10 Ritmos de Samba ao Teclado e ao Violão - Conteúdo

Introdução

Realização do ritmo de samba-batucada no teclado e no violão

Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais

Possibilidades de acompanhamento

Acompanhamento em 4 partes independentes

Divisão do padrão para dois violões

Acréscimo de intervalos harmônicos

Dobramento de nota entre as partes

Movimento melódico do baixo

Frase completa para dois violões

Outras possibilidades de divisão do acompanhamento

2Material elaborado para o Curso de Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da CAPES.

Produzido pela equipe do CAEF. Porto Alegre, 2010

Processos de

Arranjo Musical

10 Ritmos de Samba ao Teclado e ao Violão - Conteúdo

Introdução

Conforme foi dito na unidade de estudo anterior, há vários padrões de samba que podem ser

realizados no acompanhamento harmônico. Iniciaremos o estudo com o padrão rítmico do samba-

batucada:

Podemos realizar o mesmo processo anterior (conteúdo da unidade 09) para aplicar este padrão

ao teclado e ao violão.

Os conteúdos disponibilizados nesta unidade através de links, também fazem parte do estudo

sobre os ritmos de samba ao teclado e ao violão e, portanto, sua leitura e estudo são

indispensáveis para a compreensão deste conteúdo.

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Processos de

Arranjo Musical

Padrão superior

Padrão inferior

Padrão completo

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Realização do ritmo de samba-batucada no teclado e no violão

Inicialmente, escrevemos um encadeamento harmônico apropriado ao instrumento. Em seguida,

dividimos baixo – com a mão esquerda, no teclado, ou com o polegar, no violão – e acordes –

com a mão direita, no teclado, ou com os dedos i-m-a, no violão. Finalmente, escrevemos o

encadeamento com o ritmo de samba-batucada, em que as notas do baixo são realizadas pelo

ritmo inferior e as notas dos acordes com o ritmo superior, conforme escrito no pentagrama da

página anterior.

Usaremos um encadeamento harmônico em Ré Maior, com esta harmonia de quatro compassos:

||: D | Bm G | D/A A7 | D :||

Primeiramente, clique aqui, para acompanhar a realização do ritmo de samba-batucada no

teclado.

Clique aqui, para acompanhar também a realização do ritmo de samba-batucada no violão.

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Processos de

Arranjo Musical

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Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais

Outra possibilidade de realização do acompanhamento harmônico seria dividir em três partes, em

quatro partes ou em tantas partes quantas forem necessárias.

Para a realização deste tipo de acompanhamento harmônico, podemos partir do mesmo padrão

de encadeamento a quatro vozes que estudamos. No acompanhamento proposto para violão (link

disponível na página anterior), com dois violões, já temos a separação em três partes, pois o

violão que realiza os acordes faz duas partes, os acordes e uma parte simples de baixo, enquanto

o segundo violão executa um baixo cantante.

O mais comum, porém, em arranjos com três partes de acompanhamento instrumental, é que a

parte “extra” (além da típica divisão entre baixo e acordes) fique em uma voz superior.

Esta nova parte tanto pode ser usada para imitar o som de algum instrumento de percussão,

como o agogô, como pode aparecer como uma espécie de segunda voz ou contracanto, como

veremos a seguir.

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Processos de

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Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais (continuação)

Em grande parte das músicas derivadas do samba, o agogô soa em intervalos melódicos que

podem ser adaptados às notas dos acordes. Por isso, pode soar interessante colocar uma parte

superior ao padrão de acompanhamento para representar a sonoridade deste instrumento.

Um padrão comum de samba em duas partes, que ainda não vimos, é este:

Uma parte de agogô frequentemente executada no samba possui este ritmo:

Ouvir

Podemos combinar estes dois padrões, fazendo uma linha superior para representar o agogô,

conforme as notas da harmonia. Por exemplo, em um acorde de C, podemos ter um

acompanhamento que incorpora o ritmo do agogô.

Assim, temos um esquema com três partes diferentes: o baixo, com ritmos pontuados, os acordes

e o padrão rítmico de caráter mais melódico, em que são alternadas notas do acorde, como

veremos a seguir.

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Processos de

Arranjo Musical

Padrão superior

Padrão inferior

Padrão completo

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Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais (continuação)

É necessário ter muito cuidado para realizar este tipo de acompanhamento, pois exige

instrumentistas com mais experiência e com capacidade de realizar duas partes rítmicas

independentes, em uma só mão. Não é suficiente escrever um encadeamento a quatro vozes,

dividido entre baixo e acordes, e simplesmente acrescentar a nova parte. Isso pode tornar a

execução muito difícil, ou mesmo impossível.

Veja este exemplo:

No exemplo acima, pegamos um encadeamento a quatro vozes, dividido entre baixo e acordes, e

acrescentarmos uma parte com o ritmo do agogô. Apesar de ser o ponto de partida para a

realização deste tipo de acompanhamento a três vozes, apenas acrescentar uma nova parte a um

padrão de acompanhamento a quatro vozes pode tornar a música impossível de ser tocada.

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Processos de

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Padrão completo

Agogô

Baixo

Acordes

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Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais (continuação)

Abaixo, está um exemplo que demonstra como produzir um acompanhamento dividido em três

partes distintas: baixo semi-contrapontístico, acordes e linha superior semi-contrapontística.

aplicado a uma frase em Dó Maior.

Vozes superiores

Completo

Voz inferior

Partitura ampliada

Realize a análise de cada acorde do exemplo cima para verificar como se dá o encadeamento de

vozes e como cada um dos acordes está distribuído na textura geral, em três partes diferenciadas.

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Processos de

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Acompanhamento dividido em 3 partes ou mais (continuação)

Naturalmente, esta forma de tratar o acompanhamento instrumental torna sua execução mais

difícil e exige um músico experiente. Uma solução possível para simplificar a realização deste tipo

de acompanhamento, sem perder sua característica polifônica, seria dividir a textura em diferentes

instrumentos.

Em arranjos escolares, quando se têm dois ou três alunos que tocam teclado, podem-se escrever

partes separadas para cada um deles, em que um realiza o baixo, outro faz os acordes e um

terceiro faz a linha superior. Neste caso, podemos manter a parte dos acordes sempre com três

notas, pois não será tão difícil de realizar.

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Possibilidades de acompanhamento

Esta é uma solução possível com dois tecladistas.

Teclado 1

Completo

Teclado 2

Partitura ampliada

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Possibilidades de acompanhamento (continuação)

Esta é uma solução com uma parte para teclado e outra para violão.

Teclado

Completo

Violão

No exemplo acima, o violão realiza uma “levada”, em que a mão direita não dedilha as cordas,

mas bate nelas para fazer o ritmo. As setas marcadas no primeiro compasso indicam o movimento

da mão direita para baixo ou para cima. A “levada” do violão produz diferença de sonoridade entre

os instrumentos que, juntamente com o ritmo particular de cada instrumento, gera independência

entre as partes (voltaremos a este assunto, na próxima unidade).

Partitura ampliada

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Possibilidades de acompanhamento (continuação)

Mesmo quando temos apenas um instrumentista para realizar o acompanhamento, podemos

acrescentar uma linha superior semi-contrapontística, fazendo com que o ritmo que representa o

agogô faça parte do acorde. No exemplo anterior, a parte de piano já realiza o ritmo desta

maneira, pois o violão está realizando os acordes em posições estáveis, permitindo que o teclado

alterne as notas.

No exemplo abaixo, a parte da mão direita do teclado se movimenta paralelamente, em conjunto

(este exemplo é o mesmo da parte de teclado anterior, porém sem o violão).

Mão direita

Completo

Mão esquerda

Partitura ampliada

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Possibilidades de acompanhamento (continuação)

No exemplo anterior, há somente duas partes distintas. Entretanto, a movimentação dos acordes,

em movimentos paralelos para cima e para baixo, produz a impressão de uma linha semi-

contrapontística, na parte superior, e acordes, na parte inferior da mão direita. Isso significa que

podemos criar um efeito de duas partes (mão direita e mão esquerda) que produzem a sugestão

de três: o baixo, os acordes e a “linha do agogô”.

Para compreender melhor sobre quais os procedimentos foram realizados para chegarmos ao

exemplo acima, clique aqui.

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Acompanhamento em 4 partes independentes

Também é possível fazer divisão do acompanhamento em quatro partes, ou mais. Neste caso, a

realização com apenas um teclado pode se tornar muito difícil. Por isso, é melhor elaborar partes

individuais relativamente simples para que, em seu conjunto, não se tornem de difícil execução.

Vamos demonstrar este princípio em exemplos para violão.

Com dois violões, já é possível realizar quatro partes distintas de acompanhamento, pois cada

músico pode tocar duas partes ao violão sem grandes dificuldades.

Podemos partir deste padrão de samba a quatro vozes.

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Arranjo Musical

Padrão Superior

Padrão inferior

Padrão completo

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Acompanhamento em 4 partes independentes (continuação)

Quando temos a possibilidade de escrever duas partes, ou mais, para violão, é interessante

escrever partes diferentes, para que cada músico se sinta valorizado ao tocar uma parte própria e

não apenas dobrar partes que outros músicos já fazem. É preferível escrever partes simples

independentes a fazer vários músicos dobrarem a mesma parte, quando se trata de teclado ou

violão.

Os músicos que estão acostumados a realizar a mesma parte em conjunto são instrumentistas de

arco, em orquestras (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) ou instrumentistas de sopro, em

bandas (saxofone, trompete, trombone, bombardino, etc.). Em geral, os outros músicos não

gostam de tocar partes dobradas.

Há várias maneiras de realizarmos um arranjo com várias partes de violão. Veremos, agora, duas

possibilidades: para dois violões e para quatro violões.

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Processos de

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Acompanhamento em 4 partes independentes (continuação)

Ao tomar o padrão rítmico acima como referência, um arranjador pode pensar em dividir os dois

violões da seguinte forma: o primeiro violão toca o pentagrama superior e o segundo toca o

pentagrama inferior. Esta é uma forma possível de dividir as partes instrumentais, porém não é a

única.

A primeira coisa que se deve ter em mente é dividir as partes de forma que cada músico toque

uma parte mais movida e outra mais simples. Como esta divisão já é o que aparece no exemplo

acima, poderia ser feito da forma descrita anteriormente: Cada músico toca uma das partes.

Para decidirmos a divisão das partes entre os músicos, seria interessante escrevermos cada uma

delas, separadamente. Neste exemplo, está a divisão das partes em um acorde de C.

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Violão 1

Completo

Violão 2

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Divisão do padrão para dois violões

A melhor divisão deste padrão para dois violões é aquela em que o primeiro violão executa as

duas linhas intermediárias e o segundo violão realiza a linhas externas.

No exemplo acima, as pausas da voz inferior do primeiro violão foram preenchidas pela nota

ligada, pois isso torna a execução mais simples, já que o músico não precisa abafar a quarta

corda para produzir a pausa, e isso não produz grande diferença no arranjo.

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Violão 1

Violão 2

Completo

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Acréscimo de intervalos harmônicos

Ainda é possível acrescentar intervalos harmônicos ou acordes na parte superior do violão II, pois

isso torna a textura geral mais cheia e cada músico realiza um padrão característico de violão,

com uma parte de baixo e outra com acordes.

Neste exemplo, acrescentamos apenas uma nota à parte superior do segundo violão.

Perceba que a nota mi3 (lembre-se de que o violão soa uma oitava abaixo das notas escritas) está

dobrada entre a nota superior do acorde do violão I e a nota inferior do acorde do violão II.

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Violão 1

Violão 2

Completo

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Dobramento de nota entre as partes

Algumas vezes, o dobramento de nota entre as partes pode soar pesado. Se preferirmos uma

textura geral mais leve, é melhor não dobrar notas entre as diferentes partes. No exemplo abaixo,

o acorde de C é preenchido com todas as notas, entre o dó2 e o sol3, sem que nenhuma das

notas seja dobrada entre os instrumentos. Com isso, temos uma textura mais leve e fluida com a

sonoridade plena do acorde.

Se a intenção é criar uma sonoridade mais densa e pesada, esta solução pode ser interessante:

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Completo

Completo

Violão 1

Violão 1

Violão 2

Violão 2

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Movimento melódico do baixo

No exemplo anterior, para acrescentar densidade à sonoridade do acorde, o baixo do violão II

alterna entre a fundamental e a quinta de C e a parte superior está com três notas, duas das quais

são dobradas em relação às notas do violão I.

Note como o movimento do baixo enriquece bastante a sonoridade geral do trecho. Isso pode ser

empregado em qualquer tipo de arranjo, mesmo quando buscamos uma sonoridade mais leve e

fluida, como no exemplo abaixo.

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Arranjo Musical

Completo

Violão 1

Violão 2

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Frase completa para dois violões

Perceba, no exemplo abaixo, como soaria uma frase completa com esse padrão de

acompanhamento.

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Outras possibilidades de divisão do acompanhamento

Nesta unidade, vimos várias possibilidades de realização do acompanhamento instrumental para

teclado ou violão, com diferentes padrões rítmicos e com várias possibilidades de combinação,

entre duas e quatro partes.

Na próxima unidade, veremos o arranjo instrumental para a canção Trem das Onze, com outras

possibilidades de divisão do acompanhamento entre os instrumentos.

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