SECUNDAacuteRIO
PRIMAacuteRIO
LEGENDA
HSVP-Hosp Satildeo Vicente de Paulo
ISM - Instituto de Sauacutede Mental
DISAT- Diretoria de Sauacutede do Trabalhador
COMPP - Centro de Orient Meacutedico-Psicopedagogica
C $ -C n r tr o (fe $ ttn fe fH |
PSU - Posto Saude Urbano (6)
PSR bull Posto Saude Rural (23)
UM-Unidade Mista (03)
LRC e LRGu - Laboratorio Reg Ceilacircndia e Guara
CRT - Central de Radiologia de Taguatinga
LACEN - Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica do DFNI - Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo (2 1 )
Programa Saude da Famiacutelia - (134)
FEPECS - Fundaccedilatildeo de Ensino e Pesquisa em Ciecircncias da Sauacutede
FONTESUPLAN SES - DF
ANEXO 3 - QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS UNIDADES QUE COMPOtildeEM O SISTEMA DE SAUacuteDE DA SESDF - 2002
UNIDADES
DIRECcedilOtildeES REGIONAIS DE SAUacuteDE HOSPITAL
REGIONAL
UNIDADE MISTA
DE SAUacuteDE
CENTRO DE
SAUacuteDE
POSTO DE
SAUacuteDE URBANO
POSTO DE
SAUacuteDE RURAL
LABORATOacuteRIO
REGIONAL
CENTRAL
RADIOLOacuteGICA
NUacuteCLEO DE
INSPECcedilAtildeO
TOTAL 10 3 62 6 23 2 1 21ASA NORTE 1 0 8 0 0 0 0 3ASA NORTE - RA i 1 0 4 0 0 0 0 1CRUZEIRO - RA XI 0 0 2 0 0 0 0 1LAGO NORTE-RA XVIII 0 0 2 0 0 0 0 1ASA SUL 1 1 4 0 0 0 0 2ASA SUL - RA I 1 1 3 0 0 0 0 1LAGO SUL - XVI 0 0 1 0 0 0 0 1NUacuteCLEO BANDEIRANTE 0 0 3 1 1 0 0 3NUacuteCLEO BANDEIRANTE - RA VIII 0 0 1 0 1 0 0 1CANDANGOLAcircNDIA - RA XIX 0 0 1 0 0 0 0 1RIACHO FUNDO-RA XVII 0 0 1 1 0 0 0 1GAMA - RA II 1 0 7 0 4 0 0 1TAGUATINGA - RA IH 1 1 8 0 0 0 1 2CEILAcircNDIA - RA IX 0 12 0 1 1 0 1BRAZLAcircNDIA - RA IV 0 1 1 2 0 0 1SOBRADINHO - RA V 0 3 0 4 0 0 1PLANALTINA - RA VI 0 3 1 6 0 0 1GUARAacute - RA X 0 3 1 0 1 0 1PARANOAacute - RA VII 0 1 0 4 0 0 1S AM AM BAIA - RA XIS 0 0 4 otilde 0 0 0 1SANTA MARIA - RA XIII 0 0 2 2 0 0 0 1SAtildeO SEBASTIAtildeO - RA XIV 0 1 1 0 1 0 0 1RECANTO DAS EMAS - RA XV 0 0 2 0 0 0 0 1FONTE SUPLANSES -DF
ANEXO 4
QUADRO 1 - CAPACIDADE INSTALADA DA SESDF POR REGIAtildeO ADMINISTRATIVA - 2002continua
Regiatildeo Administrativa Unidade ExistenteRA I - BRASIacuteLIA
Hospital Terciaacuterio (HBDF) 1Hospital Especializado (Hospital de Apoio) 1Hospital Regional 2Unidade Mista Asa Sul 1Centro de Sauacutede 7Fundaccedilatildeo Hemocentro 1Laboratoacuterio Central de Sauacutede Puacuteblica 1Nuacutecleo de InspeccedilatildeoAsa Sul 1Niacutecleo de Inspeccedilatildeo Asa Norte(1) 1Centro de Orientaccedilatildeo Meacutedico Psicopedagoacutegico - COMPP 1Diretoria de Sauacutede do trabalhador - DISAT 1Faculdade de Ensino e Pesquisa de Ciecircncias para a Sauacutede 1
RA II - GAMAHospitai Regional 1Centro de Sauacutede 7Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA III - TAGUATINGAHospital Regional 1Hospital Especializado (Hospital Satildeo Vicente de Paulo) 1Central Radioloacutegica 1Unidade Mista 1Centro de Sauacutede 8Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 2
RA IV - BRAZLAcircNDIAHospital Regional 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA V - SOBRADINHOHospital Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
121
continuaccedilatildeo
Regiatildeo Administrativa Unidade Existente
Hospital RegionalRA VI - PLANALTINA
1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Posto de Sauacutede Rural 6Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA Vil - PARANOAacute
1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA VIII - NUacuteCLEO BANDEIRANTE
1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA IX - CEILAacuteNDIA
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 12Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Hospital RegionalRA X - GUARAacute
1Laboratoacuterio Regional 1Centro de Sauacutede 3Posto de Sauacutede Urbano 1Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XI - CRUZEIRO
2Nuacutecleo de inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XII - SAMAMBAIA
4Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
Centro de SauacutedeRA XIII - SANTA MARIA
2Posto de Sauacutede Urbano 2Nuacutecleo de Inspeccedilatildeo 1
RA XIV - SAtildeO SEBASTIAtildeOUnidade Mista 1Centro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Rural 1Nuacutecleo de nspeccedilatildeo(1) 1
12 2
conclusatildeo
Regiatildeo Administrativa__________________________ Unidade ExistenteRA XV - RECANTO DAS EMAS
Centro de Sauacutede 2Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(1) 1
RA XVI - LAGO SULCentro de Sauacutede 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVII - RIACHO FUNDOCentro de Sauacutede 1Posto de Sauacutede Urbano 1Instituto de Sauacutede Mental 1Nuacutecleo de lnspeccedilatildeo(2) 1
RA XVIII - LAGO NORTTECentro de Sauacutede 2Inspetoria de Sauacutede(3) 1
RA XIX - CANDANGOLAcircNDiACentro de Sauacutede 1Inspetoria de Sauacutede 1TOTAL GERAL 137FONTE SUPLANSES - DFNOTA(1) Criados conforme Lei 2729 de 26 de junho de 2001 publicada no DODF de 02072001 poreacutem ateacute o presente ainda natildeo foram definidas as aacutereas fiacutesicas de funcionamento(2) Funciona na Administraccedilatildeo Regional(3) Sede no Centro de Sauacutede ns 10 (Lago Norte)
123